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_____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ 1ª Conferência em Radiações e Saúde Dosimetria Individual 19-20 de fevereiro de 2016 - Lisboa Livro de Resumos

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1ª Conferência em Radiações e Saúde – Dosimetria Individual 19-20 de fevereiro de 2016 – Lisboa _____________________________________________________________________________

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1ª Conferência em Radiações e Saúde – Dosimetria Individual

19-20 de fevereiro de 2016 - Lisboa

Livro de Resumos

1ª Conferência em Radiações e Saúde – Dosimetria Individual 19-20 de fevereiro de 2016 – Lisboa _____________________________________________________________________________

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1ª Conferência em Radiações e Saúde – Dosimetria Individual 19-20 de fevereiro de 2016 – Lisboa _____________________________________________________________________________

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Editorial

Foi com surpresa que recebi o convite do Grupo de Investigação em Radiações e Saúde

para presidir à 1ª Conferência em Radiações e Saúde. Aceitei, lisonjeado e hesitante, na

consciência de que muitos são os profissionais a quem reconheço experiência e enorme

competência nesta área do saber e que, portanto, porventura melhor mereceriam o

convite.

Mas, paradoxalmente, tomei também consciência da realidade que torna um pouco mais

“normal” o convite: o interesse, o aprofundar, o aplicar e divulgar do conhecimento nesta

área do saber cresceu muito significativamente desde que nela dei os meus primeiros

passos, há já mais de duas décadas!

Há hoje um grupo muito alargado de profissionais, cientistas e estudantes que conjugam o

seu interesse pelas radiações aplicadas na saúde com trabalho experimental e de natureza

científica de grande nível. Esta conferência traz a oportunidade de tomarmos contacto com

estas pessoas, num ambiente de rica diversidade, onde os worshops dos mais experientes

se conjugam com os trabalhos onde os que mais recentemente entraram na área são os

protagonistas.

Estou certo de que o programa científico e a qualidade dos trabalhos que serão

apresentados representam bem como as “Radiações e Saúde” são um tema onde Portugal

está ao nível do que de melhor se faz no mundo. E de que vale a pena estudar e investir

nesta área do saber, fascinante e com enorme impacto para uma vida melhor e mais plena.

Estão todos de parabéns, dos que contribuíram para a iniciativa da Conferência e os

autores de todos os trabalhos e palestras que serão apresentados aos que simplesmente

assistirão, fascinados pelo mundo das Radiações e Saúde!

Bem hajam!

Francisco Alves, PhD

Professor Adjunto, ESTeSC

Presidente da Comissão Científica da 1ª CRS

1ª Conferência em Radiações e Saúde – Dosimetria Individual 19-20 de fevereiro de 2016 – Lisboa _____________________________________________________________________________

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Mensagem de boas vindas

O Grupo de Investigação em Radiações e Saúde e as Áreas Científicas de

Cardiopneumologia, Medicina Nuclear, Radiologia, Radioterapia e Saúde Ambiental da

Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa (ESTeSL) pretendem promover,

anualmente, uma conferência relacionada com a utilização das radiações (ionizantes ou

não-ionizantes) na prática clínica. Em cada ano, a conferência debruçar-se-á sobre uma

área temática específica; na 1ª edição será a Dosimetria Individual. A escolha desta área

temática resultou da crescente preocupação dos profissionais em relação aos riscos

associados à utilização de radiações ionizantes na saúde – não só ao nível do diagnóstico

mas também da terapêutica. Além disso, os benefícios resultantes da utilização de

radiação ionizante em aplicações clínicas devem ser acompanhados de um respeito

escrupuloso pelas boas práticas, normas e regulamentos nacionais e internacionais de

proteção e segurança radiológica. Neste contexto, a Dosimetria Individual reveste-se como

um dos principais alicerces da Proteção Radiológica, sendo evidente uma crescente

necessidade de atualização de conhecimentos nesta área temática. As conferências que

agora se iniciam deverão constituir-se como um espaço privilegiado de debate e de

aprendizagem, sendo esta última vertente reforçada pela inclusão de workshops no

programa da conferência.

Não posso terminar sem agradecer a todas as pessoas e instituições que tornaram possível

a realização desta conferência, não esquecendo naturalmente os patrocinadores.

Sejam, por isso, muito bem vindos à 1ª Conferência em Radiações e Saúde – Dosimetria

Individual.

Luís Freire, PhD

Professor Coordenador, ESTeSL/IPL

Presidente da Comissão Organizadora da 1ª CRS

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Índice

Editorial ............................................................................................................................................................................ iii

Mensagem de boas vindas ......................................................................................................................................... iv

Comissões ......................................................................................................................................................................... vii

Programa .......................................................................................................................................................................... ix

Abstracts – Comunicações Orais .............................................................................................................................. 1

Impacto de erros aleatórios e sistemáticos em Radioterapia: Implementação de um protocolo

de IGRT3

Ana Rita Simões, Margarida Eiras, Isabel Monteiro Grillo ................................................... 3

Determinantes da ansiedade na realização de PET-CT5

Lina Vieira, Ana Grilo, Elisabete Carolino, Cátia Oliveira, Ana Pacheco .............................. 5

Impacto Psicológico dos exames de imagem associados ao diagnóstico de cancro7

Ana Grilo, Carla Abreu, Filipa Lucena, Paulo Marques ......................................................... 7

Efeito da composição glandular da mama na qualidade de imagem em Tomossíntese Digital

Mamária e otimização da dose – Métodos de Monte Carlo: PENELOPE9

Ana Isabel Ribeiro, Ana Belchior, Salvatore Di Maria ........................................................... 9

Avaliação da Dose Absorvida na Tiróide, em cintigrafias com 123I e Na99mTcO4- utilizando

modelos biocinéticos e métodos de Monte Carlo11

Bruno Martins, Joana Bento, Francisco Alves, Paula Colarinha, Nuno Teixeira, Pedro

Teles, Pedro Vaz ..................................................................................................................... 11

Enquadramento Normativo da Proteção e Segurança Radiológica durante a gestação13

Luísa Roldão Pereira, Rui Correia ........................................................................................ 13

Estudo invitro da indução de micronúcleos devido à exposição a um campo magnético

estático de 3 T em linfócitos periférico

Margarida Pereira, Carina Ladeira, Cristina Almeida, Luís Freire ..................................... 15

Abstracts – Posters ...................................................................................................................................................... 17

Otimização da dose da CT no Protocolo de Aquisição PET/CT

Sara Ferreira, Daniela Nóbrega, Susana Branco, Eva Sousa ............................................... 19

Deteção do(s) gânglio(s) sentinela no cancro da mama e no melanoma: 125I-Azul de metileno

(125I-MB)

Carlota Leonardo Sousa ........................................................................................................ 21

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Avaliação da correlação do nível de PSA e metástase óssea com a utilização da cintilografia

óssea

Saviotti, I., Santos, F., Gontijo,R. ,Guedes, J. .......................................................................... 23

Avaliação da Proteção Radiológica na Unidade de Hemodinâmica do Hospital de Santa

Marta

Maria Rodrigues, Patrick Sousa, Maria João Manzano ........................................................ 25

Exposição Ocupacional em Medicina Nuclear em Portugal

Carlota Leonardo Sousa, Rita Alves Oliveira, Helena Delgado, Maria Raminhas Carapinha

................................................................................................................................................. 27

Quantificação da Eficiência da Protecção da Tiróide no exame de Ortopantomografia

Cláudia Luís ............................................................................................................................ 29

Avaliação da Viabilidade Miocárdica Pós-Enfarte: Gated-SPECT vs Gated-PET

S. Figueiredo, D. Costa, B. Martins, L. Vieira......................................................................... 31

Avaliação da produção científica no Mestrado em Radiações Aplicadas às Tecnologias da

Saúde e seus contributos para a Protecção Radiológica

Nuno Teixeira, Maria Margarida Ribeiro, Margarida Eiras, Luís Lança, Nuno Machado,

Maria Raminhas Carapinha, Gilda Cunha, Susana Branco, Luís Freire .............................. 33

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Comissões

Comissão Científica:

Francisco Alves (Presidente), ESTeSC

Ana Pascoal, King's College

Gracinda Costa, CHUC

Hugo Valente, REN

Lina Vieira, ESTeSL

Margarida Eiras, ESTeSL

Nuno Teixeira, ESTeSL

Pedro Teles, IST-CTN

Susana Branco, ESTeSL

Rita Nunes, IBEB-FCUL

Comissão Organizadora:

Luís Freire (Presidente), ESTeSL

Ana Luísa Vieira, ESTeSL

Carina Marques, ESTeSL

Maria João Raminhas Carapinha, ESTeSL

Maria Margarida Ribeiro, ESTeSL

Vítor Manteigas, ESTeSL

Secretariado e apoio:

Andreia Ramos

Ana Fermento

Ana Filipa Inácio

Ana Gaudêncio Silva

Cândida Vitorino

Dylan Almada

Luís Mexia

Sara Faustino

Teresa Silva

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Programa

Sexta-feira - 19 de fevereiro de 2016

13h00 : Abertura do Secretariado

14h30 - 18h30 : Workshops

14h30 - 16h15 : "Proteção Radiológica em Radiologia e Boas Práticas em Dosimetria

Individual", Dr. Emanuel Oliveira, Cendonsim - Centro de Dosimetria

14h30 - 16h15 : "Novos Euratom Basic Safety Standards: Esperança para uma segurança

e proteção radiológica melhores?", Dra. Maria Manuel Meruje, C2TN-IST

16h45 - 18h30 : "Coach Modality em Tomografia Computorizada e minimização de dose",

Nuno Miguel Gonçalves de Pinho, Medical Equipment Solutions and Applications

18h30 - 18h45 : Sessão de abertura

18h45 - 19h30 : Porto de Honra

Sábado - 20 de fevereiro de 2016

08h30 : Abertura do Secretariado

09h30 - 11h00 : Sessão plenária

“Des(confiança) dos técnicos de saúde no sistema de dosimetria individual”, Maria João

Carapinha, ESTeSL

“Dosimetria individual: metodologias, QA e resultados do European Survey 2012”, João

Garcia Alves, C2TN-IST

“Um dosímetro intrínseco para dosimetria em tempo real: novos desenvolvimentos”,

António Nazareth Falcão, C2TN-IST

11h00 - 11h30 : Coffee break

11h30 - 13h00 : Comunicações livres

“Impacto de erros aleatórios e sistemáticos em Radioterapia: Implementação de um

protocolo de IGRT”, Ana Rita Simões, Margarida Eiras, Isabel Monteiro Grillo

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“Determinantes da ansiedade na realização de PET-CT”, Lina Vieira, Ana Grilo, Elisabete

Carolino, Cátia Oliveira, Ana Pacheco

“Impacto Psicológico dos exames de imagem associados ao diagnóstico de cancro”, Ana

Grilo, Carla Abreu, Filipa Lucena, Paulo Marques

“Efeito da composição glandular da mama na qualidade de imagem em Tomossíntese

Digital Mamária e otimização da dose – Métodos de Monte Carlo: PENELOPE”, Lina

Vieira, Ana Grilo, Elisabete Carolino, Cátia Oliveira, Ana Pacheco

13h00 - 15h00 : Almoço / Sessão de Posters

“Otimização da dose da CT no Protocolo de Aquisição PET/CT”, Sara Ferreira, Daniela

Nóbrega, Susana Branco, Eva Sousa

“Deteção do(s) gânglio(s) sentinela no cancro da mama e no melanoma: 125I-Azul de

metileno (125I-MB)”, Carlota Leonardo Sousa

“Avaliação da correlação do nível de PSA e metástase óssea com a utilização da

cintilografia óssea”, Saviotti, I., Santos, F., Gontijo, R., Guedes, J.

“Avaliação da Proteção Radiológica na Unidade de Hemodinâmica do Hospital de Santa

Marta”, Maria Rodrigues, Patrick Sousa, Maria João Manzano

“Exposição Ocupacional em Medicina Nuclear em Portugal”, Carlota Leonardo Sousa,

Rita Alves Oliveira, Helena Delgado

“Quantificação da Eficiência da Protecção da Tiróide no exame de Ortopantomografia”,

Cláudia Luís

“Avaliação da Viabilidade Miocárdica Pós-Enfarte: Gated-SPECT vs Gated-PET”, S.

Figueiredo, D. Costa, B. Martins, L. Vieira

“Avaliação da produção científica no Mestrado em Radiações Aplicadas às Tecnologias da

Saúde e seus contributos para a Protecção Radiológica”, Nuno Teixeira, Maria Margarida

Ribeiro, Margarida Eiras, Luís Lança, Nuno Machado, Maria Raminhas Carapinha, Gilda

Cunha, Susana Branco, Luís Freire

15h00 - 16h30 : Sessão plenária

“Novos agentes para teranóstica em oncologia: aspetos dosimétricos”, Antero Abrunhosa,

ICNAS

“Exposição Ocupacional a Campos Electromagnéticos em Ressonância Magnética”, João

Casimiro, ESTeSL / CHLC - Hospital Dona Estefânia

“Dosimetria in vivo do tratamento de radioterapia de doentes com tumores de mama”,

Ana Cravo Sá, ESTeSL

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“Exposição Profissional a Radiações Ionizantes em Ambiente Hospitalar”, Margarete

Cardoso, CHLO

16h30 - 17h00 : Coffee break

17h00 - 18h30 : Comunicações livres

“Avaliação da Dose Absorvida na Tiróide, em cintigrafias com 123I e Na99mTcO4- utilizando

modelos biocinéticos e métodos de Monte Carlo”, Bruno Martins, Joana Bento, Francisco

Alves, Paula Colarinha, Nuno Teixeira, Pedro Teles, Pedro Vaz

“Enquadramento Normativo da Proteção e Segurança Radiológica durante a gestação”,

Luísa Roldão Pereira

“Estudo invitro da indução de micronúcleos devido à exposição a um campo magnético

estático de 3 T em linfócitos periféricos”, Margarida Pereira, Carina Ladeira, Cristina

Almeida, Luís Freire

“Simulador de exposición a la radiación ionizante en personal profesionalmente expuesto,

para la enseñanza en educación superior”, Carlos G. Einisman

18h30 - 18h45 : Highlights da conferência

18h45 - 19h00 : Sessão de encerramento (com distribuição de prémios)

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Abstracts – Comunicações Orais

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Impacto de erros aleatórios e sistemáticos em Radioterapia:

Implementação de um protocolo de IGRT

Ana Rita Simões1,3,@,*, Margarida Eiras2, Isabel Monteiro Grillo3,*

1- National Group of Radiotherapy Trials Quality Assurance, Mount Vernon Hospital,

London;

2- Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa / IPL, Lisboa;

3- Serviço de Radioterapia, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE,

Lisboa.

Objectivo: O objectivo deste trabalho foi o estudo da viabilidade e implementação de um

novo protocolo de radioterapia por imagem guiada (IGRT) em doentes com tumores da

próstata e da cabeça e pescoço (CP). Foi feita ainda a análise das margens do planning

target volume (PTV) a implementar, de maneira a maximizar o uso da radioterapia (RT)

em doentes oncológicos.

Métodos: Foram desenhados dois novos protocolos para estas patologias. Os desvios de

posicionamento (DP) de 21 doentes submetidos a tratamentos de radioterapia em 2011,

14 de próstata e 7 com tumores da região CP foram registados. Posteriormente, efectuou-

se o cálculo das margens adequadas com recurso á fórmula de Van Herk, procedendo-se

numa primeira fase ao cálculo dos erros aleatórios e sistemáticos nestas patologias nas

direcções cranio-caudal (CC), latero-medial (LM) e antero-posterior (AP). A amplitude

destes erros foi paralelamente analisada nas distribuições dosimétricas planeadas antes

do tratamento.

Resultados e discussão: Os incrementos de dose registados com o uso de IGRT variam

entre 9,18mGy e 528,8mGy. As margens calculadas para CP variaram entre 2.8 e 4.0 mm.

De uma forma geral estas margens são adequadas para CP. As margens para próstata

variaram entre 4.3 e 8.0 mm.

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@: [email protected]

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As margens de PTV de próstata na segunda fase do tratamento de RT precisaram de ajuste

principalmente na direcção AP, enfatizando a importância do movimento da próstata

causado pela variação do preenchimento do recto e da bexiga.

Conclusão: A aquisição de imagens de tratamento mais frequente revelou-se uma mais-

valia no tratamento destes doentes, já que foi possível detectar mais problemas e actuar

nas causas, nomeadamente associados às preparações de tratamento de próstata. As

dietas e preparações de bexiga e recto ganharam assim mais ênfase de maneira a atingir

uma maior reprodutibilidade da posição de tratamento. A implementação de IGRT no

serviço de Radioterapia permitiu adaptar as margens do PTV para estas patologias. Este

estudo revelou-se importante para a implementação de uma maior precisão na

radioterapia, fulcral para um verdadeiro sucesso no tratamento de doentes oncológicos.

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*em 2011 exercia funções no Serviço de Radioterapia, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE, Lisboa.

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Determinantes da ansiedade na realização de PET-CT

Lina Vieira1,@, Ana Grilo2, Elisabete Carolino3, Cátia Oliveira4, Ana Pacheco4

1- Área Científica de Medicina Nuclear, Departamento das Ciências e Tecnologias das

Radiações e Biossinais da Saúde – ESTeSL/IPL

2- Área Científica de Psicologia, Departamento das Ciências Sociais e Humanas –

ESTeSL/IPL

3- Área Científica de Matemática, Departamento das Ciências Naturais e Exatas –

ESTeSL/IPL ;

4- Licenciadas em Medicina Nuclear – ESTeSL/IPL

Introdução: Num exame pouco conhecido da população em geral, como é o caso de PET-

CT a adequação da informação às necessidades do paciente contribui para aumentar a

satisfação deste, aumentar a adesão e, reduzir sintomas psicológicos como a ansiedade.

Para além de potenciarem o desconforto do paciente, altos níveis de ansiedade podem

também resultar numa baixa qualidade de imagem como um resultado do movimento do

paciente durante a aquisição ou da absorção muscular do radiofármaco consequente da

contracção muscular.

Objetivo: Avaliar a perceção subjectiva de ansiedade e identificar os principais

determinantes da ansiedade nos pacientes que realizam PET-CT com 18F-FDG.

Métodos: O estudo incluiu 81 (43 mulheres e 38 homens) pacientes oncológicos de dois

Departamentos de Medicina Nuclear que realizaram PET/CT. A recolha de dados foi

realizada através de dois instrumentos: um questionário construído para o presente

estudo e que incluía dados demográficos e determinantes da experiencia subjectiva do

exame e o Inventário de Ansiedade Estado (STAI-S). Os pacientes preencheram ambos os

instrumentos em dois momentos distintos: antes do exame e após a realização do mesmo.

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@: [email protected]

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Resultados: Na maioria dos pacientes o nível de ansiedade aumenta durante a realização

da PET-CT. 86,9 % apontam os resultados do exame como principal causa de ansiedade

(antes e depois do exame). Não foram encontradas diferenças nos níveis de ansiedade

entre os pacientes que realizam PET-CT pela primeira vez e os que já tinham experiência

neste tipo de exame.

73% receberam informação sobre o exame no serviço de Medicina Nuclear e 68,1 %

consideram que o Técnico de Medicina Nuclear desempenhou um papel importante na

redução do seu nível de ansiedade, sendo que 41.2% consideram que as estratégias

propostas por estes foram eficazes.

85,7 % dos pacientes consideram-se muito satisfeitos com o atendimento no serviço de

Medicina Nuclear e 89,6 % percepcionam que foram tratados com dignidade e respeito.

Conclusão: A expectativa dos resultados da PET-CT conduz a um aumento dos níveis de

ansiedade depois do exame. Níveis moderadamente elevados de ansiedade estão sempre

presentes, quer o paciente tenha ou não experiência na realização de PET-CT. Os níveis de

ansiedade parecem não interferir com a satisfação com o atendimento no serviço de

Medicina Nuclear.

Os resultados ao nível da percepção de ansiedade apontam para a necessidade de

utilização de estratégias mais eficazes por parte dos profissionais de saúde que

acompanham os pacientes que realizam PET-CT.

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Acuff, SN, Bradley, YC, Barlow, P, & Osborne, DR. (2014). Reduction of patient anxiety in PET/CT imaging by improving communication between patient and technologist. Journal of Nuclear Medicine Technology, 42, 211-7.

Andersson, C, Johansson B, Wassberg C, Johansson S, Ahlström, Wikehult B. (2015). Patient experience of an 18F-FDG-PET/CT examination: need for improvements in patient care. Journal of Radiology Nursing, 34:100-108.

Hamed MAG. & Salem GM., (2014). Factors affecting patients’ satisfaction in nuclear medicine department in Egypt. Egyptian Journal of Radiology and Nuclear Medicine, 45:219-224.

Kaya E, Ciftci I, Demirel R, Cigerci Y, Gecici O. (2010). The effect of giving detailed information about intravenous radiopharmaceutical administration on the anxiety level of patients who request more information. Ann Nuclear Medicine, 24, 67-76.

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Impacto Psicológico dos exames de imagem associados ao

diagnóstico de cancro

Ana Grilo1,@, Carla Abreu2, Filipa Lucena3, Paulo Marques3

1- Departamento das Ciências Sociais e Humanas, ESTeSL/IPL

2- PET Imaging Centre at St. Thomas’ Hospital, Division of Imaging Sciences, King’s College

3- Departamento das Ciências e Tecnologias das Radiações e Biossinais da Saúde,

ESTeSL/IPL

Introdução: A ansiedade é um problema comum nos cuidados de saúde e especialmente

nos cuidados que implicam utilização de tecnologia. O não reconhecimento da ansiedade

do paciente pode implicar a repetição do exame ou mesmo alterações no resultado do

mesmo. A satisfação do paciente fica igualmente comprometida.

Objetivo: O presente estudo pretende conhecer os níveis de ansiedade de paciente que

realizar exames complementares de diagnósticos relacionados com diagnóstico de cancro

e que implicam a utilizam de radiação: PET/CT e mamografia.

Métodos: Após a realização do procedimento de diagnóstico, duzentos e trinta e dois

pacientes que realizaram PET/CT e cento e trinta mulheres que realizaram mamografia

responderam a um questionário com o objectivo de conhecer a sua experiencia subjectiva

associada à realização do exame (preocupações, expectativas e percepções de ansiedade).

Resultados: Mais de um terço dos pacientes que realizam exames para diagnóstico de

carcinoma afirma que não lhe foi dada informação sobre o procedimento Os pacientes

estão pouco informados e apresentam níveis de ansiedade que podem mesmo

comprometer a qualidade do exame. As principais causas de ansiedade dos pacientes que

realizaram PET/CT é o medo do procedimento em si e o medo dos resultados.

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@: [email protected]

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Os pacientes que experienciaram níveis de ansiedade mais elevados encontravam-se numa

fase inicial da doença oncológica. Por outro lado, o diagnóstico é a principal causa de

ansiedade nas mulheres que realizaram mamografia. 28% das mulheres referiram ter

experienciados dor ou dor intensa.

Conclusão: A realização de exames complementares de diagnósticos relacionados com o

diagnóstico de cancro como é ocaso da PET/CT e da mamografia são geradores

importantes de ansiedade. Frequentemente os pacientes estão pouco informados e

apresentam níveis de ansiedade que inclusivamente podem comprometer a qualidade do

exame.

Os dados obtidos reforçam a ideia de que a centração no paciente, bem como a

comunicação e atendimento nos exames complementares de diagnóstico pode ser

aperfeiçoada no contexto académico e que os currículos das escolas podem influenciar de

forma decisiva as atitudes dos futuros profissionais de saúde.

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Acuff, SN, Bradley YC, Barlow P, & Osborne DR (2014). Reduction of patient anxiety in PET/CT imaging by improving communication between patient and technologist. J Nucl Med Technol, 42,211-7.

Clark, S. & Reeves, P. (2015). Women's experiences of mammography: A thematic evaluation of the literature. Radiography, 21, 84-88.

Munn, Z, Jordan, Z. (2011). The patient experience of high technology medical imaging: A systematic review of the qualitative evidence. Radiography, 17, 323–31.

Pifarré P, Simó M, Gispert JD, Pallarés MD, Plaza P, Martínez-Miralles E. (2011). Diagnostic Imaging Studies: do they create anxiety? Rev Esp Med Nucl;30,346-50.

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Efeito da composição glandular da mama na qualidade de imagem

em Tomossíntese Digital Mamária e otimização da dose – Métodos

de Monte Carlo: PENELOPE

Ana Isabel Ribeiro1,4,@, Ana Belchior2, Salvatore Di Maria3

1- Dep. de Protecção Radiológica, Centro de Ciências e Tecnologias Nucleares – IST,

Sacavém

2- IST-ID, Associação do IST para a Investigação e Desenvolvimento, Lisboa.

3- Centro de Ciências e Tecnologias Nucleares – IST, Sacavém

4- Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa / IPL, Lisboa;

Objectivo: Estudo do efeito de diferentes composições da mama (25%, 50% e 75% de

tecido glandular) na dose absorvida pela fração glandular da mama, e qualidade de

imagem.

Métodos: Foram efetuadas simulações de Monte Carlo utilizando o código PENELOPE

para validar o sistema de aquisição de imagem do equipamento de tomossíntese em

operação no Hospital da LUZ em Lisboa. Para tal, foi utilizada uma câmara de ionização

devidamente calibrada e um fantoma antropomórfico da mama. Após validação, procedeu-

se ao cálculo computacional e análise da DMG para diferentes percentagens de tecido

glandular da mama. Tendo em conta que a qualidade de imagem foi avaliada a partir da

análise da relação sinal-ruído (SNR) e da figura de mérito (FOM), recorrendo a uma

ferramenta de imagem integrada no PENELOPE, foi possível simular as projeções 2D para

a mamografia e para cada projeção angular em tomossíntese, para cada situação clínica:

para cada glandularidade (25%, 50%, 75%) considerando diferentes tamanhos de lesões

(tumores e calcificações). Assim, para a mamografia foi determinada a energia

monoenergética para a qual o FOM era máximo.

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@: [email protected]

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Para a TD todas as projeções 2D considerando o tumor de 5 mm e a calcificação de 100 μm

foram reconstruídas. Ao analisar a SNR de algumas slices foi possível avaliar o efeito da

diferente composição glandular da mama na qualidade de imagem.

Resultados: Há uma maior variação na dose, aproximadamente, 10% entre a DMG

absorvida pela mama com 25% de tecido glandular e a mama de 75% glandular. A DMG é

maior para mamas mais densas, isto é, com maior percentagem de tecido glandular, uma

vez que o número de fotões absorvidos na mama é maior. Para fotões com energias mais

baixas são facilmente atenuados na mama.

Conclusão: Este trabalho mostrou que a dose varia ligeiramente, dependendo da

percentagem de tecido glandular da mama. Foi verificado, que em termos da qualidade de

imagem, o efeito da composição glandular é mais visível. Para mamas mais densas é mais

facilmente detetado uma lesão de pequenas dimensões do que para as menos densas, a TD

apresenta um melhor performance na sua deteção pelo menos para dois casos de

percentagens glandulares.

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Avaliação da Dose Absorvida na Tiróide, em cintigrafias com 123I e

Na99mTcO4- utilizando modelos biocinéticos e métodos de Monte

Carlo

Bruno Martins1,@, Joana Bento3, Francisco Alves 4, Paula Colarinha2, Nuno

Teixeira5,6, Pedro Teles3, Pedro Vaz3

1- Medical Consult, SA, Portugal

2- Serviço de Medicina Nuclear do Hospital CUF Descobertas, Lisboa, Portugal

3- Instituto Tecnológico e Nuclear/Instituto Superior Técnico – Universidade Técnica de

Lisboa, Sacavém, Portugal

4- Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra, Coimbra, Portugal

5- Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa / IPL, Lisboa, Portugal

6- Faculdade Ciências Médicas, UNL, Lisboa, Portugal

Introdução: Os procedimentos cintigráficos realizados em Medicina Nuclear com 123I e

Na99mTcO4, com fins diagnósticos, têm ampla e importante utilidade clínica. Contudo, a

biodistribuição normal quer de um isótopo, quer de outro, inclui a incorporação pela

tiróide; por este motivo, se não se adotar qualquer protocolo de bloqueio da glândula, os

isótopos vão ser incorporados, expondo-a desnecessariamente a radiações ionizantes e

aos seus potenciais efeitos detrimentais. Assim, com o objetivo de avaliar a necessidade de

adoção ou otimização destes protocolos, pretende-se:

- avaliar a dose absorvida na tiróide em estudos com 123I;

- avaliar a dose absorvida na tiróide em estudos com Na99mTcO4.

Métodos: De maneira a calcular a dose absorvida devido à incorporação destes isótopos

na tiróide, selecionaram-se os exames DaTScan® e cintigrafia com mIBG, realizados com

123I e cintigrafia para pesquisa de divertículo de Meckel e a angiografia de radionuclídeos

em equilíbrio, realizados com Na99mTcO4.

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Aplicaram-se os modelos biocinéticos do ICRP e do laboratório de Oak Ridge (ORNL), de

maneira a obter curvas de atividade em função do tempo e a calcular o número total de

desintegrações gama dentro da tiróide devido a cada um dos procedimentos mencionados.

Com vista a comparar as estimativas dos modelos biocinéticos com as doses em órgãos de

pacientes reais, foram realizadas medições externas de incorporação na tiróide em

pacientes utilizando um detetor portátil de Iodeto de Sódio dopado com Tálio – NaI(Tl),

devidamente calibrado e caracterizado em termos de eficiência.

O "setup" experimental foi modelado por simulações por métodos de Monte Carlo

(utilizando o programa PENELOPE v.2008 representativo do estado da arte computacional

em simulações Monte Carlo para o transporte de partículas), com o objectivo de comparar

a eficiência experimental com a eficiência computacional e ser efetuada a análise de

incertezas que afectam as medições e os cálculos efectuados.

Um dos aspectos inovadores deste estudo, que envolve medições e métodos

computacionais, consistiu na implementação de dois fantomas computacionais de voxel,

Golem (masculino) e Laura (feminino) com vista a poder estimar-se a dose absorvida na

tiróide destes fantomas efectuando simulações por métodos de Monte Carlo (utilizando o

programa PENELOPE v.2008).

Resultados: A análise das discrepâncias entre as medições efetuadas em pacientes e os

resultados computacionais obtidos utilizando a metodologia previamente descrita é

efetuada; são identificadas e discutidas as fontes de incerteza que afectam as medições

efetuadas, as previsões obtidas utilizando os modelos biocinéticos, a modelação

implementada (detector, fantomas) e os resultados computacionais obtidos por simulação

de Monte Carlo.

Palavras-chave: Tiróide, Dosimetria Interna, Modelos Biocinéticos, Monte Carlo,

Fantomas de Voxel.

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Enquadramento Normativo da Proteção e Segurança Radiológica

durante a gestação

Luísa Roldão Pereira1,@, Rui Correia1

1- Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa / IPL, Lisboa;

Objetivo: A proteção radiológica é uma temática amplamente abordada em conteúdos

programáticos universitários, visando a adoção de medidas que preservem o segurança

dos indivíduos expostos, enquanto pacientes e trabalhadores. A presente apresentação

intenta contextualizar o mencionado, considerando a condição gestante e consequentes

particularidades.

Métodos: A informação recolhida foi obtida a partir de motores de busca, nomeadamente,

o da Biblioteca do Conhecimento Online (B-on). Foi efetuada pesquisa a partir dos termos

“Radiation protection legislation”, “Personal monitoring”, “Occupational Radiation Safety

during pregnancy” e “Declared pregnant worker”, assim como o recurso a publicações da

EURATOM, nomeadamente à diretiva 2013/59 do Conselho de 5 de dezembro de 2013.

Resultados e discussão: Considerando a importância dos princípios alicerçais de

proteção contra a radiação ionizante, a divulgação contínua da informação, enquadrada na

componente de saúde ocupacional, afigura-se proveitosa. Neste caso, delineia-se o

enquadramento normativo, com referência às entidades reguladoras, CNEN (Comissão

Nacional de Energia Nuclear), ICRP (International Commission on Radiological Protection)

e Comissão Europeia, motivando a consciência dos discentes e profissionais no sentido da

adequação da sua atividade laboral. A alusão aos possíveis efeitos, estocásticos ou

determinísticos, e os limites de dose são englobados, além da comparação das realidades

nacional e internacional.

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É importante desmistificar que a condição não deve constituir um meio de discriminação

ou retroação profissionais, devendo a trabalhadora ser conhecedora dos seus direitos, de

entre os quais a atribuição de outras tarefas, de acordo com as suas competências, e a

garantia de uma dose equivalente inferior a 1mSv para o nascituro. Atualmente

encontram-se disponíveis ferramentas e equipamentos, tais como dosímetros, que

permitem a aplicação mais eficientemente das recomendações ALARA (as low as

reasonably achievable). Caso se verifiquem ocorrências agravantes, como contaminação

com fontes não seladas, procedimentos adicionais devem ser ponderados.

Conclusão: Um profissional de saúde cuja área de intervenção envolva o manuseamento

ou exposição a produtos ou derivados radioativos, deve procurar desenvolver estratégias

de otimização face aos procedimentos que efetua, cultivando uma ótica de promoção de

monitorização dosimétrica individual. Neste sentido, revela-se fundamental assumir uma

postura proactiva na reivindicação, implementação e concretização dos seus direitos

enquanto trabalhadora grávida.

_________________________

Diretiva 2013/59/EURATOM do Conselho. Jornal Oficial da União Europeia.

Dendy, P. P., & Heaton, B. (1999). Practical radiation protection and legislation. In Physics for Diagnostic radiology. London: Medical Science Series - Institute of Physics Publishing.

Dowsett, D. J., A.Kenny, P., & Johnston, R. E. (2001). Radiation Protection: Clinical Practise. In The Physics of Diagnostic Imaging. London: Arnold.

Siegel, J. A. (2001). Guide for diagnostic nuclear medicine. Radiation Protection Program. United States of America: Society of Nuclear Medicine.

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Estudo invitro da indução de micronúcleos devido à exposição a

um campo magnético estático de 3 T em linfócitos periféricos

Margarida Pereira1,@, Carina Ladeira2,3,4, Cristina Almeida5, Luís Freire1

1- Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa / IPL

2- Environment and Health Research Group, Escola Superior de Tecnologia da Saúde de

Lisboa – IPL

3- Grupo de Investigação em Genética e Metabolismo, Escola Superior de Tecnologia da

Saúde de Lisboa – IPL

4- Centro de Investigação e Estudos em Saúde Pública, Escola Nacional de Saúde Pública,

ENSP, Universidade Nova de Lisboa.

5- Centro Hospitalar Lisboa Central – Hospital Dª Estefânia

Introdução: Ao longo das últimas décadas, a Ressonância Magnética (RM) evoluiu desde

uma inovação experimental até uma das mais importantes técnicas de imagem médica,

utilizada não só na investigação mas também no diagnóstico de diversas patologias. Esta

evolução constante resultou, em parte, do desenvolvimento de novos equipamentos

capazes de gerar campos magnéticos, estáticos e de gradiente, cada vez mais intensos (1).

No entanto, existe pouca informação sobre os efeitos biológicos nocivos causados pela

exposição a estes campos e os estudos publicados que analisam o seu impacto na

integridade do ADN celular apresentam resultados controversos (2). O estudo in vitro

desenvolvido visou avaliar o efeito de um campo magnético estático de 3 T, utilizado em

RM, na indução de danos no ADN celular através da formação de micronúcleos.

Métodos: Avaliaram-se os danos do ADN em culturas de linfócitos periféricos, colhidos por

venipunctura (três indivíduos adultos de ambos os sexos), através da presença de

micronúcleos, após as culturas terem sido expostas ao referido campo magnético estático

de 3 T de um equipamento de RM.

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A amostra de cada doador foi dividida em 2 tubos, tendo um sido exposto ao campo

magnético estático durante 1 hora e o utilizado como controlo. As amostras foram

colocadas no interior do equipamento de RM, próximo do respectivo isocentro, em que o

campo pode ser considerado homogéneo. Os controlos foram colocados noutra sala do

mesmo edifício, à temperatura ambiente. Posteriormente, procedeu-se à realização do

ensaio dos micronúcleos por bloqueio da citocinese, sendo visualizadas 1000 células por

amostra por um observador experiente ao microscópio ótico composto, com recurso a

óleo de imersão na ampliação de 1000 .

Resultados: De acordo com os resultados obtidos verificou-se um aumento do valor

médio de micronúcleos nas amostras expostas 1 hora a 3 T (19±6.00) comparativamente

com o grupo controlo (10±6.56). No entanto, não foram observadas diferenças

estatisticamente significativas (teste de Mann-Whitney, p=0.2), apesar do aumento de

micronúcleos de 47% no grupo exposto em relação ao de controlo.

Conclusão: Os resultados preliminares obtidos parecem evidenciar um efeito do campo

magnético estático de 3 T na indução de danos no ADN. Contudo, será necessária a

realização de mais ensaios experimentais que permitam a análise dos resultados não só

com outros tempos de exposição mas também com a inclusão de mais amostras.

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(1) McRobbie D.W., (2012). Occupational exposure in MRI. J Radiol;85(1012):293–312.

(2) Reddig A., Fatahi M., Friebe B., Guttek K., Hartig R., Godenschweger F., Roggenbuck D., Ricke J., Reinhold D., Speck O., (2015). Analysis of DNA Double-Strand Breaks and Cytotoxicity after 7 Tesla Magnetic Resonance Imaging of Isolated Human Lymphocytes. PLoS One;10(7):e0132702.

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Abstracts – Posters

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(página deixada em branco)

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Otimização da dose da CT no Protocolo de Aquisição PET/CT

Sara Ferreira1,@, Daniela Nóbrega1, Susana Branco1, Eva Sousa1

1- Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa / IPL, Lisboa.

Na oncologia atual, a PET apresenta um papel importante para a avaliação do

estadiamento e prognóstico de inúmeros tumores. O alinhamento e registo de dados da

PET (imagem funcional) com CT (imagem anatómica) aumenta a qualidade do diagnóstico,

dado que amplifica a delineação anatómica de tecidos hipo- ou hipermetabolizados e

permite uma correção de atenuação, levando a um menor tempo de aquisição das imagens

PET e a uma melhor qualidade de imagem. Contudo, esta técnica introduz maior dose para

o paciente, visto haver “dupla exposição { radiação”, origin|ria quer da PET, quer da CT.

Cada protocolo de CT já tem, por defeito, definido um valor de corrente do tubo (mAs),

sendo que este valor e o valor da voltagem do tubo (kVp), são os responsáveis pela dose

proveniente da CT. Os valores de corrente do tubo são apenas alteráveis conforme o

estudo a realizar. Assim sendo, menor corrente do tubo indica menor dose para o paciente,

para além de que causa menor dano ao alvo no tubo de CT, aumentando a utilidade do

mesmo.

A dose da PET está dependente da atividade administrada, sendo que esta pode ser

ajustada consoante as características físicas do paciente. Todavia, mesmo que se

prolongue o tempo de aquisição, não se consegue otimizar em grande escala este

protocolo, dado que perderíamos informação diagnóstica.

Eticamente, a implementação de um protocolo de redução de dose para pacientes é

perfeitamente justificável. A redução da dose para o paciente na CT é ainda vantajosa a na

medida em que também reduz a dose a que os profissionais estão expostos - exposição

secundária-, que será tanto menor, quanto menor for a radiação primária.

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Com os estudos destes artigos analisou-se de que forma a otimização do protocolo PET/CT

reduziria a dose de radiação que o paciente estaria sujeito, sem afetar a qualidade da

imagem e, por sua vez, o diagnóstico.

Em suma, este póster analisa a relação entre informação obtida por imagem PET/CT e a

dose recebida pelo paciente. Concluísse, então, que o protocolo PET/CT atual pode ser

melhorado, diminuindo a dose para o paciente, sem alteração da informação diagnóstica.

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Deteção do(s) gânglio(s) sentinela no cancro da mama e no

melanoma: 125I-Azul de metileno (125I-MB)

Carlota Leonardo Sousa1,@

1- Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa / IPL, Lisboa.

Objetivo: Com o objetivo de utilizar um composto com rápida drenagem linfática e que

diminuísse a dor associada às injeções dos compostos utilizados na deteção do(s)

gânglio(s) sentinela, estudou-se o 125I-MB que apresenta essas vantagens.

Métodos: Para a realização do poster teve-se por base os artigos referidos na bibliografia,

onde se efetuaram estudos em coelhos e pacientes com cancro da mama.

Resultados e discussão: Os estudos efetuados demonstraram rápida drenagem deste

novo radiofármaco no sistema linfático, quer em coelhos quer em humanos; e com

resultados bastante promissores na deteção do(s) gânglio(s) sentinela. Apresenta como

principais vantagens o facto de aumentar o conforto dos pacientes, porque apenas é

necessária uma administração, ao invés de 2 que são aplicadas na atual técnica, e esta

pode ser efetuada intra-operatoriamente com o paciente anestesiado; e o facto da

exposição à dosimetria associada a este radiofármaco (como seria expetável) ser inferior à

dosimetria associada aos 99mTc-Colóides, o que é vantajoso para o paciente administrado e

profissionais de saúde envolventes. Num estudo efetuado em 2013, duas pacientes

tiveram complicações leves do procedimento: uma paciente teve coloração da pele no local

da injecção de 125I-MB e outra apresentou uma ulceração superficial da pele. A aplicação

deste novo radiofármaco pode ser potenciado com a utilização das recentes câmaras-gama

portáteis.

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Conclusão: O 125I-MB demonstra resultados promissores, podendo vir a ser utilizado na

prática clínica na deteção do(s) gânglio(s) sentinela. Contudo, é importante reportar que

são necessários estudos comparativos entre este novo radiofármaco e 99mTc-colóides e

99mTc-Lymphoseek; e devem ser efetuados novos estudos que determinem os efeitos

secundários do 125I-MB.

_________________________

Stafford S.J. et al. (2007). Development of 125I-Methylene Blue for Sentinel Lymph Node Biopsy. Journal of Surgical Oncology, 95(3), 148–155. http://doi.org/10.1002/jso;

Cundiff, J. D. et al. (2007). A phase I/II trial of 125I methylene blue for one-stage sentinel lymph node biopsy. Ann Surg, 245(2), 290–296. http://doi.org/10.1097/ 01.sla.0000242712.74502.72;

Harkrider, W. W. et al. (2013). An extended phase II trial of iodine-125 methylene blue for sentinel lymph node identification in women with breast cancer. Journal of the American College of Surgeons, 216(4), 596–599. http://doi.org/10.1016/j.jamcollsurg.2012.12.044.

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Avaliação da correlação do nível de PSA e metástase óssea com a

utilização da cintilografia óssea

Saviotti, I.1, Santos, F.1, Gontijo,R.2 ,Guedes, J.3

1- UFMG, Tecnologia em Radiologia, UFMG, Brasil;

2- IMA, Departamento de Anatomia e Imagem, UFMG, Brasil;

3- ELCORDIS, Medicina Nuclear Contagem, Brasil.

Objetivo: No estudo em desenvolvimento, pretende-se verificar a correlação de níveis

elevados de PSA (antígeno prostático específico) com a detecção de metástase óssea pela

Cintilografia Óssea no estadiamento do Câncer de Próstata.

Métodos: Este estudo está sendo realizado na Medicina Nuclear Contagem, sob a

supervisão da Doutora Juliana Barroso Guedes. Os pacientes voluntários recebem um

termo de consentimento livre e esclarecido, no qual são explicados sobre todos os

procedimentos da pesquisa. O radiofármaco utilizado para a aquisição das imagens é o

99mTc-MDP, quando injetado endovenosamente, o MDP-Tc-99m é rapidamente extraído

da circulação, deslocando-se para a superfície dos ossos, provavelmente pela absorção dos

cristais de hidroxiapatita. Fosfonatos complexados com tecnécio- 99-metaestável que tem

afinidade pelo esqueleto, avalia o metabolismo após três horas da injeção de 20 a 30 mCi

do radiofármaco. A eliminação dos fosfatos complexados com tecnécio-99-metaestável

(99m Tc) é feita através dos rins. A partir da aquisição no equipamento Gama-Câmara

Millennium MPR, as imagens foram analisadas e interpretadas como hipóteses

diagnosticas negativo ou positivo para evidências de metástases óssea.

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Na cintilografia óssea a presença de metástase é caracterizada pela captação do anômalo

em áreas assimétricas solitárias ou múltiplas, excluído as áreas de biodistribuição

fisiológica e acumulo do radiotraçador em (traumas, lesões benignas e doenças

degenerativas óssea). Até o momento já foram feitos exames de 20 pacientes. Espera-se

terminar essa pesquisa em Agosto de 2016.

Resultados e discussão: Neste estudo temos resultados parciais que já nos indicam que

pacientes com níveis elevados de PSA (PSA≥20 ng/ml), tem uma maior probabilidade de

possível metástase óssea. Sendo assim havendo uma probabilidade mais baixa de

met|stases ósseas para indivíduos com baixos níveis de PSA (PSA≤20 ng/ml). Com estes

resultados poderemos selecionar os pacientes que necessitariam efetivamente de

cintilografia óssea no estadiamento, para os sistemas de saúde e nas exposições

desnecessárias do paciente a radiação ionizante.

Conclusão: Os resultados obtidos até o momento em concordância com a literatura, levam

a concluir que a cintilografia óssea continua sendo o padrão ouro na detecção de

metástases ósseas no câncer de próstata.

_________________________

Abreu, Benedita Andrade Leal de, Chaves, Gerardo Aguiar, Soares Júnior, José, Abreu, Evandro Leal de, Fontes, Emanuel Augusto de Carvalho, Abreu, Everardo Leal, & Bona, José Wagner. (2005). Cintilografia óssea no câncer de próstata. Radiologia Brasileira, 38(5), 365-369. Retrieved November 19, 2015, from http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext& pid=S010039842005000500011&lng=en&tlng=pt.

Hironaka, F.H., Sapienza, M.T., Ono, C. R., Lima, M. S., Buchpiguel C.A. (2012). Medicina Nuclear: Princípios e Aplicações. São Paulo: Atheneu.

Simal,C.(2012). Medicina Nuclear. Belo Horizonte: Folium.

Wojciech, Szot, Magdalena Kostkiewicz, Joanna Zając, Alfred Owoc, Iwona Bojar. (2014). Prostate cancer in patients from rural and suburban areas – PSA value, Gleason score and presence of metastases in bone scan. Annals of Agricultural and Environmental Medicine, 21(4), 888–892. Retrieved November 19, 2015, from http://www.ncbi.nlm.nih.gov/ pubmed/ 25528940.

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Avaliação da Proteção Radiológica na Unidade de Hemodinâmica

do Hospital de Santa Marta

Maria Rodrigues1,@, Patrick Sousa2, Maria João Manzano1

1- CHLC,EPE - Centro Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E., Área de Saúde Ocupacional,

Hospital de Santa Marta, Rua de Santa Marta, 1169-024 Lisboa

2- UAlg, Universidade do Algarve, Campus de Gambelas, 8005-139 Faro

Objetivo: Realizou-se a avaliação da radiação dispersa nas três salas de radiologia de

intervenção da Unidade de Hemodinâmica do Hospital de Santa Marta, de modo a garantir

as condições de segurança radiológica da instalação e assegurar que a exposição dos

trabalhadores seja tão baixa quanto razoavelmente possível.

Métodos: O método de avaliação consistiu na medição contínua da taxa de dose de

exposição externa à radiação ionizante, nas três salas de intervenção e nas áreas

adjacentes, recorrendo a um contador de radiação.

O nível de exposição à radiação dos trabalhadores, que se encontram a uma distância fixa

do isocentro do arco cirúrgico, foi estimado e normalizado aplicando a lei do inverso do

quadrado da distância.

Resultados e discussão: A taxa de dose média de exposição à radiação X dispersa medida

nas salas 1, 2 e 3 foi de 6,73μGy/h, 12,83μGy/h e 2,59μGy/h, a 2,8m, 3,5m e 2,4m do

isocentro do lado da cabeceira do arco em C, respectivamente. Os valores registados

classificam as salas de intervenção como zonas controladas, onde é possível que a

exposição a que os trabalhadores estão sujeitos possa ultrapassar 6mSv/ano. Para a carga

de funcionamento e fator de ocupação registados estima-se uma taxa de dose de exposição

à radiação dispersa de 0,11mSv/semana na área adjacente à sala 2 (local de

armazenamento dos consumíveis de enfermagem), quando a porta da sala, que se

encontra alinhada com o isocentro, está aberta. Este nível de radiação classifica a zona

como área vigiada.

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Conclusão: Os valores de dose de exposição registados classificam todos os profissionais

que permanecem nas salas como trabalhadores de categoria A (Decreto-Lei nº222/2008).

O uso de aventais de chumbo, colares de tiroide e dosímetros individuais são obrigatórios

para todos os trabalhadores que permanecem nas salas durante as radioscopias.

Devido ao tipo de prática de radiodiagnóstico realizada, onde é necessário a permanência

do trabalhador exposto (essencialmente médicos) na proximidade do campo de exposição

e analisando os registos dosimétricos anteriores dos profissionais, foi recomendado a

utilização de dois dosímetros de corpo inteiro, de leitura trimestral. O dosímetro interno é

utilizado por dentro do avental plumbífero e o dosímetro externo é utilizado por fora do

avental, de forma a estimar a dose recebida nas partes do corpo não protegidas.

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National Council on Radiation Protection and Measurements (NCRP) Report No. 147, Structural Shielding Design for Medical X-Ray Imaging Facilities, 2004

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Exposição Ocupacional em Medicina Nuclear em Portugal

Carlota Leonardo Sousa1,@, Rita Alves Oliveira1, Helena Delgado1, Maria

Raminhas Carapinha1

1- Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa / IPL, Lisboa.

Objetivo: Com o objetivo de proceder à revisão da literatura referente à exposição

ocupacional na área de Medicina Nuclear em Portugal, procedeu-se à leitura de diversos

artigos científicos referentes ao tema.

Métodos: Para a realização do poster teve-se por base as referências mencionadas na

bibliografia.

Resultados e discussão: Os Técnicos de Medicina Nuclear constituem profissionais

versáteis que desempenham diversas funções relacionadas com a prática em Medicina

Nuclear. As diferenças dosimétricas observadas entre Técnicos, pertencentes a

departamentos diferentes, devem-se provavelmente às caraterísticas de cada instituição

(oferta de serviços, recursos humanos disponíveis, formação e competências). Os

procedimentos de PET contribuem para o aumento da dosimetria ocupacional dos

Técnicos que mais frequentemente realizam esta técnica, facto que enfatiza a importância

de assegurar que todos os membros que realizam estas técnicas possuam informação

adequada no que concerne à otimização da proteção contra a radiação neste tipo de

procedimentos. A relação encontrada entre os Técnicos mais jovens e a frequente

utilização de protetores de seringa demonstra um papel importante das áreas curriculares

lecionadas academicamente nos últimos anos. Técnicos com uma longa experiência

profissional tendem a ser menos cuidadosos e a deixar de parte aspectos importantes na

proteção contra a radiação nas suas práticas quotidianas.

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Conclusão: A limitada adoção de práticas essenciais de proteção contra a radiação em

ambientes clínicos sugere uma quebra entre os deveres e responsabilidades do

empregador/ empregado. Sugere também a incapacidade das entidades reguladoras para

apoiarem, auditarem e fazerem cumprir a aplicação de regulamentos das práticas clínicas

em Medicina Nuclear. O auto-conhecimento de práticas associadas à proteção contra a

radiação não se reflete na prática clínica diária.

_________________________

Martins, M. B., Alves, J. G., Abrantes, J. N., & Roda, a. R. (2006). Occupational exposure in nuclear medicine in Portugal in the 1999-2003 period. Radiation Protection Dosimetry, 125(1-4), 130–134.

Neves, D., Vale, F. F., & Pascoal, A. (2012). The profile and practice of nuclear medicine technologists in Portugal: findings from a nationwide survey. Nuclear Medicine Communications, 33(12), 1277–86.

Vaz, P., Madruga, M. J., & Carvalho, F. (2010). Exposição Ocupacional em Portugal (Ano 2000 a 2006). Relatório UPSR-A, no34/10.

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Quantificação da Eficiência da Protecção da Tiróide no exame de

Ortopantomografia

Cláudia Luís1,@

1- Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa / IPL, Lisboa.

Objectivos: Os objetivos principais deste trabalho consistiram no registo da dose à

entrada da pele (DEP) ao nível da tiróide de pacientes que efetuaram o exame de

ortopantomografia, e verificar se existe diferença nessa dose com a colocação da proteção

da tiróide através de um colar cervical de chumbo, verificando assim a eficiência desta

protecção.

Métodos: Os valores de DEP medidos neste estudo, a nível da tiróide, foram comparados

aos valores propostos pelas European Guidelines (0,7 mGy). Dos pacientes que efetuaram o

exame de ortopantomografia foi medida a DEP através de uma câmara de ionização

cilíndrica e de um eletrómetro, ao nível da tiróide. Em metade da amostra foi medida a

DEP a nível da tiróide sem proteção e a restante metade da amostra foi medida essa

mesma dose com proteção da tiróide, um colar cervical (proteção de chumbo da tiróide) e

verificada a diferença entre valores. Foram também produzidos fantomas de diferentes

diâmetros, simulando assim os diferentes diâmetros de pescoço, sendo também medida a

DEP com e sem protecção da tiróide.

Resultados e discussão: Os resultados das doses absorvidas nos pacientes sem proteção

da tiróide variaram entre 0,0251 e 0,0839 mGy e as doses com proteção da tiróide

variaram entre 0,0139 e 0,0476 mGy. Os resultados das doses absorvidas nos fantomas

sem proteção da tiróide variaram entre 0,0051 e 0,0325 mGy e as doses com proteção da

tiróide variaram entre 0,0028 e 0,0164 mGy.

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Existe uma grande eficiência da proteção da tiróide utilizando o colar cervical de chumbo,

tanto nos exames realizados nos pacientes como nos testes realizados nos fantomas, sendo

a percentagem de redução média da dose obtida cerca de 46%.

Conclusão: Foi verificada que a evolução da tecnologia e dos equipamentos permite uma

melhoria dos parâmetros e uma menor dose recebida pelos pacientes, visto que a clínica

que apresenta os maiores valores de dose tem o equipamento mais antigo e a clínica que

apresenta os menores valores de dose absorvida, o mais recente. Este estudo permitiu

ainda verificar que as doses recolhidas são inferiores aos valores de dose propostos pelas

European Guidelines, não esquecendo que este valor diz respeito ao valor de dose máxima

e é medido no occipital.

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Avaliação da Viabilidade Miocárdica Pós-Enfarte: Gated-SPECT vs

Gated-PET

S. Figueiredo1, D. Costa2, B. Martins1, L. Vieira1

1 – Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa / IPL, Lisboa

2 – Fundação Champalimaud, Lisboa

Introdução: Este estudo foi desenvolvido no âmbito do trabalho final de Mestrado em

Medicina Nuclear da ESTeSL-IPL, 1ª Edição, biénio 2011-2013. A técnica de Gated-SPECT

(G-SPECT) com agentes tecneciados, utilizando protocolos esforço-repouso, apresenta

alguma controvérsia metodológica para estudo da viabilidade, particularmente em

populações com DVE grave pós-enfarte agudo do miocárdio (EAM)1,2. Por outro lado, a

PET com 18F-FDG (Fluoro-2-desoxi-D-glucose), utilizando unicamente o protocolo de

repouso, tem sido aplicada a fim de diferenciar miocárdio hibernante de miocárdio não-

viável1,2. Contudo a sua aplicação é limitada e carece de validação experimental em

Portugal.

Objectivo: O objectivo geral deste projecto consistiu em avaliar qual das modalidades, G-

SPECT ou G-PET/CT 18F-FDG mais contribui para o estudo da viabilidade miocárdica, em

doentes pós-enfarte. Especificamente, pretendeu-se analisar e comparar os parâmetros

funcionais (globais e regionais) do VE, em esforço e em repouso, por G-SPECT e por G-

PET/CT 18F-FDG, e avaliar a extensão de miocárdio viável versus não-viável, pela diferença

de imagens G-SPECT e G-PET/CT 18F-FDG, em repouso e esforço.

Material e Métodos: Para a SPECT utilizou-se o protocolo de 1 dia esforço-repouso, com

Bruce modificado, utilizando uma Câmara-Gama Brightview, Philips. Na PET utilizou-se

um protocolo com controlo da glicémia pré-administração de 18F-FDG, sendo as imagens

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de repouso e esforço (sob dobutamina) adquiridas através de um tomógrafo PET-CT

Gemini TOF Philips, Modo 3D, Gated-List Mode, 8-bin. Para reconstrução e quantificação

dos dados recorreu-se a uma Workstation EBW NM v.4, utilizando o algoritmo iterativo

3D-RAMLA (v 9.1) e o software QPET®, com segmentação do VE por aproximação ao

modelo clássico cilindro-esfera.

Resultados: Foi possível obter 2 casos-piloto preliminares, através desta metodologia

protocolar G-PET/CT 18F-FDG. Obtiveram-se os cortes tomográficos clássicos HLA, VLA e

SA, os parâmetros funcionais globais e regionais do VE, e os mapas polares de fase e

amplitude.

Conclusão: Pelos dois casos preliminares obtidos, é possível constatar a viabilidade da

metodologia proposta para a G-PET/CT 18F-FDG. No entanto, a reproductibilidade dos

dados carece de uma amostra de maiores dimensões. Pretendemos por isso, estimular o

interesse na área da cardiologia nuclear utilizando esta inovadora metodologia PET sob-

esforço, de forma a que seja possível criar algoritmos terapêuticos adequados a estas

populações específicas.

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1. Bengel FM, Higuchi T, Javadi MS, Lautamäki R. Cardiac Positron Emission Tomography. Journal of the American College of Cardiology. 2009;54(1):1-15.

2. Machac J. Cardiac positron emission tomography imaging. Semin Nucl Med. 2005 Jan;35(1):17-36.

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Avaliação da produção científica no Mestrado em Radiações

Aplicadas às Tecnologias da Saúde e seus contributos para a

Protecção Radiológica

Nuno Teixeira1,@, Maria Margarida Ribeiro1, Margarida Eiras1, Luís Lança1,

Nuno Machado 1, Maria Raminhas Carapinha1, Gilda Cunha1, Susana Branco1,

Luís Freire1

1 – Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa / IPL, Lisboa

Objetivo: Com este trabalho pretende-se evidenciar o contributo do Mestrado em

Radiações Aplicadas às Tecnologias da Saúde ao longo de cinco edições no âmbito da

investigação aplicada em Proteção Radiológica.

Métodos: Fez-se uma revisão retrospectiva dos múltiplos trabalhos finais do mestrado

RATeS já terminados, selecionaram-se aqueles cujo âmbito versava a Proteção e Segurança

Radiológica e realizou-se uma avaliação crítica dos mesmos.

Resultados e discussão: Uma percentagem importante dos trabalhos terminados no

âmbito do mestrado RATeS foi realizada em áreas que que estão no âmbito da Proteção e

Segurança Radiológica, mais concretamente, 16 trabalhos. A maioria dos trabalhos

terminou com nota elevada, tendo vários dado origem a artigos científicos, apresentações

em conferências e pósteres. Destaca-se ainda o facto de após terem concluído o mestrado,

vários alunos terem optado por continuar o seu percurso académico através da realização

de doutoramentos. Realça-se também o trabalho dos membros do Conselho de Mestrado

relacionados com a Proteção e Segurança Radiológica no apoio a estudantes de outros

mestrados.

Conclusões: A quantidade e qualidade dos trabalhos acima mencionados mostra uma

produção que é relevante, particularmente porque envolve geralmente estudantes e

profissionais que estão a trabalhar diretamente em áreas que utilizam radiações na saúde.

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