10/03/2015 Aos Responsveis pela segurana de vrias cidades italianas (6 de fevereiro de 2015)

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DISCURSO DO PAPA FRANCISCO AOS PREFEITOS

DE VRIAS CIDADES DA ITLIA

Sala Clementina

Sexta-feira, 6 de Fevereiro de 2015

[Multimdia]

Senhor Ministro

Ilustres Prefeitos

com prazer que recebo todos vs, que tendes a delicada tarefa de

tornar a autoridade do Governo central minuciosamente presente no

territrio do Estado, de modo particular no que diz respeito salvaguarda

da ordem e da segurana pblica. Estou grato ao Senhor Ministro do

Interior pelas suas amveis expresses, que me dirigiu em nome de todos

vs.

Mediante as suas diferentes competncias, a sua j longa experincia

histria e a sua presena difundida nas comunidades locais, a vossa

instituio representa um importante facto de coeso como foi

oportunamente recordado pelo Senhor Ministro interpretando nas

diversas realidades territoriais as instncias de coordenao que derivam

do centro e, ao mesmo tempo, encontra-se nas condies adequadas

para indicar autoridade central situaes de particular dificuldade ou

marginalidade, fazendo ressoar vozes que, diversamente, correriam o risco

de permanecer dbeis e desprovidas da devida ateno.

Trata-se de um trabalho que exige uma dedicao tenaz aos prprios

deveres, um conhecimento profundo das problemticas, juntamente com

a necessria flexibilidade para enfrentar os numerosos casos concretos

que se apresentam, cada qual com as suas prprias peculiaridades.

Durante estes anos, caracterizados pela incidncia particular do movimento

migratrio, vinculada ao aumento de conflitos violentos no mundo, com as

suas trgicas consequncias sobre as pessoas e tambm sobre as

economias de muitos pases, as competncias dos prefeitos em matria

de imigrao revestem uma delicadeza especial. Elas exigem que se

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encontre na gesto quotidiana das situaes, muitas vezes de

emergncia, a aplicao correcta das normas para garantir, em fidelidade

ao ditado da lei e s outras disposies em vigor, o respeito escrupuloso

pelos direitos fundamentais de cada pessoa humana. E aqui, inspirando-me

em quanto disse o Senhor Ministro, gostaria de manifestar o meu profundo

reconhecimento pelo compromisso assumido por todos vs, Prefeitos, na

coordenao da hospitalidade a milhares de homens, mulheres e crianas

que chegam ao litoral italiano.

A propsito deste tema, assim como de muitos outros, so de notvel

ajuda os relatrios de colaborao profcua entre as Prefeituras, as

Dioceses e as parquias, uma colaborao que, no respeito pelas distintas

competncias, merece ser confirmada, valorizada e aprofundada. Como

realidade divina e humana, a Igreja trabalha na sociedade ao servio das

pessoas, com base no ensinamento de Cristo e, desejando desempenhar

a sua misso educativa e caritativa em colaborao sincera com as

instituies do Estado para a promoo do homem e do bem comum do

pas, sente-se feliz por encontrar nas Prefeituras um dos ambientes em

que mais se concretiza esta sinergia, para o bem de todos os cidados.

Por outro lado, para a plena eficcia do vosso trabalho de ligao, de

escuta e de busca de solues adequadas s circunstncias, em sintonia

com as demais instituies locais e tambm a nvel central, torna-se

indispensvel um exerccio especfico da autoridade, que permanea

radicado na obedincia e tenha como nica nobre finalidade o servio.

A obedincia lei e aos critrios de humanidade que a informam e a

lealdade s instituies constituem a moldura indispensvel na qual

desempenhais a vossa funo. Tais atitudes favorecem a aquisio

daquele habitus especfico que vos torna idneos para assumir altas

responsabilidades. Com efeito, a crise de autoridade que a nossa

sociedade experimenta em diversos mbitos, tanto pblicos como

particulares, com consequncias de vasto alcance, de maneira particular

para a educao das jovens geraes, tem entre as suas causas

precisamente a carncia destas disposies fundamentais obedincia,

escuta e pacincia.

Alm disso, o exerccio da autoridade tem sempre como meta a

consecuo do bem comum, encontrando a sua ntima razo de ser e a

prpria possibilidade da sua eficcia no pr-se quotidianamente ao servio

dos destinatrios do seu poder, imitao de quanto fez o Senhor Jesus,

que veio entre ns como Aquele que serve (cf. Lc 22, 27).

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Quanto mais os cidados sentirem que os poderes constitudos procuram

generosamente oferecer respostas s suas necessidades e salvaguardar

os seus direitos, tanto mais estaro dispostos a aceitar as indicaes de

tais poderes e a dispor-se a um esprito de colaborao e de respeito

diligente e ordenado.

Por conseguinte, sois chamados a pr disposio o vosso

profissionalismo e a vossa humanidade, os vossos conhecimentos e a

vossa prudncia, sem desnimos nem pessimismos, contudo conscientes

de que no vos deveis confrontar com assuntos abstractos, mas com o

rosto concreto de homens e mulheres, com os seus respectivos

problemas e esperanas que, nestes anos de incertezas e dificuldades

financeiras, se tornaram ainda mais urgentes. Estou persuadido de que o

vosso sentido de dever e a conscincia que tendes acerca da importncia

da vossa funo vos ajudaro a enfrentar do melhor modo os

compromissos futuros, com dedicao e esprito de sacrifcio.

Com estes bons votos, enquanto invoco sobre vs a intercesso do vosso

Padroeiro Santo Ambrsio, peo-vos que oreis por mim e abenoo-vos de

corao. Obrigado!

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