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Brathair 2 (2), 2002: 03-08. ISSN 1519-9053 http://www.brathair.cjb.net 3 As vozes literárias na construção da Idade Média Profa. Thaís Lima Benedetti e Profa. Cláudia Regina Bovo Mestrandas em História/UNESP/Franca Resumo A utilização de fontes literárias no estudo da Idade Média pressupõe um contato direto com a linguagem original empregada na composição e transcrição destes textos. Em especial, abordamos alguns aspectos do estudo semântico na tradução de obras como Beowulf e o Tristan de Béroul. Palavras-Chave: Literatura Vernácula, Inglês Antigo, Beowulf Abstract The using of literary sources in the study of the Middle Ages presupposes a direct contact with the original language used in the composition and transcription of these texts. Specially, we call attention to some aspects in the semantic study in the translation of works as Beowulf and Tristan by Béroul. Keywords: Vernacular literature, Old English, Beowulf

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vozes literárias

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  • Brathair 2 (2), 2002: 03-08. ISSN 1519-9053

    http://www.brathair.cjb.net

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    As vozes li terr ias na construo da Idade Mdia

    Profa. Thas Lima Benedetti e Profa. Cludia Regina Bovo Mestrandas em Histria/UNESP/Franca

    Resumo A utili zao de fontes literrias no estudo da Idade Mdia pressupe um contato direto com a

    linguagem original empregada na composio e transcrio destes textos. Em especial, abordamos alguns aspectos do estudo semntico na traduo de obras como Beowulf e o Tristan de Broul.

    Palavras-Chave: Literatura Verncula, Ingls Antigo, Beowulf Abstract

    The using of literary sources in the study of the Middle Ages presupposes a direct contact with the original language used in the composition and transcription of these texts. Specially, we call attention to some aspects in the semantic study in the translation of works as Beowulf and Tristan by Broul.

    Keywords: Vernacular literature, Old English, Beowulf

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    Falar em uma literatura medieval o mesmo que se aventurar em um emaranhado de signifi caes e interpretaes totalizantes que para ns, fil hos da sociedade ps-moderna e da concepo de mundo fragmentada, soa como fico e no como relato histrico construdo e pactuado pela medievalidade. Na Idade Mdia no havia um vocbulo que designasse as atividades ou o conjunto das obras literrias, existiam termos como litteratura, proveniente do latim vulgar e letrere do francs antigo, cujo sentido ligava-se leitura comentada dos autores antigos ou uma aptido escrita e a um saber, mas no se referia a obra em si (ZINK, 2001: 79). Entretanto, a obra literria medieval trouxe um conjunto de signifi cados e interpretaes do mundo, que conferiram ao leitor-ouvinte um lugar determinado, redistribuindo o espao das referncias simblicas e impondo, ao mesmo tempo, uma lio didtica instrutiva e uma lio magisterial de ensino. Como afirmou Foucher (1991) todo estgio de uma lngua diretamente informado por uma determinada viso de mundo e de uma determinada concepo das relaes entre os homens. O uso deste material como fonte histrica vai alm da coleta e da contextualizao do sistema de signifi caes dado, pois ele d conta de elucidar as relaes entre o movimento criador de elementos culturais e suas estruturas profundas na sociedade reconhecida como real.

    Desta forma, no se pode separar a prtica social da criao textual, pois constituem ao mesmo tempo a base e o quadro da sociedade. A anlise do texto medieval impe difi culdades diversas, porque trata de uma sociedade diferente da nossa, na qual a referncia oral era imprescindvel para a composio dos textos. At o ano 1000, a escrita expandiu-se lentamente (existiam poucas cpias dos textos, a tcnica de compilao era morosa e complexa, poucos dominavam a escrita e a leitura era um hbito pouco comum) e por isto dependia muito da oralidade. Segundo Zumthor (1993), a escrita tinha por funo assegurar a transmisso de um texto e garantir o seu arquivamento e enobrecimento para o futuro. Se todo conjunto literrio pode nos fornecer elementos relevantes para a possvel reconstruo de uma Histria Medieval, signifi cativo comentar as vrias literaturas pertencentes ao perodo. Para tanto, selecionamos duas literaturas em lngua vulgar: a anglo-saxnica e a francesa.

    A literatura anglo-saxnica pode ser, em geral, relacionada a duas referncias temporais: uma teutnica pertencente sociedade germnica primitiva e outra crist medieval. A literatura teutnica refere-se aos povos germnicos de uma poca primitiva anterior ao seu estabelecimento na Inglaterra, onde conservaram as antigas histrias de origem continental e pag. J a literatura crist (cujo grande exemplo Beda) foi estimulada com objetivos de converso dos anglo-saxes ao cristianismo e por homens da Igreja, atitude presente nas obras de cunho religioso do Ocidente medieval. Embora a escassez de documentos seja uma difi culdade real enfrentada pelo historiador, os poucos textos da Alta Idade Mdia anglo-saxnica ainda constituem-se em desafios para o mais instrudo estudioso. No somente porque o conhecimento historiogrfico e literrio do perodo nos escasso, mas pela impossibili dade de se datar os documentos, pela forma fragmentria que nos chegaram e ainda pela difi culdade da escrita, em um estgio da lngua por vezes estranha e de difcil entendimento.

    Para elucidar melhor tais obstculos, utili zamos o mais completo e antigo poema anglo-saxo conhecido, o pico (TILLYARD, 1966) annimo Beowulf, difundido entre os sculos VIII e X, porm cuja nica transcrio datada aproximadamente no ano 1000. Escrito na regio da atual Inglaterra, a obra apresenta 3.182 versos compostos em Old English (Ingls Antigo) ou Anglo-saxo, nome dado aos dialetos prximos falados na Inglaterra a partir do sculo V, com a migrao de povos anglos, saxes e jutos na Bretanha insular, at o sculo XI, perodo da Conquista Normanda, (BOLTON, 1972), quando o francs tornou-se a lngua falada pela aristocracia.

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    Bolton explica que o Ingls Antigo uma lngua que engloba vrios dialetos, sendo os principais o Kentish (da regio de Kent), o Mercian (da Mrcia), o West Saxon (da Saxnia Leste) e o Northumbrian (da Nortmbria), alm das influncias continentais do Nrdico Antigo (Old Norse), do Velho Alto Alemo (Old High German) e do Saxo Antigo (Old Saxon), entre outras. No entanto, podemos considerar o Ingls Antigo como quase que totalmente uma lngua germnica, apesar de algumas influncias de palavras derivadas do Latim (BAUGH; CABLE: 53). primeira leitura, um texto escrito em Ingls Antigo parece-nos complicado e desestimulante pela grafia diferente empregada. Algumas letras no pertencem ao alfabeto ingls atual, embora possivelmente a pronncia tenha se conservado. Entretanto um pequeno esforo sempre gratifi cante, na medida em que as palavras, aos poucos, fornecem um aspecto da sociedade medieval. Um exemplo da importncia da anlise semntica das palavras o artigo de Sokolova, Signifi cation des termes ham et tun dans les documents anglo-saxons (1973), no qual o estudo da mudana de sentido das palavras ham e tun (domnio, senhorio, vila) no final do sculo X e incio do XI mostram que, a partir de uma conotao de propriedade camponesa livre anterior ao sculo X, estes termos passam a ter seus signifi cados ligados noo feudal.

    Para um adequado trabalho de traduo de textos do perodo anglo-saxnico torna-se imprescindvel a utili zao de dicionrios, dos quais alguns j se encontram disponveis. Com as consultas freqentes aos mesmos, uma representao da Idade Mdia toma forma. O contato com textos em Ingls Antigo exige igualmente uma observao mais apurada, devido inverso sinttica da ordem das palavras numa frase (que pode ser tambm observada no Alemo Moderno, com o verbo geralmente localizado no final da frase), o uso do kenning (espcie de metfora), bem como a grafia diversa de uma mesma palavra (j que as palavras eram transcritas da maneira que eram escutadas).

    Em relao grafia, notamos que muitas vezes uma palavra, a princpio estranha como t, conservou-se no Ingls Moderno como that (aquele), r como there( l), eall como all ( tudo, todos), fter como after (depois) e fst como fast ( rpido). Algum que conhece o Ingls Moderno poderia sentir-se familiarizado com estes termos, o que no serviria para alguns outros como nfre, never (nunca), hu, how (como) ou ainda nu,now (agora) ou os verbos don ( to do ; fazer ), druncne ( to drink ; beber ), will an ( to wish ; desejar ) ou hieran ( to hear ; ouvir ).

    Sobre os sufixos, muito se pode dizer da gramtica do Ingls Antigo, lembrando que nossa anlise e percepo estaro limitadas pela alteridade existente entre a nossa viso de mundo e a viso do medievo. Os verbos, por exemplo, so formados por um duplo sentido: com a inicial be (over , round) como em bebugan que signifi ca surround ( rodear ) ou begeotan, pour over (deitar, derramar sobre). Por sua vez, as terminaes dos substantivos ajudam a defini-los como adjetivos, como em blodig (bloody , sangrento ) com a terminao em ig e selfli c, spontanous (espontneo) com a terminao em li c. Os nomes femininos abstratos formados a partir de adjetivos possuem a terminao nes, como wfstnes, piedade ou eadnes, prosperidade.

    Nosso intuito no aqui fazer uma sntese gramatical do Ingls Antigo, mas colocar algumas observaes necessrias para a traduo de um documento nesta lngua. Nossa pesquisa torna-se mais rdua, quando percebemos que muitas palavras conservam sua forma, mas no seu contedo, ou seja, a palavra mantm a mesma grafia, porm seus signifi cados so diversos. O termo fore, por exemplo, pode signifi car antes, porque, na presena de, por razo de, ao invs, uma vez que ou oer, um dos dois, ambos, outro, algo mais, fala, discurso ou ainda wi sendo com, contra, atravs, para,

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    at que, acima, em direo a. Alm disto, interessante comentar que em Beowulf existem pelo menos 30 palavras diferentes para rei . Nesta perspectiva, o manuseio de fontes primrias em lnguas antigas se faz imprescindvel para se ter um melhor conhecimento do perodo medieval no que se refere traduo de palavras originais do texto e sua diversidade lingstica, que necessariamente implica em dados de fundo histrico-social. Alm do Ingls Antigo, outros dialetos existiram na Bretanha insular e no continente, como, e.g., o Francs Antigo (LAncien Franais), que entre os sculos IX e XIII f oi o mais utili zado na composio dos textos em lngua vulgar.

    Durante o sculo XII , estas composies escritas e recitadas em lngua vulgar tiveram maior produo e divulgao junto s cortes laicas, devido ao grande estmulo dado pela casa dos Plantageneta produo de obras para o entretenimento e ensino. As obras vernculas, que de certa forma resistiram cristianizao, mas se perpetuaram atravs dela, expressaram uma imagem poetizada da realidade que tomou valor de modelo, revelando novas regras de conduta, que muitas vezes iam na contramo das propostas morais encabeadas pela Igreja. Ao utili zarmos uma literatura nascida e desenvolvida em meio ao movimento denominado renascimento cultural (BROOKE, 1972) que laicizou a escrita e permitiu a construo de uma viso de mundo laica, asseguramos assim a investigao de hesitaes e opinies que escaparam s normas produzidas pela Igreja medieval.

    As composies eram feitas em Francs Antigo, uma lngua originada do sermo vulgaris, isto , o latim vulgar, de elementos dos dialetos germnicos e alguns elementos do grego (ANGLADE, 1965). O Francs Antigo no uma lngua no sentido moderno, mas um conjunto de dialetos falados na Frana do Norte, tais como wallons e lorrains da regio de Lorraine, o normand da Normandia, o angle-normand da Inglaterra, o picard da regio da Picardia, o bourgrunon da Borgonha, o champenois da Champagne e o francien da Ilha de Frana, que deram origem a lngua Doil .

    Como outras lnguas romnicas, o Francs Antigo uma lngua analtica, na qual no h regras sintticas absolutas aplicadas de maneira uniforme. Na construo da frase, o verbo pode vir antes do sujeito e pode no concordar em nmero com o mesmo. Os nomes coletivos, como chevalerie, so freqentemente seguidos de um verbo no plural e o uso dos auxili ares tre e avoir, em geral, segue a regra da lngua moderna. Muitas palavras vindas do latim vulgar conservaram a mesma grafia no Francs Antigo, como: Deus (latim) Dex (fr.ant.) que signifi ca Deus; homo (latim) homo, hom (fr. ant.) homem. A presena dos elementos germnicos restringe-se em sua quase totalidade terminologia da guerra: guerre, peron, armures, que signifi cam respectivamente, guerra, armas e espada.

    Foi dentro deste movimento criador que novos gneros se desenvolveram. Um exemplo o roman, criado pelos trouvres, uma forma narrativa composta primeiramente em versos, sendo o primeiro gnero destinado leitura, mas leitura em voz alta (ZINK, 2001: 81). De acordo com as referncias de Zumthor, a expresso utili zada pelos romancistas medievais para designar seus escritos era mettre en roman ou pr em romance, que signifi ca propriamente glosar em lngua vulgar, pr clarifi cando o contedo ao alcance dos ouvintes, fazer compreender adaptando s circunstncias (ZUMTHOR, 1993: 267). Os temas deste novo gnero literrio procede da matria da Bretanha conjunto de lendas oriundas da tradio celta na qual se inclui o crculo do rei Artur, as histrias de Merlim e a lenda de Tristo.

    Neste meio insere-se o Tristan de Broul, primeiro fragmento encontrado, que trata da lenda de Tristo e Isolda. A obra foi transcrita entre 1160-1170 no norte da Frana pelo normando Broul. Do seu texto nos chegou um fragmento com 4452 versos escritos em lngua Doil . Apesar da existncia comprovada de algumas

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    lacunas no interior do texto (PAYEN,1989), ele traz uma coerncia interpretativa repleta de juzos de valor a respeito dos comportamentos sociais. O normando Broul no se desvencilhou das problemticas do seu tempo, seja abordando a valorizao da cavalaria, o matrimnio ou as relaes entre o poder monrquico e senhorial. A influncia da oralidade no documento expressiva, pois em vrias passagens Broul insere o pblico dentro da narrativa, chamando-o a participar das aventuras das personagens. Deus uma personagem muito presente na obra; a todo momento, o autor utili za-se da presena deste para assegurar um estatuto de legitimidade para o que proclama.

    A traduo do Francs Antigo para o portugus problemtica, no sentido de que difcil a reconstituio de um contexto social e literrio, no qual expresses e signifi cados se perderam h sculos. No Tristan, devido intensa oralidade, principalmente os nomes prprios so grafados de diversas maneiras. O nome de Tristo aparece escrito como Tristan, Tristram, Tristran, j para o nome Isolda temos duas grafias, Yseut e Iseut. Alguns vocbulos no tm um signifi cado preciso e restrito, por exemplo, acredita-se que essill e seja originria do termo latino exil , que faz referncia a uma destruio, a um sofrimento e tambm condio de exilado. Nesta circunstncia, preciso analisar a palavra em funo do texto, naquilo que este traz em si do campo semntico e do espao lexical (GUERREAU, 2001: 220). Outro problema encontrar um signifi cado preciso das expresses utili zadas, j que o contedo destas no alcanado pela traduo pura e simples dos vocbulos que compem a expresso. Para o conceito amor h na obra quatro expresses: druerie (amor ou presente dado em funo do amor), fine amor (amor perfeito, amor honrado), fole amor (amor culpado, amor desonroso) e amour (amor). Cada uma delas traz signifi caes diferentes, que esto circunscritas inteno moral da obra. Muitas no se encontram traduzidas para o Francs Moderno, pois o signifi cado delas se perdeu; o que conseguimos so aproximaes que, fora do texto, no tem sentido.

    Assim, as tradues dos textos medievais merecem um tratamento especial, pois todo sentido de uma expresso lingstica ou literria e de um enunciado depende de uma estrutura, na qual se encontra um conjunto articulado de relaes submetidas a uma hierarquia. Como salientou Guerreau (2001), o medievalista deve dar uma ateno especial ao campo da semntica histrica para construir um sentido coerente para a Idade Mdia, que no seja independente do sentido atribudo a ela por seus contemporneos. As palavras na medida em que so empregadas (sempre em um enunciado), so os elementos de base de um sistema de representaes que ao mesmo tempo um produto da realidade social e uma parte integrante dela (GUERREAU, 2001: 207). Bibliografia ANGLADE, Joseph. Grammaire lmentaire de l ancien franais. Paris: Armand

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    Notas (1) O conceito matria refere-se a um conjunto de temas de origem e de domnio coletivo que circularam em diferentes formas de expresso durante a Idade Mdia.