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  • UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA

    CURSO DE ENGENHARIA ELTRICA

    ESTUDO SOBRE SDR (SOFTWARE DEFINED RADIO): UMA APLICAO

    Disciplina: Projeto de Graduao Acadmico: Leonardo Perera Cassol

    Professor: Carlos Allan Caballero Petersen

    Passo Fundo, dezembro de 2009.

  • Leonardo Perera Cassol

    Estudo sobre SDR (Software Defined Radio): uma aplicao

    Trabalho apresentado ao curso de Engenharia Eltrica, da Faculdade de Engenharia e Arquitetura, da Universidade de Passo Fundo, como requisito para obteno do ttulo de Engenheiro Eletricista, sob orientao do Prof. Dr. Carlos Allan Caballero Petersen.

    Passo Fundo, 2009

  • Leonardo Perera Cassol

    Estudo sobre SDR (Software Defined Radio): uma aplicao

    Banca Examinadora:

    ____________________________________________________

    Professor Dr. Carlos Allan Caballero Petersen UPF Orientador

    __________________________________________________

    Professor Dr. Paulo Srgio Corra Molina UPF Examinador

    ___________________________________________________

    Professora Dra. Blanca Rosa Maquera Sosa UPF - Examinador

    Passo Fundo, 2009

  • Dedico este trabalho aos meus pais Hlio e Marizete que tanto lutaram

    pela minha educao e pelo apoio que me deram durante toda a caminhada no curso de Engenharia Eltrica, a minha irm Suelen por

    toda a compreenso e a minha namorada Gabriela pelo companheirismo, pacincia,

    compreenso e apoio durante a realizao deste trabalho.

  • AGRADECIMENTOS

    Primeiramente a Deus, por me dar fora, coragem, sabedoria e oportunidade. Aos meus pais por estarem sempre do meu lado me dando foras para prosseguir, principalmente nos momentos em que minhas foras j no existiam mais, aos meus amigos particulares e da graduao por termos dividido nestes anos de graduao nossas tristezas, alegrias, angstias, dvidas e vitrias. A todos os professores do curso de Engenharia Eltrica da Universidade de Passo Fundo pela transmisso de seus conhecimentos. Um agradecimento especial ao professor Carlos, professor orientador deste trabalho por ter acreditado no meu potencial e ter me auxiliado na realizao do mesmo. Enfim, a todos que de uma forma ou outra contriburam para a realizao deste trabalho e pela minha formao acadmica.

  • No cruzes os braos diante de uma dificuldade, pois o maior homem do mundo morreu de braos abertos!

    Bob Marley

  • RESUMO

    A tecnologia SDR (Software Defined Radio) ainda algo novo e, particularmente no Brasil, poucas instituies dedicam-se ao seu estudo. Idealmente, ter-se-ia uma arquitetura nica, digital, responsvel por todo o processamento de sinais do rdio, desde os sinais de rdio-freqncia at os sinais de controle.

    A concepo de um SDR consiste basicamente na substituio dos mdulos de hardware por software, tornando o rdio bastante flexvel aumentando conseqentemente sua empregabilidade. Muitas vantagens podem ser obtidas indiretamente com esta substituio, como o aumento da autonomia da bateria e a diminuio do peso, particularmente a aqueles destinados a serem portteis.

    Este projeto teve por finalidade o estudo sobre os SDR s e suas respectivas formas de demodulao de sinais de radio freqncia bem como o desenvolvimento de uma aplicao de um SDR definido por um receptor de sinais de radio freqncia (RF) modulados em amplitude (AM - amplitude modulation) para operar na faixa de freqncias de 530 kHz a 1600 kHz, sendo a sintonia realizada via software atravs de um microcomputador bem como a utilizao do sistema de udio do mesmo para reproduo dos sinais de banda base.

    Palavras-chave: SDR, receptor de sinais AM, demodulao.

  • LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 1 - DIAGRAMA DE BLOCOS DE UM RECEPTOR SUPER-HETERDINO.[9] ............................ 16 FIGURA 2 - DIAGRAMA DE BLOCOS DE UM RECEPTOR DE CONVERSO DIRETA.[5] ..................... 17 FIGURA 3 - PRINCPIO DE FUNCIONAMENTO DE UM SDR. ..................................................................... 19 FIGURA 4 - ESPECTRO DA BANDA RECEBIDA EM UM SDR.[9]............................................................... 20 FIGURA 5 - DIAGRAMA DE BLOCOS DE UM MISTURADOR EM QUADRATURA.[6] ........................... 23 FIGURA 6 - CIRCUITO BSICO DE UM DETECTOR POR AMOSTRAGEM EM QUADRATURA.[6] ..... 24 FIGURA 7 - CIRCUITO DO DETECTOR DE PRODUTO DE TAYLOE.[2] .................................................... 25 FIGURA 8 - CIRCUITO DO DETECTOR DE PRODUTO DE TAYLOE. ........................................................ 27

    FIGURA 9 - DIAGRAMA TEMPORAL DE ACIONAMENTO DAS CHAVES ANALGICAS. ................... 28 FIGURA 10 - LARGURA DE BANDA DE DETECO DO DETECTOR DE PRODUTO DE TAYLOE. .... 40 FIGURA 11 - DIAGRAMA DE BLOCOS GERAL DO SISTEMA. ................................................................... 43

    FIGURA 12 - CIRCUITO DO FILTRO PASSA-BAIXAS. ................................................................................. 46 FIGURA 13 - SMBOLO LGICO E TABELA DE ACIONAMENTO DO CI 74HC4066. .............................. 52 FIGURA 14 - DIAGRAMA LGICO E TABELA FUNCIONAL DO CI 74HC4017N. .................................... 53 FIGURA 15 - CIRCUITO DO DETECTOR DE PRODUTO DE TAYLOE. ...................................................... 55 FIGURA 16 - CIRCUITO DE UM AMPLIFICADOR DIFERENCIAL. ............................................................. 58 FIGURA 17 - CIRCUITO DOS AMPLIFICADORES DIFERENCIAIS............................................................. 60 FIGURA 18 - CIRCUITO DE DESLOCAMENTO DE FASE. ........................................................................... 62 FIGURA 19 - CIRCUITO DESLOCADOR DE FASE E SOMADOR. ............................................................... 64 FIGURA 20 - DIAGRAMA TEMPORAL DO PROTOCOLO DE COMUNICAO SPI. ............................... 69 FIGURA 21 - FLUXOGRAMA DE INICIALIZAO DO AD9833. ................................................................ 74 FIGURA 22 - FLUXOGRAMA DE ESCRITA NO AD9833............................................................................... 74 FIGURA 23 - CIRCUITO DO OSCILADOR LOCAL. ....................................................................................... 75 FIGURA 24 - CIRCUITO DO MICROCONTROLADOR. ................................................................................. 77

    FIGURA 25 - DIAGRAMA TEMPORAL DE LEITURA NO FT245BL. ........................................................... 78 FIGURA 26 - DIAGRAMA TEMPORAL DE ESCRITA NO FT245BL. ........................................................... 79 FIGURA 27 - CIRCUITO CONVERSOR PARALELO/USB. ............................................................................ 80

    FIGURA 28 - TELA DO SOFTWARE DO RECEPTOR AM. ............................................................................ 81

    FIGURA 29 - VALOR DA FREQNCIA DE SINTONIA PARA EXPERIMENTAO. ............................. 87 FIGURA 30 - SINAIS DE SADA I E Q APS OS AMPLIFICADORES DIFERENCIAIS. ............................ 88 FIGURA 31 - SINAIS DE SADA APS O CIRCUITO DE DESLOCAMENTO DE FASE. ........................... 88 FIGURA 32 - SINAL DE SADA DE UDIO DO RECEPTOR. ........................................................................ 89 FIGURA 33 - RESPOSTA EM FREQNCIA DO HARDWARE DO RECEPTOR. ....................................... 90 FIGURA 34 - RESPOSTA EM FREQUENCIA DO FILTRO PASSA-BAIXAS. ............................................... 94 FIGURA 35 - ACIONAMENTO DAS CHAVES ANALGICAS. ..................................................................... 94 FIGURA 36 - SADAS DO DETECTOR DE PRODUTO DE TAYLOE. ........................................................... 95

  • FIGURA 37 - SADAS I E Q DO DETECTOR DE PRODUTO DE TAYLOE. ................................................. 95 FIGURA 38 - SADA I E Q APS CIRCUITO DE DESLOCAMENTO DE FASE. ......................................... 96 FIGURA 39 - SINAL DE SADA RESULTANTE DO CIRCUITO RECEPTOR. ............................................. 96 FIGURA 40 - LARGURA DE BANDA DE DETECO DO DETECTOR DE TAYLOE. .............................. 97 FIGURA 41 - AMPLIFICADOR OPERACIONAL. ............................................................................................ 98 FIGURA 42 - CIRCUITO DE DESLOCAMENTO DE FASE DE 90 . ............................................................ 100 FIGURA 43 - LAYOUT DA PLACA DE CIRCUITO IMPRESSO. ................................................................. 128

  • LISTA DE TABELAS

    TABELA 1 REGIME TEMPORAL DAS CHAVES ANALGICAS. ....................................................... 31 TABELA 2 - ELEMENTOS NORMALIZADOS DO FILTRO TIPO CHEBYSHEV COM 0,5DB. ............ 48 TABELA 3 - DESCRIO DOS BITS DOS REGISTRADORES DE CONTROLE. .................................. 71 TABELA 4 - REGISTRADORES DE FREQUENCIA E FASE. ................................................................... 72 TABELA 5 - BITS DOS REGISTRADORES DE FREQUNCIA. .............................................................. 72 TABELA 6 - BITS DOS REGISTRADORES DE FASE. .............................................................................. 73 TABELA 7 - SADAS CORRESPONDENTES AOS BITS DE CONTROLE. ............................................. 73 TABELA 8 - DESCRIO DOS PINOS UTILIZADOS DO MICROCONTROLADOR. ........................... 77

  • LISTA DE ABREVIATURAS

    Ohm;

    A Ampre;

    V Volts

    W Watt;

    Ampop Amplificador Operacional; RF Rdio freqncia; SDR Software Defined Radio (rdio definido por software); AM Amplitude Modulation; FM Frequency Modulation; PM Phase Modulation; Hz Hertz;

    FI Frequncia Intermediria; PC Personal Computer (computador pessoal); A/D Analgico para Digital; D/A Digital para Analgico;

    RC Resistor-capacitor; AGC Automatic Gain Control (controle automtico de ganho); MSB Most Significative Bits (bits mais significativos); LSB Low Significative Bits (bits menos significativos); USB Universal Seria Bus; DC Direct conversion (converso direta); SSB Single Side Band (banda lateral nica);

  • SUMRIO

    1. Estudo Terico...................................................................................................................... 15 1.1. Arquitetura dos receptores ......................................................................................... 15

    1.1.1 Receptores superheterodinos .......................................................................... 15 1.1.2 Receptores de converso direta ou homodinos .............................................. 17

    1.2. Software Defined Radio (SDR) ................................................................................. 18 1.2.1. A freqncia intermediria no SDR[7] .......................................................... 20 1.2.2. A rejeio de imagem no SDR ....................................................................... 21 1.2.3. Circuitos conversores de freqncia em quadratura ...................................... 22 1.2.3.1. Misturador em quadratura ........................................................................... 22 1.2.3.2. Detector por amostragem em quadratura ........................................................ 23

    1.3. Introduo ao detector de produto de Tayloe ............................................................ 24 1.3.1. Funcionamento do detector de Tayloe[2] ...................................................... 24 1.3.2. Equacionamento do detector de Tayloe ......................................................... 26 1.3.3. Largura de banda de deteco (banda base) ................................................... 38 1.3.4. Largura de banda de deteco (RF) ............................................................... 40

    2. Receptor de rdio AM para microcomputador ................................................................. 43 2.1. Diagrama de blocos do sistema ................................................................................. 43

    2.1.1. Hardware do receptor ..................................................................................... 44 2.1.2. Software e interface com o usurio ................................................................ 45

    2.2. Desenvolvimento do hardware .................................................................................. 45 2.2.1. Circuito do filtro passa-baixas ....................................................................... 46 2.2.2. Circuito do detector de produto de Tayloe ..................................................... 50 2.2.3. Circuito dos amplificadores somadores ......................................................... 57 2.2.4. Circuito deslocador de fase e somador........................................................... 62 2.2.5. Circuito do oscilador local ............................................................................. 67 2.2.6. Circuito do microcontrolador ......................................................................... 75 2.2.7. Circuito conversor Paralelo/USB ................................................................... 77

    2.3. Desenvolvimento do software ................................................................................... 80 2.3.1. Descrio do software de controle do receptor .............................................. 81 2.3.2. Instrues de utilizao do software de controle do receptor ........................ 83

    2.4. Simulaes do hardware do receptor ......................................................................... 84

  • 2.5. Resultados experimentais do hardware do receptor .................................................. 86 2.6. Placa de circuito impresso ......................................................................................... 90

    ANEXO A SIMULAO NO SOFTWARE PROTEUS .................................................... 94 ANEXO B EQUAO GERAL DE FUNCIONAMENTO DO AMPOP[10] ...................... 98 ANEXO C PROJETO DO CIRCUITO DESLOCADOR DE FASE DE 90 ..................... 100 ANEXO D FIRMWARE DO MICROCONTROLADOR.................................................. 105 ANEXO E SOFTWARE DO APLICATIVO DE CONTROLE DO RECEPTOR ............ 110 ANEXO F CIRCUITO FINAL DO RECEPTOR ............................................................... 129 ANEXO G LAYOUT DA PLACA DE CIRCUITO IMPRESSO ...................................... 128 ANEXO H FOTOS DO PROTTIPO ................................................................................ 132

  • 14

    INTRODUO

    Com o grande avano da tecnologia veio introduo de microprocessadores em equipamentos de radiocomunicaes para controle de funes internas e incluso de novos recursos, introduzindo-se tambm a possibilidade de se controlar os equipamentos de rdio a partir de um computador por meio de interfaces e portas de comunicao utilizando um software adequado para controle de numerosas funes do equipamento de rdio. Juntamente veio a introduo de modernos equipamentos de radio com chips DSP aos quais permitem mediante tcnicas digitais construir filtros de passagem de banda, de supresso de rudo entre outras possibilidades, muito eficazes, e ainda melhor que os construdos tradicionalmente com circuitos analgicos sendo estes receptores denominados de SDR.

    Idealmente, um SDR consiste num rdio cujos mdulos de hardware so substitudos por software. Desta maneira, as etapas de modulao e/ou demodulao, a sntese de freqncias, a gerao de freqncias intermedirias (FI), as filtragens entre outros passam a serem processados todos de forma digital. Essa substituio traz consigo diversas vantagens, tais como a reduo de custo e consumo, d uma maior flexibilidade na implementao de novas funcionalidades, a diminuio de tamanho e peso e facilita a manuteno e atualizao destes equipamentos. Devido grande utilizao desses equipamentos atualmente este trabalho tem o intuito de desenvolver um rdio definido por software que consiste em um receptor de rdio AM por converso direta. Basicamente seu funcionamento est baseado em um detector por amostragem em quadratura gerando sinais de banda base que sero digitalizados, enviados ao PC pelo barramento USB onde sero processados e disponibilizados no sistema sonoro do mesmo.

  • 15

    1. Estudo Terico

    1.1.Arquitetura dos receptores

    O papel de um receptor em rdio comunicao est relacionado transmisso inteligente de informaes de um lugar para outro, sem qualquer meio fsico entre as antenas de transmisso e recepo. Os blocos de construo bsicos de um sistema de rdio comunicao so os transmissores e os receptores. Uma comunicao ocorre quando o transmissor envia uma onda eletromagntica para um receptor e ento o receptor demodula e recupera o sinal de banda base enviado pelo transmissor. Dentre as vrias configuraes dos receptores, os mesmos so julgados quanto a sua capacidade de atenuar o rudo provindo da transmisso pelo meio de comunicao ao qual submetido. Dentre as vrias configuraes dos receptores podemos citar os receptores superheterodinos e os de converso direta (DC - direct conversion) ou homodinos.

    1.1.1 Receptores superheterodinos

    A pea chave na arquitetura do receptor superheterodino uma ou mais converses de freqncia entre o sinal desejado de RF e o detector. A etapa de converso de freqncia tem dois objetivos principais, o primeiro a translao do sinal de RF a uma freqncia mais baixa onde possvel realizar-se filtros passa-faixa mais estveis e de fcil implementao, e o segundo usar o deslocamento de freqncia para rejeitar sinais potencialmente interferentes. O propsito original do receptor superheterodino foi melhorar a seletividade com respeito aos receptores de radio freqncia sintonizada (RFS).

    A seo de translao de freqncia (pontos D e E na Figura 1) tambm considerada parte do Front-end de um receptor em muitos livros. Ela consiste de um misturador de freqncia e um oscilador local. A sada dessa seo chamada de freqncia intermediria. O estgio de translao de freqncia seguido de um amplificador denominado de

  • 16

    amplificador de FI. Esse amplificador (pontos F, G e H na Figura 1) basicamente um amplificador de rdio freqncia sintonizado em uma nica freqncia.

    Uma amostra da sada do amplificador de FI aplicada a seo de controle automtico de ganho (AGC) (pontos L e M na Figura 1). O propsito dessa seo manter o nvel do sinal de sada mais ou menos constante. O circuito de controle automtico de ganho consiste de um retificador e um filtro para as ondulaes que produzem uma tenso de controle DC, sendo essa tenso de controle DC proporcional ao nvel de sinal de entrada de RF (ponto N na Figura 1).

    O estgio de deteco tem a funo de recuperar qualquer modulao do sinal de RF de entrada sendo que o tipo de detector depende do tipo de modulao usado no sinal de entrada. Sinais modulados em amplitude (AM) geralmente so manipulados por um detector de envoltria. Sinais de SSB, DSBSC usaro um detector de produto enquanto que sinais de FM e PM necessitaro de um detector sensvel a fase. Os estgios de sada (pontos J e K na Figura 1) so usados para amplificao dos sinais demodulados.

    Figura 1 - Diagrama de blocos de um receptor super-heterodino.[9]

  • 17

    1.1.2 Receptores de converso direta ou homodinos

    Os receptores de converso direta so assim denominados porque a freqncia do sinal de entrada convertida para banda base diretamente, sem passos intermedirios, como acontece, por exemplo, nos receptores superheterodinos, onde feita a converso para uma freqncia intermediria, para depois ser feita uma nova converso para obter-se o sinal de banda base desejada.

    A Figura 2 ilustra o sistema mais simples de um receptor de converso direta. O sinal captado da antena convertido no misturador diretamente para banda base. Este sinal de banda base passa por um filtro onde so eliminadas as componentes de alta freqncia do sinal e aps o mesmo amplificado pelo amplificador de udio. O papel do misturador realizar uma operao matemtica entre os sinais provindos da antena e o sinal do oscilador local, sendo que esta operao resulta na soma e tambm na subtrao entre a freqncia recebida e a freqncia do oscilador.

    Figura 2 - Diagrama de blocos de um receptor de converso direta.[5]

  • 18

    1.2.Software Defined Radio (SDR)

    Em se tratando de SDR, podemos encontrar diversas definies para descrev-lo. De uma maneira bem resumida podemos dizer que um SDR basicamente um rdio em que algumas ou todas as funes fsicas so definidas via software. Um rdio um sistema de comunicao sem fio que transmite a informao atravs da propagao das ondas eletromagnticas pelo espao. Uma grande diversidade de tipos de rdios existe atualmente, caracterizados, por exemplo, pelas freqncias de operao, tcnicas de modulao, codificao da informao e protocolos e os mesmos esto presentes em um grande ramo de itens tais como celulares, computadores, veculos, televises dentre muitos outros mais.

    Um SDR realiza a maior parte das funes de um equipamento de rdio, incluindo as mais importantes, mediante o software implementado no computador. Em primeiro lugar, h que se dizer que existe uma enorme diferena entre um radio definido por software e outro controlado por software. Quase todos os equipamentos de rdio modernos dotados de interfaces de informtica, so equipamentos que possuem opo de serem controlados por computador, permitindo que se controle e visualize em parte ou todas as funes e parmetros que normalmente esto presentes no painel frontal do equipamento, tais como, freqncia, modo de operao (AM, FM, SSB...), controle automtico de ganho (AGC) dentre outros. Existem at equipamentos de rdio comunicao que nem sequer painis frontais possuem, sendo controlados totalmente por um computador, que realiza todas as funes de um painel de comando. Nos SDR so utilizadas sofisticadas tcnicas de processamento digital de sinal, mediante a introduo de chips DSP, implementados ao nvel das etapas de udio, para melhorar a inteligibilidade e qualidade dos sinais. Um SDR composto de pelo menos duas partes, que so:

    Circuito conversor de freqncia em quadratura (hardware): faz parte do hardware do dispositivo. responsvel pela converso de freqncia do sinal de RF a ser recebido para uma freqncia intermediria (FI) suficientemente baixa para poder ser processada por uma placa de som de um microcomputador ou ainda por um conversor A/D adequado, em dois canais, em quadratura, determinados sinais em fase (I) e quadratura (Q);

  • 19

    Programa de computador (software): permite processar matematicamente os sinais em quadratura (I e Q) vindos do hardware, digitalizados por ele ou ainda digitalizados pelo conversor A/D da placa de som. Este software realiza uma combinao matemtica adequada dos sinais I e Q de modo a rejeitar a freqncia imagem indesejvel existente na converso de freqncia, em seguida, efetuando a demodulao do sinal.

    Ainda relacionado ao circuito conversor de freqncia em quadratura existem hoje circuitos de diversas configuraes que permitem a obteno destes sinais dentre os quais vale citar o misturador em quadratura, o detector por amostragem em quadratura e o QSD duplamente balanceado. A Figura 3 mostra o diagrama de blocos bsico de um SDR onde podemos ver que na parte de hardware encontra-se o conversor de freqncia em quadratura onde os sinais de FI so gerados que aps serem filtrados so enviados para um computador ou ainda um DSP onde estes sinais sero processados.

    Figura 3 - Princpio de funcionamento de um SDR.

  • 20

    1.2.1. A freqncia intermediria no SDR[7]

    A freqncia intermediria (FI) dos sinais em quadratura gerados (I e Q) deve ser suficientemente baixa para que estes sinais possam ser processados pela placa de som do PC, que corresponde na verdade, a uma freqncia na faixa de udio e ultra-som que vai de zero Hertz at a freqncia determinada pelo Teorema de Nyquist, que exatamente igual metade da taxa de amostragem dos conversores A/D da placa de som do PC. A maior taxa de amostragem das placas de som dos PCs de 48 kHz e, em vista disso os sinais em quadratura que sero processados pelo software SDR devem ter largura de banda que vai desde 0 (Hz) a 24 kHz. Como o software do SDR processa corretamente as freqncias negativas pelo fato de rejeitar a freqncia imagem, permitir ento, receber uma faixa de freqncias que vai desde -24 kHz a 24 kHz em torno da freqncia do oscilador local como mostrado na Figura 4.

    Portanto, em vista disso, a banda total recebida por um SDR exatamente igual taxa de amostragem utilizada e a freqncia central da banda corresponde freqncia do oscilador local. Citando um exemplo prtico para um valor de freqncia do oscilador local de 4 MHz, teremos que a banda total recebida ser:

    (4 24 ) (4 24 )BW MHz kHz MHz kHz= +

    4 24 4 24BW MHz kHz MHz kHz= + +

    48BW kHz=

    Figura 4 - Espectro da banda recebida em um SDR.[9]

  • 21

    1.2.2. A rejeio de imagem no SDR

    Num SDR, os sinais em quadratura que foram gerados pelo circuito conversor de freqncia em quadratura (e que ambos os sinais I e Q contm a indesejvel freqncia imagem) so digitalizados pela placa de som do PC, e em seguida processados digitalmente pelo software SDR, que defasa o sinal Q em 90 negativos, e aps soma com o sinal I, obtendo assim, um nico sinal de FI, com a freqncia imagem rejeitada. Aps, esse nico sinal de FI poder ser submetido a outros processamentos digitais, como por exemplo, a demodulao AM, SSB, FM, e DRM dentre outras . Aps a demodulao do sinal, o mesmo convertido de analgico para digital pela placa de som (conversores DAC) para sinais de udio, e conforme o tipo de modulao poder ser monofnico ou estreo (canais D e E).

    Podemos notar que neste processo, fica evidente que o grau de rejeio da freqncia imagem depender muito da preciso dos dois defasamentos de 90, um do circuito conversor de freqncia em quadratura e outro do defasamento em 90 do sinal Q, e ainda, do grau de amplitude dos sinais I e Q. No prprio software SDR, geralmente feito um ajuste fino e automtico do grau de rejeio da freqncia imagem.

    Mais detalhadamente, o processo de rejeio da freqncia imagem dado, matematicamente por:

    0( ) cos(2. . . ) cos(2. . . )II t f t f tpi pi= + (1.0)

    0( ) sin(2. . . ) sin(2. . . )IQ t f t f tpi pi= (1.1)

    Mantendo o sinal ( )I t inalterado e multiplicando o sinal ( )Q t pela varivel imaginria j teremos:

    0( ) cos(2. . . ) cos(2. . . )II t f t f tpi pi= + (1.2)

    0( ) .sin(2. . . ) .sin(2. . . )IQ t j f t j f tpi pi= (1.3)

    Como:

  • 22

    .sin( ) cos( )j =

    Teremos que o sinal ( )Q t ser dado por:

    ( ) 0cos(2. . . ) cos(2. . . )IQ t f t f tpi pi= (1.4)

    Somando os dois sinais ( )I t e ( )Q t , teremos um novo sinal, sem a interferncia da freqncia imagem que dado por:

    ( ) ( ) 0 0cos(2. . . ) cos(2. . . ) cos(2. . . ) cos(2. . . )I If t f t f t f tI t Q t pi pi pi pi+ + + = ( ) ( ) 0cos(2. .. . )2I t Q t f tpi+ =

    1.2.3. Circuitos conversores de freqncia em quadratura

    Como j mencionado, estes circuitos so responsveis pela converso de freqncia do sinal de RF para uma freqncia intermediria suficientemente baixa para poder ser processada por uma placa de som de um microcomputador ou ainda por um conversor A/D adequado, em dois canais, em quadratura, determinados de I (In-phase signal) e Q (Quadrature signal).

    Atualmente, existem diversos tipos distintos de circuitos destinados a este fim e hoje, os mais utilizados so os misturadores em quadratura e os detectores por amostragem em quadratura.

    1.2.3.1.Misturador em quadratura

    Basicamente, este misturador em quadratura consiste em dividir o sinal de rdio

    freqncia recebido ( ( ))RFx t multiplicando uma amostra deste sinal por um oscilador local

  • 23

    ( )LOf , e outra amostra deste sinal pelo oscilador local ( )LOf defasado de 90. Deste processo so gerados os dois sinais de sada em quadratura ( )I t e ( )Q t . O oscilador local responsvel pela converso para a freqncia intermediria. A Figura 5 mostra o diagrama de blocos simplificado deste circuito conversor de freqncia em quadratura.

    Figura 5 - Diagrama de blocos de um misturador em quadratura.[6]

    1.2.3.2. Detector por amostragem em quadratura

    Neste tipo de circuito conversor de freqncia em quadratura o processo uma espcie de converso direta, onde em cada ciclo da freqncia de chaveamento se obtm uma amostra do sinal de udio em cada uma das sadas (0, 90, 180, 270). Assim, sero obtidas quatro sadas com defasagens distintas e com essas quatro sadas distintas que se obtm os sinais em quadratura I e Q atravs da soma dos sinais com defasagem 0 e 180, e dos sinais 90 e 270. Essa soma realizada utilizando-se amplificadores operacionais na configurao diferencial. Posteriormente, os sinais obtidos nessa deteco so filtrados por um filtro passa-baixa do tipo RC, formado pela impedncia da antena e pelos capacitores de amostragem de cada ponto do comutador rotativo como mostra a Figura 6.

  • 24

    Figura 6 - Circuito bsico de um detector por amostragem em quadratura.[6]

    1.3.Introduo ao detector de produto de Tayloe

    O detector de produto de Tayloe converte de um sinal de RF para um sinal de banda base e consiste da comutao de chaves que servem para amostrar a forma de onda de RF quatro vezes a cada perodo da freqncia de RF. Essas amostras so integradas ao longo do tempo, produzindo uma tenso mdia nas sadas 0, 90, 180 e 270. A tenso na sada 0 o

    sinal de banda base em fase ( )I t , e a tenso na sada 90 o sinal de banda base em quadratura ( )Q t . Alternativamente, para incrementar ganho, o sinal na sada 0 pode ser somado diferencialmente com o sinal na sada 180 para formar o sinal em fase ( )I t , e o sinal na sada 90 pode ser somado diferencialmente com o sinal na sada 270 para produzir o sinal

    em quadratura ( )Q t .

    1.3.1. Funcionamento do detector de Tayloe[2]

    Este circuito representa um simples e barato detector de produto que facilita a converso de um sinal para banda base sem a interferncia da indesejvel freqncia imagem. A comutao de chaves usada em combinao com capacitores para integrar amostras do

    sinal de entrada. O sinal em fase ( )I t e o sinal em quadratura ( )Q t que resultam representam o sinal de interesse de banda base.

  • 25

    Figura 7 - Circuito do detector de produto de tayloe.[2]

    A Figura 7 ilustra um receptor de converso direta utilizando este detector. Neste circuito esto presentes: resistores, circuito de polarizao, chaves de comutao, capacitores, amplificadores somadores e estgios de atraso de fase.

    Em operao, o sinal de RF ou IF 1( )f recebido pelo resistor 32 ( )FILTERR . Este resistor forma um filtro passa-baixa do tipo RC em combinao com cada um dos capacitores

    denominado por 72, 74, 76, 78 ( )fC . Depois que o sinal de RF passa pelo resistor 32 o mesmo recebido na comutao das chaves de entrada. A freqncia de comutao das chaves controlada por um sinal presente na entrada de controle 40. A freqncia do sinal de entrada de controle igual a quatro vezes a freqncia do oscilador local que existe nos receptores de converso direta simples. Como resultado, o sinal de entrada 36 est presente em cada uma das quatro sadas (0, 90, 180, 270) durante um quarto do perodo da freqncia do sinal que se deseja receber.

    Durante o tempo em que a chave conecta a entrada na sada, o capacitor carregado. O mesmo ocorre para cada um dos capacitores 72, 74, 76, 78, porm em tempos seqentes distintos. No ciclo de comutao das chaves para as quatro sadas, os capacitores se carregam com os valores iguais as tenses mdias do sinal de entrada durante seus respectivos intervalos de tempo Cada capacitor um integrador, onde cada um integra um quarto do perodo da forma onda do sinal de entrada.

    A sada 42 representa o valor mdio do sinal de entrada durante o primeiro quarto do perodo do sinal de entrada e determinado de sada 0. A sada 44 representa o valor mdio do sinal de entrada durante o segundo quarto do perodo do sinal de entrada e determinado

  • 26

    de sada 90. A sada 46 representa o valor mdio do sinal de entrada durante o terceiro quarto do perodo do sinal de entrada e determinado de sada 180. A sada 48 representa o valor mdio do sinal de entrada durante o quarto quarto do perodo do sinal de entrada e determinado de sada 270.

    As sadas 42, 44, 46, 48 so as entradas dos amplificadores somadores 50 e 52. O amplificador somador 50 soma diferencialmente a sada 0 e a sada 180, assim produzindo o

    sinal de banda base em fase ( )I t . O amplificador somador 52 soma diferencialmente a sada 90 e a sada 270, assim produzindo o sinal de banda base em quadratura ( )Q t . O sinal de banda base em fase ( )I t 54 e o sinal de banda base em quadratura ( )Q t 56 so as entradas de um circuito de atraso de fase 58 que desloca a fase do sinal de banda base em quadratura ( )Q t. Os sinais resultantes ento so somados por um amplificador somador para produzir o sinal de interesse.

    O detector de produto de Tayloe apresenta diversas vantagens em relao a outros circuitos destinados a este fim. Uma das vantagens a baixa perda de converso que pode ser menor que 1dB, ou seja, em torno de 7dB abaixo dos conversores tpicos6. Outra vantagem do detector de produto de Tayloe sua banda estreita de deteco. Como j mencionado, o resistor de entrada e os capacitores ( )fC formam um filtro passa-banda para RF. O efeito do chaveamento dos quatro capacitores forma um filtro passa-baixa que se torna um filtro passa-

    banda em torno da freqncia 1f , sendo que a largura de banda deste filtro passa-banda determinada pela correta seleo do resistor e dos capacitores.

    1.3.2. Equacionamento do detector de Tayloe

    O detector de produto de Tayloe mostrado na Figura 8. Como j mencionado anteriormente, cada chave (CH1, CH2, CH3, CH4) permanece fechada um determinado tempo. Esse tempo determinado pela freqncia de chaveamento que ser aplicada a entrada de controle de um circuito integrado que desempenhar o papel de acionamento das chaves. O

    sinal de entrada ( )iV t e os sinais de sada so 1( )oV t , 2 ( )oV t , 3( )oV t e 4 ( )oV t que correspondem respectivamente as j mencionadas sadas 0, 90, 180 e 270.

  • Figura

    O sinal de entrada

    genericamente representado por:

    Onde, o sinal de banda base

    A freqncia do sinal da portadora

    freqncia do sinal de banda base

    um sinal de largura de banda de RF, ou seja, um sinal de altabanda base, sendo assim, podemos

    Portanto, vlido considerar que em um perodo do sinal da portadora

    banda base ( )z t praticamente constante. Para tal considerao, a freqncia de comutao

    Figura 8 - Circuito do detector de produto de Tayloe.

    O sinal de entrada ( )iV t um sinal de radiofreqncia, modulado em amplitude epresentado por:

    ( ). 1 .( ) . ( )Pi A m zV t t w t = +

    de banda base ( )z t e o sinal da portadora ( )w t so

    ( ) cos(2. . . )mz t f tpi= ( ) cos(2. . . )cw t f tpi=

    A freqncia do sinal da portadora determinada por Cf (carrierfreqncia do sinal de banda base determinado por mf (message). O sinal da banda base

    de largura de banda de aproximadamente a 20 k(Hz). O sinal da portadorde RF, ou seja, um sinal de alta freqncia, quando comparado com a banda base, sendo assim, podemos dizer que:

    mCf f

    , vlido considerar que em um perodo do sinal da portadora

    praticamente constante. Para tal considerao, a freqncia de comutao

    27

    um sinal de radiofreqncia, modulado em amplitude

    (1.5)

    so representados por:

    carrier) enquanto que a O sinal da banda base

    a 20 k(Hz). O sinal da portadora um sinal quando comparado com a freqncia do sinal de

    , vlido considerar que em um perodo do sinal da portadora ( )w t o sinal de praticamente constante. Para tal considerao, a freqncia de comutao

  • 28

    de cada chave deve ser exatamente igual freqncia do sinal da portadora e, ainda, devem ter acionamento seqencias, ou seja, quando a primeira chave estiver fechada, todas as outras devem permanecer abertas. Somente quando a primeira chave abrir a segunda chave fechar e assim por diante. A Figura 9 ilustra a seqncia de comutao das chaves sendo o perodo da freqncia de comutao de cada chave o perodo da freqncia da portadora do sinal de entrada.

    Figura 9 - Diagrama temporal de acionamento das chaves analgicas.

    Quando uma das chaves estiver fechada, teremos um circuito RC srie sendo que a mesma permanece fechada durante um perodo de tempo muito curto determinado por:

    14.on C

    t f=

    Da mesma forma, como o perodo de chaveamento para cada uma das chaves

    determinado pelo perodo do sinal da portadora, o tempo em que ela permanece aberta

    determinado por:

    1ch

    C

    T f=

  • 29

    off ch ont T t=

    1 14.C

    offC

    t f f=

    34.ff C

    ot f=

    Como j mencionado, o sinal de banda base pode ser considerado constante no perodo da freqncia da portadora, porm como cada chave ir fechar em um tempo

    determinado por um quarto do perodo da portadora, na chave CH1 teremos o sinal de entrada

    ( )x t sendo que na chave CH2 o sinal ser ( )x t defasado de 90. Na chave CH3 o sinal ser

    ( )x t defasado de 180 enquanto que na chave CH4 o sinal ( )x t defasado de 270. Ento,

    teremos que:

    ( ) ( )( )1 . 1 . .cos .Pi CCH A m zV t tt = + (1.6) ( )2 . 1 . .cos( .( ) )2Pi CCH A m z t tV t pi = +

    (1.7)

    ( ) ( )3 . 1 . .c( .) osPi CCH A m z t tV t pi = + (1.8) ( ) 3( )4 . 1 . .cos( . )2Pi CCH A m z tV t t pi = +

    (1.9)

    Como:

    ( )cos . sin( . )2C Ct tpi = + ( )cos . cos( . )C Ct t pi =

    ( )3cos . sin( . )2C Ct tpi =

    Teremos:

    ( ) ( )( )1 . 1 . .cos .Pi CCH A m zV t tt = + (2.0) ( )2 . 1 . .sin( .) )(i CPCH A m z tV tt = +

    (2.1)

    ( ) ( )( )3 . 1 . .cos .CPiCH A mt tV z t = + (2.2)

  • 30

    ( )4 . 1 .( ) .sin( . )Pi CCH A m z tV t t = +

    (2.3)

    Da Figura 11 quando a chave CH1 fechar o capacitor ir comear a se carregar atravs do resistor R. Considerando o capacitor inicialmente descarregado, a corrente no instante em que a chave fechar dada pelo valor da tenso de entrada dividido pelo resistor R, pois inicialmente o capacitor em regime de corrente alternada se comporta como um elemento de baixssima impedncia e pode ser considerado como um curto circuito. Como o perodo em que a chave permanece fechada muito pequeno, o capacitor no ir se carregar totalmente, e ento podemos considerar que a corrente que flui no instante em que a chave fechada dada por:

    ( ) ( )iViRt

    t = (2.4)

    Conhecendo a corrente que flui no capacitor, podemos encontrar a tenso em cada uma das sadas do circuito. A tenso em um capacitor em funo do tempo dada por:

    ( ) ( )0

    1. .

    T

    CV t i t dtC=

    (2.5)

    Como j mencionado, cada chave (CH1, CH2, CH3, CH4) permanece fechado por um perodo de tempo igual, porm nunca todas ficam fechadas juntas. O tempo em que cada chave permanece fechada dado por:

    14. 2.n C

    o

    C

    T fpi

    = =

    A Tabela 1 mostra o tempo correspondente que cada chave permanece fechada

    durante um perodo do sinal da portadora:

  • 31

    CH1 CH2 CH3 CH4

    104. Cf

    1 14. 2.C Cf f

    1 32. 4.C Cf f

    3 14. C Cf f

    Tabela 1 Regime temporal das chaves analgicas.

    Portanto, atravs dessa anlise as sadas do detector de produto de Tayloe so

    determinadas atravs das equaes:

    ( )1

    4.

    11 0

    1 .( )1

    .

    c

    o

    fV i t dt

    Ct =

    (2.6)

    ( )1

    2.

    212

    4

    2

    .

    ( ) 1 . .c

    c

    f

    f

    oV t i t dtC=

    (2.7)

    ( )3

    4.

    313

    2

    3

    .

    ( ) 1 . .c

    c

    f

    f

    oV t i t dtC=

    (2.8)

    ( )1

    434

    4.

    41

    .) .(c

    c

    f

    f

    o i t dtV t C=

    (2.9)

    Como os valores dos capacitores C1, C2, C3, C4 devem ter valores iguais,

    determinaremos que:

    1 2 3 4

  • 32

    E, portanto:

    ( )1

    4.

    10

    11( ) . .

    c

    o

    fi dt

    CV tt =

    (3.0)

    ( )2.

    2

    1

    21

    4.

    1. .( )

    c

    c

    f

    f

    oV t i t dtC=

    (3.1)

    ( )4.

    3

    3

    31

    2.

    1. .( )

    c

    c

    f

    f

    oV t i t dtC=

    (3.2)

    ( )1

    43

    4.

    4 ( )1

    . .

    c

    c

    f

    f

    o iV t dtCt =

    (3.3)

    Portanto, atravs das equaes (3.0), (3.1), (3.2) e (3.3) as tenses nas sadas correspondentes para cada chave so determinadas, respectivamente:

    Para a chave CH1, substituindo a equao (1.6) em (2.4), teremos:

    ( ) ( ) ( )1 . 1 . .cos .CPA m z t ti t R +

    =

    (3.4)

    Substituindo a equao (3.4) na equao (3.0), teremos:

    ( ) ( )20

    1

    .

    . 1 . .cos .1. .( )

    c

    P CoV t

    A m z t tdt

    C R

    pi

    + =

    (3.5)

    ( ) ( )2.

    10

    . 1 .. cos . .( )

    .

    c

    Po C

    A m z tt dt

    RV

    Ct

    pi

    +

    = (3.5)

    A integral indefinida de uma funo cossenoidal dada por:

  • 33

    ( ) 1cos . . .sin( . )x dx x =

    ( )1

    . 1 . 1 1. .sin( . ) .sin( .0)

    . 2.( )o C C

    C C C

    PA m zVC

    tt

    w wR

    pi

    + =

    (3.5)

    ( )1

    . 1 . 1 1. .sin( ) .sin(0)

    . 2( )o

    C C

    PA m z tR C

    V t pi

    + =

    (3.5)

    Como:

    ( )sin 1;sin 0 02pi

    = =

    ( )1

    . 1 ..

    ) 1. 0(o PC

    A m z tR C

    V t

    + =

    (3.5)

    ( )1

    . 1 .( ). .C

    Po

    A m z tt

    R CV

    + =

    (3.5)

    Para a chave CH2, substituindo a equao (1.7) em (2.4), teremos:

    ( ) ( ) ( )2 . 1 . .sin .CPA m z t ti t R +

    =

    (3.6)

    Substituindo a equao (3.6) na equao (3.1), teremos:

    ( ) ( )2.

    2

    . 1 . .sin .1( ) . .c

    c

    Co

    PA m z t tV tt

    dC R

    pi

    pi

    + =

    (3.7)

    ( ) ( )2.

    2

    . 1 .. sin . .

    .

    ( )c

    c

    o CPA m z t t

    CV d

    Rt t

    pi

    pi

    +

    = (3.7)

  • 34

    A integral indefinida de uma funo senoidal dada por:

    ( ) 1sin . . .cos( . )x dx x =

    ( )2

    . 1 . 1 1. . ( . ) . ( . )

    . .

    (2

    )o C CC C C

    P

    C

    VA m z t

    cos w cos wR C

    tpi pi

    + =

    (3.7)

    ( )2

    . 1 . 1 1. . ( ) . ( )

    . 2( )

    C

    Po

    C

    A m z tcoV s os

    R Ct c

    pipi

    + =

    (3.7)

    Como:

    ( )cos 0;cos 12pi

    pi

    = =

    ( )2

    . 1(.

    ) . 1. 0oC

    PA m z tR C

    V t

    + =

    (3.7)

    ( )2

    . 1 .( ). .C

    Po

    A m z tt

    R CV

    + =

    (3.7)

    Para a chave CH3, substituindo a equao (1.8) em (2.4), teremos:

    ( ) ( ) ( )3 . 1 . .cos .CPA m z t ti t R +

    =

    (3.8)

    Substituindo a equao (3.8) na equao (3.2), teremos:

    ( ) ( )3.

    3

    .

    2. 1 . .co( s .1) . .

    c

    c

    Co

    PA m z t t dV t tC R

    pi

    pi

    + =

    (3.9)

  • 35

    ( ) ( )32

    3

    .

    .

    . 1 .. cos . .

    .

    ( )c

    c

    o CPA m z t t dt

    R CV t

    pi

    pi

    +

    = (3.9)

    A integral indefinida de uma funo cossenoidal dada por:

    ( ) 1c . . .sin( . )os x dx x =

    ( )3

    . 1 . 1 3. 1. .sin( . ) .sin( . )

    . 2.( )o C C

    C C C C

    PA m z tw w

    R CV t pi pi

    + =

    (3.9)

    ( )3

    . 1 . 1 3. 1. .sin( ) .sin( )

    . 2( ) Po

    C C

    A mR

    tz

    Vt

    Cpi

    pi

    + =

    (3.9)

    Como:

    ( )3.sin 1;sin 02pi

    pi

    = =

    ( )3( )

    . 1 . 1. 0

    .

    o

    C

    PA m z tR C

    V t

    + =

    (3.9)

    ( )3

    . 1 ..

    ).

    (oC

    PA m z tR C

    V t

    + =

    (3.9)

    Para a chave CH4, substituindo a equao (1.9) em (2.4), teremos:

    ( ) ( ) ( )4 . 1 . .sin .CPA m z t ti t R +

    =

    (4.0)

    Substituindo a equao (4.0) na equao (3.3), teremos:

  • 36

    ( ) ( )2.

    3..

    4

    2

    . 1 . .sin .( ) 1 . .c

    c

    CPo

    A m z ttV t

    td

    C R

    pi

    pi

    + =

    (4.1)

    ( ) ( )2.

    3.2

    4

    .

    . 1 ..( sin . .

    .

    )c

    c

    o CPV t

    A m z tt dt

    R C

    pi

    pi

    +

    = (4.1)

    A integral indefinida de uma funo senoidal dada por:

    ( ) 1sin . . .cos( . )x dx x =

    ( )4

    . 1 . 1 2. 1 3.. .cos( . )( .cos( . )

    .

    )2.o C C

    P

    C C C C

    V tA m z t

    w wR C

    pi pi

    + =

    (4.1)

    ( )4

    . 1 . 1 3. 1. .cos( ) .cos(2. )

    . 2( )

    C C

    PoV t

    A m z tR C

    pipi

    + =

    (4.1)

    Como:

    ( )3.cos 0;cos 2. 12pi

    pi

    = =

    ( )4

    . 1 . 1. 0

    .

    ( ) PoC

    A m z tR C

    V t

    + =

    (4.1)

    ( )4

    . 1 ..

    ).

    (oC

    PA m z tR C

    V t

    + =

    (4.1)

    As equaes (3.5), (3.7), (3.9) e (4.1) representam as quatro sadas do detector de produto de Tayloe em funo do tempo, que nada mais so do que amostras do sinal de banda

    base. Analisando a equao (3.5) e relao equao (3.9) podemos notar que os sinais de entrada so defasados em 90, pois:

  • 37

    cos( ) sin( . )2 C tpi =

    O mesmo ocorre com respeito s equaes (3.7) e (4.1). Como cada sinal difere do outro, respectivamente em 90, os sinais com defasagem de 180 podero ser somados, acrescentando um ganho e resultando em dois novos sinais. Estes sinais resultantes so denominados de sinal em fase (I) e sinal em quadratura (Q).

    Ento, se somarmos diferencialmente as equaes (3.5) e (3.9), teremos o sinal em fase (I). Da mesma forma, somando diferencialmente as equaes (3.7) e (4.1), teremos o sinal em quadratura (Q).

    ( ) 1 3( ) ( )o oV t V tI t = (4.2)

    ( ) ( ) ( ). 1 . . 1 .. . . .C C

    P PA m z t A m z tI tR C R C

    + + =

    (4.2)

    ( ) ( ) ( ). 1 . . 1 .. . . .C

    P

    C

    PA m z t A m z tI tR C R C

    + + = +

    (4.2)

    ( ) ( ). 1 .2.. .

    P

    C

    A m z tI t

    R C +

    =

    (4.2)

    ( ) 2 4( ) ( )o oV t V tQ t = (4.3)

    ( ) ( ) ( ). 1 . . 1 .. . . .C C

    P PA m z t A m z tQ tR C R C

    + + =

    (4.3)

    ( ) ( ) ( ). 1 . . 1 .. . . .C

    P

    C

    PA m z t A m z tQ tR C R C

    + + = +

    (4.3)

    ( ) ( ). 1 .2.. .

    P

    C

    A m z tQ tR C

    + =

    (4.3)

    Sabemos que:

    2.C

    CTpi

    = (4.4)

  • 38

    Portanto, substituindo a equao (4.4) nas equaes (4.2) e (4.3) respectivamente teremos:

    ( ) ( ). .(1 . ). .

    Cp

    TI t A m z tR Cpi

    = +

    (4.5)

    ( ) ( ). .(1 . ). .

    Cp

    TQ t A m z tR Cpi

    = +

    (4.6)

    Analisando os sinais ( )I t e ( )Q t podemos notar que estes representam nada mais do que o sinal de banda base ( )z t adicionado a uma componente contnua. Estes sinais em quadratura podem ainda serem defasados separadamente, obtendo-se dois sinais iguais com

    mesma fase. Se os mesmos forem somados, como resultado ter um nico sinal, no caso o

    sinal de banda base desejado.

    1.3.3. Largura de banda de deteco (banda base)

    Um circuito RC, srie nada mais do que um filtro passa-baixa quando em regime

    permanente de corrente alternada. Sua funo de transferncia[1] dada por:

    ( ) 1( ) 1 . .

    Y sX s s R C

    =

    +

    A freqncia de corte deste filtro determinada por:

    ( 3 )1 ( )

    2. . .dBf Hz

    R Cpi=

    (4.7)

    Como j mencionamos, a freqncia do sinal de banda base muito menor que a freqncia do sinal da portadora. Como o perodo do chaveamento do circuito to pequeno,

  • 39

    para o sinal de banda base, em um perodo da portadora, podemos considerar que os quatro capacitores C1, C2, C3 e C4 encontram-se em paralelo.

    Portanto, como os quatro capacitores so iguais, como se estivssemos um novo

    capacitor que assumir o valor:

    1 2 3 4resultanteC C C C C= + + +

    Como:

    1 2 3 4C C C C C= = = =

    Teremos que:

    resultanteC C C C C= + + + (4.8)

    4.resultanteC C=

    (4.8)

    Portanto, do ponto de vista do sinal da banda base podemos considerar que o circuito

    resultante um circuito RC, em que a taxa de atenuao de 20 . A freqncia

    de corte deste filtro, substituindo a equao (4.8) em (4,7) dada por:

    ( 3 )1 ( )

    2. . .(4. )dBf HzR Cpi = (4.9)

    A largura de banda de um filtro dada por:

    2 1c cBW f f= (5.0)

    Como o filtro do tipo passa-baixas:

    2 ( 3 )c dBf f = (5.1)

    21

    2. . .(4. )cf HzR Cpi=

    (5.1)

  • 40

    1 0cf Hz= (5.2)

    Portanto, substituindo as equaes (5.1) e (5.2) na equao (5.0) a largura de banda do filtro para o sinal de banda base a ser demodulado determinado por:

    2 1c cBW f f= (5.0)

    1 02. . .(4. )BBBW R Cpi=

    (5.3)

    ( )1

    2. . . 4.BBBW Hz

    R Cpi=

    (5.3)

    1.3.4. Largura de banda de deteco (RF)

    Do ponto de vista de radiofreqncia, como j mencionado anteriormente, o detector de produto de Tayloe se comporta como um filtro passa-banda de alta seletividade. A Figura 10 ilustra idealmente a largura de banda de deteco do ponto de vista do sinal de banda base e do ponto de vista de RF.

    Figura 10 - Largura de banda de deteco do detector de produto de Tayloe.

  • 41

    O detector de produto de Tayloe pode ser analisado como um filtro de comutao digital. Isso significa que ele opera como um filtro de alta seletividade e sua largura de banda de deteco[8] dada por:

    1. . .

    RFBW Hzn R Cpi

    =

    (5.4)

    Onde n o nmero de capacitores do detector. A seletividade do mesmo

    determinada por:

    CRF

    RF

    fQBW

    =

    (5.5)

    Onde Cf a freqncia do sinal a ser recebido, ou seja, a freqncia de comutao de cada uma das chaves. Da Figura 12 podemos notar que a banda de deteco do detector de Tayloe do ponto de vista de RF simplesmente o dobro da largura de banda do detector do ponto de vista do sinal de banda base.

    Vamos considerar que o detector de produto de Tayloe estar em um receptor operando na freqncia de 10 MHz com largura de banda do sinal de banda base de 3kHz. O resistor R ser representado pela impedncia da antena, por exemplo 50. Portanto, da equao (5.3) que representa a largura de banda de deteco para o sinal de banda base, acharemos o valor do capacitor C.

    ( )1 ( )

    2. . . 4.BBBW Hz

    R Cpi=

    1 ( )2. . .4. BB

    C FR BWpi

    =

    1 ( )2. .50.4.3000

    C Fpi

    =

    265 ( )C n F

    Da equao (5.4), a largura de banda de deteco de RF dada por:

  • 42

    1. . .

    RFBWn R Cpi

    =

    6RFBW kHz

    Como podemos observar, a largura de banda de deteco de RF nada mais do que a translao no espectro de freqncia do filtro de banda base centrado na freqncia de chaveamento de cada uma das chaves do detector, comprovando que:

    2.RF BBBW BW=

    Da equao (5.5), a seletividade deste detector dada por:

    cRF

    RF

    fQBW

    =

    106000RF

    MQ =

    1670RFQ

    Do valor encontrado para a seletividade do filtro podemos notar que o mesmo se comporta com um filtro passa-banda de alta de alta seletividade, conforme mencionado anteriormente.

  • 43

    2. Receptor de rdio AM para microcomputador

    O sistema desenvolvido consiste de um receptor de rdio de converso direta para sinais AM, operando em uma faixa de freqncias determinada (530kHz 1600kHz). Este receptor de rdio foi desenvolvido utilizando o Detector de produto de Tayloe na etapa de converso de freqncias seguindo determinadas tcnicas que o caracterizaro como um SDR. Basicamente, um sistema de hardware responsvel pela parte de converso de freqncias, sendo o processamento dos sinais e ajuste de freqncia realizada pelo microcomputador.

    2.1. Diagrama de blocos do sistema

    O sistema do receptor de rdio construdo com base em alguns princpios j utilizados nos receptores tradicionais. Este sistema dotado de um filtro de entrada da antena, um oscilador local dentre outros mais circuitos para tratamento dos sinais. O diagrama de blocos do receptor mostrado na Figura 11.

    Figura 11 - Diagrama de blocos geral do sistema.

  • 44

    2.1.1. Hardware do receptor

    O hardware do sistema encarregado por toda a parte de converso de freqncia dos sinais de entrada de RF. Como o receptor desenvolvido de converso direta, o mesmo dever apresenta em sua sada o sinal de banda base desejado, sem a interveno de etapas intermedirias no processo de converso de freqncias. O hardware composto de:

    Filtro de entrada: o filtro de entrada do sistema tem a funo de atenuar os sinais de rdio freqncia indesejado ao receptor. Idealmente, os sinais de rdio freqncia desejados para este receptor correspondem a uma faixa determinada, ento o mesmo deveria ter um filtro passa-banda na entrada da antena, porm, como a resposta em freqncia do detector de Tayloe uma resposta passa banda, o mesmo possuir um filtro passa-baixa, que desenvolve a funo de atenuar interferncias de sinais de freqncias elevadas gerados pelo circuito de deteco.

    Detector de Tayloe: o detector de produto de Tayloe tem a funo de demodular o sinal de RF. O sinal de sada do detector o sinal de banda base desejado, sendo que, o mesmo disponibiliza quatro sadas, defasadas respectivamente 90 uma da outra.

    Amplificadores diferenciais: os amplificadores operacionais na configurao diferencial tm a funo de subtrair os sinais vindos da sada do detector de Tayloe. Na sada dos amplificadores diferenciais teremos duas sadas correspondentes respectivamente ao sinal de banda base em fase (I) e a o sinal de banda base em quadratura (Q).

    Circuito defasador somador: este circuito tm a funo de defasar os sinais provindos do circuito dos amplificadores somadores afim de torn-los dois sinais de mesma fase e aps som-los, disponibilizando na sua sada um nico sinal analgico, de udio.

    Oscilador Local: o oscilador local tem a funo de gerar o sinal de freqncia a ser determinada para controle do chaveamento do detector de produto de Tayloe.

  • 45

    Microcontrolador (Firmware): o microcontrolador responsvel por receber dados digitais provindos do microcomputador, interpret-los e ajustar a freqncia do oscilador local para a freqncia desejada pelo usurio.

    Conversor Paralelo/USB: este circuito responsvel por converter os dados digitais provindos do microcontrolador de maneira paralela para sinais digitas dentro do protocolo de comunicao USB.

    2.1.2. Software e interface com o usurio

    Como j mencionado anteriormente, o receptor desenvolvido tem caractersticas que o designam como um SDR e, portanto toda a parte de processamento dos sinais vindo da placa de hardware realizada pelo microcomputador. Em um SDR, os sinais em quadratura vindos do hardware so injetados na entrada de udio no microcomputador e aps so digitalizados, filtrados, demodulados e posteriormente disponibilizados em um sistema de udio.

    Neste projeto, o sinal de banda base (udio) analgico provindo da placa de hardware injetado a entrada de udio do microcomputador. Neste projeto, um aplicativo desenvolvido em ambiente Windows processa este sinal da maneira adequada e disponibiliz-o na sada de udio do mesmo. Este aplicativo tambm disponibiliza ao usurio final o ajuste da freqncia de sintonia, sendo tudo realizado atravs do microcomputador e dos seus perifricos de entrada e sada, que no caso sero o teclado, o mouse e ainda o sistema de udio e vdeo.

    A comunicao entre o sistema de hardware do receptor com o microcomputador realizada atravs do protocolo USB, pois atualmente existe um circuito integrado comercial bastante utilizado fabricado pela FTDI (Future Technology Devices International) que possibilita a comunicao a elevadas taxas de transmisso, sendo estas suficientes para o projeto a ser desenvolvido.

    2.2. Desenvolvimento do hardware

  • Neste item so apresentadohardware da Figura 13. Para uma melhor compreenso, dos circuitos projetados.

    2.2.1. Circuito do filtro passa

    O filtro de entrada do receptor utilizados somente componentes discretos como capacdeste filtro na entrada do receptor disso, foi escolhido um filtro passana banda passante por apresentar uma resposta praticamente plana na banda pjuntamente a uma boa atenuao das freqncias indesejveis.na Figura 12.

    Do circuito da Figura

    e 2R a resistncia de carga do circuito

    descritas a seguir. A relao entre as resistncias dada por:

    Os valores dos indutores e capacitores do circuito so dados por:

    apresentados os circuitos projetados para cada um dos blocos da Para uma melhor compreenso, juntamente esto anexad

    iltro passa-baixas

    O filtro de entrada do receptor um filtro passa-baixa do tipo passivo, onde so utilizados somente componentes discretos como capacitores, indutores e resistores. A funo

    ltro na entrada do receptor atenuar as freqncias indesejveis na recepo, em vista disso, foi escolhido um filtro passa-baixa do tipo Chebyshev de 5 ordem com 0,5dB de ripple

    por apresentar uma resposta praticamente plana na banda pjuntamente a uma boa atenuao das freqncias indesejveis. O circuito do filtro mostrado

    Figura 12 - Circuito do filtro passa-baixas.

    Figura 12 temos que 1R representa a impedncia da antena do receptor

    a resistncia de carga do circuito. As equaes[4] para dimensionamento deste filtro so descritas a seguir. A relao entre as resistncias dada por:

    1 2.R r R=

    s valores dos indutores e capacitores do circuito so dados por:

    1.k k

    c

    RL g

    =

    (5.6)

    46

    os circuitos projetados para cada um dos blocos da parte de o anexadas simulaes

    baixa do tipo passivo, onde so

    itores, indutores e resistores. A funo

    atenuar as freqncias indesejveis na recepo, em vista do tipo Chebyshev de 5 ordem com 0,5dB de ripple

    por apresentar uma resposta praticamente plana na banda passante

    O circuito do filtro mostrado

    resenta a impedncia da antena do receptor

    para dimensionamento deste filtro so

    s valores dos indutores e capacitores do circuito so dados por:

  • 47

    1

    1.

    .

    k kc

    C gR

    =

    (5.7)

    Onde C representa o valor da freqncia de corte do filtro em rad s e kg so os

    valores dos indutores e dos capacitores do filtro normalizados para:

    1 1( )r =

    1( )c rad s =

    A ordem do filtro representada por n . Os parmetros r e ng so obtidos da

    comparao entra a funo de transferncia do circuito do filtro com as funes de filtragem

    e, os seus valores so no caso filtros de Chebishev dados por:

    Para n mpar= :

    1r =

    Para 1k = :

    2. kk

    ag

    =

    Para 2,3, ,k n= :

    1

    1 1

    4. ..

    k kk

    k k

    a agb g

    =

    Onde, para 1,2,3, ,k n= :

    ( )2. 1 .sin

    2.kk

    an

    pi =

  • 48

    2 2 .sin ( )kkbn

    pi= +

    sinh( )2.n =

    Em diversos livros especficos sobre anlise de filtros, encontram-se tabelas com os

    valores de kg para filtros com diferentes ordens, e diferentes valores de ripple na banda de

    passagem, para fins de anlise de sua sntese. A Tabela 2 apresenta os valores de kg para

    filtros de ordem 1 6 com 0,5dB de amplitude de ripple na banda passante.

    Tabela 2 - Elementos normalizados do filtro tipo Chebyshev com 0,5dB.[12]

    O receptor, como j mencionado, ir receber sinais AM com largura de banda de:

    1600 530BW kHz kHz=

    1,07BW MHz=

    Como o filtro ser do tipo passa-baixa, a freqncia de corte ser dada ento por:

    1600cf kHz=

  • 49

    Como:

    2. . ( )C c radf s pi= Ento:

    2. .1,6 ( )C radM s pi=

    10,05 ( )C radM s

    Para o projeto do filtro, sabemos que:

    1 50R =

    0,5pA dB=

    5n =

    Da Tabela 2:

    1 1,7058g =

    2 1, 2296g =

    3 2,5408g =

    4 1, 2296g =

    5 1,7058g =

    Como 1 5g g= , da equao (5.7):

    ( )1 5 61 . 1,705850.10,05 10C C Fx

    = =

    1 5 3,4C C nF=

    ( )3 61 . 2,540850.10,05 10C Fx

    =

    3 5,0C nF

  • 50

    Como 2 4g g= , da equao (5.6):

    ( )42 50 . 1,229610,05L L HM

    = =

    2 4 6,1L L H=

    Portanto, como os valores dos capacitores, indutores e capacitores calculados nem sempre so valores aos quais os fabricantes disponibilizam. Em valores comerciais teremos:

    1 2 50R R= =

    1 5 3,3C C nF= =

    3 4,7C nF=

    4 6, 2sL L H= =

    Na Figura 25 presente no Anexo A temos a resposta em freqncia deste filtro simulado no software Proteus, onde podemos notar uma alta atenuao das freqncias indesejveis.

    2.2.2. Circuito do detector de produto de Tayloe

    O circuito do detector de produto de Tayloe feito utilizando-se chaves analgicas como podemos observar na Figura 7. Cada uma das chaves ir permanecer fechada por um quarto do perodo do sinal de RF ao qual queremos demodular, portanto, ser utilizado um circuito integrado que possui internamente quatro chaves analgicas, e ainda, outro circuito integrado que far o acionamento das chaves, sendo que este dever ter um sinal na sua entrada quatro vezes maior que a freqncia do sinal de interesse, para fim de que cada chave permanea fechada o tempo determinado pela freqncia do sinal a sua entrada.

  • 51

    O circuito integrado das chaves analgicas ser o 74HC4066[12] fabricado pela PHILIPS, escolhido devido a algumas de suas caractersticas, onde vale citar seu baixo valor da resistncia da chave quando fechada, pois esta estar em srie com a antena, e quanto menor seu valor menor a perda por converso do detector. A Figura 13 mostra o smbolo lgico das chaves deste circuito integrado juntamente a sua tabela funcional. As principais razes para escolha deste circuito integrado so:

    Baixa resistncia ON;

    - 50 tpico para VCC = +4,5V; - 45 tpico para VCC = +6,0V; - 35 tpico para VCC = +9,0V;

    Alimentao: VCC = -0,5V VCC = +11,0V;

    Mxima variao de resistncia ON; - 5 tpico para VCC = +4,5V; - 4 tpico para VCC = +6,0V; - 3 tpico para VCC = +9,0V;

    Freqncia mxima de operao; - 180 MHz para VCC=+4,5V, RL=50 e CL=10pF; - 200 MHz para VCC=+9,0V, RL=50 e CL=10pF;

    Mxima capacitncia da chave de 8pF;

  • 52

    Figura 13 - Smbolo lgico e tabela de acionamento do CI 74HC4066.

    O circuito integrado utilizado para acionamento das chaves analgicas utilizado o MC74HC4017N[14]] fabricado pela MOTOROLA. Este circuito integrado um contador de dcadas que utiliza na sua arquitetura interna cinco estgios de contadores Johnson e os decodifica promovendo uma operao em alta velocidade. A Figura 14 mostra o diagrama lgico deste circuito juntamente a sua tabela funcional. Este circuito integrado foi escolhido devido a algumas de suas caractersticas dentre as quais:

    Sadas diretamente interfaceadas para CMOS, NMOS e TTL;

    Alimentao: VCC = -0,5V VCC = +7,0V;

    Alta imunidade a rudo de dispositivos CMOS;

    Baixa corrente de entrada: 1 A;

    Mxima freqncia de clock (50% duty cycle); - 4 MHz para VCC=+2,0V e -55C

  • 53

    Figura 14 - Diagrama lgico e tabela funcional do CI 74HC4017N.

    Generalizando, a caracterstica principal pela qual estes dois circuitos integrados foram escolhidos a sua freqncia mxima de operao, pois este um fato determinante para o projeto. A freqncia mxima de comutao a qual ser submetida cada uma das chaves analgicas ser a prpria freqncia de sintonia do receptor e a freqncia mxima do sinal TTL na entrada do CI para acionamento das chaves quatro vezes maior, ento, teremos:

    1600tunningf kHz=

    4.1600tayloef kHz= 6, 4tayloef MHz=

    Portanto, a freqncia mxima do sinal aplicado na entrada de controle da chave e na entrada do CI para acionamento das chaves para a tenso de alimentao de +5V dada, respectivamente por:

    74 4066180

    HCmxf MHz

    1,6mxcomutao

    f MHz=

    74 4066mx HCcomutao mxf f<

  • 54

    1,6 180MHz MHz<

    74 401720

    HCmxf MHz

    1,6mxsinal

    f MHz=

    74 4017mx HCsinal mxf f<

    6,4 20MHz MHz<

    Estas relaes demonstradas acima deixam bem claro que o circuito no apresentar problemas quando estiver operando na sua freqncia mxima de sintonia. A Figura 15 ilustra o circuito do detector de produto de Tayloe.

  • 55

    Figura 15 - Circuito do detector de produto de Tayloe.

    Como podemos ver, aps passar por um resistor que no caso representado pela impedncia da antena o sinal de entrada ligado diretamente as entradas das quatro chaves, em paralelo. Quando uma chave fechada o circuito resultante um circuito RC, passa-baixa, e da equao (5.3) calcularemos o valor dos capacitores C1, C2, C3 e C4 para uma largura de banda determinada. Um sinal modulado em amplitude tem por definio que o sinal de banda base um sinal de voz, ento, sua largura de banda ser determinada por:

    4BBBW kHz=

    Da equao (5.3), o valor dos capacitores C1, C2, C3 e C4 sero dados por:

    ( )1

    2. . . 4.BBBW Hz

    R Cpi=

  • 56

    Onde o resistor dado pela impedncia de entrada da antena e ainda a resistncia da

    chave quando q mesma encontra-se fechada (ON). Da folha de dados do circuito integrado 74HC4066 a resistncia que as chaves apresentam quando se encontram em estado ON :

    50switchonR

    Ento:

    _switchonR R R ANTENA= +

    50 50R = + 100R =

    Portanto, o valor de C ser:

    12. . .4. BB

    C FR BWpi

    =

    12. .100.4.4000

    C Fpi

    =

    100C nF

    Sendo que:

    1 2 3 4C C C C C= = = =

    O circuito integrado 74HC4066 ser alimentado com uma tenso de +5V. Na sua folha de dados, temos que com uma alimentao unipolar, quando a chave estiver fechada, somente

    passar sinais por ela que estejam compreendidos entre sua tenso de alimentao, portanto, ser adicionada uma tenso DC ao sinal de entrada vindo da antena, para no ocorrer perda da

    parte negativa deste sinal. O acionamento das chaves realizado pelo circuito integrado

    74HC4017, que disponibiliza 10 sadas digitais, sendo que somente so utilizadas 4 destas

    sadas e para isto utilizado o pino de master reset, que acionado quando ocorre mudando

    de nvel lgico baixo para nvel lgico alto na sada Q4 do mesmo.

  • 57

    Como todo o circuito ser alimentado com a tenso de +5V, faremos um divisor resistivo a fim de acrescentar essa tenso contnua na entrada da chave analgica. O circuito dado pelos componentes: R1, R2, R3, C5 e C6. Os resistores R1 e R2 formaro um divisor resistivo com o valor da metade da tenso de alimentao, sendo que os capacitores C5 e C6 tero a funo de estabilizar a tenso caso ocorra oscilaes na fonte de alimentao do circuito sendo que a tenso gerada injetada nas entradas das chaves analgicas atravs do resistor R3. Portanto, faremos com que:

    1 2 6,8R R k= =

    3 270R =

    5 22C F=

    6 100C nF=

    2.2.3. Circuito dos amplificadores diferenciais

    A funo deste circuito realizar a subtrao de quatro sinais de banda base provindos das quatro sadas do detector de produto de Tayloe. Essa soma realizada atravs de amplificadores operacionais. Aps uma anlise de diversos circuitos integrados de amplificadores operacionais, por diversos fatores o amplificador operacional utilizado ser o circuito integrado NE5534[13] fabricado pela Philips Semiconductors. Suas principais caractersticas so:

    Tenso de rudo de entrada mxima de 4 ;

    Ganho de tenso AC: 6000 10kHz;

    Slew rate: 13V/s;

    Tenso de alimentao: 3V 20V.

    Na Figura 16 temos o circuito de um dos amplificadores somadores.

  • 58

    Figura 16 - Circuito de um amplificador diferencial.

    Neste circuito, idealmente deveramos ter um resistor conectado ao terminal positivo do amplificador operacional para ser considerado como um amplificador na configurao diferencial. Como o ganho dos amplificadores deve ser ajustado devido ao fato dos sinais disponibilizados pelo detector de Tayloe possurem um leve desbalanceamento, este corrigido pelo ganho deste circuito, o valor destes resistores no presentes neste circuito deveriam mudar seu valor conforme o ganho ajustado. Em virtude disso, o resistor desprezado, no acarretando mudanas significativas no ganho do circuito.

    Da equao geral do funcionamento dos amplificadores operacionais presente no Anexo C:

    0 1 2. . 1 .pp fn fn

    i ipi pp ni ni

    R R RV V V

    R R R R

    = + +

    (6.8)

    Onde:

    ppR

    lim 1pp

    pp

    Rpi pp

    RR R

    =

    +

    Como o sinal na entrada negativa est defasado 180 do sinal na entrada positiva, podemos dizer que:

    2 1i iV V=

  • 59

    0 1 1. 1 ( ).fn fni ini ni

    R RV V V

    R R

    = +

    0 1. 1 2.fn

    ini

    RV V

    R

    = +

    Portanto, o ganho do circuito como podemos ver na equao (6.9) dado por:

    01

    1

    1 2. fnvi ni

    RVAV R

    = = +

    Como o ganho deste circuito elevado e o mesmo determinado pela relao dos

    resistores fnR e niR :

    1fnni

    RR

    >>

    Portanto, em relao entrada 1iV e em relao 1iV e 2iV as sada do circuito da Figura

    16 so determinado respectivamente por:

    0 22. .fn

    ini

    RV V

    R

    (6.9)

    ( )0 1 2.fn i ini

    RV V V

    R

    (7.0)

  • 60

    Figura 17 - Circuito dos amplificadores diferenciais.

    Os amplificadores operacionais tm alimentao unipolar como mostra a Figura 17, pois o receptor ter disponvel somente este tipo de fonte de alimentao. O amplificador operacional, quando alimentado com fonte de alimentao unipolar dever ter uma tenso com o valor da metade da fonte de alimentao somado a entrada positiva, mas, como o sinal de RF antes de demodulado pelo detector de produto de Tayloe j est com um off-set DC de valor +2,5V, o mesmo torna-se desnecessrio. Da Figura 17 temos dois amplificadores operacionais, sendo um destinado a somar dois sinais (0 degrees-180 degrees) para formar o sinal em fase (I) e o outro destinado a somar dois sinais (90 degrees-270 degrees) para formar o sinal em quadratura (Q). As sadas em fase (I) e em quadratura (Q) so determinadas pela equao (7.0):

    ( )0 1 2.fn i ini

    RV V V

    R

    =

    (7.0)

    .(0 180 )in phase dfnni

    egrees degrees

    RR

    V

    =

    (5.8)

    .(90 270 )quadrature dfn egreesn

    r e

    ideg e sV

    RR

    =

    (5.9)

  • 61

    Como:

    180 0degrees degrees= (6.0)

    270 90degrees degrees= (6.1)

    Substituindo as equaes (6.0) e (6.1) respectivamente nas equaes (5.8) e (5.9):

    .(0 ( 0 ))in phase dfnni

    egrees degrees

    RV

    R=

    (6.2)

    .(0 0 )in phase degrees degreefnni

    s

    RV

    R= +

    (6.2)

    2. .(0 )fnin phase degni

    reesVRR

    = (6.2)

    .(90 ( 270 ))quadrature dfnn

    egrees degreesi

    RR

    V = (6.3)

    .(90 90 )quadrature degreesfnni

    degrees

    RR

    V = + (6.3)

    2. .(90 )fnquadrature deg eesni

    rV

    RR

    =

    (6.3)

    Das equaes (6.2) e (6.3) podemos ver que so gerados os dois sinais em quadratura e, alm do ganho proporcionado pelos resistores fnR e niR este circuito apresenta ainda um

    ganho de valor igual a dois, pois estamos somando diferencialmente dois sinais defasados de

    180. Os valores de fnR , niR e fnC determinaro o ganho necessrio para termos na sada

    destes amplificadores um sinal com amplitude ideal para o processamento digital que ocorrer no microcontrolador.

  • 62

    2.2.4. Circuito deslocador de fase e somador

    A funo deste circuito defasar os sinais provindos do circuito dos amplificadores somadores de tal maneira a que os mesmos possam ser somados, resultando em um nico sinal. O amplificador operacional utilizado no circuito de deslocamento de fase o TL074[17]] fabricado pela ST Microeletronics, e o mesmo foi escolhido devido a algumas caractersticas vantajosas que o mesmo possui em relao a outros operacionais do mercado se destacando o fato deste circuito integrado possuir quatro amplificadores operacionais internamente. Para o circuito somador foi utilizado o amplificador operacional NE5534 descrito no captulo 2.2.3. As principais caractersticas do circuito integrado TL074 so:

    Baixo rudo 15 (tpico); Entradas J-Fet de alta impedncia;

    Alto slew rate: 13V/s;

    Tenso de alimentao: 18V.

    Na Figura 18 temos o circuito de deslocamento de fase.

    Figura 18 - Circuito de deslocamento de fase.

  • 63

    Este circuito constitudo da associao de filtros passa-tudo, que so subdivididos em duas redes, de forma que o nvel de tenso de suas sadas pemaneam constantes, variando somente as suas fases, uma em relao outra, resultando em uma defasagem de 90 entres os

    sinais de sada 1oV e 2oV . A fim de minimizar o erro de fase entre as duas redes e melhorar o

    desempenho destes filtros um nmero de sees so cascateados de tal maneira que as duas redes sigam cada uma com uma faixa de freqncia de interesse distinta a fim de

    manter a amplitude constante. Considerando inV um sinal senoidal:

    ( ) sin( . )inV t t=

    Fasorialmente:

    0inV

    A defasagem dos sinais de sada 1( )oV t e 2 ( )oV t em relao ao sinal de entrada ( )inV t desconhecida, porm conhecida a defasagem entre os dois sinais de sada, como de interesse. Portanto, os sinais de sada de forma fasorial e temporal respectivamente so:

    1 oV 1( ) sin( . )oV t t = +

    2 90oV + 1( ) sin( . 90 )oV t t= +

    Os sinais provindos do circuito dos amplificadores somadores podem ser considerados como um mesmo sinal, pois possuem amplitudes iguais, porm com fases diferentes. Estes sinais em quadratura podem ser representados temporalmente por:

    0 0( ) cos( . )V t t=

    90 0( ) sin( . )V t t=

    Fasorialmente, representando os dois sinais com um nico sinal somente com fase diferente:

    0 0( ) cos( . )V t t=

    0 V

  • 64

    90 0( ) sin( . )V t t=

    0 90V +

    Portanto, conforme a Figura 18 se injetarmos o sinal 0 ( )V t na rede de deslocamento superior e o sinal 90 ( )V t na rede de deslocamento inferior teremos:

    1 0 oV V =

    2 0 0 90 90 180oV V V = + + = +

    Como os sinais 1oV e 2oV tem defasagem de 180 um do outro, podemos dizer que:

    1 0 oV V =

    2 0 oV V =

    Estes dois sinais ento so somados diferencialmente pelo circuito somador, resultando em um sinal com o dobro da amplitude, ou seja, incrementando um ganho 2 a este circuito. O circuito deslocador de fase e somador e mostrado da Figura 19.

    Figura 19 - Circuito deslocador de fase e somador.

  • 65

    O circuito implementado mostrado na Figura 19 apresenta duas sees, cada uma com dois filtros cascateados resultando em 4n = , sendo to menor o erro de fase entre os dois

    sinais de sada quanto maior a ordem do filtro, representado por n . Na literatura tcnica

    adota-se 10R k= com preciso de 1%. Com este valor para R o circuito apresenta ganho

    unitrio e ento necessrio determinar as constantes de tempo determinadas por 1 1.R C ,

    2 2.R C , 3 3.R C e 4 4.R C . Para se determinar esses valores foi elaborado um programa no

    software Mathematica da Wolfram Research (Anexo D) pelo professor orientador. A versatilidade do programa permite fazer a estimativa dos valores das constantes de tempo para rede de diferentes ordens. De posse dos valores das razes e das constantes, atribui-se valores aos capacitores para se determinar os valores dos resistores ou vice-versa. O programa disponibiliza razes positivas e negativas, sendo as positivas correspondentes a uma rede e as negativas a outra. Como o sinal de entrada um sinal de voz, a largura de banda do circuito de deslocamento de fase e a ordem do filtro respectivamente so determinadas por:

    1 200f Hz=

    2 5f kHz= 4n =

    Os valores das razes disponibilizadas pelo programa:

    1 11496,1P =

    2 763,41P =

    3 -51713,4P =

    4 -3434,08P =

    Portanto, adotando 1 2 3 4 10R R R R k= = = = os capacitores so determinador por:

    11 1

    1 1 8,7. 10 .11496,1

    C nFR P k

    = =

    22 2

    1 1 130. 10 .763,41

    C nFR P k

    = =

  • 66

    33 3

    1 1 1,9. 10 .51713,4

    C nFR P k

    = =

    44 4

    1 1 29. 10 .11496,1

    C nFR P k

    = =

    O circuito somador um amplificador operacional na configurao diferencial. Como

    o ganho do mesmo unitrio:

    13 14 15 10R R R k= = =

    Como a alimentao do circuito unipolar, na entrada positiva do amplificador

    operacional devemos acrescentar uma tenso contnua no valor da metade da fonte de

    alimentao para fins de polarizao. Deste modo, foi utilizado um divisor resistivo, onde a

    impedncia em corrente alternada deve ser exatamente igual ao valor de 15R , portanto:

    16 17 20R R k= =

    A impedncia equivalente em regime de corrente alternada:

    16 17

    16 17

    . 20 .20 1020 20eqAC

    R R k kR kR R k k

    = = = + +

    O capacitor 8C limita o ganho do circuito em alta freqncia, desempenhando o papel

    de um filtro. A largura de banda do circuito de 5kHz, ento:

    815

    1 1 3,22. . . 2. .5 .10c

    C nFf R k kpi pi= = =

  • 67

    2.2.5. Circuito do oscilador local

    A funo do circuito do oscilador local gerar um sinal de freqncia quatro vezes maior que o sinal da portadora desejada na recepo e injet-lo no circuito integrado 74HC4017 que far o correto acionamento das quatro chaves do detector de produto de Tayloe. O circuito integrado utilizado para este fim o AD9833[16], fabricado pela Analog Devices.

    Este circuito integrado um DDS (Direct Digital Synthesis). O mesmo requer um clock de referencia de at 25 MHz, um resistor de baixa preciso e capacitores de desacoplamento para disponibilizar sinais gerados digitalmente, com freqncia de at 12,5 MHz. Adicionalmente, para gerar estes sinais de RF, este circuito integrado plenamente capaz de gerar uma gama de simples e complexos esquemas de modulao. Estes esquemas de modulao so totalmente implementados no domnio digital, permitindo precisas e simples realizaes da modulao de complexos algoritmos utilizando tcnicas dos processadores digitais de sinais. O circuito interno do AD9833 consiste das seguintes sees principais:

    Oscilador controlado numericamente + moduladores de fase: Essa seo consiste de dois registradores de seleo de freqncia, um acumulador de fase, dois registradores de offset de fase e um somador de offset de fase. O principal componente do NCO (Numerical Controlled Oscillator) um acumulador de fase de 28 bits que monta a componente de fase do sinal de sada. Sinais contnuos no tempo tem uma faixa de variao de fase que varia entre 0 e 2. Fora desta faixa de nmeros, uma funo senoidal repete-os de maneira peridica. Na implementao digital no diferente. O acumulador simplesmente escalona a faixa de fase dentro de uma palavra digital. O acumulador de fase no AD9833

    implementado com 28 bits, sendo assim, 282 2pi= . Da mesma forma, o termo

    escalonado dentro de uma faixa que varia de 280 2 1phase< < .

    Portanto, a freqncia do sinal de sada determinada por;

    28

    .

    2phase MCLKff =

  • 68

    A entrada para o acumulador de fase pode ser selecionada pelos registradores FREQ0 e FREQ1 sendo estes controlados pelo bit FSELECT. Estes osciladores controlados numericamente geram inerentemente sinais fase continua evitando assim qualquer descontinuidade quando se altera o valor da freqncia destes sinais. Seguinte ao NCO, um offset de fase pode ser adicionado para realizar modulao de fase, utilizando registradores de fase de 12 bits. O contedo de um desses registradores adicionar valores de fase nos mais significativos bits do NCO. O AD9833 possui dois registradores de fase, e a resoluo desses registradores de 2 4096.

    SIN RON: para fazer a sada de um NCO ser til, ela deve ser convertida para uma informao de fase dentro de um valor senoidal. Desde que a informao de fase mapeie diretamente na amplitude, o SIN ROM usa a informao de fase digital como um endereo para uma tabela, e converte essa informao em amplitude. Apesar de o NCO conter um acumulador de fase de 28 bits, a sada do NCO truncada em 12 bits. Usando a mxima resoluo do acumulador de fase

    impraticvel e desnecessrio uma vez que iria requerer uma tabela com 2"#

    entradas. necessrio apenas ter suficiente resoluo de fase tal que os erros do truncamento sejam menores que a resoluo do DAC de 10 bits. Isso requer que o SIN ROM tenha apenas dois bits de resoluo de fase a mais que o DAC de 10 bits.

    Conversor analgico para digital (DAC): o AD9833 tem um conversor digital para analgico de 10 bits de fonte de corrente de alta impedncia. O DAC recebe as palavras digitais do SIN ROM e converte-as dentro das tenses analgicas correspondentes. O DAC configurado para operao single-ended. Nenhum resistor de carga requerido, pois o dispositivo possui um resistor de 200 () internamente. O DAC gera uma tenso de sada tpica de 0,6Vpp.

    Regulador: VDD provm de uma fonte de alimentao requerida para a seo analgica e para a seo digital do AD9833. Essa fonte de alimentao pode ter valores de +2,3V +5,5V. A seo digital interna opera a +2,5V. Um regulador interno regula a tenso aplicada em VDD para +2,5V. Quando uma tenso aplicada no pino VDD do AD9833 igual ou menor que +2,7V, o pino CAP/2.5V

  • 69

    e o pino VDD devem ser ligados juntos deste modo contornando o regulador interno.

    A descrio funcional deste circuito integrado dada em uma interface serial. O AD9833 tem uma interface serial de 3 pinos, que compatvel com os protocolos de comunicao SPI, QSPI, MICROWIRE e DSP. O dado carregado no dispositivo como uma palavra digital de 16 bits sob o controle de um clock de entrada serial, SCLK. O diagrama temporal de comunicao dado na Figura 20.

    Figura 20 - Diagrama temporal do protocolo de comunicao SPI.

    Os registradores de controle do AD9833 so registradores de 16 bits. Todos os bits de controle, exceto o bit MODE, so amostrados na borda negativa do sinal de MCLK. Na Tabela 3 temos a descrio individual de cada um dos bits dos registradores de controle.

    Bit: Nome: Funo:

    D15 D15 Deve ser zero para alterar o contedo dos registradores de controle. Para outras operaes indica o registrador ao qual ser quer alterar.

    D14 D14 Deve ser zero para alterar o contedo dos registradores de controle. Para outras operaes indica o registrador ao qual ser quer alterar.

    D13 B28 Duas operaes so requeridas para carregar completamente uma palavra dentro dos registradores de freqncia. B28=1 permite uma palavra completa para ser carregada em um registrador de freqncia em duas escritas consecutivas. A primeira escrita contm o 14 bits LSB do registrador de freqncia e a prxima escrita contm os 14 bits MSB. Os primeiros 2 bits de cada palavra de 16 bits define o

  • 70

    registrador de freqncia ao qual ser carregado, e deveria ser o mesmo para as duas escritas. Quando B28=0 o registrador de freqncia de 28 bits opera como 2 registradores de 14 bits, um contendo os MSB e os outro contendo os LSB. Isso significa que os 14 bits MSB podem ser alterados independentemente dos 14 bits LSB e vice e versa. Para alterar os 14 bits MSB ou os 14 bits LSB uma simples escrita deve ser feita para o endereo do correto registrador de freqncia. O bit de controle D12 (HLB) informa para o AD9833 se os bits a serem alterados so os 14 MSB ou os 14 LSB.

    D12 HLB Esse bit de controle permite ao usurio carregar continuamente os bits MSB ou LSB do registrador de freqncia ignorando os 14 bits restantes. Este bit til se no for necessrio os 28 bits de resoluo. O bit HLB usado em conjunto com o bit D12 (B28). Este bit de controle indica se os 14 bits a serem carregados sero transferidos para os 14 MSB ou para os 14 LSB do registrador de freqncia. D13 (B28) deve ser setado para 0 para poder carregar os 14 bits MSB e LSB separadamente. Quando D13(B28)=1, esse bit de controle ignorado. HLB=1 permite uma escrita para os 14 MSB do registrador de freqncia. HLB=0 permite uma escrita para os 14 LSB do registrador de freqncia.

    D11 FSELECT O bit FSELECT define se o registrador acumulador de fase usado ser o FREQ0 ou o FREQ1.

    D10 PSELECT O bit PSELECT define se o dado do registrador PHASE0 ou do registrador PHASE1 adicionado na sada do acumulador de fase.

    D9 Reservado Esse bit deve ser setado para 0. D8 RESET RESET=1 reseta os registrador internos para 0, que corresponde a uma

    sada analgica no meio da escala. RESET=0 desabilita o reset.

    D7 SLEEP1 Quando SLEEP1=1 o clock interno MCLK desabilitado. A sada do DAC permanecer com o valor presente, pois o NCO no acumula mais. Quando SLEEP1=0 o clock interno MCLK est habilitado.

    D6 SLEEP12 Quando SLEEP12=1 o DAC desabilitado. Isto til quando o AD9833 usado como sada o MSB de dado do DAC. SLEEP12=0 implica que o DAC est ativo.

    D5 OPBITEN A funo deste bit, em conjunto com o bit D1 (MODE), de controlar qual ser a sada no pino VOUT. Quando OPBITEN=1 a sada do DAC no est disponvel no pino VOUT.

  • 71

    Por outro lado, o MSB (ou MSB/2) do DAC conectado para o pino VOUT. Isso usado como fonte de clock. O bit DIV2 controla se a sada ser MSB ou MSB/2. Quando OPBITEN=0 o DAC conectado a sada VOUT. O bit MODE determina ser da forma senoidal ou rampa o sinal de sada disponvel.

    D4 Reservado Esse bit deve ser setado para 0.

    D3 DIV2 DIV2 usado em conjunto com o bit D5 (OPBITEN. Quando DIV2=1, o MSB do dado do DAC ligado diretamente para o pino VOUT. Quando DIV2=0, o MSB/2 do dado do DAC disponibilizado no pino VOUT.

    D2 Reservado Esse bit deve ser sempre 0.

    D1 MODE Esse bit usado em conjunto com o bit OPBITEN (D5). A funo desse bit controlar que sada ter no pino VOUT quando o DAC do circuito integrado conectado a sada VOUT. Quando MODE=1, o SIN ROM contornado, resultando em um sinal rampa na sada do DAC. Quando MODE=0, o SIN ROM usado para converter a informao de fase dentro da informao de amplitude que resulta em um sinal senoidal na sada VOUT.

    D0 Reservado Esse bit deve ser sempre 0. Tabela 3 - Descrio dos bits dos registradores de controle.

    O AD9833 possui dois registradores de freqncia e dois regis