227746565-polimerizacao-ionica.docx
DESCRIPTION
Polimerizacao-IonicaTRANSCRIPT
1 POLIMERIZAÇÃO
Polimerização é a síntese de polímeros com alto peso molecular. Esse
processo se da basicamente pela união de unidades monoméricas umas às outras
gerando cada uma das moléculas gigantes constituintes (CALLISTER, 2008).
As matérias-primas para os polímeros sintéticos na maioria das vezes são
derivados do carvão e de produtos da indústria do petróleo, que são compostos por
moléculas de baixo peso molecular (CALLISTER, 2008).
Durante a síntese de polímeros algumas variáveis são mais ou menos
importantes, isso vai depender da influência dessas variáveis no polímero formado.
Como variáveis primarias pode-se mencionar temperatura, pressão, tempo, agitação
e tipo de iniciador (CANEVAROLO, 2010).
Em uma reação, para se obter produtos de baixa massa molecular, quando
as variáveis primárias são alteradas, apenas o rendimento da reação é prejudicado,
enquanto o produto final permanece o mesmo. Durante a polimerização, qualquer
alteração em alguma dessas variáveis primarias pode acarretar em alterações no
rendimento da reação além de variações na massa molecular média, e na estrutura
química (CANEVAROLO, 2010).
A classificação dos processos de polimerização se dá quanto ao número de
monômeros, ao tipo de reação química, ao tipo de arranjo físico e quanto à cinética
de polimerização (CANEVAROLO, 2010).
2 POLIMERIZAÇÃO EM CADEIA
Este tipo de polimerização consiste na formação de uma cadeia polimérica
completa. A equação geral é representada por:
nA→ [A ]n
Para que esse tipo de polimerização ocorra é necessário que exista uma
insaturação reativa na molécula. Essa reação ocorre devido à instabilidade da dupla
ligação em um monômero e sua posterior reação com outras moléculas. Ocorre a
abertura de uma das duplas ligações formando então duas ligações simples
(CANEVAROLO, 2010).
Primeiramente ocorre a iniciação, onde há geração do centro ativo. Na
propagação a cadeia cresce devido a transferência do centro ativo do monômero e
por fim ocorre o término, o centro ativo desaparece (CANEVAROLO, 2010).
Podem ocorrer dois tipos de polimerização em cadeia: via radicais livres e a
iônica.
3 POLIMERIZAÇÃO IÔNICA
As polimerizações iônicas, em geral, são caracterizadas por uma variedade
de modos de iniciação e terminação. Ocorre através de um carbono de centro ativo
com uma falta ou excesso de elétrons, também é conduzida em temperaturas mais
baixas (frequentemente abaixo de 0ºC) e a taxa de reação é muito alta.
(BILLMAYER, 1994) (RODRIGUES, 2014).
Diferente da polimerização via radical, a terminação na polimerização iônica
nunca envolve uma reação bimolecular entre duas cadeias poliméricas em
propagação. A terminação ocorre por reação com o contra-íon, com o solvente, ou
com outra espécie presente no meio reacional. O oxigênio é um agente inibidor que
tem uma pequena influência na polimerização iônica, porém existem outras que
neutralizam os indicadores e impedem a reação como é o caso dos compostos
acetilênicos (RODRIGUES, 2014).
A polimerização iônica pode ser dividida em polimerização do tipo catiônica
que é a presença de uma carga positiva, carbocátion e a do tipo aniônica que ocorre
quando tem-se um excesso de elétrons gerando uma carga negativa, carbânion.
Ambas são utilizadas para monômeros substituídos com grupos polares, como
cloreto de vinila ou ésteres do ácido acrílico, ou para a produção de copolímeros.
3.1 POLIMERIZAÇÃO CATIÔNICA
A polimerização é denominada catiônica quando um cátion for o responsável
pela polimerização, isto é, tem-se uma falta de elétrons onde é gerado um
carbocátion (CANEVAROLO, 2010).
Figura 1. Carbocátion
Neste tipo de polimerização, onde o centro ativo é um carbocátion, usa-se
um catalisador do tipo ácido de Lewis (AlCl3, BF3), que são ácidos fortemente
protônicos, ou seja, receptores de elétrons em conjunto com um cocatalisador
(normalmente água) (CANEVAROLO, 2010).
Figura 2.Catalisador
3.1.1 Mecanismo Da Polimerização Catiônica
A polimerização catiônica está essencialmente limitada a monômeros com
substituintes contendo elétrons livres. Ela depende da formação e propagação de
espécies iônicas positivas. A formação destes íons, com tempos de vida
suficientemente longos para que haja propagação e que geralmente são
estabilizados pelo solvente, fornecem produtos com altas massas molares
(RODRIGUES, 2014).
A adição de um próton ou um carbeno a átomos de oxigênio, nitrogênio ou
grupos sulfônio ou fosfônio pode gerar espécies mais estáveis que os carbocátions
durante o evento da polimerização devido ao caráter altamente nucleofílico do
ligante. Porém, as equações do mecanismo reacional da polimerização catiônica
têm sido descritas a seguir para a dupla ligação carbono-carbono (RODRIGUES,
2014).
Iniciação: O próton H+¿¿ ataca a dupla ligação do monômero, formando uma
ligação simples através do uso do par de elétrons p da dupla ligação C=C, e
transferindo a carga positiva para o carbono – cabeça. Dessa forma, há produção da
espécie catiônica C+ que se adiciona a uma primeira molécula de monômero M para
produzir as espécies iniciadoras da cadeia CM+ (RODRIGUES, 2014)
(CANEVAROLO, 2010).
Reação genérica:
onde N- representa o contra-íon.
Propagação: A carga positiva do carbocátion estabiliza outra dupla ligação
de um monômero. O par iônico (consistindo de um carbocátion e seu contra-íon
negativo) produzido na etapa de iniciação se propaga por adições sucessivas de
moléculas de monômero. Estas adições ocorrem por inserção de monômeros entre
o carbocátion e seu contra-íon negativo (RODRIGUES, 2014) (CANEVAROLO,
2010).
Reação genérica:
Terminação:
Transferência para o monômero: um próton do carbono cauda ligado ao carbono
ativo é transferido para o carbono ativo cauda de um monômero que naquele
momento esteja próximo o suficiente para tal transferência, mas longe para não
permitir seu encadeamento na cadeia em crescimento (CANEVAROLO, 2010).
Rearranjo com contra-íon: um próton do carbono cauda ligado ao carbono ativo é
transferido para o contra-íon que naquele momento esteja próximo o suficiente para
tal transferência, interrompendo o crescimento da cadeia com a formação de uma
ligação terminal (CANEVAROLO, 2010).
Terminação forçada: a adição de nucleófilos violentos interrompe
instantaneamente a reação de polimerização, matando todos os centros ativos
presentes (CANEVAROLO, 2010).
Como visto, há várias reações que levam a terminação da cadeia em
crescimento, mas muitas destas reações não levam à terminação da cadeia cinética,
já que uma nova espécie propagadora pode ser gerada no processo (RODRIGUES,
2014)
A reação segue até o esgotamento do monômero. Se for adicionado mais
monômero, a reação prossegue até o esgotamento do monômero adicionado.
Ainda, se o monômero adicionado for diferente do inicial, mas compatível com o tipo
de polimerização, a propagação prossegue e o monômero resultante terá uma parte
formada por um monômero e outra parte por outro monômero (POLIMERIZAÇÃO,
2012)
3.2 POLIMERIZAÇÃOANIÔNICA
A polimerização é denominada aniônica quando ânion for o responsável pela
polimerização, isto é, tem-se um excesso de elétrons onde é gerado um carbanion.
(UDESC, 2010).
Figura 3 Cadeia carbônica.
Neste tipo de polimerização o centro ativo é o carbanion, ou seja, um átomo
de carbono com dois elétrons. Para que ocorra a reação usa-se um catalisador do
tipo base de Lewis (KNH2), que são doadoras de pares de elétrons. (CANEVAROLO,
2010).
3.2.1 Mecanismo Da Polimerização Aniônica
O mecanismo reacional para a polimerização aniônica segue mesmas
etapas que a polimerização catiônica descrita anteriormente, entretanto, neste caso
o íon tem um par de elétrons em excesso.
Iniciação: O ânion (NH2) ataca o monômero mais próximo dando início à
polimerização.(CANEVAROLO, 2010).
Propagação: Nesta etapa ocorre a repetição da reação acima, sendo a carga
negativa transferida de monômero a monômero inúmeras vezes, desta forma tem-se
o crescimento da cadeia.(CANEVAROLO, 2010).
Terminação: Diferente de todos os demais mecanismos, a terminação em
uma polimerização aniônica só pode ser feita por transferência de outras espécies.
Se a reação for realizada em ambiente limpo (isto é, monômeros destilados sem a
presença de impurezas), não haverá a possibilidade de se transferir H+ e, portanto,
a reação não terminará espontaneamente. Somente a adição de um terrninador
(exemplo: H2O) interromperá a reação. Esta característica única permite a obtenção
dos "polímeros vivos", que pornão apresentarem término natural crescem todas as
cadeias até o tamanhotermodinamicamente mais estável, gerando cadeias com
aproximadamente o mesmo tamanho, ou seja, com uma estreita distribuição de
massa molar.(CANEVAROLO, 2010).
4 REFERÊNCIAS
CALLISTER, William D.; RETHWISCH, David G. Ciencia e engenharia de materiais: uma introdução. 7. ed. Rio de Janeiro, RJ: LTC, 2008. 705 p.
CANEVAROLO JÚNIOR, Sebastião V. Ciência dos Polímeros: um texto básico para tecnólogos e engenheiros. 3ª edição. São Paulo. Artliber Editora, 2010
POLIMERIZAÇÃO catiônica. 2012. Disponível em: <http://www.colegioweb.com.br/trabalhos-escolares/quimica/polimeros/polimerizacao-cationica.html>. Acesso em: 26 jan. 2014
RODRIGUES,Máira R.; NEUMANN, Miguel G.. Fotopolimerização: princípios e métodos. Disponével em: <www.scielo.br%2Fscielo.php%3Fpid%3DS0104-14282003000400013%26script%3Dsci_arttext&h=9AQHTVxcp> Acesso em 26 de Janeiro de 2014.
UDESC, 2010.Síntese de polímeros.Disponével em: http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/franciscogm/materiais/Aula_3_S_ntese_de_Pol_meros__rea__es_de_polimeriza__o_.pdf Acesso em 26 de Janeiro de 2014.