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PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL

2005

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PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL

2005

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©2005. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC

Secretaria de Tecnologia Industrial

Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada à fonte.

Co-Promotores

Adilson Primo – Siemens Ltda.; Almir Narciso – Nokia do Brasil Tecnologia Ltda.; Armando Queiroz Monteiro Neto –

Confederação Nacional da Indústria; Danilo Olivo Carlotto Remor – Federação das Indústrias do Estado do Pará;

Erney Felício Plessmann de Camargo – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico; Flávia

Skrobot Barbosa Grosso – Superintendência da Zona Franca de Manaus; Guilherme Peirão Leal – Natura Cosméticos

S.A.; Isa Assef dos Santos – Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica; Jaime Benchimol –

Benchimol, Irmão e Cia. Ltda. e Sociedade Fogás Ltda.; Jorge Eduardo Levy Mattoso – Caixa Econômica Federal;

Júlio Augusto Miranda Filho – Ação Pró-Amazônia; Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque – Associação Brasileira das

Instituições de Pesquisa Tecnológica; Maneio Lima Cordeiro – Banco da Amazônia S.A.; Marilene Corrêa –

Sécretaria de Ciência e Tecnologia do Estado do Amazonas; Miguel Krigsner- O Boticário Franchising S.A.; Miguel

Milano – Fundação O Boticário de Proteção à Natureza; Olavo Egydio Setúbal – Banco Itaú S.A.; Paulo Okamoto –

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas; Paulo Shuiti Takeuchi – Honda South America Ltda.;

Phelippe Daou Jr – Amazon Sat; Rolf-Dieter Acker – Basf para a América do Sul; Rossano Maranhão Pinto – Banco

do Brasil S.A.; Silvio Crestana – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária; Theo van der Loo – Schering do Brasil,

Química e Farmacêutica Ltda.; Wilson Lang – Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.

Brasil. Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior.

Prêmio Professor Samuel Benchimol 2005 / Ministério do Desenvolvimento Indústria e

Comércio Exterior, Federação das Indústrias do Estado do Pará. – Brasília: MDIC/STI:

FIEPA, 2005.

226p.

Conteúdos: Resumo dos projetos apresentados ao Prêmio Professor Samuel Benchimol

2005.

1. Desenvolvimento sustentável, Amazônia 2. Meio Ambiente, Amazônia I. Federação das Indústrias do Estado do

Pará. II. Título.

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Secretaria de Tecnologia Industrial Departamento de Articulação Tecnológica Esplanada dos Ministérios, bloco J, sobreloja 70053-900 – Brasília-DF – Brasil Tel.: 55 (61) 2109-7391 Fax: 55 (61) 2109-7286 http://www.desenvolvimento.gov.br – e-mail: [email protected] Federação das Indústrias do Estado do Pará Travessa Quintino Bocaiúva, 1588 – Nazaré 66035-190 – Belém-PA – Brasil Tel.: 55 (91) 4009-4816 Fax: 55 (91) 224-7415 http://www.fiepa.org.br – e-mail: [email protected]

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■ Agradecimentos

Agradecemos aos Ministérios do Turismo; do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; da Ciência e Tecnologia; da

Integração Nacional; do Meio Ambiente; Ação Pró-Amazônia; Amazon Sat; Associação Brasileira das Instituições de

Pesquisa Tecnológica – Abipti; Banco da Amazônia S.A.; Banco do Brasil S.A.; Banco Itaú S.A.; Basf para a América

do Sul; Benchimol, Irmão e Cia. Ltda. – Bemol; Caixa Econômica Federal; Confederação Nacional da Indústria – CNI;

Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – Confea; Conselho Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico – CNPq; Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa; Federações das Indústrias

da Amazônia Legal, sobretudo a Federação das Indústrias do Estado do Pará – Fiepa; Fórum Permanente das

Microempresas e Empresas de Pequeno Porte; Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica – Fucapi;

Fundação O Boticário de Proteção à Natureza; Moto Honda da Amazônia Ltda.; Natura Cosméticos S.A.; Nokia do

Brasil Tecnologia Ltda.; O Boticário Franchising S.A.; Schering do Brasil, Química e Farmacêutica Ltda.; Serviço

Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae; Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado do

Amazonas – SECT-AM; Siemens Ltda.; Sociedade Fogás Ltda.; Superintendência da Zona Franca de Manaus –

Suframa, pela participação no Prêmio Professor Samuel Benchimol 2005.

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Sumário

Apresentação 13

Introdução 15

Projetos agraciados com o Prêmio 2004 e contratados 17

Sistemas agroflorestais e turismo como alternativa de desenvolvimento local no assentamento

Tarumã Mirim: comunidade agrícola de Tarumã Açu 19

Formação e manejo de bacurizeiros nativos como alternativa econômica para as áreasdegradadas da

Amazônia 21

Agua limpa para pequenas comunidades da Amazônia 23

Qualificação de produtores rurais para aproveitamento de espécies vegetais destinadas a insumos de

fitoterápicos e fitocosméticos 24

Projetos agraciados com o Prêmio 2005 25

Projeto comunitário de produção sustentável de óleos essenciais da região de várzea em Silves-AM

28

Pesquisa & desenvolvimento do óleo essencial das folhas de pau-rosa 35

Inovações tecnológicas no transporte e beneficiamento de caranguejo-uçá 37

Rede de colaboração solidária para industrialização e comercialização de produtos oriundos da

pesca artesanal e da fruticultura extrativista e familiar 41

Laboratório de computadores para inclusão digital 47

Guia-Amazônia – Catálogo virtual de espécies amazônicas Parte 1 – Plantas 49

Esforço integrado de conservação, melhoramento genético e biotecnologia de pau-rosa (Aniba

rosaeodora, Ducke) e espécies relacionadas: subsídios para o desenvolvimento sustentável e

exploração racional da espécie 50

Agrofloresta, uma alternativa produtiva e ambiental para a região 57

Programa para geração de energia a partir de óleos vegetais na Amazônia através da adaptação de

motores diesel existentes – Provenat 61

Projetos apresentados ao Prêmio 2005 63

Categoria econômica/tecnológica 65

Proposta de implantação de tecnologia dos semicondutores no Amazonas 65

Identificação e controle de cupins urbanos 66

Desenvolvimento de tecnologia para enriquecimento nutricional de farináceos de mandioca com

soro de leite bovino 67

Açaí: novas perspectivas de negócios 68

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Sistema integrado de análise e monitoramento da sustentabilidade da Amazônia 69

Elaboração e melhoramento de produtos e subprodutos da caiçúma 70

Seleção e domesticação de espécies da flora amazônica para introdução na indústria de produção de

plantas ornamentais para consumo interno e exportação 71

Desenvolvimento de um modelo de produção integrada de frutos e polpa de açaí nos principais

municípios produtores do Estado do Amapá 72

Parcerias florestais 73

Programa de integração econômica da Amazônia 77

KIT MCH 77

Produção sustentável de fibras artificiais celulósicas 78

Desenvolvimento energético do Acre 79

Crediselva – Microcrédito da Floresta 80

Detecção molecular de fungos filamentosos produtores de aflatoxinas em castanha-do-brasil83

Projeto demonstrativo de produção de óleo de dendê por pequenos produtores familiares em

projetos de assentamento,para uso como biodiesel em região de fronteira 84

Agris – Gestão Agrícola e do Agronegócio 85

Açaí da Amazônia 86

O valor de “não uso”: possibilidade econômica para a Amazônia 87

Estudo do aproveitamento econômico de resíduos madeireiros do Estado do Amazonas 87

Estudo de secagem da madeira de três espécies florestais em secador à base de resíduos industriais

na região de Santarém-PA 88

Mel de abelhas nativas da área indígena Sateré-Mawé: estudo prospectivo para otimização do

produto visando a atender às exigências do mercado interno e externo 90

Aproveitamento dos frutos de munguba (Pseudobombax munguba) para produção de fibras

perfumadas com aromas amazônicos na confecção de travesseiros, bonecas e outros, nas

proximidades de Manaus 91

Curtimento de pele de peixe de água doce para fins de beneficiamento 92

Aproveitamento de palmeiras e cascas de espécies arbóreas para confecção de móveis 94

Percepções do Amapá: capacitação de monitores ambientais na bacia do Rio Maracá 95

Bioprocesso nos arranjos produtivos locais e na agroindústria para a conversão dos frutos em

bebidas alcoólicas fermentadas (vinhos) com cores, sabores e aromas da Amazônia 100

Utilização de agregado reciclado em argamassa para revestimento 102

Mercado amazônico – Site multimídia para divulgação, venda e exportação de produtos

amazônicos 102

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Pesquisa de parâmetros técnicos e viabilidade econômica da produção de azeite e farinha de

castanha-do-brasil 103

Combustor ciclônico para queima de resíduos de serraria com minimização de impacto

ambiental 105

Inovação tecnológica: produção de brotos de guaraná 106

Aproveitamento de resíduos de despolpamento de frutos regionais na elaboração de ingredientes

para ração de peixes 107

Adopción del camu-camu (Myrciaria dubia) en sistemas tradicionales inundables 109

Implantação e operacionalização de uma unidade de beneficiamento de farinha de peixe “piracuí” e

de pescado salgado e seco a serem aplicados à merenda escolar de comunidades rurais do

Amazonas 110

Criação de galinha caipira – Sistema Colonial 112

Cultivo orgânico de plantas medicinais amazônicas certificadas 112

Nacionalização da tecnologia de gaseificação de biomassa e formação de recursos humanos na

Região Norte – Gaseibras 113

Categoria social 115

Caracterização dos genótipos do HIV em doadores de sangue soropositivos da Fundação de

Hematologia e Hemoterapia do Amazonas 115

Ressocialização de presidiários: uma proposta de participação familiar 116

Inovação tecnológica e inclusão social entre os ribeirinhos de Iranduba-AM 117

Reciclagem: nada se perde, tudo se transforma 120

A Suframa e a dinâmica do desenvolvimento regional nortista 121

Desenvolvimento de tecnologias para implantação de meliponários em comunidades da

Amazônia 122

Programa Agroambiental em escolas do Projeto de Assentamento Tarumã-Mirim, na Região de

Manaus-AM 125

Farol do conhecimento – Apostando no protagonismo juvenil aliado à sabedoria de pescadores

experientes para o desenvolvimento de comunidades pesqueiras 127

A capacitação profissional como instrumento de inclusão social, visando ao desenvolvimento

sustentável do turismo na comunidade amazônica Marcos Freire, no Município de Presidente

Figueiredo 128

Ação em contribuição ao comércio e uso sustentável de produtos da floresta no Município de

Manaquiri-AM 130

Gente de fibra 131

Mulheres e artes na floresta amazônica 132

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Difusão de tecnologias de culturas alimentares destinadas aos agricultores familiares de várzea do

Amazonas 132

Centro Social de Educação Integral “Mamãe Margarida” 134

Mitigando impactos socioambientais – ações de empoderamento de populações atingidas por

barragens 134

Projeto sementes para a paz 135

Otimização do mouse ocular 136

Centro Interdisciplinar de Atenção aos Distúrbios Nutricionais 137

O dilema florestal 138

Bolsa de Iniciação Tecnológica de Roraima 140

Projeto aplicativo 141

Implantação de residências ecológicas autossustentáveis 141

Prevenção do surgimento de surtos de malária a partir do comportamento climático 144

Mulheres amazônidas fazendo a sua própria diferença 146

O fazer virtuoso: geração de renda, empoderamento e consciência ambiental no igarapé

Mata Fome 147

Pastoral da Criança 148

Categoria ambiental 150

Monitoramento das áreas de atuação da Petrobras: potenciais impactos e riscos ambientais da

indústria do petróleo e gás no Amazonas – Piatam 150

Projeto piloto de recuperação da mata ciliar do igarapé do Parque Municipal do Mindu 152

Impacto ambiental e consequências socioeconômicas da expansão da agricultura no sudoeste da

Amazônia 153

Remuneração por preservação: oportunidade amazônica no Protocolo de Quioto 156

Desenvolvimento de tecnologias agroecológicas inovadoras para o fortalecimento da cadeia

produtiva do frango caipira na região do Portal da Amazônia 159

Criação de minhocas nativas e obtenção de húmus em composto orgânico obtido a partir do resíduo

de pescado 160

Oficina-escola de resíduos: proposta para envolvimento e desenvolvimento sustentável do Tupé,

Manaus-AM 161

Estudo das condições de habitabilidade da comunidade quilombola do Abacatal 162

A inclusão social por meio do aproveitamento sustentável dos recursos naturais e de solução

tecnológica apropriada 164

Produtos não-madeireiros Maués – PNM-Maués 166

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Corredores de biodiversidade na Amazônia – evolução conceitual, práticas e as políticas de

desenvolvimento socioeconômico e ambiental. Caso do Estado do Amapá 168

Proposta para redução do impacto do esgoto sanitário de embarcações, flutuantes e palafitas na

Região Amazônica 170

Projeto de desenvolvimento sustentável Jequitibá 171

Comunidade no Jardim Botânico de Manaus – Adolpho Ducke 172

Coleta do lixo orgânico e químico (lixo branco) 173

Planejamento de transportes: estradas vicinais em áreas de várzea na Amazônia 173

Treinamento de mateiros em identificação botânica como um subsídio para conservação por meio

do manejo florestal, o exemplo da família Anacardiaceae no vale do Jari, Monte

Dourado-PA 174

Tecnologia em couro: curtimento de peles de peixes amazônicos utilizando curtente

vegetal 176

Uso sustentável e conservação de arraias de água doce no Rio Negro, Estado do

Amazonas 177

A educação ambiental como instrumento de preservação do meio ambiente amazônico: proposta de

criação de cartilha ambiental 179

Monitores de trilhas para unidades de conservação em assentamentos agrários 181

Mapa da reciclagem de Manaus 182

Filtro ecológico para remoção de metais pesados 183

Comunicação e educação para gestão ambiental e transferência de tecnologias em comunidades

ribeirinhas do Rio Madeira, Porto Velho-RO 185

Regulamento do Prêmio 2005 187

Regulamento do Prêmio 2006 201

Cerimonial – Prêmio 2004 209

Manifestações 211

Comissão organizadora 217

Comissão julgadora 218

Comissão mobilizadora 220

Índice de autores 224

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Apresentação

Em 2004, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, por meio de

nossa Secretaria de Tecnologia Industrial – STI, decidiu pela implementação do Prêmio Professor

Samuel Benchimol, tendo como objetivo maior a promoção da reflexão sobre as perspectivas

econômicas, ambientais e sociais para o desenvolvimento sustentável da Região Amazônica.

Com premiações previstas pelo regulamento de se agraciar ideias ou projetos nas categorias

tecnológica/econômica, ambiental e social, o Prêmio Professor Samuel Benchimol privilegia a

criatividade, a invenção, permitindo ao candidato apresentar sua proposta independente de

vinculações institucionais, hierárquicas, constituindo, portanto, uma importante iniciativa para a

inovação. A essa singularidade de liberdade de pesquisa e de convocação da inteligência para

pensar a Amazônia, soma-se a abrangência do concurso, não o restringindo aos nossos limites

geográficos, mas à Amazônia territorial, desde que os projetos oriundos de outros países envolvam

em sua execução instituições brasileiras. Em 2006, o regulamento, além de prever essas

premiações, incluirá a categoria Prêmio Professor Samuel Benchimol para empresários que

reconhecidamente vêm contribuindo para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.

É preciso lembrar que a Amazônia Legal brasileira cobre 60% do território nacional e tem

em torno de 23 milhões de habitantes (em 2005), o que representa pouco mais de 12% da população

brasileira. Sua importância global, segundo estudiosos na área, pode ser observada tanto por meio

de sua rica biodiversidade (50.000 espécies conhecidas de plantas, 3.000 de peixes, 2.000 de

pássaros). A substituição do desmatamento pelo aproveitamento da biodiversidade faz com que o

Prêmio Professor Samuel Benchimol torne-se um instrumento permanente de desenvolvimento

dessa Região.

O Congresso Mundial de Parques, em Durban, promovido pelo Banco Mundial para a

reflexão para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia até 2007, sugeriu algumas linhas de

ações que, junto a outros estudos semelhantes, como os realizados pelo próprio Professor

Benchimol – empresário erudito e pesquisador de problemas e perspectivas da Amazônia – devem

ser vistos como referência na formulação de critérios para o fomento e julgamento das propostas

que conduzam à geração de emprego e renda, ao desenvolvimento econômico e ao gerenciamento

sustentável dos recursos naturais daquela Região.

Premiar ideias constitui uma iniciativa louvável, mas implementá-las caracteriza intervir no

processo de desenvolvimento. Dessa forma, merece destaque a ação articulada pelo Banco da

Amazônia com a nossa Secretaria de Tecnologia Industrial, contratando quatro dos nove projetos

agraciados em 2004 com o Prêmio Professor Samuel Benchimol. Espera-se, por conseguinte, que a

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iniciativa do Banco da Amazônia seja seguida por outras instituições e, sobretudo, pelo setor

empresarial, como apoio ao empreendedorismo e inclusive de responsabilidade social das

Empresas, configurando a promoção do desenvolvimento Regional.

Na formulação do Prêmio participaram os Ministérios da Ciência e Tecnologia, do

Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da Integração Nacional, do Meio Ambiente, do

Turismo, além do Banco da Amazônia, da Superintendência da Zona Franca de Manaus, da

Confederação Nacional da Indústria, da Ação Pro-Amazônia e do Sebrae Nacional.

Quero registrar o meu agradecimento a todas as instituições que vêm apoiando esta

iniciativa, da qual tanto nos orgulhamos.

Luiz Fernando Furlan Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio

Exterior

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Introdução

O resultado dos projetos aprovados para receberem o Prêmio Professor Samuel Benchimol

determina a busca de parceria entre o Governo e o setor empresarial, no sentido de estes

viabilizarem a sua execução, bem como com o complexo de Ciência & Tecnologia do País, dentre

estes, o Centro de Biotecnologia da Amazônia – CBA, pela sua ação articuladora entre empresas e

a comunidade acadêmica. O objetivo é não só buscar uma resposta a questões e diagnósticos

levantados por estudiosos sobre o potencial da biodiversidade da Amazônia, apontando as razões

pelas quais esta ainda não conseguiu ser mais expressiva na pauta de produção, mas sim

empreender a implementação de iniciativas que levem ao desenvolvimento regional.

Reconheço a importância da Bioprospectiva e da Prospecção Tecnológica para os diversos

setores industriais não apenas para a Amazônia, mas para o Brasil como um todo. É preciso, desse

modo, estabelecer um monitoramento de inteligência das tendências tecnológicas, oportunidades e

desafios para a indústria, à cultura da inovação e a capacitação de recursos humanos.

No entanto, paralelamente a esse esforço, é necessário que iniciativas como o Prêmio

Professor Samuel Benchimol cresçam não em número de projetos premiados, mas em qualidade de

propostas que tenham verdadeiro impacto no desenvolvimento da Amazônia.

Se em 2004 conseguimos a apresentação de 56 projetos, em 2005 quase duplicamos esse

número, com 98 projetos, esse indicador não pode ser considerado como única medida de sucesso

do Prêmio. É preciso que a origem dos projetos cresça em abrangência nacional e até internacional.

É fundamental que as propostas cresçam na qualidade e com real impacto no desenvolvimento

amazônico.

O Professor Samuel Benchimol, cujo nome honra essa iniciativa e cuja extensa bibliografia

refletiu essa macrovisão dos problemas amazônicos e dos amazônidas, é mais uma vez referência

para a concepção de propostas para os Prêmios. É célebre a citação de Gilberto Freyre ao referir-se

ao Professor Benchimol, quando de sua visita ao Recife, como o mais objetivo, o mais científico, o

mais idôneo, no conjunto de saberes sobre a Amazônia. É essa visão tecnológica e científica que

almejamos das propostas para o Prêmio Benchimol.

O regulamento do Prêmio Professor Samuel Benchimol 2006 reflete um pouco desse desafio

para uma adequação crescente das propostas aos reais problemas amazônicos. Ao mesmo tempo, o

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC, ao criar uma nova

categoria de premiação a empresários que ali atuam, segue mais uma vez a orientação do Ministro

Luiz Fernando Furlan. Segundo ele, a cultura de premiar os que se sobressaem, os que são

criativos, não se limitando a reproduzir o que outras gerações fizeram, precisa ser reconhecida e

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aplaudida. Essas premiações constituem um estímulo e um reconhecimento ao processo de

inovação, ao crescimento da indústria brasileira para uma sociedade mais justa, com mais emprego,

mais exportação e um melhor nível de vida para nosso povo.

Assim, tenho o prazer de apresentar um relatório do Prêmio Benchimol 2005 com a lista e

os respectivos resumos dos projetos contratados pelo Banco da Amazônia, decorrentes do processo

de seleção de 2004, os premiados em 2005 e um resumo dos demais projetos apresentados.

Quero destacar o apoio do Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará, Vice-

Presidente da Confederação Nacional da Indústria e Presidente Executivo do Prêmio Professor

Samuel Benchimol 2005, Danilo Remor, nessa iniciativa de desenvolvimento regional e, sem

dúvida, de crescimento da competitividade industrial brasileira. Registro, também, o meu

agradecimento ao Presidente do Banco da Amazônia, Mâncio Lima Cordeiro, pela implementação

dos projetos selecionados pala contratação, assim como a todos os Ministérios e instituições que, de

alguma forma, contribuíram para mais essa edição do Prêmio Professor Samuel Benchimol.

Jairo Klepacz Secretário de Tecnologia Industrial

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

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PROJETOS AGRACIADOS COM O PRÊMIO 2004 E CONTRATADOS

Receberam o apoio financeiro do Banco da Amazônia quatro projetos de pesquisa

agraciados, pré-seiecionados dentre os nove premiados com o Prêmio Professor Samuel

Benchimol/2004 por uma comissão julgadora, instituída pelo Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, com representantes dos Ministérios do

Meio Ambiente, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, do Turismo, da Ciência e

Tecnologia e da Integração Nacional: 1 – Sistemas agroflorestais e turismo como

alternativa de desenvolvimento local no assentamento Terumã Mirim: comunidade agrícola

de Tarumã-Açú (2o lugar na categoria ambiental); 2 – Formação e manejo de bacurizeiros

nativos como alternativa econômica para áreas degradadas da Amazônia (1.º lugar na

categoria econômica); 3 – Água limpa para pequenas comunidades da Amazônia (1.º lugar

na categoria social); e 4 – Qualificação de produtores rurais para aproveitamento de

espécies vegetais destinadas a insumos de fitoterápicos e fitocosméticos (2o lugar na

categoria social).

Sistemas agroflorestais e turismo como alternativa de desenvolvimento local no assentamento

Tarumã Mirim: comunidade agrícola de Tarumã Açu

Jesuéte Bezerra Pacheco

José Carlos Martins Brandão

Ronisley da Silva Martins

Jader Marconi de Albuquerque Portela

Descrição resumida da proposta do projeto: O assentamento Tarumã Mirim, constituído de 13

comunidades, em cujo perímetro possui cinco (5) reservas florestais, localizado nas proximidades

da cidade de Manaus, vem sendo procurado por visitantes nos feriados, finais de semana e, por

alguns, em período de férias de trabalho. Os atrativos que chamam atenção são os naturais e o

modo de vida da população do local. Em uma das comunidades denominada Comunidade Agrícola

Tarumã Açu, constituída de 73 lotes de assentados, possui uma reserva florestal em que o atrativo

mais buscado é uma cachoeira, porém as atividades cotidianas também atraem os visitantes, quer

pelo passeio nas roças ou pelos entretenimentos da comunidade. Por conseguinte, a atividade

econômica da comunidade está centrada nos produtos oriundos da agricultura e da fruticultura,

além do que aproveitam a madeira dos roçados para o fabrico de carvão em caieira de forno que

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também é um atrativo e um complemento de renda familiar. Vale ressaltar que essa atividade,

futuramente, se não tiver mais uma alternativa, pode conduzir o assentado a se dirigir para floresta

em busca da matéria-prima.

Por outro lado, considera-se muito comum, nas propriedades rurais e de assentamentos do

Amazonas, abertura de áreas primárias por meio da expansão da fronteira com os roçados de

monocultivos. Por conta disso, no momento em que a fertilidade natural do solo se esgota, como

consequência ocorre à queda da produtividade e produção, que por sua vez provoca a abertura de

novas áreas, conduzindo ao uso de mais recursos naturais subtraídos da mata primária. Dessa

forma, uma das alternativas viáveis para situações em propriedades rurais e em específico na

comunidade de Tarumã Açu é a implantação de sistemas agroflorestais, pois do ponto de vista

econômico caracterizar-se-á como uma forma de desenvolvimento local capaz de proporcionar o

seu enriquecimento, a partir da implantação de maior diversidade de espécies agronômicas e

florestais nos lotes em que passam as trilhas planejadas para visitação turística, contribuindo, dessa

forma, para um melhor aproveitamento, maior produção e, consequentemente, para melhores

condições ambientais. Além disso, o aspecto de ambiente equilibrado, produtivo e agradável que o

lugar apresentará pode ser utilizado de forma proveitosa no sentido de atrair visitantes em atividade

de descontração e lazer, como é caso da atividade turística.

Principais objetivos: OBJETIVO GERAL – Introduzir sistemas agroflorestais e a viabilização do

agroturismo como alternativa de desenvolvimento local, bem como a amenização da pressão à mata

primária, aproveitamento de áreas abertas para os monocultivos e enriquecimento das propriedades

de assentados com vistas a atender aos interesses econômicos, sociais e ambientais da comunidade.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS – Proceder ao levantamento e diagnóstico da área; identificar o

perímetro das propriedades a serem trabalhadas, considerando o planejamento das trilhas de

visitação turística; implementar a formação e/ou capacitação agroturística dos membros das

famílias de assentados; implantar um módulo de infraestrutura para abastecimento de água;

proceder ao levantamento e aquisição de espécies vegetais de preferência das famílias assentadas;

elaborar o desenho esquemático do sistema a ser implantado, considerando as espécies

selecionadas; proceder ao levantamento dos recursos (material reprodutivo, sacos, matéria

orgânica, etc.) para a produção de mudas das espécies; implantar o viveiro comunitário para

produção de mudas das espécies desejadas pelas famílias para compor os sistemas; implementar

cursos de orientação em Educação Ambiental, Turismo e Sistemas Agroflorestais; acompanhar as

atividades de produção, preparo das áreas para recebimento das mudas (demarcação, coveamento,

adubação, etc.); organizar a distribuição de mudas e a forma de plantio nas propriedades do

assentamento da comunidade de acordo com o croqui do Sistema; sugerir uma comissão para

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gestão de implantação e implementação dos SAFs; tratar os resíduos sólidos orgânicos por meio da

técnica de compostagem; elaborar Relatório Parcial por ano e um final na conclusão das atividades.

Local de execução: Comunidade Tarumã Açu

Instituição: Universidade do Estado do Amazonas

Telefone: 92.237-1435

Fax: 92.613-6900

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua B5, c/1662 – Conjunto 31 de Março

Manaus – AM, Brasil CEP: 69076-220

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Formação e manejo de bacurizeiros nativos como alternativa econômica para as

áreasdegradadas da Amazônia

Alfredo Kingo Oyama Homma

Descrição resumida da proposta do projeto: O bacurizeiro (Platonia insignis Mart.- Clusiaceae)

possuí uma característica ímpar de efetuar o brotamento a partir de suas raízes. Dessa forma, nas

antigas áreas de ocorrência de bacurizais verifica-se o brotamento dessa espécie arbórea, como se

fosse uma erva daninha, na luta para a sobrevivência. O objetivo seria transformar esses rebentos

que nascem espontaneamente mediante o manejo, colocando no espaçamento apropriado, controle

das copas e dos brotos, das ervas invasoras e adubação, permitindo a formação de bosques de

bacurizais, criando novas alternativas para as terras degradadas da mesorregião do nordeste

Paraense.

O extrativismo do bacuri faz parte do elenco de “produtos invisíveis” extraídos da floresta

amazônica (pupunha, uxi, tucumã, bacaba, etc.) e outros já domesticados (jambu, pupunha, etc.)

que não são computados nas estatísticas oficiais, que são importantes na estratégia de sobrevivência

da agricultura familiar. Além dessa escassez de informações econômicas, pouco se conhece sobre

os aspectos tecnológicos dos sistemas de manejo de bacurizeiro desenvolvidos pelos próprios

coletores. As instituições de pesquisa científica agora é que estão despertando para a importância

do manejo e das primeiras tentativas de sua domesticação. O bacurizeiro é uma árvore perene que

ocorre em baixa densidade na floresta primária entre 0,5 a 1,5 árvore/hectare e que suas brotações

aumentam na vegetação aberta de transição, especialmente das áreas já derrubadas que pode

alcançar até 1.800 rebentos/hectare (MEDINA; FERREIRA, 2003). As árvores adultas podem

atingir até 35 metros de altura, com tronco de até dois metros de diâmetro à altura do peito (DAP),

tornando-o atrativo para a exploração madeireira, o que tem sido motivo de sua destruição.

A área de maior concentração do bacurizeiro é o estuário do rio Amazonas, com ocorrência mais

acentuada na região do Salgado, na Ilha do Marajó e em alguns municípios da microrregião

Bragantina (CAVALCANTE, 1991). Nesses ambientes antrópicos, o bacurizeiro prolifera com

extrema facilidade, principalmente por brotações de raízes, muitas vezes chegando a dominar

completamente a paisagem sem, contudo, conseguir recuperar o tamanho original, decorrente da

sua destruição pelas contínuas roçagens. O manejo do bacurizeiro seria efetuado a partir das

brotações radiculares dessa planta nas áreas derrubadas para os roçados abandonados. A produção

dos frutos ocorre se as árvores forem salvas de derrubadas futuras e da entrada do fogo, entre oito a

dez anos. Trata-se de uma planta rústica que, em função do crescimento do mercado de frutos,

passou a receber atenção de agricultores que começaram a salvar algumas árvores de bacurizeiros

nos quintais, sem nenhuma técnica.

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O “manejo atual” consiste em privilegiar as brotações mais vigorosas deixando um espaçamento

aleatório de 4 a 8 metros nos roçados que são abandonados, e os cuidados posteriores referem-se

apenas a roçagens anuais e, quando adultas para facilitar a coleta dos frutos. O desenvolvimento de

técnicas de manejo apropriadas para bacurizeiros teria a condição de modificar a capacidade de

suporte para uma capacidade limite, equivalente a de um plantio racional, semelhante ao que está

ocorrendo com os açaizais (PETERSON; FISHER, 1977; FISHER, 1981; NOGUEIRA, 1977).

Com isso, modificaria também os custos de extração e a rentabilidade.

No caso do bacurizeiro que sofre duplo extrativismo (coleta de fruto e extração de madeira) e da

competição com atividades agrícolas em termos de substituição do espaço, o crescimento do

mercado de fruto deve ser aproveitado para consolidar a mesorregião do nordeste Paraense como

um grande centro produtor dessa fruta. Com a valorização dos frutos do bacurizeiro, sobretudo, nos

últimos dez anos, seria importante determinar práticas de manejo adequadas para recomendação

para produtores da mesorregião do nordeste Paraense. O fato de as áreas de ocorrência de

bacurizeiros sofrerem forte pressão de ocupação pode estar restringindo as possibilidades desse

aproveitamento futuro com grandes perspectivas de mercado, de geração de renda e emprego e de

regeneração das áreas degradadas. Por outro lado há necessidade de incentivar plantios dessa

árvore, cuja procura pelas agroindústrias para atender compromissos de exportação (nacionais e

externos) apresenta limitações por serem totalmente dependentes de estoques nativos. O

crescimento do mercado de bacuri também está induzindo a realização de plantios “pé franco” por

meio de sementes e, mediante enxertia, no Município de Tomé-Açu, para apressar a frutificação e o

tamanho da copa.

Dessa forma, é importante conhecer os atuais sistemas de manejo que estão sendo utilizados pelos

agricultores nas áreas de ocorrência dos bacurizeiros no Estado do Pará e desenvolver novas

técnicas de manejo, face à inexistência de maiores conhecimentos experimentais sobre essa planta.

Existe, também, grande limitação quanto a maiores conhecimentos sobre seu cultivo, que precisam

ser avaliados a partir dos estoques naturais existentes. As possibilidades de mercado para a polpa

do bacuri são semelhantes a do açaí e do cupuaçu, verificando-se um evidente conflito entre a

oferta natural e a pressão da demanda dessa fruta. Esse mercado potencial indica que o setor

produtivo já deveria estar com a mesma área plantada de cupuaçuzeiros na Amazônia, estimada em

mais de 25 mil hectares e, no caso dos açaizeiros, o Banco da Amazônia S/A já financiou até 2002,

cerca de 16.000 hectares. A frutificação é sazonal e a queda dos frutos ocorre, em sua maior parte,

de janeiro a março. A polpa do bacuri é cotada a R$ 10,00/quilo e na entressafra alcança R$ 16,00,

três vezes mais do que a polpa de cupuaçu. Não existe plantio comercial em produção e a árvore

nativa só frutifica depois de oito a dez anos e as mudas enxertadas começam a ser vendidas a R$

25,00 podendo frutificar depois de cinco anos. Uma árvore adulta produz de 100 a 800 frutos, com

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uma média de 400 frutos por ano, que poderia render R$ 80,00 ao agricultor (SHANLEY et al„

1998; PEREIRA FILHO, 2001; MEDINA; FERREIRA, 2003). O preço da fruta está cotado a R$

0,25 a R$ 1,00 nas feiras livres de Belém (SHANLEY et al., 1998). Outro problema do bacuri é o

baixo rendimento da polpa que é de apenas 10 a 12% do peso do fruto e os equipamentos

industriais não conseguem despolpar o bacuri, que constituem desafios para a pesquisa.

Principais objetivos: Adaptar sistemas de manejo de bacurizeiros obtidos através da regeneração

natural nas áreas degradadas da mesorregião do nordeste Paraense e da Ilha de Marajó, uma das

mais antigas áreas de ocupação da Amazônia, transformando a vegetação secundária de baixo

rendimento em áreas com rentabilidade apropriada. Espera-se que, a partir de aperfeiçoamento dos

sistemas de manejo adotados pelos produtores, possa servir de modelo para difusão para aumentar

a produtividade da terra e da mão de obra e a conservação dos recursos naturais; avaliar os

coeficientes técnicos de produtividade, densidade de bacurizeiros, gastos de mão de obra e

rentabilidade, para servir de modelo para financiamentos de projetos dessa natureza.

Local de execução: Mesorregião Nordeste Paraense e Ilha de Marajó.

Instituição: Embrapa Amazônia Oriental

Telefone: 91.299-4582 Fax: 91.276-9845

E-mail: [email protected]

Endereço: Trav. Enéas Pinheiro, s/n, Bairro Marco

Belém-PA, Brasil

CEP: 66095100

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Água limpa para pequenas comunidades da Amazônia

João Tito Borges

Descrição resumida da proposta do projeto: Serão construídas estações de tratamento de água

que poderão ser utilizadas em pequenas comunidades estabelecidas tanto em águas negras quanto

águas barrentas. A estação de tratamento de água é movida manualmente (onde se faz a

coagulação/floculação e a decantação) e a água tratada passará por um filtro de seixos construído

com materiais disponíveis em qualquer região. O sistema poderá ser utilizado em qualquer região

do interior da Amazônia, em pequenas comunidades, vilarejos, aldeias e sistemas flutuantes. O

pesquisador já fez ensaios em pequena escala e já tem o projeto modelado para diversas situações.

É necessário prover a região com sistemas de abastecimento de água alternativos com o objetivo de

reduzir o número de doenças causadas pela veiculação hídrica.

Principais objetivos: Prover água limpa com baixo custo e baixa manutenção para as populações

Amazônicas; reduzir as doenças de veiculação hídrica; promover a melhor qualidade de vida a

essas populações, por meio da potabilização das águas.

Local de execução: Comando Militar do Amazonas

Instituição: Fundação Centro de Análise Pesquisa e Inovação Tecnológica

Telefone: 92.616-3002

Fax: 92.616-2688

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua Paraíba 670

Manaus-AM, Brasil CEP: 69057-020

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Qualificação de produtores rurais para aproveitamento de espécies vegetais destinadas a

insumos de fitoterápicos e fitocosméticos

Juan David Revilla Cardenas

Descrição resumida da proposta do projeto: Projeto de capacitação e qualificação de produtores

rurais para coleta e manuseio de espécies vegetais que sirvam de insumos para a indústria de

fitoterápicos e fitocosméticos. Os produtores são da comunidade Santo Antônio, localizada na

estrada Manaus-ltacoatiara- Km 47 (Município de Manaus). A capacitação será realizada por meio

de oficinas e cursos, com foco no manejo sustentável dos recursos existentes na comunidade. O

projeto visa a dar condições aos comunitários de geração de emprego e renda no próprio local onde

moram.

Principais objetivos: Capacitação de recursos humanos para a coleta e manejo adequados dos

recursos vegetais da Região Amazônica visando a atender a demanda do mercado de Fitoterápicos

e Fitocosméticos; desenvolvimento de técnicas de coleta, secagem e armazenamento dos recursos

vegetais; disseminação de informações e orientações técnicas sistemáticas sobre as espécies de

interesse econômico, sobretudo dos aspectos botânicos e de manejo das espécies, visando à

sustentabilidade do recurso numa produção comercial.

Local de execução: Comunidade de Santo Antônio, Rodovia AM 010, Km 47 (Município de

Manaus).

Instituição: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

Telefone: 92.3643-3115

Fax: 92.3643-3115

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. André Araújo, 1756 – Aleixo

Manaus-AM, Brasil CEP: 69011-970

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Projetos agraciados com o Prêmio 2005

Categoria Econômica / Tecnológica

1.º colocado:

Bárbara Schmal

Título: Projeto comunitário de produção sustentável de óleos essenciais da região de várzea em

Silves-AM

Instituição: Associação Vida Verde da Amazônia – Avive

Estado: Amazonas

2.º colocado:

Lauro Euclides Soares Barata

Título: Pesquisa & Desenvolvimento do óleo essencial das folhas de pau-rosa

Instituição: Laboratório de Química de Produtos Naturais, Instituto de Química da Unicamp

Estado: São Paulo

3.º colocado:

Masayoshi Ogawa

Título: Inovações tecnológicas no transporte e beneficiamento de caranguejo uca

Instituição: Laboratório de Recursos Aquáticos – LARAq/DEP/UFC

Estado: Ceará

Categoria Social

1.º colocado:

Nicolau Priante Filho

Título: Rede de colaboradores solidária para a industrialização e comercialização de produtos

oriundos da pesca artesanal e da fruticultura extrativista e familiar

Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT

Estado: Mato Grosso

2.º colocado:

Alessandro Dinelli de Paiva

Título: Laboratório de computadores para a inclusão digital

Instituição: Comitê para Democratização da Informática do Amazonas – CDI-AM

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Estado: Amazonas

3.º colocado:

Karine Gomes Queiroz

Título: Guia Amazônia – Catálogo Virtual de Espécies Amazônicas – Parte 1 – Plantas Instituição:

Instituto de Ensino Superior – CESF/Fucapi

Estado: Amazonas

Categoria Ambiental

1.º colocado:

Luis Antônio Serrão Contim

Título: Esforço integrado de conservação, melhoramento genético e biotecnologia de pau-rosa

(Aniba rosaedora, Ducke) e espécies relacionadas: subsídios para o desenvolvimento sustentável e

exploração racional da espécie

Instituição: Centro Universitário Nilton Lins / Laboratório de Biotecnologia Vegetal

Estado: Amazonas

2.º colocado:

Sérgio Roberto Lopes

Título: Agrofloresta, uma alternativa produtiva e ambiental para a Região

Instituição: Associação dos Pequenos Agossilvicultores do Projeto Reca

Estado: Rondônia

3° colocado:

Suani Teixeira Coelho

Título: Programa para a geração de energia a partir de óleos vegetais na Amazônia através da

adaptação de motores diesel existentes – Provenat

Instituição: Centro Nacional de Referência em Biomassa – Cenbio

Estado: São Paulo

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Projeto comunitário de produção sustentável de óleos essenciais da região de várzea em Silves-AM

Barbara Schmal

O objetivo geral da iniciativa é a promoção de alternativa econômica de forma demonstrativa para

as mulheres de comunidades do município de Silves-AM, via extração sustentável de óleos

essenciais da várzea e terra firme bem como a produção de produtos afins com envolvimento

comunitário, utilizando-se de tecnologia branda de baixo impacto e integração de ações de

conservação.

Dentre os objetivos específicos, temos: identificar, selecionar e estudar a ecologia e biologia das

espécies potenciais produtoras de óleos essenciais, resinas e óleos graxos para produção; capacitar

comunitários/as e sócias da Avive na produção de espécies nativas aromáticas de forma

ecologicamente correta e da produção e uso do óleo das mesmas; produzir, certificar e

comercializar uma linha de produtos aromáticos por meio do uso de tecnologias de baixo impacto

ambiental, preservando os direitos de propriedade do conhecimento tradicional local.

Breve descrição do projeto:

A grande extensão da Amazônia e sua posição no Trópico Úmido conferem à região potenciais

energéticos e econômicos de alta relevância. A Floresta Amazônica abriga a mais notável e

diversificada fonte de produtos naturais do planeta. Dentro dessa biodiversidade os óleos vegetais

formam uma classe de produtos naturais dos mais aproveitáveis na Região Amazônica. A partir do

trabalho de Le Cointe (1931), passou-se a ter um relato sobre as possibilidades de aproveitamento

de oleaginosas, bálsamos, resinas e óleos essenciais da vasta flora da Amazônia. Com isso,

pesquisadores de diversas instituições iniciaram estudos mais profundos a respeito, e hoje já

encontramos diversas publicações científicas que relatam a ocorrência de constituintes químicos em

espécies vegetais oleaginosas, tais como das espécies pau-rosa, sacaca, louro nhamuhy, copaíba,

andiroba, pimenta longa, preciosa, entre outras. Todas as essências obtidas dessas plantas, pelos

seus constituintes, são potencialmente comerciáveis, por meio de uma produção sustentável, para o

uso em perfumaria, aromaterapia, cosmética natural e fitoterapia.

Os óleos essenciais são componentes aromáticos encontrados em muitas plantas e suas partes:

flores, folhas, galhos, tronco, casca, raiz, frutos e sementes. Ao se exporem no ar a temperaturas

comuns eles evaporam, e por isso os chamamos de voláteis, etéreos ou essenciais.

A extração dos óleos essenciais pode ser por arrasta a vapor (Destilação), extração alcoólica e

prensagem a frio. Os óleos essenciais ocupam um lugar preponderante nos mercados de farmácia,

perfumaria, cosméticos e na indústria alimentícia.

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São empregados para aromatizar chicletes, bebidas, sabonetes, perfumes, para mascarar odores

desagradáveis em ambientes de trabalho e instalações sanitárias, além de serem usados como

insumo em diversos produtos das indústrias de plásticos, tintas, borrachas, inseticidas e outras.

Muitos desses óleos fornecem compostos de partida para a síntese de outras substâncias úteis nas

indústrias farmacêuticas e de transformação. Outros componentes têm propriedades farmacológicas

e são usados como analgésicos, bactericidas, sedativos, expectorantes, reumáticos, estomáquicos na

composição de diversos medicamentos.

Já os óleos graxos, também chamados de gordurosos e/ou fixos, tais como o de andiroba, cumaru,

patauá, babaçu, entre outros, são extraídos por meio da prensagem a frio na maioria das vezes das

sementes da planta. São produtos importantes, usados com fins farmacológicos, industriais e

nutricionais.

Para a maior parte dos óleos, portanto, a possível variedade química natural e indesejável alteração

por condições de extração e armazenamento inadequadas dificultam sua comercialização pela

ausência de padrões bem definidos de composição, garantia de qualidade e pureza. As análises

cromatográficas realizadas para as diferentes espécies, para os diversos espécimes, visam a balizar

e a estabelecer os padrões necessários e essenciais para a produção de óleos essenciais e fixos de

qualidade, para que possam ser comercializados no mercado interno ou externo com maior valor

agregado, viabilizando, dessa forma, o esforço da população tradicional na sobrevivência pelo

extrativismo dessas espécies.

As perspectivas de extração de óleos essências com o processamento das folhas e galhos das

árvores, como alternativa ao abate destas, são promissoras. Pesquisas científicas vêm sendo

desenvolvidas no sentido de intensificar o uso da técnica de desbaste com vistas a que não seja

mais necessário o sacrifício das árvores para a produção de tão importante insumo das indústrias

perfumista e cosmética.

A realização de um empreendimento que visa a um só tempo à geração de renda para comunitárias

e comunitários e à conservação dos recursos naturais, por certo, é uma iniciativa animadora. O

mercado de cosméticos naturais à base de plantas, principalmente as da Amazônia, é seguro e

crescente (SEBRAE, 1995), tanto no Brasil como no exterior, onde empresas e consumidores estão

dispostos a pagar um preço de até 40% acima do normal, pela aquisição de produtos naturais

amazônicos, de origem certificada, desenvolvidos de forma ecologicamente correta e socialmente

justa.

A presente proposta visa, portanto, à continuidade e ao fortalecimento do projeto comunitário

realizado até o presente, permitindo a elaboração e o desenvolvimento de uma linha de óleos

essenciais da várzea e terra firme, produzidos e comercializados por comunitários, com especial

atenção para as mulheres, valorizando o potencial de trabalho e a identidade da mulher “Amazona”.

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Leve-se em consideração os pontos principais de que:

• Silves já foi importante centro de produção de óleo essencial de pau-rosa;

• o uso de óleos essenciais de Pau-rosa, Copaíba, Andiroba, Cumaru, entre outros, faziam e

ainda fazem parte das formulações caseiras locais;

• os óleos essenciais são um insumo de extrema importância para as indústrias de cosméticos

e perfumaria;

• técnicas de extração e manejo sustentáveis e certificadas levam a um menor prejuízo ao

meio ambiente;

• produtos certificados apresentam maior valor agregado;

• os óleos essenciais amazônicos obtidos das folhas e galhos, sementes e resinas são ainda

inéditos nos mercados nacional e global.

De imediato deverá reverter o quadro de produção artesanal de óleos vegetais e cosméticos

naturais, registrando o empreendimento e os produtos nos órgãos estaduais e federais, atendendo,

assim, a mesma legislação aplicável às indústrias de cosméticos em geral. Em curto prazo, o projeto

pretende implantar um programa de capacitação e suporte para que as mulheres possam administrar

o empreendimento com padrões de autogestão plena e caráter empresarial dentro de um sistema

cooperativo.

Deverá continuar com os treinamentos e palestras para as Mulheres da Avive e de comunidades do

município, em parceria com o Sebrae, o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia e a

Universidade Federal do Amazonas, visando à formação de multiplicadoras de conhecimentos –

produtoras de cosméticos naturais, artesãs, educadoras ambientais, agentes comunitárias de saúde

natural e bem-estar, valorizando, assim, a mão de obra feminina nas comunidades amazônicas. Ao

mesmo tempo, o projeto pretende identificar e classificar os recursos naturais de espécies

promissoras para produção de óleos em áreas de reserva legal de, no mínimo, cinco comunidades

do município para fins de manejo.

Posteriormente, o projeto pretende promover a diversificação do uso de recursos da floresta,

ampliando o número de espécies exploradas a agregando valor aos produtos, por meio do seu

beneficiamento ecologicamente correto. A proposta será concluída com a implementação do

empreendimento, produção e comercialização de uma linha de produtos cosméticos naturais e

certificados Avive, incluindo uma estratégia de marketing. Espera-se que a renda gerada pela

introdução de uma linha de produtos devidamente registrados e certificados venha a promover a

independência da iniciativa até o final de 2006, propiciando o bem-estar social e econômico de suas

empreendedoras e das comunidades de Silves, no Amazonas.

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Principais atividades previstas

• Promover o registro da Avive e seus produtos no Ministério da Saúde: Implantar edificações

específicas para a produção/ depósito/ expedição/ administração, firmar convênio de

controle de qualidade, contratação de responsável técnico, proceder elaboração de etiquetas

– para atender às exigências fitosanitárias da Anvisa e do Ministério da Saúde;

• Realizar saídas de campo durante dois anos para fins de avaliação e identificação de

espécies florestais nativas potenciais no Município de Silves-AM para uso em cosméticos

naturais e suas embalagens;

• Proceder aos treinamentos e palestras (sobre terapias naturais, educação ambiental, cerâmica

e artesanato regional) para as Mulheres da Avive e de comunidades do município, visando à

formação de multiplicadoras de conhecimentos – artesãs, educadoras ambientais, agentes

comunitárias de saúde natural e bem-estar;

• Realizar treinamentos e capacitações técnicas em autogestão e administração pró-ativa

empresarial do grupo associado à Avive e Cooperativa (computação, técnicas de vendas,

boas práticas de fabricação, contabilidade básica, exportação entre outros);

• Produzir no viveiro da Avive mudas de reposição e estimular o plantio de espécies florestais

nativas em áreas degradadas e Reservas Legais das comunidades nos conceitos da

Agricultura Natural e Permacultura;

• Promover a certificação dos produtos e subprodutos florestais da Avive;

• Aprimorar as técnicas atuais de produção de óleos essenciais (pau-rosa, puxuri, preciosa,

macacaporanga, breu) a partir de folhas, galhos e resina para o uso em produtos cosméticos

e de perfumaria;

• Elaborar uma cartilha informativa e educativa sobre os óleos, a sua produção e uso de

produtos naturais cosméticos da Amazônia;

• Elaborar e implementar o sítio Avive e Cooperativa na Internet;

• Desenvolver, testar, aprovar e produzir uma linha de cinco óleos essenciais e produtos afins,

100 % natural e vegetal com uso de matérias-primas amazônicas para comercialização nos

mercados local, regional, nacional e exterior.

Resultados a serem gerados

• Produção e comercialização de óleos e cosméticos naturais, certificados e socialmente

responsáveis, desenvolvidos e introduzidos no mercado brasileiro e exterior, e cumprindo as

exigências legais do Ministério da Saúde e dos órgãos internacionais;

• Comunidade em geral mais conscientizada sobre o dano dos saques ao patrimônio natural

promovido pela exploração predatória das espécies amazônicas, em especial as sob ameaça

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e risco de extinção, por meio de campanhas de educação ambiental em parceria com o

Ibama e WWF;

• Ecologia e biologia conhecidas e produção correta que subsidiarão manejo e gestão

ambiental do recurso, estimulando essa vertente na exploração florestal;

• Valorização dos recursos naturais locais e da mão de obra feminina da Amazônia.

Entidades parceiras

WWF/ Brasil

A parceria tem por objetivo a realização de estudos e apoio à implantação do projeto comunitário

de exploração sustentável, com certificação FSC e reflorestamento de espécies nativas para

extração em âmbito demonstrativo e em microescala, de óleos essenciais das espécies aromáticas,

entre ameaçadas de extinção e/ou de uso popular tradicional para fins cosméticos e medicinais,

(www.wwf.org.br).

Ibama

O Ibama é parceiro da Avive na execução do subprojeto 045/02 do ProVárzea “Projeto comunitário

de produção sustentável de óleos essenciais da várzea na região de Silves-AM”, que iniciou-se em

Dezembro 2002 e terminará em Novembro 2005 e que tem o apoio técnico-financeiro do Ibama,

KfW (Kreditanstalt fur Wiederaufbau), Banco Mundial, DFIFeGTZ.

(www.ibama.gov.br/provarzea/).

Sebrae-AM

Desde 2000 a parceria com o Sebrae-AM visa à realização de seminários e capacitações em Silves

sobre Marketing, elaboração de logomarca, associativismo, custos, formação de preço de venda,

televendas, entre outros, como também consultorias para elaborar embalagens para os óleos e

produtos afins. O Sebrae-AM é responsável pela divulgação de diversas matérias sobre a Avive em

jornais e emissoras de TV e pela divulgação dos produtos Avive em feiras temáticas nacionais e

internacionais. A iniciativa da Avive foi incluída no livro “Histórias de Sucesso Vol. 1”, publicado

em 2003, como uma das experiências empreendedoras modelos em âmbito nacional

(www.sebrae.am.com.br).

Amigos da Terra

Através do web-site do seu Balcão de Serviços para Negócios Sustentáveis, a ONG está

divulgando o trabalho produtivo da Avive (www.amazonia.org.br / www.negocios.org.br).

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Grupo Pão de Açúcar

A parceria iniciou-se em 2003 com o Programa Caras do Brasil, a partir da comercialização de

velas aromáticas em 08 lojas da rede de supermercados em São Paulo e Rio de Janeiro

(www.grupopaodeacucar.com.br/www.fomezero.org.br).

Entidades Participantes

Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia – INPA

Desde 2001, a Coordenação de Pesquisa de Silvicultura Tropical do INPA, por intermédio do Prof.

Dr. Paulo de Tarso Barbosa Sampaio, tem orientado as atividades da Avive:

• realizando inventários na área de Floresta da Terra Firme (Ramal da Petrobras) onde a

Avive está implantando a Al E (área de importância ecológica)” Aquarosa”, com especial

atenção às Anibas (pau-rosa – Aniba roseadora, preciosa – Aniba canelilla, macacporanga-

Aniba fragrans)\

• iniciando uma plano de negócios referente à produção do óleo resina de copaíba e sabonetes

aromatizados com esse óleo para o mercado hoteleiro regional e nacional;

• capacitando proprietários de terras e pequenos agricultores no entorno da futura AIE,

envolvendo cinco comunidades ao longo da Estrada da Várzea no Município de Silves-AM,

em atividades de conservação, produção de mudas e plantio das mesmas em áreas

degradadas;

• plantando, junto às mulheres, 2.000 mudas de pau-rosa em clareiras naturais da AIE, em

janeiro 2004, visando à poda das folhas e galhos para produção do seu óleo essencial.

Desde Julho 2004, a Avive conta com a orientação técnica do Dr. José Eduardo Ribeiro do

Departamento de Botânica do INPA, para a identificação botânica das espécies nativas de interesse

para o projeto da Avive.

Universidade Federal do Amazonas – UFA

O Dr. Jamal da Silva Chaar realiza, em parceria com a Avive, as análises químicas dos óleos e

extratos (gascromatograma). A Prof. Lídia Medina de Araújo é responsável pela formação técnica

das Mulheres da Avive e Cooperativa em “Boas práticas de fabricação”.

Secretaria de Desenvolvimento Sustentável do Governo do Estado do Amazonas – SDS

A secretaria, por meio de sua Agência de Florestas (Afloram), tem sido parceira de diversas

instituições comunitárias do Estado do Amazonas, incentivando e apoiando a produção e

comercialização legal de produtos florestais não madeireiros e a exposição dos mesmos em feiras

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temáticas regionais e nacionais. A parceria visa também ao apoio técnico para implantar em Silves-

AM uma casa de produção no terreno da Avive, para atender às exigências legais da Avisa e do

Ministério da Saúde.

Quem somos

A Associação Vida Verde da Amazônia – Avive, fundada em 1999 na cidade de Silves-AM, é uma

entidade não governamental sem fins lucrativos. Tem como missão a defesa, preservação e

recuperação do meio ambiente, dos bens e valores culturais, em busca da melhoria da qualidade de

vida humana, com especial atenção para as mulheres, no âmbito do bioma Floresta Amazônica.

O projeto, que conta hoje com 45 mulheres, realiza pesquisa e aprimora técnicas e métodos de

exploração sustentável de espécies nativas aromáticas e medicinais, bem como desenvolve

atividades de educação ambiental e capacitação técnica.

Por meio da Cooperativa – Copronat, fundada em 2003, as mulheres produzem e comercializam

produtos naturais, tais como sabonetes, velas aromáticas e repelentes, incensos, águas aromáticas e

artesanatos como alternativa econômica visando a melhorar sua vida e a de seus familiares,

aplicando e preservando também seus conhecimentos tradicionais e populares sobre plantas

regionais amazônicas.

O trabalho das Mulheres da Avive ganhou real propulsão com a realização de uma parceria com o

WWF/ Brasil em 1999, para a implantação do “Projeto comunitário de produção sustentável de

óleos essenciais e produtos afins no Município de Silves-AM”. Desde dezembro de 2002, a

parceria com o ProVárzea/ Ibama está viabilizando as atividades e fortalecendo a iniciativa das

Mulheres da Avive no âmbito do “Projeto comunitário de produção sustentável de óleos essenciais

da região de várzea em Silves-AM”, com apoio técnico-financeiro do MMA, DFID, KfW, GTZ e

Banco Mundial.

Instituição: Associação Vida Verde da Amazônia – Avive

Telefone: 92.3528-2161

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua Cizenando Grana, 622

Silves-AM, Brasil

CEP: 69110000

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Pesquisa & desenvolvimento do óleo essencial das folhas de pau-rosa

Lauro Euclides Soares Barata

Descrição resumida da proposta do projeto: O Projeto “P & D do óleo essencial das folhas de

pau-rosa” representa uma estratégia viável ao desenvolvimento econômico sustentável da

Amazônia. Considera os aspectos econômicos, tecnológicos, sociais e ambientais envolvidos e em

consequência gera benefícios quantificáveis como emprego e renda para a população local. O

conhecimento científico-tecnológico do Coordenador do projeto definiu o aspecto econômico-

tecnológico como o norte deste projeto, que deverá gerar benefícios à economia Amazônica e às

suas estruturas produtivas. Deve inclusive melhorar a qualidade de um produto crucial da Região

que é o óleo de pau-rosa. O projeto deve proporcionar crescimento econômico e desenvolvimento

tecnológico à região e ter impacto positivo no tecido social. Deve também melhorar a distribuição

de renda diminuindo as diferenças sociais. Do ponto de vista Ambiental, sendo uma proposta de

desenvolvimento sustentável, tem como objetivo a recuperação de áreas degradadas, preservação de

uma espécie ameaçada e a reintrodução de uma espécie nativa, o pau-rosa.

Provavelmente, meio milhão de árvores de pau-rosa já foram abatidas desde o início da exploração

predatória iniciada na década de 30. O óleo essencial do pau-rosa (Aniba rosaeodora Ducke) é

produzido da madeira de árvores centenárias abatidas e reduzidas á cavacos para a extração do óleo.

A espécie é endêmica apenas na Amazônia, onde já foi praticamente extinta nos Estados do Amapá

e Pará, outrora grandes produtores. As mais importantes casas de Perfumaria Internacionais são os

clientes preferenciais dessa fragrância fina e inigualável que não tem substituto, o óleo sintético é

usado para fragrâncias de segunda linha. Representa uma importante economia para a Amazônia

(exportação de aproximadamente US$ 2 milhões/ano) à custa da extração seletiva de cerca de 4.000

árvores/ano contribuindo para a devastação da floresta nativa. A reposição de 80 árvores/tambor de

180L de óleo não tem reduzido o impacto sobre a espécie, levando à sua inclusão na “Lista de

espécies em perigo de extinção” (portaria 37 do Ibama, de 3/4/1992). Tanto o Ibama como os

produtores reconhecem que, o estado atual da exploração do pau-rosa levará à extinção da atividade

extrativa na região, à institucionalização de práticas ilícitas, e ao empobrecimento maior das 1000

pessoas envolvidas na produção.

Estudos desenvolvidos no Laboratório de Química de Produtos Naturais da Unicamp, mostraram

que o óleo essencial das folhas de pau-rosa pode ser um novo produto às Indústrias de Perfumaria

fina como a Chanel, já que a fragrância do novo óleo, principalmente quando destilado e

concentrado em Linalol, pode substituir com vantagem o Linalol extraído do óleo da madeira do

pau-rosa. Os novos derivados do óleo das folhas foram testados em duas casas de perfumaria

internacionais (Firmenich e MANE do Brasil), passando pelo teste olfativo. Adicionalmente, numa

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colaboração iniciada com a Faculdade de Farmácia da Universidade de Messina, Itália, a análise

sensorial do óleo de folhas de pau-rosa foi feita por cromatografia sniffe quando comparada ao óleo

da madeira levou a uma melhor performance.

Coordenado pela Unicamp, o projeto tem a parceria de um produtor tradicional de óleo de pau-rosa

e da UFRA e visa à produção sustentável do óleo essencial das folhas do pau-rosa via Cultivo e

Extração por arraste a vapor, técnica simples e tradicional entre os extratores de óleo essencial.

Consorciado com outras plantas aromáticas de retorno rápido, a extração do óleo essencial de

folhas se dará pela poda anual ou bianual de arvoretas de até cinco anos, gerando empregos e renda

localmente. Prevê-se que o produtor utilizará uma área de cerca de 30ha para plantar 10.000 mudas

de pau-rosa consorciadas com outras ervas aromáticas de crescimento rápido e sombreadas com

banana, para que haja o pagamento dos custos mínimos no menor prazo. Serão realizadas etapas de

cultivo, manejo, tratos silviculturais e agronômicos, análise foliar e análise do solo, sistema de poda

de folhas e galhos, extração por arraste a vapor, controle de qualidade, análises químicas e

sensorial, e estabilização do óleo. Complementarmente, será realizada a análise da viabilidade

técnica e econômica da produção via estudo de mercado para o novo óleo.

O preço de venda (FOB) do óleo essencial das folhas do pau-rosa em função do apelo ecológico

deve ficar em US$ 75/litro, já que o preço de óleo de madeira exportado atualmente é US$ 60/kg,

embora os produtores que dependem de financiamento da rede local o vendam a US$ 30/kg. No

mercado internacional o óleo pode custar US$ 240,00/kg. Nossos cálculos, no entanto, estabelecem

um preço modesto de US$ 50/ kg. Esta é a primeira fase de um projeto que busca a auto-

sustentabilidade, e deve viabilizar-se economicamente a partir do quinto ano quando entrará na fase

industrial. No quinto ano a produção de 30ha será de 960 litros do óleo essencial de folhas de pau-

rosa que somado ao cultivo de outras espécies, levará a um faturamento de US$ 50.000,00.

O Patchouly, também conhecido como Oriza no Pará, já foi cultivado na Amazônia em épocas

anteriores e o óleo produzido experimentalmente. Existe uma demanda mundial de mil toneladas de

óleo de Patchouly/ano e o Brasil não o produz, mas importa. O óleo essencial de Priprioca teve sua

produção iniciada recentemente por uma Indústria de Belém-PA especialmente para a Empresa

Natura que lançou em março de 2005 perfume com o mesmo nome, e que tendo menos de 5 g do

óleo é vendido a Ft$ 150,00/ 10Oml. O preço do óleo de Priprioca sendo praticado por empresa de

Belém é de US$ 1.250,00/kg.

Principais objetivos desenvolvimento de cultivos experimentais de 30 hectares na Amazônia com

10.000 árvores de pau-rosa e outras plantas aromáticas; poda e pré-produção industrial, por

destilação das folhas do pau-rosa (arraste vapor) produzindo no quinto ano, cerca de 1.000 kg de

óleo essencial das folhas de pau-rosa/30 ha; desenvolvimento das condições de Padronização e

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Controle de Qualidade do óleo essencial das folhas de pau-rosa; desenvolvimento de um “Estudo

de viabilidade Técnico-Econômico” para a produção do óleo essencial das folhas de pau-rosa.

Instituição: Laboratório de Química de Produtos Naturais, Instituto de Química da Unicamp

Telefone: 19.3287-6822

Fax: 19.3788-3023

E-mail:lbarata@ iqm.unicamp.br

Endereço: Instituto de Química – Unicamp, CP 6154

Campinas-SP, Brasil

CEP: 13083970

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Inovações tecnológicas no transporte e beneficiamento de caranguejo-uçá

Masayoshi Ogawa

Resumo

Este projeto teve como foco principal estabelecer estratégias inovadoras para maximizar o

aproveitamento do potencial já explorado do caranguejo de mangue, traçando uma nova

metodologia de transporte de caranguejo vivo, do manguezal para os centros de consumo,

reduzindo a mortalidade atual, de 30% a 40%, para menos de 10%, resultando em um aumento de

aproveitamento em torno de 25% Buscamos também melhorar a qualidade da matéria-prima (carne

de caranguejo), agregando valor ao produto e de um novo sistema para abate de crustáceos (SIAC),

desenvolvido e já patenteado pelo Laboratório de Recursos Aquáticos da Universidade Federal do

Ceará juntamente com um professor do Departamento de Física da mesma universidade.

Justificativa

O caranguejo-uçá é uma das espécies mais importantes que compõem a fauna dos manguezais

brasileiros, ocorrendo em abundância variada em toda a extensão da costa do Brasil, desde o Estado

do Amapá até o Estado de Santa Catarina (COSTA, 1972).

Como iniciativa da Superintendência do Ibama-CE, o Grupo Permanente de Estudos – GPE do

caranguejo-uçá se reuniu em 1991, para discutir sobre a falta de controle da captura e a sobrepesca

desse crustáceo no Nordeste brasileiro. Naquela ocasião, no Nordeste já se notava a diminuição do

tamanho dos exemplares distribuídos comercializados nas praias de Fortaleza-CE, provenientes do

Delta do Rio Parnaíba.

A mortalidade de caranguejo durante a operação de transporte desde o produtor até o consumidor é

outro gravíssimo problema. Estima-se, em Fortaleza-CE, um consumo semanal de 60 mil

caranguejos e, considerando-se um índice de mortalidade de 30 a 40% que acontece atualmente,

devem ser transportados de 80 a 100 mil caranguejos.

É grande o desperdício desse recurso de manguezais brasileiros, tornando-se imprescindíveis e

inadiáveis pesquisas que visem à redução da taxa de mortalidade pelo menos para valores abaixo de

10%.

Em experimento laboratorial foi alcançado um índice de sobrevivência superior a 95%, entretanto,

precisa-se aplicar o sistema para uma escala maior, considerando o volume de caranguejos que é

transportado na prática real.

Quanto á carne desse crustáceo, a preocupação concentra-se em torno da qualidade, sobretudo no

que se refere à contaminação microbiana decorrente do processamento artesanal.

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Com o objetivo de se elaborar um produto que não seja um risco para a saúde do consumidor e,

consequentemente, elevar o valor comercial desse produto, sugerimos um fluxograma de

processamento com recomendações para inclusão de mesa de inspeção para eliminação de resíduos

de carapaça, de esqueleto, de hemolinfa (sangue) coagulada, etc., e melhoramento do material de

embalagem para permitir fechamento a vácuo e que seja apropriado para suportar o processo de

pasteurização para eliminação de bactérias causadoras de doenças advindas de contaminação

durante o manuseio. Assim sendo, tornam-se necessárias uma aplicação e adaptação das etapas e

equipamentos sugeridos ao sistema artesanal vigente.

A captura do caranguejo-uçá envolve inúmeros pescadores que habitam áreas próximas ao

manguezal e dele sobrevivem. A constante procura por esse caranguejo vem resultando anualmente

em uma diminuição do estoque natural, refletindo em uma redução drástica desse crustáceo que

atinge diretamente a sobrevivência de centenas de famílias. A redução dos índices de mortalidade a

partir do estabelecimento de metodologia adequada de transporte e estocagem diminuiria a pressão

de captura sobre os estoques, dando-se um grande passo para a manutenção desse recurso, além do

que, evitando o desperdício, contribuiríamos de forma positiva para economia do setor.

No Norte e Nordeste brasileiro, a carne congelada de caranguejo-uçá, embalada em envoltório

plástico ou alumínio, é encontrada, com facilidade, nas lojas especializadas ou supermercados. Em

geral, esses produtos são de fabricação clandestina, não sendo beneficiado em estabelecimento

licenciado pelo Serviço de Inspeção Federal – SIF, preparados sem nenhum controle higiênico

durante o processamento. Não obedecem a um padrão; contêm grande quantidade de fragmentos de

carapaça e de cartilagem além de coágulos de hemolinfa. Através da embalagem plástica

transparente, a carne apresenta uma coloração escura e, pelas condições de beneficiamento, é

provável que apresente um alto número de bactérias.

O rendimento da carne extraída pode variar com o período de captura caracteres biológicos

(reprodução, muda de carapaça, etc.), uso de máquina, mão de obra e outros fatores, entretanto, um

rendimento de 21,2% foi reportado por Ogawa e colaboradores (1973a e b). Este mesmo trabalho

apresentou técnicas para o processamento da carne congelada, pasteurizada-congelada, e enlatada,

em escala laboratorial, tendo como resultado um produto sem problemas de contaminação

bacteriana e com um aspecto mais atraente, de coloração mais clara.

Transporte

A equipe do Laboratório de Recursos Aquáticos – LARAq (www.laraq.ufc.br). sob a Coordenação

do Prof. Dr. Masayoshi Ogawa, desenvolveu tecnologias de transporte de animais vivos fora dá

água. Esses trabalhos foram iniciados, na prática, com o transporte de lagostas para o Japão, o que

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demandou 36 horas, mantendo-se vivas. Esses conhecimentos foram aplicados a caranguejos,

conseguindo-se também uma sobrevivência de 100%, após 72 horas.

Tais resultados foram objetos de premiação: 3.º lugar do “Prêmio Professor Samuel Benchimol”, na

Categoria Econômica/Tecnológica, e Prêmio Amazônia, cujo título do trabalho foi “Inovações

tecnológicas no transporte e Beneficiamento de caranguejo-uça”.

Já foi comprovado que os caranguejos não resistem à temperatura igual ou abaixo a 15°C, como a

lagosta, sendo a temperatura ideal próxima a 18°C. Nessa temperatura, os animais vivem mais

tempo gastando menos energia em função do abaixamento do metabolismo.

O uso de caminhão com cobertura de lona, com viagens realizadas à noite possibilitou uma

significativa redução da mortalidade dos caranguejos. No entanto, as proximidades da boca do

caranguejo devem ser molhadas, pois aqueles caranguejos que têm água estocada internamente no

corpo têm mais vitalidade. Os caranguejos, quando sopram água, apresentam ciclo de vida

limitado. Vale ressaltar que, na prática, pesquisas devem ser conduzidas com o transporte de

caranguejos em caminhão frigorífico.

Beneficiamento

O Brasil é responsável pela elaboração do Codex alimentarius dos produtos pesqueiros –

caranguejo e lagosta junto ao Programa Padrão de Alimentos da FAO (Food and Agriculture) /

WHO (World Health Organization) of United Nations. Desse modo, deve-se priorizar a excelente

qualidade dos produtos.

Pretendemos instalar uma fábrica piloto na beira de manguezal do Norte e Nordeste do Brasil onde

vivem as comunidades carentes de pesqueiro de caranguejo, tendo a concordância e permissão da

Inspeção Federal, número do SIF aprovado e com direito de comercializar nacional e

internacionalmente. Sabe-se que, atualmente, a carne congelada está sendo vendida

clandestinamente, pois é processada em fábricas (fundos de quintal) sem nenhum controle

higiênico-sanitário.

Para a viabilização da atividade de beneficiamento de caranguejos, destacam-se:

1) Uso da máquina SI AC – Sistema de Imobilização e Abate de Crustáceos (equipamento

desenvolvido e patenteado pelo Prof. Dr. Masayoshi Ogawa e equipe), a qual pode controlar os

seguintes pontos:

• O sistema permite o uso de uma pulsação elétrica fraca, para paralisar o animal, evitando a

morte do mesmo que, assim, pode retornará vida, e não sofre ataque microbiano. O uso do

SIAC é, portanto, de extrema importância higiênico-sanitária;

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• A linha de processo é devidamente planejada uma vez que não se precisa matar animais

mais do que o necessário no determinado período;

• Ocorre um aumento no rendimento de 3 a 5% de carne retirada. Parece que esse choque

elétrico descola a carne da carapaça do animal, favorecendo a retirada total da carne;

• Não ocorre queda das patas ficando o animal com o corpo intacto, o que agrega valor

comercial ao mesmo.

2) Processo da pasteurização

Após a carne ser retirada e embalada em saco de PVC, submete-se a mesma ao processo de

pasteurização e choque térmico, com os seguintes objetivos:

• Evitar a contaminação bacteriana patogênica e coliformes;

• Tornar a carne mais clara (esbranquiçada);

• Possibilitar também o beneficiamento por meio de Retort Pouch para permitir a estocagem à

temperatura ambiente.

Portanto, para evitar que a produção e o beneficiamento desse crustáceo não venham passar pela

mesma crise que vem passando outras espécies como a lagosta, deve-se incrementar urgentemente

estratégias para evitar o agravamento dessa atividade.

Instituição: Laboratório de Recursos Aquáticos-LARAq/DEP/UFC

Telefone: 85.4008-9737

Fax: 85.3287-3423

E-mail: [email protected]

Endereço: Campus Universitário do Piei, Bloco 840/LARAq

Fortaleza-CE, Brasil

CEP: 60356000

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Rede de colaboração solidária para industrialização e comercialização de produtos oriundos

da pesca artesanal e da fruticultura extrativista e familiar

Nicolau Priante Filho

Introdução

A fruticultura e/ou exploração de frutas tropicais tem sido inviabilizada, dentre outros fatores, em

função da alta perecibilidade das frutas e das deficiências nas estruturas viárias e de

comercialização da região. A perecibilidade desses frutos tropicais está ligada às suas altas taxas

respiratórias, características principais de frutos climatéricos. Por esses fatores e pela ausência de

técnicas adequadas de armazenamento, amadurecimento e de comercialização, faz-se necessário o

desenvolvimento de tecnologias alternativas para a conservação desses frutos, evitando-se a grande

perda pós-colheita observada até o momento. O baixo nível de renda, as dificuldades com o

transporte e as limitações culturais de produtores de frutas ou de extrativistas da região são fatores

que dificultam o atendimento da demanda comercial local e de outros centros consumidores.

Em uma experiência piloto realizada durante o período da piracema de 1999, a ação integrada da

Cooperativa de Pescadores e Artesãos de Pai André e Bonsucesso – Coorimbatá com a

Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT e a rede de Supermercados Modelo propiciou aos

pescadores cooperados a venda de manga Bourbon colhida na região a R$0,50 por quilograma,

aproximadamente 12 vezes mais do que pagavam os “mangueiras” – compradores de manga

oriundos de outras regiões do País. Apesar dessa imediata vantagem, diversas dificuldades foram

observadas nessa experiência, uma vez que a colheita das mangas mostrou uma atividade de alto

risco, pela altura das mangueiras. Durante as piracemas de 2000 a 2004, repetiu-se a experiência

anterior, com o apoio das Centrais Elétricas de Mato Grosso – Rede Cemat e do Corpo de

Bombeiros, que forneceram escadas e treinamento aos pescadores para o trabalho em alturas.

Desde 1999, a UFMT, com os seus pesquisadores, tem direcionado pesquisas acadêmicas para a

solução de problemas do fluxo produtivo da Coorimbatá. Como resultado, alguns cooperados da

Coorimbatá passaram a se dedicar ao processamento de frutas passas e produção de húmus, mesmo

fora do período da piracema, já que há atualmente escassez de peixes no rio Cuiabá.

Um dos principais resultados da atuação conjunta iniciada com a experiência piloto foi o patrocínio

da Petrobras para o projeto “Rede de colaboração solidária para industrialização e comercialização

de produtos oriundos da pesca artesanal e da fruticultura extrativista e familiar”, que está

viabilizando várias ações de geração de renda para comunidades da Baixada Cuiabana. Mesmo com

o grande empenho dos pesquisadores e dos cooperados e com o apoio de grandes empresas da

região, as dificuldades administrativas e a falta de um fluxograma de produção e de distribuição dos

produtos acarretaram em balanço negativo da Coorimbatá no ano de 2000 e que se repetiu em

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2001. Além de perdas iniciais causadas por problemas nas embalagens das frutas passas, o processo

de comercialização não foi suficientemente organizado para escoar a produção da Coorimbatá. A

dificuldade com a divulgação dos produtos foi também um fator limitante para a sua

comercialização. No final de 2003 e início de 2004, com o início dos repasses oriundos do projeto

acima citado, foi possível a efetivação de um gerente que acompanha todos os processos tanto de

produção quanto administrativos e de gerenciamento, dando suporte técnico direto aos cooperados

em suas atividades econômicas e estabelecendo o diálogo com as outras instituições que compõem

essa rede solidária; criou-se, portanto, um horizonte que garantiu um faturamento bruto anual da

Coorimbatá para o ano de 2004 em torno de R$100.000,00.

São comercializadas na cidade de Cuiabá 100 toneladas/mês de manga in natura entre os meses de

agosto a dezembro, e 20 toneladas/mês durante a entre safra, sendo que 80% desse valor é relativo

à manga rosa e 20% à manga Bourbom. Vale ressaltar que a Cooperativa já teve experiências com a

exportação de manga in natura para outros Estados, também em fase experimental. Com relação a

frutas passas, são comercializados aproximadamente 500 quilogramas/mês, com um valor que varia

de R$9,00 a R$22,00 o quilograma.

Um levantamento efetuado pela Empresa Mato-grossense de Pesquisa Agropecuária – Empaer, em

2003, identificou 981 piscicultores em todo o Estado com produção naquele ano de 12.000

toneladas de pescado, sendo um produto de fácil comercialização, desde que devidamente

processado e com registro no Serviço de Inspeção Federal – SIF. Quanto ao peixe (tambacu),

comercializa-se de 300 a 400 toneladas/mês com um valor variando na faixa de R$ 2,60 R$ 3,29

por quilograma e de 20 a 100 toneladas/mês de peixes de rio, tais como o pintado, o dourado, o

piau, o barbado, a jeripoca, entre outros.

Com a atuação de pesquisadores da UFMT, que têm direcionado suas pesquisas para a solução de

diversos problemas típicos de uma cooperativa de pessoas de baixa renda, tem sido possível obter

certificação para os seus produtos que estão sendo comercializados, com sucesso, em grandes redes

de supermercados da Baixada Cuiabana. Os produtos da Coorimbatá comercializados atualmente

são: banana passa, manga passa, abacaxi passa, doces de banana, de abóbora e de manga, banana

frita (banana chips) e húmus de minhoca. Peixes, pescados legalmente, são também

comercializados pela Coorimbatá na Rede de Supermercados Modelo, que dá privilégios nos

prazos de pagamento e nas margens de venda.

A ideia básica é a execução de um projeto que se utilize dessa articulação já conquistada, para se

conseguir um case de sucesso envolvendo pesquisadores, grandes empresas de comercialização e

de distribuição, atuando de modo integrado com empresas parceiras baseadas na produção e

processamento artesanal de produtos regionais, de modo sustentável. Para isso é fundamental a

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consolidação deste Projeto para que essa experiência e seus resultados possam ser difundidos e para

que outras regiões da Amazônia mato-grossense possam também ser beneficiadas.

Principais objetivos e metas

Dentre os objetivos deste projeto, espera-se desenvolver estratégias que minimizem os impactos

negativos das mudanças de uso da terra, trabalhando as implicações sociais do atual processo de

ocupação da Amazônia, trabalhando com alternativas ao desmatamento no setor de agricultura que

sejam econômica e socialmente viáveis para o desenvolvimento da Amazônia.

As metas do projeto Rede de Colaboração Solidária são:

• Ampliar para 200 o número de cooperados atuando em parceria com a Banavita Produtos

Alimentícios Ltda. e com a Universidade Pública Comunitária – UPC;

• Consolidar uma Rede de Colaboração Solidária que promova o bem viver das comunidades

envolvidas e o desenvolvimento ecológico e socialmente sustentável expandindo novas

relações de produção e consumo onde as características locais devem ser respeitadas;

• Otimizar e ampliar a infraestrutura rural e agroindustrial de cultivo e processamento

múltiplo já disponível, no processo de produção cooperativo, considerando: fruta in natura,

processamento de pescado, frutas desidratadas, barras de cereais, elaboração de geléias,

doces em massa, frutas em calda e cristalizadas ou glaceadas, a partir da utilização das

estruturas de empresas regionais, associações e de cooperativas de produtores de Mato

Grosso;

• Integrar e dar suporte para empresas da região, na viabilização de alternativas de produção

para pequenos produtores rurais e pescadores, de modo a gerar produtos de qualidade para

serem comercializados nas grandes redes de supermercados e/ou que possam ser exportados

para outros Estados e/ou países;

• Fomentar o desenvolvimento da agroindústria no Estado por meio da geração de tecnologia

de baixo custo, agregando valor às frutas regionais em processo extrativista sustentável, no

caso da manga, por exemplo.

Situação atual com visão prospectiva

A UFMT tem se empenhado em estabelecer uma forma ágil de garantir o sucesso de ações

articuladas junto às comunidades de baixa renda, envolvendo pesquisadores de diferentes áreas do

conhecimento, o Centro Federal de Educação Tecnológica de Cuiabá Cefet-Cuiabá, atuando

juntamente com empresas como o SEBRAE, Supermercados Modelo e a Coorimbatá. Diversas

reuniões de planejamento estratégico foram realizadas, nas dependências da rede de supermercados

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Modelo, com a participação de pesquisadores da UFMT, cooperados da Coorimbatá e de outras

cooperativas de pequenos produtores rurais, com empresários dos setores atacadistas de frutas, de

distribuição e de comercialização. Graças ao apoio dessas empresas, do empenho dos pesquisadores

e dos cooperados, e como resultado dessas reuniões, tem sido possível manter em funcionamento as

atividades da Coorimbatá.

Os recursos aprovados para o Projeto pela Petrobras estão na ordem de R$500.000,00,

representando um investimento de R$2.000,00 por família beneficiada, que é um valor

relativamente baixo quando analisado à luz do objetivo de oportunizar a autonomia financeira

dessas famílias, a partir do momento em que estas se integram à Rede Solidária.

Atualmente a Coorimbatá desenvolve atividades no processamento e comercialização de manga in

natura, frutas passas, doces de frutas regionais, banana frita, pescado e húmus de minhoca

(vermicompostagem). Na vermicompostagem, além da utilização dos resíduos sólidos oriundos dos

processamentos de frutas, rapadura, cachaça de frigoríficos, é utilizada a cinza oriunda da queima

da palha ou lenha nos fornos de olarias.

Em Mato Grosso, quase todas as cooperativas de pessoas de baixa renda estão desativadas. Em boa

parte do Estado e, particularmente, na Baixada Cuiabana, não há tradição em associativismo e

cooperativismo. Muitas iniciativas governamentais ou de recursos e/ou estruturas físicas para

cooperativas ou associações dessa região, não obtiveram sucesso. Problemas causados pela falta de

acesso às soluções tecnológicas, pela falta de uma cultura informativa em gestão empresarial por

parte dos cooperados, envolvendo aspectos de planejamento e a falta de controle de gastos nas

atividades realizadas pelas cooperativas, impedem o funcionamento das mesmas. As soluções

desses problemas dependem geralmente do investimento de altos recursos financeiros e da

participação de profissionais de diversas áreas, que geralmente são acessíveis apenas às grandes

empresas. Elas dependem também, de um mecanismo eficaz que possibilite a incorporação de

aspectos culturais e operacionais em pesquisas realizadas nas universidades, com respaldo de

grandes empresas de comercialização e que tenham a confiança das comunidades envolvidas.

A Coorimbatá, criada em 1997 com o objetivo de fazer o processamento de peixes e derivados e

húmus de minhoca, sofreu, até 1999, com os problemas que têm sido as causas de insucessos de

diversas cooperativas e associações de pessoas de baixa renda no Estado. Por outro lado,

pesquisadores da UFMT dedicaram-se durante muitos anos a pesquisas buscando alternativas para

pessoas de baixa renda, sem conseguir encontrar caminhos que considerassem aspectos culturais e

operacionais que possibilitassem a aquisição dos resultados dessas pesquisas pelas cooperativas ou

associações da região.

A Coorimbatá formalizou, em 2000, a pesquisa científica como um dos objetivos da Cooperativa.

Criou a figura do Pesquisador Cooperado que é um(a) pesquisador(a) da Universidade,

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formalmente associado(a) à Cooperativa, que direciona as suas pesquisas para a solução de

problemas tecnológicos da Coorimbatá e as executa conjuntamente com os seus cooperados que se

apropriam dos resultados práticos obtidos antes mesmo de serem publicados. O Pesquisador

Cooperado é um funcionário da Universidade Pública e não participa da renda do setor produtivo

da Coorimbatá, porém, caso a Cooperativa tenha prejuízos, ele, como cooperado, terá também que

se responsabilizar por isso. Essa forma de atuação propicia um maior envolvimento dos

pesquisadores com a comunidade, ampliando aspectos educativos de formação e autoformação,

além de sua especialidade técnica, favorecendo, assim, a atuação interdisciplinar. A pesquisa

executada juntamente com aquelas pessoas de baixa renda que estão beneficiadas leva em conta

aspectos culturais e operacionais que normalmente são desconsiderados, quando se isola um

problema para ser estudado em laboratórios ou fazendas experimentais que funcionam dentro das

universidades. Quando o Pesquisador Cooperado é também afetado diretamente pelos possíveis

prejuízos da cooperativa, ele precisa se envolver totalmente com a solução dos problemas,

utilizando, assim, todo o potencial existente na universidade, sua competência técnica e também o

seu status social para fazer a interação universidade – sociedade.

Com a universidade dentro da Cooperativa, as atividades desenvolvidas consideram aspectos

culturais, educacionais, técnicos, organizacionais e mercadológicos, de pessoas de baixa renda, e

têm garantido a comercialização de seus produtos por grandes redes de supermercados com regras

do Comércio Justo.

Essa prática de Economia Solidária motivou a UFMT a ser a primeira universidade pública do

Brasil a formalizar o seu apoio ao Programa Fome Zero, por meio do Programa de Apoio à

Mobilização Social do Programa Fome Zero em Mato Grosso – Talher-MT. A UFMT assume o

papel de articuladora para a inclusão social de comunidades excluídas e/ou de baixa renda.

Conclusão

A experiência de sucesso da UFMT/Coorimbatá indicou alternativas que viabilizaram o surgimento

de outros projetos integrados, apresentados pelo Governo do Estado de Mato Grosso. Entre as

alternativas, destacam-se a colheita, processamento e comercialização das mangas dos quintais das

comunidades ribeirinhas. Essa alternativa tem um importante impacto ambiental positivo, já que a

safra da manga coincide com o período da piracema, em que a pesca é proibida. Alguns pescadores

das comunidades de Pai André e Bonsucesso já têm nessas atividades a sua fonte de renda

principal.

Essas atividades produtivas passarão a integrar, de modo articulado, os projetos Rede de

Colaboração Solidária, (patrocinado pela Petrobras), Agregação de Valor a Produção Através da

Agroindustrialização (com recursos do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome) e

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Central de Comercialização da Agricultura Familiar (com recursos do Ministério de

Desenvolvimento Agrário) quando estiverem implantados.

Com essa integração ficou fortalecida a capacitação das comunidades envolvidas para se

organizarem em empreendimentos solidários. A ampliação dos benefícios gerados pela parceria

construída pela Rede de Colaboração Solidária certamente irá minimizar as práticas de pesca ilegal

na região.

A aprovação do Projeto “Rede de colaboração solidária” pela Petrobrás, projeto este selecionado

entre 5884 de todo o País, contribuirá para consolidar a figura do Pesquisador Cooperado como

forma alternativa para o desenvolvimento sustentável da região Amazônica e para a divulgação

dessa forma de atuação para outras universidades brasileiras.

A parceria UFMT-Coorimbatá é assim, um exemplo inovador de Tecnologia Social na

implementação de sistema de gestão no setor produtivo que compatibiliza as expectativas de

pessoas de classes sociais diferentes, atuando com direitos e deveres iguais em um mesmo

empreendimento. Este projeto, portanto, inova na academia, criando a figura do Pesquisador

Cooperado. Graças a essa forma inovadora de atuação, a Coorimbatá recebeu o Prêmio FINEP de

Inovação Tecnológica 2004, na categoria “Processo”.

A viabilização também de empreendimentos sustentáveis em comunidades quilombolas é difícil e

há poucos exemplos de sucesso no Brasil. Este projeto também tem propiciado atuação junto às

comunidades quilombolas de Mata Cavalo que hoje se encontram entusiasmadas com suas famílias

envolvidas nos módulos de plantio comunitário. O grande entusiasmo das famílias quilombolas nas

culturas implantadas com o apoio da Coorimbatá, motivou outros grupos a se dedicarem também a

atividades semelhantes. É talvez a primeira vez que se identifica esse tipo de trabalho no quilombo.

Assim, a Coorimbatá vai conseguindo apoio e realizando suas atividades com o espírito da

solidariedade, contribuindo para a melhoria de vida de famílias desamparadas e empenhada na

busca de novos projetos e oportunidades para o desenvolvimento da região.

Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso

Telefone: 65.3661-3681

Fax: 65.3615-8738

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua dos Eucaliptos, N. 7 Quadra 15, J. das Palmeiras

Cuiabá-MT, Brasil

CEP: 78080130

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Laboratório de computadores para inclusão digital

Alessandro Dinelli de Paiva

Os principais objetivos são a Montagem de Infraestrutura para manutenção de computadores das

Escolas de Informática e Cidadania – EICs do CDI Amazonas e a capacitação de educadores e

pessoas da comunidade na atividade de manutenção de computadores.

Descrição resumida da proposta do projeto

Montagem de infraestrutura de laboratório de informática para capacitação de comunidades de

baixa renda e portadores de necessidades especiais das escolas de informática e cidadania do CDI

Amazonas, que hoje possui 21 Escolas no Estado do Amazonas com 70 educadores e 2000 alunos.

Atualmente, as atividades de manutenção dos computadores das EICs estão sendo realizadas com o

auxílio de voluntários, os quais só podem dedicar pequena parte do tempo disponível, fora de suas

ocupações profissionais. Assim, em função da quantidade de Escolas em completo funcionamento,

torna-se complicado e às vezes difícil para o suporte técnico dar a devida atenção de maneira rápida

e com qualidade, em face ao complexo número de máquinas e periféricos em uso. O laboratório

terá capacidade para oferecer cursos de manutenção de computadores (ampliando as possibilidades

de continuidade e progresso no aprendizado), visando à capacitação dos educadores, o que

promoverá, na própria comunidade, mais agilidade com acompanhamento profissional de alto

nível.

A criação desse centro de treinamento é de suma importância para a estratégia do CDI Amazonas

que visa a levar a cidadania e o conhecimento da informática para a população de baixa renda

contribuindo, assim, de maneira substancial com a Inclusão Digital da população de baixa renda do

Estado do Amazonas.

Benefícios esperados

Situação atual

As Escolas de Informática e Cidadania encontram dificuldades para a manutenção dos

computadores, em razão das condições em que estes chegam até nosso suporte: a maioria com

danos irreparáveis, desafiando nossos técnicos a aproveitarem poucas peças; equipamentos com

tecnologia defasada (muitas vezes sendo esta a razão da doação); volume de tarefas com as

máquinas em uso conflitando com a necessidade de concluir novas recuperações de computadores

doados.

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Diante da situação, têm-se, então, dificuldades de logística e tempo para que a equipe de

manutenção formada majoritariamente por voluntários chegue às escolas para realizar a

manutenção, ou até mesmo a troca dos equipamentos. Assim, podendo até mesmo onerar o

andamento dos cursos e prejudicar a qualidade de ensino para os jovens das comunidades.

Melhoria esperada

• Capacitação dos educadores em primeiro plano para criação de massa crítica de pessoas

preparadas para dar manutenção em computadores;

• Redução do custo de logística da ida de voluntários para dar manutenção nos computadores

das escolas, assim o mesmo voluntário poderá e será usado para outros trabalhos dentro da

estratégia do CDI Amazonas de oferecer capacitação para a comunidade, trazendo o

aumento da sustentabilidade das escolas;

• Com educadores capacitados no Laboratório, ora proposto, poderemos gerar receita para as

escolas, ofertando cursos de manutenção de computadores nas próprias EICs;

• Criação de mais um centro de capacitação de pessoas, contribuindo, assim, para criação de

um local com infraestrutura para divulgação de informação e ensino de práticas essenciais

no exercício da cidadania, colaborando para a formação de pessoas com consciência

democrática e que possam influenciar na melhoria da qualidade de vida da comunidade e da

sociedade como um todo.

Abrangência dos benefícios a serem gerados

Local: Com o Laboratório de Computadores para Inclusão Digital, capacitaremos educadores,

oriundos das próprias comunidades, dando-lhes mais conhecimento técnico (teórico e prático),

garantindo o perfeito funcionamento dos computadores e periféricos das EICs de Manaus, onde

estão lotados, e oferecendo-lhes condições de emprego e renda nos horários em que não estão em

atividades nas escolas.

Estadual: O Laboratório de Computadores para Inclusão Digital proporcionará às EICs do interior

do Estado capacitarem seus educadores de maneira a tornarem os mesmos autossuficientes no que

diz respeito à manutenção dos computadores das EICs, o que hoje é feito com autocusto, uma vez

que os computadores e periféricos dessas localidades são enviados para Manaus, para serem

recuperados ou reparados.

Regional: A iniciativa de criar e manter o Laboratório de Computadores para Inclusão Digital vai

possibilitar a capacitação de educadores de EICs da Região com acesso a Manaus, por terra e/ou

água, com um custo de transporte mais baixo. Esse Laboratório poderá receber computadores e

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periféricos das cidades próximas durante a Campanha Megajuda Nacional e recuperá-los e/ou

repará-los, servindo as EICs da capital e interior.

Nacional: Levando em consideração que a cidade de Manaus está localizada em um ponto distante

dos grandes centros como Rio de Janeiro e São Paulo, no entanto, mais próxima de centros menores

(nem por isso menos importante) como: Roraima, Acre, Rondônia e Amapá, o Laboratório de

Computadores para Inclusão Digital será o Centro de recepção e triagem de computadores e

periféricos doados durante a Campanha Nacional Megajuda.

Instituição: Comitê para Democratização da Informática do Amazonas

Telefone: 92.3234-8654

Fax: 92.3234-8654

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. Ayrão 1281 altos – Praça 14

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69025-050

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Guia-Amazônia – Catálogo virtual de espécies amazônicas

Parte 1 – Plantas

Karine Gomes Queiroz

Descrição resumida da proposta do projeto: Desenvolvimento de um multimídia que contenha

um banco de imagens e informações sobre as espécies da biodiversidade amazônica, com vistas a

fornecer um aparato didático e ilustrativo das espécies nativas do Brasil e mais especificamente da

Amazônia. O material desenvolvido deverá fornecer uma reconstituição do ambiente próprio

daquela biodiversidade retratada por meio de elementos dinâmicos de multimídia, como a

luminosidade, fatores climáticos, vídeos, esboços dinâmicos, ilustrações e fotografias. A reunião

dessas informações e a complexidade dos conteúdos trazem à tona a necessidade de que o projeto

de interação seja multidisciplinar e que contemple desde a visão do cientista e biólogo que conhece

e atua cientificamente no meio retratado, até a visão de um estudante de ensino fundamental com

curiosidade sobre o tema. Pode-se também retratar a visão das populações tradicionais e estratégias

de reconhecimento das espécies por um leigo.

Principais objetivos: OBJETIVO GERAL – Desenvolver um recurso multimídia para a pesquisa

acadêmica, científica e escolar sobre a biodiversidade amazônica, especialmente nesse primeiro

volume, sobre plantas amazônicas. OBJETIVOS ESPECÍFICOS – Sensibilizar as comunidades

acadêmicas e não acadêmicas para a necessidade de conhecimento e preservação da biodiversidade

amazônica; fomentar o intercambio de informações sobre as plantas amazônicas na população em

geral; fornecer subsídios didáticos para a pesquisa ação em design digital por poder proporcionar a

elaboração de um multimídia cuja temática, dada a complexidade das informações das plantas

amazônicas, possibilita o exercício de categorias da ergonomia cognitiva e de demais áreas da

configuração de um multimídia; democratizar os conhecimentos sobre as plantas amazônicas

favorecendo a população a identificação de plantas em regiões circunvizinhas o que poderá

estimular a valoração dessa mesma biodiversidade.

Instituição: Instituto de Ensino Superior CESF / Fucapi

Telefone: 92.3614-3170

Fax: 92.3613-2701

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. Danilo Matos Areosa, 381, Distrito Industrial

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69075351

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Esforço integrado de conservação, melhoramento genético e biotecnologia de pau-rosa (Aniba

rosaeodora, Ducke) e espécies relacionadas: subsídios para o desenvolvimento sustentável e

exploração racional da espécie

Luis Antônio Serrão Contim

Apesar de ser considerada como o mais rico reservatório de diversidade biológica do planeta, a

Amazônia, não só a brasileira, tem sofrido constantes incursões estrangeiras e bioprospecção ilegal

de sua biodiversidade. Podemos observar ainda, nessa região, um franco processo de

desmatamento, ameaçando um número inestimável de espécies à extinção. Dentre as principais

espécies ameaçadas de extinção estão alguns membros da família Aniba, entre eles o pau-rosa,

Aniba rosaeodora Ducke, Ducke (1938) e algumas espécies relacionadas. O óleo essencial de pau-

rosa, rico no monoterpeno linalol, é alvo de grande interesse das indústrias de cosméticos e

farmacêuticas por ser um excelente fixador, utilizado em formulações de perfumes finos e por suas

atividades terapêuticas. Em função da exploração desordenada, as populações naturais de pau-rosa

foram praticamente dizimadas, existindo um pequeno número de indivíduos remanescentes em

reservas florestais, com consequente enfraquecimento de uma atividade econômica importante para

a região.

Entre as principais limitações para o desenvolvimento de uma tecnologia, que vise à conservação e

à exploração da espécie em um modelo racional, podemos citar a escassez de informações sobre a

variabilidade natural da espécie e a dificuldade para a produção de mudas. Propõe-se com este

projeto estudar a variabilidade genética e química remanescente da espécie, os mecanismos de

regulação gênica da rota de síntese de linalol, a montagem de uma coleção representativa da

espécie, a seleção de progênies superiores quanto ao teor e qualidade de óleo, o desenvolvimento

de uma tecnologia eficiente para a produção de mudas em larga escala e a articulação para a

aplicação das tecnologias geradas aos segmentos produtivos do óleo essencial de pau-rosa. Desse

modo, partindo dos conhecimentos gerados até então sobre essa espécie, identificamos os principais

pontos considerados críticos para a conservação de espécies do gênero Aniba e sua utilização

econômica de modo sustentável. Este é um projeto inovador para espécies nativas da Amazônia, de

importância estratégica, ecológica, social e econômica.

Justificativa

A Amazônia brasileira abriga a mais rica biodiversidade e representa o maior banco genético do

mundo. Por causa da exploração florestal desordenada e da carência de tecnologias e fiscalização,

várias espécies arbóreas de grande importância para a Região Amazônica estão em processo de

extinção ou já foram, praticamente, extintas (ROSA et al., 1997). Dentre essas espécies ameaçadas

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estão alguns membros do gênero Aniba, espécies com alto valor econômico e grande importância

ecológica. O pau-rosa, Aniba rosaeodora Ducke var. amazônica Ducke, Lauraceae, sinônimo

Aniba duckei Kostermans, é um membro da família Lauraceae, intensamente explorada,

principalmente entre as décadas de 1960 e 1980. Outras espécies relacionadas também são

erroneamente chamadas de pau-rosa, como a A. canelilia (casca preciosa) e a A. riparia, também de

grande importância econômica.

O óleo essencial de pau-rosa possui grande demanda e alcança altos preços no mercado nacional e

internacional, sendo comercializado em Manaus entre US$ 80,00 a US$ 100,00 por litro de óleo

bruto (CLAY, 1992). É constituído em grande parte de linalol, um monoterpeno utilizado

principalmente como componente de perfumes finos na indústria de cosméticos (ALENCAR &

FERNANDES, 1978). Em plantas, o linalol, associado a outras moléculas voláteis, está relacionado

com a composição e o aroma, principalmente de flores e frutos, em diversas espécies

(LEWINSOHN et al., 2001). A síntese do linalol ocorre por meio de uma reação de único passo,

catalisada pela enzima Sintase do Linalol, a partir de geranil-pirofosfato (GPP), uma molécula

intermediária da biossíntese de várias moléculas de terpenos em plantas (PICHERSKY et al.,

1995). A enzima Sintase do Linalol foi o primeiro membro isolado da família “Sintase dos

Terpenos” que catalisa a formação de um monoterpeno acíclico (DUDAREVA et al., 1996). Mais

recentemente foram confirmadas as atividades terapêuticas do linalol, como anestésico local

(GHELARDINI et al., 1999) e, antimicrobiana (INOUYE et al., 2001; ROSA et al., 2003; SIMIC

et al., 2004), despertando o interesse da indústria farmacêutica. Apesar da disponibilidade do linalol

sintético no mercado, o bouquet de óleos encontrados na espécie é muito particular e não permite

sua substituição pela substância sintética pura na indústria de cosméticos.

As margens dos principais rios da Amazônia central são povoadas por pequenas comunidades

ribeirinhas, constituídas de famílias de caboclos que sobrevivem do extrativismo em pequena

escala da floresta, convivendo com o ambiente natural, normalmente com baixo nível de impacto.

A cadeia de exploração de pau-rosa inicia-se com a identificação e o corte das árvores na floresta,

feita pelos próprios ribeirinhos. Os troncos, donde tradicionalmente é extraído o óleo, são

transportados até as destilarias, onde são moídos e processados. Desse modo, essa tecnologia antiga

e destrutiva de exploração contribuiu de modo decisivo para o desaparecimento da espécie de

grandes áreas da floresta. Há muito já é sabido que a maior concentração de óleo está presente nas

folhas e ramos juvenis, 2,4%, em contraste com baixas concentrações encontradas na madeira, 1,1

% (ARAÚJO et al., 1971). Uma tonelada de folhas e galhos jovens produz aproximadamente 24

litros de óleo essencial, enquanto que uma tonelada de madeira produz somente de 9 a 12 litros de

óleo (ALENCAR; FERNANDES, 1978; PRANCE, 1987).

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Dados recentes demonstraram que as propriedades químicas do óleo extraído a partir das folhas e

ramos juvenis são igualmente apropriadas para a indústria de perfumaria (Prof. Lauro Barata,

Unicamp; comunicação pessoal). Coletivamente, esses dados demonstram que a espécie tem sido

explorada de maneira inadequada, o que provocou uma drástica redução das populações naturais,

restringindo a principal fonte de matéria-prima, e consequente queda da exportação desse produto

nas últimas décadas. Entre os anos dei 960 a 1980, cerca de 30 destilarias funcionavam no Estado

do Amazonas, representando o terceiro produto exportado da Região Amazônica nos anos de 1971

e 1972, e, apenas duas continuavam em atividade em 1996 (SECEX/ DTIC-SERPRO, 1996),

mantendo suas atividades até hoje. A manutenção da atividade das destilarias é mantida por

pequenos plantios, mas a heterogeneidade das matrizes quanto à composição de óleos e a mistura

com espécies relacionadas têm comprometido a qualidade do óleo extraído.

Por causa desse processo contínuo de grande pressão de exploração, as populações naturais de pau-

rosa foram praticamente dizimadas na Floresta Amazônica, existindo um pequeno número de

indivíduos remanescentes, principalmente em reservas florestais (a Reserva Florestal Adolpho

Ducke – INPA-AM, a Estação Experimental de Cura-Uma-PA e a gleba Camaçari / Silves-AM são

as mais significativas). Esse pequeno número de indivíduos limita as fontes de variabilidade

genética da espécie para serem utilizadas em programas de seleção e melhoramento genético. As

informações disponíveis sobre a estrutura genética da espécie e sua diversidade são raras. Contim et

al. (2005) determinaram que o genoma de pau-rosa é representado por aproximadamente 2.3x109

pares de bases, distribuídos em 12 pares de cromossomos, número conservado para a maioria das

espécies da família Lauraceae. Santos (2004) encontrou níveis significativos de variabilidade

genética entre os indivíduos que compõem a população da Reserva Adolpho Ducke.

Adicionalmente, informações coletadas com pesquisadores e técnicos de campo das reservas

florestais supracitadas indicam a existência de três grupos de indivíduos (ecotipos), que seriam

fenotipicamente distintos, em função tanto de alterações fisiológicas, na morfologia de alguns

órgãos e quanto do teor de óleo. Desse modo, os possíveis grupos de indivíduos são identificados

como “mulatinho”, “preciosa” e “itaúba”, respectivamente, do grupo com maior ao com menor teor

de óleo (BASTOS, 1943), mas nenhum estudo confirmou essa hipótese até hoje.

Outra limitação para a implantação do plantio, reposição das reservas naturais e exploração da

espécie em modelos extrativistas racionais são as limitações naturais de reprodução da espécie. O

pau-rosa se propaga naturalmente por sementes, que são severamente predadas por pássaros e

insetos antes da maturação (MAGALHÃES; ALENCAR, 1979) e por roedores após a maturação

(SPIRONELLO et al., 2004). Uma árvore em frutificação produz aproximadamente 400 frutos,

porém apenas podas sementes podem ser coletadas, germinando entre 60 e 120 dias após o plantio,

sendo que a porcentagem de germinação varia entre 37 a 91% (ALENCAR; FERNANDES, 1978;

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LOUREIRO et al., 1979). A propagação vegetativa por estaquia também é limitada. Estudos

revelaram que o índice de sobrevivência de estacas de pau-rosa é de 50% a 70%, quando obtidas de

ramos juvenis, mas há pouca disponibilidade de matrizes para a produção de mudas em grande

escala (SAMPAIO, 1987). Freitas (2005) encontrou uma boa resposta morfogênica in vitro a partir

de ápices caulinares, com a formação de um grande número de brotações, um alto índice de

enraizamento in vitro e a formação de embriões somáticos a partir de calos friáveis, e, se

apresentando como a alternativa mais viável, em curto e médio prazos, de propagação e produção

de mudas.

Propomos neste projeto estudar a variabilidade genética e química remanescente da espécie; os

mecanismos de regulação gênica da rota de síntese de linalol; a montagem de uma coleção

representativa da espécie; a seleção de progénies superiores quanto ao teor e qualidade de óleo; o

desenvolvimento de uma tecnologia eficiente para a produção de mudas em larga escala; e, a

articulação para a aplicação das tecnologias geradas aos segmentos produtivos do óleo essencial de

pau-rosa. Desse modo, partindo dos conhecimentos gerados até então sobre esta espécie,

identificamos os principais pontos considerados críticos para a conservação de espécies do gênero

Aniba e sua utilização econômica de modo sustentável. Este é um projeto multidisciplinar e

inovador para espécies nativas da Amazônia, de importância estratégica, ecológica, social e

econômica.

Produtos oriundos de espécies nativas da Amazônia têm sido alvos constantes de grupos de

pesquisa estrangeiros e, entre eles, o óleo essencial do pau-rosa. A seleção de progénies superiores

e a disponibilidade de material vegetal para plantios, além de fornecer matéria-prima superior ao

setor produtivo, contribuindo com a qualidade do produto final, com consequente agregação de

valor, contribui de forma ativa à redução da exploração e conservação das populações nativas.

Desse modo, além de desenvolver um projeto inovador e de grande importância regional, propomos

romper os limites acadêmicos na geração de tecnologia, levando o produto aos setores interessados

para sua pronta aplicação.

Objetivos

Objetivo Geral

Estudar aspectos genéticos, desenvolver produtos biotecnológicos, dar suporte ao setor produtivo

de óleo essencial de pau-rosa e contribuir para a conservação de populações naturais de espécies do

gênero Aniba.

Objetivos específicos

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• Enriquecer as coleções ex situ e in vitro de Aniba rosaeodora e espécies relacionadas

depositadas no Horto de Plantas Medicinais do Centro Universitário Nilton Lins;

• Caracterizar a diversidade e estrutura genética em populações de pau-rosa (Aniba

rosaeodora) e espécies relacionadas, comparando os padrões de distribuição da

variabilidade genética;

• Inventariar e analisar a variabilidade genética, química (bouquet de óleos essenciais) e

geográfica dos acessos depositados na coleção;

• Determinar o comportamento da morfogênese in vitro de explantes obtidos a partir de ápices

caulinares de plântulas de pau-rosa;

• Isolar, sequenciar e caracterizar genes da enzima Sintase do Linalol de A. rosaeodora;

• Articular a criação de ilhas de alta produtividade de pau-rosa junto a comunidades

envolvidas com a cadeia de produção;

• Agregar as competências interessadas em programas biotecnológicos com espécies florestais

ameaçadas de extinção, na Amazônia Ocidental, para o desenvolvimento de trabalhos em

cooperação interinstitucional e fortalecimento do grupo.

Benefícios e dificuldades esperadas

Considerando a abrangência do projeto, podemos apontar benefícios tecnológicos, econômicos,

sociais e ambientais. A falta de informações sobre a diversidade genética e a biologia reprodutiva

da espécie, assim como as limitações naturais para sua propagação, correspondem ao grande

“gargalo” para o desenvolvimento de tecnologias apropriadas á sua exploração sustentável. Essa

lacuna inviabiliza o desenvolvimento de tecnologias e políticas para a produção da espécie em larga

escala, para uso como matéria-prima e aumenta a pressão de exploração sobre as populações

naturais remanescentes. A geração de uma tecnologia eficiente para a produção de mudas clonais

de A. rosaeodora em larga escala, fornecendo material de qualidade e em quantidade suficiente

para a manutenção dos plantios, representa um avanço tecnológico significativo para a

reestruturação da atividade. Os benefícios econômicos consideram a franca desaceleração da

atividade extrativa de óleo de pau-rosa, em função da drástica redução das populações naturais e

consequente escassez de matéria-prima para as destilarias.

A obtenção de progénies com alta capacidade de produção de óleo essencial e de alta qualidade

química, aliada à disponibilidade de mudas e incentivos ao plantio, atende de forma mais específica

à necessidade da indústria, agregando valor ao produto regional e gerando renda ao produtor.

Consequentemente, esses avanços podem atingir pequenas comunidades ribeirinhas, que povoam as

margens dos principais rios da Amazônia central e são constituídas de famílias de caboclos que

sobrevivem do extrativismo em pequena escala da floresta, inclusive da extração do pau-rosa. Com

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a exaustão das reservas naturais, muitas comunidades perderam uma importante fonte de renda,

aumentando a pobreza e o fluxo migratório para os centros urbanos. A reestruturação de uma

atividade econômica importante para a região, reaquecendo os setores de produção de matéria-

prima e processamento, contribui para o aumento de emprego e renda, com consequente melhoria

de vida para as comunidades envolvidas com o projeto.

Do ponto de vista ambiental, o enriquecimento da coleção de germoplasma de pau-rosa e das

espécies relacionadas permitirá fácil acesso de pesquisadores ao material, servindo de referência

para pesquisas posteriores a serem desenvolvidas na região ou em outras partes do País. A obtenção

de tecnologia de produção de mudas em larga escala e plantio, como uma forma de obtenção de

matéria-prima, poderá contribuir para a redução da pressão de exploração sobre as populações

naturais remanescentes, permitindo também a reintrodução de germoplasma representativo onde a

espécie já foi extinta.

A princípio, os fatores críticos para o sucesso do projeto são mínimos. A equipe envolvida é

altamente especializada, com larga experiência nos assuntos abordados pelo projeto e a instituição

executora e as participantes possuem a estrutura física adequada para a realização das atividades

previstas. O projeto está sendo parcialmente financiado por duas fontes de recursos: Recursos

próprios da UniNiltonLins e pelo CNPq, edital 27-2005/ CT-Amazônia. Os recursos adicionais,

necessários ao pleno desenvolvimento dos trabalhos, estão sendo buscados em outras fontes e junto

à iniciativa privada.

Entidades parceiras e equipe envolvida

Centro Universitário Nilton Lins/ Fundação Nilton Lins, Manaus, AM – Instituição executora: Luis

Antônio Serrão Contim, Dr.; Acilino do Carmo Canto, Dr.; Sérgio Ricardo Nozawa, Dr.; Mônica

Stropa Ferreira Nozawa, Dra.

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus, AM – Instituição parceira: Charles Roland

Clement, Dr.; Maristerra Rodrigues Lemes, Dra.; Wilson Roberto Spironello, Dr.; Rogério Gribel

Soares Neto, Dr.

Universidade Federal do Amazonas/ Instituto de Ciências Biológicas – Instituição parceira:

Eduardo Ossamu Nagao, Dr.

Instituição: Centro Universitário Nilton Lins

Telefone: 92.3642-3464

Fax: 92.3643-2111

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. Prof Nilton Lins 3259, Bairro Parque das Laranjeiras

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Manaus-AM, Brasil

CEP: 69058040

■ Referências

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Agrofloresta, uma alternativa produtiva e ambiental para a região

Sérgio Roberto Lopes

Primeiramente temos que buscar um referencial comum no entendimento do que vem a ser uma

agrofloresta. Para nós, produtores familiares da Associação dos Pequenos Agrossilvicultores do

Projeto de Reflorestamento Econômico Consorciado e Adensado, mais conhecido por Projeto

RECA, agrofloresta foi o meio encontrado para produzir e fixar as famílias na região Ocidental da

Amazônia, mais especificamente na Ponta do Rio Abunã, abrangendo parte dos Municípios de

Porto Velho-RO, Acrelândia-AC e Lábrea-AM.

Agrofloresta é o trabalho de plantar e cultivar em uma mesma área várias espécies florestais com

potencial econômico, juntamente com leguminosas, além de nos primeiros anos se cultivar também

a lavoura branca e a possibilidade de se consorciar com pequenos animais. É imitar um pouco a

floresta primária onde inúmeras espécies de plantas e animais convivem e dividem o mesmo

espaço. É fugir do monocultivo que tem trazido empobrecimento ao meio ambiente e o desemprego

para milhões de trabalhadores. É fugir do sistema tradicional utilizado na região, tecnicamente

chamado de pousio, que é o sistema de derrubar e queimar uma área para plantar e após breve uso,

pois o solo é fraco e frágil e já não responde com a fertilidade necessária para se ter produtividade,

abandoná-lo para que forme capoeira e após alguns anos voltar e reiniciar o ciclo de derruba,

queima, planta e abandona. É proteger do ardor do sol, da ação e força dos ventos e chuvas não só o

solo, mas também os trabalhadores. É construir um sistema produtivo que preserve não só a terra,

mas que delegue às gerações presentes e futuras um meio de vida e produção. Isto é agrofloresta!

Ela pode também ser chamada de sistema agroflorestal (SAFs), permacultura, consórcio de culturas

permanentes, agrossilvicultura, sistema agrossilvopastoril, entre outras denominações ou práticas

com algumas características próprias, mas com uma grande base comum. Para entender melhor,

colocamos a poesia de Marcelo Talini, 10 anos, filho e neto de agrossilvicultores.

Treze anos depois...

No sítio do meu avô

Tem abiu e tem goiaba

Tem rambotã, tem laranja

Tem limão que não se acaba

Mapati, cana e banana

Tem lindos pés de bacaba

Cupuaçu, fruta boa

Que da lá no meu roçado

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Pupunha, que gosto tanto,

Também tenho plantado

Pupunha como cozida,

Cupu, como adoçado

A família está contente,

Por ter na mesa o seu pão

Os paióis abarrotados

Nos enchem de emoção

Ao saber que no domingo

Tem missa e reunião.

Agora vamos apresentar um pouco do jeito de viver e produzir de centenas de famílias de

produtores familiares do Projeto RECA que desenvolveram uma maneira singular de se organizar e

têm como sua base produtiva o cultivo da agrofloresta. Pois é lá que queremos ampliar e consolidar

ainda mais a proposta da agrofloresta como um sistema produtivo viável e importante para o

desenvolvimento da região.

A Associação dos Pequenos Agrossilvicultores do Projeto Reca, (Reflorestamento Econômico

Consorciado e Adensado), uma referência para o desenvolvimento da Amazônia, por praticar uma

agricultura solidária, de convivência com a floresta e com a sua dinâmica, por assegurar alimentos

e qualidade de vida para quem produz, tem origem no encontro de dois mundos, de um grupo de

agricultores oriundos de várias partes do Brasil, assentados em uma área de regularização fundiária

do INCRA, no antigo seringal Santa Clara e Nova Califórnia em meio a seringueiros que tiveram

suas colocações divididas em lotes, impossibilitando-os de continuar a exercer as suas atividades

extrativistas. As famílias de agricultores migrantes, assim como os extrativistas ficaram em uma

condição muito difícil. Os primeiros praticando os sistemas de produção trazidos, ou seja,

realizando o desflorestamento para realizar o plantio de lavoura branca com alto custo e baixa

produtividade e as culturas especialmente do café e do cacau com problemas de preço, sanidade e

mercado. Os extrativistas, por sua vez, tendo sua área cortada, não dispunham mais do espaço

necessário para exercer suas práticas de extração do látex, coleta da castanha e de caça,

especialmente. Sem apoio oficial, relegados à própria sorte, com o malogro dos sistemas produtivos

até então praticados e com a presença constante da malária, perceberam que “– os mesmos desafios

que a vida apresenta são ao mesmo tempo oportunidades que ela dá para gente se desenvolver”

(Esmeraldo Pedroso, agrossilvicultor do Reca). Os agricultores migrantes e os extrativistas

começaram a se reunir e discutir como fazer para viver e produzir de forma adaptada ao clima, ao

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solo e a vocação florestal da região. Juntando os conhecimentos de organização e cooperação dos

migrantes com os conhecimentos das famílias que já viviam na região, de forma empírica,

conceberam que a saída produtiva seriam plantas nativas, bem conhecidas e com mercado na região

como a castanheira, cupuaçuzeiro, pupunheira, açaizeiros e essências florestais (copaíba, andiroba,

mogno, entre outras) e iniciaram o plantio dessas espécies em meio a seus roçados.

Nos primeiros tempos, o desafio foi construir um modelo de organização que respeitasse o jeito de

produzir e viver das famílias da Amazônia. Ousamos afirmar que sem um associativismo e um

cooperativismo amazônico, isto é, não copiar simplesmente o modelo existente em outras regiões e

países, é difícil organizar e desenvolver comunidades rurais. E, nesse sentido, a família Reca

desenvolveu um associativismo singular que conseguiu romper com os sistemas tradicionais de

eleição e cota partes existentes e construiu um modelo participativo, transparente e envolvente que

dá sustento à proposta agroflorestal.

No segundo momento, após ter implantado e cultivado mais de 1.200 ha de agrofloresta em vários

esquemas de plantio, pois cada família dá seu toque pessoal à sua área de agrofloresta, veio o

desafio de beneficiar e comercializar os produtos, ou seja, fechar a cadeia produtiva dos vários

produtos e subprodutos. Na atual safra, 2005, foram beneficiados 243.914 quilos de polpa de

cupuaçu, 50.000 quilos de manteiga de cupuaçu, 37.520 quilos de sementes de pupunha lisa, mais

de 80.000 quilos de palmito de pupunha drenado, 36.000 quilos de torta de cupuaçu, 4.500 quilos

de polpa de açaí. Tudo isso com todos os registros e documentos legalmente exigidos. Quase toda

produção é vendida por representantes (Rio Branco-AC, Porto Velho-RO, Vitória-ES, Rio de

Janeiro-RJ, São Paulo-SP) ou diretamente como matéria-prima a grandes empresas, que reembalam

ou processam e comercializam com suas marcas. Exceção é o palmito que é comercializado com

nome e registros do Reca quando destinado ao mercado nacional, no entanto quando para

exportação vai com o nome e registro de outras organizações.

Além desses produtos, de forma mais artesanal estão sendo trabalhados alguns derivados, como

licores, doces, geléias, sabonetes de manteiga de cupuaçu e mel. Contudo, já está no planejamento

legalizar, personalizar e produzir para o mercado esses produtos a partir de 2006.

Todo trabalho é realizado em uma unidade de beneficiamento de polpas, uma de extração de

manteiga de cupuaçú, uma de beneficiamento de palmito de pupunha, uma de beneficiamento de

sementes, todos construídos dentro dos padrões exigidos e com os registros necessários feitos junto

aos órgãos municipais, estaduais e federais responsáveis.

Para desenvolver e consolidar a cadeia produtiva desses produtos agroflorestais, contou-se muito

com uma rede de parceiros e amigos que levam o nome da organização Reca a muitos lugares e que

prestam apoio na divulgação e consolidação desses produtos. Estes, por sua vez, ainda estão um

tanto restritos aos mercados regionais, necessitando de um grande trabalho para chegar aos

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mercados nacionais e internacionais. As feiras, rodadas de negócio, encontros e intercâmbios

realizados por todo o País têm sido de fundamental importância para que esses produtos sejam

conhecidos e comecem a ocupar espaço no mercado.

Para divulgação e popularização da proposta da agrofloresta é necessária uma constante troca de

experiência entre produtores, suas organizações (cooperativas, associações, ONGs, movimento

social, ribeirinhos, povos indígenas, quilombolas), além de envolvimento das academias e centros

de pesquisas, priorizando a agrofloresta, somando-se o poder público por meio do estabelecimento

de políticas de crédito, fomento, assistência técnica específicos para a agrofloresta.

Outra atividade necessária para distinguir o trabalho social e ambiental realizado pela agrofloresta é

a certificação. Com esse intuito o Reca está realizando a Certificação Agrícola e a Certificação

Sócia Participativa. No fim do ano de 2005, o primeiro grupo de associados do Reca,

aproximadamente 25 produtores, estará sendo certificado.

Em cima dessa experiência que acabamos de apresentar e com as condições organizacionais e

produtivas que dispõe a Associação Reca é que propusemos o projeto “Agrofloresta: uma

alternativa produtiva e ambiental para a região”. Com ele pretendemos dar as condições para que a

proposta de agrofloresta hoje com 1200 ha seja aumentada em mais 3000 ha; que o número de

famílias envolvidas, em torno de 300 seja ampliado para 1000; que o faturamento, hoje na casa de

R$ 3.000.000,00 ano, seja aumentado para R$ 30.000.000,00 em cinco anos. Para isso, há

necessidade de investimento na organização das famílias, investimento e custeio para instalação das

novas áreas de agrofloresta, ampliação e modernização das instalações agroindustriais, capacitação

na área de gestão e assessoria para apoiar todas as etapas do planejamento acima acenadas. Para tal

serão necessários investimentos em torno de R$ 5.000.000,00.

Outro desafio que se põe não só a produtores, suas organizações, parceiras e Governo, mas a toda

sociedade é a mudança de hábitos e costumes. Destacamos a necessidade de que a sociedade, como

consumidora, busque e valorize, enfim, aprenda a consumir produtos desenvolvidos por sociedades

organizadas que produzem com respeito ao meio ambiente, aos trabalhadores e suas famílias e

principalmente ao próprio consumidor, ofertando produtos naturais, certificados que muito

contribuem para a saúde dos cidadãos.

Encerramos, usando para expressar o papel que a agrofloresta tem no desenvolvimento da

Amazônia o último parágrafo do texto escrito pelo Bispo Dom Moacir Grecchi na apresentação do

livro Nosso jeito de caminhar, a história do Projeto Reca contada por seus associados, parceiros e

amigos: “– Inspiração para uma Amazônia (ou Amazônias) tão diferente. Não mais ‘colônia’ para

brasileiros e estrangeiros explorarem e deixarem aqui só a desolação de “buracos’ cinzas, águas

contaminadas, doença, miséria e morte, Mas Amazônia fonte de vida e alegria para amazônidas, em

primeiro lugar, para todos os brasileiros e, enfim, para todos os seres humanos deste planeta.

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Instituição: Associação dos Pequenos Agrossilvicultores do Projeto Reca

Telefone: 69.3253-1007, 68.9984-5548

Fax: 69.3253-1046

E-mail: [email protected]/[email protected]

Endereço: Distrito de Nova Califórnia, BR 364, km 142 após o Abunã

Porto Velho-RO, Brasil

CEP: 78928000

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Programa para geração de energia a partir de óleos vegetais na Amazônia através da

adaptação de motores diesel existentes – Provenat

Suani Teixeira Coelho

Descrição resumida da proposta do projeto: O projeto Provenat é uma parceria entre Centro

Nacional de Referência em Biomassa – Cenbio, do Instituto de Eletrotécnica e Energia – IEE da

Universidade de São Paulo – USP, Coordenação de Programas de Pós-Graduação em Engenharia

da Universidade Federal do Rio de Janeiro – Coppe-UFRJ, Empresa Brasileira de Pesquisas

Agropecuárias – Embrapa e Centrais Elétricas do Pará – Celpa, Prefeitura Municipal de Moju e da

empresa MWM. O projeto tem como objetivo central implantar um sistema de geração e de

distribuição de eletricidade, a partir de um motor diesel convencional, equipado com um kit de

conversão, desenvolvido e aprimorado no Brasil, para utilizar óleo de palma in natura, como

combustível na comunidade de Igarapé-Açu, Município de Moju, Pará. Este projeto visa a

possibilitar o desenvolvimento de um kit de conversão inteiramente nacional, permitindo assim,

operacionalizar qualquer grupo gerador desativado e abandonado na Amazônia ou implantar novos

grupos em comunidades isoladas, utilizando óleos vegetais produzidos localmente e também criar

um modelo para suprimento de energia nestas comunidades, incluindo análises da viabilidade

técnica e econômica e dos aspectos socioambientais.

O projeto Provenat utiliza a experiência adquirida no projeto Provegam, que mostrou a viabilidade

do uso de óleos vegetais in natura como combustível em sistemas isolados na Região Amazônica.

O projeto Provegam disponibilizou por seis horas diárias a energia elétrica em Vila Soledade,

durante quase dois anos. A implantação do projeto possibilitou a criação de estabelecimentos

comerciais e a compra de máquinas para o processamento do açaí, importante complemento

alimentar da região, que é vendido na própria comunidade.

Com o projeto deu-se início ao curso noturno de ensino fundamental na escola existente na Vila,

frequentado principalmente pelos adultos. Pela primeira vez foi implantada a quinta série, que só

funciona à noite. Notou-se que a escolaridade dos adultos é baixa e que, em geral, as mulheres são

mais instruídas que os homens. As crianças e jovens, no entanto, frequentam a escola da Vila que é

grande e adequada ao ensino e que recebe alunos de várias outras comunidades próximas e,

atualmente, é mais bem aproveitada em função das aulas também no período noturno. Outro

indicador do sucesso do projeto Provegam foi a parceria com a MWM, empresa fabricante do

motor utilizado neste projeto e que em função dos satisfatórios resultados apresentados com a

utilização do óleo de dendê in natura no motor, resolveu doar par o projeto Provenat um motor

igual ao que está instalado em Vila Soledade.

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Principais objetivos: Instalar um motor diesel convencional, MWM, de 115 kVA, adaptado para

operar com óleo de palma in natura, na comunidade de Igarapé-Açu; organizar na comunidade um

programa de agricultura familiar para capacitar os moradores a extrair o óleo vegetal cultivado;

implantar uma rede elétrica suficiente para abastecer as famílias da comunidade; implantar uma

atividade produtiva na comunidade visando a dar sustentabilidade ao sistema de geração ao final do

projeto; elaborar um sistema de conversão eficiente, capaz de operar o grupo gerador tanto como

óleo diesel como também óleo de dendê e nacionalizar a tecnologia para possíveis replicações em

outras comunidades da região.

Instituição: Centro Nacional de Referência em Biomassa – Cenbio

Telefone: 11.3091-2649

Fax: 11.3091-2653

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. Professor Luciano Gualberto, 1289, Cidade Universitária

São Paulo-SP, Brasil

CEP: 05508010

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PROJETOS APRESENTADOS AO PRÊMIO 2005

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Categoria econômica/tecnológica

Proposta de implantação de tecnologia dos semicondutores no Amazonas

Admilton Pinheiro Salazar

Descrição resumida da proposta do projeto: Ampliação do conhecimento técnico proporcionado

a engenheiros por meio de treinamento no exterior por períodos de um a seis meses, em empresas

ou laboratórios de projeto e fabricação de Circuitos Integrados. Implantação de programas de

computador adequados a projeto de circuitos integrados e disponíveis em poucos centros de

desenvolvimento no exterior, e ainda não existente no Brasil.

A instalação no CT PIM da atividade de projeto de Circuitos Integrados – CIs reflete o

comprometimento da Unidade de Gestão Estratégica com a evolução do PIM, para atenderá

convergência digital, na qual os produtos atuais do PIM, analógicos de Áudio e Vídeo, podem ter

sua vida contada em poucos anos pela frente. Todos os produtos dessa faixa de negócios devem

incorporar um Cl dedicado, passando a ser um ‘bem de informática’. Para evitar de o PIM

continuar a importar os componentes, ou mesmo perder suas indústrias eletrônicas para outras

regiões do País, é estratégico, primordial, urgente, tornar o polo atrativo para essas novas indústrias

e evitar sua redução e queda de oferta de empregos.

O Governo Federal escolheu Manaus, e o CT PIM em particular, como um dos cinco Centros no

País a dedicar um esforço de implantação urgente dessa competência, abrindo campo para novos

empreendimentos, e manutenção dos empregos em Manaus, e muito mais que isso: aumentar o

nível de conhecimento, em tecnologia inédita, elevando o seu nível salarial. Apoio aos programas

de pós-graduação nas Universidades locais, primeiro por meio de convênios (já firmados) com

outras universidades do sul do País, e, posteriormente, ao criar pesquisadores Doutores promover a

competência local para a independência dos programas de Mestrado e Doutorado autônomos.

Principais objetivos: Formação de mão de obra especializada em semicondutores, em número

superior a 20 engenheiros; atração de especialistas nessa área; atração de empresas para

implantação de produção e de concepção de Circuitos Integrados Semicondutores em Manaus.

A cadeia de produção de um circuito integrado engloba, essencialmente, as seguintes etapas:

projeto, fabricação da pastilha (a qual lança mão de processos físico-químicos cada vez mais

sofisticados), encapsulamento e testes. Os investimentos para a implantação de unidades fabris com

capacidade de produção de pastilhas são tipicamente da ordem de centenas de milhões de dólares

norte-americanos, ou pelo menos dezenas de milhões, em se tratando de plantas para realizar as

etapas de encapsulamento e testes.

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No entanto, é possível participar do negócio de circuitos integrados com investimentos

relativamente modestos, da ordem de algumas centenas de milhares de dólares por instalação,

iniciando o acesso por meio da implantação da atividade de projeto (design), ao mesmo tempo em

que se contribui para a formação de recursos humanos imprescindíveis a uma posterior expansão

das atividades produtivas locais na produção de circuitos integrados. Para projetar circuitos

integrados, precisamos combinar capital humano e ferramentas especializadas e programas de

computador para a criação e aperfeiçoamento de circuitos integrados, abrangendo desde o projeto

do CI em si e o projeto do reference design associado ao CI, até a criação de simuladores de CIs, de

sistemas operacionais e de ferramentas de desenvolvimento (software development kits), como

também o projeto do firmware e do software embarcado (embedded software) dos circuitos

integrados.

Dentro do Programa CI-BRASIL (Projeto para formação de recursos humanos e apoio para

Empresas de Projeto de Circuitos Integrados – Design Houses-no Brasil), criado pelo Ministério de

Ciência e Tecnologia, o CT-PIM foi apontado para ser um centro de competência em

microssistemas e tecnologias de produção de componentes de microeletrônica, constituindo-se em

agente nucleador e irradiador para os setores produtivo e acadêmico do polo industrial de Manaus,

de tecnologias fundamentais para a agregação de valor e geração de inovação por parte da indústria

de bens eletrônicos instalada na Zona Franca de Manaus.

Local de execução: Manaus-AM.

Instituição: Centro de Ciência, Tecnologia e Inovação do Polo Industrial de Manaus

Telefone: 92.2123-0819

Fax: 92.2123-0811

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua Salvador, 391

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69057040

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Identificação e controle de cupins urbanos

Agno Nonato Serrão Acioli

Descrição resumida da proposta do projeto: Os cupins estão entre os principais insetos

causadores de danos e prejuízos nas áreas urbanas e muitas empresas dedetizadores se ocupam da

atividade de combatê-lo e controlá-lo, movimentando milhões de reais por ano. Entretanto, o

controle e combate são feitos de forma sem que se conheça a biologia, ecologia e nome da espécie

que está sendo combatida.

Dessa forma, na maioria das vezes, o mesmo método e inseticida de largo espectro são aplicados

para todas as espécies de cupins, sejam elas de madeira ou de solo.

Principais objetivos: Identificar as espécies de cupins causadoras de danos e prejuízos em áreas

urbanas; conhecer a biologia e ecologia das espécies urbanas; propor métodos de controle e

utilização de cupinicidas voltados para a espécie identificada; distinguir entre espécies pragas e

espécies que não são pragas.

Local de execução: Manaus (qualquer cidade).

Instituição: Inpa

Telefone: 92.3667-1969

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua 59a, Número 6, Quadra 123, Nova Cidade

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69000-000

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Desenvolvimento de tecnologia para enriquecimento nutricional de farináceos de mandioca

com soro de leite bovino

Aluízio Alves da Costa

Descrição resumida da proposta do projeto: Desenvolvimento de tecnologia para

enriquecimento nutricional de farináceos de mandioca, a partir de pesquisa no aproveitamento de

manipueira e soro de leite bovino na alimentação humana.

Principais objetivos: Desenvolver tecnologia ao alcance dos pequenos produtores, capaz de

agregar valor à farinha de mandioca e melhorando seus atributos nutricionais e organolépticos,

oferecendo praticidade ao consumidor. A farinha constitui um dos principais produtos da mandioca,

e seu uso é muito difundido em todo o País. É um alimento rico em carboidratos e fibras e, com

esse projeto, visamos a melhorar a qualidade proteica, entres outras propriedades funcionais.

Segundo estudo Usdec 2004, o soro de leite possui excelente qualidade proteica perdendo somente

para ovo integral, demonstrando ser potencialmente nutritivo. O soro de leite bovino, por se tratar

de resíduo, causa contaminação ao meio ambiente, quando desprezado as margens dos rios e

mesmo em lagoas de decantação. Oportuno se faz utilizar desse resíduo no enriquecimento

nutricional da farinha de mandioca, agregando valor e diminuindo o impacto ambiental.

Local de execução: Centro Federal de Educação Tecnológica de Cuiabá-MT – Cefet- Cuiabá.

Instituição: Centro Federal de Educação Tecnológica de Cuiabá – Cefet

Telefone: 65.3341-2124

Fax: 65.3341-2106

E-mail: [email protected]

Endereço: BR 364 KM 329 – São Vicente da Serra

Cuiabá-MT, Brasil

CEP: 78106000

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Açaí: novas perspectivas de negócios

Antônio Carlos Tinoco de Alencar

Descrição resumida da proposta do projeto: Na Região Amazônica, somente nas cidades de

Codajás-AM e Belém-PA, são descartadas, segundos estudos divulgados pela Universidade Federal

do Pará – UFPA, entre 300 e 350 toneladas/dia de caroços de açaí. O descarte desses caroços nos

lixões acarreta sério comprometimento ao meio ambiente, uma vez que a decomposições desse

material resulta na produção de uma massa fermentada nociva aos rios e igarapés próximos aos

aterros.

Com o projeto, esses caroços passam a ser aproveitados na fabricação tanto de ração animal como

aditivo para produtos destinados à alimentação humana (pães, massas e biscoitos). Além disso, com

a valorização dos caroços, os produtores de açaí passam a dispor de mais uma opção de renda, já

que o produto passa a constituir insumo básico na indústria de ração animal. A partir do

beneficiamento da fibra que reveste o caroço, é possível obter um material bastante resistente,

próprio para a produção de vasos de xaxim, tapetes, isolantes acústico, e ainda como substituto da

fibra do carbono (fibra de vidro).

Principais objetivos: Aproveitar os caroços de açaí que são descartados nas cidades da Amazônia

onde há produção e destiná-los à fabricação de ração animal, alimentação humana e fibra industrial.

Local de execução: Codajás-AM e Belém-PA.

Instituição: Produtos Regionais do Brasil Ltda. – PRB

Telefone: 92.3637-7011

Fax: 92.3637-6364

E-mail: pbrltda@ hotmail.com

Endereço: Rua Itacoatara, 184, Bairro Cachoeirinha

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69065090

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Sistema integrado de análise e monitoramento da sustentabilidade da Amazônia

Antonio Ferreira Santana Filho

Descrição resumida da proposta do projeto: O projeto “Sistema integrado de análise e

monitoramento da sustentabilidade da Amazônia” visa ao desenvolvimento de uma metodologia

que possa ser aplicada para integrar as áreas envolvidas em estudos de desenvolvimento sustentável

– como as áreas social, ambiental, econômica e institucional – em um sistema para o apoio à

tomada de decisão em políticas de desenvolvimento da Amazônia brasileira. Para isso, se faz

necessário o acompanhamento sistemático de indicadores que possam fornecer informações

relevantes acerca da sustentabilidade da região em foco, um tratamento qualitativo eficiente desses

indicadores e a utilização de visões adequadas sobre o conceito de desenvolvimento sustentável que

possam servir de base para a implementação de modelos de simulação e de previsão de impactos

das políticas a serem executadas. A disponibilização do sistema, para que a sociedade possa se

beneficiar dos seus resultados, é um fator que garante retornos nas diversas áreas contempladas

pelo estudo e que permite uma maior conscientização sobre a busca de alternativas de

desenvolvimento que estejam associadas à preservação e à eficiência no emprego dos recursos

dessa imensa e importante região do planeta.

Principais objetivos: Tendo em vista a grande quantidade de argumentos e diferentes visões sobre

as temáticas que envolvem a análise de sustentabilidade, é primordial fazer um estudo de métricas

adequadas para essa análise que possam ser aplicadas à Região Amazônica. Como os estudos que

se propõem a medir o nível de sustentabilidade de regiões geográficas do planeta geralmente têm

um enfoque multidisciplinar, e não raro com aspirações interdisciplinares, torna-se necessário

promovera integração dos mais diversos domínios de conhecimento em uma perspectiva coerente

com a Teoria Geral de Sistemas. Para a análise dos impactos de políticas públicas ou privadas de

desenvolvimento para a Região Amazônica, seja na área social, econômica, ambiental ou

institucional, devem ser criados mecanismos informatizados que deem suporte a modelos de

simulação de cenários que possam auxiliar na tomada de decisões por parte dos responsáveis pela

definição e implementação de tais políticas.

Local de execução: Centro Federal de Educação Tecnológica do Amazonas, Instituto Nacional de

Pesquisas da Amazônia e Universidade Federal do Amazonas.

Instituição: Centro Federal de Educação Tecnológica do Amazonas – Cefet-AM

Telefone: 92.3613-4382

Fax: 92.3621-6767

E-mail: [email protected]/[email protected]

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Endereço: Travessa São Pedro, 11-A. Raiz

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69068140

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Elaboração e melhoramento de produtos e subprodutos da caiçúma

Antônio José do Nascimento Fernandes

Descrição resumida da proposta do projeto: A fabricação de bebidas fermentadas iniciou com a

própria humanidade e com a criação da vida ritualizada. Os ingredientes, o modo de preparar e a

maneira de tomar variam entre cada grupo étnico. Entre os índios do sul da América, o uso ritual e

social das bebidas fermentadas é ligada ao sagrado, ao divertimento, e em certos casos à política. A

caiçúma é uma bebida alcoólica consumida em festas de vários grupos indígenas. Sua produção,

apesar de rudimentar, possui etapas fundamentais distintas: preparação das matérias-primas,

mistura e adição de aditivos, e a fermentação. A preparação das matérias-primas consiste em

macerar a batata sem sua casca, separando o amido insolúvel e úmido, conhecido nessa forma

como “goma”. Antes do processo de fermentação apresenta sabor adocicado, encorpado e neutro a

levemente alcalino, com tom semelhante ao leite, assim como sua cor e aspecto. Nota-se que desse

processo se pode obter subprodutos alcoólicos e não alcoólicos com possibilidades de utilização e

distribuição para consumo em escala industrial. Dessa forma, pretende-se com este trabalho

desenvolver um energético de médio valor calórico e com sabor semelhante ao leite, contribuindo

como uma alternativa alimentar com baixo custo de produção, valorizando os hábitos e produtos da

cultura regional bem como a sua identidade.

Principais objetivos: Obter produtos e subprodutos de viabilidade econômica da produção da

caicúma, favorecendo a melhoria das técnicas de produção, bem como a qualidade dos produtos

acabados obtidos.

Local de execução: Centro de Estudos Superiores da UEA de Tabatinga.

Instituição: Universidade do Estado do Amazonas

Telefone: 97.3412-4192

Fax: 97.3412-4192

E-mail: [email protected]

Endereço: Avenida da Amizade, 74, Bairro Centro

Tabatinga-AM

CEP: 6964000

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Seleção e domesticação de espécies da flora amazônica para introdução na indústria de

produção de plantas ornamentais para consumo interno e exportação

Aparecida Donisete de Faria

Descrição resumida da proposta do projeto: O mercado mundial de plantas ornamentais

movimenta cerca de US$ 49 bilhões anuais. Em 2003, o Brasil acumulou um crescimento de 30,2%

sobre os valores exportados de flores e folhagens em 2002, sendo de US$ 13,3 milhões o saldo da

balança comercial do setor, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Floricultura – Ibraflor

(2002). Dentre os diversos tipos de flores e folhagens exportadas, as tropicais de corte produzidas

no Brasil vêm ganhando importância no mercado mundial, sendo apontadas como um dos setores

de maior potencial para o futuro das exportações brasileiras de plantas ornamentais.

Novidades no setor vão ao encontro das expectativas dos produtores e importadores, devendo

contribuir para o aumento das exportações e, consequentemente, do ganho de todos os envolvidos

na cadeia produtiva de plantas ornamentais.

O presente projeto tem como objetivo o estudo de 30 espécies com alto potencial ornamental e cujo

ciclo de desenvolvimento seja relativamente rápido, possibilitando seu acompanhamento. As

espécies serão selecionadas dentre as ervas, lianas, epífitas e hemiepífitas da flora amazônica,

cultivadas em área apropriada a ser construída no Jardim Botânico de Manaus Adolpho Ducke e

estudadas quanto a seu desenvolvimento, floração e reprodução. As pesquisas envolverão uma

equipe multidisciplinar (botânicos, fisiologistas vegetais e agrônomos) e deverão contar com apoio

de estudantes estagiários e jovens carentes selecionados entre os moradores do entorno do Jardim

Botânico. Os resultados proporcionarão a inserção de novos produtos na indústria de produção de

plantas ornamentais e atuará como um grande incentivo no aumento da produção e na consolidação

da cadeia produtiva de plantas ornamentais no Estado do Amazonas, o que resultará no aumento da

oferta de empregos, melhoria do nível de vida de importante parcela da população e consequente

aquecimento da economia local.

Além disso, a indústria de produção de ornamentais é limpa, não poluente, utiliza áreas reduzidas

para plantio, possibilita produção consorciada com vegetação existente e atua, fortemente, na

conservação de espécies de grande valor econômico em seu habitat natural, já que essas espécies

serão reproduzidas e produzidas em escala industrial.

O desenvolvimento do presente projeto irá inaugurar pesquisas com domesticação de espécies

nativas no Jardim Botânico de Manaus, que tem por principais objetivos, como todos os jardins

botânicos do mundo, a atuação nas áreas de conservação, pesquisa, educação e lazer.

Principais objetivos: Selecionar, a partir de levantamentos florísticos já feitos e a serem

realizados, 30 espécies da flora Amazônica que apresentem grande potencial ornamental e,

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crescimento e desenvolvimento relativamente rápidos (ervas, arbustos epífitas, hemiepífitas e

lianas), para estudos de domesticação e posterior introdução no mercado de horticultura ornamental

nacional e internacional; cultivaras espécies selecionadas e desenvolver as pesquisas de

domesticação nas dependências do Jardim Botânico de Manaus Adolpho Ducke, inaugurando, no

local, trabalhos de pesquisa em uma das principais áreas de atuação de jardins botânicos em todo o

mundo, a horticultura; realizar os estudos de domesticação em colaboração com agrônomos,

fisiologistas vegetais, técnicos agrícolas e uma equipe de jovens selecionados no entorno do Jardim

Botânico Adolpho Ducke, que deverão ser treinados para diversas etapas de execução dos

trabalhos; estudar o ciclo de vida, período de floração, melhor forma de reprodução, necessidades

nutricionais, tempo de vida para início de floração e duração das flores das espécies selecionadas;

estudar influência de fotoperíodo e respostas a diferentes hormônios no tamanho da planta e no

desenvolvimento e duração de suas flores; desenvolver protocolos sobre os processos ideais para

reprodução e cultivo das espécies selecionadas; proporcionar aumento na geração de renda a todos

os envolvidos na cadeia de produção industrial de plantas ornamentais para consumo local e

exportação, a partir da introdução de espécies nativas da Amazônia, inéditas no mercado;

proporcionar formação profissional na área de horticultura ornamental, uma das áreas de maior

expansão no Brasil e outras regiões de todo o mundo, para parte dos jovens moradores do entorno

do Jardim Botânico de Manaus Adolpho Ducke; iniciar o desenvolvimento, no Jardim Botânico de

Manaus Adolpho Ducke, órgão sob responsabilidade do Instituto Nacional de Pesquisas da

Amazônia e Prefeitura de Manaus, de pesquisa na área de seleção, domesticação e introdução no

mercado nacional e internacional, de novas espécies ornamentais nativas da Amazônia brasileira.

Local de execução: Coordenação de Pesquisas em Botânica (Inpa) e Jardim Botânico de Manaus

“Adolpho Ducke” (Inpa/Cedema).

Instituição: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

Telefone: 92.3651-7831

Fax: 92.3643-3263

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua Minas gerais, 4, Pq. das Laranjeiras, Bairro Flores

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69058290

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Desenvolvimento de um modelo de produção integrada de frutos e polpa de açaí nos

principais municípios produtores do Estado do Amapá

Arnaldo Bianchetti

Descrição resumida da proposta do projeto: O interesse pelo plantio tem se dado pelo fato de o

suco de açaí, antes destinado totalmente ao consumo local, vir conquistando novos mercados e ter

se transformado em importante fonte de renda e emprego. Isso refletiu diretamente na expansão das

áreas manejadas nas várzeas, estimada em mais de dez mil hectares, em 2002, somente no Estado

do Pará, financiadas pelo Fundo Constitucional de Financiamento do Norte.

Além disso, os açaizais passaram a ser explorados de forma indiscriminada em função da grande

quantidade de produto demandada pelas fábricas. Isso tem provocado a degradação da espécie,

principalmente nos locais onde não se pratica qualquer forma de manejo e nem se observa o tempo

mínimo suficiente para a recomposição dos estoques de plantas adultas. No Amapá, por exemplo, a

produção de frutos decresceu de 2.600 t, em 1995 para 1.371 t, em 2002 (IBGE, 1995-2003) por

falta de manejo adequado que permitisse a recomposição do estoque de plantas adultas.

Principais objetivos: Desenvolver, organizar e implementar um modelo de Produção Integrada de

Frutos de Açaí – PIFAP para a produção de polpa no Estado do Amapá, estabelecido pelas

Instruções Normativas números 12 e 20, do MAPA (BRASIL, 2001), respeitando as normas

internacionais, preconizadas pela Organização Internacional de Controle Biológico – OICB, bem

como oferecer subsídios ao trabalho do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento na

regulamentação de critérios e procedimentos formais necessários à implantação do Cadastro

Nacional de Produtores e Empacotadoras no Regime de Produção Integrada de Frutas.

Local de execução: Municípios de Macapá, Santana e Mazagão, Amapá.

Instituição: Universidade Federal do Amapá

Telefone: 96.3241-5066

Fax: 96.3242-5066

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. JK km 02

Macapá-AP, Brasil

CEP: 68900000

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Parcerias florestais

Carla Morsello

Descrição resumida da proposta do projeto: O projeto tem como objetivo esclarecer como e de

que forma os acordos comerciais entre comunidades florestais e empresas podem servir à melhoria

na qualidade de vida dessas comunidades, ao mesmo tempo em que promovem a conservação das

florestas. Em particular, o projeto foca os acordos comerciais para a comercialização de produtos

florestais não-madeireiros por sociedades indígenas e extrativistas.

Nos últimos anos, o número de acordos comerciais entre grupos indígenas e extrativistas da

Amazônia com empresas que adotam estratégias de Responsabilidade Social Corporativa tem

crescido consideravelmente no Brasil, particularmente no setor de cosméticos, mas também no

setor de alimentos, artesanato e varejista. Esses acordos têm sido estabelecidos frequentemente com

o auxílio de organizações da sociedade civil, sob a premissa de que a comercialização de produtos

florestais, e em particular daqueles não-madeireiros, pode servir ao duplo objetivo de promover a

conservação das florestas enquanto melhora a qualidade de vida de seus habitantes (CLAY, 1992;

MORSELLO, 2002, 2005). Apesar do crescimento na atividade, há carência de informações

sistematizadas que permitam esclarecer quais os formatos e arranjos adotados que têm sido capazes

de promover os melhores resultados, tanto em termos socioeconômicos quanto ambientais.

Em dois estudos prévios coordenados pela autora, realizados em áreas indígenas (A’Ukre-Kayapó,

Arawete e Asurini) e uma Reserva Extrativista (RESEX Médio Juruá), três acordos comerciais

desse tipo foram avaliados em profundidade, por meio do levantamento de dados empíricos

sazonais das atividades realizadas, da interação com o uso tradicional de recursos naturais para a

subsistência, de seu retorno financeiro, da distribuição dos benefícios entre os membros do grupo e

da melhoria na qualidade de vida em geral desses grupos. Esses estudos possibilitaram entender

quais são os principais fatores envolvidos na comercialização e na problemática relativa à

distribuição equitativa dos benefícios, bem como relativos à conservação dos recursos florestais.

Porém, o pequeno número de casos avaliados não permite que muitas das lições aprendidas possam

ser generalizadas e, dessa forma, que os resultados científicos do projeto possam ser transformados

em ensinamentos práticos e de políticas públicas a serem adotados por organizações

governamentais ou da sociedade civil organizada.

A presente proposta pretende, portanto, preencher essa lacuna ao levantar informações de um

conjunto de parcerias comerciais semelhantes na Região Amazônica, com objetivo de esclarecer

como devem ser estruturados os acordos comerciais para maximizar as chances de sucesso em

termos socioeconômicos e ambientais. Além disso, pretende propor estratégias de intervenção,

agrupadas em um “manual” de princípios para a implementação de acordos comerciais entre

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empresas e comunidades amazônicas, que poderão ser adotados por comunidades, organizações da

sociedade civil, empresas e o setor público.

O projeto tem uma abordagem interdisciplinar e, portanto, foca aspectos e técnicas de diversas

áreas do conhecimento. Pretende superar as limitações de abrangência aplicada de estudo anterior

da autora baseado em “estudos de caso” que, apesar de propiciar o levantamento e a discussão de

aspectos em maiores detalhes, provê informações que são mais contexto-específicas e, portanto,

menos generalizáveis. O projeto baseia-se na aquisição de informações por meio de um

levantamento geral de dados das parcerias existentes na Amazônia, bem como a avaliação de um

subconjunto destas pela técnica Delphi. Será feito um levantamento geral das parcerias existentes

na Amazônia por meio de fontes secundárias, em particular, o Banco de Dados público do Projeto

Balcão de Negócios Sustentáveis – Amigos da Terra (ver http://negocios.amazonia.org.br/), além

da consulta a material publicado e não publicado.

Além disso, o levantamento contará com o auxílio de organizações da sociedade civil que têm

atuado na área e que participam, juntamente com a coordenadora do projeto, de grupo de discussão

sobre o assunto em São Paulo. Após esse levantamento, o qual identificará, dentre outros aspectos,

o produto comercializado, o ramo de atividade e a presença de mediadores, será selecionado um

subconjunto de iniciativas representativas do contexto geral e sua variabilidade (cerca 10-15). Para

estas, serão identificados informantes-chave, os quais serão convidados a participar de um estudo

Delphi com o objetivo de avaliar as motivações, oportunidades, problemas e consequências das

parcerias.

A técnica Delphi consiste em uma série iterativa de questionários que permite organizar opiniões e

respostas de um painel formado por especialistas no assunto. Esses especialistas permanecem

anônimos entre si, mas têm acesso às respostas do grupo nas diferentes fases do estudo (ADLER;

ZIGLIO, 1996; GUPTA; CLARKE, 1996). A técnica apresenta as seguintes vantagens: (i) é

relativamente rápida e de baixo custo; (ii) evita problemas inerentes a discussões cara-a-cara como

a pressão social, influência da personalidade e a dominação exercida por certos indivíduos; (iii)

permite a disseminação das informações e o debate indireto entre os participantes; (iv) conduz ao

pensamento independente e à evolução gradual das opiniões; e (v) permite una análise ampla,

sistematizada e estruturada do problema estudado.

Os dados coletados serão parcialmente qualitativos e, portanto, a análise seguirá as seguintes etapas

(OPPENHEIMER, 1982): (i) familiarização com os dados; (ii) transcrição em verbatim do material

gravado; (iii) organização e indexação por tópicos e pré-temas; (iv) processo de anonimato; (v)

codificação por pré-temas; (vi) identificação de novos temas; (vii) formulação e refinamento de

novas categorias. Após a codificação, o processo de análise envolverá o cruzamento das

motivações, problemas e resultados das iniciativas, pelas características das parcerias. Envolverá,

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além disso, a utilização de estatística descritiva (medidas de tendência central e dispersão), ainda

durante o segundo turno de aplicação dos questionários pela técnica Delphi, como forma de

retornar aos participantes a opinião conjunta do grupo (i.e. mediana), bem como o grau de

discordância entre estes (desvio quartílico ou interquartile range).

Os dados serão disseminados de diferentes formas. Em primeiro lugar, a própria participação no

estudo Delphi implica a disseminação das informações resultantes, de forma sistematizada, para o

conjunto dos participantes. Além disso, os resultados serão divulgados por meio de sítio na Internet

já estruturado (www.parceriasflorestais.org), na forma de artigos científicos, mas também de

material de divulgação mais ampla. Por fim, pretende-se após a finalização do estudo, preparar a

publicação de um livro, juntamente com o material resultante de estudo anterior coordenado pela

autora.

Principais objetivos: Avaliar as motivações das comunidades e das empresas no estabelecimento

das parcerias; entender o conteúdo dos compromissos assumidos pelas empresas e as políticas e os

processos pelos quais elas procuram implementá-los (por exemplo, formalidade/informalidade dos

contratos, monitoramento, processos de certificação, auditoria etc.); entender quais os problemas,

bem como as oportunidades criadas pelo estabelecimento de parcerias para as comunidades e

empresas, assim como para a conservação florestal; avaliar quais são os resultados ou as

consequências das parcerias para as comunidades (i.e. repartição de benefícios, diferenciação,

desigualdade social e transformação no uso tradicional de recursos naturais) e o meio ambiente (i.e.

transformação no uso da terra e no uso de recursos); indicar quais as políticas públicas, formas de

monitoramento ou processos de autorregulação (por exemplo, certificação) que poderiam aumentar

a probabilidade de sucesso das parcerias e de que forma devem ser estruturados.

Local de execução: Base operacional: Universidade de São Paulo, São Paulo-SP. Foco da ação:

Amazônia como um todo.

Instituição: Universidade de São Paulo

Telefone: 11.3872-2220

Fax: 11.3875-5317

E-mail: [email protected]

Endereço: R. Ministro Godoy, 1353

São Paulo-SP, Brasil

CEP: 05015001

■ Referências

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ADLER, M.; ZIGLIO, E. (Eds.). Gazing into the oracle: the Delphi Method and its applications to

social policy and public Health. Bristol: Jessica Kingsley, 1966.

CLAY, J. Building and supplying markets for Non-Wood Tropical Forest products. In: The

Rainforest Harvest. London: Friends of the Earth, 1992, p. 250-255.

GUPTA, U. G.; CLARKE, R. E. Theory and application of the Delphi Technique: A Bibliography

(1975-1994). Technological Forecasting and Social Change, 1996. v. 53. p. 185-211.

MORSELLO, Carla. Market integration and sustainability in Amazonian Indigenous livelihoods:

the Case of the Kayapó. Thesis. School of Environmental Sciences, University of East Anglia,

2002. 301 p.

MORSELLO, Carla. Company-community non-timber forest product deals in the Brazilian

Amazon: A review of opportunities and problems. Forest Policy And Economics, 2005.

OPPENHEIMER, A. N. Questionnaire design and attitute measurement. London: H.543p.

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Programa de integração econômica da Amazônia

Cassiano Figueiredo Ribeiro

Descrição resumida da proposta do projeto: Visa a contribuir com políticas para o

fortalecimento do comércio intra-regional com ações de baixo impacto orçamentário e alto grau de

resposta aos estímulos econômicos.

Principais objetivos: Criação de um portal de e-commerce de produtores regionais; promover

estudos para identificação de gargalos que impedem o incremento das relações econômicas entre os

Estados da Amazônia Legal; identificar nichos de mercados de produtos existentes na região e que

hoje são importados de outras; fortalecimento de um Programa de Desenvolvimento de

Fornecedores em âmbito regional; apresentação de Books de produtos amazônicos por segmentos e

Estados; realização de feiras e rodadas de negócios de produtos amazônicos.

Local de execução: Amazônia Legal.

Instituição: ADA

Telefone: 91.4008-5539

Fax: 91.4008-5539

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. Almirante Barroso 426

Belém-PA, Brasil

CEP: 66090900

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KIT MCH

Ciles Paulo de Moraes Junior

Descrição resumida da proposta do projeto: Produzir uma microturbina – compacta (modulo –

caixa – contendo mecanismo turbina/gerador/quadro elétrico/ válvulas/ regulador/....) Tudo junto

compacto...

Principais objetivos: Facilidade de transporte, manutenção e montagem, etc., de geração elétrica

de 0,5kw até 250kw e acompanha o projeto de linha de transmissão subterrânea a qual não afeta a

mata, não modifica o ambiente... A micro turbina é fio de água/ barranco de rio, o que não afeta a

fauna e flora, pois esse local já é habitual permanecer molhado/ inundado. Seu peso reduzido

facilita transporte. Utiliza tecnologia nacional. É prática, eficiente e eficaz.

Local de execução: Produção vários locais, montagem, Irani-SC.

Instituição: Ciles Turbinas

Telefone: 49.432-0058

Fax: 49.432-0058

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua: Monge João Maria – 1049 – Bairro Alto Irani

Irani-SC, Brasil

CEP: 89680000

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Produção sustentável de fibras artificiais celulósicas

Décio Ferreira de Oliveira

Descrição resumida da proposta do projeto: Consiste na implantação de uma fábrica (com

sistema de recuperação de lixívias, bem como estação de tratamento de efluentes e reuso da água)

de fibras artificiais celulósicas, basicamente: Viscose, Acetato e Lyocell, sendo esta última

considerada “ecologicamente correta”, no Município de Almeirim, Estado do Pará, para exportação

e atendimento do consumo do mercado interno brasileiro (reduzindo-se a necessidade de

importação). Essas fibras servem de matéria-prima para fabricação de tecidos e fios de alta

qualidade, não-tecidos, produtos farmacêuticos e de higiene, entre outros. Partindo-se do princípio

de aproveitamento de parte da celulose solúvel kraft branqueada (produzida atualmente pela Jari

Celulose S.A.), visa também ao incremento da sustentabilidade das atividades no referido local, à

implementação de um pólo Têxtil e de Confecção na Região do Jari (Amazônia), bem como ao

aumento do PIB local e regional, com o mínimo de impacto ambiental.

Principais objetivos: Implantação de uma fábrica para produção de fibras artificiais celulósicas:

Viscose, Acetato e Lyocell; aumento das exportações brasileiras e redução da necessidade de

importações dessas fibras; implantação de tecnologia de produção, inexistente na Região

Amazônica, com o mínimo de impactos ao meio ambiente, com Etedi’s e sistemas de reuso, bem

como do PIB regional; aumento da geração de empregos e renda local e regional, com a

implementação de um pólo têxtil e de confecções; auxílo à ampliação das atividades sustentáveis na

Região Amazônica; conscientização da população e melhoraria do grau de escolaridade e

qualificação profissional da região; fomento da atividade de pesquisa e de investimentos na região;

auxílio ao fomento à interação permanente dos setores empresarial, acadêmico, governamental e

social da Região do Jari e da Amazônia, entre outros.

Local de execução: Município de Almeirim, Pará.

Instituição: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Centro de Tecnologia da Indústria

Química e Têxtil – Senai-Cetiqt/RJ

Telefone: 21.9988-8062

Fax: 21.2712-8062

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua Mendes Ribeiro, 140 – Patronato

São Gonçalo-RJ

CEP: 24431635

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Desenvolvimento energético do Acre

Diones Assis Salla

Descrição resumida da proposta do projeto: O Estado do Acre, região mais ocidental do Brasil,

se prepara para desenvolver um programa energético, a partir do mais antigo e mais importante dos

processos naturais de “colher a energia do sol”: a fotossíntese. No passado, foi a abundância da

energia fóssil quem provocou o maior desenvolvimento agrícola das regiões temperadas do globo

terrestre. A abundância da radiação solar nas regiões de clima tropical, disponível durante o ano

todo, favorece sobremaneira o crescimento das plantas, fazendo com que sua reação aos materiais

genéticos selecionados e às práticas culturais seja muito mais pronunciada do que nas zonas de

clima temperado.

Nunca se falou tanto como agora dos problemas energéticos para a humanidade. Com a crescente

crise energética, iniciada há 30 anos, associada às crescentes instabilidades nos preços do barril de

petróleo e as frequentes hostilidades que cercam o domínio desse produto, tem-se como

consequência a corrida por fontes alternativas de energia, capazes de diminuir nossa dependência

aos combustíveis fósseis. A potencialidade e importância dos produtos derivados da mandioca, por

exemplo, cresceram na mesma proporção, não somente pela viabilidade do seu uso, como matéria-

prima na fabricação de álcool, mas porque é uma das culturas que apresentam ótima eficiência

fotossintética líquida, o que a torna grande produtora de energias.

Por meio do emprego de material genético selecionado e de práticas agrícolas adequadas, as regiões

tropicais podem superar em muito as temperadas em termos de produtividade energética. Nasce

assim, no aqui e agora, uma possibilidade de distribuição mais equilibrada da riqueza do mundo, ou

seja, um maior equilíbrio econômico entre as regiões temperadas e tropicais. Para o Acre,

inteiramente importador de energia, o futuro se resume numa simples escolha: utilizar recursos para

desenvolver um programa energético, a partir de culturas locais, produtoras de carboidratos, como é

o caso da mandioca, ou utilizá-los, como sempre se fez, na importação de combustíveis fósseis,

mantendo-o atado ao ritmo de desenvolvimento ditado pelos outros.

Para os genótipos de mandioca naturais do Acre, a pesquisa terá inicio em dezembro de 2005.

Nesse ambiente, a Embrapa mantém um Banco Ativo de Germoplasma – BAG com 120 genótipos

de mandioca. Esses materiais, de procedência conhecida, foram coletados por diferentes

pesquisadores por meio de itinerâncias pelas mais diferentes regiões do Acre. Em outras palavras:

os materiais a serem pesquisados representam basicamente todo o território acreano. Para os

genótipos de mandioca procedentes do Estado de São Paulo, ricos em produção de amido, as

atividades de importação, transporte e cultivo estão previstas para outubro de 2005. Os trabalhos de

pesquisa com esses materiais terão início em dezembro de 2006, 14 meses após o plantio,

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observando-se as especificidades cultivacionais próprias de cada genótipo. Em Botucatu, Estado de

São Paulo, no laboratório da Unesp-Cerat, Departamento de Energia para a Agricultura, será

investigada a produção de etanol a partir de raspas de mandioca, fermentadas em diferentes

misturas com cana-de-açúcar.

Principais objetivos: O objetivo do trabalho é analisar o potencial energético de genótipos de

mandioca procedentes do BAG, da Embrapa-Acre, bem como aqueles procedentes do Estado de

São Paulo. Ambos os experimentos visam a identificar as características ligadas com a produção de

amido e de etanol.

Local de execução: Rio Branco, Acre.

Instituição: Secretaria de Assistência Técnica e Extensão Agroflorestal

Telefone: 68.3226-4365

Fax: 68.3227-1993

E-mail: [email protected]

Endereço: Conjunto Universitário III, Q-c, Casa 04

Rio Branco-AC, Brasil

CEP: 69915300

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Crediselva – Microcrédito da Floresta

Ecio Rodrigues

Descrição resumida da proposta do projeto: No intuito de gerar emprego e renda, em especial

junto a parcela excluída da população, o atual governo do Estado do Acre, idealizou o que chamou

de “Projeto Semente”. A ideia central era apoiar as famílias beneficiárias do Programa de

Erradicação do Trabalho Infantil – Peti, com oferta de microcrédito produtivo, assumindo que em

curto e médio prazo essas famílias poderiam conseguir gerar sua própria renda, desobstruindo os

limitados instrumentos públicos e alcançando algum tipo de ascensão social.

As estatísticas dão conta de que somente em Rio Branco, capital do Estado e cidade de maior e

melhor dinamismo econômico, tem-se o registro de mais de 5.000 famílias inseridas no Peti. Com

uma renda per capita familiar inferior a meio salário mínimo, as comunidades beneficiárias do Peti

não tinham a menor chance de empreender, ou seja, montar seu próprio negócio. Paradoxalmente

as pesquisas também apresentavam elevadas taxas de sentimento empreendedor nessa camada da

população. O sonho da maioria dos entrevistados, mais que 70%, era gerir seu próprio negócio e

sair da dependência do Governo. Com as dificuldades inerentes à administração pública, oriundas

de um sem número de amarras legais e normativas erguidas nos últimos 15 anos, o Governo viu-se

limitado para operacionalizar o microcrédito e realizou licitação pública para selecionar uma

entidade do terceiro setor, qualificada como Oscip pelo Ministério da Justiça, com esse tipo de

perfil de atuação.

A Associação Andiroba, única entidade no Acre a atuar com microfinanças, venceu a licitação e

iniciou a operacionalização do “Projeto Semente”. No entanto, após dois anos de atuação e

realização de mais de 800 operações de microcrédito, a entidade encontrou limitações para

ampliação do programa e atendimento da demanda existente. Uma limitação singular foi que

nossos estudos demonstraram que o cliente, após análise de sua condição social e econômica,

realizada pela equipe de Agentes de Crédito, recebe o recurso para investir em seu próprio negócio

– geralmente pequenos valores que variam entre R$ 120,00 a R$ 1000,00 preocupa-se

sobremaneira em honrar o compromisso assumido com o pagamento, mas não se atém com o

mesmo empenho na viabilidade do negócio. O resultado é uma inadimplência zero (para se ter uma

ideia o índice nacional de inadimplência para microcrédito é de 5%), e uma taxa de sobrevivência

dos negócios inferior a 10% das operações. O ciclo de vida médio dos empreendimentos limita-se

ao período de vigência da operação de crédito.

A constatação devidamente testada e comprovada nos levantamentos realizados pela entidade é que

o tomador de empréstimo, por um conjunto variado de razões sendo, provavelmente, a mais

importante a formação educacional, não possui compreensão exata do sistema de crédito e, por sua

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vez, é desqualificado para manuseá-lo de maneira adequada. Além disso, a postura empreendedora

é inversamente proporcional à capacidade de administrar o negócio. Na grande maioria das vezes o

tomador de crédito com maior nível de empreendedorismo, aquele que mais vislumbra e busca a

ampliação do seu negócio, que mais arrisca e que mais trabalha, é o que possui menos capacidade

de gerenciamento.

Uma segunda limitação igualmente singular é a rigidez da carteira de microcrédito oferecida. Com

todas as possibilidades produtivas inseridas no universo urbano, um público grandioso envolvido

com atividades de manejo florestal não tem acesso aos financiamentos. O extrativista florestal, que

tem na floresta sua maior ocupação é, sem medo de errar, o maior, em termos numéricos, setor

produtivo do Acre e da Amazônia. No caso acreano estima-se que 350 mil pessoas possuam algum

tipo de dependência com a produção florestal. Um público que não pode, em hipótese alguma, ser

desprezado no sistema de microcrédito. Evidente que essa limitação possui maior grau de

complexidade. Trata-se da necessidade em se delinear uma carteira de crédito voltada

exclusivamente aos interesses do “manejador florestal”, aquele seringueiro que quer ampliar sua

produção florestal de acordo com a potencialidade daquele ecossistema.

Se não há lacunas técnicas que permitem o desenho de um programa de microcrédito para apoiar a

safra de produtos tradicionais como, por exemplo, borracha e castanha-do-brasil, cujos coeficientes

técnicos são de amplo domínio, o mesmo não se pode afirmar das mais de 50 alternativas

produtivas existentes como, por exemplo, as frutas tropicais (abacaba, pataua, murmuru, buriti), as

resinas e óleos vegetais (copaíba, andiroba, tucumã, pupunha), as sementes (cedro, mogno, jatobá,

ipê, sumaúma) e assim por diante. Sem esquecer de mencionar os serviços como os de purificação

do ar (sequestro de carbono) e os de qualidade e quantidade de água.

Na verdade, a incorporação do produtor extrativista ao sistema de microcrédito é uma via de mão

dupla. Da mesma forma que para o sistema de microcrédito o atendimento da demanda do produtor

florestal é condição de sustentabilidade, para o produtor florestal, o acesso ao microcrédito também

é condição de sustentabilidade de sua atividade. O microcrédito porque a conquista de uma escala

de operações, calculado em uma carteira ativa superior a cinco milhões de reais, que lhe forneça

sustentabilidade operacional, somente será alcançada com a incorporação desse tomador de

empréstimo que é maioria na Região. Por seu turno, o produtor florestal, em função de suas

peculiaridades sociais e econômicas, com suas unidades de produção dispersas no interior da

floresta em endereços desconhecidos para o serviço postal, possui uma resistência histórica à

obtenção de documentos vários. Até uma simples certidão de nascimento obriga o produtor a

deslocamentos longos até a cidade e depois até os cartórios, locais onde o extrativista geralmente se

sente intimidado em frequentar. No final das contas esse produtor não consegue acessar o crédito

oficial porque não pode oferecer garantias e não possui documentos.

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Desta feita, o microcrédito, cuja principal característica é justamente a facilidade de acesso, surge

como opção preferencial e às vezes única para o produtor florestal. Uma conjunção de interesses

faz com que um casamento perfeito ocorra, onde de um lado o produtor encontra uma fonte

acessível de recursos financeiros para apoiar sua atividade produtiva, e de outro, o sistema de

microcrédito diversifica sua carteira de crédito para atender ao maior setor produtivo da região e

atinge, assim, sua escala apropriada e sustentabilidade.

É nesse contexto que se insere a presente proposta. Para aumentar o ciclo de vida dos

empreendimentos, o projeto irá desencadear um amplo processo de qualificação dos tomadores de

crédito em gerenciamento, empreendedorismo e manuseio de crédito. Da mesma forma, para

diversificar a carteira de crédito e envolver os manejadores florestais, o projeto irá definir

coeficientes técnicos, prazos de carência, limites de financiamento, parcelamento e assim por diante

para todos os produtos e serviços que o ecossistema florestal pode ofertar.

Por fim, o projeto se propõe, ao final de 24 meses, a qualificar 3.000 empreendedores, conceber e

definir novas linhas de financiamento destinadas ao produtor florestal, prontas para captação de

recursos financeiros e formação de carteira de crédito ativa.

Sem dúvida um trabalho pioneiro e único no Acre, na Amazônia e possivelmente no Brasil, onde

um “trabalho de formiga”, realizado passo a passo com muito esmero, fruto de uma ação conjunta

do Estado do Acre e da sociedade civil, tem mudado a história de muitas famílias que antes

sobreviviam em condições de exclusão, e que hoje têm oportunidade de almejar novos horizontes a

partir de seu próprio esforço.

Principais objetivos: Possibilitar ascensão social com geração de emprego e renda no Acre, por

intermédio da oferta de microcrédito para comunidades de baixa renda, localizadas em áreas

urbanas e florestais.

Local de execução: Estado do Acre.

Instituição: Associação Andiroba

Telefone: 68.9204-1500

Fax: 68.3244-1534

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua Silvestre Coelho, 348, Bosque

Rio Branco-AC, Brasil

CEP: 69909360

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Detecção molecular de fungos filamentosos produtores de aflatoxinas em castanha-do-brasil

Edna Maria Morais Oliveira

Descrição resumida da proposta do projeto: A castanha-do-brasil é um produto oriundo das

áreas mais úmidas da Região Amazônica, sendo suscetível à contaminação por fungos

cosmopolitas, como Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus, que são produtores de aflatoxinas.

A produção da castanha-do-brasil é uma atividade com impactos socioeconômico e ambiental

fundamentais para a Região Amazônica, no que tange o sustento de famílias de baixa renda. A

atividade exclusivamente extrativista para a obtenção da castanha-do-brasil contribui ainda mais

para que ocorra a contaminação por aflatoxinas em função do tempo de coleta, manuseio,

transporte e armazenamento. As aflatoxinas apresentam efeitos agudos e crônicos em animais e

humanos.

A cultura da castanha assume uma grande importância em função da geração de divisas para o

Brasil com as exportações para a União Europeia e os Estados Unidos. Atualmente, as exportações

estão seriamente comprometidas, pois a produção brasileira de castanha tem sido afetada por

crescente contaminação por aflatoxinas. Dentro desse contexto existe a necessidade de desenvolver

metodologias mais sensíveis e específicas para a detecção e quantificação de aflatoxinas, para que

os produtos exportados possam atenderás exigências internacionais, cujos limites máximos de

presença de aflatoxinas, estabelecidos pelo regulamento 2001/466/CE, são de 4 ppb (sendo 2 ppb

para a aflatoxina B1). A introdução de métodos moleculares para a detecção e quantificação de

fungos aflatoxígenos, e a verificação da existência de correlação entre a biomassa fúngica e os

níveis de aflatoxinas presentes nos frutos podem direcionar novas estratégias de controle, que

poderão ser desenvolvidas para minimizar ou eliminar a contaminação por aflatoxinas.

Principais objetivos: Isolar e identificar os fungos filamentosos produtores de aflatoxinas em

castanha-do-brasil; desenvolver método para diagnosticar a presença de fungos filamentosos

produtores de aflatoxinas em castanha-do-brasil utilizando PCR; quantificar a biomassa fúngica

potencialmente produtora de aflatoxinas em castanha-do-brasil, pelo PCR em tempo real; verificar

a existência de correlação entre a biomassa quantificada de fungos filamentosos e os níveis de

aflatoxinas em castanha-do-brasil.

Local de execução: Embrapa Agroindústria de Alimentos.

Instituição: Embrapa Agroindústria de Alimentos

Telefone: 21.2410-9644

Fax: 21.2410-1090

E-mail: [email protected]

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Endereço: Av. das Américas 29.501, Guaratiba

Rio de Janeiro-RJ, Brasil

CEP: 23020470

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Projeto demonstrativo de produção de óleo de dendê por pequenos produtores familiares em

projetos de assentamento, para uso como biodiesel em região de fronteira

Edson Barcelos

Descrição resumida da proposta do projeto: Implantação de Projeto Demonstrativo com a

cultura do dendezeiro, com efetiva participação de 100 famílias de pequenos agricultores, em área

de floresta alterada na região de fronteira entre o Brasil, Colômbia e Peru, visando à validação da

dendeicultura como atividade âncora na geração de ocupação e renda, para a pequena propriedade

rural, voltada para a produção de óleo vegetal, para uso como insumo energético/biodiesel, a ser

utilizado em comunidades isoladas da Amazônia.

Principais objetivos: Uso da dendeicultura como atividade âncora em Projeto Demonstrativo em

assentamento envolvendo 100 famílias de pequenos agricultores; geração de informações sócio-

econômicas sobre a população envolvida, coletadas e analisadas no ponto zero do projeto e em

diversos momentos de sua execução; obtenção de Coeficientes Técnicos e custos reais de

implantação da cultura do dendezeiro nas condições locais; identificação de impedimentos e

limitações físicas e biológicas para o desenvolvimento da cultura; geração de ocupação e renda

sustentáveis e em níveis dignos para a população envolvida no projeto, por um período de mais de

25 anos; treinamento e capacitação dos produtores envolvidos, sobre a cultura de dendezeiro e

sobre outras atividades produtivas, viáveis na região; avaliação da viabilidade técnico, econômica,

social e ecológica da dendeicultura como atividade âncora em projetos de

colonização/assentamento na Região Amazônica; divulgação junto à sociedade em geral e

autoridades locais, estaduais, regionais e nacionais, sobre a viabilidade técnica, econômica,

ambiental e social da dendeicultura como atividade sustentável capaz de gerar riqueza e bem-estar

social para a população da Amazônia, além de contribuir para a preservação do meio ambiente, por

substituir a exploração predatória das florestas, a agricultura itinerante e reduzir a pressão sobre os

recursos naturais.

Local de execução: Ao longo do eixo da Rodovia BR 230 entre os Municípios de Benjamin

Constant e Atalaia do Norte do Estado do Amazonas, região das fronteiras do Brasil, Colômbia e

Peru.

Instituição: Embrapa / Governo do Estado do Amazonas

Telefone: 9236132830

Fax: 926134251

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua Ramos Ferreira, 199 – Ed Rio Negro Apto 1603

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Manaus-AM, Brasil

CEP: 69010120

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Agris – Gestão Agrícola e do Agronegócio

Einstein Lemos de Aguiar

Descrição resumida da proposta do projeto: Sistema de informações para controle e gestão da

atividade agrícola, integrando fatores da agricultura de precisão com gestão de custos e custeios,

determinação e cumprimento de metas, controle de atividades e de resultados produtivos, controle

de patrimônio, recursos humanos, e demais funcionalidades necessárias, para resultar em uma fonte

de informações sólida para tomada de decisões operacionais, gerenciais e estratégicas, com o uso

de alta tecnologia da informação e geoinformação.

Principais objetivos: Ser referência nacional e internacional em tecnologia da informação para

gestão de propriedades agrícolas, tornando-as mais modernas, eficientes e ambientalmente

adequadas, com o controle do planejamento, execução e resultados das atividades, sem deixar de

lado os aspectos da gestão da empresa como controle do patrimônio, resultados produtivos,

finanças e questões econômicas, ambientais, recursos humanos, contabilidade e obrigações fiscais.

Este projeto poderá criar uma melhoria geral na produtividade e na eficiência das propriedades

agrícolas, provocando um aproveitamento maior das áreas produtivas, contendo, assim, o aumento

das fronteiras agrícolas. O sistema de informações proposto neste projeto agregará valores

diferenciados àqueles que o disponha em seus processos produtivos e organizacionais.

Local de execução: Propriedades agrícolas de Mato Grosso.

Instituição: Icase Tecnologia da Informação Ltda.

Telefone: 65.3025-1708

Fax: 65.3025-1708

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. Jose Rodrigues do Prado, 312A – Santa Rosa

Cuiabá-MT, Brasil

CEP: 78040000

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Açaí da Amazônia

Francirene do Socorro Macedo Leão

Descrição resumida da proposta do projeto: O projeto Açaí da Amazônia propõe-se a

desenvolver uma experiência-piloto no Município do Laranjal do Jarí, e tem como objetivo a

implementação de processos adequados para promover, de forma coletiva e sustentável, as

atividades de extrativismo e beneficiamento do açaí no município, visando a aumentar as

oportunidades de emprego e renda em regiões tipicamente amazônicas.

Principais objetivos: Desenvolver o potencial coletivo e organizacional da associação,

considerando a característica participativa do projeto; instituir um trabalho de Boas Práticas

Agrícolas nas áreas de abrangência do projeto, para viabilizar a incorporação de procedimentos e

técnicas quanto ao uso e manejo das reservas naturais de açaí; instituir um padrão e controle de

qualidade da produção de polpa e das batedeiras de açaí atendidas pelo projeto; elevar a capacidade

técnica e gerencial dos produtores para aumentarem sua renda familiar; criar uma marca comum

para os produtos desenvolvidos pelos beneficiários do projeto; estimular novos canais de

escoamento da produção, praticando um preço justo e viável; elevar as ocupações relacionadas às

atividades produtivas desenvolvidas pela Ateaepa.

Local de execução: Laranjal do Jarí-AP.

Secretaria de Estado do Trabalho e Empreendedorismo – Sete

Telefone: 96.3212-4136

Fax: 96.321-2403

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua Leopoldo Machado, 355 – Trem

Macapá-AP, Brasil

CEP: 68908000

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O valor de “não uso”: possibilidade econômica para a Amazônia

Francisco de Assis Matos de Abreu

Descrição resumida da proposta do projeto: Este projeto apresenta uma forma de olhar e ver o

desenvolvimento econômico da Amazônia de maneira nova e diferente, considerando suas

peculiaridades e a enorme importância estratégica que a mesma tem para todo o planeta. Ela está

pautada na ideia e no desenvolvimento de uma teoria do “não uso” para valoração ou precificação

de seus bens naturais, em especial de suas águas, no contexto do ciclo hidrológico como um todo.

Este está agregado, de forma indissociável, à floresta e aos demais ecossistemas da Região e a

consequente utilização desse “valor ou preço de não uso” como “moeda”, “crédito” ou

“compensação” para o benefício dos amazônidas, dos brasileiros e, enfim, de forma direta ou

indireta, de todos os habitantes da Terra.

Principais objetivos: Quantificar, de maneira consistente e fundamentada, a quantidade da matéria

água existente na bacia do Rio Amazonas, inclusive as reservas estratégicas (subterrâneas);

estabelecer, de forma esquemática, o ciclo das águas na bacia; identificar os métodos de medição

de valor de bens ambientais e a aplicação dos mesmos nos recursos naturais da Amazônia, em

especial às águas; propor mecanismos de captação de recursos advindos do “não uso” das águas da

bacia como “moeda”, “crédito” ou “compensação” para o benefício dos amazônidas, dos brasileiros

e, enfim, de forma direta ou indireta, de todos os habitantes da Terra.

Local de execução: Universidade Federal do Pará – UFPA, Belém.

Instituição: Universidade Federal do Pará – UFPA

Telefone: 91.3183-1619

Fax: 91.3224-8149

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. Augusto Corrêa, n.° 01, Campus Universitário do Guamá

Belém-PA, Brasil

CEP: 66075110

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Estudo do aproveitamento econômico de resíduos madeireiros do Estado do Amazonas

Francisco Raimundo da Silva

Descrição resumida da proposta do projeto: Este trabalho tem como finalidade estudar a

utilização de resíduos madeireiros no Estado do Amazonas, contando com o levantamento de um

sistema de informações estatísticas relacionado à utilização desses resíduos, como matéria-prima

para a fabricação de móveis e artefatos de madeira, agregando valor econômico aos mesmos,

gerando alternativa de oportunidades de trabalho e renda.

Principais objetivos: Estudar a utilização dos resíduos madeireiros nos Municípios amazonenses

de Presidente Figueiredo, Itacoatiara e Fonte Boa, como matéria-prima para a fabricação de móveis

e artefatos de madeira, agregando valor econômico aos mesmos, gerando alternativa de

oportunidade de trabalho e renda para a população tradicional do Amazonas; levantar os métodos

de aproveitamento de resíduos madeireiros adotados no Brasil e/ou no exterior por meio de

bibliografia relacionada; quantificar o volume de resíduos madeireiros gerados e sua destinação nos

Municípios de Fonte Boa, Itacoatiara e Presidente Figueiredo do Estado do Amazonas; avaliar se as

formas de utilização adotadas nos municípios estudados estão de acordo com os modelos mais

eficientes; levantar os custos para implantação de uma marcenaria/escola para treinamento de

pessoal e produção de artefatos de madeira no Estado do Amazonas, com a utilização de design,

tendo como matéria-prima resíduos madeireiros; apresentar propostas às populações urbana e

interiorana para uma utilização econômica dos resíduos madeireiros, em condições de competir nos

mercados local, nacional e internacional.

Local de execução: Municípios do Estado do Amazonas.

Instituição: Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação e Tecnológica – Fucapi

Telefone: 9236143050

Fax: 9236132688

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. Gov. Danilo Areosa, 381 – Distrito Industrial

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69075351

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Estudo de secagem da madeira de três espécies florestais em secador à base de resíduos

industriais na região de Santarém-PA

Gisele do Socorro dos Santos Pompeu

Descrição resumida da proposta do projeto: Os estudos sobre tecnologia da madeira vêm se

tornando cada vez mais importantes no que diz respeito à produção de produtos de melhor

qualidade e, consequentemente, com maior aceitação no mercado consumidor. Dentre esses

processos tecnológicos, destaca-se a secagem da madeira, onde nos últimos anos tem-se procurado

gerar trabalhos que contribuam para o aprimoramento de técnicas que venham suprir a enorme

carência existente. O número de produções a esse respeito ainda é pequeno no Brasil,

principalmente na Região Norte, prejudicando o melhor aproveitamento do expressivo volume de

madeira nessa região.

Em virtude do pouco conhecimento sobre a secagem de madeiras da Região Amazônica, os

produtos obtidos após a secagem ainda apresentam qualidade inferior quando comparados às

demais madeiras já muito estudadas, tais como pinus e eucaliptus. A ausência de trabalhos nesse

sentido tem proporcionado baixo aproveitamento dessas madeiras, além de provocar desperdício

em função do grande número de defeitos ocasionados por uma secagem deficiente.

No processamento primário da madeira, a secagem é considerada uma das fases mais importantes.

A secagem em estufa permite a redução do teor de umidade mais rapidamente do que na secagem

natural e, quando bem conduzida, diminui os defeitos que desvalorizam o produto. Secadores à

queima de resíduos têm se mostrado bastante eficiente para conduzir todo o processo, além de

fornecerem uso adequado aos resíduos das indústrias.

A ampliação de tecnologias nesse sentido vem se tornando cada vez mais necessária, visando a

contribuir para o aumento da produtividade industrial aliado à sustentabilidade da floresta, haja

vista que haverá diminuição do desperdício de madeira por meio de uma secagem mais adequada e

a diminuição dos resíduos provenientes da atividade industrial madeireira. Assim, é de fundamental

importância o desenvolvimento de trabalhos nos mais variados seguimentos da tecnologia dos

produtos florestais, tendo a função não somente de criar inovações tecnológicas para o aumento da

produção, mas também de contribuir para o desenvolvimento sustentável da Região e da matéria-

prima de que depende. Vários são os métodos conhecidos para promover a secagem da madeira e a

maioria, a exemplo de outros processos tecnológicos, teve grandes avanços nos períodos

correspondentes ao advento das duas Grandes Guerras. Este estudo será realizado na indústria

Minhoto Madeira LTDA., situada na Travessa Couto Magalhães, Bairro Aeroporto Velho no

Município de Santarém-PA.

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O secador destinado a este estudo funciona à queima de resíduo e foi adaptado do modelo industrial

Sutec, com capacidade máxima para 30 metros cúbicos de madeira. Será feita uma amostragem no

pátio industrial da empresa para a coleta de amostras. O controle da secagem será realizado a partir

de pesagens periódicas das amostras testemunhas de acordo com a metodologia proposta por

Martins & Oliveira. Essas amostras serão distribuídas de forma sistemática em posições

estratégicas no interior das pilhas de secagem. Assim, haverá três níveis de temperatura máxima de

secagem os quais podem ser considerados: Nível 1 (70-80°C); Nível 2 (60-70°C) e Nível 3 (50-

60°C).

Este estudo obedecerá a um delineamento inteiramente casualizado, no qual se pretende obter ao

final madeira seca em um menor período de tempo e com a menor incidência de defeitos. Para cada

um dos tratamentos (nível de temperatura de secagem) serão realizadas três repetições num total de

nove parcelas. O volume de madeira em cada uma das repetições será de 30 metros cúbicos no caso

da tatajuba e da garapa, e de 15 metros cúbicos para o tauari.

Tendo em vista que este estudo será realizado em um secador industrial, para os propósitos do

mesmo os resultados alcançados estarão assim mais próximos da realidade industrial. Serão

realizados estudos anatômicos e das propriedades físicas da madeira. Espera-se, portanto, descrever

as propriedades anatômica e física da madeira, obter produto com o mínimo de defeitos e obter um

programa específico de secagem para cada espécie, bem como diminuir o acúmulo de resíduos nas

indústrias do município de Santarém-PA.

Principais objetivos: Dentro desse contexto, este estudo tem como objetivo, estabelecer programas

de secagem em secadores à queima de resíduos, para três espécies florestais da Região Amazônica:

Bagassa guianensis Aubl (Moraceae) vulgarmente denominada Tatajuba, Apuleia praecox

C.Martius (Leguminosaea) ou Garapa e o Couratari oblongifolia Ducket R.Knuth (Lecythidaceae)

denominado vulgarmente Tauari. Pretende-se também realizar estudos de anatomia e das

propriedades físicas da madeira; avaliar a qualidade do produto final; viabilizar o uso de resíduos

proveniente do parque industrial madeireira de Santarém; testar programas específicos de secagem

para três espécies mais relevantes do parque industrial de Santarém-PA.

Local de execução: Município de Santarém-Pará.

Instituição: Universidade Federal Rural da Amazônia

Telefone: 91.3227-4995

E-mail: [email protected]

Endereço: Travessa dos Andradas n° 331, Bairro Icoaraci.

Belém-PA, Brasil

CEP: 66810060

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Mel de abelhas nativas da área indígena Sateré-Mawé: estudo prospectivo para otimização do

produto visando a atender às exigências do mercado interno e externo

Helyde Albuquerque Marinho

Descrição resumida da proposta do projeto: Trata-se de um projeto que tem como objetivo

central contribuir para o bem-estar social e econômico da tribo Sateré-Mawé, gerando e

transferindo para os índios tecnologias de manejo na conservação do mel de abelhas Scaptotrigona

e Melipona nativas da Amazônia, que garantam a competitividade e a qualidade dos produtos

oferecidos no mercado e para o autoconsumo de acordo com a peculiaridade da área, considerando

que um dos principais problemas que interfere na vida de prateleira do mel está vinculado à

deterioração pela fermentação, que representa perda econômica significativa. O sucesso do projeto

beneficiará diretamente a comunidade Sateré-Mawé de Barreirinha, com o aumento da renda,

geração de trabalho e melhoria das condições de vida, e indiretamente as demais comunidades

indígenas que, no futuro, poderão adotar essa atividade.

Principais objetivos: Avaliar e caracterizar a qualidade dos méis de abelha sem ferrão dos

produtores Sateré-Mawé, sob os aspectos relativos ao nível de umidade dos méis e aos riscos de

fermentação; conhecimento e evolução do nível de umidade em potes fechados; desumidificação

dos méis e relação com o tempo antes da fermentação. Considerando a importância do mel e a

limitada existência de pesquisas voltadas à durabilidade e à manutenção de sua qualidade original,

amostras oriundas das comunidades Sateré-Mawé serão estudas, sob o ponto de vista

microbiológico, microscópico e físico-químico e quanto à determinação do espectro polínico e teor

de umidade, tendo em vista também o estabelecimento da provável vida-de-prateleira desse produto

apícola.

Local de execução: Área indígena Sateré-Mawé no Município de Barreirinha.

Instituição: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa

Telefone: 92.3643-3059

Fax: 92.3643-3061

E-mail: [email protected]

Endereço: AV. André Araújo 2936

Manaus-AM, Brasil

CEP:6908000

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Aproveitamento dos frutos de munguba {Pseudobombax munguba) para produção de fibras

perfumadas com aromas amazônicos na confecção de travesseiros, bonecas e outros, nas

proximidades de Manaus

Íris Cleide Almeida Revilla

Descrição resumida da proposta do projeto. O projeto visa à utilização da fibra de munguba

Pseudobombax munguba, espécie amplamente distribuída nas várzeas alagadas por rios de água

barrenta. Essa espécie faz parte importante na paisagem da várzea, mas seu papel principal é a

produção de sementes para a alimentação dos peixes. A fibra é dispersa pelo vento para longas

distâncias não sendo aproveitada. Antes do aparecimento das fibras sintéticas, a fibra de munguba

era utilizada na elaboração de colchões, travesseiros, bonecas, almofadas de carro e outros. Essa

fibra tem uma estimativa de vida de 20 anos, não ocasiona alergias, não retém umidade e não forma

bolas como o algodão.

Este projeto trata em resgatar a cultura popular usando novas técnicas e processos atrelados à

sustentabilidade e à regularidade dessa fibra. No trabalho serão apresentadas informações

silviculturais, estimativas de produção, preços de mercados, inserindo a possibilidade de maior

valor agregado quando utilizado nesses perfumes diversos com aromas amazônicos. Também será

elaborada uma cartilha ilustrativa relatando a produção da munguba desde o conhecimento da

planta até os compradores potenciais.

Principais objetivos: Coletar fibras para enchimento de artigos como travesseiros, bonecas

almofadas e outros, a partir dos frutos de munguba; mapear as árvores de munguba ao longo da

área em trabalho; coletar os frutos para retirar as fibras para o enchimento dos artigos elaborados;

produzir material didático explicativo para disseminação do conhecimento, por meio de cartilhas e

outros. Capacitar os comunitários para o manejo da espécie e do produto.

Local de execução: Comunidade do Catalão e Xiborena no Município de Iranduba próximo a

Manaus, Amazonas.

Instituição: ICA Revilla ME

Telefone: 92.3234-7614

Fax: 92.3234-7614

E-mail: [email protected]; [email protected]

Endereço: Av. Castelo Branco, n.° 1.071 B Cachoeirinha.

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69065011

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Curtimento de pele de peixe de água doce para fins de beneficiamento

Izabel da Silva Valente

Descrição resumida da proposta do projeto: Muito tem se discutido sobre a economia do Estado

do Amazonas e sua excessiva dependência da Zona Franca de Manaus. Não será possível perpetuar

o modelo da Zona Franca de Manaus, ou mesmo manter suas vantagens comparativas com outras

regiões do País, uma vez que esse modelo foi elaborado com base em incentivos fiscais,

principalmente federais, e na política econômica vigente na época no País, de substituição de

importações. Com a globalização da economia, por meio da abertura econômica, e com a reforma

fiscal/tributária, o modelo da Zona Franca de Manaus reduzirá, indubitavelmente, sua importância

para o Estado. É necessário buscar alternativas econômicas urgentes que reduzam a dependência

excessiva do Estado do modelo da Zona Franca de Manaus. Essas alternativas devem contemplar

atividades autossustentáveis, que aproveitem o potencial dos recursos naturais da Região, sejam

economicamente viáveis, e ecologicamente adequadas.

Este projeto ambiciona demonstrar que o curtimento da pele de peixes da região para

beneficiamento é sim mais uma alternativa de desenvolvimento regional e pode ser ecologicamente

correta, o que contribuirá para o crescimento econômico do Estado e bem-estar da população, por

meio do aproveitamento do enorme potencial pesqueiro do Estado. Alguns estudos têm-se

desenvolvido sobre o Beneficiamento da Pele de Peixe. A Suframa em Julho/04 realizou um

Workshop, no qual o objetivo era estimular a discussão sobre esse importante segmento da cadeia

produtiva pesqueira. O encontrou reuniu, além de acadêmicos e Empresários, profissionais que

atuam direta ou indiretamente nessa atividade. Os principais pontos abordados foram: o atual

estado da arte na região, barreiras ao processo de desenvolvimento dessa atividade, experiências de

sucesso local e em outros Estados. Conforme material cedido pela Suframa, a ideia da realização do

Workshop para tratar da questão do “Beneficiamento e Processamento Industrial da Pele do Peixe”

teria nascido da necessidade de se conhecer, com maior riqueza os dados e informações, o estado

da arte dessa atividade no âmbito local, regional e nacional.

Um case de sucesso do beneficiamento da pele de peixe é o de Corumbá, Mato Grosso do Sul, onde

mulheres de pescadores se organizaram para ter uma alternativa de renda e fundaram o “Amor

Peixe”, que é uma associação onde são produzidos artesanatos com o couro de peixe. O que antes

era jogado fora, hoje é aproveitado e transformado em várias peças como agendas, porta moedas,

bolsas, etc. Conforme citado na reportagem no sítio www.riosvivos.org.br, para os integrantes da

associação, esta é uma oportunidade de buscar uma vida melhor: “Queremos ter nosso próprio

dinheiro”, diz Márcio da Cunha, 26 anos e desempregado. Márcio é o único homem que faz parte

da associação e acredita que esta é uma alternativa para sua vida, já que está difícil arrumar

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emprego em Corumbá. Vale ressaltar que essa associação recebe apoio da WWF-Brasil, Embrapa

Pantanal, Universidade Católica Dom Bosco – UCDB, Instituto de Meio Ambiente Pantanal –

IMAP, Fundação de Cultura, Senai e Sebrae.

Principais objetivos: OBJETIVO GERAL – Averiguar os estudos, custos e técnicas existentes

sobre o curtimento e beneficiamento da pele de peixe na nossa região, e até que ponto essa

atividade é uma alternativa para o desenvolvimento regional, dentro do aspecto econômico e

ecológico. OBJETIVOS ESPECÍFICOS – Identificar as técnicas e etapas básicas do processo de

beneficiamento de pele de peixes de nossa região; levantar os custos total das etapas básicas do

beneficiamento de pele de peixes de nossa região; identificar os principais fornecedores potenciais

de peles de peixes in natura de nossa região; levantar os mercados consumidores existentes e

potenciais, tanto internos quanto externos, que venham demandar os produtos a serem ofertados;

levantar as fontes de investimentos e incentivos fiscais para a atividade; identificar o impacto

ambiental da atividade; desenvolver interesse dos empresários que já atuam na atividade pesqueira;

estimular o Governo a fundarem cooperativas de pescadores, incentivando inicialmente o

curtimento artesanal para aproveitamento dos resíduos do peixe, em especial a “pele”.

Local de execução: Manaus-AM.

Projeto Acadêmico. Não está vinculado a nenhuma Instituição.

Telefone: 92.3644-7824

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua B, No. 134 – Loteam. Carijó (Ouro Verde) Bairro: Coroado III

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69082000

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Aproveitamento de palmeiras e cascas de espécies arbóreas para confecção de móveis

Jadir de Souza Rocha

Descrição resumida da proposta do projeto: As investigações sobre palmeiras na Amazônia

revelam a existência de aproximadamente 180 espécies distribuídas em 39 gêneros. Desse total,

estima-se que 70% apresentam elevado potencial econômico, ecológico, ornamental, alimentar e

medicinal. A extração de material lenhoso das palmeiras, objetivando a obtenção de produtos

alternativos aos das espécies arbóreas, a baixo custo, em pequenos períodos de tempo e sem alterar

o ecossistema, constitui-se uma nova fonte de estudos para os especialistas que desenvolvem

pesquisas nas áreas de produtos florestais e de tecnologia da madeira. Por meio dos estudos

desenvolvidos pelo Inpa, o Brasil alcança a segunda colocação mundial como produtor de palmito

da pupunha e também dos frutos, dos quais têm sido elaborado vários produtos alimentícios.

Recentemente, visando ao aproveitamento integral da referida espécie, estudaram-se algumas

características e propriedades tecnológicas do estipe (tronco) da pupunha com o objetivo de utilizar

essa matéria prima na confecção de pequenos objetos, móveis e instrumentos musicais, cujos

resultados obtidos são de grande relevância, Rocha & Bessa (2000), Rocha et al. (2002), Rocha et

al. (2002). A utilização dos pecíolos do buriti e do inajá justifica-se na facilidade de sua renovação,

tanto nas plantas adultas como em plantas jovens a partir de 36 meses, que já produzem pecíolos

com satisfatória quantidade volumétrica de tecido lenhoso para produção de painéis. Pela primeira

vez serão realizados estudos com o pecíolo do inajá e com cascas de espécies arbóreas. O volume

dessa matéria-prima é altíssimo, haja vista na Amazônia existirem cerca de 4000 espécies contendo

cascas de diferentes cores, espessuras, texturas e figuras decorativas, cujo aproveitamento será a

partir de árvores mortas, árvores abatidas em áreas de assentamentos, de chácaras, sítios e ainda de

toras nas indústrias de base florestal. Diante do acima exposto, essa proposta tem por objetivo

principal desenvolver estudos de caracterização tecnológica em palmeiras e cascas de espécies

arbóreas, processos de conversão mecânica e de acabamento superficial visando à utilização desses

novos materiais na confecção de móveis.

Principais objetivos: Desenvolver estudos tecnológicos e processos visando ao aproveitamento do

estipe da pupunha, dos pecíolos do buriti e inajá, e de cascas de espécies arbóreas na confecção de

móveis; contribuir para a redução do consumo de espécies arbóreas originárias de florestas nativas

na indústria moveleira; aumentar o elenco de alternativas de materiais de origem vegetal que

possuem características e propriedades tecnológicas satisfatórias para confecção de móveis, cujo

aproveitamento esteja fundamentado nos padrões da sustentabilidade.

Local de execução: Coordenação de Pesquisa em Produtos Florestais – CPPF, do Instituto

Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa

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Instituição: Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia – INPA

Telefone: 92.3643-3069

Fax: 92.3643-3078

E-mail: [email protected]

Endereço: Avenida André Araújo, 2936. Petrópolis

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69083000

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Percepções do Amapá: capacitação de monitores ambientais na bacia do Rio Maracá

Jadson Luís Rebelo Porto

Descrição resumida da proposta do projeto: O desenvolvimento sustentável vem respeitando a

diretriz de se considerar a participação local na resolução dos problemas, seguindo-se uma

tendência universalizada internacionalmente. Na Lei 9.985 (SNUC), o artigo segundo suscita a

sustentabilidade, definindo o “uso sustentável” como a “exploração do ambiente de maneira a

garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a

biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente

viável”. Também define que na conservação da natureza, a utilização pelo uso humano deve seguir

os preceitos de sustentabilidade.

Ao mesmo tempo em que essas extensões protegidas garantem a manutenção da biodiversidade,

representam para as comunidades residentes em seu entorno um fator restritivo de

desenvolvimento, em função das diversas limitações impostas pela condição de Áreas de Proteção

Integral. Em geral, trata-se de comunidades pequenas, cuja economia é baseada na agricultura de

subsistência e pequenas criações e com pequeno incremento do comércio local. É preciso criar

possibilidades de sobrevivência/desenvolvimento para essas comunidades, adequando-as com as

ações de conservação e, para tal, o ecoturismo apresenta-se como a “alternativa que é capaz de

conciliar a conservação do patrimônio natural e cultural com o uso, dito, racional” (RODRIGUES,

1996).

Hoje a Região Amazônica é procurada cada vez mais para turismo e lazer acarretando, muitas

vezes, carga excessiva sobre certos atrativos, trilhas e, principalmente, degradação, uma vez que a

educação ambiental é fato recente e pouco disseminado. A cultura do uso do meio como produto de

consumo precisa ser suplantada por uma atitude reflexiva que oriente novos valores (CASCINO,

1999), o que seguramente não vem sendo conseguido com a prática de acompanhamento ao

visitante que vemos hoje.

O projeto de capacitação em monitoria ambiental pretende promover a melhoria de vida da

população do interior amapaense que pode estimular o ecoturismo como alternativa econômica. O

turismo em áreas naturais traz à população a oportunidade de conhecer e ter contato com a

natureza, mas pode se tornar um fator de desagregação da cultura e costumes locais e gerador de

desequilíbrio do meio pela ação incorreta no uso e pela poluição das trilhas, caminhos, rios e

cachoeiras, fogo, como também a remoção de cobertura em áreas impróprias. Este projeto integra o

projeto interinstitucional intitulado “Percepções do Amapá”, cuja proposta visa a analisar os

diversos aspectos das dinâmicas das políticas públicas de cunho social, econômico e ambiental

amapaense, a partir do pressuposto de que o Amapá é um Estado em construção.

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Ao contribuir para a investigação interdisciplinar, os estudos sobre percepção do meio ambiente

vêm estimular um intercâmbio de informações e uma discussão dos pontos levantados em projetos

direcionados às comunidades, propiciando a geração de novas percepções, interpretações e

conhecimentos sobre a paisagem vivida, podendo subsidiar programas relativos à gestão integrada

de recursos, em especial aqueles que são tomados como diretrizes políticas de conservação e

manejo ambiental, destinados à implantação de projetos que priorizem a valorização paisagística

em suas diferentes instâncias. Também, ao enquadrar-se no campo dos estudos de desenvolvimento

de comunidades, vem subsidiar, por meio do conhecimento de perfis das mesmas, a articulação de

políticas e projetos de planejamento socioambiental que atendam de maneira coerente aos objetivos

sociais, produtivos e ambientais dos grupos envolvidos no seu entorno, bem como na gênese das

dinâmicas e dos processos que conduzem à própria sustentabilidade.

Transformado em Estado pela Constituição de 1988, teve, na década de 1990, intensas

transformações políticas, econômicas e político-administrativas. Dentre elas, destaca-se a busca por

alternativas embasadas na preocupação da valorização do meio ambiente e das comunidades da

floresta, exigindo outra reflexão sobre o processo de desenvolvimento econômico local, estimulado

pelas normatizações de proteção à biodiversidade e no convívio com o processo econômico local.

O Estado do Amapá possui 58% de suas terras protegidas (unidades de conservação e terras

indígenas). Com isso, possui limitações de uso de seu espaço. Uma alternativa é explorar

racionalmente as belezas cênicas em atividades ecoturísticas, onde o homem amazônico, a sua

cultura, a sua história e seu conhecimento tradicional são valorizados. Está prevista a construção de

uma ponte binacional Brasil/França, cuja expectativa de crescimento demográfico no Estado será

elevada (atualmente o crescimento demográfico desde sua transformação em Estado é o maior do

Brasil, segundo o IBGE), como também aumentará a entrada de turistas franceses, advindo da

Guiana Francesa. Uma das potencialidades do Estado do Amapá é o turismo, notadamente o

ecoturismo.

Porém, nessas áreas, esse setor requer estudos aprofundados no que se refere aos seguintes

aspectos: capacidade de suporte de suas áreas turísticas já identificadas; impactos dessa atividade

sobre a população local; políticas públicas destinadas a esse setor da economia; análise dos índices

epidemiológicos do Estado, a exemplo dos casos de malária na área de estudo; e treinamento da

população local em monitorar o seu potencial ecoturístico. Dentro das atividades ecoturísticas,

podemos destacar a espeleologia, rafting, trilhas ecológicas, montanhismo, acampamentos. No caso

amapaense, têm sido descobertas várias áreas que podem ser utilizadas para o ecoturismo, com uma

população carente de estudos e infraestrutura capazes de estimular o aproveitamento da mão de

obra e das belezas cênicas do Estado. Dentre as potencialidades cênicas naturais amapaenses

destacamos rios encachoeirados (Jarí, Oiapoque, Araguari, Maracá), como também as recentes

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descobertas de cavernas, com ocorrência de urnas funerárias indígenas que, além da necessidade de

identificação, catalogação e análises, precisam ser protegidas pela população local, a fim de

aproveitarem aquilo que a natureza oferece, bem como a sua história local, chegando a ser pré-

colombiana.

O Grupo de Pesquisa Percepções do Amapá tem realizado estudos envolvendo três aspectos: o

geoeconômico, ao analisar as transformações econômicas e institucionais amapaense; o geológico,

ao estudar o seu potencial espeleológico; e o arqueológico, ao apoiar atividades que visam a

identificar novas alternativas de gestão do patrimônio histórico-arqueológico. Atuando na região da

bacia do Maracá há três anos, esse grupo de pesquisa já realizou levantamentos espeleológicos no

sul do Estado, com defesa de trabalhos no Congresso Brasileiro de Espeleologia (2003 e 2005) e

por duas vezes obtendo moções de apoio da Sociedade Brasileira de Espeleologia – SBE. Dos

trabalhos existentes sobre a área de estudo, destacam-se os estudos botânicos, geológicos e

hidrológicos do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá – Iepa; os

levantamentos arqueológicos, realizados pelo Museu Paraense Emílio Goeldi e pelo Instituto

Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan; os estudos antropológicos e socioeconômicos,

realizados pelo Núcleo de Altos estudos Amazônicos (Naea/UFPa); e, mais recentemente, pelo

Grupo de Pesquisa Percepções do Amapá. Na bacia do rio Maracá (Mazagão-AP), a atuação de

políticas públicas (seja na implantação de assentamento extrativista, seja na criação de uma reserva

extrativista no seu entorno) necessita de aprimoramentos e acompanhamentos capazes de estimular

as melhorias de condições de vida da população local, sendo que as imediatas atividades

econômicas a serem estimuladas são o extrativismo e o ecoturismo.

No primeiro caso, percebe-se a intensa exploração da castanha-do-brasil, óleo da andiroba, e

madeiras de lei no sul do Estado. No segundo, ressalte-se a ocorrência de cavernas e de sítios

arqueológicos na bacia (urnas funerárias e pinturas rupestres), os quais necessitam de estudos

apropriados antes de serem realizadas atividades turísticas capazes de depredar esse patrimônio

espéleo-arqueológico. Tem havido informações sobre o potencial turístico, espeleológico e

arqueológico do Estado do Amapá, porém esse Estado ainda requer de profissionais treinados para

analisar a capacidade de turismo dessa unidade federativa os impactos sociais dessa atividade na

comunidade imediatamente envolvida e uma política de fomento ao setor turismo. Nesse sentido,

este projeto se propõe a exercer uma série de atividades de treinamento na Escola Família do

Maracá, estimulando os alunos do ensino fundamental a pesquisarem sobre suas realidades e seu

potencial ecoturístico.

A Vila do Maracá foi instituída em 1992 no Município de Mazagão-AP e localiza-se no

Assentamento Extrativista Maracá II. Possui cerca de 800 habitantes de baixa renda, cuja atividade

econômica básica é o extrativismo (castanha-do-brasil, andiroba, madeira). A energia elétrica não

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atinge a vila, há o consumo de energia por motor a diesel, que funciona quatro horas por dia

(somente há motor na Escola Família e no Restaurante). Localiza-se a 135 km de ao sul do

Município de Macapá, cujo acesso pode ser feito via hidroviária e rodoviária. A rodovia que acessa

essa Vila é a BR-156, que atravessa o Estado de Norte (Oiapoque) a Sul (Laranjal do Jarí). É

parada obrigatória de fluxo rodoviário por possuir o único restaurante em 270 km de rodovia (30

km asfaltado e 240 em chão batido) entre Macapá e Laranjal do Jarí, cuja viagem é feita em sete

horas no período seco (julho/dezembro) e 14 horas no chuvoso (janeiro/junho).

Nessa Vila há uma experiência de atividade educacional, chamada Escola Família. Esse modelo

educacional existe em mais cinco vilas no Estado do Amapá. Consiste em atividades pedagógicas

vinculadas à Rede das Escolas Família do Estado do Amapá, que concentram alunos e professores

de ensino básico e fundamental por 15 dias na escola, os quais ficam hospedados nas dependências

escolar, com aulas sobre a realidade locacional, com a programação de conteúdo estabelecida pelo

MEC, e com alimento aos discentes e docentes. A Escola Família de Maracá possui cerca de 150

alunos de ensino básico e fundamental que precisam ser estimulados a continuarem os seus estudos,

sem perder o vínculo com o lugar onde moram, como também a criarem alternativas de renda para

suas famílias.

Quando se enfoca o patrimônio espéleo-arqueológico, o problema se agrava, pois nesse Estado há

somente um arqueólogo um espeleólogo registrado pela SBE. Contudo, quando se observa o setor

turismo, há três faculdades privadas com curso de Bacharel em Turismo e um curso técnico na

capital do Estado, que atuam principalmente na capital e não no interior. Nesse sentido, para se

atender às necessidades do interior, almeja-se treinar a população local, que esteja inserida no

ensino fundamental, por conhecem as suas realidades e seus ambientes. Quanto à capacitação de

monitores, este vem se firmando como eficiente estratégia para conservação das áreas naturais,

viabilizando a inclusão dos moradores locais no mercado de trabalho do ecoturismo, valorizando a

história e a cultura regionais e fortalecendo a organização comunitária e a sua relação com o

ambiente. Assim, a capacitação da monitoria ambiental é fundamental para a criação de uma rede

solidária de serviços ecoturísticos, contribuindo para fortalecer as demais práticas de manejo

sustentável e projetos socioambientais nas regiões beneficiadas. Esse projeto vem atender parte da

demanda para aprimorar a formação desses Monitores Ambientais, para trabalharem nos

municípios e unidades de conservação das regiões escolhidas, reforçando o papel fundamental dos

cidadãos e entidades envolvidas na busca do desenvolvimento sustentável.

Principais objetivos: OBJETIVO GERAL – O ecoturismo vem se apresentando como alternativa

para algumas áreas de preservação e para a inclusão das comunidades locais na passagem de uma

economia basicamente de subsistência para uma de mercado. Porém, essa alternativa acarreta uma

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degeneração da cultura e pressão sobre as áreas protegidas, exigindo ações que venham garantir a

nova fonte de renda e um baixo impacto sobre a cultura, costumes. O número de visitantes em áreas

destinadas à preservação vem aumentando ano a ano, evidenciando a divulgação do patrimônio

natural e das possibilidades do turismo ecológico, mas fazendo surgir uma gama de fatores

impactantes sobre o meio e o espaço social. Muitas vezes os moradores são chamados, pela

necessidade econômica, a servirem como guias de ecoturismo, já que conhecem os locais usados

para essa prática sem, contudo, estarem cientes dos impactos causados e principalmente não

obtendo resultados de educação ambiental nas visitas.

Este projeto pretende capacitar moradores locais para atuarem como monitores ambientais,

ordenando as atividades de ecoturismo, atuando como educadores ambientais e criando novos

mercados de trabalho/fonte de rendimentos para essas comunidades, obtendo subsídios para futuras

ações em áreas distintas desta, reforçando o papel fundamental dos cidadãos e entidades envolvidas

na busca do desenvolvimento sustentável e sistematizar os procedimentos e técnicas para o manejo

turístico da área de estudo. Com essa capacitação em monitoria ambiental, buscam-se caminhos

para uma melhor elaboração de currículos, práticas pedagógicas, temáticas, tempo de mudança de

valores essenciais ao exercício da monitoria e conhecimentos a se adquirir no Estado do Amapá.

Assim, almeja-se, a realização de uma série de cursos básicos de Capacitação em Monitoria

Ambiental, voltados à recepção e condução de visitantes na Bacia do rio Maracá, Mazagão-AP,

visando à criação de roteiros ecoturísticos e do turismo cultural nessa área onde há ocorrências

espéleo-arqueológicas, possibilitando a geração de renda junto aos moradores locais, estimulando

as ações comunitárias, a educação ambiental e a pesquisa científica.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Inventariar a oferta turística da bacia do rio Maracá, criando roteiros

ecoturísticos para a comunidade; levantar planos, programas, estudos e projetos existentes sobre o

setor do turismo no Estado do Amapá, particularmente na bacia do rio Maracá, a partir de

atividades de pesquisa bibliográfica; coleta de dados estatísticos; entrevistas com setores da

administração pública municipal e estadual; entrevistas com setores privados atuantes no turismo

estadual. Pretende-se, também, identificar o potencial espéleo-arqueológico da bacia do rio Maracá;

identificar e analisar o patrimônio espéleo-arqueológico da bacia do rio Maracá. Atividades, por

meio da exploração terrestre e fluvial; localização de novas cavernas com GPS; espeleo-topografia;

análise geológica das cavernas; registro fotográfico das cavernas; cadastro das cavernas na

Sociedade Brasileira de Espeleologia; identificar valores atribuídos dos habitantes à paisagem e

representações simbólicas da bacia do rio Maracá; avaliar a valoração paisagística da comunidade,

com vistas ao estímulo da atividade do turismo, a partir de entrevistas com moradores e dirigentes

locais com questionários; análise das respostas dos questionários; aprimorar propostas capacitação

de discentes da Escola Família do Maracá, a fim de estimular o desenvolvimento local embasado

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em atividades que prescrevam a proteção do patrimônio espéleo-arqueológicos, bem como das suas

potencialidades naturais, sob a ênfase das necessidades imediatas da sua população, valorizando o

conhecimento tradicional das comunidades envolvidas, e contribuindo para o resgate histórico-

cultural da região e o exercício da cidadania; elaborar atividades de capacitação, monitorias e

treinamentos sobre as potencialidades econômicas e políticas públicas para as bacias dos rios Jari e

Maracá, por meio de pesquisa bibliográfica; coleta de dados estatísticos; cursos e oficinas de

atualização e de extensão.

Local de execução: Bacia do rio Maracá, Vila do Maracá, no município de Mazagão-AP.

Instituição: Universidade Federal do Amapá

Telefone: 96.3241-5066

Fax: 96.3241-5066

E-mail: [email protected]

Endereço: Caixa Postal, 282 Centro

Macapá-AM, Brasil

CEP: 68906970

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Bioprocesso nos arranjos produtivos locais e na agroindústria para a conversão dos frutos em

bebidas alcoólicas fermentadas (vinhos) com cores, sabores e aromas da Amazônia

Jerusa de Souza Andrade

Descrição resumida da proposta do projeto: Como o Departamento de Tecnologia de Alimentos

– CPTA, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa, iniciou em 1996 a linha de

pesquisa em Tecnologia de Bebidas, detém tecnologias de produção de bebidas alcoólicas

fermentadas (vinhos), mantém uma coleção de vinhos de frutas (abacaxi, abiu, açaí, acerola, araçá-

boi, araçá-pera, bacaba, bacuri, banana, biribá, buriti, caju, camu-camu, carambola, cubiu, cupuaçu,

graviola, jaca, jambo jenipapo, manga, mangarataia, maracujá, laranja, mapati, mari, melancia,

murici, pupunha, puruí, taperebá, uxi amarelo), vem formando e treinando recursos humanos

qualificados na área (orientações, disciplinas, cursos de extensão), divulgando (publicações,

prêmios, patentes, apresentação em congressos e cursos), e, diante da viabilidade do processo e do

produto, esta proposta tem como objetivo otimizar e concretizar a transferência das tecnologias

geradas pelo MCT/Inpa/CPTA ao longo de dez anos de pesquisa com o tema na Amazônia, a quem,

de direito, o empreendedor.

Para atingir esse objetivo, o projeto consta das seguintes atividades: divulgação na mídia local

(televisão e jornal) da facilidade da implantação do bioprocesso, das características apropriadas das

matérias-primas (frutos), dos atributos de qualidade dos produtos (bebidas alcoólicas fermentadas

ou vinhos), do retorno financeiro da comercialização junto ao segmento de turismo (hotéis e pontos

turísticos), da viabilidade da produção agrícola (Arranjo Produtivo Local – APL) e da

agroindústria; realização de cursos (teórico e prático) de extensão para repassar aos potenciais

empreendedores, as técnicas do bioprocesso para a produção de bebida alcoólica fermentada

(vinho) dos frutos da Amazônia. Nesses cursos serão repassadas as informações sobre: seleção das

matérias-primas, redução da flora contaminante, chapitalização do mosto, monitoramento do

processo fermentativo, obtenção e estabilização das bebidas, embalagens, controle de qualidade;

prestação de assessoria a empreendedores para implantação de bioprocessos na Amazônia; otimizar

tecnologias em função da demanda e da necessidade para a implantação: em função da

simplicidade do processo, que no âmbito de pequenos empreendimentos necessita apenas de

ambiente adequado à manipulação de alimentos, garrafões de plástico ou vidro como cubas de

fermentação e de decantação, frutos, açúcar, ácido cítrico (se necessário), Saccharomyces

cerevisiae (fermento de pão) e embalagens, quando transposto para escala maior necessita de

melhorias para a otimização do volume de produção e manutenção da qualidade; estabelecimento

de parcerias e apoio técnico ao: a) Setor Governamental da União e dos Estados que compartilhem

formas de apoio à agroindústria, à agricultura familiar e ao uso racional dos recursos naturais; b)

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Centro de Biotecnologia da Amazônia – CBA para implementação do setor de alimentos a partir da

biodiversidade e para fazer a interface entre pesquisa e indústria; c) Escola Agrícola Rainha dos

Apóstolos para qualificação da futura mão de obra técnica para o interior do Estado; d) Arranjos

Produtivos Locais – APL, cujos empreendimentos e empreendedores tem os frutos como atividade

produtiva predominante; e) Federação das Indústrias para implementação no setor industrial; f)

Sebrae para apoio na implantação das tecnologias nas empresas e na comercialização dos produtos

no segmento turístico.

Principais objetivos: Otimizar e concretizar a transferência das tecnologias geradas pelo

MCT/INPA/CPTA ao longo de dez anos de pesquisas com produção de bebidas alcoólicas

fermentadas a partir de frutos na Amazônia, a quem, de direito, o empreendedor.

Local de execução: INPA, Uninilton Lins e UFAM em Manaus para otimização dos processos,

cursos e assessorias; Centro de Biotecnologia da Amazônia – CBA (a ser contatado) em Manaus

para a interface pesquisa-indústria; Escola Agrícola Rainha dos Apóstolos (em fase de orientação e

implantação) no Município de Manaus; outros locais onde houver demanda e viabilidade.

Instituição: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

Telefone: 92.3643-1848

Fax: 92.3643-1846

E-mail: [email protected]

Endereço: Avenida André Araújo, 2936, Petrópolis

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69011970

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Utilização de agregado reciclado em argamassa para revestimento

José Zacarias Rodrigues Júnior

Descrição resumida da proposta do projeto: Estudo de viabilidade técnica para a utilização de

entulho de construção (agregado reciclado) na preparação de argamassa para revestimento. Para

isso, serão preparados corpos de prova em número estatisticamente representativo, que servirão

para o levantamento de diversos parâmetros técnicos do material em estudo.

Principais objetivos: Testar a viabilidade técnica da utilização de agregado reciclado em

argamassa de revestimento; redução do custo de construções; redução de entulho despejado no

meio ambiente.

Local de execução: Unama-Belém-PA.

Instituição: Universidade da Amazônia – Unama

Telefone: 91.4009-3120

Fax: 91.4009-3012

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. Alcindo Cacela, 287

Belém-PA, Brasil

CEP: 66060902

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Mercado amazônico – Site multimídia para divulgação, venda e exportação de produtos

amazônicos

Karine Gomes Queiroz

Descrição resumida da proposta do projeto: O presente projeto propõe a criação de um portal de

exportação de produtos amazônicos em que os produtores – cooperativas, artesãos e

microempresários – possam ter uma intermediação com o mercado consumidor potencial nacional e

internacional. O portal receberá provisoriamente a denominação de MERCADO AMAZÔNICO e

busca retratar experiências de sucesso de mercados virtuais trazendo o diferencial de ser

intermediado por uma ação de uma fundação e de parceiros para o desenvolvimento regional.

Nesse sentido, o presente projeto, tem como característica fundamental ser um objeto de interação

entre as cooperativas de artesanato, micro empresários, artífices e os consumidores de produtos

amazônicos e em especial nos mercados de exportação, podendo servir de instrumento democrático

de comercialização desses produtos. A perspectiva do Mercado Amazônico é de ser uma

ferramenta importante para a motivação de interesses de desenvolvimento regional democrático

atrelado à possibilidade de mediação da tecnologia, podendo ser um passo importante para a

emancipação financeira de comunidades não urbanas.

Principais objetivos: OBJETIVO GERAL – Desenvolver um recurso multimídia para a

comercialização de produtos amazônicos, oferecendo, por um lado, a artesãos, cooperativas e

comunidades de artífices um recurso gratuito de divulgação e comercialização de seu trabalho, e

para os consumidores de produtos amazônicos, a possibilidade de aquisição fácil desses produtos.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS – Sensibilizar as comunidades acadêmicas e não acadêmicas para a

necessidade de conhecimento e preservação da sócio-biodiversidade amazônica pela

disponibilização de vários tipos de cultura material, polpas, ornamentos, artesanal e outros tipos de

produtos de procedência amazônica; fomentar o intercambio de informações sobre a produção

artesanal na população em geral; servir de um recurso de fomento à cultura exportadora

apresentando e viabilizando a exportação por meio de recursos e assistência como: desembaraço

aduaneiro, formas de envio e viabilização de acesso a mercados potenciais para o produto

amazônico; fornecer subsídios didáticos para a pesquisa ação em design digital por poder

proporcionar a elaboração de um multimídia, cuja temática, dada a complexidade das informações

de um mercado livre amazônico, possibilita o exercício de categorias da ergonomia cognitiva e de

demais áreas da configuração de um multimídia; democratizar os conhecimentos e acesso a

produtos provenientes da Amazônia, favorecendo a população a identificação de produtos de

municípios e etnias diversas, o que poderá estimular a valoração dessa mesma diversidade de

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produção; possibilitar a comunidades e artesões a formação e manutenção de renda pela venda de

produtos, sendo uma alternativa para a venda direta ao consumidor.

Local de execução: Estado do Amazonas, para o projeto piloto, com possibilidade de extensão

para os Estados e países que compreendem a Amazônia

Instituição: Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica – Fucapi

Telefone: 92.3614-3170

Fax: 92.3613-2701

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. Danilo Matos Areosa, 381, Distrito Industrial

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69075351

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Pesquisa de parâmetros técnicos e viabilidade econômica da produção de azeite e farinha de

castanha-do-brasil

Luis Fernando Laranja da Fonseca

Descrição resumida da proposta do projeto: A Ouro Verde Agroindustrial é uma empresa de

pequeno porte que atua na área florestal e agroindustrial e está atualmente consolidando uma

unidade de beneficiamento de castanha-do-brasil por meio da pesquisa e desenvolvimento de novos

derivados de matéria-prima regional, a saber, o óleo e a farinha da castanha-do-brasil. Após a

realização das pesquisas técnicas e mercadológicas iniciais, propõe-se neste projeto o

estabelecimento de uma estratégia de desenvolvimento, comercialização e marketing desses

produtos derivados da castanha e inéditos no mercado brasileiro.

Principais objetivos: O principal objetivo desta pesquisa é levantar dados e informações relevantes

para permitir a organização industrial da cadeia da castanha-do-brasil no norte do Mato Grosso,

buscando avaliar, de acordo com as especificidades da nossa Região, quais os pontos críticos ao

longo das fases de processamento, e quais técnicas devem ser utilizadas para viabilizar o

processamento e aproveitamento ao máximo dos subprodutos gerados. O alcance desses objetivos

está em consonância com as eminentes propostas de políticas públicas para a Região, que buscam

valorizar e amparar atividades produtivas baseadas na conciliação de desenvolvimento econômico e

preservação ambiental e na valorização dos atributos da Região. Como principais vantagens deve-

se dar especial ênfase à disponibilização de conhecimento tácito e prático para que haja maior

aproveitamento dos castanhais do Estado, que em geral são indiscriminadamente consumidos por

empresas madeireiras.

A organização do mercado da castanha-do-brasil abre, portanto, a possibilidade de haver retorno

econômico por um longo período de tempo aos produtores que dispõem de árvores de castanha em

suas propriedades, em especial agricultores familiares, sendo uma alternativa sustentável à lógica

econômica atual, que geralmente impele esses produtores a vender seus castanhais por preços

irrisórios para a indústria madeireira. Essa possibilidade de obter receita econômica a cada safra a

partir da venda ou beneficiamento dos frutos da castanha-do-brasil é especialmente importante em

regiões que contam com a presença de assentamentos, como é o caso do norte do Estado do Mato

Grosso.

Local de execução: Alta Floresta-MT.

Instituição: Ecoban Agroindustrial Ltda.

Telefone: 66.3521-8969

Fax: 66.3521-8969

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E-mail: [email protected]

Endereço: Av. Ariosto da Riva, 349

Alta Floresta-MT, Brasil

CEP: 78580000

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Combustor ciclônico para queima de resíduos de serraria com minimização de impacto

ambiental

Manoel Fernandes Martins Nogueira

Descrição resumida da proposta do projeto: Atualmente grande parte dos resíduos da indústria

madeireira tem dois fins: ou são lançados diretamente no meio ambiente ou são queimados em

monstruosos incineradores, em um processo sem controle, poluente e de alto custo em função das

dimensões dos incineradores. Como consequência, as indústrias madeireiras criaram a reputação de

serem grandes poluentes, tornando-se alvo de fiscalizações amiúde pelos órgãos ambientais que

imputam pesadas multas. Essas multas estão comprometendo a viabilidade econômica e financeira

dessas empresas. Atualmente, centenas de empresas buscam por um equipamento compacto,

eficiente, barato e que emita o permitido pela legislação ambiental. Como subproduto, é desejável

poder utilizar do calor de combustão nos processos dessas indústrias.

O estudo da queima de resíduos de biomassa permite o perfeito entendimento dos processos

envolvidos em sua combustão, contribuindo para a melhoria dos projetos das câmaras de

combustão por meio do desenvolvimento de câmaras mais eficientes e fisicamente menores. Tudo

isso contribui para diminuir o custo de fabricação, além de conduzir ao desenvolvimento de

tecnologias que proporcionem a redução dos níveis de emissão de poluentes para a atmosfera. A

combustão em câmara ciclônica é uma das principais alternativas à queima convencional. Em uma

câmara de combustão ciclônica, a queima acontece a uma pressão positiva, em lugar de uma leve

pressão negativa associada com a queima em sistemas convencionais, e o processo acontece em

reatores cilíndricos especialmente projetados e onde os gases de combustão são descarregados a

elevadas temperaturas. Na câmara ciclônica a biomassa (carvão, resíduos agroindustriais e de

madeira) tipicamente pulverizada com tamanho médio de 0,3 mm é soprada no queimador onde

rapidamente é volatilizada. A ação centrífuga força as partículas para a parede cilíndrica da câmara

onde a oxidação do carvão residual acontece na camada de limite perto da parede. Turbulência é

gerada a altas taxas permitindo que a volatilização e a oxidação aconteçam dentro de

milissegundos. A intensidade da combustão em queimadores ciclônicos é então consideravelmente

mais alta que a combustão de suspensão em fornos convencionais. O vigor com que a ação

ciclônica acontece, forçando as partículas para a parede ciclônica, não só facilita a combustão

rápida mas também a remoção de produtos sólidos. Fornos ciclônicos removem em média 70% dos

produtos sólidos de combustão (tipicamente como escória). Só aproximadamente 30% dos produtos

sólidos de saída da câmara entram na caldeira. Essa redistribuição dos produtos sólidos de

combustão facilita o uso de incineradores menores com taxas mais altas de aproveitamento da

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energia e espaçamentos menores dos tubos em relação a sistemas convencionais. Vários tipos de

biomassa podem ser queimados em câmaras ciclônicas.

O grupo de Energia, Biomassa, e Meio Ambiente – EBMA, da UFPA, desenvolveu até 2005

estudos que levaram à construção de um pequeno modelo laboratorial de uma câmara de combustão

ciclônica que apresentou uma performance satisfatória. Busca-se neste projeto o desenvolvimento e

construção de um protótipo de nível pré-industrial que demonstre a viabilidade técnica e econômica

da câmara ciclônica para o setor produtivo.

Principais objetivos: Busca-se aqui o desenvolvimento e construção de uma câmara ciclônica de

combustão para resíduos de madeira e da agroindústria. Será também foco desta pesquisa o

controle dos efluentes gasosos e a realização de testes com diferentes resíduos agroindustriais e

resíduos da indústria madeireira. Ressalta-se que neste projeto não será utilizado o calor de

combustão, pois em função do volume de recursos disponíveis, foi dada preferência a oferecer a

solução mais premente do setor produtivo, o qual é obter uma queima eficiente e dentro dos

parâmetros legais. Por outro lado, neste projeto será desenvolvido um trocador de calor para

aproveitar o calor dos gases de escape para gerar vapor visando à secagem da madeira beneficiada.

Local de execução: Laboratório de Engenharia Mecânica, UFPA, Laboratório do Grupo Energia,

Biomassa e Meio-Ambiente – EBMA.

Instituição: Universidade Federal do Pará

Telefone: 91.3086-1335

Fax: 91.3223-1754

E-mail: [email protected]

Endereço: Campus Universitário do Guamá, Lab. Engenharia Mecânica

Belém-PA, Brasil

CEP: 66075110

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Inovação tecnológica: produção de brotos de guaraná

Manoel Paulo Mello Ribeiro

Descrição resumida da proposta do projeto: Os brotos são alimentos consumidos crus mantendo

assim a integridade da riquíssima variedade e quantidade de enzimas e nutrientes nele existentes

acima da que existe em qualquer outro alimento. O processo de cozinhar elimina essa enzimas

existentes no alimento. A ingestão do broto reduz a produção e a atividade das enzimas no processo

digestivo, deslocando a energia do corpo e as enzimas para outras funções construtivas nas células.

O envelhecimento é relacionado à diminuição da presença das enzimas nas células e o broto o

combate, sendo este o motivo de o broto ser chamado a Fonte da Juventude. A característica de

rejuvenescimento do Broto foi estabelecida por pesquisadores de renome e reconhecimento, tais

como Dr. Edward Howell, MD., Dr. David G. Williams, Dr. Clive Mckay, (Cornell University),

Dr. William S. Peary and Warren Peary, pela The Johns Hopkins University, a melhor escola de

medicina dos Estados Unidos, e Paul Talalay MD., American Cancer Society. O broto transmite a

força de vitalidade por ser um alimento vivo, crescendo vagarosamente quando embalado.

Principais objetivos: Complementação da pesquisa realizada pelo autor deste projeto e

implantação de empresa para a produção dos brotos de guaraná.

Local de execução: Cidade de Manaus e, posteriormente, a capital Belém do Pará.

Empreendedor/pesquisador

Telefone: 92.3646-8912

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua 51, N.º 7, Quadra 72. Bairro Francisca Mendes 7

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69095820

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Aproveitamento de resíduos de despolpamento de frutos regionais na elaboração de

ingredientes para ração de peixes

Manoel Pereira Filho

Descrição resumida da proposta do projeto: A empresa Cupuama, sediada na cidade do

Castanho, Município do Careiro, Amazonas, vem desde 1995 atuando no agronegócio do

despolpamento de frutos regionais, extraindo polpas de 15 espécies frutíferas, que em sua

totalidade são vendidas no mercado local. Essa produção de polpa resulta em um grande volume de

resíduos, considerando as várias porcentagens de aproveitamento de cada tipo de fruto, como o

camu-camu, com produção de 25% de resíduo, o cupuaçu, com 35% de sementes, o araçá-boi com

produção de 11% de resíduo, o jenipapo com 20% de resíduos, entre outros. O montante de

resíduos úmidos produzido pela empresa no ano de 2003 foi de 40 toneladas. Outros subprodutos

do despolpamento são as sementes secas do cupuaçu e maracujá. A semente seca do cupuaçu

apresenta, segundo análises realizadas no INPA, 45% de óleo, que é extraído por uma firma local.

O resíduo dessa extração de óleo resulta em 70% de resíduos contendo 19% de proteína bruta e

10% de gordura. Os óleos do cupuaçu e do maracujá são de interesse para indústrias locais tanto

para uso na alimentação humana quanto para cosméticos. Até o momento, esses resíduos, em sua

maioria, são subaproveitados como adubo em cultivos locais, ou descartados, com gastos para o seu

transporte pelos coletores de lixo da prefeitura municipal até os depósitos sanitários, sendo um

problema de natureza ambiental. Por outro lado, há muito os resíduos da agroindústria vêm sendo

estudados como possível fonte de alimento para as criações domésticas, como alternativa para os

locais onde a produção de insumos para ração não existe ou é insuficiente para atender à demanda.

Esses resíduos também servem para evitar que os animais entrem em competição com o homem

por alimentos como o milho, por exemplo, e aproveitem aqueles insumos impróprios para consumo

humano, mas portadores de nutrientes de boa qualidade.

O Município do Careiro conta com inúmeros criadores de peixes, notadamente matrinxã, Brycon

cephalus, e tambaqui, Colossoma macropomum, mas como na maior parte do Estado do Amazonas,

tem uma produção de ingredientes para ração insignificante, tendo de comprar ração em Manaus,

onde os preços desses insumos já são considerados altos em comparação aos preços praticados em

outras regiões do País com tradição agrícola. Dessa forma, pretende-se estudar o potencial de cada

insumo individualmente como fonte de ingrediente para ração animal, analisá-los para conhecer

suas composições bromatológicas, e transformá-los em farinhas que deverão ser testadas em ensaios

de digestibilidade in vitro e incluídas em rações em substituição a ingredientes tradicionais, que

serão testadas por meio do crescimento em peso e comprimento de tambaquis.

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Os processos empregados para se atingir o produto desejado envolvem a avaliação bromatológica

de cada resíduo produzido, sua avaliação inicial como fonte de nutriente para peixes por meio de

testes de digestibilidade in vitro, que resultarão na seleção dos resíduos que potencialmente melhor

podem ser aproveitados pelos peixes, e posteriormente esse potencial será testado por meio da

inclusão dos itens selecionados em rações em substituição a ingredientes tradicionais como o milho

e a soja, e será avaliado o potencial de cada item como promotor de crescimento de tambaquis

jovens. As principais plataformas tecnológicas a serem utilizadas são as da fruticultura e da

piscicultura, com a empresa participando ativamente do projeto fornecendo a matéria-prima

(resíduos de despolpamento de frutos), bem como das atividades do processamento final dos

produtos selecionados, notadamente as fases de secagem e de moagem para a obtenção das farinhas

de resíduos, os produtos que se pretende obter.

Principais objetivos: Realizar análises bromatológicas em resíduos de despolpamento de frutos

regionais (cupuaçu, camu-camu, araçá-boi, cubiu, açaí, buriti, taperebá, jenipapo), e frutos

introduzidos na região (abacaxi, acerola, caju, goiaba, graviola, manga e maracujá), e tortas de

extração de óleo de sementes de cupuaçu e de maracujá. Para esse objetivo, a meta é conhecer a

composição bromatológica (umidade, proteína, gordura, minerais, fibra bruta, energia, composição

em aminoácidos e em ácidos graxos) de 15 resíduos do despolpamento de frutos, bem como de três

tipos de sementes após a extração de óleo. Todas as fontes de resíduos serão processadas para

análise, as de maior teor de umidade serão liofilizadas e depois, junto as que são naturalmente secas

serão trituradas para tornar possível as analises bromatológicas. Será elaborado um relatório

descrevendo os resultados dessa fase, que servirá de base para a meta seguinte.

Pretende-se também avaliar, baseado em análises bromatológicas e ensaios de digestibilidade in

vitro, o potencial de uso como ingredientes de ração, de cada item estudado. Os resíduos

previamente analisados serão classificados segundo suas composições, como potenciais substitutos

de fontes tradicionais de energia ou de proteína em rações animais. Estes serão submetidos a testes

de digestibilidade in vitro, com uso de enzimas digestivas exógenas. Será feita uma classificação

das fontes de resíduos, segundo seu potencial aproveitamento pelos peixes.

Além disso, visa-se a elaborar rações destinadas à alimentação de tambaqui, para testar os

subprodutos mais promissores dentre os itens analisados. Os resíduos cuja composição

bromatológica e teste de digestibilidade in vitro o apontem como potencial ingrediente de rações

serão testados como substitutos de ingredientes tradicionais, por meio do crescimento em peso e

comprimento de juvenis de tambaqui. Serão realizados seis experimentos com duração de 45 dias,

antecipados por cinco dias de adaptação dos peixes às condições experimentais, testando-se

substituições parciais e total de uma fonte tradicional de energia ou de proteína, segundo a aptidão

do resíduo testado. Dessa fase deverão resultar de quatro a seis publicações em revista de

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divulgação científica, e apresentações em encontros de natureza técnico/científica. Por fim, tem-se

o preparo de farinhas prontas para inclusão em ração. Os resíduos que poderão ser aproveitados

como ingredientes para ração serão transformados em sua forma final. Aqueles cuja umidade for

superior a 10% serão submetidos à secagem e, a seguir, triturados em uma granulometria adequada

para inclusão em ração. Será elaborado um documento contendo as sugestões de uso segundo as

potencialidades de cada ingrediente resultante, para distribuição aos potenciais usuários finais dos

produtos, bem como aos profissionais ligados à produção animal.

Local de execução: Castanho-AM (Cupuama e Manaus-AM, Inpa).

Instituição: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa

Telefone: 92.3643-1882

Fax: 92.3642-1384

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. André Araújo, 2936, Bairro de Petrópolis

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69083000

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Adopción dei camu-camu (Myrciaría dubia) en sistemas tradicionales inundables

Mario Pinedo Panduro

Descrição resumida da proposta do projeto: Se pretende continuar con la experiencia

emprendida en la amazónia peruana y que esta logrando mejorar el nivel de vida de productores

riberenos de manera sostenible de varzea.

Principais objetivos: Promover el cultivo dei camu-camu en restingas bajas.

Local de execução: Cuenca dei rio amazonas, poblados cercanos a la ciudad de Iquitos.

Instituição: Instituto de Investigaciones de la Amazônia Peruana

Telefone: 065-265515

Fax: 065-265527

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. ab.quinones km 25

Iquitos, Peru

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Implantação e operacionalização de uma unidade de beneficiamento de farinha de peixe

“piracuí” e de pescado salgado e seco a serem aplicados a merenda escolar de comunidades

rurais do Amazonas

Nilson Luiz de Aguiar Carvalho

Descrição resumida da proposta do projeto: A Amazônia possui a mais rica fauna de água doce

do mundo, com mais de 2000 espécies conhecidas e destas cerca de 100 espécies podem ser

frequentemente encontradas nos mercados de peixe das maiores cidades amazônicas, e sua

produção muda, radicalmente, durante todo o ano, de acordo com as flutuações do nível da água o

que leva a população a optar por aquela de sua preferência dependendo da época. A importância do

pescado como fonte alimentícia na Amazônia é amplamente reconhecida. A esparsa população

humana da Região Amazônica brasileira, estimada em nove milhões, está concentrada,

principalmente ao longo dos rios, a fim de que se possa desfrutar da fauna aquática, do transporte

fluvial barato. Os rios do oferecem uma imensa quantidade de espécies de peixes saborosos os

quais fazem parte da culinária rica em sua diversificação. Alguns peixes como bagres raramente

são consumidos porque não há necessidade, uma vez que há uma gama de outras espécies

disponíveis para o alimento. Porém, mesmo alguns peixes comercialmente valiosos não são

consumidos por certas pessoas em determinados períodos, por serem considerados reimosos.

Por meio dos séculos, o índio e depois o caboclo aprendeu a conservar o peixe por métodos de

preparação simples e fácies de aplicáveis a cada espécie. Os tabus em relação a algumas dessas

espécies destinadas à alimentação causados por mitos, superstições e lendas fazem parte da cultura

do caboclo. A trajetória da alimentação institucional brasileira foi marcada há décadas por vários

programas de intervenção nutricional junto à sociedade carente.

No Amazonas os primeiros movimentos estão sendo realizados pelas pesquisas desenvolvidas pelo

INPA na cidade de Manaus e imediações com a finalidade de promover a melhoria dos padrões

alimentares e nutricionais de crianças em idade escolar por meio da merenda escolar. O principal

objetivo desta pesquisa é a diversificação de alimentos de origem animal para ser implantada no

consumo diário da Merenda Escolar de crianças das comunidades do interior da Amazônia.

Principais objetivos: Verticalizar as atividades da cadeia produtiva do pescado promovendo

agregação de valor aos produtos elaborados, gerando informações mercadológicas sobre todos os

agentes da cadeia produtiva do pescado, objetivando a ocupação de mão de obra no meio rural;

estimular a geração de empregos, por meio de ações voltadas ao desenvolvimento sustentável da

cadeia produtiva do pescado, promovendo o desenvolvimento rural, de modo sustentável,

valorizando as vocações produtivas regionais e suas potencialidades; suprir do mercado

consumidor com produtos elaborados à base de pescado, integrado à produção, estimulando o

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processo de comercialização para os produtos oriundos do setor pesqueiro, estimulando a economia

da região com incremento da produção e geração de atividades econômicas; implementar na prática

os estudos e pesquisas existentes nos Institutos de Pesquisa destinados à identificação de

potencialidades socioeconômicas e ambientais, propondo estratégias e ações compatíveis; estimular

a criação de cooperativas e microempresas para atuar na cadeira produtiva do pescado na região, a

partir da mobilização do seu potencial, bem como viabilizar a produção e a comercialização dos

produtos elaborados; difundir tecnologias compatíveis que viabilizem agronegócios, utilizando

sistemas de produção competitivos ecologicamente adequados e socialmente desejáveis,

proporcionando maior nível de autossustentabilidade e competitividade da unidade produtiva.

Local de execução: Os municípios do Estado do Amazonas localizados na 3.º Sub-região- região

do Rio Purus. Com altitude: 60 m acima do nível do mar. Possui área Territorial de 266.993 Km2,

com uma temperatura média: 27,4° C e acesso: Via Fluvial. Com distância e linha reta entre e a

Capital do Estado é de cerca 610 km, por via fluvial e a Capital do Estado, 1.672 Km. A atividade

econômica dessa região baseia-se principalmente no setor primário com forte tendência para a

agricultura onde predominam as culturas temporárias, ressaltando-se a mandioca, abacaxi, arroz,

batata-doce, cana-de-açúcar, feijão, fumo e milho. Entre as culturas permanentes destacam-se

abacate, banana, laranja e limão. O setor pecuário não tem muito significado econômico na

formação do setor. Resume-se à criação de bovinos e suínos cuja produção de carne destina-se ao

consumo local. A principal riqueza do município é o setor da Pesca tanto artesanal quanto de

subsistência, sendo rica na produção de peixes de várias espécies e quelônios.

Instituição: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

Telefone: 92.3656-6834

Fax: 92.3643-1846

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. Tarumã, 525 – Centro

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69025040

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Criação de galinha caipira – Sistema Colonial

Raimundo Nonato Lopes Ad-Vincola

Descrição resumida da proposta do projeto: O projeto pretende atender a 13 famílias com a

construção de galpões e piquetes de alimentação alternativa para 300 aves.

Principais objetivos: Melhoria de condições socioeconômicas das famílias envolvidas e abastecer

o mercado de carne de aves.

Local de execução: Polo Agrofloretal Wilson Pinheiro.

Instituição: Emater-AC

Telefone: 68.9984-2157

E-mail: [email protected]

Endereço: Conjunto Esperança Q-30 C-11

Rio Branco-AC, Brasil

CEP: 69905550

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Cultivo orgânico de plantas medicinais amazônicas certificadas

Schubert Pinto

Descrição resumida da proposta do projeto: É o primeiro projeto agromedicinal do Estado do

Amazonas, visando à pratica da agricultura orgânica, atualmente muito valorizada na sociedade

moderna, em substituição aos cultivos tradicionais que se utilizam de fertilizantes químicos,

herbicidas e pesticidas, além da produção de insumos que atendam à demanda das indústrias de

fototerápicos e fitocosméticos locais, que hoje são obtidas aleatoriamente do caboclo com base no

extrativismo, sem nenhuma segurança no que diz respeito à idoneidade (cultivo, manuseio,

transporte e secagem). Para concluir exemplificamos com um desafio, onde você compraria hoje

em Manaus 1000 kg de semente de urucum? 200 kg de mastruz? 200 kg de amor crescido? ou 500

kg de mangarataia? Esse é o nosso desafio, montar uma estrutura técnica/científica que atenda a

essa demanda.

Principais objetivos: Cultivo orgânico de plantas medicinais amazônidas previamente

selecionadas; fornecimento de plantas medicinais certificadas (folhas e raízes), para atender as

demandas das indústrias de fototerápicos e fitocosméticos regionais, nacionais e internacionais;

incentivos dos arranjos produtivos locais – APLs; fixação do homem no campo, para cultivo das

espécies de interesses medicinais.

Local de execução: Sítio Vanessa BR 174 km 175.

Instituição: Pharmakos D’Amazônia

Telefone: 92.3613-6563

Fax: 92.3613-3120

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. Rod. Otávio, 1886 – Dist. Industrial – Cide

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69075630

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Nacionalização da tecnologia de gaseificação de biomassa e formação de recursos humanos na

Região Norte – Gaseibras

Suani Teixeira Coelho

Descrição resumida da proposta do projeto: O Projeto Gaseibras, financiado pelo Conselho

Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq e Ministério de Minas e Energia –

MME, tem como objetivo projetar, desenvolver, construir e testar um sistema de gaseificação de

biomassa in natura, com tecnologia totalmente nacional, de fácil operação e manutenção, apto a ser

instalado em comunidades isoladas da Região Amazônica. Este projeto foi concebido a partir do

conhecimento adquirido com o desenvolvimento do projeto Gaseifamaz, financiado pela

Financiadora de Estudos e Projetos, entre os anos de 2002 e 2005, e vencedor do I Prêmio

Professor Samuel Benchimol, na categoria ambiental. O projeto Gazeifamaz teve o objetivo de

estudar a geração de energia elétrica por meio da tecnologia de gaseificação de biomassa,

importada do Indian Institute of Science – IISc.

O projeto visou a avaliar as condições de operação desse sistema de gaseificação/limpeza de gases

e geração de energia elétrica e a transferir a tecnologia para o Brasil, colaborando com as

instituições que já trabalham nessa área. O projeto Gaseibras irá utilizar esses dados para

desenvolver a tecnologia nacional de gaseificação de biomassa in natura e implementá-la em

comunidades isoladas na Região Norte do País, de maneira sustentável, oferecendo uma alternativa

aos combustíveis fósseis, permitindo a formação de recursos humanos na Região Norte do País,

capacitando pessoal local na operação e manutenção desse sistema.

Principais objetivos: Desenvolver, projetar, construir e testar um sistema de gaseificação de

biomassa de 20 kW, com tecnologia totalmente nacional, de fácil operação e manutenção, apto para

ser instalado em comunidades isoladas da Região Amazônica; instalar esse sistema em uma

comunidade isolada na Região Amazônica para a geração de energia elétrica, oferecendo uma

alternativa aos combustíveis fósseis; capacitar pessoal local na operação e manutenção desses

sistemas; identificar empresas nacionais para fabricação desse equipamento no Brasil e criar

modelo de sustentabilidade para cobrir os custos de operação e manutenção do sistema.

Local de execução: Desenvolvimento, construção e testes do sistema de gaseificação de 20 kW –

São Paulo. Instalação em uma comunidade isolada – Estado do Amazonas.

Instituição: Instituto de Eletrotécnica e Energia – IEE

Telefone: 11.3091-2654

Fax: 11.3091-2653

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E-mail: [email protected]

Endereço: Av. Prof. Luciano Gualberto, 1289

São Paulo-SP, Brasil

CEP: 05508010

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CATEGORIA SOCIAL

Caracterização dos genótipos do HIV em doadores de sangue soropositivos da Fundação de

Hematologia e Hemoterapia do Amazonas

Adriana Malheiro

Descrição resumida da proposta do projeto: O presente projeto tem como objetivo analisar, por

meio de técnicas de biologia molecular, PCR e genotipagem, o vírus HIV das amostras dos

indivíduos que apresentarem resultados positivo ou indeterminado para HIV na triagem sistemática

dos doadores de sangue da Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas – Fhemoam, na

cidade de Manaus. Os objetivos propostos neste projeto visam, em médio e longo prazos, a

implantar e a implementar a técnica de biologia molecular para a detecção e genotipagem do HIV,

bem como outros vírus, como HCV, HBV e HTLV na Fhemoam. Com a implementação dessa

metodologia será possível, além de alavancar as pesquisas referentes às doenças causadas pelos

patógenos acima, também favorecer o desenvolvimento de uma tecnologia de biologia molecular in

house, proporcionando a implantação de métodos diagnósticos mais precisos, como o PCR, para a

detecção desses vírus que hoje ainda não são feitos nessa região como rotina.

Principais objetivos: Analisar, por meio da técnica de PCR, amostras de doadores de sangue que

apresentarem Western Blot positivo ou indeterminado para HIV nos testes de triagem sorológica;

genotipar e determinar os subtipos por sequenciamento do vírus HIV nas amostras de doadores de

sangue PCR positivas; determinar o perfil epidemiológico dos subtipos do vírus HIV na população

de doadores de sangue da Fhemoam.

Local de execução: Fhemoam/ FHRP.

Instituição: Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas – Fhemoam

Telefone: 92.3655-0111

Fax: 92.3655-0112

E-mail: [email protected]

Endereço: Avenida Constantino Nery, 4397

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69050002

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Ressocialização de presidiários: uma proposta de participação familiar

Creso Machado Lopes

Descrição resumida da proposta do projeto: Com a criação do Núcleo de Estudos, Eventos e

Pesquisas em Saúde, cadastrado no Diretório de Pesquisadores do CNPq, do qual o criador deste

projeto é líder, foram criadas as linhas de pesquisas: DST/HIV/Aids; Uso Indevido de Drogas;

Sexualidade e Violência Intrafamiliar, onde, a princípio, agrupamos vários temas, tendo em vista

evitar a criação de vários grupos pequenos, além de facilitar o agrupamento dos docentes e a sua

consequente maximização nas ações. Nesse sentido, com a criação dessa linha, elaboramos a

presente proposta com a participação de Docentes do Departamento de Ciências da Saúde e do

Departamento de Filosofia e Ciências Sociais, como forma de também envolver os alunos de

Enfermagem, Medicina, Educação Física e Ciências Sociais da UFAC, para desenvolver atividades

de extensão universitária e, com isso, não só aplicar os conhecimentos teóricos, mas, sobretudo,

aumentar o conhecimento dos problemas sociais e propor medidas de solução/prevenção junto à

clientela presidiária com o perfil por nós estabelecido.

Um outro ponto a destacar é a necessidade da perfeita integração e trabalho em conjunto com a

Direção da Unidade e com os profissionais de Nível Superior (Médico, Enfermeiro, Dentista,

Assistente Social, Psicólogo, Advogado) para que possamos fazer um trabalho integrado e com a

perspectiva de alcançar bons resultados. Assim, diante dos resultados e das experiências com as

atividades, pesquisas, as reuniões com os detentos, direção, técnicos, familiares e alunos, nos foi

possível entender um pouco mais a problemática do sistema penitenciário, a criminologia, e as

experiências com a elaboração da presente proposta, visando a desenvolver uma nova abordagem

com o preso e família, proporcionando a sua recuperação e re-inserção no meio familiar e social.

Com a experiência percebemos tanto aspectos positivos quanto negativos ao agir com o detento,

tratando-se de um campo fértil de experiências e possibilidade de inovações. Dessa forma,

acreditamos nesta proposta, pois percebemos a boa aceitação dos detentos, quando são oferecidas e

executadas atividades por profissionais não policiais, o que nos faz pensar nos possíveis embates,

tanto na rua como no próprio presídio.

Ao concluir, acreditamos que as atividades de recuperação são importantes, mas o componente

familiar representa fator crucial, pois com o preparo dos familiares e uma atenção mais próxima,

pode contribuir significativamente na sua recuperação e novamente proporcionar a inclusão social.

Como proposta metodológica, terá que se trabalhar o Juiz, direção, técnicos, policiais, alunos e

familiares, sobre a nova abordagem com um grupo de presos diferenciados, e que, inclusive, terá

que ser mudada a sistemática de atender a essa clientela nova que dá entrada no sistema

penitenciário, fruto de crimes menos preocupantes, para, com isso, se evitar problemas com os que

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já estão mais tempo no sistema, pois esses detentos não ficarão junto com os outros com crimes

mais severos e, além disso, desde o início desenvolverão trabalhos internos, culminando assim com

uma proposta diferenciada e com a participação mais livre da família.

Vale ressaltar a importância da participação da família, desde o início da prisão, pois com sua

aproximação mais eficaz, acreditamos que podemos em muito trabalhar o bom comportamento do

próprio familiar em não tentando levar objetos, instrumentos ou outras coisas, evitando, assim,

piorar ainda mais a situação do detento. Para que possamos ter um atendimento mais personalizado,

esses detentos terão constantes reuniões de acompanhamento, avaliação, destacando seus aspectos

positivos e mostrando um horizonte mais sombrio.

Principais objetivos: OBJETIVO GERAL – Empreender medidas socioeducativas com a

participação familiar junto à clientela presidiária envolvida com pequenos crimes e na condição de

réu primário. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Desenvolver uma experiência piloto na recuperação

dos detentos envolvidos com pequenos crimes; – Envolver a participação familiar na recuperação

do detento; – Estabelecer mecanismos de monitoramento do comportamento do detento e dos

familiares no apoio ao detento; – Medir os resultados comparados com outros grupos semelhantes

que não tiveram esta experiência; – Diminuirá reincidência do crime e consequentemente o

reingresso no sistema penitenciário; e – Aliviar a tensão no Sistema Penitenciário de Rio Branco-

Acre com a iniciativa inovadora na recuperação do detento com a participação da família.

Local de execução: Unidade de Recuperação Social Dr. Francisco de Oliveira Conde, do Sistema

Penitenciário de Rio Branco-Acre.

Instituição: Universidade Federal do Acre – Centro de Ciências da Saúde e do Desporto

Telefone: 68.3224-1650

Fax: 68.3224-1650

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua das Palmeiras, n.° 598 ou Quadra 7, Casa 20, Jardim Tropical II – Bairro São

Francisco

Rio Branco-AC

CEP: 69910540

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Inovação tecnológica e inclusão social entre os ribeirinhos de Iranduba-AM

Edson Lessi

Denise Cerávolo Verreschi

Descrição resumida da proposta do projeto: O modelo de desenvolvimento econômico da

Amazônia que gerou a Zona Franca de Manaus é um modelo concentrador de renda que cria

grandes disparidades entre a capital Manaus e as cidades do interior. Desse modo, a geração de

renda nas comunidades ribeirinhas das cidades do interior é de extrema relevância social, pois

promove a inclusão social e fixa o homem na zona rural, impedindo a migração para os grandes

centros urbanos e diminuindo os problemas gerados pelo aumento da pressão demográfica.

Iranduba é um dos 62 municípios do Estado do Amazonas. Atualmente possui uma população

estimada em 38.661 habitantes, dos quais cerca de dez mil são residentes da zona urbana. Dentro

desse contexto, existem apenas alguns domicílios permanentes com sistema de abastecimento de

água e coleta de lixo (aproximadamente 2,5 mil domicílios). O restante, e maioria, da população

são moradores da zona rural, onde se situam as comunidades ribeirinhas, como a Comunidade do

Caldeirão, com 42 moradores, ribeirinha do lago Ariauzinho, que pratica a pesca como principal

atividade de subsistência familiar.

De modo geral, o resíduo da pesca não é aproveitado e acaba sendo descartado de forma

inadequada nos rios e arredores das casas. O uso e aproveitamento dos resíduos, nas suas diferentes

formas, são alternativas para a elaboração de subprodutos que agregam valor e geram novas fontes

de renda. A inclusão da tecnologia de aproveitamento de resíduos da pesca nas atividades

familiares das comunidades ribeirinhas de Iranduba permitirá assegurar a inclusão social das

mesmas pelo aumento da qualidade de vida.

Como mecanismo para viabilizar os esforços relacionados com as atividades de transferência de

tecnologia nas comunidades, duas linhas de ação serão consideradas: o fortalecimento de atividades

de P&D relacionadas com a geração, adaptação e validação de tecnologias para viabilizar o uso dos

resíduos da pesca, com ganhos sociais, econômicos e baixos níveis de impacto ambiental, e o

apoio, por meio de ações voltadas para a pesquisa participativa, aos núcleos comunitários. Para

isso, o projeto será dividido em quatro etapas: 1.º – identificação de comunidades potenciais; 2.o –

levantamento da fonte de resíduos da região; 3.º – capacitação de agentes multiplicadores e; 4.o –

aplicação e difusão de tecnologia nas comunidades potenciais de Iranduba-AM.

Na 1.º etapa, com o apoio da Comunidade do Caldeirão – Iranduba-AM e prévia experiência

existente entre os pesquisadores e a mesma, serão identificadas outras comunidades ribeirinhas

potenciais para o desenvolvimento e aplicação das tecnologias propostas neste projeto. Na 2o etapa

será realizado um levantamento de identificação de líderes; organizações formais e informais

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representantes das comunidades e fontes de resíduos disponíveis na Região (além do resíduo de

pescado). Nessa etapa serão realizadas: reuniões, palestras, demonstrações e dias de campo para a

abordagem de tópicos indicados pela população como de prioridade para eles. Possíveis tópicos a

serem abordados: “Formas e possibilidades de aproveitamento de resíduos da pesca pela

comunidade” e “Redução da poluição por descarte inadequado de resíduos orgânicos”. Na 3.º etapa

será realizado o treinamento de agentes multiplicadores na Coordenação de Pesquisas em

Tecnologia de Alimentos – CPTA/Inpa, onde serão elaborados os seguintes subprodutos: ensilado

biológico, hidrolisado proteico, farinha de peixe, compostagem e sabão. Os hidrolisados e a farinha

de peixe serão utilizados como ingrediente proteico em ração de peixes a serem analisados

biologicamente na Coordenação de Pesquisas em Aquicultura – CPAq/Inpa. Na 4.ª etapa, os líderes,

com o acompanhamento dos pesquisadores, irão aplicar as tecnologias atuando como agentes

multiplicadores de sua comunidade.

Como resultados a serem alcançados, espera-se: aprovar o plano de difusão de tecnologia de

aproveitamento do resíduo do pescado; assegurar a sustentabilidade da atividade pesqueira

comunitária de Iranduba; estruturar o setor comunitário pesqueiro; promover a inclusão social da(s)

comunidade(s) de Iranduba a partir das tecnologias absorvidas e; desenvolver e difundir tecnologia

de aproveitamento de resíduos da pesca, gerando expansão da produção familiar e redução de

desperdícios.

Principais objetivos: OBJETIVO GERAL – Proporcionar a inclusão social das famílias em

comunidades ribeirinhas de Iranduba-AM por meio da identificação de problemas e o

desenvolvimento e consolidação de tecnologias sustentáveis, incluindo o uso e aproveitamento do

resíduo da pesca com destino a produtos úteis na vida cotidiana. OBJETIVOS ESPECÍFICOS –

Informar os participantes nas comunidades locais quanto às diferentes formas de utilização dos

resíduos da pesca e seu aproveitamento na agropecuária familiar; utilizar produtos regionais e

subprodutos (resíduos) da produção industrial para elaboração de ensilado biológico; produzir

ensilado biológico, utilizando resíduo de peixe, farinha de trigo, açúcar cristal, sal de cozinha e soro

de queijo como matéria-prima e insumos; produzir ensilado para a formulação de rações para

suínos e frangos para, no futuro, realizar ensaios biológicos; recuperar a fonte proteica existente nos

resíduos da pesca por meio da produção de hidrolisado proteico sob ação enzimática exógena;

utilizar ensilado e hidrolisado proteico como fonte de proteína em dietas formuladas para peixes

com avaliação do desempenho em ensaio biológico; elaborar farinha de resíduo de peixe; utilizar o

óleo obtido na elaboração da farinha de resíduo de peixe na produção de sabão de uso na Medicina

Veterinária; produzir compostagem a partir do resíduo de peixe para utilização como insumo para a

agricultura; reduzir o descarte inadequado dos resíduos da pesca sobre os rios.

Local de execução: Iranduba-AM.

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Instituição: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

Telefone: 92.3643-1846

Fax: 92.3643-1846

E-mail: [email protected], [email protected]

Endereço: Av. André Araújo, 2936 CxP. 478

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69011710

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Reciclagem: nada se perde, tudo se transforma

Estefânia Maria Pereira Pontes

Descrição resumida da proposta do projeto: O Município de Rio Branco apresenta um número

preocupante de desempregados em risco social nos bairros periféricos que buscam alternativas em

variadas formas de trabalho para o sustento de suas famílias. Essa situação perversa está expressa

na proporção de pobres do município, que representa 32,1 % da população (medida pela proporção

de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 75,50, equivalente à metade do salário

mínimo vigente em agosto de 2000- IBGE).

O desemprego e a exclusão são os principais desafios sociais planetário da virada do milênio. No

Brasil, a crônica marginalização de milhões de pessoas em relação à sociedade produtiva e de

consumo será agravada por um novo desemprego, atingindo trabalhadores previamente integrados,

sobretudo no setor industrial, resultante dos avanços da informatização, da automação e da

internacionalização da economia. Para fazer frente a essa realidade é necessário proporcionar meios

para que os jovens venham a se qualificar e, assim, poder competir nesse mercado de trabalho de

forma mais igualitária. Os jovens de baixa renda familiar encontram grandes dificuldades de

inserir-se no mercado de trabalho, pois não têm acesso aos meios que possibilitem a sua

capacitação profissional. Nos bairros periféricos da cidade é comum encontrar jovens nas ruas

ociosos o que, posteriormente, pode contribuir para o ingresso destes no mundo da criminalidade.

No Acre, a fabricação de produtos a partir do reaproveitamento de madeiras é uma tendência em

expansão. O que serviria apenas para ser queimado ou virar lixo se transforma em matéria-prima,

com enfoque no mercado ecologicamente correto. O que é “problema” para as serrarias e

madeireiras pode ser a possibilidade de uma vida mais digna para muitas famílias. Brinquedos,

peças de utilidades, artefatos educativos, decorativos e artísticos podem ser desenvolvidos por essa

mão de obra juvenil ociosa e, a princípio, desqualificada. Nesse sentido, o projeto tem como

objetivo oferecer às comunidades carentes a possibilidade de uma renda alternativa, aproveitando a

mão de obra juvenil ociosa e desqualificada. Baseia-se numa proposta de educação ambiental, em

que conceitos da reciclagem serão transmitidos à comunidade, por meio da sensibilização,

treinamento e comercialização dos produtos.

Inicialmente será realizada com os jovens das comunidades carentes uma oficina que incorpore

conceitos de reciclagem e reaproveitamento dos recursos naturais, estimulando o uso de sobras de

madeiras encontradas em marcenarias, demolições e outros locais de onde se possa encontrar os

materiais necessários para utilização. A partir dessa oficina serão escolhidos 100 jovens com

afinidade para participarem durante seis meses de um curso de capacitação em artefatos de

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madeira. Após a conclusão do curso será criada uma cooperativa, pela qual efetivará a geração de

renda, pois estes possuirão meios concretos de comercializarem seus produtos.

Para a execução do projeto serão estabelecidas parcerias com outros projetos desenvolvidos no

município, de modo a realizar ações integradas em redes. Pretende-se ainda formalizar parcerias

com as serralherias, madeireiras e marcenarias, de modo que estes possam facilitar o repasse da

matéria-prima para o reaproveitamento em objetos artesanais de madeira. E, por fim, é primordial o

envolvimento do Sebrae-AC no incentivo ã comercialização dos produtos fora do Estado.

Por meio dessas ações será reduzido o número de jovens em situação de desemprego no Município

de Rio Branco, garantindo uma política de geração de renda aliada à preservação ambiental, tendo

como foco o desenvolvimento sustentável das famílias. Isso concretizará as políticas sociais

voltadas à proteção social básica das famílias que vem sendo desenvolvida pela Política Nacional

de Assistência Social no município, incorporando ações voltadas a todos os membros da família.

Principais objetivos: OBJETIVO GERAL – Reduzir o número de jovens em situação de

desemprego no Município de Rio Branco, por meio de uma política pública voltada ao

desenvolvimento sustentável e geração de emprego e renda. OBJETIVO ESPECÍFICO – Capacitar

100 jovens no manuseio e confecção de artefatos de madeira; conscientizar a comunidade da

importância da utilização racional dos recursos naturais; oferecer às comunidades carentes a

possibilidade de uma renda alternativa; contribuir para a preservação do meio ambiente por meio

do reaproveitamento das sobras de madeiras utilizadas pelas madeireiras, marcenarias e serrarias,

evitando a queima das mesmas e, consequentemente, a poluição do meio ambiente.

Local de execução: Rio Branco-AC.

Instituição: Secretaria Municipal de Assistência Social – Semas

Telefone: 6832112454

Fax: 6832112460

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua do Aviário 972 – Aviário

Rio Branco-AC, Brasil

CEP: 69909170

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A Suframa e a dinâmica do desenvolvimento regional nortista

Francisco Elno Bezerra Herculano

Descrição resumida da proposta do projeto: O estudo sobre o desenvolvimento regional da

Amazônia tem sido uma constante de diversos pesquisadores e instituições dos mais diferentes

tipos. E assim o era de se esperar, tamanha é a complexidade de suas diferentes realidades.

Qualquer que seja a abordagem dessas avaliações, olvidar a presença de determinadas instituições

corresponde negar a odisseia do homem nortista no empenho pela ocupação e desenvolvimento

desse importante espaço geográfico nacional. Instigado por essa perspectiva, pretende-se realizar o

presente estudo, com o objetivo de buscar a essência da contribuição da SUFRAMA para o

desenvolvimento regional, haja vista a importância que reside na compreensão sistêmica do

processo, considerando que o principal sustentáculo da economia da Amazônia Ocidental é

administrado por essa Autarquia.

Principais objetivos: OBJETIVO GERAL- Analisar o poder de indução dos programas de

interiorização da Suframa na dinâmica do desenvolvimento intrarregional no período 1997 a 2001.

Em outros termos, o estudo visa a analisar a força de despolarização desses programas na formação

do capital produtivo na Amazônia Ocidental. OBJETIVOS ESPECÍFICOS – Analisar o resultado

do esforço da Suframa na formação de estoque de capital produtivo privado na cidade de Manaus e;

analisar a formação de estoque de capital social básico patrocinado pela SUFRAMA no interior da

Amazônia Ocidental, no sentido de dotar essa sub-região de condições mínimas de

desenvolvimento.

Local de execução: Manaus-AM.

Instituição: FUCAPI – Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação e Tecnológica

Telefone: 92.3614-3050

Fax: 92.3613-2688

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. Gov. Danilo Areosa, 381 – Distrito Industrial

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69075351

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Desenvolvimento de tecnologias para implantação de meliponários em comunidades da

Amazônia

Gislene Almeida Carvalho-Zilse

Descrição resumida da proposta do projeto: As abelhas, assim como qualquer outro ser vivo,

apresentam uma razão de existir. Elas são responsáveis pela elaboração não só de um produto

muito apreciado e largamente comercializado, o mel, como também do pólen e da própolis, ambos

com elevado valor de mercado. O mel de abelha da Amazônia não é tão conhecido como deveria,

nos mercados Nacional e Internacional, apesar de sua excelente qualidade. Mas a utilidade da

abelha não se restringe à produção de mel, pólen e própolis, isto é, na Amazônia, as abelhas sem

ferrão são polinizadores primários de 30-90% das árvores (KERR et al., 2001), justificando a

necessidade de se conhecer o conjunto das diferentes espécies de plantas e das diferentes abelhas

que visitam e/ou polinizam determinada espécie florestal, buscando seu néctar, pólen e resina

(ROUBIK, 1993).

As abelhas, pela polinização, determinam a produção de frutos que mantêm enorme número de

espécies de animais e são diretamente responsáveis pela enorme biodiversidade tanto vegetal

quanto animal (inclusive peixes). Cada vez mais áreas de florestas tropicais estão sendo destruídas

pela ação de fatores referentes à desorganização social e ao desequilíbrio ambiental, gerados pela

intervenção humana e por fenômenos naturais (KERR et al., 2001). Os desmatamentos são

responsáveis pela retirada dos ambientes naturais, abrigos de um vasto número de espécies,

tornando acentuado um número elevado nas estimativas de redução de colônias naturais. As

queimadas, coivaras e destruição das florestas, cuja frequência têm aumentado, são provocadas

pelo homem em pequenas e grandes propriedades rurais, levando à morte colônias presentes no

interior de árvores ou ninhos subterrâneos, muito próximos à superfície do solo (KERR et al.,

1996).

A ocupação humana desordenada, leva à extinção do ambiente natural de inúmeras abelhas sem

ferrão, impossibilitando o estudo dessas espécies e a relação das mesmas com as árvores

polinizadas ou frequentadas por elas. Existem mecanismos que podem amenizar, senão reverter, o

rápido extermínio desses insetos, contribuindo para manter a diversidade genética. É o caso da

criação racional dessas abelhas (Meliponicultura) que promove o aumento das populações e

consequente garantia da polinização, gerando perpetuação das espécies vegetais e fornecendo

alimento e abrigo para espécies da fauna. Os meliponíneos, pela sua essencial ação polinizadora da

flora nativa, têm sido alvo de estudos palinológicos, que em muito contribuem para o conhecimento

da relação polinizador/planta. O equilíbrio dessa relação promove não só a perpetuação das

espécies como também a conservação da biodiversidade. As abelhas sociais superiores estão na

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família Apidae, na subfamília Apinae (gênero Apis) e Meliponinae (54 gêneros dos quais o gênero

Melipona – uruçu, jandaíra, jupara, entre outros) vem sendo mais rapidamente destruído por conter

abelhas que produzem mais mel.

A Amazônia, berço mundial dos meliponíneos, abriga mais de 200 das 300 espécies já descritas.

Isso demonstra a importância desses insetos sociais na estrutura das comunidades florísticas.

Algumas espécies, muitas do gênero Melipona, são bastante específicas, como demonstram os

trabalhos de Absy et al. (1984). Analisando espécies de Melipona da Amazônia, encontraram que

em M. seminigra merrillae e M. rufiventris paraensis, 28,0% e 11,3% coletaram pólen de uma só

sp; 30,8% e 18,6% apresentaram pólen de 2 sp e 41,2% e 70,1% de três ou mais espécies. Esses

dados são claros quanto à influência dessas abelhas para as gerações futuras das plantas por elas

polinizadas.

As abelhas sem ferrão (Hymenoptera, Apidae, Meliponinae), diferentemente das Apis mellifera

(italianas, africanas ou ainda, europeias), como o próprio nome diz, não possuem glândula de

veneno, nem ferrão. São abelhas nativas que produzem um mel bem característico, muito apreciado

por todos que o provam. Além do mel, estas abelhas têm um papel importantíssimo na manutenção

da floresta: são polinizadores de até 90% das plantas dependendo da Região (KERR et al., 1996).

Os 300.000 km2 de terra inundável (várzeas e igapós) da Amazônia dependem, sem dúvida, de

polinizadores para a frutificação de seus arbustos, arvoretas e árvores de grande porte. Dos frutos

dessas plantas dependem, direta ou indiretamente, todas as imensas populações de peixes

(GOULDING, 1980) que se estima chegue perto de 4.000 espécies. Portanto, essas áreas

funcionam como um banco de alimento na época da cheia dos rios, não só para os peixes, mas

também para as aves, répteis e mamíferos. Ainda dessas áreas o ribeirinho tira seu sustento da

pesca e agricultura.

Todo esse ecossistema estaria seriamente comprometido se não houvesse a frutificação e produção

de sementes da floresta inundada. A retirada indiscriminada de ninhos de abelhas sem ferrão, sem

dúvida, irá afetar o equilíbrio das populações de floresta da várzea pela consequente escassez de

polinizadores, o que inviabilizaria a reprodução dessas plantas e diminuiria sua frequência em

poucas gerações. Além de aumentar a abundância de frutos em matas inundadas, a criação de

abelhas sem ferrão (Meliponicultura) é uma atividade que pode aumentar a renda do agricultor

ribeirinho, podendo ser conduzida até mesmo por crianças e jovens que teriam ocupação em horas

vagas, além de promover uma postura ecológica mais atuante de todos os envolvidos.

A presença de indivíduos extrativistas chamados de “meleiros” ou “abelheiros” causam a

destruição de inúmeros ninhos de abelhas nativas dia a dia. Sem usar técnicas para a colheita do

mel, levam as colônias de meliponíneos à destruição completa. Essas pessoas, caso treinadas,

poderiam, ao invés de destruir, criar racionalmente essas espécies de abelhas e ter, então, uma

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fonte, se bem manejada, inesgotável de mel, pólen, cera e consequente melhoria da produtividade e

qualidade de frutos pela polinização.

A Amazônia possui mais de 200 espécies de abelhas sem ferrão, das aproximadamente 400

espécies que existem em todo o mundo. Tanto potencial pode e deve ser aproveitado,

implementando a produção agrícola do homem da várzea, dando-lhe mais opções para a melhoria

de sua qualidade de vida, tendo ganhos em diferentes aspectos, seja no aumento de renda bruta,

pela venda direta dos produtos das abelhas ou serviços afins como confecção de colméias para a

criação racional e acessórios para a Meliponicultura, seja na conservação do ambiente em que vive

e do qual é dependente.

O subprojeto em si levará os conhecimentos e técnicas necessárias para que as comunidades da

várzea possam explorar de maneira eficiente esse recurso natural na forma de treinamentos,

conscientização, implantação de estrutura para a criação de abelhas sem ferrão, manejo de

reposição para espécies de plantas de dupla importância: melífera e ictífera, aumento das taxas de

polinização na floresta de várzea e igapós e aumento na produção de fruteiras cultivadas por

polinização decorrente do manejo de abelhas. Uma das principais atividades será a formação de

recursos humanos, justificando o maior investimento em serviços de terceiros com a contratação de

estagiários, auxílio a produtores e auxiliares de campo. Eles serão treinados tanto em técnicas

referentes a Meliponicultura quanto à coleta, identificação e aumento da flora polinizada por essas

abelhas tanto de plantas silvestres quanto de fruteiras e hortaliças de valor comercial e nutritivo

para as comunidades beneficiadas pelo projeto.

A ênfase do projeto é repassar as técnicas e conhecimentos necessários para o manejo da fauna

silvestre de abelhas nativas com potencial produtivo, dando condições para que a comunidade em

foco continue com a atividade e se beneficie dela. Para tal, alguns feitos são imprescindíveis e entre

eles o conhecimento da área em relação aos recursos naturais (abelhas e plantas). Esse potencial

será avaliado e disponibilizado para a comunidade, de tal maneira que haja o aproveitamento e o

manejo adequado pelos próprios moradores. Dentro desse traço geral, o retorno financeiro de longe,

não será menosprezado, muito pelo contrário, a comunidade estará apta a comercializar o produto

das abelhas tendo para tal a assessoria do IN PA representado pelos profissionais da equipe deste

projeto. Avaliação/monitoramento.

As áreas estabelecidas para o desenvolvimento do subprojeto serão avaliadas obedecendo sete

critérios básicos: número de colméias dos meliponários (criadouros de abelhas sem ferrão);

avaliação individual para cada colméia feita em cada visita programada; elaboração de fichários

para cada colônia nos quais constarão as notas de avaliação; quantificação da produção por caixa;

reuniões com comunitários; relatório individual por visitas às áreas; distribuição de questionários.

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Principais objetivos: O projeto tem como objetivo principal incentivar a meliponicultura na

Região Norte, em especial no Estado do Amazonas, proporcionando alternativas de

desenvolvimento sustentável, oferecendo uma nova opção de renda aos produtores rurais,

manutenção da biodiversidade faunística por meio da polinização cruzada que as abelhas realizam e

o enriquecimento da dieta alimentar da população rural com a introdução do pólen como fonte

proteica e do mel como fonte energética e vitaminas.

Local de execução: Comunidades do interior do Estado do Amazonas nas proximidades de

Manaus (Comunidade Panelão e adjacências) e Parintins (Comunidade do Granav e adjacências).

Instituição: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

Telefone: 92.3642-3440

Fax: 92.3642-3440

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. André Araújo, 2936, Petrópolis

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69083000

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Programa Agroambiental em escolas do Projeto de Assentamento Tarumã-Mirim, na Região

de Manaus-AM

Joanne Régis da Costa

Descrição resumida da proposta do projeto: Nos últimos anos, com o agravamento da ocupação

desordenada do solo, a destruição das coberturas vegetais e a poluição dos corpos d’água, tem-se

acumulado um passivo socioambiental na zona rural amazonense. Isso reflete diretamente na

redução da qualidade de vida da população, notadamente nas condições de saúde, seguridade

alimentar e higiene. Para contribuir com a minimização desses problemas, o projeto pretende

implantar um Programa Agroambiental em escolas localizadas no Projeto de Assentamento

Tarumã-Mirim, na zona rural de Manaus. O projeto faz parte dos objetivos dos Programas

“Embrapa & Escola” e “Qualidade de Vida” da Embrapa Amazônia Ocidental. O Programa

Embrapa & Escola foi criado em 1997 pela Assessoria de Comunicação Social da Embrapa e já

beneficiou mais de 1 mil e 600 estudantes em todo o Brasil. O Programa Qualidade de Vida foi

criado em 2004, mas já recebeu um prêmio oferecido pela diretoria da Embrapa como

reconhecimento da importância de suas ações.

O Programa Agroambiental utilizará a metodologia sócio-construtivista VER, JULGAR e AGIR,

desenvolvida pela Embrapa Meio Ambiente, com a realização de cursos, gincanas, palestras e

oficinas sobre educação ambiental e pomares diversificados, que serão implantados em espaços

livres das escolas rurais. O público-alvo formado por jovens e seus responsáveis será sensibilizado

e capacitado a identificar e buscar alternativas capazes de contribuir para a melhoria da qualidade

de vida local. Por meio de um trabalho de motivação e orientação, o cenário socioambiental

existente na área do Assentamento Tarumã-Mirim poderá ser melhorado, por meio da implantação

de espécies para produção de frutos e hortaliças para complementação nutricional, a serem inclusos

no cardápio da merenda escolar, assim como na oferta de remédios naturais, obtendo, ainda, a

composição de novas paisagens reflorestadas.

Principais objetivos: Promover a melhoria das condições alimentares da população de baixa renda

do Projeto de Assentamento Tarumã-Mirim; capacitar jovens e adultos em temas relacionados ao

meio ambiente e produção de alimentos, formando multiplicadores; implantar pomares

diversificados com espécies frutíferas, medicinais e hortaliças em áreas livres das escolas do

Assentamento.

Local de execução: Projeto de Assentamento Tarumã-Mirim, na região de Manaus-AM.

Instituição: Embrapa Amazônia Ocidental

Telefone: 92.3621-0345

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Fax: 92.3621-0300

E-mail: [email protected]

Endereço: Rod. AM 070, s/n, km 29

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69010970

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Farol do conhecimento – Apostando no protagonismo juvenil aliado à sabedoria de

pescadores experientes para o desenvolvimento de comunidades pesqueiras

João Vicente Mendes Santana

Descrição resumida da proposta do projeto: A proposta do “Farol do conhecimento” consiste na

ação educativa junto aos jovens, filhos e filhas de pescadores do município de Curuçá-PA, com a

participação de alunos dos Cursos Técnicos em Pesca e Aquicultura do Cefet-PA, sob a supervisão

dos professores, tendo como motivador a Acarp, Empresa Júnior vinculada aos referidos cursos,

bem como a participação efetiva de “professores leigos”, selecionados entre os pescadores mais

experientes da Comunidade, oferecendo treinamento e acompanhamento no desenvolvimento das

atividades ligadas à pesca e aquicultura, no sentido de proporcionar condições para o exercício

dessas atividades de forma sustentável, além da viabilização do processo de comercialização, que

atualmente envolve uma grande rede de intermediários. O projeto deverá contemplar, ainda , a

capacitação para a gestão de projetos de financiamento já contratados, e que atualmente se

encontram inadimplentes, entre outros motivos, por deficiências nesse processo.

A aposta no protagonismo juvenil prevê o trabalho de educação ambiental e o envolvimento das

filhas de pescadores, que participarão do projeto nas atividades de confecção e conserto de

materiais de pesca, além da prática de cultivo de organismos aquáticos, sob a supervisão dos jovens

estudantes da Acarp. Nesse sentido, tendo em vista a situação atual das organizações sociais dos

pescadores e demais lideranças locais, em sua maioria formadas por pessoas leigas e provenientes

dos mais diversos setores e atividades, o “Farol do conhecimento” funcionará como laboratório

para a formação e capacitação de jovens lideranças, que passarão a atuar na Comunidade sob uma

nova perspectiva de crescimento e desenvolvimento. Paralelamente, os pescadores mais velhos e

com maior experiência participarão ativamente do processo, sendo responsáveis pela parte prática

dos treinamentos, em conjunto com alunos e professores, com o objetivo de valorizar e difundir

conhecimentos. Além dessas atividades, serão promovidas palestras sobre diversos temas, de

especial interesse para os jovens, contribuindo para o seu desenvolvimento e uma participação ativa

no desenvolvimento da comunidade da qual fazem parte.

Principais objetivos: Possibilitar o intercâmbio de conhecimentos entre os jovens estudantes da

Acarp com os jovens pescadores de Curuçá, incentivando o protagonismo juvenil como forma de

desenvolvimento comunitário; capacitar os jovens, filhos e filhas de pescadores, para a prática da

pesca de forma sustentável, incluindo o acesso a novas tecnologias; capacitar os jovens, filhos e

filhas de pescadores, para a gestão de empreendimentos, tendo como grande diferencial a

recuperação de projetos inadimplentes; incluir a participação das jovens, filhas de pescadores, no

processo gestão dos empreendimentos, além de outras atividades, como a confecção e conserto de

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materiais de pesca e o cultivo de mariscos, contribuindo com a renda familiar; melhorar a renda dos

pescadores, por meio da implementação de novas formas de comercialização, com o apoio da

Acarp e a participação dos jovens da comunidade; reduzir os danos ambientais causados pela

prática da pesca predatória, por meio da capacitação e conscientização dos jovens pescadores; atuar

na formação e capacitação de novas lideranças locais.

Local de execução: Município de Curuçá-PA.

Instituição: Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará

Telefone: 91.3211-0398

Fax: 91.3226-9710

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. Almirante Barroso, 1155 – Bairro Marco

Belém-PA, Brasil

CEP: 66093020

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A capacitação profissional como instrumento de inclusão social, visando ao desenvolvimento

sustentável do turismo na comunidade amazônica Marcos Freire, no Município de Presidente

Figueiredo

Ludy Mariana Siqueira Pinheiro

Heliamara Rodrigues Gomes

José Camilo da Silva

Leonor Farias de Abreu

Turibio José Correa da Costa

Ana Maria Agra Pereira

Carlossandro Carvalho de Albuquerque

Descrição resumida da proposta do projeto: Este projeto tem como principal finalidade a

geração de trabalho e renda para os membros da comunidade Marcos Freire, localizada no

Município de Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas. Esse município, em especial a

comunidade citada, possui forte tendência para o desenvolvimento do turismo comunitário, a partir

do aproveitamento de forma racional dos atrativos naturais existentes, constituídos de belíssimas

cachoeiras, corredeiras e igarapés. A principal estratégia a ser utilizada para atingir a finalidade do

projeto será a capacitação da mão de obra local, por meio da realização de cursos

profissionalizantes, visando ao aproveitamento da mão de obra capacitada na atividade turística, a

qual deverá ser desenvolvida de forma responsável no local.

Dentre os cursos a serem propostos, de acordo com as necessidades identificadas a partir de

diagnóstico feito, inicialmente serão realizados os de artesanato regional, enfatizando a fabricação

de doces de cupuaçu e seus derivados, bem como o aproveitamento da fruta de forma sustentada e a

utilização racional de outras matérias primas utilizadas na produção artesanal encontradas na

região, como por exemplo, madeiras nobres; curso de corte e costura, enfatizando a fabricação de

moda verão para ser comercializada preferencialmente entre os visitantes e moradores do

município; curso de Informática básica, visando à inclusão digital dos membros da comunidade.

Além dos cursos a serem ministrados, serão realizadas atividades voltadas para a valorização

ambiental e turismo por peio de oficinas de sensibilização e ações socioeducativas, envolvendo o

maior número possível de moradores nas várias faixas etárias.

Principais objetivos: OBJETIVO GERAL – Desenvolver ações que possibilitem a geração de

trabalho e renda para os moradores da comunidade Marcos Freire, por meio da capacitação da mão

de obra local voltada para o atendimento da demanda turística existente, visando à melhoria da

qualidade de vida, proporcionando também a distribuição dos benefícios oriundos da atividade

turística, de forma equitativa. OBJETIVOS ESPECÍFICOS – Realizar reuniões com as principais

lideranças comunitárias, com a finalidade de estimular seu envolvimento e participação efetiva no

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desenvolvimento do processo; implantar um curso de capacitação em corte e costura; realizar

cursos de artesanato regional e utilização adequada das matérias primas locais, enfatizando a

fabricação de doces e derivados do cupuaçu e a utilização racional de outras matérias-primas

utilizadas na produção artesanal encontradas na região, como por exemplo, madeiras nobres;

realizar oficinas e atividades voltadas para a sensibilização ambiental e turística, visando ao melhor

relacionamento dos membros comunitários com o meio onde estão inseridos; buscar parcerias junto

às repartições públicas e/ou privadas; estimular a permanência dos comunitários no município, após

sua capacitação, por meio do aproveitamento de seu trabalho no atendimento ao turista; estimular a

criação de núcleos multiplicadores com a finalidade de dar continuidade ao processo de

capacitação; realizar eventos para operacionalizar a exposição dos trabalhos de corte e costura e

artesanato produzidos nas comunidades; criar uma cooperativa de corte e costura e artesanato, por

meio de parcerias com entidades afins; oportunizar a Inclusão Digital dos comunitários, a partir da

realização de cursos de capacitação em Informática, por meio de parceiras com entidades públicas

e/ou privadas; criar um núcleo de avaliação e monitoramento de todo o processo, bem como

estimular sua auto-gestão pelos próprios comunitários.

Local de execução: Comunidade rural Marcos Freire – Município de Presidente Figueiredo

Instituição: Universidade do Estado do Amazonas – UEA

Telefone: 92.3664-1483

E-mail: [email protected] / [email protected]

Endereço: AV. Tefé, 172 – Japiim

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69078000

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Ação em contribuição ao comércio e uso sustentável de produtos da floresta no Município de

Manaquiri-AM

Lucilene Ferreira de Melo

Descrição resumida da proposta do projeto: A proposta pretende criar um local de referência das

atividades (projeto próvárzea manejo de dez espécies e projeto fito pesquisa sobre três espécies de

plantas) que estão sendo realizadas no município para: museu com permanente exposição dos

produtos da floresta; entreposto comercial de compra e venda de produtos certificados; balcão de

negócios; local de informações sobre produtos, produção de insumos; orientação aos comunitários,

seja de compra e venda, da possibilidade de negócios, de cultivo e das perspectivas sobre novas

atividades; fornecimento de informações técnicas sobre plantas, animais e projetos em andamento

no município, balcão de informações sobre cursos, palestras, oficinas e treinamento sobre produtos

da floresta no município (mural, programações, impressos e outros); atendimento no uso de plantas

medicinais para saúde.

Principais objetivos: OBJETIVO GERAL – Propiciar aos moradores e visitantes do Município de

Manaquiri um programa que ofereça um conjunto de atividades e serviços (de comprar, vender,

produzir, extrair, receber orientação, capacitação e outros) para facilitar a comercialização, o uso e

a exploração de produtos da floresta, com acompanhamento de profissionais, da área social,

econômica e botânica. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Implantar um local que agrupe as atividades

desenvolvidas no município que estejam relacionadas com os recursos naturais; realizar

permanentemente exposições de produtos acabados ou in natura para compra, venda e orientação

no uso de plantas medicinais, como um museu, servindo de ponto turístico; disponibilizar

informações especializadas sobre produção, uso e comércio de produtos da floresta; oferecer

serviços para atendimento, orientação e encaminhamento de atividades sobre valor econômico, da

possibilidade de negócios de compra e venda, cultivo e uso dos produtos da floresta; comprar e

vender produtos certificados; servir de balcão de informações sobre cursos, palestras, oficinas e

treinamentos sobre produtos de floresta (mural, programações, distribuições de impressos e outros);

orientar no uso de plantas medicinais para saúde.

Local de execução: Manaquiri-AM.

Instituição: Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia – Inpa

Telefone: 92.3232-0660

Fax: 92.3234-7614

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua Parintins 146, Cachoeirinha

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Manaus-AM, Brasil

CEP: 69065050

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Gente de fibra

Luzia Maria Soares de Oliveira

Descrição resumida da proposta do projeto: A proposta pretende apoiar comunidades produtivas

por meio de constituição, capacitação e incubação de cooperativas e ou associações para despertar

o espírito empreendedor nos moradores da floresta por meio da criação de negócio com produtos

nativos como a fibra do carrapilho, do buriti e paxiuba, entre outros. Tais produtos são pouco

valorizados na região, mas muito procurados por visitantes. O carrapinho tem a mesma utilidade do

sisal. Há em abundância na região e normalmente é queimado. Outro produto não vemos rentável

são as sementes nativas. Ajarina, a semente do açaí e o tucum são as mais procuradas.

Recentemente, a jarina começou a ser comercializada como Marfim Vegetal. De forma

desordenada e ainda tímida é vendida para atravessadores que vendem por um preço significativo.

Hoje, são poucas as mulheres e seringueiros que veem oportunidades nesse produto.

Organizar, capacitar e educar os seringueiros para a prática do cooperativismo empreendedor é uma

alternativa necessária, viável e criativa. O projeto pretende ainda fazer com que alguns membros

das famílias que moram na floresta migrem do trabalho da agricultura para o manejo florestal de

forma sustentável e organizada. Como a falta de informação é visível nas comunidades da floresta,

a incubação de negócios sustentáveis é a melhor e a mais eficiente forma de desenvolver riquezas e

promover a inclusão social no Estado do Acre. Os povos da floresta também sonham com melhoras

de vida e acreditam que podem fazer a diferença. O desfio de continuar na floresta com tantas

dificuldades comprovam sua persistência ousadia e criatividade.

Principais objetivos: Ajudar comunidades carentes por meio da incubação de negócios

sustentáveis; fortalecer dois tipos de trabalho viável na floresta: “Gente de fibra” e “Catadoras de

semente”; implantar tecnologias para beneficiamento de produto; aumentar a renda familiar dos

envolvidos; aproveitar de forma inteligente produtos da floresta; viabilizar alternativas de trabalho

sustentáveis.

Local de execução: Cruzeiro do Sul e Tarauacá-AC.

Instituição: Ciga

Telefone: 68.3222-7390

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua Farropilha 62

Rio Branco-AC, Brasil

CEP: 69906390

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Mulheres e artes na floresta amazônica

Maria das Graças Carlos da Silva

Descrição resumida da proposta do projeto: Apoiar grupos de mulheres e jovens de artesanato

do Projeto de Assentamento Extrativista – PAE Remanso, por meio da aquisição de materiais e

insumos necessários para produção de artesanato com sementes florestais. Com este projeto, o

Grupo poderá realizar processos de inclusão social da mulher extrativista na sociedade, por meio da

busca do conhecimento social, ambiental, econômico e moral visando à auto-gestão e à

sustentabilidade do grupo na floresta. O projeto contribui, ainda, para diminuição do êxodo rural, a

permanência do homem no campo, desenvolvimento de tecnologias e metodologias adaptadas à

realidade florestal dos seringais da Amazônia. O projeto deverá desenvolver um sistema de gestão e

comercialização dos produtos confeccionados pela comunidade.

Principais objetivos: Fortalecimento da organização comunitária, envolvendo 60 famílias do

Projeto de Assentamento Extrativista – PAE Remanso, a partir dos grupos de mulheres e jovens das

associações desse PAE; proporcionar instrumentos que viabilize ações sustentáveis na floresta

amazônica, por meio da arte com produtos florestais manejados e certificados em sua origem, via

FSC.

Local de execução: PAE Remanso, Capixaba, AC, Brasil.

Instituição: Centro dos Trabalhadores da Amazônia

Telefone: 68.3223-2727

Fax: 68.3223-2727

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. Epaminondas Jácome, 1994, Cadeia Velha

Rio Branco-AC, Brasil

CEP: 69908420

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Difusão de tecnologias de culturas alimentares destinadas aos agricultores familiares de

várzea do Amazonas

Miguel Costa Dias

Descrição resumida da proposta do projeto: O Estado do Amazonas é grande importador de

produtos alimentares, como feijão caupi, milho, arroz e hortaliças, o que implica em evasão de

divisas na sua economia. Atualmente, os agricultores familiares amazonenses não conseguem

produzir em escala comercial em decorrência de não disporem de crédito, assistência técnica,

sementes de variedades mais produtivas e adaptadas à região, regularização fundiária e

infraestrutura de secagem, armazenamento e opções para comercialização de seus produtos, fatores

estes determinantes ao desenvolvimento da agricultura. O projeto objetiva, inicialmente, treinar e

capacitar os agricultores das comunidades envolvidas nos Municípios de Iranduba, Manacapuru e

Barreirinha, abrangendo aspectos conceituais e tecnológicos com a finalidade de atender os

objetivos do projeto com as culturas de feijão caupi, milho e arroz.

Posteriormente, o projeto será viabilizado por meio de metodologia participativa, com a

implantação de Unidades Demonstrativas – UDs, visando a facilitar a compreensão, assimilação e

aplicação dos conhecimentos referentes ao desenvolvimento das atividades da cadeia produtiva do

arroz, feijão e milho. Considerando que no Estado, no cultivo das culturas de arroz, feijão caupi e

milho predominam baixo nível tecnológico, será proporcionada assistência técnica constante e

sistemática em todas as fases de cultivo, esperando-se, ao final, de dois anos do projeto propiciar

uma assistência técnica efetiva e capaz de transformar as áreas de cultivo em um padrão de cultura

rentável e racional.

Com o engajamento dos agricultores adotando as recomendações preconizadas pela pesquisa,

espera-se possibilitar alternativas de cultivo aos agricultores familiares com garantia da

comercialização da produção, incremento de mão de obra no meio rural dos municípios envolvidos,

e, assim, uma melhor distribuição de renda, visto que cada hectare das culturas poderá ocupar três

pessoas por ciclo e, ainda, uma ocupação anual, contribuindo para diminuição do êxodo rural,

aumento da oferta de proteína vegetal, bem como na geração excedente de produção e redução do

desequilíbrio social.

Principais objetivos: OBJETIVO GERAL – Contribuir para o desenvolvimento sustentável das

comunidades de várzea do Amazonas. OBJETIVOS ESPECÍFICOS – Reduzir o déficit alimentar

das áreas carentes de várzea na calha dos rios Solimões/Amazonas, com a introdução de cultivares

de feijão caupi, milho e arroz pré-selecionados; proporcionar aos agricultores familiares práticas

agronômicas, visando a otimizar a produção de feijão caupi, milho e arroz; capacitar técnicos da

Assistência Técnica e Extensão Rural – Ater e líderes comunitários nas culturas pré-estabelecidas;

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promover estratégias de organização dos produtores familiares para a convivência em associações

e/ou cooperativas.

Local de execução: Várzeas dos municípios de Iranduba, Manacapuru e Barreirinha

Instituição: Embrapa Amazônia Ocidental

Telefone: 92.3621-0300

Fax: 92.3621-0320

E-mail: [email protected]

Endereço: Rodovia AM-010, km 29, Caixa Postal 319

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69048660

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Centro Social de Educação Integral “Mamãe Margarida”

Myriam Freitas Gomes

Descrição resumida da proposta do projeto: Este projeto visa à construção de uma infraestrutura

física de um Centro de Promoção Humana Integral que possa favorecer o desenvolvimento da

cidadania, do esporte, da cultura, da saúde, da religiosidade e do entretenimento, voltado para

crianças, adolescentes, jovens e adultos da Comunidade Carlos Marighela em Ananindeua-PA, e

tem como objetivo geral a promoção do desenvolvimento humano do público beneficiário em vista

da sadia convivência social e saúde física e moral, proporcionando, dessa forma, a defesa,

promoção e controle dos direitos humanos e infanto-juvenis.

Principais objetivos: Criar uma área de acolhida e reflexão das necessidades da comunidade;

contribuir para a conscientização dos direitos e deveres de cidadania; incentivar a saudável

ocupação do tempo livre por meio da prática do esporte, entretenimento, reforço escolar etc.;

oferecer à comunidade um espaço de convivência e formação permanente; promover atividades

socioeducativas como medida preventiva contra a violência, uso de entorpecentes, prostituição etc.;

desenvolver atividades de promoção, proteção e defesa da criança (creche de atendimento integral).

Local de execução: Ocupação Carlos Marighela – Ananindeua/Pará.

Instituição: Associação Damas Salesianas

Telefone: 92.3233-2272

Fax: 92.3241-3535

E-mail: [email protected]

Endereço: Avenida Pedro Miranda, 2403 – Pedreira

Belém-PA, Brasil

CEP: 66080000

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Mitigando impactos socioambientais – ações de empoderamento de populações atingidas por

barragens

Nirvia Ravena de Sousa

Descrição resumida da proposta do projeto: O projeto “Mitigando impactos socioambientais –

ações de empoderamento de populações atingidas por barragens” busca, junto à população atingida

pela construção da hidrelétrica de Tucuruí, ações que permitam o desenvolvimento de práticas de

organização embasadas pelos princípios da formação de capital social e a subsequente melhoria da

qualidade de vida dessas populações por meio de mecanismos de geração de renda associados a

práticas de construção de bens coletivos.

Principais objetivos: Organização da população segundo princípios de cultura cívica,

desenvolvimento de ações voltadas a geração de renda, utilizando as novas condições ambientais

criadas a partir da construção da hidrelétrica.

Local de execução: Tucuruí.

Instituição: Universidade da Amazônia

Telefone: 91.4009-3200

Fax: 91.4009-3012

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. Alcindo Cacela, 287

Belém-PA, Brasil

CEP: 66060000

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Projeto sementes para a paz

Oro Serruya

Descrição resumida da proposta do projeto: O projeto “Sementes para a paz” tem abrangência

no Estado do Pará, especificamente nas regiões insular e metropolitana de Belém, com ações de

plantio e semeadura de espécies vegetais amazônicas com valor econômico para as populações

locais, em áreas degradadas, além de ministrar cursos de capacitação em educação ambiental e

planejamento do desenvolvimento sustentável das localidades em tela.

Principais objetivos: Criar mecanismos de interação das populações locais assistidas pelo projeto

com práticas racionais de aproveitamento dos recursos naturais preexistentes e a serem criados

mediante plantio e semeadura de espécies vegetais nativas em áreas degradadas

preponderantemente.

Local de execução: Belém-PA

Instituição: Congresso Internacional Israelita de Sociosfera na Amazônia – Cisa

Telefone: 91.3222-2383

Fax: 91.3224-5716

E-mail: [email protected]

Endereço: Avenida Gentil Bittencourt 867 Ap 1501

Belém-PA, Brasil

CEP: 66040000

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Otimização do mouse ocular

Rogério Caetano

Descrição resumida da proposta do projeto: A capacidade de comunicação do ser humano com

seus semelhantes e o seu ambiente representa uma das necessidades mais básicas da sua existência,

com a qual este expressa seus anseios e sua evolução quanto à sua identidade. Perder tal capacidade

pela imobilidade de movimentação e expressão torna a existência de um indivíduo uma terrível

tortura pelo aprisionamento da sua mente num corpo que passa a ser o seu cativeiro. Numa

abordagem sistêmica em que integramos conhecimentos de diversas áreas da ciência no objetivo de

estabelecer uma tecnologia que possibilite a comunicação desses indivíduos para recuperar a sua

capacidade de expressão, foi desenvolvido pela Fundação Desembargador Paulo Feitoza – FPF o

Mouse Ocular. O Mouse Ocular pode ser definido como um transdutor que converte os movimentos

dos músculos que estão ao redor do globo ocular em sinais elétricos que comandam o

funcionamento de equipamentos eletroeletrônicos e/ou diversos softwares por meio do controle do

cursor do mouse na tela de um microcomputador. Entre as funcionalidades que o Mouse Ocular

oferece, destaca-se a possibilidade de seus usuários, por meio apenas da movimentação dos olhos,

digitarem textos e passarem a acessar a Internet com a possibilidade de comunicação por meio de

todos os recursos disponíveis: enviar e receber e-mail, navegar no ciberespaço para distração e

aprendizagem, utilizar programas de bate-papo, ler livros e-books, etc. Sua aplicação é de

fundamental importância na comunicação de pacientes com paralisias crônicas, advindas desde

acidentes automobilísticos até distrofias musculares e doenças degenerativas congênitas, bem como

em pós-operatório de pacientes com graves enfermidades.

Como mencionado anteriormente, após a sua captura por eletrodos de ECG colocados na face do

usuário, os sinais elétricos analógicos são digitalizados e processados, o que possibilita o controle

do cursor na tela de um microcomputador, o qual pode ser usado para selecionar em um teclado

virtual letras ou palavras chaves (tais como sede, fome, água, frio, calor, etc.), as quais representam

os pedidos mais importantes para pessoas com total impossibilidade de comunicação tanto oral

quanto física. Desse modo, utilizando o Mouse Ocular, o usuário pode, com apenas um

deslocamento dos olhos para a esquerda, direita, acima ou abaixo, movimentar um cursor na tela do

microcomputador. Ao atingir a posição desejada o usuário pode efetuar com apenas um piscar de

olhos a seleção de uma letra ou palavra. Contudo, apesar do sistema do Mouse Ocular já ter

provado e comprovado a sua eficácia no auxílio a pessoas portadoras de necessidades especiais,

este ainda necessita de diversas otimizações e aperfeiçoamentos para poder se tornar um produto

que possa ser utilizado por um número maior de deficientes e possa atender melhor às suas

necessidades.

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Principais objetivos: Este projeto tem como objetivo otimizar o hardware e o software (sistema)

atual do Mouse Ocular de modo a possibilitar uma melhor e mais ampla utilização por um número

maior de deficientes físicos motores que tenham os movimentos dos membros superiores altamente

comprometidos. Dentre as otimizações previstas estão a miniaturização e o aperfeiçoamento do seu

hardware, reprojetando-o totalmente, de modo a reduzir/substituir os componentes atualmente

utilizados e obter consequentemente um equipamento de tecnologia mais moderna e custo muito

mais reduzido. Além disso, pretende-se desenvolver melhorias no software, de modo a atender

melhor às necessidades dos usuários do sistema, que por se tratarem de pessoas portadoras de

necessidades especiais requerem que o software de acesso ao computador tenha a sua usabilidade

com características diferenciadas.

Local de execução: Manaus-AM

Instituição: Fundação Desembargador Paulo Feitoza

Telefone: 92.3614-9790

Fax: 92.3614-9760

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. Gov. Danilo Areosa S/N lote 164

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69075351

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Centro Interdisciplinar de Atenção aos Distúrbios Nutricionais

Silvana Gomes Benzecry

Descrição resumida da proposta do projeto: O Brasil, à semelhança de outros países, atravessa

uma situação denominada transição nutricional e epidemiológica. Ao mesmo tempo em que declina

a ocorrência da desnutrição em crianças e adultos num ritmo bem acelerado, aumenta a prevalência

de sobrepeso e obesidade na população brasileira. A projeção dos resultados de estudos efetuados

nas últimas três décadas é indicativa de um comportamento claramente epidêmico do problema da

obesidade. Estabelece-se, dessa forma, um antagonismo de tendências temporais entre desnutrição

e obesidade, definindo uma das características marcantes do processo de transição nutricional do

País (POF, 2004). Tal situação demonstra um perfil epidemiológico complexo, que exige

acompanhamento competente e minucioso, assim como estratégias de intervenção e avaliação da

eficácia de programas, a fim de subsidiar políticas públicas. A constatação dessas evidências pode

estar atrelada ainda à segurança alimentar e ao sistema de vigilância alimentar e nutricional. A

despeito da complexidade dos distúrbios nutricionais e metabólicos e, possivelmente, por não

existirem muitos trabalhos científicos com esse grupo vulnerável da população do Estado do

Amazonas e da alta prevalência dessas ocorrências nessa Região, inexiste um ambulatório

especializado no atendimento de crianças e adolescentes com distúrbios nutricionais. Além da

atenção de forma interdisciplinar, o trabalho de educação nutricional é fundamental para melhorar

esse cenário tão grave.

Por isso, propõe-se implantar e implementar na cidade de Manaus, um centro de referência

denominado de Centro Interdisciplinar de Atenção aos Distúrbios Nutricionais – Ciadin,

direcionado à atenção, educação e pesquisa dos distúrbios nutricionais, tendo como público-alvo

crianças, adolescentes e seus responsáveis. Considerando-se a etiologia multifatorial desses

distúrbios pretende-se trabalhar com equipe interdisciplinar composta por nutrológo-pediatra,

hebiatra, pediatra, nutricionista, psicólogo, odontopediatra, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, educador

físico, assistente social, enfermeiro, etc., assim como, fazer parceria com outras entidades

(exemplo: Inpa, Embrapa, Conseas, etc.) que nos auxiliem a promover uma melhor qualidade

nutricional e de vida.

Principais objetivos: Implantar e implementar Centro de Referência Interdisciplinar que se propõe

a: atenção de crianças e adolescentes com desnutrição primária (ausência ou deficiência de ingestão

adequada de nutrientes), desnutrição secundária [a doença cardíaca – cardiopata que não ganha

peso para a cirurgia –, a doença hematológica e oncológica, o pré e pós-cirúrgicos, a neuropatas, a

pós-internações hospitalares (evitando o seu retorno breve ao serviço hospitalar), a Aids, etc.],

baixa estatura, sobrepeso e obesidade de causa exógena; educação, treinamentos e desenvolvimento

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de profissionais e alunos da área de saúde com enfoque interdisciplinar sobre a temática nutrição,

assim como aos responsáveis pelas crianças atendidas no Ciadin; por meio de oficinas e palestras

em cozinha educacional; os especialistas envolvidos no Ciadin farão pesquisa cuja temática central

é nutricional, com os dados obtidos da população atendida no serviço; estabelecer parceria com

outras Instituições de pesquisa, em suas áreas específicas.

Local de execução: Manaus-AM

Instituição: Universidade do Estado do Amazonas

Telefone: 92.3646-4214

Fax: 92.3646-4214

E-mail: [email protected]

Endereço: Tv. Darcy Vargas 3000 apto. 104

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69055720

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O dilema florestal

Tatiana Aparecida Balzon

Descrição resumida da proposta do projeto: Na segunda metade do século XX, mais

precisamente em meados de 70, o tema ambiental adquiriu grande importância no contexto

mundial, reforçando as discussões sobre o desafio das sociedades em construir um ambiente que

consiga equilibrar as necessidades do capital com o ritmo da natureza. Nesse cenário a Amazônia

passa a ser incorporada ao processo de acumulação de capital e para que isso aconteça de forma

natural, diversas políticas são criadas em prol do desenvolvimento e posteriormente, numa segunda

fase, em nome do desenvolvimento sustentável da região. A partir daí começaram a surgir

alternativas de desenvolvimento que norteiam a exploração dos recursos naturais. Na Amazônia, o

Estado do Acre aparece com destaque na discussão ambiental, por demonstrar interesse em se

estabelecer com uma economia voltada para floresta.

O nosso estudo de caso, o plano de Manejo Florestal Comunitário do Projeto de Assentamento

Extrativista Porto Dias, pode ser considerado um dos precursores das experiências que entidades da

sociedade civil vêm conduzindo com produção madeireira. O Projeto iniciou em 1996, por meio de

uma parceria estabelecida entre o Centro de Trabalhadores da Amazônia- CTAe a Associação

Seringueira Porto Dias. Verificaremos neste trabalho quais os aspectos positivos e os negativos

dessa atividade. E concluímos que embora o Plano de Manejo Florestal Sustentável Comunitário do

P.A.E. Porto Dias tenha movimentado a economia local, consideramos que as populações

tradicionais não estão aptas a lidar com uma atividade que requer conhecimentos empresarias e

gerenciais, deixando na mão do CTA a maioria das tomadas de decisões e acompanhamento das

ações do projeto. Isso obviamente é um risco ao sucesso do projeto, pois ao invés de elevar a

qualidade de vida daquelas famílias, faz com que cada vez mais eles fiquem alienados a uma

estrutura que não pertence ao seu universo.

Principais objetivos: A escolha do tema deste trabalho deu-se a partir da necessidade de buscar

avaliar a efetividade econômica dos projetos de manejo florestal comunitários que estão sendo

implantados no Estado do Acre, especialmente nos Projetos de Assentamento Extrativistas. Este

trabalho deve identificar quais os aspectos positivos e os negativos do manejo florestal comunitário

implementados no Estado do Acre desde 1996, a partir do Estado de Caso do P.A.E. Porto Dias,

localizado na parte leste desse Estado.

Local de execução: Projeto de Assentamento Extrativista Porto Dias – Acrelândia-AC.

Instituição: Universidade Federal do Acre

Telefone: 68.9994-9511

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Fax: 68.3223-8543

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua dos Engenheiros II, Residencial Rio Branco, Bloco I, Apt.02, Estação Experimental

Rio Branco-AC, Brasil

CEP: 69912470

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Bolsa de Iniciação Tecnológica de Roraima

Thelma Maria Linhares Coelho

Descrição resumida da proposta do projeto: Com o propósito de alavancar o desenvolvimento

das micro e pequenas empresas, as entidades se unem em forma de parceria, para estimular a

competitividade saudável entre as mesmas, de modo a possibilitar a superação de uma considerável

quantidade de problemas, propondo as soluções mais adequadas que cada caso venha a exigir.

Além do mais, com base nas experiências bem sucedidas de anos anteriores, de concessão de

Bolsas de Iniciação Tecnológica, as entidades envolvidas nessa parceria têm plena consciência de

estar caminhando na direção certa, bem como de estar contribuindo de forma decisiva para

estimular o aumento da competitividade entre as empresas roraimenses de micro e pequeno porte.

O projeto tem ainda a capacidade de oferecer oportunidades a estudantes, de aprenderem não só

teoria, mas ainda de terem uma vivência prática daquilo que os empresários experimentam a cada

dia de trabalho e, assim, poderem aplicar aquilo que aprenderam em sala de aula. Tudo isso

representa um estímulo aos micro e pequenos empresários, o que justifica plenamente a

implementação do presente projeto.

Principais objetivos: OBJETIVO GERAL – Contribuir para o aumento da competitividade entre

as micro e pequenas empresas do Estado de Roraima. OBJETIVOS ESPECÍFICOS – Identificar

problemas e apresentar sugestões de soluções, por meio dos estudantes de graduação, de bom

desempenho acadêmico, devidamente orientados por professores universitários; preparar

profissionais para atuarem nas pequenas e micro empresas; estabelecer novos padrões de

relacionamento entre o setor produtivo e o acadêmico, possibilitando melhor aproveitamento do

potencial de ambos; premiar os professores cujas orientações mais tenham contribuído para os

objetivos das Bolsas; divulgar os trabalhos de maior destaque como efeito demonstração do projeto.

Local de execução: Boa Vista-RR.

Instituição: Instituto Euvaldo Lodi – IEL

Telefone: 95.621-3571

Fax: 95.621-3570

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. Capitão Júlio Bezerra 363 – Centro

Boa Vista-RR, Brasil

CEP: 69301410

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Projeto aplicativo

Thelma Maria Linhares Coelho

Descrição resumida da proposta do projeto: Qualificação e inclusão social dos alunos

cadastrados no programa de Estágio Supervisionado.

Principais objetivos: Qualificar para o mercado de trabalho jovens de 16 a 18, cursando o ensino

médio e inscritos no programa de estágio por meio do Programa de Formação para Jovens.

Local de execução: Instituto Euvaldo Lodi – IEL

Instituição: Instituto Euvaldo Lodi – IEL

Telefone: 95.621-3571

Fax: 95.621-3570

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. Capitão Júlio Bezerra 363 – Centro

Boa Vista-RR, Brasil

CEP: 69301410

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Implantação de residências ecológicas autossustentáveis

Ugo Souto Orlando

Descrição resumida da proposta do projeto: Aproximadamente 6.000 crianças morrem todos os

dias de doenças entéricas provocadas por falta de saneamento e higiene inadequado. Por volta de 1

bilhão de pessoas no mundo, sendo estas a maioria crianças, estão infectadas por parasitas

intestinais, que afetam diretamente o seu crescimento e a quantidade de nutrientes para seus

organismos. O principal fator responsável por todas essas doenças é a escassez de saneamento e o

descarte para o meio ambiente de fezes humanas sem tratamento. Durante o século 20, tivemos

várias revoluções e melhorias na saúde pública, incluindo imunizações por vacinas em crianças, a

erradicação de algumas doenças, melhoria no suprimento de água, uma grande revolução no campo

de produção de alimentos e expansão dos cuidados na saúde na primeira infância. O único

problema que ainda não foi resolvido na última década, foi a falta de saneamento para mais da

metade da população mundial. Portanto, saneamento ecológico aparece no nosso cenário como o

início da revolução na saúde pública.

Tal saneamento baseia-se na preservação da poluição e de doenças causadas pela excretas humanas

por meio do reuso e reciclagem da urina e fezes. Esse processo imitando a natureza, retorna os

nutrientes das fezes e urina humana para o solo, melhorando sua estrutura e realizando o

complemento de nutrientes. Saneamento ecológico pode ser definido como um processo em três

etapas que resulta no tratamento das excretas humanas por meio de acondicionamento, sanitização

e reciclagem. Com a implantação deste projeto, espera-se demonstrar um novo conceito de moradia

visando a proteger a saúde humana e o meio ambiente, fazendo com que haja uso de menos água e,

consequentemente, não ocorra o descarte de efluentes sanitários contendo patógenos para a

natureza.

No Estado do Amazonas, as técnicas de saneamento residenciais mais comumente utilizadas

baseiam-se nos banheiros com descargas líquidas e banheiros secos típico das populações de baixa

renda e que habitam, na sua maioria, margens de rios e igarapés. Em todos esses casos, ocorre um

transporte das excretas do local de sua geração até o seu destino que, na maioria das vezes, é o

recurso hídrico. Todos esses sistemas misturam fezes, papel, urina, água de lavagens e banho, o que

tornará para a cidade bastante dispendioso o dimensionamento da estação de tratamento e o próprio

tratamento desses efluentes. Residências ecológicas oferecem soluções alternativas com ou sem o

uso de água envolvendo técnicas como banheiros com compostagem no solo, banheiros secos (sem

uso de água na descarga) com separação de urina e fezes contendo tanques de acondicionamentos,

banheiros com separação fezes urina utilizando água na descarga, entre outros.

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Neste projeto, além da implantação do novo sistema de saneamento nos banheiros, serão

apresentados sistemas de tratamento para águas de lavagens por meio do uso de filtros biológicos,

leitos de secagem e wetlands, assim como será demonstrado sistemas alternativos de coleta e reuso

de águas pluviais e tratamento de resíduos gerados nas cozinhas como restos de alimentos. A

reciclagem dos nutrientes da urina e fezes é a chave principal das residências ecológicas propostas

neste projeto. As concentrações de nitrogênio, fósforo e potássio encontradas na urina a tomam um

valioso fertilizante e a alta concentração de matéria orgânica nas fezes faz com que o produto de

sua compostagem (húmus) seja um excelente condicionador de solo.

As residências ecológicas serão desenhadas utilizando alguns parâmetros físico-químicos e

biológicos para eliminar organismos patogênicos das fezes e urina. Esses processos ocorrem em

dois processos distintos: processo primário e secundário. O processo primário ocorre em locais e

condições próximos aos banheiros, dentro de pequenos containers que na sua maioria estão

localizados abaixo dos banheiros. Nesses containers as fezes são estocadas por um determinado

período e durante esse período, grande número de organismo patogênicos são eliminados devido ao

tempo de estocagem (6/12 meses), decomposição, desidratação e aumento de pH. O processo

secundário dar-se-á com a intenção de fazer com que as fezes humanas estejam livre de

contaminação e que possam ser retornadas ao solo sem agressão ao meio ambiente. Este processo

secundário ocorre normalmente no jardim da casa ou em uma estação ecológica dentro da

comunidade contendo uma pequena área para a compostagem.

Nas residências ecológicas em áreas rurais, o chefe de família é o responsável pela manipulação e

reciclagem de seus próprios resíduos. Em zonas urbanas, esses resíduos poderiam ser reciclados

pela prefeitura. Para áreas urbanas sugerimos também o uso de sistemas de desidratação com

tratamento primário e secundário ou a coleta de resíduos pelas autoridades municipais após o

tratamento primário e transporte para um local especial para o tratamento secundário. Nas

residências, o tratamento secundário poderia ser simplesmente por meio da adição das excretas no

jardim após passar por um simples tratamento de compostagem que será apresentado

posteriormente no detalhamento do projeto. A urina separada apresenta menor risco e poderia ser

utilizada quase que imediatamente para fertilizar o solo contendo verduras e frutas no jardim. As

fezes por conter a maioria dos patógenos presentes nas excretas humanas e por ser umas das

principais fontes de contaminação causando doenças entéricas infecciosas, deve ser tratada

seguindo algumas regras básicas: não misturar urina com fezes e não adicionar grande quantidade

de água nas fezes e se possível não adicionar água; evitar dispersar o material que contém

patógenos, fazendo com que o mesmo seja acondionado em lugar seco e seguro até se tornar estéril

e pronto para reciclar; reduzir o volume e o peso do material contendo patógenos por meio da

desidratação e ou decomposição para facilitar o estocagem, transporte e tratamento; reduzir o

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número de patógenos nas fezes por meio do tratamento primário in locu (desidratação,

decomposição, aumento de pH e retenção) seguido do tratamento secundário com alta temperatura

de compostagem (30-50 °C) e aumento de pH com adição de carbonatos ou ureia.

Principais objetivos: OBJETIVOS GERAIS – Demonstrar um novo conceito de moradia a partir

de modelos alternativos residenciais (residências ecológicas), visando a proteger a saúde humana e

o meio ambiente por meio da não geração de efluentes sanitários; implantar nas residências

ecológicas os processos de tratamento primário e secundário para excretas humanas e disponibilizar

treinamento a comunidade; inserir política de educação ambiental para informar à população os

benefícios encontrados por meio da implantação do saneamento ecológico; implantar

sustentabilidade nos processos de reciclagem fazendo com que a própria comunidade faça uso ou

comercialize os fertilizantes produzidos e outros produtos gerados por meio do saneamento

ecológico. OBJETIVOS ESPECÍFICOS – Utilizar parâmetros físico-químicos e biológicos para

eliminar organismos patogênicos de fezes e urina; aplicar técnicas de reuso e reciclagem de

excretas humanas e resíduos domésticos como restos de alimentos, além de técnicas de reuso de

águas pluviais; aplicar tecnologia de baixo custo para tratamento das águas residuárias originadas

durante lavagens de mãos, banho e roupas.

Local de execução: Manaus-AM.

Instituição: Greentech Engenharia Ambiental

Telefone: 92.3234-2220

Fax: 92.3633-8280

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua Visconde de Porto Alegre, 1019

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69020130

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Prevenção do surgimento de surtos de malária a partir do comportamento climático

Uvedel Bernabé Del Pino Paz

Descrição resumida da proposta do projeto: A malária é uma doença que afeta um número

crescente de seres humanos, provocando a morte de milhares de pessoas todos os anos em todo

mundo. Numa escala global foi identificada como sendo a doença com maior possibilidade de ser

afetada pelas alterações climáticas. Dessa forma, torna-se necessária a previsão dos potenciais

impactos das alterações climáticas na saúde, nomeadamente no que diz respeito à malária. Deseja-

se encontrar na Amazônia possíveis dependências entre variável climática e o comportamento da

malária, para predizer os surgimentos de surtos de malárias a partir de combinações de fatores

climáticos que estiverem presentes. Dessa maneira se pode atuar contra possíveis endemias dessa

doença, tanto pelo saneamento ambiental como colocando a infra- estrutura da saúde adequada para

seu controle.

O informativo da Organização Pan-americana da Saúde (OPAS/OMS) (Brasil 13 Nov 2000)

expressa: «O clima e o tempo afetam a saúde humana de diversas maneiras. Furacões, tempestades

e inundações matam milhares de pessoas a cada ano e comprometem água e alimentos. As secas

provocam fome e desnutrição. Chuvas fortes podem desencadear epidemias de doenças como a

malária» A malária é uma doença infecciosa potencialmente grave, causada por parasitas

(protozoários do gênero Plasmodium) que são transmitidos de uma pessoa para outra pela picada de

fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles. A malária, contra a qual não estão disponíveis vacinas,

é uma preocupação geral. O número de casos de Malária no Estado do Amazonas desde 1999 até

2004 ascende a 669294. A transmissão é mais comum no interior das habitações, em áreas rurais e

semi-rurais, mas pode ocorrer em áreas urbanas principalmente na periferia. Em altitudes

superiores a 2000 metros, no entanto, o risco de aquisição de malária é pequeno. O principal

transmissor na Região Amazônica é o Anopheles darlingi, que tem como criadouro grandes

acúmulos de água. Esses mosquitos têm maior atividade durante a noite, do crepúsculo ao

amanhecer e, geralmente picam no interior das habitações. A temperatura média, a temperatura da

noite, a temperatura em combinação com a precipitação, e a temperatura média de novembro e de

dezembro, foram encontradas para ser relacionadas à malária em Zimbábue, o setor de Debre Zeit

de Etiópia, de Ruanda, e da província noroeste da fronteira em Paquistão, respectivamente.

No presente trabalho se faz um estudo das possíveis dependências entre os comportamentos do

clima e a malária na Amazônia. Deseja-se predizer os surgimentos de surtos de malárias,

determinando combinações de fatores climáticos que estiveram presentes.

Proposta 1: Estudo da dependência entre variáveis meteorológicas e número de casos positivos da

malária na região do Alto Solimões. Obviamente as observações das temperaturas extremas diárias

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necessárias serão fornecidas pelo Instituto Nacional de Meteorologia. Na região do Alto Solimões,

o INM tem a estação Benjamin Constant # 82410 e conta com observações sobre as variáveis

climáticas: Temperaturas, Umidade Relativa, Vento, Precipitação, Evaporação, Insolação,

Visibilidade e Nuvens do Gênero. As séries temporais dessas variáveis vêm desde o século

passado. Também existem os dados meteorológicos, da Força Aérea Brasileira no Aeroporto

Internacional de Tabatinga. As observações sobre o numero de casos de malárias serão fornecidas

pela Secretaria de Saúde Estadual Susam. Quando se tiver os valores das variáveis, tanto climáticas

como de saúde, realizar-se-ão análises gráficas entre ambos os tipos de variáveis, para encontrar

possíveis conexões com a frequência de casos de malária. Nas situações em que é possível inferir

dependências, se procederá fazer uma modelação matemática de forma que as possíveis correlações

entre variáveis climáticas e variáveis da malária fiquem determinadas.

Proposta 2. Validação das relações encontradas entre variáveis meteorológicas e número de casos

positivos da malária. Usando outros municípios do Estado, como por exemplo: Tabatinga, se

procederá validar as relações encontradas na primeira proposta. Para validar se usarão os dados de

meteorologia e malária desse outro município, com esses dados e as relações encontradas se

utilizará a previsão para os casos da malária presente nesse lugar. Se existe concordância entre os

casos de malárias e as previsões, se poderá considerar como válidas essas relações. Para o exame da

validade se usará métodos da estatística matemática, em particular testes de ajustes.

Proposta 3: Predizer o surgimento de surtos de malárias por meio dos modelos estatísticos

matemáticos encontrados. Nesta proposta se desenvolvem propriamente as predições dos surtos de

malárias. Avaliando-se os resultados obtidos com aqueles que poderiam haver sido obtidos se o

surto da malária no se predize. Confeccionar-se- á um sistema informático para a predição

automática dos surtos de malárias, a partir de dados climáticos. A predição dos surgimentos de

surtos de malárias a partir de combinações de fatores climáticos que estiverem presentes permite

atuar contra possíveis endemias dessa doença, tanto pelo saneamento ambiental como colocando a

infraestrutura da saúde adequada para seu controle. Dessa forma, diminuiriam-se os altos custos

originados pela malária.

Desde que existam condições para o desenvolvimento do projeto, pode-se começar com a proposta

de se encontrar possíveis conexões entre variáveis climáticas e frequência de casos de malária. Os

modelos encontrados serão validados em outros pontos da geografia da Amazônia para depois

elaborar os sistemas de predição do surgimento de surtos de malárias a partir de determinados

comportamentos climáticos.

Principais objetivos: Encontrar na Amazônia possíveis dependências entre variável climáticas e o

comportamento da malária, para predizer os surgimentos de surtos de malárias a partir de

combinações de fatores climáticos que estiverem presentes. Dessa maneira pode-se atuar contra

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possíveis endemias dessa doença, tanto pelo saneamento ambiental como colocando a infraestrutura

da saúde adequada para seu controle.

Local de execução: Municípios de Alto Solimões, Sede: Centro de Estudos Superiores da UEA em

Tabatinga.

Instituição: Universidade do Estado do Amazonas

Telefone: 97.3412-4192

Fax: 97.3412-4192

E-mail: ubpaz@ uea.edu.br

Endereço: Avenida Amizade # 74

Tabatinga-AM, Brasil

CEP: 69640000

■ Referências

LOPES, P, ALVES, J., LOURENÇO, P. Utilização de detecção remota para a determinação de

zonas de risco de contaminação por malária e a influência das alterações climáticas globais na

sua expansão – Região de Algarve como caso de estudo.

http://air.dcea.fct.unl.pt/pedro_garrett/papers%5CRSMalaria.pdf. MARTINS, F.S.V.

CASTINEIRAS, T.M.PP; PEDRO, L.G.F. Malária. http://www.cives.ufrj.br/informacao/

malaria/mal-iv.html 12-09-2005. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE (OPAS/

OMS)- BRASIL Informativo: Clima e Saúde 13 de Novembro de 2000. SUCEN Superintendência

de controle de endemias MALARIA, http://www.sucen.sp.gov. br/doencas/ index.htm 2005.

McMICHAEL, A.J.; FOSTER, A.. Implicações da mudança do clima na malária em Karnataka,

índia. Maio 2005. www.brown.edu/Research/EnvStudies.Theses/full9900/creid/

climate_change_and_malaria.htm

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Mulheres amazônidas fazendo a sua própria diferença

Vera Lúcia Lourenço Gurgel

Descrição resumida da proposta do projeto: O projeto tem na sua proposta o fortalecimento

organizacional voltado para o desenvolvimento empreendedor com sustentabilidade, buscando o

seu por meio do desenvolvimento organizacional e empoderamento para gerar renda, melhoria da

qualidade do tecido social comunitário e melhoria de vida das pessoas atores do projeto por meio

da incubação de pequenos negócios sustentáveis.

Principais objetivos: Fortalecimento organizacional; capacitação voltada para negócios

sustentáveis; incubação de grupos caminhando para a formalização de empresa cooperativa;

empoderamento e auto gestão do grupo; utilização e transformação de recursos naturais sem

degradar a natureza.

Local de execução: Porto Acre e Bujarí.

Instituição: Cooperativa Incubadora e Gestão Avançada – Ciga

Telefone: 68.3222-7390

Fax: 68.3227-1993

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua das Palmas, 136

Rio Branco-AC, Brasil

CEP: 69910560

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O fazer virtuoso: geração de renda, empoderamento e consciência ambiental no igarapé Mata

Fome

Voyner Ravena Canete

Descrição resumida da proposta do projeto: O objetivo do projeto está relacionado à busca da

reconstrução da autoestima por meio da geração de renda em mulheres de áreas caracterizadas pela

exclusão social com vistas à formação de atores sociais proativos e participativos em uma

perspectiva de gênero. A reconstrução da autoestima viabiliza também para essas mulheres uma

nova relação com a família, com a comunidade e com elas mesmas, o que finda por caracterizar um

processo de empoderamento que se espraia, das relações pessoais e domésticas, para outras áreas

do cotidiano, assim como na relação e contribuição na comunidade em que esse grupo de mulheres

atua. Além do aspecto econômico torna-se necessária a perspectiva de multiplicar a experiência,

consolidando, assim, a proposta de criação de agentes multiplicadores da metodologia empregada.

O projeto aqui proposto busca consolidar um grupo de empreendedoras mediante uma experiência

já iniciada de geração de renda. A atividade base a ser desenvolvida é a realização de uma

qualificação e capacitação para atividades de reciclagem de papel e fibras de um grupo de 25

mulheres, com atuação na comunidade Bom Jesus, às margens do Igarapé Mata Fome avançando

com a proposta institucional da Unama que tem na questão de geração de renda a partir da ótica de

gênero, especificamente o empoderamento da mulher, um de seus focos de atuação. O objetivo do

projeto visa à busca de reconstrução da autoestima por meio da geração de renda em mulheres de

áreas caracterizadas pela exclusão social, com vistas à formação de atores sociais proativos e

participativos em uma perspectiva de gênero. O projeto, voltado para a geração de renda, busca

consolidar um grupo de empreendedoras mediante uma experiência já testada em outras duas

comunidades do entorno do igarapé Mata Fome e agora desdobrada para a comunidade Bom Jesus.

Principais objetivos: Capacitar e qualificar um grupo de mulheres para atuar como agente de

geração de renda na área do igarapé Mata Fome; capacitar e qualificar um grupo de especialistas

denominado como promotoras legais de saúde e direito com vistas a uma atuação destas enquanto

agentes multiplicadores das informações adquiridas; consolidar e manter um espaço de

empoderamento da mulher onde as informações para o acesso para o acesso aos direitos das

mulheres sejam garantidos; consolidar um espaço de empoderamento da mulher por meio da

multiplicação da metodologia utilizada na área do igarapé Mata Fome.

Local de execução: Comunidade Bom Jesus (bairro do Tapanã) às margens do igarapé Mata Fome.

Instituição: Universidade da Amazônia – Unama

Telefone: 91.4009-3120

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Fax: 91.4009-3012

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. Alcindo Cacela, 287

Belém-PA, Brasil

CEP: 66060000

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Pastoral da Criança

Zilda Arns Neumann

Descrição resumida da proposta do projeto: A Pastoral da Criança é uma rede de solidariedade

formada mais de 242 mil pessoas capacitadas, trabalhando voluntariamente em todo o Brasil, no

combate à desnutrição e à mortalidade infantil e colaborando para a melhoria da qualidade de vida

das crianças brasileiras. É um serviço de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

– CNBB, que acompanha gestantes e crianças em bolsões de pobreza e miséria de todo o País,

independente de cor, raça, crença religiosa ou política.

Principais objetivos: A Pastoral da Criança desenvolve uma série de ações básicas de saúde,

nutrição, educação e cidadania em favor da gestante e do desenvolvimento integral da criança. Os

familiares das crianças acompanhadas, especialmente as mães, aprendem a valorizar e trabalhar

com vigilância nutricional, a identificar problemas de desnutrição, fortalecer o aleitamento

materno, alimentação enriquecida, controle de doenças respiratórias e diarreia, uso do soro caseiro,

prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e de acidentes domésticos, e outras ações que

propiciam condições saudáveis para o desenvolvimento da criança. A Pastoral da Criança

desenvolve ações simples, baratas e facilmente replicáveis, para chegar às comunidades que mais

necessitam de apoio.

Local de execução: Região Amazônica.

Instituição: Pastoral da Criança

Telefone: 41.336-0250

Fax: 41.336-9940

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua Jacarezinho, 1691

Curitiba-PA, Brasil

CEP: 80810900

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Categoria ambiental

Monitoramento das áreas de atuação da Petrobras: potenciais impactos e riscos ambientais

da indústria do petróleo e gás no Amazonas – Piatam

Alexandre Almir Ferreira Rivas

Descrição resumida da proposta do projeto: A nova postura mundial e, particularmente

amazônida, sobre as questões ambientais tem exigido um constante monitoramento das atividades,

principalmente daquelas consideradas potencialmente poluidoras. Nesse cenário, a indústria do gás

e do petróleo do Estado do Amazonas vem buscando cada vez mais entender o ambiente

amazônico, a fim de melhor compreender os efeitos de suas atividades sobre esse exuberante e, ao

mesmo tempo, frágil ecossistema. Apesar de todo o esforço que essa indústria tem envidado no

sentido de desenvolver ferramentas para ajudar no monitoramento e na gestão ambiental da ativida-

de, existem, ainda, muitas oportunidades de melhoria para que esses esforços se tornem efetivos.

Assim, considerando-se a necessidade de ampliação da base do conhecimento ecológico, social e

econômico, a Universidade Federal do Amazonas – Ufam, o Instituto de Pesquisas da Amazônia –

Inpa, a Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica – Fucapi e o Instituto

Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia – Coppe, num esforço

convergente de interesses com a Petrobras e com a Financiadora de Estudos e Projetos – Finep,

apresentam o Piatam que, criado em 2000 como um projeto da Ufam, se transformou em um

programa interinstitucional de grande relevância para a geração do conhecimento necessário à

adequada conservação dos recursos naturais da Amazônia.

Com a denominação “Monitoramento das áreas de atuação da Petrobras: potenciais impactos e

riscos ambientais da indústria do petróleo e gás no Amazonas”, o Piatam é um grande programa de

pesquisa socioambiental criado para monitorar as atividades de produção e transporte de petróleo e

gás natural no Estado. O objetivo principal do programa é realizar a caracterização ambiental na

área de atuação da Petrobras no Estado do Amazonas, por meio da construção de séries históricas

úteis ao monitoramento ambiental. Além desse monitoramento, o programa também possui várias

ações de extensão por meio das quais busca contribuir para a melhoria da qualidade de vida das

populações amazônicas, particularmente aquelas que residem nos quase 400 km ao longo das

margens do Rio Solimões, onde o programa atua diretamente. Todo os produtos gerados no Piatam

têm por base excursões padrões que ocorrem quatro vezes por ano, coincidindo com o período

hidrológico do Solimões/Amazonas, ou seja, seca, enchente, cheia e vazante. Nessas excursões,

pesquisadores das várias áreas interagem entre si e com as comunidades onde o Piatam operar.

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Todo o trabalho realizado no campo é transferido para uma base de dados integrada, residente no

Sistema de Proteção da Amazônia – Sipam, a partir da qual pesquisadores geram várias

informações úteis ao monitoramento e conservação ambiental. Os principais resultados do

programa são a construção de uma série histórica de dados ambientais e sociais organizados numa

base de dados integrada e geo-referenciada; desenvolvimento de um sistema de gestão de projeto

ambiental que permite importantes ganhos de eficiência e eficácia no uso dos recursos escassos;

importante interação com as comunidades tradicionais que habitam a Região e que veem no Piatam

uma oportunidade de desenvolver uma relação do tipo ganho-ganho; desenvolvimento de

indicadores ambientais e sociais para uso na gestão ambiental e descobrimento de sítios

arqueológicos importantes para a história de uso e ocupação da Amazônia.

Por seus resultados altamente positivos, o Programa Piatam estimulou a criação do Piatam Mar,

cuja área de abrangência compreende os Estados do Amapá, Maranhão e Pará. Ele também é

modelo para a Petrobras para criação do Piatam Oceano, o qual cobrirá a área oceânica da

Amazônia. Atualmente as áreas de pesquisa do Piatam são arqueologia, doenças tropicais,

entomologia, flora, ictiofauna, limnologia, macrófitas aquáticas, Solos, modelagem ambiental e

sensoriamento remoto, socioeconomia, história e meio ambiente, tecnologia da informação,

comunicação, design e multimídia e gestão.

Principais objetivos: O Programa Piatam desenvolve importante papel na aglutinação de

competências, por meio da contribuição das ações da Petrobras no Estado, do aumento na sinergia

entre projetos de pesquisas local, nacional e internacional, e da geração de produtos importantes

para a sociedade.

OBJETIVO GERAL

Caracterização ambiental na área de atuação da Petrobras no Estado do Amazonas, por meio da

construção de séries históricas necessárias ao monitoramento ambiental, gerando dados e

informações sistematizados; contribuição na identificação de ações indispensáveis ao

desenvolvimento das populações ribeirinhas.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Construir um sistema de informações geo-referenciadas aplicado ao planejamento, controle e

prevenção de danos socioambientais causados pelas atividades da indústria de petróleo e gás na

Amazônia, de forma a evitá-los e a reduzir seus potenciais impactos nos ecossistemas da região e

nas populações ribeirinhas; desenvolver uma metodologia para análise integrada dos dados

socioeconômicos e de segurança, meio ambiente e saúde, de modo a elaborar uma rotina de

diagnósticos periódicos como subsídio ao planejamento das atividades da indústria; criar uma

interface segura a ágil para o intercâmbio de dados e análises entre o banco de dados integrado

Piatam-Sipam, as instituições participantes do projeto e a indústria do petróleo; implementar a

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utilização de sistemas de monitoramento e modelagem ambiental por meio de recursos tecnológicos

de última geração; identificar ações e oportunidades para a promoção da melhoria da qualidade de

vida das populações humanas na área de atuação da indústria de petróleo e gás no Amazonas; gerar

recursos humanos qualificados para trabalhar as questões de preservação ambiental e

desenvolvimento sustentável na Amazônia.

Local de execução: Universidade Federal do Amazonas – Ufam.

Instituição: Universidade Federal do Amazonas – Ufam

Telefone: 92.3086-2920

Fax: 92.3647-4062

E-mail: [email protected], [email protected], [email protected]

Endereço: Av. Gen. Rodrigo Octávio Jordão Ramos, 3000, Campus Universitário, Reitoria. Bairro

Coroado I. Manaus-AM, Brasil

CEP: 69077000

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Projeto piloto de recuperação da mata ciliar do igarapé do Parque Municipal do Mindu

Antônio de Lima Mesquita

Descrição resumida da proposta do projeto: O projeto em questão é prioritário para as áreas de

fragmentos florestais urbanos de Manaus, pois essa unidade municipal vem sofrendo a degradação

ambiental em função do rápido crescimento populacional da cidade de Manaus. Uma alternativa

viável para a preservação do igarapé do Parque do Mindu é a recuperação de sua mata ciliar, visto

que esse ecossistema desempenha importantes funções hidrológicas como filtragem de sedimentos

e nutrientes, controle no aporte de nutrientes, da erosão e ainda da temperatura do ecossistema

aquático. Além disso, a mata ciliar tem como função primordial o equilíbrio e manutenção da

biodiversidade, pois se constitui em abrigo e alimentação para ictiofauna, avifauna e mamíferos em

geral, por isso a existência ou recuperação. Diante desse contexto, a Ambiental Amazônia submete

este projeto ao Prêmio Samuel Benchimol, acreditando que o projeto contribuirá para a manutenção

do equilíbrio ecológico do Parque Municipal, bem como promoverá a sensibilização ambiental da

comunidade do entorno e uso racional dos recursos naturais.

Principais objetivos: Recuperação da Mata Ciliar do Igarapé do Parque do Mindu, com vistas à

melhoria da qualidade ambiental da área e do entorno do Parque; realizar 12 Palestras sobre

Educação Ambiental no Bairro do Parque Dez (Parque do Mindu); instalar Viveiro Rústico em área

selecionada no Parque Municipal do Mindu; treinar e capacitar 25 comunitários como agentes

multiplicadores de educação ambiental junto à comunidade, assim como instrutores no programa de

recomposição da mata ciliar mediante o replantio de espécies nativas ao longo do Igarapé do

Mindu; realizar duas campanhas ambientais na Comunidade do Bairro do Parque Dez; realizar

Plantio de 5.000 (cinco mil) mudas de espécies nativas ao longo do igarapé do Parque Municipal do

Mindu; elaborar mapas temáticos da Cobertura Vegetacional do Parque Municipal do Mindu para o

monitoramento desse ambiente fitoecológico; e, possibilitar o incremento na taxa de C02 visando à

inclusão do Parque Municipal no mercado internacional de Crédito de Carbono.

Local de execução: O Parque Municipal do Mindu está localizado no perímetro urbano de

Manaus, no bairro do Parque Dez de Novembro, ocupando uma superfície aproximada de 30,95 ha.

Instituição: Empresa Ambiental Amazônia Ltda.

Telefone: 92.3642-4898

Fax: 92.3642-4898

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua Peru, número 13, Conjunto Eldorado, Parque Dez.

Manaus-AM

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CEP: 69050500

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Impacto ambiental e consequências socioeconômicas da expansão da agricultura no sudoeste

da Amazônia

Carlos Clemente Cerri

Descrição resumida da proposta do projeto: A crescente demanda de grãos, fibras e carne para

exportação tem acarretado significativas mudanças no cenário agrícola em todo território brasileiro.

Áreas nativas estão sendo ocupadas por pastagem e agricultura. Terras ocupadas com pastagem

estão sendo convertidas para agricultura, e aquelas em uso agrícola há mais tempo estão sendo

submetidas a sistemas de manejo mais intensivos e tecnicamente mais avançados. Os dois

primeiros usos e mudanças de uso da terra vêm ocorrendo em grandes proporções e de forma

bastante acelerada na Amazônia Legal. A atual fronteira agrícola, provavelmente a mais extensa do

mundo, abrange uma área com mais de 1 milhão de km2 nos Estados de Mato Grosso e Rondônia.

As mudanças no uso e cobertura da terra que vêm ocorrendo nos últimos 30 anos certamente estão

causando significativos impactos ambientais globais, sobretudo no que se refere ao aquecimento da

Terra. Além disso, a intensificação do uso agrícola pode estar provocando degradação das terras em

escalas regional e local.

A presente pesquisa baseia-se na hipótese de que a expansão agrícola no sudoeste da Amazônia tem

grande impacto ambiental, pois potencializa significativamente a emissão de gases do efeito estufa

– GEE para a atmosfera, tanto pelo desmatamento como pela degradação da matéria orgânica do

solo, embora gere benefícios socioeconômicos importantes, apesar de temporários, para a Região.

O objetivo principal é avaliar o impacto ambiental provocado pelo uso e mudança do uso da terra

no sudoeste da Amazônia nos últimos trinta anos no que se refere às emissões de gases do efeito

estufa (C02, CH4 e N20), expressos em C02 eq. Em complemento será avaliada a intensificação da

degradação da matéria orgânica do solo, fonte natural dos gases do efeito estufa, e seu efeito sobre

a produtividade agrícola.

Esta pesquisa também se propõe a analisar as implicações socioeconômicas em função da expansão

agrícola na Região que, juntamente com os objetivos anteriores, constituem elementos

indispensáveis para a formulação de planos de política pública que visam ao desenvolvimento

sustentável da Região. Para atingir o objetivo desta pesquisa multidisciplinar, faz-se necessária a

participação de pesquisadores com especialidades distintas. O cumprimento das atividades

propostas requer técnicas de geoprocessamento envolvendo sistema de informação geográfica e

sensoriamento remoto, viagens ao campo para coleta de solo, planta e gases, e levantamento de

dados socioeconômicos. Análises convencionais e isotópicas de atributos físicos, químicos e

biológicos do solo, avaliação das alterações na taxa de emissão dos gases oriundos do solo em

função da conversão do uso da terra e adoção de diferentes sistemas de manejos (convencional e

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conservacionistas) completam o elenco de parâmetros a serem analisados. Para o tratamento dos

dados gerados será necessária a participação de especialistas em modelagem matemática, análises

estatísticas e de incertezas e em diversos aspectos de socioeconomia.

A estimativa da emissão de GEE para a atmosfera nos últimos 30 anos será efetuada para toda a

área dos Estados de Rondônia (239.349 km2) e Mato Grosso (907.035 km2). Esse cálculo

contemplará as emissões, quantificadas em condições de campo e laboratório, em função da

conversão dos diferentes tipos de vegetação nativa (floresta, cerradão e cerrado) em outros usos

(pecuária e agricultura), e também por causa dos diferentes usos da terra (pastagem, arroz, soja,

milho, algodão e suas respectivas culturas de sucessão) e práticas de manejo (sistemas

conservacionista e convencional).

No que se refere à degradação da matéria orgânica do solo – MOS serão avaliados aspectos

quantitativos (diferença dos estoques de C e N do solo com e sem interferência antrópica) e

qualitativos (origem do carbono introduzido no sistema solo, atividade biológica e estabilidade

estrutural do solo). Para obter os estoques de carbono e nitrogênio e qualidade da MOS, serão

coletadas amostras de solo nos vários locais representativos cobertos por diferentes tipos de

vegetação nativa, pastagem, culturas agrícolas e sistemas de manejo.

Os resultados obtidos na presente pesquisa, em associação com aqueles da literatura, serão

utilizados para alimentar modelos de simulação da dinâmica da MOS e emissão de GEE

contemplando cenários atuais, retrospectivos e prospectivos. Os resultados, associados com outros

da literatura, também constituirão uma importante base de dados de GEE, MOS e socioeconomia.

Durante o desenvolvimento do projeto, pretende- se organizar simpósios, seminários, cursos,

palestras, publicações técnicas e científicas e divulgação na mídia especializada para difundir os

conhecimentos. A interpretação dessas informações será oferecida a instituições que tratam de

políticas públicas ambientais.

Principais objetivos: O objetivo principal é avaliar o impacto ambiental provocado pelo uso e

mudança do uso da terra no sudoeste da Amazônia em função das emissões de gases do efeito

estufa (C02, CH4 e N20) nos últimos 30 anos. Em complemento, será avaliada a degradação da

matéria orgânica do solo, fonte natural dos gases do efeito estufa, e a produtividade agrícola. Essa

pesquisa também se propõe a analisar as implicações socioeconômicas em função da expansão

agrícola na região que, juntamente com os objetivos anteriores, constituem elementos

indispensáveis para a formulação de planos de política pública que visam à produção de alimentos

associadas ao desenvolvimento sustentável da região.

Como objetivos específicos destacam-se: estimar os estoques de carbono e nitrogênio contidos na

biomassa vegetal aérea dos principais tipos de vegetação nativa (floresta, cerradão e cerrado) e

avaliar as emissões de GEE em função da conversão para pastagem e agricultura; estimar os fluxos

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(emissões/absorções) de GEE do solo em função do uso e cobertura da terra com pastagem e

culturas agrícolas sob sistemas de manejo conservacionista e convencional; estimar os estoques de

carbono e nitrogênio dos solos e outros atributos físicos, químicos e biológicos antes da

interferência antrópica na região e suas mudanças em razão dos cultivos e sistemas de manejo;

calcular as quantidades totais de C02, CH4 e N20 e expressá-las em termos de equivalente em C02.

Esses dados são básicos para pesquisas que avaliam a contribuição do uso e da mudança do uso da

terra no aquecimento global; Simular, por meio de modelagem matemática, os efeitos nos atributos

do solo e emissão de GEE em função dos diferentes cenários atuais, retrospectivos e prospectivos

de uso da terra e sistemas de manejo adotados para a produção de alimentos; analisar os impactos

socioeconômicos positivos e negativos decorrentes das mudanças do uso da terra, por meio de ciclo

de seminários e workshopscom a participação de especialistas; transferira base de dados e demais

informações científicas e tecnológicas obtidas nesta pesquisa a instituições de ensino e pesquisa e

órgãos governamentais que tratam de políticas públicas visando ao desenvolvimento sustentável da

região e do País; formar e/ou aperfeiçoar recursos humanos no âmbito de graduação e pós-

graduação de instituições locais e regionais, por meio de cursos de extensão universitária e

palestras sobre as informações obtidas e que servirão de base para o processo de educação

ambiental.

Local de execução: Rondônia e Mato Grosso.

Instituição: Cena/USP

Telefone: 19.3429-4727

Fax: 19.3429-4726

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. Centenário, 303

Piracicaba-SP, Brasil

CEP: 13416000

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Remuneração por preservação: oportunidade amazônica no Protocolo de Quioto

Denis Minev

Descrição resumida da proposta do projeto: A Amazônia, a despeito de previsões milenaristas

catastróficas, entra no século XXI como a maior e mais bem preservada floresta mundial e uma

grande fornecedora internacional de serviços de sequestro de carbono da atmosfera. O Brasil, a

despeito de ter seu território largamente ocupado pela floresta e, portanto, ser o maior fornecedor

de tais serviços, nunca foi remunerado.

Nos últimos anos, finalmente, foram desenvolvidos mecanismos para a recompensa de iniciativas

que reduzem a emissão de carbono à atmosfera, no contexto do Protocolo de Quioto. Esses

desenvolvimentos apresentam uma grande oportunidade aos proprietários da Amazônia.

Esta proposta, por sua vez, está voltada a apontar uma alternativa que beneficie a Amazônia nesta

nova conjuntura internacional. No contexto desta proposta, em longo prazo, estima-se um potencial

de renda de R$45 bilhões por ano. A proposta é a criação de um sistema no qual se estabelece um

limite estadual de desmatamento. Permissões negociáveis de desmatamento (totalizando o limite

estadual de desmatamento) seriam leiloadas, sendo que a renda seria arrecadada aos cofres

públicos. As permissões poderiam, se não utilizadas para desmatar a floresta, ser transformadas em

CERs (Certificate of Emissions Reduction, ou Certificado de Redução de Emissões), instrumentos

negociáveis de sequestro de carbono no mercado internacional. Dessa forma, pela primeira vez,

seriamos remunerados pela não-utilização da Amazônia. A maior dificuldade seria negociar com o

conselho executivo da UNFCCC (United Nations Framework Convention on Climate Change-

órgão ambiental da ONU) a aceitação de reduções de desmatamento como unidades de redução de

emissões de carbono. Atualmente tais reduções não são reconhecidas.

Principais objetivos: Esta proposta seria mais uma ruminação de propostas anteriores se o

contexto mundial não tivesse evoluído. A comunidade internacional vem caminhando desde 1992,

com a assinatura de mais de 180 países da UNFCCC, que iniciou o processo de redução da emissão

de GHG. Esse acordo evoluiu para o Protocolo de Quioto, no qual países desenvolvidos signatários

se comprometem a reduzir suas emissões de GHG aos níveis de emissão de 1990.

Uma proposta brasileira ao secretariado da convenção em Bonn, em 1997, evoluiu para a criação

do CDM (Clean Development Mechanism, ou Mecanismo de Desenvolvimento Limpo): caso os

países signatários não consigam reduzir suas emissões aos níveis estipulados ou descubram que tais

reduções são demasiado custosas para suas economias, o Protocolo de Quioto criou um mecanismo

para que esses países comprem CERs junto a países em desenvolvimento que tenham projetos de

CDM. Assim, reduções em países emergentes poderiam ser contabilizadas como reduções de

emissões por um país desenvolvido.

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Um projeto CDM reduz, de forma não trivial, o volume de GHG que teria sido emitido à atmosfera

de outra forma. Os CDMs são a forma mais eficiente encontrada para reduzir emissões de GHG,

pois esses projetos são efetuados onde reduções de emissões são menos custosas (guiados pela mão

invisível de Adam Smith, um dos mecanismos mais brilhantes imaginados por economistas nos

últimos anos) e, portanto, podem gerar o melhor bem social e econômico.

Além do benefício de reduzir emissões de GHG CDMs trazem as seguintes vantagens: para países

em desenvolvimento, permite obter investimentos e renda de forma limpa e para países

desenvolvidos, permite alcançar os objetivos estabelecidos no Protocolo de Quioto a um custo mais

baixo.

CDMs já são uma realidade, mesmo no Brasil, onde um número razoável de projetos tem sido

autorizado, recebendo os valiosos CERs, unidades que têm sido vendidas no mercado internacional

a preços atraentes. Este ano, por exemplo, o valor de uma CER (equivalente à economia de emissão

de uma tonelada de GHG por ano) tem flutuado entre Euro 8 e 15. A maioria dos projetos

atualmente gera reduções de emissões entre 100 mil e 500 mil toneladas, que são considerados de

relativo pequeno porte.

Os parâmetros principais para um projeto qualificar como CDM (o que é essencial para obter

CERs) são: ir ao encontro dos objetivos de desenvolvimento sustentável do país-sede; reduzir

emissões de GHG além do business as usual; levar em consideração emissões fora do projeto mas

atribuíveis ao projeto; estar em país signatário do Protocolo de Quioto (o que o Brasil é).

Existem hoje alguns sérios entraves a qualificação e investimento em reduções de emissões da

floresta. Os principais são os três seguintes:

1. Limitações de emissão de CERs ligados a atividades florestais, dado que o foco principal

das emissões atuais aparenta ser por vias de atividades industriais. Guias que explicam a

implementação de um projeto CDM focam sempre em atividades que reduzem emissões e

não atividades que evitam emissões, que seria o caso da Amazônia. Para análise de

propostas de CDM foi criado um conselho executivo do CDM, nomeado pelos países

signatários da UNFCCC; este seria o principal órgão a ser convencido científica e

politicamente, da validade de reduções de desmatamento para consideração como CDMs.

2. A demanda por CERs é projetada de ser relativamente pequena até 2010. Dada a magnitude

amazônica, essa demanda é uma fração do nosso potencial. Estimativas do mercado de

negociação de carbono para 2010 variam entre 100 e 500 milhões de toneladas por ano

(CERs), a um preço estimado de US$11 por tonelada, fazendo com que o mercado potencial

seja de US$5,5 bilhões em 2010.

3. A duração limitada dos comprometimentos com o Protocolo de Quioto, que têm poder legal

somente até 2011. A partir de então um novo tratado deve ser estabelecido, indicando novas

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metas. Tal incerteza deve ser considerada em qualquer esforço concentrado; caso a

incidência de eventos catastróficos naturais aumente até lá (que parece ser o caso com

furacões, enchentes e secas mais frequentes no nível global), é provável que um novo

protocolo seja adotado com medidas mais restritivas e com a participação de vossa senhoria,

superpotência mundial.

4. O Governo Federal atualmente dá prioridade a reflorestamento e não a não-

desflorestamento, conforme o texto abaixo do sítio do Ministério da Ciência e Tecnologia:

“Em princípio, dar-se-ia prioridade no Brasil para projetos de: • Fontes renováveis de

energia; • Eficiência/conservação de energia; • Reflorestamento e estabelecimento de novas

florestas; • Outros projetos de redução de emissões: projetos de aterros sanitários e projetos

agropecuários. De acordo com o ponto de vista do governo brasileiro, que segue a lógica do

ponto de vista da atmosfera, são esses os projetos que efetivamente podem contribuir para a

mitigação da mudança do clima”.

Para qualquer mudança internacional que valorize a preservação da Amazônia é necessário ter o

apoio e esforço de várias esferas do governo. Dentre estas, a mais importante é a Comissão

Interministerial de Mudança Global do Clima, a autoridade nacional que supervisiona projetos

CDM no Brasil. O Brasil é um dos países que tem se manifestado com mais intensidade na

implementação do Protocolo de Quioto (mais informações no sítio www.mct.gov.br/clima/quioto),

buscando, assim, trazer benefícios não só ambientais mas econômicos também. É importante que

essa visão empresarial do Ministério seja estendida à valorização da Amazônia para maximizar os

benefícios ao País e finalmente estabelecer um regime que justifique, nas palavras do Professor

Benchimol, o nadir econômico-social em que vive o homem amazônico frente ao zénite ambiental

à sua frente. Neste novo contexto mundial que começa a reconhecer o valor monetário de serviços

ambientais, o Brasil continua seguindo o caminho austero e altruísta de conter o desenvolvimento

amazônico em troca de apertos de mão. É razoável esperar que a Amazônia, como grande

provedora de serviços ambientais, seja também grande beneficiária desse processo.

Local de execução: Qualquer município ou Estado da Amazônia.

Instituição: Sociedade Fogás

Telefone: 92.8114-7366

Fax: 92.362-21354

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua Fortaleza, 523 Apto. 1400

Manaus-AM, Brasil

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CEP: 69057080

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Desenvolvimento de tecnologias agroecológicas inovadoras para o fortalecimento da cadeia

produtiva do frango caipira na região do Portal da Amazônia

Domingos Jari Vargas

Descrição resumida da proposta: O objetivo do projeto “Desenvolvimento de tecnologias

agroecológicas inovadoras para o fortalecimento da cadeia produtiva do frango caipira na região do

Portal da Amazônia” é de gerar e repassar conhecimentos sobre as boas práticas de produção de

frango caipira à base de ração alternativa. Serão desenvolvidas atividades de mobilização e

capacitação nos polos de atuação e visitas técnicas em todos os municípios. Sua duração é de dois

anos e meio. O projeto pretende realizar pesquisas e diagnóstico participativo com os agricultores

familiares da Região Amazônica sobre espécies típicas da Região Amazônia e da agricultura

familiar como alternativas para fórmulas de ração, estimulando a diversificação de culturas e

diminuindo os custos produtivos do frango caipira.

O projeto vai atender cerca de 70 famílias de agricultores familiares que são produtores de frango

caipira nos sete municípios da região do Portal da Amazônia, sendo eles: Terra Nova do Norte,

Guarantã do Norte, Matupá, Nova Santa Helena, Marcelândia, Alta Floresta, Carlinda. Serão

implantadas duas unidades de Fabricação de Ração Alternativa para frango caipira e uma Unidade

Agroindustrial de abate e processamento de frango caipira, todas em locais estratégicos que vão

beneficiar a todos os produtores. Serão ministrados cursos de formação e capacitação em

cooperativismo e associativismo. O investimento em qualidade de produto e na formação do capital

social e humano irão gerar resultados positivos para a região do Território do Portal da Amazônia

na forma de inclusão social, preservação ambiental e melhoria de renda para as famílias dos

agricultores. No final do projeto serão realizadas ações de intercâmbio e divulgação dos resultados

práticos e avanços conquistados e gerados a partir do projeto.

Principais objetivos: GERAL – Gerar alternativas de aumento de renda e melhora da qualidade de

vida do produtor rural da região do Território Portal da Amazônia; promover a inclusão social, a

redução da pobreza rural em famílias assentadas, por meio da criação e comercialização de frango

caipira; fortalecer e incentivar no Território do Portal da Amazônia ações de associativismo e

Cooperativismo. ESPECÍFICOS – Desenvolver a atividade de produção de frango caipira entre

agricultores familiares e assentados na região do Território do Portal da Amazônia; pesquisar e

disseminar formas alternativas e tecnologias inovadoras para compor a ração do frango caipira com

produtos oriundos da Amazônia; conceituar, por meio de palestras e reuniões, a ideia de

desenvolvimento sustentável e a importância da cultura local em agregar valores à renda familiar;

realizar, a partir de oficinas de trabalho, diagnósticos participativos para identificar e elencar as

prioridades e organização do trabalho; estruturar e/ou fortalecer as associações/cooperativas

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existentes na região do Território Portal da Amazônia; ministrar cursos de aperfeiçoamento sobre a

produção coletiva e associativa; estudar e criar condições e possibilidades junto aos órgãos

competentes sobre a realização de feiras para produtos da agricultura familiar e produtos orgânicos;

identificar empresas potenciais com interesse na aquisição dos produtos da agricultura familiar;

articular as políticas públicas para o apoio aos processos de organização da produção e

comercialização dos produtos orgânicos da agricultura familiar; construção de um abatedouro e de

uma fábrica de ração para a produção de frango caipira.

Local de execução: A partir do Município de Terra Nova do Norte-MT, sede da Cooperativa dos

agricultores ecológicos do Território Portal da Amazônia – COOPERAGREPA, abrangendo

também os Municípios de Alta Floresta, Carlinda, Guarantã do Norte, Marcelância, Matupá, Nova

Guarita, Nova Santa Helena, Novo Mundo e Peixoto de Azevedo.

Instituição: Cooperativa dos Agricultores Ecológicos do Portal da Amazônia - Cooperagrepa

Telefone: 66.3534-1884

Fax: 66.3534-1884

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua Ceará, 74. Centro

Terra Nova do Norte-MT, Brasil

CEP: 78.505-000

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Criação de minhocas nativas e obtenção de húmus em composto orgânico obtido a partir do

resíduo de pescado

Elisiana Pereira de Oliveira

Descrição resumida da proposta do projeto: O projeto se propõe a empregar resíduo de pescado

que será coletado nas feiras de Manaus, colocado em tambores e cobertos com cal, permanecendo

nesse tambor durante 14 dias para desidratação e descontaminação do resíduo. Esse produto será

compostado com o pó de serragem e material areador (folhas) na proporção de 1:1:1, formando o

substrato a ser utilizado no experimento. Em dez bandejas de 40cmX30cmX10cm contendo o

composto orgânico, serão adicionadas 50 minhocas adultas que serão monitoradas semanalmente

para verificação da reprodução das minhocas, produção de húmus e mortalidade. O húmus

produzido será analisado físico-quimicamente para caracterização dos macro, micro nutrientes e

matéria orgânica incorporados no produto. Esse húmus será utilizado como adubo orgânico na

agricultura familiar, nos jardins públicos, em produção de mudas de plantas nativas da Amazônia.

Principais objetivos: Desenvolver uma tecnologia simples e de baixo custo para o aproveitamento

do resíduo de pescado, originado nas feiras livres de Manaus; avaliar a eficiência do processo de

compostagem utilizando o resíduo de pescado; domesticar minhocas nativas para substituição das

minhocas exóticas no processo de compostagem; Utilizar o húmus produzido como adubo

orgânico.

Local de execução: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa.

Instituição: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa

Telefone: 92.3643-1828

Fax: 92.3643-1925

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. André Araújo, 2936 – Bairro do Aleixo

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69060020

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Oficina-escola de resíduos: proposta para envolvimento e desenvolvimento sustentável do

Tupé, Manaus-AM

Eilen Barbosa de Andrade

Descrição resumida da proposta do projeto: A Reserva de Desenvolvimento Sustentável do

Tupé – Redes do Tupé, localizada na área rural de Manaus-AM, é uma área de proteção ambiental,

integrante do sistema municipal de unidades de conservação e parte componente do mosaico de

áreas protegidas, estaduais e federais, situadas no Baixo Rio Negro, formando o Corredor

Ecológico da Amazônia. A presente proposta será realizada naquela reserva, sob a coordenação da

Universidade Federal do Amazonas – Ufam, por meio do seu Programa Tupé, em parceria com

outras instituições públicas e privadas, além de organizações sociais mas, principalmente, com

participação ativa das populações tradicionais daquela reserva – ribeirinhos, indígenas e caboclos

beneficiando diretamente seis comunidades da reserva e com potencial para beneficiar outras

pequenas comunidades isoladas similares na Amazônia.

Durante os três anos de sua realização, todas as atividades previstas serão desenvolvidas pela Ufam

e seus parceiros, de modo participativo e cooperativo, com estudos e ações integradas, buscando o

necessário envolvimento sustentável, indispensável a qualquer desenvolvimento qualificado como

sustentável. Os recursos humanos, materiais, de infraestrutura e financeiros necessários à realização

dessas atividades serão viabilizados com recursos próprios da Ufam e de seus parceiros, como

também com recursos a serem captados junto a entidades de fomento à pesquisa e ao

desenvolvimento rural sustentável, na expectativa de que o Prêmio Professor Samuel Benchimol

possa viabilizar apenas dois custos indispensáveis para a execução desta proposta: a) o pagamento

de bolsas para alunos da Ufam e para comunitários da Redes do Tupé, com dedicação exclusiva à

execução das atividades desta proposta, e; b) a aquisição de alguns equipamentos e ferramentas

básicas para iniciar a produção e a construção, naquela área protegida, de Módulos Sanitários

Residenciais – MSRs, cujo projeto original já foi desenvolvido pela Ufam e por artesãos da Redes

do Tupé, em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Meio Ambiente –

Sedema/PMM.

Principais objetivos: OBJETIVOS GERAIS – Contribuir para a gestão ambiental participativa da

Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé – Redes do Tupé, por meio da reflexão e da ação

integrada de agentes e agências da sociedade; colaborar para a formação continuada e permanente

dos agentes e agências sociais envolvidos na realização desta proposta, capacitando-os para

qualificar sua reflexão e ação nas etapas de planejamento, execução e avaliação, numa estratégia de

desenvolvimento do capital humano e social; contribuir para geração de ciência e tecnologia, a

partir da valorização da cultura regional e dos conhecimentos e vivências populares e acadêmicas.

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OBJETIVOS ESPECÍFICOS – Planejar, implantar e avaliar um empreendimento comunitário – a

Oficina-escola de resíduos, na Redes do Tupé; produzir Módulos Sanitários Residenciais – MSRs,

em caráter demonstrativo do sistema produtivo a ser implantado na Oficina-escola de resíduos da

Redes do Tupé; implantar, nas comunidades da Redes do Tupé, os MSRs produzidos na Oficina-

escola de resíduos dessa reserva; avaliar a sustentabilidade dos MSRs produzidos e implantados na

Redes do Tupé, como alternativa tecnológica de saneamento básico para pequenas comunidades

isoladas da Amazônia; realizar, ao longo de todo o período de implantação desta proposta,

atividades educativas abordando legislação ambiental, desenvolvimento sustentável, gestão

ambiental participativa, organização social, gestão de empreendimentos, economia solidária,

saneamento básico e demais temas relacionados à realização desta proposta; produzir material

educativo impresso e audiovisual de apoio às atividades desta proposta e para divulgação educativa

dessas atividades e de seus resultados.

Local de execução: Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé – REDES do Tupé, área

rural de Manaus-AM.

Instituição: Universidade Federal do Amazonas – Ufam

Telefone: 92.9981-7690

Fax: 92.3647-4432

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. Gal. Rodrigo Octávio Jordão Ramos, 3000 – Campus UFAM – Faculdade de

Tecnologia – Coroado

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69070000

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Estudo das condições de habitabilidade da comunidade quilombola do Abacatal

Erasmo Borges de Souza Filho

Descrição resumida da proposta do projeto: Esta proposta tem como objetivo o estudo e análise

das condições de habitabilidade na Comunidade do Abacatal, localizada no Aurá, em Ananindeua,

no Estado do Pará, e formada por remanescentes de escravos.

Isso implica um novo olhar sobre o ambiente em seus aspectos físicos, socioeconômicos e culturais,

onde se inserem pessoas, grupos e suas práticas, conceitos, além da troca de saberes e onde se

identificam e vivem.

Pensar o meio ambiente é pensar o meio ambiente como um todo, ou seja, o homem nas suas

múltiplas dimensões, repensando caminhos e alternativas que deem conta do dinamismo presente

no seu espaço de habitalibilidade. Isso implica num conhecer da realidade da comunidade, sua

história de vida, lutas, formas de organização e produção, principais problemas e dificuldades, que

auxilie na busca de políticas e ações voltadas para o fortalecimento da sua identidade e questões

socioambientais.

A partir dos resultados obtidos com este estudo, pretende-se não só dar um retorno reflexivo à

comunidade, mas, principalmente, subsidiar propostas, estratégias e ações com o envolvimento de

instituições acadêmicas e públicas. Nesse aspecto, o resultado desta pesquisa, que se volta para o

processo gradual de melhoria da qualidade efetiva de vida da comunidade, é o de propor estratégias

e iniciativas que possam ser operacionalizadas com políticas públicas saudáveis, tais como: saúde;

habitação; e meio ambiente, na sua totalidade.

O reconhecimento da gama de fatores que influenciam na saúde vem evoluindo desde os antigos

conhecimentos de saneamento básico, dirigido à prevenção e controle de riscos biológicos, até a

situação atual, em que se reconhece a importância da qualidade de vida e comporta uma série de

novos fatores de risco (químicos, psicossociais, físicos, sindrômicos) à saúde presente na habitação

e no péri-domicílio. Existem diversas evidências científicas que mostram que a saúde está muito

relacionada ao modo de viver das pessoas e as interações com o ambiente e não à ideia hegemônica

do determinismo biológico e genético. Os componentes da vida social contribuem para uma melhor

ou pior qualidade de vida.

A Promoção de Saúde como Política de Saúde tem no seu arcabouço princípios como

universalidade, integralidade, equidade, diretrizes de descentralização e organização hierarquizada,

constituindo uma visão ampliada em âmbito nacional e tendo como ponto central sua preocupação

com o processo gradual de melhoria da qualidade de vida, que será obtido pela implementação de

políticas públicas saudáveis. Políticas que exigem a ação intersetorial e uma nova institucionalidade

social, materializada por meio de propostas como a estratégia da saúde da família, desenvolvidas no

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local. Estratégia que deve englobar o paradigma do ambiente como determinantes da saúde e ser

efetivada na habitação, como espaço essencial e veículo de construção da saúde da família.

O desafio está, então, na consolidação da intervenção sobre os fatores determinantes da saúde no

espaço construído entendendo como determinante da saúde a biologia humana, o meio ambiente e

estilos de vida, que são os três elementos que na habitação compõem as principais causas de

enfermidade e morte.

Principais objetivos: Fazer um estudo e análise das condições de habitabilidade, com o propósito

de levantar indicadores para a melhoria da qualidade de vida da comunidade, tendo como pano de

fundo as condições de habitabilidade, e, ao mesmo tempo, sugerir ações e políticas articuladas e

não fragmentadas ou pulverizadas, com os vários níveis do poder público Federal, Estadual e

Municipal.

Local de execução: Comunidade Quilombola do Abacatal, Ananindeua, Pará.

Instituição: Universidade da Amazônia – Unama

Telefone: 91.4009-3120

Fax: 91.4009-3119

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua Municipalidade 949 Ed Marte 302

Belém-PA, Brasil

CEP: 66060902

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A inclusão social por meio do aproveitamento sustentável dos recursos naturais e de solução

tecnológica apropriada

Fernando Santos Folhadela

Descrição resumida da proposta do projeto: No que se refere às estratégias de desenvolvimento,

pode-se caracterizar o final do século XX como sendo aquele que apresentou o esgotamento de

uma estratégia desenvolvimentista, pois elas têm se mostrado ecologicamente predatórias,

socialmente perversas e politicamente injustas, sem que as questões básicas da eficiência produtiva,

da eficácia alocativa, da justiça distributiva e do ordenamento institucional tenham se mostrado de

forma positiva . A busca do desenvolvimento econômico e social, hoje mais do que nunca, tem sido

a esperança de superação de desigualdades, agregação de valor, geração de emprego e renda e

propagação do bem-estar. Essa busca constante faz com que a soberania e a autonomia dos países

passem, em nível mundial, por uma nova leitura. Nessa leitura, estão incluídos o nível de

conhecimento, a educação e o desenvolvimento científico e tecnológico, já que alavancar o

desenvolvimento implica em acelerar a introdução desses elementos, lançando os alicerces

necessários para atingir o objetivo maior que é o de proporcionar qualidade de vida aos habitantes

da terra.

Corroborando com essa busca, o ambiente organizacional do século XXI é o da Sociedade da

Informação. Um ambiente em constante mutação, no qual a informação e o conhecimento

significarão valores mais do que necessários para que as empresas possam compreender essas

mudanças ambientais e, mais do que isso, possam se posicionar de forma competitiva no mercado.

Estamos diante de um novo paradigma técnico-econômico, de acentuada dimensão política (na

medida em que a infraestrutura de informações possibilita novos negócios) e social (em virtude da

sua capacidade de reduzir distâncias entre pessoas e aumentar o seu nível de informação e

conhecimento), gerando um fenômeno transformador global de integração.

Os últimos 20 anos testemunharam uma profunda reestruturação da economia, do papel dos

governos, das empresas e dos indivíduos. Esse contexto ensejou investigações de diversos

pesquisadores de sorte a entenderem, de forma sistemática, os determinantes da introdução de

novas estratégias tecnológicas e seus impactos na produção fabril e de serviços em vários locais,

por um quantitativo de empresas aglomeradas, de vários tamanhos, para a produção de bens e

serviços diferenciados, para serem vendidos em múltiplos mercados, quer sejam eles locais,

regionais ou internacionais.

Nesse sentido, a economia com base em conhecimento parece ser o modelo mais adequado para

uma nação obter o seu desenvolvimento econômico sustentável e estável. No entanto, apenas o

conhecimento não é capaz de gerar riqueza econômica, mas, se o integrarmos a um conjunto de

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ações sinérgicas que harmonizem as ações do Capital Humano, da Pesquisa e do Desenvolvimento,

das Empresas, Instituições e Políticas Governamentais, teremos o ambiente ideal a propiciar os

meios necessários para alavancar os processos de inovação tecnológica, os quais são o clímax da

capacidade intelectual posta em prática.

O Brasil tem apresentado nos últimos anos avanços consideráveis na produção de conhecimento e

geração de inovações tecnológicas, implementando um sistema de C&T&I (Ciência, Tecnologia e

Inovação) bastante abrangente, formado, sobretudo, por instituições de ensino superior, institutos

de pesquisa e empresas públicas e privadas focadas na busca do conhecimento e de sua aplicação

prática no processo produtivo. Não se pode negar, infelizmente, que esse desenvolvimento ocorreu

de forma assimétrica, com forte concentração nas Regiões Sul e Sudeste e sem uma participação

ativa do setor empresarial, principalmente se compararmos o desenvolvimento do Brasil com os

países desenvolvidos do sudeste asiático.

A mobilização da sociedade e do Governo, para estimular um ambiente de participação entre o

setor produtivo integrado ao ambiente de pesquisa localizado nas universidades e institutos se

impõe, com a finalidade de aplicar o conhecimento gerado, na solução de problemas concretos do

dia a dia, produzir riqueza e gerar qualidade de vida. Um instrumento necessário para alavancar

esse ambiente foi a criação dos Fundos Setoriais, como instrumento de articulação e ações

conjuntas, envolvendo as instituições e assegurando recursos estáveis ao financiamento de soluções

que a sociedade espera.

Desde o início dos anos 80, percebe-se o dinamismo tecnológico e competitivo de aglomerações

industriais localizadas em regiões específicas, como por exemplo, o Vale do Silício, nos EUA, os

distritos industriais da Terceira Itália, detentoras de um forte poder de inovação, seja tecnológica ou

mesmo organizacional, e ainda o polo de microeletrônica para próteses, bio-ships, biosensores,

corações artificiais em Otawa, no Canadá, reconhecido cluster de pesquisa médica regional

desenvolvido por meios de fundos específicos.

Nesse contexto, nos países em desenvolvimento como o Brasil, é importante se discutir a

necessidade e a importância dessas aglomerações, pois essas concentrações espaciais de negócios

independentes que se comunicam, dialogam e transacionam para partilhar coletivamente tanto

oportunidades quanto ameaças, gerando novos conhecimentos, concorrência inovadora e chances

de cooperação. Esses aspectos é que deram origem ao tema desenvolvido neste trabalho.

Infelizmente, algumas instituições de ensino, pesquisa, órgãos governamentais e da iniciativa

privada, desconhecem a relação integradora que um Arranjo Produtivo Local – APL tem como

instrumento de desenvolvimento. A partir de sua implementação, muitos problemas podem ser

resolvidos por meio das ações integradoras que a ferramenta apresenta, principalmente no tocante à

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conscientização do papel dos atores promotores do desenvolvimento, como o apoio estatal, político,

financeiro e de articulação com os institutos de pesquisa, agentes de inovação e classe empresarial.

Principais objetivos: Promover a inclusão social e a geração de renda, por meio do

aproveitamento dos recursos naturais e da aplicação de soluções tecnológicas apropriadas

desenvolvidas no Arranjo Produtivo Local – APL de Piscicultura do Estado do Amazonas,

permitindo a geração de alimentos para a subsistência familiar e o surgimento de pequenos

produtores e pequenos empresários entre as famílias assentadas; potencializar a divulgação do

conhecimento gerado pelos atores envolvidos, sistematizando um processo para implementação das

soluções apresentadas, como fatores fundamentais de geração de emprego e renda; incrementar a

produção de Matrinchã em cativeiro, consolidando nova tecnologia de criação em canais de

igarapés, em construções simples e de baixo custo, porém, com elevada produtividade e baixo

impacto ambiental.

Local de execução: Lotes do assentamento do Tarumã Mirim, Km 21 da BR-174.

Instituição: Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica – Fucapi

Telefone: 92.3613-2470

Fax: 92.3613-2688

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. Gov. Danilo Areosa, 381 – Distrito Industrial

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69075351

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Produtos não-madeireiros Maués – PNM-Maués

Gisele Stark

Descrição resumida da proposta do projeto: A Floresta Estadual de Maués foi criada em 19 de

julho de 2003, com os objetivos de promover o manejo de uso dos múltiplos recursos naturais, a

manutenção e a proteção da biodiversidade, a recuperação de áreas degradadas, a educação

ambiental, bem como a melhoria das condições de vida das populações nela existentes. Ao longo

dos seus 438.442 ha, a Floresta Estadual de Maués representa uma oportunidade ímpar para o

desenvolvimento do município por meio do manejo florestal (o plano de manejo sustentável é uma

forma de extração, aprovada pelo Estado, que respeita o equilíbrio ecológico da área explorada) de

produtos como a andiroba, a castanha, o babaçu, o buriti dentre outras espécies promissoras.

Atualmente as mais de 15 comunidades inseridas na floresta se dedicam ao extrativismo e

comercialização de produtos in natura sem qualquer tipo de beneficiamento e orientação técnica. O

Projeto PNM Maués, é um projeto destinado à criar uma área de beneficiamento (fixa ou móvel) de

PNM adjacente à Floresta Estadual de Maués visando ao aproveitamento dos recursos naturais não

madeireiros pelas comunidades da Região. O entendimento da situação atual dos habitantes da

floresta e do processo extrativo desses recursos por eles praticado é fundamental para a elaboração

de proposta de exploração economicamente viável e sustentável. A criação de novas fontes de

renda para o município, além de garantir a sobrevivência das florestas adjacentes, agrega valor aos

produtos oriundos da exploração sustentável dos recursos e garante maior retorno às comunidades

envolvidas no processo. A organização dessa cadeia produtiva é fundamental para o

desenvolvimento de negócio rentável para as comunidades, além de contribuir para o

fortalecimento do agronegócio brasileiro, gerando produtos de qualidade garantida pela

implementação de procedimentos adequados à realidade da região, e garantindo o fornecimento do

produto ao mercado.

Principais objetivos: Este projeto tem como objetivo, primeiramente, identificar o potencial de

exploração de PNM na Floresta Estadual de Maués, principalmente aqueles usados na indústria de

cosméticos e perfumaria como óleos fixos e essenciais. Identificados os produtos e áreas propícias

para o manejo, pretende-se elaborar o Plano de Manejo, capacitar os comunitários em técnicas de

exploração sustentável e incentivar o plantio de espécies promissoras em áreas degradadas. Numa

segunda fase pretende- se selecionar os processos envolvidos na obtenção desses produtos,

desenvolver equipamentos e procedimentos adequados à produção de cada produto selecionado e

planejar a exploração comercial dos mesmos com o apoio da Prefeitura Municipal de Maués. A

construção de uma Unidade de Beneficiamento (fixa ou móvel) no município deve ser capaz de

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atender a todas as comunidades da floresta, centralizando o processamento da matéria-prima na

unidade.

Finalmente pretende-se capacitar os operadores da agroindústria nos procedimentos a fim de

garantir a qualidade do produto final. Com a produção de lotes-piloto pretende-se analisar a

qualidade dos óleos vegetais em laboratório credenciado e promover os devidos ajustes no

processo. O projeto será desenvolvido juntamente com grupos já organizados (associações de

extrativistas, cooperativas) da floresta, e ao seu término será oficialmente repassado à comunidade.

A continuidade do projeto vai depender da manutenção da cadeia produtiva, mantida com o apoio

de diversos atores (públicos e privados), parcerias privadas e de mercado justo para os produtos

gerados. A Fundação Paulo Feitoza fará visitas semestrais de auditoria e verificação dos resultados

com a finalidade de acompanhar e propor ajustes que ainda se fizerem necessários.

Local de execução: Maués-AM.

Instituição: Fundação Desembargador Paulo dos Anjos Feitoza

Telefone: 92.3614-9797

Fax: 92.3614-9700

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. Gov. Danilo de Matos Areosa s/n lote 164

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69075351

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Corredores de biodiversidade na Amazônia – evolução conceituai, práticas e as políticas de

desenvolvimento socioeconômico e ambiental. Caso do Estado do Amapá

Alandy Simas

Alberto Pereira Góes

Descrição resumida da proposta do projeto: A concepção deste projeto baseia-se na evolução

conceituai dos corredores de biodiversidade na Amazônia, nas práticas socioambientais voltadas

para o econômico e social das populações, dando importância a novos elementos inovadores do

processo de desenvolvimento do Estado do Amapá, tais como: a rede de cooperação institucional e

órgãos não governamentais que possa garantir a continuidade das parcerias envolvidas neste estudo

e a gestão dos recursos naturais desenvolvendo controle e monitoramento dessas ações.

Por definição, “Corredor de Biodiversidade” compreende uma rede de áreas protegidas entremeada

por áreas com diversos graus de ocupação humana, na qual o manejo é integrado para garantir a

sobrevivência de todas as espécies, a manutenção de processos ecológicos e evolutivos e o

desenvolvimento de uma economia regional forte e resiliente baseada no uso sustentável dos

recursos naturais (C.I., 2002). Dentro desse mesmo contexto foi conceituado paralelamente pela

Resolução do Conama n° 09/96 o termo Corredor Ecológico como “sendo uma faixa de cobertura

vegetal existente entre remanescentes de vegetação primária em estágio médio e avançado de

regeneração, capaz de propiciar habitat ou servir de área de trânsito para a fauna residente nos

remanescentes. Os corredores entre remanescentes constituem-se de faixas de cobertura vegetal

existentes nas quais seja possível a interligação dos mesmos, em especial, às unidades de

conservação e áreas de preservação permanentes”.

A partir dessa premissa básica e do amparado legal que as estratégias para conservação da

biodiversidade têm destacado a criação de unidades de conservação, de forma que

tradicionalmente, na maioria das vezes, se esquecem de considerar o processo de ocupação pelas

comunidades no seu entorno. Essas mesmas áreas possuem grande potencial de conservação da

biodiversidade e, para que isso ocorra, é necessário o desenvolvimento de técnicas de abordagem,

de forma que se possa estar incluído o manejo dessas áreas.

A importância da criação e implementação do Corredor de Biodiversidade emerge da necessidade

do desenvolvimento de práticas dinâmicas de gestão e de sua demarcação por meio de seus

representantes legais: órgãos federais, estaduais e municipais, bem como as escolas, associações,

produtores, extrativistas e pecuaristas que se encontram dentro desta proposta. Dessa forma,

estima-se que as escalas de estudo sejam ampliadas por meio de diversas ações de pesquisa

contínua, de forma a assegurar a evolução desses conceitos abordados por diversos autores nos

corredores de biodiversidade da Amazônia, bem como suas práticas de uso e formas de agregar

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valor aos recursos naturais de forma a propiciar ao homem um saber que o permita viver em

harmonia com o meio ambiente.

O termo Corredor de Biodiversidade vem sendo usado por diversas instituições federais e ONGs

com abordagens similares e sempre correlacionando com a escala ou limite da área que se pretende

conservar, bem como as ações que se distinguem no que diz respeito à gestão e ao manejo dos

recursos naturais. Considera-se, portanto, que a parceria entre o Governo do Estado do Amapá com

a Conservação Internacional do Brasil – C.I. e Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais

Renováveis-Ibama tem sido o maior responsável pelo avanço desta proposta, que iniciou desde

setembro de 2003, despertando muitas expectativas promissoras de desenvolvimento para o Estado

do Amapá, bem como de interesses em comum com outras instituições ONGs.

Ao longo dos encaminhamentos de 2004 até junho de 2005, com a organização de duas reuniões

técnicas intituladas inicialmente a primeira “Desafios e Oportunidades” em que se apresentou a

referida proposta a fim de entender a concepção da ideia e oportunizar no processo as parcerias

participativas com os principais atores sociais inseridos no corredor. A segunda reunião técnica

“Consolidando Parcerias” teve como objetivo dar continuidade ao processo de construção do

Corredor de Biodiversidade do Amapá, uma concepção que concilia conservação e preservação

ambiental com desenvolvimento econômico e social promovendo melhor qualidade de vida aos

atores locais. Nessa reunião técnica foram disponibilizadas várias informações, entre as quais a

apresentação da proposta conceituai do corredor por vários Estados do Brasil e outros países tais

como em Washington (EUA). Percebeu-se que após todos esses momentos conquistou-se um

público de parcerias que se interessaram pelo projeto com o intuito de compartilhar essas ações. Ao

final da segunda reunião técnica do Corredor de Biodiversidade ocorrida em 2005, foi elaborado

um Protocolo de Intenções, firmando parcerias entre o Governo do Amapá, Ibama, CI, WWF, GTZ

Alemã, Museu Paraense Emílio Goeldi, Amigos da Terra e Fumbio. De posse de todos esses

interesses e articulações junto a vários órgãos públicos (MMA, MCT, MDA e SEAIN) nas esferas

Federais e organizações governamentais, foi proposto ao Estado do Amapá, pelo Ministério do

Meio Ambiente – MMA, um memorando de intenções para ser assinado até setembro de 2005.

A ideia de promover o desenvolvimento do Estado do Amapá por meio do Corredor de

Biodiversidade apoia-se na legislação do SNUC para se trabalhar na elaboração de atividades com

responsabilidade dos órgãos federais, estaduais e municipais. Para isso faz-se necessário um correto

planejamento e a integração dos referidos órgãos.

Dentro dessa programação do Corredor de Biodiversidade, a concepção é que haja uma visão

integrada das Unidades de Conservação e que as mesmas sejam utilizadas, ou seja, vistas como

instrumentos de ordenamento territorial para a gestão ambiental e o desenvolvimento econômico

nas áreas.

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A partir desse entendimento, espera-se que as Diretrizes do Corredor de Biodiversidade do Estado

do Amapá que envolve os Polos de Desenvolvimento do Estado do Amapá trabalhe com todas elas

voltadas para o setor econômico e social sob a ótica da biodiversidade, sempre se preocupando com

as técnicas de manejo a serem usadas de forma sábia e que haja a continuidade das ações e serviços

ambientais da cadeia produtiva e empreendedora.

Principais objetivos: Contribuir para o desenvolvimento do Estado do Amapá, com bases

economicamente viáveis e sustentáveis que trate a conservação ambiental interrelacionada com o

desenvolvimento humano e econômico, permitindo, portanto, agregar novos conceitos à

conservação da biodiversidade no Estado do Amapá, de forma a proporcionar à sociedade da

Região Norte oportunidades de externar os desejos e expectativas reais para interagir com as

implantações e implementações das propostas criadas nas tomadas de decisões públicas.

Local de execução: Estado do Amapá.

Instituição: Secretaria Especial de Desenvolvimento Econômico

Telefone: 96.3212-4174

Fax: 96.321-4174

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua Tiradentes, 263

Macapá-AP, Brasil

CEP: 68900000

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Proposta para redução do impacto do esgoto sanitário de embarcações, flutuantes e palafitas

na Região Amazônica

João Tito Borges Homero

Antonio da Silva Neves Lacerda

Descrição resumida da proposta do projeto: Na busca de propor alternativas para o problema

causado pelos esgotos domésticos que vêm contaminando igarapés e águas subterrâneas, o projeto

objetiva desenvolver protótipos para o tratamento localizado desses esgotos. Os protótipos serão

adaptados para a Região Amazônica, visando a atender às enormes demandas por saneamento

básico existentes no Estado do Amazonas e na Região Norte. Nesse sentido, prevê-se a construção

de protótipos que possam se adequar a residências, instituições, pequenas empresas e embarcações

diversas.

No final será realizada a transferência das técnicas propostas para esse público, adequando-as aos

desafios propostos. O projeto pressupõe contribuir para a melhoria das condições de vida da

população, ao propor soluções para ajudar a solucionar a questão de saneamento básico nos

pequenos municípios, periferias das grandes cidades, embarcações e também de comunidades

isoladas da Região Amazônica.

Os protótipos terão volume útil afixado em aproximadamente 1 m3 com objetivo de realizar testes e

de facilitar o aspecto construtivo dos mesmos em função da confecção de moldes.

Principais objetivos: Projetar e implantar três protótipos de volume de 1 m3, para o tratamento de

esgoto em embarcações, palafitas e comunidades.

Local de execução: Igarapé de São Raimundo, Comunidade Nova Esperança (Tarumã), Flutuante

(a viabilizar)

Instituição: Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica – Fucapi

Telefone: 92.3614-3002

Fax: 92.3613-2700

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua Paraíba 670-5-303

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69057020

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Projeto de desenvolvimento sustentável Jequitibá

Joel Mauro Magalhães

Descrição resumida da proposta do projeto: Projeto de Inclusão Social de Cunho Ambiental

para incorporar ao sistema produtivo agroecológico 140.000 ha de terras públicas federais da Gleba

Jacundá, recoberta por florestas, ombrófilas aberta e densa, insertas na subzona 2.1 da 2a Aprox. do

ZSEE/RO, por meio do assentamento de 650 famílias de trabalhadores florestais.

Principais objetivos: Promover o ordenamento territorial e ambiental de 140.000 ha de terras

públicas federais da subzona 2.1 da 2a Aprox. do ZSEE/RO, destinadas à exploração florestal;

promover o Manejo Florestal de Rendimento Sustentável Comunitário em 140.000ha de terras

públicas federais da Gleba Jacundá, visando ao uso múltiplo da floresta para aproveitamento

integral de produtos madeireiros e não madeireiros (raízes, cascas, galhos, folhas, flores, frutos,

resinas, taninos, látex, óleos, gomas, plantas medicinais e ornamentais e outros) além da produção

de mel, própolis, cera e desenvolvimento da piscicultura, em tanques redes, sem barramento dos

cursos d’água; desenvolver Sistemas Agroflorestais e Silvo-pastoris utilizando consórcios entre

espécies madeiráveis de grande valor econômico e rápido crescimento com fruticultura,

entremeados por cultivos agrícolas em arranjos polistratificados, como pe: Caixeta x Mamão x

Feijão; Teca x Coco x Amendoim; Andiroba x Café x Abacaxi; Seringueira x Pastagem etc.

Produzir óleo de copaíba; biodiesel a partir de babaçu; castanha-do-brasil; folha fumada e couro

vegetal a partir do látex de seringueira nativa, etc.

Local de execução: Gleba Jacundá, Município de Candeias do Jamari – Rondônia.

Instituição: Incra-Superintendência Regional de Rondônia

Telefone: 69.3229-1545

Fax: 69.3229-4017

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. Lauro Sofré, 3050 – Parque dos Tanques

Porto Velho-RO, Brasil

CEP: 78904300

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Comunidade no Jardim Botânico de Manaus – Adolpho Ducke

Jorge Luiz Ramos Lobato

Descrição resumida da proposta do projeto: O Jardim Botânico Adolpho Ducke está localizado

na Reserva Florestal Adolpho Ducke, a qual é palco das pesquisas do Inpa e de outras instituições

de pesquisa e ensino da Amazônia, do Brasil e do mundo. Por isso, a proposta do Projeto é

popularizar a Ciência, levando o conhecimento às comunidades carentes da periferia de Manaus,

destacando a importância e os benefícios do Jardim Botânico (da própria Reserva Ducke), bem com

das pesquisas ali desenvolvidas. Apesar da grande ênfase social, o Projeto melhor enquadra-se na

categoria ambiental.

Principais objetivos: Desenvolver a sensibilização para as questões socioambientais, a

preservação e a valorização da Reserva Ducke e do Jardim Botânico, por meio de ações educativas

que permitam a socialização de informações científicas, momentos de vivência afetiva, cognitiva,

cultural e de integração comunitária. Promover o contato com a flora e a fauna livres existentes nas

trilhas interpretativas, por meio de visitas orientadas (com guias) e oferecer atrações culturais

(encenações, corais, danças, gincanas, oficinas, palestras, etc.) vinculadas às temáticas

socioambientais e educativas do Projeto.

Local de execução: Jardim Botânico de Manaus – Adolpho Ducke.

Instituição: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa

Telefone: 92.3643-3252

Fax: 92.3643-3252

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. André Araújo, 2936 – Petrópolis

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69083000

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Coleta do lixo orgânico e químico (lixo branco)

José Roberto Guedes de Oliveira

Descrição resumida da proposta do projeto: Coleta seletiva do lixo de hospitais, laboratórios,

consultórios dentários, farmácias, pronto-socorros, postos de saúde, clínicas radiológicas e outras

similares, por pessoas previamente qualificadas, treinadas, sob a orientação dos órgãos da saúde,

prefeituras e secretarias municipais.

Principais objetivos: Trata-se de coleta específica do lixo orgânico e químico, considerado como

lixo branco, de empresas e estabelecimentos comerciais que tratam de componentes relacionados

com a saúde, evitando o contágio, acidentes pessoais com transmissões de doenças, etc.

Local de execução: Prefeituras de todo o País.

Instituição: Associação Preparando Pessoas-APP

Telefone: 3875-2827

Fax: 3875-5234

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua Bororo, 218 – Vila Maria Helena

Indaiatuba-SP, Brasil

CEP: 13335500

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Planejamento de transportes: estradas vicinais em áreas de várzea na Amazônia

Jussara Socorro Cury Maciel

Descrição resumida da proposta do projeto: A problemática dos transportes está sempre voltada

para questão urbana das cidades, uma vez que o fluxo de pessoas, cargas e serviços são mais

concentrados do que nas áreas rurais. Contudo, vale ressaltar que os transportes das áreas rurais

também possuem relevância no contexto do desenvolvimento econômico dessas áreas e para o

abastecimento das grandes cidades. Na Amazônia, os obstáculos relacionados aos transportes

possuem dimensão proporcional à área que ela ocupa, sendo que a concentração dos sistemas

também está voltada para as capitais, restando para as áreas rurais, alternativas tecnológicas

simplificadas no que diz respeito aos modais. As áreas de várzea do Estado do Amazonas possuem

um sistema bimodal, ou seja, rodo-fluvial, alguns municípios possuem estradas vicinais que fazem

ligação das áreas rurais com a sede e as cidades circunvizinhas.

Essas estradas são utilizadas tanto para o transporte da produção quanto para o transporte de

pessoas, apresentando função econômica e social para essas áreas. As especificidades das estradas

vicinais em área de várzea estão relacionadas à sazonalidade, pois durante um período do ano elas

estão alagadas, em função do ciclo hidrológico da Região. Outra característica, é que grande parte

dessas estradas não são pavimentadas. Contudo, as populações utilizam essas estradas mesmo

nessas condições. Além da preocupação logística dos transportes para estas áreas, há também, a

questão ambiental, uma vez que a várzea possui especificidades que necessitam ser preservadas,

mas com a interferência das estradas, essas áreas são impactadas. Nesse sentido, este projeto visa a

caracterizar as estradas vicinais em áreas de várzea, destacando as políticas de planejamento de

transportes voltadas para estas estradas e seu papel na Amazônia.

Principais objetivos: Apresentar as especificidades das estradas vicinais em áreas de várzea,

destacando as políticas de planejamento de transportes voltadas para estas estradas e seu papel na

Amazônia; realizar o levantamento das estradas vicinais nas localidades de Iranduba, Manacapuru e

Careiro da Várzea; avaliar as políticas públicas voltadas para as estradas vicinais; identificar, no

que tange a implantação de estradas vicinais, pontos que estimulem a adoção do planejamento

ambiental; caracterizar a produção agrícola das áreas que utilizam as vicinais.

Local de execução: Manacapuru, Iranduba e Careiro da Várzea.

Instituição: Universidade do Estado do Amazonas – UEA

Telefone: 92.3671-4037

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua São Paulo n.° 138, São Jorge

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Manaus-AM, Brasil

CEP: 69033180

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Treinamento de mateiros em identificação botânica como um subsídio para conservação por

meio do manejo florestal, o exemplo da família Anacardiaceae no vale do Jari, Monte

Dourado-PA

Márcia Orie de Sousa Hamada

Descrição resumida da proposta do projeto: A floresta amazônica é caracterizada por sua grande

heterogeneidade florística, porém pouco se conhece sobre as espécies que as compõem e suas inter-

relações. Muitos lugares nunca foram explorados botanicamente e alguns são considerados

desconhecidos em função da falta de material herborizado e de dificuldades de coletar material

botânico, tornando-se um obstáculo para os estudos de identificação que visam a conhecer melhor

as espécies. Outra dificuldade é que em inventários comerciais as espécies são chamadas por nomes

vernaculares, levando agrupamento de diferentes espécies sob um nome só e, com a variação em

nomes entre mateiros e entre regiões, causa confusões prejudiciais ao manejo e ameaça as espécies

mais raras ou menos conhecidas. A qualidade de identificação deveria ser um critério no processo

de certificação, e a metodologia de treinamento de identificadores das empresas buscando

certificação deveria ser uma área de importância para bom manejo. Este projeto tem como objetivo

investigar a ocorrência de espécies de Anacardiaceae no vale do rio Jari – Monte Dourado, Pará,

elaborando meios de identificação inovadores para melhorar o Manejo Florestal e o desempenho

dos identificadores no campo.

A confusão entre as espécies resulta num produto heterogêneo, de menor valor no mercado. O

agrupamento de espécies botânicas leva à ineficiência do manejo e especialmente deletério para as

espécies raras. Assim, a identificação botânica correta é muito importante para o manejo e

preservação das espécies, e está começando a ser vista como medida de avaliação para a

certificação. Cabe aos botânicos demonstrar a importância de boas identificações aos gerentes

florestais, e também trabalhar junto com as empresas para melhorar a qualidade do inventário.

Método da pesquisa.

O trabalho será desenvolvido nas áreas de exploração da empresa Orsa Florestal, localizada no

Município de Almerim, Estado do Pará, e também no Laboratório de Botânica da Embrapa

Amazônia Oriental. Com base no inventário florestal já realizado pelo grupo Orsa Florestal (Jari),

será coletado o material botânico da família Anacardiaceae, visando à área do inventário e as

árvores anteriormente plaqueadas e identificadas pela empresa, também serão realizadas coletas ao

acaso. As coletas botânicas consistirão em retirada de ramos com folhas maduras, que contenham

flores e/ou frutos, com auxilio do podão, e depositadas em saco plástico para o transporte. Durante

a coleta serão anotadas todas as características de campo da planta, como: altura e circunferência,

hábito, forma, disposição dos ramos, forma do tronco, tipo de exsudação, coloração das flores e

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tamanho, textura e cor dos frutos, tipos de odor, nome vulgar e o seu uso. Essa metodologia de

coleta e conservação do material coletado está baseada segundo Martins-da-Silva (2002). Após a

montagem será identificado por meio da comparação entre as amostras do herbário da Embrapa

Amazônia Oriental (IAN) e do herbário do Museu Goeldi-MG, usando literatura especializada, se

for necessário mandando material para o especialista John Mitchell do Jardim Botânico de Novo

Iorque (NY). A partir dessa parte do estudo serão adquiridos dados quantitativos sobre a qualidade

de identificação da empresa e conhecimento prático sobre as características das espécies que

ocorrem na área.

Na segunda parte, o conhecimento das espécies e suas características morfológicas será usado para

desenhar e produzir materiais didáticos apropriados para mateiros. Usando esse material, e em

forma de uma aula prática especificamente sobre Anacardiaceae, será fornecido treinamento aos

mateiros da empresa no reconhecimento destas espécies no campo. Os mateiros vão continuar

inventariando, e depois de um tempo, será avaliada a qualidade das identificações feitas em novos

inventários pós-treinamento. A experiência e os comentários serão usados para melhorar a

qualidade do material didático. Espera-se, portanto, descrições botânicas das espécies ocorrentes,

de pelo menos dez espécies dessa família e conhecimento sobre as diferenças entre espécies e

variação dentro das espécies; elaboração e publicação de material didático para mateiros e

comunitários sobre a identificação; estatísticas sobre a eficiência de treinamento básico em

identificação dado aos mateiros e, assim, sobre a contribuição de botânicos no melhoramento da

base científica de manejo florestal; mateiros da empresa Orsa florestal capacitados para reconhecer

espécies raras; recomendações sobre treinamento em identificação, para subsidiar critérios de

certificação.

Principais objetivos: Investigar a ocorrência de espécies de Anacardiaceae no vale do rio Jari –

Monte Dourado, Pará; elaborar meios de identificação inovadores para melhorar o Manejo Florestal

e o desempenho dos identificadores no campo, mediante: levantamento e caracterização

morfológica das espécies da família Anacardiaceae ocorrentes na área; treinamento dos mateiros da

empresa, mediante cursos e palestras; verificação do impacto do treinamento nos mateiros.

Local de execução: Empresa ORSA Florestal no vale do rio Jari – Monte Dourado, Pará.

Instituição: Universidade Federal Rural da Amazônia – Ufra

Telefone: 91.3233-0032

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua Curuçá, Ed. João de Lima Paes, no 866, apt.601,

Bairro do Telégrafo Belém-PA, Brasil

CEP: 66113250

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Tecnologia em couro: curtimento de peles de peixes amazônicos utilizando curtente vegetal

Maria do Perpetuo Socorro Silva da Rocha

Descrição resumida da proposta do projeto: O interesse mundial em desenvolver tecnologias

limpas e aproveitar o potencial dos recursos naturais renováveis vem crescendo na última década.

Preservar o meio ambiente de poluentes é atitude que faz parte do diálogo dos cientistas, dos

empresários, dos tomadores de decisões, tendo em vista o potencial econômico da diversidade

biológica. O grande obstáculo enfrentado hoje é a falta de tecnologia direcionada para o

beneficiamento dos produtos regionais, decorrente da falta de investimentos na Amazônia. A

solução é investir pesadamente nos produtos regionais, não mais da forma utilizada no período do

extrativismo predatório, mas com uma necessária elevada taxa de valor agregado. O cromo

constitui o principal problema de poluição para a maioria dos curtidores. Não apenas por ser

utilizado em 90% da produção de couro, mas também por ter a reputação de ser um perigoso

contaminante, de difícil tratamento. Os conhecimentos adquiridos ao longo dos anos em curtimento

com pele de peixes, mais precisamente utilizando curtimento mineral, vêm agora investir esforços

em pesquisa, no desenvolvimento de novas tecnologias, voltadas ao curtimento vegetal (taninos).

Principais objetivos: Desenvolver processo de curtimento de peles de peixes substituindo o

curtente mineral (cromo) que é tóxico poluente, por curtentes naturais (taninos) de plantas da

Amazônia.

Local de execução: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa

Instituição: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa

Telefone: 92.3234-2170

Fax: 92.3643-1846

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua: Luiz Antony,882 Centro

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69010100

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Uso sustentável e conservação de arraias de água doce no Rio Negro, Estado do Amazonas

Maria Lúcia Góes de Araújo

Descrição resumida da proposta do projeto: Introdução Arraias de água doce, Família

Potamotrygonidae são os únicos Elasmobrânquios que vivem exclusivamente em água doce

(THORSON, 1970). Esse grupo está confinado à região Neotropical, em Bacias com drenagem

para Oceano Atlântico (ROSA, 1985). A maioria das espécies ocorre no Brasil (17), com

distribuição em áreas restritas. A maior diversidade de espécies ocorre no Rio Amazonas e

tributários (COMPAGNO; COOK, 1995). Ao menos, 11 espécies de arraias de água doce são

encontradas em águas Amazônicas, com representantes dos três gêneros: Potamotrygon,

Paratrygon, e Plesiotrygonl (ROSA, 1985). Elasmobrânquios são predadores em todos os

ambientes aquáticos onde ocorrem, e as características peculiares do seu ciclo de vida os tornam

vulneráveis à exploração pesqueira (HOLDEN 1974, HOENIG; GRUBER, 1990). Além das

limitações impostas pelo ciclo de vida, as arraias de água doce apresentam restrições ambientais

que os Elasmobrânquios marinhos não apresentam pois estão confinadas em água doce

(COMPAGNO; COOK, 1995). As restrições ambientais, muitas vezes, tornam as arraias

vulneráveis à ação da pesca negativa. Em virtude da lesão causada pelo ferrão, que resulta para o

indivíduo lesionado em 6 horas de dor e necrose, os ribeirinhos têm por hábito matar ou mutilar as

arraias de água doce (CASTEX, 1963; CASTELLO, 1975; ARAÚJO, 1998).

Nas últimas duas décadas as arraias de água doce adquiriram importância econômica como peixe

ornamental. Atualmente, 16.000 unidades de arraias podem ser exportadas num regime de quotas

do Estado do Amazonas, por meio da Portaria regulatória 036/ 2003 do Ibama-AM. As quatro

espécies permitidas para exportação são: Potamotrygon motoro, Potamotrygon orbignyi,

Potamotrygon schroederi, e Potamotrygonsp (arraia cururu). Como uma exigência do artigo 60 da

Portaria No 022/98, e 30 da Portaria No 036/2003, a indústria de peixe ornamental do Estado do

Amazonas tem desenvolvido desde 1998 um plano de monitoramento para a utilização racional

desse recurso. Esse plano tem como objetivo desenvolver em médio prazo um programa de

conservação para as arraias de água doce, considerando não apenas a pesca de peixes ornamentais

sobre as populações mas também as mudanças nos seu habitat e o impacto da pesca negativa sobre

as populações dessas espécies. Pretende-se, portanto, elaborar um banco de dados para o

desenvolvimento de um programa de conservação para as espécies de arraias de água doce

utilizadas como peixe ornamental na Bacia do Rio Negro-AM.

A Portaria No. 036/2003 do Ibama-AM é a única portaria na América Latina que regula o uso de

Elasmobrânquios como peixe ornamental. Esse modelo de Portaria será usado pela SSG (Shark

Specialist Group-Cites) para elaboração em nível global de programa de conservação de arraias de

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água doce. Esse programa só será possível com acompanhamento das populações e o uso

sustentável desse recurso. Área de coleta: todas as amostras serão provenientes do Rio Negro, das

áreas captura de peixes ornamentais da região de Barcelos (0°30’ S, 63°12’ W). Periodicidade – as

viagens de pesca serão realizadas junto com os pescadores de peixes ornamentais, com duração de

dez dias, durante a safra de pesca (setembro a março). Os locais de amostragens dentro de cada área

de captura serão randomizados de acordo com metodologia desenvolvida por Araújo (1998). As

variáveis ambientais tais como temperatura (°C), oxigênio dissolvido (mg/l), condutividade (mS), e

pH serão coletadas com auxílio de instrumentos de medição específicos, na área de captura, durante

o transporte e na área de exportação. A fauna bacteriana para o estudo da necrose da lesão será

determinada de acordo com protocolo de coleta e preparo desenvolvido por Matsuura (1998). Um

número mínimo de três peixes de cada espécie será utilizado neste estudo. O impacto da pesca será

avaliado de acordo com recomendações proposta para os Elasmobrânquios marinhos (HOFF;

MUSICK, 1990). O esforço de pesca será determinado para quantificação do CPUE. Um total de

50 indivíduos de cada espécie serão amostrados para análise de conteúdo estomacal, reprodução,

idade e crescimento. A técnica de marca e recaptura, com utilização de marca espaguete numerada

de 0 a 1000, será utilizada para validação dos estudos de idade e crescimento.

Principais objetivos: Determinar o ciclo de vida das espécies de arraias utilizadas como peixe

ornamental; determinar o impacto da pesca e das mudanças ambientais nas populações de arraias de

água doce utilizadas como peixes ornamentais, dando ênfase às espécies que são endêmicas da

Bacia do Rio Negro; estudar a mortalidade pós-captura (desde a área de captura até o centro

importador); estudar os aspectos clínicos associados com a lesão causada por acidentes com ferrão

de arraias; reduzir o impacto da pesca negativa sobre as populações de arraias de água doce, por

meio de um programa de educação ambiental com ribeirinhos e pescadores.

Local de execução: Barcelos.

Instituição: Universidade do Estado do Amazonas

Telefone: 92.3214-9702

Fax: 92.3214-9700

E-mail: [email protected]

Endereço: Av. Carvalho Leal 1777. Cachoeirinha

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69065001

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A educação ambiental como instrumento de preservação do meio ambiente amazônico:

proposta de criação de cartilha ambiental

Noeliana Rodrigues Laurido

Descrição resumida da proposta do projeto: A proposta “sub examine” emergiu da necessidade

de se trabalhar o estudo do meio ambiente e sua importância na escola, de forma pedagógica. O

objetivo principal do projeto apresentado é suscitar a importância da preservação por intermédio da

educação a partir da escola para a sociedade, enfocando aspectos educacionais e sociais que o

envolvem e despertar a consciência ambiental coletiva.

O meio ambiente abrange a natureza original e artificial, como bens culturais correlatos,

compreende, portanto, o solo, a água, o ar, a flora, as belezas naturais, o patrimônio histórico,

artístico, turístico, paisagístico e arqueológico, meio ambiente seria então, o conjunto de condições,

leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida

em todas as suas formas. O direito ao meio ambiente ecologicamente preservado é direito

fundamental que encontra proteção no art. 225, caput, de nossa Lex Maior, asseverando que todos

têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial

à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e

preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Nesse panorama, a educação ambiental surge

como instrumento de caráter preventivo do meio ambiente ecologicamente equilibrado.

Um dos objetivos da educação ambiental é evitar que a utilização dos recursos naturais ocorra de

forma desordenada, causando gravame para todo o planeta, gerando poluição direta ao meio

ambiente. A poluição causa a degradação da qualidade ambiental e é resultante de atividades que

direta ou indiretamente prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população, criando

condições adversas às atividades sociais e econômicas, afetando desfavoravelmente a biota. A

preservação do meio ambiente, por expressa disposição constitucional, é dever do Estado, que será

exercitada por diversos instrumentos, sendo a educação ambiental um deles, que necessariamente

será trabalhada na escola, de forma transversal, com o escopo de sensibilizar os alunos da

preservação de todo o meio ambiente.

Como se pode observar, a aceleração da história apresenta desafios cada vez maiores, e diante da

necessidade de transformação dos parâmetros anteriores, em face dessa conjuntura, a educação

passa a adquirir novos significados no processo construtivo da sociedade e participativo na defesa

do meio ambiente. O sistema educacional, de fato, tem se mostrado como verdadeiro escudeiro da

sociedade, inserindo conhecimentos e informações que permitem uma mudança de pensamento e

uma postura responsável diante dos desafios deste século. Calha frisar que, em vista de sua

importância, a educação ambiental foi alvo de debates mundiais e emergiu como uma das

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alternativas que a sociedade dispõe para conscientização coletiva. Dessa forma, diante das

crescentes ameaças à própria existência humana, uma vez que o meio ambiente tem influência

conexa com a vida, torna-se importante definir claramente as razões que se deve acreditar na

Educação Ambiental como forma de preservação ambiental. Tais considerações são elementares

para situar e entender a gênese do projeto, trabalhando a Educação Ambiental na escola, formando

mentalidades ambientalmente corretas e cidadãos capazes de modificar o cenário de poluição do

meio ambiente. A cartilha, por sua vez, instrumentaliza tais propostas, por se apresentar acessível a

todos os alunos, do ensino fundamental ao médio, usando linguagem simples e uma forma não

agressiva da necessidade de preservação ambiental.

O projeto iniciou com o desenvolvimento de estudos do meio ambiente e sua importância para a

perfeita qualidade de vida do ser humano. Passo seguinte surgiu à necessidade de instrumentalizar

os ensinamentos sobre educação ambiental de forma que fosse possível, em linguagem acessível e

simples, explicitar a necessária mudança de consciência a respeito do meio ambiente, a uma, por

ser de vital importância a nossa sobrevivência, a duas, pela sabença da esgotabilidade dos recursos

ambientais e sua influência direta no globo terrestre. Destarte, idealizou-se a confecção de uma

cartilha ilustrativa tratando do tema como nova estratégia pedagógica, ao mesmo tempo

trabalhando a importância da preservação do meio ambiente.

Importância da Proposta em relação ao Projeto pedagógico da escola: revela-se importante uma vez

que o tema “preservação ambiental” é integrante, ainda que transversalmente, das diretrizes

pedagógicas do Ministério da Educação. Mais ainda, por trabalhar com o alunado, que funcionara

como multiplicador de informações.

Principais objetivos: OBJETIVO GERAL – Suscitar a importância da preservação por intermédio

da educação a partir da escola para a sociedade, enfocando aspectos educacionais e sociais que o

envolvem. OBJETIVOS ESPECÍFICOS – Suscitar a importância da preservação ambiental às

sociedades modernas; despertar a consciência ambiental coletiva; apontar os estudos de educação

ambiental como um instrumento de preservação ambiental; criar uma cartilha de preservação

ambiental; trabalhar a necessidade de reciclagem do lixo urbano, de forma correta; criar de oficinas

para reciclagem do lixo, transformando em arte.

Local de execução: Manaus-AM.

Telefone: 92.3663-7726

E-mail: [email protected]

Endereço: Rua Rio Solimões 09 São Sebastião/Aleixo

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69067570

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Monitores de trilhas para unidades de conservação em assentamentos agrários

Ronisley da Silva Martins

Jesuéte Pacheco Brandão

Jader Marconi de Albuquerque Portela

Francisco Everardo Girão

Descrição resumida da proposta do projeto: Propõem neste projeto desenvolver a sensibilização

socioambiental nos comunitários, visitantes e monitores de trilhas, tornando-os multiplicadores das

informações sobre percepção, interpretação e educação ambiental por meio de ações planejadas,

interagindo o homem com os meios culturais, sociais, ambientais, econômicos e históricos,

envolvendo todos os usuários e adeptos de uso de trilhas em unidades de conservação a refletir os

valores para a melhor qualidade de vida, visando à sustentabilidade dos recursos. Os monitores de

trilhas, além de proporcionar aos visitantes um contato direto com a natureza e levá-los a reflexão

da conjuntura dos valores, terá também uma formação para atuarem como gestores do ambiente

natural, no planejamento, implantação e manejo dos recursos.

O objetivo do projeto é despertar nos visitantes, comunitários e monitores de trilhas, uma visão

ampla dos diferentes ecossistemas e paisagem no ambiente, bem como a harmonia e interação do

homem com o meio de forma reflexiva, na construção do pensamento de respeito e valorização

com o meio para a melhoria da qualidade de vida. Os monitores de trilhas são indivíduos

responsáveis por coordenar e orientar as atividades dos visitantes, tendo como função despertar nos

visitantes a curiosidade para a observação detalhada do meio ambiente por meio de atividades

dinamizadas dentro de uma temática levando-os a discutir problemáticas referentes ao meio

ambiente e dando soluções para a melhoria da qualidade de vida. Deverão ser pessoas das

comunidades locais onde estão localizadas as unidades de conservação. Estas deverão ter

disposição para aprender as diversas técnicas de planejamento de trilhas, manejo, controle de

impacto, percepção e interpretação ambiental, em conformidade com as habilidades adquiridas no

decorrer do curso de formação. No curso de formação, eles passarão por treinamentos seguindo um

cronograma com alguns módulos para o cumprimento de uma carga horária de 135h com a duração

de três meses. As instruções serão passadas de forma teórica e prática, em que os alunos colocarão

em prática o que foi ensinado na sala de aula, por meio de algumas instruções em ambientes de

floresta.

Principais objetivos: OBJETIVO GERAL – Trabalhar na formação de valores socioambientais e

econômicos na troca de experiências e sensibilização para a construção do conhecimento,

motivando a mudança de atitudes positivas na interação com o meio natural, cultural, social,

histórico e econômico com ações planejadas, comprometidos com a geração atual e as futuras

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gerações de forma sustentável. OBJETIVOS ESPECÍFICOS – Realizar um inventário de fauna e

flora; promover o ordenamento da visitação na unidade de conservação proporcionando alternativas

de atividades que possibilitam a compreensão dos indivíduos sobre as questões socioambientais,

histórico-culturais e econômicas; formatar e disponibilizar materiais de apoio para a realização de

atividades de interpretação e educação ambiental; proporcionar aos visitantes uma área de

interpretação ambiental instrutiva, que possibilite o acesso às informações das culturas ambientais;

promover cursos de formação e aperfeiçoamento para os monitores de trilhas e voluntários da

comunidade ao redor; promover oficinas periódicas com a comunidade local para sensibilizá-los

das questões ambientais locais e regionais visando à sustentabilidade; implantar programas de

campanha para sensibilização dos valores ambientais; incentivar as pessoas a conhecerem

ambientes naturais por meio de caminhadas planejadas; promover mudanças de comportamento por

de ações que submeta aos visitantes um contato direto com a natureza; ensinar de forma prática a

educação ambiental; propiciar o desenvolvimento do espírito de liderança e trabalho em equipe;

incentivar o espírito de empreendedorismo; promover a cidadania e civismo; implantar um sistema

de sinalização; implantar infraestrutura receptiva ao visitante; desenvolver projetos de

sensibilização para o desenvolvimento do ecoturismo; formar parcerias com entidades, ONGs,

Prefeitura de Manaus, órgãos ambientais e profissionais.

Local de execução: Comunidade Agrícola do Tarumã Açu do Assentamento Tarumã Mirim

localizado na altura do km 21 da BR 174, com acesso terrestre pelo Ramal do Pau-Rosa, e fluvial

pelos igarapés Tiú e o igarapé Tarumã Açu.

Instituição: Universidade do Estado do Amazonas – UEA

Telefone: 92.3237-1435

Fax: 92.3633-7065

E-mail: [email protected], [email protected]

Endereço: Rua, 04 ,casa 11 , Alvorada III

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69043150

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Mapa da reciclagem de Manaus

Rosana Zau Mafra

Descrição resumida da proposta do projeto: O “Mapa da reciclagem” é o resultado de uma

preocupação com o meio ambiente urbano onde as pessoas adiam certas limpezas dos seus porões

porque não querem jogar fora Materiais (refugos) aproveitáveis, mas não sabem o que fazer com

tais refugos. Essas pessoas querem saber visualmente e de forma mais objetiva onde se localizam

os centros ou postos voluntários de coleta e reciclagem desses materiais e o que vendem. As

pessoas também quase nunca sabem onde encontrar boas lojas de segunda mão ou outros centros de

reciclagem, pois não há endereços (informações sistemáticas) formais para disposição de material

pós-consumo de forma adequada. O mapa de reciclagem de Manaus informa: os locais que

compram e ou vendem objetos recicláveis / usados; e os locais que aceitam, voluntariamente,

materiais recicláveis / usados. Para a confecção do Mapa optou-se pela adaptação do mapa, já

existente, da cidade de Manaus, de tamanho 50 x 50, dobrável. Os locais e os materiais recolhidos,

comprados ou vendidos, e que constam no Mapa são os mais diversos: brechós, sebos, indústrias,

escolas, lojas, etc. que trabalham com papel, plástico, metal, etc. e estão identificados, na parte

FRONTAL do Mapa, com os símbolos correspondentes aos materiais recicláveis que recebem,

tratam e revendem, entre outros. Para detalhes sobre a transação daqueles materiais, os endereços e

ou contatos são apresentados no verso do mapa, obedecendo a lógica “Material Reciclável -Bairro”.

Principais objetivos: Auxiliar a população de Manaus a contribuir com o processo de reciclagem

por meio de informações visuais e, ao mesmo tempo, a conhecer melhor o entorno onde vive, além

de contribuir com os educadores ambientais para que tenham ferramentas metodológicas com

informações locais.

Local de execução: Diversos bairros de Manaus.

Instituição: Centro Universitário de Ensino Superior do Amazonas – Ciesa

Telefone: 92.8112-5977

Fax: 92.3642-4243

E-Mail: [email protected]

Endereço: Travessa 2 de Agosto, 161, Bairro União

Manaus-AM, Brasil

Cep: 69050670

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Filtro ecológico para remoção de metais pesados

Ugo Souto Orlando

Descrição resumida da proposta do projeto: Em tempos recentes, em função da grande

preocupação dos impactos que os processos industriais estão causando no meio ambiente, muitos

pesquisadores estão tentando minimizar o uso de reagentes químicos perigosos e desenvolvendo

tecnologias limpas e alternativas para sintetizar novos materiais. Desde o início dos anos 70,

resíduos da agricultura têm sido foco de estudos e investigações por sua grande facilidade de reagir

e formar polímeros. Resíduos de agricultura, tais como casca de arroz, bagaço de cana de açúcar,

serragem e casca de coco têm sido aplicados como eficientes materiais para remoção de metais

pesados e outros contaminantes em águas industriais. O uso desses resíduos da agricultura

certamente está ajudando a minimizar a condição não ecológica desses materiais no meio ambiente

e, ao mesmo tempo, criando novas alternativas eficazes para utilização desses resíduos sólidos.

Convencionalmente, resinas de troca catônica são produzidas a partir da celulose, derivados de

petróleo e resíduos da agricultura utilizando reagentes químicos perigosos e em etapas múltiplas do

processo de polimerização. Em muitos casos, solventes orgânicos, agentes dissolvedores de

celulose e alguns tipos de catalisadores são utilizados para aumentar a eficiência do processo

químico. Este presente projeto apresenta o método mais simples até hoje descoberto, eficiente e

ambientalmente correto para o preparo de resinas de troca iônica, a partir de um resíduo da

agricultura disponível em grande escala em países de clima tropical, o bagaço de cana-de-açúcar. A

resina de troca catiônica foi sintetizada após reação com ureia e bagaço da cana-de-açúcar com

auxílio de radiação em microondas e em forno simples de aquecimento. Essas resinas, tendo ureia

como grupo funcional, possuem dois átomos doadores de elétrons responsáveis pela capacidade de

adsorção, isto é, um átomo de oxigênio e um átomo de nitrogênio. Ureia foi utilizada como não

tóxico reagente, e por ser um sólido e estável em temperatura ambiente, de acordo com a

publicação (EPA, Office of Solid Waste and Office of Pollution Prevention and Toxics, 1998,

Waste Minimization Prioritization Tool, Spreadsheet Document for the RCRA Waste Minimization

PBT Chemical List Docket. #F-98-MMLP-FFFFF, EPA,Washington, DC. September), não é

classificado em nenhum ranking internacional como reagente nocivo à saúde e perigoso para o

meio ambiente. Bagaço considerado como um dos mais abundantes e disponíveis resíduos de

agricultura em países tropicais, com uma produção anual global de 234 milhões de toneladas, foi

facilmente convertido em uma resina de troca catiônica com alta afinidade para remoção de cobre e

mercúrio. Os resultados foram comparados com uma resina com forma macroreticular contendo

grupos funcionais tiol (S-H) comercialmente disponível no mercado, Duolite GT-73.

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Principais objetivos: Descobrir um método eficiente e aplicando conceitos de tecnologia limpa

para produção de resinas de troca catiônica com alta afinidade na remoção de metais pesados;

produzir filtros com as resinas e ofertara um custo baixo para população de baixa renda,

principalmente para aquelas famílias que moram no interior do Estado e que fazem uso da água do

rio com alta concentração de metais pesados; testar as resinas como filtros para remoção de outros

metais pesados além de cobre e mercúrio; criar novas alternativas no Brasil para reutilização e

reciclagem de resíduos sólidos, produzindo resinas com eficiência comparáveis com as produzidas

a partir de derivados de petróleo e largamente utilizadas nos filtros para obtenção de água

deionizada. Além de o método ser simples, utilizando apenas uma etapa de polimerização, não

utilizando solventes orgânicos, catalisadores inorgânicos e outros reagentes nocivos a saúde e ao

meio ambiente, os filtros devem ser testados quanto a seu aspecto microbiológicos.

Local de execução: Manaus ou interior do Estado.

Instituição: Greenwich Engenharia Ambiental Ltda.

Telefone: 92.3234-2220

Fax: 92.3633-8280

E-mail: ugosouto@greentechambiental

Endereço: Rua Visconde de Porto Alegre 1019, Centro

Manaus-AM, Brasil

CEP: 69020130

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Comunicação e educação para gestão ambiental e transferência de tecnologias em

comunidades ribeirinhas do Rio Madeira, Porto Velho-RO

Vânia Beatriz Vasconcelos de Oliveira

Descrição resumida da proposta do projeto: A expansão das atividades agropecuárias e o

crescimento populacional das comunidades rurais do entorno de Porto Velho têm provocado uma

pressão sobre o uso dos recursos naturais em áreas de floresta e nas várzeas do Rio Madeira.

Ocorre, pois, a necessidade de se desenvolver um processo articulado de gestão ambiental,

mediador dos conflitos socioambientais, tendo por princípio a participação das comunidades locais

em atividades e projetos que visem ao uso equitativo e sustentável de recursos naturais, a

conservação da diversidade biológica, e o aprendizado dessas interações. Nesse contexto, o

objetivo do projeto é desenvolver um processo de comunicação para a transferência de tecnologias,

por meio de estudos que valorizem o saber local e gerem bases de informação e disseminação do

conhecimento sobre os recursos naturais, como estratégia para promover a participação de

agricultores familiares na gestão de recursos naturais em comunidades ribeirinhas do Rio Madeira,

em Porto Velho-RO.

As comunidades selecionadas, Cujubim Grande (74 famílias) e Porto Seguro (82 famílias)

desenvolvem atividades agroextrativistas, principalmente a pesca artesanal e a agricultura de

subsistência, buscam alternativas de produção para minimizar o impacto sobre a atividade

pesqueira, e estão inseridas no programa de produção de alimentos para o Fome Zero. Será

promovida uma abordagem interdisciplinar e interinstitucional da gestão dos recursos naturais,

utilizando-se metodologias e técnicas que articulam componentes de comunicação e educação para

a gestão ambiental, planejamento participativo e construção coletiva do conhecimento, levando em

conta a contribuição dos conhecimentos tradicional e científico. Espera-se com esse projeto

promover a inserção de princípios da Educação Ambiental no processo de Pesquisa e Transferência

de Tecnologia, em comunidades ribeirinhas gerando métodos e procedimentos que possam ser

empregados em outras comunidades habitadas por populações tradicionais, de modo a aumentar

suas capacidades de administrar o uso dos recursos naturais de maneira sustentável.

Principais objetivos: OBJETIVO GERAL – Desenvolver processo de comunicação e educação

para a gestão ambiental – por meio de estudos que valorizem o saber local e gerem bases de

informação e disseminação de conhecimentos sobre a realidade local – como estratégia para

promover a participação de agricultores familiares na gestão dos recursos naturais em comunidades

ribeirinhas do rio Madeira em Porto Velho-RO. OBJETIVOS ESPECÍFICOS – Construir

coletivamente, conhecimentos sobre a realidade local, por meio de estudos e discussão sobre

aspectos legais, ambientais, operacionais e sócios econômicos das atividades extrativistas agro

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florestais: com ênfase em plantas medicinais e ornamentais; frutas, óleos vegetais, e quintais

agroflorestais; desenvolver estudos agroecológicos sobre o manejo e conservação do solo e água,

no sistema produtivo da mandioca; construir, coletivamente, conhecimentos sobre a realidade local,

por meio de estudos e discussão sobre aspectos legais, ambientais, operacionais e sócios

econômicos da atividade pesqueira artesanal, nas comunidades beneficiárias; viabilizar a

participação comunitária no processo de comunicação, educação e planejamento para a gestão

ambiental; inserir princípios da educação para a gestão ambiental no processo de pesquisa e

transferência de tecnologia; promover eventos de capacitação para a produção agroecológica e

otimização do uso dos produtos extrativistas.

Local de execução: Porto Velho-RO.

Instituição: Embrapa Rondônia

Telefone: 69.3222-0014

Fax: 69.3222-0409

E-mail: [email protected]

Endereço: Br 364. km 5,5

Porto Velho-RO, Brasil

CEP: 78900970

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REGULAMENTO DO PRÊMIO 2005

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PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL 2005

Seção I – Introdução

Art. 1o. O Prêmio Professor Samuel Benchimol foi instituído pelo Ministério do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio Exterior – MDIC, em parceria com o Pró-Amazônia, instituição integrada

pelas Federações de Indústrias da Região Amazônica, a Federação de Indústrias do Estado do

Amazonas, a Confederação Nacional da Indústria – CNI e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e

Pequenas Empresas – Sebrae Nacional. Associaram-se a essa iniciativa os Ministérios do

Desenvolvimento Social e Combate à Fome, do Meio Ambiente, da Integração Nacional, da

Ciência e Tecnologia e do Turismo e o Banco da Amazônia com o objetivo de:

1. Promover a reflexão sobre as perspectivas econômicas, ambientais e sociais para o

desenvolvimento sustentável da Região Amazônica;

2. Fomentar a interação permanente entre os setores governamental, empresarial,

acadêmico e social da Região Amazônica; e

3. Identificar, avaliar, selecionar e divulgar projetos de interesse empresarial e

oportunidades de investimento a potenciais financiadores, públicos ou privados.

Art. 2o. A seleção dos projetos a serem premiados será realizada por uma Comissão Julgadora

especificamente designada na forma deste regulamento.

Seção II – Das Inscrições

Art. 3o. As inscrições para o Prêmio Professor Samuel Benchimol deverão ser realizadas pelo site

www.amazonia.desenvolvimento.gov.br, na forma do Formulário de Inscrição especificado no

Anexo I – Inscrição. As propostas poderão ser feitas por qualquer cidadão brasileiro ou estrangeiro

vinculado a uma instituição nacional e associado a um cidadão brasileiro, sendo incentivadas as

inscrições por parte de:

1. Instituições de representação empresarial, sindical ou profissional;

2. Instituições universitárias ou de pesquisa sediadas no País ou no exterior;

3. Instituições de crédito e financiamento, de direito público ou privado, inclusive as

multilaterais;

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4. Instituições, públicas ou privadas, devotadas ao desenvolvimento sustentável da Amazônia;

e

5. Instituições que tenham o objetivo de promover o desenvolvimento regional, nacional ou

internacional.

Seção III – Da Comissão Julgadora e do Processo Seletivo

Art. 4o. Fica instituída uma Comissão Julgadora com o objetivo de selecionar até 9 (nove) projetos

para o Prêmio “Professor Samuel Benchimol” a serem classificados em três áreas:

econômica/tecnológica, ambiental e social.

Parágrafo Primeiro – A Comissão Julgadora será constituída por 15 (quinze) membros, a convite do

Presidente Executivo do Prêmio “Professor Samuel Benchimol”, obedecendo a seguinte

composição:

a) 6 (seis) representantes do governo federal (MDIC, MCT, MT, MMA, MDS, Ml);

b) 1 (um) representante dos governos estaduais da região;

c) 2 (dois) representantes do setor empresarial da região;

d) 2 (dois) representantes do setor acadêmico e de pesquisa regional;

e) 2 (dois) representantes de potenciais investidores e financiadores dos projetos; e

f) 1 (um) representante do Confeag e 1 (um) representante da Suframa.

Parágrafo Segundo – A função de Secretário Técnico do Prêmio “Professor Samuel Benchimol”,

inclusive do processo de julgamento, será exercida por um representante da Secretaria de

Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Parágrafo Terceiro – A Comissão Julgadora, que será presidida pelo Secretário de Tecnologia

Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, realizará, pelo menos,

duas reuniões plenárias presenciais, a de abertura e a de finalização dos trabalhos. As demais serão

realizadas, preferencialmente, por meio eletrônico.

Art. 5o. A Comissão Julgadora avaliará apenas as propostas inscritas em plena observância do

disposto nos termos da Seção II.

Parágrafo Primeiro – A avaliação das Propostas se fará mediante a pontuação atribuída pelos

membros da Comissão Julgadora. Para efeitos de pontuação, a Comissão Julgadora levará em conta

os seguintes sete critérios: benefícios a serem gerados; os custos de execução; o prazo de

implantação; a originalidade da proposta; a coerência com as políticas públicas definidas para a

região; a atratividade financeira; e a viabilidade técnica e econômica.

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Parágrafo segundo – Em caso de empate entre Propostas, a Comissão Julgadora Temática é

soberana para estabelecer o processo de desempate a partir dos critérios de avaliação.

Art. 6o. Após a seleção de até 09 (nove) Propostas de Projetos, caberá ao Secretário Técnico do

Prêmio Professor Samuel Benchimol a comunicação aos candidatos do resultado do julgamento.

Seção IV – Da Premiação

Art. 7o. Os projetos e as propostas selecionados pela Comissão Julgadora serão agraciados com o

Prêmio “Professor Samuel Benchimol”. O valor total da premiação para cada categoria será de R$

50.000,00 (cinquenta mil reais), sujeitos a dedução de IR.

Parágrafo Primeiro – No caso de serem selecionados três projetos em uma mesma categoria, caberá

ao primeiro colocado receber o valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais); ao segundo

colocado, R$ 15.000,00 (quinze mil reais); e ao terceiro colocado, R$ 10.000,00 (dez mil reais). No

caso de serem selecionados dois projetos, caberá ao primeiro colocado receber R$ 35.000,00 (trinta

e cinco mil reais) e ao segundo colocado, R$ 15.000,00 (quinze mil reais).

Seção V – Prazos

Art. 8o. O Prêmio “Professor Samuel Benchimol” atenderá o seguinte cronograma: Inscrições:

02/05/2005 a 23/09/2005 Julgamento: 25/10/2005 Entrega do Prêmio: 24/11/2005

Seção VI – Disposições Finais

Art. 9o. Caberá à Comissão Organizadora do Prêmio Professor Samuel Benchimol decidir sobre

casos omissos ao presente regulamento.

PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL AWARD 2005

Regulation

Section I – Introduction

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Art. 1. The Professor Samuel Benchimol” Award and the Annual Forum on the Amazon were

established by the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade – MDIC under a

partnership with Pró-Amazônia, an institution embodying the Federations of the Industries in the

Amazon Region, the Federation of Industries of the State of Amazon, the National Confederation

of Industry – CNI and the Brazilian Service for the Support to the Micro and Small Enterprises –

National SEBRAE, and their objectives are:

1) To promote the reflection on the economic, environmental and social perspectives for

the sustainable development of the Amazon Region;

2) To foster the permanent interaction among the government, business, academic and

social sectors in the Amazon Region; and

3) To identify, evaluate, select and disseminate projects of business interest and

opportunities for investment and potential public or private sponsors.

Art. 2. The Annual Forum on the Amazon will be divided into three Panels for the presentation and

discussion of projects, strategies and policies for the sustainable economic development. The

Panels will consider the three main aspects of the theme: economic/technologic, environmental and

social. Each panel will have the presentation of up to three projects contemplated with the

“Professor Samuel Benchimol” Award.

Art. 3. The selection of projects rewarded and presented at the Panels will be performed by a

Judging Commission especially nominated pursuant to these regulations.

Section II – The Registrations

Art. 4. The registrations for the “Professor Samuel Benchimol” Award shall be made at the site

www.amazonia.desenvolvimento.gov.br, through the Registration Form specified in Attachment I –

Registration. The proposals can be submitted by any Brazilian citizen or foreigner tied to a national

institution and associated with a Brazilian citizen, being encouraged registrations by:

1) Institutions representing the business, union or professional sectors;

2) University or research institutions located in Brazil or abroad;

3) Credit and financing institutions, of public or private law, including the multilateral

ones;

4) Public or private institutions dedicated to the Amazon sustainable development; and

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5) Institutions which objective is to promote the regional, national or international

development.

Section III – The Judging Commission and the Selection Process

Art. 5. A Judging Commission is hereby established with the objective of selecting nine (9)

projects for the “Professor Samuel Benchimol” Award to be classified under three areas:

economic/technological, environmental and social. The projects selected will compose the panels

on themes at the Annual Forum on the Amazon.

Sole Paragraph – The Judging Commission shall be composed of twelve (12) members, invited by

the Executive President of the “Professor Samuel Benchimol” Award and of the Annual Forum on

the Amazon, according to the following composition:

a) Five (5) representatives form the federal government (MDIC, MCT, MMA, MDS, Ml);

b) One (1) representative from the state governments in the region;

c) Two (2) representatives from the business sector in the region;

d) Two (2) representatives of the academic and the regional research sectors; and

e) Two (2) representatives from potential investors and sponsors of the projects.

Second paragraph – The duties of the Technical Secretary of the “Professor Samuel Benchimol”

Award and the Annual Forum on the Amazon, including the judgment process, will be performed

by a representative of Industrial Technology of the Ministry of Development, Industry and Foreign

Trade.

Third paragraph – the Judging Commission will hold at least two plenary presential meetings: the

opening one and that for the completion of the works. The other meetings will be held preferably,

through electronic means.

Fourth paragraph – No appeal will be admitted to the decisions of the Judging Commission.

Art. 6. The Judging Commission will only evaluate the proposals registered according to the

provisions in Section II.

First paragraph – The evaluation of the Proposals will be made through the points ascribed by the

members of the Judging Commission. For purposes of counting points, the Judgment Commission

will consider the following seven criteria: benefits to be derived, execution costs, time period for

implantation; originality of the proposal; coherence with the public policies defined for the region;

financial attractiveness; and the technical and economical feasibility. ATTACHMENT II – Guiding

Suggestions for the Presentation of Project’s Proposals presents a suggestion of probable metrics to

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be used by the proponents to quantify the expected benefits and to present the other information

relevant to the judgment.

Second paragraph – the Project’s Proposals will be evaluated as follows:

a) The final points of the Proposal shall be the average of the points achieved in the seven

evaluation criteria; and

b) the members of the Judging Commission may, after the definition of the points’ levels,

ascribe a collective or individual mark. In the event the grade is individually ascribed by

each member and if a discrepancy occurs, the Technical Secretary may seek the consensus

among the members. If a consensual mark is not achieved, the final mark of a given criteria

will be the average of the individual marks given by each member of the Judging

Commission.

Third paragraph – In the event of a break even among the Proposals, the Thematic Judging

Commission is sovereign to establish a process to decide based on the evaluation criteria.

Art. 7 After the selection of up to nine (9) Projects’ Proposals, the Judgment Commission will

establish a contact with the winning proponents in order to obtain additional information for the

building of the corresponding Thematic Panels to be.

Section IV – The Awards

Art. 8. The projects and proposals selected by the Judging Commission to participate in the Annual

Forum on the Amazon, will be granted the “Professor Samuel Benchimol” Award. The total

amount of the award for each panel will be fifty thousand Reais (R$50,000.00).

First paragraph – The evaluation. In the event three projects are selected on a panel, the first in the

rank will receive the amount of twenty-five thousand Reais (R$25,000.00); the second one, fifteen

thousand Reais (R$15,000.00); and the third one, ten thousand Reais (R$10,000.00). Is two projects

are selected, the first one will receive thirty-five thousand Reais (R$35,000.00) and the second one,

fifteen thousand Reais (R$15,000.00).

Section V – Time Limits

Art. 9. The “Professor Samuel Benchimol” Award shall follow the following schedule:

Registrations: from 02/05/2005 to 23/19/2005 Judgment: 25/10/2005

Delivery of the Award and Holding of Forum: 24/11/2005

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Section VI – Final Provisions

Art. 10. The Organizing Commission of the Award and of the Forum on the Amazon will decide

on the issued not provided for in this regulation.

PRIX “PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL”

Règlement

Section I – Introduction

Article 1. Le Prix “Professeur Samuel Benchimol” et le Forum Annuel sur l’Amazonie ont été

institués par le Ministère du Développement, de l’Industrie et du Commerce Extérieur – MDIC en

partenariat avec Prô-Amazônia, institution intégrée par les Fédérations d’Industries de la Région

Amazonienne, la Fédération d’Industries de l’Etat de l’Amazonas, la Confédération Nationale de

l’Industrie – CNI et le Service Brésilien de Soutien à la Micro et Petite Entreprise – SEBRAE

Nationale, et ont pour but de:

1) Promouvoir la réflexion sur les perspectives économiques, environnementales et sociales

pour le développement durable de la Région Amazonienne;

2) Encourager l’interaction permanente entre les secteurs gouvernemental, d’entreprises,

universitaire et social de la Région Amazonienne; et

3) Identifier, évaluer, sélectionner et divulguer des projets d’intérêt pour les entreprises et

des opportunités d’investissement pour des porteurs de fonds publiques ou privés

potentiels..

Article 2. Le Forum Annuel sur l’Amazonie sera constitué de trois Ateliers pour la présentation et

la discussion de projets, de stratégies et de politiques de développement économique durable. Les

ateliers porteront sur les trois principaux volets du sujet: économique/technologique,

environnemental et social. Chaque atelier contera sur la présentation de jusqu’à trois projets ayant

gagné le Prix “Professeur Samuel Benchimol”.

Article 3. La sélection des projets qui recevront le prix et seront présentés dans les Ateliers sera

assurée par un Jury spécifiquement désigné conformément à ce réglemente.

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Section II – Les Inscriptions

Article 4. Les inscriptions pour le Prix “Professeur Samuel Benchimol” devront être faites au

moyen du site www.amazonia.desenvolvimento.gov.br, conformément au Formulaire d’Inscription

spécifié dans l’Annexe I – Inscription. Des citoyens brésiliens et des étrangers liés a des intituitions

nationnales et associés a des citoyens brésiliens peuvent présenter des propos. Il y aura des

encouragements a des inscritions de:

1) Institutions de représentation d’entreprises, syndicale ou professionnelle;

2) Institutions universitaires ou de recherche siégeant au Brésil ou à l’étranger;

3) Institutions de crédit et financement, de droit publique ou privé, y- comprises les

multilatérales;

4) Institutions, publiques ou privées, vouées au développement durable de l’Amazonie; et

5) Institutions ayant pour but de promouvoir le développement régional, national ou

international.

Section III – Le Jury et le Processus de Sélection

Article 5. Un Jury est créé avec le but de sélectionner jusqu’à 9 (neuf) projets pour le Prix

“Professeur Samuel Benchimol” qui seront classifiés en trois domaines: économique/

technologique, environnemental et social. Les projets sélectionnés feront partie des ateliers

thématiques du Forum Annuel sur l’Amazonie.

Paragraphe 1 – Le Jury sera constitué de 12 (douze) membres, à l’invitation du Président Exécutif

du Prix “Professeur Samuel Benchimol” et du Forum Annuel sur l’Amazonie, suivant la

composition ci-après:

1) 5 (cinq) représentants du gouvernement fédéral (MDIC, MCT, MMA, MDS, MI);

2) 1 (un) représentant des gouvernements d’états de la région;

3) 2 (deux) représentants du secteur d’entreprises de la région;

4) 2 (deux) représentants du secteur universitaire et de recherche régional et

5) 2 (deux) représentants d’investisseurs et porteurs de fonds potentiels des projets.

Paragraphe 2 – La fonction de Secrétaire Technique du Prix “Professeur Samuel Benchimol” et du

Forum Annuel sur l’Amazonie, y-compris du processus de jugement, sera exercée par un

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représentant du Secrétariat à la Technologie Industrielle du Ministère du Développement, de

l’Industrie et du Commerce Extérieur.

Paragraphe 3 – Le Jury tiendra au moins deux réunions plénières présentielles, celle d’ouverture et

celle de clôture des travaux. Les autres seront préférablement tenues par des moyens électroniques.

Paragraphe 4 – Il n’y aura aucun appel des décisions du Jury.

Article 6. Le Jury évaluera seulement les propositions inscrites, tout en obéissant les dispositions

des termes de la Section II.

Paragraphe 1 – A L’évaluation des Propositions sera faite moyennant les points attribués par les

membres du Jury. A des fins d’attribution de points, le Jury tiendra compte des sept critères

suivants: avantages qui seront créés; les coûts d’exécution; le délai de mise en place; l’originalité

de la proposition; la cohérence avec les politiques publiques définies pour la région; l’attrait

financier; et la viabilité technique et économique. L’ANNEXE Il – Suggestion de Plan pour la

Présentation de Propositions de Projet présente une suggestion de métriques possibles qui devront

être utilisées par les candidats pour quantifier les avantages attendus et présenter les autres

informations importantes pour le jugement.

Paragraphe 2 – Les Propositions de Projets seront évaluées comme suit:

a) L’attribution finale de points de la Proposition sera la moyenne générale des points obtenus

conformément aux sept critères d’évaluation et

b) les membres du Jury pourront, après la définition de niveaux d’attribution de points,

attribuer la note de façon collective ou individuelle. Dans le cas où la note serait attribuée

individuellement, par chaque membre et, s’il n’y a pas d’accord, le Secrétaire Technique

pourra chercher le consensus entre les membres. S’il s’avère impossible d’obtenir une note

de consensus, la note finale d’un critère donné sera la moyenne des notes individuelles

attribuées par chaque membre du Jury.

Paragraphe 3 – Au cas d’égalité entre les notes attribuées à deux ou plus Propositions, le Jury

Thématique est souverain pour établir le processus de résolution de l’impasse à partir des critères

d’évaluation..

Article 7. Après la sélection de jusqu’à 09 (neuf) Propositions de Projets, le Jury se mettra en

rapports avec les candidats vainqueurs pour obtenir des informations additionnelles dans le but de

créer les Ateliers Thématiques correspondants, qui seront présentés au Forum Annuel sur

l’Amazonie.

Section IV – L’octroi des prix

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Article 8. Les projets et les propositions sélectionnés par le Jury pour participer au Forum Annuel

sur l’Amazonie recevront le Prix de l’Amazonie “Professeur Samuel Benchimol”. La valeur totale

des prix pour chaque atelier sera de R$ 50.000,00 (cinquante mille reais).

Paragraphe 1 – L’évaluation, au cas où trois projets seraient sélectionnés dans un atelier, il

reviendra au premier de recevoir la somme de R$ 25.000,00 (vingt-cinq mille reais); au second, R$

15.000,00 (quinze mille reais); et au troisième, R$ 10.000,00 (dix mille reais). Au cas où deux

projets seraient sélectionnés, il reviendra au premier de recevoir R$ 35.000,00 (trente-cinq mille

reais) et au second, R$ 15.000,00 (quinze mille reais).

Section V – Délais

Article 9. Le Prix de l’Amazonie “Professeur Samuel Benchimol” suivra le calendrier suivant:

Inscriptions: du 02/05/2005 au 23/09/2005 Jugement: le 25/10/2005

Remise du Prix et Réalisation du Forum: 24/11/2005

Section VI – Dispositions finales

Article 10. Il reviendra à la Commission Organisatrice du Prix et du Forum de l’Amazonie de

décider sur des cas non prévus dans le présent règlement

PREMIO PROFESOR SAMUEL BENCHIMOL

Reglamento

Sección I – Introducción

Artículo 1. El Premio “Profesor Samuel Benchimol” y el Fórum Anual sobre Amazónia fueron

instituídos por el Ministério dei Desarrollo, Industria y Comercio Exterior – MDIC en asociación

con Pró-Amazônia, institución integrada por las Federaciones de Industrias de la Región

Amazônica, la Federación de Industrias dei Estado de Amazonas, la Confederación Nacional de la

Industria – CNI y dei Servido Brasileno de Apoyo a la Micro y Pequena Empresa – SEBRAE

Nacional, y tienen por objetivo:

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1) Fomentar la reflexión sobre las perspectivas económicas, ambientales y sociales para el

desarrollo sostenible de la Región Amazônica;

2) Fomentar la interacción permanente entre los sectores gubernamental, empresarial,

académico y social de la Región Amazônica y;

3) Identificar, evaluar, seleccionar y divulgar proyectos de interés empresarial y oportunidades

de inversión para potenciales financiadores, públicos o privados.

Artículo 2. El Fórum Anual sobre Amazónia será constituído de tres Paneles para la presentación y

discusión de proyectos, estrategias y políticas de desarrollo económico sostenible. Los paneles

contemplarán las tres vertientes principales dei tema: económica/ tecnológica, ambiental y social.

Cada panei contará con la presentación de hasta tres proyectos agraciados con el Premio “Profesor

Samuel Benchimol”.

Artículo 3. La selección de los proyectos que serán premiados y presentados en los Paneles se

realizará por una Comisión Juzgadora especificamente designada en la forma de este reglamento.

Sección II – Las Inscripciones

Artículo 4. Las inscripciones para el Premio “Profesor Samuel Benchimol” se deberán realizar por

el site www.amazonia.desenvolvimento.gov.br,, en la forma dei Formulário de Inscripción

especificado en el Anexo I – Inscripción. Las propuestas podrán ser hechas por cualquier ciudadano

Brasilero o extranjero vinculado a una institución nacional y asociado a un ciudadano brasilero,

siendo incentivadas las inscripciones por parte de:

1) Instituciones de representación empresarial, sindical o profesional;

2) Instituciones universitárias o de investigación con sede en el País o en el extranjero;

3) Instituciones de crédito y financiación, de derecho público o privado, inclusive las

multilaterales;

4) Instituciones, públicas o privadas, devotadas al desarrollo sostenible de Amazônia y;

5) Instituciones que tengan el objetivo de fomentar el desarrollo regional, nacional o

internacional.

Sección III – La Comisión Juzgadora y el Proceso Selectivo

Artículo 5. Se instituye una Comisión Juzgadora con el objetivo de seleccionar hasta 9 (nueve)

proyectos para el Premio “Profesor Samuel Benchimol” que serán clasificados en tres áreas:

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económica/tecnológica, ambiental y social. Los proyectos seleccionados compondrán los paneles

temáticos dei Fórum Anual sobre Amazônia.

Párrafo Primero – La Comisión Juzgadora será constituída por 12 (doce) miembros, mediante

invitación dei Presidente Ejecutivo dei Premio “Profesor Samuel Benchimol” y Fórum Anual sobre

Amazônia, obedeciendo a la siguiente composición:

a) 5 (cinco) representantes dei gobierno federal (MDIC, MCT, MMA, MDS, Ml);

b) 1 (un) representante de los gobiernos de los estados de la región;

c) 2 (dos) representantes dei sector empresarial de la región;

d) 2 (dos) representantes dei sector académico y de investigación regional; y

e) 2 (dos) representantes de potenciales inversionistas y financiadores de los proyectos.

Párrafo Segundo – La función de Secretario Técnico dei Premio “Profesor Samuel Benchimol” y

Fórum Anual sobre Amazônia, inclusive dei proceso de juzgamiento, será ejercida por un

representante de la Secretaria de Tecnologia Industrial dei Ministério dei Desarrollo, Industria y

Comercio Exterior.

Párrafo Tercero – La Comisión Juzgadora realizará, por lo menos, dos reuniones plenarias con

presencia obligatoria, aquella de abertura y aquella de cierre de los trabajos. Las demás se

realizarán preferiblemente por médio electrónico.

Parágrafo Quarto – No cabrá cualquier recurso a las decisiones de la Comisión Juzgadora.

Artículo 6. La Comisión Juzgadora evaluará solamente las propuestas inscritas en plena

observancia de lo dispuesto en los términos de la Sección II.

Párrafo Primero – La evaluación de las Propuestas se hará mediante los puntos atribuídos por los

miembros de la Comisión Juzgadora. Para efectos de puntaje, la Comisión Juzgadora tomará en

cuenta los siguientes siete critérios: benefícios que se generarán; los costos de ejecución; el plazo

de implantación; la originalidad de la propuesta; la coherencia con las políticas públicas definidas

para la región; la atracción financiera; y laviabilidad técnica y económica. El ANEXO II –

Sugerencia de Guión para la Presentación de Propuestas de Proyecto presenta una sugerencia de

posibles métricas que serán utilizadas por los proponentes para cuantificar los benefícios esperados

y presentar las demás informaciones relevantes para el juzgamiento.

Párrafo Segundo – Las Propuestas de Proyectos se evaluarán como sigue:

a) El puntaje final de la Propuesta será el promedio general dei puntaje obtenido en los siete

critérios de evaluación y;

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b) los miembros de la Comisión Juzgadora podrán, después de la definición de niveles de

puntaje, atribuir la nota de forma colectiva o individual. En el caso de nota individual

atribuída por cada miembro y, si hubiere discordância, el Secretario Técnico podrá buscar el

consenso entre los miembros. Si no se puede obtener una nota consensual, la nota final de

un dado critério será el promedio de las notas individuales atribuídas por cada miembro de

la Comisión Juzgadora.

Párrafo Tercero – En caso de empate entre Propuestas, la Comisión Juzgadora Temática es

soberana para establecer el proceso de desempate a partir de los critérios de evaluación.

Artículo 7. Después de la selección de hasta 09 (nueve) Propuestas de Proyectos, la Comisión

Juzgadora establecerá contacto con los proponentes vencedores para informaciones adicionales

visando a la construcción de los Paneles Temáticos correspondientes que se presentarán en el

Fórum Anual sobre Amazónia.

Sección IV – La Otorga de Prémios

Artículo 8. Los proyectos y las propuestas seleccionados por la Comisión Juzgadora para participar

en el Fórum Anual sobre Amazónia serán agraciados con el Premio de Amazónia “Profesor Samuel

Benchimol”. El valor total de la otorga de prémios para cada panei será de R$ 50.000,00 (cincuenta

mil reales).

Párrafo Primero – La evaluación en el caso de selección de tres proyectos en un panei, le caberá al

primer colocado recibir el valor de R$ 25.000,00 (veinticinco mil reales); al segundo colocado, R$

15.000,00 (quince mil reales); y al tercer colocado, R$ 10.000,00 (dez mil reales). En el caso de

selección de dos proyectos, le caberá al primer colocado recibir R$ 35.000,00 (treinta y cinco mil

reales) y al segundo colocado, R$ 15.000,00 (quince mil reales).

Sección V – Plazos

Artículo 9. El Premio de Amazônia “Profesor Samuel Benchimol” atenderá al siguiente

cronograma:

Inscripciones: 02/05/2005 la 23/09/2005 Juzgamiento: 25/10/2005

Entrega dei Premio y Realización dei Fórum: 24/11/2005

Sección VI – Disposiciones Finales

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Artículo 10. Le caberá a la Comisión Organizadora dei Premio y Fórum de Amazônia decidir sobre

casos omisos en el presente reglamento.

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REGULAMENTO DO PRÊMIO 2005

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PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL 2005

Capítulo I – Antecedentes, Objetivos e Categorias

Art. 1o. O Prêmio Professor Samuel Benchimol foi instituído pelo Ministério do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio Exterior – MDIC, em parceria com o Pró- Amazônia, instituição integrada

pelas Federações de Indústrias da Região Amazônica, Federação de Indústrias do Estado de

Roraima, a Confederação Nacional da Indústria – CNI, o Conselho Federal de Engenharia,

Arquitetura e Agronomia – Confea e o Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa –

Sebrae Nacional. Associaram-se a essa iniciativa os Ministérios do Desenvolvimento Social e

Combate à Fome, do Meio Ambiente, da Integração Nacional, da Ciência e Tecnologia e do

Turismo e o Banco da Amazônia com o objetivo de:

1) Promover a reflexão sobre as perspectivas econômicas, tecnológicas, ambientais e sociais

para o desenvolvimento sustentável da Região Amazônica;

2) Fomentar a interação permanente entre os setores governamental, empresarial, acadêmico e

social da Região Amazônica; e

3) Identificar, analisar, selecionar e divulgar projetos de interesse empresarial e oportunidades

de investimento a potenciais financiadores, públicos ou privados.

Art. 2o. São duas as categorias distinguidas pelo Prêmio Samuel Benchimol:

1) Categoria projetos

2) Categoria empresários/executivos

Art. 3o. A seleção dos projetos a serem premiados será realizada por uma Comissão Julgadora

especificamente designada na forma deste regulamento.

Capítulo II – Das Inscrições

Art. 4o. As inscrições para o Prêmio Professor Samuel Benchimol deverão ser realizadas pelo

endereço eletrônico www.amazonia.desenvolvimento.gov.br. na forma do Formulário de Inscrição

especificado no Anexo I – Inscrição. Os projetos poderão ser feitos por qualquer cidadão brasileiro

ou estrangeiro vinculado a uma instituição nacional e associado a um cidadão brasileiro, sendo

incentivadas as inscrições por parte de pessoas vinculadas a:

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1) Instituições de representação empresarial, sindical ou profissional;

2) Instituições universitárias ou de pesquisa sediadas no País ou no exterior;

3) Instituições de crédito e financiamento, de direito público ou privado, inclusive as

multilaterais;

4) Instituições, públicas ou privadas, devotadas ao desenvolvimento sustentável da Amazônia;

5) Instituições que tenham o objetivo de promover o desenvolvimento regional, nacional ou

internacional; e

6) Empresas públicas e privadas com investimento na Região Amazônica.

Capítulo III – Da categoria Projetos

Seção I – Da Comissão Julgadora e do Processo Seletivo

Art. 5o. Fica instituída uma Comissão Julgadora com o objetivo de selecionar projetos para o

Prêmio Professor Samuel Benchimol a serem classificados em três áreas: econômica/tecnológica,

ambiental e social, podendo este último contemplar aspectos de valorização da cultura local e de

turismo sustentável.

Parágrafo Primeiro – A Comissão Julgadora indicará, preferencialmente, apenas um projeto para

premiação em cada categoria, podendo ser indicados até três por categoria, somente quando os

projetos contemplarem resultados mais ou menos equivalentes ou se a diversidade geográfica dos

premiados for desejável ou por outro motivo relevante a critério da Comissão Julgadora.

Parágrafo Segundo – A Comissão Julgadora será constituída por 19 (dezenove) membros, a

convite do Presidente Executivo do Prêmio Professor Samuel Benchimol, obedecendo à seguinte

composição:

1) 6 (seis) representantes do Governo Federal (MDIC, MCT, MT, MMA, MDS, Ml);

2) 1 (um) representante de cada um dos governos estaduais da Região Amazônica;

3) 2 (dois) representantes do setor empresarial da Região Amazônica;

4) 2 (dois) representantes do setor acadêmico e de pesquisa regional;

5) 1 (um) representante de potenciais investidores e financiadores dos projetos;

6) 1 (um) representante do Banco da Amazônia;

7) 1 (um) representante do Confea;

8) 1 (um) representante da Suframa;

9) 1 (um) representante da CNI;

10) 1 (um) representante do SEBRAE nacional;

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11) 1 (um) representante da sociedade civil organizada com notável atuação na Região

Amazônica; e

12) 1 (um) representante da Agência de Desenvolvimento da Amazônia.

Parágrafo Terceiro – A função de Secretário Técnico do Prêmio Professor Samuel Benchimol,

inclusive do processo de julgamento, será exercida por duas pessoas, sendo um representante da

Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio

Exterior e o outro representante da federação das indústrias do Estado que sediar a cerimônia de

outorga dos prêmios e distinções.

Parágrafo Quarto – A Comissão Julgadora, que será presidida pelo Secretário de Tecnologia

Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, realizará, pelo menos,

duas reuniões plenárias presenciais: a de abertura e a de finalização dos trabalhos. As demais serão

realizadas, preferencialmente, por meio eletrônico.

Art. 6o. A Comissão Julgadora avaliará apenas os projetos inscritos em plena observância do

disposto nos termos do Capítulo II.

Parágrafo Primeiro – A avaliação dos projetos se fará mediante a pontuação atribuída pelos

membros da Comissão Julgadora. Para efeitos de pontuação, a Comissão Julgadora levará em conta

os seguintes critérios:

1) Benefícios a serem gerados;

2) Proporcionalidade entre os custos de execução e os objetivos almejados;

3) Prazo de implantação;

4) Originalidade do projeto;

5) Coerência com as políticas públicas definidas para a Região;

6) Atratividade financeira; e

7) Viabilidade técnica e econômica.

Parágrafo segundo – Em caso de empate entre projetos, a Comissão Julgadora Temática é

soberana para estabelecer o processo de desempate a partir dos critérios de avaliação.

Art. 7o. Após a seleção de até 09 (nove) projetos, caberá ao Secretário Técnico do Prêmio

Professor Samuel Benchimol comunicar aos candidatos o resultado do julgamento.

Seção II – Da Premiação

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Art. 8o. Os projetos selecionados pela Comissão Julgadora serão agraciados com o Prêmio

Professor Samuel Benchimol. O valor total da premiação para cada categoria será de R$ 65.000,00

(sessenta e cinco mil reais), sujeitos à dedução de IR.

Parágrafo Primeiro – No caso de serem selecionados três projetos em uma mesma categoria,

caberá ao primeiro colocado receber o valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais); ao segundo

colocado, R$ 20.000,00 (vinte mil reais); e ao terceiro colocado, R$ 15.000,00 (quinze mil reais).

No caso de serem selecionados dois projetos, caberá ao primeiro colocado receber R$ 40.000,00

(quarenta mil reais) e ao segundo colocado, R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais).

Capítulo IV – Da Categoria Empresários/ Executivos

Seção I – Objetivos e Distinções

Art. 9o. O Prêmio Professor Samuel Benchimol categoria empresários e executivos tem como

objetivo agraciar empresários que se destacaram no desenvolvimento sustentável da Amazônia

Legal nas modalidades ambiental, social e econômica/ tecnológica.

Parágrafo primeiro – Serão concedidas até 3 (três) honrarias Prêmio Professor Samuel Benchimol

categoria empresários/executivos, uma por modalidade.

Parágrafo segundo – As distinções serão conferidas em solenidade a ser agendada pelas

instituições organizadoras.

Seção II – Da Estrutura da Comissão Organizadora

Art. 10. A Presidência Executiva da Comissão Organizadora do Prêmio Professor Samuel

Benchimol categoria projetos e Prêmio Professor Samuel Benchimol categoria empresários/

executivos será exercida cumulativamente pelo Presidente da Federação das Indústrias do Estado

da Região Amazônica que sediar os eventos mencionados.

Parágrafo único – A Secretaria Executiva será exercida pelo MDIC.

Seção III – Da Comissão Julgadora

Art. 11. A Comissão Julgadora do Prêmio Professor Samuel Benchimol categoria projetos será

presidida pelo Secretário de Tecnologia Industrial do MDIC, que também acumulará a função de

julgamento do Prêmio Professor Samuel Benchimol categoria empresários/ executivos.

Art. 12. A Comissão Julgadora atuará na seleção dos indicados, com base nos seguintes termos

referenciais:

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1) Originalidade, com base na inovação tecnológica, na criação, desenvolvimento e

implantação de produtos, serviços, processos ou sistemas produtivos ou de gestão na

indústria;

2) Equilíbrio entre o aumento da eficiência e da competitividade, sobretudo, industrial e a

capacidade de geração de empregos, obtido com base na gestão tecnológica, ambiental e

social;

3) Contribuição ao aumento da competitividade nacional, principalmente, no domínio de

processos tecnológico-industriais e à inserção dos produtos brasileiros no mercado mundial,

respeitando os princípios de desenvolvimento sustentável da Região Amazônica;

4) Impacto de iniciativas realizadas pelos indicados, principalmente, para o desenvolvimento

industrial, com o engajamento ao tema da responsabilidade social da empresa; e

5) Convergência com as políticas públicas, sobretudo nas opções estratégicas para o

desenvolvimento sustentável da Região Amazônica.

Parágrafo primeiro – Cada termo referencial poderá ser subdividido em critérios específicos mais

detalhados pela Comissão Julgadora, com fins de melhor aquilatar as realizações dos indicados.

Parágrafo segundo – Visando a uma maior equanimidade na atribuição das honrarias, a Comissão

Julgadora poderá considerar especificidades sociais, econômicas e ambientais da área geográfica de

atuação dos empresários e executivos indicados.

Parágrafo terceiro – A Comissão Julgadora será soberana na fixação dos critérios e na seleção dos

indicados para distinção com Prêmio Professor Samuel Benchimol categoria

empresários/executivos.

Parágrafo quarto – Não serão concedidas honrarias a empresários ou gestores post-mortem.

Art. 13°. As seguintes entidades poderão indicar até 3 (três) candidaturas ao Prêmio Professor

Samuel Benchimol categoria empresário/executivo:

1) Instituições de representação empresarial, sindical ou profissional;

2) Instituições universitárias ou de pesquisa;

3) Agências de desenvolvimento empresarial, tecnológico e industrial.

Art. 14. As indicações das entidades proponentes deverão ser acompanhadas de curriculum vitae e

de uma descrição precisa das ações que as justifiquem, ressaltando os termos referenciais

apresentados no Art. 12°.

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Capítulo V – Prazos e Disposições Finais

Seção I – Prazos

Art. 16 O Prêmio Professor Samuel Benchimol atenderá ao seguinte cronograma:

Inscrições: 02/05/2006 a 25/08/2006 Julgamento: 26/09/2006 Outorga do Prêmio: 24/11/2006

Parágrafo único: Os prazos acima referidos poderão ser dilatados a critério da Comissão

Julgadora.

Art. 17° – Caberá recurso da decisão da Comissão Julgadora, no prazo de 05 (cinco) dias úteis, a

contar da data da publicação do resultado do julgamento dos projetos. Os recursos deverão ser

encaminhados para o seguinte endereço eletrônico: www.amazonia.desenvolvimento.gov.br. Após

o julgamento dos recursos e a publicação do resultado final, a decisão será definitiva e irrecorrível.

Seção II – Disposições Finais

Art. 18° Para os efeitos deste regulamento, entenda-se como Região Amazônica os Estados

brasileiros do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão (a oeste do meridiano 44), Mato Grosso,

Rondônia, Roraima e Tocantins e as regiões dos países limítrofes cobertas pela Hiléia

Amazônica.

Art. 19°. Caberá à Comissão Organizadora do Prêmio Professor Samuel Benchimol decidir sobre

casos omissos ao presente regulamento.

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Cerimonial – Prêmio 2004

Discurso ao Prêmio Professor Samuel Bechimol 2004

Professora Dra. Marilene Corrêa da Silva Freitas*

* Secretária Estadual de Ciência e Tecnologia do Estado do Amazonas; Pós-Doutora em Sociologia e Cooperação

Internacional pela Universidade Caen-Unesco, França, Professora Dra. em Ciências Sociais (Uncamp) da Universidade

Federal do Amazonas; Membro do Conselho Diretor do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia e Conselho

Científico do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, desde 2003. Pesquisadora do Departamento de

Ciências Sociais da Ufam e professora dos cursos de Mestrado Sociedade e Cultura na Amazônia e Ciências do

Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia (Ufam) e do Mestrado Agricultura do Trópico Úmido (Inpa).

O princípio explicativo do estilo de socialização judaica, a simplicidade e a discrição são coerentes

com as expectativas de ser, viver, ficar e sobreviver judeu. Esse princípio pode ser resumido nas

palavras identidade e continuidade. Testados pelas adversidades históricas, os judeus cuidam para

evitar o enfraquecimento e a erosão da memória e da identidade. Samuel Benchimol, o intelectual,

o homem, o empresário empreendedor foi exemplar nessa tarefa. A vida dos judeus na Amazônia, a

Região Amazônica e o Estado do Amazonas são compreendidos no interior de toda a sua obra

como aspectos estruturantes de sua visão econômica, sociológica e antropológica.

O desenvolvimento amazônico qualifica-se no pensamento de Benchimol em várias ordens: a

objetiva e factual, a de ordem subjetiva, a de ordem espacial e a de ordem temporal. Gerado pela

necessidade de o Estado brasileiro expandir a sua fronteira econômica e humana, o equacionamento

do desenvolvimento ê de fácil formulação acadêmica e de complicada realização empírica. Às

clássicas indagações de desenvolvimento “por quê?” “para quem?” “onde?”, “em que período de

tempo?” correspondem, cada uma delas, os eixos de orientação e reflexão do futuro regional.

Abrem-se, na sociedade e na academia, questionamentos das mais diversas interpretações sobre os

problemas amazônicos: ocupação e titulação de terras, colonização e assentamento agrícola,

desmatamento e devastação, exploração agropecuária e florestal, garimpo e mineração, vocação

varzeana, construção rodoviária, migração e população indígena, incentivos fiscais, entre outros. A

discussão acerca do desenvolvimento amazônico dá-se tanto em nível acadêmico como político,

empresarial e popular. Configura-se, assim, a questão amazônica. Não escapa à percepção de

Benchimol a forte carga ideológica do debate, este próprio com aspectos positivos e negativos.

Despertar a consciência nacional sobre a importância do universo amazônico é um deles; introduzir

fatores de ordem emocional nos conflitos e tensões que surgem em todas as frentes pioneiras de

ocupação e de trabalho é outro.

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Pode-se dizer que todas as preocupações com o desenvolvimento regional e seus nexos com o

desenvolvimento do Brasil foram discutidas coletivamente na questão amazônica, em diferentes

graus e interesses, na forma de responder às clássicas perguntas do caráter do desenvolvimento em

curso nas ordens sintetizadas por Benchimol. Na primeira, faz-se referência a origens, manejo

racional da floresta, recursos naturais, institucionais e tecnológicos e investimentos infraestruturais

para o conhecimento e uso do espaço físico e biológico. O uso e o manejo da floresta tropical

úmida como recurso renovável é o tema crítico de maior debate.

Na segunda ordenação, de natureza subjetiva, procura-se definir o papel, a vivência, a história, as

necessidades presentes e pretéritas às expectativas do futuro, do homem e da comunidade

amazônica. Na verdade, indaga-se quem serão os atores propulsores e os beneficiários do

desenvolvimento. Do mesmo modo, discutem-se formas de financiamento e os modelos de

operacionalizá-lo. O grande latifúndio, a grande pecuária e a grande empresa foram justificativas de

políticas e de incentivos fiscais para a conversão de florestas em pastagens. Trezentos e cinquenta

empreendimentos no sul do Pará, norte de Goiás e Mato Grosso custaram cerca de bilhão de

dólares e não produziram os resultados esperados.

Na terceira questão, de ordem espacial, Benchimol agenda as proposições estratégicas, táticas,

decisões políticas, delimitações das áreas focais do desencadeamento do processo de

desenvolvimento. Enfatiza a diversidade de paisagem da região, o litoral atlântico, a calha central, o

mediterrâneo de terra firme, os diferentes tipos de rios de água barrenta, preta e cristalina, os lagos

e varzeados, a vegetação costeira, as dunas, os mangues, as praias de rios, os campos, as savanas,

os lavrados e os cerrados. A complexidade dos ecossistemas amazônicos precisa ser analisada em

todas as suas dimensões climáticas, solos, recursos, potencial hidrelétrico, a natureza geográfica e

geopolítica das nascentes em outros países e Estados.

Na ordenação temporal, a dinâmica do tempo físico, histórico e cultural é pensado por Benchimol

em termos de diminuição de defasagens entre esses diferentes tempos e os diferenciados níveis de

inserção de grupos e sociedades que ainda estão separados em termos de valores, herança histórico-

cultural, e das referências de identidade nacional. Nesse processo, a pressa só atrapalha. Benchimol

tem uma antevisão detalhada em tese de ouro ilustre intelectual brasileiro, o geógrafo Milton

Santos, sobre a força dos lentos.

Benchimol compreendeu como ninguém o enigma que distingue e/ou solda, as culturas e as

civilizações. Sem conhecer as realidades socioculturais da Amazônia, que é o nosso espaço-tempo,

projetos fracassam, a sociedade fragmenta-se em desigualdade maior ou estagna-se na perda do

sentido coletivo que cria os objetivos comuns.

O impacto do Prêmio Professor Samuel Benchimol deve também passar pelo crivo da reflexão mais

profunda de sua obra. Pesquisadores, empreendedores, instituições sentir- se-ão mais incluídos nas

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preocupações com o pacto federativo, com a qualidade de vida e com o desenvolvimento humano

mais solidário e fraterno.

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Manifestações ao Prêmio

“O Prêmio Prof. Samuel Benchimol inspira-se na extraordinária contribuição desse emérito e

inesquecível pesquisador ao dimensionamento dos desafios regionais e à busca de soluções

pragmáticas aos problemas amazônicos. O Prêmio é um importante instrumento motivador da

promoção e do avanço da pesquisa e uma contínua reflexão para ampliar o grau de integração

orientada entre o conhecimento científico, o domínio tecnológico e o empreendedorismo. A

interação entre ciência, tecnologia e inovação, neste contexto amazônico, possibilitará melhor

seletividade e maior agregação de valor à produção regional, contribuindo para a obtenção de um

nível adequado de sustentabilidade. Somente a partir da incorporação de novos conhecimentos e de

novos processos e métodos de produção e sua aplicação regionalizada é que será revelado o

verdadeiro potencial econômico que a vastidão amazônica ainda encobre. Este valioso Prêmio

concorre, assim, no sentido de ampliar as fronteiras do desenvolvimento sustentável, ou como diria

o Prof. Benchimol, do eco desenvolvimento, transformando os imensos recursos naturais da

Amazônia em riqueza efetiva, de forma ecologicamente correta e socialmente justa.”

Admilton Pinheiro Salazar Diretor Geral do Centro de Ciência, Tecnologia e Inovação do Pólo Industrial de Manaus

“O Prêmio Samuel Benchimol coloca em relevo os destaques científicos na Amazônia. Não há

futuro para a Amazônia sem ciência. Não há ciência sem cientistas. Assim, trata-se de uma

iniciativa de significativo e oportuno simbolismo”.

Alex Bolonha Fiúza de Mello Reitor da Universidade Federal do Pará

“Sempre defendi os programas mobilizadores como força propulsora para o desenvolvimento. A

convergência de ideias e objetivos conduz ao sucesso de atividades estratégicas. Dessa forma, o

Prêmio Professor Samuel Benchimol constitui uma referência de articulação, sobretudo por ter

tornado possível identificar ideias inovadoras nas áreas tecnológica, ambiental e social. Concebido

para ser apenas um prêmio, conquistou, pelo envolvimento entre entidades governamentais,

agências de desenvolvimento e setor privado, a contratação de projetos premiados, sendo, portanto,

uma significativa ação de intervenção positiva para o desenvolvimento da Amazônia”.

Antônio Sérgio Martins Mello Secretário do Desenvolvimento da Produção Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Coordenador do Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia

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“Estimular, fomentar e dar visibilidade a ações de inovação, numa Região de tão ampla dimensão e

tão ampla diversidade, são, por um lado, um belo e gigante desafio, por outro, um projeto

estratégico que contribuirá para o desenvolvimento das populações mais distantes do nosso

conceito de modernidade”.

Carlos Manuel Pedroso Neves Cristo Chefe de Gabinete da Secretaria de Tecnologia Industrial

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

“Uma das maiores honras que recebi na minha gestão à frente da Federação das Indústrias do Pará

foi a de ter o privilégio de ser o Presidente Executivo do Prêmio Professor Samuel Benchimol

2005. Samuel Benchimol foi sem dúvida um dos maiores conhecedores da Amazônia que ele tanto

amou. Sou plenamente favorável ã posição que ele sempre defendeu para a Amazônia: gerar

emprego e renda sem causar impactos ambientais, reduzindo as desigualdades sociais.”

Danilo Remor Presidente da Fiepa

Presidente Executivo do Prêmio Professor Samuel Benchimol

“A Universidade da Amazônia possui quatro princípios fundamentais em seu Projeto Institucional:

o princípio da organização; o princípio da qualidade; o princípio da regionalidade e o princípio da

comunicação. Pelo princípio da regionalidade sempre afirmamos a nossa ação na Amazônia.

Quando constato a grandeza do Prêmio Professor Samuel Benchimol, que inspira tanto

pesquisadores como empresários, a Unama tem de louvar a iniciativa e a ela se associar com

presença e participação.”

Édson Franco Reitor da Universidade da Amazônia

“O Prêmio Professor Samuel Benchimol se constitui em importante estimulo a toda ação de

empreendedorismo focada na sustentabilidade e baseada em produtos ecologicamente corretos,

com características amazônicas e que promova a melhoria da qualidade de vida do homem.

Receber o Prêmio Professor Samuel Benchimol é uma honra e um reconhecimento desse

resultado”.

Fátima Chamma Empresária e Medalha do Conhecimento 2004

“O Prêmio Professor Samuel Benchimol, tal como a Amazônia, possibilitou o surgimento de

projetos com uma diversidade ampla de aspectos relevantes: cobrem várias áreas de interesse; têm

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fundamentos tanto científicos quanto práticos e técnicos; tratam tanto de questões estruturais

quanto de conjunturais e urgentes; os autores são tanto pesquisadores titulados quanto inventores

técnicos e empresários; e as instituições parceiras incluem tanto acadêmicas e governamentais

quanto empresariais. Nada melhor para simbolizar o quanto este Prêmio é, de fato, a melhor

expressão da Amazônia.”

Flávia Skrobot Barbosa Grosso Superintendente da Superintendência da Zona Franca de Manaus

“O Prêmio Professor Samuel Benchimol é um importante estímulo para que a sociedade debata e

reflita sobre os caminhos do desenvolvimento sustentável da Região Amazônica. Ele se destaca por

ajudar a transformar propostas em ações concretas, além de estimular a indispensável interação

colaborativa entre os diversos setores da sociedade. É motivo de orgulho para a Natura patrocinar

essa iniciativa do MDIC, cujo objetivo possui profunda identificação com o nosso compromisso em

contribuir para o desenvolvimento sustentável e para a construção de um mundo melhor”.

Guilherme Peirão Leal Co-presidente do Conselho de Administração da Natura

“A segunda edição do Prêmio Professor Samuel Benchimol confirma o sucesso desta iniciativa. O

crescimento significativo do número de propostas inscritas revela sua aceitação pública e contribui

com a geração de conhecimento e iniciativas em favor da Amazônia. É um estímulo a mais na

promoção do desenvolvimento sustentável da Região, a partir do adensamento do estoque de

soluções científicas, indicando alternativas diferentes e inovadoras para o nosso desenvolvimento.”

Hélio Graça Membro da Comissão Julgadora do Prêmio

Gerente Executivo do Banco da Amazônia

“A seriedade na organização, planejamento e julgamento do Prêmio Prof. Samuel Benchimol vem

conferindo crescente valor e destaque aos projetos vencedores cujos objetivos têm sido de estudar

novos conceitos e viabilizar atividades para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Nossa

família sente-se muito honrada em constatar que este Prêmio está se consolidando como fonte de

estímulo e reconhecimento a pesquisadores e empreendedores da nossa Região.”

Jaime Samuel Benchimol Presidente do Grupo Bemol

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“O Prêmio Professor Samuel Benchimol estimula a sociedade a premiar ideias para o

desenvolvimento da Amazônia, ao mesmo tempo em que reconhece os ideais dessa grande

personalidade.”

João César Dotto Diretor Presidente da Fundação de Tecnologia do Estado do Acre

“O Prêmio Professor Samuel Benchimol, pela seriedade e sensibilidade com que o MDIC o

formulou e o conduz, tem revelado a riqueza de alternativas próprias ou adaptadas existentes para

estimular o desenvolvimento da Amazônia e também a competência de sua gente ou de quem a

conhece com intimidade em trazer à tona essas opções. Constata-se, com esta experiência, que esse

desenvolvimento não obedece a modelos homogêneos ou hegemônicos. Como a própria Região, as

iniciativas nesse sentido hão que ter diversidade no mais amplo sentido do conceito”.

José Alberto da Costa Machado Coordenador Geral de Estudos Econômicos e Empresariais - Suframa

Membro da Comissão Julgadora

“Samuel Benchimol foi um verdadeiro sábio, estudioso e grande conhecedor das coisas

amazônicas. Um prêmio que leva seu nome tem um tríplice sentido: homenagear essa ilustre figura,

que clamava por estudos dos problemas amazônicos e ação efetiva para resolvê-los; estimular

pesquisadores a aprofundar o conhecimento dessa ainda mítica Região; e, finalmente, atrair a

atenção de todas as entidades públicas e privadas que possam ajudar seu desenvolvimento.”

José Ephin Mindlin Bibliófilo, Pesquisador e Medalha do Conhecimento 2003

“Acho que esta iniciativa resulta numa importante contribuição ao desenvolvimento da Amazônia.

Ela possibilita o acesso democrático, dando igual oportunidade, sobretudo, a todo povo amazônico

de se candidatar ao prêmio. Também estimula, de forma desburocratizada e rápida, o debate e a

produção do conhecimento sobre a região, num processo de valorização das potencialidades

regionais, expressado, principalmente, em propostas voltadas para o aproveitamento dos recursos

da biodiversidade lá existente. Por fim, também, contribui para a interiorização do desenvolvimento

com inclusão e/ou manutenção de população mais pobre ao processo produtivo e para a melhoria

de competitividade da Amazônia.”

Maria José Monteiro Assessora Técnica do Departamento de Planejamento de Desenvolvimento Regional

Secretaria de Políticas de Desenvolvimento Regional

Ministério da Integração Nacional

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“O Prêmio Professor Samuel Benchimol, ao estimular reflexões acerca das perspectivas

econômicas, ambientais e sociais para a Amazônia, consegue arregimentar uma gama de

pesquisadores renomados no Brasil e do exterior, a focar seus estudos em problemas da Região.

Isso potencializa o aparecimento de soluções criativas e inovadoras e é um dos caminhos para o

surgimento de soluções radicais, com mudança de foco para o desenvolvimento sustentável da

Amazônia.”

Maneio Lima Cordeiro Presidente do Banco da Amazônia

“A criação deste Prêmio e a escolha do Professor Samuel Benchimol como patrono ilustram muito

bem a nossa potencialidade em oferecer aos brasileiros e ao mundo a oportunidade de conhecer

melhor os Amazônidas e sua capacidade de superar desafios. O Prêmio Professor Samuel

Benchimol tem a exata dimensão da nossa grandeza, da nossa exuberância e do que é melhor da

nossa riqueza cabocla.”

Maurício Loureiro Presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas

“Contribuir para o desenvolvimento socioeconômico nacional respeitando a natureza é a própria

essência do que fazemos. Dessa forma, ao apoiarmos a realização do Prêmio Professor Samuel

Benchimol, reverenciamos a história e valorizamos tanto a ciência, como uma das mais formidáveis

regiões do nosso País, a Amazônia, com sua natureza maravilhosa e seu povo generoso.

Reafirmamos, assim, nossas crenças no desenvolvimento sem destruição e na real possibilidade de

construirmos um País mais justo e melhor para todos.”

Miguel G. Krigsner Presidente do Boticário

“A criação do Prêmio Professor Samuel Benchimol é uma genuína demonstração da viabilidade de

se obter crescimento sustentável por meio do progresso industrial, político e econômico da Região

Norte. Manter nosso patrimônio ambiental e realizar o progresso industrial são fatores

preponderantes para a garantia do desenvolvimento da Amazônia.”

Paulo Shuiti Takeuchi Diretor da Honda South America Ltda.

“O Prêmio Prof. Samuel Benchimol constitui-se num importante estímulo para as ideias inovadoras

em prol do desenvolvimento da Amazônia em bases sustentáveis, contemplando os seus

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desdobramentos científicos, culturais, ambientais, sociais e econômicos. É um instrumento de

valorização da iniciativa empreendedora que gera ganhos para toda a sociedade.”

Rivaldo Fernandes Neves Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Roraima

“Samuel Benchimol, ao longo de sua trajetória, como empresário, pesquisador e mestre de várias

gerações, defendeu reiteradamente a necessidade imperativa de se mudar conceitos e elaborar uma

nova visão sobre a relação do homem com a natureza e de se trabalhar para construir uma nova

perspectiva em termos de desenvolvimento tecnológico para a Amazônia.”

Tenório Teles Professor e escritor amazonense

“Em sua segunda edição, o Prêmio Samuel Benchimol consagra-se como uma das mais importantes

e louváveis iniciativas para o fomento e promoção do crescimento socioambiental do Brasil e a

conscientização da importância do desenvolvimento sustentável da Região Amazônica. A Schering

do Brasil orgulha-se em fazer parte da homenagem a esses profissionais e pesquisadores que fazem

a diferença em nosso País.”

Theo van der Loo General Manager da Schering do Brasil

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Prêmio Professor Samuel Benchimol 2005

Danilo Olivo Carlotto Remor Vice-Presidente da Confederação Nacional da Indústria

Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará

Presidente Executivo do Prêmio Professor Samuel Benchimol 2005

José Rincon Ferreira Diretor do Departamento de Articulação Tecnológica da Secretaria de Articulação Industrial do Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Secretário Técnico do Prêmio Professor Samuel Benchimol 2005

Ivanildo Pontes Superintendente da Federação das Indústrias do Estado Pará Secretário Técnico Adjunto do Prêmio Professor Samuel

Benchimol 2005

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Comissão organizadora

Jairo Klepacz Secretário de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Roberto Jaguaribe Presidente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial

Ex-Secretário de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Antônio Sérgio Martins Mello Secretário do Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Coordenador do Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia

Mâncio Lima Cordeiro Presidente do Banco da Amazônia

Armando Queiroz Monteiro Neto Presidente da Confederação Nacional da Indústria

Paulo Okamoto Diretor-Presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

Flávia Skrobot Barbosa Grosso Superintendente da Superintendência da Zona Franca de Manaus

Júlio Augusto Miranda Filho Coordenador da Ação Pró-Amazônia

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Comissão julgadora

Presidiu os trabalhos o Secretário de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio Exterior, Dr. Jairo Klepacz.

Secretariaram a Comissão o Diretor do Departamento de Articulação Tecnológica da Secretaria de

Articulação Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e

Secretário Técnico do Prêmio Professor Samuel Benchimol, Dr. José Rincon Ferreira, e o

Superintendente da Federação das Indústrias do Estado Pará e Secretário Executivo do Prêmio

Professor Samuel Benchimol, Dr. Ivanildo Pontes.

Acompanhou os trabalhos da Comissão o Presidente Executivo do Prêmio, Presidente da FIEPA e

Vice-Presidente da CNI, Dr. Danilo Remor.

Membros

Reitor Alex Fiúza de Mello Universidade Federal do Estado do Pará

Avay Miranda Ministério do Meio Ambiente

Carlos Veloso de Melo Júnior Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, relator dos

projetos

César Rech Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae Nacional

Cláudio Brandão Nina Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia

Ivanildo Pontes Federação das Indústrias do Estado do Pará

Fábio Cidrin Gama Alves Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

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Fernando Castanheira Neto e Ana Cecília A. Oliveira Confederação Nacional da Indústria

Fernando Costa Ministério do Turismo

Fernando Antonio Bemerguy Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia

Hélio Graça Banco da Amazônia, relator dos projetos

Ismar Ferreira da Costa Filho Secretaria do Desenvolvimento da Produção

Jaime Benchimol Grupo Bemol

José Alberto Costa Machado Superintendência da Zona Franca de Manaus

José de Moraes Falcão Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae Nacional

Maria José Monteiro Ministério da Integração Nacional

Secretária Marilene Corrêa Secretaria de C&T do Estado do Amazonas

Pepeu Garcia Agência de Desenvolvimento da Amazônia

Reinaldo Danna Ministério da Ciência e Tecnologia

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Comissão mobilizadora

Alberto Fernandes de Sousa Neto Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Alice Rosas Maciel Assessoria de Comunicação Social do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Secretário Antônio Sérgio Martins Mello Secretaria do Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Comitê

das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia

Carlos Fenley Dourado Botelho Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Carlos Manuel Pedroso Neves Cristo Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Carlos Roberto Rocha Cavalcante Instituto Euvaldo Lodi

Carlos Veloso de Melo Júnior Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Carmem Eleonora C. Amorim Soares Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia

Cláudia David Basf para a América do Sul

Edinaldo Nelson dos Santos Silva Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia

Fábio Silva Caixa Econômica Federal

Fátima Chamma Chama da Amazônia

Gerson Soares Alves Barreto Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Genny Maria Domingues Coimbra Gabinete do Ministro do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Hélio Graça Banco da Amazônia

Heraldo Castro Nokia do Brasil Tecnologia Ltda.

Isa Assef Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica

Jaime Benchimol

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Grupo Bemol

João César Dotto Fundação de Tecnologia do Estado do Acre

José Carlos Reston Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae-AM

José Cosmo Souza Cruz

José Henrique Barreiro Ministério da Ciência e Tecnologia

José Manuel de Aguiar Martins Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

José Mindlin Bibliófilo e Medalha do Conhecimento 2000

Joyce Joppert Leal Objeto Brasil

Juliana Costa Araujo Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Júlio Augusto Miranda Filho Federação das Indústrias do Estado de Roraima, Ação Pró-Amazônia, Confederação Nacional da Indústria

Leandro Machado Natura Cosméticos S.A.

Lena Vânia Pinheiro Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

Lynaldo Cavalcanti Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica

Manuel Fernando Lousada Soares Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Márcia Antunes Caputo Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Marcos Formiga Confederação Nacional da Indústria

Maria Auxiliadora Tupinambá Superintendência da Zona Franca de Manaus

Maria Nazaré de Freitas Moreira Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

Marilene Correa Secretaria de C&T do Estado do Amazonas

Maria Oslecy Rocha Garcia

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Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae-PA

Marly Guimarães Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado do Amazonas

Miguel Milano Fundação O Boticário de Proteção à Natureza

Milly Tepperman Móveis Teperman

Patrícia Abreu Banco do Brasil S.A.

Paulo Shuiti Takeuchi Honda South America Ltda.

Rafael Romero Cardoso Machado Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Raimundo Moreira Amazon Sat

Rivaldo Fernandes Neves Federação das Indústrias do Estado de Roraima

Reitor Roberto Ramos Santos Universidade Federal de Roraima

Rui Lima do Nascimento Serviço Social da Indústria – SESI-DN

Saleh Hamdeh Siemens Ltda.

Sérgio Abreu Banco Itaú S.A.

Sérgio Melo Federação das Indústrias do Estado do Amazonas

Silvio Crestana

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Theo van der Loo Schering do Brasil, Química e Farmacêutica Ltda.

Tiago Nunes Mello Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Wilson Lang Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia

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Índice de autores

Abreu, Francisco de Assis Matos de, 87

Abreu, Leonor Farias de, 128

Acioli, Agno Nonato Serrão, 67

Ad-Vincola, Raimundo Nonato Lopes, 112

Aguiar, Einstein Lemos de, 85

Albuquerque, Carlossandro Carvalho de, 128

Alencar, Antônio Carlos Tinoco de, 68

Andrade, Eilen Barbosa de, 161

Andrade, Jerusa de Souza, 100

Araújo, Maria Lúcia Góes de, 177

Balzon, Tatiana Aparecida, 138

Barata, Lauro Euclides Soares, 27, 35

Barcelos, Edson, 84

Bianchetti, Arnaldo, 72

Borges, João Tito, 23,170

Brandão, José Carlos Martins, 19

Caetano, Rogério, 136

Cahete, Voyner Ravena, 147

Cardenas, Juan David Revilla, 24

Carvalho, Nilson Luiz de Aguiar, 110

Carvalho-Zilse, Gislene Almeida, 122

Cerri, Carlos Clemente, 153

Coelho, Suani Teixeira, 61,113

Coelho, Thelma Maria Linhares, 140,141

Contim, Luis Antônio Serrão, 28, 50

Costa, Aluízio Alves da, 67

Costa, Joanne Régis da, 125

Costa, Turibio José Correa da, 128

Dias, Miguel Costa, 132

Faria, Aparecida Donisete de, 71

Fernandes, Antônio José do Nascimento, 70

Filho, Erasmo Borges de Souza, 162

Folhadela, Fernando Santos, 164

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Fonseca, Luis Fernando Laranja da, 103

Girão, Francisco Everardo, 181

Góes, Alberto Pereira, 168

Gomes, Heliamara Rodrigues, 128

Gomes, Myriam Freitas, 134

Gomes, Silvana, 137

Gurgel, Vera Lúcia Lourenço, 146

Hamada, Márcia Orie de Sousa, 174

Herculano, Francisco Elno Bezerra, 121

Homma, Alfredo Kingo Oyama, 21

Lacerda, Homero Antonio da Silva Neves, 170

Laurido, Noeliana Rodrigues, 179

Leão, Francirene do Socorro Macedo, 86

Lessi, Edson, 117

Lobato, Jorge Luiz Ramos, 172

Lopes, Creso Machado, 116

Lopes, Sérgio Roberto, 57

Maciel, Jussara Socorro Cury, 173

Mafra, Rosana Zau, 182

Magalhães, Joel Mauro, 171

Malheiro, Adriana, 115

Marinho, Helyde Albuquerque, 90

Martins, Ronisleyda Silva, 19,181

Melo, Lucilene Ferreira de, 130

Mesquita, Antônio de Lima, 152

Minev, Denis, 156

Moraes Júnior, Cites Paulo de, 77

Morsello, Carla, 73

Neumann, Zilda Arns, 148

Nogueira, Manoel Fernandes Martins, 105

Ogawa, Masayoshi, 27,37

Oliveira, Décio Ferreira de, 78

Oliveira, Edna Maria Morais, 83

Oliveira, Elisiana Pereira de, 160

Oliveira, José Roberto Guedes de, 173

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Oliveira, Luzia Maria Soares de, 131

Oliveira, Vânia Beatriz Vasconcelos de, 185

Orlando, Ugo Souto, 141,183

Pacheco, Jesuéte Bezerra, 19,181

Paiva, Alessandro, Dinelli de, 27, 47

Panduro, Mario Pinedo, 109

Paz, Uvedel Bernabé Del Pino, 144

Pereira Filho, Manoel, 107

Pereira, Ana Maria Agra, 128

Pinheiro, Lady Mariana Siqueira, 128

Pinto, Schubert, 112

Pompeu, Gisele do Socorro dos Santos, 88

Pontes, Estefânia Maria Pereira, 120

Portela, Jader Marconi de Albuquerque, 19,181

Porto, Jadson Luís Rebelo, 95

Priante Filho, Nicolau, 27, 41

Queiroz, Karine Gomes, 27, 49,102

Revilla, Iris Cleide Almeida, 91

Ribeiro, Cassiano Figueiredo, 77

Ribeiro, Manoel Paulo Mello, 106

Rivas, Alexandre Almir Ferreira, 150

Rocha, Jadir de Souza, 94

Rocha, Maria do Perpetuo Socorro Silva da, 176

Rodrigues Júnior, José Zacarias, 102

Rodrigues, Ecio, 80

Salaza, Admilton Pinheiro, 65

Salla, Diones Assis, 79

Santana Filho, Antonio Ferreira, 69

Santana, João Vicente Mendes, 127

Schmal, Bárbara, 27, 28

Serruya, Oro, 135

Silva, Francisco Raimundo da, 87

Silva, José Camilo da, 128

Silva, Maria das Graças Carlos da, 132

Simas, Alandy, 168

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Sousa, Nirvia Ravena de, 134

Stark, Gisele, 166

Valente, Izabel da Silva, 92

Vargas, Domingos Jari, 159

Verreschi, Denise Cerávolo, 117

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Coordenação da Coletânea

José Rincon Ferreira Diretor do Departamento de Articulação Tecnológica, da Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Secretário Técnico do Prêmio Professor Samuel Benchimol 2005

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Benchimol 2005

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