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www.cers.com.br OAB PRIMEIRA FASE XIII EXAME Pilares da OAB Aryanna Manfredini 1 AULA DE PILARES AÇÃO RESCISÓRIA A ação rescisória está prevista pelo artigo 836 da CLT, e seu processamento no Processo do Trabalho segue as normas do Processo Civil, com aplicação subsidiária dos dispositivos 485 ao 495, no que for compatível aos princípios do Processo do Trabalho. Além destes, por se tratar de uma nova ação deve atender também aos requisitos do artigo 282 do CPC, que regula a petição inicial. Quando a prova mencionar que ocorreu o trânsito em julgado é possível que a resposta tenha por fundamento a ação rescisória ou a execução definitiva. A ação rescisória no Processo Civil, de acordo com o artigo 488, II do CPC, está sujeita ao depósito prévio de 5% sobre o valor da causa. No entanto, no Processo do Trabalho o depósito prévio é de 20% sobre o valor da causa da ação rescisória, salvo prova de miserabilidade jurídica do autor da ação rescisória. [art. 836, CLT]. Art. 836, CLT. É vedado aos órgãos da Justiça do Trabalho conhecer de questões já decididas, excetuados os casos expressamente previstos neste Título e a ação rescisória, que será admitida na forma do disposto no Capítulo IV do Título IX da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 Código de Processo Civil, sujeita ao depósito prévio de 20% (vinte por cento) do valor da causa, salvo prova de miserabilidade jurídica do autor. Parágrafo único. A execução da decisão proferida em ação rescisória far-se-á nos próprios autos da ação que lhe deu origem, e será instruída com o acórdão da rescisória e a respectiva certidão de trânsito em julgado. Art. 488, CPC. A petição inicial será elaborada com observância dos requisitos essenciais do Art. 282, devendo o autor: I - cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo julgamento da causa; II - depositar a importância de 5% (cinco por cento) sobre o valor da causa, a título de multa, caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível, ou improcedente.

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AULA DE PILARES • AÇÃO RESCISÓRIA

A ação rescisória está prevista pelo artigo 836 da CLT, e seu processamento no Processo do Trabalho segue as normas do Processo Civil, com aplicação subsidiária dos dispositivos 485 ao 495, no que for compatível aos princípios do Processo do Trabalho. Além destes, por se tratar de uma nova ação deve atender também aos requisitos do artigo 282 do CPC, que regula a petição inicial.

Quando a prova mencionar que ocorreu o trânsito em julgado é possível que a resposta

tenha por fundamento a ação rescisória ou a execução definitiva.

A ação rescisória no Processo Civil, de acordo com o artigo 488, II do CPC, está sujeita ao

depósito prévio de 5% sobre o valor da causa. No entanto, no Processo do Trabalho o depósito prévio é de 20% sobre o valor da causa da ação rescisória, salvo prova de miserabilidade jurídica do autor da ação rescisória. [art. 836, CLT].

Art. 836, CLT. É vedado aos órgãos da Justiça do Trabalho conhecer de questões já decididas, excetuados os casos expressamente previstos neste Título e a ação rescisória, que será admitida na forma do disposto no Capítulo IV do Título IX da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil, sujeita ao depósito prévio de 20% (vinte por cento) do valor da causa, salvo prova de miserabilidade jurídica do autor. Parágrafo único. A execução da decisão proferida em ação rescisória far-se-á nos próprios autos da ação que lhe deu origem, e será instruída com o acórdão da rescisória e a respectiva certidão de trânsito em julgado.

Art. 488, CPC. A petição inicial será elaborada com observância dos requisitos essenciais do Art. 282, devendo o autor: I - cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo julgamento da causa; II - depositar a importância de 5% (cinco por cento) sobre o valor da causa, a título de multa, caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível, ou

improcedente.

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Parágrafo único. Não se aplica o disposto no nº II à União, ao Estado, ao Município e ao Ministério Público.

As hipóteses de cabimento da ação rescisória no Processo do Trabalho estão previstas no artigo 485 do CPC.

Art. 485, CPC. A sentença de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: I - se verificar que foi dada por prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; II - proferida por juiz impedido ou absolutamente incompetente; III - resultar de dolo da parte vencedora em detrimento da parte vencida, ou de colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei; IV - ofender a coisa julgada; V - violar literal disposição de lei; VI - se fundar em prova, cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal, ou seja, provada na própria ação rescisória; VII - depois da sentença, o autor obtiver documento novo, cuja existência ignorava, ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável; VIII - houver fundamento para invalidar confissão, desistência ou transação, em que se baseou a sentença; IX - fundada em erro de fato, resultante de atos ou de documentos da causa.

Nas hipóteses de juízo incompetente e ofensa a coisa julgada só haverá juízo

rescindente, isto é, só existirá a rescisão do julgado, sem que haja novo julgamento. Isto se dá, pois no primeiro caso a competência para julgar a lide não é da Justiça do Trabalho, portanto não há que se falar em novo julgamento; já na segunda hipótese não haverá novo julgamento porque já existe uma decisão protegida pelo manto da coisa julgada, logo cabe ao Judiciário apenas rescindir a segunda decisão que está ofendendo a primeira. Nos demais casos, haverá o juízo rescindente, bem como o juízo rescisório, ou seja, haverá a rescisão de uma decisão e o novo julgamento pelo Tribunal.

PRAZO A ação rescisória é uma ação que tem por finalidade a desconstituição de sentença ou

acórdão. O direito de propor ação rescisória se extingue em 2 anos (prazo decadencial), contados do trânsito em julgado da decisão rescindenda (art. 495 do CPC e Súmula 100, TST).

A observância do disposto nas Súmulas 100 e 299 do TST é indispensável para a

propositura de ação rescisória.

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Súmula 100, TST. I - O prazo de decadência, na ação rescisória, conta-se do dia imediatamente subseqüente ao trânsito em julgado da última decisão proferida na causa, seja de mérito ou não. II - Havendo recurso parcial no processo principal, o trânsito em julgado dá-se em momentos e em tribunais diferentes, contando-se o prazo decadencial para a ação rescisória do trânsito em julgado de cada decisão, salvo se o recurso tratar de preliminar ou prejudicial que possa tornar insubsistente a decisão recorrida, hipótese em que flui a decadência a partir do trânsito em julgado da decisão que julgar o recurso parcial. III - Salvo se houver dúvida razoável, a interposição de recurso intempestivo ou a interposição de recurso incabível não protrai o termo inicial do prazo decadencial. IV - O juízo rescindente não está adstrito à certidão de trânsito em julgado juntada com a ação rescisória, podendo formar sua convicção através de outros elementos dos autos quanto à antecipação ou postergação do "dies a quo" do prazo decadencial. V - O acordo homologado judicialmente tem força de decisão irrecorrível, na forma do art. 831 da CLT. Assim sendo, o termo conciliatório transita em julgado na data da sua homologação judicial. VI - Na hipótese de colusão das partes, o prazo decadencial da ação rescisória somente começa a fluir para o Ministério Público, que não interveio no processo principal, a partir do momento em que tem ciência da fraude. VII - Não ofende o princípio do duplo grau de jurisdição a decisão do TST que, após afastar a decadência em sede de recurso ordinário, aprecia desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento. VIII - A exceção de incompetência, ainda que oposta no prazo recursal, sem ter sido aviado o recurso próprio, não tem o condão de afastar a consumação da coisa julgada e, assim, postergar o termo inicial do prazo decadencial para a ação rescisória. IX - Prorroga-se até o primeiro dia útil, imediatamente subseqüente, o prazo decadencial para ajuizamento de ação rescisória quando expira em férias forenses, feriados, finais de semana ou em dia em que não houver expediente forense. Aplicação do art. 775 da CLT. X - Conta-se o prazo decadencial da ação rescisória, após o decurso do prazo legal previsto para a interposição do recurso extraordinário, apenas quando esgotadas todas as

vias recursais ordinárias.

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Súmula 299, TST. I - É indispensável ao processamento da ação rescisória a prova do trânsito em julgado da decisão rescindenda. II - Verificando o relator que a parte interessada não juntou à inicial o documento comprobatório, abrirá prazo de 10 (dez) dias para que o faça, sob pena de indeferimento. III - A comprovação do trânsito em julgado da decisão rescindenda é pressuposto processual indispensável ao tempo do ajuizamento da ação rescisória. Eventual trânsito em julgado posterior ao ajuizamento da ação rescisória não reabilita a ação proposta, na medida em que o ordenamento jurídico não contempla a ação rescisória preventiva. IV - O pretenso vício de intimação, posterior à decisão que se pretende rescindir, se efetivamente ocorrido, não permite a formação da coisa julgada material. Assim, a ação rescisória deve ser julgada extinta, sem julgamento do mérito, por carência de ação, por inexistir decisão transitada em julgado a ser rescindida.

Competência para Ação Rescisória: A ação rescisória é uma ação de competência originária dos Tribunais. Assim, perante uma

ação rescisória proposta em face de sentença que transitou em julgado, a competência será do TRT à que está subordinado o juízo de 1º grau que proferiu a decisão.

Cada Tribunal é competente para julgar ação rescisória de suas decisões. Atente-se para o

fato de que se o acórdão do TST NÃO apreciar o mérito da causa, como ocorre, quando aquela Corte não conhece do recurso interposto, a ação rescisória voltar-se-á contra o acórdão regional que tenha adentrado no mérito, sendo competente o TRT para processá-la e julgá-la.

Observe-se as súmulas e orientações Jurisprudenciais

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relacionadas ao CABIMENTO da Ação Rescisória:

Súmula 259, TST. Só por rescisória é atacável o termo de conciliação previsto no parágrafo único do Art. 831 da Consolidação das Leis do Trabalho. Súmula 407, TST. A legitimidade "ad causam" do Ministério Público para propor ação rescisória, ainda que não tenha sido parte no processo que deu origem à decisão rescindenda, não está limitada às alíneas "a" e "b" do inciso III do art. 487 do CPC, uma vez que traduzem hipóteses meramente exemplificativas. Art. 487, CPC. Tem legitimidade para propor a ação: I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular; II - o terceiro juridicamente interessado; III - o Ministério Público: a) se não foi ouvido no processo, em que lhe era obrigatória a intervenção; b) quando a sentença é o efeito de colusão das partes, a fim de fraudar a lei. Súmula 514, STF. Admite-se ação rescisória contra sentença transitada em julgado, ainda que contra ela não se tenham esgotado todos os recursos. Súmula 401, STJ. O prazo decadencial da ação rescisória só se inicia quando não for cabível qualquer recurso do último pronunciamento judicial. Súmula 219, TST. I - Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios, nunca superiores a 15% (quinze por cento), não decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a parte estar assistida por sindicato da categoria profissional e comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família. II - É incabível a condenação ao pagamento de honorários advocatícios em ação rescisória no processo trabalhista, salvo se preenchidos os requisitos da Lei nº 5.584/70. Súmula 329, TST. Honorários advocatícios. Art. 133 da CF/1988 (mantida). Mesmo após a promulgação da CF/1988, permanece válido o entendimento

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consubstanciado na Súmula nº 219 do Tribunal Superior do Trabalho. OJ 84, SDI-2, TST. AÇÃO RESCISÓRIA. PETIÇÃO INICIAL. AUSÊNCIA DA DECISÃO RESCINDENDA E/OU DA CERTIDÃO DE SEU TRÂNSITO EM JULGADO DEVIDAMENTE AUTENTICADAS. PEÇAS ESSENCIAIS PARA A CONSTITUIÇÃO VÁLIDA E REGULAR DO FEITO. ARGÜIÇÃO DE OFÍCIO. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO. Alterada em 26.11.02 A decisão rescindenda e/ou a certidão do seu trânsito em julgado, devidamente autenticadas, à exceção de cópias reprográficas apresentadas por pessoa jurídica de direito público, a teor do art. 24 da Lei nº 10.522/02, são peças essenciais para o julgamento da ação rescisória. Em fase recursal, verificada a ausência de qualquer delas, cumpre ao Relator do recurso ordinário argüir, de ofício, a extinção do processo, sem julgamento do mérito, por falta de pressuposto de constituição e desenvolvimento válido do feito.

A Lei 11.280/2006 deu nova redação ao artigo 489 do CPC, para estabelecer que o ajuizamento da ação rescisória não impede o cumprimento da sentença ou acórdão rescindendo, entretanto, em caso imprescindíveis e sob os pressupostos previstos em lei, é possível a concessão de medidas de natureza cautelar ou antecipatória de tutela.

Art. 489, CPC. O ajuizamento da ação rescisória não impede o cumprimento da sentença ou acórdão rescindendo, ressalvada a concessão, caso imprescindíveis e sob os pressupostos previstos em lei, de medidas de natureza cautelar ou antecipatória de tutela.

O recurso ordinário previsto nesta súmula 158 do TST tem previsão no artigo 895, II, CLT. Contra as decisões dos Tribunais Regionais em processos de sua competência originária é cabível a interposição de RO para o TST.

Súmula 158, TST. Da decisão do Tribunal Regional do Trabalho, em ação rescisória, cabível é o recurso ordinário para o Tribunal Superior do Trabalho, em face da organização judiciária trabalhista.

• MANDADO DE SEGURANÇA

O Mandado de Segurança está previsto no artigo 5º, LXIX da CF e

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está disciplinado pela Lei 12.016/2009, que foi sancionada em agosto de 2009.

Art. 5º, LXIX, CF. Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas-corpus ou habeas-data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; [...] Art. 1º, Lei 12016/2009. Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. §1º. Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições. § 2º. Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público. §3º. Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, qualquer delas poderá requerer o mandado de segurança.

Este remédio constitucional visa proteger qualquer direito líquido e certo do cidadão, salvo

o direito de locomoção e o direito de acesso a informações pessoais, que são protegidos pelo habeas corpus e habeas data, respectivamente.

A Carta Magna também prevê o mandado de segurança coletivo, que pode ser impetrado

pela organização sindical, dentre outras entidades.

Art. 5º, LXX, CF. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

Conclui-se que o mandado de segurança é ação utilizada, diante da inexistência de outro meio jurídico, para proteger um direito líquido e certo, que fora violado por um ato de autoridade. O MS pode compelir a autoridade pública a praticar ou deixar de

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praticar algum ato. Inicialmente, apenas os Tribunais Regionais do Trabalho e o Tribunal Superior do Trabalho

tinham competência para apreciar e julgar mandado de segurança, uma vez que o artigo 652 e 653 da CLT não incluem o mandado de segurança no âmbito da atuação jurisdicional dos órgãos de primeira instância.

Contudo, o advento da EC 45/2004, que modificou substancialmente o artigo 114 da CF,

parece-nos que a Vara do Trabalho será funcionalmente competente para processar e julgar mandado de segurança também.

Art. 114, VII, CF. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: [...] VII - as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; [...]

Cumpre salientar que o estudo das súmulas e OJ’s relativas ao Mandado de Segurança

são fundamentais para o Exame de Ordem de II fase. Alguns Dispositivos Relevantes:

• Art. 23, Lei 12016/09. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.

• Súmula 632, STF. É constitucional lei que fixa PRAZO DE DECADÊNCIA para a impetração do Mandado de Segurança.

• Súmula 512, STF. Não cabe condenação em honorários de advogado na ação de mandado de segurança.

• Súmula 105, STJ. Na ação de mandado de segurança não se admite condenação em honorários advocatícios.

• Súmula 266, STF. Não cabe mandado de segurança contra lei em tese. • Súmula 267, STF. Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso

ou correção. • Súmula 268, STF. Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito

em julgado. • Súmula 33, TST. Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial transitada em

julgado. • OJ 99, SDI.2, TST. Mandado de segurança. Esgotamento de todas as vias recursais

disponíveis. Trânsito em julgado formal. Descabimento. Esgotadas as vias recursais existentes, não cabe mandado de segurança.

• OJ 140, SDI.2, TST. Não cabe mando de segurança para impugnar despacho que acolheu ou indeferiu liminar em outro mandado de segurança.

• Súmula 201, TST. Da decisão do Tribunal Regional do Trabalho

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em mandado de segurança cabe recurso ordinário, no prazo de 8 (oito) dias, para o Tribunal Superior do Trabalho, correspondendo igual dilação para o recorrido e interessados apresentarem razões de contrariedade.

• OJ 148, SDI.2, TST. É responsabilidade da parte, para interpor recurso ordinário em mandado de segurança, a comprovação do recolhimento das custas processuais no prazo recursal, sob pena de deserção.

• Súmula 414, TST. I - A antecipação da tutela concedida na sentença não comporta impugnação pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. A ação cautelar é o meio próprio para se obter efeito suspensivo a recurso. II - No caso da tutela antecipada (ou liminar) ser concedida antes da sentença, cabe a impetração do mandado de segurança, em face da inexistência de recurso próprio. III - A superveniência da sentença, nos autos originários, faz perder o objeto do mandado de segurança que impugnava a concessão da tutela antecipada (ou liminar).

• Súmula 417, TST. I - Não fere direito líquido e certo do impetrante o ato judicial que determina penhora em dinheiro do executado, em execução definitiva, para garantir crédito exeqüendo, uma vez que obedece à gradação prevista no art. 655 do CPC. II - Havendo discordância do credor, em execução definitiva, não tem o executado direito líquido e certo a que os valores penhorados em dinheiro fiquem depositados no próprio banco, ainda que atenda aos requisitos do art. 666, I, do CPC. III - Em se tratando de execução provisória, fere direito líquido e certo do impetrante a determinação de penhora em dinheiro, quando nomeados outros bens à penhora, pois o executado tem direito a que a execução se processe da forma que lhe seja menos gravosa, nos termos do art. 620 do CPC.

• Súmula 418, TST. A concessão de liminar ou a homologação de acordo constituem

faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e certo tutelável pela via do mandado de segurança.

• OJ 67, SDI – 2, TST. Não fere direito líquido e certo a concessão de liminar obstativa de transferência de empregado, em face da previsão do inciso IX do art. 659 da CLT.

• OJ 92, SDI – 2, TST. Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial passível de reforma mediante recurso próprio, ainda que com efeito diferido.

• OJ 98, SDI – 2, TST. É ilegal a exigência de depósito prévio para custeio dos honorários periciais, dada a incompatibilidade com o processo do trabalho, sendo cabível o mandado de segurança visando à realização da perícia, independentemente do depósito.

• OJ 137, SDI – 2, TST. Constitui direito líquido e certo do empregador a suspensão do empregado, ainda que detentor de estabilidade sindical, até a decisão final do inquérito em que se apure a falta grave a ele imputada, na forma do art. 494, caput e § único, da CLT.

PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO

A Lei 11.419, de 19.12.2006, regulamentou o uso de meio eletrônico na tramitação de processos judiciais (civil, penal e trabalhista), na comunicação de atos e na transmissão de peças processuais. Para tanto, estabeleceu que o envio de petições, de recursos e a prática de atos processuais em geral por meio eletrônico serão admitidos mediante uso de assinatura eletrônica, sendo obrigatório o credenciamento prévio no Poder Judiciário.

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No âmbito do Processo do Trabalho, a referida Lei foi inicialmente regulamentada apenas pela IN

30/2007 do TST e, atualmente, também pela Res. 94/2012 do Conselho Superior da Justiça do

Trabalho.

Podem ser diversas as formas de peticionamento eletrônico, de modo o e-DOc não se confunde

com o PJ-e - JT. Ressalte-se, inclusive, que a partir da implantação do PJe-JT em unidade

judiciária, o recebimento de petições relativas aos processos que nele tramitam somente pode

ocorrer no meio eletrônico próprio do sistema, sendo vedada a utilização do e-DOC ou qualquer

outro sistema de peticionamento eletrônico (art. 39, Res. 94/2012, CSJT)

O e-DOC, regulamentado pela IN 30/2007 do TST, apresenta as seguintes características:

1 - é um serviço de uso facultativo, disponibilizado no Portal-JT, na Internet (art. 5ª, § 1º, IN

30/2007);

2 - é vedado o uso do e-DOC para o envio de petições destinadas ao Supremo Tribunal Federal

(art. 5ª, § 2º, IN 30/2007);

3 - o sistema do e-DOC deverá buscar identificar, dentro do possível, os casos de ocorrência de

prevenção, litispendência e coisa julgada (art. 5ª, § 3º, IN 30/2007);

4 - as petições, acompanhadas ou não de anexos, apenas serão aceitas em formato PDF

(Portable Document Format), no tamanho máximo, por operação, de 2 Megabytes, não se

admitindo o fracionamento de petição, tampouco dos documentos que a acompanham, para fins

de transmissão (art. 6ª, IN 30/2007);

5 - o envio da petição, por intermédio do e-DOC, dispensa a apresentação posterior dos originais

ou de fotocópias autenticadas, inclusive aqueles destinados à comprovação de pressupostos de

admissibilidade do recurso (art. 10, IN 30/2007);

6 - Os Tribunais, por intermédio das respectivas unidades administrativas, responsáveis pela

recepção das petições transmitidas pelo e-DOC devem imprimir as petições e seus documentos,

caso existentes, anexando-lhes o comprovante de recepção gerado pelo Sistema, enquanto não

generalizada a virtualização do processo, que dispensará os autos físicos; (art. 10ª, IN

30/2007);

Por seu turno, através da Res. 94/2012, o Conselho Superior da Justiça do Trabalho instituiu o Sistema Processo Judicial Eletrônico da Justiça do Trabalho – PJe-JT, determinando que, uma vez implantado o sistema, a tramitação do processo judicial no âmbito da Justiça do Trabalho, a prática de atos processuais e sua representação por meio eletrônico, nos termos da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006, serão realizadas exclusivamente por intermédio do Sistema Processo Judicial Eletrônico da Justiça do Trabalho - PJe-JT.

A implantação do sistema mencionado no caput deste artigo ocorrerá de forma gradual, conforme cronograma definido pela Presidência do Conselho

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Superior da Justiça do Trabalho – CSJT (art. 1º, § 1º, Res. 94/2012, CSJT).

Destacam-se as seguintes características do Sistema Processo Judicial Eletrônico da Justiça do Trabalho – PJe-JT:

Acesso ao sistema

Para acesso ao PJe-JT é obrigatória a utilização de assinatura digital . Esta permite aferir a origem e a integridade do documento, baseada em certificado digital, padrão ICP-BRASIL, tipo A-3 ou A-4, emitido por Autoridade Certificadora Credenciada.

Em razão do jus postulandi, previsto no art. 791 da CLT, segundo o qual “os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final”, a prática dos atos processual será viabilizada por intermédio de servidor da unidade judiciária destinatária ou do setor responsável pela digitalização de peças processuais (art. 5º, § 1º, Res. 94/2012).

O PJe-JT estará disponível 24 horas por dia, ininterruptamente, ressalvados os períodos de manutenção do sistema. As manutenções programadas do sistema serão sempre informadas com antecedência e realizadas, preferencialmente, no período das 00h dos sábados às 22h do domingo, ou no horário entre 00h e 06h nos demais dias da semana (art. 7º, Res. 94/2012).

A indisponibilidade programada será ostensivamente comunicada ao público externo com, pelo menos, 48 horas de antecedência (art. 11, Res. 94/2012).

No termos do art. 8º, da Res. 94/2012 do CSJT, considera-se indisponibilidade dos sistemas de tramitação eletrônica de processos a falta de oferta ao público externo de qualquer um dos seguintes serviços:

I - consulta aos autos digitais;

II - transmissão eletrônica de atos processuais; ou

III - citações, intimações ou notificações eletrônicas.

A indisponibilidade definida no artigo anterior será aferida pelos Tribunais Regionais do Trabalho e registrada em relatório de interrupções de funcionamento, o qual será divulgado ao público. O relatório indicará a data, hora e minuto de início da indisponibilidade, a data, hora e minuto de término da indisponibilidade e os serviços que ficaram indisponíveis (art. 9º, Res. 94/2012).

Os prazos que se vencerem no dia da ocorrência de indisponibilidade de quaisquer dos serviços referidos serão automaticamente prorrogados para o dia útil seguinte à retomada de funcionamento, quando:

a) a indisponibilidade for superior a 60 minutos, ininterruptos ou não, se ocorrida entre 06h00 e 23h00; e

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b) ocorrer indisponibilidade entre 23h01 e 24h00 (art. 10, Res. 94/2012).

Já as indisponibilidades ocorridas entre 00h00 e 06h00 dos dias de expediente forense e as ocorridas em feriados e finais de semana, a qualquer hora, não prorrogarão os prazos (art. 10, § 1º, Res. 94/2012).

Por fim, os prazos fixados em hora serão prorrogados na mesma proporção das indisponibilidades ocorridas no intervalo entre 06h00 e 23h00. Nesse caso, o reinício da contagem do prazo em horas ocorrerá a partir da plena ciência das partes ou dos interessados quanto ao restabelecimento dos serviços que estavam indisponíveis (art. 10, § 2º, Res. 94/2012).

Regras para envio de arquivos eletronicamente

Acerca dos arquivos enviados eletronicamente destaca-se:

1 - O sistema receberá arquivos com tamanho máximo de 1,5 megabytes e apenas nos seguintes formatos:

a) arquivos de texto, no formato PDF (portable document format), com resolução máxima de 300 dpi, formatação A4 e orientação tipo “retrato”.

b) arquivos de áudio, no formato MPEG-1 ou MP3 (Moving Picture Experts Group).

c) arquivos de áudio e vídeo (AV), no formato MPEG-4 (Moving Picture Experts Group).

d) arquivos de imagem, no formato JPEG (Joint Photographic Expertes Group), com resolução máxima de 300 dpi.

2 – a parte ou o advogado poderá juntar quantos arquivos se fizerem necessários à ampla e integral defesa de seus interesses, desde que observado o tamanho máximo de 1,5 megabytes.

3 - as partes ou terceiros interessados, desassistidos de advogados, valendo-se do jus postulandi, poderão apresentar peças processuais e documentos em papel, segundo as regras ordinárias, nos locais competentes para o recebimento, cabendo à Unidade Judiciária digitalizá-los e inseri-los no processo (art. 12, § 1º, Res. 94/2012, CSJT).

4 - A exclusão de peças e documentos no sistema é atribuição típica dos magistrados de primeiro e segundo graus, sendo vedada a sua delegação ou atribuição de funcionalidade semelhante a servidores (art. 12, § 4º, Res. 94/2012, CSJT).

Documentos eletrônicos

Os documentos produzidos eletronicamente, os extratos digitais e os documentos digitalizados e juntados aos autos pelos órgãos da Justiça do Trabalho e seus auxiliares, pelos membros do Ministério Público, pelas procuradorias e por advogados públicos e privados têm a mesma força probante dos originais, ressalvada a alegação motivada e fundamentada de

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adulteração (art. 13, Res. 94/2012).

Incumbirá à parte zelar pela qualidade dos documentos juntados por qualquer meio, especialmente quanto à sua legibilidade, para o que se recomenda não utilizar papel reciclado, em virtude de dificultar a respectiva visualização posterior (art. 13, § 1º, Res. 94/2012).

Incumbe às partes a preservação dos documentos originais digitalizados até o trânsito em julgado da sentença ou, quando admitida, até o final do prazo para propositura de ação rescisória (art. 13, § 2º, Res. 94/2012).

É possível a arguição de falsidade do documento original, a qual será processada na forma da legislação processual em vigor (art. 13, § 3º, Res. 94/2012).

Os documentos poderão ser apresentados na secretaria nas seguintes hipóteses: a) quando a digitalização mostre-se tecnicamente inviável e b) seja grande o volume de documentos. Nesses casos, os documentos deverão ser apresentados em secretaria no prazo de 10 dias contados do envio da petição eletrônica comunicando o fato. Os mesmos serão devolvidos às partes após o trânsito em julgado, incumbindo-se à parte preservá-los até o final do prazo para propositura de ação rescisória, quando admitida (art. 13, Res. 94/2012).

Os documentos que forem juntados eletronicamente em autos digitais e reputados manifestamente impertinentes pelo Juízo terão sua visualização tornada indisponível por expressa determinação judicial (art. 15, Res. 94/2012).

Os documentos digitalizados e anexados às petições eletrônicas serão adequadamente classificados e organizados de forma a facilitar o exame dos autos eletrônicos, podendo o juiz determinar a sua reorganização e classificação. Caso a determinação judicial não seja cumprida o juiz ordenará a exclusão do documento do feito e, em se tratando de petição inicial, determinará o seu indeferimento, nos termo do parágrafo único do art. 284 do CPC (art. 16, Res. 94/2012).

Os Tribunais Regionais do Trabalho manterão instalados equipamentos à disposição das partes, advogados e interessados para consulta ao conteúdo dos autos digitais e envio de peças processuais e documentos em meio eletrônico (art. 17, Res. 94/2012).

Atos Processuais

Comunicação dos Atos Processuais

No processo eletrônico, todas as citações, intimações e notificações, inclusive da Fazenda Pública, far-se-ão por meio eletrônico (art. 18, Res. 94/2012)

Serão consideradas vista pessoal, as citações, intimações, notificações e remessas que viabilizem o acesso à íntegra do processo correspondente (art. 18, § 1º, Res. 94/2012).

As citações, intimações ou notificações poderão ser praticadas segundo as regras ordinárias quando por motivo técnico for inviável o uso do meio eletrônico, caso em que após cumprida a diligência, o documento físico será digitalizado, permanecendo na unidade judiciária até o trânsito em julgado ou, quando admitida, até o final do prazo para propositura de ação

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rescisória, findo o qual será destruído, caso a parte interessada, devidamente intimada, não o receber (art. 18, § 2º, Res. 94/2012).

No instrumento de notificação ou citação constará indicação da forma de acesso ao inteiro teor da petição inicial no endereço referente à consulta pública do PJe-JT, cujo acesso também será disponibilizado nos sítios do Conselho Superior da Justiça do Trabalho e dos Tribunais Regionais do Trabalho na Rede Mundial de Computadores (art. 19, Res 94/2012).

Contagem dos Prazos

Nos termos do art. 5º, § 1º, da Lei 11.419/2006 “considerar-se-á realizada a intimação no dia em que o intimando efetivar a consulta eletrônica ao teor da intimação, certificando-se nos autos a sua realização.”

A consulta deverá ser realizada em até 10 (dez) dias corridos contados da data do envio da intimação, sob pena de considerar-se a intimação automaticamente realizada na data do término desse prazo (art. 20, Res. 94/2012)

Os 10 dias para consulta contam-se a partir do dia subsequente ao da disponibilização do ato de comunicação no sistema, seja útil ou não (art. 20, I, Res. 94/2012).

O dia da consumação da intimação ou da comunicação é o 10º dia. Caso, entretanto, este recaia em dia não útil, a consumação ocorrerá no primeiro dia útil seguinte (art. 20, II, Res. 94/2012).

A contagem do prazo começa a partir do primeiro dia útil seguinte ao da consumação da intimação ou da comunicação, nos termos do art. 774 da CLT.

Os prazos processuais considerar-se-ão realizados na data e horário do seu recebimento no PJe-JT, sendo consideradas tempestivas as recebidas , integralmente, até as vinte e quatro horas do dia em que se encerra o prazo processual, considerado o horário da sede do respectivo Tribunal em que se situa o órgão destinatário (art. 25, caput e § 1º, Res. 94/2012).

Petição inicial

A petição inicial conterá, além dos requisitos referidos no art. 840, § 1º, da CLT, a indicação do CPF ou CNPJ da parte autora, conforme determinação do art. 15, caput, da Lei nº 11.419/2006 (art. 21, § 1º, Res. 94/2012).

O sistema fornecerá, imediatamente após o envio da petição inicial, juntamente com a comprovação de recebimento, informações sobre o número atribuído ao processo, o Órgão Julgador para o qual foi distribuída a ação e, se for o caso, a data da audiência inicial, designada automaticamente e da qual será o autor imediatamente intimado. Tais dados serão conferidos pela unidade judiciária, que procederá à sua alteração em caso de desconformidade com os documentos apresentados, de tudo ficando registro no sistema. (art. 21, §§ 2º e 3º, Res.

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94/2012).

Contestação

Os advogados devidamente credenciados deverão encaminhar eletronicamente as contestações e documentos, com opção de sigilo, quando for o caso, até antes da realização da audiência, sem prescindir de sua presença àquele ato processual (art. 22, Res. 94/2012)

Fica facultada a apresentação de defesa oral, pelo tempo de até 20 minutos, conforme o disposto no art. 847 da CLT.

O não comparecimento do reclamado em audiência, implicará revelia e confissão quanto à matéria de fato, sendo excluída a defesa e os documentos caso tenham sido encaminhados eletronicamente antes da audiência (art. 844, CLT).

Atas de Audiência

As atas e termos de audiência serão assinados digitalmente apenas pelo juiz, assim como o documento digital, no caso de audiências gravadas em áudio e vídeo, os quais passarão a integrar os autos digitais, mediante registro em termo (art. 24, Res. 94/2012).

Encaminhamento de petições durante a suspensão de prazos processuais

A suspensão dos prazos processuais não impedirá o encaminhamento de petições e a movimentação de processos eletrônicos, podendo a apreciação dos pedidos decorrentes desses prazos ocorrer, a critério do juiz, após o término do prazo de suspensão, ressalvados os casos de urgência (art. 25, § 2º, Res. 94/2012).

Autos suplementares

A partir da implantação do PJe na segunda instância das Regiões da Justiça do Trabalho, será dispensada a formação de autos suplementares em casos como de agravos de instrumento, precatórios, agravos regimentais e execução provisória (art. 26, Res. 94/2012).

Inclusão do Processo em Pauta nos Tribunais

Caberá ao relator solicitar a inclusão do processo em pauta, observado, no caso de ações rescisórias, o interstício mínimo de 15 (quinze) dias entre a data da solicitação e a data da pauta de julgamento designada (art. 27, Res. 94/2012).

Agravo Regimental

Observadas as hipóteses de cabimento, de direito a voto do relator, de competência para julgamento e direito a sustentação oral definidas nos respectivos regimentos internos dos Tribunais Regionais do Trabalho, os agravos regimentais interpostos no âmbito do PJe-JT observarão o seguinte procedimento:

I - o agravo regimental será interposto, no prazo de 8 (oito) dias, mediante petição

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incidental, sem necessidade de preenchimento de dados cadastrais de autuação e por meio da funcionalidade do editor de texto disponível na aba “detalhes do processo”;

II - o agravo será submetido à apreciação do desembargador prolator do despacho ou decisão agravada, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas;

III - mantida a decisão, o agravo será submetido, em mesa, para julgamento pelo órgão do Tribunal competente para o julgamento do pedido ou recurso, na primeira sessão ordinária que se seguir ao seu recebimento;

IV - caso vencido o desembargador prolator do despacho ou decisão agravada, lavrará o acórdão o magistrado que primeiro votou na tese vencedora, o qual será habilitado no sistema como “redator” pelo secretário da sessão;

V – no caso de provimento do agravo regimental interposto na forma do art. 557, § 1º, do CPC, o julgamento do recurso terá seguimento em outra sessão, após, se for o caso, manifestação do Ministério Público do Trabalho. (art. 27-A, Res. 94/2012).

Consulta e Sigilo

A consulta ao inteiro teor dos documentos juntados ao PJe-JT somente estará disponível para as respectivas partes processuais, advogados em geral, Ministério Público e para os magistrados, sem prejuízo da possibilidade de visualização nas Secretarias dos Órgãos Julgadores, à exceção daqueles que tramitarem em sigilo ou segredo de justiça. Para a referida consulta será exigido o credenciamento no sistema (art. 28, Res. 94/2012).

Cartas Precatórias

As cartas precatórias expedidas para as unidades judiciárias nas quais tenha sido implantado o PJe-JT tramitarão também em meio eletrônico e quando da devolução ao juízo deprecante será encaminhada certidão constando o seu cumprimento com a materialização apenas de peças essenciais à compreensão dos atos realizados (art. 45, Res. 94/2012).

Novas Varas do Trabalho

As Varas do Trabalho criadas por lei poderão ser instaladas sem a concomitante implantação do Processo Judicial Eletrônico da Justiça do Trabalho, respeitado o princípio do juiz natural pelo quantitativo de órgãos com competência territorial concorrente, mediante autorização da Presidência do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (art. 48, Res. 94/2012).