2ª fase - direito penal

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Page 1: 2ª Fase - Direito Penal

PENAL – 2ª FASE – EXAME VIII

Data: 17/09/12 .

ESQUELETO1. Cliente2. Crime (Pena)3. Ação Penal4. Rito processual5. Suspensão Condicional do Processo6. Momento7. Peça8. Competência9. Tese10. Pedido

1. CLIENTE a) verificar a parte que se está defendendo• autor do crime = réu / querelado• vítima do crime = querelante / assistente da acusaçãob) verificar quem é a parte contrária e anotar (pra ver se a parte que está propondo a ação é legítima para isso)

2. CRIME a) verificar qual o crime contido no enunciado (pelo qual o réu foi denunciado)b) se o enunciado especificar o crime, anotar. Se o enunciado apenas descrever a conduta, verificar o enquadramento exato para ela.

3. AÇÃO PENAL a) Espécies• Pública (Denúncia)

Incondicionada (regra) – quando não tiver nada em contrário, é assim que será a açãoCondicionada (= somente se procede mediante representação / requisição)a) Representação do ofendidob) Requisição do Ministro da Justiça

• Privada (Queixa-crime)Propriamente dita (= somente se procede mediante queixa)Subsidiária da Pública (quando o MP não se manifestar no prazo legal).

b) Verificar qual a Ação Penal pertinente ao crime em questão, seguindo os seguintes passos:

1. Verificar no próprio artigo, em artigos próximos, nas disposições gerais ou finais se há menção a Ação Penal. Exemplo 1: art. 130, CP – Ação Penal Pública condicionada à representação.Exemplo 2: Art. 131, CP – Ação Penal Pública Incondicionada. Exemplo 3: Art. 163, CP – Ação Penal Privada (art. 167, CP). Exemplo 4: Art. 163, I, CP – Ação Penal Pública Incondicionada.Exemplo 5: art. 213, CP – Ação Penal Pública condicionada à representação (art. 225, CP).

2. Verificar situações especiais em que a Ação Penal encontra-se fora do CP:• Súmula 714, STF (grifar o “Vide Súmula 714, STF” abaixo do art. 145, CP no Vade Mecum)• Art. 88 da Lei 9099/95 (grifar o “Vide Art. 88” abaixo do art. 129, CP no Vade Mecum)• Art. 41 da Lei 11340/06 (Maria da Penha) (grifar o “Vide Art. 41” abaixo do art. 129, § 9º, CP no Vade Mecum)• Art. 291 da Lei 9503/97 (Código Nacional de Trânsito)

Exemplo s :• Crime contra a honra do funcionário público – legitimidade concorrente – pode ser uma Ação Penal Privado ouAção Penal Pública condicionada à representação (Súmula 714, STF)

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• Lesão Leve e Lesão Culposa – Ação Penal Pública condicionada à representação (art. 88, Lei 9099/95)

Page 3: 2ª Fase - Direito Penal

• Lesão Leve com violência doméstica (art. 129, § 9º) contra a mulher – a Ação Penal será Pública Incondicionada(Art. 41 da Lei 11340/06 – derruba o art. 88 da Lei 9099/95 e passa a valer a regra geral).• Lesão culposa no trânsito (art. 303) – a Ação Penal será Pública condicionada à representação (art. 291, § 1º), exceto nas situações previstas nos incisos I, II e III. (derruba o art. 88 da Lei 9099/95 e passa a valer a regra geral).

3. Caso encontre-se que a Ação Penal é Pública, verificar no enunciado se o MP deixou de manifestar-se no prazo legal.• Art. 29, CPP – Ação Penal Privada subsidiária da Pública.• Art. 46, CPP – 5 dias (réu preso) e 15 dias (réu solto).

4. RITO a) Espécies:

• Comum (definido em função da Pena máxima) – art. 394, § 1º, CPP Ordinário: pena máxima maior ou igual a 4 anosSumário: pena máxima maior que 2 anos e menor que 4 anosSumaríssimo: pena máxima menor ou igual a 2 anos (art. 61 da Lei 9099/95)

• Especial (definido em função do Crime) – o CPP trata somente de 4 procedimentos especiais: Procedimento do Júri (art. 406, CPP) – (grifar o título que está antes deste artigo, com a cor de rito) Funcionário Público (art. 513, CPP) – (grifar o título que está antes deste artigo, com a cor de rito) Honra (art. 519, CPP) – (grifar o título que está antes deste artigo, com a cor de rito)Propriedade Imaterial (art. 524, CPP) – (grifar o título que está antes deste artigo, com a cor de rito)

b) Verificar o rito adequado para o crime em questão, seguindo os seguintes passos:1. Verificar se o rito é Sumaríssimo (prevalece sobre todos porque está previsto na Constituição – art. ?)2. Verificar se o rito é Especial (Júri, Funcionário Público, Honra, Propriedade Imaterial)3. Verificar se o rito é Ordinário ou Sumário

5. SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO (SURCIS PROCESSUAL) - qualquer que seja o rito

Previsão: Art. 89 da Lei 9099/95Requisitos:

Crimes cuja pena mínima seja menor ou igual a 1 ano. Não ter sido condenado ou não estar sendo processado. Circunstâncias judiciais favoráveis

Data: 18/09/12 .

Procedimento Comum Ordinário1. Fluxograma

Denúncia Recebimento Citação Resposta / Absolvição Sumária 2º Recebimento Audiência deInstrução, Debates e Julgamento.

TESESa) Nulidade – art. 564, CPPb) méritoc) Extinção da Punibilidade d) Autoridade Arbitrária

NULIDADE (art. 564, CPP)

Art. 564, I – incompetência – que seja anulado ab initio o processo.Art. 564, II – ilegitimidade de parte – que seja anulado ab initio o processo.

Page 4: 2ª Fase - Direito Penal

Art. 564, III, b – falta de exame de corpo de delito – que seja anulado ab initio o processo.

Page 5: 2ª Fase - Direito Penal

Art. 564, IV – omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato – que seja anulado ab initio o processo. Exemplo: denúncia genérica – art. 395, I, CPP c/c art. 564, IV, CPP.Atençã o : nos casos envolvendo denúncia genérica alegar nulidade ab initio do processo por violação do art. 564,IV, CPP c/c art. 395, I, CPP.Justa causa – suporte probatório mínimo para a propositura da ação penal.Atençã o : Se a tese for falta de prova, alegar nulidade ab initio do processo por falta de justa causa nos termos do art. 564, IV, CPP c/c art. 395, III, CPP.Dica: se for oferecida a denúncia ou queixa sem inquérito policial é possível que não haja justa causa.

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE (art. 107, CP)a) Regra: art. 107, CPb) Morte: Ação Penal Pública / Ação Penal Privada – a morte se comprova pela certidão de óbito. c) Ação Penal Privada: decadência, perdão e perempção.c1) Decadência: 6 meses a contar do conhecimento da autoria. A contagem é pelo direito material, logo, inclui-se o início e exclui-se o fim.c.2) Renúncia e perdão: Ação Penal Privada

RENÚNCIA PERDÃOPré processual ProcessualNão depende do consentimento do outro Depende do consentimento do outroA renúncia e o perdão podem ser expressos ou tácitos, que consistem na prática de um ato incompat ível com a vontade de processar. Exemplo: convite para ser padrinho de batismo ou casamento ou para composição de chapa de partido político.Atenção: em regra, haverá pedido nos seguintes termos: que seja declarada extinta a punibilidade nos termos do art. 107, I, CPP.Exceção: se a peça for Resposta à Acusação, a tese de extinção da punibilidade gera outro pedido: que seja absolvido sumariamente nos termos do art. 397, IV, CPP.

AUTORIDADE ARBITRÁRIAPedido: que seja concedido o direito subjetivo negado.

MÉRITO – art. 397, CPPI – Existência manifesta de causa excludente da ilicitudeII – Existência manifesta de causa excludente da culpabilidade, salvo inimputabilidadeIII – fato narrado evidentemente não constitui crimeIV – extinta a punibilidade

RESPOSTA À ACUSAÇÃO – art. 396-A,

CPP Prazo: 10 diasContagem do prazo:- Termo inicial: data da efetiva citação (Súmula 710, STF)1ª regra : exclui o início e inclui o fim.Citado em 18/09 – último dia do prazo é 28/09.2ª regra : se o último dia cair em final de semana ou feriado, prorroga para o 1º dia útil. Citado no dia 19/09 – último dia do prazo é 01/10.3ª regra : Citado na 6ª feira, a contagem começa na 2ª feira (1º dia útil). Citado 21/09 - último dia do prazo é 03/10.

Teses e pedidos:a) nulidade ou absolvição sumária (art. 397, CPP) ou rol de testemunhas b) arrolar testemunhas

Page 6: 2ª Fase - Direito Penal

Peça:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ...

Page 7: 2ª Fase - Direito Penal

Paulo Henrique, já qualificado nos autos do processo nº... (ou já qualificado na denúncia oferecida pelo Ministério Público), por seu advogado que esta subscreve (conforme procuração anexa – doc.1 ou conforme instrumento de mandato incluso – doc.1), vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 396 e 396-A, do Código de Processo Penal, apresentar R e s p o s t a à A c u s a ç ã o , pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

I – Dos Fatos

Segundo consta da denúncia, o acusado teria subtraído 20.000 caixas de caninha Jamel do depósito em que se encontrava.

Citado por hora certa, ao argumento de que estava se escondendo, foi citado.

II – Do direito

Preliminarmente é de se requer a nulidade a partir da citação com fundamento no art. 564, IV, do CPP. Efetivamente dispõe o art. 564, IV do CPP: “”...O acusado não estava se escondendo. Com efeito, conforme documento juntado aos autos nesta

data, ele se encontrava em viagem ao Japão para comprar saquê.Assim, requer seja anulado o processo a partir da citação, para que seja efetivada a citação

pessoal do acusado com fundamento no art. 564, IV, do CPP.Caso sej a super ada a pr el i mi nar , deve o acusado ser absolvido sumariamente nos termos do art. 397, I, do

CPP.

Com efeito, como se comprova nos autos o acusado estava em estado de necessidade e por isso subtraiu e

bebeu algumas garrafas de cachaça.Assim, deve ser absolvido sumariamente nos termos do art. 397, I, do CPP.

III – Do pedido

Ante o exposto, requer seja anulado o processo a partir da citação com fundamento no art. 564, IV, do

CPP. C a s o n ã o s e j a e s s e o e n t e nd i m e n t o , requer seja o acusado absolvido sumariamente com fundamento no art.397, I, do CPP. E m n ã o s e n d o a c o l h i d o s e s t e s p e d i d o s , requer sejam intimadas as testemunhas abaixo arroladas para que sejam ouvidas na audiência de instrução, debates e julgamento. Junta documentos com a presente manifestação.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local e data.

Advogado... OAB nº...

Rol de Testemunhas

1 – Nome, endereço,2 – Nome, endereço,3 – Nome, endereço.

Data: 19/09/12 .

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Problema nº 2 do Livro de PráticaPeça: Resposta à Acusação – art. 396 e 396-A, CPP.

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Endereçamento: Juiz de Direito da 12ª Vara Criminal da Comarca do Rio de Janeiro1 peça – procuração anexaPrazo: 10 dias a contar da citação – começa a contar no próximo dia útil e é prorrogável se terminar em sábado, domingo ou feriado.Classificação do crime: art. 163, CP. Tese:• Nulidade - Inépcia da Inicial (art. 564, CPP + art. 41, CPP + art. 5º, LV, CF + art. 8º Pacto San Jose da Costa Rica)Não há tese de absolvição sumária.Pedido: requer seja anulado o processo ab initio + rol de testemunhas.

Nulidad e :- desrespeito a uma regra processual.- É sempre absoluta (pode o juiz declarar de ofício. É insanável).- Fundamento legal:

art. 564, CPP (inciso específico ou IV) Artigo da lei processual violadoConstituição – ampla defesa (art. 5º, LV) / incompetência (art. 5º, LIII) / devido processo legal (art. 5º, LIV) Pacto San José da Costa Rica (Decreto 678/92) – art. 8º

Requisitos da Denúncia ou Queixa – art. 41, CPP.a) Exposição minuciosa dos fatos – deve descrever minuciosamente os fatos prat icados, não se admite denúncia vaga, lacônica, imprecisa. Havendo corréus, deve-se descrever a conduta de cada um deles.b) Qualificação do acusado ou seus sinais característicosc) Classificação do crime – tem que dizer qual foi o crime praticado. Não se admite imputação alternativa (o promotor sem ter certeza do crime praticado pelo agente, denuncia por um ou outro crime), pois viola a ampla defesa.d) Rol de testemunhas

MEMORIAIS

Denúncia ou Queixa (art. 41, CPP) Recebimento Citação Resposta (art. 396 e 396-A) / AbsolviçãoSumária (art. 397, CPP) Audiência de Instrução, Debates e Julgamento (art. 400, CPP) Memoriais.

AUDIÊNCIA (art. 400, CPP)- Ofendido- Testemunhas (acusação / defesa)- Perito- Reconhecimento / Acareação- Interrogatório- Debates orais (prazo de 20 minutos prorrogáveis por mais 10 minutos para cada parte)- Sentença

Existem 3 casos em que o Juiz pode converter os debates orais em memoriais escrito s :1. Vários réus – fundamento: art. 403, § 3º, CPP.2. Caso complexo – fundamento: art. 403, § 3º, CPP.3. Surgimento de nova prova (surgida na audiência) – fundamento: art. 404, § único,

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CPP.* Se a OAB não disser o motivo da conversão, fundamentar no art. 403, § 3º, CPP.

Prazos: Acusação: 5 dias Defesa: 5 dias a contar da intimação Juiz: 10 dias para decidirContagem: intimação em 19/09/12 (quarta) – último dia: 24/09/12 (segunda)Momento Processual: no final da audiência de instrução (o réu foi denunciado por tal crime, o juiz já recebeu a denúncia, o réu já foi citado, o réu já foi interrogado na audiência, as testemunhas já foram ouvidas, e o MP requereu a condenaçã o )Estrutura: 1 peça apenas (vai do endereçamento ao pedido)Endereçamento: para o juiz da causa

Juiz Estadual (Exmo Sr. Dr. Juiz de Direito da ... Vara Criminal da Comarca de ...) Juiz Federal (Exmo Sr. Dr. Juiz Federal da ... Vara Criminal da Seção Judiciária de ...)

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Qualificação: “já qualificado nos autos do processo nº...”Não precisa mencionar “procuração anexa”.Fundamento Legal: art. 403, § 3º, CPP ou art. 404, § único, CPP.

Teses e

Pedidos a)

Nulidade- Absoluta- A partir do ato irregular (se começou irregular – ab initio)- Fundamento legal: art. 564, CPP / artigo processual violado / art. 5º, CF / art. 8º Pacto San Jose da Costa Rica.

b) Extinção da Punibilidade (Art. 107, CP)- Prescrição- Decadência – perda do direito de queixa ou representação pelo decurso do prazo de 6 meses.- Perempção – decorre da inércia do querelante (ação privada) – art. 60, CPP.- Anistia – perdão concedido por Lei Federal pelo Congresso Nacional.- Graça ou Indulto – perdão concedido pelo Presidente da República. Graça é individual e Indulto é coletivo.

c) Absolvição (art. 386, CPP)I. Reconhecimento da inexistência do fato – certeza que o fato não existiu, não aconteceu. II. Dúvida sobre a existência do fato – dúvida se o fato aconteceu ou não.III. O fato não constitui crime – fato atípico. Exemplo: dirigir sem habilit ação sem gerar perigo de dano; munição sem arma; arma desmuniciada, etc.IV. Certeza da não autoria – com certeza não foi o réu que praticou o crime. V. Dúvida sobre a autoria – dúvida se réu cometeu ou não o crime.VI. Excludente da ilicitude ou culpabilidadeVII. Insuficiência de provas – não há provas suficientes que gerem certeza de que o réu é culpado (in dubio pro reo).

3 incisos melhores – impedem a ação civil “ex delicto”: I, IV e VI, primeira parte.

d) Teses subsidiárias (melhor condenação)

• d esclassificação (que seja condenado por um crime menos grave). Ex: furto em vez de roubo; furto simples em vez de furto qualificado; roubo simples em vez de roubo agravado (roubo com arma de brinquedo).

• condenado a pena mínima, aplicando circunstâncias atenuantes e causas de diminuição de pena Circunstâncias atenuantes = art. 65 e 66, CP Exemplo: réu menor de 21 anos na data do crime ou

maior de 70 anos na data da sentença; motivo de valor moral ou social; influência de emoção por ação provocada pela vítima; desconhecimento da lei; etc.)

Causas de diminuição (reduzem a pena em percentual – 1/ 3 a 2/ 3) – Exemplo: arrependimento posterior (art.

16, CP); concurso formal de crimes (art. 70, CP); crime continuado (art. 71, CP); etc.

• fixado um regime inicial mais benéfico – Art. 33, CP.Súmulas 718, STF e 440, STJ – a gravidade do crime não justifica, por si só, a imposição de regime mais grave. Súmula 719, STF – regime mais grave depende de fundamentação.Súmula 269, STJ – autoriza o regime semiaberto ao reincidente.

• substituição da p e na por penas restritivas de direitos – art. 44 e seguintes do CP. pena aplicada de até 4 anoscrime sem violência ou grave ameaça à pessoa

Obs.: até o reincidente tem direito a PRD (art. 44, § 3º, CP)

TABELA DE SUBSTITUIÇÃO (art. 44, § 2º, CP)PENA APLICADA ATÉ 1 ANO PENA APLICADA MAIOR DE 1 ANO ATÉ 4 ANOS

1 pena de multa (vicariante) ou 1 PRD 2 PRD ou 1 multa + 1 PRD

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• Surcis (Suspensão Condicional da Pena) – Art. 77, CP.Pedir a substituição por PRD e caso não seja esse entendimento, que seja aplicado o Surcis do art. 77 do CP.

Page 13: 2ª Fase - Direito Penal

Pena de até 2 anosCom violência ou grave ameaça. Ex: lesão corporal (não tem direito a PRD, mas cabe o Surcis)

• Q u e s e j a f i x a d o u m v a l o r r e d u z i d o p a r a r e p a r açã o d o d a n o n o s t e r m o s d o a r t . 3 8 7 , C P P – pois sempre que o réu é condenado o juiz deve fixar um valor mínimo para a reparação do dano.

Que seja reconhecido o direito de apelar em liberdade

CASO HIPOTÉTICO- quebrou o vidro do carro e o levou o carro embora.- não foi ele (não tem provas)- denunciado pelo crime do art. 155, § 4º, I, do CP (furto qualificado - rompimento de obstáculo)

Atenção: estourar o vidro do carro é furto simples e não qualificado!O furto é qualificado na seguinte hipótese: com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa – tese: quando o ladrão quebra o vidro do carro para levar o carro embora, ele não está destruindo um obstáculo à subtração da coisa, ele está destruindo a própria coisa! Destruir o portão para levar o carro (estou destruindo um obstáculo que me leva ao carro) é diferente de destruir o próprio carro (a própria coisa). Da mesma forma seria, estourar o vidro do carro para levar o rádio, estaria rompendo um obstáculo para levar outra coisa (rádio).

PEÇA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE...

GUILHERME MADEIRA, já qualificado nos autos do processo nº..., por seu advogado que esta subscreve, respeitosamente se faz presente ante Vossa Excelência para oferecer/apresentar MEMORIAIS DE DEFESA, com fulcro no art. 403, § 3º, do Código de Processo Penal, diante das razões de fato e direito a seguir expostas.

I – DOS FATOS (o acusado está sendo processado... / o acusado foi denunciado... O acusado foi citado... Na audiência...)

II – DO DIREITO Teses:a) nulidadeb) extinção da punibilidade c) absolviçãod) desclassificação* As teses subsidiárias não precisam estar no DIREITO, podem estar direto no

PEDIDO. III – DO PEDIDO

Diante do exposto requer seja o processo anulado “ ab initio” . Caso não seja esse o entendimento de Vossa Excelência, requer seja declarada a extinção da punibilidade pela prescrição. Caso não seja esse o entendimento, requer seja o acusado absolvido nos termos do art. 386, , CPP. Não sendo esse o entendimento requer seja o acusado condenado pelo crime de furto simples (art. 155, “ caput” , CP).

Sendo condenado por furto simples, requer seja fixada a pena no seu mínimo legal (1 ano de reclusão) já que estão presentes as seguintes circunstâncias atenuantes:..., e as seguintes causas de diminuição de pena...

Da mesma maneira, requer seja convertida a pena privativa de liberdade em

Page 14: 2ª Fase - Direito Penal

pena restritiva de direitos, nos termos do art. 44 do CP.Não sendo esse o entendimento de Vossa Excelência, requer seja aplicada a

suspensão condicional da pena, nos termos do art. 77 do CP.Por fim, requer seja fixado um valor reduzido para a reparação do dano (nos termos

do art. 387, do CPP) e que seja reconhecido o direito de apelar em liberdade, como medida de justiça.

Page 15: 2ª Fase - Direito Penal

Nesses termos,

Pede Deferimento.

Local, data...

Advogado... OAB...

Data: 20/09/12 .

Problema nº 6 do Livro de PráticaCliente: LuisCrime: 171, § 2º, VI, CPPena: reclusão de 1 a 5 anosAção Penal: Pública Incondicionada Procedimento: Comum Ordinário Sursis Processual: CabeMomento: após a audiência de instrução e memoriais apresentados pela acusaçãoPeça: MemoriaisFundamento: art. 403, § 3º, CPPEndereçamento: Exmo Sr. Dr. Juiz de Direito da 11ª Vara Criminal da Comarca de Maceió-AL Teses:1. Mérito (Principais):Atipicidade formal – pagou espontaneamente o cheque na fase do inquérito (Súmula 246 e 554, STF) – não tem dolo de fraudar – ele não agiu com dolo e não se pune a forma culposa dessa conduta, o fato é formalmente atípico (Art. 18, § único, CP).Atipicidade material – princípio da insignificância – o valor de R$ 36,00 se comparado ao poderia do ofendido.2. Mérito (Subsidiárias):Fixação da pena no mínimo legal – enquanto não condenado com trânsito em julgado ele é presumidamente inocente (Súmula 444, STJ) – Pode citar também a presunção de inocência da Constituição.Fixação do regime inicial aberto – a pena ficou até 4 e ele é primário. Substituição por pena Restritiva de DireitosAtenção: Pedir se caso não substitua por PRD (se não aplicar PRD), o “ sursis” penal do art. 77, CP. (mas somentese não aplicou a pena restritiva de direitos).Não fixação do valor de reparação civil (art. 487, IV, CPP) – pois a vítima não teve prejuízo sendo que foi ressarcida durante o inquérito por esse cheque não pago.Direito de recorrer em liberdadePedido:Ante o exposto requer a improcedência da ação penal para absolver o acusado nos termos do art. 386, III, CPP. Em caso de condenação, requer subsidiariamente a fixação da pena no mínimo legal, com regime inicial aberto e substituição por PRD. Caso não seja substituída por PRD, requer a aplicação do “ sursis” penal do art. 77, CP. Por fim requer não seja fixado o valor de reparação civil nos termos do art. 487, IV, CPP e reconheça ao acusado o direito de recorrer em liberdade.

APELAÇÃOMomento: Após a sentença e ainda não teve o trânsito em

Page 16: 2ª Fase - Direito Penal

julgado. Verbo: interpor Recurso de ApelaçãoFundamento: art. 593, CPPI – contra sentença definitiva de condenação ou absolvição. (Juiz singular)II – contra decisão com força de definitiva (sem condenar ou absolver) – basicamente nos incidentes processuaisIII – contra decisões do Tribunal do Júri

Estrutura: 2 peças

Page 17: 2ª Fase - Direito Penal

Petição de interposição: Endereçamento para o Juízo “ a quo” (que proferiu a decisão recorrida) = Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Criminal da Comarca de...

“Cliente” , já qualificado, por seu advogado, interpor recurso de apelação, com fundamento no art. 593, I, CPP,

requer seja recebida, processada (colher razões e contra razões) e encaminhada ao TJ do Estado de...Razões do Recurso: Endereçamento para o Juízo “ad quem” – Tribunal de Justiça

Egrégio Tribunal de JustiçaColenda CâmaraDouto Procurador de Justiça

Dos fatosDo Direito – tesesDo Pedido – conhecido e provido para...anulação do processo (ab initio/a partir de) – art. 564, , CPP....que seja declarada a extinção da punibilidade....absolver o acusado nos termos do art. 386, , CPP. Caso seja condenado, [aplicação da pena]...

Prazos:Interposição – 5 dias (de acordo com o art. 593, caput) Razões – 8 dias (a partir da intimação)Contra razões – 8 dias (o recorrido terá este prazo quando intimado, após a parte contrária)

PEÇ A :

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE...

Cliente, já qualificado nos autos da ação penal (ou processo crime) n..., que lhe move o Ministério Público, por seu advogado que esta subscreve, vem perante Vossa Excelência, inconformado com a sentença que o condenou..., interpor RECURSO DE APELAÇÃO, com fundamento no art. 593, I, do Código de Processo Penal.

Requer seja recebido, processado e encaminhado o presente recurso, com as inclusas razões ao

Egrégio Tribunal de Justiça do Estado

de... Termos em que,

Pede deferimento.

Local, data...

Advogado... OAB...

Razões de Recurso de Apelação

Autos nº ... Apelante: ClienteApelado: Justiça Pública (ou Ministério Público)

Egrégio Tribunal de JustiçaColenda CâmaraDouto Procurador de Justiça

Em que pese o notável saber jurídico do Juiz “a quo”, merece ser reformada a decisão

recorrida... I – Dos Fatos

Page 18: 2ª Fase - Direito Penal

II – Do Pedido

Page 19: 2ª Fase - Direito Penal

III – Do pedido

Ante o exposto, requer conhecido e provido o presente recurso para:- anulação (art. 564 do CPP)- declaração da punibilidade- reformar a sentença, absolvendo o acusado com fundamento no art. 386, , do CPP.

Para teses de mérito pedir para sempre: REFORMAR a sentença para... - Subsidiariamente... [aplicação da

pena] Local, data...

Advogado... OAB...

Se a Apelação já foi interposta e a parte é intimada para dar prosseguimento (datar peça com 8 dias)

Petição de Juntada – Vem perante Vossa Excelência reque r er a j u n t a d a das inclusas Razões de Apelação, com fundamento no art. 600, caput, do CPP.Requer seja processado e encaminhado. (Não usar o “ recebido” pois o juiz já recebeu a interposição, e a parte já foi intimada para apresentar as razões).

Se o meu cliente for o recorrido (Contrarrazões) (datar a peça com 8 dias)

Petição de juntada das inclusas contrarrazões, com fundamento no art. 600, caput, do CPP.Ao final das contrarrazões: requerer que o recurso seja improvido (ou negado provimento) e mantida a sentença recorrida.

Apelação da Acusação – nosso cliente é o Ofendido

A çã o P e n a l P r i v a d a – Ajuizei queixa pedindo a condenação (pedi a condenação e o querelado foi absolvido) –fazer Apelação simples da Acusação com base no art. 593, I, CPP.

A çã o P e n a l P ú b l i c a – o MP é o autor da ação, a vítima só pode recorrer de forma subsidiária, se o MP ficar inerte. (Se o MP recorrer, a vítima não pode recorrer). A inércia é que faz nascer a legitimidade para essa Apelação subsidiária do Ofendido – art. 598, CPP. (Fundamento: art. 593 c/c art. 598, CPP).Prazo para interposição – art. 598, § único – 15 dias contados a part ir do dia que acabar o prazo do MP parainterpor o recurso – ver quando o MP foi intimado, contar os 5 dias que ele tem para recorrer e a partir daí começa a contar os 15 dias para interpor o recurso pelo ofendido.

Observação: embora o art. 598 não faça diferença se o ofendido é habilitado ou não como assistente, o STFentende:- Não habilitado como assistente: ele terá 15 dias (prazo da lei)- Se era habilitado: 5 dias (mesmo prazo da parte, o MP) Acórdão – HC 74242, STF

Data: 21/09/12 .

LABORATÓRIO DE PEÇAS 1

Problema nº 5 do Livro de PráticaCliente: Alessandro (réu)

Page 20: 2ª Fase - Direito Penal

Crime: art. 217-A, CP – Pena: 8 a 15 anos.Ação Penal: Pública Incondicionada (art. 225, CP) Rito: Comum ordinário (art. 394, CPP)Suspensão Condicional do processo: não cabe (art. 89, Lei 9099/95)

Page 21: 2ª Fase - Direito Penal

Momento: efetivada a citação em 18/06/10 (tendo a citação sendo efetivada no dia...) – prazo até: 28/06/10Peça: Resposta à Acusação (art. 396 e 396-A, CPP) Competência: Juiz da 2ª Vara Criminal de Florianópolis

Teses:1. Ele não sabia (mérito) – erro de tipo – exclui o dolo, portanto o fato é atípico – art. 20, caput + art. 18, CP.2. Não tem exame comprovando a doença mental (falta de prova sobre elemento essencial do tipo) – Nulidade –art. 564, III, b, CPP. (falta de exame de corpo de delito que comprova a doença mental)

Pedido: Anulação “ ab initio” ou caso assim não se entenda, absolvição sumária do art. 397, III, CPP, ou rol de testemunhas.

Peça:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE FLORIANÓPOLIS

Alessandro, já qualificado nos autos do processo crime nº... que lhe move a Justiça Pública, por seu advogado que esta subscreve (conforme procuração anexa), vem à presença de Vossa Excelência, apresentar RESPOSTA À ACUSAÇÃO com fulcro no artigo 396 e 396-A do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

I – DOS FATOS

O réu foi denunciado por ter supostamente praticado o delito de estupro de vulnerável contra a vítima Geisa. Consta dos autos que o réu teria, durante partida de futebol encaminhado-se à residência de Geisa e, aproveitando-se do fato de estar sozinho com ela, mantido conjunção carnal, deflorando-a. Conforme narra a denúncia, a conduta não teria sido praticada com violência ou grave ameaça, configurando-se o delito pelo fato de Geisa ser, supostamente, deficiente mental.

Oferecida a denúncia, foi recebida por este Meritíssimo Juízo, tendo o réu sido citado em

18/06/2010, motivo pelo qual oferece a presente Resposta à

Acusação. II – DA NULIDADE

Preliminarmente importa ressaltar que a presente ação penal é eivada de nulidade insanável desde o seu início pelas razões a seguir expostas.

Segundo o art. 158 do CPP, quando o delito deixar vestígios é indispensável o exame de corpo de delito para a comprovação da materialidade delitiva. O crime imputado ao réu, estupro de vulnerável exige a comprovação de duas elementares: a prática do ato libidinoso e a condição de vulnerabilidade da vítima. Caso uma dessas circunstâncias não seja comprovada, a denúncia não deve sequer ser oferecida.

No presente caso, conforme se constata dos elementos carreados aos autos, embora haja exame comprobatório da prática do ato libidinoso, não há qualquer comprovação da debilidade mental da suposta vítima. De fato, só o que há neste sentido é a palavra do douto representante do Ministério Público, que não encontra no acervo probatório qualquer suporte.

Dessa forma a denúncia não poderia sequer ter sido recebida, como preconiza o artigo 395, III do CPP. Uma vez que o foi, revela-se cristalina a nulidade processual prevista no art. 564, III, “ b” , que dispõe que a falta de exame de corpo de delito que gera a nulidade do processo.

III – DO MÉRITO

vejamos.No mérito, impõe-se a absolvição do réu por tratar-se de conduta absolutamente atípica. Senão

Segundo o artigo 20, caput do CP, o erro sobre elemento do tipo exclui o dolo e permite a punição

Page 22: 2ª Fase - Direito Penal

por crime culposo se houver previsão. Cabe ressaltar que configura erro de tipo a situação na qual o agente pratica os elementos objetivos descritos no tipo legal mas não tem consciência de os estar praticando.

No caso em apreço, conforme se constata da leitura dos autos, o denunciado não tinha

conhecimento a respeito de um dos elementos do tipo que lhe é imputado, qual seja, a vulnerabilidade da vítima. De fato, o que resta demonstrado é que, sendo a vítima vulnerável (o que, insista-se, não se comprovou) o

Page 23: 2ª Fase - Direito Penal

acusado certamente não sabia disso, tanto é que sempre procedeu abertamente e seu relacionamento era de conhecimento dos familiares da vítima, que nunca se opuseram a ele.

Dessa forma a conduta do réu é manifestamente atípica, uma vez que o delito em questão não

contém previsão de modalidade culposa.

IV – DO PEDIDO

Ante o exposto, requer seja anulada ab initio a presente ação penal. Caso assim não se entenda, requer seja absolvido o réu, com fulcro no art. 397, III do CPP. Caso não sejam acolhidas as teses ant eriores, requer sejam intimadas as testemunhas a seguir arroladas.

Rol de Testemunhas:1) Nome..., qualificação..., endereço.2) Nome..., qualificação..., endereço.3) Nome..., qualificação..., endereço.

Termos em que,

Pede deferimento.

Florianópolis, 28 de junho de

2010. Advogado...OAB nº...

Problema nº 9 do Livro de PráticaCliente: José de Tal (réu)Crime: art. 244, CP – Pena: 1 a 4 anos e multa. Ação Penal: Pública IncondicionadaRito: Comum ordinário (art. 394, CPP)Sursis processual: cabe (art. 89 da Lei 9099/95)Momento: Memoriais do MP - “em Manifestação escrita, o MP pugnou pela condenação” Peça: Memoriais (art. 403, § 3º, CPP)Competência: Juiz da 9º Vara Criminal de Planaltina/DF

Teses:1. Não foi feita a proposta de suspensão – NULIDADE (Art. 89 da Lei 9099/95) + art. 564, IV, CPP2. Audiência sem advogado – NULIDADE – art. 5º, LV, CF (ampla defesa) + art. 564, III, “ c” , CPP + Art. 261, CPP + Art. 7º do Estatuto da OAB + Art. 8º, “d” e “e” do Decreto 678/92 (Pacto de San Jose da Costa Rica).3. Resposta à Acusação não foi apresentada – NULIDADE – art. 396-A, § 2º, CPP + Art. 564, IV, CPP.4. Sem interrogatório – NULIDADE – art. 185, CPP + Art. 564, III, “e”, CPP5. Idade = maior de 70 anos – ATENUNANTE – tese subsidiária – art. 65, I, CP6. Bis in idem agravante – Tese subsidiária – art. 61, CP7. Atipicidade – sem justa causa (faltou elemento do tipo) – art. 244, CP8. Atipicidade – deixar de pagar (ele pagava atrasado, quando tinha possibilidade) – art. 244, CP

Peça:

ENDEREÇAMENTO

PREÂMBULO

I – DOS FATOS

II – DAS NULIDADES

Page 24: 2ª Fase - Direito Penal

Preliminarmente, importa constatar que a presente ação penal é contaminada por inúmeras nulidades que a seguir se passará a demonstrar.

Segundo a regra insculpida no art. 89 da Lei 9099/95, quando o delito tiver pena mínima menor ouigual a um ano e sendo o acusado primário, é de rigor que seja feita a proposta de suspensão condicional do processo. Insta salientar que preenchidos os requisitos, a proposta de sursis processual é direito subjetivo do réu, que não pode ser recusado pelo órgão acusatório.

Conforme consta dos autos, embora estejam preenchidas todas as condições legais, não foi feita a

referida proposta, injustificadamente. De fato, a pena mínima cominada ao delito é de um ano (art. 244, CP). De outra mão, conforme folha de antecedentes acostada aos autos, o acusado é primário (doc. Fls...)

Dessa forma, fica clara a nulidade processual pela ausência da proposta de suspensão condicional do processo, conforme o art. 564, IV do Código de Processo Penal.

Ademais, apresenta-se ainda outra nulidade. Segundo o art. 396-A, § 2º, se o réu devidamente citado, não apresentar a Resposta Á Acusação, deve o Magistrado nomear advogado dativo para fazê-lo. Importa notar que segundo a sistemática adotada pelo CPP a resposta à acusação apresentada pela defesa técnica é peça indispensável, sem a qual impossível o prosseguimento do feito.

No caso dos autos, vê-se que a resposta não foi apresentada, ou melhor, foi, mas de próprio punho pelo acusado, totalmente em desconformidade com a exigência legal.

Na realidade, deveria ter sido seguido o procedimento preconizado pelo CPP. Não tendo sido, fica

evidente a nulidade processual prevista no art. 564, III, “ c“ , do CPP, com inquestionável prejuízo ao exercício da ampla defesa (art. 5º, LV, CF).

Enão é só! Há ainda uma terceira nulidade insanável a ser apontada. Conforme o art. 261 do CPP, ninguém será processado sem advogado. Tal disposição vem reforçada ainda pelo art. 2º, § 2º da Lei 8906/ 94, pelo art. 8º, 2, “ d” e “ e” do Decreto 678/ 92 (Pacto de San José da Costa Rica) e ainda, pelo artigo 133 da Constituição Federal da República.

Conforme se nota da leitura dos autos, a audiência de instrução foi realizada sem a presença de advogado, seja constituído, seja dativo! Tal situação configura cristalino cerceamento da defesa do réu (art. 5º, LV, CF).

Dessa forma é inarredável a nulidade prevista no art. 564, III, “c” do CPP.Por fim, há ainda uma última nulidade que merece reconhecimento. Conforme o art. 185,

CPP, o interrogatório é ato imprescindível do processo, que só poderia deixar de ser realizado por vontade do réu.

No caso dos autos, consta que o acusado desejou ser interrogado, mas o douto Magistrado injustificadamente recusou-se a realizar o ato, mais uma vez cerceando a defesa do réu.

De modo que, apresenta-se inquestionável a nulidade prevista no art. 564, III, “e”, do CPP.

III – DO MÉRITO

No mérito, merece ser julgado improcedente o pedido condenatório do douto representante do

Ministério Público pelas razões que a seguir serão demonstradas.O artigo 244, CP incrimina a conduta daquele que deixar de pagar a pensão alimentícia. De

fato o que se pune é o voluntário inadimplemento da prestação e não o mérito atraso, o pagamento extemporâneo.

Conforme depoimento prestado pela própria testemunha da acusação, o réu jamais deixou de pagar, como exige o tipo, mas apenas pagou, por motivos de força maior, em atraso e parceladamente.

Dessa forma, fica clara a atipicidade de sua conduta, que não preenche os elementos do tipo. Ademais, exige o crime em questão, que a conduta seja praticada sem justa causa. Mais uma vez

o que se quer castigar é o devedor que não paga porque não quer fazê-los.No caso dos autos, restou fartamente comprovado que o acusado apenas atrasava, repit a-

se, a prestação, por absoluta penúria financeira. Ou seja, possuía causa justa e legítima para tanto.De forma que, também por isso apresenta-se atípica a conduta por ele praticada.Caso não sejam acolhidas as teses anteriores, impõe-se reconhecer que a pena base

dever ser fixada no patamar mínimo, uma vez que o réu não apresenta qualquer circunstância desfavorável, sendo inclusive primário.

Deve ainda, ser excluída a agravante prevista no art. 61, do CP. Isso porque, conforme o próprio

Page 25: 2ª Fase - Direito Penal

dispositivo legal só são agravantes as circunstâncias que não integrem o tipo. No caso em tela, o fato do crime ser praticado contra descendente é elemento do tipo, motivo pelo qual a agravante em tela constitui claro bis in idem.

Ademais, deve ser reconhecida a atenuante relativa à maioridade senil, prevista no art. 65, CP, uma vez que o agente conta com mais de 70 anos na data da sentença.

Deve ainda ser estabelecido regime inicial aberto para o início de cumprimento da reprimenda eventualmente imposta, nos termos do art. 33, § 2º, “c” do CP.

Page 26: 2ª Fase - Direito Penal

Por fim, deve a pena privativa de liberdade ser substituída por pena restritiva de direitos, por estarem presentes os requisitos exigidos pelo art. 44 do Código Penal ou caso assim não se entenda que seja determinada a suspensão condicional da pena, conforme art. 77 do CP.

IV – DO PEDIDO

Diante do exposto requer:A nulidade do processo para que seja feita a proposta de sursis processual, caso assim

não se entenda a nulidade do processo a partir do prazo para apresentação da resposta à acusação.Caso não seja esse o entendimento, anulação do processo a partir da audiência de

instrução, debates e julgamento.Caso não seja o entendimento, requer a anulação do processo a partir do interrogatório.Caso não se reconheçam as nulidades apontadas, que seja o réu absolvido com fulcro no

art. 386, III do Código de Processo Penal.Não sendo acolhidas as teses anteriores, que seja a pena base fixada no mínimo, excluída a

agravante do parentesco, incluída a atenuante da maioridade, estabelecido regime inicial aberto, substituída a pena privativa por restritiva de direitos ou concedido o sursis.

Requer ainda, não seja fixado qualquer valor a título de indenização em face da ausência de

prejuízo e que seja garantido o direito do réu de apelar em

liberdade. Nesses termos,

Pede deferimento.

Local, data...

Advogado... OAB...

Data: 24/09/12 .

Problema nº 11 do Livro de PráticaCliente: João de DeusCrime:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CAMPO GRANDE

Autos n...

João de Deus, já qualificado nos autos, por seu advogado que esta subscreve, vem pela presente, com fulcro no art. 600 do Código de Processo Penal oferecer RAZÕESDEAPELAÇÃO, nos termos que passa a expor na peça em anexo.

Requer seja juntado e encaminhado o presente recurso ao Egrégio Tribunal de

Justiça. Termos em que,

Pede deferimento.

Local, data...

Advogado... OAB...

Page 27: 2ª Fase - Direito Penal

RAZÕES DE APELAÇÃO

Egrégio TribunalÍnclitos Julgadores (serve para qualquer órgão)Douto Representante do Ministério Público (serve para qualquer órgão)

Em que pese o notório conhecimento do MM. Juiz que prolatou a sentença, a mesma deve ser reformada, pelos motivos a seguir expostos.

I – DOS FATOS

II – DO DIREITO

Tese:A t i p i c i d a d e f o rmal : o art. 333 não prevê o verbo “ entregar” , e no caso, não houve oferecimento nem promessa de vantagem. Além disso, restou claro nos autos que o apelante foi coagido, ou seja, foi vítima de uma exigência e não autor de crime autônomo. (Usar também o Princípio da Legalidade)Tese Subsidiária:Deve ser afastado o sursis , pois nos termos do art. 77, III, só pode ser suspensa a pena se incabível a conversão em restritiva de direitos. Neste caso, na sentença, ele aplicou a restritiva e o sursis.

III – DO PEDIDO

Requer seja conhecido e provido o presente recurso, com a absolvição do apelante (usar

“apelante” e não “recorrente” para não perder pontos) nos termos do art. 386, III do Código de Processo Penal.

Subsidiariamente (ou Caso assim não entendam Vossas Excelências...) requer seja afastado o sursis com a manutenção das penas restritivas de direito.

Requer ainda, seja assegurado (reconhecido) o direito de recorrer em

liberdade. Termos em que,

Pede deferimento.

Local, data...

Advogado... OAB...

REVISÃO CRIMINALPrevisão legal: art. 621, CPP.

Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida:I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos;II - quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos; III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena.

• Tem natureza de Ação Impugnativa, que busca desconstituir a condenação transitada em julgado (não é recurso). É a ação rescisória do crime.• Não há prazo para o oferecimento da Revisão Criminal (o réu pode ter morrido, por estar extinta a pena, etc.).• A Revisão Criminal incide apenas nas decisões condenatórias. A exceção aceita pela doutrina é a Absolvição

Page 28: 2ª Fase - Direito Penal

Imprópria (pois tem essência sancionatória).• Não é possível revisão criminal “ pro societate” pelo direito humano a não ser processado duas vezes pelo mesmo fato.

Hipóteses do art. 62 1 :

Page 29: 2ª Fase - Direito Penal

I. Texto expresso de lei – prevalece que não basta divergência para que se autorize a revisão criminal. É

necessário que a decisão atacada contrarie interpretação majoritária ou pacífica sobre o texto da lei.Decisão contrária à evidência dos autos:1ª posição (tradicional): é aquela que não encontra nenhum respaldo no arcabouço probatório. Não basta a dúvida.2ª posição (moderna): Basta demonstrar de forma clara e convincente que a prova dos autos não permitia a certeza da culpa, ou seja, que a condenação foi proferida sobre uma base duvidosa. É a “ certeza da dúvida” . (privilegia a defesa).Observação: a tese de nulidade também se fundamenta no inciso I.

II. Prova falsa:• A prova falsa deve ter influído no ânimo do julgador (não pode ter nada a ver com o que foi decidido).• A interpretação jurisprudencial do inciso II é restritiva: apenas com a clara demonstração da falsidade, em regra documental, é que o inciso II será aplicado. No caso de novas test emunhas que contrariam as anteriores, prefere- se a prova nova (inciso III).

III. Prova nova:• Prova nova é aquela que versa sobre fato, que foi ou não alegado, no curso do processo e que poderá por sua originalidade, alterar o entendimento do julgador sobre fato relevante. (o fato pode ter sido alegado, mas tem novo elemento de convicção que não estava ali antes).

Justificação CriminalA produção da prova nova e t ambém da prova falsa deve ser feit a por Justificação Criminal. É que a Revisão Criminal não admite dilação probatória e assim, a prova nova ou falsa deve ser pré-constituída. O procedimento será inspirado no artigo 861 e seguintes do CPC(Justificação) e para alguns, no artigo 846 e seguintes do CPC, que é a produção antecipada de provas.Procediment o : a parte fala ao juiz que quer ouvir tal testemunha, que pode ter interesse para eventual futura Revisão Criminal. O juiz vai chamar o MP, vai ouvir a testemunha, o MP e o Advogado fazem perguntas e o Juiz vai se limitar a dizer que a prova foi colhida nos termos da legislação processual e Homologar. Depois o Advogado faz a revisão e instrui com os autos.Ao final da Justificação Criminal o juiz apenas homologa a prova, sem emitir juízo de mérito sobre seu conteúdo. Competência: prevalece que a competência é do Juízo de conhecimento, no qual foi proferida decisão de 1º grau (o próprio juiz que decidiu a resolução de mérito, onde correu a ação de conhecimento).Atençã o : se na OAB, a questão dizer que tem prova nova ou prova falsa, escrever assim “conforme Justificação Criminal em anexo, a testemunha tal depois disse que...” (a OAB não vai falar que houve uma justificação criminal, tem que se presumir que se tem uma nova testemunha, que falou uma nova coisa, foi em uma justificação criminal).

• Prevalece que a Revisão Criminal pode ser proposta diretamente pelo condenado. No entanto, nesse caso, é entendimento majoritário que deverá ser nomeado defensor ou advogado para elaborar peça técnica em homenagem à ampla defesa.• É possível a Revisão Criminal mesmo após a morte do réu ou extinção da pena. (A família ganha o bom nome, desfazer efeitos civis, ganhar indenização por ter cumprido a pena de forma indevida, etc.)• O MP também pode propor Revisão Criminal.• Competência (2 regras cumulativas):1ª regra: Competência mínima de 2ª Instância (O juiz singular nunca vai julgar Revisão Criminal)2ª regra: obedecida a 1ª regra, a competência será da mais alta corte que apreciou a tese de mérito que fundamenta a Revisão Criminal.

E x e m p l o 1 : o cara foi processado por furto, condenado por furto, não apelou e transitou em julgado – A Revisão Criminal vai para o TJ (pelo fato da competência mínima de 2ª instância).

Exemplo 2 : o cara foi processado por furto, condenado por furto, apelou e foi pro TJ, que confirmou a condenação e transitou em julgado – A Revisão Criminal vai para o TJ (como não teve nenhuma outra

Page 30: 2ª Fase - Direito Penal

corte que apreciou a tese de mérito que fundamenta a Revisão Criminal, ela fica no TJ pelo fato da competência mínima de2ª instância).

Exemplo 3 : o cara foi denunciado e condenado por furto, a Defesa recorreu para o TJ, e argumentou que o réu só pegou a coisa, usou e devolveu (furto de uso). Mesmo assim, o Tribunal confirmou a decisão do Juiz de 1º grau. A Defesa foi então para o STJ discutindo em Recurso Especial que tá negando vigência ao “ para si ou para outrem” do referido artigo (ânimo de apropriação definitiva). Entretanto, o STJdenega o Recurso Especial. Agora,

Page 31: 2ª Fase - Direito Penal

a Defesa está entrando com uma Revisão Criminal pela condenação por furto, argumentando a mesma coisa (violação à lei federal por ter sido furto de uso) – A Revisão Criminal vai para o STJ (pois este Tribunal já apreciou essa tese, logo, só quem pode rescindi-la é o próprio STJ – ele é a mais alta corte que apreciou a tese que fundamenta a Revisão Criminal).

E x e m p l o 4 : o réu foi condenado porque permaneceu em silêncio e se permaneceu em silêncio é porque ele é culpado – a Defesa apelou dizendo que isso viola o direito ao silêncio (norma constitucional). O TJ manteve e a Defesa foi até o Recurso Extraordinário para o STF. O Supremo mantém. Agora a Defesa vai entrar com a Revisão Criminal argumentando essa violação ao Direito ao Silêncio – A Revisão Criminal vai para o STF (mais alta corte que apreciou a tese que fundamenta a Revisão Criminal).

Exemplo 5 : o réu foi condenado porque permaneceu em silêncio – a Defesa apelou dizendo que isso viola o direito ao silêncio. O TJ manteve e a Defesa foi até o STF que mantém a decisão. Agora a Defesa vai entrar com a Revisão Criminal argumentando falta de provas – A Revisão Criminal vai para o TJ (pois o argumento que fundamenta a Revisão Criminal não foi tratado por nenhum Tribunal Superior, logo, deve respeitar a competência mínima de 2ª instância).Observação: No JECRIM a Competência é da Turma Recursal.

• Os pedidos estão no artigo 626, CPP: absolver, diminuir a pena, desclassificar e anular.• O art igo 630, CPP permite ainda o pedido de fixação do direito à indenização (o Juiz não vai fixar o valor da indenização, vai apenas dizer que fica fixado o direito à indenização e depois a parte procede a liquidação).• A Revisão será dirigida ao Presidente do Tribunal em peça única.

TJ: Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de... STJ: Excelentíssimo Senhor Ministro Presidente do Colendo Superior Tribunal de Justiça (não usa Dr.)STJ: Excelentíssimo Senhor Ministro Presidente do Colendo Supremo Tribunal Federal (não usa Dr.)

• Pedido: requer seja julgado procedente o presente pedido revisional, com absolvição do requerente nos termos do artigo 626 c/c 386, , ambos do Código de Processo Penal. Ao final: “ requer ainda, seja reconhecido o direito à indenização com base no artigo 630, CPP” .

Data: 25/09/12 .

Para identificar a peça: Tem ação penal? 1. Ainda não Estamos no Inquérito Policial• Está preso?a) sim – Foi feito algum pedido?

Não: Fazer o pedido para o juiz. Sim, negado: recorrer da decisão.

b) não – Identificar qual o problema e resolver. Ex: acesso aos autos no IP, Restituição de bens, etc.2. Sim, está ocorrendo ação penal.• Qual o rito?• Qual a fase?Fazer a peça específica.3. Já teve ação penal.• Iniciou a execução penal?a) não: Revisão criminal ou HCb) sim: está falando da

execução? não: Revisão criminal ou HC sim: foi feito algum pedido?

não: fazer o pedidosim: recorrer (porque foi negado)

Page 32: 2ª Fase - Direito Penal

Problema 31 do Livro de PráticaCliente: PauloCrime: abortoTem ação penal: já teveCumprindo pena.

Page 33: 2ª Fase - Direito Penal

Peça: Revisão CriminalCompetência: Presidente do TJTese: Ausência do exame de corpo de delito – nulidade e subsidiariamente absolvição por falta de prova. Pedido: nulidade e absolvição + indenização + alvará de soltura

Peça

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE...

Paulo, (qualificação), por meio de seu advogado que esta subscreve (conforme instrumento de mandato em anexo – Doc.1), não se conformando o acórdão transitado em julgado que o condenou com incurso no art. 126 do Código Penal (Certidão de trânsito em julgado anexo – Doc.2) vem, respeitosamente perante Vossa Excelência propor REVISÃO CRIMINAL com fundamento no art. 621, I, do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

I – DOS FATOS

II – DO DIREITO

O delito de aborto é um delito que deixa vestígios, por se tratar de crime que deixa vestígios, o código estabelece ser obrigatório o exame de corpo de delito direto ou indireto.

Tamanha a importância dessa prova, que nem mesmo a confissão do acusado supre a falta do exame de corpo de delito.

Com efeito, dispõe o artigo 158 do CPP que:“Artigo 158...”No caso em tela, não foi feito o exame de corpo de delito, direto ou indireto, de forma que

há frontal violação do disposto no art. 158 do CPP e, portanto, gerador de nulidade prevista no art. 564, III, “ b” do CPP.

Caso Vossas Excelências entendam que não se trata de hipótese de nulidade, então é de se

reconhecer que não há prova da materialidade do crime.Ora, no caso em tela a ausência do exame de corpo de delito faz com que não haja prova do

crime e, portanto, somente resta a absolvição do autor da ação como medida de justiça.

III – DO PEDIDO

Ante o exposto, requer seja julgado procedente o pedido para que seja anulado o processo ab initio nos termos do art. 564, III, b do CPP. Caso não seja este o entendimento, requer seja absolvido o autor com fundamento no art. 386, II, do CPP, todos cumulados com o artigo 626, também do CPP. Requer a expedição do alvará de soltura e, também, o reconhecimento do direito à indenização pelo erro judiciário, como medida de justiça.

RESE (Recurso Em Sentido Estrito) Cabimento: art. 581, CPP.

Atençã o : todas as hipóteses de execução penal estão revogadas! Da decisão do juiz da execução penal cabeAgravo em Execução com fundamento no art. 197, LEP.

Pintar os incisos mais importantes: I, II, IV, V, VIII, IX, X

• Inciso I – decisão que não receber a denúncia ou a queixa (RESE de Acusação) Atenção: No JECRIM cabe Apelação – art. 82 da Lei 9099/95.Dica: ficar atento na Calúnia com as causas de aumento do art. 141, CP: se presentes, tiram a competência doJECRIM.

Page 34: 2ª Fase - Direito Penal

Se o juiz rejeitar o aditamento da denúncia, a medida cabível é o RESEcom base neste inciso (por interpretação extensiva).

Page 35: 2ª Fase - Direito Penal

Tese para defesa: Súmula 707, STF. – o juiz tem que intimar a parte para oferecer contrarrazões e não basta nomear advogado dativo.

Qual o pedido a fazer nesse RESE: requer seja conhecido e provido o presente recurso para que se reforme a

decisão e se receba a denúncia em face do réu.

• Inciso II – decisão que concluir pela incompetência do Juízo. a) se o juiz reconhece que é incompetent e : cabe RESEb) se o juiz reconhece que é competente: não cabe recurso (é irrecorrível).Pedido: ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso para que se reforme a decisão e se reconheça que o juiz é competente como medida de justiça.

• Inciso IV – decisão que pronunciar o réu.

• Inciso V – decisão que conceder, negar, arbitrar, caçar ou julgar inidônea a fiança, indeferir o requerimento de prisão preventiva, revogar a prisão preventiva, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante.

Pedido: a concessão do direito subjetivo negado – Exemplo: requer seja conhecido e provido o presente recurso para que se reforme a decisão e se conceda a liberdade provisória com fiança.

Atenção: embora seja controverso é possível sustentar que o RESE deste inciso também se aplica por extensão

às hipóteses do artigo 319, CPP.

• Inciso VIII – decisão que decretar a prescrição ou julgar por outro modo extinta a punibilidade. O juiz decreta antes da sentença. (vide explicação do item abaixo)

• Inciso IX – decisão que indeferir o reconhecimento da prescrição ou outra causa extintiva da punibilidadeQuando acontece antes da sentença, ou seja, o juiz indefere a prescrição antes da sentença. (Por

exemplo, a parte atravessa uma petição pedindo o reconhecimento da extinção da punibilidade antes da sentença e o juiz indefere).

• Inciso X – decisão que conceder ou negar HC.S ó v a le p a r a o juiz . (do delegado cabe HC para o juiz e do Juiz cabe RESE para o TJ) – Contra decisão

do Juiz eu entro com HC para o TJ do juiz cabe HC para o TJ e dessa decisão do TJ cabe ROC para o STJ.

• Inciso XV – decisão que denegar a Apelação ou a julgar deserta.Se negar seguimento à Apelação cabe o RESE deste inciso se negar seguimento a esse RESE cabe Carta

Testemunhável.

CTB (Lei 9503) – art. 294 – Em qualquer fase da investigação penal havendo necessidade o juiz poderá decretar em decisão motivada suspensão da Habilitação – cabe RESE (art. 294, p. único) é o único fora do art. 581, CPP.

EFEITOS DO RESEa) devolutivob) suspensivo (nas hipóteses do art. 584, CPP)c) regressivo (art. 589, CPP) – juízo de retratação (possibilidade de o juiz reconsiderar a sua decisão) = na interposição deve constar o pedido de retratação ao juiz.

Prazo:Interposição: 5 dias (art. 586, CPP) Razões: 2 dias (art. 588, CPP)

Legitimidade: (quem pode recorrer?) AcusaçãoDefesaAssistente de acusação (584, § 1º, CPP) – este é o artigo da Apelação, logo, pode recorrer nos mesmos

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moldes em que pode apelar: pode recorrer em caso de inércia do MP. Se o MP não recorrer aí poderá a vítima recorrer (pois ela recorre subsidiariamente – nunca poderá os 2 recorrer juntos).

Atuação na prova

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• Acusação:a) interposição + razõesb) se já foi interposto o recurso: petição de juntada + razõesc) apresentar contrarrazões ao recurso do réu: petição de juntada + contrarrazões

• Defesa:a) interposição + razõesb) se já foi interposto o recurso: petição de juntada + razõesc) apresentar contrarrazões ao recurso de acusação: petição de juntada + contrarrazões

Peculiaridade s :Art. 589, p. único, CPP:O juiz arbitra fiança – o promotor apresentar RESE (contrarrazões) – o Juiz reforma a decisão e nega fiança – neste caso não caberá o RESE do inciso V e sim simples petição.

O juiz rejeita a denúncia – cabe RESE – contrarrazões – o juiz reforma (recebe) – n ã o p o d e u s a r o a r t . 5 8 9 , p . único, p o i s n ã o c a b e R E S E d a d e c i s ã o q u e r e c e b e a d e n úncia (no art. 589 está “ se couber recurso” , por isso não pode usar este dispositivo).

Data: 26/09/12 .

JÚRICrimes dolosos contra a vida, tentado ou consumados mais os conexos.

Procedimento Bifásico

1ª Fase do Júri • Oferecimento da denúncia/ queixa Recebimento Citação Resposta à Acusação (art. 406, CPP) Manifestação do MP Absolvição Sumária (1) Audiência de Instrução, debates e julgamento Memoriais (2) Sentença.

Diferenças:(1) Depois da RA, não há previsão de Absolvição sumária, portanto, aplica-se no Rito do Júri a Absolvição Sumária depois da RA, prevista no art. 397, CPP?- Há duas posições sobre a possibilidade de aplicação da Absolvição Sumária do art. 397, CPP:1. Aplica-se, por força do disposto no art. 394, § 4º, CPP; (esta é a posição que deve ser adotada na peça)2. Não se aplica, por força do disposto no art. 394, § 3º, CPP.Atençã o : A Absolvição Sumária do art. 415, CPP só pode ser usada depois da audiência!

(2) Após a Audiência, não há previsão expressa de substituição dos debates orais por Memoriais no Rito do Júri, portanto, é possível a sua aplicação?- Prevalece que sim, por força do art. 394, § 5º, CPP.

Sentença:• Pronúncia – art. 413, CPP• Desclassificação – art. 419, CPP• Absolvição Sumária – art. 415, CPP (completamente diferente a Absolvição Sumária do Rito Ordinária)• Impronúncia – art. 414, CPP

RESPOSTA À ACUSAÇÃO DE JÚRI

I. Cabimento: art. 406, CPP

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Identificação: logo após a citação

II. Competência: Juiz da Vara do Júri (peça única)

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III. Legitimidade: só pode ser oferecida pelo Réu / Querelado

IV. Prazo: 10 dias

V. Teses / Pedidos• Nulidade – Anulação (ab initio/a partir de)

Principais nulidades características em Resposta à Acusação : Incompetência do Juízo (é caso de Júri Federal e foi para o Júri Estadual), ilegitimidade, falta de condição de procedibilidade (falta representação, requisição), inépcia da inicial (denúncia genérica, etc.) e falta de prova mínima.• Extinção da Punibilidade – Absolvição Sumária (art. 397, CPP)• Mérito – Absolvição Sumária (art. 397, CPP)+ Rol de Testemunhas

Terminar a tese de extinção da punibilidade ou mérito com a seguinte explicação: “ Dessa forma, impõe-se a absolvição sumária do réu. Importa ressaltar que, embora não haja previsão expressa de aplicação do art. 397, CPP ao Rito do Júri, deve-se reconhecer a sua plena admissibilidade por força do dispost o no art. 394, § 4º do CPP. Tal dispositivo est abelece claramente que o artigo 397, vale dizer, a possibilidade de absolvição sumária antes da instrução aplica-se a todos os procedimentos penais de 1º grau”.

MEMORIAIS DE JÚRI

I. Cabimento: Art. 403, § 3º ou 404, p. único c/c 394, § 5º, CPP.Identificação:

Memoriais da Acusação: logo após a Audiência de Instrução ou a realização da diligência requerida.Memoriais do Assistente: logo após os Memoriais do MP (a legitimidade para Memoriais não é

subsidiária e sim cumulativa, ambos podem apresentar – MP e Assistente – sucessivamente).Memoriais do réu: logo após os Memoriais da Acusação.

II. Competência: Juiz da Vara do Júri

III. Legitimidade: MP/Querelante; Assistente; Réu/Querelado

IV. Prazo: 5 dias para cada uma das partes (contados a partir da intimação da parte)

V. Teses / Pedidos1. Acusação : Pronúncia2. Defesa : (tudo que for usado para Memoriais vai ser exatamente igual usado para RESE de Júri)• Nulidade – Anulação• Extinção da Punibilidade – Declaração da Extinção da Punibilidade• Mérito – vai se dividir em duas situações:

Fato atípico (I, II, III) / Excludente de ilicitude (IV) /Excludente de culpabilidade (IV) – Absolvição Sumária (415)Falta de prova (materialidade e autoria) – Impronúncia (art. 414, CPP)

• SubsidiáriasDesclassificar para crime comum = pedir a desclassificação com fundamento no art. 419, CPP.Desclassificar para crime doloso mais Leve (crime diverso ou exclusão de qualificadora ou exclusão de

causa de aumento) = pedir a pronúncia por um crime mais Leve nos termos do art. 413, CPP.Exemplos de pedido de Pronúncia :- que seja a ré pronunciada pelo delito de infanticídio nos termos do art. 413, CPP.- que seja o réu pronunciado por homicídio simples, excluindo-se a qualificadora conforme art. 413, CPP.- que seja o réu pronunciado por homicídio simples, excluindo-se a causas de aumento de pena, com fulcro no art. 413, CPP.

Observaçã o : Escusas absolutórias não existem em crimes de Júri.

Importante:Causa de isenção de pena = excludente de culpabilidade = escusa absolutóriaExclusão do crime = excludente de ilicitudeQuando o fato não constituir infração penal = fato atípico. Exemplos: crime impossível, erro de tipo, etc.

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D i c a p a r a a O A B : o art. 414 é parecido com o art. 415, a diferença é sutil. A diferença está no que “ está provado” e no “ falta de prova” . Por isso, é preciso ler atentamente o enunciado: se ele deixar claro que e s t á p r o v a d o que o fato não existiu é caso de absolvição sumária. Mas, se o enunciado deixar claro que n ã o h á p r o v a que o fat o existiu é caso de impronúncia. Da mesma forma, se o enunciado deixar claro que está provado que não foi o réu o autor é caso de absolvição sumária. Mas, se o enunciado deixar claro que n ã o h á p r o v a s de que ele tenha sido o autor é caso de impronúncia.

Atençã o : O pedido de impronúncia pode ser cumulado com o de absolvição sumária do art. 415, CPP em caráter subsidiário.Exemplo do pedido: Diante do exposto, requer seja absolvido sumariamente o réu. Caso assim não se entenda,que seja impronunciado. Na tese, dizer: estar provado que o fato não existiu, portanto, impondo-se absolvição sumária do acusado. No entanto, caso não se entenda estar provada a inexistência do fato, deve-se ao menos reconhecer que não há prova suficiente da sua existência. De fato, não há nos autos qualquer laudo comprobatório da morte da suposta vítima, de forma que, impossível afirmar-se categoricamente que o fat o realmente ocorreu. Dessa forma, não sendo o caso de absolvição sumária, impõe-se ao menos a impronúncia do réu.

Observações:• Não pode ser pedido:- pena base no mínimo (o juiz não vai dosar a pena agora)- atenuantes ou agravantes (o juiz não fala sobre atenuantes nem agravantes)- causas de diminuição de pena (causas de aumento podem ser pedidas pela acusação!)- regime inicial- Pena restritiva de direito- Surcis penal- indenização

• Pode-se pedir ao final, que seja assegurado o direito do réu de recorrer em liberdade.

• Não é possível a absolvição sumária imprópria (com aplicação de medida de segurança) salvo quando esta for a única tese defensiva (art. 415, p. único, CPP) – se a defesa tiver duas teses, por exemplo, uma tese de legítima defesa e uma de doença mental, o juiz não pode, nesta fase, absolver sumariamente o réu com fundamento na doença ment al, porque ele estaria suprimindo a competência do Júri de apreciar a tese da legítima defesa. Se houver só a tese de doença mental o juiz pode absolver com base nesta tese, mas se a defesa tiver outra tese o juiz não pode absolver com fundamento na tese da doença mental, aplicando medida de segurança, sendo que, se tinha outra tese, o juiz estaria subtraindo a competência do Júri de apreciar esta outra tese.

Em memoriais do Júri: quando a doença mental for a minha única tese defensiva eu posso pedir a absolvição sumária por força da inimputabilidade para o juiz. Mas quando, em memoriais, eu tiver mais de uma tese defensiva, eu não posso pedir a absolvição pela inimputabilidade. Não preciso nem alegar, pois o juiz não poderia me dar em decorrência do art. 415, p. único, CPP. Logo, devo pedir a absolvição por força da outra tese e nem mencionar a inimputabilidade. (seria tecnicamente errado e estrategicamente errado) – entenda-se: tendo mais uma tese além da inimput abilidade, estaria tirando a chance do réu ser absolvido de forma própria mais adiante, ou seja, sem a aplicação de medida de segurança. Se a defesa tem uma tese que não a inimputabilidade, tem que tentar convencer os jurados para conseguir que o réu seja absolvido, sem que sofra a aplicação de medida de segurança ao ser absolvido de forma imprópria antes da pronúncia, pois medida de segurança não é pena mas é tão ruim quanto! Ou seja, se tenho uma tese de defesa além da inimputabilidade, porque vou me conformar e pedir absolvição de forma imprópria e receber a aplicação de medida de segurança nessa fase. Tecnicamente e estrategicamente seria errado e prejudicial ao réu.

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Data: 27/09/12 .

PRONÚNCIA – cabe RESE do art. 581, IV, CPP.

Endereçamento:

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Petição de Interposição: juiz que proferiu a sentença de pronúncia – Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara do Júri da Comarca de...Razões: TJEgrégio Tribunal de JustiçaColenda CâmaraDouto Procurador de Justiça

Teses:• Nulidade• Extinção de Punibilidade• Mérito (art. 415, CPP) – Absolvição Sumária• Falta de prova – ImpronúnciaSubsidiárias:- Desclassificação para crime não doloso contra a vida- Pronúncia por crime do Júri, porém menor (mais leve)- Afastar qualificadoras e causas de aumento

VÍCIOS NA PRONÚNCIA QUE PODEM SER USADAS NA

PEÇA TESE DE NULIDADEPronúncia – art. 413, § 1º, CPP

Excesso de linguagem (eloquência acusatória): o juiz usa linguagem acusatória, fica discursando como se fosse acusação. Ele deve usar linguagem comedida, sóbria e imparcial, pois, os jurados receberão cópia da sentença de pronúncia e podem ser influenciados pelas palavras proferidas pelo juiz.Gera Nulidade com base no art. 564, IV, CPP c/ c art. 413, § 1º , CPP. (desrespeito à limitação que este artigo impõe ao proferir a sentença de pronúncia).

TESE DE MÉRITO BASEADA EM FALTA DE PROVASSegundo a Doutrina majoritária, na dúvida se pronuncia ou não, o juiz deve pronunciar e remeter para os jurados, ou seja, usar o “ in dubio pro societate” . Mas neste caso, se houver dúvida em caso de pronúncia, devemos sustentar que o juiz deve aplicar o “ in dubio pro reo” e proferir uma sentença de impronúncia em favor do réu. Usar o Princípio da Presunção Constitucional de Inocência (Art. 5º, LVII, CF e art. 8º, 2, da Convenção Americana de Direitos Humanos, o Pacto San José da Costa Rica), sustentando que a dúvida sempre deve ser resolvida em favor do réu e nunca contra ele (presume-se a inocência em qualquer momento do processo, inclusive ao final da1ª fase do Júri, logo, falta de provas gerará uma impronúncia)O u t r o a r g u m e n t o : Para que haja pronúncia, bastam indícios suficientes de autoria, que é menos que prova. Se o juiz ficou em dúvida quanto a indícios, que é menos que prova, é porque sequer há indícios de autoria e neste caso, deve ser o réu impronunciado.

PEDIDOS DO RESERequer seja conhecido e provido para...- anulação do processo (ab initio/a partir de) – art. 564, CPP.- declaração da extinção da punibilidade.- absolvição sumária (art. 415, CPP).- impronunciar (=despronunciar) o acusado (no caso de falta de provas) – (art. 414, CPP).

despronúncia = quando houver primeiro uma pronúncia e eu quero reformar para uma impronúncia.- desclassificação – art. 419, CPP + remessa para o juiz competente.- Se houver pronúncia , que seja pronunciado por um crime menor (sem qualificadoras ou causas de aumento).

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DESCLASSIFICAÇÃO – cabe RESE do art. 581, II, CPP (decisão que concluir pela incompetência do Juízo).

Posso recorrer contra a desclassificação pedindo Impronúncia ou Absolvição

Endereçamento:Petição de Interposição: juiz que proferiu decisão – Excelent íssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara doJúri da Comarca de...Razões: TJEgrégio Tribunal de JustiçaColenda Câmara

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Douto Procurador de Justiça

Teses:• Nulidade• Extinção de Punibilidade• Mérito (art. 415, CPP) – Absolvição Sumária• Falta de prova – Impronúncia

Pedido:Requer seja conhecido e provido para:- anulação.- declaração da extinção da punibilidade.- reforme a desclassificação para proferir a absolvição sumária (art. 415, CPP).- Impronunciar o réu (art. 414, CPP).

IMPRONÚNCIA – cabe Apelação do Art. 416, CPP c/c 593, II, CPP.

Endereçamento:Petição de Interposição: juiz que proferiu decisão de impronúncia – Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara do Júri da Comarca de...Razões: TJEgrégio Tribunal de JustiçaColenda CâmaraDouto Procurador de Justiça

DEFESATeses:• Nulidade• Extinção de Punibilidade• Mérito (art. 415, CPP) – Absolvição Sumária

Pedido:Requer seja conhecido e provido para:- anulação.- declaração da extinção da punibilidade.- absolvição sumária (art. 415, CPP).

ACUSAÇÃO – só se o MP ficar inerte (porque é de forma subsidiária)Pedido:Requer seja conhecido e provido para pronunciar o réu.

ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA – cabe Apelação do Art. 416, CPP c/c 593, I, CPP.

Endereçamento:Petição de Interposição: juiz que proferiu decisão de impronúncia – Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara do Júri da Comarca de...Razões: TJEgrégio Tribunal de JustiçaColenda CâmaraDouto Procurador de Justiça

DEFESA – não tem interesse de interpor o recurso diante da Absolvição Sumária, salvo se a absolvição for de forma imprópria, neste caso, o pedido será de absolvição sumária própria, por exemplo, legítima defesa, que não decorre prejuízo algum para o réu.

ACUSAÇÃO – só se o MP ficar inerte (porque é de forma subsidiária)Pedido:

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Requer seja conhecido e provido para reformar a decisão e pronunciar o réu.

2ª Fase do JúriSó há 2ª fase se a pronúncia ficar preclusa (não couber mais recurso contra ela).

Endereçamento:Petição de Interposição: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente do ... Tribunal do Júri da Comarca de...Razões: TJEgrégio Tribunal de JustiçaColenda CâmaraDouto Procurador de Justiça

1 ª c o i s a qu e o J u iz P r e s i d e n t e f a r á : intimar as partes para se manifestarem nos termos do art. 422, CPP – 5 dias para arrolar testemunhas (no máximo 5) e requerer diligências. (Aqui cabe uma peça de requerimento)• Serão sorteados 25 jurados. Tem que ter, no mínimo 15 jurados, para a instalação da Sessão de Julgamento. Se não tiver quorum para a instalação da sessão, ela não poderá ocorrer (art. 464, CPP).• O Conselho de Sentença é o órgão julgador da causa e será composto por 7 jurados.• Instrução – produção de provas perante os jurados.• Debates – Acusação depois Defesa. Volta a Acusação para fazer réplica e a Defesa fará a tréplica (se houve réplica). Nos debates, inclusive na réplica e tréplica a Acusação e a Defesa não podem fazer alusão a 3 assuntos (art. 478, CPP):

1. Pronúncia (ou posteriores): pra não usar o argumento do juiz como autoridade.

2. Uso ou não de algemas: “ se t á algemado é porque o juiz está com medo e ele é perigoso” (se algemou é um capeta ou se não usou é um santo). Se o juiz quiser o réu algemado, tem que ser com decisão fundamentada (art.474, § 3º, CPP) – Se não fundamentar gera nulidade do julgamento inteiro. Súmula Vinculante 11, STF: “ só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado”.

3. Referência ao silêncio do Acusado – ninguém pode dizer que ele ficou em silêncio no interrogatório e por isso é culpado porque “quem não deve não teme” ou “quem cala consente”.

Para essas nulidades – art. 564, IV, CPP c/c art. 478, CPP na Apelação.

• Sala secreta – votação dos quesitos – art. 483, CPP. O que for votado em quesito é de competência dos jurados e o Juiz não pode mudar (tem que respeitar a decisão dos jurados em decorrência da soberania dos vereditos). Atençã o : Quem decide sobre o privilégio do Art. 121, § 1º, CP (homicídio privilegiado) são os jurados.Decidem os jurados também sobre qualificadoras ou causas de aumento de pena.

• A sentença do Juiz é o resultado da decisão dos jurados. O único recurso que cabe contra ela é a Apelação.

APELAÇÃO – art. 593, III, CPP alíneas “a” – “d” (fim da 2ª Fase do Júri)

Prazo:Interposição: 5 diasRazões: 8 dias

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Endereçamento:Petição de Interposição: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente do ... Tribunal do Júri da Comarca de...Razões: TJEgrégio Tribunal de JustiçaColenda CâmaraDouto Procurador de Justiça

Page 47: 2ª Fase - Direito Penal

Teses de Apelação (são as alíneas do art. 593, III)“a” – nulidade posterior à pronúncia – nulidades surgidas na sessão de julgamento (em plenário). Usar art. 564. “b” – decisão do Juiz Presidente contraria texto de lei ou decisão dos jurados. (o Juiz deve obediência à decisão dos jurados).“c” – erro ou injustiça na aplicação da pena ou medida de segurança. Ex: o juiz reconheceu maus antecedentes porque tinha inquérito em curso (elevou a pena base). Nesta fase pode-se discutir a pena aplicada pelo Juiz, desde que não envolva a decisão dos jurados.“d” – erro na decisão dos jurados (manifestamente contrária à prova dos autos). Usar esta alínea quando forem assuntos do art. 483, CPP, pois são os quesitos decididos pelos jurados. Atenção: se o homicídio é privilegiado tem que ser discutido nesta alínea! Qualificadora também se aplica esta alínea. Logo, se eu for discutir as matérias do art. 483, CPP, trata-se de decisão dos jurados, que implica a utilização da letra “d”.

PedidosRequer seja conhecido e provido o presente recurso para: “a” – anulação do processo + submissão a novo julgamento“b” – reforma da sentença (pelo Tribunal) com fundamento no art. 593, § 1º, CPP. “c” – reforma da sentença (pelo Tribunal) com fundamento no art. 593, § 2º, CPP.“d” – submeter o acusado a novo julgamento, com fundamento no art. 593, § 3º, CPP.

JURADOS decidem sobre JUIZ decide sobre“d” art. 483 art. 593, § 3º, CPP (novo julgamento) “b” § 1º / “c” § 2º (retificação da sentença)AbsolviçãoDesclassificaçãoCausa de aumento e diminuiçãoQualificadora

Pena baseAtenuantesQuantum das majorantes ou minorantesRegime / PRD / Surcis

Data: 28/09/12 .

Laboratório 2 - Patricia

Questão 1 – Problema 28 do Livro de Prática, modificado:

QUESTÃO 1 (problema 28 do livro, modificado)João da Silva foi denunciado pelo Ministério Público porque teria causado em Antonio de Souza, mediante o usode uma barra de ferro, as lesões corporais que o levaram à morte. Durante a instrução criminal, o juiz, de ofício, determinou a instauração de incidente de sanidade mental do acusado. A perícia conclui ser este portador de esquizofrenia grave. Duas testemunhas presenciais arroladas pela defesa afirmaram, categoricamente, que, no dia dos fatos, Antonio de Souza, após provocar o acusado, injustamente, com palavras de baixo calão, passou a desferir lhe socos e pontapés. Levantando-se com dificuldade, João alcançou uma barra de ferro que se encontrava nas proximidades e golpeou Antonio por várias vezes, até que cessasse a agressão que sofria. Encerrada a primeira fase processual, o magistrado, acatando o laudo pericial, absolveu sumariamente João da Silva, aplicando-lhe medida de segurança, consistente em internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, pelo prazo mínimo de 2 anos. A decisão judicial foi publicada há 2 dias. Diante dos fatos, pergunta- se:a) qual o recurso cabível contra a decisão proferida?O recurso cabível contra a decisão proferida é a Apelação, com fundamento nos artigos 416 e 593, I do Código deProcesso Penal.b) O que pode ser alegado em defesa de João da Silva?

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Pode ser alegado que João da Silva agiu em legítima defesa, conforme o previsto no art. 25 do CP. De fato, de acordo com o dispositivo citado, age em legítima defesa quem pratica o fato para repelir injusta agressão atual ou iminente a direito próprio ou alheio, usando moderadamente os meios necessários. No caso narrado no enunciado, João da Silva apenas defendeu-se da injusta agressão que vinha sofrendo por parte da vítima. Dessa forma está caracterizada a situação de exclusão da ilicitude prevista no art. 23, II do CP. Além disso, conforme dispõe o art. 415, parágrafo único do CPP, o Magistrado não pode absolver sumariamente o acusado por

Page 49: 2ª Fase - Direito Penal

inimputabilidade, aplicando-lhe medida de segurança, salvo quando essa for a única tese defensiva, o que não ocorreu no presente caso.c) Qual o pedido deve ser formulado ao juiz?Deve ser requerida ao Juiz a absolvição sumária própria do réu, com fundamento na legítima defesa, conforme o artigo 415, IV do CPP. Poderia ainda ser requerido que, caso o magistrado não entenda cabível a absolvição sumária própria, que seja determinada a pronúncia do réu. Dessa forma, a defesa poderia submeter a tese relativa à excludente de ilicitude à apreciação do Conselho de Sentença.

Questão 2I. O recurso cabível contra a decisão do juízo da execução que indeferiu a progressão de regime é o Agravo emExecução previsto no art. 197 da Lei de Execução Penal.II. A Lei de crimes hediondos prevê no seu art. 2º que os delitos nela arrolados fazem jus à progressão de regime após o cumprimento de 2/ 5 da pena. Ocorre que, segundo a Súmula 471 do STJ, o lapso temporal de 2/ 5 só se aplica aos delitos praticados depois da Lei 11.464/ 07. Isso porque, antes da vigência da referida lei, aplicava-se o prazo geral do art. 112 da LEP de 1/ 6. Posteriormente a lei em questão passou a prever o lapso temporal de 2/ 5. Dessa forma, sendo a lei posterior mais severa não pode retroagir, nos termos do art. 2º do CP e do art. 5º, XL da CF. Como no caso narrado, o delito equiparado a hediondo foi praticado em 2006, aplica-se a ele o prazo do art .112 da LEP, qual seja, 1/6 da pena.

Questão 3Poder-se-ia alegar que Aurélio agiu em legít ima defesa posto que estão presentes os requisitos do art. 25, CP. A situação narra que Aurélio, por erro na execução, atingiu pessoa diversa da pessoa pretendida, qual seja, Cornélio. No entanto, conforme dispõe o artigo 73, CP, havendo erro na execução, também chamado de “ aberratio ictus” , o agente deve responder como se tivesse a pessoa pretendida, nos termos do que estabelece o art. 20, § 3º do CP. Dessa forma, a existência de erro na execução não exclui a legítima defesa, uma vez que Aurélio deve responder como se de fato tivesse atingido Berilo.

Questão 4I. O Recurso cabível é o Recurso em Sentido Estrito, previsto no art. 581, IV do CPP.II. O prazo para a interposição do referido recurso é de 5 dias, conforme o art. 586 do CPP.III. Poder-se-ia argumentar que Pedro praticou tão somente tentativa de homicídio (artigo 121 c/ c art. 14, II, CP), e não homicídio consumado, como constou da pronúncia. Segundo a norma contida no art. 13, caput, do Código Penal, o resultado só é imputável a quem lhe deu causa. Na situação narrada, Pedro de fato praticou a conduta, mas não deu causa ao result ado morte. O result ado adveio de concausa (quando tenho 2 causas) pré-existente absolutamente independente. Portanto, Pedro só poderá ser punido pelos atos já praticados.

Questão 5I. A conduta de Caio configura o tipo penal previsto no art. 3º, II da Lei 8137/ 90, que consiste em exigir vantagem indevida para deixar de lançar ou cobrar tributo.II. A conduta de Caio configura o tipo previsto no art. 316, § 2º do Código Penal (excesso de exação qualificada),que consiste em desviar em proveito próprio ou alheio o tributo recebido indevidamente.

Data: 01/ 10/12 .

EXECUÇÃO PENAL

Princípios da Execução penal

Page 50: 2ª Fase - Direito Penal

• Princípio de integração social (art. 1º da LEP) – o objetivo da execução penal é a integração social do condenado. A integração social decorre do princípio constitucional da humanidade das penas.

• Princípio da coisa julgada ou da vedação ao excesso em execução– a execução não pode ultrapassar os limites do título executivo. Com base nesse princípio é pacífico entendimento dos tribunais superiores no sentido de que: a) na falta de vagas em regime semiaberto o sentenciado deverá aguardar a vaga em regime aberto provisório.b) na falta de vagas em regime aberto (casa de albergado) o sentenciado poderá aguarda a vaga em regime aberto domiciliar, mesmo fora das hipóteses do art. 117, LEP.

Page 51: 2ª Fase - Direito Penal

SÚMULA 493, STJ. – é inviável a fixação de pena restritiva de direitos como condição para o cumprimento de pena em regime aberto.- Os artigos 185 e 186, LEP, tratam do excesso em execução.

• Princípio da jurisdicionalidade – a execução penal é jurisdicional e por isso deve respeitar contraditório e ampla defesa. Desrespeit ada a ampla defesa, há nulidade absoluta da decisão tomada sem contraditório ou ampla defesa (a partir do vício).

Medidas de Integração Social (“benefícios da Lei de Execução Penal”)A Resolução 113 do CNJ., interpretando o art. 2º, p. único da LEP permite que ao condenado que aguarda preso o julgamento de seu recurso sejam deferidos os “benefícios” da Lei de Execução Penal – é a execução provisória.

• Progressão – é a passagem de um regime mais grave para outro mais ameno. A Súmula 491, STJ. esclarece que é proibida a progressão por salto.Requisitos para a Progressão:1º) Cumprimento de parcela da pena:- Crimes comuns: 1/6 (independe se é primário ou reincidente)- Crimes hediondos e equiparados: 2/5 (primário) e 3/5 (reincidente)Observação: a Súmula 716, STF. reforça a possibilidade de execução provisória para progressão. Comentários:

Os benefícios da execução penal serão calculados com base na pena total aplicada e não na unificação em 30 anos (Súmula 715, STF).

Os marcos de 2/ 5 e 3/ 5 só serão aplicáveis aos crimes hediondos e equiparados praticados a partir de 29 de

março de 2007. Súmula vinculante 26, STF e Súmula 471, STJ.

Sobre a reincidência que eleva o marco para 3/5: prevalece que pode ser qualquer reincidência, não se exigindo específica em crime hediondo. Crítica: desproporcionalidade.

Se o sentenciado tem pena por crime hediondo e não hediondo o cálculo do requisito objetivo da progressão

deverá separar as penas: 1/6 do crime comum + 2/5 ou 3/5 do crime hediondo.

Éhoje pacífico entendimento das cortes superiores que a prática de falta grave interrompe o período aquisitivo da progressão. Assim, a partir da falta o sujeito teria que cumprir a fração da pena que resta cumprir. Crítica: é castigo sem previsão legal (fere o Princípio da Legalidade).2º) Mérito (requisito subjetivo)Em regra, o mérito será demonstrado pelo atestado de conduta carcerária, firmado pelo diretor do estabelecimento (art. 112, LEP). No entanto, a Súmula 439, STJ permite o exame criminológico desde que fundamentada sua necessidade nas peculiaridades do caso concreto.Requisito especial da progressão: art. 33, § 4º , CP – Nos crimes contra a Administração Pública a progressão ficacondicionada à reparação do dano, com acréscimos legais.

• Regressão: é a passagem de um regime mais ameno para outro mais grave. É possível a regressão por salto. As hipóteses de regressão estão previstas no art. 118, LEP, dentre as quais se destacam:1. Prática de Falta grave – são as previstas no art. 50, LEP. Devem estar previstas em lei federal.

Inciso VII – é pacífica orientação do STJ que a posse de acessórios e componentes específicos de telefonia configura falta grave apesar da redação do art. 50, VII, LEP. Crítica: viola a legalidade.2. Prática de crime doloso – também constitui falta grave. Pacífica a orientação dos tribunais superiores peladesnecessidade de condenação definitiva, bastando outra prova da prática. Crítica: viola a presunção de inocência e o devido processo legal.3. Superveniência de condenação por fato anterior ao início da pena que torne insubsistente o

Page 52: 2ª Fase - Direito Penal

regime – Porexemplo, o indivíduo está cumprindo pena de 2 anos em regime aberto e chega uma nova condenação a 10 anos em regime fechado. Vai somar e dar 12 anos em regime fechado. Ou seja, aquela outra pena converteu em regime fechado. Tem que ser por fato anterior porque se for por fato durante o cumprimento da pena, já é crime doloso e já vai regredir mesmo.

• Remição – é o desconto de dias de pena em razão do trabalho ou estudo. Os dias remidos são contados como pena cumprida para todos os efeitos. É possível cumular remição pelo trabalho e pelo estudo. A prática de falta grave permite a perda de até 1/ 3 dos dias remidos. O tempo de trabalho ou estudo durante a prisão processual também será considerado para a remição.Remição pelo trabalho – a cada 3 dias de trabalho será descontado 1 dia de remição.Remição pelo estudo – a cada 12 horas de estudo, divididas em ao menos 3 dias, receberá 1 dia de remição.

Page 53: 2ª Fase - Direito Penal

A remição pelo trabalho só é possível nos regimes fechado e semiaberto. No estudo, é possível remição em todos os regimes e também no livramento condicional.Na remição pelo estudo a conclusão de curso fundamental, médio e superior impõe um prêmio de 1/ 3 dos dias járemidos.

• Livramento Condicional – Art. 83 e seguintes do Código Penal. É a antecipação da devolução da liberdade ao condenado que cumpre determinados requisitos:

Objetivos:- reparação do dano, salvo impossibilidade;- parcela da pena:a) 1/3 – regrab) ½ - reincidente em crime dolosoc) 2/3 – crime hediondo e equiparadod) nunca – reincidente específico em hediondo e equiparado

Subjetivos: mérito (igual à progressão)

Agravo em Execução – art. 197, LEP.Cabe agravo de toda e qualquer decisão dos juízes da execução criminal.Não há procedimento específico, mas apenas a menção ao cabimento no art. 197, LEP. Por tal razão, é aplicado na íntegra o procedimento do RESE. (Só muda o nome da peça e o cabimento, o resto é igual).

Data: 02/ 10/12 .

Exercício 47 do Livro de Prática (página 364)Cliente: CarlosCrime: homicídio simples (art. 121, caput, CP) Pena: 6 anos reclusão – fechadoCumprindo pena – exatos 2 anosNunca houve pedidoNão é livramento condicional porque ainda não cumpriu mais de 1/2 (“exatos” 2 anos) – reincidente 1/2Peça: Petição simples Competência: Juiz da VEC Tese: Progressão de regimePedido: deferida a progressão de regime

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DAS EXECUÇÕES CRIMINAIS DA COMARCA DE AVARÉ

Carlos, devidamente qualificado nos autos da execução nº..., vem respeitosamente, por meio de seu advogado, com fundamento no art. 112 da Lei de Execuções Penais requer a progressão de regime pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

I – DOS FATOS

II – DO DIREITO

Excelência, o peticionário faz jus à progressão de regime. Com efeito, preenche tanto os requisitos objetivos quanto os requisitos subjetivos previstos na lei.

Com efeito, dispõe o art. 112 da LEP:“ Art. 112...”Quanto ao requisito objetivo, é de se ver que o peticionário cumpriu até além do que a lei exige. A

lei exige o cumprimento de 1/6, ou seja, 1 ano, e o requerente cumpriu simplesmente o dobro, ou seja, dois anos.Está, em verdade, esquecido pelo sistema que deveria ter providenciado a sua execução.Quanto ao requisito subjetivo é bem de se ver que possui bom comportamento

carcerário conforme atestado pela documentação em anexo.

Page 54: 2ª Fase - Direito Penal

Desta forma, deve ser deferido o pedido para que seja reparada a injusta situação em que se encontra o peticionário.

III – DO PEDIDO

Ante o exposto, requer, após a oitiva do representante do MP, que seja deferida a progressão de regime para o regime semiaberto, como medida de justiça.

Nesses termos,

Pede deferimento.

Avaré, data...

Advogado...OAB...

Exercício 50 do Livro de Prática (página 246)Cliente: “A”Situação: processado em 3 varas diferentes (7º, 10º, 22º) a 5 anos e 4 meses em cada uma delas. Pediu ao juiz competente o benefício do crime continuado e o juiz indeferiu (VEC)Peça: Agravo em execuçãoCompetência: Interposição – juiz da VEC / Razões: TJ Tese: Unificação de penas para o crime continuado Pedido:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DAS EXECUÇÕES CRIMINAIS DA COMARCA DE...

“ A” , já qualificado nos autos da execução n..., por seu advogado que esta subscreve, não se conformando coma a decisão que indeferiu o pedido de unificação de penas vem respeitosamente perante Vossa Excelência, dentro do prazo legal, interpor AGRAVO EM EXECUÇÃO, com fundamento no art. 197 da Lei de Execuções Penais.

Requer seja recebido e processando o presente recurso e, caso Vossa Excelência entenda por manter a r. decisão, que o encaminhe com as inclusas razões para o Egrégio Tribunal de Justiça.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local, data...

Advogado...OAB...

Razões de Agravo em Execução

Agravante: “A”Agravado: Ministério PúblicoExecução n...

Egrégio Tribunal de JustiçaColenda CâmaraDouto Procurador de Justiça

Page 55: 2ª Fase - Direito Penal

Em que pese o ilibado saber jurídico do MM. Juiz a quo, impõe-se a reforma da r. decisão pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

I – DOS FATOS

II – DO DIREITO

Excelências, com a devida vênia, a decisão merece reforma.O condenado praticou os crimes em continuidade delitiva, daí porque deve ser unificada a pena e

reconhecido o benefício legal.Com efeito, dispõe o artigo 71 do Código Penal que:“Art. 71...”Ora, não poderia o magistrado negar o pedido ao argumento de que são diversas as vítimas e que

se trata de bem jurídico personalíssimo.Ora Excelências, o fato é que o instituto não possui a restrição apontada pelo MM. Juiz a quo. É dizer:

restringiu o magistrado a incidência do benefício, onde o legislador não o

fez. III – DO PEDIDO

Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso para que se reforme a r. decisão e se reconheça a unificação de pena com aplicação do benefício do crime continuado previsto no art. 71 do Código Penal, adequando-se a pena como medida de justiça.

CARTA TESTEMUNHÁVELFundamento: art. 639 e seguintes do CPP Cabimento: art. 639, CPP

Denúncia Sentença Apelação (nega seguimento) RESE (Art. 581, XV) (nega seguimento) Carta Testemunhável (Art. 639).

Cabe da decisão que nega seguimento ao RESE e ao Agravo em Execução.

Se julgar procedente a carta – manda o RESE subirSe julgar procedente o RESE – manda a Apelação subir

Também caberá Carta da decisão que negar seguimento ao Agravo Em Execuçã o .Atenção: a carta somente cabe da decisão do Juiz de 1º grau. Não cabe da decisão de 2º grau .

Em 2 Peças:Interposição: Escrivão Chefe do Cartório (Juízo de Retratação) + (requerimento do traslado de algumas peças) Razões: Tribunal

Peças a serem trasladadas (copiada s ):a) decisão que negou seguimento ao RESE, (NEGOU SEGUIMENTO AO RESE)b) Certidão de intimação dessa decisão, (NEGOU SEGUIMENTO AO RESE)c) Recurso em sentido estrito (RESE)d) decisão que ensejou o RESE (DECISÃO)e) certidão de intimação dessa decisão (DECISÃO)

Prazo: 48 horas (para fazer a interposição e as razões)

Efeito s :- Devolutivo- Regressivo (Juízo de Retratação)

Pedido: dado seguimento ao RESE ou Agravo em Execução + Art. 644, CPP.

Page 56: 2ª Fase - Direito Penal

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

CPP JECRIMArt. 382 (sentença) e Art. 619 (Acórdão) Art. 83 da Lei 9.099/95Contradição, Omissão, Obscuridade Contradição, Omissão, ObscuridadePrazo: 2 dias Prazo: 5 diasCabe para Ambiguidade Cabe para DúvidaInterrompe o prazo recursal (doutrina e jurisprudência) Suspende o prazo recursal (lei)

Cabimento: Os embargos de declaração são cabíveis para corrigir vício interno do ato.Atenção: O s e m b a r g o s p o d e m t e r e f e i t o i n f r i n g e n t e n a s h i p ó t e s e s d e c o n t r a d i ç ã o , p o r e x e mp l o , m a s , i ss o n ã o significação que possa ser rediscutida a prova nos embargo s .• Efeito infringente = efeito modificativo (modifica a decisão)

1 Peça: para o mesmo Juiz ou Tribunal que decidiu.(se for para o Tribunal: Desembargado Relator do Acórdão)

EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADECabimento: art. 609, § único, CPP.Sempre que houver voto vencido favorável à defesa no julgamento de Apelação, RESE ou Agravo em Execução.

Só cabe se houver voto vencido em uma dessas três peças acima! Não cabe Embargos Infringentes em HC, MS e Revisão Criminal.

Prazo: 10 dias.

Em 2 peças:Interposição: desembargador relator do Acórdão.Razões: próprio Tribunal.

Julgamento de uma Apelação:a) Câmara – 5 desembargadoresb) Turma – 3 desembargadores (é quem julga a

Apelação) Relator - absolveRevisor – condena3º juiz – condena

• Se a defesa apelar, os outros desembargadores, que compõe a Câmara, são chamados a votar e pode virar vencedor o que antes era o vencido.• Se houver outros pedidos decorrentes do acolhimento (como regime, restritivas, etc.), podem ser pedidos!

Efeitos dos Embargos Infringente s :a) Suspensivob) Devolutivo restrito: somente poderá ser alegada a matéria objeto do voto vencido, em regra.Exceção: se houver matéria cognoscível (conhecível) de ofício, então, poderá ser alegada ainda que não conste do voto vencido. Exemplo: nulidade, extinção da punibilidade, etc.

Critério do Voto Médio (não há fundamentação legal, é jurisprudencial)Relator: condena o réu com aumento de pena (furto qualificado) Revisor: condena o réu por furto privilegiado3º julgado: absolve

Qual o resultado final do julgament o ?O resultado final do julgamento é a condenação por furto privilegiado pelo critério do voto médio. Qual o recurso cabível e sua fundamentação legal ?O recurso cabível é o previsto é o de Embargos Infringentes para fazer valer o voto vencido favorável a Defesa, ou seja, absolvição. Sua fundamentação legal encontra-se prevista no art. 609, p. único do CPP.

Page 57: 2ª Fase - Direito Penal

Pedido: o que foi concedido no voto vencido + matérias que podem ser conhecidas de ofício (nulidade /extinção da punibilidade).

Quando o único objeto da divergência é a nulidade do processo, podemos chamar esses embargos infringentes de Embargos de Nulidade.

Data: 03/ 10/12 .

Exercício 55 do Livro de PráticaCliente: “A”

ILUSTRÍSSIMO SENHOR ESCRIVÃO DIRTOR DO ... OFÍCIO CRIMINAL DA COMARCA DE...

“ A” , já qualificado nos autos do processo..., por seu advogado que esta subscreve, inconformado com a respeitável decisão que negou seguimento ao seu Recurso em Sentido Estrito, respeitosamente se faz presente ante V o ss a S e n ho r i a , para r e qu e r e r a e x t r açã o da presente C A R T A T E S T E M U N H Á V E L , com fulcro no artigo 639 e seguintes do Código de Processo Penal.

Requer o traslado das seguintes peças:a) decisão que negou seguimento ao Recurso em Sentido Estrito;b) a certidão de intimação dessa decisão;c) o Recurso em Sentido Estrito;d) a decisão que ensejou o Recurso em Sentido Estrito;e) a certidão de intimação dessa decisão;f) queixa crime.

Diante do exposto, caso o magistrado mantenha sua respeitável decisão nos termos do art. 589 do Código de Processo Penal, requer seja o presente recurso recebido e processado, com as inclusas razões, a serem encaminhados ao Egrégio Tribunal de Justiça de...

Nesses termos, Pede deferimento.

Local, data...

Advogado...OAB...

RAZÕES DE CARTA TESTEMUNHÁVEL

Testemunhante: “A” Testemunhada: “B” Processo nº ...

Egrégio Tribunal de JustiçaColenda CâmaraDouta Procuradoria

Em que pese o indiscut ível saber jurídico do douto magistrado “ a quo” , merece ser reformada sua decisão, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

I – DOS FATOS

Page 58: 2ª Fase - Direito Penal

Penal.O testemunhante está sendo processado pelo crime previsto no art. 138, c.c 141, III, ambos do Código

Ocorre que a suposta vítima, “B”, não ofereceu a queixa crime no prazo decadencial de 6 meses.O ora testemunhante requereu ao magistrado a declaração da extinção da punibilidade pela decadência,

o que foi por ele negado.O ora testemunhante interpôs Recurso em Sentido Estrito que teve seu seguimento negado pelo

magistrado sob o argumento da intempestividade.

II – DO DIREITO

Primeiramente, não poderia o magistrado negar seguimento ao Recurso em Sentido Estrito interposto, tendo em vista que ele foi feito no prazo legal (certidão anexa).

Outrossim, não poderia o magistrado, no Recurso em Sentido Estrito, fazer esse juízo de admissibilidade,

pois tal tarefa, nesse recurso, pertence ao Tribunal.

III – DO PEDIDO

Diante do exposto, requer seja o presente recurso conhecido e provido, a fim de que seja dado seguimento ao Recurso em Sentido Estrito, com o seu consequente conhecimento e provimento.

Outrossim, caso o Tribunal entenda que a presente carta está bem instruída, requer seja também julgado o mérito do recurso denegado, nos temos do art. 644, do Código de Processo Penal.

Local, data...

Advogado...OAB...

Exercício 56 do Livro de PráticaCliente: José

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DO ACÓRDÃO Nº..., DA ... CÂMARA CRIMINAL DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE...

José, já qualificado nos autos da Apelação nº..., por seu advogado que esta subscreve, inconformado com a respeitável decisão que negou provimento à sua Apelação, respeitosamente se faz presente ante Vossa Excelência para o p o r E M B A R G O S D E N U L I D A D E , com fulcro no art. 609, parágrafo único do Código de Processo Penal.

Requer seja o presente recurso recebido e processado, com as inclusas

razões. Nesses termos,

Pede deferimento.

Local, data...

Advogado...OAB...

RAZÕES DE EMBARGOS DE NULIDADE

Page 59: 2ª Fase - Direito Penal

Embargante: José

Page 60: 2ª Fase - Direito Penal

Embargada: Justiça PúblicaApelação nº...

Egrégio Tribunal de JustiçaColenda CâmaraDouta Procuradoria

Em que pese o indiscutível saber jurídico da douta ... Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de... merece ser reformada sua decisão, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

I – DOS FATOS

O embargant e está sendo processado pela prática do crime previsto no art. 213, caput, do CP, tendo sido condenado a 6 anos.

O embargante interpôs apelação que teve seu provimento negado em Acórdão não unânime.O voto vencido entendeu por anular o processo, em razão de ausência de representação do

ofendido. II – DO DIREITO

Correto está o voto vencido, ao entender que o processo é nulo.Isso porque a ausência de representação do ofendido no crime de estupro implica a ausência

de pressuposto processual indispensável ao andamento do processo.Ora, o art. 225, do Código Penal determina que o crime de estupro, em regra, é de Ação Penal

Pública condicionada à representação do ofendido. Determina a lei “Art. 225...”Sem a necessária representação do ofendido, o processo penal não poderia ser iniciado e, se foi iniciado,

é nulo.

Outrossim, a ausência de representação do ofendido consiste em nulidade expressa no CPP no art. 563,

III, “a” que dispõe: “Art.

564...” III – DO PEDIDO

Diante do exposto, requer seja o presente recurso conhecido e provido, a fim de que seja anulado o processo ab initio, com a expedição do respectivo alvará de soltura, como medida de justiça.

Local, data...

Advogado...OAB...

MODELO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE....

Fulano de tal, já qualificado nos autos do processo n º..., por seu advogado que esta subscreve, inconformado com a decisão que (...), respeitosamente se faz presente ante Vossa Excelência para opor EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, com fulcro no art. 382, do Código de Processo Penal, de acordo com as razões de fato e de direito a seguir expostos.

I – DOS FATOS

O Embargante está sendo processado...

Page 61: 2ª Fase - Direito Penal

II – DO DIREITO

Page 62: 2ª Fase - Direito Penal

Com a devida vênia, a decisão ora embargada apresenta um aspecto contraditório, que deve ser sanado por meio dos presentes embargos.

Isso porque...

III – DO PEDIDO

Diante do exposto, requer seja o presente recurso conhecido e provido, a fim de que, sendo suprida a apontada contradição, seja o embargante...

Nesses termos,

Pede deferimento.

Local, data...

Advogado... OAB...

RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Fundamento legal: Art. 102, III, “...”, CF e Lei 8.038/90

Cabiment o :Art. 102, III, “a” - contrariar dispositivo da Constituição:

• Justiça incompetente – art. 5º, LIII, CF• Admite prova ilícita – art. 5º, LVI, CF• Fere o contraditório/ampla defesa – art. 5º, LV, CF• Fere a presunção de inocência (Ex: considera inquérito e processos em andamento como maus antecedentes) –art. 5º, LVII, CF.

Art. 102, III, “b” – declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal.

Prazo: 15 dias (interposição + razões)

Cabe REXT depois de esgotadas todas as vias ordinárias.

• Para que o REXT seja julgado, é necessário o prequestionamento (a matéria recorrida deve ter sido examinada nas instâncias inferiores).• É comum opor Embargos de Declaração para forçar o Tribunal a fazer o prequestionamento.

Em 2 peças :Interposição: Presidente do Tribunal que decidiuRazões: STF

Repercussão Geral : Art. 102, § 3º, CF.Art. 543-A, CPC – § 1º - para efeito da repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de

questões relevantes do ponto de vista... (A matéria discutida tem repercussão jurídica ou social para fora do processo)

Pedid o : tudo que pode ser pedido em Apelação!

CAPÍTULO S :I – DO CABIMENTO II – DOS FATOS

Page 63: 2ª Fase - Direito Penal

III – DA REPERCUSSÃO GERAL

Page 64: 2ª Fase - Direito Penal

IV – DO DIREITO V – DO PEDIDO

Exercício 60 do Livro de PráticaCliente: José

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE...

José, já qualificado nos autos da Apelação n..., por seu advogado que esta subscreve, inconformado com a respeitável decisão que manteve sua condenação, respeitosamente se faz presente ante Vossa Excelência para interpor RECURSO EXTRAORDINÁRIO, com fulcro no artigo 102, III, “a” da Constituição Federal e Lei 8038/90.

Requer seja o presente recurso recebido e processado, com as inclusas razões a serem encaminhadas ao

Egrégio Supremo Tribunal Federal.

Nesses Termos,

Pede deferimento.

Local, data...

Advogado... OAB...

RAZÕES DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Recorrente: José Recorrida: Justiça Pública Apelação nº ...

Egrégio Supremo Tribunal FederalColenda TurmaDouta Procuradoria (é o PGR)

Em que pese o indiscut ível saber jurídico do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de..., merece ser reformada sua decisão, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

I – DO CABIMENTO

Seguramente, contra a decisão ora recorrida, cabe recurso extraordinário, nos termos do art. 102, III, “ a”

da Constituição.Isso porque, ao considerar processos em andamento como maus antecedentes, o Tribunal violou

o princípio constitucional da presunção de inocência (ART. 5º, LVII, da CF que prevê: “Art. 5º...”)

II – DOS FATOS

O recorrente foi processado e condenado pelo crime de furto qualificado. Ocorre que, na

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sentença condenatória, o magistrado fixou a pena acima do mínimo legal, em razão de processo criminal em andamento em outra vara.

Page 66: 2ª Fase - Direito Penal

O recorrente interpôs recurso de apelação ao Tribunal de Justiça, que manteve a condenação, com o seguinte argumento...

III – DA REPERCUSSÃO GERAL

Nos termos do art. 102, § 3º, da Constituição Federal e do art. 543-A, do Código de Processo Civil, verificamos estar presentes o requisito da repercussão geral.

Isso porque estão presentes questões relevantes do ponto de vista social e jurídico, que ultrapassam os interesses subjetivos da causa.

Outrossim, há jurisprudência dominante no sentido de que processos em andamento e inquéritos em andamento não constituem maus antecedentes. Aliás, existe até mesmo súmula do Superior Tribunal de Justiça afirmando isso (Súmula 444, STJ).

IV – DO DIREITO

A decisão ora recorrida contraria frontalmente o princípio constitucional do estado de inocência, previsto no art. 5º, LVII, da Constituição Federal, que dispõe: “Art. 5º...”

Ora, se o réu só pode ser considerado culpado após a sentença condenatória transitada em julgado, não

podemos considerar processos em andamento como sendo maus antecedentes, já que o réu se presume inocente.

V – DO PEDIDO

Diante do exposto, requer seja o presente recurso conhecido e provido, a fim de que a pena seja fixada no seu mínimo legal, como medida de justiça.

Local, data...

Advogado...OAB...

RECURSO ESPECIAL

Fundamento legal: Art. 103, III, “...”, CF e Lei 8.038/90

Cabiment o :Art. 105, III, “a” – decisão que contraria lei federal ou tradado internacional.Art. 103, III, “c” – o Tribunal deu à lei federal uma interpretação diversa daquela dada por outro Tribunal.

Prazo: 15 dias

Em 2 peça s :Interposição: Presidente do Tribunal que decidiuRazões: STJ

• Devem ser esgotadas as vias ordinárias.• Deve haver o prequestionamento

Pedid o : tudo que pode ser pedido em Apelação!

CAPÍTULO S :I – DO CABIMENTO II – DOS FATOSIII – DO DIREITOIV – DO PEDIDO

Page 67: 2ª Fase - Direito Penal

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE...

Fulano de Tal, já qualificado nos autos da Apelação n..., por seu advogado que esta subscreve, inconformado com a respeitável decisão que manteve sua sentença condenatória, respeitosamente se faz presente ante Vossa Excelência para interpor RECURSO ESPECIAL, com fulcro no artigo 105, III, “a” da Constituição Federal e Lei 8038/90.

Requer seja o presente recurso recebido e processado, com as inclusas razões a serem encaminhadas ao

Egrégio Superior Tribunal de Justiça.

Nesses Termos,

Pede deferimento.

Local, data...

Advogado... OAB...

RAZÕES DE RECURSO ESPECIAL

Recorrente: FulanoRecorrida: Justiça PúblicaApelação nº ...

Egrégio Superior Tribunal de JustiçaColenda TurmaDouta Procuradoria

Em que pese o indiscut ível saber jurídico do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de..., merece ser reformada sua decisão, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

I – DO CABIMENTO

Indubitavelmente a decisão recorrida é passível de Recurso Especial nos termos do art igo 105, III, “ a” da

Constituição Federal, que dispõe: “Art. 105...”Isso porque, a decisão violou o artigo ... do Código de Processo

Penal. II – DOS FATOS

O recorrente ...

III – DO DIREITO

A decisão ora recorrida violou o artigo..., do Código Penal que dispõe... Isso porque...

V – DO PEDIDO

justiça.Diante do exposto, requer seja o presente recurso conhecido e provido, a fim de ..., como medida de

Page 68: 2ª Fase - Direito Penal

Local, data...

Advogado... OAB...

Data: 04/ 10/12 .

PRISÃO EM FLAGRANTE

Prisão em flagrante Juiz A rt. 310, CPP: I. relaxamento (ilegal)II. converter em prisão preventivaIII. conceder liberdade provisória (onde não couber preventiva, o juiz deve conceder liberdade provisória – art.321, CPP)

Em face da prisão em flagrante pode-se fazer pedidos e requerimentos:Relaxamento de prisão (se a prisão for ilegal, por exemplo, passou as 48h e não foi informado ao Juiz) Liberdade provisória (se é legal, mas não cabe preventiva)

Pedido de Relaxamento de Prisão Fundamento: Art. 5º, LXV, CF c.c Art. 310, I, CPP.Endereçamento: Juiz de 1º grau (EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE...)

Tese: ilegalidade na prisão (se a prisão for ilegal tem que ser relaxada) preso em flagrante sem ter situação de flagrância do art. 302, CPP. descumprimento de formalidade legal para a prisão:

1. Lavratura do Auto de Prisão em Flagrante (Art. 304, CPP);2. Entregar ao preso a nota de culpa (Art. 306, § 2º, CPP);3. Comunicação ao juiz, MP e família do preso ou pessoa por ele indicada e, caso não informado o nome do advogado, a Defensoria Pública.Tudo isso em 24 horas.

Pedido: requer o relaxamento de prisão em flagrante + consequente expedição do alvará de soltura.

Pe d ido de Liberdade ProvisóriaFundamento: Art. 5º, LVI, CF + Art. 310, III, CPP.Endereçamento: Juiz de 1º grau (EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE...)

Tese: Art. 321, CPP (quando o juiz deve conceder a liberdade provisória não cabe a conversão em prisão preventiva) – descaracterizar o inciso II do art. 310, CPP, ou seja, os requistos do art. 312, CPP (dizer que eles estão ausentes) + que é suficiente uma cautelar diversa da prisão.

1. Dizer que faltam requisitos do art. 312, CPP ou do Art. 313, CPP (não converte em preventiva e, portanto, cabe liberdade provisória)

2. Dizer que seria suficiente uma medida cautelar diversa da prisão (que é mais branda e teria preferência) Art. 319 e Art. 320, CPP.

3. A prisão preventiva é excepcional – Art. 282, § 6º, CPP – onde couber algo mais brando prefere e não cabe a

preventiva! (Artigo para corroborar para o pedido)

Page 69: 2ª Fase - Direito Penal

Pedido: requer a concessão de liberdade provisória, (copiar o artigo 321 [...] impondo, se for o caso, medidas cautelares diversas da prisão...) + consequente expedição do alvará de soltura.

M O M E N T O:

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Se o juiz já recebeu a comunicação e proferiu a decisão de conversão em prisão preventiva (já tem prisão preventiva decretada) pode-se fazer 2 pedidos para o Juiz:

Relaxamento (se a prisão for ilegal)Revogação da prisão preventiva (quando não couber preventiva ou couber cautelar diversa da

prisão) (revogar = retirar o ato que você mesmo decretou)

Pedido de Relaxamento d a Prisão Preventiva Fundamento: Art. 5º, LVI, CFEndereçamento: Juiz que decretou a prisão preventiva

Tese: ilegalidade (quando faltar as condições do art. 313, CPP) – possibilidade da prisão preventiva.

Exemplo de furto as 15:15h

Pedido: requer o relaxamento de prisão preventiva + consequente expedição do alvará de soltura.

M O M E N T O :Se a Prisão Preventiva era possível (legal):

Pedido de Revogação da Prisão Preventiva (o conteúdo é o mesmo de liberdade provisória, só muda o nome da peça)

Fundamento: Art. 316, CPP.Endereçamento: Juiz de 1º grau que decretou a prisão preventiva (EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE...)

Tese: Faltam os requisitos do art. 312, CPP ou é suficiente a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão.

Pedido: requer a revogação da prisão preventiva ou, caso assim não entenda Vossa Excelência, a substituição da prisão preventiva por medida cautelar diversa da prisão com fundamento no art. 282, §§ 5º e 6º, CPP. Requer ainda a expedição do Alvará de Soltura (ou Contramandado, se estiver em liberdade, solto ou foragido).

Atençã o : Nada impede que haja pedidos sucessivos, cumulando de forma subsidiária o relaxamento de prisão com o pedido de liberdade provisória ou revogação, mas sempre pedir primeiro o relaxamento sempre!

PRISÃO TEMPORÁRIA (Lei 7960/89)

Só durante o Inquérito Policial (nunca durante o processo) O juiz não pode decretar de ofício (ex officio)No máximo 5 dias, prorrogável uma única vez por igual período (crimes comuns) e 30 dias prorrogável

uma única vez por igual período (crime hediondo e equiparados).Requisitos: art. 1º da Lei – No III – indícios de autoria e participação no rol de crimes – não consta furto,

estelionato e receptação (para eles não tem a possibilidade de prisão temporária, nunca!).

Existem dois casos para pedir o Relaxamento, sendo que configuram ilegalidade (o resto se pede por revogação):1. O crime não figura no rol do inciso III do art. 1º da Lei;2. O juiz decretar de ofício.• O restante é caso de Revogação = quando faltar requisitos do art. 1º da Lei.

Page 71: 2ª Fase - Direito Penal

PRISÃO EM FLAGRANTE PRISÃO PREVENTIVA PRISÃO TEMPORÁRIARelaxamento (ilegalidade) Relaxamento (ilegalidade) Relaxamento (ilegalidade)Liberdade Provisória Revogação Revogação

HABEAS CORPUSQuando já foi pedido Relaxamento, Liberdade Provisória ou Revogação e negado!

• Fundamento: art. 5º, LXIII, CF c.c Art. 647 e 648, CPP.• Verbo: Impetrar• Autor: o Advogado

Page 72: 2ª Fase - Direito Penal

• Em favor de: cliente• Endereçamento: quem está acima da Autoridade Coatora (Autoridade Policial Juiz de 1º

Grau TJ/TRF STJ STF) – em Tribunais, o endereçamento é feito sempre na pessoa do Presidente do referido Tribunal.

• Peça única• Teses (direito): Nulidade / Extinção da Punibilidade / Mérito / Prisão indevida• Pedido: concessão da ordem para...Nulidade anulação do processo (ab initio/a partir de...) com fundamento no art. 564, CPP Extinção da Punibilidade declaração da extinção da punibilidadeMérito trancamento (do Inquérito Policial ou da Ação Penal)Prisão indevida relaxamento (se for ilegal) ou Liberdade Provisória (se for prisão em flagrante) / Revogação (se for prisão preventiva ou temporária)

Recurso Ordinário Constitucional (ROC)Impetrado HC – julgado e foi negado:

• Em 1º grau – da sentença que concede ou nega HC em 1º grau cabe RESE (art. 581, X, CPP)• Em Tribunal – se foi julgado em Tribunal e foi denegado – cabe ROC para o STJ ou STF:

STF – quando for negado HCem um Tribunal Superior (STJ, TST, TSE, STM) Fundamento: art. 102, II, “a”, CF + Lei 8.038/90.

STJ – quando for negado HC em Tribunais de 2º grau – TJ/TRF Fundamento: art. 105, II, “a”, CF + Lei

8.038/90.

Prazo: Interposição + Razões em 5 dias.Interposição: Presidente do Tribunal recorrido = negou o HCRazões: STJ / STF

Egrégio Supremo Tribunal FederalColenda TurmaDouto Procurador da República

Tese: a mesma alegada no HC que foi denegadoPedido: requer seja conhecido e provido para [mesmo pedido formulado no HC]

Data: 05/ 10/12 .

LABORATÓRIO 3

Questão 1

“A, com 35 anos de idade, professor de natação, convidou uma de suas alunas de nome B, de 23 anos, moça de posses, para tomar um suco...”

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DAS EXECUÇÕES CRIMINAIS DA COMARCA DE...

“ A” , já qualificado nos autos do processo de execução nº..., por seu advogado que esta subscreve, vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência, não se conformando com a respeitável decisão que indeferiu o Livramento Condicional, interpor AGRAVO EM EXECUÇÃO, com fulcro no art. 197 da Lei de Execução Penal.

Requer seja recebido e processado o presente recurso e, caso Vossa Excelência entenda que deva manter a respeitável decisão, que seja remetida com as inclusas razões ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de...

Page 73: 2ª Fase - Direito Penal

Termos em que,

pede

deferimento.

Page 74: 2ª Fase - Direito Penal

Local, data... (5 dias)

Advogado... OAB.

RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO

AGRAVANTE: “A”AGRAVADA: JUSTIÇA PÚBLICA EXECUÇÃO Nº...

Egrégio Tribunal de JustiçaColenda CâmaraDouta Procuradoria de Justiça

Em que pese o notável saber jurídico do Douto Magistrado a quo, merece reforma a respeitável decisão que indeferiu o pedido de Livramento Condicional, formulado pelo Agravante, pelas razões de fato e direito a seguir exposta:

DOS DADOS

O agravante foi condenado pelo delito de estupro, à pena de ... anos de reclusão. Já tendo cumprido mais de 2/ 3 da pena, sempre com excelente comportamento carcerário, requereu ao MM. Juiz a concessão do Livramento Condicional, anexando a documentação pertinente. Ocorre que o Douto Magistrado denegou o pedido, motivo pelo qual é interposto o presente recurso.

DO DIREITO

A decisão que indeferiu o pedido do agravante merece reforma por ter violado texto expresso de lei. Segundo o art. 83 do Código Penal, o livramento será concedido desde que sejam preenchidos

determinados requisitos, quais sejam: pena privativa de liberdade maior ou igual a 2 anos, cumprimento de mais de 2/3 da pena (em se tratando de crime hediondo ou equiparado), bom comportamento carcerário, aptidão para prover a subsistência mediante trabalho honesto e bom desempenho no trabalho que lhe tenha sido atribuído durante a execução da pena. No caso de crime praticado com violência ou grave ameaça é necessário que as circunstâncias permitam presumir que o reeducando não voltará a delinquir.

No caso em tela, conforme se constata das provas carreadas aos autos, o agravante preenche todos esses requisitos. De fato, a pena aplicada foi superior a 2 anos, já cumpriu mais de 2/3, apresenta bom comportamento, boa laborterapia e encontra-se plenamente ressocializado. O MM. Juiz negou o benefício ao qual faz jus o agravante com base apenas no comportamento do agravante durante o processo penal, o que não configura motivação idônea para tal decisão.

Dessa forma, cumpridos os requisitos estabelecidos na lei, a concessão do livramento é direito subjetivo do agravante, impondo-se a reforma da respeitável decisão guerreada.

DO PEDIDO

Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, reformando-se a decisão agravada para que seja concedido o Livramento Condicional, expedindo-se o Alvará de Soltura em favor do agravante.

Local, data... (5 dias)

Advogado... OAB...

Page 75: 2ª Fase - Direito Penal

Ins RECURSO “R” da Interposição Fund Prazo Comp1º

gra

u Apelação Recebimento + Remessa 593 5 I-Juiz/R-TJ/TRFRESE Recebimento + Retratação + Remessa 581 5 I-Juiz/R-TJ/TRFAgravo Recebimento + Retratação + Remessa 197 Lep 5 I-Juiz VEV / R-TJ/TRFCarta Testemunhável Extraída + Retratação + Remessa 639 48h I-Escrivão / R-TJ/TRFEmbargos de Declaração Não tem interposição

Tri

bu

na

l

Embargos Infringentes / Nulidade Recebido e Processado com as inclusas razões

609 p. único 10 I-Relator / R-TJ/TRF

Recurso Especial Recebido e Processado + Remetido 105, III, CF e26 ss, 8038

15 I-Pres. Tribunal / R-STJ

Recurso Extraordinário Recebido e Processado + Remetido 102, III, CF e26 e SS, 8038

15 I-Pres. Tribunal / R-STF

Agravo (art. 28, Lei 8038) – denegaRESP/REXT

Recebido e Processado + Remetido 28 Lei 8038 5 (sum699 stf

I-Pres. Trib. / R-STJ ouSTFROC Recebido e Processado + Remetido 102, II ou

105, II, CF e 30 ss

5 I-Presid. Trib. / R-STJ ouSTF

Embargos de Declaração Não tem interposição! 619 e 382 2 Juiz / Relator Acórdão

QUESTÃO 2

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DO ACÓRDÃO N... DA CÂMARA CRIMINAL DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE...

“A”, já qualificado nos autos da apelação n..., por seu advogado que esta subscreve, vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência, opor EMBARGOSDEDECLARAÇÃO, com fulcro no art. 619 do Código de Processo Penal.

DOS FATOS

O embargante foi processado e ao final condenado à pena de 1 ano e 2 meses de reclusão.Interpôs apelação perante esse Egrégio Tribunal. A colenda turma julgadora, julgou procedente o

recurso, determinando a redução da pena, fixando-a em 14 meses.

DO DIREITO

O Venerando Acórdão apresenta evidente contradição que exige ser sanada. Vejamos:Concederam os Doutos Desembargadores provimento ao recurso para reduzir a pena imposta

ao embargante.No entanto, ao final, a pena não foi efetivamente reduzida, mas sim, fixada no patamar exatamente

igual ao original, qual seja, 1 ano e 2 meses de reclusão.Dessa forma, havendo contradição, impõe-se a sanatória pela via dos Embargados opostos no

presente momento, conforme estabelece o art. 619 do Código de Processo Penal.

DO PEDIDO

Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, corrigindo-se a contradição apontada para reduzir-se a pena imposta ao Embargante.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local, data... (2

dias)

Page 76: 2ª Fase - Direito Penal

Advogado...

Page 77: 2ª Fase - Direito Penal

OAB...

Questão 3

Houssein Mohamad, cidadão libanês, foi preso, em flagrante delito pelo crime de tráfico de drogas, por ter sido surpreendido, em blitz de rotina, com 1 quilo de cocaína prensada e 50 comprimidos de ecstasy. Remetido o...

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE...

Houssein Mohamad, libanês, estado civil..., profissão..., residente e domiciliado na Rua..., por seu advogado que esta subscreve (conforme procuração anexa), vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência requerer a REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA, com fulcro no art. 316 do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

DOS FATOS

O Requerente foi preso em flagrante por ter supostamente praticado o delito de tráfico de drogas.Preso em flagrante, foi a prisão convertida em Prisão Preventiva por esse MM. Juízo, motivo pelo

qual vem agora a pleitear a revogação da custódia cautelar imposta.

DO DIREITO

De fato, a prisão decretada carece de fundamentação legal idônea.Como não se desconhece, a prisão preventiva constitui medida cautelar restritiva da liberdade

que só pode ser imposta em caso de extrema e comprovada necessidade (periculum libertatis). Tal necessidade vem estampada de forma taxativa no art. 312 do Código de Processe Penal, que estabelece as hipóteses de prisão preventiva: garantia da ordem pública ou econômica, conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal.

A mera menção à nocividade abstrata do delito praticado não consta dentre as hipóteses legais que autorizam a prisão preventiva. E, nem poderia. Em primeiro lugar, porque fundamentar o decreto prisional na gravidade abstrata do delito constitui clara violação ao princípio constitucional da presunção de inocência. Até o transito em julgado da sentença penal condenatória não é possível assegurar que o Requerente praticou o delito que lhe é imputado. De forma que a simples gravidade de tal delito não serve de justificativa para a prisão cautelar. Por outro lado, a nocividade social do crime supostamente praticado também não se inclui em qualquer das situações previstas no art. 312, do Código de Processo Penal. A necessidade cautelar relacionada à manutenção da ordem pública refere-se à necessidade de impedir-se a prática, pelo preso, de delitos futuros, o que não é o caso sob análise.

Portanto, tal fundamentação não pode ser considerada idônea.O segundo argumento lançado também carece de comprovação fática. O mero fato de ser

estrangeiro não autoriza a presunção de que o Requerente pretende furtar-se à aplicação da lei penal, até porque nada trazido aos autos até o momento corrobora tal presunção. Ademais, se o argumento é o risco de fuga do Requerente é patente a existência de outras medidas cautelares diversas da prisão que possam com eficácia evitar a sua ocorrência, como por exemplo, a proibição de ausentar-se do país, com a entrega do passaporte, tal como previsto no art. 320, do Código de Processo Penal. Desse modo, também esse não é fundamento idôneo para justificar a manutenção da segregação cautelar, impondo-se a soltura do Requerente.

DO PEDIDO

Diante do exposto, requer seja concedida a revogação da prisão prevent iva imposta ao requerente ou caso Vossa Excelência assim não entenda, que seja substituída por outra medida cautelar diversa da prisão, nos termos do artigo 282, § 5º e 6º do CPP, expedindo-se o competente alvará de soltura.

Termos em que,

Page 78: 2ª Fase - Direito Penal

Pede deferimento.

Local, data...

Advogado... OAB...