1926 - abril

Upload: rogeriogiusto

Post on 17-Feb-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/23/2019 1926 - abril

    1/20

    RRReeevvviiissstttaaaDDDhhhrrraaannnDhran n 4 Abril de 1926 Ano II

    Redator : Ccero dos Santos

    1

    SUMRIO

    A QUESTO IMPORTANTE DA VINDA DO INSTRUTOR

    A MSICA YIOGI

    SOCIEDADE DHRAN

    SHAMBALLAH H. J. Souza

    AOS DHARANIANOS E OUTROS INTERESSADOS OS DEZ DEVERES OU MANDAMENTOS DO MANU

    AOS QUE ME COMPREENDEM Justus

    Ilustrao: foto

    Legenda:

    A Imagem da Esmeralda

    VERA SALVATORIS NOSTRI EFFIGIES AO IMITATIONEM IMAGINISSMARAGOO INCIS IVSSV TIBERII CSARIS QVD SMARAGOO POSTEA EXTHESAVRO CONSTANTINOPOLITANO TVRGARVM IMPERATOR INNOCENTIVM VIIIPONT. MAX. ROM. DONAVIT PRO REDIMENDO FRATRE CHRISTIANIS CAPTIVO 1.

    A QUESTO IMPORTANTE DA VINDA DO INSTRUTOR

    Embora a tolerncia e respeito que Dhran vem pregando e praticando desde oincio da misso espinhosa que lhe foi confiada, no pode, de modo algum, assistirimpvida e de braos cruzados, a luta inglria que se vem travando no mundo

    Espiritualista, devido questo momentosa da Vinda do Supremo Instrutor dos homens edas religies.

    De fato, o ano atual vem comprovando o prognstico de nosso Diretor-Chefe, noseu artigo: O Futuro prximo do Mundo, onde diz que o ano da guerra religiosa.

    Infelizmente, os fatos e cousas levam-nos a tomar parte ativa nela, por se tratar deum assunto importantssimo, que tambm faz parte da nossa misso.

    Em se tratando de crenas, a Tolerncia, acompanhada de seu irmo gmeo oRespeito, uma obrigao que deve existir, no s entre os que se dizem Espiritualistas,como tambm entre os que praticam os mais comesinhos princpios de educao.

    No entanto, a questo atual que serve de tema de discusso, sai por completo,dessa esfera de proceder, por ser um fato rarssimo na histria da humanidade e mais doque tudo, por afetar diretamente as crenas e ideais de todos os homens, fazendo ruir porterra todos os preconceitos sociais, morais, filosficos, etc, etc.

    Muito ao contrrio do que se pensa por a, a misso de Dhran, consagrar,reunir, ajustar todas as mentes, para o grande desideratum A Paz entre todos oshomens pelo conhecimento do Eu interior e o desbravamento do Caminho da Vida, para oAdvento do Supremo Instrutor do Mundo.

    Este privilgio no , absolutamente, nosso, mas de todos os credos, de todos oshomens que, havendo compreendido, desejem prestar apoio Obra mais sublime da raaatual.

    1Traduo pg. 12 da Revista Nesta transcrio, procure o ttulo A imagem da esmeralda para ler a traduo

  • 7/23/2019 1926 - abril

    2/20

    RRReeevvviiissstttaaaDDDhhhrrraaannnDhran n 4 Abril de 1926 Ano II

    Redator : Ccero dos Santos

    2

    Todos ns somos filhos do mesmo Pai, e por isso mesmo, embora em camposdiferentes, trabalhamos todos para o mesmo Senhor e, um dia, reunidos, receberemos osalrio das Suas Mos dentro da mesma Morada.

    Mas, infelizmente, Dhran s tem encontrado apoio entre rarssimosEspiritualistas sinceros, ou na simplicidade dos justos e bons, devido ridcula pretensode cada qual querer possuir o privilgio de ser o nico portador da Verdade Divina.

    O mundo no tendo atingido o limite mximo de sua evoluo setenria, por issomesmo, a Verdade absoluta s reside no valiosssimo Escrnio de Parabrahm, poissomente ele o ONISCIENTE, ONIPOTENTE, ONIPRESENTE. Aquele que pensar aocontrrio, o mais ignorante de todos os homens.

    Dhran, quer creiam ou no, uma Obra divina, porque foi criada por OrdemSuperior; e, por isso mesmo, no se afastar uma linha sequer da trajetria traada pelosseus nicos e Verdadeiros Dirigentes Seus Mestres.

    E da, embora a tristeza que lhe vai na alma, a obrigatoriedade de tomar parte ativanessa questo que vem empolgando a todos os homens que se interessam por assuntosmais elevados.

    Comecemos: elaboram em erro grave, aqueles que negam a Vinda do SupremoInstrutor, pois a prpria Bblia um conjunto de asseres nesse sentido.

    Elaboram em erro muito mais grave ainda, aqueles que afirmam a sua Vindaimediata, marcando dia, hora e... pessoa na qual vai ser feito o AVATAR 2, isto , emquem no no possui absolutamente as caractersticas indispensveis a semelhanteGRAA.

    Para que essa pardia da Vinda do Instrutor, obedecendo a todos os detalhes davida de Jesus, o Cristo, inclusive os doze apstolos?

    O painel grandioso do Martrio do Glgota, no precisa ser retocado por mos

    profanas, a fim de alcanar maior valor entre os apreciadores das obras antigas. Muito aocontrrio, sairia um borro inesttico e grosseiro, pela inoportunidade da poca, ondeno mais se crucifica um Justo e Bom pelo simples motivo de querer salvar a humanidadesofredora. Um Buddha ou mesmo um Boddhisatwa, no tem necessidade de repetir amesma misso, pois isso seria improfcuo em uma outra poca, em uma outra raa maisevoluda.

    Passemos a personalidade do protagonista: Jesus, o humilde filho de umcarpinteiro, aos doze anos j discutia com os doutores nos templos, sem nunca terfrequentado escolas, nem academias.

    Mas diro: Krishnamurti escreveu (?) nesta mesma idade (nova pardia), oopsculo Aos ps do Mestre! No queremos, absolutamente, negar a autoria da ditaobra, mas perguntar se isso suficiente para comprovao da sua mente de Iluminado.Porque, obedecendo a todos os detalhes da vida do primeiro, no falou ele entre osnossos sbios da atualidade? Ser possvel que ele s tivesse falado para a TheTheosophical Society? E, ainda mais, como estando ele em condies de servir deveculo ao Christo, necessita de frequentar a Academia de Oxford (no falando nas liescom Mr. Sandow, o Professor de ginstica, etc.) para, ento, possuir o dom da palavra evir falar em pblico?

    Uma pergunta inocente: entre o bondoso Krishnamurti (Alcyone), que necessitafrequentar escolas e academias e o pequeno TUN TYINE (Tun quer dizer: LUZ), omenino prodgio, como apelidado na ndia, e que com a idade de cinco anos apenas,

    2 Avatar (snscrito) Encarnao divina. A descida de um Ser elevado e livre j do renascimento. Krishna foi avatar deAvalokiteshvara, e assim por diante.

  • 7/23/2019 1926 - abril

    3/20

    RRReeevvviiissstttaaaDDDhhhrrraaannnDhran n 4 Abril de 1926 Ano II

    Redator : Ccero dos Santos

    3

    em Rangoon e outras cidades e vilas, vem maravilhando as multides, qual o que est emmelhores condies de receber o Mestre dos Mestres?

    O primeiro frequenta academias; o segundo, com uma idade insignificante, filho deum humilde pescador, ignorante por completo, sobe a um caixo e com a palavra de umIluminado, comenta os textos religiosos, sociais, morais e legais e ensina o bom pensar eas maneiras dignas de viver. Analisa os captulos mais delicados do Buddhismo e, neste

    momento, transfigura-se. J no mais o pequeno e humilde filho de um pescador, mas osbio e extraordinrio Iluminado, em cujo interior vibra a Voz Divina, o Seu VerdadeiroMestre.

    Dhran no quer, absolutamente, afirmar que seja neste que vai ser feitoAVATAR do Mestre. Dhran deseja, unicamente, fazer um estudo comparativo e lgico,entre as duas personalidades em destaque.

    Mas, infelizmente, o outro vir, de qualquer modo, no ano vindouro, para pregaraquilo que a The Theosophical Society, j vem pregando, isto , Catolicismo liberal,Maonaria, Co-Maonaria, Buddhismo e umas quantas outras cousas, para acabar deconfundir esta pobre raa infelicitada, j nos ltimos extertores de vida.

    Para que mais a Sua Vinda se os Seus apstolos, nicos e verdadeiros, j falaramantes Dele?

    Falta um outro complemento para a pardia: os sinais astrolgicos, acompanhadosdos seus respectivos trs Reis Magos 3.

    Dizem que eles (sinais) j foram vistos; mas o que no resta a menor dvida queno resto do mundo existem centenas de astrlogos que conhecem o estado do cu, nomomento em que Jesus, o Christo, veio ao mundo. Podemos afirmar que, nada,absolutamente nada, encontrado na Astrologia cabalstica ou judiciria, que venhademonstrar a vinda imediatade um Ser Elevado.

    Eis o motivo dessa debandada que de h tempos se vem fazendo na SociedadeTeosfica, entre pessoas ajuizadas e sinceras, at mesmo, entre os Maiores Mestres doOcultismo, como sejam, Rudolf Steiner, Sinett, etc., etc.

    Ns no queremos, absolutamente, desprestigiar Mrs. Annie Besant, nem outroqualquer, e quem tal pensar, lendo estas linhas, estar sujeito ao axioma latino Ligere etnon intelligere... Ns procuramos, nica e exclusivamente, entenda-se bem, defender aMisso do Mestre, isto , pugnar pelo prprio progresso espiritual da humanidade.

    A Presidente atual da Sociedade Teosfica a maior cerebrao da atualidade, anosso ver, mas isso no motivo para que ela, de uma sensitividade como ningumoutro, no esteja sujeita a erros, ou cair, como a mosca indefesa, na teia habilmentepreparada pelos maiores inimigos do Verdadeiro Espiritualismo: Os Magos Negros.

    Seno, vejamos: Annie Besant havia renunciado ao Cristianismo em 1872; em1884 aplaudia calorosamente a filiao do Charles Bradlaugh, o materialista, no GrandeOriente de Frana. Em 1886, lendo o Mundo Oculto de Sinett, procurou dedicar-se atodos os assuntos esotricos e da as vises, os sonhos e os espectros. Nessa ocasio,W. T. Stead, que dirigia ainda a Pall Mall Gazette, julga ser-lhe til, dando-lhe a ler aDoutrina Secreta de Helena P. Blavatsky. Em 1889, acompanhada pelo socialista HerbertBurrows, membro da Sociedade Teosfica, apresenta-se a Blavatsky, que a recebe com omais gracioso sorriso. A fascinao foi tal que, voltando ela para a sua residncia eencontrando-se s, ouve uma voz que lhe diz: A luz est prxima. Ento, corre a abraarBlavatsky, faz-se teosofista e pe-se de joelhos diante dela... O seu amigo, Mr. G. W.

    Foot, diretor do Freethinker, escreveu a seu respeito: Ela no tem o dom da3 Outrora, a Magia ou Ocultismo era considerada a Cincia Real, e como tal, aqueles que tinham adquirido todos os seusconhecimentos, serem intitulados de Magos Reais. Eis porque se denomina de Reis Magos, as personagens da Bblia, e no porquefossem reis de fato, senhores de reinos ou imprios.

  • 7/23/2019 1926 - abril

    4/20

    RRReeevvviiissstttaaaDDDhhhrrraaannnDhran n 4 Abril de 1926 Ano II

    Redator : Ccero dos Santos

    4

    originalidade: est merc das suas emoes e especialmente das dos seus ltimosamigos. Em seguida, as magnetizaes e preparaes psquicas que lhe foram feitas porHerbert Burrows, tornaram-na uma paciente fcil de ser dominada.

    Blavatsky, por sua vez, empregou todo o seu prestgio de fascinao a fim de atra-la para a Sociedade Teosfica, por encontrar nela uma auxiliar apropriada para os seustrabalhos. Solovioff reconheceu perfeitamente que Blavatsky era dotada de um grande

    poder de fascinao, de uma espcie de magnetismo que atraa com uma forairresistvel... 4

    O prprio Olcott escreveu: Ningum fascinava melhor do que ela, quando queria...Do mesmo modo, Mrs. Annie Besant deixou-se enganar, prestando-se a sermagnetizada por Gyanendra N. Chacravarti, fundador da Yoga Somaj, o qual foipublicamente denunciado como agente dos Magos Negros por Mr. Judge, chefe daSociedade Teosfica Americana. Em Janeiro de 1894, Annie Besant entrouinconscientemente na trama que explico... A trama existe entre os Magos Negros quelutam contra os Magos Brancos 5.

    Claro que se Mrs. Annie Besant foi a sensitiva (sujet ou paciente) que j ficou

    demonstrado com provas irrefutveis, o que no ser ela aos 78 anos de idade?Eis porque Dhran no pode, de modo algum, assim como centenas de

    Teosofistas esparsos pelo mundo, levar em considerao uma misso, embora entregueem mos de uma verdadeira cerebrao e alma grandiosa (atributos estes que ningumtem o direito de lhe negar), mas cuja sensitividade e falta de domnio prprio, como j odisseram muitos outros, tornam-na um simples joguete inconscientemente em mospoderosssimas, mas desgraadamente profanas, que procuram obstar o progressoespiritual da Humanidade.

    Direis vs: E por que motivos o Verdadeiro no procura obstar esse enganoterrvel?

    Meus amigos, temos certeza absoluta de que vs outros como ns, deveis saberque Aqueles que alcanaram a Bem-aventurana do Nirvana (chamemos de Morada doPai), preferiram, no entanto, abandon-LA com todas as suas delcias e grandezas, paravirem chafurdar-se no lodaal imenso de nosso planeta, ipso facto, esto sujeitos s Leisdo Karma Universal e, portanto, a todas as intercorrncias que Lhes possam advir,inclusive a que na sua frente aparea o anticristo da Bblia (isso no com referncia,absolutamente, a Krishnamurti).

    O que mais nos admira a falta de compreenso em pessoas que to bem sabempregar o desenvolvimento de Manas Superior!

    Porm, Ele, o Verdadeiro, continuar na Sua Santa Morada em Shamballah, entre

    os Bhante-Yaul, profanado, ridicularizado, face pendida, mas de braos erguidos, naposio de Mestre dos Mestres, dando o Seu Eterno perdo para todos ns, mserascriaturas que ainda no O sabemos reconhecer dentro de nossos prprios coraes.

    Aqueles que Lhe poderiam e podero, ainda, prestar relevantssimos servios,trabalham, no entanto, na convico da verdade, e como tal, so obreiros do mesmoEdifcio, so apstolos da mesma Obra.

    Dentro daquela mesma Morada, Loto Sagrado, em cujas ptalas perfumosas elindas oculta a Prola Sublime, Lgrima de Dor cada dos Olhos de Parabrahm no mundopara o salvar de uma runa imediata, uma outra Obra est sendo criada, e da qual SeteRaios de Luz j se espalham em Sete Pases diferentes para que, ao em vez de doze

    apstolos apenas, (escolhidos entre indos, ingleses e franceses) encontre-os aos

    4A Modern Priestess of isis, pg. 2205Circular dirigida por W. Q. Judge s Lojas Teosficas, em Novembro de 1894.

  • 7/23/2019 1926 - abril

    5/20

    RRReeevvviiissstttaaaDDDhhhrrraaannnDhran n 4 Abril de 1926 Ano II

    Redator : Ccero dos Santos

    5

    milhares que O sabero reconhecer como se reconhecem os bons frutos pelas boasrvores.

    Essa e ser a Misso de Paz, de Luz, de Amor e de Progresso entre todos oshomens. Quanto a J. Krishnamurti, o inofensivo e bondoso indo, nada perdeu com o papeltraioeiro que lhe coube, pois serviu, talvez, para descontar Karma passado e... quemsabe, ter uma outra misso no menos sublime, no menos grandiosa dentro da

    Verdadeira Misso do Boddhisatva atual, se no tiver o fim de seu irmo J. Nityananda(Mizar), que estava apontado para a mesma, e no entanto, j no mais existe.

    Ele, o Buddha 6, baixar ao Mundo, quer queiram, quer no, mas em dia, hora epessoa no designados, tal como Ele prprio o disse: ... Mas do dia e da hora, ningum osabe, nem os anjos do cu, mas somente o Pai 7.

    Aquele que viver at l, o saber e... ento, at mesmo os que no trabalharampela Sua Obra, mas sinceros nas suas convices, encontraram-NO dentro de si prpriospelo carter elevado, em harmonia com Ele, prestaram indiretamente auxlio VerdadeiraObra do Bem, e como tal, tambm sero chamados.

    Dhran tem certeza absoluta da maneira pela qual vo ser recebidas as suas

    palavras, porm ela, at hoje, ainda no preocupou-se com o sorriso de desdm eencolher de ombros com que aqueles que se julgam nicos senhores da Verdade,receberam a sua Misso no Brasil.

    Magister dixit... afirmaro eles. Dhran repete as mesmas palavras; MAGISTERDIXIT.

    Caminhemos, pois, por Veredas diferentes e dia vir em que todos ns seremosunidosAos Ps do Mestre.

    PAZ, LUZ e PROGRESSO para toda a Humanidade.

    O DIA DO LOTOEm 8 de Maio prximo, Dhran vai comemorar a passagem para os planos

    Superiores, dAquele grande Ego que teve o nome de H. P. Blavatsky, por meio de umasesso pblica, s 20 horas, na sua sede social, e para a qual so convidados todos osque at hoje ainda veneram e respeitam a sua memria.

    A MSICA YOGI

    A msica oriental est baseada inteiramente em princpios filosficos e espirituais.

    A msica inda, por exemplo, teve como inventor a Mahadeva, o Senhor dos Yogis, sendoParvati, a sua amada consorte, quem a executava. Tambm Krishna, a encarnaodivina, foi um msico experiente que encantava com as melodias de sua flauta aosMundos e para que os yogis danassem sob o encanto de sua msica; esteentretenimento foi chamado Raslila, a execuo musical sagrada.

    Bharata muni, o santo indo maior, foi o primeiro autor de obras musicais. Msticoscomo Nardae Tumbara, etc, foram grandes msicos. O Cu dos indos se supe ser a

    6Buddha (snscrito) Sbio ou Iluminado.7 S. Matheus, XXIV, 36 Nota: outras passagens da Bblia onde a sua volta anunciada e que tambm comprovam as nossaspalavras sobre o momento.

    Apocalipse, XVI, 15 Eis aqui, eu venho como ladro. Bem-aventurado o que vela...Santiago, V, 7, 8, 9 Pois, irmos, tende pacincia at a vinda do Senhor...So Matheus, XXIV, 42 Velai, pois, porque no sabeis a que hora h de vir vosso Senhor...2 So Pedro, III, 10 Mas o dia do Senhor vir como ladro na noite.Epstola de So Joo, II, 28 E agora, filhinhos, perseverai nEle, para que quando aparecer, tenhamos confiana, no sejamosenganados na pessoa de outro.

  • 7/23/2019 1926 - abril

    6/20

    RRReeevvviiissstttaaaDDDhhhrrraaannnDhran n 4 Abril de 1926 Ano II

    Redator : Ccero dos Santos

    6

    Grande pera do Mundo espiritual, donde Indra, o Deus dos Cus, se diverte ante oclssico canto de Ghandarvase a dansaApsaras(os msicos do Cu). A msica chama-se Sam Veda, a Deusa do Conhecimento e da Literatura, e tambm Saraswati, que ogrande adorador de Veena. Tudo isto mostra que todo o sistema da Religio e Filosofiasindas, est baseado na Cincia das Vibraes. por este motivo que se lhes d o nomede Nada Brahm(o SOM DEUS).

    Segundo o ponto de vista cientfico e filosfico, uma verdade que as vibraesmanifestam sua atividade onipresente. Como diz o sufi Shams Tabraz, em sua poesiasobre a Criao: todo o mistrio do Universo reside no Som. Este fato est consignado noAlcoro assim como na Bblia.

    As vibraes finas atravs de suas vrias atividades, densificaram-se em diversosgraus, que formam os diferentes planos de existncia e terminam na manifestao fsica.As vibraes espirituais convertem-se em fsicas no seu aspecto mais grosseiro, assimcomo a gua transforma-se em neve debaixo de certas condies. A maior atividadematerializa as vibraes e a menor, eteriza-as. Isto demonstra que esprito e matria soo mesmo no sentido mais elevado. Do mesmo modo que o esprito na sua descida se

    converte em matria pela lei das Vibraes, tambm existe a possibilidade de que amatria eleve-se para o esprito.

    Os grandes yogis (iogues) e sufis sempre alcanaram seus fins por meio dasprticas da Yoga ou Kasab a fim de obterem o mais elevado estado de perfeio,eterizando-se a si mesmo pelo conhecimento das vibraes.

    O som material dos instrumentos ou a voz produzida pelos rgos humanos dosom, nos revela realmente o Som Universal das Esferas, que no se pode ouvir nemconhecer, a no ser que cada qual procure eterizar-se o bastante para se apartar dosentido da audio e poder, assim, ouvir o mais sutil som do abstrato, pondo-se nomesmo diapaso com ele, o que se chama Anhada Nada pelos yogis e Santi samadhipelos sufis.

    A pessoa que se interessa pela msica, geralmente sutiliza-se por virtude desta ese as circunstncias lho permitem, a Arte Musical a conduz ao mais elevado Mundo doSom, que exercer um grande efeito de arrebatamento sobre ela.

    Os sufis se transportam e se perdem neste Som chamando-o de Masti(xtase). Ospoderes psquicos e ocultos vm por si mesmos depois deles experimentarem estacondio de xtase, e todo o conhecimento da existncia visvel e invisvel se lhesaparece. Esta beatitude de felicidade e paz, s proveitosa aos yogis e sufis interessadosna divina arte da msica.

    Quase todos os grandes msicos do Oriente, chegaram a grandes Santos, pelo

    poder da msica. Os ltimos grandes msicos da ndia, como Jansene Moula Bux, foramum belo exemplo de perfeio espiritual alcanado atravs da cincia musical.

    Prof. INAYAT KHAN

    Da Ordem dos Sufis

    (Trad. do espanhol)

    RECEBEMOS E AGRADECEMOS

    O atencioso convite do tattwaAor(da Capital Federal), para comparecermos sua

    Festa Espiritual, realizada no dia 5 do corrente, no edifcio de sua sede. Como srecebssemos a comunicao no dia 6 pela manh, no pde ser correspondida a gentilsolicitao.

  • 7/23/2019 1926 - abril

    7/20

    RRReeevvviiissstttaaaDDDhhhrrraaannnDhran n 4 Abril de 1926 Ano II

    Redator : Ccero dos Santos

    7

    A remessa do peridico A Verdade, rgo do Centro Esprita Henrique Jos deMello, de Vitria, no E. do Esprito Santo.

    A Capital, dirio matutino que se publica em Niteri.

    RESPOSTAS S CONSULTAS

    Inmeras pessoas nos tm endereado, por escrito e verbalmente, justas e bemfundadas perguntas acerca da misso de Dhran no Brasil. Dizemos justas e bemfundadas perguntas porque elas constituem os pormenores e os nfimos detalhes quedeviam ser subentendidos nas explicaes generalizadas das nossas confernciaspblicas e particulares, aulas, artigos escritos em vrios jornais e, muito principalmente,nas Mensagens dos Nossos Venerveis Mestres.

    Vamos procurar dar, agora, to explcitamente quanto nos for possvel, emlinguagem ch, as explicaes das perguntas mais comumente feitas. A mais frequente

    esta:P Que Dhran?

    R Esta pergunta se subdivide em duas: Dhran (palavra), sem snscrito, querdizer concentrao. Na prtica da YOGA de Patanjali, a intensa e perfeitaConcentrao da mente em algum objeto interno, excluindo completamente opensamento de todo e qualquer outro de natureza externa. Ns precisvamos ter umnome e por isso escolhemos este. Poderamos pr um outro qualquer, por exemplo:Sociedade Sanatana, Sociedade Fraternista, etc... Demos, porm, aquele e os Mestresaprovaram. Vejamos, agora, Dhran como sociedade, agremiao, lugar de reunies.Neste aspecto, ela recebeu a incumbncia de educar, preparar o estado mental dos seus

    irmos em humanidade, aqui no Brasil. E como este preparo s poderia ser sob o pontode vista espiritual, demos-lhe o sobrenome ou subttulo de Mental-Espiritualista.

    P Que quer dizer RAMA, e porque?

    R Rama quer dizer: agncia, dependncia, filial, objetos ou cousassubordinadas a algum ou a algum lugar; tambm uma palavra snscrita. A SociedadeDhran foi simultaneamente criada com outras seis (espalhadas pelo mundo), por umaConfraria Buddhista que tem sede em uma das cidades sagradas do Norte das ndias edo Tibete, na sia. As outras esto respectivamente situadas no Egito, Japo, ndia,Amrica do Norte, Rssia e Alemanha. Ocupamos o quinto lugar nessa distribuio.

    P Por que h esta diferena de Irmos Maiores e Irmos Menores entre os scios

    de Dhran?R Porque a Confraria que nos dirige e assite assiduamente deseja preparar os

    homens (pelo menos no Brasil, que a parte que nos interessa), para receberemconscientemente as revelaes e os acontecimentos que, dentro em pouco, tero comoteatro o mundo que habitamos. Da a preliminar indispensvel da educao mental,exigindo que a Sociedade Dhran dividisse os seus ensinos em duas partes distintas:exotrica, para os scios que ingressam completamente alheios s suas funeshumanas e sociais na vida, e outra parte esotrica, onde os scios que j conseguirampenetrar nos fundamentos da Obra da Confraria, mostrem consciente eespontaneamente, vontade de nela colaborar.

    P Posso pertencer a Dhran, embora no aceite a idia da vinda deInstrutores?

  • 7/23/2019 1926 - abril

    8/20

    RRReeevvviiissstttaaaDDDhhhrrraaannnDhran n 4 Abril de 1926 Ano II

    Redator : Ccero dos Santos

    8

    R S ter a lucrar com isto. Ficar na Parte Exotrica da Sociedade, educando oseu mental a fim de se tornar realmente um homem simtrico, isto , tanto quantopossvel, perfeito. Aprender a estabelecer relaes de retido e justia para com todosos seres vivos, e principalmente a estimular pelo esforo prprio, as qualidades que oaproximaro muito de Deus, a Perfeio, a Verdade, sem precisar do auxlio ou do apoiodos Instrutores de Raas e Religies. Tudo depende do esforoe da vontade.

    P Por que h todos os dias 27 de cada ms, consagrao de Irmos Buddhistas?Que significa isto e o que tem isto com a Obra de Dhran?

    R Porque sendo Buddhistas as Confrarias que determinaram a fundao deDhran, buddhistas devem ser os que recebem os Seus ensinos. Alm disto, em umadelas, est a Centelha Viva e Sagrada de um Buddha, que em tempo oportuno, seagregar aos homens sem esforo e sem vontade para progredir, para marchar diante daatual humanidade a fim de estimul-los com bondade, resignao e carinho, aprosseguirem na vereda estreita e pedregosa da vida.

    P Como vai Dhran iniciar esta apregoada educao mental dos scios, nomeio da balbrdia bibliogrfica dos mtodos, os mais disparatados e multiformes, dos

    livros j existentes para o mesmo fim?R Dhran no vai iniciar; Dhran j iniciou a escolha dos mtodos que,

    procedentes, embora de vrios pases e de diversos autores, possam por uma seleoescrupulosa, adaptar-se ao Brasil e aos brasileiros. O rigor consiste em uniformizar oensino e comear pelo princpio. Em vez do scio de Dhran passar os olhos pelosseduzentes catlogos de Obras de Ocultismoe encomendar um Dogma e Ritual de AltaMagia (por exemplo), ele iniciar a sua aprendizagem numa recapitulao perfeita dosseus conhecimentos de Fsica, Qumica, Histria Natural e tudo quanto sirva de veculopara conduzir a sua mente do estado inferior para o superior. Como ridculo ouvir-setantas e tantas pessoas de elevada cultura falar em tridentes de Paracelso, baguetamgica, pentculos e talisms, sem saberem de que lado est e para que serve obaono seu corpo fsico, o que uma vibrao, ou ento, o que sejam o Magnetismo e aGravitao!...

    P Por que que Dhran tem Santurio com luz, imagens de Gautama e deJesus, mantendo Sacerdotizas e queimando perfumes nos dias de reunio?

    R O Santurio o lugar sagrado de asseioepureza, porque ali (no Santurio), que recebemos a visita astral dos nossos Bondosos Dirigentes. A luz acesapermanentemente simboliza o Fogo Sagrado do nosso esforo e vontade que jamaisdever se extinguir dentro de Ns mesmos. As imagens dos Senhores Gautama e Jesusso objetos externos em que depomos os nossos pensamentos a fim de sermosconduzidos com mais presteza e retido aos objetos internosque eles representam. Assacerdotizas que mantm (materialmente) o Fogo e os Perfumes Sagrados, fazem partedo Ritual que o Buddhismo do Norte exige no interior dos Santurios de Suas Ramas.Quem conhece teoria das vibraesno desconhece o valordos objetos sagrados, meroscondutores ou veiculadores de nossa Mente...

    P Mas, aqui no Rio, existem outras Sociedades que mantm Santurios,sacerdotizas, etc, etc.

    R Dhran desconhece por completo a Misso das demais Sociedades queassim procedem, ou por terem misso completamente diferente, ou porque, infelizmente,s depois da fundao de Dhran, comearam a pulular por todos os cantos, sessescom bailados, msica e toda essa balbrdia inexplicvel que se vem notando por toda

    parte. Sobre esse assunto, j o nosso Diretor-Chefe teve ocasio de manifestar a suaopinio no nmero anterior da revista Dhran.

  • 7/23/2019 1926 - abril

    9/20

    RRReeevvviiissstttaaaDDDhhhrrraaannnDhran n 4 Abril de 1926 Ano II

    Redator : Ccero dos Santos

    9

    Dhran pede que todas as dvidas e incompreenses a respeito de Dhran,como Sociedade Mental-Espiritualista, 5 Rama das Confrarias Buddhistas do Norte dasndias e do Tibete, bem como dos seus fins e dos meios para realiz-los, nos sejamdirigidas por escrito ou verbalmente, para as competentes respostas que daremos com amais viva satisfao.

    SOCIEDADE DHRAN

    Realizou-se, domingo ltimo, na sede desta sociedade ocultista, a festa de carterpblico, dedicada aos seus Verdadeiros Dirigentes Espirituais e que constou de umatraente e interessante programa dividido em duas partes.

    A primeira constou da realizao do seu Ritual obrigatrio, que consiste namanuteno de uma corrente mental permanente, de fraternidade, em prol da PazUniversal e a segunda, obedecendo ao seguinte programa:

    1) Matemtica transcendental, pelo Prof. Dr. Manoel Soares Ornella, nmero

    interessantssimo, onde o hbil e emrito matemtico teve ocasio de fazer publicamenteo desdobramento das suas personalidades consciente e subconsciente, fenmenoeste que s debaixo do nome de clarividncia poderia ser bem explicado ecompreendido.

    2) Corroborao positiva pela matemtica da existncia da quarta dimenso,pelo Sr. Dr. Caetano de Oliveira, lente da Escola Politcnica e que, com linguagem fcil eelegante, explicou satisfatoriamente a existncia da quarta dimenso. O conferencista,que fez apenas os estudos preliminares daquela seo da Matemtica, salientou adiferena entre a quarta dimenso e a quarta direo, mostrando as diferenas e asanalogias einsteiniana e euclidiana, dizendo que conforme as coordenadas tiradas doobservador, do espao e do tempo, as dimenses poderiam ser 5 , 6 , at chegarem a umnmero infinito de dimenses.

    3) Conferncia do Comandante Ccero dos Santos sobre os seguintes temas:

    O Segredo das Esfinges nos pncaros do Himalaia: a frmula da fabricaodo ouro revelada;

    O concurso da Cincia e os zelos da Religio;

    O Paradoxo Divino e a Maldade dos Deuses;

    Dhran ante a Liga das Naes;

    O Caminho da Paz e a Alvorada de Fraternidade; Os trabalhos de Hrcules e a Chave de Scrates;

    Saudao Final.

    A solenidade teve ainda a inesperada saudao do sr. Tito Celso, Representanteda Loja Teosfica Damodar, feita com muita elevao e com muita propriedade, calcadanos princpios de amor e tolerncia.

    A Cruzada Espiritualista se fez representar pelo seu esforado organizador e atualpresidente, Sr. Gustavo de Macedo, o acatado espiritualista que sob o nome de Frei

    Solanus, tanto e tanto tm feito pelos ideais destes abnegados servidores de Deus.Todos os conferencistas foram muito aplaudidos.

  • 7/23/2019 1926 - abril

    10/20

    RRReeevvviiissstttaaaDDDhhhrrraaannnDhran n 4 Abril de 1926 Ano II

    Redator : Ccero dos Santos

    10

    A festa terminou com a execuo do Hino Dhran, cantado pelos dhraninospresentes e executado pelo seu autor, o insgne maestro Eduardo Souto, que tambm seachava presente bela solenidade.

    Transcrevemos na ntegra a conferncia do Comandante Ccero dos Santos,Diretor-social de Dhran:

    Depois das belas palavras que acabaram de ser proferidas pelo eminente eprofundo investigador da cincia de Pitgoras, sinto uma invencvel e natural inrcia paraseduzir tambm a vossa ateno, prendendo-a com linguagem flgida e sugestiva, noassunto da presente palestra.

    Os cenrios e os personagens da minha narrativa, acham-se abandonados nosdesertos maninhos do antigo continente, longnquas paragens asfixiantes do sol, sencontram refrigrio no tumultuar bravio das vagas dum Oceano que se encontra perto.

    para as figuras legendrias desses habitantes, tendo dos homens, a confirmaoplstica dos corpos dos animais primitivos, a impetuosidade bravia de uma raa e dosdeuses, a grandeza misteriosa de uma histria, que eu desejo fazer convergir o vossopensamento.

    Para a realizao do meu intento, conto com a vossa benevolncia, pois a pobrezados recursos oratrios, em que sempre a minha linguagem desfalece, precisa de umagenerosa acolhida para ter originalidade.

    E assim, quando levantardes os vossos olhos displicentes, passando em revista odeserto onde vos encontrais mentalmente, defrontar-vos-eis com um dos famosos egigantescos monstros de pedra, cujo corpo de touro, com asas de guia, garras de leo ecabea e seios de mulher, vivem h mais de dez mil anos interrogando os homens acercados seus destinos, com a mesma frieza e impassibilidade dos que ouviam o terrvelquestionrio, sem saberem responder. Quando, porm, o interpelado respondiasatisfatoriamente ao questionrio: Quem s? De onde vens? Para onde vais?,

    dizendo: Eu sou Deus, vim de Deus e vou para Deus!, e fixava o monstro, querendoperscrutar-lhe a essncia e o interesse da proposio, recebia o ultimtum final: Ou tume decifras ou eu te devoro!

    E ai daquele que pela sua ignorncia ou timidez, se conservasse silencioso!Desapareceria imediatamente na voragem inquietadora daqueles ventres esfaimados.

    Cumpro agora com um dever de lealdade, advertindo-vos que a humanidadeinteira, recebe pelo nascimento, a obrigatoriedade da resposta ao Enigma e que sobre anatureza deste, ningum se manifesta nas paragens em que nos achamos.

    Vejamos se a Cincia pode vir em nosso auxlio.

    Dando as costas Esfinge, teremos em nossa frente uma Pirmide de pedra, emcujo vrtice colocaremos o nosso olhar. Prolongando-o agora em linha reta pelo espaoafora, iremos descobrir o ponto culminante do globo terrestre, situado na sia e cujascoordenadas geogrficas esto demarcadas no mapa da intuio.

    As paragens que nos cercam parecero inspitas e solitrias, mas se reparardesbem no delicioso lugar onde nos encontramos, descobrireis vastas plancies, respeitveismosteiros e pacficos habitantes.

    No interior desses vetustos edifcios, residem os modernos alquimistas, osincansveis e maravilhosos operrios que no penoso e rduo trabalho dos seus fornos,arrancam dos cadinhos incandecidos, OURO macio e valioso, produzido peloamlgama dos metais inferiores e pobres.

    No difcil penetrar no segredo das retortas, arrancando do seu fundo o ouroconvertido. Eis o seu processo: De transmutatione metallorum et tempore eorum Pg. 777.

  • 7/23/2019 1926 - abril

    11/20

    RRReeevvviiissstttaaaDDDhhhrrraaannnDhran n 4 Abril de 1926 Ano II

    Redator : Ccero dos Santos

    11

    Chumbo metal pardacento, pesado e frio, por ele se faz passar uma centelhatrmica, cujo calor, tenha o potencial bastante para o liquefazer. Nesse estado de fuso,ele fica apto para receber os grmens da prata, que foi preparada sob a influncia deMercrio, obtendo-se no resfriamento da massa, um cogulo amarelo, de pequenaspropores, porque as cinzas resultantes so desprezadas. Um tomo de ouroprimitivo (que se fixou segundo os signos planetrios) transformar ou transmutar o

    cogulo obtido em ouro macio e puro, cujo peso atmico e demais coeficientesespecficos, revelam a pureza daquele metal, voltando toda a massa ao seu volume epeso primitivos...

    O que o Homem?, perguntou a Esfinge.

    uma jazida de chumbo, porque o seu corpo fsico no ter nunca umaexpresso de vitalidade, se permanecer como um animal, sem a tepidez, o brilho e aconscincia do seu valor. Os grmens da prata, so as vibraes de sua alma,sempre branca, mas nem sempre pura, porque passando por trs etapas sucessivas deevoluo, deve transformar os instintos humanos em sentimentos divinos, quando acentelha trmicado Esprito nico, atravessando todos os seres da Criao, fluidific-

    los, colocando-os num estado de passividade que torne possvel receber o progresso, atransformao que assim lhes foi assinalada. A influncia de Mercrio, indica aintuio que todos ns, pouco a pouco, iremos tendo para, com esforo prprio, tentaraquela transformao.

    O cogulo amarelo obtido o estado mental em que iniciaremos os estudospara aperfeioar o nosso desenvolvimento, at que um tomo de ouro transforme todaaquela massa de chumbo em ouro puro, isto , at que a palavra de um Mestrechegue aos nossos ouvidos e nos faa compreender a nossa origem Divina!

    Como vdes, meus caros irmos e amigos, desejamos repartir convosco ostomos de ouro que temos recebido, a fim de que, possuidores destas maravilhosaspartculas, possais por vosso turno, realizar tambm a fabricao daquele nobremetal.

    com o mais vivo empenho que pretendemos fazer chegar aos ouvidos de todosos brasileiros, sem distino de sexo, posio ou crena, a frmula sagrada do misteriosolaboratrio!... Desejamos interessar a todos quantos investigam com honestidade, osfenmenos transcendentes da Vida, procurando com superior critrio, o princpio e o fimda Natureza e do Homem, nesta Obra Sublime de Alquimia Mental!

    Que nos importa que a Cincia exija as provas dos fatos e a identidade dosMestres?

    Ofender-se-ia porventura a nossa suscetibilidade se sentados nossa mesa de

    repasto, pedissem que mostrssemos as rvores de onde colhemos os frutos? Quemostrssemos a vide de onde procede o vinho que bebemos? Que mostrssemos osanimais ou as plantas que cederam os vesturio e o calado? Tais identidades, j no seacham plenamente estabelecidas pela aplicao e utilidade dos produtos retirados?

    Onde esto, perguntam, os Venerveis Mestresde Dhran?...

    A resposta to simples que dispensa a repetio: Na obra do Bem que Dhranest propagando!...

    Ensinaram-nos os Mestres: que os Homens so deuses embrionrios. Que adespeito das nossas faltas e dos nosso erros, permanece em ns a Centelha Divina. Queperdoando-nos reciprocamente tais imperfeies, mediante a prtica de atos de

    Fraternidade, deixaremos de ser deuses maldosos, para nos tornarmos homensperfeitos.

    No implorando a Deus que nos assista nos momentos de amargura edesespero, rogando-Lhe que desa at ns, para nos prometer o triunfo nas Guerras ou

  • 7/23/2019 1926 - abril

    12/20

    RRReeevvviiissstttaaaDDDhhhrrraaannnDhran n 4 Abril de 1926 Ano II

    Redator : Ccero dos Santos

    12

    fortalecer-nos o brao homicida, levantado contra a vida, a honra e os direitos dos nossossemelhantes na Paz, que damos testemunho da nossa F religiosa. Mas, sim, elevando-nos, subindo at as alturas onde aquele Deus se encontra, para Lhe pedirmos comhumildade sincera, que pelo Amor, nos converta em Homens e pelo Perdo, nostransforme em Deuses!...

    Esta a obra de Dhran, que esperamos ver compreendida e aceita por todos

    quantos saibam reconhecer pelos frutos, a qualidade da rvore que os produz...Amor, fraternidade, perdo... palavras ocas como a prpria existncia, onde o

    homem luta com as mesmas nsias de um nufrago!...

    Sim, meus queridos irmos, o amor, a fraternidade e o perdo, que soretumbantemente apregoados pelas religies eminentemente crists, existem, fato,porm, exarados em letra de forma, no platonismo dos compndios de catecismo e naafetada humildade das polmicas!... Exagero! Clamais, figuras de retrica, frases feitas deorador para embevecer a complacncia dos auditrios, mas, eu vos replico com provasesmagadoras, apontando-vos a Liga das Naes!

    Que vdes l? A reproduo plagiria das Fbulas de La Fontaine, e onde todas as

    naes que tomaram parte na conflagrao europia, justificam o concurso dado maisclebre e mais famosa de todas as caadas humanas, com os argumentos faceciososdo Macaco... mas, recusando-se a abandonar a cobiada carnia, sem a posse dasquotas do Leo!...

    E quando o pranteado e saudoso Presidente Wilson, levando no seu coraodesprevenido de visionrio, a frmulabendita da Paz, exps as condies honrosasem que esta devia ser feita, fez estremecer de pavor aquela Assemblia de felinos!...Repudiaram unanimemente um acordo pacfico, que lhes vedava tripudiar sobre osangue, sobre a misria e sobre a desonra da outra parte da humanidade!

    Devo acrescentar, porm, que o malogro da filantrpica tentativa, serviu apenas

    para definir caracteres. Cobriu de benos e de glrias o autor daquela idia, entregandoos dissidentes ao juzo insuspeito da Histria.

    Mas a Semente da Paz, levada to longe e com tanto carinho, h de crescer emedrar em algum trecho adubado, do ingrato e sfaro terreno.

    Dhran e as suas seis co-irms distribudas pelo mundo, como dnamospoderosos de incalculvel valor, irradiar pelas mentes dos seus associados, assimreunidos, ondas etricas de Paz, pensamentos permanentes de Amor, vibraespotentssimas de Luz, devas celestiais de Fraternidade, que mais tarde ou mais cedo,no importa a poca, conseguiro humanizar a alma universal, dos inconscientesrefratrios realizao da nossa divindade!

    Sete raios sublimes de Luz, anunciam nesse momento ao Mundo, os primeirosalbores da Nova Aurora de Fraternidade! Coube ao Brasil a excelsa honra de ser o 5Raio. E se algum de vs mais ousado e curioso, elevar os olhos para o SOL que os emite,ser de novo transportado aos pncaros do Himalaia, para da descortinar o pas deShamballah, onde a Confrariados Bhante Jaul, desde o comeo do mundo, instalou asua sede.

    Se vos fosse permitido ingressar no recinto desse Santurio, os vossos olhosdeslumbrar-se-iam, contemplando a formosura indescritvel dum Loto Sagrado, ondesete prolas purssimas no alvor e feitio, balouam-se docemente como lgrimas deorvalho, espera dum sopro irreverente da brisa, para que a mais bela de todas, caia

    inesperadamente, sem bulcio e sem queixumes, na terra impura e grosseira do jardim!...J compreendestes, carssimos irmos e amigos, que se trata de uma Confraria

    Buddhista do Oriente...

  • 7/23/2019 1926 - abril

    13/20

    RRReeevvviiissstttaaaDDDhhhrrraaannnDhran n 4 Abril de 1926 Ano II

    Redator : Ccero dos Santos

    13

    J adivinhastes que a prola tombada, ser o advento de um BUDHA no seio daHumanidade, para ajudar aos homens a trilharem o Caminho da Paz, se eles persistiremem se atirar s tontas, nas macegas da Vereda...

    J vos conformastes com a idia de que as luzes dos Sete Raios, so verdadeirosfaris balizando os parcis invisveis a fim de que no sossobre a nau humanadesarvorada e sem leme, cuja salvao nica reside na percia do esperado timoneiro...

    Sete pases, por enquanto, empunhando cada um o seu remo, envidam todos osesforos para encorajar os passageiros e no comprometer a integridade do barco.

    Hrcules no teve empreitada mais rude! Em compensao, enquanto ele salvavao seu pessoal prestgio, ns somos incumbidos de salvaguardar o prprio prestgio deDeus!

    E foroso confessar que a mais difcil de todas as tarefas, que a mais ingrata e amais desanimosa incumbncia a homens cometida , sem dvida, a de associar humanascriaturas a fim de lhes pedir o reconhecimento de sua prpria divindade. Dir-se-a queeles se comprazem com a sua natureza de chumbo para se pouparem aos trabalhos nofogo crepitante indispensvel a uma auto-transmutao em ouro!...

    Vem a propsito contar-vos a fbula de Indra, que como sabeis, um deus damitologia hindu.

    Gozava Indra, com outros deuses, a bem-aventurana eterna do Olimpo,contemplando aqui embaixo o grand guignol da existncia humana, quando teve aseguinte extravagante idia: renascer na terra no corpo dum suno! Riram-se os deusesda pilheria e perguntaram-lhe como havia pensado semelhante disparate. Respondeu-lhes Indra, a sorrir, que desejava ter apenas a sensao do contraste, quando seencontrasse habitando como Deus que era, o corpo de um to nojento animal. E assimfalando realizou a estranha e absurda metempsicose. Chafurdado em uma pocilga, Indra,que agora era uma porca avantajada, me de cinco leitezinhos, desfrutava as delcias

    daquele imundo viver.Temeram os deuses a demora da prova e vieram lembr-lo da convenincia do

    eplogo, mas Indra, grunhindo sonolenta e regaladamente, espojado na lama,amamentava os filhotes, deixando-se ficar. Debalde tentaram os outros deuses dissuadi-lo da perigosa experincia. O deus-suno grunhia displicente.

    Temendo os riscos a que se sujeitara o seu companheiro, os deuses mataram oanimal e alaram ao Olimpo o experimentador imprudente, que muito se admirou dateimosia em que permanecera, prolongando por tanto tempo, a prova terrvel!...

    Apliquemos fbula o aforismo de Scrates: Nopse te ipsum Conhece-te a timesmo e no faremos a menor objeo em descobrir e reconhecer dentro dos nossos

    corpos de animal, a centelha divina de um Indraobstinado!Humildes operrios de uma Obra, que segundo os nossos Mestres , no momento,

    a expresso derradeira da vontade do Nosso Pai Celestial, os filhos de Dhran erguembem alto o pensamento e numa vibrao harmoniosa de Amor e Gratido, depositam umsculo respeitoso no p calcado pelas sandlias dos Seus Mestres!

    Compadecidos do estado mrbido em que se acha a mentalidade humana eabandonando as glrias espirituais e o nirvnico resplendor que desfrutavam no Celestialcontato com Parabrahm, num gesto de abnegada renncia, que todas as nossasexistncias somadas, jamais podero retribuir, estas anglicas criaturas estendem a suamo protetora e amiga para nos salvar a todos, da horrvel catstrofe que nos espera.

    E no entanto, o nico merecimento em que se apia o providencial auxlio, resideapenas na nossa vontade de aceit-lo.

  • 7/23/2019 1926 - abril

    14/20

    RRReeevvviiissstttaaaDDDhhhrrraaannnDhran n 4 Abril de 1926 Ano II

    Redator : Ccero dos Santos

    14

    Permiti, pois, oh! Sublimes Seres Benfazejos, que a vossa piedade nos caibasempre como preciosa herana, a fim de que possamos levar avante a delicada missoque nos confiastes!

    Impedi com as vossas luzes, que as vibraes da Sombra, possam incandescer asplmbeas almas, das jazidas humanas, antes de se transformarem em depsitosaurferos, ou seja, a realizao deste Sonho, ainda quimrico, de conduzir os homens,

    pela Fraternidade, atravs do Caminho da Perfeio!...

    PTALAS DE LOTO...

    No permitas que os raios do sol ardente sequem uma s lgrima de dor nosolhos do aflito, antes que tu mesmo a tenhas enxugado.

    S como o sndalo, que perfuma mesmo o machado que o fere. Ajuda a Naturezae trabalha com ela, e a Natureza te considerar como um dos seus criadores e teobedecer.

    Nada desejes. No te irrites contra o Karma nem contra as leis imutveis daNatureza. Combate unicamente o pessoal, o transitrio, efmero e perecedor.

    Destri os teus erros, fazendo-os emudecer para sempre, antes de galgares oprimeiro degrau da escada.

    A IMAGEM DA ESMERALDA

    esta a traduo da legenda latina do clich da nossa primeira pgina:

    Verdadeira efgie de nosso Salvador, cpia da imagem gravada em umaesmeralda, por ordem de Tibrio Cezar e que depois, foi retirada do tesouroconstantinopolitano, pelo imperador dos turcos e, por este, oferecida ao PontficeInocncio VIII, para remir a seu irmo cativo dos cristos.

    SHAMBALLAH(Dedicado a H. P. B.)

    tu, irmo amado que vais ler estas linhas, como discpulo que s dos Mestres!Presta ateno ao Velrio que vai rasgar-se diante dos teus olhos, para apresentar ocenrio magnificente do Maior Santurio do mundo: o pas de SHAMBALLA.

    Como profano que s, mister se faz que te banhes em todos os rios sagrados poronde passares, em cujo seio j foram recebidos os corpos desses semideuses que levamos nomes de Mahatmas, de Sufis, de Arhats, de Bodhisatvas e at mesmo de Buddhas,porque ndia tua ptria, a ptria de todos os homens, de todas as religies e filosofias;e, porque no afirmar de todas as lnguas.

    Se queres transpor as cordilheiras do Himalaia, perfuma-te primeiro com osunguentos mais valiosos que conheceres e despe-te de todo pensamento impuro,esquecendo Ptria, famlia, e at a prpria vida.

    Eis que diante de teus olhos admirados, surge o Grande Deserto de Gobi. Para edescala as tuas sandlias, beijando trs vezes o p, porque ests pisando a PtriaSagrada dos Deuses.

  • 7/23/2019 1926 - abril

    15/20

    RRReeevvviiissstttaaaDDDhhhrrraaannnDhran n 4 Abril de 1926 Ano II

    Redator : Ccero dos Santos

    15

    Desde esse momento, comeaste a aspirar o perfume inebriante do Loto Sagradoque se oculta majestoso e belo dentro da Cidade Eterna.

    Dize mais uma vez, um ltimo adeus ao horizonte imenso onde desapareceramtodas as tuas aspiraes terrenas, porm, no te voltes mais, se de fato queresprosseguir na tua jornada de peregrino. Reflete bem, irmo amado, que jamais humanascriaturas ousaram pisar essas paragens inspitas, reminiscncias do passado grandioso

    de uma raa.J ouviste falar na harmonia dos sons? J sentistes as vibraes puras e divinas

    do AUM Sagrado, que repercute em todas as cousas? No estranhes esta linguagem seela nova para os teus ouvidos; ou volve os teus passos se ela te confunde ou atemoriza.

    Seca as tuas lgrimas passadas e ri, mas com o sorriso interno dos que no levammais o pesado fardo do Karma individual, mas sim, do Karma Universal.

    Ouo-te a indagares de ti mesmo: que melodia esta, to estranha, mas tosublime que se assemelha a um Coro Serfico, acompanhado pela Lira maravilhosa deOrfeu e secundada pelos Versos doirados de Pitgoras, pelas ltimas palavras de Jesus,o Cristo, a exalar o seu ltimo suspiro; pelo doura e compaixo de akyamuni; pela

    brandura e Sabedoria de Rama-Krishna; pelos Grandes Ensinamentos de Lao-Ts, deZoroastro, de Herms, de Apolnio de Tiana? E este novo rudo estranho, como um ritmocadenciado de um bailado mstico, executado por vaporosas Sacerdotizas, quealimentam, talvez, o Fogo Sagrado de algum Templo Nirvnico?

    De fato, alguns passos mais e estars diante das intransponveis muralhassagradas de um Pas at hoje desconhecido Templo de Luz e de Amor.

    Estar o teu corpo fatigado! Ter ele fome ou sede! Se assim , ainda podesretroceder, porque ali, embora sendo o Templo da Vida, morre-se de fome ou de sede,porque o alimento e a gua cristalina ali existentes s alimentam e saciam aqueles quetm fome e sede de Luz.

    Palcio suntuoso e belo, no pode ser penetrado por ps profanos, nem mesmopelos Reis e senhores do mundo. Se desejas ser escravo dos Reis Divinos, ou mesmo, ses um humilde peregrino que nada espera da vida terrena, mas somente Amor e Verdade,encoraja-te e ousa bater com o teu basto contra a sua Porta de Ouro e... quem sabe,poders ser recebido.

    Lembra-te, apenas, que aquele lugar o Reflexo do Nirvana no Mundo, e l, spenetram aqueles que O encontraram dentro de seus prprios coraes.

    Pobre de ti, alma peregrina! Volve os teus passos e aguarda uma outra ocasiomais propcia para seres recebida naquele PAS SAGRADO.

    Pensa e sofre comigo, meditando nas seguintes palavras: SHAMBALLA! PasSagrado onde o Amor puro tem o seu verdadeiro Trono, guardado por Aqueles que levamo nome de Bhante-Youl! Bero Divino de Jesus, o Cristo; de Zoroastro; de Maitreya; deHerms; de Rama-Krishna; de akyamuni e todos estes Reis Divinos que de tempos emtempos, vm iluminar as mentes humanas, ou melhor, nasceram em uma nova Yugapara restabelecimento da Lei, s Bendita por toda a Eternidade.

    J que no me foi dado transpr as grandes barreiras que me separam de Ti,consente ao menos que eu possa conservar em todo o meu ser, o perfume suave do LotoSagrado que ocultas com tanto zelo e carinho, dentro do Teu Santurio de Amor. E tu,Maha-Chohan, o Maior de Seus Filhos, perdoa a minha profanao pronunciando o Teu

    Nome, ou se as minhas palavras, por um instante, foram perturbar o Teu Grande Sonhode Amor pelos homens, prestes a ser realizado! A tua Guarda avanada, o Senhor Teshu-Lama, no Seu Retiro Privado, pressentindo a minha presena profana, fez com que o

  • 7/23/2019 1926 - abril

    16/20

    RRReeevvviiissstttaaaDDDhhhrrraaannnDhran n 4 Abril de 1926 Ano II

    Redator : Ccero dos Santos

    16

    caminho at ento esclarecido pela melhor das esperanas, fosse obscurecido por noser eu digno nem merecedor de tamanha graa. Loto Sagrado, abre as tuas ptalasperfumosas e belas e deixa cair sobre o mundo, a Prola Divina, desprendida dos Olhosde Parabrahm, pela Sua Eterna Dor pelos homens, para que estes sejam benditos com aTua Presena.

    Permite, ao menos que na Tua descida do Nirvana ao Mundo, Eu possa

    reconhecer-Te entre os muitos que viro, em Teu Nome, pelo perfume que um dia aspireiperto da Tua Morada e por aquela Msica transcendente que os meus ouvidos jamaiscessaro de ouvir.

    Pobre de ti, leitor amado, se no houveres compreendido estas palavras! Nestecaso, prefervel no conservares esta pgina, mas sim, lev-la ao fogo e espalhares assuas cinzas na superfcie de um lago tranquilo, para que em uma poca futura, acontemples a sua extraordinria metamorfose, em: ROSAS DAS GUAS LOTUSBRANCOS E AZUIS, QUE EMERGIRAM DO FUNDO, ELEVADAS PARA A LUZ!

    H. J. Souza

    AOS QUE SOFREM

    Por Ordem Superior, a Sociedade Dhran manter de ora avante, todas assegundas e sextas-feiras, uma Corrente Mental a favor de todos aqueles que se achemsob qualquer manifestao de sofrimento fsico ou moral. Aqueles que quiserem sercontemplado com vibraes de Paz, de Amor, de Luz e de Progresso, no tm mais doque escrever para a sede social, Rua General Andrade Neves, n 305, em Niteri, E. doRio, fazendo seu pedido, acompanhado de um envelope devidamente endereado e

    selado para a resposta.

    A Diretoria

    AOS DHARANIANOS E OUTROS INTERESSADOS

    Dhran faz ciente que, por Ordem dos Seus nicos e Verdadeiros Dirigentes, deora avante, todas as suas reunies sero de carter EXOTRICO, menos as de 27 de

    cada ms.Nas reunies Exotricas, tratar-se-, em primeiro lugar: do desenvolvimento das

    mentes de seus associados, comeando pelas noes preliminares da Cincia OficialFsica, Qumica, Histria Natural, etc, etc, at abordar a Cincia Eterna e Sagrada dosIluminados; e finalmente, todos os outros pontos que condizem com a sua Misso entre oPovo Brasileiro.

    Alm dessas reunies, Dhran abrir as suas portas ao pblico, todos osprimeiros Domingos de cada ms, promovendo Conferncias Pblicas, dissertaes,sempre com o Concurso e boa vontade dos que hajam compreendido a Sua Obra e lhequeiram emprestar maior realce.

    Devido um mal entendido a nosso respeito, no Mundo Espiritualista, Dhran vemhoje, pelas colunas de sua humilde revista, explicar a razo de ser das suas sessespblicas, primitivas e que foram a causa de que os seus dirigentes fossem taxados defanticos, de loucos, e todos esses eptetos sublimes, com que atualmente os

  • 7/23/2019 1926 - abril

    17/20

    RRReeevvviiissstttaaaDDDhhhrrraaannnDhran n 4 Abril de 1926 Ano II

    Redator : Ccero dos Santos

    17

    espiritualistas se mimoseiam, por um simples sport ou defendendo o seu deus, por serdiferente ou a sua Misso mais elevada, mais verdadeirado que a dos outros.

    Dhran, de fato, teve que demonstrar ao homem essa eterna criana que no secontenta com as maravilhas da Grande Magia Natural, nem com a sua prpria gnese oudo planeta onde habita, exigindo, constantemente, provas e mais provas para firmar a suacrena em determinada cousa ou fato.

    O grande Ego que se chamou Helena Petrovna Blavatsky, praticou o que o vulgochama de milagre, e por isso, sofreu horrivelmente e at hoje, porque no dizer, mesmoentre os Senhores Teosofistas, no foi bem compreendido.

    Outros Iluminados tiveram a mesma sorte inclusive, o prprio Jesus, o Cristo, queno foi outro o motivo da Sua Paixo e Morte.

    Cremos, desse modo, ter dado a devida explicao, no receosos do juzo queainda se faa a nosso respeito, mas por um dever de salvaguardar a Obra Grandiosa quenos foi confiada.

    A Diretoria

    OS DEZ DEVERES OU MANDAMENTOS DO MANU

    1 Pacincia. Contentamento.

    2 Perdo. Corresponder ao mal com o bem.

    3 Moderao. Expandir os sentidos com a maior temperana.

    4 Abster-se de ser ambicioso.

    5 Purificao da alma e do corpo.6 Fiscalizao sobre os sentidos.

    7 Adquirir o Conhecimento. A Sabedoria dos livros sagrados.

    8 Aquisio do Conhecimento da Alma Superior.

    9 Ser verdadeiro. Repudiar o engano e a mentira.

    10 Dominar a ira, para destru-la.

    Se folhearmos o Pratimoksha Sutra(livro de preceitos religiosos dos buddhistas), lencontraremos os dez mandamentos seguintes:

    1 No matars a nenhum ser vivente.

    2 No roubars.3 No quebrars o teu voto de castidade.

    4 No mentirs.

    5 No revelars os segredos alheios.

    6 No desejars a morte dos teus inimigos.

    7 No cobiars as riquezas de ningum.

    8 No pronunciars palavras injuriosas e obscenas.

    9 No sers indolente.

    10 No aceitars ouro ou prata. (No trabalhars com o fito na recompensa).

    Mestre, perguntaram a Jesus, que farei para alcanar a vida eterna?

  • 7/23/2019 1926 - abril

    18/20

    RRReeevvviiissstttaaaDDDhhhrrraaannnDhran n 4 Abril de 1926 Ano II

    Redator : Ccero dos Santos

    18

    Pratica os mandamentos, foi a resposta.

    E quais so eles?

    No matars, no cometers adultrio, no roubars, no sustentars falsostestemunhos.

    Que farei para obter a posse de Bodhi? (conhecimento da vida eterna),perguntou um discpulo de Buddha a seu mestre.

    Pratica os mandamentos, respondeu-lhe o Iluminado.

    E quais so?

    Abstm-se de toda a tua vida, do assassinato, do roubo, do adultrio e damentira, retrucou o Mestre.

    Comparem-se entre si, as respostas dadas por estes Sbios Instrutores, cujasexistncias variavam de um a outro, de algumas centenas de anos, e detenhamos anossa ateno na semelhana ou quase igualdade dos preceitos.

    Se no bastar este cotejo, percorramos o olhar pelas doutrinas e mandamentos doBehaismo (do seu codificador Baha-Oulah), de onde procede esta maravilhosa sntese:amor, tolerncia e respeito a tudo e a todos. E no caso de escolha por imposio, antesmorrer que matar. E aps a leitura destes sbios mandamentos de pura e perfeitafraternidade, que devemos pensar dos acontecimentos de CALCUT, onde segundo ostelegramas, tomaram um carter muito grave tais acontecimentos, tendo havidonumerosos incndios de templos e mesquitas, registrando-se uma infinidade de mortespor instigao dos sacerdotes(?) dos dois grupos

    Os dois grupos a que se referem os telegramas so os maometanos e os crenteshindus ortodoxos.

    Que devemos pensar, se nos reportarmos ao Brasil, desse triste espetculo quenos oferece a seita esprita no af de se organizar em coletividade, defendendo todoscom obstinao e rancor, a mxima: despedaai-vos uns aos outros.

    Que juzo faro os cticos, os ateus, os homens sem religio em suma, destesbelos exemplosdos deveres impostos pelo platonismo religioso dos compndios?

    Bem razo tinha o nosso Venervel Diretor-Chefe profetizando malgr-lui, a Guerrareligiosacomo apangio caracterstico do corrente ano!...

    E para que a infelizmente verdadeira profeciaculmine no espantoso e no confuso,a prpria Sociedade Teosfica, respeitvel por todos os ttulos, vai sendo pouco apouco, arrastada para o vrtice da impetuosa lufada. Pregando nos jornais irreverentes

    cartazes que anunciam inoportunas vindas de Instrutores, caem num flagrante dedesrespeito e num formal desacordo com a letra das Sagradas Escrituras. E dessa forma,duas bondosas criaturas e dois formosssimos caracteres como so a venervel anci,Exma. Sra. Dra. Annie Besant e o humilde Alcyone, so atrozmente colocados nafatalidade do dilema: ou realizam a promessa e nos presenteiam com o anticristo daBblia, ou recuam ainda em tempo, mas comprometendo os brilhantes e rduos trabalhosrealizados em meio sculo de existncia.

    Em qualquer situao, porm, em que se vejam os nossos aflitos irmos emhumanidade, Dhran robustece o seu apelo aos Venerveis Dirigentes da CadeiaSetenria, para que nos abene e proteja, para que nos ame e nos guarde, atendendoprincipalmente ao fato de que, errando ou acertando, esto todos trabalhando para a

    Obra dum mesmo Deus, dum mesmo Mestre e dum mesmo Pai Celestial.

    Paulo Romariz

  • 7/23/2019 1926 - abril

    19/20

    RRReeevvviiissstttaaaDDDhhhrrraaannnDhran n 4 Abril de 1926 Ano II

    Redator : Ccero dos Santos

    19

    AOS QUE ME COMPREENDEM

    (Palavras de um Mestre queles que procuram perturbar a Obra do Bem)

    O presente artigo vai publicado novamente, em vista de ter sado cheio deincorrees 8.

    Luz, sempre Luz.Dois caminhos esto abertos aos olhos do mundo: Um, estreito e cheio de

    espinhos; o outro largo e liso. So as duas Veredas, do Bem e do Mal, de acordo com aestreiteza de muitas conscincias ou da sublimidade de outras.

    Os tempos so chegados. As correntes do Bem e do Mal em choque terrvel, comoduas nuvens carregadas de eletricidade, fazem desencadear sobre o mundo, a horrveltempestade que se v por toda a parte. A sombra quer empanar o brilho da Luz; ospequenos satlites disfarados em estrelas de primeira grandeza querem ofuscar aprpria Luz do Sol.

    Rechaados por todos os lados; espoliados dos buracos onde ocultavam-se

    avaramente, os representantes da Sombra fogem e espalham-se por todo o globo; masns no lhes damos trgua. Eles procuram guarida aqui, ali, acol, na certeza da possede terrenos frteis. Porm, cuidado; eles contaminam cidades, vilas, aldeias inteiras, como vrus pestilencial de uma epidemia oculta. Judas encontrou mulos fiis que muito bemtm sabido reproduzir a Tragdia do Glgota.

    Aproxima-se o representante do Bem para salvar o mundo. Os sabedores dissoempregam todos os esforos ao contrrio. As estradas esto floridas e os jardinsostentam-se em cores multiformes, emprestando um cenrio festivo Vinda do Senhor.Toda a natureza em festa procura saudar essa Aproximao grandiosa do Filho deParabrahm. Mas, desgraadamente, os formigueiros espoucam de todos os lados, como

    brechas vulcnicas e deixam sair das suas entranhas midas e escuras, os animaisdaninhos e perversos que desejam destruir todo o trabalho do Bom Jardineiro.

    O lobo faminto disfarado em ovelha, vem rastejando-se em busca do redil paradevorar as pobres ovelhas indefesas. Como outrora, na ltima ceia do Senhor, ns nopoderamos apontar com o dedo, todos os traidores. Mas, por misericrdia, preferimossilenciar a palavra acusatria. Se eles tivessem a estultice de perguntar-nos: Serei eu otraidor?, ento, ns o diramos: Tu o dizes...

    Porm, os Judas modernos apanham, simplesmente, o saco dos trinta dinheiros edeixam-se ficar impvidos, tranquilos e disfarados nas suas cadeiras, embora remoendo-lhes a conscincia, se eles a conhecem.

    Ei-los a penetrar nos lares, nos santurios, nos templos de todos os credos,imitando os gestos e sentimentos de todos, mas calando a razo desse proceder infame.Hipcrita e ridcula intrepidez, digna de um castigo imediato! Eles espalham germens,dores e aflies, prometendo tesouros e riquezas, o seu nico deus, o seu nico bem.So conhecedores das riquezas divinas, mas preferem as riquezas terrenas. Nsplantamos boas sementes; eles colhem os frutos desperdiando-os, esmagando-os comos ps ou atirando-os ao monturo da sua conscincia. Flagelo humano, eles passamcomo um cometa, cuja cauda, ao em vez de bela e inofensiva, um cortejo de infmias,de formas satnicas e indignas, verdadeiro rastro de lama, que emporcalha o caminho poronde passa.

    No momento mais doloroso para o mundo, fase terrvel que obriga o prprio

    Criador a enviar para o mesmo a Sua prpria Centelha, a fim de o resgatar do

    8A primeira publicao foi na Dhran nos1, 2, 3 de Janeiro, Fevereiro e Maro de 1926 Nota do digitador

  • 7/23/2019 1926 - abril

    20/20

    RRReeevvviiissstttaaaDDDhhhrrraaannnDhran n 4 Abril de 1926 Ano II

    Redator : Ccero dos Santos

    compromisso tomado inconscientemente com a deusa Maya, eles, os representantes daMo esquerda formam um exrcito parte, para apupar o prprio Deus, por ser Justo eBom, formando, portanto, causa comum com o mal existente, retirando, enfim, ao homemo ltimo Raio de Esperana.

    Vilania tremenda! Injusta inconcebvel!

    Porque agis deste modo, quando um s gesto de vossa parte, uma s idia, um sdesejo bastaria para que fosseis tocado por esse Raio de Luz, que transformaria as trevasque vos ensombram e, ento, uma Nova Aurora viria iluminar os vossos dias futuros?Sois bondosos e vos fingis de maus. Sois deuses pequenos e vos fingis de demniosgigantescos, sem vos lembrardes que a queda ser mais elevada.

    A misso gloriosa que ns, os apstolos do Budha moderno, o Novo Senhor dasRaas e das Religies, levamos a termo, jamais ser desviada do Caminho em quedesliza docemente, embora todos os obstculos que se nos antepem.

    Sat aponta-nos as belezas e riquezas do mundo; mas ns preferimos o Caminhodo Glgota. O nosso ltimo gesto ser uma Beno para vs outros; a nossa ltimapalavra o eterno perdo s vossas injrias e torpezas.

    JUSTUS