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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA Pós-Graduação Lato Sensu em PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E EDUCACIONAL Prof. MS. JOÃO LUIZ DERKOSKI Av. Gabriel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000 www.pos.ajes.edu.br [email protected] Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático. De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98. 1 CURSO: PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E EDUCACIONAL DISCIPLINA: DINÂMICA DE GRUPO Professor: Ms. João Luiz Derkoski Nossa proposta Refletir e sentir a possibilidade da aplicação da dinâmica de grupo na prática psicopedagógica. Sumário Assunto Página Apresentação.....................................................................................................02 Diferenças entre dificuldades e distúrbios..........................................................03 As dinâmicas de grupos como práticas de ensino na psicopedagogia..............05 Principais Teorias...............................................................................................10 Localização da dinâmica de grupo diante das diversas ciências.......................11 Aplicação da dinâmica grupal.............................................................................11 A dinâmica grupal e a docência..........................................................................13 Ciclo docente......................................................................................................13 Construção conjunta do conhecimento e as dinâmicas.....................................15 Resistência à ludicidade e às dinâmicas...........................................................16 Planejamento de ensino....................................................................................17 Passos das dinâmicas.......................................................................................18 Escolhendo as dinâmicas..................................................................................19 Sugestões: dinâmicas e jogos...........................................................................25 Bibliografia.........................................................................................................31

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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

Pós-Graduação Lato Sensu em PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E EDUCACIONAL Prof. MS. JOÃO LUIZ DERKOSKI

Av. Gabriel Muller, 1065– Modulo 01 – Juina – MT – CEP 78320-000 www.pos.ajes.edu.br – [email protected]

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CURSO: PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E EDUCACIONAL

DISCIPLINA: DINÂMICA DE GRUPO Professor: Ms. João Luiz Derkoski

Nossa proposta

Refletir e sentir a possibilidade da aplicação da dinâmica de grupo na prática psicopedagógica.

Sumário

Assunto Página Apresentação.....................................................................................................02 Diferenças entre dificuldades e distúrbios..........................................................03 As dinâmicas de grupos como práticas de ensino na psicopedagogia..............05 Principais Teorias...............................................................................................10 Localização da dinâmica de grupo diante das diversas ciências.......................11 Aplicação da dinâmica grupal.............................................................................11 A dinâmica grupal e a docência..........................................................................13 Ciclo docente......................................................................................................13 Construção conjunta do conhecimento e as dinâmicas.....................................15 Resistência à ludicidade e às dinâmicas...........................................................16 Planejamento de ensino....................................................................................17 Passos das dinâmicas.......................................................................................18 Escolhendo as dinâmicas..................................................................................19 Sugestões: dinâmicas e jogos...........................................................................25 Bibliografia.........................................................................................................31

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Apresentação

O procedimento pedagógico nas práticas pedagógicas, composto de

tecnologia e sócio-interacionismo vem tomando expressiva conotação. A criança, o jovem e o adulto já não se contentam com aulas monologadas,

dissertativas, monótonas e sem contextualização prática com o que acontece no dia-dia.

A mídia geral rápida se encarrega de divulgar por imagem, som, produções sensacionais, coisas, fatos e aparelhos o que muitos professores desatualizados nem sabem que existem e se conhecem não aprenderam como tratar pedagogicamente tais situações.

Muitos professores preocupados com essa onda, e na intenção de melhorar suas aulas, utilizam dinâmicas de grupos, o que é um avanço, quando planejadas como componentes de atividades motivadoras ou esclarecedoras do temas propostos pela disciplina em desenvolvimento.

O problema é identificado quando a prática pedagógica se estende a alunos com dificuldades ou distúrbios de aprendizagem e que em seus direitos de cidadania devem ter seu desenvolvimento pessoal e sua inclusão social garantidos, através de professores com capacitação especial para trabalho tão diferenciado e que em raras exceções recebem formação contínua e atualizada para poder cumprir o que exigem a Constituição Federal, Lei Diretrizes e Bases da Educação e as demais normas de garantia a cidadania.

Parafraseando Gonçalves (2.011): Será através deste novo olhar a cerca deste sujeito em sala de aula portador de suas singularidades orgânicas, funcionais ou sintomáticas, que a educação poderá construir um novo caminho frente aos desafios de diversificar o olhar diante de cada aluno, que possibilitará igualdade de oportunidades de aprendizagem.

A disciplina dinâmica de grupo não pretende apresentar receitas prontas para resolver todas as dificuldades da psicopedagogia, mas se apresenta como contributo para prática de ensino, mesmo porque nesta área se encontram mais formas de tratamento para doentes da aprendizagem do que atividades interativas bio-socio-psicopedagógicas para tornar a vida dos alunos menos difícil e mais produtiva.

Na psicopedagogia o uso da dinâmica de grupo é importante quando aplicada em oportunidades que se fazem necessárias para o despertar, evidenciar, desenvolver aspectos, físicos, mentais, sócio-ambientais das pessoas em geral e das portadoras de dificuldades ou distúrbios de aprendizagem. Muitas vezes é na sinergia do grupo que visualizamos verdadeiros milagres. Carneiro (2011) sobre a preensão do conhecimento, interpreta assim o trabalho de Kurt Lewin nesta área: As já relatadas experiências de Lewin permitiram o desenvolvimento de uma nova mentalidade pedagógica em que se destacam três princípios: no primeiro, o grupo (classe) não é concebido como ambiente de competição, mas sim como ele mesmo, um fato de cooperação, sendo por isso um objeto de sua própria instrução; o segundo preceitua que o papel do monitor (professor) é motivar o grupo, controlar seu funcionamento e seus resultados, e

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ajudá-los a definir suas dificuldades; por fim o terceiro implica num método pedagógico ativo. Ou seja, nele os "alunos", através de suas próprias experiências, devem chegar ao conhecimento.

Deve-se esclarecer que a dinâmica de grupo, sem planejamento como atividade complementar do desenvolvimento da aula, pode se apresentar mais como um fator passa-tempo do que pedagógico o que nada acrescenta a qualidade do ensino.

Espera que tenha um bom proveito para seu aperfeiçoamento profissional. Estaremos juntos na apresentação do módulo. Um abraço. Professor João Luiz Derkoski

Diferenças entre Dificuldades e Distúrbios de Aprendizagem

Inicialmente a para o desenvolvimento deste módulo faço diferenciação mais didática do que sistêmica entre dificuldades e distúrbios.

O termo “dificuldades” pode ser usado para designar qualquer tipo de obstáculos encontrados pelos indivíduos no processo de ensino-aprendizagem. Eles podem ser das mais diversas ordens. Muitas vezes, os problemas não estão no aluno, mas ligados a elementos externos que o influenciam. Abaixo você pode ver exemplos de fatores que causam dificuldades na apreensão do conhecimento:

o Problemas sociais como a desnutrição. o Ausência de motivação. o Conflitos familiares. o Baixa qualidade do sono. o Diferenças culturais. o Deficiências na estrutura da educação: salas superlotadas; professores

mal remunerados, pouco treinados e sobrecarregados. o Material didático inadequado. o Inadequação metodológica. o Mudanças no padrão de exigências da escola. o Baixo QI (Quociente de Inteligência). o Falta de interesse. o Problemas na visão. o Problemas na audição. o Problemas genéticos. o Comprometimentos neurológicos. o Problemas de ordem psicopedagógica.

Já os distúrbios de aprendizagem estão mais vinculados ao próprio aluno, e

certas disfunções neurológicas, característica fundamental para diferenciar uma criança com distúrbios de aprendizagem daquelas que apenas apresentam algumas dificuldades e podem ser classificados:

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a) Distúrbios de Entrada - se caracterizam pelas informações chegadas ao cérebro que podem ser através do ouvido (entrada de audição) e da visão (entrada visual). E esse processo todo de entrada, é realizado no cérebro e podem ser de:

� Percepção Visual � Percepção Auditiva � Integração � Seqüência � Abstração � Memória

b) Distúrbios de Saída - Assim como determinadas pessoas encontram

dificuldades na forma como recebem as informações, outras têm problemas no momento da saída de informações, ou seja, no momento de concretização do conhecimento adquirido. Isso é percebido quando a criança realiza ações como escrever, desenhar, atividades motoras e outras. Quando essa dificuldade implica na escrita ou na fala, ela é chamada de Distúrbios de Saída de Linguagem e, quando se dá na realização de atividades musculares, é chamada de Distúrbios de Saída Motora. Podem ser de:

� Linguagem � Espontânea � Demanda

� Atividade Motora

� Grosseira � Fina.

Alguns distúrbios de linguagem conhecidos como os principais e podem ser classificados ora como um ora como outro e entre eles:

Dislexia Disgrafia Disortografia Afasia Disartria Discalculia Acalculia Apraxia Dispraxia Gagueira Déficit de atenção

Ao realizar o resumo das Diferenças entre Dificuldades e Distúrbios de

Aprendizagem extraído do curso: Distúrbios de aprendizagem – módulo 01 acessado em 08 de maio em www.Cursos24Horas.com.br, verifica-se que as dinâmicas de grupos podem contribuir largamente com a aprendizagem, mas em determinadas situações deve ser oferecido aos necessitados o tratamento de especialistas, para

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diagnósticos mais detalhados e até prescrição de medicamentos. Isto por que as dificuldades de aprendizagem podem ser transitórias quando suas causas são tratadas ou eliminadas, enquanto os distúrbios permanecem pela vida toda, já que são disfunções do sistema nervoso central.

As dinâmicas de grupos como práticas de ensino na Psicopedagogia

Porque dinâmicas de grupo Antes do estudo das dinâmicas considera-se necessário fazer algumas observações conceituais. Agregado:

• Sociais - manifestações públicas - encontro de pessoas, comícios, passeatas, protestos. Tem um objetivo casual e de curto tempo.

• Residenciais: Condomínios, bairros. Embora próximos mantêm-se estranhos.

• Funcionais - Encontros profissionais casuais, governadores, secretários, executivos.

• Multidões - Agregados pacíficos ou tumultuosos de pessoas ocupando determinado espaço físico.

Grupo social Formam uma coletividade identificável, estruturada, contínua, de pessoas sociais que desempenham papéis recíprocos, segundo determinadas normas, interesses e valores sociais, para a consecução de objetivos comuns (FICHTER, 2.010). Segundo Oliveira (2001) grupo é toda reunião de duas ou mais pessoas associadas pela interação. Devido à interação social, os grupos mantêm uma organização e são capazes de ações conjuntas para alcançar objetivos comuns a todos os seus membros. Os grupos sociais são formas estáveis de integração social. Um fator mantém a estabilidade do grupo: os contatos sociais são duradouros. Nos grupos sociais há normas, hábitos e costumes próprios, divisão de funções e posições sociais bem definidas. Características de um grupo social • Pluralidade de indivíduos – há sempre mais de um individuo no grupo,

coletivismo. • Interação social – os indivíduos comunicam-se uns com os outros. • Organização – todo o grupo, para funcionar bem precisa de uma ordem

interna. • Objetividade e exterioridade – quando uma pessoa entra no grupo ele já

existe, quando sai ele permanece existindo. • Objetivo comum – união do grupo para atingir os objetivos dos mesmos.

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• Consciência grupal ou sentimento de “nós” – compartilham modos de agir, pensamentos, idéias, etc.

• Continuidade – é necessário ter certa duração. Não pode aparecer e desaparecer com facilidade.

• Interação social – no grupo, os indivíduos comunicam-se uns com os outros.

Alcântara, (1972) Ao ensinar sobre grupos na educação escreve o seguinte texto: Existem vários conceitos de Grupo. Preferimos o de Homans que conceitua: Grupo como sendo uma quantidade de pessoas que se comunicam amiúde entre si, durante certo tempo, com o fim de estudar um problema e que são suficientemente poucas como para que cada uma delas possa comunicar-se com todas as demais de maneira dinâmica e direta, “cara a cara”. Devemos salientar também, para melhor compreensão desse conceito, que para constituir um Grupo não basta reunir um número reduzido de pessoas, nem haver um interesse comum: é necessário, ainda, que haja interação entre seus componentes, o que representa o núcleo essencial do grupo. Entende-se por interação a ação recíproca em que cada indivíduo, em sua relação com os demais, membro a membro, reage ante a presença de cada um e ante sua conduta, antecipando mentalmente aquilo que espera que o outro diga ou faça. Esta interação é, portanto, recíproca e o número de reações é cada vez maior. O limite numérico se impõe, porque quando o grupo aumenta, a interação se torna cada vez mais complexa, levando o grupo a desintegrar-se. Em tal caso, as reações que se suscitam no grupo transformam-se em fenômenos de massa, apresentando uma atmosfera anônima e impessoal, dificultando o perfeito desenvolvimento do trabalho grupal. Segundo Knowles, a Dinâmica de Grupos considera como características de um grupo:

• Uma associação definível (identificação entre as pessoas). • Consciência de grupo (percepção coletiva de unidade). • Participação com os mesmos propósitos (objetivos comuns). • Dependência recíproca para a satisfação de necessidades (ajuda mútua). • Ação recíproca (grande comunicabilidade). • A existência de uma estrutura interna - distribuição dos papéis sociais (“roles”)

que se reconhecem. • Habilidades para atuar em forma unitária (o grupo pode comportar-se como

um organismo unitário). Podemos concluir que o verdadeiro sentimento de grupo somente existe quando há um forte laço de simpatia, uma união dentro do grupo e um sentimento do ”nós”, que costuma manifestar-se nos seus integrantes ao usarem a 1ª pessoa do plural: sentimos, acreditamos, fazemos etc. Como diz Gibb, “os membros de um grupo não nascem; eles se fazem. Aprende-se a atuar em grupo, atuando-se em grupo.

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Quando adquirimos as habilidades para tornar um grupo operante e para crescer dentro dele, falamos, então, de “grupos maduros” e de “ membros maduros do grupo”. Castilho, (1992) esclarece sobre as funções desempenhadas pelo grupo em uma organização, mas que podem ser usadas na educação, explicando e dando funções importantes: A existência de grupos nas organizações se dá ora por uma ordem natural, ou pelo surgimento da necessidade de realização de projetos específicos. De um modo ou de outro, os grupos têm funções que ajudam à organização a alcançar suas necessidades de efetividade. Vejamos abaixo algumas funções mais significativas:

• Os grupos são uma maneira de se executarem tarefas que não poderiam ser levada a cabo por indivíduos trabalhando isoladamente: Se uma tarefa tem grande impacto na organização, a tendência é que esta seja realizada pelo grupo, e não por indivíduos. Tal prática ajuda na qualidade da decisão bem como no processo de implementação, já que passa a ser vista como uma idéia de grupo e não de um indivíduo. Tarefas complexas costumam ser desenvolvidas por grupos, o que propicia uma maior riqueza no resultado, ganhos de produtividade e freqüentemente de maximização de tempo.

• Os grupos possibilitam a maximização dos talentos: Por melhor explorar as habilidades de cada membro, favorece a criatividade, o empenho para o desejo de auto-realização. Tais condições permitem ao grupo amplificar seus próprios recursos, ao tempo que se permite utilizar uma maior dimensão dos talentos de cada um.

• Os grupos favorecem um maior número de diferentes visões quando na análise do processo decisório: Tal oportunidade só vivida em grupo oportuniza a análise de diferentes ângulos, que não seria possível ao indivíduo isoladamente. Embora o processo decisório em grupo possa ser gerador de conflito e até mesmo de “caos”, ao mesmo tempo ele propicia um maior número de adesões, pelo fato de se ter trabalhado diversos pontos de vistas dos participantes.

• Os grupos favorecem a obtenção da qualidade quando estão concentrados no conceito de cliente interno e externo: Os grupos tendem a ser sensíveis a demandas de outros grupos, quando se encontram na fase da interdependência, deste modo concentra-se em sua sinergia para obter o melhor resultado, que crie satisfação para todos envolvidos na situação.

• Os grupos são facilitadores do processo de identificação e duplicação do comportamento individual dentro de um sistema social mais amplo: Independente dos padrões e procedimentos explicitados pela organização, os grupos servem de sistemas de regulação para os seus membros, têm suas próprias normas internas, de modo geral implícitas, mas que é claramente decodificada pelos membros do grupo. Afastar-se desse modelo, é correr o risco de ser punido, alijado ou defenestrado (jogado pela janela) pelo grupo. Tanto maior for o tamanho do grupo, maior tenderá a ser a força de referência sobre o participante, assim, estar em conformidade

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com o grupo, é ter a certeza que será reconhecido ou de alguma forma recompensado por ele. Maior seja a força de identificação do indivíduo com o grupo, maior será a necessidade que terá de ser aceito e estar conforme com aqueles procedimentos.

• Os grupos são forças propulsoras nas mudanças organizacionais, ajudando na implementação das mesmas: Pela força que tem sobre o comportamento e atitude dos seus membros, o grupo pode conseguir o apoio e a adesão para a realização das mudanças. Quanto maior for a atração que um grupo exerce sobre seus membros, maior será a sua força de influência sobre estes membros e portanto maior será a colaboração que os participantes oferecerão no apoio às mudanças.

• Os grupos, transmitindo aos novos membros as crenças e valores que caracterizam a cultura da empresa, asseguram a estabilidade da organização: A preservação de uma identidade, obtida através de certo nível de coesão grupal terá que estar centrada em um conjunto de crenças e valores que sejam mobilizadores de seus membros. Tal processo assegura que os novos membros desenvolvam atitudes e crenças “corretas” sobre a organização. Isto gera uma ação estabilizadora para a empresa. Mas tal prática se de um lado é a preservadora do “status quo”, da manutenção da continuidade, por outro lado e por estas mesmas razões, problematiza as possibilidades de mudanças mais rápidas ou mais profundas.

Em nível de cada pessoa Castilho, (1992) faz o seguinte comentário: Os Indivíduos não vivem isolados, por natureza, para sua sobrevivência tem que ser gregários vivendo grupos. É aí onde constrói a sua imagem, onde estrutura a sua personalidade, onde busca e encontra as suas referências. Simplesmente no isolamento, ou não cresce ou não é pessoa. O grupo, pois, é de vital importância para o crescimento e desenvolvimento do indivíduo como pessoa. E passa oferecer algumas funções que o grupo tem para os indivíduos. Resumindo e adaptando Castilho (1992):

• Os grupos ajudam às pessoas a apreenderem. Diante de situações consideradas como novas, cada pessoa procura testar o ambiente de modo que possa se comportar e se sentir confortável na situação. Age da seguinte forma... “o que aconteceria se...”. Entretanto, se as condições potenciais do teste puderem indicar uma conseqüência negativa, a pessoa prefere “ouvir” as referências e os conselhos dos membros do grupo, para melhor se orientar na situação. Tal atitude também é válida para situações em que a pessoa levaria muito tempo para tirar suas próprias conclusões. A tendência das pessoas e dos grupos é valorizar a estabilidade e uniformidade dos seus pontos de vista, porque isto preserva a segurança e a tranqüilidade interna do grupo, desse modo elas gentilmente aquiescem em dar estas referências que servirão de elemento de facilitação da integração da pessoa no grupo.

• Dessa maneira os grupos são muito úteis para que seus membros aprendam rapidamente como funciona o ambiente. Também favorecem a compreensão

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do que sejam situações difíceis, importantes e significativas, estabelecendo parâmetros para todos os seus membros. Estes parâmetros passam pela regulagem de forma e expressões, permitidas no processo de comunicação (linguagem, piadas etc.), pelo modo de apresentação (vestuário, apresentação pessoal), e até regras implícitas de comportamento (como para se obter uma nova promoção ou um cargo).

• Os grupos ajudam as pessoas a aprenderem sobre si mesmo: De fato, os grupos servem para cada um de nós, não só como fornecedor de informações externas, mas, nos oferece referências sobre nós mesmos. Podemos compreender até que ponto estamos “agradando”, ou não, ao ambiente. A inferência obtida sobre o nosso padrão de comportamento através do grupo servirá de sistema de auto-regulação. Desse modo podemos concluir que, é através do grupo e só através dele que obteremos e formaremos a nossa auto-imagem. Em função de como nós atendamos às expectativas internas do grupo, ele será um elemento alimentador de uma alta ou baixa estima para cada membro do grupo.

• Os grupos ajudam as pessoas a desenvolverem novas e diferentes habilidades: Os grupos ajudam seus membros a adquirirem habilidades, sejam elas operacionais ou interativas. O grupo também desenvolve habilidades através de feedback, oferecendo ao participante informações sobre o seu desempenho e sua aceitação. Esta necessidade de compartir habilidades e experiências será tanto maior quanto mais sejam estes grupos de trabalhos.

• Os grupos ajudam as pessoas a obterem recompensa a reconhecimentos que não estarão disponíveis a ele individualmente: Participar de certos grupos ou eventos pode levar o indivíduo a se destacar de uma maneira que ele não a teria se não estivesse dentro do grupo. Isto pode ser feito com o objetivo de atender certos interesses pessoais, tal como se associar a um Sindicato, uma dada Associação, de modo a obter ganhos com isto. Pode também participar de “Corais”, “Teatro”, “CIPAS” de modo a obter um reconhecimento que não teria no anonimato de sua profissão. Ainda pode se filiar a causas como a algum grupo desempenha uma Campanha meritória a favor de... recebendo o reconhecimento público. Ou simplesmente participar de grupos-tarefas, grupos de apôio, Quanto maior for o reconhecimento social desse grupo, pertencer a ele dará ao participante o sentimento de status e reconhecimento social.

• Os grupos satisfazem certas necessidades importantes da pessoa: As pessoas precisam ser atendidas em certos tipos de necessidades sociais, para terem um sentimento interior de adequação. Como o ser humano precisa viver em contextos sociais, ele precisa não só ser aceito, mas se sentir querido e amado em seus grupos de referências. Quando vivencia as situações de rotina, os membros do grupo parecem não ter muito claro a importância do atendimento dessas necessidades, porém se vivencia uma situação de dificuldade, a necessidade de apoio parece ficar muito evidente e clara neste momento.

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• Os grupos são fontes de significado para as pessoas: As pessoas precisam ter um sentido para o que fazem e para as suas vidas. Como o ser humano não é uma ilha, ele precisa viver não só o sentimento de pertencimento como o sentimento de significância. O grupo oferece a oportunidade à pessoa de encontrar dentro dele, um bom fórum para desenvolver ações que levem a dar um significado à sua existência. Este sentido de significado é o motor motivacional para a auto-realização. O referendo e o reconhecimento do grupo são o combustível de apoio e animação de auto-sustentação para a busca do sentido de êxito, do sentimento de realização.

PRINCIPAIS TEORIAS

Enquanto a psicanálise foi criada e desenvolvida principalmente por uma única pessoa, o próprio Freud, a Dinâmica Grupal é o resultado de trabalhos de múltiplas pessoas, em múltiplos campos do conhecimento e da atividade humana. Estudiosos estruturantes da Dinâmica Grupal: Freud com a Psicanálise; Kurt Lewin, com a Teoria de Campo; e Jacob Levy Moreno com o Psicodrama e a Sociometria; formam os principais desdobramentos teóricos e técnicos da Dinâmica Grupal e resumindo-se Minicucci (1991) temos: Teoria de campo – criada por Kurt Lewin propõe que o comportamento é o produto de um campo de determinantes interdependentes, conhecido como espaço de vida. C = f (P, M), (C) é função (f) ou resultado da interação entre a pessoa (P) e o meio ambiente (M) que a rodeia (contexto). Teoria da interação – Desenvolvida por Bales, Homans, White, concebe o grupo como um sistema de indivíduos que interagem entre si. Teoria de sistema – Apresentada por Newcomb, Miller, Stogdill, acentua que o grupo é um sistema de integração, de comunicação, de encadeamento de posições e de papéis, e principalmente de vários tipos de entrada (imput) e de saída (autput) do sistema. Teoria sociométrica – criada por Moreno, estuda essencialmente as escolhas interpessoais que ligam o grupo as pessoas. Cuidou da formação de psiquiatras, psicólogos, professores, pedagogos, tornando-os especialistas em relações humanas. Introduziu terminologia própria em dinâmica de grupo como psicodrama, sociometria, desempenho de papeis,... Teoria psicanalista – Idealizada por Freud, estuda os processos motivadores e defensores do indivíduo na vida grupal. Tem sido trabalhada por Bion, Thelen, Stock, Berne e todos os pesquisadores da teoria de grupo. Teoria cognitiva – Preocupa-se em verificar como o indivíduo recebe e interioriza as informações sobre o mundo social e com essa cognição passa a influir no

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desempenho de seu comportamento. Dedicaram-se a este estufo Piaget, Festinger, Heidar, Krech e Crutchfield. Teoria empírica e estatística – Seguidores dessa teoria acreditam que os conceitos de dinâmica de grupo devem ser descobertos por processos e não constituídos de antemão, por um teórico. Nessa linha estão Cattell, Meyer, Hemphill, dentre outros.

Esquema da localização da dinâmica de grupo diante das diversas ciências

Dinâmica Grupal

Dinâmica Grupal

Dinâmica Grupal

Dinâmica Grupal

XX XXPsicologia e Sociologia

Psicologia e Sociologia

Psicologia e Sociologia

Psicologia e Sociologia

Micro-Sociologia

Sociologia

Psicologia Individual

PsicologiaSocial

Behaviorismo(Psicologia Comportamental)

Psicanálise(Psicologia Dinâmica)

Psicologia das Massas(Multidões)

Psicologia dos Grupos

Macro-Sociologia

Psicologia

Dinâmica grupal

APLICAÇÕES DA DINÂMICA GRUPAL

A Dinâmica Grupal é uma ciência interdisciplinar que entre varias aplicações destancam-se: saúde, educação, serviço social, administração de empresas, política, esportes, religião etc. Na Saúde - Na área da saúde humana é onde se situam os resultados mais promissores das aplicações práticas da Dinâmica Grupal como os Grupos Operativos em Doenças Orgânicas. Os trabalhos de Grupos Operativos são largamente utilizados como adjuvantes no tratamento de pessoas com doenças orgânicas consideradas crônicas. Em diversas instituições médicas têm sido formados grupos operativos com portadores de diabetes, nefropatias, tuberculoses etc. Os Grupos de Balint acontecem em Hospitais de Ensino Universitário são aplicadas muitas técnicas grupais para facilitar a formação e o aperfeiçoamento médico.

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Consiste em discutir a dinâmica das relações humanas contidas nas situações clínicas trazidas pelos participantes do grupo, na medida em que os mesmos experimentam e reconhecem em sí próprio os dinamismos inconscientes inerentes a essa tarefa. Nas reuniões os integrantes do grupo desenvolvam a capacidade de refletir acerca dos fenômenos relacionais inconscientes. A Comunidade terapêutica São reuniões comunitárias nas quais todos os pacientes e membros do quadro de pessoal de uma unidade de saúde mental se reúnem, é o mais complexo dos grupos terapêuticos. Com os pacientes busca-se superar as atitudes de passividade e retraimento estimulando a participação ativa numa comunidade de estrutura grupal. Ao lado de seu puro valor informativo, a reunião também fornece oportunidades para avaliar-se a importância dinâmica dos eventos comunitários e corrigir percepções distorcidas. Os grupos de auto-ajuda são formados por pessoas comuns com um problema comum que reunem-se partilham seus problemas e aprendem umas com as outras, sem utilizar-se da ajuda de profissionais, em histórias e representações que os membros do grupo possuem e controlam. De todos esses grupos o mais disseminado e popular é o constituído pelo movimento mundial de Alcoólicos Anônimos (AA). Na Administração - É no campo administrativo onde mais se universalizou a sua ideologia. A dinâmica de grupo não é um produto pronto, industrializado,... Em desenvolvimento humano o que importa são os fatores competência, experiência e ética do profissional que coordena o processo e não a nomenclatura ou rótulo comercial dos procedimentos. (MOSCOVICCI) No Serviço social essa área foi uma das primeiras a reconhecer explicitamente que os grupos podem ser orientados de forma a obterem dos seus participantes as modificações desejadas. O Serviço Social de Grupos-SSG com seu esquema teórico e operacional ainda em fase de estruturação (nasceu com Natálio Kisnerman em 1960) aceita uma divisão em grupos (CARNERO, : Orientados para o crescimento - são os grupos de tratamento, recreação, discussão, aprendizagem. Pela necessidade de ajuda sentida por seus membros - são os grupos de trabalho, de comunidade, institucionais (sociedades de fomento, de vizinhos, comissões etc).

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Grupos orientados para a ação social, nos quais os membros necessitam de auxílio para conseguirem um bom padrão de relacionamento com os outros, em vista dos quais orientam sua ação. O crescimento do grupo ocorre em ambos, no primeiro de forma direta, como objetivo metodológico básico; no segundo de forma indireta, pois se procura principalmente o crescimento dos que recebem a ação executada pelo grupo.

DINÂMICA DE GRUPO E A DOCÊNCIA

A pedagogia dos grupos permite uma síntese perfeita entre instrução e socialização do indivíduo. Todas as vertentes da Dinâmica Grupal contribuem para essa perfeição, no entanto, foram os achados de Lewin e de Moreno que mais contribuíram para esse objetivo pedagógico. Na apreensão do conhecimento - As experiências de Lewin permitiram o desenvolvimento de uma nova mentalidade pedagógica em que se destacam três princípios:

• no primeiro, o grupo (classe) não é concebido como ambiente de competição, mas sim como ele mesmo, um fato de cooperação, sendo por isso um objeto de sua própria instrução;

• o segundo preceitua que o papel do monitor (professor) é motivar o grupo, controlar seu funcionamento e seus resultados, e ajudá-los a definir suas dificuldades;

• por fim o terceiro implica num método pedagógico ativo. Ou seja, nele os "alunos", através de suas próprias experiências, devem chegar ao conhecimento.

Nos métodos para formação de educadores - A metodologia constitui uma dimensão pedagógica que, provavelmente, pode ser mais beneficiada com a utilização de técnicas psicodramáticas.

CICLO DOCENTECICLO DOCENTECICLO DOCENTECICLO DOCENTE

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Planejamento - Plano

Ações - atividades

Controle

Avaliação

Refletir antes(diagnóstica)

Refletir Durante(formativa)

Refletir Durante(formativa)

Refletir depois(somativa)

As dinâmicas de grupos estão inseridas do que chamamos de ciclo docente que é o fazer e o refazer permanente da ação de ensinar como ato racional de humanização.

As dinâmicas são procedimentos originados de pré-requisitos que são: a) Planejamento – Diagnóstico, planos e estratégias de ensino. O que significa refletir antes do processo. b) Ações e atividades – momento do desenvolvimento da prática pedagógica em busca dos objetivos. O refletir durante o processo formativo-cognitivo, para avaliação de como se desenvolve o processo. c) Continuação das ações e atividades – controle comparativo de evolução do processo – continua o refletir durante. d) Avaliação de comparação entre o desejado e o conseguido – refletir depois para replanejar e seguir aperfeiçoando o processo.

Procedimentos

São ações, processos ou comportamentos planejados pelo professor para colocar o estudante em contato direto com coisas, fatos ou fenômenos que lhes possibilitem modificar sua conduta em função dos objetivos previstos. (TURRA. C. M. e outros)

As dinâmicas de grupo pertencem aos procedimentos ativos interacionistas e das técnicas ativas, pois para darem os resultados esperados precisam da interação de seus componentes, sistematização de ações e sinergia grupal. O exemplo da dinâmica “caixa do segredo” pode mostrar como o processo este processo se desenvolve:

O diagnóstico a) Sensibilização – Despertar a curiosidade b) Recursos disponíveis – os estudantes, o professor, uma caixa segredo com objetos dentro. c)Teorização – Conceito e importância da busca de soluções em conjunto (sócio-construtivismo)

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d) Método ativo e) Como fazer:

1. Apresentar a caixa 2. Apontamento individual 3. Deixar em exposição na mão dos estudantes no mínimo 24 horas 4. Discussão participativa alternativa de membros do grupo em 3 rodadas. 5. Decisão final. 6. Apresentação do resultado final

Escreva aqui sua conclusão pessoal: ___________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

Escreva aqui a conclusão final do grupo: _________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

Qual a diferença entre sua conclusão particular e a do grupo, você pode explicar? ________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

CONSTRUÇÃO CONJUNTA DO CONHECIMENTO E AS DINÂMICAS O conhecimento é uma sinfonia. Para a sua execução é necessária a

presença de muitos elementos: os instrumentos, as partituras, os músicos, o

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maestro, o ambiente, a platéia, os aparelhos eletrônicos etc. ... Também na construção do conhecimento a integração das muitas ciências não garante a sua perfeita execução. A interdisciplinaridade surge, assim, como possibilidade de enriquecer e ultrapassar a integração dos elementos do conhecimento. (FAZENDA, 1991). As dinâmicas de grupos podem contribuir nesta interdisciplinaridade.

A aplicação de dinâmicas de grupos incorporada à psicopedagogia surge como uma nova competência e um novo saber em auxílio à construção de outros saberes. É preciso saber que os professores não possuem apenas saberes, mas também competências profissionais que não se reduzem ao domínio dos conteúdos a serem ensinados, e aceitar a idéia de que a evolução exige que todos os professores possuam competências antes reservadas aos inovadores ou aqueles que precisavam lidar com públicos difíceis. (PERRENOUD, 2000)

Procurando dar uma conceituação (Beauclair, 2010):

A dinâmica de grupo na psicopedagogia é uma técnica de caráter vivencial, em que os elementos envolvidos, conseguem pela habilidade do animador energias para atingirem sentimentos, emoções, conhecimentos sobre si e sobre o grupo raramente conseguidos em suas individualidades.

Justificando afirma: A partir das reflexões aqui estabelecidas, percebo que as

dinâmicas de grupo contribuem significativamente para a modificação de atitudes e comportamentos individuais e grupais. O que se torna necessário é a construção de estudos metodológicos que possibilitem um entender com mais clareza e movimento teórico sobre sua prática, pois é necessário vincular teoria e prática para dar significado e sentido ao seu fazer, ou seja, dinâmica de grupo tem que ter objetivo, não é só fazer por fazer. (BEAUCLAIR, 2010)

Segundo Mrech (2010): “A intervenção psicopedagógica veio introduzir uma contribuição mais rica no enfoque pedagógico. O processo de aprendizagem da criança é compreendido como um processo pluricausal, abrangente, implicando componentes de vários eixos de estruturação: afetivos, cognitivos, motores, sociais, econômicos, políticos etc.”, podendo-se acrescentar que as dinâmicas de grupos podem contribuir muito com todo este processo.

Reforça esta posição quando a causa do processo de aprendizagem, bem como das dificuldades de aprendizagem, deixa de ser localizada somente no estudante e no professor e passa a ser vista como um processo maior com inúmeras variáveis que precisam ser apreendidas com bastante cuidado pelo professor e psicopedagogo. (MRECH, 2010)

RESISTÊNCIAS À LUDICIDADE E ÀS DINÂMICASRESISTÊNCIAS À LUDICIDADE E ÀS DINÂMICASRESISTÊNCIAS À LUDICIDADE E ÀS DINÂMICASRESISTÊNCIAS À LUDICIDADE E ÀS DINÂMICAS

Um dos aspectos mais importantes a ser levado em conta pelo professor e pelo psicopedagogo é o reconhecimento das estruturas prévias de alienação no saber que o professor e o estudante apresentam em relação ao uso de brinquedos, jogos e materiais pedagógicos (dinâmicas em geral).

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São elas que impedem seu emprego em uma variedade mais rica de utilização:

• A concepção e capacidade lúdica do professor. Um professor que não sabe e/ou não gosta de brincar dificilmente desenvolverá a capacidade lúdica dos seus estudantes.

• Ele parte do princípio de 'que o brincar é bobagem, perda de tempo. Assim, antes de lidar com a ludicidade do estudante, é preciso que o professor desenvolva a sua própria.

• O professor que, não gostando de brincar, esforça-se por fazê-lo, normalmente assume postura artificial, facilmente identificada pelos estudantes. A atividade proposta não anda.

• Em decorrência, muitas vezes os professores deduzem que brincar é uma bobagem mesmo, e que nunca deveriam ter dado essa atividade em sala de aula.

• Diante de um material novo, é bastante comum o professor estabelecer, uma atitude distanciada em relação a este objeto, colocando-se como especialista e não como quem! Brinca com o material.

• O seu olhar é técnico, basicamente olhar de professor ou do psicopedagogo sobre o objeto, isto é, um olhar adulto. Acontece que quem vai utilizar o objeto geralmente é uma criança ou um

adolescente. Muitas vezes aí se estabelece uma incompatibilidade entre esses dois olhares. (Educação On-Line - www.educacaoonline.pro.br - O site da Educação)

PLANEJAMENTO DE ENSINOPLANEJAMENTO DE ENSINOPLANEJAMENTO DE ENSINOPLANEJAMENTO DE ENSINO

Planejamento

Plano de curso

Plano de aula

Dinâmicas

PLANEJAMENTO DE ENSINOPLANEJAMENTO DE ENSINOPLANEJAMENTO DE ENSINOPLANEJAMENTO DE ENSINO

O que vem acontecendo na prática docente atual, o planejamento tem-se reduzido à atividade em que o professor preenche e entrega à secretaria da escola um formulário. Este é previamente padronizado e diagramado em colunas, onde o docente redige os seus "objetivos gerais", "objetivos específicos' "conteúdos", "estratégias" e "avaliação".

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Na maioria dos casos, os professores imprimem copias de planos de anos anteriores, até mesmo de outros colegas (trocam só o nome) e os entregam à secretaria da escola, com a sensação de mais uma atividade burocrática cumprida.

Como foi afirmado no ciclo docente o refletir é um ato continuo do antes durante e depois e em SAVIANI (1987, p. 23), "a palavra reflexão vem do verbo latino 'reflectire' que significa 'voltar atrás'”. Refletir é o ato de retomar, reconsiderar os dados disponíveis, revisar, vasculhar numa busca constante de significado em resumo redirecionar quando os objetivos não foram alcançados. É dessa reflexão contínua que nasce os tipos de dinâmicas necessárias para complementar o processo da aprendizagem. Mesmo não sendo objetivo principal de nosso tema para um melhor entendimento recuperaremos alguns conceitos sobre o assunto planejamento e planos emprestados de Nereci (1981):

Planejamento: Refere-se à previsão quanto à orientação da aprendizagem que pode efetuar-se através de planos de curso, de unidade e de aula.

Plano de curso: É a previsão de todas as atividades escolares em uma área de estudo ou disciplina, durante um período letivo.

Plano de aula: É a previsão mais precisa possível quanto ao conteúdo, materiais e atividades didáticas que ativem o processo ensino-aprendizagem capaz de possibilitar ao educando alcançar objetivos previamente estabelecidos. Portanto é no plano de aula em que se decidem quais as dinâmicas podem ser usadas.

Revisando o plano de aula o separamos em suas seguintes partes: • Tema: é o que será abordado na aula. • Objetivos: são as atitudes a serem desenvolvidas pelos alunos, isto é, o

que os alunos devem aprender com a aula. Os objetivos são descritos sempre no infinitivo, pois diz respeito às ações a serem realizadas pelo aluno.

• Conteúdo: é o que será ensinado. • Materiais: são os recursos necessários para o desenvolvimento da aula.

Dependem das estratégias que serão utilizadas para se atingirem os objetivos propostos.

• Procedimentos didáticos: são as atividades ou estratégias desenvolvidas de acordo com os objetivos propostos. Podem ser descritos numa seqüência didática, encadeando as atividades de acordo com os interesses e necessidades de cada faixa etária (é fundamental que se conheçam as necessidades dos alunos, em cada estágio de desenvolvimento, do bebê à idade adulta). As intervenções do professor no decorrer da aula também podem ser previstas no plano de aula.

• Avaliação: é o procedimento realizado para se averiguar se os objetivos propostos foram atingidos. Dessa maneira, o professor pode fazer, com mais segurança e eficácia, as modificações necessárias para as próximas aulas.

PASSOS DAS DINÂMICASPASSOS DAS DINÂMICASPASSOS DAS DINÂMICASPASSOS DAS DINÂMICAS

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Antes

Durante

Depois

PASSOS DA DINÂMICA

Como vimos escolher as dinâmicas faz parte do plano de aula e, portanto, devem ser escolhidas, antes ligadas aos objetivos do ensino, durante a aplicação sofrer a avaliação formativa, observar se está sendo realizada com animação e proveito, e depois a avaliação somativa, discussão com todos os integrantes do que se aprendeu com ela. Sem estes três quesitos básicos as dinâmicas pouco o nada representam para a aprendizagem.

ESCOLHENDO AS DINÂMICASESCOLHENDO AS DINÂMICASESCOLHENDO AS DINÂMICASESCOLHENDO AS DINÂMICAS

Outro ponto importante é saber fazer a escolha das dinâmicas. A idade, desenvolvimento intelectual, habilidades, momento histórico, dificuldades e distúrbios, temas geradores devem ser levados em conta. A dinâmica jamais deve ter apenas cunho de passa-tempo.

Exemplifica-se com alguns exemplos

1. Tema: Naturalismo

• O que os estudantes gostam: Passar o tempo ao ar livre, observar, colecionar plantas, pedras, animais, perceber a natureza...

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• O que o professor pode fazer: Utilizar o espaço fora da sala de aula, ter plantas e animais na sala, conduzir experiências de ciências,... Andar a cavalo, animais de estimação...

A floresta animada

Procedimentos: • Antes

1. O animador orienta a importância da conservação da biodiversidade da floresta.

2. Cada estudante escolhe o que quer representar: Planta ou animal. 3. Espalham-se no centro da sala. 4. São escolhidos 04 observadores - fotógrafos

• Durante: 1. Cada um deve representar o ser que escolheu, se movimentando e

fazendo o som apropriado do ser. 2. Os observadores observam e fotografam. 3. A apresentação deve durar 15 minutos.

• Depois: 1. Cada um relata o que sentiu. 2. Os observadores contam as coisas interessantes que viram e o que

sentiram. 3. Exposição de fotografia 4. Redação: A floresta viva.

2. Tema: Lingüística

• Os estudantes gostam de: Ouvir histórias, trocadilhos, adivinhações, jogos de palavras, criarem poemas...

• Os professores podem fazer: Projetos de leitura e escrita, despertar debates, palavras cruzadas, o que é o que é,...

Fazer versinhos e rimas Procedimentos

• Antes:

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1. O animador explica a importância da lingüística e da prática das apresentações em público.

2. Deve preparar uma caixa com fichas numeradas, 3. Estabelecer as tarefas sobre fazer um verso rimado, ou cantar uma música

usando palavras da ficha. 4. Solicita a cada estudante que retire a sua tarefa. 5. Dar 10 minutos para preparar a apresentação.

• Durante: 1. O animador chama pelo número e o estudante faz a representação. 2. Prossegue estudante por estudante, até o último.

• Depois: 1. Cada um relata o que sentiu. 2. O animador elogia, encoraja e motiva todos para se apresentarem nas

oportunidades que vierem surgir. 3. Redação de pequeno texto: escrever verso ou a canção.

3. Tema: Musical • Os estudantes gostam de: Escutar músicas, cantar, tocar instrumentos,

batucar, criar tons... • Os professores podem fazer: Escolher músicas apropriadas, Karaoque,

apresentar música popular e clássica, fazer paródias...

Banda de boca • Antes:

1. O animador explica o que é um conjunto, uma banda e uma orquestra. 2. Fala sobre os instrumentos que compõem cada um dela, percussão,

metais, cordas... 3. Solicitar aos estudantes que escolham um instrumento que será imitado

com a boca. 4. Divide a turma em duas.

• Durante: 1. Dar um tempo 10 minutos para cada um treinar o som do instrumento com

o auxilio do maestro animador.

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2. Cada turma em conjunto escolhe uma música que seja do conhecimento da maioria.

3. Ensaiar a música. 4. Apresentação: A primeira turma apresenta a sua banda e a segunda

assiste depois à segunda apresenta e a primeira assiste. • Depois:

1. As turmas fazem comentários da apresentação. 2. Respondem sobre como foi o trabalho do grupo. 3. Responda: Para dar certo qual o comportamento dos componentes de

cada banda?

4. Tema: Lógica matemática • Os estudantes gostam de: Trabalhar com números, adivinhar soluções... • Os professores podem fazer: Usar jogos estratégicos, objetos concretos,

linhas de tempo, uso de mapas...

Descobrindo o resultado • Antes: 1. O animador afirma a um estudante que adivinha o resultado do número

que o estudante pensar. • Durante: 1. Pense num número, multiplique por dois, some mais... Divida por dois, tire

o número que você pensou você ficou com... 2. Repete com outro estudante • Depois: 1. Pedir aos estudantes para explicarem o acerto do resultado. 2. Aplicarem a brincadeira uns com os outros. 3. Escrever e mostrar os cálculos.

5. Tema: Habilidade Cinestésica • Os estudantes gostam de: Jogar, usar o corpo, dançar, fazer mímicas,

representar, emitar. • Os professores podem fazer: Proporcionar atividades de movimentos...

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Expressão Corporal

• Antes: 1. O animador escolhe uma música para ser cantada e gesticulada ao

mesmo tempo. 2. Distribui a letra da música. 3. Tocar a música

• Durante: 1. Os estudantes devem fazer os gestos que ilustram os versos da música. 2. Repete o processo com outra música.

• Depois: 1. Pedir aos estudantes expressem o que sentiram. 2. Explicar que o corpo também fala. 3. Desenvolver o tema: A harmonia entre o corpo e a mente.

6. Tema: Habilidade Espacial • Os estudantes gostam de: Rabiscar, pintar, desenhar ou criar representações

tridimensionais, trabalhar com quebra-cabeça, completar labirintos, montar e desmontar coisas.

• Os professores podem fazer: Desenhar mapas e labirintos, conduzir atividade de visualização.

Mapa do bairro • Antes:

1. O animador solicita a cada estudante que desenhe o mapa de seu bairro. Ruas, prédios mais importantes, e sua casa.

2. Estudantes do mesmo bairro podem fazer juntos. • Durante:

1. Os estudantes devem traçar as ruas, quadras e marcarem os edifícios mais importantes.

• Depois:

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1. Pedir aos estudantes que descrevam como fizeram o trabalho. 2. Dar um mapa de uma cidade desconhecida e pedir para os estudantes

encontrar um endereço. 3. Mostrar como funciona um GPS.

7. Tema: Intrapessoalidade • Os estudantes gostam de: Controlar os próprios sentimentos e humores,

estabelecer metas pessoais, aprender a escutar, utilizar habilidades metacognitivas.

• Os professores podem fazer: Permitir o trabalho no ritmo de cada um, designar projetos individuais e direcionados, estabelecer metas, oferecer oportunidades de receberem feedback um dos outros, envolver em projetos de reflexão.

Reconhecendo diferenças

• Antes: 1. O animador pede a cada estudante que escreva em uma folha de papel

uma característica referente a Seu porte físico, sua capacidade intelectual e seu estado emocional.

2. Faça o desenho de um animal de comportamento semelhante ao seu. 3. Mostra como fez o seu trabalho.

• Durante: 1. Espera que todos tenham escrito e desenhado. 2. Fazem a apresentação individual. 3. O s colegas afirmam ou contestam. 4. Prendem seus desenhos em um cordão esticado na sala.

• Depois: 1. Cada estudante explica o que sentiu ao fazer e expor o trabalho. 2. Concluir com a janela de Johari.

8. Tema: Interpessoalidade • Os estudantes gostam de: Curtir amigos, liderar, meditar, dividir, entrar em

consenso, trabalhar como um membro de um time efetivo. • Os professores podem fazer: Utilizar aprendizagem cooperativa, passar

projetos em grupo e em duplas, criar situações nas quais troquem informações.

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Se revelando aos outros • Antes:

1. O animador divide a turma em três grupos. 2. A tarefa e construir a maior torre possível com os materiais fornecidos

(palitos de picolé e barbante). 3. Eleger uma comissão de avaliação.

• Durante: 1. Dar um tempo para os grupos se organizarem. (10 minutos) 2. Informar que o tempo de construção é de 20 minutos. 3. Animar os grupos

• Depois 1. A comissão compara as torres. 2. Deve ser elogiadas todas. 3. Escolhe a que mais atendeu a tarefa solicitada. 4. Cada grupo explica como se comportou para desenvolver a tarefa. 5. Escrever um texto sobre os diversos tipos de comportamento no trabalho e

na sociedade.

SUGESTÕES DINÂMICAS E JOGOS

Após a apresentação dos exemplos de como poderemos utilizar as dinâmicas

nas mais diversas oportunidades, a título de ampliá-los, será apresentado a seguir sugestões de outros autores.

BASQUETINHO

Patrícia Maria Pedote Edição 01 de Agosto de 2001 da Revista Jogos Cooperativos, pág. 11

Apresentado por Guilhermo Brown no Curso de Jogos Cooperativos realizado no I Festival de Jogos Cooperativos - SESC Taubaté – 1999.

Objetivo do Jogo: Fazer o maior número possível de pontos em um determinado tempo através da conversão de cestas Propósito:

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Compartilhar de um objetivo comum, oferecendo oportunidade para a construção de estratégias para alcançá-lo. Este jogo permite encaminhar reflexões, procurando resgatar Valores Humanos como:

• União do grupo em torno de um objetivo comum. • Respeito pela dignidade das duas funções (arremessadores e recolhedores)

no todo do grupo. • Flexibilidade e Abertura nas discussões. • Criatividade para a construção de estratégias satisfatórias. • Disponibilidade e Coragem para vencer desafios e ir além do imaginado. • Honestidade e Ética no cumprimento das regras.

Recursos: • Espaço físico de ao menos 7x7m; • 4 ou 5 cestas de diâmetros e alturas diferentes (caixas de papelão, cestos de

lixo, baldes, etc.); • 90 bolas (pingue-pongue, frescobol, plástico); • fita crepe, giz ou algo para demarcar o espaço do jogo; • flip chart, quadro branco, lousa ou chão para marcar os pontos.

Número de Participantes: Fazer o maior número possível de pontos em um determinado tempo através da conversão de cestas O jogos aqui está estruturado para 30 pessoas, mas quanto mais pessoas, mais divertido. Duração: Entre a explicação e a realização do jogo, cerca de 25 minutos. O momento da reflexão fica atrelado ao público e ao propósito do jogo. Pode ser desde um comentário de 10 minutos até uma discussão de 30 minutos sobre questões como trabalho em grupo, estratégias, lideranças, cooperação, etc. Descrição: Demarcar um quadrado de cerca de 7x7m onde as cestas serão distribuídas. As cestas corresponderão a pontos de acordo com o grau de dificuldade de acerto (por exemplo, cestas mais difíceis de acertar valem 200 pontos, 50 para as intermediárias e 10pontos para as fáceis). Na parte interna das linhas não é permitido entrar para fazer cestas nem para recolher as bolas. Os participantes dividem-se em arremessadores, de um lado, e recolhedores de bolas, do outro. Iniciado o jogo, os arremessadores lançam as bolas em direção às cestas, enquanto os recolhedores apanham as bolas que não entraram nas cestas e as devolvem aos arremessadores. Recolhedores não podem fazer cesta. Ao final do tempo de jogo são contados os pontos marcados pelo grupo. O tempo de jogo é de 1 minuto, podendo ser jogado em 2 tempos, ou quantos mais interessar ao focalizador e aos jogadores. No intervalo dos tempos pode haver troca de funções entre arremessadores e recolhedores. Dicas:

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Este jogo é bem divertido e motiva bastante de crianças a maior-idade. Pode estar presente em uma aula de Educação Física, treinamento de gestão de pessoas ou festa de aniversário. O tempo, espaço, número e tipo de bolas, os pontos, objetivo específico, número de participantes podem variar de acordo com o público do jogo. O focalizador pode deixar os jogadores organizarem-se e aproveitar isto como forma de reflexão sobre como o grupo está se relacionando. Este jogo pode ser usado como introdução à discussão sobre trabalho em grupo, assim como pode ser usado para aprofundar e aprimorar o relacionamento das pessoas. O focalizador deve estar atento às manifestações dos participantes para poder encaminhar as discussões e aproveitar os acontecimentos como ganchos de reflexão. O objetivo é melhorar a pontuação a cada tempo de jogo. Caso isto não aconteça, o focalizador deve ter o cuidado de auxiliar o grupo a entender a razão da queda no desempenho procurando motivar os participantes a reorganizarem-se para uma próxima tentativa. Ao invés de desmotivar, esse resultado pode ser rico para uma reflexão. Que tal tentarmos acertar umas cestas? Lá vai a primeira bola... Viva!!! Acertamos! 50 pontos! ADAPTAÇÃO (sugestão) A criança que tem dificuldade motora lança a bolinha na cesta, a professora ou o assistente tenta aparar a bolinha (jogo de dupla). No lugar da cesta poderia ser um cachorro... Marionete... A mão do professor ou a do assistente é a boca do cachorro... Quando a bola é aparada... A festa é grande... Rolam-se no chão.

AMIGOS DE JÓ

Patrícia Maria Pedote e Kátia Maria Alves Barata

Edição 1 de Agosto de 2001 da Revista Jogos Cooperativos, pág. 12 criado por Patrícia

Maria Pedote e Kátia M. Alves Barata - (para o I Festival de Jogos Cooperativos - 1999)

Objetivo do Jogo: Cantando a música "Amigos de Jó", todo o grupo tem que deslocar-se na cadência e realizar os movimentos propostos formando uma espécie de balé brincalhão. Propósito: O propósito é fazer do jogo-dança um momento de união do grupo e proporcionar um espaço de adequação do ritmo grupal. Podem ser trabalhados Valores Humanos como: Alegria e Entusiasmo pela brincadeira do grupo (diversão entre erros e acertos); Harmonia na busca do ritmo grupal; Parceria e Respeito para caminhar junto com o outro.

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Recursos: • Espaço físico mínimo de 35 m2; • círculos no chão (bambolês, círculos desenhados de giz ou barbantes) em

número igual ao de participantes dispostos em um grande círculo. Número de Participantes: Pode ser jogado com um mínimo de 16 pessoas até quantos o espaço permitir. Duração: Grupos pequenos jogam em cerca de 20 minutos; grupos maiores precisam de mais tempo para administrar a adequação rítmica. Descrição: Cada participante ocupa um bambolê ou círculo desenhado no chão. A música tradicional dos "Escravos de Jó" é cantada com algumas modificações:

"aMigos de Jó joGavam caxanGá. Tira, Põe,

Deixa Ficar, fesTeiros com fesTeiros fazem Zigue, Zigue, Zá (2x)"

O grupo vai fazendo uma coreografia ao mesmo tempo em que canta a música. A cadência das passadas é marcada pelas letras maiúsculas na música:

1. "aMigos de Jó joGavam caxanGá." : são 4 passos simples em que cada um vai pulando nos círculos que estão à sua frente.

2. "Tira": pula-se para o lado de fora do círculo. 3. "Põe": volta-se para o círculo. 4. "Deixa Ficar": permanece no círculo, agitando os braços erguidos. 5. "fesTeiros com fesTeiros": 2 passos para frente nos círculos 6. "fazem Zigue Zigue, Zá" : começando com o primeiro passo à frente, o

segundo voltando e o terceiro novamente para frente. Quando o grupo já estiver sincronizando o seu ritmo, o(a) focalizador(a) pode propor que os participantes joguem em pares. Neste caso, o número de círculos no chão deve ser igual à metade do número de participantes, as pessoas ocupam um círculo e ficam uma ao lado da outra com uma das mãos dadas. Além disso, quando o grupo cantar "Tira..." o par pula para fora do círculo, um para cada lado e sem soltar as mãos. E por que não propor que se jogue em trios e quartetos? Dicas: Este jogo-dança é uma gostosa brincadeira que exige certa concentração do grupo para perceber qual é o ritmo a ser adotado. É prudente começar mais devagar e se o grupo for respondendo bem ao desafio, sugerir o aumento da velocidade. O respeito ao parceiro do lado e a atenção para não machucar os pés alheios são toques interessantes que a pessoa que focaliza o jogo pode dar. Quando o grupo não está conseguindo estabelecer um ritmo grupal, o(a) focalizador(a) pode oferecer espaço para que as pessoas percebam onde está a dificuldade e proponham soluções. Da mesma forma, quando o desafio já tenha sido superado e o

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grupo queira continuar jogando, há espaço para criar novas formas de deslocamento e também há abertura para outras coreografias nesta ou em outras cantigas do domínio popular. Vale dizer que o pessoal ri muito, que é um jogo legal para descontrair, para festinhas de criança e festonas de adultos, aulas na escola, treinamentos de gestão de pessoas buscando o ritmo de trabalho do grupo. O jogo pode acompanhar reflexão sobre temas de interesse específico ou simplesmente ser jogado pelo prazer de jogar-dançar. ADAPTÇÃO (sugestão) Trabalhando com os círculos concêntricos e de mãos dadas é possível incluir, portadores de necessidades especiais, deficientes motores, visuais, cadeirantes, e outros portadores de necessidades especiais, intercalando. Entre cada um deles, segurando a mão, ou no ombro deverá estar presentes participantes não portadores para cooperarem com a dança.

NA PAREDE

Edição 2 de Setembro de 2001 da Revista Jogos Cooperativos, pág. 12

Adaptado do jogo descrito no livro "Cooperative Learning in Physical Education"- Grineski (1986, Ed. Human Kinetics).

Este é um jogo bastante ativo e que exige certa habilidade, mas que essencialmente requer muita cooperação. Objetivo do Jogo: Manter a bola em jogo e permanecer o mais próximo possível dos 21 pontos. Recursos: Uma bolinha de tênis ou de borracha pequena para cada grupo de 4 jogadores. Um ambiente fechado ou ao ar livre que tenha paredes amplas. Na parede serão desenhados com giz ou marcados com fita crepe, retângulos com aproximadamente 1,20m de altura (partindo-se do chão) por 2m de largura. Propósito: Este jogo permite que os participantes interajam positivamente para construir o entrosamento de seus times e unir esforços para alcançar o desafio. Pode ser utilizado por professores de Educação Física e também por focalizadores que queiram desenvolver o relacionamento interpessoal de grupos de trabalho.Também promove o exercitar de valores humanos como:

• Comunicação e flexibilidade: para compartilhar percepções com o time e juntos traçar estratégias.

• Clareza com criatividade: para identificar os erros, estabelecer metas realistas e encontrar as melhores soluções para o time.

• Paciência: para aceitar os erros e limitações dos colegas. Número de Participantes:

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Mínimo de quatro. O jogo é jogado em quartetos, tantos quanto o espaço nas paredes permitir. Duração: Cada rodada pode durar entre 2 e 5 minutos e por ser repetida por quantas vezes o grupo desejar. Descrição: Cada quarteto forma um time. Os jogadores devem estar numerados em 1, 2, 3 e 4 e devem rebater a bola com a mão de modo que ela bata na parede (dentro do retângulo marcado, que é a área de jogo), pingue uma vez no chão e volte para que o próximo jogador rebata. Os jogadores, pela ordem do seu número, revezam-se rebatendo a bola. O número 1 começa e depois o 2, o 3, o 4 e continua com o 1 repetindo a seqüência. O time começa com 21 pontos. A cada erro – se a bola rolar, não bater na parede, não bater na área de jogo, pingar duas ou mais vezes no chão antes de ser rebatida – perde-se um ponto. Também perde-se um ponto se a bola for rebatida fora da ordem. A rodada dura o tempo que for preestabelecido, ao final do qual verifica-se a pontuação de cada time. Dicas: Para aumentar o desafio dos times pode-se diminuir a área de jogo ou mesmo jogar com raquetes. Para grupos que estiverem se iniciando no jogo, utilize bolas maiores (de borracha ou plástico) e diminua o seu tamanho quando os participantes já estiverem se coordenando bem. Este jogo é bastante atraente para jovens e crianças a partir de 10 anos (para estas, utilizar área de jogo e bolas maiores). Depois de uma primeira rodada sugira que os times estabeleçam qual será a meta da próxima rodada. Dois minutos é o tempo mínimo para que uma rodada dure. Cinco minutos pode ser muito tempo de acordo com habilidade dos jogadores que podem terminar o jogo com uma pontuação negativa! O focalizador deve estar atento para que o jogo não se torne uma competição entre os times. É natural que os jogadores queiram comparar os resultados, mas faça disto um momento de troca de dicas e estratégias. O desafio está em cada time tentar superar-se e não aos outros.

TROCA DE PALAVRAS

Edição 2 de Setembro de 2001 da Revista Jogos Cooperativos, pág. 13

Re-creação a partir do Jogo Cooperativo de Tabuleiro Juntos (Together) de Jim Deacove – Family Pastimes/Projeto Cooperação

Objetivo do Jogo: Encontrar soluções para os problemas recebidos pelos grupos. Propósito:

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Pensar, juntos, sobre a importância de soluções viáveis para as questões ambientais e sociais, trabalhar os Valores Humanos e a cooperação intra e inter-grupal. Alguns Valores Humanos trabalhados:

• Respeito para com a opinião do outro; • Comunicação para a resolução dos conflitos; • Flexibilidade e abertura para ouvir o outro e entendê-lo; • Não violência para que os conflitos possam ser resolvidos de maneira pacífica; • Ética para encontrar a solução melhor para o grupo e não só para si.

Recursos: Tiras de papel e Canetas Número de Participantes: O jogo pode ser compartilhado em duplas, trios, quartetos ou quintetos. Não há um número mínimo de grupos, podendo ser re-criado conforme a necessidade. Duração: O jogo pode ter vinte minutos para a etapa dentro dos grupos e mais vinte para os relatos. Mas pode ser modificado de acordo com o interesse dos participantes. Descrição: As tiras de papel são previamente preparadas com palavras-solução de questão ambiental, por exemplo. Outras tiras com palavras-problema – poluição, desmatamento, miséria, entre outras. Os participantes são divididos em grupos e recebem as palavras problema. São distribuídas até que todas acabem. Em seguida os grupos recebem as palavras-solução, da mesma maneira. O objetivo é que cada grupo disponha as palavras problema em ordem de prioridade a serem solucionadas. Usarão, então, depois as palavras-solução. Em seguida o grupo escolherá um relator que comentará a experiência. Há possibilidade dos grupos trocarem palavras-solução para melhor adequação e resolução do problema. Dicas: Este é um jogo de re-flexão que pode ter inúmeras variantes de acordo com o grupo. Para grupos em que haja conflitos, por exemplo, o facilitador pode dispor das palavras-problema de maneira que possam proporcionar a discussão destes conflitos e suas causas. Outra possibilidade, em se tratando de um Jogo Cooperativo, é a troca de palavras ou mesmo de participantes que funcionarão como conciliadores, podendo experimentar uma outra situação. O importante é o exercício da discussão, da re-flexão e da co-operação para a solução de conflitos. Fábio Luiz de Mello Martins Onde encontrar mais

• Jogos dirigidos para grupos, recreação e aulas de educação física. (Silvino José Fritzen)

• Jogos de Cintura 6ª edição (José Luiz Fazzi, Juarez Tarcisio Dayrell) Dinâmica de grupo e relações humanas (Silvino José Fritzen)

• Exercícios práticos de dinâmica de grupo e de relações humanas. (Silvino José Fritzen 4º Volume.)

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• Técnicas pedagógicas de dinâmica de grupo (Celso Antunes). Bibliografia ALCANTARA, Alcides. Dinâmica de Grupo e sua Importância no Ensino. Brasil. SENAI - Departamento Nacional – Divisão de Ensino, 1.972. CASTILHO, Áurea. Liderando grupos: um enfoque gerencial. – Rio de Janeiro: Qualitymark, 1992. BEAUCLAIR, João. Psicopedagogia - trabalhando competências, criando habilidades. Editora: Wak. São Paulo. 2004. CARNEIRO, Francisco Danúzio de Macedo. Dinâmica grupal: Conceituação, história, classificação e campos de aplicação. 2011. FAZENDA, Ivani Catarina Alves et al. (Org.). Práticas Interdisciplinares na escola. 3ª edição São Paulo: Cortez, 1996. GONÇALVES, Andréia. Transtornos de aprendizagem: estratégias psicopedagógicas para o aprender acessado em 02 de maio de 2010 em http://www.qualifique.com/artigos/TranstornosDeAprendizagemEstrategiasPsicopedagogicasParaOAprender_AndreiaGoncalves.pdf. CURSOS 24 HORAS. Distúrbios de aprendizagem – módulo 01 acessado em 08 de maio em www.Cursos24Horas.com.br MINICUCCI, Agostinho. Dinâmica de grupo: teorias e sistemas. 3.ed., São Paulo: Atlas, 1991. MRECH Leny Magalães, O uso de brinquedos e jogos na intervenção Psicopedagógica de crianças com necessidades especiais - FONTE: http://www.regra.com.br/educacao Publicado em 03/05/2007 SAVIANI, D. Educação; do senso comum à consciência filosófica. São Paulo, Cortez/Autores Associados, 1987. NERECI. Imídeo Giusppe. Didática Geral Dinâmica. São Paulo. Atlas, 1981. (TURRA. C. M. e outros) PERRENOUD, P. Dez novas competências para ensinar. Artmed, 2000.