20 dez - pÚblico
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Portugal avança em 2013 com imagens dissuasorasnos maços de tabacoA Comissão Europeia quer proibir os cigarros de mentol e impor imagens a ocupar 70% dos maços de tabaco a partir de 2015-2016. Em Portugal essas medidas poderão ser aplicadas já no próximo ano Portugal, 10/11
Decisão sobre privatização, que tem como único candidato Efromovich, é tomada hoje. Se o Governo aceitar, TAP jamais será a mesma Destaque, 2/3
CDS quer RTP gerida através da contribuição para o audiovisual, da publicidade e sem um cêntimo do OE P4/5
Ricardo Salgado esteve anteontem no DCIAP acompanhado do advogado Daniel Proença de Carvalho p8
Grandes superfícies, a braços com queda nas vendas, estão a lutar por cada euro disponível no bolso dos consumidores p14
MANUEL ROBERTO
CDS defende uma RTP 100% pública paga só com taxas do audiovisual e publicidade
Ricardo Salgado chamado a prestar declarações no processo Monte Branco
Portugueses travam a fundo nos gastos e nem o Natal vai salvar o comércio
CASA DA MÚSICANUNO AZEVEDO ALERTA PARA O RISCO DE MECENAS SEGUIREM EXEMPLO DO ESTADO Cultura, 26/27
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Pereira Cristovão tinha dados confidenciais do fisco sobre árbitros p38QUI 20 DEZ 2012EDIÇÃO LISBOA
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vel Sériee IIIII
a
Governo não conseguiu melhor oferta para a privatização da TAP
29 NOV / 23 DEZ 10:00 - 20:00
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ESPECIAIS
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VARIA
POR ANTÓNIO NÓVOA e EMÍLIO RUI VILAR
HO
VA
POR
2 | DESTAQUE | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012
PRIVATIZAÇÃO DA TAP
Governo não conseguiu melhor oferta para a TAP
Só há uma certeza. O
Governo quer vender e
Efromovich quer comprar.
A grande dúvida que hoje
se vai colocar, quando a
oferta fi nal do milionário
aterrar no Conselho de Ministros,
é se os interesses das duas partes
coincidem. Ou se colidem. Se voar
das mãos do Estado, a TAP vai tornar-
se numa companhia muito diferente,
para bem e para o mal. Mas se a
decisão for suspender a venda o
problema não fi ca resolvido. Mais
cedo ou mais tarde, a empresa terá
de ser comandada por um investidor
privado.
Como o PÚBLICO noticiou há
duas semanas, a proposta do único
candidato na privatização da trans-
portadora aérea será hoje analisada
pelo executivo de Passos Coelho. O
investidor apresentou uma oferta
superior a 1,5 mil milhões de euros,
dos quais apenas 35 milhões vão en-
trar nos cofres públicos. A restante
fatia será usada para recapitalizar a
companhia, cujos capitais próprios
(diferença entre activo e passivo)
estão negativos em cerca de 400
milhões, e para assumir a dívida
Decisão sobre privatização, que tem como único candidato Efromovich, será tomada hoje. Se o Governo aceitar a oferta, a TAP jamais será a mesma
Raquel Almeida Correia
Fonte: TAP/PÚBLICO/Synergy
O universo e as contas da TAP
-76,8-43,6
24391218
1231975 8203
49,9%
51%51%
Portugália (Companhia de aviação regional)
TAP SA
Megasis (Tecnologias de informação)
UCS (Cuidados de saúde)
Cateringpor (Restauração e catering)
Lojas Francas (Comércio e vendas a bordo)
Groundforce (Operadora de handling)
M&E Brasil (Unidade de manutenção no Brasil)
49,9%
51%51%
Receitas, em milhões de euros
Empresas participadasDados de 2011
Resultado líquido, em milhões de euros Dívida, em milhões de euros Trabalhadores
2011
2001
2011
2001
2011
2001
2011
2001100,2%
Var.76,1%
Var.26,3%
Var.
TAP
anos — vai mudar. O que se sabe para
já das intenções do “noivo” leva a
crer que fará da companhia nacional
uma porta para a Europa das suas
operações na América Latina.
Efromovich detém, através do gru-
po Synergy, a Avianca Brasil (o pri-
meiro negócio que criou no sector)
e 67% do grupo Avianca, que surgiu
da fusão entre a colombiana Avian-
ca e a peruana Taca. Para Kenneth
Button, professor da George Mason
University (EUA) e um dos maiores
especialistas mundiais na indústria
da aviação, não há outra alternativa
para a TAP que não unir-se ao milio-
nário, face à situação fi nanceira da
empresa e à concorrência que en-
frenta, com alianças estratégicas a
acontecer por toda a parte.
A TAP “já precisa há muito tempo
de se envolver num negócio desta
dimensão” porque “lhe dará um
estatuto global”, acredita. O futu-
ro passará por “novas rotas para a
América do Sul”, que servirão os
destinos europeus onde a empresa
já hoje tem ligações, o que reforçará
o hub de Lisboa, prevê, acrescen-
tando que mercados como África
deverão permanecer intocados pelo
potencial de crescimento que têm.
Mas Button alerta para um risco:
para que estas previsões se tornem
(que agora ronda os mil milhões).
“Desde que o investidor apresentou
a última proposta no fi nal da sema-
na passada, não saíram quaisquer
melhorias das negociações”, disse
ontem à noite ao PÚBLICO o secretá-
rio de Estado dos Transportes, Sér-
gio Monteiro, apesar das tentativas
portuguesas de levar um melhor
negócio a Conselho de Ministros.
Não é claro neste momento o que,
exactamente, o governo de Passos
Coelho quis e não conseguiu.
Sendo central, o dinheiro que
Efromovich está disposto a pagar
nunca foi o factor único do negócio.
Há outras peças em jogo quando o
Governo se sentar à mesa para de-
cidir o futuro da TAP. A salvaguarda
do hub (placa giratória) de Lisboa
é uma delas, assim como garantias
em relação à manutenção das rotas
que ligam Portugal às comunidades,
mesmo que não sejam rentáveis. E
há ainda outra carta: a defi citária
empresa de manutenção no Brasil,
de cujos problemas o executivo quer
rapidamente lavar as mãos.
Se o milionário colombo-brasi-
leiro conseguir concretizar o “ca-
samento”, como se tem referido à
compra da TAP, é certo que a trans-
portadora — que sucessivos gover-
nos tentam privatizar há mais de 20
PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | DESTAQUE | 3
12.395
100%
100%
100%
100%
100%100%100%
Peso do negócio da aviação, 2011Em milhões de euros
Défices da operação no Brasil, 2011Em milhões de euros
ReceitasResultado líquido
2131,53,1
63,4-62,7
301,9
Receitas Resultado líquido Valor dos processos contenciosos
Retrato do comprador
A oferta
51,1%Var.
Avianca Brasil (o primeiro negócio de aviação que criou e que detém a 100%)
Grupo Avianca (que detém a 67% e que resultou da fusão entre a colombiana Avianca
e a peruana Taca)
Encaixe líquidopara o Estado
35
Injecção de capital na TAP
316Assunçãode dívida
1,2 mil
Trabalhadores
Frota
Passageiros
6934
Trabalhadores1994
71
9,75 milhões
em milhões
Holding Synergy (que detém a 100%)
Germán EfromovichMilionário com nacionalidade
brasileira, colombiana e polaca
realidade é preciso que “se invista
muito nas operações da TAP”. Efro-
movich já disse que tem dinheiro
para gastar na companhia, nome-
adamente na frota de Airbus enco-
mendada (e em parte já paga) e que
chegará em 2015. Caso o pedido não
seja antecipado, só nessa altura a
empresa ganhará asas para crescer,
pois os aviões mais novos (mais eco-
nómicos) têm cinco anos.
O problema é que, ao mesmo tem-
po que investe, o milionário deverá
avançar com uma dieta forçada para
modelar a transportadora às suas
ambições. “A história recente da
Avianca mostra um realismo empre-
sarial duro muito focado no corte de
custos”, diz o professor norte-ameri-
cano. Efromovich deixou claro, nu-
ma entrevista ao PÚBLICO, que um
dos pontos a que dará especial aten-
ção são os acordos fi rmados com os
13 mil trabalhadores da TAP. Tam-
bém Gavin Eccles, especialista no
sector e consultor da Neoturis (think
tank português da área do turismo),
diz que o controlo de despesas é dos
primeiros passos a dar. “No início,
nada mudará. Mas depois de alguns
meses haverá uma avaliação do ne-
gócio na Europa numa perspectiva
de redução de custos”.
A rede da TAP na Europa é, aliás,
a grande preocupação para Eccles
porque este mercado “está a per-
der dinheiro”. O especialista diz
mesmo que, se for privatizada, a
transportadora aérea estatal poderá
adoptar uma estratégia que outras
concorrentes europeias lançaram:
criar modelos específi cos para es-
tes destinos, assentes nas viagens
low cost, como fez a Lufthansa com
a Germanwings ou a KLM/Air Fran-
ce com a Transavia. “A TAP não fez
nada ainda em relação a isto, mas
não estou certo de que a Synergy
nada faça”, diz.
O consultor acrescenta ainda que
as promessas em relação à manu-
tenção da marca TAP ainda terão de
ver a luz do dia, já que o histórico de
Efromovich, que terá de fi car pelo
menos dez anos com a TAP, aponta
noutra direcção. “Está a mudar to-
das as empresas que compra para
o nome Avianca”, diz. A brasileira
Ocenan Air tornou-se Avianca Bra-
sil e a peruana Taca desapareceu,
recebendo igualmente o nome da
colombiana Avianca.
A privatização da companhia de
aviação nacional, que fi cou inscrita
no memorando de entendimento
assinado com a troika, tem gerado
um grau de contestação que não se
verifi cou noutros negócios, como o
da venda de mais de 20% da EDP à
China Three Gorges, no início des-
te ano, ou a alienação de 100% da
gestora aeroportuária ANA, sobre a
qual o Governo se pronunciará a 27
de Dezembro.
A oposição tem pedido repeti-
damente a suspensão do processo,
como aconteceu ontem à noite na
comissão de Economia e Obras Pú-
blicas, onde o ministro da Economia
foi ouvido. PS, BE e PCP acusam o
Executivo de falta de transparência
e falam da perda de um activo es-
tratégico a “preço de saldo”. Álva-
ro Santos Pereira, que se esquivou
às perguntas alegando a confi den-
cialidade a que está obrigado por
causa das negociações, rejeitou as
acusações.
Também os trabalhadores da em-
presa, que começaram ontem uma
vigília junto ao Conselho de Minis-
tros, têm protestado contra os pla-
nos do Governo, queixando-se de
não terem sido ouvidos ao longo de
todo o processo. Ontem, e após su-
cessivos pedidos de audiência, o se-
cretário de Estado dos Transportes
recebeu os sindicatos, que saíram
da reunião com a certeza de que a
venda da TAP irá para a frente.
Também ontem um grupo de
55 economistas (no qual se inclui
Francisco Louçã, ex-líder do BE, e
o professor João Ferreira do Amaral)
divulgou um manifesto no qual pede
que, tanto a TAP como a ANA, per-
maneçam públicas, argumentando
que se trata de “bens estratégicos
para a economia portuguesa”. O Go-
verno defende esta opção argumen-
tando que há exigências das autori-
dades externas; que a companhia
está impossibilitada, por regras co-
munitárias, de receber dinheiro do
Estado, e que tem hoje 400 milhões
de capitais próprios negativos.
Há, porém, quem encontre nestas
justifi cações “um escape para ex-
plicar algo que é inexplicável”. São
as palavras de João Cravinho, o ex-
ministro do Governo PS de António
Guterres que negociou o primeiro
acordo para vender parte da TAP,
em 1997, com a Swissair (que caiu
por terra três anos depois, com a fa-
lência desta empresa). “Tal como na
altura, o Governo deveria ter avan-
çado logo com uma condição essen-
cial: que o Estado fi casse com uma
participação no capital que permi-
tisse salvaguardar os interesses do
país”, como acontece com algumas
companhias europeias, como a Air
France. “Quem vende 100% não po-
de ter a pretensão de continuar a
mandar.”
1,5mil milhões é o valor global da oferta de Efromovich pelo grupo TAP
35milhões de euros é a fatia que deverá entrar nos cofres públicos
Efromovich está a mudar todas as empresas que compra para o nome AviancaGavin Eccles
Especialista em aviação e consultor da Neoturis
Depois de o secretário de
Estado dos Transportes,
Sérgio Monteiro, ter pedido
para ser “desobrigado” de
ir falar ao Parlamento sobre
a privatização da TAP e de
a secretária de Estado do Tesouro,
Maria Luís Albuquerque ter respon-
dido que só tinha agenda em Janeiro,
o ministro da Economia fez ontem o
discurso de defesa da transparência
do Governo na venda da TAP. “Não
temos nada a temer”, respondeu
Álvaro Santos Pereira à oposição.
Todos os partidos fi zeram pergun-
tas sobre o negócio que hoje vai a
Conselho de Ministros, mas a maioria
das questões fi cou sem resposta. O
ministro, que tutela a TAP e que foi
à comissão da Economia e Obras Pú-
blicas no âmbito do regimento que
obriga a quatro audições por ano, es-
cudou-se na “confi dencialidade a que
está obrigado” porque, àquela hora,
não tinha ainda terminado o proces-
“Transparência total”, prometeu Santos Pereira
so de negociação com Efromovich.
Em resposta às acusações de falta de
transparência, que ganharam força
com as declarações do presidente
do Tribunal de Contas (TC), Santos
Pereira disse que está “tudo claro”.
Na terça-feira, Guilherme d’Oliveira
Martins referiu na Parlamento que a
instituição ainda não tinha recebido
informação sobre a venda, apesar de
o executivo de Passos ter garantido
que o TC acompanharia a privatiza-
ção do início ao fi m. “O Governo irá
enviar todos os contratos e processos
ao TC. Todos os relatórios serão en-
tregues, que não haja a mínima dú-
vida”, assegurou o ministro. Quanto
ao facto de apenas um investidor ter
apresentado uma oferta de compra,
o ministro disse que foi feito “tudo o
que estava ao alcance do executivo”
para atrair mais candidatos. As re-
gras comunitárias impedem entida-
des não-europeias de deterem mais
de 49% da TAP.
4 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012
CDS insiste que cenário ideal é manter RTP pública só com taxa e publicidade
Uma RTP tal como está, com todos
os canais de televisão e rádio, auto-
sustentada através da contribuição
para o audiovisual (cerca de 150 mi-
lhões de euros), da publicidade (40
milhões de euros) e outras receitas
próprias, sem receber um cêntimo do
Orçamento do Estado, mas totalmen-
te dentro da esfera pública. Para o
CDS, este é o cenário ideal para o gru-
po RTP, e tenciona bater-se por ele
junto do primeiro-ministro enquanto
lhe for possível, apurou o PÚBLICO.
É disso que o líder do partido, Pau-
lo Portas, tem tentado convencer o
seu parceiro de coligação, Pedro Pas-
sos Coelho — porque é ao mais alto
nível que o assunto tem de ser deci-
dido, não havendo sequer qualquer
outra pessoa mandatada para o caso.
Como os dois ainda não se entende-
ram — embora já tenham tido uma
primeira conversa —, tem sido difícil
compatibilizar agendas e há ainda
muitos contornos para limar. É pra-
ticamente certo que o dossier RTP já
não vai a Conselho de Ministros até
ao fi nal do ano, como prometeu o
ministro da tutela, Miguel Relvas, e
o próprio chefe do Governo chegou
a afi rmar publicamente.
Embora tencione esticar até onde
puder esta “corda” da manutenção
da RTP a 100% na esfera pública, a
verdade é que o CDS também está
amarrado a um compromisso que
assumiu: o programa de governo que
assinou e que previa a privatização
de uma parte da RTP — na altura se-
ria de um canal. Se já então esse foi
um dos maiores pomos da discórdia
entre os dois líderes e em que Portas
teve de acabar por ceder, o facto de
ter pairado nos últimos meses uma
indefi nição (e até mesmo contradi-
ção) sobre o cenário escolhido por
Miguel Relvas não tem ajudado a que
os centristas alinhem numa decisão
vinda do lado do PSD.
Certo é que no gabinete do minis-
tro da tutela o cenário preferido é
a privatização de 49% do capital do
grupo, assinando depois o Estado um
acordo parassocial com a entidade
privada que ganhar o concurso pú-
blico para que seja esta a assumir a
gestão total da empresa. Ora, essa
modalidade de gestão é uma solução
que, apurou o PÚBLICO, não agrada
aos centristas.
Admitindo que a solução venha de
facto a passar pela privatização de
49% do capital, o CDS preferia que
o Estado mantivesse um controlo o
mais apertado possível. Para isso, de-
veria mesmo manter administrado-
res ou, pelo menos, fazer um acordo
parassocial sufi cientemente blindado
com regras, por exemplo, sobre aqui-
sição de conteúdos e acordos com ou-
tros operadores do sector da comuni-
cação social. É este tipo de regras que
Passos e Portas terão de trabalhar.
Do que o CDS não quer abrir mão
é da salvaguarda da transparência do
processo e da salvaguarda dos inte-
resses do Estado e do serviço público
de televisão e rádio. Por isso, é bem
possível que no caderno de encargos
se exija a identifi cação de todos os
accionistas dos concorrentes e que o
vencedor se sujeite a regras restritas
na gestão da empresa e que o Estado
lhe possa até retirar a empresa, se os
compromissos forem violados.
Para isso, porém, será também ne-
cessário que a Entidade Reguladora
para a Comunicação Social seja mais
competente. Daí que o CDS entenda
que a curto ou médio prazo seja pre-
ciso reabrir o dossier da regulação,
reforçando os seus poderes de fi scali-
zação e os meios à sua disposição, as-
sim como mudar o modo de eleição e
a composição do conselho regulador.
Embora o argumento usado ini-
cialmente por Miguel Relvas para a
privatização fosse o fi nanceiro, agora
que se fala na possibilidade de a RTP
sobreviver sem o Orçamento do Esta-
do, o ministro acrescenta outro argu-
mento: o Estado não deve deter parti-
cipações em áreas como a comunica-
ção social — embora a Lusa também
ainda seja maioritariamente pública.
A tutela já anunciou que 2013 será
o último ano em que a RTP recebe
indemnização do Estado e o seu ex-
presidente Guilherme Costa defen-
deu que a empresa tem condições
para ser auto-sustentável a curto
prazo.
Diferenças de opinião entre Pedro Passos Coelho e Paulo Portas obrigam ao adiamento do dossier RTP para Ja
Dossier RTP só irá a Conselho de Ministros em Janeiro. Passos Coelho e Paulo Portas ainda não chegaram a acordo sobre as salvaguardas que o caderno de encargos tem de garantir
Comunicação socialMaria Lopes
Troca de acusações sobre responsabilidades no caso da RTP atinge o n
Nuno Santos chama “mentiroso” e “miserável” a Castro e diz que Marinho não tem
Apolémica sobre as imagens da RTP chegou ontem ao patamar do insulto. O ex-director de Informação da
RTP Nuno Santos disse que o seu antigo subdirector Luís Castro é “um mentiroso, um miserável e uma pessoa desprovida de carácter” e que o director-geral de Conteúdos da RTP, Luís Marinho, não tem “um pingo de credibilidade”.
Nuno Santos reagia assim às declarações de ambos e também da ex-subdirectora de Produção Ana Pitas, nas audições na Comissão parlamentar de Ética, ontem e anteontem, onde apontaram o ex-director de Informação como o único responsável pela autorização
para que a PSP entrasse na RTP e visse imagens em bruto sobre a carga policial no Parlamento. Todos desmentiram a versão de Nuno Santos de que pensava que o pedido para ver imagens estava relacionado com um incidente sofrido por uma viatura da RTP nesses confrontos e Luís Castro disse mesmo que o ex-director tentou encobrir o caso
de todos os seus superiores, que terá dado diversas versões sobre os acontecimentos e que o tentou responsabilizar pelo que aconteceu.
Em comunicado enviado às redacções no final das audições dos seus antigos director adjunto Vítor Gonçalves e subdirector Luís Castro, Nuno Santos avisa que vai processar os “autores das difamações produzidas no Parlamento”, mas não especifica quem serão os alvos dos processos. O ex-director da RTP está, por seu turno, a ser alvo de um processo disciplinar por parte da administração pelas declarações que fez também quando foi à mesma comissão.
Sobre Luís Castro Santos
PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | PORTUGAL | 5
aneiro
FERNANDO VELUDO/NFACTOS
nível do insulto
m “pingo de credibilidade”diz também: “Uma garantia ele tem — não será alvo de nenhum processo disciplinar da empresa, onde continuará a sua carreira imaculada. Não estranharia, aliás, que fosse promovido nos próximos meses, cumprindo um desejo do gabinete do ministro Relvas.” Luís Marinho é, diz Santos, “uma pessoa sem um pingo de credibilidade que tentou, como seria evidente, tirar o assunto do terreno político que é onde ele está”. Nuno Santos deixa uma palavra de apreço para Vítor Gonçalves, seu antigo director adjunto, ouvido de manhã, de quem diz ter tido um “comportamento digno” e “respostas esclarecedoras”. M.L.
José Fragoso demitiu-se ontem do
cargo de director da TVI alegando
razões pessoais. O jornalista, que se
mudara da RTP, onde era director de
Programação, para o canal da Media
Capital há um ano e meio, é substitu-
ído por Luís Cunha Velho, que já es-
tava a assumir o cargo interinamente
nas últimas semanas. José Fragoso
José Fragoso deixa a direcção da TVI e “sobe” Luís Cunha Velho
tinha praticamente as mesmas atri-
buições que estavam nas mãos de Jo-
sé Eduardo Moniz (antes de sair para
Ongoing) e a Bernardo Bairrão (que
anunciou a sua saída alegadamente
para integrar a equipa governamen-
tal): era o director coordenador da
televisão, acima da direcção de In-
formação, liderada por José Alberto
Carvalho e Judite de Sousa, e repor-
tava directamente a Rosa Cullell, a
administradora delegada.
Luís Cunha Velho está na TVI des-
de 1992 e, de acordo com o comuni-
cado da administração, tem “larga
experiência no sector da televisão
nas mais diversas áreas de compe-
tência que serão de grande valor nas
suas novas responsabilidades pro-
fi ssionais”.
O PÚBLICO tentou, sem êxito, con-
tactar José Fragoso. Quando chegou à
TVI em Junho de 2011, de acordo com
dados da Marktest/MediaMonitor, o
Maria Lopescanal registava 25,1% de audiência
média mensal, tendo tido em Novem-
bro deste ano, segundo a Marktest/
Kantar Media, 27,2%. Em meados
de Outubro, José Fragoso sentiu-se
mal e foram-lhe recomendados vá-
rios exames médicos e algum tempo
de repouso. Na altura especulou-se
que estaria de saída da TVI e a esta-
ção resolveu admitir à imprensa que
Fragoso tinha sido “obrigado a parar
por questões de saúde”.
José Fragoso chegou à TVI em Junho de 2011, substituindo José Eduardo Moniz
JochemsuEd
6 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012
MIGUEL MANSO
Parlamento vota amanhã 250 propostas do PCP sobre as freguesias
O PS e a maioria PSD/CDS mantive-
ram ontem, ao longo do dia, uma
forte divergência em torno de um
pedido de audição, com carácter po-
testativo (obrigatório) ao ministro
Miguel Relvas a propósito da RTP,
na Comissão de Assuntos Constitu-
cionais. O caso será levado à reunião
de presidentes de comissões com a
presidente da Assembleia da Repú-
blica, Assunção Esteves.
O diferendo começou ao fi nal da
manhã quando, durante uma reu-
nião da Comissão de Assuntos Cons-
titucionais, o PS pediu uma audição
potestativa com Miguel Relvas, que
tem a tutela da comunicação social,
numa reunião que seria conjunta
com a Comissão Parlamentar para
a Ética, a Cidadania e a Comunica-
ção. A maioria contrapôs um re-
querimento em que sustentava que
a comissão não tinha competência
para ouvir o ministro sobre aspec-
tos constitucionais da privatização
da RTP. No momento da votação,
os socialistas retiraram-se em sinal
de protesto e a maioria aprovou o
requerimento sozinha.
O tema voltaria a estar no centro
de uma discussão acesa no plenário
pela voz do deputado do PS Jorge
Lacão, que acusou a maioria de im-
pedir o ministro de ir ao Parlamento
por estar envolvida com o Governo
num “processo sem qualquer trans-
PS e PSD/CDS em guerra por causa de audição de Relvas
parência” e por terem “medo de um
debate clarifi cador e intempestivo
sobre o assunto”. Na resposta, o
deputado do PSD Fernando Negrão
alegou que as competências de cada
comissão foram defi nidas no início
de cada legislatura e as da primeira
comissão excluem os aspectos cons-
titucionais relativos à comunicação
social. Jorge Lacão invocou um arti-
go do regimento que prevê reuniões
conjuntas de comissões para “assun-
tos de interesse comum”.
O PCP e o BE colocaram-se do lado
dos socialistas. O deputado João Oli-
veira criticou a maioria por defender
“o peso morto do Governo” e assim
“suspender as regras da normalidade
democrática, impedindo o exercício
de um direito potestativo”. Recebeu
aplausos de deputados socialistas.
Em defesa da maioria, Nuno Ma-
galhães, líder da bancada do CDS,
acusou o PS de se ter tornado “o
partido do incidente, do positivis-
mo excessivo”, e de se “agarrar ao
regimento para o pequeno truque
parlamentar”.
Maratona de votaçõesDivergências entre a maioria e a
oposição também marcaram a con-
ferência de líderes de ontem, que
discutiu uma proposta do PCP para
votar amanhã as 700 propostas de
agregação de freguesias.
A conferência de líderes acabou
por chegar a um acordo para a vota-
ção de 250 propostas de agregação
(uma por cada concelho, mas que
exigirá a leitura do que é proposto),
o que, mesmo assim, deverá reter os
deputados no plenário durante toda
a tarde de amanhã, após o debate
quinzenal com o primeiro-ministro
durante a manhã e sem pausa esta-
belecida para almoço.
Caso RTPSofia Rodrigues
Maioria inviabilizou audição com carácter obrigatório do ministro na Comissão de Assuntos Constitucionais
Na mesma semana em que António
José Seguro estará no Porto — na sex-
ta-feira, a convite da distrital, para
jantar com dirigentes do partido e
candidatos às câmaras municipais
do distrito —, militantes conotados
com a oposição interna antecipa-
ram-se e, a pretexto do Natal, reu-
niram-se num jantar com cerca de
uma centena de pessoas.
Não houve intervenções políticas,
apesar dos apelos feitos nesse sen-
tido, mas houve um tema que atra-
vessou o jantar: António Costa, um
nome que muitos socialistas gosta-
riam de ver à frente do partido. De
resto, o mais recente cartaz sobre o
presidente da Câmara de Lisboa que
diz “Costa, é de ti que a gente gosta”
fez um enorme furor.
Apoiantes do presidente da Fe-
deração Distrital do Porto do PS,
José Luís Carneiro, consideraram
que o jantar serviu para promover
o “divisionismo” no partido, tendo
mesmo sido rotulado como um “jan-
tar de facção”, conforme lhe cha-
mou Fernando Jesus. Contactado
pelo PÚBLICO, o líder federativo
demarcou-se desta posição e disse
que tinha outras preocupações, ten-
tando, assim, esvaziar a importância
do jantar, cuja ideia, curiosamente,
partiu de um apoiante do secretário-
geral do partido, embora o deputa-
do Renato Sampaio, conotado como
próximo do ex-secretário-geral do
PS José Sócrates, tenha sido um dos
impulsionadores do repasto.
“Tratou-se de um jantar de Na-
tal de amigos, o ambiente foi mui-
to agradável, mas inevitavelmente
falou-se de política”, disse ao PÚ-
BLICO Renato Sampaio, ex-líder
do PS-Porto, que deixou um aviso
à direcção do partido: “Há pesso-
as no PS que precisam de exorcizar
fantasmas, o fantasma do município
da Praça de Lisboa e o fantasma de
Paris”, numa alusão a António Costa
e a José Sócrates.
Para além de Renato Sampaio,
estiveram no jantar os deputados
Isabel Santos, Glória Araújo, André
Figueiredo e Manuel Pizarro, presi-
dente da concelhia e candidato pelo
PS à Câmara do Porto.
Jantar no Porto juntou apoiantes de Sócrates
Autárquicas 2013Margarida Gomes
Cerca de uma centena de militantes e deputados do PS juntou-se anteontem e António Costa foi o tema de todas as conversas
Cavaco Silva passou ontem a tarde
na festa de Natal da Presidência da
República, comeu bolo-rei com a fa-
mília e os funcionários de Belém, e
deixou passar o prazo para pedir a
fi scalização preventiva do Orçamen-
to do Estado (OE) para 2013. Isto ape-
sar de ter deixado claro que tem dú-
vidas sobre a sua concordância com
a Constituição da República.
Ao anunciar ele próprio ter em
mãos “pareceres jurídicos aprofun-
dados” sobre o OE, revela que não
estava convicto da sua constituciona-
lidade. Caso contrário, não os teria
pedido. E embora este ano, ao con-
trário de 2011, não ter feito declara-
ções explícitas sobre que tipo de dú-
vidas tinha, as recentes declarações
de Passos Coelho sobre reformas e a
não-resposta do Presidente, foi sen-
do referido que uma das questões de
Cavaco se prende justamente com os
cortes previstos para os reformados.
Para o constitucionalista Jorge Reis
Novais, que foi assessor de Jorge Sam-
paio em Belém, trata-se de uma “situ-
ação inédita”. “Nunca aconteceu um
Presidente ter dúvidas sobre a cons-
titucionalidade do Orçamento que ia
promulgar e mesmo assim fazê-lo”,
afi rmou ao PÚBLICO, convencido de
que o veto do OE não está em cima
da mesa presidencial.
No sábado, o Expresso noticiou que
Cavaco vai promulgar o OE e a seguir
o deverá enviar para o Tribunal Cons-
titucional (TC), solicitando a fi scali-
zação sucessiva da lei, o que permite
que o Orçamento entre em vigor a 1
de Janeiro, remetendo a apreciação
dos juízes e os efeitos dessa decisão
para mais tarde. A notícia não foi des-
mentida, mas o Presidente recusou-
se até agora a antecipar de viva voz a
sua decisão. E o PÚBLICO sabe que a
decisão fi nal ainda não está tomada.
Como explica Reis Novais, a situa-
ção de promulgação e posterior pedi-
do de fi calização sucessiva da cons-
titucionalidade não é comparável à
que aconteceu em 2003, quando o
Presidente Sampaio promulgou o OE
do Governo de Durão Barroso e a se-
guir o enviou para o TC. Nessa altura,
recorda, não havia qualquer dúvida
Presidente tem dúvidas mas não pediu fiscalização preventiva do Orçamento do Estado
de Jorge Sampaio sobre a constitucio-
nalidade material do OE, mas apenas
uma questão formal: alguns sindica-
tos afi rmavam que não tinham sido
ouvidos em aspectos a que a lei obri-
ga. “O Presidente quis na altura dar
um sinal político de que o Governo
devia respeitar os direitos de audição
dos sindicatos”, justifi ca.
Sendo a situação hoje diferente,
que tipo de sinal poderá o Presidente
querer dar, caso venha a pedir a fi sca-
lização sucessiva? “É um sinal institu-
cionalmente muito forte”, considera
outro antigo assessor de Belém, que
preferiu não ser identifi cado. “Se a
fi scalização preventiva, que nunca
aconteceu, significa a ruptura, a
sucessiva signifi ca a pré-ruptura”,
acrescenta.
Jorge Reis Novais tem um entendi-
mento diferente: “Pedir a fi scalização
sucessiva é uma defesa do próprio
Presidente, que se sentiu pressiona-
do dos dois lados e não quer ceder,
mas manifesta dúvidas”. No entanto,
o constitucionalista sublinha a con-
tradição: “Para pedir a fi scalização
sucessiva não precisávamos do Pre-
sidente, muitas entidades o podem
fazer”. Em seu entender, seria “pro-
veitoso para o sistema que o Presi-
dente explorasse as possibilidades
que a Constituição lhe dá”.
O próprio Jorge Sampaio comen-
tou terça-feira à noite, em Coimbra,
a diferença de contexto dos dois mo-
mentos, o seu em 2003 e o de Cava-
co hoje. Embora se tenha recusado a
comentar a possibilidade de o actual
Presidente repetir, na forma, a sua
decisão de 2003, deixou claro que,
naquela altura, o país não estava em
crise. Sampaio considerou que a si-
tuação portuguesa “requer de todos
muita calma e muita ponderação”,
pelo que entende não ser boa ideia
“pugnar agora por aquilo que pode
ser uma instabilidade”.
“Pugnar por aquilo que pode ser
uma instabilidade, quando ainda por
cima temos uma intervenção sobre
nós, quando se fala na hipótese de
para aumentar o salário mínimo ter
de se ir pedir licença à troika, isto
é bem esclarecedor da situação em
que nos encontramos, pelo que a si-
tuação requer muita ponderação”,
enfatizou.
Tribunal ConstitucionalLeonete Botelhoe São José Almeida Possibilidade de promulgar e pedir depois a fiscalização sucessiva é o cenário mais forte em Belém, mas não está garantido
Em 2003, Jorge Sampaio promulgou o Orçamento de Durão e pediu ao TC a fiscalização sucessiva
PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | PORTUGAL | 7
Breves
Justiça
Mário Machado vai pedir liberdade condicionalO Tribunal de Loures fixou ontem em 10 anos o cúmulo jurídico das penas de prisão aplicadas a Mário Machado (que somavam 19 anos e meio), antigo dirigente da Frente Nacional e líder dos Hammerskins Portugal, movimento conotado com a extrema-direita. Machado, que já cumpriu mais de metade dos 10 anos de prisão, vai pedir a liberdade condicional, logo que cesse o regime de prisão em alta segurança, em que se encontra em Lisboa.
Pedro Passos Coelho, presidente do
PSD e primeiro-ministro, acusou on-
tem o PS de “não ter mudado mui-
to desde Sócrates” por insistir em
propostas que coincidem com a
“origem” do problema de Portugal.
Foi uma das críticas que marcaram
a intervenção inicial do líder social-
democrata no Conselho Nacional de
ontem à noite, segundo relatos feitos
ao PÚBLICO.
O líder do PSD referia-se a propos-
tas de António José Seguro como o
Passos Coelho acusou PS de “não ter mudado muito” desde José Sócrates
mou a atenção para a necessidade
de reduzir os gastos estruturais do
Estado para aliviar a carga fi scal dos
portugueses.
Um debate em torno das funções
do Estado e um Orçamento difícil pa-
ra 2013 era a principal expectactiva
dos conselheiros nacionais do PSD,
horas antes da reunião de ontem à
noite, que decorria à hora de fecho
desta edição.
Pelo menos três ministros com-
pareceram: Aguiar-Branco (Defe-
sa), Miguel Macedo (Administração
Interna) e Miguel Relvas (ministro-
adjunto e dos Assuntos Parlamenta-
res). O secretário de Estado-Adjunto
do primeiro-ministro, Carlos Moe-
das, bem como Manuel Rodrigues,
secretário de Estado das Finanças
também não faltaram.
De autárquicas, pouco se esperava
no Conselho Nacional. Pouco antes, a
Comissão Política Nacional aprovou,
fi nanciamento pelo Banco Central
Europeu e a atitude de “fazer de
conta” que Portugal não cumpre o
memorando. Passos Coelho afi rmou
que, se o Governo português tives-
se seguido as propostas de Seguro,
Portugal estaria hoje como a Grécia,
“incapaz de pagar as dívidas”.
O primeiro-ministro também acu-
sou o líder socialista de não querer
fazer as reformas estruturais e de se
recusar a fazer o debate da “refunda-
ção” do Estado. O primeiro-ministro
disse haver uma “responsabilidade
ideológica” do PS que não pode ser
esquecida.
Passos Coelho fez um balanço
muito positivo do programa de ajus-
tamento, tendo considerado que
Portugal fez em cerca de dois anos
o que estava previsto para seis anos,
o que gerou credibilidade.
Em relação ao corte da despesa,
o primeiro-ministro também cha-
Partidos Sofia Rodrigues
No Conselho Nacional, o líder do PSD afirmou que Seguro faz propostas que estiveram na “origem” do problema de Portugal
por unanimidade, a candidatura de
Pedro Pinto, actual vice-presidente
do partido e deputado, à Câmara
Municipal de Sintra. Fica assim con-
fi rmada a escolha de Pedro Pinto,
sobrepondo-se à indicação da con-
celhia de Sintra que tinha avançado o
nome do vereador Marco Almeida.
O conselheiro Luís Rodrigues,
ex-deputado, disse esperar do pre-
sidente do partido uma palavra so-
bre a “refundação do Estado” para
permitir que haja um debate. “Foi
um leitmotiv da campanha, alterar
as funções do Estado, mas até ago-
ra não foi feito”, afi rmou. Acima de
tudo, o conselheiro esperava um
“sinal de esperança e de rumo” pe-
rante o discurso de austeridade. E
queria saber o qual o plano B se no
próximo ano falharem as previsões
e o cumprimento das metas. “O que
é que está previsto se as coisas não
correrem bem?”, questiona.
8 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012
Presidente do Banco Espírito Santo foi notificado pelo Ministério Público para depor como testemunha
A ex-provedora da Casa Pia de Lisboa
Catalina Pestana foi ontem ouvida
no Departamento de Investigação
e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, na
sequência das declarações que fez
sobre alegados casos de pedofi lia
na Igreja.
“Sei que há casos de pedofi lia,
só na diocese de Lisboa conheço
cinco”, disse ao PÚBLICO Catalina
Pestana no sábado, 8 de Dezembro,
depois de afi rmar não estar surpre-
endida com a detenção de um padre,
no Fundão, suspeito de abuso sexual
de menores. Na quarta-feira da se-
mana passada, a Procuradoria-Geral
da República (PGR) determinou a
abertura de um inquérito.
Há pelo menos dois anos que a Re-
de de Cuidadores, uma associação
criada depois do escândalo da Casa
Pia de Lisboa, diz que há casos de
pedofi lia na Igreja, em Portugal. A
associação, fundada pela ex-prove-
dora da Casa Pia e pelo psiquiatra Ál-
varo de Carvalho, dirigiu, em 2010,
uma carta ao cardeal patriarca de
Lisboa D. José Policarpo e a D. Jorge
Ortiga, então presidente da Confe-
rência Episcopal Portuguesa (CEP),
propondo uma “conversa discreta”
sobre “denúncias” de abusos que
lhes tinham chegado.
D. Jorge Ortiga chegou a receber
ambos, mas já explicou que não lhe
foram apresentados casos concretos.
E Manuel Morujão, porta-voz da CEP,
desafi ou: “Que diga os nomes [...],
com provas e não apenas com ima-
ginações.” D. José Policarpo também
fez saber que nunca foi informado de
suspeitas de abusos, ao contrário do
que garante a ex-provedora.
Álvaro de Carvalho diz que as de-
núncias que a Rede tem vindo a que-
rer fazer “não eram casos recentes,
eram casos antigos”, alguns prescri-
tos, ou seja, não diziam respeito a
abusos que estivessem a acontecer
naquele momento. “Mas achámos
que a Igreja devia retractar-se”, co-
mo estava a acontecer em todo o
mundo, em relação a este assunto,
explicou o psiquiatra que, até on-
tem, não tinha sido notifi cado.
A PGR não adianta detalhes sobre
o inquérito agora em curso.
A directora do Departamento Cen-
tral de Investigação e Acção Penal
(DCIAP), Cândida Almeida, teve um
“dia menos feliz” quando se decla-
rou impotente para resolver os pro-
blemas relacionados com fugas de
informação. É pelo menos essa a
opinião da ministra da Justiça, Paula
Teixeira da Cruz.
A divulgação, pela comunicação
social, de buscas à residência e ao
escritório do fi scalista Medina Car-
reira no âmbito do processo Monte
Branco, pôs uma vez mais a questão
da violação do segredo de justiça
na ordem do dia no início do mês.
“Sabemos de onde vêm essas fu-
gas, mas não podemos prová-lo”,
declarou Cândida Almeida. Ontem,
numa entrevista à RTP, a ministra
da Justiça não se coibiu de mostrar
que fi cou desagradada com essas
afi rmações. “Serei contida”, disse
Paula Teixeira da Cruz quando lhe
foi solicitado um comentário. “Di-
rei que todos nós temos dias menos
felizes”.
Na véspera da votação, no Parla-
mento, de várias das reformas do
sistema judicial que tem vindo a
preparar, a governante voltou a re-
petir uma frase polémica, a de que
“o tempo da impunidade acabou”,
esclarecendo que nunca se quis re-
ferir às buscas às residências dos
antigos ministros socialistas, mas
sim “à cultura que existe em Por-
tugal segundo a qual o dinheiro re-
solve tudo”.
“Falta irem para trás das grades
todos os que têm meios para se exi-
mirem à justiça”, sublinhou Paula
Teixeira da Cruz, numa referência
aos sucessivos recursos judiciais
com que os mais abonados evitam
ou, pelo menos, adiam a prisão. A
partir de agora, prometeu, tudo vai
ser diferente: “No processo civil eli-
minámos os incidentes dilatórios
praticamente todos”. Criticando a
tradição portuguesa de “o poder
económico viver colado ao poder
político”, a ministra da Justiça admi-
tiu que ainda não conseguiu acabar
com a “esquizofrenia” do sistema
judicial: “Esta não é a minha justi-
ça... ainda”.
O presidente do Banco Espírito San-
to (BES), Ricardo Salgado, foi noti-
fi cado pelo Ministério Público para
prestar declarações, na qualidade de
testemunha, no âmbito do processo
Monte Branco que investiga uma rede
dedicada à fraude fi scal e ao branque-
amento de capitais. Ricardo Salgado
esteve anteontem durante algumas
horas no Departamento Central de
Investigação e Acção Penal (DCIAP),
acompanhado pelo advogado Daniel
Proença de Carvalho, que ontem não
esteve disponível para confi rmar a
diligência.
Confrontado pelo PÚBLICO, um
representante do banqueiro confi r-
mou a inquirição do presidente do
BES, realçando que as declarações
foram prestadas a título voluntário.
O mesmo responsável justifi cou os
esclarecimentos com notícias veicu-
ladas pelos media. “Na sequência de
uma vaga de notícias, baseadas em
rumores especulativos, recentemen-
te veiculadas por alguns órgãos de
comunicação social, informa-se que o
dr. Ricardo Salgado se prontifi cou vo-
luntariamente a prestar os esclareci-
mentos que fossem considerados ne-
Catalina Pestana já foi ouvida no DIAP
Ministra diz que Cândida Almeida não foi feliz
Ricardo Salgado chamado a prestar declarações
cessários pelas autoridades com vista
ao cabal esclarecimento dos factos”,
adiantou. Formalmente, o DCIAP não
comenta a inquirição de Ricardo Sal-
gado, invocando o segredo de justiça.
“O processo encontra-se em segredo
de justiça, pelo que, neste momen-
to, não é possível prestar qualquer
informação”, respondeu o DCIAP
numa resposta enviada ao PÚBLICO.
O processo Monte Branco iniciou-
se em Junho de 2011, na sequência
de informação recolhida no quadro
da investigação ao BPN e de factos
conhecidos por via da prevenção do
branqueamento de capitais. Os in-
vestigadores estão a reconstruir o cir-
cuito fi nanceiro usado por um grupo
de gestores de fortunas suíço (Akoya
Asset Management) e os seus clientes
portugueses, que recorriam a um in-
termediário, conhecido como Zé das
Medalhas, para ocultar a entrada e a
saída de dinheiro no país. Uma conta
do BPN IFI seria usada para fazer cir-
cular os fundos. Em Junho passado,
o DCIAP dizia ter identifi cado fl uxos
fi nanceiros, desde 2006, que corriam
através daquela conta, de cerca de
200 milhões de euros.
Em Julho, o BESI foi alvo de bus-
cas que se estenderam ainda à Cai-
xa BI, do grupo CGD, no quadro da
operação Monte Branco. Segundo foi
então revelado pelos investigadores,
“o DCIAP pretende esclarecer e in-
vestigar a intervenção e conduta de
alguns dos assessores fi nanceiros do
Estado nos processos de privatização
da REN e EDP”.
Na altura, explicaram, que “não es-
tá em causa o sentido da decisão fi -
nal assumida naquelas privatizações,
mas tão-só a investigação criminal de
condutas concretas de alguns interve-
nientes naqueles dossiers.” O DCIAP
estaria a investigar alegadas irregu-
laridades associadas aos contratos
da privatização da EDP e da REN,
envolvendo, por exemplo, suspeitas
de tráfi co de infl uências e abuso de
informação. Ricardo Salgado e o pre-
sidente do BESI foram alvo de escutas
durante uns meses no âmbito deste
inquérito.
RINCESS MONONOKE
Caso Monte BrancoMariana Oliveira
Justiça Andreia Sanches
JustiçaAna Henriques
Banqueiro foi à inquirição do procurador Rosário Teixeira acompanhadodo advogado Daniel Proença de Carvalho
Inquérito a declarações sobre pedofilia na Igreja foi pedido há uma semana. Ex-provedora da Casa Pia prestou declarações ontem
Paula Teixeira da Cruz criticou declaração de impotência da directora do DCIAP no que respeita às fugas de informação
Os gestores de fortuna Michel Canals e Nicolas Figueiredo, arguidos no processo Monte Branco,
foram libertados em Outubro depois de cinco meses em prisão preventiva, tendo ficado obrigados a prestar, cada um, uma caução de 200 mil euros. Os administradores da Akoya ficaram ainda proibidos de se deslocar para o estrangeiro (o Expresso noticiou que foram autorizados a passar o Natal fora) e de contactar com os clientes da sociedade. A libertação ocorreu após várias inquirições dos arguidos, que estão a colaborar com as autoridades.
Colaboração vale liberdade a gestor
PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | PORTUGAL | 9
O Ministério da Agricultura, Mar,
Ambiente e Ordenamento do Ter-
ritório, liderado por Assunção Cris-
tas, entende que “não há qualquer
polémica” na demissão de três dos
quatro dirigentes da sua inspecção-
geral, esta semana, apenas nove me-
ses após terem sido nomeados.
O responsável pela Inspecção-Ge-
ral da Agricultura, Mar, Ambiente e
Ordenamento do Território (IGAMA-
OT), Pedro Portugal Gaspar, apre-
sentou a sua carta de demissão na
Ministério nega conflito nas demissões na Inspecção-Geral da Agricultura e Ambiente
segunda-feira, alegando “razões
pessoais”. Ao PÚBLICO Pedro Por-
tugal confi rmou a demissão, mas
não quis entrar em mais detalhes,
argumentando que ainda está em
funções até ao fi nal do mês.
Juntamente com Pedro Portugal
demitiram-se as subinspectoras-
gerais Gabriela Duro e Ana Paula
Simão. Uma terceira subinspectora-
geral, Lisdália Portas, manteve-se
no cargo.
A demissão esteve em parte rela-
cionada com desacordos na forma
como as estratégias para a entidade
estavam a ser delineadas. O modo
como se pretendia enquadrar as
questões da agricultura na estraté-
gia da IGAMAOT daqui para a frente
foi um foco de tensão entre o ins-
pector-geral e a ministra Assunção
Cristas.
Uma reunião realizada na semana
passada sobre esta matéria terá pre-
cipitado a demissão. A subinspecto-
ra-geral que permanece na IGAMA-
OT tem a seu cargo as questões da
agricultura.
É um primeiro sinal público de
um confl ito que várias vozes ante-
viram como provável desde que a
agricultura e o ambiente — áreas que
estiveram em campos opostos em
muitas batalhas no passado — se jun-
taram sob um mesmo chapéu, sob a
tutela de Assunção Cristas.
O Ministério da Agricultura, Mar,
Ambiente e Ordenamento do Ter-
ritório não confi rma, porém, esta
leitura. Segundo Rui Lopes da Silva,
assessor de imprensa de Assunção
Cristas, a saída das duas subinspec-
toras foi uma consequência natural
da demissão de Pedro Portugal, já
que tinham sido convidadas por este
para integrarem a sua equipa. “Não
há qualquer polémica nestas demis-
sões”, afi rma Rui Lopes da Silva.
GovernoRicardo Garcia
Pedro Portugal, responsável pela IGAMAOT, alega razões pessoais, mas o desenlace era previsível face à junção das duas áreas
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Desde ontem, os médicos, os enfer-
meiros e o resto dos cidadãos, em
geral, dispõem de um sistema infor-
mático que lhes permite comunicar,
sem receio de represálias, quaisquer
incidentes ocorridos nas unidades
de prestação de cuidados de saúde.
A notifi cação é anónima e nunca re-
sultará na punição dos envolvidos,
assegura o director-geral de Saúde
(DGS), Francisco George, que frisa
que “aquela ferramenta só será usa-
da para a promoção da segurança e
da qualidade dos serviços”.
Prometido há três anos, o Sistema
Nacional de Notifi cação de Inciden-
tes e Eventos Adversos (SNNIEA) está
alojado na página da DGS. Ali, são
disponibilizados dois formulários,
um destinado aos profi ssionais de
saúde, outro aos cidadãos em geral.
O que os diferencia é o tipo de conhe-
cimentos médicos necessários para
os preencher, já que num e noutro
caso não são identifi cáveis o autor da
comunicação, os profi ssionais envol-
vidos no incidente ou o doente que
dele foi vítima. Apenas a unidade de
saúde, cujo gestor local, de acordo
com as normas, se limitará a confi r-
mar a veracidade da “notifi cação”,
a validá-la, se for caso disso, e a pro-
mover “um plano de melhoria” que
evite a repetição do incidente.
O sistema, acredita o director do
Ministério da Saúde aberto à comunicação de erros sob anonimato
Departamento de Qualidade da DGS,
Alexandre Diniz, “poderá ainda ser
afi nado”, mas dispõe do essencial pa-
ra ter êxito: o anonimato. “Não é uma
especifi cidade portuguesa – também
a nível internacional se verifi ca que
o medo de represálias e de punições
faz com que muitos dos erros e inci-
dentes não sejam reportados, o que
leva a que as condições para que eles
ocorram se mantenham inalteradas”,
comentou ao PÚBLICO.
Os termos usados são escolhidos
cuidadosamente: quem recorre àque-
le sistema não está a fazer uma “recla-
mação”, uma “queixa” ou uma “de-
núncia”, mas apenas uma “notifi ca-
ção” ou uma “comunicação”. E, para
que não haja dúvidas, o cidadão que
tem esse objectivo é convidado, as-
sim que entra no sistema, a usar, em
alternativa, o livro de reclamações, a
partir do qual poderá fazer chegar a
queixa à Inspecção-Geral de Saúde.
Quem faz “a notifi cação” recebe um
código que lhe permite acompanhar
os efeitos da sua iniciativa, desde o
momento da recepção da comuni-
cação até à resolução do problema.
As situações que podem justifi car
o recurso a este sistema são similares
às que dão origem às queixas. Com
uma diferença: uma situação que te-
nha colocado o doente em risco (o tal
incidente), mesmo sem provocar da-
nos (ou efeitos adversos), merece ser
notifi cada, explica Alexandre Diniz.
Isto, porque quer a nível local, quer
nacional (através do tratamento esta-
tístico) o objectivo é, precisamente,
detectar situações de risco que se re-
petem e evitá-las. Em casos-limite,
aponta, isso pode ser feito através
da criação de normas para todas as
unidades de saúde.
As quedas (de macas, de camas ou
na casa de banho) são exemplos de
algumas das situações que aquele
especialista acredita que serão noti-
fi cadas. Mas há outras que podem ser
seleccionadas no formulário, como
a tentativa de suicídio do doente, fa-
lhas na utilização de equipamentos e
a medicação incorrecta ou infecções.
Um estudo-piloto apresentado há
um ano permitiu à DGS concluir que
não existia em Portugal “uma cultu-
ra de segurança”. De entre os 2477
profi ssionais de saúde que respon-
deram (apenas 11%), 73% disseram
não ter reportado qualquer erro no
ano anterior e 77% assinalaram es-
tar de acordo com a afi rmação de
que o seu superior hierárquico não
dava atenção a problemas relacio-
nados com a segurança do doente,
ainda que estes ocorressem repeti-
damente.
Saúde Graça Barbosa Ribeiro
Plataforma informática torna possível reportar incidentes que ocorram nas unidades de saúde sem medo de represálias
Incidentes podem ser relatados por médicos ou doentes
“BOA É A VIDA, MAS MELHOR É O VINHO.”
Fernando Pessoa
Seja responsável. Beba com moderação.
10 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012
Novos maços de tabaco com imagens ou avisos de advertência já em 2013
Impor imagens de alerta nas emba-
lagens de tabaco e banir os “aromas
distintivos”, como o mentol, são dois
dos pontos-chave da nova proposta
de revisão da directiva do tabaco,
apresentada ontem pela Comissão
Europeia. O objectivo é que as novas
normas sejam adoptadas até 2014 e
que entrem em vigor a partir de 2015-
2016 em todos os Estados-membros.
Porém, segundo o director-geral da
Saúde, Francisco George, Portugal
poderá aplicar estas medidas já no
próximo ano.
“As normas que hoje foram anun-
ciadas pela Comissão Europeia estão
observadas nos trabalhos técnicos de
revisão da Lei do Tabaco”, confi rma
o director-geral da Saúde. Francis-
co George afi rma ainda que a “parte
técnica” da revisão da lei portuguesa
está concluída, aguardando-se ape-
nas o agendamento da discussão e
decisão política. A expectativa é que
a vertente política da revisão esteja
concluída no próximo ano e, assim
sendo, as normas agora ditadas pela
Comissão Europeia serão aplicadas já
em 2013 em Portugal, antes do prazo
dado pela Comissão Europeia, que
aponta para a entrada em vigor em
2015-1016. “Nós teremos essas regras
antes”, garante o director-geral. So-
bre as propostas de revisão da lei,
Francisco Goerge recusa adiantar
pormenores, revelando apenas que
sobre a proibição de fumar em espa-
ços públicos fechados “o princípio é
não haver excepções”.
A Comissão Europeia adoptou
ontem uma proposta de revisão
da directiva do tabaco que impõe
novas regras para tornar o “vício”
menos atractivo, sobretudo para os
jovens. Entre outras novas regras,
pretende-se proibir os cigarros, ta-
baco de enrolar ou produtos de ta-
baco sem combustão que apresen-
tam “aromas distintivos”, como o
popular mentol. Mas há mais. “Os
maços de cigarros serão diferentes
no futuro?” é uma das perguntas no
documento que apresenta as novas
medidas. A resposta é inequívoca.
“Sim”. A proposta prevê a aposição
de advertências ilustradas obrigató-
rias nas faces dianteira e traseira dos
maços, cobrindo 75% das respectivas
Tabaco mata 16 vezes mais que os acidentes de carro na UE
Onde estão os fumadores O que se gasta com o tabaco na UE
Causas de mortes anuais na União Europeia
Maioria dos europeus nunca fumou
Fonte: Comissão Europeia
Fumadores:0 a 25%
Fumadores:35 a 30%
Fumadores:31 a 100%
Acidentes de trabalho
VIH/Sida
Homicídio
Suicídio
Drogas
Acidentes de automóvel
Tabaco 700.000
43.000
44% 56%
38.396
33.300
18.573
9300
5000
51%
ParoudefumarNunca fumou Fumam 28%21%
Razões para deixar de fumar
Saúde
60%
Preço
35%
Pressão de amigosou familiares
30%
milhões de euros25.000
milhõesde euros
8300
Gastos comtratamento
de doenças Perdas com oabsentismo dos
fumadores
superfícies”. Além da frente e trás, os
maços também terão de ter avisos
suplementares nos dois lados que
cubram 50% da superfície. “Num
maço de cigarros normal sobrará
30% da superfície para os elementos
relacionados com a marca, a menos
que um Estado-membro opte por
embalagens genéricas e possa justi-
fi car essa escolha”.
Segundo uma sondagem Eurobaró-
metro divulgada este ano, em média,
60% dos cidadãos da União Europeia
apoiam medidas que tornem o tabaco
menos visível e atractivo, tais como
manter os produtos do tabaco pouco
visíveis nos locais de venda ou restrin-
gir a utilização de aromas.
O mesmo inquérito mostra ainda
que 33% dos fumadores e ex-fuma-
A Comissão Europeia quer proibir os cigarros de mentol e impor imagens a ocupar 70% dos maçosde tabaco a partir de 2015-2016. Em Portugal essas medidas poderão ser aplicadas já no próximo ano
Saúde públicaAndrea Cunha Freitas
dores consideram que as advertên-
cias relativas à saúde nos maços de
tabaco têm ou tiveram impacto sobre
as suas atitudes e comportamentos
face ao tabagismo.
A Comissão Europeia também quis
reagir aos novos desafi os e apresenta
medidas sobre os cigarros electró-
nicos, uma novidade que surgiu no
mercado após a aprovação da direc-
tiva actualmente em vigor e que data
de 2001. Assim, os cigarros electró-
nicos “abaixo de um determinado
teor de nicotina são autorizados no
mercado, mas devem ostentar adver-
tências de saúde; acima deste teor,
tais produtos apenas são permitidos
se forem autorizados enquanto me-
dicamentos, tais como terapias de
substituição da nicotina. Os cigarros
à base de plantas terão de ostentar
advertências de saúde”. Por fi m, a co-
missão mantém também a proibição
do tabaco oral (snus) que já existe
desde 1992.
Na apresentação da proposta de
revisão, Tonio Borg, comissário eu-
ropeu para a Saúde e Políticas de
Consumo, lembrou que o tabaco é
o maior risco de saúde evitável na
Europa. “Todos os anos, o tabaco
mata quase 700 mil cidadãos: isto
signifi ca que uma cidade do tamanho
de Frankfurt ou Palermo é varrida do
nosso mapa todos os anos!”, decla-
rou no seu discurso, que serviu ain-
da para lembrar que os fumadores
morrem jovens. “Metade de todos os
fumadores vivem, em média, menos
14 anos do que os não-fumadores. E
os fumadores passam ainda uma par-
te considerável da sua vida com uma
saúde débil”.
O comissário falou ainda noutro
tipo de preço a pagar por causa do
tabaco. “Tratar as doenças relacio-
nadas com o tabaco custa – numa
estimativa muito conservadora –
25 mil milhões de euros todos os
anos. E as perdas de produtividade
associadas ao tabaco ultrapassam
os 8 mil milhões por ano”. “A nos-
sa abordagem é muito ambiciosa “,
reconheceu Tonio Borg, resumindo
os objectivos da acção da CE: dar
informação mais clara aos consu-
midores sobre a natureza do produ-
to”. “O tabaco deve parecer e saber
a tabaco!” e proteger as crianças e
jovens. “Deixem-me que vos lembre
que 94% dos fumadores começam a
fumar antes dos 25 anos”. Só 30% do espaço de um maço de tabaco será ocupado pela marca
DR
PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | PORTUGAL | 11
33,3Mil milhões de euros são gastos todos os anos na UE devido ao tabaco. O número inclui gastos com doenças e as perdas com o absentismo dos fumadores.
94% Percentagem de fumadores europeus que começaram a fumar antes dos 25 anos. As novas normas visam sobretudo desencorajar os mais jovens.
Perfil
Um português à frente da maior associação mundial de produtores
O gosto pela produção agrícola é contemporâneo ao seu nascimento. Filho de pais produtores de
tabaco, cresceu a ouvir falar de agricultura e tomou-lhe o gosto.
Quando Portugal entrou na União Europeia (UE) o negócio do tabaco chegou a Portugal e a Tabaqueira fez um projecto-piloto e foi parar a Idanha-a-Nova. António Abrunhosa decidiu nessa altura investir na produção de tabaco. Começou “com uma pequena produção, mas no apogeu chegou a produzir 50 toneladas de tabaco”, explica . O negócio
havia de encerrar “devido ao congelamento dos rendimentos por parte da UE”.
Enquanto foi produtor chegou a ser presidente da Associação Portuguesa de Produtores de Tabaco. Acabou tesoureiro da Associação Europeia de Produtores de Tabaco e foi num congresso promovido por essa associação que, após “um discurso eloquente e fundamentado”, o convidaram a participar na ITGA. Valeu-lhe a formação em Economia e a experiência como produtor, para em 1999 se juntar à equipa. Ocupa desde então o
cargo de secretário-geral. Pela proximidade e afinidade com Castelo Branco, pediu que a sede se fixasse nesta cidade portuguesa. Pretende resgatar o negócio do tabaco para Portugal.
Ao PÚBLICO, garantiu que “se os preços do mercado passarem para os quatro dólares, a nível mundial, será rentável voltar a produzir tabaco em Portugal”. A infra-estrutura está montada, a faltar fica a fábrica de processamento, mas isso não é um entrave, visto que “do outro lado da fronteira há fábricas a 80 quilómetros”. C.R.
A revisão da directiva europeia de
produtos de tabaco e a proposta da
Organização Mundial de Saúde (OMS)
para o controlo do tabagismo inquie-
tam produtores e associações de ta-
baco, que advertem que estas medi-
das restritivas acabarão por ter um
efeito contrário. Além disso, dizem
ainda, vão colocar em risco milhões
de agricultores e “400 mil postos de
trabalho na União Europeia”.
Segundo os produtores, as medi-
das agora adoptadas (ver texto na
página ao lado) levam ao “aumen-
to do contrabando, contrafacção”
e afectam indiscutivelmente “os
produtores pobres e os produtores
de média qualidade”. “Cerca de 30
milhões de agricultores serão afec-
tados em todo o mundo”, com a
proposta da OMS aprovada no dia
12 de Novembro, em Seul, disse ao
PÚBLICO António Abrunhosa, se-
cretário-geral da maior associação
do sector, a Associação Internacio-
nal de Produtores de Tabaco (ITGA,
no acrónimo em inglês).
A proposta da OMS prevê a regu-
lamentação das épocas de cultivo,
a redução da área estabelecida às
plantações de tabaco e contempla,
à semelhança da directiva europeia,
a adopção da embalagem genérica.
Abrunhosa, que representa mais de
30 milhões de agricultores pelo mun-
do fora, avisa que as mudanças “não
terão um impacto muito signifi cativo
Produtores garantem que medidas terão efeito contrário
no consumo”, nem na saúde pública,
porque “quem fuma não vai deixar
de fazê-lo”, mas atingem “indiscuti-
velmente a produção”.
Os principais lesados vão ser “os
produtores de American Blend” ou
seja os de média qualidade, que com
a proposta da OMS vêem proibido o
uso dos ingredientes deste tipo de ta-
baco. Este produtores “representam
90% do mercado nacional e 80% do
mercado europeu”.
No contexto Europeu, caso Bruxe-
las não reequacione a questão dos
ingredientes, poderão estar “em
risco 400 mil postos de trabalhos”,
85 mil dos quais na área da produ-
ção, uma vez que a reconversão dos
terrenos de plantações de tabaco é
difícil. “É complicado investir nou-
tras culturas mais intensivas, uma
vez que estamos a falar de produto-
res pobres”, esclarece o secretário-
geral da ITGA.
Abrunhosa classifi ca ainda a pro-
posta da OMS de “desigual”, pelo
facto de cinco dos oito maiores paí-
ses exportadores do mundo — EUA,
Zimbabwe, Malawi e Indonésia — não
terem assinado o tratado de redução
do consumo de tabaco, ou seja “não
vão ser condicionados pela decisão
tomada em Seul”, explicou. Índia e
Brasil são dois dos oito grandes ex-
portadores que eventualmente po-
dem sair prejudicados, sendo que
no caso da Índia “as consequências
serão devastadoras”, pois mais de 20
milhões de pessoas estão ligadas ao
negócio do tabaco e “não há alterna-
tivas de cultura”.
Cenário semelhante aconteceu já
em Portugal, quando a única fábrica
de produção de tabaco, em Idanha-
a-Nova, fechou e os seus 1500 traba-
lhadores acabaram no desemprego.
Na altura a fábrica produzia cerca de
85% do tabaco português.
Questionado sobre um possível
consenso entre a ITGA e a OMS,
Abrunhosa retorquiu que a “a única
vez que fomos ouvidos [produtores]
foi há dez anos em Brasília, durante
cinco minutos para cada país”.
Um dia depois das comemorações
do Dia Mundial do Produtor de Ta-
baco, produtores do mundo inteiro
entregaram uma petição junto dos
vários representantes governamen-
tais em forma de protesto.
Carla Romeiro
António Abrunhosa, responsáveldos produtores de tabaco
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Número Nacional/Chamada Local
12 | LOCAL | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012
“Próxima paragem, Oeiras”, avisam
os altifalantes. Mas é difícil imagi-
nar que alguém consiga entrar ou
mesmo sair do comboio. Uma massa
compacta de utentes, imóvel, preen-
che todo o espaço à frente das por-
tas. Os corredores estão repletos.
Desde o Monte Estoril que já não
há lugares sentados. O comboio pas-
sou ali às 8h10, e já ninguém sabia
se era o das 8h04 que chegava atra-
sado ou o das 8h16 que vinha adian-
tado. Se há coisa que os utentes dos
comboios suburbanos da região de
Lisboa não têm conseguido saber
nestas últimas duas semanas é pre-
cisamente esta: a que horas passa o
próximo comboio?
A supressão de comboios nas ho-
ras de ponta tem sido uma constan-
te este mês em linhas suburbanas,
em particular a que liga Lisboa a
Cascais. E enquanto os utentes se
desesperam com os atrasos e as
composições lotadas, a CP e os tra-
balhadores da empresa atiram as
culpas uns para os outros.
No seu site, a transportadora in-
forma que, até 24 de Dezembro, ha-
Utentes desesperam com problemas e ninguém sabe de quem é a culpa
verá “perturbações e supressões” na
circulação de comboios urbanos, re-
gionais e inter-regionais, “por moti-
vo de greve convocada por diversas
organizações sindicais”. O aviso da
CP refere o dia 9 de Dezembro para
o início dos problemas. Mas os sin-
dicatos rejeitam responsabilidades.
“A CP tem estado a passar uma infor-
mação para fora que não correspon-
de à verdade”, afi rma José Manuel
Oliveira, coordenador da Federação
dos Sindicatos de Transportes e Co-
municações (Fectrans).
Há, de facto, uma greve em curso
às horas extraordinárias. Mas, se-
gundo a Fectrans, este protesto já
tem oito meses, sem que houvesse
até agora o tipo de transtornos que
os passageiros estão neste momento
a enfrentar. A razão, diz José Manuel
Oliveira, é outra: a CP pôs muitos
trabalhadores de férias ao mesmo
tempo.
O sindicalista diz que a empresa
recusou pedidos de férias ao longo
dos meses e, agora que o fi m do ano
se aproxima, viu-se obrigada a mar-
cá-las. Os trabalhadores foram para
casa e o resultado é que se tem vis-
to na região de Lisboa. “Houve aqui
má gestão”, conclui José Manuel Oli-
veira. A situação deve melhorar nos
próximos dias, segundo a Fectrans,
pois muitos trabalhadores já estão a
regressar das férias.
A Comissão de Utentes da Linha
de Cascais — onde as supressões de
comboios têm causado mais trans-
tornos — reitera que os problemas
nada têm a ver com a greve e “exige
da CP explicações cabais”, segundo
um comunicado difundido terça-
feira. Os utentes dizem ainda que
as perturbações não são “indisso-
ciáveis do ‘plano estratégico’ deste
Governo para privatizar a Linha de
Cascais”.
O PÚBLICO contactou a CP na
manhã de ontem, mas até ao meio
da tarde não tinha obtido resposta
a uma série de perguntas. Seja qual
for o motivo, os problemas repetem-
se todos os dias: comboios suprimi-
dos, carruagens lotadas, atrasos na
circulação.
No interior do comboio que on-
tem passou no Monte Estoril às 8h10,
a paragem em Oeiras é quase uma
revolução. Uma das portas falha na
hora H em que muitos querem sair
e mais pessoas ainda querem entrar.
Os passageiros contorcem-se para
percorrer o corredor da carruagem,
que está repleto, até conseguirem
deixar a composição. Uma passagei-
ra tenta abrir a janela, um pequeno
rectângulo num dos vidros da car-
ruagem. “Está trancada”, queixa-se.
Outra desaconselha uma amiga ao
telefone: “É melhor apanhares a ca-
mioneta. Isto está impossível”.
Quando todos os que estavam
fora entram, já não há espaço para
uma molécula de ar. O comboio não
se move e ouve-se dos altifalantes:
“Pedimos aos senhores passageiros
para não forçarem as portas”. Há
um que não se contém e desabafa:
“Devem estar a brincar...”
ComboiosRicardo Garcia
É na Linha de Cascais que a circulação tem sido mais afectada. CP e trabalhadores dão versões diferentes para a actual situação
NUNO FERREIRA SANTOS
Comboios suprimidos, carruagens lotadas e atrasos na circulação: tem sido assim nas linhas suburbanas
A disparidade do PIB per capita
entre as sub-regiões portuguesas
(NUTS) agravou-se de 2009 para
2010, com a Grande Lisboa e a ser-
ra da Estrela mais afastadas nos ex-
tremos, revelou ontem o Instituto
Nacional de Estatística.
De acordo com os resultados fi -
nais das Contas Regionais de 2010,
“as assimetrias do PIB per capita
entre as trinta regiões NUTS III são
muito signifi cativas e atingem a sua
expressão máxima na comparação
entre as regiões da Grande Lisboa
(166,5 pontos de índice) e da ser-
ra da Estrela (52,1)”. Os números
fazem parte dos Índices de Dispa-
ridade Regional do PIB per capita,
em que é atribuído o valor 100 à
média nacional.
De acordo com os dados, a dife-
rença entre os dois extremos é de
114,4 pontos, quando em 2009 era
de 113,8 (Grande Lisboa tinha 167,5
pontos e a serra da Estrela 53,7).
Os dados mostram que a riqueza
média gerada por um habitante da
Grande Lisboa representa mais do
triplo da que é gerada por quem
reside na sub-região da serra da
Estrela — “sinal de desertifi cação e
de falta de actividade económica”
no interior, explicou à Lusa Pires
Manso, professor catedrático do
Departamento de Gestão e Econo-
mia da Universidade da Beira Inte-
rior (UBI), na Covilhã.
PIB per capita coloca Grande Lisboa e serra da Estrela nos extremos opostos
Se é verdade que na serra da Es-
trela “há poucos habitantes por
natureza”, o PIB per capita “não
teria de ser necessariamente bai-
xo: há zonas de montanha com
actividades que geram dinâmica
económica, mas não é o caso”, la-
menta o investigador. Pires Man-
so, que coordena o Observatório
de Desenvolvimento Económico e
Social (ODES) da UBI, alerta para
um cenário crónico em que “as pes-
soas ainda fogem do interior para
se concentrar no litoral”. Teme,
por isso, que a contracção da ac-
tividade económica em relação ao
resto do país seja ainda mais grave
do que sugere a disparidade do PIB
per capita.
Tal como em 2009, entre as
regiões NUTS II, Lisboa, Região
Autónoma da Madeira e Algarve,
ultrapassaram a média nacional,
com índices, respectivamente, de
139,7, 129,7 e 103,2 no ano de 2010,
mostra o INE.
No Alentejo as maiores dispari-
dades registaram-se entre o Alen-
tejo Litoral (139,3) e o Alto Alentejo
(80,9); na Região Centro, entre o
Baixo Mondego (100,7) e a serra
da Estrela (52,1); e entre o Grande
Porto (101,1) e o Tâmega (55,7) na
Região Norte.
Já em relação a 2011, os dados
mostram que as regiões do Algar-
ve, Madeira e Lisboa foram as que
sofreram maior contracção da acti-
vidade económica. O INE sublinha
que o PIB decresceu “mais acentu-
adamente do que a média nacional
[-1,6%] no Algarve (-2,5%), na Região
Autónoma da Madeira (-2,3%) e em
Lisboa (-1,7%)”. Nas outras regiões,
a variação do PIB nos Açores foi de
-0,7%, no Centro -1,1%, no Alentejo
-1,3% e no Norte -1,5%.
Estatística
Dados divulgados pelo INE são relativos a 2010 e disparidade entre as duas regiões tem vindo a agravar-se
PAULO RICCA
Serra da Estrela tem perdido pessoas e actividade económica
PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | 13
A Câmara de Alenquer aprovou, on-
tem à tarde, um acordo de rescisão
amigável do contrato que mantinha
desde o início de Novembro com a
empresa que fornecia 1750 refeições
diárias nas escolas locais. Essa fun-
ção será desempenhada por outra
empresa a partir de 3 de Janeiro.
Embora não disponha de qualquer
dado concreto que responsabilize a
Narest pela intoxicação alimentar
que afectou pelo menos 152 crian-
ças na tarde de 23 de Novembro,
a câmara decidiu que, para tentar
restaurar a confi ança dos pais nas
refeições escolares, tinha de seguir
este caminho.
A Narest aceita a rescisão do con-
trato desde que a câmara lhe pague
os cerca de 90 mil euros que gastou
no equipamento da cozinha do Cen-
tro Escolar de Alenquer onde fazia as
refeições. A Uniself concordou come-
çar a fornecer a mesma quantidade
de refeições a partir de 3 Janeiro e
admitir alguns funcionários locais
contratados pela anterior empresa.
Estas foram algumas das condições
negociadas terça-feira entre o presi-
dente da autarquia e as duas empre-
sas. A câmara vai ainda ceder a utili-
zação do equipamento de cozinha à
Uniself, que, em contrapartida, redu-
zirá em 10 cêntimos o preço de cada
refeição, fi xado em 1,48 euros.
A proposta foi bem aceite pela
oposição, mas o social-democrata
Eurico Borlido quis saber se há ga-
rantias de se recuperarem os 90 mil
euros que serão pagos à Narest em
quatro prestações. O presidente da
câmara, Jorge Riso, explicou que o
desconto de 10 cêntimos poderá re-
presentar cerca de 27 mil euros por
ano e atingir praticamente os 90 mil
se a câmara e a Uniself renovarem o
contrato até três anos.
Refeições escolares mudamde empresa
RescisãoJorge Talixa
Refeições em Alenquer terão novo fornecedor no regresso às aulas. É a resposta à intoxicação de 152 crianças em Novembro
Breves
Alverca
Barreiro
Mãe e filha colhidas mortalmente por Alfa Pendular
PJ fala em caso isolado na morte por ingestão de iogurte
Uma mulher de 30 anos e a filha de 13 foram, ontem à tarde, mortalmente colhidas por um comboio Alfa Pendular que fazia o percurso Lisboa-Braga. O acidente deu-se por volta das 16h30 numa zona de acesso difícil situada cerca de 200/300m a sul da Estação de Alverca. Alberto Fernandes, comandante dos Bombeiros Voluntários de Alverca, disse, ao PÚBLICO, que a zona onde mãe e filha foram colhidas “está completamente isolada [vedada por barreiras metálicas] e o acesso ali é praticamente impossível”. Só cerca de 400m mais a sul é que existem passagens pedonais sem guarda ou barreiras que permitem o acesso de pessoas que passeiam, a pé ou de bicicleta. J.T.
A PJ considera que o caso do homem de 43 anos que morreu a 16 de Dezembro em consequência de queimaduras, após ingerir um iogurte dez dias antes, foi um incidente isolado, não se podendo imputar responsabilidade à marca. “Trata-se de um problema ao nível de contaminação do produto, um iogurte, não tem a ver com a marca, o produto em si ou o fabricante. É um caso de contaminação a posteriori e de forma isolada”, disse fonte da PJ à agência Lusa. O resto do iogurte foi recolhido pelas autoridades para ser analisado no laboratório da polícia científica. “A investigação está em curso e as hipóteses de contaminação por acidente ou homicídio estão em aberto”, disse a mesma fonte.
A Câmara de Lisboa já está a estu-
dar algumas das soluções propostas
pelo ex-presidente do Centro Cultu-
ral de Belém António Mega Ferreira
para os museus da cidade, confi r-
mou ontem a vereadora da Cultura,
Catarina Vaz Pinto. Mega Ferreira
foi contratado em Junho, por 19 mil
euros e por quatro meses, para re-
alizar um estudo sobre o Museu da
Cidade.
Seis meses depois, o vereador
do CDS-PP, António Carlos Montei-
ro, entregou à câmara um requeri-
mento pedindo informação sobre
o resultado do estudo. “Está feito o
trabalho? Em que medidas vai ser
feito? Haverá alteração na actividade
do município? Houve colaboração
entre serviços municipais e os seus
técnicos e Mega Ferreira?”, questio-
nou o autarca.
Em resposta a António Carlos
Monteiro, Catarina Vaz Pinto garan-
tiu que a autarquia “está neste mo-
mento a trabalhar algumas das solu-
ções que Mega Ferreira propôs”. A
vereadora disse ainda que o estudo
“foi recebido na data acordada” e
que o também escritor “ouviu vários
técnicos e dirigentes dos serviços
da câmara e da EGEAC” (empresa
municipal responsável pela gestão
de equipamentos e animação cul-
tura).
À agência Lusa, no fi nal da reu-
nião de câmara de ontem, Catarina
Vaz Pinto acrescentou apenas que
algumas dessas propostas estão
relacionadas com “questões orga-
nizacionais”, como o processo de
passagem de gestão dos museus
para a EGEAC, que entretanto foi
interrompido pela câmara.
O estudo visava uma renovação
do Museu da Cidade – que poderá
vir a chamar-se Museu de Lisboa e
mudar de instalações para um edifí-
cio de arquitectura contemporânea
novo ou a reabilitar – com ênfase nos
séculos XX e XXI.
A contratação de Mega Ferreira
levantou fortes críticas da oposição
na altura, por colocar em segundo
plano responsáveis municipais, pe-
lo montante fi nanceiro gasto pela
autarquia na área da cultura, bem
como pela sua oportunidade.
Câmara já tem proposta de Mega para museus
Lisboa
Vereadora da Cultura diz que escritor cumpriu prazos e que o documento está nesta altura em estudo
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14 | ECONOMIA | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012
Portugueses travam a fundo nos gastos e nem o Natal salva comércio
Carrinho de compras
Outros
Bebidas
Charcutaria
Congelados
Produtos lácteos
Produtos de limpeza para o lar
Mercearias
Produtos frescosProdutosfrescos
Mercearias Produtoslimpeza
para o lar
Produtoslácteos
Congelados Charcutaria Bebidas
Variação em pontos percentuais Quota de mercado, em valor
0,9
0,2
-1,1 -1,2
-0,1
0,40,6
15.489
30,2%
20,2%
13,3%
12%
6,9%
6,4%
7,8%
3,1%
facea 2011
-2% milhões de euros
Vendas entre Janeiro e Setembro
+1% Ramoalimentar -6%
Ramo não alimentar
Fonte: Barómetro de Vendas APED, Julho a Setembro 2012
As grandes superfícies estão a lutar
por cada euro disponível no bolso
dos consumidores e há nove meses
consecutivos que não conseguem
dar a volta aos resultados negativos
nas vendas. Entre Janeiro e Setem-
bro o volume de receitas das empre-
sas integradas na Associação Portu-
guesa das Empresas da Distribuição
(APED) — que incluem a Sonae (dona
do PÚBLICO), Pingo Doce, Ikea ou
Decathlon — caiu 2%, para 15,5 mil
milhões de euros.
As estimativas para o resto do ano
também não são optimistas. O Na-
tal, época de ouro para o comércio,
não será sufi ciente para dar fôlego a
um sector que sente directamente
os efeitos da perda de rendimento
das famílias e da quebra de confi an-
ça dos consumidores.
“As perspectivas para o Natal são
de quebra relativamente ao período
homólogo. Apesar de ser um pico de
consumo anual, não será sufi ciente
para segurar as vendas”, estima Ana
Isabel Trigo de Morais, directora-
geral da APED. A associação, que
representa a quase totalidade do
sector, espera que o ano feche com
uma descida de 2% no volume de
vendas.
Os portugueses estão a cortar no
que podem. Em vez de carne de
vaca, compram frango, em vez de
frango compram charcutaria e vão,
assim, reduzindo o leque de opções.
Substituir uma máquina de lavar a
roupa avariada já não é prioridade.
Adiam-se compras de electrodomés-
ticos e foca-se toda a atenção nos
preços. Na área não alimentar, o ano
deve fechar com uma descida de 6%
do volume de vendas, e só o entre-
tenimento — que inclui livros, con-
solas, software e fi lmes — terá uma
derrapagem de 16% na facturação.
No terceiro trimestre, as vendas
destes produtos já caíram 5,8%, para
2,3 mil milhões de euros, enquanto
nos “hipers” e supermercados os
gastos com alimentação aumenta-
ram 1,1%, alcançando quase 4 mil
milhões de euros. No período de
Natal, as vendas do retalho alimen-
tar devem “estagnar” (as estimativas
apontam para uma tímida subida
de 1% nas vendas entre Outubro e
Dezembro). “O consumidor ainda
vai conseguir comprar os produtos
tradicionais da quadra”, acredita a
responsável da APED.
É quase certo que o ano novo não
trará vida nova à grande distribui-
ção. O agravamento dos impostos
em 2013 antecipa mais crise e “pres-
são sobre os preços”. “Portugal não
é, neste momento, uma economia
amiga do investimento”, começa por
dizer Ana Trigo de Morais. À infl a-
ção junta-se o menor consumo, mais
carga fi scal e mais custos de contex-
to, factores que podem levar a um
aumento de preços no próximo ano,
continua. Ainda ontem dados divul-
gados pelo INE mostravam que o in-
dicador do clima económico atingiu,
em Novembro, o valor mais baixo
desde 1998, quando foi iniciado o
registo destes dados. Em Outubro,
o consumo privado caiu 2,5%.
“Todos os operadores do comér-
cio vão andar à luta para conseguir
conquistar o dinheiro que há no bol-
so dos consumidores”, sentencia. As
promoções intensas, que já são uma
constante diária nas prateleiras, vão
manter-se. A estratégia é ajustar os
preços ao bolso das famílias.
De acordo com o Barómetro de
Vendas relativo ao terceiro trimes-
tre, os portugueses estão a deslo-
car-se com menos frequência aos
supermercados e hipermercados, e
gastam mais em cada acto de com-
pra. Os preços subiram 6,5%, revela
a APED, citando dados da Nielsen
e da Kantar. No início da crise, os
consumidores cortaram nos gas-
tos fora de casa e passaram a con-
sumir mais refeições prontas e de
take away. Agora, compram mais
produtos frescos e confeccionam
as refeições, sem recorrer à comi-
da pronta.
Mais de 30% do carrinho de com-
pras é composto por produtos frescos
e a quota de mercado desta categoria
tem vindo a crescer (vale 30,2%). O
peso de bens de charcutaria também
aumentou neste trimestre de 5,8 para
6,4%. Mantêm-se as descidas no con-
sumo de bebidas e de higiene para o
lar. Além disso, os portugueses estão
a consumir menos leite e produtos
lácteos: a quota passou de 13,2% para
12%, a descida mais pronunciada no
cabaz de compras.
Com menos dinheiro, os consu-
midores estão a comprar cada vez
mais marcas da distribuição. A pre-
sença destes produtos na despensa
das famílias subiu de 36% para 37%
do segundo para o terceiro trimes-
tre. “O factor mais importante na
decisão de compra são as promo-
ções, descontos, cupões e talões”,
sublinha a APED.
Já em 2011 a estratégia promocio-
nal deu frutos para a insígnia Pingo
Doce, do grupo Jerónimo Martins.
O mais recente ranking da APED de-
nota o crescimento de 7% do volume
de negócios da cadeia de supermer-
cados, uma das mais acentuadas a
par da das Lojas Francas. A Sonae
(que detém o Continente, a Zippy,
a Worten, a Sport Zone) encabeça a
lista dos 15 maiores operadores da
grande distribuição, mas apresen-
tou uma descida de 2%.
O encurtamento da distância en-
tre os dois maiores grupos é visível,
quando se analisa as vendas no ra-
mo alimentar. O Continente chegou
ao fi m de 2011 com um volume de
negócios de 3,8 mil milhões de euros
(mais 1% face a 2010). O Pingo Doce
facturou 3,7 mil milhões, mais 7%.
Pela primeira vez, as vendas de medicamentos sem receita caíram
Vendas das grandes superfícies caem há nove meses. Facturação desceu 2%, para 15,5 mil milhões de euros, e o mesmo deverá ocorrer no último trimestre. Consumidores estão a cortar em tudo o que podem
ConsumoAna Rute Silva
Perdidos 6 mil postos de trabalho
Desde o início do ano, as grandes superfícies já dispensaram 6 mil trabalhadores, avançou
a Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição. O número ainda é provisório, mas “é mais um reflexo no ajustamento que está a ser feito pelos operadores”, disse Ana Isabel Trigo de Morais, directora-geral da APED. “Recordo que em 2012 pela primeira vez houve o encerramento de um grande hipermercado”, afirmou, referindo-se ao Jumbo, do grupo Auchan, em Santarém. Entre Janeiro e Setembro encerraram 24 lojas, a maioria na área não alimentar. Ao mesmo tempo, abriram 43 unidades. Ana Isabel Trigo de Morais diz que o foco dos operadores é na redução de custos e rentabilidade. Ajustes na mão-de-obra são “inevitáveis”, sustentou.
PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | ECONOMIA | 15
RUI GAUDÊNCIO
Almeida Henriques ainda não divulgou localização dos centros
O secretário de Estado adjunto da
Economia, Almeida Henriques, apre-
sentou ontem a rede extrajudicial de
apoio a clientes bancários particula-
res, a que chamou Rede de Apoio ao
Consumidor Endividado (RACE) e
que deverá entrar em funcionamen-
to a 1 de Janeiro.
A medida, inserida num pacote le-
gislativo mais vasto, representa, nas
palavras do governante, “um passo
de gigante na protecção dos consu-
midores endividados”.
Opinião diferente tem a associa-
ção de defesa do consumidor Deco
e o Observatório do Endividamento
do Consumidor, que defendem que
a RACE fi ca “aquém das necessida-
des das famílias”. Em causa está a
Rede de apoio às famílias endividadas deixa de fora o mais difícil: a negociação
Banco de Portugal [que participou na
consulta do diploma] deveria pugnar
por uma intervenção mais efi caz da
rede”. Jorge Morgado salvaguarda,
no entanto, que “na componente
de informação e aconselhamento a
iniciativa é positiva”.
Catarina Frade, do Observatório
de Apoio ao Endividado, da Universi-
dade de Coimbra, lamenta igualmen-
te que “a RACE se fi que pela parte do
aconselhamento e não intervenha na
negociação directa com as institui-
ções fi nanceiras”. Defende, por isso,
que a iniciativa governamental fi ca
“aquém do que é necessário”.
Rede terá 50 centrosO secretário de Estado Almeida Hen-
riques desvaloriza as críticas, mas
assume que o Governo “não quis
entrar no domínio do mandato”.
Em declarações ao PÚBLICO, o go-
vernante defende que, apesar de a
mediação estar excluída das compe-
tências da RACE, isso não invalida
que “o consumidor endividado possa
ser acompanhado por uma pessoa,
no contacto com as instituições”. A
portaria que vai regular o funciona-
mento da rede de apoio ao consumi-
dor endividado vai ser publicada nos
próximos dias e nessa altura fi cará
mais claro se há alguma orientação
específi ca nesse sentido ou se é uma
possibilidade discricionária.
A prática de acompanhamento das
famílias, sem mandato de mediação,
tem sido seguida até agora pelo Ga-
binete de Orientação ao Endivida-
mento dos Consumidores (GOEC),
do ISEG, e o seu presidente, João
Paulo Calado, considera “a experi-
ência positiva”.
A RACE conta com oito entidades,
onde se inclui o gabinete do ISEG, a
Universidade de Aveiro, várias asso-
ciações e centros de apoio ao consu-
midor das autarquias, que deverão
estar em condições de arrancar com
20 centros de atendimento gratuito
às famílias, a partir de Janeiro. A lista
integral das entidades e a localiza-
ção dos 20 centros, que funcionarão
com pessoas em regime de volunta-
riado, não foi divulgada. Até ao fi nal
de 2013, o secretário de Estado diz
esperar ter 15 entidades agregadas
à iniciativa e 50 centros a nível na-
cional.
A rede de apoio aos consumidores
surge como complemento ao decre-
to-lei que entra em vigor em Janeiro e
obriga os bancos a criar um plano de
acção para o risco de incumprimento
(PARI) e de um procedimento extra-
judicial de regularização de situações
de incumprimento (PERSI).
impossibilidade de a rede mediar o
processo de negociação entre os par-
ticulares e as instituições de crédito,
em situações de incumprimento —
ou seja, quando as famílias deixaram
de pagar empréstimos e iniciam ne-
gociações com o banco.
A Deco, que neste momento não
integra a rede, defende que “a inicia-
tiva é uma oportunidade perdida no
que se refere a apoio às famílias so-
breendividadas”. Em declarações ao
PÚBLICO, Jorge Morgado, secretário-
geral da associação, diz que, na fase
de consulta do diploma, “o Governo
foi alertado para a situação”.
O responsável admite que a Deco
pode integrar a rede, se a legislação
mudar, uma vez que, alega Jorge Mor-
gado, do que conhece, “as normas
são claramente impeditivas” daquilo
que é hoje o apoio da associação às
famílias sobreendividadas.
“No caso das famílias sobreen-
dividadas, que muitas vezes estão
fragilizadas psicologicamente, o
trabalho de ‘ponte’ que a Deco faz é
fundamental”, defende o secretário-
geral. Acrescenta que, “numa lógica
de protecção da parte mais fraca, o
EndividamentoRosa Soares
Deco e Observatório de Apoio defendem que medida fica aquém das necessidades. Governo desvaloriza críticas
António Nogueira Leite apresentou
ontem a demissão do cargo de vice-
presidente da Caixa Geral de Depó-
sitos (CGD), onde era o número dois
de Fernando Faria de Oliveira desde
Julho de 2011.
A saída neste momento, uma no-
tícia avançada pelo Expresso e con-
fi rmada pelo PÚBLICO, não deverá
estar relacionada com nenhum facto
concreto, mas com um mal-estar que
se instalou nos últimos meses entre
Nogueira Leite e a gestão do banco.
António Nogueira Leite demite-se da CGD após anoe meio no cargo
Na carta de demissão, Nogueira Lei-
te terá apenas justifi cado a renúncia
com o facto de ter atingido os objec-
tivos que propôs alcançar na CGD.
Segundo apurou o PÚBLICO, a saída
deveu-se ao culminar de desentendi-
mentos, nomeadamente, em relação
a decisões adoptadas pela actual ges-
tão. Nogueira Leite teve divergências
com a política seguida pelo Governo
de Passos Coelho, de quem foi apoian-
te. Uma questão que chegou a públi-
co foi a contratação da Perella para
assessorar a venda da EDP e da REN,
decisão imposta pelas Finanças.
A saída ocorre numa altura em que
a CGD, depois de vender participa-
ções (um processo polémico foi o da
Cimpor), está a alienar mais activos,
como os hospitais e os seguros.
Este ano, polémicas foram também
as declarações do economista sobre
a TSU no Facebook, dizendo que sai-
ria do país se tivesse de pagar mais
impostos.
BancaCristina Ferreira e Pedro CrisóstomoA saída estará relacionada com um mal-estar entre o economista e a gestão de Faria de Oliveira nos últimos meses
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16 | ECONOMIA | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012
Bolsas
PSI-20 Última Sessão Performance (%)Nome da Empresa Var% Fecho Volume Abertura Máximo Mínimo 5 dias 2012
PSI-20 0,76 5731,08 165316619 5700,87 5763,92 5696,51 3,19 4,31ALTRI SGPS SA 0,51 1,587 297796 1,578 1,607 1,570 0,45 32,25BANCO BPI SA 3,82 0,951 3785900 0,920 0,974 0,920 6,51 102,04BCP 2,6 0,079 89452017 0,077 0,079 0,077 6,94 -10,30BES 2,02 0,910 46661830 0,895 0,910 0,894 7,6 11,78COFINA SGPS 1,29 0,629 106903 0,630 0,630 0,612 6,34 -17,24EDP 0,39 2,289 5933968 2,296 2,314 2,284 6,34 -4,27EDP RENOVAVEIS 1,9 4,177 707215 4,108 4,209 4,102 3,77 -11,65ES FINANCIAL 0,38 5,290 91170 5,270 5,320 5,260 -0,55 2,72GALP ENERGIA 0,89 11,855 1525843 11,780 11,920 11,735 0,09 4,17J MARTINS SGPS 0,37 14,900 803542 14,855 15,080 14,810 -1,59 16,50MOTA ENGIL 4,79 1,465 404251 1,414 1,470 1,406 -0,36 41,55PT -0,03 3,854 4030579 3,865 3,890 3,821 4,9 -13,39PORTUCEL 1,31 2,325 493469 2,290 2,335 2,290 0,7 26,43REN -0,24 2,040 214848 2,033 2,050 2,031 2,66 -3,32SEMAPA 4,18 5,605 223806 5,380 5,685 5,360 3,5 4,38SONAECOM 0,51 1,568 877370 1,554 1,590 1,552 2,77 29,05SONAE IND. -1,41 0,490 825767 0,500 0,500 0,450 9,47 -22,83SONAE -1,53 0,708 7635848 0,718 0,721 0,707 8,45 54,25ZON MULTIMEDIA 0,98 2,980 1244497 2,971 3,030 2,962 5,39 28,34
O DIA NOS MERCADOS
AcçõesPSI20Euro Stoxx 50Dow Jones
Variação dos índices face à sessão anterior
Divisas Valor por euro
Diário de bolsa
Dinheiro, activos e dívida
Preço do barril de petróleo e da onça, em dólares
MercadoriasPetróleoOuro
ObrigaçõesOT 2 anosOT 10 anos
Taxas de juro Euribor 3 mesesEuribor 6 meses
Euribor 6 meses
Portugal PSI20
Últimos 3 meses
Últimos 3 meses
Obrigações 10 anos
Mais Transaccionadas Volume
Variação
Variação
Melhores
Piores
Últimos 3 meses
Últimos 3 meses
Europa Euro Stoxx 50
B.Com.português 89.452.017B.Espírito Santo 46.661.830Sonae 7.635.848EDP 5.933.968Portugal Telecom 4.030.579
Mota Engil 4,79%Semapa 4,18%Banco BPI SA 3,82%
Sonae -1,53%Sonae Indústria -1,41%REN -0,24%
Euro/DólarEuro/LibraEuro/IeneEuro/RealEuro/Franco Suíço
7,000
7,625
8,250
8,875
9,500
1,32420,8141111,82
2,73841,2082
0,184%0,318%
113,251667,81
3,661%7,070%
0,76%0,42%
-0,68%
2350
2425
2500
2575
2650
5000
5150
5300
5450
5600
0,250
0,375
0,500
0,625
0,750
Zon, liderada por Rodrigo Costa, vai reunir-se com gestão da Optimus
Isabel dos Santos e a Sonaecom (do-
na do PÚBLICO) propuseram, e os
conselhos de administração da Zon
e da Optimus aceitaram: o projecto
de fusão entre as duas empresas vai
ser debatido formalmente entre os
principais gestores, para ser depois
apresentado aos accionistas.
Ontem, o conselho de adminis-
tração da Zon, presidido por Daniel
Proença de Carvalho, deliberou de-
legar na comissão executiva, lide-
rada por Rodrigo Costa, a “gestão e
condução” das negociações com a
Optimus”. Por parte da operadora
de telecomunicações da Sonaecom,
o processo fi ca também a cargo da
comissão executiva, presidida por
Miguel Almeida, conforme noticiou
o Jornal de Negócios terça à noite.
A Zon informou também ter rece-
bido uma carta da administração da
Optimus, onde esta diz subscrever
“integralmente e sem reservas” a
argumentação de Isabel dos San-
tos (dona de 28,8% da Zon) e da
Sonaecom para a fusão, divulgada
sexta-feira e que pressupõe uma
valorização de 150% da Zon face à
Optimus.
Por parte da Zon, no entanto, há
uma particularidade: optou-se tam-
bém por constituir uma comissão
ad hoc encarregada de acompanhar
o desenrolar das negociações. Esta
será formada por administradores
Fusão entre Zon e Optimus entra na fase de negociações
não-executivos, mas os nomes não
foram revelados. Segundo infor-
mações recolhidas pelo PÚBLICO,
a comissão deverá ser composta
por quatro gestores, reflectindo
um equilíbrio entre os principais
accionistas, como Isabel dos Santos,
o BES e o BPI. A 27 de Novembro,
a empresária angolana passou a in-
tegrar a administração da Zon, co-
mo não-executiva, juntamente com
três gestores da sua confi ança. Mário
Leite da Silva, que gere os seus ne-
gócios em Portugal, já pertencia à
administração da empresa.
Dados os primeiros passos, os res-
ponsáveis pelas duas empresas vão
reunir-se para elaborar o dossier de
proposta da fusão, que deverá es-
tar concluído em Janeiro. Depois, e
após parecer favorável das respec-
tivas administrações, será a vez do
primeiro grande teste, com a vota-
ção nas respectivas assembleias ge-
rais, com destaque para a da Zon.
Algo que, estima-se, irá ocorrer em
Fevereiro.
Se tudo acontecer como o previs-
to, e o processo avançar, este terá
depois de ter o aval da Autoridade
da Concorrência, e, principalmente,
do regulador do mercado de capi-
tais, a CMVM. Isto porque a Sonae-
com e Isabel dos Santos, que irão
controlar a nova empresa através
de um veículo criado para o efeito,
vão pedir para não lançar uma Ofer-
ta Pública de Aquisição (OPA) sobre
o capital restante, por se tratar de
uma fusão. Se o regulador indeferir
o pedido, o negócio difi cilmente se
concretizará.
Ontem, as acções das empresas
voltaram a subir, com a Zon a ga-
nhar 0,98% (para os 2,980 euros) e
a Sonaecom a crescer 0,51% (1,568
euros).
NUNO OLIVEIRA
TelecomunicaçõesLuís Villalobos
Administração da Zon vai criar uma comissão de acompanhamento formada por quatro gestores não- executivos
Breves
Reindustrialização
Prejuízos
Acordo
Empresas vão ter linha de capitalização de 500 milhões
ACP Viagens inicia despedimento colectivo
UBS paga multa de 1100 milhões de euros no caso Libor
O ministro da Economia afirmou ontem no Parlamento que está em marcha uma linha de capitalização de empresas no valor de 500 milhões de euros, com o apoio da CGD, e defendeu a conclusão das redes transeuropeias de transportes e de energia até 2020. Num debate dedicado à reindustrialização declarou que o projecto “passa por linhas de crédito”, mas também “de linhas de capitalização de empresas”.
A unidade de viagens do Automóvel Clube de Portugal iniciou um processo de despedimento colectivo na sequência da quebra de vendas e da quase duplicação dos prejuízos este ano, admitiu ontem à Lusa fonte da instituição. De acordo com a mesma fonte, o processo de despedimento colectivo na agência de viagens — empresa autónoma do ACP — abrangeu 15 pessoas, tendo três sido integradas no grupo.
O banco suíço UBS chegou ontem a acordo para uma multa de 1127 milhões de euros no processo em que era acusado de ter manipulado as taxas de empréstimo interbancário Libor e Euribor. O banco terá de pagar mais do que o triplo do que o que foi acordado pelo britânico Barclays. Dois antigos negociadores do banco suíço foram também ontem acusados formalmente.
PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | ECONOMIA | 17
Obama criticou proposta republicana, mas apelou à união
Depois de um início de semana em
que se parecia caminhar tranquila-
mente para um acordo que evite o
precipício orçamental nos EUA, as
negociações entre a Casa Branca e
o Partido Republicano voltaram on-
tem a azedar, com declarações fortes
e ameaças de parte a parte.
Barack Obama respondeu à última
proposta republicana — a que se dá
o nome de “plano B” —, anunciando
que, caso esta venha a ser aprovada
no Congresso, merecerá o veto do
Presidente.
O “plano B” foi lançado na terça-
feira por John Boehner, o líder repu-
blicano da Câmara dos Representan-
tes que tem sido o responsável pelas
negociações com a Casa Branca. É
uma proposta que inclui alguns
aumentos de impostos e cortes de
despesa e que os republicanos di-
zem que colocarão a votos no Con-
gresso, caso não cheguem a acordo
com o Presidente até ao fi nal do ano.
É a forma encontrada pelo partido
de dizer ao país que, mesmo que
as negociações corram mal, basta
aprovar esta proposta para evitar o
denominado precipício orçamen-
tal, ou seja, a aplicação automática
de subidas de impostos e cortes na
despesa pública logo no início do
próximo ano.
A Casa Branca reagiu muito ne-
gativamente a esta proposta. Além
Conversas para evitar precipício orçamental voltam a azedar
de prometer um veto (que provavel-
mente nunca será necessário usar
porque o “plano B” tem poucas
hipóteses de passar no Senado, do-
minado pelos democratas), a presi-
dência fez questão de mostrar que,
apesar dos avanços das últimas se-
manas, as duas partes ainda estão
muito afastadas naquilo que defen-
dem para o orçamento.
“Os milionários garantiram uma
isenção fi scal de 50 mil dólares, ao
mesmo tempo que se eliminavam
os cortes de impostos de que bene-
fi ciam 25 milhões de estudantes e
famílias”, afi rmou ontem o assessor
de imprensa de Barack Obama, criti-
cando ainda os cortes propostos no
programa de saúde.
O porta-voz de Boehner respon-
deu prontamente, dizendo que a
oposição da Casa Branca ao plano
republicano “está cada dia a fi car
mais bizarra e irracional”.
Apesar deste endurecimento dos
discursos, um acordo até ao fi nal do
ano continua a ser considerado pos-
sível. Afi nal de contas, no início da
semana tinha-se assistido a cedên-
cias importantes por ambas as par-
tes. Num comunicado emitido on-
tem, a Casa Branca apelava ao Par-
tido Republicano que apresentasse
uma nova proposta ainda durante
o mesmo dia. E algumas horas mais
tarde, numa conferência de impren-
sa em que falou também de eventu-
ais mudanças de política no contro-
lo de armas, Barack Obama fez um
apelo à união entre democratas e
republicanos numa altura em que as
atenções do país continuam viradas
para o massacre na escola primária
de Sandy Hook. “Neste momento, o
que o país precisa é que cheguemos
a um compromisso e a um acordo
de redução do défi ce.”
Estados Unidos Sérgio Aníbal
Com o final do ano a aproximar-se, Casa Branca e republicanos ainda procuram chegar a um entendimento
YURI GRIPAS/REUTERS
Taxas de juro portuguesas recuam
Fonte: Reuters
0
5
10
15
20
D2012201120102009
Taxa de juro implícita das Obrigações do Tesouro a 10 anos, em %
7,07
DANIEL ROCHA
Descida é uma boa notícia para o ministro das Finanças
Foi Teixeira dos Santos que fez com
que, em Portugal, a marca dos 7%
se tornasse numa espécie de bar-
reira psicológica que decidia se o
país iria precisar ou não de recor-
rer a um empréstimo do FMI e dos
seus parceiros europeus. No fi nal de
2010, o então ministro das Finanças
afi rmou numa entrevista que se, as
taxas da dívida pública portuguesa
a 10 anos superassem os 7%, o pa-
ís arriscava-se a ter de pedir ajuda.
Poucas semanas depois, a barreira
foi mesmo ultrapassada e, a partir
daí, foi apenas uma questão de tem-
po até que a troika chegasse mesmo
a Portugal.
Agora, prolongando uma ten-
dência de descida dos juros da dí-
vida que se verifi ca desde o fi nal de
Janeiro, Portugal está outra vez a
conseguir fi car abaixo da barreira
dos 7%.
Ontem, de acordo com os núme-
ros disponibilizados pela agência
Reuters, a taxa de juro implícita da
OT a 10 anos que se amortiza em
Abril de 2021 atingiu um mínimo,
de 6,97%. Foi a primeira vez, desde
Fevereiro de 2011, que um título por-
tuguês a dez anos se voltou a colocar
abaixo dos 7%.
Em média (considerando vários
títulos de dívida a 10 anos), e ainda
de acordo com os cálculos da Reu-
ters, a dívida pública portuguesa
a 10 anos apresentou uma taxa de
juro mínima de 7,036% durante a
manhã, acabando o dia nos 7,070%.
Na terça-feira, este indicador tinha
fechado nos 7,135%.
A melhoria deste indicador ve-
rifi ca-se em Portugal desde o fi nal
de Janeiro deste ano, altura em que
a taxa de juro das OT portuguesas
chegou a estar nos 17,345%.
Desde aí, vários factores condu-
ziram a que se registasse, principal-
mente a partir de meados do ano,
uma descida das taxas de juro dos
países periféricos. O principal foi o
anúncio por parte do BCE de que
estaria disposto a intervir no mer-
cado obrigacionista, com compras
de títulos de Estado que aceitassem
adoptar um programa de ajustamen-
to. Mais recentemente, o acordo em
Passados 22 meses Portugal regressa à barreira dos 7% nas taxas de juro da dívida
metade deste ano também coloca
Portugal em segundo lugar a seguir
à Grécia, com uma descida de 44%
ou 5,6 pontos percentuais.
Para Portugal, esta descida de
taxas surge numa altura em que
se está a preparar um regresso às
emissões de dívida pública de longo
prazo no mercado primário. É ver-
dade que esta evolução favorável no
mercado secundário pode ser um
sintoma positivo para o interesse
dos investidores em emissões des-
te tipo, mas não são uma garantia
de sucesso.
Além disso, apesar da fama que
a barreira dos 7% ganhou com o
contributo de Teixeira dos Santos,
não há uma relação directa entre
esse número e a sustentabilidade
do fi nanciamento de um país nos
mercados. Com o actual nível de
dívida pública e, principalmente,
com a difi culdade que a economia
portuguesa está a mostrar em cres-
cer, uma taxa de juro que ainda fi -
que próxima dos 7% será demasiado
alta para aquilo que o país consegue
suportar.
relação ao prolongamento do em-
préstimo à Grécia também contri-
buiu para fortalecer o sentimento
de que a situação é, actualmente,
muito mais tranquila do que no au-
ge da crise, quando a Espanha e a
Itália pareciam destinadas a ter de
recorrer a um resgate.
No entanto, apesar de este ser um
fenómeno comum aos periféricos,
Portugal tem sido um dos países com
uma descida mais forte das taxas de
juro no mercado secundário de dí-
vida, facto muitas vezes salientado
pelos membros do Governo como
um sinal do sucesso da aplicação do
programa de ajustamento.
Desde o início do ano até agora, as
taxas de juro da dívida portuguesa
a 10 anos caíram de 13,594% para
7,70%, uma queda de 48% ou 6,5
pontos percentuais. Esta descida
apenas é superada pelas taxas de ju-
ro gregas, que caíram 66,1% ou 22,4
pontos percentuais, encontrando-se
actualmente em 11,5%. A Irlanda e
a Itália, com uma descida de 45% e
36% são os países que se seguem.
A variação durante a segunda
Dívida pública Sérgio Aníbal
Taxas de juro da dívida portuguesa a 10 anos caíram 6,5 pontos percentuais desde o início do ano
18 | MUNDO | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012
Antes do controlo de armas, os EUA discutem que armas devem controlar
Depois de mais um massacre, voltam a surgir sinais de que desta vez algo vai mesmo mudar
“Não quero que nenhum futuro Pre-
sidente tenha de ir a Columbine, a
Springfi eld, a Jonesboro ou a um dos
outros sítios onde eu fui.”
Os nomes das localidades deixam
perceber que a frase não é recente e
servem para ilustrar que o debate ao
mais alto nível sobre o controlo de
armas nos EUA não é novo e não co-
meçou com a morte de 20 crianças e
seis adultos na sexta-feira passada na
escola primária de Sandy Hook.
Uma pesquisa pelos arquivos do
jornal The New York Times leva-nos
até ao dia 13 de Abril de 2000, a uma
semana do primeiro aniversário do
tiroteio na escola secundária de Co-
lumbine, onde os alunos Eric Harris
e Dylan Klebold executaram 12 co-
legas e um professor. O então Presi-
dente, Bill Clinton, recuperava para
os discursos públicos a sua defesa de
uma política mais restritiva no aces-
so às armas. “Já é sufi cientemente
doloroso confortar as famílias dos
homens e mulheres que morrem no
cumprimento das suas obrigações.
As crianças não têm obrigações, a
não ser para com os estudos e para
com as famílias. A nossa obrigação é
proteger as vidas delas e dar-lhes um
futuro”, afi rmou então Bill Clinton.
Mais de 12 anos depois, o tema
volta a dominar as conversas na so-
ciedade norte-americana. Depois
de mais um massacre — particular-
mente chocante por ter resultado na
morte de crianças de seis e sete anos
de idade —, voltam a surgir sinais de
que desta vez algo vai mesmo mudar
na legislação do país. E não faltam
exemplos de iniciativas políticas em
alguns estados e até no mundo das
empresas de armamento: o senador
Kevin de León, da Califórnia, quer
impor uma licença para a compra
de munições, que terá de ser reno-
vada todos os anos; o governador do
Michigan, Rick Snyder, vetou uma
lei que autorizaria que pessoas com
“treino específi co” pudessem entrar
armadas em escolas e igrejas; e o
banco de investimentos Cerberus
Capital Management anunciou que
vai vender o fabricante de armas Fre-
Barack Obama não é o primeiro Presidente a defender leis mais restritivas, mas agora há sinais concretos de que algo pode mesmo mudar
EUA Alexandre Martins
edom Group, que produziu a espin-
garda semiautomática Bushmaster
de calibre .223 usada por Adam Lan-
za no massacre de Newtown.
Na conferência de imprensa em
que anunciou a sua proposta de lei,
o senador Kevin de León, do Partido
Democrata, sublinhou a facilidade
com que os californianos podem
comprar munições: “Na Califórnia
é preciso ter uma licença para caçar
e também é preciso ter uma licença
para pescar. Até é preciso ter uma
licença para cortar uma árvore de
Natal, mas graças à National Rifl e
Association, temos um acesso sem
restrições à compra de munições.”
São também vários os sinais que
têm saído da Casa Branca. Depois de
um primeiro discurso em que repe-
tiu, por outras palavras, a ideia con-
tida no discurso de Bill Clinton em
2000 — “Temos passado demasiadas
vezes por tragédias deste tipo nos
últimos anos” —, o Presidente Barack
Obama fez saber na terça-feira que
apoia a proposta de lei da senadora
da Califórnia Dianne Feinstein, que
defende a proibição da venda das
chamadas “armas de assalto”. As
palavras não foram proferidas pelo
próprio Presidente, mas o seu asses-
sor de imprensa, Jay Carney, não po-
deria ter sido mais claro: “Bem, ele
[Obama] é um defensor, por exem-
plo, do projecto da senadora Feins-
tein de recuperar uma proposta de
lei com vista ao restabelecimento da
proibição das armas de assalto.”
A proposta em causa é a suspen-
são da produção por dez anos de 18
modelos de armas semiautomáticas,
aprovada em 1994 e não renovada
em 2004 por falta de apoio no Con-
gresso. A senadora Feinstein anun-
ciou que irá propor uma lei com vis-
ta à “proibição da venda, da trans-
ferência, da importação e da posse
[de armas de assalto]”, salientando
que a proposta “não terá efeitos re-
troactivos”. “O objectivo desta lei é
tirar as armas de guerra das ruas”,
disse a senadora no programa da
NBC Meet the Press. A questão é sa-
ber que efi cácia teria uma alteração
da lei, ainda que permanente, mas
semelhante à moratória de 1994.
Num artigo publicado no blogue
Wonkblog, do Washington Post, o jor-
Propostas da Casa Branca até Janeiro
Vice-presidente Joe Biden vai coordenar comissão
O Presidente dos EUA, Barack Obama, prometeu que vai apresentar ao Congresso propostas para
controlar as armas de fogo “até Janeiro”, encarregando o vice-presidente, Joe Biden, de coordenar uma comissão que tem como objectivo encontrar uma resposta ampla para este problema. “Vou usar todos os poderes deste cargo para ajudar a evitar mais tragédias como estas”, anunciou o Presidente dos Estados Unidos,
num discurso na Casa Branca, no rescaldo do massacre de sexta-feira passada na escola primária de Sandy Hook, em Newton, no Connecticut. Biden tem experiência de trabalho em legislação para controlar armas de fogo devido ao tempo que passou no Senado. Agora, vai coordenar o trabalho de várias agências governamentais, para desenvolver uma resposta rápida, aproveitando uma onda de simpatia para com a ideia de controlar e regular o porte de
armas. Obama sublinhou que acredita que Segunda Emenda da Constituição — a que dá o direito ao porte de arma a todos os americanos —, mas disse pensar que todos os entusiastas das armas de fogo devem levar em conta, após o assassínio de 20 crianças com idades entre os seis e os sete anos, que é de bom senso haver restrições. “Um homem desequilibrado não deve poder ter acesso a uma arma pesada semelhante às usadas pelos militares”, afirmou.
PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | 19
A revista norte-americana Time es-
colheu Barack Obama como Perso-
nalidade do Ano, chamando-lhe “o
arquitecto da nova América”.
Logo atrás de Obama na escolha
da revista norte-americana fi caram
Malala Yousafzai, a jovem paquis-
tanesa que foi atingida na cabeça
por tiros disparados por um comba-
tente taliban, em Outubro passado;
Tim Cook, o homem que sucedeu
a Steve Jobs na liderança da Apple;
o Presidente do Egipto, Mohamed
Morsi; e Fabiola Gianotti, cientista
do Laboratório Europeu de Física
das Partículas.
Esta é a segunda vez que o
Presidente norte-americano me-
rece esta distinção anual feita pela
revista Time. A estreia tinha sido
em 2008, ano em que Barack Oba-
ma conseguiu a eleição para o
primeiro mandato na Casa Bran-
ca. Nessa altura, os responsáveis
editoriais justifi caram a escolha
argumentando que Obama tinha
conquistado o improvável. E não
estavam a falar do cargo de Presi-
dente, mas da atenção global do
mundo que se interessa pela polí-
tica.
Quatro anos depois, e à entrada
para um segundo mandato que terá
início em Janeiro, Obama volta a ser
a escolha da Time. Está, por isso, de
novo na capa da revista, desta vez
numa foto em que surge de perfi l
para o leitor. A expressão já não é
a mesma da que fez capa em 2008,
altura em que a Time reproduziu
simplesmente uma das imagens
mais icónicas da primeira campa-
nha de Obama, criada pelo artista
de rua Shepard Fairey.
Desde então, a
Time escolheu Ben
Bernanke, presi-
dente da autori-
dade monetária
dos EUA, a Reser-
va Federal Ame-
ricana, em 2009,
o fundador do
Facebook Ma-
rk Zuckerberg,
em 2010, e “o
manifestante”,
em 2011.
Personalidade do Ano da Time é...
SHANNON STAPLETON/REUTERS
nalista Brad Plummer começa por
questionar a defi nição de “arma de
assalto”. “O problema começa aqui.
Não há nenhuma defi nição técnica
para ‘arma de assalto’. Há armas au-
tomáticas, que disparam continua-
mente, quando o gatilho é premido.
Estas têm regras estritas desde 1934.
Depois há armas semiautomáticas,
que se recarregam automaticamen-
te, mas disparam apenas uma vez,
quando o gatilho é premido. As pis-
tolas e as espingardas semiautomá-
ticas existem sob várias formas e são
extremamente comuns nos EUA.
[Em 1994] o Congresso não quis ba-
nir todas as armas semiautomáticas
— isso iria resultar na proibição de
todas as armas em geral.”
Para o jornalista do The New York
Times Peter Baker, “este é um mo-
mento que irá defi nir o segundo
mandato da presidência de Obama
— se será mais semelhante às grandes
aspirações que deixaram os corações
dos liberais a tremular em 2008 ou
mais próximo dos acordos de basti-
dores que caracterizaram os quatro
anos que se seguiram”. Já Peter Weh-
ner, antigo conselheiro de George W.
Bush, afi rma que uma possível
luta de Obama por altera-
ções profundas na lei de
controlo de armas “pode
ter um custo”, mas salien-
ta que, por vezes, uma der-
rota pode ser uma vitória.
“Podemos lutar por algo
e perder e sairmos enfra-
quecidos. Mas por vezes há
honra na derrota. Podemos
perder, mas fazemos avan-
çar uma causa aos olhos da
história.”
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20 | MUNDO | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012
Clinton aceita todas as recomendações do relatório
Apesar da dureza das críticas, a ver-
são desclassifi cada do relatório ao
ataque ao consultado norte-ameri-
cano de Bengasi não nomeia culpa-
dos pelas falhas de segurança que le-
varam à morte de dois diplomatas,
incluindo o embaixador do Estados
Unidos na Líbia, e dois guardas pri-
vados. Mas fala em “fraca liderança”
e as demissões começaram poucas
horas depois de ter sido divulgado:
segundo a CBS, o chefe da seguran-
ça do Departamento de Estado, Eric
Boswell, demitiu-se; a Associated
Press noticia esta demissão e a de
dois outros responsáveis.
“Falhas sistemáticas e defi ciências
de liderança e de gestão ao mais alto
nível nos dois gabinetes do Depar-
tamento de Estado resultaram nu-
ma postura na segurança da missão
especial que era desadequada para
Bengasi e totalmente desadequada
para lidar com o ataque que aconte-
ceu”, lê-se no relatório da comissão
independente formada a pedido da
secretária de Estado, Hillary Clinton.
Os dois gabinetes são o da Segurança
Diplomática e o do Médio Oriente.
O Departamento de Clinton é criti-
cado por ter falta de pessoal adequa-
do na missão do Leste da Líbia e por
ter confi ado demasiado em milícias
locais para guardar o complexo onde
o embaixador Christopher Stevens
Falhas de segurança e “liderança deficiente” no ataque de Bengasi
acabaria por morrer por inalação de
fumo, depois de ter fi cado encurrala-
do no edifício em chamas que tinha
sido atacado por homens armados.
O relatório confi rma que não exis-
tia “informação imediata ou concre-
ta” que levasse a suspeitar de que um
ataque estaria em preparação na
noite do aniversário dos atentados
do 11 de Setembro. Mas o painel de
peritos concluiu que os responsáveis
dos serviços secretos baseavam em
demasiado o seu trabalho em avisos
sobre ataques iminentes — em vez de
se basearem em análises mais gerais
sobre um contexto de segurança que
estava obviamente a deteriorar-se.
Já este ano, a cidade onde começou
a revolta contra Muammar Khadafi
tinha sido palco de vários assassínios,
de um ataque a uma coluna de veí-
culos de diplomatas britânicos e da
explosão de uma bomba no exterior
da missão americana.
Os militares americanos de guarda
ao complexo, sublinham os autores,
“portaram-se com coragem e pron-
tidão, arriscando as suas vidas para
proteger os colegas”. Mas a falta de
recursos era gritante, pelo que par-
te da segurança estava nas mãos de
guardas privados e milicianos “arma-
dos mas mal preparados”.
A resposta do Governo líbio ao ata-
que é descrita como “profundamen-
te defi ciente” e uma das recomen-
dações do documento é que os EUA
não podem confi ar tanto nas forças
de segurança dos países onde têm as
suas missões — com a maior rede di-
plomática do mundo, o país emprega
60 mil pessoas em 275 postos.
Clinton, que deveria comparecer
amanhã nas audiências do Congresso
sobre Bengasi (vai faltar por estar do-
ente), aceita “todas” as 29 recomen-
dações do comité independente. Em
duas cartas enviadas às comissões de
Negócios Estrangeiros da Câmara dos
Representantes e do Senado, Clinton
diz ainda que já começou a resolver
as falhas e que vai mobilizar “cen-
tenas de marines” para proteger as
representações diplomáticas.
Em plena campanha eleitoral, o
ataque de Bengasi desencadeou uma
tempestade política, com os republi-
canos a acusarem a Administração
Obama de falhas de segurança e de
ter mudado a versão dos aconteci-
mentos. O ataque coincidiu com uma
série de protestos em países árabes
por causa do fi lme anti-islão Innocen-
ce of Muslims e a embaixadora nor-
te-americana na ONU, Susan Rice,
chegou a dizer que tinha resultado
de um protesto. Na verdade, foi um
ataque terrorista.
DiplomaciaSofia Lorena
Relatório diz que houve falhas “de gestão”, má coordenação e “confusão” sobre quem devia e podia tomar decisões
As Nações Unidas anunciaram on-
tem a suspensão do programa de
vacinação contra a poliomielite no
Paquistão, depois de três funcioná-
rios da campanha médica terem si-
do assassinados em ataques a tiro. O
número de mortos sobe assim para
oito, em dois dias.
Uma supervisora de vacinação,
o motorista e ainda um estudante
voluntário foram atingidos na cida-
de de Peshawar. Na véspera, cinco
profi ssionais de saúde envolvidas na
campanha também foram mortas a
tiro, nas províncias de Sindh e Khy-
ber Pakhtunkhwa, onde imediata-
mente o programa foi suspenso.
Os ataques não foram reivindica-
dos, mas os taliban tinham lançado
ameaças ao projecto de vacinação
contra a paralisia infantil. Segundo
a BBC, vários centros de saúde e es-
tações onde decorriam acções de
vacinação foram alvo de rajadas de
tiros disparados por grupos de indi-
víduos de mota.
O porta-voz da Unicef, Michael Co-
leman, disse que perante o risco de
mais violência aquela agência de pro-
tecção das crianças e a Organização
Mundial de Saúde tinham decidido
suspender imediatamente o progra-
ma em todo o país. A estimativa era
a de que mais de cinco milhões de
crianças pudessem ser imunizadas
durante os três dias da campanha.
O Governo paquistanês declarou a
poliomielite como uma “emergência
nacional” e identifi cou cerca de 33
milhões de crianças que não tinham
ainda sido vacinadas. O primeiro-mi-
nistro, Raja Pervez Ashraf, apelou às
autoridades regionais para garantir
a segurança das equipas envolvidas
na campanha da ONU.
O Paquistão é um dos únicos três
países do mundo onde esta doença,
altamente contagiosa e que afecta so-
bretudo crianças pequenas, ainda é
endémica. Os outros são o Afeganis-
tão e a Nigéria. A poliomielite pode
ser erradicada pela vacinação.
Anteriores campanhas foram tam-
bém rechaçadas com violência: os
taliban opõem-se a estas iniciativas,
que alegam tratar-se apenas de “es-
tratagemas” de espionagem e contra-
informação.
Vacinação contra a poliomielite cancelada
Paquistão
Em dois dias, foram mortas a tiro oito pessoas envolvidas no projecto de saúde pública, que é contestado pelos talibanIsrael está a preparar “uma avalancha de construções”
A ONU pediu a Israel que “renuncie”
aos seus projectos de novos colona-
tos na Cisjordânia, reafi rmando que
estes são ilegais e ameaçam o pro-
cesso de paz com os palestinianos.
Pouco antes, o primeiro-ministro
israelita, Benjamin Netanyahu, de-
clarava que o seu Governo iria con-
tinuar esta construção, “apesar das
críticas”, e os media israelitas anun-
ciavam mais 3400 casas.
A declaração da ONU, feita pe-
lo secretário-geral adjunto para as
questões políticas, Jeff rey Feltman,
numa reunião do Conselho de Se-
gurança (CS), seguiu-se a uma rara
crítica dos Estados Unidos às acções
israelitas.
Na véspera, a porta-voz do Depar-
tamento de Estado dos EUA, Victoria
Nuland, disse que a América estava
“profundamente desapontada por
Israel continuar a insistir neste pa-
drão de provocação” e acrescentou
que a acção deixa ainda mais longín-
quo o objectivo da paz.
“A construção nos colonatos na
Cisjordânia, incluindo Jerusalém
Oriental, viola as leis internacio-
nais”, disse Feltman na sessão de
ontem do CS. “É um obstáculo à
paz”, sublinhou. Se se concretiza-
rem, estes projectos “darão um gol-
pe quase fatal às hipóteses que ainda
restam de realizar uma solução de
dois Estados”.
ONU pede a Israel que “renuncie” aos novos colonatos
O responsável da ONU pediu
ainda a Israel que recomeçasse a
transferir as verbas dos impostos e
taxas alfandegárias que recolhe em
nome da Autoridade Palestiniana.
Tanto a construção de mais casas
em colonatos, como a suspensão
da transferência das verbas foram
anunciadas por Israel na sequência
da aprovação, pela Assembleia Geral
da ONU, da Palestina como Estado
com estatuto de observador (não
membro) na organização.
Entre anúncios e autorizações in-
termédias e publicações de concur-
sos, trata-se de milhares de novas
casas em vários sectores sensíveis.
Um responsável do Likud, o parti-
do de Netanyahu, referiu-se mesmo
à acção como “uma avalancha de
construções”.
Em Jerusalém Leste, por exemplo,
o município aprovou 2610 novas
casas em Givat Hamatos. Se forem
construídas, será o primeiro bairro-
colonato criado em Jerusalém Leste
dos últimos 15 anos, dizem organi-
zações de defesa de direitos huma-
nos. “Givat Hamatos não é apenas
um novo colonato. É algo que muda
a equação”, sublinha o movimento
israelita Peace Now.
Os palestinianos ameaçaram, en-
tretanto, recorrer ao Tribunal Penal
Internacional com a questão dos co-
lonatos, ilegais perante a lei interna-
cional, algo que apenas Israel dispu-
ta. A possibilidade de recorrer ao TPI
foi uma das prerrogativas que o novo
estatuto de Estado observador deu
à Palestina. “A intensifi cação da co-
lonização e o conjunto das práticas
israelitas de assassínios e detenções
levam-nos a acelerar o nosso recur-
so ao Tribunal Penal Internacional”,
disse à AFP o negociador palestinia-
no Mohammad Chtayyey.
AHMAD GHARABLI/AFP
Médio OrienteMaria João Guimarães
EUA “desapontados” pelo Estado hebraico insistir “neste padrão de provocação” que deixa a paz ainda mais longe
PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | MUNDO | 21
Os estrangeiros que promovem a re-
ligião cristã nas universidades chi-
nesas são como uma doença, “uma
conspiração política para dividir e
ocidentalizar a China”, diz um docu-
mento do comité central do Partido
Comunista de 15 de Maio de 2011,
agora obtido por uma organização
cristã americana, a China Aid.
Com uma linguagem evocativa
da Guerra Fria, o documento foi
divulgado pelo jornal The Washing-
ton Post. Tem por título “Sugestões
para resistir bem ao uso da religião
Comité Central do Partido Comunista chinês declarou guerra ao cristianismo nas universidades
marxista da religião e os princípios
do partido”. Mas há ideias concretas
“para atacar tanto os sintomas como
a causa da doença”.
Guiem os estudantesPor exemplo, controlar de forma
mais apertada a concessão de vistos
a estrangeiros que estudam nas uni-
versidades chinesas — que, no ano
passado, atingiram o recorde de 290
mil, incluindo 23 mil dos EUA, diz o
Washington Post —, para não deixar
entrar quem tenha como principal
interesse a evangelização. E mesmo
as viagens organizadas com moti-
vos turísticos devem ser analisadas
com atenção, pois podem servir pa-
ra plantar uma semente religiosa na
mente dos jovens chineses.
Por outro lado, os responsáveis
das universidades devem ter mais
atenção à vida espiritual dos seus
estudantes — tudo para contrariar a
eventual atracção pelos estrangeiros
por indivíduos estrangeiros para se
infi ltrarem em institutos de ensino
superior e para evitar o evangelismo
nos campus universitários”.
“Com o rápido desenvolvimento
económico e social da China e o cres-
cimento continuado da força nacio-
nal, os países ocidentais liderados
pelos Estados Unidos estão a aumen-
tar a intensidade das suas tentativas
de contenção da China”, lê-se. “As
forças hostis estrangeiras têm dado
grande ênfase à utilização da religião
para se infi ltrarem na China e desen-
cadearem os seus planos conspirati-
vos de ocidentalizar e dividir a China.
Consideram os institutos de ensino
superior como alvos prioritários para
se infi ltrarem, usando a religião, em
particular o cristianismo”, prosse-
gue o documento, que teve difusão
restrita.
As recomendações têm sempre co-
mo tema de fundo “aumentar a pro-
paganda e a educação sobre a visão
Religião Clara Barata
A evangelização cristã é uma arma do Ocidente para dividir a China, afirma documento revelado por organização dos EUA
que falam em Deus. “Os conselheiros
devem ter conversas longas de cora-
ção aberto com os estudantes para
conhecer o seu estado ideológico,
responder a questões que os preo-
cupem, guiar os seus sentimentos.”
O Governo chinês é ofi cialmente
ateu, e Pequim continua a ter rela-
ções confl ituosas com o cristianis-
mo, sobretudo com o catolicismo,
porque não é bem visto que os fi éis
se virem para alguém com maior au-
toridade terrena do que o partido —
o Papa. Ainda assim, o cristianismo
tem crescido bastante, se bem que
os praticantes sejam perseguidos.
Estima-se que existam 68,4 milhões
de cristãos na China, o que, embora
seja apenas 5,1% da população, se-
gundo dados do estudo A Paisagem
Religiosa Global, do Pew Forum on
Religion and Public Life divulgado
na terça-feira, torna-a o sétimo país
mais católico do mundo, com 3,1%
do total dos fi éis.
Breves
França
Tribunal recusa desistir de processo contra Strauss-KahnUma semana depois de ter concluído um acordo milionário sobre o “caso Sofitel Nova Iorque”, Dominique Strauss-Kahn sofre um revés noutro processo judicial com motivações de índole sexual. O tribunal francês que tem em mãos um inquérito que envolve alegadas actividades de proxenetismo recusou arquivar o caso. No inquérito, DSK é suspeito de pertencer a um grupo de nove pessoas que estariam envolvidas na exploração sexual de mulheres.
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22 | MUNDO | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012
Sem fi lhos nem marido, Park vai-se “dedicar inteiramente” à Coreia do Sul
REUTERS
Park Geun-hye disse sentir-se inspirada por personalidades como Margaret Thatcher ou Angela Merkel
A Coreia do Sul vai ser governada,
pela primeira vez na história, por
uma mulher: Park Geun-hye, a can-
didata conservadora do partido Sa-
enuri, e fi lha do antigo chefe militar,
Park Chung-hee, foi eleita Presidente
com uma magra vantagem sobre o
seu rival liberal Moon Jae-in.
As sondagens à boca das urnas
colocavam a diferença entre os dois
candidatos em apenas um ponto
percentual, atribuindo 50,1% a Pa-
rk Geun-hye e 48,9% ao seu opositor
do Partido Democrático Unido. Com
mais de 80% dos votos apurados,
Park liderava com 51,6% dos votos,
contra 48% de Moon, que concedeu
a derrota antes mesmo de estarem
contados todos os boletins.
Será o regresso à Casa Azul (pa-
lácio presidencial) de Park, que em
1974, após o assassinato da mãe por
um “comando” alegadamente con-
tratado pelo líder norte-coreano Kim
Il-sung, assumiu as funções de pri-
meira-dama do governo autocrático
do seu pai — uma ditadura de 18 anos
durante a qual o país experimentou
a maior expansão económica da sua
história. Agora aos 60 anos, a conser-
vadora convenceu os eleitores que,
pelo facto de não ter marido nem
fi lhos, tem todas as condições para
se “dedicar inteiramente ao país”.
E não serão poucas as tarefas que
a aguardam: a desaceleração da ac-
tividade económica, que viu o ritmo
de crescimento de 5% constante nos
últimos 50 anos cair para os 2%, e
fez disparar a desigualdade de ren-
dimentos com imprevisíveis conse-
quências sociais; ou a beligerância
da Coreia do Norte, que além de
retomar os testes balísticos em de-
partido Saenuri no Parlamento, on-
de chegou em 1998. Enquanto can-
didata presidencial, disse sentir-se
inspirada por personalidades como
Margaret Thatcher ou Angela Merkel,
sem contudo justifi car se os motivos
da sua admiração são as políticas que
estas líderes defenderam ou imple-
mentaram.
Para muitos coreanos, a futura Pre-
sidente ainda é defi nida politicamen-
te em função do seu pai, que tanto
é idolatrado por ter transformado
o país numa das maiores potências
industriais do mundo, retirando mi-
lhares de famílias da pobreza, como
é diabolizado pelo seu desrespeito
pelos direitos humanos ou as re-
gras da alternância democrática.
Park Chung-hee foi assassinado em
1979 — ao receber a notícia, a fi lha
alegadamente terá perguntado como
estava a situação na frente de guerra
e se a fronteira estava segura.
Aos 60 anos, a fi lha do antigo ditador Park Chung-hee faz história ao tornar-se a primeira mulher eleita para o governo. Regressa ao palácio presidencial de Seul para promover crescimento económico
Eleições Rita Siza
e recuperar a economia”, sublinhou
a futura Presidente, numa primeira
reacção ao resultado eleitoral.
O principal desafi o para Park será
o de “quebrar o telhado de vidro”
que continua a impedir as mulheres
sul-coreanas de terem as mesmas
oportunidades e receber os mesmos
salários do que os homens do país.
Até se lançar na corrida pela pre-
sidência, Park foi uma diligente mas
relativamente discreta deputada do
safi o das resoluções da comunidade
internacional tem vindo a infl amar
a sua retórica contra o país vizinho,
com quem permanece teoricamente
em guerra.
“Confi o totalmente nela, é a pes-
soa indicada para salvar o país, se-
guindo as pisadas do pai”, comentou
à Reuters Park Hye-sook, uma eleito-
ra de 67 anos de Seul. “Esta vitória
mostra como as pessoas têm espe-
rança em ultrapassar a crise actual
Sexta-feira o mundo acaba Mas há quem sobreviva.Inimigo público: dicas para um apocalipse gostoso
Entre na Gulbenkian com o Público e venha ver o marpelos olhos dos maiores pintores europeus.
De quarta a sábado o Público vale mais que 1€.
1 jornal = 1 entrada GRÁTIS na exposição (valor 5€) As Idades do Mar
Entre 26 de Dezembro e 12 de Janeiro,
de quarta a sábado, destaque do seu jornal Público
o cupão que lhe dará acesso à nova exposição do
Museu Calouste Gulbenkian. Uma digressão fascinante
por quatro séculos da representação visual do mar,
realizada com o excepcional apoio do Museu d´Orsay.
Turner, Manet, Monet, Signac, Van Goyen, Lorrain,
Courbet, Boudin, Klee, De Chirico e os portugueses
Henrique Pousão, Amadeo de Souza-Cardoso, João Vaz,
e Maria Helena Vieira da Silva são alguns
dos 89 pintores presentes na compilação.
Imperdível, ainda mais para quem compra o Público.
Não esqueça, corte o cupão, não a cultura.
Saiba mais em www.gulbenkian.pt
© M
use
o S
oro
lla
, M
ad
rid
A exposição está patente até 27 de Janeiro de 2013.
APROVEITE OHORÁRIO ALARGADODAS
10H00 – 20H00
24 | CIÊNCIA | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012
21.12.12
O mundo vai acabarmas não será já amanhã
Impactos de meteoritos, actividade solar alta, a colisão de um planeta-fantasma ou uma mega-erupção. A pseudociência está a dar gás a uma falsa profecia maia e o medo das pessoas é alimentado pela falta de cultura científi ca, dizem os astrónomos
Chegará o dia em que
o Sol vai inchar e
transformar-se
numa gigante ver-
melha. Quando
isso acontecer,
daqui a mais de
cinco mil milhões
de anos, Mercúrio
será engolido, de-
pois Vénus e fi nalmente a Terra.
Mas a vida já terá desaparecido
do nosso planeta. A evolução
natural de estrelas como o Sol é
brilhar cada vez mais. E dentro
de mil milhões de anos a tempe-
ratura à superfície da Terra será
demasiado alta para haver água
no estado líquido. Esta não é as-
sim uma preocupação para já,
mas muitas pessoas pensam que o
fi m do mundo está iminente. Uma
falsa profecia maia fantasia que
esse dia chegará mesmo já esta
sexta-feira — a 21 de Dezembro
de 2012.
“Esta ideia do fi m do mundo
começou a transparecer no ano
passado, através de informações
pedidas ao Observatório de As-
tronomia de Lisboa”, lembra ao
PÚBLICO Rui Agostinho, direc-
tor do observatório, astrónomo e
professor na Faculdade de Ciên-
cias da Universidade de Lisboa.
“Havia perguntas sobre se o mun-
do ia mesmo acabar. Havia outras
pessoas que nos enviavam textos e
mostravam estar muito preocupa-
dos com o fi m do mundo.”
Segundo Rui Agostinho, estas
preocupações provinham de uma
minoria de pessoas. Mas o astró-
nomo acrescenta que nas escolas
houve também professores que
contaram que alguns alunos par-
tilharam as mesmas inquietações.
Este medo tão inusitado e revela-
dor de tanto desconhecimento fez
com que o observatório organizas-
se palestras que agregou no ciclo
Sessão Apocalíptica.
Amanhã às 21h30 será dada a
palestra fi nal: Maias 2012: O fi m
dos tempos? A palestra já tem as
reservas esgotadas, mas quem
quiser pode vê-la em directo na
Internet, através do site do obser-
vatório. O orador será o próprio
Rui Agostinho, que irá desmon-
tar esta fantasia que cresceu e se
transformou numa mistura de má
narrativa histórica, pseudociência
e muita superstição. Acabou, po-
rém, por fomentar muitos medos.
O anúncio do fi m do mundo é
quase tão velho como a humani-
dade. Houve centenas de previsões
ao longo dos séculos, muitas em
tempos terríveis, como durante a
epidemia da peste negra na Idade
Média, na Europa. O século XXI
não mudou de registo. Um deles
foi o suposto buraco negro que o
LHC (o grande acelerador de par-
tículas do Laboratório Europeu de
Partículas, ou CERN) iria desenca-
dear, quando começasse a traba-
lhar em 2008.
A humanidade já esteve para de-
saparecer muitas vezes, segundo
as profecias. A próxima é sempre
a derradeira, pelo menos até esse
momento fi car para trás.
“O mundo é muitas vezes vis-
to como um sítio terrível, cheio
de opressões, injustiças e com a
ameaça da morte”, disse Lorenzo
DiTommaso, um investigador e
especialista em catastrofi smo. “A
visão apocalíptica dá uma resposta
poderosa: o mundo é tão mau que
não pode ser restaurado. Por isso
é varrido.”
DiTommaso, que pertence ao
Departamento de Teologia da
Universidade de Concordia, no
Quebeque, Canadá, defende que
religiões como o judaísmo, o cris-
tianismo ou o islão profetizaram
o apocalipse. Essa tradição esca-
pista, de vingança contra o mal e
de um bem redentor após o fi m de
tudo, continua bem viva.
“Mais e mais pessoas olham pa-
ra o mundo através de uma visão
apocalíptica. Uma das razões é
que as coisas parecem irrepara-
velmente estragadas: o ambiente,
a economia, o sistema político. No
seu âmago, é uma resposta simples
para problemas complexos. E é
uma resposta adolescente, já que
coloca no exterior de nós as res-
ponsabilidades da resolução dos
problemas.”
Na profecia de amanhã, a única
culpa dos maias é terem inventa-
do um calendário que funciona
como o contador de quilómetros
dos carros, que, quando chega ao
fi m, volta ao início. Os maias fo-
ram uma das mais importantes
civilizações da América Central.
Esta civilização tinha várias for-
mas de contar o tempo, para de-
terminar a sementeira e colheita
do milho, para assinalar o ano so-
lar e outra para longos períodos
de tempo. Este último calendário
assinalava os dias utilizando um
contador com cinco casas, num
sistema não decimal e que ia até
aos 8000 anos. Depois, o contador
seria obrigado a voltar ao início.
Segundo a profecia, o fi m da
contagem no calendário — e do
Nicolau Ferreira
PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | CIÊNCIA | 25
NAS
A
mundo — seria no próximo dia
21. Os arqueólogos pensam que
esta contagem terá começado a 5
de Setembro de 3114 a.C. — basta
fazer as contas para perceber que
entre as datas só passaram 5126
anos. Outros argumentam que os
maias falavam numa renovação
do mundo a cada 5200 anos, em
que um incêndio de enormes pro-
porções e depois chuvas intensas
iriam dizimar o mundo inteiro.
E a humanidade recomeçaria a
partir do zero.
A previsão apocalíptica come-
çou a ganhar forma na década
de 1960. Actualmente, tem rece-
bido força com a ajuda de justi-
fi cações pseudocientífi cas: esta
sexta-feira o fi m do mundo será
causado por tempestades sola-
res fortíssimas, devido ao pico
da actividade do Sol, apesar de
os astrónomos dizerem que na-
da se passa de anormal; outros
dizem que um asteróide ou um
planeta-fantasma vai colidir com
a Terra, mas que ninguém ainda
observou no céu.
Outras hipóteses: inundações
planetárias, megavulcanismo,
sismos, alinhamento galáctico,
uma alteração da energia do Uni-
verso.
“A apropriação dos termos da
ciência é fundamental para dar
credibilidade à ideia”, desmisti-
fi ca Rui Agostinho. “Se alguém
dissesse que a grande banana
cósmica vai afectar o planeta,
ninguém acreditaria.” Um dos
grandes problemas, é a falta de
literacia científi ca para descons-
truir estas ideias e questionar
racionalmente estes argumen-
tos pseudocientífi cos. “A ciên-
cia é uma linguagem críptica, é
preciso aprendê-la e não é fácil”,
sublinha o astrónomo, que na pa-
lestra irá rebater, uma por uma,
todas as causas “científi cas” do
fi m do mundo.
José Augusto Matos, astrónomo
da Universidade de Aveiro, já deu
uma conferência sobre este fi m
do mundo. “Referi que estas pro-
fecias não podem ser levadas a sé-
rio. O futuro não está escrito em
lado nenhum. Não há nenhum
pensador ou astrólogo que pos-
sa dizer que vai acontecer uma
dada coisa.” Para José Augusto
Matos, “estas ideias acabam por
ter algum sucesso devido à igno-
rância das pessoas, há muita falta
de cultura científi ca”.
Mas uma coisa será certa: o fi m
da Terra irá irremediavelmente
acontecer. Se até lá nada de ca-
taclísmico ocorrer, o destino
do nosso planeta estará intima-
mente ligado com a morte do Sol,
daqui a muitos milhões de anos.
Talvez nessa altura isso não seja
um problema para a humanida-
de, que poderá já ter colonizado
outro planeta e nem se lembrar
que um dia existiu a Terra.
26 | CULTURA | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012
Ensaio na Casa da Música, no Porto, quando se preparava o concerto final da orquestra para comemorar o Dia
Se os mecenas da Casa da Música recuarem, cortes podem duplicar
As reacções à demissão em bloco do
conselho de administração da Casa
da Música, motivada pelos cortes
orçamentais impostos à instituição,
vêm de vários quadrantes e são unâ-
nimes no receio de que possa vir a
ser posto em causa um projecto cuja
relevância ninguém questiona.
O musicólogo e ex-secretário de
Estado da Cultura Rui Vieira Nery
acha que a questão tem uma tal
“gravidade política” que deveria ser
“decidida ao mais alto nível” pelo
primeiro-ministro. O compositor Pe-
dro Amaral diz que a Casa da Música
e o Remix Ensemble são um veículo
fundamental de exportação da cul-
tura portuguesa e que “prescindir
deles é um crime”. O presidente da
Associação Comercial do Porto, Rui
Moreira, receia que os mecenas pri-
vados da instituição, confrontados
com “o incumprimento do Gover-
no”, decidam “bater com a porta e
entregar o bebé ao Estado”. E o di-
rector do serviço de música da Fun-
dação Gulbenkian, o fi nlandês Risto
Nieminen, confessa a sua difi culda-
de em perceber que o Governo, para
poupar um milhão de euros, esteja
a pôr em risco “a única instituição
moderna dedicada à música que
existe em Portugal”.
A administração da Fundação
Casa da Música, presidida por José
Manuel Dias da Fonseca — e que tem
em Nuno Azevedo o único elemento
com funções executivas — anunciou
anteontem a sua demissão, provoca-
da pela insistência do Governo em
reduzir o fi nanciamento público da
instituição em mais 30%, uma per-
centagem decorrente da polémica
avaliação às fundações.
Um corte que os administradores
consideram ir “além do que é eco-
nomicamente sustentável”, e que
vem contrariar as garantias que ti-
nham sido dadas ao Conselho de
Fundadores da Casa da Música pe-
lo anterior secretário de Estado da
Cultura, Francisco José Viegas, que
assegurara que o corte se fi caria pe-
los 20%, o mesmo que foi aplicado
O administrador demissionário Nuno Azevedo acusa o Estado de “faltar à palavra” dada e critica o “truque” da avaliação das fundações e o “populismo” dos cortes
ao Centro Cultural de Belém (CCB).
Esta comparativa benevolência no
corte aplicado ao CCB, consagrada
numa resolução do Conselho de
Ministros de Setembro passado, foi
justamente um dos aspectos ontem
criticados no Parlamento pelo de-
putado centrista João Almeida, que
acusou o governo de “centralismo”.
Elogiando a Casa da Música, que
considerou “uma referência regio-
nal, nacional e internacional”, o diri-
gente centrista, cujo partido integra
a coligação de Governo, afi rmou que
“não é aceitável que se ponha em
causa a dimensão cultural de um
povo e do país, reduzindo-a a uma
mera equação matemática”.
Promessa de Viegas não valeNo comunicado em que justifi ca a
sua demissão, a administração afi r-
ma que o Estado deu a entender que
a Casa da Música fora imprudente
em “avançar com a execução do pla-
no de actividades em 2012, e com a
preparação do ano de 2013, apenas
com base na palavra do anterior Se-
cretário de Estado da Cultura”. Um
recado dirigido ao actual secretário
de Estado da Cultura, Jorge Barre-
to Xavier, que veio já defender-se,
argumentando que Francisco José
Viegas “tomou uma série de medi-
das e atitudes que são respeitadas”,
mas que “o processo decisório sobre
a Casa da Música não estava conclu-
ído”.
Há pouco mais de uma semana,
Barreto Xavier já reconhecera, em
declarações à Lusa, a existência de
“promessas efectuadas anterior-
mente”, mas acrescentara que es-
tas “não correspondem a efectivo
procedimento de decisão compatí-
vel com um compromisso superior
àquele que o Estado em termos
normativos e procedimentais pode
atribuir à Casa da Música”. Nuno
Azevedo apresenta a sua versão dos
acontecimentos numa formulação
menos obscura. Em entrevista ao
Porto Canal, o administrador acu-
sou ontem frontalmente o Estado de
“não ter palavra” e de estar a “impor
um corte que contraria o acordo es-
tabelecido em Abril” com o anteces-
sor de Barreto Xavier. “Estávamos
disponíveis para uma quebra de 20%
nos apoios”, garantiu Nuno Azeve-
do, sublinhando que “com 30%, são
grandes os riscos de incumprimento
dos nossos compromissos”.
Para Vieira Nery, um dos grandes
perigos da situação agora criada é
justamente o de que “comecem a
ser cancelados” compromissos in-
ternacionais. “A Casa da Música é
hoje um organismo integrado numa
rede internacional de primeira gran-
deza, algo que deu muito trabalho a
construir e que pode ser facilmente
destruído”, avisa.
Também Risto Nieminen teste-
munha o prestígio de que a Casa da
Música e o seu director artístico,
António Jorge Pacheco, desfrutam
nos círculos internacionais da mú-
sica, e defende que se trata de “uma
instituição exemplar”, fundamental
para a “promoção internacional de
compositores e executantes portu-
gueses,” e para a “educação musical
das novas gerações”
Um trabalho que Nuno Azevedo
não acredita que seja possível pros-
seguir com “um contributo do Es-
tado tão baixo” como o que agora
é imposto.
O demissionário administrador
delegado da Casa da Música critica
ainda o “populismo inaceitável”
que ditou os cortes às fundações e
vê na avaliação um mero “truque
para conseguir impor um corte para
além daquilo que é sustentável”.
Apontando a “incoerência insu-
portável” com que “o Estado elogia
o trabalho da Casa da Música e, ao
mesmo tempo, avalia negativamente
a fundação que a gere, Nuno Azeve-
do alerta ainda para a possibilidade
de os cortes virem a ser muito mais
drásticos do que os já anunciados.
Os mecenas, que até agora nunca re-
cuaram, podem seguir o exemplo do
Estado e, nesse caso, salienta o ad-
ministrador, o “corte de três milhões
Fundações Luís Miguel Queirós
2,69milhões de euros foi quanto a Casa da Música angariou em apoios mecenáticos em 2011, a somar aos quase quatro milhões de euros que facturou em receitas próprias
1640eventos realizados ao longo do ano passado na Casa da Música
PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | CULTURA | 27
Mundial da Música
PAULO PIMENTA
pode-se multiplicar por dois”.
O Conselho de Fundadores já
autorizou que o fundo de reserva
constituído em 2006, quando da
criação da Fundação, seja utiliza-
do para suprir os cortes e garantir
que a programação de 2012 e 2013
não será afectada. Mas, no mesmo
comunicado em que lamentou o
processo que levou à demissão da
administração, esclarece que não
pôde aprovar o Plano Estratégico
2013-2015, dada “a falta de defi nição
do quadro fi nanceiro expectável”.
Em 2011, a Casa da Música aco-
lheu 1640 eventos, recebeu mais de
meio milhão de visitantes e gerou
receitas próprias no valor de qua-
tro milhões de euros, às quais se
somam 2,69 milhões de apoios me-
cenáticos, angariados, no essencial,
entre os seus próprios fundadores,
que incluem bancos, seguradoras
e os maiores grupos económicos
portugueses.
“É a única instituição moderna dedicada à música em Portugal”Risto NieminenDirector do Serviço de Música da Gulbenkian
Novos estatutos
Fundações vão ter mais seis meses
OGoverno comunicou esta terça-feira à noite, ao Centro Português de Fundações (CPF), que o
prazo de Janeiro para a revisão estatutária a que a nova lei obriga as fundações será prolongado até Junho.
Essa notícia, bem como as demissões na Casa da Música, deverão ser temas na mesa da assembleia geral ordinária que o CPF tem marcada para amanhã. “Não percebo como as entidades responsáveis não entendem como é fulcral que a Casa da Música permaneça em condições adequadas”, disse Carlos Monjardino, actual presidente da assembleia geral do CPF e presidente da Fundação Oriente. Monjardino diz que o centro “já fez tudo”, desde o anúncio das novas medidas do Estado para o sector fundacional: “Falámos com o Presidente da República e com o representante parlamentar encarregado das fundações. Toda a lei e a forma como foram classificadas as fundações só pode ser por desconhecimento.”
Segundo Monjardino, “claramente há uma confusão e a única maneira de sair dela é admitirem que erraram”. Refere-se tanto às classificações dadas às fundações como à lei, “que não espelha a realidade”. Sublinhando que “não pode haver intervenção pública, seja do poder central, seja do autárquico, numa fundação privada”, diz que a actual situação é “especialmente injusta para fundações cujos fundos vieram de fora”. É o caso da Fundação Oriente, a que preside, e da Fundação Gulbenkian, cujo presidente, Artur Santos Silva, é também presidente do CPF.
O CPF representa o sector fundacional e tem cerca de 150 membros de todo o país, fundações de dimensão e missão tão distintas como a Fundação Casa da Música e a Fundação Benfica. V.R.
A Casa da Música não veio apenas
colmatar uma lacuna no âmbito dos
equipamentos culturais no Norte
de Portugal — e mesmo que fosse só
isso, já seria muito — mas assumiu-
se desde o início como um projecto
de âmbito nacional e internacional.
O seu reconhecimento além-
fronteiras é hoje um dado
adquirido, bem como o papel
imprescindível na vida musical
portuguesa como suporte de uma
série de agrupamentos residentes,
promotora de concertos e pólo de
formação e criação artística.
Concebida no âmbito do Porto
2001 – Capital Europeia da Cultura,
teve como principal mentor o
pianista Pedro Burmester, tendo-
lhe sucedido em 2009, no lugar de
director artístico, António Jorge
Pacheco (na foto), que continuou
o projecto de forma exemplar.
O emblemático edifício de Rem
Koolhaas só seria inaugurado em
15 de Abril de 2005, mas para trás
estavam vários anos de trabalho.
Nunca é de mais relembrar que,
ao contrário do que costuma
suceder em Portugal — constrói-
se um edifício para assinalar um
evento qualquer e depois logo se
vê o que se vai fazer com ele... —,
a Casa da Música foi pensada com
um horizonte a longo prazo e como
um projecto cultural para além do
edifício arquitectónico que deveria
contemplar diferentes domínios:
da música erudita ao jazz, do fado
à electrónica, da grande produção
internacional às iniciativas mais
experimentais.
A Orquestra Nacional do Porto,
cujo nome foi alterado em 2010
para Orquestra Sinfónica do Porto
– Casa da Música tornou-se um
dos agrupamentos residentes,
juntamente com o Remix
Ensemble, grupo especializado
na música contemporânea criado
no ano 2000 e o primeiro grande
motor de internacionalização
da instituição. O seu alto nível
qualitativo abriu-lhe as portas dos
principais festivais internacionais
e a sua integração no circuito
europeu da música contemporânea
foi reforçado pela adesão da
Casa da Música ao Réseau Varèse
em 2002. Posteriormente, a
instituição integrou também
o REMA (Réseau Européen de
Musique Ancienne), o que tem
permitido várias cooperações
internacionais no plano da música
antiga, envolvendo a Orquestra
Barroca. Um exemplo recente foi a
bem-sucedida estreia moderna nos
festivais de Sablé e Ambronay da
serenata L’Ippolito, do compositor
setecentista português Francisco
António de Almeida.
Formada em 2003 a partir de
um núcleo de instrumentistas
do Remix Ensemble, a Orquestra
Barroca Casa da Música só adquiriu
um perfi l mais especializado depois
de 2006, com a introdução de
instrumentos com cordas de tripa e
a colaboração com maestros como
Lawrence Cummings, Fabio Biondi,
Harry Christophers, Antonio
Florio ou Rinaldo Alessandrini.
Em 2009, foi fundado o Coro Casa
da Música, tendo como maestro
titular Paul Hillier, outra fi gura
da grande relevo internacional,
o que permitiu alargar ainda
mais as possibilidades da
programação e dar oportunidade
a vários jovens cantores. Os
agrupamentos residentes, com
provas dadas e uma qualidade
crescente reconhecida pelo
público e pela crítica nacional e
internacional, foram sempre uma
aposta prioritária, em detrimento
das visitas efémeras de grandes
estrelas para a temporada de
concertos. Personalidades
relevantes do circuito internacional
(incluindo a residência anual de
um compositor estrangeiro de
renome) têm também felizmente
passado pelo palcos da Casa da
Música, mas sempre procurando
esse equilíbrio com as estruturas
locais e geralmente no âmbito de
programações temáticos e de novos
desafi os.
Por outro lado, a Casa da Música
tem um Serviço Educativo bastante
dinâmico, com actividades para
públicos de todas as idades, e
entre 2000 e 2010 encomendou
um total de 123 novas obras (de
forma autónoma ou em parceria)
a 73 compositores diferentes, 31
portugueses e 42 estrangeiros,
dois deles residentes em Portugal
(segundo os dados que constam
de uma brochura publicada pela
instituição). Um jovem compositor
português é também seleccionado
anualmente para apresentar as
suas obras.
Se pensarmos que o projecto
tem pouco mais de uma década, é
impressionante o imenso caminho
percorrido e parece já impensável
imaginar a vida musical portuguesa
sem a Casa da Música. Mais
impressionante ainda é a cegueira
dos nosso governantes em relação
à cultura e o lugar de irrelevância
que lhe têm atribuído. Apesar de
tudo, a Casa da Música tem algumas
armas e força para lutar e exigir
que os compromissos assumidos
sejam honrados, mas a maior
parte das instituições, associações
culturais e artistas individuais
está numa situação de fragilidade
assustadora e em risco de ver
desmoronar-se de um momento
para o outro o trabalho que levou
tantos anos a construir.
Antes e depois da Casa da Música
ComentárioCristina Fernandes
Crítica de música
Se pensarmos que o projecto tem pouco mais de uma década, é impressionante o imenso caminho percorrido e parece já impensável imaginar a vida musical portuguesa sem a Casa da Música
28 | CULTURA | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012
Quantos corpos são precisos para fazer Afonso Henriques?
Um fi lme que é uma impossibilida-
de. Se o primeiro rei de Portugal foi
retratado durante séculos como um
gigante de fi gura imponente, um ho-
mem não basta para lhe dar corpo.
Esse é o dilema de João Pedro Ro-
drigues em O Corpo de Afonso, um
cineasta à procura de um actor para
encarnar o mito. No fundo, é isso
que acontece em todos os fi lmes, só
que não o vemos.
Aqui estamos nos bastidores. Mais
do que sobre a história do país, este
fi lme é um olhar sobre o cinema. Em
particular, foca-se na tarefa de en-
contrar um actor para ser cara, voz,
corpo de um personagem. Sendo
um objecto artístico que vale por si,
O Corpo de Afonso acaba, por isso,
por abrir uma porta sobre o próprio
trabalho de João Pedro Rodrigues,
como se o víssemos a concretizar a
sua metodologia de escolha de um
actor. “Acho sempre fascinante essa
procura”, justifi ca o realizador de O
Fantasma.
Quando escreve um fi lme, o cine-
asta procura, ao mesmo tempo, os
actores. Às vezes, as personagens
que imaginou “acabam transforma-
das pela pessoa que encontro para o
papel”, explica. Isso é o que vemos
nesta obra, com o método João Pe-
dro Rodrigues posto em evidência,
numa sessão de casting pela qual
passam David Herminda Lovelle
(na foto) e mais de duas dezenas
de actores, prontos para serem D.
Afonso Henriques.
Porém, a personagem que aqui
se procura não foi criada por Rodri-
gues, é uma fi gura histórica, mitifi -
cada. D. Afonso Henriques é descri-
to por alguns documentos como um
homem enorme para o seu tempo.
Segundo relatos da época em que
D. Manuel I mandou transladar os
seus restos mortais para o actual
sepulcro na Igreja de Santa Cruz,
em Coimbra (no século XVI), o pri-
meiro monarca teria dois metros de
altura e meio metro de largura. Três
séculos mais tarde, em plena guerra
civil, D. Miguel terá mandado abrir
novamente o túmulo, confi rmando
a imponência do primeiro rei.
Tudo isto pode ser verdade ou
apenas um mito. Em 2006, um gru-
po de investigadores em antropolo-
gia forense tentou abrir o túmulo de
D. Afonso Henriques para estudar
os seus restos mortais. A operação
estava autorizada e tinha até data
marcada, mas, umas horas antes do
seu início, foi cancelada por decisão
superior. Como “foi recusada essa
tentativa de investigação”, o cinema
assume o seu papel de contador de
mitos. É assim desde The Man Who
Shot Liberty Valance, de John Ford.
Esta investigação cinematográfi ca
sobre o corpo do primeiro rei não
resulta em frutos inequívocos como
os que esperamos da ciência. Em
vez de um homem para ser mito,
temos vários. Mais de duas dezenas
de actores que são uma parte de D.
Afonso Henriques. O resultado fi nal
no fi lme de João Pedro Rodrigues
“é uma espécie de corpo com mui-
tas cabeças”, ilustra o realizador.
Afonso Henriques não é ninguém e
é, ao mesmo tempo, todos aqueles
homens e corpos diferentes.
O Corpo de Afonso estreou na ter-
ça-feira em Guimarães, numa co-
produção da Capital Europeia da
Cultura (CEC). A curta-metragem
(30 minutos de duração) é a penúl-
tima da série Histórias de Guimarães
que incluiu dez fi lmes de cineastas
portugueses e que será encerrada
no dia 27 de Dezembro, com a es-
treia de A palestra, de Bruno de
Almeida.
A encomenda da CEC tinha como
única contrapartida que o tema fos-
se vimaranense. A rodagem foi, de
resto, quase integralmente feita fora
de Portugal. A equipa de João Pedro
Rodrigues esteve em Vigo, na Galiza,
a fazer o casting. A decisão foi toma-
da pela proximidade linguística entre
o galego e o galaico-português que
David Herminda Lovelle (em cima), um dos actores que interpretam D. Afonso Henriques na curta-metragem em que João Pedro Rodrigues quis lançar um olhar sobre o cinema
A curta-metragem de João Pedro Rodrigues O Corpo de Afonso fi lma a procura de um actor para encarnar o primeiro rei de Portugal. Foi uma encomenda da Guimarães 2012
CinemaSamuel Silva
Mais de duas dezenas de actores são uma parte de Afonso Henriques
PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | CULTURA | 29
A belíssima Capela da Universidade
de Coimbra, embora com repara-
ções em curso, acolheu dois con-
certos que encerraram os dois dias
das primeiras Jornadas Mundos e
Fundos, levadas a cabo pelo Centro
de Estudos Clássicos e Humanísticos
da Universidade de Coimbra, no fi m-
de-semana.
A Capella Sanctae Crucis, criada
enquanto laboratório artístico do
projecto de doutoramento do seu
director, Tiago Simas Freire, trouxe
a público algumas obras conhecidas
a partir de manuscritos seiscentistas
provenientes do Mosteiro de Santa
Cruz de Coimbra, que terão prova-
velmente permanecido encerradas
no papel por mais de 350 anos.
Se o programa do concerto de sá-
bado seria inteiramente preenchi-
do com música de Natal do século
XVII do Mosteiro de Santa Cruz —
conservada na Biblioteca Geral da
Universidade —, o concerto do dia
anterior, sexta-feira, apresentou um
repertório de origem mais variada,
associando ao primeiro algumas pe-
ças criadas em Veneza e em Milão.
Aspecto comum a todas as obras
deste concerto puramente instru-
mental é o facto de se destinarem
a cerimónias eclesiásticas, sendo
originalmente interpretadas como
prelúdio a peças vocais, ou alternan-
do com estas.
Tentando ir além do imenso poder
de sedução dos instrumentos anti-
A novidade da música portuguesa
gos deste quinteto (no caso, Etienne
Floutier, viola da gamba-soprano,
Ondine Lacorne-Hébrard, viola da
gamba-baixo, Tiago Simas Freire,
corneto e fl autas, José Rodrigues Go-
mes, baixão e fl autas, Ricardo Leitão
Pedro, alaúde e teorba), encontra-
se no repertório apresentado um
conjunto de entusiasmantes ingre-
dientes rítmicos e modais, de uma
tal fertilidade que nos faz questionar
as razões pelas quais tal música tem
permanecido afastada da prática
musical. Importa, pois, valorizar as
mais sérias acções (ainda que mo-
destas e afastadas dos holofotes) que
visam trazer (de novo) a vida a um
património de incalculável valor.
Apesar do frio, e das difi culdades
de afi nação que daí advêm, a pres-
tação do agrupamento manteve um
elevado nível, associando o visível
prazer de fazer música ao entusias-
mo de participar da (re)criação de
um repertório que tão bem ilustra o
tempo em que foi escrito. Também
o detalhe de agrupar as peças de
acordo com o modo em que foram
compostas e de cenicamente tirar
partido desse aspecto, tocando um
sino com a respectiva nota no início
de cada grupo de peças, contribui
para a aproximação do público à
cerimónia, na qual se sente o pleno
envolvimento dos músicos.
As obras portuguesas que a Ca-
pella Sanctae Crucis nos deu a
conhecer no primeiro concerto
incluem partituras de autor desco-
nhecido e outras de Dom Jorge, D.
Teotónio da Cruz, Diego Alvarado e
Fr. Agostinho da Cruz.
Parece haver muito mais por ex-
plorar e os investigadores José Abreu
e Paulo Estudante, do Centro de Es-
tudos Clássicos e Humanísticos e or-
ganizadores das Jornadas Mundos
e Fundos, mostram-se confi antes
no potencial do material que têm
em mãos.
Crítica de Música
Capella Sanctae Crucis
Tiago Simas Freire, direcção
Coimbra, Capela da Universidade
Sexta-feira, 14 de Dezembro, 21h30
Música instrumental nas cerimónias
eclesiásticas dos sécs. XVI e XVII.
Sala quase cheia
Diana Ferreira
mmmmm
PAULO ESTUDANTE
O quinteto Capella Sanctae Crucis
DR
se acredita ter sido falado no tempo
de D. Afonso Henriques. Os actores
falam todos em galego e é em galego
que contam as suas histórias.
São esses actores que acabam por
trazer o fi lme para os dias de ho-
je. Durante o casting, o realizador
colocou um conjunto de questões
aos participantes e foi encontrada
uma resposta comum a quase todos:
“Desemprego”.
“Isto revela o tempo e o estado do
mundo”, sublinha João Pedro Ro-
drigues. Aquelas pessoas tinham
respondido a um anúncio para um
casting e estavam, no fundo, à pro-
cura de trabalho. Professores, ins-
trutores de ginásio ou strippers, em
comum tinham o facto de estarem
no desemprego. E por muito que a
situação retratada seja em Espanha,
ela “é igual ou semelhante à situa-
ção portuguesa, em que as pessoas
não têm trabalho e não sabem o que
hão-de fazer”, diz João Pedro Rodri-
gues. O Corpo de Afonso tenta, por
isso, “falar também do presente”. E
estes problemas são mais palpáveis
do que qualquer mito.
Um golpe de Estado com mais de três
mil anos e uma intriga palaciana que
envolve traições no harém e chefes
militares, digna de um romance. A
morte de Ramsés III foi mesmo assim.
Uma investigação forense cujos resul-
tados acabam de ser publicados na re-
vista British Medical Journal concluiu
que o faraó foi degolado. Os exames
mostram um grande corte no pescoço
do rei, que esteve até aqui escondido
por camadas de linho, o tecido usado
na sua mumifi cação. Porque o têxtil
não pode ser removido por motivos
de conservação, a equipa italiana que
conduziu o novo estudo recorreu à
TAC (tomografi a axial computoriza-
da), um método de diagnóstico que
dá uma imagem detalhada a partir de
uma série de radiografi as, para voltar
a examinar o corpo daquele que é
considerado o último grande faraó
(reinou entre 1186 a.C. e 1155 a.C.).
Albert Zink, investigador da Aca-
demia Europeia de Bolzano, e a sua
equipa, composta por egiptólogos,
especialistas em biologia molecular,
paleontólogos e radiologistas, che-
gou à conclusão de que, muito pro-
vavelmente, o pescoço do faraó foi
cortado com uma arma afi ada e que
o golpe, grande e profundo, lhe terá
provocado morte imediata.
“Finalmente resolvemos um im-
portante mistério na história do an-
tigo Egipto”, disse Zink na apresen-
tação dos resultados, referindo-se às
incertezas que até aqui rodeavam a
morte do faraó.
Os egiptólogos debatem há décadas
o que terá acontecido a Ramsés III
com base num papiro judicial do mu-
seu egípcio de Turim. O documento
da época descreve uma conspiração
para assassinar o faraó, liderada por
uma das suas mulheres mais jovens,
a rainha Tié, que queria que o fi lho
Pentauere subisse o mais depressa
possível ao trono. Nesse papiro su-
gere-se que a intriga falhou e que os
seus instigadores foram castigados.
Mas não é especifi cado se Ramsés
morreu, ou não, na sequência da
conspiração.
“Até aqui não se sabia como ele
morreu”, diz ao PÚBLICO Luís Ma-
nuel de Araújo, professor da Faculda-
Já sabemos como morreu o último grande faraó
de de Letras e especialista em história
do antigo Egipto. “Há até quem diga
que ele sobreviveu à conspiração”,
acrescenta, explicando que o julga-
mento dos envolvidos se dá já no rei-
nado do fi lho, Ramsés IV, e que alguns
foram condenados à morte e outros,
por exemplo, obrigados a mudar de
nome. “Os generais implicados foram
convidados a suicidarem-se e tudo isto
está escrito em documentos jurídicos,
o que é espantoso para um julgamen-
to que aconteceu há três mil anos.”
Citado pela Reuters, Albert Zink
contou mais pormenores das desco-
bertas no Museu do Cairo, onde se
encontra a múmia. Na ferida do pes-
coço, os embalsamadores colocaram
um olho de Hórus, o deus com cabeça
de falcão, considerado um amuleto
para protecção do defunto. “Eles ten-
taram curar-lhe a ferida para a outra
vida”, acrescentou o paleontólogo.
Antecipando reservas de outros es-
pecialistas, este investigador adianta
que, em teoria, é possível que a gar-
ganta tivesse sido cortada já depois
do rei morto, mas sublinha que con-
sidera que isso é altamente imprová-
vel, já que degolar não faz parte de
nenhuma técnica de embalsamamen-
to conhecida. A investigação, expli-
cou na British Medical Journal, incluiu
ainda exames a uma segunda múmia
até aqui não identifi cada, encontrada
na mesma câmara do faraó. Os es-
pecialistas acreditam que pertence
a um familiar, muito provavelmente
Pentauere, e que terá morrido por
enforcamento.
“Além disso, [esta segunda múmia]
não está embalsamada de maneira
habitual. Não foram retirados os ór-
gãos e o corpo foi embrulhado em pe-
le de cabra, algo considerado impuro
no antigo Egipto”, precisou Zink ao
diário britânico The Guardian. “Ele
está claramente a ser castigado” e,
tal como os generais, pode ter sido
forçado ao suicídio.
Ramsés III, lembra Luís Manuel
Araújo, é um dos grandes faraós.
“Foi ele que salvou o Egipto de ser
conquistado pelos chamados “po-
vos do mar” [entre eles os fi listeus].
E deixou marcas notáveis, como o
templo de Medinet Habu. A Ramsés
III seguiu-se uma lenta e irreversível
decadência.”
Investigação forenseLucinda Canelas
Um homicídio com três mil anos ordenado por uma mulher ambiciosa? Terá Ramsés sido assassinado? Os cientistas dizem que sim
Ramsés III terá morrido com 65 anos e a sua múmia é uma das mais bem conservadas do mundo
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COMARCA DA GRANDE LISBOA - NOROESTE
Sintra - Juízo de Execução - Juiz 1Processo n.º 183/03.8TCSNT
ANÚNCIOExecução OrdináriaExequente: Caixa Geral de Depósitos, S.A.Executado: Rui Daniel Gomes Pita e outro(s)...Correm éditos de 20 dias para citação dos credores desconhecidos que gozem de garantia real sobre os bens penhorados ao(s) executado(s) abaixo indicados, para reclamarem o pagamento dos respetivos créditos pelo produto de tais bens, no prazo de 15 dias, fi ndo o dos éditos, que se começará a contar da segunda e últi-ma publicação do presente anúncio.Bens penhorados:TIPO DE BEM: ImóvelREGISTO: 2245, Sintra - 1.ª Conservatória Registo PredialART. MATRICIAL: 7795-AT, Sintra - 1.ª Conservatória Registo PredialDESCRIÇÃO: 1/2 indivisa pertencente à Executada Ana Cristina Machado Mar-ques da fração autónoma identifi cada pe-las letras AT, que corresponde ao primei-ro andar C, bloco 5, com garagem n.º 4 e o parqueamento n.º 5 na cave do prédio urbano sito na Quinta da Beloura, Estrada de Albarraque, Rua do Moinho Novo, lote 292 (EA 22), freguesia de S. Pedro de Pe-naferrim, concelho de Sintra.PENHORADO EM: 15-11-2007PENHORADO A:EXECUTADA: Ana Cristina Machado Ma-tos. Estado civil: divorciada. Documen-tos de identifi cação: BI - 8225468, NIF - 142481203. Endereço: Quinta Beloura. Estrada Albarraque, n.º 292 (EA 22), R. Moinho Novo, 12, Letra C, Bloco 5 - Linhó, 2710-000 Sintra.N/Referência: 19666508Sintra, 12-12-2012
O Juiz de DireitoDr. João Paulo Raposo
A Ofi cial de JustiçaMaria da Graça Rodrigues
Público, 20/12/2012 - 2.ª Pub.
JUÍZOS CÍVEIS DE JUÍZOS CÍVEIS DE LISBOA (6.º A 8.º)LISBOA (6.º A 8.º)
6.º Juízo CívelProcesso: 2156/12.0TVLSB
ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Ministério Pú-blicoRequerido: Edmilson da Mata da CostaFaz-se saber que foi dis-tribuída neste Tribunal, a ação de Interdição/Inabili-tação em que é requerido Edmilson da Mata da Cos-ta, com residência na Rua Raul Rego, N.º 8, 3.ºB, Alto do Lumiar, 1750-212, Lisboa, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.
N/ Referência: 12273253
Lisboa, 12-12-2012.
A Juíza de DireitoDr.ª Cristina Mendes Portugal da RochaA Ofi cial de Justiça
Lídia Carvalho Gonçalves
Público, 20/12/2012
VARAS CÍVEISDE LISBOA
9.ª Vara CívelProcesso n.º 286/07.0TVLSB
ANÚNCIOAção de Processo OrdinárioO Mm.º Juiz de Direito Dr. Luís Filipe Pires de Sousa, da 9.ª Vara Cível - Varas Cíveis de Lisboa:FAZ SABER que no Ação de Pro-cesso Ordinário n.º 286/07.0TVL-SB, em que são: Autor: Casal do Monte - Construções, Lda e Réu: Banco Santander Totta S.A.Correm éditos de trinta dias, no-tifi cando oAutor: Casal do Monte - Constru-ções, Lda., NIF - 501792813, do-micílio: Edifício Riamar, R. Miguel Bombarda, Loja 27, Faro (São Pedro), Faro, para, no prazo de quinze dias, fi ndo que seja o pra-zo dos éditos, o qual começará a contar-se da segunda e última publicação do anúncio, proceder ao pagamento das custas da sua responsabilidade, no montante de 253.839,60 €.No mesmo prazo, poderá recla-mar da conta de custas, de que fi ca cópia à sua disposição na Secretaria Judicial.As guias para liquidação das supra-referidas custas deverão ser requeridas no Tribunal supra-identifi cado.Referência: 18224737Lisboa, 22-11-2012
O Juiz de DireitoDr. Luís Filipe Pires de Sousa
A Escrivã AdjuntaMaria Irene Ventura Rodrigues
Público, 20/12/2012 - 1.ª Pub.
VARAS CÍVEISDE LISBOA
7.ª Vara CívelProcesso: 2324/12.5TVLSB
ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Ministério Pú-blicoRequerida: Susete da Con-ceição Silva AlvesFaz-se saber que foi distribu-ída neste tribunal, a ação de Interdição em que é reque-rida Susete da Conceição Silva Alves, viúva, natural de Mercês, Lisboa, data de nas-cimento: 19/01/1925, com re-sidência na Rua Rodrigo da Fonseca, n.º 133 - 1.º Dt.º, 1070-240 Lisboa, para efeito de ser decretada a sua inter-dição por anomalia psíquica.
N/ Referência: 18259927
Lisboa, 06-12-2012.
O Juiz de DireitoDr. José CapaceteA Ofi cial de Justiça
Sara Patrícia Fernandes Vieira dos Santos
Público, 20/12/2012
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JUÍZOS CÍVEISDE LISBOA (1.º A 5.º)
5.º Juízo CívelProcesso: 3354/12.2TJLSBAção de Processo Sumário
ANÚNCIOAutor: Grenke Renting, S.A.Ré: Suave Sabor - Restauração, Lda.Nos autos acima identifi cados, correm éditos de 30 dias, contados da data da publicação do anúncio, citando:Ré: Suave Sabor - Restauração, Lda., NIF - 507550374, domicílio: Centro Comercial Maringá, Loja 13, Leiria, 2400-118 Leiria, com última residência conhecida na(s) morada(s) indicada(s) para, no prazo de 20 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, que-rendo, a ação, e que em substância o pedido consiste no pagamento à Au-tora no montante de € 6.612.95, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposição do citando.O prazo acima indicado suspende-se, no entanto, nas férias judiciais.Terminando o prazo em dia que os tribunais estiverem encerrados, transfere-se o seu termo para o pri-meiro dia útil.Fica advertido de que é obrigatória a constituição de mandatário judicial.Passei o presente edital que vai ser afi xado.N/Referência: 12947252Lisboa, 13/12/2012
A Juíza de DireitoDr.ª Margarida Maria Rodrigues Rocha
A Ofi cial de JustiçaMaria da Conceição Rosa Lopes
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COMARCA DA GRANDE LISBOA
- NOROESTESintra - Juízo Grande Inst. Cível - 1.ª Secção - Juiz 2
Processo: 29188/12.6T2SNT
ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Ministério Pú-blicoRequerida: Ana Filipa Lo-pes MadeiraFaz-se saber que foi distri-buída neste tribunal, a ação de Interdição/Inabilitação em que é Requerida: Ana Filipa Lopes Madeira, fi lha de Francisco José Caeiro Madeira e de Ema dos An-jos Cotrim Lopes, estado civil: Solteira, nascida em 06-01-1992, freguesia de Falagueira (Amadora), na-cional de Portugal, domicí-lio: Rua Joaquim Luís, N.º 4, R/c Esq.º, Falagueira, 2700-000 Amadora, para efeito de ser decretada a sua interdição por anoma-lia psíquica.
N/ Referência: 19602348
Sintra, 07-12-2012.
A Juíza de DireitoDr.ª Ana Isabel
Mascarenhas PessoaA Ofi cial de Justiça
Teresa Almeida
Público, 20/12/2012
TRIBUNAL DOTRABALHO DE CASCAIS
Secção ÚnicaProcesso: 475/11.2TTCSC
ANÚNCIOAção de Processo ComumAutor: Jonatas Tolentino FifeRéu: Cta - Comércio e Técnica de Abra-sivos, LdaFAZ-SE SABER QUE, nos autos acima identifi cados, correm éditos citando o(a) ré(u) Cta-Comércio e Técnica de Abrasi-vos, Lda, com última residência conheci-da em domicílio: Rua Direita de Caxias, 5, R/c Esq.º, 2760-042 Caxias, para compa-recer pessoalmente neste Tribunal no dia 24-01-2013, às 13:45 horas, a fi m de se proceder à audiência de partes.Mais fi ca citado de que, em caso de jus-tifi cada impossibilidade de comparência, se deve fazer representar por Mandatário Judicial com poderes especiais para con-fessar, desistir ou transigir, podendo o fal-toso fi car sujeito às sanções previstas no Código de Processo Civil para a litigância de má-fé (Art.º 54.º, n.º 3 e 5 do CPT, se faltar injustifi cadamente à audiência).Fica expressamente advertido de que, caso falte e não se faça representar nos termos supra-referidos, deverá ainda con-siderar-se notifi cado para os efeitos pre-vistos no Art.º 56.º, alínea a) do Código de Processo do Trabalho - ou seja, para contestar a ação em 10 (DEZ) dias, ini-ciando-se este prazo no dia imediatamen-te a seguir ao designado para a audiência de partes; não o fazendo, consideram-se confessados os factos articulados pelo autor e é logo proferida sentença a julgar a causa conforme o direito (cfr. Art.º 57.º do Código de Processo do Trabalho).Fica ainda advertido de que é obrigatória a constituição de mandatário judicial.O duplicado da petição inicial encontra-se nesta secretaria, à disposição do citando. Passei o presente e mais dois de igual teor para serem afi xados.N/ Referência: 543052Cascais, 11-12-2012.
O Juiz de Direito - Dr. Marco BritesA Ofi cial de Justiça - Ana Rodrigues
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Sede: Av. de Ceuta Norte, Lote 15, Piso 3 Quinta do Loureiro, 1300-125 Lisboa - Tel.: 21 361 04 60/8 - Fax: 21 361 04 69E-mail: [email protected]
Delegação do Norte: Centro de Dia “Memória de Mim” - Rua do Farol Nascente, N.º 47A - R/C, 4455-301 LavraTel.: 229 260 912 / 226 066 863 - E-mail: [email protected]
Delegação Centro: Rua Marechal António Spínola, Loja 26 (Galerias do Intermarché) - Pombal, 3100-389 PombalTel.: 236 219 469 - E-mail: [email protected]
Delegação da Região Autónoma da Madeira: Avenida do Colégio Militar, Complexo Habitacional da Nazaré, Cave do Bloco 21 - Sala E, 9000-135 FUNCHAL - Tel. e Fax: 291 772 021 - E-mail: [email protected]
Núcleo do Ribatejo: R. Dom Gonçalo da Silveira N.º 31 -A, 2080-114 Almeirim - Tel.: 24 300 00 87 - E-mail: [email protected]úcleo de Aveiro: Santa Casa da Misericórdia de Aveiro - Complexo Social da Quinta da Moita - Oliveirinha, 3810 Aveiro - Tel.: 23 494 04 80
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VARAS CÍVEISDE LISBOA
2.ª Vara CívelProcesso: 2161/12.7TVLSB
Interdição/Inabilitação
ANÚNCIORequerente: Alba Argentina Noguei-ra Batista ProençaRequerida: Hortênsia da Costa BatistaFaz-se saber que foi distribuída nes-te Tribunal, a acção de Interdição/Inabilitação em que é requerida: Hortênsia da Costa Batista, com domicílio: Lar da Associação Casa-piana de Solidariedade - Instituição Particular de Solidariedade Social n.º 26/94, Rua António Pinho, n.º 6/6-C - Parque de Monsanto - 1500-661 Lisboa, para efeito de ser decre-tada a sua interdição por anomalia psíquica.N/Referência: 18228002Lisboa, 23/11/2012
A Juíza de DireitoDr.ª Cristina Isabel Santos Coelho
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Os penhores dizem respeito às Agências da RAMOS & COSTA, S.A., cujos contratos à data tiverem os juros vencidos e não pagos há mais de três meses.
É facultado ao público o exame dos objectos a leiloar no dito local durante as duas horas que antecedem o leilão.
Os objectos são arrematados no local e no estado em que se encontram.
Após cada licitação, caso o arrematante não liquide a totalidade do lote, ser-lhe-á exigido de imediato um sinal (em dinheiro ou cheque visado) nunca inferior a 40%, no acto da adjudicação.
Os lotes arrematados que não forem totalmente pagos no acto do leilão deverão ser levantados até 24 horas a partir da data do leilão, sob pena de ser anulada a venda com a perda do sinal.
Não serão aceites reclamações após a adjudicação dos lotes.
Lisboa, 12 de Dezembro de 2012
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TRIBUNAL JUDICIAL DE OEIRAS
4.º Juízo Competência CívelProcesso n.º 3195/12.7TBOER
ANÚNCIOAção de Processo SumárioAutor: Banco Credibom, S.A.Réu: Ronaz Mussa Hassam e outro(s)Nos autos acima identifi cados, correm éditos de 30 dias, con-tados da data da segunda e última publicação deste anúncio, citando:Réu: Amin Mahomed Nizaraly, do-micílio: Rua Elias Garcia, n.º 2B, Venda Nova, 2700-000 Amadora, com última residência conhecida na(s) morada(s) indicada(s) para, no prazo de 20 dias decorrido que seja os dos éditos, contestar, querendo, a ação, com a comina-ção de que a falta de contestação importa a confi ssão dos factos ar-ticulados pelo(s) autor(es) e que em substância o pedido consiste em indemnizar o Autor no mon-tante de € 14.786,50, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposição do citando.O prazo acima indicado sus-pende-se, no entanto nas férias judiciais.Fica advertido de que é obrigató-ria a constituição de mandatário judicial.N/Referência: 11473940Oeiras, 10-12-2012
O Juiz de DireitoDr. Luís Pinto
A Ofi cial de JustiçaMaria dos Prazeres Delgado
Público, 20/12/2012 - 2.ª Pub.
NATÁLIA FERREIRAAgente de Execução
Cédula 3014
ANÚNCIO
Processo Executivo n.º 539/08.0TBALQExequente: BARCLAYS BANK PLCExecutados: JOÃO CARVALHO DE MATOSFAZ-SE SABER que nos autos acima identifi cados, encontra-se designado o dia 29 de Janeiro de 2013, pelas 9.30 horas, no Tribunal Judicial de Alen-quer, para a abertura de propostas, que sejam entregues até esse momento, na Secretaria do Tribunal, pelos interessados na compra, do(s) seguinte(s) bem/bens- MISTO, situado em Casal de Ulmeirada, sítio do casal da Ulmeirada, fre-guesia de Carnota, com a área total de 24.920 m2, composto por PARTE RÚSTICA, com cultura arvense, cerejeiras, oliveiras, vinha e pereiras, e PAR-TE URBANA, composta por casa de rés-do-chão, para habitação, anexas 2 arrecadações, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 32 da secção I e matriz urbana sob o artigo 1893 e descrito na Conservatória do Registo Predial de Alenquer sob o número 1191/Carnota.O bem pertence ao executado.Valor-base: 125.000,00 € (cento e vinte e cinco mil euros).Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 87.500,00 € (oiten-ta e sete mil e quinhentos euros) que corresponde a 70% do valor-base.Sendo o aqui executado designado fi el depositário do imóvel, a quem se apresentar no local e ao mesmo deve ser solicitada a visita em caso de requerida, por ser o proprietário.Carregado, 14 de Dezembro de 2012.
A Agente de Execução - Natália FerreiraUrbanização Qt.ª Nova, Bl B12 - loja 1, 2580-649 CARREGADOTelf. 263861021 - Fax 263 100 103 - E-mail: [email protected]ário de atendimento: dias úteis das 15h às 17hPúblico, 20/12/2012 - 2.ª Pub.
TRIBUNAL JUDICIAL DE ALENQUER
TRIBUNAL JUDICIAL DE PORTO DE MÓS
2.º JuízoProcesso: 1201/12.4TBPMS
ANÚNCIOCarta Precatória (Distribuída) Exequente: “Banco Comercial Português S.A. - Sociedade Aberta” e outro(s)...Executado: Mc Couroquímica Produtos Quí-micos, Lda e outro(s)... Processo de origem: Processo n.º 8096/ 02.4TVLSB do Lisboa - Varas Cíveis, 2.ª Vara Cível Nos autos acima identifi cados foi designado o dia 25-01-2013, pelas 14.00 horas, neste Tribunal, para a abertura de propostas, que sejam entregues até esse momento, na Se-cretaria deste Tribunal, pelos interessados na compra do(s) seguinte(s) bem/bens:Fracção D, correspondente ao primeiro andar, lado esquerdo, traseiro, do prédio urbano sito na Rua General Trindade, n.º 132 em Mira de Aire e descrito na Conservatória do Registo Predial de Porto de Mós, sob a fi cha n.º 00716, da freguesia de Mira de Aire e inscrito na respectiva matriz sob o artigo 1478, com a área coberta de 86 m2, pelo valor de 40.000,00€.Penhorados a Executados: Maria Helena Sousa Rebelo Fernandes Costa, NIF - 110470974, domicílio: R. Grutas, 11 A - 3.º Esq.º, 2485 Mira de Aire; Mário Fernandes Costa, NIF - 110471105, domicílio: R. Grutas, 11 A - 3.º Esq.º, 2485 Mira de Aire.É fi el depositário: Leonel de Oliveira Guerra, NIF - 100460470, Endereço: Avenida Santo António , 9 - 3.º Dt.º, 2480-307 Porto de Mós.Nota: No caso de venda mediante proposta em carta fechada, em Execução Comum (instaurada em data igual ou posterior a 15/09/2003) os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, um cheque visado, à ordem do Solicitador de Execução ou, na sua falta, da secretaria, no montante correspondente a 20% do valor-base dos bens ou garantia bancária no mesmo valor (n.º 1 ao Art.º 897.º do CPC).N/ Referência: 2483990Porto de Mós, 29-11-2012.
A Juíza de DireitoDr.ª Cristina Mendes Rodrigues
A Ofi cial de JustiçaAna Paula Alves Crachat
Público, 20/12/2012 - 2.ª Pub.
NATÁLIA FERREIRAAgente de Execução
Cédula 3014
ANÚNCIO
Processo Executivo n.º 862/08.3TBBNV - 1.º JuízoExequente: BANCO BPI, SAExecutados: Maria Antónia Rodrigues Pereira e José Mário Correia Rodrigues.FAZ-SE SABER que nos autos acima identifi cados, encontra-se designado o dia 28 de Janeiro de 2013, pelas 13.30 horas, no Tribunal Judicial de Benaven-te, para a abertura de propostas, que sejam entregues até esse momento, na Secretaria do Tribunal, pelos interessados na compra do(s) seguinte(s) bem/bens:- Rústico, situado em Estrada da Samorena, composto por área urbanizada verde agrícola, com a área de 5000 m2, com uma moradia de rés-do-chão e logradouro, freguesia de Samora Correia, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 7112 e descrito na Conservatória do Registo Predial de Benavente sob o número 3097/Samora Correia.O bem pertence aos executados, Maria Antónia Rodrigues Pereira e José Mário Correia Rodrigues.Valor-base: 203.071,43 € (duzentos e três mil setenta e um euros e quarenta e três cêntimos).Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 142.150,00 € (cento e quarenta e dois mil cento e cinquenta euros) que corresponde a 70% do valor-base.Sendo os aqui executados designados fi éis depositários do imóvel, a quem se apresentar no local e aos mesmos deve ser solicitada a visita em caso de requerida por serem os proprietários do citado prédio. Carregado, 17 de Dezembro de 2012
A Agente de Execução - Natália FerreiraUrbanização Qt.ª Nova, Bl B12 - loja 1, 2580-649 CARREGADOTelf. 263861021 - Fax 263 100 103 - E-mail: [email protected]ário de atendimento: dias úteis das 15h às 17hPúblico, 20/12/2012 - 2.ª Pub.
TRIBUNAL JUDICIAL DE BENAVENTE
TRIBUNAL DE FAMÍLIA E MENORES E DE
COMARCA DE LOURES2.º Juízo Cível
Processo n.º 3598/10.1TCLRS
ANÚNCIOAção de Processo SumárioAutor: Fundo de Garantia Au-tomóvelRéu: Armando Manuel Neves da Silva e outro(s)...Nos autos acima identifi ca-dos, correm éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publicação deste anúncio, citando:Réu: José Luis Grosseiro Gil, BI - 2254560, domicílio: Rua Monte da Anta, São Manços, 7005-718 São Manços, com última residência conhecida na(s) morada(s) indicada(s) para, no prazo de 20 dias, de-corrido que seja o dos éditos, contestar, querendo, a ação, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secre-taria, à disposição do citando.O prazo acima indicado suspende-se, no entanto, nas férias judiciais.Fica advertido de que é obri-gatória a constituição de man-datário judicial.N/Referência: 15722983Loures, 13-12-2012
A Juíza de DireitoDr.ª Ana Barão
O Ofi cial de JustiçaAlexandre Tomaz
Público, 20/12/2012 - 1.ª Pub.
TRIBUNAL DA RELAÇÃODE LISBOA
8.ª SecçãoProcesso: 575/12.1YRLSBRevisão/Confi rmação de
Sentença Estrangeira
ANÚNCIORequerente: Artimiza Dama JaiteRequerido: Hiyonhinte Clementina Costa Carvalho e outro(s)...Nos autos acima identifi cados, correm éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publicação do anúncio, citando:Requerido: Hiyonhinte Clementina Costa Carvalho, domicílio, Dakar, Senegal; Re-querido: Victor Carvalho, domicílio: Françacom última residência conhecida na(s) morada(s) indicada(s) para, no prazo de 15 dias, decorrido que seja o dos éditos, deduzirem oposição, querendo, à ação.Na falta de oposição, encontrando-se observados todos os requisitos exigidos pelas disposições combinadas dos artigos 1096.° e 1101.° do Código de Processo Ci-vil, o Tribunal concederá a revisão e confi r-mará a sentença estrangeira revidenda nos termos do n.° 1 do artigo 1094.° do mesmo Código, para que produza os seus efeitos em Portugal.O pedido consiste em que seja revista e confi rmada a sentença proferida em 21/09/2011, no âmbito da Acção de Inves-tigação de Paternidade intentada pela re-querente, Artimiza Dama Jaite, contra Joa-quim Alves de Carvalho, que correu termos no Tribunal Regional de Bissau, Secção de Família Menores e Trabalho, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposição dos citandos.Ficam advertidos de que é obrigatória a constituição de mandatário judicial.N/Referência: 5112917Lisboa, 27/11/2012
A Juíza DesembargadoraDr.ª Amélia Ameixoeira
A Ofi cial de JustiçaCatarina Moita
Público, 20/12/2012 - 1.ª Pub.
TRIBUNAL DE FAMÍLIA E MENORES E DE
COMARCA DO SEIXAL3.º Juízo Cível
Processo: 7087/12.1TBSXL
ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Ministério Pú-blicoRequerida: Maria Fernanda Carlos CabritaFaz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Inter-dição/Inabilitação em que é re-querida Maria Fernanda Carlos Cabrita, com residência em do-micílio: Rua Comendador José Tavares da Silva, N.º 10, Quinta D. Maria, Bairro Novo - Seixal, 2840-619 Seixal, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.
N/ Referência: 9818045
Seixal, 17-12-2012.
A Juíza de DireitoDr.ª Laura Maria Dias Godinho
RaçõesO Ofi cial de Justiça
Cláudio Nuno Correia Barradas
Público, 20/12/2012
COMARCA DA GRANDE LISBOA - NOROESTESintra - Juízo Grande Inst. Cível - 2.ª Secção - Juiz 5
Processo: 28067/12.1T2SNT
ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Ministério PúblicoRequerida: Gracinda Rosa Mar-ques Coelho das NevesFaz-se saber que no dia 19/11/2012, foi distribuída na 2.ª Secção da Grande Instância Cível de Sintra, a ação de Inter-dição / Inabilitação em que é re-querida Gracinda Rosa Marques Coelho das Neves, viúva, nasci-da a 25/05/1919, fi lha de João Coelho e de Elvira Rosa Coelho com residência em Novolar, Av. 9 de Julho, 30, 2665-584 Venda do Pinheiro, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.Passei o presente e outro de igual teor para serem afi xados.N/ Referência: 19573833Sintra, 05-12-2012.
A Juíza de DireitoDr.ª Dina La Salete Henriques
NunesA Ofi cial de Justiça
Maria Isabel Silva P. C. RosaPúblico, 20/12/2012
VARAS CÍVEISDE LISBOA
4.ª Vara CívelProcesso n.º 10804/11.3TBVNG
ANÚNCIOProcedimento CautelarRequerente: Sindicato dos Técnicos de Vendas Sul e IlhasRequeridos: Margarida Guerner e OutrosNos autos acima identifi cados, cor-rem éditos de 10 dias, contados da data da segunda e última publicação do anúncio, citando o Requerido, Sindicato dos Técnicos Vendas do Norte e Centro, pessoa colectiva n.º 500 909 156, com última sede conhe-cida na Rua Barão de S. Cosme, 166, 2.º e 3.º, 4000-501 Porto, actualmen-te em parte incerta, para decorrido que seja o dos éditos, nos termos do disposto no n.º 6 do Código de Pro-cesso Civil, e em alternativa:• Recorrer em 15 dias, nos termos gerais, do despacho que decretou a providência, quando entenda que, face aos elementos apurados, ela não deveria ter sido decretada:• Deduzir oposição, no prazo de 10 dias, quando pretenda alegar factos ou produzir meios de prova não tidos em conta pelo Tribunal e que possam afastar os fundamentos da providência ou determinar a sua redução.Fica advertido de que é obrigatória a constituição de Mandatário Judicial.Referencia: 18130044Lisboa, 16-10-2012
A Juíza de DireitoMargarida Almeida Fernandes
A Ofi cial de JustiçaMaria Isabel Conceição
Público, 20/12/2012 - 1.ª Pub.
Zona históricaPenha de FrançaTerreno 1.500m² aprova-do construção, licenças a pagamento, 5 aparta-mentos T3, 13 garagens
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TRIBUNAL JUDICIAL DE SETÚBAL
4.º Juízo CívelProcesso: 7500/12.8TBSTB
ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Ministério Pú-blicoInterdito: Carlos Manuel dos Santos Rodrigues PelixoFaz-se saber que foi distribu-ída neste tribunal, a ação de Interdição/lnabilitação em que é requerido Carlos Manuel dos Santos Rodrigues PeIixo, com residência em domicílio: Lar, Rua dos Baguiços, C.C.I. 1301, Lagoa do Calvo, 2965-258 Poceirão, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.Passei o presente e outro de igual teor para serem afi -xados.
N/ Referência: 11438364
Setúbal, 17-12-2012.
A Juíza de DireitoDr.ª Diana RaposoA Ofi cial de Justiça
Isabel Canôa
Público, 20/12/2012
JUÍZOS CÍVEISDE LISBOA (1.º A 5.º)
4.º Juízo CívelProcesso: 1391/11.3TJLSB
ANÚNCIOAção de Processo SumárioAutor: Grenke Renting, S.A.Réu: Rimopower, S.A.Nos autos acima identifi cados, correm éditos de 30 dias, con-tados da data da segunda e última publicação deste anúncio, citando:Réu: Rimopower, S.A., domicílio: Rua Pedro Nunes, N.º 30-A, Torre da Marinha, 2840-442 Seixal com última residência conhecida na morada indicada para, no prazo de 20 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, querendo, a ação, com a cominação de que a falta de contestação importa a confi ssão dos factos articulados pelo autor e que em substância o pedido consiste na resolução do contrato de locação n.º 094-002058, celebrado entre Autor e Ré, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposição do citando.O prazo acima indicado sus-pende-se, no entanto, nas férias judiciais.Fica advertido de que é obrigató-ria a constituição de mandatário judicial.N/ Referência: 12950927Lisboa, 14-12-2012.
A Juíza de DireitoDr.ª Isabel Sá
A Ofi cial de JustiçaVanda M. Morais
Público, 20/12/2012 - 1.ª Pub.
No exercício das funções que foram confiadas ao Administrador da Insolvência Jorge Calvete, nomeado no Processo de Insolvência em apreço e com a concordância da Comissão
de Credores, vai-se proceder à venda extra-judicial, por proposta em carta fechada, dos bens apreendidos a favor da massa insolvente, que a seguir se identificam:
Imóveis sitos: Rua da Bracieira, n.º 193-B1, Lagoa do Láparo - Oásis Park - ALCOCHETE
Informações: 244 561 656REGULAMENTO/CONDIÇÕES DE VENDA1) Os interessados na aquisição dos bens devem remeter as propostas em carta fechada, entregue por correio ou em mãos, contendo no envelope a referência de “Proposta Insolvência de Gideão - Investimentos Imobiliários, S.A.”, dirigida ao cuidado do Administrador da Insolvência, Dr. Jorge Calvete, para a morada: Avenida Víctor Gallo, Lote 13 – 1º Esq., 2430-202 Marinha Grande.2) As propostas terão de conter, sob pena de serem excluídas, os seguintes elementos: Identificação do proponente: Nome ou Denominação social, morada, n.º contribuinte, telefone e fax; Identificação da verba, e respectivo valor oferecido por extenso, expresso em Euros; indicação de que o proponente conhece e aceita as condições da venda. Em simultâneo com a apresentação da proposta, o proponente deverá entregar uma caução à ordem da “Massa Insolvente de Gideão - Investimentos Imobiliários, S.A.” num valor correspondente a 10% do valor da proposta. Tal caução poderá consistir em garantia bancária à primeira solicitação ou cheque bancário, em qualquer caso emitido por ou sacado sobre instituição de crédito com sede em Portugal ou por sucursal portuguesa de instituição de crédito estrangeira, com validade não inferior a 30 dias. A não entrega da caução em simultâneo com a apresentação da proposta implica a exclusão da proposta. As cauções apresentadas pelos proponentes cujas propostas não foram adjudicadas serão devolvidas na data da adjudicação.3) Não há impedimento à apresentação de propostas de valor inferior ao valor base da venda. Contudo, a adjudicação será feita à proposta de maior valor, reservando-se ao Administrador da Insolvência o direito de não adjudicar qualquer proposta, se estas forem inferiores ao valor base de venda, sendo que as ofertas abaixo do preço base, denominadas “Registo de Oferta”, têm a validade de 45 dias, não podendo ser retiradas antes do referido prazo.4) A abertura de propostas será feita no dia 28/12/2012 às 12h, na Av. Victor Gallo, Lote 13 – 1º Esq. – Marinha Grande, na presença do Administrador da Insolvência, e, querendo assistir ao acto, dos membros da Comissão de Credores, dos representantes da insolvente e dos proponentes, não sendo impeditivo a falta de algum destes para se efectuar a respectiva abertura.5) Os bens são vendidos no estado físico e jurídico em que se encontram, livres de ónus e encargos, sendo da responsabilidade do(s) promitente(s) comprador(es) todos os custos inerentes à compra, nomeadamente os impostos respectivos. 6) Com a adjudicação dos bens, o proponente deverá efectuar o pagamento do remanescente até ao acto da escritura notarial. 7) A escritura notarial de venda dos bens será efectuada, no prazo máximo de 30 dias ou logo que se encontre reunida toda a documentação necessária para o efeito, em data, hora e local a notificar ao(s) arrematante(s) com antecedência mínima de 15 dias, salvo expressa dispensa dessa notificação por parte deste.8) Qualquer situação de incumprimento imputável ao(s) arrematante(s), determinará a perda dos montantes já pagos seja a que título for.9) Se por motivos alheios à nossa vontade, a venda for considerada sem efeito, por quem de direito, as quantias recebidas serão devolvidas em singelo, não havendo lugar ao prejuízo da Massa Insolvente em qualquer circunstância.
VENDA
Aceitam-se propostas em carta fechada até às 12h de 28 de Dezembro de 2012
Insolvência de Gideão - Investimentos Imobiliários, S.A.Processo nº 1645/12.1TYLSB | Tribunal do Comércio de Lisboa | 4.º Juízo
ALCOCHETE
Verba n.º 1 - Moradia Unifamiliar, Tipologia T3, com 2 Pisos, Cave para Garagem, Sótão para Arrumos e 2 LogradourosC.R.P. de Alcochete: 3313 A/Alcochete | Matriz Urbana: 6319 A/Alcochete Valor Base de Venda: 270.145,00€
Área Total: 98,37m2
Verba n.º 2 - Moradia Unifamiliar, Tipologia T3, com 2 Pisos, Cave para Garagem, Sótão para Arrumos e 2 LogradourosC.R.P. de Alcochete: 3313 B/Alcochete | Matriz Urbana: 6319 B/Alcochete Valor Base de Venda: 260.955,00€
Área Total: 95,24m2
Verba n.º 3 - Moradia Unifamiliar, Tipologia T3, com 2 Pisos, Cave para Garagem, Sótão para Arrumos e 2 LogradourosC.R.P. de Alcochete: 3313 C/Alcochete | Matriz Urbana: 6319 C/Alcochete Valor Base de Venda: 260.955,00€
Área Total: 95,37m2
Verba n.º 4 - Moradia Unifamiliar, Tipologia T3, com 2 Pisos, Cave para Garagem, Sótão para Arrumos e 2 LogradourosC.R.P. de Alcochete: 3313 D/Alcochete | Matriz Urbana: 6319 D/Alcochete Valor Base de Venda: 262.300,00€
Área Total: 96,99m2
Verba n.º 5 - Moradia Unifamiliar, Tipologia T3, com 2 Pisos, Cave para Garagem, Sótão para Arrumos e 2 LogradourosC.R.P. de Alcochete: 3313 E/Alcochete | Matriz Urbana: 6319 E/Alcochete Valor Base de Venda: 264.430,00€
Área Total: 96,97m2
Verba n.º 6 - Moradia Unifamiliar, Tipologia T3, com 2 Pisos, Cave para Garagem, Sótão para Arrumos e 2 LogradourosC.R.P. de Alcochete: 3313 F/Alcochete | Matriz Urbana: 6319 F/Alcochete Valor Base de Venda: 260.955,00€
Área Total: 95,77m2
Verba n.º 7 - Moradia Unifamiliar, Tipologia T3, com 2 Pisos, Cave para Garagem, Sótão para Arrumos e 2 LogradourosC.R.P. de Alcochete: 3313 G/Alcochete | Matriz Urbana: 6319 G/Alcochete Valor Base de Venda: 242.400,00€
Área Total: 95,91m2
Verba n.º 8 - Moradia Unifamiliar, Tipologia T3, com 2 Pisos, Cave para Garagem, Sótão para Arrumos e 2 LogradourosC.R.P. de Alcochete: 3313 H/Alcochete | Matriz Urbana: 6319 H/Alcochete Valor Base de Venda: 268.195,00€
Área Total: 98,91m2
Verba n.º 9 - Moradia Unifamiliar, Tipologia T3, com 2 Pisos, Cave para Garagem, Sótão para Arrumos e 2 LogradourosC.R.P. de Alcochete: 3313 J/Alcochete | Matriz Urbana: 6319 J/Alcochete Valor Base de Venda: 260.955,00€
Área Total: 126,56m2
Verba n.º 10 - Moradia Unifamiliar, Tipologia T3, com 2 Pisos, Cave para Garagem, Sótão para Arrumos e 2 LogradourosC.R.P. de Alcochete: 3313 K/Alcochete | Matriz Urbana: 6319 K/Alcochete Valor Base de Venda: 260.875,00€
Área Total: 119,91m2
Verba n.º 11 - Moradia Unifamiliar, Tipologia T3, com 2 Pisos, Cave para Garagem, Sótão para Arrumos e 2 LogradourosC.R.P. de Alcochete: 3313 L/Alcochete | Matriz Urbana: 6319 L/Alcochete Valor Base de Venda: 264.800,00€
Área Total: 106,25m2
Verba n.º 12 - Moradia Unifamiliar, Tipologia T3, com 2 Pisos, Cave para Garagem, Sótão para Arrumos e 2 LogradourosC.R.P. de Alcochete: 3313 M/Alcochete | Matriz Urbana: 6319 M/Alcochete Valor Base de Venda: 264.430,00€
Área Total: 107,80m2
Verba n.º 13 - Moradia Unifamiliar, Tipologia T3, com 2 Pisos, Cave para Garagem, Sótão para Arrumos e 2 LogradourosC.R.P. de Alcochete: 3313 O/Alcochete | Matriz Urbana: 6319 O/Alcochete Valor Base de Venda: 260.955,00€
Área Total: 108,81m2
Público, 20/12/2012 - 2.ª Pub.
CONVOCATÓRIAConvocam-se os Sócios da fi rma Empreendimentos Prediais e Comerciais Leão, Lda para uma Assembleia Geral a ter lu-gar no próximo dia 7 de Janeiro de 2013 pelas 11h30, na Rua Edith Cavell, n.º 19 - 1.º Esq.º em Lisboa.
ORDEM DE TRABALHOS 1. Redução do Capital Social para cobertura dos prejuízos
acumulados, passando o capital social de € 15.961.532,63 para € 200.000,00 mantendo inalteradas as reservas le-gais, sendo por consequência reduzido o valor nominal proporcional às participações de cada sócio;
2. Alteração ao artigo 5 do Contrato de Sociedade; 3. Redução da remuneração da gerenteOs documentos a que se refere os artigos 248.º e 289.º do Código das Sociedades Comerciais estão à disposição dos Sócios à partir do dia 27 de Dezembro de 2012.Lisboa, 17 de Dezembro de 2012 A Gerência
32 | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012
SAIR
CINEMALisboa Castello Lopes - LondresAv. Roma, 7A. T. 760789789A Vida de Pi M12. Sala 1 - 14h, 16h30, 19h, 21h30; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 2 - 14h40, 18h10, 21h40 CinemaCity Campo PequenoCentro Lazer Campo Pequeno. T. 217981420Brave - Indomável M4. Sala 1 - 11h20 (V.Port.); Mata-os Suavemente M12. Sala 1 - 00h30; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 1 - 15h20, 21h20; Sammy 2 M4. Sala 1 - 13h20, 18h40 (V.Port.); Sammy 2 M4. VIP 2 - 11h30 (V.Port.); A Vida de Pi M12. VIP 2 - 13h30, 16h05, 18h45, 21h25, 00h05; Cloud Atlas M12. Sala 3 - 21h20; Anna Karenina M12. Sala 3 - 00h35; Hotel Transilvânia M6. Sala 3 - 11h20, 13h20, 15h20, 17h20, 19h20 (V.Port.); Argo M12. Sala 4 - 19h10; A Origem dos Guardiões M6. VIP 4 - 11h25, 13h30 (V.Port.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. VIP 4 - 15h45, 21h50; As Voltas da Vida M12. Sala 5 - 22h; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 5 - 13h15, 18h40, 00h10; Sammy 2 M4. Sala 5 - 11h15, 16h35 (V.Port.); A Origem dos Guardiões M6. Sala 6 - 11h10 (V.Port.); A Origem dos Guardiões M6. Sala 6 - 16h30 (V.Port.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 6 - 13h10, 18h30, 23h55; Hotel Transilvânia M6. Sala 6 - 21h55 (3D); 007 Skyfall M12. Sala 7 - 21h40; Hotel Transilvânia M6. Sala 7 - 11h40, 13h40, 15h40, 17h40 (V.Port./3D), 19h40, 00h20 (V.orig./3D); Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. Sala 8 - 19h35; Força Ralph M6. Sala 8 - 15h30 (V.Port.); Cloud Atlas M12. Sala 8 - 00h05; Sininho O Segredo das Fadas M4. Sala 8 - 11h45, 13h45, 17h50 (V.Port.); Anna Karenina M12. Sala 8 - 21h35 CinemaCity Classic AlvaladeAvª de Roma, nº 100, Lisboa . T. 218413045A Advogada M12. Sala 1 - 21h50; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 1 - 13h20, 18h30; Sammy 2 M4. Sala 1 - 11h20, 16h30 (V.P.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 2 - 15h25, 21h35; Sammy 2 M4. Sala 2 - 13h25, 18h45 (V.P.); A Vida de Pi M12. Sala 3 - 13h30, 16h05, 18h50, 21h30; A Advogada M12. Sala 4 - 13h40; Anna Karenina M12. Sala 4 - 15h45, 18h40, 21h40 Cinemateca PortuguesaR. Barata Salgueiro, 39 . T. 213596200Fumo Azul + Amareloazulpretoamarelo M12. Sala Félix Ribeiro - 21h30; Olhos Negros Sala Félix Ribeiro - 15h30; Le Père Noël a les Yeux Bleus Sala Félix Ribeiro - 19h; Orgia ou o Homem que Deu Cria Sala Luís de Pina - 19h30 Espaço NimasAv. 5 Outubro, 42B. T. 213574362Parada M12. Sala 1 - 21h30 Medeia Fonte NovaEst. Benfica, 503. T. 217145088O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 1 - 14h20, 18h15, 21h30; Amor M12. Sala 2 - 14h10, 16h45, 19h15, 21h45; Hotel Transilvânia M6. Sala 3 - 14h30, 17h, 19h30, 22h (V.Port.) Medeia KingAv. Frei Miguel Contreiras, 52A. T. 218480808Holy Motors M16. Sala 1 - 14h15, 16h45, 19h15, 21h45; Amor M12. Sala 2 - 14h, 16h30, 19h, 21h30; Pela Estrada Fora M16. Sala 3 - 14h30, 17h, 19h30, 22h Medeia MonumentalAv. Praia da Vitória, 72. T. 213142223A Vida de Pi M12. Sala 4 - Cine Teatro - 14h10,
16h40, 19h10, 21h40, 00h15; Amor M12. Sala 1 - 14h, 16h30, 19h, 21h30, 24h; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 2 - 12h30, 15h40, 18h50, 22h; Pela Estrada Fora M16. Sala 3 - 14h20, 16h50, 19h20, 21h50, 00h30 UCI Cinemas - El Corte InglésAv. Ant. Aug. Aguiar, 31. T. 707232221007 Skyfall M12. Sala 1 - 17h, 21h20, 00h15; Força Ralph M6. Sala 1 - 14h30 (V.P.); Cloud Atlas M12. Sala 2 - 17h30, 21h30; Sininho O Segredo das Fadas M4. Sala 2 - 13h50, 15h40 (V.P.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 3 - 19h, 23h30; Sammy 2 M4. Sala 3 - 14h15 (V.P./2D), 16h35 (V.P./3D); A Origem dos Guardiões M6. Sala 4 - 14h10, 16h25 (V.Port.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 5 - 23h45; Hotel Transilvânia M6. Sala 5 - 14h, 16h, 18h (V.P./2D), 20h, 22h (V.O./3D); A Vida de Pi M12. Sala 6 - 14h, 16h35, 19h10, 21h50, 00h30 (3D); As Voltas da Vida M12. Sala 7 - 16h40, 19h10, 21h45, 00h20; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 7 - 14h10; Argo M12. Sala 8 - 14h05, 16h40, 21h45; O Substituto M12. Sala 8 - 19h15; Amanhecer Violento M16. Sala 8 - 00h20; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 9 - 15h, 18h30, 22h (3D/48 fps); Pela Estrada Fora M16. Sala 10 - 14h05, 16h40, 19h10, 21h45, 00h25; Amor M12. Sala 11 - 14h, 16h35, 19h15, 21h50, 00h30; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 12 - 14h, 17h30, 21h15; Hotel Transilvânia M6. Sala 12 - 00h30 (3D); Anna Karenina M12. Sala 13 - 14h, 16h35, 19h10, 21h50, 00h30; Vertigo - A Mulher Que Viveu Duas Vezes M16. Sala 14 - 14h, 16h35, 19h15, 21h50, 00h30 ZON Lusomundo AlvaláxiaEstádio José Alvalade, Cpo Grande. T. 16996Anna Karenina M12. 13h35, 16h30, 21h10, 00h05 ; A Vida de Pi M12. 13h10, 16h, 18h50, 21h40, 00h25 ; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 13h30, 17h10, 21h30; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 13h15, 16h45, 21h, 00h30 (3D/48fps); Argo M12. 21h35, 00h15; Cloud Atlas M12. 13h10, 16h40, 20h30, 24h ; A Origem dos Guardiões M6. 13h10, 15h30, 18h (V.Port.); Amanhecer Violento M16. 21h20, 23h55; Sammy 2 M4. 13h40, 16h, 18h20 (V.Port.); Hotel Transilvânia M6. 13h30, 15h50, 18h10 (V.Port.), 21h50, 00h05 ; 007 Skyfall M12. 13h45, 16h50, 20h45; Mata-os Suavemente M12. 13h20, 15h40, 18h40, 21h50; As Voltas da Vida M12. 21h10; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 13h35, 16h10, 18h50, 21h45; Sininho O Segredo das Fadas M4. 13h20, 15h15, 17h15, 19h10 (V.Port.) ZON Lusomundo AmoreirasAv. Eng. Duarte Pacheco. T. 16996O Chef M12. 14h, 16h30, 19h10, 21h50, 00h25 ; Anna Karenina M12. 12h40, 15h20, 18h20, 21h20, 24h ; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 13h50, 17h20, 21h, 00h30; A Vida de Pi M12. 13h10, 16h, 18h50, 21h40, 00h20 (3D); Cloud Atlas M12. 20h40, 24h; Amor M12. 12h50, 15h30; Sammy 2 M4. 13h40, 16h10, 18h30 (V.Port.); Pela Estrada Fora M16. 13h, 15h50, 18h50, 21h30, 00h15 ZON Lusomundo ColomboAv. Lusíada. T. 16996O Chef M12. 21h35, 23h55; Sammy 2 M4. 13h25, 16h, 18h20 (V.Port./3D); Mata-os Suavemente M12. 21h15, 23h45; A Origem dos Guardiões M6. 13h10, 15h55, 18h15 (V.Port); Amanhecer Violento M16. 13h, 15h45, 18h25, 21h20 00h05; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 13h30, 17h10, 21h, 00h30; A Vida de Pi M12. 12h55, 15h40, 18h30, 21h30, 00h20; Sininho O Segredo das Fadas M4. 13h20, 15h25 (V.Port.); Hotel Transilvânia M6. 13h15, 15h30, 18h (V.Port.), 21h10, 23h35; Cloud Atlas M12. 17h20,
A Vida de PiDe Ang Lee. Com Suraj Sharma, Irrfan Khan, Adil Hussain, Gérard Depardieu. EUA. 2012. 127m. Drama, Aventura. M12. Durante toda a sua existência,
o jovem Pi viveu na Índia, num
jardim zoológico administrado
pela família. Leitor voraz,
alimenta a sua curiosidade
com tudo o que se relacione
com hinduísmo, budismo e
cristianismo, assimilando e
tendo a mesma fé nas três
religiões. Até que a família decide
mudar-se com os animais para o
Canadá e o navio em que viajam
naufraga. Pi inicia então a maior
aventura da sua vida, dando por
si à deriva num pequeno bote
que partilha com uma hiena,
uma zebra, um orangotango e
um tigre-de-bengala.
Holy MotorsDe Léos Carax. Com Denis Lavant, Edith Scob, Eva Mendes, Kylie Minogue, Michel Piccoli, Leos Carax. ALE/FRA. 2012. 115m. Drama, Ficção Científica. M16. O sr. Oscar é um viajante e
passa a sua existência entre
várias vidas. Ele é um assassino,
uma criatura monstruosa, um
mendigo ou um pai de família.
Parece desempenhar papéis,
mergulhando inteiramente em
cada um deles. Está só, apenas
acompanhado pela mulher loira
que comanda a grande máquina
que o transporta entre vidas e
lugares. Sabemos que anda em
busca da beleza do gesto e dos
fantasmas da sua vida. Mas, afi nal,
quem é ele e onde pertence?
Cinema King
Hotel TransilvâniaDe Genndy Tartakovsky. Com Adam Sandler (Voz), Kevin James (Voz), Andy Samberg (Voz), Selena Gomez (Voz), Steve Buscemi (Voz). EUA. 2012. 91m. Animação. M6. Durante séculos, eles
viveram nas sombras,
alimentando o medo
nos corações humanos.
Hoje existe apenas um
lugar onde podem
fi nalmente descansar
e viver pacifi camente:
o Hotel Transylvania.
Criado por Drácula, é
o lugar perfeito para
que os monstros se afastem das
vicissitudes da Humanidade.
Até ao dia em que Jonathan,
um jovem humano de 21 anos,
aparece acidentalmente no
hotel, causando o pânico entre
os hóspedes. Quando parecia
que nada poderia piorar,
Drácula percebe que Mavis, a
sua adorada fi lha, parece ter um
fraquinho pelo recém-chegado.
Pela Estrada ForaDe Walter Salles. Com Garrett Hedlund, Sam Riley, Kristen Stewart. EUA/BRA/GB/FRA. 2012. 124m. Drama. M16. Nova Iorque, 1974. Sal Paradise
é um escritor cheio de sonhos. A
sua existência, até aí tranquila, é
abalada e totalmente redefi nida
pela chegada de Dean Moriarty,
um sedutor de espírito livre cuja
ânsia de vida é uma inspiração
para todos os que com ele se
cruzam. É então que os dois
decidem partir na companhia de
Marylou, a jovem mulher de Dean,
numa longa viagem pelas estradas
do Texas e México, numa busca de
liberdade e de si mesmos.
Vertigo A Mulher Que Viveu Duas VezesDe Alfred Hitchcock. Com Barbara Bel Geddes, James Stewart, Kim Novak. EUA. 1958. 128m. Thriller. M16. James Stewart é John Ferguson,
um ex-polícia que sofre de
vertigens. Contratado por um velho
amigo para seguir a sua mulher
Madeline, Ferguson acaba por
desenvolver uma paixão obsessiva.
Recentemente eleito o melhor
fi lme de todos os tempos pela Sight
and Sound, é agora reposto em
cópia digital pela Midas Filmes.
UCI - El Corte Inglés
ovsky. Com z), KevinSamberg ez (Voz),
oz). EUA.ção.
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UCI El Corte Inglés
20h50, 00h25; Anna Karenina M12. 12h45, 15h50, 18h35, 21h25, 00h15; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 12h50, 15h35, 18h10, 21h05, 24h; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 15h10, 18h40, 22h10 ZON Lusomundo Vasco da GamaParque das Nações. T. 16996A Vida de Pi M12. 12h50, 15h40, 18h30, 21h20, 00h10 (3D); Cloud Atlas M12. 21h10, 00h30; Sammy 2 M4. 13h20, 15h30, 18h20 (V.Port.); Hotel Transilvânia M6. 13h10, 15h20, 17h30, 19h40 (V.Port.), 21h50, 24h; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 13h, 16h30, 21h, 00h25 (3D/48fps); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 13h40, 18h10, 21h40; A Origem dos Guardiões M6. 13h30 (V.Port.); Anna Karenina M12. 15h50, 18h40, 21h30, 00h20
Almada ZON Lusomundo Almada FórumEstr. Caminho Municipal T. 16996O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 12h40, 16h30, 21h, 00h30 (3D); Um Ritmo Perfeito M12. 21h10, 24h; A Origem dos Guardiões M6. 13h30, 16h, 18h20 (V.Port.); Hotel Transilvânia M6. 13h10, 15h30, 17h50 (V.Port.), 21h35, 23h50; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 13h20, 17h, 21h55; A Vida de Pi M12. 12h50, 15h40, 18h30, 21h20, 00h15; Cloud Atlas M12. 13h, 17h, 22h; Amor M12. 21h15, 00h05; Hotel Transilvânia M6. 13h40, 16h10, 18h40 (V.Port./3D); Amanhecer Violento M16. 13h10, 15h50, 18h45, 21h35, 00h20; Argo M12. 21h25, 00h15; Anna Karenina M12. 12h40, 15h20, 18h25, 21h20, 24h; Sammy 2 M4. 13h25, 15h50, 18h15 (V.Port.); Mata-os Suavemente M12. 18h25, 21h05, 23h25; Sininho O Segredo das Fadas M4. 13h, 15h (V.Port.); 007 Skyfall M12. 21h, 00h05; Força Ralph M6. 13h45, 16h30 (V.Port.); A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 12h40, 15h20, 18h10, 21h05, 23h50; Pela Estrada Fora M16. 12h35, 15h25, 18h50, 21h40, 00h25
Amadora CinemaCity Alegro AlfragideC.C. Alegro Alfragide. T. 214221030A Vida de Pi M12. VIP Light - 13h30, 16h05, 18h45, 21h25, 24h (3D); Argo M12. VIP 1 - 19h05; A Origem dos Guardiões M6. VIP 1 - 11h35, 13h40 (V.Port.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. VIP 1 - 15h45, 21h45; Madagáscar 3 M6. Sala 2 - 11h30; 007 Skyfall M12. Sala 3 - 21h35; Amanhecer Violento M16. Sala 3 - 19h45, 00h25; Sammy 2 M4. Sala 3 - 11h25, 13h25, 15h25, 17h25 (V.Port.); A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 4 - 21h40; Sininho O Segredo das Fadas M4. Sala 4 - 16h35 (V.Port.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 4 - 13h15, 18h20, 23h55; Cloud Atlas M12. Sala 5 - 00h05; Pela Estrada Fora M16. Sala 5 - 13h25, 15h55, 18h30, 21h30; Cloud Atlas M12. Sala 6 - 21h20; Pela Estrada Fora M16. Sala 6 - 00h35; Hotel Transilvânia M6. Sala 6 - 11h20, 13h20, 15h20, 17h20, 19h20 (V.Port.); Mata-os Suavemente M12. Sala 7 - 00h20; Sininho O Segredo das Fadas M4. Sala 7 - 13h30 (V.Port.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 7 - 15h30, 21h10 (3D); Sammy 2 M4. Sala 7 - 11h30, 19h (V.Port.); A Advogada M12. Sala 8 - 21h55; A Origem dos Guardiões M6. Sala 8 - 16h30 (V.Port.); Sininho O Segredo das Fadas M4. Sala 8 - 11h35 (V.Port.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 8 - 13h20, 18h35, 00h05; Força Ralph M6. Sala 9 - 11h15, 16h15 (V.Port.); Anna Karenina M12. Sala 9 - 13h40, 18h50, 21h50, 00h30; Hotel Transilvânia M6.
VertigoA Mulher
Que Viveu Duas Vezes
PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | 33
A última criação de Joaquim Benite, o director artístico do Teatro Municipal de Almada que morreu a 5 deste mês. Uma história de Shakespeare, em paralelismo com o presente, em que o ouro representa a “alienação e a falsa bajulação”. Luís Vicente é Timão que, numa primeira parte, convida vários amigos para um grande, luxuoso e muito
apreciado banquete. Depois, chega a penúria e com ela a ausência dos amigos, ficando apenas Flávio, o fiel criado. Decidido a vingar-se, Timão repete o banquete. Mas, desta vez, serve apenas água e pedras. Até sábado, às 21h30, no Teatro Municipal de Almada (volta de 9/1 a 3/2 - 4.ª a sáb., 21h30; dom., 16h). Bilhetes de 6€ a 10€.
Timão de Atenas em AlmadaRUI CARLOS MATEUS
Sala 10 - 111h40, 13h45, 15h45, 17h55 (V.Port./3D), 19h45, 21h45, 23h45 (V.Orig./3D) UCI Dolce Vita TejoC.C. da Amadora, Estrada Nacional 249/1, Venteira. T. 707232221Mata-os Suavemente M12. Sala 1 - 21h25; A Origem dos Guardiões M6. Sala 1 - 13h45 (V.Port./2D), 16h15, 18h40 (V.Port./3D); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 1 - 23h55; Hotel Transilvânia M6. Sala 2 - 14h15, 18h45, 23h40 (V.Port./2D), 16h20, 21h10 (V.Port./3D); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 3 - 14h, 17h30, 21h15; Anna Karenina M12. Sala 4 - 13h45, 16h30, 19h05, 21h45; 007 Skyfall M12. Sala 5 - 15h, 18h15, 21h20; Um Ritmo Perfeito M12. Sala 6 - 21h35; Sammy 2 M4. Sala 6 - 14h10, 18h30 (V.Port./3D), 16h20 (V.Port./2D); Força Ralph M6. Sala 7 - 14h05 (V.Port./2D), 16h25 (V.Port./3D); Cloud Atlas M12. Sala 7 - 18h45, 21h55; Amanhecer Violento M16. Sala 8 - 21h45; Sininho O Segredo das Fadas M4. Sala 8 - 14h15, 16h10, 18h05 (V.Port.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 9 - 15h, 18h30, 21h50; A Vida de Pi M12. Sala 10 - 14h, 16h35, 19h15, 21h50; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 11 - 13h55, 16h35, 19h10, 21h30
Barreiro Castello Lopes - Fórum BarreiroCampo das Cordoarias. T. 760789789As Voltas da Vida M12. Sala 1 - 21h20; Hotel Transilvânia M6. Sala 1 - 12h50, 15h10, 17h20, 19h20, 21h20 (V.Port.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 2 - 14h40, 18h10, 21h40 (3D); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 3 - 12h40, 16h, 21h10; A Vida de Pi M12. Sala 4 - 12h45, 15h30, 18h30, 21h30
Cascais Castello Lopes - Cascais VillaAvenida Marginal. T. 760789789O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 1 - 14h40, 18h10, 21h40 (3D); 007 Skyfall M12. Sala 2 - 21h; A Origem dos Guardiões M6. Sala 2 - 13h, 15h10, 18h20 (V.Port.); As Palavras M12. Sala 3 - 13h10, 15h20, 18h30, 21h30; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 4 - 12h40, 16h, 21h10; Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. Sala 5 - 21h20; Hotel Transilvânia M6. Sala 5 - 12h50, 14h50, 17h, 19h (V.Port.) ZON Lusomundo CascaiShoppingCascaiShopping-EN 9, Alcabideche. T. 16996Anna Karenina M12. 12h50, 15h40, 18h30, 21h15, 00h05; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 21h50, 00h20; Cloud Atlas M12. 22h; A Origem dos Guardiões M6. 13h05, 15h10, 17h20, 19h30 (V.Port.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 12h55, 17h, 21h30; Sammy 2 M4. 13h30, 16h, 18h10 (V.Port.); Hotel Transilvânia M6. 13h20, 15h30, 17h40, 19h40 (V.Port.), 21h40, 23h50; A Vida de Pi M12. 13h, 15h50, 18h30, 21h20, 00h10 (3D), 12h40, 16h10, 21h, 00h35 (3D/48fps)
Caldas da Rainha Vivacine - Caldas da RainhaC.C. Vivaci. T. 262840197A Vida de Pi M12. Sala 1 - 13h10, 15h55, 18h40, 21h25; A Origem dos Guardiões M6. Sala 2 - 13h50, 16h, 18h15 (V.Port.); Anna Karenina M12. Sala 2 - 21h20; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 3 - 15h, 18h20, 21h40; Hotel Transilvânia M6. Sala 4 - 13h30, 15h40, 17h50 (V.P.), 21h30; Amanhecer Parte 2 M12. Sala 5 - 21h35; Sammy 2 M4. Sala 5 - 13h40, 15h35, 18h05 (V.P.)
Carcavelos
Atlântida-CineR. Dr. Manuel Arriaga, C. Com. Carcavelos (Junto à Estação de CP). T. 214565653A Vida de Pi M12. Sala 1 - 15h30, 21h30; Anna Karenina M12. Sala 2 - 15h30, 21h30
Sintra CinemaCity Beloura ShoppingEst. Nac. nº 9 - Quinta Beloura. T. 219247643A Vida de Pi M12. VIP - 13h35, 16h10, 18h50, 21h40 (3D); Argo M12. Sala 1 - 19h; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 1 - 15h20, 21h20 (3D); Sammy 2 M4. Sala 1 - 13h20 (V.P.); Hotel Transilvânia M6. Sala 2 - 13h45, 15h45, 17h45, 19h45 (V.P.); 007 Skyfall M12. Sala 3 - 21h50; Anna Karenina M12. Sala 3 - 19h25; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 3 - 21h45; Hotel Transilvânia M6. Sala 4 - 13h30, 15h30, 17h30 (V.P./3D), 19h30, 21h35 (V.O./3D); A Advogada M12. Sala 5 - 13h30; Cloud Atlas M12. Sala 5 - 21h; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 5 - 17h35; Sininho O Segredo das Fadas M4. Sala 6 - 13h55 (V.P); Anna Karenina M12. Sala 6 - 21h30; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 6 - 15h45; Sammy 2 M4. Sala 6 - 19h05 (V.P.); Mata-os Suavemente M12. Sala 7 - 21h55; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 7 - 13h10, 18h30; Sammy 2 M4. Sala 7 - 16h30 (V.P.) Castello Lopes - Fórum SintraLoja 2.21 - Alto do Forte. T. 760789789O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 1 - 14h40, 18h10, 21h40 (V.Port.); Amanhecer Violento M16. Sala 2 - 24h; Hotel Transilvânia M6. Sala 2 - 13h20, 15h30, 17h35, 19h40, 21h50 (V.Port.); Cloud Atlas M12. Sala 3 - 22h; A Origem dos Guardiões M6. Sala 3 - 12h50, 15h, 17h10, 19h20 (V.Port./3D); A Vida de Pi M12. Sala 4 - 13h, 15h40, 18h30, 21h30, 00h10 (3D); Anna Karenina M12. Sala 5 - 21h35, 00h15; Sammy 2 M4. Sala 5 - 13h10, 15h15, 17h20, 19h30 (V.Port.); A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 6 - 13h30, 15h50, 18h20, 21h; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 6 - 23h30; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 7 - 12h40, 16h, 21h10
Leiria Castello Lopes - Leiria ShoppingCC Leiria Shopping, IC2. T. 760789789O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 1 - 23h30 (3D); Hotel Transilvânia M6. Sala 1 - 13h10, 15h10, 17h10, 19h10, 21h20 (V.Port.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 2 - 14h40, 18h10, 21h40 (3D); A Origem dos Guardiões M6. Sala 3 - 13h, 15h, 17h, 19h (V.Port./3D); Anna Karenina M12. Sala 3 - 21h15, 24h; 007 Skyfall M12. Sala 4 - 21h, 23h50; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 4 - 13h20, 15h40, 18h30; Cloud Atlas M12. Sala 5 - 21h50; Sammy 2 M4. Sala 5 - 12h50, 14h50, 16h50, 18h50 (V.Port.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 6 - 12h40, 16h, 21h10; A Vida de Pi M12. Sala 7 - 13h15, 15h50, 18h40, 21h30, 00h10 CinemaCity LeiriaRua Dr. Virgílio Vieira Cunha. T. 244845071Hotel Transilvânia M6. Sala 1 - 15h30, 17h30, 19h30, 21h30 (V.P.); Hotel Transilvânia M6. Sala 2 - 15h50, 17h50 (V.P./3D), 19h50, 21h55 (V.O./3D); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 3 - 15h45, 21h20; Sammy 2 M4. Sala 3 - 19h05 (V.P./3D); A Vida de Pi M12. Sala 4 - 15h55, 18h30, 21h35; 007 Skyfall M12. Sala 5 - 21h45; A Origem dos Guardiões M6. Sala 5
- 15h45, 17h50 (V.P.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 6 - 15h10, 18h30, 21h50 (3D); Anna Karenina M12. Sala 7 - 21h40; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 7 - 18h20; Sammy 2 M4. Sala 7 - 16h20 (V.P.)
Loures Castello Lopes - Loures ShoppingQuinta do Infantado T. 760789789O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 1 - 14h40, 18h10, 21h40 (3D); A Origem dos Guardiões M6. Sala 2 - 12h50, 15h, 17h10, 19h15 (V.Port.); Anna Karenina M12. Sala 2 - 21h25, 24h; 007 Skyfall M12. Sala 3 - 21h, 23h50; Sammy 2 M4. Sala 3 - 12h45, 14h50, 17h, 19h (V.Port.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 4 - 12h40, 16h, 21h10; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 5 - 23h40; Hotel Transilvânia M6. Sala 5 - 13h, 15h10, 17h20, 19h25, 21h30 (V.Port.); A Vida de Pi M12. Sala 6 - 13h10, 15h50, 18h30, 21h20, 00h05; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 7 - 13h20, 16h10, 18h40, 21h45, 00h10
Montijo ZON Lusomundo Fórum MontijoC. C. Fórum Montijo. T. 16996A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 21h15, 23h50 ; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 13h, 16h40, 21h, 00h30 (2D), 13h30, 17h20, 21h30 (3D); Sammy 2 M4. 13h20, 15h45, 18h10 (V.Port.); A Origem dos Guardiões M6. 13h10, 15h35, 18h (V.Port.); Anna Karenina M12. 21h05, 23h55 ; Hotel Transilvânia M6. 13h25, 16h, 18h20, 21h20, 23h40 (V.Port.); A Vida de Pi M12. 12h55, 15h40, 18h25, 21h10, 24h (3D)
Odivelas ZON Lusomundo Odivelas ParqueC. C. Odivelasparque. T. 16996A Vida de Pi M12. 13h, 15h40, 18h20, 21h10; A Lenda dos Guardiões M6. 13h30, 16h, 18h30 (V.Port.); A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 21h30; Cloud Atlas M12. 20h50; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 12h50, 16h30, 21h; Sammy 2 M4. 13h20 15h30, 18h (V.Port.); Hotel Transilvânia M6. 13h10, 15h20, 18h10 (V.P.), 21h15
Oeiras ZON Lusomundo Oeiras ParqueC. C. Oeirashopping. T. 16996
007 Skyfall M12. 21h10, 00h15; A Origem dos Guardiões M6. 13h05, 15h25, 18h20 (V.P.); Anna Karenina M12. 12h45, 15h40, 18h30, 21h30, 00h20; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 14h30, 18h10, 21h50; Hotel Transilvânia M6. 13h10, 15h30, 18h (V.P.), 21h20, 24h; Cloud Atlas M12. 20h50, 00h20; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 12h50, 16h30, 21h, 00h30 (3D); Sammy 2 M4. 13h, 15h20, 17h50 (V.P.); A Vida de Pi M12. 12h55, 15h50, 18h40, 21h40, 00h25 (3D)
Miraflores ZON Lusomundo Dolce Vita MirafloresC. C. Dolce Vita - Av. Túlipas. T. 707 CINEMAA Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 21h30; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 15h, 18h30, 22h (3D); Sammy 2 M4. 15h30, 18h30 (V.P.); Hotel Transilvânia M6. 15h10, 17h30, 19h40 (V.P.), 21h50; A Vida de Pi M12. 15h20, 18h20, 21h20
Torres Novas Castello Lopes - TorreShoppingBairro Nicho - Ponte Nova. T. 707220220O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 1 - 14h40, 18h10, 21h40 (3D); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 2 - 12h40, 16h, 21h10; Hotel Transilvânia M6. Sala 3 - 12h50, 15h10, 17h10, 19h15 (V.Port.)
Torres Vedras ZON Lusomundo Torres VedrasC.C. Arena Shopping. T. 16996A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 21h40, 00h10; A Origem dos Guardiões M6. 13h15, 15h30, 17h45 (V.P.); Amanhecer Violento M16. 21h45, 23h55; Sammy 2 M4. 14h, 16h15, 18h45 (V.P.); Hotel Transilvânia M6. 13h45, 16h, 18h15 (V.P.), 21h10, 23h30; A Vida de Pi M12. 13h, 15h45, 18h35, 21h25, 00h20; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 13h30, 17h30, 21h, 00h30
Torre da Marinha Castello Lopes - Rio Sul ShoppingQta. Nova do Rio Judeu. T. 760789789O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 1 - 23h35; Hotel Transilvânia M6. Sala 1 - 12h50, 15h10, 17h15, 19h20, 21h25 (V.P.); A Vida de Pi M12. Sala 2 - 13h, 15h40, 18h40, 21h30, 00h10; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 3 - 12h40, 16h, 21h10; O
Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 4 - 14h40, 18h10, 21h40 (3D); A Origem dos Guardiões M6. Sala 5 - 13h10, 15h30, 17h35, 19h40 (V.P./3D); Anna Karenina M12. Sala 5 - 21h45, 00h20; 007 Skyfall M12. Sala 6 - 21h, 24h; Sammy 2 M4. Sala 6 - 13h20, 15h50, 18h20 (V.P.); A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 7 - 12h55, 15h20, 18h30, 21h20, 23h50
Santarém Castello Lopes - SantarémLargo Cândido dos Reis. T. 760789789007 Skyfall M12. Sala 1 - 21h20; A Origem dos Guardiões M6. Sala 1 - 12h45, 15h, 17h10, 19h20 (V.P.); A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 2 - 13h10, 15h50, 18h30, 21h; Hotel Transilvânia M6. Sala 3 - 12h50, 15h10, 17h20, 19h30, 21h30 (V.P.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 4 - 14h40, 18h10, 21h40; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 5 - 12h40, 16h, 21h10; A Vida de Pi M12. Sala 6 - 13h, 15h40, 18h40, 21h50
Setúbal Castello Lopes - SetúbalC. Comercial Jumbo, Loja 50. T. 707220220Hotel Transilvânia M6. Sala 1 - 13h10, 15h10, 17h20, 19h20, 21h20 (V.Port.); A Vida de Pi M12. Sala 2 - 13h, 15h40, 18h20, 21h40; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 3 - 13h, 15h40, 18h20, 21h40 (3D); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 4 - 12h50, 16h, 21h10
Tomar Cine-Teatro Paraíso - TomarRua Infantaria, 15. T. 249329190Força Ralph M6. Sala 1 - 21h30 (V.Port.)
Faro SBC-International CinemasC. C. Fórum Algarve. T. 289887212007 Skyfall M12. Sala 1 - 18h15, 21h15; Sammy 2 M4. Sala 1 - 11h45, 13h55, 16h05 (V.P.); Aristides de Sousa Mendes M16. Sala 2 - 17h05; Amanhecer Parte 2 M12. Sala 2 - 19h10, 21h40; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 3 - 17h40, 21h; Sininho O Segredo das Fadas M4. Sala 4 - 13h10 (V.P.); Hotel Transilvânia M6. Sala 4 - 11h, 14h55 (V.P./3D), 17h, 19h05, 21h10; Sininho O Segredo das Fadas M4. Sala 5 - 11h20 (V.Port.); A Vida de Pi M12. Sala 5 - 13h15, 16h, 18h45, 21h30; A Vida de Pi M12. Sala 6 - 13h05, 15h50, 18h35, 21h20; Argo M12. Sala 7 - 21h50; A Origem dos Guardiões M6. Sala 7 - 11h05, 13h20, 15h35, 17h50, 19h35 (V.P.); Força Ralph M6. Sala 8 - 12h10, 14h35, 17h (V.P.); As Voltas da Vida M12. Sala 8 - 21h45; Fim de Turno M16. Sala 8 - 19h20; Brave - Indomável M4. Sala 9 - 11h (V.P.); Cloud Atlas M12. Sala 9 - 14h, 17h25, 20h50
Albufeira Castello Lopes - Algarve ShoppingEstrada Nac. 125 - Vale Verde. T. 760789789O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 1 - 14h40, 18h10, 21h40 (V.Port.); A Vida de Pi M12. Sala 2 - 12h55, 15h40, 18h25, 21h30, 00h10 (3D); Mata-os Suavemente M12. Sala 3 - 13h35, 18h30, 21h, 23h35; Fim de Turno M16. Sala 3 - 13h10; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 4 - 12h50, 15h20, 18h, 21h25, 23h50; 007 Skyfall M12. Sala 5 - 12h45, 15h30, 18h20, 21h15, 00h05; Anna Karenina M12. Sala 6 - 23h40; Hotel Transilvânia M6. Sala 6 - 13h05, 15h15, 17h20, 19h20 (V.P.),
AS ESTRELAS DO PÚBLICO
JorgeMourinha
Luís M. Oliveira
Vasco Câmara
a Mau mmmmm Medíocre mmmmm Razoável mmmmm Bom mmmmm Muito Bom mmmmm Excelente
Amor mmmmm mmmmm mmmmm
Anna Karenina mmmmm mmmmm mmmmm
Argo mmmmm mmmmm mmmmm
A Vida de Pi mmmmm mmmmm –Cloud Atlas mmmmm mmmmm mmmmm
O Hobbit mmmmm – –Holy Motors mmmmm mmmmm mmmmm
Mata-os Suavemente mmmmm – mmmmm
Pela Estrada Fora mmmmm – mmmmm
Vertigo mmmmm mmmmm mmmmm
34 | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012
SAIR21h35; Aristides de Sousa Mendes M16. Sala 7 - 21h05; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 7 - 23h30 (3D); Sammy 2 M4. Sala 7 - 13h, 15h, 17h05, 19h05 (V.P.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 8 - 12h40, 16h, 21h10; Cloud Atlas M12. Sala 9 - 14h30, 17h55, 21h20
Olhão Algarcine - Cinemas de OlhãoC.C. Ria Shopping. T. 289703332A Origem dos Guardiões M6. Sala 1 - 15h, 17h (V.P.); Anna Karenina M12. Sala 1 - 19h, 21h30; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 2 - 15h, 18h15, 21h30; Sammy 2 M4. Sala 3 - 15h15, 17h15, 19h15, 21h15 (V.Port.)
Portimão Algarcine - Cinemas de PortimãoAv. Miguel Bombarda. T. 282411888O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 1 - 15h, 18h, 21h30; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 2 - 23h45; Sammy 2 M4. Sala 2 - 14h (V.P.); Hotel Transilvânia M6. Sala 2 - 15h45, 18h15, 21h45 (V.P./2D), 20h (V.P./3D) Castello Lopes - PortimãoQuinta da Malata, Lote 1 T. 760789789O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 1 - 14h40, 18h10, 21h40 (3D); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 2 - 12h40, 16h, 21h10; Amanhecer Parte 2 M12. Sala 3 - 21h50, 00h15; A Origem dos Guardiões M6. Sala 3 - 13h10, 15h15, 17h20, 19h25 (V.P.); 007 Skyfall M12. Sala 4 - 21h20, 00h10; Sammy 2 M4. Sala 4 - 13h, 15h05, 17h10, 19h15 (V.Port.); A Vida de Pi M12. Sala 5 - 13h15, 16h05, 18h45, 21h25, 00h05; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 6 - 23h40 (3D); Hotel Transilvânia M6. Sala 6 - 12h50, 14h55, 17h10 (V.P.), 21h30
Tavira Cine-Teatro António PinheiroR. D. Marcelino Franco, 10 . T. 281324880Shut Up And Play The Hits - O Fim dos LCD Soundsystem M12. Sala 1 - 21h30 Zon Lusomundo TaviraR. Almirante Cândido dos Reis. T. 16996
Com esta Voz me Visto. O Fado e a Moda De 22/11 a 31/3. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h45). Interiores: 100 anos de Arquitectura de Interiores em Portugal De 20/12 a 28/4. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h45). Inaugura às 19h. Made In Portugal - Iberomoldes De 13/12 a 31/3. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h45). Nacional e Ultramarino. BNU e a Arquitectura do Poder: entre o Moderno e o Antigo De 13/12 a 28/4. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h45). Único e Múltiplo. 2 Séculos de Design A partir de 27/5. 3ª a Dom das 10h às 18h.Museu Colecção BerardoPraça do Império. CCB. T. 213612878 Da Solidão do Lugar a um Horizonte de Fugas De Douglas Gordon, Ângela Ferreira, Miguel Palma, Eugenio Dittborn, Caetano Dias, João Tabarra, Augusto Alves da Silva, Justine Triet, Jimmie Durham. De 19/12 a 28/4. Todos os dias das 10h às 19h (última admissão às 18h30). Exposição Permanente do Museu Colecção Berardo (1960-2010) De Vito Acconci, Carl Andre, Alan Charlton, Louise Bourgeois, José Pedro Croft, Antony Gormley, Jeff Koons, Allan McCollum, Gerhard Richter, Cindy Sherman, William Wegman, entre outros. A partir de 9/11. Todos os dias das 10h às 19h (última admissão às 18h30). Hélio Oiticica - O Museu é o Mundo De 21/9 a 6/1. 3ª a Dom das 10h às 19h (última admissão às 18h30). O Museu em Montagem De Rodrigo Bettencourt da Câmara. De 31/10 a 24/2. Todos os dias das 10h às 19h (última admissão às 18h30). Museu Nacional de Arte AntigaRua das Janelas Verdes, 1249. T. 213912800
A Arquitectura Imaginária. Pintura, Escultura, Artes Decorativas De 1/12 a 30/3. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h. Da Ideia à Forma. Desenhos de escultura em Portugal (séculos XVII a XIX) De 16/10 a 13/1. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h. Pintura e Artes Decorativas do Século XII ao XIX A partir de 16/12. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h.
MÚSICALisboaB.LezaCais da Ribeira (Armazém B). B Fachada Hoje às 22h.Fundação e Museu Calouste GulbenkianAvenida de Berna, 45A. T. 217823000 Coro e Orquestra Gulbenkian De 20/12 a 22/12. 5ª às 21h. 6ª e Sáb às 19h. Teatro Municipal de S. LuizR. António Maria Cardoso, 38. T. 213257650 OqueStrada Hoje às 21h.Teatro Municipal Maria MatosAv. Frei Miguel Contreiras, 52. T. 218438801 Ben Frost Hoje às 22h. Teatro Nacional de São CarlosLargo de São Carlos, 17. T. 213253045 O Gato das Botas Orq. Sinf. Portuguesa. Até 23/12. 5ª às 20h. Sáb e Dom às 16h.
DANÇALisboaCasino LisboaAlameda dos Oceanos. T. 218929000 Tango Pasión Orq.Sexteto Mayor. Até 23/12. 3ª a 6ª às 21h30. Sáb e Dom às 17h e 21h30.
LeiriaTeatro José Lúcio da SilvaAvenida Heróis de Angola. T. 244834117 O Quebra-Nozes Russian Classical Ballet. Hoje às 21h30. M/3. Duração: 120m.
FARMÁCIAS
LisboaServiço PermanenteBelo (Alvalade) - Avenida de Roma, 53 - D - Tel. 217976314 Combro (Camões - Santa Catarina) - Calçada do Combro, 78/82 - Tel. 213225540 Infante Santo (Infante Santo - Pampulha) - R. do Olival, 290 / Av. Infante Santo, 4 - C - Tel. 213961003 Jaime Matos (Igreja dos Anjos(Alm. Reis)) - Rua Álvaro Coutinho, 8 - 10 - Tel. 218121671 Ronil (Marquês da Fronteira) - Rua Rodrigo da Fonseca, 153 - Tel. 213883438 S. Bartolomeu (Galinheiras) - Vila Paulo Jorge, 1 - Tel. 217560166 Serejo Lda (Zona J de Chelas junto à Esquadra da PSP) - Av. João Paulo II, 531 Loja - B - Tel. 218592611 Sousa (S. Domingos de Benfica) - Estrada de Benfica, 429 - 431 - Tel. 217780027
Até às 22hAzevedo Irmão e Veiga (Bairro Alto) - Rua da Misericórdia, 24 - Tel. 213423540
Outras LocalidadesServiço PermanenteAbrantes - Silva Alandroal - Alandroalense Albufeira - Alves de Sousa Alcácer do Sal - Misericórdia Alcanena - Ramalho Alcobaça
- Epifânio, Nova (Benedita) Alcochete - Nunes Alcoutim - Caimoto Alenquer - Higiéne (Carregado) Aljezur - Furtado, Odeceixense (Odeceixe) Aljustrel - Dias Almada - Guerreiro, Vieira Rosa, Cerqueira (Cova da Piedade), Tovar Chaves (Feijó) Almeirim - Central Almodôvar - Aurea Alpiarça - Gameiro Suc. Alter do Chão - Alter Alvaiázere - Ferreira da Gama Alvito - Nobre Sobrinho Amadora - Carenque, Nunes, Remédios Amareleja - Duarte Arraiolos - Vieira Arronches - Esperança (Esperança/Arronches) Arruda dos Vinhos - Da Misericórdia Avis - Nova de Aviz Azambuja - Central, Reforço - Miranda Barrancos - Barraquense Barreiro - Santo António, Normal, Parreira (Lavradio) Batalha - Moreira Padrão Beja - Oliveira Belmonte - Costa Benavente - Central (Samora Correia) Bombarral - Miguel Borba - Central Cadaval - Central Caldas da Rainha - Branco Lisboa Campo Maior - Central Cartaxo - Pereira Suc. Cascais - Da Madorna, Do Rosário, Arthur Brandão (Parede) Castanheira de Pera - Dinis Carvalho (Castanheira) Castelo Branco - Leal Mendes Castelo de Vide - Roque Castro Marim - Moderna Castro Verde - Alentejana Chamusca - Moura
(Vale de Cavalos) Constância - Baptista Coruche - Misericórdia Covilhã - Moderna, Soares Crato - Saramago Pais Cuba - Da Misericórdia Elvas - Calado Entroncamento - Carlos Pereira Lucas Estremoz - Grijó Évora - Ferro Faro - Almeida Ferreira do Alentejo - Fialho Ferreira do Zêzere - Moderna (Frazoeira/Ferreira do Zezere) Figueiró dos Vinhos - Correia Fronteira - Vaz (Cabeço de Vide) Fundão - Diamantino Gavião - Margarido (Comenda) Golegã - Moderna (Azinhaga), Oliveira Freire Grândola - Pablo Idanha-a-Nova - Andrade (Idanha A Nova) Lagoa - Lagoa Lagos - Ribeiro Lopes Leiria - Maio (Barreira), Beatriz Godinho (Maceira) Loulé - Miguel Calçada, Nobre Passos (Almancil), Pinheiro Loures - Duarte, Sálvia, Varela (S. Cosme), Luna e Viana (S. João da Talha), Até às 23h - Matos (Prior Velho), Até às 22h - Alto da Eira, Santo António dos Cavaleiros, Tojal Lourinhã - Marteleirense Mação - Saldanha Mafra - Popular (Encarnação), Barros (Igreja Nova) Marinha Grande - Guardiano Marvão - Roque Pinto Mértola - Maktub, Nova de Mértola Moita - Ass. Socorros Mutuos-União Moitense, Jordão Pedrosa (Vale da Amoreira) Monchique - Moderna Monforte
- Jardim Montemor-o-Novo - Central Montijo - União Mutualista Mora - Central (Pavia) Moura - Nataniel Pedro Mourão - Mourão Nazaré - Ascenso Nisa - Seabra Óbidos - Oliveira Odemira - Confiança Odivelas - Pontinha, Santo Adrião, Universo (Caneças), Reforço - Cipriano, Até às 22h - Anamar Oeiras - Melo Almeida, Miraflores, Mota Capitão, Sacoor Forum, Trindade Brás, Santa Sofia (Cruz Quebrada), Ribeiro, Reforço - Ferreira Bastos, Até às 22h - Nova, Costa Pinto (Queijas) Oleiros - Xavier Gomes (Orvalho-Oleiros) Olhão - Nobre Sousa Ourém - Iriense, Moderna Ourique - Ouriquense Palmela - Tavares de Matos (Pinhal Novo) Pedrógão Grande - Baeta Rebelo Penamacor - Cunha Gil Peniche - Central Pombal - Santa Maria (Albergaria dos Doze), Paiva Ponte de Sor - Matos Fernandes Portalegre - Nova Portel - Misericordia Portimão - G. F. Dias Porto de Mós - Mirense (MIRA DE AIRE), Lopes Unipessoal Proença-a-Nova - Daniel de Matos (Sobreira Formosa) Redondo - Casa do Povo Reguengos de Monsaraz - Martins Rio Maior - Ferraria Paulino Salvaterra de Magos - Carvalho Santarém - Sá da Bandeira, Santos Real Santiago do Cacém
- Barradas, Fontes (Santo André) São Brás de Alportel - São Brás Sardoal - Passarinho Seixal - Quinta da Torre, Universo, Fonseca (Amora), Vale Bidarra (Fernão Ferro) Serpa - Central Sertã - Patricio Sesimbra - Rodrigues Pata, Santana, Lopes Setúbal - Fuzeta, Sália Silves - Sequeira Correia, Sousa Coelho, Guerreiro Sines - Atlântico, Monteiro Telhada (Porto Covo) Sintra - Campos, Neves, Claro Russo (Merces), Zeller (Queluz), Serra Das Minas (Rio de Mouro), Valentim, Até às 22h - Ferreira (Belas) Sobral Monte Agraço - Moderna Sousel - Mendes Dorbio (Cano) Tavira - Maria Aboim Tomar - Torres Pinheiro Torres Novas - Central Torres Vedras - Espadanal Vendas Novas - Nova Viana do Alentejo - Viana Vidigueira - Luís A. da Costa Vila de Rei - Silva Domingos Vila do Bispo - Sagres (Sagres), Vila do Bispo Vila Franca de Xira - Central de Alhandra, Estevão (Brejo), Higiénica (Póvoa de Santa Iria), Higiéne, Reforço - Mendes Correia (Póvoa de Santa Iria), Até às 21h - Sequeira (Sobralinho) Vila Nova da Barquinha - Carvalho (Praia do Ribatejo) Vila Real de Santo António - Pombalina Vila Velha de Rodão - Pinto Vila Viçosa - Duarte
SAIRAnna Karenina M12. 21h10, 23h45; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 12h50, 16h30, 21h, 00h25; Sammy 2 M4. 13h30, 15h50, 18h40 (V.P.); Mata-os Suavemente M12. 21h40, 23h50; A Origem dos Guardiões M6. 13h20, 15h40, 18h10 (V.P.); Hotel Transilvânia M6. 13h10, 16h, 18h15 (V.P.), 21h30, 23h40; A Vida de Pi M12. 13h, 15h45, 18h30, 21h30, 23h40 (3D)
TEATROLisboaTeatro AbertoPraça de Espanha. T. 213880089 Pelo Prazer de a Voltar a Ver Enc. Marta Dias. Até 23/12. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. Teatro da Cornucópia - Bairro AltoRua Tenente Raúl Cascais, 1A. T. 213961515 Os Desastres do Amor Enc. Luis Miguel Cintra. Até 23/12. 3ª a Sáb às 21h. Dom às 16h.Teatro da PolitécnicaRua da Escola Politécnica, 56. T. 961960281 Carta aos Actores Artistas Unidos. Enc. Jorge Silva Melo. De 20/12 a 21/12. 5ª e 6ª às 19h.Teatro Municipal de S. LuizR. António Maria Cardoso, 38. T. 213257650 O Grande Salão Enc. Martim Pedroso. De 19/12 a 5/1. 4ª a Sáb às 23h30. M/12. Teatro Tivoli BBVAAvenida da Liberdade, 182. T. 213572025 Os Reis da Comédia Enc. Adriano Luz. De 22/11 a 17/2. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h. Teatro VillaretAv. Fontes Pereira de Melo, T. 213538586 Um Sonho para Dois Grupo: Plano 6. De 8/11 a 22/12. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h. M/12.
EXPOSIÇÕESLisboaCentro Cultural de BelémPraça do Império. T. 707303000 Júlio Pomar: Estudos para O Romance de Camilo de Aquilino Ribeiro De 22/10 a 19/1.
Todos os dias das 14h30 às 18h30. LEDscape IKEA De 5/11 a 6/1. Todos os dias 24h. O Ser Urbano - Nos Caminhos de Nuno Portas De 7/12 a 24/2. 3ª a Dom das 10h às 18h. Centro de Arte Moderna - José de Azeredo PerdigãoR. Doutor Nicolau Bettencourt. T. 217823474 Carlos Nogueira: O lugar das coisas De 21/9 a 6/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Gerard Byrne: Imagens ou Sombras De 21/9 a 6/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. CulturgestRua Arco do Cego T. 217905155 Flagrante Deleite - Rosemarie Trockel De 13/10 a 6/1. 2ª, 4ª, 5ª e 6ª das 11h às 19h (últ. admissão às 18h30). Sáb, Dom e feriados das 14h às 20h (última admissão às 19h30). Fundação e Museu Calouste GulbenkianAvenida de Berna, 45A. T. 217823000 As Idades do Mar De Francesco Guardi, Turner, Friedrich, Monet, De Chirico, Amadeo de Souza-Cardoso, Vieira da Silva, Sousa Lopes, Noronha da Costa, António Carneiro, João Vaz, entre outros. Até 27/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Um Chá para Alice De Lisbeth Zwerger, Dusan Kallay, Anthony Browne, Chiara Carrer, Anne Herbauts, Nicole Claveloux, Teresa Lima, entre outros. Até 10/2. 3ª a Dom das 10h às 18h. Um vaso grego no Museu Calouste Gulbenkian De Maria Helena Rocha-Pereira. De 29/3 a 30/12. 3ª a Dom das 10h às 18h. Instalação. MNAC - Museu do ChiadoRua Serpa Pinto, 4. T. 213432148 Are you still awake? De João Pedro Vale, Hugo Canoilas, João Tabarra, Alexandre Estrela, Julião Sarmento, Ana Hatherly, entre outros. De 13/12 a 31/3. 3ª a Dom das 10h às 18h. Untitled (N’en finit Plus) De João Onofre. De 12/12 a 6/1. 3ª a Dom das 10h às 18h.MUDE - Museu do Design e da ModaRua Augusta, 24. T. 218886117
Temps d’Images: OqueStrada no Teatro S. Luiz
PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | 35
RTP106.30 Bom Dia Portugal 10.00 Praça da Alegria 13.00 Jornal da Tarde 14.15 Vidas em Jogo 15.09 Portugal no Coração 18.00 Portugal em Directo 18.52 O Preço Certo 19.46 Direito de Antena 20.00 Telejornal 21.00 Linha da Frente - À Mesa 21.24 AntiCrise 21.57 Filme: 4 - Crónica de Uma Revolução Anunciada - De João Tordo 22.55 Pablo Alborán - Oeiras Cool Jazz Festival 00.01 Filme: A Estranha em Mim - De Neil Jordan, com Jodie Foster 02.15 Filme: Impensável - De Keoni Waxman 03.40 Ribeirão do Tempo
RTP207.00 Zig Zag 14.28 República do Saber 14.43 Diários do Vampiro (2 episódios) - 3.ª série 16.04 Diário Câmara Clara 16.12 National Geographic: Catástrofes da Terra: Tsunami / Sismo 17.06 Zig Zag 18.00 A Fé dos Homens 18.33 Suburgatório 18.54 Triângulo Jota - Mistério, aventura e magia 19.45 Zig Zag 21.09 National Geographic: Encontros Perigosos 22.00 Hoje 22.37 Diário Câmara Clara 22.46 Ossos - 6.ª série 23.32 Macau Uma Paixão Oriental - Um documentário sobre a vida em Macau desde 1930 00.25 Janela Indiscreta com Mário Augusto 00.57 Filme: Coincidências Levam ao Destino - De Liu Jian 02.12 Euronews
SIC07.00 Edição da Manhã 08.05 Dance! 09.10 Cartas da Maya - O Dilema 10.10 Querida Júlia 13.00 Primeiro Jornal 14.25 Toca a Mexer - Diário 14.50 Podia Acabar o Mundo 15.50 Boa Tarde 18.30 Fina Estampa 20.00 Jornal da Noite 21.35 Dancin´ Days 22.35 Gabriela 23.15 Avenida Brasil 23.50 Páginas da Vida 00.55 Toca a Mexer - Diário 01.10 Investigação Criminal Los Angeles - 2.ª série 02.00 Cartaz Cultural 02.50 Pan Am 03.40 O Encantador de Cães
TVI 06.30 Diário da Manhã 10.12 Você na TV! - Directo 13.00 Jornal da Uma 14.45 Tempo de Viver 16.00 A Tarde é Sua - Directo 18.13 Casa dos Segredos 3 - Diário da Tarde 18.30 Doida Por Ti 20.00 Jornal das 8 21.37 Casa dos Segredos: Diário 22.37 Louco Amor 00.00 Doce Tentação 00.51 Casa dos Segredos: Extra 01.55 Autores 02.50 Lei e Ordem - Intenções Criminosas 03.36 Mistura Fina
TVC113.05 Guia Para Acabar em Grande 14.35 Em Risco, Parte 2 16.10 Rumo À Liberdade 18.20 Guerras de Rua 19.50 O Espião Fantasma 21.30 The Mechanic - O Profissional 23.00 O Torneio 0.35 Guia Para Acabar em Grande 2.05 Em Risco, Parte 2
FOX MOVIES12.07 Sempre 14.06 O Comboio das 3 e 10 16.05 A Múmia 18.06 Amigos do Alheio 19.59 O Menino de Coro 22.00 Tróia 0.39 O Regresso da Múmia
HOLLYWOOD13.25 Lara Croft: Tomb Raider 15.05 Action Zone 15.35 À Procura da Terra do Nunca 17.15 A Verdade da Mentira 19.40 Jay e Silent Bob Contra Atacam 21.30 Dias de Loucura 23.05 Pesadelo em Elm Street 0.35 Jackie Brown
AXN14.39 XIII 15.29 Mentes Criminosas 17.09 Jogo de Audazes 18.50 XIII 19.44 C.S.I. Miami 20.36 Investigação Criminal 21.30 O Mentalista 22.26 Jogo de Audazes 23.20 XIII 0.15 Las Vegas 1.10 Lasko: O Punho de Deus
AXN BLACK14.38 Filme: Sem Pudor 16.16 Sobrenatural 17.03 Boardwalk Empire 18.03 Tempo Para Matar 18.53 Tempos Primitivos 19.41 Boardwalk Empire 20.43 A Mesquita da Pradaria 21.35 Chuck 22.23 Filme: Assalto Mortífero 0.12 Chuck 1.00 Tempo Para Matar 1.50 Filme: Assalto Mortífero
AXN WHITE15.04 Filme: Limite Vertical 17.07 Dois Homens e Meio 17.31 Mágoas de Grandeza 18.20 Gossip Girl 19.08 Dois Homens e Meio 20.04 Cougar Town 21.00 Doutora no Alabama 21.50 Filme: Karate Kid - A Nova Aventura 23.37 Doutora no Alabama 0.22 Gossip Girl 1.07 Cougar Town
FOX 14.38 Os Simpson 15.03 Foi Assim Que Aconteceu 15.49 The Listener 16.35 Lei & Ordem: Unidade Especial 17.22 Casos Arquivados 18.15 Foi Assim Que Aconteceu 19.04 Family Guy 19.58 Os Simpson 20.57 Foi Assim Que Aconteceu 21.27 Casos Arquivados 22.20 Lei & Ordem: Unidade Especial 0.06 Casos Arquivados
FOX LIFE15.45 Donas de Casa Desesperadas 16.30 Hope & Faith 16.52 Raising Hope 17.14 Uma Família Muito Moderna 17.37 Masterchef USA 18.23 Jane By Design 19.04 Clínica Privada 19.49 The Voice 20.38 Medium 21.25 Anatomia de Grey 22.15 Uma Família Muito Moderna 22.39 Raising Hope 23.03 The Voice 23.55 Jane By Design 0.43 Medium 1.30 Revenge 2.17 Donas de Casa Desesperadas
DISNEY15.32 Miúda Atómica 15.45 Rekkit Rabbit 16.35 Timon e Pumba 17.25 Phineas e Ferb 18.00 Shake It Up 19.15 Phineas e Ferb 19.30 Boa Sorte, Charlie! 19.55 Shake It Up 20.20 Jessie 20.45 Phineas e Ferb 21.00 Hannah Montana 21.25 Os Feiticeiros de Waverly Place 21.49 Miúda Atómica 22.15 As Espias!
DISCOVERY18.20 Pesca Radical: Tragam-Nos Sãos e Salvos! 19.10 O Segredo das Coisas 20.05 Trabalho Sujo: Trabalhadores de Vomit Island 21.00 Apocalipse 2012 22.00 A Colónia: Ponto de Ruptura 22.55 Armas do Futuro: Missão Invisível 23.45 Destruído em Segundos 0.10 Destruído em Segundos 0.35 Top Gear
HISTÓRIA 16.05 Cães de Trenó Para a Guerra 17.00 Alienígenas: As Provas, Ep. 1 17.55 Alienígenas: As Provas, Ep. 2 18.40 Contagem Decrescente Para o Apocalipse: A Profecia de Estrela Azul 19.30 Alienígenas: A Profecia do Juízo Final 20.20 Ayman Al-Zawahiri, o Porta-Voz da Al-Qaeda 21.10 Como Vivemos o 11 de Setembro 22.00 Monstros Lendários: O Pé-Grande da Serra Nevada 22.45 Caçadores do Pântano: Dois Capitães, Uma Família 23.35 Monstros Lendários: Demónios em Nova Jersey 0.30 Maravilhas Modernas: A Noite
ODISSEIA16.00 A Máfia: Vito Genovese 17.00 Life: Peixes 18.00 O Grande Rift: Savana 19.00 Sport Science II: Ep. 13 20.00 Desportos do Mundo: Luta Senegalesa 20.45 A Aventura da Rota do Chá: Ep. 10 21.00 Rotas Míticas IV: A Rota do Blues (Parte 1) 22.00 Armas Que Mudaram o Mundo: Thompson SMG 23.00 O Menino Atleta 0.00 Crescer Num Zoo: Ep. 2
FICAR
CINEMAPara Além do Horizonte [What Dreams May Come]TVC3HD, 22h30Chris Nielson (Robin Williams)
encontra a sua alma gémea em
Annie (Annabella Sciorra). Mas
quando os dois fi lhos do casal
morrem, os dois entram numa
espiral de dor. Até que, quatro
anos depois, Chris morre e vai
para o Céu, onde reencontra os
fi lhos. Enquanto isso, no mundo
terreno, Annie suicida-se. E,
quando a sua alma desperta, está
num sítio muito diferente daquele
que Chris encontrou. De Vincent
Ward.
Dias de Loucura [Old School]Hollywood, 21h30Uma comédia sobre três trintões
(Luke Wilson, Will Ferrell e
Vince Vaughn) que resolvem
reviver os bons velhos tempos
da faculdade. Mudam-se então
para uma casa junto ao campus
universitário e criam uma
república não-ofi cial, onde
os estudantes estão sempre
em festa, longe das regras da
universidade... De Todd Phillips.
A Estranha em Mim[The Brave One]RTP1, 00h01A felicidade de Erica Bain ( Jodie
Foster), uma locutora de uma
rádio de Nova Iorque, cai por
terra quando, uma noite, o noivo
David é assassinado e ela fi ca
gravemente ferida. Erica cura-
se das suas maleitas, mas não
da perda de David. Incapaz de
ultrapassar o que aconteceu,
resolve agir contra o medo que
sente e contra as pessoas que
lhe roubaram a vida. Começa a
patrulhar as ruas, compra uma
arma e, em legítima defesa, acaba
por fazer justiça pelas próprias
mãos. Um thriller de Neil Jordan.
REPORTAGEM
Linha da Frente: À MesaRTP1, 21h00Ainda há uma dezena de anos,
os críticos nem sequer provavam
os vinhos nacionais. Hoje,
os néctares lusos povoam as
melhores cartas de vinhos do
mundo. Com os vinhos de mesa
portugueses a conquistarem
terreno no exterior, o Linha da
Frente foi ao Douro conhecer
cinco produtores, distinguidos,
este ano, pela Comissão
Europeia, pelo seu trabalho
em promoção externa. Uma
reportagem de Paula Martinho
da Silva, com imagem de Pedro
Rothes e montagem de Guilherme
Terra.
DOCUMENTÁRIO
Monstros Lendários: O Pé-Grande da Serra Nevada História, 22h00Na norte-americana Serra Nevada,
encontraram-se pegadas de bestas
peludas, com aparência humana.
Agora, a equipa de Monstros
Lendários dirige-se ao coração
da Califórnia, onde testemunhas
afi rmam ter-se deparado com
manadas ferozes de Pé-Grande.
Afi nal, o monstro existe?
Macau, Uma Paixão OrientalRTP2, 23h32Um documentário, de Francisco
Manso, que versa sobre a vida em
Macau desde 1930 até aos nossos
dias. Através das memórias de
família e de amigos, o médico,
escritor e pintor Pedro Barreiros
é o guia desta singular viagem no
tempo.
MÚSICA
Pablo Alborán – Oeiras Cool Jazz FestivalRTP1, 22h55O álbum de estreia homónimo
de Pablo Alborán foi um sucesso
de vendas e valeu-lhe o carimbo
de revelação do ano na música
espanhola. O êxito prosseguiu
com En Acustico, que o cantautor
de Málaga levou este ano ao
Cooljazz Fest, onde, como já é
habitual doutras edições, o jazz
foi o ponto de partida, mas a
liberdade criativa.
INFANTIL
Os Contos de TatonkaPanda, 08h15 / 19h45Wanji, Nunpa, Yammi e Topa
são quatro crias de lobo que
vivem com os seus pais, Winyan
e Wicasa, numa matilha nas
planícies e fl orestas da América
do Norte. E vão descobrir a vida
ao ritmo das estações. De segunda
a sexta.
Os mais vistos da TVTerça-feira, 18
FONTE: CAEM
TVISICSICTVISIC
17,716,916,013,713,0
Aud.% Share
35,036,331,428,727,3
RTP1
2:
SICTVI
Cabo
12,5%%
3,3
22,4
26,3
22,9
Secret Story 3 - NomeaçõesGabrielaDancin' DaysJornal das 8Jornal da Noite
RTP2 00.57 Filme: Coincidências
Levam ao Destino
36 | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012
JOGOSCRUZADAS 8291
BRIDGE SUDOKU
TEMPO PARA HOJE
A M A N H Ã
Açores
Madeira
Lua
NascentePoente
Marés
Preia-mar
Leixões Cascais Faro
Baixa-mar
Fonte: www.AccuWeather.com
PontaDelgada
Funchal
Sol
17º
Viana do Castelo
Braga10º 15º
Porto12º 15º
Vila Real8º 11º
11º 15º
Bragança7º 10º
Guarda6º 9º
Penhas Douradas3º 7º
Viseu8º 11º
Aveiro12º 17º
Coimbra12º 15º
Leiria10º 17º
Santarém12º 16º
Portalegre9º 12º
Lisboa13º 17º
Setúbal12º 18º Évora
11º 16º
Beja12º 17º
Castelo Branco10º 14º
Sines14º 17º
Sagres15º 18º
Faro15º 19º
Corvo
Graciosa
FaialPico
S. Jorge
S. Miguel
Porto Santo
Sta Maria
14º 19º
15º
Flores
Terceira15º 19º
15º 20º
17º 23º
15º 19º
17º
17º
07h51
Quartocrescente
17h18
05h1920 Dez.
1-1,5m
5-6m
17º
4-5m
20º1-1,5m
18º2-3m
08h14 3,020h54 2,7
01h50 1,214h33 1,2
07h50 3,020h31 2,7
01h26 1,314h11 1,3
07h50 2,920h25 2,7
01h07 1,213h52 1,2
2,5-3,5m
2,5-3,5m
6m
15º
16º
19º
Horizontais: 1. Pedúnculo comestí-vel do fruto do cajueiro. Engraçada. 2. Mergulhado em líquido. Lavrar. 3. Lugar de muita areia. Dá mios. 4. Enfeitar. Canseira. 5. Elas. Malhadouro. Preposição que designa posse. 6. Antes de Cristo (abrev.). Desembarque do (...), um dos acontecimentos mais importan-tes das Lutas Liberais. 7. Pequeno melão arredondado. Organização das Nações Unidas (sigla). 8. Desmedida. Festa so-lene. 9. Porção. Escapar. 10. Querido. Argola. 11. Que tem grãos. Outra coisa (ant.).
Verticais: 1. A parte superior das coi-sas. Hidrato de carbono de reserva mais importante nas plantas. 2. Antes do meio-dia (abrev.). Cacho de uvas. 3. Designação dada às calças de gan-ga no início dos anos 60. Prejudicar. 4. Dá urros. Unidade mínima de primeira articulação (Linguística). 5. Ser lendá-rio, metade mulher e metade peixe,
que atraía os navegantes para os es-colhos com a harmonia do seu canto (pl.). Prefixo que exprime a ideia de pri-vação. 6. Aglutinação da prep. “com” e do pron. demonstrativo “a”. Prefixo (ne-gação). Poeta primitivo entre os Gregos. 7. Toucinho cortado em tiras para entre-mear em peças de outra carne. Às vos-sas pessoas. 8. Símbolo de miliampere. Casa onde as mulheres vendiam pão (ant.). 9. Freira que não exerce cargos superiores. Pretensa influência da Lua, segundo a crendice popular. 10. Tomba. Contracção da prep. “de” com o pron. dem. “o”. Símbolo da música. 11. Fio me-tálico. Coisa que alumia.
Depois do problema resolvido en-contre o título de uma obra de Manuel Jorge Marmelo (4 palavras).
Solução do problema anterior:Horizontais: 1. Galopar. Mas. 2. Aparos. PARA. 3. Me. Ou. Ali. 4. Art. CIA. Sim. 5. Tenar. Do. 6. VALE. SAÚDE. 7. Arena. Atroo. 8. Da. Hebreu. 9. Embude. Ripa. 10. Amora. Dar. 11. Rara. Aliar.Verticais: 1. Gama. Vadear. 2. Apertaram. 3. LA. Tele. Bar. 4. Oro. NENHUMA. 5. POUCA. Aedo. 6. As. IRS. Bera. 7. Aa. Aar. Al. 8. Pl. Cúter. 9. MAIS. Druida. 10. Ar. Ideo. Par. 11. Salmo. Orar.Provérbio: Para pou-ca saúde mais vale nenhuma.
Oeste Norte Este Sul 1♦1♠ X passo 2♦
passo 3♦ passo 3STTodos passam
Leilão: Qualquer forma de Bridge.
Carteio: Saída: 7♠. O jogador em Este assiste com o Valete de espadas. Qual a melhor linha de jogo?
Solução: O desbloqueio nem sempre é uma tarefa fácil. O jogo de hoje apare-ceu numa mesa de partida livre, a pre-ços elevados. O jogador em Sul era um dos habituais do clube, já conhecido por o “entupido” por lhe aparecerem mais naipes bloqueados do que a qual-quer outro mortal. O “entupido” tomou a vaza de saída com a Dama da sua mão e continuou com Ás e Rei de ouros, segui-do do 10 e 9 de ouros, mas o naipe esta-va bloqueado. O carteador tentou ainda vir à sua mão através do Rei de copas, mas Oeste tomou o Rei com o Ás e, sem medos, arriscou o ataque de 2 de paus. O 9 de Este fez a vaza e voltou outro pau para o Rei de Oeste e o Ás do morto. Seguiu-se o Valete de copas do morto,
Dador: SulVul: Todos
Problema 4570 Dificuldade: fácil
Problema 4571 Dificuldade: difícil
Solução do problema 4568
Solução do problema 4569
NORTE♠ 9♥ J1093♦ K1098♣ AJ63
SUL♠ AQ6♥ K4♦ A65432♣ 75
OESTE♠ K108743♥ AQ8♦ J♣ K82
ESTE♠ J52♥ 7652♦ Q7♣ Q1094
João Fanha/Luís A.Teixeira ([email protected]) © Alastair Chisholm 2008 and www.indigopuzzles.com
mas Oeste fez a vaza e a defesa pôde en-caixar mais duas vazas a paus para um cabide. Teria feito melhor? O “entupido” entupiu-se, como de costume. Para ga-nhar 3ST o carteador deve jogar desde logo o 6 de espadas á segunda vaza, baldando um dos ouros bloqueantes do morto. Se a defesa voltar outra espada (não existe ataque melhor), o carteador balda outro ouro do morto e faz o Ás da sua mão. Agora sim, pode encaixar o Rei e o Ás de ouros e mais quatro vazas a ou-ros para cumprir o contrato.
Oeste Norte Este Sul1♦ passo 1♠ passo?
O que marca com a seguinte mão?♠AQ10 ♥KQ62 ♦K9832 ♣J
Resposta: Nem sempre existem vo-zes perfeitas no Bridge, por vezes é ne-cessário encontrar a voz ”menos má” por entre as que se encontram à nossa disposição. A mão de hoje é um bom exemplo disso. A voz de 1ST está fora de questão, quer pela distribuição, quer pelo singleton de um naipe não falado. Também a voz de 2 copas deve ser ex-cluída, por prometer um mínimo de 16 pontos (inversa económica). A voz que em teoria está mais perto de ser a cor-reta é a voz de 2 ouros, mas o fraco teor do naipe deixa dúvidas quanto à sua efi-cácia. A voz menos má, e que provavel-mente nos deixará a jogar um contrato razoável, se não for mesmo o melhor, é a voz de 2 espadas. É certo que podemos vir a ficar a jogar com apenas 7 trunfos em linha, mas esse risco também existe com o rebid de 2 ouros. A boa voz: 2 es-padas.
MeteorologiaVer mais emwww.publico.pt
PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | 37
PESSOAS
E se seguisses em frente, Kristen?Já muito se falou sobre a infidelidade de Kristen Stewart — teve um caso com Rubert Sanders, que a dirigiu no filme Snow White and the Huntsman — e o fim da relação com Robert Pattinson, sobre as suas tentativas para voltar para os braços do actor com quem protagonizou a saga Crepúsculo e mais ainda sobre o perdão de Pattinson — depois da tempestade, o final feliz que ambos escolheram. Um novo começo. Devia ser assim, mas Kristen voltou agora a falar publicamente sobre o assunto, numa entrevista à revista Newsweek. “Peço desculpa a todos por tê-los feito zangarem-se”, dirigindo-se aos fãs. “Não tinha essa intenção.” Diz ainda que “não é uma coisa terrível se somos amados ou odiados [falando de novo sobre os fãs]”. “Mas, sinceramente, não quero saber [da opinião das pessoas]. Não me impede de fazer as minhas m...”. Há alturas em que mais vale estar calado e seguir em frente. Kristen Stewart ainda não sabe isso.
HOJE FAZEM ANOS
Pedro Abrunhosa, músico, 52; Almerindo Marques, gestor, 73; José Tribolet, presidente do INESC, 63; Billy Bragg, cantor, 55; Helena de Borbón, infanta de Espanha, 49; Karl Wendlinger, ex-piloto de Fórmula 1, 44; Ashley Cole, futebolista, 32
FREDERIC LAFARGUE/AFP
Jolie vai voltar ao papel de realizadora
Tânia Ribas de Oliveira foi mãe
Angelina Jolie terá gostado tanto
de realizar In the Land of Blood and
Honey (2011), sobre a guerra na
Bósnia, que se prepara para repetir
esse papel. Segundo a Hollywood
Reporter, Jolie está a negociar o
drama da Segunda Guerra Mundial
Invencível, o êxito de vendas escrito
por Laura Hillenbrand. O livro
conta a história do atleta olímpico
e veterano de guerra Louis
Zamperini, que sobreviveu à queda
de um avião durante a guerra, foi
depois capturado pelos japoneses
e enviado para um campo de
prisioneiros, onde fi cou até Agosto
de 1945.
Para não dizerem que raramente
publicamos aqui notícias sobre
portugueses, hoje falamos de Tânia
Ribas de Oliveira. A apresentadora
de televisão foi mãe na terça-feira
e deu conta da sua maternidade
no Facebook. Estão lá os primeiros
dados do Tomás (assim se chama o
rapagão que nasceu com 3,2 kg às
15h23 “e muita saúde”) e a alegria
de Tânia. “Aconteceu! Hoje é o
dia mais feliz da minha vida, das
nossas vidas, minha e do João [o
pai]”. Tânia conta ainda que Tomás
é a cara do pai e promete dar mais
pormenores online. É a tendência
dos tempos de hoje.
Life&StyleVer mais emlifestyle.publico.pt/pessoas
a, 32, 32
38 | DESPORTO | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012
PEDRO CUNHA
Pereira Cristóvão tinha nas mãos dados confi denciais do fi sco sobre árbitros
Pereira Cristóvão e Godinho Lopes quando eram próximos
Informações sobre os rendimentos,
a lista de bens móveis e imóveis, a
identidade das mulheres e o núme-
ro de identifi cação bancária foram
alguns dos elementos sobre os árbi-
tros e os assistentes que efectuam
jogos na I Liga de futebol que foram
parar às mãos do ex-vice-presidente
do Sporting, Paulo Pereira Cristóvão.
Segundo a acusação do Departamen-
to de Investigação e Acção Penal de
Lisboa, os dados foram obtidos atra-
vés de uma funcionária do Serviço
de Finanças de Lisboa cujo compa-
nheiro, reformado do fi sco, os fez
chegar a um colaborador de Pereira
Cristóvão, que os entregou ao então
vice-presidente do Sporting.
A funcionária em causa encontra-
se actualmente obrigada a perma-
necer na habitação, no âmbito de
um outro inquérito que se cruzou
com esta investigação e tem como
epicentro suspeitas de corrupção
dentro da Autoridade Tributária.
Os árbitros não eram os únicos
vigiados por Pereira Cristóvão, que
possuía igualmente, segundo o Mi-
nistério Público (MP), uma lista com
os nomes dos jogadores do Sporting,
das suas mulheres e de alguns diri-
gentes do clube. O documento con-
tinha a marca do carro, o modelo, a
cor e a matrícula de cada um deles
e o local das suas residências. “Nal-
guns casos atribuíam-se um código
aos referidos nomes”, lê-se no des-
pacho de acusação. A informação es-
tava organizada num fi cheiro Excel,
o que permitia “proceder a buscas
automáticas pelos nomes, códigos,
matrículas e residências”.
A procuradora Ana Margarida
Santos, que assina a acusação, diz
expressamente que o presidente do
clube, Luís Godinho Lopes, conhe-
ceu e autorizou a contratação de
uma empresa que vigiasse a “vida
pessoal e social dos jogadores de
futebol”, nomeadamente os seus
períodos de descanso, através de
vigilância das horas de chegada às
respectivas habitações. Isso mesmo
tinha sido admitido ao PÚBLICO pe-
la direcção do Sporting em Junho.
Ontem, Godinho Lopes não se quis
pronunciar sobre o caso.
“Por acção do arguido Paulo Perei-
ra Cristóvão e com o conhecimento e
autorização de Luís Godinho Lopes,
presidente do seu conselho de ad-
ministração, a Sporting Património
e Marketing, SA, detida 100% pelo
Sporting, contratou a Businlog pa-
ra prestação dos serviços referidos
a partir de 1 de Junho de 2011 pela
quantia mensal de 8000 euros mais
IVA de 1840 euros”, lê-se na acusação.
O Ministério Público sustenta, con-
tudo, que o presidente do Sporting
não sabia que a Businlog, constituída
a pedido de Cristóvão por um amigo
deste que também tinha sido inspec-
tor da PJ, tinha qualquer relação com
o então vice-presidente, tal como o
PÚBLICO noticiou em Junho. “Foi o
arguido Paulo Pereira Cristóvão que
estipulou as cláusulas contratuais e o
preço dos serviços, tendo assegurado
a Luís Godinho Lopes que não tinha
qualquer relação com a Businlog”,
diz-se no despacho.
Pereira Cristóvão é acusado pelo
MP de ter burlado o Sporting em 57
mil euros e de se ter apropriado de
4640 euros do clube. A burla con-
sistia no facto de grande parte da
mensalidade paga pelo Sporting ser
encaminhada para Pereira Cristóvão,
que a gastava em despesas pessoais
como a pensão dos fi lhos e a ren-
da da casa. No total, pesam sobre
o ex-vice-presidente “leonino” sete
crimes. Um advogado dos “leões”
consultou o processo, mas o clube
optou, até agora, por não apresen-
tar queixa contra o antigo dirigente.
Isso não impediu a acusação, já que,
como a burla é qualifi cada, não de-
pende de uma queixa. Burla qualifi -
cada, branqueamento de capitais,
peculato (dois crimes), devassa por
meio de informática, acesso ilegítimo
e denúncia caluniosa são os crimes
de que Pereira Cristóvão é acusado.
Os delitos foram descobertos na se-
quência do episódio “Cardinal”, em
que Cristóvão é suspeito de ter mon-
tado um esquema para denegrir a
imagem de um árbitro. com Paulo Curado
Funcionário das Finanças que passou informações ao ex-vice-presidente do Sporting está em prisão domiciliária no âmbito de uma investigação de corrupção que se cruzou com este inquérito
Justiça desportiva Mariana Oliveira
8 milEuros era quanto o Sporting pagava mensalmente a uma empresa constituída por um amigo de Cristóvão para vigiarem os jogadores
PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | 39
“A academiaé um monumento de qualidade”Jesualdo FerreiraSporting
Jesualdo: “Em tempo de crise, o Sporting tem de mudar o chip”
Para Jesualdo Ferreira, o Sporting
foi sempre um adversário. Agora, é
o clube onde o experiente treinador
português gostaria de terminar a
carreira, depois de mais de 40 anos
ligados ao futebol. Jesualdo regressa
a Portugal para ser o manager do
futebol “leonino” com responsabi-
lidades que irão desde a formação
até à equipa principal.
Jesualdo diz que não vai deixar
de ser treinador, mas isto não quer
dizer que Franky Vercauteren tem
o lugar em perigo a curto prazo.
“Sou um treinador com funções
mais abrangentes, vou dar apoio
às equipas técnicas. Não faz sentido
estar a fazer qualquer mexida na
linha de funcionamento”, sinteti-
zou o antigo técnico do FC Porto
e Benfi ca.
Apresentado ontem, em Alvala-
de, Jesualdo vai mandar em todo o
futebol “leonino” e traçou um ob-
jectivo claro: rentabilizar a forma-
ção do clube. O Sporting tem um
passado de formação. É um pro-
duto valioso e a marca associada
a grandes jogadores e de grande
qualidade. A academia é um monu-
mento de qualidade. Vamos tentar
potencializar a marca do Sporting.
Em tempo de crise, faz sentido pen-
sar que o Sporting tem de mudar
o chip, ter uma grande base de jo-
gadores formados na academia”,
observou Jesualdo.
A conferência de imprensa de
apresentação de Jesualdo Ferrei-
ra foi antecedida por um pequeno
discurso do presidente do clube,
Godinho Lopes, que falou, preci-
samente, na experiência do novo
homem forte do futebol “leonino”
na formação de jogadores como um
facto relevante para a sua contrata-
ção. Godinho Lopes salientou que o
técnico que até Novembro passado
treinava os gregos do Panathinaikos
te jogador”, mas que “poderá haver
interesse em que o contrato [com o
Sporting] não continue”. Quando lhe
perguntaram se as boas relações com
Pinto da Costa facilitariam um possí-
vel negócio com o FC Porto, Jesualdo
respondeu que as trocas de jogado-
res “deviam ser normais”.
A equipa técnica liderada por Ver-
cauteren, que tem contrato com o
Sporting até ao fi nal da época, tam-
bém estará sob escrutínio, mas não
tem, para já, o lugar em perigo. “A
avaliação será para todos. Não se põe
ninguém em causa neste momento”,
garante o técnico de 66 anos, que
estranha a falta de consistência de
resultados do Sporting.
Apesar de ser um novato no clube,
Jesualdo sabe que os adeptos estão
inquietos e dá o exemplo da celebra-
ção do título em 2000, após 18 anos
sem o conquistar, que difi cultou mui-
to a sua saída dos estúdios de televi-
são onde estava a comentar o jogo
do Sporting com o Salgueiros e que
daria o campeonato aos “leões”: “Te-
mos de perceber o que temos dentro
de casa, os recursos que temos. Pen-
so que, para isso, o Sporting tem de
dar garantias de ter essas condições.
O clube tem uma massa associativa
que consegue ter 30 mil pessoas ao
longo da época no estádio, mesmo
sem ganhar há muito tempo. Os spor-
tinguistas estão à espera de algo di-
ferente há muitos anos.”
Marco Vaza
Ex-técnico do FC Porto e Benfica foi apresentado como manager do futebol dos “leões” e quer voltar a apostar na formação
terá “carta verde” para organizar e
reestruturar o futebol do clube.
Izmailov é um caso a estudarNo imediato, observou Jesualdo, é
preciso fazer um diagnóstico da ac-
tual situação do Sporting e da época
que está a realizar. “O que vamos
fazer é avaliações. Acabei de che-
gar, não tenho dados para emitir
opinião. A quantifi cação terá de
ser feita nos próximos 15 dias, um
mês. Temos de correr, há uma bola a
rolar atrás de nós. Tudo vem depres-
sa de mais”, referiu Jesualdo Ferrei-
ra, para quem “não é impossível” o
Sporting chegar ao terceiro lugar e
pensar estar na Liga dos Campeões
da próxima temporada, apesar de
estar a 11 pontos do terceiro classi-
fi cado, o Sporting de Braga. “Não
faz sentido estar a olhar para baixo.
Faltam 18 jogos, há muito ponto pa-
ra disputar”, comentou.
Nesse diagnóstico a fazer no ime-
diato estão os acertos ao plantel da
equipa principal. “É importante
manter os melhores jogadores. E fa-
zer sair jogadores implica a entrada
de outros. Temos de agir de forma
serena e equilibrada. Temos de fazer
uma leitura para que no futuro não
se cometam erros”, observou Jesual-
do, que se referiu a Marat Izmailov,
que poderá estar envolvido num pos-
sível negócio de troca de jogadores
com o FC Porto, como “um excelen-
MIGUEL MANSO
Jesualdo Ferreira surgiu aos jornalistas com um cachecol do Sporting
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40 | DESPORTO | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012
A Taça da Liga não é uma prova pro-
priamente querida pelo FC Porto. Já
em várias ocasiões os dirigentes por-
tistas desvalorizaram publicamente
a competição. Voltou ontem a ser o
caso, quando o presidente Pinto da
Costa, que falava no fi nal da sessão
de apresentação dos resultados do
novo empréstimo obrigacionista
dos “dragões”, disse que “todos os
jogos do FC Porto são importante,
mas este [com o Nacional] é menos,
pela prova que é”. O treinador Vítor
Pereira pareceu ter opinião diferen-
te, e na visita aos insulares não fez
poupanças — à excepção de entregar
a baliza a Fabiano, habitual suplente
de Helton. O resultado foi uma vi-
tória tranquila, com uma exibição
consistente.
Os “dragões” não jogavam há uma
semana e meia, depois de terem vis-
to ser adiado o encontro frente ao
Vitória de Setúbal para a I Liga (será
disputado a 23 de Janeiro), devido
ao mau tempo, mas essa paragem
forçada não afectou a equipa. Depois
de uma mão cheia de oportunidades
desperdiçadas (Gottardi e a defesa
do Nacional foram adiando o golo do
FC Porto), os “dragões” chegaram à
vantagem aos 32’. O colombiano Ja-
mes Rodríguez cruzou na direita e o
argentino Lucho González cabeceou
para o 1-0.
O Nacional também colocou Fa-
biano à prova, em especial através
de Candeias, mas o guarda-redes
normalmente suplente dos portis-
tas correspondeu.
A equipa de Vítor Pereira até podia
ter chegado ao intervalo com uma
vantagem mais folgada, mas valeu
Gottardi ao Nacional, com um par
de defesas a manter a diferença mí-
nima.
Na segunda parte, o bicampeão
nacional manteve a mesma dinâmi-
ca e chegar ao segundo golo foi um
pequeno passo, anunciado por dois
lances anteriores com perigo relativo
para a baliza de Gottardi. Num lance
que começa a partir de um livre, o
defesa argentino rematou rasteiro e
alargou a vantagem do FC Porto.
O Nacional ainda voltou a amea-
çar Fabiano, mas a partir daí os “dra-
Lucho e Otamendi constroem triunfo de um FC Porto que não fez poupanças
FutebolTiago Pimentel
Golos dos dois argentinos valeram estreia vitoriosa dos “dragões” no Grupo A da Taça da Liga, frente ao Nacional
REACÇÕES
“É a ordem natural das coisas. Foi uma vitória justa do FC Porto. Não dependemos só de nós. Podia dizer palavras de circunstância, mas temos de ser conscientes.”
“Não foi um FC Porto de serviços mínimos. O objectivo era claro: ganhar. O facto de o último jogo ter sido anulado impediu-nos de fazer alguma gestão.”
Manuel MachadoNacional
Vítor PereiraFC Porto
Lima marcou o segundo golo do Benfica em Olhão
Sofrer o primeiro golo do jogo voltou
a não ser um problema para o Ben-
fi ca, que ontem estreou-se na Taça
da Liga 2012-13 com uma vitória fo-
ra sobre o Olhanense (1-2). A equipa
de Lisboa, vencedora das últimas
quatro edições da prova, esteve a
perder, graças a um golo de Evan-
dro Brandão, no início da segunda
parte, mas conseguiu dar a volta ao
marcador através de remates de Ro-
drigo e Lima.
Esta temporada, o Benfi ca está a
revelar-se especialista em recuperar
resultados adversos: este foi o tercei-
ro jogo seguido que venceu depois de
o adversário inaugurar o marcador,
mas há mais exemplos anteriores.
Depois de uma primeira parte
equilibrada e morna, o jogo esteve
mais próximo das balizas na segunda
metade. Evandro Brandão, jogador
que já pertenceu às “águias” — e tam-
bém ao Manchester United — inau-
gurou o marcador aos 47’: Paulo Lo-
pes saiu da área para se antecipar a
Jander, mas o seu corte foi parar aos
pés do avançado, que atirou para a
baliza deserta. Evandro marcou o seu
segundo golo pelo Olhanense.
Jorge Jesus, que utilizou um “onze”
inicial sem muitos dos seus habituais
titulares (Artur, Maxi, Garay, Melga-
rejo, Matic, Cardozo e o lesionado
Luisão), lançou Lima e Salvio no jogo
e a sua equipa passou a dominar e a
Benfica entra a ganhar e com nova reviravolta
criar mais problemas à defesa dos
algarvios. O empate chegou aos 69’,
por intermédio de Rodrigo, assistido
por Jardel num lance nascido num li-
vre indirecto e em que o central acre-
ditou mais do que André Micael.
Aos 86’, Lima, num dos golos mais
fáceis da sua carreira, marcou o se-
gundo da sua equipa, decisivo para
o Benfi ca somar a 14.ª vitória segui-
da na competição. Foi o nono golo
do brasileiro desde que chegou ao
clube.
O Benfi ca, que soma 19 vitórias e
apenas uma derrota nos 24 jogos re-
alizados na Taça da Liga desde que
esta foi criada, lidera isolado o Gru-
po D, com três pontos, uma vez que
Moreirense e Académica empataram
a dois golos.
FERNANDO VELUDO/ARQUIVO
FutebolManuel Assunção
Equipa de Jorge Jesus venceu o Olhanense, em Olhão, com golos de Rodrigo e Lima. E já lidera o Grupo D da Taça da Liga
O Paços de Ferreira deu seguimento
à boa temporada que está a realizar
com nova vitória na Taça da Liga, no
terreno do Rio Ave. O 4.º classifi ca-
do do campeonato superiorizou-se
ao 5.º e venceu por 2-3 em Vila do
Conde, resultado que lhe deu a lide-
rança do Grupo C.
Os “castores” chegaram ao 0-3 na
primeira parte — o equatoriano Vini-
cio Angulo inaugurou o marcador e
Josué apontou os dois golos seguin-
tes, um deles na marcação de um
livre directo. Nivaldo e Hassan redu-
ziram para o Rio Ave, que antes do
fi nal do ano receberá o Sporting.
No Grupo B está tudo na mesma
depois de não haver golos no Vitó-
ria de Guimarães-Sporting de Bra-
ga e no Naval-Beira-Mar. No Grupo
D, dois golos de Ghilas nos últimos
minutos permitiram ao Moreirense
empatar (2-2) com a Académica, que
se tinha adiantado através de Keita
e Wilson Eduardo.
Paços de Ferreira parte na frente
FutebolManuel Assunção
CLASSIFICAÇÕESGRUPO A
GRUPO B
GRUPO C
GRUPO D
1.ª JornadaNacional-FC Porto 0-2Estoril-V. Setúbal 0-0
1.ª JornadaNaval-Beira-Mar 0-0V. Guimarães-Sp. Braga 0-0
1.ª JornadaMarítimo-Sporting 2-2Rio Ave-P. Ferreira 2-3
1.ª JornadaOlhanense-Benfica 1-2Moreirense-Académica 2-2
J V E D G P
J V E D G P
J V E D G P
J V E D G P
FC Porto 1 1 0 0 2-0 3Estoril 0 0 0 1 0-0 1V. Setúbal 0 0 0 1 0-0 1Nacional 1 0 0 1 0-2 0
Sp. Braga 1 0 1 0 0-0 1 V. Guimarães 1 0 1 0 0-0 1Beira-Mar 1 0 1 0 0-0 1 Naval 1 0 1 0 0-0 1
P. Ferreira 1 1 0 0 3-2 3Sporting 1 0 1 0 2-2 1Marítimo 1 0 1 0 2-2 1Rio Ave 1 0 0 1 2-3 0
Benfica 1 1 0 0 2-1 3Académica 1 0 1 0 2-2 1Moreirense 1 0 1 0 2-2 1Olhanense 1 0 0 1 1-2 0
Nacional 0
FC Porto 2Lucho González 32’, Otamendi 52’
Estádio da Madeira, no Funchal.Assistência Cerca de 600 espectadores
Nacional Gottardi, João Aurélio, Manuel da Costa, Mexer, Marçal, Moreno, Jota (Claudemir, 46’), Candeias, Isael (Diego Barcellos, 57’), Mateus e Keita (Rondón, 67’). Treinador Manuel Machado.
FC Porto Fabiano, Danilo, Otamendi, Mangala, Alex Sandro, Defour, João Moutinho (Christian Atsu, 73’), Lucho González (Fernando, 58’), Silvestre Varela, James Rodríguez (Castro, 65’) e Jackson Martínez. Treinador Vítor Pereira.
Árbitro Bruno Esteves (Setúbal)
gões” dominaram os acontecimen-
tos. E até podia ter ampliado o resul-
tado, mas Defour e Jackson Martínez
não conseguiram bater Gottardi.
O FC Porto volta a jogar para a Ta-
ça da Liga no dia 30 de Dezembro. A
equipa de Vítor Pereira visita o terre-
no do Estoril-Praia, na segunda jor-
nada do Grupo A. com Lusa
Olhanense 1Evandro Brandão 47’
Benfica 2Rodrigo 69’, Lima 86’
Estádio José Arcanjo, em Olhão
Espectadores 3412
Olhanense Ricardo, Nuno Reis, André Micael, Fernando Alexandre a84’, Vítor Vinha, Nuno Piloto, Rui Sampaio, David Silva, Babanco (Targino, 72’), Jander a17’ (Rui Duarte, 61’) e Evandro Brandão a62’. Treinador Sérgio Conceição
Benfica Paulo Lopes, André Almeida a23’, Jardel, Sidnei, Luisinho, André Gomes a52’ (Salvio, 55’), Enzo Pérez a84’, Gaitán a90+3’, Nolito (Ola John, 75’), Bruno César (Lima, 55’) e Rodrigo a74’.Treinador Jorge Jesus
Árbitro Paulo Baptista (AF Portalegre)
42 | DESPORTO | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012
JORGE GUERRERO/AFP
Rejeições e preferências para o sorteio das competições europeias
O Barcelona, de Messi, é o adversário que ninguém quer no sorteio de hoje da Champions
Há 39.063 azulejos no Estádio do
Dragão com nomes de pessoas que
estiveram na inauguração, a 16 de
Novembro de 2003. Os presentes
acabaram por assistir também à es-
treia de Messi na equipa do Barce-
lona. Era um desconhecido número
14, quando Frank Rijkaard o man-
dou entrar, aos 74’. Já se passaram
nove anos. Nesta altura, o Barcelona
tem o melhor ataque dos principais
campeonatos, com nove pontos de
vantagem na Liga espanhola e 54
golos marcados e o argentino con-
tribuiu com 25. Messi foi quatro ve-
zes seguidas o primeiro da classe no
quadro de honra da Liga dos Cam-
peões e já acrescentou mais cinco
golos nesta edição. É o pior cartão-
de-visita para quem desejar um ad-
versário acessível, no sorteio de hoje
da Champions (10h30, SP-TV1).
O Manchester United, com seis
pontos de vantagem sobre o City na
Premier League, também não fi gura
entre os preferidos, embora tenha
sido o primeiro grande a perder no
Dragão, na Liga dos Campeões. A
equipa de Alex Ferguson está a fazer
uma época bem melhor do que a an-
terior, em que perdeu o campeonato
e desiludiu na Europa. O holandês
Van Persie, desviado do Arsenal por
30 milhões, ajuda a explicar a mu-
dança em relação à época passada,
com 12 golos na sua conta. O United
soma 43 golos, apenas menos um do
que o Bayern, na Bundesliga.
Jupp Heynckes não gostou do jogo
da última jornada em Munique com
o Borussia Moenchengladbach, mas
os nove pontos de avanço sobre o se-
gundo não fazem deste empate uma
tragédia. O “Super Bayern” da Liga
alemã já fez 22 jogos com equipas
portuguesas e só perdeu uma vez.
Mas a única derrota foi em Viena e
fi cou na história. Poder contar de
novo com Mário Gomez, regressa-
do depois de uma lesão grave, é um
bom trunfo para os alemães.
O Dortmund está a 12 pontos do
Bayern, após dois títulos consecuti-
vos, e o exuberante treinador Jurgen
Klopp encontrou a compensação
para as falhas internas no primeiro
lugar do chamado “grupo da morte”
da Liga dos Campeões. Já lhe devem
ter lembrado que o clube foi cam-
peão europeu em 1997, com Paulo
Sousa. Marco Reus, que custou 17
milhões, foi o reforço mais caro, mas
o polaco Lewandowski é o farol.
Ganhar ao Borussia Dortmund, de
preferência em casa do adversário,
é uma grande proeza para o seu ri-
val Schalke 04. Mas não chega para
segurar um treinador que vê os seus
jogadores cometerem erros fatais e
o resultado está à vista. O manager
geral dos “azuis reais” chamou o ho-
landês Huub Stevens, que era defesa
de bom nível nos seus tempos do
PSV Eindhoven, para acertar a sua
saída. Não há quem resista a 25 golos
sofridos em 17 jogos.
O FC Porto tem boas recordações
de Gelsenkirchen, mas do Schalke
04 nem por isso. Da última vez que
os dois se encontraram o desem-
pate nos penáltis foi fatal para os
“dragões”. Em 2008, na Liga dos
Campeões, Manuel Neuer deteve os
remates de Bruno Alves e Lisandro,
mas agora já lá não está para outra
eventualidade do género.
Em Itália, a Juventus só sofreu dez
golos na Série A. O Inter tem sete
pontos de atraso e a experiência de
um triângulo constituído por Bu-
ff on, Barzagli e Pirlo dá-lhe muitas
garantias. António Conte (43 anos),
antigo jogador do clube, é o princi-
pal reforço. Liberto da suspensão
por omissão de denúncia no caso
das apostas, já pode orientar a equi-
pa no banco, deixando os camarotes
após quatro meses de castigo.
Há um intruso no sorteio de hoje:
Abdullah Al-Thani decidiu investir
em Málaga. Esta época, à equipa de
Duda e Eliseu só lhe meteram dez
golos na Liga espanhola e mantém o
quarto lugar que lhe permitiu fazer
parte do escol europeu. Chegou a
esta fase da Liga dos Campeões sem
qualquer derrota e o deslumbra-
mento é o maior risco que corre.
FC Porto e Benfi ca conhecem hoje os seus adversários na Liga dos Campeões e Liga Europa. Para os “dragões”, Málaga e Schalke são os mais apetecíveis; para as “águias”, talvez Levante e Sparta Praga
FutebolMário Almeida
O Benfica será cabeça-de-série no sorteio dos 16 avos-de-final da Liga Europa, embora o estatuto não sirva
para garantir uma cerimónia descansada. Há equipas incómodas nos dois potes do sorteio que se vai realizar hoje na sede da UEFA, em Nyon (Suíça), a partir das 13 horas de Portugal. No caso do Benfica — e dos restantes cabeças-de-série, com excepção do Viktoria Plzen —, o maior perigo virá, à partida, do Atlético de Madrid, actual detentor do título.
Falcao está em grande forma e tem um conjunto sólido de actores secundários, como se confirma pelo segundo lugar na Liga espanhola. O lote dos possíveis adversários do Benfica, e no qual está inserida a equipa madrilena, é constituído pelos 12 clubes que ficaram em 2.º lugar na fase de grupos da Liga Europa
mais os quatro piores terceiros que transitaram da Liga dos Campeões (Zenit, BATE Borisov, Ajax e Dínamo Kiev).
Além da formação orientada por Diego Simeone, o Benfica com certeza não se importará de evitar, pelo menos para já, um duelo com o Zenit ou com o Inter de Milão, e também com o Anzhi, o Nápoles ou o Tottenham de André Villas-Boas. Mais acessíveis parecem, por exemplo, o Sparta Praga, o Levante ou o Basileia.
A presença no pote dos vencedores de grupo da Liga Europa e dos quatro melhores terceiros da Champions, contudo, também permite ao Benfica escapar a alguns ossos duros de roer. A começar pelo Chelsea, o primeiro campeão europeu a ser eliminado na fase de grupos da Liga dos Campeões. Liverpool, Lazio e Lyon são algumas das equipas
com que o conjunto de Jorge Jesus não tem de se preocupar.
Certo é que o Benfica, como cabeça-de-série, disputará a segunda mão no Estádio da Luz. Nesta eliminatória não se poderão defrontar equipas do mesmo país ou que pertenceram ao mesmo grupo na fase anterior. O sorteio dos oitavos-de-final, sem condicionalismos, também será realizado hoje.
Possíveis adversários do Benfica: Dínamo Kiev (Ucrânia), Zenit e Anzhi (Rússia), Ajax (Holanda), BATE Borisov (Bielorrússia), Atlético de Madrid e Levante (Espanha), Borussia Moenchengladbach, Bayer Leverkusen e Estugarda (Alemanha), Newcastle e Tottenham (Inglaterra), Nápoles e Inter de Milão (Itália), Basileia (Suíça) e Sparta Praga (Rep. Checa). Manuel Assunção
Campeão Atl. Madrid entre os 16 possíveis adversários do Benfica
• Schalke 04 (Ale)• Málaga (Esp)• Borussia Dortmund (Ale)• Juventus (Ita)• Bayern Munique (Ale)• Barcelona (Esp)• Manchester United (Ing)
Possíveis adversários FC Porto
PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | 43
ESPAÇOPÚBLICO
EDITORIAL
Uma medida bem-intencionada, apenas
É consensual em boa parte do mundo
— seguramente é-o na Europa — que
a lei complique a vida à indústria
tabaqueira. Tal como proposto ontem
pela Comissão Europeia, todos
concordamos que o tabaco esteja menos
visível nas lojas e que os maços sejam menos
atractivos, e muitos concordam até que se
proíbam os “disfarces”, como os cigarros
com aromas — o mentol é o mais popular.
Há anos, quando surgiram cigarros mais
fi nos, em maços delicados e esguios, foram
imediatas as vozes a esclarecer que esses
cigarros ditos “de senhora” matavam tanto
quanto todos os outros. Há muito que não
vemos o cowboy viril em outdoors ou nos
jornais, do mesmo modo que deixámos
de fumar dentro dos aviões e em muitos
Fumar mata, todos sabemos. Para que serve então forçar a inclusão de fotografias terríveis nos maços?
espaços públicos. O despertar público
e as novas leis tornaram, nos últimos
anos, o “vício” menos atractivo. Ontem, o
comissário europeu para a Saúde e Políticas
de Consumo deu uma imagem pungente:
Tonio Borg disse simplesmente que as
pessoas que todos os anos morrem por
causa do tabaco caberiam em cidades como
Frankfurt ou Palermo. É como se “fossem
varridas do mapa”, uma por ano.
Agora, a Comissão propõe fechar ainda
mais o cerco aos fumadores, introduzindo
imagens intimidatórias nos maços, para
além de frases como “fumar mata”, hoje
obrigatórias. Mas sejamos francos: alguém
vai deixar de fumar porque no seu maço de
cigarros há uma fotografi a de uma pessoa
a morrer? Não estamos nos anos 1950,
quando a indústria nos dizia que fumar era
inofensivo. Já sabemos que as tabaqueiras
esconderam durante décadas o que sabiam
sobre os efeitos nocivos de fumar. Já não
há ignorância sobre o tema. Não fazer nada
não é com certeza a solução e nunca será
de mais repetir que fumar mata. Mas não
tenhamos ilusões. Estas são medidas bem-
intencionadas, mas pouco mais do que isso.
A Irlanda, o aborto e o peso das crenças
Por pressão do Tribunal Europeu dos
Direitos Humanos, a Irlanda irá votar
uma lei para admitir o aborto em caso
de risco de vida da mãe. É um passo
importante no sentido de humanizar
uma política que, até aqui, a pretextos
religiosos, se tem mantido implacável e
até criminosa. Um exemplo, recente, foi
a morte de Savita Halappanavar, uma
dentista indiana de 31 anos, porque os
médicos que a assistiram recusaram-se a
remover-lhe um feto de 17 semanas (que
eles sabiam não ser viável) por estarem
“num país católico”. Savita morreu de
septicemia e o mundo reagiu com dureza.
A norte-americana Naomi Wolf escreveu
até, num artigo do Project Syndicate
publicado online pelo PÚBLICO a 3 de
Dezembro, que a morte de Savita “resultou
do comportamento fanático e atávico de
uma teocracia ocidental” e sugeriu que o
Ocidente devia “enfrentar as suas próprias
falhas” e agir. É o que a Irlanda fará em
2013, mal-grado o peso das suas crenças.
Os artigos publicados nesta secção respeitam a norma ortográfica escolhida pelos autores
CARTAS À DIRECTORA
Reforma antecipada
Segunda-feira, dia 17 de
Dezembro, pedi a reforma.
Aos 60 anos de idade, passei
à condição de pensionista do
Estado.
Sinto-me capaz de trabalhar
mais anos, sentir-me-ia, até, na
obrigação de cumprir uma vida
laboral de mais cinco, ou sete, ou
mesmo mais anos, à semelhança
do que se anuncia para os meus
concidadãos, pois não sou,
enquanto profi ssional, diferente
deles. Mas o meu empregador,
o Estado, já não cumprirá o
que contratualizou comigo e
anuncia, em tom ameaçador e
despudorado, que ainda menos o
fará no futuro. Perdi a confi ança
no Estado – a pouca confi ança
que ainda me merecia, diga-se.
Sei que farei falta a alunos,
a colegas, à instituição onde
trabalho e às outras entidades
As cartas destinadas a esta secção
devem indicar o nome e a morada
do autor, bem como um número
telefónico de contacto. O PÚBLICO
reserva-se o direito de seleccionar
e eventualmente reduzir os textos
não solicitados e não prestará
informação postal sobre eles.
Email: [email protected]
Contactos do provedor do Leitor
Email: [email protected]
Telefone: 210 111 000
que são parceiras, formais
e informais, da profi ssão de
professor do ensino secundário.
Sei que vou contribuir para
que a experiência abandone
alunos e escolas, numa área
profi ssional onde a função
exemplar constitui um dos
pilares essenciais, mesmo
com todas as imperfeições que
caracterizam o humano.
Tenho noção de alguns
dos problemas graves que
afectam a nossa existência
colectiva, tenho noção dos
tempos difíceis que vivemos
e viveremos. Mas também
tenho noção da ausência de
humanismo e da fraca qualidade
política daqueles que nos têm
governado há já vários anos,
mesmo nos níveis mais baixos
do poder. Não me conformo
com os exemplos inaceitáveis
de tantos oportunistas que
dominam o Estado. Não me
sinto com força moral para com
eles colaborar. Basta.
Sei que sou um entre muitos
milhares que se confrontam
com estas refl exões. Há um
sentimento de desolação, mas
há também um sentimento de
revolta – aquela que tantas vezes
usei como exemplo com os
meus alunos, quando o valor da
justiça é negado.
Marcial Rodrigues
Professor de Filosofi a, Évora
O PÚBLICO ERROU
O empresário Gérman Efromovich
nasceu na Bolívia, mantendo a
nacionalidade boliviana à qual não
renunciou, ao contrário do que o
PÚBLICO, erradamente, afi rmou
num trabalho publicado segunda-
feira com o título “Consultoras
de Dirceu promoveram a
venda da TAP a Efromovich”. O
empresário é ainda brasileiro por
naturalização e tendo-lhe sido,
ainda, atribuída a nacionalidade
colombiana pelo Presidente
da República da Colômbia em
reconhecimento do facto de ter
impedido a falência da companhia
Avianca, que tem sede em Bogotá.
Recentemente as autoridades de
Varsóvia emitiram, a seu pedido,
uma certidão que prova que
possui uma quarta nacionalidade,
a polaca, dado ser fi lho de pais
judeus polacos. Pelo erro peço
desculpa. Cristina Ferreira
Na edição de segunda-feira, no
perfi l do novo líder parlamentar
do Bloco de Esquerda, Pedro
Filipe Soares, dizia-se que Luís
Fazenda era “fundador do BE
e rosto máximo da UGT”, em
vez de rosto máximo da UDP.
Pedimos desculpa ao próprio e
aos leitores pelo erro.
44 | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012
Ontem mesmo a maioria parlamentar impediu a ida do ministro Miguel Relvas à AR para falar da RTP
O medo do Governo e o desrespeito pela Assembleia da República
Francisco Assis
Há acontecimentos e decisões que
falam por si e pelo que indiciam.
Constituem verdadeiros sinais.
Ontem mesmo a actual maioria
parlamentar, invocando argu-
mentos meramente formais e ir-
relevantes face à importância da
questão substancial em debate,
opôs a força da sua aritmética ao
reconhecimento de um direito
potestativo utilizado pela oposição, de modo
a impedir a ida do ministro Miguel Relvas
ao Parlamento. Já em ocasiões anteriores a
maioria tinha bloqueado múltiplas iniciativas
levadas a cabo pelos vários partidos oposi-
cionistas que visavam promover a audição
do já referido governante. Tudo isto sempre
a propósito do mesmo assunto – o processo
em curso conducente à privatização da RTP.
A cada dia que passa torna-se mais nítido
que o executivo, por motivos infelizmente
adivinháveis, visa a todo o transe furtar-se
ao exercício democrático de fi scalização
parlamentar numa matéria de superior
interesse público, dados os princípios,
valores e direitos que estão em causa. Para
atingir tal desiderato o Governo de Pedro
Passos Coelho não hesita sequer em ofender
a instituição parlamentar, contando para
isso com o contributo activo de grupos
parlamentares indignamente domesticados
e que resolveram autodispensar-se do
cumprimento do dever de zelar pelo
prestígio da instituição que integram.
A recusa em discutir tudo, desde a
avaliação do enquadramento constitucional
das hipotéticas soluções pendentes até
à apreciação concreta de declarações e
factos publicamente conhecidos sobre
o assunto, revela medo e vontade de
actuar em total desrespeito pelas mais
elementares exigências de transparência.
Como sabemos um comportamento
desta natureza não pode senão suscitar
inquietações e levantar suspeitas que, pouco
a pouco, se têm, aliás, vindo a instalar em
largos sectores da sociedade portuguesa,
nomeadamente em áreas próximas ou até
mesmo convergentes e coincidentes com
as bases de sustentação social e política do
Governo. Ainda ontem nas páginas deste
jornal o deputado do CDS José Ribeiro e
Castro, que neste, como noutros casos,
tem assinalavelmente contribuído para a
dignifi cação da função parlamentar, falava
no risco hipotético de uma “negociata
estapafúrdia que nos cobriria de ridículo e
de vergonha”. Infelizmente, ao que parece,
os nossos governantes, ou pelo menos uma
parte signifi cativa deles, não obedecem
aos mesmos altos critérios de moralidade
pública que orientam a conduta política do
antigo líder do CDS.
No ambiente de profunda crise económica
que caracteriza o momento presente
haverá sempre alguma tendência para
banalizar e, consequentemente, desvalorizar
questões como a que afecta agora a RTP.
Por isso mesmo é nosso dever salientar
a importância deste tema. Não estamos
perante um assunto marginal ou destituído
de efectiva
relevância pública.
Bem pelo contrário,
um assunto como o
serviço público de
televisão, sobretudo
numa época social
e culturalmente
tão atribulada
como aquela que
atravessamos,
reveste-se de
especial interesse
do ponto de vista
cívico. Estão em
causa valores
fundamentais,
quer no plano
da promoção e
salvaguarda de
direitos, liberdades
e garantias, quer
no âmbito da
conformação
política da própria comunidade nacional.
É verdade que temos vindo a assistir nos
últimos tempos, como alertou recentemente
Giorgio Agamben, à emergência de
uma tendência para a instauração de
um autêntico estado de emergência,
com fundamento governamental numa
oportunista invocação do argumento
da gravidade da crise económica. Isso
conduz a uma signifi cativa redução e
pode levar mesmo, a prazo, à supressão
dos mecanismos normais de controlo
democrático.
Em nome da efi cácia do combate à crise
opta-se por uma amputação parcial da
vida democrática. Parecem evidentes os
perigos associados a tais práticas. Quando
nos confrontamos com um executivo
menos escrupuloso, insufi cientemente
impregnado de uma séria cultura liberal e
democrática, os resultados poderão mesmo
ser catastrófi cos.
Estamos, por tudo isto, perante uma
questão de regime que deve convocar a
atenção da sociedade civil, dos partidos
políticos e do próprio Presidente da
República. É hoje claro em relação à questão
de fundo que o Governo não pode recorrer
a nenhum argumento de necessidade,
seja de natureza fi nanceira, tecnológica
ou política para proceder à privatização
da RTP. Nos últimos meses foram muitas
as personalidades, de António Pedro-
Vasconcelos até ao ex-ministro Nuno Morais
Sarmento, que vieram a público fazer essa
demonstração. Inexistindo assim uma
razão necessária, haverá que reconhecer
Estamos neste caso perante uma dessas situações em que o país precisa de ouvir a voz de Belém
Deputado (PS). Escreve à quinta-feira
ao Governo a legitimidade de seguir uma
inclinação ideológica, ainda que esta esteja
longe de aparecer como consensual e
nem tão-pouco se vislumbre maioritária
na sociedade portuguesa. Só que, mesmo
admitindo essa legitimidade, mantém
o Governo a obrigação indeclinável de
respeitar regras e procedimentos conformes
com os princípios orientadores do regime
político em que vivemos. Ignorando
e desrespeitando despudoradamente
essas regras e procedimentos, o Governo
prejudica a imagem das instituições e
apouca o prestígio da democracia. É isso que
manifestamente está a acontecer.
Perante tudo isto afi gura-se
imprescindível a intervenção do Presidente
da República. Este, enquanto último garante
do regular funcionamento das Instituições,
sentir-se-á naturalmente compelido a agir
no tempo e no modo que o seu próprio
discernimento aconselhar. Creio que o fará.
Muitas vezes o Presidente da República
tem sido injustamente criticado pela
forma como gere o seu silêncio; quem
lhe desfere tais acusações está no fundo
a descurar a importância da sua palavra.
Um Presidente da República demasiado
prolixo estaria condenado à irrelevância. Só
um Presidente da República capaz de usar
ponderadamente o poder do seu verbo está
em condições de se fazer ouvir. Estamos
neste caso perante uma dessas situações em
que o país precisa de ouvir a voz de Belém.
Aguardemos.
NUNO FERREIRA SANTOS
PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | 45
FlyTAP? ByeTAP...
Passos, Relvas e Gaspar preparam-
se para, em poucos dias, vender
um património público que
demorou décadas a construir
com o dinheiro de todos nós.
TAP, ANA, Estaleiros de Viana
do Castelo. Para 2013 anuncia-se
a venda dos CTT, da CP Carga,
da RTP. A opacidade de alguns
dos candidatos (o PÚBLICO
apurou que os gestores da empresa que
detém uma candidata à privatização da
RTP gerem milhares de outras empresas
sediadas no Panamá) e a loquacidade doutros
(o leitor ouviu a entrevista do magnata
colombiano Efromovich anteontem à TVI?),
causa arrepios. O mais revelador é que, ao
contrário do que dizia o Governo, o Tribunal
de Contas não pôde até agora fi scalizar o
processo, e a comissão de acompanhamento
da privatização da TAP e da ANA foi nomeada
há dois dias atrás (cf. DN, 19.12.2012) – e o
Conselho de Ministros pretende tomar já
hoje uma decisão fi nal sobre as propostas de
aquisição da TAP!
Há dias, o PÚBLICO noticiou que aquele
que se revelou ser o único candidato à
compra da TAP ter-se-á reunido várias
vezes com o prodigioso Miguel Relvas,
com intermediação de José Dirceu, uma
personagem tão poderosa no Brasil quanto
pouco recomendável, recentemente
condenado por corrupção pelo Supremo
Tribunal daquele país. Para banalizar a
coisa, Efromovich disse à TVI que também se
reuniu com Passos e o ministro da Economia,
e, afi nal, que já no passado se reunira com
dois ministros de Sócrates, Teixeira dos
Santos e António Mendonça – ambos sob
investigação sobre a negociação das PPP.
São evidentes as consequências desta
promiscuidade permanente entre os grandes
capitalistas, nacionais e estrangeiros, e tantos
governantes portugueses, quer enquanto
o são, quer, sobretudo, quando deixam de
o ser e se transferem alegremente para os
quadros das grandes empresas com quem
antes negociaram desempenhando funções
governamentais. É que este é o país, não o
esqueçamos, em que a investigação histórica
comprova que os “donos de Portugal (…) são
hoje mais poderosos que antes de Abril de
1974”, com “interesses (…) mais incrustados
na captação de recursos do Estado por via
das rendas e da extração da dívida pública,
mais alavancados no sistema político,
mais envolventes nos partidos dominantes
da governação rotativa destas [últimas]
décadas”. Nele “não [se estranhará] que o
mesmo ex-governante possa representar
simultaneamente administrações de grupos
diferentes e mesmo concorrentes: afi nal, são a
mesma família” (Francisco Louçã e outros, Os
donos de Portugal, 2010).
Em 25 anos de privatizações, a direita e o
PS desmantelaram quase todos os serviços
públicos portugueses prestados por empresas
do Estado. Fizeram-no muito para lá daquilo
que resultara das nacionalizações de 1975,
feitas então com um amplo consenso
democrático que envolveu os mesmos
partidos (PSD, CDS, PS) que privatizaram tudo
desde 1987, e entraram pelas poucas grandes
empresas públicas do período salazarista,
um regime que primava, precisamente, por
esta mesma promiscuidade entre elite política
e elites empresariais, numa íntima aliança
entre um capital preguiçoso e arrogante, e um
Estado que não hesitava em usar da violência
e da tortura contra quem se atrevesse a
contestar os patrões. Para aqueles que
pensam que privatizar é uma simples decisão
política, que, como todas, deve poder ser
reversível, recordemos que, por mais críticas
que os partidos do arco do poder se façam
mutuamente, as privatizações têm-se revelado
irreversíveis. O PS, aliás, que agora solicita a
suspensão da privatização da TAP e da ANA,
foi, ao contrário do que se possa pensar, o
recordista: as privatizações renderam 8223,9
milhões € aos governos Cavaco e Durão,
em 13 anos, e, em menos tempo (10 anos,
até 2008), 19.775,9 milhões aos governos
Guterres e Sócrates (dados a preços correntes;
cf. Eugénio Rosa, “Os falsos argumentos
utilizados para privatizar as empresas
públicas”, estudo de 14.4.2010 com base em
dados da DG do Tesouro).
Depois de uma intensa campanha
ideológica contra a gestão e a simples
natureza pública dos serviços, o pretexto para
vender empresas muito rentáveis passou a ser
o do combate à dívida pública. Curiosa lógica:
só nos anos de 2004-08, enquanto a dívida do
Estado crescia 19,6 mil milhões €, apenas três
das muitas empresas privatizadas (EDP, PT,
GALP) distribuíam 11,2 mil milhões de lucros
entre os seus sócios
e capitalizavam mais
de 30 mil milhões em
bolsa...
Para quê
privatizar, então?
Para assegurar
melhores e mais
baratos serviços
aos cidadãos?
Onde? Na luz, nos
combustíveis, nos
telefones? A retórica
de há anos atrás
tornou-se uma
anedota de gosto
amargo...
Apertados entre
o desemprego e a
redução dos salários,
o empréstimo que se
deixou de conseguir
pagar, a fome que se insinua por detrás do
desespero, os portugueses prepararam-se
para o pior dos últimos 30 anos das suas
vidas – e parece que se vão resignando a mais
estes factos consumados. Ouvem com raiva
e descrença total ministros como Relvas, que
ainda ontem dizia à Antena 1 que “as críticas
de hoje” à política do Governo “serão o
reconhecimento de amanhã”.
E ainda há quem ache que Berlusconis os
há só em Itália...
Historiador. Escreve quinzenalmente à quinta-feira
Em 25 anos, a direita e o PS desmantelaram quase todos os serviços públicos portuguesesg
Manuel Loff Pelo contrário
Hitchcock: os filmes
Gostei de ler a peça de Mário
Lopes sobre Hitchcock e Tippi
Hedren (TH) no PÚBLICO de
anteontem. Vi o desagradável
fi lme The Girl em que ela é
interpretada por Sienna Miller
(SM) e aposto que a vilifi cação
continua com Hitchcock, o
fi lme em que Anthony Hopkins
continua a desacertar em cheio
na imitação de quem quer que seja: sejam
Nixon, Picasso ou outros lobisomens.
Fiquei a saber que “durante a rodagem
de The Girl [SM, que é boa actriz] telefonava
regularmente à actriz [TH, que não era]
para saber como reagira em momentos
específi cos à manipulação de Hitchcock”.
TH só entrou em dois fi lmes de
Hitchcock: The Birds e Marnie, ambos
obras-primas. Seria de esperar que SM, tão
preocupada em personifi car TH, se desse
ao trabalho de ver ambos os fi lmes. Mas
não: “SM não vira Marnie antes da rodagem
de The Girl”: “‘No fi nal, desejamos que a
personagem de Tippi [Marnie] fi que com
o violador. Sentimo-nos aliviados por ela
fi car com o homem que a violou. É tão
manipulador nesse sentido’”. É talvez a
crítica de cinema mais simplista, obtusa
e estúpida que alguma vez li. Falta pouco
para ser crime um cineasta manipular não
só os actores como os espectadores. Ou
seja: ser um realizador muito bom.
Vejam os dois fi lmes de Hitchcock antes
ou depois de ver um destes: tanto faz.
Perceberão por que é que os fi lmes de
Hitchcock são obras de arte e estes meros
apetrechos exploitation movies do que é
culturalmente correcto. Com razão. Mas
sem arte.
Miguel Esteves CardosoAinda ontem
BARTOON LUÍS AFONSO
46 | PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012
Um mercado laboral segmentado
Antes da publicação e da
entrada em vigor da Lei
23/2012, de 25 de Junho, que
alterou o Código de Trabalho
(CT) de 2009, verifi cámos que
estávamos a caminhar para um
mercado laboral segmentado,
a duas velocidades. Porém, em
bom rigor, no memorando da
troika, vinha já anunciado o
compromisso de o Governo ter de avançar
para uma terceira fase da redução das
compensações por despedimento, por
motivos objectivos. A verdade é que esta
redução foi adiada para 2013.
Vejamos: ao contrário do que tinha sido
acordado com os parceiros sociais no
acordo celebrado em Janeiro, a conclusão
da terceira fase do ajustamento das
compensações por cessação de contrato
de trabalho, a criação do Fundo de
Compensação do trabalho e a defi nição
de critérios para a emissão das portarias
de extensão fi caram lançadas nas Grandes
Opções do Plano (GOP) para 2013. Repare-
se que no compromisso lê-se que “o
Governo e os Parceiros Sociais acordam
em estabelecer que, a partir de 1 de
Novembro de 2012, a compensação devida
pela cessação do contrato de trabalho
será alinhada com a média da União
Europeia” e, por diversas vezes, o ministro
da Economia, Álvaro Santos Pereira, disse
que, a partir de Novembro de 2012, as
indemnizações por despedimento teriam
uma nova redução, em linha com a média
comunitária.
Ou seja, apesar de surgirem agora as
reacções negativas da CGTP, do PS e até
da UGT, a redução do pagamento das
indemnizações por despedimento dos
actuais 20 para 12 dias por ano de trabalho
já há muito se encontrava prevista.
O primeiro-ministro, Pedro Passos
Coelho, anunciou que “ainda durante
este mês [de Dezembro] o Governo vai
tomar a iniciativa legislativa em Conselho
de Ministros, depois é remetida para o
Parlamento e deverá vigorar a partir de
2013”, acrescentando que a data precisa
vai depender do processo legislativo.
Por sua vez, o ministro da Economia
garantiu que a entrada em vigor da nova
legislação, que reduz as compensações
por despedimento para 12 dias, entrará
em vigor em simultâneo com o Fundo
de Compensação por Despedimentos e,
ainda, que estão salvaguardados os direitos
adquiridos pelos trabalhadores até à data
da entrada em vigor da nova lei.
Em suma:
1. As compensações dos trabalhadores
contratados antes de 1 de Novembro de
2011 continuaram até 31 de Outubro de
2012 a ser de 30 dias de retribuição-base
e diuturnidades por ano de antiguidade.
Quem, nesta data, acumulava mais de
12 meses de retribuição ou 240 salários
mínimos (à data, 116.400,00 euros) fi cou
com a compensação “congelada” — terá
direito a receber apenas a compensação
acumulada até então. Exemplo: 15 anos até
31 de Outubro de 2012 = compensação de 15
meses, mesmo que continue a trabalhar por
mais anos.
2. Para os
contratos
celebrados a partir
de 1 de Novembro
de 2011, o cálculo
das compensações
baixou para 20 dias
por ano de casa.
Esta regra passou a
aplicar-se também,
com as alterações
ao CT de 2012, em
parte, aos contratos
anteriores a 2011:
a compensação
devida até 31 de
Outubro de 2012
é calculada da
maneira “antiga”
(30 dias); o resto é
calculado segundo a
regra dos 20 dias.
3. Com as novas
regras, os contratos que sejam assinados
depois das alterações previstas para 2013,
a priori, receberão apenas 12 dias de
retribuição-base e diuturnidades por ano
de antiguidade, mantendo-se os direitos
adquiridos pelos trabalhadores antigos.
Falta saber como se fará a harmonização
com as compensações devidas a contratos
de trabalho anteriores, para amenizar os
efeitos do princípio imposto por alterações
que têm de respeitar direitos adquiridos.
A redução das indemnizações dos actuais 20 para 12 dias por ano de trabalho já há muito se encontrava prevista
Advogada ([email protected])
MIGUEL MANSO
Debate Custo dos despedimentosJoana Carneiro
Defender o futuro reduzindo a despesa
Exmo. senhor ministro das
Finanças
Até Janeiro de 2013 dará
entrada na Assembleia da
República uma petição intitulada
Defender o Futuro onde os seus
subscritores, com diversas
personalidades da nossa vida
política, social, cultural e
económica, fazendo eco das
posições do Presidente da República,
propõem ao Parlamento a reavaliação das
diversas leis “fracturantes” aprovadas no
consulado do Governo de Sócrates.
São essas leis as da Procriação Artifi cial,
do Aborto, do Divórcio, do Casamento
entre pessoas do mesmo sexo, da mudança
de sexo e do fi nanciamento do ensino
particular e cooperativo.
Uma vez reunidas 4000 assinaturas
(faltam apenas cerca de 500 para que tal
aconteça) a petição será obrigatoriamente
apreciada em plenário da Assembleia
da República e pode bem vir a originar
(espera-se) um ou mais processos de
revisão destas leis, ou da respectiva
regulamentação. O que terá consequências
também a nível redução da despesa do
Estado. Assunto sabidamente do interesse
de vossa excelência.
Na verdade e actualmente, sem que
tal decorra forçosamente do resultado
do referendo de 2007 (onde a pergunta
formulada respeitava unicamente
à despenalização até às 10 semanas
de gestação), o aborto em Portugal
é completamente gratuito e confere
à mulher que aborta o direito a uma
licença de parentalidade de 15 a 30 dias
e ao pagamento do respectivo subsídio
correspondente a 100% do vencimento.
Acrescem ainda os custos com as grávidas
das ilhas: o pagamento de custos do
avião, do alojamento em Lisboa (até duas
pessoas), táxi na cidade e acompanhamento
de um técnico social. Ou seja, basta que
se ponha fi m, no todo ou em parte, a esta
gratuidade e subsídios injustos para que
dezenas de milhões de euros/ano sejam
poupados ao Orçamento do Estado (na
Saúde e na Segurança Social).
Por outro lado, na sequência das
novas regras que regem o divórcio,
muitas mulheres tem sido precipitadas,
mercê da perda do direito de alimentos,
em situações sociais que as empurram
para o Rendimento Social de Inserção,
sobrecarregando assim o já tão esgotado
orçamento da Segurança Social. Se os
deputados entenderem (no que irão ao
encontro do sentimento da comunidade
jurídica) rever toda a nova legislação
do divórcio que originou tantas e tantas
situações de injustiça, pobreza e abandono,
V. Exa. contará, também aqui, com uma
signifi cativa redução da despesa na
Segurança Social.
Acresce que, mercê da lei da Procriação
Artifi cial, e das regulamentações conexas,
aumentam as situações em que os
actos médicos implicados (altamente
dispendiosos e de efi cácia muito reduzida)
benefi ciam, em termos de custo e
processos, de uma situação de vantagem
em relação às pessoas em situação de
doenças. O que, além de uma injustiça
e desigualdade,
constitui no
orçamento da
Saúde uma despesa
na qual V. Exa.
poderá contar com
uma substancial
redução de custos.
Tudo de acordo
com convenções
internacionais a que
o Estado português
se obrigou, para
protecção do
embrião humano.
Começam hoje a
ser reconhecidos os
menores custos do
ensino particular
em comparação
com o ensino
estatal, pelo que,
se os deputados
entenderem que o
serviço público de
educação pode ser
prestado por escolas estatais e não-estatais
em pé de igualdade, e que às famílias
deve ser dada a liberdade de escolha do
ensino que pretendem para os seus fi lhos,
da concessão desse serviço e da justiça e
concorrência leal que daí resultará, poderá
contar-se com uma muito signifi cativa
redução da despesa em Educação.
Existem outras consequências desta
Começam a ser reconhecidos os menores custos do ensino particular em comparação com o ensino estatal
Tribuna Carta aberta às Finanças António Pinheiro Torres
PÚBLICO, QUI 20 DEZ 2012 | 47
Ex-deputado do PSD, dirigente de movimentos cívicos
petição e dos resultados do trabalho
de revisão das leis fracturantes a que
os deputados serão chamados que não
deixarão de ter outras consequências que
interessam à missão política de V. Exa. e
àqueles que um dia lhe sucederem nesse
lugar. Na verdade, se forem seguidas
as cautelas e preocupações em tempo
manifestadas pelo Presidente da República,
da revisão destas leis resultará um país
onde a responsabilidade será um valor
socialmente reconhecido, a natalidade
corresponderá ao desejo das famílias e às
necessidades da sustentabilidade do Estado
Social, o sistema de Educação poderá
ajudar a gerações de portugueses mais
preparados e as famílias poderão encontrar
um ambiente mais propício ao respectivo
desenvolvimento. Tudo isso potenciando
o crescimento do produto, a redução da
despesa e a diminuição do défi ce. Isto é
assunto de interesse maior de V. Exa. e de
todos os portugueses em geral.
Esperando ter assim correspondido
ao seu apelo à participação da sociedade
civil na tarefa de refundação do Estado,
subscrevo-me, com os meus melhores
cumprimentos, de V. Exa., muito
atentamente.
Petição Defender o Futuro (http://
www.peticaopublica.com/PeticaoVer.
aspx?pi=P2012N22192)
P.S.: Não é objecto desta petição a Lei
de Promoção e Protecção de Crianças e
Jovens em Perigo, mas, ao abrigo desta
lei, a Segurança Social tem retirado cada
vez mais crianças às famílias, estando
disposta a suportar custos elevadíssimos no
acolhimento destas, quando, por um décimo
da despesa, poderia ajudar essas mesmas
famílias a criar essas crianças… Também aqui
se poderia garantir mais e melhor Estado
Social reduzindo os respectivos custos.
Centrarmo-nos num objectivo: o acordo climático de 2015
A Conferência de Doha sobre o
Clima não foi um verdadeiro
êxito em termos de decisão
sobre o acordo climático
mundial de 2015, o que
parece surpreender alguns
comentadores e grupos
ambientalistas. Mas ninguém
deve fi car surpreendido. No
ano passado, em Durban,
todos os países acordaram que as
conferências climáticas a realizar desde
então até 2015 preparariam a via para o
grande acordo em 2015.
Antes da Conferência de Doha, a UE
apresentou a sua lista de controlo para
garantir o avanço para o novo acordo
climático. Verifi quemos agora os progressos
alcançados.
A UE queria que Doha marcasse a
transição para o abandono do antigo
regime climático, em que só os países
desenvolvidos têm a obrigação jurídica de
reduzir as emissões, para o novo regime em
que todos os países, incluindo os países em
desenvolvimento, assumirão pela primeira
vez compromissos jurídicos ao abrigo do
novo acordo mundial. Cumprido.
Em Doha, alterámos a própria
estrutura das nossas negociações. Antes,
estávamos organizados em vários grupos
de trabalho, com base na forte distinção
entre países desenvolvidos e países em
desenvolvimento. Agora, dispomos de
um fórum de negociação, a plataforma
de Durban, que engloba todos os países.
Cumprido.
Este não é um êxito menor. Actualmente,
a média de emissões per capita na China já
é de 7,2 toneladas, e está a aumentar. Na
Europa, é de 7,5 toneladas e está a diminuir.
O mundo não pode combater as alterações
climáticas sem o empenhamento das
economias emergentes. É por isso que a
transição do antigo para o novo regime era
tão importante. E foi assegurada.
Por outro lado, esta transição está a ser
construída pela UE e por alguns outros
países desenvolvidos, que assumiram o
compromisso de avançar para um segundo
período do Protocolo de Quioto. Muitos anos
de duro trabalho teriam sido perdidos se
não fosse renovado o Protocolo de Quioto,
que continua a ser o único tratado em vigor
a exigir reduções das emissões. Pura e
simplesmente, não podíamos permitir que
tal acontecesse. Cumprido também.
Foi assegurada a continuidade até ao
novo acordo global em 2020, tendo a UE
conseguido negociar uma prorrogação do
protocolo por um período de oito anos.
Cumprido.
Conseguimos fi nalmente resolver o velho
problema do “ar quente” — os créditos de
carbono excedentários, não utilizados,
provenientes do primeiro período de
Quioto. Serão impostas limitações aos
compradores quanto às quantidades que
podem comprar. A legislação da UE não
lhes permite a utilização desses créditos
e todos os potenciais compradores
declararam que, de qualquer forma,
não os comprarão. Além disso, as novas
regras evitam a
criação de “ar
quente” adicional.
Trata-se de um
resultado ambiental
importante.
Cumprido.
Apesar da
conjuntura
económica difícil
na Europa,
continuámos
também em Doha
a disponibilizar
fi nanciamento para
a acção climática.
Vários Estados-
membros da UE e a
Comissão Europeia
avançaram
com cerca de 7
mil milhões de
euros de fundos
destinados à acção
climática para
2013 e 2014, o que
representa um aumento em relação aos
últimos dois anos. Cumprido.
A UE solicitou também que Doha
estabeleça um calendário do que deve ser
feito até 2015. Dispomos agora de um plano
de trabalho. Cumprido.
Mas a UE insistiu em que, antes do
início do futuro regime jurídico em 2020,
sejam identifi cadas medidas adicionais de
redução das emissões a fi m de manter o
aquecimento global a um nível inferior a
2 °C. Doha respondeu de forma positiva.
Além disso, todos os objectivos dos países
signatários e não-signatários do Protocolo
de Quioto serão reexaminados em 2014 a
É certo que Doha não foi um êxito fulgurante, mas houve progressos reais no sentido do acordo de 2015
Comissária da UE para a Acção Climática
ADRIAN DENNIS/AFP
TribunaConferências climáticasConnie Hedegaard
fi m de estudar a possibilidade de aumentar
o seu nível de ambição. Cumprido.
A intenção do secretário-geral das Nações
Unidas, Ban Ki-moon, de convocar em 2014
uma cimeira dos líderes mundiais sobre
as alterações climáticas pode imprimir
dinâmica política a este trabalho.
Na Europa, não estamos à espera do
acordo mundial para actuar. A legislação em
vigor prevê a redução das nossas emissões
em 20% até 2020, bem como a adopção
do objectivo de 30% se outras grandes
economias derem também o seu contributo,
mas a realidade é que atingiremos um nível
de redução de mais de 20%.
A legislação em matéria de efi ciência
energética recentemente aprovada pela UE
permitirá somar alguns pontos percentuais
às nossas reduções, e recentes propostas
legislativas da Comissão Europeia irão
reduzir ainda mais as emissões, quando
forem adoptadas. Trata-se de propostas
relativas às emissões de gases fl uorados,
da silvicultura e agricultura, da produção
de biocombustíveis e dos automóveis de
passageiros e furgonetas. Apresentámos
também uma proposta de legislação sobre
a tributação da energia, de um orçamento
da UE mais respeitador do clima e de uma
reforma do nosso mercado do carbono.
Segundo a CAN Europe, o número fi nal
poderá aproximar-se dos 27% de reduções
de emissões até 2020.
É certo que Doha não foi um êxito
fulgurante, mas houve progressos reais
no sentido do acordo de 2015. Como é
evidente, não é difícil fi carmos frustrados
com o ritmo lento e o baixo denominador
comum das negociações internacionais.
Mas isso signifi ca que devemos desistir?
Podemos permitir-nos fazê-lo? Onde
continuaria o diálogo?
Embora a frustração seja uma “fonte
renovável”, não faz reduzir emissões. Para
ultrapassar a frustração, devemos manter-
nos fortemente focalizados no objectivo
fi nal, que é a assinatura, por todas as partes,
de um acordo climático mundial até 2015.
PAULO PIMENTA
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ESCRITO NA PEDRA
“Todos os negócios que me propõem são maus, porque se fossem bons não mos propunham”André Maurois (1885-1967), escritor e ensaísta francês
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Há sinais concretos de que algo pode mesmo mudar na lei p 18/19
A pseudociência dá gás a uma falsa profecia maia e aumenta o medo das pessoas p 24/25
Cientistas dizem que homicídio foi ordenado por mulher ambiciosa p 29
EUA discutem agora que armas devem controlar
21.12.12: o mundo vai acabar, mas não será já amanhã
Já sabemos como morreu o último grande faraó
Totoloto
2 9 21 40 46 11
5.800.000€1.º Prémio
SOBE E DESCE
Park Geun-hye
É filha de um antigo ditador e tornou-se ontem a primeira mulher
eleita Presidente da Coreia do Sul, confirmando as previsões. Pela frente tem tarefas de peso: a desaceleração económica ou o problema chamado Coreia do Norte. Park diz que tem todas as condições para se dedicar inteiramente ao país por não ter marido ou filhos. Como não é por aí que se vêem as capacidades de um político para governar, a ver vamos o que Park conseguirá fazer pela Coreia do Sul. (Pág. 22)
Vítor Pereira
Bem se pode dizer que à terceira foi de vez para o FC Porto.
Depois de duas derrotas com o Nacional para a Taça da Liga, o campeão nacional vingou-se
na Choupana, com golos de Lucho González e Otamendi. A poucas horas de conhecer o nome do adversário na
Liga dos Campeões, a estreia do FC Porto na terceira competição nacional não podia ter corrido melhor. O Nacional não teve desta vez argumentos para surpreender a equipa treinada por Vítor Pereira. (Pág. 40)
Jorge Jesus
O Benfica também tem razões para estar satisfeito com a estreia
na Taça da Liga, apesar de o Olhanense ter começado melhor. Ao golo da equipa da casa, o Benfica respondeu com golos de Rodrigo e Lima. E Jorge Jesus resolve um dado estatístico negativo que destoava no seu currículo como treinador do Benfica. Desde que chegou ao clube, os “encarnados” nunca venceram em Olhão. Aliás, até ontem era preciso recuar a 1975. (Pág. 40)
Paulo Macedo
Existe desde ontem um sistema informático que permite a médicos,
enfermeiros e ao resto dos cidadãos comunicar incidentes ocorridos nas unidades de prestação de cuidados de saúde. A medida é meritória, já que permitirá melhorar o que está errado ou a funcionar mal na saúde em Portugal. E para que não haja constrangimentos, a notificação é anónima e não resultará na punição dos envolvidos. (Pág. 9)
SOBE E DESCE
Jurista
ASSUNTOS TEMPORÁRIOS
As intrigas certas
Todos os anos há um
número elástico de intrigas
que ajudam a perceber
a discussão pública.
Jornalista que se preze tem
de conhecer as intrigas
certas, tem de as explorar e
repetir. Quando digo “intrigas”,
refi ro-me a um linguajar simplista
que se desenvolve por dicotomias
e serve para infl amar ânimos e
divisões. Algumas são fabricadas
pelos jornais e televisões; outras
vêm dos megafones do governo
ou dos partidos da oposição, os
primeiros interessados na rede de
intrigas.
Vi por aí um livro que ensina
como falar com pose e falsa
erudição sobre livros que nunca
se leu. Ideal para festas ou
tempos embaraçosos. Admito que
a coisa funcione neste registo.
Em Busca do Tempo Perdido?
Uma obra revolucionária em
que o protagonista rememora
o passado, desafi ando a nossa
consciência do tempo e aquilo
que o tempo nos faz. Ana
Karenina? Uma história sobre
uma mulher genuína que deseja
amar contra as convenções de
uma sociedade aristocrática,
repressiva e hipócrita.
Pedro Lomba
O universo das intrigas
políticas assemelha-se a este
guião de frases vazias para iludir
inocentes. O princípio é, aliás,
idêntico: um jornalismo que
segue um roteiro enlatado. Não
forçosamente por dolo. Mas
porque age segundo instintos
pavlovianos.
Vai um velho político do PSD
com ar senatorial à televisão. A
primeira pergunta que lhe fazem
é se este PSD ainda tem alguma
marca social-democrata. Não
interessa tentar pensar sobre o
que era a social-democracia do
PSD nos anos 70 e 80, o que se
tornou depois aqui e no mundo
e o que é e pode ser hoje. Não
interessa perceber em que
medida a geração do poder é
diferente das anteriores. O que
conta é arrancar a ferros uma
frase do entrevistado a respeito
da intriga. E se ele responder
que não vê vestígios de social-
democracia, fi ca cumprida a
intriga. Venha o próximo.
Sobre os partidos da coligação
ou António José Seguro passa-se
o mesmo. A intriga no interior
do PS depende de um nome:
António Costa. Seguro bem pode
ter o partido nas mãos. Mas é
preciso que Costa vá falando,
se possível com mensagens
cifradas, para promover a intriga
dos descontentes ou opositores.
Na coligação também é preciso
ir ouvindo os políticos de um em
busca de ferroadas nos do outro.
A presumível oposição entre
caridade e solidariedade
social, agora em voga,
é mais um momento
de intriga. Contribui
patrioticamente para
a separação clubística entre
adeptos do Estado caritativo e
do Estado social. Que o mundo
seja um pouco mais complexo
do que isso não serve para
nada. Escolham o vosso campo
e, sobretudo, não digam coisas
confusas.
E o que dizer da frase: “Bater
o pé na Europa”? Não há dia em
que não a ouçamos. E também
não há dia em que quem a usa
ajude a decifrar o seu signifi cado
concreto. Mas é preciso continuar
com a intriga de que uns “batem
o pé à Europa” e outros “não
batem”.
É este um dos mais tristes sinais
da irrelevância a que a imprensa
se autocondenou. Só pensa
dentro da intriga. Porque a intriga
faz parte da política e é de certo
modo a política. Mas a política
é também aquilo que precisa de
ser desmontado com um discurso
exterior. Se nos limitamos a servir
destas rações, o que nos resta?
Um público que não existe como
público mas como autor de outras
intrigas e “contra-intrigas”? Uma
sociedade em que uns participam
da intriga e outros se recusam já
a ouvir?
apoio: patrocínio:
FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIANGaleria de Exposições Temporárias
As Idades do Mar
© M
use
o S
oro
lla,
Mad
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Terça a domingo10 – 20h (até ao fi nal da exposição)Encerra à segunda e nos feriados de 25 dezembro e 1 janeiro
até 27 janeiro