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FATEC CARLOS DRUMOND DE ANDRADE Cynthia Maria Joaquim Batista dos Santos RA 0029625 TRABALHO DE GRADUAÇÃO INTERDISCIPLINAR PLANEJAMENTO DA COLEÇÃO “NEGRO É LINDO”: PRIMAVERA-VERÃO 2012/2013 SÃO PAULO 2012

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FATEC CARLOS DRUMOND DE ANDRADE Cynthia Maria Joaquim Batista dos Santos

RA 0029625

TRABALHO DE GRADUAÇÃO INTERDISCIPLINAR

PLANEJAMENTO DA COLEÇÃO “NEGRO É LINDO”: PRIMAVERA-VERÃO 2012/2013

SÃO PAULO 2012

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Cynthia Maria Joaquim Batista dos Santos

PLANEJAMENTO DA COLEÇÃO “NEGRO É LINDO”: PRIMAVERA-VERÃO 2012/2013

Trabalho de Graduação Interdisciplinar do Curso de Tec-nologia de Design de Moda, apresentado à Faculdade de Tecnologia Carlos Drummond de Andrade – Campus Ta-tuapé. Orientadora: Profª. Mercia Lopes

SÃO PAULO 2012

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Cynthia Maria Joaquim Batista dos Santos

PLANEJAMENTO DA COLEÇÃO “NEGRO É LINDO”: PRIMAVERA-VERÃO 2012/2013

Trabalho de Graduação Interdisciplinar apresentado à Faculdade de Tecnologia Car-los Drummond de Andrade, aprovado pela Banca Examinadora

BANCA EXAMINADORA

__________________________

__________________________

__________________________

__________________________

SÃO PAULO 2012

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DEDICATÓRIA

Dedico à realização desse Trabalho de Graduação Interdisciplinar aos meus docen-

tes, familiares e amigos que disponibilizaram seu tempo me ouvindo e me auxiliando

no desenvolvimento desse projeto.

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AGRADECIMENTO

Agradeço meus pais Roberto e Silvia, meu marido Michael, meus cunhados Gledson

e Marcela, meus irmãos João Vitor e Carolina, a todos meus amigos e parentes que

compreenderam minha ausência, aos donos e funcionários das marcas Pegada Pre-

ta e Cresposim por me passarem um pouco de suas experiências no mercado de

moda voltado ao público negro e a todos que de uma forma direta ou indireta colabo-

raram para a realização desse projeto.

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“Primeiramente, encontre algo que você goste tanto de fazer que não se importe de

fazê-lo sem receber nada por isso; aprenda então a fazê-lo tão bem que as pessoas

se sintam felizes em lhe pagar para que faça.”

Walt Disney

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RESUMO

A coleção, “Negro é Lindo” tem como propósito apresentar todas as etapas usadas

no planejamento de uma coleção. O objetivo desta é trazer a discussão acadêmica à

metodologia do planejamento e da criação de uma coleção. A construção foi estabe-

lecida por meio de leituras e reflexões teóricas, bem como observações comporta-

mentais do público escolhido e do mercado que atende suas necessidades. Trazen-

do definições de design, produto e as etapas de planejamento, essa coleção tem um

apelo cultural e artístico voltado ao público negro.

Palavras-chaves: Negros, Metodologia de Desenvolvimento de Coleção, arte, cultu-

ra, design, produto.

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ABSTRACT

The collection, "Black is Beautiful" aims to present all the steps used in planning a

collection. The purpose of this is to bring the academic discussion of the

methodology of planning and creating a collection. The construction was established

through readings and theoretical reflections as well as behavioral observations of the

chosen audience and the market that meets your needs. Bringing definitions of

design, product and planning stages, this collection has an appealing cultural and

artistic geared towards black.

Keywords: Black, Collection Development Methodology, art, culture, design,

product.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................10 2. BRIEFING............................................................................................... .....11

2.1 Perfil Da Empresa...........................................................................11 2.2 Quem Somos..................................................................................11 2.3 Público Alvo....................................................................................12

3. DESENVOLVIMENTO................................................................................13

3.1 Planejamento De Coleção..............................................................13 3.1.1 Reunião De Planejamento................................................13 3.1.2 Cronograma......................................................................14 3.1.3 Mix De Produto/ Mix De Moda..........................................14 3.1.4 Pesquisa De Tendências..................................................15 3.2 Inspiração............................................................................16 3.2.1 Painel De Inspiração.........................................................16 3.2.2 História Da Arte.................................................................17 3.2.3 História Da Indumentária..................................................19

3.3 Cartelas De Cores/ Aviamentos/ Tecidos......................................25 3.3.1 Cores................................................................................25 3.3.2 Aviamentos.......................................................................26 3.3.3 Tecidos.............................................................................26

3.4 Design De Produto.........................................................................27 3.4.1 Desenhos.........................................................................27 3.4.2 Esboços............................................................................27 3.4.3 Desenho De Moda............................................................28 3.4.4 Desenho Técnico..............................................................30 3.4.5 Estampas e Bordados......................................................33 3.4.6 Ficha Técnica...................................................................35

3.5 Lançamento/ Divulgação................................................................37 3.5.1 Release.............................................................................37

3.6 Visual Merchandising......................................................................38 3.7 Contabilidade E Custos..................................................................39

METODOLOGIA ...........................................................................................42 CONCLUSÃO..................................................................................................43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................44 ANEXOS.............................................................................................. ............46 APÊNDICES....................................................................................................54

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1. INTRODUÇÃO

A moda de uma forma romântica de ver é uma representação artística de ex-

pressar sentimentos e despertar sentidos seguindo ou não as tendências sugeridas.

Como designer sei, que desenvolver um produto é muito mais que projetar algo que

satisfaça uma necessidade e que estimule prazer, tenho que ter a ciência de que a

moda é um fenômeno sociocultural que influencia cada vez mais as pessoas e o

mundo em si. Pensando nisso que nesse Trabalho de Graduação Interdisciplinar tem

como propósito planejar uma coleção que deixe bem claro essa minha visão.

Para a concepção da coleção “Negro é Lindo” foram feitas análises sobre a

história do negro no Brasil, sobre o crescimento do mercado direcionado ao público

negro e do interesse dos consumidores por esses produtos, contradizendo o que

disse um agente do jornal inglês Daily Mail, que por sinal gerou muita polêmica, on-

de diz: “os negros no Brasil são pobres e não consomem moda”. E após essas cole-

tas a coleção foi desenvolvida dentro da metodologia utilizada para o planejamento

de uma coleção.

Com peças urbanas, feitas de tecidos com composição de algodão e utilizan-

do materiais alternativos, trago em cada peça não só a cultura afro, mas também a

representação do artesanato contemporâneo. A modelagem feminina é feita com

riscos simples e mais amplos, o que nos remete aos estilos usados nos anos 70,

época em que chegou ao Brasil o movimento negro mais popular iniciado no EUA, o

Black-Power. Já as peças masculinas são inspiradas no estilo old school que utiliza

muito as camisetas com estampas expressivas. O uso das cores é uma das caracte-

rísticas da marca e não podem ficar de fora nessa coleção, que traz uma cartela ins-

pirada nos estilos musicais afro.

O objetivo desse projeto é mostrar uma nova opção de mercado e de produtos

com grande demanda e aceitação, mas ainda com grande falta de interesse e quali-

ficação.

Tenho um comprometimento sustentável, que explora os três campos: cultural

com o fornecimento das informações sobre cultura; econômico que leva a um cres-

cimento sólido e permanente e ambiental onde uso materiais naturais e alternativos,

procurando assim agredir o menos possível o meio ambiente.

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2. BRIEFING

O briefing tem como objetivo deixar claro o conceito da coleção, ele possibilita

refletir sobre o produto em relação ao mercado e principalmente em relação ao con-

sumidor.

No briefing estão presentes informações que direcionarão na criação dos pro-

dutos, pois ele é um painel onde estão presentes as cores, texturas, formas e várias

outras informações importantes.

2.1 PERFIL DA EMPRESA

Empresa: Etnia

2.2 QUEM SOMOS

A grife Etnia foi criada de forma simples, visando atender a procura do negro

por produtos de moda que o represente, que sejam desenvolvidos de acordo com o

seu tipo físico, seu tom de pele e a sua cultura.

Além da preocupação cultural, também temos uma preocupação com o mun-

do em que vivemos, por isso utilizamos alguns materiais alternativos que para muito

são taxados como lixo, unido assim design e artesanato.

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2.3 PÚBLICO ALVO

Nosso mercado potencial é constituído por homens e mulheres entre a faixa

etária de 20 a 35 anos, na grande maioria, afrodescendentes que se identificam com

a marca e os produtos apresentados.

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3. DESENVOLVIMENTO

3.1 PLANEJAMENTO DE COLEÇÃO

Para se planejar uma coleção é preciso estar atento não só as tendências,

mas sim em todo o mundo ao seu redor, pois uma coleção não se restringe apenas

a cartela de cores, aviamentos e tecidos. Ela tem que atender as necessidades e

expectativas do público alvo, além de passar a identidade da marca, criando assim

fidelidade.

O planejamento de uma coleção deve estar alinhado aos objetivos da em-

presa. Não se restringe à cartela de cores, a tecidos e aviamentos. É um processo muito mais complexo, pois envolve as necessidades do consumi-dor, as necessidades e o foco da empresa, cronograma de atividades, pro-cessos de desenvolvimento de produto, custos diretos de produtos, pesqui-sa de tendências de consumo e tendências de moda. Além disso, a empre-sa deve se manter fiel ao estilo da marca, isto é, ter uma identidade que fa-ça com que o consumidor crie vínculos com ela. Deve se concentrar em ati-vidades que resultem no desenvolvimento de uma coleção adequada ao público-alvo, dentro de suas expectativas. (Valeska Nakad: 2010,p.10)

O planejamento de uma coleção se dá a partir de um conjunto de informações

colhidas por todos os departamentos que compõem a empresa e essas são apre-

sentadas na reunião de planejamento.

3.1.1 REUNIÃO DE PLANEJAMENTO

A reunião de planejamento é o primeiro passo para o desenvolvimento de uma

coleção, nela estão presentes os diretores da empresa, os gerentes de marketing,

comerciais, de produção e os estilistas.

De acordo com Treptow (2007 apud Pires 2000) a reunião de planejamento:

“visa definir a quantidade de peças que a coleção terá a distribuição das peças no

mix de produtos, o cronograma, tempo de comercialização, capital de giro disponível

e potencial de faturamento”.

Em março foi feita uma reunião de planejamento onde foi definido o tema e e-laborado um cronograma, organizando todas as atividades que terá termino na pri-meira semana de setembro.

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3.1.2 CRONOGRAMA

Um cronograma é uma tabela que varia de acordo com a realidade de cada empresa e pode ser livremente adaptado, é elaborado geralmente pelo o diretor da empresa e serve para organizar todas as atividades previstas e estipular as datas de execução.

Segundo Treptow (2007) a elaboração dele é muito importante em qualquer projeto para que seja concluído dentro do prazo estipulado, por isso é necessário que seja seguido à risca.

Abaixo podemos ver o cronograma seguido para o desenvolvimento dessa co-leção.

3.1.3 MIX DE PRODUTO/ MIX DE MODA

O mix de produto define quais serão os produtos oferecidos na empresa, ele

fica aberto a alterações, permitindo que seja reduzido ou ampliado.

Ao elaborar-se uma coleção deve-se considerar qual o mix que a empresa já possui e definir, na reunião de discussão, se será mantido, reduzido ou ampliado. Caso o mix sofra alterações, o designer ou profissional de marke-ting deverão argumentar qual produto sugere que seja incluído ou retirado do mix da empresa. (Treptow:2007)

O mix de moda divide esses produtos em três categorias (básico, fashion e

vanguarda).

O que define o tamanho de uma coleção são as estratégias de comercializa-

ção adotadas pela empresa.

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MIX DE PRODUTO / MIX DE MODA (vestuário)

Básico Fashion Vanguarda Total

Short 1 0 2 3

Vestido 1 0 1 2

Calça fem. 1 0 1 2

Regata 2 0 0 2

Saia 0 0 2 2

Blusa 0 0 1 1

Bermuda 2 0 0 2

Camiseta 1 0 3 4

Calça masc. 1 1 0 2 Total 9 1 10 20

45,00% 5,00% 50,00% 100,00% MIX DE PRODUTO / MIX DE MODA (acessórios)

Básico Fashion Vanguarda Total

Colares 0 0 4 4

Cabelo 0 0 2 2

Brincos 2 0 2 4

Calçados 0 0 2 2

Total 2 0 10 12 16,00% 0,00% 84,00% 100,00%

3.1.4 PESQUISA DE TENDENCIAS

Para o estilista a pesquisa é uma coisa que tem que ser constante para que

se de inicio ao processo de criação.

A pesquisa de tendências, no entanto é importante para o desenvolvimento de

uma coleção porque serve de suporte para atender as necessidades que estão em

evidência.

Pesquisa de tendência: consiste na construção de conceitos e ideias atra-vés da coleta de informações da investigação de comportamento. A indús-tria têxtil transforma as informações em conjuntos de elementos, a cerca de perfis, estilos que serão tendências ou organiza características e elementos para cada perfil e estilo de vida diferente. (Braga: 2007)

Com o tempo a algumas empresas perceberam a exigências do mercado e di-

recionaram seus produtos a um público especifico com isso novas estratégias se

fazem necessárias, pois esses consomem por afinidade, sendo assim, os temas são

desenvolvidos de acordo com o estilo de vida do público direcionado.

De acordo com Vicente-Richard (1989) a indústria percebeu que não poderia

mais ir só em direção do mercado usando as tendências para “guiá-lo”, notou que o

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público está cada vez mais exigente, a fim de ditar a moda, de acordo com as suas

afinidades. Começaram então a ditar cada vez menos tendências especificas e su-

gerem temas que se enquadra ao estilo de vida desses consumidores.

Foram feitas pesquisas de tendências, porém os produtos não são sazonais,

por tanto essas pesquisas não influenciaram diretamente nas escolhas para a defini-

ção do tema e desenvolvimento da nossa coleção.

3.2 INSPIRAÇÃO

A inspiração pode vir de qualquer lugar. Sendo assim, o designer tem que es-

tar sempre atento ao seu redor.

Treptow (2007 apud Jones 2002) que mostra bem isso, que o designer deve

manter os olhos e os ouvidos atentos aos lugares por onde passa, as coisas que vê

e ouve e acima de tudo deve observar as mudanças que acompanham a sociedade.

É a partir dessa inspiração que o designer ou a equipe de criação tem que ter

sensibilidade para definir o tema.

A coleção é inspirada na beleza do negro, na forma diferenciada que ele se

veste, na cultura musical afro, nas representações artísticas contemporâneas e nas

cores do Brasil.

3.2.1 PAINEL DE INSPIRAÇÃO

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3.2.2 HISTÓRIA DA ARTE

De acordo com Treptow (2009) coleção é um conjunto de produtos previstos

para determinada época do ano, esses produtos possuem harmonia entre si. E ge-

ralmente a relação é de acordo com o tema escolhido, o público que a empresa a-

tende e a identidade da marca.

A coleção, “Negro é Lindo”, se divide em dois segmentos: um masculino que é

voltado para a música negra e um feminino que é voltado para a beleza das orna-

mentações afro, no modo diferenciado do negro se vestir.

Feita com tecidos de composição de algodão e materiais alternativos (que pa-

ra muitos são taxados como lixo), como discos de HD, retalhos de tecidos, garrafas

pets e componentes de uma televisão, a coleção tem como referência a história da

criadora, que sempre teve uma vivência com o artesanato, que cresceu vendo a mãe

e a avó costurando, crochetando e tricotando, além de um grande entendimento com

a sua cultura e descendência.

As obras da artista plástica Taís Ribeiro, assim como sua história, possuem

muita ligação com a coleção apresentada, nela é possível encontrar detalhes em

crochê, riscos simples e um embasamento histórico resgatado da infância.

Em uma entrevista (LOPES, 2011) a artista comenta “tinha uma profunda a-

tração pelas amostras de crochê de minha mãe, pelos carretéis de linha, pelas má-

quinas de costura e tricô...”.

As peças da coleção assim como as obras da artista, são expressas com opo-

sições de cores que se contrastam entre si, contraste também que ocorre entre a

pele negra e elas. Atendendo assim o interesse público direcionado, que tem em seu

histórico um fascínio por cores.

Produzidos de forma artesanal os produtos da coleção “Negro é Lindo” deixa

claro a quem os consome, os sentimentos de quem os criou, assim com as obras da

Taís que relatou na mesma entrevista que seu trabalho começa a partir do momento

que se apaixonou por algum material.

A importância dessa coleção para a moda é que foge da sazonalidade e pas-

sa a ser um produto menos efêmero, que traz em cada peça uma história, uma

conscientização e um apelo artístico, sustentável e cultural.

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Flor grande mole. Tais Ribeiro

Laranja mole. Tais Ribeiro

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3.2.3 HISTÓRIA DA INDUMENTÁRIA

Pinturas e documentos que retratam os negros na época que foram trazidos

para o Brasil, numa viagem sem volta, podemos perceber que sempre houve uma

forma diferenciada de se apresentar, tanto em relação as cores como nas ornamen-

tações.

Johann Moritz Rugendas_Viagem Pitoresca ao Brasil_ 1835

Jongo-Rugendas

Joham Moritz Rugendas _Festa de Nossa Senhora do Rosário a Padroeira dos Negros

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É cada vez mais significativo o número de brasileiros que vem dando aten-ção à necessidade fundamental de olharmos a nossa história também a par-tir da perspectiva dos descendentes dos africanos, que aqui apontaram ao longo de séculos e que se panaram definitivamente na formação da nossa identidade. Araújo (2005)

Essa citação é comprovada com os vários movimentos negros, que originaram

muitos estilos que marcaram ainda mais essa diferenciação.

Nos anos 70 chegou ao Brasil o movimento mais difundido mundialmente, o

Black-Power, onde além dos estilos diferenciados na indumentária também apresen-

taram maior aceitação dos negros com os suas diferenciações físicas e culturais.

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No final dos anos 80 começo dos 90 começa no Brasil, mais precisamente em

São Paulo o movimento Hip-hop onde apresentou novas mudanças.

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Nos dias de hoje os negros juntam na sua forma de se vestir trajes diversos

que acabam contando sua história por apontarem traços e componentes que assu-

mem a sua ancestralidade.

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3.3 CARTELAS DE CORES/ AVIAMENTOS/ TECIDOS

As cartelas devem ser elaboradas de acordo com o tema escolhido e as cores

e materiais oferecidos pelos fornecedores.

De acordo com Treptow (2007) a cartela de cores para ter melhor visualização

de ve ser apresentada sobre o fundo branco respeitando uma margem de 1cm entre

uma cor e outra.

É muito importante que essas cores sejam apresentadas com nomes ou códi-

gos.

O tecido é a principal matéria-prima de uma confecção. E a cartela de tecidos

visa mostrar os materiais uados na coleção.

A cartela de tecidos é feita com amostras dos tecidos utilizados apresentando

as texturas, composições e espessuras. Esses tecidos devem estar de acordo com a

estação e o tema proposto.

Para uma coleção equilibrada em tecidos e cores recomenda-se que o desig-

ner desenvolva uma tabela, onde cruza as informações, para avaliar se todas as co-

res propostas na cartela de cores estão sendo utilizadas nos tecidos escolhidos.

(TREPTOW: 2007, p.126)

Os aviamentos compõem as peças podendo ter função componente ou função

decorativa, além de ter visibilidade aparente ou não aparente.

3.3.1 CORES

As cores são inspiradas nos estilos musicais afro.

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3.3.2 AVIAMENTOS

Fonte: Treptow (2007, p. 130)

3.3.3 TECIDOS

Pensando em agredir menos o planeta em que vivemos todos os tecidos utili-

zados são de composição de algodão.

FUNÇÃO VISIBILIDADE

Componente Decorativo Aparente Não Aparente

Linhas100% algo-

dão;

Etiqueta de com-

posição, de tama-

nho e de CNPJ;

Etiqueta de instru-

ções de conser-

vação.

Etiqueta externa

informando local

de origem.

Botões. Entretela.

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3.4 DESIGN DE PRODUTO

3.4.1 DESENHOS

Desenhar é muito importante para os profissionais que decidem trabalhar com

criação.

Após a definição do tema, elaboradas as cartelas de cores, tecidos e aviamen-

tos, inicia-se uma nova etapa para o designer, a da criação dos modelos. A partir

desse momento são elaborados propostas através de rabiscos que são denomina-

dos esboços.

3.4.2 ESBOÇOS

Para se chegar a uma peça final são precisos vários esboços para que se

possa amadurecer a ideia.

Um esboço não tem compromisso estético ou comercial. TREPTOW (2007,p.

140) diz que: “[...] ele serve para que o designer transfira para o papel, de maneira

rápida, uma série de ideias. Muitas vezes pode ser apenas um lado da peça dese-

nhando (direito ou esquerdo) ou mesmo uma anotação por escrito”.

Foram feito vários esboços para que definíssemos os produtos finais.

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3.4.3 DESENHO DE MODA

O desenho de moda ou croqui é um tipo de desenho estilizado que usa a es-

trutura humana como base. Geralmente as pequenas e micro confecções acabam

por não usá-los.

De acordo com TREPTOW (2007) a utilização do croqui é importante para que

os departamentos de marketing e vendas consigam visualizar o produto e as combi-

nações existentes entre as peças da coleção. Ela também mostra que o quão é im-

portante essa representação em manequins, pois com as posturas, a composição

dos acessórios e as combinações é que o designer transmite a relação das peças

com o tema.

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3.4.4 DESENHO TÉCNICO

Os desenhos técnicos apresentam as peças de forma simétrica e especificam

os detalhes da peça, como costura posição dos aviamentos, pences, aberturas, re-

cortes, etc.

Ele tem como objetivo auxiliar os departamentos de modelagem e pilotagem,

por isso a importância de se desenhar frente e costas com todos os detalhes.

TREPTOW (2007) resalta que não utilização de cores e que nos casos que

nas peças que apresentam composições de várias cores, essas devem vir especifi-

cadas por escrito cada cor a ser confeccionada.

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3.4.5 ESTAMPAS E BORDADOS

Numa coleção as estampas podem aparecer de duas formas corridas sobre o

tecido estampado ou localizadas que aparecem em lugares específicos. E o borda-

dos aparecem da mesma forma que as estampas localizadas.

TREPTOW (2007) alerta que para se desenvolver um bordado ou estampa é

de extrema importância observar as tecnologias disponíveis.

Nessa coleção utilizamos estampas corridas e localizadas como podem ser

vistas abaixo:

Estampas Localizadas

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Estampas Corridas

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3.4.6 FICHA TÉCNICA

A ficha técnica é um documento que é dividido em duas partes: uma que vai

para o departamento comercial onde contém informações administrativas e que auxi-

liam nas compras, formação de preço, cálculos de insumo necessários, etc. e outra

que contém o desenho técnico e as informações para a confecção do produto.

TREPTOW (2007, p.165) diz que:

O preenchimento da ficha técnica é, geralmente, tarefa destinada a assis-tente do designer ou estagiários, mas a supervisão desse trabalho é res-ponsabilidade do designer ou do setor de engenharia do produto. Erros ou falta de precisão no preenchimento dos dados da ficha técnica podem acar-retar inúmeros problemas, como compra errada de insumos (referências trocadas, quantidade excedente ou insuficiente) e falhas na determinação de custo do produto.

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3.5 LANÇAMENTO/ DIVULGAÇÃO

3.5.1 RELEASE

É um texto de linguagem jornalística onde é usado para fazer uma apresenta-

ção a imprensa. Esse texto é apresentado para divulgação da coleção, dos eventos

de lançamento e etc.

TREPTOW (2007) define release como textos de divulgação, que normalmen-

te são acompanhados de fotos enviados à imprensa.

No dia 05 de setembro a grife Etnia apresenta na Casa das Caldeiras a nova

coleção Primavera-Verão 2012/2013, Negro é Lindo. A coleção se divide em dois

segmentos: As peças masculinas são voltadas para a música negra e as femininas

trazem a beleza das ornamentações afro, no modo diferenciado do negro se vestir.

As peças são limitadas, feitas de forma artesanal, como materiais de composição

natural e materiais alternativos.

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3.7 VISUAL MERCHANDISING

A venda dos produtos é feita pela loja virtual presente no nosso site.

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4. CONTABILIDADE E CUSTOS

Produto Volume de Produção

Mensal

Camisetas 30 Bermudas masc. 10 Calças masc. 5 Vestidos 3 Regatas 15 Shorts 5 Saias 5 Calças fem. 6 Colares 8 Brincos 8 Acessórios de cabelo 6 Calçados fem. 4

Preço de venda Unitário

Camisetas R$ 45,00 Bermudas Masc. R$ 80,00 Calças Masc. R$ 85,00 Vestidos R$ 90,00 Regatas R$ 49,90 Shorts R$ 70,00 Saias R$ 60,00 Calças fem. R$ 80,00 Colares R$ 69,90 Brincos R$ 35,00 Acessórios de cabelo R$ 40,00

Calçados fem. R$ 120,00

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Tempo Despendido na Produção

Corte e Costura Acabamento

Unitário(h/m) Total(h/m) Unítario(h/m) Total(h/m)

Camisetas 0,3 9 0,15 4,5

Bermudas masc. 0,5 5 0,2 2

Calças masc. 1,1 5,5 0,25 1,25

Vestidos 0,5 1,5 0,2 0,6

Regatas 0,3 4,5 0,1 1,5

Shorts 0,3 5 0,25 1,25 Saias 0,05 2,5 0,15 0,75

Calças fem. 0,75 6,9 0,2 1,2

Colares 2,2 17,6 0,1 0,8

Brincos 0,3 2,4 0,05 0,4

Acessórios de cabelo 2,1 12,6 0,15 0,9

Calçados fem. 3,2 12,8 0,3 1,2

Total 12,7 85,3 210 16,35

Custos Diretos por Unidade

Camiseta Bermudas

masc. Calças masc.

Vestidos Regatas shorts

Tecido 5 7 10 12 3 4,5

Aviamentos 0,5 2,5 2,5 0,5 0,25 2,25 Mão-de -Obra Direta 3 7 7 6 2 6,5

Total 8,5 16,5 19,5 18,5 5,25 13,25

Saias Calças fem. Colares Brincos Acessórios de cabelo

Calçados fem.

8 8 - - 3 1

0,5 3 6 3 2 8,7

5 7 8 4 4 12

13,5 18 14 7 9 21,7

Custos Indiretos

Aluguel R$ 150

Energia elétrica R$ 80

Depreciação R$ 100

Material de consumo R$ 200

Seguros R$ 50

Total R$ 580

Page 41: 173132 cynthia mariah  negro é lindo

41

FONTE: Matins,Eliseu.Contabilidade de custos.São Paulo,Atlas,2009

Custo de Mão-de Obra Direta Unitário ($) Total ($) %

Camisetas 30 R$ 3,00 90 17,06% Bermuda masc. 10 R$ 7,00 70 13.72% Calça masc. 5 R$ 7,00 35 6.82% Vestidos 3 R$ 6,00 18 3.52% Regatas 15 R$ 2,00 30 5.88% Shorts 5 R$ 6,50 30,5 6.27% Saias 5 R$ 5,00 25 4.90% Calças fem. 6 R$ 7,00 42 8.23% Colares 8 R$ 8,00 64 12.54% Brincos 8 R$ 4,00 32 6.27% Acessórios de cabelo 6 R$ 4,00 24 4.70% Calçados fem. 4 R$ 12,00 48 9.41% Total 105 R$ 71,50 510 100.00%

Quadro Resu-

mo Camisetas Bermudas

masc. Calças masc. Vestidos Regatas Shorts

Custos diretos 8.50 16,5 19,5 18,5 5,25 13,25

Custos indiretos 102.00 79 39 20 34 36

Custo total 110.50 95,5 58,5 38,5 39,25 49,25

Preços de ven-da$ R$ 45 R$ 80 R$ 85 R$ 90 R$ 49,9 R$ 70

Lucro bruto unitário $ R$ 65.50 15,5 26,2 51,5 10,65 20,75

Margem % 45% 19% 31% 57% 21% 29%

Ordem lucrativi-dade (1º, 2º ou 3º) 1º 2º 1º 1º 1º 1º

Saias Calças fem. Colares Brincos

Acessórios de cabelo

Calçados fem.

13,5 18 14,9 7 9 21,7

28 47 72 36 27 54

41,5 65 86 43 36 78,7

R$ 60 R$ 80 R$ 69,90 R$ 49,90 R$ 40 R$ 120

R$ 18,50 R$ 15 R$ 16,10 R$ 6,90 R$ 4 R$ 21,30

30% 18% 23% 13% 10% 17%

1º 2º 1º 2º 3º 2º

Page 42: 173132 cynthia mariah  negro é lindo

42

METODOLOGIA

A realização desse trabalho se deu através de pesquisas em site, livros, revis-

tas, documentos acadêmicos e visitas técnicas. Todo esse processo ajudou nas co-

letas de dados sobre o tema e também sobre o público alvo.

Os livros utilizados foram obtidos em bibliotecas públicas e privadas, além de

materiais presentes em meu acervo pessoal.

A compra dos materiais foram feitas na região da R. 25 de março e na região

do Brás. Não tive problemas em encontrar os materiais desejados.

O processo de desenvolvimento dos produtos foi realizado por mim de forma

manual e utilizando de ferramentas tecnológicas com máquina de costura e um a

mini furadeira.

A sandália apresentada foi customizada, mas passou por processo de lixagem

e pintura manual, o laço foi costurado na máquina.

O colar com discos de HD foi o único a ter uma das etapas com processos

tecnológicos, os demais foram feitos totalmente de forma artesanal.

Não houveram grandes dificuldades para o desenvolvimento das peças, nem

para a elaborar a coleção dentro do tema escolhido, porém no desenvolvimento do

projeto escrito foram encontradas algumas dificuldades. Mas com muito esforço e

dedicação o projeto foi concluído.

Page 43: 173132 cynthia mariah  negro é lindo

43

CONCLUSÃO

A realização desse trabalho prova que a frase citada no inicio do agente do

jornal inglês Daily Mail não corresponde com a verdade. A coleção mostra que o ne-

gro consome moda sim, mas o que ocorre é que na indústria da moda, tanto nacio-

nal quanto internacional, ainda são encontrados problemas nos produtos apresenta-

dos, as analises que realizei as cartelas de cores apresentadas para a próxima tem-

porada de Primavera-Verão vem com quase todas as cores em tons pasteis e mais

sóbrias, o que durante as pesquisas que realizei não condiz com a preferência dos

negros na hora de se produzirem, que dão preferência a cores fortes que contrastam

com o seu tom de pele.

O mercado da moda direcionado ao público negro vem aumentando, devido

também a maior aceitação do negro com si próprio. Por isso a importância de apoiar

e desenvolver produtos que atendam essa demanda, traçando assim um novo dire-

cionamento para o mundo da moda.

O objetivo dessa coleção é mostrar que esses novos produtos de moda de-

vem ser mais explorados para que tomem as ruas com personalidade.

Page 44: 173132 cynthia mariah  negro é lindo

44

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAÚJO, Emanuel. Brasileiro, Brasileiros. São Paulo: Prefeitura da Cidade de São

Paulo, 2005

ARMSTRONG, Gary e KOTLER, Philip. Princípios de marketing. 9.ed. São Paulo: Pearson Education, 2003.

BRAGA, Iara Mesquita da Silva. Pesquisa e Criação em Moda. Buenos Aires, Ar-

gentina: Actas de Diseño Nº11, 2011.

ESTADÃO. http://blogs.estadao.com.br/divirta-se/tag/feira-preta/

FEGHALLI, Marta Kasknar; DWYER, Daniela. As engrenagens da moda. Rio de

Janeiro: Ed. Senac Rio, 2004.

Ipea - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=8471&catid=159&Itemid=75

KOTLER, Philip. Marketing de A a Z: 80 conceitos que todo profissional precisa

saber. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.

LOPES, Rosana de Oliveira. O ensino da arte: a relevância da escolha de ima-

gens para o desenvolvimento da apreciação estética e aquisição de cultura.

USP – Maria Antonia, 2011.

MUNARI, Bruno. Das coisas nascem coisas, São Paulo: Martins Fontes, 2002

O Confeccionista. Entrevista: Valeska Nakad. Ano 1 n°4, rev. Janeiro/ fevereiro

2010, p. 10-12

SEBRAE. Guia do Empreendedor. SEBRAE/PB, 2005

Page 45: 173132 cynthia mariah  negro é lindo

45

SERRA, F. A. R. TORRES, M. C. S. e TORRES, A. P. Administração Estratégica:

conceitos, roteiro prático e casos. Rio de Janeiro : Reichamnn e Affonso Editores,

2004.

TREPTOW, Doris. Inventando moda: planejamento de coleção. 3. ed. Brusque:

D. Treptow, 2007.

VICENT-RICHARD, Françoise. Espirais da moda. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989.

Page 46: 173132 cynthia mariah  negro é lindo

46

ANEXOS

1. MS NOTÍCIAS: Pesquisa do Ipea diz que mais brasileiros se assumem ne-

gros

Na opinião da coordenadora de Políticas para a Promoção da Igualdade Racial de

Mato Grosso do Sul (Cppir/MS), Raimunda Luzia de Brito, os brasileiros estão se

assumindo negros devido a sua autoestima e também por ter grandes personalida-

des negras no poder. "O presidente (dos Estados Unidos, Barack Hussein Obama),

da maior potência do mundo é negro. O atleta do século (Edson Arantes do Nasci-

mento), Pelé é negro e brasileiro. Então, a autoestima do negro foi levantada. O que

faltava muito era referência", explica Brito ao comentar sobre a divulgação do estudo

"Dinâmica Demográfica da População Negra Brasileira", pelo Instituto de Pesquisa

Econômica Aplicada (Ipea).

A pesquisa divulgada pelo Ipea na ultima quinta-feira (23), em Brasília (DF), mostra

que mais brasileiros estão se assumindo como negros.

Raimunda Brito diz que é importante também ressaltar que a população negra e in-

dígena aumentou nos últimos anos. Segundo ela, as pessoas estão se amando

mais. "Então elas se assumem. Hoje é importante você ver o adolescente se assu-

mir como negro. Porque ele tem referências". Ela ainda cita como grande referência

para o movimento negro, o nome da ministra da Secretaria de Políticas de Promoção

da Igualdade Racial (Seppir), da Presidência da República, a socióloga gaúcha Lui-

za Bairros. "A nossa meta é trazê-la ao Mato Grosso do Sul. Porque nós estamos no

Ano Internacional dos Afrodescendentes".

Censo

De acordo com as informações do Ipea, os dados do Censo 2010, que começaram a

ser divulgados no final do ano passado, revelam que houve uma mudança significa-

tiva na configuração da população brasileira ao longo do século. As transformações

foram registradas em todas as regiões do país e em todos os grupos sociais e raci-

ais, embora com diferentes velocidades. Uma delas, no entanto, chamou atenção no

último levantamento apresentado: pela primeira vez na história do Censo, as pesso-

as que se declaram brancas são menos da metade da população.

Pela classificação do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 97 mi-

lhões de pessoas se dizem negras (pretas ou pardas) contra 91 milhões de pessoas

Page 47: 173132 cynthia mariah  negro é lindo

47

brancas. Outras cerca de 2,5 milhões se consideram amarelos ou indígenas. Os

brancos ainda são a maioria (47%) da população, mas a quantidade de pessoas que

se declaram assim caiu em relação a 2000. Em números absolutos, foi também a

única categoria que diminuiu de tamanho. Como resultado, a taxa de crescimento da

população negra na última década foi de 2,5% ao ano e a da branca aproximou-se

de zero.

Estudo

Segundo o estudo "Dinâmica Demográfica da População Negra Brasileira", divulga-

do na quinta-feira (12) pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), dois

fatores devem ter contribuído para essa reviravolta. Primeiro, nota-se um aumento

do número de pessoas que agora se declaram pardas e que antes preferiam dizer

que eram brancas. Segundo, apesar de uma queda geral na taxa de fecundidade

das brasileiras, as mulheres negras ainda são as que mais têm filhos.

"A cada Censo, observamos um número maior de pessoas se declarando pardas.

Há um enegrecimento da população brasileira por causa de uma maior valorização

das suas condições raciais e étnicas", ressaltou Ana Amélia Camarano, autora do

estudo. "A valorização dos negros se deve não apenas a políticas do governo, mas

também a ações do movimento negro que datam de décadas e que ganharam corpo

nos últimos anos", completou.

"O grande aumento da população brasileira nos últimos dez anos foi devido ao au-

mento da população negra", disse Mário Theodoro, secretário-executivo da Secreta-

ria de Promoção de Políticas de Igualdade Racial. "Isso mostra em uma parte cres-

cimento democráfico maior e por outro o maior reconhecimento dos negros como

tais, como cidadãos pretos ou pardos. A população está se sentindo mais pertencen-

te a esse grupo."

O número médio de filhos tidos por uma mulher negra ao final da vida reprodutiva

passou de 2,7 filhos para 2,1. Entre as brancas, essa taxa caiu de 2,2 para 1,6. Nos

dois casos, a taxa de fecundidade ficou abaixo do nível de reposição, o que ressalta

um envelhecimento da população.

Também fica muito clara uma diferença na mortalidade entre os grupos. As mortes

entre os brancos estão mais concentradas nas idades avançadas e são resultado de

neoplasias (câncer). Já entre os negros morre-se mais entre os jovens de 15 a 29

anos, principalmente entre os homens, por conta de causas externas, como aciden-

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48

tes e mortes violentas (agressões).

As mortes por causas externas são muito mais comuns entre a população masculi-

na. Entre os negros, as principais causas de óbito são os homicídios e, entre os

brancos, os acidentes de trânsito.

"A violência entre os jovens negros explodiu nos últimos anos", afirmou disse Mário

Theodoro. "De 98 para 2008, uma diferença que era de 30% entre as mortes de jo-

vens brancos e de jovens negros passou para 140%. Todo o aumento nessa faixa

se deu com a população negra. Pode ser que a população negra esteja sendo mais

afeta à violência até por questões de preconceito e de discriminação não só da polí-

cia como de toda a criminalidade."

Os aspectos da mortalidade no Brasil foram mudando ao longo dos anos. Houve

uma queda importante nos óbitos por doenças infecto-parasitárias, o que demonstra

uma melhora na qualidade de vida da população, enquanto as mortes por doenças

cardiovasculares e causas externas aumentaram, o que ressalta uma mudança im-

portante na rotina do brasileiro.

E, independentemente do sexo ou da raça, as doenças do aparelho circulatório fo-

ram as que mais mataram brasileiros. Elas representaram 28,5% dos óbitos dos ho-

mens brancos e 25% dos homens negros. Entre as mulheres, a proporção ficou em

torno de 33% nos dois grupos.

Também vale ressaltar o aumento considerável das mortes por acidentes de trans-

porte, que hoje representam 35,3% das mortes por causas externas entre os bran-

cos e aproximadamente um quarto entre os negros

Ipea - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

2. ENTREVISTA COM TAIS RIBEIRO

1) Desde de quando se interessa por arte?

Olha, eu sempre gostei de desenhar, desde que me lembro.

E tinha preferência por desenho de observação, mesmo quando criança.

Achava complicado inventar desenhos, embora fizesse isto às vezes.

Além disto, acho importante comentar que eu tinha uma profunda atração pelas a-

mostras de crochê de minha mãe, pelos carretéis de linha, pelas máquinas de costu-

ra e tricô...

Page 49: 173132 cynthia mariah  negro é lindo

49

Eu brincava com estas coisas por horas, sozinha e quietinha, desde muito pequena.

2) Como é o seu processo de criação?

Não costumo fazer projetos, maquetes, testes, essas coisas.

Normalmente, começo um trabalho por algo que me apaixone.

Pode ser uma linha de uma certa cor, um tecido de uma certa textura, um desenho

de alguma toalha.

Penduro este primeiro fragmento no meu compensado de madeira e a partir de

"conversas" com este primeiro passo, estabeleço o que vem a seguir.

Normalmente, só escolho um passo adiante. Vez ou outra, consigo vislumbrar mais

de uma ação, mas é raro.

Tenho uma incrível necessidade de ver a coisa pronta pra entender como se porta.

3) Por exemplo, nos trabalhos apresentados na exposição Tripé, você intitulou os

trabalhos de acordo com algum elemento marcante neles, estou certa? Foram estes

elementos que conduziram a produção ou foram colocados depois e se tornaram

fortes por acaso?

Está certíssima. A história desses títulos, em especial, é bastante curiosa.

Falei de leve sobre isto nos e-mails que enviei pro Josué.

A princípio, os trabalhos desta série não tinham títulos.

Pra conseguir me localizar melhor entre tantos "sem título", escolhi algum elemento

de cada um e usei como referência, sobretudo nos nomes dos arquivos das imagens

digitalizadas.

Conversando com o Zé Bento Ferreira, que escreveu sobre o meu trabalho quando

expus no CCSP, ele sugeriu que usasse essas referências como títulos e eu gostei

da ideia.

Achei absolutamente adequado para aquela etapa de minha pesquisa.

Então, a escolha dos títulos foi posterior; não necessariamente foram trabalhos que

começaram pelos elementos que os nominam.

Nem posso dizer que eles foram determinantes pro conjunto porque, uma vez inicia-

da a produção, todos os elementos se influenciam. O resultado acontece pela rela-

ção de todos os elementos.

4) Que artista inspira você?

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Muitos artistas me inspiram, ainda que não tenham necessariamente a ver com a

minha pesquisa.

Iberê, por exemplo. Não sou essa expressionista trágica, mas a paixão que ele tinha

pelo trabalho, a ligação dele com a produção, me inspira.

Adoro Mira Schendel e Amílcar de Castro. Não importa quantas retrospectivas fa-

çam, irei a todas.

E vejo conexões com o meu trabalho, embora com resultados diferentes.

Chorei, de verdade, em uma exposição do Morandi, anos atrás, no MASP.

Também chorei em uma do Piranesi, anos atrás, na Pinacoteca.

Estes são os primeiros que me vêm, os velhinhos. :)

Gosto de gente mais nova também, mas preferi colocar os 5 primeiros que me vie-

ram à mente.

5) os materiais que utiliza, tecidos, linhas, toalhinhas de crochê, eram seus ou você

compra para fazer o trabalho?

No caso dos crochês e tricôs, produzo a maioria de acordo com a necessidade dos

trabalhos.

Vez ou outra, uso algum que eu tenha ganhado.

Tecidos e linhas, alguns eu ganho, outros eu compro.

Eventualmente, também uso tinta! :)

Compro pigmentos e preparo com verniz acrílico.

6) A linha é um fio condutor para sua obra?

Sim. Seja qual for a linguagem, minha produção sempre tem conotação extrema-

mente gráfica.

7) O que você está fazendo atualmente?

Tenho desenhado bastante e feito trabalhos que continuam a pesquisa do Tripé.

Estou fazendo um grande e dois pequenos.

É um processo lento por natureza, que se torna mais lento por eu ter que trabalhar

fora.

Vida corrida!

Ah, os títulos!

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51

Nunca gostei de dá-los, e por muito tempo, meus trabalhos eram "Sem título".

Depois, considerei que "Sem título" também é um título - e pouco prático por não

distinguir os trabalhos.

Sem muita criatividade, resolvi nomear os trabalhos da exposição de formatura com

números, mas em sua forma alfabética.

São os "Um", "Dois"..., em um total de 6 trabalhos.

Depois, comecei a usar alguma frase ou pensamento ou título de música que me

ocorresse durante o processo de construção das pinturas. Fluxo de consciência.

Um pouco mais tarde, gostando mais da ideia de nomear do que de intitular, batizei

várias pinturas com nomes de mulheres, já que pintura é substantivo feminino.

Agora, vamos ao capítulo 2!

Bom, ao longo do caminho, comecei a perceber que a lona reagia à aplicação de

tinta, criando uns volumes na parte de trás do tecido. E estes efeitos variavam de

acordo com a densidade / quantidade / peso das tintas. (Aproveito para dizer que

uso têmpera acrílica que eu mesma preparo o que permite controlar a textura da tin-

ta.) Quis experimentar esta questão, então passei a usar como suporte uma lona

mais delgada, sem impermeabilização. Surgiram franzidos, encolhimentos, disten-

sões, volumes. E o formato do suporte deixou de ser retangular. Ah, sim! Entre a

primeira série e esta, fiz umas pinturas pequenas. Como usei os mesmos carimbos e

matrizes que usava nas de grande porte, as texturas e grafismos ficaram proporcio-

nalmente maiores na nova escala.

Ao voltar para as grandes dimensões, senti necessidade de estourar o tamanho dos

desenhos. Surgiram flores, arabescos e motivos um tanto gigantes.

Os trabalhos deste período têm títulos de que não me recordo agora.

Só para me organizar aqui, usei alguma referência da própria pintura como nome de

arquivo.

Aliás, foi assim que pinturas mais recentes foram batizadas, mas conto melhor no

próximo e-mail.

Bom, agora vamos às próximas, pequenas e últimas duas séries.

A primeira delas começou quando ganhei da minha mãe uma porção de toalhas de

renda, praticamente iguais, de aproximadamente 1 x 1m.

São 4 trabalhos, todos com início em uma dessas toalhas.

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Como minhas pinturas não tem projeto, sendo criadas durante sua construção, quis

explorar as diferenças que podem surgir partindo do mesmo princípio.

É a série mais curta porque naquela altura eu estava um pouco saturada de malhas -

precisei descansar um pouco.

3. Back to black

por Dado Carvalho

Nove anos se passaram desde que Adriana Barbosa e uma amiga encontraram uma

solução para fugir da pindaíba. O resultado será visto na 10ª Feira Preta, amanhã

(17) e domingo, no Centro de Exposições Imigrantes.

Nos idos de 2002, as duas estavam desempregadas. A solução: procurar todas as

feiras da cidade. A amiga vendia pastéis e Adriana fez um brechó. Até que surgiu a

ideia de criar a própria feira.

Atenção: a feira é preta. Não é ‘negra’ nem ‘afrodescendente’. Tem gente que não

gosta muito do termo ‘preto’, não? “Foi de fato provocativo”, conta Adriana. “Por ser

um país miscigenado, a gente nunca encara o racismo. Vai se deparando com situa-

ções do dia a dia.”Aos números: o Censo aponta que 53,5% da população brasileira

é autodeclarada negra. “A gente é hoje a segunda maior população negra do mun-

do, só perdendo para a Nigéria, que é um país africano”, cita Adriana.

A feira transcendeu a mera montagem de estandes e a questão racial – brancos po-

dem ser expositores desde que seus trabalhos tenham afinidade com a estética ne-

gra. Hoje, há toda uma consultoria sobre empreendedorismo para quem tem boas

ideias. O evento deu tão certo, que começaram a pipocar feiras pretas em outras

cidades (algumas até usaram o mesmo nome!).

Nem tudo são negócios. Além de estandes com produtos e serviços, há debates,

exposições e música. Participam o Clube do Balanço, Izzy Gordon, Criolo e o músico

de Nova Orleans Gary Brown. Em tempo: a festa é negra, mas acolhe gente de to-

das as cores. Dado Carvalho

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53

ONDE: Rod. dos Imigrantes, Km 1,5, Água Funda, 5067-6767. QUANDO: Sáb.

(17) e dom. (18), 13h/22h. QUANTO: R$ 30. www.feirapreta.com.br

A COR DESSA CIDADE SOU EU | A Feira é só uma vez por ano. Mas alguns

dos parceiros estão sempre por aí

Certa vez, uma amiga de Camila Cardoso comentou: “A gente vai ao shopping, e

tem boneco do Elvis, mas não tem de ídolos negros.” Bastou para que ela tivesse

uma ideia: o trabalho que já era desenvolvido com biscuit (até em programas de TV)

foi facilmente adaptado e assim nasceu a Black Dolls. Agora, sim, dá para encon-

trar bonecos do Stevie Wonder, Tim Maia, James Brown… Galeria 24 de Maio. R.

24 de Maio, 116, República, 3222-6690. 10h/19h.

***

Cris Oliveira fazia tranças em cabelos afro, mas não tinha salão. Juntou duas primas

e um amigo para montar uma barraquinha na primeira Feira Preta. Desde então, o

telefone não parou de tocar. Principalmente depois que ela realizou o sonho de al-

gumas meninas: desenvolveu uma técnica de dreadlocks na qual não precisa cortar

o cabelo quando não quiser mais o visual. R. Eng. Francisco Aze- vedo, 400, Per-

dizes, 2851-8635. 9h/18h (fe- cha dom. e 2ª). www.ciadastrancas.com.br.

***

Um dia, Maria do Carmo foi participar de um programa de TV e só então a equipe de

beleza percebeu que não havia maquiagem para o seu tom de pele. Ela aproveitou e

criou a Muene Cosméticos. Para isso, fez cursos até em Nápoles. “Me aprofundei

na miscige- nação. Pessoas que são vermelhas, negro com alemão, branco com

índio… É uma mis- tura, que ninguém encontra a cor.” R. 24 de maio, 116, 1 andar,

loja 18, República, 3222- 8667. 9h/19h (sáb., 10h/15h; fecha dom.).

***

“‘Pegada’ quer dizer ‘jeito’, e ‘Preta’ é a nossa cor. Então Pegada Preta é o nosso

jeito preto de fazer as coisas!”, explica o bem-humorado Sidney Álamo. A marca co-

meçou como um grupo de samba-rock, com camisetas personalizadas nas festas. O

público gostou das peças, e Sidney resolveu fazer algumas para vender na Feira.

Hoje, tem duas lojas. R. 24 de Maio, 116, Rua alta, loja 9, 3337-6678. 10h/19h30

(sáb., 9h/18h; fecha dom.) pegapreta.blogspot.com

Fonte: http://blogs.estadao.com.br/divirta-se/tag/feira-preta/

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54

APÊNDICES

1. EMPRESA

1.1 DEFINIÇÃO DO NOME DA MARCA

O conceito etnia deriva do grego ethnos, cujo significado é povo. A etnia representa

a consciência de um grupo de pessoas que se diferencia dos outros. Esta diferenci-

ação ocorre em função de aspectos culturais, históricos, linguísticos, raciais, artísti-

cos e religiosos.

1.2 LOGOMARCA

1.3 SUJESTIONADO

Asa= Liberdade

Espada= Povo Guerreiro

Punho=Força e raça

Coroa= Poder e nobreza

Escudo= Defesa contra a opressão dos costumes étnicos estéticos e cultu-

rais.

1.4 OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO

A oportunidade de negócio surgiu a partir da ideia de estar e ser diferente, e por a-

creditar que ninguém é igual, que cada um tem sua própria historia e suas próprias

experiências, é que desenvolvemos algumas que são peças únicas e exclusivas.

Page 55: 173132 cynthia mariah  negro é lindo

55

Vimos também que está cada vez maior a procurar de negro por produto de moda

em que se identifique, por isso desenvolvemos produtos onde passamos para as

pessoas a cultura afro e dessa forma, reforçamos a nossa identidade cultural, com

orgulho e respeito.

1.5 PRODUTOS

Os produtos da grife Etnia são feitos em poucas quantidades (grade palito), utilizan-

do algumas técnicas artesanais, visando à individualidade do estilo pessoal. Além

disso, criarmos um produto diferenciado que uni conscientização ambiental, cultural,

beleza e qualidade.

1.6 MISSÃO, VISÃO, VALORES e OBJETIVO

Missão

Oferecer uma moda alternativa com compromisso ambiental, social e cultural.

Visão

Atender as necessidades e a procura do negro por artigos de moda que os repre-

sente e que são desenvolvidos de acordo com o seu tipo físico, tom de pele e cultu-

ra.

Valores

Preservar a cultura negra e brasileira;

Prezar pela satisfação do cliente, fazendo com que ele se sinta único e espe-

cial.

Objetivo

Proporciona ao cliente ter uma marca na qual ele se identifique

1.7 SAZONALIDADE

De acordo com Guia do Empreendedor (2005: p. 17):

Sazonalidade- consiste no aumento ou redução significativa da demanda de certos produtos em determinada época do ano. Os negócios com maior sazonalidade oferecem riscos que obrigam os empreendedores a manobras custosas como manter estoques elevados. Quando em alto grau, é conside-rado fator negativo na avaliação dos pequenos negócios.

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56

No segmento da moda o principio da sazonalidade se aplica no que chamamos de

“temporadas”, ou seja, as coleções lançadas para cada estação seja para as cole-

ções de Verão e Inverno ou as de Primavera-Verão e Outono-Inverno.

Podemos dizer que a moda é completamente sazonal. Por isso, é importante se fa-

zer as pesquisas de tendências. Claro que existem produtos básicos que são aque-

les que não sofrem alterações nas mudanças de estações, como é o caso das peças

básicas e de alguns acessórios. Essas peças podem ser adquiridas e usadas em

qualquer estação, principalmente num país como o nosso de temperaturas instáveis.

Pensando nesse mercado de moda que é tão descartável e efêmero que tentamos

fugir dessa sazonalidade, fazendo com que nossos clientes consumam nossos pro-

dutos por identificação com a marca, desejo ou necessidade e não apenas porque

são peças que seguem as últimas tendências. Até mesmo porque cada uma das

nossas peças conta uma história e retrata um sentimento dentro do tema escolhido

para cada coleção. Temos um comprometimento sustentável, que explora os três

campos: cultural com o fornecimento das informações sobre cultura, econômico que

nos leva a um crescimento sólido e permanente e ambiental onde usamos materiais

naturais e alternativos, procurando assim agredir o menos possível o meio ambiente.

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57

2. METODOLOGIA DE DESIGN

Problema= Procura de negros por produtos de moda que o represente;

Definição do problema= Produtos desenvolvidos de acordo com seu tipo físico, tom

de pele e cultura;

Coleta de dados= Mercado em crescimento que apresenta algumas marcas com

produtos semelhantes;

Análise de dados= Muitas dessas marcas não possuem departamento criativo espe-

cializado e não fazem uma modelagem que se adéquam ao tipo físico do público

desejado;

Criatividade= Uso de cores como atrativo, modelagem diferenciada adequada a es-

tética desse público e o apelo cultural pode ser copiado;

Materiais e tecnologia= Tecidos com composição de algodão, risco simples, detalhes

e acabamentos manuais, botões como aviamentos decorativos e acessórios com

materiais alternativos.

Experimentação= Modelagem com ajustes testados e cores aprovadas entre o públi-

co;

Modelo= Ótimo e diferenciado;

Verificação= Aceitação do público direcionado;

Solução final= Valorização estética e cultural.

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3. PROCESSO DE PRODUÇÃO

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4. PAINEL DE CABELO E MAQUIAGEM