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Thiago de Moura Lima Oliveira

DEVANEIOS

DE UM

POETA

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© Copyright 2015, Thiago de Moura Lima Oliveira.

1ª edição

1ª impressão

Todos os direitos reservados, protegidos pela Lei 9.610/98. Nenhuma

parte desta edição pode ser utilizada ou reproduzida, em qualquer meio

ou forma, nem apropriada e estocada sem a expressa autorização do

autor.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

OLIVEIRA, Thiago de Moura Lima

DEVANEIOS DE UM POETA. Thiago de Moura Lima Oliveira. São

Paulo, SP: Editora Fundação Perseu Abramo. Publicação 2015.14x21

cm. 64p.

ISBN xxxx

1.Poesia brasileira. Brasil. Título.

CDD- B869.1

_______________

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por tudo que Ele é para mim, pois é

através de sua benção que este sonho se torna realidade, e

também por acreditar em mim como intermediário para que seus

propósitos se realizem nessa geração.

Agradeço a minha amada noiva e futura esposa Marcia

Dias que me inspira sempre a escrever novos poemas, minha

amiga e companheira de todos os momentos e para todas as

horas.

Agradeço aos meus pais Alcemir e Maria, meu irmão

Rafael, e demais familiares, pessoas queridas que me ensinaram

o significado de buscar a realização de nossos sonhos e também

por acreditarem em mim como o poeta da família.

Agradeço aos inúmeros amigos (em especial o poeta e

grande amigo Igor José L. dos Santos) que em momentos

únicos e diferentes, com diversas maneiras peculiares, me

ajudaram a perceber os detalhes e as minúcias da vida, e assim

amadurecer como poeta.

Agradeço as mestras Lenise Dutra, Ana Paula Dias

Zanelli e Ábia Dias que leram de antemão os poemas deste livro

e muito me incentivaram a desbravar as veredas da literatura.

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DEDICATÓRIA

Aos mestres do passado e do presente que contribuíram

para o meu aprendizado constante e despertar lírico, quando

através da leitura de suas obras deixaram (e deixam) suas marcas

para sempre em mim.

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PREFÁCIO

Escrever poemas constitui, sobremaneira, um ato de

coragem. Transpor para o papel em branco a palavra

contemplada pelo lirismo sem medidas, que compõe o

deslumbramento linguístico da poesia, confirma este ato de

coragem. A ideia de que o fazer poético também é fruto da

inspiração do escritor, o que dá à poesia um caráter

extremamente subjetivo, confirma-se no entendimento de Inês

Pedrosa, em Poemas de Amor: “Toda a gente sabe que um

poema é um composto de relâmpagos de linguagem que nos

permite quebrar o vidro fosco do tempo e descrever as cores e a

vibração das almas” e que “há quem prefira definir o poeta como

aquele que condensa num mínimo de palavras a corrente

contínua da experiência, a indefinição da personalidade humana

e o choque frontal entre as circunstâncias externas e a

temperatura íntima.” Fazer poemas é lidar com o inexplicável, o

inefável, o incansável, o inexorável. É escrever porque se sente e

se isto define a arte de poetar, que seja permitido. Tudo isto se

encontra em DEVANEIOS DE UM POETA.

Os poemas de Thiago de Moura estão abertos ao leitor

sensível. O primeiro significado que se pode extrair deles diz

respeito à verdade que se constitui entre o poeta e o ato de

"poetar". Thiago exercita com sensibilidade a lida com as

palavras... Sonha, fala do amor, da saudade, das lembranças, do

tempo, da natureza, com um olhar que determina sua exatidão

das coisas e das emoções. Pura emoção! Para ele, a definição de

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poema contempla a pureza, a vida, a ilusão - é a poesia do poeta

que vive o encanto da magia poética, seu sublime acalanto.

Thiago de Moura foi tocado pelo incomensurável. Homem

das ciências, seu campo de linguagem poderia ser apenas aquele

em que a palavra lógica e isenta resume-se à técnica científica.

No entanto, a maneira com que realiza seus poemas escapa à

lógica que habita a ciência. Moura foi tocado por um deus

libertador; mergulhou em seu próprio íntimo como aquele que

escreve para compreender-se, revelar-se, mostrar-se, traduzir-se,

louvar, inventar, reinventar e desinventar seus mitos, libertar-se

de si mesmo, por não caber em si, para não “morrer”, na busca

de uma síntese do seu eu.

Em seus poemas habita, sobremaneira, o amor – pela vida,

por sua musa, aquela que lhe dá alento para escrever...

Isto, com certeza, não é tudo o que é possível extrair dos

textos de Thiago. É apenas o que se pode ler com os olhos da

alma e do coração. A poesia parece ter invadido, sem perdão, sua

vida...

ProfªMs. Lenise Ribeiro Dutra de Campos

Mestra em Literatura Brasileira

Especialista em Língua Portuguesa

Graduada em Letras

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Pensamentos aleatórios...

Trazem em gotas toda inspiração.

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ÍNDICE

Sensibilidade / 13

Esperando... / 14

Coração de herói / 15

A árvore da saudade / 16

Aprendendo com folhas secas / 17

Amor: puro e simples / 18

Doce pólen / 19

Volátil / 20

Café com Poesia / 21

Olhos verdes esmeralda / 22

Estrela cadente / 23

Menina mulher / 24

A rotina de um desejo / 25

A matemática do amor / 26

Soma dos fatores / 28

Branca como a lua / 29

Magnetismo / 30

Imunidade baixa / 31

Queria não te querer tanto / 32

Ardente obsessão / 33

Desatino / 34

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Apenas um mau dia / 35

Caneta torta / 36

Batalha dos naipes / 37

Os heróis das letras / 38

A paixão de um poeta... / 39

Superlua / 41

O dia acabou e eu não escrevi / 42

Devaneios de um poeta / 43

Seresteiro apaixonado / 44

Jardim da vida / 45

No meu lugar / 46

Miragens tolas / 47

Nostalgia / 49

Rebeldia / 50

Atemporal / 51

Tudo acaba essa noite / 52

Soluço desgraçado! / 53

Mera inspiração / 54

Sob a chuva... / 56

Saudade presa na garrafa / 57

Hoje eu só quero agradecer / 58

Soneto da Paz / 59

Caçador de poesias / 60

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SENSIBILIDADE

Eis que surge, toda suave para ele,

Em uma espontânea e bela inspiração,

Diante de uma desmedida emoção.

Chegou assim, fluindo com mansidão.

Como o singelo nascer de um broto,

Cuidado e protegido com todo zelo,

Nobre e belo, num súbito relampejo,

Nasce agora no coração esse desejo.

Rimas nascem livres e aos montes,

Num terreno que até então era seco,

E agora é só beldade com muito apreço,

Nesse simples e agora verde endereço.

Ao acordar essa sensação poética,

Há muito, semeada e não vingada,

O autor assume então, a empreitada

De escrever sobre uma vida obstinada.

Na ponta dos dedos jaz firme uma caneta,

Que aguarda somente um papel fecundo,

Com o intolerante entusiasmo profundo,

Ansioso pra revelar seus versos ao mundo.

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ESPERANDO...

Aguardo hoje ansioso a sua chegada.

Espero aqui, pensando em como será,

Quando puder olhar dentro de você.

Encontrarei as respostas que procuro?

Tudo me indica que ao chegar,

Grandes segredos serão revelados,

E ainda, outras maneiras de pensar,

Serão sugeridas com uma nova visão.

Não demore, pois, te espero aqui!

Precisamos unir-nos, para satisfazer

Uma vontade plural e recíproca a fim

De perceber que Tudo é Óbvio.

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CORAÇÃO DE HERÓI

Estou tão alto

Que posso até ouvir os céus,

Mas eles não podem me ouvir

Ou sequer entender.

Procuro uma maneira

De ser compreendido

Nesse mundo incompreendido.

Vou agarrar-me nas asas

De uma águia fugaz qualquer

E me deixar ser levado pelo vento.

Lá embaixo vejo pessoas,

Todas com um propósito.

Cada uma segue uma direção,

Cada ser em si com seu coração.

Coloco-me agora à disposição

De todas aquelas pessoas,

Que estiverem em perigo.

Cada alma que merece ser salva

Carrega um lado nobre no peito,

Que espera ansioso um despertar.

No meu sangue, corre o bem,

Nas minhas veias, a esperança,

E no meu coração de herói,

Pulsa forte a perseverança.

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A ÁRVORE DA SAUDADE

Em um aclive não muito extenso, ela tinha sua morada.

Longe de toda aquela selva de pedras da cidade,

Tinha toda sua exuberância pelas estações transformada.

Um dom encantador que não precisava de liberdade.

Meninos e meninas adoravam dependurar-se nela,

As brincadeiras eram mais divertidas lá em cima.

Seus fartos galhos que seguiam eram como uma viela.

Cada vez mais estreitos até atingir aquela forma fina.

Nas tardes quentes de verão ela provia uma bela sombra,

Enorme e tão convidativa, que até idosos se aproveitavam.

No inverno, era refúgio de muitos errantes na penumbra.

Um abrigo que assolava os que invadiam e a tomavam.

Enquanto os apaixonados nela marcavam todo seu amor,

Os rivais a usavam para delimitar um perímetro árduo.

Muitos amores ali começaram e vingaram com ardor,

Muitas tristezas também passaram com um ar assíduo.

O tempo passou e ela sobreviveu a violentas tempestades.

Um forte carvalho que não se deixava abater facilmente.

Hoje ainda predomina naquele chão com toda beldade,

Onde muitos ainda vão relembrar de um passado vivente.

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APRENDENDO COM FOLHAS SECAS

Bem cedo quando acordei, fui logo pra janela.

Primeira ação do dia foi saudar os raios de sol.

Se hoje eles apareceram, o dia então promete.

Mesmo em uma manhã de outono, senti calor.

Ao olhar, percebi algo naquela árvore do quintal.

Falta hoje mais um pouco de seu belo glamour.

Mais folhas secas a abandonaram desde ontem.

Estão ali, todas no chão, ao redor de suas raízes.

Divagando em meus pensamentos, desço até lá.

Fico ali, ao seu entorno, tentando observar.

Seria isso alguma crueldade com a árvore?

Acho agora que ela está sofrendo em silêncio.

Triste então é o seu semblante nesta estação.

Algo parece lhe atormentar nesta etapa do ano.

Parte de sua beleza se esvai para um dia voltar.

Mesmo assim, melancólica, aceita essa sua sina.

Na verdade, ela reconhece ali todas as suas folhas.

E por dentro, jamais estaria se doendo por isso.

Está no interior de sua natureza essa jornada.

Um breve período de entrega para se renovar.

Aprendendo sobre o tempo com as folhas secas,

Descubro que temos também esses momentos.

Precisamos mesmo estar sempre em renovação.

Talvez, até mais vezes do que uma mera árvore.

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AMOR: PURO E SIMPLES

Eis a dúvida cruel,

Sobre o amor, um amor.

O que realmente é o amor?

Um sentimento nobre e belo...

Ou ainda, cuidado com esmero?

Folheando algumas páginas

Descubro alguns significados...

Afeto e carinho,

Ternura e dedicação.

Aventura amorosa, caso,

Namoro, demonstração de zelo.

Ato sexual, paixão e fascínio.

Penso ainda sobre o amor,

Que deve ser algo maior em si...

Um bem que nos foi dado,

Há muito tempo santificado.

Uma constância de tudo o que

Temos em nosso interior de bom,

E que podemos compartilhá-lo.

Sobre o amor: puro e simples,

Deixo meu coração entender...

Que em cada alma,

Existe um pedaço de amor,

Algumas o exalam, outras, o exilam...

Porém, cabe a cada uma cultivá-lo.

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DOCE PÓLEN

Hoje vim aqui somente para te buscar,

Pegar o gosto bom que tens em teu âmago.

Quero inebriar-me com teu amável sabor,

Levar-te daqui para um mundo novo.

És maravilhosa demais para ficar somente aqui,

Quando tens o poder de ganhar os campos e dar muito

Mais brilho e vida às mais belas flores de outros lugares,

Apenas por tua bela função na natureza.

Teu agradável e suave cheiro atrai-me e me seduz

A um convite para voar contigo, só contigo.

Poder conquistar o mundo ao teu lado

É uma honra que gostaria sempre de ter comigo.

Privilégio é quando posso espalhar um pouco de ti

Por todos os lugares e te ver florescer da mais

Linda maneira um jardim com infinitas fragrâncias

Que procederam apenas de um doce pólen.

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VOLÁTIL

Um coração leve é o meu agora,

Tudo que era pesado se foi,

Levando junto toda aquela

Velha sensação de amargura.

Já nem faço conta do que era ruim,

Afinal, não preciso mais daquilo.

Sobre o que passou e o que ficou,

Aquela inquietude que me abominava,

Somente as boas lembranças

Insisto ainda em guardar.

Revolta-me apenas saber que

Um dia gastei tempo querendo e

Investindo num beco sem saída.

Hoje a pureza prevalece no meu lugar.

Aquele sonho se realizou,

Pois agora quero uma paz.

Aquela que tanto me esforcei para atingir,

Aquela que jazia sem corpo sólido, apenas fluía.

Para poder conquistá-la, tive de perdê-la.

Agora sinto como se voasse

Ao encontro dela, pra junto

De uma leveza cada vez mais sutil.

Talvez seja mesmo um tempo de mudanças.

Flutuo pelo presente para chegar até lá.

No fim, acabo percebendo que

O passado não mais me pertence.

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CAFÉ COM POESIA

Criados em ambientes atormentados,

Tomaram rumos paralelos pela vida.

Em um belo dia de sol foram semeados,

Ele no chão, e ela, na ideia comedida.

Ele adorava o seu poder de esquentar,

Sempre fazer aquecer tudo e inspirar.

Ela, o mistério das palavras em rimar,

Compondo as frases, fazendo-as dançar.

Ele apenas ria, por vê-la presa numa borda,

Sempre zombando da caricatura da alma.

Ela o ignorava, por achar ele uma droga.

Sempre deixando pairar em si, sua calma.

Quando chovia, tinha sempre uma discussão,

Para ele, um motivo óbvio de muitas alegrias.

Já pra ela, apenas as tristezas no coração.

Nem sempre se acertavam durante os dias.

De tanto se estranharem, nasceu a ligação,

Tão sólida feita chumbo em uma armadura.

Foi quando deixaram de lado toda confusão,

Decidiram assim resolver essa amargura.

Hoje o casamento entre eles é perfeito,

Uma majestosa união de bela harmonia.

Somente para os que conhecem seu jeito,

Sabem como é gostoso o Café com Poesia.

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OLHOS VERDES ESMERALDA

Sempre acontece isso comigo

Quando olho em teus olhos.

Perco-me no reflexo brilhante

De teu olhar penetrante.

Um olhar simples e

Ao mesmo tempo convidativo.

Um olhar discreto, que

Me leva para uma perfeita viagem.

Penso no dia em que te vi

De uma maneira diferente.

No mesmo dia em que descobri

Que seria minha para sempre.

Voltando pra realidade,

Percebo mais uma vez

A beleza do seu olhar.

Beleza que me prende.

Quero ir cada vez mais fundo nisso.

Poder explorar o infinito

Desses magníficos

Olhos verdes Esmeralda.

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ESTRELA CADENTE

Estrela cadente do meu céu,

Corpo celeste com vida própria.

Que veio realizar meu desejo,

Fazer feliz mais uma história.

Quando pude vê-la passando,

Deixando na noite seu rastro,

Meu coração foi logo flertando,

Abrindo para ela um espaço.

Convidei-a para morar aqui,

Viver suas aventuras comigo.

Para juntos num dia subir,

Fugir voando para um abrigo.

Minha vontade foi atendida,

Hoje o destino é quem controla.

Toda a órbita da minha vida,

Por conta da estrela se renova.

Nosso amor agora está quente,

Como sua cauda quando desceu.

Com aquele brilho reluzente,

De uma super nova ele nasceu.

Contigo pra sempre vou voar,

Por entre todas aquelas estrelas.

No universo nossa marca deixar,

E fazendo isso à nossa maneira.

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MENINA MULHER

É toda feita de pura simplicidade,

Provida também de amor e carinho.

Aquela menina mulher da cidade,

Mudou para sempre meu caminho.

Um jeito suave de se apoderar

Das minhas manhas e desejos.

Ela veio apenas para me salvar,

Aproveitando assim um ensejo.

Resgatou-me de um mundo frio,

Levando calor até o meu interior.

Sempre mostrando o seu brio,

Mas também ambição com ardor.

Um toque sutil de beleza exterior,

Apenas para se fazer mais linda.

Uma arte modelada pelo criador,

Uma maravilha nessa vida infinda.

Menina de uma inocência límpida,

Coração bondoso como de criança.

Mulher de uma pele morena nativa,

Beleza desmedida e também mansa.

Para sempre a musa de uma fantasia,

Ela hoje se prende em belos versos.

Somente para revivê-los em poesia,

Escrevo-a, em sentimentos diversos.

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A ROTINA DE UM DESEJO

Mal acordei e você já chegou!

Sendo trazida pelos meus sonhos,

Um amor maior que me despertou,

Revivendo as minhas vontades.

Flor que alegra todo meu dia,

Seu doce aroma me levanta.

Musa dessa minha fantasia,

Plenitude que me encanta.

Todo dia, isso eu almejo,

Todo dia, eu quero ainda mais.

É a rotina de um desejo.

Desejo esse de poder amar,

Desde a manhã até a noite,

Todos os dias me apaixonar.

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A MATEMÁTICA DO AMOR

Muitas pesquisas deslumbrantes

Transtornam-me o pensamento.

Minha mente já nem sabe mais

Como fazer pra calcular todas essas

Probabilidades que hoje existem.

Se uma forma real fosse só apenas

Você + eu = nós... Simples assim,

Tudo junto e sem subtrair esperanças,

Poderíamos dedicar mais tempo,

E quem sabe multiplicar ainda mais

Essa paixão dividida entre nós dois.

E também digo com 100% de certeza

Que se um dia o seu coração me deixar

Abandonado como um zero à esquerda,

O meu irá se sentir um elemento neutro.

Os números são como as estrelas,

E a união entre eles os determina.

Apesar de Serem infinitos,

Todos existem, sendo bem organizados.

Gostar de você é como tentar

Decorar uma tabuada de 7...

Faz-me pensar bastante no objetivo,

E será que um dia irei conseguir

Chegar ao fim dessa equação,

Com um resultado par e positivo?

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O que eu imagino e tento deduzir,

Pode até aparecer numa fórmula

De delta ou numa expressão numérica,

Em que os números se formam

De acordo com minhas contas

Associativas e comutativas, ou seja,

Procuro o fator produto

Dessa matemática do amor...

Se um dia encontrar, posso passá-lo

Com muita calma e reflexão,

Ou até encontrar as suas raízes cúbicas!

Mas no momento, só me interessam

Seus planos cartesianos,

Aqueles, de que me falou tanto.

Meus sentimentos agora estão

Numa progressão aritmética,

E eu não aguento mais

Resolver problemas sem você!

Sozinho, sou apenas ímpar...

Mas com seu carinho e dedicação,

Somados aos meus conjuntos

Naturais e reais,

Somos um verdadeiro teorema,

E quando estamos unidos...

Descobrimos todas as frações da vida.

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SOMA DOS FATORES

Fazer as contas assim é sempre tão legal,

Nem preciso utilizar de outras maneiras.

Penso logo de imediato num cálculo real,

Direto e bem objetivo, sem dar bobeiras.

Como nesse caso, o intuito não é a sobra,

Deixo claro aqui para que me entendam,

Que nem sempre é fácil poder ir embora.

Ou seja, não ocorre como eles imaginam.

O trabalho que se dá para unir corações

É o mesmo que se despende para somar.

Através de números, essas várias uniões

Ensinam-nos somente a querer acrescentar.

Tão certo quanto um mais um será dois,

É a jornada direta de um amor tão jovial.

Onde o hoje é desejo, e o resto só depois,

Imperam as decisões de somar até o final.

Para sempre unidos dentro dessa paixão,

O sentimento acrescentou a ela suas cores.

Carinho, zelo e cuidado na palma da mão,

É na verdade, toda essa soma dos fatores.

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31

BRANCA COMO A LUA

Estou aqui de novo, olhando para as estrelas,

Mais uma vez, perdido em minhas ideias.

Apenas um olhar vago e frustrado procurando por você,

Querendo te trazer para mais perto do meu coração.

Ao descobrir uma lua cheia na noite estrelada,

De imediato penso em você, lembro que está longe.

Mas sua beleza me encanta e fascina,

Plenitude de um amor que me ilumina,

Como se estivesse ao meu lado, me olhando.

Sempre acompanho todos os seus ciclos.

Vigiando assim suas mudanças de fase.

Aquelas em que você mesma se esforça e

Trabalha tanto, para ter que mantê-las.

Percebo quando está nova e triste,

Logo a vejo sorrindo e minguante,

Mas às vezes está crescente e apaixonada.

Sinto também quando está cheia de felicidade,

Radiante assim, branca como a lua.

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32

MAGNETISMO

Difícil explicar quando se sente logo no olhar,

Um impulso rápido e momentâneo no tempo.

Fixados, ficamos escutando o acaso nos falar,

Que existe uma atração inevitável aqui dentro.

Quando estou mais perto, eu te quero sempre.

E quando estamos longe, esse desejo aumenta.

O que nos leva a essa ligação incrível e latente,

É revelado nessa troca de sorrisos, bem lenta.

Profundo mistério é toda nossa conectividade.

Como aço e ferro, somos tão sólidos no amor.

Para sempre nesse ritmo, por toda eternidade,

Sinto estar preso a ti, com determinado vigor.

Nossos polos, de certo devem de ser opostos,

Porque esse inexplicável elo é sempre sentido.

Todo tempo quero você, já nem meço esforços.

Somente esse desejo me deixou tão precavido.

Todo esse encanto e fascínio são reais em mim.

Acho que também ocorrem dentro do seu íntimo.

Procuro deixar fluir esse forte ligamento assim,

Um eterno e desmedido, carregado magnetismo.

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33

IMUNIDADE BAIXA

Hoje me sinto tão fraco e impotente apenas

Por não poder nada fazer pra amparar você.

Gostaria de ajudar daquela forma que um

Simples carinho vai lhe fazer sentir-se bem.

É uma pena que esteja tão longe de mim.

Eu quero fazer de tudo para tirar você disso.

No entanto, não tenho forças para tal.

Penso estar também necessitado de auxílio.

Quero saber o motivo de estar nessa tristeza,

Talvez assim, eu consiga reunir minhas forças

Para recarregar as melhores energias e levá-las

Junto com um ramalhete de flores para lhe dar.

O vírus que te pegou também é a causa

De um transtorno em meu organismo, pois

Sinto que, quando você se encontra fraca,

Mais fraco ainda estou, por sofrer também.

O desânimo que nos domina é por conta

De todo clima pesado de tentarem nos destruir.

Esses tais antígenos insistentes entram

Sem pedir licença e se aproveitam de nossa baixa.

Acredito que o melhor remédio para isso

Seria nos fortalecer com a presença do amor.

Impedir a propagação dessa tristeza e fazer

Com que juntos sejamos sempre autoimunes.

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QUERIA NÃO TE QUERER TANTO

É sempre assim quando me perco pensando em você.

Uma palavra amiga ou até mesmo uma notícia boa.

Uma canção que começa suave e leva-me para longe.

O desejo de ter você já é maior que tudo nessa vida.

Um gesto de carinho que orquestro para te conquistar,

É sempre deixar nas palavras ou na espuma do tempo,

Por entre as linhas, meu dócil amor e sublime desejo,

Conduzindo-os até a profunda entrada do seu coração.

Corto ruas para chegar mais cedo só para te ver entrar,

Pela porta, com teu cabelo vermelho solto a me fascinar.

Com aquele olhar premeditado que também busca o meu,

E devolve dentro de si o mero reflexo de minha imagem.

Escravo do querer é como eu me encontro por hoje.

Somente minha dose diária de você é capaz de ajudar.

Já nem adianta mais tentar esconder tudo nos panos.

Deixo solta, pela superfície, toda essa paixão incontida.

Espero poder ser mais cauteloso ainda alguma hora.

Sinto que isso já me afeta a cabeça, pois, tudo tem você.

Ás vezes, até tento sair de mim e fugir para muito longe.

Mas não tem jeito, eu te quero sim, e é a todo instante.

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35

ARDENTE OBSESSÃO

O mundo vibra quando estamos juntos,

Sinto na pele o furor dessa intensidade.

O calor entre o contato de nossas peles,

Faz com que aumente a nossa realidade.

Um beijo descontrolado e apaixonado,

Demorado, degustado e bem apreciado.

Um carinho mais selvagem, remetido,

Assim, em suaves e gostosas mordidas.

Deslizando em suas curvas, prossigo,

Explorando o reluzente do seu corpo.

Tocando-a com sutileza e fascinação,

Reverto para mim toda nossa atenção.

Obrigo-lhe agora a se render sem pudor,

Hoje será toda minha essa sua liberdade.

Aceito o fardo de fantasiar nossa noite,

Fazendo-a suspirar, gemendo de prazer.

Nosso amor é o mais platônico possível,

O meu querer lhe possuir já é irreversível.

Só me resta deixar o desejo falar bem alto,

Por horas amar você entre quatro paredes.

Deixo pairar no ar uma leve interrogação,

Quero saber agora o que quer de mim,

Como faço para lhe agradar ainda mais?

Depois de uma ardente obsessão assim.

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36

DESATINO

Esses pensamentos que me abandonam hoje,

Ontem eram o real motivo de minha lucidez.

Totalmente sem juízo, sigo agora pela estrada.

Nem sei aonde vai, só quero apenas acelerar.

O ronco do motor possante pedindo por mais,

E eu obedecendo sem pestanejar esse desejo.

No rádio, aquela música de rock a me elevar,

Deixando, pelo ar, toda a sobriedade para trás.

Na boca, um gole daquela cerveja bem gelada,

Só para tornar o longo passeio mais rebelde.

Sinto no sangue o efeito dessa adrenalina,

Aumentando e acometendo a minha cabeça.

Esqueço então, por um breve minuto, de tudo.

Aqueles problemas que carrego sempre aqui,

Nem os deixo subir à tona, prefiro que sumam.

Somente à minha frente é o caminho por hoje.

Loucura é ser certo nesse mundo moderno.

De onde venho e para onde vou é a questão.

Escutando o som da guitarra, e continuando,

Vou ponderando ali dentro com minha razão.

Depois de tantas loucuras, percebo o que faço.

Talvez eu esteja brincando mesmo com a sorte,

Em testar meus próprios limites nesse perigo.

Acho ainda que vai passar todo esse desatino.

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APENAS UM MAU DIA

Quando você caminha de manhã e percebe que as folhas

Estão caindo com aquele semblante triste de um outono,

Imagina logo que talvez o dia não seja o melhor de todos.

Mas ainda assim, decide continuar, por motivos óbvios.

Quando você percebe que a magia de um dia ensolarado,

Abateu-se por conta de uma camada extensa e densa de

Muitas nuvens, que passeavam pelo céu a espalhar pelo

Mais alto ar, todas aquelas imensas espumas cinzentas.

Quando você sente que é apenas mais um na multidão,

Deixa por um momento de acreditar nos seus sonhos.

Insiste em procurar outros refúgios e saídas para uma

Possível melhora momentânea sem calcular desgastes.

Quando você descobre que não existe jeito certo para

Fazer uma coisa errada e ainda tropeça em um meio fio,

É acertado com uma sublime perfeição por um pássaro

Que sabe-se lá o motivo o escolheu como alvo no dia.

E Quando você resolve chutar aquela latinha amassada,

Empurrá-la para mais perto de um futuro tão incerto,

Levando com ela toda sua tristeza e cretina frustração,

Acaba por perceber que, na verdade, é só um mau dia.

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38

CANETA TORTA

Na escrivaninha era descartada,

Apenas por ser uma feia caneta.

Na mesa, sempre uma rejeitada,

Por um motivo, era imperfeita.

Triste era sempre, já nem sorria,

Por querer e não poder,

Escrever histórias de fantasia,

Ou ainda, poesias de bem querer.

Julgada sempre pela aparência,

Procurava de tudo se esconder.

Entre as outras uma referência,

Suas cores nobres a se perder.

Cansada de nunca ser escolhida,

Um dia resolveu fazer diferente.

Cicatrizar com coragem a ferida,

E fazer palavras pra muita gente.

Balançou a lata até cair na mesa,

Tomando assim a mão do poeta.

Uma atenção agora já bem coesa.

O vínculo forte como o de profeta.

O escritor então resolveu ignorar,

O simples fato de torto ser o tubo.

De súbito, inspirou-se em anotar,

Os mais belos versos sobre tudo.

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39

BATALHA DOS NAIPES

Dormindo, todos estavam numa caixa,

Mas, despertados foram para a noite.

Prontos para batalhar em uma mesa,

Cada qual com suas armas e defesas.

Seus brasões estampados nas cartas,

Mostravam todas as peculiaridades.

Cada símbolo, uma história a contar,

Cada jogada, uma guerra entre todos.

Entre cores distintas foram divididos,

Entre alguns números foram alocados.

Nobres reis com seus guardas valetes,

Protegendo com heroísmo suas damas.

Espadas negras e afiadas prontas a uso.

Toda riqueza e força de rubros ouros.

Muito vigor no preto madeiro de paus,

E ainda, o vermelho sangue nas copas.

Todos conhecendo suas regras no jogo,

Procuram fugir da derrota pro opositor.

O lento e severo corte profundo dos ases,

Um ponto crucial e talvez o ápice da briga.

Durante o confronto, só um predomina,

Tem suas armas mais potencializadas.

Com uma espécie de trunfo e vantagem,

Seguem pela noite disputando a vitória.

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40

OS HEROIS DAS LETRAS

Salvar as estrofes de um perigo gráfico e

Ressaltar a maravilha que une as palavras.

Cuidar de um sentimento tão prudente

Soltando em palavras as sutilezas pelo mundo.

Versos e inversos sobre o coração e sentimentos,

A ternura de expressar em letras uma alma

Tocada pelo amor de tempos em tempos,

Residem hoje, talvez, no fundo de uma gaveta fechada.

Sobre uma terra de grandes palmeiras, onde cantavam

Os mais belos pássaros e que suas rimas triunfavam,

O gorjear dava-se em nobres tons para um nicho

De ouvidos atentos ao sabor doce das palavras.

Sobre uma vida que era a mais bela arte dos encontros,

Embora, houvesse ainda,desencontros por aí afora.

Sobre a pedra no meio do caminho, o mestre fez dela

Um ícone imortal em si, na passagem por aquele lugar.

Esse infinito legado nos foi deixado através das letras,

Para que passemos para as próximas gerações.

Na verdade, comportas foram abertas naqueles dias,

E jorraram numerosas porções de sementes que

Hoje ainda podem germinar em outros novos papéis.

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41

A PAIXÃO DE UM POETA...

Pode estar apenas no simples ato

De olhar pras estrelas à noite,

Também, no contagiante e sedutor

Brilho prateado de um luar.

Pode estar num humilde desabrochar

De uma rosa pela manhã,

Também na suave gota de orvalho,

Ao cair do primeiro raio de sol.

Pode estar em ficar estático

Olhando o quebrar de ondas no mar,

Também no fechar dos olhos

Ao sentir a brisa tocar-lhe o rosto.

Pode estar no admirar com êxtase

Um maravilhoso pôr do sol,

Também no poder afundar seus pés

Na mais densa areia da praia.

Pode estar no seguir longe

Uma trilha de minúsculas formigas,

Também no perder horas somente

Em ficar a observar pássaros.

Pode estar no sentir uma paixão

Desmedida por belas árvores,

Também no descobrir a vida

Num pequeno casulo de um inseto.

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42

Pode estar no apreciar a chuva

Cair suave com toda sua glória,

Também no frio que ela proporciona

Ao se manter pelos dias.

Pode estar no ambiente agradável

De uma lareira queimando,

Também na caneca de um

Bom e inspirador chocolate quente.

Pode estar no aconchego

Mais gostoso de um abraço apertado,

Também no beijo dado

Com todo aquele carinho apaixonado.

Pode estar nas lágrimas de felicidade

Ao rever a pessoa distante,

Também no conversar e debater

Sobre o tempo que foi passado.

Pode estar no buscar sempre

Algo para uma boa e nova leitura,

Também, no fascínio pelo trabalho

Diário que se faz com alegria.

Penso que ela se encontra

Definitivamente em papel e caneta,

Também, no poder expressar

A sua alma em poesias pela vida.

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43

SUPERLUA

Faz muito tempo que não a olhava assim desse modo,

Nem lembrava mais de todo seu esplendor prateado.

Hoje ela está maior que o habitual de sua natureza.

Hoje ela ultrapassa os próprios limites para brilhar.

Será que cresceu porque sabia que eu a desejava?

Acho que há muito ela suspeitava do meu amor.

Será que veio para mais próximo do meu mundo?

Tenho certeza de que ela sempre quis estar perto.

Agora é só admirar sua grandeza e deleitar-me

Em suas curvas tão supérfluas e inconstantes.

Hoje a escuridão de uma noite tornou-se dia.

Hoje eu observo daqui de longe esse fenômeno.

Será que em vinte e sete anos ela já esteve mais linda?

Acho que hoje ela se superou em forma e tamanho.

Será que mais alguém está em transe por sua beleza?

Tenho certeza de que não estou sozinho neste momento.

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44

O DIA ACABOU E EU NÃO ESCREVI

As horas já se passaram quase todas,

Encontro-me agora em poucos minutos

Desesperado e incontido dentro de mim,

Somente porque não parei para escrever.

Hoje o que eu chamo de minha rotina,

Acabou por me tapear e impedir-me de

Soltar meus versos em um papel.

Sinto como se faltasse uma parte minha.

Busco uma fissura neste resquício de dia,

Somente uns poucos minutos talvez.

Encontro-me então em um impasse,

Numa derradeira luta contra o relógio.

Como já disse um poeta certa vez sobre

O tempo, que ele não para nunca, apenas

Acredito que ele realmente estava certo.

Já posso sentir esse dia se despedindo.

Como o que me faltou foi apenas tempo,

Insisto em pensar e fantasiar o que hoje

Não pude escrever e guardo num canto

Da memória esses versos para outro dia.

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45

DEVANEIOS DE UM POETA

Sentado sozinho na beira de um rio,

Converso de novo comigo mesmo.

Muitos lapsos soltos nesse clima frio

Ajudam-me a olhar somente o esmo.

Ao meu redor, vejo só duas cores,

É apenas o que consigo distinguir.

Nem sinto mais o cheiro das flores,

Tento, mas é difícil para conseguir.

Busco entender então essa razão

Para explicar tudo que sei de mim.

Pergunto assim ao meu coração:

-Afinal, quando isso vai ter um fim?

- Quando me extrair do seu exílio!

Respondeu ele tocando-me forte.

Foi quando percebi no seu auxílio,

Que me levava pra longe da morte.

Uma pequenina e singela semente

Fora plantada agora em meu peito,

Trazendo de volta a alegria vivente,

Revivendo planos de um novo jeito.

Desperto agora nessa sensibilidade

Repleta de vários sonhos e fantasias.

Amarro no barbante minha verdade,

Agora transfigurada toda em poesias.

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46

SERESTEIRO APAIXONADO

Pelas noites ele passeava,

Sempre ao luar ressurgia.

Com sua viola nas mãos,

Vencendo aquela nostalgia.

Em seus suaves dedos,

A música é que dançava,

Pelas cordas do violão,

Os corações ele encantava.

No peito mais que amor,

A paixão de um poeta.

Na cabeça, um devaneio,

Uma alegria completa.

Um presente aos corações

É o que gostava de cantar.

Um belo amor sem razões,

Com versos soltos pelo ar.

Uma gíria de fantasias

Eram suas lindas canções.

Um doce mel em melodias,

Saudando por aí as paixões.

Seu caminho era o mundo,

Sua sina o embalar rumores.

Com o seu magnífico dom,

Temperava mais os amores.

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JARDIM DA VIDA

Entre as flores mais belas, a vida,

No coração de um jardineiro,

Um sentimento forte de amor,

Cuidado de um pai com os filhos.

Um carinho para todo sempre,

Paixão em regar sentimentos bons.

Fazer crescer em pétalas tudo,

Para, assim, modelar seu mundo.

Ao redor do jardim um perigo

Eminente, porém, controlado...

Ervas daninha queriam entrar.

Então, Ele aumentou o zelo,

Regou só sementes de bondade,

Para afugentar as maldades.

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NO MEU LUGAR

No meu lugar,

Existiam limites imutáveis,

Circunstâncias irreparáveis,

Condições irrefutáveis,

E, no mais, eu sabia disso.

Eu estava perdido

Em um silêncio constrangedor.

Procurando por você,

Ultrapassei barreiras,

Que não deveriam ser ultrapassadas.

No meu lugar,

Eu estava assustado,

Por tantos medos, cansado,

Sobretudo despreparado,

E no mais, eu sabia disso.

Eu estava perdido

Em sonhos com sua face.

No peito, a sua falta,

No meu interior, sem a calma,

Ah sim! Como estava perdido.

No meu lugar,

Aguardei tudo sozinho,

Por tempos sem um carinho,

Sentindo o mundo me consumindo

Até o momento de sua volta.

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MIRAGENS TOLAS

Amores simples e indiretos

São apenas os que posso ver hoje.

Nem os pássaros voando

Entrelaçam-se mais,

Na dança mista de sedução e conquista,

Para conseguir o consenso um do outro.

O mundo mudou...

E o amor está esfriando cada vez mais nele.

É uma pena perceber que

Você já não é a mesma que conheci.

Ainda procuro pelo motivo

Que explique bem o ressentimento.

Tudo se tornou obsoleto em

Alguns poucos tempos passados.

E o que fiz foi apenas sentar...

E olhar ao meu redor, entorpecido.

Na parede do deserto do meu coração,

Eu desenhei miragens tolas,

Para lembrar de que um dia,

Tudo estava no lugar determinado.

E que hoje, são obras mortas

De um mero artista inconformado,

Triste por ver que o amor

Não é mais a prioridade da maioria.

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50

De vez em quando eu ainda

Penso em bater à sua porta.

Aquela do seu coração,

Que me jurou estar selada e congelada.

Mas nem tudo está perdido...

Mesmo que hoje eu me sinta só.

Acredito numa virada de mesa,

Aposto todas as fichas no amor.

Quando lembro os momentos

Que tivemos em nosso começo,

Suspeito que é apenas uma

Fase ruim essa que passo agora.

Afinal, por mais que o mundo

Mude e resfrie, e que você não

Encontre mais meu coração,

Eu o colocarei de volta no jogo,

Para recuperar essa Paixão.

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NOSTALGIA

Eu nem sempre sei de onde vem

Essa tristeza que chega de repente,

Às vezes me consome e me

Tira do ambiente de bem estar.

Eu ás vezes sei por que ela vem,

Mas, ainda assim, evito encontrá-la.

Esquivo-me de sua investida,

Pois não quero enfrentá-la.

Não hoje e nem agora ela triunfará,

Mas confesso que por hora,

Um leve sismo se contrai em mim.

O suficiente para eu saber que

Ainda sou forte para revidar.

Assim eu faço quando sei que ela vem.

Preparo-me para sua chegada.

No entanto, ela percebe meu escudo.

E até ousa desperdiçar suas armas.

O tempo passa e ela acaba por se esvair.

Talvez ela retorne amanhã, e se bem a conheço,

Ela vai usar outro truque para tentar me invadir.

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REBELDIA

Novamente coloco o meu preto.

Mas, não por estar de algum luto,

Somente para mostrar o gosto,

Provar que hoje vou arrebentar!

Preso ainda dentro do quarto,

Aumento todo volume do rádio.

Planejo como quero fugir de casa,

Talvez até saltando essa janela,

Uma queda e tanto poderá ser,

São apenas três lances de escada.

Já nem ligo mais para o perigo,

Quero liberar toda essa revolta.

Dentro de mim, uma fúria presa,

Algo há muito tempo incontido.

Um grito de socorro para todos!

Talvez assim, eu seja escutado.

Sair com a galera vai ser ótimo,

Poder curtir bem a noite toda.

Minha mãe nem vai suspeitar,

Porque “dormindo” vou estar.

Dúvidas surgem logo de imediato,

Nunca fui uma pessoa louca assim,

Será mesmo que isso é uma fase?

Essa tal da rebeldia na juventude.

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ATEMPORAL

Hoje ela é apenas poesia presa nas palavras,

Mas ontem foi um alguém que muito amou.

Ainda vive atada dentre os versos e rimas,

Que nem o tempo ou a dor sequer superou.

Somente importa a imortalidade de um lirismo,

Fixada na alma do autor dessa simples obra.

Prevalece toda a simpatia com aquele modismo,

Que um dia espalhou o amor por aí afora.

Passado, presente e futuro resumem-se no agora,

O ontem se tornou hoje para depois ser de novo.

A cada releitura ela se reabastece e se revigora,

Por todo sempre ela será eternamente algo novo.

Em uma página ficou gravada e ali foi morar,

Quis um lugar para dizer que era somente seu.

Aquele coração que já não bate mais em um peito,

Aqui está para sempre, cravado em um apogeu.

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54

TUDO ACABA ESSA NOITE

Eu já cansei de tentar explicar isso para mim mesmo.

Chega de tentar insistir por esse caminho sem volta.

Estranhos invadem e tomam o lugar que me caberia.

Decidi que a saída é voar para o mais longe de você.

Minha maior falta foi acreditar que um dia seria seu.

Já percebo dentro de mim tudo se contorcendo para

O que imagino ser uma convulsão repleta de revolta.

Mas faço também sua vontade, tudo acaba essa noite.

As horas me dizem que o tempo está jogando comigo.

Eu sinto algo diferente em mim agora e isso vai passar.

Meu maior desejo por hora é compreender o motivo,

O porquê de ter que me distanciar assim de sua rotina.

Um dia quem sabe entenderei o que me levou a fugir,

E talvez, olhe para trás com um semblante até alegre.

No entanto, já tomei minha decisão e não me importo,

Toda escuridão irá ruir, porque tudo acaba essa noite.

Na solidão do meu exílio, somente uma caneta existe.

É aquela com que escreverei na última folha o meu adeus.

Minhas coisas já retirei todas e deixei o espaço vazio.

No bilhete, a frase dizendo que tudo acaba essa noite.

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55

SOLUÇO DESGRAÇADO!

Hoje realmente se superou.

Chegou de surpresa e entrou

Sem pedir permissão,

Em meus pulmões se alojou.

Mal consigo respirar agora,

Estou tentando me concentrar,

Será que vou conseguir?

Preciso voltar a trabalhar.

Tantos eu já tive e pude vencer,

Mas este já me deixou muito irado.

Um impulso involuntário que

Concluí ser um soluço desgraçado.

Como uma gota insistente,

Ele tende a sempre continuar,

Passeando em minha garganta

Atrapalhando-me a respirar.

Tomar um copo d’água então irei,

Na esperança de que ele acabará.

Mas de repente, um susto eu tomei!

Então logo cessou, veio mesmo a calhar!

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MERA INSPIRAÇÃO

Pensamentos aleatórios

Impregnam-me a mente a tal ponto,

De ter que escrever rascunhos

Para sempre em alguns papéis.

A arte está aflorada

Agora em meu corpo,

Precisando sair de sua prisão

Em algum canto longínquo

Dentro deste meu ser.

Venho analisando

Tudo que se passa

Ao meu redor ultimamente.

Descobrindo em cada sopro de vida

Deste meu mundo, a poesia.

A essência de tais palavras

Só existe porque o amor subsiste.

Tudo fica mais positivo

Com uma leve pitada

De bondade no ar.

Ela está em tudo o que eu vejo,

Ouço, toco ou ainda, até provo.

Doravante eu decidi deixar

Ela se manifestar de forma branda.

Talvez, breve e momentânea.

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Quero aproveitar esse longo período

Em que estamos conexos,

E fazer com que, sempre mais,

Eu desfrute tanto dessa simbiose.

A ligação com essa arte é um talento

Á ser lapidado dia após dia.

O autor está para a obra,

Assim como a obra está para o autor.

Uma fome insaciável de estar

Sempre querendo fazer algo novo,

Sempre redescobrindo o dom

Para as palavras que são escritas.

Hoje disputo comigo mesmo

Para tentar não escrever pelo dia.

Desafio-me então,

A não pegar em uma caneta

Junto ao bloco de papel.

Logo me descuido,

E já me encontro

Respirando-a de novo.

É inevitável, pois

As peculiaridades do cotidiano

Trazem em gotas toda inspiração.

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SOB A CHUVA...

Chove chuva, sempre mais um pouco.

Chove hoje, vai chover amanhã.

Chuva constante num tempo louco,

Chovendo assim, leve feito lã.

Chove chuva, pro meu rosto molhar.

Chove hoje da forma mais linda.

Chuva doce para me acalmar.

Chovendo suave e límpida.

Chuva mansa feita um sereno,

Chuva fina caindo à tarde.

Chovendo em mim, pura beldade.

Chuva forte pra lavar a alma,

Chuva grossa de muita bondade,

Chovendo em mim, felicidade.

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SAUDADE PRESA NA GARRAFA

Sentia tanto a falta de sua presença

Que já nem conseguia mais dormir.

Era quando percebia que estava longe

Que aumentava o aperto no meu peito.

Foi então, quando bateu na janela,

Aquele sentimento, ali, pairando pelo ar,

Insistindo para entrar e ficar por aqui.

Abri minhas janelas para recebê-la.

Foi quando ela entrou e ficou ali,

Espreitando-me, pronta a intervir.

Até decidir mesmo que iria ignorá-la,

Suspeitei que talvez fosse banal.

Acreditei que você ainda viria buscá-la,

Coloquei-a, então, numa garrafa de vidro.

As horas correram soltas, e ninguém veio,

Fiz o que pude para não sofrer de novo,

E acabei lembrando-me daquela garrafa.

Notando-a presa bem ali, num canto,

Percebi que ela ainda me observava.

Notei que agora sussurrava para mim.

No entanto, ela acabou me servindo por hora.

Parei de resistir e tomei-a em suaves goles.

E foi um ótimo refúgio para a minha mente,

Durante a longa noite que ainda perdurava.

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HOJE EU SÓ QUERO AGRADECER

Obrigado por me acordar de manhã,

E também por me permitir respirar.

Obrigado por me fazer abrir os olhos,

E também por permitir o meu ouvir.

Obrigado por me auxiliar no dia a dia,

Também por me conceder essa saúde.

Obrigado por me fazer refletir a vida,

Também por permitir meu trabalho.

Obrigado por poder sentir os cheiros,

Também por simplesmente degustar.

Obrigado pela capacidade de pensar,

Também pela de amar o meu próximo.

Obrigado pela família linda que tenho,

Também pelos bons amigos presentes.

Obrigado pela oportunidade de rezar,

Também pelos amigos que já se foram.

Obrigado pelos anjos me protegendo,

Também pelas suas mãos me guiando.

Obrigado pelo seu perdão meu Senhor,

Também pelo seu amor incondicional.

Obrigado por me permitir o escrever,

Também por me trazer a sensibilidade.

Hoje eu só quero mesmo é agradecer,

Mas, sobretudo, te louvar em verdade.

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SONETO DA PAZ

O mundo sofre e chora hoje,

Por carecer de paz nos corações.

Tristezas no âmago do homem,

Buscam a reflexão de sua alma.

Procuro então encontrar a paz,

Olhando no próximo seu amor.

Seja de bom grado essa luta,

Para sempre contra toda guerra.

Mas clamamos por todas as glórias.

No peito um carinho constante,

Na esperança de tudo mudar.

Escrevo nessas linhas, pela paz.

Que pelo mundo girem, sem parar.

Para somente no amor, vingar.

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CAÇADOR DE POESIAS

Lá vai ele, pela madrugada,

Procurando entre as ideias.

Agindo direto nos corações,

Soprando neles inspirações.

Sedento por folhas em branco

Para suas palavras escrever,

Deixa livre nas mentes a vida,

Para fazer reviver as fantasias.

Faminto por belos versos,

Ele se mostra entusiasmado.

Buscando ouvir os poetas,

Com seu lado sensibilizado.

Com rimas ou sem rimas,

Sonetos, poemas ou acrósticos,

Carrega apenas uma vontade,

De caçar todas elas, de verdade.

Depois de estar bem saciado,

Leva a parte que lhe pertence.

Como um predador perspicaz,

Captura poesias de forma sagaz.

Muitos dizem ser um alguém,

Que surge de imediato na noite.

Procurando se fortalecer no

Inconsciente de muitos homens.

***

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SOBRE O AUTOR

Natural de Itaperuna cidade do interior no noroeste

fluminense do estado do Rio de Janeiro e nascido no dia 26 de

julho de 1987, Thiago de Moura Lima Oliveira passou sua

infância toda na mesma cidade onde nasceu, e reside até hoje.

Foi lá que, terminou o ensino médio aos 16 anos e

trabalhando como repositor de mercadorias em um

supermercado, começou sua aventura pelo mundo dos livros e

da poesia no auge dos seus 20 anos.

Hoje aos 27 anos, Thiago de Moura (como gosta de

ser chamado) é noivo de Marcia Dias de Oliveira e estudante

dos cursos de Ciências Biológicas pela Sociedade

Universitária Faculdade Redentor de Itaperuna/RJ e de

Administração de empresas (EAD) pela Universidade Federal

Rural do Rio de Janeiro com pólo também em Itaperuna/RJ.

CONTATO COM O AUTOR

E-mail:[email protected]

Home: http://cafecompoesia57.blogspot.com ;

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