20 dez - pÚblico

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cc942328-80b6-411b-8d1e-a8c92f9f4b83 Portugal avança em 2013 com imagens dissuasoras nos maços de tabaco A Comissão Europeia quer proibir os cigarros de mentol e impor imagens a ocupar 70% dos maços de tabaco a partir de 2015-2016. Em Portugal essas medidas poderão ser aplicadas já no próximo ano Portugal, 10/11 Decisão sobre privatização, que tem como único candidato Efromovich, é tomada hoje. Se o Governo aceitar, TAP jamais será a mesma Destaque, 2/3 CDS quer RTP gerida através da contribuição para o audiovisual, da publicidade e sem um cêntimo do OE P4/5 Ricardo Salgado esteve anteontem no DCIAP acompanhado do advogado Daniel Proença de Carvalho p8 Grandes superfícies, a braços com queda nas vendas, estão a lutar por cada euro disponível no bolso dos consumidores p14 MANUEL ROBERTO CDS defende uma RTP 100% pública paga só com taxas do audiovisual e publicidade Ricardo Salgado chamado a prestar declarações no processo Monte Branco Portugueses travam a fundo nos gastos e nem o Natal vai salvar o comércio CASA DA MÚSICA NUNO AZEVEDO ALERTA PARA O RISCO DE MECENAS SEGUIREM EXEMPLO DO ESTADO Cultura, 26/27 PUBLICIDADE Pereira Cristovão tinha dados confidenciais do fisco sobre árbitros p38 QUI 20 DEZ 2012 EDIÇÃO LISBOA Ano XXIII | n.º 8291 | 1€ | Directora: Bárbara Reis | Directores adjuntos: Nuno Pacheco, Manuel Carvalho, Miguel Gaspar | Directora executiva Online: Simone Duarte | Directora de Arte: Sónia Matos HOJE Heróis Marvel - Série II Vol. 10 Novos Vingadores: Guerra Civil Por + 8,90€ vel Séri e e I I I I I a Governo não conseguiu melhor oferta para a privatização da TAP 29 NOV / 23 DEZ 10 : 00 - 20 : 00 FESTA DOS LIVROS GULBENKIAN LIVROS A PREÇOS ESPECIAIS HOJE ÀS 18:30 APRESENTAÇÃO DO LIVRO VARIA POR ANTÓNIO NÓVOA e EMÍLIO RUI VILAR HO VA POR

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Page 1: 20 DEZ - PÚBLICO

cc942328-80b6-411b-8d1e-a8c92f9f4b83

Portugal avança em 2013 com imagens dissuasorasnos maços de tabacoA Comissão Europeia quer proibir os cigarros de mentol e impor imagens a ocupar 70% dos maços de tabaco a partir de 2015-2016. Em Portugal essas medidas poderão ser aplicadas já no próximo ano Portugal, 10/11

Decisão sobre privatização, que tem como único candidato Efromovich, é tomada hoje. Se o Governo aceitar, TAP jamais será a mesma Destaque, 2/3

CDS quer RTP gerida através da contribuição para o audiovisual, da publicidade e sem um cêntimo do OE P4/5

Ricardo Salgado esteve anteontem no DCIAP acompanhado do advogado Daniel Proença de Carvalho p8

Grandes superfícies, a braços com queda nas vendas, estão a lutar por cada euro disponível no bolso dos consumidores p14

MANUEL ROBERTO

CDS defende uma RTP 100% pública paga só com taxas do audiovisual e publicidade

Ricardo Salgado chamado a prestar declarações no processo Monte Branco

Portugueses travam a fundo nos gastos e nem o Natal vai salvar o comércio

CASA DA MÚSICANUNO AZEVEDO ALERTA PARA O RISCO DE MECENAS SEGUIREM EXEMPLO DO ESTADO Cultura, 26/27

PUBLICIDADE

Pereira Cristovão tinha dados confidenciais do fisco sobre árbitros p38QUI 20 DEZ 2012EDIÇÃO LISBOA

Ano XXIII | n.º 8291 | 1€ | Directora: Bárbara Reis | Directores adjuntos: Nuno Pacheco, Manuel Carvalho, Miguel Gaspar | Directora executiva Online: Simone Duarte | Directora de Arte: Sónia Matos

HOJE Heróis Marvel - Série IIVol. 10 NovosVingadores: GuerraCivil Por + 8,90€

vel Sériee IIIII

a

Governo não conseguiu melhor oferta para a privatização da TAP

29 NOV / 23 DEZ 10:00 - 20:00

FESTA DOS LIVROSGULBENKIAN

LIVROS

A PREÇOS

ESPECIAIS

HOJE ÀS 18:30 APRESENTAÇÃO DO LIVRO

VARIA

POR ANTÓNIO NÓVOA e EMÍLIO RUI VILAR

HO

VA

POR

Page 2: 20 DEZ - PÚBLICO

2 | DESTAQUE | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012

PRIVATIZAÇÃO DA TAP

Governo não conseguiu melhor oferta para a TAP

Só há uma certeza. O

Governo quer vender e

Efromovich quer comprar.

A grande dúvida que hoje

se vai colocar, quando a

oferta fi nal do milionário

aterrar no Conselho de Ministros,

é se os interesses das duas partes

coincidem. Ou se colidem. Se voar

das mãos do Estado, a TAP vai tornar-

se numa companhia muito diferente,

para bem e para o mal. Mas se a

decisão for suspender a venda o

problema não fi ca resolvido. Mais

cedo ou mais tarde, a empresa terá

de ser comandada por um investidor

privado.

Como o PÚBLICO noticiou há

duas semanas, a proposta do único

candidato na privatização da trans-

portadora aérea será hoje analisada

pelo executivo de Passos Coelho. O

investidor apresentou uma oferta

superior a 1,5 mil milhões de euros,

dos quais apenas 35 milhões vão en-

trar nos cofres públicos. A restante

fatia será usada para recapitalizar a

companhia, cujos capitais próprios

(diferença entre activo e passivo)

estão negativos em cerca de 400

milhões, e para assumir a dívida

Decisão sobre privatização, que tem como único candidato Efromovich, será tomada hoje. Se o Governo aceitar a oferta, a TAP jamais será a mesma

Raquel Almeida Correia

Fonte: TAP/PÚBLICO/Synergy

O universo e as contas da TAP

-76,8-43,6

24391218

1231975 8203

49,9%

51%51%

Portugália (Companhia de aviação regional)

TAP SA

Megasis (Tecnologias de informação)

UCS (Cuidados de saúde)

Cateringpor (Restauração e catering)

Lojas Francas (Comércio e vendas a bordo)

Groundforce (Operadora de handling)

M&E Brasil (Unidade de manutenção no Brasil)

49,9%

51%51%

Receitas, em milhões de euros

Empresas participadasDados de 2011

Resultado líquido, em milhões de euros Dívida, em milhões de euros Trabalhadores

2011

2001

2011

2001

2011

2001

2011

2001100,2%

Var.76,1%

Var.26,3%

Var.

TAP

anos — vai mudar. O que se sabe para

já das intenções do “noivo” leva a

crer que fará da companhia nacional

uma porta para a Europa das suas

operações na América Latina.

Efromovich detém, através do gru-

po Synergy, a Avianca Brasil (o pri-

meiro negócio que criou no sector)

e 67% do grupo Avianca, que surgiu

da fusão entre a colombiana Avian-

ca e a peruana Taca. Para Kenneth

Button, professor da George Mason

University (EUA) e um dos maiores

especialistas mundiais na indústria

da aviação, não há outra alternativa

para a TAP que não unir-se ao milio-

nário, face à situação fi nanceira da

empresa e à concorrência que en-

frenta, com alianças estratégicas a

acontecer por toda a parte.

A TAP “já precisa há muito tempo

de se envolver num negócio desta

dimensão” porque “lhe dará um

estatuto global”, acredita. O futu-

ro passará por “novas rotas para a

América do Sul”, que servirão os

destinos europeus onde a empresa

já hoje tem ligações, o que reforçará

o hub de Lisboa, prevê, acrescen-

tando que mercados como África

deverão permanecer intocados pelo

potencial de crescimento que têm.

Mas Button alerta para um risco:

para que estas previsões se tornem

(que agora ronda os mil milhões).

“Desde que o investidor apresentou

a última proposta no fi nal da sema-

na passada, não saíram quaisquer

melhorias das negociações”, disse

ontem à noite ao PÚBLICO o secretá-

rio de Estado dos Transportes, Sér-

gio Monteiro, apesar das tentativas

portuguesas de levar um melhor

negócio a Conselho de Ministros.

Não é claro neste momento o que,

exactamente, o governo de Passos

Coelho quis e não conseguiu.

Sendo central, o dinheiro que

Efromovich está disposto a pagar

nunca foi o factor único do negócio.

Há outras peças em jogo quando o

Governo se sentar à mesa para de-

cidir o futuro da TAP. A salvaguarda

do hub (placa giratória) de Lisboa

é uma delas, assim como garantias

em relação à manutenção das rotas

que ligam Portugal às comunidades,

mesmo que não sejam rentáveis. E

há ainda outra carta: a defi citária

empresa de manutenção no Brasil,

de cujos problemas o executivo quer

rapidamente lavar as mãos.

Se o milionário colombo-brasi-

leiro conseguir concretizar o “ca-

samento”, como se tem referido à

compra da TAP, é certo que a trans-

portadora — que sucessivos gover-

nos tentam privatizar há mais de 20

Page 3: 20 DEZ - PÚBLICO

PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | DESTAQUE | 3

12.395

100%

100%

100%

100%

100%100%100%

Peso do negócio da aviação, 2011Em milhões de euros

Défices da operação no Brasil, 2011Em milhões de euros

ReceitasResultado líquido

2131,53,1

63,4-62,7

301,9

Receitas Resultado líquido Valor dos processos contenciosos

Retrato do comprador

A oferta

51,1%Var.

Avianca Brasil (o primeiro negócio de aviação que criou e que detém a 100%)

Grupo Avianca (que detém a 67% e que resultou da fusão entre a colombiana Avianca

e a peruana Taca)

Encaixe líquidopara o Estado

35

Injecção de capital na TAP

316Assunçãode dívida

1,2 mil

Trabalhadores

Frota

Passageiros

6934

Trabalhadores1994

71

9,75 milhões

em milhões

Holding Synergy (que detém a 100%)

Germán EfromovichMilionário com nacionalidade

brasileira, colombiana e polaca

realidade é preciso que “se invista

muito nas operações da TAP”. Efro-

movich já disse que tem dinheiro

para gastar na companhia, nome-

adamente na frota de Airbus enco-

mendada (e em parte já paga) e que

chegará em 2015. Caso o pedido não

seja antecipado, só nessa altura a

empresa ganhará asas para crescer,

pois os aviões mais novos (mais eco-

nómicos) têm cinco anos.

O problema é que, ao mesmo tem-

po que investe, o milionário deverá

avançar com uma dieta forçada para

modelar a transportadora às suas

ambições. “A história recente da

Avianca mostra um realismo empre-

sarial duro muito focado no corte de

custos”, diz o professor norte-ameri-

cano. Efromovich deixou claro, nu-

ma entrevista ao PÚBLICO, que um

dos pontos a que dará especial aten-

ção são os acordos fi rmados com os

13 mil trabalhadores da TAP. Tam-

bém Gavin Eccles, especialista no

sector e consultor da Neoturis (think

tank português da área do turismo),

diz que o controlo de despesas é dos

primeiros passos a dar. “No início,

nada mudará. Mas depois de alguns

meses haverá uma avaliação do ne-

gócio na Europa numa perspectiva

de redução de custos”.

A rede da TAP na Europa é, aliás,

a grande preocupação para Eccles

porque este mercado “está a per-

der dinheiro”. O especialista diz

mesmo que, se for privatizada, a

transportadora aérea estatal poderá

adoptar uma estratégia que outras

concorrentes europeias lançaram:

criar modelos específi cos para es-

tes destinos, assentes nas viagens

low cost, como fez a Lufthansa com

a Germanwings ou a KLM/Air Fran-

ce com a Transavia. “A TAP não fez

nada ainda em relação a isto, mas

não estou certo de que a Synergy

nada faça”, diz.

O consultor acrescenta ainda que

as promessas em relação à manu-

tenção da marca TAP ainda terão de

ver a luz do dia, já que o histórico de

Efromovich, que terá de fi car pelo

menos dez anos com a TAP, aponta

noutra direcção. “Está a mudar to-

das as empresas que compra para

o nome Avianca”, diz. A brasileira

Ocenan Air tornou-se Avianca Bra-

sil e a peruana Taca desapareceu,

recebendo igualmente o nome da

colombiana Avianca.

A privatização da companhia de

aviação nacional, que fi cou inscrita

no memorando de entendimento

assinado com a troika, tem gerado

um grau de contestação que não se

verifi cou noutros negócios, como o

da venda de mais de 20% da EDP à

China Three Gorges, no início des-

te ano, ou a alienação de 100% da

gestora aeroportuária ANA, sobre a

qual o Governo se pronunciará a 27

de Dezembro.

A oposição tem pedido repeti-

damente a suspensão do processo,

como aconteceu ontem à noite na

comissão de Economia e Obras Pú-

blicas, onde o ministro da Economia

foi ouvido. PS, BE e PCP acusam o

Executivo de falta de transparência

e falam da perda de um activo es-

tratégico a “preço de saldo”. Álva-

ro Santos Pereira, que se esquivou

às perguntas alegando a confi den-

cialidade a que está obrigado por

causa das negociações, rejeitou as

acusações.

Também os trabalhadores da em-

presa, que começaram ontem uma

vigília junto ao Conselho de Minis-

tros, têm protestado contra os pla-

nos do Governo, queixando-se de

não terem sido ouvidos ao longo de

todo o processo. Ontem, e após su-

cessivos pedidos de audiência, o se-

cretário de Estado dos Transportes

recebeu os sindicatos, que saíram

da reunião com a certeza de que a

venda da TAP irá para a frente.

Também ontem um grupo de

55 economistas (no qual se inclui

Francisco Louçã, ex-líder do BE, e

o professor João Ferreira do Amaral)

divulgou um manifesto no qual pede

que, tanto a TAP como a ANA, per-

maneçam públicas, argumentando

que se trata de “bens estratégicos

para a economia portuguesa”. O Go-

verno defende esta opção argumen-

tando que há exigências das autori-

dades externas; que a companhia

está impossibilitada, por regras co-

munitárias, de receber dinheiro do

Estado, e que tem hoje 400 milhões

de capitais próprios negativos.

Há, porém, quem encontre nestas

justifi cações “um escape para ex-

plicar algo que é inexplicável”. São

as palavras de João Cravinho, o ex-

ministro do Governo PS de António

Guterres que negociou o primeiro

acordo para vender parte da TAP,

em 1997, com a Swissair (que caiu

por terra três anos depois, com a fa-

lência desta empresa). “Tal como na

altura, o Governo deveria ter avan-

çado logo com uma condição essen-

cial: que o Estado fi casse com uma

participação no capital que permi-

tisse salvaguardar os interesses do

país”, como acontece com algumas

companhias europeias, como a Air

France. “Quem vende 100% não po-

de ter a pretensão de continuar a

mandar.”

1,5mil milhões é o valor global da oferta de Efromovich pelo grupo TAP

35milhões de euros é a fatia que deverá entrar nos cofres públicos

Efromovich está a mudar todas as empresas que compra para o nome AviancaGavin Eccles

Especialista em aviação e consultor da Neoturis

Depois de o secretário de

Estado dos Transportes,

Sérgio Monteiro, ter pedido

para ser “desobrigado” de

ir falar ao Parlamento sobre

a privatização da TAP e de

a secretária de Estado do Tesouro,

Maria Luís Albuquerque ter respon-

dido que só tinha agenda em Janeiro,

o ministro da Economia fez ontem o

discurso de defesa da transparência

do Governo na venda da TAP. “Não

temos nada a temer”, respondeu

Álvaro Santos Pereira à oposição.

Todos os partidos fi zeram pergun-

tas sobre o negócio que hoje vai a

Conselho de Ministros, mas a maioria

das questões fi cou sem resposta. O

ministro, que tutela a TAP e que foi

à comissão da Economia e Obras Pú-

blicas no âmbito do regimento que

obriga a quatro audições por ano, es-

cudou-se na “confi dencialidade a que

está obrigado” porque, àquela hora,

não tinha ainda terminado o proces-

“Transparência total”, prometeu Santos Pereira

so de negociação com Efromovich.

Em resposta às acusações de falta de

transparência, que ganharam força

com as declarações do presidente

do Tribunal de Contas (TC), Santos

Pereira disse que está “tudo claro”.

Na terça-feira, Guilherme d’Oliveira

Martins referiu na Parlamento que a

instituição ainda não tinha recebido

informação sobre a venda, apesar de

o executivo de Passos ter garantido

que o TC acompanharia a privatiza-

ção do início ao fi m. “O Governo irá

enviar todos os contratos e processos

ao TC. Todos os relatórios serão en-

tregues, que não haja a mínima dú-

vida”, assegurou o ministro. Quanto

ao facto de apenas um investidor ter

apresentado uma oferta de compra,

o ministro disse que foi feito “tudo o

que estava ao alcance do executivo”

para atrair mais candidatos. As re-

gras comunitárias impedem entida-

des não-europeias de deterem mais

de 49% da TAP.

Page 4: 20 DEZ - PÚBLICO

4 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012

CDS insiste que cenário ideal é manter RTP pública só com taxa e publicidade

Uma RTP tal como está, com todos

os canais de televisão e rádio, auto-

sustentada através da contribuição

para o audiovisual (cerca de 150 mi-

lhões de euros), da publicidade (40

milhões de euros) e outras receitas

próprias, sem receber um cêntimo do

Orçamento do Estado, mas totalmen-

te dentro da esfera pública. Para o

CDS, este é o cenário ideal para o gru-

po RTP, e tenciona bater-se por ele

junto do primeiro-ministro enquanto

lhe for possível, apurou o PÚBLICO.

É disso que o líder do partido, Pau-

lo Portas, tem tentado convencer o

seu parceiro de coligação, Pedro Pas-

sos Coelho — porque é ao mais alto

nível que o assunto tem de ser deci-

dido, não havendo sequer qualquer

outra pessoa mandatada para o caso.

Como os dois ainda não se entende-

ram — embora já tenham tido uma

primeira conversa —, tem sido difícil

compatibilizar agendas e há ainda

muitos contornos para limar. É pra-

ticamente certo que o dossier RTP já

não vai a Conselho de Ministros até

ao fi nal do ano, como prometeu o

ministro da tutela, Miguel Relvas, e

o próprio chefe do Governo chegou

a afi rmar publicamente.

Embora tencione esticar até onde

puder esta “corda” da manutenção

da RTP a 100% na esfera pública, a

verdade é que o CDS também está

amarrado a um compromisso que

assumiu: o programa de governo que

assinou e que previa a privatização

de uma parte da RTP — na altura se-

ria de um canal. Se já então esse foi

um dos maiores pomos da discórdia

entre os dois líderes e em que Portas

teve de acabar por ceder, o facto de

ter pairado nos últimos meses uma

indefi nição (e até mesmo contradi-

ção) sobre o cenário escolhido por

Miguel Relvas não tem ajudado a que

os centristas alinhem numa decisão

vinda do lado do PSD.

Certo é que no gabinete do minis-

tro da tutela o cenário preferido é

a privatização de 49% do capital do

grupo, assinando depois o Estado um

acordo parassocial com a entidade

privada que ganhar o concurso pú-

blico para que seja esta a assumir a

gestão total da empresa. Ora, essa

modalidade de gestão é uma solução

que, apurou o PÚBLICO, não agrada

aos centristas.

Admitindo que a solução venha de

facto a passar pela privatização de

49% do capital, o CDS preferia que

o Estado mantivesse um controlo o

mais apertado possível. Para isso, de-

veria mesmo manter administrado-

res ou, pelo menos, fazer um acordo

parassocial sufi cientemente blindado

com regras, por exemplo, sobre aqui-

sição de conteúdos e acordos com ou-

tros operadores do sector da comuni-

cação social. É este tipo de regras que

Passos e Portas terão de trabalhar.

Do que o CDS não quer abrir mão

é da salvaguarda da transparência do

processo e da salvaguarda dos inte-

resses do Estado e do serviço público

de televisão e rádio. Por isso, é bem

possível que no caderno de encargos

se exija a identifi cação de todos os

accionistas dos concorrentes e que o

vencedor se sujeite a regras restritas

na gestão da empresa e que o Estado

lhe possa até retirar a empresa, se os

compromissos forem violados.

Para isso, porém, será também ne-

cessário que a Entidade Reguladora

para a Comunicação Social seja mais

competente. Daí que o CDS entenda

que a curto ou médio prazo seja pre-

ciso reabrir o dossier da regulação,

reforçando os seus poderes de fi scali-

zação e os meios à sua disposição, as-

sim como mudar o modo de eleição e

a composição do conselho regulador.

Embora o argumento usado ini-

cialmente por Miguel Relvas para a

privatização fosse o fi nanceiro, agora

que se fala na possibilidade de a RTP

sobreviver sem o Orçamento do Esta-

do, o ministro acrescenta outro argu-

mento: o Estado não deve deter parti-

cipações em áreas como a comunica-

ção social — embora a Lusa também

ainda seja maioritariamente pública.

A tutela já anunciou que 2013 será

o último ano em que a RTP recebe

indemnização do Estado e o seu ex-

presidente Guilherme Costa defen-

deu que a empresa tem condições

para ser auto-sustentável a curto

prazo.

Diferenças de opinião entre Pedro Passos Coelho e Paulo Portas obrigam ao adiamento do dossier RTP para Ja

Dossier RTP só irá a Conselho de Ministros em Janeiro. Passos Coelho e Paulo Portas ainda não chegaram a acordo sobre as salvaguardas que o caderno de encargos tem de garantir

Comunicação socialMaria Lopes

Troca de acusações sobre responsabilidades no caso da RTP atinge o n

Nuno Santos chama “mentiroso” e “miserável” a Castro e diz que Marinho não tem

Apolémica sobre as imagens da RTP chegou ontem ao patamar do insulto. O ex-director de Informação da

RTP Nuno Santos disse que o seu antigo subdirector Luís Castro é “um mentiroso, um miserável e uma pessoa desprovida de carácter” e que o director-geral de Conteúdos da RTP, Luís Marinho, não tem “um pingo de credibilidade”.

Nuno Santos reagia assim às declarações de ambos e também da ex-subdirectora de Produção Ana Pitas, nas audições na Comissão parlamentar de Ética, ontem e anteontem, onde apontaram o ex-director de Informação como o único responsável pela autorização

para que a PSP entrasse na RTP e visse imagens em bruto sobre a carga policial no Parlamento. Todos desmentiram a versão de Nuno Santos de que pensava que o pedido para ver imagens estava relacionado com um incidente sofrido por uma viatura da RTP nesses confrontos e Luís Castro disse mesmo que o ex-director tentou encobrir o caso

de todos os seus superiores, que terá dado diversas versões sobre os acontecimentos e que o tentou responsabilizar pelo que aconteceu.

Em comunicado enviado às redacções no final das audições dos seus antigos director adjunto Vítor Gonçalves e subdirector Luís Castro, Nuno Santos avisa que vai processar os “autores das difamações produzidas no Parlamento”, mas não especifica quem serão os alvos dos processos. O ex-director da RTP está, por seu turno, a ser alvo de um processo disciplinar por parte da administração pelas declarações que fez também quando foi à mesma comissão.

Sobre Luís Castro Santos

Page 5: 20 DEZ - PÚBLICO

PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | PORTUGAL | 5

aneiro

FERNANDO VELUDO/NFACTOS

nível do insulto

m “pingo de credibilidade”diz também: “Uma garantia ele tem — não será alvo de nenhum processo disciplinar da empresa, onde continuará a sua carreira imaculada. Não estranharia, aliás, que fosse promovido nos próximos meses, cumprindo um desejo do gabinete do ministro Relvas.” Luís Marinho é, diz Santos, “uma pessoa sem um pingo de credibilidade que tentou, como seria evidente, tirar o assunto do terreno político que é onde ele está”. Nuno Santos deixa uma palavra de apreço para Vítor Gonçalves, seu antigo director adjunto, ouvido de manhã, de quem diz ter tido um “comportamento digno” e “respostas esclarecedoras”. M.L.

José Fragoso demitiu-se ontem do

cargo de director da TVI alegando

razões pessoais. O jornalista, que se

mudara da RTP, onde era director de

Programação, para o canal da Media

Capital há um ano e meio, é substitu-

ído por Luís Cunha Velho, que já es-

tava a assumir o cargo interinamente

nas últimas semanas. José Fragoso

José Fragoso deixa a direcção da TVI e “sobe” Luís Cunha Velho

tinha praticamente as mesmas atri-

buições que estavam nas mãos de Jo-

sé Eduardo Moniz (antes de sair para

Ongoing) e a Bernardo Bairrão (que

anunciou a sua saída alegadamente

para integrar a equipa governamen-

tal): era o director coordenador da

televisão, acima da direcção de In-

formação, liderada por José Alberto

Carvalho e Judite de Sousa, e repor-

tava directamente a Rosa Cullell, a

administradora delegada.

Luís Cunha Velho está na TVI des-

de 1992 e, de acordo com o comuni-

cado da administração, tem “larga

experiência no sector da televisão

nas mais diversas áreas de compe-

tência que serão de grande valor nas

suas novas responsabilidades pro-

fi ssionais”.

O PÚBLICO tentou, sem êxito, con-

tactar José Fragoso. Quando chegou à

TVI em Junho de 2011, de acordo com

dados da Marktest/MediaMonitor, o

Maria Lopescanal registava 25,1% de audiência

média mensal, tendo tido em Novem-

bro deste ano, segundo a Marktest/

Kantar Media, 27,2%. Em meados

de Outubro, José Fragoso sentiu-se

mal e foram-lhe recomendados vá-

rios exames médicos e algum tempo

de repouso. Na altura especulou-se

que estaria de saída da TVI e a esta-

ção resolveu admitir à imprensa que

Fragoso tinha sido “obrigado a parar

por questões de saúde”.

José Fragoso chegou à TVI em Junho de 2011, substituindo José Eduardo Moniz

JochemsuEd

Page 6: 20 DEZ - PÚBLICO

6 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012

MIGUEL MANSO

Parlamento vota amanhã 250 propostas do PCP sobre as freguesias

O PS e a maioria PSD/CDS mantive-

ram ontem, ao longo do dia, uma

forte divergência em torno de um

pedido de audição, com carácter po-

testativo (obrigatório) ao ministro

Miguel Relvas a propósito da RTP,

na Comissão de Assuntos Constitu-

cionais. O caso será levado à reunião

de presidentes de comissões com a

presidente da Assembleia da Repú-

blica, Assunção Esteves.

O diferendo começou ao fi nal da

manhã quando, durante uma reu-

nião da Comissão de Assuntos Cons-

titucionais, o PS pediu uma audição

potestativa com Miguel Relvas, que

tem a tutela da comunicação social,

numa reunião que seria conjunta

com a Comissão Parlamentar para

a Ética, a Cidadania e a Comunica-

ção. A maioria contrapôs um re-

querimento em que sustentava que

a comissão não tinha competência

para ouvir o ministro sobre aspec-

tos constitucionais da privatização

da RTP. No momento da votação,

os socialistas retiraram-se em sinal

de protesto e a maioria aprovou o

requerimento sozinha.

O tema voltaria a estar no centro

de uma discussão acesa no plenário

pela voz do deputado do PS Jorge

Lacão, que acusou a maioria de im-

pedir o ministro de ir ao Parlamento

por estar envolvida com o Governo

num “processo sem qualquer trans-

PS e PSD/CDS em guerra por causa de audição de Relvas

parência” e por terem “medo de um

debate clarifi cador e intempestivo

sobre o assunto”. Na resposta, o

deputado do PSD Fernando Negrão

alegou que as competências de cada

comissão foram defi nidas no início

de cada legislatura e as da primeira

comissão excluem os aspectos cons-

titucionais relativos à comunicação

social. Jorge Lacão invocou um arti-

go do regimento que prevê reuniões

conjuntas de comissões para “assun-

tos de interesse comum”.

O PCP e o BE colocaram-se do lado

dos socialistas. O deputado João Oli-

veira criticou a maioria por defender

“o peso morto do Governo” e assim

“suspender as regras da normalidade

democrática, impedindo o exercício

de um direito potestativo”. Recebeu

aplausos de deputados socialistas.

Em defesa da maioria, Nuno Ma-

galhães, líder da bancada do CDS,

acusou o PS de se ter tornado “o

partido do incidente, do positivis-

mo excessivo”, e de se “agarrar ao

regimento para o pequeno truque

parlamentar”.

Maratona de votaçõesDivergências entre a maioria e a

oposição também marcaram a con-

ferência de líderes de ontem, que

discutiu uma proposta do PCP para

votar amanhã as 700 propostas de

agregação de freguesias.

A conferência de líderes acabou

por chegar a um acordo para a vota-

ção de 250 propostas de agregação

(uma por cada concelho, mas que

exigirá a leitura do que é proposto),

o que, mesmo assim, deverá reter os

deputados no plenário durante toda

a tarde de amanhã, após o debate

quinzenal com o primeiro-ministro

durante a manhã e sem pausa esta-

belecida para almoço.

Caso RTPSofia Rodrigues

Maioria inviabilizou audição com carácter obrigatório do ministro na Comissão de Assuntos Constitucionais

Na mesma semana em que António

José Seguro estará no Porto — na sex-

ta-feira, a convite da distrital, para

jantar com dirigentes do partido e

candidatos às câmaras municipais

do distrito —, militantes conotados

com a oposição interna antecipa-

ram-se e, a pretexto do Natal, reu-

niram-se num jantar com cerca de

uma centena de pessoas.

Não houve intervenções políticas,

apesar dos apelos feitos nesse sen-

tido, mas houve um tema que atra-

vessou o jantar: António Costa, um

nome que muitos socialistas gosta-

riam de ver à frente do partido. De

resto, o mais recente cartaz sobre o

presidente da Câmara de Lisboa que

diz “Costa, é de ti que a gente gosta”

fez um enorme furor.

Apoiantes do presidente da Fe-

deração Distrital do Porto do PS,

José Luís Carneiro, consideraram

que o jantar serviu para promover

o “divisionismo” no partido, tendo

mesmo sido rotulado como um “jan-

tar de facção”, conforme lhe cha-

mou Fernando Jesus. Contactado

pelo PÚBLICO, o líder federativo

demarcou-se desta posição e disse

que tinha outras preocupações, ten-

tando, assim, esvaziar a importância

do jantar, cuja ideia, curiosamente,

partiu de um apoiante do secretário-

geral do partido, embora o deputa-

do Renato Sampaio, conotado como

próximo do ex-secretário-geral do

PS José Sócrates, tenha sido um dos

impulsionadores do repasto.

“Tratou-se de um jantar de Na-

tal de amigos, o ambiente foi mui-

to agradável, mas inevitavelmente

falou-se de política”, disse ao PÚ-

BLICO Renato Sampaio, ex-líder

do PS-Porto, que deixou um aviso

à direcção do partido: “Há pesso-

as no PS que precisam de exorcizar

fantasmas, o fantasma do município

da Praça de Lisboa e o fantasma de

Paris”, numa alusão a António Costa

e a José Sócrates.

Para além de Renato Sampaio,

estiveram no jantar os deputados

Isabel Santos, Glória Araújo, André

Figueiredo e Manuel Pizarro, presi-

dente da concelhia e candidato pelo

PS à Câmara do Porto.

Jantar no Porto juntou apoiantes de Sócrates

Autárquicas 2013Margarida Gomes

Cerca de uma centena de militantes e deputados do PS juntou-se anteontem e António Costa foi o tema de todas as conversas

Cavaco Silva passou ontem a tarde

na festa de Natal da Presidência da

República, comeu bolo-rei com a fa-

mília e os funcionários de Belém, e

deixou passar o prazo para pedir a

fi scalização preventiva do Orçamen-

to do Estado (OE) para 2013. Isto ape-

sar de ter deixado claro que tem dú-

vidas sobre a sua concordância com

a Constituição da República.

Ao anunciar ele próprio ter em

mãos “pareceres jurídicos aprofun-

dados” sobre o OE, revela que não

estava convicto da sua constituciona-

lidade. Caso contrário, não os teria

pedido. E embora este ano, ao con-

trário de 2011, não ter feito declara-

ções explícitas sobre que tipo de dú-

vidas tinha, as recentes declarações

de Passos Coelho sobre reformas e a

não-resposta do Presidente, foi sen-

do referido que uma das questões de

Cavaco se prende justamente com os

cortes previstos para os reformados.

Para o constitucionalista Jorge Reis

Novais, que foi assessor de Jorge Sam-

paio em Belém, trata-se de uma “situ-

ação inédita”. “Nunca aconteceu um

Presidente ter dúvidas sobre a cons-

titucionalidade do Orçamento que ia

promulgar e mesmo assim fazê-lo”,

afi rmou ao PÚBLICO, convencido de

que o veto do OE não está em cima

da mesa presidencial.

No sábado, o Expresso noticiou que

Cavaco vai promulgar o OE e a seguir

o deverá enviar para o Tribunal Cons-

titucional (TC), solicitando a fi scali-

zação sucessiva da lei, o que permite

que o Orçamento entre em vigor a 1

de Janeiro, remetendo a apreciação

dos juízes e os efeitos dessa decisão

para mais tarde. A notícia não foi des-

mentida, mas o Presidente recusou-

se até agora a antecipar de viva voz a

sua decisão. E o PÚBLICO sabe que a

decisão fi nal ainda não está tomada.

Como explica Reis Novais, a situa-

ção de promulgação e posterior pedi-

do de fi calização sucessiva da cons-

titucionalidade não é comparável à

que aconteceu em 2003, quando o

Presidente Sampaio promulgou o OE

do Governo de Durão Barroso e a se-

guir o enviou para o TC. Nessa altura,

recorda, não havia qualquer dúvida

Presidente tem dúvidas mas não pediu fiscalização preventiva do Orçamento do Estado

de Jorge Sampaio sobre a constitucio-

nalidade material do OE, mas apenas

uma questão formal: alguns sindica-

tos afi rmavam que não tinham sido

ouvidos em aspectos a que a lei obri-

ga. “O Presidente quis na altura dar

um sinal político de que o Governo

devia respeitar os direitos de audição

dos sindicatos”, justifi ca.

Sendo a situação hoje diferente,

que tipo de sinal poderá o Presidente

querer dar, caso venha a pedir a fi sca-

lização sucessiva? “É um sinal institu-

cionalmente muito forte”, considera

outro antigo assessor de Belém, que

preferiu não ser identifi cado. “Se a

fi scalização preventiva, que nunca

aconteceu, significa a ruptura, a

sucessiva signifi ca a pré-ruptura”,

acrescenta.

Jorge Reis Novais tem um entendi-

mento diferente: “Pedir a fi scalização

sucessiva é uma defesa do próprio

Presidente, que se sentiu pressiona-

do dos dois lados e não quer ceder,

mas manifesta dúvidas”. No entanto,

o constitucionalista sublinha a con-

tradição: “Para pedir a fi scalização

sucessiva não precisávamos do Pre-

sidente, muitas entidades o podem

fazer”. Em seu entender, seria “pro-

veitoso para o sistema que o Presi-

dente explorasse as possibilidades

que a Constituição lhe dá”.

O próprio Jorge Sampaio comen-

tou terça-feira à noite, em Coimbra,

a diferença de contexto dos dois mo-

mentos, o seu em 2003 e o de Cava-

co hoje. Embora se tenha recusado a

comentar a possibilidade de o actual

Presidente repetir, na forma, a sua

decisão de 2003, deixou claro que,

naquela altura, o país não estava em

crise. Sampaio considerou que a si-

tuação portuguesa “requer de todos

muita calma e muita ponderação”,

pelo que entende não ser boa ideia

“pugnar agora por aquilo que pode

ser uma instabilidade”.

“Pugnar por aquilo que pode ser

uma instabilidade, quando ainda por

cima temos uma intervenção sobre

nós, quando se fala na hipótese de

para aumentar o salário mínimo ter

de se ir pedir licença à troika, isto

é bem esclarecedor da situação em

que nos encontramos, pelo que a si-

tuação requer muita ponderação”,

enfatizou.

Tribunal ConstitucionalLeonete Botelhoe São José Almeida Possibilidade de promulgar e pedir depois a fiscalização sucessiva é o cenário mais forte em Belém, mas não está garantido

Em 2003, Jorge Sampaio promulgou o Orçamento de Durão e pediu ao TC a fiscalização sucessiva

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PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | PORTUGAL | 7

Breves

Justiça

Mário Machado vai pedir liberdade condicionalO Tribunal de Loures fixou ontem em 10 anos o cúmulo jurídico das penas de prisão aplicadas a Mário Machado (que somavam 19 anos e meio), antigo dirigente da Frente Nacional e líder dos Hammerskins Portugal, movimento conotado com a extrema-direita. Machado, que já cumpriu mais de metade dos 10 anos de prisão, vai pedir a liberdade condicional, logo que cesse o regime de prisão em alta segurança, em que se encontra em Lisboa.

Pedro Passos Coelho, presidente do

PSD e primeiro-ministro, acusou on-

tem o PS de “não ter mudado mui-

to desde Sócrates” por insistir em

propostas que coincidem com a

“origem” do problema de Portugal.

Foi uma das críticas que marcaram

a intervenção inicial do líder social-

democrata no Conselho Nacional de

ontem à noite, segundo relatos feitos

ao PÚBLICO.

O líder do PSD referia-se a propos-

tas de António José Seguro como o

Passos Coelho acusou PS de “não ter mudado muito” desde José Sócrates

mou a atenção para a necessidade

de reduzir os gastos estruturais do

Estado para aliviar a carga fi scal dos

portugueses.

Um debate em torno das funções

do Estado e um Orçamento difícil pa-

ra 2013 era a principal expectactiva

dos conselheiros nacionais do PSD,

horas antes da reunião de ontem à

noite, que decorria à hora de fecho

desta edição.

Pelo menos três ministros com-

pareceram: Aguiar-Branco (Defe-

sa), Miguel Macedo (Administração

Interna) e Miguel Relvas (ministro-

adjunto e dos Assuntos Parlamenta-

res). O secretário de Estado-Adjunto

do primeiro-ministro, Carlos Moe-

das, bem como Manuel Rodrigues,

secretário de Estado das Finanças

também não faltaram.

De autárquicas, pouco se esperava

no Conselho Nacional. Pouco antes, a

Comissão Política Nacional aprovou,

fi nanciamento pelo Banco Central

Europeu e a atitude de “fazer de

conta” que Portugal não cumpre o

memorando. Passos Coelho afi rmou

que, se o Governo português tives-

se seguido as propostas de Seguro,

Portugal estaria hoje como a Grécia,

“incapaz de pagar as dívidas”.

O primeiro-ministro também acu-

sou o líder socialista de não querer

fazer as reformas estruturais e de se

recusar a fazer o debate da “refunda-

ção” do Estado. O primeiro-ministro

disse haver uma “responsabilidade

ideológica” do PS que não pode ser

esquecida.

Passos Coelho fez um balanço

muito positivo do programa de ajus-

tamento, tendo considerado que

Portugal fez em cerca de dois anos

o que estava previsto para seis anos,

o que gerou credibilidade.

Em relação ao corte da despesa,

o primeiro-ministro também cha-

Partidos Sofia Rodrigues

No Conselho Nacional, o líder do PSD afirmou que Seguro faz propostas que estiveram na “origem” do problema de Portugal

por unanimidade, a candidatura de

Pedro Pinto, actual vice-presidente

do partido e deputado, à Câmara

Municipal de Sintra. Fica assim con-

fi rmada a escolha de Pedro Pinto,

sobrepondo-se à indicação da con-

celhia de Sintra que tinha avançado o

nome do vereador Marco Almeida.

O conselheiro Luís Rodrigues,

ex-deputado, disse esperar do pre-

sidente do partido uma palavra so-

bre a “refundação do Estado” para

permitir que haja um debate. “Foi

um leitmotiv da campanha, alterar

as funções do Estado, mas até ago-

ra não foi feito”, afi rmou. Acima de

tudo, o conselheiro esperava um

“sinal de esperança e de rumo” pe-

rante o discurso de austeridade. E

queria saber o qual o plano B se no

próximo ano falharem as previsões

e o cumprimento das metas. “O que

é que está previsto se as coisas não

correrem bem?”, questiona.

Page 8: 20 DEZ - PÚBLICO

8 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012

Presidente do Banco Espírito Santo foi notificado pelo Ministério Público para depor como testemunha

A ex-provedora da Casa Pia de Lisboa

Catalina Pestana foi ontem ouvida

no Departamento de Investigação

e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, na

sequência das declarações que fez

sobre alegados casos de pedofi lia

na Igreja.

“Sei que há casos de pedofi lia,

só na diocese de Lisboa conheço

cinco”, disse ao PÚBLICO Catalina

Pestana no sábado, 8 de Dezembro,

depois de afi rmar não estar surpre-

endida com a detenção de um padre,

no Fundão, suspeito de abuso sexual

de menores. Na quarta-feira da se-

mana passada, a Procuradoria-Geral

da República (PGR) determinou a

abertura de um inquérito.

Há pelo menos dois anos que a Re-

de de Cuidadores, uma associação

criada depois do escândalo da Casa

Pia de Lisboa, diz que há casos de

pedofi lia na Igreja, em Portugal. A

associação, fundada pela ex-prove-

dora da Casa Pia e pelo psiquiatra Ál-

varo de Carvalho, dirigiu, em 2010,

uma carta ao cardeal patriarca de

Lisboa D. José Policarpo e a D. Jorge

Ortiga, então presidente da Confe-

rência Episcopal Portuguesa (CEP),

propondo uma “conversa discreta”

sobre “denúncias” de abusos que

lhes tinham chegado.

D. Jorge Ortiga chegou a receber

ambos, mas já explicou que não lhe

foram apresentados casos concretos.

E Manuel Morujão, porta-voz da CEP,

desafi ou: “Que diga os nomes [...],

com provas e não apenas com ima-

ginações.” D. José Policarpo também

fez saber que nunca foi informado de

suspeitas de abusos, ao contrário do

que garante a ex-provedora.

Álvaro de Carvalho diz que as de-

núncias que a Rede tem vindo a que-

rer fazer “não eram casos recentes,

eram casos antigos”, alguns prescri-

tos, ou seja, não diziam respeito a

abusos que estivessem a acontecer

naquele momento. “Mas achámos

que a Igreja devia retractar-se”, co-

mo estava a acontecer em todo o

mundo, em relação a este assunto,

explicou o psiquiatra que, até on-

tem, não tinha sido notifi cado.

A PGR não adianta detalhes sobre

o inquérito agora em curso.

A directora do Departamento Cen-

tral de Investigação e Acção Penal

(DCIAP), Cândida Almeida, teve um

“dia menos feliz” quando se decla-

rou impotente para resolver os pro-

blemas relacionados com fugas de

informação. É pelo menos essa a

opinião da ministra da Justiça, Paula

Teixeira da Cruz.

A divulgação, pela comunicação

social, de buscas à residência e ao

escritório do fi scalista Medina Car-

reira no âmbito do processo Monte

Branco, pôs uma vez mais a questão

da violação do segredo de justiça

na ordem do dia no início do mês.

“Sabemos de onde vêm essas fu-

gas, mas não podemos prová-lo”,

declarou Cândida Almeida. Ontem,

numa entrevista à RTP, a ministra

da Justiça não se coibiu de mostrar

que fi cou desagradada com essas

afi rmações. “Serei contida”, disse

Paula Teixeira da Cruz quando lhe

foi solicitado um comentário. “Di-

rei que todos nós temos dias menos

felizes”.

Na véspera da votação, no Parla-

mento, de várias das reformas do

sistema judicial que tem vindo a

preparar, a governante voltou a re-

petir uma frase polémica, a de que

“o tempo da impunidade acabou”,

esclarecendo que nunca se quis re-

ferir às buscas às residências dos

antigos ministros socialistas, mas

sim “à cultura que existe em Por-

tugal segundo a qual o dinheiro re-

solve tudo”.

“Falta irem para trás das grades

todos os que têm meios para se exi-

mirem à justiça”, sublinhou Paula

Teixeira da Cruz, numa referência

aos sucessivos recursos judiciais

com que os mais abonados evitam

ou, pelo menos, adiam a prisão. A

partir de agora, prometeu, tudo vai

ser diferente: “No processo civil eli-

minámos os incidentes dilatórios

praticamente todos”. Criticando a

tradição portuguesa de “o poder

económico viver colado ao poder

político”, a ministra da Justiça admi-

tiu que ainda não conseguiu acabar

com a “esquizofrenia” do sistema

judicial: “Esta não é a minha justi-

ça... ainda”.

O presidente do Banco Espírito San-

to (BES), Ricardo Salgado, foi noti-

fi cado pelo Ministério Público para

prestar declarações, na qualidade de

testemunha, no âmbito do processo

Monte Branco que investiga uma rede

dedicada à fraude fi scal e ao branque-

amento de capitais. Ricardo Salgado

esteve anteontem durante algumas

horas no Departamento Central de

Investigação e Acção Penal (DCIAP),

acompanhado pelo advogado Daniel

Proença de Carvalho, que ontem não

esteve disponível para confi rmar a

diligência.

Confrontado pelo PÚBLICO, um

representante do banqueiro confi r-

mou a inquirição do presidente do

BES, realçando que as declarações

foram prestadas a título voluntário.

O mesmo responsável justifi cou os

esclarecimentos com notícias veicu-

ladas pelos media. “Na sequência de

uma vaga de notícias, baseadas em

rumores especulativos, recentemen-

te veiculadas por alguns órgãos de

comunicação social, informa-se que o

dr. Ricardo Salgado se prontifi cou vo-

luntariamente a prestar os esclareci-

mentos que fossem considerados ne-

Catalina Pestana já foi ouvida no DIAP

Ministra diz que Cândida Almeida não foi feliz

Ricardo Salgado chamado a prestar declarações

cessários pelas autoridades com vista

ao cabal esclarecimento dos factos”,

adiantou. Formalmente, o DCIAP não

comenta a inquirição de Ricardo Sal-

gado, invocando o segredo de justiça.

“O processo encontra-se em segredo

de justiça, pelo que, neste momen-

to, não é possível prestar qualquer

informação”, respondeu o DCIAP

numa resposta enviada ao PÚBLICO.

O processo Monte Branco iniciou-

se em Junho de 2011, na sequência

de informação recolhida no quadro

da investigação ao BPN e de factos

conhecidos por via da prevenção do

branqueamento de capitais. Os in-

vestigadores estão a reconstruir o cir-

cuito fi nanceiro usado por um grupo

de gestores de fortunas suíço (Akoya

Asset Management) e os seus clientes

portugueses, que recorriam a um in-

termediário, conhecido como Zé das

Medalhas, para ocultar a entrada e a

saída de dinheiro no país. Uma conta

do BPN IFI seria usada para fazer cir-

cular os fundos. Em Junho passado,

o DCIAP dizia ter identifi cado fl uxos

fi nanceiros, desde 2006, que corriam

através daquela conta, de cerca de

200 milhões de euros.

Em Julho, o BESI foi alvo de bus-

cas que se estenderam ainda à Cai-

xa BI, do grupo CGD, no quadro da

operação Monte Branco. Segundo foi

então revelado pelos investigadores,

“o DCIAP pretende esclarecer e in-

vestigar a intervenção e conduta de

alguns dos assessores fi nanceiros do

Estado nos processos de privatização

da REN e EDP”.

Na altura, explicaram, que “não es-

tá em causa o sentido da decisão fi -

nal assumida naquelas privatizações,

mas tão-só a investigação criminal de

condutas concretas de alguns interve-

nientes naqueles dossiers.” O DCIAP

estaria a investigar alegadas irregu-

laridades associadas aos contratos

da privatização da EDP e da REN,

envolvendo, por exemplo, suspeitas

de tráfi co de infl uências e abuso de

informação. Ricardo Salgado e o pre-

sidente do BESI foram alvo de escutas

durante uns meses no âmbito deste

inquérito.

RINCESS MONONOKE

Caso Monte BrancoMariana Oliveira

Justiça Andreia Sanches

JustiçaAna Henriques

Banqueiro foi à inquirição do procurador Rosário Teixeira acompanhadodo advogado Daniel Proença de Carvalho

Inquérito a declarações sobre pedofilia na Igreja foi pedido há uma semana. Ex-provedora da Casa Pia prestou declarações ontem

Paula Teixeira da Cruz criticou declaração de impotência da directora do DCIAP no que respeita às fugas de informação

Os gestores de fortuna Michel Canals e Nicolas Figueiredo, arguidos no processo Monte Branco,

foram libertados em Outubro depois de cinco meses em prisão preventiva, tendo ficado obrigados a prestar, cada um, uma caução de 200 mil euros. Os administradores da Akoya ficaram ainda proibidos de se deslocar para o estrangeiro (o Expresso noticiou que foram autorizados a passar o Natal fora) e de contactar com os clientes da sociedade. A libertação ocorreu após várias inquirições dos arguidos, que estão a colaborar com as autoridades.

Colaboração vale liberdade a gestor

Page 9: 20 DEZ - PÚBLICO

PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | PORTUGAL | 9

O Ministério da Agricultura, Mar,

Ambiente e Ordenamento do Ter-

ritório, liderado por Assunção Cris-

tas, entende que “não há qualquer

polémica” na demissão de três dos

quatro dirigentes da sua inspecção-

geral, esta semana, apenas nove me-

ses após terem sido nomeados.

O responsável pela Inspecção-Ge-

ral da Agricultura, Mar, Ambiente e

Ordenamento do Território (IGAMA-

OT), Pedro Portugal Gaspar, apre-

sentou a sua carta de demissão na

Ministério nega conflito nas demissões na Inspecção-Geral da Agricultura e Ambiente

segunda-feira, alegando “razões

pessoais”. Ao PÚBLICO Pedro Por-

tugal confi rmou a demissão, mas

não quis entrar em mais detalhes,

argumentando que ainda está em

funções até ao fi nal do mês.

Juntamente com Pedro Portugal

demitiram-se as subinspectoras-

gerais Gabriela Duro e Ana Paula

Simão. Uma terceira subinspectora-

geral, Lisdália Portas, manteve-se

no cargo.

A demissão esteve em parte rela-

cionada com desacordos na forma

como as estratégias para a entidade

estavam a ser delineadas. O modo

como se pretendia enquadrar as

questões da agricultura na estraté-

gia da IGAMAOT daqui para a frente

foi um foco de tensão entre o ins-

pector-geral e a ministra Assunção

Cristas.

Uma reunião realizada na semana

passada sobre esta matéria terá pre-

cipitado a demissão. A subinspecto-

ra-geral que permanece na IGAMA-

OT tem a seu cargo as questões da

agricultura.

É um primeiro sinal público de

um confl ito que várias vozes ante-

viram como provável desde que a

agricultura e o ambiente — áreas que

estiveram em campos opostos em

muitas batalhas no passado — se jun-

taram sob um mesmo chapéu, sob a

tutela de Assunção Cristas.

O Ministério da Agricultura, Mar,

Ambiente e Ordenamento do Ter-

ritório não confi rma, porém, esta

leitura. Segundo Rui Lopes da Silva,

assessor de imprensa de Assunção

Cristas, a saída das duas subinspec-

toras foi uma consequência natural

da demissão de Pedro Portugal, já

que tinham sido convidadas por este

para integrarem a sua equipa. “Não

há qualquer polémica nestas demis-

sões”, afi rma Rui Lopes da Silva.

GovernoRicardo Garcia

Pedro Portugal, responsável pela IGAMAOT, alega razões pessoais, mas o desenlace era previsível face à junção das duas áreas

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Desde ontem, os médicos, os enfer-

meiros e o resto dos cidadãos, em

geral, dispõem de um sistema infor-

mático que lhes permite comunicar,

sem receio de represálias, quaisquer

incidentes ocorridos nas unidades

de prestação de cuidados de saúde.

A notifi cação é anónima e nunca re-

sultará na punição dos envolvidos,

assegura o director-geral de Saúde

(DGS), Francisco George, que frisa

que “aquela ferramenta só será usa-

da para a promoção da segurança e

da qualidade dos serviços”.

Prometido há três anos, o Sistema

Nacional de Notifi cação de Inciden-

tes e Eventos Adversos (SNNIEA) está

alojado na página da DGS. Ali, são

disponibilizados dois formulários,

um destinado aos profi ssionais de

saúde, outro aos cidadãos em geral.

O que os diferencia é o tipo de conhe-

cimentos médicos necessários para

os preencher, já que num e noutro

caso não são identifi cáveis o autor da

comunicação, os profi ssionais envol-

vidos no incidente ou o doente que

dele foi vítima. Apenas a unidade de

saúde, cujo gestor local, de acordo

com as normas, se limitará a confi r-

mar a veracidade da “notifi cação”,

a validá-la, se for caso disso, e a pro-

mover “um plano de melhoria” que

evite a repetição do incidente.

O sistema, acredita o director do

Ministério da Saúde aberto à comunicação de erros sob anonimato

Departamento de Qualidade da DGS,

Alexandre Diniz, “poderá ainda ser

afi nado”, mas dispõe do essencial pa-

ra ter êxito: o anonimato. “Não é uma

especifi cidade portuguesa – também

a nível internacional se verifi ca que

o medo de represálias e de punições

faz com que muitos dos erros e inci-

dentes não sejam reportados, o que

leva a que as condições para que eles

ocorram se mantenham inalteradas”,

comentou ao PÚBLICO.

Os termos usados são escolhidos

cuidadosamente: quem recorre àque-

le sistema não está a fazer uma “recla-

mação”, uma “queixa” ou uma “de-

núncia”, mas apenas uma “notifi ca-

ção” ou uma “comunicação”. E, para

que não haja dúvidas, o cidadão que

tem esse objectivo é convidado, as-

sim que entra no sistema, a usar, em

alternativa, o livro de reclamações, a

partir do qual poderá fazer chegar a

queixa à Inspecção-Geral de Saúde.

Quem faz “a notifi cação” recebe um

código que lhe permite acompanhar

os efeitos da sua iniciativa, desde o

momento da recepção da comuni-

cação até à resolução do problema.

As situações que podem justifi car

o recurso a este sistema são similares

às que dão origem às queixas. Com

uma diferença: uma situação que te-

nha colocado o doente em risco (o tal

incidente), mesmo sem provocar da-

nos (ou efeitos adversos), merece ser

notifi cada, explica Alexandre Diniz.

Isto, porque quer a nível local, quer

nacional (através do tratamento esta-

tístico) o objectivo é, precisamente,

detectar situações de risco que se re-

petem e evitá-las. Em casos-limite,

aponta, isso pode ser feito através

da criação de normas para todas as

unidades de saúde.

As quedas (de macas, de camas ou

na casa de banho) são exemplos de

algumas das situações que aquele

especialista acredita que serão noti-

fi cadas. Mas há outras que podem ser

seleccionadas no formulário, como

a tentativa de suicídio do doente, fa-

lhas na utilização de equipamentos e

a medicação incorrecta ou infecções.

Um estudo-piloto apresentado há

um ano permitiu à DGS concluir que

não existia em Portugal “uma cultu-

ra de segurança”. De entre os 2477

profi ssionais de saúde que respon-

deram (apenas 11%), 73% disseram

não ter reportado qualquer erro no

ano anterior e 77% assinalaram es-

tar de acordo com a afi rmação de

que o seu superior hierárquico não

dava atenção a problemas relacio-

nados com a segurança do doente,

ainda que estes ocorressem repeti-

damente.

Saúde Graça Barbosa Ribeiro

Plataforma informática torna possível reportar incidentes que ocorram nas unidades de saúde sem medo de represálias

Incidentes podem ser relatados por médicos ou doentes

“BOA É A VIDA, MAS MELHOR É O VINHO.”

Fernando Pessoa

Seja responsável. Beba com moderação.

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10 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012

Novos maços de tabaco com imagens ou avisos de advertência já em 2013

Impor imagens de alerta nas emba-

lagens de tabaco e banir os “aromas

distintivos”, como o mentol, são dois

dos pontos-chave da nova proposta

de revisão da directiva do tabaco,

apresentada ontem pela Comissão

Europeia. O objectivo é que as novas

normas sejam adoptadas até 2014 e

que entrem em vigor a partir de 2015-

2016 em todos os Estados-membros.

Porém, segundo o director-geral da

Saúde, Francisco George, Portugal

poderá aplicar estas medidas já no

próximo ano.

“As normas que hoje foram anun-

ciadas pela Comissão Europeia estão

observadas nos trabalhos técnicos de

revisão da Lei do Tabaco”, confi rma

o director-geral da Saúde. Francis-

co George afi rma ainda que a “parte

técnica” da revisão da lei portuguesa

está concluída, aguardando-se ape-

nas o agendamento da discussão e

decisão política. A expectativa é que

a vertente política da revisão esteja

concluída no próximo ano e, assim

sendo, as normas agora ditadas pela

Comissão Europeia serão aplicadas já

em 2013 em Portugal, antes do prazo

dado pela Comissão Europeia, que

aponta para a entrada em vigor em

2015-1016. “Nós teremos essas regras

antes”, garante o director-geral. So-

bre as propostas de revisão da lei,

Francisco Goerge recusa adiantar

pormenores, revelando apenas que

sobre a proibição de fumar em espa-

ços públicos fechados “o princípio é

não haver excepções”.

A Comissão Europeia adoptou

ontem uma proposta de revisão

da directiva do tabaco que impõe

novas regras para tornar o “vício”

menos atractivo, sobretudo para os

jovens. Entre outras novas regras,

pretende-se proibir os cigarros, ta-

baco de enrolar ou produtos de ta-

baco sem combustão que apresen-

tam “aromas distintivos”, como o

popular mentol. Mas há mais. “Os

maços de cigarros serão diferentes

no futuro?” é uma das perguntas no

documento que apresenta as novas

medidas. A resposta é inequívoca.

“Sim”. A proposta prevê a aposição

de advertências ilustradas obrigató-

rias nas faces dianteira e traseira dos

maços, cobrindo 75% das respectivas

Tabaco mata 16 vezes mais que os acidentes de carro na UE

Onde estão os fumadores O que se gasta com o tabaco na UE

Causas de mortes anuais na União Europeia

Maioria dos europeus nunca fumou

Fonte: Comissão Europeia

Fumadores:0 a 25%

Fumadores:35 a 30%

Fumadores:31 a 100%

Acidentes de trabalho

VIH/Sida

Homicídio

Suicídio

Drogas

Acidentes de automóvel

Tabaco 700.000

43.000

44% 56%

38.396

33.300

18.573

9300

5000

51%

ParoudefumarNunca fumou Fumam 28%21%

Razões para deixar de fumar

Saúde

60%

Preço

35%

Pressão de amigosou familiares

30%

milhões de euros25.000

milhõesde euros

8300

Gastos comtratamento

de doenças Perdas com oabsentismo dos

fumadores

superfícies”. Além da frente e trás, os

maços também terão de ter avisos

suplementares nos dois lados que

cubram 50% da superfície. “Num

maço de cigarros normal sobrará

30% da superfície para os elementos

relacionados com a marca, a menos

que um Estado-membro opte por

embalagens genéricas e possa justi-

fi car essa escolha”.

Segundo uma sondagem Eurobaró-

metro divulgada este ano, em média,

60% dos cidadãos da União Europeia

apoiam medidas que tornem o tabaco

menos visível e atractivo, tais como

manter os produtos do tabaco pouco

visíveis nos locais de venda ou restrin-

gir a utilização de aromas.

O mesmo inquérito mostra ainda

que 33% dos fumadores e ex-fuma-

A Comissão Europeia quer proibir os cigarros de mentol e impor imagens a ocupar 70% dos maçosde tabaco a partir de 2015-2016. Em Portugal essas medidas poderão ser aplicadas já no próximo ano

Saúde públicaAndrea Cunha Freitas

dores consideram que as advertên-

cias relativas à saúde nos maços de

tabaco têm ou tiveram impacto sobre

as suas atitudes e comportamentos

face ao tabagismo.

A Comissão Europeia também quis

reagir aos novos desafi os e apresenta

medidas sobre os cigarros electró-

nicos, uma novidade que surgiu no

mercado após a aprovação da direc-

tiva actualmente em vigor e que data

de 2001. Assim, os cigarros electró-

nicos “abaixo de um determinado

teor de nicotina são autorizados no

mercado, mas devem ostentar adver-

tências de saúde; acima deste teor,

tais produtos apenas são permitidos

se forem autorizados enquanto me-

dicamentos, tais como terapias de

substituição da nicotina. Os cigarros

à base de plantas terão de ostentar

advertências de saúde”. Por fi m, a co-

missão mantém também a proibição

do tabaco oral (snus) que já existe

desde 1992.

Na apresentação da proposta de

revisão, Tonio Borg, comissário eu-

ropeu para a Saúde e Políticas de

Consumo, lembrou que o tabaco é

o maior risco de saúde evitável na

Europa. “Todos os anos, o tabaco

mata quase 700 mil cidadãos: isto

signifi ca que uma cidade do tamanho

de Frankfurt ou Palermo é varrida do

nosso mapa todos os anos!”, decla-

rou no seu discurso, que serviu ain-

da para lembrar que os fumadores

morrem jovens. “Metade de todos os

fumadores vivem, em média, menos

14 anos do que os não-fumadores. E

os fumadores passam ainda uma par-

te considerável da sua vida com uma

saúde débil”.

O comissário falou ainda noutro

tipo de preço a pagar por causa do

tabaco. “Tratar as doenças relacio-

nadas com o tabaco custa – numa

estimativa muito conservadora –

25 mil milhões de euros todos os

anos. E as perdas de produtividade

associadas ao tabaco ultrapassam

os 8 mil milhões por ano”. “A nos-

sa abordagem é muito ambiciosa “,

reconheceu Tonio Borg, resumindo

os objectivos da acção da CE: dar

informação mais clara aos consu-

midores sobre a natureza do produ-

to”. “O tabaco deve parecer e saber

a tabaco!” e proteger as crianças e

jovens. “Deixem-me que vos lembre

que 94% dos fumadores começam a

fumar antes dos 25 anos”. Só 30% do espaço de um maço de tabaco será ocupado pela marca

DR

Page 11: 20 DEZ - PÚBLICO

PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | PORTUGAL | 11

33,3Mil milhões de euros são gastos todos os anos na UE devido ao tabaco. O número inclui gastos com doenças e as perdas com o absentismo dos fumadores.

94% Percentagem de fumadores europeus que começaram a fumar antes dos 25 anos. As novas normas visam sobretudo desencorajar os mais jovens.

Perfil

Um português à frente da maior associação mundial de produtores

O gosto pela produção agrícola é contemporâneo ao seu nascimento. Filho de pais produtores de

tabaco, cresceu a ouvir falar de agricultura e tomou-lhe o gosto.

Quando Portugal entrou na União Europeia (UE) o negócio do tabaco chegou a Portugal e a Tabaqueira fez um projecto-piloto e foi parar a Idanha-a-Nova. António Abrunhosa decidiu nessa altura investir na produção de tabaco. Começou “com uma pequena produção, mas no apogeu chegou a produzir 50 toneladas de tabaco”, explica . O negócio

havia de encerrar “devido ao congelamento dos rendimentos por parte da UE”.

Enquanto foi produtor chegou a ser presidente da Associação Portuguesa de Produtores de Tabaco. Acabou tesoureiro da Associação Europeia de Produtores de Tabaco e foi num congresso promovido por essa associação que, após “um discurso eloquente e fundamentado”, o convidaram a participar na ITGA. Valeu-lhe a formação em Economia e a experiência como produtor, para em 1999 se juntar à equipa. Ocupa desde então o

cargo de secretário-geral. Pela proximidade e afinidade com Castelo Branco, pediu que a sede se fixasse nesta cidade portuguesa. Pretende resgatar o negócio do tabaco para Portugal.

Ao PÚBLICO, garantiu que “se os preços do mercado passarem para os quatro dólares, a nível mundial, será rentável voltar a produzir tabaco em Portugal”. A infra-estrutura está montada, a faltar fica a fábrica de processamento, mas isso não é um entrave, visto que “do outro lado da fronteira há fábricas a 80 quilómetros”. C.R.

A revisão da directiva europeia de

produtos de tabaco e a proposta da

Organização Mundial de Saúde (OMS)

para o controlo do tabagismo inquie-

tam produtores e associações de ta-

baco, que advertem que estas medi-

das restritivas acabarão por ter um

efeito contrário. Além disso, dizem

ainda, vão colocar em risco milhões

de agricultores e “400 mil postos de

trabalho na União Europeia”.

Segundo os produtores, as medi-

das agora adoptadas (ver texto na

página ao lado) levam ao “aumen-

to do contrabando, contrafacção”

e afectam indiscutivelmente “os

produtores pobres e os produtores

de média qualidade”. “Cerca de 30

milhões de agricultores serão afec-

tados em todo o mundo”, com a

proposta da OMS aprovada no dia

12 de Novembro, em Seul, disse ao

PÚBLICO António Abrunhosa, se-

cretário-geral da maior associação

do sector, a Associação Internacio-

nal de Produtores de Tabaco (ITGA,

no acrónimo em inglês).

A proposta da OMS prevê a regu-

lamentação das épocas de cultivo,

a redução da área estabelecida às

plantações de tabaco e contempla,

à semelhança da directiva europeia,

a adopção da embalagem genérica.

Abrunhosa, que representa mais de

30 milhões de agricultores pelo mun-

do fora, avisa que as mudanças “não

terão um impacto muito signifi cativo

Produtores garantem que medidas terão efeito contrário

no consumo”, nem na saúde pública,

porque “quem fuma não vai deixar

de fazê-lo”, mas atingem “indiscuti-

velmente a produção”.

Os principais lesados vão ser “os

produtores de American Blend” ou

seja os de média qualidade, que com

a proposta da OMS vêem proibido o

uso dos ingredientes deste tipo de ta-

baco. Este produtores “representam

90% do mercado nacional e 80% do

mercado europeu”.

No contexto Europeu, caso Bruxe-

las não reequacione a questão dos

ingredientes, poderão estar “em

risco 400 mil postos de trabalhos”,

85 mil dos quais na área da produ-

ção, uma vez que a reconversão dos

terrenos de plantações de tabaco é

difícil. “É complicado investir nou-

tras culturas mais intensivas, uma

vez que estamos a falar de produto-

res pobres”, esclarece o secretário-

geral da ITGA.

Abrunhosa classifi ca ainda a pro-

posta da OMS de “desigual”, pelo

facto de cinco dos oito maiores paí-

ses exportadores do mundo — EUA,

Zimbabwe, Malawi e Indonésia — não

terem assinado o tratado de redução

do consumo de tabaco, ou seja “não

vão ser condicionados pela decisão

tomada em Seul”, explicou. Índia e

Brasil são dois dos oito grandes ex-

portadores que eventualmente po-

dem sair prejudicados, sendo que

no caso da Índia “as consequências

serão devastadoras”, pois mais de 20

milhões de pessoas estão ligadas ao

negócio do tabaco e “não há alterna-

tivas de cultura”.

Cenário semelhante aconteceu já

em Portugal, quando a única fábrica

de produção de tabaco, em Idanha-

a-Nova, fechou e os seus 1500 traba-

lhadores acabaram no desemprego.

Na altura a fábrica produzia cerca de

85% do tabaco português.

Questionado sobre um possível

consenso entre a ITGA e a OMS,

Abrunhosa retorquiu que a “a única

vez que fomos ouvidos [produtores]

foi há dez anos em Brasília, durante

cinco minutos para cada país”.

Um dia depois das comemorações

do Dia Mundial do Produtor de Ta-

baco, produtores do mundo inteiro

entregaram uma petição junto dos

vários representantes governamen-

tais em forma de protesto.

Carla Romeiro

António Abrunhosa, responsáveldos produtores de tabaco

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Número Nacional/Chamada Local

Page 12: 20 DEZ - PÚBLICO

12 | LOCAL | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012

“Próxima paragem, Oeiras”, avisam

os altifalantes. Mas é difícil imagi-

nar que alguém consiga entrar ou

mesmo sair do comboio. Uma massa

compacta de utentes, imóvel, preen-

che todo o espaço à frente das por-

tas. Os corredores estão repletos.

Desde o Monte Estoril que já não

há lugares sentados. O comboio pas-

sou ali às 8h10, e já ninguém sabia

se era o das 8h04 que chegava atra-

sado ou o das 8h16 que vinha adian-

tado. Se há coisa que os utentes dos

comboios suburbanos da região de

Lisboa não têm conseguido saber

nestas últimas duas semanas é pre-

cisamente esta: a que horas passa o

próximo comboio?

A supressão de comboios nas ho-

ras de ponta tem sido uma constan-

te este mês em linhas suburbanas,

em particular a que liga Lisboa a

Cascais. E enquanto os utentes se

desesperam com os atrasos e as

composições lotadas, a CP e os tra-

balhadores da empresa atiram as

culpas uns para os outros.

No seu site, a transportadora in-

forma que, até 24 de Dezembro, ha-

Utentes desesperam com problemas e ninguém sabe de quem é a culpa

verá “perturbações e supressões” na

circulação de comboios urbanos, re-

gionais e inter-regionais, “por moti-

vo de greve convocada por diversas

organizações sindicais”. O aviso da

CP refere o dia 9 de Dezembro para

o início dos problemas. Mas os sin-

dicatos rejeitam responsabilidades.

“A CP tem estado a passar uma infor-

mação para fora que não correspon-

de à verdade”, afi rma José Manuel

Oliveira, coordenador da Federação

dos Sindicatos de Transportes e Co-

municações (Fectrans).

Há, de facto, uma greve em curso

às horas extraordinárias. Mas, se-

gundo a Fectrans, este protesto já

tem oito meses, sem que houvesse

até agora o tipo de transtornos que

os passageiros estão neste momento

a enfrentar. A razão, diz José Manuel

Oliveira, é outra: a CP pôs muitos

trabalhadores de férias ao mesmo

tempo.

O sindicalista diz que a empresa

recusou pedidos de férias ao longo

dos meses e, agora que o fi m do ano

se aproxima, viu-se obrigada a mar-

cá-las. Os trabalhadores foram para

casa e o resultado é que se tem vis-

to na região de Lisboa. “Houve aqui

má gestão”, conclui José Manuel Oli-

veira. A situação deve melhorar nos

próximos dias, segundo a Fectrans,

pois muitos trabalhadores já estão a

regressar das férias.

A Comissão de Utentes da Linha

de Cascais — onde as supressões de

comboios têm causado mais trans-

tornos — reitera que os problemas

nada têm a ver com a greve e “exige

da CP explicações cabais”, segundo

um comunicado difundido terça-

feira. Os utentes dizem ainda que

as perturbações não são “indisso-

ciáveis do ‘plano estratégico’ deste

Governo para privatizar a Linha de

Cascais”.

O PÚBLICO contactou a CP na

manhã de ontem, mas até ao meio

da tarde não tinha obtido resposta

a uma série de perguntas. Seja qual

for o motivo, os problemas repetem-

se todos os dias: comboios suprimi-

dos, carruagens lotadas, atrasos na

circulação.

No interior do comboio que on-

tem passou no Monte Estoril às 8h10,

a paragem em Oeiras é quase uma

revolução. Uma das portas falha na

hora H em que muitos querem sair

e mais pessoas ainda querem entrar.

Os passageiros contorcem-se para

percorrer o corredor da carruagem,

que está repleto, até conseguirem

deixar a composição. Uma passagei-

ra tenta abrir a janela, um pequeno

rectângulo num dos vidros da car-

ruagem. “Está trancada”, queixa-se.

Outra desaconselha uma amiga ao

telefone: “É melhor apanhares a ca-

mioneta. Isto está impossível”.

Quando todos os que estavam

fora entram, já não há espaço para

uma molécula de ar. O comboio não

se move e ouve-se dos altifalantes:

“Pedimos aos senhores passageiros

para não forçarem as portas”. Há

um que não se contém e desabafa:

“Devem estar a brincar...”

ComboiosRicardo Garcia

É na Linha de Cascais que a circulação tem sido mais afectada. CP e trabalhadores dão versões diferentes para a actual situação

NUNO FERREIRA SANTOS

Comboios suprimidos, carruagens lotadas e atrasos na circulação: tem sido assim nas linhas suburbanas

A disparidade do PIB per capita

entre as sub-regiões portuguesas

(NUTS) agravou-se de 2009 para

2010, com a Grande Lisboa e a ser-

ra da Estrela mais afastadas nos ex-

tremos, revelou ontem o Instituto

Nacional de Estatística.

De acordo com os resultados fi -

nais das Contas Regionais de 2010,

“as assimetrias do PIB per capita

entre as trinta regiões NUTS III são

muito signifi cativas e atingem a sua

expressão máxima na comparação

entre as regiões da Grande Lisboa

(166,5 pontos de índice) e da ser-

ra da Estrela (52,1)”. Os números

fazem parte dos Índices de Dispa-

ridade Regional do PIB per capita,

em que é atribuído o valor 100 à

média nacional.

De acordo com os dados, a dife-

rença entre os dois extremos é de

114,4 pontos, quando em 2009 era

de 113,8 (Grande Lisboa tinha 167,5

pontos e a serra da Estrela 53,7).

Os dados mostram que a riqueza

média gerada por um habitante da

Grande Lisboa representa mais do

triplo da que é gerada por quem

reside na sub-região da serra da

Estrela — “sinal de desertifi cação e

de falta de actividade económica”

no interior, explicou à Lusa Pires

Manso, professor catedrático do

Departamento de Gestão e Econo-

mia da Universidade da Beira Inte-

rior (UBI), na Covilhã.

PIB per capita coloca Grande Lisboa e serra da Estrela nos extremos opostos

Se é verdade que na serra da Es-

trela “há poucos habitantes por

natureza”, o PIB per capita “não

teria de ser necessariamente bai-

xo: há zonas de montanha com

actividades que geram dinâmica

económica, mas não é o caso”, la-

menta o investigador. Pires Man-

so, que coordena o Observatório

de Desenvolvimento Económico e

Social (ODES) da UBI, alerta para

um cenário crónico em que “as pes-

soas ainda fogem do interior para

se concentrar no litoral”. Teme,

por isso, que a contracção da ac-

tividade económica em relação ao

resto do país seja ainda mais grave

do que sugere a disparidade do PIB

per capita.

Tal como em 2009, entre as

regiões NUTS II, Lisboa, Região

Autónoma da Madeira e Algarve,

ultrapassaram a média nacional,

com índices, respectivamente, de

139,7, 129,7 e 103,2 no ano de 2010,

mostra o INE.

No Alentejo as maiores dispari-

dades registaram-se entre o Alen-

tejo Litoral (139,3) e o Alto Alentejo

(80,9); na Região Centro, entre o

Baixo Mondego (100,7) e a serra

da Estrela (52,1); e entre o Grande

Porto (101,1) e o Tâmega (55,7) na

Região Norte.

Já em relação a 2011, os dados

mostram que as regiões do Algar-

ve, Madeira e Lisboa foram as que

sofreram maior contracção da acti-

vidade económica. O INE sublinha

que o PIB decresceu “mais acentu-

adamente do que a média nacional

[-1,6%] no Algarve (-2,5%), na Região

Autónoma da Madeira (-2,3%) e em

Lisboa (-1,7%)”. Nas outras regiões,

a variação do PIB nos Açores foi de

-0,7%, no Centro -1,1%, no Alentejo

-1,3% e no Norte -1,5%.

Estatística

Dados divulgados pelo INE são relativos a 2010 e disparidade entre as duas regiões tem vindo a agravar-se

PAULO RICCA

Serra da Estrela tem perdido pessoas e actividade económica

Page 13: 20 DEZ - PÚBLICO

PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | 13

A Câmara de Alenquer aprovou, on-

tem à tarde, um acordo de rescisão

amigável do contrato que mantinha

desde o início de Novembro com a

empresa que fornecia 1750 refeições

diárias nas escolas locais. Essa fun-

ção será desempenhada por outra

empresa a partir de 3 de Janeiro.

Embora não disponha de qualquer

dado concreto que responsabilize a

Narest pela intoxicação alimentar

que afectou pelo menos 152 crian-

ças na tarde de 23 de Novembro,

a câmara decidiu que, para tentar

restaurar a confi ança dos pais nas

refeições escolares, tinha de seguir

este caminho.

A Narest aceita a rescisão do con-

trato desde que a câmara lhe pague

os cerca de 90 mil euros que gastou

no equipamento da cozinha do Cen-

tro Escolar de Alenquer onde fazia as

refeições. A Uniself concordou come-

çar a fornecer a mesma quantidade

de refeições a partir de 3 Janeiro e

admitir alguns funcionários locais

contratados pela anterior empresa.

Estas foram algumas das condições

negociadas terça-feira entre o presi-

dente da autarquia e as duas empre-

sas. A câmara vai ainda ceder a utili-

zação do equipamento de cozinha à

Uniself, que, em contrapartida, redu-

zirá em 10 cêntimos o preço de cada

refeição, fi xado em 1,48 euros.

A proposta foi bem aceite pela

oposição, mas o social-democrata

Eurico Borlido quis saber se há ga-

rantias de se recuperarem os 90 mil

euros que serão pagos à Narest em

quatro prestações. O presidente da

câmara, Jorge Riso, explicou que o

desconto de 10 cêntimos poderá re-

presentar cerca de 27 mil euros por

ano e atingir praticamente os 90 mil

se a câmara e a Uniself renovarem o

contrato até três anos.

Refeições escolares mudamde empresa

RescisãoJorge Talixa

Refeições em Alenquer terão novo fornecedor no regresso às aulas. É a resposta à intoxicação de 152 crianças em Novembro

Breves

Alverca

Barreiro

Mãe e filha colhidas mortalmente por Alfa Pendular

PJ fala em caso isolado na morte por ingestão de iogurte

Uma mulher de 30 anos e a filha de 13 foram, ontem à tarde, mortalmente colhidas por um comboio Alfa Pendular que fazia o percurso Lisboa-Braga. O acidente deu-se por volta das 16h30 numa zona de acesso difícil situada cerca de 200/300m a sul da Estação de Alverca. Alberto Fernandes, comandante dos Bombeiros Voluntários de Alverca, disse, ao PÚBLICO, que a zona onde mãe e filha foram colhidas “está completamente isolada [vedada por barreiras metálicas] e o acesso ali é praticamente impossível”. Só cerca de 400m mais a sul é que existem passagens pedonais sem guarda ou barreiras que permitem o acesso de pessoas que passeiam, a pé ou de bicicleta. J.T.

A PJ considera que o caso do homem de 43 anos que morreu a 16 de Dezembro em consequência de queimaduras, após ingerir um iogurte dez dias antes, foi um incidente isolado, não se podendo imputar responsabilidade à marca. “Trata-se de um problema ao nível de contaminação do produto, um iogurte, não tem a ver com a marca, o produto em si ou o fabricante. É um caso de contaminação a posteriori e de forma isolada”, disse fonte da PJ à agência Lusa. O resto do iogurte foi recolhido pelas autoridades para ser analisado no laboratório da polícia científica. “A investigação está em curso e as hipóteses de contaminação por acidente ou homicídio estão em aberto”, disse a mesma fonte.

A Câmara de Lisboa já está a estu-

dar algumas das soluções propostas

pelo ex-presidente do Centro Cultu-

ral de Belém António Mega Ferreira

para os museus da cidade, confi r-

mou ontem a vereadora da Cultura,

Catarina Vaz Pinto. Mega Ferreira

foi contratado em Junho, por 19 mil

euros e por quatro meses, para re-

alizar um estudo sobre o Museu da

Cidade.

Seis meses depois, o vereador

do CDS-PP, António Carlos Montei-

ro, entregou à câmara um requeri-

mento pedindo informação sobre

o resultado do estudo. “Está feito o

trabalho? Em que medidas vai ser

feito? Haverá alteração na actividade

do município? Houve colaboração

entre serviços municipais e os seus

técnicos e Mega Ferreira?”, questio-

nou o autarca.

Em resposta a António Carlos

Monteiro, Catarina Vaz Pinto garan-

tiu que a autarquia “está neste mo-

mento a trabalhar algumas das solu-

ções que Mega Ferreira propôs”. A

vereadora disse ainda que o estudo

“foi recebido na data acordada” e

que o também escritor “ouviu vários

técnicos e dirigentes dos serviços

da câmara e da EGEAC” (empresa

municipal responsável pela gestão

de equipamentos e animação cul-

tura).

À agência Lusa, no fi nal da reu-

nião de câmara de ontem, Catarina

Vaz Pinto acrescentou apenas que

algumas dessas propostas estão

relacionadas com “questões orga-

nizacionais”, como o processo de

passagem de gestão dos museus

para a EGEAC, que entretanto foi

interrompido pela câmara.

O estudo visava uma renovação

do Museu da Cidade – que poderá

vir a chamar-se Museu de Lisboa e

mudar de instalações para um edifí-

cio de arquitectura contemporânea

novo ou a reabilitar – com ênfase nos

séculos XX e XXI.

A contratação de Mega Ferreira

levantou fortes críticas da oposição

na altura, por colocar em segundo

plano responsáveis municipais, pe-

lo montante fi nanceiro gasto pela

autarquia na área da cultura, bem

como pela sua oportunidade.

Câmara já tem proposta de Mega para museus

Lisboa

Vereadora da Cultura diz que escritor cumpriu prazos e que o documento está nesta altura em estudo

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Page 14: 20 DEZ - PÚBLICO

14 | ECONOMIA | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012

Portugueses travam a fundo nos gastos e nem o Natal salva comércio

Carrinho de compras

Outros

Bebidas

Charcutaria

Congelados

Produtos lácteos

Produtos de limpeza para o lar

Mercearias

Produtos frescosProdutosfrescos

Mercearias Produtoslimpeza

para o lar

Produtoslácteos

Congelados Charcutaria Bebidas

Variação em pontos percentuais Quota de mercado, em valor

0,9

0,2

-1,1 -1,2

-0,1

0,40,6

15.489

30,2%

20,2%

13,3%

12%

6,9%

6,4%

7,8%

3,1%

facea 2011

-2% milhões de euros

Vendas entre Janeiro e Setembro

+1% Ramoalimentar -6%

Ramo não alimentar

Fonte: Barómetro de Vendas APED, Julho a Setembro 2012

As grandes superfícies estão a lutar

por cada euro disponível no bolso

dos consumidores e há nove meses

consecutivos que não conseguem

dar a volta aos resultados negativos

nas vendas. Entre Janeiro e Setem-

bro o volume de receitas das empre-

sas integradas na Associação Portu-

guesa das Empresas da Distribuição

(APED) — que incluem a Sonae (dona

do PÚBLICO), Pingo Doce, Ikea ou

Decathlon — caiu 2%, para 15,5 mil

milhões de euros.

As estimativas para o resto do ano

também não são optimistas. O Na-

tal, época de ouro para o comércio,

não será sufi ciente para dar fôlego a

um sector que sente directamente

os efeitos da perda de rendimento

das famílias e da quebra de confi an-

ça dos consumidores.

“As perspectivas para o Natal são

de quebra relativamente ao período

homólogo. Apesar de ser um pico de

consumo anual, não será sufi ciente

para segurar as vendas”, estima Ana

Isabel Trigo de Morais, directora-

geral da APED. A associação, que

representa a quase totalidade do

sector, espera que o ano feche com

uma descida de 2% no volume de

vendas.

Os portugueses estão a cortar no

que podem. Em vez de carne de

vaca, compram frango, em vez de

frango compram charcutaria e vão,

assim, reduzindo o leque de opções.

Substituir uma máquina de lavar a

roupa avariada já não é prioridade.

Adiam-se compras de electrodomés-

ticos e foca-se toda a atenção nos

preços. Na área não alimentar, o ano

deve fechar com uma descida de 6%

do volume de vendas, e só o entre-

tenimento — que inclui livros, con-

solas, software e fi lmes — terá uma

derrapagem de 16% na facturação.

No terceiro trimestre, as vendas

destes produtos já caíram 5,8%, para

2,3 mil milhões de euros, enquanto

nos “hipers” e supermercados os

gastos com alimentação aumenta-

ram 1,1%, alcançando quase 4 mil

milhões de euros. No período de

Natal, as vendas do retalho alimen-

tar devem “estagnar” (as estimativas

apontam para uma tímida subida

de 1% nas vendas entre Outubro e

Dezembro). “O consumidor ainda

vai conseguir comprar os produtos

tradicionais da quadra”, acredita a

responsável da APED.

É quase certo que o ano novo não

trará vida nova à grande distribui-

ção. O agravamento dos impostos

em 2013 antecipa mais crise e “pres-

são sobre os preços”. “Portugal não

é, neste momento, uma economia

amiga do investimento”, começa por

dizer Ana Trigo de Morais. À infl a-

ção junta-se o menor consumo, mais

carga fi scal e mais custos de contex-

to, factores que podem levar a um

aumento de preços no próximo ano,

continua. Ainda ontem dados divul-

gados pelo INE mostravam que o in-

dicador do clima económico atingiu,

em Novembro, o valor mais baixo

desde 1998, quando foi iniciado o

registo destes dados. Em Outubro,

o consumo privado caiu 2,5%.

“Todos os operadores do comér-

cio vão andar à luta para conseguir

conquistar o dinheiro que há no bol-

so dos consumidores”, sentencia. As

promoções intensas, que já são uma

constante diária nas prateleiras, vão

manter-se. A estratégia é ajustar os

preços ao bolso das famílias.

De acordo com o Barómetro de

Vendas relativo ao terceiro trimes-

tre, os portugueses estão a deslo-

car-se com menos frequência aos

supermercados e hipermercados, e

gastam mais em cada acto de com-

pra. Os preços subiram 6,5%, revela

a APED, citando dados da Nielsen

e da Kantar. No início da crise, os

consumidores cortaram nos gas-

tos fora de casa e passaram a con-

sumir mais refeições prontas e de

take away. Agora, compram mais

produtos frescos e confeccionam

as refeições, sem recorrer à comi-

da pronta.

Mais de 30% do carrinho de com-

pras é composto por produtos frescos

e a quota de mercado desta categoria

tem vindo a crescer (vale 30,2%). O

peso de bens de charcutaria também

aumentou neste trimestre de 5,8 para

6,4%. Mantêm-se as descidas no con-

sumo de bebidas e de higiene para o

lar. Além disso, os portugueses estão

a consumir menos leite e produtos

lácteos: a quota passou de 13,2% para

12%, a descida mais pronunciada no

cabaz de compras.

Com menos dinheiro, os consu-

midores estão a comprar cada vez

mais marcas da distribuição. A pre-

sença destes produtos na despensa

das famílias subiu de 36% para 37%

do segundo para o terceiro trimes-

tre. “O factor mais importante na

decisão de compra são as promo-

ções, descontos, cupões e talões”,

sublinha a APED.

Já em 2011 a estratégia promocio-

nal deu frutos para a insígnia Pingo

Doce, do grupo Jerónimo Martins.

O mais recente ranking da APED de-

nota o crescimento de 7% do volume

de negócios da cadeia de supermer-

cados, uma das mais acentuadas a

par da das Lojas Francas. A Sonae

(que detém o Continente, a Zippy,

a Worten, a Sport Zone) encabeça a

lista dos 15 maiores operadores da

grande distribuição, mas apresen-

tou uma descida de 2%.

O encurtamento da distância en-

tre os dois maiores grupos é visível,

quando se analisa as vendas no ra-

mo alimentar. O Continente chegou

ao fi m de 2011 com um volume de

negócios de 3,8 mil milhões de euros

(mais 1% face a 2010). O Pingo Doce

facturou 3,7 mil milhões, mais 7%.

Pela primeira vez, as vendas de medicamentos sem receita caíram

Vendas das grandes superfícies caem há nove meses. Facturação desceu 2%, para 15,5 mil milhões de euros, e o mesmo deverá ocorrer no último trimestre. Consumidores estão a cortar em tudo o que podem

ConsumoAna Rute Silva

Perdidos 6 mil postos de trabalho

Desde o início do ano, as grandes superfícies já dispensaram 6 mil trabalhadores, avançou

a Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição. O número ainda é provisório, mas “é mais um reflexo no ajustamento que está a ser feito pelos operadores”, disse Ana Isabel Trigo de Morais, directora-geral da APED. “Recordo que em 2012 pela primeira vez houve o encerramento de um grande hipermercado”, afirmou, referindo-se ao Jumbo, do grupo Auchan, em Santarém. Entre Janeiro e Setembro encerraram 24 lojas, a maioria na área não alimentar. Ao mesmo tempo, abriram 43 unidades. Ana Isabel Trigo de Morais diz que o foco dos operadores é na redução de custos e rentabilidade. Ajustes na mão-de-obra são “inevitáveis”, sustentou.

Page 15: 20 DEZ - PÚBLICO

PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | ECONOMIA | 15

RUI GAUDÊNCIO

Almeida Henriques ainda não divulgou localização dos centros

O secretário de Estado adjunto da

Economia, Almeida Henriques, apre-

sentou ontem a rede extrajudicial de

apoio a clientes bancários particula-

res, a que chamou Rede de Apoio ao

Consumidor Endividado (RACE) e

que deverá entrar em funcionamen-

to a 1 de Janeiro.

A medida, inserida num pacote le-

gislativo mais vasto, representa, nas

palavras do governante, “um passo

de gigante na protecção dos consu-

midores endividados”.

Opinião diferente tem a associa-

ção de defesa do consumidor Deco

e o Observatório do Endividamento

do Consumidor, que defendem que

a RACE fi ca “aquém das necessida-

des das famílias”. Em causa está a

Rede de apoio às famílias endividadas deixa de fora o mais difícil: a negociação

Banco de Portugal [que participou na

consulta do diploma] deveria pugnar

por uma intervenção mais efi caz da

rede”. Jorge Morgado salvaguarda,

no entanto, que “na componente

de informação e aconselhamento a

iniciativa é positiva”.

Catarina Frade, do Observatório

de Apoio ao Endividado, da Universi-

dade de Coimbra, lamenta igualmen-

te que “a RACE se fi que pela parte do

aconselhamento e não intervenha na

negociação directa com as institui-

ções fi nanceiras”. Defende, por isso,

que a iniciativa governamental fi ca

“aquém do que é necessário”.

Rede terá 50 centrosO secretário de Estado Almeida Hen-

riques desvaloriza as críticas, mas

assume que o Governo “não quis

entrar no domínio do mandato”.

Em declarações ao PÚBLICO, o go-

vernante defende que, apesar de a

mediação estar excluída das compe-

tências da RACE, isso não invalida

que “o consumidor endividado possa

ser acompanhado por uma pessoa,

no contacto com as instituições”. A

portaria que vai regular o funciona-

mento da rede de apoio ao consumi-

dor endividado vai ser publicada nos

próximos dias e nessa altura fi cará

mais claro se há alguma orientação

específi ca nesse sentido ou se é uma

possibilidade discricionária.

A prática de acompanhamento das

famílias, sem mandato de mediação,

tem sido seguida até agora pelo Ga-

binete de Orientação ao Endivida-

mento dos Consumidores (GOEC),

do ISEG, e o seu presidente, João

Paulo Calado, considera “a experi-

ência positiva”.

A RACE conta com oito entidades,

onde se inclui o gabinete do ISEG, a

Universidade de Aveiro, várias asso-

ciações e centros de apoio ao consu-

midor das autarquias, que deverão

estar em condições de arrancar com

20 centros de atendimento gratuito

às famílias, a partir de Janeiro. A lista

integral das entidades e a localiza-

ção dos 20 centros, que funcionarão

com pessoas em regime de volunta-

riado, não foi divulgada. Até ao fi nal

de 2013, o secretário de Estado diz

esperar ter 15 entidades agregadas

à iniciativa e 50 centros a nível na-

cional.

A rede de apoio aos consumidores

surge como complemento ao decre-

to-lei que entra em vigor em Janeiro e

obriga os bancos a criar um plano de

acção para o risco de incumprimento

(PARI) e de um procedimento extra-

judicial de regularização de situações

de incumprimento (PERSI).

impossibilidade de a rede mediar o

processo de negociação entre os par-

ticulares e as instituições de crédito,

em situações de incumprimento —

ou seja, quando as famílias deixaram

de pagar empréstimos e iniciam ne-

gociações com o banco.

A Deco, que neste momento não

integra a rede, defende que “a inicia-

tiva é uma oportunidade perdida no

que se refere a apoio às famílias so-

breendividadas”. Em declarações ao

PÚBLICO, Jorge Morgado, secretário-

geral da associação, diz que, na fase

de consulta do diploma, “o Governo

foi alertado para a situação”.

O responsável admite que a Deco

pode integrar a rede, se a legislação

mudar, uma vez que, alega Jorge Mor-

gado, do que conhece, “as normas

são claramente impeditivas” daquilo

que é hoje o apoio da associação às

famílias sobreendividadas.

“No caso das famílias sobreen-

dividadas, que muitas vezes estão

fragilizadas psicologicamente, o

trabalho de ‘ponte’ que a Deco faz é

fundamental”, defende o secretário-

geral. Acrescenta que, “numa lógica

de protecção da parte mais fraca, o

EndividamentoRosa Soares

Deco e Observatório de Apoio defendem que medida fica aquém das necessidades. Governo desvaloriza críticas

António Nogueira Leite apresentou

ontem a demissão do cargo de vice-

presidente da Caixa Geral de Depó-

sitos (CGD), onde era o número dois

de Fernando Faria de Oliveira desde

Julho de 2011.

A saída neste momento, uma no-

tícia avançada pelo Expresso e con-

fi rmada pelo PÚBLICO, não deverá

estar relacionada com nenhum facto

concreto, mas com um mal-estar que

se instalou nos últimos meses entre

Nogueira Leite e a gestão do banco.

António Nogueira Leite demite-se da CGD após anoe meio no cargo

Na carta de demissão, Nogueira Lei-

te terá apenas justifi cado a renúncia

com o facto de ter atingido os objec-

tivos que propôs alcançar na CGD.

Segundo apurou o PÚBLICO, a saída

deveu-se ao culminar de desentendi-

mentos, nomeadamente, em relação

a decisões adoptadas pela actual ges-

tão. Nogueira Leite teve divergências

com a política seguida pelo Governo

de Passos Coelho, de quem foi apoian-

te. Uma questão que chegou a públi-

co foi a contratação da Perella para

assessorar a venda da EDP e da REN,

decisão imposta pelas Finanças.

A saída ocorre numa altura em que

a CGD, depois de vender participa-

ções (um processo polémico foi o da

Cimpor), está a alienar mais activos,

como os hospitais e os seguros.

Este ano, polémicas foram também

as declarações do economista sobre

a TSU no Facebook, dizendo que sai-

ria do país se tivesse de pagar mais

impostos.

BancaCristina Ferreira e Pedro CrisóstomoA saída estará relacionada com um mal-estar entre o economista e a gestão de Faria de Oliveira nos últimos meses

Escapada shopping

by

airfrance.pt

* Vendas: Paris até 01/12/2013 - Outros destinos até 03/01/2013 | Tarifas TTI (Todas as Taxas

Incluídas do dia 07/12/2012) de ida e volta para reservas em airfrance.pt. A tarifa apresentada é a

mais barata disponível, sujeita a condições especiais e a disponibilidade de lugares. O preço pode

variar consoante o canal de vendas. Central de Reservas: 707 202 800.

Page 16: 20 DEZ - PÚBLICO

16 | ECONOMIA | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012

Bolsas

PSI-20 Última Sessão Performance (%)Nome da Empresa Var% Fecho Volume Abertura Máximo Mínimo 5 dias 2012

PSI-20 0,76 5731,08 165316619 5700,87 5763,92 5696,51 3,19 4,31ALTRI SGPS SA 0,51 1,587 297796 1,578 1,607 1,570 0,45 32,25BANCO BPI SA 3,82 0,951 3785900 0,920 0,974 0,920 6,51 102,04BCP 2,6 0,079 89452017 0,077 0,079 0,077 6,94 -10,30BES 2,02 0,910 46661830 0,895 0,910 0,894 7,6 11,78COFINA SGPS 1,29 0,629 106903 0,630 0,630 0,612 6,34 -17,24EDP 0,39 2,289 5933968 2,296 2,314 2,284 6,34 -4,27EDP RENOVAVEIS 1,9 4,177 707215 4,108 4,209 4,102 3,77 -11,65ES FINANCIAL 0,38 5,290 91170 5,270 5,320 5,260 -0,55 2,72GALP ENERGIA 0,89 11,855 1525843 11,780 11,920 11,735 0,09 4,17J MARTINS SGPS 0,37 14,900 803542 14,855 15,080 14,810 -1,59 16,50MOTA ENGIL 4,79 1,465 404251 1,414 1,470 1,406 -0,36 41,55PT -0,03 3,854 4030579 3,865 3,890 3,821 4,9 -13,39PORTUCEL 1,31 2,325 493469 2,290 2,335 2,290 0,7 26,43REN -0,24 2,040 214848 2,033 2,050 2,031 2,66 -3,32SEMAPA 4,18 5,605 223806 5,380 5,685 5,360 3,5 4,38SONAECOM 0,51 1,568 877370 1,554 1,590 1,552 2,77 29,05SONAE IND. -1,41 0,490 825767 0,500 0,500 0,450 9,47 -22,83SONAE -1,53 0,708 7635848 0,718 0,721 0,707 8,45 54,25ZON MULTIMEDIA 0,98 2,980 1244497 2,971 3,030 2,962 5,39 28,34

O DIA NOS MERCADOS

AcçõesPSI20Euro Stoxx 50Dow Jones

Variação dos índices face à sessão anterior

Divisas Valor por euro

Diário de bolsa

Dinheiro, activos e dívida

Preço do barril de petróleo e da onça, em dólares

MercadoriasPetróleoOuro

ObrigaçõesOT 2 anosOT 10 anos

Taxas de juro Euribor 3 mesesEuribor 6 meses

Euribor 6 meses

Portugal PSI20

Últimos 3 meses

Últimos 3 meses

Obrigações 10 anos

Mais Transaccionadas Volume

Variação

Variação

Melhores

Piores

Últimos 3 meses

Últimos 3 meses

Europa Euro Stoxx 50

B.Com.português 89.452.017B.Espírito Santo 46.661.830Sonae 7.635.848EDP 5.933.968Portugal Telecom 4.030.579

Mota Engil 4,79%Semapa 4,18%Banco BPI SA 3,82%

Sonae -1,53%Sonae Indústria -1,41%REN -0,24%

Euro/DólarEuro/LibraEuro/IeneEuro/RealEuro/Franco Suíço

7,000

7,625

8,250

8,875

9,500

1,32420,8141111,82

2,73841,2082

0,184%0,318%

113,251667,81

3,661%7,070%

0,76%0,42%

-0,68%

2350

2425

2500

2575

2650

5000

5150

5300

5450

5600

0,250

0,375

0,500

0,625

0,750

Zon, liderada por Rodrigo Costa, vai reunir-se com gestão da Optimus

Isabel dos Santos e a Sonaecom (do-

na do PÚBLICO) propuseram, e os

conselhos de administração da Zon

e da Optimus aceitaram: o projecto

de fusão entre as duas empresas vai

ser debatido formalmente entre os

principais gestores, para ser depois

apresentado aos accionistas.

Ontem, o conselho de adminis-

tração da Zon, presidido por Daniel

Proença de Carvalho, deliberou de-

legar na comissão executiva, lide-

rada por Rodrigo Costa, a “gestão e

condução” das negociações com a

Optimus”. Por parte da operadora

de telecomunicações da Sonaecom,

o processo fi ca também a cargo da

comissão executiva, presidida por

Miguel Almeida, conforme noticiou

o Jornal de Negócios terça à noite.

A Zon informou também ter rece-

bido uma carta da administração da

Optimus, onde esta diz subscrever

“integralmente e sem reservas” a

argumentação de Isabel dos San-

tos (dona de 28,8% da Zon) e da

Sonaecom para a fusão, divulgada

sexta-feira e que pressupõe uma

valorização de 150% da Zon face à

Optimus.

Por parte da Zon, no entanto, há

uma particularidade: optou-se tam-

bém por constituir uma comissão

ad hoc encarregada de acompanhar

o desenrolar das negociações. Esta

será formada por administradores

Fusão entre Zon e Optimus entra na fase de negociações

não-executivos, mas os nomes não

foram revelados. Segundo infor-

mações recolhidas pelo PÚBLICO,

a comissão deverá ser composta

por quatro gestores, reflectindo

um equilíbrio entre os principais

accionistas, como Isabel dos Santos,

o BES e o BPI. A 27 de Novembro,

a empresária angolana passou a in-

tegrar a administração da Zon, co-

mo não-executiva, juntamente com

três gestores da sua confi ança. Mário

Leite da Silva, que gere os seus ne-

gócios em Portugal, já pertencia à

administração da empresa.

Dados os primeiros passos, os res-

ponsáveis pelas duas empresas vão

reunir-se para elaborar o dossier de

proposta da fusão, que deverá es-

tar concluído em Janeiro. Depois, e

após parecer favorável das respec-

tivas administrações, será a vez do

primeiro grande teste, com a vota-

ção nas respectivas assembleias ge-

rais, com destaque para a da Zon.

Algo que, estima-se, irá ocorrer em

Fevereiro.

Se tudo acontecer como o previs-

to, e o processo avançar, este terá

depois de ter o aval da Autoridade

da Concorrência, e, principalmente,

do regulador do mercado de capi-

tais, a CMVM. Isto porque a Sonae-

com e Isabel dos Santos, que irão

controlar a nova empresa através

de um veículo criado para o efeito,

vão pedir para não lançar uma Ofer-

ta Pública de Aquisição (OPA) sobre

o capital restante, por se tratar de

uma fusão. Se o regulador indeferir

o pedido, o negócio difi cilmente se

concretizará.

Ontem, as acções das empresas

voltaram a subir, com a Zon a ga-

nhar 0,98% (para os 2,980 euros) e

a Sonaecom a crescer 0,51% (1,568

euros).

NUNO OLIVEIRA

TelecomunicaçõesLuís Villalobos

Administração da Zon vai criar uma comissão de acompanhamento formada por quatro gestores não- executivos

Breves

Reindustrialização

Prejuízos

Acordo

Empresas vão ter linha de capitalização de 500 milhões

ACP Viagens inicia despedimento colectivo

UBS paga multa de 1100 milhões de euros no caso Libor

O ministro da Economia afirmou ontem no Parlamento que está em marcha uma linha de capitalização de empresas no valor de 500 milhões de euros, com o apoio da CGD, e defendeu a conclusão das redes transeuropeias de transportes e de energia até 2020. Num debate dedicado à reindustrialização declarou que o projecto “passa por linhas de crédito”, mas também “de linhas de capitalização de empresas”.

A unidade de viagens do Automóvel Clube de Portugal iniciou um processo de despedimento colectivo na sequência da quebra de vendas e da quase duplicação dos prejuízos este ano, admitiu ontem à Lusa fonte da instituição. De acordo com a mesma fonte, o processo de despedimento colectivo na agência de viagens — empresa autónoma do ACP — abrangeu 15 pessoas, tendo três sido integradas no grupo.

O banco suíço UBS chegou ontem a acordo para uma multa de 1127 milhões de euros no processo em que era acusado de ter manipulado as taxas de empréstimo interbancário Libor e Euribor. O banco terá de pagar mais do que o triplo do que o que foi acordado pelo britânico Barclays. Dois antigos negociadores do banco suíço foram também ontem acusados formalmente.

Page 17: 20 DEZ - PÚBLICO

PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | ECONOMIA | 17

Obama criticou proposta republicana, mas apelou à união

Depois de um início de semana em

que se parecia caminhar tranquila-

mente para um acordo que evite o

precipício orçamental nos EUA, as

negociações entre a Casa Branca e

o Partido Republicano voltaram on-

tem a azedar, com declarações fortes

e ameaças de parte a parte.

Barack Obama respondeu à última

proposta republicana — a que se dá

o nome de “plano B” —, anunciando

que, caso esta venha a ser aprovada

no Congresso, merecerá o veto do

Presidente.

O “plano B” foi lançado na terça-

feira por John Boehner, o líder repu-

blicano da Câmara dos Representan-

tes que tem sido o responsável pelas

negociações com a Casa Branca. É

uma proposta que inclui alguns

aumentos de impostos e cortes de

despesa e que os republicanos di-

zem que colocarão a votos no Con-

gresso, caso não cheguem a acordo

com o Presidente até ao fi nal do ano.

É a forma encontrada pelo partido

de dizer ao país que, mesmo que

as negociações corram mal, basta

aprovar esta proposta para evitar o

denominado precipício orçamen-

tal, ou seja, a aplicação automática

de subidas de impostos e cortes na

despesa pública logo no início do

próximo ano.

A Casa Branca reagiu muito ne-

gativamente a esta proposta. Além

Conversas para evitar precipício orçamental voltam a azedar

de prometer um veto (que provavel-

mente nunca será necessário usar

porque o “plano B” tem poucas

hipóteses de passar no Senado, do-

minado pelos democratas), a presi-

dência fez questão de mostrar que,

apesar dos avanços das últimas se-

manas, as duas partes ainda estão

muito afastadas naquilo que defen-

dem para o orçamento.

“Os milionários garantiram uma

isenção fi scal de 50 mil dólares, ao

mesmo tempo que se eliminavam

os cortes de impostos de que bene-

fi ciam 25 milhões de estudantes e

famílias”, afi rmou ontem o assessor

de imprensa de Barack Obama, criti-

cando ainda os cortes propostos no

programa de saúde.

O porta-voz de Boehner respon-

deu prontamente, dizendo que a

oposição da Casa Branca ao plano

republicano “está cada dia a fi car

mais bizarra e irracional”.

Apesar deste endurecimento dos

discursos, um acordo até ao fi nal do

ano continua a ser considerado pos-

sível. Afi nal de contas, no início da

semana tinha-se assistido a cedên-

cias importantes por ambas as par-

tes. Num comunicado emitido on-

tem, a Casa Branca apelava ao Par-

tido Republicano que apresentasse

uma nova proposta ainda durante

o mesmo dia. E algumas horas mais

tarde, numa conferência de impren-

sa em que falou também de eventu-

ais mudanças de política no contro-

lo de armas, Barack Obama fez um

apelo à união entre democratas e

republicanos numa altura em que as

atenções do país continuam viradas

para o massacre na escola primária

de Sandy Hook. “Neste momento, o

que o país precisa é que cheguemos

a um compromisso e a um acordo

de redução do défi ce.”

Estados Unidos Sérgio Aníbal

Com o final do ano a aproximar-se, Casa Branca e republicanos ainda procuram chegar a um entendimento

YURI GRIPAS/REUTERS

Taxas de juro portuguesas recuam

Fonte: Reuters

0

5

10

15

20

D2012201120102009

Taxa de juro implícita das Obrigações do Tesouro a 10 anos, em %

7,07

DANIEL ROCHA

Descida é uma boa notícia para o ministro das Finanças

Foi Teixeira dos Santos que fez com

que, em Portugal, a marca dos 7%

se tornasse numa espécie de bar-

reira psicológica que decidia se o

país iria precisar ou não de recor-

rer a um empréstimo do FMI e dos

seus parceiros europeus. No fi nal de

2010, o então ministro das Finanças

afi rmou numa entrevista que se, as

taxas da dívida pública portuguesa

a 10 anos superassem os 7%, o pa-

ís arriscava-se a ter de pedir ajuda.

Poucas semanas depois, a barreira

foi mesmo ultrapassada e, a partir

daí, foi apenas uma questão de tem-

po até que a troika chegasse mesmo

a Portugal.

Agora, prolongando uma ten-

dência de descida dos juros da dí-

vida que se verifi ca desde o fi nal de

Janeiro, Portugal está outra vez a

conseguir fi car abaixo da barreira

dos 7%.

Ontem, de acordo com os núme-

ros disponibilizados pela agência

Reuters, a taxa de juro implícita da

OT a 10 anos que se amortiza em

Abril de 2021 atingiu um mínimo,

de 6,97%. Foi a primeira vez, desde

Fevereiro de 2011, que um título por-

tuguês a dez anos se voltou a colocar

abaixo dos 7%.

Em média (considerando vários

títulos de dívida a 10 anos), e ainda

de acordo com os cálculos da Reu-

ters, a dívida pública portuguesa

a 10 anos apresentou uma taxa de

juro mínima de 7,036% durante a

manhã, acabando o dia nos 7,070%.

Na terça-feira, este indicador tinha

fechado nos 7,135%.

A melhoria deste indicador ve-

rifi ca-se em Portugal desde o fi nal

de Janeiro deste ano, altura em que

a taxa de juro das OT portuguesas

chegou a estar nos 17,345%.

Desde aí, vários factores condu-

ziram a que se registasse, principal-

mente a partir de meados do ano,

uma descida das taxas de juro dos

países periféricos. O principal foi o

anúncio por parte do BCE de que

estaria disposto a intervir no mer-

cado obrigacionista, com compras

de títulos de Estado que aceitassem

adoptar um programa de ajustamen-

to. Mais recentemente, o acordo em

Passados 22 meses Portugal regressa à barreira dos 7% nas taxas de juro da dívida

metade deste ano também coloca

Portugal em segundo lugar a seguir

à Grécia, com uma descida de 44%

ou 5,6 pontos percentuais.

Para Portugal, esta descida de

taxas surge numa altura em que

se está a preparar um regresso às

emissões de dívida pública de longo

prazo no mercado primário. É ver-

dade que esta evolução favorável no

mercado secundário pode ser um

sintoma positivo para o interesse

dos investidores em emissões des-

te tipo, mas não são uma garantia

de sucesso.

Além disso, apesar da fama que

a barreira dos 7% ganhou com o

contributo de Teixeira dos Santos,

não há uma relação directa entre

esse número e a sustentabilidade

do fi nanciamento de um país nos

mercados. Com o actual nível de

dívida pública e, principalmente,

com a difi culdade que a economia

portuguesa está a mostrar em cres-

cer, uma taxa de juro que ainda fi -

que próxima dos 7% será demasiado

alta para aquilo que o país consegue

suportar.

relação ao prolongamento do em-

préstimo à Grécia também contri-

buiu para fortalecer o sentimento

de que a situação é, actualmente,

muito mais tranquila do que no au-

ge da crise, quando a Espanha e a

Itália pareciam destinadas a ter de

recorrer a um resgate.

No entanto, apesar de este ser um

fenómeno comum aos periféricos,

Portugal tem sido um dos países com

uma descida mais forte das taxas de

juro no mercado secundário de dí-

vida, facto muitas vezes salientado

pelos membros do Governo como

um sinal do sucesso da aplicação do

programa de ajustamento.

Desde o início do ano até agora, as

taxas de juro da dívida portuguesa

a 10 anos caíram de 13,594% para

7,70%, uma queda de 48% ou 6,5

pontos percentuais. Esta descida

apenas é superada pelas taxas de ju-

ro gregas, que caíram 66,1% ou 22,4

pontos percentuais, encontrando-se

actualmente em 11,5%. A Irlanda e

a Itália, com uma descida de 45% e

36% são os países que se seguem.

A variação durante a segunda

Dívida pública Sérgio Aníbal

Taxas de juro da dívida portuguesa a 10 anos caíram 6,5 pontos percentuais desde o início do ano

Page 18: 20 DEZ - PÚBLICO

18 | MUNDO | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012

Antes do controlo de armas, os EUA discutem que armas devem controlar

Depois de mais um massacre, voltam a surgir sinais de que desta vez algo vai mesmo mudar

“Não quero que nenhum futuro Pre-

sidente tenha de ir a Columbine, a

Springfi eld, a Jonesboro ou a um dos

outros sítios onde eu fui.”

Os nomes das localidades deixam

perceber que a frase não é recente e

servem para ilustrar que o debate ao

mais alto nível sobre o controlo de

armas nos EUA não é novo e não co-

meçou com a morte de 20 crianças e

seis adultos na sexta-feira passada na

escola primária de Sandy Hook.

Uma pesquisa pelos arquivos do

jornal The New York Times leva-nos

até ao dia 13 de Abril de 2000, a uma

semana do primeiro aniversário do

tiroteio na escola secundária de Co-

lumbine, onde os alunos Eric Harris

e Dylan Klebold executaram 12 co-

legas e um professor. O então Presi-

dente, Bill Clinton, recuperava para

os discursos públicos a sua defesa de

uma política mais restritiva no aces-

so às armas. “Já é sufi cientemente

doloroso confortar as famílias dos

homens e mulheres que morrem no

cumprimento das suas obrigações.

As crianças não têm obrigações, a

não ser para com os estudos e para

com as famílias. A nossa obrigação é

proteger as vidas delas e dar-lhes um

futuro”, afi rmou então Bill Clinton.

Mais de 12 anos depois, o tema

volta a dominar as conversas na so-

ciedade norte-americana. Depois

de mais um massacre — particular-

mente chocante por ter resultado na

morte de crianças de seis e sete anos

de idade —, voltam a surgir sinais de

que desta vez algo vai mesmo mudar

na legislação do país. E não faltam

exemplos de iniciativas políticas em

alguns estados e até no mundo das

empresas de armamento: o senador

Kevin de León, da Califórnia, quer

impor uma licença para a compra

de munições, que terá de ser reno-

vada todos os anos; o governador do

Michigan, Rick Snyder, vetou uma

lei que autorizaria que pessoas com

“treino específi co” pudessem entrar

armadas em escolas e igrejas; e o

banco de investimentos Cerberus

Capital Management anunciou que

vai vender o fabricante de armas Fre-

Barack Obama não é o primeiro Presidente a defender leis mais restritivas, mas agora há sinais concretos de que algo pode mesmo mudar

EUA Alexandre Martins

edom Group, que produziu a espin-

garda semiautomática Bushmaster

de calibre .223 usada por Adam Lan-

za no massacre de Newtown.

Na conferência de imprensa em

que anunciou a sua proposta de lei,

o senador Kevin de León, do Partido

Democrata, sublinhou a facilidade

com que os californianos podem

comprar munições: “Na Califórnia

é preciso ter uma licença para caçar

e também é preciso ter uma licença

para pescar. Até é preciso ter uma

licença para cortar uma árvore de

Natal, mas graças à National Rifl e

Association, temos um acesso sem

restrições à compra de munições.”

São também vários os sinais que

têm saído da Casa Branca. Depois de

um primeiro discurso em que repe-

tiu, por outras palavras, a ideia con-

tida no discurso de Bill Clinton em

2000 — “Temos passado demasiadas

vezes por tragédias deste tipo nos

últimos anos” —, o Presidente Barack

Obama fez saber na terça-feira que

apoia a proposta de lei da senadora

da Califórnia Dianne Feinstein, que

defende a proibição da venda das

chamadas “armas de assalto”. As

palavras não foram proferidas pelo

próprio Presidente, mas o seu asses-

sor de imprensa, Jay Carney, não po-

deria ter sido mais claro: “Bem, ele

[Obama] é um defensor, por exem-

plo, do projecto da senadora Feins-

tein de recuperar uma proposta de

lei com vista ao restabelecimento da

proibição das armas de assalto.”

A proposta em causa é a suspen-

são da produção por dez anos de 18

modelos de armas semiautomáticas,

aprovada em 1994 e não renovada

em 2004 por falta de apoio no Con-

gresso. A senadora Feinstein anun-

ciou que irá propor uma lei com vis-

ta à “proibição da venda, da trans-

ferência, da importação e da posse

[de armas de assalto]”, salientando

que a proposta “não terá efeitos re-

troactivos”. “O objectivo desta lei é

tirar as armas de guerra das ruas”,

disse a senadora no programa da

NBC Meet the Press. A questão é sa-

ber que efi cácia teria uma alteração

da lei, ainda que permanente, mas

semelhante à moratória de 1994.

Num artigo publicado no blogue

Wonkblog, do Washington Post, o jor-

Propostas da Casa Branca até Janeiro

Vice-presidente Joe Biden vai coordenar comissão

O Presidente dos EUA, Barack Obama, prometeu que vai apresentar ao Congresso propostas para

controlar as armas de fogo “até Janeiro”, encarregando o vice-presidente, Joe Biden, de coordenar uma comissão que tem como objectivo encontrar uma resposta ampla para este problema. “Vou usar todos os poderes deste cargo para ajudar a evitar mais tragédias como estas”, anunciou o Presidente dos Estados Unidos,

num discurso na Casa Branca, no rescaldo do massacre de sexta-feira passada na escola primária de Sandy Hook, em Newton, no Connecticut. Biden tem experiência de trabalho em legislação para controlar armas de fogo devido ao tempo que passou no Senado. Agora, vai coordenar o trabalho de várias agências governamentais, para desenvolver uma resposta rápida, aproveitando uma onda de simpatia para com a ideia de controlar e regular o porte de

armas. Obama sublinhou que acredita que Segunda Emenda da Constituição — a que dá o direito ao porte de arma a todos os americanos —, mas disse pensar que todos os entusiastas das armas de fogo devem levar em conta, após o assassínio de 20 crianças com idades entre os seis e os sete anos, que é de bom senso haver restrições. “Um homem desequilibrado não deve poder ter acesso a uma arma pesada semelhante às usadas pelos militares”, afirmou.

Page 19: 20 DEZ - PÚBLICO

PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | 19

A revista norte-americana Time es-

colheu Barack Obama como Perso-

nalidade do Ano, chamando-lhe “o

arquitecto da nova América”.

Logo atrás de Obama na escolha

da revista norte-americana fi caram

Malala Yousafzai, a jovem paquis-

tanesa que foi atingida na cabeça

por tiros disparados por um comba-

tente taliban, em Outubro passado;

Tim Cook, o homem que sucedeu

a Steve Jobs na liderança da Apple;

o Presidente do Egipto, Mohamed

Morsi; e Fabiola Gianotti, cientista

do Laboratório Europeu de Física

das Partículas.

Esta é a segunda vez que o

Presidente norte-americano me-

rece esta distinção anual feita pela

revista Time. A estreia tinha sido

em 2008, ano em que Barack Oba-

ma conseguiu a eleição para o

primeiro mandato na Casa Bran-

ca. Nessa altura, os responsáveis

editoriais justifi caram a escolha

argumentando que Obama tinha

conquistado o improvável. E não

estavam a falar do cargo de Presi-

dente, mas da atenção global do

mundo que se interessa pela polí-

tica.

Quatro anos depois, e à entrada

para um segundo mandato que terá

início em Janeiro, Obama volta a ser

a escolha da Time. Está, por isso, de

novo na capa da revista, desta vez

numa foto em que surge de perfi l

para o leitor. A expressão já não é

a mesma da que fez capa em 2008,

altura em que a Time reproduziu

simplesmente uma das imagens

mais icónicas da primeira campa-

nha de Obama, criada pelo artista

de rua Shepard Fairey.

Desde então, a

Time escolheu Ben

Bernanke, presi-

dente da autori-

dade monetária

dos EUA, a Reser-

va Federal Ame-

ricana, em 2009,

o fundador do

Facebook Ma-

rk Zuckerberg,

em 2010, e “o

manifestante”,

em 2011.

Personalidade do Ano da Time é...

SHANNON STAPLETON/REUTERS

nalista Brad Plummer começa por

questionar a defi nição de “arma de

assalto”. “O problema começa aqui.

Não há nenhuma defi nição técnica

para ‘arma de assalto’. Há armas au-

tomáticas, que disparam continua-

mente, quando o gatilho é premido.

Estas têm regras estritas desde 1934.

Depois há armas semiautomáticas,

que se recarregam automaticamen-

te, mas disparam apenas uma vez,

quando o gatilho é premido. As pis-

tolas e as espingardas semiautomá-

ticas existem sob várias formas e são

extremamente comuns nos EUA.

[Em 1994] o Congresso não quis ba-

nir todas as armas semiautomáticas

— isso iria resultar na proibição de

todas as armas em geral.”

Para o jornalista do The New York

Times Peter Baker, “este é um mo-

mento que irá defi nir o segundo

mandato da presidência de Obama

— se será mais semelhante às grandes

aspirações que deixaram os corações

dos liberais a tremular em 2008 ou

mais próximo dos acordos de basti-

dores que caracterizaram os quatro

anos que se seguiram”. Já Peter Weh-

ner, antigo conselheiro de George W.

Bush, afi rma que uma possível

luta de Obama por altera-

ções profundas na lei de

controlo de armas “pode

ter um custo”, mas salien-

ta que, por vezes, uma der-

rota pode ser uma vitória.

“Podemos lutar por algo

e perder e sairmos enfra-

quecidos. Mas por vezes há

honra na derrota. Podemos

perder, mas fazemos avan-

çar uma causa aos olhos da

história.”

Ti

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Page 20: 20 DEZ - PÚBLICO

20 | MUNDO | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012

Clinton aceita todas as recomendações do relatório

Apesar da dureza das críticas, a ver-

são desclassifi cada do relatório ao

ataque ao consultado norte-ameri-

cano de Bengasi não nomeia culpa-

dos pelas falhas de segurança que le-

varam à morte de dois diplomatas,

incluindo o embaixador do Estados

Unidos na Líbia, e dois guardas pri-

vados. Mas fala em “fraca liderança”

e as demissões começaram poucas

horas depois de ter sido divulgado:

segundo a CBS, o chefe da seguran-

ça do Departamento de Estado, Eric

Boswell, demitiu-se; a Associated

Press noticia esta demissão e a de

dois outros responsáveis.

“Falhas sistemáticas e defi ciências

de liderança e de gestão ao mais alto

nível nos dois gabinetes do Depar-

tamento de Estado resultaram nu-

ma postura na segurança da missão

especial que era desadequada para

Bengasi e totalmente desadequada

para lidar com o ataque que aconte-

ceu”, lê-se no relatório da comissão

independente formada a pedido da

secretária de Estado, Hillary Clinton.

Os dois gabinetes são o da Segurança

Diplomática e o do Médio Oriente.

O Departamento de Clinton é criti-

cado por ter falta de pessoal adequa-

do na missão do Leste da Líbia e por

ter confi ado demasiado em milícias

locais para guardar o complexo onde

o embaixador Christopher Stevens

Falhas de segurança e “liderança deficiente” no ataque de Bengasi

acabaria por morrer por inalação de

fumo, depois de ter fi cado encurrala-

do no edifício em chamas que tinha

sido atacado por homens armados.

O relatório confi rma que não exis-

tia “informação imediata ou concre-

ta” que levasse a suspeitar de que um

ataque estaria em preparação na

noite do aniversário dos atentados

do 11 de Setembro. Mas o painel de

peritos concluiu que os responsáveis

dos serviços secretos baseavam em

demasiado o seu trabalho em avisos

sobre ataques iminentes — em vez de

se basearem em análises mais gerais

sobre um contexto de segurança que

estava obviamente a deteriorar-se.

Já este ano, a cidade onde começou

a revolta contra Muammar Khadafi

tinha sido palco de vários assassínios,

de um ataque a uma coluna de veí-

culos de diplomatas britânicos e da

explosão de uma bomba no exterior

da missão americana.

Os militares americanos de guarda

ao complexo, sublinham os autores,

“portaram-se com coragem e pron-

tidão, arriscando as suas vidas para

proteger os colegas”. Mas a falta de

recursos era gritante, pelo que par-

te da segurança estava nas mãos de

guardas privados e milicianos “arma-

dos mas mal preparados”.

A resposta do Governo líbio ao ata-

que é descrita como “profundamen-

te defi ciente” e uma das recomen-

dações do documento é que os EUA

não podem confi ar tanto nas forças

de segurança dos países onde têm as

suas missões — com a maior rede di-

plomática do mundo, o país emprega

60 mil pessoas em 275 postos.

Clinton, que deveria comparecer

amanhã nas audiências do Congresso

sobre Bengasi (vai faltar por estar do-

ente), aceita “todas” as 29 recomen-

dações do comité independente. Em

duas cartas enviadas às comissões de

Negócios Estrangeiros da Câmara dos

Representantes e do Senado, Clinton

diz ainda que já começou a resolver

as falhas e que vai mobilizar “cen-

tenas de marines” para proteger as

representações diplomáticas.

Em plena campanha eleitoral, o

ataque de Bengasi desencadeou uma

tempestade política, com os republi-

canos a acusarem a Administração

Obama de falhas de segurança e de

ter mudado a versão dos aconteci-

mentos. O ataque coincidiu com uma

série de protestos em países árabes

por causa do fi lme anti-islão Innocen-

ce of Muslims e a embaixadora nor-

te-americana na ONU, Susan Rice,

chegou a dizer que tinha resultado

de um protesto. Na verdade, foi um

ataque terrorista.

DiplomaciaSofia Lorena

Relatório diz que houve falhas “de gestão”, má coordenação e “confusão” sobre quem devia e podia tomar decisões

As Nações Unidas anunciaram on-

tem a suspensão do programa de

vacinação contra a poliomielite no

Paquistão, depois de três funcioná-

rios da campanha médica terem si-

do assassinados em ataques a tiro. O

número de mortos sobe assim para

oito, em dois dias.

Uma supervisora de vacinação,

o motorista e ainda um estudante

voluntário foram atingidos na cida-

de de Peshawar. Na véspera, cinco

profi ssionais de saúde envolvidas na

campanha também foram mortas a

tiro, nas províncias de Sindh e Khy-

ber Pakhtunkhwa, onde imediata-

mente o programa foi suspenso.

Os ataques não foram reivindica-

dos, mas os taliban tinham lançado

ameaças ao projecto de vacinação

contra a paralisia infantil. Segundo

a BBC, vários centros de saúde e es-

tações onde decorriam acções de

vacinação foram alvo de rajadas de

tiros disparados por grupos de indi-

víduos de mota.

O porta-voz da Unicef, Michael Co-

leman, disse que perante o risco de

mais violência aquela agência de pro-

tecção das crianças e a Organização

Mundial de Saúde tinham decidido

suspender imediatamente o progra-

ma em todo o país. A estimativa era

a de que mais de cinco milhões de

crianças pudessem ser imunizadas

durante os três dias da campanha.

O Governo paquistanês declarou a

poliomielite como uma “emergência

nacional” e identifi cou cerca de 33

milhões de crianças que não tinham

ainda sido vacinadas. O primeiro-mi-

nistro, Raja Pervez Ashraf, apelou às

autoridades regionais para garantir

a segurança das equipas envolvidas

na campanha da ONU.

O Paquistão é um dos únicos três

países do mundo onde esta doença,

altamente contagiosa e que afecta so-

bretudo crianças pequenas, ainda é

endémica. Os outros são o Afeganis-

tão e a Nigéria. A poliomielite pode

ser erradicada pela vacinação.

Anteriores campanhas foram tam-

bém rechaçadas com violência: os

taliban opõem-se a estas iniciativas,

que alegam tratar-se apenas de “es-

tratagemas” de espionagem e contra-

informação.

Vacinação contra a poliomielite cancelada

Paquistão

Em dois dias, foram mortas a tiro oito pessoas envolvidas no projecto de saúde pública, que é contestado pelos talibanIsrael está a preparar “uma avalancha de construções”

A ONU pediu a Israel que “renuncie”

aos seus projectos de novos colona-

tos na Cisjordânia, reafi rmando que

estes são ilegais e ameaçam o pro-

cesso de paz com os palestinianos.

Pouco antes, o primeiro-ministro

israelita, Benjamin Netanyahu, de-

clarava que o seu Governo iria con-

tinuar esta construção, “apesar das

críticas”, e os media israelitas anun-

ciavam mais 3400 casas.

A declaração da ONU, feita pe-

lo secretário-geral adjunto para as

questões políticas, Jeff rey Feltman,

numa reunião do Conselho de Se-

gurança (CS), seguiu-se a uma rara

crítica dos Estados Unidos às acções

israelitas.

Na véspera, a porta-voz do Depar-

tamento de Estado dos EUA, Victoria

Nuland, disse que a América estava

“profundamente desapontada por

Israel continuar a insistir neste pa-

drão de provocação” e acrescentou

que a acção deixa ainda mais longín-

quo o objectivo da paz.

“A construção nos colonatos na

Cisjordânia, incluindo Jerusalém

Oriental, viola as leis internacio-

nais”, disse Feltman na sessão de

ontem do CS. “É um obstáculo à

paz”, sublinhou. Se se concretiza-

rem, estes projectos “darão um gol-

pe quase fatal às hipóteses que ainda

restam de realizar uma solução de

dois Estados”.

ONU pede a Israel que “renuncie” aos novos colonatos

O responsável da ONU pediu

ainda a Israel que recomeçasse a

transferir as verbas dos impostos e

taxas alfandegárias que recolhe em

nome da Autoridade Palestiniana.

Tanto a construção de mais casas

em colonatos, como a suspensão

da transferência das verbas foram

anunciadas por Israel na sequência

da aprovação, pela Assembleia Geral

da ONU, da Palestina como Estado

com estatuto de observador (não

membro) na organização.

Entre anúncios e autorizações in-

termédias e publicações de concur-

sos, trata-se de milhares de novas

casas em vários sectores sensíveis.

Um responsável do Likud, o parti-

do de Netanyahu, referiu-se mesmo

à acção como “uma avalancha de

construções”.

Em Jerusalém Leste, por exemplo,

o município aprovou 2610 novas

casas em Givat Hamatos. Se forem

construídas, será o primeiro bairro-

colonato criado em Jerusalém Leste

dos últimos 15 anos, dizem organi-

zações de defesa de direitos huma-

nos. “Givat Hamatos não é apenas

um novo colonato. É algo que muda

a equação”, sublinha o movimento

israelita Peace Now.

Os palestinianos ameaçaram, en-

tretanto, recorrer ao Tribunal Penal

Internacional com a questão dos co-

lonatos, ilegais perante a lei interna-

cional, algo que apenas Israel dispu-

ta. A possibilidade de recorrer ao TPI

foi uma das prerrogativas que o novo

estatuto de Estado observador deu

à Palestina. “A intensifi cação da co-

lonização e o conjunto das práticas

israelitas de assassínios e detenções

levam-nos a acelerar o nosso recur-

so ao Tribunal Penal Internacional”,

disse à AFP o negociador palestinia-

no Mohammad Chtayyey.

AHMAD GHARABLI/AFP

Médio OrienteMaria João Guimarães

EUA “desapontados” pelo Estado hebraico insistir “neste padrão de provocação” que deixa a paz ainda mais longe

Page 21: 20 DEZ - PÚBLICO

PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | MUNDO | 21

Os estrangeiros que promovem a re-

ligião cristã nas universidades chi-

nesas são como uma doença, “uma

conspiração política para dividir e

ocidentalizar a China”, diz um docu-

mento do comité central do Partido

Comunista de 15 de Maio de 2011,

agora obtido por uma organização

cristã americana, a China Aid.

Com uma linguagem evocativa

da Guerra Fria, o documento foi

divulgado pelo jornal The Washing-

ton Post. Tem por título “Sugestões

para resistir bem ao uso da religião

Comité Central do Partido Comunista chinês declarou guerra ao cristianismo nas universidades

marxista da religião e os princípios

do partido”. Mas há ideias concretas

“para atacar tanto os sintomas como

a causa da doença”.

Guiem os estudantesPor exemplo, controlar de forma

mais apertada a concessão de vistos

a estrangeiros que estudam nas uni-

versidades chinesas — que, no ano

passado, atingiram o recorde de 290

mil, incluindo 23 mil dos EUA, diz o

Washington Post —, para não deixar

entrar quem tenha como principal

interesse a evangelização. E mesmo

as viagens organizadas com moti-

vos turísticos devem ser analisadas

com atenção, pois podem servir pa-

ra plantar uma semente religiosa na

mente dos jovens chineses.

Por outro lado, os responsáveis

das universidades devem ter mais

atenção à vida espiritual dos seus

estudantes — tudo para contrariar a

eventual atracção pelos estrangeiros

por indivíduos estrangeiros para se

infi ltrarem em institutos de ensino

superior e para evitar o evangelismo

nos campus universitários”.

“Com o rápido desenvolvimento

económico e social da China e o cres-

cimento continuado da força nacio-

nal, os países ocidentais liderados

pelos Estados Unidos estão a aumen-

tar a intensidade das suas tentativas

de contenção da China”, lê-se. “As

forças hostis estrangeiras têm dado

grande ênfase à utilização da religião

para se infi ltrarem na China e desen-

cadearem os seus planos conspirati-

vos de ocidentalizar e dividir a China.

Consideram os institutos de ensino

superior como alvos prioritários para

se infi ltrarem, usando a religião, em

particular o cristianismo”, prosse-

gue o documento, que teve difusão

restrita.

As recomendações têm sempre co-

mo tema de fundo “aumentar a pro-

paganda e a educação sobre a visão

Religião Clara Barata

A evangelização cristã é uma arma do Ocidente para dividir a China, afirma documento revelado por organização dos EUA

que falam em Deus. “Os conselheiros

devem ter conversas longas de cora-

ção aberto com os estudantes para

conhecer o seu estado ideológico,

responder a questões que os preo-

cupem, guiar os seus sentimentos.”

O Governo chinês é ofi cialmente

ateu, e Pequim continua a ter rela-

ções confl ituosas com o cristianis-

mo, sobretudo com o catolicismo,

porque não é bem visto que os fi éis

se virem para alguém com maior au-

toridade terrena do que o partido —

o Papa. Ainda assim, o cristianismo

tem crescido bastante, se bem que

os praticantes sejam perseguidos.

Estima-se que existam 68,4 milhões

de cristãos na China, o que, embora

seja apenas 5,1% da população, se-

gundo dados do estudo A Paisagem

Religiosa Global, do Pew Forum on

Religion and Public Life divulgado

na terça-feira, torna-a o sétimo país

mais católico do mundo, com 3,1%

do total dos fi éis.

Breves

França

Tribunal recusa desistir de processo contra Strauss-KahnUma semana depois de ter concluído um acordo milionário sobre o “caso Sofitel Nova Iorque”, Dominique Strauss-Kahn sofre um revés noutro processo judicial com motivações de índole sexual. O tribunal francês que tem em mãos um inquérito que envolve alegadas actividades de proxenetismo recusou arquivar o caso. No inquérito, DSK é suspeito de pertencer a um grupo de nove pessoas que estariam envolvidas na exploração sexual de mulheres.

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Page 22: 20 DEZ - PÚBLICO

22 | MUNDO | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012

Sem fi lhos nem marido, Park vai-se “dedicar inteiramente” à Coreia do Sul

REUTERS

Park Geun-hye disse sentir-se inspirada por personalidades como Margaret Thatcher ou Angela Merkel

A Coreia do Sul vai ser governada,

pela primeira vez na história, por

uma mulher: Park Geun-hye, a can-

didata conservadora do partido Sa-

enuri, e fi lha do antigo chefe militar,

Park Chung-hee, foi eleita Presidente

com uma magra vantagem sobre o

seu rival liberal Moon Jae-in.

As sondagens à boca das urnas

colocavam a diferença entre os dois

candidatos em apenas um ponto

percentual, atribuindo 50,1% a Pa-

rk Geun-hye e 48,9% ao seu opositor

do Partido Democrático Unido. Com

mais de 80% dos votos apurados,

Park liderava com 51,6% dos votos,

contra 48% de Moon, que concedeu

a derrota antes mesmo de estarem

contados todos os boletins.

Será o regresso à Casa Azul (pa-

lácio presidencial) de Park, que em

1974, após o assassinato da mãe por

um “comando” alegadamente con-

tratado pelo líder norte-coreano Kim

Il-sung, assumiu as funções de pri-

meira-dama do governo autocrático

do seu pai — uma ditadura de 18 anos

durante a qual o país experimentou

a maior expansão económica da sua

história. Agora aos 60 anos, a conser-

vadora convenceu os eleitores que,

pelo facto de não ter marido nem

fi lhos, tem todas as condições para

se “dedicar inteiramente ao país”.

E não serão poucas as tarefas que

a aguardam: a desaceleração da ac-

tividade económica, que viu o ritmo

de crescimento de 5% constante nos

últimos 50 anos cair para os 2%, e

fez disparar a desigualdade de ren-

dimentos com imprevisíveis conse-

quências sociais; ou a beligerância

da Coreia do Norte, que além de

retomar os testes balísticos em de-

partido Saenuri no Parlamento, on-

de chegou em 1998. Enquanto can-

didata presidencial, disse sentir-se

inspirada por personalidades como

Margaret Thatcher ou Angela Merkel,

sem contudo justifi car se os motivos

da sua admiração são as políticas que

estas líderes defenderam ou imple-

mentaram.

Para muitos coreanos, a futura Pre-

sidente ainda é defi nida politicamen-

te em função do seu pai, que tanto

é idolatrado por ter transformado

o país numa das maiores potências

industriais do mundo, retirando mi-

lhares de famílias da pobreza, como

é diabolizado pelo seu desrespeito

pelos direitos humanos ou as re-

gras da alternância democrática.

Park Chung-hee foi assassinado em

1979 — ao receber a notícia, a fi lha

alegadamente terá perguntado como

estava a situação na frente de guerra

e se a fronteira estava segura.

Aos 60 anos, a fi lha do antigo ditador Park Chung-hee faz história ao tornar-se a primeira mulher eleita para o governo. Regressa ao palácio presidencial de Seul para promover crescimento económico

Eleições Rita Siza

e recuperar a economia”, sublinhou

a futura Presidente, numa primeira

reacção ao resultado eleitoral.

O principal desafi o para Park será

o de “quebrar o telhado de vidro”

que continua a impedir as mulheres

sul-coreanas de terem as mesmas

oportunidades e receber os mesmos

salários do que os homens do país.

Até se lançar na corrida pela pre-

sidência, Park foi uma diligente mas

relativamente discreta deputada do

safi o das resoluções da comunidade

internacional tem vindo a infl amar

a sua retórica contra o país vizinho,

com quem permanece teoricamente

em guerra.

“Confi o totalmente nela, é a pes-

soa indicada para salvar o país, se-

guindo as pisadas do pai”, comentou

à Reuters Park Hye-sook, uma eleito-

ra de 67 anos de Seul. “Esta vitória

mostra como as pessoas têm espe-

rança em ultrapassar a crise actual

Sexta-feira o mundo acaba Mas há quem sobreviva.Inimigo público: dicas para um apocalipse gostoso

Page 23: 20 DEZ - PÚBLICO

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Entre 26 de Dezembro e 12 de Janeiro,

de quarta a sábado, destaque do seu jornal Público

o cupão que lhe dará acesso à nova exposição do

Museu Calouste Gulbenkian. Uma digressão fascinante

por quatro séculos da representação visual do mar,

realizada com o excepcional apoio do Museu d´Orsay.

Turner, Manet, Monet, Signac, Van Goyen, Lorrain,

Courbet, Boudin, Klee, De Chirico e os portugueses

Henrique Pousão, Amadeo de Souza-Cardoso, João Vaz,

e Maria Helena Vieira da Silva são alguns

dos 89 pintores presentes na compilação.

Imperdível, ainda mais para quem compra o Público.

Não esqueça, corte o cupão, não a cultura.

Saiba mais em www.gulbenkian.pt

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rid

A exposição está patente até 27 de Janeiro de 2013.

APROVEITE OHORÁRIO ALARGADODAS

10H00 – 20H00

Page 24: 20 DEZ - PÚBLICO

24 | CIÊNCIA | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012

21.12.12

O mundo vai acabarmas não será já amanhã

Impactos de meteoritos, actividade solar alta, a colisão de um planeta-fantasma ou uma mega-erupção. A pseudociência está a dar gás a uma falsa profecia maia e o medo das pessoas é alimentado pela falta de cultura científi ca, dizem os astrónomos

Chegará o dia em que

o Sol vai inchar e

transformar-se

numa gigante ver-

melha. Quando

isso acontecer,

daqui a mais de

cinco mil milhões

de anos, Mercúrio

será engolido, de-

pois Vénus e fi nalmente a Terra.

Mas a vida já terá desaparecido

do nosso planeta. A evolução

natural de estrelas como o Sol é

brilhar cada vez mais. E dentro

de mil milhões de anos a tempe-

ratura à superfície da Terra será

demasiado alta para haver água

no estado líquido. Esta não é as-

sim uma preocupação para já,

mas muitas pessoas pensam que o

fi m do mundo está iminente. Uma

falsa profecia maia fantasia que

esse dia chegará mesmo já esta

sexta-feira — a 21 de Dezembro

de 2012.

“Esta ideia do fi m do mundo

começou a transparecer no ano

passado, através de informações

pedidas ao Observatório de As-

tronomia de Lisboa”, lembra ao

PÚBLICO Rui Agostinho, direc-

tor do observatório, astrónomo e

professor na Faculdade de Ciên-

cias da Universidade de Lisboa.

“Havia perguntas sobre se o mun-

do ia mesmo acabar. Havia outras

pessoas que nos enviavam textos e

mostravam estar muito preocupa-

dos com o fi m do mundo.”

Segundo Rui Agostinho, estas

preocupações provinham de uma

minoria de pessoas. Mas o astró-

nomo acrescenta que nas escolas

houve também professores que

contaram que alguns alunos par-

tilharam as mesmas inquietações.

Este medo tão inusitado e revela-

dor de tanto desconhecimento fez

com que o observatório organizas-

se palestras que agregou no ciclo

Sessão Apocalíptica.

Amanhã às 21h30 será dada a

palestra fi nal: Maias 2012: O fi m

dos tempos? A palestra já tem as

reservas esgotadas, mas quem

quiser pode vê-la em directo na

Internet, através do site do obser-

vatório. O orador será o próprio

Rui Agostinho, que irá desmon-

tar esta fantasia que cresceu e se

transformou numa mistura de má

narrativa histórica, pseudociência

e muita superstição. Acabou, po-

rém, por fomentar muitos medos.

O anúncio do fi m do mundo é

quase tão velho como a humani-

dade. Houve centenas de previsões

ao longo dos séculos, muitas em

tempos terríveis, como durante a

epidemia da peste negra na Idade

Média, na Europa. O século XXI

não mudou de registo. Um deles

foi o suposto buraco negro que o

LHC (o grande acelerador de par-

tículas do Laboratório Europeu de

Partículas, ou CERN) iria desenca-

dear, quando começasse a traba-

lhar em 2008.

A humanidade já esteve para de-

saparecer muitas vezes, segundo

as profecias. A próxima é sempre

a derradeira, pelo menos até esse

momento fi car para trás.

“O mundo é muitas vezes vis-

to como um sítio terrível, cheio

de opressões, injustiças e com a

ameaça da morte”, disse Lorenzo

DiTommaso, um investigador e

especialista em catastrofi smo. “A

visão apocalíptica dá uma resposta

poderosa: o mundo é tão mau que

não pode ser restaurado. Por isso

é varrido.”

DiTommaso, que pertence ao

Departamento de Teologia da

Universidade de Concordia, no

Quebeque, Canadá, defende que

religiões como o judaísmo, o cris-

tianismo ou o islão profetizaram

o apocalipse. Essa tradição esca-

pista, de vingança contra o mal e

de um bem redentor após o fi m de

tudo, continua bem viva.

“Mais e mais pessoas olham pa-

ra o mundo através de uma visão

apocalíptica. Uma das razões é

que as coisas parecem irrepara-

velmente estragadas: o ambiente,

a economia, o sistema político. No

seu âmago, é uma resposta simples

para problemas complexos. E é

uma resposta adolescente, já que

coloca no exterior de nós as res-

ponsabilidades da resolução dos

problemas.”

Na profecia de amanhã, a única

culpa dos maias é terem inventa-

do um calendário que funciona

como o contador de quilómetros

dos carros, que, quando chega ao

fi m, volta ao início. Os maias fo-

ram uma das mais importantes

civilizações da América Central.

Esta civilização tinha várias for-

mas de contar o tempo, para de-

terminar a sementeira e colheita

do milho, para assinalar o ano so-

lar e outra para longos períodos

de tempo. Este último calendário

assinalava os dias utilizando um

contador com cinco casas, num

sistema não decimal e que ia até

aos 8000 anos. Depois, o contador

seria obrigado a voltar ao início.

Segundo a profecia, o fi m da

contagem no calendário — e do

Nicolau Ferreira

Page 25: 20 DEZ - PÚBLICO

PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | CIÊNCIA | 25

NAS

A

mundo — seria no próximo dia

21. Os arqueólogos pensam que

esta contagem terá começado a 5

de Setembro de 3114 a.C. — basta

fazer as contas para perceber que

entre as datas só passaram 5126

anos. Outros argumentam que os

maias falavam numa renovação

do mundo a cada 5200 anos, em

que um incêndio de enormes pro-

porções e depois chuvas intensas

iriam dizimar o mundo inteiro.

E a humanidade recomeçaria a

partir do zero.

A previsão apocalíptica come-

çou a ganhar forma na década

de 1960. Actualmente, tem rece-

bido força com a ajuda de justi-

fi cações pseudocientífi cas: esta

sexta-feira o fi m do mundo será

causado por tempestades sola-

res fortíssimas, devido ao pico

da actividade do Sol, apesar de

os astrónomos dizerem que na-

da se passa de anormal; outros

dizem que um asteróide ou um

planeta-fantasma vai colidir com

a Terra, mas que ninguém ainda

observou no céu.

Outras hipóteses: inundações

planetárias, megavulcanismo,

sismos, alinhamento galáctico,

uma alteração da energia do Uni-

verso.

“A apropriação dos termos da

ciência é fundamental para dar

credibilidade à ideia”, desmisti-

fi ca Rui Agostinho. “Se alguém

dissesse que a grande banana

cósmica vai afectar o planeta,

ninguém acreditaria.” Um dos

grandes problemas, é a falta de

literacia científi ca para descons-

truir estas ideias e questionar

racionalmente estes argumen-

tos pseudocientífi cos. “A ciên-

cia é uma linguagem críptica, é

preciso aprendê-la e não é fácil”,

sublinha o astrónomo, que na pa-

lestra irá rebater, uma por uma,

todas as causas “científi cas” do

fi m do mundo.

José Augusto Matos, astrónomo

da Universidade de Aveiro, já deu

uma conferência sobre este fi m

do mundo. “Referi que estas pro-

fecias não podem ser levadas a sé-

rio. O futuro não está escrito em

lado nenhum. Não há nenhum

pensador ou astrólogo que pos-

sa dizer que vai acontecer uma

dada coisa.” Para José Augusto

Matos, “estas ideias acabam por

ter algum sucesso devido à igno-

rância das pessoas, há muita falta

de cultura científi ca”.

Mas uma coisa será certa: o fi m

da Terra irá irremediavelmente

acontecer. Se até lá nada de ca-

taclísmico ocorrer, o destino

do nosso planeta estará intima-

mente ligado com a morte do Sol,

daqui a muitos milhões de anos.

Talvez nessa altura isso não seja

um problema para a humanida-

de, que poderá já ter colonizado

outro planeta e nem se lembrar

que um dia existiu a Terra.

Page 26: 20 DEZ - PÚBLICO

26 | CULTURA | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012

Ensaio na Casa da Música, no Porto, quando se preparava o concerto final da orquestra para comemorar o Dia

Se os mecenas da Casa da Música recuarem, cortes podem duplicar

As reacções à demissão em bloco do

conselho de administração da Casa

da Música, motivada pelos cortes

orçamentais impostos à instituição,

vêm de vários quadrantes e são unâ-

nimes no receio de que possa vir a

ser posto em causa um projecto cuja

relevância ninguém questiona.

O musicólogo e ex-secretário de

Estado da Cultura Rui Vieira Nery

acha que a questão tem uma tal

“gravidade política” que deveria ser

“decidida ao mais alto nível” pelo

primeiro-ministro. O compositor Pe-

dro Amaral diz que a Casa da Música

e o Remix Ensemble são um veículo

fundamental de exportação da cul-

tura portuguesa e que “prescindir

deles é um crime”. O presidente da

Associação Comercial do Porto, Rui

Moreira, receia que os mecenas pri-

vados da instituição, confrontados

com “o incumprimento do Gover-

no”, decidam “bater com a porta e

entregar o bebé ao Estado”. E o di-

rector do serviço de música da Fun-

dação Gulbenkian, o fi nlandês Risto

Nieminen, confessa a sua difi culda-

de em perceber que o Governo, para

poupar um milhão de euros, esteja

a pôr em risco “a única instituição

moderna dedicada à música que

existe em Portugal”.

A administração da Fundação

Casa da Música, presidida por José

Manuel Dias da Fonseca — e que tem

em Nuno Azevedo o único elemento

com funções executivas — anunciou

anteontem a sua demissão, provoca-

da pela insistência do Governo em

reduzir o fi nanciamento público da

instituição em mais 30%, uma per-

centagem decorrente da polémica

avaliação às fundações.

Um corte que os administradores

consideram ir “além do que é eco-

nomicamente sustentável”, e que

vem contrariar as garantias que ti-

nham sido dadas ao Conselho de

Fundadores da Casa da Música pe-

lo anterior secretário de Estado da

Cultura, Francisco José Viegas, que

assegurara que o corte se fi caria pe-

los 20%, o mesmo que foi aplicado

O administrador demissionário Nuno Azevedo acusa o Estado de “faltar à palavra” dada e critica o “truque” da avaliação das fundações e o “populismo” dos cortes

ao Centro Cultural de Belém (CCB).

Esta comparativa benevolência no

corte aplicado ao CCB, consagrada

numa resolução do Conselho de

Ministros de Setembro passado, foi

justamente um dos aspectos ontem

criticados no Parlamento pelo de-

putado centrista João Almeida, que

acusou o governo de “centralismo”.

Elogiando a Casa da Música, que

considerou “uma referência regio-

nal, nacional e internacional”, o diri-

gente centrista, cujo partido integra

a coligação de Governo, afi rmou que

“não é aceitável que se ponha em

causa a dimensão cultural de um

povo e do país, reduzindo-a a uma

mera equação matemática”.

Promessa de Viegas não valeNo comunicado em que justifi ca a

sua demissão, a administração afi r-

ma que o Estado deu a entender que

a Casa da Música fora imprudente

em “avançar com a execução do pla-

no de actividades em 2012, e com a

preparação do ano de 2013, apenas

com base na palavra do anterior Se-

cretário de Estado da Cultura”. Um

recado dirigido ao actual secretário

de Estado da Cultura, Jorge Barre-

to Xavier, que veio já defender-se,

argumentando que Francisco José

Viegas “tomou uma série de medi-

das e atitudes que são respeitadas”,

mas que “o processo decisório sobre

a Casa da Música não estava conclu-

ído”.

Há pouco mais de uma semana,

Barreto Xavier já reconhecera, em

declarações à Lusa, a existência de

“promessas efectuadas anterior-

mente”, mas acrescentara que es-

tas “não correspondem a efectivo

procedimento de decisão compatí-

vel com um compromisso superior

àquele que o Estado em termos

normativos e procedimentais pode

atribuir à Casa da Música”. Nuno

Azevedo apresenta a sua versão dos

acontecimentos numa formulação

menos obscura. Em entrevista ao

Porto Canal, o administrador acu-

sou ontem frontalmente o Estado de

“não ter palavra” e de estar a “impor

um corte que contraria o acordo es-

tabelecido em Abril” com o anteces-

sor de Barreto Xavier. “Estávamos

disponíveis para uma quebra de 20%

nos apoios”, garantiu Nuno Azeve-

do, sublinhando que “com 30%, são

grandes os riscos de incumprimento

dos nossos compromissos”.

Para Vieira Nery, um dos grandes

perigos da situação agora criada é

justamente o de que “comecem a

ser cancelados” compromissos in-

ternacionais. “A Casa da Música é

hoje um organismo integrado numa

rede internacional de primeira gran-

deza, algo que deu muito trabalho a

construir e que pode ser facilmente

destruído”, avisa.

Também Risto Nieminen teste-

munha o prestígio de que a Casa da

Música e o seu director artístico,

António Jorge Pacheco, desfrutam

nos círculos internacionais da mú-

sica, e defende que se trata de “uma

instituição exemplar”, fundamental

para a “promoção internacional de

compositores e executantes portu-

gueses,” e para a “educação musical

das novas gerações”

Um trabalho que Nuno Azevedo

não acredita que seja possível pros-

seguir com “um contributo do Es-

tado tão baixo” como o que agora

é imposto.

O demissionário administrador

delegado da Casa da Música critica

ainda o “populismo inaceitável”

que ditou os cortes às fundações e

vê na avaliação um mero “truque

para conseguir impor um corte para

além daquilo que é sustentável”.

Apontando a “incoerência insu-

portável” com que “o Estado elogia

o trabalho da Casa da Música e, ao

mesmo tempo, avalia negativamente

a fundação que a gere, Nuno Azeve-

do alerta ainda para a possibilidade

de os cortes virem a ser muito mais

drásticos do que os já anunciados.

Os mecenas, que até agora nunca re-

cuaram, podem seguir o exemplo do

Estado e, nesse caso, salienta o ad-

ministrador, o “corte de três milhões

Fundações Luís Miguel Queirós

2,69milhões de euros foi quanto a Casa da Música angariou em apoios mecenáticos em 2011, a somar aos quase quatro milhões de euros que facturou em receitas próprias

1640eventos realizados ao longo do ano passado na Casa da Música

Page 27: 20 DEZ - PÚBLICO

PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | CULTURA | 27

Mundial da Música

PAULO PIMENTA

pode-se multiplicar por dois”.

O Conselho de Fundadores já

autorizou que o fundo de reserva

constituído em 2006, quando da

criação da Fundação, seja utiliza-

do para suprir os cortes e garantir

que a programação de 2012 e 2013

não será afectada. Mas, no mesmo

comunicado em que lamentou o

processo que levou à demissão da

administração, esclarece que não

pôde aprovar o Plano Estratégico

2013-2015, dada “a falta de defi nição

do quadro fi nanceiro expectável”.

Em 2011, a Casa da Música aco-

lheu 1640 eventos, recebeu mais de

meio milhão de visitantes e gerou

receitas próprias no valor de qua-

tro milhões de euros, às quais se

somam 2,69 milhões de apoios me-

cenáticos, angariados, no essencial,

entre os seus próprios fundadores,

que incluem bancos, seguradoras

e os maiores grupos económicos

portugueses.

“É a única instituição moderna dedicada à música em Portugal”Risto NieminenDirector do Serviço de Música da Gulbenkian

Novos estatutos

Fundações vão ter mais seis meses

OGoverno comunicou esta terça-feira à noite, ao Centro Português de Fundações (CPF), que o

prazo de Janeiro para a revisão estatutária a que a nova lei obriga as fundações será prolongado até Junho.

Essa notícia, bem como as demissões na Casa da Música, deverão ser temas na mesa da assembleia geral ordinária que o CPF tem marcada para amanhã. “Não percebo como as entidades responsáveis não entendem como é fulcral que a Casa da Música permaneça em condições adequadas”, disse Carlos Monjardino, actual presidente da assembleia geral do CPF e presidente da Fundação Oriente. Monjardino diz que o centro “já fez tudo”, desde o anúncio das novas medidas do Estado para o sector fundacional: “Falámos com o Presidente da República e com o representante parlamentar encarregado das fundações. Toda a lei e a forma como foram classificadas as fundações só pode ser por desconhecimento.”

Segundo Monjardino, “claramente há uma confusão e a única maneira de sair dela é admitirem que erraram”. Refere-se tanto às classificações dadas às fundações como à lei, “que não espelha a realidade”. Sublinhando que “não pode haver intervenção pública, seja do poder central, seja do autárquico, numa fundação privada”, diz que a actual situação é “especialmente injusta para fundações cujos fundos vieram de fora”. É o caso da Fundação Oriente, a que preside, e da Fundação Gulbenkian, cujo presidente, Artur Santos Silva, é também presidente do CPF.

O CPF representa o sector fundacional e tem cerca de 150 membros de todo o país, fundações de dimensão e missão tão distintas como a Fundação Casa da Música e a Fundação Benfica. V.R.

A Casa da Música não veio apenas

colmatar uma lacuna no âmbito dos

equipamentos culturais no Norte

de Portugal — e mesmo que fosse só

isso, já seria muito — mas assumiu-

se desde o início como um projecto

de âmbito nacional e internacional.

O seu reconhecimento além-

fronteiras é hoje um dado

adquirido, bem como o papel

imprescindível na vida musical

portuguesa como suporte de uma

série de agrupamentos residentes,

promotora de concertos e pólo de

formação e criação artística.

Concebida no âmbito do Porto

2001 – Capital Europeia da Cultura,

teve como principal mentor o

pianista Pedro Burmester, tendo-

lhe sucedido em 2009, no lugar de

director artístico, António Jorge

Pacheco (na foto), que continuou

o projecto de forma exemplar.

O emblemático edifício de Rem

Koolhaas só seria inaugurado em

15 de Abril de 2005, mas para trás

estavam vários anos de trabalho.

Nunca é de mais relembrar que,

ao contrário do que costuma

suceder em Portugal — constrói-

se um edifício para assinalar um

evento qualquer e depois logo se

vê o que se vai fazer com ele... —,

a Casa da Música foi pensada com

um horizonte a longo prazo e como

um projecto cultural para além do

edifício arquitectónico que deveria

contemplar diferentes domínios:

da música erudita ao jazz, do fado

à electrónica, da grande produção

internacional às iniciativas mais

experimentais.

A Orquestra Nacional do Porto,

cujo nome foi alterado em 2010

para Orquestra Sinfónica do Porto

– Casa da Música tornou-se um

dos agrupamentos residentes,

juntamente com o Remix

Ensemble, grupo especializado

na música contemporânea criado

no ano 2000 e o primeiro grande

motor de internacionalização

da instituição. O seu alto nível

qualitativo abriu-lhe as portas dos

principais festivais internacionais

e a sua integração no circuito

europeu da música contemporânea

foi reforçado pela adesão da

Casa da Música ao Réseau Varèse

em 2002. Posteriormente, a

instituição integrou também

o REMA (Réseau Européen de

Musique Ancienne), o que tem

permitido várias cooperações

internacionais no plano da música

antiga, envolvendo a Orquestra

Barroca. Um exemplo recente foi a

bem-sucedida estreia moderna nos

festivais de Sablé e Ambronay da

serenata L’Ippolito, do compositor

setecentista português Francisco

António de Almeida.

Formada em 2003 a partir de

um núcleo de instrumentistas

do Remix Ensemble, a Orquestra

Barroca Casa da Música só adquiriu

um perfi l mais especializado depois

de 2006, com a introdução de

instrumentos com cordas de tripa e

a colaboração com maestros como

Lawrence Cummings, Fabio Biondi,

Harry Christophers, Antonio

Florio ou Rinaldo Alessandrini.

Em 2009, foi fundado o Coro Casa

da Música, tendo como maestro

titular Paul Hillier, outra fi gura

da grande relevo internacional,

o que permitiu alargar ainda

mais as possibilidades da

programação e dar oportunidade

a vários jovens cantores. Os

agrupamentos residentes, com

provas dadas e uma qualidade

crescente reconhecida pelo

público e pela crítica nacional e

internacional, foram sempre uma

aposta prioritária, em detrimento

das visitas efémeras de grandes

estrelas para a temporada de

concertos. Personalidades

relevantes do circuito internacional

(incluindo a residência anual de

um compositor estrangeiro de

renome) têm também felizmente

passado pelo palcos da Casa da

Música, mas sempre procurando

esse equilíbrio com as estruturas

locais e geralmente no âmbito de

programações temáticos e de novos

desafi os.

Por outro lado, a Casa da Música

tem um Serviço Educativo bastante

dinâmico, com actividades para

públicos de todas as idades, e

entre 2000 e 2010 encomendou

um total de 123 novas obras (de

forma autónoma ou em parceria)

a 73 compositores diferentes, 31

portugueses e 42 estrangeiros,

dois deles residentes em Portugal

(segundo os dados que constam

de uma brochura publicada pela

instituição). Um jovem compositor

português é também seleccionado

anualmente para apresentar as

suas obras.

Se pensarmos que o projecto

tem pouco mais de uma década, é

impressionante o imenso caminho

percorrido e parece já impensável

imaginar a vida musical portuguesa

sem a Casa da Música. Mais

impressionante ainda é a cegueira

dos nosso governantes em relação

à cultura e o lugar de irrelevância

que lhe têm atribuído. Apesar de

tudo, a Casa da Música tem algumas

armas e força para lutar e exigir

que os compromissos assumidos

sejam honrados, mas a maior

parte das instituições, associações

culturais e artistas individuais

está numa situação de fragilidade

assustadora e em risco de ver

desmoronar-se de um momento

para o outro o trabalho que levou

tantos anos a construir.

Antes e depois da Casa da Música

ComentárioCristina Fernandes

Crítica de música

Se pensarmos que o projecto tem pouco mais de uma década, é impressionante o imenso caminho percorrido e parece já impensável imaginar a vida musical portuguesa sem a Casa da Música

Page 28: 20 DEZ - PÚBLICO

28 | CULTURA | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012

Quantos corpos são precisos para fazer Afonso Henriques?

Um fi lme que é uma impossibilida-

de. Se o primeiro rei de Portugal foi

retratado durante séculos como um

gigante de fi gura imponente, um ho-

mem não basta para lhe dar corpo.

Esse é o dilema de João Pedro Ro-

drigues em O Corpo de Afonso, um

cineasta à procura de um actor para

encarnar o mito. No fundo, é isso

que acontece em todos os fi lmes, só

que não o vemos.

Aqui estamos nos bastidores. Mais

do que sobre a história do país, este

fi lme é um olhar sobre o cinema. Em

particular, foca-se na tarefa de en-

contrar um actor para ser cara, voz,

corpo de um personagem. Sendo

um objecto artístico que vale por si,

O Corpo de Afonso acaba, por isso,

por abrir uma porta sobre o próprio

trabalho de João Pedro Rodrigues,

como se o víssemos a concretizar a

sua metodologia de escolha de um

actor. “Acho sempre fascinante essa

procura”, justifi ca o realizador de O

Fantasma.

Quando escreve um fi lme, o cine-

asta procura, ao mesmo tempo, os

actores. Às vezes, as personagens

que imaginou “acabam transforma-

das pela pessoa que encontro para o

papel”, explica. Isso é o que vemos

nesta obra, com o método João Pe-

dro Rodrigues posto em evidência,

numa sessão de casting pela qual

passam David Herminda Lovelle

(na foto) e mais de duas dezenas

de actores, prontos para serem D.

Afonso Henriques.

Porém, a personagem que aqui

se procura não foi criada por Rodri-

gues, é uma fi gura histórica, mitifi -

cada. D. Afonso Henriques é descri-

to por alguns documentos como um

homem enorme para o seu tempo.

Segundo relatos da época em que

D. Manuel I mandou transladar os

seus restos mortais para o actual

sepulcro na Igreja de Santa Cruz,

em Coimbra (no século XVI), o pri-

meiro monarca teria dois metros de

altura e meio metro de largura. Três

séculos mais tarde, em plena guerra

civil, D. Miguel terá mandado abrir

novamente o túmulo, confi rmando

a imponência do primeiro rei.

Tudo isto pode ser verdade ou

apenas um mito. Em 2006, um gru-

po de investigadores em antropolo-

gia forense tentou abrir o túmulo de

D. Afonso Henriques para estudar

os seus restos mortais. A operação

estava autorizada e tinha até data

marcada, mas, umas horas antes do

seu início, foi cancelada por decisão

superior. Como “foi recusada essa

tentativa de investigação”, o cinema

assume o seu papel de contador de

mitos. É assim desde The Man Who

Shot Liberty Valance, de John Ford.

Esta investigação cinematográfi ca

sobre o corpo do primeiro rei não

resulta em frutos inequívocos como

os que esperamos da ciência. Em

vez de um homem para ser mito,

temos vários. Mais de duas dezenas

de actores que são uma parte de D.

Afonso Henriques. O resultado fi nal

no fi lme de João Pedro Rodrigues

“é uma espécie de corpo com mui-

tas cabeças”, ilustra o realizador.

Afonso Henriques não é ninguém e

é, ao mesmo tempo, todos aqueles

homens e corpos diferentes.

O Corpo de Afonso estreou na ter-

ça-feira em Guimarães, numa co-

produção da Capital Europeia da

Cultura (CEC). A curta-metragem

(30 minutos de duração) é a penúl-

tima da série Histórias de Guimarães

que incluiu dez fi lmes de cineastas

portugueses e que será encerrada

no dia 27 de Dezembro, com a es-

treia de A palestra, de Bruno de

Almeida.

A encomenda da CEC tinha como

única contrapartida que o tema fos-

se vimaranense. A rodagem foi, de

resto, quase integralmente feita fora

de Portugal. A equipa de João Pedro

Rodrigues esteve em Vigo, na Galiza,

a fazer o casting. A decisão foi toma-

da pela proximidade linguística entre

o galego e o galaico-português que

David Herminda Lovelle (em cima), um dos actores que interpretam D. Afonso Henriques na curta-metragem em que João Pedro Rodrigues quis lançar um olhar sobre o cinema

A curta-metragem de João Pedro Rodrigues O Corpo de Afonso fi lma a procura de um actor para encarnar o primeiro rei de Portugal. Foi uma encomenda da Guimarães 2012

CinemaSamuel Silva

Mais de duas dezenas de actores são uma parte de Afonso Henriques

Page 29: 20 DEZ - PÚBLICO

PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | CULTURA | 29

A belíssima Capela da Universidade

de Coimbra, embora com repara-

ções em curso, acolheu dois con-

certos que encerraram os dois dias

das primeiras Jornadas Mundos e

Fundos, levadas a cabo pelo Centro

de Estudos Clássicos e Humanísticos

da Universidade de Coimbra, no fi m-

de-semana.

A Capella Sanctae Crucis, criada

enquanto laboratório artístico do

projecto de doutoramento do seu

director, Tiago Simas Freire, trouxe

a público algumas obras conhecidas

a partir de manuscritos seiscentistas

provenientes do Mosteiro de Santa

Cruz de Coimbra, que terão prova-

velmente permanecido encerradas

no papel por mais de 350 anos.

Se o programa do concerto de sá-

bado seria inteiramente preenchi-

do com música de Natal do século

XVII do Mosteiro de Santa Cruz —

conservada na Biblioteca Geral da

Universidade —, o concerto do dia

anterior, sexta-feira, apresentou um

repertório de origem mais variada,

associando ao primeiro algumas pe-

ças criadas em Veneza e em Milão.

Aspecto comum a todas as obras

deste concerto puramente instru-

mental é o facto de se destinarem

a cerimónias eclesiásticas, sendo

originalmente interpretadas como

prelúdio a peças vocais, ou alternan-

do com estas.

Tentando ir além do imenso poder

de sedução dos instrumentos anti-

A novidade da música portuguesa

gos deste quinteto (no caso, Etienne

Floutier, viola da gamba-soprano,

Ondine Lacorne-Hébrard, viola da

gamba-baixo, Tiago Simas Freire,

corneto e fl autas, José Rodrigues Go-

mes, baixão e fl autas, Ricardo Leitão

Pedro, alaúde e teorba), encontra-

se no repertório apresentado um

conjunto de entusiasmantes ingre-

dientes rítmicos e modais, de uma

tal fertilidade que nos faz questionar

as razões pelas quais tal música tem

permanecido afastada da prática

musical. Importa, pois, valorizar as

mais sérias acções (ainda que mo-

destas e afastadas dos holofotes) que

visam trazer (de novo) a vida a um

património de incalculável valor.

Apesar do frio, e das difi culdades

de afi nação que daí advêm, a pres-

tação do agrupamento manteve um

elevado nível, associando o visível

prazer de fazer música ao entusias-

mo de participar da (re)criação de

um repertório que tão bem ilustra o

tempo em que foi escrito. Também

o detalhe de agrupar as peças de

acordo com o modo em que foram

compostas e de cenicamente tirar

partido desse aspecto, tocando um

sino com a respectiva nota no início

de cada grupo de peças, contribui

para a aproximação do público à

cerimónia, na qual se sente o pleno

envolvimento dos músicos.

As obras portuguesas que a Ca-

pella Sanctae Crucis nos deu a

conhecer no primeiro concerto

incluem partituras de autor desco-

nhecido e outras de Dom Jorge, D.

Teotónio da Cruz, Diego Alvarado e

Fr. Agostinho da Cruz.

Parece haver muito mais por ex-

plorar e os investigadores José Abreu

e Paulo Estudante, do Centro de Es-

tudos Clássicos e Humanísticos e or-

ganizadores das Jornadas Mundos

e Fundos, mostram-se confi antes

no potencial do material que têm

em mãos.

Crítica de Música

Capella Sanctae Crucis

Tiago Simas Freire, direcção

Coimbra, Capela da Universidade

Sexta-feira, 14 de Dezembro, 21h30

Música instrumental nas cerimónias

eclesiásticas dos sécs. XVI e XVII.

Sala quase cheia

Diana Ferreira

mmmmm

PAULO ESTUDANTE

O quinteto Capella Sanctae Crucis

DR

se acredita ter sido falado no tempo

de D. Afonso Henriques. Os actores

falam todos em galego e é em galego

que contam as suas histórias.

São esses actores que acabam por

trazer o fi lme para os dias de ho-

je. Durante o casting, o realizador

colocou um conjunto de questões

aos participantes e foi encontrada

uma resposta comum a quase todos:

“Desemprego”.

“Isto revela o tempo e o estado do

mundo”, sublinha João Pedro Ro-

drigues. Aquelas pessoas tinham

respondido a um anúncio para um

casting e estavam, no fundo, à pro-

cura de trabalho. Professores, ins-

trutores de ginásio ou strippers, em

comum tinham o facto de estarem

no desemprego. E por muito que a

situação retratada seja em Espanha,

ela “é igual ou semelhante à situa-

ção portuguesa, em que as pessoas

não têm trabalho e não sabem o que

hão-de fazer”, diz João Pedro Rodri-

gues. O Corpo de Afonso tenta, por

isso, “falar também do presente”. E

estes problemas são mais palpáveis

do que qualquer mito.

Um golpe de Estado com mais de três

mil anos e uma intriga palaciana que

envolve traições no harém e chefes

militares, digna de um romance. A

morte de Ramsés III foi mesmo assim.

Uma investigação forense cujos resul-

tados acabam de ser publicados na re-

vista British Medical Journal concluiu

que o faraó foi degolado. Os exames

mostram um grande corte no pescoço

do rei, que esteve até aqui escondido

por camadas de linho, o tecido usado

na sua mumifi cação. Porque o têxtil

não pode ser removido por motivos

de conservação, a equipa italiana que

conduziu o novo estudo recorreu à

TAC (tomografi a axial computoriza-

da), um método de diagnóstico que

dá uma imagem detalhada a partir de

uma série de radiografi as, para voltar

a examinar o corpo daquele que é

considerado o último grande faraó

(reinou entre 1186 a.C. e 1155 a.C.).

Albert Zink, investigador da Aca-

demia Europeia de Bolzano, e a sua

equipa, composta por egiptólogos,

especialistas em biologia molecular,

paleontólogos e radiologistas, che-

gou à conclusão de que, muito pro-

vavelmente, o pescoço do faraó foi

cortado com uma arma afi ada e que

o golpe, grande e profundo, lhe terá

provocado morte imediata.

“Finalmente resolvemos um im-

portante mistério na história do an-

tigo Egipto”, disse Zink na apresen-

tação dos resultados, referindo-se às

incertezas que até aqui rodeavam a

morte do faraó.

Os egiptólogos debatem há décadas

o que terá acontecido a Ramsés III

com base num papiro judicial do mu-

seu egípcio de Turim. O documento

da época descreve uma conspiração

para assassinar o faraó, liderada por

uma das suas mulheres mais jovens,

a rainha Tié, que queria que o fi lho

Pentauere subisse o mais depressa

possível ao trono. Nesse papiro su-

gere-se que a intriga falhou e que os

seus instigadores foram castigados.

Mas não é especifi cado se Ramsés

morreu, ou não, na sequência da

conspiração.

“Até aqui não se sabia como ele

morreu”, diz ao PÚBLICO Luís Ma-

nuel de Araújo, professor da Faculda-

Já sabemos como morreu o último grande faraó

de de Letras e especialista em história

do antigo Egipto. “Há até quem diga

que ele sobreviveu à conspiração”,

acrescenta, explicando que o julga-

mento dos envolvidos se dá já no rei-

nado do fi lho, Ramsés IV, e que alguns

foram condenados à morte e outros,

por exemplo, obrigados a mudar de

nome. “Os generais implicados foram

convidados a suicidarem-se e tudo isto

está escrito em documentos jurídicos,

o que é espantoso para um julgamen-

to que aconteceu há três mil anos.”

Citado pela Reuters, Albert Zink

contou mais pormenores das desco-

bertas no Museu do Cairo, onde se

encontra a múmia. Na ferida do pes-

coço, os embalsamadores colocaram

um olho de Hórus, o deus com cabeça

de falcão, considerado um amuleto

para protecção do defunto. “Eles ten-

taram curar-lhe a ferida para a outra

vida”, acrescentou o paleontólogo.

Antecipando reservas de outros es-

pecialistas, este investigador adianta

que, em teoria, é possível que a gar-

ganta tivesse sido cortada já depois

do rei morto, mas sublinha que con-

sidera que isso é altamente imprová-

vel, já que degolar não faz parte de

nenhuma técnica de embalsamamen-

to conhecida. A investigação, expli-

cou na British Medical Journal, incluiu

ainda exames a uma segunda múmia

até aqui não identifi cada, encontrada

na mesma câmara do faraó. Os es-

pecialistas acreditam que pertence

a um familiar, muito provavelmente

Pentauere, e que terá morrido por

enforcamento.

“Além disso, [esta segunda múmia]

não está embalsamada de maneira

habitual. Não foram retirados os ór-

gãos e o corpo foi embrulhado em pe-

le de cabra, algo considerado impuro

no antigo Egipto”, precisou Zink ao

diário britânico The Guardian. “Ele

está claramente a ser castigado” e,

tal como os generais, pode ter sido

forçado ao suicídio.

Ramsés III, lembra Luís Manuel

Araújo, é um dos grandes faraós.

“Foi ele que salvou o Egipto de ser

conquistado pelos chamados “po-

vos do mar” [entre eles os fi listeus].

E deixou marcas notáveis, como o

templo de Medinet Habu. A Ramsés

III seguiu-se uma lenta e irreversível

decadência.”

Investigação forenseLucinda Canelas

Um homicídio com três mil anos ordenado por uma mulher ambiciosa? Terá Ramsés sido assassinado? Os cientistas dizem que sim

Ramsés III terá morrido com 65 anos e a sua múmia é uma das mais bem conservadas do mundo

Page 30: 20 DEZ - PÚBLICO

30 PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012CLASSIFICADOS Tel. 21 011 10 10/20 Fax 21 011 10 30De seg a sex das 09H às 19HSábado 11H às 17H

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COMARCA DA GRANDE LISBOA - NOROESTE

Sintra - Juízo de Execução - Juiz 1Processo n.º 183/03.8TCSNT

ANÚNCIOExecução OrdináriaExequente: Caixa Geral de Depósitos, S.A.Executado: Rui Daniel Gomes Pita e outro(s)...Correm éditos de 20 dias para citação dos credores desconhecidos que gozem de garantia real sobre os bens penhorados ao(s) executado(s) abaixo indicados, para reclamarem o pagamento dos respetivos créditos pelo produto de tais bens, no prazo de 15 dias, fi ndo o dos éditos, que se começará a contar da segunda e últi-ma publicação do presente anúncio.Bens penhorados:TIPO DE BEM: ImóvelREGISTO: 2245, Sintra - 1.ª Conservatória Registo PredialART. MATRICIAL: 7795-AT, Sintra - 1.ª Conservatória Registo PredialDESCRIÇÃO: 1/2 indivisa pertencente à Executada Ana Cristina Machado Mar-ques da fração autónoma identifi cada pe-las letras AT, que corresponde ao primei-ro andar C, bloco 5, com garagem n.º 4 e o parqueamento n.º 5 na cave do prédio urbano sito na Quinta da Beloura, Estrada de Albarraque, Rua do Moinho Novo, lote 292 (EA 22), freguesia de S. Pedro de Pe-naferrim, concelho de Sintra.PENHORADO EM: 15-11-2007PENHORADO A:EXECUTADA: Ana Cristina Machado Ma-tos. Estado civil: divorciada. Documen-tos de identifi cação: BI - 8225468, NIF - 142481203. Endereço: Quinta Beloura. Estrada Albarraque, n.º 292 (EA 22), R. Moinho Novo, 12, Letra C, Bloco 5 - Linhó, 2710-000 Sintra.N/Referência: 19666508Sintra, 12-12-2012

O Juiz de DireitoDr. João Paulo Raposo

A Ofi cial de JustiçaMaria da Graça Rodrigues

Público, 20/12/2012 - 2.ª Pub.

JUÍZOS CÍVEIS DE JUÍZOS CÍVEIS DE LISBOA (6.º A 8.º)LISBOA (6.º A 8.º)

6.º Juízo CívelProcesso: 2156/12.0TVLSB

ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Ministério Pú-blicoRequerido: Edmilson da Mata da CostaFaz-se saber que foi dis-tribuída neste Tribunal, a ação de Interdição/Inabili-tação em que é requerido Edmilson da Mata da Cos-ta, com residência na Rua Raul Rego, N.º 8, 3.ºB, Alto do Lumiar, 1750-212, Lisboa, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.

N/ Referência: 12273253

Lisboa, 12-12-2012.

A Juíza de DireitoDr.ª Cristina Mendes Portugal da RochaA Ofi cial de Justiça

Lídia Carvalho Gonçalves

Público, 20/12/2012

VARAS CÍVEISDE LISBOA

9.ª Vara CívelProcesso n.º 286/07.0TVLSB

ANÚNCIOAção de Processo OrdinárioO Mm.º Juiz de Direito Dr. Luís Filipe Pires de Sousa, da 9.ª Vara Cível - Varas Cíveis de Lisboa:FAZ SABER que no Ação de Pro-cesso Ordinário n.º 286/07.0TVL-SB, em que são: Autor: Casal do Monte - Construções, Lda e Réu: Banco Santander Totta S.A.Correm éditos de trinta dias, no-tifi cando oAutor: Casal do Monte - Constru-ções, Lda., NIF - 501792813, do-micílio: Edifício Riamar, R. Miguel Bombarda, Loja 27, Faro (São Pedro), Faro, para, no prazo de quinze dias, fi ndo que seja o pra-zo dos éditos, o qual começará a contar-se da segunda e última publicação do anúncio, proceder ao pagamento das custas da sua responsabilidade, no montante de 253.839,60 €.No mesmo prazo, poderá recla-mar da conta de custas, de que fi ca cópia à sua disposição na Secretaria Judicial.As guias para liquidação das supra-referidas custas deverão ser requeridas no Tribunal supra-identifi cado.Referência: 18224737Lisboa, 22-11-2012

O Juiz de DireitoDr. Luís Filipe Pires de Sousa

A Escrivã AdjuntaMaria Irene Ventura Rodrigues

Público, 20/12/2012 - 1.ª Pub.

VARAS CÍVEISDE LISBOA

7.ª Vara CívelProcesso: 2324/12.5TVLSB

ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Ministério Pú-blicoRequerida: Susete da Con-ceição Silva AlvesFaz-se saber que foi distribu-ída neste tribunal, a ação de Interdição em que é reque-rida Susete da Conceição Silva Alves, viúva, natural de Mercês, Lisboa, data de nas-cimento: 19/01/1925, com re-sidência na Rua Rodrigo da Fonseca, n.º 133 - 1.º Dt.º, 1070-240 Lisboa, para efeito de ser decretada a sua inter-dição por anomalia psíquica.

N/ Referência: 18259927

Lisboa, 06-12-2012.

O Juiz de DireitoDr. José CapaceteA Ofi cial de Justiça

Sara Patrícia Fernandes Vieira dos Santos

Público, 20/12/2012

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JUÍZOS CÍVEISDE LISBOA (1.º A 5.º)

5.º Juízo CívelProcesso: 3354/12.2TJLSBAção de Processo Sumário

ANÚNCIOAutor: Grenke Renting, S.A.Ré: Suave Sabor - Restauração, Lda.Nos autos acima identifi cados, correm éditos de 30 dias, contados da data da publicação do anúncio, citando:Ré: Suave Sabor - Restauração, Lda., NIF - 507550374, domicílio: Centro Comercial Maringá, Loja 13, Leiria, 2400-118 Leiria, com última residência conhecida na(s) morada(s) indicada(s) para, no prazo de 20 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, que-rendo, a ação, e que em substância o pedido consiste no pagamento à Au-tora no montante de € 6.612.95, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposição do citando.O prazo acima indicado suspende-se, no entanto, nas férias judiciais.Terminando o prazo em dia que os tribunais estiverem encerrados, transfere-se o seu termo para o pri-meiro dia útil.Fica advertido de que é obrigatória a constituição de mandatário judicial.Passei o presente edital que vai ser afi xado.N/Referência: 12947252Lisboa, 13/12/2012

A Juíza de DireitoDr.ª Margarida Maria Rodrigues Rocha

A Ofi cial de JustiçaMaria da Conceição Rosa Lopes

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COMARCA DA GRANDE LISBOA

- NOROESTESintra - Juízo Grande Inst. Cível - 1.ª Secção - Juiz 2

Processo: 29188/12.6T2SNT

ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Ministério Pú-blicoRequerida: Ana Filipa Lo-pes MadeiraFaz-se saber que foi distri-buída neste tribunal, a ação de Interdição/Inabilitação em que é Requerida: Ana Filipa Lopes Madeira, fi lha de Francisco José Caeiro Madeira e de Ema dos An-jos Cotrim Lopes, estado civil: Solteira, nascida em 06-01-1992, freguesia de Falagueira (Amadora), na-cional de Portugal, domicí-lio: Rua Joaquim Luís, N.º 4, R/c Esq.º, Falagueira, 2700-000 Amadora, para efeito de ser decretada a sua interdição por anoma-lia psíquica.

N/ Referência: 19602348

Sintra, 07-12-2012.

A Juíza de DireitoDr.ª Ana Isabel

Mascarenhas PessoaA Ofi cial de Justiça

Teresa Almeida

Público, 20/12/2012

TRIBUNAL DOTRABALHO DE CASCAIS

Secção ÚnicaProcesso: 475/11.2TTCSC

ANÚNCIOAção de Processo ComumAutor: Jonatas Tolentino FifeRéu: Cta - Comércio e Técnica de Abra-sivos, LdaFAZ-SE SABER QUE, nos autos acima identifi cados, correm éditos citando o(a) ré(u) Cta-Comércio e Técnica de Abrasi-vos, Lda, com última residência conheci-da em domicílio: Rua Direita de Caxias, 5, R/c Esq.º, 2760-042 Caxias, para compa-recer pessoalmente neste Tribunal no dia 24-01-2013, às 13:45 horas, a fi m de se proceder à audiência de partes.Mais fi ca citado de que, em caso de jus-tifi cada impossibilidade de comparência, se deve fazer representar por Mandatário Judicial com poderes especiais para con-fessar, desistir ou transigir, podendo o fal-toso fi car sujeito às sanções previstas no Código de Processo Civil para a litigância de má-fé (Art.º 54.º, n.º 3 e 5 do CPT, se faltar injustifi cadamente à audiência).Fica expressamente advertido de que, caso falte e não se faça representar nos termos supra-referidos, deverá ainda con-siderar-se notifi cado para os efeitos pre-vistos no Art.º 56.º, alínea a) do Código de Processo do Trabalho - ou seja, para contestar a ação em 10 (DEZ) dias, ini-ciando-se este prazo no dia imediatamen-te a seguir ao designado para a audiência de partes; não o fazendo, consideram-se confessados os factos articulados pelo autor e é logo proferida sentença a julgar a causa conforme o direito (cfr. Art.º 57.º do Código de Processo do Trabalho).Fica ainda advertido de que é obrigatória a constituição de mandatário judicial.O duplicado da petição inicial encontra-se nesta secretaria, à disposição do citando. Passei o presente e mais dois de igual teor para serem afi xados.N/ Referência: 543052Cascais, 11-12-2012.

O Juiz de Direito - Dr. Marco BritesA Ofi cial de Justiça - Ana Rodrigues

Público, 20/12/2012 - 1.ª Pub.

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Sede: Av. de Ceuta Norte, Lote 15, Piso 3 Quinta do Loureiro, 1300-125 Lisboa - Tel.: 21 361 04 60/8 - Fax: 21 361 04 69E-mail: [email protected]

Delegação do Norte: Centro de Dia “Memória de Mim” - Rua do Farol Nascente, N.º 47A - R/C, 4455-301 LavraTel.: 229 260 912 / 226 066 863 - E-mail: [email protected]

Delegação Centro: Rua Marechal António Spínola, Loja 26 (Galerias do Intermarché) - Pombal, 3100-389 PombalTel.: 236 219 469 - E-mail: [email protected]

Delegação da Região Autónoma da Madeira: Avenida do Colégio Militar, Complexo Habitacional da Nazaré, Cave do Bloco 21 - Sala E, 9000-135 FUNCHAL - Tel. e Fax: 291 772 021 - E-mail: [email protected]

Núcleo do Ribatejo: R. Dom Gonçalo da Silveira N.º 31 -A, 2080-114 Almeirim - Tel.: 24 300 00 87 - E-mail: [email protected]úcleo de Aveiro: Santa Casa da Misericórdia de Aveiro - Complexo Social da Quinta da Moita - Oliveirinha, 3810 Aveiro - Tel.: 23 494 04 80

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VARAS CÍVEISDE LISBOA

2.ª Vara CívelProcesso: 2161/12.7TVLSB

Interdição/Inabilitação

ANÚNCIORequerente: Alba Argentina Noguei-ra Batista ProençaRequerida: Hortênsia da Costa BatistaFaz-se saber que foi distribuída nes-te Tribunal, a acção de Interdição/Inabilitação em que é requerida: Hortênsia da Costa Batista, com domicílio: Lar da Associação Casa-piana de Solidariedade - Instituição Particular de Solidariedade Social n.º 26/94, Rua António Pinho, n.º 6/6-C - Parque de Monsanto - 1500-661 Lisboa, para efeito de ser decre-tada a sua interdição por anomalia psíquica.N/Referência: 18228002Lisboa, 23/11/2012

A Juíza de DireitoDr.ª Cristina Isabel Santos Coelho

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Os penhores dizem respeito às Agências da RAMOS & COSTA, S.A., cujos contratos à data tiverem os juros vencidos e não pagos há mais de três meses.

É facultado ao público o exame dos objectos a leiloar no dito local durante as duas horas que antecedem o leilão.

Os objectos são arrematados no local e no estado em que se encontram.

Após cada licitação, caso o arrematante não liquide a totalidade do lote, ser-lhe-á exigido de imediato um sinal (em dinheiro ou cheque visado) nunca inferior a 40%, no acto da adjudicação.

Os lotes arrematados que não forem totalmente pagos no acto do leilão deverão ser levantados até 24 horas a partir da data do leilão, sob pena de ser anulada a venda com a perda do sinal.

Não serão aceites reclamações após a adjudicação dos lotes.

Lisboa, 12 de Dezembro de 2012

A Administração

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TRIBUNAL JUDICIAL DE OEIRAS

4.º Juízo Competência CívelProcesso n.º 3195/12.7TBOER

ANÚNCIOAção de Processo SumárioAutor: Banco Credibom, S.A.Réu: Ronaz Mussa Hassam e outro(s)Nos autos acima identifi cados, correm éditos de 30 dias, con-tados da data da segunda e última publicação deste anúncio, citando:Réu: Amin Mahomed Nizaraly, do-micílio: Rua Elias Garcia, n.º 2B, Venda Nova, 2700-000 Amadora, com última residência conhecida na(s) morada(s) indicada(s) para, no prazo de 20 dias decorrido que seja os dos éditos, contestar, querendo, a ação, com a comina-ção de que a falta de contestação importa a confi ssão dos factos ar-ticulados pelo(s) autor(es) e que em substância o pedido consiste em indemnizar o Autor no mon-tante de € 14.786,50, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposição do citando.O prazo acima indicado sus-pende-se, no entanto nas férias judiciais.Fica advertido de que é obrigató-ria a constituição de mandatário judicial.N/Referência: 11473940Oeiras, 10-12-2012

O Juiz de DireitoDr. Luís Pinto

A Ofi cial de JustiçaMaria dos Prazeres Delgado

Público, 20/12/2012 - 2.ª Pub.

NATÁLIA FERREIRAAgente de Execução

Cédula 3014

ANÚNCIO

Processo Executivo n.º 539/08.0TBALQExequente: BARCLAYS BANK PLCExecutados: JOÃO CARVALHO DE MATOSFAZ-SE SABER que nos autos acima identifi cados, encontra-se designado o dia 29 de Janeiro de 2013, pelas 9.30 horas, no Tribunal Judicial de Alen-quer, para a abertura de propostas, que sejam entregues até esse momento, na Secretaria do Tribunal, pelos interessados na compra, do(s) seguinte(s) bem/bens- MISTO, situado em Casal de Ulmeirada, sítio do casal da Ulmeirada, fre-guesia de Carnota, com a área total de 24.920 m2, composto por PARTE RÚSTICA, com cultura arvense, cerejeiras, oliveiras, vinha e pereiras, e PAR-TE URBANA, composta por casa de rés-do-chão, para habitação, anexas 2 arrecadações, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 32 da secção I e matriz urbana sob o artigo 1893 e descrito na Conservatória do Registo Predial de Alenquer sob o número 1191/Carnota.O bem pertence ao executado.Valor-base: 125.000,00 € (cento e vinte e cinco mil euros).Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 87.500,00 € (oiten-ta e sete mil e quinhentos euros) que corresponde a 70% do valor-base.Sendo o aqui executado designado fi el depositário do imóvel, a quem se apresentar no local e ao mesmo deve ser solicitada a visita em caso de requerida, por ser o proprietário.Carregado, 14 de Dezembro de 2012.

A Agente de Execução - Natália FerreiraUrbanização Qt.ª Nova, Bl B12 - loja 1, 2580-649 CARREGADOTelf. 263861021 - Fax 263 100 103 - E-mail: [email protected]ário de atendimento: dias úteis das 15h às 17hPúblico, 20/12/2012 - 2.ª Pub.

TRIBUNAL JUDICIAL DE ALENQUER

TRIBUNAL JUDICIAL DE PORTO DE MÓS

2.º JuízoProcesso: 1201/12.4TBPMS

ANÚNCIOCarta Precatória (Distribuída) Exequente: “Banco Comercial Português S.A. - Sociedade Aberta” e outro(s)...Executado: Mc Couroquímica Produtos Quí-micos, Lda e outro(s)... Processo de origem: Processo n.º 8096/ 02.4TVLSB do Lisboa - Varas Cíveis, 2.ª Vara Cível Nos autos acima identifi cados foi designado o dia 25-01-2013, pelas 14.00 horas, neste Tribunal, para a abertura de propostas, que sejam entregues até esse momento, na Se-cretaria deste Tribunal, pelos interessados na compra do(s) seguinte(s) bem/bens:Fracção D, correspondente ao primeiro andar, lado esquerdo, traseiro, do prédio urbano sito na Rua General Trindade, n.º 132 em Mira de Aire e descrito na Conservatória do Registo Predial de Porto de Mós, sob a fi cha n.º 00716, da freguesia de Mira de Aire e inscrito na respectiva matriz sob o artigo 1478, com a área coberta de 86 m2, pelo valor de 40.000,00€.Penhorados a Executados: Maria Helena Sousa Rebelo Fernandes Costa, NIF - 110470974, domicílio: R. Grutas, 11 A - 3.º Esq.º, 2485 Mira de Aire; Mário Fernandes Costa, NIF - 110471105, domicílio: R. Grutas, 11 A - 3.º Esq.º, 2485 Mira de Aire.É fi el depositário: Leonel de Oliveira Guerra, NIF - 100460470, Endereço: Avenida Santo António , 9 - 3.º Dt.º, 2480-307 Porto de Mós.Nota: No caso de venda mediante proposta em carta fechada, em Execução Comum (instaurada em data igual ou posterior a 15/09/2003) os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, um cheque visado, à ordem do Solicitador de Execução ou, na sua falta, da secretaria, no montante correspondente a 20% do valor-base dos bens ou garantia bancária no mesmo valor (n.º 1 ao Art.º 897.º do CPC).N/ Referência: 2483990Porto de Mós, 29-11-2012.

A Juíza de DireitoDr.ª Cristina Mendes Rodrigues

A Ofi cial de JustiçaAna Paula Alves Crachat

Público, 20/12/2012 - 2.ª Pub.

NATÁLIA FERREIRAAgente de Execução

Cédula 3014

ANÚNCIO

Processo Executivo n.º 862/08.3TBBNV - 1.º JuízoExequente: BANCO BPI, SAExecutados: Maria Antónia Rodrigues Pereira e José Mário Correia Rodrigues.FAZ-SE SABER que nos autos acima identifi cados, encontra-se designado o dia 28 de Janeiro de 2013, pelas 13.30 horas, no Tribunal Judicial de Benaven-te, para a abertura de propostas, que sejam entregues até esse momento, na Secretaria do Tribunal, pelos interessados na compra do(s) seguinte(s) bem/bens:- Rústico, situado em Estrada da Samorena, composto por área urbanizada verde agrícola, com a área de 5000 m2, com uma moradia de rés-do-chão e logradouro, freguesia de Samora Correia, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 7112 e descrito na Conservatória do Registo Predial de Benavente sob o número 3097/Samora Correia.O bem pertence aos executados, Maria Antónia Rodrigues Pereira e José Mário Correia Rodrigues.Valor-base: 203.071,43 € (duzentos e três mil setenta e um euros e quarenta e três cêntimos).Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 142.150,00 € (cento e quarenta e dois mil cento e cinquenta euros) que corresponde a 70% do valor-base.Sendo os aqui executados designados fi éis depositários do imóvel, a quem se apresentar no local e aos mesmos deve ser solicitada a visita em caso de requerida por serem os proprietários do citado prédio. Carregado, 17 de Dezembro de 2012

A Agente de Execução - Natália FerreiraUrbanização Qt.ª Nova, Bl B12 - loja 1, 2580-649 CARREGADOTelf. 263861021 - Fax 263 100 103 - E-mail: [email protected]ário de atendimento: dias úteis das 15h às 17hPúblico, 20/12/2012 - 2.ª Pub.

TRIBUNAL JUDICIAL DE BENAVENTE

TRIBUNAL DE FAMÍLIA E MENORES E DE

COMARCA DE LOURES2.º Juízo Cível

Processo n.º 3598/10.1TCLRS

ANÚNCIOAção de Processo SumárioAutor: Fundo de Garantia Au-tomóvelRéu: Armando Manuel Neves da Silva e outro(s)...Nos autos acima identifi ca-dos, correm éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publicação deste anúncio, citando:Réu: José Luis Grosseiro Gil, BI - 2254560, domicílio: Rua Monte da Anta, São Manços, 7005-718 São Manços, com última residência conhecida na(s) morada(s) indicada(s) para, no prazo de 20 dias, de-corrido que seja o dos éditos, contestar, querendo, a ação, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secre-taria, à disposição do citando.O prazo acima indicado suspende-se, no entanto, nas férias judiciais.Fica advertido de que é obri-gatória a constituição de man-datário judicial.N/Referência: 15722983Loures, 13-12-2012

A Juíza de DireitoDr.ª Ana Barão

O Ofi cial de JustiçaAlexandre Tomaz

Público, 20/12/2012 - 1.ª Pub.

TRIBUNAL DA RELAÇÃODE LISBOA

8.ª SecçãoProcesso: 575/12.1YRLSBRevisão/Confi rmação de

Sentença Estrangeira

ANÚNCIORequerente: Artimiza Dama JaiteRequerido: Hiyonhinte Clementina Costa Carvalho e outro(s)...Nos autos acima identifi cados, correm éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publicação do anúncio, citando:Requerido: Hiyonhinte Clementina Costa Carvalho, domicílio, Dakar, Senegal; Re-querido: Victor Carvalho, domicílio: Françacom última residência conhecida na(s) morada(s) indicada(s) para, no prazo de 15 dias, decorrido que seja o dos éditos, deduzirem oposição, querendo, à ação.Na falta de oposição, encontrando-se observados todos os requisitos exigidos pelas disposições combinadas dos artigos 1096.° e 1101.° do Código de Processo Ci-vil, o Tribunal concederá a revisão e confi r-mará a sentença estrangeira revidenda nos termos do n.° 1 do artigo 1094.° do mesmo Código, para que produza os seus efeitos em Portugal.O pedido consiste em que seja revista e confi rmada a sentença proferida em 21/09/2011, no âmbito da Acção de Inves-tigação de Paternidade intentada pela re-querente, Artimiza Dama Jaite, contra Joa-quim Alves de Carvalho, que correu termos no Tribunal Regional de Bissau, Secção de Família Menores e Trabalho, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposição dos citandos.Ficam advertidos de que é obrigatória a constituição de mandatário judicial.N/Referência: 5112917Lisboa, 27/11/2012

A Juíza DesembargadoraDr.ª Amélia Ameixoeira

A Ofi cial de JustiçaCatarina Moita

Público, 20/12/2012 - 1.ª Pub.

TRIBUNAL DE FAMÍLIA E MENORES E DE

COMARCA DO SEIXAL3.º Juízo Cível

Processo: 7087/12.1TBSXL

ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Ministério Pú-blicoRequerida: Maria Fernanda Carlos CabritaFaz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Inter-dição/Inabilitação em que é re-querida Maria Fernanda Carlos Cabrita, com residência em do-micílio: Rua Comendador José Tavares da Silva, N.º 10, Quinta D. Maria, Bairro Novo - Seixal, 2840-619 Seixal, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.

N/ Referência: 9818045

Seixal, 17-12-2012.

A Juíza de DireitoDr.ª Laura Maria Dias Godinho

RaçõesO Ofi cial de Justiça

Cláudio Nuno Correia Barradas

Público, 20/12/2012

COMARCA DA GRANDE LISBOA - NOROESTESintra - Juízo Grande Inst. Cível - 2.ª Secção - Juiz 5

Processo: 28067/12.1T2SNT

ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Ministério PúblicoRequerida: Gracinda Rosa Mar-ques Coelho das NevesFaz-se saber que no dia 19/11/2012, foi distribuída na 2.ª Secção da Grande Instância Cível de Sintra, a ação de Inter-dição / Inabilitação em que é re-querida Gracinda Rosa Marques Coelho das Neves, viúva, nasci-da a 25/05/1919, fi lha de João Coelho e de Elvira Rosa Coelho com residência em Novolar, Av. 9 de Julho, 30, 2665-584 Venda do Pinheiro, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.Passei o presente e outro de igual teor para serem afi xados.N/ Referência: 19573833Sintra, 05-12-2012.

A Juíza de DireitoDr.ª Dina La Salete Henriques

NunesA Ofi cial de Justiça

Maria Isabel Silva P. C. RosaPúblico, 20/12/2012

VARAS CÍVEISDE LISBOA

4.ª Vara CívelProcesso n.º 10804/11.3TBVNG

ANÚNCIOProcedimento CautelarRequerente: Sindicato dos Técnicos de Vendas Sul e IlhasRequeridos: Margarida Guerner e OutrosNos autos acima identifi cados, cor-rem éditos de 10 dias, contados da data da segunda e última publicação do anúncio, citando o Requerido, Sindicato dos Técnicos Vendas do Norte e Centro, pessoa colectiva n.º 500 909 156, com última sede conhe-cida na Rua Barão de S. Cosme, 166, 2.º e 3.º, 4000-501 Porto, actualmen-te em parte incerta, para decorrido que seja o dos éditos, nos termos do disposto no n.º 6 do Código de Pro-cesso Civil, e em alternativa:• Recorrer em 15 dias, nos termos gerais, do despacho que decretou a providência, quando entenda que, face aos elementos apurados, ela não deveria ter sido decretada:• Deduzir oposição, no prazo de 10 dias, quando pretenda alegar factos ou produzir meios de prova não tidos em conta pelo Tribunal e que possam afastar os fundamentos da providência ou determinar a sua redução.Fica advertido de que é obrigatória a constituição de Mandatário Judicial.Referencia: 18130044Lisboa, 16-10-2012

A Juíza de DireitoMargarida Almeida Fernandes

A Ofi cial de JustiçaMaria Isabel Conceição

Público, 20/12/2012 - 1.ª Pub.

Zona históricaPenha de FrançaTerreno 1.500m² aprova-do construção, licenças a pagamento, 5 aparta-mentos T3, 13 garagens

boxes, 230.000 €.

917 527 395

TRIBUNAL JUDICIAL DE SETÚBAL

4.º Juízo CívelProcesso: 7500/12.8TBSTB

ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Ministério Pú-blicoInterdito: Carlos Manuel dos Santos Rodrigues PelixoFaz-se saber que foi distribu-ída neste tribunal, a ação de Interdição/lnabilitação em que é requerido Carlos Manuel dos Santos Rodrigues PeIixo, com residência em domicílio: Lar, Rua dos Baguiços, C.C.I. 1301, Lagoa do Calvo, 2965-258 Poceirão, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.Passei o presente e outro de igual teor para serem afi -xados.

N/ Referência: 11438364

Setúbal, 17-12-2012.

A Juíza de DireitoDr.ª Diana RaposoA Ofi cial de Justiça

Isabel Canôa

Público, 20/12/2012

JUÍZOS CÍVEISDE LISBOA (1.º A 5.º)

4.º Juízo CívelProcesso: 1391/11.3TJLSB

ANÚNCIOAção de Processo SumárioAutor: Grenke Renting, S.A.Réu: Rimopower, S.A.Nos autos acima identifi cados, correm éditos de 30 dias, con-tados da data da segunda e última publicação deste anúncio, citando:Réu: Rimopower, S.A., domicílio: Rua Pedro Nunes, N.º 30-A, Torre da Marinha, 2840-442 Seixal com última residência conhecida na morada indicada para, no prazo de 20 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, querendo, a ação, com a cominação de que a falta de contestação importa a confi ssão dos factos articulados pelo autor e que em substância o pedido consiste na resolução do contrato de locação n.º 094-002058, celebrado entre Autor e Ré, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposição do citando.O prazo acima indicado sus-pende-se, no entanto, nas férias judiciais.Fica advertido de que é obrigató-ria a constituição de mandatário judicial.N/ Referência: 12950927Lisboa, 14-12-2012.

A Juíza de DireitoDr.ª Isabel Sá

A Ofi cial de JustiçaVanda M. Morais

Público, 20/12/2012 - 1.ª Pub.

No exercício das funções que foram confiadas ao Administrador da Insolvência Jorge Calvete, nomeado no Processo de Insolvência em apreço e com a concordância da Comissão

de Credores, vai-se proceder à venda extra-judicial, por proposta em carta fechada, dos bens apreendidos a favor da massa insolvente, que a seguir se identificam:

Imóveis sitos: Rua da Bracieira, n.º 193-B1, Lagoa do Láparo - Oásis Park - ALCOCHETE

Informações: 244 561 656REGULAMENTO/CONDIÇÕES DE VENDA1) Os interessados na aquisição dos bens devem remeter as propostas em carta fechada, entregue por correio ou em mãos, contendo no envelope a referência de “Proposta Insolvência de Gideão - Investimentos Imobiliários, S.A.”, dirigida ao cuidado do Administrador da Insolvência, Dr. Jorge Calvete, para a morada: Avenida Víctor Gallo, Lote 13 – 1º Esq., 2430-202 Marinha Grande.2) As propostas terão de conter, sob pena de serem excluídas, os seguintes elementos: Identificação do proponente: Nome ou Denominação social, morada, n.º contribuinte, telefone e fax; Identificação da verba, e respectivo valor oferecido por extenso, expresso em Euros; indicação de que o proponente conhece e aceita as condições da venda. Em simultâneo com a apresentação da proposta, o proponente deverá entregar uma caução à ordem da “Massa Insolvente de Gideão - Investimentos Imobiliários, S.A.” num valor correspondente a 10% do valor da proposta. Tal caução poderá consistir em garantia bancária à primeira solicitação ou cheque bancário, em qualquer caso emitido por ou sacado sobre instituição de crédito com sede em Portugal ou por sucursal portuguesa de instituição de crédito estrangeira, com validade não inferior a 30 dias. A não entrega da caução em simultâneo com a apresentação da proposta implica a exclusão da proposta. As cauções apresentadas pelos proponentes cujas propostas não foram adjudicadas serão devolvidas na data da adjudicação.3) Não há impedimento à apresentação de propostas de valor inferior ao valor base da venda. Contudo, a adjudicação será feita à proposta de maior valor, reservando-se ao Administrador da Insolvência o direito de não adjudicar qualquer proposta, se estas forem inferiores ao valor base de venda, sendo que as ofertas abaixo do preço base, denominadas “Registo de Oferta”, têm a validade de 45 dias, não podendo ser retiradas antes do referido prazo.4) A abertura de propostas será feita no dia 28/12/2012 às 12h, na Av. Victor Gallo, Lote 13 – 1º Esq. – Marinha Grande, na presença do Administrador da Insolvência, e, querendo assistir ao acto, dos membros da Comissão de Credores, dos representantes da insolvente e dos proponentes, não sendo impeditivo a falta de algum destes para se efectuar a respectiva abertura.5) Os bens são vendidos no estado físico e jurídico em que se encontram, livres de ónus e encargos, sendo da responsabilidade do(s) promitente(s) comprador(es) todos os custos inerentes à compra, nomeadamente os impostos respectivos. 6) Com a adjudicação dos bens, o proponente deverá efectuar o pagamento do remanescente até ao acto da escritura notarial. 7) A escritura notarial de venda dos bens será efectuada, no prazo máximo de 30 dias ou logo que se encontre reunida toda a documentação necessária para o efeito, em data, hora e local a notificar ao(s) arrematante(s) com antecedência mínima de 15 dias, salvo expressa dispensa dessa notificação por parte deste.8) Qualquer situação de incumprimento imputável ao(s) arrematante(s), determinará a perda dos montantes já pagos seja a que título for.9) Se por motivos alheios à nossa vontade, a venda for considerada sem efeito, por quem de direito, as quantias recebidas serão devolvidas em singelo, não havendo lugar ao prejuízo da Massa Insolvente em qualquer circunstância.

VENDA

Aceitam-se propostas em carta fechada até às 12h de 28 de Dezembro de 2012

Insolvência de Gideão - Investimentos Imobiliários, S.A.Processo nº 1645/12.1TYLSB | Tribunal do Comércio de Lisboa | 4.º Juízo

ALCOCHETE

Verba n.º 1 - Moradia Unifamiliar, Tipologia T3, com 2 Pisos, Cave para Garagem, Sótão para Arrumos e 2 LogradourosC.R.P. de Alcochete: 3313 A/Alcochete | Matriz Urbana: 6319 A/Alcochete Valor Base de Venda: 270.145,00€

Área Total: 98,37m2

Verba n.º 2 - Moradia Unifamiliar, Tipologia T3, com 2 Pisos, Cave para Garagem, Sótão para Arrumos e 2 LogradourosC.R.P. de Alcochete: 3313 B/Alcochete | Matriz Urbana: 6319 B/Alcochete Valor Base de Venda: 260.955,00€

Área Total: 95,24m2

Verba n.º 3 - Moradia Unifamiliar, Tipologia T3, com 2 Pisos, Cave para Garagem, Sótão para Arrumos e 2 LogradourosC.R.P. de Alcochete: 3313 C/Alcochete | Matriz Urbana: 6319 C/Alcochete Valor Base de Venda: 260.955,00€

Área Total: 95,37m2

Verba n.º 4 - Moradia Unifamiliar, Tipologia T3, com 2 Pisos, Cave para Garagem, Sótão para Arrumos e 2 LogradourosC.R.P. de Alcochete: 3313 D/Alcochete | Matriz Urbana: 6319 D/Alcochete Valor Base de Venda: 262.300,00€

Área Total: 96,99m2

Verba n.º 5 - Moradia Unifamiliar, Tipologia T3, com 2 Pisos, Cave para Garagem, Sótão para Arrumos e 2 LogradourosC.R.P. de Alcochete: 3313 E/Alcochete | Matriz Urbana: 6319 E/Alcochete Valor Base de Venda: 264.430,00€

Área Total: 96,97m2

Verba n.º 6 - Moradia Unifamiliar, Tipologia T3, com 2 Pisos, Cave para Garagem, Sótão para Arrumos e 2 LogradourosC.R.P. de Alcochete: 3313 F/Alcochete | Matriz Urbana: 6319 F/Alcochete Valor Base de Venda: 260.955,00€

Área Total: 95,77m2

Verba n.º 7 - Moradia Unifamiliar, Tipologia T3, com 2 Pisos, Cave para Garagem, Sótão para Arrumos e 2 LogradourosC.R.P. de Alcochete: 3313 G/Alcochete | Matriz Urbana: 6319 G/Alcochete Valor Base de Venda: 242.400,00€

Área Total: 95,91m2

Verba n.º 8 - Moradia Unifamiliar, Tipologia T3, com 2 Pisos, Cave para Garagem, Sótão para Arrumos e 2 LogradourosC.R.P. de Alcochete: 3313 H/Alcochete | Matriz Urbana: 6319 H/Alcochete Valor Base de Venda: 268.195,00€

Área Total: 98,91m2

Verba n.º 9 - Moradia Unifamiliar, Tipologia T3, com 2 Pisos, Cave para Garagem, Sótão para Arrumos e 2 LogradourosC.R.P. de Alcochete: 3313 J/Alcochete | Matriz Urbana: 6319 J/Alcochete Valor Base de Venda: 260.955,00€

Área Total: 126,56m2

Verba n.º 10 - Moradia Unifamiliar, Tipologia T3, com 2 Pisos, Cave para Garagem, Sótão para Arrumos e 2 LogradourosC.R.P. de Alcochete: 3313 K/Alcochete | Matriz Urbana: 6319 K/Alcochete Valor Base de Venda: 260.875,00€

Área Total: 119,91m2

Verba n.º 11 - Moradia Unifamiliar, Tipologia T3, com 2 Pisos, Cave para Garagem, Sótão para Arrumos e 2 LogradourosC.R.P. de Alcochete: 3313 L/Alcochete | Matriz Urbana: 6319 L/Alcochete Valor Base de Venda: 264.800,00€

Área Total: 106,25m2

Verba n.º 12 - Moradia Unifamiliar, Tipologia T3, com 2 Pisos, Cave para Garagem, Sótão para Arrumos e 2 LogradourosC.R.P. de Alcochete: 3313 M/Alcochete | Matriz Urbana: 6319 M/Alcochete Valor Base de Venda: 264.430,00€

Área Total: 107,80m2

Verba n.º 13 - Moradia Unifamiliar, Tipologia T3, com 2 Pisos, Cave para Garagem, Sótão para Arrumos e 2 LogradourosC.R.P. de Alcochete: 3313 O/Alcochete | Matriz Urbana: 6319 O/Alcochete Valor Base de Venda: 260.955,00€

Área Total: 108,81m2

Público, 20/12/2012 - 2.ª Pub.

CONVOCATÓRIAConvocam-se os Sócios da fi rma Empreendimentos Prediais e Comerciais Leão, Lda para uma Assembleia Geral a ter lu-gar no próximo dia 7 de Janeiro de 2013 pelas 11h30, na Rua Edith Cavell, n.º 19 - 1.º Esq.º em Lisboa.

ORDEM DE TRABALHOS 1. Redução do Capital Social para cobertura dos prejuízos

acumulados, passando o capital social de € 15.961.532,63 para € 200.000,00 mantendo inalteradas as reservas le-gais, sendo por consequência reduzido o valor nominal proporcional às participações de cada sócio;

2. Alteração ao artigo 5 do Contrato de Sociedade; 3. Redução da remuneração da gerenteOs documentos a que se refere os artigos 248.º e 289.º do Código das Sociedades Comerciais estão à disposição dos Sócios à partir do dia 27 de Dezembro de 2012.Lisboa, 17 de Dezembro de 2012 A Gerência

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32 | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012

SAIR

CINEMALisboa Castello Lopes - LondresAv. Roma, 7A. T. 760789789A Vida de Pi M12. Sala 1 - 14h, 16h30, 19h, 21h30; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 2 - 14h40, 18h10, 21h40 CinemaCity Campo PequenoCentro Lazer Campo Pequeno. T. 217981420Brave - Indomável M4. Sala 1 - 11h20 (V.Port.); Mata-os Suavemente M12. Sala 1 - 00h30; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 1 - 15h20, 21h20; Sammy 2 M4. Sala 1 - 13h20, 18h40 (V.Port.); Sammy 2 M4. VIP 2 - 11h30 (V.Port.); A Vida de Pi M12. VIP 2 - 13h30, 16h05, 18h45, 21h25, 00h05; Cloud Atlas M12. Sala 3 - 21h20; Anna Karenina M12. Sala 3 - 00h35; Hotel Transilvânia M6. Sala 3 - 11h20, 13h20, 15h20, 17h20, 19h20 (V.Port.); Argo M12. Sala 4 - 19h10; A Origem dos Guardiões M6. VIP 4 - 11h25, 13h30 (V.Port.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. VIP 4 - 15h45, 21h50; As Voltas da Vida M12. Sala 5 - 22h; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 5 - 13h15, 18h40, 00h10; Sammy 2 M4. Sala 5 - 11h15, 16h35 (V.Port.); A Origem dos Guardiões M6. Sala 6 - 11h10 (V.Port.); A Origem dos Guardiões M6. Sala 6 - 16h30 (V.Port.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 6 - 13h10, 18h30, 23h55; Hotel Transilvânia M6. Sala 6 - 21h55 (3D); 007 Skyfall M12. Sala 7 - 21h40; Hotel Transilvânia M6. Sala 7 - 11h40, 13h40, 15h40, 17h40 (V.Port./3D), 19h40, 00h20 (V.orig./3D); Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. Sala 8 - 19h35; Força Ralph M6. Sala 8 - 15h30 (V.Port.); Cloud Atlas M12. Sala 8 - 00h05; Sininho O Segredo das Fadas M4. Sala 8 - 11h45, 13h45, 17h50 (V.Port.); Anna Karenina M12. Sala 8 - 21h35 CinemaCity Classic AlvaladeAvª de Roma, nº 100, Lisboa . T. 218413045A Advogada M12. Sala 1 - 21h50; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 1 - 13h20, 18h30; Sammy 2 M4. Sala 1 - 11h20, 16h30 (V.P.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 2 - 15h25, 21h35; Sammy 2 M4. Sala 2 - 13h25, 18h45 (V.P.); A Vida de Pi M12. Sala 3 - 13h30, 16h05, 18h50, 21h30; A Advogada M12. Sala 4 - 13h40; Anna Karenina M12. Sala 4 - 15h45, 18h40, 21h40 Cinemateca PortuguesaR. Barata Salgueiro, 39 . T. 213596200Fumo Azul + Amareloazulpretoamarelo M12. Sala Félix Ribeiro - 21h30; Olhos Negros Sala Félix Ribeiro - 15h30; Le Père Noël a les Yeux Bleus Sala Félix Ribeiro - 19h; Orgia ou o Homem que Deu Cria Sala Luís de Pina - 19h30 Espaço NimasAv. 5 Outubro, 42B. T. 213574362Parada M12. Sala 1 - 21h30 Medeia Fonte NovaEst. Benfica, 503. T. 217145088O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 1 - 14h20, 18h15, 21h30; Amor M12. Sala 2 - 14h10, 16h45, 19h15, 21h45; Hotel Transilvânia M6. Sala 3 - 14h30, 17h, 19h30, 22h (V.Port.) Medeia KingAv. Frei Miguel Contreiras, 52A. T. 218480808Holy Motors M16. Sala 1 - 14h15, 16h45, 19h15, 21h45; Amor M12. Sala 2 - 14h, 16h30, 19h, 21h30; Pela Estrada Fora M16. Sala 3 - 14h30, 17h, 19h30, 22h Medeia MonumentalAv. Praia da Vitória, 72. T. 213142223A Vida de Pi M12. Sala 4 - Cine Teatro - 14h10,

16h40, 19h10, 21h40, 00h15; Amor M12. Sala 1 - 14h, 16h30, 19h, 21h30, 24h; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 2 - 12h30, 15h40, 18h50, 22h; Pela Estrada Fora M16. Sala 3 - 14h20, 16h50, 19h20, 21h50, 00h30 UCI Cinemas - El Corte InglésAv. Ant. Aug. Aguiar, 31. T. 707232221007 Skyfall M12. Sala 1 - 17h, 21h20, 00h15; Força Ralph M6. Sala 1 - 14h30 (V.P.); Cloud Atlas M12. Sala 2 - 17h30, 21h30; Sininho O Segredo das Fadas M4. Sala 2 - 13h50, 15h40 (V.P.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 3 - 19h, 23h30; Sammy 2 M4. Sala 3 - 14h15 (V.P./2D), 16h35 (V.P./3D); A Origem dos Guardiões M6. Sala 4 - 14h10, 16h25 (V.Port.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 5 - 23h45; Hotel Transilvânia M6. Sala 5 - 14h, 16h, 18h (V.P./2D), 20h, 22h (V.O./3D); A Vida de Pi M12. Sala 6 - 14h, 16h35, 19h10, 21h50, 00h30 (3D); As Voltas da Vida M12. Sala 7 - 16h40, 19h10, 21h45, 00h20; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 7 - 14h10; Argo M12. Sala 8 - 14h05, 16h40, 21h45; O Substituto M12. Sala 8 - 19h15; Amanhecer Violento M16. Sala 8 - 00h20; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 9 - 15h, 18h30, 22h (3D/48 fps); Pela Estrada Fora M16. Sala 10 - 14h05, 16h40, 19h10, 21h45, 00h25; Amor M12. Sala 11 - 14h, 16h35, 19h15, 21h50, 00h30; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 12 - 14h, 17h30, 21h15; Hotel Transilvânia M6. Sala 12 - 00h30 (3D); Anna Karenina M12. Sala 13 - 14h, 16h35, 19h10, 21h50, 00h30; Vertigo - A Mulher Que Viveu Duas Vezes M16. Sala 14 - 14h, 16h35, 19h15, 21h50, 00h30 ZON Lusomundo AlvaláxiaEstádio José Alvalade, Cpo Grande. T. 16996Anna Karenina M12. 13h35, 16h30, 21h10, 00h05 ; A Vida de Pi M12. 13h10, 16h, 18h50, 21h40, 00h25 ; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 13h30, 17h10, 21h30; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 13h15, 16h45, 21h, 00h30 (3D/48fps); Argo M12. 21h35, 00h15; Cloud Atlas M12. 13h10, 16h40, 20h30, 24h ; A Origem dos Guardiões M6. 13h10, 15h30, 18h (V.Port.); Amanhecer Violento M16. 21h20, 23h55; Sammy 2 M4. 13h40, 16h, 18h20 (V.Port.); Hotel Transilvânia M6. 13h30, 15h50, 18h10 (V.Port.), 21h50, 00h05 ; 007 Skyfall M12. 13h45, 16h50, 20h45; Mata-os Suavemente M12. 13h20, 15h40, 18h40, 21h50; As Voltas da Vida M12. 21h10; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 13h35, 16h10, 18h50, 21h45; Sininho O Segredo das Fadas M4. 13h20, 15h15, 17h15, 19h10 (V.Port.) ZON Lusomundo AmoreirasAv. Eng. Duarte Pacheco. T. 16996O Chef M12. 14h, 16h30, 19h10, 21h50, 00h25 ; Anna Karenina M12. 12h40, 15h20, 18h20, 21h20, 24h ; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 13h50, 17h20, 21h, 00h30; A Vida de Pi M12. 13h10, 16h, 18h50, 21h40, 00h20 (3D); Cloud Atlas M12. 20h40, 24h; Amor M12. 12h50, 15h30; Sammy 2 M4. 13h40, 16h10, 18h30 (V.Port.); Pela Estrada Fora M16. 13h, 15h50, 18h50, 21h30, 00h15 ZON Lusomundo ColomboAv. Lusíada. T. 16996O Chef M12. 21h35, 23h55; Sammy 2 M4. 13h25, 16h, 18h20 (V.Port./3D); Mata-os Suavemente M12. 21h15, 23h45; A Origem dos Guardiões M6. 13h10, 15h55, 18h15 (V.Port); Amanhecer Violento M16. 13h, 15h45, 18h25, 21h20 00h05; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 13h30, 17h10, 21h, 00h30; A Vida de Pi M12. 12h55, 15h40, 18h30, 21h30, 00h20; Sininho O Segredo das Fadas M4. 13h20, 15h25 (V.Port.); Hotel Transilvânia M6. 13h15, 15h30, 18h (V.Port.), 21h10, 23h35; Cloud Atlas M12. 17h20,

A Vida de PiDe Ang Lee. Com Suraj Sharma, Irrfan Khan, Adil Hussain, Gérard Depardieu. EUA. 2012. 127m. Drama, Aventura. M12. Durante toda a sua existência,

o jovem Pi viveu na Índia, num

jardim zoológico administrado

pela família. Leitor voraz,

alimenta a sua curiosidade

com tudo o que se relacione

com hinduísmo, budismo e

cristianismo, assimilando e

tendo a mesma fé nas três

religiões. Até que a família decide

mudar-se com os animais para o

Canadá e o navio em que viajam

naufraga. Pi inicia então a maior

aventura da sua vida, dando por

si à deriva num pequeno bote

que partilha com uma hiena,

uma zebra, um orangotango e

um tigre-de-bengala.

Holy MotorsDe Léos Carax. Com Denis Lavant, Edith Scob, Eva Mendes, Kylie Minogue, Michel Piccoli, Leos Carax. ALE/FRA. 2012. 115m. Drama, Ficção Científica. M16. O sr. Oscar é um viajante e

passa a sua existência entre

várias vidas. Ele é um assassino,

uma criatura monstruosa, um

mendigo ou um pai de família.

Parece desempenhar papéis,

mergulhando inteiramente em

cada um deles. Está só, apenas

acompanhado pela mulher loira

que comanda a grande máquina

que o transporta entre vidas e

lugares. Sabemos que anda em

busca da beleza do gesto e dos

fantasmas da sua vida. Mas, afi nal,

quem é ele e onde pertence?

Cinema King

Hotel TransilvâniaDe Genndy Tartakovsky. Com Adam Sandler (Voz), Kevin James (Voz), Andy Samberg (Voz), Selena Gomez (Voz), Steve Buscemi (Voz). EUA. 2012. 91m. Animação. M6. Durante séculos, eles

viveram nas sombras,

alimentando o medo

nos corações humanos.

Hoje existe apenas um

lugar onde podem

fi nalmente descansar

e viver pacifi camente:

o Hotel Transylvania.

Criado por Drácula, é

o lugar perfeito para

que os monstros se afastem das

vicissitudes da Humanidade.

Até ao dia em que Jonathan,

um jovem humano de 21 anos,

aparece acidentalmente no

hotel, causando o pânico entre

os hóspedes. Quando parecia

que nada poderia piorar,

Drácula percebe que Mavis, a

sua adorada fi lha, parece ter um

fraquinho pelo recém-chegado.

Pela Estrada ForaDe Walter Salles. Com Garrett Hedlund, Sam Riley, Kristen Stewart. EUA/BRA/GB/FRA. 2012. 124m. Drama. M16. Nova Iorque, 1974. Sal Paradise

é um escritor cheio de sonhos. A

sua existência, até aí tranquila, é

abalada e totalmente redefi nida

pela chegada de Dean Moriarty,

um sedutor de espírito livre cuja

ânsia de vida é uma inspiração

para todos os que com ele se

cruzam. É então que os dois

decidem partir na companhia de

Marylou, a jovem mulher de Dean,

numa longa viagem pelas estradas

do Texas e México, numa busca de

liberdade e de si mesmos.

Vertigo A Mulher Que Viveu Duas VezesDe Alfred Hitchcock. Com Barbara Bel Geddes, James Stewart, Kim Novak. EUA. 1958. 128m. Thriller. M16. James Stewart é John Ferguson,

um ex-polícia que sofre de

vertigens. Contratado por um velho

amigo para seguir a sua mulher

Madeline, Ferguson acaba por

desenvolver uma paixão obsessiva.

Recentemente eleito o melhor

fi lme de todos os tempos pela Sight

and Sound, é agora reposto em

cópia digital pela Midas Filmes.

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UCI El Corte Inglés

20h50, 00h25; Anna Karenina M12. 12h45, 15h50, 18h35, 21h25, 00h15; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 12h50, 15h35, 18h10, 21h05, 24h; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 15h10, 18h40, 22h10 ZON Lusomundo Vasco da GamaParque das Nações. T. 16996A Vida de Pi M12. 12h50, 15h40, 18h30, 21h20, 00h10 (3D); Cloud Atlas M12. 21h10, 00h30; Sammy 2 M4. 13h20, 15h30, 18h20 (V.Port.); Hotel Transilvânia M6. 13h10, 15h20, 17h30, 19h40 (V.Port.), 21h50, 24h; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 13h, 16h30, 21h, 00h25 (3D/48fps); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 13h40, 18h10, 21h40; A Origem dos Guardiões M6. 13h30 (V.Port.); Anna Karenina M12. 15h50, 18h40, 21h30, 00h20

Almada ZON Lusomundo Almada FórumEstr. Caminho Municipal T. 16996O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 12h40, 16h30, 21h, 00h30 (3D); Um Ritmo Perfeito M12. 21h10, 24h; A Origem dos Guardiões M6. 13h30, 16h, 18h20 (V.Port.); Hotel Transilvânia M6. 13h10, 15h30, 17h50 (V.Port.), 21h35, 23h50; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 13h20, 17h, 21h55; A Vida de Pi M12. 12h50, 15h40, 18h30, 21h20, 00h15; Cloud Atlas M12. 13h, 17h, 22h; Amor M12. 21h15, 00h05; Hotel Transilvânia M6. 13h40, 16h10, 18h40 (V.Port./3D); Amanhecer Violento M16. 13h10, 15h50, 18h45, 21h35, 00h20; Argo M12. 21h25, 00h15; Anna Karenina M12. 12h40, 15h20, 18h25, 21h20, 24h; Sammy 2 M4. 13h25, 15h50, 18h15 (V.Port.); Mata-os Suavemente M12. 18h25, 21h05, 23h25; Sininho O Segredo das Fadas M4. 13h, 15h (V.Port.); 007 Skyfall M12. 21h, 00h05; Força Ralph M6. 13h45, 16h30 (V.Port.); A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 12h40, 15h20, 18h10, 21h05, 23h50; Pela Estrada Fora M16. 12h35, 15h25, 18h50, 21h40, 00h25

Amadora CinemaCity Alegro AlfragideC.C. Alegro Alfragide. T. 214221030A Vida de Pi M12. VIP Light - 13h30, 16h05, 18h45, 21h25, 24h (3D); Argo M12. VIP 1 - 19h05; A Origem dos Guardiões M6. VIP 1 - 11h35, 13h40 (V.Port.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. VIP 1 - 15h45, 21h45; Madagáscar 3 M6. Sala 2 - 11h30; 007 Skyfall M12. Sala 3 - 21h35; Amanhecer Violento M16. Sala 3 - 19h45, 00h25; Sammy 2 M4. Sala 3 - 11h25, 13h25, 15h25, 17h25 (V.Port.); A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 4 - 21h40; Sininho O Segredo das Fadas M4. Sala 4 - 16h35 (V.Port.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 4 - 13h15, 18h20, 23h55; Cloud Atlas M12. Sala 5 - 00h05; Pela Estrada Fora M16. Sala 5 - 13h25, 15h55, 18h30, 21h30; Cloud Atlas M12. Sala 6 - 21h20; Pela Estrada Fora M16. Sala 6 - 00h35; Hotel Transilvânia M6. Sala 6 - 11h20, 13h20, 15h20, 17h20, 19h20 (V.Port.); Mata-os Suavemente M12. Sala 7 - 00h20; Sininho O Segredo das Fadas M4. Sala 7 - 13h30 (V.Port.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 7 - 15h30, 21h10 (3D); Sammy 2 M4. Sala 7 - 11h30, 19h (V.Port.); A Advogada M12. Sala 8 - 21h55; A Origem dos Guardiões M6. Sala 8 - 16h30 (V.Port.); Sininho O Segredo das Fadas M4. Sala 8 - 11h35 (V.Port.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 8 - 13h20, 18h35, 00h05; Força Ralph M6. Sala 9 - 11h15, 16h15 (V.Port.); Anna Karenina M12. Sala 9 - 13h40, 18h50, 21h50, 00h30; Hotel Transilvânia M6.

VertigoA Mulher

Que Viveu Duas Vezes

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PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | 33

A última criação de Joaquim Benite, o director artístico do Teatro Municipal de Almada que morreu a 5 deste mês. Uma história de Shakespeare, em paralelismo com o presente, em que o ouro representa a “alienação e a falsa bajulação”. Luís Vicente é Timão que, numa primeira parte, convida vários amigos para um grande, luxuoso e muito

apreciado banquete. Depois, chega a penúria e com ela a ausência dos amigos, ficando apenas Flávio, o fiel criado. Decidido a vingar-se, Timão repete o banquete. Mas, desta vez, serve apenas água e pedras. Até sábado, às 21h30, no Teatro Municipal de Almada (volta de 9/1 a 3/2 - 4.ª a sáb., 21h30; dom., 16h). Bilhetes de 6€ a 10€.

Timão de Atenas em AlmadaRUI CARLOS MATEUS

Sala 10 - 111h40, 13h45, 15h45, 17h55 (V.Port./3D), 19h45, 21h45, 23h45 (V.Orig./3D) UCI Dolce Vita TejoC.C. da Amadora, Estrada Nacional 249/1, Venteira. T. 707232221Mata-os Suavemente M12. Sala 1 - 21h25; A Origem dos Guardiões M6. Sala 1 - 13h45 (V.Port./2D), 16h15, 18h40 (V.Port./3D); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 1 - 23h55; Hotel Transilvânia M6. Sala 2 - 14h15, 18h45, 23h40 (V.Port./2D), 16h20, 21h10 (V.Port./3D); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 3 - 14h, 17h30, 21h15; Anna Karenina M12. Sala 4 - 13h45, 16h30, 19h05, 21h45; 007 Skyfall M12. Sala 5 - 15h, 18h15, 21h20; Um Ritmo Perfeito M12. Sala 6 - 21h35; Sammy 2 M4. Sala 6 - 14h10, 18h30 (V.Port./3D), 16h20 (V.Port./2D); Força Ralph M6. Sala 7 - 14h05 (V.Port./2D), 16h25 (V.Port./3D); Cloud Atlas M12. Sala 7 - 18h45, 21h55; Amanhecer Violento M16. Sala 8 - 21h45; Sininho O Segredo das Fadas M4. Sala 8 - 14h15, 16h10, 18h05 (V.Port.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 9 - 15h, 18h30, 21h50; A Vida de Pi M12. Sala 10 - 14h, 16h35, 19h15, 21h50; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 11 - 13h55, 16h35, 19h10, 21h30

Barreiro Castello Lopes - Fórum BarreiroCampo das Cordoarias. T. 760789789As Voltas da Vida M12. Sala 1 - 21h20; Hotel Transilvânia M6. Sala 1 - 12h50, 15h10, 17h20, 19h20, 21h20 (V.Port.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 2 - 14h40, 18h10, 21h40 (3D); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 3 - 12h40, 16h, 21h10; A Vida de Pi M12. Sala 4 - 12h45, 15h30, 18h30, 21h30

Cascais Castello Lopes - Cascais VillaAvenida Marginal. T. 760789789O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 1 - 14h40, 18h10, 21h40 (3D); 007 Skyfall M12. Sala 2 - 21h; A Origem dos Guardiões M6. Sala 2 - 13h, 15h10, 18h20 (V.Port.); As Palavras M12. Sala 3 - 13h10, 15h20, 18h30, 21h30; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 4 - 12h40, 16h, 21h10; Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. Sala 5 - 21h20; Hotel Transilvânia M6. Sala 5 - 12h50, 14h50, 17h, 19h (V.Port.) ZON Lusomundo CascaiShoppingCascaiShopping-EN 9, Alcabideche. T. 16996Anna Karenina M12. 12h50, 15h40, 18h30, 21h15, 00h05; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 21h50, 00h20; Cloud Atlas M12. 22h; A Origem dos Guardiões M6. 13h05, 15h10, 17h20, 19h30 (V.Port.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 12h55, 17h, 21h30; Sammy 2 M4. 13h30, 16h, 18h10 (V.Port.); Hotel Transilvânia M6. 13h20, 15h30, 17h40, 19h40 (V.Port.), 21h40, 23h50; A Vida de Pi M12. 13h, 15h50, 18h30, 21h20, 00h10 (3D), 12h40, 16h10, 21h, 00h35 (3D/48fps)

Caldas da Rainha Vivacine - Caldas da RainhaC.C. Vivaci. T. 262840197A Vida de Pi M12. Sala 1 - 13h10, 15h55, 18h40, 21h25; A Origem dos Guardiões M6. Sala 2 - 13h50, 16h, 18h15 (V.Port.); Anna Karenina M12. Sala 2 - 21h20; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 3 - 15h, 18h20, 21h40; Hotel Transilvânia M6. Sala 4 - 13h30, 15h40, 17h50 (V.P.), 21h30; Amanhecer Parte 2 M12. Sala 5 - 21h35; Sammy 2 M4. Sala 5 - 13h40, 15h35, 18h05 (V.P.)

Carcavelos

Atlântida-CineR. Dr. Manuel Arriaga, C. Com. Carcavelos (Junto à Estação de CP). T. 214565653A Vida de Pi M12. Sala 1 - 15h30, 21h30; Anna Karenina M12. Sala 2 - 15h30, 21h30

Sintra CinemaCity Beloura ShoppingEst. Nac. nº 9 - Quinta Beloura. T. 219247643A Vida de Pi M12. VIP - 13h35, 16h10, 18h50, 21h40 (3D); Argo M12. Sala 1 - 19h; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 1 - 15h20, 21h20 (3D); Sammy 2 M4. Sala 1 - 13h20 (V.P.); Hotel Transilvânia M6. Sala 2 - 13h45, 15h45, 17h45, 19h45 (V.P.); 007 Skyfall M12. Sala 3 - 21h50; Anna Karenina M12. Sala 3 - 19h25; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 3 - 21h45; Hotel Transilvânia M6. Sala 4 - 13h30, 15h30, 17h30 (V.P./3D), 19h30, 21h35 (V.O./3D); A Advogada M12. Sala 5 - 13h30; Cloud Atlas M12. Sala 5 - 21h; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 5 - 17h35; Sininho O Segredo das Fadas M4. Sala 6 - 13h55 (V.P); Anna Karenina M12. Sala 6 - 21h30; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 6 - 15h45; Sammy 2 M4. Sala 6 - 19h05 (V.P.); Mata-os Suavemente M12. Sala 7 - 21h55; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 7 - 13h10, 18h30; Sammy 2 M4. Sala 7 - 16h30 (V.P.) Castello Lopes - Fórum SintraLoja 2.21 - Alto do Forte. T. 760789789O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 1 - 14h40, 18h10, 21h40 (V.Port.); Amanhecer Violento M16. Sala 2 - 24h; Hotel Transilvânia M6. Sala 2 - 13h20, 15h30, 17h35, 19h40, 21h50 (V.Port.); Cloud Atlas M12. Sala 3 - 22h; A Origem dos Guardiões M6. Sala 3 - 12h50, 15h, 17h10, 19h20 (V.Port./3D); A Vida de Pi M12. Sala 4 - 13h, 15h40, 18h30, 21h30, 00h10 (3D); Anna Karenina M12. Sala 5 - 21h35, 00h15; Sammy 2 M4. Sala 5 - 13h10, 15h15, 17h20, 19h30 (V.Port.); A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 6 - 13h30, 15h50, 18h20, 21h; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 6 - 23h30; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 7 - 12h40, 16h, 21h10

Leiria Castello Lopes - Leiria ShoppingCC Leiria Shopping, IC2. T. 760789789O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 1 - 23h30 (3D); Hotel Transilvânia M6. Sala 1 - 13h10, 15h10, 17h10, 19h10, 21h20 (V.Port.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 2 - 14h40, 18h10, 21h40 (3D); A Origem dos Guardiões M6. Sala 3 - 13h, 15h, 17h, 19h (V.Port./3D); Anna Karenina M12. Sala 3 - 21h15, 24h; 007 Skyfall M12. Sala 4 - 21h, 23h50; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 4 - 13h20, 15h40, 18h30; Cloud Atlas M12. Sala 5 - 21h50; Sammy 2 M4. Sala 5 - 12h50, 14h50, 16h50, 18h50 (V.Port.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 6 - 12h40, 16h, 21h10; A Vida de Pi M12. Sala 7 - 13h15, 15h50, 18h40, 21h30, 00h10 CinemaCity LeiriaRua Dr. Virgílio Vieira Cunha. T. 244845071Hotel Transilvânia M6. Sala 1 - 15h30, 17h30, 19h30, 21h30 (V.P.); Hotel Transilvânia M6. Sala 2 - 15h50, 17h50 (V.P./3D), 19h50, 21h55 (V.O./3D); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 3 - 15h45, 21h20; Sammy 2 M4. Sala 3 - 19h05 (V.P./3D); A Vida de Pi M12. Sala 4 - 15h55, 18h30, 21h35; 007 Skyfall M12. Sala 5 - 21h45; A Origem dos Guardiões M6. Sala 5

- 15h45, 17h50 (V.P.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 6 - 15h10, 18h30, 21h50 (3D); Anna Karenina M12. Sala 7 - 21h40; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 7 - 18h20; Sammy 2 M4. Sala 7 - 16h20 (V.P.)

Loures Castello Lopes - Loures ShoppingQuinta do Infantado T. 760789789O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 1 - 14h40, 18h10, 21h40 (3D); A Origem dos Guardiões M6. Sala 2 - 12h50, 15h, 17h10, 19h15 (V.Port.); Anna Karenina M12. Sala 2 - 21h25, 24h; 007 Skyfall M12. Sala 3 - 21h, 23h50; Sammy 2 M4. Sala 3 - 12h45, 14h50, 17h, 19h (V.Port.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 4 - 12h40, 16h, 21h10; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 5 - 23h40; Hotel Transilvânia M6. Sala 5 - 13h, 15h10, 17h20, 19h25, 21h30 (V.Port.); A Vida de Pi M12. Sala 6 - 13h10, 15h50, 18h30, 21h20, 00h05; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 7 - 13h20, 16h10, 18h40, 21h45, 00h10

Montijo ZON Lusomundo Fórum MontijoC. C. Fórum Montijo. T. 16996A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 21h15, 23h50 ; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 13h, 16h40, 21h, 00h30 (2D), 13h30, 17h20, 21h30 (3D); Sammy 2 M4. 13h20, 15h45, 18h10 (V.Port.); A Origem dos Guardiões M6. 13h10, 15h35, 18h (V.Port.); Anna Karenina M12. 21h05, 23h55 ; Hotel Transilvânia M6. 13h25, 16h, 18h20, 21h20, 23h40 (V.Port.); A Vida de Pi M12. 12h55, 15h40, 18h25, 21h10, 24h (3D)

Odivelas ZON Lusomundo Odivelas ParqueC. C. Odivelasparque. T. 16996A Vida de Pi M12. 13h, 15h40, 18h20, 21h10; A Lenda dos Guardiões M6. 13h30, 16h, 18h30 (V.Port.); A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 21h30; Cloud Atlas M12. 20h50; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 12h50, 16h30, 21h; Sammy 2 M4. 13h20 15h30, 18h (V.Port.); Hotel Transilvânia M6. 13h10, 15h20, 18h10 (V.P.), 21h15

Oeiras ZON Lusomundo Oeiras ParqueC. C. Oeirashopping. T. 16996

007 Skyfall M12. 21h10, 00h15; A Origem dos Guardiões M6. 13h05, 15h25, 18h20 (V.P.); Anna Karenina M12. 12h45, 15h40, 18h30, 21h30, 00h20; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 14h30, 18h10, 21h50; Hotel Transilvânia M6. 13h10, 15h30, 18h (V.P.), 21h20, 24h; Cloud Atlas M12. 20h50, 00h20; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 12h50, 16h30, 21h, 00h30 (3D); Sammy 2 M4. 13h, 15h20, 17h50 (V.P.); A Vida de Pi M12. 12h55, 15h50, 18h40, 21h40, 00h25 (3D)

Miraflores ZON Lusomundo Dolce Vita MirafloresC. C. Dolce Vita - Av. Túlipas. T. 707 CINEMAA Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 21h30; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 15h, 18h30, 22h (3D); Sammy 2 M4. 15h30, 18h30 (V.P.); Hotel Transilvânia M6. 15h10, 17h30, 19h40 (V.P.), 21h50; A Vida de Pi M12. 15h20, 18h20, 21h20

Torres Novas Castello Lopes - TorreShoppingBairro Nicho - Ponte Nova. T. 707220220O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 1 - 14h40, 18h10, 21h40 (3D); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 2 - 12h40, 16h, 21h10; Hotel Transilvânia M6. Sala 3 - 12h50, 15h10, 17h10, 19h15 (V.Port.)

Torres Vedras ZON Lusomundo Torres VedrasC.C. Arena Shopping. T. 16996A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 21h40, 00h10; A Origem dos Guardiões M6. 13h15, 15h30, 17h45 (V.P.); Amanhecer Violento M16. 21h45, 23h55; Sammy 2 M4. 14h, 16h15, 18h45 (V.P.); Hotel Transilvânia M6. 13h45, 16h, 18h15 (V.P.), 21h10, 23h30; A Vida de Pi M12. 13h, 15h45, 18h35, 21h25, 00h20; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 13h30, 17h30, 21h, 00h30

Torre da Marinha Castello Lopes - Rio Sul ShoppingQta. Nova do Rio Judeu. T. 760789789O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 1 - 23h35; Hotel Transilvânia M6. Sala 1 - 12h50, 15h10, 17h15, 19h20, 21h25 (V.P.); A Vida de Pi M12. Sala 2 - 13h, 15h40, 18h40, 21h30, 00h10; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 3 - 12h40, 16h, 21h10; O

Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 4 - 14h40, 18h10, 21h40 (3D); A Origem dos Guardiões M6. Sala 5 - 13h10, 15h30, 17h35, 19h40 (V.P./3D); Anna Karenina M12. Sala 5 - 21h45, 00h20; 007 Skyfall M12. Sala 6 - 21h, 24h; Sammy 2 M4. Sala 6 - 13h20, 15h50, 18h20 (V.P.); A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 7 - 12h55, 15h20, 18h30, 21h20, 23h50

Santarém Castello Lopes - SantarémLargo Cândido dos Reis. T. 760789789007 Skyfall M12. Sala 1 - 21h20; A Origem dos Guardiões M6. Sala 1 - 12h45, 15h, 17h10, 19h20 (V.P.); A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 2 - 13h10, 15h50, 18h30, 21h; Hotel Transilvânia M6. Sala 3 - 12h50, 15h10, 17h20, 19h30, 21h30 (V.P.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 4 - 14h40, 18h10, 21h40; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 5 - 12h40, 16h, 21h10; A Vida de Pi M12. Sala 6 - 13h, 15h40, 18h40, 21h50

Setúbal Castello Lopes - SetúbalC. Comercial Jumbo, Loja 50. T. 707220220Hotel Transilvânia M6. Sala 1 - 13h10, 15h10, 17h20, 19h20, 21h20 (V.Port.); A Vida de Pi M12. Sala 2 - 13h, 15h40, 18h20, 21h40; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 3 - 13h, 15h40, 18h20, 21h40 (3D); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 4 - 12h50, 16h, 21h10

Tomar Cine-Teatro Paraíso - TomarRua Infantaria, 15. T. 249329190Força Ralph M6. Sala 1 - 21h30 (V.Port.)

Faro SBC-International CinemasC. C. Fórum Algarve. T. 289887212007 Skyfall M12. Sala 1 - 18h15, 21h15; Sammy 2 M4. Sala 1 - 11h45, 13h55, 16h05 (V.P.); Aristides de Sousa Mendes M16. Sala 2 - 17h05; Amanhecer Parte 2 M12. Sala 2 - 19h10, 21h40; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 3 - 17h40, 21h; Sininho O Segredo das Fadas M4. Sala 4 - 13h10 (V.P.); Hotel Transilvânia M6. Sala 4 - 11h, 14h55 (V.P./3D), 17h, 19h05, 21h10; Sininho O Segredo das Fadas M4. Sala 5 - 11h20 (V.Port.); A Vida de Pi M12. Sala 5 - 13h15, 16h, 18h45, 21h30; A Vida de Pi M12. Sala 6 - 13h05, 15h50, 18h35, 21h20; Argo M12. Sala 7 - 21h50; A Origem dos Guardiões M6. Sala 7 - 11h05, 13h20, 15h35, 17h50, 19h35 (V.P.); Força Ralph M6. Sala 8 - 12h10, 14h35, 17h (V.P.); As Voltas da Vida M12. Sala 8 - 21h45; Fim de Turno M16. Sala 8 - 19h20; Brave - Indomável M4. Sala 9 - 11h (V.P.); Cloud Atlas M12. Sala 9 - 14h, 17h25, 20h50

Albufeira Castello Lopes - Algarve ShoppingEstrada Nac. 125 - Vale Verde. T. 760789789O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 1 - 14h40, 18h10, 21h40 (V.Port.); A Vida de Pi M12. Sala 2 - 12h55, 15h40, 18h25, 21h30, 00h10 (3D); Mata-os Suavemente M12. Sala 3 - 13h35, 18h30, 21h, 23h35; Fim de Turno M16. Sala 3 - 13h10; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 4 - 12h50, 15h20, 18h, 21h25, 23h50; 007 Skyfall M12. Sala 5 - 12h45, 15h30, 18h20, 21h15, 00h05; Anna Karenina M12. Sala 6 - 23h40; Hotel Transilvânia M6. Sala 6 - 13h05, 15h15, 17h20, 19h20 (V.P.),

AS ESTRELAS DO PÚBLICO

JorgeMourinha

Luís M. Oliveira

Vasco Câmara

a Mau mmmmm Medíocre mmmmm Razoável mmmmm Bom mmmmm Muito Bom mmmmm Excelente

Amor mmmmm mmmmm mmmmm

Anna Karenina mmmmm mmmmm mmmmm

Argo mmmmm mmmmm mmmmm

A Vida de Pi mmmmm mmmmm –Cloud Atlas mmmmm mmmmm mmmmm

O Hobbit mmmmm – –Holy Motors mmmmm mmmmm mmmmm

Mata-os Suavemente mmmmm – mmmmm

Pela Estrada Fora mmmmm – mmmmm

Vertigo mmmmm mmmmm mmmmm

Page 34: 20 DEZ - PÚBLICO

34 | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012

SAIR21h35; Aristides de Sousa Mendes M16. Sala 7 - 21h05; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 7 - 23h30 (3D); Sammy 2 M4. Sala 7 - 13h, 15h, 17h05, 19h05 (V.P.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 8 - 12h40, 16h, 21h10; Cloud Atlas M12. Sala 9 - 14h30, 17h55, 21h20

Olhão Algarcine - Cinemas de OlhãoC.C. Ria Shopping. T. 289703332A Origem dos Guardiões M6. Sala 1 - 15h, 17h (V.P.); Anna Karenina M12. Sala 1 - 19h, 21h30; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 2 - 15h, 18h15, 21h30; Sammy 2 M4. Sala 3 - 15h15, 17h15, 19h15, 21h15 (V.Port.)

Portimão Algarcine - Cinemas de PortimãoAv. Miguel Bombarda. T. 282411888O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 1 - 15h, 18h, 21h30; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 2 - 23h45; Sammy 2 M4. Sala 2 - 14h (V.P.); Hotel Transilvânia M6. Sala 2 - 15h45, 18h15, 21h45 (V.P./2D), 20h (V.P./3D) Castello Lopes - PortimãoQuinta da Malata, Lote 1 T. 760789789O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 1 - 14h40, 18h10, 21h40 (3D); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 2 - 12h40, 16h, 21h10; Amanhecer Parte 2 M12. Sala 3 - 21h50, 00h15; A Origem dos Guardiões M6. Sala 3 - 13h10, 15h15, 17h20, 19h25 (V.P.); 007 Skyfall M12. Sala 4 - 21h20, 00h10; Sammy 2 M4. Sala 4 - 13h, 15h05, 17h10, 19h15 (V.Port.); A Vida de Pi M12. Sala 5 - 13h15, 16h05, 18h45, 21h25, 00h05; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 6 - 23h40 (3D); Hotel Transilvânia M6. Sala 6 - 12h50, 14h55, 17h10 (V.P.), 21h30

Tavira Cine-Teatro António PinheiroR. D. Marcelino Franco, 10 . T. 281324880Shut Up And Play The Hits - O Fim dos LCD Soundsystem M12. Sala 1 - 21h30 Zon Lusomundo TaviraR. Almirante Cândido dos Reis. T. 16996

Com esta Voz me Visto. O Fado e a Moda De 22/11 a 31/3. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h45). Interiores: 100 anos de Arquitectura de Interiores em Portugal De 20/12 a 28/4. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h45). Inaugura às 19h. Made In Portugal - Iberomoldes De 13/12 a 31/3. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h45). Nacional e Ultramarino. BNU e a Arquitectura do Poder: entre o Moderno e o Antigo De 13/12 a 28/4. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h45). Único e Múltiplo. 2 Séculos de Design A partir de 27/5. 3ª a Dom das 10h às 18h.Museu Colecção BerardoPraça do Império. CCB. T. 213612878 Da Solidão do Lugar a um Horizonte de Fugas De Douglas Gordon, Ângela Ferreira, Miguel Palma, Eugenio Dittborn, Caetano Dias, João Tabarra, Augusto Alves da Silva, Justine Triet, Jimmie Durham. De 19/12 a 28/4. Todos os dias das 10h às 19h (última admissão às 18h30). Exposição Permanente do Museu Colecção Berardo (1960-2010) De Vito Acconci, Carl Andre, Alan Charlton, Louise Bourgeois, José Pedro Croft, Antony Gormley, Jeff Koons, Allan McCollum, Gerhard Richter, Cindy Sherman, William Wegman, entre outros. A partir de 9/11. Todos os dias das 10h às 19h (última admissão às 18h30). Hélio Oiticica - O Museu é o Mundo De 21/9 a 6/1. 3ª a Dom das 10h às 19h (última admissão às 18h30). O Museu em Montagem De Rodrigo Bettencourt da Câmara. De 31/10 a 24/2. Todos os dias das 10h às 19h (última admissão às 18h30). Museu Nacional de Arte AntigaRua das Janelas Verdes, 1249. T. 213912800

A Arquitectura Imaginária. Pintura, Escultura, Artes Decorativas De 1/12 a 30/3. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h. Da Ideia à Forma. Desenhos de escultura em Portugal (séculos XVII a XIX) De 16/10 a 13/1. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h. Pintura e Artes Decorativas do Século XII ao XIX A partir de 16/12. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h.

MÚSICALisboaB.LezaCais da Ribeira (Armazém B). B Fachada Hoje às 22h.Fundação e Museu Calouste GulbenkianAvenida de Berna, 45A. T. 217823000 Coro e Orquestra Gulbenkian De 20/12 a 22/12. 5ª às 21h. 6ª e Sáb às 19h. Teatro Municipal de S. LuizR. António Maria Cardoso, 38. T. 213257650 OqueStrada Hoje às 21h.Teatro Municipal Maria MatosAv. Frei Miguel Contreiras, 52. T. 218438801 Ben Frost Hoje às 22h. Teatro Nacional de São CarlosLargo de São Carlos, 17. T. 213253045 O Gato das Botas Orq. Sinf. Portuguesa. Até 23/12. 5ª às 20h. Sáb e Dom às 16h.

DANÇALisboaCasino LisboaAlameda dos Oceanos. T. 218929000 Tango Pasión Orq.Sexteto Mayor. Até 23/12. 3ª a 6ª às 21h30. Sáb e Dom às 17h e 21h30.

LeiriaTeatro José Lúcio da SilvaAvenida Heróis de Angola. T. 244834117 O Quebra-Nozes Russian Classical Ballet. Hoje às 21h30. M/3. Duração: 120m.

FARMÁCIAS

LisboaServiço PermanenteBelo (Alvalade) - Avenida de Roma, 53 - D - Tel. 217976314 Combro (Camões - Santa Catarina) - Calçada do Combro, 78/82 - Tel. 213225540 Infante Santo (Infante Santo - Pampulha) - R. do Olival, 290 / Av. Infante Santo, 4 - C - Tel. 213961003 Jaime Matos (Igreja dos Anjos(Alm. Reis)) - Rua Álvaro Coutinho, 8 - 10 - Tel. 218121671 Ronil (Marquês da Fronteira) - Rua Rodrigo da Fonseca, 153 - Tel. 213883438 S. Bartolomeu (Galinheiras) - Vila Paulo Jorge, 1 - Tel. 217560166 Serejo Lda (Zona J de Chelas junto à Esquadra da PSP) - Av. João Paulo II, 531 Loja - B - Tel. 218592611 Sousa (S. Domingos de Benfica) - Estrada de Benfica, 429 - 431 - Tel. 217780027

Até às 22hAzevedo Irmão e Veiga (Bairro Alto) - Rua da Misericórdia, 24 - Tel. 213423540

Outras LocalidadesServiço PermanenteAbrantes - Silva Alandroal - Alandroalense Albufeira - Alves de Sousa Alcácer do Sal - Misericórdia Alcanena - Ramalho Alcobaça

- Epifânio, Nova (Benedita) Alcochete - Nunes Alcoutim - Caimoto Alenquer - Higiéne (Carregado) Aljezur - Furtado, Odeceixense (Odeceixe) Aljustrel - Dias Almada - Guerreiro, Vieira Rosa, Cerqueira (Cova da Piedade), Tovar Chaves (Feijó) Almeirim - Central Almodôvar - Aurea Alpiarça - Gameiro Suc. Alter do Chão - Alter Alvaiázere - Ferreira da Gama Alvito - Nobre Sobrinho Amadora - Carenque, Nunes, Remédios Amareleja - Duarte Arraiolos - Vieira Arronches - Esperança (Esperança/Arronches) Arruda dos Vinhos - Da Misericórdia Avis - Nova de Aviz Azambuja - Central, Reforço - Miranda Barrancos - Barraquense Barreiro - Santo António, Normal, Parreira (Lavradio) Batalha - Moreira Padrão Beja - Oliveira Belmonte - Costa Benavente - Central (Samora Correia) Bombarral - Miguel Borba - Central Cadaval - Central Caldas da Rainha - Branco Lisboa Campo Maior - Central Cartaxo - Pereira Suc. Cascais - Da Madorna, Do Rosário, Arthur Brandão (Parede) Castanheira de Pera - Dinis Carvalho (Castanheira) Castelo Branco - Leal Mendes Castelo de Vide - Roque Castro Marim - Moderna Castro Verde - Alentejana Chamusca - Moura

(Vale de Cavalos) Constância - Baptista Coruche - Misericórdia Covilhã - Moderna, Soares Crato - Saramago Pais Cuba - Da Misericórdia Elvas - Calado Entroncamento - Carlos Pereira Lucas Estremoz - Grijó Évora - Ferro Faro - Almeida Ferreira do Alentejo - Fialho Ferreira do Zêzere - Moderna (Frazoeira/Ferreira do Zezere) Figueiró dos Vinhos - Correia Fronteira - Vaz (Cabeço de Vide) Fundão - Diamantino Gavião - Margarido (Comenda) Golegã - Moderna (Azinhaga), Oliveira Freire Grândola - Pablo Idanha-a-Nova - Andrade (Idanha A Nova) Lagoa - Lagoa Lagos - Ribeiro Lopes Leiria - Maio (Barreira), Beatriz Godinho (Maceira) Loulé - Miguel Calçada, Nobre Passos (Almancil), Pinheiro Loures - Duarte, Sálvia, Varela (S. Cosme), Luna e Viana (S. João da Talha), Até às 23h - Matos (Prior Velho), Até às 22h - Alto da Eira, Santo António dos Cavaleiros, Tojal Lourinhã - Marteleirense Mação - Saldanha Mafra - Popular (Encarnação), Barros (Igreja Nova) Marinha Grande - Guardiano Marvão - Roque Pinto Mértola - Maktub, Nova de Mértola Moita - Ass. Socorros Mutuos-União Moitense, Jordão Pedrosa (Vale da Amoreira) Monchique - Moderna Monforte

- Jardim Montemor-o-Novo - Central Montijo - União Mutualista Mora - Central (Pavia) Moura - Nataniel Pedro Mourão - Mourão Nazaré - Ascenso Nisa - Seabra Óbidos - Oliveira Odemira - Confiança Odivelas - Pontinha, Santo Adrião, Universo (Caneças), Reforço - Cipriano, Até às 22h - Anamar Oeiras - Melo Almeida, Miraflores, Mota Capitão, Sacoor Forum, Trindade Brás, Santa Sofia (Cruz Quebrada), Ribeiro, Reforço - Ferreira Bastos, Até às 22h - Nova, Costa Pinto (Queijas) Oleiros - Xavier Gomes (Orvalho-Oleiros) Olhão - Nobre Sousa Ourém - Iriense, Moderna Ourique - Ouriquense Palmela - Tavares de Matos (Pinhal Novo) Pedrógão Grande - Baeta Rebelo Penamacor - Cunha Gil Peniche - Central Pombal - Santa Maria (Albergaria dos Doze), Paiva Ponte de Sor - Matos Fernandes Portalegre - Nova Portel - Misericordia Portimão - G. F. Dias Porto de Mós - Mirense (MIRA DE AIRE), Lopes Unipessoal Proença-a-Nova - Daniel de Matos (Sobreira Formosa) Redondo - Casa do Povo Reguengos de Monsaraz - Martins Rio Maior - Ferraria Paulino Salvaterra de Magos - Carvalho Santarém - Sá da Bandeira, Santos Real Santiago do Cacém

- Barradas, Fontes (Santo André) São Brás de Alportel - São Brás Sardoal - Passarinho Seixal - Quinta da Torre, Universo, Fonseca (Amora), Vale Bidarra (Fernão Ferro) Serpa - Central Sertã - Patricio Sesimbra - Rodrigues Pata, Santana, Lopes Setúbal - Fuzeta, Sália Silves - Sequeira Correia, Sousa Coelho, Guerreiro Sines - Atlântico, Monteiro Telhada (Porto Covo) Sintra - Campos, Neves, Claro Russo (Merces), Zeller (Queluz), Serra Das Minas (Rio de Mouro), Valentim, Até às 22h - Ferreira (Belas) Sobral Monte Agraço - Moderna Sousel - Mendes Dorbio (Cano) Tavira - Maria Aboim Tomar - Torres Pinheiro Torres Novas - Central Torres Vedras - Espadanal Vendas Novas - Nova Viana do Alentejo - Viana Vidigueira - Luís A. da Costa Vila de Rei - Silva Domingos Vila do Bispo - Sagres (Sagres), Vila do Bispo Vila Franca de Xira - Central de Alhandra, Estevão (Brejo), Higiénica (Póvoa de Santa Iria), Higiéne, Reforço - Mendes Correia (Póvoa de Santa Iria), Até às 21h - Sequeira (Sobralinho) Vila Nova da Barquinha - Carvalho (Praia do Ribatejo) Vila Real de Santo António - Pombalina Vila Velha de Rodão - Pinto Vila Viçosa - Duarte

SAIRAnna Karenina M12. 21h10, 23h45; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 12h50, 16h30, 21h, 00h25; Sammy 2 M4. 13h30, 15h50, 18h40 (V.P.); Mata-os Suavemente M12. 21h40, 23h50; A Origem dos Guardiões M6. 13h20, 15h40, 18h10 (V.P.); Hotel Transilvânia M6. 13h10, 16h, 18h15 (V.P.), 21h30, 23h40; A Vida de Pi M12. 13h, 15h45, 18h30, 21h30, 23h40 (3D)

TEATROLisboaTeatro AbertoPraça de Espanha. T. 213880089 Pelo Prazer de a Voltar a Ver Enc. Marta Dias. Até 23/12. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. Teatro da Cornucópia - Bairro AltoRua Tenente Raúl Cascais, 1A. T. 213961515 Os Desastres do Amor Enc. Luis Miguel Cintra. Até 23/12. 3ª a Sáb às 21h. Dom às 16h.Teatro da PolitécnicaRua da Escola Politécnica, 56. T. 961960281 Carta aos Actores Artistas Unidos. Enc. Jorge Silva Melo. De 20/12 a 21/12. 5ª e 6ª às 19h.Teatro Municipal de S. LuizR. António Maria Cardoso, 38. T. 213257650 O Grande Salão Enc. Martim Pedroso. De 19/12 a 5/1. 4ª a Sáb às 23h30. M/12. Teatro Tivoli BBVAAvenida da Liberdade, 182. T. 213572025 Os Reis da Comédia Enc. Adriano Luz. De 22/11 a 17/2. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h. Teatro VillaretAv. Fontes Pereira de Melo, T. 213538586 Um Sonho para Dois Grupo: Plano 6. De 8/11 a 22/12. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h. M/12.

EXPOSIÇÕESLisboaCentro Cultural de BelémPraça do Império. T. 707303000 Júlio Pomar: Estudos para O Romance de Camilo de Aquilino Ribeiro De 22/10 a 19/1.

Todos os dias das 14h30 às 18h30. LEDscape IKEA De 5/11 a 6/1. Todos os dias 24h. O Ser Urbano - Nos Caminhos de Nuno Portas De 7/12 a 24/2. 3ª a Dom das 10h às 18h. Centro de Arte Moderna - José de Azeredo PerdigãoR. Doutor Nicolau Bettencourt. T. 217823474 Carlos Nogueira: O lugar das coisas De 21/9 a 6/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Gerard Byrne: Imagens ou Sombras De 21/9 a 6/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. CulturgestRua Arco do Cego T. 217905155 Flagrante Deleite - Rosemarie Trockel De 13/10 a 6/1. 2ª, 4ª, 5ª e 6ª das 11h às 19h (últ. admissão às 18h30). Sáb, Dom e feriados das 14h às 20h (última admissão às 19h30). Fundação e Museu Calouste GulbenkianAvenida de Berna, 45A. T. 217823000 As Idades do Mar De Francesco Guardi, Turner, Friedrich, Monet, De Chirico, Amadeo de Souza-Cardoso, Vieira da Silva, Sousa Lopes, Noronha da Costa, António Carneiro, João Vaz, entre outros. Até 27/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Um Chá para Alice De Lisbeth Zwerger, Dusan Kallay, Anthony Browne, Chiara Carrer, Anne Herbauts, Nicole Claveloux, Teresa Lima, entre outros. Até 10/2. 3ª a Dom das 10h às 18h. Um vaso grego no Museu Calouste Gulbenkian De Maria Helena Rocha-Pereira. De 29/3 a 30/12. 3ª a Dom das 10h às 18h. Instalação. MNAC - Museu do ChiadoRua Serpa Pinto, 4. T. 213432148 Are you still awake? De João Pedro Vale, Hugo Canoilas, João Tabarra, Alexandre Estrela, Julião Sarmento, Ana Hatherly, entre outros. De 13/12 a 31/3. 3ª a Dom das 10h às 18h. Untitled (N’en finit Plus) De João Onofre. De 12/12 a 6/1. 3ª a Dom das 10h às 18h.MUDE - Museu do Design e da ModaRua Augusta, 24. T. 218886117

Temps d’Images: OqueStrada no Teatro S. Luiz

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PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | 35

RTP106.30 Bom Dia Portugal 10.00 Praça da Alegria 13.00 Jornal da Tarde 14.15 Vidas em Jogo 15.09 Portugal no Coração 18.00 Portugal em Directo 18.52 O Preço Certo 19.46 Direito de Antena 20.00 Telejornal 21.00 Linha da Frente - À Mesa 21.24 AntiCrise 21.57 Filme: 4 - Crónica de Uma Revolução Anunciada - De João Tordo 22.55 Pablo Alborán - Oeiras Cool Jazz Festival 00.01 Filme: A Estranha em Mim - De Neil Jordan, com Jodie Foster 02.15 Filme: Impensável - De Keoni Waxman 03.40 Ribeirão do Tempo

RTP207.00 Zig Zag 14.28 República do Saber 14.43 Diários do Vampiro (2 episódios) - 3.ª série 16.04 Diário Câmara Clara 16.12 National Geographic: Catástrofes da Terra: Tsunami / Sismo 17.06 Zig Zag 18.00 A Fé dos Homens 18.33 Suburgatório 18.54 Triângulo Jota - Mistério, aventura e magia 19.45 Zig Zag 21.09 National Geographic: Encontros Perigosos 22.00 Hoje 22.37 Diário Câmara Clara 22.46 Ossos - 6.ª série 23.32 Macau Uma Paixão Oriental - Um documentário sobre a vida em Macau desde 1930 00.25 Janela Indiscreta com Mário Augusto 00.57 Filme: Coincidências Levam ao Destino - De Liu Jian 02.12 Euronews

SIC07.00 Edição da Manhã 08.05 Dance! 09.10 Cartas da Maya - O Dilema 10.10 Querida Júlia 13.00 Primeiro Jornal 14.25 Toca a Mexer - Diário 14.50 Podia Acabar o Mundo 15.50 Boa Tarde 18.30 Fina Estampa 20.00 Jornal da Noite 21.35 Dancin´ Days 22.35 Gabriela 23.15 Avenida Brasil 23.50 Páginas da Vida 00.55 Toca a Mexer - Diário 01.10 Investigação Criminal Los Angeles - 2.ª série 02.00 Cartaz Cultural 02.50 Pan Am 03.40 O Encantador de Cães

TVI 06.30 Diário da Manhã 10.12 Você na TV! - Directo 13.00 Jornal da Uma 14.45 Tempo de Viver 16.00 A Tarde é Sua - Directo 18.13 Casa dos Segredos 3 - Diário da Tarde 18.30 Doida Por Ti 20.00 Jornal das 8 21.37 Casa dos Segredos: Diário 22.37 Louco Amor 00.00 Doce Tentação 00.51 Casa dos Segredos: Extra 01.55 Autores 02.50 Lei e Ordem - Intenções Criminosas 03.36 Mistura Fina

TVC113.05 Guia Para Acabar em Grande 14.35 Em Risco, Parte 2 16.10 Rumo À Liberdade 18.20 Guerras de Rua 19.50 O Espião Fantasma 21.30 The Mechanic - O Profissional 23.00 O Torneio 0.35 Guia Para Acabar em Grande 2.05 Em Risco, Parte 2

FOX MOVIES12.07 Sempre 14.06 O Comboio das 3 e 10 16.05 A Múmia 18.06 Amigos do Alheio 19.59 O Menino de Coro 22.00 Tróia 0.39 O Regresso da Múmia

HOLLYWOOD13.25 Lara Croft: Tomb Raider 15.05 Action Zone 15.35 À Procura da Terra do Nunca 17.15 A Verdade da Mentira 19.40 Jay e Silent Bob Contra Atacam 21.30 Dias de Loucura 23.05 Pesadelo em Elm Street 0.35 Jackie Brown

AXN14.39 XIII 15.29 Mentes Criminosas 17.09 Jogo de Audazes 18.50 XIII 19.44 C.S.I. Miami 20.36 Investigação Criminal 21.30 O Mentalista 22.26 Jogo de Audazes 23.20 XIII 0.15 Las Vegas 1.10 Lasko: O Punho de Deus

AXN BLACK14.38 Filme: Sem Pudor 16.16 Sobrenatural 17.03 Boardwalk Empire 18.03 Tempo Para Matar 18.53 Tempos Primitivos 19.41 Boardwalk Empire 20.43 A Mesquita da Pradaria 21.35 Chuck 22.23 Filme: Assalto Mortífero 0.12 Chuck 1.00 Tempo Para Matar 1.50 Filme: Assalto Mortífero

AXN WHITE15.04 Filme: Limite Vertical 17.07 Dois Homens e Meio 17.31 Mágoas de Grandeza 18.20 Gossip Girl 19.08 Dois Homens e Meio 20.04 Cougar Town 21.00 Doutora no Alabama 21.50 Filme: Karate Kid - A Nova Aventura 23.37 Doutora no Alabama 0.22 Gossip Girl 1.07 Cougar Town

FOX 14.38 Os Simpson 15.03 Foi Assim Que Aconteceu 15.49 The Listener 16.35 Lei & Ordem: Unidade Especial 17.22 Casos Arquivados 18.15 Foi Assim Que Aconteceu 19.04 Family Guy 19.58 Os Simpson 20.57 Foi Assim Que Aconteceu 21.27 Casos Arquivados 22.20 Lei & Ordem: Unidade Especial 0.06 Casos Arquivados

FOX LIFE15.45 Donas de Casa Desesperadas 16.30 Hope & Faith 16.52 Raising Hope 17.14 Uma Família Muito Moderna 17.37 Masterchef USA 18.23 Jane By Design 19.04 Clínica Privada 19.49 The Voice 20.38 Medium 21.25 Anatomia de Grey 22.15 Uma Família Muito Moderna 22.39 Raising Hope 23.03 The Voice 23.55 Jane By Design 0.43 Medium 1.30 Revenge 2.17 Donas de Casa Desesperadas

DISNEY15.32 Miúda Atómica 15.45 Rekkit Rabbit 16.35 Timon e Pumba 17.25 Phineas e Ferb 18.00 Shake It Up 19.15 Phineas e Ferb 19.30 Boa Sorte, Charlie! 19.55 Shake It Up 20.20 Jessie 20.45 Phineas e Ferb 21.00 Hannah Montana 21.25 Os Feiticeiros de Waverly Place 21.49 Miúda Atómica 22.15 As Espias!

DISCOVERY18.20 Pesca Radical: Tragam-Nos Sãos e Salvos! 19.10 O Segredo das Coisas 20.05 Trabalho Sujo: Trabalhadores de Vomit Island 21.00 Apocalipse 2012 22.00 A Colónia: Ponto de Ruptura 22.55 Armas do Futuro: Missão Invisível 23.45 Destruído em Segundos 0.10 Destruído em Segundos 0.35 Top Gear

HISTÓRIA 16.05 Cães de Trenó Para a Guerra 17.00 Alienígenas: As Provas, Ep. 1 17.55 Alienígenas: As Provas, Ep. 2 18.40 Contagem Decrescente Para o Apocalipse: A Profecia de Estrela Azul 19.30 Alienígenas: A Profecia do Juízo Final 20.20 Ayman Al-Zawahiri, o Porta-Voz da Al-Qaeda 21.10 Como Vivemos o 11 de Setembro 22.00 Monstros Lendários: O Pé-Grande da Serra Nevada 22.45 Caçadores do Pântano: Dois Capitães, Uma Família 23.35 Monstros Lendários: Demónios em Nova Jersey 0.30 Maravilhas Modernas: A Noite

ODISSEIA16.00 A Máfia: Vito Genovese 17.00 Life: Peixes 18.00 O Grande Rift: Savana 19.00 Sport Science II: Ep. 13 20.00 Desportos do Mundo: Luta Senegalesa 20.45 A Aventura da Rota do Chá: Ep. 10 21.00 Rotas Míticas IV: A Rota do Blues (Parte 1) 22.00 Armas Que Mudaram o Mundo: Thompson SMG 23.00 O Menino Atleta 0.00 Crescer Num Zoo: Ep. 2

[email protected]

FICAR

CINEMAPara Além do Horizonte [What Dreams May Come]TVC3HD, 22h30Chris Nielson (Robin Williams)

encontra a sua alma gémea em

Annie (Annabella Sciorra). Mas

quando os dois fi lhos do casal

morrem, os dois entram numa

espiral de dor. Até que, quatro

anos depois, Chris morre e vai

para o Céu, onde reencontra os

fi lhos. Enquanto isso, no mundo

terreno, Annie suicida-se. E,

quando a sua alma desperta, está

num sítio muito diferente daquele

que Chris encontrou. De Vincent

Ward.

Dias de Loucura [Old School]Hollywood, 21h30Uma comédia sobre três trintões

(Luke Wilson, Will Ferrell e

Vince Vaughn) que resolvem

reviver os bons velhos tempos

da faculdade. Mudam-se então

para uma casa junto ao campus

universitário e criam uma

república não-ofi cial, onde

os estudantes estão sempre

em festa, longe das regras da

universidade... De Todd Phillips.

A Estranha em Mim[The Brave One]RTP1, 00h01A felicidade de Erica Bain ( Jodie

Foster), uma locutora de uma

rádio de Nova Iorque, cai por

terra quando, uma noite, o noivo

David é assassinado e ela fi ca

gravemente ferida. Erica cura-

se das suas maleitas, mas não

da perda de David. Incapaz de

ultrapassar o que aconteceu,

resolve agir contra o medo que

sente e contra as pessoas que

lhe roubaram a vida. Começa a

patrulhar as ruas, compra uma

arma e, em legítima defesa, acaba

por fazer justiça pelas próprias

mãos. Um thriller de Neil Jordan.

REPORTAGEM

Linha da Frente: À MesaRTP1, 21h00Ainda há uma dezena de anos,

os críticos nem sequer provavam

os vinhos nacionais. Hoje,

os néctares lusos povoam as

melhores cartas de vinhos do

mundo. Com os vinhos de mesa

portugueses a conquistarem

terreno no exterior, o Linha da

Frente foi ao Douro conhecer

cinco produtores, distinguidos,

este ano, pela Comissão

Europeia, pelo seu trabalho

em promoção externa. Uma

reportagem de Paula Martinho

da Silva, com imagem de Pedro

Rothes e montagem de Guilherme

Terra.

DOCUMENTÁRIO

Monstros Lendários: O Pé-Grande da Serra Nevada História, 22h00Na norte-americana Serra Nevada,

encontraram-se pegadas de bestas

peludas, com aparência humana.

Agora, a equipa de Monstros

Lendários dirige-se ao coração

da Califórnia, onde testemunhas

afi rmam ter-se deparado com

manadas ferozes de Pé-Grande.

Afi nal, o monstro existe?

Macau, Uma Paixão OrientalRTP2, 23h32Um documentário, de Francisco

Manso, que versa sobre a vida em

Macau desde 1930 até aos nossos

dias. Através das memórias de

família e de amigos, o médico,

escritor e pintor Pedro Barreiros

é o guia desta singular viagem no

tempo.

MÚSICA

Pablo Alborán – Oeiras Cool Jazz FestivalRTP1, 22h55O álbum de estreia homónimo

de Pablo Alborán foi um sucesso

de vendas e valeu-lhe o carimbo

de revelação do ano na música

espanhola. O êxito prosseguiu

com En Acustico, que o cantautor

de Málaga levou este ano ao

Cooljazz Fest, onde, como já é

habitual doutras edições, o jazz

foi o ponto de partida, mas a

liberdade criativa.

INFANTIL

Os Contos de TatonkaPanda, 08h15 / 19h45Wanji, Nunpa, Yammi e Topa

são quatro crias de lobo que

vivem com os seus pais, Winyan

e Wicasa, numa matilha nas

planícies e fl orestas da América

do Norte. E vão descobrir a vida

ao ritmo das estações. De segunda

a sexta.

Os mais vistos da TVTerça-feira, 18

FONTE: CAEM

TVISICSICTVISIC

17,716,916,013,713,0

Aud.% Share

35,036,331,428,727,3

RTP1

2:

SICTVI

Cabo

12,5%%

3,3

22,4

26,3

22,9

Secret Story 3 - NomeaçõesGabrielaDancin' DaysJornal das 8Jornal da Noite

RTP2 00.57 Filme: Coincidências

Levam ao Destino

Page 36: 20 DEZ - PÚBLICO

36 | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012

JOGOSCRUZADAS 8291

BRIDGE SUDOKU

TEMPO PARA HOJE

A M A N H Ã

Açores

Madeira

Lua

NascentePoente

Marés

Preia-mar

Leixões Cascais Faro

Baixa-mar

Fonte: www.AccuWeather.com

PontaDelgada

Funchal

Sol

17º

Viana do Castelo

Braga10º 15º

Porto12º 15º

Vila Real8º 11º

11º 15º

Bragança7º 10º

Guarda6º 9º

Penhas Douradas3º 7º

Viseu8º 11º

Aveiro12º 17º

Coimbra12º 15º

Leiria10º 17º

Santarém12º 16º

Portalegre9º 12º

Lisboa13º 17º

Setúbal12º 18º Évora

11º 16º

Beja12º 17º

Castelo Branco10º 14º

Sines14º 17º

Sagres15º 18º

Faro15º 19º

Corvo

Graciosa

FaialPico

S. Jorge

S. Miguel

Porto Santo

Sta Maria

14º 19º

15º

Flores

Terceira15º 19º

15º 20º

17º 23º

15º 19º

17º

17º

07h51

Quartocrescente

17h18

05h1920 Dez.

1-1,5m

5-6m

17º

4-5m

20º1-1,5m

18º2-3m

08h14 3,020h54 2,7

01h50 1,214h33 1,2

07h50 3,020h31 2,7

01h26 1,314h11 1,3

07h50 2,920h25 2,7

01h07 1,213h52 1,2

2,5-3,5m

2,5-3,5m

6m

15º

16º

19º

Horizontais: 1. Pedúnculo comestí-vel do fruto do cajueiro. Engraçada. 2. Mergulhado em líquido. Lavrar. 3. Lugar de muita areia. Dá mios. 4. Enfeitar. Canseira. 5. Elas. Malhadouro. Preposição que designa posse. 6. Antes de Cristo (abrev.). Desembarque do (...), um dos acontecimentos mais importan-tes das Lutas Liberais. 7. Pequeno melão arredondado. Organização das Nações Unidas (sigla). 8. Desmedida. Festa so-lene. 9. Porção. Escapar. 10. Querido. Argola. 11. Que tem grãos. Outra coisa (ant.).

Verticais: 1. A parte superior das coi-sas. Hidrato de carbono de reserva mais importante nas plantas. 2. Antes do meio-dia (abrev.). Cacho de uvas. 3. Designação dada às calças de gan-ga no início dos anos 60. Prejudicar. 4. Dá urros. Unidade mínima de primeira articulação (Linguística). 5. Ser lendá-rio, metade mulher e metade peixe,

que atraía os navegantes para os es-colhos com a harmonia do seu canto (pl.). Prefixo que exprime a ideia de pri-vação. 6. Aglutinação da prep. “com” e do pron. demonstrativo “a”. Prefixo (ne-gação). Poeta primitivo entre os Gregos. 7. Toucinho cortado em tiras para entre-mear em peças de outra carne. Às vos-sas pessoas. 8. Símbolo de miliampere. Casa onde as mulheres vendiam pão (ant.). 9. Freira que não exerce cargos superiores. Pretensa influência da Lua, segundo a crendice popular. 10. Tomba. Contracção da prep. “de” com o pron. dem. “o”. Símbolo da música. 11. Fio me-tálico. Coisa que alumia.

Depois do problema resolvido en-contre o título de uma obra de Manuel Jorge Marmelo (4 palavras).

Solução do problema anterior:Horizontais: 1. Galopar. Mas. 2. Aparos. PARA. 3. Me. Ou. Ali. 4. Art. CIA. Sim. 5. Tenar. Do. 6. VALE. SAÚDE. 7. Arena. Atroo. 8. Da. Hebreu. 9. Embude. Ripa. 10. Amora. Dar. 11. Rara. Aliar.Verticais: 1. Gama. Vadear. 2. Apertaram. 3. LA. Tele. Bar. 4. Oro. NENHUMA. 5. POUCA. Aedo. 6. As. IRS. Bera. 7. Aa. Aar. Al. 8. Pl. Cúter. 9. MAIS. Druida. 10. Ar. Ideo. Par. 11. Salmo. Orar.Provérbio: Para pou-ca saúde mais vale nenhuma.

Oeste Norte Este Sul 1♦1♠ X passo 2♦

passo 3♦ passo 3STTodos passam

Leilão: Qualquer forma de Bridge.

Carteio: Saída: 7♠. O jogador em Este assiste com o Valete de espadas. Qual a melhor linha de jogo?

Solução: O desbloqueio nem sempre é uma tarefa fácil. O jogo de hoje apare-ceu numa mesa de partida livre, a pre-ços elevados. O jogador em Sul era um dos habituais do clube, já conhecido por o “entupido” por lhe aparecerem mais naipes bloqueados do que a qual-quer outro mortal. O “entupido” tomou a vaza de saída com a Dama da sua mão e continuou com Ás e Rei de ouros, segui-do do 10 e 9 de ouros, mas o naipe esta-va bloqueado. O carteador tentou ainda vir à sua mão através do Rei de copas, mas Oeste tomou o Rei com o Ás e, sem medos, arriscou o ataque de 2 de paus. O 9 de Este fez a vaza e voltou outro pau para o Rei de Oeste e o Ás do morto. Seguiu-se o Valete de copas do morto,

Dador: SulVul: Todos

Problema 4570 Dificuldade: fácil

Problema 4571 Dificuldade: difícil

Solução do problema 4568

Solução do problema 4569

NORTE♠ 9♥ J1093♦ K1098♣ AJ63

SUL♠ AQ6♥ K4♦ A65432♣ 75

OESTE♠ K108743♥ AQ8♦ J♣ K82

ESTE♠ J52♥ 7652♦ Q7♣ Q1094

João Fanha/Luís A.Teixeira ([email protected]) © Alastair Chisholm 2008 and www.indigopuzzles.com

mas Oeste fez a vaza e a defesa pôde en-caixar mais duas vazas a paus para um cabide. Teria feito melhor? O “entupido” entupiu-se, como de costume. Para ga-nhar 3ST o carteador deve jogar desde logo o 6 de espadas á segunda vaza, baldando um dos ouros bloqueantes do morto. Se a defesa voltar outra espada (não existe ataque melhor), o carteador balda outro ouro do morto e faz o Ás da sua mão. Agora sim, pode encaixar o Rei e o Ás de ouros e mais quatro vazas a ou-ros para cumprir o contrato.

Oeste Norte Este Sul1♦ passo 1♠ passo?

O que marca com a seguinte mão?♠AQ10 ♥KQ62 ♦K9832 ♣J

Resposta: Nem sempre existem vo-zes perfeitas no Bridge, por vezes é ne-cessário encontrar a voz ”menos má” por entre as que se encontram à nossa disposição. A mão de hoje é um bom exemplo disso. A voz de 1ST está fora de questão, quer pela distribuição, quer pelo singleton de um naipe não falado. Também a voz de 2 copas deve ser ex-cluída, por prometer um mínimo de 16 pontos (inversa económica). A voz que em teoria está mais perto de ser a cor-reta é a voz de 2 ouros, mas o fraco teor do naipe deixa dúvidas quanto à sua efi-cácia. A voz menos má, e que provavel-mente nos deixará a jogar um contrato razoável, se não for mesmo o melhor, é a voz de 2 espadas. É certo que podemos vir a ficar a jogar com apenas 7 trunfos em linha, mas esse risco também existe com o rebid de 2 ouros. A boa voz: 2 es-padas.

MeteorologiaVer mais emwww.publico.pt

Page 37: 20 DEZ - PÚBLICO

PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | 37

PESSOAS

E se seguisses em frente, Kristen?Já muito se falou sobre a infidelidade de Kristen Stewart — teve um caso com Rubert Sanders, que a dirigiu no filme Snow White and the Huntsman — e o fim da relação com Robert Pattinson, sobre as suas tentativas para voltar para os braços do actor com quem protagonizou a saga Crepúsculo e mais ainda sobre o perdão de Pattinson — depois da tempestade, o final feliz que ambos escolheram. Um novo começo. Devia ser assim, mas Kristen voltou agora a falar publicamente sobre o assunto, numa entrevista à revista Newsweek. “Peço desculpa a todos por tê-los feito zangarem-se”, dirigindo-se aos fãs. “Não tinha essa intenção.” Diz ainda que “não é uma coisa terrível se somos amados ou odiados [falando de novo sobre os fãs]”. “Mas, sinceramente, não quero saber [da opinião das pessoas]. Não me impede de fazer as minhas m...”. Há alturas em que mais vale estar calado e seguir em frente. Kristen Stewart ainda não sabe isso.

HOJE FAZEM ANOS

Pedro Abrunhosa, músico, 52; Almerindo Marques, gestor, 73; José Tribolet, presidente do INESC, 63; Billy Bragg, cantor, 55; Helena de Borbón, infanta de Espanha, 49; Karl Wendlinger, ex-piloto de Fórmula 1, 44; Ashley Cole, futebolista, 32

FREDERIC LAFARGUE/AFP

Jolie vai voltar ao papel de realizadora

Tânia Ribas de Oliveira foi mãe

Angelina Jolie terá gostado tanto

de realizar In the Land of Blood and

Honey (2011), sobre a guerra na

Bósnia, que se prepara para repetir

esse papel. Segundo a Hollywood

Reporter, Jolie está a negociar o

drama da Segunda Guerra Mundial

Invencível, o êxito de vendas escrito

por Laura Hillenbrand. O livro

conta a história do atleta olímpico

e veterano de guerra Louis

Zamperini, que sobreviveu à queda

de um avião durante a guerra, foi

depois capturado pelos japoneses

e enviado para um campo de

prisioneiros, onde fi cou até Agosto

de 1945.

Para não dizerem que raramente

publicamos aqui notícias sobre

portugueses, hoje falamos de Tânia

Ribas de Oliveira. A apresentadora

de televisão foi mãe na terça-feira

e deu conta da sua maternidade

no Facebook. Estão lá os primeiros

dados do Tomás (assim se chama o

rapagão que nasceu com 3,2 kg às

15h23 “e muita saúde”) e a alegria

de Tânia. “Aconteceu! Hoje é o

dia mais feliz da minha vida, das

nossas vidas, minha e do João [o

pai]”. Tânia conta ainda que Tomás

é a cara do pai e promete dar mais

pormenores online. É a tendência

dos tempos de hoje.

Life&StyleVer mais emlifestyle.publico.pt/pessoas

a, 32, 32

Page 38: 20 DEZ - PÚBLICO

38 | DESPORTO | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012

PEDRO CUNHA

Pereira Cristóvão tinha nas mãos dados confi denciais do fi sco sobre árbitros

Pereira Cristóvão e Godinho Lopes quando eram próximos

Informações sobre os rendimentos,

a lista de bens móveis e imóveis, a

identidade das mulheres e o núme-

ro de identifi cação bancária foram

alguns dos elementos sobre os árbi-

tros e os assistentes que efectuam

jogos na I Liga de futebol que foram

parar às mãos do ex-vice-presidente

do Sporting, Paulo Pereira Cristóvão.

Segundo a acusação do Departamen-

to de Investigação e Acção Penal de

Lisboa, os dados foram obtidos atra-

vés de uma funcionária do Serviço

de Finanças de Lisboa cujo compa-

nheiro, reformado do fi sco, os fez

chegar a um colaborador de Pereira

Cristóvão, que os entregou ao então

vice-presidente do Sporting.

A funcionária em causa encontra-

se actualmente obrigada a perma-

necer na habitação, no âmbito de

um outro inquérito que se cruzou

com esta investigação e tem como

epicentro suspeitas de corrupção

dentro da Autoridade Tributária.

Os árbitros não eram os únicos

vigiados por Pereira Cristóvão, que

possuía igualmente, segundo o Mi-

nistério Público (MP), uma lista com

os nomes dos jogadores do Sporting,

das suas mulheres e de alguns diri-

gentes do clube. O documento con-

tinha a marca do carro, o modelo, a

cor e a matrícula de cada um deles

e o local das suas residências. “Nal-

guns casos atribuíam-se um código

aos referidos nomes”, lê-se no des-

pacho de acusação. A informação es-

tava organizada num fi cheiro Excel,

o que permitia “proceder a buscas

automáticas pelos nomes, códigos,

matrículas e residências”.

A procuradora Ana Margarida

Santos, que assina a acusação, diz

expressamente que o presidente do

clube, Luís Godinho Lopes, conhe-

ceu e autorizou a contratação de

uma empresa que vigiasse a “vida

pessoal e social dos jogadores de

futebol”, nomeadamente os seus

períodos de descanso, através de

vigilância das horas de chegada às

respectivas habitações. Isso mesmo

tinha sido admitido ao PÚBLICO pe-

la direcção do Sporting em Junho.

Ontem, Godinho Lopes não se quis

pronunciar sobre o caso.

“Por acção do arguido Paulo Perei-

ra Cristóvão e com o conhecimento e

autorização de Luís Godinho Lopes,

presidente do seu conselho de ad-

ministração, a Sporting Património

e Marketing, SA, detida 100% pelo

Sporting, contratou a Businlog pa-

ra prestação dos serviços referidos

a partir de 1 de Junho de 2011 pela

quantia mensal de 8000 euros mais

IVA de 1840 euros”, lê-se na acusação.

O Ministério Público sustenta, con-

tudo, que o presidente do Sporting

não sabia que a Businlog, constituída

a pedido de Cristóvão por um amigo

deste que também tinha sido inspec-

tor da PJ, tinha qualquer relação com

o então vice-presidente, tal como o

PÚBLICO noticiou em Junho. “Foi o

arguido Paulo Pereira Cristóvão que

estipulou as cláusulas contratuais e o

preço dos serviços, tendo assegurado

a Luís Godinho Lopes que não tinha

qualquer relação com a Businlog”,

diz-se no despacho.

Pereira Cristóvão é acusado pelo

MP de ter burlado o Sporting em 57

mil euros e de se ter apropriado de

4640 euros do clube. A burla con-

sistia no facto de grande parte da

mensalidade paga pelo Sporting ser

encaminhada para Pereira Cristóvão,

que a gastava em despesas pessoais

como a pensão dos fi lhos e a ren-

da da casa. No total, pesam sobre

o ex-vice-presidente “leonino” sete

crimes. Um advogado dos “leões”

consultou o processo, mas o clube

optou, até agora, por não apresen-

tar queixa contra o antigo dirigente.

Isso não impediu a acusação, já que,

como a burla é qualifi cada, não de-

pende de uma queixa. Burla qualifi -

cada, branqueamento de capitais,

peculato (dois crimes), devassa por

meio de informática, acesso ilegítimo

e denúncia caluniosa são os crimes

de que Pereira Cristóvão é acusado.

Os delitos foram descobertos na se-

quência do episódio “Cardinal”, em

que Cristóvão é suspeito de ter mon-

tado um esquema para denegrir a

imagem de um árbitro. com Paulo Curado

Funcionário das Finanças que passou informações ao ex-vice-presidente do Sporting está em prisão domiciliária no âmbito de uma investigação de corrupção que se cruzou com este inquérito

Justiça desportiva Mariana Oliveira

8 milEuros era quanto o Sporting pagava mensalmente a uma empresa constituída por um amigo de Cristóvão para vigiarem os jogadores

Page 39: 20 DEZ - PÚBLICO

PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | 39

“A academiaé um monumento de qualidade”Jesualdo FerreiraSporting

Jesualdo: “Em tempo de crise, o Sporting tem de mudar o chip”

Para Jesualdo Ferreira, o Sporting

foi sempre um adversário. Agora, é

o clube onde o experiente treinador

português gostaria de terminar a

carreira, depois de mais de 40 anos

ligados ao futebol. Jesualdo regressa

a Portugal para ser o manager do

futebol “leonino” com responsabi-

lidades que irão desde a formação

até à equipa principal.

Jesualdo diz que não vai deixar

de ser treinador, mas isto não quer

dizer que Franky Vercauteren tem

o lugar em perigo a curto prazo.

“Sou um treinador com funções

mais abrangentes, vou dar apoio

às equipas técnicas. Não faz sentido

estar a fazer qualquer mexida na

linha de funcionamento”, sinteti-

zou o antigo técnico do FC Porto

e Benfi ca.

Apresentado ontem, em Alvala-

de, Jesualdo vai mandar em todo o

futebol “leonino” e traçou um ob-

jectivo claro: rentabilizar a forma-

ção do clube. O Sporting tem um

passado de formação. É um pro-

duto valioso e a marca associada

a grandes jogadores e de grande

qualidade. A academia é um monu-

mento de qualidade. Vamos tentar

potencializar a marca do Sporting.

Em tempo de crise, faz sentido pen-

sar que o Sporting tem de mudar

o chip, ter uma grande base de jo-

gadores formados na academia”,

observou Jesualdo.

A conferência de imprensa de

apresentação de Jesualdo Ferrei-

ra foi antecedida por um pequeno

discurso do presidente do clube,

Godinho Lopes, que falou, preci-

samente, na experiência do novo

homem forte do futebol “leonino”

na formação de jogadores como um

facto relevante para a sua contrata-

ção. Godinho Lopes salientou que o

técnico que até Novembro passado

treinava os gregos do Panathinaikos

te jogador”, mas que “poderá haver

interesse em que o contrato [com o

Sporting] não continue”. Quando lhe

perguntaram se as boas relações com

Pinto da Costa facilitariam um possí-

vel negócio com o FC Porto, Jesualdo

respondeu que as trocas de jogado-

res “deviam ser normais”.

A equipa técnica liderada por Ver-

cauteren, que tem contrato com o

Sporting até ao fi nal da época, tam-

bém estará sob escrutínio, mas não

tem, para já, o lugar em perigo. “A

avaliação será para todos. Não se põe

ninguém em causa neste momento”,

garante o técnico de 66 anos, que

estranha a falta de consistência de

resultados do Sporting.

Apesar de ser um novato no clube,

Jesualdo sabe que os adeptos estão

inquietos e dá o exemplo da celebra-

ção do título em 2000, após 18 anos

sem o conquistar, que difi cultou mui-

to a sua saída dos estúdios de televi-

são onde estava a comentar o jogo

do Sporting com o Salgueiros e que

daria o campeonato aos “leões”: “Te-

mos de perceber o que temos dentro

de casa, os recursos que temos. Pen-

so que, para isso, o Sporting tem de

dar garantias de ter essas condições.

O clube tem uma massa associativa

que consegue ter 30 mil pessoas ao

longo da época no estádio, mesmo

sem ganhar há muito tempo. Os spor-

tinguistas estão à espera de algo di-

ferente há muitos anos.”

Marco Vaza

Ex-técnico do FC Porto e Benfica foi apresentado como manager do futebol dos “leões” e quer voltar a apostar na formação

terá “carta verde” para organizar e

reestruturar o futebol do clube.

Izmailov é um caso a estudarNo imediato, observou Jesualdo, é

preciso fazer um diagnóstico da ac-

tual situação do Sporting e da época

que está a realizar. “O que vamos

fazer é avaliações. Acabei de che-

gar, não tenho dados para emitir

opinião. A quantifi cação terá de

ser feita nos próximos 15 dias, um

mês. Temos de correr, há uma bola a

rolar atrás de nós. Tudo vem depres-

sa de mais”, referiu Jesualdo Ferrei-

ra, para quem “não é impossível” o

Sporting chegar ao terceiro lugar e

pensar estar na Liga dos Campeões

da próxima temporada, apesar de

estar a 11 pontos do terceiro classi-

fi cado, o Sporting de Braga. “Não

faz sentido estar a olhar para baixo.

Faltam 18 jogos, há muito ponto pa-

ra disputar”, comentou.

Nesse diagnóstico a fazer no ime-

diato estão os acertos ao plantel da

equipa principal. “É importante

manter os melhores jogadores. E fa-

zer sair jogadores implica a entrada

de outros. Temos de agir de forma

serena e equilibrada. Temos de fazer

uma leitura para que no futuro não

se cometam erros”, observou Jesual-

do, que se referiu a Marat Izmailov,

que poderá estar envolvido num pos-

sível negócio de troca de jogadores

com o FC Porto, como “um excelen-

MIGUEL MANSO

Jesualdo Ferreira surgiu aos jornalistas com um cachecol do Sporting

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Page 40: 20 DEZ - PÚBLICO

40 | DESPORTO | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012

A Taça da Liga não é uma prova pro-

priamente querida pelo FC Porto. Já

em várias ocasiões os dirigentes por-

tistas desvalorizaram publicamente

a competição. Voltou ontem a ser o

caso, quando o presidente Pinto da

Costa, que falava no fi nal da sessão

de apresentação dos resultados do

novo empréstimo obrigacionista

dos “dragões”, disse que “todos os

jogos do FC Porto são importante,

mas este [com o Nacional] é menos,

pela prova que é”. O treinador Vítor

Pereira pareceu ter opinião diferen-

te, e na visita aos insulares não fez

poupanças — à excepção de entregar

a baliza a Fabiano, habitual suplente

de Helton. O resultado foi uma vi-

tória tranquila, com uma exibição

consistente.

Os “dragões” não jogavam há uma

semana e meia, depois de terem vis-

to ser adiado o encontro frente ao

Vitória de Setúbal para a I Liga (será

disputado a 23 de Janeiro), devido

ao mau tempo, mas essa paragem

forçada não afectou a equipa. Depois

de uma mão cheia de oportunidades

desperdiçadas (Gottardi e a defesa

do Nacional foram adiando o golo do

FC Porto), os “dragões” chegaram à

vantagem aos 32’. O colombiano Ja-

mes Rodríguez cruzou na direita e o

argentino Lucho González cabeceou

para o 1-0.

O Nacional também colocou Fa-

biano à prova, em especial através

de Candeias, mas o guarda-redes

normalmente suplente dos portis-

tas correspondeu.

A equipa de Vítor Pereira até podia

ter chegado ao intervalo com uma

vantagem mais folgada, mas valeu

Gottardi ao Nacional, com um par

de defesas a manter a diferença mí-

nima.

Na segunda parte, o bicampeão

nacional manteve a mesma dinâmi-

ca e chegar ao segundo golo foi um

pequeno passo, anunciado por dois

lances anteriores com perigo relativo

para a baliza de Gottardi. Num lance

que começa a partir de um livre, o

defesa argentino rematou rasteiro e

alargou a vantagem do FC Porto.

O Nacional ainda voltou a amea-

çar Fabiano, mas a partir daí os “dra-

Lucho e Otamendi constroem triunfo de um FC Porto que não fez poupanças

FutebolTiago Pimentel

Golos dos dois argentinos valeram estreia vitoriosa dos “dragões” no Grupo A da Taça da Liga, frente ao Nacional

REACÇÕES

“É a ordem natural das coisas. Foi uma vitória justa do FC Porto. Não dependemos só de nós. Podia dizer palavras de circunstância, mas temos de ser conscientes.”

“Não foi um FC Porto de serviços mínimos. O objectivo era claro: ganhar. O facto de o último jogo ter sido anulado impediu-nos de fazer alguma gestão.”

Manuel MachadoNacional

Vítor PereiraFC Porto

Lima marcou o segundo golo do Benfica em Olhão

Sofrer o primeiro golo do jogo voltou

a não ser um problema para o Ben-

fi ca, que ontem estreou-se na Taça

da Liga 2012-13 com uma vitória fo-

ra sobre o Olhanense (1-2). A equipa

de Lisboa, vencedora das últimas

quatro edições da prova, esteve a

perder, graças a um golo de Evan-

dro Brandão, no início da segunda

parte, mas conseguiu dar a volta ao

marcador através de remates de Ro-

drigo e Lima.

Esta temporada, o Benfi ca está a

revelar-se especialista em recuperar

resultados adversos: este foi o tercei-

ro jogo seguido que venceu depois de

o adversário inaugurar o marcador,

mas há mais exemplos anteriores.

Depois de uma primeira parte

equilibrada e morna, o jogo esteve

mais próximo das balizas na segunda

metade. Evandro Brandão, jogador

que já pertenceu às “águias” — e tam-

bém ao Manchester United — inau-

gurou o marcador aos 47’: Paulo Lo-

pes saiu da área para se antecipar a

Jander, mas o seu corte foi parar aos

pés do avançado, que atirou para a

baliza deserta. Evandro marcou o seu

segundo golo pelo Olhanense.

Jorge Jesus, que utilizou um “onze”

inicial sem muitos dos seus habituais

titulares (Artur, Maxi, Garay, Melga-

rejo, Matic, Cardozo e o lesionado

Luisão), lançou Lima e Salvio no jogo

e a sua equipa passou a dominar e a

Benfica entra a ganhar e com nova reviravolta

criar mais problemas à defesa dos

algarvios. O empate chegou aos 69’,

por intermédio de Rodrigo, assistido

por Jardel num lance nascido num li-

vre indirecto e em que o central acre-

ditou mais do que André Micael.

Aos 86’, Lima, num dos golos mais

fáceis da sua carreira, marcou o se-

gundo da sua equipa, decisivo para

o Benfi ca somar a 14.ª vitória segui-

da na competição. Foi o nono golo

do brasileiro desde que chegou ao

clube.

O Benfi ca, que soma 19 vitórias e

apenas uma derrota nos 24 jogos re-

alizados na Taça da Liga desde que

esta foi criada, lidera isolado o Gru-

po D, com três pontos, uma vez que

Moreirense e Académica empataram

a dois golos.

FERNANDO VELUDO/ARQUIVO

FutebolManuel Assunção

Equipa de Jorge Jesus venceu o Olhanense, em Olhão, com golos de Rodrigo e Lima. E já lidera o Grupo D da Taça da Liga

O Paços de Ferreira deu seguimento

à boa temporada que está a realizar

com nova vitória na Taça da Liga, no

terreno do Rio Ave. O 4.º classifi ca-

do do campeonato superiorizou-se

ao 5.º e venceu por 2-3 em Vila do

Conde, resultado que lhe deu a lide-

rança do Grupo C.

Os “castores” chegaram ao 0-3 na

primeira parte — o equatoriano Vini-

cio Angulo inaugurou o marcador e

Josué apontou os dois golos seguin-

tes, um deles na marcação de um

livre directo. Nivaldo e Hassan redu-

ziram para o Rio Ave, que antes do

fi nal do ano receberá o Sporting.

No Grupo B está tudo na mesma

depois de não haver golos no Vitó-

ria de Guimarães-Sporting de Bra-

ga e no Naval-Beira-Mar. No Grupo

D, dois golos de Ghilas nos últimos

minutos permitiram ao Moreirense

empatar (2-2) com a Académica, que

se tinha adiantado através de Keita

e Wilson Eduardo.

Paços de Ferreira parte na frente

FutebolManuel Assunção

CLASSIFICAÇÕESGRUPO A

GRUPO B

GRUPO C

GRUPO D

1.ª JornadaNacional-FC Porto 0-2Estoril-V. Setúbal 0-0

1.ª JornadaNaval-Beira-Mar 0-0V. Guimarães-Sp. Braga 0-0

1.ª JornadaMarítimo-Sporting 2-2Rio Ave-P. Ferreira 2-3

1.ª JornadaOlhanense-Benfica 1-2Moreirense-Académica 2-2

J V E D G P

J V E D G P

J V E D G P

J V E D G P

FC Porto 1 1 0 0 2-0 3Estoril 0 0 0 1 0-0 1V. Setúbal 0 0 0 1 0-0 1Nacional 1 0 0 1 0-2 0

Sp. Braga 1 0 1 0 0-0 1 V. Guimarães 1 0 1 0 0-0 1Beira-Mar 1 0 1 0 0-0 1 Naval 1 0 1 0 0-0 1

P. Ferreira 1 1 0 0 3-2 3Sporting 1 0 1 0 2-2 1Marítimo 1 0 1 0 2-2 1Rio Ave 1 0 0 1 2-3 0

Benfica 1 1 0 0 2-1 3Académica 1 0 1 0 2-2 1Moreirense 1 0 1 0 2-2 1Olhanense 1 0 0 1 1-2 0

Nacional 0

FC Porto 2Lucho González 32’, Otamendi 52’

Estádio da Madeira, no Funchal.Assistência Cerca de 600 espectadores

Nacional Gottardi, João Aurélio, Manuel da Costa, Mexer, Marçal, Moreno, Jota (Claudemir, 46’), Candeias, Isael (Diego Barcellos, 57’), Mateus e Keita (Rondón, 67’). Treinador Manuel Machado.

FC Porto Fabiano, Danilo, Otamendi, Mangala, Alex Sandro, Defour, João Moutinho (Christian Atsu, 73’), Lucho González (Fernando, 58’), Silvestre Varela, James Rodríguez (Castro, 65’) e Jackson Martínez. Treinador Vítor Pereira.

Árbitro Bruno Esteves (Setúbal)

gões” dominaram os acontecimen-

tos. E até podia ter ampliado o resul-

tado, mas Defour e Jackson Martínez

não conseguiram bater Gottardi.

O FC Porto volta a jogar para a Ta-

ça da Liga no dia 30 de Dezembro. A

equipa de Vítor Pereira visita o terre-

no do Estoril-Praia, na segunda jor-

nada do Grupo A. com Lusa

Olhanense 1Evandro Brandão 47’

Benfica 2Rodrigo 69’, Lima 86’

Estádio José Arcanjo, em Olhão

Espectadores 3412

Olhanense Ricardo, Nuno Reis, André Micael, Fernando Alexandre a84’, Vítor Vinha, Nuno Piloto, Rui Sampaio, David Silva, Babanco (Targino, 72’), Jander a17’ (Rui Duarte, 61’) e Evandro Brandão a62’. Treinador Sérgio Conceição

Benfica Paulo Lopes, André Almeida a23’, Jardel, Sidnei, Luisinho, André Gomes a52’ (Salvio, 55’), Enzo Pérez a84’, Gaitán a90+3’, Nolito (Ola John, 75’), Bruno César (Lima, 55’) e Rodrigo a74’.Treinador Jorge Jesus

Árbitro Paulo Baptista (AF Portalegre)

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42 | DESPORTO | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012

JORGE GUERRERO/AFP

Rejeições e preferências para o sorteio das competições europeias

O Barcelona, de Messi, é o adversário que ninguém quer no sorteio de hoje da Champions

Há 39.063 azulejos no Estádio do

Dragão com nomes de pessoas que

estiveram na inauguração, a 16 de

Novembro de 2003. Os presentes

acabaram por assistir também à es-

treia de Messi na equipa do Barce-

lona. Era um desconhecido número

14, quando Frank Rijkaard o man-

dou entrar, aos 74’. Já se passaram

nove anos. Nesta altura, o Barcelona

tem o melhor ataque dos principais

campeonatos, com nove pontos de

vantagem na Liga espanhola e 54

golos marcados e o argentino con-

tribuiu com 25. Messi foi quatro ve-

zes seguidas o primeiro da classe no

quadro de honra da Liga dos Cam-

peões e já acrescentou mais cinco

golos nesta edição. É o pior cartão-

de-visita para quem desejar um ad-

versário acessível, no sorteio de hoje

da Champions (10h30, SP-TV1).

O Manchester United, com seis

pontos de vantagem sobre o City na

Premier League, também não fi gura

entre os preferidos, embora tenha

sido o primeiro grande a perder no

Dragão, na Liga dos Campeões. A

equipa de Alex Ferguson está a fazer

uma época bem melhor do que a an-

terior, em que perdeu o campeonato

e desiludiu na Europa. O holandês

Van Persie, desviado do Arsenal por

30 milhões, ajuda a explicar a mu-

dança em relação à época passada,

com 12 golos na sua conta. O United

soma 43 golos, apenas menos um do

que o Bayern, na Bundesliga.

Jupp Heynckes não gostou do jogo

da última jornada em Munique com

o Borussia Moenchengladbach, mas

os nove pontos de avanço sobre o se-

gundo não fazem deste empate uma

tragédia. O “Super Bayern” da Liga

alemã já fez 22 jogos com equipas

portuguesas e só perdeu uma vez.

Mas a única derrota foi em Viena e

fi cou na história. Poder contar de

novo com Mário Gomez, regressa-

do depois de uma lesão grave, é um

bom trunfo para os alemães.

O Dortmund está a 12 pontos do

Bayern, após dois títulos consecuti-

vos, e o exuberante treinador Jurgen

Klopp encontrou a compensação

para as falhas internas no primeiro

lugar do chamado “grupo da morte”

da Liga dos Campeões. Já lhe devem

ter lembrado que o clube foi cam-

peão europeu em 1997, com Paulo

Sousa. Marco Reus, que custou 17

milhões, foi o reforço mais caro, mas

o polaco Lewandowski é o farol.

Ganhar ao Borussia Dortmund, de

preferência em casa do adversário,

é uma grande proeza para o seu ri-

val Schalke 04. Mas não chega para

segurar um treinador que vê os seus

jogadores cometerem erros fatais e

o resultado está à vista. O manager

geral dos “azuis reais” chamou o ho-

landês Huub Stevens, que era defesa

de bom nível nos seus tempos do

PSV Eindhoven, para acertar a sua

saída. Não há quem resista a 25 golos

sofridos em 17 jogos.

O FC Porto tem boas recordações

de Gelsenkirchen, mas do Schalke

04 nem por isso. Da última vez que

os dois se encontraram o desem-

pate nos penáltis foi fatal para os

“dragões”. Em 2008, na Liga dos

Campeões, Manuel Neuer deteve os

remates de Bruno Alves e Lisandro,

mas agora já lá não está para outra

eventualidade do género.

Em Itália, a Juventus só sofreu dez

golos na Série A. O Inter tem sete

pontos de atraso e a experiência de

um triângulo constituído por Bu-

ff on, Barzagli e Pirlo dá-lhe muitas

garantias. António Conte (43 anos),

antigo jogador do clube, é o princi-

pal reforço. Liberto da suspensão

por omissão de denúncia no caso

das apostas, já pode orientar a equi-

pa no banco, deixando os camarotes

após quatro meses de castigo.

Há um intruso no sorteio de hoje:

Abdullah Al-Thani decidiu investir

em Málaga. Esta época, à equipa de

Duda e Eliseu só lhe meteram dez

golos na Liga espanhola e mantém o

quarto lugar que lhe permitiu fazer

parte do escol europeu. Chegou a

esta fase da Liga dos Campeões sem

qualquer derrota e o deslumbra-

mento é o maior risco que corre.

FC Porto e Benfi ca conhecem hoje os seus adversários na Liga dos Campeões e Liga Europa. Para os “dragões”, Málaga e Schalke são os mais apetecíveis; para as “águias”, talvez Levante e Sparta Praga

FutebolMário Almeida

O Benfica será cabeça-de-série no sorteio dos 16 avos-de-final da Liga Europa, embora o estatuto não sirva

para garantir uma cerimónia descansada. Há equipas incómodas nos dois potes do sorteio que se vai realizar hoje na sede da UEFA, em Nyon (Suíça), a partir das 13 horas de Portugal. No caso do Benfica — e dos restantes cabeças-de-série, com excepção do Viktoria Plzen —, o maior perigo virá, à partida, do Atlético de Madrid, actual detentor do título.

Falcao está em grande forma e tem um conjunto sólido de actores secundários, como se confirma pelo segundo lugar na Liga espanhola. O lote dos possíveis adversários do Benfica, e no qual está inserida a equipa madrilena, é constituído pelos 12 clubes que ficaram em 2.º lugar na fase de grupos da Liga Europa

mais os quatro piores terceiros que transitaram da Liga dos Campeões (Zenit, BATE Borisov, Ajax e Dínamo Kiev).

Além da formação orientada por Diego Simeone, o Benfica com certeza não se importará de evitar, pelo menos para já, um duelo com o Zenit ou com o Inter de Milão, e também com o Anzhi, o Nápoles ou o Tottenham de André Villas-Boas. Mais acessíveis parecem, por exemplo, o Sparta Praga, o Levante ou o Basileia.

A presença no pote dos vencedores de grupo da Liga Europa e dos quatro melhores terceiros da Champions, contudo, também permite ao Benfica escapar a alguns ossos duros de roer. A começar pelo Chelsea, o primeiro campeão europeu a ser eliminado na fase de grupos da Liga dos Campeões. Liverpool, Lazio e Lyon são algumas das equipas

com que o conjunto de Jorge Jesus não tem de se preocupar.

Certo é que o Benfica, como cabeça-de-série, disputará a segunda mão no Estádio da Luz. Nesta eliminatória não se poderão defrontar equipas do mesmo país ou que pertenceram ao mesmo grupo na fase anterior. O sorteio dos oitavos-de-final, sem condicionalismos, também será realizado hoje.

Possíveis adversários do Benfica: Dínamo Kiev (Ucrânia), Zenit e Anzhi (Rússia), Ajax (Holanda), BATE Borisov (Bielorrússia), Atlético de Madrid e Levante (Espanha), Borussia Moenchengladbach, Bayer Leverkusen e Estugarda (Alemanha), Newcastle e Tottenham (Inglaterra), Nápoles e Inter de Milão (Itália), Basileia (Suíça) e Sparta Praga (Rep. Checa). Manuel Assunção

Campeão Atl. Madrid entre os 16 possíveis adversários do Benfica

• Schalke 04 (Ale)• Málaga (Esp)• Borussia Dortmund (Ale)• Juventus (Ita)• Bayern Munique (Ale)• Barcelona (Esp)• Manchester United (Ing)

Possíveis adversários FC Porto

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PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | 43

ESPAÇOPÚBLICO

EDITORIAL

Uma medida bem-intencionada, apenas

É consensual em boa parte do mundo

— seguramente é-o na Europa — que

a lei complique a vida à indústria

tabaqueira. Tal como proposto ontem

pela Comissão Europeia, todos

concordamos que o tabaco esteja menos

visível nas lojas e que os maços sejam menos

atractivos, e muitos concordam até que se

proíbam os “disfarces”, como os cigarros

com aromas — o mentol é o mais popular.

Há anos, quando surgiram cigarros mais

fi nos, em maços delicados e esguios, foram

imediatas as vozes a esclarecer que esses

cigarros ditos “de senhora” matavam tanto

quanto todos os outros. Há muito que não

vemos o cowboy viril em outdoors ou nos

jornais, do mesmo modo que deixámos

de fumar dentro dos aviões e em muitos

Fumar mata, todos sabemos. Para que serve então forçar a inclusão de fotografias terríveis nos maços?

espaços públicos. O despertar público

e as novas leis tornaram, nos últimos

anos, o “vício” menos atractivo. Ontem, o

comissário europeu para a Saúde e Políticas

de Consumo deu uma imagem pungente:

Tonio Borg disse simplesmente que as

pessoas que todos os anos morrem por

causa do tabaco caberiam em cidades como

Frankfurt ou Palermo. É como se “fossem

varridas do mapa”, uma por ano.

Agora, a Comissão propõe fechar ainda

mais o cerco aos fumadores, introduzindo

imagens intimidatórias nos maços, para

além de frases como “fumar mata”, hoje

obrigatórias. Mas sejamos francos: alguém

vai deixar de fumar porque no seu maço de

cigarros há uma fotografi a de uma pessoa

a morrer? Não estamos nos anos 1950,

quando a indústria nos dizia que fumar era

inofensivo. Já sabemos que as tabaqueiras

esconderam durante décadas o que sabiam

sobre os efeitos nocivos de fumar. Já não

há ignorância sobre o tema. Não fazer nada

não é com certeza a solução e nunca será

de mais repetir que fumar mata. Mas não

tenhamos ilusões. Estas são medidas bem-

intencionadas, mas pouco mais do que isso.

A Irlanda, o aborto e o peso das crenças

Por pressão do Tribunal Europeu dos

Direitos Humanos, a Irlanda irá votar

uma lei para admitir o aborto em caso

de risco de vida da mãe. É um passo

importante no sentido de humanizar

uma política que, até aqui, a pretextos

religiosos, se tem mantido implacável e

até criminosa. Um exemplo, recente, foi

a morte de Savita Halappanavar, uma

dentista indiana de 31 anos, porque os

médicos que a assistiram recusaram-se a

remover-lhe um feto de 17 semanas (que

eles sabiam não ser viável) por estarem

“num país católico”. Savita morreu de

septicemia e o mundo reagiu com dureza.

A norte-americana Naomi Wolf escreveu

até, num artigo do Project Syndicate

publicado online pelo PÚBLICO a 3 de

Dezembro, que a morte de Savita “resultou

do comportamento fanático e atávico de

uma teocracia ocidental” e sugeriu que o

Ocidente devia “enfrentar as suas próprias

falhas” e agir. É o que a Irlanda fará em

2013, mal-grado o peso das suas crenças.

Os artigos publicados nesta secção respeitam a norma ortográfica escolhida pelos autores

CARTAS À DIRECTORA

Reforma antecipada

Segunda-feira, dia 17 de

Dezembro, pedi a reforma.

Aos 60 anos de idade, passei

à condição de pensionista do

Estado.

Sinto-me capaz de trabalhar

mais anos, sentir-me-ia, até, na

obrigação de cumprir uma vida

laboral de mais cinco, ou sete, ou

mesmo mais anos, à semelhança

do que se anuncia para os meus

concidadãos, pois não sou,

enquanto profi ssional, diferente

deles. Mas o meu empregador,

o Estado, já não cumprirá o

que contratualizou comigo e

anuncia, em tom ameaçador e

despudorado, que ainda menos o

fará no futuro. Perdi a confi ança

no Estado – a pouca confi ança

que ainda me merecia, diga-se.

Sei que farei falta a alunos,

a colegas, à instituição onde

trabalho e às outras entidades

As cartas destinadas a esta secção

devem indicar o nome e a morada

do autor, bem como um número

telefónico de contacto. O PÚBLICO

reserva-se o direito de seleccionar

e eventualmente reduzir os textos

não solicitados e não prestará

informação postal sobre eles.

Email: [email protected]

Contactos do provedor do Leitor

Email: [email protected]

Telefone: 210 111 000

que são parceiras, formais

e informais, da profi ssão de

professor do ensino secundário.

Sei que vou contribuir para

que a experiência abandone

alunos e escolas, numa área

profi ssional onde a função

exemplar constitui um dos

pilares essenciais, mesmo

com todas as imperfeições que

caracterizam o humano.

Tenho noção de alguns

dos problemas graves que

afectam a nossa existência

colectiva, tenho noção dos

tempos difíceis que vivemos

e viveremos. Mas também

tenho noção da ausência de

humanismo e da fraca qualidade

política daqueles que nos têm

governado há já vários anos,

mesmo nos níveis mais baixos

do poder. Não me conformo

com os exemplos inaceitáveis

de tantos oportunistas que

dominam o Estado. Não me

sinto com força moral para com

eles colaborar. Basta.

Sei que sou um entre muitos

milhares que se confrontam

com estas refl exões. Há um

sentimento de desolação, mas

há também um sentimento de

revolta – aquela que tantas vezes

usei como exemplo com os

meus alunos, quando o valor da

justiça é negado.

Marcial Rodrigues

Professor de Filosofi a, Évora

O PÚBLICO ERROU

O empresário Gérman Efromovich

nasceu na Bolívia, mantendo a

nacionalidade boliviana à qual não

renunciou, ao contrário do que o

PÚBLICO, erradamente, afi rmou

num trabalho publicado segunda-

feira com o título “Consultoras

de Dirceu promoveram a

venda da TAP a Efromovich”. O

empresário é ainda brasileiro por

naturalização e tendo-lhe sido,

ainda, atribuída a nacionalidade

colombiana pelo Presidente

da República da Colômbia em

reconhecimento do facto de ter

impedido a falência da companhia

Avianca, que tem sede em Bogotá.

Recentemente as autoridades de

Varsóvia emitiram, a seu pedido,

uma certidão que prova que

possui uma quarta nacionalidade,

a polaca, dado ser fi lho de pais

judeus polacos. Pelo erro peço

desculpa. Cristina Ferreira

Na edição de segunda-feira, no

perfi l do novo líder parlamentar

do Bloco de Esquerda, Pedro

Filipe Soares, dizia-se que Luís

Fazenda era “fundador do BE

e rosto máximo da UGT”, em

vez de rosto máximo da UDP.

Pedimos desculpa ao próprio e

aos leitores pelo erro.

Page 44: 20 DEZ - PÚBLICO

44 | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012

Ontem mesmo a maioria parlamentar impediu a ida do ministro Miguel Relvas à AR para falar da RTP

O medo do Governo e o desrespeito pela Assembleia da República

Francisco Assis

Há acontecimentos e decisões que

falam por si e pelo que indiciam.

Constituem verdadeiros sinais.

Ontem mesmo a actual maioria

parlamentar, invocando argu-

mentos meramente formais e ir-

relevantes face à importância da

questão substancial em debate,

opôs a força da sua aritmética ao

reconhecimento de um direito

potestativo utilizado pela oposição, de modo

a impedir a ida do ministro Miguel Relvas

ao Parlamento. Já em ocasiões anteriores a

maioria tinha bloqueado múltiplas iniciativas

levadas a cabo pelos vários partidos oposi-

cionistas que visavam promover a audição

do já referido governante. Tudo isto sempre

a propósito do mesmo assunto – o processo

em curso conducente à privatização da RTP.

A cada dia que passa torna-se mais nítido

que o executivo, por motivos infelizmente

adivinháveis, visa a todo o transe furtar-se

ao exercício democrático de fi scalização

parlamentar numa matéria de superior

interesse público, dados os princípios,

valores e direitos que estão em causa. Para

atingir tal desiderato o Governo de Pedro

Passos Coelho não hesita sequer em ofender

a instituição parlamentar, contando para

isso com o contributo activo de grupos

parlamentares indignamente domesticados

e que resolveram autodispensar-se do

cumprimento do dever de zelar pelo

prestígio da instituição que integram.

A recusa em discutir tudo, desde a

avaliação do enquadramento constitucional

das hipotéticas soluções pendentes até

à apreciação concreta de declarações e

factos publicamente conhecidos sobre

o assunto, revela medo e vontade de

actuar em total desrespeito pelas mais

elementares exigências de transparência.

Como sabemos um comportamento

desta natureza não pode senão suscitar

inquietações e levantar suspeitas que, pouco

a pouco, se têm, aliás, vindo a instalar em

largos sectores da sociedade portuguesa,

nomeadamente em áreas próximas ou até

mesmo convergentes e coincidentes com

as bases de sustentação social e política do

Governo. Ainda ontem nas páginas deste

jornal o deputado do CDS José Ribeiro e

Castro, que neste, como noutros casos,

tem assinalavelmente contribuído para a

dignifi cação da função parlamentar, falava

no risco hipotético de uma “negociata

estapafúrdia que nos cobriria de ridículo e

de vergonha”. Infelizmente, ao que parece,

os nossos governantes, ou pelo menos uma

parte signifi cativa deles, não obedecem

aos mesmos altos critérios de moralidade

pública que orientam a conduta política do

antigo líder do CDS.

No ambiente de profunda crise económica

que caracteriza o momento presente

haverá sempre alguma tendência para

banalizar e, consequentemente, desvalorizar

questões como a que afecta agora a RTP.

Por isso mesmo é nosso dever salientar

a importância deste tema. Não estamos

perante um assunto marginal ou destituído

de efectiva

relevância pública.

Bem pelo contrário,

um assunto como o

serviço público de

televisão, sobretudo

numa época social

e culturalmente

tão atribulada

como aquela que

atravessamos,

reveste-se de

especial interesse

do ponto de vista

cívico. Estão em

causa valores

fundamentais,

quer no plano

da promoção e

salvaguarda de

direitos, liberdades

e garantias, quer

no âmbito da

conformação

política da própria comunidade nacional.

É verdade que temos vindo a assistir nos

últimos tempos, como alertou recentemente

Giorgio Agamben, à emergência de

uma tendência para a instauração de

um autêntico estado de emergência,

com fundamento governamental numa

oportunista invocação do argumento

da gravidade da crise económica. Isso

conduz a uma signifi cativa redução e

pode levar mesmo, a prazo, à supressão

dos mecanismos normais de controlo

democrático.

Em nome da efi cácia do combate à crise

opta-se por uma amputação parcial da

vida democrática. Parecem evidentes os

perigos associados a tais práticas. Quando

nos confrontamos com um executivo

menos escrupuloso, insufi cientemente

impregnado de uma séria cultura liberal e

democrática, os resultados poderão mesmo

ser catastrófi cos.

Estamos, por tudo isto, perante uma

questão de regime que deve convocar a

atenção da sociedade civil, dos partidos

políticos e do próprio Presidente da

República. É hoje claro em relação à questão

de fundo que o Governo não pode recorrer

a nenhum argumento de necessidade,

seja de natureza fi nanceira, tecnológica

ou política para proceder à privatização

da RTP. Nos últimos meses foram muitas

as personalidades, de António Pedro-

Vasconcelos até ao ex-ministro Nuno Morais

Sarmento, que vieram a público fazer essa

demonstração. Inexistindo assim uma

razão necessária, haverá que reconhecer

Estamos neste caso perante uma dessas situações em que o país precisa de ouvir a voz de Belém

Deputado (PS). Escreve à quinta-feira

ao Governo a legitimidade de seguir uma

inclinação ideológica, ainda que esta esteja

longe de aparecer como consensual e

nem tão-pouco se vislumbre maioritária

na sociedade portuguesa. Só que, mesmo

admitindo essa legitimidade, mantém

o Governo a obrigação indeclinável de

respeitar regras e procedimentos conformes

com os princípios orientadores do regime

político em que vivemos. Ignorando

e desrespeitando despudoradamente

essas regras e procedimentos, o Governo

prejudica a imagem das instituições e

apouca o prestígio da democracia. É isso que

manifestamente está a acontecer.

Perante tudo isto afi gura-se

imprescindível a intervenção do Presidente

da República. Este, enquanto último garante

do regular funcionamento das Instituições,

sentir-se-á naturalmente compelido a agir

no tempo e no modo que o seu próprio

discernimento aconselhar. Creio que o fará.

Muitas vezes o Presidente da República

tem sido injustamente criticado pela

forma como gere o seu silêncio; quem

lhe desfere tais acusações está no fundo

a descurar a importância da sua palavra.

Um Presidente da República demasiado

prolixo estaria condenado à irrelevância. Só

um Presidente da República capaz de usar

ponderadamente o poder do seu verbo está

em condições de se fazer ouvir. Estamos

neste caso perante uma dessas situações em

que o país precisa de ouvir a voz de Belém.

Aguardemos.

NUNO FERREIRA SANTOS

Page 45: 20 DEZ - PÚBLICO

PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | 45

FlyTAP? ByeTAP...

Passos, Relvas e Gaspar preparam-

se para, em poucos dias, vender

um património público que

demorou décadas a construir

com o dinheiro de todos nós.

TAP, ANA, Estaleiros de Viana

do Castelo. Para 2013 anuncia-se

a venda dos CTT, da CP Carga,

da RTP. A opacidade de alguns

dos candidatos (o PÚBLICO

apurou que os gestores da empresa que

detém uma candidata à privatização da

RTP gerem milhares de outras empresas

sediadas no Panamá) e a loquacidade doutros

(o leitor ouviu a entrevista do magnata

colombiano Efromovich anteontem à TVI?),

causa arrepios. O mais revelador é que, ao

contrário do que dizia o Governo, o Tribunal

de Contas não pôde até agora fi scalizar o

processo, e a comissão de acompanhamento

da privatização da TAP e da ANA foi nomeada

há dois dias atrás (cf. DN, 19.12.2012) – e o

Conselho de Ministros pretende tomar já

hoje uma decisão fi nal sobre as propostas de

aquisição da TAP!

Há dias, o PÚBLICO noticiou que aquele

que se revelou ser o único candidato à

compra da TAP ter-se-á reunido várias

vezes com o prodigioso Miguel Relvas,

com intermediação de José Dirceu, uma

personagem tão poderosa no Brasil quanto

pouco recomendável, recentemente

condenado por corrupção pelo Supremo

Tribunal daquele país. Para banalizar a

coisa, Efromovich disse à TVI que também se

reuniu com Passos e o ministro da Economia,

e, afi nal, que já no passado se reunira com

dois ministros de Sócrates, Teixeira dos

Santos e António Mendonça – ambos sob

investigação sobre a negociação das PPP.

São evidentes as consequências desta

promiscuidade permanente entre os grandes

capitalistas, nacionais e estrangeiros, e tantos

governantes portugueses, quer enquanto

o são, quer, sobretudo, quando deixam de

o ser e se transferem alegremente para os

quadros das grandes empresas com quem

antes negociaram desempenhando funções

governamentais. É que este é o país, não o

esqueçamos, em que a investigação histórica

comprova que os “donos de Portugal (…) são

hoje mais poderosos que antes de Abril de

1974”, com “interesses (…) mais incrustados

na captação de recursos do Estado por via

das rendas e da extração da dívida pública,

mais alavancados no sistema político,

mais envolventes nos partidos dominantes

da governação rotativa destas [últimas]

décadas”. Nele “não [se estranhará] que o

mesmo ex-governante possa representar

simultaneamente administrações de grupos

diferentes e mesmo concorrentes: afi nal, são a

mesma família” (Francisco Louçã e outros, Os

donos de Portugal, 2010).

Em 25 anos de privatizações, a direita e o

PS desmantelaram quase todos os serviços

públicos portugueses prestados por empresas

do Estado. Fizeram-no muito para lá daquilo

que resultara das nacionalizações de 1975,

feitas então com um amplo consenso

democrático que envolveu os mesmos

partidos (PSD, CDS, PS) que privatizaram tudo

desde 1987, e entraram pelas poucas grandes

empresas públicas do período salazarista,

um regime que primava, precisamente, por

esta mesma promiscuidade entre elite política

e elites empresariais, numa íntima aliança

entre um capital preguiçoso e arrogante, e um

Estado que não hesitava em usar da violência

e da tortura contra quem se atrevesse a

contestar os patrões. Para aqueles que

pensam que privatizar é uma simples decisão

política, que, como todas, deve poder ser

reversível, recordemos que, por mais críticas

que os partidos do arco do poder se façam

mutuamente, as privatizações têm-se revelado

irreversíveis. O PS, aliás, que agora solicita a

suspensão da privatização da TAP e da ANA,

foi, ao contrário do que se possa pensar, o

recordista: as privatizações renderam 8223,9

milhões € aos governos Cavaco e Durão,

em 13 anos, e, em menos tempo (10 anos,

até 2008), 19.775,9 milhões aos governos

Guterres e Sócrates (dados a preços correntes;

cf. Eugénio Rosa, “Os falsos argumentos

utilizados para privatizar as empresas

públicas”, estudo de 14.4.2010 com base em

dados da DG do Tesouro).

Depois de uma intensa campanha

ideológica contra a gestão e a simples

natureza pública dos serviços, o pretexto para

vender empresas muito rentáveis passou a ser

o do combate à dívida pública. Curiosa lógica:

só nos anos de 2004-08, enquanto a dívida do

Estado crescia 19,6 mil milhões €, apenas três

das muitas empresas privatizadas (EDP, PT,

GALP) distribuíam 11,2 mil milhões de lucros

entre os seus sócios

e capitalizavam mais

de 30 mil milhões em

bolsa...

Para quê

privatizar, então?

Para assegurar

melhores e mais

baratos serviços

aos cidadãos?

Onde? Na luz, nos

combustíveis, nos

telefones? A retórica

de há anos atrás

tornou-se uma

anedota de gosto

amargo...

Apertados entre

o desemprego e a

redução dos salários,

o empréstimo que se

deixou de conseguir

pagar, a fome que se insinua por detrás do

desespero, os portugueses prepararam-se

para o pior dos últimos 30 anos das suas

vidas – e parece que se vão resignando a mais

estes factos consumados. Ouvem com raiva

e descrença total ministros como Relvas, que

ainda ontem dizia à Antena 1 que “as críticas

de hoje” à política do Governo “serão o

reconhecimento de amanhã”.

E ainda há quem ache que Berlusconis os

há só em Itália...

Historiador. Escreve quinzenalmente à quinta-feira

Em 25 anos, a direita e o PS desmantelaram quase todos os serviços públicos portuguesesg

Manuel Loff Pelo contrário

Hitchcock: os filmes

Gostei de ler a peça de Mário

Lopes sobre Hitchcock e Tippi

Hedren (TH) no PÚBLICO de

anteontem. Vi o desagradável

fi lme The Girl em que ela é

interpretada por Sienna Miller

(SM) e aposto que a vilifi cação

continua com Hitchcock, o

fi lme em que Anthony Hopkins

continua a desacertar em cheio

na imitação de quem quer que seja: sejam

Nixon, Picasso ou outros lobisomens.

Fiquei a saber que “durante a rodagem

de The Girl [SM, que é boa actriz] telefonava

regularmente à actriz [TH, que não era]

para saber como reagira em momentos

específi cos à manipulação de Hitchcock”.

TH só entrou em dois fi lmes de

Hitchcock: The Birds e Marnie, ambos

obras-primas. Seria de esperar que SM, tão

preocupada em personifi car TH, se desse

ao trabalho de ver ambos os fi lmes. Mas

não: “SM não vira Marnie antes da rodagem

de The Girl”: “‘No fi nal, desejamos que a

personagem de Tippi [Marnie] fi que com

o violador. Sentimo-nos aliviados por ela

fi car com o homem que a violou. É tão

manipulador nesse sentido’”. É talvez a

crítica de cinema mais simplista, obtusa

e estúpida que alguma vez li. Falta pouco

para ser crime um cineasta manipular não

só os actores como os espectadores. Ou

seja: ser um realizador muito bom.

Vejam os dois fi lmes de Hitchcock antes

ou depois de ver um destes: tanto faz.

Perceberão por que é que os fi lmes de

Hitchcock são obras de arte e estes meros

apetrechos exploitation movies do que é

culturalmente correcto. Com razão. Mas

sem arte.

Miguel Esteves CardosoAinda ontem

BARTOON LUÍS AFONSO

Page 46: 20 DEZ - PÚBLICO

46 | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012

Um mercado laboral segmentado

Antes da publicação e da

entrada em vigor da Lei

23/2012, de 25 de Junho, que

alterou o Código de Trabalho

(CT) de 2009, verifi cámos que

estávamos a caminhar para um

mercado laboral segmentado,

a duas velocidades. Porém, em

bom rigor, no memorando da

troika, vinha já anunciado o

compromisso de o Governo ter de avançar

para uma terceira fase da redução das

compensações por despedimento, por

motivos objectivos. A verdade é que esta

redução foi adiada para 2013.

Vejamos: ao contrário do que tinha sido

acordado com os parceiros sociais no

acordo celebrado em Janeiro, a conclusão

da terceira fase do ajustamento das

compensações por cessação de contrato

de trabalho, a criação do Fundo de

Compensação do trabalho e a defi nição

de critérios para a emissão das portarias

de extensão fi caram lançadas nas Grandes

Opções do Plano (GOP) para 2013. Repare-

se que no compromisso lê-se que “o

Governo e os Parceiros Sociais acordam

em estabelecer que, a partir de 1 de

Novembro de 2012, a compensação devida

pela cessação do contrato de trabalho

será alinhada com a média da União

Europeia” e, por diversas vezes, o ministro

da Economia, Álvaro Santos Pereira, disse

que, a partir de Novembro de 2012, as

indemnizações por despedimento teriam

uma nova redução, em linha com a média

comunitária.

Ou seja, apesar de surgirem agora as

reacções negativas da CGTP, do PS e até

da UGT, a redução do pagamento das

indemnizações por despedimento dos

actuais 20 para 12 dias por ano de trabalho

já há muito se encontrava prevista.

O primeiro-ministro, Pedro Passos

Coelho, anunciou que “ainda durante

este mês [de Dezembro] o Governo vai

tomar a iniciativa legislativa em Conselho

de Ministros, depois é remetida para o

Parlamento e deverá vigorar a partir de

2013”, acrescentando que a data precisa

vai depender do processo legislativo.

Por sua vez, o ministro da Economia

garantiu que a entrada em vigor da nova

legislação, que reduz as compensações

por despedimento para 12 dias, entrará

em vigor em simultâneo com o Fundo

de Compensação por Despedimentos e,

ainda, que estão salvaguardados os direitos

adquiridos pelos trabalhadores até à data

da entrada em vigor da nova lei.

Em suma:

1. As compensações dos trabalhadores

contratados antes de 1 de Novembro de

2011 continuaram até 31 de Outubro de

2012 a ser de 30 dias de retribuição-base

e diuturnidades por ano de antiguidade.

Quem, nesta data, acumulava mais de

12 meses de retribuição ou 240 salários

mínimos (à data, 116.400,00 euros) fi cou

com a compensação “congelada” — terá

direito a receber apenas a compensação

acumulada até então. Exemplo: 15 anos até

31 de Outubro de 2012 = compensação de 15

meses, mesmo que continue a trabalhar por

mais anos.

2. Para os

contratos

celebrados a partir

de 1 de Novembro

de 2011, o cálculo

das compensações

baixou para 20 dias

por ano de casa.

Esta regra passou a

aplicar-se também,

com as alterações

ao CT de 2012, em

parte, aos contratos

anteriores a 2011:

a compensação

devida até 31 de

Outubro de 2012

é calculada da

maneira “antiga”

(30 dias); o resto é

calculado segundo a

regra dos 20 dias.

3. Com as novas

regras, os contratos que sejam assinados

depois das alterações previstas para 2013,

a priori, receberão apenas 12 dias de

retribuição-base e diuturnidades por ano

de antiguidade, mantendo-se os direitos

adquiridos pelos trabalhadores antigos.

Falta saber como se fará a harmonização

com as compensações devidas a contratos

de trabalho anteriores, para amenizar os

efeitos do princípio imposto por alterações

que têm de respeitar direitos adquiridos.

A redução das indemnizações dos actuais 20 para 12 dias por ano de trabalho já há muito se encontrava prevista

Advogada ([email protected])

MIGUEL MANSO

Debate Custo dos despedimentosJoana Carneiro

Defender o futuro reduzindo a despesa

Exmo. senhor ministro das

Finanças

Até Janeiro de 2013 dará

entrada na Assembleia da

República uma petição intitulada

Defender o Futuro onde os seus

subscritores, com diversas

personalidades da nossa vida

política, social, cultural e

económica, fazendo eco das

posições do Presidente da República,

propõem ao Parlamento a reavaliação das

diversas leis “fracturantes” aprovadas no

consulado do Governo de Sócrates.

São essas leis as da Procriação Artifi cial,

do Aborto, do Divórcio, do Casamento

entre pessoas do mesmo sexo, da mudança

de sexo e do fi nanciamento do ensino

particular e cooperativo.

Uma vez reunidas 4000 assinaturas

(faltam apenas cerca de 500 para que tal

aconteça) a petição será obrigatoriamente

apreciada em plenário da Assembleia

da República e pode bem vir a originar

(espera-se) um ou mais processos de

revisão destas leis, ou da respectiva

regulamentação. O que terá consequências

também a nível redução da despesa do

Estado. Assunto sabidamente do interesse

de vossa excelência.

Na verdade e actualmente, sem que

tal decorra forçosamente do resultado

do referendo de 2007 (onde a pergunta

formulada respeitava unicamente

à despenalização até às 10 semanas

de gestação), o aborto em Portugal

é completamente gratuito e confere

à mulher que aborta o direito a uma

licença de parentalidade de 15 a 30 dias

e ao pagamento do respectivo subsídio

correspondente a 100% do vencimento.

Acrescem ainda os custos com as grávidas

das ilhas: o pagamento de custos do

avião, do alojamento em Lisboa (até duas

pessoas), táxi na cidade e acompanhamento

de um técnico social. Ou seja, basta que

se ponha fi m, no todo ou em parte, a esta

gratuidade e subsídios injustos para que

dezenas de milhões de euros/ano sejam

poupados ao Orçamento do Estado (na

Saúde e na Segurança Social).

Por outro lado, na sequência das

novas regras que regem o divórcio,

muitas mulheres tem sido precipitadas,

mercê da perda do direito de alimentos,

em situações sociais que as empurram

para o Rendimento Social de Inserção,

sobrecarregando assim o já tão esgotado

orçamento da Segurança Social. Se os

deputados entenderem (no que irão ao

encontro do sentimento da comunidade

jurídica) rever toda a nova legislação

do divórcio que originou tantas e tantas

situações de injustiça, pobreza e abandono,

V. Exa. contará, também aqui, com uma

signifi cativa redução da despesa na

Segurança Social.

Acresce que, mercê da lei da Procriação

Artifi cial, e das regulamentações conexas,

aumentam as situações em que os

actos médicos implicados (altamente

dispendiosos e de efi cácia muito reduzida)

benefi ciam, em termos de custo e

processos, de uma situação de vantagem

em relação às pessoas em situação de

doenças. O que, além de uma injustiça

e desigualdade,

constitui no

orçamento da

Saúde uma despesa

na qual V. Exa.

poderá contar com

uma substancial

redução de custos.

Tudo de acordo

com convenções

internacionais a que

o Estado português

se obrigou, para

protecção do

embrião humano.

Começam hoje a

ser reconhecidos os

menores custos do

ensino particular

em comparação

com o ensino

estatal, pelo que,

se os deputados

entenderem que o

serviço público de

educação pode ser

prestado por escolas estatais e não-estatais

em pé de igualdade, e que às famílias

deve ser dada a liberdade de escolha do

ensino que pretendem para os seus fi lhos,

da concessão desse serviço e da justiça e

concorrência leal que daí resultará, poderá

contar-se com uma muito signifi cativa

redução da despesa em Educação.

Existem outras consequências desta

Começam a ser reconhecidos os menores custos do ensino particular em comparação com o ensino estatal

Tribuna Carta aberta às Finanças António Pinheiro Torres

Page 47: 20 DEZ - PÚBLICO

PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | 47

Ex-deputado do PSD, dirigente de movimentos cívicos

petição e dos resultados do trabalho

de revisão das leis fracturantes a que

os deputados serão chamados que não

deixarão de ter outras consequências que

interessam à missão política de V. Exa. e

àqueles que um dia lhe sucederem nesse

lugar. Na verdade, se forem seguidas

as cautelas e preocupações em tempo

manifestadas pelo Presidente da República,

da revisão destas leis resultará um país

onde a responsabilidade será um valor

socialmente reconhecido, a natalidade

corresponderá ao desejo das famílias e às

necessidades da sustentabilidade do Estado

Social, o sistema de Educação poderá

ajudar a gerações de portugueses mais

preparados e as famílias poderão encontrar

um ambiente mais propício ao respectivo

desenvolvimento. Tudo isso potenciando

o crescimento do produto, a redução da

despesa e a diminuição do défi ce. Isto é

assunto de interesse maior de V. Exa. e de

todos os portugueses em geral.

Esperando ter assim correspondido

ao seu apelo à participação da sociedade

civil na tarefa de refundação do Estado,

subscrevo-me, com os meus melhores

cumprimentos, de V. Exa., muito

atentamente.

Petição Defender o Futuro (http://

www.peticaopublica.com/PeticaoVer.

aspx?pi=P2012N22192)

P.S.: Não é objecto desta petição a Lei

de Promoção e Protecção de Crianças e

Jovens em Perigo, mas, ao abrigo desta

lei, a Segurança Social tem retirado cada

vez mais crianças às famílias, estando

disposta a suportar custos elevadíssimos no

acolhimento destas, quando, por um décimo

da despesa, poderia ajudar essas mesmas

famílias a criar essas crianças… Também aqui

se poderia garantir mais e melhor Estado

Social reduzindo os respectivos custos.

Centrarmo-nos num objectivo: o acordo climático de 2015

A Conferência de Doha sobre o

Clima não foi um verdadeiro

êxito em termos de decisão

sobre o acordo climático

mundial de 2015, o que

parece surpreender alguns

comentadores e grupos

ambientalistas. Mas ninguém

deve fi car surpreendido. No

ano passado, em Durban,

todos os países acordaram que as

conferências climáticas a realizar desde

então até 2015 preparariam a via para o

grande acordo em 2015.

Antes da Conferência de Doha, a UE

apresentou a sua lista de controlo para

garantir o avanço para o novo acordo

climático. Verifi quemos agora os progressos

alcançados.

A UE queria que Doha marcasse a

transição para o abandono do antigo

regime climático, em que só os países

desenvolvidos têm a obrigação jurídica de

reduzir as emissões, para o novo regime em

que todos os países, incluindo os países em

desenvolvimento, assumirão pela primeira

vez compromissos jurídicos ao abrigo do

novo acordo mundial. Cumprido.

Em Doha, alterámos a própria

estrutura das nossas negociações. Antes,

estávamos organizados em vários grupos

de trabalho, com base na forte distinção

entre países desenvolvidos e países em

desenvolvimento. Agora, dispomos de

um fórum de negociação, a plataforma

de Durban, que engloba todos os países.

Cumprido.

Este não é um êxito menor. Actualmente,

a média de emissões per capita na China já

é de 7,2 toneladas, e está a aumentar. Na

Europa, é de 7,5 toneladas e está a diminuir.

O mundo não pode combater as alterações

climáticas sem o empenhamento das

economias emergentes. É por isso que a

transição do antigo para o novo regime era

tão importante. E foi assegurada.

Por outro lado, esta transição está a ser

construída pela UE e por alguns outros

países desenvolvidos, que assumiram o

compromisso de avançar para um segundo

período do Protocolo de Quioto. Muitos anos

de duro trabalho teriam sido perdidos se

não fosse renovado o Protocolo de Quioto,

que continua a ser o único tratado em vigor

a exigir reduções das emissões. Pura e

simplesmente, não podíamos permitir que

tal acontecesse. Cumprido também.

Foi assegurada a continuidade até ao

novo acordo global em 2020, tendo a UE

conseguido negociar uma prorrogação do

protocolo por um período de oito anos.

Cumprido.

Conseguimos fi nalmente resolver o velho

problema do “ar quente” — os créditos de

carbono excedentários, não utilizados,

provenientes do primeiro período de

Quioto. Serão impostas limitações aos

compradores quanto às quantidades que

podem comprar. A legislação da UE não

lhes permite a utilização desses créditos

e todos os potenciais compradores

declararam que, de qualquer forma,

não os comprarão. Além disso, as novas

regras evitam a

criação de “ar

quente” adicional.

Trata-se de um

resultado ambiental

importante.

Cumprido.

Apesar da

conjuntura

económica difícil

na Europa,

continuámos

também em Doha

a disponibilizar

fi nanciamento para

a acção climática.

Vários Estados-

membros da UE e a

Comissão Europeia

avançaram

com cerca de 7

mil milhões de

euros de fundos

destinados à acção

climática para

2013 e 2014, o que

representa um aumento em relação aos

últimos dois anos. Cumprido.

A UE solicitou também que Doha

estabeleça um calendário do que deve ser

feito até 2015. Dispomos agora de um plano

de trabalho. Cumprido.

Mas a UE insistiu em que, antes do

início do futuro regime jurídico em 2020,

sejam identifi cadas medidas adicionais de

redução das emissões a fi m de manter o

aquecimento global a um nível inferior a

2 °C. Doha respondeu de forma positiva.

Além disso, todos os objectivos dos países

signatários e não-signatários do Protocolo

de Quioto serão reexaminados em 2014 a

É certo que Doha não foi um êxito fulgurante, mas houve progressos reais no sentido do acordo de 2015

Comissária da UE para a Acção Climática

ADRIAN DENNIS/AFP

TribunaConferências climáticasConnie Hedegaard

fi m de estudar a possibilidade de aumentar

o seu nível de ambição. Cumprido.

A intenção do secretário-geral das Nações

Unidas, Ban Ki-moon, de convocar em 2014

uma cimeira dos líderes mundiais sobre

as alterações climáticas pode imprimir

dinâmica política a este trabalho.

Na Europa, não estamos à espera do

acordo mundial para actuar. A legislação em

vigor prevê a redução das nossas emissões

em 20% até 2020, bem como a adopção

do objectivo de 30% se outras grandes

economias derem também o seu contributo,

mas a realidade é que atingiremos um nível

de redução de mais de 20%.

A legislação em matéria de efi ciência

energética recentemente aprovada pela UE

permitirá somar alguns pontos percentuais

às nossas reduções, e recentes propostas

legislativas da Comissão Europeia irão

reduzir ainda mais as emissões, quando

forem adoptadas. Trata-se de propostas

relativas às emissões de gases fl uorados,

da silvicultura e agricultura, da produção

de biocombustíveis e dos automóveis de

passageiros e furgonetas. Apresentámos

também uma proposta de legislação sobre

a tributação da energia, de um orçamento

da UE mais respeitador do clima e de uma

reforma do nosso mercado do carbono.

Segundo a CAN Europe, o número fi nal

poderá aproximar-se dos 27% de reduções

de emissões até 2020.

É certo que Doha não foi um êxito

fulgurante, mas houve progressos reais

no sentido do acordo de 2015. Como é

evidente, não é difícil fi carmos frustrados

com o ritmo lento e o baixo denominador

comum das negociações internacionais.

Mas isso signifi ca que devemos desistir?

Podemos permitir-nos fazê-lo? Onde

continuaria o diálogo?

Embora a frustração seja uma “fonte

renovável”, não faz reduzir emissões. Para

ultrapassar a frustração, devemos manter-

nos fortemente focalizados no objectivo

fi nal, que é a assinatura, por todas as partes,

de um acordo climático mundial até 2015.

PAULO PIMENTA

Page 48: 20 DEZ - PÚBLICO

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ESCRITO NA PEDRA

“Todos os negócios que me propõem são maus, porque se fossem bons não mos propunham”André Maurois (1885-1967), escritor e ensaísta francês

I S S N : 0 8 7 2 - 1 5 4 8

QUI 20 DEZ 2012

Contribuinte n.º 502265094 | Depósito legal n.º 45458/91 | Registo ERC n.º 114410 | Conselho de Administração - Presidente: Ângelo Paupério Vogais: António Lobo Xavier, Cláudia Azevedo, Cristina Soares, Miguel Almeida, Pedro Nunes Pedro E-mail [email protected] Lisboa Edifício Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte, 1350-352 Lisboa; Telef.:210111000 (PPCA); Fax: Dir. Empresa 210111015; Dir. Editorial 210111006; Agenda 210111007; Redacção 210111008; Publicidade 210111013/210111014 Porto Praça do Coronel Pacheco, nº 2, 4050-453 Porto; Telef: 226151000 (PPCA) / 226103214; Fax: Redacção 226151099 / 226102213; Publicidade, Distribuição 226151011 Madeira Telef.: 934250100; Fax: 707100049 Proprietário PÚBLICO, Comunicação Social, SA. Sede: Lugar do Espido, Via Norte, Maia. Capital Social €50.000,00. Detentor de mais de 10% do capital: Sonae Telecom, BV Impressão Unipress, Travessa de Anselmo Braancamp, 220, 4410-350 Arcozelo, Valadares; Telef.: 227537030; Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas, SA, Estrada Consiglieri Pedroso, 90, Queluz de Baixo, 2730-053 Barcarena. Telf.: 214345400 Distribuição Logista Portugal – Distribuição de Publicações, SA; Lisboa: Telef.: 219267800, Fax: 219267866; Porto: Telef.: 227169600/1; Fax: 227162123; Algarve: Telef.: 289363380; Fax: 289363388; Coimbra: Telef.: 239980350; Fax: 239983605. Assinaturas 808200095 Tiragem média total de Novembro 42.175 exemplares Membro da APCT – Associação Portuguesa do Controlo de Tiragem

Há sinais concretos de que algo pode mesmo mudar na lei p 18/19

A pseudociência dá gás a uma falsa profecia maia e aumenta o medo das pessoas p 24/25

Cientistas dizem que homicídio foi ordenado por mulher ambiciosa p 29

EUA discutem agora que armas devem controlar

21.12.12: o mundo vai acabar, mas não será já amanhã

Já sabemos como morreu o último grande faraó

Totoloto

2 9 21 40 46 11

5.800.000€1.º Prémio

SOBE E DESCE

Park Geun-hye

É filha de um antigo ditador e tornou-se ontem a primeira mulher

eleita Presidente da Coreia do Sul, confirmando as previsões. Pela frente tem tarefas de peso: a desaceleração económica ou o problema chamado Coreia do Norte. Park diz que tem todas as condições para se dedicar inteiramente ao país por não ter marido ou filhos. Como não é por aí que se vêem as capacidades de um político para governar, a ver vamos o que Park conseguirá fazer pela Coreia do Sul. (Pág. 22)

Vítor Pereira

Bem se pode dizer que à terceira foi de vez para o FC Porto.

Depois de duas derrotas com o Nacional para a Taça da Liga, o campeão nacional vingou-se

na Choupana, com golos de Lucho González e Otamendi. A poucas horas de conhecer o nome do adversário na

Liga dos Campeões, a estreia do FC Porto na terceira competição nacional não podia ter corrido melhor. O Nacional não teve desta vez argumentos para surpreender a equipa treinada por Vítor Pereira. (Pág. 40)

Jorge Jesus

O Benfica também tem razões para estar satisfeito com a estreia

na Taça da Liga, apesar de o Olhanense ter começado melhor. Ao golo da equipa da casa, o Benfica respondeu com golos de Rodrigo e Lima. E Jorge Jesus resolve um dado estatístico negativo que destoava no seu currículo como treinador do Benfica. Desde que chegou ao clube, os “encarnados” nunca venceram em Olhão. Aliás, até ontem era preciso recuar a 1975. (Pág. 40)

Paulo Macedo

Existe desde ontem um sistema informático que permite a médicos,

enfermeiros e ao resto dos cidadãos comunicar incidentes ocorridos nas unidades de prestação de cuidados de saúde. A medida é meritória, já que permitirá melhorar o que está errado ou a funcionar mal na saúde em Portugal. E para que não haja constrangimentos, a notificação é anónima e não resultará na punição dos envolvidos. (Pág. 9)

SOBE E DESCE

Jurista

ASSUNTOS TEMPORÁRIOS

As intrigas certas

Todos os anos há um

número elástico de intrigas

que ajudam a perceber

a discussão pública.

Jornalista que se preze tem

de conhecer as intrigas

certas, tem de as explorar e

repetir. Quando digo “intrigas”,

refi ro-me a um linguajar simplista

que se desenvolve por dicotomias

e serve para infl amar ânimos e

divisões. Algumas são fabricadas

pelos jornais e televisões; outras

vêm dos megafones do governo

ou dos partidos da oposição, os

primeiros interessados na rede de

intrigas.

Vi por aí um livro que ensina

como falar com pose e falsa

erudição sobre livros que nunca

se leu. Ideal para festas ou

tempos embaraçosos. Admito que

a coisa funcione neste registo.

Em Busca do Tempo Perdido?

Uma obra revolucionária em

que o protagonista rememora

o passado, desafi ando a nossa

consciência do tempo e aquilo

que o tempo nos faz. Ana

Karenina? Uma história sobre

uma mulher genuína que deseja

amar contra as convenções de

uma sociedade aristocrática,

repressiva e hipócrita.

Pedro Lomba

O universo das intrigas

políticas assemelha-se a este

guião de frases vazias para iludir

inocentes. O princípio é, aliás,

idêntico: um jornalismo que

segue um roteiro enlatado. Não

forçosamente por dolo. Mas

porque age segundo instintos

pavlovianos.

Vai um velho político do PSD

com ar senatorial à televisão. A

primeira pergunta que lhe fazem

é se este PSD ainda tem alguma

marca social-democrata. Não

interessa tentar pensar sobre o

que era a social-democracia do

PSD nos anos 70 e 80, o que se

tornou depois aqui e no mundo

e o que é e pode ser hoje. Não

interessa perceber em que

medida a geração do poder é

diferente das anteriores. O que

conta é arrancar a ferros uma

frase do entrevistado a respeito

da intriga. E se ele responder

que não vê vestígios de social-

democracia, fi ca cumprida a

intriga. Venha o próximo.

Sobre os partidos da coligação

ou António José Seguro passa-se

o mesmo. A intriga no interior

do PS depende de um nome:

António Costa. Seguro bem pode

ter o partido nas mãos. Mas é

preciso que Costa vá falando,

se possível com mensagens

cifradas, para promover a intriga

dos descontentes ou opositores.

Na coligação também é preciso

ir ouvindo os políticos de um em

busca de ferroadas nos do outro.

A presumível oposição entre

caridade e solidariedade

social, agora em voga,

é mais um momento

de intriga. Contribui

patrioticamente para

a separação clubística entre

adeptos do Estado caritativo e

do Estado social. Que o mundo

seja um pouco mais complexo

do que isso não serve para

nada. Escolham o vosso campo

e, sobretudo, não digam coisas

confusas.

E o que dizer da frase: “Bater

o pé na Europa”? Não há dia em

que não a ouçamos. E também

não há dia em que quem a usa

ajude a decifrar o seu signifi cado

concreto. Mas é preciso continuar

com a intriga de que uns “batem

o pé à Europa” e outros “não

batem”.

É este um dos mais tristes sinais

da irrelevância a que a imprensa

se autocondenou. Só pensa

dentro da intriga. Porque a intriga

faz parte da política e é de certo

modo a política. Mas a política

é também aquilo que precisa de

ser desmontado com um discurso

exterior. Se nos limitamos a servir

destas rações, o que nos resta?

Um público que não existe como

público mas como autor de outras

intrigas e “contra-intrigas”? Uma

sociedade em que uns participam

da intriga e outros se recusam já

a ouvir?

apoio: patrocínio:

FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIANGaleria de Exposições Temporárias

As Idades do Mar

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Terça a domingo10 – 20h (até ao fi nal da exposição)Encerra à segunda e nos feriados de 25 dezembro e 1 janeiro

até 27 janeiro