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37 21 CFR Part11 Introdução Recentemente entrou em vigor a nova RDC 17/2010 da ANVISA que substitui a antiga RDC 210/2003 e pas- sa a exigir a Validação de Sistemas Computadorizados. Neste artigo, o 21 CFR Part11 será abordado de forma geral, com ênfase nas áreas preocupadas com o Controle de Contaminação. Em uma leitura rápida poderíamos entender que as normas 21 CFR Part11 e a RDC 17/2010 são muito dife- rentes, entretanto as duas têm o mesmo objetivo: desen- volvimento, produção e armazenamento de fármacos com a qualidade que hoje a sociedade exige. Como análise prévia, podemos dizer que, apesar de todas as vantagens do uso de sistemas computadoriza- dos, não podemos introduzir desvantagens em proces- sos que manualmente já alcançaram um alto grau de maturidade no seu tratamento frente a orgão reguladores e a sociedade. Apesar da RDC 17/2010 tratar de forma mais abrangente a questão dos sistemas computadori- zados que a CFR, não podemos deixar de atentar que lendo o § 1o e § 2o da RDC 17/2010 estaremos, também, atendendo a CFR (U.S.FDA) e o GUIA DE VALIDAÇÃO DE SISTEMAS COMPUTADORIZADOS (ANVISA). § 1o Quando sistemas computadorizados substituírem operações manuais, não pode haver impacto na qua- lidade do produto. § 2o Deve-se considerar o risco de perder aspectos de qualidade do sistema anterior pela redução do envol- vimento dos operadores. Tanto as normas americanas como as brasileiras, assim como os Guide lines das agências reguladoras não dizem como fazer para atingirmos o resultado, mas sim, o que deve ser feito. Fica claro, também, que novos Roney Rietschel Autor: Eng. Roney Ritschel, diretor técnico da Microblau Contato: [email protected] processos (neste caso, sistemas computadorizados) não podem ter um resultado pior, em nenhum aspecto, do que os anteriores (processos manuais). Boas normas ajudam a acelerar a implantação com menor risco e tornam explícitas as condutas, eliminando as interpreta- ções particulares. O que quer dizer O 21 CFR Part11 é uma legislação decretada pelo United States Food and Drug Administration (U.S. FDA), que regula o uso de registros e assinaturas eletrônicas para áreas farmacêuticas. Estes registros devem ser in- violáveis, incorrompíveis e indeletáveis. Ou seja, garan- tem que o dado é armazenado de forma absolutamente confiável e deve ser aplicado em todas as etapas do medicamento desde o seu desenvolvimento até o pós venda. Glossário CFR - Code of Federal Regulations são as legislações americanas relacionadas às agências regulatórias. 21 - Título do CFR que trata especificamente do FDA; Part 11 - Capítulo do título 21 que estabelece os requisi- tos em relação a Registros Eletrônicos e Assinaturas Eletrônicas em sistemas computadorizados. Registros eletrônicos - Registros eletrônicos podem ser definidos como qualquer combinação de texto, gráficos, dados, sons e/ou esquemas representados em forma digital, que sejam criados, modificados, mantidos, arquivados, recuperados ou distribuídos por um sistema computadorizado. ARTIGO TéCNICO

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Normas para automação em indústrias farmacêuticas

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  • 37

    21 CFR Part11

    Introduo

    Recentemente entrou em vigor a nova RDC 17/2010

    da ANVISA que substitui a antiga RDC 210/2003 e pas-

    sa a exigir a Validao de Sistemas Computadorizados.

    Neste artigo, o 21 CFR Part11 ser abordado de

    forma geral, com nfase nas reas preocupadas com o

    Controle de Contaminao.

    Em uma leitura rpida poderamos entender que as

    normas 21 CFR Part11 e a RDC 17/2010 so muito dife-

    rentes, entretanto as duas tm o mesmo objetivo: desen-

    volvimento, produo e armazenamento de frmacos

    com a qualidade que hoje a sociedade exige.

    Como anlise prvia, podemos dizer que, apesar de

    todas as vantagens do uso de sistemas computadoriza-

    dos, no podemos introduzir desvantagens em proces-

    sos que manualmente j alcanaram um alto grau de

    maturidade no seu tratamento frente a orgo reguladores

    e a sociedade. Apesar da RDC 17/2010 tratar de forma

    mais abrangente a questo dos sistemas computadori-

    zados que a CFR, no podemos deixar de atentar que

    lendo o 1o e 2o da RDC 17/2010 estaremos, tambm,

    atendendo a CFR (U.S.FDA) e o GUIA DE VALIDAO

    DE SISTEMAS COMPUTADORIZADOS (ANVISA).

    1o Quando sistemas computadorizados substiturem

    operaes manuais, no pode haver impacto na qua-

    lidade do produto.

    2o Deve-se considerar o risco de perder aspectos de

    qualidade do sistema anterior pela reduo do envol-

    vimento dos operadores.

    Tanto as normas americanas como as brasileiras,

    assim como os Guide lines das agncias reguladoras

    no dizem como fazer para atingirmos o resultado, mas

    sim, o que deve ser feito. Fica claro, tambm, que novos

    Roney RietschelAutor: Eng. Roney Ritschel, diretor tcnico da

    Microblau

    Contato: [email protected]

    processos (neste caso, sistemas computadorizados)

    no podem ter um resultado pior, em nenhum aspecto,

    do que os anteriores (processos manuais). Boas normas

    ajudam a acelerar a implantao com menor risco e

    tornam explcitas as condutas, eliminando as interpreta-

    es particulares.

    O que quer dizer

    O 21 CFR Part11 uma legislao decretada pelo

    United States Food and Drug Administration (U.S. FDA),

    que regula o uso de registros e assinaturas eletrnicas

    para reas farmacuticas. Estes registros devem ser in-

    violveis, incorrompveis e indeletveis. Ou seja, garan-

    tem que o dado armazenado de forma absolutamente

    confivel e deve ser aplicado em todas as etapas do

    medicamento desde o seu desenvolvimento at o ps

    venda.

    Glossrio

    CFR - Code of Federal Regulations so as legislaes

    americanas relacionadas s agncias regulatrias.

    21 - Ttulo do CFR que trata especificamente do FDA;

    Part 11 - Captulo do ttulo 21 que estabelece os requisi-

    tos em relao a Registros Eletrnicos e Assinaturas

    Eletrnicas em sistemas computadorizados.

    Registros eletrnicos - Registros eletrnicos podem

    ser definidos como qualquer combinao de texto,

    grficos, dados, sons e/ou esquemas representados

    em forma digital, que sejam criados, modificados,

    mantidos, arquivados, recuperados ou distribudos

    por um sistema computadorizado.

    ARtIGO tCnICO

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    ARtIGO tCnICO

    Os registros eletrnicos so guardados em bancos

    de dados com campos contendo chaves que so ge-

    radas na hora do registro. Esta chave tem conexo

    com todos os dados contidos naquele registro assim

    como nos registros anteriores e posteriores, o que

    torna impossvel a sua quebra, garantindo a confiabi-

    lidade do sistema como uma todo.

    Assinaturas Eletrnicas - Compilao dos dados

    computadorizados ou qualquer smbolo ou srie de

    smbolos executados, adaptados ou autorizados por

    uma pessoa para ser legalmente vinculado como

    equivalente a sua assinatura manuscrita. Tambm

    conhecida como assinatura digital, se baseia nos

    mtodos criptogrficos de autenticao computado-

    rizada para verificar a identidade de quem assina e

    a integridade da informao. As assinaturas eletrni-

    cas incluem aquelas que so usadas para documen-

    tar que certos eventos ou aes ocorreram de acor-

    do com os requerimentos regulatrios especficos,

    por exemplo: aprovaes, revises ou verificaes.

    As assinaturas eletrnicas so um registro com uso

    de criptografia o qual mantm um link entre um nome

    nico no sistema com cada usurio, sem no entanto

    revelar a sua senha. Processos mais seguros como

    validao biomtrica, impresso digital, ris, etc tam-

    bm so usados separados ou junto com senhas

    como forma de aumentar a confiabilidade dos siste-

    mas.

    No existe a necessidade de escanear uma assina-

    tura manuscrita para depois inseri-la no documento

    eletrnico.

    Benefcios sociedade

    Todos sabem o risco envolvido, por exemplo, em uma

    cirurgia crtica, onde a eficcia de um medicamento ou

    anestsico pode significar a vida do paciente. Em uma

    doena grave no diferente, e mesmo um medicamen-

    to mais simples, mas produzido com algum desvio, pode

    levar o paciente a sofrer srias consequncias.

    A soluo clssica seria um aumento brutal da fisca-

    lizao para garantir o cumprimento de normas e boas

    prticas, uma vez que esto envolvidos grandes valores

    nestes processos. O que, por sua vez, pode estimular

    fraudes e corrupo; e por consequncia significar maio-

    res custos para o consumidor sem necessariamente mi-

    tigar os riscos.

    Os registros eletrnicos confiveis passam, ento, a

    ser a soluo mais ampla, garantida e de menor custo,

    ajudando a fiscalizao no o cumprimento das normas.

    A 21 CFR Part11 no Brasil

    Em princpio no existe nenhuma obrigatoriedade no

    Brasil da aplicao da 21 CFR Part11, porm as subsi-

    dirias de empresas americanas, ou principalmente as

    que exportam aos Estados Unidos, podem ser obriga-

    dos a adotar a norma. Entretanto, com a publicao da

    RDC 17/2010, podemos entender que possumos uma

    norma equivalente a 21 CFR Part11, e que um processo

    de implantao bem planejado pode atender a ambas

    qualificaes.

    Muitos dos processos, hoje, na indstria farmacu-

    tica so computadorizados, porm se no estiverem de

    acordo com a 21 CFR Part11 ou a RDC17, poder existir

    a necessidade de transferncia destes dados digitais

    para papel para que haja assinatura e arquivamento

    manuais. E gerar toda esta documentao, no formato

    citado, tem um custo muito elevado, dificultando traba-

    lhos futuros, como por exemplo, o tempo de recupera-

    o da informao arquivada. Por outro lado, o uso de

    um dado digital, que no seguiu um padro rigoroso de

    armazenamento, pode inserir riscos em processos pos-

    teriores que utilizaro o registro arquivado.

    Analisando este cenrio, podemos perceber que as

    indstrias podem aproveitar o uso intensivo de sistemas

    computadorizados como um trampolim para aumento de

    sua eficincia e qualidade na adoo da 21 CFR Part11

    e da RDC 17/2010.

    Anlise e comentrios da norma

    Para facilitar o entendimento da norma iremos co-

    mentar a aplicao de alguns itens:

    11.10 Controle para Sistemas Fechados

    (a) Validao de sistemas para garantir a preciso, con-

    fiabilidade, consistncia do desempenho pretendido,

    bem como a capacidade de discernir registros invlidos

    ou alterados.

  • 39

    Os procedimentos para validao de sistemas de

    todos os registros coletados (manualmente ou eletro-

    nicamente), devem garantir a preciso, confiabilidade,

    desempenho consistente, bem como a capacidade de

    discernir registros invlidos ou alterados, isto , o sis-

    tema deve garantir que somente pessoas autorizadas

    tenham acesso ao processo, sem risco de adulteraes,

    mantendo a rastreabilidade atravs de assinaturas invio-

    lveis e autnticas.

    Atendendo a padres rigorosos de segurana, a se-

    nha no pode ser gravada, por isso deve haver um link,

    absolutamente confivel para assinaturas digitais, onde

    o nome do usurio registrado e nico no sistema.

    (b) Capacidade para gerar cpias precisas e completas

    dos registros, legveis por humanos ou em formato ele-

    trnico para inspeo, reviso e cpia pela agncia. As

    pessoas devero contatar a agncia se houver alguma

    dvida quanto capacidade da mesma em realizar tal

    reviso e cpia dos registros eletrnicos.

    (c) Proteo de registros para possibilitar a sua recupe-

    rao precisa e imediata durante o perodo de reteno

    dos registros.

    A principal preocupao deve ser a garantia de aces-

    so dos dados pela agncia reguladora. Atualmente, com

    a velocidade de renovao de softwares e hardwares,

    durante todo o tempo obrigatrio de arquivamento, o

    risco de falha, no acesso aos dados, pode ser ampliado,

    como verses de software ou banco de dados atuais

    incompatveis com os dados antigos. Por isso, a empre-

    sa deve se preparar para lidar com estas situaes, em

    caso extremo, passar seu banco de dados para formato

    PDF, porm dentro de um processo tambm validado.

    (d) Limitar o acesso ao sistema a pessoas autorizadas.

    Limitao de acesso podem ser garantidas por di-

    versas formas, tais como controle biomtrico, renovao

    automtica de senhas, tempo de logout por inatividade

    entre outros.

    (e) Uso de rastreamento de aes de auditoria seguras,

    geradas por computador, com data/horrio, para regis-

    trar de forma independente a data e hora das entradas

    e aes do operador que geram, alteram ou excluem

    os registros eletrnicos. As alteraes de registros no

    devero ocultar as informaes registradas anterior-

    mente. Tal documentao de rastreamento de aes de

    auditoria dever ser mantida, pelo menos, enquanto tais

    registros eletrnicos forem necessrios e dever estar

    disponvel para reviso e cpia por parte da agncia.

    Este talvez seja o item mais crtico em termos de

    implementao, pois se houver qualquer alterao no

    sistema, todas as mudanas devem ser registradas, in-

    cluindo o nome, hora e atividade correlata executada.

    O registro dever ser sempre garantido pelas assinaturas

    eletrnicas, ou seja, qualquer modificao ser adicio-

    nada como nova informao, sem nunca ocultar as infor-

    maes anteriores.

    (f) Utilizao de verificaes do sistema operacional

    para reforar a permisso de dar sequncia s etapas e

    eventos, conforme apropriado.

    (g) Utilizao de verificaes de autoridade para garantir

    que somente pessoas autorizadas possam acessar o

    sistema, assinar um registro eletronicamente, acessar o

    dispositivo de entrada ou sada do sistema operacional

    ou computacional, alterar um registro, ou executar a

    operao manualmente.

    O sistema deve garantir, atravs de segurana ele-

    trnica e procedimentos, que apenas indivduos com

    permisso o acesse, atravs de senhas e autorizaes

    seletivas, definidas para cada usurio cadastrado, alm

    de pr-definir funes especficas. Ex: troca de senhas

    peridicas, forada de forma automtica, onde apenas

    nveis hierrquicos autorizados liberam acesso a novos

    usurios.

    (h) Utilizao de verificaes de dispositivos (por exem-

    plo, terminais) para determinar, conforme apropriado,

    a validade da fonte de entrada de dados ou instrues

    operacionais.

    Implementar funes que verifiquem a validade dos

    equipamentos que esto fornecendo os dados, como

    por exemplo, seu nmero de srie.

    (i) Definio de quem dentre as pessoas que desenvol-

    vem, mantm ou utilizam sistemas de registro eletrnico

    e assinatura eletrnica possuem formao, treinamento

    e experincia para realizar tarefas a eles designadas.

    A importncia de pessoas adequadamente treinadas

    fundamental na implantao.

    (j) O estabelecimento e a adeso a polticas escritas que

    responsabilizam os indivduos e os tornam responsveis

    por aes admitidas com suas assinaturas eletrnicas, a

    fim de desencorajar a prtica de falsificao de registro

    e assinatura.

    As polticas e cuidados, no uso de assinaturas eletr-

    nicas, no diferem daqueles utilizados em assinaturas

  • 40

    ARtIGO tCnICO

    manuais.

    (k) Utilizao de controles apropriados sobre a docu-

    mentao dos sistemas, incluindo:

    (1) Controles adequados sobre a distribuio, acesso e

    utilizao de documentao para a operao e manuten-

    o do sistema.

    (2) Procedimentos de controle de reviso e alterao

    para manter um rastreamento das aes de auditoria que

    documente o desenvolvimento e a alterao sequencial

    da documentao dos sistemas.

    Toda a documentao envolvida no sistema, como

    planos de validao, protocolos, documentao, em todo

    o seu ciclo de vida, deve ser adequadamente tratado.

    11.70 Ligao assinatura/registro.

    As assinaturas eletrnicas e as assinaturas manus-

    critas feitas para os registros eletrnicos devero estar

    vinculadas aos seus respectivos registros eletrnicos a

    fim de garantir que as mesmas no possam ser apaga-

    das, copiadas ou transferidas para falsificar um registro

    eletrnico atravs de meios ordinrios.

    Todos os dados, que necessitem de interface huma-

    na, devem estar ligados assinatura do usurio, sem

    entretanto revelar sua senha, por isto cada nome ou

    registro deve ser nico.

    As assinaturas eletrnicas devem ser absolutamente

    confiveis, sendo necessrio diversos cuidados, tais

    como:

    no retribuir uma assinatura existente a um novo

    usurio;

    no permitir senhas simples;

    no permitir tentativas seguidas de acesso invlido;

    treinar os usurios adequadamente;

    associar formas, mais seguras possveis, como

    biometria para reconhecimento do usurio.

    Validao

    O plano de validao deve conter, detalhadamente,

    todos os passos com definio de responsabilidade e

    ser aprovado pela gerncia responsvel. Alm disso,

    deve ser realizada por pessoas independentes das que

    desenvolveram o sistema.

    Testes dinmicos devem ser realizados verificando

    uso em condies limites, como nmero excessivo de

    usurios simultneos, tentativas de entrada de dados

    invlidos e a correta rejeio do sistema entre outras. O

    uso de simuladores tambm pode fazer parte do proces-

    so de validao.

    Pela complexidade dos sistemas atuais, os testes

    dinmicos podem no responder a todas as situaes,

    deve-se ento realizar testes estticos, como reviso de

    cdigo e anlise dos procedimentos tcnicos de qualida-

    de no desenvolvimento do software.

    Ganhos no imaginados

    Os custos para implantao da norma so altos, po-

    rm pode-se obter muitas vantagens na sua adoo.

    Sistemas digitais ocupam muito menos espao para

    arquivamento que seus equivalentes em papel, permi-

    tem recuperao mais rpida de dados arquivados, re-

    duzindo bastante o nmero de horas envolvidas neste

    processo, alm do aumento da qualidade das atividades.

    Analisando sob a tica dos profissionais de controle

    de contaminao, diversos benefcios so obtidos: como

    o aumento do comprometimento das equipes envolvi-

    das, processo natural de melhoria contnua, facilidade

    de acesso aos dados estatsticos de qualidade (localiza-

    o de causas raiz dos prolemas), entre outros.

    O contnuo ciclo de atacar os efeitos e no impedir

    a repetio do problema pode ser quebrado a partir de

    uma viso de sistemas que atendam a norma. Por exem-

    plo, em um sistema convencional, se um parmetro foi

    modificado sem registro de quem aprovou ou alterou o

    parmetro, fica impossvel descobrir esta falha humana,

    por outro lado, em um sistema eletrnico, que atende

    a 21 CFR Part11, o prprio sistema impedir esta ao

    para pessoas no autorizadas.

    Se bem aplicado, a implantao da 21 CFR Part11

    pode trazer ganhos maiores que o valor investido repre-

    senta, alm de acelerar uma mudana cultural de quali-

    dade dos processos.

    Guia de validao de sistemas computadorizados AnVIsA publicado em abril de 2010

    Como podemos ver, na introduo deste guia, sua

    aplicao no compulsria, o que no diminui a sua

  • 41

    importncia. Este guia d grande nfase a todo ciclo de

    vida do sistema e deve iniciar na concepo do produto

    e durar durante todo perodo de reteno de dados.

    Outro aspecto muito importante deste guia o foco

    com processos para anlise de risco. A cultura de anlise

    de risco no Brasil, de forma mais ampla, relativamente

    recente; e nada mais oportuno do que sua aplicao

    num momento como este, ou seja, prever o problema e

    no reagir apenas depois da ocorrncia.

    Comentrios

    Sistemas Turn key

    Vendedores no podem garantir equipamentos na

    caixa compatveis com a 21 CFR Part11, ou seja, im-

    plantar sistemas sem o envolvimento do cliente, pois os

    equipamentos s podem atender a requisitos tcnicos.

    Processos administrativos associados implantao do

    21 CFR Part11 so especficos a operao do cliente,

    necessitando do envolvimento de pessoas.

    Sistemas hbridos

    Pode haver a necessidade, em um mesmo ambiente,

    de coexistirem ambos sistemas: manuais e computadori-

    zados. Por ex: se um sistema no validvel no 21 CFR

    Part11, ento o procedimento dever orientar a realiza-

    o da assinatura e arquivamento manual.

    Bibliografia

    a) CFR Cdigo de Regulamentos Federias Ttulo 21

    (FDA)

    TTULO 21 Alimentos e Medicamentos

    CAPTULO I Administrao de alimentos e

    Medicamentos

    PARTE 11 Registros Eletrnicos; Assinaturas

    Eletrnicas

    Traduo MICROBLAU.

    b) Guia de validao de sistemas computadorizados

    (ANVISA)

    c) Resoluo RDC n 17, de 16 de abril de 2010

    Fig.1 (Fonte Fig.4 do Guia de Validao de Sistemas Computadorizados)

    Fig.2 (Fig.8 do Guia de Validao de Sistemas Computadorizados)

    Migrao

    Potencial

    Reteno Migrao

    Destribuio

    Envolvimento do Fornecedor*

    ConCEiTo PRojETo oPERAo DESConTinuiDADE

    Identificar riscos para requisitos especficosNo geral, quais so os riscos do sistema?Anlise de Riscos mais detalhadas requerida?

    Considerar

    Identificar e Definir

    Identificar riscos para processos especficosIdentificar riscos para funes especficasDefinir controles para reduzir riscos

    Analise de Riscos Inicial

    Analise de Riscos Funcional

    Especificao de Requisitos Usurio

    Especificao Funcional

    Especificao de Desenho

    Hardware Design e Software e Design

    PRoDuTo ConFiGuRADo E/ou

    CuSToMiZADo

    QD

    QO

    QI

    Interao conforme requerido

    Requisitos Anlise BPx Liberao para uso Mudana Aposentadoria

    FASES