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Porção superior: caracterizada pela extensiva presença de vesículas e por estruturas horizontais de fraturamento. A lava, ao extravasar, vem carregada de gases que migram para a superfície durante o escoamento, formando bolhas, espaços vazios denominados de vesículas. Durante ou após a solidificação da lava, emanações líquidas e gasosas provenientes do interior do derrame passam a cristalizar minerais variados no interior das vesículas, tais como: calcita, ametista, calcedônia, ágata, zeólitas, formando maravilhosos geodos. Como esta porção está mais exposta à ação da atmosfera, adquire coloração avermelhada pela oxidação dos minerais de ferro presentes na lava. Estas disjunções formam-se durante o resfriamento do magma basáltico. Neste processo desenvolve-se uma rede de fraturamentos poligonais na porção central do derrame que, normalmente, divide o magma em colunas irregulares, porém de eixos paralelos. As “Pedras do Cambira” são especiais porque é um caso muito raro na natureza - o desenvolvimento de COLUNAS COM FORMAS PERFEITAS E HEXAGONAIS. Por isto este afloramento é um monumento geológico que deve ser preservado e apreciado. As rochas basálticas, através do intemperismo, dão origem a terra roxa da região de Apucarana e de mais de 50% dos solos do Estado do Paraná, famosa pela sua alta fertilidade. Os basaltos alteram-se pela ação das águas das chuvas, pela ação de ataques de agentes químicos e pelas variações de temperatura. Estes processos acabam transformando, gradualmente, a rocha dura em solo. No caso de Apucarana, em algumas áreas de relevo mais suave é comum o aparecimento de solos profundos e bem desenvolvidos, denominados de Latossolo Vermelho ou Nitossolo Vermelho. Em áreas de relevo mais inclinado, ocorrem os solos do tipo Neossolo Litólico que são mais rasos e podem apresentar pequenos blocos de rochas mais resistentes expostos na superfície. O município de Apucarana situa-se sobre rochas basálticas representantes do maior derrame de lavas vulcânicas basálticas ocorrido na Terra, há 132 milhões de anos, durante o Período Cretáceo, na Era Mesozóica . Antes de ocorrer este gigantesco vulcanismo, toda superfície terrestre estava unida em um único continente, chamado de "Pangea", cuja porção sul reunia a América do Sul, África, Austrália, Índia e Antártida, formando a “Terra de Gondwana". Esta região, naquela época, era um enorme deserto, chamado “ Deserto do Botucatu", e foi sobre esta paisagem desértica que aconteceu a grande ruptura da "Terra de Gondwana" com a separação continental da América do Sul e Áf rica e a formação do Oceano Atlântico Sul. Uma das conseqüências da ruptura foi o extravasamento de lavas vulcânicas basálticas onde hoje se situa a região de Apucarana. Estes basaltos foram originados pela fusão de material preexistente em zonas profundas da crosta terrestre ou abaixo dela e que subiram até a superfície através de fraturas de distensão, provocando o derramamento do material vulcânico. Este gigantesco vulcanismo cobriu uma superfície de 1.200.000 km², podendo alcançar 1.500 m de espessura. Foram necessários muitos derrames de lava para atingir esta espessura. Em alguns locais, observa-se a superimposição de mais de cinqüenta derrames. As condições desérticas permaneceram durante o vulcanismo, fato comprovado pela existência de camadas de arenitos eólicos entre os derrames. GEOLOGIA DO PARANÁ Pedras do Cambira Sítio Geológico N 20 S o 20 S o 0S o 0S o 40 W o 60 W o 60 W o 40 S o 80 W o 0 2000 km Você está aqui Mapa Geológico do Estado do Paraná Estes quando possui uma espessura acima de 15 m, apresenta três porções muito bem individualizadas: a superior, a central e a basal. Um derrame de basalto, derrames possuem uma regularidade nas suas características estruturais. Os derrames de lava basáltica A estrutura geológica do Paraná é reconhecida cruzando-se o Estado de leste para oeste. Na região costeira estão as rochas mais antigas, com mais de 2,5 bilhões de anos. Tanto no litoral quanto em todo o Primeiro Planalto Paranaense, bem como na região da Serra do Mar, afloram rochas ígneas e metamórficas de idades entre o Arqueano e início do Paleozóico. São rochas resistentes e responsáveis pelo forte relevo e altas declividades da paisagem. Esta parte do Estado é denominada de ESCUDO PARANAENSE. A oeste, o Escudo é recoberto por uma espessa seqüência de rochas sedimentares e vulcânicas, denominada BACIA DO PARANÁ. Esta seqüência começa na Escarpa da Serrinha (Serra de São Luís do Purunã), chegando à divisa oeste do Estado, abrangendo o Segundo e Terceiro Planaltos Paranaenses. Sua formação teve inicio no Siluriano, terminando no Período Cretáceo. No início de sua formação as posições dos continentes eram muito diferentes da atual, a América do Sul ligava-se à África, formando o megacontinente Gondwana. Na época ainda não existia o Oceano Atlântico. A evolução da BACIA DO PARANÁ, que durou mais de 350 milhões de anos, se fez em grandes ciclos geológicos, acompanhados de avanços e recuos da linha de costa de um antigo oceano que circundava o supercontinente Gondwana. Essas mudanças muito lentas, comparadas com a escala de tempo de eventos humanos, possibilitaram a formação de rochas de diversas origens marinha, lacustre, fluvial, glacial, que formam a seqüência sedimentar paleozóica da Bacia do Paraná. Durante o Jurássico, esta extensa bacia transformou-se num imenso deserto (o deserto Botucatu) com mais de 1,5 milhões de km2, que cobriu parte do que é hoje o sul do Brasil e, partes, do Paraguai, Uruguai e Argentina. No Cretáceo teve início a grande ruptura do supercontinente Gondwana com a separação dos atuais continentes sul americano e africano, e a formação do Oceano Atlântico Sul. Esta separação promoveu a liberação de magma, formando extensos derrames de lavas basálticas sobre as unidades sedimentares paleozóicas. Estes derrames, onde estão inseridas as PEDRAS DO CAMBIRA, chegaram em alguns locais a até 1.500m de espessura e cobriram mais de 1.200.000 km2. A alteração destas lavas resulta na famosa "terra roxa", solo de alta fertilidade agrícola. Sobre estas rochas, no Noroeste do Estado, ocorrem os chamados arenitos Caiuá, também formados em ambiente desértico ao final do Cretáceo. Estas rochas formam solos muito suscetíveis à erosão e pobres do ponto de vista agrícola. As últimas unidades geológicas a se formarem no Paraná são os sedimentos da Era Cenozóica. Os exemplos mais expressivos são os originados em clima semi-árido, que recobrem boa parte dos municípios de Curitiba e Tijucas do Sul; os depósitos sedimentares originados do intemperismo das rochas cristalinas da Serra do Mar que ocorrem na descida para o litoral; os depósitos marinhos de areia da orla costeira e, por fim, os inúmeros aluviões recentes dos rios que cortam o território paranaense. O tempo geológico Se compararmos todo o tempo de vida da Terra, os 4,6 bilhões de anos, com apenas um ano - 365 dias - o homem teria aparecido quase na festa de passagem de ano, às 20h14 minutos do dia 31 de dezembro, ou seja, teria vivido apenas as últimas três horas e quarenta e seis minutos do ano. Para comparar, os Dinossauros viveram mais de 100 milhões de anos, equivalente a oito dias e meio. 0 (hoje) 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 4.600 Paleozóico Mesozóico Cenozóico Pré-Cambriano surgimento do homem As rochas de Apucarana Formação das rochas basálticas EON ERA PERÍODO ÉPOCA Idade Características Geologia Holoceno Hoje 11 mil anos Quaternário Pleistoceno 1,8 Sedimentos Plioceno 5,3 Mioceno 23 Oligoceno 34 Eoceno 53 Cenozóico Terciário Paleoceno 65 Cretáceo 142 Jurássico 206 Mesozóico Triássico 248 Permiano 290 Carbonífero 354 Devoniano 417 Siluriano 443 Bacia do Paraná Ordoviciano 495 Fanerozóico Paleozóico Cambriano 545 Proterozóico 2500 Arqueano 4000 Precambriano Hadeano 4560 Rochas sedimentares Rochas magmáticas Rochas sedimentares Proliferação dos primatas Primeiros cavalos Primeiros Dinossauros í Primeiros anf bios Primeiros répteis Grandes árvores primitivas Extinção dos Dinossauros Plantas com flores Extinção dos trilobitas Início da Terra Primeiros organismos uniicelulares Primeiros organismos multicelulares dominantes Pr imeiras conchas / Trilobitas Primeiros peixes Primeiras plantas terrestres Primeiros pássaros e mamíferos Aparecimento do homem Glaciação no Hemisfério Norte milhões de anos As rochas que se apresentam na localidade “Pedras do Cambira” tem a mesma origem que as demais rochas vulcânicas encontradas ao longo do terceiro planalto paranaense, onde está o município de Apucarana, ou seja: os basaltos originados a partir do resfriamento dos sucessivos derrames de lavas que aqui ocorreram - veja o quadro “As Rochas de Apucarana”. No entanto, neste local, o resfriamento da lava determinou características peculiares a esta formação rochosa que resultou em colunas de rochas dispostas na forma vertical e com as bases hexagonais, reconhecidas na geologia como , carinhosamente denominadas “As Pedras do Cambira”. “disjunções colunares hexagonais do basalto ” Época de formação das rochas basálticas Foto: Gil F. Piekarz Porção basal: por estar em contato direto com a superfície de fluxo, resfria-se de maneira mais rápida, provocando um intenso fraturamento, bem como uma subdivisão laminar horizontal. Este fraturamento pode ser observado em locais onde ocorre a exposição de alteração química da rocha, em forma de esfoliação esferoidal do basalto, controlada pelos planos de fratura. Foto: Gil F. Piekarz Porção central: disjunção colunar devido ao resfriamento mais lento, esta posição dá origem a rochas compactas, chamadas de basaltos maciços. Durante a solidificação desenvolve- se um sistema subvertical de fraturas, chamadas de - como as Pedras do Cambira - dividindo a rocha em colunas verticais. Fotos: Gil F. Piekarz Porção basal de derram e Porção superior de derrame GEODOS Porção central de derrame Porção basal do derrame Arenitos eólicos inter-derrames Perfil vertical de um derrame de basalto Fonte: Projeto Cobre em Itapiranga CPRM 1979, Autor: Eugênio Cassimiro Szubert Foto: Gil F. Piekarz Paisagem mostrando empilhamento de derrames de basalto (cada “degrau”é um derrame) Sedimentos Primeiro Planalto Segundo Planalto Terceiro Planalto As Pedras do Cambira Parceiros: Realização: SECRETARIA DE ESTADO DA INDÚSTRIA, DO COMÉRCIO E ASSUNTOS DO MERCOSUL Faculdade de Apucarana Prefeitura Municipal de Apucarana Concepção e geologia Fernando César Manosso (FAP) Gil F. Piekarz - MINEROPAR Design gráfico Vinicius Inocente - MINEROPAR Arno Siebert SEEC/CDG Gil F. Piekarz - MINEROPAR Solos típicos que ocorrem em Apucarana: A - Latossolo Vermelho; B - Nitossolo e C - Neossolo Litólico Fonte: www.scotese.com Foto : Fernand o M anosso Foto: Fernando Manosso Aspecto de uma coluna de basalto com base hexagonal Vista superior das colunas de basalto com bases hexagonais Foto: Fernand o Manosso Foto: Fernando Mano s so Foto: Fernando Manoss o Foto: Ferna ndo Manosso BASAL TO SOLO PROVENIENTE DA AL TERAÇÃO DO BASAL TO Fonte: Livro Decifrando a Terra Os solos de Apucarana B C A 3 Época atual Da configuração atual dos continentes prevê-se, daqui a 250 milhões de anos, a formação de novo super continente. A temperatura global está aumentando porque estamos nos afastando da última glaciação, conhecida como a "Idade do Gelo" cujo apogeu foi há 18 mil anos atrás, e também devido ao aumento de emanações gasosas que o Homem está lançando na atmosfera. Equador Início do Jurássico 195 M.a Apogeu dos Dinossauros. Nesta época havia apenas dois continentes, Laurásia ao norte e Gondwana ao Sul, separados pelo Mar de Tethys. América do Sul, África, Austrália, Índia e Antártida estavam unidas. Equador Laurásia Gondwana 1 2 Cretáceo 140 a 6 5 M .a Ocorre a ruptura do Gondwana, com a separação do que hoje são a América do Sul e a África e a formação do Oceano Atlântico Sul, com o extravasamento das lavas basálticas que hoje ocorrem em Apucarana. Área de ocorrência das rochas basálticas. Bacia do Paraná no Brasil e Província Ígnea de Etendeka na África. Equador 2a 2b 2c Injeção de magmas Crosta oceânica Crosta continental Crosta continental Crosta continental Manto Início da separação continental América do Sul - África Momento do extravasamento das lavas basálticas Plataforma continental Dorsal meso-atlântica OCEANO ATLÂNTICO crosta oceânica crosta oceânica África América do Sul Esquema evolutivo da fragmentação da Terra de Gondwana e a origem do Oceano Atlântico 2 Ocorrência da Formação Serra Geral - basaltos - na AMÉRICA DO SUL PROTO OCEANO ATLÂNTICO Foto: Antonio Liccardo Geodo de ametista dentro do basalto SERVIÇO GEOLÓGICO DO PARANÁ

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Page 1: 21 - Pedras do Cambira - · PDF filedesenvolvimento de COLUNAS COM FORMAS PERFEITAS E HEXAGONAIS. Por isto este afloramento é ummonumentogeológicoquedeveser preservado e apreciado

Porção superior: caracterizada pela extensiva presença de vesículas e por estruturashorizontais de fraturamento. A lava, ao extravasar, vem carregada de gases quemigram para a superfície durante o escoamento, formando bolhas, espaços vaziosdenominados de vesículas. Durante ou após a solidificação da lava, emanaçõeslíquidas e gasosas provenientes do interior do derrame passam a cristalizar mineraisvariados no interior das vesículas, tais como: calcita, ametista, calcedônia, ágata,zeólitas, formando maravilhosos geodos.

Como esta porção está mais exposta à ação da atmosfera, adquire coloraçãoavermelhada pela oxidação dos minerais de ferro presentes na lava.

Estas disjunções formam-se durante o resfriamento do magma basáltico. Neste processo desenvolve-seuma rede de fraturamentos poligonais na porção central do derrame que, normalmente, divide o

magma em colunas irregulares, porém de eixos paralelos.

As “Pedras do Cambira” são especiais porque é um caso muito raro na natureza - odesenvolvimento de COLUNAS COM FORMAS PERFEITAS E HEXAGONAIS. Por isto esteafloramento é um monumento geológico que deve ser preservado e apreciado.

As rochas basálticas, através do intemperismo, dãoorigem a terra roxa da região de Apucarana e demais de 50% dos solos do Estado do Paraná, famosapela sua alta fertilidade.

Os basaltos alteram-se pela ação das águas daschuvas, pela ação de ataques de agentes químicos epelas variações de temperatura. Estes processosacabam transformando, gradualmente, a rocha duraem solo.

No caso de Apucarana, em algumas áreas de relevomais suave é comum o aparecimento de solos

profundos e bem desenvolvidos, denominados de Latossolo Vermelho ou Nitossolo Vermelho.Em áreas de relevo mais inclinado, ocorrem os solos do tipo Neossolo Litólico que são mais rasos epodem apresentar pequenos blocos de rochas mais resistentes expostos na superfície.

O município de Apucarana situa-se sobre rochas basálticas representantes domaior derrame de lavas vulcânicas basálticas ocorrido na Terra, há 132 milhõesde anos, durante o Período Cretáceo, na Era Mesozóica .

Antes de ocorrer este gigantesco vulcanismo, toda superfície terrestre estavaunida em um único continente, chamado de "Pangea", cuja porção sul reunia aAmérica do Sul, África, Austrália, Índia e Antártida, formando a “Terra deGondwana".

Esta região, naquela época, era um enorme deserto, chamado “ Deserto doBotucatu", e foi sobre esta paisagem desértica que aconteceu a granderuptura da "Terra de Gondwana" com a separação continental da América doSul e Áf rica e a formação do Oceano Atlântico Sul.

Uma das conseqüências da ruptura foi o extravasamento de lavas vulcânicas basálticas onde hoje sesitua a região de Apucarana.

Estes basaltos foram originados pela fusão de material preexistente em zonas profundas da crostaterrestre ou abaixo dela e que subiram até a superfície através de fraturas de distensão, provocando oderramamento do material vulcânico. Este gigantesco vulcanismo cobriu uma superfície de 1.200.000km², podendo alcançar 1.500 m de espessura.

Foram necessários muitos derrames de lava para atingir esta espessura. Em alguns locais, observa-se asuperimposição de mais de cinqüenta derrames. As condições desérticas permaneceram durante ovulcanismo, fato comprovado pela existência de camadas de arenitos eólicos entre os derrames.

GEOLOGIA DO PARANÁ Pedras do Cambira

Sítio

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60 Wo40 So

80 Wo

0 2000 km

Você está aqui

Mapa Geológico do Estado do Paraná

Estes quando possuiuma espessura acima de 15 m, apresenta três porções muito bem individualizadas: a superior, a central e a basal.

Um derrame de basalto,derrames possuem uma regularidade nas suas características estruturais.

Os derrames de lava basáltica

A estrutura geológica do Paraná é reconhecida cruzando-se o Estado de leste paraoeste. Na região costeira estão as rochas mais antigas, com mais de 2,5 bilhões de anos.Tanto no litoral quanto em todo o Primeiro Planalto Paranaense, bem como na região daSerra do Mar, afloram rochas ígneas e metamórficas de idades entre o Arqueano e iníciodo Paleozóico. São rochas resistentes e responsáveis pelo forte relevo e altas declividadesda paisagem. Esta parte do Estado é denominada de ESCUDO PARANAENSE.

A oeste, o Escudo é recoberto por uma espessa seqüência de rochas sedimentares evulcânicas, denominada BACIA DO PARANÁ. Esta seqüência começa na Escarpa daSerrinha (Serra de São Luís do Purunã), chegando à divisa oeste do Estado, abrangendo oSegundo e Terceiro Planaltos Paranaenses. Sua formação teve inicio no Siluriano,terminando no Período Cretáceo. No início de sua formação as posições dos continenteseram muito diferentes da atual, a América do Sul ligava-se à África, formando omegacontinente Gondwana. Na época ainda não existia o Oceano Atlântico.

A evolução da BACIA DO PARANÁ, que durou mais de 350 milhões de anos, se fez emgrandes ciclos geológicos, acompanhados de avanços e recuos da linha de costa de umantigo oceano que circundava o supercontinente Gondwana. Essas mudanças muitolentas, comparadas com a escala de tempo de eventos humanos, possibilitaram aformação de rochas de diversas origens marinha, lacustre, fluvial, glacial, que formam aseqüência sedimentar paleozóica da Bacia do Paraná.

Durante o Jurássico, esta extensa bacia transformou-se num imenso deserto (o desertoBotucatu) com mais de 1,5 milhões de km2, que cobriu parte do que é hoje o sul do Brasil e,partes, do Paraguai, Uruguai e Argentina.

No Cretáceo teve início a grande ruptura do supercontinente Gondwana com aseparação dos atuais continentes sul americano e africano, e a formação do OceanoAtlântico Sul. Esta separação promoveu a liberação de magma, formando extensosderrames de lavas basálticas sobre as unidades sedimentares paleozóicas. Estes derrames,onde estão inseridas as PEDRAS DO CAMBIRA, chegaram em alguns locais a até 1.500m deespessura e cobriram mais de 1.200.000 km2. A alteração destas lavas resulta na famosa"terra roxa", solo de alta fertilidade agrícola. Sobre estas rochas, no Noroeste do Estado,ocorrem os chamados arenitos Caiuá, também formados em ambiente desértico ao finaldo Cretáceo. Estas rochas formam solos muito suscetíveis à erosão e pobres do ponto devista agrícola.

As últimas unidades geológicas a se formarem no Paraná são os sedimentos da EraCenozóica. Os exemplos mais expressivos são os originados em clima semi-árido, querecobrem boa parte dos municípios de Curitiba e Tijucas do Sul; os depósitos sedimentaresoriginados do intemperismo das rochas cristalinas da Serra do Mar que ocorrem nadescida para o litoral; os depósitos marinhos de areia da orla costeira e, por fim, osinúmeros aluviões recentes dos rios que cortam o território paranaense.

O tempo geológicoSe compararmos todo o tempo de vida da Terra, os 4,6 bilhões de anos, com apenas

um ano - 365 dias - o homem teria aparecido quase na festa de passagem de ano, às 20h14

minutos do dia 31 de dezembro, ou seja, teria vivido apenas as últimas três horas e

quarenta e seis minutos do ano. Para comparar, os Dinossauros viveram mais de 100

milhões de anos, equivalente a oito dias e meio.

0 (hoje)50100150200250300350400450500550

4.600

Paleozóico Mesozóico CenozóicoPré-Cambriano

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As rochas de Apucarana

Formação das rochas basálticas

EON ERA PERÍODO ÉPOCA Idade Características GeologiaHoloceno Hoje

11 mil anosQuaternário

Pleistoceno 1,8

Sedimentos

Plioceno 5,3

Mioceno 23

Oligoceno 34Eoceno 53

Cenozóico

Terciário

Paleoceno 65Cretáceo

142Jurássico

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Carbonífero 354Devoniano 417

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Rochassedimentares

Proliferação dos primatas

Primeiros cavalos

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íPrimeiros anf bios

Primeiros répteisGrandes árvores primitivas

Extinção dos DinossaurosPlantas com flores

Extinção dos trilobitas

Início da Terra

Primeiros organismosuniicelulares

Primeiros organismosmulticelulares

dominantesPrimeiras conchas / Trilobitas

Primeiros peixes

Primeiras plantas terrestres

Primeiros pássaros emamíferos

Aparecimento do homemGlaciação no HemisférioNorte

milhões de anos

As rochas que se apresentam na localidade“Pedras do Cambira” tem a mesma origem que asdemais rochas vulcânicas encontradas ao longodo terceiro planalto paranaense, onde está omunicípio de Apucarana, ou seja: os basaltosoriginados a partir do resfriamento dos sucessivosderrames de lavas que aqui ocorreram - veja oquadro “As Rochas de Apucarana”.

No entanto, neste local, o resfriamento da lavadeterminou características peculiares a estaformação rochosa que resultou em colunas derochas dispostas na forma vertical e com as baseshexagonais, reconhecidas na geologia como

,carinhosamente denominadas “As Pedras doCambira”.

“disjunções colunares hexagonais do basalto ”

Época de formação das rochas basálticas

Foto

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Porção basal: por estar em contato direto com asuperfície de fluxo, resfria-se de maneira mais rápida,provocando um intenso fraturamento, bem comouma subdivisão laminar horizontal. Este fraturamentopode ser observado em locais onde ocorre aexposição de alteração química da rocha, em forma deesfoliação esferoidal do basalto, controlada pelosplanos de fratura.

Foto

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Porção central:

disjunção colunar

devido ao resfriamento mais lento, estaposição dá origem a rochas compactas, chamadas debasaltos maciços. Durante a solidificação desenvolve-se um sistema subvertical de fraturas, chamadas de

- como as Pedras do Cambira -dividindo a rocha em colunas verticais.

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Porção basal de derram e

Porção superior de derrame

GEODOS

Porção central de derrame

Porção basal do derrame

Arenitos eólicos inter-derrames

Perfil vertical de um derrame de basaltoFonte: Projeto Cobre em Itapiranga CPRM 1979,

Autor: Eugênio Cassimiro Szubert

Foto

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Paisagem mostrando empilhamento de derrames de basalto

(cada “degrau”é um derrame)

Sedimentos

Primeiro Planalto

Segundo PlanaltoTerceiro Planalto

As Pedras do Cambira

Parceiros:

Realização:

SECRETARIA DE ESTADO DAINDÚSTRIA, DO COMÉRCIOE ASSUNTOS DO MERCOSUL Faculdade de

Apucarana

Prefeitura Municipalde Apucarana

Concepção e geologiaFernando César Manosso (FAP)Gil F. Piekarz - MINEROPAR

Design grá�coVinicius Inocente - MINEROPARArno Siebert SEEC/CDGGil F. Piekarz - MINEROPAR

Solos típicos que ocorrem emApucarana:A- Latossolo Vermelho; B - Nitossolo e C - Neossolo Litólico

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Aspecto de uma coluna de basalto com base hexagonal Vista superior das colunas de basalto com bases hexagonais

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Os solos de Apucarana

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Época atualDa configuração atual dos continentes prevê-se, daqui a 250milhões de anos, a formação de novo super continente. Atemperatura global está aumentando porque estamos nosafastando da última glaciação, conhecida como a "Idade do Gelo"cujo apogeu foi há 18 mil anos atrás, e também devido aoaumento de emanações gasosas que o Homem está lançando naatmosfera.

Equador

Início do Jurássico 195 M.aApogeu dos Dinossauros. Nesta época havia apenas doiscontinentes, Laurásia ao norte e Gondwana ao Sul, separadospelo Mar de Tethys. América do Sul, África, Austrália, Índia eAntártida estavam unidas.

Equador

Laurásia

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Cretáceo 140 a 6 5 M .aOcorre a ruptura do Gondwana, com a separação do que hojesão a América do Sul e a África e a formação do Oceano AtlânticoSul, com o extravasamento das lavas basálticas que hoje ocorremem Apucarana.

Área de ocorrência das rochas basálticas.Bacia do Paraná no Brasil e

Província Ígnea de Etendeka na África.

Equador

2a 2b 2c

Injeção de magmas Crosta oceânica

Crosta continental

Crosta continental

Crosta continental

Manto

Início da separação continental América do Sul - ÁfricaMomento do extravasamento das lavas basálticas

Plataforma continental Dorsal meso-atlântica

OCEANO ATLÂNTICO

crosta oceânica crosta oceânica

ÁfricaAmérica do Sul

Esquema evolutivo da fragmentação da Terra de Gondwana e a origem do Oceano Atlântico

2

Ocorrência da Formação Serra Geral - basaltos -na AMÉRICA DO SUL

PROTO OCEANO ATLÂNTICO

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Geodo de ametista dentro do basalto

SERVIÇO GEOLÓGICO DO PARANÁ