20141023civil iii

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Quanto ao conteúdo Obrigações de meio “A obrigação de meio aquela em que o devedor se obriga a empreender sua atividade, sem garantir, todavia, o resultado esperado.” GAGLIANO p 137 Médicos advogados

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Page 1: 20141023civil iii

Quanto ao conteúdo

Obrigações de meio

• “A obrigação de meio e aquela em que o devedor se obriga a empreender sua atividade, sem garantir, todavia, o resultado esperado.” GAGLIANO p 137

• Médicos advogados

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Obrigações de resultado

• “Nesta modalidade obrigacional, o devedor se obriga não apenas a empreender a sua atividade, mas, principalmente, a produzir o resultado esperado pelo credor.”

• Obrigação do cirurgião plástico para cirurgia estética => obrigação de resultado.

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Obrigações de garantia

• “obrigações de garantia”, que não se enquadram perfeitamente em nenhuma das duas”.

• Tais obrigações têm por conteúdo eliminar riscos que pesam sobre o credor, reparando suas consequências. A eliminação do risco (que pertencia ao credor) representa bem suscetível de aferição econômica.

• Ex: contratos de seguro, em que, mesmo que o bem pereça em face de atitude de terceiro (incêndio provocado), a seguradora deve responder.

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OBRIGACAO NATURAL

• A obrigação natural e, portanto, um debitum em que não se pode exigir, judicialmente, a responsabilização patrimonial (obligatio) do devedor, mas que, sendo cumprido, não caracterizara pagamento indevido. GAGLIANO p 140

• HISTORICO: ““os fatos que impediam o nascimento do direito de ação, colocava-se a incapacidade do devedor. O filho da família de escravo geralmente contraía obrigações naturais. Ocorria o mesmo se entre devedor e credor havia uma relação de pátrio poder: nenhuma ação era possível entre uma pessoa que estivesse sob o poder de outra, que estivessem ambas sob o poder do mesmo pater famílias”. SILVIO VENOSA apud GAGLIANO p 140.

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PRINCIPAL EFEITO:

• manutenção do pagamento

• irrepetibilidade da prestação feita espontaneamente

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• Em essência e na estrutura, a obrigação natural não difere da obrigação civil: trata-se de uma relação de débito e credito que vincula objeto e sujeitos determinados. Todavia, distingue-se da obrigação civil por não ser dotada de exigibilidade. GAGLIANO p 141

• Tal inexigibilidade e derivada de algum óbice legal com finalidade de preservação da segurança e estabilidade jurídica, como ocorre, por exemplo, na prescrição de uma pretensão decorrente de uma dívida (em que o direito não se satisfaz com obrigações perpétuas) ou na impossibilidade de cobrança judicial de dívida de jogo (pelo reconhecimento social do caráter pernicioso de tal conduta). GAGLIANO p 141

• O fundamento primeiro, portanto, para o reconhecimento da justiça da retenção do pagamento de uma obrigação natural e de ordem moral.” GAGLIANO p 141.

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• Normas de ordem religiosa, domestica ou de cortesia não são obrigações naturais

• Não há confusão entre obrigação natural e puro dever moral, pois a obrigação natural representa uma divida, efetivamente.

• É uma obrigação imperfeita, pois não há exigibilidade.

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CLASSIFICACAO DAS OBRIGACOES NATURAIS:

• Três critérios: a) quanto à tipicidade: a obrigação natural podera ser típica ou atípica, na medida em que e prevista em texto legal como relação obrigacional inexigível. No primeiro caso, tem-se a dívida de jogo e a prescrita; no segundo, tínhamos a dívida residual após a concordata, antes da vigência da Lei n. 11.101/2005 (a nova Lei de Falências e Recuperação de Empresas); b) quanto à origem: a obrigação natural podera ser originária, quando e inexigível desde o início, como a dívida de jogo, ou derivada ou degenerada, quando nasce como obrigação civil, perdendo depois a exigibilidade, como a dívida prescrita; c) quanto aos efeitos produzidos: sob essa ótica, a obrigação natural sera comum ou limitada. A primeira e a que admite todos os efeitos da obrigação civil, salvo os que se refiram à exigibilidade judicial. Ja a segunda e a que se restringe à retenção do pagamento, negando-lhe a lei outros efeitos como a novação, a fiança e a promessa de pagamento. Ex.: a dívida de jogo licito. GAGLIANO PG 143

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DISCIPLINA DAS OBRIGACOES NATURAIS NO DIREITO BRASILEIRO

• Art. 882 do CC-02

“Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente inexigível”.

• Irrepetibilidade da prestação na obrigação natural, sendo irrelevante se o devedor conhecia tal incoercibilidade.

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Nessa mesma linha, no que se refere às dívidas de jogo ou aposta, preceitua o art. 814 do CC-02 (art. 1.477 do CC-16): “Art. 814. As dividas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o perdente e menor ou interdito. § 1.o Estende-se esta disposição a qualquer contrato que encubra ou envolva reconhecimento, novação ou fiança de dívida de jogo; mas a nulidade resultante não pode ser oposta ao terceiro de boa-fe. § 2.o O preceito contido neste artigo tem aplicação, ainda que se trate de jogo não proibido, só se excetuando os jogos e apostas legalmente permitidos. § 3.o Excetuam-se, igualmente, os prêmios oferecidos ou prometidos para o vencedor em competição de natureza esportiva, intelectual ou artística, desde que os interessados se submetam às prescrições legais e regulamentares.

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• O art. 564, III, do CC-02 - não se revogam por ingratidão as doações que se fizerem em cumprimento de obrigação natural, pois, no campo estritamente jurídico, não se trata propriamente de obrigações, mas sim de adimplemento de obrigações não exigíveis judicialmente.

• Legislação revogada, era a dívida residual após a concordata, pois, como o § 4.o do art. 155 do Decreto-Lei n. 7.661/45 estabelecia que a sentença que julgar cumprida a concordata declara- ria a extinção da responsabilidade do devedor, o fato e que a dívida subsistiria, apenas não mais podendo ser exigida judicialmente. Caso o devedor quisesse pagar, honrando seus compromissos, inexistiria indébito, uma vez que não haveria animus donandi, mas sim verdadeiro pagamento.

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• A irrepetibilidade do pagamento existe na obrigação natural ainda que se trate de caso de erro quanto à incoercibilidade da dívida (ou dolo do credor, nesse sentido), sendo irrelevante o fato de o devedor ter realizado a prestação na convicção de que podia ser compelido a pagar.