19 e 20 de maio de 2009 -...

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19 E 20 DE MAIO DE 2009 19 E 20 DE MAIO DE 2009 Apresentações Apresentações FAZENDA EXPERIMENTAL DE VARGINHA - MG FAZENDA EXPERIMENTAL DE VARGINHA - MG Fundação Fundação

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19 E 20 DE MAIO DE 200919 E 20 DE MAIO DE 2009

ApresentaçõesApresentações

FAZENDA

EXPERIMENTAL DE

VARGINHA - MG

FAZENDA

EXPERIMENTAL DE

VARGINHA - MG

F u n d a ç ã oF u n d a ç ã o

CONSÓRCIO BRASILEIRODE PESQUISA E

DESENVOLVIMENTO DO CAFÉ

Estação de Avisos Fitossanitários: Boletins mensais com condições climáticas e acompanhamento do crescimento do cafeeiro e evolução das pragas e doenças no Sul de Minas.

Laboratório de Solos e Folhas presta serviços de análise de macro e micronutrientes. Alameda do Café, 1000 - Bairro Jardim Andere - CEP: 37026-400 - Varginha, MG.

Venda de Sementes de Café categoria S1 das principais cultivares. Consulte a disponibilidade.

S e r v i ç o d e A t e n d i m e n t o e C o n s u l t a s p o r e - m a i l ([email protected]) ou por telefone (0xx35-3214-1411 ou 0xx21-2233-8593).

F u n d a ç ã oF u n d a ç ã o

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HERBICIDA PÓS-EMERGENTE COM POTENCIAL DE USO NA IMPLANTAÇÃO

DO CAFEEIRO

os. os.A. L. A. Garcia; A . V. Fagundes- Eng Agr MSc. Pesquisadores Fundação Procafé; L. Padilha – Eng. Agr.

aDr . Pesquisadora Embrapa Café

A agressividade do sistema radicular e o rápido crescimento das plantas daninhas, desfavorecem o cafeeiro na competição por água, luz e nutrientes, comprometendo seu crescimento e ciclo de produção. O manejo de plantas daninhas durante o período de pós-plantio, em lavouras cafeeiras, deve ser realizado em tempo hábil a fim de que não ocorra interferência no desenvolvimento das plantas.

O manejo do mato na linha de plantio é extremamente complicado, pois o controle manual é caro, podendo ferir o caule dos cafeeiros, sendo ainda muitas vezes, impossível de ser realizado, em função da escassez de mão de obra e a umidade excessiva do solo. Considerando que quase todos os herbicidas pós-emergentes registrados para a cultura do café são extremamente tóxicos à planta cultivada, é extremamente importante a avaliação de herbicidas seletivos ao cafeeiro que possam ser utilizados na linha de plantio, principalmente, nos dois primeiros anos de formação da lavoura.

A tabela 1 foi calculada fazendo-se uma análise comparativa de custos da prática da operação e considerando-se os seguintes fatores: a) Capina Manual: rendimento médio de 600 plantas por HD (homem dia) com salário de R$465,00 e devidos encargos; b) Controle Químico: 200 litros de solução por HD (+20% insalubridade), em faixa de 1metro da largura e vazão de 30mL por metro de faixa. Chlorimuron-ethil 20g/ha (80 g/ha produto comercial) e Fluazifop-metil 187,5g/ha (1,5L/ha produto comercial), preço de mercado fev/2009. Pode-se observar que o manejo químico reduz em torno de 81,3% o custo de controle do mato comparado à capina manual. Considerando ainda, a maior janela de tempo livre de plantas daninhas proporcionada pelo controle químico e ausência de contato da enxada com os cafeeiro, a redução do custo tende a ser ainda maior.

Tabela 1. Análise do custo da operação do controle de plantas daninhas na linha de plantio de café, em pós-plantio, em sistema químico e de capina manual.

A tolerância de cafeeiros a herbicidas pós-emergentes, com alto potencial de seletividade, foi avaliada em dois experimentos em diferentes localidades. Na Fazenda Experimental da Fundação Procafé/MAPA em Boa Esperança a aplicação dos herbicidas foi feita numa lavoura da cultivar Catuai Vermelho IAC144, plantada no final de fevereiro. Em uma propriedade rural no município de Eloi Mendes, uma lavoura da cultivar Catuaí Amarelo IAC74, plantada em meados de janeiro, foi utilizada. Os plantios foram feitos no ano de 2009, no espaçamento de 3,5 x 0,7m.

As áreas foram selecionadas devido a ampla diversidade e uniformidade na distribuição de plantas daninhas de folha estreita e larga.

Foram comparados os seguintes tratamentos: capina manual; chlorimuron-ethil 20g/ha; fluazifop-p-butil 187,5 g/ha; chlorimuron-ethil 20g/ha + fluazifop-p-butil 187,5g/ha e glyphosate 720g/ha. A aplicação foi realizada em fase inicial de desenvolvimento do mato, conforme as recomendações técnicas dos herbicidas de pós-inicial. Todos os tratamentos foram realizados em faixa com 80 cm de largura (40 cm de cada lado do cafeeiro) ao longo de 7 metros de comprimento. Somente o herbicida glyphosate foi aplicado sem contato com o cafeeiro, com auxilio de um protetor do tipo ”chapéu de Napoleão”, acoplado na lança do aplicador costal. Os outros herbicidas foram aplicados em faixa na linha de plantio sobre os cafeeiros.

As avaliações, realizadas 35 dias após aplicação dos tratamentos, consistiram de verificação visual da toxidez dos produtos nas plantas, e também, da medição da altura das plantas.

Itens Capina manual Chlorimuron +FluazifopMão de obra 7 HD/ha capina R$ 182,00 (27) 0,43 HD/ha aplic. R$ 13,40 Produto 23 g + 428 ml R$3,45 + R$18,5Espalhante adesivo 25,2 ml R$ 0,15 Total R$ 189,00 R$ 35,50

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Resultados e discussãoNa época da avaliação, as plantas estavam iniciando a emissão dos ramos plagiotrópicos e nenhuma

diferença foi observada entre os tratamentos para esta característica. Também não foi constatada diferença estatística significativa na altura das plantas. Nas parcelas que receberam aplicação protegida de glyphosate o controle das plantas daninhas foi total. Mesmo as espécies de mais difícil controle como a trapoeraba (Commelina erecta) não resistiram à aplicação do herbicida, devido ao fato das plantas estarem na fase inicial de desenvolvimento, o que favoreceu a eficiência do controle delas. Entretanto constatou-se sintomas de toxidez, em média, de 2,5% dos cafeeiros pela ação do glyphosate. Esta toxidez, caracterizada pelo afilamento das folhas seguida de outros distúrbios, ocorre devido ao contato do herbicida com a planta, uma vez que o chapéu de napoleão não proporciona 100% de proteção durante a aplicação.

Sistêmico e de ação pós-emergente, o chlorimuron-ethil é indicado principalmente para o controle de plantas daninhas de folhas largas. O tratamento com aplicação somente deste herbicida, foiseletivo para plantas daninhas de folha estreita como Brachiaria decumbens (braquiária), Panicum numidiano (capim angola), Cynodon dactylon (grama seda), Eleucine indica (capim pé de galinha) e Digitaria insularis (capim amargoso). Dentre as plantas de folha larga, somente plantas de Portulaca oleracea (beldroega) não foram controladas totalmente.

O fluazifop-p-butil é um herbicida graminicida sistêmico já recomendado para a cultura do café no controle de gramíneas anuais e perenes. O controle das plantas de folhas estreitas no tratamento que recebeu este herbicida foi total. Foi observado bom desenvolvimento das plantas daninhas de folhas largas, dentre estas Commelina erecta (trapoeraba), Ipomea hederifolia (corda de viola), Portulaca oleracea (beldroega), Amaranthus hybridus (caruru), Bidens pilosa (picão preto) e Sida linifolia (guanxuma).

A mistura Chlorimuron-ethil + fluazifop-p-butil propiciou o controle das plantas daninhas de folhas larga e estreita, à exceção da Portulaca oleracea (beldroega). Apenas algumas plantas de beldroega apresentaram folhas pequenas e parcialmente requeimadas. Provavelmente, as plantas de beldroega por estarem mais desenvolvidas no momento da aplicação, resistiram à ação do herbicida.

A germinação das plantas daninhas no tratamento com capina manual foi mais rápida, provavelmente, devido ao revolvimento do solo e exposição do banco de sementes nele presente.

De acordo com Ronchi (2003) a aplicação de chlorimuron-ethil sobre mudas de cafeeiros pode causar leves sintomas de toxidez por encarquilhamento e manchas cloróticas em mudas de café, sem comprometimento na produção de matéria seca. O sintoma descrito pelo autor não foi constatado nos experimentos, entretanto, observou-se um estreitamento com clorose do limbo foliar em quatro plantas, de apenas uma parcela que recebeu o herbicida no ensaio de Boa Esperança. O que corrobora com o trabalho citado, indicando uma possível toxidez do chlorimuron-ethil em cafeeiros sem interferência no crescimento da planta.

Vale ressaltar que o chlorimuron-ethil, apesar de ser utilizado com sucesso na cultura da soja, ainda não está registrado para a cultura do café, porém apresenta grande potencial como uma alternativa para o controle de plantas daninhas na cafeicultura. ConclusõesOs herbicidas a base de Chlorimuron-ethil e Fluazifop-p-butil aplicados sobre mudas de café em pós-plantio

Figura 1: Ensaio de Elói Mendes 35 dias após aplicação

Fuazifop-p-butil + Chorimuron-ethilFluazifop-p-butilChlorimuron-ethilCapina manual

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RACIONALIZAÇÃO NA ADUBAÇÃO DO CAFEEIRO

A . V. Fagundes - Eng. Agr. MSc. Pesquisador Fundação Procafé; A.W.R. Garcia - Eng. Agr. MAPA/Procafé

A rentabilidade da atividade cafeeira depende da obtenção de boas produtividades, as quais são obtidas em solos férteis com bom equilíbrio entre os nutrientes. A cafeicultura atual está implantada em solos de baixa produtividade ou empobrecidos por produções sucessivas, o que demanda a adição constante de fertilizantes e corretivos.

Para realização de uma adubação equilibrada, alguns “critérios” devem ser obedecidos:Critérios:

1. Amostragem de solo correta

A suplementação dos nutrientes requeridos pelo cafeeiro só é possível após conhecer a demanda dos mesmos pela planta e a sua disponibilidade no solo, cuja determinação é feita por análises químicas. Resultados analíticos não representativos levam a recomendações errôneas comprometendo a produtividade e conseqüentemente elevando os custos de produção com sérios comprometimentos na rentabilidade da atividade, podendo em alguns casos até mesmo inviabilizá-la. Por esse motivo torna-se importante a coleta de amostras de solo representativas do ambiente explorado pelo sistema radicular.

Tabela 1: resultados de análise de solo, em uma área de 0,35 ha, em uma lavoura do cultivar Acaiá IAC 474-19 plantada em 2002 na Fazenda Experimental de Varginha. Varginha-MG.

Com relação aos principais macros e micronutrientes observou-se diferenças superiores a 100% somente devido à variação na forma de coleta da amostragem de solo (Tabela 1). Diferenças dessa magnitude impactam profundamente na produtividade e conseqüentemente na rentabilidade da lavoura cafeeira.

2. Retorno da palha de café

Na racionalização das adubações, tendo em mãos os resultados da análise de solo, o primeiro passo é destinar a palha-de-café para os talhões adequados, pois essa representa de 40 a 50% dos nutrientes extraídos pela produção.

AMOSTRAGEM DE SOLO

pH

(H20) P

mg/dm3

K

mg/dm3

Ca

Cmolc/dm3

Mg

Cmolc/dm3

V

% m

(%) MO%

Zn

mg/dm3

Fe

mg/dm3

Mn

mg/dm3

Cu

mg/dm3

B

mg/dm3

AMOSTRAGEM PADRÃO

Projeção da saia do cafeeiro

5,00 8,10 72,00 1,43 0,32 27,80 17,20 3,41 9,40 34,20 8,40 7,70 0,74

INCORRETA 1

30 cm fora da saia6,00 16,60 64,00 2,80 0,78 61,90 0,00 2,36 7,80 20,80 9,60 6,10 0,45

INCORRETA 2

Meio da rua 6,10 8,10 46,00 3,09 1,02 66,80 0,00 3,00 10,80 23,70 15,30 11,30 0,37

Retorno da palha de café para a lavoura

NUTRIENTE Recomendação

30 scs/ha

nutrientes da palha

de 30 sacas

Recomendação após

aplicação da palha

percentual

de economia

N (Kg/ha) 186 30 156 16%

P2O5 (Kg/ha) 18 3 15 17%

K2O (Kg/ha) 177 60 117 34%

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3. Uso racional das fontes e doses

Nesse ponto é importante a considerar são as “duas leis da fertilidade dos solos”, as quais dizem o seguinte: Lei do Mínimo a produtividade das culturas é limitada pelo nutriente que está deficiente, mesmo que os demais estejam em quantidades adequadas; Lei dos Incrementos decrescentes os incrementos em produção não são proporcionais às doses de fertilizantes aplicadas.

4. Época correta de aplicação do fertilizante

Produtividade de uma lavoura Catuaí IAC 74 em função do parcelamento da adubação nitrogenada. Varginha, MG, 2007.

5. Modo correto de aplicação do fertilizante

Métodos de aplicação de adubos NPK em cafezal

Doses de 20.05.20 por hectare e produtividades obtidas -1984/86 Mundo Novo 4 x 1,5m - Varginha - MG.Fonte: Matiello, Garcia

Resposta do cafeeiro em sacas benefic/ha à calagem e adubação em solos de campo-cerrado. Batatais - SPFonte: Lazzarini, Moraes, Cervelini, Toledo e Figueiredo

Produtividade (scs/ha)Épocas de parcelamento do N

2006 2007 2008 Média

Novembro/Maio/Agosto 82,29 b 23,43 64,57 b 56,76

Novembro/Dezembro/Abril 91,04 a 25,71 77,72 a 64,82

Novembro/Dezembro/março 105,95 a 16 61,72 b 61,22

Média geral 93,1 21,7 68,00 60,93

Cv % 13,42 63,34 15,41

Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste de Scott Knott ao nível de 5% de probabilidade.

Prod. Média scs benef/ha Tratamentos

(3 safras)

Relat.

1. Mecânica enterrada a 10 cm, próximo à projeção da saia (localizada)

31,8 100

2. Mecânica cobertura sob a projeção da saia (em faixa)

42,2 132

3. Manual cobertura sob a projeção da saia (a lanço)

38,7 122

Extraído de Silveira, Fuguwara e Flus.

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Tratamentos Produção (scs/ha)

Variedades Locais 2000 2001 2002

2003 2004

Média

5 safras

Catuaí Mutum

Martins

Soares

56,0

84,0

14,0

30,0

50,0

42,0

35,0

16,0

49,0

75,0

41,0

49,0

Conillon

Mutum

Martins

Soares

140,0

94,0

88,0

27,0

87,0

120,0

120,0

80,0

74,0

79,0

102,0

78,0

CULTIVO DO CAFÉ ROBUSTA-CONILLON EM REGIÕES FRIAS

J.B. Matiello e S.R. Almeida, Engs. Agrs. MAPA/Procafé e C.H.S. Carvalho- Eng. Agr. Embrapa-Café

Duas espécies de café são as mais cultivadas comercialmente, no mundo e no Brasil, sendo a Coffea arábica, que produz os cafés arábicas, considerados de melhor qualidade e a espécie Coffea canephora, que dá origem aos cafés robusta, de qualidade inferior.

No mercado, os cafés arábica representam cerca de 65% do consumo mundial e o robusta 35%, com crescimento grande observado para o robustanas últimas décadas.

As variedades de café arábica são mais adaptadas às regiões de clima mais ameno, com temperaturas médias anuais de 19-22º C, enquanto o robusta é bem adaptado a climas mais quentes, em zonas de altitudes mais baixas, com temperaturas médias na faixa de 22-26º C.

No Brasil o café robusta-conilon é cultivado principalmente na região de baixa altitude no estado do Espírito Santo, pouco no vale do Rio Doce em Minas e Extremo Sul da Bahia e em Rondônia.

Tem havido interesse, ultimamente, na expansão do cultivo do café robusta, também em outras regiões, muitas já tradicionais em arábica. As principais razões para esse interesse, são as seguintes:

a) A expansão verificada no consumo dos cafés robusta, ocupando espaço dos arábica;b) Os bons preços relativos obtidos no mercado pelo robusta-conillon;c) Os menores custos de produção do robusta;d) A maior rusticidade, vigor, resistência e menores exigências em tratos, facilidades de colheita e

preparo do café;e) O fenômeno do aquecimento global, com previsão de elevação nas temperaturas nas regiões

tradicionais de arabica;f) O aumento do déficit hídrico em algumas regiões de arábica, sendo o conillon mais tolerante;g) A alta produtividade do robusta e sua constância bienal das safras.

O MAPA/Fundação Procafé vem realizando trabalhos de estudo de adaptação de cafeeiros robusta em regiões mais frias.

Um primeiro trabalho foi realizado em Minas, comparando a produção de cafeeiros arábica ( var. Catuai) e robusta (Conillon), em 2 condições de altitude, a 740 m em Martins Soares e a 240 m, em Mutum, ambasna mesma região, junto ao Vale do Rio Doce. Os resultados de produção, em safras, deste trabalho são apresentados no quadro em seguida.

Quadro 1 Produção, nas 5 primeiras safras, em cafeeiros Catuaí e Conillon, em 2 pisos altitudinais em Mutum, 240m e Martins Soares, 740m de altitude 2004.

Verifica-se que as maiores produções foram obtidas pelo robusta, tanto na região quente como fria, com bons níveis de produtividade.

F u n d a ç ã oF u n d a ç ã o

09

Em Varginha e em Boa Esperança os Campos experimentais já dispõem de experimentos novos com a introdução de vários clones de robusta, visando avaliar os mais adaptados à região. Dispõe-se ainda de campos de observação na Serra do Cabral, a 1000 m de altitude e no Norte de Minas, a 520 m e a 900m, em todos os locais com bom comportamento inicial

Os produtores interessados podem experimentar a instalação de pequenas áreas de café robusta, indicando-se a adoção dos cuidados na formação de lavouras de robusta nas regiões frias, conforme a seguir:

a) Escolher locais protegidos de ventos e instalar quebra-ventos temporários, muito importantes na fase de formação da lavoura;

b) Usar mudas bem adaptadas, de preferência clonais, de clones de maturação mais precoce;c) Proteger e sombrear inicialmente as mudas no pós-plantio, através de cultura intercalar de milho

ou outro tipo, estendendo essa proteção ao frio até o primeiro ano;d) Planta mais cedo no período de chuvas ou efetuar molhações das plantas jovens, pois o

pegamento e desenvolvimento inicial do conillon é mais problemático;e) Usar espaçamento de 1m na linha, e 3-4 m na rua, conduzir com 3-5 hastes por planta, para

posterior poda de produção.

O cafeeiro conillon é muito produtivo e osseus ramos, carregados de frutos, vergampara o meio da rua.

Proteção inicial da muda de conillon, nopós-plantio, com folha de palmeira.

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RECOMENDAÇÃO DE CULTIVARES DE CAFÉ ARÁBICA

1 2 1 2Saulo R. ALMEIDA , Carlos Henrique. S. CARVALHO . José B. MATIELLO , Lilian PADILHA , Roque A.

1FERREIRA . E-mail: [email protected]

1 2MAPA/Fundação Procafé, Varginha, MG; Embrapa Café, Varginha, MG.

A ferrugem-do-cafeeiro é a principal doença da cultura do café, causando grandes prejuízos à produção. A Fundação Procafé, em parceria com o MAPA, possui um amplo programa de melhoramento genético visando o desenvolvimento de cultivares de café com resistência a esta moléstia. Este programa realiza a seleção de plantas desenvolvidas pela Fundação Procafé, bem como a avaliação de cultivares desenvolvidas por outras instituições de pesquisa. Vários experimentos de avaliação de cultivares são conduzidos nas regiões Sul, Alto Paranaíba e Zona da Mata de Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo. Neste trabalho as plantas são selecionadas principalmente para alta produtividade, elevado vigor vegetativo, longevidade produtiva, sementes e bebida de boa qualidade e resistência a outras doenças.

Esta estação apresenta um experimento de competição de 36 cultivares com resistência à ferrugem. O experimento foi instalado em janeiro de 2003, em espaçamento de 3,50 x 1,0 m, com cinco repetições e parcelas de quatro plantas. As plantas são cultivadas de acordo com as recomendações normalmente empregadas no Sul de Minas, incluindo duas pulverizações anuais de fungicidas à base de cobre. Os dados de produção são apresentados na Tabela 1.

TABELA 1. Produção das quatro primeiras safras, das 13 cultivares mais produtivas e com resistência à ferrugem e da cultivar Catuaí usada como referência, avaliadas em Varginha, MG, durante os anos de 2005 a 2008.

Produção anual em sacas beneficiadas/ha

Cultivar 2005 2006 2007 2008 Média

Sabiá Tardio cv 398 50,0 49,7 11,0 45,2 39,0

Arara cv 418 (Sarchimor Amarelo) 38,0 56,0 13,8 47,5 38,8

Catucaí Amarelo 20/15 43,6 61,2 7,3 43,2 38,8

Palma I 47,3 54,1 5,6 46,8 38,4

Catucaí Amarelo 24/137 51,1 44,9 11,4 45,0 38,1

Catucaí Vermelho 24/137 43,5 55,0 8,1 44,3 37,7

Catucaí Vermelho 20/15 44,2 55,0 4,8 44,1 37,0

Catuaí Amarelo IAC 66/69 (controle) 41,2 40,5 17,7 46,5 36,5

Saíra 43,8 46,3 11,5 42,7 36,1

Acauã 42,0 46,9 13,7 41,1 35,9

Obatã Vermelho 45,3 43,8 4,4 47,9 35,4

Catucaí Amarelo 2SL 41,1 50,1 6,3 41,4 34,7

Catucaí Vermelho 36/6 cv 365 34,2 45,6 6,3 43,2 32,3

Palma II 24,4 28,4 16,4 46,2 28,8

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Características das cultivares

Sabiá Tardio: porte baixo, maturação tardia, sementes de tamanho pequeno a médio, alta produtividade, moderadamente resistente à ferrugem, ou seja, há necessidade de aplicação de fungicidas específicos para o controle da ferrugem em anos de carga alta. Apresenta alta produtividade em vários locais do Sul de Minas, Zona da Mata, Alto Paranaíba e região de Pirapora.

Catucaí (cultivares do grupo Catucaí): porte baixo a médio, maturação média, sementes de tamanho médio e moderadamente resistente à ferrugem. As cultivares Catucaí Amarelo 20/15 e 2SL têm bom comportamento em regiões onde Phoma é problema. Alta produtividade em várias regiões de Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia.

Palma I : porte baixo, maturação média, sementes de tamanho médio, moderadamente resistente à ferrugem, alta produtividade. Tem boa adaptação ao cerrado mineiro.

Acauã: porte baixo, maturação tardia, sementes maiores que as de Catuaí, altamente resistente à ferrugem, alta produtividade. Bem adaptada a regiões mais quentes e sujeitas a déficit hídrico.

Arara e Obatã Vermelho: porte baixo, maturação tardia, sementes graúdas, altamente resistentes à ferrugem, alta produtividade. A cultivar Obatã deve ser preferencialmente plantada sob irrigação.

Saíra: porte baixo, maturação média, moderadamente resistente à ferrugem, sementes de tamanho médio e alta produtividade. Deve ser plantada em pequena escala, pois ainda não foi suficientemente testada em várias regiões.

Palma II: porte baixo, maturação tardia, sementes grandes, moderadamente resistente à ferrugem, ramos plagiotrópicos curtos e alta produtividade. Possui arquitetura favorável para plantio adensado.

Evolução da segurança, o máximo em produtividade.

O Café Forte Xtra é um “programa de tratamento fitossanitário pré-configurado

de baixo impacto ambiental e de menor risco para o aplicador, desenvolvido

pela Syngenta para controle do complexo de pragas e doenças, na busca de

maiores produtividades e qualidades do cafeeiro.”

Avaliação de produtividade (sacas/ha) por 6 safras.

Programas de uso

Safra 2001

Safra 2002

Safra 2003

Safra 2004

Safra 2005

Safra 2006

Média (6 Safras)

Diferença Café Forte (sacas/ha)

Diferença Café Forte

(%)

Café Forte 10,5 95,5 7,6 66,9 43,5 81,7 50,9

Prog. Foliar Syngenta + Actara

8,6 72,9 6,0 49,9 77,1 31,3 40,9 - 10,0 - 19,6

Testemunha 2,0 30,8 3,8 12,6 21,1 5,1 12,6 - 38,3 - 75,3

Local: Fazenda Experimental Epamig - S.S. do Paraíso/MG

+ 42%enraizamento

Benefícios do Café Forte Xtra Redução da bienualidade - Vigor - Enraizamento - Produtividade

Priori Xtra

AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL

1 Kg/ha

0,5 L/ha + 0,25% Nimbus

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AUMENTO DA PRODUTIVIDADE COM A IRRIGAÇÃO DO CAFEEIRO

EXPERIMENTO 1: ESPAÇAMENTO VERSUS IRRIGAÇÃO SUPLEMENTAR EM CAFEEIROS NO SUL DE MINAS

EXPERIMENTO 2: IRRIGAÇÃO SUPLEMENTAR EM CAFEEIROS NO SUL DE MINAS

A.W. Garcia, J.B. Matiello – Eng os. Agr os. MAPA/PROCAFE; R.N. Paiva e R.P. Reis – Eng os. Agr os. Fundação Procafé e R.J. Andrade e S.V. Ramos - Técs. Agrs. Fundação Procafé

A partir de 1998 a região cafeeira do Sul e Oeste de Minas Gerais vem registrando regimes pluviométricos irregulares, com alguma redução no volume de água e principalmente com má distribuição das precipitações. Também ocorreu aumento na temperatura média em alguns períodos. Isso tem ocasionado déficits hídricos acima do nível tolerável pelo cafeeiro determinado como máximo de 150 mm, pelo balanço hídrico adaptado por A.P de Camargo. O experimento de irrigação por aspersão, conduzido na Fazenda Experimental de Varginha de 1998 a 2006, mostrou acréscimos de produtividade de até 69% nos tratamentos com irrigação complementar.

Considerando esses bons resultados, instalou-se em 2004 e 2005, dois novos experimentos. O primeiro objetivando avaliar diversos espaçamentos com e sem irrigação suplementar, e o segundo visando quantificar o fornecimento de água, quanto a quantidade e época, intitulado “Irrigação suplementar em cafeeiros no Sul de Minas”

A lavoura objeto dos experimentos foi plantada no inicio de 2003, com a cultivar Catucaí Amarelo 6/30, no espaçamento de 1,90 e 3,80m entre ruas, e variando de 0,50; 0,75; 1,00 entre plantas, com 1 muda por cova. Os tratos culturais no plantio e pós-plantio até maio de 2009 foram, os normais e recomendados em toda a lavoura.

Tabela 1. Produção das quatro primeiras safras, em cafeeiros sob diferentes espaçamentos, com ou sem irrigação suplementar. Varginha – MG, 2009.

Verificou-se que:• O adensamento na rua de plantio produziu, em média, 60% a mais que o renque mecanizável, na

média das quatro primeiras colheitas. • O diferencial produtivo pela irrigação foi de 29,0 % nas quatro primeiras colheitas. • Não houve interação significativa entre o espaçamento e a irrigação.

A lavoura objeto dos experimentos foi plantada no inicio de 2004, com a cultivar Mundo Novo Acaiá IAC 474-19, no espaçamento de 3,50 x 0,70m, com 1 muda por cova. Os tratos culturais no plantio e pós-plantio até maio de 2009, foram os normais e recomendados em toda a lavoura.

A irrigação padrão adotada considerou a suplementação de água no solo simulando as condições normais e médias do Sul de Minas, onde observa-se um balanço hídrico ideal ao cafeeiro, com um pequeno

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Espaçamento (m) Produção 2005/2006/2007/2008 e Média Geral (Sacas beneficiadas / ha)

Com irrigação Sem irrigação Rua Linha

2005 2006 2007 2008 Média 2005 2006 2007 2008 Média0,5 116,7 82,0 95,0 84,2 94,5 90,3 79,6 40,7 84,2 73,7

0,75 104,9 69,1 81,4 66,6 80,5 90,6 61,8 53,3 63,1 67,21,0 97,9 77,7 100,2 59,6 83,9 92,7 55,2 49,1 59,6 64,2

1,9

média 106,5 76,3 92,2 70,1 86,3 91,2 65,5 47,7 69,0 68,30,5 61,0 67,2 45,4 69,2 60,7 53,3 63,0 20,4 57,4 48,5

0,75 59,4 51,6 47,5 48,2 51,7 48,8 44,1 22,4 42,5 39,51,0 59,3 53,5 51,7 45,6 52,5 47,3 35,5 27,1 41,6 37,9

3,8

média 59,9 57,4 48,2 54,3 55,0 49,8 47,5 23,3 47,2 41,9

F u n d a ç ã oF u n d a ç ã o

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déficit hídrico abaixo do tolerável pelo cafeeiro, no período de julho a setembro.Para cálculo do fornecimento de água foi usado o boletim hídrico mensal da Estação de Avisos

Fitossanitários do MAPA/Fundação Procafé, instalada na Fazenda Experimental de Varginha, mantendo armazenamento de água, até maio, superior a 50 mm, não irrigando de junho a agosto. A partir de setembro caso não ocorram chuvas adequadas passa-se a irrigar normalmente para atender à demanda diária do cafeeiro.

Os tratamentos com irrigação padrão receberam as seguintes quantidades de água:Ø Em 2006: 60 mm - maio a junho e 30 mm em setembro.Ø Em 2007: 150 mm - abril até 15 de maio e mais 150 mm de setembro-outubro.Ø Em 2008: 40 mm - maio a junho.

Tabela 1. Produção obtida em sacas beneficiadas/ha (2006, 2007, 2008 e Média) com e sem irrigação e crescimento fenológico (internódios 06/07/08), Varginha-MG, 2009.

CONCLUSÕES:

• Para as condições da Fazenda Experimental de Varginha uma irrigação adequada no período crítico, propiciou ganhos de produtividade de 37 % nas três primeiras safras.

• A irrigação padrão proposta atendeu à demanda de água pelo cafeeiro. A suplementação de 30 mm de água no veranico e o quantitativo mais adequado serão melhores avaliados através de resultados de mais safras.

EXPERIMENTO 3: IRRIGAÇÃO DE CAFEEIROS EM FORMAÇÃO NO SUL DE MINAS

Este experimento foi instalado em 2006, em lavoura da cultivar Catuaí Vermelho IAC 144. O espaçamento utilizado foi de 3,50 x 0,70m, com 1 planta por cova. Os tratos culturais no plantio e pós-plantio até maio de 2009 foram, os normais e recomendados em toda a lavoura.

No ano de 2006 a adubação foi feita a lanço tanto no sequeiro quanto na lavoura irrigada. A partir do final de 2007 iniciou-se a fertirrigação e a quimigação. No próximo quadro, apresentaremos os dados dos parâmetros fenológicos de 2009 e uma estimativa da segunda produção e média.

Tabela 1. Parâmetros fenológicos, estimativa de produção de 2009 e média da lavoura irrigada e de sequeiro. Varginha – MG, 2009.

CONSIDERAÇÕES: Nos ensaios irrigados avaliados nos últimos 11 anos, foi observado um aumento

médio de 45 % na produtividade do cafeeiro.

Tratamentos Sacas

benef/ha2006

Nº de internód.

Ago/2006

Sacas benef/ha

2007

Nº de internód.Ago/2007

Sacas benef/ha

2008

Nº de internód. Ago/2008

Média

sc/ha

2005-081- Testemunha (sem irrigação)

2- 30 mm na granação

3- 25% da irrigação padrão

4- 50% da irrigação padrão

5- Irrigação padrão 6- 150% da irrigação padrão 7- Irrig. padrão + pós florada 8- Irrig. padrão + compl.granação

60,3 a

60,7 a

66,6 a

55,7 a

63,4 a

54,8 a

53,5 c

68,0 a

12,6 c

14,6 b

14,3 b

16,3 a

17,6 a

17,6 a

17,0 a

17,6 a

8,6 b

24,1 b

12,6 b

39,6 a

55,2 a

55,9 a

52,4 a

52,0 a

12,3 a

12,0 a

12,6 a

11,6 a

12,3 a

10,6 a

11,6 a

11,6 a

68,0 a

77,0 a

82,8 a

43,9 b

68,0 a

48,2 b

60,2 b

70,3 a

11,0 b

10,6 b

9,3 b

12,6 a

13,0 a

14,0 a

13,0 a

13,0 a

45,7 a

53,9 a

54,0 a

46,4 a

62,2 a 53,0 a 55,4 a 63,5 a

ns - As médias seguidas da mesma letra minúscula não diferem entre si na coluna , pelo Teste Scott Knott a 5 % de probabilidade.

Tratamentos Altura Diâmetro Nº NósProdução

2008Estimativa

Produção 2009Média

Produção sc/ha

Sequeiro 1,41 4,1 10,4 12,6 81,6 47,1

1 Linha 1,54 4,5 11,6 47,7 85,2 66,5

Mais informações? Consulte nosso site:

Vem aí o 7º Curso de Atualização emCafeicultura, na Fundação Procafé.

PARTICIPEM!

7º Curso de Atualização

Será realizado em Varginha, no período de 14 a 16 de julho/2009. As inscrições poderão ser feitas a partir de 01/06/2009, na Fundação Procafé, por telefone (35) 3214-1411 ou por e-mail: [email protected] limitadas.

Temas a serem abordados:���������

Pesquisa CafeeiraLegislação AmbientalFisiologia: Florada, Produção e Sistema RadicularGerenciamento da Propriedade CafeeiraParcerias na Condução de LavourasControle Químico da Ferrugem do CafeeiroNutrição MineralCultivares de CaféApresentação de Resultados de Pesquisa