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19-02-2018 1 2.3.2 Reações fotoquímicas na atmosfera Adaptado pelo Prof. Luís Perna 2.3.2 Reações fotoquímicas na atmosfera 2 Reações fotoquímicas As transformações químicas desencadeadas pela luz (ultravioleta, visível ou infravermelha) são chamadas reações fotoquímicas. As reações fotoquímicas mais importantes são as que têm lugar na fotossíntese, globalmente representada por: 6 CO 2 +6H 2 O + energia C 6 H 12 O 6 +6O 2 É um processo complexo no qual seres vivos contendo clorofila utilizam a luz solar para produzir glicose.

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19-02-2018

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2.3.2 Reações

fotoquímicas na

atmosfera

Adaptado pelo Prof. Luís Perna

2.3.2 Reações fotoquímicas na atmosfera

2

Reações fotoquímicas

As transformações químicas desencadeadas pela luz (ultravioleta,

visível ou infravermelha) são chamadas reações fotoquímicas.

As reações fotoquímicas mais importantes são as que têm lugar na

fotossíntese, globalmente representada por:

6 CO2+ 6 H

2O + energia → C

6H12O6+ 6 O

2

É um processo complexo no qual seres vivos contendo clorofila

utilizam a luz solar para produzir glicose.

19-02-2018

2

2.3.2 Reações fotoquímicas na atmosfera

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Fotodissociação

A dissociação de moléculas é um tipo de transformação em que há

quebra de ligações, considerando-se, neste caso, que os eletrões

da ligação são igualmente divididos pelas espécies resultantes dessa

quebra.

Por exemplo, para uma molécula X2:

Trata-se de um processo endoenergético, isto é, que requer energia.

Quando o processo é provocado por luz chama-se fotodissociação.

2.3.2 Reações fotoquímicas na atmosfera

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Fotodissociação

São muitas as reações de fotodissociação que ocorrem na atmosfera

terrestre. Elas explicam a ação da atmosfera como filtro de radiação.

Por exemplo, as moléculas N2 e O2, ao absorverem radiação

ultravioleta de alta energia, sofrem dissociação:

A luz ultravioleta de mais baixa energia é em grande parte filtrada

pelo ozono estratosférico, O3, e vai provocar:

N2g → N g + N g ∆H = 945 kJ/mol

O2g → O g + O g ∆H = 498 kJ/mol

O3g → O

2g + O g ∆H = 373 kJ/mol

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2.3.2 Reações fotoquímicas na atmosfera

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Fotodissociação

As moléculas com energia de ligação maior são mais estáveis e é

necessária radiação de maior energia para dissociar as suas ligações.

Maior energia de

ligação

Mais difícil quebrar a ligação

Maior estabilidade

2.3.2 Reações fotoquímicas na atmosfera

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Fotoionização

A formação de iões é genericamente designada por ionização.

Pode ocorrer por remoção de um eletrão (e−) a partir de um átomo,

por exemplo X, formando-se um ião monopositivo, X+:

Trata-se sempre de um processo endoenergético, isto é, que

requer energia. Quando é provocado por luz chama-se

fotoionização.

Este tipo de reação ocorre frequentemente na termosfera e envolve

maior energia do que a necessária para as fotodissociações.

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Fotoionização

A ação da atmosfera como filtro de luz UV de alta energia envolve

ionização de átomos e moléculas.

Por exemplo:

N → N++ e− ∆H = 1385 kJ/mol

O → O++ e− ∆H = 1313 kJ/mol

O2→ O

2

++ e− ∆H = 1205 kJ/mol

2.3.2 Reações fotoquímicas na atmosfera

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Radicais livres

As reações químicas de fotodissociação dão origem a radicais

livres ou radicais, que são espécies químicas (átomos, moléculas ou

iões) com eletrões desemparelhados.

Analisando a configuração eletrónica, é possível verificar se um átomo

ou um ião é radical, basta que haja orbitais semipreenchidas.

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2.3.2 Reações fotoquímicas na atmosfera

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Radicais livres

As espécies poliatómicas são radicais se tiverem um número ímpar

de eletrões. A maioria das espécies poliatómicas com número par de

eletrões não são radicais.

Por terem eletrões desemparelhados, os radicais são, de um modo

geral, espécies químicas muito reativas.

2.3.2 Reações fotoquímicas na atmosfera

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Exemplos da formação de radicais livres

O radical O• forma-se por fotodissociação de moléculas de O2.

O2 O• + O•

Por ação da radiação UV

Oxigénio molecular Oxigénio atómico

O radical H• forma-se por fotodissociação dos hidrocarbonetos emitidos pela atmosfera,um exemplo, o metano CH4.

H3C - H CH3• + H•

Por ação da radiação UV

Metano

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2.3.2 Reações fotoquímicas na atmosfera

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Por lado, os radicais O•e H• podem ligar-se formando o radical hidroxilo HO•

O• + H• HO•

Existem muitas reações que dão origem ao radical hidroxilo. Para além do exemploanterior, vejamos outros exemplos:

Exemplos da formação de radicais livres

2.3.2 Reações fotoquímicas na atmosfera

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O radical livre de cloro forma-se

a partir da molécula de

clorometano (CH3Cl). Esta

molécula forma-se naturalmente

na Troposfera a partir dos

oceanos e dos fogos florestais.

Na Estratosfera abundam as

radiações UV que destroem as

ligações covalentes, formando

átomos com eletrões

desemparelhados, denominados

radicais livres.

Exemplos da formação de radicais livres

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2.3.2 Reações fotoquímicas na atmosfera

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Ozono estratosférico

O ozono está misturado com

os outros gases atmosféricos,

formando uma camada de

importância vital para o

nosso planeta, pois atua

como filtro de radiação.

Esta camada concentra-se

em torno dos 30 km acima do

nível do mar.

Estratosfera (30 km de altitude) -localização da camada de ozono.

2.3.2 Reações fotoquímicas na atmosfera

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Ozono estratosférico e ozono troposférico

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Ozono estratosférico

A ligação na molécula de oxigénio é relativamente forte, sendo

necessários 498 kJ/mol para a dissociar. Só a luz ultravioleta de maior

energia que chega à estratosfera consegue dissociar esta molécula:

Formação do ozono:

Os radicais O• originados neste processo estão na base da formação

do ozono:

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Formação do Ozono na estratosfera

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Destruição natural do Ozono na estratosfera

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Formação e destruição do Ozono na estratosfera

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Ozono estratosférico

Embora diversos gases presentes na atmosfera atuem como filtro de

radiação, o papel do ozono estratosférico tem sido realçado por

questões ambientais, uma vez que esse gás é muito menos abundante

e pode ser facilmente destruído por ação humana.

O problema da diminuição da camada de ozono (o chamado buraco

na camada de ozono) é uma questão ambiental da maior importância.

A redução da camada de ozono permite que maior quantidade de

radiações atinja a superfície da Terra.

2.3.2 Reações fotoquímicas na atmosfera

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Ozono estratosférico

Como já foi dito, o ozono na estratosfera tanto se forma como se

decompõe:

A concentração de ozono permanece aproximadamente constante,

uma vez que a sua formação e destruição ocorrem à mesma

velocidade.

Formação do ozono:

Decomposição do ozono:

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Ozono estratosférico

A atividade humana pode originar na estratosfera outros radicais

livres, além do radical oxigénio, O , capazes de reagirem com o ozono

e de desequilibrarem este sistema.

Uma das reações mais importantes é aquela que se dá com o radical

livre cloro, Cℓ :

2.3.2 Reações fotoquímicas na atmosfera

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Absorção de radiação

Efeito QuímicoFotólises – Reações Químicas por ação da luz

Efeito TérmicoAumento da Energia cinética –

aumento da temperatura

Dissociação de partículas Ionização de partículas

Formação de radicais livres

HO, O, Cl , Br

(Efeitos nefastos ao corpo humano)

Formação de iões

O+, O2+, NO+

(Desviam ondas rádio)

1 2

1- Ocorre na Estratosfera por ação da radiação UVB, radiação menos energética.

2- Ocorre na Termosfera por ação das radiações UVC, radiação mais energética.

Resumo da formação de radicais e de iões por absorção de radiação

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2.3.2 Reações fotoquímicas na atmosfera

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Troposfera

10 -16 Km

Estratosfera50 Km

Mesosfera85 Km

Termosfera

500 Km

Radiação solar incidente

IV, V

ísiv

el e

UV

-A

Até

à s

up

erf

ície

da

Terr

a

UV

-Bat

é 5

0 K

m UV

-C

até

20

0 K

m

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Clorofluorocarbonetos

A atividade humana provoca a emissão para a atmosfera de

substâncias capazes de produzirem radicais livres em abundância.

Estas substâncias estão hoje identificadas: são os

clorofluorocarbonetos, haloalcanos derivados do metano (CH4) e

do etano (C2H6), a que vulgarmente chamamos CFC.

Por exemplo:

triclorofluorometano diclorodifluorometano

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Os CFC’s e a destruição do ozono

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Os CFC’s e a destruição do ozono

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Os CFC’s e a destruição do ozono

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Buraco do ozono

O buraco do ozono tem vindo a diminuir, graças ao empenho da

comunidade internacional na redução das emissões de CFC.

Através do gráfico é possivel

prever que a recuperação total

da camada de ozono só

ocorrerá dentro de algumas

décadas.

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2.3.2 Reações fotoquímicas na atmosfera

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Ozono na troposfera

A legislação estabelece parâmetros de qualidade do ar para o ozono.

A seguinte tabela mostra os valores limite para o ozono na

troposfera e medidas a adotar.

Limiar de informação ao público Limiar de alerta

180 µg/m3 240 µg/m3

Nível acima do qual uma exposição de curta duração apresenta riscos para a saúde de grupos mais sensíveis (crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios).

Divulgação imediata de informação sobre riscos da exposição e medidas de proteção (por exemplo, reduzir atividades ao ar livre).

Nível acima do qual uma exposição de curta duração apresenta riscos para a saúde.

Adoção imediata de medidas para suspender ou limitar a emissão de poluentes (por exemplo, proibição de tráfego automóvel ou de certas atividades industriais).

2.3.2 Reações fotoquímicas na atmosfera

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As camadas da atmosfera e fenómenos mais importantes

A tabela apresenta as diferentes camadas da atmosfera e resume os

principais fenómenos relacionados com a interação entre radiação e

matéria que ocorrem nas diferentes camadas da atmosfera.

Camadada atmosfera

AltitudeFenómenos mais

importantes

Exosfera

Termosfera

Mesosfera

Troposfera

Estratosfera

Acima de 500 km

Atividade química reduzida

Praticamente não existe matéria

Filtro de UV de alta energia e UV-C mais energéticas

(reações de fotoionização)

De 50 km a 80 km

De 80 km a 500 km

Até cerca de 15 km

De 15 km a 50 kmFiltro de UV-C e UV-B pelo

oxigénio e ozono (reações de fotodissociação)

Penetração de UV-APoluição atmosférica

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2.3.2 Reações fotoquímicas na atmosfera

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UD - Unidade Dobson - Mede a concentração de ozono na atmosfera.

1 UD = 0,01 mm de ozono em condições normais de temperatura e pressão.

Em que unidades se mede a concentração de Ozono

2.3.2 Reações fotoquímicas na atmosfera

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O Dobson (DU) é a unidade de medida da concentração

de ozono (O3).

Utiliza-se esta unidade em memória do cientista britânico

G. M. B. Dobson que nos anos 20 do século passado

desenvolveu um espectrofotómetro para a medição

operacional da quantidade total de ozono a partir da

análise do espectro da radiação solar ultravioleta.

Esta unidade corresponde ao valor de 2,69 × 1020 moléculas de ozono por metro quadrado.

O ozono localiza-se entre os 15 e os 35 quilómetros de altitude e tem cerca de 20 km de

espessura, onde se encontram aproximadamente 90% do ozono atmosférico.

Se fosse possível, separar o ozono e tê-lo em condições PTN, formar-se-ia uma fina camada,

com cerca de 3 mm de espessura ou seja aproximadamente 300 unidades Dobson.

Como se mede a concentração de Ozono

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TPC

• Fazer os exercícios da página 196 e 197 que ficaram por fazer:

Reações fotoquímicas na atmosfera