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Revolução dos Cravos Escola E.B.2,3 Fernando Pessoa Disciplina de História Professora Fernanda Ferreira Ano letivo 2012/2013

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Revolução dos Cravos

Escola E.B.2,3 Fernando Pessoa

Disciplina de História

Professora Fernanda Ferreira

Ano letivo 2012/2013

Fábia Teixeira nº12 9ºD

Antecedentes:

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Entre 1933 e 1974 vigorou em Portugal o Estado Novo, regime político ditatorial liderado pela figura de Salazar e, depois deste, Marcelo Caetano.

O Estado Novo era baseado em ideologias do nazismo e do fascismo italiano. Nesse seguimento, existia em Portugal uma polícia política (PIDE), a Legião e Mocidade Portuguesa e a censura.

Enquanto os países colonizadores europeus tratavam de iniciar as suas vagas de descolonização, Portugal recusava-se a seguir-lhes o exemplo, mesmo depois de diversas pressões internacionais, nomeadamente da ONU, entrando num contexto de isolamento internacional, do qual os dirigentes portugueses se aproveitaram para afirmarem sermos um país “orgulhosamente só”.

A fome, a pobreza e a falta de oportunidades levou grande parte da população a emigrar, enfraquecendo cada vez mais as já frágeis condições económicas do país.

Nas colónias, principalmente em Angola e Moçambique, surgiram pequenos movimentos democráticos, que entraram em conflito com os interesses da metrópole, sendo esta obrigada a enviar militares para as colónias para defender os seus interesses. Para agravar a situação, o mundo entrara na Guerra Fria, caracterizada pela separação de duas realidades: a comunista e a capitalista, rivais entre si e que utilizaram, por exemplo, as colónias portuguesas, para se defrontarem indiretamente, dificultando ainda mais a ação dos portugueses. Estava iniciada a GUERRA COLONIAL.

Em Agosto de 1973, começaram a existir reuniões clandestinas de membros da classe militar, que procuravam a solução para dois problemas: a guerra colonial e a falta de liberdade em Portugal.

Este grupo foi designado de MFA (Movimento das Forças Armadas).

O golpe militar

Às 22h55 de 24 de Abril de 1974, pôde-se ouvir na rádio E Depois do Adeus de Paulo de Carvalho e, às 0h25 do dia seguinte, Grândola Vila Morena (http://www.youtube.com/watch?v=gaLWqy4e7ls), música

António de Oliveira Salazar

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censurada pelo regime por se considerar fazer alusão ao comunismo. Estas músicas eram o sinal que os militares esperavam para iniciarem o golpe.

Coube o plano das operações militares a Otelo Saraiva de Carvalho, que orientou a sua execução do posto de comando da Pontinha.

Às primeiras horas da manhã foram ocupados vários pontos estratégicos de Lisboa, como a Radiotelevisão portuguesa e o aeroporto da Portela. Também no Porto foram ocupadas as instalações da RTP e do aeroporto das Peras Rubras.

Ao general Salgueiro Maia e à sua coluna de militares da Escola Prática de Cavalaria de Santarém couberam duas

das missões mais importantes: a ocupação do Terreiro do Paço, pela manhã e à tarde, o cerco ao Quartel do Carmo, onde estava o Presidente da República, Américo Tomás e o Presidente do Conselho, Marcelo Caetano. Este último rende-se a Salgueiro Maia, na condição do

governo ser entregue ao general António de Spínola, “para que o poder não caia na rua”.

Às 19h50 foi oficialmente declarada a queda do regime pelo MFA na RTP.

O caráter relativamente pacífico da revolução levou os militares a colocarem cravos nos canos das armas, razão pela qual o golpe ficou conhecido como Revolução dos Cravos.

Consequências

À 1h30 do dia 26 de Abril, são apresentados na RTP os membros constituintes da Junta de Salvação Nacional, encabeçada por António Spínola.

Iniciou-se o processo de democratização, atendendo às seguintes medidas:

Libertação dos presos políticos

General Otelo Saraiva de Carvalho

General Salgueiro Maia

Militares no dia 25 de abril de 1974

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Extinção da DSG (ex-PIDE) Extinção da Legião e da Mocidade Portuguesa Abolição da Censura Reconhecimento da liberdade de expressão Negociação com as colónias para a sua posterior

descolonização. Surgimento de retornados (nome atribuído às cerca de 500 mil

pessoas que regressaram a Portugal aquando das descolonização).*

Seguia-se, então, a política dos 3D: Democratizar, Desenvolver e Descolonizar.

O 1º de Maio, Dia do Trabalhador, foi festejado de forma livre e democrática por todo o país.

Contudo, nem tudo foram rosas e desentendimentos entre as classes dirigentes levaram a um período de grande agitação, que quase levou Portugal a uma Guerra Civil. A 25 de novembro de 1975, para pôr fim à situação, um grupo de militares moderados desencadeou um movimento armado que afastou o MFA do poder e progressivamente instalou uma democracia parlamentar no país.

Entrou em vigor a Constituição de 1976, que defendia:

Igualdade de todos perante a lei Direito à liberdade e à segurança Liberdade de expressão, de informação e de reunião Liberdade sindical e direito à greve Direito ao trabalho, segurança social e à proteção da saúde Direito à educação e à cultura Direito à habitação e a um ambiente sadio.

O poder político está organizado em:

Poder central: Presidente da República

Governo

Assembleia da República

Tribunais

Parlamento

António Spínola

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Poder local: Assembleia municipal

Câmara Municipal

Assembleia de Freguesia

Junta de Freguesia

Poder regional: Assembleia Regional

Governo Regional

Santa Maria da Feira em 1974

Aquando do 25 de Abril de 1974, a situação do concelho era muito diferente da de hoje em dia.

Dava-se pelo nome de Vila da Feira, devido ao seu estatuto de vila, agora desatual, onde viviam aproximadamente 94970 habitantes.

O abastecimento de água e o saneamento eram praticamente inexistentes.

A indústria corticeira já se tinha afirmado como setor chave da economia concelhia. A proximidade da matéria-prima, a disponibilidade de mão-de-obra e a existência de mercado foram fatores determinantes para tal ser uma realidade. Sendo o Estado Novo um regime corporativista, a Junta Nacional da Cortiça era o organismo corporativista, que entretanto fora integrado no Instituto dos Produtos Florestais.

Capa da Constituição Portuguesa de 1976

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Existia uma biblioteca fixa da Gulbenkian, a precedente da atual Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feria.

O Correio da Feira, jornal ainda em funções com publicações semanais, já era uma realidade.

O Feirense, equipa desportiva do concelho que jogava futebol sénior, acabou a temporada de 73/74 na 16ª posição da Liga II Norte.

Existia o atual clube Académico Clube da Feira, na altura sob o nome Texas Futebol Clube, onde o futebol era a única modalidade praticada.

Tal como hoje, já a Festa das Fogaceiras era um ex-líbris da Feira, como se pode confirmar pelas imagens abaixo:

*Entrevista à Sr.ª Maria Rodrigues, um dos muitos retornados que voltaram a Portugal aquando do 25 de abril de 1974.

A Sr.ª Maria Rodrigues, 97 anos, vive atualmente em Arrifana, Santa Maria da Feira, depois de ter sido forçada a abandonar Angola.

A D. Maria esteve em Angola. Nasceu lá?

Não, nasci em Portugal e fui para lá quando os meus filhos eram pequenos.

Em que altura?

Não me lembro bem, talvez na década de 1960.

Em que parte do país se instalou?

D. Maria Rodrigues

Cartaz alusivo às comemorações das fogaceiras de 1973

Cortejo solene: 20/01/1974

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Em Luanda.

E que atividades desenvolvia lá?

Em Portugal, tanto eu como o meu marido éramos sapateiros, por isso decidimos levar esta arte para Angola. Nas malas de viagem levámos muitos sapatos, chegámos lá e continuámos a fabricá-los.

Foi forçada a deixar Angola. Em que altura isso aconteceu?

No final do mês de Abril de 1974 recebemos a notícia de que alguma coisa se havia passado em Portugal, nem sabíamos bem o quê, mas o que sabíamos era que as colónias estavam livres.

E o que aconteceu depois?

Os angolanos que lá tinham nascido começaram a revoltar-se, porque aperceberam-se que não era tudo como eles tinham pensado, ouvia-se dizer que alguém no governo de Portugal não era a favor da independência… e no meu caso, fui obrigada a fugir.

Como é que isso aconteceu?

Estava em casa com o meu marido, os meus filhos já estavam em Portugal, quando se ouviram uns gritos, fomos lá fora ver o que se passava e estavam a matar os nossos vizinhos. Tivemos sorte que conseguimos esconder-nos atrás de um carro. Mal conseguimos, regressámos para Portugal.

Deixaram lá muito património?

Algum, mas nada comparado às grandes fortunas que alguns portugueses lá fizeram. Deixámos a casa e algum material relacionado com o trabalho.

Muito obrigada, D. Maria, foi um prazer falar consigo.

De nada. É bom partilhar estas coisas com os mais novos.

É assim fácil de concluir que o golpe militar do 25 de Abril mudou a vida de muitas pessoas. A liberdade, a igualdade e outros valores de grande importância passaram a ser válidos na vida das pessoas e, embora algumas pessoas, como os retornados, tenham ficado

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desfavorecidos, isso aconteceu para um bem maior. Devemos estar também orgulhosos por conseguirmos a queda de um regime como o Estado Novo praticamente sem sangue derramado e aqui, o destaque vai para a classe militar que tão bem soube planear o golpe.

Anexos:

Primeiro comunicado do MFA:

http://www1.ci.uc.pt/cd25a/media/Sons/S10639.mp3

Cerco ao Quartel do Carmo:

http://www1.ci.uc.pt/cd25a/media/Sons/S10643.mp3

Libertação dos presos políticos: http://www1.ci.uc.pt/cd25a/media/Videos/V10405.swf Capa do Diário de Notícias do dia

25/04/1974

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Artigo de Jornal: Américo Tomás visita a Feira a 14 de Setembro de 1970

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Bibliografia:

http://conhecerahistoria12.blogspot.pt/2012/02/revolucao-de-25-de-abril-de-1974.html

http://www.historiadeportugal.info/25-de-abril-de-1974/

http://www.slideshare.net/cabaptista/a-aco-militar-25-de-abril

http://www.historiadeportugal.info/fernando-jose-salgueiro-maia/

http://www.instituto-camoes.pt/revista/cronologia.htm

http://www.slideshare.net/carla77/revoluo-25-de-abril

http://www.slideshare.net/cabaptista/a-constiuio-de-1976

https://www.cmfeira.pt/portal/binary/com.epicentric.contentmanagement.servlet.ContentDeliveryServlet/Thematic%2520Navigation/Urbanismo/Atlas/Atlas%2520de%2520Santa%2520Maria%2520da%2520Feira/ficheiros/Atlas%2520de%2520Santa%2520Maria%2520da%2520Feira%2520-%2520Vers%25C3%25A3o%2520Digital/Parte%25201%2520-%2520Intr%25C3%25B3ito.pdf

http://www.foradejogo.net/team.php?team=31&ano=1974

https://www.facebook.com/pages/Clube-Acad%C3%A9mico-da-Feira/227269433952775?id=227269433952775&sk=info

http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/2361.pdf

http://www1.ci.uc.pt/cd25a/wikka.php?wakka=AEDP

http://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=web&cd=5&ved=0CEYQFjAE&url=http%3A%2F%2Fwww.biblioteca.cm-feira.pt%3A90%2Fimages%2Fwinlibimg.aspx%3Fskey%3D%26doc%3D67786%26img%3D6660%26save%3Dtrue&ei=5K1lUc-WGaOO7AbI_4CQBA&usg=AFQjCNGuYSVCCQCehi-T3kRvBitW8QIwOg&bvm=bv.44990110,d.d2k

Manual de História 9 “Sinais da História”