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8/19/2019 31 Grelha Temas 1Cham

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Concurso de ingresso para a formação inicial no Centro de Estudos Judiciários

Tribunais Judiciais

Março 2014, primeira chamada

Grelha de correcção e avaliação

I.

O presente documento deve ser utilizado em articulação com a edição oficial doenunciado.

Indicações gerais:

(A) Dimensão da prova: indicou-se aos candidatos um volume máximo de quatro páginas (partes riscadas obviamente não incluídas). Se a prova incluir folhas adicionais,apenas serão corrigidas as quatro primeiras páginas, ignorando-se o conteúdo das

restantes.

(B) Correcção linguística: A lógica de cálculo da nota é a seguinte: em primeiro lugar,calcula-se uma nota somando pontos correspondendo às qualidades substantivas da

prova; em segundo lugar, deduz-se desta nota até dois pontos de penalização, calculadosem função do número de erros ortográficos e de sintaxe. Conta-se uma dedução de 0,1

ponto por erro. A dedução pode ir até 2 pontos. Quem fizer mais de 20 erros éreprovado.

Por precaução, mesmo nesse caso de reprovação por erros, convirá sempre avaliar eatribuir uma nota também ao conteúdo das respostas.

(C) Correcção da substância: apresenta-se a seguir uma tabela identificando os cinco parâmetros aplicados. Os parâmetros 1, 4 e 5 (“Pertinência”, “Criatividade” e“Estruturaçãoo”) são parâmetros gerais e aplicam-se de maneira semelhante a todas as

perguntas. Os parâmetros 2 e 3 (“Rigor na definição dos conceitos” e “Qualidade dainformação”) dependem mais directamente das várias perguntas. Indicações adicionaisem relação a estes dois parâmetros encontrar-se-ão, portanto, a seguir a cada pergunta.

(D) Escala de correcção: A cada parâmetro corresponderá um valor de 0 a 2,00 ,aplicando-se a seguinte escala:

Excelente: ........................................ 2,00

Muito bom: ....................................... 1,75Bom: ................................................. 1,50Razoável: .......................................... 1,25Suficiente: ......................................... 1,00Insuficiente: ...................................... 0,75Mau: .................................................. 0,50Muito mau: ....................................... 0,25Ausência de resposta: ....................... 0,00


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Concurso de ingresso no CEJ 2014, Tribunais Judiciais – Prova de cultura geral, primeirachamada

Grelha de avaliação e correcção – p. 2

II.

Mais concretamente, em relação aos parâmetros gerais, a escala aplicar-se-á da maneiraseguinte:

Parâmetros 1 e 5: Partir-se-á do máximo, deduzindo fracções em função dasincorrecções encontradas. Exemplos: uma resposta que, do ponto de vista da

estruturação, apresenta o defeito de não se separarem parágrafos poderá baixar para1,75 ou 1,5 no parâmetro 5; se também apresentar uma repetição não justificável damesma ideia, agrava-se a penalização e baixa-se para 1,5 ou 1,25, etc.; uma respostaonde se encontrou uma digressão pouco pertinente e não adequadamente justificada

baixa, no parâmetro 1, para 1,75 ou 1,5; mais outro elemento não pertinente: baixa maisum bocado. Digressões não inteiramente necessárias poderiam, no entanto, sercompensadas pelo facto de as questões centrais serem claramente destacadas eabordadas em prioridade.

Parâmetro 2: Partir-se-á do mínimo, aumentando o valor em função do rigor naformulação e definição do/s conceito/s, na qualidade da terminologia científica

utilizada, na capacidade de os relacionar entre si num arranjo coerente e integrado.

Parâmetro 3: Partir-se-á do mínimo, aumentando o valor em função do que se encontrarde pertinente, em particular referências à bibliografia indicada na perspectiva das

provas, ou a outras leituras. Tratando-se de provas sem consulta, a apreciação deste parâmetro não poderá ser formalista. Uma resposta revelando globalmente uma boacultura geral, mesmo que não refira fontes específicas de conhecimento, deveriamerecer pelo menos 1 neste parâmetro. Também aqui convirá combinar dois critérios:diversidade das referências, por um lado; precisão nestas referências. Uma referênciaclara a um artigo ou livro pertinente bem identificado e entendido (mesmo que existamfalhas técnicas menores na referência) poderá garantir o máximo de 2 pontos. Uma

referência breve ou não inteiramente desenvolvida, mas apesar de tudo reveladora deum esforço de aproximação à literatura científica, poderá garantir 1, 1,5 pontos.

Parâmetro 4: Partir-se-á do 1, aumentando o valor em função do que se encontrar de positivo (ver os indicadores referidos na tabela). Uma resposta globalmenteconvincente, sem originalidade mas sóbria, deveria merecer pelo menos 1 neste

parâmetro. Chavões, banalidades, prenoções de senso comum devem conduzir a umaredução. Em contrapartida, pensamento original e autónomo deve ser premiado por umaumento na pontuação.


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Parâmetrosde avaliação(entre aspas aterminologia

legal)

Pon-tua-ção

Competências a avaliar Indicadores

1. Pertinência

(“Pertinência”)

2 Capacidade de entender a perguntae de focalizar / delimitaradequadamente a sua exposição emfunção desta pergunta

Temas principais da respostacorrespondem directamente àpergunta. Ausência de elementos deresposta sem ligação óbvia ouadequadamente justificada com apergunta (a “palha” deve serpenalizada).

2 Rigor nadefinição dosconceitos

2 Capacidade de se focar nosconceitos propostos, de os definir emtermos científicos ajustados,eventualmente decliná-los em

indicadores interessantes para aresposta, e de os utilizar de maneiraconsistente.

Conceitos trabalhados correspondemexactamente àqueles referidos napergunta (e não outros). Uso delinguagem científica na sua definição.

Referência a indicadores queoperacionalizam o conceito.

3. Informação(“Qualidade dainformação”)

2 Capacidade de aproveitar abibliografia indicada para as provasou outras leituras feitas, invocandoautores ou obras em que osconceitos ou os temas propostostenham sido abordados oudiscutidos.

Existência da referência a textos,autores ou outras fontes (documentais,estatísticas) na resposta. Referências àcomunicação social (ex.: artigos deopinião, cadernos temáticos, notícias ereportagens da actualidade), desdeque criteriosas, são bem vindas.

4. Criatividade

(“Capacidade

de aplicação”[dopensamentodos autoresestudados edo própriocandidato],“simplicidade”)

2 Capacidade de diversificar as fontesde inspiração e de compor demaneira convincente as ideias quedestas se derivam.

Capacidade de expressar em termossimples ideias complexas.

Possuir um estilo próprio, “fazerdiferença”.

Referências a obras não incluídas nabibliografia ou pouco conhecidas,podendo tratar-se tanto de textos comode outras obras de arte / culturais;relacionamentos particularmente bemconseguidos entre os elementos deresposta; entre diferentes leituras e/ouexemplos vividos ou retirados daactualidade; capacidade de ilustrar porexemplos concretos; originalidade naescolha destes exemplos oureferências; conclusões imaginativas;capacidade de devolver perguntas /imaginar novas perguntas, etc. Devemvalorizar-se provas que visivelmente secentram nos temas de reflexão e nãose preocupam em corresponder às

expectativas dos correctores; quesaibam ser ousadas.


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5.Estruturação

(“Síntese,simplicidade eclareza daexposição”)

2 Capacidade de produzir um textobem construído, fluido, com fiocondutor, oferecendo uma boaexposição do pensamento.

Texto estruturado: parágrafosadequadamente dimensionados /recortados; partes claramenteidentificadas; ordenamento da matériaadequado à matéria a expor; equilíbrioquantitativo entre as partes; existênciade elementos introdutórios econclusivos; ausência de repetições;ausência de “saltos” não justificáveisna exposição. Capacidade derelacionar com precisão entre si oselementos das diferentes partes dotrabalho.

Correcçãolinguística(ortografia,sintaxe,pontuação).

[penalizaçãoaté 2pontosnegativos,ou

reprova-ção]

Capacidade de elaborar um textobem escrito.

III. Prova

Encontram, seguidamente, propostas de resposta às perguntas formuladas. A alínea a)das perguntas implica um maior “fechamento” da resposta (e recobre, basicamente, o

parâmetro 2). Já a alínea b) permite uma enorme variedade de abordagens; os exemplosque aqui surgem são meramente indicativos. Mas os correctores devem contemplarqualquer outra modalidade de abordagem, desde que cumpra a resposta ao enunciado (oque se poderá apreciar à luz dos restantes parâmetros).

PRIMEIRA CHAMADA

I

a) Elementos de definição


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Família:

Importante será uma devida consideração da diversificação das situações às quais seassiste nestas últimas décadas.

A discussão do conceito de família poderá abranger os seguintes aspectos: institucional(casamento, união de facto, legalmente reconhecida ou não); fundamentos (filiação

biológica, comunhão de vida); característica do casal (heterosexual, entre pessoas domesmo sexo); abrangência (incluindo duas gerações ou mais, filiações directas outambém colaterais); historial (famílias recompostas).

Possíveis redes de solidariedade além dos agregados familiares, fundamentadas emrelações de parentesco, relações de vizinhança, etc.

Necessidade de se ter em conta também as situações de “singles”, pessoas que vivem só.

Estado social:

Conceito do Estado que se formou e implementou entre o fim do século XIX e o fim daII Guerra Mundial, que atribui ao Estado, além de funções de garantia da ordem públicae das liberdades dos cidadãos, funções sociais, em particular nos domínios da educação,da saúde e da protecção social.

A generalização do conceito corresponde a consagração dos direitos sociais das pessoastanto em instrumentos jurídicos internacionais (Declaração universal dos direitos dohomem, Pactos internacionais em matéria de direitos humanos, instrumentos regionais,nomeadamente europeus) e em Constituições nacionais.

O Estado social pode contribuir para condições económicas e políticas favoráveis aodesenvolvimento (reduzindo a conflitualidade social e os sentimentos de insegurança; promovendo a saúde pública e favorecendo a formação dos cidadãos), mas tambémacarreta custos e conduz ao desenvolvimento de burocracias complexas, difíceis de segerir e reformar.

O que deveria ser um Estado social dá lugar desde os anos 1980 a intensos debates políticos e académicos. Entre as questões debatidas: deve o Estado garantir pelos seus próprios organismos prestações de um nível elevado, ou deve o Estado social limitar-sea garantir prestações mínimas e deixar a operadores privados a iniciativa de oferecer

prestações mais completas?


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b) Elementos de resposta à pergunta de desenvolvimento

(chamada de atenção: apenas um exemplo de resposta)

O Estado desenvolve mecanismos de protecção das pessoas na velhice (pensões dereforma, cuidados de saúde, instituições destinadas a acolher pessoas que necessitam deum apoio mais permanente, etc.). Face ao envelhecimento da população, poderá ser

irrealista pretender responder a todas as necessidades destas categorias de pessoas por prestações do Estado. E poderá ser prejudicial ao bem estar destas pessoas o seucuidado ser entregue inteiramente a entidades especializadas, em detrimento do tecidode relações nas quais estas pessoas se encontravam inseridas.

As famílias poderão ter vocação em intervir nesta matéria. Deve no entanto ter-se emconta a diversidade actual das realidades familiares, e as outras necessidades às quais asfamílias devem responder (nomeadamente apoio a filhos durante fases de formação oude estabilização profissional que se prolongam cada vez mais).

Sejam quais forem os recursos das famílias face às necessidades das pessoas idosas, um

desafio, na actualidade, é de organizar os meios de intervenção públicos não apenas nosentido de prestações directas às pessoas idosas, mas também de prestações de apoioaos familiares das pessoas com necessidades, nomeadamente facilitando-lhes aconciliação entre as tarefas de apoio a estas pessoas e as suas obrigações profissionais,mas também formando-as e garantindo um apoio psicológico nas casos mais difíceis.

Entre os outros actores, pensa-se em primeira linha às instituições particulares desolidariedade social. Está actualmente a desenvolver-se também a oferta comercial deserviços à pessoa.

Um domínio particularmente importante é a formação, a acreditação e oacompanhamento de cuidadores susceptíveis de serem contratados pelas famílias, assimcomo a fiscalização das entidades que intervêm nesta matéria.

II

a)Pegada ecológica urbana: Todos necessitamos de um certo quantum de território parasobreviver, o qual corresponde a um espaço ecológico para sustentar um determinado

sistema económico. É possível calcular esse espaço ecológico e determinar a sua áreasegundo uma ferramenta denominada de pegada ecológica. Esta é ainda um indicador


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do metabolismo urbano. A metodologia de cálculo da pegada ecológica consiste emcontabilizar os fluxos de matéria e energia que entram e que saem de um sistemaeconómico e converter esses fluxos em área correspondente de terra ou água existentena natureza para sustentar esse sistema, ou seja, calcular a capacidade de carga doambiente.

O conceito de pegada ecológica integra as recentes noções que permitem perceber o peso, em termos de consumo de recursos, de uma actividade, uma empresa, umafamília, um país ou uma cidade. Essa pegada pode medir-se em termos de hectaresnecessários a suprir as necessidades de uma unidade – e no caso das cidades essa

pegada pode ser bem funda e pesada. Segundo Girardet, a pegada ecológica das cidadesé um efeito global do seu consumo de recursos.

Metabolismo urbano: o conceito de metabolismo urbano, que emergiu há cerca de 30anos, aponta para uma abordagem holística do planeamento urbano, explorando asinteracções entre fluxos de recursos, processos de urbanização, produção de resíduos equalidade de vida, tendo mais recentemente passado a incluir também as dinâmicas dasáreas urbanas e a sua sociabilidade.

Para proceder à análise do ecossistema urbano avaliam-se os inputs e outputs da cidadecomo uma forma de entender o seu metabolismo.

Segundo Girardet, as cidades, como outros grupos de organismos, possuem ummetabolismo que é possível definir e que consiste no fluxo de recursos e produtosatravés do sistema urbano para benefício das respectivas populações. O metabolismo damaioria das cidades modernas é essencialmente linear e não circular, como na natureza,sendo os recursos obtidos sem grandes preocupações no que respeita à sua origem ouao destino dos resíduos produzidos.

Sustentabilidade urbana: É possível encontrar na literatura dois tipos de tratamento paraa questão da sustentabilidade urbana: um tratamento normativo, empenhado em delinearo perfil da cidade sustentável a partir de princípios do que se entende por um urbanismoambientalizado, e um tratamento analítico que toma a problematização das condiçõessociopolíticas em que emerge o discurso da sustentabilidade, aplicado às cidades. O

primeiro parte da questão ambiental e o segundo da questão social e política.

A sustentabilidade urbana é um conceito interdisciplinar e de dificil caracterização. Asua concretização em meio urbano depende de acções políticas, sociais e ambientais.

A expressão sustentabilidade remete para o conceito de gestão sustentável dos recursosambientais no espaço e no tempo. No caso da sustentabilidade urbana, trata-se dagestão sustentável do espaço urbano, tendo em vista estratégias de inclusão social,equidade no acesso aos recursos ambientais e realização da justiça ambiental.


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Cidades sustentáveis: o conceito reconhece que a cidade precisa de satisfazer objectivossociais, ambientais, políticos e culturais, tanto quanto objectivos económicos. Umacidade sustentável é uma cidade justa, uma cidade criativa, uma cidade ecológica, umacidade de mobilidade e contactos fáceis, uma cidade compacta e policêntrica, umacidade diversa.

Não existem definições consensuais sobre o que constitui uma cidade sustentável, peloque se podem encontrar na literatura diversas alternativas. Vejamos, a título deexemplo, duas delas:

O objectivo da sustentabilidade numa cidade é a redução do consumo de recursosnaturais e da produção de resíduos, melhorando simultaneamente a sua vivência, deforma a que ela se adapte melhor às capacidades dos ecossistemas locais, regionais eglobais;

“Uma cidade sustentável é organizada de modo a tornar todos os seus cidadãos capazesde satisfazer as suas necessidades e de melhorar o seu bem-estar, sem prejudicar omundo natural ou pôr em perigo as condições de vida de outras pessoas, agora ou no

futuro” (Girardet).

b) Argumentos do autor a propósito da importância da interdisciplinaridade:

Não há soluções “feitas; abertura ao diálogo disciplinar e profissional (técnico), mastambém social; contínua aprendizagem com os exemplos de boas práticas.

A cultura da sustentabilidade implica uma preocupação e abordagem transversais que seconsubstanciam em ponto de encontro disciplinar e técnico.

Só a abordagem interdisciplinar permite enquadrar e incorporar o ser humano nosecossistemas e, por consequência, contribuir para a construção de cidades sustentáveis.

A ciência da sustentabilidade é um ramo interdisciplinar da ciência que procuraentender as interacções dinâmicas entre sociedade e natureza, dando igual atenção àforma como as mudanças sociais afectam o ambiente e como o ambiente molda asociedade, com o objectivo último de contribuir para o desenvolvimento sustentável.

III.

a) “Modernidade tardia” é o conceito a definir, a partir da proposta de Giddens.


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Contornos que podem ser referidos (quantos mais melhor, e com recurso à terminologiado autor).

- a contextualização no tempo : da modernidade, a Europa pos-feudal (mundoindustrial, capitalismo, controlo das populações (Foucault), estados-nação e potencialdestruidor) à modernidade tardia.

- dimensões da modernidade tardia (“a runaway world”):

Separação do tempo e espaço; disembedding das instituições sociais (confiança esegurança; risco); reflexividade institucional (o uso de conhecimentos -nomeadamente científicos- sobre as condições de vida social como um elementoque as molda e informa).

Do ponto de vista do indivíduo, o self torna-se um projecto reflexivo: vivernuma sociedade de risco significa a experiência permanente de uma atitudecalculista sobre as possibilidades de acção, o confronto com um reportório devalores contraditórios entre si, a exposição a contrafactos. A ideia de escolha e o

estilhaçar dos referentes normativos totais. A complexa diversidade enecessidade de escolhas: “We have no choice but to choose”.

O indivíduo é desafiado a dar uma unidade a todas essas diferentes escolhas comque é confrontado, com as quais deve fabricar a sua identidade única. Tambémno campo da intimidade: a construção, o compromisso da “relação pura”.

b)

Mudança demográfica contemporânea. Exemplos possíveis (estar aberto a outros):

- queda da fecundidade, do nº filhos por casal, aumento dos filhos únicos (a outra face

do “envelhecimento” que também pode ser invocada), ..: a procriação é uma escolhaindividual ou conjugal (entre outras, nomeadamente a realização profissional doindivíduo) e não um destino biológico a cumprir; a procriação desligada da sexualidadeactiva e da conjugalidade; a procriação como realização de si

- a queda do número do casamentos e o aumento do divórcio: a relação pura resulta deum compromisso individual, permanentemente negociado e refrescado - semenquadramento institucional ou “âncoras externas” que lhe imponham um quadro deestabilidade; focada na intimidade; a relação vale por si e pela gratificaçãoafectiva/sexual que traz aos parceiros.

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