20091217144400 medicao de descarga liquida em grandes rios digital

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    Repblica Federativa do BrasilLuiz Incio Lula da Silva

    Presidente

    Ministrio do Meio AmbienteCarlos Minc

    Ministro

    Agncia Nacional de guasDiretoria Colegiada

    Jos Machado (Diretor-Presidente)

    Benedito Braga

    Bruno Pagnoccheschi

    Dalvino Troccoli Franca

    Paulo Lopes Varella Neto

    Superintendncia de Gesto da Rede Hidrometeorolgica

    Valdemar Santos Guimares

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    Foto: Paulo Gamaro/Banco de imagens ANA

    Foto: Solange/Banco de imagens ANA

    Foto: Maurcio/Banco de imagens ANA

    Foto: Douglas/Banco de imagens ANA

    Foto: Marcos/Banco de imagens ANA

    Foto: Ralph/Banco de imagens ANA

    Foto: Prado/Banco de imagens ANA

    Foto: Silvio/Banco de imagens ANA

    Foto: Bragana/Banco de imagens ANA

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    Ministrio do Meio Ambiente

    Agncia Nacional de guas

    Superintendncia de Gesto da Rede Hidrometeorolgica

    Braslia DF

    2009

    M A N U A L T C N I C O

    MediodeDESCARGA LQUIDAem Grandes Rios

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    Agncia Nacional de guas ANA, 2009

    Setor Policial Sul, rea 5, Quadra 3, Blocos B, L, M e TCEP 70610-200, Braslia DFPABX: 61 2109 5400www.ana.gov.br

    Equipe editorial

    Coordenao Geral do Material Tcnico:

    Valdemar Santos GuimaresMarcelo Jorge Medeiros

    Edio do Material Tcnico:

    Fabrcio Vieira AlvesMatheus Marinho de FariaCelso Rosa de vilaPaulo Everardo Muniz Gamaro

    Mauro Silvio RodriguesMauricio OrlandiMrcio de Oliveira CndidoJorge Enoch Furquim Werneck Lima

    Reviso de Texto:

    Leny Simone Tavares Mendona

    Capa:

    Represa de Piracaia, SP Toms May/Banco de imagens ANA

    Produo:

    TDA Comunicao www.tdabrasil.com.br

    Todos os direitos reservados. permitida a reproduo de dados e informaes contidos nesta publicao, desde que citada a fonte.

    Catalogao na fonte: CEDOC / BIBLIOTECA

    A271m Agncia Nacional de guas (Brasil)

    Medio de descarga lquida em grandes rios: manual tcnico / AgnciaNacional de guas. - Braslia: ANA; SGH, 2009.

    88 p : ll.

    ISBN: 978-85-89629-34-81. Recursos hdricos 2. Fluviometria 3. Medio de vazo 4. Manual tcnico

    grandes rios

    I. Agncia Nacional de guas (Brasil) II. Superintendncia de Gesto da Rede

    HidrometeorolgicaCDU 556.18:556.08(035)

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    Apresentao ...............................................................................................................................................................................................................................................11

    1 Medio de Variveis Hidrolgicas ...............................................................................................................................................................................141.1 Nvel de gua ................................................................................................................................................................................................................................151.2 Precipitao ....................................................................................................................................................................................................................................18

    2 Levantamentos Topogrficos e Batimtricos ...................................................................................................................................................22

    2.1 Medidas de distncia e ngulo...................................................................................................................................................................................222.1.1 Posicionamento com sextante .....................................................................................................................................................................232.1.2 Posicionamento com teodolito ....................................................................................................................................................................242.1.3 Posicionamento com distancimetro ....................................................................................................................................................252.1.4 Posicionamento com DGPS .............................................................................................................................................................................25

    2.2 Levantamento batimtrico .............................................................................................................................................................................................26

    3 Medio de Descarga Lquida .............................................................................................................................................................................................28

    3.1 Variveis da medio de descarga lquida .....................................................................................................................................................283.2 Mtodo convencional com molinete hidromtrico .............................................................................................................................293.3 Mtodos de clculo: seo mdia e meia seo ......................................................................................................................................33

    3.3.1 Seo mdia ..................................................................................................................................................................................................................333.3.2 Meia seo.......................................................................................................................................................................................................................33

    4 Curva de Descarga Lquida (ou Curva-chave) ..................................................................................................................................................36

    5 Tcnicas de Medio da Descarga Lquida em Grandes Rios ........................................................................................................40

    5.1 Mtodo do barco ancorado ...........................................................................................................................................................................................405.2 Mtodo dos grandes rios (mtodo barco no-ancorado) .............................................................................................................465.3 Mtodo do barco em movimento (moving boat ou smoot) ......................................................................................................555.4 Mtodo acstico (efeito doppler) ............................................................................................................................................................................61

    5.4.1 Conceito do princpio doppler .......................................................................................................................................................................635.4.2 A tecnologia ADCP (Acoustic Doppler Current Profiler) .........................................................................................................635.4.3 Fundamentos da medio de vazo com adcp ............................................................................................................................665.4.4 Perspectivas ...................................................................................................................................................................................................................71

    5.4.5 Quebra de paradigmas do princpio doppler ..................................................................................................................................715.4.6 Terminologia doppler............................................................................................................................................................................................725.4.7 Ficha de medio com ADCP ..........................................................................................................................................................................72

    SUMRIO

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    6 Estudo de Caso Estao Manacapuru ..............................................................................................................................................................76

    6.1 Fotos ......................................................................................................................................................................................................................................................83

    6.1.1 Estao fluviomtrica............................................................................................................................................................................................836.1.2 Estao pluviomtrica ..........................................................................................................................................................................................836.1.3 Estao telemtrica .................................................................................................................................................................................................846.1.4 Seo de medio de descarga lquida .................................................................................................................................................84

    6.2 Curva-chave ...................................................................................................................................................................................................................................85

    7 Referncia ...................................................................................................................................................................................................................................................88

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    1- Estaes fluviomtricas em operao no Brasil....................................................................................................................14

    2- Estaes pluviomtricas em operao no Brasil ..................................................................................................................15

    3- Rgua de alumnio anodizado e pintada sobre concreto ............................................................................................16

    4- Seo de rgua sem escadaria e com escadaria ..................................................................................................................16

    5- Lingrafo de bia (modelo stevens) e poo tranqilizador .........................................................................................1

    6- Lingrafos de presso de bolhas e transdutor eletrnico .............................................................................................1

    7- Lingrafo digital .............................................................................................................................................................................................1

    8- Referncia de nvel de concreto .......................................................................................................................................................1

    9- Pluvimetros VilLe de Paris e modelo DNAEE e proveta .............................................................................................18

    10- Pluvigrafos de bia, balana e cubas basculantes (PCD) ...........................................................................................18

    11- Pluvigrafo digital (sensor de chuva com datalogger) ...................................................................................................18

    12- Mtodo direto de posicionamento com cabo de ao graduado ...........................................................................22

    13- Utilizao do sextante .............................................................................................................................................................................23

    14- Parmetros para clculo da posio da vertical B...............................................................................................................23

    15- Utilizao do teodolito para posicionamento do barco e alvos de visada ....................................................24

    16- Variveis envolvidas no posicionamento do barco ...........................................................................................................24

    17- Utilizao DGPS na margem (base) e no barco (mvel) ................................................................................................25

    18- Mtodos de batimetria: vau, guincho hidromtrico e ecobatmetro.............................................................26

    19- Ecobatmetro com detalhe do transdutor ................................................................................................................................26

    20- Grandezas necessrias para determinao da descarga lquida ............................................................................30

    21- Partes do molinete (corpo e hlice) e o passo da hlice ...............................................................................................3

    22- Relao entre a velocidade da gua e as rotaes medidas pelo molinete .................................................3

    23- Estrutura do guincho (cabo de ao e medidor da profundidade do molinete) e do molinete

    e lastro (formato hidrodinmico) ....................................................................................................................................................32

    24- Instalao do ecobatmetro na lateral do barco, contador digital de pulsos e registrador de

    dados do ecobatmetro .........................................................................................................................................................................32

    25- Clculo da seo mdia - verificao das verticais e reas ..........................................................................................33

    26- Clculo da meia seo - verificao das verticais e reas .............................................................................................33

    27- Curva de descarga de controle nico ..........................................................................................................................................36

    28- Curva de descarga com mudana de controle .....................................................................................................................3

    29- Medies de descarga indicando curva de descarga em lao .................................................................................3

    30- Seo de medio com o PI E PF e verticais de medio de velocidades.......................................................40

    31- Procedimentos para ancoramento do barco ..........................................................................................................................4

    NDICE DE FIGURAS

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    32- Clculo das variveis D,X,Ycom o barco jusante da seo transversal PI-PF.........................................4

    33- Clculo das variveis D,X, Ycom o barco montante da seo transversal PI-PF...................................42

    34- Perfil transversal da seo obtida pelo mtodo barco ancorado ..........................................................................46

    35- Parmetros para clculo da vazo pelo mtodo dos grandes rios .......................................................................4

    36- Posicionamento do barco durante a medio utilizando teodolitos .................................................................4

    37- Ecobatmetro com contador de pulsos digital do molinete e utilizao do rdio comunicador

    para posicionamento do barco ........................................................................................................................................................48

    38- Triangulao em Manacapuru/AM e posicionamento dos teodolitos ..............................................................48

    39- Perfil transversal da seo de medio pelo mtodo dos grandes rios ...........................................................55

    40- Medio de vazo pelo mtodo Smoot .....................................................................................................................................56

    41- Alvo prximo margem e contador de pulsos pelo mtodo barco em movimento ...........................56

    42- Seo de medio com a utilizao do mtodo do barco em movimento...................................................5

    43- Equipamentos para medio pelo mtodo Smoot a 1 metro de profundidade ......................................5

    44- Eixo vertical fixado na proa do barco e medidor de ngulo ......................................................................................58

    45- Perfil transversal da seo de medio pelo mtodo Smoot ....................................................................................6

    46- Comparao da medio com ADCP com mtodo convencional (Molinetes) ..........................................6

    47- Mapeamento da seo transversal pelo ADCP/ADP ........................................................................................................62

    48- Tela do programa Winriver (RDI Instruments fabricante do ADCP) .................................................................62

    49- Tela do programa River Surveyor (Sontek fabricante do ADP) ............................................................................63

    50- Ondas A fonte estacionria e B fonte em movimento ...........................................................................................63

    51- ADCP BB-DR e equipamentos instalados em bote tipo Zodiac no Rio Beni, Bolvia ..........................65

    52- Perfil de velocidade da seo medida com o ADCP no Rio Solimes, Manacapuru em

    07/08/2002 (123.619m3/s) ....................................................................................................................................................................65

    53- Vista dos 3 transdutores do ADP e dos 4 transdutores acsticos do ADCP utilizados para

    emitir e receber os pulsos sonoros .................................................................................................................................................66

    54- Modo como o ADCP mede vazo ...................................................................................................................................................6

    55- reas medidas e calculadas (margens, fundo e topo) pelo ADCP ........................................................................6

    56- Fontes de interferncia e forma do sinal emitido por cada transdutor do ADCP ....................................68

    57 - Extrapolao das reas no medidas (exponencial).........................................................................................................68

    58- Tela de configurao inicial do programa Winriver (ADCP) ........................................................................................69

    59- Principais comandos do WH Rio Grande ADCP (RDI) .......................................................................................................69

    60- Configurao inicial do River Surveyor da Sontek .............................................................................................................69

    61- Configuration Wizard ...............................................................................................................................................................................70

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    62- Ficha de medio de vazo com ADCP .......................................................................................................................................73

    63- Estao fluviomtrica de Manacapuru (14.100.000) .....................................................................................................83

    64- Estao pluviomtrica de Manacapuru (00360001) ......................................................................................................83

    65- Estao telemtrica de Manacapuru (14.100.000) ..........................................................................................................84

    66- Alvos da seo de medio de descarga lquida da estao Manacapuru ....................................................84

    67- Curva-chave da estao Manacapuru/AM (14.100.000) ................................................................................................85

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    1- Grandezas Geomtricas da Seo ...................................................................................................................................................28

    2- Grandezas do Escoamento na Seo ...........................................................................................................................................29

    3- Frmulas para Clculo da Velocidade Mdia na Vertical..............................................................................................30

    4- Freqncias Mximas de Contagem Tericas e Prticas ..............................................................................................32

    5- Valores Medidos de Profundidade Total e ngulos dos Teodolitos para Vertical ....................................42

    6- Clculo da Distncia (D) do Barco Margem Esquerda do Rio ...............................................................................43

    7- Clculo das Coordenadas (X e Y) do Barco e Velocidade Medida pelo Molinete para a Vertical,

    Profundidade e VelocIdade Integrada.........................................................................................................................................44

    8- Clculo das Velocidades Mdias, Largura (Mtodo Meia Seo), rea, Vazo em Vertical e Total..45

    9- Valores Medidos de Profundidade Total e ngulos Teodolitos para Vertical e Profundidade......49

    10- Clculo da Distncia (D) Percorrida pelo Barco para cada Vertical e Profundidade ..............................50

    11- Clculo das Coordenadas (X e Y) do Barco e Velocidade Medida pelo Molinete para cadaVertical e Profundidade ..........................................................................................................................................................................52

    12- Clculo das Velocidades (Molinete, Barco, Longitudinais, Rio), Largura (Mtodo Meia Seo),

    rea e Vazo para cada Vertical (Mtodo Grandes Rios) ..............................................................................................54

    13- Coeficientes do Molinete Utilizado nas Travessias ............................................................................................................58

    14- Clculo das Velocidades Mdias, Distncias Percorridas, reas Parciais e Vazes Parciais para

    cada Vertical e Vazo Total da Travessia .....................................................................................................................................59

    15- Resumo das Medies em cada Travessia e Correo da Vazo em Funo da Distncia entre

    as Margens (Kl) ..............................................................................................................................................................................................60

    16- Valores Mnimos e Mximos para Equipamentos WH Rio Grande ADCP (RDI) ..........................................70

    17- Distncias para o Blanking nos Equipamentos ADCP (RDI) .......................................................................................71

    NDICE DE TABELAS

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    O Brasil possui uma disponibilidade hdrica superficial estimada em 8.160 km/ano,

    aproximadamente 18% do total disponvel no globo terrestre. Apenas o rio Amazonas,

    que possui uma vazo mdia de 209.000 m/s, lana no Oceano Atlntico aproximada-mente 6.590 km/ano.

    O crescimento populacional das ltimas dcadas e os correspondentes nveis de demanda

    de gua para satisfao dos seus diversos usos, consuntivos e no consuntivos, esto

    contribuindo para seu esgotamento em muitas partes do mundo, seja em termos dos

    volumes remanescentes, seja pela deteriorizao da sua qualidade, resultando da considerar

    a gua um recurso natural limitado, dotado de valor social, econmico e ambiental.

    A gesto da rede bsica de estaes hidromtricas em todo territrio brasileiro vem

    sendo realizada pela Superintendncia de Gesto da Rede Hidrometeorolgica SGH

    da Agncia Nacional de guas ANA, sendo as estaes operadas por diferentes em-

    presas e entidades parceiras.Atualmente, 25.703 estaes hidrometeorolgicas de diversas operadoras esto

    cadastradas no banco de dados hidrometeorolgicos da ANA, sendo 15.696 estaes

    pluviomtricas e 10.007 estaes fluviomtricas, das quais 987 so sedimentomtricas

    e 3.615 de qualidade da gua. Encontram-se efetivamente, em operao no pas, 8.969

    estaes pluviomtricas e 5.854 fluviomtricas. Das estaes fluviomtricas, 3.246 tem

    monitoramento de qualidade de gua e 818 tem medies sedimentomtricas (Banco

    de Dados Hidro. Acesso em: maio 2009).

    As informaes hidrolgicas obtidas com estas estaes esto sendo consideradas, cada

    vez mais, estratgicas para o gerenciamento dos recursos hdricos e desenvolvimento

    de projetos em vrios segmentos da economia como: agricultura, transporte, energia

    e meio ambiente. Destacam-se os esforos empreendidos para a produo de dados

    e informaes hidrolgicas, mediante o emprego de tecnologias modernas para

    seu processamento, tendo como objetivos a espacializao dos dados por meio do

    geoprocessamento e sua disponibilizao na Internet como forma de democratizar

    sua divulgao.

    A implementao da Poltica Nacional de Recursos Hdricos (PNRH) defronta-se com

    uma grande necessidade de conhecimentos cientficos e tecnolgicos, ao mesmo

    tempo em que depende de formao e treinamento de pessoal, em todos os nveis,

    para fazer face s tarefas que se impem com a Lei das guas.

    Diante da necessidade de padronizar as atividades desenvolvidas no campo da

    hidrometria e de orientar tcnicos, pesquisadores e demais profissionais da rea, a ANApretende oferecer o presente Manual Tcnico sobre Medio de Descarga Lquida

    em Grandes Rios.

    APRESENTAO

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    MEDIODE VARIVEIS

    HIDROLGICAS

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    Agncia Nacional de guas14

    A gua existe em praticamente todo o planeta, na

    atmosfera, na superfcie dos continentes, nos mares,

    oceanos e no subsolo, em permanente circulao, pro-

    cesso denominado ciclo hidrolgico.

    A palavra hidrologia deriva das palavras gregas hydro(gua) e logos (cincia) designando, portanto, a cin-

    cia cujo objeto o estudo da gua sobre a terra, sua

    ocorrncia, distribuio e circulao, suas propriedades e

    seus efeitos sobre o meio ambiente e a vida. Entretanto,

    por causa da enorme amplitude dessa definio, numero-

    sas disciplinas se constituram em cincias especializadas

    (meteorologia, limnologia, oceanografia, ecologia), alm

    de estudos como a hidrometria (SANTOS et al., 2001).

    A hidrometria um captulo da hidrologia que consiste

    na medio das grandezas que interessam ao estudo da

    gua na natureza, como vazes (lquidas e slidas) e n-

    veis dgua em rios, lagos e represas, ndices pluviomtri-

    cos (chuva) e outros parmetros. Pode ser aplicada tam-

    bm em medies de gua em estaes de tratamento

    de gua ou de esgotos (WIKIPEDIA, 2007).

    Essas grandezas podem ser medidas diretamente, como

    ocorre com a precipitao e com o nvel de gua; ou indi

    retamente, como o caso da vazo lquida e slida e d

    evapotranspirao, quando se medem grandezas tpica

    que guardam uma determinada relao funcional com varivel em pauta.

    Pelo exposto, fica evidente a necessidade de medir no

    campo uma srie de variveis hidrolgicas e meteorolg

    cas, visando o conhecimento das caractersticas hidrolg

    cas e possibilitando a aplicao dos modelos matemtico

    na previso de nveis e/ou vazes, a estimativa da probab

    lidade associada a eventos raros e a quantificao as poss

    bilidades do aproveitamento dos recursos hdricos.

    Um local de observao chamado de posto ou

    estao. Por exemplo, um posto pluvio-fluviomtrico

    o local onde se medem precipitaes, nveis dgua

    vazes. Como decorrncia da variao espacial conside

    rvel dessas grandezas, necessita-se, para caracteriza

    uma bacia hidrogrfica, de vrias estaes distribuda

    sobre a sua superfcie, o que leva ao conceito de rede

    Mapa:Simone/BancodemapasANA/SGHAtualizadoemm

    aiode2009

    Figura 1Estaes fluviomtricas em operao no Brasil.

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    Manual Tcnico sobre Medio de Descarga Lquida em Grandes Rios

    de monitoramento, ou seja, um conjunto de estaes

    pluviomtricas, fluviomtricas, sedimentomtricas, me-

    teorolgicas e de qualidade da gua distribudas sobre

    uma determinada regio.A Rede Hidrometeorolgica em operao no Brasil, sob

    responsabilidade da ANA e de outras entidades, est

    representada nas Figuras 1 e 2.

    1.1 Nvel de gua

    O estudo do regime hidrolgico de um curso dgua

    exige, evidentemente, o conhecimento da variao de

    seu nvel e vazo ao longo do tempo.

    Como a avaliao diria das vazes por um processo diretoseria excessivamente onerosa e complicada, opta-se em

    geral pelo registro dirio, duas vezes ao dia (nas estaes

    da ANA s 7 horas e s 17 horas) ou contnuo no tempo, do

    nvel dgua e pela determinao da relao entre nvel de

    gua e vazo (curva ou tabela cota-vazo).

    Neste tpico ser descrito apenas a medio do nve

    da gua (cota do rio), visto que a medio da vazo ser

    tratada posteriormente.

    Mede-se o nvel de gua por meio de linmetros, maicomumente chamados de rguas limnimtricas e lin

    grafos. Uma rgua limnimtrica uma escala graduada

    de madeira, de metal (esmaltado ou no), ou mesmo

    pintada sobre uma superfcie vertical (Figuras 3 e 4).

    Evidentemente, as leituras de uma rgua limnimtric

    esto sujeitas a uma srie de erros, entre os quais, alm

    de dificuldades naturais na leitura durante cheias (osc

    lao do nvel por alguns decmetros), os chamados er

    ros grosseiros (resultantes da impercia ou neglignci

    do observador), e os erros sistemticos que, em geraprovm de mudanas causais ou mal documentadas d

    zero da rgua.

    A rgua pode no ser representativa da situao de mdi

    diria. perfeitamente possvel que tenha ocorrido

    um mximo (ou mnimo) no intervalo das leituras. Ess

    Figura 2Estaes pluviomtricas em operao no Brasil.

    Mapa:Simone/BancodemapasANA/SGHAtualizadoemm

    aiode2009

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    Agncia Nacional de guas16

    Figura 3Rgua de alumnio anodizado e pintada sobre concreto.

    Foto:Fabrcio/BancodeimagensANA

    Foto:Fabrcio/BancodeimagensANA

    Figura 4Seo de rgua sem escadaria com escadaria.

    Foto:Maurcio/BancodeimagensANA

    Foto:Maurcio/BancodeimagensANA

    problema particularmente importante nas bacias

    hidrogrficas pequenas e/ou urbanas.

    Para contornar esse tipo de problema, costuma-se

    instalar em estaes fluviomtricas com variaes rpi-

    das de nvel, aparelhos registradores contnuos do nvel

    dgua, denominados lingrafos. Sob o ponto de vista

    funcional existem os lingrafos de bia, colocado em

    Poo Tranquilizador (Figura 5) e os de presso (Figura 6).

    Um detalhe importante a necessidade de instalar junto

    rgua, duas ou mais referncias de nvel (RN), para

    permitir a reinstalao na mesma cota, na eventualidade

    de os lances serem destrudos por uma enchente ou ato

    de vandalismo, ou at mesmo para o nivelamento do

    nveis de rgua durante a campanha de manuteno d

    estao. importante que as referncias de nvel sejam

    identificadas com um nmero sequencial e com cota em

    relao ao zero da rgua (Figura 7).

    Os lingrafos podem ser do tipo analgico com registrador grfico ou digital, armazenando a informao a se

    coletada em um datalogger equipamento destinad

    a executar a aquisio e a gravao de dados duran

    te um perodo de tempo, eliminando a necessidade d

    presena de um operador durante a coleta (Figura 8).

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    Manual Tcnico sobre Medio de Descarga Lquida em Grandes Rios

    Figura 6Lingrafos de presso: de bolhas e transdutor eletrnico.

    Foto:Alessandro/BancodeimagensANA

    Foto:Alessandro/BancodeimagensANA

    Figura 5Lingrafo de bia (modelo Stevens) e poo tranqilizador.

    Foto:Bos

    co/BancodeimagensANA

    Foto:Bos

    co/BancodeimagensANA

    Figura 7Referncia de nvel de concreto.

    Foto:M

    atheus/BancodeimagensANA

    Foto:M

    atheus/BancodeimagensANA

    Figura 8Lingrafo digital.

    Foto

    :Celso/BancodeimagensANA

    Foto

    :Celso/BancodeimagensANA

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    Agncia Nacional de guas18

    Esses dados so coletados por meio da conexo entre o

    datalogger e um computador porttil ou mesmo serem

    transmitidos remotamente por sistema de telemetria (ver

    descrio dos pluvigrafos digitais no item 1.2 a seguir.

    1.2 Precipitao

    No Brasil, onde a absoluta maioria da precipitao

    (mais de 99%) est sob a forma de chuva, mede-se

    convencionalmente a precipitao por meio de aparelhos

    chamados pluvimetros e pluvigrafos.

    O pluvimetro um aparelho dotado de uma superfcie

    de captao horizontal delimitada por um anel metli-

    co e de um reservatrio para acumular a gua recolhida,

    ligado a essa rea e captao. Em funo dos detalhes

    construtivos, h vrios modelos de pluvimetros em usono mundo, sendo no Brasil bastante difundido o tipo

    Ville de Paris(Figura 9).

    O pluvimetro Ville de Parispossui uma rea de captao

    de 400 cm2, de modo que um volume de 40 ml corres-

    ponde a 1 mm de precipitao. A gua acumulada no

    aparelho retirada por meio de uma torneira situada no

    fundo do aparelho em horrios pr-fixados (nas estaes

    da ANA s 7 horas) e medida por meio de uma proveta

    calibrada especificamente para o tipo de pluvimetro

    utilizado. Ainda existe, para evitar a entrada de sujeira e

    reduzir a evaporao da gua, uma peneira entre a re

    de captao e o depsito de gua.

    O valor da precipitao anotado no dia da leitura parfacilitar a ao dos observadores, embora a maior par

    te do perodo transcorrido entre as observaes tenh

    ocorrido no dia anterior. Portanto, as observaes d

    chuva referem-se ao total acumulado nas ltimas 24 ho

    ras, quando este for o intervalo entre as leituras.

    Para medio de chuvas de pequena durao ou quando

    se exige o conhecimento da chuva em intervalos menore

    (monitoramento de pequenas bacias), so utilizados o

    chamados pluvigrafos.

    Esses aparelhos so capazes de registrar continuamentede forma analgica ou digital, a precipitao em deter

    minado local. Nos aparelhos de registro analgico exist

    um mecanismo que registra graficamente a chuva acu

    mulada. Entre os diferentes tipos de pluvigrafos em uso

    h trs sistemas mais usuais: o debia, balana ecuba

    basculantes (Figura 10).

    A gerao atual de pluvigrafos utiliza tecnologia digita

    com o registro dos eventos armazenamentos em Datalog

    Figura 9Pluvimetros Ville de Paris e modelo DNAEE e proveta.

    Foto:Bosco/BancodeimagensANA

    Foto:Bosco/BancodeimagensANA

    Foto:Bosco/BancodeimagensANA

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    Manual Tcnico sobre Medio de Descarga Lquida em Grandes Rios

    ger equipamento com capacidade de memria varivel,

    capaz de armazenar as informaes em intervalos de tem-

    po previamente determinados. Este avano tecnolgico

    permite eliminar a difcil tarefa de leitura de interpretao

    grfica, eliminando erros e reduzindo custos.

    O sensor de chuva pode ser o de cubas basculantes,

    emitindo pulsos que so recebidos pelo Datalogger

    acoplado ao sensor. Os dados armazenados so

    coletados com o uso de computadores portteis ou

    coletor de dados.

    Existem equipamentos em que o sensor de chuva e

    Datalogger encontram-se numa nica unidade (pluvi

    grafo digital) e outros onde o sensor funciona numa Pla

    taforma de Coleta de Dados PCD, levando a informa

    ao Datalogger por meio de cabos prprios (Figura 11).

    Esses sensores digitais, quando inseridos a um sistema d

    telemetria, com modeme meio de comunicao (satlite

    telefonia celular, telefonia convencional ou rdio), forne

    cem a informao em tempo real, na central de controle

    em intervalos de tempo previamente programados.

    Figura 10

    Pluvigrafos de bia, de balana e cubas basculantes (PCD).

    Foto:Maurcio/BancodeimagensANA

    Foto:Fabrcio/BancodeimagensANA

    Foto:Fabrcio/BancodeimagensANA

    Figura 11Pluvigrafo digital (sensor de chuva com datalogger).

    Foto:C

    elso/BancodeimagensANA

    Foto:C

    elso/BancodeimagensANA

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    LEVANTAMENTOSTOPOGRFICOSE BATIMTRICOS

    2

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    Agncia Nacional de guas22

    2.1 Medidas de distncia e ngulo

    As medidas de distncia podem ser realizadas pelos

    processos direto e indireto.

    O processo direto consiste em se percorrer a distnciaa ser medida, verificando o nmero de vezes que uma

    unidade de medida linear (metro) cabe dentro do espao

    a se medir. O instrumento mais utilizado na medida direta

    de distncia a trena, sendo que o cabo de ao graduado

    tambm usado com frequncia em hidrometria.

    O processo indireto utiliza equipamentos que consideram

    somente as extremidades da distncia a medir.

    Em hidrometria, a escolha do processo depende do tipo

    de levantamento e das caractersticas do local, alm do

    equipamento e equipe de hidrometristas disponveis.

    Os instrumentos de medida de distncias e ngulos so

    utilizados principalmente nas medies de vazo e nos

    levantamentos batimtricos das sees transversais,

    com o objetivo de determinar a largura do rio, a

    distncia entre o Ponto Inicial - PIe o Ponto Final - PFe

    o posicionamento das verticais.

    Muitas vezes torna-se necessrio utilizar a Lei do

    Senos e dos Cossenos no clculo do posicionamento

    do barco e para obteno da triangulao da seo d

    medio de descarga, em funo do posicionamento

    dos alvos nas margens.

    Lei dos senos:( ) ( ) ( )Csen

    c

    Bsen

    b

    Asen

    a==

    Lei dos cossenos: ( )Cbabac cos2222 +=

    a

    b

    cB

    C

    A

    Cabe recordar que:

    :se ( ) ( ) ( ) ( ) ( )ABsenBAsenBAsen coscos +=+

    :ento ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( 10180coscos180180 == CsenCsenCsenCsen ooo

    ( ) ( )CsenCsen o =180:logo

    Foto:Maurcio/Bancodeim

    agensANA

    Figura 12Mtodo direto de posicionamento com cabo de ao graduado.

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    Manual Tcnico sobre Medio de Descarga Lquida em Grandes Rios

    ( )

    ( )Bsen

    CBsenba

    +=

    ( )[ ]

    ( )Bsen

    CBsenba

    o+

    =180

    PI PF

    Alvo F1

    B

    a

    b

    A

    c

    C

    b = base da triangulao;

    C = ngulo obtido com a triangulao;

    B = ngulo lido no sextante;

    a = distncia a ser calculada para determinar a

    posio da embarcao no eixo da seo

    de medio.

    Figura 14Parmetros para o clculo da posio da vertical B.

    Nos rios de pequeno e mdio porte, normalmente so

    utilizados os mtodos diretos para posicionamento das

    verticais, trena e cabo de ao graduado, respectivamente.

    Nos rios com largura superior a 300 m ou rios menores

    que apresentam velocidade elevada, normalmente soutilizados os mtodos indiretos de distncia. Neste caso,

    de maneira geral, o posicionamento do barco feito por

    triangulao, com o equipamento denominado Sextante

    ou Teodolito1ou por um processo eletrnico utilizando-

    se o distancimetro.2

    2.1.1 Posicionamento com sextante

    Sextante um instrumento tico destinado a medir

    um ngulo entre dois objetos (Figura 13), permitindo

    leituras com preciso at um minuto de ngulo. Emhidrometria, o sextante utilizado para medir, a partir

    do barco, o ngulo horizontal entre alvos instalados

    previamente nas margens, possibilitando determinar o

    posicionamento da embarcao.

    Na operao se segura com firmeza o instrumento

    posicionado na horizontal e visa-se o alvo principal

    atravs da luneta. As marcaes so feitas com o auxlio

    de um suplemento montado em cima da agulha,

    denominado alidade de marcao. Movendo a alidade,

    leva-se a imagem refletida do alvo secundrio a coincidir

    com a imagem do alvo visado diretamente. A alidade

    indica no limbo do sextante o valor do ngulo medido.

    A medio com sextante consiste em posicionar o barco

    na vertical escolhida, seguindo o alinhamento dado

    pelos alvos da margem esquerda ME e pelos alvos da

    MD (margem direita). Mede-se com o sextante, a partir do

    barco, o ngulo formado entre o alinhamento e os alvos

    localizados na mesma margem. Obtm-se, assim, um

    tringulo com uma distncia e dois ngulos conhecidos,

    conforme mostra a Figura 14, em que:

    1O teodolito um instrumento ptico utilizado na topografia e naagrimensura para realizar medidas de ngulos verticais e horizon-tais, usado em redes de triangulao.

    2Equipamento eletrnico usado em levantamentos topogrficos ougeodsicos para determinao de distncias.

    Figura 13Utilizao do sextante.

    Foto:Marcelo/BancodeimagensANA

    Foto:Marcelo/BancodeimagensANA

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    Agncia Nacional de guas24

    Para uma maior segurana, devem-se ler no mnimo dois

    ngulos para cada posicionamento do barco e utilizar a

    mdia destes valores no clculo da distncia.

    2.1.2 Posicionamento com teodolito

    Este processo pode ser aplicado para o posicionamento

    do barco ancorado ou em movimento e consiste na

    instalao de dois teodolitos na margem; e um teodolito

    (T2) deve estar posicionado na margem, no alinhamento

    da seo transversal e tem a funo de indicar o

    posicionamento da embarcao em relao ao eixo da

    seo de medio (montante ou jusante da seo).

    O segundo teodolito (T1) dever estar localizado na

    margem de tal maneira que possa visualizar toda a

    extenso da seo transversal e estar a uma distnciamnima de (T

    2) equivalente a um tero da distncia entre

    PI e PF. Esse teodolito medir o ngulo () formado, no

    momento do posicionamento, entre o alinhamento (T1/

    embarcao) e o alinhamento (T1/T

    2) (Figura 15).

    Figura 15Utilizao do teodolito para posicionamentodo barco e alvos de visada.

    Foto

    :Fabrcio/BancodeimagensANA

    Foto:Celso/BancodeimagensANA

    A distncia do barco ao PI (d) e das coordenadas x e

    do barco so determinadas a partir dos seguintes valore

    (Figura 16):

    conhecidos pela triangulao da seo de medio

    a base b (distncia T1-T2 sendo geralmente Tlocalizado no PI) e dos ngulos O1 e O2;

    obtidos com os teodolitos durante a medio

    ngulos e .

    T1

    y

    b

    d

    x

    T2

    PI PF

    O2

    O1

    Figura 16Variveis envolvidas no posicionamento do barco.

    A distncia PI-PF (constante durante toda a medio

    determinada a partir da base be dos ngulos O1e O

    a distncia de as coordenadas xe y(variveis ao lon

    go de todo a medio) podem ser calculados pela

    seguinte expresses:

    ( )[ ] ( )

    ( ) ( )

    ( )(

    21

    2

    221

    2121

    ,,

    180

    OOsen

    OsenbPFPI

    Osen

    PFPI

    OOsen

    b

    OOsenOOsen o

    +=

    =+

    +=+

    ( ) ( )[ ]( ) ( )

    (

    +=

    +=

    11180 Osen

    senbd

    Osen

    b

    sen

    do

    ( )( )

    =

    =

    sendy

    dx cos

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    Manual Tcnico sobre Medio de Descarga Lquida em Grandes Rios

    Cabe salientar que o valor das distncias d, x e y so

    calculados em funo dos ngulos e , de acordo com

    a orientao dos eixos cartesianos adotados.

    2.1.3 Posicionamento com distancimetro

    O distancimetro um equipamento eletrnico acoplado

    ao teodolito, e os mais comuns possuem um alcance de

    at 2 km. Na operao, h a necessidade de instalao

    do refletor (prisma) no ponto a ser medido. O distanci-

    metro deve ser instalado na margem, alinhado a seo

    transversal e preferencialmente junto ao PI. As distncias

    tomadas pelo distancimetro geralmente necessitam

    de correo do ngulo vertical, pois dificilmente o pris-

    ma colocado no barco est nivelado ao equipamento da

    margem, utilizando-se a expresso a seguir:

    ( )

    =

    =

    =

    =

    inclinadadistncia'

    zenitedopartirangulo

    horizontalnadistncia

    queem,'

    D

    D

    DsenD

    Esse processo pode ser aplicado para o posicionamen-

    to do barco ancorado ou em movimento. Nas medies

    com barco ancorado, o mesmo equipamento pode

    orientar o posicionamento e executar as tomadas de

    distncia. Para medies com o barco em movimento,

    h necessidade de um segundo teodolito, instalad

    preferencialmente na margem oposta, para orientar o

    alinhamento da embarcao.

    Esse tipo de levantamento necessita de rdio

    transmissores como equipamento complementar, para necessria comunicao entre o barco e o operado

    do distancimetro.

    2.1.4 Posicionamento com DGPS

    O posicionamento da embarcao tambm pode se

    efetuado por um sistema de posicionamento via satlite

    Em hidrometria, utilizado o Sistema de Posicionament

    Global Diferencial Sistema DGPS que registr

    continuamente a posio da embarcao por meio deuma estao a bordo (mvel). Em terra, nos marcos d

    cada estao ou em pontos de coordenada conhecid

    ou arbitrada, instala-se a estao-base (Figura 17).

    A preciso varia com o tipo de receptor e com o nmero

    de satlites observados no momento da medio. O

    receptores DGPS modernos proporcionam uma precis

    milimtrica para o posicionamento horizontal, e

    operao do sistema feita na prpria embarcao. Ap

    o ps-processamento dos dados obtidos pelas dua

    estaes (base e mvel), as coordenadas da embarca

    durante a medio so conhecidas.

    Foto:Ma

    urcio/BancodeimagensANA

    Foto:Bosco/BancodeimagensANA

    Figura 17Utilizao DGPS na margem (base) e no barco (mvel).

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    Agncia Nacional de guas26

    Figura 18

    Mtodos de batimetria: Vau, guincho hidromtrico eecobatmetro.

    Foto:Maurcio/Banco

    deimagensANA

    Foto:JosJorge/BancodeimagensANA

    Figura 19Ecobatmetro com detalhes do transdutor.

    2.2 Levantamento batimtrico

    A batimetria da seo transversal consiste em um

    levantamento detalhado do relevo da seo molhada,

    parte submersa da seo transversal. Operacionalmente,o processo de levantamento depende das condies

    locais e pode ser feito Vau, com guincho hidromtrico

    e com ecobatmetro.

    O processo Vau aplicvel em rios pequenos, no muito

    largos e, principalmente, com profundidades inferiores

    a 1 m e velocidades abaixo de 1 m/s. O levantamento

    consiste do caminhamento na seo com uma mira ou

    rgua graduada, levantando a profundidade da vertical

    e a distncia da vertical at o PI.

    O guincho hidromtrico o processo mais utilizado noBrasil, necessitando de embarcao adequada, sendo

    o posicionamento nas verticais feito com cabo de

    ao graduado ou pelos mtodos indiretos (sextante,

    triangulao ou distancimetro). A profundidade

    mxima medida com guincho depende da velocidade

    da corrente, mas recomenda-se que seja de no mximo

    de 10 m. O peso do lastro varivel com a velocidade

    da corrente (quanto mais rpida a corrente, mais pesado

    deve ser o lastro), e os lastros com mais de 50 kg no

    devem ser manipulados por guinchos manuais.

    A ecobatimetria (Figura 18) o mtodo para medir aprofundidade da gua pela medida do intervalo de

    tempo necessrio para que ondas sonoras emitidas pelo

    aparelho viagem, a uma velocidade conhecida, desde

    um ponto determinado (alguns centmetros abaixo do

    NA) at o leito do rio, onde so refletidas e voltam at

    o equipamento. Os limites de operao variam com o

    modelo do equipamento. Existem no mercado diversos

    modelos que apresentam facilidades como permitir a

    conexo com GPS em tempo real e a gravao dos dados

    em meio digital (Figura 19).

    A utilizao do ecobatmetro possui vantagens como:

    registro contnuo do leito do rio, utilizao em pratica-

    mente todas as situaes de velocidades, levantamento

    realizado com a embarcao em movimento que permite

    inferir sobre a formao do leito.

    16o

    INSTALAO DOTRANSDUTOR E NGULODO FEIXE DE SINAIS

    F

    F i h

    i

    D N A E E

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    MEDIO DEDESCARGA

    LQUIDA

    3

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    Agncia Nacional de guas28

    A medio de descarga lquida todo processo emprico

    conhecimento que provm, sob diversas perspectivas,

    da experincia , utilizado para determinar a descarga

    lquida de um curso dgua. A vazo ou descarga de um

    rio o volume de gua que passa por meio de uma seotransversal em determinada unidade de tempo (em geral

    um segundo).

    Os valores de vazo medidos em uma seo transversal

    so associados a uma cota limnimtrica h (cota da

    superfcie livre em relao a um plano de referncia

    arbitrrio). Para determinao de uma curva-chave

    em determinada seo necessrio conhecer certo

    nmero de pares da relao cotavazo medidos em

    condies reais.

    As curvas-chaves ajustadas para as sees monitoradasnos rios so de grande importncia, pois fornecem

    informaes utilizadas constantemente na elaborao

    de estudos hidrolgicos que orientam diversos processos

    de tomada de deciso, entre eles, anlises de processos

    de outorga, definies sobre medidas estruturais e no

    estruturais sobre eventos crticos (cheias ou estiagens),

    projetos de abastecimento pblico e lanamento de

    efluentes domsticos e industriais etc.

    Destaca-se que quanto maior a preciso durante a

    medio de descarga lquida (vazo), melhor ser oprocesso de tomada de deciso na rea de recursos

    hdricos e saneamento ambiental.

    Os mtodos mais utilizados para medio de vazo em

    grandes rios so:

    medio e integrao da distribuio de velocidad

    (mtodo convencional);

    mtodo acstico.

    O mtodo acstico tem sido empregado, nos ltimo

    anos, com frequncia por entidades operadoras de

    redes de monitoramento hidrolgico, universidades

    centros de pesquisa, empresas privadas, e esto sendo

    alcanados bons resultados. Entretanto, o mtodo

    convencional ainda o mais utilizado nas medies de

    descarga lquida em grandes rios.

    3.1 Variveis da medio de descargalquida

    A medio de vazo envolve uma srie de grandezas ca

    ractersticas do escoamento na seo e que podem se

    agrupadas em duas grandes categorias:

    grandezas geomtricas da seo;

    grandezas referentes ao escoamento (velocidad

    e vazo).

    As principais grandezas de cada categoria, assim como o

    smbolos e as unidades mais utilizados em publicaeda rea de recursos hdricos, podem ser verificadas n

    Tabela 1 e Tabela 2.

    Tabela 1 Grandezas geomtricas da seo.

    Grandeza Smbolo Unidade Usual Clculo

    rea A m ---

    permetro molhado X m ---

    raio hidrulico R m R = A/X

    largura superficial L m ---

    profundidade mdia Pmd m P = A/Lprofundidade mxima P

    mx m ---

    cota linimtrica h cm ---

    ponto inicial da seo transversal PI --- ---

    ponto final da seo transversal PF --- ---

    distncia entre PI e PF D m ---

    Continu

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    31/91

    Manual Tcnico sobre Medio de Descarga Lquida em Grandes Rios

    Tabela 2 Grandezas do escoamento na seo.

    Grandeza Smbolo Unidade Usual Clculo

    velocidade mdia na seo V m/s Vm = Q/A

    vazo total na seo Q m/s ---

    vazo em um segmento da seo qi

    m/s ---

    velocidade em um ponto na vertical vi

    m/s ---

    velocidade na superfcie vs

    m/s ---

    velocidade no fundo vf m/s ---velocidade mdia na vertical _v m/s ---

    velocidade mdia superficial V sup

    m/s ---

    vazo unitria q m/s ---

    Tanto as grandezas geomtricas quanto as referentes ao

    escoamento so definidas em funo do nvel de gua na

    seo analisada e, portanto, variam com ele. O plano de

    referncia para a cota do nvel da gua, habitualmente

    escolhido, o zero da rgua limnimtrica.

    Para o emprego do mtodo de medio convencional,

    necessria a determinao da velocidade em um nmerorelativamente grande de pontos na seo transversal,

    podendo-se realizar a integrao das velocidades por

    dois processos:

    a) traando, com base nas velocidades medidas, as

    curvas de igual velocidadeas istacas, calcula-

    se a rea entre istacas consecutivas e multiplica-se

    essa rea pelo valor mdio das istacas limtrofes.

    Somam-se esses resultados parciais para obter-se

    a vazo total;

    b) definindo-se na seo uma srie de verticais emedindo-se as velocidades em vrios pontos

    situados sobre essas verticais, para ento, com

    auxlio do respectivo perfil de velocidade,

    determinar a velocidade mdia na vertical.

    A velocidade mdia da vertical, multiplicada

    por uma rea de influncia igual ao produto

    da profundidade na vertical pela soma da

    semidistncias das verticais adjacentes, fornec

    a vazo parcial (vazo na rea de influncia d

    vertical analisada), cuja soma destas parcelas ser

    a Vazo Total na seo.

    O segundo mtodo o mais utilizado, pois permite

    o clculo da vazo por um processo passo a passo, na

    prpria caderneta de medio, eliminando o fato

    subjetivo do traado das istacas. Entretanto, no primeiro

    mtodo, os valores calculados so mais precisos, poi

    leva em conta mais adequadamente a variao espacia

    da velocidade nas duas dimenses da seo.

    3.2 Mtodo convencional com molinetehidromtrico

    A medio convencional utilizando o molinete hidrom

    trico universalmente utilizada para a determinao d

    vazo em cursos de gua naturais e artificiais (canais) e

    consiste em determinar a rea da seo e a velocidade

    mdia do fluxo que passa na seo.

    Grandeza Smbolo Unidade Usual Clculo

    distncia entre duas verticais l m ---

    distncia da vertical ao PI d m ---

    profundidade de um ponto da vertical pi

    m ---

    profundidade total numa vertical p m ---rea entre duas verticais a --- ---

    Continuao

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    Agncia Nacional de guas30

    A determinao da rea da seo realizada a partir

    da medio da abscissa, da profundidade do rio em

    um nmero significativo de pontos ao longo da se-

    o. Estes pontos definidos ao longo da seo deter-

    minam as verticais que ligam a superfcie livre ao fun-

    do do rio, e nessas mesmas verticais so realizadas as

    medies de velocidade com o molinete hidromtrico

    em certo nmero de pontos variando em funo d

    profundidade.

    A velocidade mdia na vertical determinada geralment

    por meio de mtodos analticos.

    A Tabela 3 apresenta as frmulas recomendadas em

    funo do nmero de medies de velocidade e d

    posio (p profundidade).

    Tabela3 Frmulas para clculo da velocidade mdia na vertical.

    n de pontos Posio na vertical (*) em relao

    a profundidade (p)Clculo da velocidade mdia (Vm)

    na vertical Profundidade (m)

    1 0,6 p Vm = V 0,6

    0,15 0,6

    2 0,2 e 0,8 p Vm = (V 0,2

    + V0,8

    )/2 0,6 1,2

    3 0,2; 0,6 e 0,8 p Vm = (V 0,2

    + V0,6

    +V0,8

    )/4 1,2 2,0

    4 0,2; 0,4; 0,6 e 0,8 p Vm = (V 0,2

    +V0,4

    +V0,6

    +V0,8

    )/6 2,0 4,0

    6 S; 0,2; 0,4; 0,6; 0,8 p e F Vm = [Vs+2(V 0,2

    +V0,4

    +V0,6

    +V0,8

    )+Vf ]/10 > 4,0

    *Observao: VS velocidade mdia na superfcie e VF velocidadeno fundo do rio.

    Figura 20Grandezas necessrias para determinao da descarga lquida.

    H COTALINIMTRICA

    d = Distncia Horizontal = Largura

    p = Distncia Vertical = Profundidade

    LARGURA E PROFUNDIDADE SO OSTERMOS GEOMTRICOS DA VAZO

    AS VELOCIDADES SOOS TERMOS HIDRULICOS DA VAZO

    Vs= Velocidade Superfcie

    Vi= Velocidade no Ponto i

    Vf= Velocidade do Fundo

    Pi

    Pt V = Vel. mdia numa Vert.

    = queem,

    =

    =

    =

    )(mmolhadaseodarea

    (m/s)seonaguadamdiavelocidade

    /s)(mlquidadescargaouvazo

    2

    3

    A

    V

    Q

    AVQ

  • 7/22/2019 20091217144400 Medicao de Descarga Liquida Em Grandes Rios Digital

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    Manual Tcnico sobre Medio de Descarga Lquida em Grandes Rios

    O molinete ao ser adquirido deve vir acompanhado de

    um certificado de calibragem contendo a equao a ser

    utilizada no clculo das velocidades a partir do nmero

    de rotaes por segundo. A relao bsica para o clculo

    da velocidade a partir da contagem do nmero derotaes da hlice descrita a seguir:

    =

    =

    =

    =

    hlicedarotaesdenmero

    mediodadurao

    molinete)dohlicedafuno-(constantehlicedainrcia

    molinete)dohlicedafuno

    -(constantehlicedapasso

    N

    t

    b

    a

    +

    = queem,b

    t

    NaV

    As partes integrantes e o princpio de funcionamento do

    molinete podem ser visualizados na Figura 21.

    fluxo

    dgua

    1

    1

    2 2

    2 2

    2passo hlice corpo

    Figura 21Partes do molinete (corpo e hlice) e o passo da hlice

    A velocidade do fluxo da gua linearmente proporcional

    ao nmero de rotaes da hlice (N), como pode serverificado na Figura 22.

    V

    N/t

    b1

    b0

    a0

    a1

    =

    ==

    mediodadurao

    hlicedainrcia

    hlicedapasso

    queem

    t

    b

    a

    Figura 22Relao entre a velocidade da gua e as rotaes medidaspelo molinete.

    Os passos tericos existentes so:

    0,125 m --------- 8 rotaes por segundo se V = 1 m/

    0,25 m ---------- 4 rotaes por segundo se V = 1 m/s

    0,50 m ---------- 2 rotaes por segundo se V = 1 m/s

    1,00 m --------- 1 rotao por segundo se V = 1 m/s

    O passo real :

    Sempre diferente do passo terico, por exemplo

    0,2588 no lugar de 0,25 m;

    Determinado em um canal de aferio assim como

    a constante b;

    Pode ser duplo ou triplo para uma mesma hlice, po

    exemplo, 0,2488 para N/t menor ou igual a 1,10

    0,2542 para N/t maior que 1,10.

    Normalmente, os molinetes so comercializados com

    vrias hlices, para diferentes faixas de velocidade.

    interessante aferir frequentemente o molinete visand

    detectar mudanas em suas caractersticas, a partir d

    efeito do atrito do molinete.

    Alm do molinete, o contador de rotaes um

    equipamento indispensvel nas medies de vazo

    Atualmente, usam - se dois tipos de contador:

    a) contador acstico e cronmetro;b) contador digital de tempo pr-programado com

    parada automtica.

    O aparelho registra todas as rotaes do molinete

    ajustado para emitir um impulso a cada revoluo. Es

    ses impulsos acionam um contador (eletromecnicos ou

    eletrnicos) acoplado a um cronmetro de contagem

    regressiva. Ajusta-se o tempo desejado para a medi

    (em geral 40 segundos), posiciona-se o molinete (pro

    fundidade a ser medida a velocidade) e, ao apertar um

    boto, o contador de impulsos e o cronmetro so acionados simultaneamente. Aps o tempo pr-programado

    o cronmetro regressivo atinge o zero e o contador para

    indicando o total de rotaes do molinete no perodo

    As frequncias mximas de contagem terica e prtic

    podem ser verificadas na Tabela 4.

    Fonte:Jaccon,G.(

    1984)

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    Agncia Nacional de guas32

    Tabela 4 Frequncias mximas de contagem tericas e prticas.

    Tipo de contador Frequncia terica em impulsos por segundo Frequncia prtica em impulsos por segundo

    Sonoro 1 0,5

    Mecnico 10 5

    Eletrnico 20 10

    A seguir so apresentadas figuras com detalhes sobre a estrutura do Guincho, Molinete, Lastro Hidrodinmico, Contado

    Digital e Ecobatmetro.

    Figura 24Instalao do Ecobatmetro na Lateral do Barco, Contador Digital de Pulsos e Registrador de Dados

    do Ecobatmetro.

    Figura 23Estrutura do Guincho (Cabo de Ao e Medidor da Profundidade do Molinete) e do Molinete e Lastro(Formato Hidrodinmico)

    Foto:Fabrcio/Ba

    ncodeimagensANA

    Foto:Fabrcio/BancodeimagensANA

    Foto:Fabrcio/Ba

    ncodeimagensANA

    Foto:Fabrcio/BancodeimagensANA

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    Manual Tcnico sobre Medio de Descarga Lquida em Grandes Rios

    3.3 Mtodos de clculo: seo mdia emeia seo

    O processo numrico de clculo da medio convencional

    de descarga lquida com uso de molinete pode ser calculado

    em tempo real (caderneta de campo), permitindo uma

    verificao dos resultados da medio in loco.

    O processo numrico pode ser feito por meio de dois

    mtodos: Seo Mdia e Meia Seo.

    3.3.1 Seo mdia

    No mtodo da Seo Mdia as vazes parciais so

    calculadas para cada subseo entre verticais, a partir

    da largura, da mdia das profundidades e da mdia das

    velocidades entre as verticais envolvidas.d1

    PI1

    2 3 45

    N. A.

    a1 a2

    v

    a3

    d2

    Figura 25Clculo da seo mdia - Verificao das verticais e reas.

    Procedimento para clculo da descarga lquida pelo

    Mtodo da Seo Mdia (mdia das velocidades mdiasem verticais subseqentes):

    Clculo das velocidades mdias nas verticais, em funo

    do mtodo de medio utilizado (2 pontos, detalhada,

    etc.), observando as frmulas indicadas na Tabela 3.

    Clculo das Velocidades Mdias nos segmentos:

    2 2

    )( )2()1()1( vvv a += )( )3()2()2( vvv a +=

    Clculo das reas dos segmentos:

    [ ]2

    )(*)( 12121 ppdda +=

    [ ])(*)( 23232 ppdda +=2

    Clculo das Vazes nos segmentos:

    111 *avqaa

    =222

    *avqaa

    =

    Clculo da vazo total:

    = iqQ

    Clculo da rea Total:

    = iaA

    Clculo da Velocidade Mdia:

    A

    QV =

    Clculo da Largura do rio:

    1ddL

    n=

    Clculo da Profundidade Mdia do rio:

    L

    AP=

    3.3.2 Meia seo

    O mtodo da Meia Seo o mais utilizado pelos tcnicodas entidades operadoras da Rede Hidrometeorolgica

    pois consiste no clculo das vazes parciais, por meio

    da multiplicao da Velocidade Mdia na vertical pelo

    produto da profundidade mdia na vertical e pela som

    das semidistncias s verticais adjacentes (vazo parcia

    determinada para cada regio de influncia de um

    determinada vertical).

    d1

    PI v

    1

    2 3 45

    a1

    d2

    a3

    Figura 26Clculo da meia seo - Verificao das verticais e reas.

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    Procedimento para clculo da descarga lquida

    pelo Mtodo da Meia Seo (mdia dos segmentos

    subseqentes):

    Clculo das velocidades mdias nas verticais, em

    funo do mtodo de medio utilizado (2 pontos,detalhada, etc.), observando as frmulas indicadas

    na Tabela 3.

    Clculo das Larguras dos segmentos:

    2

    )( 122

    dd+l

    =

    2 ;

    )( 23 dd

    2

    )( 233

    dd+l

    =

    2 ;

    )( 34 dd etc.

    2

    )( 132 ddl = )( 243 ddl =

    2; ;etc.

    Clculo das reas dos segmentos:

    222 *pla =

    333 *pla =

    Clculo das Vazes nos segmentos:

    222 *avq

    a =

    333 *avq

    a =

    Clculo da vazo total:

    = iqQ

    Clculo da rea Total:

    = iaA

    Clculo da Velocidade Mdia:

    A

    QV =

    Clculo da Largura do rio:

    1ddL

    n=

    Clculo da Profundidade Mdia do rio:

    L

    AP=

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    4 CURVA DE

    DESCARGALQUIDA (OU

    CURVA-CHAVE)

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    Agncia Nacional de guas36

    Um curso dgua natural constitui-se, do ponto de vista

    hidrulico, em um canal de seo transversal varivel,

    pelo qual a gua escoa contnua ou intermitentemente.

    Portanto, aplicam-se aos rios, as leis da hidrulica em

    canais, considerando o escoamento no uniforme e nopermanente.

    Para o escoamento no permanente em canais, a relao

    entre o nvel de gua e a vazo nunca rigorosamente

    unvoca. Entretanto, no caso de rios de leito bem definido,

    com sees transversais constantes e declividade forte

    (declividade do fundo do canal maior do que 1%o), o

    afastamento dos pontos observados em relao curva

    de descarga em regime permanente muito pequeno,

    inferior mesmo preciso das medidas, o que permite

    considerar, para efeitos prticos, como biunvoca a

    relao entre o nvel de gua e a vazo.

    Denomina-se controle a seo do rio que determina o nvel

    dgua para cada vazo. No caso de rios naturais, constitu-

    da em geral por um salto, corredeira ou estrangulamento

    do rio, de modo que ocorra o escoamento em profundida-

    de crtica. O controle nico quando, para qualquer situa-

    o de vazo, a seo com escoamento crtico for sempre a

    mesma, isso ocorre em geral quando o controle um salto

    ou uma corredeira de desnvel grande (Figura 27).

    Se o controle for uma corredeira menor, ocorr

    frequentemente que, para vazes elevadas, esta fic

    afogada por outro controle mais a jusante e, nesse caso

    diz-se que o controle no nico (Figura 28).

    No caso de estaes de controle varivel, a regio detransio entre os dois controles pode apresentar insta

    bilidades, alm de propiciar grandes erros na extrapo

    lao quando o trecho da curva, definido por medie

    diretas se situar totalmente sob a influncia do prime

    ro controle. Por essa razo, sempre vantajoso, quando

    possvel, instalar as estaes fluviomtricas a montant

    de grandes saltos, garantindo a unicidade de controle.

    Deve-se frisar que nenhum processo de extrapolao pod

    substituir a realizao de medies diretas para vazes altas

    pois esse o nico meio capaz de eliminar, de maneirdefinitiva, as dvidas sobre o traado da curva de descarga

    Quando deixam de existir as condies para que um

    relao cota-descarga possa ser considerada unvoca

    isto , a declividade da superfcie da gua pode varia

    para um mesmo nvel de gua, os laos no plano H x Q

    se tornam bem ntidos, e o erro resultante da considera

    o da curva em regime permanente no mais pode se

    aceito (Figura 29).

    Figura 27Curva de descarga de controle nico

    -5

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500

    Qobs Qcalc.

    Seo transversal do RIO

    ITUI no local de medio

    de vazo (17/02/1995)

    Qcalc.= 13,20761*(H+0,464967)1,81563

    Seo 17/02/1995

    SERINGAL DO ITUI - 10800000

    Q (m/s)

    Cota(m)

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    Manual Tcnico sobre Medio de Descarga Lquida em Grandes Rios

    6

    8

    10

    12

    14

    16

    18

    0 100 200 300 400 500 600 700

    Qobs Qc alc . S e o 29/8/2002

    Seo transversal do RIO

    BIA no local de medi o

    de vazo (29/8/2002)

    Qcalc.= 0,00009*(H+0,54504)6,02147

    BARREIRA BRANCA (PCD-SIVAM) - 12230000

    Q(m/s)

    Cota(m)

    Figura 28Curva de descarga com mudana de controle.

    A variabilidade da declividade decorre de vrias causas,

    tais como:

    efeito da passagem de uma onda de cheia (regime

    no permanente) em rios de pequena declividade e

    controle de canal;

    efeito de lagos ou reservatrios a jusante com

    nveis variveis;

    remanso de auentes a jusante ou da mar no local

    da rgua.

    Em geral, nesses casos, instalam-se duas rguas a

    certa distncia, ambas referidas a uma mesma cota,

    cuja leitura simultnea permite obter a declividade d

    superfcie da gua.

    Em ambas as situaes descritas, com curva d

    descarga unvoca ou no, supe-se que a mesm

    no se altere com o tempo. Quando, em funo de

    eventuais alteraes produzidas no leito do rio, sej

    por fenmenos naturais, seja pela ao do homem, relao cota-descarga se modifica no tempo, a curv

    de descarga deve ser ajustada para cada perodo d

    validade. As alteraes produzidas naturalmente so

    em geral, consequncias de enchentes e da retirad

    do material do leito do rio.

    Figura 29Medies de descarga indicando curva de descarga em lao.

    0

    500

    1.000

    1.500

    2.000

    2.500

    3.000

    3.500

    4.000

    0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

    EIRUNEPE MONTANTE (PCD SIVA M) 12550000

    h (m)

    Qmed

    Q

    (m/s)

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    TCNICAS DEMEDIO DA

    DESCARGALQUIDA EM

    GRANDES RIOS

    5

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    Agncia Nacional de guas40

    5.1 Mtodo do barco ancorado

    A medio utilizando o Mtodo do Barco Ancorado

    realizada de forma sucessiva, ou seja, a vrias distncias da

    margem, dividindo a seo transversal em trechos, dentro

    do alinhamento PI - PF(Ponto Inicial e Final) (Figura 30).

    A velocidade na vertical pode ser determinada de

    forma integrada (molinete medindo a velocidade de

    forma contnua) e a partir de vrios pontos da seo

    (molinete medindo a velocidade em cada profundidade

    predeterminada velocidade mdia).

    As distncias horizontais (margens) so determinadas

    com teodolitos, a partir da margem ou com um sextante.

    As profundidades so determinadas no prprio barco

    durante a medio das velocidades nas verticais,podendo ser determinado pelo comprimento do cabo

    de ao em que se encontra afixado o molinete e o lastro

    hidrodinmico, alm disso, muito interessante o uso do

    ecobatmetro que detalha a seo do rio.

    Para aplicao desse mtodo, o nmero de verticais

    recomendadas da ordem de 10 a 25, dependendo da

    largura do rio, sendo que o fator principal de reparti-

    o a geometria da seo transversal como pode ser

    verificado na Figura 30.

    PI L /1 5 L /3 0 P

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 101112 13 14 15 16 17 18 19 20 21

    Figura 30Seo de medio com o PI e PF e verticais de medio de

    velocidades.

    O nmero de pontos por vertical estabelecido em funo

    do tipo de medio (Tabela 3). Na medio detalhada, so

    medidos no mnimo seis pontos, igualmente distribudos

    na vertical, sendo, necessariamente, um ponto prximo

    superfcie livre e outro prximo ao fundo do rio; enquanto

    no mtodo dos 3 pontos, as medidas so realizada

    na vertical a 0,2; 0,6 e 0,8 da profundidade. Portanto

    aps a ancoragem do barco na vertical, as velocidade

    comeam a ser medidas nas profundidades pr-definidaem funo da profundidade total na vertical e do tipo d

    medio (trs pontos, detalhada etc.).

    A medio integrada feita com um equipamento

    especial no guincho que permite regular a velocidade

    de deslocamento do molinete tanto na descida (freio

    quanto na subida. A velocidade vertical do molinet

    deve ser constante e lenta em relao velocidade d

    gua: de 5 a 20 cm/s para um tempo total de medi

    necessariamente superior a 100 segundos.

    A maior dificuldade durante uma medio com barcoancorado justamente durante as manobras par

    ancorar o barco na vertical desejada, posicionamento d

    barco, controle dos equipamentos para ancoragem etc

    Essas dificuldades so maiores ainda nas verticais com

    grandes profundidades e intensas correntezas.

    Quando a ancoragem do barco realizada, o tempo tem

    pouca importncia, haja vista a lenta variao da Cota L

    mnimtrica nos grandes rios. Em consequncia, aconse

    lha-se fazer uma medio detalhada na descida do lastro

    e uma medio integrada na subida do lastro. A vazo

    pode ser calculada por mtodo grfico, usando o planmetro para definio das reas entre as istacas ou pelo

    mtodo aritmtico. A rea da seo determinada com

    o auxlio do ecobatmetro.

    Durante a aplicao deste mtodo, indispensvel anota

    o ngulo de arraste do cabo de ao pela correnteza para

    cada ponto de medio, procedimento necessrio par

    correo dos valores de profundidade medidos. Aconselha

    se, tambm, verificar a profundidade total na vertical ante

    de puxar a ncora, podendo, dessa forma, comparar o

    valores do contador do guincho e do ecobatmetro.A medio pelo Mtodo do Barco Ancorado (Figura 31

    permite obter resultados com boa preciso (erro relativ

    inferior a 10%), alm disso, pode ser verificado o regime

    do rio na seo de medio, e, geralmente, localizar e

    corrigir os erros acidentais.

    Fonte:Jaccon,G.(

    1984)

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    Manual Tcnico sobre Medio de Descarga Lquida em Grandes Rios

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    Figura 31Procedimentos para ancoramento do barco (operao do guincho, detalhes do suporte eda ncora).

    O maior problema deste mtodo encontra-se na

    dificuldade ou na impossibilidade de ancorar o barco

    em rios muito profundos (profundidades > 30m) e no

    risco de acidentes de coliso com materiais flutuantes

    (vegetao, madeira etc.).Para o clculo da posio do barco durante a medio, necessria a triangulao da seo de medio em

    cada vertical, sendo as coordenadas determinada partir dos ngulos medidos nos dois teodolitos. A fimde exemplificar o clculo da vazo pelo mtodo dobarco ancorado, sero apresentadas, a seguir as Figura32 e 33 e as Tabelas 5, 6, 7 e 8 utilizadas para obtenda vazo lquida, bem como a Figura 34 que apresento perfil transversal da seo obtida pelo Mtodo doBarco Ancorado.

    = 79 49 10

    = 360 - OBS2PF

    Rio Solimes OBS 1 = ngulo medido pelo observador 1OBS 2 = ngulo medido pelo observador 2 = 279 54 38

    PI

    x

    y

    x

    d y

    OBS 2

    b = 1131m

    = OBS1-

    OBS 1

    distncia PI - PF = 3243,3 m

    d

    sen ()b

    sen ()

    sen ()

    sen ()

    x = d . cos(y)

    y = d . sen(y)

    d = b .=

    Figura 32Clculo das variveis d, x, y com o barco a jusante da seo transversal PI-PF.

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    Agncia Nacional de guas42

    Tabela 5Valores medidos de profundidade total e ngulos dos teodolitos para vertical(mtodo do barco ancorado).

    Vertical

    Obs 2 Obs 1Profundidade Total

    (alinhado com PI e PF) (no-alinhado com PI e PF)

    grau min seg Decimal grau min seg Decimal (m)

    PI - - - - - - - - 12,25

    1 359 27 40 359,4611 287 30 40 287,5111 24,50

    2 359 55 10 359,9194 292 18 50 292,3139 24,70

    3 0 4 50 0,0806 304 27 30 304,4583 24,10

    4 0 5 20 0,0889 317 34 10 317,5694 23,30

    5 0 0 0 0,0000 327 0 0 327,0000 25,80

    Vertical

    Obs 2 Obs 1Profundidade Total

    (alinhado com PI e PF) (no-alinhado com PI e PF)

    grau min seg Decimal grau min seg Decimal (m)

    15 0 0 40 0,0111 354 10 0 354,1667 28,30

    16 359 58 50 359,9806 356 7 20 356,1222 19,70

    17 0 1 40 0,0278 357 0 20 357,0056 16,5018 0 1 0 0,0167 358 4 20 358,0722 12,60

    19 359 59 50 359,9972 358 40 0 358,6667 13,90

    PF - - - - - - - - 3,10

    Valor calculado Valor digitado Valor fixo

    y

    y x

    b=1131m

    x

    d

    Rio Solimes

    = Obs 1 -

    Obs 1

    x = d . cos ()

    y = d . sen ()

    d

    sen()

    sen()

    sen()_____ = _____ = d = b . ______b

    sen()

    Obs 2 = PI PF

    Figura 33Clculo das variveis d, x, y com o barco a montante da seo transversal PI-PF.

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    Manual Tcnico sobre Medio de Descarga Lquida em Grandes Rios

    Tabela 6 Clculo da distncia (d) do barco margem esquerda do rio (mtodo do barco ancorado).

    Base (Const Obs 1) (Const Obs 2)

    (m) dec dec

    1.131,0 279,9106 79,8194

    VerticalObs 1 Obs 2 = (Const Obs 1) = Obs2 corrigido Distncia

    dec dec dec rad dec rad dec rad (m)

    1 287,5111 359,4611 7,6006 0,1327 0,5389 0,0094 92,0411 1,6064 149,6878

    2 292,3139 359,9194 12,4033 0,2165 0,0806 0,0014 87,6967 1,5306 243,1264

    3 304,4583 0,0806 24,5478 0,4284 0,0806 0,0014 75,7133 1,3214 484,8716

    4 317,5694 0,0889 37,6589 0,6573 0,0889 0,0016 62,6106 1,0928 778,2348

    5 327,0000 0,0000 47,0894 0,8219 0,0000 0,0000 53,0911 0,9266 1.035,9842

    6 332,6778 0,0000 52,7672 0,9210 0,0000 0,0000 47,7133 0,8275 1.223,0606

    7 337,6778 359,9278 57,7672 1,0082 0,0722 0,0013 42,3411 0,7390 1.420,3985

    8 340,9167 359,9806 61,0061 1,0648 0,0194 0,0003 39,1550 06834 1.556,7110

    9 342,0750 0,0111 62,1644 1,0850 0,0111 0,0002 28,0272 0,6637 1.623,4991

    10 345,0417 0,1000 65,1311 1,1368 0,1000 0,0017 25,1494 0,6135 1.782,3614

    11 348,3389 0,0306 68,4283 1,1943 0,0306 0,0005 31,7828 0,5547 1.996,9287

    12 349,7528 0,0167 69,8422 1,2190 0,0167 0,0003 30,3550 0,5298 2.100,9401

    13 352,2111 359,9944 72,3006 1,2619 0,0056 0,0001 27,8744 0,4865 2.304,5593

    14 352,7639 359,9222 72,8533 1,2715 0,0778 0,0014 27,2494 0,4756 2.360,3682

    15 354,1667 0,0111 74,2561 1,2960 0,0111 0,0002 25,9356 0,4527 2.488,9559

    16 356,1222 359,9806 76,2117 1,3301 0,0194 0,0003 23,9494 0,4180 2.705,9017

    17 357,0056 0,0278 77,0950 1,3456 0,0278 0,0005 23,1133 0,4034 2.808,3801

    18 358,0722 0,0167 78,1617 1,3642 0,0167 0,0003 22,0356 0,3846 2.950,4196

    19 358,6667 359,9972 78,7561 1,3746 0,0028 0,0000 21,4217 0,3739 3.037,2510

    20 359,5639 0,0556 79,6533 1,3902 0,0556 0,0010 20,5828 0,3592 3.164,7743

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    Agncia Nacional de guas44

    Tabela 7 -Clculo das Coordenadas (x e y) do Barco e Velocidade medida pelo Molinete para a Vertical,profundidade e velocidade integrada (mtodo do barco ancorado).

    Rio: Solimes Cota(NA)incio(m) 24/08: 15,51 m Cota(NA)incio(m) 25/08: 15,44 m Cota (NA)media (m): 15,4m

    Local: Maracapuru Cota (NA) final (m) 24/08: 15,46 m Cota (NA)final (m) 25/08: 15,4 m

    Data: 24 e 25/08/09 Eq. Molinete Para (N/T)

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    Manual Tcnico sobre Medio de Descarga Lquida em Grandes Rios

    Tabela 8 Clculo das velocidades mdias, largura (mtodo meia seo), rea, vazo em vertical e total(mtodo do barco ancorado).

    Vertical

    AbscissaProfundidade

    totalProfundidadede medio Veloc.

    Veloc.mdia Largura rea Vazo

    Estimada Real

    (m) (m) (m) (m) (m/s) (m/s) (m) (m2) (m3/s)

    PI - 74,841 12,25 - -

    0,464

    70,5906 432,3674

    200,4622

    1,19459 516,5007

    1 90 149,681 24,50

    1 1,108

    0,927117,3131 2.874,1698

    2.665,1516

    5 1,150

    9 1,07313 0,971

    17 0,888

    21 0,721

    24,10 0,412

    Integrada 2,389 2,389 6.866,8947

    20 3.190 3164,773 6,20

    1 0,662

    0,53199,1245 614,5718

    326,12465 0,549

    5,80 0,364

    Integrada 0,452 0,452 277,8747

    PF - 3200,136 3.10 - - 0,265

    35,3636 54,8136 14,5435

    0,226 12,3918

    Total 3.243,3000 78.924,9283

    Velocidade mdia Vazo total (m3/s) 87.889,164

    rea total(m2) 78.924,928

    Vmdia (m/s) 1,114

    Velocidade integrada Vazo total (m3/s) 88.708,423

    rea total(m2) 78.924,928

    Vmdia (m/s) 1,124

    Velocidade mdia na prof de 1m 1,2193

    Kv (Vmdia-total/Vmdia-1m) 0,9133

    Valor calculado Valor digitado Valor fixo

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    Agncia Nacional de guas46

    Figura 34Perfil transversal da seo obtida pelo Mtodo Barco Ancorado.

    5.2 Mtodo dos grandes rios (mtodo barcono ancorado)

    Adequado para rios de grande largura que possam

    apresentar dificuldades para ancorar o barco ou

    riscos operao.

    A medio realizada por verticais sucessivas, sem

    ancorar o barco para as tomadas de velocidades, sendo

    a velocidade mdia de cada vertical obtida usando-

    se dois pontos em cada vertical (20% e 80%) ou pelo

    processo detalhado.

    As tomadas de velocidades medidas pelo molinete

    correspondem velocidade do rio em relao ao barco.

    A velocidade do barco em relao terra calculada a

    partir da distncia percorrida pelo mesmo durante a

    tomada de velocidade. O posicionamento do barco

    determinado com dois teodolitos no incio e no fim d

    cada tomada de velocidade.

    As verticais e seu posicionamento so determinado

    previamente pelas distncias ao PI (d) e pelos ngulo

    formados com a base dos teodolitos instalados no PI(

    e Alvo 2 (). Com os ngulos predeterminados, os doi

    observadores dos teodolitos, usando rdio, procuram

    orientar o piloto da embarcao para que este posicion

    o barco no alinhamento PI - PFe nas proximidades d

    vertical escolhida, buscando manter o barco na mesm

    posio durante as tomadas de velocidade.

    Um contador eletrnico de pulsos permite a pr-seleode tempo (40 s), emitindo um sinal sonoro quando

    faltam 10 segundos para a contagem final do tempo

    fazendo com que, nesse perodo de alerta, os observa

    dores fiquem atentos ao sinal ou topfinal para leitur

    dos ngulos (Figura 37).

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    35

    40

    45

    0 500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000

    Pro fund idade Tota l NA Abscissa (m) - ME do lado esquerdo e MD do lado direito

    Profundidade(m

    )

    Perfil Transversal da Seo de Mediao de Descarga Lquida - Manacapuru - rio Solimes (AM)

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    Manual Tcnico sobre Medio de Descarga Lquida em Grandes Rios

    Fonte:Jaccon,G.(

    1984)

    =

    =

    =

    =

    +==

    =

    =

    =

    medida pelo molinete

    componente longitudinal da velocidade

    velocidade medida pelo molinete

    barcodo

    componente longitudinal da velocidade

    velocidade do barco

    )(velocidade do rio

    pontonovelocidadesdetomada

    dafinalnobarcodocoordenadas,

    pontonovelocidadesdetomada

    daincionobarcodoscoordenada,

    seo de medio,

    Lm

    m

    Lb

    b

    LmLbii

    FF

    II

    V

    V

    V

    V

    VVVV

    YX

    YX

    PFPI

    Y

    x

    YF

    YI

    PIxIxF

    vi

    VLb

    VLm

    Fluxo da corrente

    Vb

    vm

    PF

    Figura 35Parmetros para clculo da vazo pelo mtodo dos grandes rios.

    Deve-se evitar qualquer mudana de direo o

    acelerao do barco durante as tomadas de velocidade

    fundamental que as leituras nos teodolitos pelo

    observadores coincidam exatamente com o incio e