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relatório anual de responsabil idade soc ial empresarial 2008
balançosocial
caminhos que nos levam à responsabilidade social plena
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SumárioSumário
DiREToRia EXEcUTiVaPresidente: Wagner Pinheiro de Oliveira.
Diretores:Luís Carlos Fernandes Afonso (Diretoria Financeira e Investimentos)Mauricio França Rubem (Diretoria de Seguridade)Newton Carneiro da Cunha (Diretoria Administrativa)
consElHo DElibERaTiVoPresidente: Wilson SantarosaJorge José Nahas Neto | Paulo Teixeira Brandão | Regina Lucia Rocha Valle | Ronaldo Tedesco Vilardo | Yvan Barreto de Carvalho
Suplentes:Agnelson Camilo da Silva | Armado Ramos Tripodi | Epaminondas de Souza Mendes | Alexandre Aparecido Barros | Cláudia Padilha de Araújo Gomes | Roberto de Castro Ribeiro
Ouvidoria: Vanda Maria S. Ferreira
consElHo FiscalPresidente: Fernando Leite SiqueiraBruno Passos da Silva Melo | Eurico Dias Rodrigues | Silvio Sinedino Pinheiro
Suplentes:André Luiz da Fonseca Fadel | Denise Frazão Ginzo | Oscar Ângelo Scotta | Sérgio Salgado
EQUiPE GEREncialWagner Luiz Constantino de Lima (Secretaria Geral) | Alcinei Cardoso Rodrigues (Gerência de Participações) | Antonio Carlos Conquista (Gerência de Engenharia e Administração) | Carlos Fernando Costa (Gerência de Operações de Mercado) | Enrique Gonzalez Marquez (Gerência de Produtos de Seguridade) | Gema de Jesus Ribeiro Martins (Gerência de Compliance) | Humberto Santamaria (Gerência de Administração Financeira) | Jorge José Vieira Guedes (Gerência de Recursos Humanos) | Jor-ge Luiz Gouvêa (Gerência de Controle) | José Lima da Silva (Auditoria Interna) | Marcelo Andreetto Perillo (Assessoria de Novos Projetos) | Maria de Fátima Simões Costa (Ge-rência de Clientes Institucionais) | Mário Luiz Cardoso de Araújo (Assessoria de Planejamento) | Roberto Henrique Gremler (Assessoria de Planejamento de Investimentos) | Rosalía Maria Tereza Sergi Agati Camello (Gerência Jurídica) | Sérgio Villela Borges (Gerência de Operações) | Sueli dos Pilares (Gerência de Tecnologia da Informação) | Washington Luiz de Araújo (Gerência de Comunicação e Relações Institucionais)
assEssoREs Da DiREToRiaMario Sergio Castanheira (Chefe de Gabinete) | Alexandre Freitas de Albuquerque | Cid Rodrigues | Geraldo Lucio Góes Cruz | Igor Aversa Dutra do Souto | Luiza Maria Gomes Bo-telho | Luiz Antonio Alves de Azevedo | Maria José Fernandes Cerqueira de Almeida | Sérgio de Vasconcellos RodriguescooRDEnaçÃo TÉcnicaMário Luiz Cardoso de Araújo - Assessoria de Planejamento
cooRDEnaçÃo EDiToRialWashington Luiz de Araújo - Gerência de Comunicação e Relações Institucionais
TEXTo basE Mário Luiz Cardoso de Araújo (Gerente Executivo de Planejamento) | Paulo Camillo Pinto de Gusmão (Analista de Planejamento Sr.) | Leandro Emygdio de Negreiros (Analista de Planejamento Jr.)
colaboRaçÃoAlédia Alchorne Pinto (Gerência de Operações) | Cláudio Renato Diniz Alves (Gerência de Operações) | Charles do Nascimento Gomes (Gerência de Comunica-ção e Relações Institucionais) | Jussara Machado Serra (Gerência de Participações) | Maria Alice Araújo Burla-maqui Soares (Gerência de Produtos de Seguridade)
REPoRTaGEMGleice Sabbad, Patrícia Cunegundes e Washington Luiz Araújo
EDiçÃoWashington Luiz Araújo e Patrícia Cunegundes
Revisão EDiToRialBárbara Castro e Joíra Coelho
Revisão Técnica Paulo Camillo Pinto de Gusmão, Leandro Emygdio de
Negreiros e Juliana Cristina Fernandes (Assessoria de Planejamento)
PRoJETo GRÁFico E DiaGRaMaçÃoÉrika Yoda, Gabriel Sena, Rui de Paula e Wagner Ulisses
caPaLuiz César Cabral
PRoDUçÃo EDiToRial
Liberdade de Expressão - Agência e Assessoria de Comunicação
Fundação petrobras de seguridade socialRua do Ouvidor, 98 - Centro
20.040-030 Rio de Janeiro - RJTelefone: (21) 2506 0335
Internet: www.petros.com.brE-mail: [email protected]
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carta social 3lutar, conquistar, Vigiar e seguir na luta - neusa das dores pereira 4pobres daqueles que no Futuro são
representantes do passado - marcelo paixão 9o estado deve proteger todas as crianças - márcia ustra soares 14dignidade à pessoa idosa - perly cipriano 19o importante é que a vida seja longa e com qualidade 22introdução: responsabilidade social na petros 24perfil 25estrutura e Governança 26Gestão de ativos 30Gestão de seguridade 46Gestão administrativa 64relações institucionais 74parâmetro do relatório 76Índice Gri 77baianço social modelo ibase 78
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“... Quando dou pão aos pobres, chamam-me de santo, quando pergunto pelas causas da pobreza, me chamam de comunista.” (dom Hélder câmara)
Carta Sociale políticas afirmativas podem contribuir para que o brasil discuta, abertamente, a necessidade de inserção das pessoas negras na sociedade como cidadãs, contribuintes, eleitoras e consumidoras plenas.
a diretora executiva da onG centro de documentação e informação coisa de mulher, neusa das dores pereira, acredita que o atual governo deu um passo impor-tante na luta das mulheres pelos direitos humanos ao criar a secretaria especial de políticas para as mulheres. ela desta-ca marcos importantes para as mulheres, como o direito ao voto, em 1932, o ad-vento da pílula anticoncepcional, os direi-tos garantidos na constituição de 1988, como a licença maternidade, e a lei maria da penha, entre outras conquistas.
o subsecretário de promoção dos di-reitos Humanos, da secretaria especial de direitos Humanos da presidência da república (sedH/pr), perly cipriano, que tem sob sua responsabilidade a coordena-ção das políticas públicas de defesa dos direitos da pessoa idosa, defende a força produtiva desses 30 milhões de brasileiros e alerta para o fato de que em 2050 o brasil será o sexto país com maior número de idosos do mundo.
com a baixa taxa de natalidade e o au-mento da expectativa de vida, as crianças e os adolescentes poderão compor parcela menor da população em 2050, quando os idosos deverão superá-la, pela primeira vez. mas, por enquanto, eles representam um terço da população e merecem ser protegidos pelo estado. para a subsecre-
tária adjunta dos direitos da criança e do adolescente, da sedH/pr, márcia ustra soares, elas passaram de objeto de assis-tência para objeto de direitos.
o trabalho conjunto da sociedade civil organizada, do segundo setor e do estado é fundamental para a transformação do país. a petros vem fazendo sua parte e a responsabilidade social faz parte da visão de governança corporativa da entidade. a criação da ouvidoria, em 2003, com a nomeação da Vanda maria Ferreira, abriu definitivamente os olhos da petros para questão da equidade de gênero. naquele mesmo ano, no dia 3 de abril, a entidade promoveu reunião com o instituto ethos e outros fundos de pensão sobre a im-plantação da responsabilidade social nas entidades de previdência complementar. desta reunião nasceu trabalho conjunto, coordenado pela abrapp, entidade que congrega os fundos de pensão.
em 2004, foram aprovadas as políticas de repasse social da petros e o comitê de responsabilidade social foi criado. no ano seguinte, foi incluído, na política de contra-tação, o compromisso com critérios social-mente responsáveis, por parte das empresas contratadas. em 2006, a petros lançou o coed, subcomitê pró-equidade de Gênero, raça e diversidade, coordenado por nossa ouvidora, Vanda. o reconhecimento desse trabalho veio com o selo pró-equidade de Gênero, da secretaria especial de políticas para mulheres, conquistado em 2009. o esforço está sendo feito e os resultados po-dem ser vistos nas próximas páginas.
a frase de dom Hélder câmara, dita numa época em que chamar alguém de co-munista era a senha para a perseguição aos que combatiam a ditadura militar, sintetiza o que deve ser a preocupação com respon-sabilidade social: não basta doar, é preciso ir além, é necessário plantar a semente do inconformismo com situações até pouco tempo consideradas destino histórico.
somos 190 milhões de brasileiros com uma difícil tarefa: transformar paradigmas da nossa sociedade para enfrentar o futuro com mais igualdade, respeito às diferenças, cidadania plena a todos os brasileiros. nos últimos anos, demos passos importantes rumo a esse futuro, a partir da mobilização da sociedade civil organizada, do segundo setor e da resposta do estado às demandas mais prementes de brasileiros sem garantia dos direitos humanos.
são 60 milhões de crianças e adoles-centes protegidos pelo estatuto da crian-ça e do adolescente (eca), que em 2010 completa 20 anos. trinta milhões de ido-sos têm a seu favor o estatuto do idoso. as mulheres são mais de 50% da população brasileira e representam importante força de trabalho para o país. de acordo com dados do instituto brasileiro de Geografia e estatística (ibGe), os negros compõem a maioria da população.
para o professor marcelo paixão, do instituto de economia da universidade Fe-deral do rio de Janeiro (uFrJ), o mito do país mestiço e sem racismo vem sendo der-rubado à medida que os modelos de desen-volvimento econômico são questionados
diretoria executiva outubro 2009
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Lutar, ConquiStar, vigiar e Seguir na Luta
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neusa das Dores Pereira, professora aposentada e diretora executiva da ONG Centro de Documentação e Informação Coisa de Mulher, fundada em 1994, diz que desde muito cedo estava atenta aos
problemas enfrentados pelas mulheres na sociedade. Influência da mãe, que abrigava as mulheres em dificuldade, doentes, vítimas de violência no morro onde morava e, claro, chamava os homens para ter “uma conversa”. Tornou-se uma ativista do movimento feminista, que trabalha para com-bater todas as formas de opressão sofridas por mulheres. Nessa entrevista para o Balanço Social da Petros, Neusa avalia as conquistas das mulheres ao longo do século 20.
neusa, quando você considera que as mulheres começam a se inserir, de fato, na sociedade, como trabalhadoras?
As mulheres negras começaram a trabalhar no Brasil desde que os escravos chegaram ao País. E as mulheres brancas, imigrantes do tempo do Brasil colônia, também começaram a trabalhar muito antes do que se coloca como marco da in-serção das mulheres no mercado de trabalho. as mulheres que vieram para a lavoura, as asiáticas, as eu-ropeias, ninguém veio para ficar de madame. Minha família, por exem-plo, trabalhou com tabaco, na Souza Cruz. Tem as mulheres da indústria têxtil, também. O que vai dar, para mim, um diferencial grande, quan-do as mulheres ganham voz, ocorre depois da Segunda Guerra Mundial, em 1945. É quando se fala que as mulheres entraram no mercado de trabalho, embora elas já estivessem lá. Mas o que aconteceu? Os ho-mens morreram, estavam com se-quelas da guerra, alguém tinha de se lançar. Elas já estavam lançadas, mas, naquele momento, as mulheres ganham voz, ganham espaço e re-conhecimento, porque alguém tinha de cuidar daquelas famílias. Outro avanço muito importante é o voto,
em 1932, apesar de não ser univer-sal. Não gosto de diminuir a luta das mulheres, mas por trás dos direitos sempre tem um interesse econômi-co, político.
mas por trás da conquista do voto também teve um grande movimento das mulheres, não?
Claro. Não estou desmerecen-do a luta das mulheres. Para elas conquistarem o voto, houve todo um movimento, mas aquilo só foi concedido no momento em que in-teressava. Mais uma vez, não estou diminuindo a conquista. Ao contrá-rio, é aí que vemos a qualidade as mulheres na ocupação dos espaços públicos. Outro marco é o advento da pílula, porque tira a pressão da sexualidade, do casamento, de toda a intimidade da mulher.
isso libertou as mulheres, de certa forma?
Havia as chamadas casas de aco-lhimento, que recebiam as mulheres que fugiam das regras sociais. E exis-tiram até o início do século 20. Essas mulheres eram internadas em asilos, casas de repouso, manicômios, eram escondidas da sociedade. Com o ad-vento da pílula, as mulheres ganham liberdade maior.
neusa, sempre falamos das mu-lheres que foram para o mer-cado de trabalho, mas esque-cemos daquelas que decidiram ficar em casa, cuidando dos fi-lhos, organizando a casa, para o homem trabalhar, ter uma car-reira. elas não são mais discri-minadas ainda?
Ela está em casa exercendo um trabalho e tem valor. Ela exerce um trabalho fundamental para a sociedade e deveria ter um salário para isso, o governo deveria valori-zar as mulheres, dar uma garantia mínima, por um tempo. uma mu-lher que opta cuidar de seus filhos deveria ser absorvida pelo governo de alguma forma. nossa consti-tuição diz que as pessoas têm di-reito de planejar a família, tanto o homem quanto a mulher, e é de-
ver do estado garantir isso: o di-reito dessa mulher que decide ficar em casa, cuidando dos filhos por 12 anos, e o daquela que trabalha fora, de ficar em casa seis meses, de licença-maternidade. Porque os filhos não são da mãe ou do pai, são do País. Essa mulher que está em casa, “sem fazer nada”, está na cidade, no campo, na favela, que às vezes não sai de casa para o filho não ser morto, ela não está à toa.
e as que foram para o mercado vivem sob pressão permanente...
É pressão para ficar magra, para dar conta do boletim dos fi-lhos, para não perder o emprego para mulheres mais jovens, para cuidar da casa, do marido...E ainda tem de ser feliz! O tempo amargu-ra as mulheres, não dá tempo para fazer tudo. Acho que caímos em diversas armadilhas, precisamos ter cuidado. A sociedade não está preparada para essa mulher que ela quer, de certa forma, ela mas-sacra as mulheres.
Voltando ao avanço feminino. mais recentemente, o que você aponta como importante?
A Constituição de 1988. Quando as mulheres se debruçam, com acú-mulo de vários anos de militância, inclusive internacional — e muita coisa foi conquistada com a mobili-zação feminina. Temos vários direi-tos ali, como as licenças maternidade e paternidade. Somos signatários de tratados internacionais importan-tes para a garantia dos direitos das mulheres. Nossa brava ministra da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, Nilcéia Freire, está aí lu-
Soraya Brandão
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da “grande massa de trabalhadores” do fim da década de 70. Acham que brigar pelo universal é falar pelo individual. Não é. A massa não é homogênea, mas ainda tem gente pensando nisso. Como somos pou-cas, não conseguimos mudar a es-trutura para aceitar nossa presença. Na verdade, pouco foi feito para que a mulher quisesse esse poder. Como vamos modificar? Como as mulhe-res vão participar? Essa é a questão.
como você avalia a criação, du-rante o governo lula, de uma se-cretaria para formular e coordenar políticas públicas para mulheres?
O Lula coloca a mulher na pauta, isso é importante. As con-
tando para ampliarmos essas con-quistas, principalmente na área de direitos sexuais e reprodutivos. e te-mos, sem dúvida, a lei maria da pe-nha, que infelizmente, tem sofrido diversas críticas, mas é um avanço, o reconhecimento do direito de a mulher ser protegida e de o agres-sor ser punido. Mas, temos de ter sempre em mente que é preciso lu-
tar pelos direitos, conquistar, vigiar e depois lutar por novos, sem descanso. E temos mais lutas pela frente: pela defesa do SUS, que é intransigente, pelo Estado laico e contra a violência contra as mulheres, que está atingin-do níveis absurdos.
e a ocupação política das mu-lheres? somos poucas ainda le-gislando, por exemplo.
Uma coisa é ter acesso. Outra coisa é ocupar o espaço. Temos pouquíssimas parlamentares, somos o 142º lugar em número de mulhe-res no Legislativo. Temos muitas mulheres que estão lá e não têm como agenda a questão feminina, talvez ainda carreguem a agenda
nossa constituição diz que as pessoas têm direito de planejar a família, tanto o homem quanto a mulher, e é o dever do estado garantir isso
Em 2003, a Petros destacou a his-tória da engenheira de petróleo Júlia Rosa Luque Farfan, que faz parte da primeira leva de mulheres a trabalhar numa plataforma, vencendo todos os preconceitos. O primeiro embarque foi em 1982. De lá para cá, Júlia Far-fan, que é peruana naturalizada bra-sileira, conheceu mais de mil poços petrolíferos e cerca de 50 platafor-mas em todo o País. À época, as pou-cas mulheres que se aventuram nas plataformas não tinham nem como se acomodar. “Era constrangedor,
as instalações eram exclusivamente masculinas.” São 14 dias em alto mar e 21 dias em casa para retomar o fô-lego. Quando está embarcada, acorda por volta das 5 horas para passar as primeiras informações operacionais da plataforma e só vai dormir após a meia-noite. Mesmo embarcada, Jú-lia, que adora perfume francês, não deixa a vaidade de lado. “Os colegas perguntam o porquê de eu usar per-fume numa plataforma e eu sempre respondo que me cuido para mim. Acho que mereço.”
Cristiano Gomes
Fatos e personalidades
ferências nacionais são importan-tes, fundamentais até. a pauta das mulheres é tão grande que cada documento que sai de uma confe-rência tem mais de 500 reivindi-cações. as mulheres têm refletido muito sobre seus direitos e sobre seu papel na sociedade. Hoje, já há o cruzamento das demandas das mulheres em diversos espaços, nas diferentes conferências, não apenas nas das mulheres. Então, a criação de uma secretaria fede-ral para discutir políticas públicas para mulheres foi positiva, coloca discussões importantes na pauta da sociedade, mas não se reverteu em criação de secretarias estadu-ais, o que é lamentável.
perfume de mulher
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Jornalista, romancista, contista, professora, Nélida Piñon é carioca de Vila Isabel, Rio de Janeiro, RJ. Nasceu em 3 de maio de 1937. Elei-ta em 27 de julho de 1989 para a Cadeira n°. 30, na sucessão de Au-
“A presença de jovens mulheres no local de operações é ultrajante para nossos instintos naturais e calcu-ladamente vai destruir nosso respeito e nossa admiração pelo sexo oposto” (Documento emitido pelos médicos do Hospital Middlesex, em 1863, a respeito da admissão de médicas).
“Um argumento comum con-tra a prática da medicina pelas mulheres é que não há demanda
para isso; que as mulheres, como regra, têm pouca con-
fiança em pessoas de seu próprio sexo e que preferem ser atendidas por homens... Isso é provavelmen-te um fato, até recentemente não têm existido demanda por médicas, pois não ocorre para a maioria das pessoas querer algo que não existe; mas que muitas mulheres desejam ser atendidas por pessoas de seu próprio sexo, eu tenho certeza, e sei de mais de um caso em que se-nhoras passaram por dificuldades, sem atendimento apropriado, por
Um olhar do século XIX
U U
Uma mulher na presidência da Academia Brasileira de Letras
O direito de voto feminino no Brasil foi obtido por meio do Código Eleitoral Provisório, de 24 de fevereiro de 1932, antes mesmo de países como a Fran-ça, que permitiu que as mulhe-res votassem apenas em 1944. Mesmo assim, a conquista bra-sileira não foi completa. O códi-go permitia apenas que mulhe-res casadas (com autorização do marido), viúvas e solteiras com renda própria pudessem votar. As restrições ao pleno exercício do voto feminino só foram eliminadas no Código Eleitoral de 1934. No entanto, o código não tornava obriga-tório o voto feminino. Apenas o masculino. O voto feminino, sem restrições, só passou a ser obrigatório em 1946.
o direito ao voto feminino começou pelo rio Grande do norte. em 1927, o estado se tornou o primeiro do país a per-mitir que as mulheres votassem nas eleições. Naquele mesmo ano, a professora Celina Guima-rães, de Mossoró, se tornou a primeira brasileira a fazer o alis-tamento eleitoral. A conquista regional desse direito beneficiou a luta feminina da expansão do “voto de saias” para todo o País.
“Voto de saias”
rélio Buarque de Holanda, foi a pri-meira mulher, nos mais de 100 anos de existência da ABL, a integrar a Diretoria e ocupar a presidência da Casa de Machado de Assis, no ano de seu 1º centenário.
Geo
rge
Mar
inho
Primeira mulher a disputar a Travessia Mar Grande/Salvador, a baiana Marília Barreiros Correia de Melo, 71 anos, já transpôs os 12 quilômetros do percurso sete vezes e sua melhor marca foi 2h54min.
A atleta ostenta uma coleção de mais de 700 medalhas e dezenas de troféus. Diariamente, acorda às 4h50 da madrugada e vai direto para piscina do clube, onde nada 4 mil metros, chova ou faça sol – uma jornada de 6h às 8h. Quando retorna, cuida dos afazeres domés-ticos e, logo na sequência, vai na-vegar nas ‘águas’ da internet ou ler um bom livro.
Três vezes por semana Marília ainda encara as sessões de mus-
culação; e nos dois dias restantes encontra disposição para frequentar aulas de dança de salão. “Manter a cabeça ocupada e o corpo em ativi-dade faz bem à saúde”, resume.
Fora da água, a petroleira tam-bém inscreveu seu nome na história como a primeira mulher engenheira de produção a fazer parte dos qua-dros da Petrobras, em 1963. O pio-neirismo lhe valeu uma homenagem especial nos festejos pelo cinquen-tenário da companhia em 2003.
O segredo é movimentar-se
acharem repugnante a ideia de serem atendidas por homens. eu tenho, repetidas vezes, en-
contrado até mesmo médicos não favoráveis ao presente movimento, concordar que consideram que os homens ficam deslocados ao tratar de mulheres; e um eminente médi-co americano uma vez me disse que ele nunca entrava no quarto de uma senhora para atendê-la em particu-lar sem se desculpar pela “invasão” (de privacidade).” (Shophia Jex-Blake, no livro “Medicina como uma profissão para mulheres”, em 1869).
arquivo pessoal
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“Hoje em dia, preocupada com mil frivolidades mundanas, passeios, chás, tangos e visitas, a mulher de-serta do lar. [...] A vida exterior des-perdiçada em banalidades, é um cri-
Recônditos do mundo
feminino
No dia 25 de março de 2009, a Petros, juntamente com outras 22 empresas dos setores público e privado, conquistou o selo Pró-Equidade de Gênero, referente ao biênio 2007-2008. O Programa é uma iniciativa do Governo Federal, que, por meio da Secretaria Espe-cial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM/PR) e com base no Plano Nacional de Políticas para Mulheres, reafirma os compromissos de promoção da igualdade entre mulheres e homens inscrita na Constituição de 1988. O programa conta, também, com a parceria do Fundo de Desenvol-vimento das Nações Unidas para a Mulher (UNIFEM) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A heroína brasileira Anita Ga-ribaldi nasceu em 30 de agosto de 1821, em Laguna, Santa Catarina. Tinha entre 14 e 15 anos quando se casou com um sapateiro, um homem simples cujo nome era Manuel Duarte de Aguiar. Eram muito diferentes, tinham até di-vergência política.
Após três anos de casada, conheceu o italiano Garibaldi. Ao lado de Garibaldi, Anita lan-çou-se nos campos de batalha. A união de Anita e Garibaldi foi oficializada somente três anos depois, no Uruguai, casamento que resultou em quatro filhos.
as principais demonstrações de bravura de anita Garibaldi foram durante a revolução Far-roupilha (1835-1845); no uru-
Educadora, escritora e poeti-sa nascida em 12 de outubro de 1810, em Papari, Rio Grande do Norte, foi batizada como Dionísia Gonçalves Pinto, mas ficou co-nhecida pelo pseudônimo de ní-sia Floresta brasileira augusta. Foi uma das primeiras mulheres a publicar textos na imprensa brasileira e, principalmente, a chamar a atenção para a ques-tão da situação feminina já no século 19. Não defendeu apenas os direitos das mulheres. A situa-ção do índio no Brasil e a escravi-dão estiveram presentes em suas obras. Na Europa, onde viveu 28 anos, escreveu em francês e ita-liano, além de publicar edições de seus primeiros livros, já con-sagrados no Brasil. O primeiro foi Direitos das Mulheres e Injustiça dos Homens. guai, quando lutou na chamada
Guerra Grande; contra a argen-tina, em 1842, e na europa, na luta pela unificação da itália. Anita faleceu, na Itália, em 4 de agosto de 1849.
Anita Garibaldi: a heroína dos dois mundos
Nísia Floresta Brasileira Augusta
Prêmio Pró-Equidade de Gênero
minoso esbanjamento de energia. A família se dissolve e perde a urdidu-ra firme e ancestral de seus liames.” (Revista Feminina, 1920, no artigo sob o título acima)
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“Meu honrado marechaldirigente da nação,venho fazer-lhe um apelo:não prenda Nara Leão (…)A menina disse coisasde causar estremeção?Pois a voz de uma garotaabala a Revolução?
Será que ela tem na fala,mais do que charme, canhão?Ou pensam que, pelo nome,em vez de Nara, é leão? (…)Que disse a mocinha, enfim,De inspirado pelo Cão? (…)Deu seu palpite em política,favorável à eleiçãode um bom paisano – isso é crime,acaso, de alta traição?(…)Nara é pássaro, sabia?E nem adianta prisãopara a voz que, pelos ares,espalha sua canção.Meu ilustre marechaldirigente da nação,não deixe, nem de brinquedo,que prendam Nara Leão.”
a história da mulher brasilei-ra não pode ser escrita sem
um capítulo dedicado a Leila Diniz (1945-72). Filha de um líder do Par-tido Comunista, foi protagonista da primeira produção de novela da Glo-bo, em 1965; participou no cinema das comédias de Domingos Oliveira e dos filmes experimentais de Nél-son Pereira dos Santos. Leila teve um currículo de realizações artísticas expressivas em sua curta trajetória de 27 anos, mas nada se compara à contribuição que deixou para a his-tória do comportamento feminino.
Foi a primeira mulher a exibir a gravidez de biquíni nas areias de Ipanema, escandalizando e lançan-do moda. Em 1969, O Pasquim, jor-nal independente, publicou entre-vista polêmica da atriz, sem edição, com asteriscos substituindo os inú-
meros palavrões que Leila proferia cotidianamente. A repercussão foi negativa. A escritora Janete Clair a baniu das novelas e o governo militar divulgou o “decreto leila diniz”, como ficou conhecido o decreto-lei que dizia que a censu-ra não mais toleraria, na imprensa, “exteriorizações contrárias à moral e aos costumes”. Morreu em 1972, em um acidente de avião na Índia, no auge da fama.
Somente em 1981 é que as mulheres foram autorizadas a pra-ticar o esporte bretão, mais co-nhecido como futebol, tenso, em 1921, já sido realizada a primeira partida de futebol feminino em São Paulo. Marta, campeã pela se-leção brasileira no Pan-Americano 2007, no Rio de Janeiro, três vezes considerada a melhor do mundo e vencedora da Libertadores das Américas pelo Santos Futebol Clu-be em 2009, não teria vez até o início da década de 80.
Nara Leão “ruge” aos militares
Nara Leão foi um dos ícones do movimento musical da década de 60, conhecido como Bossa-Nova. Sua estreia aconteceu com o mu-sical de Vinícius de Moraes e Car-los Lyra. O sucesso chegou com o lançamento de seu primeiro disco, em 1964, com o qual a cantora surpreendeu com o resgate de mú-sicas de sambistas como Cartola e
Leila Diniz
Futebol é coisa de mulher
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Maria José de Castro Rebello Mendes, nascida na Bahia, no dia 20 de setembro de 1891, oriunda de família pobre, foi a primeira a assumir um cargo de diplomata e também a primeira funcionária pública no país. No momento da inscrição foi informada de que mu-
Nelson Cavaquinho e de músicas engajadas, fugindo da temática da Bossa-Nova.
tornou-se uma mulher com opiniões firmes e contestadoras, chegando a fazer ofensas aos mi-litares em pleno regime militar. Numa entrevista defendeu a saída dos militares do poder, pois eles “podiam entender de canhão ou de metralhadoras, mas nada pes-cavam de política”. (...) “nacionali-zam-se as empresas e possibilita-se a melhora do nível de vida do operariado e o desenvolvimento econômico do País”. Afirmou, ain-da, que “numa guerrilha moderna, nosso exército não serviria para nada” e, concluiu, “quem está mandando é que deveria ser cas-sado”. O título provocativo da ma-téria era “Nara é de opinião: esse Exército não vale nada”.
Nara quase foi presa. Foi defen-dida por grandes personalidades, como Carlos Drummond de Andrade que escreveu um poema-manifesto:
lheres não poderiam participar do concurso. Indignada pelo ato discriminatório de que fora vítima, procurou o reno-mado advogado Rui Barbosa, que respondeu que não havia em nossa legislação disposi-ção alguma que impedisse sua inscrição, fato que tomou as páginas dos principais tabloi-des da época. Apesar de todo o “infortúnio” da inscrição de uma mulher para as provas de ingresso ao Itamaraty, acon-teceu o que ninguém espera-va: no dia 27 de setembro de 1918, foi aprovada em primei-ro lugar, destacando-se extra-ordinariamente, em alemão e direito internacional.
A mulher que enfrentou o Estado
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PoBreS daqueLeS que no futuro São rePreSentanteS do PaSSado
marcelo Paixão, doutor em Sociologia e professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), es-tuda as relações raciais desde 2000, mas convive com o tema
“desde que nasceu”. O interesse acadêmico pelo assunto surgiu quando ele percebeu que havia uma lacuna no campo de estudo de desigualdades ra-ciais que, em economia, faz parte dos estudos sobre assimetrias, processos de construção das desigualdades.
Usando indicadores sociais como o censo e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Es-tatística (IBGE), Marcelo Paixão estuda os processos de estratificação da sociedade, pois há muitos pesquisadores que já trabalham com as dimen-sões histórica, cultural e religiosa. Nesta entrevista, ele levanta questões sobre os processos de reprodução da sociedade do ponto de vista material e financeiro, mas também, a pedido dos entrevistadores, avalia a dimensão histórica e cultural da questão racial no Brasil.
Quando o debate racial ganhou destaque no brasil?
O debate político e intelectual do século 19, principalmente da se-gunda metade, questionava o futuro do Brasil, uma vez posto fim ao tra-balho escravo. Em 1850, quando foi aprovada a Lei Eusébio de Queirós, que proibia o tráfico de escravos — a primeira lei era de 1831, mas foi apenas para “inglês ver” —, passou a haver necessidade de reflexão so-bre a formação da nacionalidade brasileira e o peso que a população afrodescendente teria nessa estru-tura social. Então a agenda de Joa-quim Nabuco, André Rebouças, José do Patrocínio, utilizando aqueles que seriam os principais nomes da causa abolicionista, apontava para a necessidade de reconhecer que o fim do trabalho escravo só se com-pletaria plenamente se essa popula-ção fosse incorporada com políticas sociais. A proposta do André Rebou-ças, de colonização dos sertões do País com essa população, e outras, de formação do mercado de traba-lho, de educação, eram temas muito candentes no século 19. paradoxal-mente, o século 19, sendo o últi-mo século da escravidão, produz grandes pessoas, principalmente
homens, negros ou mestiços, com grande capacidade de incidência no debate público do País, como o já citado André Rebouças, Machado de Assis, etc que eram importantes no meio intelectual como um todo.
Houve, então, um retrocesso no século 20, do ponto de vista de afrodescendentes com influên-cia no debate público?
Ao longo do século 20 não vamos encontrar pessoas negras com se-melhante projeção, contam-se nos dedos. O que acontece é que o cam-po intelectual no Brasil fica muito árido, muito hostil. É só lembrar o que acontece com Lima Barreto, a maneira como ele é tratado, como a obra dele é tratada, se comparado a Machado de Assis. Essas questões chamam a atenção. o século 20 é o século republicano, e o projeto republicano, do ponto de vista da formação da nacionalidade brasi-leira, acabou tendo um traço de conservadorismo que o colocou numa proposta mais retrógrada, se comparada com a agenda dos abolicionistas, que era de integrar os afrodescendentes à sociedade. A agenda era como produzir um país moderno e civilizado, apesar de
Arquivo Pessoal
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existir negros e indígenas aqui den-tro. Toda essa produção do início do século 20, que vai até os anos 30, apesar de começar a definhar nos anos 20, ganha força com a ideia de que, se o Brasil é formado por uma maioria negra e indígena, ele é um país inviável, incapaz de progresso econômico, de desenvolver institui-ções republicanas.
por quê?Porque a instituição republicana
implica que o cidadão tem de estar, de certo modo, apto a viver sob um regime dessa natureza, do contrário ele não tem os instrumentos neces-sários à vida civil livre. Essas ques-tões estão em vários autores, entre eles Nina Rodrigues. E, nos anos 30, o Brasil passa por uma nova trans-formação, porque o pacto agrário exportador entra em crise, o mundo capitalista entra numa crise muito severa e o Brasil vai reprojetar sua inserção no mundo, suas estruturas reprodutivas. É o momento em que vêm à luz as teses de Gilberto Freyre e as teses que dizem que o Brasil é uma democracia racial e que está a salvo da chaga do preconceito, da discriminação, porque aqui a maio-ria da população é mestiça.
a lógica da mestiçagem foi bem compreendida?
Ela tem de ser melhor compre-endida. Foi uma lógica que, do pon-to de vista de um projeto de nação, cumpriu um importante papel ideo-lógico, porque projeta a ideia de um povo com características homogê-neas, considerando o que signifi-caria projeto de Estado e nação em
qualquer lugar do mundo: projeto de nação é igual a povo mais terri-tório. Povo vem a ser um grupo de pessoas que compartilham cultu-ras, hábitos e língua. Essa lógica do Gilberto Freyre, dentro dessa fór-mula clássica, é muito útil naquele momento. Qual o problema dela? O destino do mundo já determinou que essas ideias de Freyre, ou dos modernistas, estariam condenadas a legitimar uma sociedade pro-fundamente excludente, profun-damente desigual. Não podemos imaginar que a história já está toda definida, antes de ela ser realizada, mas o fato é que ao longo dos anos 30 essas ideias de Gilberto Freyre, em vez de se transformarem numa profunda crítica do período ante-rior, numa crítica das instituições republicanas, uma crítica à ex-clusão social dos afrodescenden-tes, a um projeto que caminhasse no sentido de reconhecer que, se nossa matriz étnica é diversa, es-sas matrizes têm de ser valorizadas igualmente. Não foi isso que acon-teceu. Ele acabou mantendo uma concepção fortemente egocêntrica e a lógica da mestiçagem é uma lógica na qual os grupos su-bordinados, em vez de ter um papel importante a construir na sociedade do futuro, são lidos apenas pelas contribuições que de-ram no passado. O negro contri-buiu com o sorriso, com a batuca-da, o índio contribuiu com a farinha de mandioca...
É como se esses grupos tivessem se transformado em natureza?
Sim. E são de certo modo passivos diante do processo de construção da sociedade brasileira do futuro, numa sociedade que se modernizava, que se industrializava, que se urbaniza-va. essas ideias foram ideologica-mente importantes para o processo de modernização do país, são ideias que bebem na matriz modernista, mas não contribuíram para produ-zir um modelo de desenvolvimento. É claro que ideias sozinhas também não geram modelos de desenvolvi-mento, há correlação de forças, há outras variáveis, mas não vamos menosprezar a dimensão ideológica que rege todo o processo de cons-trução, toda hegemonia.
e quando essas concepções de-saparecem, ou, de algum modo, se transformam?
Essas concepções vão se mes-clando com a visão positivista, que aquela elite passa a portar. E de novo as concepções dessa mes-cla de positivismo com as ideias da mestiçagem vão de certo modo legitimando o quadro social herda-do do período anterior, aí já não é mais só escravocrata, é o período
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republicano, que já tem 40 anos de regime, pegando o marco da revo-lução de 30, 40 anos é bastante. Então em vez de problematizar os papéis sociais herdados, a socie-dade diz que esses papéis sociais representam nosso modo de ser. A sociedade brasileira é assim mes-mo, é uma Europa tropical, incor-pora elementos culturais, ou mes-mo raciais, de negros e indígenas, mas tem seu destino manifesto calcado, de ser uma civilização dos trópicos, palavras de Freyre. O Bra-sil, dos anos 30 aos 80, se estrutu-rou economicamente, socialmente, que alimentando-se dessas ideolo-gias, acabam contribuindo para a invisibilidade das demandas sociais desses grupos da população.
esses grupos ficaram esperan-do, lá no passado...
Elas não são as demandas do Brasil contemporâneo. Como eu dis-se, pobres daqueles que no futuro são representantes do passado. Elas ficam invisíveis, esse drama não existe, esse dilema não existe, isso é uma coisa que não existe na nossa realidade, há todo um conjunto de ideologias que vão sendo forjadas para dizer que aqui no Brasil todo mundo é igual, somos todos mesti-ços, então vamos, vamos trabalhar essa concepção, ser todos mesti-ços é uma característica biológica, antes de social. Se o problema é social, ele reside no fato de que os critérios de aparência física no Bra-sil continuam sendo determinantes. Há uma relação existente entre for-ma física humana que ninguém vai deixar de dizer que existe, raça não
existe, mas forma física humana existe, está na cara, e essas formas humanas vão sendo enquadradas na sociedade brasileira, que se moder-niza dentro de uma concepção que diz que esse problema não se colo-ca. Quer dizer, a condição de não existência da discriminação é ser-mos todos iguais? Essas ideias não contribuem para forjar uma nação efetivamente democrática, porque ela nega aos indivíduos o estatuto da efetiva igualdade, efetiva igua-lação das condições de vida.
e quando isso começa a ser questionado?
Nos anos 80, há uma crise mui-to profunda e essas concepções também entram em crise, porque, depois de 50 anos de crescimen-to ininterrupto, as posições sociais presentes na sociedade evidenciam que as desigualdades só se apro-fundaram. Portanto, esse projeto de país tem de ser repensado.
e agora? Da década de 80 para cá, prati-
camente 30 anos, a questão é como projetar para o futuro a situação em que estamos. O Brasil nunca conse-guiu combinar de maneira virtuosa a variável do crescimento econômico com a democracia. A economia não cresce mais, ou, em boa linguagem marxista: a hegemonia burguesa está em crise e, portanto, é um bom momento para que os atores sociais apresentem também suas alternati-vas. não é à toa que barack obama se elege nos estados unidos, que evo morales se elege na bolívia, que o lula se elege no brasil, isso é
produto de uma crise. Nesse proces-so é que se abrem os diálogos com os vários atores sociais. Lula retomou um discurso desenvolvimentista e o Brasil em algum momento conseguiu combinar virtuosamente, coisa rara, crescimento, democracia e distribui-ção de renda, até este momento.
chegamos ao ponto em que não dá para fugir da discussão das cotas. Você pode falar so-bre isso?
As cotas apenas formam parte de uma questão mais ampla sobre a existência ou não de políticas afir-mativas. E aí eu acho que a gente tem necessidade de recuperar, sim, esses elementos históricos que fo-ram citados, não para ficar de novo se lamentando, mas para que veja-mos as sequelas que ocorrem quan-do não se enfrenta um problema que efetivamente está sendo identi-ficado. Porque, se eu proponho uma política, imagino que essa política vai incidir sobre um determinado
tipo de situação. Eu estou dizen-do: “a sociedade brasileira tem um mecanismo de discriminação que acaba dando mais oportunidade para um determinado grupo em relação a outro grupo. isso é uma constatação, que eu não preciso me esforçar muito pra provar”. Se eu ti-vesse uma televisão aqui e a ligasse, veríamos como essas desigualdades estão presentes em quem estréia as novelas, faz os comerciais. Provavel-mente aquilo expressa um modelo de sociedade e esses problemas vão ter de ser devidamente enfrentados. Eu não vejo outra forma hoje de re-solver determinadas questões, a não ser por uma via mais impositiva, porque do contrário as desigualda-des se prorrogarão indefinidamente.
isso tanto no setor público como no privado?
Acho que o setor privado tam-bém tem um papel a cumprir. O empresário contrata quem ele quer, então ali está em jogo também a importância do convencimento do interior da sociedade. O que está em jogo é a utilização de mecanismos mais impositivos, mas também está em jogo a produção de consenso so-bre a importância de ações afirma-tivas no meio empresarial — nesse caso, elas vão ter de se dar pela via voluntária. O meio empresarial vai ter de ser convidado a refletir sobre como monta seu perfil de funcio-nários, quem é que tem acesso às promoções. acho que os fundos de pensão podem cumprir papel im-portante no sentido de forjar uma nova cultura empresarial no brasil baseada nos valores da diversidade.
a questão é como projetar para o futuro a situação em que estamos. acho que o brasil nunca conseguiu combinar a variável do crescimento econômico com a democracia
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Primeira mulher negra a chegar ao Senado, Benedita da Silva nasceu em 1942 na favela da Praia do Pinto, na cidade do Rio de Janeiro. Iniciou sua carreira política ao se eleger vereado-ra em 1982, após militância na Asso-
Benedita no Senadociação de Favelas do Estado do Rio de Janeiro. Em 1986, foi eleita deputada federal, cargo para o qual se reelegeu em 1990. Em 1994, é eleita para o cargo de senadora, sendo a primeira mulher negra no Senado Federal.
A mão da limpeza“Mesmo depois de abolida a escravidãoNegra é a mãoDe quem faz a limpezaLavando a roupa encardida, esfregando o chãoNegra é a mãoÉ a mão da purezaNegra é a vida consumida ao pé do fogãoNegra é a mãoNos preparando a mesaLimpando as manchas do mundo com água e sabãoNegra é a mãoDe imaculada nobreza”(A mão da limpeza – Gilberto Gil)Gilberto Gil é participante da Petros no plano CulturaPrev, voltado para trabalhadores na cultura
Fugio da Cata Branca na noi-te de 12 do corrente um escravo da Companhia Brasileira chama-do Antônio, Nação Moçambique, idade 26 ou 27 annos, estatura ordinária, cara comprida, pouca barba, uma orelha furada, com um sinal ou cicatriz ao pé de um olho, bem feito de corpo e acostumado a andar com tropa; levou consigo a roupa ordinária da Companhia
marcada CB150, e também um par de calças tintas de braúna, quando fugio tinha pêgas nos pes, e é pro-vável que ainda conserve os sinaes das mesmas. Promette-se de grati-ficação a quem o prender a quan-tia de dez mil réis alem de todas as despezas incorridas até a sua entre-ga ao annunciante. (Francisco de Paula Santos – Ouro Preto 18 de maio de 1836)
André Pinto Rebouças nasceu em plena Sabinada, a insurreição baiana contra o governo regencial. Seu pai era Antônio Pereira Rebou-ças, um afrodescendente autodida-ta que obteve o direito de advogar, representou a Bahia na Câmara dos Deputados em diversas legislaturas e foi conselheiro do Império. Sua mãe, Carolina Pinto Rebouças, era filha do comerciante André Pinto da Silveira.
Na guerra do Paraguai, André serviu como engenheiro mili-tar, permaneceu naquele país entre maio de 1865 e julho de 1886, quando retornou ao Rio de Janeiro. As obras que André realizou como engenheiro estavam ligadas ao abastecimento de água na cidade do Rio de Janeiro, às do-cas Dom Pedro II e à construção das docas da Alfândega.
na década de 1880, andré re-bouças se engajou na campanha abolicionista e ajudou a criar a so-
ciedade brasileira contra a escra-vidão, ao lado de Joaquim Nabuco, José do Patrocínio e outros. Partici-pou também da Confederação Abo-licionista e redigiu os estatutos da Associação Central Emancipadora. Participou da Sociedade Central de Imigração, juntamente com o Vis-conde de Taunay.
Joaquim Aurélio Barreto Nabu-co de Araújo nasceu no dia 19 de agosto de 1849, num velho sobrado da Rua do Aterro da Boa Vista, no Recife, filho do senador José Tomás Nabuco de Araújo e de sua esposa, Ana Benigna de Sá Barreto.
Passou a infância, em função da viagem dos pais para a Corte, no Engenho Massangana, no Cabo de Santo Agostinho, com os padri-nhos, os senhores de engenho Joa-quim Aurélio Pereira de Carvalho e Ana Rosa Falcão de Carvalho. Ali, no contato direto com a vida do campo, pôde sentir o quanto a escravidão era injusta e iníqua e a necessidade de ser extirpada do País, do que nos dá conta em seu livro de memórias Minha Formação.
Foi eleito, em 1878, deputado-geral pela província de Pernambu-co. Ao lado de outros jovens depu-tados, iniciou a campanha contra a escravidão, em favor da abolição
da escravatura. organizou e insta-lou em sua residência a socieda-de brasileira contra a escravidão, desafiando a elite conservadora da época. Defendendo a causa do abolicionismo, apoiou o projeto de libertação dos sexagenários e deu grande contribuição à aprovação da Lei Áurea, por intermédio de sua atuação parlamentar, de seus livros e da campanha abolicionista.
Fatos e personalidades
André Rebouças, o abolicionista
Joaquim Nabuco, o “libertador da raça negra”
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O professor Milton Santos nasceu em Brotas de Macaúbas, no interior da Bahia, no dia 3 de maio de 1926. Geógrafo e livre pensador brasileiro, dizia que a maior coragem, nos dias atuais, é pensar, coragem que sem-pre teve. doutor em vários países, ganhador do prêmio Vautrin lud, em 1994 (considera-do o prêmio nobel da Geografia), professor em diversas localidades do exterior (em função do exílio político causado pela ditadura de 1964), autor de cerca de 40 livros e membro da Comissão de Justiça e Paz de São Paulo, entre outros.
Autor de livros, que surpreen-deram os geógrafos brasileiros e
O maior escritor do PaísJoaquim Maria Machado de Assis,
cronista, contista, dramaturgo, jor-nalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 21 de junho de 1839, filho de um operário mestiço de negro e português, Francisco José de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis. Aquele que viria a tornar-se o maior escritor do País e um mestre da língua, perde a mãe muito cedo e é criado pela madras-ta, Maria Inês, também mulata, que se dedica ao menino e o matricula na escola pública, única que frequentará.
Seu primeiro romance, Ressurrei-ção, foi publicado em 1872. Com a
nomeação para o cargo de primeiro-oficial da Secretaria de Estado do Minis-tério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, estabiliza-se na carreira bu-rocrática, que seria seu principal meio de subsistência durante toda sua vida.
Grande amigo do escritor paraense José Veríssimo, que dirigia a Revis-ta Brasileira, em cuja redação promoviam reuniões os intelectuais que se identificaram com a ideia de Lúcio de Mendonça de criar uma Academia Brasileira de Letras. Machado desde o princípio apoiou a ideia e compare-ceu às reuniões preparatórias e, no dia 28 de janeiro de 1897, quando se instalou a Academia, foi eleito presidente da instituição, cargo que ocupou até sua morte, ocorrida no Rio de Janeiro, em 29 de setembro de 1908. sua oração fúnebre foi proferida pelo acadêmico rui barbosa. a academia brasileira de letras passou a ser chamada de casa de machado de assis.
Nasceu Francisca Edwiges Neves Gonzaga, em 17 de abril de 1847, no Rio de Janeiro. É considerada a maior personalidade feminina da história da música popular brasilei-ra e uma das expressões maiores da luta pelas liberdades no país, pro-motora da nacionalização musical, primeira maestrina, autora da pri-meira canção carnavalesca, primei-ra pianista de choro, introdutora da música popular nos salões elegan-tes, fundadora da primeira socieda-de protetora dos direitos autorais.
Foi uma ativa participante do movimento pela abolição da escra-
Em 21 de março de 2003, o governo brasi-leiro criou a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir). A data é emblemática: em todo o mundo, celebra-se o Dia Internacional pela Eliminação da Discrimi-nação Racial. A Seppir utiliza como referência política o programa Brasil sem Racismo, que abrange a implementação de políticas públicas nas áreas do trabalho, emprego e renda; cultura e comunicação; educação; saúde, terras de qui-lombos, mulheres negras, juventude, segurança e relações internacionais. A criação da Seppir reafirma o compromisso com a construção de uma política de governo voltada aos interesses reais da população negra e de outros segmen-tos étnicos discriminados.
de todo o mundo, pela originalida-de e pela audácia: “O Povoamento da Bahia” (1948), “O Futuro da Ge-ografia” (1953), “Zona do Cacau” (1955) entre muitos outros. Em 1958, já voltava da Universidade de Estrasburgo, França, com o dou-torado em Geografia. Trabalhou no jornal “A Tarde” e na Comissão de Planejamento Econômico, precur-sora da Sudene. Foi preso em 1964 e exilado. Outras de suas magis-trais obras são: “Por Uma Outra Globalização” e “Território e Socie-dade no Século XXI”. Milton Santos morreu em São Paulo, no dia 24 de junho de 2001, aos 75 anos, vítima de câncer.
Milton Santos: a coragem de pensar
vatura, vendendo suas partituras de porta em porta para angariar fundos para a confederação liber-tadora. Com o dinheiro arrecadado na venda de suas músicas comprou a alforria de José Flauta, um es-cravo músico. Chiquinha Gonzaga também participou da campanha republicana e de todas as grandes causas sociais de seu tempo.
MaestrinaUma questão de Estado
google imagens
(extraído do site releituras)
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o eStado deve Proteger todaS aS CriançaS
a subsecretária adjunta dos Direitos da Criança e do Adolescente da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH/PR), Márcia Ustra Soares, é advogada. Antes de trabalhar com
a temática da infância, atuava na defesa dos direitos das mulheres no Rio Grande do Sul. Quando a subsecretária Carmem Oliveira assumiu a antiga Febem naquele estado, convidou-a, e Márcia aceitou o desafio. Segunda ela, como o tema apaixona, não o largou mais. Está na SEDH desde 2006, a partir de novo convite de Carmem Oliveira.
poderíamos começar com uma avaliação preliminar ao estatu-to da criança e do adolescente?
A primeira questão importante de assinalar nesse histórico é que as crianças e os adolescentes apare-cem no País por via do Código Penal. Essa é uma das principais marcas do olhar do Estado sobre crianças e adolescentes. O ordenamento jurídi-co no Brasil, quando começa a dis-tinguir esses brasileiros, o faz pelo Código Penal, criando, de alguma forma, uma normativa diferenciada para crimes cometidos por adoles-centes, geralmente diferenciados no tempo de pena, mas não tratava de diferenciação dos locais de aprisio-namento. temos, também, no iní-cio do século 19, acompanhando um movimento mundial, a igre-ja, com o trabalho de assistência, que é de certa forma a origem do trabalho de proteção a crianças e adolescentes em situação de vul-nerabilidade, por meio dos orfa-natos, da Roda dos Expostos (ver página 18), que é um marco na história do País no atendimento de crianças e adolescentes, moti-vo pelo qual as entidades ligadas à Igreja têm hoje uma incidência muito forte nesse trabalho.
e entre a inserção das crian-ças e dos adolescentes no có-digo penal e o eca, quais as normatizações que incluíam es-ses brasileiros?
Em 1927 registramos a cons-trução do Código de Menores, que estabelecia fundamentalmente o conceito de criança em situação irregular, que eram os filhos das camadas populares, filhos dos “ir-regulares”, das pessoas pobres, das prostitutas, enfim. Ele não é feito para todas as crianças, mas para as crianças em situação irregular. E quem dizia se a criança era ir-regular ou não eram os juízes de menores. Esses homens, também conhecidos como “o bom pai”, ti-nham o papel preponderantemen-te de vida ou morte sobre essas crianças. Eles decidiam se o filho de uma prostituta, de uma pessoa em situação de rua, ou um ado-lescente em situação de conflito com a lei, deveria passar sob a responsabilidade do Estado. Por isso que se dizia que a Febem era a escola do crime, porque ela abri-gava crianças em situação irregu-lar e não as distinguia do ponto de vista do delito. As crianças eram objeto de assistência do Estado, de
acordo com a voz daquele que era “bom pai”. A Febem não distinguia quem estava ali para ser protegi-do daquele adolescente em situa-ção de conflito com a lei: ficavam todos juntos, o sistema não tinha diferenciação.
então há uma mudança signifi-cativa com o advento do eca?
Uma mudança de paradigma. A criança deixa de ser objeto de assis-tência para sujeito de direitos. Essa é a primeira grande mudança. O que significa isso? Estado e a sociedade não estão dando, nem doando nada, estão fazendo nada menos que sua obrigação, que é garantir os direitos fundamentais daquele sujeito. Ou-tra grande mudança é que o esta-
tuto da criança e do adolescente não distingue ninguém. ele é para todos. não há distinção entre as crianças pobres e as outras. e isso muda completamente a relação do estado e das políticas públicas, que não são mais políticas de assistên-cia, mas de garantias de direitos. E por isso trazemos as crianças e ado-lescentes para os Direitos Humanos. O ECA protege aquelas crianças de classe A e B que são abusadas, por exemplo. A terceira grande mudan-ça é na posição do juiz, que tem retirado o poder absoluto de vida e morte sobre a criança. Ele só pode decidir sobre o que está escrito, pois o estatuto traz as medidas de prote-ção e as socioeducativas que o juiz pode aplicar.
SEDH/PR
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alguns setores da sociedade tendem a enxergar apenas uma ponta do eca, como se ele tratasse apenas da questão da maioridade penal, sobretudo quando a mídia traz notícias de crimes envolvendo adolescen-tes. Quais os outros aspectos que devem ser destacados?
O ECA é muito mais amplo. Ele traz, por exemplo, regulamentação de adoção, que antes não estava na Lei de Infância, estava no Código Ci-vil, porque a adoção não é um direito de quem adota, mas da criança. Ele inclusive estabelece limites ao juiz, ao Ministério Público, ao advogado, ao defensor público. O estatuto es-tabelece punição ao servidor público que não cumpre seu dever, não de-nuncia uma irregularidade. Ele esta-belece a obrigatoriedade do Estado de apresentar políticas públicas com prioridade absoluta para esses indiví-duos, traz a obrigatoriedade da ama-mentação, de proteção à parturiente.
o eca atingiu a maioridade. Qual a avaliação que é feita do estatuto? como fica a com-preensão da sociedade sobre o estatuto?
A percepção da sociedade sobre o estatuto ainda não consigo dizer. A subsecretaria está trabalhando com duas pesquisas, uma delas so-bre a implantação do ECA nesses 19 anos, a outra é sobre as duas dé-cadas do ECA na visão de crianças, adolescentes, pesquisadores, opera-dores do sistema, etc. Essas pesqui-sas nunca foram feitas.
a preocupação com crianças e adolescentes, pelo estado, a ponto de ter uma secretaria es-pecífica, é recente?
O governo brasileiro sempre teve essa preocupação. Desde o governo
militar sempre houve um órgão es-pecífico para a criança e o adoles-cente. Essa instância sempre hou-ve, com funções distintas. A grande questão agora é que este governo traz a criança e o adolescente para os Direitos Humanos. A grande função da subsecretaria não é exe-cutar diretamente a política, muito embora tenha quatro programas sob sua guarda. É formular e co-ordenar políticas no âmbito mi-nisterial e pactuar nos três níveis de governo, garantindo que os mi-nistérios coloquem os recursos que esperamos em políticas voltadas para crianças e adolescentes. O que acontecia antes é que havia a Fu-nabem (Fundação Nacional do Bem Estar do Menor) e os programas eram descentralizados, não havia um órgão coordenador. agora te-mos a subsecretaria dos direitos da criança e do adolescente. ou trabalhamos interdisciplinarmen-te para dar conta desses 60 mi-lhões de crianças e adolescentes, ou não é possível.
e o conanda?O Conanda, Conselho Nacional
dos Direitos da Criança e do Adoles-cente, é a entidade máxima e está abrigado na subsecretaria, a sub-secretária Carmem Oliveira é presi-dente do Conanda.
Voltando ao eca, a partir das duas pesquisas que devem sair com o vigésimo aniversário do estatuto, pode-se dizer que ele passará por uma revisão?
Sem dúvida que as pesquisas de-vem nortear alguma revisão. O olhar sobre ele deve ser renovado. E o olhar social, no que diz respeito ao estatu-to, é sem dúvida, a questão dos ado-lescentes em conflito com a lei. Nós temos brigado, o presidente lula já
disse que não vai sancionar lei ne-nhuma de redução da maioridade penal. Vamos abrir uma discussão a respeito, desde que dentro dos marcos do estatuto. O que vemos hoje é uma criminalização da adoles-cência. Os adolescentes hoje são res-ponsáveis por 8% dos delitos no país. O menor, muito embora não seja mais um conceito jurídico, permane-ce como categoria social. Precisamos desfazer isso, ainda não foi superado. E não vai ser só o estatuto que vai resolver isso. Existe um desconheci-mento geral sobre o ECA. Acho que 2010 será um ano muito promissor para discutir o ECA e o que a socie-dade e o Estado estão fazendo.
márcia, falando um pouco so-bre a questão do trabalho in-fantil. como está sendo feito esse enfrentamento?
Avançamos muito no enfrenta-mento ao trabalho informal. O traba-lho infantil vem diminuindo ao longo dos anos. Entre 5 e 17 anos de idade, o percentual de pessoas ocupadas caiu 18,7% em 1995 para 11,8% em 2006. Neste ano, havia, ainda, 5,1 milhões de pessoas nesta faixa etária em situação de trabalho. O Peti – Programa de Er-radicação do Trabalho Infantil é fator central para a eliminação do trabalho precoce. São ações socioeducativas e de convivência, de bolsa e fiscalização para erradicação do trabalho infantil,
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que regularizou, em 2007, a situação de 8 mil crianças e adolescentes en-contrados trabalhando. Nossa meta até 2011 é erradicar o trabalho formal infantil. O trabalho informal é muito mais difícil de atacar. Uma questão nova, que precisa ser erradicada, é a dos jogadores de futebol, crianças que trabalham em televisão, modelos. Sempre tratamos o trabalho infantil sob o estigma das crianças empobre-cidas. Mas há um campo novo, que é socialmente aceito, que precisa ser tratado. É um desafio para o Conanda. A situação dessas crianças, que estão na televisão, jogando futebol, que es-tão no exterior trabalhando como mo-delo, precisa de regulamentação.
como funciona o trabalho de parceria entre governo e em-presas – públicas ou privadas – nesse enfrentamento?
A Petrobras é uma grande par-ceira do enfrentamento ao trabalho infantil. Temos a Conaeti – Comis-são Nacional de Erradicação do Tra-balho Infantil –, que está no âmbito do Ministério do Trabalho e Empre-go, e organiza essa parceria com as empresas, que tem todo um traba-lho de campanha, de mobilização e de fiscalização das empresas. O trabalho infantil está na agenda da primeira dama, dona Marisa Letícia, para que as empresas tomem para si a erradicação ao trabalho infantil, o enfrentamento à violência sexual e a empregabilidade das pessoas com deficiência, que são temas do se-gundo setor. E são parceiros desde o ponto de vista financeiro, mas fun-damentalmente trabalhando com seu corpo de funcionários.
a senhora disse que a subsecre-taria executa quatro programas. Quais são?
Proteção aos ameaçados de morte, as medidas socioeducativas para adolescentes em conflito com a lei, enfrentamento à exploração sexual e sistema de garantia de di-reitos. temos hoje 5,1 mil conse-lhos de direitos da criança e do adolescente, praticamente 100% de cobertura no país, e 4,9 mil Conselhos Tutelares. A meta é che-gar em 2010 com todos os municí-pios atendidos.
e os avanços pós-estatuto?Do ponto de vista legislativo tive-
mos um avanço muito grande, com a nova lei de adoção, o conjunto de regramento sobre exploração sexual
infanto-juvenil, a partir da CPI da Pedofilia, do Senado, temos em tra-mitação no Congresso o Projeto de Lei do Sinase, que institui o sistema nacional de socioeducativo... Tam-bém do ponto de vista da política ti-vemos avanços importantes, com os planos de Enfrentamento à Violên-cia Sexual e de Garantia do Direito à Convivência Familiar e Comunitá-ria, além do Sinase, que agora está no Congresso, mas passou oito anos sendo discutido pelo Conanda.
Qual a importância do bolsa Família?
Ajuda muito, fundamental-mente pelas condicionalidades, que são a permanência na escola e a vacinação. a frequência esco-lar é superimportante – 13 mi-
lhões de crianças e adolescentes são atingidas pelo bolsa Família, desse total, 84% cumpriram as exigências de frequência escolar.Por que é importante? Porque es-pecialmente nos temas da violên-cia, da letalidade e há um salto enorme nos 14 anos de conflito com a lei. Cruzando com os dados do Ministério da Educação, verifi-camos que é justamente o período de maior evasão escolar.A perma-nência na escola é hoje talvez um dos grandes fatores de prevenção de violência. É um locus funda-mental para combater a violência. Esse é o momento que as meninas vão parar nas redes de exploração sexual, que os meninos têm conta-to com as drogas, com o tráfico, e começam a morrer mais.
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Fatos e personalidades
Em 2007, a Petrobras des-tinou cerca de R$ 534 milhões a patrocínios e apoios a inicia-tivas culturais, esportivas e so-ciais, incluindo R$ 26,1 milhões destinados ao Programa Petro-bras Jovem Aprendiz e cerca de R$ 43,2 milhões de repasse ao Fundo para a Infância e a Ado-lescência (FIA), com foco na ga-rantia dos direitos da criança e do adolescente.
O Programa Crescer, criado em 1991, faz parte do contrato firma-do entre a Petros e a Fundação São Martinho, entidade da sociedade civil dedicada ao trabalho com ado-lescentes de segmentos carentes da sociedade. O objetivo dessa parceria é ampliar a oportunidade para a in-serção no mercado de trabalho de jo-vens, com idade entre 16 e 18 anos, que vivem em situações de risco so-cial, abrindo-lhes a perspectiva do exercício de sua cidadania, por meio da proposta de Primeiro Emprego.
Em 2008, foi destinado ao Programa um investimento de R$ 244.748,93, possibilitando a participação de 20 jovens que, além da oportunidade de adquirir expe-riência profissional supervisionada, receberam salário mínimo, unifor-me, vale-transporte e vale-refeição. E, ainda, a possibilidade de aprovei-tamento no quadro de empregados terceirizados da Petros e para os jovens que se destacarem.
Em conformidade com a Lei nº 10.097/00 e com o Estatuto da
Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90), os jovens cumprem jor-nada de quatro horas de atividades administrativas, quatro dias na se-mana, e um dia de formação teórica ministrada por empregados da Pe-tros (Encontro Marcado) e por ins-trutores da Fundação São Martinho. Essa atividade visa a desenvolver as potencialidades destes jovens; esti-mulá-los na tomada de consciência sobre seus interesses, atitudes, ob-jetivos, capacidades, competências e habilidades de relacionamento interpessoal; auxiliar na identifica-ção da área de interesse profissio-nal; informar sobre as tendências do mercado de trabalho e orientar quanto à empregabilidade e à ges-tão de carreira.
A programação do Encontro Marcado é estruturada mediante às necessidades identificadas no grupo em exercício. Em 2008, foram re-alizados os módulos de Português Instrumental, Informática e Plane-jamento de Carreira.
Muitos acham difícil a vida entre os 12 e os 16 anos – escola, relacionamentos amorosos, os pais que não os entendem, uma bomba hormonal que cai de repente, dinheiro curto… Mas difícil mesmo era a vida de dois adoles-centes de 16 anos que passaram os últimos quatro anos como escravos na fazenda Barbosa, no município de Mi-naçu (GO). Faziam parte de um grupo de 32 libertados da escravidão, alguns dos quais estavam na área há 12 anos.
A ação de libertação, realizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho e Polícia Rodoviária Federal, ocorreu em terras de Agenor Ferreira Nick Barbosa, grande pecuarista da região. Se alguém quisesse equipamento de proteção para o trabalho tinha de comprar. Se alguém precisasse de foices, também. Ou seja, pagavam para trabalhar.
alguns dormiam em pedaços de espumas velhas. outros passavam a noite debaixo de uma árvore — entre os que dormiam no relento, uma criança de quatro anos de idade. De manhã, era café puro. No almoço e no jantar, arroz, feijão e mandioca. Pouco para parar um saco em pé, imagine um trabalha-dor. (Matéria do Blog - Leonardo Sakamoto - 1º/9/2009)
Vida de gado
Menores aprendizes
UM OLHAR DOSÉCULO 19
“Introduzimos algumas dis-trações para as crianças. Ensi-namos a cantar enquanto tra-balham; isso as distrai e faz que enfrentem com coragem essas 12 horas de esforço e cansaço que são necessárias para que ob-tenham os meios de subsistên-cia.” (Relatório de um empresário durante o I Congresso de Filan-tropia de Bruxelas, em 1857).
Petrobras e criança
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H GQuatro mil crianças e adoles-
centes em todo o país foram afas-tados neste ano de situações de trabalho ilegal por auditores do ministério do trabalho e emprego (mte). Segundo a Constituição Fe-deral, é considerado ilegal o traba-lho noturno, perigoso ou insalubre aos menores de 18 e qualquer tra-balho aos menores de 16 anos, sal-vo na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos.
Para fortalecer essas ações, o MTE iniciou parceria com órgãos que atuam na causa, como o Minis-tério Público do Trabalho, Ministério do Desenvolvimento Social e Com-bate à Fome, Ministério da Educa-ção, Secretaria Especial de Direitos Humanos, Fórum Nacional e Fóruns Estaduais para Erradicação do Tra-balho Infantil, Secretarias Estaduais e Municipais de Assistência Social.
A Comissão Nacional de Erradi-cação do Trabalho Infantil (Conae-ti), coordenada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, com partici-pação de entidades representati-vas dos segmentos do governo, dos trabalhadores, dos empregadores e da sociedade civil, trabalha pela aplicação das disposições das Con-venções nºs 138 e 182 da Organiza-ção Internacional do Trabalho (OIT), das quais o Brasil é signatário. En-tre suas principais atribuições estão a revisão e o acompanhamento da execução do Plano Nacional de Er-radicação do Trabalho Infantil, por ela elaborado em 2003.
Trabalho infantil
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) é uma
agência das Nações Unidas que tem como objetivo promover a
defesa dos direitos das crianças, ajudar a dar resposta a suas ne-
cessidades básicas e contribuir para seu pleno desenvolvimento.
Chegou ao Brasil em 1950, trabalhando em parceria com gover-
nos, sendo a única organização mundial que se dedica especifica-
mente às crianças.
UNICEF
Cris
tiano
Gom
es
Roda dos expostos
O nome roda se refere a um artefato de madeira fixado ao muro ou à janela do hospital, no qual era depositada a criança, e ao girar o artefato a criança era conduzida para dentro das dependências suas, sem que a identidade de quem ali colocasse o bebê fosse reve-lada. A roda dos expostos teve origem na Itália durante a Idade Mé-dia. As primeiras iniciativas de atendimento à criança abandonada no Brasil se deram, seguindo a tradição portuguesa, instalando-se a roda dos expostos nas Santas Casas de Misericórdia. Em princípio quatro: Salvador (1726), Rio de Janeiro (1738), Recife (1789) e ain-da em São Paulo (1825).
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dignidade à PeSSoa idoSa
o subsecretário de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH), o capixaba Perly Cipriano, tem sob sua responsabilidade a área de defesa dos direitos da pessoa idosa. Nesta entrevista, ele avalia como a sociedade brasileira vê a terceira idade, quais os desafios para esta parcela tão
importante da população e os avanços dos últimos anos. Para ele, apesar de contabilizarem muitas conquistas, ainda há muito o que fazer no que diz respeito às garantias dos direitos humanos da terceira idade no Brasil.
Quantos idosos há no brasil hoje? Somos hoje um país que está en-
velhecendo rapidamente. Temos cerca de 20 milhões de pessoas com mais de 60 anos. A média de vida é de mais de 72 anos. Há menos de um sécu-lo a média de vida era de 35 anos. machado de assis dizia que não viu velho na infância dele. Em muitos países vivenciamos um processo im-pensável em décadas passadas, a re-dução da população, como na Itália, no Japão e em Cuba, por exemplo. O número de pessoas que nascem é menor do que os que morrem, temos uma grande redução da fertilidade, uma redução de mortalidade infantil e ao mesmo tempo o prolongamento da vida, naturalmente viveremos cada vez mais, porém precisamos que esse tempo conquistado seja vivido com qualidade de vida.
o que eles ainda representam em termos de força produtiva?
A população idosa não é um peso para sociedade. É, na realidade, um patrimônio, o prolongamento do tem-po de vida deve ser visto como uma conquista da humanidade, que terá uma grande parcela da humanidade trazendo consigo conhecimentos e saberes para contribuição à socieda-de. A sociedade precisa se preparar para essa nova realidade. Hoje, a pes-soa ao se aposentar, continua plena-mente capaz de dar início a um novo ciclo de vida produtiva, na mesma profissão, ou em outra que julgue mais apropriada e provavelmente que ela mais gostaria. Devemos levar em consideração que, no momento da
aposentadoria, quase todas as pesso-as têm plena capacidade de continu-ar produzindo e certamente exigirão esse direito.
Gostaria que o senhor avaliasse a evolução dos direitos dos idosos no brasil.
O Brasil tem uma grande popu-lação idosa, que está se articulando nacionalmente e já dispõe de instru-mentos legais importantes, resultan-te da mobilização desse segmento e da sociedade em geral, tanto no campo como nas cidades. É possível afirmar que temos o que comemorar, num balanço dos avanços compara-dos aos de outros países, o brasil está conseguindo apresentar resultados positivos perante países da amé-rica latina e caribe, bem como de outros continentes. São conquistas que passam a ser política de Estado, e não mais apenas de governo. Esses avanços refletem na vida do conjunto da sociedade, tanto no nível de vida quanto da importância desse seg-mento para a economia dos municí-pios, da exigência por mudanças nas políticas públicas. Em todas as áreas, tanto no poder público quanto nas instituições da sociedade civil a po-pulação idosa está presente, apresen-tando demandas, propondo soluções e denunciando violações de direitos.
o estatuto do idoso já conseguiu mudar o olhar da sociedade em relação aos idosos?
Sim. O Estatuto foi uma conquista importante, fruto da luta não apenas do segmento das pessoas idosas, mas
principalmente deles. Portanto, é re-conhecido como conquista e referen-cial para novas conquistas, tanto no Executivo quanto no Legislativo e no Judiciário, nos três níveis de governo e nos movimentos sociais.
Quais os maiores problemas en-frentados hoje por essa parcela da população?
A população idosa é que mais cres-ce no Brasil. Cresce com muita rapidez e as políticas públicas são demanda-das na mesma velocidade. Vivemos uma revolução do envelhecimento. São inúmeros os problemas que pre-cisam de soluções a curto, a médio e a longo prazos. Devemos estar empe-nhados na superação do preconceito, da discriminação e da violência contra os idosos, que são práticas construídas ao longo do tempo. Para isso devemos combinar políticas articuladas com ações da sociedade.
Quais as mudanças identificadas a partir de políticas públicas im-plementadas pelo governo lula?
No governo Lula foi aprovados o Estatuto do Idoso, e o Conselho Na-cional da Pessoa Idosa (CNDI) passou a ser deliberativo. Além disso, foram realizadas duas Conferências Nacio-nais, a primeira tratou da criação da Rede Nacional de Proteção da Pes-soa Idosa (RENADI). a coordenação da política para pessoa idosa pas-sou para a secretaria especial dos direitos Humanos (sedH), temos um plano nacional de combate à Violência contra a pessoa idosa, foi constituído um grupo interministe-
rial para acompanhar e implementar políticas para esse segmento, além da criação de Centros de Referências e Núcleos de Pesquisa em várias uni-versidades. Estamos empenhados in-terna e externamente na criação da Convenção Mundial da Pessoa Idosa, em quase todos os ministérios exis-tem políticas específicas. São inú-meros os avanços, porém falta ainda muito a realizar.
Quais os desafios para os próxi-mos anos?
São muitos os desafios, é neces-sário que o poder público, nos três níveis, Executivo, Legislativo e Judi-ciário, da União, do estado e do mu-nicípio, articulem entre si políticas públicas em sintonia com os anseios e a participação da sociedade civil, em especial o segmento das pessoas idosas, que deve ser parceiro na ela-boração, na fiscalização e na imple-mentação dessas políticas.
o estatuto foi uma conquista
importante, fruto de luta principalmente das pessoas idosas
Elza
Fiú
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Fatos e personalidades
Em junho de 2005, a revista pe-tros fez uma matéria com a partici-pante Leda Bresciani, à época com 65 anos de idade. Na oportunidade ela se impunha uma rotina de inve-jar verdadeiros atletas: às segundas, quartas e sextas- feiras corria no pe-ríodo matinal. Terças, quintas e sá-bados, natação. Também não abria mão das sessões de musculação du-rante a semana. E no domingo mais natação, mais corrida.
Trecho da reportagem: “Simpá-tica aos avanços tecnológicos e au-todidata, Leda está sempre às voltas com a instalação de um novo sof-
tware em seu computador. Ela mexe no equipamento com uma intimida-de muito acima da média e produz vídeos de imagem submarina. Após um curso de filmagem e edição, de-bruçou-se sobre dezenas de revistas especializadas, comprou a placa que mais se adequava às suas necessida-des e mandou montar um computa-dor com a configuração específica.
Leda começou a “carreira” es-portiva na Petrobras, onde traba-lhou de 1970 até 1991. Nas olim-píadas internas, disputava as provas de atletismo nos 100, 200, 400 e 1.600 metros. Graças ao bom de-
sempenho, representou a empresa nos Jogos da Independência.
Como hobby, fez também a traves-sia do Leme ao Posto 6, em Copaca-bana, nadando um total de 4Km. Mas ela gosta mesmo é de esportes radi-cais. Já desceu de balsa em rios com corredeiras, como o Paraibunas, em Bonito, Mato Grosso do Sul; esca-lou a ponte de Sidney, na Austrália; praticou balonismo e salto em que-da livre a 200 Km/h. “É uma emoção muito forte porque o pára-quedas só abre 50 segundos depois.”
Sua maior e assumida paixão são os mergulhos em alto-mar, que pra-
Rotina de atletatica “desde os 50 anos”, tudo devida-mente filmado e editado por ela mes-ma e arquivado em DVD. Seu recorde foi de 54 metros de profundidade, em Fernando de Noronha, para ver uma corveta da Marinha. Em seu diário de viagem, estão catalogadas aven-turas nas Bahamas, Mar Vermelho, Maldivas e várias ilhas caribenhas”.
Craques da vida
Todos beirando ou passando dos 60 anos, grandes craques da época áurea do futebol brasileiro sempre brindam a torcida brasileira com suas presenças em eventos esportivos.
Em 2008, foi realizada a terceira edição da Copa Petros de Futebol Society, com partida exibição de estrelas como o goleiro campeão mundial de 1970, Félix (terceiro de pé), Mengalvio e Dorval, o quinto e o sexto na foto (campeões que brilharam no quinteto imortal Dorval, Mengalvio, Coutinho, Pelé e Pepe) e o lateral esquerdo de 70, Marco Antonio (aqui com a camisa número seis). Agachados: Paulo César Caju, de camisa azul clara (campeão de 70), ao lado de Amarildo (campeão mundial de 62) e Afonsinho (que ganhou até música de Gilberto Gil); na ponta direita da foto, o número sete é o Furacão da Copa de 70, Jairzinho. Desfrutando momento ímpar entre ilustres craques, de pé, a quarta pessoa é o diretor da Petros Newton Carneiro da Cunha, na frente dele, o presidente da Previ, Sérgio Rosa.
Arquivo Pessoal
Américo Verm
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Em 2005, a Petros lançou uma cartilha com o Estatuto do Idoso, na qual, além de apresentar o texto da Lei nº 10.741/2003, trazia ainda en-trevista com o jogador de futebol Nilton Santos e reportagem sobre a Casa dos Ar-tistas, conhecida anteriormente como Retiro dos Artistas.
O Estatuto do Idoso tramitou por seis anos no Congresso e foi aprovado logo no primeiro ano do governo Lula. Esta é uma grande vi-tória das pessoas que muito fizeram por este país e que hoje precisam e merecem reconhecimento.
A Casa dos Artistas foi inaugurada em agosto de 1918, por iniciativa do ator Leopoldo Froes, com apoio de vários artistas e jornalistas, entre eles Eduardo Leite, Irineu Marinho, Francisco Souto, Mário de Magalhães e Lindolfo Marques de Sousa, para a criação de uma associação que, sus-tentada pela classe, pudesse acolher temporária ou definitivamente os artistas que, na época, nem sequer tinham a profissão reconhecida.
Brasil, um país na melhor idade
De acordo com estimativa da OMS - Organização Mundial da Saúde, em 2025 o Brasil será o sexto país do mundo com o maior número de pessoas idosas. Segun-do estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira passa-rá de 190 milhões em 2008 para 200 milhões de habitantes em 2039/2040, e então começará a di-minuir. Em 2050, seremos 215 mi-lhões de brasileiros, o que leva ao envelhecimento: a idade mediana será de 46 anos.
O envelhecimento ativo é uma recomendação da ONU para as políticas públicas relacionadas ao envelhecimento. Ele prevê a otimi-zação das oportunidades de saúde a fim de aumentar a qualidade de vida conforme as pessoas envelhe-cem. se envelhecer é natural, isso não implica que o idoso vá aceitar a queda na saúde e da qualidade de vida como uma coisa natural.
O Dia Nacional do Idoso é comemorado em 1º de outubro. A data foi escolhida porque marca a data de promulgação da lei que criou o Estatuto do Idoso. Neste ano, pesquisa divulgada na data mostrou que ser idoso para 53% das pessoas da terceira idade é ter de lidar com doenças físicas. Para 44% é ser mais experiente, para 33% ter mais tempo e para 20% ter de lidar com maus-tratos e desrespei-to. A maioria concorda que o idoso não é respeitado no Brasil, 80% dizem que “a sociedade ainda não está preparada para o idoso”. Segundo a pesquisa, 37% querem viajar mais a lazer, 4% querem sair para dançar ou ir à academia, enquanto 3% querem trabalhar.
Aos 80 anos de idade, Antô-nio Pereira da Silva, ou simples-mente Cabo Silva, como é mais conhecido entre os petroleiros, esbanja vitalidade física.
O apelido é herança do tem-po em que prestou serviço mi-litar no Centro de Instrução da Marinha, de 1945 a 1952. Apesar de chamado de cabo, ele ocupa-va a patente de suboficial antes de ser transferido para antigo Conselho Nacional de Petróleo, órgão que antecedeu à criação da Petrobras. Sua função, devido à experiência, foi montar a esta-ção de rádio.
Na companhia, Cabo Silva trabalhou na obra de construção da Refinaria Presidente Bernardes (RPBC) e se aposentou em 1981. Em paralelo às atividades profis-sionais, sempre foi atleta, tendo disputado dezenas de competi-ções no Brasil e no exterior – Es-tados Unidos, Paris etc.
Somente na maratona de São Silvestre, ele contabiliza no currículo 35 participações e já garantiu a inscrição na próxima edição, a ser disputada em 31 de dezembro deste ano.
Ainda no campo do atletismo, Cabo Silva também é presença assegurada na Corrida Rústica da Petros, na qual é figura tra-dicional entre os competidores.
Cabo Silva, o maratonista
Dia do Idoso
Estatuto do Idoso
Sempre artistas
Cris
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Relatório Anual de 2002
Editado em 2003, homenageou os 50 aposentados mais antigos da Petros, em decorrência do cinquentenário da Petrobras. Nesta ho-menagem, a Petros fez um recorte de gênero, destacando Ausonia Perlingeiro, a aposentada mais antiga.
Luciana Tancredo
Paulo Shibukawa
Amér
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Verm
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no clássico da literatura in-fantil As viagens de Gulli-ver, de Jonathan Swift, o
capitão Lemuel Gulliver chega à ilha de Luggnagg e se depara com uma tribo de imortais, os Struldbruggs. O fato deixa-o extasiado. “Felizes os que têm o privilégio de não morrer; a quem a ideia da morte não inti-mida, não enfraquece, não quebra” – anuncia o capitão. Até que um dos habitantes esclarece que longe de serem sábios e serenos, os habitan-tes da ilha não passam de um ban-do de pobres coitados. Descreve-os como sendo “semelhantes aos mor-tais até os trinta anos, depois caí-am pouco a pouco em melancolia, sujeitos a todas as enfermidades, fraquezas e misérias da idade, além de maldizer a sorte e se queixar da natureza, que lhes recusava a doçura de morrer”.
A fábula, cruel em sua essência, traduz um estado de vida vegetativa a que milhões de pessoas estão sendo submetidas, justamen-te numa época em que o tema qualidade de vida tem sido exaus-tivamente debatido. Acontece que o foco das discussões, notadamente quando se trata de políticas públicas, está voltado para questões relaciona-das à longevidade e não necessaria-mente à qualidade.
A expectativa de vida da popu-lação mundial tem crescido de for-ma contínua. No primeiro milênio da Era Cristã, a idade média era de apenas 25 anos. No período da Re-volução Industrial subiu para pouco mais de 30 anos e no início do sé-
culo XX, nos Estados Unidos e nas regiões prósperas da Europa, che-gou aos 50. Atualmente, segundo a Organização das Nações Unidas, já beira os 68 anos; em 2050 poderá chegar a 76 e, nos países ricos, aos
83 anos. No Brasil, dados do IBGE indicam que a expectativa média é de 72,6 anos.
O que permanece estática é a visão antissocial e meramente eco-nométrica do passado.
O assunto torna-se mais ins-tigante quando um expoente do neoliberalismo dos Estados Uni-dos, o economista e filósofo Fran-cis Fukuyama, ideólogo do governo Reagan e que encarna a face mais conservadora do capitalismo mun-dial, em seu livro Nosso futuro pós-humano, se mostra preocupado e cético. Segundo Fukuyama, a revo-lução biotecnológica não basta por si só, afinal, “derrotar a doença para simplesmente prolongar a vida pode não ser uma boa coisa”. O impor-tante é que a vida seja longa e com qualidade. A lógica para alcançar esse objetivo, diria Nelson Rodri-gues, é “óbvia e ululante”.
Qualidade de vida requer há-bitos saudáveis, comida à mesa, lazer, acesso a saúde, educação, trabalho e salário digno, que,
por sua vez, resultam em autoestima elevada, felici-
dade, prazer e disposição para o trabalho. Acon-tece que neste parâ-metro, trabalho, as relações não são assim
tão amistosas. O anticlímax, segun-
do alguns especialistas, está nas fórmulas e meios com que
certos gestores insistem em im-por suas regras e modelos. Para o consultor em Gestão Empresarial Thomaz Wood Jr., professor e dou-tor em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP), certos ma-nuais acabam se transformando em verdadeiras armadilhas para as empresas – são os chamados
O importante é que a vida seja longa e com qualidade
Cristiano Gomes
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groupthink. O termo, cunhado pelo sociólogo Willian H. Whyte na dé-cada de 1950, faz menção aos pro-cessos em que incapazes de avaliar, observar e aceitar qualquer alter-nativa diferente. Wood Jr. cita o professor Warren Bennis, decano da Universidade da Califórnia, EUA, ao afirmar que boa parte desses dirigentes perdeu o contato com a realidade. “O problema não está no que eles chamam de ‘maçãs po-dres’, mas na ambição pessoal em criar um sistema fechado, uma cul-tura corporativa, autocentrada e desprovida de qualquer percepção.”
É comum atribuir à inércia fun-cional o papel de vilão principal pelo débâcle organizacional das empresas. O salvo-conduto normal-mente é um receituário recheado de mantras, regras e processos. Acon-tece, ainda segundo Wood Jr., que para implementar essas ferramen-tas muitas organizações costumam exercer uma enorme pressão jun-to aos empregados, inclusive, sob ameaças, neutralizam ou expulsam aqueles considerados mais rebeldes. “Algumas chegam a desenvolver so-fisticados sistemas de autocensuras para inibir qualquer tipo de visão crítica. Com isso, os ambientes de trabalho tornam-se silenciosos, ca-racterizados pelo cinismo e medo de expor posições que contradizem a visão oficial”, afirmou.
As consequências, segundo o professor Gary Hamel, da London Business School, Inglaterra, são transformar pessoas em robôs, rou-bando a imaginação, a criatividade e a paixão pelo trabalho. Em recente
entrevista ao jornal El País, da Espa-nha, Hamel afirmou “que a maioria dos gestores costuma se perguntar: como posso conseguir que os em-pregados contribuam com os objeti-vos dos meus negócios? Mas a per-gunta deveria ser: como construo uma organização que motive as pessoas a oferecer sua criatividade e paixão todos os dias”.
Em um sem-número de empre-sas, a pressão, a cobrança desme-dida e sem limites por resultados têm contribuído para o estresse, a fragilização da autoestima, o dese-quilíbrio emocional e a qualidade de vida em condições deploráveis. As consequências podem ser avaliadas pelos ambientes lotados nas salas de espera dos consultórios de psicó-logos e médicos psiquiatras.
Célio Pinheiro, psicanalista e
mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal do Pa-raná (UFPR), em Curitiba (PR), acredita que a modernidade tem provocado o que etnólogo fran-cês Marc Augé chamou de “não lugares”. São ambientes vazios de história, de sentimento ou identi-dade comum, onde as pessoas se sentem desvalorizadas, perdem a sensação de importância, de exis-tência e identidade com o local. Não raro, deixam de estabelecer qualquer tipo de relação signifi-cativa com o mundo que o cerca. “Tudo isso são perdas e as perdas estão na raiz da depressão.
Será por isso que depressão é tida como o mal do século?”, inda-ga Pinheiro. Para o juiz Amarildo Carlos de Lima, do Tribunal Regio-nal do Trabalho de Santa Catarina, Florianópolis (SC), o tema quali-dade de vida perpassou os consul-tórios para chegar às barras da lei sob a forma de assédio moral. Se-gundo o magistrado, o próprio TRT catarinense vive o problema emo-cional da pressão e da cobrança exacerbadas. “Existem situações em que os secretários de audiência abdicam da função pelo excesso de trabalho e de cobrança.
Alguns servidores estão tão trau-matizados que basta ter o nome lembrado para substituir um colega e são capazes de entrar em pânico”, afirmou Lima à Brasileiros. A dificul-dade no julgamento de casos envol-vendo assédio moral é encontrar um diagnóstico que prove esses excessos de forma explícita. “Se um cortador de cana, o chamado boia-fria, morre
de exaustão física, o fato pode ser fa-cilmente detectado. Mas certamente será difícil reconhecer a situação de ‘exaustão psicológica’”, explicou o juiz. Para ele, o fundamental é que as estruturas empresariais estejam vol-tadas às pessoas, pois caso contrário “corre-se o risco de vivermos numa sociedade de doentes, onde o dano moral irá resultar de uma mutação maligna do gene até então conheci-do como qualidade de vida”.
Atualmente, já há uma cons-cientização coletiva de que nada poderá deter os avanços provocados pela revolução tecnológica. Negar o óbvio é uma missão não só suicida como pouco inteligente. No entan-to, é preciso equilíbrio e bom-senso para perceber que essas mudanças se dão por meio de pessoas, de gen-te e não por softwares.
Se assim fosse, bastaria convo-car um batalhão de robôs e tudo estaria resolvido. Nestes tempos modernos, a necessidade em tornar uma empresa cada vez mais compe-titiva a coloca frente a frente com uma realidade até então intangível, que deixou de ser apenas um modus operandi do processo para assumir a condição de garantidora de sua própria sobrevivência. Afinal, ques-tiona Fukuyama, “irão as pessoas permanecer física e mentalmente vigorosas durante esses tempos de vida prolongados ou a sociedade ficará cada vez mais parecida com um sanatório gigante?”.
(Texto do jornalista paranaense René Ruschel, cedido pela revista Brasileiros)
“a modernidade tem provocado os ‘não lugares’, ambientes vazios de história, de sentimento ou identidade comum, onde as pessoas se sentem desvalorizadas, perdem a sensação de importância e identidade com o local”
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pelo sexto ano consecutivo, a Fundação Petrobras de Seguridade So-cial - Petros divulga seu relatório de sustentabilidade. O Balanço Social da Petros é uma ferramenta de gestão que sistematiza infor-
mações, realiza um diagnóstico e consolida os resultados obtidos a partir das práticas de responsabilidade social corporativa levadas a efeito no de-correr do ano de 2008. É um instrumento transparente de diálogo com as partes interessadas: participantes, patrocinadoras, trabalhadores, empresas em que participa no capital, entidades e associação de classe do segmento da previdência complementar fechada, governo, mídia e sociedade civil.
A responsabilidade social tem se consolidado ano após ano como um pilar estratégico da gestão da Fundação. Esse processo revela a consciência da Petros de que contribuir com a sustentabilidade social e ambiental é fa-tor essencial na garantia da perenidade das sociedades e no provimento das gerações futuras com condições melhores que as atuais. Estamos cientes de que, para a concretização desse objetivo, se faz necessário o comprome-timento das empresas, das instituições públicas e privadas e dos cidadãos com princípios e práticas socialmente responsáveis.
No Plano Estratégico definido para o quinquênio 2008-2012, elabo-rado em 2007, o Conselho Delberativo e a Diretoria Executiva da Petros assumiram – mediante inclusão de tais princípios em sua missão institu-cional - o compromisso com uma gestão pautada pela responsabilidade social. Referida decisão significa, na prática, um aprofundamento do com-promisso com a filosofia da responsabilidade social como pilar estratégico da gestão da Fundação, os quais se encontram cada vez mais presentes em todas as suas atividades e relações com seus públicos de interesse externos e internos.
Neste ano, o Relatório apresenta como tema central o compromisso da Petros com a promoção da equidade de gênero e o respeito à diversidade. Esse compromisso se materializou, no ano de 2008, através do reconhe-cimento, pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presi-dência da República, do trabalho desenvolvido. A Petros foi agraciada com o Selo Pró-Equidade de Gênero, que atesta seu efetivo comprometimento com a implementação de ações de promoção da equidade de gênero.
Além do tema central, o Balanço Social 2008 é um relato das ações da Fundação na gestão dos planos de benefícios que administra, dividido em
introdução: reSPonSaBiLidade SoCiaL na PetroS
três tópicos: Gestão de Ativos, Gestão de Seguridade e Gestão Administra-tiva. Em cada um deles são destacados indicadores e ações relacionadas aos principais temas com referência ao ano de 2008.
No capítulo “Gestão de Ativos”, é apresentada uma breve avaliação do desempenho da Fundação diante da grave crise financeira que ganhou contornos mundiais a partir do segundo semestre de 2008. Foram contem-pladas as ações direcionadas à proteção do valor dos ativos garantidores dos planos de benefícios, ante os fortes impactos negativos da crise. Nesse tópico também são destacados os Investimentos Socialmente Responsáveis realizados pela Fundação, os critérios de responsabilidade social adotados nas decisões de investimento, bem como um relato do acompanhamento das práticas relacionadas à RS adotadas pelas empresas em que a Fundação tem recursos aplicados.
No tópico “Gestão de Seguridade” é feita uma breve discussão acerca da consolidação do processo de reconstrução das condições de equilíbrio do denominado Plano Petros do Sistema Petrobras. Essa consolidação criou condições para o alcance da sustentabilidade do plano no longo prazo, garantindo a seus participantes o pleno usufruto dos benefícios previden-ciários a que têm direito conquistado ao longo de sua vida laboral.
Em “Gestão Administrativa” o destaque é o aprofundamento do com-promisso da Fundação com a promoção da equidade e o respeito à di-versidade, por meio da sua disseminação na cultura organizacional e da incorporação nas práticas de gestão de pessoas. Merece destaque - além do Programa Pró-Equidade de Gênero - o Programa de Inclusão de Pessoas com Deficiência no corpo funcional da Petros.
As Políticas e Diretrizes de Responsabilidade Social da Petros norteiam a elaboração de todas ações de RS na Fundação, inclusive a elaboração deste documento. Essas ações são formuladas e propostas pelo Comitê de Responsabilidade Social (COMRESP), composto por Gerentes Executivos das quatro Diretorias da Entidade. O compromisso da Fundação com a res-ponsabilidade social também se manifesta em sua adesão - e incorporação às práticas de gestão - de princípios aceitos nacional e internacionalmente como os Princípios Ethos - ABRAPP de Responsabilidade Social dos Fundos de Pensão, os Princípios de Investimento Responsável - PRI e os parâmetros do Global Reporting Initiave – GRI.
Gri1.12.14.12
2 5B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 8
a primeira revisão anual re-alizada em 2008 no Plano Estratégico da Petros, vigen-
te para o quinquênio 2008-2012, manteve a mesma missão e visão para a entidade. O compromisso da entidade em seguir a missão definida aponta sua preocupação em garan-tir princípios e práticas socialmente responsáveis que devem nortear não apenas a gestão da Fundação, como também sua relação com a socie-dade. Além disso, a entidade segue a determinação de assegurar con-fiança, rentabilidade e qualidade dos planos para todos os seus participan-tes, patrocinadoras e instituidores.
opções estratégicas 2008-2012
• Fortalecer a transparência e participação;• Crescer dentro do mercado de previdência privada;• Praticar política de investimento socialmente responsável com foco na rentabilidade e segurança no longo prazo;• Buscar eficiência com inovação.
Visão
“Ser uma entidade multipatrocinada de produtos de seguridade, reconheci-da pela sociedade como líder no mercado por sua competência e eficácia.”
missão
“Oferecer produtos e serviços, com foco em seguridade, adequados às expectativas de seus participantes, patrocinadoras e instituidores, geri-dos com eficácia, transparência e responsabilidade social.”
a Fundação Petrobras de Segu-ridade Social - Petros surgiu em 1º de julho de 1970, após estudos re-alizados pela empresa Petróleo Bra-sileiro S.A. – Petrobras. A finalidade de sua criação foi o desenvolvimen-to e a administração de planos de benefícios complementares de ca-ráter previdenciário, com o objetivo de promover o bem-estar social de seus participantes.
A Petros é uma pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrati-vos e possui autonomia financeira e administrativa. Sua sede está lo-calizada no Rio Janeiro, e ela tem postos de atendimento em Santos e Salvador e previsão de mais um posto em Aracaju em 2009. Até o
PerfiL1
término de 2008, o corpo funcional da entidade contava com a colabo-ração de 431 funcionários.
Após a modificação do Estatuto Social, realizada em 1994, a Petros iniciou a gestão de planos de bene-fícios patrocinados por outras em-presas que não compõem o Sistema Petrobras. Isso possibilitou a manu-tenção como patrocinadoras de al-gumas empresas que anteriormente eram subsidiárias ou coligadas da Petrobras e, ao serem privatizadas, deixaram de compor o Sistema.
A partir de 2004, a Fundação ampliou seu alcance no segmen-to em que atua. Com os primei-ros convênios de adesão firmados entre a Petros e os instituidores
Gri4.8
Gri2.12.22.42.62.72.8
Gri4.13
1.1 miSSão e viSão
1.2 a PetroS e o Setor de PrevidênCia ComPLementar
A visão busca apresentar os objetivos de longo prazo traçados pela Petros até 2012. Nesse sen-tido, o principal direcionamento consiste em sustentar o crescimen-to dos planos de benefícios multi-patrocinados.
As opções estratégicas indicam as prioridades determinadas pela Diretoria Executiva para o alcance dos resultados estratégicos plane-jados. Em função da missão e vi-são da Petros permanecerem inal-teradas após a revisão anual do Plano Estratégico 2008-2012, as opções estratégicas mantiveram-se as mesmas.
(sindicatos, conselhos profissio-nais, associações e cooperativas), a Entidade caminha para a demo-cratização do acesso à previdência complementar fechada.
A abertura do Plano Petros 2, em 2007, para os empregados do Sistema Petrobras que estavam temporariamente sem acesso aos planos de benefícios, em função do fechamento do Plano Petros, vem contribuindo para o crescimento da Petros. Em dezembro de 2008, a Fundação administrava 34 pla-nos de benefícios, vinculados a 36 patrocinadoras e 30 instituidores, e atendia um total de 128 mil partici-pantes. A título de comparação, em 2002 a Petros era gestora de 17 pla-
nos, patrocinados por 25 empresas, e atendia 91 mil participantes.
Ao término de 2008 a Petros era considerada o segundo maior fundo de pensão em ativos totais (R$ 45 bilhões) e em número de participan-tes (128 mil).
o setor de preVidência complementar
No Brasil, o Regime de Pre-vidência Privada, que é com-plementar à Previdência Oficial, é dividido em dois segmentos: o primeiro, classificado como aberto, é constituído por ban-cos, seguradoras e outras ins-tituições com fins lucrativos. O segundo grupo, formado pelas
B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 82 6
entidades fechadas, conhecidas como fundos de pensão, não têm fins lucrativos, e todos os recursos que administra são revertidos em benefícios para os participantes.
As entidades fechadas de previ-dência complementar estão subor-
dinadas ao Ministério da Previdên-cia Social (MPS), tendo como órgão normativo o Conselho de Gestão da Previdência Complementar (CGPC) e a Secretaria de Previdência Comple-mentar (SPC) como órgão fiscaliza-dor e executivo.
Duas leis complementares deter-minam o funcionamento da previ-dência privada de caráter fechado. A Lei Complementar nº 108/01 de-fine a relação entre as organizações públicas e seus fundos de pensão e a Lei Complementar nº 109/01 esta-
belece as regras do regime de pre-vidência complementar. O Conselho Monetário Nacional (CMN) define as diretrizes de aplicação dos recur-sos administrados pelos fundos de pensão, fixando os limites de apli-cação dos ativos de investimentos.
aestrutura de gestão da Pe-tros é constituída em seu nível superior pelos Conse-
lhos Deliberativo e Fiscal e por sua Diretoria Executiva. Eles são respon-sáveis pela definição, implemen-tação e fiscalização das políticas e estratégias da Entidade, seguindo os princípios da ética, da transparên-cia e das melhores práticas de ges-tão na busca de seu objetivo maior: gerir os planos de benefício com eficácia, visando garantir o pleno cumprimento dos compromissos as-sumidos com seus participantes.
conselHo deliberatiVo e Fiscal – atribuições e composição
O Conselho Deliberativo, órgão máximo da Entidade, tem a compe-tência da aprovação final das políti-cas e estratégias e das definições das normas gerais da organização. O foco de sua atuação compreende temas estratégicos e de orientação do rumo a ser seguido pela Fundação.
O Conselho Fiscal tem por competência fiscalizar os atos da Diretoria Executiva, por meio da análise técnica e legal dos proce-dimentos adotados. Ele analisa as
contas e o balanço da Entidade, os controles internos e o alinhamento da gestão dos ativos às Políticas de Investimentos.
O Conselho Deliberativo é com-posto por seis membros e o Conse-lho Fiscal, por quatro. Para garantir a legitimidade perante as patrocina-doras e os participantes e viabilizar
a gestão participativa. Em cada con-selho, metade dos conselheiros é in-dicada pelas patrocinadoras e outra metade, eleita pelos participantes.
diretoria executiVaA Diretoria Executiva tem a atri-
buição de elaborar e submeter à apreciação do Conselho Deliberativo
propostas de políticas, modificações da estrutura organizacional e alte-ração das normas gerais de organi-zação da Entidade. As políticas e es-tratégias aprovadas pelo Conselho Deliberativo devem ser implemen-tadas pela Diretoria Executiva, em uma gestão pautada pelas melhores práticas de governança corporativa
Gri2.34.1
eStrutura e governança2
FiGura 1 - orGanoGrama da petros
secretaria Geral
auditoria interna
assessoria de Planejamento
GerênciaJurídica
Gerência de comunicação e Relações
institucionais
Gerênciade controle
Gerênciade compliance
consElHo DElibERaTiVo oUViDoRia
DiREToRia EXEcUTiVa
consElHo Fiscal
coMiTês
Gerência de operações
Gerência de Produtos de seguridade
Gerênciade clientes
institucionais
Gerência de operações de
Mercado
Gerência de Participações
Gerência de administração
Financeira
DiREToRia
FinancEiRa E DE
inVEsTiMEnTos
assessoria de Planejamento de investimentos
assessoria de novos Projetos
DiREToRia aDMinisTRaTiVa
Gerência de informática
Gerência de Recursos Humanos
Órg
ãos
de 1
º lin
ha
Gerência de Engenharia e administração
Fonte: PBO – Plano Básico de Organização.Elaboração: Petros – Assessoria de Planejamento.
2.1 eStrutura e funCionamento da PetroS
PREsiDência DiREToRia DE sEGURiDaDE
2 7B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 8
Executiva. Constituídos por geren-tes executivos e profissionais do corpo funcional da Fundação, eles são fóruns multidisciplinares de discussão (quadro 2).
Quadro 1: comitês Gestores e comitês de investimentos
comitês Finalidade
Comitês Gestores Vinculado a cada plano de benefícios. Instrumento de controle e assessoramento e acompanhamento da gestão de ativos e de seguridade dos planos. O principal é o Comitê Gestor de Seguridade do Plano Petros – COMGEP.
Comitês de Investimentos Estão sendo substituídos por Comitês Gestores. Seu objetivo é assessorar a gestão de alguns planos de benefícios. O principal é o COMIN - Comitê de Investimentos do Plano Petros.
Fonte: PBO - Plano Básico da Organização.Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
Quadro 2: comitês corporativos
comitês Finalidade
Comitê de Avaliação de Corretora de Valores Mobiliários (COMAV)
Determinar as políticas para seleção de corretoras que prestarão serviços de intermediação mobiliária
Comitê de Risco Financeiro (CORIF) Definir e avaliar a Política de Risco Financeiro
Comitê de Aplicações de Curto Prazo (COMAC) Definir a alocação de ativos de curto prazo
Comitê de Projetos Imobiliários Petrobras (COMPET)Coordenar e agilizar a tramitação de projetos imobiliários voltados para a Petrobras
Comitê de Avaliação de Empresas de Negócios Imobiliários (COMAVENI)
Determinar as políticas para seleção de empresas que prestarão serviços referentes a negócios imobiliários
Comitê de Avaliação de Crédito (COMACRE)Assessorar no processo decisório de alocação de ativos de renda fixa com características de crédito e prazo de até 3 (três) anos
Comitê de Planejamento Estratégico (COMPE)Promover a implementação e o acompanhamento do Planejamento Estratégico
Comitê da Qualidade (CQ) Promover a implementação do Sistema da Qualidade
Comitê de Desenvolvimento de Recursos Humanos (COMREC)
Promover a implementação de projetos de desenvolvimento nos campos pessoal, profissional e gerencial.
Comitê de Conduta e Ética (COMCET) Orientar e promover o cumprimento do Código de Conduta e Ética.
Comitê de Gestão da Informação (COGEDI)Propor diretrizes e implementar projetos referentes à gestão da informação
Comitê de Responsabilidade Social (COMRESP)Coordenar a implementação e desenvolvimento das ações de Responsabilidade Social
Fonte: PBO - Plano Básico da Organização.Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
e pelos princípios de responsabilida-de social da Fundação.
Por determinação estatutária, dois dos quatro diretores da Petros devem ser participantes de um dos planos de benefícios administrados pela Entidade. Os diretores têm de agir de forma transparente, ética e profissional na gestão dos ativos e dos passivos dos planos de benefícios para o cumprimento justo e eficaz da finalidade institucional da Fundação.
São subordinados diretamen-te à Diretoria Executiva 18 órgãos de primeira linha, coordenados por Gerentes Executivos, que têm por atribuição garantir a execução das ações determinadas pela Diretoria e contribuir com a formulação de po-líticas de gestão e com a elaboração do Plano Estratégico quinquenal da Entidade, e as ações para sua conse-cução (ver figura 1).1
comitês Gestores e comitês corporatiVos
A gestão participativa é extensi-va aos Comitês Gestores e de Inves-timento dos planos administrados pela Fundação, que são fóruns de discussão e instâncias de coordena-ção (quadro 1).
Os Comitês Gestores são exigidos pelo Estatuto da Petros para todos os planos de benefício que a Fun-dação administra. Sua composição é definida pelo Convênio de Ade-são de cada plano, que estabelece o grau de envolvimento do comitê nas decisões estratégicas, no controle e
no acompanhamento da gestão de seus ativos e de seu passivo.
Os Comitês de Investimento, existentes em alguns planos de be-nefícios, assessoram a respectiva
gestão de ativos, com a representa-ção de participantes, das patrocina-doras e da Petros.
Os Comitês Corporativos são instâncias de apoio à Diretoria
2.2 gerenCiamento de riSCoS
a Petros realizou uma avalia-ção multidisciplinar e defi-niu um processo de adequa-
ção dos procedimentos da Fundação à Resolução CGPC nº 13/04, que es-
tabelece um conjunto de princípios, procedimentos e práticas de gover-nança, gestão e controles internos dos planos de benefícios adminis-trados pelas Entidades Fechadas de
Previdência Complementar (EFPCs). É um trabalho contínuo de apri-
moramento e incorporação dos controles internos aos processos de gestão e implementação de novos
instrumentos necessários para miti-gar riscos e otimizar os processos de trabalho. A Gerência de Compliance é responsável pela implantação da gestão descentralizada de contro-
1. A partir de 2009 a Gerência de Informática passou a se chamar Gerência de Tecnologia da Informação.
Gri1.2
Gri4.11
B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 82 8
Gri4.4
les internos, que integra o Plano Estratégico 2008-2012 da Petros, a exemplo de seu antecessor. O mape-amento dos riscos em 2008 alcançou 56,5% dos subprocessos/processos das atividades da Petros. A consul-toria contratada para dar suporte ao projeto tem elaborado, em conjunto com a Gerência de Compliance e as
áreas envolvidas o mapa de riscos de todos os processos.
A Auditoria Interna age de for-ma independente, com o objetivo de revisar, avaliar e melhorar os con-troles internos e operacionais. No âmbito da Resolução GCPC nº 13, os riscos foram mensurados e clas-sificados quanto à probabilidade de
ocorrência e o possível impacto nas atividades da Fundação. A Auditoria acompanha e identifica periodica-mente esses riscos.
A Petros possui um Plano de Continuidade de Negócios (PCN) desde 2006. Em 2007 a infraestru-tura para suportar o PCN foi defini-da pelo grupo de trabalho e come-
çou a ser implantada. A diferença entre um Plano de Continuidade de Negócios (PCN) e um Plano de Con-tingência é que o primeiro foca na continuidade operacional dos pro-cessos vitais de uma organização, enquanto o segundo tem o foco nas atividades que compõem determi-nado processo.
2.3 governança CorPorativa na PetroS
o Sistema Fechado de Previ-dência Complementar (SFPC) foi instituído e regulamenta-
do em 1977 por meio da Lei nº 6.435 de 15/07/1977. A legislação que re-gulamenta o sistema tem sido con-tinuamente aperfeiçoada ao longo dos trinta e um anos de existência do SFPC. Ela atualmente é moderna e seus profissionais têm elevada quali-ficação. É uma legislação rigorosa nas punições aos gestores que cometerem erros e/ou irregularidades na condu-ção dos fundos de pensão.
A governança prevista na legis-lação exige, no mínimo, Conselho Deliberativo, Conselho Fiscal e Di-retoria Executiva, sendo garantida, nos conselhos, a representação de participantes. A Petros vai além, com a existência de Comitês Gesto-res por plano e Comitês de Investi-mentos, o que agrega participação e fortalece a decisão técnica.
O Conselho Deliberativo, o Conse-lho Fiscal e a Diretoria Executiva são os principais órgãos de governança em um fundo de pensão. Eles são os responsáveis por garantir a boa ges-tão dos recursos e os destinos da en-tidade e neles se verifica o nível de participação e transparência.
A Petros utiliza diversos docu-mentos para orientar sua governança e relação com as partes interessadas, como o Manual de Governança Cor-
porativa, o Código de Conduta e Ética, as Políticas e Diretrizes de Responsa-bilidade Social e as Políticas de Inves-timentos. Os requisitos fundamentais para colocar esses princípios em práti-ca são profissionalismo e transparên-cia na gestão, garantidos por meio de segregação de funções clara e regula-da em Estatuto, competência técnica, representatividade e legitimidade de dirigentes.
ouvidoriaA Ouvidoria da Petros foi criada
no início de 2003, com o propósi-
to de ser um canal de comunicação com o público, em especial os par-ticipantes da Fundação, o Conselho Deliberativo e a Diretoria Executiva. Ela tem uma atuação transparente e independente, necessária para con-duzir opiniões, sugestões e recla-mações dos que a ela recorrem, sob a garantia do sigilo, fundamental para possibilitar a livre manifesta-ção. O órgão é diretamente vincula-do ao Conselho Deliberativo da Pe-tros. Sua titular, desde sua criação, é Vanda Ferreira.
A Ouvidoria é um instrumento
Aposentadorias e pensões
Carater social
Outras
Demandas internas
Meios de comunicação
15,2%
50,2%
19,1%15,5%
GráFico 1: distribuição das demandas enViadas à ouVidoria em 2007
Fonte: Petros – Ouvidoria.Elaboração: Petros – Assessoria de Planejamento.
Gri4.4
Aposentadorias e pensões
Carater social
Outras
Demandas internas
Meios de comunicação
41,3%
18,0%
4,6%
28%
8,1%
GráFico 2: distribuição das demandas enViadas à ouVidoria em 2008
Fonte: Petros – Ouvidoria.Elaboração: Petros – Assessoria de Planejamento.
de incentivo à transparência e à valorização dos direitos humanos, que tem como missão estabelecer padrões éticos de relacionamento com os participantes, empregados, terceirizados e sociedade.
Em 2008, a Ouvidoria atendeu a 1905 demandas, a maior parte (787) referente a aposentadorias e pen-sões. Os assuntos mais recorrentes foram: a) benefícios Petros e INSS; b) repactuação; c) empréstimos; d) contratos Petros; e) cadastro; f) im-posto de revenda; g) meios de co-municação (gráficos 1 e 2).
2 9B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 8
educação Financeira e previdenciária
A Petros e a Associação Brasilei-ra de Educação Financeira (ABEF), em parceria, têm desenvolvido, ao longo dos últimos três anos, pales-tras sobre Educação Financeira e Consumo Consciente para os apo-sentados e pensionistas, com obje-tivo de contribuir para a melhoria da qualidade de vida e para a dimi-nuição de desperdícios. A iniciativa é uma oportunidade de disseminar a ideia da educação financeira, estimular o consumo consciente e auxiliar no aperfeiçoamento da ad-ministração do orçamento familiar dos aposentados.
Em 2008, foram realizadas pa-lestras nas cidades do Rio de Janei-ro, Belo Horizonte, Vitória, Natal,
Recife, São Sebastião, São Caetano do Sul e São Mateus do Sul, nos me-ses de agosto e setembro. Os temas abordados foram: investimentos e impostos (renda fixa, renda variável, imóveis); taxa de juros (taxa no-minal, taxa efetiva); contenção de gastos (empréstimos consignados).
Os dirigentes e gestores da Petros realizam com frequência palestras sobre previdência com-plementar para públicos distintos, que abrangem profissionais libe-rais, membros da academia, es-tudantes de nível superior e seus trabalhadores. Esse tipo de ação contribui para a disseminação da cultura previdenciária, um objeti-vo permanente da Fundação.
A Petros e a Funcef, Fundo de Pensão da Caixa Econômica Fede-
Gri4.14
ral, promoveram, em parceria, o I Seminário Internacional de Edu-cação Previdenciária. O evento ocorreu em novembro de 2008, no Rio de Janeiro e contou com a participação de mais de 200 pes-soas. A ideia é disseminar o tema entre a população, aumentando a cobertura previdenciária no País, um objetivo estratégico do atu-al governo que a Petros abarcou. O ministro da Previdência Social, José Pimentel, e o secretário de Previdência Complementar (SPC), Ricardo Pena, foram algumas das autoridades presentes. O evento contou ainda com palestrantes dos Estados Unidos, Canadá, Rússia, Zâmbia e Coreia do Sul, que apre-sentaram detalhes sobre o modelo previdenciário de seus países.
Américo Verm
elhoAm
érico Vermelho
B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 83 0
Novembro 2008 • Revista Petros • 9
crise global
O presidente da Petros, Wagner Pinheiro, con-cedeu entrevistas ao site de notícias IG e à emis-sora de TV Bloomberg, nos dias 7 e 8 de outubro, respectivamente, onde procurou tranqüilizar os participantes a respeito da crise no mercado fi -nanceiro internacional. Nas duas ocasiões, ele esclareceu que a Fundação não terá perdas signi-fi cativas em sua carteira de investimentos, uma vez que adota estratégias de longo prazo e não venderá ativos neste momento.Em sua avaliação, a queda das bolsas de valo-res pode, inclusive, ser oportuna para os fundos de pensão. “Não olhamos o hoje, mas o futuro”, disse o executivo ao IG. Pinheiro está convenci-do que a crise fi nanceira internacional, quando analisada a médio e longo prazos, pode ser vis-ta como uma oportunidade para as Entidades Fechadas de Previdência Complementar. “Se o fundo tem liquidez, não está pagando benefícios de forma exagerada e mantém entrada de caixa, vai usar o dinheiro ao longo de 40 anos e será, portanto, benefi ciado por essa crise. É uma opor-tunidade.”
Este é caso da Petros, na visão do executivo. Hoje, mais de 75% do patrimônio da Fundação está aplicado em renda fi xa. “Tenho tranqüilida-de para não precisar dispor do percentual aplica-do. Os fundos de pensão olham de outra manei-ra, do ponto de vista da liquidez de longo prazo.”Pinheiro também revelou a disposição para adquirir ações, aproveitando, justamente, a pre-sente redução nas cotações da Bolsa. Ele desta-cou que a Petros já começou a comprar papéis de empresas mais sólidas, como Vale, Petrobras
PETROS OTIMISTAEM RELAÇÃO AO MERCADO
Executivo está convencido que a crise fi nanceira internacional pode ser vista como uma oportunidade para os fundos de pensão
e do setor de energia. “Estamos em um ciclo de crescimento, que pode ter arrefecido em função da carência de crédito provocada pela crise inter-nacional, mas que não vai chegar a níveis para gerar desemprego.”O problema, na visão do presidente da Fun-dação, poderá diminuir a velocidade do aporte dos recursos, mas eles continuarão ocorrendo. “A Petrobras, por exemplo, ainda sem as esti-mativas do pré-sal, tem um programa de inves-timentos de US$ 112 bilhões.”
Pinheiro não vê um horizonte recessivo para a economia brasileira, que mesmo segundo as projeções mais pessimistas deverá crescer 2,5% este ano. Ele prevê certa desaceleração dos in-vestimentos, mas aposta que as empresas con-tinuarão a se expandir. “Este ano, o país cresce mais de 5%; para 2009, projetamos um número em torno de 3,5%.” A conclusão do dirigente é que esse movimento irá baratear as ações. “Nes-se momento, somos compradores.”Reavaliar as políticas de investimentos da Fundação ao menos uma vez por ano é medida rotineira. Ele destaca ainda que a Petros quer aportar mais recursos em setores estratégicos. “Investir em infra-estrutura no Brasil é investir em um macrossetor de risco baixo, rentabilidade moderada e bem regulado”, afi rma o executivo, acrescentando que essa modalidade nada tem a ver com prática de obra social. “Se eu melhorar as rodovias, os portos, ajudo por exemplo no re-sultado da Perdigão, empresa da qual participa-mos e que exporta 50% do que produz. É um ciclo virtuoso.”
Novembro 2008 • Revista Petros • 9
crise global
O presidente da Petros, Wagner Pinheiro, con-cedeu entrevistas ao site de notícias IG e à emis-sora de TV Bloomberg, nos dias 7 e 8 de outubro, respectivamente, onde procurou tranqüilizar os participantes a respeito da crise no mercado fi -nanceiro internacional. Nas duas ocasiões, ele esclareceu que a Fundação não terá perdas signi-fi cativas em sua carteira de investimentos, uma vez que adota estratégias de longo prazo e não venderá ativos neste momento.Em sua avaliação, a queda das bolsas de valo-res pode, inclusive, ser oportuna para os fundos de pensão. “Não olhamos o hoje, mas o futuro”, disse o executivo ao IG. Pinheiro está convenci-do que a crise fi nanceira internacional, quando analisada a médio e longo prazos, pode ser vis-ta como uma oportunidade para as Entidades Fechadas de Previdência Complementar. “Se o fundo tem liquidez, não está pagando benefícios de forma exagerada e mantém entrada de caixa, vai usar o dinheiro ao longo de 40 anos e será, portanto, benefi ciado por essa crise. É uma opor-tunidade.”
Este é caso da Petros, na visão do executivo. Hoje, mais de 75% do patrimônio da Fundação está aplicado em renda fi xa. “Tenho tranqüilida-de para não precisar dispor do percentual aplica-do. Os fundos de pensão olham de outra manei-ra, do ponto de vista da liquidez de longo prazo.”Pinheiro também revelou a disposição para adquirir ações, aproveitando, justamente, a pre-sente redução nas cotações da Bolsa. Ele desta-cou que a Petros já começou a comprar papéis de empresas mais sólidas, como Vale, Petrobras
PETROS OTIMISTAEM RELAÇÃO AO MERCADO
Executivo está convencido que a crise fi nanceira internacional pode ser vista como uma oportunidade para os fundos de pensão
e do setor de energia. “Estamos em um ciclo de crescimento, que pode ter arrefecido em função da carência de crédito provocada pela crise inter-nacional, mas que não vai chegar a níveis para gerar desemprego.”O problema, na visão do presidente da Fun-dação, poderá diminuir a velocidade do aporte dos recursos, mas eles continuarão ocorrendo. “A Petrobras, por exemplo, ainda sem as esti-mativas do pré-sal, tem um programa de inves-timentos de US$ 112 bilhões.”
Pinheiro não vê um horizonte recessivo para a economia brasileira, que mesmo segundo as projeções mais pessimistas deverá crescer 2,5% este ano. Ele prevê certa desaceleração dos in-vestimentos, mas aposta que as empresas con-tinuarão a se expandir. “Este ano, o país cresce mais de 5%; para 2009, projetamos um número em torno de 3,5%.” A conclusão do dirigente é que esse movimento irá baratear as ações. “Nes-se momento, somos compradores.”Reavaliar as políticas de investimentos da Fundação ao menos uma vez por ano é medida rotineira. Ele destaca ainda que a Petros quer aportar mais recursos em setores estratégicos. “Investir em infra-estrutura no Brasil é investir em um macrossetor de risco baixo, rentabilidade moderada e bem regulado”, afi rma o executivo, acrescentando que essa modalidade nada tem a ver com prática de obra social. “Se eu melhorar as rodovias, os portos, ajudo por exemplo no re-sultado da Perdigão, empresa da qual participa-mos e que exporta 50% do que produz. É um ciclo virtuoso.”
geStão de ativoS3o capítulo ‘Gestão de Ativos’
tem a finalidade de prestar esclarecimentos aos partici-
pantes e patrocinadoras, e também ao governo e à sociedade, sobre as características socialmente respon-sáveis dos investimentos realizados pela Petros em 2008. Essa seção também avalia as ações de respon-sabilidade social desenvolvidas pe-las empresas nas quais a Fundação participa do capital.
A grave crise financeira inter-nacional que eclodiu no segundo semestre de 2008, embora anun-ciada desde 2007, impressionou por sua amplitude e profundidade. Seu contínuo e acelerado agravamento acarretou forte impacto à economia real, com sérias consequências para as condições de vida das pessoas. A retração do mercado acionário, a queda do valor dos ativos e a retra-ção do crédito acentuaram a disse-minação de expectativas negativas para o futuro. Novos desafios, bem como a exigência de uma nova pos-tura, são cada dia mais presentes nas instituições responsáveis pela gestão de ativos de terceiros, vinculados ao justo cumprimento de compromissos futuros previamente assumidos.
Nesse cenário econômico, os fundos de pensão, como a Petros, assumem uma função estratégica importante para garantir o desen-volvimento da economia brasileira e a preservação das políticas pú-blicas, especialmente aquelas re-lacionadas às questões sociais. Por outro lado, a momentânea desvalo-rização de algumas aplicações em renda variável pode vir a se tornar uma oportunidade para ampliação do potencial de novos investimen-tos ligados à infraestrutura, ao
setor imobiliário e à concessão de crédito para o setor privado. Des-sa forma, a Fundação – bem como outros Fundos congêneres – conta com considerável capacidade para contribuir com a implementação de projetos, especialmente na área de infraestrutura, destinados ao de-senvolvimento econômico e social sustentável do Brasil.
Além de exercer papel de desta-que na sustentação de investimen-tos produtivos, a redução do valor dos ativos de renda variável abre excelentes oportunidades de inves-timento para a Petros. Em decor-rência da intensa e acelerada crise e retração do mercado financeiro, os preços no mercado acionário se tornaram atrativos. Os fundos de pensão podem aproveitar essa con-juntura para assumir novas posições no mercado e assegurar bons retor-nos quando o mercado se recuperar, o que deve reverter a atual situação atuarial deficitária para resultados superavitários no futuro.
A gestão dos investimentos pe-los fundos de pensão está pautada no longo prazo. Seu compromisso fundamental é garantir o paga-mento de aposentadorias e pen-sões a seus participantes, conforme pactuado nos planos de benefícios dos quais são gestores. A acumula-ção de reservas, e sua valorização por décadas, é uma especificidade inerente aos planos de previdência complementar. Essa característica justifica a determinação da Petros em investir em negócios que te-nham raízes profundas e confiáveis, balizados pela ética e transparên-cia e pautados por boa governan-ça e critérios de responsabilidade social e ambiental.
Assim, a Petros, ao orientar a ges-tão dos ativos por critérios de res-ponsabilidade social bem definidos, aliados às exigências de rentabilidade atuarial e liquidez, proporciona maior segurança a seus participantes, para a percepção de seus benefícios, con-
forme estabelecido nos regulamentos dos planos de benefícios que admi-nistra. Além disso, a Fundação atua diretamente no financiamento de investimentos produtivos e sustentá-veis, bem como em participações que fomentam a economia real.
3 1B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 8
são de não investir mais em em-presas que não cumprissem até o final de 2008 os critérios de res-ponsabilidade social estipulados nas políticas de investimentos.
A iniciativa ofereceu oportuni-dade e tempo para que empresas e gestores externos de investimen-tos assimilassem e incorporassem esses critérios responsáveis de maneira definitiva em sua gestão.
Toda a Carteira de Parti-cipações da Petros (diretas e indiretas) adota critérios de responsabilidade social e de governança corpo-rativa, tanto no acompa-nhamento das empre-sas investidas quanto nas novas decisões de investimento. Parte da Carteira de Giro, agrupada sob o nome de na Carteira de Responsabilida-de Social, também já contemplava esses critérios no final de 2008. As Políticas de In-
a adoção pela Petros de boas práticas de governança na gestão de ativos é um meca-
nismo adicional na geração de valor dos investimentos. A relação entre responsabilidade social e governança corporativa contribui para assegurar os interesses dos participantes, ao
1. O(s) plano(s) foram agrupados em: Plano Petros - Sistema Petrobras; Planos Petros – Privatizadas; Plano Petros 2 e Planos de Contribuição Definida.
3.1 inveStimentoS SoCiaLmente reSPonSáveiS na PoLítiCa de inveStimentoS
3.2 governança CorPorativa e reSPonSaBiLidade SoCiaL
as Políticas de Investimentos definidas anualmente para os planos de benefícios
sob gestão da Petros, mais do que uma obrigação legal, apresentam aos gestores internos e externos as diretrizes e estratégias para aloca-ção dos investimentos realizados pela Fundação no longo prazo. Os princípios básicos dessas políticas trabalham com a conjunção risco/retorno/liquidez, com o objetivo de trazer maior segurança ao cumpri-mento da função institucional da Petros em pagar benefícios a seus participantes. Critérios como res-ponsabilidade social e governança corporativa constituem mecanis-mos adicionais à gestão de ativos fundamentada segundo as diretri-zes fixadas pela Política de Inves-timentos.
As Políticas de Investimentos estão segmentadas em quatro gru-pos1, respeitando as modalidades, a alocação dos investimentos e as ca-racterísticas das obrigações de cada um dos planos de benefício. A ra-zão pela qual se desenhou políticas de investimentos conforme as es-pecificidades de cada grupo está
relacionada à necessidade de ma-nutenção do equilíbrio econômico-financeiro entre ativos garantido-res e passivo atuarial de cada plano administrado pela Petros.
Contudo, é fato que a crise no mercado financeiro e a trajetória recente de queda da taxa de juros real dos títulos públicos brasileiros repercutem na remuneração dos investimentos que garantem os compromissos atuariais da Petros. Considerando a preocupação de gerar rentabilidade sólida e de lon-go prazo, a Fundação segue desde 2003 a estratégia de diversificar sua carteira de investimentos, in-corporando critérios socialmente responsáveis e aumento na aloca-ção de recursos em atividades pro-dutivas e em títulos de renda fixa privados. É importante reiterar que, apesar de a crise em curso causar impactos imediatos na rentabilida-de dos investimentos, em função das características e da natureza das obrigações da Petros, abrem-se boas oportunidades nos segmentos de renda fixa e de renda variável.
em 2006, a Fundação informou publicamente ao mercado a deci-
Gri1.2
vestimentos 2009-2013 definiram que a partir de 2009 essa cartei-ra fosse incorporada pelas Cartei-ras de Seleção e Dividendos, pois também elas agora usam os mes-mos critérios de responsabilidade social, não havendo mais a neces-sidade de uma carteira específica com tal foco.
reduzir o risco dos investimentos, converter riscos potenciais em opor-tunidades de negócio e diminuir o custo do capital. Os requisitos de boa governança corporativa e de princí-pios de responsabilidade social são utilizados para estimular a melhoria da gestão e da segurança das empre-
sas onde a Fundação investe direta-mente ou por meio de instrumentos do mercado de capitais.
Por meio dos preceitos de gover-nança, a Petros, em conjunto com outros fundos de pensão, vem con-tribuindo com o aumento da trans-parência do mercado de capitais e
estimulando seu desenvolvimento. A atuação nesse sentido tem in-centivado importantes iniciativas pelas empresas, como publicação de balanços sociais, ampliação da participação dos funcionários na gestão das empresas, aproximação com a sociedade, maior proteção
B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 83 2
aos acionistas minoritários e pul-verização da propriedade, pro-piciando maior democratização do acesso ao mercado acionário.
A estratégia da Petros é, por-tanto, fomentar a melhoria das
práticas de governança corpora-tiva das empresas, principalmente naquelas em que exerce partici-pação no controle societário e na gestão. Essa estratégia incenti-va as empresas a aderir ao Novo
Mercado da Bovespa e amplia a participação dos acionistas mino-ritários nos órgãos deliberativos e fiscais das empresas.
Sob a ótica da Fundação, a me-lhoria das práticas de governança
corporativa aperfeiçoa as condições de gestão dos investimentos no lon-go prazo, viabilizando o aumento da liquidez das participações caso haja necessidade de venda para honrar compromissos atuariais.
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
2,8%5,6% 4,8% 4,1% 3,9% 2,9%
3,6% 3,7%3,8% 3,3% 2,7% 2,5%3,7% 3,1%
Renda fixa
Carteira de Participações Imobiliárias
Renda Variável
Operações com Participantes
71,1%63,5%66,9%
71,1%
75,4%
64,3% 63,0%
23,5%
28,1%20,7%
16,2%25,2%
30,0% 30,7%
GráFico 3: eVolução da distribuição da carteira de inVestimentos
Fonte: Petros – Gerência de Controle.Elaboração: Petros – Assessoria de Planejamento.
2. A parcela de renda variável dos anos de 2002, 2003 e 2004, aqui considerada, inclui os investimentos em infraestrutura que, à época, eram contabilizados em separado.
3.3 ComPoSição e deSemPenho da Carteira de inveStimentoS
os fundos de pensão são gran des investidores insti-tucionais que atuam deci-
sivamente na economia brasileira e mundial. Essas entidades adminis-tram vultoso capital, que é destinado ao processo produtivo e à construção da valorização financeira do capital. Dessa forma, o critério de seleção dos investimentos proporciona efeitos multiplicadores sobre a qualidade de vida e do emprego no Brasil.
Nos últimos seis anos houve rea-locação dos recursos dos planos ge-ridos pela Petros, que reestruturou a composição da carteira de inves-timentos e determinou a aplicação
de mais recursos em ativos do setor privado. A parcela dos investimentos aplicada em renda variável cresceu de 16,2%2 do total em 2002 para 23,4% em 2008, tendo atingido 30,7% em 2007, enquanto o percen-tual de títulos públicos, classificados como renda fixa, mostrou redução de 55,0% em 2002 para 41,0% em 2008 (gráfico 3).
A crise financeira instaurada em 2008 trouxe repercussão à distri-buição dos investimentos da Funda-ção. Apesar do incremento na alo-cação de recursos em renda variável iniciado em 2003 (gráfico 3), houve retração da participação dos inves-
timentos destinados a esta modali-dade ao final de 2008. Em contra-partida, observou-se, entre 2007 e 2008, um forte crescimento da participação do segmento de renda fixa, principalmente em títulos pú-blicos, títulos privados e fundos de investimentos. Essa mudança é ex-plicada pelo diferencial da rentabi-lidade das aplicações nos dois seg-mentos: desvalorização acentuada da carteira de ações e valorização das aplicações em renda fixa.
A carteira de investimentos da Petros atingiu, em dezembro de 2008, o valor de R$ 39,6 bilhões. Deste total, 31,4% (R$ 12,4 bilhões) adotava critérios de responsabilida-de social para seleção ou adminis-tração da carteira (tabela 1). Esta posição alcançada pela Petros está em linha com o movimento crescen-te dentro da sociedade que aponta para uma relação positiva entre a adoção de conceitos de responsabi-lidade social e a rentabilidade dos investimentos no longo prazo.
A Fundação conceitua como “Investimentos com responsabili-dade social” aqueles ativos que uti-lizam critérios de responsabilidade social tanto na seleção de novos investimentos como na administra-ção daqueles ativos que compõem a carteira de investimentos. Aliada a essa classificação são conside-rados, em todas as decisões de in-vestimento, os Princípios de Inves-timento Responsável (PRI, na sigla
em inglês) e os Princípios do Pacto Global, ambos da ONU.
A partir de 2007, a Fundação re-classificou parte dos investimentos alocados na carteira de participações imobiliárias que até então não con-sideravam critérios socialmente res-ponsáveis. A mudança na classificação desses investimentos é consequência do trabalho desenvolvido pela Petros com os gestores de fundos imobiliários e administradores de imóveis.
Através dos conselheiros em em-presas onde detém participação e da participação em comitês de investi-mentos, a Petros incentiva a incor-poração de critérios de responsabili-dade social nas empresas investidas. Assim, por meio desses mecanismos, a Fundação exerce influência direta sobre a prática pró-ativa da respon-sabilidade social.
É importante destacar que até 2003, os critérios de responsabilidade social não compunham a avaliação de investimentos realizada pela Petros. Dessa forma, dos ativos adquiridos à época, são considerados socialmente responsáveis apenas aqueles que uti-lizam responsabilidade social em seu gerenciamento.
As operações com participantes (empréstimos) se constituem um dos segmentos que compõem a carteira de investimentos da Petros. Até 2007, essas operações não eram considera-das como socialmente responsáveis. A partir de 2008 essas operações pas-saram a ser computadas como inves-
3 3B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 8
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Total PetrosReferencial Ponderado de Mercado
Meta Atuarial
24,1%
2,2%
18,6%20,0%20,4%24,2% 20,4%
12,6%
10,6%9,2%13,7%
17,6%17,7%
12,4%
19,1%17,3%
-3,1%
25,4%
16,2%
14,9%18,3%
GráFico 4: rentabilidade anual dos inVestimentos
Fonte: Petros – Gerência de Controle. Elaboração: Petros – Assessoria de Planejamento.
Griec1
timentos socialmente responsáveis. Adotou-se o entendimento que esses empréstimos possuem cunho social uma vez que oferecem aos partici-pantes de alguns planos de benefícios taxas menores em comparação àque-las vigentes no mercado. Essa altera-ção já está contemplada na tabela 1.
desempenho da carteira de investimentos
Conforme relatado, a crise fi-nanceira que atingiu o mercado em 2008 afetou fortemente os índices de remuneração dos investimentos da Petros. No ano de 2008, o valor
total da carteira atingiu R$ 39,6 bi-lhões. A rentabilidade acumulada do total dos investimentos da Fundação em 2008 foi de 2,2%, posicionando-se abaixo da meta atuarial (12,6%)3 estabelecida para o ano. O referen-cial ponderado de mercado4 regis-trou recuo de 3,1%, indicando que a Petros obteve um resultado superior ao atingido pela média do mercado. Além disso, as rentabilidades auferi-das pela Fundação nos últimos anos foram muito superiores à meta atu-arial, o que traz segurança no longo prazo para os planos de benefícios atravessarem a atual crise. (gráfico 4)
tabela 1: investimentos da petros com critérios de responsabilidade social
segmento
dez/07 dez/08
investimento c/ responsabilidade social [r$ mil]
% da carteira com responsabilidade
social
investimento c/ responsabilidade social [r$ mil]
% da carteira com responsabilidade
social
Carteira de participações
Ações em Participações 1.496.544 100,0% 4.929.063 100,0%
Fundos de Participações 3.833.267 99,7% 767.040 98,5%
Empresas de Financiamento de Projetos 24.828 8,2% 23.490 9,8%
Carteira de giro 5.738.361 100,0% 3.092.907 100,0%
Fundos de Ações de Mercado 22.087 7,6% 12.857 5,6%
total renda Variável 11.115.087 95,2% 8.825.357 95,2%
Títulos públicos - 0,0% - 0,0%
Ativos de renda fixa com risco privado
Debêntures simples 73.365 100,0% 74.128 100,0%
Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) 34.427 46,0% 29.640 38,8%
Letras hipotecárias - 0,0% - 0,0%
Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) - 0,0% - 0,0%
Fundos de Investimentos 682.137 7,0% 1.601.839 13,7%
Outros - 0,0% - 0,0%
total renda Fixa 789.929 3,3% 1.737.553 6,2%
Participações imobiliárias Imóveis 482.890 59,1% 584.485 72,9%
Fundos de Investimentos Imobiliário 99.739 51,9% 115.022 58,7%
Total Participações Imobiliárias 582.629 57,7% 699.507 70,1%
Empréstimos1 - 0,0% 1.153.469 100,0%
total operações com participantes - 0,0% 1.153.469 100,0%
total investimentos com critérios de responsabilidade social 12.487.645 32,8% 12.415.886 31,3%
Fonte: Petros – Assessoria de Planejamento de Investimentos Elaboração: Petros: Assessoria de Planejamento Observação: Em 2008 houve uma mudança na segregação da carteira de participações para fins gerenciais. Nota (1) Em 2008 houve uma mudança de critério na segregação da carteira de participações para fins gerenciais, na qual uma parte dos recursos que estava alocada em Fundos de Participações passou a fazer parte do segmento Ações em Participações. Nota (2): A parir de 2008 a Petros classificou os empréstimos como investimentos socialmente responsáveis.
3. A meta atuarial estabelecida pelo Conselho Deliberativo da Petros corresponde à taxa de variação do IPCA nos últimos 12 meses, mais 6% (6 pontos percentuais).4. O Referencial Ponderado de Mercado corresponde aos benchmarks de cada classe de ativos definidos nas políticas de investimentos da Petros, ponderados pelo valor alocado nestas classes.5. A NTN-B é um título público de rendimento igual à meta atuarial, recebido da Petrobras para saldar dívidas junto a Petros.
Griec1
B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 83 4
Outro fator positivo para as expec-tativas futuras são as estratégias, já delineadas, para aproveitamento de oportunidades abertas pela desvalo-rização de ativos no atual cenário de crise, conforme comentado anterior-mente.
A rentabilidade das carteiras de investimentos segregadas por pla-nos de benefícios apresentou di-ferentes retornos, justificada pela especificidade na composição da carteira de cada plano e pelo refle-xo da crise financeira na rentabili-dade dos ativos. No ano de 2008, a maioria dos planos de Contribuição Definida e Contribuição Variável teve todos os seus ativos alocados em renda fixa. Portanto, suas ren-tabilidades foram iguais (12,5%) ou bastante próximas à valorização dos ativos de renda fixa da carteira da Petros (tabela 2).
2007 2008
26,0%
48,6%
Petros Média Mercado (IDG)
10,6%
26,1%
GráFico 7: rentabilidade seGmento imobiliário
Fonte: Indicadores de Desempenho de Gestão - ABRAPP. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.Nota: 24 fundos participantes com patrimônio acima de R$ 1,0 bilhão em 26 de maio de 2009.
Fonte: Gerência de Controle Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento. Nota (1): A maioria dos planos de contribuição definida e contribuição variável possuem todos os ativos investidos em renda fixa. Estes planos são: Plano Repsol YPF, Plano Cachoeira Dourada, Plano Concepa, Plano PQU Previdência, Plano DBA, Plano Transpetro, Plano AleSAT, Plano IBP, Plano Triunfo Vida, Plano Simeprev, Plano CopesulPrev, Plano IBA, Plano de Previdência CulturaPrev, Plano SinMed/RJ, Plano Sanasa, Plano CROPrev, Plano Manguinhos, Plano FIEPEPrev, Plano CRAPrev, Plano TermoPrev. Os planos Transpetro e Sanasa obtiveram, respectivamente, rentabilidades de 12,6% e 13,0%.
tabela 2: rentabilidade dos planos de previdência administrados pela petros (%)
planos 2008
Plano Petros do Sistema Petrobras 2,3%
Plano Petros PQU 9,4%
Plano Petros BRASKEM 7,7%
Plano Petros Ultrafertil 9,4%
Plano Petros Copesul 1,0%
Plano Petros Petroflex 9,4%
Plano Petros Nitriflex 9,4%
Plano Petros 2 11,2%
Plano ANAPARPREV 6,8%
Plano ADUANAPREV 9,5%
Plano Unimed BH 5,6%
Plano Unimed Cooperado 5,5%
Plano PTAPREV 2,2%
Plano PREVITTEL 5,1%
Planos de contribuição definida e contribuição variável¹ 12,5%
A rentabilidade total da cartei-ra de renda fixa da Petros atingiu, 13,3% em 2008. Desconsiderando as NTN-Bs5, o resultado registrado foi 13,9%. Esse resultado é superior à rentabilidade média dos Fundos de Pensão que informaram seu de-sempenho aos Indicadores de Ges-tão (IDG) da ABRAPP (gráfico 5).
Apesar da carteira de renda va-riável ter encerrado o ano de 2008 com uma rentabilidade negativa de -25,0%, em função dos desdobra-mentos diretos da crise financei-ra neste segmento, o resultado foi pouco inferior à média de -24,7% obtida pelos fundos de pensão que informaram ao IDG (gráfico 6). A carteira de participações imobiliá-rias apresentou uma rentabilidade de 48,6%, posicionando-se bem acima da média de 26,1% atingida pelos fundos de pensão (gráfico 7).
2007 2008
-25,0%
Petros Média Mercado (IDG)
30,9%
-24,7%
55,9%
GráFico 6: rentabilidade renda VariáVel
Fonte: Indicadores de Desempenho de Gestão - ABRAPP. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.Nota: 29 fundos participantes com patrimônio acima de R$ 1,0 bilhão em 26 de maio de 2009.
2007 2008
11,6%13,3%
Petros Média Mercado (IDG)
9,1%7,0%
GráFico 5: rentabilidade renda Fixa
Fonte: Indicadores de Desempenho de Gestão - ABRAPP. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.Nota: 30 fundos participantes com patrimônio acima de R$ 1,0 bilhão em 26 de maio de 2009.
Griec1
Griec1
Griec1
3 5B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 8
acarteira de participações da Petros é composta por ativos com efetivo potencial de va-
lorização no longo prazo. Esses ativos estão subdivididos em participações diretas e indiretas em empresas, fun-dos de Private Equity, fundos de Ven-ture Capital e Empresas de Financia-mento de Projetos.
Nas empresas onde a participação se dá na modalidade de signatária de acordo de acionistas ou onde detém
Ao final de 2008, a carteira de participações da Petros (diretas e indiretas) registrou o valor de R$ 4,9 bilhões, correspondendo a aproximadamente 12,4% do total dos investimentos da Fundação. O valor das participações manteve-se constante em comparação com 2007. Contudo, o percentual em relação ao total dos investimentos mostrou relativa redução em função do crescimento dos mesmos.
Os rendimentos das carteiras de participações diretas e indiretas são avaliados mediante comparação com o IBrX 50 - índice de rentabi-lidade média das 50 ações mais ca-pitalizadas da BOVESPA. Em 2008, a rentabilidade dessas participações foi de -7,1%6. O valor realizado para essa carteira reflete os desdobra-mentos da crise financeira na ges-tão dos ativos da Fundação.
Os conselheiros indicados pela Petros desempenham papel impor-tante ao atuarem diretamente na gestão das empresas em que parti-cipa. Eles possibilitam maior capa-cidade da Fundação influenciar e avaliar práticas de boas práticas de governança e de responsabilidade social nessas empresas.
A aderência às boas práticas da governança corporativa e responsa-bilidade social por parte das empre-sas que compõem a carteira de par-ticipações é avaliada através de uma ferramenta cujos parâmetros princi-pais constam nas políticas de inves-timentos da Petros (quadros 3 e 4).
Melhores práticas de governança indicam o comprometimento com a maximização do retorno para os acionistas e dificulta ações que pos-sam prejudicar os acionistas minori-tários. Essas práticas repercutem no desempenho social e ambiental, e no desenvolvimento sustentável.
Fonte: Gerência de Controle. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.Nota: (1) Patrimônio líquido (2) Valor contábil
tabela 3: carteira de participações diretas
empresas "dez/08 [r$ milhões]" empresas "dez/08 [r$ milhões]"
Brasil Ecodisel ON 3,6 Inepar Energia PNA 2,8
Brasil Telecom Part ON 91,1 Inepar ON 1,4
Brasil Telecom Part PN 29,1 Invitel ON1 30,1
Brasil Telecom PN 4,5 Invitel Legacy ON 0,1
Braskem ON 16,5 Litel ON1 0,0
Braskem PNA 0,0 Litel PNA1 0,0
Coelce PNA 66,8 Lupatech ON 68,2
Coteminas ON 9,1 Newtel ON1 2,3
Coteminas PN 4,6 Paranapanema ON 97,6
Energia do Brasil ON 11,3 Perdigão ON 724,9
Estacionamento Cinelândia ON 5,7 Pq. Hopi Hari ON1 0,0
Eucatex PN 3,6 Pq. Hopi Hari PN1 0,0
Fras-le ON 30,3 Tele Norte Celular ON 0,0
GTD ON 1,0 Telebras PN2 0,1
GTD PN 0,9 Telebras Recibo PN2 7,6
Ideiasnet ON 9,1 Telemig Cel Part PN 1,8
Iguatemi ON 84,3 Telesp PN2 0,1
Inepar Energia ON 1,2
GriHr1
6. Em 2008 houve uma alteração no critério de segregação da carteira de participações da Petros: os recursos alocados anteriormente nos fundos de investimentos em empresas (participações indiretas) passaram a compor o segmento de ações em participações (participações diretas). Dessa forma, a rentabilidade informada é composta pela rentabilidade das participações diretas e indiretas.
3.4 Carteira de PartiCiPaçõeS
participação relevante, a Fundação indica conselheiros de administração e/ou conselheiros fiscais. Na grande maioria dos fundos de Private Equi-ty e Venture Capital, a Petros pos-sui representantes nos Comitês de Investimento. Além de possibilitar uma maior capacidade de avaliar e influenciar a adoção de práticas so-cialmente responsáveis, essa linha de atuação aperfeiçoa os mecanismos de governança corporativa.
3.4.1 participações em empresas
As participações em empresas são classificadas em diretas e indi-retas: as participações diretas se dão mediante aquisição de ações ordiná-rias, com direito a voto; as indiretas ocorrem através da propriedade de quotas de fundos de investimentos em empresas (tabelas 3 e 4). Ambas oferecem acesso aos conselhos deli-berativos e fiscais das empresas.
Fonte: Gerência de Controle. Elaboração: Petros – Assessoria de Planejamento. Nota (1): O fundo possui ações da empresa Litel, acionista da Vale. Nota (2): O fundo possui ações da empresa Bonaire, acionista da CPFL.Nota (3): O fundo possui ações da empresa Fiago, acionista da Telemar Participações, que por sua vez é acionista da Tele Norte Leste Part.
tabela 4: carteira de participações indiretas em dez/08
participações indiretas % no fundo [r$ milhões]
Carteira Ativa (Mellon) - FIA1 83,1% 3008,7
Energia SP I (Mellon) - FIP2 15,7% 568,7
FCF (Mellon) - FIA3 1,2% 42,0
GriHr1
GriHr1
B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 83 6
Quadro 3: critérios para avaliação da aderência às boas prática de Governança corporativa na carteira de participações em empresas
assunto tema indicador
PropriedadeTransparência quanto à distribuição acionária, Concentração e Influência dos Controladores e Acionistas, Volume de Ações em Circulação para Negociação.
AcionistasVotação e Assembleia Geral, Direito dos Acionistas, Proteção do Valor das Ações, Dispositivo de Quorum Qualificado para Matérias Específicas.
Conselho de Administração
Estrutura (tamanho, tempo de mandato e número de conselheiros independentes), Independência em relação à Diretoria Executiva (não acumulo de funções entre conselheiros e diretoria), Papel e Desempenho, Dispositivos que fortaleçam a participação de acionistas minoritários na eleição dos membros do CA (adoção de voto múltiplo).
Gestão / DiretoriaEstrutura e independência, relacionamentos (com acionistas, Conselho Fiscal, Conselho de Admin-istração, auditores e investidores, entre outros), Políticas de Remuneração e de Sucessão (diretoria e conselheiros), Responsabilidade e Prestação de Contas.
Conselho Fiscal, Comitê de Auditoria e Auditoria Externa.
Prestação de Contas, Conselho Fiscal Permanente "Turbinado" / Comitê de Auditoria, Critérios de Escolha dos Auditores Externos, Relatórios de Auditoria Externa.
Informações Públicas (Transparência)
Apresentação aos Analistas do Mercado de Ações, Publicação de Relatórios Sociais e Ambientais, Divulgação de Informações Relevantes, Qualidade das Informações Não-Financeiras, Listagem no Novo Mercado ou nos Níveis de Governança Corporativa da Bovespa, Canais de divulgação e qualidade das informações (acessibilidade à Diretoria de Relações com Investidores), Disponibiliza-ção de Manual para Participação de Acionistas nas Assembleias Gerais.
Fonte: Política de Investimentos 2008-2012 da Petros.
GriHr2
Quadro 4: critérios para avaliação da aderência à responsabilidade social na carteira de participações em empresas
assunto tema indicador
Valores e Transparência Compromissos Éticos, Relação com Concorrência, Balanço Social.
Público InternoGestão Participativa, Desenvolvimento Profissional, Saúde, Segurança e Condições de Trabalho, Plano Previdência e Preparação para a Aposentadoria, Demissões e Ações Trabalhistas, Relaciona-mento com Representantes dos Trabalhadores.
Meio AmbienteGestão do Impacto e Racionalização do Uso de Recursos, Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, Responsabilidades dos Executivos e Gerentes, Passivo ambiental ou Falta de Licenças.
Fornecedores Critérios de Seleção, Avaliação e Desenvolvimento de fornecedores.
ClientesPolítica de Comunicação Comercial e Atendimento, Conhecimento dos Danos Potenciais de Produ-tos e Serviços.
Governo e SociedadeAções Sociais, Voluntariado, Contribuições para Campanhas Políticas, Anticorrupção e Propina, Práticas de não Discriminação.
Fonte: Política de Investimentos 2008-2012 da Petros.
GriHr2
participantes e à sociedade sobre as ações de responsabilidade social das empresas. Além disso, possibili-ta ampliar a atuação dos conselhei-ros nas empresas onde a Fundação possui participação, o que contribui para fomentar a adoção de práticas
de responsabilidade social ao longo da cadeia produtiva.
No ano de 2008, a Petros enviou os questionários para as empre-sas que constituem a sua carteira de participações diretas e indiretas (quadro 5). As empresas da carteira
GriHr1Hr2ec9
Como forma de estimular e ava-liar a prática de ações socialmente responsáveis, desde 2003 a Petros adota o procedimento de enviar um questionário para as empresas as quais detém controle acionário ou possui participação relevante no
capital. O questionário é composto por perguntas sobre responsabili-dade social e foi elaborado seguin-do o modelo iBase.
Essa iniciativa mostra-se como um importante instrumento para a prestação de esclarecimentos aos
3.4.1 indicadores de responsabilidade social nas participações em empresas
3 7B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 8
de participações que responderam ao questionário representam 64,3% do total de solicitações efetuadas. As informações solicitadas são relativas aos investimentos sociais voltados para a própria empresa (internos), para a comunidade (externos) e para o meio ambiente (ambientais).
A partir dos dados recebidos, foram elaborados indicadores que relacionam as informações eco-nômicas com os investimentos so-ciais das empresas. A comparação entre as empresas, segundo suas práticas de responsabilidade so-cial, deve ser realizada entre aque-las que atuam nos mesmos setores econômicos respeitando, assim, suas especificidades.
tabela 5: dados de responsabilidade social das empresas que responderam ao questionário
empresas da carteira de participações em empresas da petros 2007 2008 Variação
dados econômicos (r$ milhões)
Ativo Total 221.013 288.065 30,3%
Receita Líquida 125.411 137.857 9,9%
Resultado Operacional 28.074 23.145 -17,6%
Folha de pagamento bruta 7.219 8.398 16,3%
Faturamento Bruto 123.441 135.892 10,1%
Tributos pagos 16.299 12.708 -22,0%
Investimentos (R$ milhões)
Investimentos sociais internos 2.663 2.855 7,2%
Investimentos sociais externos 446 46 -89,6%
Investimentos ambientais 1.233 376 -69,5%
Dados do corpo funcional
Empregados ao final do período 133.355 154.955 16,2%
Admissões durante o período 9.092 28.397 212,3%
Demissões durante o período 2.104 3.220 53,0%
Média de horas de treinamento por empregado 491 340 -30,7%
Prestadores de serviços 153.589 144.997 -5,6%
Estagiários 2.613 3.245 24,2%
Empregados acima de 45 anos 7.865 7.338 -6,7%
Mulheres 27.835 14.898 -46,5%
Negros 12.029 17.331 44,1%
Salário médio das mulheres (R$) 2.699 2.820 4,5%
Salário médio dos homens (R$) 3.317 3.419 3,1%
Salário médio dos negros (R$) 2.558 2.838 11,0%
Cargos de chefia ocupados por mulheres em média (%) 11,9% 11,8% -0,8%
Cargos de chefia ocupados por negros em média (%) 5,9% 4,9% -17,0%
Fonte: Empresas da carteira de participações permanentes.Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
Fonte: Empresas da carteira de participações permanentes.Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
Quadro 5: respostas ao questionário de responsabilidade social da petros
empresas solicitadas responderam: sim ou não
Braskem SIM
Coelce NÃO
Coteminas NÃO
CPFL Energia SIM
EDP Energia SIM
Fras-Le SIM
Hopi-Hari NÃO
Inepar NÃO
Invepar NÃO
Lupatech SIM
Paranapanema SIM
Perdigão SIM
Telemar/Oi SIM
Vale SIM
A consolidação das informa-ções das empresas que respon-deram ao questionário em 2008 é apresentada de modo agregado na tabela 5. É importante ressal-tar que a comparação dos valores divulgados entre os dois anos foi realizada considerando o mesmo grupo de empresas.
indicadores sociais internosOs indicadores sociais internos
são representados pelos benefícios que as empresas concedem à sua força de trabalho. Entre as empresas que responderam ao questionário em 2008, os benefícios concedidos totalizaram R$ 2,8 bilhões.
A relação entre Investimen-tos Sociais Internos (ISI) e a Folha de Pagamento Bruta (FPB) permite comparar a remuneração indireta com a remuneração fixa segregada por tipo de benefício (tabela 6). A razão entre o total de ISI e a FPB foi de, em média, 30,4% em 2008.
indicadores sociais externosOs indicadores sociais exter-
nos correspondem aos benefícios sociais concedidos à comunidade onde a empresa está inserida ou à sociedade. Considerando o grupo que respondeu ao questionário, a soma dos recursos destinados aos benefícios sociais externos totali-zou R$ 46,3 milhões em 2008. A relação entre os projetos nas áreas educação, saúde e cultura com a Receita Líquida (tabela 7) de cada empresa demonstra a proporção da receita que foi destinada à minimi-zação de riscos sociais no entorno da empresa.
É importante ressaltar que as empresas podem obter abatimentos fiscais com oferecimento de alguns benefícios especiais aos seus empre-gados ou à comunidade. Programas de alimentação dos trabalhadores, projetos culturais, obras cinemato-gráficas (audiovisuais), entre outros, possuem dedução fiscal.
B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 83 8
tabela 6: indicadores sociais internos em relação à Folha de pagamento bruta
empresas alimentação previdência privada
saúde e segurança do trabalho
educação e capacitação
participa-ção nos lucros
auxílio-creche
outros benefícios
total indicado-res sociais internos
informados
Braskem2007 5,8% 1,9% 7,9% 3,1% 28,4% 0,9% 10,9% 58,9%
2008 3,7% 3,0% 8,6% 1,5% 32,7% 0,8% 7,3% 57,5%
CPFL Energia2007 7,7% 5,5% 7,2% 2,6% 7,2% 0,2% 1,6% 32,0%
2008 8,0% 5,7% 7,3% 2,6% 7,7% 0,2% 1,4% 32,8%
EDP Energia2007 7,3% 8,2% 10,5% 1,7% 5,4% 0,1% 1,3% 34,6%
2008 8,0% 6,1% 10,9% 1,3% 8,4% 0,1% 1,3% 36,2%
Fras-le2007 2,5% 0,8% 7,6% 1,5% 6,3% 0,0% 1,0% 19,7%
2008 2,6% 1,1% 9,3% 1,6% 0,7% 0,0% 0,8% 16,1%
Lupatech2007 4,4% 0,0% 5,1% 0,7% 2,2% 0,0% 2,9% 15,4%
2008 5,0% 0,0% 4,7% 1,1% 7,7% 0,0% 1,7% 20,4%
Paranapanema2007 5,0% 1,6% 9,5% 1,0% 5,8% 0,1% 1,7% 24,6%
2008 5,0% 1,5% 8,6% 1,1% 6,0% 0,0% 7,0% 29,4%
Perdigão2007 4,3% 0,6% 2,1% 1,6% 3,1% 0,0% 3,2% 14,8%
2008 4,7% 0,4% 2,2% 1,3% 1,1% 0,1% 1,3% 11,0%
Vale2007 4,6% 10,0% 6,6% 3,0% 15,3% 0,0% 4,6% 44,1%
2008 6,9% 9,7% 6,7% 3,9% 12,4% nd nd 39,7%Fonte: Empresas da carteira de ações permanentes. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.Nota (1): nd - Não disponível
tabela 7: indicadores sociais externos em relação à receita líquida
empresas educação cultura saúde a saneamento outros
total indicadores sociais externos
informados
Braskem2007 0,01% 0,02% nd 0,03% 0,06%
2008 0,01% 0,02% nd 0,03% 0,06%
CPFL Energia2007 0,00% 0,15% 0,01% 0,02% 0,18%
2008 0,02% 0,11% 0,01% 0,04% 0,18%
EDP Energia2007 0,06% 0,08% 0,01% 0,04% 0,18%
2008 0,06% 0,06% 0,01% 0,04% 0,17%
Fras-le2007 0,00% 0,04% 0,00% 0,03% 0,07%
2008 0,00% 0,03% 0,00% 0,02% 0,05%
Lupatech2007 0,00% 0,00% 0,00% 0,01% 0,01%
2008 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
Paranapanema2007 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,01%
2008 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
Perdigão2007 0,01% 0,00% 0,00% 0,00% 0,01%
2008 0,01% 0,00% 0,00% 0,00% 0,01%
Telemar/Oi2007 nd nd nd 0,05% 0,05%
2008 nd nd nd 0,05% 0,05%
Vale2007 0,09% 0,09% 0,02% 0,43% 0,62%
2008 nd nd nd nd ndFonte: Empresas da carteira de ações permanentes. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.Nota (1): nd - Não disponível
3 9B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 8
GráFico 10 - Horas de treinamento por empreGado
Fonte: Empresas da carteira de ações permanentes. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
2008 2007
Vale
Perdigão
Paranapanema
Lupatech
Fras-le
CPFL Energia
Braskem
125
4037
2441
43
113102
9298
6785
indicadores ambientaisOs investimentos ambientais
realizados pelas empresas que responderam ao questionário al-cançaram, em valores nominais, R$ 376,3 milhões ao término de 2008, o que representa um acen-tuado decréscimo em comparação com o ano anterior. Grande par-te dos investimentos voltados ao
meio ambiente está diretamente ligada à atividade fim das empre-sas, contribuindo, portanto, para minimizar os impactos ambientais e estabelecer uma relação entre a estratégia e a responsabilidade social das empresas. O gráfico 8 apresenta a relação entre os inves-timentos ambientais e a Receita Líquida das empresas.
indicadores de emprego e trabalho
Ao final de 2008, as empresas que responderam ao questionário empregavam 155 mil pessoas e ti-nham uma Folha de Pagamento Bruta (FPB) de R$ 8,4 bilhões. Em comparação com 2007, o número de empregos dessas empresas cres-ceu 16,2% (tabela 8).
As empresas avaliadas através do questionário enviado totalizaram 145
mil prestadores de serviços em 2008, número próximo ao registrado no ano anterior. Além disso, foram calcula-dos as taxas de rotatividade (gráfico 9)7 e o percentual de terceirizados e de estagiários em relação ao número de empregados. (tabela 9)
Com relação a treinamento, as empresas participantes do ques-tionário registraram uma média de 56,6 horas de treinamento por em-pregado em 2008 (gráfico 10).
Fonte: Empresas da carteira de ações permanentes. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
tabela 8: Geração de emprego
empresas 2007 2008Braskem 3.427 4.802
CPFL Energia 7.176 7.119
EDP Energia 2.920 2.322
Fras-le 2.473 2.457
Lupatech 2.340 3.397
Paranapanema 3.288 2.378
Perdigão 44.752 59.008
Telemar/Oi 9.936 10.982
Vale 57.043 62.490
Total 133.355 154.955
Fonte: Empresas da carteira de ações permanentes. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
2008 2007
Vale
Perdigão
Paranapanema
Lupatech
Fras-le
EDP Energia
CPFL Energia
Braskem
1,4%
0,3%0,3%
2,8%4,5%
0,4%0,4%
0,8%1,1%
0,6%0,7%
1,8%0,7%
0,1%0,2%
GráFico 8: indicadores ambientais (% da receita lÍQuida)
7. A Lupatech recebeu o questionário de responsabilidade social somente em 2008 porque passou a compor a carteira de participações permanentes da Petros nesse ano. Portanto, não há disponível informações para calcular a rotatividade da empresa em 2007.
tabela 9: prestadores de serviços e estagiários
empresas% prestadores de serviços
em relação aos empregados% de estagiários em relação
aos empregados
2007 2008 2007 2008
Braskem 210,8% nd 6,5% 6,0%
CPFL Energia 75,4% 66,4% 2,2% 2,6%
EDP Energia 210,3% 183,7% 6,2% 6,4%
Fras-le 11,3% 10,6% 0,6% 0,4%
Lupatech 5,4% 3,4% 1,1% 0,8%
Paranapanema 55,3% 44,7% 4,1% 2,6%
Perdigão 10,2% 7,9% 0,7% 0,7%
Telemar/Oi 374,2% 425,2% 3,3% 5,8%
Vale 159,3% 133,1% 2,2% 2,4%Fonte: Empresas da carteira de ações permanentes. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento. Nota (1): nd - Não disponível
GráFico 9 - taxa de rotatiVidade de 2008
Fonte: Empresas da carteira de ações permanentes. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
23,7%
15,00%
5,99%
12,67%7,61%4,87%
33,63%
meksarB
aigrenE LFPC
aigrenE PDE
el-sarF
hcetapuL
20082007
amenapanaraP
oãgi dreP
9,18%
55,91%
14,61%
8,81%
B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 84 0
indicadores de perfil das populações específicas
Os indicadores de perfil das po-pulações relacionam o número total de empregados para as pessoas com idade superior a 45 anos, mulheres, negros e portadores de necessidades especiais (tabela 10). Ao término de 2008, 21,7% das vagas eram ocupa-das por pessoas acima de 45 anos, 15,7% mulheres, 15,2% negros e pardos e 2,3% portadores de neces-sidades especiais.
Para todas as empresas que res-ponderam ao questionário, o salário médio das mulheres é menor do que o dos homens e o salário médio dos negros é inferior ao das mulheres. (tabela 11). Em relação aos cargos de chefia ocupados por mulheres e negros, o percentual apresentado é baixo e indica menores rendimentos (tabela 12).
tabela 10: populações específicas (% em relação aos empregados)
empresasempregados acima
de 45 anos mulheres negros e pardos portadores de necessidades especiais
2007 2008 2007 2008 2007 2008 2007 2008
Braskem 32,1% 31,7% 17,9% 17,6% 37,7% 28,6% nd nd
CPFL Energia 25,6% 23,3% 16,3% 17,0% 7,7% 9,5% 2,7% 4,2%
EDP Energia 31,4% 35,3% 22,2% 23,0% 18,3% 15,7% 4,6% 3,8%
Fras-le 13,0% 14,5% 12,6% 13,5% 4,5% 4,4% 1,4% 0,9%
Lupatech 17,5% 15,5% 17,6% 16,6% 7,9% 5,9% 1,5% 1,5%
Paranapanema 25,9% 28,7% 8,9% 8,3% 13,9% 18,4% 1,9% 4,5%
Perdigão 5,4% 3,0% 37,8% 2,2% 19,9% 24,0% 0,8% 0,9%
Telemar/Oi nd nd 31,5% 33,5% nd nd 0,5% 0,6%
Vale nd nd 7,6% 10,0% nd nd nd nd
Fonte: Empresas da carteira de ações permanentes. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento. Nota (1): nd - Não disponível
tabela 11: composição salarial
empresassalário médio das
mulheres (r$)salário médio dos
homens (r$)salário médio dos negros
(r$)
2007 2008 2007 2008 2007 2008
Braskem 4.799 5.170 6.064 5.170 4.323 5.051
CPFL Energia 2.424 2.717 2.896 2.717 2.382 2.462
EDP Energia 2.949 3.359 3.303 3.359 2.214 2.604
Fras-le 1.429 1.421 1.641 1.421 1.312 1.235
Lupatech 1.891 1.436 2.679 1.436 nd nd
Paranapanema nd nd nd nd nd nd
Perdigão nd nd nd nd nd nd
Telemar/Oi nd nd nd nd nd nd
Vale nd nd nd nd nd nd
Fonte: Empresas da carteira de ações permanentes. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.Nota (1): nd - Não disponível tabela 12: participação mulheres e negros em cargos de chefia
empresas
cargos de chefia ocupados por mulheres (%)
cargos de chefia ocupados por negros (%)
2007 2008 2007 2008
Braskem 11,8% 12,0% 18,7% 15,6%
CPFL Energia 8,7% 10,1% 1,0% 0,6%
EDP Energia 22,2% 14,1% 4,1% 4,7%
Fras-le 6,5% 2,4% 4,3% 2,4%
Lupatech 8,0% 8,0% 1,0% 1,0%
Paranapanema 7,0% 10,0% 7,1% 3,2%
Perdigão 9,5% 14,3% 5,0% 6,8%
Telemar/Oi 24,0% 25,0% nd nd
Vale 9,0% 10,0% nd nd
Fonte: Empresas da carteira de ações permanentes. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento. Nota (1): nd - Não disponível
Amér
ico
Verm
elho
Reat
o Ve
lasc
o
4 1B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 8
GráFico 11 - distribuição Valor adicionado 2008
Fonte: Empresas da carteira de ações permanentes. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
Governo
Colaboradores
Acionistas
Terceiros
Retido
CPFL Energia
EDP Energia
Fras-le Lupatech Pranapanema Perdigão Telemar/Oi Vale
64,4% 69,0%
30,0%37,0%
20,0%30,9%
60,5%
12,0%
5,6%7,0%
35,0%
38,0%
17,0%
33,9%
16,4% 7,0%
4,0%
2,0%
2,0%
12,6%13,0%
27,0%25,0%
50,0%
33,8%28,6%
26,0%
11,0%
-0,6%
8,0%
36,0%
1,0%
12,0%
1,9%
13,0%
4,0% 4,0%0,9%
Quadro 6: informações relevantes quanto ao exercício da cidadania
empresas
responsabilidade social integra
o planejamento estratégico da
empresa?
produz um balanço social?
possui código de ética?
o código de ética é
disseminado pela organização?
sofreu autuações ambientais nos últimos anos?
na seleção de fornecedores são utilizados padrões de
responsabilidade social?
a empresa propicia
condições de igualdade entre terceirizados e
funcionários em relação a salários
e benefícios?
2007 2008 2007 2008 2007 2008 2007 2008 2007 2008 2007 2008 2007 2008
Braskem SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO SIM SIM NÃO NÃO
CPFL Energia SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM
EDP Energia SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO
Fras-le SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO SIM SIM NÃO NÃO
Lupatech SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO
Paranapanema SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO SIM SIM NÃO NÃO
Perdigão SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM
Telemar/Oi SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIMNão se aplica
Não se aplica
SIM SIM NÃO NÃO
Vale SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO
Fonte: Empresas da carteira de participações permanentes.Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
indicadores de exercício da cidadania e projetos
As perguntas qualitativas foram realizadas nos mesmos parâmetros em que a Petros fundamenta suas práticas de responsabilidade so-cial (quadro 6). Em relação ao ano anterior, das cinco empresas que responderam à pesquisa, três sofre-ram autuação ambiental em 2008. Além disso, a maioria das empresas informou que não propicia condi-ções de igualdade entre funcioná-rios e terceirizados em relação a benefícios e salários.
distribuição valor adicionadoO valor adicionado (V.A.) mensu-
ra a contribuição em termos mone-tários de uma empresa dentro de sua cadeia produtiva. De forma agregada o V.A. possibilita auferir a verdadeira distribuição da riqueza gerada pela empresa na economia onde está in-serida considerando não somente aspectos econômicos, como tam-bém sociais. Essa avaliação permite qualificar o desempenho da empresa informando o quanto de riqueza ge-rada é destinada a cada parcela da sociedade (gráfico 11).
Júpi
ter I
mag
es
B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 84 2
Os investimentos realizados pela Petros nos fundos de par-ticipações em empresas (Private Equity) e em empresas emergentes (Venture Capital) são destinados ao setor produtivo e apresentam retorno no longo prazo. Os fundos de Private Equity buscam apoiar empresas que estão em uma fase madura, mas necessitam de uma reestruturação para recuperar competitividade, enquanto os fun-dos de Venture Capital (fundos de investimentos em empresas emer-gentes) procuram empresas recen-tes no mercado que necessitam de capital para crescer. Dessa forma, o propósito do investimento nes-ses fundos é contribuir para o de-senvolvimento de empresas com alto potencial de crescimento e rentabilidade que ainda possuem baixa liquidez.
Os recursos investidos nas em-presas por intermédio de fundos de Private Equity e Venture Capital são um estímulo à inovação e ao em-preendedorismo, tendo como efeito direto a geração de emprego e ren-da, bem como o aperfeiçoamento do ambiente econômico e social. A iniciativa também estimula o forta-lecimento do mercado de capitais, formando sociedades anônimas comprometidas com práticas de governança corporativa e respon-sabilidade social.
Ao final de 2008, a Petros pos-suía R$ 736,7 milhões (1,9% da carteira de investimentos) alocados em Private Equity, destinados prin-cipalmente ao setor de infraestrutu-ra. Além disso, a Fundação já havia comprometido aproximadamente R$ 1,8 bilhão para esta modalidade de investimento (tabela 13).
Os investimentos em Venture Capital, por sua vez, somavam R$ 41,7 milhões em dezembro de 2008, correspondente a 0,11% da carteira de investimentos da Petros. Esses recursos são alocados nas empresas que possuem como principal objetivo inovar nos processos ou na criação de produtos e serviços (tabela 14).
A participação da Petros nesses fundos possibilita a diversificação das aplicações, otimizando a rela-ção entre risco e retorno da carteira de investimentos. Em um cenário de crise financeira, investimentos des-tinados a fundos de Private Equity e Venture Capital podem exercer um importante papel na proteção das empresas uma vez que estão focados no crescimento ou na reestruturação dessas empresas, além de possibilitar à Fundação boas rentabilidades após a recuperação do mercado financeiro.
A fim de mitigar o risco das operações, os investimentos em Private Equity e Venture Capital são realizados através de fundos de gestão terceirizada e em parceria com outros agentes financiadores, especialmente outros fundos de pensão. O critério de seleção dos gestores é exigente, e considera a estrutura de governança do fundo, o histórico do gestor e qualidade de sua equipe, a estratégia de investi-mento e desinvestimento, os riscos do ativo-alvo e sua estratégia de mitigação, entre outros.
O principal mecanismo para acompanhar o comprometimento do gestor com objetivos de longo prazo - tais como governança cor-porativa, responsabilidade social e rentabilidade - é a participação da Petros nos comitês de investimentos desses fundos.
3.4.2 participações em Fundos de priVate eQuity e Venture capital
Fonte: Petros - Gerência de Participações. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento. Notas: (1): Início do fundo em 25/07/2008. (2): Início do fundo em 29/10/2008. (3): Início do fundo em 11/12/2008. (4): Início do fundo em 26/12/2008.
tabela 13: Fundos de private equity petros em dezembro de 2008
"Fundos aprovados pela petros" setor / tema alvo do fundo
"Valor comprometido pela petros
[r$ milhões]"
"Valor investido [r$ milhões]" % petros no Fundo
Governaça e Gestão Governança 40,0 19,4 13,4%
Logistica Brasil FIP Logística 100,0 22,6 21,7%
Petróleo, Gás e Energia Óleo e Gás 20,0 13,6 20,0%
Dynamo Puma II Governança 51,4 10,6 25,0%
Infra Brasil FIP Infraestrutura 206,0 107,4 25,0%
Brasil Energia FIP Energia elétrica 185,0 121,1 25,0%
AG Angra FIP Infraestrutura 174,4 38,0 25,0%
Energia PCH Energia elétrica 49,8 53,3 19,8%
MAG Mineração 20,5 13,8 25,0%
PROT Agronegócio 367,0 257,1 25,0%
Brasil Mezanino Infraestrutura 80,0 0,3 20,7%
Governaça e Gestão II1 Governança 100,0 14,4 18,0%
Caixa Ambiental Saneamento e Meio - Ambiente 100,0 4,6 25,0%
BRZ ALL2 Logística 85,6 52,1 25,0%
BR Governança Corporativa3 Governança 150,0 7,4 25,0%
Global Equity4 Imobiliário 100,0 1,0 19,5%
Total Fundos de Private Equity 1.829,7 736,7 -
GriHr1
4 3B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 8
A Petros realiza investimentos em empresas financiadoras de pro-jetos através de títulos de renda fixa ou variável, que são emitidos por Sociedades de Propósito Específico (SPE). Essas sociedades são utiliza-das normalmente para isolar o risco financeiro do projeto desenvolvido protegendo a figura do acionista e,
em alguns casos, têm prazo de exis-tência pré-determinado.
O financiamento de projetos é estruturado por meio de Project Finance, com prazo operacional determinado, retorno esperado ajustado ao risco e garantias sig-nificativas suportadas pelo fluxo de caixa do projeto. Esse finan-
Os projetos de infraestrutura apresen-tam uma estrutura financeira com fluxo de caixa de longo prazo, compatível com o compromisso atuarial assumido pela Petros junto aos participantes dos planos de be-nefício que administra. Investimentos em infraestrutura contribuem também para o desenvolvimento sustentável do país, es-timulando a geração de renda e emprego. A Fundação tem como estratégia expandir continuamente os investimentos destinados ao financiamento dos projetos em infraes-trutura, desde que atendam aos critérios de rentabilidade, segurança, responsabilidade social e liquidez exigidos para todos os in-vestimentos.
A crise internacional abalou a confiança no sistema financeiro acarretando a retra-ção do mercado de capitais e do crédito.
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7
Como a Petros gera rentabilidade
investindo em infra-estrutura para
o desenvolvimento social brasileiro.
R e l a t ó r i o A n u a l 2 0 0 7
CRESCER
Fonte: Petros - Gerência de ParticipaçõesElaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
tabela 14: Fundos de Venture capital de petros em dezembro de 2008
Fundos mútuos de investimentos em empresas emergentes aprovados setor / tema alvo do fundo
"Valor compro-metido pela petros
[r$ milhões]"
"Valor investido [r$ milhões]"
% petros no Fundo
Investech IIInovação, TI, telecomunicações, ciências da vida e meio ambiente.
15,0 6,9 25,0%
CRP VI Inovação 15,0 4,1 23,6%
Stratus CV IIINovos materiais, meio-ambiente e biodiversidade
15,0 5,8 24,9%
Fipac Fármacos e serviços 25,0 1,3 24,6%
Empreendedor Brasil Empreendedorismo 40,0 22,4 20,0%
Fundotec II Inovação 15,0 0,8 19,1%
Jardim BotânicoGovernança, sustentabilidade, modelo de negócios atrativo
20,0 0,5 20,0%
Total Fundos Venture Capital 145,0 41,7 -
GriHr1
ciamento é utilizado preferencial-mente no setor de infraestrutura em função de haver uma entrada de receitas previsível. O risco da operação é avaliado por agências de rating como de baixo risco de crédito e a rentabilidade, em geral, é semelhante à renda fixa.
Os investimentos da Petros em
Empresas Financiadoras de Proje-tos totalizaram R$ 240,0 milhões em dezembro de 2008 (gráfico 12), e apresentaram uma rentabilidade 24,1% no ano. A carteira da Funda-ção nesta modalidade é composta por investimentos na área de ener-gia, realizados em parceria com a Petrobras e outros investidores.
3.4.3 empresas de Financiamento de proJetos
Nesse contexto, os investimentos em projetos de infraestrutura assumem papel ainda mais relevante na manutenção do desenvolvimen-to econômico sustentável do Brasil e na me-lhoria da renda para as comunidades e para a sociedade como um todo.
Os princípios básicos de governança cor-porativa, responsabilidade social e padrões elevados de ética utilizados nos projetos de investimento servem como mecanismos adi-cionais para minimização de possíveis impac-tos negativos, como riscos ambientais e so-ciais.
Os investimentos em infraestrutura são realizados por intermédio de instrumentos financeiros como quotas de Fundos de Inves-timento em Participações (tabela 13), ações e títulos privados emitidos por Sociedades de Propósito Específico (gráfico 12).
a petros e o investimento em projetos de infraestrutura
B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 84 4
Quadro 7: indicadores do ranking de responsabilidade social
indicador Fórmula
Indicador Social Interno (ISI) = Investimentos sociais internos/receita líquida
Indicador Social Externo (ISE) = Investimentos sociais externos/receita líquida
Indicador Ambiental (ISA) = Investimentos sociais ambientais/receitas líquidas
Indicador Tributos (IST) = Gasto tributos/receita líquida
Indicador Geral (ISG) = (Total investimentos + total gasto)/receita líquida
Fonte: Gerência de Operações de Mercado.Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
GriHr1
8. O Modelo iBase é um modelo de balanço social essencialmente quantitativo, o que permite comparações entre as empresas, e, portanto, permite a definição dos indicadores de responsabilidade social pela Petros na avaliação dos investimentos em empresas da carteira de giro.
3.5 Carteira de giro
3.6 fundoS de açõeS de merCado
os fundos de ações de mer-cado são administrados por gestores terceirizados. A
carteira é formada por ações que
possuem o objetivo de superar no longo prazo o IBX-50, índice utili-zado como benchmark para a ava-liação das ações.
GráFico 12 - empresas de Financiamento de proJetos
Fonte: Relatório de Atividades da Petros – Dezembro/08 Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
Clep
Termobahia
Nova Marlim
Albacora
54,2%
5,2%
30,9%9,8%
Clep
Termobahia
Nova Marlim
Albacora
54,2%
5,2%
30,9%9,8%
GriHr1
Ao final de 2008 a carteira de fundos de ações de mercado acu-mulava um patrimônio de R$ 230 milhões e registrou rentabilidade
negativa (-38,5%) no ano (Tabe-la 15). Mais uma vez, tal resultado é consequência da crise financeira internacional que abalou principal-
a carteira de giro da Petros é constituída por um conjunto de ações em empresas com
perspectiva de valorização no curto e médio prazo, ou seja, em um hori-zonte de 6 meses a 2 anos. O objeti-vo dessa aplicação é aproveitar boas oportunidades de investimento que possam trazer retornos rápidos, não havendo, assim, interesse na am-pliação da participação no controle acionário das empresas investidas. Em dezembro de 2008, a carteira de giro representava 7,8% dos recursos administrados pela Fundação, com um valor de R$ 3,1 bilhões.
Devido à instabilidade do merca-do de capitais proveniente da crise financeira internacional, a Petros reduziu, em 2008, os investimentos alocados na carteira de giro a fim de
não prejudicar a rentabilidade dos planos de benefícios que adminis-tra. Apesar da crise ter gerado uma desvalorização do mercado acioná-rio, surgiram boas oportunidades de investimentos, tanto em renda fixa como variável que podem ser aproveitadas, o que contribui para acelerar o processo de recuperação, recolocando a economia brasileira na trajetória de crescimento.
A partir de 2005, os investimen-tos da carteira de giro são destina-dos, preferencialmente, a empresas comprometidas com as práticas de responsabilidade social. Para veri-ficar quais empresas do IBX-50 se destacam em investimentos sociais é utilizado um conjunto de indica-dores (quadro 7) calculado com base nas informações publicadas em ba-lanços sociais no modelo iBase8.
Compondo a carteira de giro, a Petros possui uma subcarteira de responsabilidade social destinada à seleção apenas de ações de empre-sas comprometidas com a prática da responsabilidade social. Em 2008, a carteira responsabilidade social tota-lizou R$ 644,9 milhões e apresentou rentabilidade negativa de -41,9%. A redução dos investimentos nessa carteira, bem como a rentabilidade alcançada, refletem, conforme visto, os impactos da crise financeira nos resultados dos investimentos.
4 5B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 8
mente os investimentos alocados em renda variável.
O grau de incorporação de prin-cípios e práticas de responsabilida-de social pelas empresas é um dos principais critérios de análise que os gestores devem utilizar para seleção dos ativos a serem investidos. Fonte: Gerência de Controle.
Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
tabela 15: Fundos de ações de mercado em dezembro de 2008
Fundos Gestor do fundo "Valor [r$ milhões]"
IP Seleção I Investidor Profissional Administrador de Recursos 160,3
Excelência Social Banco Itaú 12,9
Fator Sinergia III Banco Fator 56,8
Total Fundos de Ações de Mercado 230,0
GriHr1
3.7 ativoS de renda fixa Com riSCo Privado
3.8 oPeraçõeS Com PartiCiPanteS
tabela 16: certificados de recebíveis imobiliários em dezembro de 2008
certificados de recebíveis imobiliários (cri) "Valor [r$ milhões]"
Hospital da Bahia 46,7
Cometa 14,4
Boa Viagem Medical 15,3
Total CRI 76,4
GriHr1
Fonte: Gerência de ControleElaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
a carteira de operações com participantes é composta por empréstimos concedidos a
participantes de planos de benefícios administrados pela Fundação. A con-cessão de microcrédito a taxas e pra-zos melhores em comparação ao mer-cado pode ser considerada uma ação de responsabilidade social, uma vez que incentiva a expansão do crédito a custo reduzido para os participantes.
Em dezembro de 2008, a cartei-ra de operações com participantes representava 2,9% do total de in-vestimentos (1,1 bilhão) e alcan-
os títulos privados são ins-trumentos financeiros que representam determinado
valor emitido por entidades pri-vadas. Ao final de 2008 o valor da carteira de títulos privados admi-nistrada pela Petros era de R$ 192,1 milhões, composta por ativos com lastro imobiliário e títulos emitidos por empresas abertas (debêntures
simples). Também nessa modalidade de aplicação, os aspectos de respon-sabilidade social são analisados pela Fundação quando da seleção desses instrumentos financeiros.
ativos de renda fixa com lastro imobiliário
A Petros tem adotado nos últi-mos anos a estratégia de investir
no setor imobiliário através de ins-trumentos do mercado de capitais. Para financiar esse setor, a prefe-rência é pela utilização de ativos de renda fixa com lastro imobili-ário. Os títulos e valores imobiliá-rios mais empregados são os Cer-tificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), Cédulas de Crédito Imobili-ário (CCI) e Letras Hipotecárias. A Fundação também investe no seg-mento por intermédio de fundos de direitos creditórios com lastro no setor imobiliário.
Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) somavam R$ 76,4 milhões em dezembro de 2008 e ob-tiveram uma rentabilidade de 21,4% no ano, apresentando um retorno
oposto à grande parte das modali-dades de investimentos (tabela 16).
Os investimentos no setor imo-biliário, além de oferecerem retor-no atraente para os participantes, ajudam a combater o déficit habi-tacional brasileiro e a acelerar o processo de crescimento econômi-co do País.
títulos privadosOs títulos privados são repre-
sentados pelas cédulas de crédito bancário e as debêntures simples, e podem ser emitidos por empresas abertas ou fechadas. Também aqui são analisados aspectos de respon-sabilidade social para selecionar tí-tulos privados.
çou rentabilidade de 14,8%. Foram concedidos em 2008 um total de 37.551 empréstimos, com um valor médio de R$ 17,9 mil por contrato. A maior parte dos empréstimos fo-ram contratados com prazo de pa-gamento de 72 prestações, sendo os participantes assistidos os que mais solicitaram o serviço.
Considerado como investimen-to de baixo risco pela Fundação, o participante identifica o emprés-timo como um serviço que agre-ga valor ao plano de previdência. É uma alternativa de crédito que
possui condições bastante diferen-ciadas e favoráveis ante as taxas praticadas pelo mercado finan-ceiro em geral. O requisito básico para ter direito ao empréstimo é ser participante ou beneficiário de planos administrados pela Petros com a modalidade prevista na Po-lítica de Investimentos.
Financiamento habitacionalEm função de convênios estabele-
cidos entre a Petros e as instituições financeiras, os participantes podem ter acesso ao financiamento habita-
cional com condições diferenciadas.A Petros deve celebrar em 2009
convênio de financiamento imobi-liário com o Banco do Brasil, ele-vando para oito a quantidade de instituições financeiras conveniadas com a Fundação para a concessão dessa modalidade de empréstimo (atualmente são Santander, HSBC, Citibank, Real, Bradesco, Itaú e Caixa Econômica Federal). Também deve ser implementado em 2009 o débito em conta corrente nas ope-rações realizadas com a Caixa Eco-nômica Federal.
B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 84 6
a consolidação da reestrutu-ração do plano petros do sistema petrobras e a pavi-
mentação de sua sustentabilidade.Em agosto de 2008 foi homo-
logado o termo de transação do acordo de obrigações recíprocas (aor), documento que formaliza os pontos negociados entre a Petrobras e as entidades representativas dos trabalhadores participantes para a reestruturação e equilíbrio susten-tável do Plano Petros do Sistema Petrobras. O acordo estabelece as obrigações da companhia e demais patrocinadoras do Plano.
Pela legislação vigente (Lei Com-plementar 108/01) as empresas estatais patrocinadoras de planos fechados de previdência comple-mentar só podem aportar contribui-ções normais ao plano em montante igual aos valores vertidos pelos par-ticipantes, para fins de manutenção do plano, cobertura de eventuais ne-cessidades atuariais provocadas por situações de desequilíbrio do plano ou mudança das premissas de sua es-trutura contributiva. A homologação judicial do Acordo de Obrigações Re-cíprocas - AOR, um acordo consen-
suado entre as partes (participantes e patrocinadoras), era condição es-sencial para viabilizar que as empre-sas patrocinadoras do Plano Petros fizessem os aportes decorrentes dos pontos negociados, sem contribuição dos participantes e dos aposentados.
As patrocinadoras do Plano Petros do Sistema Petrobras, en-tidades representativas de seus participantes e Petros assinaram, em 23/10/2008, os três Termos de Compromisso Financeiro que dis-ciplinam o valor e a forma do pa-gamento dos aportes negociados, no âmbito do AOR, para cobertura dos custos da introdução do Fator de Reajuste Inicial (“FAT”) e Fator de Correção (“FC”) no regulamento do Plano, da revisão do custo atuarial dos compromissos relativos ao Con-vênio “Pré-70” e da revisão do crité-rio de cálculo do valor do benefício de Suplementação de Pensão.
O valor total dos três termos, correspondente a R$ 5.734 milhões, já foi incorporado ao patrimônio do plano, permitindo, assim, sua con-dição de equilíbrio. O pagamento dessa quantia será efetuado em 20 anos, com parcelas semestrais de
juros, sendo os Termos “Pré-70” e “Diferença de Pensão” ajustados anualmente, na época da reavaliação atua-rial do plano.
Com a homologação do AOR, a Petros fez os ajustes necessários no regulamento do plano e o submeteu à apre-ciação do Departamento de Coor-denação e Controle das Empresas Estatais (DEST) do Governo Federal, que emitiu parecer favorável a seus novos termos. Posteriormente, o re-gulamento foi submetido à avaliação da Secretaria da Previdência Com-plementar (SPC), responsável pela regulação e fiscalização do segmen-to, que aprovou o documento.
a realização dessas etapas (ho-mologação judicial do aor, assina-tura dos termos de compromisso Financeiro, parecer favorável do dest e aprovação da spc) marca a consolidação, com sucesso, de um longo processo negociado de rees-truturação e equacionamento das condições de equilíbrio do plano petros do sistema petrobras, e pa-vimenta o caminho para sua sus-tentabilidade e perenidade.
Com a vigência do novo regula-mento, a Petros introduziu as altera-ções necessárias na gestão dos bene-fícios. O próximo passo da Entidade é implementar o Benefício Proporcional Opcional – BPO, que permitirá aos participantes do Plano Petros do Sis-tema Petrobras, por livre escolha, in-gressarem no Plano Petros-2 – PP-2 (também definido no AOR).
É importante destacar que a opção pelo bpo e pelo pp-2 será uma decisão livre e autônoma do participante, sem qualquer obriga-toriedade. esse caráter participativo e transparente é marca registrada de todo o processo de reestrutura-ção negociada do plano petros do sistema petrobras, implementada pelos dirigentes das empresas pa-trocinadoras, das entidades repre-sentativas dos trabalhadores e da petros, ao longo de todo o percurso.
geStão de Seguridade4
4.2 reCeitaS e deSPeSaS PrevidenCiáriaS e equiLíBrio téCniCo
ao final de 2008, a Petros era gestora de 34 planos de be-nefícios, sendo 7 patrocina-
dos da modalidade benefício defini-do, 16 patrocinados nas modalidades de contribuição definida (CD) e de
contribuição variável (CV) e 11 ins-tituídos. Cada plano é administrado resguardando sua autonomia e in-dependência patrimonial, financeira e contábil, com a segregação dos respectivos patrimônios, massas de
participantes e fluxos de contribui- ções e de pagamentos dos benefícios concedidos. A individualidade dos planos é expressa nos respectivos re-gulamentos, políticas de investimen-to e critérios de gestão de benefícios.
Como decorrência, a situação atuarial particular de cada plano é definida pela relação entre seus res-pectivos ativos garantidores e suas provisões matemáticas para paga-mento de benefícios futuros.
4.1 introdução
Revista
ano V • nº 52 • abril 2008
Portal: www.petros.com.br Atendimento: 0800-56 00 55 Ouvidoria: 21 2506-0855
Revista
ano V • nº 60 • dezembro 2008
Mala
Direta
Postal
9912187803/D
R-R
J
PE
TR
OS
CORREIOS
CORREIOS
Devolução
Garantida
Plano auto-sustentável
Aporte de R$ 5,6 bi garante perenidade do Plano
Petros; regulamento aprovado pela SPC permite
implantação do Acordo de Obrigações Recíprocas
Concurso | 16
Novo talento revelado no
evento literário; homenagem
a Abdias do NascimentoEntrevista | 14
Estratégia de investimentos
para blindar a Fundação da
crise fi nanceira mundialEncontro | 10
Confraternização em
Santos reúne mais de 200
aposentados e pensionistas
4 7B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 8
tabela 17: receitas e despesas previdenciais por plano administrado pela petros
planos"receitas previdenciais (2)
[em r$ mil] ""despesas previdenciais
[em r$ mil] "
2007 2008 2007 2008
planos patrocinados - tipo bd 1.195.581,8 1.017.091,6 2.396.461,0 2.198.375,9
Plano Petros do Sistema Petrobras 1.163.770,0 981.779,7 2.156.576,6 2.002.829,2
Plano Petros PQU BD 7.500,9 8.504,8 45.215,2 46.734,3
Plano Petros BRASKEM 1.479,4 1.680,4 28.247,2 29.657,6
Plano Petros ULTRAFERTIL 6.100,4 6.713,4 53.366,5 43.041,3
Plano Petros COPESUL 11.298,8 12.457,1 60.262,8 25.385,9
Plano Petros PETROFLEX 4.978,5 5.416,7 45.507,6 43.751,6
Plano Petros NITRIFLEX/DSM 453,8 539,5 7.285,1 6.976,0
planos patrocinados - tipo cd e cV 175.538,7 519.098,5 6.557,4 6.027,5
Plano Petros 2 (1) 141.911,4 477.678,3 105,1 2.171,7
Plano YPF 1.889,0 2.024,2 492,6 174,1
Plano Transpetro 14.672,1 19.072,3 3.214,8 1.030,2
Plano CONCEPA 20,4 19,1 32,1 1,4
Plano DBA 685,7 687,7 925,4 660,2
Plano CDSA 364,8 283,4 49,0 105,2
Plano ALESAT 636,2 1.227,9 203,4 544,7
Plano Triunfo 1.410,7 1.127,1 952,0 482,1
Plano IBP 329,8 379,1 9,2 10,5
Plano PQU CD 1.563,6 1.942,4 211,8 410,1
Plano Copesulprev 2.479,5 2.874,7 62,7 94,3
Plano Manguinhos 356,9 1.294,3 27,8 8,6
Plano FIEPPREV-PE 1.845,5 2.091,3 125,5 155,6
Plano Termoprev 72,2 59,9 0,0 9,5
Plano Sanasa 7.300,9 7.614,8 146,0 169,2
Plano PTAPREV - 721,9 - -
planos instituídos - tipo cd 2.528,2 56.683,5 93,8 384,0
Plano IBAPREV 698,9 1.133,1 0,3 59,8
Plano SIMEPREV 119,7 151,0 62,1 69,7
Plano SINMED/RJ 104,7 257,3 10,3 4,2
Plano CULTURAPREV 664,2 915,7 14,3 127,8
Plano CROPREV 750,2 856,2 5,0 92,9
Plano CRAPREV 190,5 314,3 1,8 26,0
Plano ADUANAPREV - 960,9 - 0,0
Plano ANAPARPREV - 35,5 - 0,0
Plano UNIMED/BH - 50.344,6 - 0,0
Plano UNIMED/BH - COOPERADO - 1.704,2 - 0,0
Plano PREVITTEL - 10,7 - 3,6
total petros 1.373.648,7 1.592.873,6 2.403.112,2 2.204.787,4
Fonte: Petros - Gerência de Controle Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento Observação: Modalidades dos planos - Benefício Definido (BD); Contribuição Definida (CD): Contribuição Variável (CV) Notas: (1) Implantado em julho de 2007 (2) Foi excluído das receitas previdenciais em 2008 o valor de R$ 5.734.046 mil, referente aos três Termos de Compromisso Financeiros decorrentes do Acordo de Obrigações Recíprocas AOR).
Griec1 ec3
Cada plano possui situação atu-arial própria, sem relação com a dos demais planos. O desequilíbrio téc-nico (deficitário ou superavitário) de um deles não é compensado nem compensa o dos demais.
4.2.1 receitas e despesas preVidenciais
A receita previdencial consolida-da consiste no somatório das con-tribuições efetivamente recebidas dos participantes, das patrocinado-ras e dos instituidores de todos os planos que a Fundação administra. Esse valor consolidado é indicador da dimensão do fluxo de recursos que ingressou na Fundação no ano. As contribuições de participantes e patrocinadoras aos planos geridos pela Petros somaram R$ 1,6 bilhão em 2008, representando um acrésci-mo de R$ 219,2 milhões (16,0%) em relação ao verificado em 2007. Esse acréscimo resulta, principalmente, do aumento na receita de contribui-ções do PP2 (inclusive serviço passa-do), decorrente da operação do plano durante todo o ano de 2008 (contra apenas seis meses em 2007) e da adesão de novos planos instituídos.
A despesa previdencial anual consolidada é o somatório dos valo-res dos benefícios em manutenção e dos concedidos no ano aos par-ticipantes assistidos e beneficiários de pensão de todos os planos que a Petros administra. Esse valor é um indicador da dimensão do montante dos benefícios pagos pela Entidade no ano, que foi de R$ 2,20 bilhões em 2008, 8,3% inferior ao verifica-do em 2007 (tabela 17).
Todos os planos são adminis-trados pela Petros por uma mesma infraestrutura de material e de pes-soal. Todos são geridos com a plena observância das normas e determi-nações dos órgãos reguladores do segmento: Conselho de Gestão da Previdência Complementar (CGPC), Secretaria de Previdência Comple-
B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 84 8
mentar (SPC) e Conselho Monetário Nacional (CMN).
O Plano Petros do Sistema Petro-bras, da modalidade BD, é o principal plano administrado pela Fundação e vinha registrando ao longo dos últi-mos anos situação atuarial desequi-librada. Após a revisão das premissas atuariais do plano no final de 2004, seu déficit atuarial atingiu R$ 5,2 bi-lhões. Com o objetivo de superar essa situação desfavorável, foram imple-mentadas, nos últimos anos, ações direcionadas ao equacionamento do desequilíbrio atuarial, com a elimi-nação de fatores estruturais que o provocaram. A elevada rentabilidade
obtida com a gestão dos ativos ga-rantidores dos benefícios entre 2004 e 2007 superou largamente a meta atuarial do Plano, atuando na mesma direção e propiciando uma significa-tiva redução do déficit técnico, que atingiu R$ 2,5 bilhões ao final do pe-ríodo de quatro anos.
O desempenho negativo dos mer-cados de valores, decorrente da crise financeira e econômica mundial em 2008 - fortemente agravada desde setembro - teve expressivo impacto na rentabilidade dos investimentos no ano. Como consequência, o re-sultado do Plano foi afetado nega-tivamente, elevando novamente seu
déficit técnico ao final do ano, mas em intensidade mais suave.
Não obstante a ampliação ne-gativa de seu desequilíbrio técnico, ao longo de 2008, o Plano Petros do Sistema Petrobras encerrou o ano em situação atuarial equilibrada. A homologação na Justiça do AOR e a aprovação do regulamento ajusta-do aos dispositivos daquele acordo viabilizaram o equacionamento de-finitivo das condições de equilíbrio e sustentabilidade do plano. O re-ferido acordo se concretizou com o efetivo repasse dos valores previstos nos Termos de Compromisso Finan-ceiro do AOR, com as alterações no
regulamento do plano e com a im-plementação do PP-2.
A tabela 18, a seguir, mostra os números que evidenciam o equi-líbrio técnico por plano adminis-trado pela Petros em dezembro de 2008, com discriminação de seu patrimônio líquido e suas provisões matemáticas. O Plano Petros Cope-sul é o único que apresentou défi-cit técnico ao final do ano, sem, no entanto, exigir de imediato a ado-ção de medidas de ajuste. A expec-tativa de recuperação patrimonial pós-crise, esperada para o presente exercício, possibilita antever a re-versão desse resultado.
GráFico 13 - distribuição do público atendido em 2008
GráFico 14 - distribuição por canal de atendimento em 2008
Fonte: Petros – Gerência de Operações. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
Fonte: Petros – Gerência de Operações. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
221.330
71.932
40.781
9.274
36.847
88
522
9.365
1
2.443
17.074
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Aposentados
Pensionistas
Ativos
Pensionadas
Não Participantes
Plano Petros Novos Planos PP2
4.466
206.329
3.636
16.251
33.855
22.008
80.907
876
57
12703
86
1380
358
562
4.669
16.736
66
1.102
4.669
0% 20% 40% 60% 80% 100%
On-line
Central de Atendimento
Correspondência
Pessoal
Telefônico
URA
Plano Petros Novos Planos PP2
Gripr5
Gripr5
4.3 atendimento
no ano de 2008 os diversos ca-nais de atendimento da Pe-tros receberam 406.141 de-
mandas por consultas, como pedidos de benefícios, esclarecimentos de dú-vidas e consultas sobre empréstimos.
O volume de solicitações (33.845 ao mês, em média) é 24,6% inferior ao registrado em 2007. Essa dife-rença é explicada, principalmente, pela forte redução nas demandas relacionadas à repactuação e ao Plano Petros-2, que ocorreram com maior intensidade nos anos de 2006 e 2007, período em que se negocia-vam os termos da repactuação. Para suportar esse aumento de demanda, a Central de Atendimento funcio-nou até julho/2007 com reforço da estrutura interna, por meio de con-tratação serviço externo.
Os participantes assistidos (apo-sentados e pensionistas) foram res-ponsáveis por 71,6% das solicitações dirigidas e respondidas pelos canais de atendimento da Petros. Os par-ticipantes ativos responderam por 16,4% das consultas (gráfico 13).
Os participantes têm acesso aos serviços prestados pela Petros atra-vés de diversos canais de comunica-
ção, o que favorece maior agilidade e capacidade de recepção e respos-ta das demandas encaminhadas à Fundação. O atendimento realizado pela Petros, em sua sede, no Rio de Janeiro, e nos Postos de Santos e Salvador, são descentralizados por tipo de plano: Plano Petros do Sis-tema Petrobras e empresas privadas (modalidade BD), Novos Planos pa-trocinados e instituídos e Plano Pe-tros-2 (gráfico 14).
A Central de Atendimento teve sua capacidade expandida em cer-ca de 40% em setembro de 2007, tendo em vista o aumento da po-pulação de participantes dos planos geridos pela Petros, em especial em função do PP-2 e dos planos ins-tituídos. A Central de Atendimento presta serviço de forma persona-lizada em horário comercial (das 8:00 às 19:00 horas) nos dias úteis e recebe chamadas gratuitas de todo o país. Principal canal de comuni-cação da Petros para atendimento a demandas e consultas, especial-mente dos participantes, essa mo-dalidade respondeu, em 2008, por 58,1% de todos dos atendimentos realizados pela Fundação.
4 9B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 8
tabela 18: equilíbrio técnico por plano administrado pela petros
planos
2007 2008
"patrimônio líquido (a) [r$ mil]"
"provisões matemáticas (b)
[r$ mil]"
"indicador de equilíbrio
técnico (a/b)"
"patrimônio líquido (a) [r$ mil]"
"provisões matemáticas (b)
[r$ mil]"
"indicador de equilíbrio
técnico (a/b)"
planos patrocinados - tipo bd 37.651.431,0 39.444.840,0 1,0 43.117.556,2 42.384.240,6 1,0
Plano Petros do Sistema Petrobras 34.195.201,0 36.712.055,0 0,9 39.575.320,3 39.423.025,8 1,0
Plano Petros Braskem 513.262,0 368.665,0 1,4 498.711,3 401.571,4 1,2
Plano Petros Copesul 495.765,0 502.567,0 1,0 485.530,0 557.691,0 0,9
Plano Petros Nitriflex 120.176,0 81.208,0 1,5 124.977,8 85.934,2 1,5
Plano Petros Petroflex 809.456,0 557.113,0 1,5 847.366,8 584.654,8 1,4
Plano Petros PQU 804.824,0 630.952,0 1,3 842.261,9 699.940,5 1,2
Plano Petros Ultrafértil 712.747,0 592.280,0 1,2 743.388,1 631.423,0 1,2
planos patrocinados - tipo cd e cV 266.906,0 237.141,0 1,1 820.003,0 710.281,0 1,1
Plano Petros-2 138.702,0 122.427,0 1,1 638.485,1 550.127,1 1,2
Plano AleSAT 1.882,0 1.882,0 1,0 2.801,6 2.616,0 1,1
Plano Cachoeira Dourada 2.553,0 2.553,0 1,0 3.042,9 2.918,9 1,0
Plano Concepa 205,0 205,0 1,0 249,2 136,2 1,8
Plano Copesul Prev 7.833,0 7.733,0 1,0 11.568,2 11.434,5 1,0
Plano DBA 10.273,0 6.937,0 1,5 11.617,9 7.272,9 1,6
Plano FIEPEPrev 3.430,0 2.917,0 1,2 5.769,5 5.011,6 1,2
Plano IBP 1.784,0 1.784,0 1,0 2.372,7 2.344,4 1,0
Plano Manguinhos 955,0 807,0 1,2 2.421,1 2.248,6 1,1
Plano PQU Previdência 6.882,0 6.456,0 1,1 9.232,8 7.373,3 1,3
Plano Ptaprev - - - 695,2 695,2 -
Plano Repsol YPF 9.435,0 9.435,0 1,0 12.433,7 11.621,7 1,1
Plano Sanasa 19.812,0 11.953,0 1,7 29.632,1 19.206,9 1,5
Plano TermoPrev 93,0 93,0 1,0 154,2 144,0 1,1
Plano Transpetro 52.894,0 52.894,0 1,0 77.418,3 75.980,7 1,0
Plano Triunfo Vida 10.173,0 9.065,0 1,1 12.108,3 11.149,1 1,1
planos instituídos - tipo cd 4.648,0 4.648,0 1,0 61.627,6 61.627,6 1,1
Plano CRAPrev 222,0 222,0 1,0 536,8 536,8 1,0
Plano CROPrev 1.446,0 1.446,0 1,0 2.382,3 2.382,3 1,0
Plano CulturaPrev 770,0 770,0 1,0 1.671,2 1.671,2 1,0
Plano IBAPrev 1.674,0 1.674,0 1,0 2.950,3 2.950,3 1,0
Plano SimePrev 305,0 305,0 1,0 421,8 421,8 1,0
Plano SinMed-RJ 231,0 231,0 1,0 513,3 513,3 1,0
Plano Aduanaprev - - - 985,9 985,9 -
Plano Anapar - - - 34,6 34,6 -
Plano Previttel - - - 10,3 10,3 -
Plano Unimed/BH - - - 50.491,1 50.491,1 -
Plano Unimed/Cooperado - - - 1.630,1 1.630,1 -
operações administrativas 923.726,0 - - 995.725,6 0,0 -
total petros 38.846.711,0 39.686.629,0 - 44.994.912,5 43.156.149,3 -
Fonte: Petros - Gerência de Controle Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
Griec3
B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 85 0
Participação dos demais canais de comunicação no atendimento em 2008:• Atendimento pessoal: 8,1%;• Atendimento telefônico: 5,1%;• Unidade de Resposta Audível – URA: 18,6%;• Outros (e-mail, correspondência, on-line): 7,3%.
O volume de atendimentos da Central de Atendimento em 2008 foi cerca de 30% inferior ao ano anterior. Essa expressiva redução, provavelmente teve como principal causa a conclusão, em 2007, dos processos de repactuação e de im-plantação do PP-2.
A quantidade de pendências ge-radas9, não obstante a redução nos atendimentos, aumentou em 2008. Foi verificada, em decorrência, ligei-ra redução da eficiência10 de 98,0% para 96,6% na Central de Atendi-mento (gráfico 15).
No ano passado o tempo médio de espera nas ligações foi de 1 min e 36s, quase 1 minuto a menos que o ocorrido em 2007. No entanto, o tempo médio de espera para atendi-mento no ano de 2008 foi de 1 min
e 36s, quase 1 minuto a menos que o ocorrido em 2007, o que favoreceu aumento no nível de serviço da Cen-tral de Atendimento (gráfico 16).
Os principais assuntos tratados pelo setor de atendimento em 2008 foram os “empréstimos simples” (31,1% do total das demandas), cadastro (14,9%) Benefícios Petros (10,8%) e meios de comunicação (10,0%). Os demais assuntos em conjunto correspondem a 33,3% do total das demandas (gráfico 17).
Os “Representantes Petros”, nos Planos Petros modalidade BD e no PP-2, e os consultores, nos demais planos, prestam atendimento direto aos participantes ativos. Emprega-dos das patrocinadoras e instituido-ras, eles atuam no esclarecimento de aspectos dos regulamentos, van-tagens e limites dos planos de bene-fícios. Seu trabalho integra o siste-ma de atendimento da Petros. Esses trabalhadores são treinados para o exercício de suas tarefas e atualiza-dos sobre as condições e alterações no regulamento e na gestão do pla-no de benefícios.
GráFico 17 - principais assuntos dos atendimentos do plano petros em 2008
Fonte: Petros – Gerência de Operações. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
1917313779
27818
12417 11747
32107 34885
48022
100140
1353322314
quan
tida
de
Contracheque ContrachequeServiços de URA Pagamento de BenefíciosImposto de Renda Benefício INSSMeios de Comunicação Benefícios PetrosCadastro RepactuaçãoEmpréstimo Simples
Gripr5
GráFico 16 - nÍVeis de serViço
Fonte: Petros – Gerência de Operações. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
89,2%
90,7%
88,0%
88,5%
89,0%
89,5%
90,0%
90,5%
91,0%
2007 2008
2007
2008
Gripr5
Gripr1
Fonte: Petros – Gerência de Operações. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
GráFico 15 - central de atendimento (eVolução e eFiciência)
348866244759
6.852 8.231
98,0%96,6%
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
300.000
350.000
400.000
2007 20080
0,3
0,6
0,9
Total Atendimentos Pendências Geradas 1Eficiencia 2
Gripr5
9. São consideradas pendências geradas as que não foram resolvidas no 1º atendimento. 10. Eficiência= (Atendimentos – pendências)/Atendimentos.
4.3.1 atendimento social aos participantes
A Petros promove ações social-mente responsáveis oferecendo aos participantes e beneficiários um atendimento social na Sede e no Posto Salvador.
O atendimento social da Fun-dação, prestado por assistentes so-ciais, tem como propósito de ação atender a aposentados e pensio-nistas em demandas econômicas, previdenciárias, familiares, de fale-cimento, entre outras. São conside-rados também interesses diversos e opiniões que surgem nas entrevistas sobre temas atuais em debate, como o envelhecimento, por exemplo.
Em 2008, foram realizados 5.398
atendimentos, por meio de entrevis-tas, cartas, visitas hospitalares e do-miciliares. Aparece com frequência nos diálogos desenvolvidos, o peso que os idosos representam para a família em função do crescente agravamento de suas condições de saúde, além da precariedade da se-gurança social à sua disposição.
No ano, a principal demanda identificada se deu por pedidos de suspensão do pagamento das pres-tações de empréstimos, em situa-ções de saúde, calamidade e aciden-te. Essa incidência ocorre em virtude do fato do perfil predominante do público alvo ser de participantes
5 1B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 8
assistidos, que requerem cuidados especiais para a preservação e me-lhora de sua qualidade de vida.
Constitui prática importante do atendimento social a atuação na identificação dos reais problemas e das possibilidades de sua resolução, através de ações voltadas para a re-versão de situações de comprometi-mento das condições de vida dos mais idosos. É uma contribuição ao desen-volvimento econômico e ao bem-es-tar das pessoas, objetivando um futu-ro mais saudável e próspero para elas.
O compromisso do atendimento social com a consequente melhoria
tabela 19: distribuição dos participantes por plano
planos modalidade¹2007 2008
ativos assistidos total ativos assistidos total
Plano Petros - Sistema Petrobras BD 32.150 48.097 80.247 31.719 48.214 79.933
Plano Petros-2 CV 21.129 0 21.129 26.250 16 26.266
Planos Petros - Privatizadas BD 1.868 5.595 7.463 1.756 5.659 7.415
Novos planos patrocinados CD ou CV 7.262 39 7.301 7.887 50 7.937
Planos Instituídos CD 1.201 0 1.201 7.081 1 7.082
total 63.610 53.731 117.341 74.693 53.940 128.633Fonte: Petros - Gerência de Operações. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento. Nota (1): BD - Benefício Definido CD - Contribuição Definida CV - Contribuição Variável
das condições de vida dos partici-pantes, contribui com a superação, ainda que parcial, de suas disfunções de saúde e até econômicas. Por outro lado, essa modalidade de atendimen-to busca na comunidade alternativas de recursos, tais como: descontos em farmácias, gratuidade de medica-mentos para portadores de doenças graves, instituições para tratar de de-pendência química, centros de aten-dimento psicossocial, clínicas geriá-tricas, casas de repouso, Defensoria Pública e Juizado Especial Cível. Além disso, faz a intermediação do setor de empréstimo pessoal do Plano Petros,
Gripr1
Gri2.7
facilitando novos financiamentos ou renegociando os já contratados.
Em parceria com as Patrocina-doras Petrobras e BR Distribuidora, a Petros participa do Programa de Preparo para a Aposentadoria (PPA). As assistentes sociais ministram pa-lestras sobre a Fundação, seus pro-dutos e serviços, onde é destacada a importância das pessoas que vão se aposentar cultivarem boas relações afetivas, permanecerem intelectu-almente ativas, construir amizades e planejar o seu tempo.
O envelhecimento da socieda-de, com aumento da expectativa de
vida, amplia os desafios para a vida durante a aposentadoria. É neces-sário observar esse novo contexto social para configurar e entender as questões referentes às modificações dele decorrentes.
O atendimento social da Petros procura contribuir nesse processo de mudanças das condições de vida dos participantes, apontando para a importância de novos projetos pes-soais e desenvolvendo atividades pró-ativas que os ajudem a assumir cada vez mais seu novo papel como sujeito participativo na sociedade, e na condução da própria vida pessoal.
4.4 PLanoS adminiStradoS PeLa PetroS
a Petros encerrou o ano de 2008 administrando 34 pla-nos de benefícios, sendo 23
patrocinados e 11 instituídos. No ano, a Fundação passou a gerir 6 no-vos planos (um patrocinado e cinco instituídos) e incorporou cinco no-vas patrocinadoras (três no PP-2) e quatro novos instituidores. Cada um dos planos possui características próprias, em função da quantidade de participantes e das especificida-des de seus regulamentos. Neste tó-pico, eles são agrupados de acordo com o tipo de patrocínio e modali-dade de cada um.
No final de 2008, a cobertura pre-videnciária dos planos geridos pela Petros alcançou um total de 128,6 mil participantes (74,7 mil ativos e 53,9 mil assistidos), um aumento de 9,6% em relação a 2007. Essa variação po-sitiva resulta, fundamentalmente, do acréscimo de novos participantes: 5,9 mil nos planos instituídos (acréscimo de 490% em relação a 2007) e de 5,1 mil no PP-2 (24% em relação a 2007). Os novos planos patrocinados regis-traram, em conjunto, aumento mo-derado em 2008 (8,7%), enquanto os Planos Petros do Sistema Petrobras e das empresas privatizadas apresenta-
ram ligeiro recuo no número de parti-cipantes (tabela 19).
Essa evolução positiva, portanto, ocorreu nos planos abertos admi-nistrados pela Petros (planos pa-trocinados e os planos instituídos, modalidades CD e CV, inclusive o PP-2), que mostraram um aumento de 37,6% no número de participan-tes entre 2007 e 2008. Esse desem-penho supera em mais de três vezes a meta de 11%, fixada para o ano de 2008 para o objetivo estratégico “aumentar o número de participan-tes dos planos abertos administra-dos pela Petros”.
concessão de benefíciosEm 2008, os planos administra-
dos pela Petros despenderam com o pagamento de benefícios R$ 2,06 bilhões, valor 4,1% superior ao de 2007. Os gastos com aposentadorias foram equivalentes a 87,2% do total, sendo 66,2% com as aposentadorias por tempo de serviço (tabela 20).
Foram concedidos 2.267 bene-fícios em 2008, quantidade supe-rior em 1,2% à registrada em 2007. No mesmo período, a concessão de aposentadorias registrou expressivo incremento de 21,7%, que foi contra-balançado pela redução de 4,2% nas pensões e 7,7% nos pecúlios. As apo-sentadorias e pensões, em conjunto, corresponderam a 66% dos benefí-cios concedidos em 2008 (gráfico 18).
em dezembro de 2008 o va-lor médio da suplementação de aposentadoria paga pelos planos petros, modalidade benefício de-finido, era de r$ 3.510,05, corres-pondendo a 68,2% da renda média total de aposentadoria (suplemen-tação petros + benefício inss), e superior em 8,8% à suplementa-ção média no final do ano ante-
B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 85 2
rior. o benefício era percebido por 40.489 participantes aposentados em 2008, e por 40.602 em 2007.
A suplementação de aposentado-ria paga pela Petros, em função do seu valor e pelo contingente de pes-soas beneficiadas, preserva a qualida-de de vida dos participantes e contri-bui para manter o nível da demanda agregada e, consequentemente, o rit-mo da atividade econômica.
A gestão participativa, a trans-parência, a ética, o respeito aos di-reitos dos participantes e as ações
GráFico 19 - plano petros patrocinados pelos sistema petrobras
Fonte: Petros – Gerência de Controle. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
22
106.199
0
1
2
3
2007 2008
nº p
lano
s
97.500
100.000
102.500
105.000
107.500
nº p
artic
ipan
tes
101.371
Gri2.7
tabela 21: adesão de participantes nos planos patrocinados pelo sistema petrobras
patrocinadoras
participantes ativostotal de
empregados (c)
% de adesão
[(a+b)/c]plano petros do sistema petro-
bras (a)
plano petros-2
(b)
BR Distribuidora 2.724 706 3.550 96,6%
Petrobras 28.164 24.756 55.198 95,9%
Petroquisa 93 9 100 102,0%
Petros 255 168 423 100,0%
Refap 482 327 832 97,2%
Alvo - 204 245 83,3%
IASA - 37 112 33,0%
FAFEN - 30 30 100,0%
total 31.718 26.237 60.490 95,8%Fonte: Petros - Gerência de Operações e Gerência de Clientes Institucionais. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
Gri2.7
tabela 20: despesas com benefícios
tipo de benefício2007 2008 Variação
r$ mil r$ mil %
Aposentadoria 1.758.590 1.796.868 2,2%
Pensão 140.917 216.161 53,4%
Auxílios 6.086 7.101 16,7%
Outros¹ 72.893 40.144 -44,9%
total 1.978.486 2.060.274 4,1%
Fonte: Petros - Gerência de Controle Elaboração: Assessoria de Planejamento Nota: (1) Benefícios de pagamento único
GráFico 18 - distribuição dos beneFÍcios concedidos em 2008
Fonte: Petros – Gerência de Controle. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
Auxílios
Pecúlios por morte
Aposentadoria
Pensão
30% 4%
30%
36%
Auxílios
Pecúlios por morte
Aposentadoria
Pensão
30% 4%
30%
36%
Griec1
As empresas Petrobras, BR Distri-buidora, Petroquisa, Refap S/A e Pe-tros, patrocinadoras do Plano Petros do Sistema Petrobras e PP-2, disponi-bilizam, desde meados de 2007, aces-so aos planos de previdência comple-mentar a todos os seus trabalhadores e trabalhadoras. Em 2008, três novas patrocinadoras aderiram ao PP-2: Alvo, Ipiranga Asfaltos (IASA) e FAFEN Energia. Os dois planos possuem ca-racterísticas diferentes, e a participa-ção vinculada a uma determinada pa-trocinadora é exclusiva em um deles. Para melhor identificar a efetiva co-bertura previdenciária complementar ofertada pelas cinco empresas, esses dois planos de benefícios e suas res-pectivas patrocinadoras são abordados em conjunto nesse item do Relatório.
Desde 2007, após a implantação e o processo de adesão ao PP-2, os dois planos são os maiores em núme-
ro de participantes entre os adminis-trados pela Petros. No final de 2008 os dois Planos em conjunto congre-gavam 106 mil participantes, o que equivale a 82,5% de todos os planos administrados pela Fundação, sendo 62,1% pelo Plano Petros do Sistema Petrobras e 20,4% pelo PP-2.
Em número de participantes, os dois planos, em conjunto, registraram uma evolução de 4,8% entre 2007 e 2008. Esse aumento decorre, fun-damentalmente, da continuidade do processo de adesão ao PP-2, ao au-mento do emprego no âmbito das pa-trocinadoras e à adesão de três novas empresas ao plano (gráfico 19).
A adesão total ao Plano Petros do Sistema Petrobras e ao PP-2, expressa pela relação entre os participantes ati-vos dos dois planos e o total de empre-gados de suas patrocinadoras, atingiu 95,8% ao final de 2008 (tabela 21).
4.4.1 planos patrocinados pelo sistema petrobras
voltadas para melhoria de sua qualidade de vida caracterizam o relacionamento da Petros com os participantes dos planos que ad-ministra. Com essa concepção, a Fundação realiza ações direciona-das ao aperfeiçoamento dos pro-cessos de trabalho, articulação in-terna, comunicação, atendimento e ações recreativas e culturais com os participantes.
A identificação de aspetos posi-tivos e negativos relacionados com a qualidade dos serviços prestados
é um subsídio fundamental para a Petros implemen-tar ações necessárias para correção ou aprimoramento desses serviços. Nesse sen-tido, são realizadas ações direcionadas à melhoria dos processos de trabalho vin-culados aos aspectos prin-cipais do relacionamento com os participantes: ar-recadação, concessão e pagamento de benefícios e atendimento.
5 3B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 8
Fonte: Petros – Gerência de Controle. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
O Plano Petros, instituído pela Petrobras em 1970 com o objetivo de oferecer aos seus trabalhadores benefícios previdenciários comple-mentares aos da Previdência Social, deu origem à Petros, criada para sua administração. Eram co-patrocina-doras do plano, por ocasião de sua instituição, as empresas subsidiárias e coligadas da estatal do petróleo.
O plano, da modalidade BD, foi fechado em agosto de 2002. A partir desta data não foi mais permitida a adesão de novos participantes. Como as empresas mantiveram, ou até in-tensificaram, seus processos de con-tratação de pessoal, um contingente
tabela 22: participantes do plano petros do sistema petrobras
patrocinadora2007 2008
ativos assistidos total ativos assistidos total
BR Distribuidora 2.757 2.392 5.149 2.724 2.414 5.138
Petrobras 28.539 45.218 73.757 28.165 45.297 73.462
Petroquisa 96 215 311 93 215 308
Petros 260 235 495 255 237 492
Refap 498 37 535 482 51 533
total 32.150 48.097 80.247 31.719 48.214 79.933
Fonte: Petros - Gerência de Operações. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
tabela 23: participantes do plano petros-2
patrocinadora2007 2008
ativos assistidos total ativos assistidos total
BR Distribuidora 716 - 716 706 - 706
Petrobras 19.990 - 19.990 24.756 13 24.769
Petroquisa 6 - 6 9 1 10
Petros 145 - 145 181 1 182
Refap 272 - 272 327 1 328
Alvo - - - 204 - 204
IASA - - - 37 - 37
FAFEN - - - 30 - 30
total 21.129 - 21.129 25.979 16 26.266 Fonte: Petros - Gerência de Operações. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
Gri2.7
Gri2.7
crescente de trabalhadores ficou sem a cobertura previdenciária comple-mentar oferecida pelas empresas aos seus demais empregados. Com a im-plantação do PP-2 no final de junho de 2007, essa situação foi equacionada.
Permaneceram como participan-tes do Plano Petros do Sistema Petro-bras os trabalhadores que já usufruí-am desta condição até a data do seu fechamento. Sua gestão é direciona-da ao equilíbrio entre a valorização do patrimônio acumulado e a necessida-de de constituição de reservas, com o propósito de garantir o cumprimento dos compromissos assumidos com os participantes. Como o plano é da
modalidade BD, o envelhecimento da sociedade brasileira nos últimos vin-te anos e o aumento da expectativa de vida de seus participantes causa-ram um comprometimento crescente nas condições de equilíbrio do plano, conduzindo a um expressivo déficit atuarial, que chegou a superar os R$ 5 bilhões em 2004, após reavaliação das premissas atuariais. Como aque-las tendências devem se acentuar ao longo das próximas décadas, a pos-sibilidade do plano não honrar seus compromissos atuariais se tornava mais provável, embora em um hori-zonte ainda longínquo.
Com a determinação de equa-
4.4.1.1 plano petros do sistema petrobras
cionar essa situação, desde 2003 foi realizado um intenso e demorado processo de negociação entre patro-cinadoras e participantes do Plano Petros do Sistema Petrobras. Tal pro-cesso culminou com a homologação, pela Justiça, do Acordo de Obriga-ções Recíprocas (AOR), firmado en-tre as patrocinadoras e as entidades representativas dos participantes do Plano, com a devida aprovação da Secretaria da Previdência Comple-mentar (SPC) do novo regulamento do plano contemplando os ajustes decorrentes do AOR. A situação de desequilíbrio estrutural do Plano foi então equacionada, abrindo espaço para sua sustentabilidade.
Em função do fechamento do Plano Petros do Sistema Petrobras, aliado aos contínuos pedidos de aposentadoria ou desligamento dos ativos, a quantidade de participan-tes vem decrescendo paulatina-mente. O plano encerrou o ano de 2008 com um total de 79.933 parti-cipantes, uma redução de 0,4% em relação a 2007 (tabela 22).
Com a implantação do Plano Pe-tros-2, em julho de 2007, o benefí-cio da previdência complementar foi estendido a todos os empregados de suas patrocinadoras, eliminando a desigualdade na oferta de benefícios a empregados existente desde agos-to de 2002. Em dezembro de 2008 o PP-2 congregava 26 mil participantes, quantidade superior em 24,3% à do final de 2007. O principal fator des-se comportamento foi o aumento do quadro de empregados da Petrobras, de aproximedamente 5 mil trabalha-dores no período. Em menor escala, também contribuíram para o cresci-mento do número de participantes do PP-2, a continuidade do processo de
adesão e o patrocínio de 3 novas em-presas ao plano (tabela 23).
A estrutura do PP-2 foi definida no processo de negociação do AOR,
4.4.1.2 plano petros-2
que viabilizou o equacionamento da situação atuarial do Plano Petros do Sistema Petrobras, com a redução dos fatores indutores de seu dese-
quilíbrio e assentamento de bases sólidas para sua sustentabilidade. O PP-2 é um plano da modalida-de Contribuição Variável oferecido
B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 85 4
tabela 24: participantes dos planos petros das empresas privadas
planos patrocinados patrocinador2007 2008
ativos assistidos total ativos assistidos total
Plano Petros Braskem Braskem 624 871 1.495 608 885 1.493
Plano Petros Copesul Copesul 448 464 912 410 495 905
Plano Petros PQU PQU 267 911 1.178 267 911 1.178
"Plano Petros Nitriflex/DSM"
DSM 1 0 1 1 0 1
Nitriflex 9 221 230 9 220 229
Total 10 221 231 10 220 230
Plano Petros Petroflex Petroflex 238 1.689 1.927 225 1.690 1.915
Plano Petros Ultrafértil Ultrafértil 281 1.439 1.720 252 1.457 1.709
planos petros das empresas privadas 1.868 5.595 7.463 1.772 5.658 7.430
Fonte: Petros - Gerência de Operações. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
a todos os novos trabalhadores de suas patrocinadoras e será disponi-bilizado aos participantes do Plano Petros do Sistema Petrobras que jul-garem conveniente adotá-lo como seu novo plano de previdência com-plementar, para a formação da uma poupança previdenciária que garan-ta a preservação de boas condições no momento da aposentadoria.
pantes. Como estão fechados desde a separação de massas, a quanti-dade de participantes de cada um desses planos tem declinado ano a ano, ainda que gradualmente. São planos de previdência “maduros” e em todos há predominância dos participantes assistidos. No final de 2008, esses planos tinham, em conjunto, 7.430 participantes, uma redução de 0,6% em relação a 2007 (tabela 24, gráfico 20)11.
Fonte: Petros – Gerência de Controle. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
GráFico 20 - planos petros empresas priVadas
6 6
7.463 7.430
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11. Embora a proposta de Retirada de Patrocínio da Braskem tenha sido encaminhada pela Petros à Secretaria de Previdência Complementar (SPC) no final de 2006, o processo só foi aprovado no início de 2009. Em 2008 o Plano Petros Braskem continua constando na relação dos Planos Petros – Empresas Privadas. Essa situação não deve mais ocorrer ao final de 2009.12. Embora o Plano Petros-2 seja da modalidade CV, nesse relatório ele é tratado junto com o Plano Petros do Sistema. Petrobras, pois ambos são patrocinados pelas mesmas empresas (ver item 4.4.1).
Desde 1994 o Estatuto Social da Petros admite a possibilidade de ad-ministração de planos patrocinados por empresas que não sejam as do Sistema Petrobras, abrindo espaço para o multipatrocínio. A Lei Comple-mentar n° 109/01 trouxe como ino-vação a garantia de uma identidade contábil e jurídica e a independência entre cada plano de benefícios.
A nova norma legal impulsionou a ação da Petros como entidade
multipatrocinada. A perspectiva de estabelecer convênios para gestão de planos de benefícios diferen-ciados com outras empresas pa-trocinadoras consolidou, ao longo dos anos, essa opção estratégica da Fundação. Em 1999 foi celebra-do o primeiro convênio para ges-tão de um novo plano patrocinado por outra empresa patrocinadora. Em 2003 eram nove novos planos patrocinados e em 2006 quatorze
A grande maioria das empresas subsidiárias da Petrobras que foi privatizada manteve seu patrocínio ao Plano Petros. Contudo, em de-corrência do processo de separação de massas, foram criados sete no-vos planos com as mesmas caracte-rísticas do Plano Petros original (es-trutura contributiva e de benefícios - valor, elegibilidade, limites etc), atribuindo a cada plano os corres-pondentes patrimônios e partici-
4.4.2 plano petros empresas priVadas
4.4.3 noVos planos patrocinados de contribuição deFinida e contribuição VariáVel
novos planos. Entre 2003 e 2006 a quantidade de participantes des-ses planos aumentou de 2.622 para 6.254 pessoas (2,4 vezes mais).
Em dezembro de 2008 a Petros administrava 15 novos planos de benefícios, das modalidades CD e CV, patrocinados por 23 empresas12 (sem considerar o PP-2, já abordado anteriormente). No ano passado a Petros firmou convênio para a ges-tão e implantou o Plano PTAprev,
patrocinado pela Petroquímica Su-ape, e a empresa Rio Guaíba ade-riu ao Plano CONCEPA, já existente. Estes planos, em conjunto congre-gavam 7.937 participantes, quan-tidade superior em 8,7% à do ano anterior.
A consolidação e ampliação da Petros como entidade multipatroci-nada e multiplano integra a “Visão de Futuro”, definida em seu atual Plano Estratégico para o período
5 5B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 8
GráFico 21 - planos patrocinados (cd e cV)
Fonte: Petros – Gerência de Controle. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
1614
7.9377.301
0
4
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12
16
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4000
6000
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2008-2012, e que tem se concreti-zado pelo número crescente de con-vênios de adesão para a gestão de planos patrocinados e instituídos, o que deve ser intensificado nos pró-ximos anos (gráfico 21, tabela 25).
os principais objetivos dessa atuação são a inclusão social, a manutenção da qualidade de vida dos trabalhadores e seus familiares, a ampliação do acesso à previdência complementar e a otimização dos recursos da Fundação no cumpri-mento de sua missão institucional.
tabela 25: participantes dos novos planos patrocinados de contribuição Variável e definida
planos patrocinador2007 2008
ativos assistidos ativos assistidos
plano alesat (cd)
AleSat Combustíveis 511 0 667 0
Caraú 0 0 0 0
Petromarketing 16 0 1 0
total 527 0 668 0
plano cachoeira dourada (cd) cdsa 45 3 47 3
plano concepa (cd)
CONCEPA 21 0 12 0
Rio Guaíba 0 0 6 0
total 21 0 18 0
plano copesulprev (cd) copesul 512 0 524 0
plano dba (cd) dba 157 1 140 1
plano Fiepeprev (cd)
FIEPE 37 0 35 0
SESI/PE 589 7 654 5
SENAI/PE 314 0 330 2
IEL/PE 8 0 8 0
total 948 7 1.027 7
plano ibp (cd) ibp 62 0 66 0
manguinhos (cd) ref. manguinhos 53 0 59 0
plano pQu previdência (cd) pQu 348 3 351 3
plano ptaprev (cd) petroquímica suape 0 0 35 0
plano repsol ypF (cd)
repsol ypF brasil 144 1 152 0
ypF distribuidora 72 0 65 1
ypF Gas 12 0 13 0
Total 228 1 230 1
plano sanasa (cV) sanasa 1041 12 1061 18
plano termoprev (cd) ibiritermo 9 0 9 0
plano transpetro (cd) transpetro 3.078 1 3.432 2
plano triunfo Vida (cd) petroquímica triunfo 233 11 220 15
total 3.942 27 4.226 33
Fonte: Petros - Gerência de Clientes Institucionais e Relatório Anual 2008. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.Obs: (1) Plano PP-2 foi tratado em conjunto com o Plano Petros do Sistema Petrobras; (2) CD - Contribuição Definida; CV - Contribuição Variável
Gri2.7
Regulamentados pela Lei Comple-mentar n° 109/01, os planos institu-ídos refletem uma evolução institu-cional da previdência complementar. Eles ampliam o acesso a planos de previdência privada para os trabalha-dores filiados a associações de classe, conselhos profissionais e entidades sindicais. Essa modalidade de plano reforça o modelo do multipatrocínio adotado pela Petros.
Os planos instituídos são, obri-gatoriamente, de contribuição defi-nida. As contribuições são vertidas exclusivamente pelos participantes, mas seus empregadores ou institui-dores podem contribuir voluntaria-mente para os planos. Os institui-dores participam da promoção e da elaboração do seu plano de benefí-cios e do respectivo Comitê Gestor.
A incorporação da gestão de no-vos planos instituídos administrados e o aumento do número de partici-pantes em cada um desses planos é fator de forte potencial para pleno cumprimento da visão de futuro da Petros, que consiste na sua consoli-dação como importante ator nesse novo e promissor nicho do mercado da previdência complementar.
Em 2008 os planos instituídos administrados pela Fundação re-gistraram expressivo incremento no número de participantes (489,7%) (gráfico 22 e tabela 26).
4.4.4 planos instituÍdos
6
11
1.207
7.082
0
2
4
6
8
10
12
14
2007 2008
nº p
lano
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0
1500
3000
4500
6000
7500
9000
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GráFico 22 - planos instituÍdos (cd)
Fonte: Petros – Gerência de Controle.Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
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B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 85 6
tabela 26: participantes dos planos instituídos
planos patrocinador
participantesassociados em 200812007 2008
ativos assistidos total ativos assistidos total
Plano SIMEPREV
SIMEPAR 6 0 6 7 0 7 4.408
SIMESP 13 0 13 10 0 10 7.491
SIMEPE 21 0 21 20 0 20 5.367
SINDMEPA 1 0 1 1 0 1 834
SINDMED/RN 1 0 1 1 0 1 1.730
total 42 0 42 39 0 39 19.830
plano sinmed-rJ sinmed/rJ 23 0 23 65 0 65 16.200
Plano CulturaPrev
ABM 6 0 6 5 0 5 410
SATED/SE 3 0 3 2 0 2 581
SATED/PE 6 0 6 7 0 7 2.776
SATED/CE 2 0 2 3 0 3 938
SATED/RJ 83 0 83 93 0 93 18.704
SINAP-ESP 1 0 1 2 0 2 390
SINDMUSI 440 0 440 387 1 388 662
SINDMÚSICOS/BA 0 0 0 0 0 0 4.500
ASSAIM 11 0 11 10 0 10 118
Coop. Paulista Teatro 13 0 13 9 0 9 3.341
total 565 0 565 518 1 519 32.420
plano ibaprev iba 137 0 137 165 0 165 855
Plano CROPrev
CRO-RJ 301 0 301 341 0 341 24.971
CRO-RN 30 0 30 37 0 37 3.656
CRO-PE 6 0 6 8 0 8 8.236
CRO-PR 0 3 0 3 13.582
total 337 0 337 389 0 389 50.445
Plano CRAPrev
CRA-ES 20 0 20 23 0 23 6.887
CRA-SC 36 0 36 45 0 45 12.697
CRA-MG 41 0 41 52 0 52 27.626
CRA-AL 0 2 0 2 1.191
CRA-PE 0 1 0 1 9.073
total 97 0 97 123 0 123 57.474
Plano ADUANAPrev SDAMG 0 70 0 70 113
Plano ANAPARPrev ANAPAR 0 39 0 39 6.353
Plano PREVITTEL SINTTEL-RJ 0 152 0 152 31.447
Plano Prev. UNIMED-BH UNIMED-BH 0 4476 0 4.476 4.600
Plano Prev. Cooperado UNIMED-BH 0 1045 0 1045
total planos instituídos 1.201 0 1.201 7.081 1 7.082 219.737Fonte: Petros - Gerência de Operações e Gerência de Clientes Institucionais. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento. Nota: CD - contribuição definida; 1) Instituidor novo "Nota (1) Associados: número de associados, cooperados ou filiados nas entidades instituidoras. É um indicador do potencial de expansão do numero de participantes dos planos instituídos administrados pela Petros."
Gri2.7
5 7B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 8
tabela 27: satisfação com a petros - participantes, patrocinadoras e instituidores - 2008
Grau geral de satisfação com a petros
2007 2008
ativos assistidos total ativos assistidos total
Muito Satisfeito 9,0% 27,0% 36,0% 21,0% 25,0% 23,0%
Satisfeito 49,0% 52,0% 101,0% 62,0% 64,0% 63,0%
Indiferente 17,0% 5,0% 22,0% 14,0% 7,0% 11,0%
Insatisfeito 19,0% 11,0% 30,0% 3,0% 4,0% 3,0%
Muito insatisfeito 6,0% 5,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Fonte: Petros e Coppead/UFRJ - Pesquisa de Satisfação 2007 e 2008.Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
Essa evolução foi determina-da pela abertura de cinco novos planos - em especial o Plano de Previdência UNIMED-BH - res-ponsáveis pela quase totalidade do aumento do número de par-ticipantes entre 2007 e 2008. As entidades instituidoras e o res-pectivo número de associados são indicativos do potencial de cres-cimento desse segmento.
parceria petros e mongeralA parceria firmada entre a Petros
e a Mongeral Seguros e Previdência teve como principal objetivo incre-mentar a adesão de novos participan-tes aos planos instituídos. Pela par-ceria, a Fundação é a administradora do plano - o que inclui a gestão dos recursos e o pagamento dos benefí-cios - e a Mongeral é a responsável por integralizar os montantes neces-
Gripr5
Gripr5 4.5 SatiSfação de PartiCiPanteS e PatroCinadoraS
o aumento do grau de sa-tisfação de participantes e patrocinadoras é um
dos quatro objetivos estratégicos que compõem o Plano Estratégi-co 2008-2012 da Petros. Foram estabelecidas metas corporativas de aumento da satisfação de par-ticipantes e patrocinadoras/ins-tituidoras ao longo dos próximos quatro anos. Em 2008 a satisfação dos participantes deveria ser de, no mínimo, 76,0% e a dos patrocina-dores e instituidores, 72,5%.
O compromisso com a transpa-rência, a ética e a gestão participativa é o pilar do relacionamento da Petros com os participantes, patrocinadoras e instituidores dos planos que admi-nistra. Nos últimos anos a Fundação vem procurando aferir como eles per-cebem sua relação com a Petros atra-vés da pesquisa de satisfação aplica-da pelo Instituto Coppead/UFRJ entre os meses de novembro e dezembro. A metodologia da pesquisa consi-dera as especificidades dos públicos em que é aplicada na formulação das questões e na tabulação das respos-tas, para garantir que a apuração dos resultados seja fidedigna com a reali-dade da Fundação.
A satisfação total dos partici-pantes ativos e assistidos apurada pela pesquisa no ano passado foi de 66,0%, 10 pontos percentuais abaixo da meta de 76,0% estipu-
lada para o ano. Ressalte-se que essa avaliação foi, em 2009, bem inferior entre os participantes ati-vos (58,0%) e ligeiramente acima entre os assistidos (79,0%). A di-ferença entre a satisfação de ati-vos e assistidos é verificada anual-mente, o que é considerado normal em função da situação de cada grupo diante do plano. Em 2008 a diferença entre ambos foi mais significativa, o que pode ser expli-cado pela maior participação dos ativos na pesquisa: a amostra foi composta por 6.970 participantes, sendo 3.111 ativos e 3.859 assisti-dos, diante de uma amostra de 814 ativos e 2.884 assistidos que res-ponderam à edição da pesquisa em 2007 (tabela 27).
Em contraponto, a satisfação das patrocinadoras e instituidores foi de 86,0% em 2008, 13,5 pontos percentuais acima da meta definida
para o período. O maior grau de sa-tisfação é dos Instituidores (89,0%), pouco acima do observado para as Patrocinadoras (83,0%).
A exemplo dos anos anteriores, os resultados da pesquisa confir-mam uma relação direta entre a
sários aos pagamentos dos benefícios de risco por invalidez e morte em ati-vidade e também pela divulgação e comercialização do plano.
Essa parceria, que já havia revela-do sua potencialidade em 2007 mos-trando resultados positivos, contri-buiu decisivamente para a expressiva ampliação do número de participan-tes nos planos instituídos em 2008 (quase seis vezes).
A Petros deve estender esse tipo de parceria em 2009 para novos planos, instituídos e patro-cinados, e para outros planos já existentes. Esse direcionamento consolida uma estratégia de am-pliação da oferta de cobertura previdenciária, através de planos adequados à diversidade dos pú-blicos que buscam os planos sob gestão da Fundação.
imagem da Petros e o grau de satis-fação dos participantes: modernida-de, solidez, eficiência, preocupação com o participante e transparência. Essa percepção, no entanto, é muito mais expressiva entre os assistidos do que entre os ativos (tabela 28).
Reato Velasco
B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 85 8
corrida rústicaA Corrida Rústica da Petros concilia três objetivos: o
incentivo à pratica esportiva, a integração entre os par-ticipantes e uma forte vocação social. No ano passado, por ocasião da oitava edição da prova, foram arrecada-dos 500 Kg de alimentos não perecíveis – encaminhado uma entidade beneficente do Rio de Janeiro.
Realizada no Aterro do Flamengo, a atividade contou com 456 inscritos. O evento teve o apoio operacional de diversas organizações, em especial de representantes do poder público do Rio de Janeiro (CET-Rio, PM, Comlurb, Secretaria de Esportes e Lazer). A competição, que segue as normas da Federação de Atletismo do Estado do Rio de Janeiro, contou com postos de distribuições de água, um posto médico e uma ambulância à disposição dos atletas para eventuais casos de emergências.
coral da petrosCom mais de 10 anos de existência, o Coral da Petros tem hoje 30 integrantes - entre empregados da Petros, aposentados e pensionistas do Sistema
Petrobras. O grupo foi criado com o objetivo de atender a uma demanda detectada em uma pesquisa interna de clima organizacional e atualmente re-aliza dezenas de espetáculos ao longo do ano, participando de eventos internos da Fundação e de solenidades externas. Nas últimas edições da Corrida Rústica, o Coral tem exercido atividades sociais como a entrega dos alimentos arrecadados durante as inscrições. Além de propiciar a integração entre os participantes da Petros, as apresentações do coral têm o propósito de fortalecer a imagem da Fundação junto à opinião pública.
conhecimento e satisfação com os serviços de atendimento e comunicação com os participantes
A sondagem também verificou o índice de conhecimento e o grau de satisfação com relação aos serviços de atendimento e comunicação da Fundação com os participantes:
• A Revista Petros é o veículo que alcança o maior índice de co-nhecimento entre os participantes (97%) e proporciona maior satisfa-
ção: 71% declaram estar satisfeitos e muito satisfeitos.
• O Portal Petros é o segundo veículo de comunicação de comu-nicação mais conhecido. Entre os ativos, alcança 91,0% de conheci-mento e 69,0% de satisfação. Entre os assistidos o segundo veículo de maior conhecimento é a central de Atendimento Telefônico (88,0%), que alcança 80,0% de satisfação.
• A Central de Atendimento tem um índice de conhecimento de 79,0%
e um grau de satisfação de 66,0%; o Atendimento Pessoal tem 66,0% de conhecimento e 64,0% de satisfação.
• Chat é o serviço menos conhe-cido pelos participantes (39,0% entre os ativos e 34,0% entre os assistidos)
Com relação aos benefícios os principais destaques são:
• Os benefícios de emprésti-mo pessoal (73%) e aposentado-ria (67%) são os mais conhecidos. Adiantamento para despesas com
funeral é o benefício menos conhe-cido pelos participantes.
• Os maiores índices de satisfa-ção foram obtidos com: Empréstimo Pessoal (66,0%), Auxílio-doença (57,0%) e Aposentadoria (53,0%).
É importante ressaltar que os em-préstimos não se constituem em me-ros benefícios dos Planos Petros aos seus beneficiários, e sim uma modali-dade de aplicação dos recursos garan-tidores dos planos e compõem a car-teira de investimentos da Fundação. Portanto, eles têm que obter, no mí-nimo, a mesma rentabilidade atuarial de todas as aplicações realizadas. En-tretanto, ao oferecerem recursos com taxas inferiores às praticadas pelo mercado de crédito pessoal, os em-préstimos são uma facilidade a que os participantes têm acesso, justamente por essa sua condição, o que pode explicar eventuais dúvidas acerca do caráter dessas operações: benefício em vez de investimento.
tabela 28: imagem da petros - pesquisa de satisfação 2008 - total participantes
imagem da petros concordo totalmente
concordo parcialmente indiferente discordo
parcialmentediscordo
totalmente
Sólida 46,0% 36,0% 11,0% 5,0% 2,0%
Moderna 43,0% 34,0% 14,0% 6,0% 3,0%
Eficiente 38,0% 33,0% 15,0% 9,0% 5,0%
Preocupada com o Participante 35,0% 34,0% 15,0% 10,0% 6,0%
Transparente 32,0% 34,0% 16,0% 10,0% 8,0%
Fonte: Petros e Coppead/UFRJ - Pesquisa de Satisfação 2008.Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
Gripr5
Américo Verm
elho
Reato Velasco
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copa petros de Futebol society
Em 2008, a Petros deu continui-dade a Copa Petros de Futebol Socie-ty, com edições realizadas no Rio de Janeiro, Paulínia (SP) e Caxias (RJ). Tradicionalmente, o evento esporti-vo reúne equipes do Sistema Petro-bras, convidadas especialmente para a festa. Craques veteranos do futebol brasileiro fazem um jogo-exibição antes da grande final da competi-ção. Depois de vibrar com as partidas do torneio, todos participaram de um coquetel ou churrasco de confraternização – um dos eventos festivos em ho-menagem ao aniversário da Fundação. O principal propósito da Copa é promover a integração entre os participantes, estimulando qualidades como espíri-to esportivo, camaradagem, cooperação e amizade.
encontro petros com o participante
Em mais uma iniciativa pioneira, a Fundação ini-ciou em setembro a série “Encontro Petros com o Par-ticipante”, com a realização de um evento no Rio de Janeiro – localidade com maior concentração de par-ticipantes, prestigiado por mais de 700 pessoas. Na ocasião foi lançado o Balanço Social da Petros, refe-rente ao ano de 2007, cujo tema central é a inclusão de pessoas com deficiência no mundo do trabalho. Foram relatadas experiências e feitos depoimentos que atestam a importância e os resultados positivos dessas iniciativas.
Em novembro foi realizado mais um Encontro em Santos (SP), que também abriga uma quantidade ex-pressiva de participantes. A exemplo do que aconteceu no Rio de Janeiro, além de assistirem à palestra “Saúde na Melhor Idade” os participantes concorreram a brin-des e assistiram a um show musical. Nesses eventos a Diretoria Executiva tem ressaltado a importância des-sas reuniões públicas para prestar contas, aprimorar a qualidade dos serviços prestados e estreitar cada vez
mais a relação da entidade com os participantes dos planos de benefícios que administra.
concurso de contos
A grande estrela do VIII Concurso de Contos da Petros foi o intelectual Ab-dias Nascimento, homenageado por sua contribuição às causas sociais, às artes e à literatura. O certame teve tema livre e contou com cerca de 300 inscritos. A comissão julgadora dos textos selecio-nados para a etapa final foi composta pelos três primeiros classificados do
concurso em edições anteriores e pelo jornalista José Carlos Conte. Os dez melhores contos foram publicados em uma an-tologia organizada pela Fundação e distribuída a todos os con-correntes. A iniciativa é uma ação de estímulo da Petros às ar-tes e à literatura. A cerimônia de premiação do evento literário da Petros de 2007 ocorreu no Rio de Janeiro.
Américo Verm
elhoAm
éric
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Américo Vermelho
Américo Vermelho
B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 86 0
4.6 PerfiL doS aSSiStidoS doS PLanoS PetroSGri2.7
no presente tópico são apre-sentadas as características principais dos participantes
assistidos do Plano Petros do Siste-ma Petrobras e dos Planos Petros - Empresas Privadas. Conhecer o perfil dos seus beneficiários contribui com o planejamento e a execução de ações direcionadas para a melhoria dos serviços prestados pela Petros.
No final de 2008 esses planos beneficiavam 53,9 mil participan-tes assistidos, quantidade ligeira-
mente superior às observadas em 2007 e em 2006.
O perfil predominante dos assis-tidos em 2008 é similar ao obser-vado nos últimos anos: aposentado, sexo masculino, idade entre 50 e 69 anos, residente na região Sudeste e tempo médio de recebimento dos benefícios variando entre 10 e 19 anos. A suplementação média men-sal em dezembro de 2008 era de R$ 3.510,05, superior em 8,8% à do final de 2007.
Foram identificadas em 2008 modificações no perfil dos assistidos similares às verificadas nos anos an-teriores, confirmando tendências que podem acarretar impactos futuros relevantes no equilíbrio dos Planos: maior proporção de assistidos nas faixas etárias superiores e redução nos grupos de idade mais reduzida; aumento contínuo da parcela de apo-sentados por tempo de recebimen-to de benefícios na faixa de 1 a 19 anos, tendo ultrapassado os 60,0%
em 2008; manutenção do declínio da proporção de homens e aumento na de mulheres (29,5% e 31,7%, respec-tivamente). O aumento da longevida-de da população pode ser considerado o principal fator a contribuir com o aprofundamento dessas tendências. Nas demais características que deli-neiam o perfil dos participantes não foram verificadas alterações significa-tivas nos últimos anos, que indiquem tendências ou impactos expressivos nas condições de equilíbrio dos planos.
4.7 atividadeS reCreativaS e CuLturaiS Com oS PartiCiPanteS
o relacionamento da Petros com os participantes dos planos de benefícios que ad-
ministra é marcado pela gestão parti-
cipativa, transparência, ética, respeito aos direitos dos participantes e por ações voltadas para melhoria de sua qualidade de vida. De acordo com essa
concepção, a Fundação realiza ações direcionadas ao aperfeiçoamento dos processos de trabalho, articulação in-terna, comunicação, atendimento e
ações recreativas e culturais com os participantes. Nos quadros a seguir são descritas as atividades realiza-das com os participantes em 2008.
4.8 reSPonSaBiLidade SoCiaL naS PatroCinadoraS
desde 2003, o Balanço Social da Petros, busca refletir o compromisso com a respon-
sabilidade social das patrocinadoras dos planos de benefício que admi-nistra, a partir de um questionário elaborado pela Petros e respondido pelas empresas. A iniciativa visa contribuir para disseminação da cultura de Responsabilidade Social, estimulando a transparência na di-vulgação das informações.
As informações solicitadas dizem respeito aos investimentos sociais voltados para a empresa (internos), para a comunidade (externos) e para a conservação do meio ambiente (ambientais). A avaliação é realiza-da através de indicadores que rela-cionam esses dados às informações econômicas das empresas.
Os questionários respondidos também contêm informações do
corpo funcional das patrocinado-ras, indicativos de seu compromisso com a responsabilidade social. Res-ponderam ao questionário empresas que atuam nos setores de produção e distribuição de energia elétrica, petróleo e gás e petroquímica.
indicadores sociais internosOs Indicadores Sociais Internos
(ISI) relacionam os valores anuais dos benefícios concedidos aos emprega-dos das empresas patrocinadoras à sua Folha de Pagamento Bruta(FPB). Esses benefícios totalizaram, em 2008, R$ 5,2 bilhões, dos quais R$ 5,1 bilhões provenientes da Petro-bras. A relação entre esses gastos e a FPB permite comparar a remunera-ção indireta com a remuneração fixa por tipo de benefício (tabela 29).
Essa relação foi, em média, de 37,8% em 2008, pouco maior do
que a observada em 2007, de 37,2% (gráfico 23).
indicadores sociais externosOs Investimentos Sociais Exter-
nos são destinados à comunidade onde a empresa está inserida ou à sociedade em geral. Foram gastos, em 2008, R$ 501,2 milhões, em sua quase totalidade pela Petrobras. A relação entre os projetos para edu-cação, saúde, cultura e outros e a Receita Líquida (RL) de cada empre-sa demonstra a proporção destinada à minimização de riscos sociais no entorno da empresa (gráfico 24).
As empresas têm acesso a be-nefícios fiscais como contrapartida ao oferecimento de alguns benefí-cios especiais aos seus empregados e/ou à comunidade. Os investimentos e programas de alimentação dos tra-balhadores, projetos educacionais e
culturais com a sociedade, obras cine-matográficas (audiovisuais), etc. são passíveis de dedução fiscal Gráfico24).
indicadores ambientaisEm valores nominais, os investi-
mentos ambientais das patrocina-doras (que responderam ao questio-nário) totalizaram R$ 1,982 bilhão em 2008, 2,1% maior que o reali-zado em 2007. Eles estão, principal-mente, relacionados com a operação da Petrobras, a qual respondeu por 6,84% do total investido. Esses in-vestimentos auxiliam na minimiza-ção dos riscos ambientais decorren-tes das operações das empresas que patrocinam os dois principais planos geridos pela Fundação: o Plano Pe-tros do Sistema Petrobras e o Plano Petros-2. São utilizados como meio para o monitoramento do compor-tamento ambiental das empresas
6 1B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 8
tabela 29: indicadores sociais internos em relação à Folha de pagamento bruta
patrocinadoras alimentação previdência privada
saúde e segurança do trabalho
educação e capacitação
participação nos lucros
auxílio-creche
outros benefícios
indicadores sociais internos
Alvo2007 nd nd nd nd nd nd nd nd
2008 5,3% 4,8% 7,6% 1,1% 24,4% 0,0% 11,4% 54,5%
Ipiranga Asfaltos2007 9,1% 4,4% 10,3% 3,4% 0,0% 0,0% 0,0% 27,2%
2008 8,2% 2,7% 9,2% 4,4% 0,0% 0,0% 0,0% 24,4%
Ibiritermo2007 1,9% 2,5% 5,3% 3,1% ND ND ND 12,8%
2008 2,6% 2,4% 5,2% 2,1% ND ND ND 12,4%
Petrobras2007 6,9% 7,0% 28,2% 6,1% 12,8% 0,0% 1,1% 62,1%
2008 6,1% 4,3% 22,3% 5,6% 14,2% 0,0% 1,8% 54,3%
Petroquímica Triunfo2007 4,1% 1,3% 6,7% 2,3% 18,5% 0,0% 8,4% 41,2%
2008 5,6% 0,0% 7,8% 2,9% 8,8% 0,0% 10,9% 36,0%
Rio Guaíba2007 18,7% 0,1% 8,0% 0,3% 1,8% 0,0% 1,4% 30,3%
2008 20,0% 0,1% 7,1% 0,3% 2,5% 0,0% 3,3% 33,3%
Ultrafertil2007 2,1% 2,5% 5,8% 0,8% 21,4% 0,1% 3,1% 35,8%
2008 2,3% 2,5% 5,2% 1,0% 19,4% 0,1% 2,9% 33,3%
Média Total2007 7,2% 2,9% 10,7% 2,7% 10,9% 0,0% 2,8% 37,2%
2008 7,2% 2,4% 9,2% 2,5% 11,5% 0,0% 5,0% 37,8%
Fonte: Empresas Patrocinadoras. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.Nota (1): nd - Não disponível.
GráFico 24 - indicadores sociais externos (% da receita lÍQuida)
Fonte: Empresas patrocinadoras. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
Ibiritermo Petrobras PetroquímicaTriunfo Rio Guaíba
0,07%0,10%
0,31%
0,23%
0,06%0,05%
0,00% 0,00%
2007 2008 2007 2008 2007 2008 2007 2008
GráFico 23 - indicadores sociais internos (% da FolHa de paGamento bruta)
Fonte: Empresas patrocinadoras. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
0,0%
54,5%
27,2% 24,4%
12,8% 12,4%
62,1%54,3%
36,0%30,3%
33,3% 35,8% 33,3%41,2%
2007 2008 2007 2008 2007 2008 2007 2008 2007 2008 2007 2008 2007 2008
Alvo IpirangaAsfaltos Ibiritermo Petrobras Petroquímica
Triunfo Rio Guaíba Ultrafertil
B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 86 2
Fonte: Empresas Patrocinadoras. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.Nota (1): nd - Não disponível.
tabela 30: Geração de emprego
empresasempregados ao final do período
2007 2008
Alvo nd 243
Ipiranga Asfaltos 123 115
Ibiritermo 12 11
Petrobras 68.931 74.240
Petroquímica Triunfo 200 199
Rio Guaíba 216 228
Ultrafértil 1.636 1.688
total 71.118 76.724
Fonte: Empresas Patrocinadoras. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
tabela 31: taxa de rotatividade
empresas 2008
Alvo 0,0%
Ipiranga Asfaltos 16,3%
Ibiritermo 8,3%
Petrobras 1,8%
Petroquímica Triunfo 4,0%
Rio Guaíba 25,5%
Ultrafértil 1,0%
GráFico 27 - Horas de treinamento por empreGado
Fonte: Empresas patrocinadoras. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
2008 2007
Ultrafértil
Rio Guaíba
Petroquímica Triunfo
Petrobras
Alvo0
89
0
44
26
6
89
20
35
37
2008 2007
Ultrafértil
Rio Guaíba
Petroquímica Triunfo
Petrobras
Alvo0
89
0
44
26
6
89
20
35
37
dois indicadores: a Relação entre Investimentos Ambientais e Receita Líquida (gráfico 25) e Relação entre Investimentos Ambientais e o Re-sultado Operacional (gráfico 26).
indicadores de emprego e trabalho
As patrocinadoras pesquisadas empregavam 76,7 mil pessoas ao final de 2008 (tabela 30). A Folha de Pagamento Bruta (FPB) era de R$ 9,7bilhões - um aumento de 20,0% em relação a 2005. O cres-cimento do número de empregados (7,7%) foi maior do que o da FPB,
GráFico 25 - indicadores ambientais (% da receita lÍQuida)
Fonte: Empresas patrocinadoras. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
0,0%
0,0%
1,1%
0,1%
1,1%
0,8%
0,0%
0,9%
0,1%
1,3%
0,0007%0,0003%
2008 2007
Ultrafértil
Rio Guaíba
Petroquímica Triunfo
Petrobras
Ipiranga Asfaltos
Alvo
GráFico 26 - andicadores ambientais (% do resultado operacional)
Fonte: Empresas patrocinadoras. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
2008 2007
Ultrafértil
Rio Guaíba
Petroquímica Triunfo
Petrobras
Ipiranga Asfaltos
Alvo 0,0%
0,0%
5,3%
0,9%
5,6%
0,0%
0,0%
4,0%
1,1%
7,0%
0,0%0,0%
0,0% 2,0% 4,0% 6,0% 8,0% 10,0%
que reflete ao aumento das con-tratações de mão de obra pela Pe-trobras, que ao final de 2007 tinha 5.309 empregados a mais do que no ano anterior. Por outro lado, o volume de emprego das demais pa-trocinadoras não registrou varia-ção significativa (tabela 30). Foram calculadas para cada uma as res-pectivas taxas de rotatividade em 2008 (tabela 31).
Em 2008, a média de horas de treinamento por empregado nas pa-trocinadoras foi de 45,25 hs. (gráfi-co 27), inferior em 14,6% à obser-vada no ano anterior.
6 3B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 8
Fonte: Empresas Patrocinadoras. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.Nota (1): nd - Não disponível.
tabela 32: relação entre populações específicas e total de empregados
empresasempregados com mais de 45 anos
empregadas mulheres
empregados negros
portadores de necessidades especiais
2007 2008 2007 2008 2007 2008 2007 2008
Alvo nd 24,7% nd 16,9% nd 23,0% nd 1,6%
Ipiranga Asfaltos 14,6% 18,3% 23,6% 24,3% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Ibiritermo 25,0% 27,3% 33,3% 36,4% nd nd nd nd
Petrobras 37,8% 38,3% 15,6% 15,5% 4,4% 14,3% 1,5% 1,4%
Petroquímica Triunfo 32,0% 35,7% 17,0% 17,1% 2,5% 2,5% 0,0% 0,0%
Rio Guaíba 13,4% 14,5% 44,4% 40,8% 10,2% 12,7% 0,0% 0,0%
Ultrafértil 30,3% 30,7% 10,8% 11,1% 15,3% 15,1% 4,8% 5,2%
Fonte: Empresas Patrocinadoras. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.Nota (1): nd - Não disponível.Nota (2): na - Não se aplica
tabela 33: salários e participação em cargos de chefia
empresassalário médio
das mulheres (r$)salário médio
dos homens (r$)salário médio
dos negros (r$)
cargos de chefia ocupados por mulheres (%)
cargos de chefia ocupados por negros (%)
2007 2008 2007 2008 2007 2008 2007 2008 2007 2008
Alvo nd 1.797,00 nd 5.282,00 nd 2.695,00 nd 15,6% nd 10,9%
Ipiranga Asfaltos 3.414,00 2.810,60 2.469,20 2.943,00 3.746,00 2.866,70 25,0% 25,0% 0,0% 0,0%
Ibiritermo 3.000,00 3.000,00 5.000,00 7.000,00 na na 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Petrobras 5.823,21 7.313,89 6.229,90 7.768,02 nd nd 12,4% 13,5% 3,1% 3,1%
Petroquímica Triunfo nd 6.672,00 nd 6.327,50 nd 3.545,04 5,0% 5,0% 0,0% 0,0%
Rio Guaíba 625,00 699,76 812,14 786,72 687,52 693,81 38,0% 42,0% 23,0% 23,0%
Ultrafértil 2.462,00 2.839,00 2.287,00 2.632,00 1.624,00 1.927,00 5,7% 4,9% 10,2% 13,3%
GráFico 28 - distribuição Valor adicionado em 2008
77,0% 80,6%
23,0%
60,0%
32,0%
13,5%29,5%
6,0%7,8%
0,0%
10,0%
31,0%
20,5%
21,1%
7,2%
4,0%7,0% 64,5% 32,8%
3,4%
46,0%
8,0%10,0%
0,2%16,7%
15,0%
2,0%20,0%18,0%
31,0%
Governo
Colaboradores
Acionistas
Terceiros
Retido
AlvoIpirangaAsfaltos
PetrobrasPetroquímica
TriunfoUltrafértilIbiritermo Rio Guaíba
Fonte: Empresas patrocinadoras. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
indicadores de populações específicas
Em 2008, o quadro de emprega-dos das patrocinadoras pesquisadas era composto, em média, por 22,0% de pessoas acima de 45 anos, 23,2% mulheres, 9,6% negros e 1,2% pes-soas com deficiência (tabela 32). Na maior parte das patrocinadoras consideradas o salário médio das mulheres é menor do que o dos ho-mens. Mulheres, negros e pardos têm menor participação relativa nos cargos de chefia (tabela 33).
distribuição do Valor adicionado
O conceito de valor adiciona-do envolve aspectos econômicos e sociais. Ele demonstra o de-sempenho na geração da riqueza pela empresa e sua contribuição para a economia nacional, pois mede sua eficiência na utilização dos fatores de produção, além de quantificar o seu desempenho so-cial na medida em que demonstra a distribuição da riqueza gerada (gráfico 28).
Már
cio
Araú
jo
B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 86 4
indicadores de exercício da cidadania
As perguntas qualitativas foram realizadas com parâmetros usados pela Petros para fundamentar as
geStão adminiStrativa5
práticas de Responsabilidade Social. Em 2008, na maioria das empresas
pesquisadas a responsabilidade social integra o planejamento estratégico
maram não terem sofrido autuação ambiental nos últimos anos, três dis-seram que sim e duas não responde-ram a essa questão (quadro 8).
o capítulo ‘Gestão Adminis-trativa’ descreve as ações de responsabilidade social
praticadas pela Petros direcio-nadas para seu público interno: empregados, trabalhadores tercei-rizados, estagiários e jovens apren-dizes. A atuação da Fundação visa consolidar uma gestão de pessoas guiada pela ética e transparência, sustentada por boas práticas de
Quadro 8: informações de exercício da cidadania
empresas
responsabilidade social integra
o planejamento estratégico da
empresa?
produz um balanço social?
possui código de ética?
o código de ética é dis-
seminado pela organização?
sofreu autuações ambientais nos últimos anos?
na seleção de fornecedores são
utilizados padrões de
responsabilidade social?
propicia condições de
igualdade entre terceirizados e
funcionários em relação a salários
e benefícios?
2007 2008 2007 2008 2007 2008 2007 2008 2007 2008 2007 2008 2007 2008
Alvo nd SIM nd SIM nd NÃO nd nd nd SIM nd SIM nd SIM
Ipiranga Asfaltos NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO nd nd SIM SIM NÃO NÃO NÃO NÃO
Ibiritermo SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO nd nd NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO
Petrobras SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM nd nd SIM SIM nd nd
Petroquímica Triunfo SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM
Rio Guaíba SIM SIM NÃO NÃO NÃO NÃO nd nd NÃO NÃO NÃO NÃO SIM SIM
Ultrafértil nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd ndFonte: Empresas Patrocinadoras. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.Nota (1): nd - Não disponível.
5.1 auSteridade adminiStrativa e orçamentária
o compromisso da gestão da Petros com a austeridade administrativa e orçamen-
tária vem, ao longo dos últimos anos, apresentando resultados con-
cretos, representados pela evolução do principal indicador que mensura a relação entre as despesas admi-nistrativas e receitas previdenciá-rias. O compromisso da Fundação
com a austeridade é explicitado na definição do objetivo estratégico “Aumentar a Eficiência Econômico-financeira” de seu Plano Estratégico 2008-2012 vigente, que, desdobra-
do em metas, se concretiza com o alcance da meta “Buscar a eficiên-cia econômico-financeira reduzindo a relação entre a despesa adminis-trativa e a receita previdenciária”.
e apenas duas empresas possuem código de ética, que é disseminado pela empresa. Das sete empresas que responderam à pesquisa duas infor-
responsabilidade social e de gover-nança corporativa.
A ampliação da responsabilidade social no modelo de gestão propor-ciona mudanças na cultura organi-zacional e induz à revisão de hábitos e valores. Ações responsáveis estão sendo criadas e implementadas na gestão de pessoas com a finalidade de promover a valorização da diversidade e aumentar a equidade, a motivação
e a produtividade do corpo funcional, contribuindo, também, para a forma-ção de um ambiente de trabalho co-operativo e com clima organizacional cada vez mais harmônico.
A Petros busca através de uma gestão administrativa diferenciada, não apenas atender às demandas dos participantes com qualida-de, eficiência e melhoria contínua, como também fortalecer a auste-
ridade administrativa na execução orçamentária e no gerenciamento dos contratos, aliado a uma gestão das relações de trabalho eficiente, dinâmica e criativa.
Em 2008, as principais iniciativas de responsabilidade social da Petros visaram despertar a preocupação com o respeito à diversidade na cul-tura organizacional e à equidade de gênero no ambiente de trabalho.
6 5B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 8
GráFico 29 - despesas administratiVas
Fonte: Petros - Gerência de Controle. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
87,767,2 85,0
6,4%
11,9%
8,2%
2002 2007 2008
Despesa Administrativa (R$ Milhões)Despesa Administrativa/Receita Previdenciária
13. O cálculo da relação entre despesas administrativas e receitas previdenciárias não considera as despesas e receitas extraordinárias.14. A variação percentual das despesas com pessoal e encargos não considera: o pagamento relativo aos compromissos previstos no “Termo de Compromisso FAT-FC” e no “Termo de Compromisso Diferença de Pensão” (AOR), as despesas com o incentivo à repactuação e as contribuições referentes ao serviço passado do PP-2.15. O valor deduz as contribuições referentes ao serviço passado do PP-2 e inclui os honorários com a administração e o pagamento relativo ao AOR.16. No gráfico 30, o percentual referente às despesas com pessoal e encargos considera as despesas extraordinárias com o incentivo à repactuação dos assistidos da Petros.
Griec1la1la2
A relação entre despesas admi-nistrativas e receitas previdenciárias diminuiu por mais um ano consecu-tivo, passando de 8,2% em 2007 para 6,4% em 2008 (gráfico 29)13. A redução torna-se ainda maior quando comparada com o resultado de 11,9% registrado em 2002. Além disso, esse compromisso com a aus-teridade administrativa é seguido sem reduzir o quadro de pessoal e com crescimento das despesas com pessoal e encargos, que cresceram 4,8%14 em 2008, em relação a 2007.
Em valores nominais, as des-pesas administrativas de 2008 re-gistraram R$ 87,7 milhões, ante R$ 85,0 milhões em 2007 (um au-mento de 3,2%). No mesmo pe-ríodo, as receitas previdenciárias atingiram o valor de R$ 1.372,0 mi-lhões, representando um acréscimo de 32,3% em relação a 2007. O cres-cimento das receitas previdenciárias é justificado pelos seguintes fatores:
• arrecadação das contribuições
GráFico 31 - estrutura das despesas administratiVas em 2008
Fonte: Petros - Gerência de Controle. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
Gráfico 30: Estrutura das despesas administrativas em 2008
Pessoal e encargos
Fonte: Petros – Gerência de ControleElaboração: Petros – Assessoria de Planejamento
Material
22%
1,9%
10,7%
0,5%
64,6%
Encargos diversos
Serviços de terceiros
Depreciação e amortização
Gráfico 30: Estrutura das despesas administrativas em 2008
Pessoal e encargos
Fonte: Petros – Gerência de ControleElaboração: Petros – Assessoria de Planejamento
Material
22%
1,9%
10,7%
0,5%
64,6%
Encargos diversos
Serviços de terceiros
Depreciação e amortização
GráFico 30 - estrutura das despesas administratiVas em 2007
Fonte: Petros - Gerência de Controle. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
Gráfico 30: Estrutura das despesas administrativas em 2007
Pessoal e encargos
Fonte: Petros – Gerência de ControleElaboração: Petros – Assessoria de Planejamento
Material
24,7%
2,6%
12,3%
0,5%
59,9%
Encargos diversos
Serviços de terceiros
Depreciação e amortização
Gráfico 30: Estrutura das despesas administrativas em 2007
Pessoal e encargos
Fonte: Petros – Gerência de ControleElaboração: Petros – Assessoria de Planejamento
Material
24,7%
2,6%
12,3%
0,5%
59,9%
Encargos diversos
Serviços de terceiros
Depreciação e amortização
Griec1
Griec1
do Plano Petros-2 (PP-2) foi realiza-da ao longo de todo o ano de 2008, diferente do ocorrido em 2007 que teve as contribuições recolhidas du-rante apenas meio ano;
• expressivo crescimento do nú-mero de participantes patrocinados, inclusive o PP-2, e instituídos, devi-do à intensificação das campanhas de adesão após planos de benefício administrados pela Petros;
• crescimento do número de no-vas patrocinadoras e instituidores.
pessoal e encargosAs despesas com pessoal e encar-
gos15 somaram R$ 67,9 milhões em 2008, representando 65,0% do total das despesas administrativas da Pe-tros. Esse resultado foi 8,5% superior ao apurado em 2007 (gráficos 30 e 31)16. Nos últimos anos, o percentual dos gastos com pessoal e encargos em relação ao total das despesas admi-nistrativas tem apresentado contínuo crescimento, passando de 44,4% em
2002, para 51,1% em 2004 e 65,0% em 2008. Essa trajetória de cresci-mento é resultado de uma política de austeridade administrativa aliada à não redução do quadro funcional. Ao mesmo tempo tem sido impulsiona-
dos os investimentos na capacitação de mão de obra, os mecanismos de re-tenção do quadro funcional e de im-plementação de políticas de evolução salarial e funcional com a premiação por desempenho.
B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 86 6
5.2 vaLorização da diverSidade
a ações de promoção da equi-dade e do respeito à diversi-dade foram aprofundadas e
ampliadas em 2008. Cada vez mais presente entre as diretrizes da ges-tão de pessoas na Petros, essa dire-ção tem o apoio e o incentivo diretos da Diretoria Executiva. O respeito e a valorização da diversidade é um valor inscrito na Política de Responsabilida-de Social da Petros, um compromisso expresso em sua missão institucional.
A difusão de informações e a re-alização de ações direcionadas à valorização da diversidade influem na mudança de comportamento dos trabalhadores no ambiente interno e nas suas relações internas e externa à Instituição, subsidiando a formulação de políticas de gestão de pessoas di-recionadas à promoção da equidade.
A responsabilidade por propor, avaliar, incentivar e desenvolver ações de promoção da equidade e valoriza-ção e respeito à diversidade na Petros compete ao Sub-Comitê Pró-Equidade de Gênero, Raça e Diversidade (COED), vinculado ao Comitê de Responsabili-dade Social (COMRESP) e coordenado pelo(a) titular da Ouvidoria.
Para consecução desses objetivos o COED tem envolvido um número crescente de trabalhadores no plane-jamento e desenvolvimento de suas atividades, o que tem potencializado sua capacidade de viabilizar ações.
Na execução do Plano de Ação, a Petros realizou importantes ações “transbordantes” que não estavam previstas no Plano original acorda-do com a SPM, mas que mostraram estreito vínculo aos objetivos do Pro-grama Pró-Equidade de Gênero. Den-tre as principais ações implementadas em 2008, merecem destaque:
• Divulgação das datas relevan-tes relacionadas à equidade de gê-nero e à diversidade e inclusão do calendário no Plano de Comunica-ção Institucional da Petros;
• Pesquisa de Diversidade: divul-gação dos resultados para o corpo gerencial e para os trabalhadores da Fundação;
• Assédio moral e assédio se-xual: palestra interna para o corpo gerencial;
• Sala de coleta de leite mater-no: em implantação (adequação do espaço), com inauguração prevista da em julho de 2009;
• Realização do I Encontro Pró-Equidade de Gênero e Diversidade nos Fundos de Pensão, com o tema “A mulher e os desafios do mundo corporativo”;
• Campanha dos 16 dias de ati-vismo pelo fim da Violência contra as Mulheres;
• Realização de palestras e shows para os trabalhadores sobre as questões de gênero e diversidade.
A Petros já aderiu à terceira etapa do Programa, relativa ao biênio 2009-2010. A consecução plena do novo Plano de Ação vai tornar as ações da Petros de promoção da equidade de gênero perenes, e promotoras de mudanças importantes na cultura organizacional e no comportamen-to das pessoas no que se refere às questões de gênero e da diversidade em geral. A realização com sucesso dessa tarefa é um dos principais de-safios do compromisso da Petros com a responsabilidade social, e que vai se expressar na obtenção uma vez mais do Selo Pró-Equidade de Gênero, con-solidando ainda mais o compromisso da Fundação com a promoção da e quidade de gênero.
Outra ação de grande relevância para a valorização da diversidade realizada pela Petros em 2008 foi a elaboração de um Programa de In-clusão de Pessoas com Deficiência no corpo funcional. O programa foi ela-borado por um grupo de trabalho, co-ordenado pela Gerência de Recursos Humanos, e composto por integran-tes do Comitê de Recursos Humanos (COMREC) e do COMRESP. Ele prevê um conjunto de ações de incentivo à inclusão de pessoas com deficiência no quadro de empregados.
São objetivos do Programa:• Ampliar a proporção de em-
pregados portadores de deficiência, superando a exigência legal;
• Garantir que o relacionamento profissional e pessoal para com as pessoas com deficiência seja carac-terizado pelo respeito, sem distinção em relação aos demais trabalhado-res, como já ocorre na Fundação;
• Garantir que tenham condi-ções de atendimento de saúde e de locomoção adequadas às suas ne-cessidades especiais;
• Incluir pessoas com deficiência nos processos de seleção, respeita-das as exigências de qualificação
Gri2.10
Em 2008, o foco principal da atuação da Petros no tema da diver-sidade foi a realização do Plano de Ação do Programa Pró-Equidade de Gênero, edição 2007-2008, ao qual a Petros aderiu em 2007. O Programa é uma iniciativa da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), vinculada à Presidência da Repúbli-ca, em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Fundo de Desenvolvimento das Na-ções Unidas para a Mulher (UNIFEM).
O Plano de Ação foi estruturado em duas vertentes, de acordo com os parâmetros fixados pela coorde-nação do Programa: Gestão de Pes-soas e Cultura Organizacional. Com o envolvimento de Comitês e Ge-rências da Petros (COMRESP, COED, Comunicações, Recursos Humanos), a Petros cumpriu amplamente todas as metas previstas no Plano de Ação. Essa execução foi devidamente au-ditada pela SPM através de visitas de consultoras e envio de documen-tos à coordenação do Programa.
a plena consecução do plano de ação credenciou a petros a receber o selo pró-equidade de Gênero, confe-rido pela spm, o que ocorreu em so-lenidade no mês de março de 2009, em brasília. o selo, mais que um prê-mio, atesta o compromisso da Fun-dação com a promoção da equidade de gênero em seu ambiente interno.
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6 7B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 8
Fonte: Petros - Gerência de Recursos Humanos. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.Nota (1): A taxa de rotatividade foi calculada com base em metodologia do Ministério do Trabalho. Corresponde à divisão do menor valor entre o total de admissões ou desligamentos (inclui aposentadorias) pelo total de empregos no último dia útil do ano anterior.
tabela 35: rotatividade Geral
2007 2008
Empregados 403 431
Admissões 26 57
Desligamentos 24 26
- Demissões 18 22
- Aposentadorias 6 4
rotatividade total¹ 6,0% 6,5%
tabela 34: distribuição dos empregados por diretoria
diretoria2007 2008
nº % nº %
Presidência 83 20,6% 84 19,5%
Diretoria Financeira e de Investimentos 59 14,6% 65 15,1%
Diretoria de Seguridade 168 41,7% 178 41,3%
Diretoria Administrativa 92 22,8% 103 23,9%
Ouvidoria 1 0,2% 1 0,2%
total empregados 403 100,0% 431 100,0%Fonte: Petros - Gerência de Recursos Humanos.Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
Grila1
Grila2
necessárias para o exercício da fun-ção a ser executada;
• Conscientizar o corpo geren-cial para a importância de contratar pessoas com deficiência.
Para a efetivação desse programa, a Petros conta com o apoio e parceria do Instituto Brasileiro de Defesa dos Direitos da Pessoa Portadora de De-ficiência (IBDD). O Instituto, além de proferir palestras de conscientização, esclarecimento e de incentivo à in-
clusão, indica, quando demandado, pessoas com deficiência para o pre-enchimento das vagas oferecidas que atendam os requisitos de qualificação profissional definidos pela empresa em seus processos seletivos.
A inclusão de pessoas com defici-ência no mundo do trabalho foi o tema central do Balanço Social da Petros de 2007, publicado no ano passado. No documento a Fundação explicitou seu compromisso com a inclusão, real-
tabela 36: rotatividade por diretoria
diretoria2007 2008
% %
Presidência 6,0% 4,8%
Diretoria Financeira e de Investimentos 15,3% 16,9%
Diretoria de Seguridade 1,8% 1,7%
Diretoria Administrativa 4,3% 7,8%
Fonte: Petros - Gerência de Recursos Humanos.Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
Grila2
çando que essa postura possibilita a integração do seu compromisso com a valorização da diversidade e com a responsabilidade social.
Não obstante essa preocupação, a Petros contratou mais um empregado com deficiência em 2008 (ampliando de 9 para 10 trabalhadores nessas condições), permanecendo abaixo do limite legal de 3% (correspondente à necessidade de contar com 13 traba-lhadores em seus quadros). Em fun-
ção das ações de conscientização da importância da inclusão de pessoas com deficiência no corpo funcional, no início de 2009 foram contratados mais três pessoas com deficiência. Essas ações devem ter continuidade neste ano, propiciando a inclusão de novos trabalhadores com necessi-dades especiais e melhorando ainda mais as condições para sua recepção, integração e convívio no ambiente interno de trabalho.
5.3 emPrego
O quadro de funcionários da Pe-tros somou 431 empregados ao tér-mino de 2008, uma variação positiva de 6,9% em comparação com 2007. A maioria dos empregados (41,3%) está lotada na Diretoria de Segurida-de, responsável pelo relacionamento com participantes, patrocinadoras e pela gestão operacional, comercial e atuarial e dos planos de previdência complementar geridos pela Funda-ção. Todas as diretorias apresenta-ram crescimento no número funcio-nários em 2008, com destaque para a Diretoria Administrativa que regis-trou um aumento de 12,0% em seu quadro efetivo (tabela 34).
A rotatividade dos empregados foi de 6,5% em 2008, represen-tando 0,5 ponto percentual acima do valor apurado em 2007. Nesse período houve 57 admissões e 26
desligamentos, distribuídos em 22 demissões e 4 pedidos de aposen-tadoria (tabela 35).
A rotatividade segregada por Di-retoria apresentou resultados dife-renciados em função de algumas pe-culiaridades. A Diretoria Financeira e de Investimentos obteve a maior rotatividade em 2008 (16,9%),
indicando dois pontos percentuais acima da rotatividade apurada em 2007. Esse resultado é justificado pela dinâmica da atividade, caracte-rizada pelo estreito relacionamento com o mercado financeiro.
A Diretoria Administrativa regis-trou a segunda maior rotatividade em 2008 (7,8% ante 4,3% de 2007).
A rotatividade na Presidência regis-trou uma nova queda nesse período, passando de 6,0% em 2007 para 4,8% em 2008. A Diretoria de Se-guridade manteve a sua rotativida-de praticamente estável (1,7%) em comparação com 2007, mostrando a menor variação entre as quatro diretorias (tabela 36).
5.3.1 distribuição e rotatiVidade dos empreGados
B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 86 8
Ao término de 2008, o quadro de funcionários da Petros era ma-joritariamente representado pe-las mulheres (55,5%). O perfil da maioria dos empregados enquadra-se em pessoas com mais de 40 anos de idade, nível superior completo, mais de 10 anos de trabalho na Pe-tros e mais de 20 anos de tempo de vinculação previdenciária.
A participação das mulheres na composição do corpo funcional aumentou frente a 2007 (gráfico 32). A maior participação das mu-lheres, que tem sido verificado nos últimos anos (51,1% em 2003 para 55,5% em 2008), é decorrência, em especial, da renovação do quadro de funcionários. Ao final de 2008, a proporção de mulheres no corpo funcional da Petros foi superior à de mulheres na população brasileira (51,3%) e à da população economi-camente ativa do país (46,7%)17. A participação das mulheres em car-gos de chefia também é alta, alcan-çando 43,8% no ano passado.
Ao final de 2008, havia 108 em-pregados negros e pardos na Funda-ção. Cabe ressalvar que esse dado é o informado ao Ministério do Tra-balho através do Relatório Anual
17. Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio – PNAD/IBGE 2007.
GráFico 33 - distribuição dos empreGados por escolridade
Fonte: Petros – Gerência de Recursos Humanos. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
6
Gráfico 33: Distribuição dos Empregados por Escolaridade
Fund
amen
tal
com
plet
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2007Fonte: Petros – Gerência de Recursos HumanosElaboração: Petros – Assessoria de Planejamento
5464
48
244
51
2008
6
48
260
53
Ensi
nom
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Supe
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mpl
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Supe
rior
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plet
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de
6
Gráfico 33: Distribuição dos Empregados por EscolaridadeFu
ndam
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2007Fonte: Petros – Gerência de Recursos HumanosElaboração: Petros – Assessoria de Planejamento
5464
48
244
51
2008
6
48
260
53
Ensi
nom
édio
Supe
rior
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Supe
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grad
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de
GráFico 32 - sexo dos empreGados
Fonte: Petros - Gerência de Recursos Humanos. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
54,6%
Gráfico 32: Sexo dos Empregados
Sexo Masculino
Sexo Feminino
Cargos de chefia ocupados por mulheres
2007
Fonte: Petros – Gerência de Recursos HumanosElaboração: Petros – Assessoria de Planejamento
45,4%43,5%
55,5%
44,5% 43,8%
2008
54,6%
Gráfico 32: Sexo dos Empregados
Sexo Masculino
Sexo Feminino
Cargos de chefia ocupados por mulheres
2007
Fonte: Petros – Gerência de Recursos HumanosElaboração: Petros – Assessoria de Planejamento
45,4%43,5%
55,5%
44,5% 43,8%
2008
Grila13
Grila13
de Informações Sociais (RAIS). Sua obtenção, portanto, não segue o critério da autodeclaração utilizado pelo Instituto Brasileiro de Geogra-fia e Estatística (IBGE), o que pode comprometer análises e avaliações derivadas das informações dispo-níveis atualmente. Os registros da quantidade de negros e pardos em-pregados pela Petros devem ser atu-alizados através de um censo racial interno, de acordo com os mesmos critérios de etnia das estatísticas oficiais. A adoção dessa metodo-logia vai permitir uma avaliação e uma análise mais precisa da situa-ção do negro no emprego na Petros.
O nível de escolaridade do corpo de funcionários da Petros é elevado e está em trajetória de ascensão ao longo dos últimos anos, em boa par-te devido à participação dos empre-gados no Programa de Graduação. Os empregados com pelo menos o nível superior completo represen-tavam, ao final de 2008, 72,6% do efetivo total, algo próximo do valor apurado em 2007. A proporção de empregados com escolaridade de ní-vel médio atingiu no período 26,0%, 0,7 ponto percentual acima do valor registrado em 2007 (gráfico 33).
A Fundação preocupa-se com a capacitação e elevação do grau de escolaridade dos seus emprega-dos, financiando uma parcela dos custos com educação universitária e pós-graduação. O financiamento da pós-graduação requer indica-ção do superior imediato do em-pregado, bem como aprovação do diretor de contato. Já o acesso à educação universitária e os valo-res limites para reembolso, foram determinados nos últimos acordos coletivos da Entidade com os seus funcionários. Essa ação integra o Programa de Desenvolvimento e Capacitação dos empregados, im-
plementado e executado pela Ge-rência de Recursos Humanos.
Com relação à distribuição dos empregados por faixa etária, a maior porção (59,4%) estava localizada no grupo acima de 40 anos, percentu-al superior ao registrado em 2007 (58,8%). Alteração significativa ocorreu nos grupos de faixa etária
inferior. Entre 2008 e 2007, o gru-po de 30 a 40 anos participou com 23,7% do total de empregados, uma queda de 3,1 pontos percentuais com relação a 2007. Já o grupo até 30 anos correspondeu a 16,9% do total, sendo 2,5 pontos percentuais acima do valor de 2007. Cabe desta-car que a proporção da faixa etária
Portal: www.petros.com.br Atendimento: 0800-56 00 55 Ouvidoria: 21 2506-0855
Revista
ano V • nº 51 • março 2008
que fazem
a diferença MULHERES
Entrevista
Maria da Penha, a mulher que
inspirou e deu nome à lei que está
transformando a vida de milhares
de outras marias e penhas do
Brasil
5.3.2 perFil dos empreGados
6 9B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 8
irão se aposentar ou estarão aptos a essa condição. Em 2008, a pro-porção de funcionários com tempo de vinculação previdenciária supe-rior a 20 anos representava quase metade da força de trabalho. Nesse mesmo ano a participação dos em-pregados com vínculo previdenciá-rio de até 4 anos e de 4 a 10 anos obteve crescimento em relação a 2007 (tabela 38).
O aumento da população de em-pregados com idade superior a 50 anos, aliado à expansão dos grupos com maior tempo de casa e maior tempo de vinculação previdenciária, aponta para uma perspectiva de cres-cente substituição dos empregados mais antigos. Essa situação coloca a necessidade de retenção do conheci-mento dentro da Fundação como um desafio para a gestão. O desenvolvi-mento de um plano de sucessão está previsto no Plano Estratégico da Fun-dação, visando assegurar a capacita-
tabela 38: tempo de Vinculação previdenciária dos empregados
tempo em anos2007 2008
nº % nº %
Até 4 46 11,4% 61 14,2%
4 a 10 47 11,7% 57 13,2%
10 a 20 96 23,8% 98 22,7%
Mais de 20 214 53,1% 215 49,9%
total tempo de Vinculação previdenciária 403 100,0% 431 100,0%Fonte: Petros - Gerência de Recursos Humanos.Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
Grila13
Grila13
tabela 37: distribuição dos empregados por tempo de casa
diretoriaaté 4 anos 4 a 10 anos 10 a 20 anos mais de 20 anos
2007 2008 2007 2008 2007 2008 2007 2008
Presidência 37 37 13 19 10 12 19 16
Diretoria Financeira e de Investimentos 37 36 5 8 7 5 15 16
Diretoria de Seguridade 29 38 18 13 44 48 76 79
Diretoria Administrativa 26 37 25 21 11 15 30 30
total por tempo de casa 130 148 61 62 72 80 140 141Fonte: Petros - Gerência de Recursos Humanos.Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
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Gráfico 34: Distribuição dos Empregados por Faixa Etária
Até 25
2007Fonte: Petros – Gerência de Recursos HumanosElaboração: Petros – Assessoria de Planejamento 2008
4,2%
10,2%12,3%
26,8%
39,7%
19,1%
4,6%
23,7%
38,1%
21,3%
25 a 30 40 a 5030 a 40 Mais de 50em anos
Gráfico 34: Distribuição dos Empregados por Faixa Etária
Até 25
2007Fonte: Petros – Gerência de Recursos HumanosElaboração: Petros – Assessoria de Planejamento 2008
4,2%
10,2%12,3%
26,8%
39,7%
19,1%
4,6%
23,7%
38,1%
21,3%
25 a 30 40 a 5030 a 40 Mais de 50em anos
Fonte: Petros – Gerência de Recursos Humanos. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
GráFico 34 - distribuição dos empreGados por Faixa etária
com 50 anos ou mais tem registra-do persistente crescimento ao longo dos últimos anos: 12,9% em 2003, 15,1% em 2005, 19,1% em 2007 e 21,3% em 2008. Essa evolução é re-flexo do envelhecimento do quadro efetivo da Fundação (gráfico 34).
Os empregados há mais de 10 anos trabalhando na Petros compu-nham 51,3% do total em 2008. O segundo maior grupo era compos-to por aqueles com tempo de casa de até 4 anos: 34,3%. No caso dos empregados com tempo de casa entre 4 e 10 anos, o resultado foi de 14,2%. Esses resultados indicam o elevado grau de permanência de trabalhadores na Petros, bem como o aumento expressivo de empre-gados mais novos, proveniente do crescimento do quadro de emprega-dos da Fundação (tabela 37).
Para a próxima década, há uma projeção que indica que mais de 70% dos empregados da Petros
ção dos empregados e preservação do conhecimento na organização.
A conjugação entre a elevada qualificação do corpo funcional e o tempo médio de casa repercute no
nível salarial. Ao final de 2008, 50,1% dos empregados recebiam uma re-muneração mensal igual ou superior a 10 salários mínimos. Essa propor-ção era de 48,9% ao final de 2007.
Portal: www.petros.com.br Atendimento: 0800-56 00 55 Ouvidoria: 21 2506-0855
Revista ano V • nº 51 • março 2008
que fazem a diferença
MULHERES
Entrevista
Maria da Penha, a mulher que inspirou e deu nome à lei que está transformando a vida de milhares de outras marias e penhas do Brasil
Amér
ico
Verm
elho
B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 87 0
A Política de Remuneração vigen-te na Petros é composta por remu-neração fixa, remuneração variável e benefícios. Ela tem por propósito desenvolver a valorização e capaci-tação dos profissionais da Fundação visando à construção de uma identi-dade própria e ao aumento da com-petitividade da remuneração.
remuneração fixaA Remuneração Fixa é constitu-
ída por salários, anuênios e gratifi-cações de função pagos pela Petros aos seus funcionários. No ano de 2008, conforme ocorrido nos anos anteriores, os aumentos salariais foram provenientes da negociação do acordo coletivo de trabalho e da aplicação do Programa de Gestão de Carreira por Competências.
Pelo acordo coletivo firmado jun-to ao Sindicato dos Previdenciários, extensivo a todos os empregados, os salários foram reajustados em 6,41%, percentual correspondente à variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo IBGE, nos doze meses anteriores a novembro de 2008, data base da categoria.
Através do Programa de Gestão de Carreira por Competências, todos os empregados, semestralmente, fa-zem uma autoavaliação, bem como avaliam o superior imediato. No
caso dos gestores, além de fazerem sua autoavaliação, eles são avalia-dos pelos seus subordinados e pelo diretor de contato. De acordo com o resultado, são concedidos avan-ços salariais aos empregados que se sobressaírem na avaliação realizada pelo superior imediato. Além disso, os avanços salariais requerem verbas disponíveis por parte das Gerências.
remuneração VariávelA Política de Remuneração Variá-
vel da Petros, estruturada e aprovada em 2005, contempla todos os em-pregados. O cálculo dessa remune-ração é determinado pela combina-ção dos resultados alcançados pela Entidade (resultado corporativo), pelas Áreas (resultado das metas das Áreas, pactuadas no Planejamen-to Estratégico) e pelos profissionais (Programa de Gestão de Carreira por Competências). Cada um desses re-sultados é ponderado de acordo com cada cargo da estrutura de cargos e salários da Fundação, definindo um multiplicador do salário diferenciado para cada empregado.
Além de premiar aqueles profis-sionais que obtiverem os melhores resultados anuais, a Política de Remu-neração Variável tem como objetivo atrair e reter força de trabalho qualifi-cada e alinhada com a missão e visão
GráFico 36 - assistência mÉdica e Hospitalar
Fonte: Petros – Gerência de Recursos Humanos. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
2007 2008
R$ 4,4 R$ 4,5
Valor anual gasto
Total de pessoas beneficiadas
1.359
1.375
Gráfico 36: Assistência Médica e Hospitalar
Fonte: Petros – Gerência de Recursos HumanosElaboração: Petros – Assessoria de Planejamento
GráFico 35 - Faixa salarial dos empreGados em 2008 (em salários mÍnimos – s.m.)
Fonte: Petros – Gerência de Recursos Humanos. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
Gráfico 35: Faixa Salarial dos Empregados em 2008 (em salários mínimos –s.m.)
Fonte: Petros – Gerência de Recursos HumanosElaboração: Petros – Assessoria de Planejamento
39,4%
13,9%10,7%
36%
Acima de 20 s.m.
5 até 10 s.m.Até 5 s.m.
10 até 20 s.m.
Griec5
Grila9
tabela 39: Valor e número de reembolsos
benefícios2007 2008
total de beneficiados "Gasto anual [r$ mil]" total de beneficiados "Gasto anual [r$ mil]"
Reembolso odontológico 47 126,4 45 101,5
Reembolso educação 149 446,3 138 479,0
Reembolso universitário 18 44,9 22 57,6
Reembolso creche 14 78,5 14 95,0
Reembolso acompanhante 9 35,5 7 19,2
Reembolso material escolar 0 0,3 0 0,0
Reembolso portador de necessidades especiais 5 47,9 5 42,6
Reembolso Academia 71 33,0 67 28,8
total 313 812,7 298 823,7
Fonte: Petros - Gerência de Recursos Humanos.Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
Grila9
5.3.3 remuneraçãoGrila4la12
7 1B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 8
Grila6la8
tabela 40: absenteísmo por doença
2007 2008
Empregados com absenteísmo por doença (A)
209 264
Total de empregados (B) 403 431
Empregados com absenteísmo por doença / Total de empregados (A/B)
51,9% 61,3%
Número total de dias de afastamento por absenteismo (C)
1.779 1.398
Média em dias do absenteísmo por empregado (C/A)
8,5 5,3
Fonte: Petros - Gerência de Recursos Humanos. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
da Petros. Em 2008, a Remuneração Variável da Fundação destinou R$ 3,1 milhões para 419 pessoas, valor 3,1% inferior ao distribuído em 2007 (R$ 3,2 milhões) para 392 pessoas.
benefíciosO conjunto de benefícios que a
Petros oferece é constituído pela previdência complementar, pela as-sistência médica e hospitalar, pela assistência alimentar e pelos reem-bolsos pagos aos empregados. Es-ses benefícios pretendem assegurar
Grila7
uma melhor qualidade de vida ao corpo profissional da Entidade no presente e no futuro.
O direito à assistência médica e hospitalar é estendido aos emprega-dos e ex-empregados aposentados. Ao término de 2008 constavam 1.375 vidas no plano de saúde, sendo 30,1% empregados, 15,8% ex-empregados aposentados e 54,1% dependentes, tanto de empregados quanto de ex-empregados aposentados. A Fundação divide com o titular do plano de saúde as despesas com assistência médica e
Para os empregados que es-tejam cursando algum nível de ensino, ou possuam filho no en-sino fundamental e médio na rede particular, a Petros oferece o Reembolso Educacional. Esse benefício correspondeu a 53,7% do total de reembolsos mensais concedidos em 2008. O Reem-bolso Educacional reflete o com-prometimento da Fundação com a capacitação e formação educa-cional dos seus empregados, ex-empregados e dependentes.
hospitalar conforme a remuneração e faixa etária do titular. Em 2008, esse valor total gasto pela Fundação com a assistência médica foi de R$ 4,5 mi-lhões (gráfico 36).
Os reembolsos oferecidos pela Petros pretendem incentivar aperfei-çoamento da educação, a manuten-ção da saúde e a prática de ativida-des físicas dos funcionários. No ano de 2008 a média mensal de pessoas beneficiadas pelos reembolsos foi de 298, somando um investimento total de R$ 823,7 mil no ano (tabela 39).
A Petros realiza ações destina-das à saúde e à segurança ocupa-cional com a finalidade de garantir a plenitude da saúde do seu cor-po funcional permitindo apoiar e diagnosticar precocemente possí-veis problemas.
Os principais fatores de riscos à saúde dos empregados são o seden-tarismo e o excesso de peso. Atuando sobre esses fatores, a Fundação es-timula a prática da atividade física, oferecendo a seus empregados pro-gramas de ginástica laboral e terapia corporal dentro das dependências da organização. Além disso, também concede reembolso de gastos com a prática de alguma modalidade de atividade física realizada pelo empre-gado. Essas ações são direcionadas à prevenção daqueles fatores de risco.
Através da Semana da Saúde, promovida todos os anos pela Pe-
5.3.4 saúde e seGurança
tros, são debatidos além de possí-veis problemas de maior incidência e risco para saúde, identificados durante o exame médico periódico dos empregados, assuntos relacio-nados à promoção da saúde em ge-ral, com temas veiculados através de artigos especializados na mídia ou destacando algum profissional da área. Além disso, todo o ano a Petros promove junto ao corpo funcional uma campanha de vaci-nação contra a gripe.
A Fundação possui uma Comis-são Interna de Prevenção de Aciden-tes - CIPA, atendendo à recomenda-ção da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e conforme de-termina a regulamentação perti-nente: NR 5 da Portaria nº 3.214/78 do Ministério do Trabalho. A CIPA é constituída por representantes do empregador, e dos empregados.
A CIPA promoveu em 2008 a VI Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT), com a finalidade de conscien-tizar os empregados sobre a importância da segurança no trabalho desenvolvido dentro da Petros.
absenteísmo e afasta-mentos por doença
O Programa Qualidade de Vida desenvolvido pela Petros, tem como principal objetivo pre-venir a incidência de doenças com histórico de manifestação pelos funcionários.
O absenteísmo por doença, ou ausência do trabalho por motivo de doença, alcançou 61,3% do quadro total de empregados da Entidade em 2008 (tabela 40). No ano passado, a quantidade média de dias de absen-teísmo por empregado atingiu 5,3 dias, inferior à observada no ano de 2007 (8,5 dias). O aumento do absen-teísmo dos empregados por doença em 2008, em relação a 2007, ainda requer análise e ações mais específi-cas, direcionadas à reversão integral desse quadro.
Para os empregados incapaci-tados ao exercício do trabalho du-rante um período superior a quinze dias consecutivos, o INSS concede o auxílio-doença, conforme legislação
própria. Adicionalmente, a Petros concede o Auxílio Recuperação Saú-de com a finalidade de assegurar a complementação salarial que permi-ta ao empregado o recebimento do mesmo valor salarial que recebia an-tes de ingressar no auxílio-doença. Ao término do 25º mês, o Auxílio Re-cuperação Saúde é substituído pelo auxílio complementação, que é con-cedido pelo desconto da previdência complementar do empregado.
O INSS concedeu, em 2008, 20 auxílios-doença para funcionários da Petros e houve 5 acidentes de trabalho. Os afastamentos por mo-tivo de doença atingiram 4,6% dos empregados, e o tempo médio de afastamento no mesmo período foi de 4 meses e 22 dias.
B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 87 2
O Programa de Educação Cor-porativa estruturado pela Petros é composto por ações voltadas à capacitação do corpo funcional no negócio da Entidade que privilegia o sistema de aprendizagem compar-tilhada, no qual os empregados de-tentores de expertise dividem suas experiências com os demais.
São estabelecidos critérios para a inclusão de empregados nos pro-gramas de investimento em gra-duação, pós-graduação, idiomas e cursos específicos, atendendo de-mandas exclusivas de determinada
GráFico 39 - distribuição (%) dos trabalHadores contratados pot tipo de serViço – 2008
Fonte: Petros – Gerência de Engenharia e Administração, Gerência de Tecnologia da Informação e Gerência de Operações. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
Gráfico 39: Distribuição (%) dos trabalhadores contratados pot tipo de serviço – 2008
Fonte: Petros – Gerência de Engenharia e Administração, Gerência de Informática e Gerência de Operações.Elaboração: Petros – Assessoria de Planejamento.
27%
37%
36%
Serviços gerais, limpeza, segurança etc
Serviços informática Tele-atendimento
Gráfico 39: Distribuição (%) dos trabalhadores contratados pot tipo de serviço – 2008
Fonte: Petros – Gerência de Engenharia e Administração, Gerência de Informática e Gerência de Operações.Elaboração: Petros – Assessoria de Planejamento.
27%
37%
36%
Serviços gerais, limpeza, segurança etc
Serviços informática Tele-atendimento
área (gráfico 37). Com essas ações a Fundação busca manter seu corpo funcional atualizado para o alcance dos resultados definidos para a sua estratégia de atuação.
No ano de 2008, o Programa con-tou com a participação de 396 empre-gados (91,9% do quadro funcional). O investimento total foi R$ 631 mil, e o total de horas de treinamento atingiu 45,1 mil. Cada empregado participou, em média, de uma ação voltada para o aprendizado, e a duração média de treinamento foi de 104,7 horas por empregado (gráfico 38).
GráFico 38 - mÉdia de Horas de treinamento e desenVolVimento
Fonte: Petros – Gerência de Recursos Humanos. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
17
Gráfico 38: Média de Horas de Treinamento e Desenvolvimento
Capacitação externa Treinamento e desenvolvimento
2007
Fonte: Petros – Gerência de Recursos HumanosElaboração: Petros – Assessoria de Planejamento
84
13
105
2008
17
Gráfico 38: Média de Horas de Treinamento e Desenvolvimento
Capacitação externa Treinamento e desenvolvimento
2007
Fonte: Petros – Gerência de Recursos HumanosElaboração: Petros – Assessoria de Planejamento
84
13
105
2008
17
Gráfico 38: Média de Horas de Treinamento e Desenvolvimento
Capacitação externa Treinamento e desenvolvimento
2007
Fonte: Petros – Gerência de Recursos HumanosElaboração: Petros – Assessoria de Planejamento
84
13
105
2008
Grila13
Grila11
GráFico 40 - trabalHadores contratados por tipo de serViço e sexo em 2008
Fonte: Petros – Gerência de Engenharia e Administração, Gerência de Tecnologia da Informação e Gerência de Operações. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
60
Gráfico 40: Trabalhadores contratados por tipo de serviço e sexo em 2008
MulheresHomens
Serviços informática
Fonte: Petros – Gerência de Engenharia e Administração, Gerência de Informática e Gerência de Operações.Elaboração: Petros – Assessoria de Planejamento
6
3236
Serviços gerais, limpeza, segurança etc
Tele-atendimento
16
27
60
Gráfico 40: Trabalhadores contratados por tipo de serviço e sexo em 2008
MulheresHomens
Serviços informática
Fonte: Petros – Gerência de Engenharia e Administração, Gerência de Informática e Gerência de Operações.Elaboração: Petros – Assessoria de Planejamento
6
3236
Serviços gerais, limpeza, segurança etc
Tele-atendimento
16
27
Grila13
Griec6Hr6Hr1
5.4 forneCedoreS
a Política de Contratação vi-gente na Petros determina a diretriz para a contrata-
ção de fornecedores. Para contra-tar seus fornecedores de produtos e serviços, a Fundação adota critérios de responsabilidade social.
A finalidade da adoção desses critérios é transmitir os valores so-cialmente responsáveis a todos os agentes econômicos que interagem com a Petros, bem como melhorar o relacionamento com os fornecedores.
A difusão interna e externa da cultura orientada para a responsabilidade so-cial tem se mostrado importante para a sociedade incorporar estes preceitos.
A Petros incentiva a erradica-ção da exploração do trabalho de crianças e adolescentes junto aos fornecedores. Todos os fornecedo-res contratados, para prestação de serviços ou aquisição de bens, as-sinam termo de compromisso afir-mando a não utilização de mão-de-obra infantil.
Empresas prestadoras de servi-ços responsáveis pela contratação da mão-de-obra terceirizada que atua nas dependências da Fundação. se comprometem com princípios de res-ponsabilidade social, de acordo com a Política de Contratação. Os contratos assinados com as empresas prestado-ras de serviços apresentam cláusula de respeito aos parâmetros de co-res-ponsabilidade legal (obrigações traba-lhistas, previdenciárias e tributárias).
Ao final de 2008, a quase to-talidade dos terceirizados estava alocada nas seguintes atividades: 37,3% nos serviços de informá-tica, 35,6% em serviços gerais (limpeza, segurança etc.) e 27,1% em tele-atendimento (gráfico 39). Diferentemente da composição do perfil de empregados efetivos da Petros, 63,3% do quadro de terceirizados é composto por ho-mens (gráfico 40).
Grila11 GráFico 37 - distribuição de
Horas de treinamento e desenVolVimento em 2008 Gráfico 37: Distribuição de Horas de
Treinamento e Desenvolvimento em 2008
Fonte: Petros – Gerência de Recursos HumanosElaboração: Petros – Assessoria de Planejamento
12,0%
20,8%
26,2%
30,7%
Capacitação externa
Pós-graduaçãoAuxílio universitário
Idiomas
2,8%
7,5%
Treinamento interno Desenvolvimento gerencial
Gráfico 37: Distribuição de Horas de Treinamento e Desenvolvimento em 2008
Fonte: Petros – Gerência de Recursos HumanosElaboração: Petros – Assessoria de Planejamento
12,0%
20,8%
26,2%
30,7%
Capacitação externa
Pós-graduaçãoAuxílio universitário
Idiomas
2,8%
7,5%
Treinamento interno Desenvolvimento gerencial
Gráfico 37: Distribuição de Horas de Treinamento e Desenvolvimento em 2008
Fonte: Petros – Gerência de Recursos HumanosElaboração: Petros – Assessoria de Planejamento
12,0%
20,8%
26,2%
30,7%
Capacitação externa
Pós-graduaçãoAuxílio universitário
Idiomas
2,8%
7,5%
Treinamento interno Desenvolvimento gerencial
Fonte: Petros – Gerência de Recursos Humanos. Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
5.3.5 treinamento e desenVolVimento
5.4.1 terceirizados
7 3B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 8
5.5 eStagiárioS
a Petros, em parceria com a Associação Beneficen-te São Martinho, criou em
1991 o Programa Crescer. Esse pro-grama tem como objetivo oferecer a adolescentes de famílias de bai-xa renda, com idade entre 16 e 18 anos, a oportunidade de ingressar no mercado de trabalho. Os jovens aprendizes recebem um salário mínimo, além de uniforme, vale transporte e vale refeição. Ao final de 2008, a Petros beneficiou 20 jo-
o Programa de Desenvolvi-mento de Estagiários da Pe-tros, coordenado pela Ge-
rência de Recursos Humanos, ocorre em parceria com a Fundação Mudes através de convênio específico. A orientação de jovens estudantes, após seleção prévia por àquela En-tidade, tem como objetivo maior a contribuição da Petros para a com-plementação da formação acadêmi-ca desses jovens com foco no mer-cado de trabalho.
O Programa estabelece ainda, a realização de encontros mensais nos quais temas importantes para o desenvolvimento de habilidades e técnicas exigidas pelo mercado de trabalho são apresentados e debatidos pelos estudantes, com orientação de profissionais de Re-cursos Humanos. Entre os temas recorrentes estão: as atividades desenvolvidas na respectiva área de atuação na Petros, a adminis-tração do tempo, elaboração de currículo, dinâmicas de grupo e
5.6 JovenS aPrendizeS
vens, e foram investidos R$ 244,7 mil no Programa.
Conforme a Lei 10.097/2000 e o Estatuto da Criança e do Adoles-cente (Lei 8.069/1990), os jovens aprendizes participam de ativida-des administrativas e comporta-mentais na Petros. Durante 2008, a exemplo de anos anteriores, a Ge-rência de Recursos Humanos pro-moveu o Encontro Marcado com a finalidade de desenvolver as poten-cialidades dos jovens aprendizes da
Fundação São Martinho, estimulá-los na tomada de consciência so-bre seus interesses, atitudes, obje-tivos, capacidades, competências e habilidades de relacionamento interpessoal. Além disso, referido programa procura identificar as áreas de interesse profissional dos jovens, fornecendo conhecimen-to amplo sobre as profissões e a formação necessária, informando sobre o mercado de trabalho, a partir de um modelo de orientação
vocacional e orientando os jovens para a aquisição de competências de empregabilidade e de gestão de carreira, por fim capacitando-os a lidarem com o quadro de oportuni-dades que se lhe apresentem.
Com esse trabalho a Petros for-talece a sua imagem de empresa socialmente responsável, assegura o respeito aos seus objetivos e compro-missos éticos alinhados à sua missão e visão e contribui para a construção de uma sociedade mais justa.
comportamento em entrevistas de emprego, entre outras.
O Programa aborda, também, te-mas específicos do segmento de fun-dos de pensão e de responsabilidade social, tais como: previdência com-plementar, diversidade e investimento
socialmente responsável. A avaliação do desempenho dos estagiários é rea-lizada por eles e pelos seus respectivos supervisores ao final de cada semestre.
De acordo com a carga horária de 4 ou 6 horas diárias, cada estagi-ário recebe uma bolsa auxílio no va-
lor de, respectivamente, R$ 366,67 ou R$ 550,00. Além da bolsa auxílio, os estagiários também recebem vale transporte e vale refeição. Em 2008, foram destinados a esse convênio R$ 196,7 mil para os 18 estudantes que estagiaram na Petros.
Antonia Moraes
B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 87 4
a Petros mantém com as instâncias governamentais um relacionamento carac-
terizado pela transparência, pelo respeito ao ordenamento legal e normativo e pelo espírito contri-butivo para o aperfeiçoamento do setor da previdência comple-mentar, para a difusão da cultura previdenciária e para o desenvol-vimento nacional. Esses princípios regem também as relações com os
demais poderes da União e das de-mais esferas de poder.
A Fundação cumpre plenamen-te as diretrizes e as normas dos órgãos de regulação e fiscalização do setor – Conselho Gestor da Pre-vidência Complementar (CGPC) e Secretaria de Previdência Comple-mentar (SPC) – sempre prezando pela transparência das demons-trações financeiras e da gestão dos planos de benefícios que ad-
ministra. Além de cumprir suas obrigações com aqueles órgãos de Estado, a Fundação contribui fre-quentemente com a discussão e a formulação coletiva de proposi-ções de aperfeiçoamento e de de-senvolvimento do segmento.
O atual Diretor Administra-tivo da Petros, Newton Carneiro da Cunha, foi membro do CGPC até junho de 2007. Ele integrava aquele Conselho como represen-
tante da Associação Nacional dos Participantes (ANAPAR), tendo se afastado após assumir a Diretoria da Fundação.
As relações da Petros com os demais organismos de Estado são pautadas pelo compromisso com a promoção do desenvolvimento sustentável, condicionada à garan-tia do cumprimento das obrigações com os participantes dos planos de benefícios.
reLaçõeS inStituCionaiS66.1 inStituiçõeS de eStado
6.2 mídia, entidadeS de CLaSSe, SoCiedade CiviL
as relações da Petros com as instituições da sociedade civil estão afinadas com o Princí-
pio Geral de Responsabilidade Social:“a responsabilidade social da
petros, em seus diferentes níveis e ações, deve ser balizada pelo binômio democracia e desen-volvimento. por uma democracia participativa e cidadã, por um de-senvolvimento inclusivo, distribu-tivo e com justiça social.”
A Petros mantém com os meios de comunicação um diálogo mar-cado por respeito e transparência. Ela assegura o acesso à informação e pleiteia o devido esclarecimento quando da divulgação de informa-ções e opiniões errôneas ou sem a devida fundamentação factual. Esse relacionamento tem se estreitado a cada ano, a fim de preservar a inde-pendência de cada instituição.
A Petros é uma das fundadoras da Associação Brasileira das Entida-des Fechadas de Previdência Com-plementar (ABRAPP), que tem por objetivo principal contribuir para expansão e fortalecimento da previ-dência complementar fechada. A As-sociação, o Instituto Cultural da Se-guridade Social (ICSS) e o Sindicato Nacional das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (SINDA-PP) constituem o Sistema ABRAPP.
Integrantes do corpo gerencial da Fundação participam das Co-missões Técnicas Nacionais (CTNs) da ABRAPP. As comissões tratam de diferentes temas relativos ao setor, tais como assuntos jurídicos, atuá-ria, investimentos, seguridade. Em 2008, foi constituída a Comissão Técnica Nacional de Sustentabili-dade, consolidando compromisso das EFPCs com a Responsabilidade
Social e Ambiental (RSA). Com a constituição e funcionamento dessa Comissão, é reconhecida a relevân-cia fundamental da sustentabilida-de econômica, social e ambiental para o desenvolvimento saudável e perene do segmento da previdência complementar e das entidades que o constituem. A Comissão também é um importante instrumento de coordenação e apoio à contribuição das EFPCs ao desenvolvimento eco-nômico e social do país.
A Petros participa da articulação e fortalecimento da previdência com-plementar fechada com a elaboração de propostas de caráter social para o setor. O diálogo com representan-tes de outros Fundos de Pensão e da sociedade é contínuo. Além das enti-dades do Sistema ABRAPP, a Funda-ção mantém interlocução com várias entidades de classe e instituições sem
fins lucrativos que atuam no aperfei-çoamento das áreas em que atuam e contribuem para o desenvolvimento econômico e social do país (quadro 9).
participação em iniciativas nacionais e internacionais
Nos últimos anos a Petros aderiu a importantes iniciativas internacio-nais de difusão e incorporação dos princípios de Responsabilidade So-cial e Ambiental. O comprometimen-to com essas iniciativas representa o aprofundamento da Responsabilida-de Social e Ambiental na Fundação.
Em 2007 a Petros aderiu ao pro-grama pró-equidade de Gênero da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), vinculada à Pre-sidência da República. O amplo cum-primento, no biênio 2007/2008, do Plano de Ação pactuado pela Petros com a Coordenação do Programa,
7 5B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 8
direcionado a difundir e implemen-tar ações de promoção da igualdade de gênero no seu ambiente orga-nizacional, credenciou a Fundação a receber o Selo pró-equidade de Gênero, conferido pela SPM. O selo representa a confirmação pública do comprometimento da Petros com a promoção da igualdade de gêne-ro. A Fundação já aderiu à próxima etapa do Programa para o biênio 2009/2010 e já está implementando ações previstas para essa nova fase.
Desde 2005 a Petros partici-pa do carbon disclosure project (cdp), requerimento coletivo for-mulado por investidores institu-cionais e endereçado às empresas listadas em bolsa, visando obter transparência na divulgação de in-formações a respeito de mudanças climáticas. Em 2006 a Fundação se tornou signatária dos princípios para investimento responsável (pri), patrocinado pela UNEP-FI – organismo vinculado a ONU.
FiGura 2 – INICIATIVAS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL ADOTADAS PELA PETROS
PRI
PROGRAMA DE PRÓ-EQUIDADE DE GÊNERO
CDPPACTO
GLOBAL
adesão da petros ao carbon disclosure project (cdp) e aos princípios para investimento responsável (pri)
A adesão da Petros em 2006 aos princípios para investimento responsável (em inglês PRI - Principles for Responsible Investment)
e ao carbon disclosure project (CDP) demonstra o compromisso
com os princípios e práticas de Responsabilidade Social para o de-
senvolvimento social e econômico.
Os princípios para investimento responsável (PRI), patrocina-
dos pela UNEP-FI, organismo vinculado a ONU, são um acordo de li-
vre adesão elaborado por e para investidores institucionais que tem
como finalidade principal incorporar critérios responsáveis na de-
cisão de investimentos. Ao final de 2008 existiam 121 investidores
institucionais participando do acordo, dentre os quais 14,9% eram
Fundos de Pensão Brasileiros (18 entidades).
O CDP foi elaborado e endereçado originalmente às empresas
listadas no índice FT500 (que engloba as 500 maiores empresas
listadas na Bolsa de Valores de Londres). Hoje tem se expandido
por diversos países do mundo. Esse requerimento coletivo preten-
de criar condições para consolidar um relacionamento duradouro
entre os acionistas e as empresas, a fim de aumentar a transpa-
rência das avaliações de risco de investimento. Seu objetivo básico
é ampliar o acesso a informações de qualidade sobre as políticas
adotadas pelas empresas e o impacto das mudanças climáticas nos
negócios corporativos.
Os Fundos de Pensão e algumas Instituições Financeiras brasi-
leiros patrocinaram a publicação do primeiro relatório de Emissões
de Gases do Efeito Estufa do País referente a 2008, a exemplo de
2007. Participaram do relatório do ano passado 60 empresas (47
em 2007), representando uma adesão das empresas brasileiras ao
pedido de abertura de informações de 83% do total de 75 empresas
selecionadas no IBX-50. Esse nível de adesão, que repete o nível do
ano anterior (82%), sinaliza o caráter definitivo da liderança assu-
mida pelo País no projeto.
As mudanças climáticas no futuro podem apresentar implica-
ções no rendimento dos investimentos, em setores como agricul-
tura, alimentação, energia, turismo, celulose etc. A Petros encara a
questão também como uma oportunidade de investimento por meio
da compra de créditos de carbono, do investimento em empresas
que estimulem a mudança da matriz energética mundial para ener-
gia renovável etc. Uma possível mudança climática poderá afetar as
condições de vida, o crescimento e a distribuição de renda da popu-
lação mundial, modificando a dinâmica de concessão de benefícios
oferecidos pela Petros.
Griec2
en18
Gri4.9
Quadro 9: entidades a que a petros é associada
Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (ABRAPP)
Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (ABERJE)
Associação Nacional de Contabilistas das Entidades de Previdência Privada (ANCEPP)
Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC)
Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social
Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital (ABVCAP)
Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH RIO)
Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD)
Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento e Mercado de Capitais (APIMEC)
Fonte: Petros - Gerência de Controle.Elaboração: Petros - Assessoria de Planejamento.
B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 87 6
O Balanço Social da Petros de 2008 não sofreu mu-danças significativas no que diz respeito ao escopo, limite ou método de medição dos dados comparado
ao relatório de sustentabilidade de 2007. Foram considerados, na elaboração do balanço, os seguintes princípios: comparabilidade dos dados e das informações, relevância dos temas para cada parte interessada, neutralidade e clareza na formulação do texto.O Balanço Social da Petros de 2008 foi estruturado e elaborado de
acordo com guias e indicadores de sustentabilidade e Responsabilida-de Social do Brasil e do exterior. Foram utilizados o modelo ibase para instituições de ensino, Fundações e organizações sociais com algumas adaptações que contemplam as especificidades de um Fundo de Pensão e as diretrizes G3 para relatório de sustentabilidade da Global reporting initiative (Gri), com nível de aplicação ‘B’.
A verificação do documento foi realizada internamente pela Diretoria Executiva, Assessores e membros do Comitê de Responsabilidade Social da Petros (COMRESP), que é composto por gerentes de todas as Diretorias. As
técnicas de medição dos dados foram definidas ao longo do documento. A Petros acredita que participantes, patrocinadoras, instituidores e empregados são as principais partes interessadas que utili-zarão o documento.
Qualquer sugestão ou crítica relativa ao Rela-tório Anual de Sustentabilidade Petros 2008 ou
ao conteúdo entrar em contato com:
Washington Luiz Araú[email protected]
Paulo Gusmã[email protected]
Parâmetro do reLatório7
Ilustrações Cristiano Gomes
7 7B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 8
Este índice de referência foi elaborado para facilitar a identificação das informações dos Indicadores da GRI contidos no Relatório Anual de Susten-tabilidade da Petros 2008.
tema indicador da Gri descrição do indicador da Gri página
Estratégia e análise
1.1 Mensagem do presidente e relevância da sustentabilidade para Petros 24
1.2 Principais riscos impactos e oportunidade 27 e 31
Perfil organizacional
2.1 Nome da organização 24 e 25
2.2 Principais planos de previdência 25
2.3 Estrutura operacional 26
2.4 Localização da sede 25
2.6 Tipo e natureza jurídica da propriedade 25
2.7 Mercados atendidos 25, 51, 52, 53, 54, 55, 56 e 60
2.8 Porte da organização 25 e 51
2.10 Prêmios recebidos no período coberto pelo Relatório 66
Parâmetro para o relatório
3.1 Período coberto pelo relatório 76
3.2 Data do relatório anterior 76
3.3 Ciclo de emissão 76
3.4 Dados para contato em caso de perguntas relativas ao relatório ou seu conteúdo 76
3.5 Processo para a definição do conteúdo 76
3.6 Limite do relatório 76
3.7 Limitações específicas quanto ao escopo ou ao limite do relatório 76
3.9 Técnicas de medição de dados 76
3.10 Razão da reformulação de informações e suas conseqüências 76
3.11 Mudanças de escopo, limite ou métodos de medição 76
3.12 Tabela com a localização das informações da GRI 77 e 78
3.13 Política e prática atual relativa à verificação externa do relatório 76
Governaça, compromissos e engajamento
4.1 Estrutura de governança 26
4.4 Mecanismos para recomendações ou orientações ao Conselho Deliberativo 28
4.8Missão e valores, Códigos de Conduta e princípios internos relevantes para o desempenho econômico, ambiental e social
25
4.9Adesão ou conformidade com normas acordadas internacionalmente, códigos de conduta e princípios
75
4.11 Aplicação do princípio de precaução 27
4.12Cartas, princípios ou outras inicitivas desenvolvidas externamente de caráter econômico, ambiental e social a que a organização subscreve ou endossa.
24
4.13 Participação em associações e/ou organizações nacionais / internacionais 25
4.14 Relação de grupos de stakeholders 29
índiCe gri8
B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 87 8
tema indicador da Gri descrição do indicador da Gri página
Desempenho econômico
EC1 Valor econômico direto gerado e distribuído 33, 34, 47, 52 e 65
EC2Implicações financeiras, riscos e oportunidades para a Petros devido a mudanças climáticas
75
EC3 Cobertura das obrigações do plano de pensão de benefício definido 47 e 49
EC5 Variação da proporção do salário mais baixo comparado ao salário mínimo local 70
EC6 Políticas, práticas e proporção de gastos com fornecedores 72
EC8 Desenvolvimento e impacto de investimentos em infra-estrutura e serviços 43
EC9Identificação e descrição de impactos econômicos indiretos significativos, inclusive extensão dos impactos
36
Desempenho ambiental
EN18 Iniciativas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa 75
Desempenho SocialPráticas Trabalhistas e Trabalho Decente
LA1 Total de trabalhadores, por tipo de emprego, contrato de trabalho e região. 65, 67 e 69
LA2 Número total e taxa de rotatividade de empregados 67
LA4 Percentual de empregados abrangidos por acordos de negociação coletiva 70
LA6Percentual dos empregados representados em comitês formais de segurança e saúde
71
LA7Taxas de lesões, doenças ocupacionais, dias perdidos, absenteísmo e óbitos relacionados ao trabalho
71
LA8Programas para dar assistência a empregados, seus familiares ou membros da comunidade com relação a doenças graves
71
LA9 Temas relativos a segurança e saúde cobertos por acordos formais com sindicatos 70
LA11Programas para gestão de competências e aprendizagem contínua que apóiam a continuidade da empregabilidade e o gerenciamento do fim da carreira
72
LA12Percentual de empregados que recebem regularmente análises de desempenho e de desenvolvimento de carreira
70
LA13Composição dos grupos responsáveis pela Governança Corporativa e discriminação de empregados por categoria, de acordo com gênero, faixa etária, minorias e outros indicadores de diversidade
68, 69 e 72
LA14 Proporção de salário base entre homens e mulheres, por categoria funcional Ibase
Desempenho SocialDireitos Humanos
HR1Percentual e número total de contratos de investimentos significativos que incluam cláusulas ou foram avaliados em direitos humanos
35, 42, 43, 44, 45 e 72
HR2Percentual de empresas contratadas que foram submetidos a avaliações referentes a direitos humanos
36
HR3Total de horas de treinamento e percentual de empregados treinados em políticas e procedimentos relativos a aspectos de direitos humanos
HR4 Número total de casos de discriminação e as medidas tomadas
HR6Operações identificadas como de risco significativo de ocorrência de trabalho infantil e as medidas tomadas
72
Desempenho SocialResponsabilidade Pelo Produto
PR1Fases do ciclo de vida de produtos e serviços em que os impactos na saúde e segurança são avaliados visando melhoria
50 e 51
PR5Práticas relacionadas à satisfação do cliente, incluindo resultados de pesquisas que medem essa satisfação
48, 50, 57 e 58
7 9B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 8
balanço social / 2008 - petros
Modelo IBASE para instituições de ensino, fundações e organizações sociais
1 - Identificação
Nome da instituição: Fundação Petrobras de Seguridade Social Tipo/categoria (conforme instruções): fundação
Natureza jurídica:[ ] associação [X] fundação [ ] sociedade sem fins lucrativos? [X] sim [ ] não Isenta da cota patronal do INSS? [ ]sim [X] não
Possui Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (CEAS)? [ ] sim [X] não Possui registro no: [ ] CNAS [ ] CEAS [ ] CMAS
De utilidade pública? [X] não Se sim, [ ] federal [ ] estadual [ ] municipal Classificada como OSCIP (lei 9790/99)? [ ] sim [X] não
2 - Origem dos recursos2008 2007
Valor (mil reais) % Valor (mil reais) %
Receitas Totais 8.773.628 100,0% 5.960.212 100%
a. Recursos governamentais (subvenções) Não se aplica Não se aplica
b. Doações de pessoas jurídicas Não se aplica Não se aplica
c. Doações de pessoas físicas Não se aplica Não se aplica
d. Contribuições previdenciais 1.592.873 18,2% 892.069 15,0%
Patrocinadoras 757.271 8,6% 441.672 7,4%
Participantes 835.602 9,5% 449.585 7,5%
Outros - 0,0% 812 0,0%
e. Contribuições extraordinárias 5.954.893 67,9% 1.851 0,0%
f. Patrocínios - 0,0% - 0,0%
g. Cooperação internacional - 0,0% - 0,0%
h. Prestação de serviços e/ou venda de produtos - 0,0% - 0,0%
i. Receitas líquidas de investimentos 1.225.862 14,0% 5.066.292 85,0%
j. Outras receitas - 0,0% - 0,0%
3 - Aplicação dos recursos2008 2007
Valor (mil reais) % Valor (mil reais) %
Despesas Totais 2.310.034 100,0% 1.911.952 100,0%
a. Projetos, programas e ações sociais (excluindo pessoal)¹ 427 0,0% 315 0,0%
b. Pessoal (salários + benefícios + encargos)2 68.380 3,0% 45.483 2,4%
c. Despesas previdenciais 2.204.787 95,4% 1.831.983 95,8%
d. Despesas diversas (somatório das despesas abaixo) 36.439 1,6% 34.171 1,8%
Operacionais 34.745 1,5% 30.786 1,6%
Impostos e taxas 500 0,0% 2.529 0,1%
Financeiras - 0,0% - 0,0%
Capital (máquinas + instalações + equipamentos) 1.194 0,1% 856 0,0%
Outras (que devem ser discriminadas conforme relevância) - 0,0% - 0,0%
9 modeLo iBaSe Para inStituiçõeS de enSino, fundaçõeS e organizaçõeS SoCiaiS
B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 88 0
4 - Indicadores sociais internos (Ações e benefícios para os(as) funcionários(as))
2008 2007metas 2009
Valor (mil reais) % Valor (mil reais) %
a. Alimentação 1.943 0,12% 1.861 0,21%
b. Educação 164 0,01% 494 0,06%
c. Capacitação e desenvolvimento profissional 826 0,05% 594 0,07%
d. Creche ou auxílio-creche 114 0,01% 113 0,01%
e. Saúde 4.574 0,29% 4.431 0,50%
f. Segurança e medicina no trabalho 126 0,01% 85 0,01%
g. Transporte 116 0,01% 203 0,02%
h. Bolsas/estágios 196 0,01% 166 0,02%
i. Outros 712 0,04% 724 0,08%
Total - Indicadores sociais internos 8.771 0,55% 8.671 0,97%
5 - Projetos, ações e contribuições para a sociedade (As Ações e programas aqui listados são exemplos, ver instrução)
2008 2007metas 2009
Valor (mil reais) % Valor (mil reais) %
a. Educação popular de jovens - "Projeto Crescer" (jovem aprendiz) Associação Beneficente São Martinho
R$ 244
0,02%
R$ 225
0,03%
R$ 0
Nº pessoas beneficiadas: 20
Nº entidades beneficiadas: 1
Nº pessoas benefi-ciadas: 19 Nº entidades beneficia-
das: 1
_______ _______
b. Dia das Crianças: a) Peça "Ética no Trabalho" - Teatro do Orquidário do CENPES, atuação dos jovens com deficiência física e Síndrome de Down ; b) doação dos empregados, de livros infan-tis para crianças internadas no INCA; c) Livros com temáticas de responsabilidade social e ambiental para filhos dos empregados e terceirizados
0,00%
R$ 0
0,0%
R$ 0
R$ 3Petros R$
_________
Nº pessoas beneficiadas:253
Nº entidades beneficiadas:1
Nº pessoas benefi-ciadas: Nº entidades beneficia-
das:
_______ _______
c. Campanha de natal (Creche Sagrado Coração de Maria e Santo Antonio)
0,00%
R$ 0
0,00%
R$ 0
Doações: Alimentos não
perecíveis, mate-rial de lhigiene, limpeza e ped-
agógico
Doações R$ _________
R$ 0
Nº pessoas beneficiadas:151
Nº entidades beneficiadas:1
Nº pessoas benefi-ciadas: Nº entidades beneficia-
das: 1
_______ _______
d. Campanha da Água (para desabrigados Santa Catarina) 0,00%
R$ 0
0,00%
R$ 0
Doações: 268 garrafões de 5
litros e 16 de 1,5 litros
Doações R$ _________
Nº pessoas beneficiadas:374
Nº entidades beneficiadas:
Nº pessoas benefi-ciadas: Nº entidades beneficia-
das:
_______ _______
Valores totais R$ 247 0,02% R$ 225 0,03% R$ 0
8 1B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 8
6 - Outros indicadores3 2008 2007 metas 2009
Nº total de alunos(as) Não se aplica Não se aplica Não se aplica
Nº de alunos(as) com bolsas integrais Não se aplica Não se aplica Não se aplica
Valor total das bolsas integrais Não se aplica Não se aplica Não se aplica
Nº de alunos(as) com bolsas parciais Não se aplica Não se aplica Não se aplica
Valor total das bolsas parciais Não se aplica Não se aplica Não se aplica
Nº de alunos(as) com bolsas de Iniciação Científica e de Pesquisa Não se aplica Não se aplica Não se aplica
Valor total das bolsas de Iniciação Científica e de Pesquisa Não se aplica Não se aplica Não se aplica
7 - Indicadores sobre o corpo funcional 2008 2007 metas 2009
Nº total de empregados(as) ao final do período 431 403
Nº de admissões durante o período 57 26
Nº de prestadores(as) de serviço 204
% de empregados(as) acima de 45 anos 59,00% 46,90% %
Nº de mulheres que trabalham na instituição 239 220
% de cargos de chefia ocupados por mulheres 44,00% 43,00% %
Idade média das mulheres em cargos de chefia 47 48
Salário médio das mulheres em cargo de chefia R$ 9.520 R$ 8.436
Salário médio das mulheres R$ 4.361 R$ 3.940 R$
Idade média dos homens em cargos de chefia 47 47
Salário médio dos homens R$ 5.295 R$ 4.900 R$
Nº de negros(as) que trabalham na instituição4 108 135
% de cargos de chefia ocupados por negros(as) 13,00% 23,00% %
Idade média dos(as) negros(as) em cargos de chefia 42 48
Salário médio dos(as) negros(as) R$ 4.718 R$ 3.519 R$
Nº de brancos(as) que trabalham na instituição 323 300
Salário médio dos(as) brancos(as) R$ 5.038 R$ 4.419 R$
Nº de estagiários(as) 18 16
Nº de voluntários(as) -
Nº portadores(as) necessidades especiais 10 9
Salário médio portadores(as) necessidades especiais R$ 4.680 R$ 3.669 R$
8 - Qualificação do corpo funcional 2008 2007 metas 2009
Nº total de funcionários(as) no corpo técnico e administrativo 403
Nº de pós-graduados (especialistas, mestres e doutores) 53 51
Nº de graduados(as) 260 244
Nº de graduandos(as) 48 48
Nº de pessoas com ensino médio 64 54
Nº de pessoas com ensino fundamental 6 6
Nº de pessoas com ensino fundamental incompleto 0 0
Nº de pessoas não-alfabetizadas 0 0
B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 88 2
9 - Informações relevantes quanto à ética, transparência e respon-sabilidade social
2008 metas 2009
Relação entre a maior e a menor remuneração _% _%
O processo de admissão de empregados(as) é: 30 % por indicação e 70% por seleção/concurso__% por indicação __% por seleção/con-curso
A instituição desenvolve alguma política ou ação de valorização da diversidade em seu quadro funcional?
[ X ] sim, institucionalizada [x] sim, institucionalizada
[ ] sim, não institucionalizada [ ] não [ ] sim, não institucionalizada [ ] não
Se "sim" na questão anterior, qual?
[ ] negros [x] gênero [ ] opção sexual [ ] negros [x] gênero [ ] opção sexual
[ x ] portadores(as) de necessidades especiais[ ] portadores(as) de necessidades espe-ciais
[ ] _______________________ [ ] _______________________
A organização desenvolve alguma política ou ação de valorização da diversidade entre participantes?
[ ] sim, institucionalizada [ ] sim, institucionalizada
[ ] sim, não institucionalizada [X ] não [ ] sim, não institucionalizada [x] não
Se "sim" na questão anterior, qual?
[ ] negros [ ] gênero [ ] opção sexual [ ] negros [ ] gênero [ ] opção sexual
[ ] portadores(as) de necessidades especiais[ ] portadores(as) de necessidades espe-ciais
[ ] _______________________ [ ] _______________________
Na seleção de parceiros e prestadores de serviço, critérios éticos e de responsabilidade social e ambiental:
[ ] não são considerados [ ] não são considerados
[x] são sugeridos [ ] são exigidos [x] são sugeridos [ ] são exigidos
A participação de empregados(as) no planejamento da instituição:[ ] não ocorre [ x ] ocorre em nível de chefia
[ ] não ocorre [ ] ocorre em nível de chefia
[ ] ocorre em todos os níveis [ ] ocorre em todos os níveis
Os processos eleitorais democráticos para escolha dos coordenadores(as), diretores(as) e conselheiros da organização:
[ ] não ocorrem [ x ] ocorrem regularmente[ ] não ocorrem [ x] ocorrem regular-mente
[ ] ocorrem somente p/cargos intermediários[ ] ocorrem somente p/cargos inter-mediários
A instituição possui Comissão/Conselho de Ética para o acompan-hamento de:
[ ] todas ações/atividades [ ] ensino e pesquisa[ ] todas ações/atividades [ ] ensino e pesquisa
[ ] experimentação animal/vivissecção [ ] experimentação animal/vivissecção
[ ] não tem [ ] não tem
10 - Outras Informações
Nota (1): Programas, projetos e ações sociais (item 3a): inclui Programa Qualidade de Vida
Nota (2): Em 2008, em Pessoal (letra b), estão incluídas as despesas extraordinárias: - Incentivo à repactuação no valor de R$ 16.029 mil
- Honorários da Adm no valor de R$ 2.673 mil
- Serviço Passado no valor de R$ 442 mil
- Provisão de Acordo Coletivo R$ 775 mil
Nota (3): O item 6 não se aplica à Petros.
Nota (4): O N° de negros inclui o N° de pardos. Essa á orientação do iBase que corresponde ao critério da Relação Anual de Informações Sociais - RAIS.
Nota (5): Definição das relações %:
Item 2 - Origem dos recursos: em relação à Receita total;
Item 3 - Aplicação dos recursos: em relação à despesa total;
Item 4 - Indicadores sociais internos: em relação às contribuições previdenciais;
Item 5 - Projetos, ações e contribuições para a sociedade: em relação às contribuições previdenciais;.
Item 9 - Informações relevantes quanto à ética, transparência e responsabilidade social: Em relação ao processo de admissão de empregados, não há cota para indica-ções ou seleções. O percentual mencionado relata os números exclusivamente de 2008, não havendo obrigatoriedade em seguí-lo nos anos subsequentes.
8 3B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 8
Depois de ler o balanço, cruze as palavras com informações contidas nas matérias. Depois, vá ao caça-palavras abaixo e tente achar nove palavras ou expressões que tenham relação com responsabilidade social
palavras cruzadas
10
4
2
2
3
9
6
5
8
7
passa tempo
Vertical1. Professor de Economia da UFRJ que se
dedica às questões raciais.2. Conjunto de leis que garantem direi-
tos aos idosos.3. Subsecretária adjunta dos Direitos da
Criança e Adolescente.4. Sigla da Secretaria Especial de Políti-
cas de Promoção da Igualdade Racial.5. Fundação parceira da Petros no Pro-
grama Crescer.
Horizontal6. Diretora da ONG Coisa de Mulher.7. Subsecretário de Direitos Humanos.8. Maestrina que defendeu a causa abo-
licionista.9. A Subsecretaria dos Direitos da Crian-
ça e do Adolescente luta contra a...10. Fundou academia Brasileira de Letras.
M
A
R
C
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P
A
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N E U S A P E R E I R
S
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T
I
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H
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E X P L O R A Ç Ã 0 S E X A L
P E R L Y C I P R I A N
C H I Q U N H A G O N Z A G A
S
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P
R
I
R
Resposta:
Q Y N I O L E F L L E I A R S
A V T E T U S O I A S Y Ç A B
A O M U L H E R C S T Õ Ã Ç T
R T G N I D A D E E A F O Õ N
J O I D O S O S N E T V A E S
F F Y H I E U E Ç R U Y F S N
B E P X O U T H A T R U I A D
I M S T A T O T M R O G R F N
D I G N O D A R A E D E M I I
O N A T F E O X T T E I A R B
N I J H R E I V E C I I T M H
J N N D S A D E R U D E I O O
T O U N E G R O N O A X V T I
I I U G T S F I I S S U A E X
V V O R Ç O Ã D D O E A 0 U O
A A M A M E N T A Ç Ã O L A E
S S L D I G N I D A D E E D Z
C V T U H N I E E O J G S E R
C O N V I V Ê N C I A S E S A
Q Y N I O L E F L L E I A R S
A V T E T U S O I A S Y Ç A B
A O M U L H E R C S T Õ Ã Ç T
R T G N I D A D E E A F O Õ N
J O I D O S O S N E T V A E S
F F Y H I E U E Ç R U Y F S N
B E P X O U T H A T R U I A D
I M S T A T O T M R O G R F N
D I G N O D A R A E D E M I I
O N A T F E O X T T E I A R B
N I J H R E I V E C I I T M H
J N N D S A D E R U D E I O O
T O U N E G R O N O A X V T I
I I U G T S F I I S S U A E X
V V O R Ç O Ã D D O E A 0 U O
A A M A M E N T A Ç Ã O L A E
S S L D I G N I D A D E E D Z
C V T U H N I E E O J G S E R
C O N V I V Ê N C I A S E S A
caça
-pal
avra
s
B a l a n ço S o c i a l Pe t r o s 2 0 0 88 4