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FMVZ/UNESP – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia Departamento de Clínica Veterinária Distrito de Rubião Jr., s/n – Botucatu/SP – 18618-000 /fax: 14-3811-6067 – [email protected] www.fmvz.unesp.br LABORATÓRIO CLÍNICO VETERINÁRIO – FMVZ – Unesp - Botucatu ROTEIRO DE AULA PRÁTICA URINÁLISE Prof Adj Raimundo Souza Lopes, Profa Adj. Regina K. Takahira COLHEITA DA URINA: - Os materiais de colheita devem ser limpos e secos. - Meios de colheita: micção expontânea, cateterismo vesical e cistocentese. - Tempo de colheita: a primeira urina da manhã é preferível. - O tempo de análise: o ideal é a urina recém-colhida (fresca). - Conservantes: tolueno (antibacteriano), timol (antibacteriano e falso positivo para proteínas) e Formalina (1 gota a 40% para cada 30 ml de urina, preserva elementos do sedimento urinário, porém interfere nas provas químicas). - Refrigeração: a urina preservada sobre refrigeração é adequada para exame por a 6 a 12hs. EXAME FÍSICO DE URINA 1. VOLUME: Homogeneizar por agitação e medir o volume em uma proveta graduada. A quantidade de urina excretada por dia pelos animais normais depende: da dieta, da ingestão de líquidos, temperatura ambiente e humidade relativa do ar, atividade, tamanho e peso. Tabela 1-Volume urinário dos animais domésticos normais: ESPÉCIE ANIMAL VOLUME URINÁRIO EQUINO 4 - 16 ml/kg/dia BOVINO 16 - 40 ml/kg/dia SUÍNO 4 - 28 ml/kg/dia PEQ.RUMINANTE 9 - 36 ml/kg/dia CANINO 25 - 60 ml/kg/dia FELINO 9 -18 ml/kg/dia 2. DENSIDADE: Consiste em uma medida relativa da quantidade de sólidos em solução, retratando a capacidade de reabsorção tubular ou de concentração renal. Os valores normais da densidade específica variam entre limites muito amplos entre 1015 até mais de 1045. Método do Refratômetro: colocar 1 gota de urina e fazer a leitura diretamente no aparelho, que deve ter sido pré calibrado com água destilada. 3. COR: Pode ser: Normal do amarelo palha ao âmbar claro. Depende principalmente da concentração de urocromos. Possibilidades: incolor, vermelho, amarelo-pálido, âmbar avermelhado, verde, azul, amarelo escuro, amarelo citrino, amarelo âmbar, âmbar e enegrecido. 4. ASPECTO (TRANSPARÊNCIA): Deve ser verificado colocando-se uma amostra de urina em um tubo de ensaio. Pode ser: límpida, turva ou discretamente turva. A maioria das espécies domésticas apresenta urina límpida; a única exceção é o equino cuja urina é turva devido a presença de cristais e muco. 5. ODOR: Pode ser "sui generis" (característico), amoniacal, acetônico, pútrido e medicamentoso. Aliáceo (carnívoros) e aromático (herbívoros)

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FMVZ/UNESP – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia Departamento de Clínica Veterinária

Distrito de Rubião Jr., s/n – Botucatu/SP – 18618-000 /fax: 14-3811-6067 – [email protected] – www.fmvz.unesp.br

LABORATÓRIO CLÍNICO VETERINÁRIO – FMVZ – Unesp - Botucatu ROTEIRO DE AULA PRÁTICA URINÁLISE

Prof Adj Raimundo Souza Lopes, Profa Adj. Regina K. Takahira

COLHEITA DA URINA:

- Os materiais de colheita devem ser limpos e secos. - Meios de colheita: micção expontânea, cateterismo vesical e cistocentese. - Tempo de colheita: a primeira urina da manhã é preferível. - O tempo de análise: o ideal é a urina recém-colhida (fresca). - Conservantes: tolueno (antibacteriano), timol (antibacteriano e falso positivo para proteínas) e Formalina (1 gota a 40% para cada 30 ml de urina, preserva elementos do sedimento urinário, porém interfere nas provas químicas). - Refrigeração: a urina preservada sobre refrigeração é adequada para exame por a 6 a 12hs.

EXAME FÍSICO DE URINA

1. VOLUME: Homogeneizar por agitação e medir o volume em uma proveta graduada. A quantidade de urina excretada por dia pelos animais normais depende: da dieta, da ingestão de líquidos, temperatura ambiente e humidade relativa do ar, atividade, tamanho e peso. Tabela 1-Volume urinário dos animais domésticos normais:

ESPÉCIE ANIMAL VOLUME URINÁRIO EQUINO 4 - 16 ml/kg/dia BOVINO 16 - 40 ml/kg/dia SUÍNO 4 - 28 ml/kg/dia

PEQ.RUMINANTE 9 - 36 ml/kg/dia CANINO 25 - 60 ml/kg/dia FELINO 9 -18 ml/kg/dia

2. DENSIDADE: Consiste em uma medida relativa da quantidade de sólidos em solução,

retratando a capacidade de reabsorção tubular ou de concentração renal. Os valores normais da densidade específica variam entre limites muito amplos entre 1015 até mais de 1045.

Método do Refratômetro: colocar 1 gota de urina e fazer a leitura diretamente no aparelho, que deve ter sido pré calibrado com água destilada.

3. COR: Pode ser: Normal do amarelo palha ao âmbar claro. Depende principalmente da concentração de urocromos. Possibilidades: incolor, vermelho, amarelo-pálido, âmbar avermelhado, verde, azul, amarelo escuro, amarelo citrino, amarelo âmbar, âmbar e enegrecido. 4. ASPECTO (TRANSPARÊNCIA): Deve ser verificado colocando-se uma amostra de urina em um tubo de ensaio. Pode ser: límpida, turva ou discretamente turva. A maioria das espécies domésticas apresenta urina límpida; a única exceção é o equino cuja urina é turva devido a presença de cristais e muco. 5. ODOR: Pode ser "sui generis" (característico), amoniacal, acetônico, pútrido e medicamentoso. Aliáceo (carnívoros) e aromático (herbívoros)

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EXAME QUÍMICO DE URINA

A maioria das análises do exame químico é realizada por meio de tiras reagentes específicas. É importante que se utilizem tiras validadas, pois a grande variação de pH na urina das diferentes espécies pode resultar em falsos positivos ou falso negativos, especialmente em fitas de qualidade não comprovada. 1. pH: Concentração hidrogeniônica, é particularmente influenciada pela dieta. Animais mantidos com dieta predominantemente vegetal apresentam urina alcalina, devido a presença de bicarbonato de sódio solúvel. Animais cuja alimentação é rica em proteínas e cereais apresentam urina ácida devido a presença de fosfatos ácidos de sódio e cálcio. Animais que apresentam normalmente urina alcalina: bovinos (7,4 - 8,4), equinos (8,0) e caprinos e ovinos (7,4 - 8,0). Urina ácida: caninos (6 - 7) e felinos (6 - 7). Os suínos podem apresentar urina ácida ou alcalina. Por meio de papel indicador: ácida, alcalina ou neutra ou pela tira-reagente (Combur®). 2. PROTEÍNAS Usualmente não se detecta proteinúria na urina, que quando presente deve ser sempre interpretada em associação com dados clínicos e laboratoriais. A elevação desta substância na urina é chamada de proteinúria. 3. GLICOSE: A urina normal é isenta de glicose, pois a glicose filtrada pelo glomérulo é totalmente reabsorvida

pelos túbulos contornados proximais. No cão ocorre glicosúria quando a glicemia excede 180 mg/dl. A elevação desta substância no sangue é chamada de hiperglicemia. E na urina esta elevação é chamada de glicosúria.

Princípio: Redução do hidróxido cúprico para cuproso. A urina deve ser recente. 4. ACETONA (CORPOS CETÔNICOS): Os corpos cetônicos incluem: ácido aceto-acético, ácido beta hidroxibutírico e acetona são

produtos intermediários normais do metabolismo das gorduras. A elevação desta substância no sangue é chamada de cetose ou acetonemia. E na urina esta elevação é chamada de cetonúria.

Princípio: A acetona reage com nitroprussiato de sódio em solução alcalina dando um composto de coloração roxa.

5. BILIRRUBINA (ou pigmento biliar) A elevação desta substância na urina é chamada de bilirrubinúria. A exposição da urina à luz

pode resultar em falsos negativos. Cães machos sadios com urina concentrada (>1,030) podem apresentar bilirrubinúria fisiológica.

6. UROBILINOGÊNIO É um cromógeno formado nos intestinos por ação de bactéria redutoras da bilirrubina.uma parte do urobilinogênio é excretado nas fezes, mas a outra é reabsorvida pela circulação porta, retornando ao fígado e sendo eliminada pela bile.Pequena quantidade de urobilinogênio atinge os rins através da circulação sendo excretada pela urina.

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7. SAIS BILIARES: PRINCÍPIO: Sua presença provoca diminuição da tensão superficial da urina. Teste de Hay: 5ml de urina Deixar cair flor de enxofre sobre a sua superfície. RESULTADO: Positivo - No caso da flor precipitar 8. SANGUE OCULTO: Os testes laboratoriais de rotina não diferenciam hematúria de hemoglobinúria ou mioglobinúria. A

diferenciação entre elas é fundamental para o clínico. Hematúria: caracteriza-se por urina avermelhada e turva. Indica a presença de eritrócitos no

sedimento urinário. Hemoglobinúria:caracteriza-se pela urina avermelha ou castanha e ligeiramente turva.Indica que

há hemólise com liberação de hemoglobina. Mioglobinúria: a mioglobinúria também reage positivamente para o sangue oculto, pois também

possui uma fração heme. Princípio: A hemoglobina reduz o peróxido, que libera oxigênio, revelado pelo indicador. 8. MIOGLOBINA: Saturar 5mL de urina (positivo para sangue oculto) com 2,8g de Sulfato de amônio. Agitar fortemente. Centrifugar a 3.000 rpm por 5 minutos. Passar a fita reagente no sobrenadante. Princípio: a hemoglobina é precipitada pelo sulfato de amônio. RESULTADO: Positivo na fita para sangue oculto: mioglobina

Negativo na fita para sangue oculto: hemoglobina

EXAME DO SEDIMENTO URINÁRIO

O exame do sedimento urinário é muito importante e nunca deve ser omitido. Deve-se examinar sempre que possível a urina fresca. A urina dos animais normais geralmente apresenta um sedimento em quantidades mínimas, a maioria das vezes constituído por células epiteliais de descamação, hemácias, leucócitos e cristais. Método de obtenção do sedimento urinário: -agitar a urina e transferir 5 mL para um tubo de centrífuga. -centrifugar por 5 minutos a 1.500 rpm. -desprezar o sobrenadante, deixando 0,5 mL. -depositar 20 microlitros do sedimento ressuspendido e homogeneizado sobre uma lâmina, colocar uma lamínula (24x32mm) e observar ao microscópio ótico, aumento de 400X. Iniciando com menor aumento para uma visão ampla e geral. Realizar a quantificação (em cruzes para bactérias, cilindros, espermatozóides, muco e cristais; ou em células por campo) - OBS.: No caso de volume de urina menor que 5mL, a análise do sedimento será apenas qualitativa (ausência ou presença de elementos). -se necessário corar o sedimento com 1 gota do corante new methylene blue; ou fixar ao ar e corar com corante hematológico; ou realizar a coloração de Gram. Atlas em anexo:

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FMVZ/UNESP – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia Departamento de Clínica Veterinária

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