30 abril 2020 - diocese de beja · leitura do episódio da tempestade na travessia do lago de...

8
30 abril 2020 Diretor: ANTÓNIO NOVAIS PEREIRA Preço 0,50 c/ IVA PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS BRAGA TAXA PAGA Autorizado pelos C.T.T. a circular em invólucro de plástico fechado. Autorização N.º D.E. DE00192009SNC/GSCCS Ano XCII – N.º 4512 SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ Página 7 A Semana de Oração pelas Voca- ções Consagradas deste ano será vivida num contexto diferente do habitual. O surto pandémico obrigou a medidas prudenciais, tais como o confinamento caseiro e a NOTA DO PRESIDENTE DA CEVM SOBRE A 57ª SEMANA DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES CONSAGRADAS 26 de abril – 3 de maio de 2020 suspensão de atividades comu- nitárias, criando assim um quadro que obriga a que esta semana seja perspetivada de um modo diferente e mais criativo. Neste sentido aconselhamos que du- rante esta semana sejam privi- legiadas a oração pessoal e familiar, sem esquecer a oração sempre constante das comunida- des religiosas. A partir da mensagem do Papa Francisco que nos propõe uma leitura do episódio da tempestade na travessia do Lago de Tibe- ríades (Mt.14,22-33), sugerimos que a oração pelas vocações tenha, antes de mais, um sentido de gratidão. Damos graças a Deus pela vocação como dom da graça divina e por tantas voca- ções que enriquecem a Igreja, a começar pelas dos sacerdotes e dos consagrados e consa- gradas. Mas, nestes dias, não podemos deixar de reconhecer e dar graças a Deus porque tantas pessoas, assumindo a sua pro- fissão como uma verdadeira vocação, se entregam totalmente a cuidar dos outros, como são os casos dos profissionais de saúde, dos cuidadores nos lares ou em casa e dos voluntários em várias instituições e projetos. Semana das Vocações 2020 Na Igreja Católica celebramos de 26 de abril a 3 de maio a 57ª Semana de Oração que, este ano, tem lugar no contexto completamente inédito, por causa da pandemia de Covid-19. O tema escolhido pelo Papa Francisco é “As palavras da vocação”. O Papa Francisco propões-nos uma reflexão sobre 4 palavras chave, “gratidão, coragem, tribulação e louvor”. A nossa realização e a dos nossos projetos de vida não é o resultado matemático do que decidimos dentro do nosso ‘eu’ isolado; pelo contrário, trata-se, antes de mais, da resposta a um chamamento que nos chega do Alto. É o Senhor que nos indica a margem para onde ir”. Na sua mensagem D. António Augusto Azevedo presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios escreve; Aconselhamos que, durante esta semana, sejam privilegiadas a oração pessoal e familiar, sem esquecer a oração sempre constante das comunidades religiosas” e escreve ainda: “Faço votos que esta semana de oração pelas vocações consagradas suscite em cada pessoa e cada família uma coragem redobrada para viver e ultrapassar esta situação de provação em que nos encontramos. Rezemos sobretudo com fé e com a consciência de que a nossa oração, feita em espírito de comunhão, tem muita força”. Peçamos ao Senhor que conceda a toda a Igreja mas especialmente à nossa Diocese, neste contexto da celebração dos 250 anos da sua restauração, as vocações, sacerdotais, religiosos, missionárias e laicais, de que tanto necessita, para que a Boa Notícia possa chegar a todos. Que este tempo difícil que estamos a viver seja uma verdadeira oportunidade para que cada família se possa (re) descobrir como verdadeira “Igreja Doméstica”. JMJ Lisboa adiada para 2023 Página 5 Pelos motivos conhecidos, não se publicará o “Notícias de Beja” na próxima semana. Voltará a sair no dia 14 de Maio, esperando-se retomar o seu ritmo semanal a partir dessa data. Página 3 Dia 3 de Maio DIA DA MÃE

Upload: others

Post on 18-Aug-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: 30 abril 2020 - Diocese de Beja · leitura do episódio da tempestade na travessia do Lago de Tibe-ríades (Mt.14,22-33), sugerimos que a oração pelas vocações tenha, antes de

30 de abril de 2020

30abril2020

Diretor: ANTÓNIO NOVAIS PEREIRAPreço 0,50 • c/ IVA

PUBLICAÇÕESPERIÓDICAS

BRAGATAXA PAGA

Autorizado pelos C.T.T.a circular em invólucrode plástico fechado.

AutorizaçãoN.º D.E.

DE00192009SNC/GSCCSAno XCII – N.º 4512

SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ

Página 7

A Semana de Oração pelas Voca-ções Consagradas deste ano serávivida num contexto diferente dohabitual.O surto pandémico obrigou amedidas prudenciais, tais comoo confinamento caseiro e a

NOTA DO PRESIDENTE DA CEVMSOBRE A 57ª SEMANA

DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕESCONSAGRADAS

26 de abril – 3 de maio de 2020

suspensão de atividades comu-nitárias, criando assim um quadroque obriga a que esta semanaseja perspetivada de um mododiferente e mais criativo. Nestesentido aconselhamos que du-rante esta semana sejam privi-

legiadas a oração pessoal efamiliar, sem esquecer a oraçãosempre constante das comunida-des religiosas.A partir da mensagem do PapaFrancisco que nos propõe umaleitura do episódio da tempestadena travessia do Lago de Tibe-ríades (Mt.14,22-33), sugerimosque a oração pelas vocaçõestenha, antes de mais, um sentidode gratidão. Damos graças aDeus pela vocação como dom dagraça divina e por tantas voca-ções que enriquecem a Igreja, acomeçar pelas dos sacerdotese dos consagrados e consa-gradas. Mas, nestes dias, nãopodemos deixar de reconhecer edar graças a Deus porque tantaspessoas, assumindo a sua pro-fissão como uma verdadeiravocação, se entregam totalmentea cuidar dos outros, como sãoos casos dos profissionais desaúde, dos cuidadores nos laresou em casa e dos voluntáriosem várias instituições e projetos.

Semana das Vocações 2020Na Igreja Católica celebramos de 26 de abril a 3 de maio a 57ªSemana de Oração que, este ano, tem lugar no contextocompletamente inédito, por causa da pandemia de Covid-19.O tema escolhido pelo Papa Francisco é “As palavras davocação”. O Papa Francisco propões-nos uma reflexão sobre 4palavras chave, “gratidão, coragem, tribulação e louvor”.“A nossa realização e a dos nossos projetos de vida não é oresultado matemático do que decidimos dentro do nosso ‘eu’isolado; pelo contrário, trata-se, antes de mais, da resposta aum chamamento que nos chega do Alto. É o Senhor que nosindica a margem para onde ir”.Na sua mensagem D. António Augusto Azevedo presidente daComissão Episcopal das Vocações e Ministérios escreve;“Aconselhamos que, durante esta semana, sejam privilegiadasa oração pessoal e familiar, sem esquecer a oração sempreconstante das comunidades religiosas” e escreve ainda:“Faço votos que esta semana de oração pelas vocaçõesconsagradas suscite em cada pessoa e cada família umacoragem redobrada para viver e ultrapassar esta situação deprovação em que nos encontramos. Rezemos sobretudo comfé e com a consciência de que a nossa oração, feita em espíritode comunhão, tem muita força”.Peçamos ao Senhor que conceda a toda a Igreja masespecialmente à nossa Diocese, neste contexto da celebraçãodos 250 anos da sua restauração, as vocações, sacerdotais,religiosos, missionárias e laicais, de que tanto necessita, paraque a Boa Notícia possa chegar a todos.Que este tempo difícil que estamos a viver seja uma verdadeiraoportunidade para que cada família se possa (re) descobrir comoverdadeira “Igreja Doméstica”.

JMJ Lisboaadiada para

2023

Página 5

Pelos motivosconhecidos,

não se publicaráo “Notícias

de Beja”na próxima

semana.Voltará a sair

no dia14 de Maio,

esperando-seretomar

o seu ritmosemanal a partir

dessa data.Página 3

Dia 3 de Maio

DIADA

MÃE

Page 2: 30 abril 2020 - Diocese de Beja · leitura do episódio da tempestade na travessia do Lago de Tibe-ríades (Mt.14,22-33), sugerimos que a oração pelas vocações tenha, antes de

30 de abril de 2020SOCIEDADE2 – Notícias de Beja

DIA DA MÃE

No próximo Domingo, diatrês de Maio, com toda ajustiça, celebrar-se-á o Diada Mãe, ou seja, o dia detodas as mulheres que, mes-mo com o sacrifício da suacarreira profissional, aco-lhem amorosamente os seusfilhos e não cessam de osacompanhar para que elescresçam harmoniosamente enada lhes falte no desen-volvimento todas as suascapacidades.A meu ver, ainda não fomoscapazes de valorizar sufi-cientemente tudo quanto elasdão gratuitamente à socie-dade. Sabemos que qualquerempresa vê os seus pro-blemas acrescidos com assituações de maternidade,possivelmente, porque, paraalém de se verem sem assuas colaboradoras, encon-tram dificuldade na suasubstituição e veem au-mentados os custos com osrecursos humanos. Julgotambém que seria um bominvestimento se as mãespudessem estar com os seusfilhos os primeiros dozemeses porque, no futuro,poderíamos poupar em saú-de, na justiça e nos própriosestabelecimentos prisionais.Estou certo de que, aquiloque somos em adultos deve-mo-lo principalmente a todosos gestos de amor e ternuradas nossas mães, desde anossa conceção no ventrematerno.A opção de qualquer mulherde ser mãe é algo extraor-dinariamente grandioso ebelo para todo o ser humanoe principalmente para todosquantos temos o dom da fé.Apoiar as mães em todas as

Editorial

António Novais Pereira, Diretor

situações é um dever quedeve ser assumido por to-dos, e começando pelospróprios filhos. Mesmo nospiores momentos, as mãessabem esconder os seussofrimentos para que osfilhos não sofram, incutema alegria, a coragem, aternura e o perdão.Como refere a Mensagemda Comissão Episcopaldo Laicado e Famíliapara o dia da Mãe, acelebração do Dia da Mãeprovoca também “inquie-tações e incómodos inte-riores, quando recorda-mos as Mães que sãovítimas de violência do-méstica, e choram osseus filhos traumatiza-dos. Mães que enfrentamas tempestades, e comenergia e inesgotávelcriatividade que lhes vemdos horizontes alargadosdo Amor, superam tor-mentos e constroem apartir das cinzas, com asua persistência, a bo-nança nas vidas de seusfilhos e da sua família” Econtinua a referida nota:“Neste ano acrescida-mente difícil, marcadopela pandemia do Covid19, aprendamos com asMães o valor da vida quedelas recebemos e perce-bamos como é bela a cul-tura da defesa da vida.Melhor do que nunca,percebemos a compara-ção de que Deus se serviupara nos dizer que nuncaestamos sós e abando-nados, porque Ele nuncanos esquece, é como asMães: «Acaso pode umamulher esquecer-se do seubebé, não ter carinho pelofruto das suas entranhas?Ainda que ela se esque-cesse dele, Eu nunca teesqueceria.» (Is 49, 15).Parabéns a todas as mães!

O rasto da CovidSomos uma Nação valente comséculos de história e de vitóriase creio que esta luta também serávencida! Contudo esta pandemiapoderá deixar rasto.Uma das faces desse rasto po-derá ser a intolerância para como outro. É certo que vivemostempos difíceis sendo por issonecessário termos a maior cautelapossível, de modo a nos prote-germos e a protegermos osoutros. “Juntos seremos maisfortes”. De qualquer modo nãonos podemos deixar inebriar aponto de vermos no nosso seme-lhante um perigo de morte.Numa caixa de supermercado vê-se muita coisa. Uns não aceitamo talão porque lhe toquei, outroscolocam cada artigo dentro desacos de plástico que deveriamser para a fruta. Houve até umsenhor que quase exigiu a umacolega minha ser ele a picar osprodutos na máquina… Atendiuma senhora que entrou na lojatoda apetrechada de luvas emáscara, e assim que chegou àcaixa tirou somente uma luva parapoder mexer com “segurança” nasua mala e assim tirar os sacos

das compras que lá estavamdobrados. Como uma das mãosainda tinha a luva ficando inu-tilizável, para conseguir abrir osaco com “segurança” usou amão que já estava livre de perigo(sem luva) e a boca. No entantoquando se trata do pagamento nomultibanco, que desinfeto a cadautilização, esta senhora muitoimpressionada e em pânico,puxou o punho da camisola ecobriu o dedo indicador, com quedigitou o código para não lhetocar.Outra coisa que me deixa preo-cupado é a falta de cumprimento.A meu ver é de grande impor-tância tratar simpaticamente osclientes, por isso antes de come-çar a atendê-los saúdo-os comum “bom dia” ou “boa tarde” emuitos nem respondem, en-quanto que outros me ensinaramum novo modo de cumprimentar,pois ao invés de me devolveremo bom dia exclamam: “um saco!”Parece-me que a Covid não setransmite por se ser educado.Não precisamos falar, por vezesbasta um gesto. Apesar destasestranhas coisas nem tudo é mau

5 formas de ajudar o “Notícias de Beja”1. Pague a assinatura do jornal atempedamente.2. Faça publicidade no “Notícias de Beja”. Tem uma empresa ou responsabilidadena gestão de algum negócio? Anuncie no “Notícias de Beja”. Como temos poucapublicidade, cada anúncio obtém mais visibilidade.3. Ofereça uma assinatura. É uma prenda que não é cara (35 euros). E dura pelomenos um ano. E quem a recebe vai lembrar-se de si pelo menos uma vez porsemana. Grande prenda!4. Proponha o nosso jornal a um amigo. Se gosta do jornal (podemos presumir quesim, porque recebemos elogios com alguma frequência), proponha-o a um amigo.Depois de o ler ofereça a alguém. Um amigo do jornal encontra outro amigo5. Ajude a divulgar o jornal passando pelo facebook e partilhando nas redes sociaiscapas e algumas notícias que lá vamos pondo.

e as coisas positivas são maisfortes. Se por um lado a Covidveio afinar a falta de compre-ensão, por outro, veio tambémiluminar alguns corações. Na lojaonde trabalho há muitos clientesestrangeiros que vieram paraesta terra à procura de melhorescondições de vida, e são estes,sobretudo, que melhor reco-nhecem o esforço de quem lutaem plena pandemia. Talvez porserem pessoas expostas a gran-des e pesadas tarefas e, ainda porcima, muitas vezes serem menosbem tratadas, tenham uma maiorsensibilidade.A estas pessoas que abando-naram os seus países, a todas asque sendo portuguesas se esfor-çam por vencer este vírus, e atodos os profissionais de saúdee demais elementos que se en-contram na linha da frente, o meuobrigado.O rasto que a Covid deixará nofuturo, depende da nossa con-duta no presente. Se todos nosunirmos, pelo bem comum, maisuma vez Portugal e o Mundosairão vitoriosos desta batalha!

Jacinto Nunes

Pergunte. Nós respondemos.Aproxima-se o mês de Maio,tradicionalmente o mês de Maria,o mês do Terço. Vários amigosnão católicos têm-me interpeladosobre o excesso de ‘’adoração’’a Maria.Ora bem. A Igreja admite duasformas de culto: o culto de latria(adoração) e o de dolia (vene-ração). O culto de latria presta-seúnica e exclusivamente a Deus esó a Deus: ‘‘Ao Senhor teu Deusadorarás e só a Ele prestarásculto’ (Lc. 4, 8). Logo, não seadora Maria, porque ainda queseja a mais excelsa das criaturas,simplesmente não é Deus.

Existe, porém, o culto de dolia,ou seja, veneração. Este presta-se aos santos, como modelos desantidade e imagens alentadorasdaquilo que Deus pode fazer emqualquer homem ou mulher.Venerar é honrar, reconhecer oque Deus fez, nunca adorar.Mas, podemos ainda consideraro culto de hiperdolia, ou seja, umaveneração especial, que não éadoração, mas uma forma par-ticular de honrar Aquela que nostrouxe o Salvador, sem o qual aRedenção não teria sido rea-lizada, ou seja, o culto a Maria.Embora já com alguns anos,

recomendo a Exortação Apos-tólica de São Paulo VI ‘’Marialiscultus’’ sobre o culto à San-tíssima Virgem ou melhor ‘’para areta ordenação e desenvolvi-mento do culto à bem-aventuradaVirgem Maria’’ disponível emhttp://www.vatican.va/content/paulvi/pt/apost_exhortations/documents/hf_pvi_ exh_19740202_marialis-cultus.html .Aguardamos mais questões.Envie para [email protected]é para a semana, se Deusquiser.

PRG

Page 3: 30 abril 2020 - Diocese de Beja · leitura do episódio da tempestade na travessia do Lago de Tibe-ríades (Mt.14,22-33), sugerimos que a oração pelas vocações tenha, antes de

30 de abril de 2020 RELIGIÃO Notícias de Beja – 3

O nosso DomingoO Senhor é o meu Pastor

D. João Marcos, Bispo de Beja

1 - Eu não sou gregário! Nãogosto de andar atrás dos ou-tros. Não gosto de andar porcaminhos feitos, gosto de sereu a fazer os meus próprioscaminhos!Estas palavras ouvi-as há muitosanos a um intelectual que assimtentava defender-se de um con-vite que lhe lancei para continuara frequentar a Missa dominicalque tinha abandonado, como sefosse coisa inútil. E acrescentavaque, na sua juventude, tinhamuitas vezes comido o pão queo diabo amassou, e agora sentia-se no direito de comer o pão queele próprio amassava. Fechadoem seus esquemas, este homemrejeitava assim o Pão vivo des-cido do céu, o único pão que dáVida Eterna a quem o comer. Asua recusa lembrou-me o CânticoNegro de José Régio, no qual opoeta diz e repete àqueles que oconvidam: não vou por aí!

2 - Nós cristãos, somos gregários,ou seja, reconhecemo-nos, semcomplexos de inferioridade e commuita honra, como ovelhas dorebanho de um único Pastor:Deus Pai, manifestado no SeuFilho Jesus Cristo. Somos cris-tãos porque reconhecemos emJesus de Nazaré, crucificado emJerusalém, o nosso Senhor e oCristo, o Messias que veio aomundo para nos salvar, ou seja,para nos reconduzir da situaçãode perdição onde nos lançaramos nossos pecados e o pastoreiodos maus pastores, e nos re-conduzir para Si, o verdadeiroPastor e Guardião das nossasalmas. Ele, o Filho Unigénito, umsó Deus com o Pai e com oEspírito Santo, suportou os nos-sos pecados no Seu Corpo sobreo madeiro da cruz, resgatou-nosda escravidão do pecado com oSeu Sangue e curou-nos pelas

ENTRADAA bondade do Senhor encheu a terra - A.Cartageno, CNL, 138ou: Ó Páscoa gloriosa – AFSantos, CNL, 695

SALMO RESPONSORIALEsperamos, Senhor, na vossa misericórdia,M. Luis, SR, 88

CREDO (SÍMBOLO DO APÓSTOLOS) Indicado para o T. Pascal - A. Cartageno, CNL, 75

Sugestões de Cânticos

OFERTÓRIOA nossa Páscoa imolada, A. Cartageno, CNL, 150

COMUNHÃOCristo Senhor, és o guia - Alentejano (Bom Pastor),CNL, 325; ou: Foi removida a pedra (Páscoaflorida) - A. Cartageno, CN, 495

FINALCristo ressuscitou, Aleluia - M.Luis, CNL, 324

Siglas - CNL – Cantoral Nacional para a Liturgia; SR: Salmos Responsoriais – L. Luis.

IV Domingoda Páscoa

Ano A3 de maio de 2020

I Leitura

«Deus fê-l’O Senhor e Messias»

Actos 2, 14a.36-41

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São JoãoNaquele tempo, disse Jesus: «Em verdade, em verdade vos digo:Aquele que não entra no aprisco das ovelhas pela porta, mas entrapor outro lado, é ladrão e salteador.Mas aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas. O porteiroabre-lhe a porta e as ovelhas conhecem a sua voz.Ele chama cada uma delas pelo seu nome e leva-as para fora.Depois de ter feito sair todas as que lhe pertencem, caminha à suafrente; e as ovelhas seguem-no, porque conhecem a sua voz. Se forum estranho, não o seguem, mas fogem dele, porque não conhecema voz dos estranhos». Jesus apresentou-lhes esta comparação, maseles não compreenderam o que queria dizer. Jesus continuou: «Emverdade, em verdade vos digo: Eu sou a porta das ovelhas.Aqueles que vieram antes de Mim são ladrões e salteadores, mas asovelhas não os escutaram. Eu sou a porta.Quem entrar por Mim será salvo:é como a ovelha que entra e sai do aprisco e encontra pastagem.O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir. Eu vimpara que as minhas ovelhas tenham vida e a tenham emabundância».

Evangelho Jo 10, 1-10«Eu sou a porta das ovelhas»

suas chagas. Assim nós, asovelhas desgarradas que Elereuniu e agora está conduzindopara o Pai, seguimo-l’O comonosso Redentor e Pastor, poisnos reconhecemos como mem-bros do Seu rebanho, ou seja, daSua Igreja.

3 – O reconhecimento de JesusCristo como Pastor tem a ver como entendimento da nossa vidacomo um percurso. É tambémconsequência de acreditarmosem Deus Pai Criador, e na Mortee na Ressurreição de Cristo, SeuFilho. Todos entendemos, semgrande dificuldade, que a nossavida na terra é uma caminhada daqual desconhecemos o início e ofim, como começa e como ter-mina. Viver é caminhar. Mas, deonde? E para onde? De ondevimos e para onde vamos?Vimos do coração amoroso deDeus que nos criou. Como can-tamos num salmo, Ele nos fez, aEle pertencemos, somos Seupovo e ovelhas do Seu rebanho.Aparecemos neste mundo cheiosde fragilidades e inteiramentedependentes do amor e doscuidados dos pais e dos fa-miliares, vizinhos e conhecidose, á medida que crescemos,experimentamos a necessidadeimperiosa e também a grandedificuldade de lhes retribuirmoso amor que deles recebemos! Omedo de morrer que nos fecha emnós mesmos impedindo-nos deamar, transforma tantas vezes asnossas vidas num marasmo ounum rodopio louco que, de facto,não nos levam a lado nenhum. Oreconhecimento da nossa in-capacidade de enfrentar a morteabre-nos à fé na morte de Cristopor nós, por amor de nós, e naSua ressurreição. Nisto conhe-cemos o Amor: Jesus deu a Suavida por nós, e ressuscitou paranossa justificação. Ele é o bomPastor que caminha à frente daSua Igreja no vale tenebroso da

morte e nos conduz para a Vida,no seio do Pai. E a vida doscristãos transforma-se assim nodiscipulado amoroso, no se-guimento de Cristo vencedor damorte que nos faz participantesda Sua vitória.

4 – Eu vim para que as minhasovelhas tenham Vida, e a tenhamem abundância. Estas palavrasdo Senhor com que termina oEvangelho do próximo domingoresumem a vida e a inteira missãode Cristo no mundo. Neste Evan-gelho podemos ver também quaissão as características do BomPastor e das Suas ovelhas. Eleentra pela porta e é reconhecidopelas suas ovelhas que amo-rosamente chama pelo nome, ecaminha á sua frente. Elas co-nhecem a Sua voz e seguem-n’O,e reconhecem n’Ele a porta pelaqual entram e saem para en-contrar pastagem.Meus queridos irmãos e irmãs:vós conheceis a voz de CristoSenhor nosso? Para O seguirdes,é absolutamente necessário queO escuteis quando vos fala nosacontecimentos das vossasvidas. Precisais de aprender aescutá-l’O nas palavras da Sa-grada Escritura que a Mãe Igrejavos dá como alimento, domingoapós domingo, dia após dia.Porque existem no mundo muitosfalsos pastores que em muitascircunstâncias dizem também asmesmas palavras do Senhor, taldiscernimento não é coisa fácil.Mas se O reconheceis como aPorta das ovelhas e aprendeis aentrar e a sair por Ele e O tomaiscomo exemplo a seguir, felizes devós, ovelhas que Cristo apas-centa! Habitareis para sempre naCasa do Senhor, pois Ele, nacomunhão da Igreja, vos guiaráaté à plena comunhão com o Pai,no Espírito Santo, no Reino dosCéus!

Leitura dos Actos dos ApóstolosNo dia de Pentecostes, Pedro, de pé, com os onze Apóstolos, ergueua voz e falou ao povo: «Saiba com absoluta certeza toda a casa deIsrael que Deus fez Senhor e Messias esse Jesus que vóscrucificastes».Ouvindo isto, sentiram todos o coração trespassado e perguntarama Pedro e aos outros Apóstolos: «Que havemos de fazer, irmãos?».Pedro respondeu-lhes: «Convertei-vos e peça cada um de vós oBaptismo em nome de Jesus Cristo, para vos serem perdoados ospecados. Recebereis então o dom do Espírito Santo, porque apromessa desse dom é para vós, para os vossos filhos e para quantos,de longe, ouvirem o apelo do Senhor, nosso Deus».E com muitas outras palavras os persuadia e exortava, dizendo:«Salvai-vos desta geração perversa». Os que aceitaram as palavrasde Pedro receberam o Baptismo, e naquele dia juntaram-se aosdiscípulos cerca de três mil pessoas.

«Voltastes para o pastor e guarda das vossas almas»1 Pedro 2, 20b-25II Leitura

Salmo Responsarial Salmo 22 (23)

O Senhor é meu pastor: nada me faltará.

Leitura da Primeira Epístola de São PedroCaríssimos: Se vós, fazendo o bem, suportais o sofrimento compaciência, isto é uma graça aos olhos de Deus. Para isto é que fosteschamados, porque Cristo sofreu também por vós, deixando-vos oexemplo, para que sigais os seus passos. Ele não cometeu pecadoalgum e na sua boca não se encontrou mentira. Insultado, não pagavacom injúrias; maltratado, não respondia com ameaças; masentregava-Se Àquele que julga com justiça. Ele suportou os nossospecados no seu Corpo, sobre o madeiro da cruz, a fim de que, mortospara o pecado, vivamos para a justiça: pelas suas chagas fomoscurados. Vós éreis como ovelhas desgarradas, mas agora voltastespara o pastor e guarda das vossas almas.

Eu sou o bom pastor, diz o Senhor: conheço as minhas ovelhas eelas conhecem-Me.

Jo 10, 14Aclamação antes do Evangelho

Page 4: 30 abril 2020 - Diocese de Beja · leitura do episódio da tempestade na travessia do Lago de Tibe-ríades (Mt.14,22-33), sugerimos que a oração pelas vocações tenha, antes de

30 de abril de 2020DIOCESE4 – Notícias de Beja

CRISTO VENCEUA MORTE!

RESSUSCITOU!ALELUIA!

RESSUSCITOU e abriu-nos as portas da eternidade. Res-suscitou para eu ressuscitar, para tu ressuscitares e vivermos avida nova do amor mais forte que a morte! A natureza vem àfesta, vencendo as agruras do inverno: os campos florescem,as árvores vestem-se de primavera, as aves celebram em grupo,os grilos cantam, os animais pastam, o homem sorri ao ver comoo Criador continua a recrear e a fazer mais bonita e apetecível avida sobre a terra. Ressuscitou! A Páscoa inventou um amormais forte que morte. Nasceu na terra uma causa nova e fonteinesperada de esperança e confiança que surgem da morte. Avida ganhou um novo sentido, rasgaram-se novos horizontesna vida do homem sobre a terra. Apareceu um amor que nãodesiste, que não resiste, que não recua, que nunca se demite,que proclama hoje e sempre o primado da vida. Um amor quenão constipa, nem se enferruja, um alimento essencial para tudoe para todos. Este amor vem do Céu e vive-se na terra. É umaparceria de Deus e do homem. O Alfa e o Oméga, o princípio e ofim, o coração e o centro da nossa fé, é a Ressurreição de Cristoe a nossa. Mas como acreditar mesmo na ressurreição, agora eaqui, em ti, em mim? O pregador do retiro ao presbitério dadiocese, em Março passado, em Milfontes, o P. Rui SérgioGomes, reitor do Seminário vocacional de Caparide, doPatriarcado de Lisboa, afirmou simplesmente que acreditar naressurreição é saber que o Céu existe e desejar ir para lá, depoisde criar um pouco de Céu na terra. Isto não significa fuga mundi,ópio, evasão, como se este mundo nada tivesse a ver com omundo futuro e a vida eterna. Este mundo é dom e tarefa, graçae combate, prova e antecipação, estágio e caminho para o Céu.É viver aberto a Deus, aos outros, à vida. É compromisso comum mundo mais justo, mais fraterno, igualitário e solidário,sobretudo com os que sofrem. Exige empenhamento, tarefa,ascese, renúncia. Ouçamos como deve ser o nosso estágio naterra, à espera da nossa morada definitiva, o Céu, segundo JesusCristo: «Um novo mandamento vos dou: que vos ameis unsaos outros; assim como Eu vos amei, vós também vos deveisamar uns aos outros. É por isto que todos saberão que soismeus discípulos: se vos amardes uns aos outros». (Jo 13, 24-25). Eis o sinal, o memorial de que Cristo ressuscitou e continuavivo e operativo na vida dos seus discípulos. É este o milagrefacilmente percetível, que os discípulos de esus devem dar aomundoNestes tempos calamitosos de distanciamento social e deproximidade Familiar, somos chamados a inventar o amor paradar sentido aos limites que a pandemia impôs á vida social,profissional, económica, liberdade de circulação e atividade delazer. Isto 0 exige o nosso bem pessoal e o bem de todos. Tambémisto é um sinal de amor social e fraterno. Como diz S. João daCruz, se queres chegar onde queres, tens de passar por ondenão queres «Para chegar ao que saboreias, / Tens de ir por ondenão saboreias. / Para chegar ao que não sabes, / Tens de passarpor onde não sabes, / Para chegares a ter o que não possuis /Tens de ir por onde não possuis. /Para chegar ao que não és /Tens de ir por onde não és». E, ao terminar, rezemos com o PapaFrancisco: «Aceita então que Jesus Ressuscitado entre na tuavida / acolhe-O como amigo, com confiança: Ele é a vida! Se atéagora estiveste longe d’Ele, basta que faças um pequeno passoe Ele te acolherá, de braços abertos. Se és indiferente, aceitaarriscar: não ficarás desiludido. Se te parece difícil segui-l’O,não tenhas medo, entrega-te a Ele, podes estar seguro de queEle está perto de ti, está contigo e dar-te-á a paz que procuras ea força para viver como Ele quer. Papa Francisco».

António Aparício

REDESCOBRIR O QUE SOUPor estes dias uma nova palavra,Covid-19, entrou paulatinamenteno nosso vocabulário e, comonenhuma outra, transformoutanto as nossas vidas. É que estapalavra não pertence ao idiomade qualquer povo ou nação, masimpôs-se agressivamente naslínguas de todos os povos,tornando-nos a todos enten-díveis em qualquer parte destenosso mundo.Se o que esta palavra significanos aprisionou muitos dos nos-sos sonhos imediatos, ela nãoconsegue aprisionar nenhumadas nossas esperanças. Porquea esperança vem-nos do acreditare, para nós, na sua maioria cris-tãos, a esperança não engana,como nos diz São Paulo na suaCarta aos Romanos (Rom. 5),porque continuamos a acreditare, cada vez com mais força.E, se estes tempos que vivemosnos confinaram nas nossascasas, privando-nos daquilo quenos era mais caro, o encontrocom os outros, eles não deixam,contudo, de ser também sinais de

esperança. São tempos propíciosde renovação. A Igreja, tantasvezes reduzida a uma parti-cipação semanal, ou até mesmoanual, em alguma celebraçãoreligiosa, redescobriu agora o seuverdadeiro ser. A Igreja é cada umdos que um dia foram batizadose, são esses batizados que agorase encontram consigo mesmos.Ao contrário do que se previa, aobrigatoriedade da quarentenanão significou o silenciamentoda Palavra de Deus. Mais do quenunca, ela se espalha hoje digi-talmente, em cada coração an-gustiado, em cada alma per-turbada, em cada família reunida.Quando as portas das igrejas depedra se fecharam, foram abertasas portas das igrejas domésticas.Em cada casa, em cada lar, emcada hospital há agora umachama de fé sempre acesa. Isto éum sinal de esperança e derenovação.E quando tudo isto passar, o querestará desta redescoberta da fé?Parece-me que a resposta não mecompete a mim dá-la. Ela é a

resposta de cada um e, em cadaum, será de certeza diferente,porque diferente são os anseios,angústias e esperanças próprios.Mas de uma coisa tenho a cer-teza: nada poderá ficar comoantes, porque este vírus, em vezde nos enfraquecer ou matartornou-nos mais fortes. Agoratomámos consciência de queandamos sempre de “mãos da-das” uns com os outros, atémesmo com aqueles que poucoou nada nos dizem. Tomámosconsciência de que sozinhosnada somos ou fazemos, mas queestamos todos no mesmo barco,e que ninguém se salva sozinho.E, para que um dia nos possamosreencontrar de novo e partilharuma mesa de café, uma espla-nada, um simples “bom dia”, umcumprimento ligeiro, um abraçoou um simples sorriso, não seesqueça, fique em sua casa, pormim, por ti, por nós.

Pe. José Manuel FachadasGuerreiro

Paróquias de CubaEm tempos de confinamento…

Ante a necessidade de recolhimento que a novapandemia exige, as paróquias de Cuba tiveram dereajustar-se, tendo em conta, outrossim, asdiretrizes da DGS e da CEP. As redes sociaisrevelaram-se, assim, um instrumento precioso paraestimular a vivência da fé, a catequese e a oração.Diariamente, na página das Paróquias doConcelho de Cuba no Facebook são publicadosos textos da Santa Missa, quer das leituras, querdas orações. O número de visualizações permite-nos algum alento. O mesmo sucede com ocomentário ao evangelho diário, que já se fazia háalguns anos.A catequese foi o ponto mais surpreendente.Primeiramente com os adultos, criou-se um grupoprivado no Facebook e continuámos a nossacaminhada de formação, como se em presençaestivéssemos. Depois, seguiram-se as crianças.Também para elas foi criado um grupo, ondesemanalmente são colocados os diversosconteúdos temáticos. Graças a Deus, o Se-cretariado Nacional de Educação Cristã encetou uma proposta virtual, que muito veio complementar aquelaque aplicamos por estas terras.Porém, justiça seja feita ao Grupo de Jovens São Vicente – Renascer, pois, através da plataforma zoom, têmcontinuado a reunir-se (virtualmente, claro) e realizado momentos de ‘’oração comunitária’’: a Via-sacra, aVia Lucis, o Terço, …As celebrações pascais foram realizadas na íntegra, sem a participação dos fiéis, que, avisados dos horários,se uniram ao pároco nesses momentos e seguiram, via Youtube, as celebrações presididas pelo Bispodiocesano.Em suma, a vida paroquial continuou, noutros moldes é certo, mas continuou, graças também aos subsídiosque o Secretariado Nacional de Liturgia produziu e facilitou, bem como aos das diversas plataformasinformativas: Aleteia, Vatican News, Hozanna.Rezamos, porém, com violência, para que possamos voltar a juntar-nos em volta do mesmo e único altar,como povo de Deus.

O Conselho Pastoral Paroquial

Page 5: 30 abril 2020 - Diocese de Beja · leitura do episódio da tempestade na travessia do Lago de Tibe-ríades (Mt.14,22-33), sugerimos que a oração pelas vocações tenha, antes de

30 de abril de 2020 Notícias de Beja – 5IGREJA

Descobrir e centrar-seno essencial

Nestes conturbados tempos, envoltos num emaranhado de notícias,às vezes ouço expressões que me deixam perplexo e, simul-taneamente, triste: “isto é castigo de Deus”; “o mundo estava aprecisar de uma lição”; “é o juízo de Deus”; “é a ira de Deus”,etc.Mas, de que deus se trata? Poderá ser o deus que alguns têm nacabeça, um misto de sincretismo e antropomorfismo, de traumas epreconceitos, mas não, decerto, o Deus dos cristãos, Aquele queJesus, o Filho, veio revelar! É por Ele que temos acesso ao Pai, deQuem Ele é a “Imagem visível”. (Cf. Cl 1, 15)Sobre esta temática há uma palavra clarividente de Jesus, que passoa citar: “Qual de vós, se o seu filho lhe pedir pão, lhe dará umapedra? Ou, se lhe pedir peixe, lhe dará uma serpente? Ora bem,se vós, sendo maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos,quanto mais o vosso Pai que está no Céu dará coisas boas àquelesque lhas pedirem.” (Mt 7, 9-11) O Evangelho e todo o NovoTestamento, não têm dúvidas em afirmar: em Deus a misericórdiaprevalece sobre o juízo (Cf. Tg 2, 13), e o seu perdão é claro,indubitável, 70x7 (Cf. Mt 18, 22).S. João, que privou de perto com o Mestre e, pela idade com quenos legou os seus escritos, nos revela o essencial da fé cristã,define o nosso Deus pela palavra Amor. Escutemo-lo: “Caríssimos,amemo-nos uns aos outros, (…). Aquele que não ama não chegoua conhecer a Deus, pois Deus é amor. E o amor de Deus manifestou-se desta forma no meio de nós: Deus enviou ao mundo o seu FilhoUnigénito, para que, por Ele, tenhamos a vida. É nisto que está oamor: não fomos nós que amámos a Deus, mas foi Ele mesmo quenos amou e enviou o seu Filho como vítima de expiação pelosnossos pecados. (…) Deus é amor, e quem permanece no amorpermanece em Deus, e Deus nele. (…) No amor não há temor;pelo contrário, o perfeito amor lança fora o temor; de facto, otemor pressupõe castigo, e quem teme não é perfeito no amor.”(Cf. 1Jo 4, 7-18)Todas estas limitações e constrangimentos que estão a marcarprofundamente a vida da inteira Família Humana, de formatransversal, além do muito sofrimento gerado e de efeitos negativosem praticamente todos os sectores, deveriam levar-nos a extrair,também, alguns ensinamentos dos erros cometidos e do caminhoque nos trouxe até aqui, e que importa inverter. Esse pode ser onosso “trabalho de casa”, de todos, sem excepção.Para nós cristãos, há, contudo, uma outra evidência emergentedesta crise: a constatação da fragilidade e precariedade da condiçãohumana e dos seus projectos. Não somos deuses, nem super-homens, nem seres auto-suficientes, nem está nas nossas mãosgrande parte das nossas decisões. Razão tem S. Paulo em afirmarque a nossa vida neste mundo é uma “tenda”. (Cf. 2 Cor 5,1)Perante o autêntico tsunami que se abateu sobre a Humanidade,nós cristãos temos outra certeza que nos conforta e anima: o Senhoré a nossa Força, sempre está connosco, nunca nos abandona. ÉEle Quem nos ajuda a levar a cruz, conduzindo as quaresmas danossa vida a desembocar no porto seguro da Páscoa, fonteinesgotável de vitória e de esperança. Nada nos pode separar doSeu amor. (Cf. Rom 8, 35-39)Uma última nota, que gostaria de introduzir, e que encontra apoiono pensamento dos Papas S. Paulo VI e Francisco, tem a ver com olugar e/ou papel do Homem: servo ou senhor? Diz-nos o primeiro:“o verdadeiro desenvolvimento é do Homem todo e de todo oHomem” (Cf. Carta Encíclica Populorum Progressio, 42; 1967). Osegundo, nomeadamente na Carta Encíclica Laudato Si, (2015)defende que a Ecologia deve ser integral, e ter o Homem no seucentro (Cf. nn: 10; 11; 62; 124; Capítulo IV – nn: 137; 156; 159; 225;230). Desenvolvimento e Ecologia centrados no Homem, são umaresposta e proposta cristãs a um Mundo que, muitas vezes, esqueceque o Homem deve ser “a medida de todas as coisas” (Protágoras,sofista), ou, como diria Jesus: as coisas foram feitas para o Homeme não o contrário! (Cf. Lc 6,5)Santa Páscoa, na alegria de Cristo ressuscitado, certeza de quenós, unidos a Ele, também seremos vencedores.

Pe. Manuel António Guerreiro do Rosário

Jesus ressuscitou! E agora?Face à atual situação da COVID-19, que exige de todos umaaprendizagem e adaptação a estaforma diferente de nos rela-cionarmos connosco, com osoutros e com Deus, e conscientesde que, apesar de, este ano, nãopodermos celebrar a Páscoapresencialmente numa comu-nidade, ela não deixa de ser ocentro da nossa fé e de ter umpapel muito importante na nossacaminhada cristã, o Departa-mento Diocesano da PastoralJuvenil decidiu propor aos gru-pos de jovens da nossa dioceseum desafio pascal, intitulado«Jesus ressuscitou! E agora?»,por forma a vivermos este tempo

comunitariamente, ainda quefisicamente distantes.Este desafio consiste na publi-cação diária, no Instagram (@pastoraljuvenilbeja) e no Facebook(@dpjbeja), de uma frase e deuma fotografia (aos domingos,de um vídeo), que convidem auma ação concreta e simples, quetestemunhe a alegria de sabermosque Jesus está vivo.É costume, no Tempo da Quar-esma, haver muita oferta demateriais e propostas para aoração e ação, mas notamos que,no Tempo da Páscoa, as opçõessão muito mais escassas. Destemodo, pretendemos com estedesafio inundar as redes sociais,

não do desânimo e cansaçopróprios do confinamento, masda alegria e jovialidade que aressurreição de Jesus nos traz.Se algum jovem ainda não par-ticipou neste projeto e quercontribuir, pode enviar o seudesafio, juntamente com umafotografia que o ilustre, para onosso email ([email protected]).Atrevamo-nos a procurar e arefletir sobre a Graça escondidade vivermos a Páscoa nestascircunstâncias. E perguntemo-nos: que novas portas estaráDeus a abrir-nos para a redes-coberta da Páscoa?

DDPJ

JMJ Lisboa adiada para 2023

A Jornada Mundial da Juven-tude, a realizar em Lisboa em2022, foi adiada para 2023! Estefoi um entre outros encontrosmundiais que foram adiadosdevido à pandemia da COVID-19.De facto, também o CongressoEucarístico Internacional, que serealizaria em setembro deste ano,em Budapeste, foi adiado parasetembro de 2021, bem como oEncontro Mundial das Famílias,em Roma, que passou de junhode 2021 para junho de 2022.

No seu comunicado, a Sala deImprensa da Santa Sé explica que«devido à atual situação sanitáriae às suas consequências sobre adeslocação e agregação de jo-vens e famílias, o Santo Padre,junto com o Dicastério para osLeigos, a Família e a Vida, decidiuadiar por um ano o próximoEncontro Mundial das Famílias,previsto para se realizar em Roma,em junho de 2021, e a próximaJornada Mundial da Juventude,prevista para Lisboa, em agosto

de 2022».O Comité Organizador Local(COL) da JMJ acolheu esta de-cisão, «com naturalidade e con-fiança, partilhando com o SantoPadre o apelo a que, no atualcontexto e nos próximos tempos,o foco da atenção de todos estejano cuidado dos mais vulneráveis,das famílias e de todos os que,pelos mais diversos motivos,sofrem com os efeitos da pan-demia causada pela COVID-19».Neste sentido, o COL doou àCaritas de Lisboa 35 compu-tadores portáteis, que lhe haviamsido oferecidos, para que possamser entregues a jovens estu-dantes que deles precisem.Este adiamento da JMJ nãosignifica, porém, um «cruzar osbraços», mas um «arregaçar asmangas», dando graças a Deuspor esta oportunidade de maisum ano, para, com entusiasmo,melhor preparar a JMJ em Por-tugal, «na certeza de que o eventotrará à capital portuguesa aesperança e a alegria dos jovensde todo o mundo».

Covid-19: Congresso Eucarístico Internacionaladiado para 2021

O porta-voz do Vaticanoanunciou no dia 23 de Abril queo Congresso Eucarístico Inter-nacional, em Budapeste, foiadiado para 2021, por causada pandemia de Covid-19.Esta decisão foi comunicadadepois do anúncio do adia-mento do próximo EncontroMundial das Famílias e daJornada Mundial da Juven-tude, em Lisboa, respetiva-mente para 2022 e 2023.

Page 6: 30 abril 2020 - Diocese de Beja · leitura do episódio da tempestade na travessia do Lago de Tibe-ríades (Mt.14,22-33), sugerimos que a oração pelas vocações tenha, antes de

30 de abril de 2020OPINIÃO6 – Notícias de Beja

Beja Visigótica (I)

A cidade de Beja ufana-se de tera maior e a melhor coleção de artevisigótica de Portugal: «Apesarde não estar totalmente divul-gado o numeroso remanescenteda arte visigótica que constituium dos mais preciosos tesourosarqueológicos da capital do BaixoAlentejo, o notável núcleo be-jense, quanto à sua importânciae características gerais, é bemconhecido» (49).«A coleção do museu conta 52peças que provêm «quase todasda parte da cidade compreendidaentre as muralhas, o que bemprova terem pertencido a edifíciosconstruídos na cidade visigoda,a qual, como se sabe, se manteveexactamente na mesma área mu-ralhada pelos romanos. Os exem-plares restantes vieram do sítiode Trigaches, e da Corte Piorno,freguesia de Quintos, distante 17quilómetros a Leste de Beja» (50).Como existiu sede episcopal, pelo

menos a partir do grande BispoSanto Apríngio, 531, «torna-seevidente, portanto ter havido emBeja um templo que, pela suacategoria de sede episcopal,devia ser, naturalmente, de certovulto dimensional e artístico.Outros de menor importância sedispersariam pelas terras dotermo, cuja população na épocaromana, era grande e formava emtorno de Pax Júlia um verdadeiroenxame de vilas agrárias, em

muitos casos, como na Torre daCerdeira, Gravia do Meio, Fontedos Cântaros, Beringel, Torrede S. Brissos, etc., grandesaldeias em volta da Igreja deSanta Maria, como tradiçãoconsiderada como sítio da sévisigótica, depois transformadaem mesquita, que os achadosforam mais numerosos.Dentro da cidade de Beja, aspedras de lavor visigótico têmaparecido em vários pontos,

inclusive nas muralhas , mas éprecisamente, em volta da actualIgreja de Santa Maria, pela tra-dição considerada como sítio dasé visigótica, depois trans-formada em mesquita, que osachados foram mais numerosos»(51)No museu da Igreja de SantoAmaro, encontram-se as se-guintes peças achadas junto àIgreja de santa Maria: «Fragmen-to de cruz de gelosia, de mármorebranco; fragmento de uma peçaidêntica à anterior, mas esta teráefectivamente servido de pe-queno quebra-luz; pequeno fra-gmento de capitel de pilastra (?)de calcário cinzento; pequenofragmento de e um dos ângulossuperiores de uma pequenapilastra de mármore branco» (52)Por sua vez, escreve Túlio Es-panca, ao falar da Igreja de SantaMaria: «Tradição mantida secu-larmente na cidade, afirma queneste local existiu a primeira SéVisigótica, sobretudo baseadono aparecimento de achados

António Aparício

Sílvio Couto

Os episódios mais recentes danossa história comum – que émuito mais do meramente coletiva– coloca-nos diante de umaexperiência quase dramática decada um e de todos: num ápicecaiu o (propagandeado) ‘su-cesso’ económico; aquilo que háum mês – início de março – eracerteza, hoje – meados de abril –é dúvida, medo ou ansiedade;setores que eram consideradosde grande pujança, estão hojenas ruas da amargura, senãofechados prestes a implodir; filasde espera nos restaurantes tro-caram de indumentária e men-digam à porta dos espaços assis-tenciais particulares ou ins-

fazer refletir sobre tantos dosproblemas a que temos dadoalguma importância, pois muitosdeles não passam de ninhariasdiante do essencial. A trans-versalidade de tudo que estamosa viver faz-nos ser mais humildes,pois não conseguimos ascen-dente de uns sobre os outros e,quem tal ousar, saberá que está afaltar à verdade moral, filosóficae até metafísica.

= Será, entretanto, oportunorecordar a contraposição entre osprincípios, tendencialmente,individualistas da ‘revoluçãofrancesa’ de 1789 – liberdade,igualdade e fraternidade – comnovos princípios e critériosdecorrentes da revolução de1989, com a queda do ‘muro deBerlim’ – cf. João Paulo II, cartaencíclica ‘Centesimus annus’, nocentenário da Rerum novarum, de1 de maio de 1991, n. os 22-29. Dealgum modo se introduz umanova designação daqueles prin-cípios agora mais na dimensãopersonalista da pessoa e daconvivialidade com os outros:democracia, participação esolidariedade.

É tendo em conta esta onda deinterdependência em tudo o quetemos estado a fazer – e o maisque possa vir a ser preciso – épouco, embora significativo. Comefeito, será tomando medidaspara suster o contágio do ‘covid-19’ que estaremos a cuidar de nósmesmos e dos outros numaintercomunhão de gestos, deatitudes e de ações.Esta pandemia veio colocar a numuito daquilo que já anterior-mente era considerado subja-cente: há uma razoável fatia (ouserá fação?) da nossa sociedadeque ainda não interiorizou queestamos em interligação muitomais do que funcional, logo quese um não aceita as regras sociaisou não se comporta em funçãodos outros, todos somos pre-judicados…mais cedo do quemais tarde.

= Nesta conjugação de vivênciasa que temos estado a ser sub-metidos, há questões que nãopodemos deixar de atender. Maisdo que solidários na desgraçatemos de saber criar condiçõespara sermos solidários nas boaspropostas, na criação de um

titucionais; as escolas estãovazias e tristemente silenciosas,onde agora chilreiam pássarosantes eram tolhidos pelo barulhodas crianças; os espaços de cultoestão encerrados à participaçãode fiéis, entretanto transfor-mados em telespectadores ecibernautas com celebrações à lacarte; aquilo que antes era nor-mal, agora é considerado exce-cional…a alma da nossa iden-tidade cultural foi ferida, estámagoada e, nalguns casos, quasemoribunda…Talvez estejamos a viver a piorcrise humanitária generalizadadesde o final da segunda guerramundial: esta é cultural e nãosó bélica; é de regime e não sóde sistema; é de todos e não deuns tantos, que se reclamavamvencedores; agora somos to-dos derrotados…até os quepossam tê-la desencadeado. Omundo foi varrido por estapandemia em resultado de mui-tos condicionantes, razoáveisou até irracionais.Se a saúde – biológico-químicasem deixar de atender à de índolepsicológico-espiritual – foi postaem risco, algo mais nos deve

razoável espírito de partilha, naconjugação dos critérios deconvivência, na sintonia com osvalores de humanismo, na dis-ponibilidade para sabermos estarmais a pensar nos outros do queem nós mesmos.Mesmo que uma certa maioria dacomunicação social nos váinfestando de notícias negativase obscuras, temos de ir vislum-brando sinais de esperança emtantos gestos de dedicação aosoutros, seja na área da saúde,seja no âmbito do social. Osnúmeros estão dados a público:mais de cem mil idosos (velhos,muito velhos) vivem em lares denão-família, muitos deles cui-dados por instituições de bene-merência com suporte cristão –misericórdias, IPSS (centrosparoquiais ou outros), asso-ciações de base solidária – quemenorizam os estragos da soli-dão a que muitos dos maisvelhos são lançados. Espera-seque o Estado acorde para estesetor da ‘economia social’ e nãose limite a lançar dinheiro aosseus apaniguados…na cor ou naideologia!

Solidários na desgraça ou desgraçados sem solidariedade?

arqueológicos em que avultamduas lápides funerárias (umadelas datada de 622-554 da eracristã), e pedras ornamentais comlavores típicos daquela época.Outras versões históricas admi-tem, do mesmo modo, que noedifício esteve instalada a mes-quita muçulmana» (53)«Da construção civil e religiosadessa época, que é a primeiralonga fase da decadência de Beja,resta-nos imensamente menosque da romana. Pilastras, ábacos,fragmentos de impostas, capitéise outras pedras ornadas de sexi-fólios e palmetas, pombas ecachos de uva, colecção precio-síssima do Museu de Beja, amelhor do País e talvez da Penín-sula, tal é o remanescente ar-queológico dos edifícios visi-góticos aqui levantados a partirdo século VIº. E foi no meiodestas pedras que até nós vieramas memórias sepulcrais do pres-bítero Severo e de outro visigodoque se chamou Domínio…» (54)

Memória da Primeira Evangelização na celebração dos 250 anos da Restauração da Diocese de Beja

Page 7: 30 abril 2020 - Diocese de Beja · leitura do episódio da tempestade na travessia do Lago de Tibe-ríades (Mt.14,22-33), sugerimos que a oração pelas vocações tenha, antes de

30 de abril de 2020

Diretor: António Novais PereiraRedação e Administração:Rua Abel Viana, 2 - 7800-440 BejaTelef. 284 322 268E-mail: [email protected]

Assinatura 35 Euros anuais c/IVAIBAN PT50 0010 0000 3641 8210 0013 0

Impressão:Gráfica do Diário do MinhoRua de Santa Margarida, n.º 4-A - 4710-306 Braga

30ABRIL

2020

Depósito Legal

N.º 1961/83

Editado emPortugal

Propriedade da Diocese de BejaContribuinte Nº 501 182 446

RegistoN.º 102 028

Tiragem1.500

SOCIEDADE Notícias de Beja – 7

Escolas servem cerca de18000 refeições diárias

Na segunda semana do 3.º período letivo, o número de refeiçõesservidas nas escolas de acolhimento voltou a aumentar.No final desta semana foram servidas, nas mais de 700 escolasde acolhimento, cerca de 18 mil refeições diárias, reforçando aescola pública como resposta social imprescindível, nomea-damente junto dos alunos mais carenciados.Recorde-se que, desde o arranque deste 3º período, a medida foialargada aos alunos do Escalão B da Ação Social Escolar.A par das refeições, as escolas de acolhimento dão já resposta a350 filhos/dependentes dos trabalhadores de serviços essenciais.

ENFERMEIRO/AA Fundação Domingos Simão Pulido (Vidigueira)precisa contratar um(a) enfermeiro(a) a tempoparcial para prestar serviço em Estrutura Residencialpara pessoas Idosas e Centro de Dia no equi-pamento a funcionar no edifício sede em Rua Dr.António Carlos da Costa, 12, 7960-275 emVidigueira.

Contactos:284 434 719964 974 179

Email:fundaçã[email protected]

Todos sabemos que neste tempode confinamento por causa dapandemia, em que os crentes sãoprivados da Assembleia Domi-nical para a Eucaristia, as paró-quias e muitos grupos organi-zados, com grande criatividade eamor a Deus que tudo governacom sabedoria, têm-se mobi-lizado de modo a manter viva achama da fé, mesmo fechados emcausa.Para referir só a nossa Diocese,ao que sabemos, vários párocostêm transmitido a EucaristiaDominical e a Liturgia das Horas(ao menos alguns) para que osfiéis possam acompanhar. Ascelebrações da Semana Santa emBeja, presididas por D. JoãoMarcos na Sé, foram todas trans-mitidas pela internet (facebooK).Também as Missas do 2º e 3ºdomingo Pascal foram transmi-tidas da Sé e da Igreja do Carmo,respectivamente. Esta últimaIgreja tem estado diariamente

Iniciativas de oração e outras,em tempo de pandemia

aberta entre as 8h e as 10h damanhã, para facilitar a oraçãopessoal de um ou outro tran-seunte. Além disso, na nossacidade há grupos – que eu saiba,um de adultos e outro de jovens(Perdigotos) - que todos os diasà noite se “juntam” pela internetpara rezarem o rosário a NªSenhora. Há também iniciativasde catequistas que estão aassegurar a catequese semanalàs crianças através da plataformazoom. Na Unidade Pastoral deBeja, os párocos têm enviadoregularmente por e-mail váriossubsídios para ajudar a alimentara fé dos paroquianos: propostasde oração em família, com lei-turas, textos de orações, memo-randum de horários de transmis-sões televisivas e outras deinteresse para a formação da fé,etc., etc. Assim, os fiéis, nomea-damente os grupos de preparaçãopara o Crisma e as AssembleiasFamiliares Cristãs não têm sido

deixados ao abandono duranteeste período difícil, mas poten-cialmente fecundo. Fecundo também em muitosgestos de solidariedade, que,felizmente, temos visto entre osnossos cristãos. Ao longo destetempo, a Caritas Paroquial de S.João Baptista e os Vasos de barro,em coordenação com a CaritasDiocesana, têm estado muitoactivos e mobilizados em relaçãoaos que mais precisam, especial-mente os imigrantes. Tenhoacompanhado as trocas de men-sagens entre os vários interve-nientes e sou testemunha damotivação, do carinho, da gene-rosidade, do interesse, e até dacriatividade destas pessoas paraencontrar soluções e resolverproblemas concretos de irmãosnossos imigrantes necessitados.Louvado seja Deus também porisso.

A.Cartageno

NOTA DO PRESIDENTE DA CEVM SOBREA 57ª SEMANA DE ORAÇÃO PELAS

VOCAÇÕES CONSAGRADAS

26 de abril – 3 de maio de 2020Neste espírito de gratidão háainda um lugar especial paratodas as famílias que são fiéis àsua vocação de comunidades devida, amor e fé. E, dada a felizcoincidência de esta semanaterminar no Dia da Mãe, agra-decemos a Deus o dom querepresenta cada mãe, de modoespecial as que assumem amaternidade como uma grandevocação.O recolhimento em que se en-contra a maior parte das pessoaspode gerar um clima de maiorsilêncio e, em alguns casos, desolidão. Esta situação é favo-rável a uma oração pelasvocações como verdadeiroespaço de escuta. Escuta, antesde mais, da palavra de Deusque continua a chamar cada um ecada uma para uma vocaçãoespecífica. No silêncio ecoarámais forte o chamamento queJesus faz hoje a muitos: «Segue-me!». A escuta é ainda condiçãopara estar atento e captar ossofrimentos da humanidade e asnecessidades da Igreja e da suamissão. Daqui poderá brotar, com

mais realismo, para os maisjovens e para todos, a pergunta:«Para quem sou eu?».A nossa oração dirigida ao Se-nhor da messe para que mandeoperários para a sua messe, éuma súplica necessária econfiante.Precisamos de pedir para receberesta graça tão importante para avida da Igreja, uma vez que égrande a carência de vocaçõesconsagradas nas dioceses, con-gregações e institutos. Umasúplica feita comconfiança porque acreditamosque Jesus Cristo ressuscitou,está vivo e caminha connosco eque o seu Espírito conduz eenriquece a sua Igreja, pelo que«o Senhor não pode faltar à suapromessa de que nãodeixará a Igreja privada de pas-tores sem os quais não poderiaviver nem realizar a sua missão»(Christus Vivit, 275).O Papa Francisco, na sua men-sagem, lembra ainda a coragemque é necessária nos momentosde escolhas vocacionais, bemcomo nos momentos de tri-bulação como aquele que os

discípulos experimentaram nomeio da tempestade. Uma cora-gem que encontra a sua âncorana presença e na palavra deJesus: «Sou eu, não temais!».Faço votos que esta semanade oração pelas vocaçõesconsagradas suscite em cadapessoa e cada família umacoragem redobrada para viver eultrapassar esta situação deprovação em que nos encon-tramos. Rezemos sobretudo comfé e com a consciência de que anossa oração, feita em espírito decomunhão, tem muita força.E, como acontece todos os anosa Comissão Episcopal das Voca-ções e Ministérios disponibi-lizará alguns materiais paralembrar, apoiar e enriquecer aoração de todos.Cristo Ressuscitado, o BomPastor, nos conduza, proteja eabençoe.

Vila Real, 15 de abril de 2020+António Augusto de Oliveira

Azevedo

Presidente da Comissão Episcopaldas Vocações e Ministérios

Page 8: 30 abril 2020 - Diocese de Beja · leitura do episódio da tempestade na travessia do Lago de Tibe-ríades (Mt.14,22-33), sugerimos que a oração pelas vocações tenha, antes de

30 de abril de 2020ÚLTIMA PÁGINA

Instituto de Nª Srª de Fátima/Colégio de Nª Srª da Graça,em Vila Nova de Milfontes

Iniciou o 3.º período oferendocomputadores portáteis a 68alunos e com aulas à distânciaem pleno funcionamentoDentro do contexto vivido dePandemia, que passou a im-possibilitar os alunos de fre-quentarem as aulas num re-gime presencial, e tendo emvista a preparação do 3.ºperíodo em pleno, com umaproposta de um ensino dequalidade à distância, o Ins-tituto de Nª Srª de Fátima,instituição proprietária doColégio de Nª Srª da Graça,em Vila Nova de Milfonteslançou, nos últimos dias deMarço, uma campanha deangariação de fundos paraadquirir 65 computadores paraos alunos com mais necessi-dades e cujos pais/encar-regados de educação nãotivessem possibilidades de oscomprar.Passaram três semanas, e oobjectivo foi alcançado comuma resposta solidária erápida de empresas e pessoassingulares que correspon-deram, possibilitando quetodos os alunos estejam afrequentar em pleno o ensinode qualidade a que o Colégiode Nª Srª da Graça, escolacatólica, se propõe nos seusobjectivos, sobretudo tudofazendo para que todos osseus alunos possam em igual-dade de oportunidades se

qualificarem para integraremna sociedade, como adultos,com uma sólida formaçãohumana integral, tendo comobase os valores cristãoscatólicos.Finalizada a campanha, nofinal da primeira semana do3.º período duas realidades sãocertas: a primeira, é que 68alunos (adolescentes e jo-vens), entre um misto de brilhocintilante nos olhos e pulos desurpresa e contagiante alegria,receberam um como ofertacomputador portátil e internetmóvel 4g gratuita (até ao finaldo ano lectivo); a segunda, eigualmente importante, todosparticipam assiduamente eestão bastante empenhadosnas aulas à distância e nostrabalhos propostos pelosprofessores.Também estes, os professores,certamente que não só os doColégio de Nª Srª da Graça,de Vila Nova de Milfontes,mas todos, são verdadeirosheróis: muito rapidamente seadaptaram a uma nova formade ensinar, com novos mé-todos e plataformas das quaisnão estavam familiarizados, ecom toda a certeza exigindomuito esforço e sacrifíciopessoal para que aos ado-lescentes e jovens não lhesfaltasse o que é seu por direito:a educação/ensino com qua-lidade e que os qualifique para

o dia de amanhã.A bem da verdade, toda asociedade civil se moveu,mostrando que acredita quepode não só fazer a diferença,mas que mesmo em temposde crise pode superar asdificuldades e fazer surgiralgo de bom.Que conclusões poderemostirar deste tempo de pandemiaque ainda vivemos e vive-remos: tudo e todos nós podemsurpreender pelo bem: alunos,porque sentem que há quemolhe para eles com esperançae como tal se empenha no seusucesso escolar académico;professores, pelo trabalho emequipa ajudando-se uns aosoutros para poderem exercera sua missão de ensinar;sociedade civil, porque, nosmomentos mais difíceis, sur-preende pela grande genero-sidade em favor do bemcomum.Em jeito de atalho de foice,pode ser consultado no sitedos Colégio ( www.colegionsgraca.com.pt ) o nome dasempresas que contribuírampara o sucesso desta cam-panha e mais, para o sucessodos adolescentes e jovensalunos. A todos um grande bem-hajam!!!

Pe. Manuel Pato

PARÓQUIA DESANTIAGO DO CACÉM

O Rosto do Bem FazerO Agrupamento de Escuteiros 722, de Santiago do Cacém, mais do quenunca, continua a desenvolver algumas ações de apoio à comunidadeSantiaguense, sobretudo durante este tempo de pandemia. Este apoioé essencialmente logístico e está devidamente articulado com o seuPároco e Assistente, com a sua paróquia e com a Proteção CivilMunicipal. O Departamento de Proteção Civil do Agrupamento, formadopor dirigentes e caminheiros, reativado recentemente, tem a missão deresponder prontamente às necessidades que vão surgindo neste tempode crise. Este Departamento já realizou a entrega de desinfetante noLar de Idosos da Casa do Povo da Abela, bem como nos BombeirosMistos de Santiago do Cacém. Na sua Paróquia faz um trabalho emconjunto com a Conferência Vicentina, tendo já entregue uma máquinade lavar roupa aos Bombeiros Mistos de Santiago do Cacém, oferta daConferência Vicentina, bem como a realização mensal do transportedos bens alimentares do Banco Alimentar Contra a Fome, para a Sededa Conferência Vicentina. Nos próximos dias já está programada aentrega de mais desinfetante no Centro de Saúde de Santiago do Cacém.Pode ainda, se as famílias não conseguirem vir buscar os alimentos,mas nunca se substituindo aos familiares dos mais pobres, sobretudoos idosos, levar às casas destes, o saco com os alimentos do mês. Estáatento e respondeu também, prontamente, às solicitações do Pároco,para resolver uma ou outra situação mais urgente, nomeadamente

relacionada com a manutenção de alguns espaços da paróquia,sobretudo a Capela das almas e a Igreja Matriz. Quanto à ConferênciaVicentina da paróquia, continua a sua missão de muitos anos: ajudaras famílias mais necessitadas, cujo número rondava as 40 famílias enestes momentos difíceis provocados por esta terrível vírus do covid-19, já ultrapassou as 45 famílias. Além da distribuição mensal dealimentos, a Conferência apoia ainda na comparticipação da comprade medicamentos, daqueles que têm mais necessidades, bem como napartilha de vestuário, móveis e outros bens. Algumas das irmãsVicentinas, porque faz parte do seu carisma, estão também inseridasno grupo de visitadores de doentes. Qualquer pessoa que passenecessidades, devido a esta pandemia, mas não só, sempre, pois assimtem sido há mais de 50 anos, pode recorrer a este sector da caridade daparóquia. Anteriormente existiam duas conferências, mas recentementeforam unidas, ficando apenas uma, que assumiu o nome das duas etem gerado um trabalho de comunhão, de otimização dos recursoshumanos, de testemunho de fé. Ninguém, nenhuma família que precise,ficará sem ajuda, pois o bem do próximo é a razão de ser da ConferênciaVicentina - o rosto caridoso da comunidade dos crentes, o rostocaridoso de Jesus.

Pe. Paulo do Carmo