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  • Captulo 4. Microscopia eletrnica de Transmisso, Tcnicas espectroscpicas, Nanoidentao. 49

    4. MICROSCOPIA ELETRNICA DE TRANSMISSO, TCNICAS ESPECTROSCPICAS, NANOINDENTAO.

    4.1 Microscopia Eletrnica de Transmisso (TEM)

    A microscopia eletrnica de transmisso uma ferramenta fundamental para

    caracterizao de materiais j que permite no s visualizar morfologia como

    tambm permite identificar defeitos, estrutura cristalina, relaes de orientao

    entre fases, entre outros. Acoplado com as tcnicas espectroscpicas de disperso

    de energia caracterstica de raios X (EDS) e de perda de energia de eltrons

    (EELS), o TEM se converte num instrumento poderoso para anlise qumica,

    qualitativa e quantitativa, com alta resoluo espacial. Na figura 4.1 se apresenta

    um esquema geral do TEM com os respectivos modos analticos.

    Canhoe

    LentesC1

    LentesC2

    Lentesprojetoras

    Lentesintermedirias

    Lentesdedifrao

    Altavoltagem

    ControleSTEM

    SistemaEDS

    SistemaEELS

    Bobinasdefletoras

    TelaDetectoresSTEM

    Outrosistemade

    lentes

    Amostra,portaamostras

    LentesobjetivasPeainferior

    LentesobjetivasPeasuperior

    Cmera

    EELS

    CCDoufilmefotogrfico

    Prisma

    Entrada

    Saida

    Figura 4.1 Esquema geral do TEM- STEM (Jeol), com respectivos modos analticos EDS; EELS [111].

    O fundamento do TEM consiste na gerao de um feixe de eltrons, o qual

    transmitido atravs de uma amostra suficientemente fina (transparente ao feixe).

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  • Captulo 4. Microscopia eletrnica de Transmisso, Tcnicas espectroscpicas, Nanoidentao. 50

    Os feixes resultantes da interao com a amostra (figura 4.2), combinados atravs

    da lente objetiva vo trazer informao interna do material analisado como

    morfologia, estrutura cristalina, defeitos etc. Alm disto, usando detectores

    especiais, os sinais gerados pela interao do feixe com a amostra podem ser

    coletados, por exemplo, para se obter informao composicional. O instrumento

    usa como fonte de iluminao eltrons devido a seu pequeno comprimento de

    onda que inversamente proporcional a energia do feixe incidente na amostra, por

    exemplo, 0,0025 nm a 200 kV e 0,0017 nm a 300 kV, permitindo observar

    estruturas com resoluo inclusive na escala atmica. No entanto, a resoluo

    terica se v afetada pelos diferentes tipos de aberraes (esfrica, cromtica,

    astigmatismo, entre outras). Feixeincidente

    Eltronsretroespalhados

    Eltronssecundrios

    Pareltron buraco

    RaiosX(EDS)

    Eltronsespalhadosinelasticamente

    FeixeTransmitido

    EltronsAuger

    Eltronsespalhadoselasticamente

    EltronsabsorvidosRaiosX Bremsstrahlung

    Figura 4.2 Sinais gerados quando um feixe incidente de alta energia interage com a amostra [110].

    O TEM constitudo basicamente por um sistema de iluminao, uma coluna

    que contm o sistema de lentes, um sistema de aquisio de informao, o porta

    amostras, assim como detectores externos (EDS, EELS, etc.). O sistema de

    iluminao encarregado de gerar o feixe de eltrons. As principais fontes de

    emisso de eltrons utilizadas so de emisso terminica (filamento tungstnio e

    LaB6) e de emisso de campo (FEG). Este ltimo, pelas suas caractersticas de

    alto brilho e coerncia, so desejados quando necessria ultra-alta resoluo de

    imagem e microscopia analtica.

    Dentro da coluna est alocado o sistema de lentes condensadoras, objetivas,

    intermedirias e projetoras. Dependendo da excitao das lentes condensadoras

    junto com o Wehnnelt ir se formar um feixe fino, paralelo, convergente,

    dependendo do modo de operao a ser usado. Poderia se dizer que o corao do

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  • Captulo 4. Microscopia eletrnica de Transmisso, Tcnicas espectroscpicas, Nanoidentao. 51

    TEM a lente objetiva, pois ela que basicamente limita o poder de resoluo do

    microscpio, devido aberrao esfrica. No entanto, hoje existem corretores no

    s para aberrao esfrica (hexapolo ou octupolo/quadrupolo), como tambm para

    aberrao cromtica (monocromador). As lentes intermedirias e projetoras so as

    encarregadas de projetar e magnificar seja a imagem ou o padro de difrao.

    Finalmente, a imagem projetada numa tela fosforescente, podendo tambm ser

    impressa num filme fotogrfico, ou capturada por uma cmera CCD. No geral

    parece um sistema simples, mas existe uma complexidade de elementos dentro do

    instrumento (figura 4.3).

    Microscopia eletrnica de transmisso em modo paralelo (TEM).

    A imagem no TEM corresponde ao mapeamento da distribuio de

    intensidade que resulta da interao dos feixes transmitido e espalhados atravs da

    amostra. Quando o feixe de eltrons interage com a amostra sofre mudanas que

    permitem ter diferentes tipos de contraste na imagem, como por exemplo,

    contraste por massa espessura, contraste por difrao e por mudana de fase e

    amplitude. Deste modo, o contraste massa espessura depende do nmero atmico

    dos elementos dentro da amostra. No contraste por difrao temos basicamente

    dois tipos de imagem: campo claro, quando a abertura da lente objetiva seleciona

    somente o feixe transmitido, e campo escuro, quando a abertura da lente objetiva

    seleciona apenas o feixe difratado da rea limitada, por exemplo, pela abertura de

    rea selecionada (figura 4.4). O contraste de mudana de fase se forma quando se

    introduz uma abertura maior, que permite a coleo de eltrons espalhados em

    ngulos maiores que o ngulo de Bragg. Alguns feixes que saem da amostra se

    recombinam para gerar uma imagem de tal forma que a diferena de fase entre

    esses feixes na sada da amostra so coincidentes com a diferena de intensidade

    da imagem [110].

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  • Captulo 4. Microscopia eletrnica de Transmisso, Tcnicas espectroscpicas, Nanoidentao. 52

    Figura 4.3 Esquema geral de um TEM [111].

    Cabo de fora

    Cabo alta tenso

    Tubo de acelerao de voltagem

    Entrada de gs

    Primeira bobina defletora do canhoSegunda bobina da lente condensadora (LC)Bobina de correo de astigmatismo da LCBobina de alinhamento do spotPrimeira bobina defletora da LC

    Apertura da lente objetiva (LO)Bobina de correo de astigmatismo da LO.Bobina das minilentes da objetivaPrimeira bobina de deslocamento de imagemSegunda bobina de deslocamento de imagem

    Segunda bobina defletora da LCBobina das minilentes condensadoras

    Bobinas de lentes intermediarias

    Bobinas das lentes projetorasVlvula de isolamento da cmera de observaoCmera de difrao de alta resoluo

    Tela pequena

    Tela maiorCmera de observao

    Janela de observaoSubministro de filme fotogrfico

    Recepo de filme fotogrfico

    Gabinete da cmera

    Binoculares

    Bobina defletora das lentes projetoras

    Porta amostras

    Tubo delineador das lentes objetivasBobina das lentes objetivas

    Apertura de rea selecionadaPrimeira bobina de correo de astigmatismo

    lentes intermediarias

    Gonimetro

    Terceira bobina das LCApertura das LC

    Vlvula de isolamento da cmera do anodoPrimeira bobina das LC

    Segunda bobina defletora do canho

    Canho de eltronsWehnelt

    Figura 4.4 Esquema dos modos bsicos de operao de um TEM [111].

    Canhodeiluminao

    Aperturadalenteobjetivainserida

    Aperturadereaselecionadainserida

    Lentesintermedirias

    Lentesprojetoras

    Telafluorescente

    Sistemadelentescondensadoras

    Amostra

    Lentesobjetivas

    ModoImagem Mododifrao

    Aperturadalenteobjetivatirada

    Aperturadereaselecionadatirada

    Microscopia eletrnica por varredura- transmisso (STEM).

    No modo de operao STEM (scanning transmission electron microscopy),

    o feixe incidente focalizado de forma convergente formando um spot da ordem

    de poucos angstroms que varre a amostra sem variao de inclinao. Os

    equipamentos TEM - STEM geralmente usam fontes de eltrons FEG devido a

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  • Captulo 4. Microscopia eletrnica de Transmisso, Tcnicas espectroscpicas, Nanoidentao. 53

    suas caractersticas de coerncia e alto brilho. A resoluo do STEM est

    determinada principalmente pelo dimetro do feixe. Devido ao uso de bobinas

    (lentes) para focalizar o feixe, a resoluo se v limitada por aberrao esfrica.

    No entanto corretores de aberrao para TEM - STEM j so incorporados na

    coluna do microscpio para minimizar esse problema.

    Os feixes que saem produto de interao da amostra so coletados por

    detectores especiais, os quais processam a informao para formar a imagem ou

    obter informao composicional. Os detectores principais no modo STEM so de

    campo claro (BF), campo escuro anular (ADF) e campo escuro anular de alto

    ngulo (HAADF). Trabalhos recentes utilizando um novo detector de campo claro

    anular para anlise de CNTs usando baixas voltagens (80 120 kV) tm

    apresentado bons resultados de alta resoluo, permitindo at visualizar as

    posies dos tomos do carbono [112].

    Quando o feixe de eltrons interage com um potencial atmico da amostra,

    ocorre o fenmeno de espalhamento tipo Rutherford, onde feixes incoerentes so

    espalhados em altos ngulos. Estes feixes so coletados pelo detector HAADF e

    so de grande importncia, pois trazem informao da composio qumica da

    amostra. O tipo de contraste que se forma chamado contraste Z, j que a

    intensidade na imagem proporcional ao quadrado do numero atmico Z2. Este

    tipo de contraste tambm sensvel variao de espessura do material.

    Obtendo imagens em alta resoluo em HAADF possvel identificar as

    posies reais de colunas atmicas, ao contrrio da microscopia eletrnica em

    modo paralelo, na qual se tem um padro de interferncia a ser analisado

    cuidadosamente para determinar as reais posies dos tomos dentro do material.

    Um dos problemas a ser resolvido nas amostras dos nanocompsitos Cu-CNT

    a correta identificao dos nanotubos, uma vez que ao serem decorados por

    cobre durante a sntese e devido ainda baixa frao em peso, pode ser difcil a

    sua deteco e visualizao dentro da matriz. Para superar esta dificuldade, a

    modalidade STEM usando HAADF permitir individualizar elementos pelo seu

    numero atmico Z (Cu= 29 e C=6) facilitando a deteco do carbono. No entanto,

    ser necessrio complementar as anlises com EELS, como apresentado na

    seguinte seo.

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    Espectroscopia por perda de energia de eltrons (EELS) e microscopia

    eletrnica de transmisso por energia filtrada (EFTEM).

    EELS a analise da distribuio de energia dos eltrons que saem da amostra,

    produto da interao do feixe incidente com a estrutura interna do material. Esses

    eltrons podem sofrer ou no perda de energia (espalhamento inelstico). Esses

    eventos de perda de energia trazem informao valiosa da composio qumica da

    amostra, estrutura eletrnica dos tomos, obtendo detalhes como estado de

    valncia, espessura do material, resposta dieltrica, gap de energia, entre outros.

    O EELS tem sido utilizado como um complemento para o EDS por possibilitar

    melhor informao, assim como deteco de elementos de baixo numero atmico

    como o carbono, o qual difcil de analisar por EDS. Um aspecto importante

    nessa tcnica a resoluo em energia. A melhor resoluo tem sido obtida com

    fontes FEG, por seu alto brilho e coerncia. Usando detectores omega, por

    exemplo, a resoluo de um microscpio convencional de poucos eV. Por outro

    lado, usando monocromador em microscpios dedicados pode-se atingir resoluo

    menor a 0,2 eV [113]. Para anlise da perda de energia utiliza-se um prisma

    magntico que quando combinado com diferentes filtros, alm da cmera CCD

    adequada, pode formar um espectro ponto a ponto. Ainda utilizando este

    princpio, possvel selecionar eltrons com perdas de energia especficas para

    visualizar a distribuio de um nico elemento de interesse na amostra

    (mapeamento elementar por EFTEM). Um esquema experimental do EELS e

    EFTEM apresentado na figura 4.5.

    Coluna

    Prisma

    Filtrodeenergia

    Sistematico

    Modoespectro

    ModoImagem

    ZLP

    Plasmons

    Lowloss

    Coreloss

    Carbono

    Figura 4.5. Esquema experimental EELS EFTEM, destacando os modos espectro e modo imagem filtrada [110].

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  • Captulo 4. Microscopia eletrnica de Transmisso, Tcnicas espectroscpicas, Nanoidentao. 55

    O espectro EELS pode ser dividido em regies especficas, como pode ser

    observado na figura 4.5. O ZLP (zero loss peak) corresponde ao feixe transmitido

    que no sofre perda de energia. Analisando o espectro, no core-loss possvel

    identificar os elementos presentes, assim como obter a quantificao de esses

    elementos, estado de valncia e energia de ligao. No low loss possvel se

    estudar transies entre bandas, alm da possibilidade da obteno de imagens de

    mapeamento de ligaes qumicas.

    O EFTEM realizado no modo paralelo e geralmente utilizado para

    mapeamentos elementares da amostra. Algumas caractersticas a serem

    consideradas so a distribuio de elementos, os movimentos da amostra durante

    as anlises que podem ser corrigidos ps-processamento de imagens, alm da

    possibilidade de causar menor dano amostra. O modo STEM-PEELS realizado

    no modo convergente e otimizado para amostragem espectral ponto a ponto e

    mapeamento elementar. Algumas caractersticas so: permite estudar picos

    caractersticos dos elementos (digital), pode causar dano amostra [113].

    Na figura 4.6 so apresentados espectros EELS padro do cobre e carbono

    (digital).

    EV

    EVEV

    Figura 4.6 Espectros padro EELS da regio core loss do: a) cobre metlico, b) oxido de cobre CuO e da regio low loss do: carbono graftico c) e carbono amorfo d) [128].

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  • Captulo 4. Microscopia eletrnica de Transmisso, Tcnicas espectroscpicas, Nanoidentao. 56

    Em geral, para se obter uma boa anlise por EELS e EFTEM necessria uma

    adequada preparao da amostra, fazendo com que ela seja o mais fina possvel

    visando evitar fenmenos de recombinao de feixes.

    4.2 Espectroscopia Raman

    A espectroscopia Raman tem se mostrado uma das tcnicas necessrias para

    identificar a qualidade de materiais, em especial de nanotubos de carbono. O

    principio da tcnica est baseado no espalhamento inelstico (espalhamento

    Raman) de uma luz monocromtica incidente (de frequncia o) com a matria

    (frequncia m), gerando ou eliminando um fnon de energia. O fton vai perder

    ou ganhar energia, resultando no aumento ou diminuio da frequncia (e) do

    fton espalhado.

    Se a frequncia do fton espalhado menor que a frequncia do fnon

    incidente, um quantum de energia adicionado, processo chamado de

    espalhamento Stokes (e = o - m). No caso contrrio, se a frequncia do fton

    espalhado maior que a frequncia do fton incidente (e = o + m), um fnon

    eliminado da amostra (Figura 4.6). Este processo chamado de anti-Stokes. As

    etapas que ocorrem no espalhamento Raman so descritas como excitao de um

    eltron para um estado virtual, disperso de um eltron excitado, emitindo ou

    absorvendo fnons, e a relaxao do eltron banda de valncia, emitindo um

    fton [18].

    Ftonincidente

    Ftonincidente

    FtonespalhadoporStokes

    FtonespalhadoporantiStokes

    Geraodeumfnon

    Absorodeumfnon

    EstadosVirtuais

    a) b)

    Figura 4.7 Esquema dos processos de espalhamento Raman: a) Stokes e b) anti-stokes.

    No esquema da figura 4.7 o efeito Raman considerado no ressonante, j que

    a molcula excitada a estados de energia virtuais e no reais. Se o fton

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  • Captulo 4. Microscopia eletrnica de Transmisso, Tcnicas espectroscpicas, Nanoidentao. 57

    incidente ou espalhado consegue-se equiparar com uma transio tica, o processo

    Raman considerado ressonante [20].

    Algumas fontes de radiao incidente usadas so o laser de He-Ne com luz

    vermelha (=633 nm), laser de Ti-Safira com luz vermelha (=785) nm e laser de

    Ar com luz verde (=514,5 nm). Os feixes espalhados com menor energia tem

    menor comprimento de onda (recproco de ). Medindo a diferena da intensidade

    da luz espalhada em funo da frequncia recebida ou emitida se obtm a medida

    exata da frequncia dos fnons da amostra. Esta diferena conhecida como

    Raman Shift a qual se expressa em cm-1.

    A espectroscopia Raman tem um amplo uso na identificao de nanotubos de

    carbono em materiais nanocompsitos devido a seu carter no destrutivo, assim

    como por no precisar de uma preparao da amostra. O espectro Raman

    caracterstico dos nanotubos de carbono apresentado na figura 4.8

    BandaG

    BandaD BandaG

    Modosdesegundaordem

    Figura 4.8. Esquema do espectro Raman para nanotubos de carbono [54].

    O pico a 1575 cm-1 chamado de banda G, o qual esta associado a vibraes

    dos tomos de carbono ao longo do eixo do nanotubo. Desordem e defeitos dos

    nanotubos (ligao sp3) levam a um modo radial breathing, conhecido como

    banda D, a 1348 cm-1. Um pico de segunda ordem da banda D observado a

    2691 cm-1, chamado de banda G. Em nanotubos de parede simples existe um

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  • Captulo 4. Microscopia eletrnica de Transmisso, Tcnicas espectroscpicas, Nanoidentao. 58

    pico caracterstico a 180 cm-1, conhecido como RBM (radial breathing mode)

    onde pode se obter informao sobre os dimetros dos CNTs.

    4.3 Espectroscopia de Fotoeltrons Excitados por Raios X (XPS)

    O XPS uma tcnica baseada no efeito fotoeltrico. Quando um fton com

    alta energia (raios X ou ultravioleta) incide num tomo, a energia pode ser

    absorvida tendo como resultado a excitao do tomo e emisso de um eltron

    chamado de fotoeltron, descrito por:

    (4.1)

    A energia cintica do eltron emitido Ek dada por:

    Ek = Ei Eb (4.2)

    Onde Ei e Eb so as energias da radiao incidente e a energia de ligao do

    eltron respectivamente. Medindo a energia dos fotoeltrons emitidos pode se

    determinar a energia de ligao dos eltrons, que depende do tomo do qual foi

    originado, dos seus vizinhos mais prximos e do seu estado de oxidao.

    Experimentalmente, as amostras so colocadas em uma cmera a ultra alto

    vcuo e so irradiadas pelo feixe de raios X. Os fotoeltrons que so emitidos so

    separados pela sua energia cintica e capturados por um detector. Por comparao

    com tabelas padro de energias de ligao, as respectivas concluses podem ser

    tiradas das ligaes entre os tomos. Como o efeito fotoeltrico um fenmeno

    que ocorre na superfcie, essa tcnica fundamental para analisar a composio

    qumica de superfcies.

    Em nanocompsitos, tem sido utilizada para analisar a eficincia da oxidao

    dos CNTs no processo de funcionalizao covalente [31], assim como para

    identificao de compostos intermetlicos na interface CNT alumnio, formada

    durante o processamento [114].

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    4.4 Nanoindentao.

    Nanoindentao (ou dureza instrumentada) uma tcnica sensvel para

    determinar a dureza localizada de um material (H) e seu mdulo de elasticidade

    (E) em escala nanomtrica. Durante a indentao a carga e profundidade de

    penetrao so medidas com alta preciso durante os estgios de aplicao de

    carga e descarga, gerando curvas correspondentes. A inclinao da curva de

    descarga na carga mxima aplicada governada pelo mdulo de elasticidade do

    material. Os equipamentos atuais tem sensibilidade para ter resoluo de carga na

    ordem de 10-9 N ( um nanoNewtons) e resoluo de profundidade em nanmetros.

    Uma curva caracterstica desse processo mostrada na figura 4.9.

    Pmx

    hc hmx

    Figura 4.9. Curvas caractersticas do ensaio de nanoindentao, variando a profundidade de penetrao [109].

    Da figura 4.9, Pmx, a mxima carga aplicada, hmx a mxima

    profundidade que atinge a ponta do nanoindentador, hc a profundidade de contato,

    e S a rigidez do material, calculada pela inclinao da tangente na curva. A ponta

    geralmente usada para este tipo de teste chamada Berkovich, a qual tem formato

    piramidal de trs lados com ngulo de 65,3o. A dureza e o mdulo de elasticidade

    so calculados pelo mtodo proposto por Oliver e Phar [115] seguem as seguintes

    equaes:

    (4.3)

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  • Captulo 4. Microscopia eletrnica de Transmisso, Tcnicas espectroscpicas, Nanoidentao. 60

    Onde A a rea de contato e hc a profundidade de contato na curva de

    descarga. A rigidez de contato inicial da ponta sem usar a carga S= (dP/dh) a

    inclinao da parte inicial da curva, a qual dada por:

    (4.4)

    Onde Er o mdulo de elasticidade reduzido, o qual leva em conta que para as

    medies includa a amostra e o indentador. O mdulo de elasticidade real do

    material calculado pela frmula:

    (4.5)

    Onde: Er: modulo de elasticidade reduzida (medido pelo nanoindentador) Ei: modulo de elasticidade do diamante (indenter) = 1140GPa Es: modulo de elasticidade da amostra a medir i: razo de Poisson do diamante = 0,07 s: razo de Poisson da amostra ( Cobre = 0,33 ) A dureza H calculada por:

    H= (4.6)

    onde P a fora mxima de indentao e A a rea de contato projetada

    resultante da carga.

    As medies usando nanoindentao tem sido de grande potencial em

    nanocompsitos de matriz metlica, uma vez que permitem obter informao de

    clusters de nanotubos ou de fases intermetlicas nas interfaces CNT-metal. Novas

    tcnicas de nanoindentao de maior preciso em relao ao ponto da amostra

    onde vai ser realizado o teste tem sido desenvolvidas de forma in situ em

    microscpios eletrnicos SEM e TEM [116].

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    4.MICROSCOPIA ELETRNICA DE TRANSMISSO, TCNICAS ESPECTROSCPICAS, NANOINDENTAO.4.1 Microscopia Eletrnica de Transmisso (TEM)4.2 Espectroscopia Raman 4.3 Espectroscopia de Fotoeltrons Excitados por Raios X (XPS)4.4 Nanoindentao.