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Jornal Mural da Assessoria de Comunicação Colaborativa Itaobim 50 anos #1

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Jornal mural produzido pela ACC (Assessoria de Comunicação Colaborativa Itaobim 50 anos), equipe formada por jovens itaobienses em conjunto com estudantes da UFMG membros do projeto de extenção Polo Jequitinhonha.

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Page 1: 1º Maria Notícia

Jornal Mural da Assessoria de Comunicação Colaborativa Itaobim 50 anos #1

Page 2: 1º Maria Notícia

Itaobim preserva suas raízes como os Artistas da Terra, a Folia de Reis, Boi de Janeiro, Pastorinhas, o canto dos Ca-

noeiros, Tropeiros e Lavadeiras, além de manifestações populares como a festa do Padroeiro, Forro-

bim, Festa de São João, as quais fazem parte da cultura do Mu-nicípio. Podemos destacar grandes cantores, artistas, pessoas que contribuem para o desenvolvi-mento e resgate de nossas raí-

Ao lado esquerdo, foto dos tocado-res e ao direito, da Festa de São João. Fotos retiradas do arquivo pessoal de Luiz Gustavo.

O povo é cultura e não sabe que tem

cultura no sangue.

A diversidade de manifestações culturais e musicais existentes na cidade

Luiz Gustavo e Thaciane Soares

Page 3: 1º Maria Notícia

zes, por exemplo, Chico Rei, Trio Itaobiense, Edson Lucas, Tadeu Martins, Tadeu Franco, Acetides Avelar, Zé de bola, Roberto Alves (Biló), Roberto Alcântara, Bidinha e Buá, Basti de Matos, Coral Ouro de Minas, Banda Ouro de Minas, Altobely e Robson. Sabe se que nosso município

sofre grandes influências da Bahia (Axé), Rio de Janeiro (Samba, Funk), fazendo a população por muitas ve-zes valorizar mais esse ritmos do que os ritmos tradicionais da cidade. “O povo é cultura e não sabe que existe cultura em seu sangue” citou a Vice-Presidente do GRUFE-MI (Grupo Feminino Itaobiense),

Maria das Graças Mendes Machado. “Temos que trabalhar forte para resgatar nossa cultura e fazer com que o povo se inte-resse por ela, pois muitos nem se quer a conhe-ce” disse Roberto Alves Ribeiro (Biló), cantor e compositor da cidade. Itaobim está resgatando suas raízes. O fato de vivermos imersos num caldeirão cultural faz despertar nas pessoas o interesse e a preocupa-ção por nossa cultura. Podemos destacar Mano-el Rodrigues (Neneu), Pedro Paulo (Pedrinho), Andrette Ferraz que se preocupam em resgatar nosso passado para que no futuro possamos ter acesso à memória da nossa cidade, do nosso Pa-trimônio. Não podemos nos esquecer da nossa Maria Trovão, Dona Avery Chalub, Oldack Esteves (Kareca) e tantos outros que lutaram e lutam para que nossa cultura continue densa, fazendo com que, a cada dia, novos talentos, filhos e fi-lhas possam surgir dessa Terra. Enfim, pedimos desculpas a todos que não foram citados e que de uma maneira ou de ou-tra lutam para a preservação, resgate e reconhe-cimento de nossa cultura. Temos que reconhe-cer e agradecer a todos!

Comemoração do Boi de Janeiro Na foto em preto e branco, a histórica Maria Trovão. Foto retirada do arquivo pessoal de Luiz Gustavo.

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O carnaval de Itaobim sem-pre caracte-rizou-se por

sua multiplicidade. A fes-ta nunca teve um formato fixo, já aconteceu em di-versos pontos da cidade e de diversas maneiras: No Mangueiras, na praça, na Cabana, na Cancela 1030, em forma de baile, com sa-ída dos blocos pelas ruas e até concurso de fantasias. Há registros de co-memorações das festas da cidade desde a década de

70. Os moradores mais antigos contam que o

carnaval era come-morado na primeira Igreja, onde atual-mente se localiza

a feira. Porém houve muita resistência dos fiéis, que não aceitaram que uma festa po-pular como o carnaval con-tinuasse acontecendo dentro da Igreja. Conta a bocas mi-údas que este foi o motivo para a derrubada da Igreja, mas há controvérsias. Segundo uma morado-ra que preferiu não se iden-tificar, mas que participou de várias fases do carnaval de Itaobim, do período de 1983 a 2002, “o carnaval era animado, com muitas brincadeiras, poucas brigas e a família tinha o prazer em pular carnaval”. Ela lembra com saudade das marchi-nhas mais tocadas: O seu ca-belo não nega, Menina vai, A bruxa vem aí e Cabeleira

do Zezé. “Agradável, todos se diver-tiam e terminavam felizes” relembra a moradora. Atualmente destaca-se em Itao-bim o Carnaval do Zé, uma iniciativa entre o Zé do carnaval e seus amigos, que começou em 2007, quando eles decidiram colocar um som improvisa-do as margens do córrego São Roque . A iniciativa foi bem sucedida e houve superlotação. Posteriormente, Zé do Carnaval fez uma parceria com a orga-nização do carnaval do São Cristovão, resultando em uma animada festa car-navalesca. Na comemoração dos 50 anos da cidade, dentre outros eventos, o carna-val será incorporado como uma festa popular. Quem sabe ele não volte a ser considerado como era antes: uma ma-nifestação cultural da cidade.

O carnaval era animado, com

muitas brincadei-ras, poucas brigas e a família tinha o prazer em pular

carnaval

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Em mil novecentos e sessenta e quatroano difícil até de lembrarna cidade de Itaobimo prefeito era Tináe foi com ele que se deuesse caso que vou contar

Tiná foi a Pernambucorepresentar Minas Geraisnuma exposição agropecuáriacoisa que ele gosta demaise lá ficou conhecendoo governador Miguel Arraes

Arraes lhe deu de presentepara embelezar a cidade princesaumas mudas de palmeirasmaravilha da naturezaque Tiná havia pedidoquando viu aquela beleza

Ele transportou com cuidadopara a sua terra natale nas margens da Rio-Bahiaa rodovia federalplantou as primeiras mudasde palmeira imperial

Plantou nas ruas da cidadeplantou também na praçae aproveitando a oportunidadejá que tinha sido de graçaplantou o resto em sua fazendaonde criava gado de raça

O presidente da Câmaravereador de oposiçãoanticomunista ferrenhodeu o trato na imaginaçãochamou o Cabo da políciae tramou uma conspiração

Falou que aquelas palmeirasforam presente de um governadorque queria levar o paíspara um regime opressore fez a cabeça do Cabocom o seu jeito de bom orador

O policial criador de bodesresolveu colaborare na calada da noitepuseram o plano para funcionare perto de cada palmeirabotaram um bode para pastar

E daquelas bonitas palmeirassó sobraram para comprovaras da Rio-Bahia e as da fazendaque conseguiram escaparda fúria devoradora dos bodesque estavam sem alimentar

Quando se viu descobertoo vereador não abaixou a cristae tentou explicar o seu gestocomo político oposicionistaque ele havia livrado a cidadedas “palmeira comunista”.

As Palmeiras Comunistas de Itaobim Devagar com o an-

dor, que o santo é de barro.

Quando acorda a naturezaA águia voa ao céuProcurando liberdadeQue alguém lhe prometeuÍndio, negros e baianosGuarani, raça TupiIanomâmis, IracemaTerra mãe, gente eu vi, meu BrasilA arma de cortar madeiraFruto da destruiçãoNão maltrate essa genteNem destrua essa cançãoNessa terraBrilham sonhos

Pede a DeusPor um novo paísPelas casasPelos valesSoa o gritoDe Zumbi dos PalmaresNesse canto tem uma paixãoNesse terra que não é de nin-guémVocê planta, você colheTudo você tem.

Terra BrasilZé de Bola

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Foto Legenda

Mineiro bom de serviçoconta prosa, cria causoe versa um tanto de coisa

O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada.

Page 7: 1º Maria Notícia

Confira também!www.itaobim50anos.com.br

Tadeu Martins Soares, nascido em 26 de abril de 1953 na cidade de Itaobim, é po-eta, professor, produtor cultural e grande cordelista, reconhecido nacionalmente.

Durante a juventude saiu da cidade para concluir os estudos, mas sempre procurou participar das ati-vidades da cidade. Um dos seus maiores objetivos é a valorização e difusão da cultura do Vale. Entre as coisas que mais gosta de fazer estão ler, escrever, ouvir música e ir ao cinema. Ele acredita que Co-nhecer, gostar, defender e divulgar são a base do

desenvolvimento de uma cidade, de um estado ou de um país.

Um sonho: Ele tem dois, ver um Itaobim

mais democrático e com qualidade de

vida para toda população e voltar a mo-

rar na cidade.

Uma realização: Ter saído de Itaobim e

ainda assim ser reconhecido atraves da

sua profissão, na região, no país e no

mundo.

Família é: Base da vida, apoio, amor, fra-

ternidade, amizade...

Itaobim é

Um retrato fixado na parede da lembran-

ça. A melhor cidade do mundo.

Cultura é: Uma poderosa e verdadeira

identidade de um povo.Autieres Pereira Bruna Lubambo

Daniel Oliveira Gáudio Luiz Isabella Reges Letycia Lopes

Luiz Gustavo Marcela Mascarenhas

Tomás GermanThaciane Soares

Stefane VieiraRelled Moreira

Programa Polo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha -Projeto Agência de Comunicação Solidária no Vale do Jequitinhonha –Universidade Federal de Minas Gerais – PROEXT/MEC-2011Coordenador: Prof. Márcio Simeone Henriques