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XX 73 27/04/2012 * Descoberta protege morro de mineração - p.01 * Perfil no Twier é oferecido a polícos por até R$ 12 mil - p.10 * Governo defende mudança na carreira dos servidores - p. 06

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XX 73 27/04/2012

* Descoberta protege morro de mineração - p.01

* Perfil no Twitter é oferecido a políticos por até R$ 12 mil - p.10

* Governo defende mudança na carreira dos servidores - p. 06

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Daniel Camargos

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) desco-briu que o Morro do Engenho, parte da Serra da Casa de Pe-dra, em Congonhas, na Região Central do estado, integra área destinada a reserva ambiental legal desde 2004 e, portanto, não pode ser minerado pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). O morro é fundamental para um investimento planeja-do pela empresa – de R$ 11 bilhões – e alvo de um polêmico projeto de lei que delimita seu tombamento e que vai ser vota-do pelos nove vereadores da cidade no início de maio. Diante da informação, quatro promotores entraram ontem com uma ação civil pública, com pedido de liminar, para impedir que a CSN leve adiante os planos de expansão.

A descoberta foi possível graças à revelação de um es-tudo da empresa de consultoria ambiental Brandt Meio Am-biente, contratada pela CSN para tentar montar um projeto de transferência da reserva ambiental para outras áreas da com-panhia, na vizinha Belo Vale e no distrito de Alto Maranhão. “Chegamos à conclusão de que a CSN, além de não querer o tombamento, quer transferir a reserva florestal, o que é impe-dido pela legislação estadual e federal”, afirma o coordenador das Promotorias de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico do Estado de Minas Gerais, Marcos Paulo de Souza Miranda.

A ação civil pública mobilizou uma força-tarefa do MPMG e conta também com as participações do promotor de Congonhas, Vinícius Alcântra Galvão; do coordenador das

Promotorias de Justiça de Defesa da Bacia dos Rios das Velhas e Paraopeba, Carlos Eduardo Ferreira Pinto, e do coordenador das Promotorias de Justiça de Defesa das Bacias Hidrográfi-cas, Paulo César Vicente de Lima.

Outro ponto em defesa do Morro do Engenho é que a montanha emoldura os profetas esculpidos por Aleijadinho no adro da Basílica de Bom Jesus de Matosinhos, considerado Patrimônio da Humanidade. Além disso, o morro é uma im-portante reserva ambiental com 29 captações de água, que res-ponde pela metade do abastecimento de Congonhas. O laudo técnico do MPMG revela que se a área for minerada implicará “perda imensurável para o meio ambiente e para a sadia qua-lidade de vida da população de Congonhas”. O laudo detalha que áreas conservadas, ricas em mananciais e em biodiversi-dade serão devastadas pelas atividades minerárias. Além dis-so, o cume do Morro do Engenho, que funciona como uma barreira natural de proteção da poeira oriunda da mineração, será destruído.

A liminar, que está em apreciação e deve ser julgada hoje, impede que a CSN mude a reserva ambiental legal de lugar e determina que a empresa apresente em três meses um diag-nóstico técnico multidisciplinar da situação da reserva, tendo ainda uma proposta de plano de monitoramento ambiental. Se a CSN descumprir, pagará multa diária de R$ 100 mil. O MPMG quer ainda que a reserva ambiental seja oficializada na matrícula do imóvel e que conste o teor da ação civil públi-ca, para impedir que ela seja alterada.

AMEAÇA AO PATRIMÔNIO Para Ministério Público, área que a CSN pretende minerar em Congonhas, pondo em risco

o monumento esculpido por Aleijadinho, já é protegida por lei e não pode ser explorada

CONGONHAS

Descoberta protege morro de mineraçãoMinistério Público encontra em estudo contratado pela CSN comprovação de que Morro do

Engenho é área ambiental desde 2004 e não pode ser minerado. Local emoldura profetas esculpi-dos por Aleijadinho no adro da Basílica de Bom Jesus de Matosinhos. PÁGINA 8

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MANOBRA A estratégia de transferir a reserva

ambiental é uma alternativa da CSN, caso não prevaleça seu interesse na vo-tação do Projeto de Lei 027, de 2008, que vai ao plenário da Câmara no iní-cio do mês que vem. O projeto limita a expansão da mineração no Morro do Engenho, parte da já tombada Serra da Casa de Pedra.

A CSN atua forte nos bastidores po-líticos da cidade. Tanto que o presidente da Câmara, vereador Eduardo Matosi-nhos (PR), assim como os outros oito vereadores da última legislatura, rece-beram dinheiro, como financiamento de campanha, da Galvasud S.A., empresa pertencente à CSN e hoje chamada de CSN/Porto Real. Matosinhos é o princi-pal defensor da empresa no Legislativo.

“Essa ação civil pública não diz respeito à questão do tombamento his-tórico, pois entendemos que o Morro do Engenho faz parte da paisagem do mo-numento criado por Aleijadinho e tom-bado como Patrimônio Mundial. Isso pode vir a ser objeto de outra ação”, afir-ma o promotor de Congonhas, Vinícius Alcântra Galvão, ressaltando que dessa maneira o morro deixa de ser refém dos vereadores.

A expansão da mineradora integra um megaprojeto e prevê a construção de uma usina siderúrgica, duas usinas de pelotização e um condomínio in-dustrial, com investimento total de R$ 11 bilhões. Quando concluídas todas as obras, a previsão da empresa é de que sejam gerados 20 mil empregos diretos e indiretos, quase metade da população da cidade, de 48 mil habitantes. A CSN informou, via assessoria de imprensa, que não foi notificada da ação civil pú-blica.

SAIBA MAIS - Moldura naturalO Morro do Engenho compõe a

paisagem natural e cênica do conjunto do Santuário Bom Jesus de Matosinhos, reconhecido, em 1985, como Patrimônio da Humanidade. Estudiosos sustentam que quando Aleijadinho esculpiu os pro-fetas pensou na serra e, principalmente, no Morro do Engenho como moldura. Há no local resquícios do patrimônio arqueológico do período da coloniza-ção de Congonhas, do antigo povoado de Casa de Pedra, que era localizado no sopé da serra.

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João Henrique do ValeEm uma reação à decisão do

Tribunal de Contas do Estado, que manteve suspensa a concorrência pública para as obras do sistema de transporte rápido por ônibus (BRT, na sigla em inglês) do Bairro São Gabriel, a Prefeitura de Belo Hori-zonte entrou com mandado de se-gurança no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), ontem, para retomar o processo, parado desde 28 de março. Em audiência na quarta-feira, o TCE não aceitou justificati-va apresentada pelo município para questionamento apresentado aos cri-térios da licitação.

Para evitar um atraso que pode chegar a 90 dias, caso o processo tenha de ser reiniciado, o municí-pio recorreu ao Judiciário. “Estamos pedindo uma liminar para dar con-tinuidade à licitação, enquanto não é julgado o mérito do mandado de segurança”, afirmou o procurador-geral do município, Marco Antônio Rezende.

O processo de licitação da Esta-ção São Gabriel foi suspenso depois que o TCE apontou oito suspeitas de irregularidades nas regras da con-corrência, o que, no entendimen-to do tribunal, poderia privilegiar empresas na disputa. Na sessão de quarta-feira, o tribunal aceitou sete justificativas da prefeitura. Porém, as justificativas para o item que se refere à pontuação para empresas com mais tempo de experiência no mercado não foram consideradas sa-tisfatórias.

O terminal de integração São Gabriel faz parte do sistema BRT da Avenida Cristiano Machado, que tem custo estimado em R$ 36.347.815,27. Além dela, estão previstas as construções de outras três estruturas semelhantes na ave-nida: Venda Nova, Vilarinho e José Cândido da Silveira, além de 10 es-tações de menor porte.

BRT

PBH recorre para retomar licitaçãoPAMPULHA

A licitação da Estação Pampulha também segue suspensa pelo TCE, que apontou sete irregularidades no processo licitatório. Entre os proble-mas constatados está a não divulga-ção do edital na íntegra no site da Prefeitura de Belo Horizonte e a falta de observância do prazo mínimo de 30 dias entre a divulgação e o início da concorrência pública. O TCE tam-bém questiona o item do processo que determina que somente empresas com mais de 10 anos de atuação no mercado poderão ter propostas técni-cas classificadas.

O Ministério Público instaurou inquérito para apurar se há superfa-turamento nas obras do BRT. O TCE também investiga o caso, depois de levantar inconsistências na planilha de custos montada pela Superinten-dência de Desenvolvimento da Ca-pital (Sudecap). Técnicos do órgão apontaram na tabela preços de servi-ços e materiais valores acima dos co-brados pelo mercado. O sobrepreço poderia superar R$ 6 milhões, equi-valente a 4% do valor do contrato atual das obras, de R$ 154 milhões. Alguns itens, indica o documento do TCE, teriam sobrepreço de 350%.

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Isabella SoutoO ex-senador Hélio Costa

(PMDB) terá que explicar ao Tri-bunal Superior Eleitoral (TSE) os gastos com pessoal na campanha ao governo de Minas em 2010. O ministro Gilson Dipp acatou on-tem recurso apresentado pelo Mi-nistério Público Eleitoral (MPE) para reprovar as contas do então candidato em razão de irregulari-dade no gasto de R$ 9,5 milhões – valor correspondente a 30,21% do total aplicado na disputa elei-toral. Os dados já haviam sido analisados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG), que optou pela aprovação deles.

Em seu despacho, Gilson Dipp argumentou que o TRE mi-neiro havia afastado quatro das cinco irregularidades encontradas nas contas de Hélio Costa, por avaliar que elas representaram somente 0,38% das despesas de campanha. No entanto, em relação à quinta irregularidade – o contro-le deficitário de gastos com pesso-al –, a corte regional a considerou “de grande monta”, não tendo sido sanada com as prestações retifica-doras apresentadas por Hélio Cos-ta. Ainda assim, as contas foram aprovadas com ressalvas.

No recurso apresentado ao TSE, o Ministério Público afir-mou que as retificações apresen-tadas pelo candidato deveriam ter sido acompanhadas da respectiva documentação, razão pela qual as contas deveriam ser reprovadas. A Resolução do TSE 23.217/10, que dispõe sobre arrecadação e gastos de recursos por partidos políticos, candidatos e comitês financeiros, é clara ao “incumbir o ônus de pro-var a regularidade das contas de campanha ao candidato”.

Dipp argumentou ainda que a

ESTADO DE MINAS - P. 07 - 27.04.2012 ELEIÇÕES DE 2010

Hélio Costa perde no TSE Ministro reprova as contas do candidato derrotado ao governo de Minas

aprovação de contas de campanha de candidato, com ressalvas, so-mente deve ocorrer quando verifi-cadas falhas que não comprometam a regularidade. “Não é o caso dos autos, porquanto a falha apresenta-

da é vultosa, representando, repita-se, 30,21% do gasto total da cam-panha, consoante registra o acórdão regional”, destacou. Hélio Costa não foi localizado pela reportagem para comentar o assunto.

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Governo libera R$ 8 mi para 106 municípios

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Por Marcelo AulerNa abertura oficial do V Congresso Nacional dos De-

legados de Polícia Federal, na noite de quarta-feira (25/4), no Rio de Janeiro, os tribunais superiores, em especial o Supremo Tribunal Federal, tornaram-se alvo das principais críticas. A maior delas partiu do procurador de Justiça de Minas Gerais, Rogério Greco, para quem ao editar a Sú-mula nº 11, o STF mostrou “desconhecer completamente a realidade”. A súmula trata dos limites para o uso de alge-mas. “É não entender como funciona a Polícia. Um tribunal que edita uma súmula vinculante destas, regulamentando — entre aspas — o emprego de algemas, nunca conheceu as ruas, o cara nunca andou de ônibus, não sabe o que é o cheiro de sovaco. Não entende como é que funciona o Tri-bunal do Júri”, disse ele.

Professor, estudioso do Direito Penal e autor de diver-sos livros a respeito, Greco classificou a súmula de hipócri-ta e relacionou sua edição ao trabalho dos policiais federais nas últimas grandes operações. “Não tem súmula mais hi-pócrita do que a Súmula Vinculante nº 11. Foi por causa de vocês que ela foi editada. Vocês foram responsáveis. Engraçado, desde que o Brasil foi descoberto em 1500, ninguém nunca se preocupou com o uso de algemas. Era argola no pescoço do negro, nos pés, nas mãos e ninguém nunca se preocupou. No dia em que a pulseira de ouro foi transformada em pulseira de aço, aí a casa caiu. O dia em que a Polícia Federal começou, brilhantemente, a meter o grampo em todo mundo de classe média e média alta, isto é novidade, não acontecia”.

Para ele, as algemas em acusados de crimes financei-ros tinham um segundo significado. “Eu via aquilo meio como um desabafo. Quando aqueles caras importantes, entre aspas, que importância não tem nenhuma, são ver-dadeiros genocidas, o dia em que estes caras começaram a ser presos...Imagina o Maluf sendo algemado. Eu vibrei com o Maluf sendo algemado...O fato de meter o grampo, de meter a algema no Maluf era meio — eu via em vocês, posso estar até falando bobagem — mas eu via meio como um desabafo. Sabe aquele negócio: cansei de botar grampo em “nego” arrebentado no meio da favela, agora você vai tomar o grampo também? Isto, para mim, era um espetácu-lo, ver aqueles caras colocando um casaquinho por cima da algema, com a cabecinha baixa, igual a um periquito quase quebrado”.Ainda que de forma mais moderada, o novo pre-sidente nacional da Associação dos Delegados de Polícia Federal, delegado Marcos Leôncio Souza Ribeiro, empos-sado no último dia 20 de abril, em entrevista à revista Con-sultor Jurídico, também teceu crítica aos tribunais superio-res ao descrever o atual papel da Polícia Federal. Ele fez votos que eles evoluam nos seus atuais entendimentos.

“O papel da Polícia Federal é respeitar este nível de evolução do Judiciário brasileiro, se aprimorar cada vez mais para se adaptar e evitar nulidades processuais. Forta-

lecer a prova técnica e esperar, quiçá, um dia, que o nosso Judiciário acompanhe a evolução que outros países já con-seguiram. O Judiciário brasileiro passa pelo mesmo proces-so que outros países passaram. A Polícia Federal brasileira passa pelas mesmas dificuldades que as polícias do mundo mais desenvolvido passaram, que é este momento de tran-sição entre a verdadeira busca da prova técnica, sem tanto garantismo, sem tantas interpretações exacerbadas da nor-ma garantista”.

IdeologiaCuriosamente, na abertura do Congresso não havia

representante do Ministério Público Federal. Um procura-dor da República disse que membros do MPF não foram convidados. Leôncio menosprezou os chamados desenten-dimentos que ocorrem entre Polícia Federal e Ministério Público, realçando que quando ocorrem é muito mais no campo doutrinário do que na prática do trabalho do dia a dia. Para ele, o entendimento também ocorre na primeira e na segunda instância do Judiciário Federal, mas ainda não acontece com os tribunais superiores, classificado como “mais ideológicos”.

“Por incrível que pareça existem mais disputas no cam-po ideológico/político/classista do que no ponto de vista institucional. Ministério Público Federal e Polícia Federal, do ponto de vista institucional e operacional, se entendem muito bem. Nas operações a relação é boa, a relação é boa com a Justiça Federal de primeira instância e de segunda instância. Temos, talvez, com os tribunais superiores — por serem tribunais muito mais ideológicos, de tese, do que tri-bunais de instrução, de apuração de fatos —, temos esta dificuldade. Mas, acredito que vai evoluir com o tempo. Do ponto de vista destas bandeiras de disputas, como do poder da investigação, são muito mais no campo ideológico do que pragmático. Na prática, Polícia Federal e Ministério Público Federal até que tem uma sintonia fina em questões que envolvem o combate ao crime organizado. Também com a Justiça Federal, principalmente em primeira e se-gunda instância”.

As questões que lavaram os tribunais superiores a anu-larem algumas das principais operações policiais por nuli-dade de provas não mereceu maior atenção na abertura do Congresso. Nem mesmo o desembargador federal Messod Azulay Neto — um dos três representantes da Justiça Fede-ral presentes à cerimônia —, que foi o primeiro palestrante da noite, teceu comentário a respeito. Antes, pelo contrário, enalteceu o trabalho da Polícia Federal.

Para ele, fundamental, “tanto quanto, ou mais ainda do que, a descoberta de polos de riquezas ou a exploração por produção de bens, é permitir que estes bens e estas riquezas possam fluir, possam trilhar por caminhos desobstruídos e alcançarem os seus objetivos. E esta, em última análise, tem sido a árdua tarefa da Polícia Federal do Brasil. É im-portante que se diga que não se faz uma Justiça Criminal

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Procurador critica súmula das algemas e elogia PF

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sem uma polícia judiciária estruturada, bem remunerada e orgulhosa das suas condições. Há um ditado popular que diz que um bom exemplo vale mais do que mil palavras e eu acredito que, principalmente nesta última década, a Po-lícia Federal tem dado mostras, tem dado mais do que um exemplo, de que a excelência do seu trabalho se compara as maiores instituições de polícias judiciárias do mundo, se igualando à tão famosa israelense, americana, londrina, etc.”.

Escutas telefônicasAzulay Neto destacou apenas a necessidade de os poli-

ciais federais cuidarem melhor das escutas telefônicas que hoje tem gerado inúmeras queixas por parte dos advoga-dos de defesa os quais, como disse ele à revista ConJur, ao questionarem “nulidades em cima de questiúnculas pro-cessuais”, fazem o trabalho deles. E iss, segundo ele, exige “maior atenção dos policiais”.

Estes ataques, segundo disse, acontecem “através de Habeas Corpus e recursos de toda a ordem. Seja pelo fato de que as escutas são deficientes, seja por excesso de prazo, seja porque não serem disponibilizadas na íntegra para a defesa, seja porque as transcrições também são deficientes, enfim por várias razões. O que ocorre é que tanto na segun-da instância, nos tribunais superiores e mesmo no Supremo Tribunal Federal, em alguns casos, eu não diria que isto é uma coisa constante, a prova acaba sendo anulada”. Ele disse: “Nós julgamos com sentimento de que alguma coisa foi perdida no meio de tanta coisa, o trabalho de anos da Polícia Federal sendo todo jogado por terra”.

Em entrevista à ConJur, ele explicou que são proble-mas que com o próprio desenvolvimento de suas atividades vão sendo corrigidos aos poucos. “Eu procuro exaltar o tra-balho de Polícia Federal e eu acho que ele tem que ser exal-tado mesmo”.Na palestra, ressaltou que esta questão “nem chega a macular todo o trabalho que é feito. Muito ao con-trário, a Polícia Federal, na desenvoltura de seus trabalhos, tem servido até para modificar e criar instrumentos proces-suais – eu citaria o caso do Acordo de Assistência Judici-ária em Matéria Penal (MLAT) entre o Brasil e os Estados Unidos da América, aprovado pelo Decreto nº 3.810/01”.

Explicou que “a agilidade, o dinamismo, a velocidade da Polícia Federal e das polícias judiciárias de todo o mun-do ocidental, avançado e evoluído, tem provocado tamanho dinamismo nas investigações que as Cartas Rogatórias que seriam os instrumentos adequados para um país se comu-nicar com o outro não foram suficientes para atender ou para acompanhar a velocidade investigativa que a polícia investigativa, que a Polícia Federal e a Polícia Civil têm imprimido aos seus trabalhos”.

Comando da investigaçãoNo único ponto em que a discordância entre os dois

palestrantes — o desembargador federal e o procurador de Justiça — poderia aparecer, acabou, de certa forma, haven-do confluência de pensamento. Azulay Neto, embora res-saltando o direito do Ministério Público em fazer investiga-

ções, defendeu a tese de que a lei não lhe permite contudo presidir inquéritos policiais, atividade típica da autoridade policial.

“O Ministério Público não foi contemplado neste sen-tido com uma lei que permitisse presidir inquérito. Uma coisa é produzir atos investigativos. Isto qualquer um pode, o MP também pode, nos limites da lei, nos limites da Lei de Organização do Ministério Público, a LOMP, que o autori-za, inclusive, a requisitar documentos, a proceder a oitiva de testemunhas. Não há nenhum vicio nisto, nada de errado nisto. Mas presidir para mim, tenho que não”.

Segundo ele, não há duvida de que esta tarefa cabe às autoridades policiais, “porque há atos investigativos que são privativos da autoridade policial. Por exemplo, se o Ministério Público Federal — que é aquilo que nos diz respeito — instaura um procedimento administrativo in-vestigativo e durante as investigações resolve nomear um perito, não é possível. A lei não autoriza que a nomeação de perito seja feita pelo MP. Ela só pode ser feita pela autori-dade policial. Outro exemplo, a escuta telefônica. Admita-mos que o Ministério Público Federal ou estadual entenda que deva se proceder a uma escuta telefônica, ele terá que solicitar à autoridade judicial e, deferida, a lei é expressa no sentido que quem supervisiona, acompanha e executa é a autoridade policial. Se durante uma investigação o MP entender que casos como estes e outros, atos investigativos devam ser executados ele deverá remeter o requerimento à autoridade policial que deverá presidir o inquérito até o seu termo final”.

Greco, ao comentar tais questões, deixou claro que o MP — em especial o de Minas Gerais, onde atua — não pretende presidir inquéritos, mas sim ter garantias da con-tinuidade da investigação sem possíveis interferências ex-ternas.

“Por que em muitas situações o Ministério Público in-vestiga? Porque os policiais, os delegados de polícia não têm as garantias que o MP tem. Isto pode ser que não aconteça com a Polícia Federal, mas nas polícias estaduais — digo isto pelo meu Estado — o delegado pode estar fazendo uma investigação brilhante, espetacular, aquele trabalho perfei-to. Infelizmente — no meu estado ainda acontece — um te-lefonema e no dia seguinte a investigação acabou e aquele delegado de polícia que estavam em Belo Horizonte vai lá para Unaí, vai para Caxambu, vai para caixa prego, mas a investigação acabou”.

Baseado nisto é que defendeu que os delegados bri-guem pelas mesmas garantias — inamovibilidade, irreduti-bilidade de vencimentos — que a Constituição de 88 deu ao Ministério Público. “Acho que a Polícia Federal, principal-mente os delegados da Polícia Federal, tem que brigar por isto, por garantias. O dia que a polícia tiver as mesmas ga-rantias do MP, da magistratura, aí o papo é outro, aí muda”, concluiu.

Marcelo Auler é jornalista. Revista Consultor Jurídico, 26 de abril de 2012

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A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) irá solicitar à Polícia Civil do Rio de Janeiro que seja aberta a investiga-ção da morte da estudante de administra-ção Grazielle Marques Silva, 20. Anteon-tem, um laudo solicitado pelos deputados comprovou que o corpo enterrado como indigente na capital carioca era mesmo da jovem.

Com a confirmação, a família espera pelo translado dos restos mortais de Gra-zielle que deverá chegar a Minas em até 30 dias. “Agora precisamos saber o que de fato ocorreu com a Grazielle”, disse o vice-presidente da comissão deputado es-tadual Paulo Lamarc (PT).

A mineira desapareceu no dia 18 de março do ano passado na companhia do namorado, o eletricista Cleiton Fernan-des Cortes, 23. O rapaz ainda continua desaparecido. Já o corpo de Grazielle foi encontrado sete dias depois de seu desa-parecimento, no bairro Japari, na Baixada Fluminense.

A família da jovem questiona a forma

como a polícia carioca conduziu o caso. “Na época minha filha foi enterrada como indigente. Ninguém procurou saber da existência da família e nem mesmo a ori-gem dela”, relembrou o pai de Grazielle, o pastor Alexandre Jorge da Silva, 48. O corpo dela chegou a ser enterrado quatro dias após ter sido encontrado à margem de um rio.

Na época, os parentes só souberam o que havia acontecido com a jovem quando viajaram ao Rio de Janeiro e confirmaram, por meio de fotos do Instituto Médico Le-gal (IML), que a estudante havia dado en-trada no local, mas, sem identificação. Nas imagens da polícia, a jovem estava com os cabelos e as sobrancelhas raspadas. No en-tanto, no boletim de ocorrência do Corpo de Bombeiros, que localizou o corpo, os militares descrevem a vítima como uma jovem de cabelos longos e pretos.

A assessoria de imprensa da Polícia Civil do Rio de Janeiro informou apenas que o caso está sendo investigado, mas não divulgou quando será feita a remoção dos restos mortais da jovem. (GS

O TEMPO - ON LINE - 27.04.2012Rio de Janeiro

ALMG pedirá investigação de morte de jovem

LUCAS SIMÕESA Polícia Civil investiga um cabo reformado da Polícia

Militar, 48, suspeito de abusar sexualmente de uma adoles-cente de 16 anos em Barbacena, na região do Campo das Vertentes. Ele foi preso em flagrante na última segunda-fei-ra, na Boate Sensação, de sua propriedade, onde a menor tra-balhava como garota de programa, e está detido em Lavras, no Sul de Minas.

Após receber denúncias de que a adolescente trabalha-

va no local, conselheiro tutelar Tiago Júnior Soares Melo fez uma averiguação e a encontrou “em um vestido curto, dançando com clientes”, segundo ele. No local, constatou-se que ela tinha um quarto, onde foram encontradas vasilhas com dinheiro dos clientes. A Polícia Militar apreendeu 40 papelotes de cocaína na boate.

Segundo a assessoria de comunicação da Polícia Civil de Barbacena, o cabo foi autuado por exploração sexual e tráfico de drogas.

Barbacena

Cabo é investigado por abusar de adolescenteO TEMPO - ON LINE - 27.04.2012

GIRO ECONÔMICOJUSTIÇA

Unimed é obrigada a liberar cirurgia

Ontem o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) decidiu à favor da assistente de escritório Olívia Vieira (foto), de 29 anos, a realizar uma cirur-gia bariátrica por vídeo (laparoscopia), obrigando o plano de saúde Unimed Sete Lagoas a autorizar o procedimen-to. A cirurgia já havia sido suspensa em uma primeira tentativa e deve acontecer nos próximos dias, em Belo Horizonte. A Unimed-BH garantiu que as autoriza-ções para a cirurgia bariátrica por vídeo vêm acontecendo normalmente, obser-vando o contrato de cada cliente, mas Olívia ainda desconfia. “Fico feliz em saber que o procedimento está autori-zado, mas me sinto insegura, porque já precisei recorrer duas vezes à Justiça”, revelou. A cirurgia por vídeo se tornou de cobertura obrigatória desde janeiro deste ano.

ESTADO DE MINAS P. 17 - 27.04.2012

O promotor de Justiça José Arturo Iunes Bobadilha Garcia vai mesmo ser removido compulsoriamente pelo Ministério Públi-co de Mato Grosso do Sul. A medida foi tomada em dezembro de 2011 e confirmada no último dia 17 de abril, quando o Conselho Nacional do Ministério Público, ao analisar o caso, rejeitou os Em-bargos de Declaração apresentados pelo promotor.

Ao negar provimento ao pedido, o relator do processo, con-selheiro Jarbas Soares, lembrou que “o Plenário deste Conselho nacional, no momento oportuno, e conforme entendimento majo-ritário, enfrentou, do seu modo, todas as questões suscitadas pelo agora embargante”.

O processo administrativo sobre a remoção compulsória do promotor José Arturo Iunes Babadilha Garcia foi avocado pelo Conselho Nacional em 2009. O grupo entendeu que a maior parte dos membros do Conselho Superior do MP-MS estava impedida

de atuar no caso ou eram suspeitos por amizade ou inimizade com o promotor.

Quem pediu a remoção foi o procurador-geral de Justiça, Paulo Alberto de Oliveira. Ele levou em conta “ações penais ofe-recidas contra requerido, relacionamento pessoal com pessoas de índole duvidosa, ingerência no trabalho da polícia federal e com-prometimento da atuação funcional em virtude da efetiva partici-pação na vida social da comarca, inclusive na esfera política”.

O CNMP decidiu pela remoção do promotor do município de Corumbá para o de Coxim, a cerca de 240 quilômetros de Campo Grande. Para os conselheiros, o interesse público não recomenda a permanência do promotor na comarca de Corumbá, independente da comprovação do cometimento de irregularidades. Com infor-mações da Assessoria de Comunicação do CNMP.

Revista Consultor Jurídico, 26 de abril de 2012

CONSULTOR JURíDICO - SP - CONAMP - 27.04.2012

CNMP confirma remoção de promotor de MS

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HOJE EM DIA - P. 27- MINAS - 27.04.2012

Mais um detento foge da prisãoESTADO DE MINAS - P. 07 -27.04.2012

INCêNDIO NO FóRUM

Polícia captura suspeito

Simone LimaA Polícia Civil de Nova Serrana,

no Centro-Oeste de Minas, capturou na manhã de ontem um dos suspeitos de ter incendiado duas salas da Vara Criminal do fórum da cidade, em 2 de janeiro. Na ocasião, quatro funcio-nários e um vigia foram feitos reféns. Cerca de 200 processos ficaram dani-ficados e 300 foram completamente destruídos.

Thiago Rodrigues Ribeiro, de 25 anos, estava no presídio de Unaí, acusado de participar de um assalto. Ao ser detido pela polícia, o jovem apresentou um documento falso, com o nome de Eliel Ribeiro, que, na ver-dade, é irmão do acusado. Segundo o delegado Rodrigo Noronha, nem mesmo os colegas de cela sabiam o verdadeiro nome dele. “Durante as investigaçõesrecebemos informações de que havia um Eliel Ribeiro preso em Unaí. Começamos a achar estra-nha essa coincidência. Foi uma sur-presa, tanto para direção do presídio quanto para os detentos”, conta.

O fórum foi incendiado, segundo Noronha, porque lá havia processos relacionados a assaltos e tentativas de assalto em Nova Serrana, entre 2008 e 2010. Thiago, conhecido como Thia-go Preto, era citado na maior parte dos documentos. Ele já teria, inclusive, duas condenações na Justiça por rou-bo, sequestro e posse ilegal de arma, sendo sentenciado a 20 anos de pri-são. Paulo Batista de Araújo Filho, de 28 anos, que participou da ação, está internado no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, vigiado por policiais militares. Ele foi atingido na cabeça por um tiro quando participava de um assalto em Contagem, na Região Metropolitana de BH. O estado de saúde dele é grave.

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O TEMPO - P. 06 - 27.04.2012Polêmica

Senado aprova venda de remédios em supermercados

BRASÍLIA.

O Senado aprovou, ontem, medida provisória (MP) que libera a venda de remédios em supermercados, armazéns e empórios - desde que não estejam su-jeitos a prescrição médica. O texto pre-vê que os estabelecimentos comerciais devem observar “relação a ser elabora-da pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)” posteriormente, mas não traz regulamentação.

O projeto que transforma a MP em lei será encaminhado para a sanção da presidente Dilma Roussef. Mas até se-nadores aliados do governo criticaram o texto. Ex-ministro da Saúde, o senador Humberto Costa (PT-PE) disse que a ten-dência é a presidente vetar o projeto.

Inclusão. A autorização foi incluída em um texto originalmente encaminhado pelo governo ao Congresso que previa a desoneração das contribuições sociais sobre produtos destinados a portadores de deficiência e do IPI nas operações de compra de veículos automotivos para portadores de deficiência.

Além dos medicamentos, a MP traz outros dez assuntos que não têm ligação com o seu objeto principal. Irritada com o excesso de “contrabandos” no texto, a oposição reagiu. Como os oposicionistas não são contrários à isenção fiscal de pro-dutos para deficientes físicos, acusam o governo de ter se aproveitado de um tema consensual para incluir outros assuntos.

Nos EUA e no Reino Unido, remé-dios que não precisam de prescrição como analgésicos, antitérmicos, antialér-gicos e laxantes, podem ser encontrados em supermercados.

O TEMPO - ON LINE - 27.04.2012

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