249 a ciÊncia penal e o conselho penitenciÁrio … · lientar que a polêmica em tomo da cien que...

12
DOUTRINA A CIÊNCIA PENAL E O CONSELHO PENITENCIÁRIO 1 Washington Bolivar de BRITO I I. Introdução recordar que as CiênciaS Penais pode- riam ser divididas em quatro grandes o tema que me foi proposto desen- grupos, como o fez Nelson Pizzotti . volver denomina-se A CMncia Penal e o iI4)!. partindo de um esquema Conselho Penitencidrio. O enunciado de Quiroz (20): contém a afirmação de que esse saber é uma ciência. Entretanto, colocado no I - Criminologia: singular, poderia induzir à presunção de 1. Antropologia Crimino16- que somente existe uma e não várias gica; "ciências penais", se esta não fosse wna 2. Psicologia Criminol6gica; assembléia de doutos, todos bem cientes 3. Biologia Criminol6gica; de que se trata de wn saber científico e 4. Sociologia Criminol6gica; de que muitas são as ciências penais. 5. Penologia; Assim, a denominação proposta de 6. Vitimologia. "Ciência Penal", no singular, e sua vin- culação ao "Conselho Penitenciário", 11 - Hist6ria e Filosofia: levou-me à convicção de que devo res- 1. História do Direito Penal; tringir-me a essa área do conhecimento, 2. Legislação Penal Com- nas suas implicações com esse 6rgão parada; administrativo. E a vossa generosidade 3. Filosofia do Direito Pe- no convidar-me para abrir esse ciclo de nal. estudos somente encontra explicação no III - Ciências Jurídicas RepresSi- tom festivo que marca a volta do filho pródigo, implicando, talvez, em maior vas: 1. Direito Penal - Dogmáti- divulgação e atenção para um tema rele- ca PenaI; vante · e cada vez mais atual, mas que 2. Direito Processual PenaI; qualquer dos presentes trataria com 3. Direito ' Ex 'ecutivo Penal:· melhor proficiência. Como o assunto é para maior divulgação, visando a des- . IV - Ciências Básicas, Essenciais, pertar a atenção da comunidade, per- Fundamentais: doem-me os presentes recordar noções 1. Medicina Forense; cediças, para os especialistas, que se 2. Psiquiatria Forense; destinam aos leigos. 3. Metodologia; Para efeitos didáticos e de restrição do enfoque contido no tema, convém 4. Política Criminol6gica. 1 Conferência pronunciada pelo Ministro Washington Bolivar de Brito no F6rum Ruy Bar- bosa - Salvador - Bahia - Novembro 81 . Z "Mi ni ·stro do Tribuna; Fe·de r"al de Recursos. p.15/42 . Ago.lDez. · Bahia For. Salvador 15 Bahia Forense, n. 26, p. 15-26, ago./dez., 1985.

Upload: lycong

Post on 18-Jan-2019

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

249 249 249

251 251

I pesquisar legisshy253 253

iz bullbullbullbullbull bull bullbullbull 254 256

DOUTRINA

A CIEcircNCIA PENAL E O CONSELHO PENITENCIAacuteRIO 1

Washington Bolivar de BRITO I

I Introduccedilatildeo recordar que as CiecircnciaS Penais podeshyriam ser divididas em quatro grandes

o tema que me foi proposto desen- grupos como o fez Nelson Pizzotti volver denomina-se A CMncia Penal e o M~ndes iI4) partindo de um esquema Conselho Penitencidrio O enunciado jaacute de Quiroz ~6n (20) conteacutem a afirmaccedilatildeo de que esse saber eacute uma ciecircncia Entretanto colocado no I - Criminologia singular poderia induzir agrave presunccedilatildeo de 1 Antropologia Crimino16shyque somente existe uma e natildeo vaacuterias gica ciecircncias penais se esta natildeo fosse wna 2 Psicologia Criminol6gica assembleacuteia de doutos todos bem cientes 3 Biologia Criminol6gica de que se trata de wn saber cientiacutefico e 4 Sociologia Criminol6gica de que muitas satildeo as ciecircncias penais 5 Penologia

Assim a denominaccedilatildeo proposta de 6 Vitimologia Ciecircncia Penal no singular e sua vinshyculaccedilatildeo ao Conselho Penitenciaacuterio 11 - Hist6ria e Filosofia levou-me agrave convicccedilatildeo de que devo resshy 1 Histoacuteria do Direito Penal tringir-me a essa aacuterea do conhecimento 2 Legislaccedilatildeo Penal Comshynas suas implicaccedilotildees com esse 6rgatildeo parada administrativo E a vossa generosidade 3 Filosofia do Direito Peshyno convidar-me para abrir esse ciclo de nal estudos somente encontra explicaccedilatildeo no

III - Ciecircncias Juriacutedicas RepresSishytom festivo que marca a volta do filho proacutedigo implicando talvez em maior vas

1 Direito Penal - Dogmaacutetishydivulgaccedilatildeo e atenccedilatildeo para um tema releshyca PenaI vante middot e cada vez mais atual mas que

2 Direito Processual PenaI qualquer dos presentes trataria com 3 Direito Executivo Penal middot melhor proficiecircncia Como o assunto eacute

para maior divulgaccedilatildeo visando a desshy IV - Ciecircncias Baacutesicas Essenciaispertar a atenccedilatildeo da comunidade pershy

Fundamentaisdoem-me os presentes recordar noccedilotildees 1 Medicina Forense cediccedilas para os especialistas jaacute que se 2 Psiquiatria Forense destinam aos leigos 3 MetodologiaPara efeitos didaacuteticos e de restriccedilatildeo

do enfoque contido no tema conveacutem 4 Poliacutetica Criminol6gica

1 Conferecircncia pronunciada pelo Ministro Washington Bolivar de Brito no F6rum Ruy Barshybosa - Salvador - Bahia - Novembro 81

Z Minimiddotstro do Tribuna Femiddotde ral de Recursos

p1542 AgolDez middot Bahia For Salvador

15

Bahia Forense n 26 p 15-26 agodez 1985

i

Como se vecirc as Ciecircncias Crimino- que a ciecircncia faz do conlfugente 16Bicas tratam do ser e~uanto as J~shy () seu objeto eil_mes~ _se torna ddicaacutes do dever ser distinguindo-se contingecircncia trecircs palavras retifica- shyassim por serem causais-exp~tivas as doras do legislador convertem bi- shyprimeiras e nonoativas u~timas_ bliotecas inteiras em lixot1l) _

As Ciecircncias Juriacutedicas Repressivas Felizmente esse conceito tatildeo desshyindicadas acima -~r serem jurfdicas satildeo primoroso natildeo encontra apoio na maioshyramos da denominada Ciecircncia do Dishy ria dos doutrinadores dado que a lei reito Ora essa denominaccedilatildeo tem causashy natildeo conteacutem todo o Direito segundo ela do ao longo dos tem~ as mais vivas pr6pria o proclama __ controveacutersias e delas se-ocupam os jusshy Art 42 - Quando a lei for fil6sofos Em sua Meditaccedilatildeo em Torno omissa o Juiz decidiraacute o caso de do Probkma tQ Cilncia do Direito (8) acordo corri a analogia os costumes Camelutti retoma sua antiga afmnaccedilatildeo - e os princiacutepios gerais de Direito de que arte e ciampcia satildeo fases do conheshy (Lei de Introduccedilatildeo ao Coacutedigo Ci- _ cimento lamentando que o seu aceno ao vil) _ caraacuteter artfstico desse saber natildeo haja Entre DOacuteS inoacutemeros satildeo aqueles ~rtado o miacutenimo interesse Na inshy que estabeleceram a dignidade cientiacutefICa -shytroduccedilatildeo das Seis Meditaccedilotildees sobre o do saber juriacutedico bastando citar para Direito lembrou que adotara a f6nnula exemplificar Miguel Reale entre cujas shyArte do Direito como tiacutetulo da co- obras avultaria no particular O Direito

- memoraccedillo de Vittorio Scialojae a ideacuteia Como Experiecircncia e Machado Neto de dessa relaccedilatildeo dali por diante nunca cuja admiraacutevel produccedilatildeo intelectual mais o abandonara pois percebera que destaco para os fms aqui referidos sua estudar o Direito e a Arte significa Teoria tQ Ciecircncia JuruacuteJica para as quais atacar de dois acircngulos diversos o mesmo remeto os interessados na polecircmica em problema (1) torno da Ciecircncia do Direito -

Angel Latorre natildeo obstante sashy Quanto a mim tendo como assente lientar que a polecircmica em tomo da cienshy que existe uma Ciecircncia do Direito passo tificidade do Direito hoje esteja supeshy agrave indagaccedilatildeo para ainda mais restringir o rada lembrou a vigorosa objeccedilatildeo de objeto dessa palestra qual das Ciecircncias Von Kirsctunannem ceacutelebre conferenshy Juriacutedicas Penais seraacute a que guarda maior cia publicada em 1848 sob o significashy conexatildeo com a segunda parte do tema shytivo -tiacutetulo - A Falia de Valor da Jurisshy O Conselho Penitenciaacuterio prwMncia como Cilncia Pois se a ciecircncia eacute em primeiro lugar conhecishy 11 Ciecircncia das Prisotildees - Cifncia shymento de novos fatos da realidade que Penitenciaacuteria e Direito Penitenshyfatos de que realidade eacute que o jurista in-shy ciaacuterio vestiga Os fatos e a realidade legal isto eacute o direito positivo vigente num dado Tomando-se como base a tripartishy

momento e num dado Paiacutes A essa mda- - ccedilatildeo das Ciecircncias Juriacutedic~ Repressiv~ shygaccedilatildeo responde Von Kirschmann o Direito Penal SubstanCIal (Dogmaacutetica

Os juristas ocupam-se soshy Juriacutedica) o Direito Penal Processual e o bretudo das lacunas dos equiacutevoshy Direito Penal Executivo - que se deve cos das contradiccedilotildees das leis posishy ao penalista polonecircs Emil Stanislaw tivas daquilo que nelas haacute de falso Rappaport e sabendo-se que

- o Direito Penal enuncia a nonnade antiquado de arbitraacuterio O seu objeto eacute a ignoracircncia a insensatez a descriccedilatildeo de uma conduta tiacutepica puniacuteshya paixatildeo do legislador Por forccedila vel e estabelece a ameaccedila da pena da lei positiva os juristas convershy - o Direito Processual Penal reshyteram-se em vennes que s6 vivem presenta a imposiccedilatildeo concreta da pena a da madeira apodrecida desvianshy uma pessoa pelo Juiz mediante a comshydo-se da satilde estabelecem o seu nishy provaccedilatildeo de que ela transgrediu o preshynho na enfenDa Na medida em ceito legal

- o Direito Executivo da execuccedilatildeo da pena imposta cionaacuterios especializados shyo conceito de pena estaacute dos os trecircs ramos e eacute conhecimento de cada um

O conceito de Direito natildeo poderia outrossim ser com abstraccedilatildeo do instituto da consequumlecircncias de sua cialmente considerada a

- berdade o recolhimento - Em verdade DO conceito

nitenciaacuterio estabelecido Congresso realizado Internacional de lermo no ano de

-execuccedilatildeo das penas dade enquanto para o seu

-to o condenado devesse a estabelecimento penal - a - mas a execuccedilatildeo no mais da palavra segundo B~rgamini Miotto na Direito Penitenci6rio shyNecessidade do seu Estudo no IV Congresso Nacional Penal e Ciecircncias Afins Recife (11)

- No mesmo trabalho eminente penitenciarista por lia - e quem lhe siga a duziu os limites do Direito para colocaacute-lo com o seu do Direito da Execuccedilatildeo Penal Penal Executivo e ela mesm

-a seguinte explicaccedilatildeo que m integralmente transcrita como liccedilatildeo em torno da origem da p finalidade

Sem excluir a exis1 outros motivos parece houve que exerceu grandt cia Trata-se de um fene ordem semacircntica pelo qua vras penitlncia e penitend ram tendo seus respectivOl modificados shy

Aacute palavra penitlnda m6rdios do Cristianismo va volta sobre si mesmo

-pfrito de compunccedilatildeo paro cer os prtJprios pecados _tos) abomiNi-os e pro

16

I

1 ciecircocia faz do contiDgente shy~ eil mesipll se toma lgencia tramp paJavras retifica- -shyt do legislador convertem bi- fas inteiras em lixo (1) _ _ DCDte esse conceito tatildeo desshynatildeo encontra apoio na maioshy~trinadores dado_que a lei m todo o Direito segundo ela lama pIOCcedil-- ~Art 42 - Quando a lei for a o Juiz decidiraacute o caso de ( com a analogia os costumes princfpios gerais de Direito tIe Introduccedilatildeo ao Coacutedigo Ci-

n6s intuacuteneros satildeo aqueles ~~ a dignidade cientiacutefica shyjuriacutedico bastando Citar para atilder Miguel Reale entre cujas iacutearia no particular O Direito ~rilncia e Machado Neto de Iraacutevel produccedilatildeo intelectual ira 06 fms aqui referidos sua Cilncia Jurldica para as quais Iinteressados na polecircmica em iampKia do Direito ( a mim tendo como assente juna Ciecircncia do Direito passo o para ainda mais restringir o ~ palestra qual das Ciecircncias tenais seraacute a que guarda maior middotxn a segunda parte do tema shy

Penitenciaacuterio

a das Prisotildees - Ciecircncia i6ria e Direito Penitenshy

~do-se como base a tripartishyncias Juriacutedicas Repressivas shyrenal Substancial (Dogmaacutetica Direito Penal Processual e o DaI Executivo - que se deve [ta polonecircs Emil Stanislaw ~ sabendo-se que ireito Penal enuncia a nonDa de wna conduta tiacutepica punfshy

lece a ameaccedila da pena - shy~ireito Processual Penal reshyimposiccedilatildeo concreta da pena a pelo Juiz mediante a comshyeque ela transgrediu o preshy

- o Direito Executivo Penal cuida middot da execuccedilatildeo da pena imposta por funshy

cionaacuterios especializados - sente-se que o conceito de pena estaacute impliacutecito em toshydos os trecircs ramos e eacute indispensaacutevel ao conhecimento de cada um

a conceito de Direito Penitenciaacuterio middot natildeo poderia outrossim ser entendido com abstraccedilatildeo do instituto da pena e as consequumlecircncias de sua imposiccedilatildeo espeshycialmente considerada a restritiva da -lishy

middot berdade o recolhimento a uma prisatildeo Em verdade no conceito de Direito Peshynitenciaacuterio estabelecido desde o 111 Congresso realizado pela Associaccedilatildeo

middot Internacional de Direito Penal em Pashylermo no ano de 1933 cabia natildeo soacute a

middot execuccedilatildeo das penas privativas da libershydade enquanto para o seu cumprlmenshy

middot to o condenado devesse estar recolluacutedo middota estabelecimento penal - a penitenciaacuteria - mas a execuccedilatildeo no mais amplo sentido da palavra segundo salientou Armida B~rgamini Miotto na tese intitulada O Direito Penitenciaacuterio - lmporuacute1ncia e Necessidade do seu Estudo apresentada no IV Congresso Nacional de Direito Penal e Ciecircncias Afins realizado em Recife (17)

No mesmo trabalho indagou aquela eminente penitenciarista por que a Polocircshylia - e quem lhe siga a orientaccedilatildeo - re duziu os limites do Direito Penitenciaacuterio para colocaacute-lo com o seu objeto dentro do Direito da Execuccedilatildeo Penal ou Direito Penal Executivo e ela mesma cunhou

middota seguinte explicaccedilatildeo que merece ser integralmente transcrita como preciosa liccedilatildeo em tomo da origem da pena e sua finalidade

Sem excluir a existecircncia de outros motivos parece que um houve que exerceu grande influecircnshycia Trata-se de um fenocircmeno de ordem semacircntica pelo qual as palashyvras penittncia e penitenciaacuteria vieshyram tendo seus respectivos sentidos modificados

Agrave palavra penitecircncia nos prishymoacuterdios do Cristianismo significashyva volta sobre si mesmo com esshy

middot plrito de compunccedilatildeo para reconheshymiddot cer os proacuteprios pecados (ou delishymiddot tos) abominaacute-los e propor-se a

natildeo tornar a incorrer neles (i eacute a natildeo reincidir) Eacute a proacutepria pena exercendo a-funccedilatildeode emeluJa eiS que pena e penitecircncia satildeo palavras da mesma farnllia em cujo sentido se encontra tambeacutem a ideacuteia de ashyfliccedilatildeo dor pesar desgosto arreshypendimenlO (aliaacutes no pensamento catoacutelico ainda hoje eacute esse o sentishydo)

Havia jaacute entre os primeiros cristatildeos aqueles que desejo~_ de se corrigir dos pecados e defeitos mesmo os mais insignificantes para alcanccedilar a santidade recolhiam-se espontaneamente em lugares casas que oferecessem tal adequado amshybiente Esses lugares essas casas onde se recolluacuteam pessoas espontashyneamente para fazer pois penitecircnshycia eram denominados penitencishyaI) j Entretanto salienta ela outros lushy

middot gares havia nos quais as pessoas eram compelidas a se recolher para fazerem

middot penitecircncia aquelas condenadas por um Juiz ou Tribunal eclesiaacutestico - os penishytenciaacuterios Assim quando a Justiccedila laica

middot adotou a prisatildeo como modalidade de peshyna inspirou-se nos penitenciaacuterios da Igreja ficando os respectivos ediffcios em algumas lfnguas no masculino e noutras no feminino - penitenciaacuteria - deixando a palavra de ser adjetivo para

middot converter-se em substantivo De qualshyquer sorte poreacutem restou a funccedilatildeo adjeshytiva para designar a qualidade de um substantivo que se refere ou se relaciona com a penitecircncia que como vimos eacute a proacutepria pena exercendo a funccedilatildeo de emenda A emenda eacute a funccedilatildeo eacutetica especiacutefica da ecna que por natureza eacute retributiva punitiva e repressiva senshydo utilitaacuterias as demais funccedilotildees de intishymidaccedilatildeo de defesa social de reeducashyccedilatildeo de reajustamento social Natildeo se pode esquecer que as funccedilotildees da pena natildeo se confundem com as fmalidades porshyquanto sua fmalidade principal eacutetica eacute a de fazer justiccedila sendo as acessoacuterias seshy

middot cundaacuterias utilitaacuterias - a prevenccedilatildeo geral e a prevenccedilatildeo particular ou individual Assim agravequele conjunto de princlpios jurldicf)s e de doutrinas agravequele conshy

17

jUlUacuteO de normas jurldicas que se ocupanIacute da pena na fase de execuccedilatildeo e de tudo shyque com dita execuccedilatildeo se relaciona ou para ela concorre cabe bem o nome de Direito Penitenciaacuterio (17) Os grifos estatildeo no original

Dizem os doutos e a mesma Arshymida MiottO o faz nessa tese e no seu

conceituadoCurso de Direitomiddot Penitenshyciaacuterio (16) ltee com o surgimento da questatildeo penitenciaacuteria desde o seacuteculo XVI com a edificaccedilatildeo de casas correshycionais foi protoprecursor em 1690 no seacuteculo seguinte da Ciecircncia Penitenciaacuteria o monge Mabi1lon com a obra Rqle-middotmiddot xions SUT les prisons des ordresreligieushyses criticando o excessivo rigor de alshygumas prisotildees e a falta de um regime penitenciaacuterio propondo a sua suavizashyccedilatildeo mediante trabalho visitas passeios higiene individualizaccedilatildeo da execuccedilatildeo e uma ideacuteia de progressividade

Assim a princiacutepio havia uma Ciecircnshycia das Prisotildees resultante da obra de Jean Mabillon Beccaria John Howard e Jeremy Bentham ciecircncia cujo objeshyto do ponto de vista estaacutetico conshysistia em preocupaccedilotildees arquitetocircnicas e do ponto de vista dinacircmico o tratashymento dos presos Nesse tempo o conshydenado natildeo era visto como pessoa mas como objeto da prisatildeo e assim era tratado E como o impulso normal do preso eacute a fuga tudo se desenvolvia no sentido de edificarem-se prisotildees que fossem verdadeiras fortalezas para im- shy

pedi-la Foi graccedilas aos congiesSos e aos

estudiosos que se operou a mudanccedila de atitude para considerar o preso um inshydividuo a quem a pena deveria recuperar e ressocializar motivo pelo qual a Ciecircnshycia das Prisotildees passou a denominar-se Ciecircncia Penitenciaacuteria com objetivos mais amplos e mais hwnanitaacuterios Por ar bem se pode aquilatar a valia dos con- gressos simpoacutesios ciclos de estudos para a evoluccedilatildeo da Ciecircncia do Direito e muito particulannente do hoje denomishynado Direito Penitenciaacuterio

Embora seja certo que a Ciecircncia das Prisotildees cedeu lugar agrave Ciecircncia Peni- tenciaacuteria esta natildeo desapareceu com o advento do Direito Penitenciaacuterio mas

18

ao cOntraacuterio subsiste como aUxiliar deste cujos propoacutesitos ademais trans- cendem da execuccedilatildeo da pena para o reshy

_ conhecimento de um status do condenashydo em suas relaccedilotildees com o Estado com

- direitos e deveres bem estabelecidos O estudo da execuccedilatildeo penal seraacute particushylarizado agora embora sinteticamente

111 A Execuccedilatildeo Penal

Para melhor compreensatildeo desse instituto deve-se partir da existecircncia de uma sentenccedila condenatoacuteria que cubnina o processo penal e transforma o cidashydatildeo restringindo-lhe direitos e outorshygando-lhe outros direitos e deveres enshyfim o status de condenado A eficaacutecia e autoridade dessa decisatildeo somente poshydem ser sentidas com o seu tracircnsito em julgado

Entretanto conveacutem atentar com middot Ada Pellegrini Grinover para a distin- middot ccedilatildeo clara que a esse propoacutesito faz middot Liebman

Para Liebman a coisa julgada natildeo eacute um efeito da sen~nccedila e muito menos pode identificar-se com a eficaacutecia declaratoacuteria da mesma sentenccedila a coisa julgada eacute algo mais que se acresce agrave decisatildeo para aumentar sua estabilidade

A teoria como se sabe funshyda-se na distinccedilatildeo entre coisa julshygada e eficaacutecia natural da sentenccedila esta pode definir-se como um coshymando plenamente eficaz em virshytude da idoneidade natural dos atos estatais mas a imutabilidade dos efeitos da sentenccedila existe apenas quando ela passa em julgado (12) Na execuccedilatildeo penal entretanto poshy

dem ocorrer incidentes que destronam a imutabilidade da sentenccedila transitam em julgado como por exemplo no indulto e na graccedila para cuja aplicaccedilatildeo colaboshyram decisivamente os Conselhos Penishytenciaacuterios

Vicente de Azevedo ao tratar da execuccedilatildeo da pena ensina que o verbo

middot executar tem entre outros o sentido e o significado de fazer justiccedila Pela etimo- logia equivale a seguir ateacute o fun ex seshy

quor perseguir ateacute o ultimar concluir (2)

Deve-se ter presente de punir se desdobra em cominaccedil1o a aplicalaacuteo pena Em instacircncias que procura punir a que ccedilatildeo e a que executa essa

Haacute quem lhe negue pretexto de que a eXI~ccedilIIl terialidade da qual o teressa o que foi repelido

Em tomo da execuccedilatildeo penaI jaacute discon~ reconhecido saber do em tese de COIICUrso

tudos de Direito mateacuteria se encontra e brilho com as segmnlte8

a) a ex~cu~io tureza adrniniistI11tiva penal constitui uma vez que a cionalidade natildeo de processuaIidade ccedilatildeo processual ccedilatildeo juriacutedico-material do que exerce o seu (sentenccedila colldenat6n nado que a ele (Santoro) d) a definida na ressurgir na fase minando o w4fotilden

processuais terlldelDte] de outra decisatildeo ccedilatildeo de medida rante a execuccedilatildeo 751 a 757 da nossa PenaI) (19) Romeu Pires

em conferencia prcmunciiai sidade de Extensatildeo Cultural de Penitenciaacuteria depois de existe uma distinccedilatildeo nal proacutepria e exccwcatildeo servindo de exemplo absolutoacuteria que impotildee

1 Citado por COTRIM N IOp cito 191 p21

subsiste como auxiliar tos ademais trans-

da pena para o reshyde um status do condena- ~e com o Estado com bem estabelecidos O

lo penal seraacute particushyl embora sinteticamente

Penal

Ibor compreen~ desse l_se partir da existecircncia de I~~~ndenatoacuteria que culmina ~ e tnlnsfofOla o cidashylado-lhe direitos e outorshyros direitos e deveres enshyIe condenado A eficaacutecia e ~ decislo somente po- lias com o seu tracircnsito em

p conveacutem atentar com li Grinover para a distin-

a esse prop6sito faz

li Liebman a coisa julgada efeito da sentnccedila e muito gtde identifich-se com a declaratoacuteria da mesma a coisa julgada eacute algo

$C acresce agrave decisatildeo para ~ estabilidade eoria como se sabe ftlDshy~disdistiIacutetinccedilatildeo entre coisa julshyIcaacutecia natural da sentenccedila definir-se como um coshy

lenamente eficazem virshyIooeidade natural dos atos tuas a imutabilidade dos ~ sentenccedila existe apenas ~ passa em julgado (12) ~ penal entretanto poshyfidentes que destronam a tia sentenccedila transitam em por exemplo no indulto bi cuja aplicaccedilatildeo colabo-

te os Conselhos Peni-

Azevedo ao tratar da rna ensina que o verbo ntre outros o sentido e o fazer justiccedila Pela etimo- a seguir ateacute o fllD ex se-

quor (Crseguir ateacute o fmal levar a cabo ultimar concluir (2)

Deve-se ter presente que o direito de punir se desdobra em trecircs fases a cominaccedillo a aplicaccedilatildeo e a execuccedilatildeo da pena Em consequumlecircncia surgem trecircs instacircncias segundo Albert Krebs a que procura punir a que decreta a punishyccedilatildeo e a que executa essa puniccedilatildeo

Haacute quem lhe negue juridicidade ao pretexto de que a execuccedilatildeo penal eacute mashyterialidade da qual o Direito natildeo se inshyteressa o que foi repelido por Falchi

Em tomo da natureza juriacutedica da execuccedilatildeo penal jaacute discorreu com o seu reconhecido saber Adhemar Raymunshydo em tese de concurso e nos seus Esshytudos de Direito Processual Penal a mateacuteria se encontra expOsta com clareza e brilho com as seguintes conclusotildees

a) a execuccedilatildeo penal eacute de nashytureza administrativa b) a execuccedilatildeo penal constitui atividade processual uma vez que a negaccedilatildeo de jurisdishycionalidade natildeo importa exclusatildeo de processualidade c) natildeo haacute relashyccedilatildeo processual executiva mas relashyccedilatildeo juriacutedico-material entre o Estashydo que exerce o seu poder punitivo (sentenccedila condenatoacuteria) e o condeshynado que a ele tem de se submeter (Santoro) d) a relaccedilatildeo processual definida na sentenccedila fmal pode ressurgir na fase executiva detershyminando o exerciacutecio de atividades processuais tendentes agrave obtenccedilatildeo de outra decisatildeo (exemplo a aplicashyccedilatildeo de medida de seguranccedila dushyrante a execuccedilatildeo da pena uI arts 751 a 757 da nossa Lei Processual Penal) (19) Romeu Pires de Campos Barros

em conferecircncia pronunciada na Univershysidade de Brasflia durante o 11 Curso de Extensatildeo Cultural de Ciecircncia Penal e Penitenciaacuteria depois de lembrar que existe uma distinccedilatildeo entre execuccedilatildeo peshynai proacutepria e execuccedilatildeo penal improacutepria servindo de exemplo desta a de sentenccedila absolutoacuteria que impotildee medida de segushy

Citado por COTRIM NETO (9) Op cito (9) p21

I ) bull

ranccedila (arts 22 e 24 do Coacutedigo Penal) reportou-se ao debate doutrinuacuteio sobre a natureza juriacutedica do instituto e cooshycluiu que em nosso direito positivo a execuccedilatildeo eacute ato jurisdicional cabendo ao Juiz a ftmccedillo de presidir ao processo executoacuteoacuteo que resulta da condenaccedilatildeo e em que se efetivam as medidas punitivas de condenaccedilatildeo impostas ao sentencia- _ do A relaccedilatildeo processual executoacuteria constitui simples prolongamento da que se instaura com a denOacutellcia ou a queixa natildeo existindo um processo de execuccedilatildeo de caraacuteter autOcircnomo como no processo civil A afmnativa segundo aquele fesshytejado processualista resulta dos proacuteshyprios tennos do Coacutedigo de Processo Peshynai nos seus artigos 674 675 683 sect 12 e 685 Acentua que a jurisdicionalidade da execuccedilatildeo penal eacute tradiccedilatildeo em nosso Direito Nazareth Ramalho Aureliano de Gusmatildeo Mendes de Abneida Joacutenior Galdino Siqueira e na atualidade J08-shyquim Canuto Mendes de Almeida Eduardo EspUacutelola Roberto Lyra Borshyges da Rosa MagaIhAes Noronha e Freshyderico Marques a reconhecem e proclashymam (4)

Realmente em face do nosso dishyreito positivo d6vida nlio pode haver da jurisdicionalidade da execuccedilatildeo penal Eacute o que afmna o art 668 do Coacutedigo de Processo Penal A execuccedilatildeo formalshymente incumbe sempre a um Juiz quer ao especial quer ao da sentenccedila onde natildeo houver aquele ou sendo a decisatildeo do Tribunal do Juacuteri ao seu Presidente

Em verdade a jurisdicionalizaccedillio da execuccedilatildeo da pena sempre enfatizada nos congressos especializados jaacute ganhou aceitaccedilatildeo plena nos paiacuteses mais evoluiacuteshydos Em Direito Penitenciaacuterio como no middot Direito Penal o princfpio da reserva le- gal tambeacutem deve ser observado e isto incumbe a IUD Juiz verificar e decidir

IV OsoacutergiOacutes da EDcaCcedilio r_I

Agora entretantlt mais uma tentashy

19

tiva se faz em tomo da instituiccedilatildeo do processo de execuccedilatildeo penal por lei proacuteshypria Anterionnente falava-se mesmo em Coacutedigo das Execuccedilotildees Penais agora entretctnto o anteprojeto publicado para receber sugestotildees denomina-se de Lei de Execuccedilatildeo Penal mais modestamente portanto

Do seu objeto e fmalidade diz o citado anteprojeto no art 12

Art 2 - A Lei de Execuccedilatildeo Jgtenal regula o cumprimento da peshyna e da medida de seguranccedila a fun de que se alcancem a reprovaccedilatildeo e a prevenccedilatildeo do crime

Paraacutegrafo 6nico - Constitui objetivo mediato da execuccedilatildeo penal a educaccedilatildeo e a assistecircncia que no futuro facilitem ao condenado hannocircnica convivecircncia em sociedashyde

Quanto aos oacutergatildeos da execuccedilatildeo pe- nal lecirc-se no art 52 a seguinte enumera- ccedillo

ArL 52 _- Satildeo orgatildeos da execushyccedilio penal

I - o Conselho Nacional de Poliacuteshytica Penitenciaacuteria

11 - o Juiacutezo da Execuccedilatildeo III - a Autoridade Administrativa IV - o Ministeacuterio P1blico V - o Conselho Penitenciaacuterio VI - o Conselho da Comunidade

Esclarece o anteprojeto que ao J~ de Execuccedilatildeo e agrave Autoridade AdmishyDistrativa inecircumbe efetivar a execuccedilatildeo penal (art 62 sem grifo no original) middot Supervisionar e fiscalizar satildeo incumbecircnshycias do Conselho Nacional de Poliacutetica PenitencWia do Ministeacuterio Poacuteblico do Conselho Penitenciaacuterio e ainda do Conselho da Comunidade (art 1Z) Asshysim natildeo seraacute por falta de quem fiscalize ou supervisione que se deixaraacute de apontar as irregularidades

Deu-se a devida ecircnfase ao Jufzoda Execuccedilatildeo (TItulo I Capiacutetulo III) e ao con~o do que se poderia supor ante as criticas que o 6rgatildeo vem ultimamente suportando tambeacutem ao Conselho Penishy

tenciaacuterio (Capiacutetulo V)

20

V O Conselho Penitenciaacuterio

A denominaccedilatildeo de Conselho Penishytenciaacuterio foi dada pelo proacuteprio Decreto n 16665 de 6 de novembro de ]924 que regulando o livramento condicioshynal no art 22 o criou Eacute pois uma criaccedilatildeo brasileira de alta inspiraccedilatildeo humanitaacuteria e tambeacutem cientiacutefica e teacutecnishyca no dizer de Roberto Lyra

Administrativamente eacute oacutergatildeo coleshymiddot giado tambeacutem denominado de deliberashyccedilatildeo coletiva

Pela sua composiccedilatildeo sempre mereshyceu o elevado conceito de que goza na comunidade e por parte dos Poderes

middot Executivo a que pertence e Judiciaacuterio middot a que auxilia

Pelas suas atribuiccedilotildees diz o verbete middot da Enciclopeacutedia Saraiva de Direito faz

a ponte entre 5gt]gtoder Executivo e o Poshyder Judiciaacuterio no que-Secirc-refere rexecushyccedilatildeo das sanccedilotildees penais (penas e medidas de seguranccedila) e agrave observacircncia do regime penitenciaacuterio legal (15)

Ao instituf-lotilde o ieacutegislador o quis constituiacutedo por um Procurador da Reshypuacuteblica e um membro do Ministeacuterio Puacuteshyblico local designados pelos respectivos Procuradores Gerais e mais cinco pessoas gradas trecircs das quais ecircSColhishydas de preferecircncia dentre professores de Direito ou juristas em atividade foshy

middot rense e dois dentre professores de Meshymiddotdicina oucliacutenicos profissionais (art 22) middot de livre nomeaccedilatildeo do Chefe do Poder Executivo Os diretores de estabelecishymento~ prisionais nele tomam assento como mformantes

Natildeo obstante esse merecido conshyceito o Conselho Penitenciaacuterio tem sido criticado ora pela lentidatildeo de suas delishyberaccedilotildees ora pela ingerecircncia no mister do Poder Judiciaacuterio ora pela proacutepria

middot Administraccedilatildeo a que pertence por inshyco~preensotildees quanto ao seu papel fisshy

middot c~dor dos estabelecimentos prisioshymiddot n3JS e assim indiretamente dos proacuteshyprios administradores

middot Leia-se por exemplo o que diz Vishycente de Azevedo

Entre noacutes existem (de duvishydosa eficiecircncia) os Conselhos Peshynitenciaacuterios -cujas fmalidades satildeo

por vezes desvirtuadas entrarem no exame do processos fmdos () pw los e em seguida propor da Justiccedila (lI) a concessl (7) reduzindo a pena pe de agravantes reconheci desclassificaccedilatildeo do crU nistro da Justiccedila acolhe o Presidente da Repaacutebli o favor

E logo adiante b que pela orgaru

cima nem o proacuteprio Su bunal Federal pode f~ colaboraccedilatildeo dos Con tenciaacuterios consuma-o o cutivo num flagrante ltk coisa julgada no crime de aberraccedilatildeo juriacutedicoshypenal e inutilizaccedilatildeo da j1 titufda nada haacute de l1l2 tol O mesmo PrltJlCCssualisti

to ao tratar do livramento consignou a alta valida do Conselho Penitenciaacuterio advogados meacutedicos e nisteacuterio Poacuteblico do mais ~mpetecircnciamiddot

Domingos Henrique em valioso estudo put)licad~ do Conselho Penitenciaacuterio Federal assim tambeacutem se

Apesar das ccedilotildees o Conselho praacutetica vem se rcVClaJOC

meramente Yt~ sume a vramentos comutaccedilotildees e laVORIS_

base o relatoacuterio da recional A apreciaccedilatildeo Penitenciaacuterio eacute quase mal e como o Juiz ao pareceT exaacuterado um complicador no percorre a potullaccedil~io apoacutes sair do acircmbito ccedilatildeo ~~a (5)

1 Op cito 121 p411 I Op cito 121 p429

--

r o Penitenciaacuterio

[laccedilatildeo de Conselho Penishyda pelo pr6prio Decreto ~ de novembro de ] 924 r o livramento condicioshy o criou Eacute pois uma eira de alta inspiraccedilatildeo ~beacutem cientiacutefica e teacutecnishy) Roberto Lyra ~tivamente eacute oacutergatildeo coleshydenominado de deliberashy

~mposiccedilatildeo sempre mereshybmceito de que goza na por pane dos Poderes e pertence e Judiciaacuterio

lltribuiccediloacutee8 diz o verbete ISaraiva de Direito faz IPoder Executivo e o Poshyno que Se refere ~execushyI penais (penas e medidas agrave observacircncia do regime ~ (15) f-Iotilde o legislador o quis um Procurador da Reshy~bro do Ministeacuterio Poacuteshygnados pelos respectivos Gerais e mais cinco trecircs das quais escolhishyleia dentre professores )mstas em atividade foshy~tre professores de Meshybull profissionais (art 2~ ~ io do Chefe do Poder Iiretores de estabelecishy~ nele tomam assento es ate esse merecido conshyePenitenciaacuterio tem sido la lentidatildeo de suas delishy~Ia ingerecircncia no mister imo ora pela proacutepria ~ que pertence por inshyuanto ao seu papel fisshytabelecimentos prisioshyiretamente dos pr6shy

~ores

texemplo o que diz Yishyp noacutes existem (de duvishy

lcia) os Conselhos Peshy cujas fmalidadeacutes ~atildeo

por vezes desvirtuadas Jaacute os vi entrarem no exame do meacuterito de processos findos () para apreciaacuteshylos e em seguida propor ao Ministro da Justiccedila (lI) a concessatildeo de graccedila () reduzindo a pena pela exclusatildeo de agravantes reconhecidas ou pela desclassificaccedilatildeo do crime O Mishynistro da Justiccedila acolhe o parecer e o Presidente da Repuacuteblica concede o favor

E logo adiante Q que pela organizaccedilatildeo judishy

ciaacuteria nem o pr6prio Supremo Trishybunal Federal pode fazer com a colaboraccedilatildeo dos Conselhos Penishytenciaacuterios consuma-o o Poder Exeshycutivo num flagrante desrespeito agrave coisa julgada no crime Em mateacuteria de aberraccedilatildeo juriacutedico-processualshypenal e inutilizaccedilatildeo da justiccedila consshytituiacuteda nada haacute de mais compleshyto O mesmo processualista entretanshy

to ao tratar do livramento condicional consignou a alta valida do parecer do Conselho Penitenciaacuterio integrado por advogados meacutedicos e membros do Mishynisteacuterio Puacuteblico do mais alto valor e competecircncia bull Domingos Henrique Leal Braune em valioso estudo publicado na Revista do Conselho Penitenciaacuterio do Distrito Federal assim tambeacutem se expressou

Apesar das excelentes intenshyccedilotildees o Conselho Penitenciaacuterio na praacutetica vem se revelando um 6rgatildeo meramente expletivo jaacute que se reshysume a opinar de longe sobre lishyvramentos condicionais indultos comutaccedilotildees e favores tendo como base o relat6rio da au toridade corshyrecional A apreciaccedilatildeo do Conselho Penitenciaacuterio eacute quase sempre forshymal e como o Juiz natildeo estaacute adstrito ao parecer exarado toma-se mais um complicador no longo iter que percorre a postulaccedilatildeo do apenado apoacutes sair do acircmbito da administrashyccedilatildeo carceraacuteria (5) Texto grifado

Op cito (2) p 41 1 I Op cito (2) p429

no original Entretanto logo em seguida acresshy

centa Entendemos que o ideal seria

como jaacute nos referimos anteriorshymente a completa autonomia da fase de individualizaccedilatildeo executiva da pena privativa de liberdade cortados os liames com a autoridashyde judiciaacuteria

E qual o 6rgatildeo para apreciar os incidentes de execuccedilatildeo concessatildeo de favores etc Justamente o Conselho Penitenciaacuterio com poder decis6rio e realmente controlador sobre os liberados condicionais Um Conselho Penitenciaacuterio de membros com dedicaccedilatildeo exclusiva especialishyzados dotado de infra-estrutura adequada estreitamente ligado aos 6rgatildeos correcionais poreacutem com au tonomia administrativa As criacuteticas portanto se resumem a

eventuais deslizes do colegiado como se todos os demais oacutergatildeos quer adminis- trativos quer judiciaacuterios natildeo os comeshytessem Ou entatildeo eacute porque natildeo estatildeo eles fazendo o que poderiam fazer fosse outra sua destinaccedilatildeo legal

Aliaacutes Accioly Filho em conferecircnshycia pronunciada na Ordem dos Advogashydos - Secccedilatildeo de Satildeo Paulo - por ocasiatildeo do cinquumlentenaacuterio do Conselho Penitenshyciaacuterio daquele Estado intitulada Novos Meacutetodos Para a Repressatildeo Penal ao reshymarcar a necessidade de uma justiccedila penal integrada jaacute preconizava o coshymetimento de novas atribuiccedilotildees aos Conselhos Penitenciaacuterios ateacute como forma de aliviar a carga que se abate soshybre os Juiacutezos das Execuccedilotildees

Eis o trecho pertinente daquela fashyla

Encerrada a accedilatildeo penal com a condenaccedilatildeo a decisatildeo natildeo atende a que eacute o Estado quem vai executaacuteshyla natildeo passando do desate de uma questatildeo entre duas partes agraves quais a sentenccedila concluiu a prestaccedilatildeo jurisshydicional Os Conselhos Penitenciaacuteshy

21

Satildeo muitas hoj teriam grande influecirc

fas e atribuiccedilotildees da como a assistecircncia

Quando tive a

realidade

Lembro-me de

do

rios tecircm servido em certos casos com o do livramento condicional de liame entre a fase de execuccedilatildeo penal para uns no domuacuteuacuteo da adshyministraccedilatildeo e a do processo de coshynhecimento que a antecedeu

Vecirc-se que a u~a penal aqui tambeacutem natildeo funciona como um sistema integrado com fases inteishyramente hannocircnicas e em exerciacutecio continuado sem hiatos dlaquo atribuishyccedilotildees de uma ajustando-se agraves de ou tra

No entanto aos Conselhos Peshynitenciaacuterios poderia estar inteirashymente reservado esse papel de insshytituiccedilatildeo capaz de promover entre as duas i11timas fases a mais pershyfeita colaboraccedilatildeo Basta que se lhes decircem novas atribuiccedilotildees que natildeo sejam simplesmente opinativas e nova estrutura capaz de suportar esses encargos Se os Tribunais tishyveram sua composiccedilatildeo numeacuterica aumentada e se dividiram em outros e tambeacutem se subdividiram por que como lembrava haacute pouco tempo o ilustre membro do Conselho paushylista Dr Divaldo Azevedo Samshypaio natildeo podem os Conselhos Peshynitenciaacuterios crescer em nuacutemero de membros funcionar em Cacircmaras e ter uma infra~estrutura adequada Por que natildeo incluir os Conselhos Penitenciaacuterios entre os oacutergatildeos do Poder Judiciaacuterio e assim ter a seu cargo toda a direccedilatildeo da execuccedilatildeo penal embora seus membros natildeo integrem a Magistratura que soacute um deles a ela pertenccedila E arrematou

Sohretudo agora em que se tentam novas formas de execuccedilatildeo penal a atuaccedilatildeo dos Conselhos Peshynitenciaacuterios com poder decisoacuterio seria mais compatiacutevel com a gravishydade das medidas hoje a cargo da autoridade administrativa ou de distante Magistrado _que propicia o retorno do condenado a uma limiddot berdade antecipada Eacute claro que o Juiz por estar demasiadamente longe da execuccedilatildeo penal natildeo pode acompanhar com seguranccedila o

22

~certo ou natildeo de favores ou regashylias que a lei admite sejam concedishydos aos condenados Nem a autorishydade administrativa por estar ao contraacuterio muito proacutexima e por isshyso comprometida na execuccedilatildeo poshyde ter virtudes que se devem exigir para a concessatildeo daquelas medidas (1) Relevem-me todos essa preocupashy

ccedilatildeo em citar os autores no original isto eacute tal qual enunciaram os seus pensa- mentos A relevacircncia dos temas que abordaram ou das sugestotildees apresentashydas _indicou-me o dever de fidelidade agraves suas palavras para que nada se pershydesse (lU deturpasse ainda que invoshyluntariamente

Ao que parece o legislador estaacute perdendo a oportunidade para incluir no anteprojeto de Lei de Execuccedilatildeo Penal essas valiosas sugestotildees O art 15 do anteprojeto declara que o Conselho Penitenciaacuterio eacute oacutergatildeo consultivo e fIScashylizador da execuccedilatildeo da pena E soacute

Ainda no tocante agrave sua composiccedilatildeo conviria que as Administraccedilotildees Estadushyais atentassem para a circunstacircncia de que ao tempo da ediccedilatildeo do Decreto n 16665 de 1924 as carreiras mais releshyvantes eram as dos juristas e dos meacutedishycos - as pessoas gradas - dentre as quais deveriam ser recrutados os memshybros do Conselho Mas eacute mesmo dignO de nota o gecircnio do legislador de entatildeo ao assinalar que tal escolha deveria fa zer-se demiddotpreferecircncia dentre tais proshyfissotildees isto eacute natildeo exclufa outras desde que tambeacutem fossem pessoas de relevo na comunidade relevo a que somente poderiam atingir por uma lideranccedila nashytural ou cultural

Em conversa recente com ( Diretor Geral do Departamento Penitenciaacuterio Federal o professor Jason Soares de Albeqaria disse-me quatildeo agradavel-=shymente ficara surpreendido no Estado do Acre com a atuaccedilatildeo de uma assistente social membro do respectivo Conselho Penitenciaacuterio promovendo a dinamizashyccedilatildeo daquele oacutergatildeo mediante a realizashyccedilatildeo de programas de assistecircncia aos presos e aos egressos da mais alta valia

na dinamizaccedilatildeo des os socioacutelogos os p p6logos e os proacuteprio como se acabou de rI

Existe uma con Conselho Nacional bull ciaacuteria do Ministeacuterio endendo estudos em Penitenciaacuterio Ao ql as correntes que se estudiosos a dos que e a dos que querem clusatildeo 16gica eacute a de rentes natildeo estatildeo 58 sempenho e fmalid Penitenciaacuterios atuab

De qualquer Conselhos Penite penso embora jaacute se

dade eacute que natildeo de realizaacute-Ias

Presidecircncia do do Distrito tomar 3274 de 2 de dispotildee sobre Penitenciaacuterio

nio possuir procurou o Ccm8elltl ccedilio do nnArtlmn tl

ca Esportes e Governo do cumprimento item XII e do 6nico da mcncjorul~ para a realizaccedilatildeo Educaccedilatildeo Fiacutesica do Esse prnoru

para Centros Federal os protessofl~s rio Maacutercio __--- mento que o muito entusiasmo e dos dirigentes

l C1tado por BRITO

I natildeo de favores ou regashylei admite sejam cocircncedishyndenados Nem a autorishyiruacutestrativa por estar ao muito proacutexima e por isshy)metida na execuccedilatildeo poshyudes que se devem exigir cessatildeo daquelas medidas

ne todos essa preocupashyI autores no original isto mciaram os seus pensashylevacircncia dos temas que das sugestotildees apresentashy~ o dever de fidelidade s para que nada se pershyiIp8Sse ainda que invo-

~rece o legislador estaacute [rtunidade para incluir no Lei de Execuccedilatildeo Penal

Sugestotildees O art 15 do blara que o Conselho oacutergatildeo consultivo e fIscashy~ccedilatildeo da pena E soacute ocante agrave sua composiccedilatildeo Admiruacutestraccediloacutee8 Estadushypara a circunstacircncia de da ediccedilatildeo do Decreto n 4 as carreiras mais releshydos juristas e dos meacutedishyigtas gradas - dentre as Ser recrutados os memshy~o Mas eacute mesmo digno

do legislador de entatildeo bull tal escolha deveria fashy~recircncia dentre tais proshyatildeo excluiacutea outras desde ssem pessoas de relevo relevo a que somente r por uma lideranccedila nashy

$a recente com (l Diretor utamento Penitenciaacuterio fessor Jason Soares de k--~ quatildeo agradavelshyhgtreendido no Estado do

accedilatildeo de uma assistente do respectivo Conselho romovendo a dinamizashygatildeo mediante a realizashymas de assistecircncia aos essos da mais alta valia

Satildeo muitas hoje as profIssotildees que teriam grande influecircncia segundo creio na dinamizaccedilatildeo desse colegiado como os socioacutelogos os psicoacutelogos os antroshypoacutelogos e os proacuteprios assistentes sociais como se acabou de referir

Existe uma comissatildeo vinculada ao Conselho Nacional de Poliacutetica Penitenshyciaacuteria do Ministeacuterio da Justiccedila empreshyendendo estudos em torno do Conselho Penitenciaacuterio Ao que se sabe duas satildeo as correntes que se formaram entre tais estudiosos a dos que desejam elinuacutenaacute-Io e a dos que querem atualizaacute-lo A conshyclusatildeo loacutegica eacute a de que ambas as corshyrentes natildeo estatildeo satisfeitas com o deshysempenho e fInalidade dos Conselhos Penitenciaacuterios atualmente

De qualquer sorte poreacutem aos Conselhos Penitenciaacuterios segundo penso embora jaacute sejam cometidas tareshyfas e atribuiccedilotildees da mais alta relevacircncia como a assistecircncia aos egressos a vershydade eacute que natildeo lhes satildeo dadas condiccedilotildees de realizaacute-Ias

Quando tive a honra de exercer a Presidecircncia do Conselho Penitenciaacuterio do Distrito Federal empenhei-me em tornar realidade o disposto na Lei n 3274 de 2 de outubro de 1957 que dispotildee sobre Nonnas Gerais do Regime Penitenciaacuterioacute

Lembro-me de que justamente por natildeo possuir infra-estrutura adequada procurou o Conselho obter a colaborashyccedilatildeo do Departamento de Educaccedilatildeo Fiacutesishyca Esportes e Recreaccedilatildeo - DEFER - do Governo do Distrito Federal para o cumprimento do disposto no art I item XII e do art 22 e seu paraacutegrafo uacutenico da mencionada Lei precisamente para a realizaccedilatildeo de um programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica cientifIcamente dirigishydo Esse Programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica

para Centros Reeducacionais do Distrito Federal como se intitulou empolgou os professores Caranambu Bessa e Maacuteshyrio Maacutercio Cardoso daquele Departashymento que o puseram em praacutetica com muito entusiasmo por parte dos internos e dos dirigentes dos estabelecimentos

Citado por BRITO (6)

prisionais sendo acompanhado com enorllC interesse pela imprersa local ~

Diligenciou-se muito antes da Lei n 6416 de 1977 no sentido de que fosse posto em praacutetica Provimento do egreacutegio Tribunal de Justiccedila do Distrito Federal referente agrave prisatildeo-albergue

Quanto agrave assistecircncia aos egressos a pesquisa empreendida pelo Conselho a exemplo do que ocorre noutros oacutergatildeos especializados fixou-se em torno do risco da reincidecircncia e dos meios e moshydos de evitaacute-la ou diminuir-lhe a incishydecircncia avultando entre esses a procura de um trabalho adequado para o liberashydo condicional ou para o que cumpriu a pena e foi posto definitivamente em lishyberdade

Encontrei o texto do Decreto n 8233 de 22 de setembro de 1910 que aprova o regulamento ofIciai dos libeshyrados ou egressos definitivos da prisatildeo do Distrito Federal finnado por Nilo Peccedilanha e referendado por Esmeraldino Bandeira verdadeiro monumento de sashybedoria e fonte de inspiraccedilatildeo como asshysinalei no meu relatoacuterio para inl1meras providecircncias que podem ser tomadas ainda hoje

ExemplifIco com o art 15 daquele Decreto assim redigido

Com a necessaacuteria antecedecircnshycia deveraacute a comissatildeo de acordo com o preso providenciar de modo que no dia do livramento defmitishyvo se lhe depare ocupaccedilatildeo honesta com a remuneraccedilatildeo sufIciente agraves necessidades de sua condiccedilatildeo Toshydas as pessoas que contratarem com o Governo seratildeo obrigadas por uma claacuteusula especial a resershyvar lugares para os liberados cujo exemplar procedimento puder ser atestado pela comissatildeo - nos servishyccedilos e obras que forem realizados em cumprimento dos respectivos conshytratos (Grifos meus) Ora essas providecircncias tatildeo simples

mas de tanta importacircncia para os egressos e para coibir a reincidecircncia por falta de trabalho honesto que o gecircnio de

23

Esmeraldino Bandeira preconizava em 1910 podem ainda hoje ser utilizadas como instrumento eficaz pela Admishynistraccedilatildeo

O drama do presidiaacuterio foi sintetishyzado em frase lapidar de Mariano Ruiz Funes A prisatildeo eacute temporaacuteria mas os prisioneiros natildeo deixam nunca mais de ser presidiaacuterios (11)

A assistecircncia aos egressos pois eacute uma das tarefas mais nobilitantes e efishycientes se devidamente feita pelos Conselhos Penitenciaacuterios

Essa assistecircncia ainda se tomou mais significativa apoacutes o advento da Lei n 6416 de 24 de maio de 1977 que entre outros beneficios instituiu a prishysatildeo-albergue a que se anteciparam alshyguns Estados pela coragem dos seus Tribunais de Justiccedila eliminou tambeacutem as doacutevidas quanto agrave compatibilidade do trabalho externo com o regime penitenshyciaacuterio fechado e semi-aberto conforme claramente confessado na Exposiccedilatildeo de Motivos do Ministro Armando Falcatildeo (item 12) ao Presidente Ernesto Geisel

que encaminhou a Mensagem n 52177 ao Congresso Nacional

Mas eacute tambeacutem necessaacuterio visitar os presos coin mais frequumlecircncia e natildeo soshymente por ocasiatildeo da solenidade do lishyvramento condicional como infelizshymente soacutei acontecer

eacute certo que se inclui entre os oacutershygatildeos da execuccedilatildeo penalmais um conseshylho - o Conselho da Comunidade (anteshyprojeto art 52 item VI) composto de um representante de associaccedilatildeo comershycial ou industrial middotou entidade similar um advogado indicado pela Secccedilatildeo ou Subsecccedilatildeo da Ordem dos Advogados do Brasil e um assistente social designashydo pela Delegacia Seccional do Conseshylho Regional de Assistentes Sociais (art 24) para funcionar em cada comarca incumbindo-lhes visitar os estabelecishymentos prisionais entrevistar os presos representar quando necessaacuterio ao Juiz da execuccedilatildeo e ao Conselho Penitenciaacuterio e diligenciar pela obtenccedilatildeo de recursos materiais e humanospara dar-lhes meshy

Citado por BRITO (6)

lhor assistecircncia (art 25 e seus incisos) Satildeo atividades coadjuvantes agraves do

Conselho Penitenciaacuterio que assim teraacute Uma ajuda substancial da comunidade quase sempre ausente e omissa nessa assistecircncia aos presos e aos egressos

Urge conscientizar a comunidade especialmente agora em que recrudesshyceram os crimes mais violentos e a soshyciedade estaacute assustada que muitas vezes o braccedilo do assassino foi armado pela falta de assistecircncia quando esteve preshyso ou como tgresso

E aos juristas de que esse saber cientiacutefico tatildeo abrangente e humanitaacuterio denominado Direito Penitenciaacuterio estaacute a merecer um tratamento mais cuidadoso conforme o recomendam os inoacutemeros congressos dos especialistas e pretende fazecirc-lo o presente ciclo de estudos

VIConclusatildeo

Ao concluir este esboccedilo dando-me conta de que nesta Casa repousam os restos mortais do maior dos brasileiros natildeo poderia faltar alguma de suas liccedilotildees imorredoiras E que outra liccedilatildeo maior ou mais adequada para ser relembrada nesta hora senatildeo aquela Oraccedilatildeo aos Moccedilos que aos moccedilos tambeacutem se destishynaratildeo os estudos deste ciclo promovido pelas instituiccedilotildees mais necessaacuterias agrave Democracia - o Tribunal de Justiccedila a Ordem dos Advogados o Ministeacuterio Poacuteblico e as Universidades

De Ruy Barbosa portanto haacute de ser a citaccedilatildeo mais expressiva

Dessas democracias pois o eixo eacute a Justiccedila eixo natildeo abstrato natildeo supositiacutecio natildeo meramente moral mas de uma realidade proshyfunda e tatildeo praticamente embebido atraveacutes de todas as suas peccedilas que falseando ele ao seu mister todo o sistema cairaacute em paralisia desorshydem e subversatildeo Os poderes consshytitucionais entraratildeo em conflitos insolaacuteveis as franquias constitucioshynais ruiratildeo por terra e da organizashy

ccedilatildeo constitucional d das suas funccedilotildees e d tias apenas restaratildeo d De Carnelutti 6 o P

que o Direito eacute ulDa ponte economicw e o honro entre Economia e Moral

Jaacute disse que o COIU ciaacuterio eacute uma ponte entre

cutivo e o Poder Judiam E Nietzsche afirmava

de do homem eacute ele ser UI[

uma meta o que se pode mem eacute ele ser uma passa bamento e que somente middot Ies que sabem viver COIJl(j guindo porque satildeo esset vessam de um para outro I

Magistrados advogampll do Ministeacuterio Poacuteblico PIl

(I)

(2)

(3) (4)

(5)

(6)

(7)

(8)

(9)

(10)

(11) (12)

(13)

(14)

(15)

(16) 38

24

cia (art 25 e seus incisos) vidades coadjuvantes agraves do nitenciaacuterio que assim teraacute substancial da comunidade re ausente e omissa nessa os presos e aos egressos onscientizar a comunidade te agora em que recrudesshyimes mais violentos e a soshyassustada que muitas vezes aSsassino foi armado pela

stecircncia quando esteve preshytgresso juristas de que esse saber to abrangente e humanitaacuterio Direito Penitenciaacuterio estaacute a tratamento mais cuidadoso recomendam os inlIacutemeros

los especialistas e pretende 6ente ciclo de estudos

lo

Iuir este esboccedilo dando-me ~ nesta Casa repousam os is do maior dos brasileiros faltar alguma de suas liccedilotildees E que outra liccedilatildeo maior ou

ida para ser relembrada knatildeo aquela Oraccedilatildeo aos os moccedilos tambeacutem se destishy~s deste ciclo promovido ~ mais necessaacuterias agrave - o Tribunal de Justiccedila a LAdvogados o Ministeacuterio Jniversidades Barbosa portanto haacute de

Dais expressivaSsas democracias pois o IJusticcedila eixo natildeo abstrato

itfcio natildeo meramente iaS de uma realidade proshy- ) praticamente embebido

todas as suas peccedilas que I ele ao seu mister todo o Fairaacute em paralisia desorshybversatildeo Os poderes consshy~ entraratildeo em conflitos as franquias constitucioshybpor terra e da organizashy

ccedilatildeo constitucional do seu caraacuteter tudantes eacute nossa inctimbecircncia a de natildeo das suas funccedilotildees e das suas garanshy somente salvar as instituiccedilotildees juriacutedicas tias apenas restaratildeo destroccedilos (3) mais democraacuteticas mas sobretudo a de De Camelutti eacute o pensamento de mantecirc-Ias vivas e atuantes

que o Direito ~ uumllna ponte entre o homo Juiz meu apelo final haacute de se enshyeconomicus e o homo moralis isto eacute dereccedilar aos Juiacutezes a quem os Coacutedigos entre Economia e Moral impotildeem o dever de velar pela dignidade

Jaacute disse que o Conselho Penitenshy da Justiccedila Haacute poucos dias em Satildeo ciaacuterio eacute uma ponte entre o Poder Exe- Paulo tive a oportunidade de dizer coshycutivo e o Poder Judiciaacuterio mo Eduardo Couture que da dignidade

E Nietzsche afumava que o granshy do Juiz depende a pr6pria dignidade do de do homem eacute ele ser uma ponte e natildeo Direito o qual somente valeraacute em um uma meta o que se pode amar no hoshy paiacutes e em um momento hist6rico detershymem eacute ele ser uma passagem e um acashy minados o que valerem os seus Juiacutezes bamento e que somente amava agravequeshy como homens pois o dia em que os Jushyles que sabem viver como que se extinshy zes tiverem medo nenhum cidadatildeo poshyguindo porque satildeo esses os que atrashy daaacute dormir tranquumlilo (lO) Cwnpre-nos vessam de um para outro lado (18) velar pela dignidade do Direito pela

Magistrados advogados membros dignidade da Justiccedila pela dignidade do do Ministeacuterio Puacuteblico professores es- Homem

BIBLIOGRAFIA

(I) ACCIOL Y FILHO Novos meacutetodos para a repressatildeo penal Rlnflegisl Brasnia 1S(60) 16-17 outJdez 1978 Conferecircncia pronunciada na Ordem dos Advogashydos Seccedilatildeo de Satildeo Paulo

(2) AZEVEDO Vicente de Paulo Vicente de Curso de direito judici4rio pelUll Satildeo Paulo Saraiva 1958 v2 p407

(3) BARBOSA Ruy Oraccedilatildeo aos moccedilos RiodeJoreiroOrgSinDesI947 p62-63 (4) BARROS Romeu Pires ele Campos R Cons Penit DF BrasOia 12 31-48 Conshy

ferecircncia na Univ de Brasiacutelia durante o Curso de Extensatildeo Cultural de Ci8ncia PeshynaI Penitenciaacuteria

(5) BRAUNE Domingos Henrique Leal Livramento condicional R Inf legisl Brasiacutelia 4144-45 julldez 1980

(6) BRITO Washington Bolivar de Relat6rio das atividades do Conselho Penitenciaacuterio do Distrito Federal R Cons Penit DF Brasiacutelia (34) 129-139 jan I 9761jun 1977

(7) CARNELUTTI Francesco Arte do direito seis meditaccedilotildees sobre o direito Trad de Pimo de Aguiar Coimbra Liv Almedina 1974 - p 130

(8) Meditaccedilatildeo em torno do problema da ciecircncia do direlIo R Proc Ger Est R sPorto Alegre (27) 11-25

(9) COTRIM NETO AB O conceito da execuccedilatildeo penal R Cons Penit DF 2620janmar 1971

(10) COUTURE Eduardo Introduccedilatildeo ao estudo do processo civil Rio de Janeiro Konfino 1951 p88

(11) FUNES Mariano Ruiz A crise nas prisotildees Sio Paulo Saraiva 1953 p2 (12) GRINOVER Ada Pellegrini Eficaacutecia e autoridade da sentenccedila pelUll Ed Revista

dos Tribunais 1978 p2m) KIRSCHMANN von A falta de valor da jurisprudecircncia como ciecircncia 1848

Conferecircncia (14) MENDES Nelson Pizzotti Uma introduccedilatildeo agrave penologia Justitia Satildeo Paulo

42 151-157 janmar 1980 (15) MIOTTO Armida Bergamini ConselJw penitenciaacuterio In ENCICLOP~D1A

SarJiva de Direito Satildeo Paulo 1977 v18 p232 Verbete (16) Curso de direito penitenciaacuterio Satildeo Paulo Ed Saraiva v1 p

38

25

(17) o direito penitenciaacuterio importacircncia e necessidade do seu estudo Rln legisl Brasflia 7 (28)93-106 outJdez Tese apresentada no IV Congresso Nashycional de Direito Penal e Ciecircncias AfIDS

(18) NIETZSCHE Frederico Assim falava Zaratustra 5 ed Publ Brasil Editoshyra p9-1O

(19) RAYMUNOq Adhemar Execuccedilatildeo ~ In Estudos de direito processual peshynal Llv PJOgreaso 1957 po8

(20) QUIROZ CUARON Alfonso Evoluci6n de la criminologia Derecho Penal ContempordneoM6xico OF (3)25

A

comprador subsequumlentes mento das Ontem como

res embora por lei volviam a duplicata ltemia ao vendedor oacutebice surgido ao parte dos cabia ao mrumte todo o restante

Com o Decreto D 917 de como possiacutevel para verificaccedilatildeo dos

1 Desembargador

i

Como se vecirc as Ciecircncias Crimino- que a ciecircncia faz do conlfugente 16Bicas tratam do ser e~uanto as J~shy () seu objeto eil_mes~ _se torna ddicaacutes do dever ser distinguindo-se contingecircncia trecircs palavras retifica- shyassim por serem causais-exp~tivas as doras do legislador convertem bi- shyprimeiras e nonoativas u~timas_ bliotecas inteiras em lixot1l) _

As Ciecircncias Juriacutedicas Repressivas Felizmente esse conceito tatildeo desshyindicadas acima -~r serem jurfdicas satildeo primoroso natildeo encontra apoio na maioshyramos da denominada Ciecircncia do Dishy ria dos doutrinadores dado que a lei reito Ora essa denominaccedilatildeo tem causashy natildeo conteacutem todo o Direito segundo ela do ao longo dos tem~ as mais vivas pr6pria o proclama __ controveacutersias e delas se-ocupam os jusshy Art 42 - Quando a lei for fil6sofos Em sua Meditaccedilatildeo em Torno omissa o Juiz decidiraacute o caso de do Probkma tQ Cilncia do Direito (8) acordo corri a analogia os costumes Camelutti retoma sua antiga afmnaccedilatildeo - e os princiacutepios gerais de Direito de que arte e ciampcia satildeo fases do conheshy (Lei de Introduccedilatildeo ao Coacutedigo Ci- _ cimento lamentando que o seu aceno ao vil) _ caraacuteter artfstico desse saber natildeo haja Entre DOacuteS inoacutemeros satildeo aqueles ~rtado o miacutenimo interesse Na inshy que estabeleceram a dignidade cientiacutefICa -shytroduccedilatildeo das Seis Meditaccedilotildees sobre o do saber juriacutedico bastando citar para Direito lembrou que adotara a f6nnula exemplificar Miguel Reale entre cujas shyArte do Direito como tiacutetulo da co- obras avultaria no particular O Direito

- memoraccedillo de Vittorio Scialojae a ideacuteia Como Experiecircncia e Machado Neto de dessa relaccedilatildeo dali por diante nunca cuja admiraacutevel produccedilatildeo intelectual mais o abandonara pois percebera que destaco para os fms aqui referidos sua estudar o Direito e a Arte significa Teoria tQ Ciecircncia JuruacuteJica para as quais atacar de dois acircngulos diversos o mesmo remeto os interessados na polecircmica em problema (1) torno da Ciecircncia do Direito -

Angel Latorre natildeo obstante sashy Quanto a mim tendo como assente lientar que a polecircmica em tomo da cienshy que existe uma Ciecircncia do Direito passo tificidade do Direito hoje esteja supeshy agrave indagaccedilatildeo para ainda mais restringir o rada lembrou a vigorosa objeccedilatildeo de objeto dessa palestra qual das Ciecircncias Von Kirsctunannem ceacutelebre conferenshy Juriacutedicas Penais seraacute a que guarda maior cia publicada em 1848 sob o significashy conexatildeo com a segunda parte do tema shytivo -tiacutetulo - A Falia de Valor da Jurisshy O Conselho Penitenciaacuterio prwMncia como Cilncia Pois se a ciecircncia eacute em primeiro lugar conhecishy 11 Ciecircncia das Prisotildees - Cifncia shymento de novos fatos da realidade que Penitenciaacuteria e Direito Penitenshyfatos de que realidade eacute que o jurista in-shy ciaacuterio vestiga Os fatos e a realidade legal isto eacute o direito positivo vigente num dado Tomando-se como base a tripartishy

momento e num dado Paiacutes A essa mda- - ccedilatildeo das Ciecircncias Juriacutedic~ Repressiv~ shygaccedilatildeo responde Von Kirschmann o Direito Penal SubstanCIal (Dogmaacutetica

Os juristas ocupam-se soshy Juriacutedica) o Direito Penal Processual e o bretudo das lacunas dos equiacutevoshy Direito Penal Executivo - que se deve cos das contradiccedilotildees das leis posishy ao penalista polonecircs Emil Stanislaw tivas daquilo que nelas haacute de falso Rappaport e sabendo-se que

- o Direito Penal enuncia a nonnade antiquado de arbitraacuterio O seu objeto eacute a ignoracircncia a insensatez a descriccedilatildeo de uma conduta tiacutepica puniacuteshya paixatildeo do legislador Por forccedila vel e estabelece a ameaccedila da pena da lei positiva os juristas convershy - o Direito Processual Penal reshyteram-se em vennes que s6 vivem presenta a imposiccedilatildeo concreta da pena a da madeira apodrecida desvianshy uma pessoa pelo Juiz mediante a comshydo-se da satilde estabelecem o seu nishy provaccedilatildeo de que ela transgrediu o preshynho na enfenDa Na medida em ceito legal

- o Direito Executivo da execuccedilatildeo da pena imposta cionaacuterios especializados shyo conceito de pena estaacute dos os trecircs ramos e eacute conhecimento de cada um

O conceito de Direito natildeo poderia outrossim ser com abstraccedilatildeo do instituto da consequumlecircncias de sua cialmente considerada a

- berdade o recolhimento - Em verdade DO conceito

nitenciaacuterio estabelecido Congresso realizado Internacional de lermo no ano de

-execuccedilatildeo das penas dade enquanto para o seu

-to o condenado devesse a estabelecimento penal - a - mas a execuccedilatildeo no mais da palavra segundo B~rgamini Miotto na Direito Penitenci6rio shyNecessidade do seu Estudo no IV Congresso Nacional Penal e Ciecircncias Afins Recife (11)

- No mesmo trabalho eminente penitenciarista por lia - e quem lhe siga a duziu os limites do Direito para colocaacute-lo com o seu do Direito da Execuccedilatildeo Penal Penal Executivo e ela mesm

-a seguinte explicaccedilatildeo que m integralmente transcrita como liccedilatildeo em torno da origem da p finalidade

Sem excluir a exis1 outros motivos parece houve que exerceu grandt cia Trata-se de um fene ordem semacircntica pelo qua vras penitlncia e penitend ram tendo seus respectivOl modificados shy

Aacute palavra penitlnda m6rdios do Cristianismo va volta sobre si mesmo

-pfrito de compunccedilatildeo paro cer os prtJprios pecados _tos) abomiNi-os e pro

16

I

1 ciecircocia faz do contiDgente shy~ eil mesipll se toma lgencia tramp paJavras retifica- -shyt do legislador convertem bi- fas inteiras em lixo (1) _ _ DCDte esse conceito tatildeo desshynatildeo encontra apoio na maioshy~trinadores dado_que a lei m todo o Direito segundo ela lama pIOCcedil-- ~Art 42 - Quando a lei for a o Juiz decidiraacute o caso de ( com a analogia os costumes princfpios gerais de Direito tIe Introduccedilatildeo ao Coacutedigo Ci-

n6s intuacuteneros satildeo aqueles ~~ a dignidade cientiacutefica shyjuriacutedico bastando Citar para atilder Miguel Reale entre cujas iacutearia no particular O Direito ~rilncia e Machado Neto de Iraacutevel produccedilatildeo intelectual ira 06 fms aqui referidos sua Cilncia Jurldica para as quais Iinteressados na polecircmica em iampKia do Direito ( a mim tendo como assente juna Ciecircncia do Direito passo o para ainda mais restringir o ~ palestra qual das Ciecircncias tenais seraacute a que guarda maior middotxn a segunda parte do tema shy

Penitenciaacuterio

a das Prisotildees - Ciecircncia i6ria e Direito Penitenshy

~do-se como base a tripartishyncias Juriacutedicas Repressivas shyrenal Substancial (Dogmaacutetica Direito Penal Processual e o DaI Executivo - que se deve [ta polonecircs Emil Stanislaw ~ sabendo-se que ireito Penal enuncia a nonDa de wna conduta tiacutepica punfshy

lece a ameaccedila da pena - shy~ireito Processual Penal reshyimposiccedilatildeo concreta da pena a pelo Juiz mediante a comshyeque ela transgrediu o preshy

- o Direito Executivo Penal cuida middot da execuccedilatildeo da pena imposta por funshy

cionaacuterios especializados - sente-se que o conceito de pena estaacute impliacutecito em toshydos os trecircs ramos e eacute indispensaacutevel ao conhecimento de cada um

a conceito de Direito Penitenciaacuterio middot natildeo poderia outrossim ser entendido com abstraccedilatildeo do instituto da pena e as consequumlecircncias de sua imposiccedilatildeo espeshycialmente considerada a restritiva da -lishy

middot berdade o recolhimento a uma prisatildeo Em verdade no conceito de Direito Peshynitenciaacuterio estabelecido desde o 111 Congresso realizado pela Associaccedilatildeo

middot Internacional de Direito Penal em Pashylermo no ano de 1933 cabia natildeo soacute a

middot execuccedilatildeo das penas privativas da libershydade enquanto para o seu cumprlmenshy

middot to o condenado devesse estar recolluacutedo middota estabelecimento penal - a penitenciaacuteria - mas a execuccedilatildeo no mais amplo sentido da palavra segundo salientou Armida B~rgamini Miotto na tese intitulada O Direito Penitenciaacuterio - lmporuacute1ncia e Necessidade do seu Estudo apresentada no IV Congresso Nacional de Direito Penal e Ciecircncias Afins realizado em Recife (17)

No mesmo trabalho indagou aquela eminente penitenciarista por que a Polocircshylia - e quem lhe siga a orientaccedilatildeo - re duziu os limites do Direito Penitenciaacuterio para colocaacute-lo com o seu objeto dentro do Direito da Execuccedilatildeo Penal ou Direito Penal Executivo e ela mesma cunhou

middota seguinte explicaccedilatildeo que merece ser integralmente transcrita como preciosa liccedilatildeo em tomo da origem da pena e sua finalidade

Sem excluir a existecircncia de outros motivos parece que um houve que exerceu grande influecircnshycia Trata-se de um fenocircmeno de ordem semacircntica pelo qual as palashyvras penittncia e penitenciaacuteria vieshyram tendo seus respectivos sentidos modificados

Agrave palavra penitecircncia nos prishymoacuterdios do Cristianismo significashyva volta sobre si mesmo com esshy

middot plrito de compunccedilatildeo para reconheshymiddot cer os proacuteprios pecados (ou delishymiddot tos) abominaacute-los e propor-se a

natildeo tornar a incorrer neles (i eacute a natildeo reincidir) Eacute a proacutepria pena exercendo a-funccedilatildeode emeluJa eiS que pena e penitecircncia satildeo palavras da mesma farnllia em cujo sentido se encontra tambeacutem a ideacuteia de ashyfliccedilatildeo dor pesar desgosto arreshypendimenlO (aliaacutes no pensamento catoacutelico ainda hoje eacute esse o sentishydo)

Havia jaacute entre os primeiros cristatildeos aqueles que desejo~_ de se corrigir dos pecados e defeitos mesmo os mais insignificantes para alcanccedilar a santidade recolhiam-se espontaneamente em lugares casas que oferecessem tal adequado amshybiente Esses lugares essas casas onde se recolluacuteam pessoas espontashyneamente para fazer pois penitecircnshycia eram denominados penitencishyaI) j Entretanto salienta ela outros lushy

middot gares havia nos quais as pessoas eram compelidas a se recolher para fazerem

middot penitecircncia aquelas condenadas por um Juiz ou Tribunal eclesiaacutestico - os penishytenciaacuterios Assim quando a Justiccedila laica

middot adotou a prisatildeo como modalidade de peshyna inspirou-se nos penitenciaacuterios da Igreja ficando os respectivos ediffcios em algumas lfnguas no masculino e noutras no feminino - penitenciaacuteria - deixando a palavra de ser adjetivo para

middot converter-se em substantivo De qualshyquer sorte poreacutem restou a funccedilatildeo adjeshytiva para designar a qualidade de um substantivo que se refere ou se relaciona com a penitecircncia que como vimos eacute a proacutepria pena exercendo a funccedilatildeo de emenda A emenda eacute a funccedilatildeo eacutetica especiacutefica da ecna que por natureza eacute retributiva punitiva e repressiva senshydo utilitaacuterias as demais funccedilotildees de intishymidaccedilatildeo de defesa social de reeducashyccedilatildeo de reajustamento social Natildeo se pode esquecer que as funccedilotildees da pena natildeo se confundem com as fmalidades porshyquanto sua fmalidade principal eacutetica eacute a de fazer justiccedila sendo as acessoacuterias seshy

middot cundaacuterias utilitaacuterias - a prevenccedilatildeo geral e a prevenccedilatildeo particular ou individual Assim agravequele conjunto de princlpios jurldicf)s e de doutrinas agravequele conshy

17

jUlUacuteO de normas jurldicas que se ocupanIacute da pena na fase de execuccedilatildeo e de tudo shyque com dita execuccedilatildeo se relaciona ou para ela concorre cabe bem o nome de Direito Penitenciaacuterio (17) Os grifos estatildeo no original

Dizem os doutos e a mesma Arshymida MiottO o faz nessa tese e no seu

conceituadoCurso de Direitomiddot Penitenshyciaacuterio (16) ltee com o surgimento da questatildeo penitenciaacuteria desde o seacuteculo XVI com a edificaccedilatildeo de casas correshycionais foi protoprecursor em 1690 no seacuteculo seguinte da Ciecircncia Penitenciaacuteria o monge Mabi1lon com a obra Rqle-middotmiddot xions SUT les prisons des ordresreligieushyses criticando o excessivo rigor de alshygumas prisotildees e a falta de um regime penitenciaacuterio propondo a sua suavizashyccedilatildeo mediante trabalho visitas passeios higiene individualizaccedilatildeo da execuccedilatildeo e uma ideacuteia de progressividade

Assim a princiacutepio havia uma Ciecircnshycia das Prisotildees resultante da obra de Jean Mabillon Beccaria John Howard e Jeremy Bentham ciecircncia cujo objeshyto do ponto de vista estaacutetico conshysistia em preocupaccedilotildees arquitetocircnicas e do ponto de vista dinacircmico o tratashymento dos presos Nesse tempo o conshydenado natildeo era visto como pessoa mas como objeto da prisatildeo e assim era tratado E como o impulso normal do preso eacute a fuga tudo se desenvolvia no sentido de edificarem-se prisotildees que fossem verdadeiras fortalezas para im- shy

pedi-la Foi graccedilas aos congiesSos e aos

estudiosos que se operou a mudanccedila de atitude para considerar o preso um inshydividuo a quem a pena deveria recuperar e ressocializar motivo pelo qual a Ciecircnshycia das Prisotildees passou a denominar-se Ciecircncia Penitenciaacuteria com objetivos mais amplos e mais hwnanitaacuterios Por ar bem se pode aquilatar a valia dos con- gressos simpoacutesios ciclos de estudos para a evoluccedilatildeo da Ciecircncia do Direito e muito particulannente do hoje denomishynado Direito Penitenciaacuterio

Embora seja certo que a Ciecircncia das Prisotildees cedeu lugar agrave Ciecircncia Peni- tenciaacuteria esta natildeo desapareceu com o advento do Direito Penitenciaacuterio mas

18

ao cOntraacuterio subsiste como aUxiliar deste cujos propoacutesitos ademais trans- cendem da execuccedilatildeo da pena para o reshy

_ conhecimento de um status do condenashydo em suas relaccedilotildees com o Estado com

- direitos e deveres bem estabelecidos O estudo da execuccedilatildeo penal seraacute particushylarizado agora embora sinteticamente

111 A Execuccedilatildeo Penal

Para melhor compreensatildeo desse instituto deve-se partir da existecircncia de uma sentenccedila condenatoacuteria que cubnina o processo penal e transforma o cidashydatildeo restringindo-lhe direitos e outorshygando-lhe outros direitos e deveres enshyfim o status de condenado A eficaacutecia e autoridade dessa decisatildeo somente poshydem ser sentidas com o seu tracircnsito em julgado

Entretanto conveacutem atentar com middot Ada Pellegrini Grinover para a distin- middot ccedilatildeo clara que a esse propoacutesito faz middot Liebman

Para Liebman a coisa julgada natildeo eacute um efeito da sen~nccedila e muito menos pode identificar-se com a eficaacutecia declaratoacuteria da mesma sentenccedila a coisa julgada eacute algo mais que se acresce agrave decisatildeo para aumentar sua estabilidade

A teoria como se sabe funshyda-se na distinccedilatildeo entre coisa julshygada e eficaacutecia natural da sentenccedila esta pode definir-se como um coshymando plenamente eficaz em virshytude da idoneidade natural dos atos estatais mas a imutabilidade dos efeitos da sentenccedila existe apenas quando ela passa em julgado (12) Na execuccedilatildeo penal entretanto poshy

dem ocorrer incidentes que destronam a imutabilidade da sentenccedila transitam em julgado como por exemplo no indulto e na graccedila para cuja aplicaccedilatildeo colaboshyram decisivamente os Conselhos Penishytenciaacuterios

Vicente de Azevedo ao tratar da execuccedilatildeo da pena ensina que o verbo

middot executar tem entre outros o sentido e o significado de fazer justiccedila Pela etimo- logia equivale a seguir ateacute o fun ex seshy

quor perseguir ateacute o ultimar concluir (2)

Deve-se ter presente de punir se desdobra em cominaccedil1o a aplicalaacuteo pena Em instacircncias que procura punir a que ccedilatildeo e a que executa essa

Haacute quem lhe negue pretexto de que a eXI~ccedilIIl terialidade da qual o teressa o que foi repelido

Em tomo da execuccedilatildeo penaI jaacute discon~ reconhecido saber do em tese de COIICUrso

tudos de Direito mateacuteria se encontra e brilho com as segmnlte8

a) a ex~cu~io tureza adrniniistI11tiva penal constitui uma vez que a cionalidade natildeo de processuaIidade ccedilatildeo processual ccedilatildeo juriacutedico-material do que exerce o seu (sentenccedila colldenat6n nado que a ele (Santoro) d) a definida na ressurgir na fase minando o w4fotilden

processuais terlldelDte] de outra decisatildeo ccedilatildeo de medida rante a execuccedilatildeo 751 a 757 da nossa PenaI) (19) Romeu Pires

em conferencia prcmunciiai sidade de Extensatildeo Cultural de Penitenciaacuteria depois de existe uma distinccedilatildeo nal proacutepria e exccwcatildeo servindo de exemplo absolutoacuteria que impotildee

1 Citado por COTRIM N IOp cito 191 p21

subsiste como auxiliar tos ademais trans-

da pena para o reshyde um status do condena- ~e com o Estado com bem estabelecidos O

lo penal seraacute particushyl embora sinteticamente

Penal

Ibor compreen~ desse l_se partir da existecircncia de I~~~ndenatoacuteria que culmina ~ e tnlnsfofOla o cidashylado-lhe direitos e outorshyros direitos e deveres enshyIe condenado A eficaacutecia e ~ decislo somente po- lias com o seu tracircnsito em

p conveacutem atentar com li Grinover para a distin-

a esse prop6sito faz

li Liebman a coisa julgada efeito da sentnccedila e muito gtde identifich-se com a declaratoacuteria da mesma a coisa julgada eacute algo

$C acresce agrave decisatildeo para ~ estabilidade eoria como se sabe ftlDshy~disdistiIacutetinccedilatildeo entre coisa julshyIcaacutecia natural da sentenccedila definir-se como um coshy

lenamente eficazem virshyIooeidade natural dos atos tuas a imutabilidade dos ~ sentenccedila existe apenas ~ passa em julgado (12) ~ penal entretanto poshyfidentes que destronam a tia sentenccedila transitam em por exemplo no indulto bi cuja aplicaccedilatildeo colabo-

te os Conselhos Peni-

Azevedo ao tratar da rna ensina que o verbo ntre outros o sentido e o fazer justiccedila Pela etimo- a seguir ateacute o fllD ex se-

quor (Crseguir ateacute o fmal levar a cabo ultimar concluir (2)

Deve-se ter presente que o direito de punir se desdobra em trecircs fases a cominaccedillo a aplicaccedilatildeo e a execuccedilatildeo da pena Em consequumlecircncia surgem trecircs instacircncias segundo Albert Krebs a que procura punir a que decreta a punishyccedilatildeo e a que executa essa puniccedilatildeo

Haacute quem lhe negue juridicidade ao pretexto de que a execuccedilatildeo penal eacute mashyterialidade da qual o Direito natildeo se inshyteressa o que foi repelido por Falchi

Em tomo da natureza juriacutedica da execuccedilatildeo penal jaacute discorreu com o seu reconhecido saber Adhemar Raymunshydo em tese de concurso e nos seus Esshytudos de Direito Processual Penal a mateacuteria se encontra expOsta com clareza e brilho com as seguintes conclusotildees

a) a execuccedilatildeo penal eacute de nashytureza administrativa b) a execuccedilatildeo penal constitui atividade processual uma vez que a negaccedilatildeo de jurisdishycionalidade natildeo importa exclusatildeo de processualidade c) natildeo haacute relashyccedilatildeo processual executiva mas relashyccedilatildeo juriacutedico-material entre o Estashydo que exerce o seu poder punitivo (sentenccedila condenatoacuteria) e o condeshynado que a ele tem de se submeter (Santoro) d) a relaccedilatildeo processual definida na sentenccedila fmal pode ressurgir na fase executiva detershyminando o exerciacutecio de atividades processuais tendentes agrave obtenccedilatildeo de outra decisatildeo (exemplo a aplicashyccedilatildeo de medida de seguranccedila dushyrante a execuccedilatildeo da pena uI arts 751 a 757 da nossa Lei Processual Penal) (19) Romeu Pires de Campos Barros

em conferecircncia pronunciada na Univershysidade de Brasflia durante o 11 Curso de Extensatildeo Cultural de Ciecircncia Penal e Penitenciaacuteria depois de lembrar que existe uma distinccedilatildeo entre execuccedilatildeo peshynai proacutepria e execuccedilatildeo penal improacutepria servindo de exemplo desta a de sentenccedila absolutoacuteria que impotildee medida de segushy

Citado por COTRIM NETO (9) Op cito (9) p21

I ) bull

ranccedila (arts 22 e 24 do Coacutedigo Penal) reportou-se ao debate doutrinuacuteio sobre a natureza juriacutedica do instituto e cooshycluiu que em nosso direito positivo a execuccedilatildeo eacute ato jurisdicional cabendo ao Juiz a ftmccedillo de presidir ao processo executoacuteoacuteo que resulta da condenaccedilatildeo e em que se efetivam as medidas punitivas de condenaccedilatildeo impostas ao sentencia- _ do A relaccedilatildeo processual executoacuteria constitui simples prolongamento da que se instaura com a denOacutellcia ou a queixa natildeo existindo um processo de execuccedilatildeo de caraacuteter autOcircnomo como no processo civil A afmnativa segundo aquele fesshytejado processualista resulta dos proacuteshyprios tennos do Coacutedigo de Processo Peshynai nos seus artigos 674 675 683 sect 12 e 685 Acentua que a jurisdicionalidade da execuccedilatildeo penal eacute tradiccedilatildeo em nosso Direito Nazareth Ramalho Aureliano de Gusmatildeo Mendes de Abneida Joacutenior Galdino Siqueira e na atualidade J08-shyquim Canuto Mendes de Almeida Eduardo EspUacutelola Roberto Lyra Borshyges da Rosa MagaIhAes Noronha e Freshyderico Marques a reconhecem e proclashymam (4)

Realmente em face do nosso dishyreito positivo d6vida nlio pode haver da jurisdicionalidade da execuccedilatildeo penal Eacute o que afmna o art 668 do Coacutedigo de Processo Penal A execuccedilatildeo formalshymente incumbe sempre a um Juiz quer ao especial quer ao da sentenccedila onde natildeo houver aquele ou sendo a decisatildeo do Tribunal do Juacuteri ao seu Presidente

Em verdade a jurisdicionalizaccedillio da execuccedilatildeo da pena sempre enfatizada nos congressos especializados jaacute ganhou aceitaccedilatildeo plena nos paiacuteses mais evoluiacuteshydos Em Direito Penitenciaacuterio como no middot Direito Penal o princfpio da reserva le- gal tambeacutem deve ser observado e isto incumbe a IUD Juiz verificar e decidir

IV OsoacutergiOacutes da EDcaCcedilio r_I

Agora entretantlt mais uma tentashy

19

tiva se faz em tomo da instituiccedilatildeo do processo de execuccedilatildeo penal por lei proacuteshypria Anterionnente falava-se mesmo em Coacutedigo das Execuccedilotildees Penais agora entretctnto o anteprojeto publicado para receber sugestotildees denomina-se de Lei de Execuccedilatildeo Penal mais modestamente portanto

Do seu objeto e fmalidade diz o citado anteprojeto no art 12

Art 2 - A Lei de Execuccedilatildeo Jgtenal regula o cumprimento da peshyna e da medida de seguranccedila a fun de que se alcancem a reprovaccedilatildeo e a prevenccedilatildeo do crime

Paraacutegrafo 6nico - Constitui objetivo mediato da execuccedilatildeo penal a educaccedilatildeo e a assistecircncia que no futuro facilitem ao condenado hannocircnica convivecircncia em sociedashyde

Quanto aos oacutergatildeos da execuccedilatildeo pe- nal lecirc-se no art 52 a seguinte enumera- ccedillo

ArL 52 _- Satildeo orgatildeos da execushyccedilio penal

I - o Conselho Nacional de Poliacuteshytica Penitenciaacuteria

11 - o Juiacutezo da Execuccedilatildeo III - a Autoridade Administrativa IV - o Ministeacuterio P1blico V - o Conselho Penitenciaacuterio VI - o Conselho da Comunidade

Esclarece o anteprojeto que ao J~ de Execuccedilatildeo e agrave Autoridade AdmishyDistrativa inecircumbe efetivar a execuccedilatildeo penal (art 62 sem grifo no original) middot Supervisionar e fiscalizar satildeo incumbecircnshycias do Conselho Nacional de Poliacutetica PenitencWia do Ministeacuterio Poacuteblico do Conselho Penitenciaacuterio e ainda do Conselho da Comunidade (art 1Z) Asshysim natildeo seraacute por falta de quem fiscalize ou supervisione que se deixaraacute de apontar as irregularidades

Deu-se a devida ecircnfase ao Jufzoda Execuccedilatildeo (TItulo I Capiacutetulo III) e ao con~o do que se poderia supor ante as criticas que o 6rgatildeo vem ultimamente suportando tambeacutem ao Conselho Penishy

tenciaacuterio (Capiacutetulo V)

20

V O Conselho Penitenciaacuterio

A denominaccedilatildeo de Conselho Penishytenciaacuterio foi dada pelo proacuteprio Decreto n 16665 de 6 de novembro de ]924 que regulando o livramento condicioshynal no art 22 o criou Eacute pois uma criaccedilatildeo brasileira de alta inspiraccedilatildeo humanitaacuteria e tambeacutem cientiacutefica e teacutecnishyca no dizer de Roberto Lyra

Administrativamente eacute oacutergatildeo coleshymiddot giado tambeacutem denominado de deliberashyccedilatildeo coletiva

Pela sua composiccedilatildeo sempre mereshyceu o elevado conceito de que goza na comunidade e por parte dos Poderes

middot Executivo a que pertence e Judiciaacuterio middot a que auxilia

Pelas suas atribuiccedilotildees diz o verbete middot da Enciclopeacutedia Saraiva de Direito faz

a ponte entre 5gt]gtoder Executivo e o Poshyder Judiciaacuterio no que-Secirc-refere rexecushyccedilatildeo das sanccedilotildees penais (penas e medidas de seguranccedila) e agrave observacircncia do regime penitenciaacuterio legal (15)

Ao instituf-lotilde o ieacutegislador o quis constituiacutedo por um Procurador da Reshypuacuteblica e um membro do Ministeacuterio Puacuteshyblico local designados pelos respectivos Procuradores Gerais e mais cinco pessoas gradas trecircs das quais ecircSColhishydas de preferecircncia dentre professores de Direito ou juristas em atividade foshy

middot rense e dois dentre professores de Meshymiddotdicina oucliacutenicos profissionais (art 22) middot de livre nomeaccedilatildeo do Chefe do Poder Executivo Os diretores de estabelecishymento~ prisionais nele tomam assento como mformantes

Natildeo obstante esse merecido conshyceito o Conselho Penitenciaacuterio tem sido criticado ora pela lentidatildeo de suas delishyberaccedilotildees ora pela ingerecircncia no mister do Poder Judiciaacuterio ora pela proacutepria

middot Administraccedilatildeo a que pertence por inshyco~preensotildees quanto ao seu papel fisshy

middot c~dor dos estabelecimentos prisioshymiddot n3JS e assim indiretamente dos proacuteshyprios administradores

middot Leia-se por exemplo o que diz Vishycente de Azevedo

Entre noacutes existem (de duvishydosa eficiecircncia) os Conselhos Peshynitenciaacuterios -cujas fmalidades satildeo

por vezes desvirtuadas entrarem no exame do processos fmdos () pw los e em seguida propor da Justiccedila (lI) a concessl (7) reduzindo a pena pe de agravantes reconheci desclassificaccedilatildeo do crU nistro da Justiccedila acolhe o Presidente da Repaacutebli o favor

E logo adiante b que pela orgaru

cima nem o proacuteprio Su bunal Federal pode f~ colaboraccedilatildeo dos Con tenciaacuterios consuma-o o cutivo num flagrante ltk coisa julgada no crime de aberraccedilatildeo juriacutedicoshypenal e inutilizaccedilatildeo da j1 titufda nada haacute de l1l2 tol O mesmo PrltJlCCssualisti

to ao tratar do livramento consignou a alta valida do Conselho Penitenciaacuterio advogados meacutedicos e nisteacuterio Poacuteblico do mais ~mpetecircnciamiddot

Domingos Henrique em valioso estudo put)licad~ do Conselho Penitenciaacuterio Federal assim tambeacutem se

Apesar das ccedilotildees o Conselho praacutetica vem se rcVClaJOC

meramente Yt~ sume a vramentos comutaccedilotildees e laVORIS_

base o relatoacuterio da recional A apreciaccedilatildeo Penitenciaacuterio eacute quase mal e como o Juiz ao pareceT exaacuterado um complicador no percorre a potullaccedil~io apoacutes sair do acircmbito ccedilatildeo ~~a (5)

1 Op cito 121 p411 I Op cito 121 p429

--

r o Penitenciaacuterio

[laccedilatildeo de Conselho Penishyda pelo pr6prio Decreto ~ de novembro de ] 924 r o livramento condicioshy o criou Eacute pois uma eira de alta inspiraccedilatildeo ~beacutem cientiacutefica e teacutecnishy) Roberto Lyra ~tivamente eacute oacutergatildeo coleshydenominado de deliberashy

~mposiccedilatildeo sempre mereshybmceito de que goza na por pane dos Poderes e pertence e Judiciaacuterio

lltribuiccediloacutee8 diz o verbete ISaraiva de Direito faz IPoder Executivo e o Poshyno que Se refere ~execushyI penais (penas e medidas agrave observacircncia do regime ~ (15) f-Iotilde o legislador o quis um Procurador da Reshy~bro do Ministeacuterio Poacuteshygnados pelos respectivos Gerais e mais cinco trecircs das quais escolhishyleia dentre professores )mstas em atividade foshy~tre professores de Meshybull profissionais (art 2~ ~ io do Chefe do Poder Iiretores de estabelecishy~ nele tomam assento es ate esse merecido conshyePenitenciaacuterio tem sido la lentidatildeo de suas delishy~Ia ingerecircncia no mister imo ora pela proacutepria ~ que pertence por inshyuanto ao seu papel fisshytabelecimentos prisioshyiretamente dos pr6shy

~ores

texemplo o que diz Yishyp noacutes existem (de duvishy

lcia) os Conselhos Peshy cujas fmalidadeacutes ~atildeo

por vezes desvirtuadas Jaacute os vi entrarem no exame do meacuterito de processos findos () para apreciaacuteshylos e em seguida propor ao Ministro da Justiccedila (lI) a concessatildeo de graccedila () reduzindo a pena pela exclusatildeo de agravantes reconhecidas ou pela desclassificaccedilatildeo do crime O Mishynistro da Justiccedila acolhe o parecer e o Presidente da Repuacuteblica concede o favor

E logo adiante Q que pela organizaccedilatildeo judishy

ciaacuteria nem o pr6prio Supremo Trishybunal Federal pode fazer com a colaboraccedilatildeo dos Conselhos Penishytenciaacuterios consuma-o o Poder Exeshycutivo num flagrante desrespeito agrave coisa julgada no crime Em mateacuteria de aberraccedilatildeo juriacutedico-processualshypenal e inutilizaccedilatildeo da justiccedila consshytituiacuteda nada haacute de mais compleshyto O mesmo processualista entretanshy

to ao tratar do livramento condicional consignou a alta valida do parecer do Conselho Penitenciaacuterio integrado por advogados meacutedicos e membros do Mishynisteacuterio Puacuteblico do mais alto valor e competecircncia bull Domingos Henrique Leal Braune em valioso estudo publicado na Revista do Conselho Penitenciaacuterio do Distrito Federal assim tambeacutem se expressou

Apesar das excelentes intenshyccedilotildees o Conselho Penitenciaacuterio na praacutetica vem se revelando um 6rgatildeo meramente expletivo jaacute que se reshysume a opinar de longe sobre lishyvramentos condicionais indultos comutaccedilotildees e favores tendo como base o relat6rio da au toridade corshyrecional A apreciaccedilatildeo do Conselho Penitenciaacuterio eacute quase sempre forshymal e como o Juiz natildeo estaacute adstrito ao parecer exarado toma-se mais um complicador no longo iter que percorre a postulaccedilatildeo do apenado apoacutes sair do acircmbito da administrashyccedilatildeo carceraacuteria (5) Texto grifado

Op cito (2) p 41 1 I Op cito (2) p429

no original Entretanto logo em seguida acresshy

centa Entendemos que o ideal seria

como jaacute nos referimos anteriorshymente a completa autonomia da fase de individualizaccedilatildeo executiva da pena privativa de liberdade cortados os liames com a autoridashyde judiciaacuteria

E qual o 6rgatildeo para apreciar os incidentes de execuccedilatildeo concessatildeo de favores etc Justamente o Conselho Penitenciaacuterio com poder decis6rio e realmente controlador sobre os liberados condicionais Um Conselho Penitenciaacuterio de membros com dedicaccedilatildeo exclusiva especialishyzados dotado de infra-estrutura adequada estreitamente ligado aos 6rgatildeos correcionais poreacutem com au tonomia administrativa As criacuteticas portanto se resumem a

eventuais deslizes do colegiado como se todos os demais oacutergatildeos quer adminis- trativos quer judiciaacuterios natildeo os comeshytessem Ou entatildeo eacute porque natildeo estatildeo eles fazendo o que poderiam fazer fosse outra sua destinaccedilatildeo legal

Aliaacutes Accioly Filho em conferecircnshycia pronunciada na Ordem dos Advogashydos - Secccedilatildeo de Satildeo Paulo - por ocasiatildeo do cinquumlentenaacuterio do Conselho Penitenshyciaacuterio daquele Estado intitulada Novos Meacutetodos Para a Repressatildeo Penal ao reshymarcar a necessidade de uma justiccedila penal integrada jaacute preconizava o coshymetimento de novas atribuiccedilotildees aos Conselhos Penitenciaacuterios ateacute como forma de aliviar a carga que se abate soshybre os Juiacutezos das Execuccedilotildees

Eis o trecho pertinente daquela fashyla

Encerrada a accedilatildeo penal com a condenaccedilatildeo a decisatildeo natildeo atende a que eacute o Estado quem vai executaacuteshyla natildeo passando do desate de uma questatildeo entre duas partes agraves quais a sentenccedila concluiu a prestaccedilatildeo jurisshydicional Os Conselhos Penitenciaacuteshy

21

Satildeo muitas hoj teriam grande influecirc

fas e atribuiccedilotildees da como a assistecircncia

Quando tive a

realidade

Lembro-me de

do

rios tecircm servido em certos casos com o do livramento condicional de liame entre a fase de execuccedilatildeo penal para uns no domuacuteuacuteo da adshyministraccedilatildeo e a do processo de coshynhecimento que a antecedeu

Vecirc-se que a u~a penal aqui tambeacutem natildeo funciona como um sistema integrado com fases inteishyramente hannocircnicas e em exerciacutecio continuado sem hiatos dlaquo atribuishyccedilotildees de uma ajustando-se agraves de ou tra

No entanto aos Conselhos Peshynitenciaacuterios poderia estar inteirashymente reservado esse papel de insshytituiccedilatildeo capaz de promover entre as duas i11timas fases a mais pershyfeita colaboraccedilatildeo Basta que se lhes decircem novas atribuiccedilotildees que natildeo sejam simplesmente opinativas e nova estrutura capaz de suportar esses encargos Se os Tribunais tishyveram sua composiccedilatildeo numeacuterica aumentada e se dividiram em outros e tambeacutem se subdividiram por que como lembrava haacute pouco tempo o ilustre membro do Conselho paushylista Dr Divaldo Azevedo Samshypaio natildeo podem os Conselhos Peshynitenciaacuterios crescer em nuacutemero de membros funcionar em Cacircmaras e ter uma infra~estrutura adequada Por que natildeo incluir os Conselhos Penitenciaacuterios entre os oacutergatildeos do Poder Judiciaacuterio e assim ter a seu cargo toda a direccedilatildeo da execuccedilatildeo penal embora seus membros natildeo integrem a Magistratura que soacute um deles a ela pertenccedila E arrematou

Sohretudo agora em que se tentam novas formas de execuccedilatildeo penal a atuaccedilatildeo dos Conselhos Peshynitenciaacuterios com poder decisoacuterio seria mais compatiacutevel com a gravishydade das medidas hoje a cargo da autoridade administrativa ou de distante Magistrado _que propicia o retorno do condenado a uma limiddot berdade antecipada Eacute claro que o Juiz por estar demasiadamente longe da execuccedilatildeo penal natildeo pode acompanhar com seguranccedila o

22

~certo ou natildeo de favores ou regashylias que a lei admite sejam concedishydos aos condenados Nem a autorishydade administrativa por estar ao contraacuterio muito proacutexima e por isshyso comprometida na execuccedilatildeo poshyde ter virtudes que se devem exigir para a concessatildeo daquelas medidas (1) Relevem-me todos essa preocupashy

ccedilatildeo em citar os autores no original isto eacute tal qual enunciaram os seus pensa- mentos A relevacircncia dos temas que abordaram ou das sugestotildees apresentashydas _indicou-me o dever de fidelidade agraves suas palavras para que nada se pershydesse (lU deturpasse ainda que invoshyluntariamente

Ao que parece o legislador estaacute perdendo a oportunidade para incluir no anteprojeto de Lei de Execuccedilatildeo Penal essas valiosas sugestotildees O art 15 do anteprojeto declara que o Conselho Penitenciaacuterio eacute oacutergatildeo consultivo e fIScashylizador da execuccedilatildeo da pena E soacute

Ainda no tocante agrave sua composiccedilatildeo conviria que as Administraccedilotildees Estadushyais atentassem para a circunstacircncia de que ao tempo da ediccedilatildeo do Decreto n 16665 de 1924 as carreiras mais releshyvantes eram as dos juristas e dos meacutedishycos - as pessoas gradas - dentre as quais deveriam ser recrutados os memshybros do Conselho Mas eacute mesmo dignO de nota o gecircnio do legislador de entatildeo ao assinalar que tal escolha deveria fa zer-se demiddotpreferecircncia dentre tais proshyfissotildees isto eacute natildeo exclufa outras desde que tambeacutem fossem pessoas de relevo na comunidade relevo a que somente poderiam atingir por uma lideranccedila nashytural ou cultural

Em conversa recente com ( Diretor Geral do Departamento Penitenciaacuterio Federal o professor Jason Soares de Albeqaria disse-me quatildeo agradavel-=shymente ficara surpreendido no Estado do Acre com a atuaccedilatildeo de uma assistente social membro do respectivo Conselho Penitenciaacuterio promovendo a dinamizashyccedilatildeo daquele oacutergatildeo mediante a realizashyccedilatildeo de programas de assistecircncia aos presos e aos egressos da mais alta valia

na dinamizaccedilatildeo des os socioacutelogos os p p6logos e os proacuteprio como se acabou de rI

Existe uma con Conselho Nacional bull ciaacuteria do Ministeacuterio endendo estudos em Penitenciaacuterio Ao ql as correntes que se estudiosos a dos que e a dos que querem clusatildeo 16gica eacute a de rentes natildeo estatildeo 58 sempenho e fmalid Penitenciaacuterios atuab

De qualquer Conselhos Penite penso embora jaacute se

dade eacute que natildeo de realizaacute-Ias

Presidecircncia do do Distrito tomar 3274 de 2 de dispotildee sobre Penitenciaacuterio

nio possuir procurou o Ccm8elltl ccedilio do nnArtlmn tl

ca Esportes e Governo do cumprimento item XII e do 6nico da mcncjorul~ para a realizaccedilatildeo Educaccedilatildeo Fiacutesica do Esse prnoru

para Centros Federal os protessofl~s rio Maacutercio __--- mento que o muito entusiasmo e dos dirigentes

l C1tado por BRITO

I natildeo de favores ou regashylei admite sejam cocircncedishyndenados Nem a autorishyiruacutestrativa por estar ao muito proacutexima e por isshy)metida na execuccedilatildeo poshyudes que se devem exigir cessatildeo daquelas medidas

ne todos essa preocupashyI autores no original isto mciaram os seus pensashylevacircncia dos temas que das sugestotildees apresentashy~ o dever de fidelidade s para que nada se pershyiIp8Sse ainda que invo-

~rece o legislador estaacute [rtunidade para incluir no Lei de Execuccedilatildeo Penal

Sugestotildees O art 15 do blara que o Conselho oacutergatildeo consultivo e fIscashy~ccedilatildeo da pena E soacute ocante agrave sua composiccedilatildeo Admiruacutestraccediloacutee8 Estadushypara a circunstacircncia de da ediccedilatildeo do Decreto n 4 as carreiras mais releshydos juristas e dos meacutedishyigtas gradas - dentre as Ser recrutados os memshy~o Mas eacute mesmo digno

do legislador de entatildeo bull tal escolha deveria fashy~recircncia dentre tais proshyatildeo excluiacutea outras desde ssem pessoas de relevo relevo a que somente r por uma lideranccedila nashy

$a recente com (l Diretor utamento Penitenciaacuterio fessor Jason Soares de k--~ quatildeo agradavelshyhgtreendido no Estado do

accedilatildeo de uma assistente do respectivo Conselho romovendo a dinamizashygatildeo mediante a realizashymas de assistecircncia aos essos da mais alta valia

Satildeo muitas hoje as profIssotildees que teriam grande influecircncia segundo creio na dinamizaccedilatildeo desse colegiado como os socioacutelogos os psicoacutelogos os antroshypoacutelogos e os proacuteprios assistentes sociais como se acabou de referir

Existe uma comissatildeo vinculada ao Conselho Nacional de Poliacutetica Penitenshyciaacuteria do Ministeacuterio da Justiccedila empreshyendendo estudos em torno do Conselho Penitenciaacuterio Ao que se sabe duas satildeo as correntes que se formaram entre tais estudiosos a dos que desejam elinuacutenaacute-Io e a dos que querem atualizaacute-lo A conshyclusatildeo loacutegica eacute a de que ambas as corshyrentes natildeo estatildeo satisfeitas com o deshysempenho e fInalidade dos Conselhos Penitenciaacuterios atualmente

De qualquer sorte poreacutem aos Conselhos Penitenciaacuterios segundo penso embora jaacute sejam cometidas tareshyfas e atribuiccedilotildees da mais alta relevacircncia como a assistecircncia aos egressos a vershydade eacute que natildeo lhes satildeo dadas condiccedilotildees de realizaacute-Ias

Quando tive a honra de exercer a Presidecircncia do Conselho Penitenciaacuterio do Distrito Federal empenhei-me em tornar realidade o disposto na Lei n 3274 de 2 de outubro de 1957 que dispotildee sobre Nonnas Gerais do Regime Penitenciaacuterioacute

Lembro-me de que justamente por natildeo possuir infra-estrutura adequada procurou o Conselho obter a colaborashyccedilatildeo do Departamento de Educaccedilatildeo Fiacutesishyca Esportes e Recreaccedilatildeo - DEFER - do Governo do Distrito Federal para o cumprimento do disposto no art I item XII e do art 22 e seu paraacutegrafo uacutenico da mencionada Lei precisamente para a realizaccedilatildeo de um programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica cientifIcamente dirigishydo Esse Programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica

para Centros Reeducacionais do Distrito Federal como se intitulou empolgou os professores Caranambu Bessa e Maacuteshyrio Maacutercio Cardoso daquele Departashymento que o puseram em praacutetica com muito entusiasmo por parte dos internos e dos dirigentes dos estabelecimentos

Citado por BRITO (6)

prisionais sendo acompanhado com enorllC interesse pela imprersa local ~

Diligenciou-se muito antes da Lei n 6416 de 1977 no sentido de que fosse posto em praacutetica Provimento do egreacutegio Tribunal de Justiccedila do Distrito Federal referente agrave prisatildeo-albergue

Quanto agrave assistecircncia aos egressos a pesquisa empreendida pelo Conselho a exemplo do que ocorre noutros oacutergatildeos especializados fixou-se em torno do risco da reincidecircncia e dos meios e moshydos de evitaacute-la ou diminuir-lhe a incishydecircncia avultando entre esses a procura de um trabalho adequado para o liberashydo condicional ou para o que cumpriu a pena e foi posto definitivamente em lishyberdade

Encontrei o texto do Decreto n 8233 de 22 de setembro de 1910 que aprova o regulamento ofIciai dos libeshyrados ou egressos definitivos da prisatildeo do Distrito Federal finnado por Nilo Peccedilanha e referendado por Esmeraldino Bandeira verdadeiro monumento de sashybedoria e fonte de inspiraccedilatildeo como asshysinalei no meu relatoacuterio para inl1meras providecircncias que podem ser tomadas ainda hoje

ExemplifIco com o art 15 daquele Decreto assim redigido

Com a necessaacuteria antecedecircnshycia deveraacute a comissatildeo de acordo com o preso providenciar de modo que no dia do livramento defmitishyvo se lhe depare ocupaccedilatildeo honesta com a remuneraccedilatildeo sufIciente agraves necessidades de sua condiccedilatildeo Toshydas as pessoas que contratarem com o Governo seratildeo obrigadas por uma claacuteusula especial a resershyvar lugares para os liberados cujo exemplar procedimento puder ser atestado pela comissatildeo - nos servishyccedilos e obras que forem realizados em cumprimento dos respectivos conshytratos (Grifos meus) Ora essas providecircncias tatildeo simples

mas de tanta importacircncia para os egressos e para coibir a reincidecircncia por falta de trabalho honesto que o gecircnio de

23

Esmeraldino Bandeira preconizava em 1910 podem ainda hoje ser utilizadas como instrumento eficaz pela Admishynistraccedilatildeo

O drama do presidiaacuterio foi sintetishyzado em frase lapidar de Mariano Ruiz Funes A prisatildeo eacute temporaacuteria mas os prisioneiros natildeo deixam nunca mais de ser presidiaacuterios (11)

A assistecircncia aos egressos pois eacute uma das tarefas mais nobilitantes e efishycientes se devidamente feita pelos Conselhos Penitenciaacuterios

Essa assistecircncia ainda se tomou mais significativa apoacutes o advento da Lei n 6416 de 24 de maio de 1977 que entre outros beneficios instituiu a prishysatildeo-albergue a que se anteciparam alshyguns Estados pela coragem dos seus Tribunais de Justiccedila eliminou tambeacutem as doacutevidas quanto agrave compatibilidade do trabalho externo com o regime penitenshyciaacuterio fechado e semi-aberto conforme claramente confessado na Exposiccedilatildeo de Motivos do Ministro Armando Falcatildeo (item 12) ao Presidente Ernesto Geisel

que encaminhou a Mensagem n 52177 ao Congresso Nacional

Mas eacute tambeacutem necessaacuterio visitar os presos coin mais frequumlecircncia e natildeo soshymente por ocasiatildeo da solenidade do lishyvramento condicional como infelizshymente soacutei acontecer

eacute certo que se inclui entre os oacutershygatildeos da execuccedilatildeo penalmais um conseshylho - o Conselho da Comunidade (anteshyprojeto art 52 item VI) composto de um representante de associaccedilatildeo comershycial ou industrial middotou entidade similar um advogado indicado pela Secccedilatildeo ou Subsecccedilatildeo da Ordem dos Advogados do Brasil e um assistente social designashydo pela Delegacia Seccional do Conseshylho Regional de Assistentes Sociais (art 24) para funcionar em cada comarca incumbindo-lhes visitar os estabelecishymentos prisionais entrevistar os presos representar quando necessaacuterio ao Juiz da execuccedilatildeo e ao Conselho Penitenciaacuterio e diligenciar pela obtenccedilatildeo de recursos materiais e humanospara dar-lhes meshy

Citado por BRITO (6)

lhor assistecircncia (art 25 e seus incisos) Satildeo atividades coadjuvantes agraves do

Conselho Penitenciaacuterio que assim teraacute Uma ajuda substancial da comunidade quase sempre ausente e omissa nessa assistecircncia aos presos e aos egressos

Urge conscientizar a comunidade especialmente agora em que recrudesshyceram os crimes mais violentos e a soshyciedade estaacute assustada que muitas vezes o braccedilo do assassino foi armado pela falta de assistecircncia quando esteve preshyso ou como tgresso

E aos juristas de que esse saber cientiacutefico tatildeo abrangente e humanitaacuterio denominado Direito Penitenciaacuterio estaacute a merecer um tratamento mais cuidadoso conforme o recomendam os inoacutemeros congressos dos especialistas e pretende fazecirc-lo o presente ciclo de estudos

VIConclusatildeo

Ao concluir este esboccedilo dando-me conta de que nesta Casa repousam os restos mortais do maior dos brasileiros natildeo poderia faltar alguma de suas liccedilotildees imorredoiras E que outra liccedilatildeo maior ou mais adequada para ser relembrada nesta hora senatildeo aquela Oraccedilatildeo aos Moccedilos que aos moccedilos tambeacutem se destishynaratildeo os estudos deste ciclo promovido pelas instituiccedilotildees mais necessaacuterias agrave Democracia - o Tribunal de Justiccedila a Ordem dos Advogados o Ministeacuterio Poacuteblico e as Universidades

De Ruy Barbosa portanto haacute de ser a citaccedilatildeo mais expressiva

Dessas democracias pois o eixo eacute a Justiccedila eixo natildeo abstrato natildeo supositiacutecio natildeo meramente moral mas de uma realidade proshyfunda e tatildeo praticamente embebido atraveacutes de todas as suas peccedilas que falseando ele ao seu mister todo o sistema cairaacute em paralisia desorshydem e subversatildeo Os poderes consshytitucionais entraratildeo em conflitos insolaacuteveis as franquias constitucioshynais ruiratildeo por terra e da organizashy

ccedilatildeo constitucional d das suas funccedilotildees e d tias apenas restaratildeo d De Carnelutti 6 o P

que o Direito eacute ulDa ponte economicw e o honro entre Economia e Moral

Jaacute disse que o COIU ciaacuterio eacute uma ponte entre

cutivo e o Poder Judiam E Nietzsche afirmava

de do homem eacute ele ser UI[

uma meta o que se pode mem eacute ele ser uma passa bamento e que somente middot Ies que sabem viver COIJl(j guindo porque satildeo esset vessam de um para outro I

Magistrados advogampll do Ministeacuterio Poacuteblico PIl

(I)

(2)

(3) (4)

(5)

(6)

(7)

(8)

(9)

(10)

(11) (12)

(13)

(14)

(15)

(16) 38

24

cia (art 25 e seus incisos) vidades coadjuvantes agraves do nitenciaacuterio que assim teraacute substancial da comunidade re ausente e omissa nessa os presos e aos egressos onscientizar a comunidade te agora em que recrudesshyimes mais violentos e a soshyassustada que muitas vezes aSsassino foi armado pela

stecircncia quando esteve preshytgresso juristas de que esse saber to abrangente e humanitaacuterio Direito Penitenciaacuterio estaacute a tratamento mais cuidadoso recomendam os inlIacutemeros

los especialistas e pretende 6ente ciclo de estudos

lo

Iuir este esboccedilo dando-me ~ nesta Casa repousam os is do maior dos brasileiros faltar alguma de suas liccedilotildees E que outra liccedilatildeo maior ou

ida para ser relembrada knatildeo aquela Oraccedilatildeo aos os moccedilos tambeacutem se destishy~s deste ciclo promovido ~ mais necessaacuterias agrave - o Tribunal de Justiccedila a LAdvogados o Ministeacuterio Jniversidades Barbosa portanto haacute de

Dais expressivaSsas democracias pois o IJusticcedila eixo natildeo abstrato

itfcio natildeo meramente iaS de uma realidade proshy- ) praticamente embebido

todas as suas peccedilas que I ele ao seu mister todo o Fairaacute em paralisia desorshybversatildeo Os poderes consshy~ entraratildeo em conflitos as franquias constitucioshybpor terra e da organizashy

ccedilatildeo constitucional do seu caraacuteter tudantes eacute nossa inctimbecircncia a de natildeo das suas funccedilotildees e das suas garanshy somente salvar as instituiccedilotildees juriacutedicas tias apenas restaratildeo destroccedilos (3) mais democraacuteticas mas sobretudo a de De Camelutti eacute o pensamento de mantecirc-Ias vivas e atuantes

que o Direito ~ uumllna ponte entre o homo Juiz meu apelo final haacute de se enshyeconomicus e o homo moralis isto eacute dereccedilar aos Juiacutezes a quem os Coacutedigos entre Economia e Moral impotildeem o dever de velar pela dignidade

Jaacute disse que o Conselho Penitenshy da Justiccedila Haacute poucos dias em Satildeo ciaacuterio eacute uma ponte entre o Poder Exe- Paulo tive a oportunidade de dizer coshycutivo e o Poder Judiciaacuterio mo Eduardo Couture que da dignidade

E Nietzsche afumava que o granshy do Juiz depende a pr6pria dignidade do de do homem eacute ele ser uma ponte e natildeo Direito o qual somente valeraacute em um uma meta o que se pode amar no hoshy paiacutes e em um momento hist6rico detershymem eacute ele ser uma passagem e um acashy minados o que valerem os seus Juiacutezes bamento e que somente amava agravequeshy como homens pois o dia em que os Jushyles que sabem viver como que se extinshy zes tiverem medo nenhum cidadatildeo poshyguindo porque satildeo esses os que atrashy daaacute dormir tranquumlilo (lO) Cwnpre-nos vessam de um para outro lado (18) velar pela dignidade do Direito pela

Magistrados advogados membros dignidade da Justiccedila pela dignidade do do Ministeacuterio Puacuteblico professores es- Homem

BIBLIOGRAFIA

(I) ACCIOL Y FILHO Novos meacutetodos para a repressatildeo penal Rlnflegisl Brasnia 1S(60) 16-17 outJdez 1978 Conferecircncia pronunciada na Ordem dos Advogashydos Seccedilatildeo de Satildeo Paulo

(2) AZEVEDO Vicente de Paulo Vicente de Curso de direito judici4rio pelUll Satildeo Paulo Saraiva 1958 v2 p407

(3) BARBOSA Ruy Oraccedilatildeo aos moccedilos RiodeJoreiroOrgSinDesI947 p62-63 (4) BARROS Romeu Pires ele Campos R Cons Penit DF BrasOia 12 31-48 Conshy

ferecircncia na Univ de Brasiacutelia durante o Curso de Extensatildeo Cultural de Ci8ncia PeshynaI Penitenciaacuteria

(5) BRAUNE Domingos Henrique Leal Livramento condicional R Inf legisl Brasiacutelia 4144-45 julldez 1980

(6) BRITO Washington Bolivar de Relat6rio das atividades do Conselho Penitenciaacuterio do Distrito Federal R Cons Penit DF Brasiacutelia (34) 129-139 jan I 9761jun 1977

(7) CARNELUTTI Francesco Arte do direito seis meditaccedilotildees sobre o direito Trad de Pimo de Aguiar Coimbra Liv Almedina 1974 - p 130

(8) Meditaccedilatildeo em torno do problema da ciecircncia do direlIo R Proc Ger Est R sPorto Alegre (27) 11-25

(9) COTRIM NETO AB O conceito da execuccedilatildeo penal R Cons Penit DF 2620janmar 1971

(10) COUTURE Eduardo Introduccedilatildeo ao estudo do processo civil Rio de Janeiro Konfino 1951 p88

(11) FUNES Mariano Ruiz A crise nas prisotildees Sio Paulo Saraiva 1953 p2 (12) GRINOVER Ada Pellegrini Eficaacutecia e autoridade da sentenccedila pelUll Ed Revista

dos Tribunais 1978 p2m) KIRSCHMANN von A falta de valor da jurisprudecircncia como ciecircncia 1848

Conferecircncia (14) MENDES Nelson Pizzotti Uma introduccedilatildeo agrave penologia Justitia Satildeo Paulo

42 151-157 janmar 1980 (15) MIOTTO Armida Bergamini ConselJw penitenciaacuterio In ENCICLOP~D1A

SarJiva de Direito Satildeo Paulo 1977 v18 p232 Verbete (16) Curso de direito penitenciaacuterio Satildeo Paulo Ed Saraiva v1 p

38

25

(17) o direito penitenciaacuterio importacircncia e necessidade do seu estudo Rln legisl Brasflia 7 (28)93-106 outJdez Tese apresentada no IV Congresso Nashycional de Direito Penal e Ciecircncias AfIDS

(18) NIETZSCHE Frederico Assim falava Zaratustra 5 ed Publ Brasil Editoshyra p9-1O

(19) RAYMUNOq Adhemar Execuccedilatildeo ~ In Estudos de direito processual peshynal Llv PJOgreaso 1957 po8

(20) QUIROZ CUARON Alfonso Evoluci6n de la criminologia Derecho Penal ContempordneoM6xico OF (3)25

A

comprador subsequumlentes mento das Ontem como

res embora por lei volviam a duplicata ltemia ao vendedor oacutebice surgido ao parte dos cabia ao mrumte todo o restante

Com o Decreto D 917 de como possiacutevel para verificaccedilatildeo dos

1 Desembargador

I

1 ciecircocia faz do contiDgente shy~ eil mesipll se toma lgencia tramp paJavras retifica- -shyt do legislador convertem bi- fas inteiras em lixo (1) _ _ DCDte esse conceito tatildeo desshynatildeo encontra apoio na maioshy~trinadores dado_que a lei m todo o Direito segundo ela lama pIOCcedil-- ~Art 42 - Quando a lei for a o Juiz decidiraacute o caso de ( com a analogia os costumes princfpios gerais de Direito tIe Introduccedilatildeo ao Coacutedigo Ci-

n6s intuacuteneros satildeo aqueles ~~ a dignidade cientiacutefica shyjuriacutedico bastando Citar para atilder Miguel Reale entre cujas iacutearia no particular O Direito ~rilncia e Machado Neto de Iraacutevel produccedilatildeo intelectual ira 06 fms aqui referidos sua Cilncia Jurldica para as quais Iinteressados na polecircmica em iampKia do Direito ( a mim tendo como assente juna Ciecircncia do Direito passo o para ainda mais restringir o ~ palestra qual das Ciecircncias tenais seraacute a que guarda maior middotxn a segunda parte do tema shy

Penitenciaacuterio

a das Prisotildees - Ciecircncia i6ria e Direito Penitenshy

~do-se como base a tripartishyncias Juriacutedicas Repressivas shyrenal Substancial (Dogmaacutetica Direito Penal Processual e o DaI Executivo - que se deve [ta polonecircs Emil Stanislaw ~ sabendo-se que ireito Penal enuncia a nonDa de wna conduta tiacutepica punfshy

lece a ameaccedila da pena - shy~ireito Processual Penal reshyimposiccedilatildeo concreta da pena a pelo Juiz mediante a comshyeque ela transgrediu o preshy

- o Direito Executivo Penal cuida middot da execuccedilatildeo da pena imposta por funshy

cionaacuterios especializados - sente-se que o conceito de pena estaacute impliacutecito em toshydos os trecircs ramos e eacute indispensaacutevel ao conhecimento de cada um

a conceito de Direito Penitenciaacuterio middot natildeo poderia outrossim ser entendido com abstraccedilatildeo do instituto da pena e as consequumlecircncias de sua imposiccedilatildeo espeshycialmente considerada a restritiva da -lishy

middot berdade o recolhimento a uma prisatildeo Em verdade no conceito de Direito Peshynitenciaacuterio estabelecido desde o 111 Congresso realizado pela Associaccedilatildeo

middot Internacional de Direito Penal em Pashylermo no ano de 1933 cabia natildeo soacute a

middot execuccedilatildeo das penas privativas da libershydade enquanto para o seu cumprlmenshy

middot to o condenado devesse estar recolluacutedo middota estabelecimento penal - a penitenciaacuteria - mas a execuccedilatildeo no mais amplo sentido da palavra segundo salientou Armida B~rgamini Miotto na tese intitulada O Direito Penitenciaacuterio - lmporuacute1ncia e Necessidade do seu Estudo apresentada no IV Congresso Nacional de Direito Penal e Ciecircncias Afins realizado em Recife (17)

No mesmo trabalho indagou aquela eminente penitenciarista por que a Polocircshylia - e quem lhe siga a orientaccedilatildeo - re duziu os limites do Direito Penitenciaacuterio para colocaacute-lo com o seu objeto dentro do Direito da Execuccedilatildeo Penal ou Direito Penal Executivo e ela mesma cunhou

middota seguinte explicaccedilatildeo que merece ser integralmente transcrita como preciosa liccedilatildeo em tomo da origem da pena e sua finalidade

Sem excluir a existecircncia de outros motivos parece que um houve que exerceu grande influecircnshycia Trata-se de um fenocircmeno de ordem semacircntica pelo qual as palashyvras penittncia e penitenciaacuteria vieshyram tendo seus respectivos sentidos modificados

Agrave palavra penitecircncia nos prishymoacuterdios do Cristianismo significashyva volta sobre si mesmo com esshy

middot plrito de compunccedilatildeo para reconheshymiddot cer os proacuteprios pecados (ou delishymiddot tos) abominaacute-los e propor-se a

natildeo tornar a incorrer neles (i eacute a natildeo reincidir) Eacute a proacutepria pena exercendo a-funccedilatildeode emeluJa eiS que pena e penitecircncia satildeo palavras da mesma farnllia em cujo sentido se encontra tambeacutem a ideacuteia de ashyfliccedilatildeo dor pesar desgosto arreshypendimenlO (aliaacutes no pensamento catoacutelico ainda hoje eacute esse o sentishydo)

Havia jaacute entre os primeiros cristatildeos aqueles que desejo~_ de se corrigir dos pecados e defeitos mesmo os mais insignificantes para alcanccedilar a santidade recolhiam-se espontaneamente em lugares casas que oferecessem tal adequado amshybiente Esses lugares essas casas onde se recolluacuteam pessoas espontashyneamente para fazer pois penitecircnshycia eram denominados penitencishyaI) j Entretanto salienta ela outros lushy

middot gares havia nos quais as pessoas eram compelidas a se recolher para fazerem

middot penitecircncia aquelas condenadas por um Juiz ou Tribunal eclesiaacutestico - os penishytenciaacuterios Assim quando a Justiccedila laica

middot adotou a prisatildeo como modalidade de peshyna inspirou-se nos penitenciaacuterios da Igreja ficando os respectivos ediffcios em algumas lfnguas no masculino e noutras no feminino - penitenciaacuteria - deixando a palavra de ser adjetivo para

middot converter-se em substantivo De qualshyquer sorte poreacutem restou a funccedilatildeo adjeshytiva para designar a qualidade de um substantivo que se refere ou se relaciona com a penitecircncia que como vimos eacute a proacutepria pena exercendo a funccedilatildeo de emenda A emenda eacute a funccedilatildeo eacutetica especiacutefica da ecna que por natureza eacute retributiva punitiva e repressiva senshydo utilitaacuterias as demais funccedilotildees de intishymidaccedilatildeo de defesa social de reeducashyccedilatildeo de reajustamento social Natildeo se pode esquecer que as funccedilotildees da pena natildeo se confundem com as fmalidades porshyquanto sua fmalidade principal eacutetica eacute a de fazer justiccedila sendo as acessoacuterias seshy

middot cundaacuterias utilitaacuterias - a prevenccedilatildeo geral e a prevenccedilatildeo particular ou individual Assim agravequele conjunto de princlpios jurldicf)s e de doutrinas agravequele conshy

17

jUlUacuteO de normas jurldicas que se ocupanIacute da pena na fase de execuccedilatildeo e de tudo shyque com dita execuccedilatildeo se relaciona ou para ela concorre cabe bem o nome de Direito Penitenciaacuterio (17) Os grifos estatildeo no original

Dizem os doutos e a mesma Arshymida MiottO o faz nessa tese e no seu

conceituadoCurso de Direitomiddot Penitenshyciaacuterio (16) ltee com o surgimento da questatildeo penitenciaacuteria desde o seacuteculo XVI com a edificaccedilatildeo de casas correshycionais foi protoprecursor em 1690 no seacuteculo seguinte da Ciecircncia Penitenciaacuteria o monge Mabi1lon com a obra Rqle-middotmiddot xions SUT les prisons des ordresreligieushyses criticando o excessivo rigor de alshygumas prisotildees e a falta de um regime penitenciaacuterio propondo a sua suavizashyccedilatildeo mediante trabalho visitas passeios higiene individualizaccedilatildeo da execuccedilatildeo e uma ideacuteia de progressividade

Assim a princiacutepio havia uma Ciecircnshycia das Prisotildees resultante da obra de Jean Mabillon Beccaria John Howard e Jeremy Bentham ciecircncia cujo objeshyto do ponto de vista estaacutetico conshysistia em preocupaccedilotildees arquitetocircnicas e do ponto de vista dinacircmico o tratashymento dos presos Nesse tempo o conshydenado natildeo era visto como pessoa mas como objeto da prisatildeo e assim era tratado E como o impulso normal do preso eacute a fuga tudo se desenvolvia no sentido de edificarem-se prisotildees que fossem verdadeiras fortalezas para im- shy

pedi-la Foi graccedilas aos congiesSos e aos

estudiosos que se operou a mudanccedila de atitude para considerar o preso um inshydividuo a quem a pena deveria recuperar e ressocializar motivo pelo qual a Ciecircnshycia das Prisotildees passou a denominar-se Ciecircncia Penitenciaacuteria com objetivos mais amplos e mais hwnanitaacuterios Por ar bem se pode aquilatar a valia dos con- gressos simpoacutesios ciclos de estudos para a evoluccedilatildeo da Ciecircncia do Direito e muito particulannente do hoje denomishynado Direito Penitenciaacuterio

Embora seja certo que a Ciecircncia das Prisotildees cedeu lugar agrave Ciecircncia Peni- tenciaacuteria esta natildeo desapareceu com o advento do Direito Penitenciaacuterio mas

18

ao cOntraacuterio subsiste como aUxiliar deste cujos propoacutesitos ademais trans- cendem da execuccedilatildeo da pena para o reshy

_ conhecimento de um status do condenashydo em suas relaccedilotildees com o Estado com

- direitos e deveres bem estabelecidos O estudo da execuccedilatildeo penal seraacute particushylarizado agora embora sinteticamente

111 A Execuccedilatildeo Penal

Para melhor compreensatildeo desse instituto deve-se partir da existecircncia de uma sentenccedila condenatoacuteria que cubnina o processo penal e transforma o cidashydatildeo restringindo-lhe direitos e outorshygando-lhe outros direitos e deveres enshyfim o status de condenado A eficaacutecia e autoridade dessa decisatildeo somente poshydem ser sentidas com o seu tracircnsito em julgado

Entretanto conveacutem atentar com middot Ada Pellegrini Grinover para a distin- middot ccedilatildeo clara que a esse propoacutesito faz middot Liebman

Para Liebman a coisa julgada natildeo eacute um efeito da sen~nccedila e muito menos pode identificar-se com a eficaacutecia declaratoacuteria da mesma sentenccedila a coisa julgada eacute algo mais que se acresce agrave decisatildeo para aumentar sua estabilidade

A teoria como se sabe funshyda-se na distinccedilatildeo entre coisa julshygada e eficaacutecia natural da sentenccedila esta pode definir-se como um coshymando plenamente eficaz em virshytude da idoneidade natural dos atos estatais mas a imutabilidade dos efeitos da sentenccedila existe apenas quando ela passa em julgado (12) Na execuccedilatildeo penal entretanto poshy

dem ocorrer incidentes que destronam a imutabilidade da sentenccedila transitam em julgado como por exemplo no indulto e na graccedila para cuja aplicaccedilatildeo colaboshyram decisivamente os Conselhos Penishytenciaacuterios

Vicente de Azevedo ao tratar da execuccedilatildeo da pena ensina que o verbo

middot executar tem entre outros o sentido e o significado de fazer justiccedila Pela etimo- logia equivale a seguir ateacute o fun ex seshy

quor perseguir ateacute o ultimar concluir (2)

Deve-se ter presente de punir se desdobra em cominaccedil1o a aplicalaacuteo pena Em instacircncias que procura punir a que ccedilatildeo e a que executa essa

Haacute quem lhe negue pretexto de que a eXI~ccedilIIl terialidade da qual o teressa o que foi repelido

Em tomo da execuccedilatildeo penaI jaacute discon~ reconhecido saber do em tese de COIICUrso

tudos de Direito mateacuteria se encontra e brilho com as segmnlte8

a) a ex~cu~io tureza adrniniistI11tiva penal constitui uma vez que a cionalidade natildeo de processuaIidade ccedilatildeo processual ccedilatildeo juriacutedico-material do que exerce o seu (sentenccedila colldenat6n nado que a ele (Santoro) d) a definida na ressurgir na fase minando o w4fotilden

processuais terlldelDte] de outra decisatildeo ccedilatildeo de medida rante a execuccedilatildeo 751 a 757 da nossa PenaI) (19) Romeu Pires

em conferencia prcmunciiai sidade de Extensatildeo Cultural de Penitenciaacuteria depois de existe uma distinccedilatildeo nal proacutepria e exccwcatildeo servindo de exemplo absolutoacuteria que impotildee

1 Citado por COTRIM N IOp cito 191 p21

subsiste como auxiliar tos ademais trans-

da pena para o reshyde um status do condena- ~e com o Estado com bem estabelecidos O

lo penal seraacute particushyl embora sinteticamente

Penal

Ibor compreen~ desse l_se partir da existecircncia de I~~~ndenatoacuteria que culmina ~ e tnlnsfofOla o cidashylado-lhe direitos e outorshyros direitos e deveres enshyIe condenado A eficaacutecia e ~ decislo somente po- lias com o seu tracircnsito em

p conveacutem atentar com li Grinover para a distin-

a esse prop6sito faz

li Liebman a coisa julgada efeito da sentnccedila e muito gtde identifich-se com a declaratoacuteria da mesma a coisa julgada eacute algo

$C acresce agrave decisatildeo para ~ estabilidade eoria como se sabe ftlDshy~disdistiIacutetinccedilatildeo entre coisa julshyIcaacutecia natural da sentenccedila definir-se como um coshy

lenamente eficazem virshyIooeidade natural dos atos tuas a imutabilidade dos ~ sentenccedila existe apenas ~ passa em julgado (12) ~ penal entretanto poshyfidentes que destronam a tia sentenccedila transitam em por exemplo no indulto bi cuja aplicaccedilatildeo colabo-

te os Conselhos Peni-

Azevedo ao tratar da rna ensina que o verbo ntre outros o sentido e o fazer justiccedila Pela etimo- a seguir ateacute o fllD ex se-

quor (Crseguir ateacute o fmal levar a cabo ultimar concluir (2)

Deve-se ter presente que o direito de punir se desdobra em trecircs fases a cominaccedillo a aplicaccedilatildeo e a execuccedilatildeo da pena Em consequumlecircncia surgem trecircs instacircncias segundo Albert Krebs a que procura punir a que decreta a punishyccedilatildeo e a que executa essa puniccedilatildeo

Haacute quem lhe negue juridicidade ao pretexto de que a execuccedilatildeo penal eacute mashyterialidade da qual o Direito natildeo se inshyteressa o que foi repelido por Falchi

Em tomo da natureza juriacutedica da execuccedilatildeo penal jaacute discorreu com o seu reconhecido saber Adhemar Raymunshydo em tese de concurso e nos seus Esshytudos de Direito Processual Penal a mateacuteria se encontra expOsta com clareza e brilho com as seguintes conclusotildees

a) a execuccedilatildeo penal eacute de nashytureza administrativa b) a execuccedilatildeo penal constitui atividade processual uma vez que a negaccedilatildeo de jurisdishycionalidade natildeo importa exclusatildeo de processualidade c) natildeo haacute relashyccedilatildeo processual executiva mas relashyccedilatildeo juriacutedico-material entre o Estashydo que exerce o seu poder punitivo (sentenccedila condenatoacuteria) e o condeshynado que a ele tem de se submeter (Santoro) d) a relaccedilatildeo processual definida na sentenccedila fmal pode ressurgir na fase executiva detershyminando o exerciacutecio de atividades processuais tendentes agrave obtenccedilatildeo de outra decisatildeo (exemplo a aplicashyccedilatildeo de medida de seguranccedila dushyrante a execuccedilatildeo da pena uI arts 751 a 757 da nossa Lei Processual Penal) (19) Romeu Pires de Campos Barros

em conferecircncia pronunciada na Univershysidade de Brasflia durante o 11 Curso de Extensatildeo Cultural de Ciecircncia Penal e Penitenciaacuteria depois de lembrar que existe uma distinccedilatildeo entre execuccedilatildeo peshynai proacutepria e execuccedilatildeo penal improacutepria servindo de exemplo desta a de sentenccedila absolutoacuteria que impotildee medida de segushy

Citado por COTRIM NETO (9) Op cito (9) p21

I ) bull

ranccedila (arts 22 e 24 do Coacutedigo Penal) reportou-se ao debate doutrinuacuteio sobre a natureza juriacutedica do instituto e cooshycluiu que em nosso direito positivo a execuccedilatildeo eacute ato jurisdicional cabendo ao Juiz a ftmccedillo de presidir ao processo executoacuteoacuteo que resulta da condenaccedilatildeo e em que se efetivam as medidas punitivas de condenaccedilatildeo impostas ao sentencia- _ do A relaccedilatildeo processual executoacuteria constitui simples prolongamento da que se instaura com a denOacutellcia ou a queixa natildeo existindo um processo de execuccedilatildeo de caraacuteter autOcircnomo como no processo civil A afmnativa segundo aquele fesshytejado processualista resulta dos proacuteshyprios tennos do Coacutedigo de Processo Peshynai nos seus artigos 674 675 683 sect 12 e 685 Acentua que a jurisdicionalidade da execuccedilatildeo penal eacute tradiccedilatildeo em nosso Direito Nazareth Ramalho Aureliano de Gusmatildeo Mendes de Abneida Joacutenior Galdino Siqueira e na atualidade J08-shyquim Canuto Mendes de Almeida Eduardo EspUacutelola Roberto Lyra Borshyges da Rosa MagaIhAes Noronha e Freshyderico Marques a reconhecem e proclashymam (4)

Realmente em face do nosso dishyreito positivo d6vida nlio pode haver da jurisdicionalidade da execuccedilatildeo penal Eacute o que afmna o art 668 do Coacutedigo de Processo Penal A execuccedilatildeo formalshymente incumbe sempre a um Juiz quer ao especial quer ao da sentenccedila onde natildeo houver aquele ou sendo a decisatildeo do Tribunal do Juacuteri ao seu Presidente

Em verdade a jurisdicionalizaccedillio da execuccedilatildeo da pena sempre enfatizada nos congressos especializados jaacute ganhou aceitaccedilatildeo plena nos paiacuteses mais evoluiacuteshydos Em Direito Penitenciaacuterio como no middot Direito Penal o princfpio da reserva le- gal tambeacutem deve ser observado e isto incumbe a IUD Juiz verificar e decidir

IV OsoacutergiOacutes da EDcaCcedilio r_I

Agora entretantlt mais uma tentashy

19

tiva se faz em tomo da instituiccedilatildeo do processo de execuccedilatildeo penal por lei proacuteshypria Anterionnente falava-se mesmo em Coacutedigo das Execuccedilotildees Penais agora entretctnto o anteprojeto publicado para receber sugestotildees denomina-se de Lei de Execuccedilatildeo Penal mais modestamente portanto

Do seu objeto e fmalidade diz o citado anteprojeto no art 12

Art 2 - A Lei de Execuccedilatildeo Jgtenal regula o cumprimento da peshyna e da medida de seguranccedila a fun de que se alcancem a reprovaccedilatildeo e a prevenccedilatildeo do crime

Paraacutegrafo 6nico - Constitui objetivo mediato da execuccedilatildeo penal a educaccedilatildeo e a assistecircncia que no futuro facilitem ao condenado hannocircnica convivecircncia em sociedashyde

Quanto aos oacutergatildeos da execuccedilatildeo pe- nal lecirc-se no art 52 a seguinte enumera- ccedillo

ArL 52 _- Satildeo orgatildeos da execushyccedilio penal

I - o Conselho Nacional de Poliacuteshytica Penitenciaacuteria

11 - o Juiacutezo da Execuccedilatildeo III - a Autoridade Administrativa IV - o Ministeacuterio P1blico V - o Conselho Penitenciaacuterio VI - o Conselho da Comunidade

Esclarece o anteprojeto que ao J~ de Execuccedilatildeo e agrave Autoridade AdmishyDistrativa inecircumbe efetivar a execuccedilatildeo penal (art 62 sem grifo no original) middot Supervisionar e fiscalizar satildeo incumbecircnshycias do Conselho Nacional de Poliacutetica PenitencWia do Ministeacuterio Poacuteblico do Conselho Penitenciaacuterio e ainda do Conselho da Comunidade (art 1Z) Asshysim natildeo seraacute por falta de quem fiscalize ou supervisione que se deixaraacute de apontar as irregularidades

Deu-se a devida ecircnfase ao Jufzoda Execuccedilatildeo (TItulo I Capiacutetulo III) e ao con~o do que se poderia supor ante as criticas que o 6rgatildeo vem ultimamente suportando tambeacutem ao Conselho Penishy

tenciaacuterio (Capiacutetulo V)

20

V O Conselho Penitenciaacuterio

A denominaccedilatildeo de Conselho Penishytenciaacuterio foi dada pelo proacuteprio Decreto n 16665 de 6 de novembro de ]924 que regulando o livramento condicioshynal no art 22 o criou Eacute pois uma criaccedilatildeo brasileira de alta inspiraccedilatildeo humanitaacuteria e tambeacutem cientiacutefica e teacutecnishyca no dizer de Roberto Lyra

Administrativamente eacute oacutergatildeo coleshymiddot giado tambeacutem denominado de deliberashyccedilatildeo coletiva

Pela sua composiccedilatildeo sempre mereshyceu o elevado conceito de que goza na comunidade e por parte dos Poderes

middot Executivo a que pertence e Judiciaacuterio middot a que auxilia

Pelas suas atribuiccedilotildees diz o verbete middot da Enciclopeacutedia Saraiva de Direito faz

a ponte entre 5gt]gtoder Executivo e o Poshyder Judiciaacuterio no que-Secirc-refere rexecushyccedilatildeo das sanccedilotildees penais (penas e medidas de seguranccedila) e agrave observacircncia do regime penitenciaacuterio legal (15)

Ao instituf-lotilde o ieacutegislador o quis constituiacutedo por um Procurador da Reshypuacuteblica e um membro do Ministeacuterio Puacuteshyblico local designados pelos respectivos Procuradores Gerais e mais cinco pessoas gradas trecircs das quais ecircSColhishydas de preferecircncia dentre professores de Direito ou juristas em atividade foshy

middot rense e dois dentre professores de Meshymiddotdicina oucliacutenicos profissionais (art 22) middot de livre nomeaccedilatildeo do Chefe do Poder Executivo Os diretores de estabelecishymento~ prisionais nele tomam assento como mformantes

Natildeo obstante esse merecido conshyceito o Conselho Penitenciaacuterio tem sido criticado ora pela lentidatildeo de suas delishyberaccedilotildees ora pela ingerecircncia no mister do Poder Judiciaacuterio ora pela proacutepria

middot Administraccedilatildeo a que pertence por inshyco~preensotildees quanto ao seu papel fisshy

middot c~dor dos estabelecimentos prisioshymiddot n3JS e assim indiretamente dos proacuteshyprios administradores

middot Leia-se por exemplo o que diz Vishycente de Azevedo

Entre noacutes existem (de duvishydosa eficiecircncia) os Conselhos Peshynitenciaacuterios -cujas fmalidades satildeo

por vezes desvirtuadas entrarem no exame do processos fmdos () pw los e em seguida propor da Justiccedila (lI) a concessl (7) reduzindo a pena pe de agravantes reconheci desclassificaccedilatildeo do crU nistro da Justiccedila acolhe o Presidente da Repaacutebli o favor

E logo adiante b que pela orgaru

cima nem o proacuteprio Su bunal Federal pode f~ colaboraccedilatildeo dos Con tenciaacuterios consuma-o o cutivo num flagrante ltk coisa julgada no crime de aberraccedilatildeo juriacutedicoshypenal e inutilizaccedilatildeo da j1 titufda nada haacute de l1l2 tol O mesmo PrltJlCCssualisti

to ao tratar do livramento consignou a alta valida do Conselho Penitenciaacuterio advogados meacutedicos e nisteacuterio Poacuteblico do mais ~mpetecircnciamiddot

Domingos Henrique em valioso estudo put)licad~ do Conselho Penitenciaacuterio Federal assim tambeacutem se

Apesar das ccedilotildees o Conselho praacutetica vem se rcVClaJOC

meramente Yt~ sume a vramentos comutaccedilotildees e laVORIS_

base o relatoacuterio da recional A apreciaccedilatildeo Penitenciaacuterio eacute quase mal e como o Juiz ao pareceT exaacuterado um complicador no percorre a potullaccedil~io apoacutes sair do acircmbito ccedilatildeo ~~a (5)

1 Op cito 121 p411 I Op cito 121 p429

--

r o Penitenciaacuterio

[laccedilatildeo de Conselho Penishyda pelo pr6prio Decreto ~ de novembro de ] 924 r o livramento condicioshy o criou Eacute pois uma eira de alta inspiraccedilatildeo ~beacutem cientiacutefica e teacutecnishy) Roberto Lyra ~tivamente eacute oacutergatildeo coleshydenominado de deliberashy

~mposiccedilatildeo sempre mereshybmceito de que goza na por pane dos Poderes e pertence e Judiciaacuterio

lltribuiccediloacutee8 diz o verbete ISaraiva de Direito faz IPoder Executivo e o Poshyno que Se refere ~execushyI penais (penas e medidas agrave observacircncia do regime ~ (15) f-Iotilde o legislador o quis um Procurador da Reshy~bro do Ministeacuterio Poacuteshygnados pelos respectivos Gerais e mais cinco trecircs das quais escolhishyleia dentre professores )mstas em atividade foshy~tre professores de Meshybull profissionais (art 2~ ~ io do Chefe do Poder Iiretores de estabelecishy~ nele tomam assento es ate esse merecido conshyePenitenciaacuterio tem sido la lentidatildeo de suas delishy~Ia ingerecircncia no mister imo ora pela proacutepria ~ que pertence por inshyuanto ao seu papel fisshytabelecimentos prisioshyiretamente dos pr6shy

~ores

texemplo o que diz Yishyp noacutes existem (de duvishy

lcia) os Conselhos Peshy cujas fmalidadeacutes ~atildeo

por vezes desvirtuadas Jaacute os vi entrarem no exame do meacuterito de processos findos () para apreciaacuteshylos e em seguida propor ao Ministro da Justiccedila (lI) a concessatildeo de graccedila () reduzindo a pena pela exclusatildeo de agravantes reconhecidas ou pela desclassificaccedilatildeo do crime O Mishynistro da Justiccedila acolhe o parecer e o Presidente da Repuacuteblica concede o favor

E logo adiante Q que pela organizaccedilatildeo judishy

ciaacuteria nem o pr6prio Supremo Trishybunal Federal pode fazer com a colaboraccedilatildeo dos Conselhos Penishytenciaacuterios consuma-o o Poder Exeshycutivo num flagrante desrespeito agrave coisa julgada no crime Em mateacuteria de aberraccedilatildeo juriacutedico-processualshypenal e inutilizaccedilatildeo da justiccedila consshytituiacuteda nada haacute de mais compleshyto O mesmo processualista entretanshy

to ao tratar do livramento condicional consignou a alta valida do parecer do Conselho Penitenciaacuterio integrado por advogados meacutedicos e membros do Mishynisteacuterio Puacuteblico do mais alto valor e competecircncia bull Domingos Henrique Leal Braune em valioso estudo publicado na Revista do Conselho Penitenciaacuterio do Distrito Federal assim tambeacutem se expressou

Apesar das excelentes intenshyccedilotildees o Conselho Penitenciaacuterio na praacutetica vem se revelando um 6rgatildeo meramente expletivo jaacute que se reshysume a opinar de longe sobre lishyvramentos condicionais indultos comutaccedilotildees e favores tendo como base o relat6rio da au toridade corshyrecional A apreciaccedilatildeo do Conselho Penitenciaacuterio eacute quase sempre forshymal e como o Juiz natildeo estaacute adstrito ao parecer exarado toma-se mais um complicador no longo iter que percorre a postulaccedilatildeo do apenado apoacutes sair do acircmbito da administrashyccedilatildeo carceraacuteria (5) Texto grifado

Op cito (2) p 41 1 I Op cito (2) p429

no original Entretanto logo em seguida acresshy

centa Entendemos que o ideal seria

como jaacute nos referimos anteriorshymente a completa autonomia da fase de individualizaccedilatildeo executiva da pena privativa de liberdade cortados os liames com a autoridashyde judiciaacuteria

E qual o 6rgatildeo para apreciar os incidentes de execuccedilatildeo concessatildeo de favores etc Justamente o Conselho Penitenciaacuterio com poder decis6rio e realmente controlador sobre os liberados condicionais Um Conselho Penitenciaacuterio de membros com dedicaccedilatildeo exclusiva especialishyzados dotado de infra-estrutura adequada estreitamente ligado aos 6rgatildeos correcionais poreacutem com au tonomia administrativa As criacuteticas portanto se resumem a

eventuais deslizes do colegiado como se todos os demais oacutergatildeos quer adminis- trativos quer judiciaacuterios natildeo os comeshytessem Ou entatildeo eacute porque natildeo estatildeo eles fazendo o que poderiam fazer fosse outra sua destinaccedilatildeo legal

Aliaacutes Accioly Filho em conferecircnshycia pronunciada na Ordem dos Advogashydos - Secccedilatildeo de Satildeo Paulo - por ocasiatildeo do cinquumlentenaacuterio do Conselho Penitenshyciaacuterio daquele Estado intitulada Novos Meacutetodos Para a Repressatildeo Penal ao reshymarcar a necessidade de uma justiccedila penal integrada jaacute preconizava o coshymetimento de novas atribuiccedilotildees aos Conselhos Penitenciaacuterios ateacute como forma de aliviar a carga que se abate soshybre os Juiacutezos das Execuccedilotildees

Eis o trecho pertinente daquela fashyla

Encerrada a accedilatildeo penal com a condenaccedilatildeo a decisatildeo natildeo atende a que eacute o Estado quem vai executaacuteshyla natildeo passando do desate de uma questatildeo entre duas partes agraves quais a sentenccedila concluiu a prestaccedilatildeo jurisshydicional Os Conselhos Penitenciaacuteshy

21

Satildeo muitas hoj teriam grande influecirc

fas e atribuiccedilotildees da como a assistecircncia

Quando tive a

realidade

Lembro-me de

do

rios tecircm servido em certos casos com o do livramento condicional de liame entre a fase de execuccedilatildeo penal para uns no domuacuteuacuteo da adshyministraccedilatildeo e a do processo de coshynhecimento que a antecedeu

Vecirc-se que a u~a penal aqui tambeacutem natildeo funciona como um sistema integrado com fases inteishyramente hannocircnicas e em exerciacutecio continuado sem hiatos dlaquo atribuishyccedilotildees de uma ajustando-se agraves de ou tra

No entanto aos Conselhos Peshynitenciaacuterios poderia estar inteirashymente reservado esse papel de insshytituiccedilatildeo capaz de promover entre as duas i11timas fases a mais pershyfeita colaboraccedilatildeo Basta que se lhes decircem novas atribuiccedilotildees que natildeo sejam simplesmente opinativas e nova estrutura capaz de suportar esses encargos Se os Tribunais tishyveram sua composiccedilatildeo numeacuterica aumentada e se dividiram em outros e tambeacutem se subdividiram por que como lembrava haacute pouco tempo o ilustre membro do Conselho paushylista Dr Divaldo Azevedo Samshypaio natildeo podem os Conselhos Peshynitenciaacuterios crescer em nuacutemero de membros funcionar em Cacircmaras e ter uma infra~estrutura adequada Por que natildeo incluir os Conselhos Penitenciaacuterios entre os oacutergatildeos do Poder Judiciaacuterio e assim ter a seu cargo toda a direccedilatildeo da execuccedilatildeo penal embora seus membros natildeo integrem a Magistratura que soacute um deles a ela pertenccedila E arrematou

Sohretudo agora em que se tentam novas formas de execuccedilatildeo penal a atuaccedilatildeo dos Conselhos Peshynitenciaacuterios com poder decisoacuterio seria mais compatiacutevel com a gravishydade das medidas hoje a cargo da autoridade administrativa ou de distante Magistrado _que propicia o retorno do condenado a uma limiddot berdade antecipada Eacute claro que o Juiz por estar demasiadamente longe da execuccedilatildeo penal natildeo pode acompanhar com seguranccedila o

22

~certo ou natildeo de favores ou regashylias que a lei admite sejam concedishydos aos condenados Nem a autorishydade administrativa por estar ao contraacuterio muito proacutexima e por isshyso comprometida na execuccedilatildeo poshyde ter virtudes que se devem exigir para a concessatildeo daquelas medidas (1) Relevem-me todos essa preocupashy

ccedilatildeo em citar os autores no original isto eacute tal qual enunciaram os seus pensa- mentos A relevacircncia dos temas que abordaram ou das sugestotildees apresentashydas _indicou-me o dever de fidelidade agraves suas palavras para que nada se pershydesse (lU deturpasse ainda que invoshyluntariamente

Ao que parece o legislador estaacute perdendo a oportunidade para incluir no anteprojeto de Lei de Execuccedilatildeo Penal essas valiosas sugestotildees O art 15 do anteprojeto declara que o Conselho Penitenciaacuterio eacute oacutergatildeo consultivo e fIScashylizador da execuccedilatildeo da pena E soacute

Ainda no tocante agrave sua composiccedilatildeo conviria que as Administraccedilotildees Estadushyais atentassem para a circunstacircncia de que ao tempo da ediccedilatildeo do Decreto n 16665 de 1924 as carreiras mais releshyvantes eram as dos juristas e dos meacutedishycos - as pessoas gradas - dentre as quais deveriam ser recrutados os memshybros do Conselho Mas eacute mesmo dignO de nota o gecircnio do legislador de entatildeo ao assinalar que tal escolha deveria fa zer-se demiddotpreferecircncia dentre tais proshyfissotildees isto eacute natildeo exclufa outras desde que tambeacutem fossem pessoas de relevo na comunidade relevo a que somente poderiam atingir por uma lideranccedila nashytural ou cultural

Em conversa recente com ( Diretor Geral do Departamento Penitenciaacuterio Federal o professor Jason Soares de Albeqaria disse-me quatildeo agradavel-=shymente ficara surpreendido no Estado do Acre com a atuaccedilatildeo de uma assistente social membro do respectivo Conselho Penitenciaacuterio promovendo a dinamizashyccedilatildeo daquele oacutergatildeo mediante a realizashyccedilatildeo de programas de assistecircncia aos presos e aos egressos da mais alta valia

na dinamizaccedilatildeo des os socioacutelogos os p p6logos e os proacuteprio como se acabou de rI

Existe uma con Conselho Nacional bull ciaacuteria do Ministeacuterio endendo estudos em Penitenciaacuterio Ao ql as correntes que se estudiosos a dos que e a dos que querem clusatildeo 16gica eacute a de rentes natildeo estatildeo 58 sempenho e fmalid Penitenciaacuterios atuab

De qualquer Conselhos Penite penso embora jaacute se

dade eacute que natildeo de realizaacute-Ias

Presidecircncia do do Distrito tomar 3274 de 2 de dispotildee sobre Penitenciaacuterio

nio possuir procurou o Ccm8elltl ccedilio do nnArtlmn tl

ca Esportes e Governo do cumprimento item XII e do 6nico da mcncjorul~ para a realizaccedilatildeo Educaccedilatildeo Fiacutesica do Esse prnoru

para Centros Federal os protessofl~s rio Maacutercio __--- mento que o muito entusiasmo e dos dirigentes

l C1tado por BRITO

I natildeo de favores ou regashylei admite sejam cocircncedishyndenados Nem a autorishyiruacutestrativa por estar ao muito proacutexima e por isshy)metida na execuccedilatildeo poshyudes que se devem exigir cessatildeo daquelas medidas

ne todos essa preocupashyI autores no original isto mciaram os seus pensashylevacircncia dos temas que das sugestotildees apresentashy~ o dever de fidelidade s para que nada se pershyiIp8Sse ainda que invo-

~rece o legislador estaacute [rtunidade para incluir no Lei de Execuccedilatildeo Penal

Sugestotildees O art 15 do blara que o Conselho oacutergatildeo consultivo e fIscashy~ccedilatildeo da pena E soacute ocante agrave sua composiccedilatildeo Admiruacutestraccediloacutee8 Estadushypara a circunstacircncia de da ediccedilatildeo do Decreto n 4 as carreiras mais releshydos juristas e dos meacutedishyigtas gradas - dentre as Ser recrutados os memshy~o Mas eacute mesmo digno

do legislador de entatildeo bull tal escolha deveria fashy~recircncia dentre tais proshyatildeo excluiacutea outras desde ssem pessoas de relevo relevo a que somente r por uma lideranccedila nashy

$a recente com (l Diretor utamento Penitenciaacuterio fessor Jason Soares de k--~ quatildeo agradavelshyhgtreendido no Estado do

accedilatildeo de uma assistente do respectivo Conselho romovendo a dinamizashygatildeo mediante a realizashymas de assistecircncia aos essos da mais alta valia

Satildeo muitas hoje as profIssotildees que teriam grande influecircncia segundo creio na dinamizaccedilatildeo desse colegiado como os socioacutelogos os psicoacutelogos os antroshypoacutelogos e os proacuteprios assistentes sociais como se acabou de referir

Existe uma comissatildeo vinculada ao Conselho Nacional de Poliacutetica Penitenshyciaacuteria do Ministeacuterio da Justiccedila empreshyendendo estudos em torno do Conselho Penitenciaacuterio Ao que se sabe duas satildeo as correntes que se formaram entre tais estudiosos a dos que desejam elinuacutenaacute-Io e a dos que querem atualizaacute-lo A conshyclusatildeo loacutegica eacute a de que ambas as corshyrentes natildeo estatildeo satisfeitas com o deshysempenho e fInalidade dos Conselhos Penitenciaacuterios atualmente

De qualquer sorte poreacutem aos Conselhos Penitenciaacuterios segundo penso embora jaacute sejam cometidas tareshyfas e atribuiccedilotildees da mais alta relevacircncia como a assistecircncia aos egressos a vershydade eacute que natildeo lhes satildeo dadas condiccedilotildees de realizaacute-Ias

Quando tive a honra de exercer a Presidecircncia do Conselho Penitenciaacuterio do Distrito Federal empenhei-me em tornar realidade o disposto na Lei n 3274 de 2 de outubro de 1957 que dispotildee sobre Nonnas Gerais do Regime Penitenciaacuterioacute

Lembro-me de que justamente por natildeo possuir infra-estrutura adequada procurou o Conselho obter a colaborashyccedilatildeo do Departamento de Educaccedilatildeo Fiacutesishyca Esportes e Recreaccedilatildeo - DEFER - do Governo do Distrito Federal para o cumprimento do disposto no art I item XII e do art 22 e seu paraacutegrafo uacutenico da mencionada Lei precisamente para a realizaccedilatildeo de um programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica cientifIcamente dirigishydo Esse Programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica

para Centros Reeducacionais do Distrito Federal como se intitulou empolgou os professores Caranambu Bessa e Maacuteshyrio Maacutercio Cardoso daquele Departashymento que o puseram em praacutetica com muito entusiasmo por parte dos internos e dos dirigentes dos estabelecimentos

Citado por BRITO (6)

prisionais sendo acompanhado com enorllC interesse pela imprersa local ~

Diligenciou-se muito antes da Lei n 6416 de 1977 no sentido de que fosse posto em praacutetica Provimento do egreacutegio Tribunal de Justiccedila do Distrito Federal referente agrave prisatildeo-albergue

Quanto agrave assistecircncia aos egressos a pesquisa empreendida pelo Conselho a exemplo do que ocorre noutros oacutergatildeos especializados fixou-se em torno do risco da reincidecircncia e dos meios e moshydos de evitaacute-la ou diminuir-lhe a incishydecircncia avultando entre esses a procura de um trabalho adequado para o liberashydo condicional ou para o que cumpriu a pena e foi posto definitivamente em lishyberdade

Encontrei o texto do Decreto n 8233 de 22 de setembro de 1910 que aprova o regulamento ofIciai dos libeshyrados ou egressos definitivos da prisatildeo do Distrito Federal finnado por Nilo Peccedilanha e referendado por Esmeraldino Bandeira verdadeiro monumento de sashybedoria e fonte de inspiraccedilatildeo como asshysinalei no meu relatoacuterio para inl1meras providecircncias que podem ser tomadas ainda hoje

ExemplifIco com o art 15 daquele Decreto assim redigido

Com a necessaacuteria antecedecircnshycia deveraacute a comissatildeo de acordo com o preso providenciar de modo que no dia do livramento defmitishyvo se lhe depare ocupaccedilatildeo honesta com a remuneraccedilatildeo sufIciente agraves necessidades de sua condiccedilatildeo Toshydas as pessoas que contratarem com o Governo seratildeo obrigadas por uma claacuteusula especial a resershyvar lugares para os liberados cujo exemplar procedimento puder ser atestado pela comissatildeo - nos servishyccedilos e obras que forem realizados em cumprimento dos respectivos conshytratos (Grifos meus) Ora essas providecircncias tatildeo simples

mas de tanta importacircncia para os egressos e para coibir a reincidecircncia por falta de trabalho honesto que o gecircnio de

23

Esmeraldino Bandeira preconizava em 1910 podem ainda hoje ser utilizadas como instrumento eficaz pela Admishynistraccedilatildeo

O drama do presidiaacuterio foi sintetishyzado em frase lapidar de Mariano Ruiz Funes A prisatildeo eacute temporaacuteria mas os prisioneiros natildeo deixam nunca mais de ser presidiaacuterios (11)

A assistecircncia aos egressos pois eacute uma das tarefas mais nobilitantes e efishycientes se devidamente feita pelos Conselhos Penitenciaacuterios

Essa assistecircncia ainda se tomou mais significativa apoacutes o advento da Lei n 6416 de 24 de maio de 1977 que entre outros beneficios instituiu a prishysatildeo-albergue a que se anteciparam alshyguns Estados pela coragem dos seus Tribunais de Justiccedila eliminou tambeacutem as doacutevidas quanto agrave compatibilidade do trabalho externo com o regime penitenshyciaacuterio fechado e semi-aberto conforme claramente confessado na Exposiccedilatildeo de Motivos do Ministro Armando Falcatildeo (item 12) ao Presidente Ernesto Geisel

que encaminhou a Mensagem n 52177 ao Congresso Nacional

Mas eacute tambeacutem necessaacuterio visitar os presos coin mais frequumlecircncia e natildeo soshymente por ocasiatildeo da solenidade do lishyvramento condicional como infelizshymente soacutei acontecer

eacute certo que se inclui entre os oacutershygatildeos da execuccedilatildeo penalmais um conseshylho - o Conselho da Comunidade (anteshyprojeto art 52 item VI) composto de um representante de associaccedilatildeo comershycial ou industrial middotou entidade similar um advogado indicado pela Secccedilatildeo ou Subsecccedilatildeo da Ordem dos Advogados do Brasil e um assistente social designashydo pela Delegacia Seccional do Conseshylho Regional de Assistentes Sociais (art 24) para funcionar em cada comarca incumbindo-lhes visitar os estabelecishymentos prisionais entrevistar os presos representar quando necessaacuterio ao Juiz da execuccedilatildeo e ao Conselho Penitenciaacuterio e diligenciar pela obtenccedilatildeo de recursos materiais e humanospara dar-lhes meshy

Citado por BRITO (6)

lhor assistecircncia (art 25 e seus incisos) Satildeo atividades coadjuvantes agraves do

Conselho Penitenciaacuterio que assim teraacute Uma ajuda substancial da comunidade quase sempre ausente e omissa nessa assistecircncia aos presos e aos egressos

Urge conscientizar a comunidade especialmente agora em que recrudesshyceram os crimes mais violentos e a soshyciedade estaacute assustada que muitas vezes o braccedilo do assassino foi armado pela falta de assistecircncia quando esteve preshyso ou como tgresso

E aos juristas de que esse saber cientiacutefico tatildeo abrangente e humanitaacuterio denominado Direito Penitenciaacuterio estaacute a merecer um tratamento mais cuidadoso conforme o recomendam os inoacutemeros congressos dos especialistas e pretende fazecirc-lo o presente ciclo de estudos

VIConclusatildeo

Ao concluir este esboccedilo dando-me conta de que nesta Casa repousam os restos mortais do maior dos brasileiros natildeo poderia faltar alguma de suas liccedilotildees imorredoiras E que outra liccedilatildeo maior ou mais adequada para ser relembrada nesta hora senatildeo aquela Oraccedilatildeo aos Moccedilos que aos moccedilos tambeacutem se destishynaratildeo os estudos deste ciclo promovido pelas instituiccedilotildees mais necessaacuterias agrave Democracia - o Tribunal de Justiccedila a Ordem dos Advogados o Ministeacuterio Poacuteblico e as Universidades

De Ruy Barbosa portanto haacute de ser a citaccedilatildeo mais expressiva

Dessas democracias pois o eixo eacute a Justiccedila eixo natildeo abstrato natildeo supositiacutecio natildeo meramente moral mas de uma realidade proshyfunda e tatildeo praticamente embebido atraveacutes de todas as suas peccedilas que falseando ele ao seu mister todo o sistema cairaacute em paralisia desorshydem e subversatildeo Os poderes consshytitucionais entraratildeo em conflitos insolaacuteveis as franquias constitucioshynais ruiratildeo por terra e da organizashy

ccedilatildeo constitucional d das suas funccedilotildees e d tias apenas restaratildeo d De Carnelutti 6 o P

que o Direito eacute ulDa ponte economicw e o honro entre Economia e Moral

Jaacute disse que o COIU ciaacuterio eacute uma ponte entre

cutivo e o Poder Judiam E Nietzsche afirmava

de do homem eacute ele ser UI[

uma meta o que se pode mem eacute ele ser uma passa bamento e que somente middot Ies que sabem viver COIJl(j guindo porque satildeo esset vessam de um para outro I

Magistrados advogampll do Ministeacuterio Poacuteblico PIl

(I)

(2)

(3) (4)

(5)

(6)

(7)

(8)

(9)

(10)

(11) (12)

(13)

(14)

(15)

(16) 38

24

cia (art 25 e seus incisos) vidades coadjuvantes agraves do nitenciaacuterio que assim teraacute substancial da comunidade re ausente e omissa nessa os presos e aos egressos onscientizar a comunidade te agora em que recrudesshyimes mais violentos e a soshyassustada que muitas vezes aSsassino foi armado pela

stecircncia quando esteve preshytgresso juristas de que esse saber to abrangente e humanitaacuterio Direito Penitenciaacuterio estaacute a tratamento mais cuidadoso recomendam os inlIacutemeros

los especialistas e pretende 6ente ciclo de estudos

lo

Iuir este esboccedilo dando-me ~ nesta Casa repousam os is do maior dos brasileiros faltar alguma de suas liccedilotildees E que outra liccedilatildeo maior ou

ida para ser relembrada knatildeo aquela Oraccedilatildeo aos os moccedilos tambeacutem se destishy~s deste ciclo promovido ~ mais necessaacuterias agrave - o Tribunal de Justiccedila a LAdvogados o Ministeacuterio Jniversidades Barbosa portanto haacute de

Dais expressivaSsas democracias pois o IJusticcedila eixo natildeo abstrato

itfcio natildeo meramente iaS de uma realidade proshy- ) praticamente embebido

todas as suas peccedilas que I ele ao seu mister todo o Fairaacute em paralisia desorshybversatildeo Os poderes consshy~ entraratildeo em conflitos as franquias constitucioshybpor terra e da organizashy

ccedilatildeo constitucional do seu caraacuteter tudantes eacute nossa inctimbecircncia a de natildeo das suas funccedilotildees e das suas garanshy somente salvar as instituiccedilotildees juriacutedicas tias apenas restaratildeo destroccedilos (3) mais democraacuteticas mas sobretudo a de De Camelutti eacute o pensamento de mantecirc-Ias vivas e atuantes

que o Direito ~ uumllna ponte entre o homo Juiz meu apelo final haacute de se enshyeconomicus e o homo moralis isto eacute dereccedilar aos Juiacutezes a quem os Coacutedigos entre Economia e Moral impotildeem o dever de velar pela dignidade

Jaacute disse que o Conselho Penitenshy da Justiccedila Haacute poucos dias em Satildeo ciaacuterio eacute uma ponte entre o Poder Exe- Paulo tive a oportunidade de dizer coshycutivo e o Poder Judiciaacuterio mo Eduardo Couture que da dignidade

E Nietzsche afumava que o granshy do Juiz depende a pr6pria dignidade do de do homem eacute ele ser uma ponte e natildeo Direito o qual somente valeraacute em um uma meta o que se pode amar no hoshy paiacutes e em um momento hist6rico detershymem eacute ele ser uma passagem e um acashy minados o que valerem os seus Juiacutezes bamento e que somente amava agravequeshy como homens pois o dia em que os Jushyles que sabem viver como que se extinshy zes tiverem medo nenhum cidadatildeo poshyguindo porque satildeo esses os que atrashy daaacute dormir tranquumlilo (lO) Cwnpre-nos vessam de um para outro lado (18) velar pela dignidade do Direito pela

Magistrados advogados membros dignidade da Justiccedila pela dignidade do do Ministeacuterio Puacuteblico professores es- Homem

BIBLIOGRAFIA

(I) ACCIOL Y FILHO Novos meacutetodos para a repressatildeo penal Rlnflegisl Brasnia 1S(60) 16-17 outJdez 1978 Conferecircncia pronunciada na Ordem dos Advogashydos Seccedilatildeo de Satildeo Paulo

(2) AZEVEDO Vicente de Paulo Vicente de Curso de direito judici4rio pelUll Satildeo Paulo Saraiva 1958 v2 p407

(3) BARBOSA Ruy Oraccedilatildeo aos moccedilos RiodeJoreiroOrgSinDesI947 p62-63 (4) BARROS Romeu Pires ele Campos R Cons Penit DF BrasOia 12 31-48 Conshy

ferecircncia na Univ de Brasiacutelia durante o Curso de Extensatildeo Cultural de Ci8ncia PeshynaI Penitenciaacuteria

(5) BRAUNE Domingos Henrique Leal Livramento condicional R Inf legisl Brasiacutelia 4144-45 julldez 1980

(6) BRITO Washington Bolivar de Relat6rio das atividades do Conselho Penitenciaacuterio do Distrito Federal R Cons Penit DF Brasiacutelia (34) 129-139 jan I 9761jun 1977

(7) CARNELUTTI Francesco Arte do direito seis meditaccedilotildees sobre o direito Trad de Pimo de Aguiar Coimbra Liv Almedina 1974 - p 130

(8) Meditaccedilatildeo em torno do problema da ciecircncia do direlIo R Proc Ger Est R sPorto Alegre (27) 11-25

(9) COTRIM NETO AB O conceito da execuccedilatildeo penal R Cons Penit DF 2620janmar 1971

(10) COUTURE Eduardo Introduccedilatildeo ao estudo do processo civil Rio de Janeiro Konfino 1951 p88

(11) FUNES Mariano Ruiz A crise nas prisotildees Sio Paulo Saraiva 1953 p2 (12) GRINOVER Ada Pellegrini Eficaacutecia e autoridade da sentenccedila pelUll Ed Revista

dos Tribunais 1978 p2m) KIRSCHMANN von A falta de valor da jurisprudecircncia como ciecircncia 1848

Conferecircncia (14) MENDES Nelson Pizzotti Uma introduccedilatildeo agrave penologia Justitia Satildeo Paulo

42 151-157 janmar 1980 (15) MIOTTO Armida Bergamini ConselJw penitenciaacuterio In ENCICLOP~D1A

SarJiva de Direito Satildeo Paulo 1977 v18 p232 Verbete (16) Curso de direito penitenciaacuterio Satildeo Paulo Ed Saraiva v1 p

38

25

(17) o direito penitenciaacuterio importacircncia e necessidade do seu estudo Rln legisl Brasflia 7 (28)93-106 outJdez Tese apresentada no IV Congresso Nashycional de Direito Penal e Ciecircncias AfIDS

(18) NIETZSCHE Frederico Assim falava Zaratustra 5 ed Publ Brasil Editoshyra p9-1O

(19) RAYMUNOq Adhemar Execuccedilatildeo ~ In Estudos de direito processual peshynal Llv PJOgreaso 1957 po8

(20) QUIROZ CUARON Alfonso Evoluci6n de la criminologia Derecho Penal ContempordneoM6xico OF (3)25

A

comprador subsequumlentes mento das Ontem como

res embora por lei volviam a duplicata ltemia ao vendedor oacutebice surgido ao parte dos cabia ao mrumte todo o restante

Com o Decreto D 917 de como possiacutevel para verificaccedilatildeo dos

1 Desembargador

jUlUacuteO de normas jurldicas que se ocupanIacute da pena na fase de execuccedilatildeo e de tudo shyque com dita execuccedilatildeo se relaciona ou para ela concorre cabe bem o nome de Direito Penitenciaacuterio (17) Os grifos estatildeo no original

Dizem os doutos e a mesma Arshymida MiottO o faz nessa tese e no seu

conceituadoCurso de Direitomiddot Penitenshyciaacuterio (16) ltee com o surgimento da questatildeo penitenciaacuteria desde o seacuteculo XVI com a edificaccedilatildeo de casas correshycionais foi protoprecursor em 1690 no seacuteculo seguinte da Ciecircncia Penitenciaacuteria o monge Mabi1lon com a obra Rqle-middotmiddot xions SUT les prisons des ordresreligieushyses criticando o excessivo rigor de alshygumas prisotildees e a falta de um regime penitenciaacuterio propondo a sua suavizashyccedilatildeo mediante trabalho visitas passeios higiene individualizaccedilatildeo da execuccedilatildeo e uma ideacuteia de progressividade

Assim a princiacutepio havia uma Ciecircnshycia das Prisotildees resultante da obra de Jean Mabillon Beccaria John Howard e Jeremy Bentham ciecircncia cujo objeshyto do ponto de vista estaacutetico conshysistia em preocupaccedilotildees arquitetocircnicas e do ponto de vista dinacircmico o tratashymento dos presos Nesse tempo o conshydenado natildeo era visto como pessoa mas como objeto da prisatildeo e assim era tratado E como o impulso normal do preso eacute a fuga tudo se desenvolvia no sentido de edificarem-se prisotildees que fossem verdadeiras fortalezas para im- shy

pedi-la Foi graccedilas aos congiesSos e aos

estudiosos que se operou a mudanccedila de atitude para considerar o preso um inshydividuo a quem a pena deveria recuperar e ressocializar motivo pelo qual a Ciecircnshycia das Prisotildees passou a denominar-se Ciecircncia Penitenciaacuteria com objetivos mais amplos e mais hwnanitaacuterios Por ar bem se pode aquilatar a valia dos con- gressos simpoacutesios ciclos de estudos para a evoluccedilatildeo da Ciecircncia do Direito e muito particulannente do hoje denomishynado Direito Penitenciaacuterio

Embora seja certo que a Ciecircncia das Prisotildees cedeu lugar agrave Ciecircncia Peni- tenciaacuteria esta natildeo desapareceu com o advento do Direito Penitenciaacuterio mas

18

ao cOntraacuterio subsiste como aUxiliar deste cujos propoacutesitos ademais trans- cendem da execuccedilatildeo da pena para o reshy

_ conhecimento de um status do condenashydo em suas relaccedilotildees com o Estado com

- direitos e deveres bem estabelecidos O estudo da execuccedilatildeo penal seraacute particushylarizado agora embora sinteticamente

111 A Execuccedilatildeo Penal

Para melhor compreensatildeo desse instituto deve-se partir da existecircncia de uma sentenccedila condenatoacuteria que cubnina o processo penal e transforma o cidashydatildeo restringindo-lhe direitos e outorshygando-lhe outros direitos e deveres enshyfim o status de condenado A eficaacutecia e autoridade dessa decisatildeo somente poshydem ser sentidas com o seu tracircnsito em julgado

Entretanto conveacutem atentar com middot Ada Pellegrini Grinover para a distin- middot ccedilatildeo clara que a esse propoacutesito faz middot Liebman

Para Liebman a coisa julgada natildeo eacute um efeito da sen~nccedila e muito menos pode identificar-se com a eficaacutecia declaratoacuteria da mesma sentenccedila a coisa julgada eacute algo mais que se acresce agrave decisatildeo para aumentar sua estabilidade

A teoria como se sabe funshyda-se na distinccedilatildeo entre coisa julshygada e eficaacutecia natural da sentenccedila esta pode definir-se como um coshymando plenamente eficaz em virshytude da idoneidade natural dos atos estatais mas a imutabilidade dos efeitos da sentenccedila existe apenas quando ela passa em julgado (12) Na execuccedilatildeo penal entretanto poshy

dem ocorrer incidentes que destronam a imutabilidade da sentenccedila transitam em julgado como por exemplo no indulto e na graccedila para cuja aplicaccedilatildeo colaboshyram decisivamente os Conselhos Penishytenciaacuterios

Vicente de Azevedo ao tratar da execuccedilatildeo da pena ensina que o verbo

middot executar tem entre outros o sentido e o significado de fazer justiccedila Pela etimo- logia equivale a seguir ateacute o fun ex seshy

quor perseguir ateacute o ultimar concluir (2)

Deve-se ter presente de punir se desdobra em cominaccedil1o a aplicalaacuteo pena Em instacircncias que procura punir a que ccedilatildeo e a que executa essa

Haacute quem lhe negue pretexto de que a eXI~ccedilIIl terialidade da qual o teressa o que foi repelido

Em tomo da execuccedilatildeo penaI jaacute discon~ reconhecido saber do em tese de COIICUrso

tudos de Direito mateacuteria se encontra e brilho com as segmnlte8

a) a ex~cu~io tureza adrniniistI11tiva penal constitui uma vez que a cionalidade natildeo de processuaIidade ccedilatildeo processual ccedilatildeo juriacutedico-material do que exerce o seu (sentenccedila colldenat6n nado que a ele (Santoro) d) a definida na ressurgir na fase minando o w4fotilden

processuais terlldelDte] de outra decisatildeo ccedilatildeo de medida rante a execuccedilatildeo 751 a 757 da nossa PenaI) (19) Romeu Pires

em conferencia prcmunciiai sidade de Extensatildeo Cultural de Penitenciaacuteria depois de existe uma distinccedilatildeo nal proacutepria e exccwcatildeo servindo de exemplo absolutoacuteria que impotildee

1 Citado por COTRIM N IOp cito 191 p21

subsiste como auxiliar tos ademais trans-

da pena para o reshyde um status do condena- ~e com o Estado com bem estabelecidos O

lo penal seraacute particushyl embora sinteticamente

Penal

Ibor compreen~ desse l_se partir da existecircncia de I~~~ndenatoacuteria que culmina ~ e tnlnsfofOla o cidashylado-lhe direitos e outorshyros direitos e deveres enshyIe condenado A eficaacutecia e ~ decislo somente po- lias com o seu tracircnsito em

p conveacutem atentar com li Grinover para a distin-

a esse prop6sito faz

li Liebman a coisa julgada efeito da sentnccedila e muito gtde identifich-se com a declaratoacuteria da mesma a coisa julgada eacute algo

$C acresce agrave decisatildeo para ~ estabilidade eoria como se sabe ftlDshy~disdistiIacutetinccedilatildeo entre coisa julshyIcaacutecia natural da sentenccedila definir-se como um coshy

lenamente eficazem virshyIooeidade natural dos atos tuas a imutabilidade dos ~ sentenccedila existe apenas ~ passa em julgado (12) ~ penal entretanto poshyfidentes que destronam a tia sentenccedila transitam em por exemplo no indulto bi cuja aplicaccedilatildeo colabo-

te os Conselhos Peni-

Azevedo ao tratar da rna ensina que o verbo ntre outros o sentido e o fazer justiccedila Pela etimo- a seguir ateacute o fllD ex se-

quor (Crseguir ateacute o fmal levar a cabo ultimar concluir (2)

Deve-se ter presente que o direito de punir se desdobra em trecircs fases a cominaccedillo a aplicaccedilatildeo e a execuccedilatildeo da pena Em consequumlecircncia surgem trecircs instacircncias segundo Albert Krebs a que procura punir a que decreta a punishyccedilatildeo e a que executa essa puniccedilatildeo

Haacute quem lhe negue juridicidade ao pretexto de que a execuccedilatildeo penal eacute mashyterialidade da qual o Direito natildeo se inshyteressa o que foi repelido por Falchi

Em tomo da natureza juriacutedica da execuccedilatildeo penal jaacute discorreu com o seu reconhecido saber Adhemar Raymunshydo em tese de concurso e nos seus Esshytudos de Direito Processual Penal a mateacuteria se encontra expOsta com clareza e brilho com as seguintes conclusotildees

a) a execuccedilatildeo penal eacute de nashytureza administrativa b) a execuccedilatildeo penal constitui atividade processual uma vez que a negaccedilatildeo de jurisdishycionalidade natildeo importa exclusatildeo de processualidade c) natildeo haacute relashyccedilatildeo processual executiva mas relashyccedilatildeo juriacutedico-material entre o Estashydo que exerce o seu poder punitivo (sentenccedila condenatoacuteria) e o condeshynado que a ele tem de se submeter (Santoro) d) a relaccedilatildeo processual definida na sentenccedila fmal pode ressurgir na fase executiva detershyminando o exerciacutecio de atividades processuais tendentes agrave obtenccedilatildeo de outra decisatildeo (exemplo a aplicashyccedilatildeo de medida de seguranccedila dushyrante a execuccedilatildeo da pena uI arts 751 a 757 da nossa Lei Processual Penal) (19) Romeu Pires de Campos Barros

em conferecircncia pronunciada na Univershysidade de Brasflia durante o 11 Curso de Extensatildeo Cultural de Ciecircncia Penal e Penitenciaacuteria depois de lembrar que existe uma distinccedilatildeo entre execuccedilatildeo peshynai proacutepria e execuccedilatildeo penal improacutepria servindo de exemplo desta a de sentenccedila absolutoacuteria que impotildee medida de segushy

Citado por COTRIM NETO (9) Op cito (9) p21

I ) bull

ranccedila (arts 22 e 24 do Coacutedigo Penal) reportou-se ao debate doutrinuacuteio sobre a natureza juriacutedica do instituto e cooshycluiu que em nosso direito positivo a execuccedilatildeo eacute ato jurisdicional cabendo ao Juiz a ftmccedillo de presidir ao processo executoacuteoacuteo que resulta da condenaccedilatildeo e em que se efetivam as medidas punitivas de condenaccedilatildeo impostas ao sentencia- _ do A relaccedilatildeo processual executoacuteria constitui simples prolongamento da que se instaura com a denOacutellcia ou a queixa natildeo existindo um processo de execuccedilatildeo de caraacuteter autOcircnomo como no processo civil A afmnativa segundo aquele fesshytejado processualista resulta dos proacuteshyprios tennos do Coacutedigo de Processo Peshynai nos seus artigos 674 675 683 sect 12 e 685 Acentua que a jurisdicionalidade da execuccedilatildeo penal eacute tradiccedilatildeo em nosso Direito Nazareth Ramalho Aureliano de Gusmatildeo Mendes de Abneida Joacutenior Galdino Siqueira e na atualidade J08-shyquim Canuto Mendes de Almeida Eduardo EspUacutelola Roberto Lyra Borshyges da Rosa MagaIhAes Noronha e Freshyderico Marques a reconhecem e proclashymam (4)

Realmente em face do nosso dishyreito positivo d6vida nlio pode haver da jurisdicionalidade da execuccedilatildeo penal Eacute o que afmna o art 668 do Coacutedigo de Processo Penal A execuccedilatildeo formalshymente incumbe sempre a um Juiz quer ao especial quer ao da sentenccedila onde natildeo houver aquele ou sendo a decisatildeo do Tribunal do Juacuteri ao seu Presidente

Em verdade a jurisdicionalizaccedillio da execuccedilatildeo da pena sempre enfatizada nos congressos especializados jaacute ganhou aceitaccedilatildeo plena nos paiacuteses mais evoluiacuteshydos Em Direito Penitenciaacuterio como no middot Direito Penal o princfpio da reserva le- gal tambeacutem deve ser observado e isto incumbe a IUD Juiz verificar e decidir

IV OsoacutergiOacutes da EDcaCcedilio r_I

Agora entretantlt mais uma tentashy

19

tiva se faz em tomo da instituiccedilatildeo do processo de execuccedilatildeo penal por lei proacuteshypria Anterionnente falava-se mesmo em Coacutedigo das Execuccedilotildees Penais agora entretctnto o anteprojeto publicado para receber sugestotildees denomina-se de Lei de Execuccedilatildeo Penal mais modestamente portanto

Do seu objeto e fmalidade diz o citado anteprojeto no art 12

Art 2 - A Lei de Execuccedilatildeo Jgtenal regula o cumprimento da peshyna e da medida de seguranccedila a fun de que se alcancem a reprovaccedilatildeo e a prevenccedilatildeo do crime

Paraacutegrafo 6nico - Constitui objetivo mediato da execuccedilatildeo penal a educaccedilatildeo e a assistecircncia que no futuro facilitem ao condenado hannocircnica convivecircncia em sociedashyde

Quanto aos oacutergatildeos da execuccedilatildeo pe- nal lecirc-se no art 52 a seguinte enumera- ccedillo

ArL 52 _- Satildeo orgatildeos da execushyccedilio penal

I - o Conselho Nacional de Poliacuteshytica Penitenciaacuteria

11 - o Juiacutezo da Execuccedilatildeo III - a Autoridade Administrativa IV - o Ministeacuterio P1blico V - o Conselho Penitenciaacuterio VI - o Conselho da Comunidade

Esclarece o anteprojeto que ao J~ de Execuccedilatildeo e agrave Autoridade AdmishyDistrativa inecircumbe efetivar a execuccedilatildeo penal (art 62 sem grifo no original) middot Supervisionar e fiscalizar satildeo incumbecircnshycias do Conselho Nacional de Poliacutetica PenitencWia do Ministeacuterio Poacuteblico do Conselho Penitenciaacuterio e ainda do Conselho da Comunidade (art 1Z) Asshysim natildeo seraacute por falta de quem fiscalize ou supervisione que se deixaraacute de apontar as irregularidades

Deu-se a devida ecircnfase ao Jufzoda Execuccedilatildeo (TItulo I Capiacutetulo III) e ao con~o do que se poderia supor ante as criticas que o 6rgatildeo vem ultimamente suportando tambeacutem ao Conselho Penishy

tenciaacuterio (Capiacutetulo V)

20

V O Conselho Penitenciaacuterio

A denominaccedilatildeo de Conselho Penishytenciaacuterio foi dada pelo proacuteprio Decreto n 16665 de 6 de novembro de ]924 que regulando o livramento condicioshynal no art 22 o criou Eacute pois uma criaccedilatildeo brasileira de alta inspiraccedilatildeo humanitaacuteria e tambeacutem cientiacutefica e teacutecnishyca no dizer de Roberto Lyra

Administrativamente eacute oacutergatildeo coleshymiddot giado tambeacutem denominado de deliberashyccedilatildeo coletiva

Pela sua composiccedilatildeo sempre mereshyceu o elevado conceito de que goza na comunidade e por parte dos Poderes

middot Executivo a que pertence e Judiciaacuterio middot a que auxilia

Pelas suas atribuiccedilotildees diz o verbete middot da Enciclopeacutedia Saraiva de Direito faz

a ponte entre 5gt]gtoder Executivo e o Poshyder Judiciaacuterio no que-Secirc-refere rexecushyccedilatildeo das sanccedilotildees penais (penas e medidas de seguranccedila) e agrave observacircncia do regime penitenciaacuterio legal (15)

Ao instituf-lotilde o ieacutegislador o quis constituiacutedo por um Procurador da Reshypuacuteblica e um membro do Ministeacuterio Puacuteshyblico local designados pelos respectivos Procuradores Gerais e mais cinco pessoas gradas trecircs das quais ecircSColhishydas de preferecircncia dentre professores de Direito ou juristas em atividade foshy

middot rense e dois dentre professores de Meshymiddotdicina oucliacutenicos profissionais (art 22) middot de livre nomeaccedilatildeo do Chefe do Poder Executivo Os diretores de estabelecishymento~ prisionais nele tomam assento como mformantes

Natildeo obstante esse merecido conshyceito o Conselho Penitenciaacuterio tem sido criticado ora pela lentidatildeo de suas delishyberaccedilotildees ora pela ingerecircncia no mister do Poder Judiciaacuterio ora pela proacutepria

middot Administraccedilatildeo a que pertence por inshyco~preensotildees quanto ao seu papel fisshy

middot c~dor dos estabelecimentos prisioshymiddot n3JS e assim indiretamente dos proacuteshyprios administradores

middot Leia-se por exemplo o que diz Vishycente de Azevedo

Entre noacutes existem (de duvishydosa eficiecircncia) os Conselhos Peshynitenciaacuterios -cujas fmalidades satildeo

por vezes desvirtuadas entrarem no exame do processos fmdos () pw los e em seguida propor da Justiccedila (lI) a concessl (7) reduzindo a pena pe de agravantes reconheci desclassificaccedilatildeo do crU nistro da Justiccedila acolhe o Presidente da Repaacutebli o favor

E logo adiante b que pela orgaru

cima nem o proacuteprio Su bunal Federal pode f~ colaboraccedilatildeo dos Con tenciaacuterios consuma-o o cutivo num flagrante ltk coisa julgada no crime de aberraccedilatildeo juriacutedicoshypenal e inutilizaccedilatildeo da j1 titufda nada haacute de l1l2 tol O mesmo PrltJlCCssualisti

to ao tratar do livramento consignou a alta valida do Conselho Penitenciaacuterio advogados meacutedicos e nisteacuterio Poacuteblico do mais ~mpetecircnciamiddot

Domingos Henrique em valioso estudo put)licad~ do Conselho Penitenciaacuterio Federal assim tambeacutem se

Apesar das ccedilotildees o Conselho praacutetica vem se rcVClaJOC

meramente Yt~ sume a vramentos comutaccedilotildees e laVORIS_

base o relatoacuterio da recional A apreciaccedilatildeo Penitenciaacuterio eacute quase mal e como o Juiz ao pareceT exaacuterado um complicador no percorre a potullaccedil~io apoacutes sair do acircmbito ccedilatildeo ~~a (5)

1 Op cito 121 p411 I Op cito 121 p429

--

r o Penitenciaacuterio

[laccedilatildeo de Conselho Penishyda pelo pr6prio Decreto ~ de novembro de ] 924 r o livramento condicioshy o criou Eacute pois uma eira de alta inspiraccedilatildeo ~beacutem cientiacutefica e teacutecnishy) Roberto Lyra ~tivamente eacute oacutergatildeo coleshydenominado de deliberashy

~mposiccedilatildeo sempre mereshybmceito de que goza na por pane dos Poderes e pertence e Judiciaacuterio

lltribuiccediloacutee8 diz o verbete ISaraiva de Direito faz IPoder Executivo e o Poshyno que Se refere ~execushyI penais (penas e medidas agrave observacircncia do regime ~ (15) f-Iotilde o legislador o quis um Procurador da Reshy~bro do Ministeacuterio Poacuteshygnados pelos respectivos Gerais e mais cinco trecircs das quais escolhishyleia dentre professores )mstas em atividade foshy~tre professores de Meshybull profissionais (art 2~ ~ io do Chefe do Poder Iiretores de estabelecishy~ nele tomam assento es ate esse merecido conshyePenitenciaacuterio tem sido la lentidatildeo de suas delishy~Ia ingerecircncia no mister imo ora pela proacutepria ~ que pertence por inshyuanto ao seu papel fisshytabelecimentos prisioshyiretamente dos pr6shy

~ores

texemplo o que diz Yishyp noacutes existem (de duvishy

lcia) os Conselhos Peshy cujas fmalidadeacutes ~atildeo

por vezes desvirtuadas Jaacute os vi entrarem no exame do meacuterito de processos findos () para apreciaacuteshylos e em seguida propor ao Ministro da Justiccedila (lI) a concessatildeo de graccedila () reduzindo a pena pela exclusatildeo de agravantes reconhecidas ou pela desclassificaccedilatildeo do crime O Mishynistro da Justiccedila acolhe o parecer e o Presidente da Repuacuteblica concede o favor

E logo adiante Q que pela organizaccedilatildeo judishy

ciaacuteria nem o pr6prio Supremo Trishybunal Federal pode fazer com a colaboraccedilatildeo dos Conselhos Penishytenciaacuterios consuma-o o Poder Exeshycutivo num flagrante desrespeito agrave coisa julgada no crime Em mateacuteria de aberraccedilatildeo juriacutedico-processualshypenal e inutilizaccedilatildeo da justiccedila consshytituiacuteda nada haacute de mais compleshyto O mesmo processualista entretanshy

to ao tratar do livramento condicional consignou a alta valida do parecer do Conselho Penitenciaacuterio integrado por advogados meacutedicos e membros do Mishynisteacuterio Puacuteblico do mais alto valor e competecircncia bull Domingos Henrique Leal Braune em valioso estudo publicado na Revista do Conselho Penitenciaacuterio do Distrito Federal assim tambeacutem se expressou

Apesar das excelentes intenshyccedilotildees o Conselho Penitenciaacuterio na praacutetica vem se revelando um 6rgatildeo meramente expletivo jaacute que se reshysume a opinar de longe sobre lishyvramentos condicionais indultos comutaccedilotildees e favores tendo como base o relat6rio da au toridade corshyrecional A apreciaccedilatildeo do Conselho Penitenciaacuterio eacute quase sempre forshymal e como o Juiz natildeo estaacute adstrito ao parecer exarado toma-se mais um complicador no longo iter que percorre a postulaccedilatildeo do apenado apoacutes sair do acircmbito da administrashyccedilatildeo carceraacuteria (5) Texto grifado

Op cito (2) p 41 1 I Op cito (2) p429

no original Entretanto logo em seguida acresshy

centa Entendemos que o ideal seria

como jaacute nos referimos anteriorshymente a completa autonomia da fase de individualizaccedilatildeo executiva da pena privativa de liberdade cortados os liames com a autoridashyde judiciaacuteria

E qual o 6rgatildeo para apreciar os incidentes de execuccedilatildeo concessatildeo de favores etc Justamente o Conselho Penitenciaacuterio com poder decis6rio e realmente controlador sobre os liberados condicionais Um Conselho Penitenciaacuterio de membros com dedicaccedilatildeo exclusiva especialishyzados dotado de infra-estrutura adequada estreitamente ligado aos 6rgatildeos correcionais poreacutem com au tonomia administrativa As criacuteticas portanto se resumem a

eventuais deslizes do colegiado como se todos os demais oacutergatildeos quer adminis- trativos quer judiciaacuterios natildeo os comeshytessem Ou entatildeo eacute porque natildeo estatildeo eles fazendo o que poderiam fazer fosse outra sua destinaccedilatildeo legal

Aliaacutes Accioly Filho em conferecircnshycia pronunciada na Ordem dos Advogashydos - Secccedilatildeo de Satildeo Paulo - por ocasiatildeo do cinquumlentenaacuterio do Conselho Penitenshyciaacuterio daquele Estado intitulada Novos Meacutetodos Para a Repressatildeo Penal ao reshymarcar a necessidade de uma justiccedila penal integrada jaacute preconizava o coshymetimento de novas atribuiccedilotildees aos Conselhos Penitenciaacuterios ateacute como forma de aliviar a carga que se abate soshybre os Juiacutezos das Execuccedilotildees

Eis o trecho pertinente daquela fashyla

Encerrada a accedilatildeo penal com a condenaccedilatildeo a decisatildeo natildeo atende a que eacute o Estado quem vai executaacuteshyla natildeo passando do desate de uma questatildeo entre duas partes agraves quais a sentenccedila concluiu a prestaccedilatildeo jurisshydicional Os Conselhos Penitenciaacuteshy

21

Satildeo muitas hoj teriam grande influecirc

fas e atribuiccedilotildees da como a assistecircncia

Quando tive a

realidade

Lembro-me de

do

rios tecircm servido em certos casos com o do livramento condicional de liame entre a fase de execuccedilatildeo penal para uns no domuacuteuacuteo da adshyministraccedilatildeo e a do processo de coshynhecimento que a antecedeu

Vecirc-se que a u~a penal aqui tambeacutem natildeo funciona como um sistema integrado com fases inteishyramente hannocircnicas e em exerciacutecio continuado sem hiatos dlaquo atribuishyccedilotildees de uma ajustando-se agraves de ou tra

No entanto aos Conselhos Peshynitenciaacuterios poderia estar inteirashymente reservado esse papel de insshytituiccedilatildeo capaz de promover entre as duas i11timas fases a mais pershyfeita colaboraccedilatildeo Basta que se lhes decircem novas atribuiccedilotildees que natildeo sejam simplesmente opinativas e nova estrutura capaz de suportar esses encargos Se os Tribunais tishyveram sua composiccedilatildeo numeacuterica aumentada e se dividiram em outros e tambeacutem se subdividiram por que como lembrava haacute pouco tempo o ilustre membro do Conselho paushylista Dr Divaldo Azevedo Samshypaio natildeo podem os Conselhos Peshynitenciaacuterios crescer em nuacutemero de membros funcionar em Cacircmaras e ter uma infra~estrutura adequada Por que natildeo incluir os Conselhos Penitenciaacuterios entre os oacutergatildeos do Poder Judiciaacuterio e assim ter a seu cargo toda a direccedilatildeo da execuccedilatildeo penal embora seus membros natildeo integrem a Magistratura que soacute um deles a ela pertenccedila E arrematou

Sohretudo agora em que se tentam novas formas de execuccedilatildeo penal a atuaccedilatildeo dos Conselhos Peshynitenciaacuterios com poder decisoacuterio seria mais compatiacutevel com a gravishydade das medidas hoje a cargo da autoridade administrativa ou de distante Magistrado _que propicia o retorno do condenado a uma limiddot berdade antecipada Eacute claro que o Juiz por estar demasiadamente longe da execuccedilatildeo penal natildeo pode acompanhar com seguranccedila o

22

~certo ou natildeo de favores ou regashylias que a lei admite sejam concedishydos aos condenados Nem a autorishydade administrativa por estar ao contraacuterio muito proacutexima e por isshyso comprometida na execuccedilatildeo poshyde ter virtudes que se devem exigir para a concessatildeo daquelas medidas (1) Relevem-me todos essa preocupashy

ccedilatildeo em citar os autores no original isto eacute tal qual enunciaram os seus pensa- mentos A relevacircncia dos temas que abordaram ou das sugestotildees apresentashydas _indicou-me o dever de fidelidade agraves suas palavras para que nada se pershydesse (lU deturpasse ainda que invoshyluntariamente

Ao que parece o legislador estaacute perdendo a oportunidade para incluir no anteprojeto de Lei de Execuccedilatildeo Penal essas valiosas sugestotildees O art 15 do anteprojeto declara que o Conselho Penitenciaacuterio eacute oacutergatildeo consultivo e fIScashylizador da execuccedilatildeo da pena E soacute

Ainda no tocante agrave sua composiccedilatildeo conviria que as Administraccedilotildees Estadushyais atentassem para a circunstacircncia de que ao tempo da ediccedilatildeo do Decreto n 16665 de 1924 as carreiras mais releshyvantes eram as dos juristas e dos meacutedishycos - as pessoas gradas - dentre as quais deveriam ser recrutados os memshybros do Conselho Mas eacute mesmo dignO de nota o gecircnio do legislador de entatildeo ao assinalar que tal escolha deveria fa zer-se demiddotpreferecircncia dentre tais proshyfissotildees isto eacute natildeo exclufa outras desde que tambeacutem fossem pessoas de relevo na comunidade relevo a que somente poderiam atingir por uma lideranccedila nashytural ou cultural

Em conversa recente com ( Diretor Geral do Departamento Penitenciaacuterio Federal o professor Jason Soares de Albeqaria disse-me quatildeo agradavel-=shymente ficara surpreendido no Estado do Acre com a atuaccedilatildeo de uma assistente social membro do respectivo Conselho Penitenciaacuterio promovendo a dinamizashyccedilatildeo daquele oacutergatildeo mediante a realizashyccedilatildeo de programas de assistecircncia aos presos e aos egressos da mais alta valia

na dinamizaccedilatildeo des os socioacutelogos os p p6logos e os proacuteprio como se acabou de rI

Existe uma con Conselho Nacional bull ciaacuteria do Ministeacuterio endendo estudos em Penitenciaacuterio Ao ql as correntes que se estudiosos a dos que e a dos que querem clusatildeo 16gica eacute a de rentes natildeo estatildeo 58 sempenho e fmalid Penitenciaacuterios atuab

De qualquer Conselhos Penite penso embora jaacute se

dade eacute que natildeo de realizaacute-Ias

Presidecircncia do do Distrito tomar 3274 de 2 de dispotildee sobre Penitenciaacuterio

nio possuir procurou o Ccm8elltl ccedilio do nnArtlmn tl

ca Esportes e Governo do cumprimento item XII e do 6nico da mcncjorul~ para a realizaccedilatildeo Educaccedilatildeo Fiacutesica do Esse prnoru

para Centros Federal os protessofl~s rio Maacutercio __--- mento que o muito entusiasmo e dos dirigentes

l C1tado por BRITO

I natildeo de favores ou regashylei admite sejam cocircncedishyndenados Nem a autorishyiruacutestrativa por estar ao muito proacutexima e por isshy)metida na execuccedilatildeo poshyudes que se devem exigir cessatildeo daquelas medidas

ne todos essa preocupashyI autores no original isto mciaram os seus pensashylevacircncia dos temas que das sugestotildees apresentashy~ o dever de fidelidade s para que nada se pershyiIp8Sse ainda que invo-

~rece o legislador estaacute [rtunidade para incluir no Lei de Execuccedilatildeo Penal

Sugestotildees O art 15 do blara que o Conselho oacutergatildeo consultivo e fIscashy~ccedilatildeo da pena E soacute ocante agrave sua composiccedilatildeo Admiruacutestraccediloacutee8 Estadushypara a circunstacircncia de da ediccedilatildeo do Decreto n 4 as carreiras mais releshydos juristas e dos meacutedishyigtas gradas - dentre as Ser recrutados os memshy~o Mas eacute mesmo digno

do legislador de entatildeo bull tal escolha deveria fashy~recircncia dentre tais proshyatildeo excluiacutea outras desde ssem pessoas de relevo relevo a que somente r por uma lideranccedila nashy

$a recente com (l Diretor utamento Penitenciaacuterio fessor Jason Soares de k--~ quatildeo agradavelshyhgtreendido no Estado do

accedilatildeo de uma assistente do respectivo Conselho romovendo a dinamizashygatildeo mediante a realizashymas de assistecircncia aos essos da mais alta valia

Satildeo muitas hoje as profIssotildees que teriam grande influecircncia segundo creio na dinamizaccedilatildeo desse colegiado como os socioacutelogos os psicoacutelogos os antroshypoacutelogos e os proacuteprios assistentes sociais como se acabou de referir

Existe uma comissatildeo vinculada ao Conselho Nacional de Poliacutetica Penitenshyciaacuteria do Ministeacuterio da Justiccedila empreshyendendo estudos em torno do Conselho Penitenciaacuterio Ao que se sabe duas satildeo as correntes que se formaram entre tais estudiosos a dos que desejam elinuacutenaacute-Io e a dos que querem atualizaacute-lo A conshyclusatildeo loacutegica eacute a de que ambas as corshyrentes natildeo estatildeo satisfeitas com o deshysempenho e fInalidade dos Conselhos Penitenciaacuterios atualmente

De qualquer sorte poreacutem aos Conselhos Penitenciaacuterios segundo penso embora jaacute sejam cometidas tareshyfas e atribuiccedilotildees da mais alta relevacircncia como a assistecircncia aos egressos a vershydade eacute que natildeo lhes satildeo dadas condiccedilotildees de realizaacute-Ias

Quando tive a honra de exercer a Presidecircncia do Conselho Penitenciaacuterio do Distrito Federal empenhei-me em tornar realidade o disposto na Lei n 3274 de 2 de outubro de 1957 que dispotildee sobre Nonnas Gerais do Regime Penitenciaacuterioacute

Lembro-me de que justamente por natildeo possuir infra-estrutura adequada procurou o Conselho obter a colaborashyccedilatildeo do Departamento de Educaccedilatildeo Fiacutesishyca Esportes e Recreaccedilatildeo - DEFER - do Governo do Distrito Federal para o cumprimento do disposto no art I item XII e do art 22 e seu paraacutegrafo uacutenico da mencionada Lei precisamente para a realizaccedilatildeo de um programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica cientifIcamente dirigishydo Esse Programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica

para Centros Reeducacionais do Distrito Federal como se intitulou empolgou os professores Caranambu Bessa e Maacuteshyrio Maacutercio Cardoso daquele Departashymento que o puseram em praacutetica com muito entusiasmo por parte dos internos e dos dirigentes dos estabelecimentos

Citado por BRITO (6)

prisionais sendo acompanhado com enorllC interesse pela imprersa local ~

Diligenciou-se muito antes da Lei n 6416 de 1977 no sentido de que fosse posto em praacutetica Provimento do egreacutegio Tribunal de Justiccedila do Distrito Federal referente agrave prisatildeo-albergue

Quanto agrave assistecircncia aos egressos a pesquisa empreendida pelo Conselho a exemplo do que ocorre noutros oacutergatildeos especializados fixou-se em torno do risco da reincidecircncia e dos meios e moshydos de evitaacute-la ou diminuir-lhe a incishydecircncia avultando entre esses a procura de um trabalho adequado para o liberashydo condicional ou para o que cumpriu a pena e foi posto definitivamente em lishyberdade

Encontrei o texto do Decreto n 8233 de 22 de setembro de 1910 que aprova o regulamento ofIciai dos libeshyrados ou egressos definitivos da prisatildeo do Distrito Federal finnado por Nilo Peccedilanha e referendado por Esmeraldino Bandeira verdadeiro monumento de sashybedoria e fonte de inspiraccedilatildeo como asshysinalei no meu relatoacuterio para inl1meras providecircncias que podem ser tomadas ainda hoje

ExemplifIco com o art 15 daquele Decreto assim redigido

Com a necessaacuteria antecedecircnshycia deveraacute a comissatildeo de acordo com o preso providenciar de modo que no dia do livramento defmitishyvo se lhe depare ocupaccedilatildeo honesta com a remuneraccedilatildeo sufIciente agraves necessidades de sua condiccedilatildeo Toshydas as pessoas que contratarem com o Governo seratildeo obrigadas por uma claacuteusula especial a resershyvar lugares para os liberados cujo exemplar procedimento puder ser atestado pela comissatildeo - nos servishyccedilos e obras que forem realizados em cumprimento dos respectivos conshytratos (Grifos meus) Ora essas providecircncias tatildeo simples

mas de tanta importacircncia para os egressos e para coibir a reincidecircncia por falta de trabalho honesto que o gecircnio de

23

Esmeraldino Bandeira preconizava em 1910 podem ainda hoje ser utilizadas como instrumento eficaz pela Admishynistraccedilatildeo

O drama do presidiaacuterio foi sintetishyzado em frase lapidar de Mariano Ruiz Funes A prisatildeo eacute temporaacuteria mas os prisioneiros natildeo deixam nunca mais de ser presidiaacuterios (11)

A assistecircncia aos egressos pois eacute uma das tarefas mais nobilitantes e efishycientes se devidamente feita pelos Conselhos Penitenciaacuterios

Essa assistecircncia ainda se tomou mais significativa apoacutes o advento da Lei n 6416 de 24 de maio de 1977 que entre outros beneficios instituiu a prishysatildeo-albergue a que se anteciparam alshyguns Estados pela coragem dos seus Tribunais de Justiccedila eliminou tambeacutem as doacutevidas quanto agrave compatibilidade do trabalho externo com o regime penitenshyciaacuterio fechado e semi-aberto conforme claramente confessado na Exposiccedilatildeo de Motivos do Ministro Armando Falcatildeo (item 12) ao Presidente Ernesto Geisel

que encaminhou a Mensagem n 52177 ao Congresso Nacional

Mas eacute tambeacutem necessaacuterio visitar os presos coin mais frequumlecircncia e natildeo soshymente por ocasiatildeo da solenidade do lishyvramento condicional como infelizshymente soacutei acontecer

eacute certo que se inclui entre os oacutershygatildeos da execuccedilatildeo penalmais um conseshylho - o Conselho da Comunidade (anteshyprojeto art 52 item VI) composto de um representante de associaccedilatildeo comershycial ou industrial middotou entidade similar um advogado indicado pela Secccedilatildeo ou Subsecccedilatildeo da Ordem dos Advogados do Brasil e um assistente social designashydo pela Delegacia Seccional do Conseshylho Regional de Assistentes Sociais (art 24) para funcionar em cada comarca incumbindo-lhes visitar os estabelecishymentos prisionais entrevistar os presos representar quando necessaacuterio ao Juiz da execuccedilatildeo e ao Conselho Penitenciaacuterio e diligenciar pela obtenccedilatildeo de recursos materiais e humanospara dar-lhes meshy

Citado por BRITO (6)

lhor assistecircncia (art 25 e seus incisos) Satildeo atividades coadjuvantes agraves do

Conselho Penitenciaacuterio que assim teraacute Uma ajuda substancial da comunidade quase sempre ausente e omissa nessa assistecircncia aos presos e aos egressos

Urge conscientizar a comunidade especialmente agora em que recrudesshyceram os crimes mais violentos e a soshyciedade estaacute assustada que muitas vezes o braccedilo do assassino foi armado pela falta de assistecircncia quando esteve preshyso ou como tgresso

E aos juristas de que esse saber cientiacutefico tatildeo abrangente e humanitaacuterio denominado Direito Penitenciaacuterio estaacute a merecer um tratamento mais cuidadoso conforme o recomendam os inoacutemeros congressos dos especialistas e pretende fazecirc-lo o presente ciclo de estudos

VIConclusatildeo

Ao concluir este esboccedilo dando-me conta de que nesta Casa repousam os restos mortais do maior dos brasileiros natildeo poderia faltar alguma de suas liccedilotildees imorredoiras E que outra liccedilatildeo maior ou mais adequada para ser relembrada nesta hora senatildeo aquela Oraccedilatildeo aos Moccedilos que aos moccedilos tambeacutem se destishynaratildeo os estudos deste ciclo promovido pelas instituiccedilotildees mais necessaacuterias agrave Democracia - o Tribunal de Justiccedila a Ordem dos Advogados o Ministeacuterio Poacuteblico e as Universidades

De Ruy Barbosa portanto haacute de ser a citaccedilatildeo mais expressiva

Dessas democracias pois o eixo eacute a Justiccedila eixo natildeo abstrato natildeo supositiacutecio natildeo meramente moral mas de uma realidade proshyfunda e tatildeo praticamente embebido atraveacutes de todas as suas peccedilas que falseando ele ao seu mister todo o sistema cairaacute em paralisia desorshydem e subversatildeo Os poderes consshytitucionais entraratildeo em conflitos insolaacuteveis as franquias constitucioshynais ruiratildeo por terra e da organizashy

ccedilatildeo constitucional d das suas funccedilotildees e d tias apenas restaratildeo d De Carnelutti 6 o P

que o Direito eacute ulDa ponte economicw e o honro entre Economia e Moral

Jaacute disse que o COIU ciaacuterio eacute uma ponte entre

cutivo e o Poder Judiam E Nietzsche afirmava

de do homem eacute ele ser UI[

uma meta o que se pode mem eacute ele ser uma passa bamento e que somente middot Ies que sabem viver COIJl(j guindo porque satildeo esset vessam de um para outro I

Magistrados advogampll do Ministeacuterio Poacuteblico PIl

(I)

(2)

(3) (4)

(5)

(6)

(7)

(8)

(9)

(10)

(11) (12)

(13)

(14)

(15)

(16) 38

24

cia (art 25 e seus incisos) vidades coadjuvantes agraves do nitenciaacuterio que assim teraacute substancial da comunidade re ausente e omissa nessa os presos e aos egressos onscientizar a comunidade te agora em que recrudesshyimes mais violentos e a soshyassustada que muitas vezes aSsassino foi armado pela

stecircncia quando esteve preshytgresso juristas de que esse saber to abrangente e humanitaacuterio Direito Penitenciaacuterio estaacute a tratamento mais cuidadoso recomendam os inlIacutemeros

los especialistas e pretende 6ente ciclo de estudos

lo

Iuir este esboccedilo dando-me ~ nesta Casa repousam os is do maior dos brasileiros faltar alguma de suas liccedilotildees E que outra liccedilatildeo maior ou

ida para ser relembrada knatildeo aquela Oraccedilatildeo aos os moccedilos tambeacutem se destishy~s deste ciclo promovido ~ mais necessaacuterias agrave - o Tribunal de Justiccedila a LAdvogados o Ministeacuterio Jniversidades Barbosa portanto haacute de

Dais expressivaSsas democracias pois o IJusticcedila eixo natildeo abstrato

itfcio natildeo meramente iaS de uma realidade proshy- ) praticamente embebido

todas as suas peccedilas que I ele ao seu mister todo o Fairaacute em paralisia desorshybversatildeo Os poderes consshy~ entraratildeo em conflitos as franquias constitucioshybpor terra e da organizashy

ccedilatildeo constitucional do seu caraacuteter tudantes eacute nossa inctimbecircncia a de natildeo das suas funccedilotildees e das suas garanshy somente salvar as instituiccedilotildees juriacutedicas tias apenas restaratildeo destroccedilos (3) mais democraacuteticas mas sobretudo a de De Camelutti eacute o pensamento de mantecirc-Ias vivas e atuantes

que o Direito ~ uumllna ponte entre o homo Juiz meu apelo final haacute de se enshyeconomicus e o homo moralis isto eacute dereccedilar aos Juiacutezes a quem os Coacutedigos entre Economia e Moral impotildeem o dever de velar pela dignidade

Jaacute disse que o Conselho Penitenshy da Justiccedila Haacute poucos dias em Satildeo ciaacuterio eacute uma ponte entre o Poder Exe- Paulo tive a oportunidade de dizer coshycutivo e o Poder Judiciaacuterio mo Eduardo Couture que da dignidade

E Nietzsche afumava que o granshy do Juiz depende a pr6pria dignidade do de do homem eacute ele ser uma ponte e natildeo Direito o qual somente valeraacute em um uma meta o que se pode amar no hoshy paiacutes e em um momento hist6rico detershymem eacute ele ser uma passagem e um acashy minados o que valerem os seus Juiacutezes bamento e que somente amava agravequeshy como homens pois o dia em que os Jushyles que sabem viver como que se extinshy zes tiverem medo nenhum cidadatildeo poshyguindo porque satildeo esses os que atrashy daaacute dormir tranquumlilo (lO) Cwnpre-nos vessam de um para outro lado (18) velar pela dignidade do Direito pela

Magistrados advogados membros dignidade da Justiccedila pela dignidade do do Ministeacuterio Puacuteblico professores es- Homem

BIBLIOGRAFIA

(I) ACCIOL Y FILHO Novos meacutetodos para a repressatildeo penal Rlnflegisl Brasnia 1S(60) 16-17 outJdez 1978 Conferecircncia pronunciada na Ordem dos Advogashydos Seccedilatildeo de Satildeo Paulo

(2) AZEVEDO Vicente de Paulo Vicente de Curso de direito judici4rio pelUll Satildeo Paulo Saraiva 1958 v2 p407

(3) BARBOSA Ruy Oraccedilatildeo aos moccedilos RiodeJoreiroOrgSinDesI947 p62-63 (4) BARROS Romeu Pires ele Campos R Cons Penit DF BrasOia 12 31-48 Conshy

ferecircncia na Univ de Brasiacutelia durante o Curso de Extensatildeo Cultural de Ci8ncia PeshynaI Penitenciaacuteria

(5) BRAUNE Domingos Henrique Leal Livramento condicional R Inf legisl Brasiacutelia 4144-45 julldez 1980

(6) BRITO Washington Bolivar de Relat6rio das atividades do Conselho Penitenciaacuterio do Distrito Federal R Cons Penit DF Brasiacutelia (34) 129-139 jan I 9761jun 1977

(7) CARNELUTTI Francesco Arte do direito seis meditaccedilotildees sobre o direito Trad de Pimo de Aguiar Coimbra Liv Almedina 1974 - p 130

(8) Meditaccedilatildeo em torno do problema da ciecircncia do direlIo R Proc Ger Est R sPorto Alegre (27) 11-25

(9) COTRIM NETO AB O conceito da execuccedilatildeo penal R Cons Penit DF 2620janmar 1971

(10) COUTURE Eduardo Introduccedilatildeo ao estudo do processo civil Rio de Janeiro Konfino 1951 p88

(11) FUNES Mariano Ruiz A crise nas prisotildees Sio Paulo Saraiva 1953 p2 (12) GRINOVER Ada Pellegrini Eficaacutecia e autoridade da sentenccedila pelUll Ed Revista

dos Tribunais 1978 p2m) KIRSCHMANN von A falta de valor da jurisprudecircncia como ciecircncia 1848

Conferecircncia (14) MENDES Nelson Pizzotti Uma introduccedilatildeo agrave penologia Justitia Satildeo Paulo

42 151-157 janmar 1980 (15) MIOTTO Armida Bergamini ConselJw penitenciaacuterio In ENCICLOP~D1A

SarJiva de Direito Satildeo Paulo 1977 v18 p232 Verbete (16) Curso de direito penitenciaacuterio Satildeo Paulo Ed Saraiva v1 p

38

25

(17) o direito penitenciaacuterio importacircncia e necessidade do seu estudo Rln legisl Brasflia 7 (28)93-106 outJdez Tese apresentada no IV Congresso Nashycional de Direito Penal e Ciecircncias AfIDS

(18) NIETZSCHE Frederico Assim falava Zaratustra 5 ed Publ Brasil Editoshyra p9-1O

(19) RAYMUNOq Adhemar Execuccedilatildeo ~ In Estudos de direito processual peshynal Llv PJOgreaso 1957 po8

(20) QUIROZ CUARON Alfonso Evoluci6n de la criminologia Derecho Penal ContempordneoM6xico OF (3)25

A

comprador subsequumlentes mento das Ontem como

res embora por lei volviam a duplicata ltemia ao vendedor oacutebice surgido ao parte dos cabia ao mrumte todo o restante

Com o Decreto D 917 de como possiacutevel para verificaccedilatildeo dos

1 Desembargador

subsiste como auxiliar tos ademais trans-

da pena para o reshyde um status do condena- ~e com o Estado com bem estabelecidos O

lo penal seraacute particushyl embora sinteticamente

Penal

Ibor compreen~ desse l_se partir da existecircncia de I~~~ndenatoacuteria que culmina ~ e tnlnsfofOla o cidashylado-lhe direitos e outorshyros direitos e deveres enshyIe condenado A eficaacutecia e ~ decislo somente po- lias com o seu tracircnsito em

p conveacutem atentar com li Grinover para a distin-

a esse prop6sito faz

li Liebman a coisa julgada efeito da sentnccedila e muito gtde identifich-se com a declaratoacuteria da mesma a coisa julgada eacute algo

$C acresce agrave decisatildeo para ~ estabilidade eoria como se sabe ftlDshy~disdistiIacutetinccedilatildeo entre coisa julshyIcaacutecia natural da sentenccedila definir-se como um coshy

lenamente eficazem virshyIooeidade natural dos atos tuas a imutabilidade dos ~ sentenccedila existe apenas ~ passa em julgado (12) ~ penal entretanto poshyfidentes que destronam a tia sentenccedila transitam em por exemplo no indulto bi cuja aplicaccedilatildeo colabo-

te os Conselhos Peni-

Azevedo ao tratar da rna ensina que o verbo ntre outros o sentido e o fazer justiccedila Pela etimo- a seguir ateacute o fllD ex se-

quor (Crseguir ateacute o fmal levar a cabo ultimar concluir (2)

Deve-se ter presente que o direito de punir se desdobra em trecircs fases a cominaccedillo a aplicaccedilatildeo e a execuccedilatildeo da pena Em consequumlecircncia surgem trecircs instacircncias segundo Albert Krebs a que procura punir a que decreta a punishyccedilatildeo e a que executa essa puniccedilatildeo

Haacute quem lhe negue juridicidade ao pretexto de que a execuccedilatildeo penal eacute mashyterialidade da qual o Direito natildeo se inshyteressa o que foi repelido por Falchi

Em tomo da natureza juriacutedica da execuccedilatildeo penal jaacute discorreu com o seu reconhecido saber Adhemar Raymunshydo em tese de concurso e nos seus Esshytudos de Direito Processual Penal a mateacuteria se encontra expOsta com clareza e brilho com as seguintes conclusotildees

a) a execuccedilatildeo penal eacute de nashytureza administrativa b) a execuccedilatildeo penal constitui atividade processual uma vez que a negaccedilatildeo de jurisdishycionalidade natildeo importa exclusatildeo de processualidade c) natildeo haacute relashyccedilatildeo processual executiva mas relashyccedilatildeo juriacutedico-material entre o Estashydo que exerce o seu poder punitivo (sentenccedila condenatoacuteria) e o condeshynado que a ele tem de se submeter (Santoro) d) a relaccedilatildeo processual definida na sentenccedila fmal pode ressurgir na fase executiva detershyminando o exerciacutecio de atividades processuais tendentes agrave obtenccedilatildeo de outra decisatildeo (exemplo a aplicashyccedilatildeo de medida de seguranccedila dushyrante a execuccedilatildeo da pena uI arts 751 a 757 da nossa Lei Processual Penal) (19) Romeu Pires de Campos Barros

em conferecircncia pronunciada na Univershysidade de Brasflia durante o 11 Curso de Extensatildeo Cultural de Ciecircncia Penal e Penitenciaacuteria depois de lembrar que existe uma distinccedilatildeo entre execuccedilatildeo peshynai proacutepria e execuccedilatildeo penal improacutepria servindo de exemplo desta a de sentenccedila absolutoacuteria que impotildee medida de segushy

Citado por COTRIM NETO (9) Op cito (9) p21

I ) bull

ranccedila (arts 22 e 24 do Coacutedigo Penal) reportou-se ao debate doutrinuacuteio sobre a natureza juriacutedica do instituto e cooshycluiu que em nosso direito positivo a execuccedilatildeo eacute ato jurisdicional cabendo ao Juiz a ftmccedillo de presidir ao processo executoacuteoacuteo que resulta da condenaccedilatildeo e em que se efetivam as medidas punitivas de condenaccedilatildeo impostas ao sentencia- _ do A relaccedilatildeo processual executoacuteria constitui simples prolongamento da que se instaura com a denOacutellcia ou a queixa natildeo existindo um processo de execuccedilatildeo de caraacuteter autOcircnomo como no processo civil A afmnativa segundo aquele fesshytejado processualista resulta dos proacuteshyprios tennos do Coacutedigo de Processo Peshynai nos seus artigos 674 675 683 sect 12 e 685 Acentua que a jurisdicionalidade da execuccedilatildeo penal eacute tradiccedilatildeo em nosso Direito Nazareth Ramalho Aureliano de Gusmatildeo Mendes de Abneida Joacutenior Galdino Siqueira e na atualidade J08-shyquim Canuto Mendes de Almeida Eduardo EspUacutelola Roberto Lyra Borshyges da Rosa MagaIhAes Noronha e Freshyderico Marques a reconhecem e proclashymam (4)

Realmente em face do nosso dishyreito positivo d6vida nlio pode haver da jurisdicionalidade da execuccedilatildeo penal Eacute o que afmna o art 668 do Coacutedigo de Processo Penal A execuccedilatildeo formalshymente incumbe sempre a um Juiz quer ao especial quer ao da sentenccedila onde natildeo houver aquele ou sendo a decisatildeo do Tribunal do Juacuteri ao seu Presidente

Em verdade a jurisdicionalizaccedillio da execuccedilatildeo da pena sempre enfatizada nos congressos especializados jaacute ganhou aceitaccedilatildeo plena nos paiacuteses mais evoluiacuteshydos Em Direito Penitenciaacuterio como no middot Direito Penal o princfpio da reserva le- gal tambeacutem deve ser observado e isto incumbe a IUD Juiz verificar e decidir

IV OsoacutergiOacutes da EDcaCcedilio r_I

Agora entretantlt mais uma tentashy

19

tiva se faz em tomo da instituiccedilatildeo do processo de execuccedilatildeo penal por lei proacuteshypria Anterionnente falava-se mesmo em Coacutedigo das Execuccedilotildees Penais agora entretctnto o anteprojeto publicado para receber sugestotildees denomina-se de Lei de Execuccedilatildeo Penal mais modestamente portanto

Do seu objeto e fmalidade diz o citado anteprojeto no art 12

Art 2 - A Lei de Execuccedilatildeo Jgtenal regula o cumprimento da peshyna e da medida de seguranccedila a fun de que se alcancem a reprovaccedilatildeo e a prevenccedilatildeo do crime

Paraacutegrafo 6nico - Constitui objetivo mediato da execuccedilatildeo penal a educaccedilatildeo e a assistecircncia que no futuro facilitem ao condenado hannocircnica convivecircncia em sociedashyde

Quanto aos oacutergatildeos da execuccedilatildeo pe- nal lecirc-se no art 52 a seguinte enumera- ccedillo

ArL 52 _- Satildeo orgatildeos da execushyccedilio penal

I - o Conselho Nacional de Poliacuteshytica Penitenciaacuteria

11 - o Juiacutezo da Execuccedilatildeo III - a Autoridade Administrativa IV - o Ministeacuterio P1blico V - o Conselho Penitenciaacuterio VI - o Conselho da Comunidade

Esclarece o anteprojeto que ao J~ de Execuccedilatildeo e agrave Autoridade AdmishyDistrativa inecircumbe efetivar a execuccedilatildeo penal (art 62 sem grifo no original) middot Supervisionar e fiscalizar satildeo incumbecircnshycias do Conselho Nacional de Poliacutetica PenitencWia do Ministeacuterio Poacuteblico do Conselho Penitenciaacuterio e ainda do Conselho da Comunidade (art 1Z) Asshysim natildeo seraacute por falta de quem fiscalize ou supervisione que se deixaraacute de apontar as irregularidades

Deu-se a devida ecircnfase ao Jufzoda Execuccedilatildeo (TItulo I Capiacutetulo III) e ao con~o do que se poderia supor ante as criticas que o 6rgatildeo vem ultimamente suportando tambeacutem ao Conselho Penishy

tenciaacuterio (Capiacutetulo V)

20

V O Conselho Penitenciaacuterio

A denominaccedilatildeo de Conselho Penishytenciaacuterio foi dada pelo proacuteprio Decreto n 16665 de 6 de novembro de ]924 que regulando o livramento condicioshynal no art 22 o criou Eacute pois uma criaccedilatildeo brasileira de alta inspiraccedilatildeo humanitaacuteria e tambeacutem cientiacutefica e teacutecnishyca no dizer de Roberto Lyra

Administrativamente eacute oacutergatildeo coleshymiddot giado tambeacutem denominado de deliberashyccedilatildeo coletiva

Pela sua composiccedilatildeo sempre mereshyceu o elevado conceito de que goza na comunidade e por parte dos Poderes

middot Executivo a que pertence e Judiciaacuterio middot a que auxilia

Pelas suas atribuiccedilotildees diz o verbete middot da Enciclopeacutedia Saraiva de Direito faz

a ponte entre 5gt]gtoder Executivo e o Poshyder Judiciaacuterio no que-Secirc-refere rexecushyccedilatildeo das sanccedilotildees penais (penas e medidas de seguranccedila) e agrave observacircncia do regime penitenciaacuterio legal (15)

Ao instituf-lotilde o ieacutegislador o quis constituiacutedo por um Procurador da Reshypuacuteblica e um membro do Ministeacuterio Puacuteshyblico local designados pelos respectivos Procuradores Gerais e mais cinco pessoas gradas trecircs das quais ecircSColhishydas de preferecircncia dentre professores de Direito ou juristas em atividade foshy

middot rense e dois dentre professores de Meshymiddotdicina oucliacutenicos profissionais (art 22) middot de livre nomeaccedilatildeo do Chefe do Poder Executivo Os diretores de estabelecishymento~ prisionais nele tomam assento como mformantes

Natildeo obstante esse merecido conshyceito o Conselho Penitenciaacuterio tem sido criticado ora pela lentidatildeo de suas delishyberaccedilotildees ora pela ingerecircncia no mister do Poder Judiciaacuterio ora pela proacutepria

middot Administraccedilatildeo a que pertence por inshyco~preensotildees quanto ao seu papel fisshy

middot c~dor dos estabelecimentos prisioshymiddot n3JS e assim indiretamente dos proacuteshyprios administradores

middot Leia-se por exemplo o que diz Vishycente de Azevedo

Entre noacutes existem (de duvishydosa eficiecircncia) os Conselhos Peshynitenciaacuterios -cujas fmalidades satildeo

por vezes desvirtuadas entrarem no exame do processos fmdos () pw los e em seguida propor da Justiccedila (lI) a concessl (7) reduzindo a pena pe de agravantes reconheci desclassificaccedilatildeo do crU nistro da Justiccedila acolhe o Presidente da Repaacutebli o favor

E logo adiante b que pela orgaru

cima nem o proacuteprio Su bunal Federal pode f~ colaboraccedilatildeo dos Con tenciaacuterios consuma-o o cutivo num flagrante ltk coisa julgada no crime de aberraccedilatildeo juriacutedicoshypenal e inutilizaccedilatildeo da j1 titufda nada haacute de l1l2 tol O mesmo PrltJlCCssualisti

to ao tratar do livramento consignou a alta valida do Conselho Penitenciaacuterio advogados meacutedicos e nisteacuterio Poacuteblico do mais ~mpetecircnciamiddot

Domingos Henrique em valioso estudo put)licad~ do Conselho Penitenciaacuterio Federal assim tambeacutem se

Apesar das ccedilotildees o Conselho praacutetica vem se rcVClaJOC

meramente Yt~ sume a vramentos comutaccedilotildees e laVORIS_

base o relatoacuterio da recional A apreciaccedilatildeo Penitenciaacuterio eacute quase mal e como o Juiz ao pareceT exaacuterado um complicador no percorre a potullaccedil~io apoacutes sair do acircmbito ccedilatildeo ~~a (5)

1 Op cito 121 p411 I Op cito 121 p429

--

r o Penitenciaacuterio

[laccedilatildeo de Conselho Penishyda pelo pr6prio Decreto ~ de novembro de ] 924 r o livramento condicioshy o criou Eacute pois uma eira de alta inspiraccedilatildeo ~beacutem cientiacutefica e teacutecnishy) Roberto Lyra ~tivamente eacute oacutergatildeo coleshydenominado de deliberashy

~mposiccedilatildeo sempre mereshybmceito de que goza na por pane dos Poderes e pertence e Judiciaacuterio

lltribuiccediloacutee8 diz o verbete ISaraiva de Direito faz IPoder Executivo e o Poshyno que Se refere ~execushyI penais (penas e medidas agrave observacircncia do regime ~ (15) f-Iotilde o legislador o quis um Procurador da Reshy~bro do Ministeacuterio Poacuteshygnados pelos respectivos Gerais e mais cinco trecircs das quais escolhishyleia dentre professores )mstas em atividade foshy~tre professores de Meshybull profissionais (art 2~ ~ io do Chefe do Poder Iiretores de estabelecishy~ nele tomam assento es ate esse merecido conshyePenitenciaacuterio tem sido la lentidatildeo de suas delishy~Ia ingerecircncia no mister imo ora pela proacutepria ~ que pertence por inshyuanto ao seu papel fisshytabelecimentos prisioshyiretamente dos pr6shy

~ores

texemplo o que diz Yishyp noacutes existem (de duvishy

lcia) os Conselhos Peshy cujas fmalidadeacutes ~atildeo

por vezes desvirtuadas Jaacute os vi entrarem no exame do meacuterito de processos findos () para apreciaacuteshylos e em seguida propor ao Ministro da Justiccedila (lI) a concessatildeo de graccedila () reduzindo a pena pela exclusatildeo de agravantes reconhecidas ou pela desclassificaccedilatildeo do crime O Mishynistro da Justiccedila acolhe o parecer e o Presidente da Repuacuteblica concede o favor

E logo adiante Q que pela organizaccedilatildeo judishy

ciaacuteria nem o pr6prio Supremo Trishybunal Federal pode fazer com a colaboraccedilatildeo dos Conselhos Penishytenciaacuterios consuma-o o Poder Exeshycutivo num flagrante desrespeito agrave coisa julgada no crime Em mateacuteria de aberraccedilatildeo juriacutedico-processualshypenal e inutilizaccedilatildeo da justiccedila consshytituiacuteda nada haacute de mais compleshyto O mesmo processualista entretanshy

to ao tratar do livramento condicional consignou a alta valida do parecer do Conselho Penitenciaacuterio integrado por advogados meacutedicos e membros do Mishynisteacuterio Puacuteblico do mais alto valor e competecircncia bull Domingos Henrique Leal Braune em valioso estudo publicado na Revista do Conselho Penitenciaacuterio do Distrito Federal assim tambeacutem se expressou

Apesar das excelentes intenshyccedilotildees o Conselho Penitenciaacuterio na praacutetica vem se revelando um 6rgatildeo meramente expletivo jaacute que se reshysume a opinar de longe sobre lishyvramentos condicionais indultos comutaccedilotildees e favores tendo como base o relat6rio da au toridade corshyrecional A apreciaccedilatildeo do Conselho Penitenciaacuterio eacute quase sempre forshymal e como o Juiz natildeo estaacute adstrito ao parecer exarado toma-se mais um complicador no longo iter que percorre a postulaccedilatildeo do apenado apoacutes sair do acircmbito da administrashyccedilatildeo carceraacuteria (5) Texto grifado

Op cito (2) p 41 1 I Op cito (2) p429

no original Entretanto logo em seguida acresshy

centa Entendemos que o ideal seria

como jaacute nos referimos anteriorshymente a completa autonomia da fase de individualizaccedilatildeo executiva da pena privativa de liberdade cortados os liames com a autoridashyde judiciaacuteria

E qual o 6rgatildeo para apreciar os incidentes de execuccedilatildeo concessatildeo de favores etc Justamente o Conselho Penitenciaacuterio com poder decis6rio e realmente controlador sobre os liberados condicionais Um Conselho Penitenciaacuterio de membros com dedicaccedilatildeo exclusiva especialishyzados dotado de infra-estrutura adequada estreitamente ligado aos 6rgatildeos correcionais poreacutem com au tonomia administrativa As criacuteticas portanto se resumem a

eventuais deslizes do colegiado como se todos os demais oacutergatildeos quer adminis- trativos quer judiciaacuterios natildeo os comeshytessem Ou entatildeo eacute porque natildeo estatildeo eles fazendo o que poderiam fazer fosse outra sua destinaccedilatildeo legal

Aliaacutes Accioly Filho em conferecircnshycia pronunciada na Ordem dos Advogashydos - Secccedilatildeo de Satildeo Paulo - por ocasiatildeo do cinquumlentenaacuterio do Conselho Penitenshyciaacuterio daquele Estado intitulada Novos Meacutetodos Para a Repressatildeo Penal ao reshymarcar a necessidade de uma justiccedila penal integrada jaacute preconizava o coshymetimento de novas atribuiccedilotildees aos Conselhos Penitenciaacuterios ateacute como forma de aliviar a carga que se abate soshybre os Juiacutezos das Execuccedilotildees

Eis o trecho pertinente daquela fashyla

Encerrada a accedilatildeo penal com a condenaccedilatildeo a decisatildeo natildeo atende a que eacute o Estado quem vai executaacuteshyla natildeo passando do desate de uma questatildeo entre duas partes agraves quais a sentenccedila concluiu a prestaccedilatildeo jurisshydicional Os Conselhos Penitenciaacuteshy

21

Satildeo muitas hoj teriam grande influecirc

fas e atribuiccedilotildees da como a assistecircncia

Quando tive a

realidade

Lembro-me de

do

rios tecircm servido em certos casos com o do livramento condicional de liame entre a fase de execuccedilatildeo penal para uns no domuacuteuacuteo da adshyministraccedilatildeo e a do processo de coshynhecimento que a antecedeu

Vecirc-se que a u~a penal aqui tambeacutem natildeo funciona como um sistema integrado com fases inteishyramente hannocircnicas e em exerciacutecio continuado sem hiatos dlaquo atribuishyccedilotildees de uma ajustando-se agraves de ou tra

No entanto aos Conselhos Peshynitenciaacuterios poderia estar inteirashymente reservado esse papel de insshytituiccedilatildeo capaz de promover entre as duas i11timas fases a mais pershyfeita colaboraccedilatildeo Basta que se lhes decircem novas atribuiccedilotildees que natildeo sejam simplesmente opinativas e nova estrutura capaz de suportar esses encargos Se os Tribunais tishyveram sua composiccedilatildeo numeacuterica aumentada e se dividiram em outros e tambeacutem se subdividiram por que como lembrava haacute pouco tempo o ilustre membro do Conselho paushylista Dr Divaldo Azevedo Samshypaio natildeo podem os Conselhos Peshynitenciaacuterios crescer em nuacutemero de membros funcionar em Cacircmaras e ter uma infra~estrutura adequada Por que natildeo incluir os Conselhos Penitenciaacuterios entre os oacutergatildeos do Poder Judiciaacuterio e assim ter a seu cargo toda a direccedilatildeo da execuccedilatildeo penal embora seus membros natildeo integrem a Magistratura que soacute um deles a ela pertenccedila E arrematou

Sohretudo agora em que se tentam novas formas de execuccedilatildeo penal a atuaccedilatildeo dos Conselhos Peshynitenciaacuterios com poder decisoacuterio seria mais compatiacutevel com a gravishydade das medidas hoje a cargo da autoridade administrativa ou de distante Magistrado _que propicia o retorno do condenado a uma limiddot berdade antecipada Eacute claro que o Juiz por estar demasiadamente longe da execuccedilatildeo penal natildeo pode acompanhar com seguranccedila o

22

~certo ou natildeo de favores ou regashylias que a lei admite sejam concedishydos aos condenados Nem a autorishydade administrativa por estar ao contraacuterio muito proacutexima e por isshyso comprometida na execuccedilatildeo poshyde ter virtudes que se devem exigir para a concessatildeo daquelas medidas (1) Relevem-me todos essa preocupashy

ccedilatildeo em citar os autores no original isto eacute tal qual enunciaram os seus pensa- mentos A relevacircncia dos temas que abordaram ou das sugestotildees apresentashydas _indicou-me o dever de fidelidade agraves suas palavras para que nada se pershydesse (lU deturpasse ainda que invoshyluntariamente

Ao que parece o legislador estaacute perdendo a oportunidade para incluir no anteprojeto de Lei de Execuccedilatildeo Penal essas valiosas sugestotildees O art 15 do anteprojeto declara que o Conselho Penitenciaacuterio eacute oacutergatildeo consultivo e fIScashylizador da execuccedilatildeo da pena E soacute

Ainda no tocante agrave sua composiccedilatildeo conviria que as Administraccedilotildees Estadushyais atentassem para a circunstacircncia de que ao tempo da ediccedilatildeo do Decreto n 16665 de 1924 as carreiras mais releshyvantes eram as dos juristas e dos meacutedishycos - as pessoas gradas - dentre as quais deveriam ser recrutados os memshybros do Conselho Mas eacute mesmo dignO de nota o gecircnio do legislador de entatildeo ao assinalar que tal escolha deveria fa zer-se demiddotpreferecircncia dentre tais proshyfissotildees isto eacute natildeo exclufa outras desde que tambeacutem fossem pessoas de relevo na comunidade relevo a que somente poderiam atingir por uma lideranccedila nashytural ou cultural

Em conversa recente com ( Diretor Geral do Departamento Penitenciaacuterio Federal o professor Jason Soares de Albeqaria disse-me quatildeo agradavel-=shymente ficara surpreendido no Estado do Acre com a atuaccedilatildeo de uma assistente social membro do respectivo Conselho Penitenciaacuterio promovendo a dinamizashyccedilatildeo daquele oacutergatildeo mediante a realizashyccedilatildeo de programas de assistecircncia aos presos e aos egressos da mais alta valia

na dinamizaccedilatildeo des os socioacutelogos os p p6logos e os proacuteprio como se acabou de rI

Existe uma con Conselho Nacional bull ciaacuteria do Ministeacuterio endendo estudos em Penitenciaacuterio Ao ql as correntes que se estudiosos a dos que e a dos que querem clusatildeo 16gica eacute a de rentes natildeo estatildeo 58 sempenho e fmalid Penitenciaacuterios atuab

De qualquer Conselhos Penite penso embora jaacute se

dade eacute que natildeo de realizaacute-Ias

Presidecircncia do do Distrito tomar 3274 de 2 de dispotildee sobre Penitenciaacuterio

nio possuir procurou o Ccm8elltl ccedilio do nnArtlmn tl

ca Esportes e Governo do cumprimento item XII e do 6nico da mcncjorul~ para a realizaccedilatildeo Educaccedilatildeo Fiacutesica do Esse prnoru

para Centros Federal os protessofl~s rio Maacutercio __--- mento que o muito entusiasmo e dos dirigentes

l C1tado por BRITO

I natildeo de favores ou regashylei admite sejam cocircncedishyndenados Nem a autorishyiruacutestrativa por estar ao muito proacutexima e por isshy)metida na execuccedilatildeo poshyudes que se devem exigir cessatildeo daquelas medidas

ne todos essa preocupashyI autores no original isto mciaram os seus pensashylevacircncia dos temas que das sugestotildees apresentashy~ o dever de fidelidade s para que nada se pershyiIp8Sse ainda que invo-

~rece o legislador estaacute [rtunidade para incluir no Lei de Execuccedilatildeo Penal

Sugestotildees O art 15 do blara que o Conselho oacutergatildeo consultivo e fIscashy~ccedilatildeo da pena E soacute ocante agrave sua composiccedilatildeo Admiruacutestraccediloacutee8 Estadushypara a circunstacircncia de da ediccedilatildeo do Decreto n 4 as carreiras mais releshydos juristas e dos meacutedishyigtas gradas - dentre as Ser recrutados os memshy~o Mas eacute mesmo digno

do legislador de entatildeo bull tal escolha deveria fashy~recircncia dentre tais proshyatildeo excluiacutea outras desde ssem pessoas de relevo relevo a que somente r por uma lideranccedila nashy

$a recente com (l Diretor utamento Penitenciaacuterio fessor Jason Soares de k--~ quatildeo agradavelshyhgtreendido no Estado do

accedilatildeo de uma assistente do respectivo Conselho romovendo a dinamizashygatildeo mediante a realizashymas de assistecircncia aos essos da mais alta valia

Satildeo muitas hoje as profIssotildees que teriam grande influecircncia segundo creio na dinamizaccedilatildeo desse colegiado como os socioacutelogos os psicoacutelogos os antroshypoacutelogos e os proacuteprios assistentes sociais como se acabou de referir

Existe uma comissatildeo vinculada ao Conselho Nacional de Poliacutetica Penitenshyciaacuteria do Ministeacuterio da Justiccedila empreshyendendo estudos em torno do Conselho Penitenciaacuterio Ao que se sabe duas satildeo as correntes que se formaram entre tais estudiosos a dos que desejam elinuacutenaacute-Io e a dos que querem atualizaacute-lo A conshyclusatildeo loacutegica eacute a de que ambas as corshyrentes natildeo estatildeo satisfeitas com o deshysempenho e fInalidade dos Conselhos Penitenciaacuterios atualmente

De qualquer sorte poreacutem aos Conselhos Penitenciaacuterios segundo penso embora jaacute sejam cometidas tareshyfas e atribuiccedilotildees da mais alta relevacircncia como a assistecircncia aos egressos a vershydade eacute que natildeo lhes satildeo dadas condiccedilotildees de realizaacute-Ias

Quando tive a honra de exercer a Presidecircncia do Conselho Penitenciaacuterio do Distrito Federal empenhei-me em tornar realidade o disposto na Lei n 3274 de 2 de outubro de 1957 que dispotildee sobre Nonnas Gerais do Regime Penitenciaacuterioacute

Lembro-me de que justamente por natildeo possuir infra-estrutura adequada procurou o Conselho obter a colaborashyccedilatildeo do Departamento de Educaccedilatildeo Fiacutesishyca Esportes e Recreaccedilatildeo - DEFER - do Governo do Distrito Federal para o cumprimento do disposto no art I item XII e do art 22 e seu paraacutegrafo uacutenico da mencionada Lei precisamente para a realizaccedilatildeo de um programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica cientifIcamente dirigishydo Esse Programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica

para Centros Reeducacionais do Distrito Federal como se intitulou empolgou os professores Caranambu Bessa e Maacuteshyrio Maacutercio Cardoso daquele Departashymento que o puseram em praacutetica com muito entusiasmo por parte dos internos e dos dirigentes dos estabelecimentos

Citado por BRITO (6)

prisionais sendo acompanhado com enorllC interesse pela imprersa local ~

Diligenciou-se muito antes da Lei n 6416 de 1977 no sentido de que fosse posto em praacutetica Provimento do egreacutegio Tribunal de Justiccedila do Distrito Federal referente agrave prisatildeo-albergue

Quanto agrave assistecircncia aos egressos a pesquisa empreendida pelo Conselho a exemplo do que ocorre noutros oacutergatildeos especializados fixou-se em torno do risco da reincidecircncia e dos meios e moshydos de evitaacute-la ou diminuir-lhe a incishydecircncia avultando entre esses a procura de um trabalho adequado para o liberashydo condicional ou para o que cumpriu a pena e foi posto definitivamente em lishyberdade

Encontrei o texto do Decreto n 8233 de 22 de setembro de 1910 que aprova o regulamento ofIciai dos libeshyrados ou egressos definitivos da prisatildeo do Distrito Federal finnado por Nilo Peccedilanha e referendado por Esmeraldino Bandeira verdadeiro monumento de sashybedoria e fonte de inspiraccedilatildeo como asshysinalei no meu relatoacuterio para inl1meras providecircncias que podem ser tomadas ainda hoje

ExemplifIco com o art 15 daquele Decreto assim redigido

Com a necessaacuteria antecedecircnshycia deveraacute a comissatildeo de acordo com o preso providenciar de modo que no dia do livramento defmitishyvo se lhe depare ocupaccedilatildeo honesta com a remuneraccedilatildeo sufIciente agraves necessidades de sua condiccedilatildeo Toshydas as pessoas que contratarem com o Governo seratildeo obrigadas por uma claacuteusula especial a resershyvar lugares para os liberados cujo exemplar procedimento puder ser atestado pela comissatildeo - nos servishyccedilos e obras que forem realizados em cumprimento dos respectivos conshytratos (Grifos meus) Ora essas providecircncias tatildeo simples

mas de tanta importacircncia para os egressos e para coibir a reincidecircncia por falta de trabalho honesto que o gecircnio de

23

Esmeraldino Bandeira preconizava em 1910 podem ainda hoje ser utilizadas como instrumento eficaz pela Admishynistraccedilatildeo

O drama do presidiaacuterio foi sintetishyzado em frase lapidar de Mariano Ruiz Funes A prisatildeo eacute temporaacuteria mas os prisioneiros natildeo deixam nunca mais de ser presidiaacuterios (11)

A assistecircncia aos egressos pois eacute uma das tarefas mais nobilitantes e efishycientes se devidamente feita pelos Conselhos Penitenciaacuterios

Essa assistecircncia ainda se tomou mais significativa apoacutes o advento da Lei n 6416 de 24 de maio de 1977 que entre outros beneficios instituiu a prishysatildeo-albergue a que se anteciparam alshyguns Estados pela coragem dos seus Tribunais de Justiccedila eliminou tambeacutem as doacutevidas quanto agrave compatibilidade do trabalho externo com o regime penitenshyciaacuterio fechado e semi-aberto conforme claramente confessado na Exposiccedilatildeo de Motivos do Ministro Armando Falcatildeo (item 12) ao Presidente Ernesto Geisel

que encaminhou a Mensagem n 52177 ao Congresso Nacional

Mas eacute tambeacutem necessaacuterio visitar os presos coin mais frequumlecircncia e natildeo soshymente por ocasiatildeo da solenidade do lishyvramento condicional como infelizshymente soacutei acontecer

eacute certo que se inclui entre os oacutershygatildeos da execuccedilatildeo penalmais um conseshylho - o Conselho da Comunidade (anteshyprojeto art 52 item VI) composto de um representante de associaccedilatildeo comershycial ou industrial middotou entidade similar um advogado indicado pela Secccedilatildeo ou Subsecccedilatildeo da Ordem dos Advogados do Brasil e um assistente social designashydo pela Delegacia Seccional do Conseshylho Regional de Assistentes Sociais (art 24) para funcionar em cada comarca incumbindo-lhes visitar os estabelecishymentos prisionais entrevistar os presos representar quando necessaacuterio ao Juiz da execuccedilatildeo e ao Conselho Penitenciaacuterio e diligenciar pela obtenccedilatildeo de recursos materiais e humanospara dar-lhes meshy

Citado por BRITO (6)

lhor assistecircncia (art 25 e seus incisos) Satildeo atividades coadjuvantes agraves do

Conselho Penitenciaacuterio que assim teraacute Uma ajuda substancial da comunidade quase sempre ausente e omissa nessa assistecircncia aos presos e aos egressos

Urge conscientizar a comunidade especialmente agora em que recrudesshyceram os crimes mais violentos e a soshyciedade estaacute assustada que muitas vezes o braccedilo do assassino foi armado pela falta de assistecircncia quando esteve preshyso ou como tgresso

E aos juristas de que esse saber cientiacutefico tatildeo abrangente e humanitaacuterio denominado Direito Penitenciaacuterio estaacute a merecer um tratamento mais cuidadoso conforme o recomendam os inoacutemeros congressos dos especialistas e pretende fazecirc-lo o presente ciclo de estudos

VIConclusatildeo

Ao concluir este esboccedilo dando-me conta de que nesta Casa repousam os restos mortais do maior dos brasileiros natildeo poderia faltar alguma de suas liccedilotildees imorredoiras E que outra liccedilatildeo maior ou mais adequada para ser relembrada nesta hora senatildeo aquela Oraccedilatildeo aos Moccedilos que aos moccedilos tambeacutem se destishynaratildeo os estudos deste ciclo promovido pelas instituiccedilotildees mais necessaacuterias agrave Democracia - o Tribunal de Justiccedila a Ordem dos Advogados o Ministeacuterio Poacuteblico e as Universidades

De Ruy Barbosa portanto haacute de ser a citaccedilatildeo mais expressiva

Dessas democracias pois o eixo eacute a Justiccedila eixo natildeo abstrato natildeo supositiacutecio natildeo meramente moral mas de uma realidade proshyfunda e tatildeo praticamente embebido atraveacutes de todas as suas peccedilas que falseando ele ao seu mister todo o sistema cairaacute em paralisia desorshydem e subversatildeo Os poderes consshytitucionais entraratildeo em conflitos insolaacuteveis as franquias constitucioshynais ruiratildeo por terra e da organizashy

ccedilatildeo constitucional d das suas funccedilotildees e d tias apenas restaratildeo d De Carnelutti 6 o P

que o Direito eacute ulDa ponte economicw e o honro entre Economia e Moral

Jaacute disse que o COIU ciaacuterio eacute uma ponte entre

cutivo e o Poder Judiam E Nietzsche afirmava

de do homem eacute ele ser UI[

uma meta o que se pode mem eacute ele ser uma passa bamento e que somente middot Ies que sabem viver COIJl(j guindo porque satildeo esset vessam de um para outro I

Magistrados advogampll do Ministeacuterio Poacuteblico PIl

(I)

(2)

(3) (4)

(5)

(6)

(7)

(8)

(9)

(10)

(11) (12)

(13)

(14)

(15)

(16) 38

24

cia (art 25 e seus incisos) vidades coadjuvantes agraves do nitenciaacuterio que assim teraacute substancial da comunidade re ausente e omissa nessa os presos e aos egressos onscientizar a comunidade te agora em que recrudesshyimes mais violentos e a soshyassustada que muitas vezes aSsassino foi armado pela

stecircncia quando esteve preshytgresso juristas de que esse saber to abrangente e humanitaacuterio Direito Penitenciaacuterio estaacute a tratamento mais cuidadoso recomendam os inlIacutemeros

los especialistas e pretende 6ente ciclo de estudos

lo

Iuir este esboccedilo dando-me ~ nesta Casa repousam os is do maior dos brasileiros faltar alguma de suas liccedilotildees E que outra liccedilatildeo maior ou

ida para ser relembrada knatildeo aquela Oraccedilatildeo aos os moccedilos tambeacutem se destishy~s deste ciclo promovido ~ mais necessaacuterias agrave - o Tribunal de Justiccedila a LAdvogados o Ministeacuterio Jniversidades Barbosa portanto haacute de

Dais expressivaSsas democracias pois o IJusticcedila eixo natildeo abstrato

itfcio natildeo meramente iaS de uma realidade proshy- ) praticamente embebido

todas as suas peccedilas que I ele ao seu mister todo o Fairaacute em paralisia desorshybversatildeo Os poderes consshy~ entraratildeo em conflitos as franquias constitucioshybpor terra e da organizashy

ccedilatildeo constitucional do seu caraacuteter tudantes eacute nossa inctimbecircncia a de natildeo das suas funccedilotildees e das suas garanshy somente salvar as instituiccedilotildees juriacutedicas tias apenas restaratildeo destroccedilos (3) mais democraacuteticas mas sobretudo a de De Camelutti eacute o pensamento de mantecirc-Ias vivas e atuantes

que o Direito ~ uumllna ponte entre o homo Juiz meu apelo final haacute de se enshyeconomicus e o homo moralis isto eacute dereccedilar aos Juiacutezes a quem os Coacutedigos entre Economia e Moral impotildeem o dever de velar pela dignidade

Jaacute disse que o Conselho Penitenshy da Justiccedila Haacute poucos dias em Satildeo ciaacuterio eacute uma ponte entre o Poder Exe- Paulo tive a oportunidade de dizer coshycutivo e o Poder Judiciaacuterio mo Eduardo Couture que da dignidade

E Nietzsche afumava que o granshy do Juiz depende a pr6pria dignidade do de do homem eacute ele ser uma ponte e natildeo Direito o qual somente valeraacute em um uma meta o que se pode amar no hoshy paiacutes e em um momento hist6rico detershymem eacute ele ser uma passagem e um acashy minados o que valerem os seus Juiacutezes bamento e que somente amava agravequeshy como homens pois o dia em que os Jushyles que sabem viver como que se extinshy zes tiverem medo nenhum cidadatildeo poshyguindo porque satildeo esses os que atrashy daaacute dormir tranquumlilo (lO) Cwnpre-nos vessam de um para outro lado (18) velar pela dignidade do Direito pela

Magistrados advogados membros dignidade da Justiccedila pela dignidade do do Ministeacuterio Puacuteblico professores es- Homem

BIBLIOGRAFIA

(I) ACCIOL Y FILHO Novos meacutetodos para a repressatildeo penal Rlnflegisl Brasnia 1S(60) 16-17 outJdez 1978 Conferecircncia pronunciada na Ordem dos Advogashydos Seccedilatildeo de Satildeo Paulo

(2) AZEVEDO Vicente de Paulo Vicente de Curso de direito judici4rio pelUll Satildeo Paulo Saraiva 1958 v2 p407

(3) BARBOSA Ruy Oraccedilatildeo aos moccedilos RiodeJoreiroOrgSinDesI947 p62-63 (4) BARROS Romeu Pires ele Campos R Cons Penit DF BrasOia 12 31-48 Conshy

ferecircncia na Univ de Brasiacutelia durante o Curso de Extensatildeo Cultural de Ci8ncia PeshynaI Penitenciaacuteria

(5) BRAUNE Domingos Henrique Leal Livramento condicional R Inf legisl Brasiacutelia 4144-45 julldez 1980

(6) BRITO Washington Bolivar de Relat6rio das atividades do Conselho Penitenciaacuterio do Distrito Federal R Cons Penit DF Brasiacutelia (34) 129-139 jan I 9761jun 1977

(7) CARNELUTTI Francesco Arte do direito seis meditaccedilotildees sobre o direito Trad de Pimo de Aguiar Coimbra Liv Almedina 1974 - p 130

(8) Meditaccedilatildeo em torno do problema da ciecircncia do direlIo R Proc Ger Est R sPorto Alegre (27) 11-25

(9) COTRIM NETO AB O conceito da execuccedilatildeo penal R Cons Penit DF 2620janmar 1971

(10) COUTURE Eduardo Introduccedilatildeo ao estudo do processo civil Rio de Janeiro Konfino 1951 p88

(11) FUNES Mariano Ruiz A crise nas prisotildees Sio Paulo Saraiva 1953 p2 (12) GRINOVER Ada Pellegrini Eficaacutecia e autoridade da sentenccedila pelUll Ed Revista

dos Tribunais 1978 p2m) KIRSCHMANN von A falta de valor da jurisprudecircncia como ciecircncia 1848

Conferecircncia (14) MENDES Nelson Pizzotti Uma introduccedilatildeo agrave penologia Justitia Satildeo Paulo

42 151-157 janmar 1980 (15) MIOTTO Armida Bergamini ConselJw penitenciaacuterio In ENCICLOP~D1A

SarJiva de Direito Satildeo Paulo 1977 v18 p232 Verbete (16) Curso de direito penitenciaacuterio Satildeo Paulo Ed Saraiva v1 p

38

25

(17) o direito penitenciaacuterio importacircncia e necessidade do seu estudo Rln legisl Brasflia 7 (28)93-106 outJdez Tese apresentada no IV Congresso Nashycional de Direito Penal e Ciecircncias AfIDS

(18) NIETZSCHE Frederico Assim falava Zaratustra 5 ed Publ Brasil Editoshyra p9-1O

(19) RAYMUNOq Adhemar Execuccedilatildeo ~ In Estudos de direito processual peshynal Llv PJOgreaso 1957 po8

(20) QUIROZ CUARON Alfonso Evoluci6n de la criminologia Derecho Penal ContempordneoM6xico OF (3)25

A

comprador subsequumlentes mento das Ontem como

res embora por lei volviam a duplicata ltemia ao vendedor oacutebice surgido ao parte dos cabia ao mrumte todo o restante

Com o Decreto D 917 de como possiacutevel para verificaccedilatildeo dos

1 Desembargador

tiva se faz em tomo da instituiccedilatildeo do processo de execuccedilatildeo penal por lei proacuteshypria Anterionnente falava-se mesmo em Coacutedigo das Execuccedilotildees Penais agora entretctnto o anteprojeto publicado para receber sugestotildees denomina-se de Lei de Execuccedilatildeo Penal mais modestamente portanto

Do seu objeto e fmalidade diz o citado anteprojeto no art 12

Art 2 - A Lei de Execuccedilatildeo Jgtenal regula o cumprimento da peshyna e da medida de seguranccedila a fun de que se alcancem a reprovaccedilatildeo e a prevenccedilatildeo do crime

Paraacutegrafo 6nico - Constitui objetivo mediato da execuccedilatildeo penal a educaccedilatildeo e a assistecircncia que no futuro facilitem ao condenado hannocircnica convivecircncia em sociedashyde

Quanto aos oacutergatildeos da execuccedilatildeo pe- nal lecirc-se no art 52 a seguinte enumera- ccedillo

ArL 52 _- Satildeo orgatildeos da execushyccedilio penal

I - o Conselho Nacional de Poliacuteshytica Penitenciaacuteria

11 - o Juiacutezo da Execuccedilatildeo III - a Autoridade Administrativa IV - o Ministeacuterio P1blico V - o Conselho Penitenciaacuterio VI - o Conselho da Comunidade

Esclarece o anteprojeto que ao J~ de Execuccedilatildeo e agrave Autoridade AdmishyDistrativa inecircumbe efetivar a execuccedilatildeo penal (art 62 sem grifo no original) middot Supervisionar e fiscalizar satildeo incumbecircnshycias do Conselho Nacional de Poliacutetica PenitencWia do Ministeacuterio Poacuteblico do Conselho Penitenciaacuterio e ainda do Conselho da Comunidade (art 1Z) Asshysim natildeo seraacute por falta de quem fiscalize ou supervisione que se deixaraacute de apontar as irregularidades

Deu-se a devida ecircnfase ao Jufzoda Execuccedilatildeo (TItulo I Capiacutetulo III) e ao con~o do que se poderia supor ante as criticas que o 6rgatildeo vem ultimamente suportando tambeacutem ao Conselho Penishy

tenciaacuterio (Capiacutetulo V)

20

V O Conselho Penitenciaacuterio

A denominaccedilatildeo de Conselho Penishytenciaacuterio foi dada pelo proacuteprio Decreto n 16665 de 6 de novembro de ]924 que regulando o livramento condicioshynal no art 22 o criou Eacute pois uma criaccedilatildeo brasileira de alta inspiraccedilatildeo humanitaacuteria e tambeacutem cientiacutefica e teacutecnishyca no dizer de Roberto Lyra

Administrativamente eacute oacutergatildeo coleshymiddot giado tambeacutem denominado de deliberashyccedilatildeo coletiva

Pela sua composiccedilatildeo sempre mereshyceu o elevado conceito de que goza na comunidade e por parte dos Poderes

middot Executivo a que pertence e Judiciaacuterio middot a que auxilia

Pelas suas atribuiccedilotildees diz o verbete middot da Enciclopeacutedia Saraiva de Direito faz

a ponte entre 5gt]gtoder Executivo e o Poshyder Judiciaacuterio no que-Secirc-refere rexecushyccedilatildeo das sanccedilotildees penais (penas e medidas de seguranccedila) e agrave observacircncia do regime penitenciaacuterio legal (15)

Ao instituf-lotilde o ieacutegislador o quis constituiacutedo por um Procurador da Reshypuacuteblica e um membro do Ministeacuterio Puacuteshyblico local designados pelos respectivos Procuradores Gerais e mais cinco pessoas gradas trecircs das quais ecircSColhishydas de preferecircncia dentre professores de Direito ou juristas em atividade foshy

middot rense e dois dentre professores de Meshymiddotdicina oucliacutenicos profissionais (art 22) middot de livre nomeaccedilatildeo do Chefe do Poder Executivo Os diretores de estabelecishymento~ prisionais nele tomam assento como mformantes

Natildeo obstante esse merecido conshyceito o Conselho Penitenciaacuterio tem sido criticado ora pela lentidatildeo de suas delishyberaccedilotildees ora pela ingerecircncia no mister do Poder Judiciaacuterio ora pela proacutepria

middot Administraccedilatildeo a que pertence por inshyco~preensotildees quanto ao seu papel fisshy

middot c~dor dos estabelecimentos prisioshymiddot n3JS e assim indiretamente dos proacuteshyprios administradores

middot Leia-se por exemplo o que diz Vishycente de Azevedo

Entre noacutes existem (de duvishydosa eficiecircncia) os Conselhos Peshynitenciaacuterios -cujas fmalidades satildeo

por vezes desvirtuadas entrarem no exame do processos fmdos () pw los e em seguida propor da Justiccedila (lI) a concessl (7) reduzindo a pena pe de agravantes reconheci desclassificaccedilatildeo do crU nistro da Justiccedila acolhe o Presidente da Repaacutebli o favor

E logo adiante b que pela orgaru

cima nem o proacuteprio Su bunal Federal pode f~ colaboraccedilatildeo dos Con tenciaacuterios consuma-o o cutivo num flagrante ltk coisa julgada no crime de aberraccedilatildeo juriacutedicoshypenal e inutilizaccedilatildeo da j1 titufda nada haacute de l1l2 tol O mesmo PrltJlCCssualisti

to ao tratar do livramento consignou a alta valida do Conselho Penitenciaacuterio advogados meacutedicos e nisteacuterio Poacuteblico do mais ~mpetecircnciamiddot

Domingos Henrique em valioso estudo put)licad~ do Conselho Penitenciaacuterio Federal assim tambeacutem se

Apesar das ccedilotildees o Conselho praacutetica vem se rcVClaJOC

meramente Yt~ sume a vramentos comutaccedilotildees e laVORIS_

base o relatoacuterio da recional A apreciaccedilatildeo Penitenciaacuterio eacute quase mal e como o Juiz ao pareceT exaacuterado um complicador no percorre a potullaccedil~io apoacutes sair do acircmbito ccedilatildeo ~~a (5)

1 Op cito 121 p411 I Op cito 121 p429

--

r o Penitenciaacuterio

[laccedilatildeo de Conselho Penishyda pelo pr6prio Decreto ~ de novembro de ] 924 r o livramento condicioshy o criou Eacute pois uma eira de alta inspiraccedilatildeo ~beacutem cientiacutefica e teacutecnishy) Roberto Lyra ~tivamente eacute oacutergatildeo coleshydenominado de deliberashy

~mposiccedilatildeo sempre mereshybmceito de que goza na por pane dos Poderes e pertence e Judiciaacuterio

lltribuiccediloacutee8 diz o verbete ISaraiva de Direito faz IPoder Executivo e o Poshyno que Se refere ~execushyI penais (penas e medidas agrave observacircncia do regime ~ (15) f-Iotilde o legislador o quis um Procurador da Reshy~bro do Ministeacuterio Poacuteshygnados pelos respectivos Gerais e mais cinco trecircs das quais escolhishyleia dentre professores )mstas em atividade foshy~tre professores de Meshybull profissionais (art 2~ ~ io do Chefe do Poder Iiretores de estabelecishy~ nele tomam assento es ate esse merecido conshyePenitenciaacuterio tem sido la lentidatildeo de suas delishy~Ia ingerecircncia no mister imo ora pela proacutepria ~ que pertence por inshyuanto ao seu papel fisshytabelecimentos prisioshyiretamente dos pr6shy

~ores

texemplo o que diz Yishyp noacutes existem (de duvishy

lcia) os Conselhos Peshy cujas fmalidadeacutes ~atildeo

por vezes desvirtuadas Jaacute os vi entrarem no exame do meacuterito de processos findos () para apreciaacuteshylos e em seguida propor ao Ministro da Justiccedila (lI) a concessatildeo de graccedila () reduzindo a pena pela exclusatildeo de agravantes reconhecidas ou pela desclassificaccedilatildeo do crime O Mishynistro da Justiccedila acolhe o parecer e o Presidente da Repuacuteblica concede o favor

E logo adiante Q que pela organizaccedilatildeo judishy

ciaacuteria nem o pr6prio Supremo Trishybunal Federal pode fazer com a colaboraccedilatildeo dos Conselhos Penishytenciaacuterios consuma-o o Poder Exeshycutivo num flagrante desrespeito agrave coisa julgada no crime Em mateacuteria de aberraccedilatildeo juriacutedico-processualshypenal e inutilizaccedilatildeo da justiccedila consshytituiacuteda nada haacute de mais compleshyto O mesmo processualista entretanshy

to ao tratar do livramento condicional consignou a alta valida do parecer do Conselho Penitenciaacuterio integrado por advogados meacutedicos e membros do Mishynisteacuterio Puacuteblico do mais alto valor e competecircncia bull Domingos Henrique Leal Braune em valioso estudo publicado na Revista do Conselho Penitenciaacuterio do Distrito Federal assim tambeacutem se expressou

Apesar das excelentes intenshyccedilotildees o Conselho Penitenciaacuterio na praacutetica vem se revelando um 6rgatildeo meramente expletivo jaacute que se reshysume a opinar de longe sobre lishyvramentos condicionais indultos comutaccedilotildees e favores tendo como base o relat6rio da au toridade corshyrecional A apreciaccedilatildeo do Conselho Penitenciaacuterio eacute quase sempre forshymal e como o Juiz natildeo estaacute adstrito ao parecer exarado toma-se mais um complicador no longo iter que percorre a postulaccedilatildeo do apenado apoacutes sair do acircmbito da administrashyccedilatildeo carceraacuteria (5) Texto grifado

Op cito (2) p 41 1 I Op cito (2) p429

no original Entretanto logo em seguida acresshy

centa Entendemos que o ideal seria

como jaacute nos referimos anteriorshymente a completa autonomia da fase de individualizaccedilatildeo executiva da pena privativa de liberdade cortados os liames com a autoridashyde judiciaacuteria

E qual o 6rgatildeo para apreciar os incidentes de execuccedilatildeo concessatildeo de favores etc Justamente o Conselho Penitenciaacuterio com poder decis6rio e realmente controlador sobre os liberados condicionais Um Conselho Penitenciaacuterio de membros com dedicaccedilatildeo exclusiva especialishyzados dotado de infra-estrutura adequada estreitamente ligado aos 6rgatildeos correcionais poreacutem com au tonomia administrativa As criacuteticas portanto se resumem a

eventuais deslizes do colegiado como se todos os demais oacutergatildeos quer adminis- trativos quer judiciaacuterios natildeo os comeshytessem Ou entatildeo eacute porque natildeo estatildeo eles fazendo o que poderiam fazer fosse outra sua destinaccedilatildeo legal

Aliaacutes Accioly Filho em conferecircnshycia pronunciada na Ordem dos Advogashydos - Secccedilatildeo de Satildeo Paulo - por ocasiatildeo do cinquumlentenaacuterio do Conselho Penitenshyciaacuterio daquele Estado intitulada Novos Meacutetodos Para a Repressatildeo Penal ao reshymarcar a necessidade de uma justiccedila penal integrada jaacute preconizava o coshymetimento de novas atribuiccedilotildees aos Conselhos Penitenciaacuterios ateacute como forma de aliviar a carga que se abate soshybre os Juiacutezos das Execuccedilotildees

Eis o trecho pertinente daquela fashyla

Encerrada a accedilatildeo penal com a condenaccedilatildeo a decisatildeo natildeo atende a que eacute o Estado quem vai executaacuteshyla natildeo passando do desate de uma questatildeo entre duas partes agraves quais a sentenccedila concluiu a prestaccedilatildeo jurisshydicional Os Conselhos Penitenciaacuteshy

21

Satildeo muitas hoj teriam grande influecirc

fas e atribuiccedilotildees da como a assistecircncia

Quando tive a

realidade

Lembro-me de

do

rios tecircm servido em certos casos com o do livramento condicional de liame entre a fase de execuccedilatildeo penal para uns no domuacuteuacuteo da adshyministraccedilatildeo e a do processo de coshynhecimento que a antecedeu

Vecirc-se que a u~a penal aqui tambeacutem natildeo funciona como um sistema integrado com fases inteishyramente hannocircnicas e em exerciacutecio continuado sem hiatos dlaquo atribuishyccedilotildees de uma ajustando-se agraves de ou tra

No entanto aos Conselhos Peshynitenciaacuterios poderia estar inteirashymente reservado esse papel de insshytituiccedilatildeo capaz de promover entre as duas i11timas fases a mais pershyfeita colaboraccedilatildeo Basta que se lhes decircem novas atribuiccedilotildees que natildeo sejam simplesmente opinativas e nova estrutura capaz de suportar esses encargos Se os Tribunais tishyveram sua composiccedilatildeo numeacuterica aumentada e se dividiram em outros e tambeacutem se subdividiram por que como lembrava haacute pouco tempo o ilustre membro do Conselho paushylista Dr Divaldo Azevedo Samshypaio natildeo podem os Conselhos Peshynitenciaacuterios crescer em nuacutemero de membros funcionar em Cacircmaras e ter uma infra~estrutura adequada Por que natildeo incluir os Conselhos Penitenciaacuterios entre os oacutergatildeos do Poder Judiciaacuterio e assim ter a seu cargo toda a direccedilatildeo da execuccedilatildeo penal embora seus membros natildeo integrem a Magistratura que soacute um deles a ela pertenccedila E arrematou

Sohretudo agora em que se tentam novas formas de execuccedilatildeo penal a atuaccedilatildeo dos Conselhos Peshynitenciaacuterios com poder decisoacuterio seria mais compatiacutevel com a gravishydade das medidas hoje a cargo da autoridade administrativa ou de distante Magistrado _que propicia o retorno do condenado a uma limiddot berdade antecipada Eacute claro que o Juiz por estar demasiadamente longe da execuccedilatildeo penal natildeo pode acompanhar com seguranccedila o

22

~certo ou natildeo de favores ou regashylias que a lei admite sejam concedishydos aos condenados Nem a autorishydade administrativa por estar ao contraacuterio muito proacutexima e por isshyso comprometida na execuccedilatildeo poshyde ter virtudes que se devem exigir para a concessatildeo daquelas medidas (1) Relevem-me todos essa preocupashy

ccedilatildeo em citar os autores no original isto eacute tal qual enunciaram os seus pensa- mentos A relevacircncia dos temas que abordaram ou das sugestotildees apresentashydas _indicou-me o dever de fidelidade agraves suas palavras para que nada se pershydesse (lU deturpasse ainda que invoshyluntariamente

Ao que parece o legislador estaacute perdendo a oportunidade para incluir no anteprojeto de Lei de Execuccedilatildeo Penal essas valiosas sugestotildees O art 15 do anteprojeto declara que o Conselho Penitenciaacuterio eacute oacutergatildeo consultivo e fIScashylizador da execuccedilatildeo da pena E soacute

Ainda no tocante agrave sua composiccedilatildeo conviria que as Administraccedilotildees Estadushyais atentassem para a circunstacircncia de que ao tempo da ediccedilatildeo do Decreto n 16665 de 1924 as carreiras mais releshyvantes eram as dos juristas e dos meacutedishycos - as pessoas gradas - dentre as quais deveriam ser recrutados os memshybros do Conselho Mas eacute mesmo dignO de nota o gecircnio do legislador de entatildeo ao assinalar que tal escolha deveria fa zer-se demiddotpreferecircncia dentre tais proshyfissotildees isto eacute natildeo exclufa outras desde que tambeacutem fossem pessoas de relevo na comunidade relevo a que somente poderiam atingir por uma lideranccedila nashytural ou cultural

Em conversa recente com ( Diretor Geral do Departamento Penitenciaacuterio Federal o professor Jason Soares de Albeqaria disse-me quatildeo agradavel-=shymente ficara surpreendido no Estado do Acre com a atuaccedilatildeo de uma assistente social membro do respectivo Conselho Penitenciaacuterio promovendo a dinamizashyccedilatildeo daquele oacutergatildeo mediante a realizashyccedilatildeo de programas de assistecircncia aos presos e aos egressos da mais alta valia

na dinamizaccedilatildeo des os socioacutelogos os p p6logos e os proacuteprio como se acabou de rI

Existe uma con Conselho Nacional bull ciaacuteria do Ministeacuterio endendo estudos em Penitenciaacuterio Ao ql as correntes que se estudiosos a dos que e a dos que querem clusatildeo 16gica eacute a de rentes natildeo estatildeo 58 sempenho e fmalid Penitenciaacuterios atuab

De qualquer Conselhos Penite penso embora jaacute se

dade eacute que natildeo de realizaacute-Ias

Presidecircncia do do Distrito tomar 3274 de 2 de dispotildee sobre Penitenciaacuterio

nio possuir procurou o Ccm8elltl ccedilio do nnArtlmn tl

ca Esportes e Governo do cumprimento item XII e do 6nico da mcncjorul~ para a realizaccedilatildeo Educaccedilatildeo Fiacutesica do Esse prnoru

para Centros Federal os protessofl~s rio Maacutercio __--- mento que o muito entusiasmo e dos dirigentes

l C1tado por BRITO

I natildeo de favores ou regashylei admite sejam cocircncedishyndenados Nem a autorishyiruacutestrativa por estar ao muito proacutexima e por isshy)metida na execuccedilatildeo poshyudes que se devem exigir cessatildeo daquelas medidas

ne todos essa preocupashyI autores no original isto mciaram os seus pensashylevacircncia dos temas que das sugestotildees apresentashy~ o dever de fidelidade s para que nada se pershyiIp8Sse ainda que invo-

~rece o legislador estaacute [rtunidade para incluir no Lei de Execuccedilatildeo Penal

Sugestotildees O art 15 do blara que o Conselho oacutergatildeo consultivo e fIscashy~ccedilatildeo da pena E soacute ocante agrave sua composiccedilatildeo Admiruacutestraccediloacutee8 Estadushypara a circunstacircncia de da ediccedilatildeo do Decreto n 4 as carreiras mais releshydos juristas e dos meacutedishyigtas gradas - dentre as Ser recrutados os memshy~o Mas eacute mesmo digno

do legislador de entatildeo bull tal escolha deveria fashy~recircncia dentre tais proshyatildeo excluiacutea outras desde ssem pessoas de relevo relevo a que somente r por uma lideranccedila nashy

$a recente com (l Diretor utamento Penitenciaacuterio fessor Jason Soares de k--~ quatildeo agradavelshyhgtreendido no Estado do

accedilatildeo de uma assistente do respectivo Conselho romovendo a dinamizashygatildeo mediante a realizashymas de assistecircncia aos essos da mais alta valia

Satildeo muitas hoje as profIssotildees que teriam grande influecircncia segundo creio na dinamizaccedilatildeo desse colegiado como os socioacutelogos os psicoacutelogos os antroshypoacutelogos e os proacuteprios assistentes sociais como se acabou de referir

Existe uma comissatildeo vinculada ao Conselho Nacional de Poliacutetica Penitenshyciaacuteria do Ministeacuterio da Justiccedila empreshyendendo estudos em torno do Conselho Penitenciaacuterio Ao que se sabe duas satildeo as correntes que se formaram entre tais estudiosos a dos que desejam elinuacutenaacute-Io e a dos que querem atualizaacute-lo A conshyclusatildeo loacutegica eacute a de que ambas as corshyrentes natildeo estatildeo satisfeitas com o deshysempenho e fInalidade dos Conselhos Penitenciaacuterios atualmente

De qualquer sorte poreacutem aos Conselhos Penitenciaacuterios segundo penso embora jaacute sejam cometidas tareshyfas e atribuiccedilotildees da mais alta relevacircncia como a assistecircncia aos egressos a vershydade eacute que natildeo lhes satildeo dadas condiccedilotildees de realizaacute-Ias

Quando tive a honra de exercer a Presidecircncia do Conselho Penitenciaacuterio do Distrito Federal empenhei-me em tornar realidade o disposto na Lei n 3274 de 2 de outubro de 1957 que dispotildee sobre Nonnas Gerais do Regime Penitenciaacuterioacute

Lembro-me de que justamente por natildeo possuir infra-estrutura adequada procurou o Conselho obter a colaborashyccedilatildeo do Departamento de Educaccedilatildeo Fiacutesishyca Esportes e Recreaccedilatildeo - DEFER - do Governo do Distrito Federal para o cumprimento do disposto no art I item XII e do art 22 e seu paraacutegrafo uacutenico da mencionada Lei precisamente para a realizaccedilatildeo de um programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica cientifIcamente dirigishydo Esse Programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica

para Centros Reeducacionais do Distrito Federal como se intitulou empolgou os professores Caranambu Bessa e Maacuteshyrio Maacutercio Cardoso daquele Departashymento que o puseram em praacutetica com muito entusiasmo por parte dos internos e dos dirigentes dos estabelecimentos

Citado por BRITO (6)

prisionais sendo acompanhado com enorllC interesse pela imprersa local ~

Diligenciou-se muito antes da Lei n 6416 de 1977 no sentido de que fosse posto em praacutetica Provimento do egreacutegio Tribunal de Justiccedila do Distrito Federal referente agrave prisatildeo-albergue

Quanto agrave assistecircncia aos egressos a pesquisa empreendida pelo Conselho a exemplo do que ocorre noutros oacutergatildeos especializados fixou-se em torno do risco da reincidecircncia e dos meios e moshydos de evitaacute-la ou diminuir-lhe a incishydecircncia avultando entre esses a procura de um trabalho adequado para o liberashydo condicional ou para o que cumpriu a pena e foi posto definitivamente em lishyberdade

Encontrei o texto do Decreto n 8233 de 22 de setembro de 1910 que aprova o regulamento ofIciai dos libeshyrados ou egressos definitivos da prisatildeo do Distrito Federal finnado por Nilo Peccedilanha e referendado por Esmeraldino Bandeira verdadeiro monumento de sashybedoria e fonte de inspiraccedilatildeo como asshysinalei no meu relatoacuterio para inl1meras providecircncias que podem ser tomadas ainda hoje

ExemplifIco com o art 15 daquele Decreto assim redigido

Com a necessaacuteria antecedecircnshycia deveraacute a comissatildeo de acordo com o preso providenciar de modo que no dia do livramento defmitishyvo se lhe depare ocupaccedilatildeo honesta com a remuneraccedilatildeo sufIciente agraves necessidades de sua condiccedilatildeo Toshydas as pessoas que contratarem com o Governo seratildeo obrigadas por uma claacuteusula especial a resershyvar lugares para os liberados cujo exemplar procedimento puder ser atestado pela comissatildeo - nos servishyccedilos e obras que forem realizados em cumprimento dos respectivos conshytratos (Grifos meus) Ora essas providecircncias tatildeo simples

mas de tanta importacircncia para os egressos e para coibir a reincidecircncia por falta de trabalho honesto que o gecircnio de

23

Esmeraldino Bandeira preconizava em 1910 podem ainda hoje ser utilizadas como instrumento eficaz pela Admishynistraccedilatildeo

O drama do presidiaacuterio foi sintetishyzado em frase lapidar de Mariano Ruiz Funes A prisatildeo eacute temporaacuteria mas os prisioneiros natildeo deixam nunca mais de ser presidiaacuterios (11)

A assistecircncia aos egressos pois eacute uma das tarefas mais nobilitantes e efishycientes se devidamente feita pelos Conselhos Penitenciaacuterios

Essa assistecircncia ainda se tomou mais significativa apoacutes o advento da Lei n 6416 de 24 de maio de 1977 que entre outros beneficios instituiu a prishysatildeo-albergue a que se anteciparam alshyguns Estados pela coragem dos seus Tribunais de Justiccedila eliminou tambeacutem as doacutevidas quanto agrave compatibilidade do trabalho externo com o regime penitenshyciaacuterio fechado e semi-aberto conforme claramente confessado na Exposiccedilatildeo de Motivos do Ministro Armando Falcatildeo (item 12) ao Presidente Ernesto Geisel

que encaminhou a Mensagem n 52177 ao Congresso Nacional

Mas eacute tambeacutem necessaacuterio visitar os presos coin mais frequumlecircncia e natildeo soshymente por ocasiatildeo da solenidade do lishyvramento condicional como infelizshymente soacutei acontecer

eacute certo que se inclui entre os oacutershygatildeos da execuccedilatildeo penalmais um conseshylho - o Conselho da Comunidade (anteshyprojeto art 52 item VI) composto de um representante de associaccedilatildeo comershycial ou industrial middotou entidade similar um advogado indicado pela Secccedilatildeo ou Subsecccedilatildeo da Ordem dos Advogados do Brasil e um assistente social designashydo pela Delegacia Seccional do Conseshylho Regional de Assistentes Sociais (art 24) para funcionar em cada comarca incumbindo-lhes visitar os estabelecishymentos prisionais entrevistar os presos representar quando necessaacuterio ao Juiz da execuccedilatildeo e ao Conselho Penitenciaacuterio e diligenciar pela obtenccedilatildeo de recursos materiais e humanospara dar-lhes meshy

Citado por BRITO (6)

lhor assistecircncia (art 25 e seus incisos) Satildeo atividades coadjuvantes agraves do

Conselho Penitenciaacuterio que assim teraacute Uma ajuda substancial da comunidade quase sempre ausente e omissa nessa assistecircncia aos presos e aos egressos

Urge conscientizar a comunidade especialmente agora em que recrudesshyceram os crimes mais violentos e a soshyciedade estaacute assustada que muitas vezes o braccedilo do assassino foi armado pela falta de assistecircncia quando esteve preshyso ou como tgresso

E aos juristas de que esse saber cientiacutefico tatildeo abrangente e humanitaacuterio denominado Direito Penitenciaacuterio estaacute a merecer um tratamento mais cuidadoso conforme o recomendam os inoacutemeros congressos dos especialistas e pretende fazecirc-lo o presente ciclo de estudos

VIConclusatildeo

Ao concluir este esboccedilo dando-me conta de que nesta Casa repousam os restos mortais do maior dos brasileiros natildeo poderia faltar alguma de suas liccedilotildees imorredoiras E que outra liccedilatildeo maior ou mais adequada para ser relembrada nesta hora senatildeo aquela Oraccedilatildeo aos Moccedilos que aos moccedilos tambeacutem se destishynaratildeo os estudos deste ciclo promovido pelas instituiccedilotildees mais necessaacuterias agrave Democracia - o Tribunal de Justiccedila a Ordem dos Advogados o Ministeacuterio Poacuteblico e as Universidades

De Ruy Barbosa portanto haacute de ser a citaccedilatildeo mais expressiva

Dessas democracias pois o eixo eacute a Justiccedila eixo natildeo abstrato natildeo supositiacutecio natildeo meramente moral mas de uma realidade proshyfunda e tatildeo praticamente embebido atraveacutes de todas as suas peccedilas que falseando ele ao seu mister todo o sistema cairaacute em paralisia desorshydem e subversatildeo Os poderes consshytitucionais entraratildeo em conflitos insolaacuteveis as franquias constitucioshynais ruiratildeo por terra e da organizashy

ccedilatildeo constitucional d das suas funccedilotildees e d tias apenas restaratildeo d De Carnelutti 6 o P

que o Direito eacute ulDa ponte economicw e o honro entre Economia e Moral

Jaacute disse que o COIU ciaacuterio eacute uma ponte entre

cutivo e o Poder Judiam E Nietzsche afirmava

de do homem eacute ele ser UI[

uma meta o que se pode mem eacute ele ser uma passa bamento e que somente middot Ies que sabem viver COIJl(j guindo porque satildeo esset vessam de um para outro I

Magistrados advogampll do Ministeacuterio Poacuteblico PIl

(I)

(2)

(3) (4)

(5)

(6)

(7)

(8)

(9)

(10)

(11) (12)

(13)

(14)

(15)

(16) 38

24

cia (art 25 e seus incisos) vidades coadjuvantes agraves do nitenciaacuterio que assim teraacute substancial da comunidade re ausente e omissa nessa os presos e aos egressos onscientizar a comunidade te agora em que recrudesshyimes mais violentos e a soshyassustada que muitas vezes aSsassino foi armado pela

stecircncia quando esteve preshytgresso juristas de que esse saber to abrangente e humanitaacuterio Direito Penitenciaacuterio estaacute a tratamento mais cuidadoso recomendam os inlIacutemeros

los especialistas e pretende 6ente ciclo de estudos

lo

Iuir este esboccedilo dando-me ~ nesta Casa repousam os is do maior dos brasileiros faltar alguma de suas liccedilotildees E que outra liccedilatildeo maior ou

ida para ser relembrada knatildeo aquela Oraccedilatildeo aos os moccedilos tambeacutem se destishy~s deste ciclo promovido ~ mais necessaacuterias agrave - o Tribunal de Justiccedila a LAdvogados o Ministeacuterio Jniversidades Barbosa portanto haacute de

Dais expressivaSsas democracias pois o IJusticcedila eixo natildeo abstrato

itfcio natildeo meramente iaS de uma realidade proshy- ) praticamente embebido

todas as suas peccedilas que I ele ao seu mister todo o Fairaacute em paralisia desorshybversatildeo Os poderes consshy~ entraratildeo em conflitos as franquias constitucioshybpor terra e da organizashy

ccedilatildeo constitucional do seu caraacuteter tudantes eacute nossa inctimbecircncia a de natildeo das suas funccedilotildees e das suas garanshy somente salvar as instituiccedilotildees juriacutedicas tias apenas restaratildeo destroccedilos (3) mais democraacuteticas mas sobretudo a de De Camelutti eacute o pensamento de mantecirc-Ias vivas e atuantes

que o Direito ~ uumllna ponte entre o homo Juiz meu apelo final haacute de se enshyeconomicus e o homo moralis isto eacute dereccedilar aos Juiacutezes a quem os Coacutedigos entre Economia e Moral impotildeem o dever de velar pela dignidade

Jaacute disse que o Conselho Penitenshy da Justiccedila Haacute poucos dias em Satildeo ciaacuterio eacute uma ponte entre o Poder Exe- Paulo tive a oportunidade de dizer coshycutivo e o Poder Judiciaacuterio mo Eduardo Couture que da dignidade

E Nietzsche afumava que o granshy do Juiz depende a pr6pria dignidade do de do homem eacute ele ser uma ponte e natildeo Direito o qual somente valeraacute em um uma meta o que se pode amar no hoshy paiacutes e em um momento hist6rico detershymem eacute ele ser uma passagem e um acashy minados o que valerem os seus Juiacutezes bamento e que somente amava agravequeshy como homens pois o dia em que os Jushyles que sabem viver como que se extinshy zes tiverem medo nenhum cidadatildeo poshyguindo porque satildeo esses os que atrashy daaacute dormir tranquumlilo (lO) Cwnpre-nos vessam de um para outro lado (18) velar pela dignidade do Direito pela

Magistrados advogados membros dignidade da Justiccedila pela dignidade do do Ministeacuterio Puacuteblico professores es- Homem

BIBLIOGRAFIA

(I) ACCIOL Y FILHO Novos meacutetodos para a repressatildeo penal Rlnflegisl Brasnia 1S(60) 16-17 outJdez 1978 Conferecircncia pronunciada na Ordem dos Advogashydos Seccedilatildeo de Satildeo Paulo

(2) AZEVEDO Vicente de Paulo Vicente de Curso de direito judici4rio pelUll Satildeo Paulo Saraiva 1958 v2 p407

(3) BARBOSA Ruy Oraccedilatildeo aos moccedilos RiodeJoreiroOrgSinDesI947 p62-63 (4) BARROS Romeu Pires ele Campos R Cons Penit DF BrasOia 12 31-48 Conshy

ferecircncia na Univ de Brasiacutelia durante o Curso de Extensatildeo Cultural de Ci8ncia PeshynaI Penitenciaacuteria

(5) BRAUNE Domingos Henrique Leal Livramento condicional R Inf legisl Brasiacutelia 4144-45 julldez 1980

(6) BRITO Washington Bolivar de Relat6rio das atividades do Conselho Penitenciaacuterio do Distrito Federal R Cons Penit DF Brasiacutelia (34) 129-139 jan I 9761jun 1977

(7) CARNELUTTI Francesco Arte do direito seis meditaccedilotildees sobre o direito Trad de Pimo de Aguiar Coimbra Liv Almedina 1974 - p 130

(8) Meditaccedilatildeo em torno do problema da ciecircncia do direlIo R Proc Ger Est R sPorto Alegre (27) 11-25

(9) COTRIM NETO AB O conceito da execuccedilatildeo penal R Cons Penit DF 2620janmar 1971

(10) COUTURE Eduardo Introduccedilatildeo ao estudo do processo civil Rio de Janeiro Konfino 1951 p88

(11) FUNES Mariano Ruiz A crise nas prisotildees Sio Paulo Saraiva 1953 p2 (12) GRINOVER Ada Pellegrini Eficaacutecia e autoridade da sentenccedila pelUll Ed Revista

dos Tribunais 1978 p2m) KIRSCHMANN von A falta de valor da jurisprudecircncia como ciecircncia 1848

Conferecircncia (14) MENDES Nelson Pizzotti Uma introduccedilatildeo agrave penologia Justitia Satildeo Paulo

42 151-157 janmar 1980 (15) MIOTTO Armida Bergamini ConselJw penitenciaacuterio In ENCICLOP~D1A

SarJiva de Direito Satildeo Paulo 1977 v18 p232 Verbete (16) Curso de direito penitenciaacuterio Satildeo Paulo Ed Saraiva v1 p

38

25

(17) o direito penitenciaacuterio importacircncia e necessidade do seu estudo Rln legisl Brasflia 7 (28)93-106 outJdez Tese apresentada no IV Congresso Nashycional de Direito Penal e Ciecircncias AfIDS

(18) NIETZSCHE Frederico Assim falava Zaratustra 5 ed Publ Brasil Editoshyra p9-1O

(19) RAYMUNOq Adhemar Execuccedilatildeo ~ In Estudos de direito processual peshynal Llv PJOgreaso 1957 po8

(20) QUIROZ CUARON Alfonso Evoluci6n de la criminologia Derecho Penal ContempordneoM6xico OF (3)25

A

comprador subsequumlentes mento das Ontem como

res embora por lei volviam a duplicata ltemia ao vendedor oacutebice surgido ao parte dos cabia ao mrumte todo o restante

Com o Decreto D 917 de como possiacutevel para verificaccedilatildeo dos

1 Desembargador

--

r o Penitenciaacuterio

[laccedilatildeo de Conselho Penishyda pelo pr6prio Decreto ~ de novembro de ] 924 r o livramento condicioshy o criou Eacute pois uma eira de alta inspiraccedilatildeo ~beacutem cientiacutefica e teacutecnishy) Roberto Lyra ~tivamente eacute oacutergatildeo coleshydenominado de deliberashy

~mposiccedilatildeo sempre mereshybmceito de que goza na por pane dos Poderes e pertence e Judiciaacuterio

lltribuiccediloacutee8 diz o verbete ISaraiva de Direito faz IPoder Executivo e o Poshyno que Se refere ~execushyI penais (penas e medidas agrave observacircncia do regime ~ (15) f-Iotilde o legislador o quis um Procurador da Reshy~bro do Ministeacuterio Poacuteshygnados pelos respectivos Gerais e mais cinco trecircs das quais escolhishyleia dentre professores )mstas em atividade foshy~tre professores de Meshybull profissionais (art 2~ ~ io do Chefe do Poder Iiretores de estabelecishy~ nele tomam assento es ate esse merecido conshyePenitenciaacuterio tem sido la lentidatildeo de suas delishy~Ia ingerecircncia no mister imo ora pela proacutepria ~ que pertence por inshyuanto ao seu papel fisshytabelecimentos prisioshyiretamente dos pr6shy

~ores

texemplo o que diz Yishyp noacutes existem (de duvishy

lcia) os Conselhos Peshy cujas fmalidadeacutes ~atildeo

por vezes desvirtuadas Jaacute os vi entrarem no exame do meacuterito de processos findos () para apreciaacuteshylos e em seguida propor ao Ministro da Justiccedila (lI) a concessatildeo de graccedila () reduzindo a pena pela exclusatildeo de agravantes reconhecidas ou pela desclassificaccedilatildeo do crime O Mishynistro da Justiccedila acolhe o parecer e o Presidente da Repuacuteblica concede o favor

E logo adiante Q que pela organizaccedilatildeo judishy

ciaacuteria nem o pr6prio Supremo Trishybunal Federal pode fazer com a colaboraccedilatildeo dos Conselhos Penishytenciaacuterios consuma-o o Poder Exeshycutivo num flagrante desrespeito agrave coisa julgada no crime Em mateacuteria de aberraccedilatildeo juriacutedico-processualshypenal e inutilizaccedilatildeo da justiccedila consshytituiacuteda nada haacute de mais compleshyto O mesmo processualista entretanshy

to ao tratar do livramento condicional consignou a alta valida do parecer do Conselho Penitenciaacuterio integrado por advogados meacutedicos e membros do Mishynisteacuterio Puacuteblico do mais alto valor e competecircncia bull Domingos Henrique Leal Braune em valioso estudo publicado na Revista do Conselho Penitenciaacuterio do Distrito Federal assim tambeacutem se expressou

Apesar das excelentes intenshyccedilotildees o Conselho Penitenciaacuterio na praacutetica vem se revelando um 6rgatildeo meramente expletivo jaacute que se reshysume a opinar de longe sobre lishyvramentos condicionais indultos comutaccedilotildees e favores tendo como base o relat6rio da au toridade corshyrecional A apreciaccedilatildeo do Conselho Penitenciaacuterio eacute quase sempre forshymal e como o Juiz natildeo estaacute adstrito ao parecer exarado toma-se mais um complicador no longo iter que percorre a postulaccedilatildeo do apenado apoacutes sair do acircmbito da administrashyccedilatildeo carceraacuteria (5) Texto grifado

Op cito (2) p 41 1 I Op cito (2) p429

no original Entretanto logo em seguida acresshy

centa Entendemos que o ideal seria

como jaacute nos referimos anteriorshymente a completa autonomia da fase de individualizaccedilatildeo executiva da pena privativa de liberdade cortados os liames com a autoridashyde judiciaacuteria

E qual o 6rgatildeo para apreciar os incidentes de execuccedilatildeo concessatildeo de favores etc Justamente o Conselho Penitenciaacuterio com poder decis6rio e realmente controlador sobre os liberados condicionais Um Conselho Penitenciaacuterio de membros com dedicaccedilatildeo exclusiva especialishyzados dotado de infra-estrutura adequada estreitamente ligado aos 6rgatildeos correcionais poreacutem com au tonomia administrativa As criacuteticas portanto se resumem a

eventuais deslizes do colegiado como se todos os demais oacutergatildeos quer adminis- trativos quer judiciaacuterios natildeo os comeshytessem Ou entatildeo eacute porque natildeo estatildeo eles fazendo o que poderiam fazer fosse outra sua destinaccedilatildeo legal

Aliaacutes Accioly Filho em conferecircnshycia pronunciada na Ordem dos Advogashydos - Secccedilatildeo de Satildeo Paulo - por ocasiatildeo do cinquumlentenaacuterio do Conselho Penitenshyciaacuterio daquele Estado intitulada Novos Meacutetodos Para a Repressatildeo Penal ao reshymarcar a necessidade de uma justiccedila penal integrada jaacute preconizava o coshymetimento de novas atribuiccedilotildees aos Conselhos Penitenciaacuterios ateacute como forma de aliviar a carga que se abate soshybre os Juiacutezos das Execuccedilotildees

Eis o trecho pertinente daquela fashyla

Encerrada a accedilatildeo penal com a condenaccedilatildeo a decisatildeo natildeo atende a que eacute o Estado quem vai executaacuteshyla natildeo passando do desate de uma questatildeo entre duas partes agraves quais a sentenccedila concluiu a prestaccedilatildeo jurisshydicional Os Conselhos Penitenciaacuteshy

21

Satildeo muitas hoj teriam grande influecirc

fas e atribuiccedilotildees da como a assistecircncia

Quando tive a

realidade

Lembro-me de

do

rios tecircm servido em certos casos com o do livramento condicional de liame entre a fase de execuccedilatildeo penal para uns no domuacuteuacuteo da adshyministraccedilatildeo e a do processo de coshynhecimento que a antecedeu

Vecirc-se que a u~a penal aqui tambeacutem natildeo funciona como um sistema integrado com fases inteishyramente hannocircnicas e em exerciacutecio continuado sem hiatos dlaquo atribuishyccedilotildees de uma ajustando-se agraves de ou tra

No entanto aos Conselhos Peshynitenciaacuterios poderia estar inteirashymente reservado esse papel de insshytituiccedilatildeo capaz de promover entre as duas i11timas fases a mais pershyfeita colaboraccedilatildeo Basta que se lhes decircem novas atribuiccedilotildees que natildeo sejam simplesmente opinativas e nova estrutura capaz de suportar esses encargos Se os Tribunais tishyveram sua composiccedilatildeo numeacuterica aumentada e se dividiram em outros e tambeacutem se subdividiram por que como lembrava haacute pouco tempo o ilustre membro do Conselho paushylista Dr Divaldo Azevedo Samshypaio natildeo podem os Conselhos Peshynitenciaacuterios crescer em nuacutemero de membros funcionar em Cacircmaras e ter uma infra~estrutura adequada Por que natildeo incluir os Conselhos Penitenciaacuterios entre os oacutergatildeos do Poder Judiciaacuterio e assim ter a seu cargo toda a direccedilatildeo da execuccedilatildeo penal embora seus membros natildeo integrem a Magistratura que soacute um deles a ela pertenccedila E arrematou

Sohretudo agora em que se tentam novas formas de execuccedilatildeo penal a atuaccedilatildeo dos Conselhos Peshynitenciaacuterios com poder decisoacuterio seria mais compatiacutevel com a gravishydade das medidas hoje a cargo da autoridade administrativa ou de distante Magistrado _que propicia o retorno do condenado a uma limiddot berdade antecipada Eacute claro que o Juiz por estar demasiadamente longe da execuccedilatildeo penal natildeo pode acompanhar com seguranccedila o

22

~certo ou natildeo de favores ou regashylias que a lei admite sejam concedishydos aos condenados Nem a autorishydade administrativa por estar ao contraacuterio muito proacutexima e por isshyso comprometida na execuccedilatildeo poshyde ter virtudes que se devem exigir para a concessatildeo daquelas medidas (1) Relevem-me todos essa preocupashy

ccedilatildeo em citar os autores no original isto eacute tal qual enunciaram os seus pensa- mentos A relevacircncia dos temas que abordaram ou das sugestotildees apresentashydas _indicou-me o dever de fidelidade agraves suas palavras para que nada se pershydesse (lU deturpasse ainda que invoshyluntariamente

Ao que parece o legislador estaacute perdendo a oportunidade para incluir no anteprojeto de Lei de Execuccedilatildeo Penal essas valiosas sugestotildees O art 15 do anteprojeto declara que o Conselho Penitenciaacuterio eacute oacutergatildeo consultivo e fIScashylizador da execuccedilatildeo da pena E soacute

Ainda no tocante agrave sua composiccedilatildeo conviria que as Administraccedilotildees Estadushyais atentassem para a circunstacircncia de que ao tempo da ediccedilatildeo do Decreto n 16665 de 1924 as carreiras mais releshyvantes eram as dos juristas e dos meacutedishycos - as pessoas gradas - dentre as quais deveriam ser recrutados os memshybros do Conselho Mas eacute mesmo dignO de nota o gecircnio do legislador de entatildeo ao assinalar que tal escolha deveria fa zer-se demiddotpreferecircncia dentre tais proshyfissotildees isto eacute natildeo exclufa outras desde que tambeacutem fossem pessoas de relevo na comunidade relevo a que somente poderiam atingir por uma lideranccedila nashytural ou cultural

Em conversa recente com ( Diretor Geral do Departamento Penitenciaacuterio Federal o professor Jason Soares de Albeqaria disse-me quatildeo agradavel-=shymente ficara surpreendido no Estado do Acre com a atuaccedilatildeo de uma assistente social membro do respectivo Conselho Penitenciaacuterio promovendo a dinamizashyccedilatildeo daquele oacutergatildeo mediante a realizashyccedilatildeo de programas de assistecircncia aos presos e aos egressos da mais alta valia

na dinamizaccedilatildeo des os socioacutelogos os p p6logos e os proacuteprio como se acabou de rI

Existe uma con Conselho Nacional bull ciaacuteria do Ministeacuterio endendo estudos em Penitenciaacuterio Ao ql as correntes que se estudiosos a dos que e a dos que querem clusatildeo 16gica eacute a de rentes natildeo estatildeo 58 sempenho e fmalid Penitenciaacuterios atuab

De qualquer Conselhos Penite penso embora jaacute se

dade eacute que natildeo de realizaacute-Ias

Presidecircncia do do Distrito tomar 3274 de 2 de dispotildee sobre Penitenciaacuterio

nio possuir procurou o Ccm8elltl ccedilio do nnArtlmn tl

ca Esportes e Governo do cumprimento item XII e do 6nico da mcncjorul~ para a realizaccedilatildeo Educaccedilatildeo Fiacutesica do Esse prnoru

para Centros Federal os protessofl~s rio Maacutercio __--- mento que o muito entusiasmo e dos dirigentes

l C1tado por BRITO

I natildeo de favores ou regashylei admite sejam cocircncedishyndenados Nem a autorishyiruacutestrativa por estar ao muito proacutexima e por isshy)metida na execuccedilatildeo poshyudes que se devem exigir cessatildeo daquelas medidas

ne todos essa preocupashyI autores no original isto mciaram os seus pensashylevacircncia dos temas que das sugestotildees apresentashy~ o dever de fidelidade s para que nada se pershyiIp8Sse ainda que invo-

~rece o legislador estaacute [rtunidade para incluir no Lei de Execuccedilatildeo Penal

Sugestotildees O art 15 do blara que o Conselho oacutergatildeo consultivo e fIscashy~ccedilatildeo da pena E soacute ocante agrave sua composiccedilatildeo Admiruacutestraccediloacutee8 Estadushypara a circunstacircncia de da ediccedilatildeo do Decreto n 4 as carreiras mais releshydos juristas e dos meacutedishyigtas gradas - dentre as Ser recrutados os memshy~o Mas eacute mesmo digno

do legislador de entatildeo bull tal escolha deveria fashy~recircncia dentre tais proshyatildeo excluiacutea outras desde ssem pessoas de relevo relevo a que somente r por uma lideranccedila nashy

$a recente com (l Diretor utamento Penitenciaacuterio fessor Jason Soares de k--~ quatildeo agradavelshyhgtreendido no Estado do

accedilatildeo de uma assistente do respectivo Conselho romovendo a dinamizashygatildeo mediante a realizashymas de assistecircncia aos essos da mais alta valia

Satildeo muitas hoje as profIssotildees que teriam grande influecircncia segundo creio na dinamizaccedilatildeo desse colegiado como os socioacutelogos os psicoacutelogos os antroshypoacutelogos e os proacuteprios assistentes sociais como se acabou de referir

Existe uma comissatildeo vinculada ao Conselho Nacional de Poliacutetica Penitenshyciaacuteria do Ministeacuterio da Justiccedila empreshyendendo estudos em torno do Conselho Penitenciaacuterio Ao que se sabe duas satildeo as correntes que se formaram entre tais estudiosos a dos que desejam elinuacutenaacute-Io e a dos que querem atualizaacute-lo A conshyclusatildeo loacutegica eacute a de que ambas as corshyrentes natildeo estatildeo satisfeitas com o deshysempenho e fInalidade dos Conselhos Penitenciaacuterios atualmente

De qualquer sorte poreacutem aos Conselhos Penitenciaacuterios segundo penso embora jaacute sejam cometidas tareshyfas e atribuiccedilotildees da mais alta relevacircncia como a assistecircncia aos egressos a vershydade eacute que natildeo lhes satildeo dadas condiccedilotildees de realizaacute-Ias

Quando tive a honra de exercer a Presidecircncia do Conselho Penitenciaacuterio do Distrito Federal empenhei-me em tornar realidade o disposto na Lei n 3274 de 2 de outubro de 1957 que dispotildee sobre Nonnas Gerais do Regime Penitenciaacuterioacute

Lembro-me de que justamente por natildeo possuir infra-estrutura adequada procurou o Conselho obter a colaborashyccedilatildeo do Departamento de Educaccedilatildeo Fiacutesishyca Esportes e Recreaccedilatildeo - DEFER - do Governo do Distrito Federal para o cumprimento do disposto no art I item XII e do art 22 e seu paraacutegrafo uacutenico da mencionada Lei precisamente para a realizaccedilatildeo de um programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica cientifIcamente dirigishydo Esse Programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica

para Centros Reeducacionais do Distrito Federal como se intitulou empolgou os professores Caranambu Bessa e Maacuteshyrio Maacutercio Cardoso daquele Departashymento que o puseram em praacutetica com muito entusiasmo por parte dos internos e dos dirigentes dos estabelecimentos

Citado por BRITO (6)

prisionais sendo acompanhado com enorllC interesse pela imprersa local ~

Diligenciou-se muito antes da Lei n 6416 de 1977 no sentido de que fosse posto em praacutetica Provimento do egreacutegio Tribunal de Justiccedila do Distrito Federal referente agrave prisatildeo-albergue

Quanto agrave assistecircncia aos egressos a pesquisa empreendida pelo Conselho a exemplo do que ocorre noutros oacutergatildeos especializados fixou-se em torno do risco da reincidecircncia e dos meios e moshydos de evitaacute-la ou diminuir-lhe a incishydecircncia avultando entre esses a procura de um trabalho adequado para o liberashydo condicional ou para o que cumpriu a pena e foi posto definitivamente em lishyberdade

Encontrei o texto do Decreto n 8233 de 22 de setembro de 1910 que aprova o regulamento ofIciai dos libeshyrados ou egressos definitivos da prisatildeo do Distrito Federal finnado por Nilo Peccedilanha e referendado por Esmeraldino Bandeira verdadeiro monumento de sashybedoria e fonte de inspiraccedilatildeo como asshysinalei no meu relatoacuterio para inl1meras providecircncias que podem ser tomadas ainda hoje

ExemplifIco com o art 15 daquele Decreto assim redigido

Com a necessaacuteria antecedecircnshycia deveraacute a comissatildeo de acordo com o preso providenciar de modo que no dia do livramento defmitishyvo se lhe depare ocupaccedilatildeo honesta com a remuneraccedilatildeo sufIciente agraves necessidades de sua condiccedilatildeo Toshydas as pessoas que contratarem com o Governo seratildeo obrigadas por uma claacuteusula especial a resershyvar lugares para os liberados cujo exemplar procedimento puder ser atestado pela comissatildeo - nos servishyccedilos e obras que forem realizados em cumprimento dos respectivos conshytratos (Grifos meus) Ora essas providecircncias tatildeo simples

mas de tanta importacircncia para os egressos e para coibir a reincidecircncia por falta de trabalho honesto que o gecircnio de

23

Esmeraldino Bandeira preconizava em 1910 podem ainda hoje ser utilizadas como instrumento eficaz pela Admishynistraccedilatildeo

O drama do presidiaacuterio foi sintetishyzado em frase lapidar de Mariano Ruiz Funes A prisatildeo eacute temporaacuteria mas os prisioneiros natildeo deixam nunca mais de ser presidiaacuterios (11)

A assistecircncia aos egressos pois eacute uma das tarefas mais nobilitantes e efishycientes se devidamente feita pelos Conselhos Penitenciaacuterios

Essa assistecircncia ainda se tomou mais significativa apoacutes o advento da Lei n 6416 de 24 de maio de 1977 que entre outros beneficios instituiu a prishysatildeo-albergue a que se anteciparam alshyguns Estados pela coragem dos seus Tribunais de Justiccedila eliminou tambeacutem as doacutevidas quanto agrave compatibilidade do trabalho externo com o regime penitenshyciaacuterio fechado e semi-aberto conforme claramente confessado na Exposiccedilatildeo de Motivos do Ministro Armando Falcatildeo (item 12) ao Presidente Ernesto Geisel

que encaminhou a Mensagem n 52177 ao Congresso Nacional

Mas eacute tambeacutem necessaacuterio visitar os presos coin mais frequumlecircncia e natildeo soshymente por ocasiatildeo da solenidade do lishyvramento condicional como infelizshymente soacutei acontecer

eacute certo que se inclui entre os oacutershygatildeos da execuccedilatildeo penalmais um conseshylho - o Conselho da Comunidade (anteshyprojeto art 52 item VI) composto de um representante de associaccedilatildeo comershycial ou industrial middotou entidade similar um advogado indicado pela Secccedilatildeo ou Subsecccedilatildeo da Ordem dos Advogados do Brasil e um assistente social designashydo pela Delegacia Seccional do Conseshylho Regional de Assistentes Sociais (art 24) para funcionar em cada comarca incumbindo-lhes visitar os estabelecishymentos prisionais entrevistar os presos representar quando necessaacuterio ao Juiz da execuccedilatildeo e ao Conselho Penitenciaacuterio e diligenciar pela obtenccedilatildeo de recursos materiais e humanospara dar-lhes meshy

Citado por BRITO (6)

lhor assistecircncia (art 25 e seus incisos) Satildeo atividades coadjuvantes agraves do

Conselho Penitenciaacuterio que assim teraacute Uma ajuda substancial da comunidade quase sempre ausente e omissa nessa assistecircncia aos presos e aos egressos

Urge conscientizar a comunidade especialmente agora em que recrudesshyceram os crimes mais violentos e a soshyciedade estaacute assustada que muitas vezes o braccedilo do assassino foi armado pela falta de assistecircncia quando esteve preshyso ou como tgresso

E aos juristas de que esse saber cientiacutefico tatildeo abrangente e humanitaacuterio denominado Direito Penitenciaacuterio estaacute a merecer um tratamento mais cuidadoso conforme o recomendam os inoacutemeros congressos dos especialistas e pretende fazecirc-lo o presente ciclo de estudos

VIConclusatildeo

Ao concluir este esboccedilo dando-me conta de que nesta Casa repousam os restos mortais do maior dos brasileiros natildeo poderia faltar alguma de suas liccedilotildees imorredoiras E que outra liccedilatildeo maior ou mais adequada para ser relembrada nesta hora senatildeo aquela Oraccedilatildeo aos Moccedilos que aos moccedilos tambeacutem se destishynaratildeo os estudos deste ciclo promovido pelas instituiccedilotildees mais necessaacuterias agrave Democracia - o Tribunal de Justiccedila a Ordem dos Advogados o Ministeacuterio Poacuteblico e as Universidades

De Ruy Barbosa portanto haacute de ser a citaccedilatildeo mais expressiva

Dessas democracias pois o eixo eacute a Justiccedila eixo natildeo abstrato natildeo supositiacutecio natildeo meramente moral mas de uma realidade proshyfunda e tatildeo praticamente embebido atraveacutes de todas as suas peccedilas que falseando ele ao seu mister todo o sistema cairaacute em paralisia desorshydem e subversatildeo Os poderes consshytitucionais entraratildeo em conflitos insolaacuteveis as franquias constitucioshynais ruiratildeo por terra e da organizashy

ccedilatildeo constitucional d das suas funccedilotildees e d tias apenas restaratildeo d De Carnelutti 6 o P

que o Direito eacute ulDa ponte economicw e o honro entre Economia e Moral

Jaacute disse que o COIU ciaacuterio eacute uma ponte entre

cutivo e o Poder Judiam E Nietzsche afirmava

de do homem eacute ele ser UI[

uma meta o que se pode mem eacute ele ser uma passa bamento e que somente middot Ies que sabem viver COIJl(j guindo porque satildeo esset vessam de um para outro I

Magistrados advogampll do Ministeacuterio Poacuteblico PIl

(I)

(2)

(3) (4)

(5)

(6)

(7)

(8)

(9)

(10)

(11) (12)

(13)

(14)

(15)

(16) 38

24

cia (art 25 e seus incisos) vidades coadjuvantes agraves do nitenciaacuterio que assim teraacute substancial da comunidade re ausente e omissa nessa os presos e aos egressos onscientizar a comunidade te agora em que recrudesshyimes mais violentos e a soshyassustada que muitas vezes aSsassino foi armado pela

stecircncia quando esteve preshytgresso juristas de que esse saber to abrangente e humanitaacuterio Direito Penitenciaacuterio estaacute a tratamento mais cuidadoso recomendam os inlIacutemeros

los especialistas e pretende 6ente ciclo de estudos

lo

Iuir este esboccedilo dando-me ~ nesta Casa repousam os is do maior dos brasileiros faltar alguma de suas liccedilotildees E que outra liccedilatildeo maior ou

ida para ser relembrada knatildeo aquela Oraccedilatildeo aos os moccedilos tambeacutem se destishy~s deste ciclo promovido ~ mais necessaacuterias agrave - o Tribunal de Justiccedila a LAdvogados o Ministeacuterio Jniversidades Barbosa portanto haacute de

Dais expressivaSsas democracias pois o IJusticcedila eixo natildeo abstrato

itfcio natildeo meramente iaS de uma realidade proshy- ) praticamente embebido

todas as suas peccedilas que I ele ao seu mister todo o Fairaacute em paralisia desorshybversatildeo Os poderes consshy~ entraratildeo em conflitos as franquias constitucioshybpor terra e da organizashy

ccedilatildeo constitucional do seu caraacuteter tudantes eacute nossa inctimbecircncia a de natildeo das suas funccedilotildees e das suas garanshy somente salvar as instituiccedilotildees juriacutedicas tias apenas restaratildeo destroccedilos (3) mais democraacuteticas mas sobretudo a de De Camelutti eacute o pensamento de mantecirc-Ias vivas e atuantes

que o Direito ~ uumllna ponte entre o homo Juiz meu apelo final haacute de se enshyeconomicus e o homo moralis isto eacute dereccedilar aos Juiacutezes a quem os Coacutedigos entre Economia e Moral impotildeem o dever de velar pela dignidade

Jaacute disse que o Conselho Penitenshy da Justiccedila Haacute poucos dias em Satildeo ciaacuterio eacute uma ponte entre o Poder Exe- Paulo tive a oportunidade de dizer coshycutivo e o Poder Judiciaacuterio mo Eduardo Couture que da dignidade

E Nietzsche afumava que o granshy do Juiz depende a pr6pria dignidade do de do homem eacute ele ser uma ponte e natildeo Direito o qual somente valeraacute em um uma meta o que se pode amar no hoshy paiacutes e em um momento hist6rico detershymem eacute ele ser uma passagem e um acashy minados o que valerem os seus Juiacutezes bamento e que somente amava agravequeshy como homens pois o dia em que os Jushyles que sabem viver como que se extinshy zes tiverem medo nenhum cidadatildeo poshyguindo porque satildeo esses os que atrashy daaacute dormir tranquumlilo (lO) Cwnpre-nos vessam de um para outro lado (18) velar pela dignidade do Direito pela

Magistrados advogados membros dignidade da Justiccedila pela dignidade do do Ministeacuterio Puacuteblico professores es- Homem

BIBLIOGRAFIA

(I) ACCIOL Y FILHO Novos meacutetodos para a repressatildeo penal Rlnflegisl Brasnia 1S(60) 16-17 outJdez 1978 Conferecircncia pronunciada na Ordem dos Advogashydos Seccedilatildeo de Satildeo Paulo

(2) AZEVEDO Vicente de Paulo Vicente de Curso de direito judici4rio pelUll Satildeo Paulo Saraiva 1958 v2 p407

(3) BARBOSA Ruy Oraccedilatildeo aos moccedilos RiodeJoreiroOrgSinDesI947 p62-63 (4) BARROS Romeu Pires ele Campos R Cons Penit DF BrasOia 12 31-48 Conshy

ferecircncia na Univ de Brasiacutelia durante o Curso de Extensatildeo Cultural de Ci8ncia PeshynaI Penitenciaacuteria

(5) BRAUNE Domingos Henrique Leal Livramento condicional R Inf legisl Brasiacutelia 4144-45 julldez 1980

(6) BRITO Washington Bolivar de Relat6rio das atividades do Conselho Penitenciaacuterio do Distrito Federal R Cons Penit DF Brasiacutelia (34) 129-139 jan I 9761jun 1977

(7) CARNELUTTI Francesco Arte do direito seis meditaccedilotildees sobre o direito Trad de Pimo de Aguiar Coimbra Liv Almedina 1974 - p 130

(8) Meditaccedilatildeo em torno do problema da ciecircncia do direlIo R Proc Ger Est R sPorto Alegre (27) 11-25

(9) COTRIM NETO AB O conceito da execuccedilatildeo penal R Cons Penit DF 2620janmar 1971

(10) COUTURE Eduardo Introduccedilatildeo ao estudo do processo civil Rio de Janeiro Konfino 1951 p88

(11) FUNES Mariano Ruiz A crise nas prisotildees Sio Paulo Saraiva 1953 p2 (12) GRINOVER Ada Pellegrini Eficaacutecia e autoridade da sentenccedila pelUll Ed Revista

dos Tribunais 1978 p2m) KIRSCHMANN von A falta de valor da jurisprudecircncia como ciecircncia 1848

Conferecircncia (14) MENDES Nelson Pizzotti Uma introduccedilatildeo agrave penologia Justitia Satildeo Paulo

42 151-157 janmar 1980 (15) MIOTTO Armida Bergamini ConselJw penitenciaacuterio In ENCICLOP~D1A

SarJiva de Direito Satildeo Paulo 1977 v18 p232 Verbete (16) Curso de direito penitenciaacuterio Satildeo Paulo Ed Saraiva v1 p

38

25

(17) o direito penitenciaacuterio importacircncia e necessidade do seu estudo Rln legisl Brasflia 7 (28)93-106 outJdez Tese apresentada no IV Congresso Nashycional de Direito Penal e Ciecircncias AfIDS

(18) NIETZSCHE Frederico Assim falava Zaratustra 5 ed Publ Brasil Editoshyra p9-1O

(19) RAYMUNOq Adhemar Execuccedilatildeo ~ In Estudos de direito processual peshynal Llv PJOgreaso 1957 po8

(20) QUIROZ CUARON Alfonso Evoluci6n de la criminologia Derecho Penal ContempordneoM6xico OF (3)25

A

comprador subsequumlentes mento das Ontem como

res embora por lei volviam a duplicata ltemia ao vendedor oacutebice surgido ao parte dos cabia ao mrumte todo o restante

Com o Decreto D 917 de como possiacutevel para verificaccedilatildeo dos

1 Desembargador

Satildeo muitas hoj teriam grande influecirc

fas e atribuiccedilotildees da como a assistecircncia

Quando tive a

realidade

Lembro-me de

do

rios tecircm servido em certos casos com o do livramento condicional de liame entre a fase de execuccedilatildeo penal para uns no domuacuteuacuteo da adshyministraccedilatildeo e a do processo de coshynhecimento que a antecedeu

Vecirc-se que a u~a penal aqui tambeacutem natildeo funciona como um sistema integrado com fases inteishyramente hannocircnicas e em exerciacutecio continuado sem hiatos dlaquo atribuishyccedilotildees de uma ajustando-se agraves de ou tra

No entanto aos Conselhos Peshynitenciaacuterios poderia estar inteirashymente reservado esse papel de insshytituiccedilatildeo capaz de promover entre as duas i11timas fases a mais pershyfeita colaboraccedilatildeo Basta que se lhes decircem novas atribuiccedilotildees que natildeo sejam simplesmente opinativas e nova estrutura capaz de suportar esses encargos Se os Tribunais tishyveram sua composiccedilatildeo numeacuterica aumentada e se dividiram em outros e tambeacutem se subdividiram por que como lembrava haacute pouco tempo o ilustre membro do Conselho paushylista Dr Divaldo Azevedo Samshypaio natildeo podem os Conselhos Peshynitenciaacuterios crescer em nuacutemero de membros funcionar em Cacircmaras e ter uma infra~estrutura adequada Por que natildeo incluir os Conselhos Penitenciaacuterios entre os oacutergatildeos do Poder Judiciaacuterio e assim ter a seu cargo toda a direccedilatildeo da execuccedilatildeo penal embora seus membros natildeo integrem a Magistratura que soacute um deles a ela pertenccedila E arrematou

Sohretudo agora em que se tentam novas formas de execuccedilatildeo penal a atuaccedilatildeo dos Conselhos Peshynitenciaacuterios com poder decisoacuterio seria mais compatiacutevel com a gravishydade das medidas hoje a cargo da autoridade administrativa ou de distante Magistrado _que propicia o retorno do condenado a uma limiddot berdade antecipada Eacute claro que o Juiz por estar demasiadamente longe da execuccedilatildeo penal natildeo pode acompanhar com seguranccedila o

22

~certo ou natildeo de favores ou regashylias que a lei admite sejam concedishydos aos condenados Nem a autorishydade administrativa por estar ao contraacuterio muito proacutexima e por isshyso comprometida na execuccedilatildeo poshyde ter virtudes que se devem exigir para a concessatildeo daquelas medidas (1) Relevem-me todos essa preocupashy

ccedilatildeo em citar os autores no original isto eacute tal qual enunciaram os seus pensa- mentos A relevacircncia dos temas que abordaram ou das sugestotildees apresentashydas _indicou-me o dever de fidelidade agraves suas palavras para que nada se pershydesse (lU deturpasse ainda que invoshyluntariamente

Ao que parece o legislador estaacute perdendo a oportunidade para incluir no anteprojeto de Lei de Execuccedilatildeo Penal essas valiosas sugestotildees O art 15 do anteprojeto declara que o Conselho Penitenciaacuterio eacute oacutergatildeo consultivo e fIScashylizador da execuccedilatildeo da pena E soacute

Ainda no tocante agrave sua composiccedilatildeo conviria que as Administraccedilotildees Estadushyais atentassem para a circunstacircncia de que ao tempo da ediccedilatildeo do Decreto n 16665 de 1924 as carreiras mais releshyvantes eram as dos juristas e dos meacutedishycos - as pessoas gradas - dentre as quais deveriam ser recrutados os memshybros do Conselho Mas eacute mesmo dignO de nota o gecircnio do legislador de entatildeo ao assinalar que tal escolha deveria fa zer-se demiddotpreferecircncia dentre tais proshyfissotildees isto eacute natildeo exclufa outras desde que tambeacutem fossem pessoas de relevo na comunidade relevo a que somente poderiam atingir por uma lideranccedila nashytural ou cultural

Em conversa recente com ( Diretor Geral do Departamento Penitenciaacuterio Federal o professor Jason Soares de Albeqaria disse-me quatildeo agradavel-=shymente ficara surpreendido no Estado do Acre com a atuaccedilatildeo de uma assistente social membro do respectivo Conselho Penitenciaacuterio promovendo a dinamizashyccedilatildeo daquele oacutergatildeo mediante a realizashyccedilatildeo de programas de assistecircncia aos presos e aos egressos da mais alta valia

na dinamizaccedilatildeo des os socioacutelogos os p p6logos e os proacuteprio como se acabou de rI

Existe uma con Conselho Nacional bull ciaacuteria do Ministeacuterio endendo estudos em Penitenciaacuterio Ao ql as correntes que se estudiosos a dos que e a dos que querem clusatildeo 16gica eacute a de rentes natildeo estatildeo 58 sempenho e fmalid Penitenciaacuterios atuab

De qualquer Conselhos Penite penso embora jaacute se

dade eacute que natildeo de realizaacute-Ias

Presidecircncia do do Distrito tomar 3274 de 2 de dispotildee sobre Penitenciaacuterio

nio possuir procurou o Ccm8elltl ccedilio do nnArtlmn tl

ca Esportes e Governo do cumprimento item XII e do 6nico da mcncjorul~ para a realizaccedilatildeo Educaccedilatildeo Fiacutesica do Esse prnoru

para Centros Federal os protessofl~s rio Maacutercio __--- mento que o muito entusiasmo e dos dirigentes

l C1tado por BRITO

I natildeo de favores ou regashylei admite sejam cocircncedishyndenados Nem a autorishyiruacutestrativa por estar ao muito proacutexima e por isshy)metida na execuccedilatildeo poshyudes que se devem exigir cessatildeo daquelas medidas

ne todos essa preocupashyI autores no original isto mciaram os seus pensashylevacircncia dos temas que das sugestotildees apresentashy~ o dever de fidelidade s para que nada se pershyiIp8Sse ainda que invo-

~rece o legislador estaacute [rtunidade para incluir no Lei de Execuccedilatildeo Penal

Sugestotildees O art 15 do blara que o Conselho oacutergatildeo consultivo e fIscashy~ccedilatildeo da pena E soacute ocante agrave sua composiccedilatildeo Admiruacutestraccediloacutee8 Estadushypara a circunstacircncia de da ediccedilatildeo do Decreto n 4 as carreiras mais releshydos juristas e dos meacutedishyigtas gradas - dentre as Ser recrutados os memshy~o Mas eacute mesmo digno

do legislador de entatildeo bull tal escolha deveria fashy~recircncia dentre tais proshyatildeo excluiacutea outras desde ssem pessoas de relevo relevo a que somente r por uma lideranccedila nashy

$a recente com (l Diretor utamento Penitenciaacuterio fessor Jason Soares de k--~ quatildeo agradavelshyhgtreendido no Estado do

accedilatildeo de uma assistente do respectivo Conselho romovendo a dinamizashygatildeo mediante a realizashymas de assistecircncia aos essos da mais alta valia

Satildeo muitas hoje as profIssotildees que teriam grande influecircncia segundo creio na dinamizaccedilatildeo desse colegiado como os socioacutelogos os psicoacutelogos os antroshypoacutelogos e os proacuteprios assistentes sociais como se acabou de referir

Existe uma comissatildeo vinculada ao Conselho Nacional de Poliacutetica Penitenshyciaacuteria do Ministeacuterio da Justiccedila empreshyendendo estudos em torno do Conselho Penitenciaacuterio Ao que se sabe duas satildeo as correntes que se formaram entre tais estudiosos a dos que desejam elinuacutenaacute-Io e a dos que querem atualizaacute-lo A conshyclusatildeo loacutegica eacute a de que ambas as corshyrentes natildeo estatildeo satisfeitas com o deshysempenho e fInalidade dos Conselhos Penitenciaacuterios atualmente

De qualquer sorte poreacutem aos Conselhos Penitenciaacuterios segundo penso embora jaacute sejam cometidas tareshyfas e atribuiccedilotildees da mais alta relevacircncia como a assistecircncia aos egressos a vershydade eacute que natildeo lhes satildeo dadas condiccedilotildees de realizaacute-Ias

Quando tive a honra de exercer a Presidecircncia do Conselho Penitenciaacuterio do Distrito Federal empenhei-me em tornar realidade o disposto na Lei n 3274 de 2 de outubro de 1957 que dispotildee sobre Nonnas Gerais do Regime Penitenciaacuterioacute

Lembro-me de que justamente por natildeo possuir infra-estrutura adequada procurou o Conselho obter a colaborashyccedilatildeo do Departamento de Educaccedilatildeo Fiacutesishyca Esportes e Recreaccedilatildeo - DEFER - do Governo do Distrito Federal para o cumprimento do disposto no art I item XII e do art 22 e seu paraacutegrafo uacutenico da mencionada Lei precisamente para a realizaccedilatildeo de um programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica cientifIcamente dirigishydo Esse Programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica

para Centros Reeducacionais do Distrito Federal como se intitulou empolgou os professores Caranambu Bessa e Maacuteshyrio Maacutercio Cardoso daquele Departashymento que o puseram em praacutetica com muito entusiasmo por parte dos internos e dos dirigentes dos estabelecimentos

Citado por BRITO (6)

prisionais sendo acompanhado com enorllC interesse pela imprersa local ~

Diligenciou-se muito antes da Lei n 6416 de 1977 no sentido de que fosse posto em praacutetica Provimento do egreacutegio Tribunal de Justiccedila do Distrito Federal referente agrave prisatildeo-albergue

Quanto agrave assistecircncia aos egressos a pesquisa empreendida pelo Conselho a exemplo do que ocorre noutros oacutergatildeos especializados fixou-se em torno do risco da reincidecircncia e dos meios e moshydos de evitaacute-la ou diminuir-lhe a incishydecircncia avultando entre esses a procura de um trabalho adequado para o liberashydo condicional ou para o que cumpriu a pena e foi posto definitivamente em lishyberdade

Encontrei o texto do Decreto n 8233 de 22 de setembro de 1910 que aprova o regulamento ofIciai dos libeshyrados ou egressos definitivos da prisatildeo do Distrito Federal finnado por Nilo Peccedilanha e referendado por Esmeraldino Bandeira verdadeiro monumento de sashybedoria e fonte de inspiraccedilatildeo como asshysinalei no meu relatoacuterio para inl1meras providecircncias que podem ser tomadas ainda hoje

ExemplifIco com o art 15 daquele Decreto assim redigido

Com a necessaacuteria antecedecircnshycia deveraacute a comissatildeo de acordo com o preso providenciar de modo que no dia do livramento defmitishyvo se lhe depare ocupaccedilatildeo honesta com a remuneraccedilatildeo sufIciente agraves necessidades de sua condiccedilatildeo Toshydas as pessoas que contratarem com o Governo seratildeo obrigadas por uma claacuteusula especial a resershyvar lugares para os liberados cujo exemplar procedimento puder ser atestado pela comissatildeo - nos servishyccedilos e obras que forem realizados em cumprimento dos respectivos conshytratos (Grifos meus) Ora essas providecircncias tatildeo simples

mas de tanta importacircncia para os egressos e para coibir a reincidecircncia por falta de trabalho honesto que o gecircnio de

23

Esmeraldino Bandeira preconizava em 1910 podem ainda hoje ser utilizadas como instrumento eficaz pela Admishynistraccedilatildeo

O drama do presidiaacuterio foi sintetishyzado em frase lapidar de Mariano Ruiz Funes A prisatildeo eacute temporaacuteria mas os prisioneiros natildeo deixam nunca mais de ser presidiaacuterios (11)

A assistecircncia aos egressos pois eacute uma das tarefas mais nobilitantes e efishycientes se devidamente feita pelos Conselhos Penitenciaacuterios

Essa assistecircncia ainda se tomou mais significativa apoacutes o advento da Lei n 6416 de 24 de maio de 1977 que entre outros beneficios instituiu a prishysatildeo-albergue a que se anteciparam alshyguns Estados pela coragem dos seus Tribunais de Justiccedila eliminou tambeacutem as doacutevidas quanto agrave compatibilidade do trabalho externo com o regime penitenshyciaacuterio fechado e semi-aberto conforme claramente confessado na Exposiccedilatildeo de Motivos do Ministro Armando Falcatildeo (item 12) ao Presidente Ernesto Geisel

que encaminhou a Mensagem n 52177 ao Congresso Nacional

Mas eacute tambeacutem necessaacuterio visitar os presos coin mais frequumlecircncia e natildeo soshymente por ocasiatildeo da solenidade do lishyvramento condicional como infelizshymente soacutei acontecer

eacute certo que se inclui entre os oacutershygatildeos da execuccedilatildeo penalmais um conseshylho - o Conselho da Comunidade (anteshyprojeto art 52 item VI) composto de um representante de associaccedilatildeo comershycial ou industrial middotou entidade similar um advogado indicado pela Secccedilatildeo ou Subsecccedilatildeo da Ordem dos Advogados do Brasil e um assistente social designashydo pela Delegacia Seccional do Conseshylho Regional de Assistentes Sociais (art 24) para funcionar em cada comarca incumbindo-lhes visitar os estabelecishymentos prisionais entrevistar os presos representar quando necessaacuterio ao Juiz da execuccedilatildeo e ao Conselho Penitenciaacuterio e diligenciar pela obtenccedilatildeo de recursos materiais e humanospara dar-lhes meshy

Citado por BRITO (6)

lhor assistecircncia (art 25 e seus incisos) Satildeo atividades coadjuvantes agraves do

Conselho Penitenciaacuterio que assim teraacute Uma ajuda substancial da comunidade quase sempre ausente e omissa nessa assistecircncia aos presos e aos egressos

Urge conscientizar a comunidade especialmente agora em que recrudesshyceram os crimes mais violentos e a soshyciedade estaacute assustada que muitas vezes o braccedilo do assassino foi armado pela falta de assistecircncia quando esteve preshyso ou como tgresso

E aos juristas de que esse saber cientiacutefico tatildeo abrangente e humanitaacuterio denominado Direito Penitenciaacuterio estaacute a merecer um tratamento mais cuidadoso conforme o recomendam os inoacutemeros congressos dos especialistas e pretende fazecirc-lo o presente ciclo de estudos

VIConclusatildeo

Ao concluir este esboccedilo dando-me conta de que nesta Casa repousam os restos mortais do maior dos brasileiros natildeo poderia faltar alguma de suas liccedilotildees imorredoiras E que outra liccedilatildeo maior ou mais adequada para ser relembrada nesta hora senatildeo aquela Oraccedilatildeo aos Moccedilos que aos moccedilos tambeacutem se destishynaratildeo os estudos deste ciclo promovido pelas instituiccedilotildees mais necessaacuterias agrave Democracia - o Tribunal de Justiccedila a Ordem dos Advogados o Ministeacuterio Poacuteblico e as Universidades

De Ruy Barbosa portanto haacute de ser a citaccedilatildeo mais expressiva

Dessas democracias pois o eixo eacute a Justiccedila eixo natildeo abstrato natildeo supositiacutecio natildeo meramente moral mas de uma realidade proshyfunda e tatildeo praticamente embebido atraveacutes de todas as suas peccedilas que falseando ele ao seu mister todo o sistema cairaacute em paralisia desorshydem e subversatildeo Os poderes consshytitucionais entraratildeo em conflitos insolaacuteveis as franquias constitucioshynais ruiratildeo por terra e da organizashy

ccedilatildeo constitucional d das suas funccedilotildees e d tias apenas restaratildeo d De Carnelutti 6 o P

que o Direito eacute ulDa ponte economicw e o honro entre Economia e Moral

Jaacute disse que o COIU ciaacuterio eacute uma ponte entre

cutivo e o Poder Judiam E Nietzsche afirmava

de do homem eacute ele ser UI[

uma meta o que se pode mem eacute ele ser uma passa bamento e que somente middot Ies que sabem viver COIJl(j guindo porque satildeo esset vessam de um para outro I

Magistrados advogampll do Ministeacuterio Poacuteblico PIl

(I)

(2)

(3) (4)

(5)

(6)

(7)

(8)

(9)

(10)

(11) (12)

(13)

(14)

(15)

(16) 38

24

cia (art 25 e seus incisos) vidades coadjuvantes agraves do nitenciaacuterio que assim teraacute substancial da comunidade re ausente e omissa nessa os presos e aos egressos onscientizar a comunidade te agora em que recrudesshyimes mais violentos e a soshyassustada que muitas vezes aSsassino foi armado pela

stecircncia quando esteve preshytgresso juristas de que esse saber to abrangente e humanitaacuterio Direito Penitenciaacuterio estaacute a tratamento mais cuidadoso recomendam os inlIacutemeros

los especialistas e pretende 6ente ciclo de estudos

lo

Iuir este esboccedilo dando-me ~ nesta Casa repousam os is do maior dos brasileiros faltar alguma de suas liccedilotildees E que outra liccedilatildeo maior ou

ida para ser relembrada knatildeo aquela Oraccedilatildeo aos os moccedilos tambeacutem se destishy~s deste ciclo promovido ~ mais necessaacuterias agrave - o Tribunal de Justiccedila a LAdvogados o Ministeacuterio Jniversidades Barbosa portanto haacute de

Dais expressivaSsas democracias pois o IJusticcedila eixo natildeo abstrato

itfcio natildeo meramente iaS de uma realidade proshy- ) praticamente embebido

todas as suas peccedilas que I ele ao seu mister todo o Fairaacute em paralisia desorshybversatildeo Os poderes consshy~ entraratildeo em conflitos as franquias constitucioshybpor terra e da organizashy

ccedilatildeo constitucional do seu caraacuteter tudantes eacute nossa inctimbecircncia a de natildeo das suas funccedilotildees e das suas garanshy somente salvar as instituiccedilotildees juriacutedicas tias apenas restaratildeo destroccedilos (3) mais democraacuteticas mas sobretudo a de De Camelutti eacute o pensamento de mantecirc-Ias vivas e atuantes

que o Direito ~ uumllna ponte entre o homo Juiz meu apelo final haacute de se enshyeconomicus e o homo moralis isto eacute dereccedilar aos Juiacutezes a quem os Coacutedigos entre Economia e Moral impotildeem o dever de velar pela dignidade

Jaacute disse que o Conselho Penitenshy da Justiccedila Haacute poucos dias em Satildeo ciaacuterio eacute uma ponte entre o Poder Exe- Paulo tive a oportunidade de dizer coshycutivo e o Poder Judiciaacuterio mo Eduardo Couture que da dignidade

E Nietzsche afumava que o granshy do Juiz depende a pr6pria dignidade do de do homem eacute ele ser uma ponte e natildeo Direito o qual somente valeraacute em um uma meta o que se pode amar no hoshy paiacutes e em um momento hist6rico detershymem eacute ele ser uma passagem e um acashy minados o que valerem os seus Juiacutezes bamento e que somente amava agravequeshy como homens pois o dia em que os Jushyles que sabem viver como que se extinshy zes tiverem medo nenhum cidadatildeo poshyguindo porque satildeo esses os que atrashy daaacute dormir tranquumlilo (lO) Cwnpre-nos vessam de um para outro lado (18) velar pela dignidade do Direito pela

Magistrados advogados membros dignidade da Justiccedila pela dignidade do do Ministeacuterio Puacuteblico professores es- Homem

BIBLIOGRAFIA

(I) ACCIOL Y FILHO Novos meacutetodos para a repressatildeo penal Rlnflegisl Brasnia 1S(60) 16-17 outJdez 1978 Conferecircncia pronunciada na Ordem dos Advogashydos Seccedilatildeo de Satildeo Paulo

(2) AZEVEDO Vicente de Paulo Vicente de Curso de direito judici4rio pelUll Satildeo Paulo Saraiva 1958 v2 p407

(3) BARBOSA Ruy Oraccedilatildeo aos moccedilos RiodeJoreiroOrgSinDesI947 p62-63 (4) BARROS Romeu Pires ele Campos R Cons Penit DF BrasOia 12 31-48 Conshy

ferecircncia na Univ de Brasiacutelia durante o Curso de Extensatildeo Cultural de Ci8ncia PeshynaI Penitenciaacuteria

(5) BRAUNE Domingos Henrique Leal Livramento condicional R Inf legisl Brasiacutelia 4144-45 julldez 1980

(6) BRITO Washington Bolivar de Relat6rio das atividades do Conselho Penitenciaacuterio do Distrito Federal R Cons Penit DF Brasiacutelia (34) 129-139 jan I 9761jun 1977

(7) CARNELUTTI Francesco Arte do direito seis meditaccedilotildees sobre o direito Trad de Pimo de Aguiar Coimbra Liv Almedina 1974 - p 130

(8) Meditaccedilatildeo em torno do problema da ciecircncia do direlIo R Proc Ger Est R sPorto Alegre (27) 11-25

(9) COTRIM NETO AB O conceito da execuccedilatildeo penal R Cons Penit DF 2620janmar 1971

(10) COUTURE Eduardo Introduccedilatildeo ao estudo do processo civil Rio de Janeiro Konfino 1951 p88

(11) FUNES Mariano Ruiz A crise nas prisotildees Sio Paulo Saraiva 1953 p2 (12) GRINOVER Ada Pellegrini Eficaacutecia e autoridade da sentenccedila pelUll Ed Revista

dos Tribunais 1978 p2m) KIRSCHMANN von A falta de valor da jurisprudecircncia como ciecircncia 1848

Conferecircncia (14) MENDES Nelson Pizzotti Uma introduccedilatildeo agrave penologia Justitia Satildeo Paulo

42 151-157 janmar 1980 (15) MIOTTO Armida Bergamini ConselJw penitenciaacuterio In ENCICLOP~D1A

SarJiva de Direito Satildeo Paulo 1977 v18 p232 Verbete (16) Curso de direito penitenciaacuterio Satildeo Paulo Ed Saraiva v1 p

38

25

(17) o direito penitenciaacuterio importacircncia e necessidade do seu estudo Rln legisl Brasflia 7 (28)93-106 outJdez Tese apresentada no IV Congresso Nashycional de Direito Penal e Ciecircncias AfIDS

(18) NIETZSCHE Frederico Assim falava Zaratustra 5 ed Publ Brasil Editoshyra p9-1O

(19) RAYMUNOq Adhemar Execuccedilatildeo ~ In Estudos de direito processual peshynal Llv PJOgreaso 1957 po8

(20) QUIROZ CUARON Alfonso Evoluci6n de la criminologia Derecho Penal ContempordneoM6xico OF (3)25

A

comprador subsequumlentes mento das Ontem como

res embora por lei volviam a duplicata ltemia ao vendedor oacutebice surgido ao parte dos cabia ao mrumte todo o restante

Com o Decreto D 917 de como possiacutevel para verificaccedilatildeo dos

1 Desembargador

I natildeo de favores ou regashylei admite sejam cocircncedishyndenados Nem a autorishyiruacutestrativa por estar ao muito proacutexima e por isshy)metida na execuccedilatildeo poshyudes que se devem exigir cessatildeo daquelas medidas

ne todos essa preocupashyI autores no original isto mciaram os seus pensashylevacircncia dos temas que das sugestotildees apresentashy~ o dever de fidelidade s para que nada se pershyiIp8Sse ainda que invo-

~rece o legislador estaacute [rtunidade para incluir no Lei de Execuccedilatildeo Penal

Sugestotildees O art 15 do blara que o Conselho oacutergatildeo consultivo e fIscashy~ccedilatildeo da pena E soacute ocante agrave sua composiccedilatildeo Admiruacutestraccediloacutee8 Estadushypara a circunstacircncia de da ediccedilatildeo do Decreto n 4 as carreiras mais releshydos juristas e dos meacutedishyigtas gradas - dentre as Ser recrutados os memshy~o Mas eacute mesmo digno

do legislador de entatildeo bull tal escolha deveria fashy~recircncia dentre tais proshyatildeo excluiacutea outras desde ssem pessoas de relevo relevo a que somente r por uma lideranccedila nashy

$a recente com (l Diretor utamento Penitenciaacuterio fessor Jason Soares de k--~ quatildeo agradavelshyhgtreendido no Estado do

accedilatildeo de uma assistente do respectivo Conselho romovendo a dinamizashygatildeo mediante a realizashymas de assistecircncia aos essos da mais alta valia

Satildeo muitas hoje as profIssotildees que teriam grande influecircncia segundo creio na dinamizaccedilatildeo desse colegiado como os socioacutelogos os psicoacutelogos os antroshypoacutelogos e os proacuteprios assistentes sociais como se acabou de referir

Existe uma comissatildeo vinculada ao Conselho Nacional de Poliacutetica Penitenshyciaacuteria do Ministeacuterio da Justiccedila empreshyendendo estudos em torno do Conselho Penitenciaacuterio Ao que se sabe duas satildeo as correntes que se formaram entre tais estudiosos a dos que desejam elinuacutenaacute-Io e a dos que querem atualizaacute-lo A conshyclusatildeo loacutegica eacute a de que ambas as corshyrentes natildeo estatildeo satisfeitas com o deshysempenho e fInalidade dos Conselhos Penitenciaacuterios atualmente

De qualquer sorte poreacutem aos Conselhos Penitenciaacuterios segundo penso embora jaacute sejam cometidas tareshyfas e atribuiccedilotildees da mais alta relevacircncia como a assistecircncia aos egressos a vershydade eacute que natildeo lhes satildeo dadas condiccedilotildees de realizaacute-Ias

Quando tive a honra de exercer a Presidecircncia do Conselho Penitenciaacuterio do Distrito Federal empenhei-me em tornar realidade o disposto na Lei n 3274 de 2 de outubro de 1957 que dispotildee sobre Nonnas Gerais do Regime Penitenciaacuterioacute

Lembro-me de que justamente por natildeo possuir infra-estrutura adequada procurou o Conselho obter a colaborashyccedilatildeo do Departamento de Educaccedilatildeo Fiacutesishyca Esportes e Recreaccedilatildeo - DEFER - do Governo do Distrito Federal para o cumprimento do disposto no art I item XII e do art 22 e seu paraacutegrafo uacutenico da mencionada Lei precisamente para a realizaccedilatildeo de um programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica cientifIcamente dirigishydo Esse Programa de Educaccedilatildeo Fiacutesica

para Centros Reeducacionais do Distrito Federal como se intitulou empolgou os professores Caranambu Bessa e Maacuteshyrio Maacutercio Cardoso daquele Departashymento que o puseram em praacutetica com muito entusiasmo por parte dos internos e dos dirigentes dos estabelecimentos

Citado por BRITO (6)

prisionais sendo acompanhado com enorllC interesse pela imprersa local ~

Diligenciou-se muito antes da Lei n 6416 de 1977 no sentido de que fosse posto em praacutetica Provimento do egreacutegio Tribunal de Justiccedila do Distrito Federal referente agrave prisatildeo-albergue

Quanto agrave assistecircncia aos egressos a pesquisa empreendida pelo Conselho a exemplo do que ocorre noutros oacutergatildeos especializados fixou-se em torno do risco da reincidecircncia e dos meios e moshydos de evitaacute-la ou diminuir-lhe a incishydecircncia avultando entre esses a procura de um trabalho adequado para o liberashydo condicional ou para o que cumpriu a pena e foi posto definitivamente em lishyberdade

Encontrei o texto do Decreto n 8233 de 22 de setembro de 1910 que aprova o regulamento ofIciai dos libeshyrados ou egressos definitivos da prisatildeo do Distrito Federal finnado por Nilo Peccedilanha e referendado por Esmeraldino Bandeira verdadeiro monumento de sashybedoria e fonte de inspiraccedilatildeo como asshysinalei no meu relatoacuterio para inl1meras providecircncias que podem ser tomadas ainda hoje

ExemplifIco com o art 15 daquele Decreto assim redigido

Com a necessaacuteria antecedecircnshycia deveraacute a comissatildeo de acordo com o preso providenciar de modo que no dia do livramento defmitishyvo se lhe depare ocupaccedilatildeo honesta com a remuneraccedilatildeo sufIciente agraves necessidades de sua condiccedilatildeo Toshydas as pessoas que contratarem com o Governo seratildeo obrigadas por uma claacuteusula especial a resershyvar lugares para os liberados cujo exemplar procedimento puder ser atestado pela comissatildeo - nos servishyccedilos e obras que forem realizados em cumprimento dos respectivos conshytratos (Grifos meus) Ora essas providecircncias tatildeo simples

mas de tanta importacircncia para os egressos e para coibir a reincidecircncia por falta de trabalho honesto que o gecircnio de

23

Esmeraldino Bandeira preconizava em 1910 podem ainda hoje ser utilizadas como instrumento eficaz pela Admishynistraccedilatildeo

O drama do presidiaacuterio foi sintetishyzado em frase lapidar de Mariano Ruiz Funes A prisatildeo eacute temporaacuteria mas os prisioneiros natildeo deixam nunca mais de ser presidiaacuterios (11)

A assistecircncia aos egressos pois eacute uma das tarefas mais nobilitantes e efishycientes se devidamente feita pelos Conselhos Penitenciaacuterios

Essa assistecircncia ainda se tomou mais significativa apoacutes o advento da Lei n 6416 de 24 de maio de 1977 que entre outros beneficios instituiu a prishysatildeo-albergue a que se anteciparam alshyguns Estados pela coragem dos seus Tribunais de Justiccedila eliminou tambeacutem as doacutevidas quanto agrave compatibilidade do trabalho externo com o regime penitenshyciaacuterio fechado e semi-aberto conforme claramente confessado na Exposiccedilatildeo de Motivos do Ministro Armando Falcatildeo (item 12) ao Presidente Ernesto Geisel

que encaminhou a Mensagem n 52177 ao Congresso Nacional

Mas eacute tambeacutem necessaacuterio visitar os presos coin mais frequumlecircncia e natildeo soshymente por ocasiatildeo da solenidade do lishyvramento condicional como infelizshymente soacutei acontecer

eacute certo que se inclui entre os oacutershygatildeos da execuccedilatildeo penalmais um conseshylho - o Conselho da Comunidade (anteshyprojeto art 52 item VI) composto de um representante de associaccedilatildeo comershycial ou industrial middotou entidade similar um advogado indicado pela Secccedilatildeo ou Subsecccedilatildeo da Ordem dos Advogados do Brasil e um assistente social designashydo pela Delegacia Seccional do Conseshylho Regional de Assistentes Sociais (art 24) para funcionar em cada comarca incumbindo-lhes visitar os estabelecishymentos prisionais entrevistar os presos representar quando necessaacuterio ao Juiz da execuccedilatildeo e ao Conselho Penitenciaacuterio e diligenciar pela obtenccedilatildeo de recursos materiais e humanospara dar-lhes meshy

Citado por BRITO (6)

lhor assistecircncia (art 25 e seus incisos) Satildeo atividades coadjuvantes agraves do

Conselho Penitenciaacuterio que assim teraacute Uma ajuda substancial da comunidade quase sempre ausente e omissa nessa assistecircncia aos presos e aos egressos

Urge conscientizar a comunidade especialmente agora em que recrudesshyceram os crimes mais violentos e a soshyciedade estaacute assustada que muitas vezes o braccedilo do assassino foi armado pela falta de assistecircncia quando esteve preshyso ou como tgresso

E aos juristas de que esse saber cientiacutefico tatildeo abrangente e humanitaacuterio denominado Direito Penitenciaacuterio estaacute a merecer um tratamento mais cuidadoso conforme o recomendam os inoacutemeros congressos dos especialistas e pretende fazecirc-lo o presente ciclo de estudos

VIConclusatildeo

Ao concluir este esboccedilo dando-me conta de que nesta Casa repousam os restos mortais do maior dos brasileiros natildeo poderia faltar alguma de suas liccedilotildees imorredoiras E que outra liccedilatildeo maior ou mais adequada para ser relembrada nesta hora senatildeo aquela Oraccedilatildeo aos Moccedilos que aos moccedilos tambeacutem se destishynaratildeo os estudos deste ciclo promovido pelas instituiccedilotildees mais necessaacuterias agrave Democracia - o Tribunal de Justiccedila a Ordem dos Advogados o Ministeacuterio Poacuteblico e as Universidades

De Ruy Barbosa portanto haacute de ser a citaccedilatildeo mais expressiva

Dessas democracias pois o eixo eacute a Justiccedila eixo natildeo abstrato natildeo supositiacutecio natildeo meramente moral mas de uma realidade proshyfunda e tatildeo praticamente embebido atraveacutes de todas as suas peccedilas que falseando ele ao seu mister todo o sistema cairaacute em paralisia desorshydem e subversatildeo Os poderes consshytitucionais entraratildeo em conflitos insolaacuteveis as franquias constitucioshynais ruiratildeo por terra e da organizashy

ccedilatildeo constitucional d das suas funccedilotildees e d tias apenas restaratildeo d De Carnelutti 6 o P

que o Direito eacute ulDa ponte economicw e o honro entre Economia e Moral

Jaacute disse que o COIU ciaacuterio eacute uma ponte entre

cutivo e o Poder Judiam E Nietzsche afirmava

de do homem eacute ele ser UI[

uma meta o que se pode mem eacute ele ser uma passa bamento e que somente middot Ies que sabem viver COIJl(j guindo porque satildeo esset vessam de um para outro I

Magistrados advogampll do Ministeacuterio Poacuteblico PIl

(I)

(2)

(3) (4)

(5)

(6)

(7)

(8)

(9)

(10)

(11) (12)

(13)

(14)

(15)

(16) 38

24

cia (art 25 e seus incisos) vidades coadjuvantes agraves do nitenciaacuterio que assim teraacute substancial da comunidade re ausente e omissa nessa os presos e aos egressos onscientizar a comunidade te agora em que recrudesshyimes mais violentos e a soshyassustada que muitas vezes aSsassino foi armado pela

stecircncia quando esteve preshytgresso juristas de que esse saber to abrangente e humanitaacuterio Direito Penitenciaacuterio estaacute a tratamento mais cuidadoso recomendam os inlIacutemeros

los especialistas e pretende 6ente ciclo de estudos

lo

Iuir este esboccedilo dando-me ~ nesta Casa repousam os is do maior dos brasileiros faltar alguma de suas liccedilotildees E que outra liccedilatildeo maior ou

ida para ser relembrada knatildeo aquela Oraccedilatildeo aos os moccedilos tambeacutem se destishy~s deste ciclo promovido ~ mais necessaacuterias agrave - o Tribunal de Justiccedila a LAdvogados o Ministeacuterio Jniversidades Barbosa portanto haacute de

Dais expressivaSsas democracias pois o IJusticcedila eixo natildeo abstrato

itfcio natildeo meramente iaS de uma realidade proshy- ) praticamente embebido

todas as suas peccedilas que I ele ao seu mister todo o Fairaacute em paralisia desorshybversatildeo Os poderes consshy~ entraratildeo em conflitos as franquias constitucioshybpor terra e da organizashy

ccedilatildeo constitucional do seu caraacuteter tudantes eacute nossa inctimbecircncia a de natildeo das suas funccedilotildees e das suas garanshy somente salvar as instituiccedilotildees juriacutedicas tias apenas restaratildeo destroccedilos (3) mais democraacuteticas mas sobretudo a de De Camelutti eacute o pensamento de mantecirc-Ias vivas e atuantes

que o Direito ~ uumllna ponte entre o homo Juiz meu apelo final haacute de se enshyeconomicus e o homo moralis isto eacute dereccedilar aos Juiacutezes a quem os Coacutedigos entre Economia e Moral impotildeem o dever de velar pela dignidade

Jaacute disse que o Conselho Penitenshy da Justiccedila Haacute poucos dias em Satildeo ciaacuterio eacute uma ponte entre o Poder Exe- Paulo tive a oportunidade de dizer coshycutivo e o Poder Judiciaacuterio mo Eduardo Couture que da dignidade

E Nietzsche afumava que o granshy do Juiz depende a pr6pria dignidade do de do homem eacute ele ser uma ponte e natildeo Direito o qual somente valeraacute em um uma meta o que se pode amar no hoshy paiacutes e em um momento hist6rico detershymem eacute ele ser uma passagem e um acashy minados o que valerem os seus Juiacutezes bamento e que somente amava agravequeshy como homens pois o dia em que os Jushyles que sabem viver como que se extinshy zes tiverem medo nenhum cidadatildeo poshyguindo porque satildeo esses os que atrashy daaacute dormir tranquumlilo (lO) Cwnpre-nos vessam de um para outro lado (18) velar pela dignidade do Direito pela

Magistrados advogados membros dignidade da Justiccedila pela dignidade do do Ministeacuterio Puacuteblico professores es- Homem

BIBLIOGRAFIA

(I) ACCIOL Y FILHO Novos meacutetodos para a repressatildeo penal Rlnflegisl Brasnia 1S(60) 16-17 outJdez 1978 Conferecircncia pronunciada na Ordem dos Advogashydos Seccedilatildeo de Satildeo Paulo

(2) AZEVEDO Vicente de Paulo Vicente de Curso de direito judici4rio pelUll Satildeo Paulo Saraiva 1958 v2 p407

(3) BARBOSA Ruy Oraccedilatildeo aos moccedilos RiodeJoreiroOrgSinDesI947 p62-63 (4) BARROS Romeu Pires ele Campos R Cons Penit DF BrasOia 12 31-48 Conshy

ferecircncia na Univ de Brasiacutelia durante o Curso de Extensatildeo Cultural de Ci8ncia PeshynaI Penitenciaacuteria

(5) BRAUNE Domingos Henrique Leal Livramento condicional R Inf legisl Brasiacutelia 4144-45 julldez 1980

(6) BRITO Washington Bolivar de Relat6rio das atividades do Conselho Penitenciaacuterio do Distrito Federal R Cons Penit DF Brasiacutelia (34) 129-139 jan I 9761jun 1977

(7) CARNELUTTI Francesco Arte do direito seis meditaccedilotildees sobre o direito Trad de Pimo de Aguiar Coimbra Liv Almedina 1974 - p 130

(8) Meditaccedilatildeo em torno do problema da ciecircncia do direlIo R Proc Ger Est R sPorto Alegre (27) 11-25

(9) COTRIM NETO AB O conceito da execuccedilatildeo penal R Cons Penit DF 2620janmar 1971

(10) COUTURE Eduardo Introduccedilatildeo ao estudo do processo civil Rio de Janeiro Konfino 1951 p88

(11) FUNES Mariano Ruiz A crise nas prisotildees Sio Paulo Saraiva 1953 p2 (12) GRINOVER Ada Pellegrini Eficaacutecia e autoridade da sentenccedila pelUll Ed Revista

dos Tribunais 1978 p2m) KIRSCHMANN von A falta de valor da jurisprudecircncia como ciecircncia 1848

Conferecircncia (14) MENDES Nelson Pizzotti Uma introduccedilatildeo agrave penologia Justitia Satildeo Paulo

42 151-157 janmar 1980 (15) MIOTTO Armida Bergamini ConselJw penitenciaacuterio In ENCICLOP~D1A

SarJiva de Direito Satildeo Paulo 1977 v18 p232 Verbete (16) Curso de direito penitenciaacuterio Satildeo Paulo Ed Saraiva v1 p

38

25

(17) o direito penitenciaacuterio importacircncia e necessidade do seu estudo Rln legisl Brasflia 7 (28)93-106 outJdez Tese apresentada no IV Congresso Nashycional de Direito Penal e Ciecircncias AfIDS

(18) NIETZSCHE Frederico Assim falava Zaratustra 5 ed Publ Brasil Editoshyra p9-1O

(19) RAYMUNOq Adhemar Execuccedilatildeo ~ In Estudos de direito processual peshynal Llv PJOgreaso 1957 po8

(20) QUIROZ CUARON Alfonso Evoluci6n de la criminologia Derecho Penal ContempordneoM6xico OF (3)25

A

comprador subsequumlentes mento das Ontem como

res embora por lei volviam a duplicata ltemia ao vendedor oacutebice surgido ao parte dos cabia ao mrumte todo o restante

Com o Decreto D 917 de como possiacutevel para verificaccedilatildeo dos

1 Desembargador

Esmeraldino Bandeira preconizava em 1910 podem ainda hoje ser utilizadas como instrumento eficaz pela Admishynistraccedilatildeo

O drama do presidiaacuterio foi sintetishyzado em frase lapidar de Mariano Ruiz Funes A prisatildeo eacute temporaacuteria mas os prisioneiros natildeo deixam nunca mais de ser presidiaacuterios (11)

A assistecircncia aos egressos pois eacute uma das tarefas mais nobilitantes e efishycientes se devidamente feita pelos Conselhos Penitenciaacuterios

Essa assistecircncia ainda se tomou mais significativa apoacutes o advento da Lei n 6416 de 24 de maio de 1977 que entre outros beneficios instituiu a prishysatildeo-albergue a que se anteciparam alshyguns Estados pela coragem dos seus Tribunais de Justiccedila eliminou tambeacutem as doacutevidas quanto agrave compatibilidade do trabalho externo com o regime penitenshyciaacuterio fechado e semi-aberto conforme claramente confessado na Exposiccedilatildeo de Motivos do Ministro Armando Falcatildeo (item 12) ao Presidente Ernesto Geisel

que encaminhou a Mensagem n 52177 ao Congresso Nacional

Mas eacute tambeacutem necessaacuterio visitar os presos coin mais frequumlecircncia e natildeo soshymente por ocasiatildeo da solenidade do lishyvramento condicional como infelizshymente soacutei acontecer

eacute certo que se inclui entre os oacutershygatildeos da execuccedilatildeo penalmais um conseshylho - o Conselho da Comunidade (anteshyprojeto art 52 item VI) composto de um representante de associaccedilatildeo comershycial ou industrial middotou entidade similar um advogado indicado pela Secccedilatildeo ou Subsecccedilatildeo da Ordem dos Advogados do Brasil e um assistente social designashydo pela Delegacia Seccional do Conseshylho Regional de Assistentes Sociais (art 24) para funcionar em cada comarca incumbindo-lhes visitar os estabelecishymentos prisionais entrevistar os presos representar quando necessaacuterio ao Juiz da execuccedilatildeo e ao Conselho Penitenciaacuterio e diligenciar pela obtenccedilatildeo de recursos materiais e humanospara dar-lhes meshy

Citado por BRITO (6)

lhor assistecircncia (art 25 e seus incisos) Satildeo atividades coadjuvantes agraves do

Conselho Penitenciaacuterio que assim teraacute Uma ajuda substancial da comunidade quase sempre ausente e omissa nessa assistecircncia aos presos e aos egressos

Urge conscientizar a comunidade especialmente agora em que recrudesshyceram os crimes mais violentos e a soshyciedade estaacute assustada que muitas vezes o braccedilo do assassino foi armado pela falta de assistecircncia quando esteve preshyso ou como tgresso

E aos juristas de que esse saber cientiacutefico tatildeo abrangente e humanitaacuterio denominado Direito Penitenciaacuterio estaacute a merecer um tratamento mais cuidadoso conforme o recomendam os inoacutemeros congressos dos especialistas e pretende fazecirc-lo o presente ciclo de estudos

VIConclusatildeo

Ao concluir este esboccedilo dando-me conta de que nesta Casa repousam os restos mortais do maior dos brasileiros natildeo poderia faltar alguma de suas liccedilotildees imorredoiras E que outra liccedilatildeo maior ou mais adequada para ser relembrada nesta hora senatildeo aquela Oraccedilatildeo aos Moccedilos que aos moccedilos tambeacutem se destishynaratildeo os estudos deste ciclo promovido pelas instituiccedilotildees mais necessaacuterias agrave Democracia - o Tribunal de Justiccedila a Ordem dos Advogados o Ministeacuterio Poacuteblico e as Universidades

De Ruy Barbosa portanto haacute de ser a citaccedilatildeo mais expressiva

Dessas democracias pois o eixo eacute a Justiccedila eixo natildeo abstrato natildeo supositiacutecio natildeo meramente moral mas de uma realidade proshyfunda e tatildeo praticamente embebido atraveacutes de todas as suas peccedilas que falseando ele ao seu mister todo o sistema cairaacute em paralisia desorshydem e subversatildeo Os poderes consshytitucionais entraratildeo em conflitos insolaacuteveis as franquias constitucioshynais ruiratildeo por terra e da organizashy

ccedilatildeo constitucional d das suas funccedilotildees e d tias apenas restaratildeo d De Carnelutti 6 o P

que o Direito eacute ulDa ponte economicw e o honro entre Economia e Moral

Jaacute disse que o COIU ciaacuterio eacute uma ponte entre

cutivo e o Poder Judiam E Nietzsche afirmava

de do homem eacute ele ser UI[

uma meta o que se pode mem eacute ele ser uma passa bamento e que somente middot Ies que sabem viver COIJl(j guindo porque satildeo esset vessam de um para outro I

Magistrados advogampll do Ministeacuterio Poacuteblico PIl

(I)

(2)

(3) (4)

(5)

(6)

(7)

(8)

(9)

(10)

(11) (12)

(13)

(14)

(15)

(16) 38

24

cia (art 25 e seus incisos) vidades coadjuvantes agraves do nitenciaacuterio que assim teraacute substancial da comunidade re ausente e omissa nessa os presos e aos egressos onscientizar a comunidade te agora em que recrudesshyimes mais violentos e a soshyassustada que muitas vezes aSsassino foi armado pela

stecircncia quando esteve preshytgresso juristas de que esse saber to abrangente e humanitaacuterio Direito Penitenciaacuterio estaacute a tratamento mais cuidadoso recomendam os inlIacutemeros

los especialistas e pretende 6ente ciclo de estudos

lo

Iuir este esboccedilo dando-me ~ nesta Casa repousam os is do maior dos brasileiros faltar alguma de suas liccedilotildees E que outra liccedilatildeo maior ou

ida para ser relembrada knatildeo aquela Oraccedilatildeo aos os moccedilos tambeacutem se destishy~s deste ciclo promovido ~ mais necessaacuterias agrave - o Tribunal de Justiccedila a LAdvogados o Ministeacuterio Jniversidades Barbosa portanto haacute de

Dais expressivaSsas democracias pois o IJusticcedila eixo natildeo abstrato

itfcio natildeo meramente iaS de uma realidade proshy- ) praticamente embebido

todas as suas peccedilas que I ele ao seu mister todo o Fairaacute em paralisia desorshybversatildeo Os poderes consshy~ entraratildeo em conflitos as franquias constitucioshybpor terra e da organizashy

ccedilatildeo constitucional do seu caraacuteter tudantes eacute nossa inctimbecircncia a de natildeo das suas funccedilotildees e das suas garanshy somente salvar as instituiccedilotildees juriacutedicas tias apenas restaratildeo destroccedilos (3) mais democraacuteticas mas sobretudo a de De Camelutti eacute o pensamento de mantecirc-Ias vivas e atuantes

que o Direito ~ uumllna ponte entre o homo Juiz meu apelo final haacute de se enshyeconomicus e o homo moralis isto eacute dereccedilar aos Juiacutezes a quem os Coacutedigos entre Economia e Moral impotildeem o dever de velar pela dignidade

Jaacute disse que o Conselho Penitenshy da Justiccedila Haacute poucos dias em Satildeo ciaacuterio eacute uma ponte entre o Poder Exe- Paulo tive a oportunidade de dizer coshycutivo e o Poder Judiciaacuterio mo Eduardo Couture que da dignidade

E Nietzsche afumava que o granshy do Juiz depende a pr6pria dignidade do de do homem eacute ele ser uma ponte e natildeo Direito o qual somente valeraacute em um uma meta o que se pode amar no hoshy paiacutes e em um momento hist6rico detershymem eacute ele ser uma passagem e um acashy minados o que valerem os seus Juiacutezes bamento e que somente amava agravequeshy como homens pois o dia em que os Jushyles que sabem viver como que se extinshy zes tiverem medo nenhum cidadatildeo poshyguindo porque satildeo esses os que atrashy daaacute dormir tranquumlilo (lO) Cwnpre-nos vessam de um para outro lado (18) velar pela dignidade do Direito pela

Magistrados advogados membros dignidade da Justiccedila pela dignidade do do Ministeacuterio Puacuteblico professores es- Homem

BIBLIOGRAFIA

(I) ACCIOL Y FILHO Novos meacutetodos para a repressatildeo penal Rlnflegisl Brasnia 1S(60) 16-17 outJdez 1978 Conferecircncia pronunciada na Ordem dos Advogashydos Seccedilatildeo de Satildeo Paulo

(2) AZEVEDO Vicente de Paulo Vicente de Curso de direito judici4rio pelUll Satildeo Paulo Saraiva 1958 v2 p407

(3) BARBOSA Ruy Oraccedilatildeo aos moccedilos RiodeJoreiroOrgSinDesI947 p62-63 (4) BARROS Romeu Pires ele Campos R Cons Penit DF BrasOia 12 31-48 Conshy

ferecircncia na Univ de Brasiacutelia durante o Curso de Extensatildeo Cultural de Ci8ncia PeshynaI Penitenciaacuteria

(5) BRAUNE Domingos Henrique Leal Livramento condicional R Inf legisl Brasiacutelia 4144-45 julldez 1980

(6) BRITO Washington Bolivar de Relat6rio das atividades do Conselho Penitenciaacuterio do Distrito Federal R Cons Penit DF Brasiacutelia (34) 129-139 jan I 9761jun 1977

(7) CARNELUTTI Francesco Arte do direito seis meditaccedilotildees sobre o direito Trad de Pimo de Aguiar Coimbra Liv Almedina 1974 - p 130

(8) Meditaccedilatildeo em torno do problema da ciecircncia do direlIo R Proc Ger Est R sPorto Alegre (27) 11-25

(9) COTRIM NETO AB O conceito da execuccedilatildeo penal R Cons Penit DF 2620janmar 1971

(10) COUTURE Eduardo Introduccedilatildeo ao estudo do processo civil Rio de Janeiro Konfino 1951 p88

(11) FUNES Mariano Ruiz A crise nas prisotildees Sio Paulo Saraiva 1953 p2 (12) GRINOVER Ada Pellegrini Eficaacutecia e autoridade da sentenccedila pelUll Ed Revista

dos Tribunais 1978 p2m) KIRSCHMANN von A falta de valor da jurisprudecircncia como ciecircncia 1848

Conferecircncia (14) MENDES Nelson Pizzotti Uma introduccedilatildeo agrave penologia Justitia Satildeo Paulo

42 151-157 janmar 1980 (15) MIOTTO Armida Bergamini ConselJw penitenciaacuterio In ENCICLOP~D1A

SarJiva de Direito Satildeo Paulo 1977 v18 p232 Verbete (16) Curso de direito penitenciaacuterio Satildeo Paulo Ed Saraiva v1 p

38

25

(17) o direito penitenciaacuterio importacircncia e necessidade do seu estudo Rln legisl Brasflia 7 (28)93-106 outJdez Tese apresentada no IV Congresso Nashycional de Direito Penal e Ciecircncias AfIDS

(18) NIETZSCHE Frederico Assim falava Zaratustra 5 ed Publ Brasil Editoshyra p9-1O

(19) RAYMUNOq Adhemar Execuccedilatildeo ~ In Estudos de direito processual peshynal Llv PJOgreaso 1957 po8

(20) QUIROZ CUARON Alfonso Evoluci6n de la criminologia Derecho Penal ContempordneoM6xico OF (3)25

A

comprador subsequumlentes mento das Ontem como

res embora por lei volviam a duplicata ltemia ao vendedor oacutebice surgido ao parte dos cabia ao mrumte todo o restante

Com o Decreto D 917 de como possiacutevel para verificaccedilatildeo dos

1 Desembargador

cia (art 25 e seus incisos) vidades coadjuvantes agraves do nitenciaacuterio que assim teraacute substancial da comunidade re ausente e omissa nessa os presos e aos egressos onscientizar a comunidade te agora em que recrudesshyimes mais violentos e a soshyassustada que muitas vezes aSsassino foi armado pela

stecircncia quando esteve preshytgresso juristas de que esse saber to abrangente e humanitaacuterio Direito Penitenciaacuterio estaacute a tratamento mais cuidadoso recomendam os inlIacutemeros

los especialistas e pretende 6ente ciclo de estudos

lo

Iuir este esboccedilo dando-me ~ nesta Casa repousam os is do maior dos brasileiros faltar alguma de suas liccedilotildees E que outra liccedilatildeo maior ou

ida para ser relembrada knatildeo aquela Oraccedilatildeo aos os moccedilos tambeacutem se destishy~s deste ciclo promovido ~ mais necessaacuterias agrave - o Tribunal de Justiccedila a LAdvogados o Ministeacuterio Jniversidades Barbosa portanto haacute de

Dais expressivaSsas democracias pois o IJusticcedila eixo natildeo abstrato

itfcio natildeo meramente iaS de uma realidade proshy- ) praticamente embebido

todas as suas peccedilas que I ele ao seu mister todo o Fairaacute em paralisia desorshybversatildeo Os poderes consshy~ entraratildeo em conflitos as franquias constitucioshybpor terra e da organizashy

ccedilatildeo constitucional do seu caraacuteter tudantes eacute nossa inctimbecircncia a de natildeo das suas funccedilotildees e das suas garanshy somente salvar as instituiccedilotildees juriacutedicas tias apenas restaratildeo destroccedilos (3) mais democraacuteticas mas sobretudo a de De Camelutti eacute o pensamento de mantecirc-Ias vivas e atuantes

que o Direito ~ uumllna ponte entre o homo Juiz meu apelo final haacute de se enshyeconomicus e o homo moralis isto eacute dereccedilar aos Juiacutezes a quem os Coacutedigos entre Economia e Moral impotildeem o dever de velar pela dignidade

Jaacute disse que o Conselho Penitenshy da Justiccedila Haacute poucos dias em Satildeo ciaacuterio eacute uma ponte entre o Poder Exe- Paulo tive a oportunidade de dizer coshycutivo e o Poder Judiciaacuterio mo Eduardo Couture que da dignidade

E Nietzsche afumava que o granshy do Juiz depende a pr6pria dignidade do de do homem eacute ele ser uma ponte e natildeo Direito o qual somente valeraacute em um uma meta o que se pode amar no hoshy paiacutes e em um momento hist6rico detershymem eacute ele ser uma passagem e um acashy minados o que valerem os seus Juiacutezes bamento e que somente amava agravequeshy como homens pois o dia em que os Jushyles que sabem viver como que se extinshy zes tiverem medo nenhum cidadatildeo poshyguindo porque satildeo esses os que atrashy daaacute dormir tranquumlilo (lO) Cwnpre-nos vessam de um para outro lado (18) velar pela dignidade do Direito pela

Magistrados advogados membros dignidade da Justiccedila pela dignidade do do Ministeacuterio Puacuteblico professores es- Homem

BIBLIOGRAFIA

(I) ACCIOL Y FILHO Novos meacutetodos para a repressatildeo penal Rlnflegisl Brasnia 1S(60) 16-17 outJdez 1978 Conferecircncia pronunciada na Ordem dos Advogashydos Seccedilatildeo de Satildeo Paulo

(2) AZEVEDO Vicente de Paulo Vicente de Curso de direito judici4rio pelUll Satildeo Paulo Saraiva 1958 v2 p407

(3) BARBOSA Ruy Oraccedilatildeo aos moccedilos RiodeJoreiroOrgSinDesI947 p62-63 (4) BARROS Romeu Pires ele Campos R Cons Penit DF BrasOia 12 31-48 Conshy

ferecircncia na Univ de Brasiacutelia durante o Curso de Extensatildeo Cultural de Ci8ncia PeshynaI Penitenciaacuteria

(5) BRAUNE Domingos Henrique Leal Livramento condicional R Inf legisl Brasiacutelia 4144-45 julldez 1980

(6) BRITO Washington Bolivar de Relat6rio das atividades do Conselho Penitenciaacuterio do Distrito Federal R Cons Penit DF Brasiacutelia (34) 129-139 jan I 9761jun 1977

(7) CARNELUTTI Francesco Arte do direito seis meditaccedilotildees sobre o direito Trad de Pimo de Aguiar Coimbra Liv Almedina 1974 - p 130

(8) Meditaccedilatildeo em torno do problema da ciecircncia do direlIo R Proc Ger Est R sPorto Alegre (27) 11-25

(9) COTRIM NETO AB O conceito da execuccedilatildeo penal R Cons Penit DF 2620janmar 1971

(10) COUTURE Eduardo Introduccedilatildeo ao estudo do processo civil Rio de Janeiro Konfino 1951 p88

(11) FUNES Mariano Ruiz A crise nas prisotildees Sio Paulo Saraiva 1953 p2 (12) GRINOVER Ada Pellegrini Eficaacutecia e autoridade da sentenccedila pelUll Ed Revista

dos Tribunais 1978 p2m) KIRSCHMANN von A falta de valor da jurisprudecircncia como ciecircncia 1848

Conferecircncia (14) MENDES Nelson Pizzotti Uma introduccedilatildeo agrave penologia Justitia Satildeo Paulo

42 151-157 janmar 1980 (15) MIOTTO Armida Bergamini ConselJw penitenciaacuterio In ENCICLOP~D1A

SarJiva de Direito Satildeo Paulo 1977 v18 p232 Verbete (16) Curso de direito penitenciaacuterio Satildeo Paulo Ed Saraiva v1 p

38

25

(17) o direito penitenciaacuterio importacircncia e necessidade do seu estudo Rln legisl Brasflia 7 (28)93-106 outJdez Tese apresentada no IV Congresso Nashycional de Direito Penal e Ciecircncias AfIDS

(18) NIETZSCHE Frederico Assim falava Zaratustra 5 ed Publ Brasil Editoshyra p9-1O

(19) RAYMUNOq Adhemar Execuccedilatildeo ~ In Estudos de direito processual peshynal Llv PJOgreaso 1957 po8

(20) QUIROZ CUARON Alfonso Evoluci6n de la criminologia Derecho Penal ContempordneoM6xico OF (3)25

A

comprador subsequumlentes mento das Ontem como

res embora por lei volviam a duplicata ltemia ao vendedor oacutebice surgido ao parte dos cabia ao mrumte todo o restante

Com o Decreto D 917 de como possiacutevel para verificaccedilatildeo dos

1 Desembargador

(17) o direito penitenciaacuterio importacircncia e necessidade do seu estudo Rln legisl Brasflia 7 (28)93-106 outJdez Tese apresentada no IV Congresso Nashycional de Direito Penal e Ciecircncias AfIDS

(18) NIETZSCHE Frederico Assim falava Zaratustra 5 ed Publ Brasil Editoshyra p9-1O

(19) RAYMUNOq Adhemar Execuccedilatildeo ~ In Estudos de direito processual peshynal Llv PJOgreaso 1957 po8

(20) QUIROZ CUARON Alfonso Evoluci6n de la criminologia Derecho Penal ContempordneoM6xico OF (3)25

A

comprador subsequumlentes mento das Ontem como

res embora por lei volviam a duplicata ltemia ao vendedor oacutebice surgido ao parte dos cabia ao mrumte todo o restante

Com o Decreto D 917 de como possiacutevel para verificaccedilatildeo dos

1 Desembargador