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Piano

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    A unio entre tcnica e musicalidade na metodologia de ensino do piano da professora Isabelle Vengerova

    Tarcsio Gomes Filho Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN)

    [email protected]

    Resumo: Este artigo consiste em um recorte da pesquisa sobre tcnica pianstica, orientada pelo Prof. Dr. Maurcy Martin, durante o curso de mestrado em msica na Universidade Estadual de Campinas UNICAMP. A abordagem metodolgica, em relao aos movimentos utilizados na execuo, tem como fundamentao os conceitos originados da escola pianstica da professora Isabelle Afanasievna Vengerova (1877-1956), complementados pelo estudo de outros autores e da mecnica das mos. Em um segundo estgio, a aplicao da tcnica ocorreu em peas do repertrio tradicional, com o objetivo de criar um modelo de estudo aplicvel a outros repertrios. Uma dos principais resultados alcanados com a pesquisa foi a criao de um material de cunho didtico e informativo voltado a alunos e professores de piano. A concluso aponta os benefcios adquiridos por esta prtica de execuo e sugere aplicao em outras peas.

    Introduo

    O objetivo desta pesquisa foi gerar um material de cunho didtico e informativo,

    sobre tcnica pianstica, voltado a alunos e professores de piano, alm de divulgar as

    concepes sobre tcnica pensadas pela professora Isabelle Afanasievna Vengerova (1877-

    1956)1. Desenvolvemos um trabalho alicerado na maior gama possvel de conhecimentos dos

    meios fsicos e anatmicos diretamente ligados execuo do instrumento e por conseqncia

    deste processo, a busca da sonoridade que implica no gesto em funo do som a ser adquirido

    e do fraseado desejado.

    As idias aqui apontadas foram fundamentadas na escola pianstica da pedagoga

    russa Isabelle Vengerova2 e complementados pelo levantamento bibliogrfico de outros

    autores e pelo estudo da mecnica das mos por meio da anatomia e fisiologia3.

    Ao longo da pesquisa, a experincia com o Prof. Dr. Maurcy Martin, que representa

    no Brasil uma segunda gerao da escola da professora Vengerova4, envolveu a reflexo

    1 A professora Vengerova nasceu em Minsk, na Rssia, em 1877. Sua formao aconteceu em Viena e em So Petersburgo. Teve como mestres Joseph Dachs, Theodor Leschetizky e Annette Essipoff. Lecionou em Kiev, So Petersburgo, Nova York e Filadlfia. De seu trabalho resultou uma gerao de pianistas como, dentre outros, Samuel Barber, Leonard Bernstein, que alm de compositores, eram pianistas atuantes, e Lucas Foss e Anthony di Bonaventura que so professores da Universidade de Boston. Vengerova faleceu em 7 de fevereiro de 1956, em Nova York (REZITS, 1995, p.39; SCHICK, 1982, p.1). 2 REZITS, 1995; SCHICK, 1982; GERIG, 1990. 3 Muitos dos conceitos sobre anatomia e fisiologia foram estudados no livro A tcnica pianstica Uma abordagem Cientfica do Prof. Dr. Cludio Richerme (RICHERME, 1996).

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    sobre a performance do pianista, no que se refere conscincia corporal e ao uso adequado

    dos segmentos do corpo utilizados na execuo, alm do aprimoramento da escuta musical.

    Pressupostos tericos

    A pesquisa incorporou dois pressupostos tericos que se completam em linha de

    pensamento: A idia defendida pelo professor Jos Alberto Kaplan de que tocar piano ou

    qualquer outro instrumento no se constitui em uma cincia, mas que, todavia, no h razes que

    invalidem a pretenso de que sua tcnica de execuo e seu ensinamento possam estar alicerados em

    premissas de carter cientifico (KAPLAN, 1978, p.12) e a idia defendida pelos professores Mirian

    Ciarlini e Maurlio Rafael sobre a necessidade de conhecimento do corpo, uma vez que a noo

    correta de sua constituio permite o seu melhor uso (CIARLINI; RAFAEL, 1994, p.32).

    Os princpios da tcnica pianstica

    Segundo Robert Schick, ex-aluno de Vengerova, o mtodo de ensino por ela

    organizado, tinha como base fundamental a produo do som, o desenvolvimento do

    controle do toque, a flexibilidade e a velocidade (SCHICK, 1982, p.12).

    Os pontos fundamentais so:

    1. O uso do pulso5

    Dentre todos os aspectos que representam a escola de Vengerova esta a que mais a

    caracteriza. O pulso utilizado como ativador da velocidade de ataque das teclas e est

    diretamente ligado produo de acentos e controle da sonoridade.

    Robert Schick comenta que no mtodo de Vengerova, o estudante primeiramente

    introduzido aprendendo como tocar um acento em cada nota. Isto , primeiro inicia-se

    tocando acentos em cada nota para que o aluno aprenda a usar o movimento do pulso e

    tambm para que consiga executar notas numa sonoridade forte sem a utilizao da fora nos

    dedos, e sim recorrendo velocidade do ataque.

    1.1 A Flexibilidade do pulso

    4 O Prof. Dr. Maurcy Martin teve acesso a esta tcnica quando passou a estudar, nos Estados Unidos, na Boston University, com o Prof. Anthony di Bonaventura, discpulo da Prof Vengerova que ainda hoje trabalha em cima das idias por ela elaboradas. 5 Estamos usando o termo pulso em lugar de punho, por ser mais corriqueiro no meio pianstico.

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    Leschetizky dava grande importncia flexibilidade do pulso, para ele o livre

    movimento do pulso era uma estratgia para conservar a elasticidade da mo. Chiantore ao

    descrever a prtica de Leschetizky alega que, este comportamento pode ser uma verso

    ampliada da suave vibrao que Liszt e Chopin haviam conhecido (CHIANTORE, 2001,

    p.635).

    Neste contexto, o professor Cludio Richerme afirma que: (...) muitos tericos se

    referem a essa flexibilidade como uma importante caracterstica tcnica de certos grandes

    pianistas, especialmente na execuo de oitavas e de acordes (RICHERME, 1996, p.178).

    1.2. A produo de acentos por meio do pulso

    Deve-se levantar o pulso, at o ponto onde no se perca a curvatura dos dedos, que

    por sua vez, no devem tambm perder o contato com as teclas. O pulso ir se dirigir

    rapidamente para baixo, transferindo, ao mesmo tempo, a energia para a ponta dos dedos

    abaixando a tecla ou as teclas desejadas (SCHICK, 1982, p.22).

    Desta maneira, o acento obtido no pela fora do dedo que pressiona a tecla, nem

    pela percusso do mesmo e sim pela velocidade gerada no ataque. O dedo apenas se mantm

    com o tnus mnimo necessrio para no perder a flexo de suas trs articulaes6 e poder

    conduzir a energia do impulso gerado tecla.

    As fotos a seguir demonstram os movimentos do pulso na execuo dos acentos.

    Foto 1 Preparao para o acento Foto 2 Concluso do acento

    2. A posio da mo

    Segundo Schick, Vengerova pensava o posicionamento da mo da seguinte maneira:

    O terceiro dedo (o mais longo) prximo s teclas pretas, o segundo e o quarto dedos

    um pouco atrs, o quito dedo sobre o meio do caminho entre a tecla branca e a preta, e o 6 Sobre as trs articulaes dos dedos ver Richerme (RICHERME, 1996, p.38).

  • polegar colocado lateralmente sobre a tecla. As articulaes so arcadas, e a mo deve

    conservar o plano ajustado a no inclinar em direo ao polegar ou ao quinto dedo (SCHICK,

    1982, p.22).

    O professor Cludio Richerme (1996) d a esta posio o nome de posio bsica e

    comenta que:

    A posio bsica exige contraes musculares, assim como qualquer outra posio sobre o teclado tambm exige, embora em locais e dosagens diferentes. (...) a contrao dos extensores do pulso s se mantm enquanto os dedos estiverem relaxados. A uma pequena fora que o dedo fizer para baixo, os extensores do pulso so os primeiros msculos a se relaxarem (...) (RICHERME, 1996, p.123).

    Esta posio coincide com a posio funcional do pulso. Segundo Kapandji, ela se

    corresponde com a mxima eficcia dos msculos motores dos dedos, sobretudo, dos

    flexores (KAPANDJI, 2000, p.172).

    2.1. Os dedos 2 a 5

    Estes se movimentam a partir da flexo da primeira articulao, a articulao

    metacarpo falngea, enquanto a segunda e terceira articulaes, tambm permanecem

    flexionadas. Estas ltimas articulaes devem estar flexveis, e a ponta do dedo dever

    abaixar a tecla verticalmente (RICHERME, 1996, p.99 100).

    Foto 7 Posio dos dedos

    2.2. O polegar

    Em se tratando de um dedo diferente dos demais por se posicionar deitado sobre a

    tecla, o seu movimento para abaix-la de abduo. Todavia, como nos demais dedos sua

    movimentao se inicia na primeira articulao a carpo metacrpica.

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    Nas passagens de polegar, este pode se comportar de duas maneiras: Ativamente,

    quando passa por baixo dos dedos, realizando o movimento de flexo e passivamente quando

    os demais dedos que passam por cima dele.

    3. Uso do toque no percussivo

    Robert Schick afirma que no mtodo de Vengerova: A ponta do dedo deve estar em

    contato com a tecla todo o tempo. O toque bsico de Vengerova preparado no

    percussivamente (SCHICK, 1982, p.23).

    Sobre o uso deste toque, Richerme pondera:

    Do ponto de vista fisiolgico, so grandes as vantagens do toque no percussivo de dedo sobre o percussivo. Elevar os dedos e mant-los altos significa um consumo extra de energia muscular. E o tempo gasto para elevar o dedo e tornar a abaix-lo at encostar a tecla um fator contrrio agilidade. (RICHERME, 1996, p. 97)

    4. O relaxamento, ou seja, a racionalizao do uso energia

    O termo relaxamento tem causado polmicas quando se fala de tcnica pianstica.

    Todavia, quero deixar claro que na verdade, estou tratando da racionalizao do uso de

    energia e de uma boa coordenao do sistema muscular.

    sabido que sem a contrao muscular, impossvel haver movimento ativo de

    qualquer segmento do corpo humano. Assim sendo, na tcnica de execuo do piano, deve-se

    evitar a contrao simultnea de msculos antagonistas no movimento pretendido, para que

    estes no causem a imobilizao por fixao, das articulaes utilizadas.

    5. O uso do peso do brao, e a transferncia do mesmo pelos dedos em passagens

    especficas.

    O uso do peso do brao seja ele imvel ou em movimento no quer dizer que o

    mesmo esteja passivo, pois para o seu uso se faz necessria contrao7 ativa de msculos

    motores dos dedos, bem como de outros segmentos do brao. Alm disso, quando se utiliza o

    peso do brao, na verdade, trata-se de parte do peso. O dedo ao receber o peso do brao, est

    dividindo-o, no mnimo, tambm com a outra extremidade que sustenta o brao inteiro, no

    caso o ombro. Na transferncia de peso, a sustentao do peso do brao direcionada para o

    7 A contrao muscular no esta necessariamente ligada fixao muscular.

  • dedo e durante a execuo, transferida de um para o outro, ou para vrios dedos (um acorde,

    por exemplo).

    6. Quiet upper arm

    Esta expresso diz respeito a no utilizao da parte superior do brao, ou seja, do

    ombro na produo do som. O pulso que est diretamente ligado produo sonora.

    evidente que o antebrao tambm participa da produo, ou numa viso mais minuciosa, at o

    brao inteiro, mas nunca o impulso vir do ombro.

    Estes seis tpicos compem o centro da escola de Vengerova. Nossa pesquisa voltou-

    se primeiramente para a experimentao destes e num segundo plano, para a aplicao na

    execuo de peas.

    Metodologia de trabalho Aplicao da tcnica

    Os itens relacionados tcnica anteriormente citados necessitam de uma iniciao

    por meio de exerccios. Nesta iniciao, tomei por base a prpria metodologia trabalhada,

    durante o decorrer desta pesquisa, nas aulas com o Prof. Dr Maurcy Martin e do constante

    contato com seus alunos.

    A metodologia abarca a seqncia discriminada a seguir. Todavia, por considerarmos

    o item 3 de suma importncia, este ser o nico detalhado.

    1) Conscincia dos estados de relaxamento e tenso nos segmentos do corpo

    utilizados na execuo;

    2) Posio da mo no teclado;

    3) A produo dos acentos por meio do pulso:

    O aluno deve ser introduzido neste sistema de tcnica e produo do som aprendendo

    como tocar um acento em cada nota com a posio bsica (arcada) dos cinco dedos. O

    primeiro exerccio de iniciao ao estudo desta tcnica chamado playing inones,

    (SCHICK, 1982, p. 22) e a sua aplicao ocorre inicialmente em cinco notas. A finalidade

    obter um acento em cada nota pela velocidade do ataque, conseguindo desta maneira um som

    forte sem o uso de fora nos dedos.

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    Figura 1 Playing in ones

    Aps dominado este exerccio, passa-se ento a realizar os acentos em grupos de

    duas notas, depois em trs, quatro e oito notas. Desta maneira o aluno comea a executar

    pequenos grupos de notas e diferenciar sonoridades entre sons fortes e suaves. A inteno

    que depois se consiga executar um trecho musical com um s gesto descendente,

    correspondente a thesis, seguido de gesto ascendente para as demais notas. Deste modo o

    emprego do acento ir corresponder ao acento musical e a idia correta do fraseado.

    Figura 2 Acentos em dois, trs e oito

    No que concerne a aprendizagem a metodologia da professora Vengerova, pode se

    pensar numa aproximao do modelo T.E.C.L.A. de Swanwick8 (2003). Aps os exerccios

    de conscincia corporal a seqncia se desenvolve em: T Tcnica (manipulao do

    instrumento e audio); E Execuo (tocar); A Apreciao (Neste caso, a prpria

    sonoridade obtida). Os itens C (Composio) e L Literatura (histria da msica) so

    aplicados na medida em que o repertrio passa a ser trabalhado. Tambm em concordncia

    com este educador musical, o processo de aquisio da tcnica est sempre voltado escuta,

    parmetro principal do trabalho, uma vez que cada gesto deve ser empregado em funo do

    som a ser adquirido.

    8 O modelo T.E.C.L.A. de Swanwick se caracteriza pela seqncia T- Tcnica (manipulao do instrumento, notao simblica, audio) E- Execuo(tocar, cantar) C- Composio (criao, improvisao) L- Literatura (histria da msica) A- Apreciao (reconhecimento de estilos/ forma/ tonalidade/ graus).

  • Consideraes finais

    Aps o contato com estes princpios conclumos que o mtodo dos acentos ajuda os

    dedos a adquirirem independncia e resistncia. Em relao transferncia de peso, esta

    auxilia no toque legato, pois ao transferir o peso da ponta do dedo para o prximo, enquanto o

    acento removido, fica mais fcil obter este tipo de toque.

    Outro ponto importante a conscincia corporal. Com este domnio possivel

    relaxar sempre que for preciso e com o relaxamento do pulso e do antebrao, evita-se a

    rigidez que pode causar a desigualdade rtmica em uma passagem.

    Sobre o uso do pulso, fica mais fcil tocar um acento onde quer que se deseje, alm

    dos os movimentos da prpria tcnica j auxiliarem no fraseado e no controle da dinmica.

    Este mtodo pode ser utilizado para o estudo de qualquer pea do repertrio

    pianstico. Aconselhamos sua aplicao como estratgia de estudo, sendo as passagens

    trabalhadas lentamente para que se observe com ateno cada gesto empregado e tambm de

    mos separadas, para que haja independncia e maior segurana entre os movimentos.

    Em relao ao ensino do instrumento, tendo por base os princpios aqui detalhados,

    exige do professor uma postura voltada no somente transmisso dos contedos, ou um

    fazer apenas tcnico, mas tambm a aspectos psicolgicos dos alunos, uma vez que os

    princpios desta tcnica no so de assimilao imediata, e por isso um acompanhamento

    voltado ao dilogo e ao encorajamento essencial.

    Refercias

    CHIANTORE, Luca. Historia de la tcnica pianstica. Madrid: Alianza Editorial, 2001. CIARLINI, Myrian RAFAEL, Maurlio. O piano. Campina Grande: Edies LIAA, 1994. FONTAINHA, Guilherme Halfeld. O ensino do Piano: Seus problemas tcnicos e estticos. So Paulo: Carlos WEHRS, 1956 GERIG, Reginald. Famous pianists & their technique. 3 ed. Washington: Robert B. Luce, 1990. GOMES FILHO, Tarcsio. O idioma pianstico de Heitor Villa-Lobos Tcnica aplicada em quatro peas. Dissertao de Mestrado. Campinas: UNICAMP, 2004.

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