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GTAW

Soldagem TIG

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O processo de soldagem Gas Tungsten Arc Welding – GTAW, ou soldagem

TIG – Tungsten Inert Gas, como é mais conhecido atualmente, é um

processo de soldagem a arco elétrico que utiliza-se de um arco entre um

eletrodo não-consumível de tungstênio e a poça de soldagem.

Conforme pode-se notar pela figura anterior, a poça de soldagem, o eletrodo e

parte do cordão são protegidos através de um gás de proteção, que é injetado

pelo bocal da tocha.

Seu desenvolvimento deveu-se à necessidade de disponibilidade de processos

eficientes de soldagem de materiais de difícil soldabilidade, tais como o

alumínio, cobre e magnésio; notadamente na indústria da aviação, no começo

da Segunda Grande Guerra Mundial. Sua berço de criação foi na Alemanha,

onde o processo TIG é conhecido como WIG, sigla de Wolfranium Inert Gas.

Assim, com o seu aperfeiçoamento, surgiu um processo de alta qualidade e de

relativo baixo custo, de uso em aplicações diversas, com inúmeras vantagens.

A Soldagem TIG (GTAW)

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Soldagem TIG (GTAW)

O processo TIG permite soldar uma série de tipos de materiais, com ou semmaterial de adição. Dependendo da aplicação da solda, é possível adicionarmaterial à poça de fusão, nesse caso, o material deve ser compatível com ometal de base.

Para isolar a região de soldagem dos contaminantes atmosféricos - Nitrogênio(N2), Oxigênio (O2) e Dióxido de Carbono (CO2) - e umidade (na forma de H2),que prejudicam as propriedades mecânicas da junta, são utilizados gases deproteção com características químico-físicas específicas (todos inertes), quetambém ajudam a formar e manter o arco elétrico estável.

A altura do arco elétrico é controlada pela diferença de potencial (tensão)aplicada entre os eletrodos (assim como no caso do processo MIG/MAG), oupela distância eletrodo peça, e sua intensidade pela corrente elétrica que sefaz fluir através da coluna de gás ionizado (produção de arco sob ambienteplasmático).

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O eletrodo utilizado na soldagem TIG é o de tungstênio, que tem o maior ponto

de fusão dos metais: 3400oC, podendo este ser puro (99,9%) ou ainda ser

ligado com outros materiais (sempre na forma de óxidos), geralmente: Cério

(Ce) , Lantânio (La), Tório (Th) e Zircônio (Zr).

Além disso, o tungstênio é chamado termoiônico, porque tem facilidade de

emitir elétrons ao ser aquecido, o que auxilia bastante a estabilidade do arco e

na transferência de calor.

Os eletrodos de tungstênio puro têm a vantagem de apresentar menor custo e

menor efeito de retificação quando utilizada a corrente alternada. Por outro

lado, as desvantagens são a dificuldade na abertura do arco e menor

durabilidade.

Nos processos automatizado, exige-se que os eletrodos sejam ligados ao

Zircônio (Zr), para que estes tenham suas resistências elevadas

substancialmente.

Soldagem TIG (GTAW)

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Vantagens

Apresenta cordões de solda de alta qualidade;

Ausência de escória no cordão;

Ausência de respingos e faíscas;

Pode ser empregado em todas posições;

Ótimo para soldagem de pequenas espessuras;

Ótimo desempenho na soldagem autógena;

Ausência de fluxos e revestimentos sólidos;

Aparência higiênica e cirúrgica da solda;

Baixa sensibilização à corrosão intergranular;

Baixa distorção, devido a sua baixa energia de soldagem.

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Desvantagens

Custo relativamente alto – principalmente no caso da soldagem de alumínio,

que há a necessidade de uma fonte geradora de alta frequência e CA;

Necessita de grande habilidade do soldador;

Dificuldade na soldagem em campo – influência do vento;

Baixa mobilidade, devido a quantidade de acessório ser extensa;

Alta incidência de luzes UV e IV;

Inadequado para soldagem de chapas de mais de 10 mm.

Baixa taxa de deposição.

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O Equipamento

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Equipamento para Soldagem TIG (GTAW)

Fonte: imagem da internet

Equipamento Básico

para Soldagem TIG

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Fontes de soldagem TIG

Equipamento para Soldagem TIG (GTAW)

Fonte: imagens da internet

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Controle de gás de

proteção (Q e P)

Equipamento para Soldagem TIG (GTAW)

Fonte: imagens da internet

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Equipamento para Soldagem TIG (GTAW)

Conjunto Regulador +

Manômetro +

Fluxômetro

Conjunto Regulador +

Manômetros (interno e

trabalho)

Fonte: imagens da internet

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Tocha

Equipamento para Soldagem TIG (GTAW)

Fonte: imagens da internet

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Tochas TIG

Equipamento para Soldagem TIG (GTAW)

Fonte: Oximig do Sul

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A tocha conduz a corrente e o gás inerte para a zona de soldagem; tem a

extremidade revestida de material isolante a fim de ser manuseada com

segurança pelo operador. A tocha serve como suporte do eletrodo de

tungstênio e também fornece o gás de proteção. Dentro da tocha existe uma

pinça que segura o eletrodo, e que deve ser selecionada de acordo com o

diâmetro do eletrodo.

As tochas, que suportam o eletrodo e conduzem o gás de proteção até o arco,

são classificadas basicamente pelo seu mecanismo de refrigeração. As tochas

refrigeradas a gás são mantidas na temperatura adequada pelo efeito de

resfriamento causado pelo próprio gás de proteção. Estas tochas estão

limitadas a uma corrente máxima de cerca de 200 A.

Já as tochas refrigeradas a água, promovem a circulação de água,

normalmente em circuito fechado, para refrigeração. Desta forma, pode-se

dispor de tochas que suportam correntes de até 1000 A.

Equipamento para Soldagem TIG (GTAW)

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Parâmetros de Soldagem

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Os parâmetros de soldagem são responsáveis pela qualidade do cordão de

solda e o desenvolvimento do processo; assim, é preciso conhecer essas

variáveis para escolher o procedimento adequado a cada tipo de trabalho.

Os parâmetros a considerar no processo TIG são:

Comprimento do arco;

Velocidade de soldagem;

Vazão do gás;

Corrente de soldagem;

Polaridade.

Parâmetros de Soldagem

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O comprimento do arco é a distância entre a ponta do eletrodo e o metal de base (o que

no processo MIG/MAG, chamamos de Stick-out); o aumento do comprimento faz

aumentar também a tensão do arco, sob uma dada corrente de soldagem e determinado

gás de proteção.

O comprimento do arco influencia diretamente no cordão de solda, que será tanto mais

largo quanto maior for o arco. Um arco muito curto ou muito longo torna-se instável,

favorecendo a formação de porosidades, mordeduras e falta de fusão. Em conseqüência,

a penetração também será afetada, embora que discretamente.

Maior distância

Cordão mais largo

Menor distância

Cordão mais estreito

Comprimento do Arco

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A velocidade de soldagem tem influência sobre a penetração e a largura do cordão de

solda; assim, para uma velocidade muito alta de soldagem, o arco não permanece tempo

suficiente na região de solda para proporcionar uma boa fusão e penetração do cordão.

Já para uma velocidade baixa, a penetração aumenta. Mas, para uma velocidade

excessivamente baixa de soldagem, o próprio metal fundido na poça funciona como

isolante térmico para a transferência de calor do arco para o metal base, prejudicando

também a penetração de solda.

Uma velocidade maior melhora a eficiência e a produtividade da soldagem, reduzindo os

custos de produção; no entanto, velocidades altas demais podem causar

descontinuidades, como falta de penetração e mordeduras.

Velocidade de Soldagem

Menor velocidade de

soldagem

Cordão mais largo e

maior a penetração

Maior velocidade de

soldagem

Cordão mais estreito e

menor a penetração

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A vazão do gás é responsável pela proteção adequada do eletrodo e da poça

de fusão garantindo soldas isentas de oxidação e porosidade.

Seu valor ideal depende do tipo de metal a ser soldado, condições de

ventilação do ambiente e nível de amperagem utilizado. Para que a proteção

oferecida pelo gás seja eficiente, é preciso considerar a vazão do gás.

A vazão deve ser forte o suficiente para deslocar o ar para longe da área da

solda e assim proteger a poça de fusão; no entanto, uma vazão elevada pode

causar turbulência no fluxo do gás, resultando em descontinuidade ou defeitos

no cordão e instabilidade do arco, sem falar no custo maior de soldagem.

Uma vazão baixa, por sua vez, não oferece proteção adequada à poça de

fusão, causando também descontinuidades.

Vazão do Gás de Proteção

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A vazão ideal de gás, leva em consideração fatores como:

Tipo de gás utilizado;

Distância entre o bocal e a peça;

Tipo e posição da tocha;

Tipo de junta;

Diâmetro do bocal;

Velocidade e posição de soldagem;

Tipo de metal a ser soldado;

Tamanho da poça de fusão.

Uma regra para determinar a vazão ideal é fazer um teste, iniciando com vazão

elevada e diminuindo gradativamente até que comece uma oxidação superficial

do cordão; a vazão ideal será a mais próxima e superior a essa.

Vazão do Gás de Proteção

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A corrente de soldagem pode-se considerar, de forma geral, que ela controla a

penetração da solda, com efeito diretamente proporcional, além de influenciar na

penetração de solda, a limpeza superficial dos óxidos da superfície do metal base e o

desgaste do eletrodo de tungstênio.

A corrente afeta também a tensão do arco, sendo que para um mesmo comprimento de

arco, um aumento na corrente causará um aumento na tensão do arco.

O ajuste da vazão de gás está relacionado com a intensidade de corrente ideal para os

diferentes metais a soldar. Considerando o argônio como gás de proteção, a relação

vazão/corrente pode ser mostrada em um quadro.

Corrente de Soldagem

Menor Corrente

Cordão mais estreito e

menor a penetração.

Maior Corrente

Cordão mais largo e

maior a penetração

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Corrente de Soldagem

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Polaridade

Quando se trabalha com corrente contínua (CC ou DC) o ignitor de alta

freqüência é usado apenas para abrir o arco, evitando o contato do eletrodo de

tungstênio em qualquer momento com a peça, e em seguida este ignitor é

desligado. Geralmente os aparelhos possuem um dispositivo que inibe as

faíscas do ignitor quando o arco está aberto.

Na soldagem com CC, o circuito pode ter o eletrodo ligado tanto ao pólo

negativo quanto ao positivo, dependendo do material e método de soldagem.

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Quando o eletrodo está ligado ao pólo negativo CC-, e a peça no pólo positivo,

os elétrons fluem do eletrodo em altas velocidades, bombardeando o metal de

base e provocando um aquecimento considerável nesse metal; a concentração

de calor, portanto, é de aproximadamente 70% na peça e 30% no eletrodo.

O cordão de solda obtido com CC-, é estreito e com grande penetração. Este

tipo de corrente é aplicado na soldagem dos aços, cobres, aços inoxidáveis

austeníticos (ao cromo-níquel) e demais ligas resistentes ao calor.

Corrente Contínua com Polaridade Direta

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Quando ligado ao pólo positivo, CC+, o eletrodo é positivo e o metal é negativo; os

elétrons fluem do metal de base para o eletrodo, o qual se aquece e tende a fundir a

extremidade.

A concentração de calor é de aproximadamente 30% na peça e 70% no eletrodo. Por

esta razão, a soldagem com CC+ requer um eletrodo com diâmetro maior ou uma

corrente mais baixa para evitar o superaquecimento e conseqüente fusão do eletrodo,

que contamina a poça de fusão. Esse inconveniente torna a soldagem com CC+ pouco

utilizada, uma vez que não é viável para correntes elevadas. O cordão de solda obtido é

largo, com pequena penetração.

Corrente Contínua com Polaridade Inversa

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Teoricamente, uma soldagem com CA é uma combinação das soldagens com CC+ e CC-

A corrente assemelha-se a uma onda, cuja parte superior representa a polaridade

positiva, ou CC+, e a inferior a negativa ou CC-. Os elétrons e os íons partem da peça

para o eletrodo e vice-versa, causando uma concentração equilibrada de calor de 50%

para cada um e um cordão com penetração média.

A CA é aplicada na soldagem de alumínio, magnésio e suas ligas. Na soldagem com

CA, o arco tende a extinguir quando a corrente é muito baixa ou nula, uma vez que a

corrente cai a zero a cada inversão de polaridade; neste caso, o ignitor deve

permanecer ligado para estabilizar a descarga elétrica.

Corrente Alternada

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Quando se utiliza corrente alternada (CA ou AC) com eletrodo de tungstênio

puro, acontece o efeito de retificação, que é a diferença de emissividade

eletrônica existente entre o eletrodo de tungstênio puro e o material que está

sendo soldado.

Na CA, existe uma mudança cíclica do fluxo de elétrons, que ora se deslocam

do eletrodo de tungstênio para a poça de fusão, ora saem da poça de fusão em

direção ao eletrodo. Devido ao efeito de retificação, há um desbalanceamento

nesse movimento, tornando a emissão de elétrons vindos da poça de fusão

menor que a emissão de elétrons provenientes do eletrodo; isto provoca o

aparecimento de duas senóides de intensidades diferentes.

Corrente Alternada

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O efeito de retificação é mais prejudicial no caso da soldagem de alumínio e

de magnésio, que apresentam óxido refratário, porque o fluxo de elétrons

emitido pela poça de fusão não é suficiente para romper completamente a

camada de óxido existente durante a soldagem.

A fim de atenuar o efeito de retificação, utiliza-se um transformador com

condensador-filtro, que equilibra as senóides representantes do fluxo de

elétrons.

Corrente Alternada

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A tensão do arco, designação dada para a tensão entre o eletrodo e a peça, é fortemente

influenciada por diversos fatores, estes já citados como parâmetros:

Corrente do arco;

Perfil da ponta do eletrodo;

Comprimento do arco (Distância entre o eletrodo e a peça);

Tipo da gás de proteção;

Como existe uma relação direta entre a tensão e o comprimento do arco, a tensão é usada

para controlar o processo, pois uma vez fixados diversos outros parâmetros, a tensão do

arco possibilita o controle do comprimento do arco, que é difícil de monitorar. Por sua vez,

o comprimento do arco afeta diretamente a largura da poça.

Apesar disso, na maioria dos processos com chapas, o comprimento do arco desejado é o

menor possível. Este controle o comprimento do arco pela tensão, entretanto, deve ser

feito de maneira cuidadosa, observando-se outros parâmetros que também afetam a

tensão como contaminação do eletrodo e do gás de proteção, alimentação imprópria do

material de adição, mudanças de temperatura no eletrodo e erosão do eletrodo. A

velocidade de avanço afeta a penetração e a largura no processo, sendo esta última,

porém, muito mais afetada.

Tensão

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Quadro Resumo

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Consumíveis

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Classificação AWS do Eletrodo

Os eletrodos para o processo TIG são varetas sinterizadas de tungstênio puro ou ligado ao:

tório (Th), zircônio (Zr), lantânio (La) ou cério (Ce), ambos na forma de óxidos.

A classificação do eletrodo quanto à composição química encontra-se na norma AWS

A5.12-92, apresentada no quadro.

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A norma AWS A5.12-92 estabelece um código para a identificação dos

eletrodos conforme sua composição química. Segundo esse código, a letra E

significa eletrodo; W é para wolfrâmio (ou tungstênio), o elemento químico de

que é feito o eletrodo, X é o elemento químico adicionado ao eletrodo e P

significa puro.

Ex:

AWS EWT 1 – Eletrodo de Tungstênio, com adição 1 % de Tório (valor pode variar).

Classificação AWS do Eletrodo

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Os elementos químicos adicionados ao eletrodo são importantes para permitir

um desempenho melhor do processo de soldagem.

Os eletrodos com adição de zircônio (Zr) ou tório (Th) apresentam vantagens,

tais como maior durabilidade, maior resistência com potências elevadas e

melhores propriedades de ignição. Por outro lado, as desvantagens, quando se

utiliza corrente alternada, são o custo maior, maior efeito de retificação e menor

estabilidade do arco.

Composição Química do Eletrodo

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EWC é o eletrodo de tungstênio com óxido de cério (Ceo3), conhecido como céria. Este

tipo de eletrodo apresenta maior facilidade de ignição, melhor estabilidade do arco,

reduzida taxa de vaporização ou queima e trabalha muito bem com corrente alternada ou

contínua, em qualquer polaridade; estas vantagens aumentam com o aumento de

quantidade de céria.

EWL é o eletrodo de tungstênio que contém 1% de óxido de lantânio (LaO3), conhecido

como lantânia; as características de operação e vantagens deste eletrodo são muito

similares às do eletrodo com céria.

EWT é o eletrodo que contém óxido de tório (ThO3), conhecido como tória; a tória é

responsável pelo aumento de vida útil do eletrodo em relação aos eletrodos de tungstênio

puro devido a sua alta emissão de elétrons, melhor ignição e estabilidade do arco. Estes

eletrodos têm maior vida útil e apresentam grande resistência a contaminantes de

tungstênio na solda.

EWZ é o eletrodo com adição do óxido de zircônio (ZiO3), conhecido como zircônia; este

eletrodo é o preferido para aplicações nas quais a contaminação por tungstênio deve ser

minimizada. O eletrodo com zircônia tem bom desempenho quando usado com corrente

alternada e apresenta alta resistência a contaminação.

Composição Química do Eletrodo

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A preparação do eletrodo (angulação e afiação) sempre é definida conforme a

corrente utilizada na soldagem, bem como o diâmetro do eletrodo.

Essa preparação é feita por meio de esmerilhamento (com rebolo de óxido de

silício SIO3 ou discos diamantados) da ponta, sempre no sentido longitudinal,

para facilitar o direcionamento dos elétrons. Em casos especiais, as marcas do

esmerilhamento são retiradas por meio de polimento.

Na soldagem com corrente contínua (DC ou CC), a ponta do eletrodo

deve ser pontiaguda. O cone correto da ponta pode ser obtido por uma

norma prática: a altura do cone deve ser 2 (duas) vezes a 2 (duas)

vezes e meia o diâmetro do eletrodo.

No caso de soldagem com corrente alternada (AC ou CA), a ponta do

eletrodo deve ser ligeiramente arredondada.

Preparação do Eletrodo

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C.C.

C.A.

Preparação do Eletrodo

Fonte: imagens da internet

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A escolha do tipo e do diâmetro do eletrodo deve levar em consideração a

espessura e o tipo do material, o tipo de junta, o número de passes e os

parâmetros de soldagem, como amperagem e tensão, além da composição

química do eletrodo.

Um quadro auxilia a seleção do eletrodo:

Seleção do Eletrodo Conforme Parâmetros

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Seleção do Eletrodo Conforme Parâmetros

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Metal de Adição

O metal de adição para soldagem TIG é geralmente apresentado sob forma de varetas

sólidas com cerca de 1 metro de comprimento.

No caso de soldagem automatizada, utilizam-se bobinas de arame enrolado. Os

diâmetros dos arames e das varetas, obedecem a um padrão que varia entre 0,5 mm e 5

mm. Os materiais e ligas utilizados na confecção das varetas são variados, quais

classificam-se segundo sua composição química e de acordo com as propriedades do

metal depositado.

É importante que o metal de adição esteja isento de: umidade, oleosidade e oxidação.

A escolha do metal de adição leva em consideração fatores como: similaridade com o

metal de base, composição química, propriedades mecânicas e custos razoáveis. O

diâmetro do fio ou da vareta deve corresponder à espessura das peças a soldar ou à

quantidade de material que será depositada. Estas informações encontram-se

disponíveis nos catálogos dos fabricantes.

Os consumíveis utilizados como metal de adição na soldagem TIG são especificados

segundo normas que definem as características do arame, as propriedades mecânicas

desejadas, ensaios recomendados, dados de identificação, garantia do fabricante,

condições de aceitação e embalagem.

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Classificação AWS do Metal de Adição

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A especificação AWS A5.18 prescreve os requerimentos para a classificação de

eletrodos sólidos ou compostos (arame tubular com núcleo metálico – metal

cored) e varetas para os processos GMAW, GTAW e PAW na soldagem de aço

carbono.

A especificação AWS A5.9 se aplicam a arames, varetas, fitas e eletrodos

compostos de aços inoxidáveis. O teor de Cr – cromo destes consumíveis é no

mínimo de 10,5%.

ER – designa eletrodo na forma de arame ou vareta.

XX – designa o limite de ruptura no ensaio de tração em Ksi (1000 psi).

Y – este dígito indica a forma construtiva: S – designa eletrodo sólido e C –

designa eletrodo composto.

X – designa a faixa de composição química.

Classificação AWS do Metal de Adição

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Classificação AWS do Metal de Adição

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Principais Varetas Utilizadas na Soldagem de Aços Inoxidáveis

ER 308 – 21% Cr e 10 % Ni. Frequentemente associados aos 28-8, 19-9 e 20-10.

Soldagem dos aços Inoxidáveis AISI 304, 308, 309 e 316.

ER 308 L – Composição idêntica ao ER 308, contudo tem teores de C de 0,03% no

máximo, para reduzir o efeito de sensitização (e a possibilidade de corrosão

intergranular). Soldagem dos aços Inoxidáveis AISI 304 L, 308 L, 309 L e 316 L.

ER 308 H – Composição idêntica ao ER 308, contudo tem teores de C elevados.

Indicados para aços onde há a necessidade de resistência a altas temperaturas.

Soldagem dos aços Inoxidáveis AISI 304 H e 316 H.

ER 309 – 24% Cr e 13 % Ni. Usado na soldagem de aços de características

dissimilares, aços (carbonos, ligas e ferramentas) x aços inoxidáveis. Soldagem dos

aços Inoxidáveis AISI 304, 308, 309 e 316.

ER 309 L – Composição idêntica ao ER 309, contudo tem teores de C de 0,03% no

máximo, para reduzir o efeito de sensitização (e a possibilidade de corrosão

intergranular). Soldagem dos aços Inoxidáveis AISI 304 L, 308 L, 309 L e 316 L.

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Principais Varetas Utilizadas na Soldagem de Aços Inoxidáveis

ER 309 Mo – Composição idêntica ao ER 309, contudo tem teores de MC de 2 a 3%,

para prover um aumento na resistência a corrosão por pit. São utilizados para cobrir,

em camadas, preservando os teores de Cr e Ni.

ER 316 L – 12,5 % Cr, 12,5 % Ni e 2,5 % Mo, e com teores de C de 0,03% no máximo,

para reduzir o efeito de sensitização (e a possibilidade de corrosão intergranular).

Soldagem dos aços Inoxidáveis AISI 316 L, em serviços em alta temperatura.

ER 347 – 20 % Cr, 10 % Ni e Nb. Utilizado em materiais com grande possibilidade de

corrosão intergranular. Apresenta alta resistência em alta temperatura. Soldagem dos

aços AISI 347 e 321.

ER 410 Ni Mo – 12 % Cr, 4,5 % e 0,55% Mo. Utilizado na soldagem de revestimentos,

e soldagem dos aços AISI 410 e 420. Necessário pré e pós aquecimento.

ER 430 – 16% Cr. Boa resistência a corrosão, nos aços martesiticos e ferríticos.

Soldagem dos aços AISI 410, 420, 430.

23/6/2013 51

Os gases de proteção utilizados no processo TIG são os inertes, isto é, que não

reagem com o eletrodo, nem com a poça de fusão; como exemplos temos: o

argônio (Ar), o hélio (He) ou uma mistura de ambos.

Os gases de proteção do processo TIG devem ter um grau de pureza de

99,99%, no mínimo, para que a solda apresente a qualidade desejada. O teor de

umidade também é um fator importante que deve ser controlado.

A escolha do gás depende de fatores como tipo de metal que se quer soldar,

espessura das peças e posição de soldagem. As misturas de argônio e hélio,

respectivamente 70% e 30%; e 30% e 70%, são as que apresentam os melhores

resultados na soldagem de metais não ferrosos, como alumínio, magnésio e

ligas de Cu.

As misturas argônio e hidrogênio (8% em geral) são as mais utilizadas em

soldagem TIG manual e automática dos aços inoxidáveis.

Gases de Proteção

23/6/2013 52

A principal função de um gás de proteção no processo TIG é excluir os gases

da atmosfera que podem contaminar a poça de fusão, o eletrodo e a parte

aquecida da vareta de adição. Os gases são definidos, regidos e classificados

pela AWS A5.32.

A escolha do gás é importante porque influencia a velocidade de soldagem, na

penetração, no acabamento e na estabilidade do arco.

As Funções dos Gases de Proteção

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Gases de Proteção

23/6/2013 54

Gases de Proteção

23/6/2013 55

O Argônio (Ar) é um gás, sendo o terceiro elemento da classe dos gases

nobres. É incolor e inerte, constituindo cerca de 1% do ar atmosférico. É sem

sobra de dúvidas o gás mais utilizado na soldagem TIG, frente a diversas

propriedades tolerantes e frente a sua versatilidade.

O emprego do gás argônio no processo TIG apresenta algumas vantagens,

como:

Uma boa estabilidade do arco;

Baixo consumo do gás;

Baixas tensões de arco;

Custo baixo do processo;

Facilidade na abertura do arco;

Melhor efeito de limpeza de óxidos quando usada a corrente alternada.

Por ser mais pesado que o ar, o argônio forma uma eficiente cortina de

proteção ao redor da poça de fusão. E o tipo de gás mais utilizado dentre aos

demais, devido as razões de custo x beneficio.

Argônio (Ar)

23/6/2013 56

c

O hélio (He) é um gás monoatômico, incolor e inodoro. Tem o menor ponto de

evaporação de todos os elementos químicos, e só pode ser solidificado sob

pressões muito grandes. É o segundo elemento químico na tabela periódica, e

está em segundo lugar entre os gases em maior abundância no universo, atrás

do hidrogênio (H).

O gás hélio (He) empregado no processo TIG apresenta consumo alto, pois é

um gás mais leve que o ar; sua densidade baixa provoca a subida do gás em

turbulência, prejudicando a proteção da poça de fusão, por isso, o fluxo do

hélio deve ser de 2 a 3 vezes maior que a do argônio.

O hélio requer altas tensões de soldagem, o que demanda maior energia para

uma mesma corrente e comprimento de arco; permite grande penetração do

cordão de solda; apresenta custo alto, mas, em contrapartida, possibilita maior

velocidade no caso de soldagem automática de alumínio e suas ligas.

Em soldagem automática de alumínio e suas ligas, o gás hélio puro pode ser

utilizado com corrente contínua e polaridade negativa.

Hélio (He)

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O Processo

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23/6/2013 59

c

A preparação de junta a ser soldada é fundamental para a obtenção de soldas

de alta qualidade.

O processo TIG por não ser eficiente na desoxidação e limpeza da poça de

fusão, exige uma limpeza rigorosa da junta, retirando-se resíduos de óleo,

graxa, fuligem etc. As bordas devem estar ao metal brilhante e quando

necessário é feita a proteção com um gás inerte, geralmente o próprio argônio.

No caso da soldagem em passes de raiz, como na soldagem de tubulações de

aços inoxidáveis, é necessário ainda a utilização de “purgas”, de modo a

garantir total proteção da poça de fusão, e ainda garantir a constante limpeza

da junta.

A limpeza deve ser efetuada por meio de jateamento, escovas (mecânicas ou

manuais), discos de lixa, discos abrasivos ou qualquer outro meio de

decapagem.

Uma atenção especial deve ser tomada quanto a possibilidade de

contaminação destes meios de preparo na junta, o que pode vir ocasionar

problemas na junta soldada!!!

Limpeza da Junta

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Posicionamento da Tocha

Posicionamento da tocha

para soldagem plana

Posicionamento da tocha

para soldagem em ângulo

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Alimentação e Progressão da Solda

Posicionamento da tocha

para soldagem vertical

Posicionamento da tocha para

soldagem plana, com adição

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Soldagem TIG (GTAW)

Fonte: imagens da internet

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Soldagem TIG (GTAW)

Fonte: Elmato Ind. e Com

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Soldagem TIG (GTAW)

Fonte: imagens da internet

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Soldagem TIG (GTAW)

Fonte: imagens da internet

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Soldagem TIG (GTAW)

Fonte: SF Serralheria Ferreira

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Soldagem TIG (GTAW)

Fonte: imagens da internet

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Soldagem TIG (GTAW)

Fonte: imagens da internet

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Fim!!!