2008-2009 - dt mão livre
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Projecções – Desenho à Mão Livre
Desenho Técnico
Curso Técnico de Manutenção
Industrial/Electromecânica
Módulo 3 – Projecções e Perspectivas
Rui Mendes
2008/2009
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Índice
1 Desenho à mão livre ........................................................................................................................................... 5
1.1 Exemplos de aplicação ............................................................................................................................................ 7
1.2 Regras do desenho à mão livre ............................................................................................................................... 7
1.3 Regras do desenho a lápis ....................................................................................................................................... 9
2 Bibliografia ....................................................................................................................................................... 10
Índice de Figuras
Não foi encontrada nenhuma entrada do índice de ilustrações.
Lista de tabelas
NÃO FOI ENCONTRADA NENHUMA ENTRADA DO ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES.
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1 Desenho à mão livre
Para o projectista torna-se importante saber esboçar à mão livre um determinado objecto.
Esta capacidade é particularmente importante, por exemplo, quando é necessário transmitir uma ideia numa oficina.
Na fase inicial de um projecto, o engenheiro pode fazer esboços simplificados, muitas vezes à mão livre, que depois
passa aos desenhadores para elaboração dos desenhos pormenorizados.
Para a representação de uma dada peça à mão livre, a utilização de algumas regras básicas pode ajudar muito na sua
correcta e rápida execução:
Estudar convenientemente a combinação de vistas que melhor e mais simplesmente descrevem o objecto a
representar. Estudar o posicionamento das vistas na folha de desenho, bem como a orientação de todo o
conjunto, optando assim pelo formato da folha e orientação mais adequados;
Imaginar o menor paralelepípedo que contém o objecto, e desenhar com traço muito leve, as figuras
geométricas simples circunscritas às projecções (1);
Desenhar, em todas as vistas onde existam, as linhas de eixo e as linhas correspondentes às projecções que
se vão representar (2);
Pormenorizar as vistas, trabalhando simultaneamente em todas (3);
Acentuar a traço definitivo (contínuo grosso) os contornos de cada vista (4);
Com o mesmo traço, acentuar em cada projecção os pormenores visíveis;
Desenhar as linhas de traço interrompido que representam os contornos invisíveis;
Desenhar com traço próprio as linhas convencionais – linhas de eixo e de corte, tracejados, etc. (5);
Verificar a correcção do desenho;
Cotar o desenho.
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Figura 1. Fases de construção de um desenho à mão livre
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1.1 Exemplos de aplicação
Na figura seguinte mostram-se alguns exemplos de representação de peças. O leitor é convidado a reflectir sobre
estas representações e tentar compreender cada pormenor das peças através da interpretação das diferentes vistas,
tentando, ao mesmo tempo, encontrar uma forma diferente de representar as peças. Faz-se notar que todas as
representações foram executadas à mão livre.
Figura 2. Representação de peças à mão livre usando vistas auxiliares.
1.2 Regras do desenho à mão livre
O desenho à mão livre assume papel muito importante na concepção de um projecto. Com efeito, ao projectar tem de
se recorrer muito frequentemente ao desenho à mão livre, executando esboços de várias soluções, as quais depois de
comparadas têm de ser pormenorizadas, trabalhadas e mais tarde desenhadas rigorosamente. Evitando que as várias
soluções sejam desenhadas com instrumentos antes de convenientemente comparadas e analisadas, aumenta-se
consideravelmente o rendimento do trabalho.
O material necessário para o desenho à mão livre é constituído apenas pela lapiseira de desenho ou lápis, pelos
instrumentos de afiar, pela borracha e pelo papel, podendo ainda, por vezes, haver vantagem em se utilizar uma
régua para marcar certas grandezas com boa aproximação. Os desenhos à mão livre são, contudo, a maioria das vezes
executados sem preocupações de escala, sendo no entanto fundamental que se respeitem as proporções.
Os traços utilizados no desenho à mão livre são de um modo geral, os mesmos que os utilizados no desenho rigoroso.
Quando se pretende traçar uma linha contínua, deve-se apoiar a mão sobre o papel e deslocá-la conjuntamente com
o antebraço à medida que se progride no traçado. Se desenhar a linha sempre com a mão levantada do papel, o traço
fica muito irregular, como o que se representa na fig. 3a. Se traçar a linha mantendo o pulso fixo sobre o mesmo
ponto do papel, a linha tem tendência a descair na sua parte final, como se indica na fig. 3b.
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Figura 3. Traços executados correcta e incorrectamente
A linha correctamente desenhada está representada na fig. 3c Foi executada por troços, mudando-se a posição do
pulso e antebraço entre cada dois troços consecutivos. Na prática estes troços têm cerca de 3 cm de comprimento.
O traçado de linhas a traço interrompido ou a traço e ponto é mais simples que o traçado de linhas contínuas, pois a
interrupção obrigatória dos traços facilita a sua execução mais alinhada.
Quando se pretende desenhar uma linha recta passando por dois pontos, devem-se marcar os dois pontos e desenhar
a linha partindo de um deles e fixando a vista no outro em vez de a fixar na ponta do lápis que se vai deslocando. Se
quiser, pode começar por desenhar um traço fino e só depois fazer a linha mais grossa procurando corrigir o traçado
inicial.
As linhas horizontais devem desenhar-se da esquerda para a direita, como se mostra na figura 4a, e as linhas verticais
desenham-se de cima para baixo, como se mostra na figura 4b. Quando se desenham os vários troços das linhas
horizontais, a posição relativa da mão e do lápis deve manter-se sensivelmente invariável, rodando toda a mão em
conjunto em torno do pulso. Quando se desenham os traços das linhas verticais, a posição relativa da mão e do lápis
variam e praticamente só se deslocam os dedos, mantendo-se o resto da mão em posição fixa.
Figura 4. Traços de linhas horizontais e verticais
No desenho de linhas oblíquas a direcção de traçado deve ser de cima para baixo ou de baixo para cima, conforme a
inclinação das linhas com a horizontal.
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Figura 5. Traçado de linhas oblíquas
Para desenhar circunferências de pequeno raio, pode-se começar por representar duas linhas perpendiculares, ou
quatro linhas fazendo entre si ângulos de 45° e, com pequenos traços, marcar à vista comprimentos iguais ao
diâmetro sobre cada uma das linhas (fig. 6a). Pode também começar por representar o quadrado circunscrito à
circunferência e as respectivas diagonais.
Quando se trata de representar circunferências de raio apreciável, podem-se usar dois processos. Um deles consiste
em marcar vários pontos distando do centro um comprimento igual ao raio, utilizando uma tira de papel como se
mostra na figura 3.69a. O outro método consiste em fixar um dedo sobre o centro da circunferência e colocar a ponta
do lápis a uma distância igual ao raio, rodando depois o papel de 360°.
Figura 6. Traçado de circunferências de pequeno raio e de raio grande
1.3 Regras do desenho a lápis
A maneira de desenhar a lápis difere, conforme o desenho é para passar posteriormente a tinta, ou é para ficar a lápis.
No caso de o desenho ser para passar a tinta, os traços podem-se executar todos mais ou menos iguais, sendo a sua
diferenciação feita na passagem a tinta.
Se o desenho for para apresentar a lápis já tem que haver certa preocupação com o traçado, procurando-se seguir as
regras que a seguir se indicam:
As linhas definitivas devem ser feitas com traço bem nítido e vivo, qualquer que seja a espessura das linhas
desenhadas;
As linhas de construção devem ser feitas com um traço fino;
As espessuras dos vários tipos de linhas, embora não tenham de seguir exactamente o que está preconizado
para os traços a tinta, devem ser estabelecidas de modo a obter-se uma diferenciação sensível;
As extremidades das linhas devem ser bem marcadas, sem que o traço se esbata;
Os traços rectos e curvos, em particular os arcos de circunferência, devem ter a mesma intensidade se forem
do mesmo tipo;
Os comprimentos dos troços das linhas a traço interrompido e a traço e ponto devem ser criteriosamente
fixados, de acordo com o que se indica em 5.1, sendo, além disso, uniformes.
No desenho a lápis há que respeitar uma certa ordenação no traçado executando-se os traços de acordo com a ordem
a seguir indicada:
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1. Esquadria e traços da legenda;
2. Linhas de eixo de simetria do conjunto;
3. Linhas de contorno visíveis e ocultas que definem as configurações principais;
4. Linhas de eixo e linhas de contorno das configurações secundárias:
5. Linhas de chamada e de cota;
6. Setas e cotas;
7. Tracejados dos cortes;
8. Notas, títulos e preenchimento da legenda.
Uma vez concluído o desenho, deve proceder-se a uma verificação cuidada.
2 Bibliografia
1. Silva, Arlindo; Ribeiro, Carlos Tavares; Dias, João; Sousa, Luís; “Desenho Técnico Moderno, 4ª Edição”, Lidel,
Edições Técnicas, Lda., Setembro de 2004; Capítulo 4 – pág. 89 a pág. 91 (adaptado).