2. desenvolvimento das plantas

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IDENTIDADE FUNCIONAL DA VIDA

1. A evolução das plantas 051.1 As plantas que dependem de água para a fecundação 061.2 Plantas que não dependem de água do ambiente para a fecundação 08

2. Desenvolvimento das plantas: de uma semente a um organismo especializado em realizarfotossíntese 14 2.1 Germinação: o desenvolvimento do embrião 142.2 A raiz é uma estrutura especializada em absorver do solo água e sais minerais 152.3 O caule sustenta os órgãos fotossintetizantes 242.4 Folhas são as estruturas fotossintetizantes da planta 292.5 Biologicamente, o fruto é o ovário desenvolvido 31

3. O transporte de água e solutos nas plantas 403.1 As plantas perdem grande quantidade de água por transpiração 403.2 A transpiração interfere diretamente na absorção de água pelas raízes 443.3 A translocação da seiva elaborada 463.4 As plantas e suas necessidades minerais 48

4. Os fi tormônios regulam o crescimento vegetal 544.1 Auxina, o hormônio que promove o alongamento das células 544.2 Giberelina, o hormônio que foi descoberto em um fungo 564.3 Citocinina, o hormônio da divisão celular 574.4 Ácido abscísico, o hormônio da inibição vegetal 584.5 Etileno, o hormônio gasoso 59

5. Fatores ambientais determinam o crescimento e os movimentos das plantas 645.1 Os tropismos são crescimentos em resposta a um estímulo 645.2 Os Nastismos são movimentos em resposta a um estímulo 655.3 Os tactismos são deslocamentos em resposta a um estímulo 66

6. A evolução dos animais 706.1 Os invertebrados 736.2 Os vertebrados 78

7. Desenvolvimento dos animais: dos folhetos embrionários aos tecidos especializados 867.1 Um tecido para revestir o organismo e produzir secreções 867.2 Um tecido com uma grande variedade de funções 887.3 Um tecido especializado em contrair-se 937.4 Um tecido que interpreta estímulos externos 94

8. Coordenando o organismo por impulsos nervosos 988.1 A unidade funcional do tecido nervoso 988.2 Alterações na polaridade da célula provoca o impulso nervoso 998.3 A comunicação entre os neurônios 1008.4 Outras células do tecido nervoso 1008.5 Comparando os sistemas nervosos dos animais 1008.6 O sistema nervoso central 1018.7 O sistema nervoso periférico 103

9. A captação dos estímulos externos 1109.1 Sistema sensorial humano 111

SUMÁRIO DO VOLUME

Page 3: 2. desenvolvimento das plantas

3Biologia – Identidade Funcional da Vida

SUMÁRIO COMPLETOVOLUME 1

IDENTIDADE FUNCIONAL DA VIDA

1. A evolução das plantas2. Desenvolvimento das plantas: de uma semente a um organismo especializado em realizar fotossíntese3. O transporte de água e solutos nas plantas4. Os fi tormônios regulam o crescimento vegetal5. Fatores ambientais determinam o crescimento e os movimentos das plantas6. A evolução dos animais7. Desenvolvimento dos animais: dos folhetos embrionários aos tecidos especializados8. Coordenando o organismo por impulsos nervosos9. A captação dos estímulos externos

VOLUME 2

IDENTIDADE FUNCIONAL DA VIDA

10. Coordenando o organismo através de mensageiros químicos11. Revestimento do corpo, esqueleto e músculos12. O sistema que retira impurezas do organismo13. Sistema digestório: degradando e absorvendo moléculas orgânicas14. Sistema respiratório: trocando gases com o meio

VOLUME 3

IDENTIDADE FUNCIONAL DA VIDA

15. Sistema cardiovascular: a distribuição de nutrientes e gases16. As defesas do organismo17. A reprodução animal18. Embriogênese: o milagre da vida19. Adaptações e ritmos biológicos20. Qualidade de vida nas populações humanas

Page 4: 2. desenvolvimento das plantas

4 Biologia – Identidade Funcional da Vida

Page 5: 2. desenvolvimento das plantas

A evolução das plantas5Biologia – Identidade Funcional da Vida

1. A EVOLUÇÃO DAS PLANTAS

Durante cerca de 3 bilhões de anos (Era Pré-cambriana – 3,5 bilhões de anos atrás – até meados da Era Cambriana – cerca de 400 milhões de anos atrás), a vida esteve em contínua atividade de multiplicação e diversi� cação, mas sempre limitada ao ambiente aquático. Nesse período, as condições da atmosfera já não eram mais adequadas à reação de gases e à formação de moléculas orgânicas, de tal forma que a subsistência das comunidades dependia da atividade autotró� ca.

A associação desses fatores, gerando disputas e competições, obrigou os seres vivos a procurar novos ambientes. A partir daí, iniciou-se a exploração dos ecossistemas terrestres.

Essa transição trouxe vantagens e desvantagens. Se por um lado havia mais oxigênio e menor competição, por outro, havia riscos de desidratação e di� culdades de sustentação. Além disso, enquanto a vida na água foi favorecida pela grande quantidade de nutrientes que havia se formado antes da existência das primeiras formas de vida, a falta deles funcionou como fator limitante no meio terrestre. Assim, os autótrofos foram os primeiros a ocupá-lo, permitindo a posterior ocupação dos heterótrofos, incluindo os animais.

No caso dos vegetais, as adaptações à nova vida incluíram o surgimento e o desenvolvimento de órgãos de � xação, de sustentação, conservação de água e, mais tarde, estruturas que conferiram a eles independência da água para a reprodução. Entre elas, destacam-se:• Vasos condutores de seiva: estruturas responsáveis pelo transporte de água e nutrientes ao longo do corpo do vegetal. Existem dois tipos de vasos condutores. O lenho ou xilema que se encarrega do transporte de seiva bruta, composta de água e sais minerais, da raiz às outras partes e o líber ou � oema que se encarrega do transporte de seiva elaborada, composta de água e açúcares produzidos na fotossíntese, das folhas às outras partes do vegetal. Os vegetais que não apresentam essas estruturas são conhecidos como avasculares e aqueles que as apresentam, vasculares ou traqueó� tos.• Tubo polínico: estrutura responsável pelo transporte das células sexuais masculinas até as femininas, independentemente da presença de água. Os vegetais que não formam tubo polínico durante seu ciclo reprodutivo são conhecidos como assifonógamos (a = sem, sifo = tubo), enquanto aqueles que o apresentam são chamados de sifonógamos.• Embrião: forma-se a partir do zigoto � cando protegido em estruturas da planta-mãe. As plantas que formam o embrião durante o ciclo de vida são conhecidas de embrió� tas.• Semente: estrutura que protege o embrião. O surgimento da semente foi uma conquista importante. Além de evitar a desidratação e permitir a nutrição do embrião enquanto ele é incapaz de realizar a fotossíntese, a semente facilita a dispersão da espécie. As sementes apresentam um tecido de revestimento, o esclerênquima, que as protege da ação dos sucos digestivos. Assim, quando ingeridas, não sofrem digestão e podem ser eliminadas juntamente com as fezes, promovendo a germinação do embrião em locais distantes da planta-mãe.

Os vegetais que formam semente são conhecidos como espermató� tos (esperma = semente).• Fruto: os frutos protegem as sementes e facilitam a dispersão da espécie à medida que atraem animais capazes de transportá-las.

A presença ou a ausência dessas estruturas nos permite agrupar todos os vegetais em quatro grandes grupos: brió� tas, pteridó� tas, gimnospermas e angiospermas. Acredita-se que todos tenham tido as algas verdes como ancestral comum, visto que todos apresentam celulose na parede celular e cloro� las a e b como pigmentos fotossintetizantes. Todos pertencem ao Reino Plantae e ao domínio Eukarya.

Embriófitas

Traqueófitas

Espermatófitas e Fanerógamas

Pteridófitas GimnospermasAlgas verdes Briófitas Angiospermas

Flores e frutos

Sementes

Vasos condutores de seiva

Embrião

Cladograma dos principais grupos vegetais. Acervo CNEC

Page 6: 2. desenvolvimento das plantas

A evolução das plantas6 Biologia – Identidade Funcional da Vida

Os dois primeiros grupos incluem plantas conhecidas como criptógamas (cripto = escondido, gama = gameta), pois, assim como as algas, não apresentam órgãos reprodutores visíveis. O grupo das gimnospermas e das angiospermas inclui as fanerógamas (fanero = aparente), chamadas assim por terem os órgãos reprodutores aparentes. Nas angiospermas, essas estruturas estão reunidas nas � ores.

As brió� tas e as pteridó� tas são os vegetais que iniciaram a ocupação do ambiente terrestre, mas não conseguiram conquistá-lo de� nitivamente. Não apresentam tubo polínico, sementes, � ores nem frutos. No caso das brió� tas, faltam-lhes ainda os vasos condutores de seiva.

1.1 As plantas que dependem de água para a fecundação

As brió� tas e as pteridó� tas são os vegetais que iniciaram a ocupação do ambiente terrestre, mas não conseguiram conquistá-lo de� nitivamente.

Entre os motivos que impediram tal feito destaca-se a dependência da água para que ocorra a fecundação, já que brió� tas e pteridó� tas são plantas assifonógamas, ou seja, são plantas que não possuem tubo polínico.

Além disso, brió� tas e pteridó� tas são grupos de plantas que não possuem nem semente, nem � or e nem frutos. No caso das brió� tas, faltam-lhes ainda os vasos condutores de seiva.

As brió� tas são plantas sem vasos condutores de seivaMusgos, hepáticas e antóceros são plantas que não apresentam vasos condutores de seiva, ou seja, são

plantas avasculares. Toda planta terrestre avascular é classi� cada informalmente no grupo das brió� tas.A ausência de um sistema que distribua nutrientes, juntamente com a ausência de mecanismos que

evitem a transpiração, limita as brió� tas a locais úmidos de baixa luminosidade.Sendo plantas avasculares, a distribuição de nutrientes nas brió� tas acontece lentamente célula à célula.

Essa distribuição lenta, associada com a ausência de sistemas de sustentação, limita o tamanho desses vegetais a poucos centímetros.

Como qualquer planta terrestre, as brió� tas apresentam ciclo de vida do tipo haplodiplobiôntico ou alternância de gerações, sendo o gametó� to o indivíduo representante da fase dominante. Entre as plantas terrestres, essa característica é exclusiva das brió� tas.

Você se lembra......que as plantas terrestres apresentam meiose espórica, ou seja, que as células de um dos

indivíduos sofre meiose para formar os esporos. Além disso, ao longo de seu ciclo de vida as plantas terrestres formam dois tipos de indivíduos: um haploide (gametó� to), que forma

gametas, e outro diploide (esporó� to), que forma, por meiose, esporos. Essas duas características são típicas do ciclo haplodiplobiôntico (ou metagênese ou alternância de gerações) sendo esse o tipo de ciclo das plantas.

Nas plantas terrestres, um dos indivíduos, o gametó� to ou o esporó� to, se destaca mais durando todo o ciclo ou em vários ciclos. Esse indivíduo representa a fase dominante do ciclo. Por sua vez, o outro indivíduo, o que representa a fase transitória, persiste somente por um período do ciclo de vida.

Nas brió� tas, a fase dominante é representada pelo gametó� to e, consequentemente, a fase transitória pelo esporó� to. Nos outros vegetais terrestres, ocorre

o inverso: o esporó� to representa a fase dominante e o gametó� to, a transitória.

Esquema de um ciclo haplodiplobiônticoAcervo CNEC

Gametófilo (n)

Gametas (n)

Zigoto (2n)

Esporófito (2n)

Esporos (n)

Meiose

Fecundação

Page 7: 2. desenvolvimento das plantas

A evolução das plantas7Biologia – Identidade Funcional da Vida

Apesar da simplicidade desses vegetais, as brió� tas, por serem fotossintetizantes, são base de cadeias alimentares participando do ciclo do carbono. Além disso, são bioindicadores de poluição já que apresentam di� culdade para sobreviver em locais poluídos.

Classi� cação informal Classi� cação biológica (Filos) Representantes

Brió� tas (plantas avasculares)Bryophyta Musgos

Hepatophyta HepáticasAnthocerophyta Antóceros

A) B) C)

Musgos (A), hepáticas (B) e antóceros (C) são exemplos de briófi tas.A) Acervo CNEC / Disponível em: B) <http://npuir.npust.edu> / C) <www.botany.hawaii.edu>. Acesso em: 16 ago. 2010.

As pteridó� tas são plantas vasculares sem sementeSamambaia, avenca, samambaiaçu (ou samambaia de metro) são plantas que possuem vasos

condutores de seiva e que não formam sementes. Todas as plantas com essas características são classi� cadas, informalmente, no grupo das pteridó� tas. Nesse grupo, os vasos condutores de seiva, além de proporcionarem a distribuição de nutrientes, desempenha, junto à outros tecidos, a função de sustentar o vegetal, o que permite que essas plantas tenham maior porte. A presença dos vasos condutores de seiva é a principal diferença entre as brió� tas e as pteridó� tas.

Outra diferença entre esses dois grupos é a fase dominante do ciclo. Nas brió� tas, como já dito, a fase dominante é o gametó� to, enquanto nas pteridó� tas, e nos outros grupos, a fase dominante é o esporó� to.

Além dessa diferença, as pteridó� tas apresentam o corpo dividido em raízes, caules e folhas. Já as brió� tas, por não formarem tecidos bem diferenciados, não possuem esses elementos sendo o corpo dividido em: rizoide, cauloide e � loide. O primeiro desempenha função semelhante a das raízes; o segundo é análogo ao caule; e o terceiro, assim como as folhas, fazem fotossíntese.

Apesar dessas diferenças, esses dois grupos também compartilham semelhanças. Como exemplos: as ausências de sementes, de � ores e de frutos. Mas a principal diferença entre elas é a ausência de tubo polínico, que faz com que brió� tas e pteridó� tas sejam dependentes da água do meio ambiente para que ocorra a fecundação. Para que os gametas masculinos desloquem na água, eles utilizam seus � agelos. A presença de gametas masculinos � agelados é outra semelhança entre esses dois grupos vegetais.

Economicamente as pteridó� tas são muitos importantes. Isso porque, há 300 milhões de anos, essas plantas formavam exuberantes � orestas, que hoje estão transformadas em reservas fósseis de carvão vegetal.

A pteridó� tas estão muito relacionadas a jardinagem. Isso porque entre as plantas sem � ores, a samambaia, o representante mais conhecido das pteridó� tas, é a planta mais cultivada nos lares brasileiros. A jardinagem foi e é de fundamental importância para a proliferação das samambaias.

No entanto, a mesma jardinagem foi o principal motivo para quase extinção de outra pteridó� ta: a samambaiaçu. É a partir dessa planta que se produz o xaxim, vasos usados para o cultivo de outras plantas. Assim, para a produção do xaxim é necessário que retire a samambaiaçu. Para evitar sua extinção, a comercialização de xaxim foi proibida.

Page 8: 2. desenvolvimento das plantas

A evolução das plantas8 Biologia – Identidade Funcional da Vida

Classi� cação informal Classi� cação biológica (Filos) Representantes

Pteridó� tas (plantas vasculares

sem sementes)

Pterophyta Samambaias e avencasLycophyta Licopódios e selaginelas

Sphenophyta CavalinhaPsilotophyta Psilotáceas

A) B) C)

Samambaia (A), avenca (B) e samambaiaçu (C) são exemplos de pteridófi tas.A, B e C - Acervo CNEC

1.2 Plantas que não dependem de água do ambiente para a fecundação

Enquanto brió� tas e pteridó� tas dependem da água do ambiente para que ocorra a fecundação, nos outros dois grupos de vegetais terrestres, gimnospermas e angiospermas, surgiram características que possibilitaram que o encontro dos gametas ocorresse sem a necessidade desse fator abiótico. Isso pode ser atribuído à redução dos gametó� tos, principalmente o masculino, e ao tubo polínico.

A redução do gametó� to masculino, chamado de grão de pólen, possibilitou que esse fosse transportado pelo vento ou por animais, podendo ser lançado muito próximo do gametó� to feminino, para que ai forme os gametas masculinos. Os núcleos espermáticos, nome dado aos gametas masculinos, chegam até a oosfera, o gameta feminino, pelo tubo polínico, sem a necessidade de água do meio.

Além disso, as gimnospermas e angiospermas possuem sementes, uma estrutura que retém o embrião e, assim, evita que ele desidrate, mesmo longe da planta-mãe. Isso possibilita que esse embrião seja lançado para longe da planta-mãe, evitando a competição entre eles e dispersando a espécie.

No início de seu desenvolvimento, o embrião requer uma grande quantidade de energia. Nas brió� tas e pteridó� tas, como esse desenvolvimento acontece em uma estrutura da planta-mãe, essa é responsável pela nutrição desse embrião. Nos grupos com sementes, no momento em que o embrião inicia seu desenvolvimento, não existe ligação física com a planta-mãe. Mesmo assim, a nutrição do embrião é responsabilidade da planta-mãe já que é através de sua fotossíntese que serão produzidas as moléculas orgânicas que serão armazenadas na semente. São essas moléculas que serão utilizadas pelo embrião durante a germinação.

É fácil perceber que a semente protege o embrião, tanto de forma mecânica quanto evitando sua desidratação; armazena moléculas orgânicas para a nutrição do embrião durante a germinação; e auxilia na dispersão da espécie.

As características descritas acima explicam a menor dependência das gimnospermas e angiospermas em relação à água do ambiente, comparadas com brió� tas e pteridó� tas.

Page 9: 2. desenvolvimento das plantas

A evolução das plantas9Biologia – Identidade Funcional da Vida

As gimnospermas são plantas vasculares com sementes, mas sem � ores e frutosPinheiros, araucárias, cicas, sequoias e cedros são plantas que por serem vasculares, formarem sementes,

mas não produzirem � ores e frutos são classi� cadas, informalmente, como gimnospermas. Como já vimos anteriormente, não necessitam de água do ambiente para que ocorra fecundação, já que as plantas desse grupo possuem o tubo polínico, um prolongamento de uma das células do grão de pólen que leva o gameta masculino até o gameta feminino.

Outra característica desse grupo é a presença de órgãos reprodutores visíveis, os estróbilos, em todos os representantes. Os órgãos reprodutores visíveis, maiores, facilitam a liberação e a captação do grão de pólen.

Como qualquer planta, as gimnospermas apresentam importância ecológica participando de diversas cadeias alimentares. Além disso, as gimnospermas (principalmente as coníferas) apresentam uma vasta distribuição, principalmente no hemisfério norte, onde formam-se extensas � orestas.

Entre as gimnospermas destaca-se os pinheiros. Entre outros motivos está sua utilização na produção de madeira. Apresentando um rápido crescimento, essas plantas também são utilizadas para extração de celulose para a produção de papel.

Os pinheiros ainda são muito utilizados como árvores de natal e suas pinhas (órgão reprodutor feminino) são usadas como enfeites para essas árvores.

Outro grupo de gimnospermas, as cicadó� tas, vem sendo muito utilizadas em jardinagem.O pinheiro-do-paraná é uma gimnosperma nativa de nosso país que já chegou a ocupar extensa formação

nos estados do sul e que hoje encontra-se ameaçada de extinção. Assim como outras gimnospermas, o pinheiro-do-paraná que, apesar do nome, é uma araucária, é uma importante fonte de madeira, sendo esse o motivo de sua extinção. Além disso, suas sementes, chamadas de pinhões, são comestíveis sendo uma importante fonte de renda para pequenos produtores rurais da região sul de nosso país.

Classi� cação informal Classi� cação biológica (Filos) Representantes

Gimnospermas (plantas vasculares com

sementes nuas)

Coniferophyta Pinheiros, ciprestes e araucáriasCycadophyta CicasGnetophyta GnetáceasGinkgophyta Gincobilobas

A) B) D)

C)

Pinheiro (A) com seus estróbilos, masculino (B) e feminino (C), e uma araucária (D) exemplos de gimnospermas.

Acervo CNEC

Page 10: 2. desenvolvimento das plantas

A evolução das plantas10 Biologia – Identidade Funcional da Vida

Angiospermas são plantas com sementes, � ores e frutosAs principais características encontradas nas gimnospermas, também

são encontradas nas angiospermas. As diferenças entre esses grupos, destaca-se a presença de � ores e frutos nesse último grupo. Essas duas características possibilitaram que as plantas com frutos ocupassem praticamente todos os ambientes do planeta, sendo o grupo com maior diversidade e distribuição geográ� ca.

As � ores são os órgãos reprodutores das angiospermas e, quando comparadas com os estróbilos das gimnospermas, apresentam uma grande gama de cores, de formatos e de odores. Essas características possibilitam que animais sejam atraídos para que transportem seus grãos de pólen realizando assim a polinização. Algumas � ores ainda são polinizadas pelo vento, mas mesmo essas apresentam características que permitem maior e� ciência nesse processo.

Já os frutos, além de protegerem a semente, tornaram a dispersão da espécie mais e� ciente. Essa e� ciência está relacionada com as características que o fruto apresenta. Os frutos comestíveis, por exemplo, apresentam polpa, odor e coloração que atraem os animais para que ao tentar comê-los, as sementes sejam carregadas.

Outro exemplo de adaptação à dispersão é o carrapicho. Esse fruto seco apresenta diversos ganchos que grudam na pelagem dos animais permitindo assim seu transporte.

Além das � ores e dos frutos, outra característica exclusiva das angiospermas é a dupla-fecundação. Ocorrendo a polinização (transporte do grão de pólen), cada grão de pólen forma dois gametas masculinos (núcleos espermáticos) que serão transportados, através do tubo

polínico, para o mesmo óvulo (estrutura da parte feminina da � or que contêm o gameta feminino). Um dos gametas masculinos funde com o gameta feminino (oosfera) para formar o zigoto que, posteriormente, dará origem ao embrião. O outro gameta masculino funde com outras duas células (núcleos polares) do óvulo que apresenta a constituição genética igual a do gameta feminino. Dessa última fecundação, forma o tecido triploide que será a reserva da semente (o endosperma). As sementes das gimnospermas também apresentam tecido de reserva. No entanto, esse é formado pelo acúmulo de nutrientes em células do óvulo (gametó� to feminino) e não por uma fecundação. Além disso, o endosperma das angiospermas é triploide enquanto o das gimnospermas é haploide.

Com toda diversidade e sua ampla distribuição geográ� ca, as angiospermas acabam afetando profundamente nossas vidas. Em nossa alimentação, os grãos, frutos e verduras são produtos das angiospermas. Nossas roupas dependem do algodão e do linho, � bras vegetais.

As próprias � ores podem expressar nosso sentimento em relação à outra pessoa. Além de outras várias utilizações das plantas desse grupo pelo homem.

É consenso entre os taxonomistas vegetais que as angiospermas é um grupo mono� lético, sendo formalmente chamado de Magnoliophyta ou Anthophyta. O que atualmente é muito discutido é a sua divisão. Tradicionalmente as plantas com � ores eram divididas em dois grupos: as monocotiledôneas e as dicotiledôneas. Com novas informações, os sistematas ainda discutem em quantas classes as angiospermas devem ser divididas. Por enquanto, as plantas frutíferas são divididas informalmente em três grupos: monocotiledôneas (cana-de-açúcar, trigo e arroz), dicotiledôneas basais (fruta-do-conde e vitória-régia) e eudicotiledôneas (feijão, soja e ervilha).

Flores e frutos são características exclusivas das angiospermas.

Acervo CNEC

Elementos de uma fl or.Disponível em: <http://freebsd.hpes.tpc.edu.tw>. Acesso em 20 dez. 2009.

Conjunto

Conjunto

Conjunto

And

roce

u

Estame

Filete

Antera

Pétala

Estigma

EstileteConjunto

Pistilo

Gineceu

Sépala CálicePedúnculoReceptáculo

floral

Ovário

Corola

Page 11: 2. desenvolvimento das plantas

A evolução das plantas11Biologia – Identidade Funcional da Vida

Saiba maisMesmo com as alterações na classi� cação das angiospermas, são vários os livros que

continuam a separá-las em monocotiledôneas e dicotiledôneas. Para isso, utilizam diversos critérios.

CRITÉRIOS MONOCOTILEDÔNEAS DICOTILEDÔNEAS

Número de cotilédonesCotilédone

um cotilédone

Cotilédones

dois cotilédones

Tipos de raiz

Raiz fasciculadaRaiz em cabeleira

Distribuição dos feixes vasculares do caule

Distribuição irregular Distribuição regular

Tipo de nervura das folhas

Nervura

Folha paralelinérvea

Nervura

Folha reticulinérvea

Número de elementos � orais

Flor trímera (elementos � orais múltiplos de 3)

Flor tetrâmera (elementos � orais múltiplos de 4) ou pentâmera (elementos � orais

múltiplos de 5).

Pela classi� cação mais recente as eudicotiledôneas é que herdaram as características das dicotiledôneas.

Exercícios de sala

1 (UFRN) Em uma região de mata, um dos efeitos causados pela redução da quantidade de chuva é o prejuízo à reprodução dos vegetais.

O grupo vegetal cuja reprodução é mais prejudicada pela redução da quantidade de chuva é o das a) fanerógamas. c) monocotiledôneas. b) angiospermas. d) briófi tas.

Page 12: 2. desenvolvimento das plantas

A evolução das plantas12 Biologia – Identidade Funcional da Vida

2 (FATEC-SP) Alguns estudantes fi zeram as seguintes observações sobre as características de um grupo de plantas:

I) Apresentam tecidos especializados para o transporte da seiva. II) Possuem frutos e sementes. III) Formam tubo polínico para a ocorrência da fecundação. IV) Apresentam a fase esporofítica transitória.

Com relação a essas afi rmações, pode-se afi rmar que o pinheiro, a samambaia, o limoeiro e os musgos apresentam, respectivamente, as seguintes características

a) III, IV, II e I. c) II, III, IV e I. e) I, III, IV e II. b) I, II, III e IV. d) III, I, II e IV.

3 (UCS-RS) Entre as plantas mais comuns em nosso meio, encontram-se os xaxins, as araucárias, as gramíneas e as videiras. Com relação à sua classifi cação botânica, é correto afi rmar que essas plantas pertencem, respectivamente, aos grupos conhecidos como

a) briófi tas, gimnospermas, pteridófi tas, cicadófi tas. b) gimnospermas, pteridófi tas, angiospermas, monocotiledôneas. c) angiospermas, gimnospermas, poáceas, dicotiledôneas. d) gimnospermas, pteridófi tas, gramíneas, monocotiledôneas. e) pteridófi tas, gimnospermas, monocotiledôneas, dicotiledôneas.

4 (UFTM) A água não é mais necessária para que o gameta masculino alcance as oosferas. Ao invés disso, os gametas masculinos são transportados até as oosferas por uma combinação de polinização e formação do tubo polínico.

Evert Raven e Eichhorn. Biologia vegetal

O trecho caracteriza o que ocorre na reprodução encontrada nas a) samambaias e nos musgos. d) avencas e nas sequoias. b) sequoias e nas hepáticas. e) sequoias e nas gramíneas. c) avencas e nas gramíneas. 5 (UNICAMP) O esquema abaixo representa o mais recente sistema de classifi cação do Reino Plantae.

a) Os algarismos romanos representam a aquisição de estruturas que permitiram a evolução das plantas. Quais são as estruturas representadas por I, II e III? Qual a função da estrutura representada em I?b) A dupla fecundação é característica das angiospermas. Em que consiste e quais os produtos formados com a dupla fecundação?

________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________

Exercícios propostos

6 (UFRR) As sementes surgiram em um determinado momento da evolução das plantas, representado pelo número 3 no diagrama de relações fi logenéticas entre as algas e os principais grupos de plantas atuais.

A que característica evolutiva, adquirida ao longo de

milhares de anos, correspondem, respectivamente, os números 1, 2 e 4 ?a) tecidos condutores, fl or e fruto.b) embrião, fruto e fl or.c) embrião, tecidos condutores e fruto.d) alternância de gerações, fruto e fl or.e) alternância de geração, embrião e fl or.

Reino Plantae

TraqueófitasEspermatófitas

briófitas pteridófitas gimnospermas angiospermas

II

I

III

Alga Briófita Pteridófita Gimnosperma Angiosperma

4

3

2

1

Page 13: 2. desenvolvimento das plantas

A evolução das plantas13Biologia – Identidade Funcional da Vida

7 (UNIMONTES) A história da evolução das plantas está relacionada com a ocupação do ambiente terrestre e, portanto, com o aumento da independência da água. As primeiras plantas a ocuparem o ambiente terrestre foram as samambaias, licopódios, cavalinhas e outras pteridófi tas. Considerando as aquisições ligadas à vida na Terra, as características abaixo diferem das plantas avasculares, exceto:

a) Vasos lenhosos impregnados de lignina. b) Ciclo de vida com alternância de gerações. c) Geração esporofítica maior que a gametofítica. d) Possibilidade de atingirem grande porte.

8 (UNIFOR) O quadro abaixo apresenta características presentes (+) ou ausentes (−) em três grupos de vegetais terrestres.

I II IIIvasos condutores + + +

raízes + + +sementes - + +

frutos - + -água para a fecundação + - -

Os grupos I, II e III são, respectivamente, a) gimnospermas, angiospermas e pteridófi tas. b) gimnospermas, pteridófi tas e angiospermas. c) pteridófi tas, angiospermas e gimnospermas. d) pteridófi tas, gimnospermas e angiospermas. e) angiospermas, pteridófi tas e gimnospermas.

9 (UFSC) Os principais grupos vegetais (Briófi tas, Pteridófi tas, Gimnospermas e Angiospermas) apresentam em comum um ciclo de vida que ocorre através de alternância de gerações (metagênese), em que uma geração haplóide alterna-se com outra diploide.

Com relação a este ciclo e considerando o esquema abaixo, assinale a(s) proposição(ões) correta(s).

Gametashaplóides

Zigotodiplóide

Esporoshaplóides

Gametófitohaplóide

Esporófitodiplóide

IIIIV

I

II

Características

grupos de vegetais

01) O esquema representa um ciclo de vida haplodiplobionte (ou haplonte-diplonte) típico dos principais grupos de vegetais.

02) Os eventos que ocorrem em I e III do esquema correspondem, respectivamente, à meiose e à mitose.

04) Neste ciclo, o esporófi to forma o gametófi to por reprodução assexuada e o gametófi to forma o esporófi to por reprodução sexuada.

08) Nas gimnospermas e angiospermas, o esporófi to é originado pela fusão dos gametas masculino e feminino que são, respectivamente, o androceu e o gineceu.

16) Os eventos II e IV do esquema correspondem, respectivamente, à fecundação e à germinação.

32) Nas briófi tas e pteridófi tas, a fase gametofítica é duradoura e evidente e a fase esporofítica, ao contrário, é reduzida e pouco evidente.

10 (UNESP) Um estudante recebeu nove cartões, cada um apresentando uma característica ou o nome de uma estrutura presente em diferentes grupos de plantas.

1

Xilema

2

Sementes

3

Cones

4

Rizoides

5

Gameta masculino natante

6

Gameta masculino não móvel

7

Endosperma3n

8

Alternância degerações

9

Anterozoides Sua tarefa era formar dois grupos de

três cartões, de modo que no grupo I fossem incluídos apenas cartões com características ou estruturas encontradas em briófi tas e, no grupo II, apenas cartões com características ou estruturas encontradas em angiospermas.

Assinale a alternativa que, no quadro, apresenta possibilidades de formar corretamente os grupos I e II.

Grupo I - Briófi tas Grupo II - Angiospermasa) 3, 5 e 9 1, 2 e 4b) 4, 5 e 7 1, 2 e 7c) 3, 4 e 5 2, 6 e 8d) 4, 5 e 9 4, 6 e 8e) 4, 5 e 9 1, 2 e 7

Page 14: 2. desenvolvimento das plantas

14 Biologia – Identidade Funcional da Vida

2. DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS: DE UMA SEMENTE A UM ORGANISMO ESPECIALIZADO EM REALIZAR FOTOSSÍNTESE

Um dos mais belos espetáculos da natureza é o � orescer de um ipê-amarelo. Esse acontecimento torna-se ainda mais fascinante se considerarmos que uma árvore tão grandiosa, algumas com mais de 10 metros de comprimento, tenha surgido do desenvolvimento de uma pequena semente de aproximadamente 3 cm.

A manutenção de uma planta depende da integração entre seus diferentes órgãos. As raízes servem como estruturas de � xação e absorção de água para toda a planta. As folhas realizam fotossíntese produzindo compostos orgânicos que também são distribuídos. O caule interliga os demais órgãos da planta e sustentam as folhas.

Sendo as plantas a base da grande maioria das cadeias alimentares, é de suma importância conhecer o seu desenvolvimento morfológico e � siológico, para assim melhor manipulá-las e mantê-las para benefício do ambiente e de nossa própria espécie.

2.1 Germinação: o desenvolvimento do embrião

A dispersão da semente de ipê-amarelo acontece através do vento, sendo chamada de anemocoria. Caso a semente já esteja madura e encontre condições adequadas, inicia-se a germinação, ou seja, a retomada do crescimento e da diferenciação do embrião. Fatores como água, gás oxigênio e temperatura interferem nesse processo.

O embrião, em uma semente madura, apresenta em uma das extremidades um primórdio de raiz, chamado de radícula e o meristema apical radicular. Na outra extremidade, encontra-se o caulículo, o primórdio do caule, e o meristema apical caulinar. Inserido no caulículo encontra-se o cotilédone.

O caulículo ainda pode ser dividido em epicótilo, região acima da inserção do cotilédone até o meristema apical caulinar, e hipocótilo, região entre a inserção do cotilédone e a radícula. Toda a porção

acima da inserção do cotilédone, ou seja, o epicótilo mais o meristema apical caulinar, e algumas vezes o primórdio de folhas, é chamada de plúmula. Nas gramíneas, a plúmula � ca envolta por uma bainha protetora chamada de coleóptilo.

Caulículo

Casca

Plúmula

Cotilédones

Radícula

Casca

Cotilédones

Caulículo

Radícula

Endosperma

CaulículoPlúmula

Casca

Cotilédone

Coleóptilo

Pericarpodo fruto

Radícula

Endosperma

Feijão Mamona Milho

Esquemas da semente do feijão, mamona e do grão de milho.Amabis e Martho, Biologia dos Organismos, Volume II

Para que se inicie a germinação, é necessário que a semente absorva água. Esse processo, chamado de embebição, é importante para que as células retomem o seu metabolismo mobilizando a utilização das reservas nutritivas do endosperma. A embebição também é importante para o rompimento da casca, permitindo, assim, o acesso ao oxigênio pelas células do embrião e a liberação da radícula para que possa formar a raiz da planta. Antes do rompimento da casca da semente, as células do embrião obtêm energia fermentando moléculas orgânicas das reservas nutritivas.

A germinação é o desenvolvimento do embrião. Disponível em: <www.cientic.com>. Acesso em

28 maio 2007

Desenvolvimento das plantas: de uma semente a um organismo especializado em realizar fotossíntese

Page 15: 2. desenvolvimento das plantas

15Biologia – Identidade Funcional da Vida

Com a germinação, o embrião inicia a formação da planta adulta. Sua radícula dará origem à raiz, o caulículo dará origem ao caule, que, por sua vez, dará origem às folhas, e, caso seja uma angiosperma, às � ores e aos frutos.

2.2 A raiz é uma estrutura especializada em absorver do solo água e sais minerais

O surgimento da raiz foi importantíssimo para que a planta conquistasse o ambiente terrestre. Através dela, a planta pode absorver água e sais minerais do solo e � xar-se. Em algumas espécies, como na cenoura e na beterraba, as raízes são diferenciadas em órgãos de reserva.

As raízes ainda sintetizam alguns hormônios (citocininas e giberelinas) que estimulam o crescimento e o desenvolvimento da planta. Em algumas plantas, as raízes também sintetizam metabólicos secundários, como, por exemplo, a nicotina, que a seguir é transportada para as folhas do fumo.

A raiz é dividida externamente em regiõesA extremidade da raiz é protegida por um capuz de células parenquimáticas vivas, chamado de coifa.

Esse capuz é importante para conservar a integridade do meristema apical radicular, um conjunto de células responsáveis pela formação das células da raiz. Esse tecido, que é originado diretamente das células embrionárias, é formado por células pequenas, de paredes celulares � nas, núcleo central e volumoso, pequenos vacúolos e com grande capacidade de sofrerem mitose. Os tecidos vegetais que apresentam células com tais características são chamados meristemas.

Os meristemas que se originam diretamente do embrião ou diretamente de outro meristema são chamados de meristemas primários. As células desses meristemas, depois de se dividirem, sofrem diferenciação, tornando-se células especializadas e perdendo a capacidade de divisão. Algumas dessas células especializadas podem passar por um processo chamado de desdiferenciação e readquirem a capacidade mitótica, formando um outro tipo de meristema chamado de meristema secundário.

A região do meristema apical radicular, que é protegida pela coifa, é chamada de zona meristemática. Nessa região, as sucessivas divisões de suas células formam outros três meristemas primários: a protoderma, o meristema fundamental e o procâmbio.

À medida que as células do protoderma, do meristema fundamental e do procâmbio vão se diferenciando e crescendo, esses tecidos vão formando, respectivamente, a epiderme, o córtex e o cilindro vascular. A região da raiz onde ocorre a diferenciação e o crescimento das células é chamada de zona lisa ou de alongamento. É fácil perceber que é nessa região em que a raiz apresenta maior taxa de crescimento.

A contínua diferenciação do tecido de revestimento da raiz, a epiderme, promove o surgimento em suas células de prolongamentos tubulares com paredes celulares delgadas, aumentando a área de contato da raiz com solo. Esses prolongamentos das células epidérmicas são chamados de pelos absorventes, e como o próprio nome indica, sua função é absorver água e sais minerais do solo. A região da raiz que apresenta pelos absorventes e, consequentemente, onde ocorre maior absorção de água, é chamada de zona pilífera.

Acima da zona pilífera é possível distinguir a zona de rami� cação ou suberosa. Nessa região, as células da epiderme já perderam os pelos absorventes e a raiz começa a apresentar raízes secundárias. Nas plantas que apresentam crescimento secundário (ou crescimento em espessura), é nessa parte que ela começa esse tipo de crescimento. Veremos mais adiante que quando uma raiz apresenta crescimento secundário ela perde seu revestimento primário, a epiderme, por um revestimento secundário, a periderme.

Zona deRamificação

Zona decrescimento

Zona meristemática

coifa

Pelos absorventes

Zona pilífera

Morfologia externa da raiz.Disponível em: <http://campus.fortunecity.com/yale>. –

Acesso em: 28 maio 2007.

Desenvolvimento das plantas: de uma semente a um organismo especializado em realizar fotossíntese

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