20715_material_pcivil-competencia_plano-de-estudos_introducao-internacional.pdf

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  TEMAS MAIS IMPORTANTES DE PROCESSO CIVIL PARA CARREIRAS FEDERAIS (HIGHLIGHTS) Turma Advogado Geral da União b . Tem as de estudo r ecomendado   A ção Ci v il Púb lica   A ção r e sc isó ri a  Mandado de Segurança  Litisconsórcio  Ministério Público Turma Defensor Público da União  b . Te m a s d e e st ud o o b ri ga t ó ri o Pr oce sso de e xe cução: e xe cução e m ger al  Se nte a e coisa julgad a Recursos Procedimentos especiais Formação, suspensão e extinção do processo  Te ma s de e studo ob rigat óri o Processo. Princípios fundamentais R e spo sta d o r é u L i qui da ção d e se ntença Recursos E xec ução  A ã o r e sc i ria  a . Tema s d e e st ud o o b ri ga ri o Competência Litisconsórcio Tute las d e urgê nci a R e spo stas d o R é u  Sente a e coisa julgad a E xecução e cump r i mento de sente nça Recursos  Açã o R e sc isó r ia  Açã o civ il pública (tut e la cole t iva )

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  • TEMAS MAIS IMPORTANTES DE PROCESSO CIVIL PARA CARREIRAS

    FEDERAIS (HIGHLIGHTS)

    Turma Advogado Geral da Unio

    b. Temas de estudo recomendado

    Ao Civil Pblica

    Ao rescisria

    Mandado de Segurana

    Litisconsrcio

    Ministrio Pblico

    Turma Defensor Pblico da Unio

    b. Temas de estudo obrigatrio

    Processo de execuo: execuo em geral

    Sentena e coisa julgada

    Recursos

    Procedimentos especiais

    Formao, suspenso e extino do processo

    Temas de estudo obrigatrio

    Processo. Princpios fundamentais

    Resposta do ru

    Liquidao de sentena

    Recursos

    Execuo

    Ao rescisria

    a. Temas de estudo obrigatrio

    Competncia

    Litisconsrcio

    Tutelas de urgncia

    Respostas do Ru

    Sentena e coisa julgada

    Execuo e cumprimento de sentena

    Recursos

    Ao Rescisria

    Ao civil pblica (tutela coletiva)

  • Temas de estudo recomendado

    Prova. Princpios Gerais. nus da Prova.

    Ao de usucapio

    Tutela antecipada

    Juizado especiais

    Turma Procurador da Fazenda Nacional

    Temas de estudo recomendado

    Ao Civil Pblica

    Resposta do ru

    Sentena e coisa julgada

    Cumprimento de sentena

    Partes e Procuradores

    Turma para Procurador Federal

    Temas de estudo recomendado

    Processo de Execuo

    Processo cautelar

    Procedimentos especiais

    Ao Civil Pblica e Ao Popular

    Reclamao Constitucional

    Temas de estudo obrigatrio

    Litisconsrcio e assistncia

    Competncia

    Comunicao Processual

    Recursos

    Execuo fiscal

    Temas de estudo obrigatrio

    Competncia

    Sujeitos do Processo

    Procedimento: Resposta do ru

    Sentena e coisa julgada

    Recursos

  • Turma Delegado da Polcia Federal

    Temas de estudo recomendado

    Jurisdio

    Tutela cautelar

    COMPETNCIA ESQUEMA PARA A DETERMINAO DA COMPETNCIA

    1. Determina-se o juzo competente a priori

    2. Verifica-se a presena de causas de modificao de

    competncia

    3. Definida a competncia, aplica-se, como regra o

    princpio da perpetuatio jurisdictionis (perpetuao

    da competncia)

    a. Excees perpetuatio

    i. Extino de rgo

    ii. Alterao de critrio absoluto (ex: EC/45,

    demandas acidentrias e Justia do

    Trabalho)

    Temas de estudo obrigatrio

    Competncia

    Jurisdio constitucional das liberdades

    Tutela de urgncia

    Competncia da Justia Federal

    Antecipao dos efeitos da tutela

  • iii. Alterao ftica que toca critrio absoluto

    (ex: ingresso da Unio, salvo Lei 9.469/97 ,

    art. 5 pargrafo nico:

    NOVO CPC CPC /1973

    Art. 43. Determina-se a

    competncia no momento do

    registro ou distribuio da petio

    inicial (art. 59), sendo irrelevantes

    as modificaes do estado de fato

    ou de direito ocorridas

    posteriormente, salvo quando

    suprimirem rgo judicirio ou

    alterarem a competncia absoluta.

    Art. 87. Determina-se a

    competncia no momento em que a

    ao proposta. So irrelevantes as

    modificaes do estado de fato ou

    de direito ocorridas

    posteriormente, salvo quando

    suprimirem o rgo judicirio ou

    alterarem a competncia em razo

    da matria ou da hierarquia.

    ? A criao de vara nova pode implicar a redistribuio de feitos? COMPETNCIA. REDISTRIBUIO. PRINCPIO. JUIZ NATURAL. Na impetrao, sustenta-se que, quando j definida a competncia pela distribuio, resoluo alguma, ainda que de criao de varas, pode ter o condo de determinar a redistribuio de processos anteriormente distribudos, sob pena de clara e grave

    violao do princpio do juiz natural, que macula com a pecha de nulidade todos os atos decisrios desde ento praticados por juzo incompetente. Diante disso, a Turma denegou o habeas corpus ao entendimento de que a redistribuio do feito decorrente da criao de vara com idntica competncia com a finalidade de igualar os acervos dos juzos e dentro da estrita norma legal, no viola o princpio do juiz natural, uma vez que a garantia constitucional permite posteriores alteraes de competncia. Observou-se que o STF j se manifestou no sentido de que inexiste violao ao

  • referido princpio, quando ocorre redistribuio do feito em virtude de mudana na organizao judiciria, visto que o art. 96, a, da CF/1988 assegura aos tribunais o direito de dispor sobre a competncia e o funcionamento dos respectivos rgos jurisdicionais.

    Precedentes citados do STF: HC 91.253-MS, DJ 14/11/2007; do STJ: HC 48.746-SP, DJe 29/9/2008; HC 36.148-CE, DJ 17/4/2006; HC 44.765-MG, DJ 24/10/2005; REsp 675.262-RJ, DJ 2/5/2005; HC 41.643-CE, DJ 3/10/2005; HC 10.341-SP, DJ 22/11/1999, e RHC 891-SP, DJ 4/3/1991. HC 102.193-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 2/2/2010. Smula 58 PROPOSTA A EXECUO FISCAL, A POSTERIOR MUDANA DE DOMICILIO DO EXECUTADO NO DESLOCA A COMPETENCIA JA FIXADA. Smula 365 A interveno da Unio como sucessora da Rede Ferroviria Federal S/A (RFFSA) desloca a competncia para a Justia Federal ainda que a sentena tenha sido proferida por Juzo estadual.

    Caminho para determinao do juzo competente Verificar: 1. Competncia dos tribunais de superposio 2. Qual a justia competente (competncia de

    jurisdio). CF art. 109. 3. Competncia originria

    4. Competncia territorial ou de foro

  • 5. Competncia de juzo

    6. Competncia recursal Smula 206 A EXISTENCIA DE VARA PRIVATIVA, INSTITUIDA POR LEI ESTADUAL, NO ALTERA A COMPETENCIA TERRITORIAL RESULTANTE DAS LEIS DE PROCESSO.

    Competncia Funcional

    Conceito

    Espcie x critrio determinativo

    Plano vertical x plano horizontal

    Critrios para a determinao da competncia

    a. em razo da pessoa

    b. em razo da matria

    c. em razo do valor da causa

    d. domiclio do ru; domiclio do autor; local do ato ou fato

    Quais as incompetncias absolutas e quais as relativas? O que determina o carter absoluto ou relativo , de

    regra, o critrio de determinao de competncia tendo

    reflexo na espcie de competncia.

  • > matria >>>>>>>> absoluta

    > pessoa >>>>>>>>> absoluta

    > valor da causa >>> relativo de regra

    > funcional >>>>>> absoluta

    > domiclio >>>>>>> relativo

    Ordem x critrios x qualificao: um caminho a ser seguido! Competncia critrios qualificao

    Tribunais de superposio matria e pessoa absoluta De jurisdio (justia) matria e pessoa absoluta

    Originria matria; pessoa absoluta funcional

    Territorial domiclio relativa

    matria absoluta De juzo mat. e funcional absoluta

    Pessoa

    Recursal funcional absoluta

    Regras de competncia no NCPC (Art. 42 a 66)

    Muito mais simples

    Captulo dividido em trs sees

    o Disposies gerais (com as regras de competncia

    territorial e de jurisdio federal)

    o Modificao de competncia

    o Da incompetncia

  • No h a diviso obedecendo o critrio tripartite de

    Chiovenda (objetivo matria/valor; funcional; territorial)

    COMPETNCIA INTERNACIONAL Quando o juiz brasileiro pode atuar

    Competncia o Competncia concorrente (art. 88) 1. Ru, brasileiro ou estrangeiro, domiciliado no

    Brasil 2. Obrigao a ser cumprida no Brasil. 3. Ao se originar de fato ou ato ocorrido no

    Brasil. Competncia exclusiva (art. 89) 1. aes relativas a imveis situados no Brasil. 2. inventrio e partilha de bens situados no

    Brasil (mesmo que estrangeiro o autor e que nunca tenha residido no Brasil)

    competncia concorrente x competncia exclusiva Pergunta-se: possvel prorrogao/derrogao da competncia internacional?

    o Eleio do foro estrangeiro o Conexo/continncia o

    (AGU/2009) Acerca da competncia, julgue o item

    subsequente.

    No caso de uma pretenso dirigida anulao de obrigao

    firmada no exterior, mas cujo cumprimento esteja previsto

    para ocorrer no Brasil, h, conforme o CPC, competncia

    concorrente da autoridade judiciria brasileira e da

    autoridade judiciria estrangeira, sendo somente a

    homologao de sentena estrangeira obstculo ao

    processamento da causa pela autoridade local.

  • Certo Errado

    GABARITO: CORRETO

    (DPU/2010)

    Acerca de carta rogatria e homologao de sentena estrangeira,

    julgue os seguintes itens.

    A sentena proferida por tribunal estrangeiro tem eficcia no Brasil depois de homologada pelo STF.

    Errado . STJ. Art. 105 CF.

    Informativo N: 0548, STJ. Corte Especial DIREITO PROCESSUAL CIVIL. HIPTESE EM QUE NO POSSVEL A HOMOLOGAO DE SENTENA ESTRANGEIRA. A sentena estrangeira ainda que preencha adequadamente os requisitos indispensveis sua homologao, previstos no art. 5 da Resoluo 9/2005 do RISTJ no pode ser homologada na parte em que verse sobre guarda ou alimentos quando j exista deciso do Judicirio Brasileiro acerca do mesmo assunto, mesmo que esta deciso tenha sido proferida em carter provisrio e aps o trnsito em julgado daquela. De incio, cumpre destacar que a existncia de

    sentena estrangeira transitada em julgado no impede a instaurao de ao de guarda e de alimentos perante o Poder Judicirio Brasileiro, pois a sentena de guarda ou de alimentos no imutvel, haja vista o disposto no art. 35 do ECA: a guarda poder ser revogada a qualquer tempo, mediante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministrio Pblico. Alm disso, o deferimento de exequatur referida sentena estrangeira importaria

  • ofensa soberania da jurisdio nacional. Precedentes

    citados: SEC 4.830-EX, Corte Especial, DJe 3/10/2013; e SEC 8.451-EX, Corte Especial, DJe 29/5/2013. SEC 6.485-EX, Rel. Min. Gilson Dipp, julgado em 3/9/2014. O primeiro argumento seria desnecessrio!

    Informativo N: 0533, STJ. Corte Especial DIREITO PROCESSUAL CIVIL E INTERNACIONAL PRIVADO. HOMOLOGAO DE SENTENA ESTRANGEIRA QUE DETERMINE A SUBMISSO DE CONFLITO ARBITRAGEM. Pode ser homologada no Brasil a sentena judicial de estado estrangeiro que, considerando vlida clusula compromissria constante de contrato firmado sob a expressa regncia da lei estrangeira, determine em face do anterior pedido de arbitragem realizado por uma das partes a submisso justia arbitral de conflito existente entre os contratantes, ainda que deciso proferida por juzo estatal brasileiro tenha, em momento posterior ao trnsito em julgado da sentena a ser homologada, reconhecido a nulidade da clusula com fundamento em exigncias formais tpicas da legislao brasileira pertinentes ao contrato de adeso. necessrio ressaltar que estamos diante de um caso tpico de competncia concorrente. Assim, a primeira deciso que transita em julgado prejudica a outra. da essncia do sistema que, se transitar em julgado primeiro a sentena estrangeira, fica prejudicada a brasileira e vice-versa. Assim, a aparente excluso da sentena estrangeira pelo fato do trnsito em julgado do julgamento brasileiro, sob invocao da soberania nacional, no se segue, porque se est diante de clara competncia concorrente. Ademais, o ingresso do pedido de arbitragem anteriormente a todas as vrias ocorrncias judiciais deve pesar em prol da opo pela homologao da sentena estrangeira que prestigia a opo voluntria das partes pela arbitragem. O Juzo

  • arbitral que era competente, no incio de tudo, para examinar a clusula arbitral devido ao princpio Kompetenz-Kompetenz, e foi isso que a sentena

    estrangeira assegurou. Esse princpio, que remonta voluntariedade da opo arbitral e reala a autonomia contratual, revela o poder do rbitro para analisar e decidir sobre sua prpria competncia, no que tange validade e eficcia do pacto arbitral, que lhe outorgou a referida funo julgadora. Assim, o tribunal arbitral tem competncia para decidir sobre a validade da clusula compromissria, ou seja, sobre sua prpria competncia. A propsito, o Protocolo de Genebra de 24/9/1923, subscrito e ratificado com reservas pelo Brasil em 5/2/1932, estabelece a prioridade do Juzo Arbitral sobre a Jurisdio Estatal, estabelecendo uma presuno de competncia em favor do Tribunal Arbitral. De outro modo, a negao de homologao de sentena arbitral proferida h tempos em Estado estrangeiro sob o fundamento de ocorrncia da anulao da clusula arbitral por sentena proferida no Brasil significaria a abertura de largo caminho para a procrastinao da arbitragem avenada por parte de contratantes nacionais no exterior. Atente-se que, para bloquear tal arbitragem, bastaria ao contratante brasileiro, aps o pedido de instaurao da arbitragem no exterior, ingressar com processo anulatrio da clusula arbitral no Brasil para, invocando peculiaridades da legislao brasileira, como as especiais exigncias nacionais da clusula de adeso (sobretudo diante do Cdigo de Defesa do Consumidor, com inverso de nus de prova e outros consectrios do direito consumerista nacional), paralisar a arbitragem e judicializar toda a matria contra a jurisdio estatal no Brasil. Cabe ressaltar que no h empecilho no julgamento brasileiro homologao porque fundados o julgamento estrangeiro e o nacional em motivos tcnico-jurdicos diversos, ou seja, o primeiro, na validade da clusula arbitral ante os termos da legislao estrangeira, para contrato celebrado no estrangeiro, sem a considerao de restries existentes no sistema jurdico brasileiro, e o segundo fundado em exigncias formais de clusula em contrato de adeso, tpicas da legislao nacional.

  • Inexiste, assim, impedimento homologao das sentenas estrangeiras em virtude de coisa julgada nacional posterior. Pois, ajuizado o pedido de arbitragem, no Brasil ou no exterior, ao juzo arbitral competia julgar todas as matrias suscitadas pelas partes, inclusive a invalidade da clusula arbitral, no se autorizando a prematura judicializao perante a atividade jurisdicional estatal. SEC 854-US, Rel.

    originrio Min. Massami Uyeda, Rel. para acrdo Min. Sidnei Beneti, julgado em 16/10/2013. IMPORTANTSSIMO:

    1. Entendendo o caso: a. Sentena estrangeira transita em julgado

    determinando a validade da clusula arbitral perante a legislao estrangeira e determinando sua efetivao.

    b. Ao posteriormente proposta no Brasil e julgada procedente com trnsito em julgado, declarando a nulidade da clasula arbitral perante a legislao nacional.

    c. Pedido de homologao de sentena estrangeira aceito pelo STJ e julgado procedente

    2. Temas decididos a. O caso de competncia concorrente, sendo que

    a primeira coisa julgada vale sobre a segunda b. O princpio da competncia da competncia aplica-

    se para a arbitragem c. Existe uma presuno de prevalncia da jurisdio

    arbitral sobre a estatal (Protocolo de Genebra) d. A existncia de sentena brasileira transitada em

    julgado no impede a homologao da estrangeira que tem causa de pedir distinta.

    3. Nossa opinio a. O caso de jurisdio concorrente (art. 88) pq se

    trata de causa em que uma das partes brasileira ou pq a obrigao tem de ser cumprida no Brasil.

    b. Nenhum processo no estangeiro pode produzir efeitos no Brasil antes da homologao.

    c. Se as causas de pedir so distintas, ento a sentena brasileira no est obstada pela coisa

  • julgada, quer a coisa julgada da sentena estrangeira, quer a coisa julgada da sua homologao.

    DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO. COMPETNCIA PARA RECONHECIMENTO DE DIREITO A MEAO DE BENS LOCALIZADOS FORA DO BRASIL. Em ao de divrcio e partilha de bens de brasileiros, casados e residentes no Brasil, a autoridade judiciria brasileira tem competncia para, reconhecendo o direito meao e a existncia de bens situados no exterior, fazer incluir seus valores na partilha. O Decreto-lei 4.657/1942 (Lei de Introduo s normas do Direito Brasileiro) prev, no art. 7, 4, que o regime de bens, legal ou convencional, deve obedecer lei do pas em que tiverem os nubentes domiclio, e, se este for diverso, a do primeiro domiclio conjugal. E, no art. 9, que, para qualificar e reger as obrigaes, aplicar-se- a lei do pas em que se constiturem. As duas regras conduzem aplicao da legislao brasileira, estando diretamente voltadas ao direito material vigente para a definio da boa partilha dos bens entre os divorciantes. Para o cumprimento desse mister, impe-se ao magistrado, antes de tudo, a ateno ao direito material, que no excepciona bens existentes fora do Brasil, sejam eles mveis ou imveis. Se fosse diferente, para dificultar o reconhecimento de direito ao consorte ou vilipendiar o que disposto na lei brasileira atinente ao regime de bens, bastaria que os bens de raiz e outros de relevante valor fossem adquiridos fora das fronteiras nacionais, inviabilizando-se a aplicao da norma a determinar a distribuio equnime do patrimnio adquirido na constncia da unio. A exegese no afronta o art. 89 do CPC, pois esse dispositivo legal disciplina a competncia internacional exclusiva do Poder Judicirio brasileiro para dispor acerca de bens imveis situados no Brasil e para proceder a inventrio e partilha de bens (mveis e imveis) situados no Brasil. Dele se extrai que a deciso

  • estrangeira que viesse a dispor sobre bens imveis ou mveis (estes em sede de inventrio e partilha) mostrar-se-ia ineficaz no Brasil. O reconhecimento de direitos e obrigaes relativos ao casamento, com apoio em normas de direito material a ordenar a diviso igualitria entre os cnjuges do patrimnio adquirido na constncia da unio, no exige que os bens mveis e imveis existentes fora do Brasil sejam alcanados, pela Justia Brasileira, a um dos contendores, demanda apenas a considerao dos seus valores para fins da propalada equalizao. REsp 1.410.958-RS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 22/4/2014. CUIDADO: No confundir regras de competncia internacional (norma processual) com os elementos de conexo do DIP (normas materiais). (PROC FEDERAL 2013) Acerca de aspectos diversos do direito processual civil, entre eles a ao anulatria, a competncia internacional e a litigncia de m-f, julgue os itens que se seguem.

    192 No h litispendncia quando duas aes idnticas tramitam em jurisdio diversa: a brasileira e a estrangeira. Nesse caso, correndo dois processos simultaneamente, valer a sentena sobre cujo comando dispositivo primeiro recair a coisa julgada, e a sentena estrangeira no ter eficcia no Brasil seno depois de homologada pelo STJ. GABARITO - CERTO O tema no NOVO CPC

    o Limites da jurisdio nacional

    o novidades na competncia concorrente (art. 22)

    I alimentos, quando:

    a) o credor tiver domiclio ou residncia no Brasil;

    b) o ru mantiver vnculos no Brasil, tais como

    posse ou propriedade de bens, recebimento de

    renda ou obteno de benefcios econmicos;

  • II decorrentes de relaes de consumo, quando

    o consumidor tiver domiclio ou residncia no

    Brasil;

    III em que as partes, expressa ou tacitamente,

    se submeterem jurisdio nacional.

    (prorrogao da jurisdio nacional)

    o novidades sobre competncia exclusiva (art. 23)

    III - em divrcio, separao judicial ou dissoluo

    de unio estvel, proceder partilha de bens

    situados no Brasil, ainda que o titular seja de

    nacionalidade estrangeira ou tenha domiclio fora

    do territrio nacional.

    o Derrogao da jurisdio nacional (art. 25)

    Art. 25. No compete autoridade judiciria

    brasileira o processamento e o julgamento da ao

    quando houver clusula de eleio de foro exclusivo

    estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo

    ru na contestao.

    1 No se aplica o disposto no caput s hipteses

    de competncia internacional exclusiva previstas

    neste Captulo.

    2 Aplicam-se hiptese do caput o art. 63, 1 a

    4. (regulamentao da clusula eletiva de foro,

    permitindo ao juiz declar-la abusiva antes da

    citao, remetendo os autos ao juzo

    competente)

    o Ampla regulamentao da cooperao jurdica

    internacional (art 26/41)

    O artigo 26 dispe as normas gerais e

    princpios aplicveis cooperao

    internacional, tais como respeito ao devido

    processo legal e isonomia

    artigo 27 explicita as hipteses de cabimento

  • do pedido de cooperao.

    Matria vinha sendo disciplinada na

    Resoluo n 9/2005 do Superior Tribunal

    de Justia.

    Criao do auxlio direito (art. 28/34)

    Quando objeto da cooperao no

    depender de delibao da autoridade

    brasileira sobre uma deciso judicial

    Criao da autoridade central

    (Ministrio da Justia/Ministrio

    Pblico)

    Fornecimento de informaes

    Atos de instruo probatria

    Quando dependerem de ato

    jurisdicional, a competncia ser da

    Justia Federal, com pedido feito pela

    AGU

    Os art. 972 a 977 regulam o procedimento

    da homologao de sentena extrangeira e

    concesso de exequatur

    COMPETNCIA DA JUSTIA FEDERAL Regras: (CF 109, I a III, VIII, X, XI) 1. Caractersticas

    Taxatividade e constitucionalidade do rol 2. Dinmica: J federal x justia estadual (Smulas STJ: 150/224) Sum 150

  • Compete Justia Federal decidir sobre a existncia de interesse jurdico que justifique a presena, no processo, da Unio, suas autarquias ou empresas pblicas Smula 224 Excludo do feito o ente federal, cuja presena levara o Juiz Estadual a declinar da competncia, deve o Juiz Federal restituir os autos e no suscitar conflito. 3. Hipteses 3.1 INTERESSE DA UNIO, AUTARQUIA OU EMPRESA PBLICA na condio de autoras, rs, assistentes ou oponentes

    o Competncia em razo da pessoa o Partes o Todas as modalidades interventivas? (amicus

    curiae) DIREITO PROCESSUAL CIVIL E AMBIENTAL. LEGITIMIDADE PARA A PROPOSITURA DE AO CIVIL PBLICA EM DEFESA DE ZONA DE AMORTECIMENTO DE PARQUE NACIONAL. O MPF possui legitimidade para propor, na Justia Federal, ao civil pblica que vise proteo de zona de amortecimento de parque nacional, ainda que a referida rea no seja de domnio da Unio. Com efeito, tratando-se de proteo ao meio ambiente, no h competncia exclusiva de um ente da Federao para promover medidas protetivas. Impe-se amplo aparato de fiscalizao a ser exercido pelos quatro entes federados, independentemente do local onde a ameaa ou o dano estejam ocorrendo e da competncia para o licenciamento. Deve-se considerar que o domnio da rea em que o dano ou o risco de dano se manifesta apenas um dos critrios definidores da legitimidade para agir do MPF. Ademais,

  • convm ressaltar que o poder-dever de fiscalizao dos outros entes deve ser exercido quando determinada atividade esteja, sem o devido acompanhamento do rgo local, causando danos ao meio ambiente. AgRg no REsp 1.373.302-CE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 11/6/2013. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. COMPETNCIA PARA JULGAMENTO DE DEMANDA QUE VERSE SOBRE OBTENO DE DIPLOMA DE CURSO DE ENSINO A DISTNCIA DE INSTITUIO NO CREDENCIADA PELO MEC. RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. 8/2008-STJ). A Justia Federal tem competncia para o julgamento de demanda em que se discuta a existncia de obstculo obteno de diploma aps concluso de curso de ensino a distncia em razo de ausncia ou obstculo ao credenciamento da instituio de ensino superior pelo Ministrio da Educao. Quanto competncia para o julgamento de demandas que envolvam instituio de ensino particular, o STJ entende que, caso a demanda verse sobre questes privadas relacionadas ao contrato de prestao de servios firmado entre a instituio de ensino superior e o aluno inadimplemento de mensalidade, cobrana de taxas e desde que no se trate de mandado de segurana, a competncia, em regra, da Justia Estadual. Em contraposio, em se tratando de mandado de segurana ou referindo-se a demanda ao registro de diploma perante o rgo pblico competente ou mesmo ao credenciamento da entidade perante o Ministrio da Educao , no h como negar a existncia de interesse da Unio no feito, razo pela qual, nos termos do art. 109 da CF, a competncia para julgamento da causa ser da Justia Federal. Essa concluso tambm se aplica aos casos de ensino a distncia. Isso porque, conforme a interpretao sistemtica dos arts. 9 e 80, 1, da Lei 9.394/1996, Unio cabe a fiscalizao e o credenciamento das instituies de ensino que oferecem essa modalidade de prestao de servio educacional. Precedentes citados do STJ: AgRg no REsp

  • 1.335.504-PR, Segunda Turma, DJe 10/10/2012, e REsp 1.276.666-RS, Segunda Turma, DJe 17/11/2011; e do STF: AgRg no RE 698.440-RS, Primeira Turma, DJe 2/10/2012. REsp 1.344.771-PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 24/4/2013.

    DIREITO PROCESSUAL CIVIL. COMPETNCIA PARA O JULGAMENTO DE AO CIVIL PBLICA. Em ao civil pblica ajuizada na Justia Federal, no cabvel a cumulao subjetiva de demandas com o objetivo de formar um litisconsrcio passivo facultativo comum, quando apenas um dos demandados estiver submetido, em razo de regra de competncia ratione personae, jurisdio da Justia Federal, ao passo que a Justia Estadual seja a competente para apreciar os pedidos relacionados aos demais demandados. De fato, a fixao do foro para o julgamento de ao civil pblica leva

    em considerao uma espcie sui generis de competncia territorial absoluta, que se fixa primeiramente em razo do local e extenso do dano (art. 2 da Lei 7.347/1985), desencadeando a partir da uma competncia relativa concorrente entres os outros juzos absolutamente competentes. Entretanto, isso no derroga as regras alusivas competncia tambm absoluta da Justia Federal, que tm estatura constitucional e que, na verdade, definem hiptese de jurisdio especial, o que no exclui a observncia do critrio da extenso e do local do dano no mbito federal. Desse modo, a Justia Federal tambm tem competncia funcional e territorial sobre o local de qualquer dano, circunstncia que torna as regras constitucionais de definio de sua competncia rigorosamente compatveis e harmnicas com aquelas previstas nos diplomas legais sobre processo coletivo que levam em conta tambm o local e a extenso do dano. A respeito do litisconsrcio facultativo comum, cabe ressaltar que esse traduz um verdadeiro cmulo de demandas, que buscam vrios provimentos somados em uma sentena formalmente nica. Sendo assim, e levando-se em conta que todo cmulo subjetivo tem por substrato um cmulo objetivo, com causas de pedir e pedidos materialmente diversos (embora

  • formalmente nicos), para a formao de litisconsrcio facultativo comum h de ser observada a limitao segundo a qual s lcita a cumulao de pedidos se o juzo for igualmente competente para conhecer de todos eles (art. 292, 1, II, do CPC). Portanto, como no litisconsrcio facultativo comum o cmulo subjetivo ocasiona cumulao de pedidos, no sendo o juzo competente para conhecer de todos eles, ficar inviabilizado o prprio litisconsrcio, notadamente nos

    casos em que a competncia se define ratione personae, como a jurisdio cvel da Justia Federal. Ademais, tal concluso se harmoniza, inclusive, com a regra segundo a qual "os litisconsortes sero considerados, em suas relaes com a parte adversa, como litigantes distintos" (art. 48 do CPC). REsp 1.120.169-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomo, julgado em 20/8/2013. Observaes:

    - caso concreto: 1. A Defensoria Pblica de Unio (DPU)

    ajuizou ao civil pblica, com pedido de antecipao de

    tutela, em face de onze instituies financeiras, entre

    elas a Caixa Econmica Federal - CEF e o Unibanco -

    Unio de Bancos Brasileiros S.A., objetivando

    provimento que impusesse s rs a manuteno de

    todos os documentos que se referissem s contas-

    poupana existentes em junho de 1987, assim como a

    aplicao do IPC de 26,06% correo dos depsitos no

    perodo indicado.

    - Problema: o acrdo faz correta anlise da questo do

    ponto de vista do polo passivo. Mas e o polo ativo? A

    presena da DPU no seria suficiente para levar a

    questo JF?

    - Problema: Os equvocos, inclusive do recorrente (DPU)

    decorrem da m compreenso da ordem de

    estabelecimento das espcies de competncia.

    (PROCURADOR FEDERAL/2007)

    Julgue os prximos itens, relativos competncia da justia federal.

  • Tendo os embargos de terceiro natureza de ao, a sua propositura, por parte da Unio, entidade autrquica ou empresa pblica federal, determina a competncia ratione personae, que detm carter absoluto e inderrogvel da justia federal.

    Certo. STJ, CC 31696

    (AGU/2004)

    Julgue o item a seguir

    2) De acordo com dispositivo constitucional, caso algum ente pblico federal demonstre interesse jurdico e intervenha em processo que corre perante a justia estadual, os autos devem ser remetidos justia federal, absolutamente competente para o julgamento. Nessa hiptese, no prevalece a perpetuao da competncia.

    GABARITO: CORRETO. (SMULAS 150 E 224 do STJ).

    3.1.2. Casos em que a competncia NO SER da

    Justia Federal

    SMULA n. 506 A Anatel no parte legtima nas demandas entre a concessionria e o usurio de telefonia decorrentes de relao contratual.

    Smula 517 STF AS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA S TM FORO NA JUSTIA FEDERAL, QUANDO A UNIO INTERVM COMO ASSISTENTE OU OPOENTE. Smula 270 STJ

  • O protesto pela preferncia de crdito, apresentado por ente federal em execuo que tramita na Justia Estadual, no desloca a competncia para a Justia Federal. Sum 161 STJ. da competncia da Justia Estadual autorizar o levantamento dos valores relativos ao PIS-PASEP e FGTS, em decorrncia do falecimento do titular da conta.

    Lei 9.469/97 , art. 5 pargrafo nico:

    As pessoas jurdicas de direito pblico podero intervir INDEPENDENTE DA DEMONSTRAO DE INTERESSE JURDICO nas causas que possam ter reflexos de natureza econmica

    Falncia Pergunta-se: e execuo fiscal de tributo federal de empresa falida?

    contribuies sociais (CF art.. 114, VIII)

    o Compete Justia Comum o julgamento de causas que envolvam o SEBRAE. (RE 414375)

    o Aes acidentrias - INSS e Empregador (Sum vinculante n. 22).

    Primeira Seo DIREITO PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIRIO. COMPETNCIA PARA JULGAR PEDIDO DE PENSO POR MORTE DECORRENTE DE BITO DE EMPREGADO ASSALTADO NO EXERCCIO DO TRABALHO.

  • Compete Justia Estadual e no Justia Federal processar e julgar ao que tenha por objeto a concesso de penso por morte decorrente de bito de empregado ocorrido em razo de assalto sofrido durante o exerccio do trabalho. Doutrina e jurisprudncia firmaram compreenso de que, em regra, o deslinde dos conflitos de competncia de juzos em razo da matria deve ser dirimido com a observncia da relao jurdica controvertida, notadamente no que se refere causa de

    pedir e ao pedido indicados pelo autor da demanda. Na hiptese, a circunstncia afirmada no denota acidente do

    trabalho tpico ou prprio, disciplinado no caput do art. 19 da Lei 8.2131991 (Lei de Benefcios da Previdncia Social), mas acidente do trabalho atpico ou imprprio, que, por presuno legal, recebe proteo na alnea "a" do inciso II do art. 21 da Lei de Benefcios. Nessa hiptese, o nexo causal presumido pela lei diante do evento, o que compatvel com o ideal de proteo ao risco social que deve permear a relao entre o segurado e a Previdncia Social. Desse modo, o assalto sofrido no local e horrio de trabalho equipara-se ao acidente do trabalho, e o direito penso por morte decorrente do evento inesperado e violento deve ser apreciado pelo juzo da Justia Estadual, nos termos do art. 109, I, parte final,

    da CF combinado com o art. 21, II, a, da Lei 8.2131991. CC 132.034-SP, Rel. Min. Benedito Gonalves, julgado em 28/5/2014. SMULA n. 505 A competncia para processar e julgar as demandas que tm por objeto obrigaes decorrentes dos contratos de

    planos de previdncia privada firmados com a Fundao Rede Ferroviria de Seguridade Social REFER da Justia estadual.

    Explicao da smula (ver precedente abaixo): , a REFER, entidade fechada de previdncia privada, organizada sob a forma de fundao, possui personalidade jurdica prpria que no se confunde com a da sua instituidora e patrocinadora, ou seja, a RFFSA,

  • sociedade de economia mista que sequer demandada nesses casos

    DIREITO PROCESSUAL CIVIL. COMPETNCIA DA JUSTIA ESTADUAL PARA APRECIAR AES ENVOLVENDO SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA EM LIQUIDAO EXTRAJUDICIAL, SOB A INTERVENO DO BACEN. Compete Justia Estadual, e no Justia Federal, processar e julgar ao proposta em face de sociedade de economia mista, ainda que se trate de instituio financeira em regime de liquidao extrajudicial, sob interveno do Banco Central. Com efeito, inexiste previso no art. 109 da CF que atribua a competncia Justia Federal para processar e julgar causas envolvendo sociedades de economia mista. Ademais, o referido dispositivo constitucional explcito ao excluir da competncia da Justia Federal as causas relativas falncia; cujo raciocnio extensvel aos procedimentos concursais administrativos, tais como a interveno e a liquidao extrajudicial, o que aponta inequivocamente para a competncia da Justia Estadual, a qual ostenta carter residual. Precedentes citados: REsp 459.352-RJ, Terceira Turma, DJe 31/10/2012, e REsp 1.162.469-PR, Terceira Turma, DJe 9/5/2012. REsp 1.093.819-TO, Rel. Min. Luis Felipe Salomo, julgado em 19/3/2013. que a ao no contra o BACEN, nem ser ele terceiro interveniente. Ocorrendo a interveno do BACEN (p. ex. como assistente do ru, haver a modificao de competncia.

    Pergunta-se: onde litiga a OAB?

    3.2. CAUSAS ENTRE ESTADO ESTRANG OU ORG INT X MUNICPIO OU PESSOA RESIDENTE OU DOMICILIADA NO PAS

  • Pergunta-se: quais os limites da imunidade de jurisdio? Pergunta-se: demanda labora contra organismo internacional ou estado estrangeiro. Qual a Justia competente? CF, art. 114 I - as aes oriundas da relao de trabalho, abrangidos os entes de direito pblico externo e da administrao pblica direta e indireta da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios RO 89 / BA RECURSO ORDINRIO T3 - TERCEIRA TURMA DJe 26/08/2011 RECURSO ORDINRIO - AO DE INDENIZAO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DO TRABALHO PROPOSTA PELO TRABALHADOR EM FACE DE ORGANISMO INTERNACIONAL (UNICEF) - DISCUSSO ACERCA DA

    INSTAURAO DA JURISDIO BRASILEIRA - OBJETO RECURSAL PREJUDICADO - RECONHECIMENTO DA INCOMPETNCIA DA JUSTIA COMUM - EMENDA CONSTITUCIONAL N. 45/2004 - LITGIO ORIUNDO DA RELAO DE TRABALHO E PRESENA DE ORGANISMO INTERNACIONAL - INEXISTNCIA DE SENTENA DE MRITO - COMPETNCIA DA JUSTIA DO TRABALHO -

    RECURSO PREJUDICADO E DECLARAO, DE OFCIO, DA INCOMPETNCIA DA JUSTIA COMUM.

    CESPE DIPLOMATA/2011

    Dois ex-empregados da misso diplomtica do Estado X situada no Estado Y ajuizaram contra aquele Estado reclamao na justia trabalhista deste Estado, alegando que alguns de seus salrios no haviam sido pagos. Tendo julgado procedente a reclamao, a justia trabalhista do

  • Estado Y determinou, a fim de satisfazer os crditos dos ex-empregados, a penhora de bens, includo o prprio prdio da referida misso diplomtica. Com relao a essa situao hipottica, assinale a opo correta.

    a) Caso o Estado Y fosse o Brasil, a justia trabalhista no poderia, de acordo com a jurisprudncia do STF, determinar a penhora de bens do Estado X, por gozar o Estado estrangeiro de imunidade de execuo.

    b) A justia trabalhista do Estado Y no deveria ter conhecido da ao, pois a Conveno de Viena sobre Relaes Diplomticas estabelece a imunidade de jurisdio do Estado estrangeiro em matria trabalhista.

    c) A justia trabalhista do Estado Y no deveria ter conhecido da ao, pois casos que envolvam imunidade de jurisdio e execuo somente podem ser julgados por tribunais internacionais.

    d) Caso a penhora recasse sobre a residncia oficial do embaixador, ela seria considerada lcita perante o direito internacional.

    e) Sob o prisma do direito internacional, a penhora do prdio da misso diplomtica lcita.

    GABARITO: A

    3.3. CAUSAS FUNDADAS EM TRATADO/CONTRATO DA UNIO COM ESTADO ESTRANGEIRO OU ORGANISMO INTERNACIOAL

    Decreto 79.347/77 Danos causados por poluio de leo

    Decreto 56.826/65 Conveno de NY (Prestao de alimentos no Estrangeiro Alimentante ou Alimentando)

  • CONFLITO DE COMPETNCIA. UNIVERSIDADE FEDERAL. REVALIDAO E REGISTRO DE DIPLOMA ESTRANGEIRO. AO ORDINRIA FUNDADA EM CONVENO E ACORDO INTERNACIONAIS. COMPETNCIA DA JUSTIA FEDERAL COMUM. 3. competente a Justia Federal Comum para a anlise da ao ordinria que busca a revalidao e registro de diploma estrangeiro, com base em Conveno e Acordo Internacionais, como se deduz do exame conjunto dos arts. 3 da Lei n 10.259/01 e 109, da CF. 4. Conflito conhecido para declarar competente o Juzo Federal da 3 Vara da Seo Judiciria do Estado do Maranho, ora suscitado.

    CC 104102 / MA

    3.4. V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o 5 deste artigo; (Includo pela EC 45/2004)

    Note-se que a grave violao dos DH pode suscitar ao civil tb. Procurador geral deve requerer deslocamento de competncia ao STJ

    3.5. MS e HD CONTRA ATO DE AUTORIDADE FEDERAL

    Sum 177 STJ Competncia originria do STJ: CF, art. 105, I,b Competncia originria do STF: CF, art. 102,I, d

    Pergunta-se: e se a autoridade for dirigente de uma sociedade de economia mista? No compete ao Supremo, mas Justia Federal, conhecer de mandado de segurana impetrado contra ato, omissivo ou comissivo, praticado, no pela Mesa, mas pelo presidente da Cmara dos Deputados." (MS 23.977, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 12-5-2010, Plenrio, DJE de 27-8-

  • 2010.) Vide: MS 24.099-AgR, Rel. Min. Maurcio Corra, julgamento em 7-3-2002, Plenrio, DJ de 2-8-2002. "Juntas comerciais. rgos administrativamente subordinados ao Estado, mas tecnicamente autoridade federal, como elementos do sistema nacional dos Servios de Registro do Comrcio. Consequente competncia da Justia Federal para o julgamento de mandado de segurana contra ato do presidente da Junta, compreendido em sua atividade fim." (RE 199.793, Rel. Min. Octavio Gallotti, julgamento em 4-4-2000, Primeira Turma, DJ de 18-8-2000.)

    3.6. EXECUO DE CARTA ROGATRIA OU DE SENTENA ESTRANGEIRA E CAUSAS REFERENTES NACIONALIDADE

    3.6. DISPUTA SOBRE DIREITOS INDGENAS

    Parmetros: art. 231, 215 216 da CF

    O fato do autor ou do ru de uma determinada ao ser ndio, por si s, no capaz de ensejar a competncia da Justia Federal, principalmente quando a ao visar um interesse ou direito particular. Precedentes. AgRg no CC 112250

    4- Competncia territorial na Justia Federal

    Regras (CF 109 1 e 2)

    4.1 Quando a Unio for autora, afora na seo do domiclio do ru.

  • 4.2 Quando for r, o autor pode escolher entre a seo de seu domiclio, a do local do ato ou fato que originou a demanda, a do local da coisa, ou a do DF

    o Unio autora de litgio sobre direito de

    propriedade o Unio r em litgio de propriedade o Autarquias e empresas pblicas (sum 363 STF) >

    MUDOU TUDO!!!! VEJA: INFORMATIVO 755, STF.

    REPERCUSSO GERAL

    Art. 109, 2, da CF e autarquias federais - 1 A regra prevista no 2 do art. 109 da CF ( 2 - As

    causas intentadas contra a Unio podero ser aforadas na seo judiciria em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal) tambm se aplica s aes movidas em face de autarquias federais. Essa a concluso do Plenrio que, por maioria, negou provimento a recurso extraordinrio em que se discutia o critrio de definio do foro competente para processar e julgar ao ajuizada em face do Conselho Administrativo de Defesa Econmica - CADE. A Corte registrou que o aludido dispositivo constitucional teria por escopo facilitar a propositura de ao pelo jurisdicionado em contraposio ao ente pblico. Lembrou que o STF j

    teria enfrentado a questo da aplicabilidade do art. 109, 2, da CF, autarquia em debate, e que ficara consignada, na ocasio, a finalidade do preceito constitucional, que seria a defesa do ru. Ademais, assentara que o critrio de competncia constitucionalmente fixado para as aes nas quais a Unio fosse autora deveria estender-se s autarquias federais, entes menores, que no poderiam ter privilgio maior que a Unio. O Colegiado asseverou

    que o preceito constitucional em exame no teria sido concebido para favorecer a Unio, mas para beneficiar o outro polo da demanda, que teria, dessa forma, mais

  • facilidade para obter a pretendida prestao jurisdicional. Frisou que, com o advento da CF/1988, no teria sido estruturada a defesa judicial e extrajudicial das autarquias federais, que possuiriam, poca, representao prpria, nos termos do art. 29 do ADCT. Entretanto, com a edio da Lei 10.480/2002, a Procuradoria-Geral Federal passara a ser responsvel pela representao judicial e extrajudicial das autarquias e fundaes pblicas federais. Ponderou que fixar entendimento no sentido de o art. 109, 2 no ser aplicvel a essas hipteses significaria minar a inteno do constituinte de simplificar o acesso Justia. Ressaltou que no se trataria de eventual conflito

    da legislao processual civil com a Constituio, uma vez que aquela no incidiria no caso. Acresceu que as autarquias federais possuiriam, de maneira geral, os mesmos privilgios e vantagens processuais concedidos Unio, dentre os quais o pagamento das custas judiciais somente ao final da demanda, quando vencidas (CPC, art. 27); prazos em qudruplo para contestar e em dobro para recorrer (CPC, art. 188); duplo grau de jurisdio, salvo as excees legais (CPC, art. 475); execuo fiscal de seus crditos (CPC, art. 578); satisfao de julgados pelo regime de precatrios (CF, art. 100 e CPC, art. 730); e foro privilegiado perante a Justia Federal (CF, art. 109, I). Assinalou que a fixao do foro competente com base no art. 100, IV, a, do CPC, nas aes propostas contra autarquias federais resultaria na concesso de vantagem processual no estabelecida para a Unio, a qual possuiria foro privilegiado limitado pelo art. 109, 2, da CF.

    RE 627709/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 20.8.2014. (RE-627709)

    Acrdo revolucionrio no mbito da competncia

    territorial da justia federal entendia-se que, para autarquias e fundaes,

    aplicava-se o CPC para definir-se competncia territorial (foro do domiclio do ru. Sede ou agncia onde ocorreu o ato ou fato)

    Agora aplica-se a regra que a CF estabeleceu para a Unio (mais benfica ao particular, estabelecendo vrios foros concorrentemente competentes).

  • A CF s deixou as autarquias de fora pq em 88 ainda no estava estruturada sua defesa (hoje est, com a Procuradoria Federal), no fazendo mais sentido a diferenciao. No se pode tratar as autarquias federais com mais privilgios processuais do que a prpria Unio Federal. A distino perdeu sentido!

    4.3 Competncia Federal por Delegao ( CF. art. 109 3 e 4) 4.3.1. regra bsica 4.3.2. instalao posterior de vara federal

    4.3.3. natureza da competncia do 3 4.3.4. conflito de competncia 4.3.5. outras hipteses (Lei 5010/66; Lei 6969/81; D-L 227/67)

    Smula 11 A PRESENA DA UNIO OU DE QUALQUER DE SEUS ENTES, NA AO DE USUCAPIO ESPECIAL, NO AFASTA A COMPETENCIA DO FORO DA SITUAO DO IMOVEL.

    Pergunta-se: a delegao de competncia para a JF configura opo ou obrigatoriedade ao autor? Sum 8 (TRF 4) Subsiste no novo texto constitucional a opo do segurado para ajuizar aes contra a Previdncia Social no foro estadual do seu domiclio ou no juizo federal. Execuo Fiscal IMPORTANTE!

  • art. 15, I, da Lei n 5.010, de 30 de maio de 1966, revogado expressamente pelo inciso IX do art. 114 da Lei n 13.043, de 13 de novembro de 2014. Significa que no h mais competncia federal delegada nas execues fiscais. Todas execues fiscais propostas por entes federais aps a norma devem ser ajuizadas na Justia Federal, no podendo mais tramitar na Justia Estadual. (PGFN/2012) Sobre as regras de competncia, julgue os itens e aponte a opo correta.

    A - Foi ajuizada execuo fiscal perante a justia estadual, diante da inexistncia de vara federal na comarca. Ocorre que, depois da citao do executado mas antes da realizao da penhora, foi instalada vara federal na comarca, gerando um conflito sobre qual juzo dever dar prosseguimento ao feito. Nesse caso, no deve ser aplicado o princpio da perpetuatio jurisdictionis, devendo ser deslocada a competncia para a vara federal. B - O ajuizamento de ao anulatria de dbito fiscal perante a Justia Federal, relativa a dbito que j objeto de execuo fiscal promovida pela Unio perante o Juzo Estadual, no acarreta a necessidade do simultaneus processus, diante da inexistncia de conexo entre ambas, em especial por no haver julgamento na execuo fiscal a conflitar com o futuro julgamento da ao ordinria. C - A alegao de incompetncia constitui um tpico exemplo de exceo peremptria. D - Na hiptese de o devedor encerrar suas atividades no Estado A e deslocar sua matriz e todas as filiais para o Estado B, razovel que as execues fiscais j propostas no Estado A tenham a sua competncia deslocada para o Estado B, sobretudo porque assim tero muito mais chances de alcanarem um resultado positivo. E - A preveno, para efeito de prorrogao da competncia das aes conexas, se d perante o juzo que primeiro

  • despachou, quando as demandas tramitam em juzos de competncia territorial distintas. Gabarito A

    - Mandado de Segurana ATENO

    Sum 216 do Tribunal Federal de Recursos Compete JF processar e julgar Mandado de Segurana impetrado contra autoridade previdenciria ainda que localizada em comarca do interior (STJ CC 31437-MG) SM. N. 428-STJ. Compete ao Tribunal Regional Federal decidir os conflitos de competncia entre juizado especial federal e juzo federal da mesma seo judiciria. Rel. Min. Luiz Fux, em 17/3/2010. Ao civil pblica na estadual e outra CONTINENTE na JF. Conexo. Reunio de feitos?? (Sum 489) > aplica-se tb para conexo de ACP (Questo da legitimao ativa concorrente) 5. O tema no Novo CPC (art. 45)

    - Repete o art. 109, I da CF

    - Relaciona expressamente todas as excees

    constitucionais

    o Recuperao judicial

    o Falncia

    o Insolvncia civil

    o Acidente do trabalho

    o Justia eleitoral

    o Justia do trabalho

  • - No remessa dos autos nos termos da sum 150

    quando restar pedido de competncia do juiz estadual

    (indefere em parte a petio inicial)

    - Positivao da sum 224.

    Art. 45. Tramitando o processo perante outro juzo, os autos sero remetidos ao juzo federal competente, se nele intervier a Unio, suas empresas pblicas, entidades autrquicas e fundaes, ou conselho de fiscalizao de atividade profissional, na qualidade de parte ou de terceiro interveniente, exceto as aes: I de recuperao judicial, falncia, insolvncia civil e acidente de trabalho; II sujeitas justia eleitoral e justia do trabalho. 1 Os autos no sero remetidos se houver pedido cuja apreciao seja de competncia do juzo junto ao qual foi proposta a ao. 2 Na hiptese do 1, o juiz, ao no admitir a cumulao de pedidos em razo da incompetncia para apreciar qualquer deles, no apreciar o mrito daquele em que exista interesse da Unio, suas entidades autrquicas ou empresas pblicas. 3 O juzo federal restituir os autos ao juzo estadual sem suscitar conflito se o ente federal cuja presena ensejou a remessa for excludo do processo.

    6- JURISPRUDNCIA

    Aes contra atos do CNJ e competncia do STF A competncia originria do STF para as aes

    ajuizadas contra o CNJ se restringe ao mandado de segurana, mandado de injuno, habeas data e habeas corpus. As demais aes em que questionado

  • ato do CNJ ou do CNMP submetem-se consequentemente ao regime de competncia estabelecido pelas normas comuns de direito processual. Com base nesse entendimento, a 2 Turma, negou provimento a agravos regimentais em aes cveis originrias e manteve a deciso monocrtica atacada que assentara a incompetncia do STF e remetera os autos justia federal.

    ACO 2373 AgR/DF, rel. Min. Teori Zavascki, 19.8.2014. (ACO-2373) Primeira Seo DIREITO PROCESSUAL CIVIL. COMPETNCIA PARA APRECIAR DEMANDA EM QUE SE OBJETIVE EXCLUSIVAMENTE O RECONHECIMENTO DO DIREITO DE RECEBER PENSO DECORRENTE DA MORTE DE ALEGADO COMPANHEIRO. Compete Justia Federal processar e julgar demanda proposta em face do INSS com o objetivo de ver reconhecido exclusivamente o direito da autora de receber penso decorrente da morte do alegado companheiro, ainda que seja necessrio enfrentar questo prejudicial referente existncia, ou no, da unio estvel. A definio da competncia se estabelece de acordo com os termos da demanda, e no a partir de consideraes a respeito de sua procedncia, da legitimidade das partes ou de qualquer juzo acerca da prpria demanda. Assim, se a pretenso deduzida na inicial no diz respeito ao reconhecimento de unio estvel, mas apenas concesso de benefcio previdencirio, deve ser reconhecida a competncia da Justia Federal. Nesse contexto, ainda que o juzo federal tenha de enfrentar o tema referente caracterizao da unio estvel, no haver usurpao da competncia da Justia Estadual, pois esse ponto somente ser apreciado como questo prejudicial, possuindo a demanda natureza nitidamente previdenciria. CC 126.489-RN, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 10/4/2013.

  • DIREITO PROCESSUAL CIVIL. INCOMPETNCIA DA JUSTIA FEDERAL PARA PROCESSAR E JULGAR AO QUE OBJETIVE RESTITUIO DE INDBITO DECORRENTE DE MAJORAO ILEGAL DE TARIFA DE ENERGIA ELTRICA. A Justia Federal no competente para processar e julgar ao em que se discuta restituio de indbito decorrente de majorao ilegal de tarifa de energia eltrica. Isso porque a existncia de discusso acerca de restituio de indbito decorrente de majorao ilegal de tarifa de energia eltrica, por si s, no implica legitimidade da Unio ou da Agncia Nacional de Energia Eltrica (ANEEL) para figurar no polo passivo da ao. Precedentes citados: AgRg no Ag 1.372.472-MS, Segunda Turma, DJe 14/10/2011, e REsp 1.190.139-RS, Segunda Turma, DJe 13/12/2011. AgRg no REsp 1.307.041-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 18/12/2012. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. COMPETNCIA. COBRANA DE TAXA PARA EXPEDIO DE DIPLOMA. UNIVERSIDADE PARTICULAR. da Justia estadual, via de regra, a competncia para julgar a ao em que se discute a legalidade da cobrana de instituio de ensino superior estadual, municipal ou particular de taxa para expedio de diploma de curso, salvo quando se tratar de mandado de segurana cuja impetrao se volta contra ato de dirigente de universidade pblica federal ou de universidade particular, hiptese de competncia da Justia Federal. Nos casos que versem sobre questes privadas relacionadas ao contrato de prestao de servios firmado entre a instituio de ensino superior e o aluno (por exemplo, inadimplemento de mensalidade, cobrana de taxas, matrcula), desde que se trate de ao diversa do mandado de segurana, no h interesse da Unio em figurar no feito, afastando sua legitimidade e, consequentemente, a competncia da Justia Federal.

  • Precedente citado: CC 108.466-RS, DJe 1/3/2010. REsp 1.295.790-PE, Rel. Mauro Campbell Marques, julgado em 6/11/2012. Corte Especial: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. COMPETNCIA. ANTECIPAO DOS EFEITOS DA TUTELA. ATO PRATICADO PELA ADMINISTRAO JUDICIRIA COM BASE EM DECISO DO CJF. SERVIDORES PBLICOS FEDERAIS DO PODER JUDICIRIO. No usurpa a competncia do STJ a deciso de juiz de primeira instncia que, antecipando os efeitos de tutela jurisdicional requerida no bojo de ao ordinria, suspende ato praticado no pelo CJF, mas pela Administrao Judiciria com base em deciso do CJF e relacionado no a juzes federais, mas a servidores pblicos federais do Poder Judicirio. A Corte Especial, na Rcl 1.526-DF, DJ 7/3/2005, j decidiu que os atos praticados pelo Conselho da Justia Federal (CJF) no exerccio de sua competncia no podem ser suspensos por antecipao de tutela deferida em ao ordinria por juiz de primeiro grau, sob pena de subverso ao sistema de controle administrativo, que passaria a ser supervisionado pelos prprios destinatrios, malferindo a disciplina do art. 1, 1, da Lei n. 8.437/1992. A mesma restrio, contudo, no pode ser estendida hiptese em que o juzo de primeiro grau suspenda, em sede de antecipao dos efeitos da tutela, ato praticado no pelo CJF, mas pela Administrao Judiciria com base em deciso do CJF. A circunstncia de a matria em debate ter sido examinada e disciplinada, de alguma forma, pelo CJF no transforma, por si s, o STJ em nico rgo jurisdicional competente para a apreciao da causa a ser julgada exclusivamente em sede de mandado de segurana, sob pena de impedir que o jurisdicionado escolha meio processual que entenda mais adequado, de acordo com as matrias de fato e de direito deduzidas, em que haja, inclusive, se for o caso, fase probatria. Ademais, restringir a competncia apenas ao STJ resultaria em evidente cerceamento ao direito

  • constitucional de ao ante a dificuldade imposta para o seu exerccio, infringindo, em seu alcance, a garantia inscrita no art. 5, XXXV, da CF. Alm disso, a suspenso por juzo de primeira instncia em sede de antecipao dos efeitos da tutela de ato que beneficie a magistratura federal, como ocorreu no caso julgado na mencionada Rcl 1.526-DF, subverteria o sistema de controle administrativo, o que no acontece na hiptese em que o ato suspendido tenha como beneficirios no magistrados, mas servidores pblicos federais do Poder Judicirio. Precedentes citados: Rcl 1.526-DF, DJ 7/3/2005; Rcl 3.707-RO, DJe 1/2/2010, e Rcl 4.135-CE, DJe 2/12/2010. Rcl 4.209-PB, Rel. Min. Joo Otvio de Noronha, julgada em 7/11/2012. Turma recursal e competncia - 1

    Compete turma recursal o exame de mandado de segurana, quando utilizado como substitutivo recursal, contra ato de juiz federal dos juizados especiais federais. Essa a concluso do Plenrio ao desprover recurso extraordinrio em que pleiteado o estabelecimento da competncia de Tribunal Regional Federal para processar e

    julgar o writ, visto que a referida Corte entendera competir turma recursal apreciar os autos. Preliminarmente, conheceu-se do extraordinrio. Explicitou-se que o caso no se assemelharia ao tratado no RE 576847/BA (DJe de 7.8.2009), em que se deliberara pelo no-cabimento de mandado de segurana impetrado contra deciso interlocutria proferida em juizado especial. MANDADO DE SEGURANA. ATO DA CORTE ESPECIAL. A Corte Especial extinguiu, sem resoluo do mrito, mandado de segurana impetrado contra acrdo da prpria Corte Especial, por entender incabvel o manejo do writ nessa hiptese. A deciso fundamentou-se no fato de que, caso o mandamus fosse conhecido, haveria confuso entre autoridade coatora e rgo julgador e, por conseguinte, no haveria verticalidade entre as duas posies, o que necessrio para a apreciao do remdio constitucional. Isso o que decorre da

  • interpretao do art. 11, IV, do RISTJ, que prev a

    possibilidade de impetrao de mandado de segurana e habeas data contra ato de relator ou rgo fracionrio do Tribunal, que sero processados e julgados pela Corte Especial. Alm disso, foi reiterado o entendimento de que no cabe mandado de segurana contra ato judicial passvel de recurso ou correio (Sum. n. 267/STF), j que o acrdo proferido pela Corte Especial pode ser objeto de recurso extraordinrio. Por fim, ficou ressalvada a hiptese de impetrao contra ato judicial manifestamente ilegal ou teratolgico, o que no se configurou nos autos. Precedentes citados: AgRg no MS 11.558-ES, DJ 1/8/2006; RMS 30.328-PR, DJe 26/4/2010, e RMS 26.937-BA, DJe 23/10/2008. MS 16.042-DF, Rel. Min. Joo Otvio de Noronha, julgado em 15/2/2012. Informativo n 0451 Perodo: 11 a 15 de outubro de 2010. Segunda Seo CC. SMULA VINCULANTE. TRNSITO EM JULGADO. Cuida-se de ao de indenizao por danos materiais e morais ajuizada contra o empregador pela me de empregado falecido em acidente de trabalho. Quanto a essa mesma ao, o STJ, lastreado no entendimento jurisprudencial vigorante poca, resolveu anterior conflito, excluindo a competncia da Justia laboral, acrdo que transitou em julgado. Contudo, o STF, em aresto posterior ao julgamento do conflito e com a edio de sua Smula Vinculante n. 22, entendeu ser competente, em tais casos, a Justia do Trabalho, o que foi posteriormente acolhido por julgados deste Superior Tribunal. Da o novo conflito suscitado, agora

    para ver prevalecer a referida smula vinculante. Quanto a isso, certo que a Seo j decidiu ser possvel o reexame da questo de competncia diante de alterao do texto constitucional (em razo da EC n. 45/2004), todavia no se trata da hiptese, pois o que mudou foi a interpretao do tema. Dessarte, mesmo ao concluir que a Sm. Vinculante n. 22-STF abarcaria, em tese, a hiptese, nota-se que sua edio deu-se posteriormente ao julgamento do primevo conflito. Nesse mesmo contexto, julgado do STF entendeu

  • que a falta de aplicao desse enunciado no importaria desrespeito ao art. 103-A da CF/1988. Tem-se, ento, que h deciso j transitada em julgado deste Superior Tribunal acerca da competncia proferida antes da edio da referida smula vinculante, dentro do mesmo contexto constitucional em que suscitado o novo conflito, o que, em respeito coisa julgada e ao princpio da segurana jurdica, determina no ser possvel rever a competncia. Precedentes citados do STF: Rcl 10.119-SP, DJe 4/6/2010; do STJ: CC 101.977-SP, DJe 5/10/2009; CC 59.009-MG, DJ 26/6/2006; Rcl 2.923-SP, DJe 2/2/2009, e Rcl 1.859-MG, DJ 24/10/2005. CC 112.083-SC, Rel. Min. Raul Arajo Filho, julgado em 13/10/2010. Smula Vinculante 22 A Justia do Trabalho competente para processar e julgar as aes de indenizao por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda no possuam sentena de mrito em primeiro grau quando da promulgao da Emenda Constitucional no 45/04. Informativo n 0467 Perodo: 21 a 25 de maro de 2011. Segunda Seo COMPETNCIA. JUZOS FALIMENTAR E TRABALHISTA. EXECUO. A Seo reiterou que compete ao juzo no qual se processa a recuperao judicial julgar as causas que envolvam interesses e bens da empresa que teve deferido o processamento da sua recuperao judicial, inclusive para o prosseguimento dos atos de execuo que tenham origem em crditos trabalhistas. Uma vez realizada a praa no juzo laboral, a totalidade do preo deve ser transferida ao juzo falimentar. Assim, a Seo conheceu do conflito, declarando competente o juzo da recuperao para o qual dever ser remetida a importncia arrecadada com a alienao judicial do

  • imvel da massa falida na execuo trabalhista.

    Precedentes citados: CC 19.468-SP, DJ 7/6/1999; CC 90.160-RJ, DJe 5/6/2009; CC 90.504-SP, DJe 1/7/2008, e CC 86.065-MG, DJe 16/12/2010. CC 112.390-PA, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 23/3/2011. Informativo n 0466 Perodo: 7 a 18 de maro de 2011. Primeira Turma COMPETNCIA. ORGANISMO INTERNACIONAL. LITISCONSRCIO. cabvel a interposio de agravo de instrumento neste Superior Tribunal a fim de impugnar deciso interlocutria em causa na qual as partes so organismo internacional, na condio de litisconsorte passivo necessrio, e pessoa jurdica de direito privado domiciliada no pas (arts. 105, II, c, da CF, 539, II, b e pargrafo nico, do CPC e 36 e 37 da Lei n. 8.038/1990). Na espcie, o juzo federal excluiu do polo

    passivo o organismo internacional, declarando-se incompetente para processar e julgar a ao ordinria na qual a agravante (sociedade empresria recorrente) questiona o resultado de processo licitatrio promovido pelo estado membro que, para a execuo de programa de modernizao da gesto fiscal, firmou contrato de emprstimo com aquele organismo. Sabe-se que no o simples fato da participao de um ente estrangeiro que atrair a competncia cvel da Justia Federal (art. 109, II, da CF), porque tal competncia ratione personae (art. 109, I, da CF). Da, a questo saber se a presena do organismo internacional necessria no polo passivo da ao proposta pela sociedade empresria recorrente. In casu, no havendo exigncia legal, a determinao da presena dele na lide depender, essencialmente, da natureza jurdica entre autor e rus, que, na hiptese dos autos, diz respeito participao/desclassificao da licitante do certame. Ocorre que, nos termos da poltica para aquisio de bens e contratao de obras financiadas pelo citado organismo, ele revisa alguns procedimentos para assegurar-se de que o

  • processo licitatrio seja realizado em harmonia com eles, sendo essas as condies impostas a todos os eventuais contratantes, inclusive ao estado membro, para a lavratura do emprstimo, no havendo indcios de interferncia dele na deciso tcnica da comisso de licitao. Nesse contexto, a relao jurdica de direito material demandada em juzo que envolve a recorrente, o estado e o organismo no possui natureza incindvel a justificar a presena do ltimo no polo passivo da demanda como litisconsorte necessrio, pois so distintas as relaes da recorrente com o estado (processo licitatrio) e deste com o organismo (contrato de financiamento). De sorte que a competncia para processar e julgar a ao ordinria da Justia estadual. Com essas ponderaes, a Turma negou provimento ao agravo. Precedentes citados: Ag 1.003.394-CE, DJe 29/10/2008; Ag 627.913-DF, DJ 7/3/2005; AgRg no Ag 1.141.540-SP, DJe 11/9/2009, e AgRg no Ag 1.166.793-RS, DJe 25/9/2009. Ag 1.371.230-CE, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 15/3/2011. Informativo n 0464 Perodo: 21 a 25 de fevereiro de 2011. Segunda Seo COMPETNCIA. INDENIZAO. ABSTENO. USO. MARCA. Nos embargos de divergncia, discutiu-se qual seria a norma aplicvel para definir o foro competente para processar e julgar ao de indenizao cumulada com pedido de absteno da prtica de concorrncia desleal pelo uso ilcito de marca: se a regra de competncia prevista pelo art. 100, V, a, pargrafo nico, do CPC segundo a qual o autor pode eleger o foro do local do fato ou o de seu domiclio , ou o preceito geral que define a competncia nos termos do art. 94 do CPC de maneira a declarar a competncia do foro do domiclio do ru. Anotou a Min. Relatora que a

    questo j foi objeto de diversas manifestaes na Terceira e na Quarta Turma deste Superior Tribunal, sem que houvesse a consolidao de um entendimento em qualquer dos dois sentidos. Ressaltou que, enquanto a Terceira Turma atribuia ao autor a prerrogativa de eleger entre o foro

  • de seu domiclio ou o do local em que ocorreu o fato ilcito para a propositura da referida ao, a Quarta Turma sempre entendeu ser aplicvel espcie a regra de competncia do art. 94 do CPC ao se pretender perdas e danos, a competncia do foro do ru ; assim, no caso, o pleito no poderia deslocar a competncia para o domiclio da autora; pois, como se trata de um pedido cumulado (hiptese em que pleiteada a condenao ao pagamento de indenizao pela suposta utilizao indevida da marca), no se poderia determinar a indenizao, que consequncia, sem dizer se houve o uso ilcito da marca. Nessa circunstncia, em que a disputa seria pelo uso da marca, entendem que sempre o foro competente o do domiclio do ru. Entretanto, para a Min. Relatora, condutora da tese vencedora, a norma do art. 100, pargrafo nico, do CPC representa o instituto do forum commissi delicti e refere-se aos delitos de modo geral. Explicou que a expresso delito nela contida abrangente, aludindo tanto ao ilcito civil quanto ao penal. Se for constatada a contrafao ou a concorrncia desleal, no h como negar a ilicitude da conduta da embargada nos termos dos arts. 129 e 189 da Lei n. 9.279/1996. Por essa razo, deve ser aplicado espcie o entendimento jurisprudencial de que a ao de reparao de dano tem por foro o lugar onde ocorreu o ato ou fato, ainda que a demandada seja pessoa jurdica com sede em outro lugar, prevalecendo a regra do art. 100, V, a, do CPC sobre a dos arts. 94 e 100, IV, a, do mesmo diploma. Ressaltou, ainda, que a inteno do art. 100, pargrafo nico, do CPC facilitar o acesso da vtima de ato ilcito Justia, de modo que o prejudicado pela prtica de um ato ilcito civil ou penal possa acionar o criminoso no foro do local do fato, de seu domiclio ou mesmo no foro do domiclio do ru, a seu exclusivo critrio. Por fim, destacou que a cumulao das

    pretenses cominatria e indenizatria no impede a aplicao da citada norma. Diante disso, a Seo, aps o voto de desempate do Min. Presidente Massami Uyeda, uniformizou o entendimento divergente entre a Terceira e a Quarta Turma para que prevalea a orientao de declarar a competncia do foro do domiclio do autor ou do foro no qual ocorreu o fato para o julgamento de ao de absteno

  • de uso de marca cumulada com pedido de indenizao. Precedente citado: REsp 681.007-DF, DJ 22/5/2006. EAg 783.280-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgados em 23/2/2011.