(25 de fevereiro) espiritual portugues/2011_04... · deus vocês possam ser um exemplo para aqueles...

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2 “Queridos filhos! A natureza está desper- tando e sobre as árvores os primeiros botões são vistos e que trarão as mais lindas flores e frutos. EU de- sejo que vocês também, filhinhos, trabalhem em sua conversão e que vocês sejam aqueles que testemu- nhem com sua vida, para que seu exemplo seja um sinal e um incen- tivo para a conversão dos outros. EU estou com vocês e diante de Meu Filho Jesus EU intercedo pela sua conversão. Obrigada por terem respondido ao Meu Apelo.”(25 de Fevereiro) “Queridos filhos ! Meu Coração Maternal sofre tremenda- mente quando olho para Meus filhos que persistentemente colocam aquilo que é humano antes do que é de DEUS, para meus filhos que, apesar de tudo o que os rodeia e apesar de todos os sinais que são enviados a eles, pensam que podem caminhar sem o MEU FILHO. Eles não podem ! Eles estão caminhando para a Perdição Eterna. É por isto que Eu estou reunindo vocês, que estão prontos a abrir os seus corações a Mim, a vocês que estão prontos a serem apóstolos do Meu Amor, a Me ajudarem; de modo que vivendo o Amor de DEUS vocês possam ser um exemplo para aqueles que não O conhecem. Possam o jejum e a oração dar a vocês força e Eu os abençôo com a Minha Benção Materna em Nome do PAI, e do FILHO e do ESPÍRITO SANTO. Obrigada. ” (2 de Março)

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“Queridos filhos! A natureza está desper-tando e sobre as árvores os primeiros

botões são vistos e que trarão as mais lindas flores e frutos. EU de-sejo que vocês também, filhinhos, trabalhem em sua conversão e que vocês sejam aqueles que testemu-nhem com sua vida, para que seu exemplo seja um sinal e um incen-tivo para a conversão dos outros. EU estou com vocês e diante de Meu Filho Jesus EU intercedo pela sua conversão. Obrigada por terem respondido ao Meu Apelo.”(25 de Fevereiro)

“Queridos filhos ! Meu Coração Maternal sofre tremenda-mente quando olho para Meus filhos que persistentemente colocam aquilo que é humano antes do que é de DEUS, para meus filhos que, apesar de tudo o que os rodeia e apesar de todos os sinais que são enviados a eles, pensam que podem caminhar sem o MEU FILHO. Eles não podem ! Eles estão caminhando para a Perdição Eterna. É por isto que Eu estou reunindo vocês, que estão prontos a abrir os seus corações a Mim, a vocês que estão prontos a serem apóstolos do Meu Amor, a Me ajudarem; de modo que vivendo o Amor de DEUS vocês possam ser um exemplo para aqueles que não O conhecem. Possam o jejum e a oração dar a vocês força e Eu os abençôo com a Minha Benção Materna em Nome do PAI, e do FILHO e do ESPÍRITO SANTO. Obrigada. ” (2 de Março)

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Queridos irmãos da Missão Belém, espalhados em todo canto, queria propor para vocês uma parte da reflexão que nos guiou nos Votos desse ano e que pode nos preparar para a Santa Páscoa: a Vitória definitiva da Vida sobre qualquer morte!

“Jesus nos envia como cordeiros no meio de lobos para os piores buracos do nosso mundo e nos promete perseguições e martírio. Não podemos, portanto, esperar que a nossa missão seja um alegre passeio de descanso. Sabemos que somos chamados a atravessar o inferno, desbravar o ´inferno terrestre´. Por isso necessitamos de UMA FÉ HERÓICA UMA ESPERANÇA HERÓICA UMA CARIDADE HERÓICA

O cotidiano de um verdadeiro missionário é se deparar com dificuldades gigantescas, impossíveis, maiores que nós, como foi para São Francisco Xavier, São Daniel Comboni, São Paulo...

Devemos enfiar bem na nossa cabeça que a tranquilidade pertence ao céu e essa terra é para sofrer mesmo! Santo nenhum se formou no aconchego. Se quisermos ser santos e fazer Deus feliz, cumprindo a Missão que Ele nos confiou, então não bastam as dificuldades normais: Jesus nos associa plenamente à sua missão e nos assume dentro de suas chagas redentoras, enviando-nos DIFICULDADES GIGANTESCAS, que nos pedem ESFORÇOS HERÓICOS e PRÁTICAS DAS VIRTUDES até o HEROISMO.

Ninguém é proclamado ´Santo´ sem a prática heróica das virtudes. Não podemos pensar de desbravar uma floresta sem ganhar um arranhão, desbravar o deserto do inferno sem ganhar uma queimadura. O sofrimento faz parte do amor e o SACRIFICIO É A MEDIDA EXATA DA NOSSA PAIXÃO POR JESUS. Se pensarmos em Maria, temos a prova de tudo isso: não foi heróico seu sim ao anjo para se tornar mãe sem homem nenhum ao seu lado? Não enfrentou sozinha, com 16 anos o perigo de ser incompreendida e apedrejada? Não foi heróico dar à luz em um estábulo? Não foi heróico fugir para o Egito com um recém-nascido no colo? Não foi heróica sua fé aos pés da Cruz: “stabat mater”, se diz em latim. Quer dizer:”estava lá a sua mãe,

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silêncio, amando e sofrendo, sem algum apoio humano que a pudesse consolar, se consumindo com seu filho na cruz, morrendo fiel! Deus pede essa força a todos aqueles que chama para uma missão particular. Nos primeiros dias da nossa história, Deus nos deu essa profecia, por meio da Dona Yara de Belo Horizonte: “SEDE FORTES E CORAJOSOS. Não tenhais medo nem susto Por causa deles, porque Javé, teu Deus é quem marcha contigo. Ele não te deixará, nem te abandonará. Moises chamou Josué e disse-lha na presença de todo Israel: SÊ FORTE E CORAJOSO Porque tu introduziras esse povo na terra prometida. Não temas nem te atemorize!” (Deuteromio 31,6-8)

Esse não é um aconselhamento, mas uma ORDEM. A CORAGEM É UMA ORDEM DE DEUS, que devemos assumir em nossa vida.

Eis o que Deus fala pessoalmente para cada um que envia: “SÊ FORTE E CORAJOSO, SÊ MUITO FORTE E CORAJOSO Não te desvie nem para direita, nem para esquerda A fim de te saíres bem em tudo o que fizeres, Não se afaste da tua boca o livro da Lei, MEDITA-A DIA E NOITE (eis o segredo) Para observar e cumprir tudo o que está escrito, Então farei prosperar todos teus empreendimentos E serás bem sucedido. NÃO TE DEI ESSA ORDEM: SÊ FORTE E CORAJOSO!? Não tenhas medo nem temor Porque Javé teu Deus estará contigo aonde quer que vás!” (Js 1,6s).

É isso que Deus ordena - a todos o missionários: “Sê forte e muito corajoso!” - a todos os coordenadores de grupos Ruah, Jé-Shuá, Caná, Fanuel, Casas de Acolhida e núcleos da Missão Belém: “Sê forte e muito corajoso!” - Aos irmãos da Itália: “Sê forte e muito corajoso!” - Aos irmãos do Haiti: “Sê forte e muito corajoso!” - Aos irmãos da Bosnia-Herzegovnia: “Sê forte e muito corajoso!” - A todos que estão envolvido na nossa “Missão impossível”: “Sê forte e muito corajoso!”

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Isso porque a força da Ressurreição de Jesus não tem comparação com nenhuma morte que queira barrar o nosso caminho: “Coragem eu venci o mundo!”. Para quem olha com os olhos do Ressuscitado, não existe Cruz que não se torne gloriosa um dia.

É indispensável para o missionário (e todos somos chamados a isso) essa FÉ HERÓICA para não atolar na areia movediça do bom senso humano ou dos medos. Deus precisa dessa fé em nós para agir através de nós. É a Fé do jovem Daví diante do gigantesco e bruto Golias: “Tu vem a mim com espada, lança e escudo eu porém vou a ti em nome de Javé dos exércitos.... TODO MUNDO SABERÁ QUE EXISTE UM DEUS EM ISRAEL!” Se um exercito unido mata um gigante, não é uma grande coisa, mas quando um rapaz, que não passa de uma formiga, mata um gigante, então todos podem ver claramente que Deus existe e se convertem. Por isso que a fraqueza faz parte do Evangelizador (Jesus estava muito preocupado com isso, quando disse: “Ide... Não leveis bolsa, nem dinheiro, nem....”. Seria normal falar o que uma pessoa deve levar, como fazem as mães, mas não dizer o que deve deixar em casa. Nesse caso, Jesus exige que a bagagem do evangelizador seja a sua fraqueza e nada mais!”)

O essencial é concentrar a atenção na nossa Fé, que é um abandono total, uma confiança cega no nosso Pai do céu. Eis que a CARTA AOS HEBREUS vem nos iluminar: “A FÉ É A GARANTIA DOS BENS QUE ESPERAMOS E A CERTEZA DAS COISAS QUE AINDA NÃO VEMOS.” (Heb 11,1) “FOI PELA FÉ” que Abrão partiu, obedecendo, partiu sem saber para onde... “FOI PELA FÉ” que morou num país estrangeiro de baixo de tendas... “FOI PELA FÉ” que ofereceu Isaac... “FOI PELA FÉ” que sofreram torturas, zombarias, açoites, algemas, encar- ceramento. Foram apedrejados, cortados com serra (Heb c.11). Só o heroísmo salva. Uma Fé Heróica move uma Esperança Heróica e uma Esperança Heróica move uma ENTREGA HERÓICA. O único modo de andar no caminho de Deus é pela Fé, que é uma intima confiança, uma confiança sem fim em JESUS RESSUSCITADO, que te mostra como realizado algo que para os outros não passa de um sonho louco. Seja essa a nossa caminhada para a Páscoa: a alegria do Ressuscitado deve estar presente também em todas as “sextas feiras santas” da vida!”

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Na Missão Belém

Deus é fiel e escreve certo por linhas tortas, que somos nós. Eis os milagres que Ele opera em nós e através de nós

Testemunho de Luiz Roberto “Meu nome é Luiz Roberto Xavier. Venho de uma família muito pobre, somos em 6 irmãos , todos vivos graças a Deus. Eu sou o caçula, minha mãe e o meu pai trabalhavam para nos sustentar e pagar as contas. Desde criança tive vontade de trabalhar para ajudar a minha mãe e também queria ser o dono da minha vida.

Tudo começou quando completei 14 anos e comecei a procurar emprego para ajudar meus pais, graças a Deus consegui. Estava muito feliz de poder ajudar meus pais. No 1º ,2º ,3º mês dava todo o dinheiro que recebia , no 4º mês comecei a dar a metade e mentia dizendo que a firma estava fraca... Na verdade gostava de comprar roupas e sapatos que estavam na moda...

Chegava do serviço, ia direto para a escola, mas só tinha um detalhe... eu não freqüentava as aulas: ia paro o bar jogar sinuca! Nessas faltas de aula, numa sexta feira , estava junto aos meus colegas e começou a rolar um copo... vai e vem; comecei a experimentar coca cola com pinga e depois um vinho , e dizia NÃO PEGA NADA! Mas sem perceber já estava me viciando. Sempre numa outra sexta feira, jogando com um amigo, ele me deu um cigarro para segurar e por curiosidade dei uma tragadinha, pensando NÃO PEGAR NADA... Mas foi mais um vicio em minha vida!

Estava trabalhando, me achando o “bom” e já não dava mais nada de dinheiro em casa. Meus pais começaram a desconfiar pelo cheiro do álcool e do cigarro e pelo meu jeito de chegar... Até que um dia meu pai me chamou para conversar e perguntou por que eu estava fazendo isso. Acrescentou: “Se você continua assim, pode ir embora!”. Dei a resposta na hora e disse, com orgulho: “NÃO PRECISO DO SENHOR , SOU DONO DA MINHA VIDA!” Minha mãe começou a chorar e eu nem dei bola, conversei com um rapaz que trabalhava comigo e fui morar junto com ele.

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Foi a pior coisa que fiz na minha vida: ele era viciado em cocaína, eu já não estava nem ai para nada e experimentei a droga.

De repente encontrei-me mesmo do jeito que o diabo gosta: tirava o dinheiro do aluguel e o resto era para balada e droga. Certo dia esse meu amigo foi embora do emprego e sumiu, e eu que já usava direto, entrei em desespero, estava completamente só, comecei a me afundar e faltar do emprego. Fui mandado embora e já não tinha mais dinheiro por que tinha gastado tudo.

Assim, sem nada, igual o “filho pródigo”, pedi para voltar para a minha casa: minha mãe ficou feliz , mas o meu pai não. Nesse tempo conheci uma garota chamada Márcia e namoramos por quase 1 ano. Tinha recomeçado a trabalhar e perecia que tudo ia bem, mas o vazio dentro de mim ficava.

Certo dia, a minha sogra me chamou e disse: “Você engravidou minha filha, agora vai cuidar!”. Naquele momento dei uma de “João sem braço”, mas não teve jeito. Pensei estou trabalhando: não vai ser difícil! A criança nasceu e tive que alugar uma casa. Consegui trabalhar em um laboratório, como ajudante e me esforcei bastante, não faltava por que tinha parado com a bagunça e maneirava nas outras coisas.

Certo dia fui promovido para “encarregado de expedição”.

Luiz Roberto pronuncia diante do Bispo e da Igreja, suas “promessas” na Missão Belém, comprometendo-se a doar sua vida para resgatar os irmãos caídos no fundo do poço onde ele mesmo estava antes que Jesus o

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Deus estava trabalhando na minha vida e estava dando tudo certo, estava caminhando bem e fazendo rotulo de remédio. Isso foi durante 6 anos na mesma empresa, mas não soube reconhecer essa benção de Deus e vivia como um animal, sem raciocinar. Um belo dia me dia me deu uma louca... Sem motivo, comecei tudo de novo: jogar, beber,usar drogas e trair a minha esposa. Ainda não tinha entendido que, sem Deus, ninguém agüenta. Comecei a faltar no serviço e foi o que eu queria: fui mandado embora. Recebi tudo, até o aviso prévio, sem trabalhar. No final de tudo, tinha bastante dinheiro guardado... Conversei com um

amigo e compramos um bar: comecei a trabalhar e para mim estava ganhando muito, mal sabia que estava me enforcando sempre mais! Fazia tudo em dobro: bebido, droga, prostituição. Muitas vezes chegava das boates, chapado e a minha mulher chorando pensando que tinha acontecido alguma coisa. Eu dizia para ela ir dormir e não falava nada. Sempre eu e o meu sócio estávamos com outras mulheres. Quando jogava dinheiro em cima da mesa para minha esposa, ela dizia: “Não é isso que eu quero!”. E eu respondia: “Vai dormir!” Depois de um tempo, ela começou a falar que um dia eu não encontraria mais em casa... mas eu nem ligava, brigava, tanto sabia que ela ia para a casa da sogra e depois de dois dias voltava. Continuava o trabalho na lanchonete, mas, numa 2º feira, parou uma moto, e desceram 2 rapazes e depois encostou um carro com mais 4 pessoas e gritaram: “É um assalto!”. Meu sócio foi correr para pegar a arma, mas os aqueles homens foram mais rápidos: atiraram e ele morreu na hora. Quebraram as 8 maquinas “caça-níqueis” e levaram dinheiro. Colocaram a arma na minha cabeça e depois se foram. Com a morte do meu sócio, entrei em desespero e me afundei mais ainda

Luis Roberto no dia do seu Crisma, recebido de Dom Pedro Luiz, atual Bispo de Franca: “Jesus revolucionou minha vida!”

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Nas drogas, até que uma noite cheguei em casa e não encontrei mais ninguém! Abri o guarda roupas dela e tinha um bilhete: “Eu falei que um dia iria embora! Vou viver com a minha filha, adeus!”. Nesse momento a casa caiu de verdade: a morte, a separação, a bebida, as drogas, tinha perdido tudo... Tudo acabou, já não tinha mais amigos, nem mais nada. Fui morar numa garagem, bebendo e fazendo bico. As pessoas passavam olhavam para o lixo que eu era e sentiam pena. Era o fundo do poço, já não comia, só bebia. Certo dia, bem debilitado, fui atravessar a rua e o carro brecou bem em cima das minhas pernas, “FOI DEUS QUE ME SALVOU”. Outro dia fui parar no hospital e fiquei internado 25 dias, quase morri, foi Deus que me salvou mais uma vez. Minha mãe, conheceu um mulher que tinha um filho na Missão Belém e me disse “Vai você também!”. A minha resposta sempre era: “amanhã” e continuava bebendo. Um dia, minha mãe começou a chorar, ai eu pensei: “Vou, fico uns dias e volto...”, só não sabia que Deus tinha preparado tudo para mim. Cheguei no sitio, fui bem acolhido e não conseguia mais ir embora... Deus me segurava. Veio o Jé-Shuá que me abriu os olhos sobre o mundo de Deus que eu não conhecia, depois os cursos de Catequese, o Diário espiritual... Certo dia, na capela, comecei a pedir a Deus a reconciliação com a minha família. Depois de 2 meses, quanto menos esperava, vi descer do portão de entrada a minha mãe, minha filha e minha neta. Olhei para o céu e disse “SENHOR NÃO MEREÇO TANTO!” Mas quando fui para a capela rezar para agradecer , Ele me disse: “EU TE DEI de volta AS SUAS JOIAS MAS NÃO ESQUEÇA QUE EU SOU O SEU VERDADEITO OURO!”.a Ele devo a minha vida. Já estou há 2 anos e 3 meses na Missão e sou muito feliz. Foi me pedido de coordenar o Sitio São Miguel Arcanjo, sendo que o Manuelzinho deve partir para o Haiti. Sinto-me muito bem, servindo os irmãos, junto ao Fabio e ao Erich. Ninguém pode explicar a alegria que está no meu coração, quando vejo os irmãos se restaurarem. Sinto-me útil, não são mais aquele lixo de que as pessoas sentiam pena. Descubro em mim dons que nem imaginava. Aqui dentro somos cerca de 150 pessoas e vivemos numa harmonia que nos faz sentir uma só família. No final de fevereiro, pronunciei solenemente, diante do Bispo as minhas “Promessas” de entrega a Deus, dentro da Missão Belém e sinto que Deus deu uma “reviravolta” na minha vida: de pinguço, me fez sentir filho com uma vontade imensa de consagrar toda a minha vida a Ele até o fim! Eu te amo Jesus!

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“Sois fortes e vencestes o maligno!”

Testemunho do primeiro irmão que se restaurou na Missão Belém (Achamos melhor não dar mais dados desse querido irmão, que se encontrava no mesmo lugar onde Pe Giampietro fez o retiro que determinou o inicio da Missão Belém e com ele elaborou as regras básicas da acolhida. Hoje se encontra a frente de uma grande casa de acolhida no Estado de São Paulo). “Faltavam poucos dias ao completar 6 anos de Restauração e eu costumo festejar esse dia em que Deus me tirou da rua. Cheguei no sitio, onde Pe Giampietro fez seu retiro, mais morto do que vivo, fiquei tremendo por um mês inteiro por causa da abstinência do álcool. Ali me restaurei. Hoje tenho uma vida nova e não pretendo me envolver com trabalhos do mundo (apesar de ser mestre de obra e ter recebido muitas propostas). Cuido de uma casa de acolhida que é uma ilha abençoada e a minha alegria é ver os irmãos que se regeneram para uma vida nova. Estou fazendo um curso de teologia para leigos e aqui aconteceu o fato. Era um dia de muito sol e calor, na parte da tarde. Eu estava indo para o curso com um colega que não conhecia a minha história e a minha escravidão do álcool que me jogou na sarjeta por 4 anos! Para chegar na Teologia, havia uma subida, tinha um sol de rachar e a gente pingava de suor. De repente, passamos na frente de um bar e ele me disse: “Espera aqui um momento”. Eu já imaginei o que ele queria fazer e me deu um frio na barriga. Faz 6 anos que eu não coloco uma gota de álcool na minha boca, porque sei que “o primeiro gole” me levaria para o buraco. O meu colega voltou com uma latinha de cerveja bem gelada e falou para mim “toma!”. Logo eu disse: “Obrigado, não quero... estou bem assim!”, mas o meu amigo insistiu: “Larga de ser bobo, com esse sol que arrebenta e esse calor precisa de uma cerveja bem gelada, toma!” e a colocou na frente do meu nariz. Já comecei a me sentir esquisito. Senti uma grande vontade de tomar...

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Comecei a suar frio e falei forte: “Não quero!”. Mas o meu “amigo” não desistia, encostou a outra mão em cima da latinha e abriu a poucos centímetros do meu nariz, tanto que os espirros da cerveja chegaram no meu rosto. Mais uma vez me disse: “Larga de ser bobo... o que é uma cervejinha?!”. Para ele era nada, mas para mim significava jogar fora 6 anos de caminhada! Percebi que o Tentador queria me derrubar mesmo,mas com todo meu coração repeti “NÃO QUERO”, porém o esforço foi tão grande que, naquele momento eu senti meu intestino soltar, não consegui mais controlar meu corpo e fiz necessidades nas calças. Eu sei que é difícil para que nunca foi viciado entender isso, mas para mim foi assim e logo tive que correr para o banheiro do bar e ali fiquei até que o meu “amigo” foi embora. Depois tive que voltar para casa. Sentia muita humilhação pela minha condição, mas uma grande alegria por ter conseguido vencer e permanecer fiel ao meu Pacto com Deus!”

“Madrinha da bateria” de Jesus ”Tenho 17 anos. O meu sonho era desfilar no carnaval, aqui em São Paulo. Me escrevi numa escola de Samba, fiz todos os testes necessários. Freqüentei com muito custo e faltavam poucos dias para Carnaval. Eu era do mundo e não ligava para Deus. Fui escolhida como “madrinha” da bateria para desfilar de biquíni na frente do carro. A minha alegria era imensa: os meus sonhos estavam se realizando. Eu gostava das loucuras do Carnaval. Mas pouco tempo antes do desfile me convidaram para um tal de “Je-Shuá”, um retiro espiritual... Eu não tinha a mínima idéia do que fosse e nem podia imaginar que reviraria a minha vida de ponta cabeça. Pela primeira vez senti Deus tão perto de mim, como nunca tinha acontecido, senti que me amava, que eu tinha valor, que o meu corpo tinha valor e que não era justo expó-lo num carnaval. Depois do Jé-Shuá, fiquei sabendo que acontecia um “Retiro vocacional”, exatamente contemporâneo ao carnaval. Encontrei-me diante de um dilema: sentia uma grande vontade de participar do retiro, para sentir de novo toda a paz e a alegria do Jé-Shuá e, do outro lado, a escola de samba, o desfile... Eu tinha sido escolhida no meio de muitos amigos, foi difícil chegar até ser “madrinha de bateria” e agora jogar tudo para o alto! Depois de muita luta me decidi: no fundo, eu já não sentia muito prazer para as loucuras do mundo, enquanto Deus me atraia muito. Ele tinha mudado completamente meu coração e seus desejos. Fui para o retiro vocacional! Ali me senti bem. Encontrei-me no meio de uma multidão de irmãos que tinha caído nos vícios da rua e das drogas e pensei que talvez um dia, sem Deus, eu também podia me tornar como um deles. Eles estavam se “restaurando” e eu também precisava de “restauração”. Cantamos, pulamos, dançamos... Sobretudo oramos e refletimos e tudo isso preencheu meu coração. Deus me satisfaz mais do que qualquer desfile do mundo!”

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12 Somente se colocarmos

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28.Um dos escribas, que tin-ha ouvido a discussão, per-cebeu que Jesus dera uma boa resposta. Então aproxi-mou-se dele e perguntou: “Qual é o primeiro de todos os mandamentos?”29.Jesus respondeu: “O primeiro é este: ‘Ouve, Israel! O Sen-hor nosso Deus é um só.30.Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu co-

ração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com toda a tua força! ’31.E o segundo mandamento é: ‘Amarás teu próximo como a ti mesmo’! Não existe outro mandamento maior do que estes.”32.O escriba disse a Jesus: “Muito bem, Mestre! Na verdade, é como disseste: ‘Ele é único, e não existe outro além dele’.33.Amar a Deus de todo o coração, com toda a mente e com toda a força, e amar o próximo como a si me-smo, isto supera todos os holocaustos e sacrifícios”.34.Percebendo Jesus que o escriba tinha respondido com inteligência, disse-lhe: “Tu não estás longe do Reino de Deus”. E ninguém mais tinha coragem de fazer-lhe perguntas.

TRECHO PARA O DIÁRIO: Marcos 12, 28-34

CHIARA LUBICH: TE AMO, SENHOR! Eu te amo, não porque aprendi a falar assim, não porque o coração me sugeriu essa palavra, nem porque a Fé me faz acreditar que tu es Amor e nem somente porque Tu morreste por mim. Eu te amo porque entraste na minha vida mais do que o ar nos meus polmões, mas do que o sangue nas minhas veias. Entraste onde ninguém podia entrar, quando ninguém podia me ajudar, toda vez que ninguém podia me consolar. A cada dia, falei-te. A cada momento, olhei-te e no teu rosto li a resposta, nas tuas palavras a explicação e no teu amor a solução! Eu te amo porque por tantos anos viveste comigo e eu contigo. Bebí a fonte da tua lei e nem havia percebido. Nutri-me e me fortaleci, retomei alento, mas não tinha consciência, igual o nenê que toma o leite da mãe e nem sabe ainda chamá-la com aquele doce nome. Que eu te seja sempre agradecida, pelo menos nesse pouco tempo que me sobra, que eu viva agradecia por todo amor que tu derramaste sobre mim e me obrigou a te dizer: “Eu te amo!”

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Os «pequeninos»: como é diferente a lógica dos homens em relação à divina! Os «pequeninos», segundo o Evangelho, são as pessoas que, sabendo ser criaturas de Deus, são avessas a qualquer presunção: colocam toda a sua expectativa no Senhor e por isso jamais se desiludem. Esta é a atitude fundamental do crente: fé e humildade são inseparáveis... Quanto mais uma pessoa é grande na fé tanto mais se sente «pequenina», à imagem de Cristo Jesus, o qual, «sendo de condição divina... Se despojou a Si mesmo » (Fl 2, 6-7) e veio ao meio dos homens como seu servo. 2. Para nós os novos Beatos são exemplos a imitar e testemunhas a seguir. Eles confiaram em Deus. A sua existência demonstra que a força dos pequeninos é a oração, como ressalta a Palavra de Deus deste Domingo. Os Santos, os Beatos são antes de tudo homens e mulheres de oração, bendizem o Senhor em todo o tempo, nos seus lábios há sempre louvor; bradam e o Senhor escuta-os, salva-os de todas as suas angústias, como nos recordou o Salmo responsorial (cf. Sl 33, 2.18). A sua oração penetra as nuvens, é incessante, não se cansa nem diminui, enquanto o Altíssimo não intervir (cf. Eclo 35, 16-18). A força orante dos homens e das mulheres espirituais é sempre acompanhada pelo sentimento vivo da própria limitação e indignidade. É a fé, e não a presunção, que alimenta nos discípulos de Cristo a coragem e a fidelidade. Eles, como o apóstolo Paulo, sabem que o Senhor reserva a coroa da justiça para todos os que esperam com amor a Sua manifestação (cf. 2 Tm

Caminhando com a Igreja João Paulo II 25 out 1998

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9.Para alguns que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os ou-tros, Jesus contou esta parábola: “10.Dois homens subiram ao templo pa-ra orar. Um era fariseu, o outro pu-blicano.11.O fariseu, de pé, orava as-sim em seu íntimo: ‘Deus, eu te agra-deço porque não sou como os outros, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este publicano.12.Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de toda a minha renda’.13.O publicano, porém, ficou a distância e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem compaixão de mim, que sou

pecador! ’14.Eu vos digo: este último voltou para casa justificado, mas o outro não. Pois quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado”.

TRECHO PARA O DIÁRIO: Lucas 18, 9-14

PERANTE AS TENTAÇÕES NA ORAÇÃO (CIC)

2732. A tentação mais comum e a mais oculta é a nossa falta de fé. Exprime-se menos por uma incredulidade declarada do que por uma preferência de facto. Quando começamos a orar, mil trabalhos e preocupações, julgados urgentes, apresentam-se-nos como prioritários. É mais uma vez o momento da verdade do coração e do seu amor preferencial. Umas vezes, voltamo-nos para o Senhor como nosso último recurso: mas será que acreditamos mesmo n'Ele? Outras vezes, tomamos o Senhor como aliado, mas conservamos o coração cheio de presunção. Em todos os casos, a nossa falta de fé revela que ainda não temos as disposições de um coração humilde: «Sem Mim, nada podereis fazer» (Jo 15, 5). 2733. Outra tentação, à qual a presunção abre a porta, é a acédia. Os Padres espirituais entendem por ela uma forma de depressão devida ao relaxamento da ascese, à diminuição da vigilância, à negligência do coração. «O espírito está decidido, mas a carne é fraca» (Mt 26, 41). Quanto de mais alto se cai, mais magoado se fica. O desânimo doloroso é o reverso da presunção. Quem é humilde não se admira da sua miséria; ela leva-o a ter mais confiança e a manter-se firme na constância.

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TRECHO PARA O DIÁRIO: João 9, 1-41

1.Jesus ia passando, quando viu um cego de nascença.2.Os seus discípulos lhe perguntaram: “Rabi, quem pecou para que ele nascesse cego, ele ou seus pais?”3.Jesus respondeu: “Nem ele, nem seus pais pecaram, mas é uma ocasião para que se manifestem nele as obras de Deus.4.É preciso que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia. Vem a noite, quando ninguém poderá trabalhar.5.Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo”.6.Dito isso, cuspiu no chão, fez lama com a saliva e aplicou-a nos olhos do cego.7.Disse-lhe então: “Vai lavar-te na piscina de Siloé” ( que quer dizer: Enviado ). O cego foi, lavou-se e voltou enxergando.8.Os vizinhos e os que sempre viam o cego pedindo esmola diziam: “Não é ele que ficava sentado pedindo esmola?”9.Uns diziam: “Sim, é ele”. Outros afirmavam: “Não é ele, mas alguém parecido com ele”. Ele, porém, dizia: “Sou eu mesmo”.10.Então lhe perguntaram: “Como é que se abriram os teus olhos?”11.Ele respondeu: “O homem chamado Jesus fez lodo, aplicou nos meus olhos e disse-me: ‘Vai a Siloé e lava-te’. Eu fui, lavei-me e comecei a ver”.12.Perguntaram-lhe ainda: “Onde ele está?” Ele respondeu: “Não sei”.13.Então levaram aos fariseus aquele que tinha sido cego. 14.Ora, foi num dia de sábado que Jesus tinha feito lodo, e abrira os olhos do cego.

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15.Por sua vez, os fariseus perguntaram ao homem como tinha recuperado a vista. Respondeu-lhes: “Ele aplicou lodo nos meus olhos, e eu fui lavar-me e agora vejo!” 16.Alguns dos fariseus disseram então: “Esse homem não vem de Deus, pois não observa o sábado”; outros, no entanto, diziam: “Como pode um pecador fazer tais sinais?” E havia divisão entre eles. 17.Voltaram a interrogar o homem que antes era cego: “E tu, que dizes daquele que te abriu os olhos?” Ele respondeu: “É um profeta”. 18.Os judeus não acreditaram que ele tivesse sido cego e que tivesse começado a ver, até que chamassem os pais dele. 19.Perguntaram-lhes: “Este é o vosso filho que dizeis ter nascido cego? Como é que ele está enxergando agora? 20.Os seus pais responderam: “Sabemos que este é o nosso filho e que nasceu cego. 21.Como está enxergando, não sabemos. E quem lhe abriu os olhos, também não sabemos. Perguntai a ele; é maior de idade e pode falar sobre si mesmo”. 22.Seus pais disseram isso porque tinham medo dos judeus, pois estes já tinham combinado expulsar da sinagoga quem confessasse que Jesus era o Cristo. 23.Foi por isso que os pais disseram: “Ele é maior de idade, perguntai a ele”. 24.Os judeus, outra vez, chamaram o que tinha sido cego e disseram-lhe: “Dá glória a Deus. Nós sabemos que esse homem é um pecador”. 25.Ele respondeu: “Se é pecador, não sei. Só sei que eu era cego e agora vejo”. 26.Eles perguntaram: “Que é que ele te fez? Como foi que ele te abriu os olhos?” 27.Ele respondeu: “Já vos disse e não me escutastes. Por que quereis ouvir de novo? Acaso quereis tornar-vos discípulos dele?” 28.Os fariseus, então, começaram a insultá-lo, dizendo: “Tu, sim, és discípulo dele. Nós somos discípulos de Moisés. 29.Nós sabemos que Deus falou a Moisés; mas esse, não sabemos de onde é”. 30.O homem respondeu-lhes: “Isto é de admirar! Vós não sabeis de onde ele é? No entanto, ele abriu-me os olhos! 31.Sabemos que Deus não ouve os pecadores, mas se alguém é piedoso e faz a sua vontade, a este ele ouve. 32.Jamais se ouviu dizer que alguém tenha aberto os olhos a um cego de nascença. 33.Se esse homem não fosse de Deus, não conseguiria fazer nada”. 34.Eles responderam-lhe: “Tu nasceste todo em pecado e nos queres dar lição?” E o expulsaram. 35.Jesus ficou sabendo que o tinham expulsado. Quando o encontrou, perguntou-lhe: “Tu crês no Filho do Homem?” 36.Ele respondeu: “Quem é, Senhor, para que eu creia nele?” 37.Jesus disse: “Tu o estás vendo; é aquele que está falando contigo”. 38.Ele exclamou: “Eu creio, Senhor!” E ajoelhou-se diante de Jesus. 39.Então, Jesus disse: “Eu vim a este mundo para um julgamento, a fim de que os que não vêem vejam, e os que vêem se tornem cegos”.40.Alguns fariseus que estavam com ele ouviram isso e lhe disseram: “Porventura também nós somos cegos?”41.Jesus respondeu-lhes: “Se fôsseis cegos não

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2. No tempo do Exílio, os profetas anunciam um novo Êxodo, um retorno à Terra Prometida. Com este renovado dom da terra, Deus não

só reunirá o seu povo disperso entre as gentes, mas transformará cada um no coração, ou seja, nas suas capacidades de conhecer, de amar e de agir: «Dar-lhes-ei um coração novo e infundirei no seu íntimo um espírito novo. Arrancarei da sua carne o coração de pedra e dar-lhes-ei um coração de carne, para que caminhem segundo os meus preceitos e observem as minhas leis e as cumpram. Eles serão o meu povo e Eu serei o seu Deus» (Ez 11, 19-20; cf. 36, 26-28). Empenhando-se em observar as normas estabelecidas na aliança, o povo poderá habitar num ambiente semelhante àquele que saiu das mãos de Deus no momento da criação: «Esta terra, que se encontrava devastada, tornou-se um jardim do Éden; e estas cidades em ruínas, desertas e assoladas, estão agora restauradas e repovoadas» (Ibid., 36, 35). Tratar-se-á de uma nova aliança, concretizada na observância de uma lei inscrita no coração (cf. Jr 31, 31-34). Depois, a perspectiva alarga-se e é prometida uma nova terra. A meta final é uma nova Jerusalém, na qual cessarão todas as aflições, como lemos no livro de Isaías: «Olhai, Eu vou criar novos céus e uma nova terra... vou criar uma Jerusalém destinada à alegria, e o seu povo ao júbilo. Jerusalém será a minha alegria, e o meu povo o meu júbilo; e doravante não mais se ouvirão aí choros nem lamentos» (65, 17-19). 3. O Apocalipse retoma esta visão. João escreve: «Vi, depois, um novo Céu e uma nova Terra, porque o primeiro Céu e a primeira Terra haviam desaparecido, e o mar já não existia. E vi a cidade santa, a nova Jerusalém que descia do Céu, de junto de Deus, bela como uma esposa que se ataviou para o seu esposo» (21, 1-2).

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TRECHO PARA O DIÁRIO: Isaias 65, 16-25

16.Quem quiser uma bênção neste país, é pelo Deus verdadeiro que há de pedir; quem quiser jurar neste país, há de jurar pelo Deus verdadeiro. Sim! As velhas angústias terminaram, desapareceram de minha vista.17.Sim! Vou criar novo céu e nova terra! As coisas antigas nunca mais serão lembradas, jamais voltarão ao pensamento.18.Mas haverá alegria e festa permanentes, coisas que vou criar, pois farei de Jerusalém uma festa, do meu povo, uma alegria.19.Eu farei festa por Jerusalém, terei alegria no meu povo. Ali não mais se ouvirá o soluçar do choro nem o suspirar dos gemidos.20.Não haverá ali crianças que só vivam alguns dias, nem adultos que não completem os seus dias, pois será ainda jovem quem morrer com cem anos. Não alcançar os cem anos será maldição.21.Quem fizer casas, nelas vai morar, quem plantar vinhedos, dos seus frutos vai comer.22.Ninguém construirá para outro morar, ninguém plantará para outro comer. A vida do meu povo será longa como a das árvores, meus escolhidos vão gozar do fruto do seu trabalho.23.Ninguém trabalhará sem proveito, ninguém vai gerar filhos para morrerem antes do tempo, porque esta é a geração dos abençoados do SENHOR, ela e seus descendentes.24.E, então, antes que me chamem, já estou respondendo, ao começarem a falar, já estou atendendo.25.Lobo e cordeiro pastarão juntos, o leão comerá capim junto com o boi, quanto à serpente, a terra será seu alimento. Ninguém fará o mal, ninguém pensará em prejudicar na minha santa montanha” — diz o SENHOR.

A passagem para este estado de nova criação exige um compromisso de santidade, que o Novo Testamento revestirá de uma radicalidade absoluta, como se lê na segunda Carta de Pedro: «Uma vez que todas as coisas serão assim dissolvidas, como deve ser santa a vossa vida e grande a vossa piedade! Como deveis esperar e apressar a chegada do dia do Senhor, em que os céus inflamados se dissolverão e os elementos com o ardor do fogo se fundirão! Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos céus novos e uma nova terra, onde habita a justiça» (3, 11-13)... Portanto, devemos estar convencidos de que «nós... somos cidadãos do Céu e de lá esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo» (Fl 3, 20). Aqui não temos uma cidade permanente (cf. Hb 13, 14). Peregrinos em busca de uma morada definitiva, devemos aspirar como os Padres na fé a uma pátria melhor, «isto é, a celestial» (Ibid., 11, 16).

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É todavia no Novo Testamento que encontra plena resposta a interrogação porque a doença atinge também os justos. Na atividade pública de Jesus, as suas relações com os doentes não são casuais, mas constantes. Cura a muitos deles de forma prodigiosa, tanto que essas curas milagrosas tornam-se uma característica da sua atividade: «Jesus percorria todas as cidades e aldeias, ensinando nas suas sinagogas, pregando o Evangelho do reino e curando todas as doenças e enfermidades» (Mt 9,35; cfr. 4,23). As curas são sinais da sua missão messiânica (cfr. Lc 7,20-23). Manifestam a vitória do reino de Deus sobre todas as espécies de mal e tornam-se símbolo do saneamento integral do homem, corpo e alma. Servem, de fato, para mostrar que Jesus tem o poder de perdoar os pecados (cfr. Mc 2,1- 12); são sinais dos bens salvíficos, como a cura do paralítico de Betsaida (cfr. Jo 5,2-9.19-21) e do cego de nascença (cfr. Jo 9).

2. O desejo da cura e a oração para alcançá-la Salva a aceitação da vontade de Deus, o desejo que o doente sente de ser curado é bom e profundamente humano, sobretudo quando se traduz em oração confiante dirigida a Deus. O Ben-Sirá exorta a fazê-lo: «Filho, não desanimes na doença, mas reza ao Senhor e Ele curar-te-á» (Sir 38,9). Vários salmos são uma espécie de súplica de cura (cfr. Sal 6; 37; 40; 87). Durante a atividade pública de Jesus, muitos doentes a Ele se dirigem, ou diretamente ou através de seus amigos e parentes, implorando a recuperação da saúde.

Caminhando com a Igreja INSTRUÇÃO SOBRE AS ORAÇÕES PARA ALCANÇAR DE DEUS A CURA

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21 TRECHO PARA O DIÁRIO: João 5, 1-16

1.Depois disso, houve uma festa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém.2.Ora, existe em Jerusalém, perto da Porta das Ovelhas, uma piscina com cinco pórticos, chamada Betesta em hebraico.3.Muitos doentes, cegos, coxos e paralíticos ficavam ali deitados.5.Encontrava-se ali um homem enfermo havia trinta e oito anos.6.Jesus o viu ali deitado e, sabendo que estava assim desde muito tempo, perguntou-lhe: “Queres ficar curado?”7.O enfermo respondeu: “Senhor, não tenho ninguém que me leve à piscina, quando a água se movimenta. Quando estou chegando, outro entra na minha frente”.8.Jesus lhe disse: “Levanta-te, pega a tua maca e anda”.9.No mesmo instante, o homem ficou curado, pegou sua maca e começou a andar. Aquele dia, porém, era um sábado.10.Por isso, os judeus disseram ao homem que tinha sido curado: “É sábado. Não te é permitido carregar a tua maca”.11.Ele respondeu: “Aquele que me curou disse: ‘Pega tua maca e anda! ’”12.Então lhe perguntaram: “Quem é que te disse: ‘Pega a tua maca e anda’?”13.O homem que tinha sido curado não sabia quem era, pois Jesus se afastara da multidão que se tinha ajuntado ali.14.Mais tarde, Jesus encontrou o homem no templo e lhe disse: “Olha, estás curado. Não peques mais, para que não te aconteça coisa pior”.15.O homem saiu e contou aos judeus que tinha sido Jesus quem o havia curado.16.Por isso, os judeus começaram a perseguir Jesus, porque fazia tais coisas

O Senhor acolhe esses pedidos, não se encontrando nos Evangelhos o mínimo aceno de reprovação dos mesmos. A única queixa do Senhor refere-se à eventual falta de fé: «Se posso? Tudo é possível a quem acredita» (Mc 9,23; cfr. Mc 6,5-6; Jo 4,48). Não só é louvável a oração de todo o fiel que pede a cura, sua ou alheia, mas a própria Igreja na sua liturgia pede ao Senhor pela saúde dos enfermos. Antes de mais, tem um sacramento «destinado de modo especial a confortar os que sofrem com a doença: a Unção dos enfermos».(8) «Nele, por meio da unção e da oração dos presbíteros, a Igreja recomenda os doentes ao Senhor padecente e glorificado para que os alivie e salve».(9) Pouco antes, na bênção da óleo, a Igreja reza: «derramai a vossa santa bênção para que [o óleo] sirva a quantos forem com ele ungidos de auxílio do corpo, da alma e do espírito, para alívio de todas as dores, fraquezas e doenças»;(10) e, a seguir, nos dois primeiros formulários da oração após a Unção, pede-se mesmo a cura do enfermo.(11)

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A Biblia sagrada usa a palavra Rahamim para significar as entranhas da mãe, de onde vem a vida. Naquele tempo não tinha muito conhecimento anatomico nem muita distinção dos orgãos. Seria como se hoje dissessimos a barriga da mãe. Rahamim significa o amor, a intimidade de onde nasce a vida, significa o amor de mãe que sempre acolhe, que re-cria com o seu perdão sem limite.Diz o papa na sua enciclica Dives em Misericórdia: “Ao definirem a misericórdia, os Livros do Antigo Testamento servem-se sobretudo de duas expressões, cada uma das quais tem um matiz semantico diverso. Antes de mais, o termo hesed, que indica uma profunda atitude de «bondade». Quando esta disposição se estabelece entre duas pessoas, estas passam a ser, não apenas benévolas uma para com a outra, mas também reciprocamente fiéis por força de um compromisso interior, portanto , também em virtude de uma fidelidade para consigo próprias. E se é certo que hesed significa também «graça» ou «amor», isto sucede precisamente na base de tal fidelidade. O facto de o compromisso em questão ter um carácter, não apenas moral, mas como que jurídico, não altera a sua realidade. Quando no Antigo Testamento o vocábulo hesed é referido ao Senhor isso acontece sempre em relação com a aliança que Deus fez com Israel. Esta aliança foi da parte de Deus um dom e uma graça para Israel. Contudo, uma vez que Deus, em coerência com a Aliança

Caminhando com a Igreja Amor fiel e terno de Deus a partir da “Dives em Misericordia”

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TRECHO PARA O DIÁRIO: Isaias 49, 8-16 8.Assim diz o SENHOR: “No tempo da graça eu te escutei no dia da salvação eu te ajudei. Eu te guardei e coloquei como aliança entre o povo, para reergueres o país, devolveres as propriedades arrasadas,9.para dizeres aos cativos: “Saí livres!”, aos presos em cárcere escuro: “Vinde para a luz!” Por todo o caminho terão o que comer, em qualquer chão seco poderão se alimentar;10.jamais terão fome ou sede, sol ou calor não os atingirá, pois Aquele que deles se condoeu é que vai conduzindo este povo, ele os guia para as fontes de água.11.Transformarei minhas montanhas em caminhos, vão surgindo os aterros de minha estrada.12.E uns, então, vêm do oriente, outros do norte, outros do lado do mar e outros da terra de Assuã.”13.Dá louvores, ó céu! Fica feliz, ó terra! Montanhas, soltai gritos de louvor, pois o SENHOR vem consolar seu povo, mostrar ternura para com seus pobres.14.Sião vinha dizendo: “O SENHOR me abandonou, o SENHOR esqueceu-se de mim!”15.Acaso uma mulher esquece o seu neném, ou o amor ao filho de suas entranhas? Mesmo que alguma se esqueça, eu de ti jamais me esquecerei!16.Vê que escrevi teu nome na palma de minha mão, tenho sempre tuas muralhas diante dos olhos.

O segundo vocábulo que na terminologia do Antigo Testamento serve para definir a misericórdia é rahªmim. O matiz do seu significado é um pouco diverso do significado de hesed. Enquanto hesed acentua as características da fidelidade para consigo mesmo e da «responsabilidade pelo próprio amor» (que são características em certo sentido masculinas), rahªmim, já pela própria raiz, denota o amor da mãe (rahªmim rehem= seio materno). Do vínculo mais profundo e originário, ou melhor, da unidade que liga a mãe ao filho, brota uma particular relação com ele, um amor particular”. Jesus fala no Diário de Irmã Fastina: “Escreve: tudo que existe está encerrado no interior da minha misericórdia, mais profundamente que o filho no seio da mãe. Quanta dor me causa a falta de confiança em minha bondade. Os pecados que me ferem mais dolorosamente são os de desconfiança.” (Diário - pg.318, 319) Rahamim é uma variante como que «feminina» da fidelidade masculina para consigo próprio, expressa pelo hesed. Sobre este fundo psicológico, rahªmim dá origem a uma gama de sentimentos, entre os quais a bondade e a ternura, a paciência e a compreensão, que o mesmo é dizer a prontidão para perdoar. O Antigo Testamento atribui ao Senhor estas características quando, ao falar d'Ele, usa o termo rahªmim. Lemos em Isaías: «Pode porventura a mulher esquecer-se do seu filho e não ter carinho para com o fruto das suas entranhas? Pois ainda que a mulher se esquecesse do próprio filho, eu jamais me esqueceria de ti» (Is

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AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS “Amarás ao Senhor teu Deus com todo teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua mente, com todas as tuas forças!” (Mc 12,28-30) Isso significa: Orientar a Deus todo o meu ser COLOCAR DEUS NO PRIMEIRO LUGAR NA MINHA VIDA (Posso me perguntar: quanto profundamente Deus penetrou em mim? Eu “adoro” mais um churrasco ou Deus?) Deus antes do meus projetos e planos (Mc 1,16-20) Deus antes das minhas vontades (Jesus diz: “Não vim para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” “Meu alimento é fazer a vontade do meu Pai”) Deus antes da minha família (Lc 14,35-27) Deus antes dos meus interesses pessoais (Lc 14,15-21. Heb 10,32-36) Deus antes da minha própria vida (Mc 10,27-39), veja o martírio dos santos...

Caminhando com a Igreja A partir do CIC, 1ª Mandamento

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TRECHO PARA O DIÁRIO: Êxodo 32, 7-14

Fez sobre si o Sinal da Cruz e entregou a alma a Deus. Martírio de Conão Na Panfília (Ásia Menor) foi martirizado o velho Conão, "servo de Cristo, sem malícia, alma simples". O governador: Diz-me, grande homem, de onde és? Quem são os teus pais, e qual o teu nome? Conão: Sou de Nazaré da Galiléia, mas não tenho parentela com o Cristo, que nós reconhecemos como Deus do universo e a quem servimos de pai para filho. O tirano: Se reconheces o Cristo, porque não reconhecer os nossos deuses? Conão: Que descaramento blasfemar assim contra o Deus do universo! O tirano, então, ordenou que o fizessem correr com os pés presos ao seu carro, enquanto era chicoteado por dois soldados; ele, porém, não opunha resistência, mas cantava as palavras do salmo: - Coloquei toda a minha esperança no senhor, que se curva para mim e escuta a minha oração. Perdidas as forças, caiu elevando os olhos ao Mestre, enquanto rezava: -Senhor Jesus Cristo, recebe a minha alma...

7.O SENHOR falou a Moisés: “Vai, desce, pois corrompeu-se o teu povo que tiraste do Egito.8.Bem depressa desviaram-se do caminho que lhes prescrevi. Fizeram para si um bezerro de metal fundido, prostraram-se em adoração e ofereceram sacrifícios diante dele, dizendo: ‘Israel, aí tens os teus deuses, que te fizeram sair do Egito’”.9.O SENHOR disse a Moisés: “Vejo que este é um povo de cabeça dura.10.Deixa que a minha ira se inflame contra eles e eu os extermine. Mas de ti farei uma grande nação”.11.Moisés, porém, suplicava ao SENHOR seu Deus, dizendo: “Por que, ó SENHOR, se inflama a tua ira contra o teu povo que fizeste sair do Egito com grande poder e mão poderosa?12.Por que os egípcios diriam: ‘Foi com má intenção que ele os tirou do Egito, para matá-los nas montanhas e exterminá-los da face da terra’. Aplaque-se a tua ira, perdoa a iniqüidade do teu povo.13.Lembra-te de teus servos Abraão, Isaac e Israel, com os quais te comprometeste por juramento, dizendo: ‘Tornarei os vossos descendentes tão numerosos quanto as estrelas do céu, e toda esta terra de que vos falei, eu a darei aos vossos descendentes como posse para sempre”.14.E o SENHOR desistiu do mal com que havia ameaçado o seu povo.

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QUERO UM LUGAR AOS PÉS DE JESUS! TESTAMENTO ESPIRITUAL DO MINISTRO MARTIR (Eis o testamento di Shahbaz Bhatti, morto no da 02-03-2011)

Shahbaz Bhatti era o ministro paquistano para as minorias religiosas, morto por um comando de fundamentalistas islamicos que o “puniram” proque tentava modificar a lei sobre a “blasfemia” que em 25 anos de aplicação custou a vida a centenas de cri-stãos. O texto è tirado de:"Cristiani in Pakistan. Nelle prove la speranza", Marcia-num Press 2008.

O meu nome è Shahbaz Bhatti. Nasci numa família católica. Meu pai, professor apo-sentad e minha mãe, do lar, educaram-me segundo os valores cristãos e os ensinamen-tos da Biblia, que influenciaram a minha infência. Desde criança costumava ir para a igreja e encontrar profunda inspiração nos ensi-namentos, no sacrificio e na crucificação de Jesus. Foi o amor de Jesus que me levou a oferecer meus serviços à Igreja. As assustadoras condições em que viviam os cri-stãos do Paquistan me chokaram. Lembro de uma Sexta-Feira Santa, quando tinha somente treze anos, escutei uma homilia sobre o sacrificio de Cristo para a nossa redenção e pela salvação do mundo. Senti de corresponder a esse seu amor doando amor aos nossos irmãos e irmãs, colocando-me a serviço dos cristãos, em especial dos pobres, dos necessitados e dos perseguidos, que vivem nesse país islámico. Foram-me propostas altas cargas no governo, desde que abbandonasse o meu com-bate, mas sempre rejeitei, arriscando a minha própria vida. Minha resposta sempre foi a mesma: “Não, eu quero servir Jesus como uma pessoa comum”. Essa minha atitu-de me torna feliz. Não quero “ibope”, nem posições de poder. Quero somente um lu-gar aos pés de Jesus. Quero que a minha vida, meu carater, minhas ações falem e di-gam que estou seguindo Jesus.

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TRECHO PARA O DIÁRIO: Sabedoria 2, 12-22 12.Armemos ciladas ao justo, pois nos estorva: ele se opõe ao nosso modo de agir, repreende em nós as transgressões da Lei e nos difama por pecarmos contra a nossa tradição.13.Ele declara possuir o conhecimento de Deus e a si mesmo se chama de ‘filho de Deus’.14.Tornou-se uma censura para os nossos pensamentos e simplesmente vê-lo já é insuportável;15.sua vida é muito diferente da dos outros, e seus caminhos vão em outra direção.16.Somos por ele comparados à moeda falsa, ele foge de nossos caminhos como de impurezas; proclama feliz a sorte final dos justos e gloria-se de ter a Deus por Pai.17.Vejamos, pois, se é verdade o que ele diz, e comprovemos o que vai acontecer com ele.18.Se, de fato, é ‘filho de Deus’, Deus o defenderá e o livrará das mãos de seus inimigos.19.Vamos pô-lo à prova com ofensas e torturas para ver a sua serenidade e provar sua paciência.20.Condenemo-lo a morte vergonhosa, porque, de acordo com as suas palavras, virá alguém em seu socorro!”21.Tais são os pensamentos dos ímpios. Mas eles se enganam, pois a malícia os torna cegos:22.eles não conhecem os segredos de Deus, não esperam recompensa para a vida santa

Esse desejo è tão forte em mim que me consideraria pri-vilegiado no caso—nesse duro combate e esforço par aju-dar os necessitados, pobres, cristãos perseguidos no Pa-kistan—Jesus quisesse aceitar o sacrificio da minha vida.

Quero viver por Cristo e por Ele quero morrer. Não sinto medo algum nesse país. Muitas vezes os extremistas quise-ram me matar, me prender, ameaçaram-me, perseguiram-me e ameaçaram a minha família. Eu digo que, até que terei vida, até o último respiro, continuarei a servir Jesus e essa pobre humanidade sofredora, os cristãos, os necessitados, os pobres... Quando reflito sobre o fato que Jesus Cristo sacrificou tudo e que Deus enviou seu próprio Filho pela nossa re-denção, pergunto-me como possa eu seguir o caminho do Calvário. Nosso Senhor falou: “Vem e segui-me, toma a tua Cruz e segue-me!”

Os trechos que mais amo da Bíblia dizem: “ Tive fome e vós me destes de comer. Tive sede e vós me destes de beber, eu era forasteiro e me acolhestes, nu e me vestistes, doente e viestes me visitar…” Assim quando vejo gente pobre e necessi-tada, penso que debaixo de seu semblante é o próprio Jesus que vem ao meu encon-tro. Por isso, procuro dar assistência, junto aos meus irmãos, aos necessitados, fa-mintos, orfãos e sedentos… Acredito que os necessitados, os pobres, os orfãos, qualquer que seja sua religião, devam ser considerados como seres humanos. Penso que essas pessoas façam parte do meu “corpo” em Cristo. Se levarmos a bom termo a nossa missão, então ganharemos um lugar aos pés de Jesus e poderei olhá-lo sem sentir vergonha!” La Bussola Quotidiana

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Martírio de Santa Sinforosa e dos seus sete filhos A construção da vila Adriana em Tívoli fora concluída em 135 e, deve-se remontar a essa época o martírio de Santa Sinforosa, sacrificada como vítima propiciatória nos "habituais nefandos ritos pagãos" de consagração da vila imperial. O trecho que fala do seu martírio mostra um imperador Adriano mal disposto em relação ao cristianismo (passaram-se os tempos das pacatas instruções ao pro cônsul Minúcio Fundanos) e propenso a crer nas calúnias dos sacerdotes pagãos. O próprio imperador, não um seu funcionário, chama aquela mulher, e procura induzi-la a renegar a fé, fazendo o mesmo com seus filhos.

"O imperador Adriano fizera construir um palácio para si e queria consagrá-lo com os habituais nefandos ritos pagãos. Começou a pedir, com sacrifícios, aos ídolos e demônios, que nela habitam, a resposta dos oráculos, e esta foi a resposta: "A viúva Sinforosa, com seus sete filhos, aflige-nos todos os dias invocando o seu Deus". Se ela com seus sete filhos sacrificarem segundo o nosso rito, nós vos prometemos conceder tudo o que pedis". Adriano, então, mandou prende-la com os filhos e, de maneira insinuante, exortou-os a sacrificar aos deuses. Sinforosa, porém, disse-lhe: "Meu esposo Getúlio e seu irmão Amâncio, quando combatiam no teu exército como tribunos, enfrentaram muitos gêneros de tortura por não aceitarem sacrificar aos ídolos e, como atletas valorosos, venceram os demônios com a própria morte. Preferiram, de fato, ser decapitados a deixar-se vencer. Vivem agora entre os anjos e, levantando os troféus da própria paixão, gozam no céu da vida eterna com o eterno rei". O imperador respondeu a Santa Sinforosa: "Ou sacrificas com teus filhos aos deuses onipotentes, ou farei imolar-te com teus filhos".

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TRECHO PARA O DIÁRIO: Jeremias 11, 18-20

18.O SENHOR me fez conhecer, e eu fiquei sabendo; fez-me ver os projetos deles,19.pois eu, qual manso cordeiro levado para o matadouro, não sabia que planos tramavam contra mim. Eles diziam: “Vamos acabar com essa árvore enquanto é nova. Vamos cortá-lo, hoje, da terra dos vivos, para que seu nome não mais seja

lembrado”.20.Mas, SENHOR dos exércitos, cuja sentença é a justiça, que examinas a mente e o coração, possa eu ver a tua vingança contra eles, pois a ti eu expus a minha causa.

Continua: Martírio de Santa Sinforosa e dos seus sete filhos

Acrescentou, em seguida, santa Sinforosa: "Donde vem-me a graça de merecer ser oferecida com os meus filhos como vítima a Deus?". E o Imperador: "Eu te farei sacrificar aos meus deuses!” A bem-aventurada Sinforosa respondeu: "Teus deuses não podem aceitar-me em sacrifício, mas se for imolada em nome de Cristo meu Deus, eu terei o poder de fazer com que teus demônios se tornem cinzas". Disse, então, o imperador: "Escolhe: ou sacrificas aos meus deuses ou morrerás de morte trágica". Sinforosa, então, respondeu: "Crês que possa mudar o meu propósito por um temor qualquer, enquanto o meu desejo mais vivo é repousar em paz junto do meu esposo Getúlio, que fizeste morrer pelo nome de Cristo?". O imperador Adriano, então, mandou-a levar ao templo de Hércules e ali primeiramente fez com que fosse esbofeteada, depois dependurada pelos cabelos. Vendo, contudo, que de modo algum e com nenhuma ameaça conseguia demove-la do seu propósito, mandou atar-lhe uma pedra ao pescoço e afogá-la no rio. Seu irmão Eugênio, que tinha um cargo na cúria de Tívoli, recolheu o seu o corpo e sepultou-o na periferia daquela cidade. No dia seguinte, o imperador Adriano mandou chamar à sua presença os seus sete filhos ao mesmo tempo. Quando viu que de modo algum, nem com promessas nem com ameaças, conseguia levá-los a sacrificar aos deuses, mandou levantar sete postes ao redor do templo de Hércules e, com a ajuda de máquinas, fez afligir os jovens. Em seguida mandou matá-los: Crescente, trespassado no pescoço; Juliano, no peito; Nemésio no coração; Primitivo, no umbigo; Justino, nas costas; Estacteno, no peito; Eugênio foi esquartejado da cabeça aos pés. O imperador Adriano, retornando ao templo de Hércules do dia seguinte, mandou levar seus corpos embora e lançá-los numa fossa profunda, numa localidade que os pontífices chamaram: "Aos sete justiçados". Houve, depois disso, trégua de um ano e seis meses na perseguição; foi dada, nesse tempo, uma sepultura honrosa aos corpos dos mártires e foram construídas sepulturas para aqueles cujos nomes estão inscritos no livro da vida. O dia natalício dos santos mártires Sinforosa e seus sete filhos é celebrado 15 dias antes das calendas de agosto (17 de julho). Seus corpos repousam na via Tiburtina, a cerca de oito milhas de Roma".

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Na história da Igreja, os santos e os mártires hauriram da Cruz gloriosa de Cristo a força para serem fiéis a Deus até à doação de si mesmos; na fé encontraram a força para vencer as próprias debilidades e superar qualquer adversidade. De facto, como diz o apóstolo João, «Quem é que vence o mundo senão aquele que crê que Jesus é Filho de Deus?» (1 Jo 5, 5). E a vitória que nasce da fé é a do amor. Quantos cristãos foram e são um testemunho vivo da força da fé que se exprime na caridade; foram artífices de paz, promotores de justiça, animadores de um mundo mais humano, um mundo segundo Deus; comprometeram-se nos vários âmbitos da vida social, com competência e profissionalidade, contribuindo de modo eficaz para o bem de todos. A caridade que brota da fé levou-os a dar um testemunho muito concreto, nas acções e nas palavras: Cristo não é um bem só para nós próprios, é o bem mais precioso que temos para partilhar com os outros. Na era da globalização, sede testemunhas da esperança cristã em todo o mundo: são muitos os que desejam receber esta esperança! Diante do sepulcro do amigo Lázaro, morto havia quatro dias, Jesus, antes de o chamar de novo à vida, disse à sua irmã Marta: «Se acreditasses, verias a glória de Deus» (cf. Jo 11, 40). Também vós, se acreditardes, se souberdes viver e testemunhar a vossa fé todos os dias, tornar-vos-eis instrumentos para fazer reencontrar a outros jovens como vós o sentido e a alegria da vida, que nasce do encontro com Cristo!

Caminhando com a Igreja: Catecismo da Igreja MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI

PARA A XXVI JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE

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TRECHO PARA O DIÁRIO: João 11, 32-45 32.Maria foi para o lugar onde estava Jesus. Quando o viu, caiu de joelhos diante dele e disse-lhe: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido”.33.Quando Jesus a viu chorar, e os que estavam com ela, comoveu-se interiormente e perturbou-se.34.Ele perguntou: “Onde o pusestes?” Responderam: “Vem ver, Senhor!”35.Jesus derramou lágrimas.36.Os judeus então disseram: “Vede como ele o amava!”37.Alguns deles, porém, diziam: “Este, que abriu os olhos ao cego, não podia também ter feito com que Lázaro não morresse?”38.De novo, Jesus ficou interiormente comovido. Chegou ao túmulo. Era uma gruta fechada com uma pedra.39.Jesus disse: “Tirai a pedra!” Marta, a irmã do morto, disse-lhe: “Senhor, já cheira mal: é o quarto dia”.40.Jesus respondeu: “Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?”41.Tiraram então a pedra. E Jesus, levantando os olhos para o alto, disse: “Pai, eu te dou graças porque me ouviste!42.Eu sei que sempre me ouves, mas digo isto por causa da multidão em torno de mim, para que creia que tu me enviaste”.43.Dito isso, exclamou com voz forte: “Lázaro, vem para fora!”44.O morto saiu, com as mãos e os pés amarrados com faixas e um pano em volta do rosto. Jesus, então, disse-lhes: “Desamarrai-o e deixai-o ir!”45.Muitos judeus que tinham ido à casa de Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele.

“Podemos repetir aqui as palavras com que Marta, irmã de Lázaro, expressou a Jesus Cristo a sua total confiança, obtendo deste modo o milagre da ressurreição do seu irmão: «Mas também sei... que tudo quanto pedires a Deus, Deus To concederá» (Jo 11, 22). E as palavras com que em seguida confessou: «Sim Senhor, creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo» (Jo 11, 27). 3. Queridos irmãos, todo o ser humano experimenta, duma ou doutra forma, a dor e o sofrimento na própria vida, e não pode deixar de se interrogar acerca deles. A dor é um mistério, muitas vezes imperscrutável para a razão. Faz parte do mistério da pessoa humana, que só se esclarece em Jesus Cristo, o Qual revela ao homem a sua própria identidade. Unicamente n'Ele podemos encontrar o sentido ao que é humano. «O sofrimento — como escrevi na Carta Apostólica Salvifici doloris — não pode ser transformado e mudado por uma graça que aja do exterior, mas sim por uma graça interior... Entretanto, este processo interior não se realiza sempre da mesma maneira... Cristo, de facto, não responde directamente e não responde de modo abstracto a esta pergunta humana sobre o sentido do sofrimento. O homem percebe a Sua resposta salvífica à medida que se vai tornando ele próprio participante dos sofrimentos de Cristo. A resposta que lhe chega mediante essa participação é... um apelo. "Segue-Me!". Participa com o teu sofrimento nesta obra da salvação do mundo, que se realiza por meio do meu próprio sofrimento. Por meio da minha Cruz» (João Paulo II)

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Caminhando com a Igreja: Papa Bento XVI Quaresma 2007, Na cruz Deus mendiga o nosso amor!

Queridos irmãos e irmãs! "Hão-de olhar para Aquele que trespassaram" (Jo 19, 37). Este é o tema bíblico que guia este ano a nossa reflexão quaresmal. A Quaresma é tempo propício para aprender a deter-se com Maria e João, o discípulo predileto, ao lado d'Aquele que, na Cruz, cumpre pela humanidade inteira o sacrifício da sua vida (cf. Jo 19, 25). Portanto, dirijamos o nosso olhar com participação mais viva, neste tempo de penitência e de oração, para Cristo crucificado que, morrendo no Calvário, nos revelou plenamente o amor de Deus. Detive-me sobre o tema do amor na Encíclica Deus caritas est, pondo em realce as suas duas formas fundamentais: o agape e o eros. O amor de Deus: agape e eros A palavra agape, muitas vezes presente no Novo Testamento, indica o amor oblativo de quem procura exclusivamente o bem do próximo; a palavra eros denota, ao contrário, o amor de quem deseja possuir o que lhe falta e anseia pela união com o amado.

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TRECHO PARA O DIÁRIO: João 8, 1-11 1.Jesus foi para o Monte das Oliveiras.2.De madrugada, voltou ao templo, e todo o povo se reuniu ao redor dele. Sentando-se, começou a ensiná-los.3.Os escribas e os fariseus trouxeram uma mulher apanhada em adultério. Colocando-a no meio, disseram a Jesus:4.“Mestre, esta mulher foi flagrada cometendo adultério.5.Moisés, na Lei, nos

mandou apedrejar tais mulheres. E tu, que dizes?”6.Eles perguntavam isso para experimentá-lo e ter motivo para acusá-lo. Mas Jesus, inclinando-se, começou a escrever no chão, com o dedo.7.Como insistissem em perguntar, Jesus ergueu-se e disse: “Quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra!”8.Inclinando-se de novo, continuou a escrever no chão.9.Ouvindo isso, foram saindo um por um, a começar pelos mais velhos. Jesus ficou sozinho com a mulher que estava no meio, em pé.10.Ele levantou-se e disse: “Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?”11.Ela respondeu: “Ninguém, Senhor!” Jesus, então, lhe disse: “Eu também não te

O amor com o qual Deus nos circunda é sem dúvida agape. De fato, pode o homem dar a Deus algo de bom que Ele já não possua? Tudo o que a criatura humana é e possui é dom divino: é portanto a criatura que tem necessidade de Deus em tudo. Mas o amor de Deus é também eros. No Antigo Testamento o Criador do universo mostra para com o povo que escolheu uma predileção que transcende qualquer motivação humana. O profeta Oseias expressa esta paixão divina com imagens audazes, como a do amor de um homem por uma mulher adúltera (cf. 3, 1-3); Ezequiel, por seu lado, falando do relacionamento de Deus com o povo de Israel, não receia utilizar uma linguagem fervorosa e apaixonada (cf. 16, 1-22). Estes textos bíblicos indicam que o eros faz parte do próprio coração de Deus: o Onipotente aguarda o "sim" das suas criaturas como um jovem esposo o da sua esposa. Infelizmente desde as suas origens a humanidade, seduzida pelas mentiras do Maligno, fechou-se ao amor de Deus, na ilusão de uma impossível auto-suficiência (cf. Gn 3, 1-7). Fechando-se em si mesmo, Adão afastou-se daquela fonte de vida que é o próprio Deus, e tornou-se o primeiro daqueles "que, pelo temor da morte, estavam toda a vida sujeitos à escravidão" (Hb 2, 15). Deus, contudo, não se deu por vencido, aliás o "não" do homem foi como que o estímulo decisivo que o levou a manifestar o seu amor em toda a sua força redentora.

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A Cruz revela a plenitude do amor de Deus É no mistério da Cruz que se revela plenamente o poder irresistível da misericórdia do Pai celeste. Para reconquistar o amor da sua criatura, Ele aceitou pagar um preço elevadíssimo: o sangue do seu Filho Unigênito. A morte, que para o primeiro Adão era sinal extremo de solidão e de incapacidade, transformou-se assim no ato supremo de amor e de liberdade do novo Adão. Pode-se então afirmar, com São Máximo, o Confessor, que Cristo "morreu, se assim se pode dizer, divinamente, porque morreu livremente" (Ambígua, 91, 1056). Na Cruz manifesta-se o eros de Deus por nós. Eros é de fato como se expressa o Pseudo-Dionísio aquela "força que não permite que o amante permaneça em si mesmo, mas o estimula a unir-se ao amado" (De divinis nominibus, IV, 13: PG 3, 712). Qual "eros mais insensato" (N. Cabasilas, Vita in Cristo, 648) do que aquele que levou o Filho de Deus a unir-se a nós até ao ponto de sofrer como próprias as conseqüências dos nossos delitos? "Aquele que trespassaram" Queridos irmãos e irmãs, olhemos para Cristo trespassado na Cruz! É Ele a revelação mais perturbadora do amor de Deus, um amor em que eros e agape, longe de se contraporem, se iluminam reciprocamente. Na Cruz é o próprio Deus que mendiga o amor da sua criatura:

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TRECHO PARA O DIÁRIO: João 8, 21-30 21.De novo, Jesus lhes disse: “Eu me vou, e vós me procurareis; mas morrereis no vosso pecado. Para onde eu vou, vós não podeis ir”.22.Os judeus, então, comentavam: “Acaso ele irá se matar? Pois ele diz: ‘Para onde eu vou, vós não podeis ir’”.23.Ele continuou a falar: “Vós sois daqui de baixo; eu sou do alto. Vós sois deste mundo; eu não sou deste mundo.24.Eu vos disse que morrereis nos vossos pecados. De fato, se não acreditais que ‘eu sou’, morrereis nos vossos pecados”.25.Eles lhe perguntaram: “Quem és tu, então?

Jesus respondeu: “De início, isto mesmo que vos estou falando”.26.Tenho muitas coisas a dizer a vosso respeito, e a julgar também. Mas, aquele que me enviou é verdadeiro, e o que ouvi dele é o que eu falo ao mundo”.27.Eles, porém, não compreenderam que estava lhes falando do Pai.28.Por isso, Jesus continuou: “Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que ‘eu sou’, e que nada faço por mim mesmo, mas falo apenas aquilo que o Pai me ensinou.29.Aquele que me enviou está comigo. Ele não me deixou sozinho, porque eu sempre faço o que é do seu agrado”.30.Como falasse estas coisas, muitos passaram a crer nele.

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Ele tem sede do amor de cada um de nós. O apóstolo Tomé reconheceu Jesus como "Senhor e Deus" quando colocou o dedo na ferida do seu lado. Não surpreende que, entre os santos, muitos tenham encontrado no Coração de Jesus a expressão mais comovedora deste mistério de amor. Poder-se-ia até dizer que a revelação do eros de Deus ao homem é, na realidade, a expressão suprema do seu agape. Na verdade, só o amor no qual se unem o dom gratuito de si e o desejo apaixonado de reciprocidade infunde um enlevo que torna leves os sacrifícios mais pesados. Jesus disse: "E Eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a Mim" (Jo 12, 32). A resposta que o Senhor deseja ardentemente de nós é antes de tudo que acolhamos o seu amor e nos deixemos atrair por Ele. Mas aceitar o seu amor não é suficiente. É preciso corresponder a este amor e comprometer-se depois a transmiti-lo aos outros: Cristo "atrai-me para si" para se unir comigo, para que eu aprenda a amar os irmãos com o seu

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João Paulo II aos jovens (Alemanha, Munique 19-11-80)

Quem rejeita a verdade fundamental da realidade, quem se coloca a si mesmo como medida de todas as coisas, e deste modo se coloca no lugar de Deus, quem, mais ou menos conscientemente, pensa diminuir Deus, o Criador do mundo, ou Cristo, o Redentor da humanidade, quem, em vez de procurar Deus, corre atrás dos ídolos, sempre voltará as costas à única verdade suprema e fundamental. Esta é a fuga da interioridade. Ela pode levar a render-se. "É tudo sem sentido". Se os jovens tivessem para com Jesus uma tal atitude, o mundo nunca teria nada a aprender da mensagem salvífica de Cristo. Esta fuga da interioridade pode assumir a forma de uma desesperada extensão do conhecimento. Há muitos Jovens entre vós que procuram destruir a própria humanidade refugiando-se no álcool e nas drogas. Frequentemente se trincheiram atrás do medo ou do desespero, muitas vezes, por isso também atrás da busca do prazer, da falta de força interior, ou da irresistível curiosidade de "experimentar" tudo. Ou também, a fuga da interioridade leva a associardes-vos em seitas religiosas, que se servem do vosso idealismo e da vossa ingenuidade e de vós tiram a liberdade de pensamento e da consciência. Refiro-me além disso à fuga para "as ilhas de felicidade" que, mediante determinadas práticas exteriores, garantem a conquista da verdadeira felicidade, e por fim deixam abandonado, quem nelas se refugia, a si mesmo e à própria

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TRECHO PARA O DIÁRIO: João 8, 31-42 31.Jesus, então, disse aos judeus que acreditaram nele: “Se permanecerdes em minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos,32.e conhecereis a verdade, e a verdade vos tornará livres”.33.Eles responderam: “Nós somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. Como podes dizer: ‘Vós vos tornareis livres’?”34.Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, vos digo: todo aquele que comete o pecado é escravo do pecado.35.O escravo não permanece para sempre na casa, o

filho nela permanece para sempre.36.Se, pois, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres.37.Bem sei que sois descendentes de Abraão. No entanto, procurais matar-me, porque minha palavra não encontra espaço em vós.38.Eu falo do que vi junto do Pai; e vós fazeis o que ouvistes do vosso pai”.39.Eles responderam: “Nosso pai é Abraão”. Jesus, então, lhes disse: “Se fôsseis filhos de Abraão, praticaríeis as obras de Abraão!40.Agora, no entanto, procurais matar-me, porque vos falei a verdade que ouvi de Deus. Isto Abraão não fez.41.Vós fazeis as obras do vosso pai”. Eles disseram então a Jesus: “Nós não nascemos da prostituição. Só temos um pai: Deus”.42.Jesus respondeu: “Se Deus fosse vosso pai, certamente me amaríeis, pois é da parte de Deus que eu saí e vim. Eu não vim por conta própria; foi ele quem me enviou.

Vós vedes tudo isto, todas as fugas da verdade, a força oculta e cheia de perigos da resistência à lei e da maldade, que se manifestam. Não conseguis resistir à tentação da solidão e do abandono? Então a leitura de hoje do Profeta Ezequiel vos dá a resposta. São as palavras do pastor, que procura as ovelhas tresmalhadas e abandonadas para as poder reunir "de todas as partes por onde tenham sido dispersas num dia de nuvens e trevas" (Ez 34, 12). Este pastor, que procura o homem no caminho escuro da sua solidão e do seu abandono para poder levá-lo novamente para a luz, é Cristo. Ele é o bom pastor. Ele está também sempre presente no ponto mais oculto do "mistério do malvado" e põe sobre os seus ombros até a existência humana nesta terra. Ele age na verdade, quando liberta o coração do homem da fundamental resistência em que se aloja, e que é aquela da divinização do homem sem ou contra. Deus, a qual cria um clima de solidão e de abandono. No caminho que leva da escura solidão para a autêntica humanidade, Cristo, o bom pastor, faz-se portador, com profunda participação e acompanhando-nos com o seu amor, de cada um dos homens, sobretudo dos jovens

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Certamente não é por acaso que as grandes espiritualidades, que marcaram a história da Igreja, nasceram de uma explícita referência à Escritura. Penso, por exemplo, em Santo Antão Abade, que se decide ao ouvir esta palavra de Cristo: «Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que possuíres, dá o dinheiro aos pobres, e terás um tesouro no céus; depois, vem e segue-Me» (Mt 19, 21)

Igualmente sugestivo é São Basílio Magno, quando, na sua obra Moralia, se interroga: «O que é próprio da fé? Certeza plena e segura da verdade das palavras inspiradas por Deus. (…) O que é próprio do fiel? Com tal certeza plena, conformar-se com o significado das palavras da Escritura, sem ousar tirar nem acrescentar seja o que for».

São Bento, na sua Regra, remete para a Escritura como «norma rectíssima para a vida do homem».

São Francisco de Assis – escreve Tomás de Celano – «ao ouvir que os discípulos de Cristo não devem possuir ouro, nem prata, nem dinheiro, não devem trazer alforge, nem pão, nem cajado para o caminho, não devem ter vários pares de calçado, nem duas túnicas, (…) logo exclamou, transbordando de Espírito Santo: Com todo o coração isto quero, isto peço, isto anseio realizar!». E Santa Clara de Assis reproduz plenamente a experiência de São Francisco: «A forma de vida da Ordem das Irmãs pobres (…) é esta: observar o santo Evangelho do

Caminhando com a Igreja: Papa Bento XVI VERBUM DOMINI N.48 (OS SANTOS E A PALAVRA)

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TRECHO PARA O DIÁRIO: João 8, 51-59 51.Em verdade, em verdade, vos digo: se alguém guardar a minha palavra, nunca verá a morte”. 52.Os judeus então disseram: “Agora estamos certos de que tens um demônio. Abraão morreu, e os profetas também, e tu dizes: ‘Se alguém guardar a minha palavra, jamais provará a morte’. 53.Porventura és maior do que nosso pai Abraão, que morreu? E também os profetas morreram. Quem tens a pretensão de ser?”54.Jesus respondeu: “Se eu me glorificasse a mim mesmo, minha glória não valeria nada. Meu Pai é quem me glorifica, aquele que dizeis ser vosso Deus.55.No entanto, vós não o conheceis. Mas eu o conheço; e se dissesse que não o conheço, eu seria um mentiroso como vós. Mas eu o conheço e observo a sua palavra.56.Vosso pai Abraão exultou por ver o meu dia. Ele viu e se alegrou”.57.Os judeus disseram-lhe então: “Ainda não tens cinqüenta anos, e viste Abraão?!”58.Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, vos digo: antes que Abraão existisse, eu sou”.59.Então, pegaram pedras para o apedrejar; mas Jesus escondeu-se e saiu do templo.

Por sua vez, São Domingos de Gusmão «em toda a parte se manifestava como um homem evangélico, tanto nas palavras como nas obras», e tais queria que fossem também os seus padres pregadores: «homens evangélicos». Santa Teresa de Ávila, nos seus escritos, recorre continuamente a imagens bíblicas para explicar a sua experiência mística, e lembra que o próprio Jesus lhe manifesta que «todo o mal do mundo deriva de não se conhecer claramente a verdade da Sagrada Escritura». Santa Teresa do Menino Jesus encontra o Amor como sua vocação pessoal, quando perscruta as Escrituras, em particular os capítulos 12 e 13 da Primeira Carta aos Coríntios;] e a mesma Santa assim nos descreve o fascínio das Escrituras: «Apenas lanço o olhar sobre o Evangelho, imediatamente respiro os perfumes da vida de Jesus e sei para onde correr». Cada Santo constitui uma espécie de raio de luz que brota da Palavra de Deus: assim o vemos também em Santo Inácio de Loyola na sua busca da verdade e no discernimento espiritual, em São João Bosco na sua paixão pela educação dos jovens, em São João Maria Vianney na sua consciência da grandeza do sacerdócio como dom e dever; em São Pio de Pietrelcina no seu ser instrumento da misericórdia divina; em São Josemaria Escrivá na sua pregação sobre a vocação universal à santidade; na Beata Teresa de Calcutá missionária da caridade de Deus pelos últimos; e nos mártires do nazismo e do comunismo representados, os primeiros, por Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein), monja carmelita, e os segundos pelo Beato Aloísio Stepinac, Cardeal Arcebispo de Zagrábia.

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São Máximo o Confessor, na sua interpretação do Monte das Oliveiras, da angústia expressa precisamente na oração de Jesus, – "não a minha, mas a tua vontade", – descreveu este processo, que Cristo leva em si como verdadeiro homem, com a natureza, a vontade humana; neste acto "não a minha, mas a tua vontade" Jesus resume todo o processo da sua vida, isto é, do levar a vida natural humana à vida divina e deste modo transformar o homem: divinização do homem e assim redenção do homem, porque a vontade de Deus não é uma vontade tirana, não é uma vontade que está fora do nosso ser, mas é precisamente a vontade criadora, é precisamente o lugar onde encontramos a nossa verdadeira identidade. Deus criou-nos e somos nós próprios se formos conformes com a sua vontade; só assim entramos na verdade do nosso ser e não somos alienados. Ao contrário, a alienação actua-se precisamente saindo da vontade de Deus, porque deste modo saímos do desígnio do nosso ser, já não somos nós próprios e caímos no vazio. Na realidade, a obediência a Deus, isto é, a conformidade, a verdade do nosso ser, é a verdadeira liberdade, porque é a divinização. Jesus, levando o homem, o ser homem, em si e consigo, na conformidade com Deus, na obediência perfeita, isto é na perfeita conformação entre as duas

Caminhando com a Igreja PAPA BENTO XVI 18 de Fevereiro de 2010

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31.De novo, os judeus pegaram em pedras para apedrejar Jesus.32.E ele lhes disse: “Eu vos mostrei muitas obras boas da parte do Pai. Por qual delas me quereis apedrejar?”33.Os judeus responderam: “Não queremos te apedrejar por causa de uma obra boa, mas por causa da blasfêmia. Tu, sendo apenas um homem, pretendes ser Deus”!34.Jesus respondeu: “Acaso não está escrito na vossa Lei: ‘Eu disse: sois deuses’?35.Ora, ninguém pode anular a Escritura. Se a Lei chama deuses as pessoas às quais se dirigiu a palavra de Deus,36.por que, então, acusais de blasfêmia àquele que o Pai consagrou e enviou ao mundo, só porque disse: ‘Eu sou Filho de Deus’?37.Se não faço as obras do meu Pai, não acrediteis em mim.38.Mas, se eu as faço, mesmo que não queirais crer em mim, crede nas minhas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai está em mim e eu no Pai”.39.Mais uma vez, procuravam prendê-lo, mas ele escapou das suas mãos.40.Jesus se retirou de novo para o outro lado do Jordão, para o lugar onde, antes, João esteve batizando. Ele permaneceu lá,.e muitos foram a ele. Diziam: “João não fez nenhum sinal, mas tudo o que ele falou a respeito deste homem é verdade”.42.E muitos, ali, passaram a crer nele.

TRECHO PARA O DIÁRIO: João 10, 31-42

vontades, remiu-nos e a redenção é sempre este processo de levar a vontade humana na comunhão com a vontade divina. É um processo pelo qual rezamos todos os dias: "seja feita a tua vontade". E queremos rezar realmente ao Senhor, para que nos ajude a ver intimamente que esta é a liberdade, a entrar, assim, com alegria nesta obediência e a "colher" o ser humano para o levar – com o nosso exemplo, com a nossa humildade, com a nossa oração e com a nossa ação pastoral – à comunhão com Deus. ..... É a mesma oração que encontramos nos Sinópticos: "Se possível afasta de Mim este cálice, mas seja feita a tua vontade"(cf. Mt 26, 42; Mc 14, 36; Lc 22, 42), que na linguagem de João aparece precisamente: "Ou salva-me, ou glorifica-me". E Deus responde: "Glorifiquei-te e glorificar-te-ei no futuro" (cf. Jo 12, 28). Esta é a resposta, o ouvir divino: glorificarei a Cruz; é a presença da glória divina, porque é o acto supremo do amor. Na Cruz, Jesus é elevado sobre toda a terra e atrai para si a terra; na Cruz está agora o "kabod", a verdadeira glória divina do Deus que ama até à Cruz e assim transforma a morte e cria a Ressurreição. A oração de Jesus foi ouvida, no sentido que realmente a sua morte se torna vida, se torna lugar de onde redime o homem, de onde atrai o homem para si. Se a resposta divina em João diz: "glorificar-te-ei", significa que esta glória transcende e atravessa toda a história sempre e de novo: da tua Cruz, presente na Eucaristia, transforma a morte em glória. Esta é a grande promessa que se realiza na Sagrada Eucaristia, que abre sempre de novo o céu. Ser servo da Eucaristia é, por conseguinte, profundidade do mistério sacerdotal.

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Caminhando com a Igreja MARTIRIO DE SÃO MÁXIMO sob o império de Décio (249-251)

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Máximo era um cristão da Ásia Menor, que nos é conhecido pelo documento do seu martírio. Ele denunciara-se voluntariamente como cristão, com uma atitude que a Igreja não aprovava totalmente, mas foi corajoso e superou a prova. O procônsul perguntou-lhe: "Como te chamas?". Ele respondeu: "Chamo-me Máximo". Perguntou o procônsul: "Qual é a tua condição?" Máximo respondeu: "Nascido livre, mas servo de Cristo". Perguntou ainda o procônsul: "Quais as atividades que exerces?" Respondeu Máximo: "Sou plebeu e vivo do meu comércio". Disse o procônsul: "És cristão?" Respondeu Máximo: " Embora pecador, sou cristão". Disse o procônsul: "Não conheces os decretos dos invencíveis soberanos que foram promulgados recentemente?" Respondeu Máximo: "Quais decretos?" Explicou o procônsul: "Os que ordenam

que todos os cristãos, abandonando sua vã superstição, reconheçam o verdadeiro soberano ao qual tudo é submetido, e adorem os seus deuses". Respondeu Máximo: "Cheguei ao conhecimento do iníquo edito emanado pelo soberano deste mundo e, justamente por isso, declarei-me publicamente cristão". O procônsul intimou: "Sacrifica, então, aos deuses!" Máximo replicou: "Eu não sacrifico a não ser ao único Deus, e glorio-me de ter sacrificado a ele desde a infância". O procônsul insistiu: "Sacrifica, para que sejas salvo. Se te recusares, eu te farei morrer em meio a torturas de todos os gêneros". Máximo respondeu: "É justamente o que sempre desejei: é por isso, de fato, que me declarei cristão, para obter finalmente a vida eterna, logo que for libertado desta mísera existência temporal". O procônsul, então, fê-lo bater com varas e, enquanto era vergastado, dizia-lhe:

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43 TRECHO PARA O DIÁRIO: João 11, 45-56

45.Muitos judeus que tinham ido à casa de Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele.46.Alguns, porém, foram contar aos fariseus o que Jesus tinha feito.47.Os sumos sacerdotes e os fariseus, então, reuniram o sinédrio e discutiam: “Que vamos fazer? Este homem faz muitos sinais.48.Se deixarmos que ele continue assim, todos vão acreditar nele; os romanos virão e destruirão o nosso Lugar Santo e a nossa nação”.49.Um deles, chamado Caifás, sumo sacerdote naquele ano, disse: “Vós não entendeis nada!50.Não percebeis que é melhor um só morrer pelo povo do que perecer a nação inteira?”51.Caifás não falou isso por si mesmo. Sendo sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus iria morrer pela nação;52.e

não só pela nação, mas também para reunir os filhos de Deus dispersos.53.A partir desse dia, decidiram matar Jesus.54.Por isso, Jesus não andava mais em público no meio dos judeus. Ele foi para uma região perto do deserto, para uma cidade chamada Efraim. Lá permaneceu com os seus discípulos.55.A Páscoa dos judeus estava próxima. Muita gente da região tinha subido a Jerusalém para se purificar antes da Páscoa.56.Eles procuravam Jesus e, reunidos no templo, comentavam: “Que vos parece? Será que ele não vem para a festa?”

"Sacrifica, Máximo, para libertar-te destes tormentos horrorosos". Máximo respondeu: "Não são tormentos, mas unções que me são infligidas por amor de nosso senhor Jesus Cristo. Se afastar-me dos preceitos do meu Senhor, nos quais fui instruído por meio do seu evangelho, então sim, estarão esperando-me os verdadeiros e perpétuos tormentos da eternidade". O procônsul fê-lo colocar, então, no cavalete e, enquanto era torturado, dizia-lhe insistentemente: "Arrepende-te da tua loucura, miserável, e sacrifica, para salvar a tua vida!" Máximo respondeu: "Só se não sacrificar, salvarei a minha vida; mas se sacrificar, seguramente a perderei. Nem as varas, nem os ganchos, nem o fogo me produzirão dor, porque vive em mim a graça de Deus, que me salvará eternamente com as orações de todos os santos que, lutando neste gênero de

combate, superaram a vossa loucura e nos deixaram nobres exemplos de valor". Depois destas palavras, o procônsul pronunciou a sentença contra ele, dizendo: "A divina clemência ordenou que, para incutir terror nos demais cristãos, seja lapidado o homem que não quiser dar o próprio assentimento às sagradas leis, que lhe impõem sacrificar à grande deusa Diana". O atleta de Cristo foi arrastado para fora, então, pelos ministros do diabo, enquanto dava graça a Deus Pai por Jesus Cristo seu Filho, que o tinha julgado digno de superar o demônio na luta. Levado para fora das muralhas, esmagado pelas pedras, exalou o espírito. O servo de Deus Máximo padeceu o martírio na província da Ásia dois dias antes dos idos de maio, durante o império de Décio e o governo do procônsul Ótimo, reinando nosso Senhor Jesus Cristo, ao qual é dada glória nos séculos dos séculos. Amém".

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(Na Cidade de Cartago, norte da África em 203)

O testemunho escrito deste martírio é um dos mais comoventes da historia da Igreja e a maior parte da narração foi escrita pela mesmo Perpetua, como um diário, enquanto esperava o dia do seu martírio. Perpetua, 22 anos, casada com um filho que ainda amamentava e Felicidade, jovem escrava, mais nova ainda, gravida de 8 meses, foram presas e acusadas de serem cristãs. Escreve Perpetua: "Já havia começado a obra dos nossos perseguidores e meu pai -impulsionado pelo grande amor que sentia por mim- veio me pressionar ainda mais e me sacudia com todas as forças para que mudasse e renunciasse à minha fé cristã. - Meu pai, disse, o Senhor está vendo aquele vaso de barro, lá no chão? - Estou vendo, respôs ele - Poderíamos chamá-lo com outro nome que não seja vaso? - Não, não podemos disse ele - Da mesma forma eu não me posso chamar com outro nome a não ser o meu e o meu nome è cristã!

O martírio de Santa Perpetua e Felicidade: Mortas COM Jesus, Ressuscitadas COM Ele

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TRECHO PARA O DIÁRIO: Filipenses 2, 6-11

Escutando isso, meu pai se lançou contra mim e queria quase me arrancar os olhos, mas acabou me xingando e amaldiçoando somente, decepcionado por não ter conseguido nada". Perpetua era nobre de origem e nunca tinha visto nem de longe as cadeias: "Poucos dias depois fomos jogados na prisão - ela escreve em seu diário. Entrando me assustei terrivelmente: nunca tinha visto lugar tão horroroso e escuro! Estávamos amontoados um em cima do outro que quase sufocávamos e, a cada momento, os soldados grosseiros se atreviam contra nós. Mas o que mais me angustiava era o ficar longe do meu nené. Depois de muito sofrimento e muito insistir, consegui que me deixassem a criança, assim que eu podia amamentá-la. Com a minha criança a prisão parecia uma regia!". Perpetua estava na prisão com o irmão e numa visão ela viu o martírio deles e de Felicidade. A partir daquele momento ela não teve mais esperança alguma de sair viva. Chegou, de repente o dia do interrogatório, Junto com o procurador, apareceu na sala o pai dela com a criança e chamou de lado Perpetua dizendo: "Perpetua, você não sente dor por esta sua criança? Estou de cabelos brancos e tanto te amei minha filha! Estas minhas mãos e os meus cuidados te educaram com muito amor. Você quer fazer de mim o homem mais infeliz da terra? Tenha compaixão do seu recém-nascido. Ele não poderá conhecer seu rosto. Sacrifique e adore aos ídolos e ao imperador e tudo acabará. - Pai, disse Perpetua, nunca farei isso! Deus que me deu esta criança, Ele

6.Ele, existindo em forma divina, não considerou como presa a agarrar o ser igual a Deus,7.mas despojou-se, assumindo a forma de escravo e tornando-se semelhante ao ser humano. E encontrado em aspecto humano,8.humilhou-se, fazendo-se obediente até à morte — e morte de cruz!9.Por isso, Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome,10.para que, em o Nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra,11.e toda língua confesse: “Jesus Cristo é o Senhor”, para

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Começa o interrogatório a Santa Perpeta: -Você é cristã, pediu o procurador - Sim, eu sou cristã Depois destas palavras, o pai de Perpetua, tomado pela raiva, deu uma porrada nela que quase caiu no chão. Os soldados então bateram nele e o afastaram. "Eu mesma, escreve Perpetua senti aqueles golpes na minha carne, tanto era o amor que sentia para o meu pai. Depois deste breve interrogatório, fomos condenados a serem devorados pelas feras, na arena". O dia antes do combate final, Felicidade começou a sentir as dores do parto na prisão. Os carrascos gozavam dela e diziam: “Se você não agüentar agora estas dores, o que vai acontecer amanhã na frente dos leões e dos leopardos?” Felicidade respondia: - Agora quem sofre sou eu, mas amanhã um Outro padecerá por mim porque eu vou sofrer por Ele. Felicidade deu à luz uma maravilhosa menina, que logo foi adotada por uma cristã. Aqui acaba a narração de Perpetua, chega até a noite antes do martírio. O que segue foi escrito por um cristão que assistiu com seus olhos ao último glorioso combate:

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"Naquele dia enfrentaram o martírio 5 cristãos. Jesus que disse: Pedi e vos será dado, deu a cada um deles a morte que haviam desejado. Saturnino sentia o desejo ardente de ser devorado por uma qualquer fera para obter uma coroa mais gloriosa. Aconteceu que Revocato e ele, na abertura do 'espetáculo' fossem atacados por um leopardo e, depois, no palco, devorados por um urso. Saturo sentia horror pelos ursos e queria morrer à primeira mordida de um leopardo e assim foi. Para as duas mulheres, Perpetua e Felicidade foi preparado um suplicio geralmente desconhecido e humilhante: as vacas. Despiram-nas e prenderam as duas numa rede, em meio da arena.

Um arrepio de horror passou pela multidão que assistia, uma estranha compaixão por estas mães que estavam para morrer sem ver suas crianças crescerem. Foram logo tiradas da rede e novamente revestidas. Perpetua era a primeira, em pé, com o rosto sereno enfrentou os chifres da vaca furiosa. O animal lançou-se contra ela e com os chifres a jogou varias vezes para o alto. Perpetua caiu e bateu forte as costas no chão. Depois de um pouco, milagrosamente retomou as forças, se levantou e se aproximou à companheira

1.Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde morava Lázaro, que ele tinha ressuscitado dos mortos.2.Lá, ofereceram-lhe um jantar. Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele.3.Maria, então, tomando meio litro de perfume de nardo puro e muito caro, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os cabelos. A casa inteira encheu-se do aroma do perfume.4.Judas Iscariotes, um dos discípulos, aquele que entregaria Jesus, falou assim:5.“Por que este perfume não foi vendido por trezentos denários para se dar aos pobres?”6.Falou assim, não porque se

preocupasse com os pobres, mas, porque era ladrão: ele guardava a bolsa e roubava o que nela se depositava.7.Jesus, porém, disse: “Deixa-a! que ela o guarde em vista do meu sepultamento.8.Os pobres, sempre os tendes convosco. A mim, no entanto, nem sempre tereis”.9.Muitos judeus souberam que ele estava em Betânia e foram para lá, não só por causa dele, mas também porque queriam ver Lázaro, que Jesus tinha ressuscitado dos mortos.10.Os sumos sacerdotes, então, decidiram matar também Lázaro,11.pois por causa dele muitos se afastavam dos judeus e começaram a crer em Jesus.

TRECHO PARA O DIÁRIO: João 12, 1-11

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21.Depois de dizer isso, Jesus ficou interiormente perturbado e testemunhou: “Em verdade, em verdade, vos digo: um de vós me entregará”.22.Desconcertados, os discípulos olhavam uns para os outros, pois não sabiam de quem estava falando. 23.Bem ao lado de Jesus estava reclinado um dos seus discípulos, aquele que Jesus mais amava. 24.Simão Pedro acenou para que perguntasse de quem ele estava falando.25.O discípulo, então, recostando-se sobre o peito de Jesus, perguntou: “Senhor, quem é?” 26.Jesus respondeu: “É aquele a quem eu der um bocado passado no mo-lho”. Então, Jesus molhou um bocado e deu a Judas, filho de Simão Iscariotes.27.Depois do bocado, Satanás entrou em Judas. Jesus, então, lhe disse: “O que tens a fazer, faze logo”.28.Mas nenhum dos presentes entendeu por que ele falou isso.29.Como Judas guardava a bolsa, alguns pensavam que Jesus estava dizendo: “Compra o que precisamos para a festa”, ou que desse alguma coisa para os pobres.30.Então, depois de re-ceber o bocado, Judas saiu imediatamente. Era noite. 31.Depois que Judas saiu, Jesus disse: “Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele.32.Se Deus foi glorificado nele, Deus também o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo.33.Filhinhos, por pouco tempo eu ainda estou convosco. Vós me procurareis, e agora vos digo, como eu disse também aos judeus: ‘Para onde eu vou, vós não po-deis ir’. 36.Simão Pedro perguntou: “Senhor, para onde vais?” Jesus respondeu-lhe: “Para onde eu vou, não podes seguir-me agora; mais tarde me se-guirás”.37.Pedro disse: “Senhor, por que não posso seguir-te agora? Eu darei minha vida por ti!”38.Jesus respondeu: “Darás tua vida por mim? Em verdade, em verdade, te digo: não cantará o galo antes que me tenhas negado três vezes.

TRECHO PARA O DIÁRIO: João 13, 21-33; 36-38 50

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Continua o Martírio de Santa Perpetua e Felicidade Colocaram-se novamente em pé, no meio da arena e si aproximou um jovem cristão. Perpetua lhe disse: - Onde estão as vacas? Quando enfrentaremos o nosso martírio? O jovem respondeu que isso já tinha acontecido. Elas não acreditavam, até que o jovem mostrou as feridas e o sangue que corria e molhava o vestido branco, sobre o corpo todo.

Assim as duas jovens mães e os três companheiros deram glória a Deus com a uma paz e um sorriso nos lábios que tornavam o imperador o seus carrascos loucos de raiva, sem nada mais conseguir. O Sangue deles se tornou semente fecundo de novos numerosíssimos cristãos!”

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51 TRECHO PARA O DIÁRIO: Salmo 21(22)

2.Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? Ficas longe apesar do meu grito e das palavras do meu lamento?3.Meu Deus, te chamo de dia e não respondes, grito de noite e não encontro repouso.4.§ Tu, porém, és o santo e habitas entre os louvores de Israel.5.Em ti confiaram os nossos pais, confiaram e tu os libertaste;6.a ti gritaram e foram salvos, esperando em ti não ficaram desiludidos.7.§ Mas eu sou um verme, e não um homem, infâmia dos homens, desprezo do povo.8.Zombam de mim todos os que me vêem, torcem os lábios, sacodem a cabeça:9.“Confiou no Senhor, que ele o salve; que o livre, se é seu amigo”.10.§ Foste tu que me fizeste sair do seio materno, me fizeste descansar sobre o peito de minha mãe.11.Quando nasci me acolheste, desde o seio materno tu és o meu Deus.12.Não fiques longe de mim, pois a angústia está próxima e não há quem me ajude.13.§ Rodeiam-me touros numerosos, cercam-me touros de Basã.14.Escancaram contra mim sua boca como um leão que dilacera e ruge.15.Como água sou derramado, deslocam-se todos os meus ossos. Meu coração se tornou como de cera derrete-se no meio do meu peito.16.Está seca minha garganta, como um caco, minha língua ficou colada ao paladar, na poeira da morte me colocaste. 17.§ Um bando de cachorros me rodeia, assalta-me uma corja de marginais. Traspassaram minhas mãos e meus pés, 18.posso contar todos os meus ossos. Eles me olham, me observam, 19.repartem entre si as minhas roupas sobre minha túnica tiram a sorte. 20.§ Mas tu, SENHOR, não fiques longe, minha força, vem logo em meu socorro 21.Livra-me da espada, das unhas do cão salva a minha única vida. 22.Da boca do leão e dos chifres dos búfalos salva este pobre que sou eu. 23.Anunciarei o teu nome aos meus irmãos, vou te louvar no meio da assembléia. 24.§ Louvai o SENHOR, vós que o temeis, que toda a raça de Jacó lhe dê glória, que o tema toda a estirpe de Israel; 25.pois ele não desprezou nem desdenhou a aflição do pobre; não lhe ocultou a sua face, mas ao gritar por socorro o atendeu. 26.§ Tu és o meu louvor na grande assembléia, cumprirei meus votos diante dos seus fiéis. 27.Os pobres comerão e ficarão fartos, louvarão o SENHOR os que o procuram: “Viva para sempre o coração deles!” § Quanto a mim, para ele viverei, 31.a ele servirá a minha descendência. Do Senhor se falará à geração futura;32.anunciarão a sua justiça; dirão ao povo que vai nascer: “Eis a obra do Senhor!”

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TRECHO PARA O DIÁRIO: João 13, 1-15 1.Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que tinha chegado a sua hora, † hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. 2.Foi durante a ceia. O diabo já tinha seduzido Judas Iscariotes para entregar Jesus. 3.Sabendo que o Pai tinha posto tudo em suas mãos e que de junto de Deus saíra e para Deus voltava, 4.Jesus levantou-se da ceia, tirou o manto, pegou uma toalha e

amarrou-a à cintura. 5.Derramou água numa bacia, pôs-se a lavar os pés dos discípulos e enxugava-os com a toalha que trazia à cintura. 6.Chegou assim a Simão Pedro. Este disse: “Senhor, tu vais lavar-me os pés? 7.Jesus respondeu: “Agora não entendes o que estou fazendo; mais tarde compreenderás”. 8.Pedro disse: “Tu não me lavarás os pés nunca!” Mas Jesus respondeu: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo”. 9.Simão Pedro disse: “Senhor, então lava-me não só os pés, mas também as mãos e a cabeça”. 10.Jesus respondeu: “Quem tomou banho não precisa lavar senão os pés, pois está inteiramente limpo. Vós também estais limpos, mas não todos”. 11.Ele já sabia quem o iria entregar. Por isso disse: “Não estais todos limpos”. 12.Depois de lavar os pés dos discípulos, Jesus vestiu o manto e voltou ao seu lugar. Disse aos discípulos: “Entendeis o que eu vos fiz? 13.Vós me chamais de Mestre e Senhor; e dizeis bem, porque sou. 14.Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. 15.Dei-vos o exemplo, para que façais assim como eu fiz para vós.

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TRECHO PARA O DIÁRIO: Isaias 52, 13 até 53, 12 13.Eis! O meu servo terá êxito, vai crescer, subir, elevar-se muito.14.De tal forma ele já nem parecia gente, tanto havia perdido a aparência humana, que muitos se horrorizaram com ele,15.assim também causará surpresa à multidão das nações. Por sua causa, reis levarão a mão à boca, pois estarão

vendo coisas que ninguém jamais lhes tinha contado, das quais nunca ouviram falar. 1.Quem vai acreditar na notícia que trazemos? A quem relatar o poder do Senhor?2.Crescia diante dele como um broto, qual raiz que nasce da terra seca: Não fazia vista, nem tinha beleza a atrair o olhar, não tinha aparência que agradasse.3.Era o mais desprezado e abandonado de todos, homem do sofrimento, experimentado na dor, indivíduo de quem a gente desvia o olhar, repelente, dele nem tomamos conhecimento.4.Eram na verdade os nossos sofrimentos que ele carregava, eram as nossas dores, que levava às costas. E a gente achava que ele era um castigado, alguém por Deus ferido e massacrado.5.Mas estava sendo traspassado por causa de nossas rebeldias, estava sendo esmagado por nossos pecados. O castigo que teríamos pagar caiu sobre ele, com os seus ferimentos veio a cura para nós.6.Como ovelhas estávamos todos perdidos, cada qual ia em frente por seu caminho. Foi então que o SENHOR fez cair sobre ele o peso dos pecados de todos nós.” 7.Oprimido, ele se rebaixou, nem abriu a boca! Como cordeiro levado ao matadouro ou ovelha diante do tosquiador, ele ficou calado, sem abrir a boca. 8.Sem ordem de prisão e sem sentença, foi detido, e quem se preocupou com a vida dele? Foi arrancado da terra dos vivos, ferido de morte pelas rebeldias do meu povo.9.Sua sepultura foi colocada junto à dos criminosos, seu túmulo ao lado da tumba dos ricos. Mas ele jamais cometeu injustiça, mentira nunca esteve em sua boca.10.Que o sofrimento o esmagasse era projeto do SENHOR. Se, então, entregar a sua vida em reparação pelos pecados, ele há de ver seus descendentes, prolongará sua existência, e por ele a bom termo chegará o projeto do SENHOR.

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38.Depois disso, José de Arimatéia pediu a Pilatos para retirar o corpo de Jesus; ele era discípulo de Jesus às escondidas, por medo dos judeus. Pilatos o permitiu. José veio e retirou o corpo.39.Veio também Nicodemos, aquele que anteriormente tinha ido a Jesus de noite; ele trouxe uns trinta quilos de perfume feito de mirra e de aloés.40.Eles pegaram o corpo de Jesus e o envolveram, com os perfumes, em faixas de linho, do modo como os judeus costumam sepultar.41.No lugar onde Jesus foi crucificado havia um jardim e, no jardim, um túmulo novo, onde ninguém tinha sido ainda sepultado.42.Por ser dia de preparação para os judeus, e como o túmulo estava perto, foi lá que eles colocaram Jesus.

TRECHO PARA O DIÁRIO: João 19, 38-42

Elaboração tridimensional do Santo Sudário, feita pela Nasa e um artista italiano.

Jesus nos convida a olhar o mundo com os olhos Dele, com os olhos de Res-suscitado: “Coragem eu venci o mundo!” A um discípulo de Jesus não é permitido olhar o mundo com olhos normais, o “bom senso” normal só atrapalha, nesse caso, como a armadura do rei Saul atrapalhava o pobre Davi e não lhe permitia de caminhar ao encontro de Go-lias. O discípulo de Jesus deve ter os olhos de Jesus e olhar o mundo “ao contrario”; do lado de Deus: - povo normal vê uma criança no caixão e chora, Jesus vê a Ressurreição e se alegra - o povo normal vê um sepulcro fechado e imagina fedor da decomposição, Jesus vê a Gloria de Deus e a Ressurreição - o povo normal se aterroriza pelo Golgota e foge, Maria sente e completa a Redenção, ficando em pé, com o coração em pedaços, mas com a alma em Deus. Com Jesus sente que a Ressurreição do amor já começou. Devemos nos acostumar a olhar o mundo com os olhos do Ressuscitado que já venceu: “NADA É IMPOSSÍVEL PARA QUEM CRÊ EM DEUS”!

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1. «Não vos assusteis. Buscais a Jesus de Nazaré, o crucificado? Ressuscitou, não está aqui» (Mc 16,6). Na manhã do primeiro dia depois do sábado, como narra o Evangelho, algumas mulheres vão ao sepulcro para venerar o corpo de Jesus, que, tendo sido crucificado na Sexta-feira, foi envolvido às pressas num lençol e lá depositado. Procuram-no, mas não o encontram: não está mais no lugar onde foi sepultado. D'Ele restam somente os sinais do enterro: o túmulo vazio, as ligaduras, o lençol. As mulheres, no entanto, ficam assustadas à vista de um «jovem trajado com uma veste branca», que lhes anuncia: «Ressuscitou, não está aqui». Desde então, esta notícia desconcertante, destinada a mudar a sorte da história, continua a repercutir de geração em geração: um anúncio antigo e sempre novo. Mais uma vez ressoou durante esta Vigília pascal, mãe de todas as vigílias, e vai-se difundindo nestas horas por toda a Terra. 2. Ó sublime mistério desta Noite Santa! Noite na qual revivemos o extraordinário evento da Ressurreição! Se Cristo tivesse permanecido prisioneiro do sepulcro, a humanidade e toda a criação, de certo modo, teriam perdido o próprio sentido. Mas Vós, Cristo, realmente ressuscitastes! Então cumprem-se as Escrituras que faz pouco acabamos novamente de ouvir na liturgia da Palavra, percorrendo outra vez as etapas de todo o plano salvífico. Ao início da criação «Deus, vendo toda a Sua obra, considerou-a muito boa» (Gn 1,31). A Abraão prometera: «Todas as nações da terra serão abençoadas na tua descendência» (Gn 22,18). Foi-nos proposto novamente um dos mais antigos cantos da tradição hebraica, que revela o significado do antigo êxodo quando «o Senhor livrou Israel das mãos dos egípcios» (Ex 14,30). Ainda hoje continuam verificando-se as promessas dos Profetas: «Dentro de vós porei o meu espírito, fazendo com que sigais as minhas leis...» (Ez 36,27). 3. Nesta noite de Ressurreição inicia-se tudo novamente desde o «princípio»; a criação recupera o seu autêntico significado no plano da salvação. É como um novo início da história e do cosmo, porque Cristo ressuscitou dos mortos «como primícias dos que morreram» (1 Cor 15,20). Ele, «o último Adão», tornou-se «espírito vivificante» (1 Cor 15,45). O mesmo pecado dos nossos primeiros pais vem a ser cantado no Precónio pascal como «felix culpa», «ditosa culpa, que nos mereceu tão grande

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Onde abundou o pecado,

sobreabundou agora a Graça e «a pedra que os construtores rejeitaram tornou-se pedra angular» (Sal resp.) de um edifício espiritual indestrutível. Nesta Noite Santa nasceu um povo novo com o qual Deus estabeleceu uma eterna aliança no sangue do Verbo encarnado, crucificado e ressuscitado. 4. Entra-se a fazer parte do povo dos redimidos mediante o Baptismo. «Sepultámo-nos com Ele, pelo Baptismo, na morte, - lembrou-nos o apóstolo Paulo na Carta aos Romanos - e assim como Cristo ressuscitou dos mortos, por meio da glória do Pai, também nós caminharemos numa vida nova» (6,4). Esta exortação é especialmente para vós, caríssimos catecúmenos, aos quais dentro de pouco a Igreja Mãe comunicará o grande dom da vida divina.

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TRECHO PARA O DIÁRIO: Mateus 28, 1-10 1.Depois do sába-do, ao raiar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a ou-tra Maria foram ver o sepul-cro.2.De repente, houve um grande terremoto: o anjo do Senhor desceu do céu e, aproxi-mando-se, remo-veu a pedra e sentou-se ne-la.3.Sua aparência era como um relâmpago, e suas vestes, brancas como a neve.4.Os guardas ficaram com tanto medo do anjo que tre-meram e ficaram como mor-tos.5.Então o anjo falou às mulhe-

res: “Vós não precisais ter medo! Sei que procurais Jesus, que foi cruci-ficado.6.Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito! Vinde ver o lugar em que ele estava.7.Ide depressa contar aos discípulos: ‘Ele ressuscitou dos mortos e vai à vossa frente para a Galiléia. Lá o vereis’. É o que te-nho a vos dizer”.8.E saindo às pressas do túmulo, com sentimentos de te-mor e de grande alegria, correram para dar a notícia aos discípu-los.9.Nisso, o próprio Jesus veio-lhes ao encontro e disse: “Alegrai-vos!” Elas se aproximaram e abraçaram seus pés, em adoração.10.Jesus lhes disse: “Não tenhais medo; ide anunciar a meus irmãos que vão para a Ga-liléia. Lá me verão”.

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SANTA TERESA DO MENINO JESUS: O SOFRIMENTO ME ESTENDEU OS BRAÇOS E EU ME ENVOLVE NELES! E ASSIM ME TORNEI MISSIONARIA! A missão, por ser prolongamento da vida de Cristo, percorre seu caminho de imolação, e "tem seu ponto de chegada aos pés da cruz"(RMI 88). Todo missionário conhece muito bem este caminho e está convencido de que não há fecundidade sem cruz, como "não há redenção sem derramamento de sangue" (Hb 9,22). Em Teresa de Lisieux o sofrimento está sempre acompanhado de amor, sem o qual não terá sentido cristão ou missionário: "O sofrimento, unido ao amor, é a única coisa que me parece desejável no vale de lágrimas... É verdade que sua cruz me acompanha desde o berço, mas Jesus me fez amar com paixão esta cruz" (Carta 224, ao Pe. Bellière). "O sofrimento me estendeu seus braços, e eu me envolvi neles com amor" (H.A. cap. VII). A fecundidade apostólica, como em Paulo, ocorre por meio do sofrimento transformado em amor (Cf. Gl 4,19; Cl 1,24). Para Paulo, trata-se da dor da maternidade apostólica, conforme o anúncio de Cristo na última ceia (Cf. Jo 16,21-22). "Vejo que só o sofrimento é capaz de gerar almas" (H.A. cap. VIII). "Só o sofrimento pode gerar almas para Jesus" (Carta 108, a Celina). Dizia Teresa de Lisieux: "Sofro com alegria e paz. Verdadeiramente encontro minha alegria em sofrer"(H.A., cap. X). O gozo missionário do sofrimento se alimento do ardor apostólico no estilo do Bom Pastor. Esse é o preço das almas: "Sofrendo se pode salvar almas" (Carta 23., a Irmã Inês). Por isto, para ela, "um dia sem sofrer é um dia perdido" (Carta 26, a Celina). Nem sempre se trata de grandes sofrimentos, mas daqueles pequenos espinhos da vida cotidiana: "Não percas nenhum dos espinhos que encontras a

cada dia! Com um deles podes salvar uma alma!" (Carta 72, a Maria Guérin). "Não lhe recusemos o menor sacrifício.... Recolher um alfinete por amor pode converter uma alma! Que mistério!" (Carta 143, a Leônia). Muito menos se trata de buscar explicações teóricas, mas sim imitar o exemplo do próprio Jesus: "Quer que comeceis já a vossa missão, e que pelo sofrimento salveis as almas. Não foi sofrendo e morrendo que ele redimiu o mundo?"(Carta 184, ao Pe. Bellière). Por isto, "a oração e o sacrifício constituem toda a minha força, são as armas invencíveis que Jesus me deu. Elas podem, muito mais que as palavras, comover os corações". (H.A. cap. XI). Em carta a seu "irmão" missionário, Pe. Roulland, cita uma afirmação do mártir Teophanes Vénard: "Toda a vida do missionário é fecunda em cruzes". Ela comenta: "Meu irmão, os inícios de vosso apostolado estão marcados pelo sinal da cruz" (Carta 203). É o que afirmam tantas almas apostólicas: "Costumam fracassar muitos apostolados, menos o da cruz" (Me. Concepción Cabrera de Armida). Ser Mãe A tradição cristã sempre apresentou Maria como "Rainha dos Mártires". Assim também a chama Teresa de Lisieux: "Ó, Rainha dos Mártires, a espada dolorosa traspassará teu peito até a noite da vida" (Poesia 54). De fato, Maria, "guiada pelo Espírito Santo, consagrou-se inteiramente ao serviço da redenção dos homens" (PO 18) e "associou-se com entranhas de Mãe ao sacrifício de Cristo, que consiste amorosamente na imolação da vítima que ela mesmo

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63 O ponto de partida é sempre Jesus Cristo, que, "sofreu este martírio para salvar almas, abandonou sua Mãe, viu a Virgem Imaculada de pé junto à cruz com o coração traspassado por uma espada de dores" (Carta 184, ao Pe. Bellière). Daí passa a descobrir o sentido maternal do martírio de Maria (Poesia 54). Por isto, o coração materno de Maria é "imenso", porque nele cabe a humanidade inteira (ibidem). O martírio de amor, em Teresa de Lisieux, se converte em maternidade fecunda, como "Mãe das almas" (H.A. cap. IX; Carta 114). Esta expressão é freqüente em seus escritos. Trata-se da fecundidade que provém do sofrer amando e da virgindade como esponsal com Cristo: "Sou virgem, ó Jesus! Não obstante, que mistério! ao unir-me eu a ti, sou mãe de almas (Poesia 22). "Nunca imaginei que fosse possível sofrer tanto!... Não encontro explicação para isto, a não ser pelos desejos ardentes que tenho tido de salvar almas". (Últimas Palavras, último dia). Neste sofrimento materno e fecundo torna-se transparente a maternidade de Maria e da Igreja missionária. O sofrimento se transcende ao converter-se em doação materna a exemplo de Maria: "Sofrer amando é a mais pura felicidade!.... Quero viver contigo, Mãe Amada.... de teu imenso coração descubro os abismos de amor. Teu olhar maternal desvanece meus medos, e me ensina a chorar, e me ensina a sorrir"(Poesia 44). O martírio da vida cotidiana, vivida por amor, é o que mais se assemelha ao martírio da Rainha dos mártires, que consistiu principalmente na "noite da fé". Descreve a fé de Maria em Belém com estas palavras: "Mãe do Salvador, que acho tão amável, como te vejo grande em lugar tão pequeno!... Maria é, ao mesmo tempo, "Rainha dos Apóstolos e dos mártires"(Carta 178, ao Pe. Roulland). Por isto, Teresa de Lisieux, como "florzinha da Virgem" sente-se ligada à maternidade virginal e dolorosa de Maria:

"Jesus se esconde... Derramando lágrimas, se lhe enxugam as suas, e a Santíssima Virgem sorri. Pobre Mãe! Sofreu tanto por nossa causa! É justo que nós a consolemos, mesmo chorando e sofrendo com ela" (Carta 32, a Celina). Olhando Maria, Rainha dos Apóstolos e dos mártires, a vida missionária recupera sua misteriosa fecundidade: "Meditando tua vida, tal como a descreve o Evangelho, eu me atrevo a olhar-te e até a aproximar-me de ti. Não me custa crer que sou tua filha, quando vejo que morrer, quando vejo que sofres como eu". (Poesia 54). A atitude martirial de Teresa de Lisieux tem dimensão eclesial. A vida missionária é bela porque se desenvolve no coração da Igreja, consumindo-se nos altares do amor. Esta é a vocação missionária da santa: "A caridade deu-me a chave de minha vocação... Compreendi que a Igreja tinha coração... Compreendi que o amor encerrava todas as vocações... Por fim, encontrei minha vocação. Minha vocação é o amor!... No coração da Igreja, minha Mãe, eu serei o amor!"(H.A. cap. IX) O sentido teresiano de ser "filha da Igreja", recupera sua dimensão missionária e martirial: "Eu sou filha da Igreja..." (H.A. cap. IX). Esta atitude eclesial desborda as barreiras do tempo: "Espero não ficar inativa no céu. Meu desejo é seguir trabalhando pela Igreja" (Carta 225, ao Pe. Roulland). A vida missionária é martirial porque se consome apenas por Cristo e por sua Igreja. "Quem tem espírito missionário sente o ardor de Cristo pelas almas e ama a Igreja, como cristo"(RMI 89). Assim era o zelo missionário de Santa Teresa de Lisieux: "Nada me pára nas mãos. Tudo o que tenho, tudo o que ganho é para a Igreja e para as almas"(Últimas Palavras, 12.7.3). Muitas almas missionárias têm desejado imitar as atitudes de Teresa de Lisieux: "Quero ser santa como Santa Teresinha salvando muitas almas... Para mim não haveria felicidade maior que a de poder sofrer e amar pelas almas... Se não é para salvar almas, não vale a pena viver... As almas têm um preço muito alto, mas é preciso comprá-las com seu custo, pois o Senhor tem sede... Senhor, que todos te

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MARTIRIO MISSIONÁRIOS EM SANTA TERESA DO MENINO JESUS Dizia Teresa de Lisieux que "todos os missionários são mártires pelo desejo e pela vontade", porque "desejaram entregar sua vida pelo que amam" (Carta 203, ao Pe. Roulland). O martírio permanente do missionário tem lugar no campo mesmo da vida e da ação apostólica, sempre à luz da fé e com a confiança e tensão da esperança. A fé é sempre misteriosa e não corresponde à lógica e aos cálculos humanos. Viver confiada e audaciosamente, com a convicção de que sempre se é possível fazer o melhor, é o martírio da esperança, que se traduzirá em uma "vida escondida com Cristo em Deus" (Cl 3,3), como o grãozinho de trigo que parece morrer na terra (C f Jo 12,24). Poder-se-ia dizer que é "o martírio segundo o Evangelho" de que fala São Policarpo, isto é, pelo fato de se viver de acordo com a mensagem de Jesus. Missão, em Teresa de Lisieux, é o mesmo

que sofrer amando: "Eu gostaria de ir a Hanói para sofrer muito por Deus. Quisera ir para lá e ali estar inteiramente sozinha, para não ter consolo algum na terra". (Últimas Palavras, 14.5.6) A vida é martirial quando não se busca o próprio interesse, mas sim o interesse de servir à salvação de todos: "Sabendo que neste instante há almas que estão em perigo de perder-se... dou-lhes tudo o que possuo, e ainda não encontrei um momento para dizer-me: agora vou trabalhar para mim". (Últimas Palavras, 14.7.2) O martírio da missão consiste também em considerar-se apenas um instrumento vivo: "Que importa que seja eu ou outro que revele esse caminho às almas! que importa o instrumento!" (Últimas Palavras, 21.7.5). Esse martírio pela fé e a esperança tem repercussões insuspeitadas: "... as graças, as luzes que recebemos são devidas a uma alma escondida... Quantas vezes pensei que podia dever todas as graças que recebi às orações de uma alma que as tivesse pedido

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65 TRECHO PARA O DIÁRIO: Marcos 16, 14-20

14.Por fim, Jesus apareceu aos onze discípulos, enquanto estavam comendo. Ele os criticou pela falta de fé e pela dureza de coração, porque não tinham acredita-do naqueles que o tinham visto ressuscitado.15.E disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura!16.Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será conde-nado.17.Eis os sinais que acompanharão aqueles que crerem: expulsarão demônios

em meu nome; falarão novas línguas;18.se pegarem em serpentes e beberem veneno mortal, não lhes fará mal algum; e quando impuserem as mãos sobre os doentes, estes ficarão curados”.19.Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi levado ao céu e sentou-se à direita de Deus.20.Então, os discípulos foram anunciar a Boa Nova por toda parte. O Senhor os ajudava e confirmava sua palavra pelos sinais que a acompanhavam.

no Céu! Sim, uma centelha minúscula poderá fazer nascer grandes luzes em toda a Igreja, como doutores e mártires". (Últimas Palavras, 15.7.5) Teresa de Lisieux imaginava as fadigas da vida missionária. Tomava-as como suas e oferecia suas fadigas para aliviar as dos missionários: "Sabem o que me dá força? Pois bem, caminho por um missionário para diminuir suas fadigas e ofereço as minhas a Deus". (Últimas Palavras, Varia, 2). As surpresas da vida missionária fazem sofrer, mas são fecundas. Por isto, um sinal de que a missão é martirial é a autenticidade do missionário, sem complexos de herói. Desde sua adolescência, Teresa de Lisieux pediu ao Senhor a graça do martírio. Fala a este respeito ao narrar sua visita ao Coliseu de Roma: "Meu coração palpitava ao pousar

meus lábios sobre a lápide purpurada com o sangue dos primeiros cristãos. Pedi a graça de também me tornar mártir por Jesus, e senti no fundo de meu coração que minha oração era ouvida!" (História de uma Alma, VI). A Padroeira das Missões chama o martírio de "o sonho de minha juventude", com conseqüências ilimitadas e com o desejo de imitar a todos os mártires: "Desejaria, sobretudo, ó amantíssimo Salvador meu!, derramar por ti até a última gota de meu sangue. O martírio! Eis aí o sonho de minha juventude.... Desejaria sofrer todos os suplícios infligidos aos mártires... e com Santa Joana D’Arc, minha irmã querida, quisera murmurar na fogueira teu nome, ó Jesus!"(H.A., IX). Nesta perspectiva de fé, chega a pedir a Deus que seus "irmãos" espirituais, os missionários, alcancem a palma do martírio (Cf. Carta 178 e 225, ao

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Carta de Cacilda da Haiti: “Não há filhos outro caminho para nós. Não existe mais o nosso eu, o nosso querer... o que existe é o povo morrendo a nossa frente que precisa de ajuda. Somos o bom samaritano que Deus envia a este homem caído e ferido de mor-te. A única possibilidade de vida para este homem é a decisão desse samarita-no de socorrê-lo ou não, de carregá-lo consigo ou ignorá-lo, permanecendo no seu egoísmo. Se olho para mim mesmo caio, mas se olho fixo para Deus e o irmão que preci-sa, de repente brotara uma força interior capaz de mover mares e montanhas. Não podemos nos enganar. Só em Deus se encontra nossa esperança, refúgio e força. É o essencial; Deus é e basta! Deus é mais! Deus é ir para frente, sem olhar pra direita ou pra esquerda; não há mais tempo para distrações desta vida... você deve partir e levar somente o essencial, não cabe mais nada na ba-gagem a não ser o essencial: Deus.

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TRECHO PARA O DIÁRIO: João 20, 11-18 11.Entretanto, Maria se conservava do lado de fora perto do sepulcro e chorava. Chorando, inclinou-se para olhar dentro do sepulcro.12.Viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde estivera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés.13.Eles lhe perguntaram: Mulher, por que choras? Ela respondeu: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram.14.Ditas estas palavras, voltou-se para trás e viu Jesus em pé, mas não o reconheceu.15.Perguntou-lhe Jesus: Mulher, por que choras? Quem procuras? Supondo ela que fosse o jardineiro, respondeu: Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste e eu o irei buscar.16.Disse-lhe Jesus: Maria! Voltando-se ela, exclamou em hebraico: Rabôni! (que quer dizer Mestre).17.Disse-lhe Jesus: Não me retenhas, porque ainda não subi a meu Pai, mas vai a meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus.18.Maria Madalena correu para anunciar aos discípulos que ela tinha visto o Senhor e contou o que ele lhe tinha falado.

Se vem a perseguição, Deus é mais! Se vem a agressão, Deus é mais! Se os irmãos não entendem, Deus é mais! Se faltam as forças, Deus é mais! Se vem o desânimo, Deus é mais! Se parece estar enlouquecendo, Deus é mais! Se não entende nada, Deus é mais! Se o coração chora, Deus é mais! Se as lagrimas caem, Deus é mais! Se a tentação vem, Deus é mais! Se o desespero bate a sua porta, Deus é mais! Se os ratos não te deixam em paz, Deus é mais! Se os irmãos reclamam, Deus é mais! Se nada parece dar certo, Deus é mais! Se a cabeça não roda, Deus é mais! Se você se sente incapaz, Deus é mais! Se tudo é complicado, Deus é mais! Mais se no meio de tudo isso, uma criança sorri, então mais do que nunca, Deus é tudo! Filhos, não há outro caminho nesse mundo cruel a não ser fixar os olhos em Deus, acreditar n’Ele, permanecer com ele e dele aprender a conformar-se com tudo, pois a fé n’Ele nos faz ir além, pois mesmo sem ver, sabemos que com ele tudo é possível! 

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Tinha santa inveja da mártir Cecília: "Como tu, quisera imolar minha vida, dar-lhe todo meu sangue" (Poesia 3). Quando se refere aos heróis da história, não hesita em afirmar que "todos juntos não valem mais que um mártir" (Poesia 11). Dedica também uma poesia especial ao martírio do santo missionário Teophanes Vénard (Poesia 38). Pede a São Sebastião poder seguí-lo em seu destino martirial. (Oração). No dia de sua profissão, ainda com todas as suas forças juvenis e sem nenhum sinal da enfermidade futura, levou sobre seu peito um bilhete no qual escrevera: "Jesus, que eu morra mártir

por tu, com o martírio do coração ou do corpo, ou melhor ainda, com os dois". (Orações e outros Escritos, 2). Em carta à sua irmã Inês de Jesus, afirma: "Ao Cordeiro e ao cordeirinho é-lhes necessária a palma de Inês; se não for pelo sangue, que o seja pelo amor"(Carta 67). Para sempre e apesar desses desejos e orações, Teresa de Lisieux seria "mártir" de amor, com a particularidade de poder descobrir também o sentido martirial de sua doença e de suas hemoptises: "Eu bem sabia que teria o consolo de ver meu sangue derramado, já que morro mártir de amor". (Últimas Palavras, Varia 5): "Façamos de nossa vida um sacrifício contínuo, um martírio de amor para consolar a Jesus" (Carta 74, a Celina).

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TRECHO PARA O DIÁRIO: Lucas 24, 13-35 13.Nesse mesmo dia, dois discípulos caminhavam para uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios.14.Iam falando um com o outro de tudo o que se tinha passado.15.Enquanto iam conversando e discorrendo entre si, o mesmo Jesus aproximou-se deles e caminhava com eles.16.Mas os olhos estavam-lhes como que vendados e não o reconheceram.17.Perguntou-lhes, então: De que estais falando pelo caminho, e por que estais tristes?18.Um deles, chamado Cléofas, respondeu-lhe: És tu acaso o único forasteiro em Jerusalém que não sabe o que nela aconteceu estes dias?19.Perguntou-lhes ele: Que foi? Disseram: A respeito de Jesus de Nazaré... Era um

profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo.20.Os nossos sumos sacerdotes e os nossos magistrados o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram.21.Nós esperávamos que fosse ele quem havia de restaurar Israel e agora, além de tudo isto, é hoje o terceiro dia que essas coisas sucederam.22.É verdade que algumas mulheres dentre nós nos alarmaram. Elas foram ao sepulcro, antes do nascer do sol;23.e não tendo achado o seu corpo, voltaram, dizendo que tiveram uma visão de anjos, os quais asseguravam que está vivo.24.Alguns dos nossos foram ao sepulcro e acharam assim como as mulheres tinham dito, mas a ele mesmo não viram.25.Jesus lhes disse: Ó gente sem inteligência! Como sois tardos de coração para crerdes em tudo o que anunciaram os profetas!26.Porventura não era necessário que Cristo sofresse essas coisas e assim entrasse na sua glória?27.E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava dito em todas as Escrituras.28.Aproximaram-se da aldeia para onde iam e ele fez como se quisesse passar adiante.29.Mas eles forçaram-no a parar: Fica conosco, já é tarde e já declina o dia. Entrou então com eles.30.Aconteceu que, estando sentado conjuntamente à mesa, ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu-lho.31.Então se lhes abriram os olhos e o reconheceram... mas ele desapareceu.32.Diziam então um para o outro: Não se nos abrasava o coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras? 33.Levantaram-se na mesma hora e voltaram a Jerusalém. Aí acharam reunidos os Onze e os que com eles estavam. 34.Todos diziam: O Senhor ressuscitou verdadeiramente e apareceu a Simão. 35.Eles, por sua parte, contaram o que lhes havia acontecido no caminho e como o tinham

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TERESA DE MENINO JESUS DESEJAVA ARDENTEMENTE MORRER MARTIR POR JESUS

O sofrimento afrontado por amor transforma a vida em martírio fecundo. Dessa forma, é "o martírio do coração", o sofrimento íntimo da alma" (Carta 146, a Celina). Então "o martírio do coração não é menos fecundo que o derramamento do sangue" (Carta 184, ao Pe. Bellière). Seu "martírio" de amor, considera-o um Dom especial de Deus, da mesma forma que o martírio de sangue. Sua vida encontra-se orientada para ele: "Morrer de amor, dulcíssimo martírio que eu gostaria de sofrer" (Poesia 17; cf. Poesia 22). E irá repetindo sem se cansar: "Teu amor é meu martírio" (Poesia 28). “Que eu chegue a ser mártir por vosso amor. Que este martírio, depois de ter-me preparado para comparecer diante de vós, me faça, por fim, morrer". (Orações e outros Escritos). Estes desejos profundos iam-se

concretizando na vida diária. Em todas as coisas e acontecimentos encontrava o sentido que a orientava até o amor, especialmente em sua última enfermidadde: "Quando penso que morro na cama! Gostaria de morrer na arena!"(Últimas Palavras, Varia, 4.11). A vida de Teresa de Lisieux é martírio de amor, porque se gasta gota a gota para apagar a sede de Cristo e recolher e aplicar seu sangue redentor. Contemplando uma estampa de Jesus crucificado, cuja mão ensangüentada destacava-se no livro, afirma: "Fiquei profundamente impressionada ao ver o sangue que caia de uma de suas mãos... caía ao solo sem que ninguém viesse recolhê-la.... resolvi manter-me em espírito ao pé da cruz para receber o divino orvalho que dela gotejava, compreendo que logo teria que derramá-lo sobre as almas(H.A. cap. V). Poucos dias antes de morrer, em circunstâncias semelhantes, repete quase as mesmas palavras: "Não quero deixar que se perca esse sangue precioso. Passarei minha

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TRECHO PARA O DIÁRIO: Lucas 24, 35-48 35.Eles, por sua parte, contaram o que lhes havia acontecido no caminho e como o tinham reconhecido ao partir o pão.36.Enquanto ainda falavam dessas coisas, Jesus apresentou-se no meio deles e disse-lhes: A paz esteja convosco!37.Perturbados e espantados, pensaram estar vendo um espírito.38.Mas ele lhes disse: Por que estais perturbados, e por que essas dúvidas nos vossos corações?39.Vede minhas mãos e meus pés, sou eu mesmo; apalpai e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que tenho.40.E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os

pés.41.Mas, vacilando eles ainda e estando transportados de alegria, perguntou: Tendes aqui alguma coisa para comer?42.Então ofereceram-lhe um pedaço de peixe assado.43.Ele tomou e comeu à vista deles.44.Depois lhes disse: Isto é o que vos dizia quando ainda estava convosco: era necessário que se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos profetas e nos Salmos.45.Abriu-lhes então o espírito, para que compreendessem as Escrituras, dizendo:46.Assim é que está escrito, e assim era necessário que Cristo padecesse, mas que ressurgisse dos mortos ao terceiro dia.47.E que em seu nome se pregasse a penitência e a remissão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém.48.Vós sois as testemunhas de tudo isso. A ânsia de martírio se alimenta da sede missionária de salvar almas. A sede de Cristo na cruz contagia os apóstolos de um zelo universal: "O grito de Jesus na cruz ressoava continuamente em meu coração: Tenho sede! Estas palavras acendiam em mim um ardor vivíssimo e desconhecido... Eu mesma me sentia devorada pela sede de almas" (H.A. cap. V). E conclui: "Às almas eu dava o sangue de Jesus, e a Jesus eu oferecia estas almas refrescadas com seu divino orvalho, e deste modo me parecia acabar-lhe a sede" (ibidem). Os sofrimentos e dificuldades da vida missionária se transformaram em fecundidade apostólica por ser o martírio íntimo de uma vida doada: "Jesus deseja ser auxiliado em seu divino cultivo de almas"(H.A. cap. V). "Ofereçamos nossos sofrimentos a Jesus para

salvar almas... todo o sangue de um Deus foi derramado para salvá-las. Jesus quer fazer depender sua salvação de um suspiro de nosso coração" (Carta 61, a Celina). "Amemo-lo, pois, até a loucura, salvemo-lhe almas... nos pede que aplaquemos sua sede dando-lhe almas... Jesus quer que a salvação das almas dependa de nossos sacrifícios, de nosso amor... Ele nos mendiga almas... um olhar e um suspiro que serão somente para ele" (Carta 74, a Celina). "É tão doce ajudar Jesus a salvar almas que ele redimiu com o preço de seu sangue!" (Carta 171, a Leônia). Quase em seus últimos momentos e abrasada de sede, Teresa de Lisieux dirá com confiança filial: "Meu Jesus, vossa filhinha tem muita sede... sente-se feliz... por assemelhar-se ainda mais a vós e em salvar almas". (Últimas Palavras, por Irmã Maria da

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TRECHO PARA O DIÁRIO: João 21, 1-14 1.Depois disso, Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. A aparição foi

assim:2.Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Gêmeo, Natanael, de Caná da Galiléia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos dele.3.Simão Pedro disse a eles: “Eu vou pescar”. Eles disseram: “Nós vamos contigo”. Saíram, entraram no barco, mas não pescaram nada naquela noite.4.Já de manhã, Jesus estava aí na praia, mas os discípulos não sabiam que era Jesus.5.Ele perguntou: “Filhinhos, tendes alguma coisa para comer?” Responderam: “Não”.6.Ele lhes disse: “Lançai a rede à direita do barco e achareis”. Eles lançaram a rede e não conseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes.7.Então, o discípulo que Jesus mais amava disse a Pedro: “É o Senhor!” Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu e arregaçou a túnica ( pois estava nu ) e lançou-se ao mar.8.Os outros discípulos vieram com o barco, arrastando as redes com os peixes. Na realidade, não estavam longe da terra, mas somente uns cem metros.9.Quando chegaram à terra, viram umas brasas preparadas, com peixe em cima e pão.10.Jesus disse-lhes: “Trazei alguns dos peixes que apanhastes”.11.Então, Simão Pedro subiu e arrastou a rede para terra. Estava cheia de cento e cinqüenta e três grandes peixes; e apesar de tantos peixes, a rede não se rasgou.12.Jesus disse-lhes: “Vinde comer”. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. 13.Jesus aproximou-se, tomou o pão e deu a eles. E fez a

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Martírio missionário: O amor apaixonado por Cristo No que diz respeito à pessoa do missionário, sua atitude martirial enraíza-se num "amor apaixonado por Jesus Cristo" (VitaeConsecratae 109). Só a partir deste amor, pode-se passar para o "anúncio apaixonado de Jesus Cristo àqueles que ainda não o conhecem, aos que estão esquecidos, preferentemente aos pobres"(VC 75). A vida se hipoteca para viver deste anúncio apaixonado aos mais pobres, isto é, aos que não vivem da fé nele. Os grandes missionários, como o Pe. Manna, têm destacado a relação de intimidade com Cristo como fonte da disponibilidade missionária: "O missionário não é nada se não se identifica em Cristo... Somente o missionário que imita fielmente a Cristo, pode reproduzir sua imagem aos outros".

(Pe. Manna, Carta 6). A vida de um apóstolo é uma "história de amizade com o Senhor" (VC 64). Percorre-se então um "itinerário de progressivo assemelhamento aos sentimentos de Cristo (VC 65) para poder se entregar a uma "tensão missionária"(VC 77) de sentido martirial, a exemplo de Teresa de Lisieux e de Francisco Xavier. Sem esta tensão contemplativa e apostólica, de "comunhão íntima com Cristo.... que tem seu ponto de chegada aos pés da cruz" (Rmi 88), "o missionário não pode anunciar a Cristo de modo convincente" (Rmi 91) Uma fotografia de 17 de março de 1896, mostra Teresa de Lisieux com um letreiro nas mãos, no qual está escrita a frase de Santa Teresa de Ávila: "Eu daria mil vidas para salvar uma só alma".

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TRECHO PARA O DIÁRIO: João 20, 19-23

19.Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, os discípulos estavam reunidos, com as portas fechadas por medo dos judeus. Jesus entrou e pôs-se no meio deles. Disse: “A paz esteja convosco”. 20.Dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos, então, se alegraram por verem o Senhor. 21.Jesus disse, de novo: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou também eu vos envio”. 22.Então, soprou sobre eles e falou: “Recebei o Espírito Santo. 23.A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os retiverdes, ficarão retidos”.

O amor que constitui a essência dessa atitude martirial é o amor que aspira a totalidade, que tende a dar de tudo continuamente e para sempre. A vocação de Teresa de Lisieux ela mesma a define: "Minha vocação é o Amor!"(H.A. cap. IX). Já não tem outro desejo a não ser "amar a Jesus com loucura", porque "o amor é a única coisa que me atrai" (H.A. cap. VIII). "Há muito tempo não mais me pertenço, pois estou totalmente entregue a Jesus"(H.A. cap. X). Se, segundo Santo Tomás, "o martírio é um ato de fortaleza", essa fortaleza martirial expressa-se principalmente na decisão permanente de gastar a vida amando e fazendo amar a Cristo. O "mártir" é "testemunha" do mistério pascal de

Cristo, através de uma vida que deixa brilhar a oblação do Senhor: "Sereis minhas testemunhas" (Hb 1,8). Assim é a paixão martirial de Teresa de Lisieux, que tende sempre e apenas a transmitir o Amor, a "amá-lo e fazê-lo amar" Carta 89, a Irmã Inês), como uma opção fundamental e vocacional pelo Amor, com a característica dominante de ser "o amor no coração da Igreja" (H.A. cap. IX). Quando se intui o final desta vida consumida por amor como um martírio permanente, todo missionário é capaz de dizer, como Teresa de Lisieux pouco antes de morrer: "Não me arrependo de haver-me entregue ao Amor" (Últimas Palavras, 30.9.97). Essa vida martirial se equivale ao martírio de sangue e é também sua melhor

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POSSÍVEL ESQUEMA PARA A SUA HORA DE ADORAÇÃO (Adoração ao Santíssimo Sacramento deve ser feita em absoluto silêncio. É uma hora de intimidade entre você e Jesus. Não é partilha)

1º. Inicie com essa oração, ensinada por um Anjo aos 3 pastorzinhos de Fátima: “Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos; peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam.” (3 vezes).

*Olhe um pouco para Jesus manifestando seu amor e continue com uma outra oração do Anjo: “Santíssima Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo, eu vos adoro profundamente e Vos ofereço o Preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma, Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da Terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido e pelos merecimentos infinitos de Seu Santíssimo Coração e pela Intercessão do Imaculado Coração de Maria, peço-vos a conversão dos pecadores”. *Continue olhando para Jesus, sinta a alegria de Jesus pela tua visita, continue assim: 2º. “Estou aqui Senhor para Te adorar, sinto uma grande alegria estando perto de Ti e Ti digo: Coração de Jesus na Eucaristia, amável companheiro do nosso exílio, eu Vos adoro. Coração Eucarístico de Jesus, Coração Solidário, eu Vos adoro. Coração humilhado de Jesus, eu Vos adoro. Coração abandonado, esquecido, desprezado, ultrajado, eu Vos adoro. Coração amante, coração bondoso, fogo de Amor, eu vos adoro. Coração desejoso de atender-nos, desejoso de ser suplicado, eu Vos adoro. Coração doce refugio dos pecadores, eu vos adoro. Coração de Jesus, meu Amor, meu Tudo, eu Vos adoro!” * “Ofereço-te, Senhor tudo o que eu estava fazendo”.(Fixe o olho na Hóstia Consagrada ou no Sacrário e, com a voz do coração, em silêncio, conte para Jesus, como um amigo, o que você estava fazendo)

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* “Ofereço-te, Senhor as dores que apertam meu coração.”(Conte para Jesus o que mais te machuca, te preocupa, te angustia...) * “Ofereço-te as pessoas queridas”.(Olhe para Jesus e, com a voz do coração, fale os nomes dos seus familiares, seus amigos, das pessoas a ti confiadas...) * “Ofereço-te os meus inimigos...”.(Diga a Jesus, sem tirar os olhos dele, os nomes das pessoas que estão ti ferindo e que você não consegue perdoar...) “Ofereço-te, Senhor, essa hora de adoração para eles também!” * “Ofereço-te, Senhor, as minhas alegrias...”(Fale um pouco para Jesus de suas esperanças e de suas alegrias, consagre a Ele seus sonhos...) * OLHA AGORA PARA JESUS SEM NADA DIZER, ESFORCE-SE PARA ESCUTAR A SUA VOZ, acostume-se a escutar o sopro suave de sua voz no silêncio do coração. 3º. Se os olhos do teu coração e os teus olhos físicos conseguiram se fixar em Jesus, sem distração nenhuma, então continue com o TERÇO DO AMOR EUCARÍSTICO: *Nas Contas grandes do Pai Nosso, no lugar do Pai Nosso, reze: “Bendito e Louvado seja o Santíssimo e Diviníssimo Sacramento. *Nas Contas da Ave Maria, no lugar da Ave Maria, reze: “MEU SENHOR, MEU DEUS, MEU AMOR, MEU TUDO” (Olhe sempre fixo para Jesus sacramentado durante esse terço, reze com o coração. Só um coração que ama é capaz de repetir sem fim as mesmas palavras).

4º. Termine essa hora, rezando o Terço Mariano, mantendo os olhos sempre fixos em Jesus. Se durante o Terço sae espontaneamente alguma oração para Jesus, não tenha medo de interromper o Terço e falar a Jesus “coração a coração”. Depois retome o Terço. Seja essa oração uma manifestação do teu ardente amor para o Coração de Jesus e de Maria.

Rezando as “Aves Marias” pense em MARIA COMPLETAMENTE PREENCHIDA DE JESUS: “Cheia de Graça”=“Cheia de Deus, da Eucaristia... O senhor Eucarístico está contigo... Santa Maria, Mãe de Deus, minha Mãe querida, rogai por...(apresenta a Maria uma graça que você precisa para um irmão)”. Entre um Mistério e o outro, reze: “O Virgem Maria, Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento, alegria da Igreja, salvação do mundo, rogai por nós e despertai em todos os fiéis a devoção à Santíssima Eucaristia”.

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ORAÇÃO DO PERDÃOORAÇÃO DO PERDÃOORAÇÃO DO PERDÃO

(Rezar esta oração por 30 dias consecutivos. Freqüentemente esta oração traz à mente áreas do nosso subconsciente que necessitam de perdão. Exponha sem medo as feridas à luz do Sol que é Deus e o calor do Espírito irá sanar em profundidade. Se algumas coisas que a oração fala não fazer parte de sua vida, então reze pelos seus irmãos). Senhor Jesus Cristo, peço-te perdão por todas as pessoas que fazem parte da minha vida. Sei que me darás forças para perdoar e eu te agradeço porque me amas mais do que eu a mim mesmo e desejas a minha felicidade mais do que eu poderia desejá-la.

Pai, perdoa-me por todas as vezes que a morte visitou minha família, pelos momentos difíceis, pelas dificuldades financeiras e por todas as coisas que julguei fossem castigos enviados por Ti. As pessoas diziam: "É a vontade de Deus". Foi assim que me tornei uma pessoa amarga e ressentida com o Senhor. Purifica hoje minha mente e o meu coração. Senhor, eu me perdôo por ter cometido pecados, faltas e transgressões. Por tudo o que é mau dentro de mim, ou que penso ser mau eu me perdôo, e aceito o Teu perdão. Perdôo-me também por ter tomado teu nome em vão, deixando de Te adorar na Igreja, magoando meus pais, embebedando-me, pecando contra a pureza, en-tregando-me a leituras e filmes pornográficos, fornicando, adulterando, prati-cando a homossexualidade. Eu estou me perdoando pelo aborto cometido, pelo roubo praticado, pela mentira, por ter defraudado e por manchar a reputação alheia, por ter machucado e ferido muitos. Tu me perdoaste hoje, e eu também me perdôo. Obrigado, Senhor, por Tua graça neste momento.

Perdôo-me também por me envolver com superstições, horóscopos, fre-qüentar sessões, praticar adivinhação ou usar amuletos, feitiços. Rejeito toda superstição espírita, macumba, candomblé e escolho a Ti somente como meu Senhor e Salvador. Enche-me com Teu Espírito Santo.

Perdôo de coração minha mãe. Eu a perdôo por todas as vezes que me magoou, me feriu, ficou irada comigo e por todas as vezes que me castigou. Eu a perdôo por todas as vezes em que preferiu um dos meus irmãos a mim. Eu a perdôo por todas as vezes em que disse que eu era bobo, feio, estúpido, o pior dos filhos ou que eu dava muito trabalho. Eu a perdôo pelas vezes em que disse que eu não era querido, que fui um acidente, um erro ou que não era o que ela esperava.

Eu perdôo meu pai. Eu o perdôo pela falta de apoio, de amor, afeição ou atenção. Eu o perdôo por sua falta de tempo, por me privar de sua companhia, pela sua bebedeira, por suas discussões e brigas com minha mãe ou com meus irmãos. Eu o perdôo por seus castigos severos, pelo abandono, por ficar fora de casa, por se divorciar de minha mãe ou por suas traições. Eu o perdôo de coração.

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Senhor, eu ofereço meu perdão a meus irmãos e irmãs, eu perdôo os que me rejeitaram, mentiram a meu respeito, me odiaram, se aborreceram comigo e competiram pelo amor de meus pais, pelos meus irmãos que me feriram fisi-camente ou me maltrataram. Perdôo os meus familiares que foram muito severos comigo, puniram-me ou tornaram minha vida desagradável de qualquer forma, eu também realmente perdôo. Senhor eu perdôo meu marido (minha esposa), pela falta de amor, afeição, con-sideração, sustento, atenção, comunicação, por falhas e fraquezas que me feriram e me inquietaram. Senhor, eu perdôo meus filhos por sua falta de respeito, obediência, amor, atenção, apoio, calor humano, compreensão; por seus maus hábitos, abandonando a Igreja, perdendo-se, envolvendo-se no crime, na droga e quaisquer outras ações que me tenham perturbado. Meus Deus eu perdôo meu genro ou minha nora e outros parentes da família de meu esposo (minha esposa), que trataram meus filhos sem amor ou atenção. Por todas as palavras que eles proferiram, pensamentos, ações ou omissões que me magoaram e me causaram dor, eu os perdôo. Por favor, Jesus, ajuda-me a perdoar meus parentes, meus avós, que possam ter interferido na nossa família, ou tenham sido possessivos em relação aos meus pais, que possam ter causado confusão colocando meus pais um contra o outro. Jesus, ajuda-me a perdoar meus colegas de trabalho, que são desagradáveis ou tornam minha vida infeliz, os que me sobrecarregam com o trabalho deles e falam mal de mim, não cooperam comigo ou tentam ocupar o meu lugar. Eu realmente os perdôo. Eu agora perdôo meu sacerdote e minha Igreja por todas as faltas de apoio, mesquinharia, falta de amizade, não me ajudando como podiam, não me proporcionan-do inspiração, por não me usarem numa posição importante, por não me convidarem a trabalhar em algo que desenvolvesse uma capacidade maior ou por qualquer outra mágoa que me tenham infligido, eu realmente os perdôo no dia de hoje. Senhor, perdôo meu patrão por não me pagar suficientemente, por não apre-ciar o meu trabalho, por ser injusto comigo, zangando-se ou agindo sem amizade e consideração, por não me promover ou por não me congratular pelo trabalho executa-do. Senhor, eu perdôo meus professores do passado, bem como os do presente. Os que me puniram, humilharam, insultaram e trataram injustamente, os que me ridiculiza-ram, me chamaram de “burro” ou ignorante e me prenderam depois da hora de saída. Senhor, eu perdôo os amigos que me falharam, perderam o contato comigo, não me apoiaram, não estavam por perto quando precisei do auxilio, que me pediram din-heiro emprestado e não me pagaram e os que falaram mal de mim. Jesus, eu oro especialmente pela graça do perdão para com aquela pessoa que mais me feriu na minha vida. Peço-te a força para perdoar àquele que eu considero o meu pior inimigo, aquele a quem é muito difícil perdoar e a quem eu disse que jamais perdoaria. Obrigado, Jesus, pela força que o Senhor me da. Permite que o teu Santo Espírito me encha de luz e que cada área escura de minha mente seja ilumina-da. Amém.

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O Diário Espiritual,

1º- Escolha um bom lugar, se puder, reúna com os amigos e marque a duração da meditação (pelo menos 30min.). Se possível, reze o Terço antes ou, pelo menos, faça o Sinal da Cruz, reze um Pai Nosso e 3 Ave Maria.

2º- LEIA O TEXTO do Dia (Precisa da “Carta Diário”), sem se preocupar em riscar. Em seguida leia de novo o texto, sublinhando e riscando as frases que mais tocaram em seu coração e mexeram com você.

3º- Pegue seu caderno espiritual, ponha no alto da página à esquerda, a data do dia e a citação do trecho, que você está lendo. Em seguida, ESCREVA TODAS AS FRASES QUE VOCÊ SUBLINHOU. Enfim, escreva de novo a frase que mais te atingiu entre todas.

4º- Pergunte-se, agora, COMO POSSO COLOCAR EM PRÁTICA, HOJE, ESSA FRASE? Qual GESTO CONCRETO vou fazer para realizar essa palavra em mi-nha vida? Deve ser algo de muito concreto: o que VOU FAZER, hoje para reali-zar essa palavra? Tire, portanto, UM PRÓPOSITO (pequeno, concreto, preci-so, algo que a Palavra me convida a melhorar, uma pequena coisa por dia. Jesus não falou: “Felizes os que lêem a Palavra, mas “Felizes os que PRATICAM”.

5º- Escreva agora o seu propósito NA PALMA DA MÃO e no seu Diário. Esse propósito esteja, o dia todo, em seu coração e em sua mente, para vivenciá-lo o mais possível.

6º- À NOITE, dedique pelo menos 20 minutos para refletir sobre o dia. Na página de direita do seu caderno, faça o “Diário do dia” respondendo a essas perguntas: *O QUE JESUS FEZ PARA MI M, HOJE? (Quais graças recebi dele, nesse dia). *O QUE EU FIZ PARA JESUS, HOJE? (Conte como você viveu o propósito, escreva, pelo menos 10 linhas contando as experiências que você viveu quando se lembrou do propósito). *SENHOR, PEÇO-TE PERDÃO POR... (Escreva, com sinceridade os pecados cometidos no dia. Dessa forma vai ser simples confessar e não se esquecer de nada).

7º- LEMBRE-SE SEMPRE DAS 5 PEDRINHAS: CONFISSÃO MENSAL, ME-DITAÇÃO DIÁRIA DA BÍBLIA, S.MISSA(Todo dias ou quanto mais possível), Santo ROSÁRIO Cotidiano, JEJUM a Pão e Água 4ª e 6ª feira).