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CURSO DE COMÉRCIO EXTERIOR : LEGISLAÇÃO ADUANEIRA REIKO MUTO ZONA FRANCA DE MANAUS 1 1. CONCEITO (RA art. 452) Art. 452. A Zona Franca de Manaus é uma área de livre comércio de importação e de exportação e de incentivos fiscais especiais, estabelecida com a finalidade de criar no interior da Amazônia um centro industrial, comercial e agropecuário, dotado de condições econômicas que permitam seu desenvolvimento, em face dos fatores locais e da grande distância a que se encontram os centros consumidores de seus produtos (Decreto-lei n o 288, de 1967, art. 1 o ). A Zona Franca de Manaus (ZFM), a Amazônia Ocidental e as Áreas de Livre Comércio são administradas (instalações e serviços) pela Superintendência da Zona Franca de Manaus -Suframa 1 , criada em 1966, que tem como objetivo principal promover o desenvolvimento auto-sustentado da economia e o bem estar social da região amazônica. A área incentivada da ZFM está delimitida pelo Decreto nº 61.244/67 dentro do Município de Manaus. O prazo do benefício da área incentivada estabelecida em 1967 foi de 30 anos, posteriormente prorrogado por mais 25 anos até o ano de 2.013 2 . 2. INCENTIVOS FISCAIS (RA art. 175) Art. 175. A entrada de mercadorias estrangeiras com isenção do imposto, na Zona Franca de Manaus e na Amazônia Ocidental, será feita com observância do disposto nos arts. 453 e 464, respectivamente. Inicialmente, o Dec. lei nº 288/67, previa diversos benefícios para as empresas que viessem a ter seus projetos aprovados pela Suframa e se instalassem na ZFM, independentemente de qualquer condição adicional, como: a) isenção do Imposto de Importação para produtos destinado ao consumo na ZFM; b) isenção do IPI, incidente sobre mercadorias estrangeiras destinadas ao consumo ou industrialização na ZFM, e sobre as mercadorias produzidas na ZFM, destinadas ao consumo na própria ZFM, bem como em qualquer ponto do país; c) isenção do imposto de exportação para as operações de exportação de mercadorias da ZFM, qualquer que fosse sua origem; d) equivalência das vendas do País para a ZFM às operações de exportação para o exterior; e) incidência do II apenas sobre os insumos importados e com redução percentual equivalente ao valor adicionado, no caso de vendas de mercadorias da ZFM para o restante do País; f) isenção do IPI para todas as mercadorias industrializada na ZFM. Além dos benefícios tributários na importação e internação a ZFM propiciou por muitos anos outros incentivos do governo federal, estadual e municipal: - isenção do imposto de renda, por dez anos, para empreendimentos aprovados pela Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (atual ADA); 1 Atualmente a SUFRAMA está vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. 2 Prazo até 04.10.2013

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CURSO DE COMÉRCIO EXTERIOR : LEGISLAÇÃO ADUANEIRA REIKO MUTO

ZONA FRANCA DE MANAUS

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1. CONCEITO (RA art. 452)

Art. 452. A Zona Franca de Manaus é uma área de livre comércio de importação e de exportação e de incentivos fiscais especiais, estabelecida com a finalidade de criar no interior da Amazônia um centro industrial, comercial e agropecuário, dotado de condições econômicas que permitam seu desenvolvimento, em face dos fatores locais e da grande distância a que se encontram os centros consumidores de seus produtos (Decreto-lei no 288, de 1967, art. 1o).

A Zona Franca de Manaus (ZFM), a Amazônia Ocidental e as Áreas de Livre Comércio são administradas (instalações e serviços) pela Superintendência da Zona Franca de Manaus -Suframa1, criada em 1966, que tem como objetivo principal promover o desenvolvimento auto-sustentado da economia e o bem estar social da região amazônica. A área incentivada da ZFM está delimitida pelo Decreto nº 61.244/67 dentro do Município de Manaus. O prazo do benefício da área incentivada estabelecida em 1967 foi de 30 anos, posteriormente prorrogado por mais 25 anos até o ano de 2.0132. 2. INCENTIVOS FISCAIS (RA ar t. 175)

Art. 175. A entrada de mercadorias estrangeiras com isenção do imposto, na Zona Franca de Manaus e na Amazônia Ocidental, será feita com observância do disposto nos arts. 453 e 464, respectivamente.

Inicialmente, o Dec. lei nº 288/67, previa diversos benefícios para as empresas que viessem a ter seus projetos aprovados pela Suframa e se instalassem na ZFM, independentemente de qualquer condição adicional, como:

a) isenção do Imposto de Importação para produtos destinado ao consumo na ZFM; b) isenção do IPI, incidente sobre mercadorias estrangeiras destinadas ao consumo ou

industrialização na ZFM, e sobre as mercadorias produzidas na ZFM, destinadas ao consumo na própria ZFM, bem como em qualquer ponto do país;

c) isenção do imposto de exportação para as operações de exportação de mercadorias da ZFM, qualquer que fosse sua origem;

d) equivalência das vendas do País para a ZFM às operações de exportação para o exterior;

e) incidência do II apenas sobre os insumos importados e com redução percentual equivalente ao valor adicionado, no caso de vendas de mercadorias da ZFM para o restante do País;

f) isenção do IPI para todas as mercadorias industrializada na ZFM. Além dos benefícios tributários na importação e internação a ZFM propiciou por

muitos anos outros incentivos do governo federal, estadual e municipal: - isenção do imposto de renda, por dez anos, para empreendimentos aprovados pela

Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (atual ADA);

1 Atualmente a SUFRAMA está vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. 2 Prazo até 04.10.2013

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- isenção do ICMS, para produtos oriundos de outros Estados e destinados ao consumo ou industrialização na ZFM. Além disso, as empresas contam com crédito do ICMS para produtos oriundos de outros estados brasileiros, e restituição da parcela variável do ICMS para empreendimentos industriais aprovados pela Secretaria de Economia e Finanças de Estado do Amazonas; e

- isenção do ISS para empresas prestadores de serviços com projetos aprovados pela Prefeitura Municipal de Manaus.

Posteriormente, o Dec.lei nº 1.435/75, alterou a forma de cálculo da redução do II sobre os insumos incorporados aos produtos industrializados na ZFM, e estabeleceu índice numérico mínimo de nacionalização da produção, mediante coeficiente de redução de sua alíquota "ad-valorem". A primeira alteração visava elevar o custo de internação dos produtos fabricados em Manaus, reduzindo a sua capacidade de competição no mercado interno; a segunda forçava as empresas elevarem seus níveis de compras de insumos no mercado doméstico.

No ano seguinte, o Dec.lei nº1.455/76, criou a possibilidade de estabelecer cotas máximas de importação para as empresas instaladas na ZFM e proibiu a transferência das mercadorias estrangeiras, a qualquer título, para o restante do território nacional, cuja vedação foi suprida pela Lei nº 8.387/91 (regulamenta pelo Dec.783/93), permitindo-se a saída para outros pontos do território nacional, mediante o pagamento de todos os impostos exigíveis sobre importações do exterior, ao mesmo tempo introduziu o conceito de Processo Produtivo Básico - PPB.

O Governo adotou o processo produtivo básico (PPB), buscando aumentar o índice de nacionalização dos bens produzidos pelas empresas atuantes na ZFM, que consiste na descrição detalhada das diversas fases de montagem, preparação e transformação dos insumos sob a forma de subconjuntos até o produto final, devendo ficar demonstrado em todo o processo a configuração da industrialização do produto. Essa medida intenciona evitar que a ZFM se transforme num simples entreposto de montagem de produtos importados, que se beneficiariam da renúncia fiscal do Governo. Decorrido os ajustes no decorrer dos anos foram mantidos os seguintes benefícios fiscais, conforme encontram-se publicados no site www.suframa.gov.br 2.1. INCENTIVOS DO GOVERNO FEDERAL

a) IMPOSTO SOBRE A RENDA – I .R. (SUDAM) • Redução de 75% do I.R. até o ano de 2003, concedida a empreendimentos industriais,

agropecuários e de serviços básicos com projetos de implantação aprovados. • Redução de 50% do I.R, de 2004 a 2008, concedida a empreendimentos com projetos de

ampliação e/ou modernização e/ou diversificação aprovados. • Redução de 25% do I.R., de 2009 a 2013, concedida a empreendimentos com projetos de

ampliação e/ou modernização e/ou diversificação aprovados. Financiamento para inversões fixas através do FINAM (Fundo de Investimentos da Amazônia).

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b) IMPOSTO SOBRE IMPORTAÇÃO – I .I . • Isenção do I.I. na entrada de mercadorias na Zona Franca de Manaus – ZFM e Áreas de

Livre Comércio – ALCs, destinadas a consumo interno. • Isenção do I.I. a mercadorias listadas em Portaria Interministerial, destinadas ao consumo

na Amazônia Ocidental (em vigência a Portaria Interministerial n.o 300, de 20 de dezembro de 1996).

• Redução de 88% do I.I. aplicada a matérias-primas, produtos intermediários, materiais secundários e de embalagens empregados na fabricação de produtos industrializados na ZFM, quando dela saírem para qualquer ponto do Território Nacional, desde que o fabricante tenha projeto aprovado pelo Conselho de Administração da SUFRAMA e atenda ao Processo Produtivo Básico – PPB.

• Redução do I.I. na fabricação de bens de informática, condicionada à aplicação de um coeficiente de redução proporcional à participação de mão-de-obra e insumos nacionais;

• Redução do I.I. na fabricação de veículos automotivos (utilitários), acrescidos 5% ao coeficiente de redução referido no item anterior.

c) IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – I .P.I . • Isenção do I.P.I. para as mercadorias produzidas na Zona Franca de Manaus. • Isenção do I.P.I. para as mercadorias de procedência estrangeira consumidas na ZFM e

ALCs. • Isenção do I.P.I. para mercadorias de procedência estrangeira consumidas na Amazônia

Ocidental, desde que listadas em Portaria Interministerial (em vigência a Portaria Interministerial n.o 300/96).

• Isenção do I.P.I. para mercadorias de procedência nacional ingressadas na ZFM, ALCs e Amazônia Ocidental.

• Isenção do I.P.I. aos produtos elaborados com matérias-primas agrícolas e extrativas vegetais de produção regional, exclusive as de origem agropecuária, em todas as localidades da Amazônia Ocidental.

• Crédito do I.P.I., calculado como se devido fosse, sempre que os produtos referidos no item anterior sejam empregados como matérias-primas, produtos intermediários ou materiais de embalagem na industrialização, em qualquer ponto do Território Nacional, de produtos efetivamente sujeitos ao pagamento do imposto.

2.2. INCENTIVO À EXPORTAÇÃO

a) EXPORTAÇÃO – IMPOSTO SOBRE I.E. • Isenção do I.E. para produtos fabricados na ZFM.

b) PROGRAMA ESPECIAL DE EXPORTAÇÃO DA AMAZÔNIA OCIDENTAL – PEXPAM O PEXPAM é um mecanismo de incentivo que permite a importação de matérias-primas,

insumos e componentes para industrialização de bens destinados exclusivamente à exportação. • Isenção do I.I.; • Isenção do I.P.I.; • Isenção do I.E. • Isenção do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). • Isenção do pagamento de taxas, preços públicos e emolumentos devidos a quaisquer órgãos

da Administração Pública; • Inexigibilidade ao cumprimento de Processo Produtivo Básico – P.P.B. • Autorização de importações extra- quota. • Concessão de quota-prêmio.

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• Crédito prêmio para equalização locacional (trata-se de um subsídio para frete). 2.3. INCENTIVO DO GOVERNO ESTADUAL

IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS (ICMS) � Isenção do ICMS incidente sobre sobre produtos industrializados nas remessas dos demais

estados brasileiros para a ZFM e ALCs. � Crédito do ICMS concedido pelo Estado do Amazonas, no montante que deveria ser pago na

origem, aos bens industrializados nos demais estados brasileiros, quando ingressam na ZFM; � Restituição do ICMS pelo Governo do Estado do Amazonas para produtos industrializados nos

seguintes níveis: o bens de consumo final: 45%; o bens de capital, bens de consumo destinados à alimentação, vestuário, calçados e

veículos: de 55% a 100%; o bens intermediários, bens agregadores de matéria-prima regional e bens agropecuários

de segmentos prioritários: de até 100%; o bens de informática, medicamentos que utilizem plantas medicinais regionais,

produtos de pescado e produtos fabricados no interior do Estado: de até 85%. � Diferimento do ICMS na importação de matérias-primas; � Isenção do ICMs nas entradas de ativos, inclusive partes e peças; � Crédito presumido de ICMs igual ao saldo devedor do mês. OBS.: Os três últimos itens acima aplicam-se a empresas já incentivadas com a restituição do ICMS e novos empreendimentos com produtos similares aos fabricados no Amazonas, desde que possuam nível de produção e faturamento iguais ou superiores aos da maior empresa do subsetor, e para empresas com produtos pioneiros. Crédito presumido de 50% da alíquota do ICMS (6%) nas operações mercantis estadual e interestaduais, com mercadorias de procedência estrangeira não abrigadas no regime da ZFM. (Corredor de Importação).

2.4. INCENTIVOS DO GOVERNO MUNICIPAL

• Isenção por 10 anos do IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial, Territorial Urbana. • Isenção por 10 anos de taxas de serviço de limpeza e conservação pública. • Isenção por 10 anos da taxa de licença para funcionamento.

3. BENEFÍCIOS DO I I e IPI NA ADMISSÃO NA ZFM (Entrada)

Os benefícios fiscais na entrada de mercadorias na ZFM estão definidos no Dec. lei nº 288/67, art. 3º e §1º, com a redação dada da Lei nº 8.387/91, os quais encontram-se reproduzidos nos art. 453, 454 e 461 do novo Regulamento Aduaneiro:

Art. 453. A entrada de mercadorias estrangeiras na Zona Franca de Manaus, destinadas a seu consumo interno, industrialização em qualquer grau, inclusive beneficiamento, agropecuária, pesca, instalação e operação de indústrias e serviços de qualquer natureza, exportação, bem assim a estocagem para reexportação, será isenta dos impostos de importação e sobre produtos industrializados (Decreto-lei no 288, de 1967, art. 3o, e Lei no 8.032, de 1990, art. 4o).

§ 1° Excetuam-se da isenção de que trata este artigo as seguintes mercadorias (Decreto-lei no 288, de 1967, art. 3o, § 1o, com a redação dada pela Lei no 8.387, de 30 de dezembro de 1991, art. 1o):

I - armas e munições; I I - fumo; I I I - bebidas alcoólicas; IV - automóveis de passageiros; e

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V - produtos de perfumaria ou de toucador, e preparados e preparações cosméticas, salvo os classificados nas posições 3303 a 3307 da Nomenclatura Comum do Mercosul, se destinados, exclusivamente, a consumo interno na Zona Franca de Manaus ou quando produzidos com utilização de matérias-primas da fauna e da flora regionais, em conformidade com processo produtivo básico.

§ 2o A isenção de que trata este artigo fica condicionada à efetiva aplicação das mercadorias nas finalidades indicadas, e ao cumprimento das demais condições e requisitos estabelecidos pelo Decreto-lei no 288, de 1967, e pela legislação complementar.

§ 3o Os produtos nacionais exportados para o exterior e, posteriormente, importados pela Zona Franca de Manaus, não gozarão dos benefícios referidos neste artigo (Decreto-lei no 1.435, de 16 de dezembro de 1975, art. 5o).

§ 4o A entrada das mercadorias a que se refere o caput será permitida somente em porto, aeroporto ou recinto alfandegados, na cidade de Manaus.

Art. 454. A remessa de mercadorias de origem nacional para consumo ou industrialização na Zona Franca de Manaus, ou posterior exportação, será, para efeitos fiscais, equivalente a uma exportação brasileira para o exterior (Decreto-lei no 288, de 1967, art. 4o).

§ 1o O benefício de que trata o caput não abrange armas e munições, perfumes, fumo, bebidas alcoólicas e automóveis de passageiros classificados, respectivamente, nos Capítulos 93, 33, 24, nas posições 8703, 2203 a 2206 e nos códigos 2208.20.00 a 2208.70.00 e 2208.90.00 (exceto o ex tarifário 01) da Nomenclatura Comum do Mercosul .

§ 2o O disposto no caput não compreende os incentivos fiscais previstos no Decreto-lei no 1.248, de 1972, nem os decorrentes do regime de drawback .

Art. 461. Estão isentas do imposto sobre produtos industrializados todas as mercadorias produzidas na Zona Franca de Manaus que se destinem:

I - ao seu consumo interno; ou II - à comercialização em qualquer ponto do território aduaneiro, observados os requisitos estabelecidos para o processo produtivo básico de que trata o art. 460. Parágrafo único. A isenção de que trata o caput não se aplica às mercadorias referidas no § 1o do art. 453.

3.1. Procedimento de Admissão na ZFM (Dec. 61.244/67, art. 12 e RA art. 455) Art. 12. Toda entrada de mercadoria nacional ou estrangeira na Zona Franca de Manaus fica sujeita ao controle da SUFRAMA respeitada a competência legal atribuída a fiscalização aduaneira e de rendas internas, do Ministério da Fazenda.

Art. 455. As importações no regime de que trata este Capítulo estão sujeitas a licenciamento não-automático, previamente ao despacho aduaneiro, com a expressa anuência da Superintendência da Zona Franca de Manaus.

4. BENEFÍCIOS DO PIS E COFINS (na entrada)

As empresas localizadas na ZFM que possuem projetos aprovado pelo CAS (da ZFM) poderão importar com suspensão do PIS e Confins, como menciona a IN SRF 424/04:

Art. 2o As empresas localizadas na ZFM poderão importar, com suspensão do pagamento da Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação, bens a serem empregados, pelo importador, na elaboração de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem destinados a emprego em processo de industrialização por estabelecimentos ali instalados, consoante projeto aprovado pelo Conselho de Administração

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da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), de que trata o art. 5oA da Lei no 10.637, de 30 de dezembro de 2002. Art. 3o Os bens admitidos no regime suspensivo deverão ser integralmente utilizados no processo produtivo das mercadorias a serem vendidas para emprego em processo de industrialização na ZFM, conforme disciplinado no art. 2o.

Quanto à mercador ias nacionais, de acordo com as disposições da Lei nº 10.996, de 15.12.2004, que veio alterar a legislação tributária federal e as Leis nºs 10.637/2002, e 10.833/2003, a contribuição do PIS e Cofins ficaram reduzida a zero para as empresas que vendem mercadorias destinadas a ZFM.

Art. 2o Ficam reduzidas a 0 (zero) as alíquotas da Contribuição para o PIS/PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS incidentes sobre as receitas de vendas de mercadorias destinadas ao consumo ou à industrialização na Zona Franca de Manaus - ZFM, por pessoa jurídica estabelecida fora da ZFM. § 1o Para os efeitos deste artigo, entendem-se como vendas de mercadorias de consumo na Zona Franca de Manaus - ZFM as que tenham como destinatárias pessoas jurídicas que as venham utilizar diretamente ou para comercialização por atacado ou a varejo. § 2o Aplicam-se às operações de que trata o caput deste artigo as disposições do inciso II do § 2o do art. 3o da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e do inciso II do § 2o do art. 3o da Lei no 10.833, de 29 de dezembro de 2003. Art. 3º Os arts. 2º e 3º da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, passam a vigorar com a seguinte redação: "Art. 2o .......................................................................................... § 4o Excetua-se do disposto no caput deste artigo a receita bruta auferida por pessoa jurídica industrial estabelecida na Zona Franca de Manaus, decorrente da venda de produção própria, consoante projeto aprovado pelo Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA, que fica sujeita, ressalvado o disposto nos §§ 1o a 3o deste artigo, às alíquotas de: I - 0,65% (sessenta e cinco centésimos por cento), no caso de venda efetuada a pessoa jurídica estabelecida: a) na Zona Franca de Manaus; e b) fora da Zona Franca de Manaus, que apure a Contribuição para o PIS/PASEP no regime de não-cumulatividade; II - 1,3% (um inteiro e três décimos por cento), no caso de venda efetuada a: a) pessoa jurídica estabelecida fora da Zona Franca de Manaus, que apure o imposto de renda com base no lucro presumido; b) pessoa jurídica estabelecida fora da Zona Franca de Manaus, que apure o imposto de renda com base no lucro real e que tenha sua receita, total ou parcialmente, excluída do regime de incidência não-cumulativa da Contribuição para o PIS/PASEP; c) pessoa jurídica estabelecida fora da Zona Franca de Manaus e que seja optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições - SIMPLES; e d) órgãos da administração federal, estadual, distrital e municipal." (NR) "Art.3º .................................………............................…….......... § 12. Ressalvado o disposto no § 2o deste artigo e nos §§ 1o a 3o do art. 2o desta Lei, na aquisição de mercadoria produzida por pessoa jurídica estabelecida na Zona Franca de Manaus, consoante projeto aprovado pelo Conselho de Administração da Superintendência da

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Zona Franca de Manaus - SUFRAMA, o crédito será determinado mediante a aplicação da alíquota de 1% (um por cento)." (NR) Art. 4º Os arts. 2o e 3o da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, passam a vigorar com a seguinte redação: "Art. 2º ..................................................................................... § 5º Excetua-se do disposto no caput deste artigo a receita bruta auferida por pessoa jurídica industrial estabelecida na Zona Franca de Manaus, decorrente da venda de produção própria, consoante projeto aprovado pelo Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA, que fica sujeita, ressalvado o disposto nos §§ 1o a 4o deste artigo, às alíquotas de: I - 3% (três por cento), no caso de venda efetuada a pessoa jurídica estabelecida: a) na Zona Franca de Manaus; e b) fora da Zona Franca de Manaus, que apure a COFINS no regime de não-cumulatividade; II - 6% (seis por cento), no caso de venda efetuada a: a) pessoa jurídica estabelecida fora da Zona Franca de Manaus, que apure o imposto de renda com base no lucro presumido; b) pessoa jurídica estabelecida fora da Zona Franca de Manaus, que apure o imposto de renda com base no lucro real e que tenha sua receita, total ou parcialmente, excluída do regime de incidência não-cumulativa da COFINS; c) pessoa jurídica estabelecida fora da Zona Franca de Manaus e que seja optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições - SIMPLES; e d) órgãos da administração federal, estadual, distrital e municipal." (NR) "Art.3º ......................................………….............................................……….. § 17. Ressalvado o disposto no § 2o deste artigo e nos §§ 1o a 4o do art. 2o desta Lei, na aquisição de mercadoria produzida por pessoa jurídica estabelecida na Zona Franca de Manaus, consoante projeto aprovado pelo Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA, o crédito será determinado mediante a aplicação da alíquota de 4,6% (quatro inteiros e seis décimos por cento)." (NR) Art. 5o A suspensão da exigibilidade da Contribuição para o PIS/PASEP incidente na importação de produtos estrangeiros ou serviços e da COFINS devida pelo importador de bens estrangeiros ou serviços do exterior, prevista nos arts. 14, § 1º, e 14-A da Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004, será resolvida mediante a aplicação de alíquota 0 (zero), quando as mercadorias importadas forem utilizadas em processo de fabricação de matérias-primas, produtos industrializados finais, por estabelecimentos situados na Zona Franca de Manaus - ZFM, consoante projeto aprovado pelo Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA.

5. BENEFÍCIOS DO I I e IPI NA INTERNAÇÃO DA ZFM (Saída)

As disposições do art. 6º a 9º do Dec.Lei nº 288/67 com as alterações introduzidos pela Lei 8387/91, encontram-se reproduzidas nos art. 456 a 462 do novo Regulamento Aduaneiro (Decreto nº4543/02) trata dos benefícios fiscais na Internação.

Art. 456. Denomina-se internação, para os efeitos deste Capítulo, a entrada, no restante do território aduaneiro, de mercadoria saída da Zona Franca de Manaus, nos termos dos arts. 457 e 460. Art. 457. As mercadorias estrangeiras importadas para a Zona Franca de Manaus, quando desta saírem para outros pontos do território aduaneiro, ficam sujeitas ao pagamento de todos os impostos exigíveis sobre importações do exterior.

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Parágrafo único. Excetuam-se do disposto no caput, relativamente ao pagamento dos impostos, as seguintes hipóteses, observado o disposto nos arts. 459, 460 e 464:

I - bagagem de viajante; II - internação de produtos industrializados na Zona Franca de Manaus com insumos estrangeiros; III - saída, para a Amazônia Ocidental, de produtos compreendidos na pauta a que se refere o art. 464; e IV - saída de mercadorias para as áreas de livre comércio, observada a legislação específica.

Art. 458. A saída da Zona Franca de Manaus, para outro ponto do território aduaneiro, de máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos, usados, componentes e outros insumos, estrangeiros, que tenham ingressado no regime estabelecido pelo Decreto-lei no 288, de 1967, e sejam considerados obsoletos em relação ao processo produtivo desenvolvido pela empresa, bem assim aparas, sucata, desperdícios de produção e bens imprestáveis para as suas finalidades originais, com aproveitamento econômico, cuja internação seja autorizada em parecer da Superintendência da Zona Franca de Manaus, sujeita-se ao pagamento dos impostos que deixaram de ser recolhidos no ingresso na região, observado o disposto no inciso II do art. 378. Parágrafo único. Caso os bens a que se refere o caput não se prestem à utilização econômica, poderão ser destruídos, sem exigência de tributos. Art. 459. O Ministro de Estado da Fazenda poderá aplicar à bagagem de viajante saindo da Zona Franca de Manaus o tratamento previsto para bagagem de viajante procedente do exterior, podendo, no caso, alterar termos, limites e condições.

5.1. Procedimentos de Internação da ZFM (Dec. nº 61.244/67, art.13) Art. 13. A saída de qualquer mercadoria da Zona Franca de Manaus para o estrangeiro ou qualquer parte do território nacional ficará sujeita ao controle das autoridades aduaneiras e de rendas internas, para os efeitos legais respeitados os incentivos fiscais criados pelo Decreto-lei n° 288/67. Parágrafo Único. A reexportação de mercadoria estrangeira subordina-se às mesmas normas adotadas nos despachos de importação, inclusive conferência e desembaraço, pelas autoridades aduaneiras.

As empresas com projeto aprovado (PPB) pelo Suframa, que tenham interesses de internar produtos da ZFM, deverão declarar, via Siscomex, o Demonstrativo do Coeficiente de Redução do Imposto de Importação (DCR), por mercadoria, com especificação do modelo, tipo e demais características, anualmente, ou quando houver qualquer modificação do produto declarado.

Art. 460. Os produtos industrializados na Zona Franca de Manaus, quando dela saírem para qualquer ponto do território aduaneiro, estarão sujeitos ao pagamento do imposto de importação relativo a matérias-primas, produtos intermediários, materiais secundários e de embalagem, componentes e outros insumos de origem estrangeira neles empregados, calculado o tributo mediante coeficiente de redução de sua alíquota ad valorem, desde que atendam nível de industrialização local compatível com processo produtivo básico para produtos compreendidos na mesma posição e subposição da Nomenclatura Comum do Mercosul.

§ 1o O coeficiente de redução do imposto de importação será obtido mediante a aplicação de fórmula que tenha:

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I - no dividendo, a soma dos valores de matérias-primas, produtos intermediários, materiais secundários e de embalagem, componentes e outros insumos de produção nacional, e da mão-de-obra empregada no processo produtivo; e II - no divisor, a soma dos valores de matérias-primas, produtos intermediários, materiais secundários e de embalagem, componentes e outros insumos de produção nacional e de origem estrangeira, e da mão-de-obra empregada no processo produtivo.

§ 2o Os veículos automóveis, tratores e outros veículos3 terrestres, e suas partes e peças, industrializados na Zona Franca de Manaus, quando dela saírem para qualquer ponto do território aduaneiro, estarão sujeitos ao pagamento do imposto de importação relativo a matérias-primas, produtos intermediários, materiais secundários e de embalagem, componentes e outros insumos, de origem estrangeira e neles empregados, conforme coeficiente de redução estabelecido no § 1o, ao qual serão acrescidos cinco pontos percentuais, limitado o referido coeficiente, no total, a cem pontos percentuais.

§ 3o Excetuam-se do disposto no § 2o os veículos das posições 8711 a 8714 da Nomenclatura Comum do Mercosul, e respectivas partes e peças, os quais ficarão sujeitos ao pagamento do imposto apurado mediante a utilização do coeficiente de redução previsto no § 1o, ou da redução de que trata o § 5o, se atendidos os requisitos nele estabelecidos.

§ 4o Os bens do setor de informática, industrializados na Zona Franca de Manaus, quando internados em outras regiões do País, estarão sujeitos ao pagamento do imposto de importação relativo a matérias-primas, produtos intermediários, materiais secundários e de embalagem, componentes e outros insumos, de origem estrangeira e nele empregados, conforme coeficiente de redução estabelecido no § 1o, observadas as disposições do art. 2o da Lei no 8.387, de 1991 .

§ 5o Para os produtos industrializados na Zona Franca de Manaus, salvo os bens de informática e os veículos de que trata o § 2o, cujos projetos tenham sido aprovados pelo Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus até 31 de março de 1991 ou para seus congêneres ou similares, compreendidos na mesma posição e subposição da Nomenclatura Comum do Mercosul, constantes de projetos que venham a ser aprovados no prazo de que trata o art. 40 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, a redução referida no caput será de oitenta e oito por cento .

§ 6o O pagamento do imposto de importação de que trata o caput abrange as matérias-primas, produtos intermediários, materiais secundários e de embalagem empregados no processo produtivo industrial do produto final, exceto quando empregados por estabelecimento industrial localizado na Zona Franca de Manaus, de acordo com projeto aprovado com processo produtivo básico, na fabricação de produto que, por sua vez tenha sido utilizado como insumo por outra empresa, não coligada à empresa fornecedora do referido insumo, estabelecida na mencionada região, na industrialização dos produtos de que trata o § 5o .

§ 7o A redução do imposto de importação, de que trata este artigo, somente será deferida a produtos industrializados previstos em projeto aprovado pelo Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus, na forma da legislação específica .

§ 8o Para os efeitos deste artigo, consideram-se : I - produtos industrializados, os resultantes das operações de transformação, beneficiamento, montagem e recondicionamento, como definidas na legislação de regência do imposto sobre produtos industrializados; e

3 Não cabe depreciação na saída da ZFM/ALC de veículos e equipamentos. Ocorre a decadência após o decurso do prazo de 5 anos do desembaraço Aduaneiro (Inf.Disit 03/98).

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II - processo produtivo básico, o conjunto mínimo de operações, no estabelecimento fabril, que caracteriza a efetiva industrialização de determinado produto.

A IN SRF nº 242/02 disciplina o despacho de internação assim menciona: Art. 1º A internação de mercadorias da Zona Franca de Manaus (ZFM) para o restante do território nacional deverá ser realizada mediante procedimento ordinário ou simplificado, conforme estabelecido nesta Instrução Normativa. .............. Art. 2º A internação de mercadorias da ZFM para qualquer outra área do território nacional, somente poderá ser realizada mediante prévia autorização da Secretaria da Receita Federal (SRF). § 1º A autorização referida no caput fica condicionada: I - à apresentação das mercadorias em recintos alfandegados ou em outros locais previamente autorizados pelo Inspetor da Alfândega do Porto de Manaus; e II - ao registro da Declaração para Controle de Internação (DCI) para processamento do correspondente despacho de internação de cada operação de saída de mercadorias da ZFM, conforme a respectiva Nota Fiscal. § 2º A autorização para apresentação das mercadorias em locais não alfandegados, referida no inciso I do § 1º, será concedida com observância do disposto em norma específica.

6. BENEFÍCIOS FISCAIS NA EXPORTAÇÃO (RA ar t. 463)

Art. 463. A exportação de mercadorias da Zona Franca de Manaus para o exterior, qualquer que seja sua origem, está isenta do imposto de exportação (Decreto-lei no 288, de 1967, art. 5o).

6.1. Da Saída Temporár ia de Mercador ia

Art. 465. Poderá ser autorizada a saída temporária de mercadoria, inclusive de veículo, ingressados na Zona Franca de Manaus com os benefícios fiscais previstos na legislação específica, para o restante do território aduaneiro, com suspensão do pagamento dos tributos incidentes na internação, observados os termos, prazos e condições estabelecidos em ato normativo da Secretaria da Receita Federal.

A saída temporária, para o restante do território aduaneiro, de bens ingressados na Zona Franca de Manaus (ZFM) ou Área de Livre Comércio (ALC) com os benefícios fiscais previstos na legislação específica, far-se-á por meio de Declaração de Saída Temporária (DST), com suspensão do pagamento dos tributos, garantidos mediante formalização de termo de responsabilidade (IN SRF 300/03 art. 1º). 7. BENEFÍCIOS DA AMAZÔNIA OCIDENTAL (RA ar t. 464) Com a edição do Dec.Lei 356/68, os benefícios fiscais do Dec.lei nº 288/67 foram estendidos à área da Amazônia Ocidental (Estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima), relativamente à motores, maquinários, materiais de construção, alimentos e medicamentos, e outros produtos compreendidos na pauta da Portaria Interministerial a que se refere o art. 464 do RA.

Art. 464. Os benefícios fiscais concedidos pelo Decreto-lei no 288, de 1967, estendem-se às áreas pioneiras, zonas de fronteira e outras localidades da Amazônia Ocidental, quanto aos seguintes produtos de origem estrangeira, segundo pauta fixada pelos Ministros de Estado da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior :

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I - motores marítimos de centro e de popa, seus acessórios e pertences, bem assim outros utensílios empregados na atividade pesqueira, exceto explosivos e produtos utilizados em sua fabricação; II - máquinas, implementos e insumos utilizados na agricultura, na pecuária e nas atividades afins; III - máquinas para construção rodoviária; IV - máquinas, motores e acessórios para instalação industrial; V - materiais de construção; VI - produtos alimentares; e VII - medicamentos.

§ 1o A Amazônia Ocidental é constituída pelos estados do Amazonas, do Acre, de Rondônia e de Roraima (Decreto-lei no 291, de 28 de fevereiro de 1967, art. 1o, § 4o).

§ 2o O despacho de importação dos bens relacionados no caput poderá ser processado nas unidades aduaneiras de Manaus (AM), Porto Velho (RO), Boa Vista (RR) e Rio Branco (AC), ou em outros locais autorizados em ato normativo da Secretaria da Receita Federal.

O Dec. nº 63.871/68 que veio regulamentar o Dec.lei nº 356/68, determina as condições para a concessão do benefício em seu art. 3º:

Art. 3º A entrada dos produtos nacionais destinados ao consumo interno ou à utilização nas áreas referidas no art. 1º será feito com isenção dos impostos sobre produtos industrializados e circulação de mercadorias desde que adquiridos através da Zona Franca de Manaus e dos entrepostos da referida Zona Franca nas cidades de Porto Velho, no Território de Rondônia, Boa Vista, no Território de Roraima e do Rio Branco no Estado do Acre.

Portanto, o reconhecimento da isenção do IPI das mercadorias nacionais é condicionada a sua entrada na Amazônia Ocidental, através da ZFM ou de seus entrepostos nas cidades de Porto Velho, Boa Vista e Rio Branco. Não se aplica aos bens procedentes das ALCs (Parecer COSIT/ COTIP 09/98).

Os casos de isenção prevista em legislação específica citado no art. 6º do Dec. Lei 288/67 são, por exemplo, bens destinados ao governo, instituições de pesquisa, diplomatas, bagagem de viajantes, e especialmente, aos bens citados no Dec.lei nº 356/68.

LEGISLAÇÃO ATOS LEGAIS - Dec. lei 288/67 - regula a Zona Franca de Manaus. - Dec.lei 340/67 - exclui produtos dos favores fiscais de que trata o D.Lei 288/67. - Dec. 61.244/67 - regulamenta o Dec.Lei 288/67. - Dec. lei 356/68 - Estende benefícios do Dec.lei 288/67 a área da Amazônia Ocidental. - Dec. 63.871/68 - Dispõe nos termos do Dec.lei 356/68, sobre as áreas beneficiadas pelos incentivos fiscais

do Dec.lei 288/67. - Dec.lei 1.435/75 - altera a redação dos artigos 7º do D.L. 288/67 e 2º do D.L.356/68. - D.Lei 1.455/76 - ar t .35 a 37 - altera o DL 288/67 e o DL 356/68. (o ar t. 37 veda a internação) - Dec.lei 2.433/88 art.l6 -dispõe sobre a fruição do benefício fiscal do Dec.lei 288/67. - Lei 8.387/91 - Dá nova redação ao § 1° do art. 3° aos arts. 7° e 9° do Decreto-Lei n° 288, de 1967, ao caput

do art. 37 do Decreto-Lei n° 1.455, de 1976 e ao art. 10 da Lei n° 2.145, de 1953, e dá outras providências. Define incentivos para bens do setor de informática produzidos na Zona Franca de Manaus.

- Dec.783/93 - fixa o processo produtivo básico para os produtos industrializados na ZFM - Lei 8.661/93 - revoga o art. 16 do /Dec.Lei 2.433/88.

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- Dec. 2.891/1998- Dispõe sobre a sistemática para fixação de Processo Produtivo Básico para os produtos industrializados na Zona Franca de Manaus.

- Dec 4.401/2002- Regulamenta o § 6o do art. 7o do Decreto-Lei no 288/67, o art. 2o da Lei no 8.387/1991, e o art. 8o da Lei no 10.176/2001, que tratam do benefício fiscal concedido às empresas que produzam bens e serviços de informática na ZFM que investirem em atividades de pesquisa e desenvolvimento na Amazônia.

- Dec. 4.543/2002- Regulamento Aduaneiro arts. 452 a 473 e art. 623. - Dec. 4.544/2002- Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados arts. 69 a 85. - Lei nº 10.996/2004 (DOU 16.12.2004) - Altera a legislação tributária federal e as Leis nºs 10.637/2002, e

10.833/2003 (art. 2º alíquota zero para Pis Cofins na remessa de mercadorias para ZFM) . - Dec nº 5.310/2004 (DOU 16.12.2004) - Dispõe sobre a incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da

COFINS sobre as operações de venda efetuada na Zona Franca de Manaus - ZFM. ATOS NORMATIVOS DA ZFM - Port. MF 805/77 - dispõe sobre bagagem de passageiro procedente da ZFM. - Port. MF 165/81 (DOU 10/07/81) - Altera o item VI da Port. MF 805/77. - Port. MF 220/84 (DOU 05/12/84) - altera o suitem II.1 da Port. MF 805/77. - IN SRF 62/85 - (DOU 09/08/85) - Institui normas operacionais e de controle do limite anual para a

internação de partes e peças de reposição de origem estrangeira, importadas através da ZFM. - IN SRF 75/85 (DOU 03/09/85) - dá nova redação ao item II da Port. MF 805/77. - Port. Suframa 192/95 - dispõe sobre critérios para o cadastramento de empresas e instituições, objetivando

o usufruto de incentivos fiscais administrada pela SUFRAMA. - IN SRF 92/94 (DOU 04/10/94) - dispõe sobre a exportação de produtos industrializados na ZFM. - IN SRF 26/2000 - Dispõe sobre operações em Estação Aduaneira Interior – EADI instalada na ZFM. - Portaria ALF/PMAO 221/01 (DOU 11/10/01) estabelece que os despachos da DI-PE e mercadorias

estrangeiras via rodoviária ouaquaviária, tramitaraão via EADI GRAMAN. - IN SRF nº 242/2002 (DOU 8.11.2002) - Dispõe sobre o controle de internação de mercadorias da Zona

Franca de Manaus para o restante do território nacional. - IN SRF nº 261/2002 (DOU 23.12.2002) - Dispõe sobre a habilitação de empresa transportadora para

manter recintos não alfandegados, na cidade de Manaus, destinados ao controle aduaneiro de mercadorias a serem submetidas a despacho de internação para o restante do território nacional.

- IN SRF nº 300/2003 (DOU 19.2.2003) - Disciplina a saída temporária de mercadorias da Zona Franca de Manaus, das Áreas de Livre Comércio e da Amazônia Ocidental.

- IN SRF 424/04 (Republicada no DOU de 8.6.2004) - Disciplina o regime de suspensão da Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação, na importação de bens por estabelecimento situado na Zona Franca de Manaus

ATOS NORMATIVOS DA AMAZÔNIA OCIDENTAL - Port. Interm. MF/MEP 300/96 - aprova a nova pauta de produtos e bens a serem comercializados com os

benefícios do Dec.Lei 356/68. - Parecer MF/SRF/COSIT/COTIP/DIPEX 09 de 21/01/98 - Tratamento tributário aplicável à transferência de

mercadorias nacionais da ALCGM para Amazônia Ocidental.

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1. CONCEITO A ZFM é uma área de livre comércio de importação e de

exportação e de incentivos fiscais especiais, estabelecida com a finalidade de criar no interior da Amazônia, um centro industr ial, comercial e agropecuár io.

Área incentivada: Município de Manaus Prazo do benefício: 30 anos, prorrogado até o ano 2.013.

Exclusão dos benefícios fiscais: As armas e munições, perfumes, fumo, bebidas alcóolicas e automóveis de passageiros. Os benefícios da ZFM, Amazônia Ocidental e as ALC são administradas pela Suframa (instalações e serviços). 2. INCENTIVOS FISCAIS

a) Redução do IR propocionalmente até 2013, b) Isenção do I I para produtos destinado ao consumo na

ZFM, c) Isenção de IPI para mercadorias nacionais e

estrangeiras destinadas ao consumo ou industrialização na ZFM,

d) Crédito do IPI para insumos destinados a ZFM e) Isenção de IPI para as mercadorias nacionais e

estrangeiras produzidas (com PPB), quando destinadas à internação;

f) Redução do I I sobre insumos estrangeiros utilizados na industrialização (com PPB), quando internadas;

g) Isenção do IE para as operações de exportação de mercadorias da ZFM, qualquer que seja a sua origem;

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h) não incidência de PIS e isenção Cofins sobre remessas de mercadorias nacionais à ZFM (equiparado à exportação).

3. Beneficios do I I e IPI na Admissão na ZFM (Entrada)

Isenção do I I e IPI quando destinado a: a) consumo interno; b) industrialização; e c) estocagem para reexportação.

3.1. Procedimento de Admissão na ZFM -PLI (pedido de LI com anuência da Suframa) e DI de

admissão para as mercadorias estrangeiras. - NF das mercadorias nacionais com suspensão de IPI / ICMS. 4 . Benefícios do I I e IPI na internação da ZFM (Saída)

As mercadorias estrangeiras importadas para a ZFM, quando desta saírem para outros pontos do território aduaneiro, ficam sujeitas ao pagamento de todos os impostos exigíveis sobre importações do exterior. Excetuam-se os seguintes casos, que gozam de benefícios fiscais:

I - saída de bagagem de viajante, nos termos e condições estabelecidas; II - internação de produtos industrializados na ZFM com insumos estrangeiros; III - saída, para a Amazônia Ocidental (AM,AC,RO,RR) de produtos compreendidos na pauta ministerial; e

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IV - saída de mercadorias para as ALC, observada a legislação específica.

- A internação de mercadorias industrializadas na ZFM objeto do Processo Produtivo Básico – PPB goza de isenção do IPI e redução do I I (dos insumos estrangeiros).

4.1. Procedimentos de Internação da ZFM

Deverão declarar, via Siscomex, o DCR (por mercadoria, com especificação do modelo, tipo e demais características), anualmente, ou quando houver qualquer modificação do produto declarado. O despacho de internação é feito via Declaração para

Controle de Internação (DCI) e NF: A DCI é processada no Siscomex através de dois módulos

específicos. - DCI ordinár io (individual), destinada a cada operação,

e - DCI simplificado (declaração mensal). a) Produtos estrangeiros: - Pagamento integral de II e IPI vinculado; - Taxa de câmbio e alíquota vigente na internação;

b) Produtos ind. na ZFM com insumos estrangeiros: - Pagamento II reduzido mediante aplicação de

coeficiente de redução declarado no DCR. c) Produtos industrial. na ZFM com insumos 100% nacionais:

- Não paga II nem IPI.

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- NF com anotação de "isento de IPI - Produzido na ZFM - 100% nacional".

d) Produtos de origem nacional: - Pagamento de IPI na venda - pela transferência; - Não incidência de IPI nos casos de devolução; - Sem depreciação na saída da ZFM/ALC de veículos e

equipamentos. Ocorre a decadência após 5 anos do desembaraço Aduaneiro.

5. Dos Benefícios Fiscais na Exportação

A exportação de mercadorias da ZFM para o exterior, qualquer que seja sua origem, está isenta do imposto de exportação.

6. Da Saída Temporár ia de Mercador ia De bens ingressados na ZFM ou ALC com os benefícios

fiscais é feito por meio de Declaração de Saída Temporária (DST), com suspensão do pagamento dos tributos, garantidos em TR. 7. BENEFÍCIOS DA AMAZÔNIA OCIDENTAL

Os benefícios fiscais do Dec. lei 288/67 foram estendidos à área da Amazônia Ocidental, quanto à motores, maquinários, materiais de construção, alimentos e medicamentos.