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1 CURSO AVANÇADO 2 ESTRELAS

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CURSO AVANÇADO

2 ESTRELAS

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ÍNDICE

TABELAS DE MERGULHO 05 INTRODUÇÃO. 06 TABELA DE MERGULHO NÃO DESCOMPRESSIVO. 09 PLANEJAMENTO DE MERGULHO REPETITIVO. 10 TABELA DE MERGULHO REPETITIVO.

MERGULHO PROFUNDO 11 INTRODUÇÃO. 11 DEFINIÇÕES DE UM MERGULHO PROFUNDO. 12 CONSEQUÊNCIAS DO MERGULHO PROFUNDO. 13 EMBRIAGUEZ DAS PROFUNDIDADES. 14 DOENÇA DESCOMPRESSIVA. 16 SINAIS E SINTOMAS DA DOENÇA DESCOMPRESSIVA. 17 TRATAMENTO DA DOENÇA DESCOMPRESSIVA. 18 PLANEJAMENTO PREPARAÇÃO E TÉCNICAS. 20 TÉCNICAS DE DESCOMPRESSÃO DE EMERGÊNCIA. 21 MISTURAS GASOSAS. 21 MERGULHO DE SATURAÇÃO. 22 TABELA DE MERGULHO DESCOMPRESS.

MERGULHO NOTURNO 24 INTRODUÇÃO. 24 CONSIDERAÇÕES GERAIS. 25 PROCEDIMENTOS PARA MERGULHOS NOTURNOS. 26 AQUACIDADE NOTURNA E SUA IMPORTÂNCIA. 26 EQUIPAMENTOS. 28 PLANEJAMENTO. 29 PLÂNCTON MARINHO / FITOPLÂNCTON. 29 ZOOPLÂNCTON OU PLÂNCTON ANIMAL. 29 BIOLUMINECÊNCIA DO PLÂNCTON. 30 PROTOZOARIOS

NAVEGAÇÃO NATURAL 31 INTRODUÇÃO. 33 ESTIMANDO DISTÂNCIAS. 34 REFERÊNCIAS NATURAIS.

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35 RELOCALIZANDO UM LOCAL DE MERGULHO. 35 ORIENTAÇÃO SUBAQUÁTICA. 36 DEFINIÇÕES BÁSICAS. 37 NAVEGAÇÃO C/ BÚSSOLA. 38 USANDO A BÚSSOLA. 38 BÚSSOLA – MARCAÇÃO DE UM RUMO. 39 DICAS DE COMO UTILIZAR A BÚSSOLA

SEGURANÇA DO MERGULHO 40 PRIMEIROS SOCORROS. 41 SALVAMENTO. 43 AFOGAMENTO. 47 HIDROCUSSÃO. 47 HIPOTERMIA. 48 PREVENÇÃO DO PÂNICO. 49 CÃIBRAS. 50 INSOLAÇÃO. 50 DESMAIOS. 51 EFISTAXE (Sangramento nasal) 51 LESÕES. 54 MORDIDAS E PICADAS DE ANIMAIS MARINHOS.

PLANEJAMENTO DE MERGULHO 56 COMBINAR. 57 PREVER. 58 AVALIAR. 58 COORDENAR. 59 COLABORAR.

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TABELAS DE MERGULHO O corpo absorve nitrogênio durante cada mergulho. A quantidade absorvida depende da profundidade e da duração do mergulho. Se a quantidade de nitrogênio no corpo exceder um certo número crítico, ocorrerá uma doença descompressiva após o mergulhador emergir, a não ser que um complexo procedimento de paradas durante a subida, chamado descompressão, seja seguido, para permitir a eliminação do excesso de nitrogênio. Todos os mergulhos devem ser feitos dentro dos limites de tempo estabelecidos. Os mergulhos que excederem estes limites requerem descompressão, e não competem ao mergulhador de nível básico. Os mergulhos feitos dentro dos limites de tempo destas tabelas são chamados mergulhos não-descompressivos. Mergulhos a profundidades menores que 9 metros não tem limite de tempo. À medida que a profundidade aumenta o tempo de mergulho permitido para os mergulhos não-descompressivos diminui. Depois de um mergulho, o nível de nitrogênio do corpo retorna gradualmente ao normal em 12 horas. Se um mergulho for feito dentro de 12 horas após o mergulho anterior, deve-se considerar o nitrogênio residual no corpo. Quanto maior o tempo entre os mergulhos, menos nitrogênio haverá no sistema. Para manter os níveis de nitrogênio no corpo dentro dos limites de segurança, as tabelas desenvolvidas pela Marinha Americana fornecem as seguintes informações: 1 - Tempo máximo que se pode ficar a uma profundidade que permitirá ao mergulhador subir diretamente para a superfície sem fazer descompressão. 2 - Classificação da quantidade de nitrogênio residual no corpo após o mergulho, para ser considerada nos mergulhos subseqüentes. 3 - Descompressão necessária no caso do mergulhador acidentalmente exceder os limites de não-descompressão. Não use os limites máximos de tempo fornecidos pela tabela. Mergulhe conservadoramente e dentro dos limites de não-descompressão.

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TABELA DE MERGULHO DESCOMPRESSIVO

DEFINIÇÃO DOS TERMOS 1 - TEMPO REAL DE FUNDO: o tempo total em minutos desde o início da

descida até o início da subida. 2 - NITROGÊNIO RESIDUAL: nitrogênio remanescente no corpo depois de um

mergulho. São necessárias 12 horas para eliminar todo o excesso de nitrogênio no corpo. 3 - GRUPO REPETITIVO: uma letra do alfabeto e usada nas tabelas de mergulho

para designar a quantidade de nitrogênio residual no corpo do mergulhador após um mergulho. 4 - MERGULHO REPETITIVO: mergulho feito entre 10 minutos e 12 horas após

outro mergulho. Os mergulhos feitos antes de um intervalo de 10 minutos são considerados um único mergulho. 5 - TEMPO DE NITROGÊNIO RESIDUAL: certa quantidade de tempo, em

minutos, somada ao tempo de fundo de um mergulho repetitivo representa o nitrogênio residual do mergulho anterior. A quantidade é obtida de uma tabela usando-se a letra do grupo repetitivo. 6 - TEMPO DE FUNDO TOTAL: a soma do tempo de nitrogênio residual e do

tempo real de fundo de um mergulho, usada para determinar um grupo repetitivo depois do mergulho repetitivo. 7 - LIMITES DE NÃO-DESCOMPRESSÃO: o tempo total de fundo máximo que se

pode ficar numa profundidade sem necessidade de descompressão. 8 - LIMITES AJUSTADOS DE NÃO-DESCOMPRESSÃO: o tempo de limite de

não-descompressão menos o tempo de nitrogênio residual para um mergulho repetitivo especifico. É usado para o planejamento dos mergulhos não-descompressivos. O tempo real de fundo não deve exceder os ajustes dos limites não-descompressivos. 9 - PARADA DESCOMPRESSIVA: ficar numa profundidade específica para um

período de tempo específico durante a subida. 10 - ESQUEMA DE MERGULHO: a profundidade e o tempo total de fundo de um

mergulho expressos em profundidade e tempo, por exemplo: 27/30 = 27 metros por 30 minutos.

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As tabelas são feitas para serem usadas em seqüência para mergulhos repetitivos não-descompressivos. Existem três tabelas (uma é continuação da outra), sendo: TABELA 1

A tabela 1 é dos limites não-descompressivos e grupos repetitivos. Ela fornece os limites máximos para o tempo de fundo, e uma letra para indicar a quantidade de nitrogênio acumulado para vários tempos numa profundidade determinada. A tabela também indica o tempo necessário de descompressão na subida no caso do mergulhador exceder por engano os limites não-descompressivos de um mergulho. Esta parte da tabela só deve ser usada numa emergência, e não deve ser usada para mergulhos normais. TABELA 2

A tabela 2 é de crédito para intervalo de superfície. Ela fornece ao mergulhador a perda gradual de nitrogênio que ocorre na superfície para as 12 horas seguintes a um mergulho, até que o nível de nitrogênio no corpo volte ao normal. As tabelas 2 e 3 só são necessárias para mergulhos repetitivos. O grupo repetitivo mudará, passando para o início do alfabeto a medida que o tempo passa, e desta maneira indicando um nível de nitrogênio menor no sistema. TABELA 3

A tabela 3 é de tempo do mergulho repetitivo, e fornece dois grupos de números: os tempos de nitrogênio residual e os limites ajustados para não-descompressão para mergulhos repetitivos. O tempo de nitrogênio residual desta tabela é somado ao tempo real de fundo para se obter o tempo total de fundo, que é usado para obter outro grupo repetitivo na tabela 1, completando o ciclo.

REGRAS GERAIS Ao usar tabelas de mergulho, as seguintes regras devem ser observadas:

1 - Use o número exato ou maior (o próximo) nos tempos e profundidades

de todos os mergulhos. As profundidades são dadas em metros, e todos os tempos em minutos, ou horas e minutos separados por dois pontos, por exemplo: 2:10 significa duas horas e dez minutos.

2 - Suba em todos os mergulhos na velocidade máxima de 18

metros/minutos; você aprenderá a estimar a velocidade correta de subida durante o treinamento.

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3 - Use o esquema para a próxima profundidade maior e o tempo maior

quando um mergulho for frio ou cansativo.

4 - Planeje os mergulhos repetitivos de forma que cada mergulho sucessivo

seja mais raso. Isto auxilia a eliminação do nitrogênio e diminui a necessidade de descompressão.

5 - Os mergulhos não devem exceder 40 metros de profundidade, sendo de

30 metros o limite recomendado para o mergulho amador.

USANDO AS TABELAS TABELA 1

Comece na tabela 1 verticalmente do alto na profundidade exata ou maior mais próxima alcançada no mergulho. Selecione o tempo de fundo do mergulho exatamente igual ou maior mais próximo. Siga a coluna horizontalmente para a direita para obter o grupo repetitivo de exposição. Por exemplo, um mergulho de 18/30 colocaria o mergulhador no grupo F. Um mergulho de 19/33 colocaria o mergulhador no grupo G; já que os números exatos não se encontram nas tabelas, e os maiores mais próximos são 21/35. TABELA 2

Comece horizontalmente pelo tempo de intervalo de superfície. Vá para a direita e selecione o tempo de intervalo de superfície. Siga a coluna escolhida para baixo para obter o novo grupo repetitivo para o final do intervalo de superfície. Por exemplo: um esquema de mergulho de 24/30 coloca um mergulhador no grupo G (veja tabela 1). Depois de ficar na superfície por 1h30min, o mergulhador quer descobrir o novo grupo repetitivo. Comece pela linha horizontal com a letra G. Um intervalo de superfície de 1:30h fica entre os tempos 1:12 e 1:59. Descendo nesta coluna, encontraremos o novo grupo repetitivo do mergulhador, a letra E. Note que o intervalo de superfície for menor que 10 minutos, trate os mergulhos como um único mergulho, somando os tempos de fundo e usando a maior profundidade alcançada nos dois mergulhos para determinar o grupo repetitivo. Porém, não é recomendado fazer pequenos intervalos de superfície (veja tabela 2).

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TABELA 3

A tabela 3 dá dois ítens de informações para o mergulho repetitivo. O número de cima em cada coluna horizontal é o tempo de nitrogênio residual em minutos para um grupo repetitivo específico, e deve ser somado ao tempo real de fundo de um mergulho. A soma do tempo de nitrogênio residual com o tempo real de fundo é o tempo total de fundo, que é usada na tabela 1 para determinar o grupo repetitivo para um mergulho repetitivo. O número de baixo em cada linha horizontal é o limite ajustado para não-descompressão em minutos para a combinação de profundidade com o grupo repetitivo. O tempo real de fundo não deve exceder este período de tempo. Em vários casos, no canto esquerdo de baixo da tabela, não há limite ajustado para não-descompressão. Isto porque o tempo de nitrogênio residual é tão grande nestas circunstancias que é necessário descompressão. Nestes casos, suba um pouco, ou estenda o intervalo de superfície para atingir um grupo repetitivo e um tempo de nitrogênio residual menor. Um exemplo do uso da tabela 3 é o que se segue: o mergulhador com grupo F no final do intervalo de superfície planeja um mergulho a 18 metros. Nas coordenadas F e 18 na tabela 3, encontramos 36 sobre 24. Isto significa que o tempo de nitrogênio residual é de 36 minutos e o limite ajustado de não-descompressão é de 24. O mergulhador deve somar 36 minutos do tempo de nitrogênio residual ao tempo real de fundo do mergulho, e o tempo real de fundo não deve exceder 24 minutos (veja tabela 3). VOLTANDO A TABELA 1

Para completar o ciclo do uso da tabela para mergulhos repetitivos, os números do tempo totais de fundo para a profundidade do mergulho repetitivo são usados para recomeçar na tabela 1 e obter o grupo repetitivo para aquele esquema. Se, devido a algum erro, os limites de não-descompressão forem excedidos num mergulho, a seção de descompressão (quadrinhos pretos e brancos) da tabela 1 terão que ser usados. Os números de cima indicam o tempo total de fundo, e o de baixo, o numero de minutos que se deve ficar a 3 metros de profundidade durante a subida.

PLANEJAMENTO DE MERGULHOS REPETITIVOS As tabelas no mergulho amador são destinadas para mergulhos não-descompressivos. Para mergulhos repetitivos, um planejamento adequado assegura que os mergulhos serão feitos dentro dos limites de não-descompressão. Pode-se controlar isso limitando-se a duração e a profundidade do mergulho, e planejando- se a duração do intervalo de superfície. O equipamento necessário inclui profundímetro, placa, lápis, tabelas de mergulho, e meios de acompanhar o tempo passado embaixo d'água.

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Você precisa planejar os mergulhos não-descompressivos usando as tabelas e os fatores limitantes para determinar os esquemas de mergulho não-descompressivos. Para um mergulho repetitivo, é preciso saber a profundidade do mergulho planejado, ou o mergulhador deve limitar-se a uma profundidade máxima no mergulho. Também é preciso saber aproximadamente quanto tempo ficará naquela profundidade. Com a experiência, pode-se estimar esse tempo facilmente. Vamos planejar um mergulho repetitivo de 18 metros para um mergulhador no grupo E. Na tabela 3, encontramos o limite ajustado para não-descompressão de 30 minutos. Isto significa que nosso tempo real de fundo não pode exceder 30 minutos. Este mergulho pode ser feito dentro dos limites de não-descompressão, portanto, você estará seguro, mas e se você estivesse no grupo G ?. O tempo real de fundo de 18 metros não deve exceder 16 minutos e poderemos ficar 25 minutos. Devemos limitar o tempo real de fundo a menos que 16 minutos. Mergulhar mais raso, ou aumentar o intervalo de superfície a fim de fazer este mergulho com segurança. Suponha que nesta situação quiséssemos ficar a 18 metros por 25 minutos. Como conseguir isto sem exceder os limites de não-descompressão?. Só é necessário encontrar um limite ajustado para não-descompressão a 18 metros maior que os 25 minutos que queremos ficar la, encontrar o grupo repetitivo relativo aquele limite de não-descompressão e, então, determinar o intervalo de superfície mínimo necessário para atingir aquele grupo repetitivo. Neste exemplo, o primeiro limite ajustado para não-descompressão maior que 25 minutos a 18 metros é 30 minutos, encontrado sob a coluna E. Basta determinar o intervalo de superfície mínimo do grupo G para alcançar o grupo E. Veja tabela 2, nas coordenadas horizontal G e vertical E. O tempo mínimo para alcançar o grupo E é de 1:16h, portanto, para fazer um mergulho de 25 minutos a 18 metros sem descompressão, um mergulhador no grupo G precisa esperar na superfície no mínimo durante uma hora e 16 minutos antes de mergulhar. Outra alternativa para o mergulhador do grupo G é mergulhar mais raso do que 18 metros. Mergulhando a 15 metros, o mergulhador poderia ficar 44 minutos acima da duração de suprimento de ar. Portanto, mergulhar mais raso é uma solução simples para situações onde o tempo real de fundo for limitado devido ao nitrogênio residual.

As tabelas devem ser consultadas antes de cada mergulho repetitivo para determinar os limites de não-descompressão do mergulho. Os mergulhadores devem anotar isto nas placas, não esquecendo de anotar também, os limites de não-descompressão para a próxima profundidade maior, no caso da profundidade planejada ser excedida.

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O MERGULHO PROFUNDO

Mergulhar profundamente pode ser emocionante. Em alguma oportunidade você provavelmente precisará fazer um mergulho profundo. Apesar de toda a excitação que isto pode provocar, tenha em mente sua própria segurança, do seu companheiro e sua responsabilidade para com o esporte. A segurança do mergulho profundo é expressa pelo conhecimento, habilidade e equipamento adequado.

DEFINIÇÕES DE UM MERGULHO PROFUNDO Se você já mergulhou uns 10 metros em apnéia, provavelmente ao olhar para cima, você imaginou que a superfície parecia bem distante. Imagine-se agora fazendo uma subida livre de 30 metros de profundidade. Haverá uma considerável lâmina de água sobre você. Mas o que pode ser considerado um mergulho profundo? Existe algum limite seguro de profundidade para o mergulhador autônomo? Para responder estas perguntas vamos considerar os seguintes conceitos que se referem a mergulho profundo. 1 – TREINO E EXPERIÊNCIA

Para mergulhadores recém certificados, 8 metros já é fundo, a menos se acompanhados de mergulhadores habilitados e experientes. Supervisão profissional especializada é necessária durante sua exposição inicial ao mergulho profundo para assegurar uma experiência tranqüila e segura. 2 – OBJETIVO

Não importa qual o motivo, qualquer mergulho além dos 18 metros deveria ter um objetivo. Mergulhar apenas para ver quem vai mais fundo é criancice. Você precisa de uma justificativa melhor como fotografia, exploração de destroços observação de vida marinha ou para adquirir experiência. Devido ao diminuto tempo de fundo dos mergulhadores além dos 18 metros (60pés), um objetivo específico é necessário para ajuda-lo a focalizar sua atenção na preparação e no planejamento. Um objetivo diminui a distração e aumenta a disciplina, auxiliando os mergulhadores a serem mais eficientes.

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3 – PREPARO PSICOLÓGICO

Estar psicologicamente preparado é tão importante quanto o preparo físico. Treino e experiência são as melhores maneiras de preparar-se mentalmente. O pânico, ansiedade, apreensão e os diversos tipos de tensão estão diretamente relacionados ao preparo psicológico. 4 – PREPARO FÍSICO

O mergulho é basicamente um esporte relaxante, mesmo assim podem acontecer momentos de grande esforço físico. Devido ao aumento da pressão ambiental, você vai fazer maior quantidade de ajustes nas suas vias aéreas, concentração e cadência respiratória. Uma possível emergência pode solicitar maior resistência física e esforço a grandes profundidades. O preparo físico começa com dieta adequada e exercício físico. Se você vai mergulhar além dos 18 metros, esteja em boas condições físicas. 5 – CONSIDERAÇÕES AMBIENTAIS

O ambiente a maiores profundidades é consideravelmente diferente do que em águas mais rasas. A profundidade do seu mergulho deveria levar em conta as condições aquáticas locais como visibilidade, correntes, temperatura e luz ambiente. Um mergulho a 15 metros em águas de visibilidade limitada contra a correnteza pode ser considerado demasiado profundo para mergulhadores esportivos. Como você pode ver, não há uma definição do que é um mergulho profundo. As definições variam de mergulhador a mergulhador e de local para local. Geralmente se considera que mergulhos além dos 18 metros são profundos. PADI especifica 45 metros aproximadamente (130 pés) como a profundidade máxima para o mergulho esportivo. Na realidade, 33 metros (100 pés) deveria ser o limite para o mergulho recreativo.

CONSEQUÊNCIAS DO MERGULHO PROFUNDO Se você é inexperiente em mergulhos profundos, você pode ficar sem ar antes do esperado. O aumento da pressão a profundidades crescentes requer um consumo de ar crescente. Devido ao aumento do consumo de ar, seu tempo de fundo será muito reduzido a profundidades maiores. A sua taxa de consumo de ar será influenciada pela profundidade, experiência e treino prévio, eficiência natatória, condição física, tamanho, grau de tensão, resistência à respiração, manutenção inadequada do regulador, hábitos de respiração, vazamento de ar do equipamento e compensação de flutuação.

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Devido a tal quantidade de variáveis imprevisíveis, você deve manter constante vigilância no seu manômetro. Retorno ao barco com pelo menos 25 atm (300 psi) de pressão na garrafa. Certifique-se que tem ar suficiente para uma subida segura, possível parada descompressiva e problemas na superfície. Existe uma resistência maior a respiração ao mergulharmos mais profundamente, devido ao aumento da densidade do ar. Respirar rapidamente pode ficar cansativo. Em um mergulho profundo pode acontecer que você solicite mais ar do que o seu regulador pode prover. Pode acontecer de parecer que você tenha pouco ar quando ainda dispuser de muito. Certifique-se de que seu regulador esta operando eficientemente. Revise-o se não foi revisado nos últimos 6 meses. Para diminuir a resistência a respiração em profundidade, respire devagar, use um regulador balanceado e evite mergulhos extremamente profundos.

EMBRIAGUEZ NAS PROFUNDIDADES Trata-se de um efeito do nitrogênio contido no ar que age sobre os nervos das pessoas quando em certas profundidades (ou submetidos à pressão). O nitrogênio é um gás inerte e, a maior parte dos gases inertes, quando respirados sob pressão, induzem um efeito anestésico.

Os sintomas são similares aos da intoxicação alcoólica. A gravidade sintomática varia no mesmo individuo de um dia para outro e se torna mais pronunciada com o aumento da profundidade e atividade. A ansiedade, inexperiência, apreensão, água fria, ingestão recente de bebidas alcoólicas, pouca visibilidade, níveis anormais de oxigênio ou de dióxido de carbono e descida rápida (mais que 0,5 por segundo ou 75 pés por minuto) agravam os efeitos da narcose.

Os sintomas são uma sensação geral de euforia, elação e bem estar além do excesso de confiança, formigamento ou falta de tato nas pernas, braços, lábios e gengivas, coordenação e concentração prejudicadas; vertigem e perda de memória. Com a narcose o maior perigo é a inabilidade de reconhecer exatamente e em que grau você esta sendo afetado.

Os efeitos mais graves da narcose acontecem além dos 33 metros, mas freqüentemente os sintomas aparecem bem antes em um grau mais brando. Ao primeiro sinal de narcose, para de descer e suba a profundidades menores. Os efeitos desaparecerão assim que você subir a águas mais rasas.

No caso de seu companheiro comportar-se de forma estranho quando

mergulhando mais fundo, comunique-se com ele. Se continuar agindo irracionalmente, conduza-o a profundidades menores. Muitas vezes não é necessário emergir. Se ambos concordarem que a situação esta sob controle após

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ascenderem uns metros, poderão continuar o mergulho evitando locais mais profundos.

DOENÇA DESCOMPRESSIVA E causada pelo excesso de nitrogênio acumulado nos tecidos que não teve tempo de ser liberado pêlos pulmões durante a ascensão a superfície. Como certos tecidos demoram mais tempo a absorver o nitrogênio que se acumula durante o mergulho e demoram mais a liberá-lo, formam-se microbolhas nestes tecidos que podem se expandir, provocando dores.

A quantidade de nitrogênio que é absorvida pelo corpo depende da

profundidade, duração do mergulho e tipo de tecido. Os tecidos profusamente irrigados se saturam mais rapidamente que as cartilagens e a gordura, cuja afinidade pelo nitrogênio e maior capacidade de absorção é bem reconhecida.

Quando o mergulhador sobe, a pressão ambiente cai e os tecidos mais

irrigados (raidos) liberam o nitrogênio mais rapidamente através do ar exalado. Os tecidos lentos como as cartilagens e gorduras podem demorar muito tempo para

liberar este excesso. Se o sangue não tiver a capacidade de carregar o excesso de nitrogênio dos tecidos com a queda da pressão ambiental, este excesso de nitrogênio pode formar bolha dentro da corrente sanguínea ou dentro dos próprios tecidos. Isto acontece se a descompressão é muito rápida ou inadequada.

Mergulhos de curta duração e profundos provocam absorção de grandes

quantidades de nitrogênio, ainda assim, devido ao perfil do mergulho, o tempo de fundo foi insuficiente para que muito nitrogênio penetre nos tecidos lentos. Ao final de tais mergulhos, se uma rápida subida acontece ou se o tempo de fundo total exceder o limite de não descompressão, a formação de bolhas pode ocorrer nos

tecidos rápidos como o cérebro e o sangue. Se tal mergulho deve ser efetuado, gaste pouco de tempo no fundo e use-o para ascender à velocidade recomendada de 30 centímetros pôr segundo. Evite este tipo de mergulho logo após mergulhos mais longos. Este mergulho profundo, curto e repetido para localizar ancora ou locais de mergulho podem ser perigosos.

A duração e profundidade de um mergulho são fatores importantes para

considerar; obesidade, idade e exercício após o mergulho também têm sido apontados como fatores que aumentam a probabilidade de formação de microbolhas.

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Os fatores seguintes têm sido indicados como agravadores das possibilidades do aparecimento de sintomas de doença descompressiva:

1 - Banhos quentes. O aumento da temperatura provoca liberação mais rápida do nitrogênio armazenado.

2 - O álcool alarga os capilares. Beber bebidas alcoólicas antes de

mergulhar aumenta a capacidade de absorção do nitrogênio durante o mergulho. Bebendo após o mergulho vai facilitar a liberação mais rápida do nitrogênio, podendo contribuir para a formação de bolhas.

3 - Desidratação: A perda de líquidos do corpo. Beba bastante líquido antes de mergulhar.

4 - Sexo: Mulheres podem ser mais suscetíveis do que homens. Acredita-se que assim se dá devido às mulheres geralmente terem maior quantidade de tecido adiposo.

5 - Doença: Evidências documentadas indicam que mergulhadores doentes

ou em recuperação de uma doença recente, são mais suscetíveis à doença descompressiva. As reduções das eficiências circulatórias ou fraquezas gerais são as causas prováveis.

6 - Voar após mergulhar: A diminuição de pressão atmosférica durante o vôo, logo após mergulhar, pode causar a formação de bolhas.

7 - Frio: Qualquer condição que dificulte a circulação pode aumentar a probabilidade de doença descompressiva devido a diminuição da taxa de eliminação do gás. Temperaturas baixas causam a constrição dos vasos sanguíneos na pele e, por sua vez, pode resultar na formação de bolhas logo abaixo da pele.

O uso de Lentes de contato rígidas durante mergulhos profundos pode

causar o aparecimento de bolhas imediatamente acima da córnea. Algumas vezes dificultam a liberação das bolhas durante e subida. Lentes de contato flexíveis são permeáveis e permitem a passagem do nitrogênio.

Sintomas pós-mergulho de formação de bolhas sob as lentes de contato

rígidas incluem olhos doloridos e visão borrada. Tais ferimentos podem infeccionar e causar danos permanentes à córnea. Os sintomas podem persistir por até 2 horas após o mergulho. Muitos mergulhadores que usam lentes de contato flexíveis nunca apresentam os sintomas, independentes do perfil do mergulho.

Pesquisadores e oculistas recomendam a mergulhadores que necessitam do uso de auxílio visual, lentes de contato flexíveis. Lentes de contato rígidas podem ter um orifício único de 0,4mm no centro de cada lente, para permitir

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passagem do gás. Uma máscara com lentes pode ser bom substituto para lentes de contato.

SINAIS E SINTOMAS DA DOENÇA DESCOMPRESSIVA Dependem da localização e do tamanho da formação de bolhas. Sintomas

geralmente aparecem num certo período após o mergulho: 50% dentro do uma hora após; 95% dentro do 3 horas e 1% dentro de 6 ou mais horas. Após 24 horas dificilmente o sintoma terá sido causado pôr doença descompressiva. Entretanto, tem havido casos extremamente raros de sintomas aparecerem semanas após o mergulho. O grau do aparecimento dos sintomas dependa do tipo de tecido nos quais as bolhas de nitrogênio se formaram. Sintomas relacionados cem o cérebro e medula vertebral geralmente se desenvolvem mais rapidamente que tecidos como cartilagens e gordura.

Dores nas juntas e membros são os sintomas mais comuns. Inicialmente a área terá uma sensação de amortecimento, após algumas horas a dor será intensa e já foi descrita como forte e latejante. O movimento agrava a dor e as pessoas acometidas tendem a tomar uma posição inclinada para frente, que é o mais confortável. Os ombros são mais afetados, mas a dor também aparece nos pulsos, na pélvis, joelhos e tornozelos.

Se a formação de bolhas ocorrer nos tecidos nervosos, os sintomas podem

ser visão, dores no estômago, vertigem, náuseas e vômitos, dificuldades na audição e fala, fraqueza, torpor, perda de equilíbrio, dor de cabeça e inconsciência. Lembre-se que alguns dos sintomas acima, como náusea, dor de

cabeça, dor nas costas, e fraquezas também podem ser associadas a outros problemas. Se há suspeita de doença descompressiva, ministre os primeiros socorros e encaminhe a vítima a uma câmara de recompressão imediatamente.

As formações de bolhas de nitrogênio nas veias, dentro dos pulmões,

causam fortes tosse, dificuldade de respirar e dores no peito. Exposições curtas e profundas tem sido a causa de erupções cutâneas.

Coceira se segue as erupções e são causadas pelas bolhas bloqueando os capilares sob a pele.

Para distinguir os sintomas de doença descompressiva e embolia, observe

as características de cada uma abaixo:

DOENÇA DESCOMPRESSIVA 1 - Aparecimento dos sintomas tendem a demorar apesar de poderem surgir ainda

na água, quando da emersão; 2 - Dores nas juntas dos ombros, pélvis, joelhos e cotovelos são os sintomas mais

comuns; 3- Os sintomas tendem a acontecerem ambos os lados do corpo; 4- Os sintomas geralmente pioram ou não mudam com o decorrer do tempo.

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EMBOLIA 1 - O aparecimento dos sintomas acontece, quase sempre nos primeiros

10 minutos após a emersão ou enquanto o mergulhador estiver na água; 2 - A perda da consciência, problemas com a fala e visão e paralisia súbita são os sintomas mais comuns: 3 - Os sintomas tendem a acontecer em um dos lados do corpo;

4 - Os sintomas podem diminuir antes da vítima chegar a uma câmara de recompressão, entretanto, sintomas que indicam perigo de vida podem aparecer repentinamente.

TRATAMENTO DA DOENÇA DESCOMPRESSIVA A demora na aplicação dos primeiros socorros ou tratamento médico pode

resultar em danos irreversíveis aos tecidos afetados. Respirar oxigênio pode ser o tratamento satisfatório para os problemas menores causados pela doença descompressiva, mas o único procedimento recomendado de tratamento adequado é recompressão imediata em uma câmara de recompressão. A recompressão reduz o tamanho das bolhas, redissolvendo-as para dentro da corrente sanguínea.

Siga os procedimentos de primeiros socorros abaixo para minimizar possíveis efeitos crônicos em uma vítima de doença descompressiva enquanto estiver a caminho da câmara do recompressão:

1 - Coloque a vítima deitada em uma superfície firme e reta; 2 - Ministre oxigênio imediatamente para ajudar a drenar o excesso de

nitrogênio do corpo; 3 - Mantenha a temperatura do corpo normal 4 - Não ministre líquidos nem analgésicos; 5 - Observe cuidadosamente a respiração da vitima e ministre respiração

artificial se necessário; 6 - Transporte a vitima rápida e cuidadosamente para a câmara de

recompressão mais próxima. Sempre procure obter assistência médica especializada tão rápido quanto

possível telefone para a câmara de recompressão mais próxima antes da vitima chegar para que seja preparada e um médico requisitado ao local.

Importante: JAMAIS tente recomprimir uma vitima de doença descompressiva com sintomas aparentes na água, porque os sintomas podem agravar e desenvolverem-se no fundo,

O tratamento de recompressão não deve ser conduzido na água, porque exposição prolongada é perigosa e inconsciência e outros sintomas podem ocorrer. Tratamento adequado requer recompressão a profundidades extremas. A temperatura da água e suprimento de ar restringem as possibilidades de completar uma recompressão sob a água.

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PLANEJAMENTO, PREPARAÇÃO E TÉCNICAS

O mergulho profundo seguro requer planejamento adequado, preparação e técnicas novas importantes. Planejamento deverá incluir previsão de situações de falta de ar, descompressão de emergência, separação dos companheiros, narcose, perda do cabo auxiliar de subida e desorientação, para nomear umas poucas.

Em resumo, o planejamento de um mergulho profundo deveria incluir:

1. Verifique as condições de água do dia anterior e do dia do mergulho;

2. Seleção do local;

3. Preparação de equipamentos e acessórios de apoio adicionais;

4. Inspeção cuidadosa do equipamento normal;

5. Localização da câmara de recompressão mais próxima e telefones de emergência local;

6. Notifique a um não mergulhador sobre o seu mergulho e se possível, peça a alguém para espera-lo na praia ou no barco;

7. Estime o ar necessário;

8. Resolva qual o objetivo do seu mergulho;

9. Limite a profundidade e limite de fundo;

10. Delineie o horário do mergulho e planos alternativos;

11. Discuta as comunicações;

12. Escolha os métodos de entrada e saída adequados.

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As maiores parte das técnicas utilizadas pôr mergulhadores esportivos envolvem controle da compensação dos espaços aéreos, evitar descompressões e prevenção da desorientação durante a subida, descida e durante a permanência do fundo.

Antes de descer, relaxe e evite atividades cansativas. Neste momento você deveria reavaliar as condições ambientais, prestando atenção principalmente nas correntes, visibilidade e temperatura da água. Instale o seu equipamento de emergência e informe ao não mergulhador que o acompanha do seu plano de mergulho e procedimentos de emergência. Uma vez dentro da água, sinalize OK ao seu companheiro de mergulho e anote a hora. Pode ser uma boa idéia pré-compensar seus antes de descer. Usando um cabo guia para descer e subir, desça com os pés primeiro para evitar a vertigem ou dificuldades de compensar. Desça devagar, (menos que 0,5 metros pôr segundo), confira seu profundímetro para não exceder a profundidade planejada. Mantenha contato com seu companheiro e compense a sua flutuabilidade negativa crescente. Ao se aproximar do fundo, pare o movimento de pernas para evitar agitar o sedimento do fundo. Quando estiver no fundo, verifique a posição do seu equipamento e neutralize a sua flutuabilidade. Comunique-se com seu companheiro para assegurar-se que tudo esta em ordem. Atente especialmente pelos sintomas de narcose das profundezas. Se você tem que se separar de seu cabo de referência (subida e descida), marque sua localização em referência ao ambiente. Faça uma marcação na bússola e siga um rumo para longe do cabo e, cuidadosamente, observe a distância que nada e as voltas que fizer. Mantenha um ritmo, evite serviço cansativo que o leve a aumentar o nível de dióxido de carbono e falta de ar. Constantemente verifique seu suprimento de ar e profundidade.

Quando chegar a hora de subir ou se tiver completado seu objetivo, volte ao cabo de referencia (ou cabo de âncora), usando a bússola e as referencias naturais. Antes de começar a ascender, anote o tempo de fundo. Remova um pouco de ar do seu colete e comece a ascensão a 18 metros por minuto. Sempre permaneça antes de sua menor bolha de ar para assegurar-se não estar subindo demasiado rápido. Relaxe mantenha contato e comunicação com seu companheiro enquanto verifica a área acima. Confira seus instrumentos constantemente. Antes de chegar à marca dos 3 metros resolva se uma parada de segurança é necessária.

Assim que tiver retornado a superfície, comunique-se e verifique as reações de cada um. Evite nadar rapidamente para a praia ou barco. Relaxe e nade devagar. Após remover o equipamento evite atividades cansativas como puxar o cabo da ancora ou caminhar em ladeiras ou rochas. Evite chuveiros quentes e álcool logo após o mergulho. Se você estiver com frio, aqueça-se vagarosamente tomando líquidos quentes e vestindo um casaco. Espere um prazo adequado antes de fazer outro mergulho dentro das próximas 24 horas. Sempre faça mergulhos repetitivos a profundidades menores. Tome bastante liquido antes de um mergulho subseqüente.

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Abaixo estão listadas técnicas importantes que devem ser usadas para corrigir um plano de mergulho profundo que não deu certo:

1. Dificuldade em compensar: Suba até a dor parar, tente compensar novamente. Se não conseguir, não force e aborte o mergulho;

2. Se o fundo é mais longe que o planejado: Reavalie a situação cuidadosamente. Verifique na sua tabela de mergulho qual o tempo de fundo máximo de não descompressão da profundidade em questão;

3. Suspensão de sedimentos: Se você desagregou muito sedimento, mova o peso do flutuador para outro local, aborte o mergulho se a visibilidade chegar a zero;

4. Perda do cabo de ascensão: Juntos iniciem uma procura curta. Se não forem bem sucedidos, comecem a ascender prestando atenção nos instrumentos; permaneça abaixo das bolhas menores, mantenha o volume pulmonar neutro e equalize sua flutuabilidade. Coloque uma mão acima da cabeça e mantenha contato constante com seu parceiro enquanto observa a área acima. Antes de emergir, pare, escute e observe para o caso de haver barcos na superfície;

5. Sem ar: Dependendo da situação, você pode resolver iniciar uma subida de emergência, respiração em 2 em 1 (cachimbo) com o companheiro ou usar o 2º estágio de reserva do seu companheiro. Esta situação não deveria acontecer nunca em mergulhos profundos. Sempre consulte o seu manômetro submersível;

6. Mergulho cansativo ou frio: Use a profundidade e o tempo de fundo seguinte de sua tabela;

7. Variações na velocidade de subida: No caso de demora em subir de profundidade abaixo de 15 metros (50 pés), aumente o tempo de fundo total pela diferença entre o tempo de subida e a taxa normal de subida. Por uma ascensão rápida, numa situação de não descompressão, onde o tempo de fundo total (TFT) está dentro de 10 minutos do limite de não descompressão, para a 3 metros (10 pés) pela diferença entre a taxa normal de subida e a real;

8. Separação do companheiro: Inicie uma busca curta. Se não for capaz de localiza-lo, suba e emerja. Não volte a descer para continuar a busca. Se seu companheiro não emergir dentro de um período razoável de tempo, procure auxílio com as autoridades de emergência locais;

9. Narcose das profundezas: Sempre suba a profundidades menores quando sentir os efeitos da narcose;

10. Parada descompressiva omitida: Se o mergulhador emergir e descobrir que era necessário parada descompressiva, mas esta não foi feita, devido a distração ou falta de ar que o forçou a superfície, uma descompressão pode ser feita reentrando na água, desde que o mergulhador não apresentou sintomas de doença descompressiva e que o intervalo de superfície não foi superior a 5 minutos. O mergulhador poderá então, reentrar na água e descomprimir a: 12 mts por 1/4 do tempo de parada a 3 mts.

12 mts por 1/3 do tempo de parada a 3 mts. 12 mts por 1/2 do tempo de parada a 3 mts.

12 mts por 1 1/2 do tempo de parada a 3 mts

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TÉCNICAS DE DESCOMPRESSÃO DE EMERGÊNCIA Um mergulho bem planejado é executado com segurança e nunca requer

paradas descompressivas de emergência. Entretanto, se um planejamento de mergulho é alterado e o tempo de descompressão é necessário, existem diversas técnicas que você pode usar para evitar dificuldades de descompressão. Consulte a sua tabela de mergulho.

Se tudo foi arranjado adequadamente antes do mergulho profundo, uma

parada descompressiva de emergência no cabo de subida equipado com cilindro e regulador, pesos e tabela de mergulho extra será mais fácil. Verifique o seu tempo de descompressão e permaneça lá pelo período adequado. Sempre mantenha seu peito na linha média do corpo a 10 pés (3 metros).

Se você não conseguir localizar seu cabo de subida, você pode, ou subir a

10 pés e pairar durante o seu período de recompressão, ou, se estiver perto de água rasa, nadar devagar até a profundidade de 10 pés até o tempo de recompressão esgotar. Ambas as técnicas exigem esforço e concentração para manter a posição a 10 pés da superfície. Porque você esta longe dos seus cilindros de reserva, estas técnicas são perigosas e deveriam ser usadas apenas em condições extremas de emergência.

MISTURAS GASOSAS As misturas gasosas, são feitas para tornar possível o mergulho em

profundidades onde o uso de ar comprimido é fisiologicamente proibido, e também para aumentar a permanência em profundidades menores, diminuindo assim a descompressão. Usam-se vários tipos de misturas que veremos a seguir:

MERGULHO DE SATURAÇÃO Após o organismo estar saturado de gás inerte para a pressão de

exposição, nenhuma quantidade de gás a mais é dissolvida. Aqui, o tempo de permanência não mais importa sendo a descompressão sempre feita de acordo com a profundidade de mergulho e o tipo de gás utilizado na mistura.

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TABELAS DE MERGULHO DESCOMPRESSIVO Esta tabela foi criada para fornecer ao mergulhador todos os dados necessários para o planejamento de um mergulho descompressivo com segurança. Esta tabela está livre para uso para mergulhadores avançados , mas para efeitos didáticos e disciplinares você mergulhador básico tera noções de como navegar dentro dela. A confecção desta tabela trás embutido dentro dela uma tolerância nos tempos de permanência no fundo , mantendo assim o mergulhador em segurança. Mas isso não é suficiente , o mergulhador deve ter a consciência de sempre executar o que foi planejado e com tolerância sobre os tempos limites.

Esta tabela esta dividida em 6 colunas 1 - COLUNA: PROFUNDIDADES

Estas são dadas em metros. Quando não houver na tabela a profundidade desejada, pega-se a maior. 2 - COLUNA: TEMPO DE ACESSO

Este tempo é dado em minutos e é calculado até a primeira parada, obedecendo a velocidade de subida de 18 metros por minuto . As demais paradas se houver serão desprezadas pela distância entre uma e outra. Se não houver parado o mergulhador retornará direto a superfície, respeitando é lógico a velocidade de subida. 3 - COLUNA: TEMPO DE FUNDO

Estes são dados em minutos. Quando na houver na tabela o tempo desejado, pega-se o maior. 4 a 8 - COLUNA: PARADAS DESCOMPRESSIVAS

Estas paradas são dadas em minutos e serão feitas nas seguintes profundidades 15 mts, 12 mts, 9 mts , 6 mts , 3 mts. As paradas descompressivas são necessárias quando a saturação de nitrogênio em nosso organismo, derivado de um excesso de tempo além do limite de não descompressão (curva de segurança) em uma determinada profundidade. 9 - COLUNA: GRUPOS REPETITIVOS.

Estes grupos são dados em letras e serve para designar a quantidade de nitrogênio residual contido no organismo após o mergulho, que deve ser eliminado em um próximo mergulho feito num prazo de 12 horas.

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TABELA 1

TABELA PARA MERGULHO DESCOMPRESSIVO COM AR COMPRIMIDO

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MERGULHO NOTURNO As pessoas mergulham a noite por curiosidade, desafio ou verdadeiro interesse. Quanto aos primeiros, logo que percebem que durante o dia há mais coisas a ser observada é natural que abandonem este hábito, após algumas experiências. Acrescenta-se a isso a falta de sol para o necessário aquecimento. Quanto aos desafiantes, para os quais o mergulho noturno representa algum tipo de afirmação pessoal, uma vez conseguido seus intentos dão-se por satisfeitos e não mais mergulham a noite. Resta-nos um grupo de pessoas que possuem um interesse específico por algum tipo de observação que só pode ser realizada a noite. Essas pessoas sempre mergulharão noturno e tenderão, cada vez mais, a se sofisticarem em equipamentos e técnicas, tornando-se verdadeiros experts no assunto.

Considerações Gerais

Durante o mergulho noturno a primeira diferença a ser constatada é a redução do campo de visão. Se durante o dia podem ser localizadas, facilmente, regiões particulares e agrupamentos gerais de pedras, à noite serão percebidos apenas pequenos segmentos disto. Isto é: À parte destas referencias que forem abrangidas pelo foco da lanterna. Em torno haverá sombras vagas e escuridão. Caso se tenha sorte, entretanto, à parte enfocada poderá apresentar aspectos ainda não observados durante um mergulho (peixes ou moluscos em típica atividade noturna). Mas talvez o mais interessado a ser observado se constitua, justamente, no efeito das águas na escuridão. Dependendo da qualidade das águas, nesta noite, todo verão que ela brilha fosforescentemente. Com as lanternas apagadas todo o contorno do mergulhador se torna como que irradiante, bem como os movimentos realizados desprendem pequenas fagulhas de luz que lentamente se apagam. Isto se deve ao fato da existência de um micro organismo pertencente ao zooplancton, cujo nome é “Nocte Lucca” (um tipo de vaga-lume microscópico do mar, espalhado por toda massa d’água). Quanto menos luz, mais se nota a presença deste fenômeno, durante os movimentos realizados. Naturalmente, em águas poluídas, a presença desse micro organismo é quase nenhuma. De qualquer modo, a noite sempre oferecerá a oportunidade de observação de alguns animais que, durante o dia, permanecem escondidos em suas tocas. São seres de hábitos noturnos e caçam após o pôr do sol. Durante esse período muitos peixes de atividades diurnas encontram-se como que dormindo, permitindo mesmo que sejam tocados. É o caso dos Bodiões (também chamados de peixe papagaio) que segregam um muco protetor e nele se envolve para adormecer. Moréias costumam abandonar a sua toca para caçadas noturnas. Em razão disso podem apresentar um procedimento mais agressivo à noite. Outros animais eu são observados em pouca quantidade durante o dia (caranguejos) aparecem em atividades durante a noite.Procure não tocar nos animais que se encontram “adormecidos”. Tanto você como eles podem se machucar. Aprecie e respeite, não intervindo naquilo que não foi você quem organizou.

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PROCEDIMENTOS PARA MERGULHOS NOTURNOS 1ª - O ideal é que já se tenha mergulhado, durante o dia, no mesmo local que se vai mergulhar à noite. 2ª - Aproveitando-se a luz do dia, é interessante elegermos áreas específicas para a observação noturna, balizando o itinerário para atingi-las, seja por meio de bússola, seja por meio de cabo guia. 3ª - Um mergulho prévio no local (no mesmo dia ou em dia anterior) proporciona excelente descontração para o noturno. É durante este mergulho que recomendamos eleger os “points” a serem observados durante a noite. 4ª - Aguardar de 2 a 3 horas após o pôr do sol para iniciar o mergulho. Este é o tempo para que os animais comecem a desempenhar seus hábitos noturnos. 5ª - O ideal é a formação de equipes pequenas e que todos os mergulhadores respeitem o que foi convencionado em relação a disciplina de luzes (prática de lanternas). 6ª - Deslocar-se lentamente e parar muito, para poder observar um pouco. 7ª - Convencionar sinais de lanterna do tipo: subir, retornar, socorro, etc. 8ª - As possibilidades de auxílio mútuo se reduzem bastante durante a noite, embora a luz da lanterna propicie menos possibilidades de separação das duplas. A redução da visibilidade impede a observação de vários detalhes do equipamento próprio e do equipamento do companheiro (vazamentos, fivelas mal ajustadas, etc.). Portanto, antes de iniciar o mergulho, cheque minuciosamente o equipamento. Se você possui algum material com leitura fosforescente para ser consultado na obscuridade, exponha-o a uma luz forte antes do mergulho. 9ª - É importante contar-se com um elemento, a bordo, que seja bom nadador e esteja em condições de, na superfície, prestar socorro a um mergulhador que tenha se desgarrado do grupo sem ter sido notado. 10ª - Evite impactos no equipamento e entre na água com suavidade. 11ª - Ilumine o local de entrada na água, para evitar uma desorientação espacial causada peça escuridão. Nade para o local do mergulho lentamente, com a lanterna acesa e prestando atenção para não se chocar com os demais companheiros. 12ª - Na subida mantenha o facho da lanterna voltado para cima, visando liberar o seu caminho, bem como permitir que o pessoal a bordo o identifique. 13ª - Não aponte a lanterna para os olhos do companheiro. Aponte-o da cintura para baixo, deixando seu rosto na obscuridade. 14ª - Não procure chamar o companheiro com movimentos desordenados de lanterna. Use o som. O ideal é que você realize o mergulho ao alcance do braço da dupla. 15ª - Possuindo uma segunda lanterna reserva, leve-a também ao mergulho. Outros sinais adicionais (tintas químicas) podem ser colocados em parte do equipamento. 16ª - Mesmo que a temperatura da água esteja excelente, use roupa completa. Você não terá visão para desviar-se a tempo de medusas e outros seres urtificantes.

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AQUACIDADE NOTURNA E SUA IMPORTÂNCIA Os seres marinhos são verdadeiros sensores vivos. A forma como a vida e a sobrevivência se estabeleceram neste ambiente obrigou-os a desenvolverem dispositivos de permanente identificação, uns sobre os outros. Estes dispositivos serão tão mais eficientes quanto de mais longe puderem ser utilizados. Para tal mister, usam a vista, o olfato, as vibrações sonoras e as mecânicas.

Lembre-se de que os peixes podem sentir a forma da s coisas à distância (tato) pelas vibrações captadas em sua linha lateral (linha de escamas que percorre longitudinalmente o animal).

O homem, neste ambiente, quase nada ouve, e enxerga num ângulo e numa profundidade muito pequena e tem seu olfato reduzido a zero. Se, além de todas essas limitações, ainda lhe falta luz, torna-se um total incompetente para a percepção do que lhe está próximo. Mas nem por isso é menos percebido pêlos formidável sensor da vida marinho tem.

Se acaso você se movimentar desordenadamente, os seres marinhos lhe captam como você perceberia a chegada de um caminhão com o silencioso furado e com a buzina em curto, tocando. Você sumiria da frente da tal aberração, correndo...É assim que os peixes fazem. Por isso há gente que vê muitas coisas em seus mergulhos e outras nada vêem.

Lembre-se de que é preciso parar para poder observar. Um mergulhador mal lastreado terá sempre dificuldades neste intento.

Finalmente, considere que mesmo que você nada tenha visto, certamente você terá sido notado por todos que lá estavam, como se o mais claro dos dias fosse.

Portanto, mergulhe como se fosse você mesmo um peixe, em harmonia com água, sem pressa e sem desorganização.

EQUIPAMENTOS O mergulhador, além do equipamento normal, deve portar:

A) LANTERNA:

Deve-se antes de comprar uma lanterna verificar fatores importantes. 1 – Sistema de vedação

Os melhores são aqueles em que o o-ring fica na sua base e não na tampa. O o-ring deve manter um abaulamento em relação ao seu encaixe e deve permanecer fixo para não rodar nem torcer ao fechar a lanterna. 2 – Sistemas de acionamento

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Existem três tipos: 2.1 – Magnético: são os melhores, pois permitem que não haja um contato

do interruptor externo com a parte interna da lanterna. O funcionamento é simples. O interruptor externo é constituído de uma barra magnética (imã) que aciona duas lâminas internas, por cima da parede da área interna da lanterna, dando contato. 2.2– Interruptor liga – desliga: muito usado, mas seu perfeito funcionamento

só ocorre durante algum tempo, devido à utilização na vedação de um o-ring interno que se desgasta com o decorrer do tempo, permitindo assim a penetração de água. Estes interruptores devem possuir uma trava de segurança, para que não haja o acionamento da lanterna durante o transporte. 2.3 – Pressão sobre refletor: não é muito usado por não permitirem a

função liga – desliga no fundo. O funcionamento é o seguinte: rosqueia-se o refletor até que haja o acionamento do foco de luz, e depois se retorna o mínimo até haver o desligamento. Com esse mínimo retorno, você permite o mínimo contato, que só será acionado quando ocorrer a ação da pressão sobre o interruptor. Por esse motivo é que esse sistema não é aconselhado para o mergulho diurno. 3 – Tipos de Lâmpadas

Existem três tipos: 3.1 – Comum: foco de pequeno alcance e aberto de cor amarelada

3.2 – Kripton: foco de longo alcance e mais concentrado do que o comum,

cor gelo.

3.3 – Halogêneas: foco de longo alcance, mas com uma vantagem sobre as

demais: permite um foco concentrado para longas distâncias, e aberto para pequenas. Deve-se tomar um cuidado muito grande com seu manuseio, pois qualquer contato com a pele pode danificar a lâmpada.

4 – Refletores

Existem dois tipos: 4.1 – Espelhados lisos: são os mais usados, mas não permitem uma boa

ampliação do foco. – Espelhados desenhados: permitem maior ampliação do foco em

relação aos lisos. Deve-se tomar cuidado com o manuseio de ambos, pois qualquer contato com a pele escurece-os.

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5 – Baterias

Existem três tipos: 5.1 – Comuns (pilhas): com uma autonomia pequena, e comum, ela não

permite ao mergulhador detectar o final de sua carga. 5.2 – Alcalinas: com uma autonomia maior em relação a comum, ela já

permite ao mergulhador detectar o seu final. Só que essa vantagem se perde em relação ao preço entre uma e outra. 5.3 – Recarregáveis: com uma autonomia bem superior as demais, elas

permitem um mergulho tranqüilo, sem que haja problema de se apagar de repente, e que se recarregará facilmente em uma tomada 110/220V. Seu preço é alto no ato da compra, mas se tornará algo compensador com o tempo. Todos os tipos de baterias devem ser colocadas na lanterna em locais onde

na haja contato com o ar marítimo ou com a água salgada, evitando assim, possíveis oxidações.

Já existe no mercado um equipamento que substitui a lanterna de sinalização de equipamento (primeiro estágio). Este equipamento é o CYALUME.

Este cyalume consiste num tubo de plástico que contém dois tipos de pós-fluorescentes e que em contato entre si, produzem luz; para isto, basta que se torça o tubo.

B) BÚSSOLA:

Deve ser de fácil leitura, com mostradores fluorescentes para facilitar

a visão no escuro. Pode ser de pulso ou pode estar contida no console, e deve ser usada para determinar o curso a ser seguido usando pontos da superfície como referência. Ou através da graduação, tanto no fundo, como na superfície. A graduação determinada para o curso de ida será relativa para a volta.

PLANEJAMENTO Nunca é demais dar ênfase a um prévio e meticuloso planejamento.

Todos os detalhes deverão estar verificados antes da imersão. Tempo de fundo, profundidade a ser atingida e cálculo de nitrogênio residual já preestabelecido. Quase sempre o mergulho noturno enquadra-se em um sucessivo, a praxe é realizar um diurno no local para reconhecimento prévio.

Por isso, o mergulhador deve dar preferência ao uso da tabela 2 (mergulho sem descompressão), seu tempo de fundo, deve ser também controlado pela equipe de apoio (embarcação). Consultar a tabela 4, caso seu mergulho se enquadre num sucessivo, com o intuito de certificar-se de seu tempo real de fundo

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BIOLOGIA MARINHA

PLÂNCTON MARINHO, FITOPLÂNCTON E ZOOPLÂNCTON PLÂNCTON MARINHO:

São organismos que flutuam movidos pelos ventos, ondas ou correntes.Tamanho muito pequeno ou microscópios inclui muitos protozoários. FITOPLANCTON:

São organismos unicelulares, livres ou coloniais, capazes de sintetizar sua própria biomassa utilizando energia luminosa (fotossíntese). Constituem a base das cadeias tróficas marinhas, servindo de alimento diretamente ao zooplâncton herbívoro. ZOOPLANCTON OU PLÂNCTON ANIMAL:

É um grupo extremamente variado e compreende representantes de quase todos os grandes grupos de animais marinhos.

BIOLUMINESCÊNCIA DO PLÂNCTON

A bioluminescência observada pelos

mergulhadores: produção de luz pelos seres vivos, é encontrada em grandes números de organismos marinhos, principalmente planctônicos.

As hipóteses para explicar a bioluminescência sugerem que a mesma seja um mecanismo para assustar a presa e facilitar a evasão e que apresente um papel de atração entre indivíduos da mesma espécie para facilitar a reprodução. Este reconhecimento seria efetuado através de comprimentos de onda da luz específicos para cada espécie.

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PROTOZOÁRIOS (Filo Protozoa)

Organismos geralmente microscópicos unicelulares, ou seja, organismos de

apenas uma célula, podendo alguns formar colônia. Forma variável, mas em regra constante (oval, esférica, alongada ou disforme). A locomoção faz-se por meio de flagelo, de pseudópodes, de cílios ou de movimentos da célula. Apresentam um ou vários núcleos, mas possuem órgãos ou tecidos diferenciados. Algumas espécies apresentam conchas protetoras. Tem vida livre, parasita ou comensal. Reprodução sexuada ou assexuada. Do grande número de protozoários marinhos que existe na fauna brasileira mencionaremos um, que facilmente se pode observar.

Noctiluca miliaris: Flagelado planctônico que apresenta a particularidade

de se tornar fosforescente quando é agitada a água em que se encontra. Este fenômeno observa-se com freqüência nas noites de verão, quando se trabalha a beira mar ou se efetua mergulhos noturnos. Neste último caso, os movimentos dos mergulhadores são aco mpanhados por toda uma plêiade de pequenos pontos luminosos.

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NAVEGAÇÃO NATURAL

As pessoas raramente se dão conta de como é difícil para os

mergulhadores saberem sua localização sob a água. A visibilidade é limitada, referências são raramente disponíveis e a inadequação dos sentidos ao meio contribui para a desorientação. Apesar deste e de outros problemas, mergulhadores habilidosos podem navegar sob a água com precisão razoável.

Quando um mergulhador passeia sob a água, movendo-se de forma,irregular e sem direção, para frente, para trás, para os lados, etc.. ele pouco saberá sobre a sua localização.

Utilizando algumas técnicas de navegação bastante simples, o mergulhador tem condições de evitar nadar na superfície por longas distancias após o mergulho; ajuda as duplas a se manterem juntas porque mantem uma direção comum e facilita reconhecer um determinado sítio de modo que poderá ser relocalizado mais tarde.

A técnica mais simples de navegação submarina é seguir uma direção mais ou menos reta até a metade do mergulho e retornar pelo mesmo caminho de “a”até “b” e vice-versa. Para explorar o ambiente submarino deforma menos restritiva podemos utilizar padrões de navegação, principalmente quando mergulhamos em locais de profundidade relativamente uniforme, como em parcéis, arrecifes, destroços e outras formações longas e estreitas.

Consiste em ir por um lado da formação e voltar pelo outro. Nestes casos é importante lembrar a direção correta de retorno. É interessante notar que o vai-e-vem das ondas exerce uma força sobre o mergulhador que quando com um pouco de distração pode levar este a se desorientar quanto a direção que deve tomar para retornar.

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Dois outros padrões populares de navegação são o quadrado e o retângulo. Ambos são fáceis de visualizar e tem ângulos retos, que facilitaram a referencia e orientação. Padrões triangulares são mais difíceis de seguir porque os ângulos de 120 graus são mais difíceis de estimar. Por outro lado os padrões circulares são os piores de serem seguidos. As dicas a seguir lhe auxiliarão a implementar o sistema de navegação natural submarina utilizando padrões de navegação.

1. Previamente ao mergulho combine com sua dupla o padrão a ser utilizado. 2. Visualize o padrão na sua imaginação e procure localizar os diversos

pontos do mergulho no seu padrão imaginário, principalmente após uma mudança do curso. Antes de mudar de curso imagine a direção a tomar para permanecer no seu padrão de navegação.

3. Mantenha as pernas do seu padrão de mergulho pequenas até habituar-se

e sentir-se confiante com ele. Mova-se devagar e aprecie as coisas pequenas do fundo. Seu ar durará mais tempo, você descobrirá muitas coisas pequenas e fascinantes e evitará nadar por longas distancias no caso de ter cometido algum erro.

4. Não é necessário manter-se estritamente no curso. Você poderá se desviar

do mesmo ocasionalmente para examinar uma determinada área desde que saiba onde está em relação ao seu padrão e como retornar a ele. Lembre-se sempre da direção em que saiu do curso. Procure estabelecer pontos de referência sob a água, para poder se relocalizar. Note que pequenas mudanças de direção não são críticas desde que o sentido geral do percurso seja mantido.

5. Um dos mergulhadores deverá ser encarregado da navegação de ambos,

mas deverá obter a concordância do outro antes de qualquer mudança de direção geral do seguimento.

6. Quando você utiliza pela primeira vez o sistema de padrões de navegação

submarina, emerja num final das pernas do curso geral para confirmar a direção, se necessário.

Usando padrões de navegação adequadamente, será mais fácil permanecer com seu dupla, você chegará no local ou próximo a ele e terá boas condições e probabilidades de retornar a uma área de interesse.

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ESTIMANDO DISTÂNCIAS

A habilidade de estimar distâncias sob a água facilita a localização de áreas submarinas de interesse nas técnicas de busca e para medições submarinas. Você pode estimar distâncias de diversas maneiras. Uma delas é a pressão da garrafa. A pressão útil pode ser dividida pelo número de pernas ou seguimentos de um determinado padrão de navegação. Lembre-se de deixar umas 26 ATM de pressão como medida de precaução. O tempo também pode ser usado para estimar distancias. O rendimento de um mergulhador equipado é da ordem de 40 a 60 cm por segundo quando está nadando sob a água. Cronometrando seu tempo de natação submarina você poderá ter uma idéia razoável da distância percorrida. Entretanto, sua estimativa poderá ser totalmente inutilizada no caso de uma parada por qualquer motivo. O ciclo de batidas de perna pode ser usado para estimar distâncias. Um ciclo é o movimento para cima e para baixo de uma perna. A média é da ordem de 90 a 120 cm por ciclo. Portanto, contando as batidas de pernas você poderá estimar distâncias com precisão razoável, podendo interromper o deslocamento aqui e ali sem perder a noção de distÂncia, desde que recomece a contar. No caso de visibilidade limitada, quando certo grau de precisão de medida é necessário a envergadura dos braços pode ser usada. Sabendo sua envergadura vocÊ terá condições de estimar distâncias sob a água com precisão razoável. A média da envergadura é da ordem de 1,80 mts para homens e 1,60 mts para mulheres, isto é, aproximadamente sua altura. Para medir distâncias sob a água você precisará determinar sua velocidade pessoal enquanto estiver submerso. Nade ao longo de uma distância previamente conhecida, em velocidade confortável. Não se apresse. Conte suas batidas de perna e faça as contas para verificar seu rendimento médio. Sempre que você utilizar o mesmo equipamento e em condições semelhantes, sua média será a mesma. Ao comparar sua velocidade sob a água com a da superfície, você notará que se desloca mais eficientemente sob a água. Correntes vão aumentar ou diminuir sua velocidade de deslocamento. Lembre-se de ser generoso ao estimar sua velocidade a favor da corrente para que você não termine o seu mergulho além do ponto desejado.

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REFERÊNCIAS NATURAIS

Você deve estudar o lugar do mergulho antes de entrar no mar.

Procure distinguir correntezas e estimar sua direção e força. Familiarize-se com as rochas e recifes ao redor. Geralmente uma rocha submersa é continuação da parte que está sobre a água. É importante iniciar um mergulho sabendo onde estamos. Para tanto mergulhe com os pés primeiro, olhando para o seu companheiro. O responsável pela navegação deve ver sua direção de seguimento em frente.

Desta forma devem chegar ao fundo sem virarem para os lados. 1 – Observe a posição de sol e da lua e a direção em que os raios penetram na água. 2 – Correntezas podem ser usadas para determinar a direção relativa. Como podem variar bastante, não devem ser tomadas como única referência. Inicie o seu mergulho contra a correnteza para não terminar muito abaixo do ponto de saída escolhida. 3 – Observe o fundo. No caso de ver estrias parecidas com cômoros de areia contínuos e paralelos. Estes serão paralelos a praia e nos darão uma referência de direção. Qual o tipo de fundo? É chato ou afunda abruptamente? Quanto mais para o fundo você se mover, mais afastado da praia estará. 4 – Preste a atenção para algum barulho de motor, sua intenidade indica maior ou menor proximidade da embarcação. A palavra chave para a navegação natural é esta alerta em relação ao meio ambiente. Observe formas incomuns de conchas, ou recifes. Você pode desenhar mapas toscos da localidade na sua tabuleta de anotações e ainda empilhar pedras para reconhecer o local ao final do mergulho.

DESENVOLVA SUA PRÓPRIAS TÉCNICAS

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RELOCALIZANDO UM LOCAL DE MERGULHO

Marcar uma área de mergulho para lá retornar mais tarde é uma habilidade útil em determinadas circunstâncias.

Para fixar um ponto, selecione pontos de terra bem determinados e fixos, como antenas, postes, cumeeiras de casas, faróis, etc... Dois ou mais pontos alinhados um atrás do outro e formando um ângulo bem grande (60 graus ou mais) com um alinhamento de outros dois ou mais pontos.

Você poderá usar dois grupos de pontos de referências, isto lhe dará maior precisão. Anote estas linhas de visadas na sua tabuleta de mergulho e a profundidade do local para relocalizar o ponto, as linhas de visadas e a profundidade facilitarão o trabalho, conferindo precisão e satisfação a você.

ORIENTAÇÃO SUBAQUÁTICA

Quando falamos em orientação subaquática, imediatamente nos vem à mente a idéia de bússola. Realmente, é um pensamento acertado. Na orientação terrestre podemos contar com diversos auxílios, tais como sol, lua, posição de determinadas estrelas, radiogonometria e todos os recursos utilizados na navegação de superfície. Navegar é o termo certo. Quando viajamos ou nos deslocamos em constante processo de orientação, seja no mar, no ar ou na terra, é normal dizer que estamos realizando uma navegação. Esta navegação pode ser visual ou por instrumentos. A bússola seriá um dos diversos equipamentos a poderem ser utilizados... Mas, sob a água, é praticamente o único.

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DEFINIÇÕES BÁSICAS

Bússola - é um instrumento destinado a medir ângulos horizontais

(em graus ou milésimos), contados a partir do Norte da agulha. Carta náutica ou terrestre - vem a ser a representação gráfica de

uma determinada região, parte do litoral ou superfície de mar aberto, desenhada em escala, a partir de diversas medições e projeções, utilizando-se processos que melhoram ao máximo qualquer imperfeição.

Orientar uma carta - é obter a coincidência entre o Norte da carta e o

Norte Verdadeiro (geográfico). Escala de uma carta - é a proporção entre uma determinada

dimensão gráfica e a dimensão verdadeira. Norte Verdadeiro ou Geográfico - é o ponto, acima da linha do

equador, onde se dá o encontro de todos os meridianos terrestres. Nas cartas sua direção é representada pelas linhas verticais.

Norte Magnético - é a direção indicada pela ponta Norte de agulha

de uma bússola. Na verdade este local não é fixo e veria de posição continuamente, ao longo dos anos.

Pólo Norte Verdadeiro - é o pólo geométrico ou geográfico da Terra. Pólo Norte Magnético - é o ponto onde as agulhas imantadas (das

bússolas) apontam. Como você já percebeu, o Norte Verdadeiro não é obrigatoriamente

coincidente com o Norte Magnético. O Norte Magnético tanto pode estar a Leste quanto a Oeste do Verdadeiro, dependendo da cada lugar.

Você já pode perceber que existe um ângulo entre o NM e o NV.

Este ângulo chama-se Declinação Magnética. Declinação Magnética – é o ângulo essencialmente variável,

formando pelas direções do Norte Magnético e do Norte Verdadeiro. É medido em graus ou milésimos. Dizemos que a declinação é Leste (E), se o NM estiver a direita do NV. Estando a esquerda do NV, dizemos que a declinação é a Oeste (W).

Este ângulo é importante para os nossos cálculos, sempre que

tivermos que tomar uma leitura na carta e transportá-la para nossa bússola e voce e versa.

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NAVEGAÇÃO COM BÚSSOLA

Outras maneiras disponíveis. Possibilita ao mergulhador seguir uma direção ou curso com bastante precisão sob a água. Nos casos de visibilidade limitada num fundo liso ou a meia água, entre a superfície e o fundo a bússola serve como excelente refer6encia. Ao escolher uma bússola para mergulhar, veja que ela tenha as seguintes características mínimas: 1 – Deve ser cheia de líquido para suportar a pressão e amortecer o

movimento da agulha. 2 – A agulha deve girar e permitir a leitura com precisão mesmo quando a

bússola estiver levemente inclinada em relação ao plano horizontal; 3 – Uma linha de referência atravessando o centro da bússola é essencial.

É chamada de linha de fé e é usada como referência para fazer marcações e seguir cursos; 4 – Um perfil baixo é desejável porque o mergulhador necessita olhar a

bússola de frente para usa-la corretamente; 5 – Marcas índices rotativas que podem ser alinhadas sobre a agulha para

servir de memória de um curso determinado são úteis e desejáveis; 6 – As marcas da bússola devem ser em graus ao invés de pontos

cardeais; 7 – O mostrador deve ser luminoso para facilitar a leitura quando houver

pouca luz.

A bússola exige pouca manutenção de modo que umas poucas regras quando seguidas aumentam a vida útil do instrumento. Primeiro evite bater ou derrubar sua bússola porque é sensível a choques. Evite expor o instrumento ao calor e a longos períodos ao sol brilhante porque o líquido interno pode expandir e vazar. Guarde sua bússola com equipamentos mais sensíveis de mergulho ao transporta-la. Lave-a com água corrente após o mergulho, removendo qualquer resíduo de areia ou sal. Finalmente lubrifique as partes móveis como a coroa, cujo movimento deve ter alguma resistência e não deve mudar de posição inadvertidamente.

USANDO A BÚSSOLA

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É importante a referência que a bússola dá. A agulha aponta sempre para o NORTE MAGNÉTICO, não importando a direção em que o aparelho é movido. Lembre-se sempre desta característica do instrumento. Assim a direção do movimento ou o curso a seguir é sempre em referência ao Norte. De sorte que quando a linha de fé e a agulha apontada para o Norte, está é a direção do movimento. Se o mergulhador seguir rumo a Oeste à agulha continuará apontando para o NORTE, se este modificar seu curso para Leste, a agulha ainda assim apontará para o NORTE. Pode-se imaginar, portanto, que apenas seguindo cursos individuais e iguais, e ao final de cada um deles fizer um ângulo de 90 graus, poderemos retornar ao ponto de partida, após percorrer um padrão quadrado do percurso. É importante ter uma direção relativa no começo do mergulho. Isto quer dizer que você sabe o seu curso em relação ao barco, praia, etc... Com esta referência, mudança no curso podem ser feitas sem perder posição relativa ao curso em original e manter a noção de localização.

Esta direção relativa ou visada deve ser estabelecida antes de submergir e pode ser feita de duas maneiras. O método preferido é apontar a linha de fé da bússola na direção desejada e girar as linhas índices da coroa até coincidir com o Norte da agulha. As linhas índices servirão como memória da sua direção relativa. A outra forma é memorizar a direção desejada. Recomenda-se anotar esta marcação ou, como se diz, fazer a marcação na tabuleta de mergulho para evitar qualquer problema no caso de esquecimento. Este método é usado quando a bússola não é equipada com linhas índices.

BÚSSOLA – MARCAÇÃO DE UM RUMO

A marcação que você seleciona, seja ela a direção inicial do mergulho, a final a praia etc... , não é tão importante quando saber onde aquela marcação o coloca em relação a onde você quer ir. Diversas regras simples devem ser seguidas para que possamos navegar com precisão sob a água. Talvez a mais importante é alinhar a linha de fé da bússola com a linha central do corpo e a linha da direção do movimento. Se não for feito assim, você não estará no curso correto, mesmo que a bússola assim o indique. Os métodos mais populares são: colocar o dedo médio da mão cujo pulso está presa a bússola na depressão do cotovelo do outro braço, estando este estendido para frente; Outra posição é segurar a bússola com ambas as mãos a frente, paralelas e esticadas de forma a observar o instrumento enquanto o mergulhador nada. Uma terceira posição é usada quando se dispõe de um painel de instrumentos ou “console” O próximo procedimento a lembrar é olhar para bússola e a frente, de modo a observar o instrumento e os arredores. O ideal seria selecionar um objeto a frente, que está no exato rumo desejado, seguir até ele, de lá selecionar outro objeto nas mesmas condições, seguir até ele e assim sucessivamente. Está claro que este procedimento pode ficar impossível em águas turvas quando temos que confiar inteiramente na observação pura e simples do instrumento, enquanto nadamos.

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Por ser um instrumento magnético, a bússola não deve estar excessivamente perto de qualquer peça de equipamento ferrosa. Caso contrário às leituras podem ficar prejudicadas e, conseqüentemente os rumos. Para notar tais efeitos e verificar a proximidade relativa dos objetos em que a bússola é afetada por eles, teste em seco movimentando sua bússola ao redor das peças de equipamento que tem acessórios ferrosos, procurando determinar a distância mínima que o instrumento pode ficar de tais objetos sem modificar a posição da agulha.

DICAS DE COMO USAR SUA BÚSSOLA

1 – Após aprender a usar sua bússola, confie nela. Freqüentemente os

instintos indicam que você esta indo para a direção errada enquanto o instrumento informa que você está no curso. Confie na sua bússola e ficará surpreso de sua eficácia; 2 – Use a bússola para determinar uma direção, depois use as técnicas de

navegação natural. Como navegação aproximada, consulte a bússola para informações mais precisas; 3 – A “derrota triangular” pode ser útil em algumas situações. Neste caso

lembre-se que você deve fazer curvas com ângulos de 120 graus e não de 60 graus; 4 – Pratique a sua derrota ou padrão de navegação em terra antes de o

fazer no mergulho. Usando como referência, veja em que grau de precisão você pode voltar ao ponto de partida; 5 – No caso de obstáculos a frente, contorne-os e volte ao rumo original

após contorna-los. Se quiser maior precisão contorne-os utilizando ângulos retos que possibilitará medir distâncias de forma mais precisa; 6 – navegar numa determinada direção a meia água é mais difícil porque

requer manter profundidade e rumo constantes. Para tanto é melhor que um dos membros da dupla de mergulho navegue enquanto o outro controla a profundidade, ambos nadando lado a lado. Esta técnica requer um pouco de prática para executar de forma correta; 7 – Você pode fazer marcações de um determinado ponto usando a

bússola. Entretanto é preferível usar referências de terra para maior precisão. Caso você possa usar referências de terra de forma alinhada co referências de bússola, será melhor. Duas ou mais marcações são preferíveis. Talvez a forma mais eficiente de marcar pontos é a partir de uma área mais fácil seguir a um ponto cuja localização é mais difícil. Por exemplo, você pode seguir um determinado rumo e, a partir dele, encontrar um pequeno destroço.

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SEGURANÇA DO MERGULHO

PRIMEIROS SOCORROS Chamamos Primeiros Socorros as medidas iniciais e imediatas aplicadas à

vitima fora do ambiente hospitalar, executadas por qualquer pessoa para garantir a vida da vítima o evitar o agravamento de lesões preexistentes.

No entanto essas medidas devem ser executadas por indivíduos que tenham um conhecimento prévio sobre o assunto, pois dependerá da sua avaliação e responsabilidade para se estabelecer prioridades.

O tratamento inicial do acidentado consiste em identificar a causa do acidente e dai reconhecer e trabalhar em cima das prioridades.

AVALIAÇÃO DA VÍTIMA (Ordem de prioridades)

1- Verificar se a vítima respira; 2. Verificar se há pulso presente (Batimentos Cardíacos); 3. Observar lesões ou hemorragias externas; 4 Observar a existência de fraturas.

Temos que ter em mente que a PCR pode estar presente, ou vir a

acontecer em quase todos os tipos de acidentes à que estamos expostos. Por isso é de vital importância que tenhamos conhecimento e habilidade

para identificar e atuar sobre uma PCR. Vamos então iniciar nosso curso falando como identificar uma PCR e como

atuar nela.

PARADA CARDÍACA RESPIRATÕRIA (Sem evidência de Trauma)

PCR é o cessar súbito da função do coração como bomba e dos movimentos respiratórios ocorrendo como evento catastrófico e inesperado.

Como identificar

Colocar nosso rosto em contato com a narina da vítima para constarmos se há saída de ar quente da expiração, ao mesmo tempo olhar para o tórax da vítima para detectar a oscilação do tórax. Ao mesmo tempo detectar a presença de pulso (batimentos cardíacos), levantando os dedos indicadores e médios aos locais determinados:

1. Batimentos carotídeos (pescoço). 2. Batimentos braquiais (cotovelo). 3. Batimento radial (punho). 4. Batimentos femorais (virilha). É o ultimo a desaparecer.

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Se há evidência de parada cárdio respiratória executar as manobras de ressuscitação. Se houver apenas um socorrista:

15 compressões cardíacas para duas insuflações pulmonares.

Se houver dois socorristas:

05 compressões cardíacas para duas insuflações pulmonares.

Obs.: - Procedimento Atual: Compressões cardíacas e insuflações

pulmonares contínuas.

- Uso contínuo do ambu.

DEVEMOS SEMPRE ESTAR ATENTOS AO PULSO DA VÍTIMA VERIFICANDO-O SEMPRE.

Agora que já sabemos executar as manobras de ressuscitação vamos falar

sobre as diversas situações de emergência que podemos encontrar.

SALVAMENTO INTRODUÇÃO

Desde a mais remota Antigüidade o homem tratou de transpor a imensa barreira líquida que o cercava, enfrentando-a a principio apenas com o próprio corpo e, a seguir, com os meios flutuantes que passou a construir.

Desde essa época constatou que, diferentemente de outros mamíferos terrestres, era difícil para ele se manter na superfície. ou melhor manter fora d’água a cabeça e as vias respiratórias por onde deve penetrar o ar indispensável a sua respiração. Graças a uma série de movimentos desenvolvidos pelo treinamento. o homem é capaz de nadar, deslocando-se em velocidade reduzida.

Quando não sabe executar esses movimentos ou por problemas de um mal súbito ou de exaustão em águas revoltas ou longas travessias, o homem não mais se mantém na superfície, sendo vitimado pelo acidente que ora estudamos.

O afogamento apresenta uma elevada incidência nas estatísticas mundiais e é a primeira causa de morte, na faixa de 1 a 25 anos, depois dos desastres de automóvel.

A média anual de afogamentos é de 140.000 casos pôr ano. O fato de essas mortes aparecerem como eventos isolados e em condições rotineiras, faz com que os Órgãos de divulgação as releguem ao pleno secundário, deixando que passe desapercebido esse grave acidente.

Países como a Inglaterra, o Japão, a Austrália e os Estados Unidos pagam um tributo bastante elevado neste contexto, devido as dimensões do seu litoral. No Brasil com 8.500Km de litoral; é grande o número de afogamentos.

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AFOGAMENTO

É um acidente de asfixia por imersão prolongada em um meio liquido, com inundação e encharcamento alveolar e graves distúrbios hidroeletrolíticos.

O termo asfixia indica a concomitância de um baixo nível de oxigenação e um excesso de gás carbônico no organismo, ambos de conseqüência danosa para os processos metabólicos celulares.

Como sabemos, o oxigênio é indispensável à vida e os centros nervosos não podem permanecer pôr mais de três minutos em anoxia. AFOGAMENTO PRIMÁRIO

É a forma mais freqüente. Ocorre primeiramente asfixia, parada respiratória e posteriormente síncope circulatória. Por não saber nadar, por exaustão ou qualquer outro motivo de incapacidade, não podendo se manter na superfície, a vitima debate-se (conseguindo por algumas vezes voltar a superfície) antes de desaparecer definitivamente, caso não seja socorrida. Seu aspecto é cianótico. AFOGAMENTO SECUNDÁRIO

Nessa forma, ocorre inicialmente e sincope cardíaca e posteriormente a parada respiratória. O nadador desaparece da superfície silenciosamente, sem se debater. O acidente passa despercebido aos circundantes, retardando o socorro mesmo em piscinas e locais rasos. Quando encontrado, o corpo apresenta uma coloração brancocérea. AFOGAMENTO SECO

Um dos fenômenos iniciais no contato com o meio liquido é um espasmo da glote, visando evitar a penetração da água nas vias respiratórias. Em alguns indivíduos esse espasmo não é vencido por outros fatores que surgem posteriormente, perecendo a vitima em asfixia a seco. Sem liquido nos alvéolos pulmonares. AFOGAMENTO EM ÁGUA DOCE

No afogamento pôr água doce, os alvéolos pulmonares são invadidos por um liquido hipotônico (menos concentrado) em relação ao plasma, provocando (processo osmótico) a passagem de um considerável volume hídrico dos pulmões para a corrente sanguínea, podendo atingir um montante de 3 a 4 litros em poucos minutos. Dai surgem vários distúrbios hidrossalinos: inicialmente há uma baixa de todos os eletrólitos por hemodiluição.

Posteriormente, com a rotura das hemaceas, elementos como o potássio cai na corrente sanguínea, contribuindo para a intoxicação do músculo cardíaco, já bastante enfraquecido pela hipoxia. Ocorre parada cardíaca.

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AFOGAMENTO DE ÁGUA SALGADA

O afogamento em água salgada leva aos alvéolos pulmonares uma solução hipertônica (mais concentrada) em relação ao plasma, que atrai líquido da corrente sanguínea (processo osmótico).

Os alvéolos são invadidos por um líquido albuminoso, responsável pela espuma expelida por esses afogados. A hipovolemia resultante provoca uma concentração maior dos eletrólitos no sangue, subindo com especialidade a taxa de magnésio. O músculo cardíaco para por esgotamento e anoxia proveniente das dificuldades no transporte do pouco oxigênio ainda existente. EVOLUÇÃO DO AFOGAMENTO

1 - Espasmo da glote (ósteo-tubário) 2 - Início da invasão da glote. 3 -Morte Clínica (parada circulatória, interrupção repentina e inesperada de circulação, ausência de pulso em artéria de grosso calibre - apnéia - inconsciência) 4 - Inicio da Morte Cerebral (inconsciência, lesão de córtex cerebral)

Respiração (espontânea, podendo necessitar de suporte). Circulação (espontânea, podendo necessitar de suporte).

5 - Coma 6 - Óbito CAUSAS DO AFOGAMENTO

1 - Excesso de Hiperventilação. 2- lmprudência.

3 - Falta de técnica (regra dos 3 tempos). 4 - Fadiga Física. COMO PROCEDER COM O AFOGADO

1 - Retirar a vitima da água. 2 - Avaliação da consciência. 3 - Posicionara vítima. 4 - Suspensão do quadril para eliminar a água da traquéia. 5 - Permeabilizar vias aéreas - extensão da cabeça, tração da mandíbula, boca entre aberta. 6 - Avaliar a ventilação (ouvir e sentir a respiração, ver a expansão do tórax). Em caso de apnéia: 7 - Ventilar duas vezes, boca a boca. 8 - Palpar pulso carotídeo. se ausente: 9 - Iniciar massagem cardíaca externa (15 MCE x 2V). Quando forem dois os reanimadores, a proporção é de 5 MCE x 1V. 10 - Ministrar oxigênio 100% medicinal. 11 - Levar para o hospital.

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QUANTO À GRAVIDADE DO AFOGAMENTO GRAU I - LEVE

É o grau de menor gravidade. Trate-se de um indivíduo retirado do maio liquido aos primeiros minutos de

asfixia. Agitado, assustado, tossindo bastante, ele terá engolido apenas alguma

água, sem maiores complicações. Pode apresenta cefaléia, náusea e vômitos.

GRAU II - MODERADO

É o paciento que, retirado mais tardiamente, aspirou algum líquido, manifestando um quadro incipiente de afogamento que, atendido regredirá

prontamente. Apresenta pouca quantidade de secreção espumosa, estando consciente.

GRAU III - GRAVE

Por ter aspirado quantidade considerável de líquido, este paciente apresenta um quadro nítido de afogamento, com acentuados distúrbios circulatórios, respiratórios e hidroeletrolíticos.

Sua recuperação é trabalhosa e dependerá da precocidade e eficiência do atendimento. GRAU IV - GRAVÍSSIMO

Retirada d’água tardiamente, a vitima jaz inanimada, já em parada

cárdiorespiratória. Sua recuperação é difícil e o prognóstico é reservado.

PRIMEIROS ATENDIMENTOS (casos classificados como gravíssimos)

O fator tempo é primordial no socorro ao afogado.

Assim, durante o resgate do corpo, logo que possível deve-se começar a respiração boca a boca.

As possibilidades de recuperação vão caindo percentualmente à medida que tarda o socorro.

Assim, se este é prestado nos primeiros 3 minutos, a percentagem de recuperação é de 75%, caindo para 50% se o tempo decorrido é de 4 minutos e para 25% se o tempo é de 5 minutos.

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Logo que o paciente chega a terra firme (ou é recolhido a bordo), faz-se

uma limpeza sumária de suas vias aéreas, visando retirar restos alimentares, outros resíduos e peças de prótese dentária.

A seguir coloca-se o paciente com a cabeça mais baixa do que o plano do corpo (voltada para o mar, se o local do atendimento for uma praia).

Não deve haver preocupação em retirar água dos alvéolos pois o volume de água retirado com as melhores manobras é desprezível, não justificando nenhum retardo no socorro.

A seguir deverá ser aplicado o método boca a boca que dá ao paciente a melhor oxigenação possível, movimentando para dentro de seus pulmões um maior volume de ar em comparação com outros métodos de reanimação.

MËTODO BOCA A BOCA

É de fundamental importância a posição da cabeça da vítima. A cabeça fletida permite a que a língua flácida obstrua as vias aéreas do

paciente, dificultando ao mesmo impedindo a entrada de ar.

Muitas vezes, apenas corrigindo-se a posição da cabeça pela hiperextensão, a respiração se restabelece.

Caso isso não aconteça, o socorrista, mantendo a cabeça de vítima em hiperextensão e tapando com uma das mãos as narinas do paciente, deverá coaptar os seus lábios aos do paciente até conseguir um selo completo sem escapamento de ar.

A seguir, deve exalar o seu ar para os pulmões da vitima, observando atentamente o resultado pela expansão do tórax.

Se este permanecer imóvel, devera ser revista a posição de cabeça e tentadas novas exalações.

O número de exalações deve ser, aproximadamente, 12 por minuto e o volume exalado igual ao de uma expiração normal.

Em crianças esse volume deverá ser controlado com observação da expansão do tórax para evitar a rotura dos alvéolos pulmonares por uma hiperdistensão.

Após algumas exalações do boca a boca (4 ou 5) o socorrista deve procurar sinais de reanimação do paciente.

Se este não reage, levanta-se a suspeita de parada cardíaca: se os batimentos carotídeos estiverem ausentes. inspecionam-se as pupilas.

Se houver midríase esta confirmada a parada cardíaca, devendo-se iniciar imediatamente a massagem cardíaca externa.

MASSAGEM CARDÍACA EXTERNA

O paciente deverá estar deitado em decúbito dorsal sobre uma superfície bastante dura. O socorrista procurará o terço inferior do externo, aplicando as duas mãos justapostas com cuidado.

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A seguir, com golpes secos e seguros, (cerca de sessenta pôr minuto) procurará massagear o coração na área em que o mesmo está mais exposto ao contato externo.

Os dois socorristas deverão trabalhar coordenadamente. Ao ser aplicada uma massagem cardíaca não deverá ser realizada uma exalação do boca a boca, pois seria inútil.

O ideal é que se aplique uma exalação do boca a boca para cinco massagens cardíacas.

Eventualmente um único socorrista poderá ter que aplicar os dois métodos simultaneamente, devendo então se deslocar rapidamente, alternando duas exalações com quinze massagens cardíacas.

Para um bom resultado a aplicação deste método de reanimação cárdiorespiratória deverá ser: IMEDIATA - Iniciar a aplicação tão rapidamente possível, para restabelecer nos centros nervosos superiores, em um minuto de tempo, o suprimento de oxigênio indispensável á sobrevivência. CONTÍNUA - Uma vez iniciado o método, não deve ser interrompido sob nenhum

pretexto. A mudança da equipe deverá se fazer gradativamente, sem solução de

continuidade.

RITMADA - De nada adianta um inicio frenético, levando rapidamente estafa e, a seguir, um, período lento e intermitente. É indispensável a regularidade na

aplicação do método.

PROLONGADA - Uma vez iniciado, o método só deverá ser interrompido pela

chegada a um hospital ou pela constatação indiscutível da morte. Muitos casos considerados perdidos tem sido recuperados após uma hora

de reanimação. O paciente só deverá ser aquecido após restabelecida a circulação

sangüínea. A remoção deverá ser feita sem interrupção da reanimação, sendo

prestado na ambulância um socorro melhor, assistência ventilatória com balão de Ambu.

No hospital o paciente será entregue a uma equipe especializada que disporá de muitos mais recursos.

As primeiras medidas na redução dos casos de afogamento são as campanhas comunitárias, visando ensinar precocemente a natação.

A natação em águas frias, abaixo de 15 graus centígrados é

desaconselhada, principalmente depois de exposição demorada ao sol. Evitar nadar após libações alcoólicas, exaustão, etc.

O método de reanimação cárdiorespiratória deve ser de tal maneira divulgada, que qualquer circunstante eventualmente transformado em socorrista

seja capaz de aplicar ao afogado as medidas que lhe salvarão a vida.

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HIDROCUSSÃO

Conhecida também como síndrome termodiferencial ou “water shock” é um caso especial de afogamento secundário.

Um mecanismo reflexo seria a causa da parada cardíaca. A diferença de temperatura entre a água e a superfície cutânea do mergulhador, a dor provocada por certos mergulhos desajeitados (atingindo o epigástrio ou a genitália do homem) e a entrada de água na região retrofaringéia, são algumas das possíveis causas.

Indivíduos tresnoitados, embriagados ou em tratamento com certos medicamentos, estariam mais propensos a esse acidente.

O mergulho desprotegido, em águas com temperatura inferior a 15 graus centígrados e também desaconselhável. HIPOTERMIA

EXCITAÇÃO: Calafrios e vasoconstrição periférica. A temperatura do corpo já é próxima dos 34 graus C.

ADINAMIA: Respiração acelerada (taquipnéia) e aumento do débito cardíaco até 5 vezes os valores em repouso. A temperatura do corpo, nesses casos, está entre 34 e 30 graus.

FASE DE PARALISIA: Situação já bastante grave, com tendências a evoluir para o coma. Os músculos e as articulações ficam rígidos e a pele apresenta-se muito fria, em tudo aparentando uma rigidez cadavérica. A respiração é quase imperceptível e não se sente o pulso.

O reaquecimento lento é o melhor remédio. Alguma bebida doce e quente

(café) pode ser de utilidade. O aquecimento ao sol, em loca! Seco da embarcação (de preferência abrigado do vento), agasalhado em qualquer coisa seca, é a providência mais imediata. Quanto ao neoprene. Se por vezes, antes do mergulho, pode provocar excesso de calor, após o esfriamento conserva umidade. É melhor tira-lo por diversos motivos.

Não se deve ingerir ou fornecer bebida alcoólica para “aquecer”. Até algum

tempo atrás se acreditava que a bebida fosse importante auxilio no processo de aquecimento.

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PREVENÇÃO DO PÂNICO

Para poder auxiliar a outros mergulhadores em dificuldades, você necessita conhecer técnicas de reboque, transporte, RCP. Tomar conta de si mesmo na superfície e sob a água significa ser capaz de controlar a si e ao equipamento. O controle próprio, ou a prevenção do pânico é uma técnica importante para os mergulhadores que são visitantes temporários a um ambiente estranho onde o frio, cansaço, medo e outros fatores podem causar bastante tensão.

Pânico é o extremo medo, súbito e ilógico - um pavor que toma conta da pessoa, causando comportamento irracional. A pessoa em pânico abandonou o processo de raciocino e permanece com uma idéia fixa.

Desnecessário dizer que esta situação deve ser evitada.

No mergulho, o pânico comumente é relacionado com o ritmo respiratório. Quando surge um problema ou dificuldade, o nível de ansiedade do mergulhador aumenta, causando uma elevação no ritmo respiratório. Infelizmente é provavelmente devido a restrições de respiração e outros fatores relacionados com o mergulho, o aumento da cadência respiratória resulta no ofegar, tem o nome de hipoventilação.

O processo de hipoventilação significa que existe um nível muito pobre de trocas de gases nos pulmões. Há um aumento de dióxido de Carbono combinado com um nível de oxigênio abaixo do normal, estimulando um ritmo respiratório que conduz a mais hipoventilação, falta de ar e fadiga.

CICLO DO PÂNICO

Uma vez que a raiz do problema está na respiração, ai está a chave para evitar o pânico. Um mergulhador precisa aprender a reconhecer os sintomas do pânico e controlar a respiração para participar em atividades de mergulho Quando se mantém o controle, o pânico é evitado e o mergulhador tem condições de resolver a dificuldade tranqüilamente.

FALTA DE AR

FADIGA

EXAUSTÃO

PROBLEMA

E/OU

ANSIEDADE

RESPIRAÇÃO

OFEGANTE

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Sugestões para evitar o pânico:

1 - Quando você pensar que está com um problema, AVALIE a situação pôr alguns momentos antes de reagir. Certifique-se que o problema é real (pode ser imaginário) e PENSE nas OPÇÕES. Aja ao invés de reagir.

2 - Preste atenção no seu ritmo respiratório. Se você descobrir que esta ofegante ou sente falta de ar, force-se a respirar profundamente. Interrompa o que estiver fazendo ou pare e relaxe tanto quanto possível e controle a sua respiração.

3 - Evite a fadiga. Use a flutuação na superfície para reduzir o esforço. Sob a água, descanse no fundo e resolva o problema no local, se possível, ao invés de nadar. Reduzir o nível de atividade vai auxiliar significativamente no controle da

situação- A seqüência para resolver um problema, deveria ser reduzir a atividade

controlar a respiração; planejar um curso de ação e, então, corrigir o problema. Ação calma, deliberada e planejada é sempre mais desejável ás condições subaquáticas.

Para ser competente no mergulho, uma pessoa precisa estar adequadamente preparada e treinada nas técnicas necessárias. Além do mais, esta pessoa tem que manter o controle de si mesmo em todos os momentos para poder auxiliar os demais. Felizmente todas estas habilidades podem ser facilmente aprendidas. Por causa disso, as atividades de mergulho, mesmo as especializadas, podem ser muito seguras quando os princípios corretos são aprendidos e praticados.

CÃIBRAS

A cãibra é uma contração abrupta, vigorosa, involuntária e dolorosa de um músculo que ocorre geralmente na perna do mergulhador devido a tensão

muscular, ao trabalho excessivo e ao frio.

COMO PROCEDER

Segurar a ponta da nadadeira da perna afetada e puxar para cima com o membro esticado e ao mesmo tempo massagear o músculo,

O auxilio do canga facilita o processo. A seguir basta nadar de forma mais lenta e descansar em seguida. Aconselhável também aquecer o membro afetado assim que possível.

INSOLAÇÃO

A insolação ocorre quando temperaturas muito altas sobrepujam o sistema de controle térmico do organismo, quando há exposição prolongada a temperaturas elevadas.

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SINAIS DE INSOLAÇÃO

Temperatura corporal superior à 37.7 graus centígrados.

Pele vermelha e quente. Ausência de sudorese. Confusão ou perda da consciência.

Desmaios. Convulsões.

COMO PROCEDER

Remova a pessoa para um lugar fresco.

Molhe a pessoa com uma mangueira ou jogue baldes de água fria. Massageie os membros e dorso. Verifique a temperatura da pessoa a cada dez minutos (quando a

temperatura estiver abaixo dos 37 graus pare o resfriamento). Mantenha a pessoa resfriada aplicando compressas frias. Obs.: Não de à pessoa bebidas alcoólicas que contenham cafeína ou

refrigerantes, pois dificultam o controle do calor.

DESMAIOS (Perda da consciência)

Reação cerebral devido á uma cessação momentânea do oxigênio cerebral, os desmaios podem ocorrer devido a:

Hipoglicemia (Falta de açúcar no sangue).

Hipotensão.

Exposição prolongada ao sol.

Ambientes fechados ou aglomerados.

Visão de sangue.

Situações de stress.

Excesso de alimentação, etc.

COMO PROCEDER

Deite a vitima de costas e eleve seus membros inferiores cerca de 20cm do chão.

Afrouxe roupas em torno do pescoço.

Molhe sua testa e rosto com compressa de água fria.

Se vomitar, vire-a de lado e desobstrua as vias aéreas.

Não use estimulantes como sais aromáticos ou álcool para acordar a vítima.

Não dê nada para a vitima beber até que esteja totalmente acordada.

Obs.: VERIFIQUE SEMPRE EM PRIMEIRO LUGAR OS MOVIMENTOS CARDÍACOS E RESPIRATÓRIOS DA VITIMA, NA AUSÊNCIA DOS MESMOS

EXECUTE IMEDIATAMENTE AS MANOBRAS DE RESSUCITAÇÃO.

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EFISTAXE (Sangramento Nasal)

Em geral os sangramentos nasais são mínimos, amiúde, causados pôr

irritação, conseqüentes e resfriados, alergias, limpeza do nariz e uso exagerado de remédios descongestionantes.

COMO PROCEDER

Incline a cabeça da pessoa para frente de modo que o sangue não escorra para a garganta.

Faça a pessoa cuspir o sangue existente na boca, pois, sua deglutição

pode causar o vômito.

Peça para a pessoa pinçar a narina sangrante com firmeza pôr 10 min.

Aplique compressas frias no nariz e área circundante.

Se não estancar o sangue, utilize gaze ou pano limpo e introduza dentro da narina sangrante pôr 5 min, e continue pinçando o nariz.

Depois de cessar o sangramento não assoe o nariz por algumas horas.

LESÕES - COSTAS E PESCOÇO

A coluna vertebral é constituída por pequenos ossos (Vértebras) que circundam e protegem a medula espinhal.

Uma vértebra quebrada pode esmagar ou seccionar a medula espinhal provocando paralisia, choque, ou até mesmo a morte.

Esta é a razão pela qual se evita a mobilização da pessoa ferida a menos que sua vida corra perigo imediato, e porque ao mover uma vitima é importante não dobrar nem virar seu pescoço ou costas.

COMO PROCEDER

Se a vitima estiver consciente pergunta-lhe:

Se o pescoço ou as costas dói.

Se os braços ou pernas estão paralisados ou fracos.

Se sente formigamento ou entorpecimento dos braços ou das pernas.

Imobilizar a vitima na posição exata em que foi encontrada colocando toalhas enroladas, cobertores, etc, junto à cabeça. Bolsas e malas pesadas são ótimos suportes. Mantenha esses materiais no lugar calçando-os com seus cintos de lastro.

Se a vítima estiver de bruços e houver a necessidade de virá-la execute

esse procedimento sempre em 4 pessoas e vire a vítima em bloco. Isto é, todo o corpo junto.

Se a vítima estiver em PCR execute as manobras sem estender o pescoço.

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CRANIANAS

As fraturas de crânio podem resultar em lesões cerebrais, embora muitas fraturas cranianas não provoquem qualquer lesão cerebral. Essas fraturas podem provocar sangramentos internos ou o escoamento de LCR (Liquido acéfalo-raquidiano) através do ouvido, nariz ou boca. Cortes no couro cabeludo tendem a ser profundos e sangram bastante, necessitando de uma compressão no local.

Observe primeiro os seguintes sinais:

Perda da consciência. Sonolência ou desorientação.

Depressão no couro cabeludo.

Saída de sangue ou liquido pelo ouvido, nariz ou boca.

Paralisia de um lado do corpo.

Perda da visão.

Convulsões.

Vômitos.

Voz ininteligível.

Perda momentânea da memória.

Dor de cabeça.

COMO PROCEDER

Mantenha a vítima deitada.

Se o couro cabeludo apresentar cortes, controle o sangramento cobrindo o ferimento com gaze ou pano limpo comprimindo com firmeza todo o ferimento.

Não tente limpar o ferimento, pois se houver a possibilidade remota de uma

fratura de crânio deve-se evitar a contaminação cerebral.

ESTE É UM CASO ONDE HÁ ABSOLUTA NECESSIDADE DE AJUDA MÉDICA

LESÕES COMUNS

De tecidos moles, escoriações, pequenos cortes e ferimentos mínimos.

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CORTES E ARRANHÕES

Lavar cortes ou arranhões com água e sabão é especialmente importante pois pode haver presença de areia, pedregulho, etc. (Use uma escova macia para facilitar a saída).

Cubra os arranhões ou cortes com curativos como por ex.: BAND-AID.

Cubra o curativo toda vez que molhar ou sujar.

Não aplique cremes ou pomadas que podem ser danosos.

Ouriços ou farpas podem ser extraídos com uma pinça.

Se as bordas do corte permanecerem abertas aproxime-as com fita

adesiva.

ESCORIAÇÕES

Aplique gelo sobre as escoriações em um pedaço de pano.

Eleve o local escoriado acima do nível do coração durante 15 min. para diminuir o sangramento e a inchação.

USO DO TORNIQUETE

Torniquete é um método utilizado para interromper um sangramento mais intenso de um braço ou pernas, pode lesar e até provocar a perde desse membro pois interrompe por completo o fluxo sanguíneo. Daí a necessidade de sabermos usar um torniquete corretamente. COMO PROCEDER

Encontre um pedaço de pano com pelo menos 5 cm de largura. Obs.: Nunca utilize cintos, arames ou cordas.

O torniquete deve ser colocado acima do ferimento.

Dê três voltas com o pano acima do ferimento do membro afetado.

Amarre as pontas do pano.

Coloque um bastão que poderá ser um talher, um snorkel, etc...

A seguir dê um nó duplo sobre o bastão com as pontes do pano.

Vá torcendo o bastão até o sangramento estancar.

Prenda o bastão com as pontas soltas do torniquete.

Anote bem a hora da aplicação do torniquete.

Afrouxe o torniquete a cada 15 min. Mas não o retire.

PROCURE AJUDA MÉDICA

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MORDIDAS E PICADAS DE ANIMAIS MARINHOS

As picadas de organismos marinhos podem ser extremamente dolorosas mas raramente são responsáveis por lesões permanentes ou morte. Várias formas de vida marinha podem ser responsáveis por picadas venenosas quando roçadas ou pisadas.

As formas mais comuns e de fácil identificação:

CRIATURA ASPECTOS SINTOMAS

CARAMUJO Concha com forma de cone com

faixas onduladas ou padrão irregular.

Dor, inchaço, formigamento, tonteira, borramento da visão e

possível paralisia.

OURIÇO DO MAR

Arredondado com espinhos agudos

Dor, inchaço, tonteira, fraqueza muscular e possível paralisia.

ÁGUA VIVA OU

CARAVELA

Sacos ou discos flutuantes com tentáculos.

Dor em queimação, pele avermelhada,

exantemas, cãibras e náuseas.

ARRAIA Criatura achatada com pele

espessa e com farpas. Cauda em forma de chicote.

Dor intensa, área da picada torna-se pálida e

depois vermelha. Sudorese, náusea,

tonturas e fraquezas.

CORAL Grumos arredondados de ramos

curtos e cor variável. Dor em queimação.

ANÊMONA DO MAR

Semelhante a uma flor com tentáculos compridos e imóveis.

Dor em queimação, calafrios, dor gástrica e

diarréia.

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COMO PROCEDER

Conchas ou Ouriços do Mar

Mantenha o local picado imóvel e numa posição mais baixa que o nível do coração.

Amarre uma faixa de pano, cinto ou pulseira de relógio em torno do braço

ou perna afetados 5 a 10cm. (acima).

Se a inchação chegar até a faixa, amarre outra mais acima retire a primeira.

Use pinça para retirar qualquer material no local da picada.

Não esprema ferrões, pois isto injetará mais veneno no local. Lave bem o local com água e sabão.

Medusas ou Caravelas

Envolva sua mão com uma toalha ou pano e remova todos os tentáculos aderidos.

Lave o local com álcool ou amônia e água salgada.

Não utilize água doce.

Arraias

Retire com pinça ou faca qualquer material solto na ferida. Banhe o local com água o mais quente que a vitima possa suportar durante 1 hora.

Aqueça a vitima.

Verifique a respiração.

Coral

Lave bem o local com água e sabão.

Verifique dificuldades respiratórias.

Anêmonas

Mergulhe o local em água tão quente quanto a vítima possa suportar durante 1 hora.

Verifique dificuldades respiratórias.

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PLANEJAMENTO DE MERGULHO

Mergulhadores que planejam adequadamente, raramente ficarão desapontados por problemas relacionados com esquecimentos, condições ruins ou mal entendidos. No mergulho e em outras atividades complexas se você esquece de planejar, freqüentemente você planeja falhar.

Tudo começa com a decisão de ir mergulhar. Após combinar com seu

companheiro que vocês vão a uma excursão de mergulho existem 5 passos que devem ser seguidos: (1) Combinar; (2) Prever: (3) Avaliar; (4) Coordenar; (5) Colaborar.

1 – Passo - COMBINAR

Talvez o passo mais importante para você e seu companheiro de mergulho. O que vocês vão fazer? Fotografar, coletar conchas, explorar? O objetivo auxilia a determinar o equipamento necessário, o local e outros fatores.

Após decidirem o que fazer é preciso considerar os equipamentos a serem levados, a visibilidade, o acesso à área e as regras locais. Certifique-se de

determinar um local alternativo.

Depois podem combinar o quando mergulhar. Considere as marés, outras atividades no local, horário pessoal, mudança de condições locais devido à hora do dia, tempo de viagem, luz natural, etc...

O último ponto a combinar é o quem. Quem vai providenciar o transporte? Quem vai levar o que? Quem é o responsável para verificar se tudo está pronto para o mergulho?

Combinar e concordar com estes 4 pontos (o que, onde, quando e quem) evita muita confusão e é um excelente começo para uma excursão de mergulho.

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2 – Passo - PREVER

É essencialmente saber o máximo possível das condições do tempo o de

mergulho antes do mergulhar. Verifique a previsão de tempo e procure informar-se sobre as condições de água locais (correntes, turgidez. etc...).

Então visualize o local de mergulho para prever suas necessidades.

Abaixo estão listadas algumas perguntas que o auxiliarão.

01 - Qual é o jeitão do local de mergulho? Qual a temperatura da água, tipo e

contorno do fundo?

02 - Qual equipamento será necessário para o mergulho?

03 - Como está o meu equipamento? Está inspecionado, marcado e pronto para

uso?

04 - Quanto ar será necessário? Meu cilindro está cheio?

05 - Quanto lastro vou necessitar? O lastro está adequado ao mergulho?

06 - Vou necessitar de licenças, permissões. passagens ou dinheiro?

07 - Vou precisar levar alimentos ou bebidas?

08 - Como vou lembrar de tens pessoais como maiô, toalha casaco, bronzeador,

credencial, livro de anotações, medicamentos, peças de reposição, etc...?

09 - O que devo lazer em caso de emergência? Como preparar-me?

10 - O que devo fazer para estar fisicamente preparado para o mergulho?

IMAGINE A SUA EXCURSÃO DE MERGULHO E

PREVEJA SUAS NECESSIDADES

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3 – Passo - AVALIAR

Existem 4 áreas de avaliação a serem realizadas antes de mergulhar; a

primeira é avaliar a si mesmo. Você está saudável e apto, descansado e bem alimentado? Você tem um

sentimento de confiança sobre o mergulho? As respostas devem ser afirmativas para você continuar. Se negativas, prorrogue sua excursão e evite uma experiência que pode se tornar desagradável.

Você precisa julgar as condições de tempo. Estão como o previsto7 Vão se manter durante o período da excursão? Telefone antes de sair de casa, para a meteorologia e para o local de mergulho. Pode ser bem produtivo.

A seguir verifique o equipamento necessário. Você está levando tudo que precisará? Uma lista de verificação dos tens auxiliará muito nesta tarefa.

No local de mergulho, antes de qualquer coisa, você deve avaliar as condições locais de um ponto adequado e decidir se vai ou não mergulhar. Se as

condições forem perigosas, vá para um local alternativo ou desista do mergulho. Caso contrário prossiga no seu plano

4 - Passo - COORDENAR

Logo antes de cair na água há a última chance de uma comunicação eficiente com o seu parceiro- Reveja os seguintes itens: 1 - Comunicações: Reserve e combinem os sinais audíveis, visuais e táteis. 2 - Limites: Combinem a profundidade máxima, tempo e pressão. 3 - Padrão de navegação: Coordenem o ponto de entrada, curso geral e o local de saída. 4 - Distância: Combinem a que distância máxima estará um do outro sob a água, como permanecer juntos e como reunir se separados 5 - Emergência: Combinem os procedimentos para o caso de falta de ar e outras situações de emergência. Discutam sobre os locais de atendimento a emergências e contatos de emergência.

A idéia geral é de que os companheiros tenham um entendimento comum

de todos os aspectos do mergulho A coordenação pode ser desenvolvida até que os companheiros pensem e ajam como se fossem um só. Este deverá ser o seu

objetivo.

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5 - Passo - COLABORAR

O objetivo do planejamento perde a razão da ser se o plano elaborado não é realizado. Certifique-se que você cumpre as decisões. E possível que você precise ser paciente algumas vezes, mas lembre-se que o mergulho é mais agradável quando os objetivos são alcançados pelos 2 companheiros.

A REGRA DO MERGULHO É

PLANEJE O SEU MERGULHO E MERGULHE O PLANEJADO

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PRESERVE O MAR

PARA

PRESERVAR A ESPÉCIE

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