2ª livro dos anjos

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2ª livro dos Anjos Capítulo 1 A queda dos Anjos

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2 livro dos Anjos

2 livro dos Anjos

Captulo 1A queda dos Anjos1 Quando outrora aumentou o nmero dos filhos dos homens, nasceram-lhes filhas bonitas e amorveis. Os Anjos, filhos do cu, ao verem-nas, desejaram-nas e disseram entre si: "Vamos tomar mulheres dentre as filhas dos homens e gerar filhos!"2 Disse-lhes ento o seu chefe Semjaza: "Eu receio no queirais realizar isso, deixando-me no dever de pagar sozinho o castigo de um grande pecado". Eles responderam-lhe em coro: "Ns todos estamos dispostos a fazer um juramento, comprometendo-nos a uma maldio comum mas no abrir mo do plano, e sim execut-lo".3 Ento eles juraram conjuntamente, obrigando-se a maldies que a todos atingiriam. Eram ao todo duzentos os que, nos dias de Jared, haviam descido sobre o cume do monte Hermon. Chamaram-no Hermon porque sobre ele juraram e se comprometeram a maldies comuns.4 Assim se chamavam os seus chefes: Semjaza, o superior de todos eles, Arakiba, Rameel, Kokabiel, Tamiel, Ramiel, Danei, Ezekeel, Narakijal, Azael, Armaros, Batarel, Ananel, Sakeil, Samsapeel, Satarel, Turel, Jomjael e Sariel. Eram esses os chefes de cada grupo de dez.Captulo 21 Todos os demais que estavam com eles tomaram mulheres, e cada um escolheu uma para si. Ento comearam a freqent-las e a profanar-se com elas. E eles ensinavam-lhes bruxarias, exorcismos e feitios, e familiarizavam-nas com ervas e razes.2 Entrementes elas engravidaram e deram luz a gigantes de 3.000 cvados de altura. Estes consumiram todas as provises de alimentos dos demais homens. E quando as pessoas nada mais tinham para dar-lhes os gigantes voltaram-se contra elas e comearam a devor-las.3 Tambm comearam a atacar os pssaros, os animais selvagens, os rpteis e os peixes, rasgando com os dentes as suas carnes e bebendo o seu sangue. Ento a terra clamou contra os monstros.Captulo 3 1 Azazel ensinou aos homens a confeco de espadas, facas, escudos e armaduras, abrindo os seus olhos para os metais e para a maneira de trabalh-los. Vieram depois os braceletes, os adornos diversos, o uso dos cosmticos, o embelezamento das plpebras, toda sorte de pedras preciosas e a arte das tintas.2 E assim grassava uma grande impiedade; eles promoviam a prostituio, conduziam aos excessos e eram corruptos em todos os sentidos. Semjaza ensinava os esconjuros e as poes de feitios, Armaros a dissipao dos esconjuros, Barakijal a astrologia, Kokabel a cincia das constelaes, Ezekeel a observao das nuvens, Arakiel os sinais da terra, Samsiel os sinais do sol e Sariel as fases da lua.3 Quando os homens se sentiram prestes a serem aniquilados levantaram um grande clamor, e seus gritos chegaram ao cu.Captulo 41 Ento Miguel, Uriel, Raphael e Gabriel olharam do alto do cu e viram a quantidade de sangue derramado sobre a terra e todas as desgraas que sobrevieram. Eles ento falaram entre si: "O clamor da terra deserta de homens bate mais uma vez s portas do cu. Avs, Santos do cu, invocam assim desoladas as almas humanas: Levai o nosso lamento presena do Altssimo!"2 Ento eles falaram ao Senhor dos mundos: "Tu s o Senhor dos Senhores, o Deus dos Deuses, o Rei dos Reis. O trono da tua Majestade permanece ao longo de todas as geraes do mundo; o teu Nome santo, glorioso e louvado em todo o universo.3 "Tudo foi por Ti criado e conservas o domnio sobre todas as coisas. Tudo claro e manifestado diante dos teus olhos. Tu vs tudo e nada pode ocultar-se na tua presena.4 "Tu vs o que foi perpetrado por Azazel, como ele ensinou sobre a terra toda espcie de transgresses, revelando os segredos eternos do cu, forando os homens ao seu conhecimento; assim procedeu Semjaza, a quem conferiste o comando sobre os seus subalternos.5 "Eles procuraram as filhas dos homens sobre a terra, deitaram-se com elas e tornaram-se impuros; familiarizaram-nas com toda sorte de pecados. As mulheres pariram gigantes e, em conseqncia, toda a terra encheu-se de sangue e de calamidades.6 "Agora clamam as almas dos que morreram, e o seu lamento chega s portas do cu. Os seus clamores se levantam ao alto, e em face de toda a impiedade que se espalhou sobre a terra no podem cessar os seus queixumes.7 "E Tu sabes de tudo, antes mesmo que acontea. Tu vs tudo isso e consentes. No nos dizes o que devemos fazer."Captulo 51 Ento o Altssimo, o Santo, o Grande, tomou a palavra e enviou Uriel ao filho de Lamech, com a ordem seguinte: "Dize-lhe, em meu nome: 'Esconde-te!', e anuncia-lhe o fim prximo! Pois o mundo inteiro ser destrudo; um dilvio cobrir toda a terra e aniquilar tudo o que sobre elaexiste.2 "Comunica-lhe que ele poder salvar-se, e que seus descendentes sero mantidos por todas as geraes do mundo!"3 E a Raphael disse o Senhor: "Amarra Azazel de mos e ps e lana-o nas trevas! Cava um buraco no deserto de Dudael e atira-o ao fundo! Deposita pedras speras e pontiagudas por baixo dele e cobre-o de escurido! Deixa-o permanecer l para sempre e veda-lhe o rosto, para que no veja a luz!4 "No dia do grande Juzo ele dever ser arremessado ao arremedo de fogo! Purifica a terra, corrompida pelos Anjos, e anuncia-lhe a Salvao, para que terminem os seus sofrimentos e no se percam todos os filhos dos homens, em virtude das coisas secretas que os Guardies revelaram e ensinaram aos seus filhos! Toda a terra est corrompida por causa das obras transmitidas por Azazel. A ele atribui todos os pecados!"5 E a Gabriel disse o Senhor: "Levanta a guerra entre os bastardos, os monstros, os filhos das prostitudas e extirpa-os do meio dos homens, juntamente com todos os filhos dos Guardies! Instiga-os uns contra os outros, para que na batalha se eliminem mutuamente! No se prolongue por mais tempo a sua vida! Nenhum rogo dos pais em favor dos seus filhos dever ser atendido; eles esperam ter vida para sempre, e que cada um viva quinhentos anos".6 A Miguel disse o Senhor: "Vai e pe a ferros Semjaza e os seus sequazes, que se misturaram com as mulheres e com elas se contaminaram de todas as suas impurezas!7 "Quando os seus filhos se tiverem eliminado mutuamente, e quando os pais tiverem presenciado o extermnio dos seus amados filhos, amarra-os por sete geraes nos vales da terra, at o dia do seu julgamento, at o dia do Juzo Final!8 "Nesse dia, eles sero atirados ao abismo de fogo, na recluso e no tormento, onde ficaro encerrados para todo o sempre. E todo aquele que for sentenciado condenao eterna seja juntado a eles, e seja com eles mantido em correntes, at o fim de todas as geraes.9 "Extermina os espritos de todos os monstros, junta-mente com todos os filhos dos Guardies, porque eles maltrataram os homens! Purga a terra de todo ato de violncia! Toda obra m deve ser eliminada! Que floresa a rvore da Verdade e da Justia. O sinal da bno ser o seguinte: as obras da Verdade e da Justia sempre sero semeadas na alegria verdadeira.10 "Ento florescero os justos e havero de viver at gerarem mil filhos, e completaro em paz todos os dias da sua juventude e da sua velhice. Ento toda a terra ser cultivada com a Justia, inteiramente plantada de rvores, e cheia de bno.11 "Toda espcie de rvore boa ser plantada sobre ela, igualmente videiras; e as videiras produziro uvas em abundncia. De todas as sementes que forem semeadas uma medida produzir mil outras; e uma medida de olivas dar dez cubas de leo.12 "Purifica a terra de todo ato de violncia, de toda injustia, de todo pecado e impiedade; elimina toda a impudiccia que sobre ela se pratica! Todos os homens sero justos, todos os povos me prestaro honra e glria, e todos me adoraro.13 "A terra ento ficar expurgada de toda maldade, de todo pecado, de toda praga, de todo tormento; e nunca mais mandarei sobre ela um dilvio, ao longo de todas as geraes, por toda a eternidade.Captulo 61 "Naqueles dias eu abrirei as cmaras dos depsitos da bno do cu e deixa-las-ei derramar-se sobre a terra, sobre as obras e os trabalhos dos filhos dos homens.2 "Ento a Verdade e a Paz juntar-se-o por todos os dias da terra e por todas as geraes dos homens."Captulo 71 Enoque havia desaparecido, e nenhum dos filhos dos homens sabia onde ele se encontrava, onde se ocultava e o que era feito dele. O que ocorrera que ele havia estado junto dos Guardies e transcorreu os seus dias na companhia dos Santos.2 Eu, Enoque, ergui-me e louvei o Senhor da Majestade e Rei do mundo. Ento os Guardies me chamaram, a mim Enoque, o Escriba, e disseram-me: "Enoque, tu, o Escriba da Justia, vai e anuncia aos Guardies do cu que perderam as alturas do paraso e os lugares santos e eternos, que se corromperam com mulheres moda dos homens, que se casaram com elas, produzindo assim grande desgraa sobre a terra; anuncia-lhes: No encontrareis nem paz nem perdo'. Da mesma forma como se alegram com seus filhos, presenciaro tambm o massacre dos seus queridos, e suspiraro com a sua desgraa. Eles suplicaro sem cessar, mas no obtero nem clemncia nem paz!"Captulo 81 Ento Enoque encaminhou-se at eles e assim falou a Azazel: "Tu no ters a paz. Uma sentena severa recaiu sobre ti: devers ser acorrentado. No alcanars indulgncia nem ser aceita a intercesso, por causa dos atos violadores que ensinaste a praticar, e por causa de todas as obras blasfemas, da violncia e dos pecados que mostraste aos homens".2 Ento eu dirigi a palavra a todos eles. Todos encheram-se de grande medo e foram tomados de pavor e tremor. Suplicaram-me que lhes escrevesse um rogo intercessrio, para que pudessem obter o perdo, e que eu lesse o seu pedido na presena do Senhor dos cus.3 Pois a partir de ento no lhes era mais permitido falar com Ele, nem levantar os seus olhos para o cu, de vergonha pelos seus delitos, pelos quais foram castigados.4 Assim, eu redigi o seu rogo de splica, falando da sua condio de espritos e dos seus atos individualmente praticados, e contendo o seu pedido especial de clemncia e perdo. Ento pus-me a caminho e assentei-me junto s guas do Dan, na terra de Dan, que se situa a sudoeste do Hermon; proferi em voz alta o seu pedido, depois adormeci.5 Tive sonhos e sobrevieram-me vises; vi imagens de julgamentos e uma voz falou dentro de mim, dizendo-me que fosse anunciar isso aos filhos do cu e adverti-los.6 Quando acordei, encaminhei-me at eles. Encontrei-os todos sentados a chorar, no Jail de Abel, entre o Lbano e o Senir. Relatei-lhes todas as vises que tivera durante o sono; comecei a pronunciar as palavras da Justia e a advertir os Guardies celestes.Captulo 91 Este o livro das palavras da Justia e da advertncia aos Guardies eternos, segundo o que o grande Santo ordenara naquela viso. Eu vi durante o meu sono tudo o que agora vou narrar com a minha lngua carnal e com o sopro da minha boca; Deus concedeu os mesmos aos homens para que possam pronunciar as palavras e entend-las com o corao.2 Da mesma forma como Ele criou os homens e deu-lhes o dom de entender palavras de sabedoria, assim tambm criou a mim e transmitiu-me a incumbncia de advertir os Guardies, os filhos do cu.3 Eu havia redigido o vosso pedido, mas na viso que tive foi-me revelado que o vosso rogo jamais ser atendido, mas, ao contrrio, que a sentena que sobre vs recaiu definitiva e nada vos ser concedido.4 Daqui por diante nunca mais havereis de subir ao cu; mas foi determinado que sejais acorrentados aqui na terra por todos os tempos. Antes disso, porm, devereis presenciar o extermnio dos vossos amados filhos. Nenhum deles restar; todos sucumbiro pela espada, aos vossos olhos.5 Vosso pedido em favor deles no ser aceito, como no o foi o vosso prprio, a despeito de vosso choro e splicas, e no o seria mesmo que pronuncisseis todas as palavras do escrito por mim redigido.6 Na viso foi-me dado presenciar o quadro seguinte: nuvens levaram-me ao interior da imagem, e uma nvoa arrebatou-me ao alto; o curso das estrelas e dos raios conduzia-me e me impelia, e ventos transportando-me ao alto daquele panorama. Eles conduziram-me ao cu.7 Eu entrei por ele, at defrontar-me com um muro, todo feito de cristal e circundado de lnguas de fogo. Isso comeou a inspirar-me grande medo. Todavia, eu entrei pelas lnguas de fogo adentro e aproximei-me de uma grande casa, toda construda de cristal. As paredes da casa assemelhavam-se a um assoalho assentado em cristal; e de cristal eram tambm os fundamentos da casa.8 Seu teto era como o curso das estrelas e dos raios; e de permeio havia querubins; seu cu era lmpido como a gua. Mas um mar de fogo circundava as suas paredes, e suas portas flamejavam.9 E eu entrei naquela casa, que era quente como o fogo e fria como a neve; dentro dela no existia acomodao alguma; fiquei prostrado de medo e tomado pelo tremor. Ca com a face por terra; e na viso que tive observei o seguinte:10 Havia l uma outra casa, maior ainda do que a primeira; todas as suas portas estavam abertas diante de mim; era feita de lnguas de fogo. Em todos os seus aspectos ela revelava brilho, fausto e grandeza, de tal sorte que eu no saberia como descrever-vos sua magnificncia e tamanho.11 Seu cho era de fogo; suas partes superiores representavam raios e rbitas estelares, e sua cobertura era de fogo flamejante. Olhei, e vi dentro dela um trono muito alto. Sua aparncia era como que circular, e as rodas que possu apareciam-se com o sol brilhante; era a viso do querubim.12 Por baixo do trono saam jatos de fogo flamejante. A grande Majestade assentava-se sobre ele; suas vestes eram mais brilhantes do que o sol e mais brancas do que a neve. Nenhum dos Anjos podia aproximar-se; nem conseguiam encarar sua face por causa do seu esplendor e majestade. Nenhuma carne podia ousar olh-lo.13 Ao redor dele havia fogo flamejante; na frente dele, um fogo poderoso, e ningum por perto podia aproximar-se. A volta, em crculo, postavam-se dez mil vezes dez mil em sua presena; Ele, porm, no necessitava de conselheiro algum.14 Os Seres mais santos, que se encontravam na sua proximidade, d'Ele no se afastavam nem de dia nem de noite; de forma alguma o abandonavam. At esse momento, eu jazia com a face por terra, a tremer. Ento o Senhor por sua prpria boca dirigiu-se a mim e disse: "Aproxima-te, Enoque! Escuta a minha palavra!"15 Ento um dos Santos chegou at onde eu estava e despertou-me do meu torpor; fez-me levantar e conduziu-me at o vestbulo; eu porm deixei pender minha cabea.Captulo 101 Ele tomou a palavra, e falou comigo; e eu prestei ateno sua voz: "No temas, Enoque, homem honesto e Escriba da Justia! Vem at aqui e escuta as minhas palavras. Vai e dize aos Guardies do cu que te enviaram como seu intercessor: Sois vs que deveis interceder pelos homens, no os homens por vs!2 "Por que motivo abandonastes o alto do cu, santo e eterno, dormistes com mulheres, vos contaminastes com as filhas dos homens, tomastes a elas por esposas, comportando-vos como os filhos da terra e gerando filhos gigantes?3 "'Vs reis santos, seres espirituais, detentores de uma vida eterna, mas depois vos deixastes corromper pelo sangue das mulheres e gerastes filhos com o sangue carnal, e com isso, desejando o sangue humano, e produzindo carne e sangue, vos igualastes queles que so mortais e transitrios.4 "Por isso, eu concedi a essas mulheres, que com eles coabitaram, e que com eles geraram filhos, que nada lhes falte sobre a terra. Vs, porm, fostes anteriormente espritos eternos, destinados a serdes imortais ao longo de todas as geraes do mundo. Por isso eu no criei para vs mulheres, pois os espritos do cu possuem no cu a sua morada.5 Os gigantes, porm, que foram gerados do esprito e da carne, sero chamados na terra de espritos maus; eles tambm tero a sua morada na terra. Do corpo delas procederam espritos maus; pois, embora nascidos de humanos, dos Guardies santos o seu princpio e origem primeira. Eles sero espritos corruptos sobre a terra. e assim chamar-se-o.6 Os espritos do cu, no cu tm a sua morada; mas os espritos da terra, que na terra foram nascidos, nesta tero a sua morada. Os espritos dos gigantes so cheios de maldade, cometem atos de violncia, destroem, agridem, brigam, promovem a devastao sobre a terra e instauram por toda parte a confuso. Pois, embora famintos, no comem; bebem, e continuam a ter sede. E esses espritos levantam-se contra os filhos dos homens e contra as mulheres, pois destas procederam.Captulo 111 A partir dos dias da matana, do extermnio e da morte dos gigantes, quando os Espritos abandonarem seu corpo carnal sem sofrerem julgamento e condenao, eles continuaro a agir daquela maneira perversa, at o dia do grande Juzo Final, quando ento o mundo acabar completamente para os Guardies e para todos os mpios.2 "Dize agora aos Guardies, que outrora moravam no cu, e que te enviaram como seu intercessor: 'Vs estveis no cu. Nem todos os segredos vos foram revelados; contudo conheceis um segredo que no convinha passar, e na vossa imprudncia o transmitistes s mulheres. Atravs da revelao desse segredo, homens e mulheres praticam muitas desgraas sobre a terra'. Portanto dize-lhes: 'Vs no tereis nenhuma paz'!"