31052014

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R$ 2,00 jornaldehoje.com.br C M Y K TOTAL DE PÁGINAS NESTA EDIÇÃO SIGA-NOS NO TWITTER: ACESSE SITE: 20 @jornaldehoje www.jornaldehoje.com.br EMAIL REDAÇÃO: [email protected] Dólar comercial R$ 2,24 Dólar turismo R$ 2,32 Dólar/Real R$ 2,24 Euro x real R$ 3,05 Poupança 0,50%/0,41% Taxa Selic 11% INDICADORES: Sábado e Domingo Ano XVI NATAL-RN, 31 DE MAIO E 1 DE JUNHO DE 2014 Nº 4.948 Marcos A. de Sá Página 7 Erros que precisam ser cor- rigidos para a retomada do Tu- rismo no Rio Grande do Norte. Hemetério Gurgel Página 13 CGU desautoriza Marcco. PEC da Autonomia da PGE entra em pauta no Congresso. Joaquim Barbosa num três por quatro sem retoques, se- gundo Eliane Cantanhêde. Vicente Serejo Página 13 Dalton Mello de Andrade Fernando Roberto C. Oliveira Cid Montenegro Públio José Marco Emerenciano George Fernandes Jurandyr Navarro ESCREVEM ARTIGOS NA EDIÇÃO DE HOJE OPINIÃO - Página 2 > REPERCUSSÃO NACIONAL Rosalba e Agripino na luta pelo poder no DEM POLÍTICA 3 1º Fórum Potiguar sobre Autismo reúne profissionais da saúde e educadores CIDADE 6 AEROPORTO ALUÍZIO ALVES INICIA OPERAÇÕES COM VOO ANTECIPADO > IBGE PARADO Grevistas condenam interferência política CIDADE 6 > VIOLÊNCIA RN registra média de cinco assassinatos/dia CIDADE 10 > AUTISMO Especialistas alertam para tratamento precoce Severino Marques de Oliveira, natural de São Gonçalo do Amarante mas radicado há 54 anos em Brasília, foi o primeiro a desembarcar no novo aeroporto Além dos funcionários e passageiros, muitos políticos, empresários e curiosos foram prestigiar a inauguração do primeiro terminal aéreo privado do Brasil O Aeroporto Augusto Severo encerrou atividades na manhã deste sábado. Mas nos próximos dias receberá as seleções que irão disputar a Copa em Natal Clima era de desolação no terminal de Parnamirim, que será entregue à Força Aérea Brasileira. Vendedores disseram que foram ‘pegos de surpresa’. CIDADE 8 Wellington Rocha Wellington Rocha José Aldenir José Aldenir José Aldenir Wellington Rocha PRIMEIRO AVIÃO POUSOU ÀS 9:20H DESTE SÁBADO , 20 MINUTOS ANTES DO PREVISTO Heracles Dantas

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Page 1: 31052014

R$ 2,00 w jornaldehoje.com.br

C M Y K

TOTAL DE PÁGINAS NESTA EDIÇÃO

SIGA-NOS NO TWITTER:ACESSE SITE: [email protected] REDAÇÃO:[email protected]

Dólar comercial R$ 2,24Dólar turismo R$ 2,32Dólar/Real R$ 2,24

Euro x real R$ 3,05Poupança 0,50%/0,41%Taxa Selic 11%

INDICADORES:

Sábado e Domingo Ano XVI w NATAL-RN, 31 DE MAIO E 1 DE JUNHO DE 2014 w Nº 4.948

Marcos A. de Sá

Página 7

w Erros que precisam ser cor-rigidos para a retomada do Tu-rismo no Rio Grande do Norte.

HemetérioGurgel

Página 13

w CGU desautoriza Marcco.w PEC da Autonomia da PGEentra em pauta no Congresso.

w Joaquim Barbosa num trêspor quatro sem retoques, se-gundo Eliane Cantanhêde.

VicenteSerejo

Página 13

Dalton Mello de AndradeFernando Roberto C. Oliveira

Cid MontenegroPúblio José

Marco Emerenciano George Fernandes Jurandyr Navarro

ESCREVEM ARTIGOS NA EDIÇÃO DE HOJE

OPINIÃO - Página 2

> REPERCUSSÃO NACIONAL

Rosalba e Agripino naluta pelo poder no DEM

POLÍTICA 3

1º Fórum Potiguar sobre Autismo reúne profissionais da saúde e educadoresCIDADE 6

AEROPORTO ALUÍZIOALVES INICIA OPERAÇÕESCOM VOO ANTECIPADO

> IBGE PARADO

Grevistas condenaminterferência política

CIDADE 6

> VIOLÊNCIA

RN registra média decinco assassinatos/dia

CIDADE 10

> AUTISMO

Especialistas alertampara tratamento precoce

Severino Marques de Oliveira, natural de São Gonçalo do Amarante mas radicado há 54 anos em Brasília, foi o primeiro a desembarcar no novo aeroporto

Além dos funcionários e passageiros, muitos políticos, empresários e curiosos foram prestigiar a inauguração do primeiro terminal aéreo privado do Brasil

O Aeroporto Augusto Severo encerrou atividades na manhã deste sábado. Mas nos próximos dias receberá as seleções que irão disputar a Copa em Natal

Clima era de desolação no terminal de Parnamirim, que será entregue à Força Aérea Brasileira. Vendedores disseram que foram ‘pegos de surpresa’. CIDADE 8

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PRIMEIRO AVIÃO POUSOU ÀS 9:20H DESTE SÁBADO, 20 MINUTOS ANTES DO PREVISTO

Heracles Dantas

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Sábado e Domingo2 O Jornal de HOJE Natal, 31 de maio e 1 de junho de 2014 Opinião

w w w . j o r n a l d e h o j e . c o m . b rDIRETOR-EDITOR

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O JORNAL DE HOJE se reserva o direito de nãoaceitar informes e material publicitário que in-frijam as leis do país e a ética jornalistica.Informações, comentários e opiniões contidos emartigos assinados não possuem, necessa-riamente, o endosso da Direção. Só é permitida areprodução de matérias com prévia autorizaçãoescrita e com a citação da fonte em destaque

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OJORNALDEHOJE

Artigo MARCO EMERENCIANO, advogado ([email protected])

Picasso pintando Barcelona'A Barcelona de Picasso' foi o

título do texto publicado há doisanos neste espaço. Fazia eu umaaproximação ao 'modernismo', mo-vimento que muito influenciou aque-la cidade, sobretudo no aspecto ar-quitetônico. Naquelas linhas, quisanotar alguns dados sobre o pintorMalaguenho Pablo Picasso e a Bar-celona onde viveu e criou. E vejavocê, caro leitor, que folheando o ca-derno de cultura do diário catalão 'LaVanguardia' dessa semana, me de-paro com a noticia sobre a exposi-ção 'Paisagens de Barcelona'. Esseevento vai reunir, no Museu Picas-so de Barcelona, um conjunto depinturas e desenhos que o artista an-daluz fez do meio urbano e litoralda cidade entre finais do século XIXe princípios do XX, quando se ins-talou com sua família naquela capi-tal. As obras se apresentam junto adocumentos fotográficos da épocaque em sua maioria identificam ascenas representadas por Pablo Pi-casso.

É pertinente dizer que um dositinerários turísticos de Barcelonacontempla visita ao centro históri-co ou a 'cidade velha', espaço re-vestido de muita história e magia.Perder-se pelas estreitas ruas dali éalgo prazeroso. É nesse labirinto,justamente na rua 'calle montcada',

onde se encontra instalado o museuPicasso, inaugurado ainda em 1963,que abriga um acervo importantede obras do artista. A família 'RuizPicasso' se estabeleceu em Barcelo-na no ano 1895, cidade onde viveude maneira continuada até o mês deabril de 1904. Foi lá que o pintordescobriu uma cidade moderna queabria caminho para Europa, onde oantigo perdurava como sinal dostempos.

Mas, voltando à exposição inau-gurada nessa última semana de maioe que permanece até o fim do verãoem setembro, a maior parte dos tra-balhos expostos tem o epicentro nolitoral e no centro antigo e testemu-nham a evolução criativa de Picas-so: da aprendizagem à vinculaçãocom a vanguarda artística catalã e aconsolidação de seu primeiro esti-lo pessoal. Paralelamente as obrasde Picasso, estão expostas dezoitofotografias de época.

Além do mais, um documentá-rio de curta metragem 'Barcelona,pérola do mediterrâneo', também éexibido com a finalidade de promo-ver a cidade. A mostra está estrutu-rada seguindo os temas definidospelas próprias obras: 'Litoral','Barcelona moderna', 'Barcelonapatrimonial', 'Terraços' e 'Desde ajanela'. Picasso, que se instalou na-

quele 1895 na cidade com sua famí-lia nas proximidades do porto, per-correu o litoral e explorou o novoespaço com composições de peque-no formato realizadas basicamenteentre 1895 e 1899 e que, além de seuvalor artístico, são documentos grá-ficos de um tempo passado.

No aspecto patrimonial, a cida-de é contemplada com obras como'Homem apoiado num portal góticoda catedral de Barcelona, de 1896'ou o desenho 'Ângulo do claustro deSant Pau do Camp'. Por outro lado,a cidade moderna que nascia leva aoartista ao 'Parque da Ciutadella' ondefixa seu olhar na curiosa reproduçãodas montanhas de Montserrat. Osterraços ofereceram a Picasso umanova visão da cidade em função dassucessivas mudanças de domicílioe aos diferentes ateliês que ocupouo artista. Tudo documentado comtrabalhos em óleos de pequeno for-mato como por exemplo 'Terraçosde Barcelona, de 1903', em plenoperíodo azul.

O avanço é que, com essa mos-tra, o museu inicia uma nova linhade publicações em rede que, com otítulo de 'Cadernos da coleção', per-mitirá pôr ao alcance de todos ostrabalhos de investigação e difusãoem torno da coleção e a obra de Pi-casso. É um belo programa.

Artigo GEORGE FERNANDES, jornalista ([email protected])

Salve a Seleção... E o Brasil!Desde que me entendo por

gente, ouço de quem já a curtiu 'inloco' que a Copa do Mundo de Fu-tebol, organizada pela FIFA, é ummomento mágico para quem curteo futebol. Para os jogadores, o apo-geu. Para o torcedor, pura magia,hora de soltar o grito para expres-sar o patriotismo ou até mesmo paraprotestar. Para o país-sede, oportu-nidade única de "se vender", atrairinvestimentos, fortalecer o turismoe fazer novos negócios.

Estamos a um mês de mais umMundial, o 20º da história. A bolavai rolar e, justamente, no Brasil,que se considera o "dono da pelo-ta", o país do futebol. E assim comoaconteceu há 64 anos, quando oBrasil sediou a Copa de 1950, opovo anda insatisfeito com as ma-zelas de sempre. Só muda a época.As reivindicações são praticamen-te as mesmas. O "gigante acordou",de novo. E desta vez com 150 mi-lhões de vozes a mais do que naque-le tempo.

Mas, assim como na época dogoverno Dutra, hoje, provavelmen-te, os protestos serão em vão. Nãopassará de um... protesto. Aliás, es-tamos vivendo a era Dilma, cincoletras, também começando com 'D'de Dutra. Outra coincidência como período de realização da 1ª Copado Mundo no Brasil.

Melhorias na saúde, na educa-ção, na segurança, na infraestrutu-ra, bandeiras que seguem tremulan-do na onda das manifestações ini-

ciadas com o aumento da passagemde ônibus, também foram reivindi-cações de um passado já distante.Qualquer semelhança é mera coin-cidência. Só tomara que as coinci-dências fiquem apenas fora decampo e que dentro das quatro linhasNeymar e Cia. honrem nossa ban-deira e evitem outro Maracanaço.

Pois é, mesmo com apenas 40%das metas prometidas para a Copacumpridas, com manifestações ounão, vamos sediar mais uma Copado Mundo. O povo, inclusive, jávive o clima do Mundial e vai cur-tir à valer a festa do futebol. Domesmo jeitinho que acontece noCarnaval, quando os alegres brasi-leiros dão um chute nos problemase caem na folia. E vivas aos Santos:Antônio, João e Pedro - tambémserá período de festas juninas.

Uma minoria, por sua vez, quese acha "mais consciente", conti-nua de cara feia, resmungando aosventos - e agora com as redes so-ciais esse grito de protesto vai ao in-finito. Essa gente tem, talvez, omesmo sentimento indigesto do caraque enxerga um "Brasil Vermelho"às vésperas de uma Copa no país.Vermelho de vergonha, cansado detanta corrupção, impunidade, can-sado do famoso "jeitinho brasilei-ro" e da cara de pau dos políticos.

Considero-me um crítico doserrantes governos brasileiros e deste"sistema" que corrói o Poder Pú-blico desde o Brasil-Colônia. Mas,confesso que serei mais um brasi-

leiro, fanático por futebol, que es-quecerá os problemas e as meze-las, por hora, e deixará um poucode lado o 'complexo de vira-lata'.Durante a Copa, talvez a última nomeu país para a minha e as próxi-mas duas gerações, vou aproveitarcada minuto, vibrar com cada golverde-amarelo.

Serão 30 dias de diversão ufa-nista. Voltarei a ser criança, fecha-rei os olhos até para a corrupção de-senfreada que assola a própria FIFA,dona do evento, para curtir o fute-bol, minha paixão, meu hobby, meulazer eterno. E vestirei, com orgu-lho, a camisa amarela, da SeleçãoBrasileira de Futebol, que aprendi aamar e a respeitar desde o timaçoinesquecível de 1982 (a atual não"amarra a chuteira" daquela, mas éo que temos, fazer o quê!?).

Quem sabe uma sexta estrelabrilhando na camisa da nossa Sele-ção não ajude a iluminar este paísa prosperar democraticamente, deverdade, e a despertar para o de-senvolvimento, com muito maiseducação, saúde, segurança, traba-lho e distribuição de renda maisjusta. E, claro, com um futebol maislimpo e organizado para bater nopeito e gritar com orgulho quetemos, realmente, o melhor futeboldo mundo dentro e fora e campo.Vamos recuperar a nossa autoesti-ma, mandar para bem longe o tal"complexo de vira-lata" e mostrarque o gigante acordou com fome.Brasilsilsil!

Joca Mota, depoimentoEle me viu menino, eu sou amigo

irmão de Gustavo o filho dele há 41anos, uma vida.

Então sou obrigado a alegar suspei-ção. Mesmo assim não poderia me fur-tar e afirmo que o sr. João Antonio Cou-tinho da Motta é além de um homemprobo, ético, ilibado um grande exem-plo de um homem trabalhador. Logocedo seu pai o sr. João Francisco daMotta lhe escolheu para assumir os des-tinos de um dos maiores curtumes doBrasil. Ele com muita competência o feze progrediu, passou dos 50 anos. Nin-guém no Brasil se atreve em falar em cur-tumes e não citar J Mota Indústria e Co-mércio. Sempre um homem simples ape-sar de muito bem sucedido, um homemde poucas risadas. Entretanto um amigode todas as horas e um bom papo. Suasra D. Marisa, seus filhos Kátia, AnaLúcia, João Francisco, Karina e Gusta-vo, netos e bisnetos tem o orgulho de sere ter como patriarca seu Joca.

Ele sempre ajudou a muitos na vidapública, nunca pediu nada em troca.Sempre trabalhou aos sábados em suasfazendas, sou testemunha e um industrialque merece todos os títulos da FIERNe um potiguar também a começar peloegrégio Tribunal de Contas com a me-dalha Senador Dinarte Mariz, mesmo ocontrariando pelo seu jeito de ser.

Em Recife certa vez na casa do meuprimo Nelson Montenegro ouvi do se-nador Armando Monteiro que ... exis-tem pessoas que construíram uma his-tória e nunca temeram investimentos ea luta desigual com o mercado interna-cional e as condições e carga tributáriaque no Brasil atormenta o emprega-dor/investidor. Entre eles figurou J MottaCurtume.

Não pedi autorização ao povo nemaos industriais filiados ou não na FIERN,mas tenho certeza de que todos dizem emuma só voz: Joca Motta é um exemplopara os potiguares e os desbravadores da

indústria nacional.Ps: O grande ministro Joaquim Bar-

bosa que era um fio de esperança, (oapelido de Telê Santana) infelizmentevai deixar o barco. Que pena, pois sai ahonradez e entra o bandido protetor deseus colegas de bandidagem.

Ps II: Tenho até por questão de tra-balho viajado muito. Em todos os can-tos fora de Natal e do RN ouço rejeição,revolta e críticas ao presidente Dilmão.de onde vêm essas pesquisas? Aliás re-pito: "O PT detesta o PMDB, atura oPMDB e o PMDB sabe disso. Conver-sei em Brasília com o querido senadorJarbas Vasconcelos amigo de meus fa-miliares e tio do meu amigo Gustavi-nho. Ele afirma que o PMDB rachou.Digo que existem pessoas de bem e com-petentes no PMDB, no PT e no própriogoverno, mas são minoria absoluta.

Ps III: Ontem no Barra DesignerShopping estava lá Viviane Araújo eviva Benito de Paula: "Mulher brasilei-ra em primeiro lugar". E viva o locutorOsmar Santos em relação a Edmundoquando jogava no Palmeiras campeãoda Libertadores que serve para mulhe-res muito acima da média " Animal ga-rotinho animaaaaaalllllll !!! E vamos aCopa ... Tudo passa e a história fica.Avante Brasil, vamos ao hexa.

Ps IV : O Brasil tem tudo para ele-ger um dos maiores presidentes da suahistória. Novo e experiente ao mesmotempo. Já demontrou competência admi-nistrativa, tem berço e história feita noPMDB do grande avô Tancredo Neves,um dos maiores amigos do líder maiorno RN chamado Aluízio Alves.

Ps V: Aviso aos anti flamenguistasde plantão: "O Flamengo é como bambu,enverga mas não quebra". Cair jamais,anotem e me cobrem. Logo mais vouaqui no Rio a um pagode com Zico, Ale-xandre Pires e Júnior. Esse é o Rio e oBrasil, o resto deixa na Papuda.

Ate a próxima.

Artigo CID MONTENEGRO, empresario e desportista ([email protected])

No tempo das cavernasEm Brasília, durante manifestação

de rua, um policial militar foi atingidopor uma flechada disparada por umíndio, índio mesmo, índio autêntico.

Estou frisando bem que foi um sil-vícola, um índio, porque afinal de con-tas, tem aparecido de tudo infiltradonessas "manifestações", mas índio, e ar-mado, aí já é demais.

Mas, o que me ocorreu mesmoquando soube, foram dois sentimentosimediatos, um de bom humor e outro demau.

O primeiro, diante do aparato de se-gurança que está se montando para aCopa do Mundo.

Enquanto estão fazendo treinamen-to para detectar um possível ataque dearmas químicas, explosivos modernos,gases mortais, naves espaciais, etc, qual-quer jogador pode ser atingido por umaarma indígena, do tempo das cavernas.Se até um policial foi, é bom tomar cui-dado.

Por não ter sido uma flechada dire-ta; havia conflito na hora, pode ser quealguém venha dizer que o policial foi

quem provocou o incidente, por ter lan-çado uma bomba de efeito moral paradispersar os "cidadãos". Eu não sei.

Mas, vocês já pensaram nisto, notamanho da moral que os índios estão?A polícia gastar munição de "efeitomoral" para dispersá-los, em plena Ca-pital da República.

O fato é que a polícia está receben-do treinamento para armamentos pa-drão FIFA, e arco e flecha não estão in-cluídos. Afinal a copa da África já acon-teceu.

Quer dizer que "índio" pode andar"armado" e sair praticando flecha- aoalvo em plena Capital da República efica tudo por isso mesmo. É muita faltade bala. Já se foi o tempo que Brasíliaera uma terra de muito cacique e poucoíndio.

Para que não se cometa "injustiça"eu não duvido que o inquérito seja ar-quivado, pela impossibilidade de iden-tificar-se o autor do disparo. Estavamtodos pintados do mesmo jeito e não foipossível a perícia dizer de qual arco saiua flecha perdida.

Artigo FERNANDO ROBERTO C. DE OLIVEIRA, assinante/colaborador([email protected])

Artigo

O desespero (1)

JURANDYR NAVARRO, do Conselho Estadual deCultura

A vida se afigura a uma incógnita, tal a ginoEsfinge do deserto tebano, raramente decifra-da por um Édipo. Não sendo invariavelmentereta a sua trajetória, a sua constante é sofrer de-flexões. Ora se apresenta tranquila e rósea,como a primavera, ataviada de grinalda de flo-res; ora se mostra tumultuada, como o mar re-volto das primeiras chuvas de verão, com ovento solto a assanhar-lhe a cabeleira brancade suas vagas.

Quando calma, ela nos dá a satisfação deviver, no desfrutar as delícias naturais. Quan-do não, a coisa complica. E, assim sendo, vê-se a diferença das pessoas: umas ditas fracas efortes outras.

A morte de um ente querido abate a estru-tura emocional de cada um, principalmente,quando se está arraigado à natureza humana,encarando um fato presumível como uma tra-gédia.

Os fracos se abatem ao primeiro insuces-so. Aqui, foi um que se abalou com um dramade ordem moral, cometendo algum delito, esendo processado; ali, é outro reprovado em di-versos concursos, dominado pela frustração;acolá, alguém lamentando a perda de um co-ração amado.

A falência dos negócios tem levado muitagente a cometer desatinos.

O estado aviltante da pobreza também con-duz os temerosos à infelicidade.

Os espíritos formados para a vida aceitam,com estoicismo, esses abalos, afastando tal es-pantalho da sua frente.

Os fracos quando se entregam de corpo ealma a essas preo-cupações perturbadoras, cor-rem o risco de fazerem tolices e de se acabru-nharem, a ponto de chegarem ao desespero.

Isócrates, aos 98 anos, não suporta a der-rota de Queronéia, faz greve de fome e morrede inanição...

Tudo se pode fazer, para se defender dotemor do espectro medonho, exceto entregar-se ao desespero.

Não se deve procurar a adivinha, ou ir aoterreiro da macumba, persuadido de encontrar,ali, a resposta para o infortúnio; ou recorreraté à bebida e nela afogar os males, pensandoque ela salvará do naufrágio.

Cícero não admitia que um Augure fossecapaz de olhar para outro sem rir...

Taís recursos ilusórios e ingênuos seriamaviltantes para o homem normal e responsável.Pior, todavia, é ser vencido pela sedução do de-sespero, qual o da fabulosa Medéia, que as-sassinou os próprios filhos, para se vingar doesposo Jasão.

Diz-se, ser ele, o desespero, um pecadocontra o Paráclito Santo.

A desesperança é a ruína do homem e umaatitude insólita contra a disposição das coisasdo Criador. É ela a antítese do divino projeto.Feito para vencer, o homem dominado pelotemor é o vencido, antes mesmo de começar ocombate. O desespero é, em última análise, omedo traduzido em pavor: o pânico!

Ninguém deve desesperar e lançar blasfê-mia à-toa, qual louco, por algum tropeço ou des-graça sofrida. Arquíloco, poeta lírico, perderauma irmã afogada. No seu poema Sobre o Nau-frágio, diz: - "Se os lamentos enchem os nos-sos corações, os deuses deram remédio aosmales incuráveis: a firmeza de um coração pa-ciente. Anda a desgraça de um a outro. Hoje,ela nos feriu, amanhã será a vez de outrem.Ganhai coragem, ardorosamente, e deixai àsmulheres o luto e a mágoa... Chorando, nãocurarei a minha pena".

Não há dor sem o consolo de um sorrisode criança; e trevas sem uma réstea de luz, noespírito; nem desespero, sem o simu-lacro deesperança.

Viver não suporta, a alma humana, engol-fada no véu da tris-teza. Todos no mundo so-frem. Vivemos num vale de lágrimas. Cadaum carrega a sua Cruz. Porém, não exagere-mos quando formos chorar no muro das la-mentações... Todo sofrer é suportável e passa-geiro. Nada na vida é eterno. Alimentar a dorpsíquica, a dor moral, que fere mais que a dorfísica, e recalcá-la é ter vocação para maso-quista ou dar ouvidos às vozes agourentas dasiaras, as mensageiras da morte, da lenda, agou-ros vindos do rio, em noite fria de lua cheia...

Quem, na vida, não já vestiu a negra tarja,o peplo de ébano, o crepe lutuoso, por um entede estimação? Por uma mãe extremosa ou porum filho amado?...

Que sofrimento maior que o da viúva pobre,sem ninguém para consolá-la? E quantas nãohá, habitando esse vale de lágri-mas? E há omagnifico exemplo bíblico da pobre viúva quedeu ao esmoler a sua última dracma. Era queo seu amor, o amor da sua alma sofrida, ultra-passava, em dimensão, a aflição da sua desgra-ça, da sua miséria, do seu desespero. Opulen-ta era ela, de amor, como de beleza d'alma.

Miremo-nos na sua atitude por ser ela,como mulher, superior aos eminentes vultosfemininos da História: maior do que Hipácia,Aspásia e Hildegarda - terceto intelectual; su-perior a Judite, Genoveva e Joana d'Arc - tría-de heróica; mais elevada do que Hilda, Bertil-da e Roswíta - trindade mística.

Porque a viúva bíblica era incendiada pelachama crepitante da Caridade, a suprema vir-tude teologal.

Se nela nos espelharmos a melancolia seráafastada da nossa existência.

Que fazer pelos nossos mortos? Ressusci-tá-los? Não, não podemos. Levarmos a elesalimentos ou ofertas materiais, encerran-do-osno seu túmulo, como faziam os egípcios? Tam-bém não, porque tal tradição pertencia aos pa-gãos supersticiosos. Eles precisam é do ali-mento da Paz e da Oração. Este, o alimento deque necessitam como de pétalas de rosas paraperfumar a sua última morada.

Relata a História que indus e mulçumanosdisputaram o cadáver do poeta lírico Kabir,para o cerimonial fúnebre. Quando levanta-ram o linho que cobria o seu corpo, só viramflores!

O título deste artigo é uma re-dundância. Pois destempero já é in-conseqüente em sua essência, emsua natureza. Segundo o dicionário,destempero significa grosseria, atre-vimento, desatino, destrambelho,estupidez, histeria, linguagem obs-cena. E modos obscenos, posturaobscena, comportamento obscena-mente destemperado foi o que a opi-nião pública de Natal presenciou daparte da vereadora Amanda Gurgel(PSTU/RN) na última quarta-feira,dia 21 de maio, no plenário da Câ-mara de Vereadores. Por vários dias,e por várias seções, a pauta da Casafoi ocupada pelas discussões e de-bates sobre a reforma administrati-va, projeto encaminhado pelo Exe-cutivo municipal com o objetivo,segundo sua visão, de melhor orde-nar, sistematizar e normatizar asações da gestão municipal. Para a si-tuação, tudo bem; para a oposição,tudo errado. Ok! Afinal, é o papelde cada uma.

O debate começou a desandarquando invadiu o terreno da irracio-nalidade. Em seu contexto, o pro-jeto - além da extinção órgãos ecargos - retornava à realidade sala-rial do momento os vencimentosdos ocupantes de cargos comissio-nados, cujos salários - sem reajus-te há 16 longos anos - estavam de-

fasados em relação aos parâmetrosde hoje. Em torno desse tema, tra-vou-se um longo e cansativo deba-te entre situação e oposição - o queé de todo razoável. Entretanto, apartir do momento em que a opo-sição passou a agredir, cega aos ar-gumentos contrários, sem atinarpara os valores salariais praticadospelo mercado, eis que surge a figu-ra da vereadora Amanda Gurgel,com seus destemperos de costume.Foi degradante. Toda Natal sabe docomportamento inconveniente einoportuno adotado constantemen-te pela vereadora na tribuna da Câ-mara. Porém, no dia 21 passado,ela extrapolou

Até para os padrões Amanda.Ao microfone, arfante, olhos esbu-galhados, mãos crispadas, dedos emriste, a vereadora usou e abusou deexpressões inadequadas, ofensivas,de um linguajar grosseiro, absurda-mente agressivo e totalmente inapro-priado para o momento e o local. Econtra quem? Contra os ocupantesde cargos comissionados! Nomi-nou-os de escória, ladrões, corja deparasitas, vagabundos, paus-man-dados, puxa-sacos, capachos e ou-tros termos semelhantes. Tudo issocontra pessoas entre simples, hu-mildes - porém íntegras, trabalhado-ras, merecedoras de seus salários -

e profissionais graduados, váriosdeles de curso superior, com mes-trado, doutorado... Gente, enfim, dereconhecido valor. Alguns deles,quem sabe, até colegas de Amandana universidade como estudantes,professores ou funcionários. Foi umespanto! Um senhor espanto!

Na tribuna, dentes arreganha-dos, Amanda mais parecia um ani-mal acometido de raiva canina,cujos sintomas, segundo os cien-tistas, se manifestam pela mudan-ça de comportamento, seguida deansiedade, inquietude, desorienta-ção, alucinações, agressividade emdemasia e até convulsões. Convul-sões? Sabe-se que o animal comraiva canina é um ser irracional. JáAmanda Gurgel, além de humana,é professora de Português (vejamsó!), graduada em Letras pela Uni-versidade Federal do Rio Grandedo Norte - e vereadora. No extre-mo contrário ao seu comportamen-to, o dicionário informa que verea-dor significa "zelar pelo sossego ebem estar dos munícipes". Vem dolatim "verear", indicando vereda,caminho. É figura importante naengrenagem político-institucionaldo país, com a responsabilidade deindicar novos rumos aos muníci-pes. Com certeza, sem raiva cani-na. E as convulsões?

Destempero inconsequenteArtigo PÚBLIO JOSÉ, jornalista ([email protected])

Mato ou não mato?Artigo DALTON MELLO DE ANDRADE, professor universitário - aposentado

([email protected])

Quando os jornais não têm outracoisa a não ser eleições, Petrobras,Copa, insegurança, desassistência àsaúde, políticos querendo nos enganare enganando a maioria, inflação, dólarcaro, o escambau de notícias ruins, nadacomo você derivar para coisas mais pa-latáveis, contando coisas divertidas.Não que esteja desinteressado do quepassa pelo país, ao contrário. Mas, épreciso desanuviar a cuca de vez emquando.

Fiquem tranqüilos. Não sou dematar ninguém.Usar armas, dar tiros,não é comigo. Que me lembre, a últi-ma vez que usei uma arma foi uma es-pingarda de ar comprimido, daquelasque usava flechas, ainda menino, numestande de tiro ao alvo na Festa da Pa-droeira, ali onde já foi uma praça e queainda se chama Praça André de Albu-querque. (Sem falar nas outras, destruí-das todas pela incompetência). Portan-to, matar não é mesmo comigo. Mesmouma barata, quando aparece, é respon-sabilidade de minha mulher enfrentá-la. Daí o meu dilema.

Abro a porta do banheiro, de madru-gada. Quando acendo a luz, no meio dobanheiro, um animal, procurando se es-conder de mim, na sua imobilidade. Mi-núsculo, insignificante, desses que nãofazem mal nem ameaçam ninguém. Oque fazer?

Ignorá-lo, fazer de conta que não ovi, deixá-lo escapar? Fiz uma análiserápida da situação. Verifiquei os prós e

os contra de deixá-lo viver. Era umaopção minha, já que minha mulher es-tava dormindo e não queria incomodá-la por tão pouco.

Não era uma ameaça grave. Nãomordia, não picava, não era agressivo.Pelo contrario, escondia-se na sua imo-bilidade pensando, com certeza, não serpressentido. Dizem que bichos não pen-sam, mas têm um sexto sentido agudo.

Foi a minha vez de pensar. Mato,não mato? Qual o prejuízo que podecausar se continuar vivo? Um deles só,com certeza, quase nenhum. Mas, embandos, reunidos, o prejuízo poderia sergrande. Sabia que são vorazes aprecia-dores de tecidos. Fazem um estrago da-nado dentro de um guarda-roupa. Si-lenciosamente, a gente nem sabe e, quan-do nota, aquela camisa gostosa está des-truída.

Identificaram o bichinho? Umatraça! Aqui em casa, vivem aparecendo.Como, de onde, por que? Não sei. Mas,quando se juntam, o estrago é enorme.E a minha decisão final levou em contanão aquela traça específica na minhafrente, mas a possibilidade de se reuni-rem em bandos, como uma verdadeiramáfia, e se apossarem do meu guarda-roupa. Diante do risco potencial, em-bora lamentando, a decisão final foi peloseu extermínio preventivo.

Essa decisão me deixou triste mas,diante dos crimes que andam por aí sempunição, o meu não foi dos mais graves.E salvei meu guarda-roupa!

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Sábado e Domingo O Jornal de HOJE 3Natal, 31 de maio e 1 de junho de 2014Política

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Túlio LemosDISPUTA

Segunda-feira não será conclusiva parao DEM, mas vai estabelecer de que lado es-tará cada liderança no pleito sucessório desteano. Os principais líderes da legenda no RN,José Agripino e Carlos Augusto Rosado, es-tarão disputando a opinião e o voto dos in-tegrantes do Diretório do partido. O que valemais? A fidelidade ou a força do poder?

FOSSASherloquinho afirma que, apesar da fes-

tiva inauguração do aeroporto Aluízio Alves,em São Gonçalo, há uma enorme lagoa acéu aberto para receber dejetos, pois o localnão dispõe de tratamento de esgoto. Há in-formação de que a vigilância sanitária atéteria tentado fazer alguma coisa, mas ordenssuperiores teriam impedido. Será?

JORNALISMOO envolvimento de veículos de comuni-

cação com candidaturas faz do profissional-ismo a primeira vítima; e o jornalista corre-to termina sendo posto como um troféu paraos subservientes do poder e do dinheiro.Quem sai, continua exercendo com dignidadee ética a profissão; quem fica, não conseguecomemorar, pois está curvado demais.

CONDENADOA ex-governadora Wilma de Faria foi

ontem a Macau, onde virou grande amigade seu ex-inimigo, ex-prefeito Flávio Veras,condenado pela Justiça à prisão. Wilma es-tava à vontade. Natural. Ela não se incomodacom a intimidade com condenados pelaJustiça. Pelo contrário. Ela convive bemcom isso.

Contra Rosalba Ciarlini, o pesoda desaprovação superior a 70% edas condenações na Justiça Eleitoral.A favor, o fato de ser a única gov-ernadora do DEM no País. E é esteargumento principalmente que achefe do Executivo Estadual levarána reunião marcada do partido mar-cada para esta segunda-feira, com atentativa de convencer a sigla deque ela ainda deve disputar areeleição pelo Governo do Estado.E o presidente nacional democrata,José Agripino, ainda será acusado deafundar o partido se não quiser talcandidatura.

Pelo menos, é isso que aponta osite da Revista Época, em texto assi-nado pelo jornalista Murilo Ramos,mostrando que a disputa interna doDEM no Rio Grande do Norte gan-hou o noticiário nacional. "Agripinoquer evitar que Rosalba tente areeleição. Na próxima reunião doDEM, dirá que a popularidade deRosalba está no subsolo e que elacorre o risco de se tornar inelegív-el em razão de processos na JustiçaEleitoral", escreveu o jornalista.

"Rosalba acusará Agripino deafundar o DEM, já que é ela a únicagovernadora do partido. Rosalbadirá que Agripino quer ajudar o can-didato do PMDB, Henrique Alves,a derrotá-la nas urnas", acrescentouMurilo Ramos, ressaltando qual será,em resposta, a estratégia rosalbista.

Ao falar da condição de "guer-ra", inclusive, Murilo Ramos relem-bra a relação próxima dos dois "prin-cipais nomes do DEM são seu pres-idente, senador Agripino Maia, e agovernadora do Rio Grande doNorte, Rosalba Ciarlini, que ele aju-dou a eleger. Agora, os dois estão emcampos opostos".

Não foi por acaso que o DEMno Rio Grande do Norte virou notí-cia nacional. O RN é um dos úni-cos estados onde o antigo PFL aindatem certa popularidade e, conformea própria Rosalba tem sustentado,"apresentado tradicionalmente can-didatos em chapas majoritárias".Tem um governador (o único,ressalta-se) e tinha dois senadores (aprópria Rosalba era senadora antesde assumir o Governo).

O presidente nacional da sigla,no entanto, acha que o melhor éRosalba não ser candidata. Melhor,para a sigla, é apoiar a candidaturade Henrique Alves, do PMDB, um"aliado histórico", segundo Agripino,mas que recentemente deixou a basealiada do Governo do DEM recla-mando que a gestão não dialoga e é

centralizadora e fechada. Mesmo diante dessas críticas ao

único governo do partido, Agripinoacredita que engolir o orgulho eapoiar o PMDB é melhor do que ar-riscar numa candidatura de Rosal-ba e ainda dificultar, consideravel-mente, a reeleição dos deputadosestaduais e federal da sigla - dentreeles, o parlamentar federal FelipeMaia, filho do senador.

Por meio de uma aliança com oPMDB, o DEM conseguiria umaaliança mais ampla e, consequente-mente, elegeria mais facilmente seusparlamentares. Se apoiar Rosalba,reduzirá as possibilidades de coli-gação a uma composta apenas porDEM e PP, que talvez não con-seguisse coeficiente eleitoral paraeleger nem mesmo um parlamentar

para a Assembleia Legislativa.

REUNIÃOAdecisão sobre quem está certo,

Agripino ou Rosalba, será tomada,provavelmente, nesta segunda-feria,quando seu diretório se reunirá paraanalisar a proposta do senador - deapoiar o PMDB, partido com o qualele já se comprometeu a apoiar, se-gundo revelou Henrique Alves nosbastidores políticos do RN.

Na nomes do DEM com poderde voto (e de decisão sobre o futurodo DEM), Rosalba Ciarlini estariacom a vantagem, com mais nomesaliados e com intenção de encampara candidatura dela. Dentre eles, in-clusive, Ruth Ciarlini (irmã dela);Getúlio Rêgo (deputado estadual) eNey Lopes pai e Júnior.

Mesmo tendo a seu favor argu-mentos racionais, de ordem política,jurídica e eleitoral, o presidente doDEM, senador José Agripino Maia,tem revelado irritação nas últimashoras em decorrência da reunião doDiretório Estadual do DEM no RioGrande do Norte agendada para as9h desta segunda-feira, na sede dopartido Democratas. Na oportu-nidade, os membros do comando dopartido irão escolher entre a candi-datura ao governo e ao Senado numachapa puro-sangue, com a atual gov-ernadora Rosalba Ciarlini (DEM)disputando a reeleição e o ex-se-cretário de Recursos Hídricos,Leonardo Rego (DEM), concorren-do ao Senado, numa aliança com oPP do deputado federal BetinhoRosado e o PSDC do ex-coorde-nador do Procon Araken Farias, oua aliança para a disputa proporcional(candidaturas a deputado federal e adeputado estadual) com os partidosque apoiam a candidatura do atualpresidente da Câmara, Henrique Ed-uardo Alves e Wilma de Faria (PSB),ao Senado Federal.

Diante da ameaça de sofrer re-taliação do grupo da governadora

Rosalba Ciarlini, que quer, a todocusto, a candidatura à reeleição dagestora, Agripino tem passado pormomentos intensos de apreensão,segundo informam aliados políticosdo ex-governador do Rio Grande doNorte e senador no quarto mandato.Presidente nacional do DEM, JoséAgripino enxerga a candidatura deRosalba como de alto risco para o fu-turo da legenda, no Rio Grande doNorte e, com efeito, também noBrasil. Primeiro pela pouca chancede obter êxito, o que, em aconte-cendo, poria em risco não apenas aperda do mandato de governador doRN, hoje com o DEM, mas, sobre-tudo, a diminuição da bancada dedeputados estaduais na AssembleiaLegislativa - atualmente são três - e,principalmente, o fim da represen-tação do DEM na Câmara Federal,com a não reeleição de Felipe - valelembrar que o DEM potiguar tinhadois deputados federais, mas Bet-inho Rosado saiu do partido ale-gando justa causa.

Não tem sido fácil para Agripinolidar com a situação. Aliada políticae amigos há mais de quatro décadas,Rosalba e o marido, Carlos Augus-

to Rosado, consideram-se credoresde um gesto de grandeza política deAgripino, porque, quando o senadorassumiu a presidência nacional doDEM, coincidiu com o convite queo ex-prefeito de São Paulo GilbertoKassab fez para que Rosalba in-gressasse no PSD e assumisse apresidência do partido no RN, a ex-emplo do que fez com RaimundoColombo em Santa Catarina - eleera do DEM, e foi para o PSD. Setivesse aceitado o convite de Kassab,

Rosalba passaria a ser de um par-tido aliado da presidente DilmaRousseff e teria, portanto, evitadoter de contar com intermediárioscomo Henrique Alves, João Maia emesmo Garibaldi Filho para ter aces-so ao governo. No entanto, CarlosAugusto e Rosalba tiveram um gestode grandeza. Carlos teria dito: "Eunão vou trocar minha amizade comZé Agripino de quarenta anos paraassumir outro partido. Deixe-nos noDEM mesmo".

O fato de Rosalba "ter comido opão que o diabo amassou", comomembro do Democratas, entretanto,não impediu que houvesse incom-preensões dos aliados - o próprioAgripino não teria entendido as di-ficuldades do governo, se afastandoda gestão. O tempo passou, Rosal-ba fez um governo com deficiên-cias, mas chega à hora da reeleiçãosem que haja um impedimento de-finitivo para que ela concorra. É nestemomento que surge, para além doisolamento político dela, a possibil-idade de um acordo com o PMDBe outros partido em que o DEM,traduzido na figura dos seus quatrodeputados, tem a chance de garantiressas reeleições, em troca do favorde apoiar a chapa Henrique/Wilma.E é neste contexto que se desenrolaa reunião desta segunda-feira.

Procurado para dar entrevista aoJornal de Hoje, Agripino tem evita-do a imprensa. Afirma que só vaifalar depois que acontecer o encon-tro partidário. Em parte, a justifica-tiva para não falar é procedente.Como ele tem maioria no diretório,o senador que evitar ficar parecen-do que ele quer dizer que vai gan-

har a parada contra Rosalba. A re-união do diretório, agendada para as9h, será na sede do partido, na aveni-da Amintas Barros. Esperam-se os in-tegrantes até às 9h30. Em seguidafecham-se as portas. A votação serásecreta, por causa do Regimento In-terno do DEM. Mas quem quiserabrir o voto, tem liberdade para falarpor dois minutos até.

Agripino afirma que, como pres-idente, a reunião é para ouvir o par-tido. Um grupo do partido, comodito, defende a aliança proporcional,para viabilizar a reeleição dos dep-utados federal e estaduais - FelipeMaia, José Adécio, LeonardoNogueira e Getúlio Rego. Outra ver-tente deseja a candidatura própria,com chapa puro sangue. Expostasas duas posições, por representantesde cada segmento, vai-se à votação.O diretório estadual é o órgão máx-imo consultivo do partido, formadopor figuras emblemáticas quetraduzem a opinião legítima doDEM. Como presidente, Agripinoirá ouvir. Ele tem dito que não é eleque quer que Rosalba não seja can-didata à reeleição. Ele quer que alegenda decida. É aguardar.

Imprensa nacional destaca “guerra” entre José Agripino e Rosalba no DEM

José Agripino está tenso para reunião desta segunda-feira

Rosalba Ciarlini e José Agripino representam lados opostos da guerra que se instalou no Democratas para esta eleição

LISTA DE VOTANTES NO DEM

Senador José AgripinoGovernadora Rosalba CiarliniDeputado federal Felipe MaiaDeputados estaduais José Adécio, Getulio Rego e Leonardo NogueiraNey Lopes de SouzaAugusto Carlos ViveirosCarlos Augusto RosadoRuth CiarliniVerônica dos SantosAnita MaiaJosé Bezerra Junior (Ximbica)Leonardo RegoAlberone Neri de Lima - prefeito de EncantoRaimundo Marcelino Borges (Novinho, prefeito de Cerro Corá)Concessa Araujo (ex-prefeita de Ipueira)Claudia ReginaAuri SimplicioDinarte DinizSonali Rosado,Américo GodeiroFátima LapendaGustavo CostaNey Lopes JuniorNeide Sueli CostaGeraldo GomesMarcelo Cunha LimaAriosvaldo Targino (Vavá de João Câmara)Odileia CostaMaria José Gurgel da CostaJorge Alberto MadrugaCassiano Arruda CâmaraManoel Pereira dos SantosAbelírio RochaLuiz Arnaud FlorCarlos de Menezes LiraManoel de Medeiros BritoJoão Batista MachadoLúcio Teixeira dos SantosJoão Batista de PaivaFátima Moreira, secretária da governadoraGenibaldo BarrosDemétrio TorresMarcílio CarrilhoJoão Augusto da Cunha MeloEduardo MeloFrancisco Rodrigues de Araújo, ex-prefeito de GalinhosManoel Mário de OliveiraIone SalemHugo Freire PintoIsabela Barbalho Veloso FreireAntônio José Meira e Sá BezerraMoacir Potiguar Júnior

PARA TER APOIO DA SIGLA, SEGUNDO REVISTA ÉPOCA, GOVERNADORA ACUSARÁ SENADOR DE TENTAR AFUNDAR O DEMOCRATAS

Rosalba pressiona Agripino a apoia-la, cobrando retribuição por ter ficado no DEM

José Aldenir

Heracles Dantas

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Sábado e Domingo4 O Jornal de HOJE PolíticaNatal, 31 de maio e 1 de junho de 2014

Na catequese para conquistar o voto, o candidato anun-

cia metas para despertar o eleitor. Embora desconfiado, o

cidadão imagina o amanhã se o prometido for confirmado.

O que foi dito no palanque eletrônico - o tradicional perdeu

espaço – raramente coincide com a agenda real.

nnn

Prevê-se que na campanha deste ano a dicotomia seja

maior. Isso porque a maioria dos brasileiros, segundo as

pesquisas, não percebe os impasses que sublinham a eco-

nomia. Ora, o índice de desemprego está baixo e há ganho

real no salário - à parte, a inflação ascendente, registre-se

–, "está tudo bem, então", como disse ontem o ministro do

Trabalho, Manoel Dias (PDT-SC). Não é bem assim.

nnn

O maior obstáculo da economia brasileira no governo

Rousseff é o desacerto entre a receita tributária e o gasto

público. A arrecadação avança 2% ao ano; as despesas

crescem 6% no período.

nnn

Tal descompasso é mórbido: eleva a taxa de juros e di-

minui a poupança para escorar o investimento produtivo.

Daí, o déficit das contas externas. Esse movimento circular

encarece o preço do dinheiro. E o que se faz? Adota-se o

câmbio apreciado. Para Bresser Pereira, ministro da Fazen-

da sob o governo José Sarney, a providência (?) mina a

competitividade da indústria "e por aí vai".

nnn

Fernando Bezerra, norte-rio-grandense de Santa Cruz

que presidiu a Confederação Nacional da Indústria, foi se-

nador e ministro da Integração Nacional (presidência Fernan-

do Henrique Cardoso), sugere receita para reverter o viés:

"Com o aumento da poupança e da produtividade - do

governo e das empresas -, o resto se adequa."

A agenda para 2015

)( CURIOSIDADE, APENAS.Quem questiona é o (ainda), presidente do Supremo

Tribunal Federal, Joaquim Barbosa (foto), a propósito

da condenação de deputados réus no processo do

Mensalão do PT:

"Corromper um parlamentar é o mesmo que corromper

um guarda de esquina?"

PERGUNTAR NÃO PAGA IMPOSTO

Divulgação

DE BRASÍLIA - [email protected]

Walter Gomes

t Cinco é o número de par-tidos da coligação de apoioao presidenciável EduardoCampos. Começa pelo PSBe segue com o PPS. Os trêsoutros são nanicos: PHS,PPL e PRP.t Terça-feira, em SãoPaulo, lançamento do'Novo manual do marke-ting político'. Autor: Gau-dêncio Torquato.t Nos últimos cinco anos,três brasileiros ganharam oPrêmio Camões, maior tro-féu oferecido a literários dospaíses de língua portugue-sa. Ferreira Gullar (poesiae crônica), em 2010; DaltonTrevisan (conto), em 2012;e, neste 2014, Alberto daCosta e Silva (história e en-saio). t Quarta-feira, o plenárioda Câmara deve referen-dar a aprovação dos se-nadores à indicação deBruno Dantas para o Tri-bunal de Contas da União.t Se dúvida houver, é pe-quena. Gilberto Kassabpode confirmar, a qualquer

momento, a dobradinha dele(vice) com o governador (re-candidato) Geraldo Alckmin(PSDB-SP). Kassab, duasvezes prefeito paulistano, épresidente nacional do PSD.t Joaquim Barbosa orga-niza as anotações para ini-ciar a produção de livromemorial. O mineiro tem oque contar, desde Paraca-tu (MG), onde nasceu, aBrasília, palco irradiadordo seu sucesso. t Interesse eleitoral dos tu-canos sobrepõe-se à alian-ça com o DEM, no Rio deJaneiro. O PSDB abando-nou o democrata CesarMaia. Está fechado o apoioda social-democracia à ree-leição do governador LuizFernando Pezão (PMDB).t Bom fim de semana eaté terça-feira. Segunda,você fica na companhiade Joaquim Pinheiro.tPara refletir: "Venceremosse não tivermos desapren-dido a aprender" (Rosa Lu-xemburgo, filósofa marxistapolonesa).

INÍCIO DA DISPUTASucessão em Minas Gerais.Durante o lançamento da candidatura do PT a governa-

dor, ontem, na capital, a presidente da República deu o gritode guerra eleitoral.

"Os tucanos vão pro beleléu, chegou a vez de Pimentel",entoou Dilma Rousseff, acompanhada pelo auditório.

nnn

Como Pimenta da Veiga, seu principal adversário, o pe-tista Fernando foi prefeito de Belo Horizonte e ministro de Es-tado.

LEITURA DINÂMICA

JOAQUIM PINHEIRO

REPÓRTER DE POLÍTICA

O município de Monte dasGameleiras, região Serrana doEstado, distante 115 quilômetrosda capital, abriga a mais longe-va família comandando a políti-ca local há mais de 45 anos. Afamília Pinheiro. A oligarquia co-meçou com o patriarca, Luiz Tei-xeira Pinheiro, que indicou osprimeiros prefeitos após a eman-cipação do município que era dis-trito de Nova Cruz, em 08 de no-vembro de 1963. Iniciado com onome de Monte Alegre, o distri-to foi emancipado por iniciativado então deputado TheodoricoBezerra, líder do PSD, que apre-sentou o projeto na AssembleiaLegislativa e teve o apoio doirmão, Aluízio Bezerra, que eradeputado federal.

O primeiro prefeito provisó-rio de Monte das Gameleiras foiSebastião do Carmo, que teve amissão de organizar o municípioe realizar as eleições municipais.Manoel Valeriano Sobrinho, apoia-do pela família Pinheiro, foi elei-to em seguida pelo voto popular.Depois de Manoel Valeriano, foieleito o patriarca Luiz Pinheiro,tendo Pedro Figueiredo comovice-prefeito. Em seguida, voltouManoel Valeriano, posteriormen-te renunciou ao mandato e assu-miu o cargo, Luiz Victor.

Em 1976, Luiz Pinheiro vol-tou ao cargo tendo como vice,Pedro Figueiredo, substituído emseguida por Vandi Ernesto de An-drade, um médico importado daParaíba pela família Pinheiro paradar continuidade ao trabalho ini-ciado pelo patriarca. O 7º prefei-to de Monte das Gameleiras foiKerginaldo Pinheiro, filho do pa-triarca Luiz Pinheiro, tendo Bu-lula como vice. Na época, o pre-feito era filiado do PR, partidopresidido no Estado pelo empre-sário Flávio Rocha. Paulo Con-fessor substituiu Kerginaldo, que

voltou ao cargo em seguida paraexercer o seu segundo mandato.Foi candidato único no ano de2.000. A partir daí estabeleceu-seo ciclo de desentendimento e di-visão da família Pinheiro, cujosintegrantes digladiam-se atravésde campanhas radicais com acu-sações pessoais colocando em dú-vida a hegemonia política da fa-mília no município.

Reginaldo Félix, neto de LuizPinheiro, foi o 8º prefeito deMonte das Gameleiras, eleito em2004, já vivenciando uma mudan-ça de comportamento e atitudespouco republicanas que poderãopor fim a um ciclo vivenciado hámais de 40 anos alternando oPoder, inclusive com pessoas semsobrenome Pinheiro, mas apoiadasdentro do espectro familiar. Nalteve como vice, Aderi Bernardino.Eleito em 2004, Nal, como é co-nhecido no município, perdeu aeleição para Edinha Pinheiro, umajovem com ideais desenvolvimen-tistas, também neta de Luiz Pi-nheiro. Na disputa pela reeleiçãoem 2012, Edinha não consequiuêxito e tendo como vice, o tio Ker-ginaldo, perdeu a eleição para Ro-dolfo dos Anjos, filho de Nau ebisneto de Luiz Pinheiro.

NOVA UNIÃOA família tenta se unir para

não perder a hegemonia. Atual-mente, são pré-candidatos a pre-feito, Kerginaldo Pinheiro, verea-dora Maria Goreth Pinheiro, Edi-nha Pinheiro, Sílvio Pinheiro eLuiz Celso Pinheiro. O ex-prefei-to Kerginaldo Pinheiro defendeum amplo entendimento comoforma de dar continuidade ao tra-balho iniciado pelo patriarca LuizPinheiro há mais de 40 anos. Eledestaca obras realizadas durantetodo esse tempo, como telefonia,estradas vicinais, asfaltamento, es-colas, postos de saúde, apoio a es-tudantes e ao homem do campoatravés de corte de terra e distri-buição de sementes.

Monte das Gameleirastem uma das oligarquiasmais longevas do Estado

Monte das Gameleiras se emancipou de Nova Cruz em 8 de novembro de 1963

Luiz Teixeira começou a “oligarquia” da família Pinheiro em Monte das Gameleiras

Rodolfo dos Anjos venceu Edinha Pinheiro na última disputa pela Prefeitura em 2012

> DESPESAS NO FIM DO MANDATO

MP abre inquérito para apurar denúnciade improbidade contra Leonardo Rêgo

O Ministério Público do RNpublicou na edição deste sábadodo Diário Oficial do Estado (DOE)a abertura do inquérito civil06.2014.00002800-9, que inves-tigará a possível prática de impro-bidade administrativa do ex-pre-feito de Pau dos Ferros, Leonar-do Rêgo (DEM). O ex-gestor teriacontraído despesas de forma irre-gular no final do mandato, em2012.

"Apurar possível prática deimprobidade administrativa porparte do Sr. Leonardo NunesRego, consubstanciada no des-cumprimento de obrigações fis-cais, contraindo despesas no finalde seu mandato em desconformi-dade com o art. 42 da Lei de Res-ponsabilidade Fiscal", afirmou opromotor de Justiça Mac LennonLira dos Santos Leite, autor do

processo. O artigo 42 da LRF aponta que

é "vedado ao titular de Poder ouórgão referido no art. 20, nos úl-timos dois quadrimestres do seumandato, contrair obrigação dedespesa que não possa ser cumpri-da integralmente dentro dele, ouque tenha parcelas a serem pagasno exercício seguinte sem que hajasuficiente disponibilidade de caixapara este efeito". E é sobre esse as-sunto que Leonardo Rêgo terá 10dias para se pronunciar, ou pode-rá responder a processo por impro-bidade administrativa.

Além de ex-prefeito de Paudos Ferros, Leonardo Rêgo tam-bém é ex-secretário de RecursosHídricos do Governo RosalbaCiarlini e deve ser candidato nestaeleição, para o cargo de deputadoestadual ou federal. Leonardo Rêgo foi secretário de Recursos Hídricos depois que deixou a Prefeitura

MUNICÍPIO SITUADO EM REGIÃO

MONTANHOSA DO RIO GRANDE DO

NORTE, TEM BONITO VISUAL E CLIMA

AMENO QUE CHEGOU A 13 GRAUS

Fotos: Divulgação

Wellington Rocha

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Sábado e Domingo O Jornal de HOJE 5Natal, 31 de maio e 1 de junho de 2014Política

“Sustentar candidatura de Rosalbaé um desgaste politico para o DEM”PARA CIENTISTA POLÍTICO, DIVISÃO NO DEMOCRATAS É VISÍVEL E AGRIPINO BUSCA É GARANTIR REELEIÇÃO DELE EM 2018

ALEX VIANA

REPÓRTER DE POLÍTICA

O cientista político AntonioSpinelli afirma que, para o DEM,sustentar a candidatura da gover-nadora Rosalba Ciarlini (DEM) àreeleição representaria um desgastepolítico a mais para o partido presi-dido nacionalmente pelo senadorJosé Agripino Maia, que adotou, na-cionalmente, para estas eleições de2014, estratégia de priorizar as cha-pas proporcionais. Por outro lado, adisputa interna, como a prevista paraesta segunda-feira, quando o par-tido irá decidir pela candidaturaprópria ou pela aliança proporcional,termina criando uma cisão interna nalegenda, prejudicial ao DEM no RioGrande do Norte.

"Para o DEM sustentar a candi-datura de Rosalba representaria umdesgaste político a mais. É claro queisso cria uma cisão interna no inte-rior do partido. Tem aí claramenteuma ala agripinista e outra rosal-bista. Nesse processo, eu vejo queo projeto politico pessoal do senadortem peso importante. Acho que aprioridade é garantir, desde já, areeleição dele em 2018. Acho que oprojeto é sustentado por isso, areeleição, o que lhe daria mais oitoanos de mandato no Senado, eprovavelmente seria o coroamentoda trajetória política e garantiriareeleição do seu filho Felipe MaiaJá na eleição de 2014", analisa.

Segundo Spinelli, este projetode Agripino coincidiria, por sua vez,de certa forma, com a proposta doPMDB, particularmente dos primosHenrique Eduardo Alves e Garibal-di Filho, de viabilizar a eleição deHenrique para o governo do Estado,e garantir, também, a reeleição deGaribaldi em 2018 ao Senado, alémde alavancar candidaturas dosherdeiros agora já em 2014, dos dep-utados e vereadores do partido e dafamília em particular.

"É uma composição que vis-lumbra o seguinte: 2018, se Wilmafor eleita, o que não é certo, porqueela vai enfrentar uma candidaturabastante competitiva, da deputadaFátima, uma candidata que vai dis-putar com ela voto a voto, masWilma, em sendo eleita, daria ape-nas continuidade ao mandato, nãoseria candidata em 2018. Com isso,o espaço estaria aberto para apre-sentar as candiaturas de Agripino eGaribaldi o Senado. Portanto, vejoaí a estratégia política de duas fa-milias, tradicionais na história políti-ca do Estado, e com isso elaboraum caminho para se preservar nopoder, e garantir a sucessão hered-itária, o lugar dos herdeiros", anal-isou.

Na visão do cientista político, aessa altura, Agripino, Garibaldi eHenrique, até por uma questão deidade, estariam preocupados empreparar os herdeiros para as-sumirem os seus lugares. "Trata-se

de uma estratégia que tem um com-ponente pessoal e familiar muitoforte. Falta, como diria Garrincha,acertar com os russos. Ou seja, como eleitor. É preciso saber se o eleitorvai dar respaldo a essas pretensões.Afinal, em última análise ele de-fine".

FORÇASpinelli destaca, porém, a força

da coligação que está sendo forma-da em torno do palanque de Hen-rique e Wilma com os apoios deGaribaldi e Agripino. "Certamentea coligação é forte, vai ter muito es-

paço, tempo de tv, grandes apoios fi-nanceiros, de grandes empresas quetradicionalmente financiam cam-panhas, grandes bancos. São candi-daturas que vão receber apoio fi-nanceiro forte, e apoio midiáticoforte. Afinal, são também propri-etários de grandes veículos de co-municação e contam mesmo comapoio da grande mídia nacional,sempre disposta a apoiar candidat-uras que atendam aos interesses dogrande empresariado e do capital"

Conforme Spinelli, há muitotempo que o DEM não apresentacandidaturas majoritárias, seja no

plano nacional, onde sempre tem seassociado a candidaturas do PSDB,apoiou sistematicamente candidat-uaras do PSDB, e mesmo no planoestadual. "Em poucos estados oDEM tem demonstrado capitalpolítico para apresentar candidat-uras governamentais ao governo doEstado. E vem numa trajetória dec-linante, a bancada na Câmara Fed-eral e no Senado tem declinado acada eleição. É uma tendência, nãoé algo que se diga perdeu numaeleição recuperou-se na outra. Con-stamente o DEM vem perdendocadeiras na representação da Câ-

mara e do Senado. E depois houveaquela sangria com dissidência doKassab, que criou um novo partido,o PSD", afirmou.

Por isso, a não candidatura deRosalba à reeleição, e a consequentepriorização à chapa proporcional,na sua avaliação, fariam parte deuma estratégia, uma vez que o par-tido, para ter tempo de tv e recursosdo fundo partidário, depende de umaboa bancada de deputados federais."Então o DEM resolve adotar, nessaeleição, a estratégia, a diretriz na-cional, de privilegiar eleições pro-porcionais como forma de recuper-ar, em parte, o espaço perdido. Issose reflete no plano estadual, essaprioridade a proporcional, e, aomesmo tempo, se combina com ofato de a governadora está numasituação de desgaste político muitogrande.

Talvez a governadora e o seugrupo político tenham apostado napossibilidade de recuperação do gov-erno nesse último ano, mas, comoestá se vendo, isso é praticamenteimpossível. Afinal, trata-se de umaadministração que ao longo de todosesses anos teve avaliação negativa,não conseguiu dar respostas aoeleitorado, que não conseguiucumprir promessas, que, enfim, foium verdadeiro caos administrativoe político, porque perdeu apoiospolíticos, e teve conflitos com out-ros os poderes que não foram bemencaminhados", finalizou.

O Plano Nacional de Educação(PNE), que teve o texto-base aprova-do esta semana pela Câmara dosDeputados, contém cerca de 50emendas apresentadas por RogérioMarinho durante o período em queesteve no mandato de deputado fed-eral, até o final de 2012.

Entre as medidas que contaramcom a contribuição do líder do PSDBno RN, está a meta de número 10 do

projeto, que visa "oferecer, no mín-imo, 25% das matrículas de edu-cação de jovens e adultos, na formaintegrada à educação profissional,nos ensinos fundamental e médio".

"A flexibilização do ensinomédio sempre foi uma de nossasprincipais bandeiras, entre 2011 e2012 realizamos seminários emvárias partes do país para tratar doassunto. Ao permitir que os estu-

dantes comecem a se preparar paraas universidades ainda nas escolas,eles terão mais chances de comple-tar o ensino superior. É uma formaeficaz e que trará grandes resultadospara o país no combate a evasão es-colar", disse Rogério.

Outra meta que contou com acolaboração decisiva de Rogério foia de número 20, justamente a maispolêmica. Com ela, fica determina-

da a ampliação progressiva de in-vestimento público na educação, deforma a atingir 10% do PIB após 10anos de implantação do PNE. O po-tiguar foi um dos autores da matéria.

"Aumentar os recursos é funda-mental, mas é preciso muito maisque isso, precisamos mudar a edu-cação brasileira, que está na UTI.Cerca de 50% das crianças matric-uladas na 4ª série do ensino funda-

mental estão em um estágio críticode alfabetização", completou.

O PNE estabelece 20 metas aserem cumpridas nos próximos dezanos. Entre as diretrizes, tambémestão a erradicação do analfabetismo;o aumento de vagas em creches, noensino médio, no profissionalizantee nas universidades públicas; a uni-versalização do atendimento escolarpara crianças de 4 a 5 anos e a ofer-

ta de ensino em tempo integral para,pelo menos, 25% dos alunos da ed-ucação básica.

Avotação do texto-base foi umamaneira de ganhar tempo na nego-ciação dos temas consideradospolêmicos como o que trata do fi-nanciamento da educação. O temavai ser debatido novamente na próx-ima semana quando os deputadosdevem votar os destaques ao texto.

Spinelli: “DEM vem numa trajetória declinante, a bancada na Câmara Federal e no Senado tem declinado a cada eleição”

Vivaldo diz que presença de Rosalbana disputa muda quadro sucessório

O deputado Vivaldo Costa, doPROS, entende que a eleição desteano para o Governo do Estadopoderá ser decidida no 1º turno,caso a governadora Rosalba Ciar-lini, do DEM, não participe doprocesso como candidata àreeleição. "Não se pode subestimaro potencial eleitoral da gover-nadora", disse Vivaldo Costa, acred-itando que se Rosalba entrar nacampanha "muda tudo", mesmoassim, lembra que a candidatura dodeputado Henrique Eduardo, doPMDB, é a que reúne o maiornúmero de partidos, portanto, terámaior potencial eleitoral.

Vivaldo Costa, que já foi vice-

governador, governador e prefeitode Caicó, ressalta a união das prin-cipais lideranças políticas do Esta-do, entre elas, Garibaldi Filho,Wilma de Faria e Henrique Eduar-do, como fundamentais para con-seguir o sucesso eleitoral nas urnasdo próximo mês de outubro. Eledestaca também, a participação dodeputado João Maia como fatoragregador, já que o parlamentar édetentor de uma grande liderança noEstado, principalmente no Seridó,região que ele considera de umpovo bairrista.

E exemplifica: "Em 1990, JoséAgripino elegeu-se governador com47 mil votos de maioria, dos quais,

27 mil foram do Seridó porque tinhaVivaldo Costa, filho do Seridó, nacondição de candidato a vice-gov-ernador". Sobre o índice de re-jeição do deputado Henrique Ed-uardo, Vivando Costa, minimiza:"Essa rejeição vai desaparecer coma conscientização do povo de queHenrique é importante para o Es-tado nesse momento, pelo seuprestígio e o que ele poderá fazerem benefício do Rio Grande doNorte".

Pré-candidato à reeleição, odeputado Vivaldo Costa, não vêproblemas em Caicó ter dois palan-ques apoiando Henrique Eduardo.O próprio presidente do PMDB

local, vereador Raimundo Inácio,conhecido popularmente por Lobão,afirmou que Vivaldo Costa nãosubirá no palanque do seu partido."Em Caicó, voltou a época das duasArenas, verde e vermelha, com ad-versários locais votando nos mes-mos candidato, Henrique Eduardoe Wilma de Faria", observa, acres-centando que o candidato doPMDB reúne um grande númerode prefeitos, que aliados ao sistemapolítico liderado pela vice-prefeitade Natal, Wilma de Faria, poten-cializa o candidato peemedebista."Carlos Lacerda chamava isso deFrente Ampla", compara o deputa-do seridoense. (JP)Vivaldo Costa, hoje no PROS, foi da base aliada do Governo até o ano passado

> DILMA NÃO É MELHOR OPÇÃO

Lucena defende volta de Lula à presidência da República

> MARCA DO EX-DEPUTADO

PNE é aprovado também com emendas de Rogério Marinho

JOAQUIM PINHEIRO

REPÓRTER DE POLÍTCA

O vereador Fernando Lucena,do PT, ao ser questionado sobredeclarações da presidenta DilmaRousseff, que em jantar oferecidoa ela pela bancada do PMDB noPalácio Jaburu em Brasília,demonstrou simpatia pela candi-datura do deputado Henrique Ed-uardo ao Governo do Rio Grandedo Norte, disse que "é um proble-ma dela", e espera que a presidentaseja tão petista quanto ele. Emseguida, afirmou: "eu sou do voltaLula, que é mais competente do

que ela", ressaltou.Durante o jantar com os

peemedebistas, que contou com apresença do vice-presidente daRepública, Michel Temer, a presi-denta Dilma Rousseff destacou aimportância da aliança política como PMDB para a governabilidade edisse que quer ver o deputado Hen-rique Eduardo governador do RioGrande do Norte. A presidenta di-rigiu-se aos pré-candidatos doPMDB, entre eles, Henrique Ed-uardo, fazendo um relato sobre asua relação com o partido desde aeleição passada quando se elegeupresidenta pela primeira vez em

substituição a Lula da Silva.Fernando Lucena diz recon-

hecer o trabalho que vem sendofeito por Dilma Rousseff no co-mando do Governo Federal, afirmaque votará pela reeleição da presi-denta, mas prefere Lula na presidên-cia da República, daí está junto aosque defendem a volta do ex-met-alúrgico ao governo. "Foi Lulaquem aprontou tudo para ela gov-ernar, mas defendo ele no governoporque Lula tem cheiro de povo",observa, lembrando que é políticode partido e por isso votará pelareeleição da presidenta.

Questionado como será a pre-

sença de Dilma Rousseff na cam-panha do Rio Grande do Norte, jáque o PT não faz parte do palanquepeemedebista no Estado, Fernan-do Lucena afirmou: "se ela vieraqui vai subir no palanque do PT.Do contrário, é melhor que nãovenha".

Eraldo Paiva, presidente do Di-retório Estadual do PT, diz que en-quanto candidata, Dilma terá váriospalanques nos Estado e no RioGrande do Norte subirá no palanquede Robinson Faria,do PSD e Fáti-ma Bezerra, do PT, que serão can-didatos a governador e senadora,respectivamente. “Se Dilma vier aqui vai subir no palanque do PT. Do contrário, é melhor que não venha”

Divulgação

Wellington Rocha

José Aldenir

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A greve do Instituto Brasileirode Geografia e Estatística (IBGE)paralisou atividades em 19 estadose em 24 unidades diferentes - o Riode Janeiro possui cinco unidades.No Rio Grande do Norte, o movi-mento grevista começou na segun-da-feira desta semana e o sindica-to estima que, na próxima segund-feira (2), 50% de temporários e efe-tivos estejam em greve.

Neste ano, o movimento gre-vista se intitula SOS IBGE. "Essemovimento pede o resgate do IBGEpelo investimento, reversão do corteno orçamento e recomposição doquadro de funcionários. Hoje temospouco mais de 4 mil servidores emtodo o Brasil e o mesmo número detemporários", disse RogérioCampelo, coordenador do núcleosindical do Rio Grande do Norte.

O corte nos recursos deste anoinviabilizou a contagem populaçãoe a Pesquisa de Orçamento Famil-iar (POF). Dos R$ 220 milhões pre-vistos para 2014-2015, a institu-ição teve a o orçamento reduzidopara R$ 180 milhões.

"Em apenas três estados, onúmero de temporários não é maiordo que o número de contratados.Nós temos também três agênciasonde só existem temporários". Otrabalhador temporário recebe R$850,00 e o servidor efetivo entrana instituição com o salário basecerca de R$ 4 mil. O movimentodefende salário igual para ambos,visto que realizam as mesmas ativi-dades.

Os temporários também têmcontrato precário, que pode chegaraté 3 três anos, e ainda sofrem as-sédio moral em função da fragili-dade de seu vínculo. "Ele [o tem-porário] faz as mesmas atividades,ou até atividades que servidores dacasa nunca fizeram. Ele pode serdemitido por 'conveniência admin-istrativa' se o chefe estiver de malhumor. Isso fez com que algumaspessoas dentro do IBGE seaproveitassem disso", contou o co-ordenador sindical.

Em Natal, 50 servidores estão

parados. Desse total, 35 são tem-porários. Acampanha de greve vai seinteriorizar nas demais agências dointerior: Parnamirim, Santa Cruz,Caicó, Pau dos Ferros, Mossoró eAçu. Em Caicó, os servidores já en-traram em greve. Em Mossoró, a pre-visão é que a greve comece na se-gunda-feira. No total, o IBGE no RNpossui 98 servidores do quadro, sendooito cedidos ao Tribunal RegionalEleitoral (TRE), e 86 temporários.

O movimento também querque a carreira dos servidores fiquepróxima do ciclo de gestão do gov-erno Federal, que abrange servi-dores, por exemplo, do Instituto dePesquisas Econômicas Aplicadas(IPEA) e Banco Central. Os tra-balhadores também querem de-mocratização do IBGE, com aeleição para as principais funçõesde comando.

PRESSÕES Outra medida que complicou a

relação dos trabalhadores com apresidente nacional do IBGE, Was-mália Bivar, foi a suspensão da di-vulgação dos dados da PNAD con-tínua, sobretudo no que diz respeito

a taxa de desemprego no Brasil.Atualmente, a Pesquisa Mensal deEmprego (PME) realiza a coleta dedados em apenas seis capitaisbrasileiras, excluindo completa-mente as regiões Centro-Oeste eNorte do país. Por outro lado, aPNAD Contínua avaliaria mais demil municípios de todo o Brasil, oque diminui a margem de erro.

No entanto, o resultado daPNAD contínua mostrou que o de-semprego no Brasil era um poucomaior do que a PME mostrava. "Oque se cogitou era que a gente es-tava sofrendo na verdade uma in-terferência política do governo, quedescontente com os valores daPNAD contínua disse 'suspendeporque a gente está em anoeleitoral'. Para o órgão isso é muitoruim porque a gente perde credi-bilidade. Como é que a gente vai darum retrato fiel do país se essesdados podem sofrer pressão políti-ca?", analisou Rogério Campelo.

No ano início do ano passado,o ministro da Fazenda, Guido Man-tega, havia afirmado que o númerode crescimento do Produto InternoBruto (PIB), divulgado pelo IBGE,

estaria incorreto. Na ocasião, o in-stituto não recuou e disse que per-centual de crescimento do país nãoestava equivocado.

Sábado e Domingo6 O Jornal de HOJE Natal, 31 de maio e 1 de junho de 2014 Cidade

> “SOS IBGE”

Greve do IBGE deve se expandirpelo interior do Rio Grande do Norte

Rogério Campelo explica que movimento pede investimentos, reversão do corte de orçamento e novos servidores

O 1º Fórum Potiguar sobreAutismo ocorreu na manhã destesábado (31), no auditório da Ordemdos Advogados do Brasil no RioGrande do Norte (OAB/RN). Oevento foi direcionado para profis-sionais de saúde, educadores e fa-miliares de pessoas com o transtorno.

A neurologista infantil CelinaAngélia Reis foi a primeira confer-encista do evento. Segundo ela, há2 milhões de pessoas com autismono Brasil. "O número é muito altoe está aumentando cada vez mais",analisou. Para que essas pessoas ten-ham a melhor qualidade de vida pos-sível é preciso que médicos e afamília estejam atentos para os sinaisde risco na mais tenra infância.

Conforme Celina Reis, é pos-sível verificar sinais que podem in-dicar o autismo já com um ano deidade. Porém, o diagnóstico só éfechado entre quatro ou até sete anosde idade, a depender de cada caso."Aquela criança com muita irri-tabilidade, com dificuldade de in-teração com os pais, não olha nosolhos, não bate palma, não dá tchau,tem distúrbio do sono, é apática jádeve ser estimulada e acompanha-da", disse a neurologista infantil.

As características acima não sig-nificam necessariamente que a cri-ança tenha o distúrbio de desen-volvimento global. "Muitas vezesnem precisa do profissional, só amudança da maneira como os paislidam com a criança, ela já consegueinteragir de outra forma", disse.

De todo modo, os profissionaisrecomendam a estimulação sensor-ial e interacional da criança, mesmoque tenha dificuldades, mas que nãoseja autista. Caso a suspeita se con-firme, o tratamento precoce melho-ra a adaptação social, a agitação, asestereotipias (como os movimentosrepetitivos), o aprendizado é maissatisfatório e há uma considerávelevolução da parte psicoemocional.

O autismo é um transtorno queainda não há uma origem definidapela ciência. Segundo Celina Reis,há uma provável alteração genéticaque sofre influência de múltiplos fa-tores, como o ambiente e fatorespsicológicos. Por esse motivo, otranstorno não possui cura. Não hájustificativa formal para incidênciamajoritária no sexo masculino.

A neurologista infantil tambémorienta que as famílias devem colo-car as crianças autistas na escolaregular. "Ele deve ir para uma escolaregular, mesmo quando o grau formais avançado. Aí tem que ter umamaior flexibilização maior. A so-cialização é muito importante", de-fendeu.

Na visão de Celina Reis, o idealé pessoas com autismo fossem aten-didas em centros de atenção espe-cializada com equipes de trabalho in-terdisciplinar. No Rio Grande doNorte, esse trabalho ainda está longedesse ideal, sobretudo na rede públi-

ca. "Há centros que tem especialis-tas como fonoaudiólogas, psicólo-gas, terapeutas ocupacionais, masnão é uma equipe estruturada paraatender de forma multidisciplinar,que se reúne e planeja. Cada um fazo seu", informou.

Outro ponto importante que deveser valorizado até mesmo como políti-ca pública é a divulgação dos sinaisde risco. "Os pais, os profissionaisde saúde precisam estar informadosdesses sinais e procurar a assistênciao quanto antes", acrescentou.

Apromoção do Fórum ficou porconta da Comissão de Direito àSaúde da Ordem dos Advogados doBrasil no Rio Grande do Norte(OAB/RN). De acordo com Elisân-gela Fernandes, presidente daComissão, o evento faz parte dacampanha "Ensina-me de várias for-mas que eu consigo aprender", quejá realizou eventos abordando otranstorno e continua com a pro-gramação até agosto.

Fórum alerta sobre sinais de riscodo autismo ainda na infância

Evento reuniu profissionais de saúde, educadores e familiares de pessoas com o transtorno na sede da OAB/RN

ACOMPANHAMENTO E ESTÍMULOS DEVEM COMEÇAR AINDA COM UM ANO DE IDADE

Celina Reis, neurologista infantil

Heracles Dantas

Heracles Dantas

Heracles Dantas

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Sábado e Domingo O Jornal de HOJE 7Sábado e Domingo O Jornal de HOJE 7Natal, 31 de maio e 1 de junho de 2014Economia

MARCOS AURÉLIO DE SÁ [email protected]

HOJE na Economia

nO fato de Natal estar incluída entre as cidades-sedesda Copa do Mundo de Futebol de 2014 (certamen-te o acontecimento desportivo de mais larga reper-cussão no planeta), e de, simultaneamente, estarsendo aquinhoada por um conjunto de obras públi-cas que dará à cidade e à região metropolitana umpadrão de infraestrutura bem acima da média dos de-mais centros urbanos nordestinos do seu porte, con-tribuirá, sem dúvidas, para alavancar em nosso meioalgumas atividades econômicas que se acham emcrise ou atravessam fase demorada de estagnação,como é o caso do turismo.n Quem não lembra que há pouco mais de dezanos Natal recebia mais de um milhão de turistaspor ano? E que quase 300 mil deles eram estran-geiros, procedentes de países como Portugal, Es-panha, Itália, Suécia, Noruega, Alemanha, Holan-da, Inglaterra, França?...n E que no Aeroporto Internacional Augusto Seve-ro pousavam por semana, nos períodos de alta esta-ção, até mais de 40 voos charters internacionais, semfalar em outras dezenas de voos extras das compa-nhias aéreas brasileiras trazendo turistas do Sul eSudeste para desfrutar das belezas naturais, do sol,da hospitalidade e razoável segurança que a comu-nidade potiguar sabia proporcionar aos visitantes?...n E quem também não recorda que, graças a umtrabalho sequenciado de investimentos (públicos eprivados) em projetos como o polo hoteleiro da ViaCosteira, o balneário da Pipa, a ampliação do Cen-tro de Convenções de Natal, a reforma e amplia-ção do terminal aéreo, a urbanização da Praia dePonta Negra, a implantação de uma rede variadade bons restaurantes, bem como graças a uma po-lítica que compreendia e valorizava a divulgaçãolá fora do turismo local, Natal chegou a se posi-cionar nacionalmente como um dos melhores des-tinos turísticos do país?...n Infelizmente, os tempos agora são outros.nA atividade econômica do turismo, talvez a maisdemocrática e abrangente que o Rio Grande do Nortejá experimentou, capaz de gerar oportunidades de ne-gócios e de lucros para ricos e pobres (desde o me-gainvestidor disposto a construir hotéis e resorts atéo simples operário que descobre a vantagem de tro-car o emprego de salário mínimo pelo dinâmico co-mércio de coco verde nos calçadões da praia), dei-xou de merecer as atenções do Poder Público, queultimamente parece estar esquecido da sua obriga-ção e função social mais importante, que é a de atuarcomo agente indutor do desenvolvimento.n Faz tempo que não se constroem novos hotéis na

Via Costeira, apesar de ainda existir ali, de frente parao mar, uma dúzia de valiosíssimos lotes de terrenospara este fim, desocupados e baldios, que em qual-quer lugar do mundo com vocação turística estariamsendo disputados a peso de ouro pelas mais renoma-das cadeias hoteleiras internacionais. Aqui, governan-tes sem visão e "ambientalistas" movidos a ideolo-gias retrógradas criam todo tipo de obstáculo à con-clusão de um projeto que poderia assegurar a Natalo maior e melhor complexo hoteleiro a beira-mar daAmérica do Sul.n Há mais de uma década que o Governo do RioGrande do Norte decidiu retirar o turismo das suasprioridades. Recursos para investir em divulgaçãoturística foram suprimidos. Parcerias com opera-doras para o incremento dos voos charters paraNatal passaram a ser consideradas picaretagem.Pedido de isenção do ICMS (Imposto sobre a Cir-culação de Mercadorias e Serviços) para o quero-sene de aviação consumido pelas aeronaves freta-das continuam dormitando nas gavetas governamen-tais, cheias de má vontade e de incompetência, en-quanto os charters - gozando desse incentivo fis-cal no Ceará - descarregam em Fortaleza, toda se-mana, milhares e milhares de turistas.nAgora, resolveram desativar o Aeroporto Augus-to Severo e substituí-lo, às vésperas da Copa doMundo, pelo Aeroporto Internacional Aluízio Alves,que ainda carece de bons acessos e, em verdade,ainda se encontra em obras. Embora reconheçamosa inexorabilidade da mudança por exigência da ex-pansão urbana, ainda assim a entendemos, neste ins-tante, como mais um gol contra o nosso turismo.n Há quem estime em até mais de 100 mil o núme-ro de turistas que visitará Natal durante o período daCopa, dezenas de milhares deles vindos do exterior.Ao desembarcarem no novo terminal aéreo entrarãona cidade enfrentando o trânsito desorganizado dazona Norte, vislumbrando pobreza e até miséria, for-mando assim de Natal uma imagem bem diferenteda que teriam se entrassem pela zona Sul, proceden-tes do Aeroporto Augusto Severo.n Por esse e por tantos outros motivos, acreditamosque está mais do que na hora da nossa classe políti-ca voltar a agir no sentido de ressuscitar a atividadeturística no Rio Grande do Norte, com planejamen-to, determinação e prioridade.nSe com tanto descaso e desacertos ainda continua-mos tendo o turismo como principal atividade eco-nômica em Natal, garantindo emprego e renda paramais de 120 mil pessoas, por que não corrigir oserros cometidos?

"Trade" turístico querfazer do Augusto Severoum Centro de Convençõesn Empresários que compõem ochamado "trade" turístico deNatal estão se articulando nosentido de comprometer os can-didatos ao Governo do RioGrande do Norte nas eleiçõesdeste ano com o projeto de trans-formação do recém desativadoTerminal de Passageiros do Ae-roporto Internacional AugustoSevero no futuro Centro de Con-venções da região metropolita-na.n Contando com terreno desobra para construção de gran-des auditórios, pavilhões cober-tos para feiras e exposições, par-ques de estacionamento para mi-lhares de automóveis, o espaçoque vinha servindo até agorapara atender ao tráfego aéreo co-mercial possui a vantagem deestar servido por excelentes viasde acesso, sem haver necessida-de de desapropriações.n Além disso, para o atendi-mento das necessidades de umaeroporto militar, a Base Aéreaainda continuaria dispondo de

todas as boas condições, semqualquer prejuízo de infraestru-tura, bastando que lhe fosse re-passada a área da antiga estaçãode passageiros.n Por outro lado, o atual Cen-tro de Convenções de Natal,às margens da Via Costeira,não tem mais como ser am-pliado sem que isto impliqueno avanço sobre o Parque dasDunas. Com capacidade de re-ceber eventos para no máxi-mo 4 mil pessoas, o equipa-mento já não atende às neces-sidades do mercado.nHoje, qualquer congresso brasi-leiro de profissionais liberais (comomédicos, advogados, etc.) chega aatrair acima de 6 mil participan-tes, o que acabará provocando acurto prazo a saída de Natal do cir-cuito de grandes eventos.

Enfim, o RN se tornaárea livre de aftosa epecuaristas comemoramn Com o reconhecimento dosEstados de Alagoas, Pernambu-co, Paraíba, Rio Grande doNorte, Ceará, Piauí, Maranhão edo Norte do Pará como áreas

onde está erradicada a febre af-tosa, feito nesta quinta-feira, emParis, pelos 178 países que in-tegram a Organização Mundialde Saúde Animal (OIE), desa-parecem de agora em diante asrestrições que se faziam lá foraàs importações de carnes proce-dentes do Brasil.n Para o sucesso dessa luta foiimportante a colaboração daclasse dos agropecuaristas detodos esses Estados, que nos úl-timos quinze anos cumpriu a exi-gência do Ministério da Agri-cultura e dos institutos estaduaisresponsáveis pela política desaúde animal de vacinar semes-tralmente os seus rebanhos bo-vinos e bubalinos.n Agora, sob o novo status de"zona livre de febre aftosa" (em-bora ainda permaneça existindoa obrigatoriedade de vacinação),abre-se um novo horizonte paraa economia rural da Nordeste,especialmente para a seleção deanimais de raças puras, já que osplantéis saídos de criatórios daregião poderão transitar e ser co-mercializados em todas as expo-sições agropecuárias do país.

Aprovado na Comissão deConstituição e Justiça (CCJ) da As-sembleia Legislativa, o projeto delei que coíbe os trotes telefônicoscontra serviços de atendimento deurgência e emergência prevê puni-ção aos responsáveis pela práticacom o ressarcimento das despesasgeradas aos cofres públicos com oato. O pagamento, conforme o do-cumento, de autoria do deputadoestadual Walter Alves, deve ser feitona fatura da linha telefônica usadapara o trote e a intenção é cons-cientizar a população para os pre-juízos financeiros e humanos cau-sados pela ação criminal.

"Os serviços de urgência eemergência possuem grande rele-vância social. Contudo, de formafrequente, os operadores destes ser-viços são acionados indevidamen-te por pessoas que simulam situa-ções que, em alguns casos, mobi-lizam pessoas e viaturas. Os prejuí-zos são grandes tanto para o PoderPúblico, quanto para o cidadão querealmente está precisando do aten-dimento. Cremos que estamosdando um importante passo no sen-tido da conscientização dos cida-dãos em relação a esse tipo de ati-tude negativa que vem crescendo demaneira alarmante em nosso Esta-do", explicou.

Walter disse que é comum pes-soas ligarem sem necessidade paraserviços como responsáveis por re-moções ou resgates, combate a in-cêndios ou ocorrências policiais,como o Serviço de AtendimentoMóvel de Urgência (Samu), Corpode Bombeiros e Polícia Militar, so-mente com o intuito de atrapalharo andamento dos serviços e aten-dimentos. Nesta situação, se en-quadram tanto crianças que ligampor "brincadeira", como adultos quesimulam uma ocorrência real e mo-bilizam equipes que poderiam estarem atendimento a uma situação dedesastre.

"Em casos de emergência, emque uma pessoa tenta entrar emcontato com a polícia ou alguémquerendo informar os bombeirossobre um incêndio, por exemplo,qualquer minuto perdido pode serfatal. Isso, porque alguém passan-do um trote ou ligando sem neces-sidade está ocupando uma linhaque pode ser essencial para outrapessoa. Um minuto perdido emum atendimento pode custar atémesmo a vida de alguém", afir-mou o deputado.

Ele explicou ainda que as pró-prias instituições alvos de trotesdevem elaborar uma planilha es-pecificando todos os custos gerados

pela falsa ocorrência relatada. Oprojeto de lei foi aprovado nestasemana e deve ir à votação por ou-tras duas comissões da AssembleiaLegislativa. Caso seja aprovado emtodas, o documento será encami-nhado para ser sancionado pela go-vernadora Rosalba Ciarlini.

Para o advogado e coordena-dor do Procon Estadual, Ney LopesJúnior, a ideia do projeto é bem-vinda, mas a forma mais eficaz dese punir uma pessoa que tem o cos-tume de passar trotes é a instaura-ção de inquérito judicial. Para ele,o rastreamento da linha de telefo-ne usada para a prática é a mais se-gura, como ele pode comprovar re-centemente, após receber uma sériede chamadas contendo ameaças.

"É mais prático e rápido. Nomeu caso, comuniquei os telefone-mas à Polícia Militar e foi monta-do um esquema para flagrar o res-ponsável pelos trotes, que eramfeitos de um orelhão público. Elesconseguiram prender a pessoa fa-zendo o rastreamento das ligações.Infelizmente, ainda há muitoscasos de trotes telefônicos para osserviços de urgência e emergên-cia, que pode colocar a vida deuma pessoa em risco. Por isso,acredito que um inquérito criminaltenha mais efeito".

Projeto coloca prejuízo dostrotes na conta dos autores

Corrida de garçons marcafim de festival gastronômico

“BRINCADEIRAS” PODERÃO CUSTAR CARO APÓS NOVA LEI

> NA ZONA SUL

O encerramento do 9º FestivalGastronômico Brasil Sabor, reali-zado pela Associação Brasileira deBares e Restaurantes (Abrasel) du-rante o mês de maio em Natal, acon-teceu com a terceira edição da Cor-rida dos Garçons, na manhã deste sá-bado (31). Os competidores, quecorreram segurando bandejas comgarrafas de água mineral, estavamanimados e trocavam dicas para con-seguir um bom desempenho noevento.

"É muito difícil conseguir cor-rer equilibrando as garrafas sem der-rubá-las, por causa do atrito do plás-tico das embalagens com o inox dasbandejas, mas vou tentar vencer acorrida. Como não tive tempo paratreinar, o jeito vai ser pensar no nossotrabalho do dia-a-dia mesmo e ten-tar não derrubar nenhuma delas",

disse Rony Peterson, sorrindo.Correndo pela segunda vez, Ge-

nilson Soares disse que a competi-ção deste ano estava mais difícil eque, por causa disso, pensou em di-versas estratégias para ganhar a dis-puta. Ele, que não conseguiu se clas-sificar no ano passado, acredita quea iniciativa é uma forma bem-hu-morada de envolver os profissio-nais, que trabalham duro servindo osclientes em bares e restaurantes deNatal.

"No ano passado, a concorrên-cia foi bem maior, mas o nível de di-ficuldade foi menor. Mas não ga-nhei por inexperiência mesmo, pen-sei que se corresse devagar eu con-seguiria equilibrar a torre e vence-ria, mas tem que ser rápido mesmo.E o bom é que a empresa que tra-balho, que é filiada à Abrasel, nos

incentiva bastante a participar dacorrida, por isso, estou aqui", afir-mou.

O Festival Brasil Sabor, que temo intuito de promover a gastronomiaregional e valorizar os ingredienteslocais, contou com a participaçãode diversos estabelecimentos deNatal, que ofereceram vários pratosselecionados com preços abaixo dovalor de cardápio.

Segundo o executivo da Abra-sel no Rio Grande do Norte, GlênioSarmento, o primeiro lugar recebecomo premiação a quantia de R$200; o segundo, R$ 100 e o tercei-ro colocado, R$ 50. "A corrida foidivulgada em todos os bares e res-taurantes que são filiadas à entida-de no Estado, para que cada umaenvie seus representantes para a dis-puta", explicou.

Projeto de Walter Alves tem como objetivo punir quem acabaatrapalhando serviços importantespassando trotes telefônicos

Arquivo

Arquivo

Erros que precisam ser corrigidos para a retomada do Turismo no RN

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8 O Jornal de HOJE Natal, 31 de maio e 1 de junho de 2014

C M Y K

Sábado e DomingoCidade

MARCELO HOLLANDA

[email protected]

Com 20 minutos de antecedên-cia e sob um céu de brigadeiro,pousou às 9h20m deste sábado aprimeira aeronave a tocar a pistado novo aeroporto internacionalAluizio Alves, em São Gonçalo doAmarante. Foi uma aeronave daTAM Linhas Aéreas, prefixoJJ3306, procedente de São Paulo,com escala em Brasília.

A bordo, um dos primeiros pas-sageiros a desembarcar foi o audi-tor de contas internas da Secretariada Fazenda, Severino Marques deOliveira, 72 anos, natural de SãoGonçalo, há 54 anos radicado nacapital federal. "Sou natural da ter-rinha (São Gonçalo), mas sou umcandango também e estou numa fe-licidade danada de estar aqui", disseSeverino, tratado com uma espé-cie de celebridade. Candango é aexpressão usada para definir as pes-soas de várias partes do país queajudaram a construir Brasília nostempos do ex-presidente JK.

Mas o auditor não estava sozi-nho entre as “celebridades”. A pou-cos metros de onde ele estava, dosaguão principal, a governadoraRosalba Ciarlini; a ex-governado-

ra Wilma de Faria, atual vice-pre-feita de Natal, e o presidente daCâmara Federal, Henrique Eduar-do Alves dividiam o mesmo espa-ço, primeiro a alguma distância re-gulamentar e depois praticamenteombro com ombro tendo a separá-los apenas o prefeito de São Gon-çalo do Amarante, Jaime Calado.

"Isso não se vê todos os dias",comentou um aposentado natalen-se que a tudo observava perdido napequena multidão de correligioná-rios dos políticos presentes, entreeles o senador licenciado e Minis-tro da Previdência, Garibaldi Alves;a deputada Fátima Bezerra e o pre-sidente da Assembleia, RicardoMotta.

Ao som da Banda de São Gon-çalo do Amarante, que puxava rit-mos nordestinos consagrados, foilançado oficialmente o selo e o ca-rimbo comemorativos ao primeirovôo e ao início de operações donovo aeroporto, com a presença dodiretor presidente do Consócio In-framérica, Alysson Paolinelli, queestá em Natal há uma semana, massó se expôs para os jornalistas hoje.

A primeira providência dos as-sessores do grupo que construiu eadministrará o novo terminal foidesmentir a notícia veiculada na

imprensa, hoje, de que a ReceitaFederal havia proibido pousos e de-colagens internacionais, que conti-nuariam no Augusto Severo, emParnamirim.

Na madruga deste sábado, porvolta das 1h30m, saiu publicadonuma edição extra do Diário Ofi-cial a homologação para o funcio-namento do Aluizio Alves para ope-rações internacionais, depois decumpridas cerca de 10 simulaçõesexigidas pelas autoridades. "De fato,até ontem à tarde faltava a últimadessas simulações - de prevençãode bomba -, mas ela foi realizadae a autorização saiu de madrugada",informou uma assessora.

Alheio a todas essas notícias,as autoridades começaram a che-gar desde às 8h30 ao novo aero-porto. A governadora RosalbaCiarlini apareceu pouco depoisdas 9 horas, arrastando um peque-no comboio de carros de asses-sores, que não conseguiram acom-panhá-la por causa da velocidadeem que vinha a caminhonete pretada chefe - acima dos 120 km ho-rários pelo novo acesso recente-mente iluminado que separa o ter-minal da BR 406.

O prefeito Jaime Calado esta-va visivelmente radiante, conver-

sando longamente com o deputadoHenrique Alves e depois com a ex-governadora Wilma de Faria. À me-dida que se aproximava o momen-to da inauguração oficial do aero-porto, os grupos nitidamente sepa-rados foram se aproximando até es-tarem praticamente juntos. Rosal-ba e Wilma se trocaram alguma pa-lavra, não foi percebido. Mas o de-putado Henrique trocou duas pala-vras com a deputada Fátima Be-zerra, depois da declaração da pre-sidente Dilma Roussef que torcepela eleição do peemedebista parao governo do RN.

DEMÉTRIO DÁ NOVOPRAZO PARA ACESSOS

O presidente do Departamentode Estradas de Rodagens e secre-tário da Copa 2014 em Natal, De-métrio Torres, garantiu que todas asdesapropriações, com exceção deuma, já estão resolvidas e que oacesso ligando a cidade de SãoGonçalo ao terminal, compreen-dendo 2,2 km, estará concluído im-preterivelmente em mais duas se-manas. Ele justificou os atrasos nasobras principais à mudança da redede energia elétrica no entroncamen-to da BR 406 ao acesso do novo ae-roporto. E aproveitou para anun-

ciar que a conclusão do viaduto deacesso será em 46 dias.

Embora só esteja no começode operação, o novo aeroporto Alui-zio Alves passou hoje por uma desuas simulações mais reais ao rece-ber centenas de pessoas que nãoforam para lá porque estivessemcom vôos marcados. A presençadesse público garantiu que boa partedas 860 vagas de estacionamentofosse tomada.

Ônibus especiais de turismoforam postados na saída do termi-nal para levar os passageiros quedesciam, mas não foi divulgado ne-nhum detalhe relativo à logísticade transporte. O fato é que o mo-vimento atípico da inauguração re-velou um terminal até tímido se ademanda for de uma Copa doMundo todos os anos.

Políticos e curiosos lotam novo aeroportode Natal em seu primeiro dia de operação

Fotos: Wellington Rocha

> FIM DE FESTA

Augusto Severo encerra atividades em clima de tristezaALESSANDRA BERNARDO

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O Aeroporto Internacional Au-gusto Severo, em Parnamirim, foidesativado oficialmente neste sába-do (31) pela Infraero, após as últimasdecolagens e aterrissagens de vôoscomerciais ocorridas durante a ma-drugada e início da manhã. A estru-tura deve ser entregue à Força AéreaBrasileira (FAB) para uso militar,mas nos próximos dias, receberá asdelegações das oito seleções e suascomitivas que disputarão partidas daCopa do Mundo em Natal. Em tomde tristeza e desânimo, comercian-tes e taxistas que atuaram no termi-nal passaram o dia retirando mate-riais e equipamentos das lojas equiosques.

Todos afirmaram que forampegos de surpresa com a desativaçãodo aeroporto e revelaram que sóforam informados disso através daimprensa potiguar. "Não disseramnada a ninguém, fomos surpreendi-dos no último dia 29 com o aviso deque todos os vôos seriam transferi-dos para o aeroporto novo e só. In-felizmente, vamos ter que procuraralternativas para continuar susten-tando nossas famílias, porque nãotemos condições de ir para São Gon-çalo", falou o presidente da Cooper-taxi, Alexsandro Martins.

Assim como ele, os lojistas e co-merciários também compareceramhoje ao terminal, mas para arrumare empacotar os produtos e equipa-mentos usados e levá-los embora. Jáalguns taxistas, em tom de desânimo,retiravam os adesivos que os relacio-navam ao Augusto Severo, dos veí-culos e dentro do prédio, dois gru-pos de funcionários de lojas realiza-

vam a última confraternização, emmeio a sorrisos e choros.

"Não sabemos o que fazer, só queestamos aqui para completar o mês demaio. Talvez, a loja seja montada emoutro local, mas isso também não foidefinido. Fomos todos pegos de sur-presa, sem tempo para que pudésse-mos nos programar", desabafou avendedora de uma loja de artigos fe-mininos, que não quis se identificar.Ela, assim como a colega de trabalho,disse que aguardará seu chefe definiro que será feito de hoje em diante, paratalvez procurar emprego. "Não sabe-mos também se vamos continuar naempresa ou não", falou.

MANUTENÇÃO CONTINUA ATÉ JULHO

Apesar de ter sido desativado, oAugusto Severo contará com equi-pe de limpeza e manutenção até o dia31 de julho, quando termina o con-

trato da Infraero com a empresa res-ponsável pelos serviços. Na manhãde hoje, mesmo após a última deco-lagem ter sido realizada no termi-nal, funcionários limpavam os cor-redores e banheiros do aeroporto.

"Recebemos o comunicado que

teremos que vir trabalhar normal-mente até o fim do contrato, que seencerra em julho, mesmo sem pas-sageiros ou funcionários. Não sei seteremos trabalho para fazer até lá, jáque não terá mais pessoas usandoisso aqui, mas o que eu sei é que dá

uma pena grande em fechar esselocal", afirmou a auxiliar de serviçosgerais Joana D'arc.

PASSAGEIROS PODEMUSAR TRANSFER PARANOVO AEROPORTO

Parados na entrada do prédiodo Augusto Severo, dois turistasaguardavam a chegada do veículousado para fazer a transferência parao Aeroporto Internacional AluízioAlves, de onde embarcariam no iní-cio da tarde. Eles disseram queforam informados, logo quando che-garam a Natal, que o vôo de voltaseria feito a partir do terminal novo,mas, por causa da distância, prefe-riram ir para o aeroporto de Parna-mirim e aguardar o serviço de trans-ferência, que estará disponível pelospróximos 15 dias.

"Ainda procurei me informar

com o pessoal do hotel e os taxistaslocais, mas ninguém soube nos in-formar direito como chegar lá, ape-nas que quem viesse para cá, pode-ria usar o serviço de translado parao novo aeroporto. Como ele fica dis-tante e o valor do táxi é alto, prefe-rimos vir para cá. Realmente, ficamuito longe, mas não podemos fazernada", afirmou Samanta Ribeiro, quepassou uma semana em Natal.

Construído no período da Segun-da Guerra Mundial, quando foi usadopelos norte-americanos, o AeroportoInternacional Augusto Severo passoua operar vôos comerciais em 1980.Em 2011, ele passou por uma gran-de reforma, avaliada em R$ 16,4 mi-lhões e teve sua capacidade aumen-tada para atender mais de 5,8 milhõesde passageiros. E, há apenas um mês,ele foi eleito o melhor aeroporto doBrasil pela Agência Nacional de Avia-ção Civil (Anac).

TERMINAL CONSTRUÍDO EM SÃO GONÇALO DO AMARANTE É O PRIMEIRO PRIVADO DO BRASIL A ENTRAR EM ATIVIDADE

Autoridades participaram da inauguração do aeroporto, que contou com o lançamento de umselo comemorativo. Ao lado, passageiros já utilizando as dependências do novo terminal

Fotos: José Aldenir

Lojas, restaurantes e corredores do Augusto Severo amanheceram totalmente vazios. Os pou-cos funcionários presentes no local demonstravam preocupação e lamento com a mudança

Alexsandro Martins, da Coopertaxi:“Soubemos de tudo pela imprensa”

Rosalba Ciarlinirecepciona primeiropassageiro adesembarcar,Severino Marques,de 72 anos

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CONRADO CARLOS

EDITOR DE CULTURA

Em 1986, eu tinha dez anos.Nessa época, como quase todo me-nino, futebol era minha religião.Mesmo com a fé abalada, poishavia quase duas décadas que aSeleção Brasileira e o Botafogoacumulavam 'títulos morais', jogosimportantes transformavam a dataem feriado - sofri muito para nãovirar a casaca para o Flamengo deZico.

No dia do meu aniversário, onovo scratch de Telê Santana es-treou na segunda Copa no México,contra a Espanha - inesquecível

por trocarem o Hino Nacional Bra-sileiro pelo à Bandeira, enquantoSócrates e sua bandana desdenha-vam; e pelo gol espanhol anuladoerroneamente. A festa que meuspais organizaram foi completa.

Meses antes, uma funesta ex-cursão pela Europa gerou interroga-ções, nem tanto pela derrota para aentão Alemanha Ocidental (2x0),mas, sim, pelos constrangedores trêsa zero que a Hungria nos aplicou -se o ataque tinha Casagrande e Re-nato Gaúcho, o camisa dez era Elzo(?!) e na ponta esquerda, o veloz eestéril Sidney. A partida completaestá disponível no Youtube.

Seria o último bom time mon-

tado pelos herdeiros de Puskás.Aquele amistoso em Budapeste foio preâmbulo da história integral daSeleção de Telê - Parte 2, concluí-da na disputa de pênaltis com aFrança. Meu pai gastou muita sa-liva explicando, para alguém quenunca tinha visto um título sequer,porque éramos os melhores.

Lembrei do período após ler "OsVerbos Auxiliares do Coração". Oautor, Péter Estérhazy, irmão maisvelho do terceiro húngaro a balan-çar as redes canarinhas naquele amis-toso, é um dos escritores frequente-mente cotados para receber o Nobel- tem 30 livros publicados.

Meus pais estão vivos, mas não

fugi da emoção com "Os Verbos...",livro memorialístico e autobiográ-fico sobre a mãe de Estérhazy, es-crito duas semanas depois da morteda progenitora. Com o inevitávelafastamento da fase adulta, mui-tas vezes por questões geográfi-cas, surgem os momentos felizes,a nostalgia, a culpa, as dores.

Estérhazy dividiu a narrativaem duas partes. Na primeira, umhomem apresenta suas reminiscên-cias da família, onde irmãos se to-leram, enquanto é aterrorizado nodesgastante ritual de despedida damãe. "O pior neste momento seriao pesar de quem quer que fosse[...]". Todo velório é patético e des-necessário.

Na segunda metade, BeatrizViterbo (nome emprestado da per-sonagem de "O Aleph", de JorgeLuis Borges), a mãe, assume a nar-ração para contar detalhes de suainfância e juventude. Entrecortan-do a voz principal, Etérhazy lançoumão de trechos de clássicos, comoCamus,Tchekhov, Mallarmé, Rim-baud, Sartre, Musil e Wittgenstein.

São duas estruturas, uma real,outra, sombreada, com a mãe sereferindo ao filho como se ele fosseo morto. Os fragmentos, aparen-temente desconexos no pé da pa-gina (citações dos autores), reve-lam sentido à medida que o fim dolivro se aproxima.

Estérhazy, fã confesso de fu-tebol, foi longe na tentativa de en-cararmos o amor parental e a con-sequente perda do mesmo. Em umdia mais emotivo, páginas e lágri-mas viram juntas, como o sofri-mento e a existência.

Sábado e Domingo Natal, 31 de maio e 1 de junho de 2014 O Jornal de HOJE 9Cultura

BARULHOMoro ao lado do Centro Administrativo, da Arena das Dunas e às mar-

gens da Salgado Filho. Estou com a rotina e os nervos alterados com tantaobra por aqui. Mas, nos últimos dias, as sirenes viraram um terror. Com aproximidade da Copa, os esquemas de trânsito e segurança começarama ser testados. Os decibéis, sempre em alta por estas bandas, foramamplificados com força. Teve um dia, creio que terça ou quarta passadas,que um helicóptero deu várias voltas na área. A sensação de que temosum padrão de vida iraquiano ficou bem mais evidente. O som dentro deminha casa era de uma zona em conflito. Nunca me senti tão protegido.

MÚSICA NA VILAA Casa das Artes, na Vila de Ponta Negra, terá neste sábado (31), às

20h, a o show da banda Igapó de Almas. Idealizada por Pedras Oliveira eWalter Nazário, o lance é experimentar de tudo – do rock a sons de ani-mais. Este ano eles lançaram um álbum (“A”), cujo download gratuito estáno www. soundcloud.com/igapodealmas. Ingressos custam R$10,00 enos dois números a seguir você encontra mais detalhes: (84) 8238 e9984-9549.

80SAmanhã à tarde (17h), no Teatro

Alberto Maranhão, tem a novaapresentação da peça “MamãeRetrô”. Com direção de VictorFerreira, a Cia Teatral Duetoreencena o espetáculo quedesvela o período em que sur-giram Xuxa na tevê, Titãs norádio e Beto Barbosa noAmérica, para agradar, sobretudo,nostálgicos oitentistas. Ingressos ante-cipados na Loja PUC do Midway Mall ou nabilheteria do próprio teatro.

LIVROTalvez o mais destacado escri-

tor mexicano vivo, Juan Villoro temseu livro “Arrecife” lançado pelaCompanhia das Letras. O escritor ejornalista conta a história de TonyGóngora, ex-junkie que perdeuparte da memoria após usar drogascomo quem come farinha e queacabou de aceitar o convite de umamigo para trabalhar em um resortesquisito. Na recreação para turis-tas, inclui sequestros-relâmpago eencontros com guerrilheiros (quaseo que o Rio faz na Rocinha). Jábotei na lista.

JOANA DOS ANJOSHoje (31) na VIII Mostra do Filme Cult tem o filme “Madre Joana dos

Anjos” (1961), do polonês JerzyKawalerowicz. A história gira em torno deum padre que chega a uma cidade do interior da Polônia sob suspeita deestar sob possessão demoníaca. Ele também será confrontado por suaspróprias tentações. A mostra acontece no Teatro de Cultura Popular, narua Jundiaí, com a sessão às 18h30.

TÍTULOS REAISO amigo catalão Joan Rocasens manda e-mail, ainda amargurado

com a temporada sem títulos do Barcelona e a décima conquista europeiado arquirrival Real Madrid, para acusar de fraude os primeiros títulos dotime de Puskas (o segundo da dir. para esq) e Di Stefano (o maior joga-dor argentino de todos os tempos, no centro da foto). Segundo o sitewww.orgullosodesercule.tv, nos anos 1950 e 1960, o torneio adotavaconvites para oito times, na hora de compor a tabela. Não eram os cam-peões nacionais. Por isso, Hibernian, da Escócia, e BSB Young Boys, daSuíça, chegavam às semifinais.

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PÁGINAS E LÁGRIMASLeia "Os Verbos Auxiliares do Coração", de Péter Estérhazy, e saibacomo ele fala com todos nós ao revelar dor, culpa e felicidade aolado da mãe, morta duas semanas antes de começar a escrever

OS VERBOS AUXILIARES

DO CORAÇÃO

Autor: Péter Estérhazy

Editora: Cosacnaify

Preço: R$ 35,00

Fotos: Divulgação

Fotos: Divulgação

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Sábado e Domingo10 O Jornal de HOJE Natal, 31 de maio e 1 de junho de 2014 Cidade

DIEGO HERVANI

REPÓRTER

O Rio Grande do Norte che-gou ao último dia do mês de maiocom uma marca nada animadora.De acordo com o Conselho Esta-dual de Direitos Humanos(CEDH), 741 pessoas já forammortas no RN apenas nos cincoprimeiros meses do ano.

A média é de 4,9 pessoas assas-sinadas todos os dias, ou 148,2 pormês. As estatísticas apresentadaspela CEDH apontam a GrandeNatal com a maior quantidade de

ocorrências, com 441, com a capi-tal potiguar disparada na lideran-ça, com 244 homicídios. Em se-guida vem Parnamirim, com 66,São Gonçalo do Amarante, com32, Macaíba, com 30, Ceará Mirim,com 19 e Extremoz, com 15. Emrelação por índice para cada 100mil habitantes, São José do Mipi-bu apresenta o maior resultado,com 56,68, seguido de perto porExtremoz, que tem 56,23.

Os números traduzem bem oatual momento da segurança noEstado. No início da semana, oMapa da Violência 2014 divulga-

do pela Faculdade Latino-Ameri-cana de Ciências Sociais (Flacso),apontou o Rio Grande do Nortecomo o Estado com o maior per-centual de crescimento nos casosde homicídios entre os anos de2002 e 2012 no Brasil, com umaumento de 272%.

Esse crescimento registrado noterritório potiguar foi bem superiordo que a média nacional, de 2,1%,e do que a média do Nordeste, de73,5%. Segundo a pesquisa, em2002 foram contabilizados 301 ho-micídios, enquanto em 2012 foram1121 assassinatos.

Há 12 anos trabalhando paratirar crianças e adolescentes domundo das drogas, o Programa Edu-cacional de Resistência às Drogas (-Proerd) formará mais uma turmaneste sábado (31). A partir das 16h,no Centro Administrativo, 10 milcrianças, na faixa etária de 9 a 12anos, participarão da solenidade.

"O Proerd é um programa in-ternacional, que está há 22 anos noBrasil e há 12 no RN. É um progra-ma desenvolvido pela Polícia Mili-tar em todos os Estados do Brasil,que faz parte da Secretaria Nacionalde Segurança Pública. O Proerd tra-balha na questão da prevenção dasdrogas, tanto nas escolas públicasquanto nas particulares", explicou atenente coronel da PM, MargaridaBrandão, coordenadora estadual doprojeto.

O maior foco do programa sãocrianças de 10 anos, que estão maispropensas a entrar no mundo dasdrogas. "A razão da nossa preocu-pação com as crianças de 10 anos éque elas estão entrando na adoles-cência. Quanto mais essas criançasestiverem informadas e preparadas,maior será a possibilidade delas seafastarem da questão das drogas eviolência. Nessa idade, as criançassofrem muita pressão de amigos,vêem muita coisa na televisão, elassão facilmente influenciadas", afir-mou Margarida.

Com a turma que irá se formarneste sábado, o Proerd já beira os600 mil atendimentos. Somente emNatal, o programa atende quase 85%das escolas públicas e particulares."A nossa expectativa é de que nospróximos anos o programa consigaatingir os 100% de atendimento em

todo o Estado. O motivo pelo qualisso ainda não é possível é que nãotemos o efetivo suficiente para isso",frisou Margarida, que explicou quenão é qualquer policial que é sele-cionado para participar do Proerd.

"O programa funciona duran-te seis meses. Nesse período, osnossos policiais vão uma vez porsemana nas escolas e ficam umahora explicando sobre o assunto. Otema depende da realidade atualda cidade, de qual problema temsido mais constante. O policial quefaz parte do programa passa portodo um treinamento. Muitos delessão formados em algum curso aca-dêmico, em pedagogia. Tambémtrabalhamos as temáticas com essepolicial, que recebe instruções na

questão educacional e social. Essacasadinha é muito importante naluta contra as drogas".

Apesar de não escolher esco-las específicas, os coordenado-res do Proerd fazem um traba-lho diferenciado em determina-das escolas. "Apesar de atender-mos escolas públicas e particu-lares, fazemos uma seleção deacordo com a realidade da es-cola. Temos escolas que têm umhistórico de violência e uso dedrogas, então fazemos um traba-lho especial em cima da realida-de daquele local. Além disso,também temos outros programasnesses lugares, como a "RondaEscolar" e "A Segurança Come-ça na Escola”, que junto com o

Proerd tem conquistado um re-sultado muito interessante nes-ses locais", comentou a tenentecoronel.

PAIS TAMBÉM SÃO ORIENTADOS

Além do trabalho feito com ascrianças, o Proerd tem a preocupa-ção de trazer os pais para participardas atividades. "No Proerd nós es-tamos sempre estudando e nos infor-mando para buscar melhorar o nossoatendimento. Com isso identifica-mos a necessidade de trazer os paispara participar. Muitas vezes ascrianças chegavam em casa e que-riam conversar com os pais sobre oque viu no Proerd, mas os pais nãosabiam conversar sobre o tema ou

não queriam. Nós mostramos paraesses pais a necessidade de se dia-logar com os filhos sobre esses as-suntos, pois muitas vezes o primei-ro contato das crianças com drogas,álcool e violência acontece dentro decasa", explicou Margarida Brandão.

Além de discutir sobre a temá-tica com os filhos, os pais tambémsão orientados a observar o com-portamento das crianças na comu-nidade onde elas vivem. "O contex-to social da comunidade onde essascrianças estão inseridas também éum fator que pode levar essas crian-ças para a criminalidade. Muitosjovens encontram uma situação naescola totalmente diferente da rea-lidade da comunidade onde elavive. Por isso os pais precisam ficaratentos ao comportamento dessascrianças", frisou a tenente coronel.

Margarida ainda lembrou queprogramas para o desenvolvimen-to das crianças precisam ser prio-ridade nas políticas públicas doGoverno. "Nos últimos quatroanos a gestão municipal deixoude fazer muitas coisas para os jo-vens. Muitos programas que exis-tiam foram fechados por falta deinvestimento. Com isso os jovensficam ociosos, sem ter o que fazere acabam buscando outras situa-ções, muitas vezes que incluem acriminalidade". "Acho que en-quanto a nação não entender a ju-ventude como prioridade de aten-dimento, a situação do país nãovai mudar. Hoje os nossos jovenssão os que mais matam e os quemais morrem. O Governo tem queinvestir não só em educação, mastambém em esportes".

Há 12 anos no Rio Grande do Norte, Proerd forma mais 10 mil alunos> INICIATIVA

Começa greve dos agentes penitenciários> PARALISAÇÃO

Policiais capacitados vão as escolas passar orientações aos jovens alunos, com foco voltado no combate as drogas

Aformatura deste sábado terátoda uma programação especial.Os jovens farão um juramentono qual se comprometerão a per-manecer longe das drogas e daviolência, além de receberem umcertificado de conclusão do pro-grama. Antes disso os alunosfarão um desfile no qual a Copado Mundo será o tema principal.

"Os alunos irão homenageara Copa do Mundo. Eles irão mos-trar os títulos da seleção, home-nagear a Copa em Natal. É um

momento bem descontraído.Queremos que esses jovens sesintam bem depois dos seismeses de curso para que eleslevem tudo o que aprenderamno curso para a sociedade", co-mentou a coordenadora doProerd. O evento também con-tará com apresentações musicaiscom a temática de prevenção emforma de paródias, além de es-tandes de exposição de órgãos eunidades da Segurança Públicado Estado.

Copa do Mundo 2014será tema do desfile

ESTADO ACUMULA NÚMEROS DE VERDADEIRA GUERRA CIVIL: MÉDIA É DE QUASE 150 MORTOS POR MÊS

EM CINCO MESES, 741 ASSASSINATOS

Como já tinham indicado no iní-cio da semana, os agentes peniten-ciários do Rio Grande do Norte en-traram em greve neste sábado (31).A categoria reivindica junto ao Go-verno o envio do Plano de Cargos,Carreira e Remuneração e o Estatu-to para votação na Assembleia Le-gislativa (AL).

“Nós já dialogamos com o Go-verno há algum tempo para que anossa categoria seja valorizada. E a

valorização viria com essa propostaque nós apresentamos. Infelizmen-te, parece que a prioridade do Gover-no do Estado é a Copa do Mundo enão a segurança pública e o sistemapenitenciário do RN. Esse processovem se arrastando desde 2011 e,agora, na reta final, está sendo pro-telado nas secretarias”, afirmouVIlma Batista, presidente do Sindi-cato dos Agentes Penitenciários doRio Grande do Norte (Sindasp-RN).

O titular da Secretaria Estadualde Justiça e Cidadania (Sejuc), JúlioCésar Queiroz, afirmou que o pro-cesso da proposta dos agentes entrouem trâmite apenas em 28 de marçode 2014 e que por isso ainda estásendo discutido. “Como existemmuitos pontos para serem analisadosnesse processo, isso leva um tempopara ser discutido. Além disso, oplano consta um aumento de 200%em algumas situações. Um salário

que é de R$ 3.200, passaria a ser deR$ 9.500. Hoje o salário dos agen-tes do RN é o 7º do Brasil, com esseaumento ele passaria a ser o 1º dis-parado, passando inclusive do Dis-trito Federal. Então esse pedido éalgo inexequível. O Estado não temcomo arcar”, destacou.

O Sindasp alega que o processoestá em trâmite desde janeiro e queo Plano ainda não foi analisado porfalta de compromisso do Governo.

Sem acordo entre as partes, o Gover-no deve pedir na justiça a ilegalida-de da paralisação. “O Governo nãoé contra o Plano de Cargos e Carrei-ras, muito pelo contrário. Eu acho apauta muito justa, mas só vamos ne-gociar com situações dentro da rea-lidade financeira atual do Estado. Seo sindicato continuar exigindo essestermos que foram apresentados, como montante exigido, não vamos tercomo achar uma solução. Caso a pa-

ralisação realmente ocorra, nósvamos atrás dos meios legais paraevitar a paralisação. Se for necessá-rio nós vamos entrar na Justiça parasolucionar esse problema”.

Durante a greve dos agentes pe-nitenciários, o sindicato afirmouque a categoria está mantendo so-mente os serviços essenciais para ofuncionamento das unidades pri-sionais, respeitando o efetivo de30% trabalhando.

Confira os dados de homicídios em 2014 MotivaçãoExecução, 535Agressão, 73Latrocínio, 33Confronto, 29Vingança, 22Tipo de arma utilizadaArma de fogo, 624Arma Branca, 62Espancamento, 16Ação Contundente, 15

Bairros com maior número em NatalZona NorteNossa Senhora da Apresentação,27Lagoa Azul, 20Pajuçara, 17

Zona OesteFelipe Camarão, 24Planalto, 14

Quintas, 10

Zona SulLagoa Nova, 9Pitimbu, 6Nova Descoberta e Neópolis, 5

Zona LesteAlecrim e Mãe Luíza, 7Rocas, 5Petrópolis, 4

Rio Grande do Norte foi o Estado do país queregistrou maior aumento de assassinatos entreos anos de 2002 e 2012, segundo dados doMapa da Violência publicados esta semana

José Aldenir

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Sábado e Domingo O Jornal de HOJE 11Natal, 31 de maio e 1 de junho de 2014CidadeCidade

Alex [email protected]

Desde a divulgação da tabela oficial, eu perce-bera que aquela seria uma copa sem magia. O duplofracasso da geração Zico, em 82 e 86, deixou trau-mas profundos na alma do torcedor. Nem o álbumde figurinhas mexeu com meu ludismo copeiro.

Treinada por Sebastião Lazaroni, a seleção bra-sileira embarcou para a Copa da Itália com uma ge-ração homogênea no quesito natalício, toda nascidanos anos 1960 (exceção de Tita), e que acabou ni-velada também no fraco futebol naufragado na se-gunda fase.

E nem era tão medíocre assim o elenco, com cra-ques como Romário, Bebeto, Careca, Müller, MauroGalvão, Silas, Renato Gaucho, Branco e aquele quelogo se tornaria o maior goleiro da história do fute-bol nacional, Claudio Taffarel, então com 24 anos.

O baixinho Romário viajou sob a sombra de umacontusão sem hora exata para sanar, entrou em campocontra a fraca Escócia e logo deu lugar ao são-paulinoMüller. As três vitórias na primeira fase tiveram o domde iludir, contra Suécia, Costa Rica e Escócia.

Se o torcedor mais exigente da Copa 2014 resmun-ga da qualidade musical desses tempos de "Lepo Lepo"e "Beijinho no Ombro", lembro que em 1990 o ambien-te pacheco foi emulado pelas lambadas de Beto Barbo-sa. Até a cerveja era ruim: Malt 90.

Bom, mas passamos para as oitavas com dois golsde Careca e dois de Müller, pelo menos mostrando queo time não sentia a falta de Romário. O tempo todo, euficava lembrando que estava fazendo 20 anos da maisesplêndida copa, a do México em 1970.

No bairro da casa dos meus pais, Nova Descober-ta, ainda havia aquele clima bissexto de futebol religio-so, algumas ruas estavam enfeitadas de bandeirinhas eos meninos jogavam bafo com as figurinhas das 24 se-leções no álbum ilustrado da editoria Panini.

O próximo jogo do Brasil seria contra a Argentina,numa tarde de São João, 24 de junho, e os comentaris-tas da TV acreditavam que uma vitória sobre os rivaishistóricos engrenaria a seleção numa copa em que nin-guém se mostrava tão superior aos demais.

Se eu não estava empolgado com o time, estavamuito eufórico com o primeiro aniversário da minha co-luna no Diário de Natal, a ser completado naquelesdias. E na coluna manifestei uma ideia que seria postaem prática pelo amigo Edivan Martins.

Eu queria celebrar os 20 anos da Copa de 70 comos mesmos amigos da infância, os meninos da Rua eda Travessa Mário Lira que se espremeram na casa domeu televizinho para torcer por Pelé, Tostão, Gerson,Rivellino, Jairzinho e companhia.

Edivan, que tinha na sua agenda de vereador osnomes e o destino de cada um dos antigos colegas,quase todos seus eleitores, arregimentou a turma deagora homens com mais de 30 anos e menos de 30 di-nheiros. Só não deu para reuni-los na mesma casa.

O professor Daniel, nosso anfitrião de 70, já não mo-rava nas Quintas, por isso fomos todos para a casa deWaldomiro, sogro de Edivan e meu pai de adoção afe-tiva. Havia sido ali que nós assistimos a Copa 74, tor-cendo pelo conterrâneo Marinho Chagas.

Uma equipe da TV Cabugi contou a nossa históriae foi registrar in loco o reencontro de dezenas de ami-gos, vinte anos depois. Uma tomada nos telhados dascasas mostrou um dossel de antenas como antítese dasúnicas três casas com televisores na copa do tri.

Fui entrevistado com minha filha no colo, entãocom 5 aninhos, e fiz comparações temporais com a pró-pria esposa de Edivan, Valéria Martins, que tinha em1970 mais ou menos a idade da minha menina. O re-pórter nos perguntou se a alegria se repetiria.

No meu íntimo, eu já sabia que não haveria emmim a repetição da euforia dos tempos de garoto, aque-le reencontro tinha mais importância pelos personagensreunidos do que pela seleção brasileira. Minha pátria dechuteiras se acabou no Estádio Sarriá, em 1982.

Os resíduos futebolísticos de 1970 se acabaram na-quela tarde de 1990 quando meus amigos de infânciaarregalaram os olhos e fizeram figa no momento em queMaradona venceu três brasileiros e deixou Caniggiadiante de Taffarel, a 10 minutos do fim.

Eliminados pelos argentinos e repetindo um fracas-so só visto em 1966, quando caímos ainda na primeirafase diante de húngaros e portugueses. Quatro anos de-pois, aquela geração de Dunga, Taffarel, Ricardo Gomese Ricardo Rocha conquistaria o tetra.

Mas, aí, já é outra história. (AM)

História das Copas - 1990História das Copas - 1990REPERCUSSÃO

Manchete na capa do jornal Público, de Madrid(não confundir com o homônimo de Lisboa): "A in-dignação brasileira devora a Copa de Dilma". Nocorpo da matéria, destaque para os protestos contraos gastos públicos e a corrupção no evento.

OS MILICOS"O problema de Dilma é que, na hora da Copa,

emergiram movimentos que nem sempre se subor-dinam às conveniências do Partido. A presidenteresolveu, então, militarizar provisoriamente o país".Demétrio Magnoli, na Folha de S. Paulo.

RISÍVELO PT correu atrás do Paulo Maluf, posou para

fotos com Maluf, ouviu Maluf, fez acordo (de prin-cípios, como diz Rui Falcão) com Maluf. Aí osmanés de Natal vomitam nas redes sociais que aimprensa é culpada pelas críticas da sociedade ao fato.

JOAQUIM BARBOSA"Com alguma margem de certeza, pode-se dizer

que, sem a presença de Barbosa na condução da-quele processo, não se conheceria até hoje o des-fecho de um caso que se arrastava havia anos pelosmeandros da Justiça". Editorial da Folha de S.Paulo.

POLÍTICAA maioria absoluta da sociedade brasileira, ainda

não contaminada pela delinqüência ideológica daesquerda revanchista e retrógrada, quer que JoaquimBarbosa entre na política. E que use do conheci-mento privilegiado para combater os aloprados.

É FATOOs petistas Fátima Bezerra e Fernando Mineiro

silenciaram sobre o comentário de Dilma Rousseffde desejar ver o RN governado por Henrique Alves.Não têm o que dizer, já que eles próprios desejavamformar chapa com o PMDB da família Alves.

LITERATURAO poeta, ensaísta, historiador e diplomata paulis-

tano Alberto da Costa e Silva, 83, é o vencedor doPrêmio Camões 2014, pelo conjunto da obra, rechea-da de livros sobre a história e a cultura da África. Eleirá receber 100 mil euros pela honraria literária.

LITERATURA IIO escritor e jornalista americano Carlos Harris-

son, ganhador de um Prêmio Pulitzer, acaba de lan-çar mais uma obra de belo conteúdo literário e im-portância histórica. Em "Os Fantasmas de HeroStreet", fala de soldados esquecidos na SegundaGuerra.

CLÁSSICOUm dos grandes destaques na Feira do Livro de

Lisboa é a edição compilando num só volume o clás-sico "A Morte de Virgílio", do austríaco HermannBroch, lançada pela editora Relógio D'Água, funda-da em 1983 por um grupo de jornalistas portugueses.

POESIA E CINEMAO ator brasileiro Rodrigo Santoro vai atuar ao

lado de John Malkovich e Rhys Ifans numa produ-ção independente sobre a vida de Dylan Thomas, umdos maiores poetas de língua inglesa do século XX,morto em Nova York com apenas 39 anos.

Musa da canarinhoNa Copa do Mundo de 1982, amodelo Luiza Brunet sacudia atorcida brasileira com seus 20

anos de curvas perfeitas. Foicapa da revista Manchete na

condição de "madrinha" daseleção. Hoje, aos 52 anos, ela

repete aquela foto para umensaio da revista GQ. A camisaamarela ainda é a mesma, mas

o futebol da geração Zico eFalcão (ela era apaixonada pelo

gaúcho) e a revista Manchetenão existem mais.

NELSON MOTTA

COLUNISTA D’O GLOBO

‘Macaco que muito mexe querchumbo” é um velho e sábio dita-do mineiro sobre os perigos da su-perexposição e do exibicionismo,mas certamente nem passou pelacabeça de Lula e Ricardo Teixeiraquando fizeram o diabo para trazera Copa do Mundo para o Brasil,imaginando os benefícios políticose comerciais e esquecendo os riscose consequências de se colocar nocentro das atenções do mundo comosede de um evento dessa grandeza.E veio chumbo grosso.

Recebidas como ofensas ao país,as críticas internacionais foram res-pondidas com bravatas grandiosas eapelos ao patriotismo paranóico,como se os estrangeiros só revelas-sem as mazelas e precariedades queestamos cansados de conhecer pormaldade, inveja e má-fé, ou talvezpor tenebrosas conspirações paraatrapalhar a nossa Copa. É reservade mercado: só nós podemos nosesculachar.

Mas, depois de sete anos, das167 intervenções urbanas prometi-das, só 68 estão prontas e 88 atra-sadas, e Lula explicou tudo: “Vailevar alguns séculos para a gentevirar uma Alemanha.”

O complexo de vira-latas tam-bém se caracteriza pela incapacida-de de reconhecer erros, de respon-der a críticas e de tentar disfarçar osentimento de inveja e inferiorida-de com a força bruta de hipérboles,bravatas e rosnados. Quando NelsonRodrigues disse que a vitória naCopa de 1958 nos livrou do comple-xo de vira-latas, ao contrário deDilma, não entendi que havíamosnos tornado cão de raça ou mesmocachorro grande, mas que nos livrá-vamos do complexo porque nos as-sumíamos como vira-latas bons debola.

Sim, a vira-latice étnica e cultu-ral é uma de nossas característicasmais fortes, para o bem e para omal, e isso não há Copa nem metá-fora genial que mude. Nesse senti-do, ninguém é mais vira-latas doque os americanos, que também sãoos cachorros grandes do mundo.

Outra expressão atual da vira-la-tice é a ostentação, como o novo es-tilo de funk que celebra a riqueza eo exibicionismo, com orgulho e semvergonha. É a trilha sonora perfei-ta para o Brasil ostentação da pro-paganda oficial que nos mostra nomelhor dos mundos e fazendo aCopa das Copas.

Macaco que muito mexe… (Pu-blicado n’O Globo 31/05/2014)

Danilo Sá[email protected] / [email protected] / Twitter: @DaniloSa

“”

Gira Mundo

“O brasileiro tem que confiar na proteção

de Deus”

GERALDO FERREIRA

PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO NACIONAL DOS

MÉDICOS, SOBRE A SITUAÇÃO DOS HOSPITAIS

DO PAÍS PARA A COPA DO MUNDO.

ANTES TARDE...Pronto, finalmente o Aeropor-

to de São Gonçalo do Amarante en-trou em funcionamento. E agora? Oque será do Rio Grande do Norte?Será que todos os problemas do Es-tado serão resolvidos? A populaçãopotiguar terá, enfim, o desenvolvi-mento econômico prometido desdeo início das discussões em torno doprojeto? E quando isso tudo vaiacontecer?

... DO QUE NUNCAA importância do novo termi-

nal é indiscutível. O RN jamais teriacapacidade para crescer sem umalogística de alto nível. Mas só issonão basta. A nossa classe políticaprecisa agora, mais do que nunca,buscar alternativas para atrair ao ter-ritório potiguar grandes investimen-tos, voos internacionais, turistas, in-dústrias de peso. Sem isso, o inves-timento acabará se transformandoem um elefante branco.

FUTURO INCERTONo meio de tudo isso, o clima

de quem passou pelo Aeroporto Au-gusto Severo na manhã deste sá-bado (31) era de fim de festa. Lojasfechando as portas, encaixotandoo restante das mercadorias, funcio-nários se despedindo. Os taxistasainda estavam por lá, esperandopassageiros que não chegarão maispor ali. Agora, é preciso decidir ur-gentemente o que será dessas pes-soas e qual o destino do AugustoSevero.

DESTINOEm tempo, não é das mais acer-

tadas a decisão de devolver o ter-minal de Parnamirim para a Aero-náutica. O ideal, seria transformaro equipamento em algo de utilida-de pública, como um teatro, centrode convenções ou até algo voltadopara a iniciativa privada, como umshopping. Mas, pelo visto, será aocontrário.

MARKETINGTrês famílias natalenses são as

estrelas de uma campanha publici-tária que acaba de estrear. O novolançamento imobiliário da cidade,o Palazzo Cristal em Petrópolis,investiu em uma campanha que va-loriza a beleza, as famílias e os per-sonagens da cidade. Os casais con-vidados para atuar foram os jorna-listas Luís Henrique e Helga Oli-veira, a jornalista Juliska Azevedocom Pedro Costa e o músico JolianJoumes com Andreza Varela.

MERCADOCom mais de 30 anos de tra-

dição no mercado da construçãocivil, a Construtora Hema deu iní-cio às vendas do Palazzo Cristal.A maior vantagem é que os apar-tamentos, mesmo nesta fase depré-lançamento, já estão com obrasavançadas e os compradores nãoterão que esperar muito para rece-ber as unidades.

CHAPELARIAFoi criada recentemente a

“Confraria do Chapéu”, compostapelos jornalistas Joaquim Pinheiro,Flamínio Oliveira, ex-secretárioLuiz Eduardo Carneiro e advoga-do Elias Maciel. O grupo tem se en-contrado na Grand Cru, loja espe-cializada em vinhos, no shoppingSeaway da Avenida Roberto Frei-re. Todos devidamente paramen-tados com seus chapéus Panamá.

PROJETOSAos poucos, a construtora OAS

começa a revelar seus planos parao futuro do Arena das Dunas. Se-gundo a revista Exame, a ideia éconstruir no local uma academia,salão para eventos e até bares paraa população natalense. Tudo pararecuperar o quanto antes os recur-sos investidos no projeto, que seráexplorado pelos próximos 20 anospela empresa, conforme contratode parceria público-privada.

Divulgação

Pau e circoMegafone

José Aldenir

A notícia é destaque noportal Uol, e vai fazermuita gente se lembrar dainfância e das tardes liga-das na Sessão da Tarde. Acasa da região de Chicagoonde Cameron, amigo deFerris Bueller, "matou" aamada Ferrari de seu pai em uma cena icônica de "Curtindo a VidaAdoidado" (1986) finalmente tem um novo proprietário. De acordocom o jornal local "Crain's Chicago Business", a casa modernista emHighland Park foi vendida na quinta-feira (29) por 1,06 milhão dedólares. A imobiliária Coldwell Banker Previews não informou quemfoi o comprador da casa de aço e vidro, com quatro quartos, cons-truída à beira de um barranco arborizado.

Divulgação

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São Gonçalo do Amarante estáem festa! Dr. Jaime Calado, seu co-mandante; também. Os sãogonça-lenses; não sei nem se o "adjetivogentílico é esse", muito menos, se ografei corretamente; idem... Natal eo restante do Rio Grande do Norte;"por tabela, que nem sinuca"; damesma forma. Finalmente o Aero-porto Internacional de São Gonça-lo do Amarante-RN, saiu do papel,tomou forma concreta e está sendo

inaugurado hoje, 31 de maio de2014. Se eu disser que não estoufeliz com isso, estou sendo hipócri-ta e mentiroso; e a primeira hipóte-se, eu tenho certeza total e absolu-ta que não sou. Mexeu nuis meuscalo sêco, meu fíi; o matuto qui in-ziste dento de mim; s'ispoleta, dá abixiga e grita; na frente seja de quemfô; sem pidí homenage a absoluta-mente ninguém... Na segunda hipó-tese, dou a mão à palmatória; e faço

minhas, as palavras do Mestre Aria-no Suassuna; segundo as quais; todoescritor é mentiroso... Ainda fazen-do minhas as suas palavras, tomo aliberdade de dizer que na minha vidareal, tenho muito mais de Chicó doque de João Grilo, d'O Alto da Com-padecida; pois João Grilo era astu-cioso; tentava tirar proveito do quedizia, em benefício próprio, sem seimportar com o que pudesse acon-tecer com as pessoas, por meio de

suas afirmações; enquanto queChicó, usava sua mente fantasiosa,apenas e tão somente para o entre-tenimento das pessoas que assistirama peça, a série e/ou o filme, desde aprimeira versão de Glauber Rocha;sem querer prejudicar a quem querque fosse; transmitindo paralela-mente, uma mensagem de otimismo,fraternidade e calor humano; o queé ao fim de tudo o que faço e/ou es-crevo; o meu objetivo principal;

além de me ajudar a prover meusustento... Vossas Insolenças have-rão de se perguntar:

- E o qui danado tem ArianoSuassuna cum o Aeroporto de SãoGonçalo do Amarante ?

E eu lhes respondo de pronto:- Nada!Apenas estou fazendo uma ana-

logia; onde coloco o Novo Aero-porto como Chicó; que tornará (fe-lizmente) realidade a fantasia demuita gente; e repudio os Joãos Gri-los da política aeroportuária brasi-leira (?); que estão fechando o AE-ROPORTO INTERNACIONAL

AUGUSTO SEVERO, em Parna-mirim; o nosso eterno TRANPO-LIM DA VITÓRIA... Não sou do"quanto pior, melhor"; o povo dazona norte, de São Gonçalo e detodo o Rio Grande do Norte, mere-ce esse advento maravilhoso quehoje torna realidade, o sonho de inú-meras pessoas. Mas, do jeito que noRio de Janeiro, em São Paulo e inú-meras capitais; cabe mais de um ae-roporto; em Natal também cabe...Ao povo de São Gonçalo do Ama-rante e seu entorno; meus parabéns;ao povo de Parnamirim e seu entor-no; meus pêsames!...

Sábado e Domingo12 O Jornal de HOJE Natal, 31 de maio e 1 de junho de 2014 Cidade

C M Y K

Daniela FreirePOLÍTICA E SOCIAL - [email protected]

w MUDANÇA DE HÁBITOMais do que economizar, criar uma cultu-ra do uso correto dos recursos disponíveispara o funcionamento da instituição no diaa dia. Esta é um dos pontos principais do"TJ + Sustentável", programa lançado estasemana pela Corte Estadual de Justiça.

>>>A secretária de Comunicação Social doTJRN, jornalista Juliska Azevedo, explicaque a meta do programa é o consumoconsciente, com a redução em 3% do con-sumo com energia elétrica, água, telefoniae Correios e em 5% o consumo de coposdescartáveis e resmas de papel.

w TEMPOO projeto piloto do TJ Mais Sustentável iráocorrer no período de junho a dezembro de2014 e o período de referência é a médiasemestral de gastos aferida em 2013.

w GIRO PELO TWITTER......do jornalista João Medeiros: "Engraça-do o acordão querer resgatar o RN que elesmesmo contribuíram para afundar. Pensamq nós temos memória curta?";

...do blogueiro Marcos Dantas: "Oito seri-doenses com direito a voto na eleição quedefinirá se DEM dará legenda à Rosalba";

...do presidenciável Eduardo Campos: "Acadadia fica mais claro que o governo que está aísequer tem coragem de ouvir a população,quanto mais de assumir os próprios erros".

w QUALIDADE DE VIDAFazendo a linha "geração saúde", o em-presário da RN Econômico, Fernandes Fer-nandes, é o mais novo adepto das corridase caminhadas.

Esses dias, ele mostrou sua performanceatlética por entre as belas vias do chique"Jardins Amsterdã".

>>>É que o condomínio da FGR Urbanismopromove agora em seu interior eventos es-portivos.

w NOVIDADEA cantora potiguar Roberta Sá está de voltaa Natal para um novo show. Na próximaquarta-feira, dia 4 de junho, às 21 horas,

ela comanda do palco do Teatro Riachue-lo (Shopping Midway Mall) uma apresen-tação baseada no seu quinto e mais recen-te álbum, "Segunda Pele" (MPB Produ-ções e Universal).

>>>O show tem ainda o atrativo extra de umacausa nobre: será beneficente, com rendatotalmente revertida para as obras de revi-talização da Catedral Metropolitana deNatal, na Cidade Alta.

w AJUDASede da Arquidiocese de Natal e destaquearquitetônico na capital potiguar, a Cate-dral Metropolitana está necessitando de re-forma em boa parte da sua estrutura.

>>>Além de sanar goteiras e infiltrações, oprédio precisa de melhorias em equipa-mentos e em suas instalações elétricas ehidráulicas.

>>>O show de Roberta Sá será a largada paraum projeto criado e desenvolvido com opropósito de levantar recursos para a revi-talização da Catedral.

O NOVO AEROPORTO - PARABÉNS E PÊSAMES...

Paulo Pamplona, vice-presidente do Grupo Gotemburgo, Arlindo Dantas, prefeito de São José deMipibu, e Ricardo Pamplona, presidente do Grupo Gotemburgo, na inauguração da concessionária de

caminhões e ônibus da Volvo no Rio Grande do Norte. O evento aconteceu na nova casa, que estálocalizada às margens da BR 101, no município de São José do Mipibu, Região Metropolitana de Natal

Desaboya.com

w MATREIRICE DECIFRADASegundo confidencia um deputadoque conhece os mistérios do Valedo Assú, o prefeito Ivan Junior es-taria abusando da chamada'matreirice' política, querendo ser-vir a dois senhores ao mesmotempo...

>>>O parlamentar conta que Ivan dizque vota em Henrique Alves para ogoverno e em Fábio Faria para de-putado federal...

>>>E que quando está junto de Henri-que garante que vai se empenhar nacampanha peemedebista...

>>>Mas, já a Robinson Faria diz quevai ficar "quieto".

>>>Como acreditar?

w COMPARANDONa entrevista que concedeu ontemao Jornal da Cidade, na 94FM, odeputado Henrique Alves teve queresponder a pergunta de um ouvin-te, que queria saber se ele conside-ra o arco de aliança da presidenteDilma Rousseff um "acordão", jáque o PT tem a grande maioria dospartidos e recentemente recebeu aadesão do PTB do ex-presidenteFernando Collor e do PP do depu-tado Paulo Maluf, antigos desafe-tos do PT.

>>>"Vou começar aqui pertinho. O PTestava junto do DEM e do PSDBem Mossoró e ninguém falou nada.O deputado Leonardo Nogueira,que é do DEM também estava nopalanque agora na eleição suple-mentar, do prefeito que tomouposse", respondeu Henrique, ten-tando comparar sua articulação noEstado, a nacional.

w COLADINHOS Falando em Henrique...

>>>Mais agenda conjunta com a sena-dorável Wilma de Faria pelo interiordo Estado neste fim de semana.

>>>Ontem mesmo ele pegou a estradado Seridó, com destino a Jucurutu.

>>>À tarde, Henrique e Wilma foram aAreia Branca, e à noite em Macau.

BOB MOTTA - bobmottapoeta.com.br - [email protected] - Telefone: 9965-6080

Cantinho do Zé Povo

Cedida

Bobflash

Cedida

Mulheresnofds

Adroaldo, Saboya e Analis no lançamento do Anuário NDecor

Sinval de Souza no lançamentoda coleção de Inverno LançaPerfume By Dasha

Com carinhas desatisfação,Fátima Bezerra eRobinson Fariana posse deSilveirinha emMossoró

Desfile Tufi Duekno SPFW

w MAISRecém-chegada de uma turnê pelo Brasil aolado de bambas como Martinho da Vila e Al-cione, além do companheiro de geração DiogoNogueira, dentro do projeto "Nivea Viva oSamba", a cantora potiguar traz na bagagemmais sambas para o novo show em Natal.

w CONGRESSOA advogada potiguar Rossana Fonseca vaiproferir palestra junto com seu sócio paulis-ta Daniel Assumpção Neves na próxima terça-feira (3 de junho), em São Paulo. A explana-ção terá como tema "Os Impactos na Gestãode Riscos Frente ao Novo Código de Proces-so Civil" e integra a programação do Congres-so do Fórum de Departamentos Jurídicos(FDJUR), que será realizado no Hotel Renais-sance, na capital paulista.

>>>Dentre o público-alvo do evento, alguns dosprincipais advogados, gerentes e diretoresjurídicos dos maiores grupos privados doBrasil.

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MARCELO LIMA

REPÓRTER

No Brasil, 52% dos partos sãocesarianos. Foi o que constatou apesquisa Nascer no Brasil da Funda-ção Oswaldo Cruz, divulgada nestasemana. Nas maternidades privadas,esse percentual é ainda maior, 88%.Os dados são preocupantes, uma vezque a recomendação da Organiza-ção Mundial da Saúde (OMS) é queapenas 15% dos partos devam sercesarianos.

Para discutir essa questão, aUFRN montou uma mesa-redondana última sexta-feira (30), na qual aexpositora foi a professora Lígia Mo-reiras Sena da Universidade Federalde Santa Catarina (UFSC). Além debióloga e doutora em farmacologia,Lígia é uma "Cientista que viroumãe", nome do blog que mantémem defesa da humanização do parto.

Apesar dos números distantes deuma realidade ideal, a professoraacredita que o Brasil está em rota demudança. "Acho que está no cami-nho de outros países que já consegui-ram reduzir suas taxas. As mulheresno Brasil estão indo para rua agora,mas no Canadá isso foi há 30 anoscom essas mesmas palavras deordem, 'O corpo é meu'", comentou.

Na sua visão, o movimento queluta pela humanização do parto jáconseguiu pressionar o Estado bra-sileiro suficientemente a ponto decriar a Rede Cegonha, programa dogoverno Federal. "Agora a gente tema rede cegonha, tem verba para aconstrução de centros de referênciae casas de parto que funcionam comoutro modelo, centrado no cuidado",disse.

Da pesquisa divulgada esta sema-na, a docente se revolta mais com adiferença entre o percentual de mu-lheres que manifestaram a vontadede ter parto normal no início da gra-videz - 70% das entrevistadas - e asconcretizaram esse desejo. "Dessas,mais de 50% fazem parte cesariano.O motivo que os médicos dão é a pre-ferência das mulheres, mas as pes-

quisas mostram que não. É por co-modidade médica mesmo", decla-rou Sena.

Conforme a professora doutora,a cultura da cesariana expõe mãe efilho a intervenções desnecessáriase a violência obstétrica. Lígia Senadefende que esse tipo de violênciaseja considerada crime. "A tipifica-ção criminal da violência obstétricaé para forçar essas pessoas a se atua-lizarem. Quando os médicos perce-berem que uma medicina baseadaem evidências os protege, eles mu-darão o comportamento", argumen-tou.

No entanto, ela ressalva a conjun-tura pressiona os profissionais parao caminho mais rápido. "O culpadoé o sistema que empurra todos essessujeitos a fazerem o que estão fazen-do. Os profissionais também estãoexpostos a todo tipo de violência ins-titucional", destacou a professora.

ECONOMICAMENTE INVIÁVELNão raramente, o motivo para a

realização de partos como em umalinha de produção é financeira. Du-rante a mesa-redonda, a enfermeiraNívea Jerônimo, da Maternidade Es-cola Januário Cicco, expôs situaçõesprotagonizados por obstetras. "Umchegou para mim e disse que essetipo de parto não era'economicamente viável', relatou.

É por este motivo que o per-centual de partos cesarianos é maiorna rede privada. Mais partos emmenos tempo, mais lucro. Muitosprofissionais não querem desper-diçar até 30 horas de seu tempo àespera de uma criança em partosnaturais. Pelo SUS, um obstetra re-cebe R$ 175 por um parto normale R$ 170 por cesarianas.

Na sua experiência, a enfermei-ra Nívea Jerônimo conseguiu iden-tificar que o medo da mulher em terparto normal não é receio do pro-cesso fisiológico. "As mulheres quedizem ter medo de parto normal, naverdade, tem medo do parteiro. Elascontam histórias de terror do partei-ro, seja ele médico ou enfermeiro",acrescentou.

CIENTISTA QUE VIROU MÃE Lígia Sena teve sua primeira filha

em 2010. A experiência materna alevou posteriormente ao doutoradoem Saúde Coletiva. Antes, Sena faziaum pós-doutorado em Farmacolo-gia, que deixou depois de seis meses.Todo o período de gravidez foi com-partilhado com internautas no blog"Cientista que virou mãe".

Sua intenção era ter um partodomiciliar planejado, mas não foipossível. Ela teve que recorrer a umamaternidade em Santa Catariana."Uma das maternidades mais cesa-ristas do Estado", classificou. No en-tanto, quando chegou à unidade, com25 horas de trabalho de parto, teveuma surpresa: a maternidade haviapreparado uma sala em condiçõesmínimas para um parto humanizadocom luz baixa, bola de pilates e ou-tros recursos.

Isso tudo porque uma enfermei-ra que a acompanhava também tra-balhava na maternidade e havia pre-parado tudo caso o parto domiciliarnão desse certo. Até mesmo a obs-tetra que havia lhe destratado no pré-natal, estava disposta a esperar otempo do parto. "Fui muito violen-tada no meu pré-natal por essa obs-tetra. Ela disse uma vez 'olha, achomelhor você se acostumar porquetoda mulher na primeira gestaçãoperde o bebê'. E eu só estava com umsimples sangramento", contou.

No final das contas, Lígia ficou30 horas em trabalho de parto até omomento em que a obstetra identifi-cou que os batimentos cardíacos dacriança começaram a diminuir. Asaídafoi a cesariana. Pela demonstração deque tinha convicção sobre as suas es-

colhas, a professora acredita ter mo-dificado um pouco a equipe. "Achoque consegui contaminar todos aque-les profissionais, do neonatologistaao anestesista. E isso só é possívelquando se tem informação", ressaltou.Do nascimento ao final da interna-ção na maternidade, sua filha esteveo tempo todo ao seu lado, como sepreconiza em partos humanizados.

Sábado e Domingo O Jornal de HOJE 13Natal, 31 de maio e 1 de junho de 2014Cidade

Cena UrbanaVICENTE SEREJO - [email protected]

C M Y K

Apassagem doprimeironegro a ocu-

par e a presidir o Su-premo Tribunal Fede-ral foi, além de rápi-da, fulgurante e forade padrão --como asua própria biografia.

Levado pela mãode Lula como um tro-féu, para ser um negrodócil e agradecido,Joaquim Barbosa re-belou-se contra o papele desnorteou o PT, ogoverno e os própriospares. Mas, na avalia-ção correta de um juizatento, Joaquim pode-ria ter sido simples-mente altivo e muitasvezes foi flagrante-mente arrogante.

Muito dos seusadoradores acredi-tam, como o próprioJoaquim, que ele só conseguiu os resultados que conseguiu porque ex-trapolou, quebrou regras, confrontou os colegas. A fila é longa: Ricar-do Lewandowski lidera, mas também Dias Toffoli, Marco Aurélio Mello,Gilmar Mendes... Tivesse sido mais racional, mais sóbrio, talvez che-gasse às mesmas conclusões --e com mais legitimidade.

Goste-se ou não de Joaquim, porém, ele pode ter sido o homem certona hora certa: o irreverente e irascível capaz de conduzir o processo do

mensalão para a histó-ria como um marco,um divisor de águas,na Justiça no Brasil.Ela não seria mais sópara pretos, pobres eprostitutas; os crimi-nosos de colarinhobranco que pusessemas barbas de molho.Não há como negar:apavorou os poderosose lavou a alma do povobrasileiro.

Sua renúncia co-meçou a se delinear na"tarde triste" em que,abatido, com a vozcansada, assistiu im-potente à derrota datese de "quadrilha",chave no processo domensalão. Como con-viver como minorianum tribunal onde pu-xara a maioria? Comodeixar de presidir e

passar a ser presidido logo por Lewandowski?A caminho da saída, Joaquim atropelou a estrela do mensalão, José

Dirceu, mas não conseguiu o fecho de ouro que tanto queria: o julga-mento das perdas pelos planos econômicos. Depois de subjugar pode-rosos da política, sonhava derrotar os bancos.

Com o adiamento, teve seu último chilique no STF, de onde sai paraa história. E para flertar com a política.

Joaquim

Talvez tenha sido, de todos, o melhor e o mais sintético retrato do ministro Joaquim Barbosa publicado

nas edições de ontem nos jornais nacionais. Livre de adjetivações, os traços vincados por Eliane Cantanhêde

desenharam a figura de um homem que feriu todos os limites da boa convivência numa Corte Suprema

quando, sequer, precisaria ser como foi para ser tudo quanto desejou ser.

ELIANE CANTANHÊDE

w PC DO BO deputado Henrique Alvesvem conversando com o PC doB para ter o partido na aliançaem torno de sua candidatura aogoverno. O partido comunistaquer compromissos, afinal nãoprecisa de ideologia.

w ESTRANHONão deixa de ser estranha po-sição do candidato HenriqueAlves: não aceita o voto de Ro-salva Ciarlini, mas quer JoséAgripino como aliado, ambosdo DEM. Julga, por certo, quesó Rosalba lhe tira votos.

w ANOTEMBasta uma chuva forte e demo-rada em dia de jogo de sele-ções na Arena das Dunas seráo bastante para a cidade mos-trar seu verdadeiro retrato, es-condido nas bandeirolas, bolasluminosas e penduricalhos.

w VERDADEO professor Carlos Gomes, pre-sidente da Comissão da Verda-de na UFRN, espera concluir otrabalho dentro de trinta diasdepois de ouvir 52 pessoas quesofreram discriminações ou per-seguição política.

w VISITA - IA governadora Rosalba Ciarli-ni faz uma visita terça-feira pró-xima às obras de restauraçãodo Instituo Histórico que pre-cisa de apoio para o trabalhode digitalização do acervo deimagens e documentos.

w URGENTE - IIO IHG vai digitar e salvaras sesmarias originais querepresentam as certidões denascimento das terras queformaram o Rio Grande doNorte, do Litoral ao Sertão.Algumas delas já hoje estãodilaceradas.

w EXPOO Memorial Câmara Cascudoatualmente sem acervo ne-nhum sobre a vida e obra dopróprio patrono, vai ganharexposição permanente sobrea história e personagens deNatal contada segundo seuolhar.

w PRESENÇAMais um detalhe precioso nahistória do Aero Clube: a as-sinatura no livro de atas deMário de Andrade e AntônioBento que estavam em Natalno mesmo período entre de-zembro de 1928 e janeiro de1920.

w GILDADa editora Ouro sobre Azul, 'APalavra Afiada', livro póstu-mo de Gilda de Mello e Souza,professora e mulher de Cân-dido reunindo entrevistas, es-critos, falas e cartas ao longode quase trezentas páginas.

w MÁRIONo corpo do livro, com orga-nização, introdução e notas deWalnice Nogueira Galvão, ascartas que a escritora escre-veu a Mário de Andrade, seuprimo ilustre. Revelações queseus estudiosos não sabia

Partos cesarianos no Brasil chegama quase 90% na rede privadaPERCENTUAL RECOMENDADO PELA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE É DE 15%

‘Acho que o Brasil está no

caminho de outros países quejá conseguiram reduzir suas

taxas. As mulheres estão indopara rua agora, mas no

Canadá isso foi há 30 anosLÍGIA MOREIRAS SENA

Heracles Dantas

Lígia Sena defendeque violência obstétrica sejaconsiderada crime

Page 14: 31052014

ASINGULARIEDADE DE UM IMPEACHMENTChurascaria Sal& Brasa - Uma conversa muito in-

teressante escutamos de uma mesa próxima a nossa.Um Senhor comentava as coisas aqui no RN e concluía:são únicas no mundo.

O SOFISMA DA MARCCOVejam, inventam uma tal de MARCCO - que seria

uma reunião de entidades públicas para combater a cor-rupção. A sua configuração não é de uma associação,como não tem personalidade jurídica usaram um nomepara confundir o povão: Movimento e Corrupção. Sendoa última palavra termo que aparece constantemente, naimprensa, radiofônica e televisiva. Nesse movimentorechearam que faziam parte 25 órgãos oficiais e Asso-ciações como: Ministério Público Estadual e Federal edo Tribunal de Contas; OAB/RN - Polícia Federal ,Civil e Militar; Tribunal de Contas da União e do Es-tado - Universidade Federal e do RN; Tribunal de Jus-tiça e Eleitoral; Associação dos Magistrados e Minis-tério Público- Associação dos Juízes; e a CGU - Con-troladoria Geral da União, e assim por diante.

O IMPEACHMENT FALADOFizeram entrega ao Poder Legislativo de um pro-

cesso volumoso, falam em 2 mil páginas, pedido deimpeachment contra a governadora do RN, Rosalba.O documento de GRANDE PROFUNDIDADE ELASTRO JURÍDICO não tem o nome dos autores enotáveis juristas. Todavia só assinam 5 pessoas repre-sentantes da MARCCO, que se gaba de ter 26 enti-dades; sendo 3 dos 5, funcionários da CGU.

O DESCREDENCIAMENTO E AS DÚVIDASA Controladoria Geral da União-CGU, tendo em

vista a veemência e verberação de um seu funcionáriochamado FÁBIO SILVEIRA, que na qualidade de Pa-pagaio de Pirata - como diz o Povo - procurou apare-cer mais nas fotos, no vulgar e silvestre ato de proto-colar o tal documento na Assembleia, que não contoucom a Presidência da Casa, mas sim e só, com os já co-nhecidos deputados de oposição Mineiro do PT e JoséDias do PSD, teve uma grande frustação: a direção daControloladoria Geral da União, delegacia do RN, ex-pediu uma Nota Oficial esclarecendo aos senhores de-putados e aos potiguares que as iniciativas, participa-ções e opiniões do falante FÁBIO SILVEIRA, expres-savam a opinião dele, e que ele não tinha autoridadeou poderes para dar opiniões em nome da Delegaciada Controladoria Geral da União, pois aquele orgão nãodispunha dessas atribuições. Tratava-se de Organiza-

ção Federal voltada para suas atividades fins estabele-cidas em Lei. Terrível, não? Foi um jato de àgua gela-da em cima de tão entuisiástica figura. Falam que aCGU, Brasília, mandou abrir sindicância para apurar ausurpação e exarcerbaçãoes de funções desses funcio-nários. EIS O QUE MACULOU O TAL DE IM-PEACHHMENT, cujos escrivinhadores jurídicos seesconderam atrás desses inocentes funcionários públi-cos. Já há notícias de Brasília de que haverá sindicân-cia da CGU das palavras e atos desses funcionários.

E OS PSEUDO ARGUMENTOS APRESENTADOS?Ações Civis do MP podem ou não vingarem na Jus-

tiça, como já muitas aconteceram inocentando os acu-sados! Descumprimentos de decisões judiciais, há o Có-digo Civil com seus artigos que punem o autor! Pro-blemas de repasse a Educação vem há muitos anos, eo PT participou e teve até Secretário de Educação, enunca tomou providência? Será que só agora Mineiromineirou o assunto? Saúde e Segurança Pública taí aTV mostrando o que está acontecendo em São Paulo,Rio, Brasília e aqui perto Recife. É nacional, não é sódo RN! Amigos isso é uma FALÁCIA! Será que aque-les cidadãos que se reúnem de boa fé, como represen-tantes desses órgãos e associações, na Marcco têm po-deres para isso? Esses órgãos podem extrapolar suasatribuições legais? Esses cidadãos foram nomeadosoficialmente por quem? Mesmo os das Associaçõesforam homologados por suas assembleias de sócios?O povo aguarda um esclarecimento.

AUTONOMIA PARA A PGE E ADVOCACIAda coluna -Quarta, dia 28/05, o Proc. Francisco

Wilkie, Presidente da ASPERN e o Presidente daANAPE, Marcelo Terto foram recebidos pelo Presiden-te da Câmara Henrique, que comunicou que vai incluirna pauta de votações da próxima semana a PEC 82/07,que concede autonomia administrativa, orçamentáriae técnica aos integrantes das Procuradorias dos Esta-dos, do Distrito Federal, Municípios. Procurador Wil-kie declarou a COLUNA que Henrique foi extrema-mente gentil, solícito e atencioso com a Classe e de-monstrou conhecer bem o sistema judiciário brasilei-ro. E via a necessidade dessa PEC urgente.

O TJ DEVERIA TOMAR PROVIDÊNCIAS Bistrô Dolce Vita: Diziam que o TJ e sua Correge-

doria deveriam tomar providências a respeito do juizde Currais Novos. Ele está pensando que é o Rei da Co-cada Preta. Proibiu publicidade do governo e agora in-terfere na administração da Secretaria de Saúde. Pode?

Sábado e Domingo14 O Jornal de HOJE Natal, 31 de maio e 1 de junho de 2014 Cidade

www.saboresaber.com(breve)Hemeterio Gurgel- Dicas - MELISSA MAFRA - RECEITA: -CANEPE INDIANO

NATAL

TÁBUA DE MARÉS

TERMINAL OCEÂNICO DE UBARANA - GUAMARÉ - RN

Movimento dos [email protected] CÉSAR

Dia Hora Altura (M)31 11:54 0.4

18:19 2.101 00:02 0.5

06:30 2.1

FASES DA LUACrescente (07/05 - 00:15h)

Cheia (14/05 - 16:16h)

Minguante (21/05 - 09:59h)

Nova (28/05 - 15:40h)

Navio Bandeira Chegada Destino Carga/Des.CMA-CGM Homere Inglaterra No Porto Algeciras/ESP ContêinerLagoa Paranaense Brasil No Porto - - RebocadorRecanto Mar III Brasil 01/06 F. de Noronha(PE) GeralAlem Mar II Brasil 01/06 F. de Noronha(PE) Geral CMA-CGM Aristote Inglaterra 07/06 Algeciras/ESP ContêinerMarfret Marajó França 14/06 Algecira/ESP ContêineresGemini Bahamas 15/06 Fortaleza(CE) TurismoMarfret Guyane França 21/06 Algecira/ESP Contêineres

A PROGRAMAÇÃO É CHECADA DIARIAMENTE, PODENDOHAVER ANTECIPAÇÃO OU ATRASO DE ALGUM NAVIO

Elka Bene Libéria No Porto Salvador(BA) Óleo cru

Mossoró prepara festa para receber turistas do navio mexicano após jogo em Natal

INGREDIENTES- 200 g de ricota fresca penei-

rada.- 200 g de cream cheese gela-

do.-40 g de manteiga com sal, em

temperatura ambiente.- 2 colheres (sopa) de maionese tradicional.

-1 colher (chá) de curry em pó.- Sal a gosto.- Molho de pimenta a gosto.Ciboulette picada a gosto.- 2 colheres (sopa) de passas brancas no rum,

espremidas e picadas.

MODO DE PREPAROColoque no processador os queijos, a mantei-

ga, a maionese e o curry e bata até obter uma pastalisa e uniforme.- Por último, retifique os temperose acrescente as passas bem picadas, envolvendo de-licadamente. - Sirva com torradinhas ou casquinhascrocantes.

DICAS: JANTAR FORMALComo usar talheres e taças. Sem-

pre comece utilizando os talheres defora para dentro. Vejam a foto aolado.

A) O prato maior é base de vá-rios pratos que precedem a carne.

B) Prato da manteiga - Atravessado ao prato éa faca para manteiga

A sua esquerda do prato: C) - Garfo maior é oda carne e de alimentos duros. - D) Garfo de peixe- será usado se existir um prato de peixe no menu.-E) Garfo de salada, se for servido primeiro, é a únicaexceção de usar em primeiro lugar.

À direita do prato: F) Faca maior é a faca de carne.G) Faca de peixe. I) Colher da sopa ou fruta. J)

Garfo de os-tras ou maris-co - é o únicogarfo que sepode colocarao lado direitodo prato.

L) Copos:são colocadosà frente/ladosuperior do prato- LA) O copo Maior é o da água -LC - Copo médio é o copo de vinho tinto. LD) -Copo menor é o de vinho branco. - LD) O copo me-norzinho é o de vinho do porto. Se servir champa-nhe o copo tulipa ou outro formato clássico, se co-loca antes do copo d’água - M) O guardanapo, co-loca-se em cima do prato como mostramos acima.

Conversa de RestauranteNOVO ÁRABE NA CIDADE- COMPTOIR

O Restauran-te Árabe Lebane-se Comptoir, ficana Av. Eng. Ro-berto Freire, 174-esquina com arua do Salsa- Ponta Negra – Natal/RN - Tel: 84-9863-8180/ 9863-8081. Funciona das 18h à 0h, diariamente.

CURRÍCULO EM GASTRONOMIAO Proprietário é o restauranteur sírio chef Wassim

Al Sammour. Tem 22 anos de prática culinária gourmet.Trabalhou em Londres e Dubai. Começou a sua pai-xão em cozinha árabe em Damasco, Síria, trabalhandoem diversos restaurantes de hoteis. Em seguida foi parapara o 5 estrelas Jebel Ali Hotel, em Dubai. Posterior-mente, trabalhou no Hilton Park Cane, em Londres.Nesta cidade foi onde conheceu sua esposa brasileira,Aci Adorno, que é natural de Goiânia e já morava emLondres há 16 anos.

O RETORNO AO BRASILPelos elogios e o amor que Alcir sempre reportava

a seu país, eles decidiram vir para o Brasil. Isso há 6meses. Alcir tinha uma tia, Luciana Adorno, residenteaqui em Natal. E por suas informações decidiram eso-lher a cidade para se estabelecerem, com seus precio-sos conhecimentos gastronômicos.

O RESTAURANTE LEBANESE COMPTOIRComo vocação tratou logo de fazer uma parceria com

a tia de sua mulher e Abeir o Libanese. Já inaugurou eestá em pleno funcionamento e com sucesso.

A ambientação é simples. Tem 2 espaços: mesas nacalçada e na parte interna. A decoração são de quadrosárabes de bom gosto. Mas o que vale é a deliciosa cu-linária. Recomendo.

O MENUA linha escolhida, por ser a mais saborosa interna-

cionalmente, foi da comida árabe-libanesa.Entradas Frias: Tabule e Kibe Cru. Entradas Quen-

tes: Kibe Frito e o Falafel. Consta ainda 8 opções: O tra-dicional e sofisticado Beef de Swarma, que é um deri-vativo de luxo do Kebab de Carne. O Chef Wassimdeu seu toque gourmet no sanduíche árabe na versão defrango e o misto com carne e frango que dá um toquediferenciado no sabor. Complementando o cardápio,presenteia os frequentadores com 6 tipos maravilhososde saladas, diferente de tudo que há em Natal.

LA BRASSERIE COM PIANO BARO restaurante 5 estre-

las La Brasserie de LaMer, cozinha da linhaErick Jacquin, francesa,do Hotel Majestic, Av. Roberto Freire, Ponta Negra,Natal-RN, entra numa nova fase de mais sofisticação.

Trata-se de música ao vivo, no piano Oswin Lhoss,alemão e voz do cantor Dudu Galvão. Vale ressaltar queserão músicas suaves, próprias para um ambiente sofis-ticado, sem o som interferir nos papos dos clientes-gour-met e que ali são constantes frequentadores.

DEGUSTAÇÃODia 10 de junho, segunda semana - Terça -, a Deli-

catessen Vinhedos, belo estoque de vinhos e bebidasfinas, no Wine-Bar da Av. Prudente de Morais, com ho-rários de 18h às 21h, degustação de 10 vinhos em provaaberta e um buffet com iguarias supimpas. Há de sefazer reserva tel. 33213-9080. É uma promoção beni-ficente em favor da AMICO - Associação de Amigosdo Coração da Criança. Em assim sendo a contribuiçãoserá de 1 Lata de LEITE EM PÓ.

CONTINUA REINANDO NA NOITEPoucas vezes assisti em

Natal um sucesso como o queestar a acontecer com o butecoBENDITAS. Ambiente pode-mos dizer rústico, mas agrada-bilíssimo. Bebidas honestas euns tira gostos inigualáveis.Todas as noites é sucesso, cheís-simo e alegre com gente jovem,também, e bem bombados. Mar-cinha continua dando seu show,mostrando a larga experiência adquirida em sua longaestadia, no ramo, em Londres e Amsterdam, Holanda.É como se diz: vale a pedida. A partir das 18 é o quen-te da noite potiguar.

DIFÍCIL, MAS... POSSÍVEL: JOBIMÉ difícil conciliar uma boa música suave com um

restaurante de bom gosto e que se pode fazer uma re-feição gourmet, sem a pertubação de um som alto echato.

Este é o sucesso do bar e restaurante Jobim, conse-guiu harmonizar música e comida.

Também demonstra a clientela que tem bom gostomusical, na escolha dos músicos e das músicas, e umagastronomia que agrada plenamente.AI ME VIREI, MAS JÁ TODO MUNDO TINHA SUMIDO.....

Fast Food

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Com direito a um gol de placade Rodrigo Pimpão, o Américavenceu o Luverdense por 2 a 0,ontem à noite, no estádioNazarenão, em Goianinha, em jogoválido pela nona rodada do Campe-onato Brasileiro da Série B. Comos três pontos conquistados, o alvir-rubro subiu duas posições na tabelade classificação, passando a ocu-par a sexta colocação, com 13 pon-tos. Agora, o time comandado pelotécnico Oliveira Canindé se preparapara o último jogo antes do reces-so da Copa do Mundo, contra oSampaio Corrêa, no dia 3, em SãoLuiz-MA.

Os gols da vitória do Américasobre o time mato-grossesnse de-

moraram para sair, todos após os44 minutos do segundo tempo, masvaleram a pena. Principalmentepelo gol marcado por RodrigoPimpão, que emendou de voleioum cruzamento de Walber pelolado direito. Dois minutos depois,Adriano Pardal, em jogada de con-tra-ataque avançou livre paradriblar o goleiro e fechar o placarde 2 a 0 contra o Luverdense-MT.

Apesar da dificuldade do jogo,principalmente no primeiro tempo,

quando o América não conseguiufurar o bloqueio adversário, o téc-nico Oliveira Canindé reconheceuo esforço dos seus jogadores. "Édifícil você vencer o Luverdensemas conseguimos o resultado. Naverdade faltou alguns jogadoresentrarem no jogo no primeirotempo, mas taticamente a equipefoi bem, se comportou bem, cheg-amos várias vezes na linha defundo com Marcelinho e Wander-son e jogando com o Max como

referência tínhamos que buscarpelos lados. Por dentro tivemosdificuldades no último passe, maso Jefferson entrou bem e depoisfomos coroados com esse belo golde Pimpão", comentou o treinadoramericano.

ABC GANHA FORA DE CASA E RETORNA AO G-4

Ontem, no estádio Ressacada,em Florianópolis-SC, pela 9ª ro-dada da competição, o ABC en-

frentou o Avaí e venceu por 1 a 0,gol do atacante Lúcio Flávio. Coma importante vitória conquistadafora de casa, o alvinegro chegouaos 16 pontos conquistados e re-tornou ao G-4, assumindo a 4ªcolocação na tabela de classifi-cação. Agora, o time de ZéTeodoro se prepara para o últimocompromisso antes da paralisaçãopara a Copa do Mundo, o con-fronto contra o Náutico-PE, mar-cado para a próxima terça-feira,

no estádio Iberezão, em SantaCruz-RN. Destaque do time, o at-acante Lúcio Flávio comemorouo gol marcado e a conquista davitória fora de casa. ""Estou felizcom o gol, mas estou ainda maisfeliz com o resultado. Estávamosvindo de uma derrota em casa eagora conseguimos recuperar fora.Além disso, os três pontos noscoloca de volta ao G-4, que é onosso objetivo. Foi um resultadobastante importante", afirmou.

EsporteSábado e Domingo O Jornal de HOJE 15Natal, 31 de maio e 1 de junho de 2014

Fábio [email protected]

OAB NA FINALA Seleção de Futebol da OAB/RN está na final do XVII Campeona-

to Mundial de Futebol para Advogados, que está sendo realizado em Bu-dapeste (Hungria). A final acontecerá neste sábado (31) e o time potiguarvai enfrentar a seleção italiana, às 17h, no estádio Puskas, na Hungria.

PENDURADOSDos três jogadores pendurados do América que enfrentaram o Lu-

verdense-MT, apenas Fabinho sofreu o terceiro cartãoa amarelo e nãoenfrenta o Sampaio Corrêa, pela última rodada, fora de casa, antes dorecesso da Copa do Mundo. Os outros dois pendurados são Isac e Ro-drigo Pimpão.

BOBINHO É UM PERIGOO lance do carrinho de Daniel Alves durante o tradicional "bobi-

nho" que quase machucou Bernard, ontem, no treino da seleção, colo-ca em xeque a brincadeira de rua que foi levada para dentro dos gra-mados profissionais. Em 15 anos de setorista, confesso que nunca as-sisti a um "bobinho" amigo e descontraído. É sempre as "ganhas" comodiz a gíria dos boleiros, principalmente quando alguém fica por maisde 30 segundos na roda. O sangue esquenta e o carrinho começa a

De todos os jogos que o América fez no Nazarenão, não me recordode um gol mais bonito que o de Rodrigo Pimpão, ontem à noite, contra oLuverdense. E olha que não foram poucos jogos em Goianinha. Teve todaa Série C e o Campeonato Estadual de 2011, depois a Série B de 2012 e2013, Copa do Brasil, Copa do Nordeste, mais estadual e amistosos, achoque perto de 100 partidas. Pois bem, entre dezenas e dezenas de gols estu-fados nas redes goianinhenses, o de Pimpão foi uma pintura, um legítimogol de placa. Confesso que não sabia que o atacante americano fosse capazde fazer um gol como aquele, pegar um cruzamento pelo alto, entre doiszagueiros e fazer aquele giro no ar, lembrando os voleios de Bebeto. Comcerteza esse golaço ficará marcado na história do Nazarenão que tantas ale-grias tem dado ao América. Valeu pela demora do gol e os três pontos con-quistados, pois agora o América vai jogar com mais tranquilidade contra oSampaio Corrêa no último jogo antes do recesso da Copa do Mundo.

VITÓRIA SURPREENDENTEDepois de um primeiro tempo sofrível e um início de etapa

final com cara de empate, quem poderia apostar na vitória doABC sofre o Avaí, ontem, na Ressacada. Mas valeu a qualida-de individual de Rogerinho que fez aquele cruzamento de bolaparada na medida para Lúcio Flávio marcar de cabeça o gol quecolocou o ABC novamente no G-4.

MADSON X PATRICKPenso que o jogo de ontem em Florianópolis serviu para Zé

Teodoro concluir que Patrick não pode ser banco de Madson. Ape-sar de toda pompa para o jogador do Bahia, Patrick ainda é maiscompleto. Fal muito bem a função de lateral e de ala, marca efaz a passagem com qualidade, pois tem melhor passe e cruza-mento.

JIU-JITSUO Nordeste Open de Jiu-Jitsu abre inscrições para a segun-

da etapa de 2014 a partir da próxima quarta-feira (4), através dosite do evento (www.nordesteopenjj.com.br). Em função do au-mento de público e do número de atletas, a segunda edição desteano será realizada no Ginásio Nélio Dias, na zona Norte deNatal.

MARISTAEm ritmo de Copa do Mundo, o Colégio Marista de Natal

realizou durante esta semana a 54ª Edição dos Jogos Internos Ma-rista. Hoje (31), serão realizadas as finais das modalidades co-letivas. O futebol é o mais disputado na competição inter-clas-se. Os JIMs contaram ainda com: futebol soçaite, vôlei, basque-te, natação, tênis de mesa, xadrez, karatê e judô. Futsal e han-debol vão realizar torneios à parte depois do recesso escolar.

O MAIS BONITO DO NAZARENÃODivulgação

COM DIREITO A GOLAÇO DE PIMPÃO,AMÉRICA VENCE LUVERDENSE

ALVIRRUBRO GANHOU POR 2 A 0 E SUBIU DUAS POSIÇÕES NA CLASSIFICAÇÃO

Jogo realizado ontem à noite em Goianinha ficou marcado pelo belo gol de voleio do artilheiro Rodrigo Pimpão

A seleção de judô do RioGrande do Norte vai disputar nessefinal de semana o CampeonatoBrasileiro Sub-18, em São Luiz, noMaranhão. A delegação compostapor dez atletas e um técnico temcomo principal destaque o judocaAntônio Paulo de Miranda, medal-ha de ouro no CampeonatoBrasileiro Regional.

Campeão na seletiva entre osestados do Nordeste, Antônio queragora ser o primeiro lugar no país.

"Venho treinando forte diaria-mente, já conquistei o título re-gional e o meu objetivo agora éser o melhor do Brasil", disse oatleta potiguar.

O técnico da seleção, Emer-son Ramos, também está confi-ante e revelou que o grupo temcondições de trazer pelo menostrês medalhas para o Rio Grandedo Norte. "Nosso nível técnico nacategoria sub-18 é muito bom,temos atletas experientes e quali-

ficados, em condições de lutar porpelo menos três medalhas para onosso estado", comentou otreinador. A delegação potiguar écomposta por quatro atletas nofeminino e seis no masculino.

São eles: Brena Santos, Lore-na Beatriz, Lidrielly França, MayraLima, Michael Menezes, CarlosVictor de Lima, Antônio Paulo deMiranda, Guilherme Pinheiro, Ri-cardo Anderson e Alex WilkerCavalcante.

> JUDÔ

SELEÇÃO POTIGUAR DISPUTA OCAMPEONATO BRASILEIRO SUB-18

Judoca Antônio Paulo (E) tem chances de lutar por medalha em São Luiz-MA

José Aldenir

Divulgação

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Sábado e DomingoNatal, 31 de maio e 1 de junho de 201416 O Jornal de HOJE Esporte

Passe LivreRUBENS LEMOS FILHO - [email protected]

Barrados na festaDepois da Copa de 1950, o Brasil surrou o Uruguai em três oca-

siões históricas devolvendo com juros e soberba a derrota do Maraca-nazo. Em 1970, ganhou de 3x1 nas semifinais, em 1989, conquistoua Copa América depois de 50 anos, num 16 de julho, data do desastreda derrota funeral.

Para não restar dúvidas, em 1993, Romário despachou a Celesteda Copa do Mundo numa das maiores exibições individuais do tem-plo do futebol. No Ex-Maracanã épico igual ao tempo das imagens doCanal 100, o Baixinho deu lençol, meteu caneta, deu de um lado, pegoude outro, tocou de chilena, de calcanhar e marcou os dois gols que evi-taram a primeira eliminação do Brasil de um Mundial e começaram agarantir o tetra.

Foi suficiente? Não. Ainda se quer ganhar 1950 mesmo com todosos 11 jogadores mortos. O último ataque foi uma jogada aérea desor-denada e desesperada sobre a pequena área e o goleiro Máspoli defen-deu pressionado pelo centroavante Ademir Menezes.

O árbitro apitou e 200 mil pessoas instalaram um velório coletivoseguido de uma procissão lenta e fluvial que permanece até hoje nateimosa expectativa do impossível 2x2. O Uruguai celebra 1950 commenos fervor do que o Brasil comemora seus cinco títulos mundiais.O luto é um prazer mórbido e mais atraente que o florescer para muitagente.

É quando entra o imaginário bem nosso de buscar nos ausentes asrazões dos fracassos incorrigíveis .Muitos viúvos de 1950, hoje devi-damente sepultados e repousando em suas covas, protestavam comfervor pela falta do ponta-direita Tesourinha, gaúcho revelado pelo In-ternacional e integrante do fabuloso Expresso da Vitória do Vasco(RJ),base da seleção amaldiçoada pelo vice-campeonato.

Cortado pelo técnico Flávio Costa, que optou por usar Maneca im-provisado, Friaça ou Alfredo Segundo, Tesourinha foi o primeiro gran-de driblador brasileiro. Depois dele veio Julinho e para sempre nasceuMané Garrincha.

Tesourinha, para os finados inconformados, teria sido o Ghighiapatropi, destroçando os uruguaios em cortes delirantes e cruzamentospara Ademir e Zizinho. "Ah! Se Tesoutinha estivesse no Maracanã na-quela tarde", sofria um tio querido, que viu o jogo na arquibancada ejamais curou a ferida.

Em 1954, o conservadorismo do técnico Zezé Moreira deixou noBrasil o gênio Zizinho. Aos 33 anos, jogava o fino e era unanimidadepara vestir a camisa 10, usada pelo palmeirense Humberto Tozzi. Nafamosa Batalha de Berna, Zizinho, segundo os antepassados, teria evi-tado o vexame da derrota de 4x2 e o nervosismo geral do time, quenão soube perder e brigou no vestiário, atingindo até o Ministro de Es-portes adversário.

Na máquina de 1958, campeã brincando na Suécia, há quem re-clame duas ausências. A do armador Luizinho, o Pequeno Polegar,ídolo do Corinthians, e do vascaíno Almir Pernambuquinho, preteri-dos pelos flamenguistas Moacir e Dida. Mero detalhe. Ambos seriam,como foram os escolhidos, talentosos e privilegiados espectadores.

>>>>>>No bicampeonato de 1962, Almir jamais perdoou a escolha do sal-

vador Amarildo, o Possesso, que entraria no lugar do machucado Pelépara marcar os gols do Brasil na decisiva virada contra a Espanha noúltimo jogo da classificatória. No ano seguinte, pelo Santos, Almirtirou Amarildo, então no Milan, com uma porrada no tornozelo: "Vocêtomou meu lugar, safado!".

Outros nomes incontestáveis ficaram fora da lista dos 22. De Sordi,o homem que não jogou a final de 1958 alegando duvidosa contusãoe ofereceu Djalma Santos ao mundo, perdeu a vaga reserva para JairMarinho.

Djalma Dias, exuberante, foi mandado embora, como seria em1966. Em 1970 foi excluído após ser titular nas Eliminatórias. E Qua-rentinha, artilheiro do Botafogo, perdeu, com justiça, o lugar para Vaváe Coutinho.

Fora de forma e praticamente ex-jogador, Djalma Santos foi à Copade 1966 manchar sua biografia. Viajou pela dignidade tão gigantequanto o futebol. O outro lateral era Fidélis, do Bangu, limitado e mar-cador, futuro campeão no ABC. No Brasil ficou um jovem virtuoso,Carlos Alberto Torres, inconformado. Foi melhor para ele. Escapou dofiasco.

Dirceu Lopes e Ademir da Guia tinham vez em 1970 nos lugaresde Dario e de um dos cinco zagueiros. Tampouco influiriam no resul-tado. Clodoaldo foi literalmente sacaneado em 1974. O médico LídioToledo gostava de guilhotinar craques.

Liberou Corró para jogar um amistoso na Suiça, ele saiu machu-cado e pediu para ficar em tratamento, junto com o lateral-direito ZéMaria. Deixaram Zé e cortaram Clodoaldo, afetando diretamente ocraque Rivelino, seu grande amigo e solidário até a despedida do ca-misa 5.

Falcão fez falta em 1978 e teria mudado, sim, o trem desgoverna-do de Cláudio Coutinho. Ele, Marinho Chagas e Paulo Cézar Caju ti-nham vaga de costas no time tosco e "campeão moral".

Em 1982, Reinaldo seria o centroavante ideal pelo toque de bolaeletrizante ao estilo de Cerezo, Falcão, Zico e Sócrates. Sem ele, Ca-reca. Sem Careca, Roberto Dinamite. Jogou Serginho Chulapa, o me-lhor zagueiro central daquela Copa perdida por capricho e para o fu-tebol pragmático da Itália.

Renato Gaúcho, um boçal, não deveria ter sido cortado em 1986.Não existia melhor atacante no Brasil do que ele. Jogava por seis vezesMuller. Renato, naquele calor contra a França, teria arrebentado a zagaem fintas descadeirantes.

Na Copa da Itália, a pior depois de 1966, não se deve prolongar opapo sobre um time com Sebastião Lazaroni de técnico, três zaguei-ros, Dunga e Alemão no meio-campo e Bismarck entre os 22 enquan-to Geovani assistia pela TV em Vitória(ES). Maradona foi (nosso) jus-ticeiro.

O tetra significou Romário, apunhalado em 1998. Cortado comprazer por Lídio Toledo, Romário não tremeria como amarelou Ronal-do na final. O Brasil talvez perdesse. Mas com o Baixinho, qualquerbala acertaria a testa do inimigo. É o requiem dos que não foram. É

FELIPÃO DEMONSTRAPREOCUPAÇÃO COM MÉXICO

BLATTER CONFIRMACANDIDATURA À REELEIÇÃO DA FIFA

TÉCNICO DA SELEÇÃO FAZ TREINO ESPECÍFICO DE MARCAÇÃO COM OS ATLETASApenas 17 jogadores da Sele-

ção Brasileira participaram do trei-no de ontem na Granja Comary,em Teresópolis, no Rio de Janeiro.Foram poupados seis titulares entreeles o goleiro Júlior César, os late-rais-esquerdos Marcelo e Maxwell,o zagueiro Thiago Silva e os meiasFernandinho e Oscar. No treino, otécnico Felipão mostrou preocupa-

ção com a bola aérea do México,adversário do Brasil na fase de gru-pos da Copa do Mundo.

Scolari dedicou boa parte dotreino de posicionamento defensi-vo orientaando seus jogadores decomo devem se posicionar duran-te os ataques do México. "Cinquen-ta por cento das jogadas do Méxi-co são isso aqui. Não precisa bater

(o escanteio), é só para a gente ver",afirmou o treinador, mostrandoonde quer cada um de seus jogado-res defensivos na hora de defenderos cruzamentos. "Tomamos uns dezgols do México assim, perdemos aOlimpíada assim", disse aos atletas.

Os jogadores que não treina-ram fizeram um trabalho à parte demusculação, além de exercícios na

bicicleta ergométrica. É possívelque alguns deles sejam mesmo ve-tados por Felipão para o amistosocontra o Panamá, na próxima terça-feira, em Goiânia. Depois da ativi-dade principal, os jogadores fora-mo liberados para o futevôlei, en-quanto que o atacante Fred treinoualgumas cobranças de penalidadescontra o goleiro Vitor.

Apenas 17 jogadores participaram do treino com bola na Granja Comary

O presidente da Fifa, JosephBlatter, afirmou, em entrevista aosite oficial da entidade, que preten-de chegar ao Brasil neste domingo(01), para acompanhar os prepara-tivos do país para a Copa doMundo. De acordo com o cartola,o primeiro passo ao pisar em solobrasileiro será realizar uma visita apresidente Dilma Rousseff. Blattertambém destacou a empolgaçãocom mais um Mundial na carreira."Será minha décima Copa doMundo em seguida e estou empol-gado", disse Blatter que tambémconfirmou ser candidato à reeleiçãoda Fifa. "Não sou candidato, porora, porque o período para candi-daturas não está aberto. O meumandato termina em 2015, em umano, mas a minha missão nuncaacabará. Estou disponível para essamissão e direi isso ao Congresso,mas é o Congresso que tem de dizersim ou não. Tem de haver união naFifa", disse o presidente.

Presidente da Fifa chega neste domingo ao Brasil

> BRASILEIRÃO

VITÓRIA E SPORTBUSCAM RECUPERAÇÃO

Vitória e Sport se enfrentamneste sábado (31), às 21h, pela nonarodada do Campeonato Brasileiro.Com o Barradão e a Arena FonteNova cedidos à Fifa até o final daCopa do Mundo, a partida aconte-ce no estádio Joia da Princesa, emFeira de Santana. Buscando uma

recuperação na competição, os doistimes não vivem bons momentosna competição. O Vitória está a umaposição da zona de rebaixamento,em 16º lugar, com sete pontos e oSport, do técnico Eduardo Baptis-ta, é apenas o 15º colocado, comoito pontos. A abertura da nona ro-

dada ainda terá neste sábado SãoPaulo e Atlético-MG, às 18h30, noestádio do Morumbi.

O técnico Levir Culpi ganhouum problema para o duelo contrao São Paulo. É que o zagueiroRéver segue com um o tornozeloesquerdo torcido e já foi vetado

pelo departamento médico. Comisso, o treinador já confirmou a en-trada do ex-são-paulino Edcarlosao lado de Leonardo Silva. Aindajogam hoje Coritiba e Goiás, às18h30, no estádio Couto Pereira.O Coxa é o lanterna do campeona-to, com apenas quatro pontos.

Fotos: Divulgação