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quatro módulos, cada um subdividido em dois, com infra- estrutura para abrigar bares, cafés e pequenas lojas. A intenção fundamental foi qualificar a área para que ela atendese tanto a porto-alegrenses de diversos perfis quanto a turistas, e também gerasse uma rotatividade de usos ao longo do dia e da semana, estimulando o contato frequente com o Rio. Para isso foram incluídos espaços propícios para atividades ao ar livre e que atraíssem a população durante o dia, entre eles o local para feiras artesanais, o palco/mirante para a realização de pequenos shows, a ciclovia , além do tratamento paisagístico da área aberta. O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental classifica o terreno como “especial”, não aplicando regras específicas para sua ocupação e sendo necessária uma análise individual do projeto para sua aprovação. Já os órgãos do patrimônio histórico IPHAN, IPHAE e EPAC estabelecem normas para a ocupação do entorno dos edifícios por eles protegidos, que são, respectivamente, o conjunto de armazéns do porto, a Usina do Gasômetro e o museu do Trabalho. Em respeito a esse contexto, foi traçado um partido baseado na mimetização das novas inserções em relação aos edifícios preservados. Para isso a solução adotada buscou a horizontalidade, a permeabilidade visual e a unidade entre as diversas funções propostas, evitando, assim, a poluição visual. O desenho da orla, igualmente marcante na memória da cidade, teve seus traços característicos mantidos, o que é confirmado pela orientação da ponte, determinada também em função de um recorte original do terreno, fazendo com que a água esteja sempre próxima dos usuários. Entre outras preocupações foram evitados grandes aterros que poderiam ser inviáveis por dificultar o escoamento das águas. Quanto à delicada questão do Muro da Mauá, optou-se pela sua preservação, por ser esta a alternativa mais segura, menos onerosa e por ser possível criar espaços interessantes reduzindo o seu impacto sem retirá-lo simplesmente. Polêmico desde sua construção, a utilidade e os prejuízos da cortina de concreto para contenção de cheias sempre foram questionados. Nos anos 90, com a realização dos concursos públicos envolvendo a área portuária e da Ponta do Gasômetro, esses debates acirraram-se. Como resultado surgiram tanto propostas que preservavam o muro, contornando o problema da obstrução das visuais do Rio com soluções alternativas, quanto projetos que propunham a sua derrubada e a implantação de novos métodos para a contenção das águas. O que foi unânime é que a cidade não poderia ficar desprotegida e menos ainda a ponta da península, que conforma com a Ilha da Pintada um estreito de apenas 900m, por onde escoam as águas do delta do Jacuí e dos rios Jacuí, Caí, Sinos e Gravataí. A implantação foi resultado de uma solução que atendesse à necessidade de conexão entre o fim do corredor cultural e a orla, à facilitação do acesso de pedestres, à valorização das visuais e à adequação ao Muro. Uma vez mantida a cortina de concreto, considerando o problema das cheias, é lógica a preocupação com a preservação dos investimentos feitos no lado desprotegido. As funções fundamentais dos novos edifícios, e que poderiam ser degradados pelas águas, foram elevadas e apresentam o acesso principal pelo nível superior. Dessa maneira, a passarela utilizada para a travessia de pedestres sobre a Av. Presidente João Goulart prolonga-se, conecta-se aos bares e lojas que se repetem linearmente e culmina no encontro com o Guaíba, onde está a casa noturna que avança sobre suas águas. Essa passarela não é apenas lugar de passagem, mas também um espaço aberto de lazer e contemplação da paisagem, apresentando diferentes acessos e níveis a fim de permitir a visual dos usuários tanto no interior dos bares quanto da área externa. A forma, horizontal e conectora da cidade com as águas parece encurtar a distância entre ambas e remete o visitante à consciência de finalmente concluída a busca pelo direito ao Rio. Os materiais e revestimentos utilizados foram determinados pela intenção de harmonização com o entorno ou por imposições técnicas. A adoção de madeira tratada para o piso da passarela que liga os bares e a casa noturna faz alusão aos decks geralmente encontrados em áreas de orla e atracadouros. Da mesma forma, o uso de placas de aço corten como revestimento em elementos significativos da edificação, faz referência ao cromatismo ferroso dos portões dos armazéns do porto. Como foram utilizadas grandes superfícies de vidro em praticamente todas as orientações de fachadas, visando preservar as vistas, foi necessário estudar uma proporção de brises específica para cada uma delas, reduzindo a carga térmica recebida pela edificação e a utilização de climatização artificial. A exigência de elementos de grande dimensão para que a envolvente do edifício ficasse sombreada resultou em um sistema composto de brises de madeira tratada estruturados por perfis de alumínio, distanciados da superfície de vidro. Os vidros em contato com o exterior são todos laminados e refletivos, enquanto aqueles do cilindro que envolve a pista de dança são insulados duplos, especiais para absorção dos ruídos de alta freqüência. As grandes dimensões dos vãos foram responsáveis pela escolha do sistema estrutural. Foi adotada estrutura metálica de vigas e pilares treliçados. Esses pilares e vigas seguem uma modulação estrutural interrompida apenas na área circular da pista de dança da casa noturna, onde a solução encontrada foi a utilização dos pilares radialmente distribuídos e de vigas curvas. Para a adequação a estrutura metálica foi utilizada a laje tipo Steel Deck, que dá continuidade e garante a rigidez do sistema. A elaboração do projeto foi enriquecedora desde antes dos primeiros traços. Já durante a pesquisa se deu início uma seqüência de descobertas a respeito do desenvolvimento urbano, das características geográficas e até de curiosidades históricas de Porto Alegre, que exigiram reflexões cuidadosas e permitiram uma visão abrangente do impacto e do caráter da intervenção. Por fim, fica a satisfação de concluir-se o curso de arquitetura com um trabalho que é um estudo direcionado à cidade e com a orientação dedicada do professor Paulo Roberto de Almeida, a quem agradeço pela postura sempre séria e generosa ao ensinar. Os porto-alegrenses desde sempre tiveram sua memória associada ao Rio Guaíba. Nas últimas décadas fatores fizeram com que ele tenha deixado de fazer parte do cotidiano da população. Grandes trechos das margens estão inacessíveis e deterioradas, bem como a poluição das águas impediu a pesca esportiva e a utilização das praias para banho. A construção, na década de 70, do Muro da Mauá e dos diques para contenção de cheias dificultou o acesso e suas visuais. Ao todo são quilômetros de orla com pouca ou nenhuma infra-estrutura para a realização de atividades públicas. E isso não se deve a falta de potencial para atrair usuários, pelo contrário. O pôr- do-sol associado ao Rio forma um espetáculo de cores refletidas nas águas que é tema de cartões postais, inspira escritores e nos fins-de-semana congrega seu povo nos poucos locais de lazer para tomar o tradicional mate. Entre esses locais, está a ponta do Gasômetro, com sua antiga usina restaurada e dotada de uma agitada agenda cultural. A proposta do projeto aqui apresentada foi movida pelo desejo de uma porto-alegrense, que vê nessa área o potencial para intervenções que valorizem sua cidade, congregem as pessoas e reaproximem-nas do Guaíba. A junção do povo com suas raízes reforça a identidade, os valores e os hábitos culturais. Na última década, houve algumas mobilizações dos poderes municipais e estaduais no sentido da revalorização do Guaíba, visto que esses últimos anos foram marcados por programas de despoluição das águas, inúmeros projetos e concursos públicos para a revitalização do Cais Mauá e da Ponta do Gasômetro. Entre os projetos estão os vencedores do Concurso Público Nacional de Idéias para o Muro da Mauá e do Concurso Público de Arquitetura para o Cais Mauá. Entretanto nenhum deles foi concretizado devido a questões políticas e de inviabilidades técnicas e econômicas, e esta imensa área, de fundamental importância para a preservação do perfil inconfundível, de onde a cidade se originou, continua carente de intervenções. E é precisamente no trecho compreendido entre a Usina do Gasômetro e o último pavilhão do porto que esse projeto se insere, oferecendo à cidade mais uma opção de encarar modificações nessa delicada área. No que se refere aos potenciais naturais revelou-se interessante a inserção de atividades relacionadas ao “happy- hour”, explorando-se o espetáculo do por-do-sol. Já, quanto aos aspectos culturais e de localização, verificou-se a pré- disposição da área ao uso noturno, reforçando as intenções dos orgãos públicos e do patrimônio em revitalizar o centro da cidade à noite. O local escolhido encabeça o eixo cultural da rua dos Andradas, tendo o projeto como objetivo complementar as atividades realizadas nos edifícios históricos recentemente restaurados, que abrigam funções culturais e de lazer predominantemente noturnas, como a Casa de Cultura Mario Quintana, o Centro Cultural Érico Verríssimo, o Museu do Trabalho e a própria Usina do Gasômetro. Considerando a localização e os potenciais da área, foram implantados como espaços vitais do projeto uma casa noturna com produção própria de cerveja e um conjunto de Planta do Térreo Planta do Térreo Eugenia Aumond Kuhn Intervenção na Ponta do Gasômetro Um projeto Fachada Nordeste Fachada Sudoeste Corte A- Longitudinal Corte B- Transversal Fachada Noroeste Implantação: esc.1/3000 1.Ciclovia, 2.Armazéns do Porto, 3.Estacionamento, 4.Novas Comportas, 5.Bancas para Feiras, 6.Parça Seca, 7.Palco/Mirante, 8.Museu do Trabalho, 9.Pórticos, 10.Usina do Gasômetro, 2 3 3 3 6 4 4 4 6 7 8 9 1 10 1 do A r as Rua s nd ad eo Rua Pres dent J ão Goulart i 11 Planta do Segundo Pavimento Planta do Térreo Planta do Terceiro Pavimento Casa Norturna: 1. Pista de dança, 2.Sanita’rios públicos, 3.Gerador, 4.Transformador, 5.Bar Aberto, 6.Vestiários, 7.Refeitório, 8.Depósito Serviço Módulos: 9.Medidores, 10.Transformador, 11.Gerador Módulos: 12.Piano Bar, 13.Restaurante, 14.Bar, 15.Cyber Café, 16.Café, 17.Conveniências, 18.Lam House, 19.Livraria, 20. Serviços Casa Norturna: 1.Sanita’rios públicos, 3.Ar cond., 4.CPD, 5.Telefonia, 6.Segurança, 7.Área de produção de cerveja, 8.Cozinha, 9.Check Out, 10.Chapelaria Módulos: 12.Piano Bar, 13.Restaurante, 14.Bar, 15.Cyber Café, 16.Café, 17.Conveniências,18.Lam House, 19.Livraria Casa Norturna: 1. Área de Mesas 2.Sanita’rios públicos, 3.Ar cond., 4.Relações públicas, 5.Administração, 6.Buffet/Grelhados, 7.Cozinha, 8.Dep. Lixo, 9.Depósito, 10.Despensa, 11.Espera, 12. Recepção Módulos: 13. Reservatório/ Condensador 1 1 2 3 4 6 7 1 10 5 8 12 11 13 13 13 13 9 2 3 4 5 6 10 11 12 13 14 15 19 17 18 16 7 8 9 2 3 4 5 6 5 7 8 12 20 20 20 20 20 20 20 20 18 16 10 11 9 14 13 19 17 15 R en. rtin o ua G Po h

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quatro módulos, cada um subdividido em dois, com infra-

estrutura para abrigar bares, cafés e pequenas lojas. A

intenção fundamental foi qualificar a área para que ela

atendese tanto a porto-alegrenses de diversos perfis quanto a

turistas, e também gerasse uma rotatividade de usos ao longo

do dia e da semana, estimulando o contato frequente com o

Rio. Para isso foram incluídos espaços propícios para

atividades ao ar livre e que atraíssem a população durante o

dia, entre eles o local para feiras artesanais, o palco/mirante

para a realização de pequenos shows, a ciclovia , além do

tratamento paisagístico da área aberta.

O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e

Ambiental classifica o terreno como “especial”, não aplicando

regras específicas para sua ocupação e sendo necessária uma

análise individual do projeto para sua aprovação. Já os órgãos

do patrimônio histórico IPHAN, IPHAE e EPAC estabelecem

normas para a ocupação do entorno dos edifícios por eles

protegidos, que são, respectivamente, o conjunto de armazéns

do porto, a Usina do Gasômetro e o museu do Trabalho. Em

respeito a esse contexto, foi traçado um partido baseado na

mimetização das novas inserções em relação aos edifícios

preservados. Para isso a solução adotada buscou a

horizontalidade, a permeabilidade visual e a unidade entre as

diversas funções propostas, evitando, assim, a poluição visual.

O desenho da orla, igualmente marcante na memória da cidade, teve

seus traços característicos mantidos, o que é confirmado pela

orientação da ponte, determinada também em função de um recorte

original do terreno, fazendo com que a água esteja sempre próxima

dos usuários. Entre outras preocupações foram evitados grandes

aterros que poderiam ser inviáveis por dificultar o escoamento das

águas.

Quanto à delicada questão do Muro da Mauá, optou-se

pela sua preservação, por ser esta a alternativa mais segura, menos

onerosa e por ser possível criar espaços interessantes reduzindo o seu

impacto sem retirá-lo simplesmente. Polêmico desde sua construção,

a utilidade e os prejuízos da cortina de concreto para contenção de

cheias sempre foram questionados. Nos anos 90, com a realização

dos concursos públicos envolvendo a área portuária e da Ponta do

Gasômetro, esses debates acirraram-se. Como resultado surgiram

tanto propostas que preservavam o muro, contornando o problema

da obstrução das visuais do Rio com soluções alternativas,

quanto projetos que propunham a sua derrubada e a

implantação de novos métodos para a contenção das águas.

O que foi unânime é que a cidade não poderia ficar

desprotegida e menos ainda a ponta da península, que

conforma com a Ilha da Pintada um estreito de apenas 900m,

por onde escoam as águas do delta do Jacuí e dos rios Jacuí,

Caí, Sinos e Gravataí.

A implantação foi resultado de uma solução que

atendesse à necessidade de conexão entre o fim do corredor

cultural e a orla, à facilitação do acesso de pedestres, à

valorização das visuais e à adequação ao Muro. Uma vez

mantida a cortina de concreto, considerando o problema das

cheias, é lógica a preocupação com a preservação dos

investimentos feitos no lado desprotegido. As funções

fundamentais dos novos edifícios, e que poderiam ser

degradados pelas águas, foram elevadas e apresentam o

acesso principal pelo nível superior. Dessa maneira, a

passarela utilizada para a travessia de pedestres sobre a Av.

Presidente João Goulart prolonga-se, conecta-se aos bares e

lojas que se repetem linearmente e culmina no encontro com o

Guaíba, onde está a casa noturna que avança sobre suas águas.

Essa passarela não é apenas lugar de passagem, mas também um

espaço aberto de lazer e contemplação da paisagem,

apresentando diferentes acessos e níveis a fim de permitir a visual

dos usuários tanto no interior dos bares quanto da área externa. A

forma, horizontal e conectora da cidade com as águas parece

encurtar a distância entre ambas e remete o visitante à consciência

de finalmente concluída a busca pelo direito ao Rio.

Os materiais e revestimentos utilizados foram

determinados pela intenção de harmonização com o entorno ou por

imposições técnicas. A adoção de madeira tratada para o piso da passarela

que liga os bares e a casa noturna faz alusão aos decks geralmente

encontrados em áreas de orla e atracadouros. Da mesma forma, o uso de

placas de aço corten como revestimento em elementos significativos da

edificação, faz referência ao cromatismo ferroso dos portões dos armazéns do

porto.

Como foram utilizadas grandes superfícies de vidro em praticamente

todas as orientações de fachadas, visando preservar as vistas, foi necessário

estudar uma proporção de brises específica para cada uma delas, reduzindo a

carga térmica recebida pela edificação e a utilização de climatização artificial.

A exigência de elementos de grande dimensão para que a envolvente do

edifício ficasse sombreada resultou em um sistema composto de brises de

madeira tratada estruturados por perfis de alumínio, distanciados da superfície

de vidro. Os vidros em contato com o exterior são todos laminados e refletivos,

enquanto aqueles do cilindro que envolve a pista de dança são insulados

duplos, especiais para absorção dos ruídos de alta freqüência.

As grandes dimensões dos vãos foram responsáveis pela escolha do

sistema estrutural. Foi adotada estrutura metálica de vigas e pilares treliçados.

Esses pilares e vigas seguem uma modulação estrutural interrompida apenas

na área circular da pista de dança da casa noturna, onde a solução encontrada

foi a utilização dos pilares radialmente distribuídos e de vigas curvas. Para a

adequação a estrutura metálica foi utilizada a laje tipo Steel Deck, que dá

continuidade e garante a rigidez do sistema.

A elaboração do projeto foi enriquecedora desde antes dos primeiros

traços. Já durante a pesquisa se deu início uma seqüência de descobertas a

respeito do desenvolvimento urbano, das características geográficas e até de

curiosidades históricas de Porto Alegre, que exigiram reflexões cuidadosas e

permitiram uma visão abrangente do impacto e do caráter da intervenção. Por

fim, fica a satisfação de concluir-se o curso de arquitetura com um trabalho que

é um estudo direcionado à cidade e com a orientação dedicada do professor

Paulo Roberto de Almeida, a quem agradeço pela postura sempre séria e

generosa ao ensinar.

Os porto-alegrenses desde sempre tiveram sua memória associada

ao Rio Guaíba. Nas últimas décadas fatores fizeram com que ele tenha

deixado de fazer parte do cotidiano da população. Grandes trechos das

margens estão inacessíveis e deterioradas, bem como a poluição das águas

impediu a pesca esportiva e a utilização das praias para banho. A construção,

na década de 70, do Muro da Mauá e dos diques para contenção de cheias

dificultou o acesso e suas visuais. Ao todo são quilômetros de orla com pouca

ou nenhuma infra-estrutura para a realização de atividades públicas. E isso

não se deve a falta de potencial para atrair usuários, pelo contrário. O pôr-

do-sol associado ao Rio forma um espetáculo de cores refletidas nas águas

que é tema de cartões postais, inspira escritores e nos fins-de-semana

congrega seu povo nos poucos locais de lazer para tomar o tradicional mate.

Entre esses locais, está a ponta do Gasômetro, com sua antiga usina

restaurada e dotada de uma agitada agenda cultural. A proposta do projeto

aqui apresentada foi movida pelo desejo de uma porto-alegrense, que vê

nessa área o potencial para intervenções que valorizem sua cidade,

congregem as pessoas e reaproximem-nas do Guaíba. A junção do povo com

suas raízes reforça a identidade, os valores e os hábitos culturais.

Na última década, houve algumas mobilizações dos poderes municipais e estaduais

no sentido da revalorização do Guaíba, visto que esses últimos anos foram marcados por

programas de despoluição das águas, inúmeros projetos e concursos públicos para a

revitalização do Cais Mauá e da Ponta do Gasômetro. Entre os projetos estão os vencedores

do Concurso Público Nacional de Idéias para o Muro da Mauá e do Concurso Público de

Arquitetura para o Cais Mauá. Entretanto nenhum deles foi concretizado devido a questões

políticas e de inviabilidades técnicas e econômicas, e esta

imensa área, de fundamental importância para a preservação

do perfil inconfundível, de onde a cidade se originou, continua

carente de intervenções. E é precisamente no trecho

compreendido entre a Usina do Gasômetro e o último

pavilhão do porto que esse projeto se insere, oferecendo à

cidade mais uma opção de encarar modificações nessa

delicada área.

No que se refere aos potenciais naturais revelou-se

interessante a inserção de atividades relacionadas ao “happy-

hour”, explorando-se o espetáculo do por-do-sol. Já, quanto

aos aspectos culturais e de localização, verificou-se a pré-

disposição da área ao uso noturno, reforçando as intenções

dos orgãos públicos e do patrimônio em revitalizar o centro da

cidade à noite. O local escolhido encabeça o eixo cultural da

rua dos Andradas, tendo o projeto como objetivo

complementar as atividades realizadas nos edifícios históricos

recentemente restaurados, que abrigam funções culturais e de

lazer predominantemente noturnas, como a Casa de Cultura

Mario Quintana, o Centro Cultural Érico Verríssimo, o Museu

do Trabalho e a própria Usina do Gasômetro.

Considerando a localização e os potenciais da área,

foram implantados como espaços vitais do projeto uma casa

noturna com produção própria de cerveja e um conjunto de

Planta do Térreo

Planta do Térreo

Eugenia Aumond KuhnIntervenção na Ponta do Gasômetro

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1.Ciclovia, 2.Armazéns do Porto,

3.Estacionamento, 4.Novas Comportas,

5.Bancas para Feiras, 6.Parça Seca,

7.Palco/Mirante, 8.Museu do Trabalho, 9.Pórticos,

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2.Sanita’rios públicos, 3.Gerador,

4.Transformador, 5.Bar Aberto,

6.Vestiários, 7.Refeitório, 8.Depósito

Serviço Módulos:9.Medidores,

10.Transformador, 11.GeradorMódulos:

12.Piano Bar, 13.Restaurante, 14.Bar,

15.Cyber Café, 16.Café, 17.Conveniências,

18.Lam House, 19.Livraria, 20. Serviços

Casa Norturna:1.Sanita’rios públicos, 3.Ar cond., 4.CPD, 5.Telefonia,

6.Segurança, 7.Área de produção de cerveja,

8.Cozinha, 9.Check Out, 10.Chapelaria

Módulos:12.Piano Bar,

13.Restaurante, 14.Bar, 15.Cyber Café, 16.Café,

17.Conveniências,18.Lam House, 19.Livraria

Casa Norturna:1. Área de Mesas

2.Sanita’rios públicos, 3.Ar cond., 4.Relações públicas,

5.Administração, 6.Buffet/Grelhados,

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