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07/08/2018 1 Jornalismo e Divulgação Científica Graduação em Engenharia Ambiental Pós-Graduação em Ciências Ambientais 3 – História da Ciência, Tecnologia e Inovação no Mundo Prof. Sandro Donnini Mancini Agosto, 2018 Instituto de Ciência e Tecnologia de Sorocaba ROTEIRO DEFINIÇÕES DE C, T & I 1ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 2ª. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL A ERA DO BIG SCIENCE FIM DO BIG SCIENCE E TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

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07/08/2018

1

Jornalismo e Divulgação Científica

Graduação em Engenharia Ambiental

Pós-Graduação em Ciências Ambientais

3 – História da Ciência, Tecnologia e Inovação no Mundo

Prof. Sandro Donnini Mancini

Agosto, 2018

Instituto de Ciência e Tecnologia de Sorocaba

ROTEIRO

DEFINIÇÕES DE C, T & I

1ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

2ª. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

A ERA DO BIG SCIENCE

FIM DO BIG SCIENCE E TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

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O QUE É CIÊNCIA?

O QUE É TECNOLOGIA?

O QUE É INOVAÇÃO?

Sistema de adquirir conhecimento baseado no método científico bem como ao corpo organizado de conhecimento conseguido através de tais pesquisas.

Conjunto dos instrumentos, métodos e técnicas que permitem o aproveitamento prático do conhecimento científico.

Implementação no mercado de um produto ou processo novo ou significativamente melhorados com relação à versão anterior.

Há outras definições existentes, essas foram as ecolhidas.

Pesquisa e Desenvolvimento – trabalho criativo levado à cabo de forma sistemática para aumentar o volume de conhecimentos humanos, culturais e sociais e o uso desses para obtenção

de novas aplicações.

Pesquisa Básica – trabalhos experimentais ou teóricos que se empreendem basicamente para a obtenção de novos conhecimentos acerca de fundamentos de fenômenos ou fatos observáveis sem

pensar, em primeiro momento, em dar-lhes uma aplicação ou utilização determinada.

Pesquisa Aplicada – trabalhos originais realizados para adquirir novos conhecimentos dirigidos fundamentalmente a um objetivo prático específico.

1ª Revolução Industrial (1760 – 1820/40)

� Produção fabril em larga escala, aprofundamento da divisão do trabalho emuito acúmulo de capital / separação de classes: capitalismo fabril;

� Foi uma revolução no modo de produção, mas impactou as relaçõessociais;

https://www.youtube.com/watch?v=hxYzR44ypdo

� Antes dela, artesão dominava;

� Da manufatura para a maquinofatura;

� Não foi científica ou tecnológica, mas isso não impediu de desempenharpapel decisivo nos processos das ciências e das técnicas;

� Símbolo: máquina à vapor;

� Thomas Savery (patente em 1698) e James Watt (aperfeiçoou a partir de1764);

� Ambos não conheciam termodinâmica.

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1ª Revolução Industrial (1760 – 1820/40) – continuação

Bases econômicas, trabalhistas e sociais:

� Se você trabalha numa fábrica, alguém tem que produzir sua comida;

� Campo precisava ser mais eficiente;

� Produção de bens por meio da propriedade privada dos meios deprodução;

� Produção de bens por meio da divisão social do trabalho: detentores x nãodetentores dos meios de produção;

� Reorganização da estrutura fundiária e fim da estrutura feudal;

� Aumentam trocas em base monetária;

� Aumento da mão de obra livre – cidades crescem – trabalho assalariado;

� Atores antes da 1ª. Revolução industrial: artesão, mercadores, povo

� Atores após 1ª Revolução industrial: capitalista/proletariado.

Características do Desenvolvimento Científico e Tecnológico:

� Máquina é o fator fundamental (não é mais o artesão);

� Aumenta a escala de produção;

� Baixa contribuição ao desenvolvimento científico e tecnológico;

� Indústria usa inovação e conhecimento pré-existente: caráter empírico;

� Adapta inventos anteriores (teares e máquinas à vapor, principalmente);

� Não precisava de mão de obra qualificada;

� Substituição da madeira por ferro (salto da metalurgia);

� Não precisava altos investimentos para começar;

� Estradas de ferro para escoar produção.

1ª Revolução Industrial (1760 – 1820/40) – continuação

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1ª Revolução Industrial (1760 – 1820/40) - continuação

POR QUÊ OCORREU NA INGLATERRA?

� Soberania marítima;

� Dominava comércio internacional;

� Protestantismo – não era pecado acumular;

� Não tinha escravidão – mais consumidores;

� Revolução Gloriosa (1688-89): fim do absolutismo real / Parlamentarismo;

� Sistema jurídico independente: garantia da propriedade;

� Liberalismo econômico (laissez-faire);

Forma mais completa: “laissez faire, laissez passer, le monde va de lui-même”(“deixem fazer, deixem passar, o mundo vai por si mesmo”)

� Já havia uma manufatura desenvolvida, principalmente têxtil (semproduzir algodão - importação);

� Governo abria novos mercados (guerras);

� Tinha carvão (fábricas à todo o vapor!).

2ª Revolução Industrial (1850/1870 - 1970)

INOVAÇÃO

� Perda de liderança da Inglaterra;

� Alemanha era a principal potência europeia a partir da segunda metade doséculo XIX;

� EUA começam a despontar ainda no século XIX;

� Novo sistema técnico: indústria “science-based”;

� Grandes mudanças econômicas;

� Continuidade do modo de produção capitalista;

� 3 mudanças destacadas: na dinâmica econômica;

na relação entre C & T

nas técnicas: mecanização

aprofundamento da divisão do τ;

novos materiais

novas fontes de energia

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2ª Revolução Industrial (1850/1870 - 1970) - continuação

� Siderurgia: 2ª Revolução Industrial – Bessemer (ar soprado no líquido)

Siemens-Martin (minério oxidando)

preço do aço cai 80% , quantidade ↑

* MUDANÇAS NAS TÉCNICAS

Novos Materiais: Indústrias Química e Siderúrgica;

� Química: corantes sintéticos, foram a base da química orgânica moderna;

dianteira alemã: não tinha colônia (sem corantes naturais);

� Siderurgia: 1ª Revolução Industrial – carvão mineral ao invés do vegetal

ferro gusa ou ferro fundido;

Barras de ferro eram aquecidas com coque por

até uma semana.

3 t coque → 1 t aço

aço era caro, produto de “boutique”

2ª Revolução Industrial (1850/1870 - 1970) - continuação

* MUDANÇAS NAS TÉCNICAS

Novas Fontes de Energias:

� Principalmente: eletricidade;

� Novos ramos: iluminação, transporte, equipamentos;

� Vapor já tinha deslocalizado um pouco as máquinas, pois rodas d’águadependiam, obviamente, das quedas d’água.

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Mecanização e Aprofundamento da Divisão do Trabalho

� Aumenta velocidade de produção: exige novos materiais, lubrificantes etc;

� Nova organização do sistema de produção e do trabalho:

linha de montagem (Fordismo)

� 1ª Revolução Industrial não tinha administração (gerente);

� Taylorismo: separação entre concepção e execução.

2ª Revolução Industrial (1850/1870 - 1970) - continuação

* MUDANÇAS NAS TÉCNICAS

2ª Revolução Industrial (1850/1870 - 1970) - continuação

*MUDANÇAS NA DINÂMICA ECONÔMICA

Concentração/Centralização do capital: grandes corporações;

Essa oligopolização teve como consequências (e que tem reflexos até hoje):

� Guerra de patentes;

� Fim do papel auto-corretivo das crises;

� Novo papel para o Estado;

� Novas formas de concorrência (qualidade, inovação);

� A profissionalização da P&D nas indústrias;

� Conteúdo científico crescente;

� Especialização profissional;

� Rotinização da ciência: invenção do método de invenção.

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2ª Revolução Industrial (1850/1870 - 1970) - continuação

*MUDANÇAS NA RELAÇÃO ENTRE C&T

� Casamento mais sólido entre Ciência e Tecnologia;

� Tecnologia é muito dependente da ciência, graças ao advento da grandeindústria;

� Ciência virou elemento essencial da lógica do capitalismo e de seuaperfeiçoamento.

2ª Revolução Industrial – continuação

BIG SCIENCE (1940 – 1970)

Até ~1880 : ciência era privada

aperfeiçoamento de pequenos dispositivos

Final do Século XIX até década de 20/30 – indústria baseada na ciência

Suporte via patronos privados: grandes fundações e empresas – DuPont

IG Farben

Estado não via ciência como sua responsabilidade: Alemanha (Instituto MaxPlank) e EUA (escolas agrícolas, atração de estrangeiros) saíram na frentecom essa nova tendência.

Pós 2ª Guerra Mundial: ciência governamental

� Grandes gastos públicos em ciência;

� Aumento de escala na produção da ciência;

� Grandes projetos: inauguração foi o Projeto Manhattan (filme “O Início do Fim”).

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Profissionalização da Pesquisa

Protagonista: EUA

Destaque: URSS

Estado ganha poder com o domínio da C& T

Até anos 40 setor público dos EUA gastava muito com pesquisas agrícolas

Depois: pesquisas militares; Guerra Fria também na C&T

Ciência governamental: orientada por objetivos específicos

Lógica da descoberta institucionalizada: Programas, Agências

2/3 do $ investido em pesquisa era público – 85% investido no setor privado

15% em labs do governo

Exemplo: 1960: EUA investiram em C&T US$ 26 bi

ALE, FRA, JAP, GBR – US$ 11,3 bi

2ª Revolução Industrial – continuação

BIG SCIENCE (1940 – 1970)

2ª Revolução Industrial – continuação

BIG SCIENCE (1940 – 1970)

Inovações da época:

� Automóveis;

� Combustíveis fósseis;

� Radar;

� Rádio / Televisão;

� Satélites;

� Antibióticos e outros medicamentos;

� Medicina, odontologia, veterinária;

� Agroquímicos;

� Melhoramentos genéticos;

� Armas nucleares;

� Polímeros....

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2ª Revolução Industrial – continuação

FIM DO BIG SCIENCE

Início da década de 70

� Crise do padrão ouro;

� Crise do petróleo;

� Perda de competitividade da indústria dos EUA para a japonesa;

� Miniaturização, customização, toyotismo

(produção flexível, fim dos grandes estoques)

Ao final da década de 70 os investimentos federais em C&T caem nos EUA;

3ª Revolução Industrial (1960-70 até hoje)

Informática e Internet

http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/3317/1/Radar_36_Investimentos.pdf

INDICADOR: GERD – Gross Domestic Expenditure in Research & Development

2008 – GERD EUA 2008 – US$ 236 bi – Empresas: 147 (62%), Governo: 89 (38%)

Investimento federal: US$ 26 bi em empresas (29%);

US$ 63 bi públicos (laboratórios nacionais, p.ex.).

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Número de pesquisadores

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Dados mais detalhados de GERD

Curiosidade

https://top10mais.org/top-10-paises-com-mais-premios-nobel/ (*)

https://pt.wikipedia.org/wiki/Laureados_com_o_Nobel_por_pa%C3%ADs (*)