18.06.15

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Dilma muda as regras para a aposentadoria q cidades ÁUDIO QUINTA-FEIRA TEXTO Ficou feio para Brasil na Copa América Motorista de ônibus do qual o universitário Harlynton dos Santos caiu, José Cândido da Silva disse que teria parado se tivesse visto o rapaz pendurado e que está traumatizado. No enterro do jovem, pai avisou que considera episódio um homicídio e que vai acionar a empresa do coletivo, o Estado e o Grande Recife Consórcio de Transporte. k cidades 4............ Tiro no coração VÍDEO Noticiário internacional e nacional está publicado hoje dentro do caderno de Economia “Centro Social Urbano do Engenho do Meio se encontra abandonado”, José Rosal. k página 7 Após derrota por 1x0 para a Colômbia no Grupo C, seleção se envolve em confusão com rivais e Neymar é expulso. Domingo, time decide classificação contra a Venezuela. k esportes 1......... Com anúncio de que a Sony deve produzir console no País, preço pode cair de R$ 3.999 para R$ 2.000. k economia 3 Comissão da Câmara aprova queda de 18 para 16 anos para crimes hediondos. Texto vai ao Plenário. k capa dois Guga Matos/JC Imagem Heuler Andrey/Estadão Conteúdo Extras no jc.com.br e no jconline.com.br/digital IMAGEM Presidente veta sistema aprovado no Congresso, mas usa projeto como base para nova proposta. Medida provisória a ser publicada hoje prevê aumento progressivo da combinação entre idade e tempo de serviço para se aposentar. k economia 6 Eu não vi” Em Escada, dor de Severina Lopes de Oliveira contagiou a cidade. Chorava a morte do filho Marcelo Laureano. Ao volante de uma caminhonete, o jovem de 16 anos tentou fugir de uma abordagem policial. Foi atingido na cabeça por um disparo de fuzil e não resistiu. O militar foi afastado. k 1e2............ Aos leitores Voz do leitor Bobby Fabisak/JC Imagem PlayStation mais barato para o Brasil Redução da maioridade avança mais André Nery/JC Imagem TV JORNAL Emissora do SJCC está em festa pelos 55 anos de transmissão para todos os pernambuca- nos. k caderno C 4 k Recife, 18 de junho de 2015 www.jconline.com.br -ano 97 - número 169 - R$ 2,00

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  • Dilmamuda as regras

    para a aposentadoria

    q cidades

    UDIO

    QUINTA-FEIRA

    TEXTO

    Ficou feio para Brasil

    na Copa Amrica

    Motorista de nibus do qual

    o universitrio Harlynton dos

    Santos caiu, Jos Cndido da

    Silva disse que teria parado se

    tivesse visto o rapaz pendurado

    e que est traumatizado. No

    enterro do jovem, pai avisou

    que considera episdio um

    homicdio e que vai acionar a

    empresa do coletivo, o Estado e

    o Grande Recife Consrcio de

    Transporte. k cidades 4............

    Tiro no corao

    VDEO

    Noticirio internacional e

    nacional est publicado hoje

    dentro do caderno de

    Economia

    Centro Social Urbano do

    Engenho do Meio se

    encontra abandonado, Jos

    Rosal. k pgina 7

    Aps derrota por 1x0 para a

    Colmbia no Grupo C, seleo se

    envolve em confuso com rivais

    e Neymar expulso. Domingo,

    time decide classificao contra

    a Venezuela. k esportes 1.........

    Com anncio de que a Sony

    deve produzir console no Pas,

    preo pode cair de R$ 3.999

    para R$ 2.000. k economia 3

    Comisso da Cmara aprova

    queda de 18 para 16 anos para

    crimes hediondos. Texto vai ao

    Plenrio. k capa dois

    exemplardoassinante

    GugaMatos/JCImagem

    HeulerAndrey/EstadoContedo

    Extras no jc.com.br e no

    jconline.com.br/digital

    IMAGEM

    Presidente veta sistema aprovado no Congresso, mas usa projeto como base para nova proposta.Medida provisria a ser

    publicada hoje prev aumento progressivo da combinao entre idade e tempo de servio para se aposentar. k economia 6

    Eu

    no

    vi

    EmEscada, dor de Severina Lopes de Oliveira contagiou a cidade. Chorava a

    morte do filhoMarcelo Laureano. Ao volante de uma caminhonete, o jovem

    de 16 anos tentou fugir de uma abordagem policial. Foi atingido na cabea

    por umdisparo de fuzil e no resistiu. Omilitar foi afastado. k 1 e 2............

    Aos leitores Voz do leitor

    BobbyFabisak/JCImagem

    PlayStation

    mais barato

    para o Brasil

    Reduo da

    maioridade

    avanamais

    AndrNery/JCImagem

    TV JORNAL

    Emissora do

    SJCC est em

    festa pelos 55

    anos de

    transmisso

    para todos os

    pernambuca-

    nos.

    k caderno C 4

    k Recife, 18 de junho de 2015 www.jconline.com.br -ano 97 - nmero 169 - R$ 2,00

  • Noticirio nacionalAgncia Estado (AE), Agncia Globo(AG), FolhapressNoticirio internacionalAgncia France Presse (AFP)Central de atendimento ao leitorGrande Recife: 3413.6100Interior e outros Estados:0800-081-5100Horrios6h30 s 18h30 - 2 a 6 feira6h30 s 11h30 - Sbados, domingose feriadose-mail: [email protected]

    EndereoRua da Fundio, 257 - Santo AmaroRecife - PE CEP: 50.040.100Pabx: 3413.6110

    Redao: 3413.6174 Fax: 3413.6430

    Diretor de RedaoLaurindo FerreiraDiretora-Adjuntade RedaoMaria Luza BorgesDiretora de Mercado LeitorVernica Barros

    DiretoraAdministrativo-FinanceiraLuciane SallasDiretora ComercialRoseane GonalvesDiretor IndustrialSatyro Gil

    DIRETORIA OPERACIONAL

    DIRETORIA

    Cmara dos Deputadosdever votar antes dorecesso de julho a PECque probe Unio detransferir encargos aosestados e municpios sema previso de repassesnecessrios ao seu custeio.

    U m assalto ocorridoentre as estaes Im-biribeira e Largo daPaz, na Linha Sul do Metrdo Recife, deixou usuriosem pnico na tarde de on-tem. Segundo testemunhas,um homem e um adolescen-te abordaram os passageirose exigiram que eles entregas-sem seus pertences.Este o terceiro assalto

    ocorrido no sistema em me-nos de dez dias. Na manhdo ltimo dia 9, pelo menostrs homens levaram celula-res, dinheiro e outros objetosde passageiros entre as esta-es Floriano e Cavaleiro, naLinha Centro. Na tarde domesmo dia, assaltantes pro-moveram um arrasto den-tro de um vago na LinhaSul.A falta de segurana nas es-

    taes e composies do me-tr j foimotivo de uma para-lisao de trs dias dos me-trovirios de Pernambuco,

    ocorrida no ano passado. Naocasio, a Companhia Brasi-leira de Trens Urbanos (CB-TU) se comprometeu a elabo-rar, em parceria com o sindi-cato da categoria, um plano

    de segurana para o sistema.Em 2014 a CBTU afirmou

    que elaboraria um plano desegurana local e nacional pa-ra o metr. Em cerca de 60dias o sindicato desenvolveu

    uma sugesto de plano e o en-tregou empresa, que disseque at o final de janeiro fe-charia o documento final,mas, at omomento, nada es-t definido, explicou DiogoMoraes, presidente do Sindi-cato dosMetrovirios de Per-nambuco (Sindmetro-PE).Ainda segundo Moraes, o

    fim da Polcia Ferroviria Fe-deral piorou o quadro de se-gurana no sistema. Quan-do a Polcia Ferroviria exis-tia, ns tnhamos problemas,mas eles estavam relaciona-dos falta de contingente,no atuao dos policiais. APolcia Federal retirou os po-liciais ferrovirios e hoje nod nenhum suporte CB-TU, disse.Procurada pela reporta-

    gem para se posicionar sobrea falta de segurana no me-tr e denncias feitas peloSindmetro-PE, a assessoriade imprensa do Metrorecno atendeu s chamadas.

    kPassageiros em trnsito

    Gestomunicipal

    kMulheres empreendedoras

    Pernas para o ar

    MERCADONACIONALEngenho de Mdia Recife(81) 3126.8181So Paulo (11) 3854.9030Braslia (61) 3328.5683Rio de Janeiro (21) 2213.0904www.engenhodemidia.com.br

    VENDA AVULSA

    PE..........Outros Estados

    Dias teis ..........R$ 2,00 ....R$ 5,00Domingos R$ 3,00 R$ 6,00ExemplaresAtrasados R$ 6,00 R$ 6,00

    Os exemplares do Jornal do Commercio de venda avulsa no socomercializados diretamente ao pblico.Neste caso, a venda feita por bancas de terceiros devidamenteautorizados pelas prefeituras, agentes autnomos e representantescomerciais credenciados (pessoas jurdicas), que adquirem o jornalpara revenda ao pblico. As assinaturas, com entrega domiciliar, sovendidas por representantes autnomos, empresas prestadoras deservio e funcionrios da Editora Jornal do Commercio.

    Oficialmente, no est na pauta do 103 Encontro doColgio Permanente de Presidentes dos Tribunais de Justia,que ocorre de hoje a sbado, no Cabo de Santo Agostinho, apolmica sobre o corte do oramento do Judicirio impostopelo Executivo. Mas o assunto, sem dvidas, perpassar osdebates que resultaro na Carta de Pernambuco. Aautonomia financeira do Judicirio continua na ordem do diano TJPE pois persiste a insatisfao com o corte dooramento de 2015, que vem exigindo do presidente,desembargador Frederico Neves, medidas de austeridadepara permitir o equilbrio das contas. O Governo do Estado,no incio do ano, negou a reduo de verbas e que disse queapenas no concedeu o aumento do oramento. Noconvenceu: desembargadores defendem que o oramentodo Estado no pode ser monoplio apenas do Executivo. Ogovernador Paulo Cmara, politicamente, oferecer o jantarde boas vindas aos 27 presidentes de TJs logo mais noite.

    Relatrio de aes na Sade

    IMPOSTOSCarga tributria (de produtos eservios aos consumidores)aproximada: 3,65%

    Editores de Arte e Infografia:Bruno Falcone Stamford [email protected] Martins [email protected] Tenrio [email protected] conosco: (81) 3413.6482

    A infraestrutura pode at no ser o item decisivo paraatrair o Hub da LaTam para o Aeroporto dos Guararapes(foto). O Recife ganha disparado de outras capitaisnordestinas no critrio das representaes diplomticas.Tem todas, inclusive o Consulado dos EUA, diz leitora atentada coluna. O Hub far conexes entre grande parte daAmrica do Sul, do Norte, Europa, frica e o Oriente Mdio.

    Para ir se agendando:no dia 23 o expedientedas reparties pblicasdo Estado ser at o meiodia. O governador PauloCmara determinou que aquarta-feira, Dia de SoJoo, ser feriado.

    As moradoras do bairrode Stio dos Pintosrecebero a secretria daMulher do Recife,Elizabeth Gondim, hoje,para debater as polticas eaes para as mulheres dacidade do Recife.

    capa dois

    ASSINATURASGrande Recife .................Interior s/classificados

    Diria anual R$ 782,00 .........................................R$ 750,00

    Diria semestral R$ 391,00 ..........................................R$ 375,00

    Fins de semana anual R$ 260,00 .........................................R$ 249,00

    Editor-assistente de abertura:Diana Moura [email protected] de fechamento:Rafael Carvalheira [email protected] conosco: (81) 3413.6408

    kExpediente

    HeliaSche

    ppa/AcervoJC

    Imag

    em

    A alterao das regras deexplorao do pr-sal serdebatida no Senado dia 30.A proposta do senador JosSerra (PSDB-SP) acaba coma participao obrigatriada Petrobras no modelo deexplorao de partilha.

    Divulgao

    Comisso reduzmaioridade penalAgncia Estado

    B RASLIA Em sessofechada, deputadosaprovaram ontem a re-duo da maioridade penal de18 para 16 anos para alguns ti-pos de crime. Apesar de uma s-rie de manobras de parlamenta-res contrrios ao texto para obs-truir a votao, com21 votos a fa-vor e seis contra, a comisso es-pecial criada para discutir o te-ma decidiu que sero punidoscomo adultos os maiores de 16anos que cometerem crimes he-diondos (como latrocnio e estu-pro), homicdio doloso (com in-teno de matar), leso corporalgrave, leso corporal seguida demorte e roubo qualificado.Os nicos contrrios ao texto

    da reduo foram rika Kokay(PT-DF), Margarida Salomo(PT-MG),Maria doRosrio (PT-

    RS), Arnaldo Jordy (PPS-PA),Tadeu Alencar (PSB-PE) e We-verton Rocha (PDT-MA).Onovo relatrio foi apresenta-

    do pelo deputado Laerte Bessa

    (PR-DF), que decidiu acolherpropostas acordadas entrePMDB, PSDB e outros partidos,flexibilizando o parecer originalque havia apresentado na sema-

    na passada. O acordo foi costura-do pelo presidente da Casa,EduardoCunha (PMDB-RJ), pa-ra garantir a aprovao na co-misso. No texto anterior, a re-duo da maioridade valia paraqualquer crime.O texto aprovado dispensa a

    obrigao de se consultar o Mi-nistrio Pblico. Os maiores de16 anos e menores de 18 anoscumpriro a pena em estabeleci-mento separado dos maiores de18 anos e dos menores de 16, eque Unio e Estados tero quecriar os estabelecimentos para ocumprimento das penas.Como se trata de uma Propos-

    ta de Emenda Constituio, otexto precisa ser votado em doisturnos no plenrio da Cmara edepois no Senado. A primeira vo-tao est prevista para o dia 30de junho. Na Cmara, precisoummnimo de 308 votos.

    PresidenteJoo Carlos Paes Mendona

    Vice-PresidenteJaime de Queiroz Lima Filho

    DiretorEduardo Amorim de Lemos

    Encontro do Judicirio

    Pr-sal

    Est em anlise na Alepe projeto de lei que estabelece8 de outubro como o Dia Estadual da MulherEmpreendedora. A autoria da deputada SimoneSantana, que escolheu a data em referncia ao dia daformatura da 1 turma de pernambucanas no programaNacional de Trabalho e Empreendedorismo da Mulher.

    O secretrio de Sade, Iran Costa, disse que asdespesas do Governo de Pernambuco com serviospblicos de sade nos primeiros quatro meses de 2015chegaram a R$ 844 milhes, o que equivale a 14,36% dareceita lquida total do Estado.

    reprter jc

    COMIT DE CONTEDO DO SJCCIvanildo Sampaio (Coordenador)

    Eduardo LemosBeatriz IvoLcia Pontes

    por e-mail: [email protected]/[email protected]

    jornal do commercio

    ROTINA Foi o 3 assalto no Metrorec emmenos de dez dias

    Fale conosco:

    (81)3413.6174www.jc.com.br

    Feminina

    Condenados pormatar jovem gay

    k

    Gustavo

    Lima/Cm

    aradosDep

    utad

    os

    CUNHA Principal fiador da reduo da maioridade penal

    Assalto na Linha Sul do metr

    www.jconline.com.br

    04h51 - 2.4m11h11 - 0.2m17h15 - 2.2m23h24 - 0.4m

    05h32 - 2.3m11h54 - 0.3m17h58 - 2.1m

    Edmar

    Melo/JCIm

    agem

    CMARA DOS DEPUTADOS Por 21 votos a 6, comisso especial criada para discutir otema aprovou a reduo da maioridade de 18 para 16 anos no caso de crimes hediondos

    D epois de um julga-mento rpido, quedurou apenas setehoras e meia, dois homensacusados de matar um jovemhomossexual a pauladas, noRecife, foram condenados a18 anos de priso pelo Tribu-nal do Jri por homicdio tri-plamente qualificado moti-vo ftil, emprego de meiocruel e impossibilidade de de-

    fesa da vtima. A defensorados rus, Alice Maria Quei-roz, anunciou que vai recor-rer da deciso.O julgamento de Augusto

    Csar Rodrigues, 26 anos, eWindson Flvio de Melo, 25,ocorreu ontem, no FrumThomaz de Aquino, no Cen-tro do Recife. Segundo o in-qurito policial, em outubrode 2010 eles atacaram a paula-

    das Jos Ricardo Pereira daSilva, 24 anos, em Jardim SoPaulo. O rapaz ainda foi socor-rido, mas no resistiu gravi-dade dos ferimentos.Na poca, a polcia definiu

    o crime comoo primeiromoti-vado por homofobia no Esta-do,mas as investigaes apon-taram, posteriormente, que osrus mantinham relaciona-mento ntimo com a vtima e

    queriam manter esse fato emsigilo. Essa teria sido a causado crime.Augusto Csar Rodrigues j

    estava preso desde dezembrode 2010, no Complexo Prisio-nal do Curado. Em maro de2012, Windson Flvio de Me-lo tambm foi capturado e le-vado para o complexo. Depoisdo julgamento, voltaram paraomesmo presdio.

    2 jornal do commercio Recife I 18 de junho de 2015 I quinta-feira

  • kOpapel de Romrio naAlepe

    As contas de 1996 em aberto viraram arma poltica para o

    ento governador Jarbas Vasconcelos (PMDB). Mas em 2001

    o deputado Romrio Dias (hoje PTB, ento PFL), que presidia

    a Assembleia, decidiu coloc-las em votao. Romrio (foto)

    peitou o Palcio, votou e aprovou as contas. Em 2007, como

    gratido, o governador Eduardo fez dele conselheiro do TCE.

    kComo a crise suja prefeitos

    kNa verso eletrnica da coluna

    Quando o Tribunal de Contas da Unio (TCU) sinalizou

    ontem que pode rejeitar as contas da presidente Dilma

    Rousseff (PT), ao dar 30 dias para o governo apresentar

    contrarrazes, trouxe uma nova ligao entre as histrias

    de Dilma e da famlia Arraes. Para abrir esse prazo, o TCU

    invocou um caso emblemtico na poltica pernambucana,

    o Escndalo dos Precatrios. O que marcou a biografia do

    ento secretrio da Fazenda Eduardo Campos (PSB), mais

    tarde governador e candidato a presidente contra Dilma

    em 2014, quando faleceu no acidente que comoveu o Pas.

    Em 1996, Eduardo era secretrio da Fazenda na gesto

    Miguel Arraes. O governo estadual emitiu ttulos pblicos

    para quitar dvidas vencidas, precatrios. No ano seguinte,

    1997, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) marcou a data

    para julgar as contas de Arraes. Como hoje ocorre no caso

    de Dilma, surgiram especulaes de que o TCE rejeitaria as

    contas. Arraes questionou e foi Justia. Como podia

    haver julgamento sem ele sequer ter se defendido?

    O Tribunal de Justia de Pernambuco (TJPE) concordou

    e o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal

    (STF), ratificou: o TCE no poderia julgar as contas sem

    antes ouvir Arraes. Alm do mais, como no caso de Dilma,

    a palavra final caberia ao Legislativo, que em Pernambuco

    ficou sem votar contas de governadores at 2001, quando

    a Alepe afinal aprovou as contas de 1996.

    Por tudo isso, foi at descuido do TCU marcar a votao

    e s ento invocar essa jurisprudncia. No final, o acaso

    promoveu mais esse encontro da histria da presidente

    com da famosa famlia da poltica. E j h outro agendado.

    Ana Arraes, filha de Arraes e me de Eduardo, ministra

    do TCU. E participa do julgamento das contas de Dilma.

    Governo lana seu

    mapa estratgico

    Dilma, TCUea famliaArraes

    Assim com as

    paralisaes

    no TJPE...

    No mesmo encontro no Senado, o presidente da Cmara,

    Eduardo Cunha (PMDB), voltou a falar na PEC 172, do deputado

    federal Mendona Filho (DEM), que probe a Unio de criar

    encargos para Estados e municpios sem indicar a fonte do

    dinheiro. A previso vot-la antes do recesso. No jc.com.br

    MicheleSouza/AcervoJCImagem

    poltica

    Editores:

    Bianca Negromonte [email protected]

    GilvanOliveira [email protected]

    Fale conosco: (81) 3413-6182

    Twitter:@jc_politica

    pinga-fogo

    Giovanni Sandes

    [email protected]

    twitter:@pingafogojc

    telefone: (81) 3413.6531

    O presidente da

    Amupe, Jos Patriota,

    voltou a buscar do

    equilbrio regional, na

    reunio sobre o pacto

    federativo no Senado.

    Em So Paulo, disse, o

    FPM representa 25%

    da receita. A mdia

    de 90% no Nordeste.

    Ele disse ainda que

    70% dos prefeitos do

    Estado tm ficha suja

    por romper a LRF nos

    gastos com pessoal.

    Franco Benites

    [email protected]

    S

    er amanh, s 9h, no

    Teatro Guararapes, no

    Centro de Convenes,

    o lanamento do mapa da es-

    tratgia de gesto do governo

    Paulo Cmara (PSB). O docu-

    mento reunir os objetivos e

    metas prioritrias da adminis-

    trao, que sero apresenta-

    dos pelo governador e pelo se-

    cretrio de Planejamento e

    Gesto, Danilo Cabral.

    O mapa da estratgia foi

    construdo em cima do pro-

    grama de governo e das de-

    mandas apresentadas pela po-

    pulao durante os semin-

    rios do Todos por Pernambu-

    co. Demaro a abril, o projeto

    colheu cerca de 16 mil suges-

    tes nas mais diversas reas.

    Com o lanamento do ma-

    pa da estratgia, Paulo repete

    os passos de Eduardo Cam-

    pos. O contexto econmico

    atual, no entanto, d uma di-

    menso ainda maior ao docu-

    mento uma vez que, com me-

    nos dinheiro em caixa, o go-

    vernador ter que ser mais

    certeiro ao definir as priorida-

    des de sua gesto.

    Para elaborar o mapa, o go-

    vernador promoveu reunies

    com todos os secretrios de

    governo no intuito de definir

    o oramento de cada pasta e

    as principais demandas pelas

    quais os auxiliares sero co-

    brados nas reunies de moni-

    toramento.

    HOSPITAL

    Ontem, Paulo falou sobre as

    obras das emergncias adulto

    e peditrica doHospital Belar-

    mino Correia, em Goiana, na

    Mata Norte. Ele esteve na ci-

    dade em janeiro e prometeu a

    concluso dos servios em 60

    dias, o que no ocorreu. A

    parte maior da obra, que era a

    parte de emergncia e de ur-

    gncia e de enfermaria, est

    devidamente pronta e est

    operando dentro das condi-

    es do hospital, garantiu.

    A reportagem do JC procu-

    rou a Secretaria de Sade pa-

    ra obter mais detalhes da re-

    forma das emergncias e foi

    informada de que as obras es-

    tavam finalizadas, mas que o

    governo estadual aguardava o

    recebimento e instalao dos

    equipamentos para inaugurar

    os setores.

    EdmarMelo/JCImagem

    Mudana legal Poderia ser nulo

    ...quase passaram em branco,

    pouca gente notou, mas a Justia

    Federal est em greve aqui em

    Pernambuco e mais 15 Estados.

    PEC deMendona na pauta de Cunha

    AndrNery/JCImagem

    www.jconline.com.br

    Outro efeito do caso de

    Arraes foi mudar a prpria

    lei orgnica do TCE, que

    institucionalizou o que o

    ex-governador precisou

    buscar na Justia: a rotina

    de escutar o Executivo

    antes de julgar as contas.

    Ante o histrico no TCE,

    um conselheiro diz sobre o

    julgamento de Dilma: Com o

    relatrio tcnico pesado e

    sem notificar a gesto para

    apresentar defesa, o TCU viu

    que era temerrio. Esse

    julgamento poderia ser nulo.

    k

    REUNIES Paulo ouviu os secretrios para fechar mapa

    GESTO Com base nos dados do Todos por Pernambuco, Paulo Cmara apresentar

    amanh o mapa estratgico com as prioridades contempladas para sua administrao

    Recife I 18 de junho de 2015 I quinta-feira jornal do commercio

    3

  • Isso coisa que

    o Brasil no est

    preparado para

    discutir, disse

    Cleiton Collins

    Ayrton Maciel

    [email protected]

    P

    or 31 votos contra 11, a

    Assembleia Legislativa

    aprovou, ontem, com

    muita balbrdia e pouca clareza

    de posies, a emendamodifica-

    tiva n 04 avalizada pela ban-

    cada evanglica que suprimiu

    do Plano Estadual de Educao

    (PEE) todas as referncias a g-

    nero, diversidade e orientao

    sexual, depois de aprovar por

    unanimidade o projeto de lei n

    269, do Poder Executivo, que de-

    fine o programa de diretrizes e

    metas para o setor educacional

    nos prximos dez anos

    (2015-2025).

    Instantes antes, a emenda

    de autoria do Pastor Cleiton Co-

    llins (PP) tinha sido declarada

    constitucional, no plenrio, por

    seis votos a trs, pela Comisso

    de Constituio, Legislao e

    Justia (CCLJ), rejeitando o ar-

    gumento de inconstitucionalida-

    de apresentado pelos oposito-

    res. A maioria aprovou que no

    se tenha orientao sexual nas

    escolas. Isso coisa que o Brasil

    no est preparado para discu-

    tir, saudou o resultado Cleiton

    Collins, ressaltando que sua

    emenda seguiu a deciso do

    Congresso que tambm retirou

    a temtica do Plano Nacional de

    Educao.

    Conduzida por Guilherme

    Uchoa (PDT) presidente da

    Casa e favorvel emenda , a

    sesso plenria com 42 deputa-

    dos exps contradies e

    desinformaes de uns e reve-

    lou convices que eram desco-

    nhecidas em outros. Ante a inse-

    gurana e incerteza, num plen-

    rio tendente votao com base

    no foro ntimo e no em ra-

    zes pedaggicas ou polticas ,

    os lderes do governo e da oposi-

    o liberaram as bancadas para

    votar conforme a conscincia de

    cada um.

    A emenda Collins retira da

    meta 8 do Plano Estadual de

    Educao as expresses discri-

    minao, orientao sexual e

    identidade de gnero, troca o

    termo gnero por sexo e su-

    prime os substantivos travestis

    e transgneros dos censos para

    saber a situao educacional de

    jovens, adolescentes, crianas e

    adultos em situao de

    hospitalizao, sob medidas so-

    cioeducativas, encarcerados e

    nas ruas. Retira, ainda, os ter-

    mos gnero, diversidade e orien-

    tao sexual das polticas e pro-

    gramas de formao dos profis-

    sionais em educao.

    Peo aos deputados que ou-

    am o clamor das ruas, que vo-

    tem com sua conscincia, ape-

    lou o deputado presbtero Adal-

    to Santos (PSB) sob aplausos da

    maioria nas galerias que abriu

    umbanner com a imagemde Je-

    sus Cristo. O Estado laico,

    respondeu a minoria, represen-

    tandomovimentos sociais.

    A emenda 04 foi uma substi-

    tuio emenda 01, tambm de

    Cleiton Collins, derrotada na

    CCLJ com o voto deminerva da

    presidente Raquel Lyra (PSB),

    que chegou ao plenrio, ontem,

    depois de concluda a votao.

    Relator anterior, Tony Gel

    (PMDB) votou tambm contra a

    nova emenda. Novo relator, An-

    tnioMoraes (PSDB), porm, re-

    comendou a aprovao. So di-

    ferentes. Votei contra a 01, voto

    a favor na 04,mudou o voto Ro-

    drigo Novaes (PSD).

    O lder da oposio, Slvio

    Costa Filho (PTB), votou a favor

    da emenda 01 na CCLJ. Ontem,

    alegando no estar seguro para

    votar e haver radicalizao, pe-

    diu a construo de uma emen-

    da de consenso, foi derrotado e

    acabou votando a favor de Co-

    llins. A emenda despreza o di-

    reito de informar das escolas,

    protestou a deputada e professo-

    ra Teresa Leito (PT).

    Bancada evanglica vitoriosa

    qMais na web

    www.jconline.com.br

    poltica

    www.jconline.com.br

    O protesto na Cmara do Recife

    nowww.jconline.com.br/politica

    RinaldoMarques/Alepe

    PLENRIO Deputados pressionam o presidente Guilherme Uchoa durante a sesso de ontem

    LEGISLATIVO Por 31 a 11, a Assembleia Legislativa aprovou a retirada de qualquer meno de gnero do Plano Estadual de Educao

    Cmara: protesto

    contra Geraldo

    Mariana Mesquita

    [email protected]

    A proposta da gesto Geral-

    do Julio (PSB) para o PlanoMu-

    nicipal de Educao do Recife

    est enfrentando oposio na

    Cmara Municipal e, tambm,

    por parte das entidades que in-

    tegraramaConfernciaMunici-

    pal de Educao (Comude), for-

    mada no incio do ms. Ontem,

    os professores afirmaram que o

    documento enviado Cmara

    uma fraude.

    Geraldo Julio tirou um pro-

    jeto diferente da gaveta (do

    aprovado no Comude) e apre-

    sentou Cmara, jogando as

    discusses no lixo. O plano fere

    estrategicamente todas as deci-

    ses que foram tomadas em

    conjunto, inclusive envolvendo

    representantes da gesto pbli-

    ca, disse a diretora de Comuni-

    cao do Sindicato Municipal

    dos Professores do Recife (Sim-

    pere), Cludia Ribeiro.

    Segundo o lder do governo

    na Cmara, Gilberto Alves

    (PTN), a prefeitura realizou

    um processo democrtico, mas

    nem tudo o que foi aprovado na

    Comude foi aproveitado no pla-

    no. O presidente da Cmara,

    Vicente Andr Gomes (PSB),

    adiantou que o projeto ser vo-

    tado assim que receber o pare-

    cer do presidente da Comisso

    de Educao, provavelmente

    at a prxima segunda (22).

    Ontem, dois dias depois da

    prefeitura ter encaminhado o

    projeto de lei Cmara, o plen-

    rio da Casa aprovou uma dis-

    pensa regulamentar do prazo

    ordinrio de tramitao para

    que o plano possa ser votado an-

    tes do dia 24, a fim de cumprir

    o prazo estabelecido pelo gover-

    no federal.

    Membros do Simpere e de

    outras entidades ligadas Edu-

    cao ocuparam as galerias da

    Cmara gritando palavras de or-

    dem contra o prefeito e os ve-

    readores de sua base. No plen-

    rio, Andr Rgis (PSDB), presi-

    dente da Comisso de Educa-

    o, Isabella de Roldo (PDT),

    Antnio Luiz Neto (PTB) e Ju-

    randir Liberal (PT) pediram,

    sem sucesso, o adiamento da vo-

    tao do plano. A prefeitura

    mandou a esta Casa um plano

    que no tem objetivos claros,

    atacou Rgis.

    Aps o encerramento da ses-

    so, os manifestantes se reuni-

    ram com alguns vereadores de

    oposio para discutir a possibi-

    lidade de apresentarem emen-

    das ao plano. Os vereadores fi-

    caram de avaliar a proposta.

    4

    jornal do commercio Recife I 18 de junho de 2015 I quinta-feira Recife I 18 de junho de 2015 I quinta-feira jornal do commercio

    5

  • Prefeitos em

    Braslia por

    pacto federativo

    poltica

    www.jconline.com.br

    poltica

    RoqueS/Divulgao

    O Hospital Santa Joana

    conquistou o Joint Commission

    Internationals Gold Seal of Approval

    TM

    FRENTE Cunha e Renan (esq) receberam prefeitos de vrias cidades, entre eles Geraldo Julio

    CONGRESSO Gestores queremmudanas

    na diviso da arrecadao tributria, com

    mais recursos para Estados e municpios

    Da redao, com agncias

    P

    refeitos de vrios Esta-

    do do Pas cobraram

    ontem, no Congresso

    Nacional, celeridade na vota-

    o das alteraes no projeto

    que altera o Pacto Federativo.

    Os gestores entregaram car-

    tas ao presidente do Senado,

    Renan Calheiros (PMDB-

    AL), e da Cmara, Eduardo

    Cunha (PMDB-RJ), com 11

    pontos que consideram impor-

    tantes. Os presidentes no de-

    ram um prazo para votao,

    mas prometeram dar celerida-

    de ao processo.

    A proposta levada por Ge-

    raldo Julio (PSB), prefeito do

    Recife, foi a volta da distribui-

    o de recursos como na po-

    ca da promulgao da Consti-

    tuio de 1988. De cada R$ 4

    que a Unio arrecadava, R$ 3

    eram compartilhados com os

    Estados e com os municpios.

    Hoje, de cada R$ 4, apenas

    R$ 1,50 compartilhado. Sei

    que isso no pode acontecer

    de um dia para o outro, mas

    de interesse do governo fede-

    ral, dos Estados e dos munic-

    pios. Propomos que o retorno

    da participao dos recursos

    seja feita de maneira gradati-

    va em 12 anos, nos prximos

    trs governos, defendeu.

    Segundo o gestor, caso os

    recursos fossem alterados ho-

    je, a prefeitura teria capacida-

    de de investir o dobro dos re-

    cursos aplicados atualmente,

    alm de destravar processos

    simples. Do modo como est

    hoje, trava as prefeituras. O

    prefeito tem que vir a Braslia

    para pedir para fazer uma cre-

    che, um posto de sade, uma

    praa. No so todos que con-

    seguem chegar, completou.

    DePernambuco, foram tam-

    bm o prefeito de Afogados

    da Ingazeira, Jos Patriota

    (PSB), e de Olinda, Renildo

    Calheiros (PCdoB). Patriota

    reclamou que mais de 70%

    dos prefeitos do Estado esta-

    riam com a ficha suja por

    no conseguirem cumprir a

    Lei de Responsabilidade Fis-

    cal. J Renildo destacou a es-

    cassez de recursos para a Sa-

    de.

    O presidente da comisso

    mista que analisa o pacto fede-

    rativo, senadorWalter Pinhei-

    ro (PT-BA), disse que o texto

    estar pronto para ser levado

    ao plenrio em 8 de setembro.

    4

    jornal do commercio Recife I 18 de junho de 2015 I quinta-feira Recife I 18 de junho de 2015 I quinta-feira jornal do commercio

    5

  • A incultura brasileira

    rasgou a boca da

    poesia e cegou os

    olhos das artes

    Deborah Brennand

    Marcus Accioly

    [email protected]

    N

    s estamos morrendo? Eu di-

    ria que ns vamosmorrer. Po-

    rm Joseph Brodsky diz: A

    maior prova da existncia de Deus

    que no sabemos quando vamos mor-

    rer. Ento como disse Boileau na

    Arte Potica nos apressamos lenta-

    mente e sem perder a coragem. Ns,

    os jovens de ontem, ou de anteontem,

    ns, os da Gerao 60 ou 65, vivemos e

    convivemos com a Gerao de 30 e a de

    45. Delas, pelo menos dois nomes esto

    plantados dentro de um balde de flores

    que regamos todamanh: Carlos Drum-

    mond de Andrade e Joo Cabral deMe-

    lo Neto. Dos demais nomes (ou dos dez

    mais nomes) colhemos e plantamos as

    sementes. Os fantasmas dos nossos ve-

    lhos mestres ainda povoam nossas soli-

    des. Pois a ns, qual se no bastasse

    uma ditadura militar de duas dcadas e

    mais um ano, em vez da esperana, so-

    brevm essa vergonha civil que tem as-

    solado o Pas. Fomos condenados en-

    tre represso e corrupo no ao siln-

    cio, mas ao esquecimento. Antes, eu ha-

    via escrito que a nossa gerao era um

    sanduche mordido pelas duas pontas

    (h, Jomar Muniz de Brito!) pelos mais

    novos e pelos mais velhos. Agora nem

    sequer somosmais isso. A incultura bra-

    sileira rasgou a boca da poesia, vazou

    os ouvidos da msica e cegou os olhos

    das artes.

    Como escrever outra coisa, assinalo

    uma perda irreparvel: a morte de De-

    borah Brennand. A dor faz lembrar o

    incio do prefcio de AlceuAmoroso Li-

    ma, para a edio bilngue de Une Sai-

    son en Enfer deArthur Rimbaud tra-

    duzida por Ivo Barroso: Relata a co-

    nhecida lenda grega que alguns pesca-

    dores passando a noite por uma praia

    deserta, ouviram uma voz misteriosa

    lanar um longo grito: O grande Pan

    morreu! Esse grito atravessou os scu-

    los. O grito damorte de Deborah Bren-

    nand (apesar dos jornais, revistas, televi-

    ses, academias, redes sociais) morreu

    na praia. Mas sua poesia, no. Ela foi a

    mais simples das criaturas de Deus.

    Mas sua poesia, no. Ela vive na sua

    poesia. Vive na palavra. Vive em cada

    palavra que escreveu. No prefcio do

    seu primeiro livro O Punhal Tingido

    ouOLivro dasHoras deD. Rosa de Ara-

    go diz Roberto Alvim Corra: Rpi-

    da qual relmpago na sua apreenso

    das coisas, sabe que fala uma lngua que

    no se decifra em um dia. No posso

    acrescer uma vrgula ao que disse Ro-

    berto AlvimCorra em todo o seu pref-

    cio. Porm, onde ele disse uma ln-

    gua que no se decifra em um dia eu

    diria que no se decifra no tempo. Diria

    Auden: O tempo que intolerante/

    Com os bravos e os inocentes./ Indife-

    rente numa semana/ A um belo fsico/

    Venera a linguagem. Logo eis a gran-

    de inverso no a linguagem que ve-

    nera o tempo, mas o tempo que venera

    a linguagem. Ao que Joseph Brodsky

    acresceria: Se o tempo venera a lingua-

    gem, isto quer dizer que ela maior, ou

    mais velha, do que o tempo. Assim, a

    linguagem do poeta a linguagem de

    Deborah Brennand h de ser venera-

    da pelo tempo.

    Em um e-mail, o pintor Francisco

    Brennand confessa: Voc me permite

    um exagero, pois nesses momentos de

    comoo eles so perdoveis, eu diria

    que ela foi a maior artista da minha ge-

    rao, incluindo pintores, escultores,

    poetas, escritores e dramaturgos. No

    meu entender, ela umpoeta da dimen-

    so (e mesmo irmanada) de Emily Di-

    ckinson. No, meu amigo Francisco,

    voc no comete nenhumexagero. Prin-

    cipalmente porque sua observao tres-

    passa voc. Portanto, o que existe um

    reconhecimento: S os iguais diz

    Henry Miller conhecem os iguais.

    Todos se distraram commil coisas. De-

    borah nunca saiu de si jamais. Como no

    poema da sua citada Emily Dickinson

    Morri pela Beleza Deborah tambm

    morreu (e viveu) pela beleza e pela ver-

    dade. J faz trs anos que falei da sua

    bela poesia, mas ela quem diz (ou

    quem se diz) ter ficado: Como a doce

    ma que rubra,/ l em cima, no alto do

    mais alto ramo,/ os colhedores esquece-

    ram./ No, no esqueceram: no pude-

    ram atingir. Talvez seja possvel al-

    can-la, mas para atingir Deborah

    Brennand, urge uma biografia Oscar

    Wilde: A fechadura e a escada de servi-

    o so partes essenciais domtodo utili-

    zado para se escrever biografiasmoder-

    nas. Na deDeborah Brennand, a altura

    da escada a sua estatura e o olho da fe-

    chadura o olho da poesia.

    kMarcus Accioly poeta

    Magdalena e as hortas

    A privatizao da TAP

    opinio JC

    q Chargekmiguel

    q editorial

    A

    vitria de David G. Neele-

    man, em consrcio com

    Humberto Pedrosa dirigen-

    te do Barraqueiro, um grupo privado

    portugus responsvel por mais de

    30 empresas no ramo de transportes

    , no processo de privatizao da

    TAP Portugal, nos aproxima ainda

    mais da principal companhia area

    portuguesa, no ar desde 1945. Neele-

    man um empresrio com DNA do

    Brasil, onde nasceu e viveu at os 5

    anos de idade, quando foi levado pe-

    los pais para os Estados Unidos, onde

    desenvolveu formao mrmon e se

    fez fundador de vrias companhias

    areas, entre as quais a Azul Linhas

    Areas Brasileiras, com fortes liga-

    es no mercado pernambucano.

    Esse o primeiro bom sinal em um

    complexo e delicado processo de

    privatizao, bemmais do que imagi-

    namos do lado de c do Atlntico. Do

    lado de l, h muito rumor de nature-

    za trabalhista e, sobretudo, uma aten-

    o redobrada de instituies podero-

    sas, como a interveno do Conselho

    de Preveno da Corrupo, ligado

    ao Tribunal de Contas, que analisa to-

    do o processo de privatizao. Uma li-

    o qual nos cabe prestar ateno,

    agora que o Brasil anuncia o mesmo

    propsito em relao a diversos seto-

    res.

    A Comisso Europeia para Trans-

    portes tambm j deu sinais de que es-

    t monitorando a privatizao e que

    no ter dvidas em abrir investiga-

    es na hora em que suspeitar de que

    o controle da maioria do capital, e do

    processo de deciso, saia das mos de

    um pas da Unio Europeia. A deter-

    minao do organismo continental

    no sentido de que uma companhia a-

    rea registrada por l tem que ser con-

    trolada em pelo menos 50% pelos da

    terra, como poderamos dizer por

    aqui. E esse cuidado europeu est sen-

    do expresso em bom portugus por-

    que no caminho da transao tem a

    proposta de um financiamento de

    250 milhes como apoio renovao

    da frota de avies e, nesse caso, nosso

    BNDES pode entrar em campo.

    O diretor executivo da companhia

    area, o brasileiro Fernando Pinto,

    emite outros sinais do cuidado com

    que se est fazendo o negcio, assegu-

    rando que, pelo que foi visto e ouvido

    do consrcio vencedor, no h dvi-

    da de que a histria da TAP ser res-

    peitada, sero salvaguardados os seus

    valores em relao ao servio que ofe-

    rece e aos interesses dos trabalhado-

    res. Aparentemente, depois de decla-

    raes como essa, tudo deveria estar

    em cu de brigadeiro, mas ainda falta

    muito caminho a percorrer, como a

    aprovao da Comisso Europeia e

    apaziguamento das reaes polticas,

    como a do Partido Socialista, para

    quem estamos a entregar a TAP de

    borla, isto , de graa, sem o preo

    devido. Acontece que l esse partido

    tem fora e j anunciou que, se voltar

    a ser governo, no hesitar em utili-

    zar a clusula pela qual at a liquida-

    o fsica das compras e vendas, o

    Conselho de Ministros pode suspen-

    der ou anular o processo.

    CPMF xCPAT (E a?)

    Diretor de Redao:

    Laurindo Ferreira [email protected]

    Diretora-Adjunta de Redao:

    Maria Luiza Borges [email protected]

    kOs textos assinados publicados emOpinio e Voz do Leitor no refletem necessariamente a posio do Jornal do Commercio. O JC se reserva o direito de editar e de adaptar os textos linguagem jornalstica.

    Olbiano Silveira

    C

    ad a chamada bancada evan-

    glica e por onde andam os au-

    toproclamados bebedores

    conscientes e ainda aqueles que se di-

    zem capazes de ir s ltimas

    consequncias em defesa da populao

    hipossuficiente? Cad aqueles que alar-

    deiam a necessidade de medidas, at

    extremas, para garantir um sistema de

    sade minimamente eficiente no aten-

    dimento aos que no podem pagar pla-

    no de sade e at mesmo aos que po-

    dem e, mesmo assim, enfrentam a pre-

    cariedade dos planos em seus momen-

    tos cruciais?

    Difcil como est o retorno da

    CPMF, em vista da resistncia dos

    mais dspares setores, por que ser que

    no surgiu ainda um gnio congressista

    (e nem precisa ser to gnio assim)

    com a bizarra ideia de propor a criao

    de algo parecido com uma CPAT

    Contribuio Permanente sobre o Con-

    sumo do lcool e do Tabaco? Parece

    mais do que trivial a justeza de atribuir

    aos fumantes, cervejeiros e uisqueiros

    o dever de contribuir com alguns reais

    por cada carteira de cigarros queima-

    dos ou garrafa de loura suada ingerida,

    para a sade deles mesmos e dos que

    no fumaamnemenriquecemos fabri-

    cantes de spirit ou das souza cruzes

    da vida. Prestem bem ateno neste de-

    talhe: se o cidado se dispe a pagar, di-

    gamos, dez dinheiros por uns tubinhos,

    branquinhos, venenosos para empurr-

    los no prprio sangue, ou uma grana

    preta por uma dose ou garrafa de gua

    teoricamente escocesa, que violncia

    ser obrig-lo a destinar algumas moe-

    das para a sade pblica?

    Resta apenas aos nossos operosos,

    mas nem tanto, deputados e senadores,

    acordarem e tomar uma deciso bvia

    como esta que aqui se sugere. E obser-

    vemque, ao taxar os bebedores e fuma-

    ceiros, eles, os parlamentares, estaro

    to somente fazendo caridade no s

    aos hipossuficientes dependentes do

    sistema pblico de sade como, e, (pas-

    mem) principalmente, queles a quem

    se vai cobrar o imposto, eis que pagan-

    domais caro espera-se beberome-

    nos e vo expirar menos fumaa txi-

    ca.

    A est, portanto, de graa, uma recei-

    ta infalvel para soluo dos problemas

    de sade pblica sem mexer com a vi-

    da de ningum, sem conturbar ainda

    mais o claudicante contexto econmi-

    co atual e a conjuntura

    socioeconmica. Estamos diante, mui-

    to provavelmente, de uma ideia destina-

    da ao apoio da unanimidade ( exce-

    o, bvia, de alguns dos bebedores e

    fumaceirosmais rebeldes emenos com-

    prometidos com o bem-estar social e

    deles prprios). Mas, estes que se da-

    nem. Prope-se, aqui, s vantagem pa-

    ra eles; sacrifcio, nenhum. At porque

    essa turma toda bebe e fuma com to-

    do o direito de qualquermaneira. Pre-

    o pra eles no obstculo. Quem no

    concordar com esta ideia, que entre pa-

    ra a turma dos do contra. Ou passe a

    reinventar a CPMF e enfrentar a fria

    dos eventuais prejudicados, em espe-

    cial daqueles emitentes de cheques de

    100 mil pra cima. E, ento, ilustres se-

    nhores deputados e senadores da rep-

    blica, vamos encarar? (repblica assim

    mesmo, com r minsculo).

    kOlbiano Silveira jornalista

    Wilame Jansen

    P

    elo interfone avisaram-me que

    DonaMagdalena, esposa do go-

    vernador, estava na secretaria

    e queria falar comigo. Fui receb-la, e a

    conduzi, juntamente com duas funcio-

    nrias da Cruzada de Ao Social, me-

    sa de reunio do gabinete da Emater.

    Eu havia tomado posse na Presidncia

    da Empresa h dois dias.

    Ela no perdeu tempo. O senhor a

    quarta pessoa do governo do Estado a

    quem fao um pedido, coisa simples,

    sem conseguir ser atendida. Explicou-

    me que se tratava da instalao de uma

    horta comunitria na localidade Car-

    queja, situada no Serto de Pernambu-

    co. J conseguira at a anuncia da pro-

    prietria, a Igreja Catlica.

    Prometi a Dona Magdalena que a

    Emater seria autorizada, naquele mes-

    mo dia, a instalar a horta em Carqueja,

    emais, que a empresa garantiria a insta-

    lao de tantas hortas quantas fossem

    as que ela conseguisse terreno com

    anuncia do proprietrio, desde que

    em Pernambuco.

    Prometeu manter-me a par das

    aes da empresa, no que ela j chama-

    va de programa. Quinze dias depois, co-

    mecei a receber pedidos de instalao

    de hortas, acompanhados de sesso de

    terrenos e de documentos de anuncia,

    conforme a exigncia. E no parava de

    chegar pedidos de hortas de tudo que

    era lugar do interior do Estado.

    Com dois meses do incio do Progra-

    ma Hortas Comunitrias, recebi o con-

    vite da ilustre visionria para a inaugu-

    rao da primeira horta, na RegioMe-

    tropolitana. Confesso que, quando fiz a

    promessa, eu no avaliara a capacidade

    de trabalho e demobilizao da primei-

    ra-dama. Tampouco sabia de sua con-

    vico sobre a importncia de uma co-

    munidade pobre dispor de hortalias

    gratuitamente na sua alimentao. E a

    conscincia de que a contrapartida era

    amplamente disponvel nos locais serta-

    nejos: mo-de-obra para um trabalho

    simples e leve.

    Anos depois, viajando pelo interior

    do Estado, chamaram-me para ver

    uma horta comunitria. Nunca mais

    deixei de perguntar por elas, quando

    viajo. Lembro que foram mais de 250

    hortas. Sem dvida, um grande progra-

    ma. Tenho dois lbuns, presentes de

    DonaMagdalena, com fotos do seu pro-

    grama. Ela administrava e monitorava

    tudo.

    Em tempo: Lailson deHolanda eVal-

    da Colares lanam hoje o livro Magda-

    lena Arraes A Dama da Histria, no

    Museu do Estado.

    kWilame Jansen consultor e

    escritor, autor de Cajarana da Serra,

    romance

    www.jconline.com.br

    k

    6

    jornal do commercio Recife I 18 de junho de 2015 I quinta-feira

  • lamentvel a situao do Centro Social Urbano do Engenho doMeio, que se encontra com as portasfechadas, abandonado, cheio de mato. Pessoas se aproveitam do descaso e consomem drogas no local.

    k Jos Rosal [email protected]

    Na Farmcia do Estadofaltammedicamentos parapacientes que fazem usocontnuo de remdios. Meupai faz tomaMezalazina eAzatioprina para retocoliteulcerativa e h dois meses norecebe os medicamentos.

    k Leonardo Lacerda viacomuniQ

    kFrase

    A Compesa fornece algo parecido com lama no municpiode Escada, Zona daMata de Pernambuco. Situaovergonhosa! Mas se o consumidor no pagar a conta, cortena certa!

    k Lus Carlos Silva Lins [email protected]

    kZonaNorte

    kPede-se providncia

    kFrase

    Chamo ateno do prefeitode Olinda para que providenciea pintura das faixas parapedestre em todos cruzamentosde Olinda. A cidade estcompletamente sem faixas emtodas as avenidas e ruas demaior trnsito. Os pedestresatravessam em qualquer lugar,expondo suas vidas a riscos.Sem falar que os motoristasprecisam voltar s autoescolas,para aprenderem de novo o que sinal vermelho.

    k Bismarck [email protected]

    kQualidade

    Envie suas cartas para a Ruada Fundio, 257, Santo Amaro

    Jos

    Rosal/

    VozdoLe

    itor

    Prefeito, quer reeleio? Ento cuidecom urgncia da iluminao doRecife. A cidade vive s escuras.Tambm necessrio limpar o canalque corta Boa Viagem sentido doDerby, que hoje uma fossa a cuaberto, contaminando o ar combactrias nocivas sade pblica.

    k Geraldo [email protected]

    k

    k

    O bairro de Jardim SoPaulo mergulhou nastrevas no ltimo domingo,pois, mais uma vez,moradores do bairroficaram sem fornecimentode energia. Tal suspenso recorrente, bastando paratanto um vento mais forte,indcio de chuva. Osprejuzos ficam conosco,enquanto a cobranaleonina fica com a Celpe.

    k Franklin [email protected]

    Parabenizo a ilustreprofessora Dayse deVasconcelosMayer etambm Eduardo Carvalho,pelos artigos publicadosneste JC, no ltimo dia 14.No texto intitulado Estoumentindo?, Daysequestiona os baixos salriospagos a professores. Soume de uma pedagoga e, porisso, o artigo me chamoutanta ateno. EduardoCarvalho, em O povo paga a

    conta, expe os gastoscrescentes dos brasileirospor causa da roubalheiraque impera no Pas. Os doisautores merecemhomenagens. Ficoimpressionada com a faltade respeito e consideraodos polticos pela populaobrasileira. No final, sblablabl. E nada pelo povo.

    k Aderita Alves de FreitasCoelho Muniz por telefone

    kEngenho doMeio

    Centro Social Urbano abandonado

    H um buraco sem tampa na entrada da Rua 19 de Abril, emApipucos. Carros precisam desviar e pedestres correm perigo.

    k Jernimo Bezerra via comuniQ

    pelo comuniQ

    voz do leitor

    Sua opinio muito importante.Fale conosco:

    (81)3413.6178www.jconline.com

    um absurdo o colapso donosso transporte pblico. Estasemana tivemos mais umavtima do descaso e dairresponsabilidade dos quecuidam do sistema detransporte da RMR: oestudante Harlynton Santos.Casos como esse e o daestudante CamilaMirele,morta h umms, tambm aocair de um nibus, podemacontecer a qualquer momentonovamente, pois no h umafiscalizao eficaz por parte doGrande Recife Consrcio.

    k Edilson Santos via comuniQ

    Tera-feira ocorreu asegundamorte de estudante noRecife devido s pssimascondies do transportepblico, operado pelo GrandeRecife Consrcio. Tudoacontece porque as autoridadesno fazem uso. nibus lotados,em condies precrias,ausncia de fiscalizao, pemem risco a vida do cidado.

    k Vandoci [email protected]

    A CTTU determinousentido nico nas ruas BomJardim e AlexandreRodrigues, para melhorar ofluxo de veculos no bairro.Tudo bem. Mas necessriauma avaliao das 10lombadas da Rua BomJardim para ver se esto deacordo com as normastcnicas.

    k Francisco Moura pore-mail

    As filas organizadas doTerminal Joana Bezerra so, naverdade, o retrato da baguna,com empurra-empurra econfuso. Fiscais at existem narea, mas de nada adianta.Talvez eles tenhammedo deabordar os passageiros maleducados e sofrerem violncia,j que trabalham sem qualquerproteo.

    k Vanessa Joana da Silva portelefone

    Ao ler a coluna de CludioHumberto, dia 30, percebe-se adificuldade que o Planalto temem explicar comisso encarre-gada de cumprir a Lei de Acesso Informao sobre as despesasde Rosemary Noronha, quandochefe do escritrio da presidn-cia, em SP. Denunciada por im-probidade administrativa e cor-rupo passiva, continua livre.

    k Jos Mussolini Gabriele pore-mail

    Entre emcontato

    pela internetMande seu e-mail e suas fotospara [email protected]

    pelo telefone por carta

    Senhor prefeito JniorMatuto, os moradores deMaranguape I, em Paulista,esto vivendo dias de terror,com assaltos a qualquer hora.Os bandidos chegam emmotos e levam celulares,bolsas e carteiras, sem contarcom os assaltos ao comrciolocal. O posto policial noserve de nada, pois os policiaisdizem que no podem sair dolocal para fazer diligncias.Estamos abandonados epedimos uma soluo.

    k Patrcia [email protected]

    Desrespeito ao povo brasileiro

    Gol de placa marcou oex-governador Joo Lyra, coma tradicional festa no StioMacambira, em Caruaru, nofinal de semana. Lyra conseguiujuntar, nummesmo balaio,gregos e troianos. Estrelaspolticas de todos os matizes lestavam, satisfeitos da vida,tudo em prol da boa poltica.Quem figurou muito bem nafoto foi o senador DouglasCintra. Forte candidato prefeitura de Caruaru, a quem

    pergunta, ele responde: Estoubem onde estou, mas o que forpreciso eu fao. S quem noengoliu a corda foi o prefeitoJos Queiroz. Ciceroneou ogovernador Paulo Cmara nosbado, mas, na hora de seguirpara o Stio, ele deu marcha r, sem qualquer cerimnia. Seassim no fosse, Joo Lyra teriafeito cabelo, barba e bigode.

    k Joo Cncio da CostaFerreira por e-mail

    Travessia perigosa

    Parece lama,mas gua

    Vidas em risco

    Risco de acidentes emApipucos

    Entre os quiosques 38 e 39,na Avenida Boa Viagem,duas rampas foramdestrudas desde agosto doano passado. Denunciei oproblema nesta seo e aEmlurb logo respondeu,dizendo que ia resolver. Masat hoje nada foi feito. Anossa preocupao quandohouver outro pico de mar,que pode destruir de vez oque restou das rampas, jque no foramprovidenciados reparos, nemuma proteo.

    k Josias Souza por telefone

    Esta semana, ao passarpela Avenida 17 de agosto,prximo ao Banco Ita, emCasa Forte, vi, na calada,um vazamento muitogrande, dando a entenderque mais uma mentira essenegcio de seca no Nordeste.Na Rua das Pernambucanas,Graas, os buracos persistemh quase trs meses,sacrificando os pedestres.Um deles, o que fica noconfronto com a Rua

    Guilherme Pinto, depois deaparentemente concludo,ressurgiu, com umvazamento enorme. Houtro, de esquina com a RuaJacobina, que tambmchegou a ser consertado evoltou. Pelo exposto, a gentev como usado o dinheiroproveniente dos impostos.

    k Valdeciro JosVasconcelos [email protected]

    Binrio Desorganizao Explicaes

    Editores de fotografia:Arnaldo Carvalho [email protected] Porto [email protected] Regis [email protected] conosco: (81) 3413.6433

    LusCarlosLins

    /VozdoLe

    itor

    Ligue para a Redao do jc:(81) 3413.6178

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    JernimoBezerra

    /VozdoLe

    itor

    k

    Violncia

    Sem energia

    Tudo emprol da boa poltica

    Vtimas do descaso

    Rampas destrudas

    Recife esburacado

    Recife I 18 de junho de 2015 I quinta-feira jornal do commercio 7

  • kFrase

    kFeriado de deputados doNE

    Independentemente da eventual deciso poltica do

    Tribunal de Contas da Unio sobre as pedaladas fiscais

    do governo, Dilma corre outras srias ameaas: a mais

    grave o possvel afastamento da presidente caso o

    Ministrio Pblico Federal acolha o requerimento da

    oposio sobre as manobras de Dilma, por crime contra o

    sistema financeiro, alm de, segundo o pedido, ter ferido a

    Lei de Responsabilidade Fiscal.

    Se o Ministrio Pblico Federal identificar crime comum

    de Dilma no caso das pedaladas, a Justia Federal pode

    afastar a presidente. A Lei veda que bancos pblicos como

    Caixa, Banco do Brasil e BNDES financiem seu controlador,

    a Unio. o que a oposio denunciou.

    Outra grave ameaa a Dilma so processos de cassao

    protocolados no Congresso Nacional, que tambm

    dependem de deciso poltica.

    Ser deciso do presidente da Cmara, Eduardo Cunha,

    colocar em votao qualquer processo de cassao contra

    Dilma na Casa.

    Essa deciso consagra um avano

    Presidente do Senado, Renan Calheiros

    sobre o pedido de explicaes do TCU a

    Dilma

    O presidente da Cmara dos Deputados, Eduardo Cunha

    (PMDB-RJ), cedeu presso dos parlamentares do

    Nordeste e liberou do registro de presena na tera e

    quarta-feira da prxima semana para poderem pular o

    So Joo nos seus respectivos estados. Com a deciso de

    Eduardo Cunha, todos os parlamentares esto livres para

    faltar s sesses, sem correr o risco de ter os salrios

    cortados.

    Pode dar em afastamento

    Casquinha

    Governo ter que

    explicar pedaladas

    cludiohumberto

    www.jconline.com.br

    poltica

    Cludio Humberto, Teresa

    Barros e Ana Paula Leito

    [email protected]

    twitter:@colunaCH

    EvaristoSa/AFP

    O PSDB quer

    aproveitar o frescor do

    barraco do fim de semana

    entre PT e Eduardo Cunha

    para iniciar flerte com o

    PMDB. Geraldo Alckmin

    articula para os prximos

    dias encontro com

    caciques peemedebistas.

    Sem essa

    PRAZO Tribunal de Contas da Unio concedeu 30 dias para o Executivo apresentar

    defesa e explicar 13 indcios de irregularidades fiscais na prestao de contas de 2014

    AndrDusek/EstadoContedo

    Os ministros Joaquim

    Levy (Fazenda), Miguel

    Rossetto (Secretaria-Geral)

    e Carlos Gabas

    (Previdncia) pediram a

    Renan Calheiros apoio ao

    veto pelo fim do fator

    previdencirio. Deram com

    os burros ngua.

    Sem vestgios

    O feriado de So Joo

    resultou de acordo verbal

    entre deputados, pois

    nenhum deles se

    prontificou a assinar

    documentos sobre isso.

    Nordeste inteiro

    Os parlamentares de

    Bahia, Sergipe, Alagoas,

    Pernambuco, Paraba,

    Piau, Cear, Rio Grande do

    Norte e Maranho tero

    ponto facultativo.

    Na nossa conta

    Ao contrrio dos

    trabalhadores, as

    excelncias no vo gastar

    o prprio dinheiro para

    viajar no feriado: tudo na

    cota parlamentar, paga por

    ns.

    Frustrao

    Os deputados

    governistas esto cada vez

    mais pessimistas quanto s

    possibilidades de

    realizarem as nomeaes

    para o segundo e terceiro

    escalo. Agora foram

    adiadas para a segunda

    quinzena de julho

    Piada pronta

    O senador Hlio Jos

    (PSD), que em Braslia

    conhecido como Hlio

    Gambiarra, pelo seu

    apego a iluminao

    pblica, apresentou at

    agora um nico projeto de

    lei: prev a expanso da

    oferta de energia. Claro.

    Sobrou para eles

    De olho em 2018

    O senador Euncio

    Oliveira (PMDB-CE) se

    juntou aos descontentes

    que defendem candidatura

    prpria nas eleies

    presidenciais de 2018. Diz

    que no d mais para o

    PMDB ficar a reboque de

    qualquer partido.

    O chefe de fato

    O embaixador do Brasil

    em Caracas, Jos

    Marcondes de Carvalho,

    entusiasmado

    bolivarianista, parece

    considerar o aspone Marco

    Aurlio Garcia seu

    verdadeiro chefe. Segundo

    colegas, ele fala mais com

    Top-Top do que com o

    gabinete do Ministro das

    Relaes Exteriores.

    ADVOGADO Governo no tem nada a temer, diz Lus Adams

    Agncias O Globo e Estado

    B

    RASLIA - A presiden-

    te Dilma Rousseff ter

    de se explicar sobre 13

    indcios de irregularidades em

    suas contas de 2014, segundo o

    Tribunal de Contas da Unio

    (TCU). A presidente ter 30

    dias para apresentar as explica-

    es sobre pedaladas fiscais;

    ausncia de contingenciamento

    de recursos num ano eleitoral;

    omisso de dvidas no balano;

    pagamento de despesas do Mi-

    nha Casa Minha Vida com

    adiantamentos do FGTS; e

    mais nove indcios de irregulari-

    dades cuja responsabilidade di-

    reta foi atribuda a Dilma pelo

    TCU. O julgamento sobre o pa-

    recer em relao s contas ser

    feito depois de a presidente

    apresentar a sua defesa.

    O advogado-geral da Unio,

    Lus Incio Adams, disse on-

    tem que o governo no tempro-

    blemas em dar explicaes ao

    TCU sobre as contas federais

    do ano passado. O governo

    no tem nada a temer. O gover-

    no est fazendo seu papel de

    tentar governar o Pas e fazer

    as polticas pblicas avana-

    rem, disse. Adams tambm re-

    jeitou o termopedaladas. Peda-

    ladas um termo com que no

    concordo, ela transmite uma in-

    tencionalidade com que no

    concordo.

    O presidente do Senado, Re-

    nan Calheiros (PMDB-AL), co-

    memorou, ontem, a deciso to-

    mada TCU de pedir explica-

    es presidente sobre as pe-

    daladas fiscais. Segundo ele, is-

    so mostra o fortalecimento dos

    rgos pblicos e d oportuni-

    dade para que o governo escla-

    rea o que aconteceu. Essa de-

    ciso um avano consagrado

    que devemos comemorar.

    Alm disso, cria uma oportuni-

    dade para que as informaes

    cobradas sejamprestadas e defi-

    nitivamente se esclarea a ques-

    to, afirmou. Renan, que tem

    se afastado do governo e tenta-

    do imprimir uma pauta inde-

    pendente no Legislativo, afir-

    mou que o momento de ati-

    vismo dos Poderes e que, por-

    tanto, natural que o Tribunal

    de Contas tambm viva esse

    momento.

    O ministro Augusto Nardes,

    relator do processo das contas

    de 2014 do governo Dilma no

    TCU, afirmou, em entrevista

    Rdio Estado, que o povo est

    pagando a conta da irresponsa-

    bilidade do governo petista du-

    rante as eleies do ano passa-

    do e, por essa razo, o tribunal

    tomou a deciso indita de sina-

    lizar a rejeio das contas. Dil-

    ma no tem que prestar contas

    ao TCU das irregularidades co-

    metidas nas contas de 2014,

    mas sim sociedade brasilei-

    ra, disse.

    CUNHA

    O presidente da Cmara,

    Eduardo Cunha (PMDB-RJ),

    avisou, ontem, que o Congresso

    Nacional retomar o julgamen-

    to das contas presidenciais. Se-

    gundo Cunha, ele e Renan Ca-

    lheiros falaram rapidamente so-

    bre a necessidade de o Parla-

    mento cumprir seu papel e de-

    sengavetar o julgamento de con-

    tas que esto paradas desde o

    governo Fernando Collor.

    Cunha negou, no entanto,

    que seja mais uma medida de

    retaliao presidente Dilma.

    Para ele, a retomada das vota-

    es no deve ser interpretado

    comomais um ataque do Legis-

    lativo a ela. Eu j defendi que

    tinha que votar faz tempo,

    nossa obrigao constitucional.

    O fato de cumprir sua obriga-

    o no quer dizer que voc

    queira atingir quem quer que

    seja, acrescentou o presidente.

    8

    Recife I 18 de junho de 2015 I quinta-feira

  • Fotos:GugaMatos/JCImagem

    Um tiro de

    fuzil e uma

    dor sem fim

    cidades

    cidades

    entrevista

    qMais na web

    Editores:

    Andr Malagueta Galvo [email protected]

    Betnia Santana [email protected]

    Fale conosco: (81) 3413.6187

    www.jconline.com.br/cidades

    Twitter:@jc_cidades

    JC O senhor acredita em tiro acidental?

    MARCELO GOMES Como pode ter sido

    acidental se s alvejou a cabea do meu filho?

    Quando eu cheguei no local, me deparei com ele

    molhado em sangue, commassa enceflica espa-

    lhada. Foi morte instantnea.

    JC O senhor acredita que a polcia errou

    na abordagem?

    MARCELO Com certeza. Acidental quan-

    do se atira para cima. Ele atirou com preciso.

    Justamente para acertar quem estava dirigindo o

    carro.

    JC O senhor pretende processar os poli-

    ciais?

    MARCELO Ainda no sei o que vou fazer.

    Mas eu sei que um inocente morreu. Meu filho

    no sabia o mal que estava esperando por ele.

    Meu beb, meu filho era um beb de 16 anos. Era

    inteligente, pensava em estudar, em progredir,

    em fazer faculdade. Tinha um futuro brilhante.

    JC Como o senhor se sente, sabendo que

    permitiu que seu filho de apenas 16 anos diri-

    gisse seu carro?

    MARCELO Eu sei que errado, mas isso

    muito comum no interior. E ele dirigia muito

    bem, melhor do que eu. Era um menino respon-

    svel, entendia muito de carro. Era atencioso no

    volante.

    JC Ele aprendeu a dirigir com que idade?

    MARCELO Ele comeou a guiar moto com

    13 anos. E depois, com 14 anos, eu ensinei a diri-

    gir carro. Ele eramuito habilidoso na direo. Eu

    acho que ele se desesperou. Deve ter pensado

    em no me prejudicar porque ele era um filho

    maravilhoso. Eu perdi a minha vida.

    Assista entrevista com o pai do adolescente,

    Marcelo Laureano Gomes, no jconline.com.br

    Recife | 18 de junho de 2015 | quinta-feira

    O comercianteMarcelo

    Laureano Gomes, 52 anos,

    reconhece que errou ao

    permitir que o filho dirigisse

    seu carro. Mas disse que o filho

    era inocente e no merecia ser

    assassinado com um tiro na

    cabea.

    k

    MORTE DE ADOLESCENTEMarcelo Laureano Filho, 16 anos,

    foi morto por tiro de fuzil disparado por um policial, em Escada

    Ciara Carvalho

    [email protected]

    O

    ntem a dor tinha rosto. Tinha nome e

    endereo. A dor se escondia numa ca-

    sa simples, de primeiro andar, numa

    rua estreita da periferia de Escada, municpio

    da Mata Sul do Estado. O que vai ser de mim

    sem tu? Meu amor, me diga. O que vai ser de

    mim? Os gritos da dona de casa Severina Lo-

    pes de Oliveira, 39 anos, quebravam, de tem-

    pos em tempos, o silncio que ecoava na casa,

    apesar da multido que se espremia l dentro.

    No centro da sala, o caixo do filho, o adoles-

    cente Marcelo Laureano Gomes Filho, 16

    anos, morto por um tiro de fuzil disparado

    por um militar da Companhia Independente

    de Operaes e Sobrevivncia na rea da Caa-

    tinga (Ciosac), durante uma abordagem poli-

    cial. Apesar de ser menor de idade, o jovem di-

    rigia a caminhonete do pai, com o irmo e

    mais dois rapazes. Ao ver a viatura da Polcia

    Militar, Marcelo se assustou, se negou a parar

    e tentou fugir. Na fuga, foi atingido por um

    disparo na cabea e morreu na hora.

    O estudante Guilherme de Oliveira Gomes,

    19 anos, estava sentado no banco do passagei-

    ro da caminhonete, ao lado do irmo, no mo-

    mento em que houve a abordagem. Ele conta

    que o grupo conversava, por volta das 23h,

    com dois rapazes que estavam num Corola

    branco, sem placa, em frente a uma agncia

    bancria. Um carro ao lado do outro. Foi quan-

    doMarcelo percebeu a aproximao da viatu-

    ra da Ciosac. Ele se apavorou porque era de

    menor e sabia que isso era proibido e traria

    problemas para o nosso pai. Quando os poli-

    ciais mandaram a gente descer, eu falei para

    ele ficar parado, mas ele tentou manobrar o

    carro para fugir. Quando ele fez a volta, o poli-

    cial atirou, diz o irmo. Ele negou os boatos

    que circularam pela cidade de que os jovens

    estivessem fazendo um pega. Isso no exis-

    tiu. Tnhamos feito um lanche e estvamos

    dando uma volta. Os carros estavam parados,

    quando a viatura se aproximou, garantiu.

    O irmo acredita que a reao deMarcelo foi

    motivada tambm pelo fato de no ter sido a

    primeira vez que o adolescente foi flagrado

    conduzindo um veculo. No Carnaval do ano

    passado, o garoto estava pilotando uma moto

    emEscada, quando foi abordado numa blitz po-

    licial. Por causa da irregularidade, a carteira do

    comerciante Marcelo Laureano Gomes, 52, pai

    do adolescente, foi apreendida. Ele ficou com

    medo que isso acontecesse de novo, que meu

    pai se prejudicasse. Ele era muito responsvel,

    mas se desesperou diante da situao, conta o

    estudante.

    O tiro de fuzil quematou o adolescente indig-

    nou a cidade. A mesma pergunta ecoava entre

    moradores, amigos e familiares: Por que o poli-

    cial atirou paramatar?. Apesar de todos admi-

    tirem que o jovem estava numa situao irregu-

    lar, a conduta do policial foi duramente critica-

    da. Ele podia ter atirado no pneu, disparado

    para o alto, feito qualquer coisa, menos atirar

    para matar. No d para acreditar em tiro aci-

    dental. Foi uma brutalidade, uma total falta de

    controle emocional, afirmou a professoraMa-

    ria Jos de Souza Pinto, que j deu aulas de

    geografia para Marcelo.

    No velrio, a indignao foi traduzida em

    palavras de ordem. Queremos justia. Fora

    Ciosac, gritava a multido que se formou na

    frente da residncia deMarcelo. Quando o cai-

    xo chegou casa da famlia, no incio da tar-

    de, a me do garoto desmaiou e teve que ser

    hospitalizada. Ao retornar para casa, Severina

    Lopes de Oliveira ficou a maior parte do tem-

    po sentada, perto do filho. Arranhava um fia-

    po de voz que mal se conseguia ouvir. Meu

    amor, por que tu me deixasse?, repetia, qua-

    se sem foras.

    Durante o cortejo at o cemitrio da cidade,

    onde o corpo foi enterrado, vrias lojas fecha-

    ram as portas em sinal de luto. O jovem era

    bastante conhecido no municpio. O pai pos-

    sui uma lanchonete e Marcelo trabalhava no

    local. Os amigos da escola elogiaram o com-

    portamento do adolescente. Ele era muito es-

    tudioso, muito atencioso com todomundo. Es-

    tava no 3 ano do ensino mdio e queria fazer

    vestibular para administrao, j pensando

    em ajudar o pai na lanchonete. Ele queria ver

    o pai crescer, prosperar. Era um filho exem-

    plar, afirmou o amigo Jeanderson Arraes, 21.

    Traduzindo um sentimento que ontem pare-

    cia unir a cidade, o jovem disse que toda a tris-

    teza e angstia agora vo se juntar em busca

    de um nico objetivo: lutar por justia.

    k Continua na pgina 2

    COMOO Garoto era querido na cidade e enterro na tarde de ontem mobilizou moradores

    SOFRIMENTO Algumas pessoas desmaiaram

    durante o velrio, ontem tarde, no subrbio

    de Escada. Parentes e amigos lamentam a perda

    O PM poderia ter disparado

    em qualquer direo, menos

    na cabea dele. Vimos que

    ele ia atirar e nos baixamos.

    Quando vi, nosso amigo

    estavamorto, diz o jovem

    Anderson Douglas da Silva,

    17 anos, que estava com a

    vtima na hora da abordagem

    uma dor que jamais

    passar. Perdemos um

    menino de ouro. Ele estava

    sempre sorridente, era

    companheiro, muito

    carinhoso com os pais e com

    todos na cidade, conta Ana

    Lcia dos Santos, 46 anos,

    tia de Marcelo

    Ele era umbeb

    de 16 anos. Eu

    perdiminha vida

  • Todo mundo sabe: lei existe para ser cumprida. Mas nem

    sempre isso acontece, principalmente no setor de trnsito,

    onde a bandalha corre solta, e infrao de todo jeito s o que

    se v no meio da rua. D para se imaginar, ento, o que ocorre

    com as motos de 50 cilindradas. As chamadas cinquentinhas

    ainda no so regulamentadas em quase todo o Estado. Ou

    seja, dispensam emplacamento. E seus condutores no

    precisam de habilitao para dirigi-las. O resultado o que se

    v nas reas urbanas e rurais: menores pilotando, adultos e

    crianas sem equipamentos de segurana, trafegando sobre

    caladas, ou na mo contrria. toda sorte de imprudncia. Os

    nmeros indicam que os acidentes commotocicletas s fazem

    crescer. Em 2014, os atendimentos no Estado a vtimas de

    motos somaram 34.288 contra 30.411, de 2013. No Hospital da

    Restaurao, 80 por cento dos leitos do setor de traumatologia

    so ocupados por pacientes, que sofreram desastres com o

    mesmo tipo de veculo. NO HR, os nmeros tambm mostram

    ascendncia. Destes, com certeza, boa parte pode ser atribuda

    s cinquentinhas. margem, os condutores se aproveitam.

    Afinal, so os sem regulamentao. E fazem muito bom uso

    dessa condio.

    A Prefeitura do Recife

    prometeu que as

    regulamentaria em junho

    desse ano. A despesa

    prevista para toda a

    documentao era de R$1,4

    mil. rgos pblicos tentam

    forma de reduzir esse custo,

    j que maior parte dos

    usurios de baixa renda.

    A omisso

    k muita bronca mesmo. Como um sargento

    consegue dar um tiro acidental em um adolescente

    que veio a bito? Emerson Love

    k To culpado quanto o policial o pai que deixou o

    menino sair com o veculo. Ordens militares so para

    serem obedecidas, caso contrrio a reao disparo

    direto com arma de fogo. Kleytinho Amorim

    k Nada justifica tirar a vida de um ser humano.

    Polcia fraca e sem preparo. Queria ver se fosse

    algum da famlia de vocs ou at mesmo um filho, se

    vocs iriam aplaudir os policiais! Raul Alexandre

    k Sou PM e quando acontecem casos como esse,

    ns, da PMPE, ficamos arrasados, pois sabemos que

    nada trar a vida dessa vtima. Pensamos muito na

    famlia desse menor, pois hoje ela est destruda. Peo

    que Deus conforte os familiares. Ao colega que atirou,

    peo tambm a Deus que o conforte. Cavalcanti

    k Policial despreparado + irresponsabilidade dos

    pais. Ensinar filhos menores a dirigir tentador,

    porm quando se faz isso, se ensina ao filho que as

    leis podem ser burladas sem problemas.Marcelo

    Martins

    kMenor de idade pode tudo nesse Brasil. Querem

    colocar a culpa na polcia. Quem deu esse carro pro

    menor? Rogerio Marinho

    Carteira de habilitao popular, isenta de

    qualquer taxa, para populao de baixa renda.

    Vejam s o flagrante. Proprietrio desse ciclomotor o

    emplacou, tripudiando da falta de regulamentao.

    Observem o que est escrito na placa: IPVA (que no se paga)

    e 0800 (cdigo de acesso gratuito a servios telefnicos).

    Morte de adolescente em Escada, vtima de

    dupla responsabilidade, do pai e da polcia.

    kOexemplo de imprudncia

    q na web

    Essa outra uma das cenas comuns na cidade. Trs pessoas

    em ummesmo veculo, nem todas com o equipamento

    necessrio. No HR, o nmero de atendimentos a vtimas de

    motos subiu de 2.340 (em 2010) para 3.641 em 2014)

    kNa berlinda

    k Regulamentao e ironia

    O Detran est divulgando

    relao dos primeiros 12.884

    nomes que vo se beneficiar

    do Programa Popular de

    Formao de Condutores,

    em 2015. Eles tm direito a

    fazer testes gratuito de

    habilitao. Se aprovados,

    ganham a carteira sem

    gastar nenhum tosto.

    Cemmil semmulta nem lei

    Caruaru, no

    agreste, saiu

    na frente...

    Com base no

    comportamento dos

    nmeros observados desde

    2010, a projeo que 2015

    encerre com 3.780

    atendimentos, s no HR. Ou

    seja, 169 a mais do que

    2014.A estimativa de Joo

    Veiga, Presidente do Cepam.

    Ver mais no jc.com.br.

    k rpidas

    Umdos envolvidos no

    assassinato da alem Jennifer

    Kloker, em 2010, o italiano

    Ferdinando Tonelli, 56 anos,

    morreu na manh de ontem

    por falncia mltipla dos

    rgos, em decorrncia de

    uma pneumonia bacteriana

    no especificada (segundo

    informou a Secretaria

    Executiva de Ressocializao

    Seres), no Hospital Memorial

    Guararapes, em Jaboato dos

    Guararapes, no Grande Recife.

    Ele cumpria pena h seis anos

    na Penitenciria Barreto

    Campelo, em Itamarac, na

    RegioMetropolitana. A

    famlia de Delma Freire,

    companheira de Tonelli e

    presa pelo mesmo crime, deve

    providenciar o sepultamento

    no Brasil. Segundo a Seres, o

    italiano sofreu um Acidente

    Vascular Cerebral (AVC) em

    2013 e vinha sendo

    acompanhado pelo setor

    mdico da penitenciria. No

    incio da semana passada, foi

    transferido para a Unidade de

    Terapia Intensiva (UTI). Alm

    de Delma Freire, esto presos

    pelo crime Alexsandro dos

    Santos, o irmo de Delma,

    DinarteMedeiros, e o filho

    adotivo de Ferdinando, Pablo

    Tonelli. O crime foi motivado

    por um seguro de vida

    milionrio em nome da vtima,

    cujo beneficirio seria

    Ferdinando. A trama ganhou

    repercusso internacional.

    PMafastado

    at concluso

    do inqurito

    Letcia Lins

    [email protected] e [email protected]

    twitter:@jcnasruas

    telefone: (81) 3413.6103

    A cena foi registrada pelo

    colega Arnaldo Carvalho, no

    bairro de Santo Amaro.

    Pernambuco tem 1 milho de

    motos, de acordo com o

    Detran. Mas o Comit

    Estadual de Preveno a

    Acidentes de Motos (Cepam)

    calcula que haja 100 mil

    cinquentinhas no Estado.

    ... e j comeou a matricular as

    cinquentinhas. O custo para cada

    proprietrio sai a R$720, j que eles

    contam com a iseno de IPVA. No

    Recife, o compasso de espera.

    Detran divulga

    GugaMatos/JCImagem

    GugaMatos/JCImagem

    www.jconline.com.br/cidades

    RodrigoLbo/AcervoJCImagem

    Terminam s 23h59 de hoje

    as inscries para o Programa

    Universidade para Todos

    (Prouni), do governo federal,

    que oferece bolsas de estudos

    em faculdades privadas para

    jovens carentes. Para

    Pernambuco, so 4.513 bolsas,

    sendo 2.462 integrais e 2.051

    parciais (financiamento de

    50%). o 9 Estado brasileiro

    commaior quantidade de

    bolsas. No Pas, sero

    contemplados 116.004 pessoas

    que vo estudar em 856

    instituies de ensino superior.

    Para concorrer s bolsas

    preciso ter participado do

    Exame Nacional do Ensino

    Mdio (Enem) do ano passado

    e haver obtido no mnimo 450

    pontos na mdia das notas da

    avaliao. No pode tambm ter

    tirado zero na redao. As

    inscries so online, na pgina

    do programa. O resultado da

    seleo sai segunda-feira (22).

    Quem for selecionado comear

    a estudar no prximo semestre.

    No Recife, o estudante poder

    escolher entre 81 cursos. Para

    concorrer s bolsas integrais, o

    candidato deve comprovar

    renda familiar bruta mensal,

    por pessoa, de at um salrio

    mnimo e meio. Para as bolsas

    parciais (50%), a renda familiar

    bruta mensal deve ser de at

    trs salrios mnimos por

    pessoa. Professores no

    precisam comprovar renda se

    forem estudar licenciatura.

    Inscries para o

    Prouni acabam

    s 23h59 de hoje

    MATA SULMorte ocorreu em rua onde ficam as agncias

    bancrias de Escada. No velrio, a comoo de parentes

    O inusitado

    Previso sombria

    jc nas ruas

    cidades

    Morre italiano

    envolvido na

    morte deKloker

    MORTE DE ADOLESCENTE Segundo a Polcia Militar, existem

    relatos dos envolvidos na abordagem de que o tiro foi acidental

    O

    policial militar que

    disparou contra o es-

    tudanteMarcelo Lau-

    reano Gomes Filho, 16 anos,

    est afastado das atividades

    operacionais at a concluso

    do inqurito aberto pela

    corporao, em 60 dias. Se-

    gundo a Polcia Militar (PM),

    h relatos dos envolvidos na

    abordagem de que o tiro foi

    acidental. A delegada Gleide

    ngelo do Departamento de

    Homicdios e Proteo Pes-

    soa (DHPP) tambm investi-

    ga as circunstncias do ocorri-

    do e enviou uma equipe de pe-

    ritos para Escada, municpio

    da Zona da Mata Sul do Esta-

    do, onde ocorreu o caso.

    O disparo de arma de fogo

    um recurso do policial. Po-

    rm, todo protocolo operacio-

    nal visa preservao da vida.

    H relatos de que o disparo

    foi acidental, mas o inqurito

    vai apontar a responsabilida-

    de. Os membros da Ciosac

    usam armamento pesado, co-

    mo o fuzil, porque atuam em

    reas inspitas, mas s os in-

    quritos vo poder mostrar

    qual arma e munio foram

    usadas. O afastamento pre-

    ventivo, estamos falando de

    um policial militar que tem

    29 anos de carreira e possui

    um comportamento excepcio-

    nal, afirma o porta-voz da

    PM, Julio Arago.

    Os quatro policiais que

    abordaram o jovem so da

    Companhia Independente de

    Operaes e Sobrevivncia na

    rea da Caatinga (Ciosac) e

    prestaram depoimento ontem

    na sede do DHPP, no Cordei-

    ro, Zona Oeste do Recife. O

    advogado do autor do tiro,

    EduardoMorais, afirma que o

    sargento est muito abalado

    com a situao. No depoi-

    mento, ele afirmou que tudo

    levava a crer que era uma si-

    tuao de risco, por causa do

    horrio, dos dois carros para-

    dos em frente a duas agncias

    bancrias e da recusa em obe-

    decer s orientaes do grupo

    ttico. Meu cliente no vai se

    eximir de qualquer responsa-

    bilidade, relata.

    Segundo informaes preli-

    minares, os oficiais aborda-

    ram dois carros que estavam

    estacionados em frente a duas

    agncias bancrias, por volta

    das 23h da ltima tera-feira.

    Um dos veculos era uma ca-

    minhonete S10 conduzida por

    Marcelo, que estava acompa-

    nhado de outras trs pessoas,

    e o outro, um Corola branco,

    sem placa, com duas pessoas

    dentro. Durante a abordagem,

    o jovem teria se recusado a pa-

    rar e tentado realizar mano-

    bra para fugir. Em seguida, o

    comandante da guarnio tti-

    ca atirou. Segundo o chefe do

    ncleo de percia do DHPP,

    Fernando Benevides, em dez

    dias sero feitos todos os exa-

    mes necessrios. Vamos reali-

    zar coletas e encaminhar para

    o setor de balstica. O veculo

    ser levado a um local adequa-

    do para percia. Se for preci-

    so, realizaremos uma reprodu-

    o simulada.

    A delegada Gleide ngelo

    garante que todos os elemen-

    tos sero analisados. Estou

    comeando a investigao

    agora. Vou fazer a ouvida de

    todos os envolvidos, procurar

    testemunhas, filmagens, reu-

    nir todas as provas. Vamos fa-

    zer tudo que for preciso.

    ArnaldoCarvalho/JCImagem

    EdmarMelo/JCImagem

    2

    jornal do commercio Recife I 18 de junho de 2015 I quinta-feira

  • qMais na web

    k cincia/meio ambiente

    O

    s Doutores da Ale-

    gria fizeram um ar-

    raial no Hospital da

    Restaurao (HR), no Derby,

    rea central do Recife, na ma-

    nh de ontem. Diferentemen-

    te das visitas sistemticas ao

    longo do ano, restritas ao se-

    tor peditrico, o projeto So

    Joozinho leva o forr para

    outras alas do hospital e arran-

    ca sorrisos de toda a equipe. A

    trupe finaliza as comemora-

    es juninas amanh, no Hos-

    pital Otvio de Freitas, no San-

    cho, s 10h.

    Seis doutores participam

    do cortejo. Alm do noivo e

    da noiva, um Santo Antnio

    acompanha o arraial que tem

    direito a casamento e quadri-

    lha improvisada. A msica

    garantida pelo Trio Porta So-

    ro, com zabumba, tringulo e

    sanfona. No repertrio, clssi-

    cos juninos e muito forr p

    de serra. Quando comea-

    mos a ensaiar, revemos o re-

    pertrio e selecionamos as

    msicasmais ldicas, comen-

    ta Marcelo Oliveira, conheci-

    do nos hospitais como Dr.

    Marmelo. um satisfao

    enorme trazer o So Joo pa-

    ra essas crianas. Algumas es-

    to internadas h muito tem-

    po e no vo poder brincar.

    Nossa alegria atinge desde o

    paciente, at mdicos, tcni-

    cos, enfermeiros, garante.

    A iniciativa tem repercus-

    so positiva no tratamento.

    A hospitalizao um mo-

    mentomuito difcil, principal-

    mente para as crianas que

    saem do mundo delas para

    um quarto branco estranho,

    onde s chega gente para fu-

    rar e dar remdio. Os Douto-

    res vm com outra inteno:

    sorrir, soltar piadas, cantar,

    ressalta a pediatra Mrcia Ja-

    queline. Essa humanizao

    deixa pacientes e acompa-

    nhantesmais tranquilos e rela-

    xados, o que repercute bem

    no tratamento, relata.

    Antes da ao, JoaquimGa-

    briel do Nascimento, 2 anos,

    j esperava a trupe. Ele sem-

    pre fica assim, se estiver dor-

    mindo, pula da cama para ver

    os palhaos, diz a meMaria

    Jos Nascimento. Joaquim

    tem atresia de esfago,m-for-

    mao que o obriga a retornar

    ao hospital a cada 15 dias. Ma-

    ria se emociona ao falar da ini-

    ciativa dos Doutores: boa

    porque as crianas aqui pas-

    sam por muito sofrimento. Eu

    fico muito feliz em ver a ale-

    gria delas.

    Os Doutores so mantidos

    por doaes que podem ser

    feitas pelo www.doutoresdaa-

    legria.org.br, onde tambm se

    adquire produtos da ONG.

    www.jconline.com.br

    Menos poluio

    salvariamilhes

    de vidas por ano

    W

    ASHINGTON

    Ao menos trs mi-

    lhes demortes po-

    deriam ser evitadas no mundo

    anualmente com o respeito s

    normas sobre a poluio do ar

    da Organizao Mundial de

    Sade (OMS), especialmente

    na China e na ndia, destaca

    um estudo publicado ontem.

    A poluio do ar respons-

    vel por cerca de 3,2 milhes de

    mortes ao ano, segundo estima-

    tiva da OMS, o que supera os

    bitos provocados pela aids e a

    malria juntas, destacam os au-

    tores do estudo, publicado na

    revista Environmental Science

    and Technology.

    Os pesquisadores se concen-

    traram principalmente nas par-

    tculas em suspenso no ar infe-

    riores a 2,5 mcrons, que po-

    dem penetrar profundamente

    nos pulmes, aumentando o ris-

    co de doenas cardacas e pul-

    monares, como enfisema e cn-

    cer, assim como acidentes vas-

    culares cerebrais.

    Estas partculas procedem

    da combusto do carvo nas

    centrais eltricas, do escapa-

    mento dos automveis e de ou-

    tras emisses industriais. Nos

    pases de baixa renda so resul-

    tado da queima da lenha em fo-

    ges ou na calefao.

    Amaioria da populaomun-

    dial vive com concentraes su-

    periores a 10 microgramas por

    litro de ar, o mximo aceitvel

    segundo a OMS, mas em algu-

    mas partes de ndia e China tal

    ndice supera os 100 microgra-

    mas.

    Tratamos de determinar o

    quanto devem reduzir nos dife-

    rentes lugares do mundo estas

    partculas para diminuir a mor-

    talidade, explicou Joshua Ap-

    te, um dos pesquisadores da

    Universidade do Texas.

    O modelo informtico elabo-

    rado para este estudo poder

    ajudar a conceber estratgias

    para proteger a sade pblica.

    ndia e China deveriam redu-

    zir seu nvel mdio de partcu-

    las de 20 a 30% para manter

    sua taxa atual de mortalidade,

    levando-se em conta sua pro-

    gresso demogrfica, estimam

    os pesquisadores.

    Mas para chegar a 10 micro-

    gramas/litro seriam necess-

    rias medidas drsticas: para re-

    duzir a mdia de mortalidade

    devido poluio do ar os pa-

    ses mais contaminados preci-

    sam baixar em 68% a densida-

    de de micropartculas em rela-

    o aos nveis de 2010.

    Os pases da sia respondem

    por 72% dos 3,2milhes de bi-

    tos anuais causados pela polui-

    o do ar. Nas naesmenos po-

    ludas, como Estados Unidos,

    uma reduo de 25%na concen-

    trao demicropartculas salva-

    ria 500mil vidas anualmente.

    SrgioBernardo/JCImagem

    Forr para garantirmais vida

    Fotos da apresentao dos

    Doutores na Restaurao:

    www.jconline.com.br/cidades

    BobbyFabisak/JCImagem

    PARTCULAS Escapamento dos carros foi avaliado na pesquisa

    ESTUDO Seguir regras da OMS evitaria pelo menos 3 milhes de

    mortes no mundo. Nos EUA, seriam preservadas 500 mil pessoas

    O arrasta-p

    se espalha

    pela periferia

    A menos de uma semana pa-

    ra o So Joo, o clima junino j

    tomou conta da capital e do in-

    terior do Estado. Hoje o arrasta-

    p chega com tudo nos ar-

    raiais comunitrios da cidade.

    Na sexta-feira, o forr rola sol-

    to na Praa do Arsenal, no Bair-

    ro do Recife. Em Caruaru e em

    Gravat, no Agreste, a festa

    acontece no fim de semana.

    De hoje at sbado, as comu-

    nidades de Alto do Refgio e

    Cho de Estrela, na Zona Norte

    da capital, recebem apresenta-

    es culturais e shows nos ar-

    raiais comunitrios, a partir das

    20h. Abrindo a programao na

    Praa do Arsenal, haver apre-

    sentao de dana emsica nes-

    ta sexta-feira. O Bal Popular

    do Recife se apresenta s 19h.

    s 21h, Geraldo Maia sobe ao

    palco para animar o pblico.

    J em Gravat, os grupos

    Forr Bom Clima e Gal ani-

    mam a populao no Ptio de

    Eventos, amanh. No sbado,

    quem faz a festa o Galeguinho

    de Gravat, Valdinho Paes e

    Brucelose, a partir das 21h. No

    MercadoCultural, o TrioMistu-

    ra Brasileira e o Forr Apruma-

    do se apresentam s 13h, tam-

    bm no sbado.

    Em Caruaru, Lucas Costa e a

    banda Gatinha Manhosa co-

    mandam o arrasta-p no Ptio

    de Eventos Luiz Gonzaga, ama-

    nh.

    cidades

    ARRAIAL Trupe organizou um cortejo no HR com direito a casamento e quadrilha improvisada

    FESTA Doutores da Alegria levam animao a crianas internadas no Hospital da Restaurao e arrancam sorrisos tambm dos adultos

    Recife I 18 de junho de 2015 I quinta-feira jornal do commercio

    3

  • Delegado alega

    que houve

    contradies

    com testemunha

    AshlleyMelo/JCImagem

    Eu estou traumatizado

    Galeria de fotos do enterro no

    www.jconline.com.br/cidades

    entrevista k Jos Cndido da Silva

    BobbyFabisak/JCImagem

    O motorista do nibus de

    ondeHarlynton Santos foi ar-

    remessado contra a grade do

    Terminal do Cais de Santa Ri-

    ta, no Centro do Recife, na

    noite da ltima segunda-fei-

    ra, nega ter visto o estudante

    se pendurar ou t-lo ouvido

    bater na porta do coletivo.

    Jos Cndido da Silva tem

    62 anos e 40 de profisso, ao

    longo dos quais garante nun-

    ca ter dirigido em situaes

    que colocassem em risco a vi-

    da dos usurios. O que eu fiz

    foi desembarcar dois passa-

    geiros no terminal e partir.

    Tanto que cumpri meu per-

    curso at o Terminal de

    Integrao Tancredo Neves

    (na Imbiribeira, Zona Sul) e

    de l fui para a garagem da

    empresa, em Jaboato.

    O delegado de Delitos de

    Trnsito, NewsonMotta, afir-

    mou que o depoimento de Jo-

    s Cndido diferente do

    que foi dado pela nica teste-

    munha ouvida at agora

    um homem identificado ape-

    nas como Josu. A testemu-

    nha disse que o nibus subiu

    a calada, o motorista arran-

    cou com velocidade e no

    prestou socorro vtima,

    contou.

    O delegado ter 30 dias pa-

    ra concluir o inqurito relati-

    vo morte de Harlynton. Ele

    solicitar percias ao Institu-

    to de Medicina Legal (IML)