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A prática psicanalítica com Lacan Coordenação Alexandre Simões Tema de hoje: Psicanálise e práxis: o Seminário 11 como resposta a uma crise? (referência Seminário 11 – A excomunhão, pp. 9- 20)

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CURSO A prática psicanalítica com Lacan (conduzido pelo psicanalista Alexandre Simoes – [email protected]) Proposta: buscaremos percorrer a interlocução que Jacques Lacan estabelece com Freud, enfatizando a prática cotidiana da psicanálise, especialmente no que se refere à condução das demandas contemporâneas que chegam ao analista. Para tal, neste momento, acompanharemos as lições iniciais do Seminário 11 de Lacan, onde são apresentados quatro conceitos fundamentais para a condução de uma análise: inconsciente, repetição, transferência e pulsão.

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A prática psicanalítica com Lacan

Coordenação Alexandre Simões

Tema de hoje:

Psicanálise e práxis: o Seminário 11 como resposta a uma

crise? (referência Seminário 11 – A excomunhão, pp. 9- 20)

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Fundamentos

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Fundamento: base, alicerce, o que subjaz

subjectum

sujeito

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Fundamentos:

conceitos que fundam uma prática

Aquilo que a funda enquanto praxis

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Daí, Lacan se perguntar;

“... em quê estou autorizado?” (p. 9)

Seminário 11:

momento de crise institucional na

Psicanálise francesa

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A crise, traz como consequência a excomunhão

“Não estou querendo dizer - mas isto não seria impossível - que a comunidade psicanalítica é

uma Igreja. Contudo, incontestavelmente, surge a questão de saber o que nela pode mesmo fazer

eco a uma prática religiosa.” (p. 12)

Idealização + efeitos de grupo

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O alvo de Lacan, com sua investigação sobre os fundamentos e sua indagação

sobre a autorização:

“o que é a psicanálise?”

- “questão-morcego” (p.11)

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Lacan e a Verdade

“... A verdade do sujeito, mesmo quando ele está em posição de mestre, não está nele mesmo, mas, como a

análise o demonstra, num objeto, velado por natureza...” (p. 13)

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Quanto à concepção do que vem a ser a prática analítica, faz uma grande diferença:

a verdade do sujeito como aquilo que lhe é intrínseco

a verdade do sujeito como aquilo que se localiza em sua relação com o objeto (e, ademais: objeto que não é claro)

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Psicanálise

como praxis

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Praxis: oriunda, tal como Lacan a utiliza, do campo marxista;

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Praxis, em Marx

Em O Capital, Marx apresenta um exemplo simples que se tornou clássico: ele compara a atividade das abelhas, ao construir a colmeia, com o trabalho de um mestre de obras ao construir uma casa.

O argumento de Marx: por mais exata e repetitiva que seja a construção da colmeia, e por mais limitado ou incerto que seja o trabalho do mestre de obras, este último possui algo inteiramente diferente: o mestre de obras imagina o que vai realizar, criando uma finalidade, um momento ideal, o qual almeja alcançar com seu trabalho. Marx postula a existência de uma teleologia exclusiva do fazer humano.

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O agir teleológico do trabalho humano não será apenas algo que transforma o objeto. Sua atividade se dá dentro de um meio social e, nesse espaço, o produto de sua ação transforma este mesmo mundo social em que o homem se forma.

Homens e atividade, em Marx: Os homens, pois, são ativos, e seus objetos ocupam uma função crucial em suas atividades. A atividade humana, como trabalho, estabelecerá o vínculo entre sujeito e objeto, permitindo a efetuação e confirmação de ambos (sujeito e objeto) no mundo.

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Por fim, o que vai interessar a Lacan neste diálogo pouco explicitado com Marx?:

A praxis (e mais especialmente a praxis revolucionária) é uma atividade teórico-pratica em que a teoria se modifica

constantemente com a experiência prática, que por sua vez se modifica constantemente com a teoria

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“O que é uma praxis? Parece-me duvidoso que este termo possa ser considerado impróprio no que concerne à psicanálise. É o termo mais amplo para designar uma ação realizada pelo homem, qualquer que ela seja, que o põe em condição de tratar o real pelo simbólico. Que nisto ele encontre mais ou menos imaginário tem aqui valor apenas secundário.” (p. 14)

Voltando a Lacan:

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Tratar o real pelo simbólico

Discussão que leva a considerar as relações da Psicanálise com a Ciência (cf. ‘A ciência e a

verdade’; Lacan, 1966) e o desejo do analista

“O que há de ser do desejo do analista para que ele opere de maneira correta?” (p. 17)

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Prosseguiremos com

O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso, pp. 23- 32)

Até lá!

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www.alexandresimoes.com.br

ALEXANDRE

SIMÕES

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