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Sanções Administrativas aplicáveis às compras e contratações públicas Leis nº 8.666/93 e 10.520/02

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Sanções Administrativas aplicáveis às compras e contratações públicas

Leis nº 8.666/93 e 10.520/02

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SUMÁRIO

1. Introdução

2. As Sanções 2.1. Advertência 2.2. Multa 2.3. Suspensão 2.4. Declaração de inidoneidade 2.5. Impedimento

3. Questões práticas

4. A instrução do processo administrativo de sanção

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Por que falar de sanções administrativas?

1. Introdução

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Finalidade das Sanções Administrativas

1. Introdução

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• Penalidades administrativas apresentam configuração similar às de natureza penal;

• Observância dos princípios inerentes do Direito Penal, frisando-se: legalidade, culpabilidade e proporcionalidade.

Entendimento Doutrinário1

1JUSTEN FILHO, M. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. Dialética, 15ª edição, 2012.

FORTINI, C.; PEREIRA, M. F. P. C.; CAMARÃO, T. M. C. Licitações e Contratos: aspectos relevantes. Editora Fórum,

2ª edição, 2008.

1. Sanções administrativas: aspectos principais

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A configuração de infrações pressupõe a reprovabilidade da conduta do particular. Isso significa que a infração se caracterizará pelo descumprimento aos deveres legais ou contratuais, que configure materialização de um posicionamento subjetivo reprovável.

Como decorrência, a imposição de qualquer sanção administrativa pressupõe o elemento subjetivo da culpabilidade.

Entendimento Doutrinário2

2JUSTEN FILHO, M. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. Dialética, 15ª edição, p. 1012., 2012.

1. Sanções administrativas: aspectos principais

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Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração

poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes

sanções:

I - advertência;

II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;

III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de

contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;

IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a

Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da

punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade

que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir

a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção

aplicada com base no inciso anterior.

SANÇÕES – LEI No 8.666/93

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Art. 7º Quem, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não

celebrar o contrato, deixar de entregar ou apresentar documentação falsa

exigida para o certame, ensejar o retardamento da execução de seu objeto, não

mantiver a proposta, falhar ou fraudar na execução do contrato, comportar-se de

modo inidôneo ou cometer fraude fiscal, ficará impedido de licitar e contratar

com a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e, será

descredenciado no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de

fornecedores a que se refere o inciso XIV do art. 4o desta Lei, pelo prazo de

até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em edital e no contrato e

das demais cominações legais.

SANÇÕES – LEI No 10.520/02

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AS SANÇÕES

- Conceitos e Jurisprudência -

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ADVERTÊNCIA

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• Comunicação formal ao contratado, advertindo-lhe sobre determinado aspecto do descumprimento contratual;

• Na comunicação, pode-se fazer constar, entre outros:

• Prazo para sanar a situação indevida;

• Aviso de que sanção mais severa será aplicada em caso de reincidência ou de permanência do descumprimento.

Advertência

2. As sanções: conceitos e jurisprudência

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MULTA

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• Sanção pecuária, de natureza moratória ou compensatória;

• Pode ser aplicada em conjunto com as demais sanções administrativas (art. 87, §2º da Lei nº 8.666/93 e art. 7º da Lei nº 10.520/2002).

Multa

2. As sanções: conceitos e jurisprudência

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Multa

NATUREZA DISPOSITIVO (Lei nº 8.666/93)

Moratória

Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o contratado à multa de mora, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato.

Compensatória

Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções: II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;

2. As sanções: conceitos e jurisprudência

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• Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:

VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas;

• Ademais, não constitui boa prática a previsão, no instrumento convocatório, de valores incertos, em técnica redacional assim exemplificada:

“Multa de até 0,2% do valor integral do contrato, por ocorrência.”

Multa

2. As sanções: conceitos e jurisprudência

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SUSPENSÃO

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• Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se

XI - Administração Pública - a administração direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive as entidades com personalidade jurídica de direito privado sob controle do poder público e das fundações por ele instituídas ou mantidas;

XII - Administração - órgão, entidade ou unidade administrativa pela qual a Administração Pública opera e atua concretamente;

Abrangência

2. As sanções: conceitos e jurisprudência

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• Produz efeitos apenas junto ao órgão ou entidade que aplicou a sanção;

• Interstício limitado a 2 (dois) anos;

Suspensão de participação em licitação e impedimento de contratar

2. As sanções: conceitos e jurisprudência

• Art. 87, III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;

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A sanção prevista no art. 87, inciso III, da Lei 8.666/1993 (suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração) tem aplicação restrita ao órgão ou entidade que a cominou.

(Acórdão nº 1.017/2013 – Plenário – TCU)

(No mesmo sentido: Comunicação de cautelar TC 046.782/2012-5; Acórdão nº 3.439/2012 - Plenário; Acórdão nº 3.243/2012 - Plenário)

Alcance dos efeitos da sanção de suspensão

2. As sanções: conceitos e jurisprudência

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A sanção prevista no art. 87, inciso III, da Lei 8.666/93 produz efeitos apenas em relação ao órgão ou entidade sancionador, enquanto a prevista no art. 7º da Lei 10.520/02 produz efeitos no âmbito do ente federativo que a aplicar.

c) o art. 97 da Lei de Licitações, ao definir que é crime admitir licitação ou contratar empresa declarada inidônea, reforça a diferenciação entre as penalidades de inidoneidade e suspensão temporária/impedimento de contratar, atribuindo àquela maior gravidade”

(Acórdão nº 2.242/2013 – Plenário – TCU)

Alcance dos efeitos da sanção de suspensão

2. As sanções: conceitos e jurisprudência

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As sanções de suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, previstas no art. 87, inciso III, da Lei 8.666/1993, alcançam apenas o órgão ou a entidade que as aplicaram. A falta de precisão em cláusula de edital de licitação, de tal modo que deixe de explicitar tal limite, justifica a suspensão cautelar do respectivo certame.

(Comunicação de cautelar, TC 006.675/2013-1)

Alcance dos efeitos da sanção de suspensão

2. As sanções: conceitos e jurisprudência

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Representação sobre pregão eletrônico promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) para contratação de empresa especializada em gestão da informação apontou suposta irregularidade em item do edital que, após alteração na sua redação original, estabelecera a vedação de participação na licitação de "pessoas jurídicas declaradas suspensas de participar de licitações e impedidas de contratar com a Administração, de acordo com a legislação vigente". [...] o relator [...] registrou que "mesmo com a nova redação, muito embora esta seja semelhante ao texto legal, ainda há margem para interpretações variadas". Nesse sentido, propôs recomendação ao MDS para que, nos próximos editais, faça constar "expressa referência ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, ao invés do vocábulo 'Administração'. Tal recomendação tem o intuito de dar a interpretação adequada ao dispositivo legal, bem como informar ao licitante o alcance da sanção em questão". (Acórdão 2.556/2013-Plenário TCU).

Identificação do termo “Administração”

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DECLARAÇÃO DE INIDONEIDADE

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• Sanção a ser aplicada em caso de fraude advinda de conduta dolosa do licitante;

• Não possui restrição temporal, perdurando enquanto permanecerem os motivos pelos quais foi aplicada;

• Só pode ser revista após:

• Reabilitação do particular perante o órgão / entidade sancionador;

• Ter havido o ressarcimento, pelo particular, pelos prejuízos sofridos ante sua conduta ilícita;

• Ter havido o interstício de 2 (dois) anos da aplicação da sanção

• Produz efeitos junto a toda a Administração Pública;

• É a sanção mais gravosa prevista na Lei nº 8.666/93 .

Declaração de Inidoneidade

2. As sanções: conceitos e jurisprudência

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Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com empresa ou profissional declarado inidôneo:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, declarado inidôneo, venha a licitar ou a contratar com a

Administração.

Dos Crimes e das Penas (Lei no 8.666/93)

2. As sanções: conceitos e jurisprudência

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Conduta Descrição

Entrega de material

falsificado à

Administração

A entrega de material falsificado é mais recorrente nos itens para os

quais que há indicação de marca. Nesse caso, a contratada falsifica a

marca do produto entregue, fato que é descoberto após diligências por

parte da Administração.

Indícios coincidentes

em licitações

“A existência de indícios vários e concordantes faz prova de fraude à

licitação e conduz à declaração de inidoneidade das empresas que

participaram do ato ilícito. Em processo de Auditoria, o Tribunal

promoveu a oitiva de duas empresas acerca de evidências de participação

em fraude praticada em pregão presencial, para o registro de preços,

conduzido no âmbito da Prefeitura Municipal de Fortaleza [...]. Dentre os

indícios de fraude ao certame, o relator destacou os idênticos endereços

de funcionamento de ambas as empresas e a apresentação de propostas

de preços com valores unitários iguais para todos os itens cotados. [...]

Assim, diante da ocorrência de indícios vários e coincidentes, os quais,

na visão do relator, fazem prova de fraude ao certame licitatório, votou

por que fosse declarada a inidoneidade das empresas envolvidas, para

impedi-las de participar de licitações federais por três anos, o que foi

aprovado pelo Plenário”. (Acórdão nº 1.107/2014 – Plenário TCU)

Condutas tipicamente inidôneas

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Condutas tipicamente inidôneas

Conduta Descrição

Conluio do tipo

combinação de

preços

Refere-se à situação na qual licitantes combinam

previamente os preços a serem ofertados à Administração, em

licitações.

Conluio do tipo

“herança”

Trata-se de prática usualmente referida como “coelho”.

Dois licitantes agem em combinação em certame na

modalidade pregão, sendo que um deles – o “coelho” – oferece

preço significativamente reduzido (mas não inexequível), de

sorte a garantir a primeira colocação. O outro licitante oferece

preço superior, de modo a garantir a segunda colocação. Os

demais licitantes, em decorrência do lance reduzido do

primeiro colocado, desistem de ofertar lances subsequentes.

Instado a apresentar os documentos, o primeiro colocado acaba

por ser premeditadamente inabilitado, e o segundo “herda” a

licitação.

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Condutas tipicamente inidôneas

Conduta Descrição

Conluio do tipo

auto-inabilitação

Após a fase de lances em um pregão, com os licitantes já

identificados, o segundo colocado faz contato com o primeiro, e

oferece algum tipo de vantagem (usualmente pecuniária) para

que apresente documentação com algum tipo de vício. Com a

inabilitação do primeiro colocado, a adjudicação passa para o que

teve a iniciativa ilícita.

Falsa declaração

para se enquadrar

como ME ou EPP

“A obtenção de tratamento favorável dispensado a empresas

de pequeno porte ou a microempresas em licitação, por meio de

falsa declaração de faturamento anual inferior ao efetivamente

auferido, justifica a declaração de inidoneidade para participar

de licitação da empresa que se beneficiou indevidamente”.

(Acórdão nº 206/2013 – Plenário TCU)

Demais

documentos falsos

entregues à

Administração

Refere-se a documentos de falso teor, entregues por licitantes

à Administração para fins de habilitação. Usualmente, a falsidade

recai sobre atestados de capacidade técnica.

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A sanção de declaração de inidoneidade, prevista no art. 46 da Lei 8.443/92, produz efeitos ex-nunc, não afetando, automaticamente, contratos em andamento celebrados antes da aplicação da penalidade. A jurisprudência do TCU é clara, com base em julgados do Supremo Tribunal Federal, de que a sanção de declaração de inidoneidade produz efeitos ex-nunc, não afetando, automaticamente, contratos em andamento celebrados antes da aplicação da sanção [...]

(Acórdão nº 432/2014 – Plenário – TCU)

Efeitos “ex nunc” da Declaração de Inidoneidade

2. As sanções: conceitos e jurisprudência

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A caracterização de fraude à licitação não está associada ao seu resultado, ou seja, ao sucesso da empreitada. Configura, em analogia ao direito penal, ilícito de mera conduta, sendo suficiente a demonstração de o fraudador ter praticado simulação para conferir vantagem para si ou para outrem.

(Acórdão nº 48/2014 – Plenário – TCU)

Fraude da licitação versus Sucesso da empreitada

2. As sanções: conceitos e jurisprudência

Page 31: 150619_Sancoes_ENAP_Seminario_junho.pdf

A prática de ato irregular por representante comercial que não integre o quadro societário da empresa com a qual se relaciona, nem detenha autorização para se pronunciar em nome dela, é insuficiente para justificar a declaração de inidoneidade de tal empresa.

(Acórdão nº 24/2013 – Plenário – TCU)

Ato irregular de representante comercial

2. As sanções: conceitos e jurisprudência

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A declaração de inidoneidade de determinada empresa só pode ser estendida a outra de propriedade dos mesmos sócios quando restar demonstrada ter sido essa última constituída com o propósito deliberado de burlar a referida sanção.

(Acórdão nº 2.958/2012 – Plenário – TCU)

Extensão da declaração de inidoneidade a empresa de propriedade dos mesmos sócios

2. As sanções: conceitos e jurisprudência

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Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação:

Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Possibilidade de aplicação de sanção penal ao conluio

2. As sanções: conceitos e jurisprudência

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IMPEDIMENTO

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Impedimento de licitar e contratar com a esfera federativa

2. As sanções: conceitos e jurisprudência

Art. 87, III - Art. 7º Quem, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não celebrar o contrato, deixar de entregar ou apresentar documentação falsa exigida para o certame, ensejar o retardamento da execução de seu objeto, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na execução do contrato, comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude fiscal, ficará impedido de licitar e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e, será descredenciado no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores a que se refere o inciso XIV do art. 4o desta Lei, pelo prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em edital e no contrato e das demais cominações legais.

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Impedimento de licitar e contratar com a esfera federativa

2. As sanções: conceitos e jurisprudência

• Sanção advinda de pregão;

• O impedimento refere-se à esfera federativa do órgão ou entidade que aplicou a sanção.

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A sanção de impedimento de licitar e contratar pautada no art. 7º da Lei 10.520/02 (Lei do Pregão) produz efeitos não apenas no âmbito do órgão/entidade aplicador da penalidade, mas em toda a esfera do respectivo ente federativo (União ou estado ou município ou Distrito Federal.

(Acórdão nº 2.081/2014 – Plenário – TCU)

Alcance dos efeitos da sanção de impedimento

2. As sanções: conceitos e jurisprudência

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A aplicação da sanção de impedimento de licitar e contratar com a União, estados, Distrito Federal ou municípios, em face de irregularidade elencada no art. 7º da Lei 10.520/02, não depende da comprovação de dolo ou má-fé. Requer tão somente a evidenciação da prática injustificada de ato ilegal tipificado nesse dispositivo legal.

(Acórdão nº 754/2015 – Plenário – TCU)

Dolo e má fé na sanção advinda de pregão

2. As sanções: conceitos e jurisprudência

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Auditoria realizada na Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SLTI/MP), tendo por objeto pregões eletrônicos lançados entre 2009 e 2012 (Comprasnet), apontara, dentre outros achados, a ocorrência de “empresas com sócios em comum que apresentam propostas para o mesmo item de determinada licitação” e a “existência de licitantes reiteradamente desclassificados por não atenderem aos editais ou não honrarem suas propostas”, sinalizando possível enquadramento nas condutas irregulares tipificadas no art. 7º da Lei 10.520/02 (Lei do Pregão). Diante dos fatos, determinou a relatora a realização das oitivas e audiências sugeridas pela unidade instrutiva, em especial de agentes públicos (pregoeiros e responsáveis pela homologação dos certames) “envolvidos em pregões em que se observou elevado número de ocorrências tipificadas no art. 7º da Lei 10.520/2002 sem que tivesse havido a autuação de procedimento administrativo com vistas à aplicação das sanções previstas no aludido dispositivo legal”. Realizado o contraditório, o argumento principal de defesa consistiu na “afirmação de que, na grande maioria das ocorrências verificadas, o que ocorreu foi desistência do licitante, não apresentação de documentos ou inabilitação, e aquelas sanções só seriam aplicáveis ao adjudicatário após homologação do certame”

Abrangência do impedimento: e o Coelho?

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A relatora, contudo, pontuou que “a interpretação de que as sanções previstas no art. 7º aplicam-se em qualquer fase do certame é a que melhor se coaduna com a jurisprudência deste Tribunal. Ademais, a leitura mais restritiva desse dispositivo não coibiria práticas perniciosas frequentemente observadas nos pregões eletrônicos, tais como a denominada ‘coelho’ [...]

[...] o Plenário [...] expediu, dentre outros comandos, determinação a unidades da Administração Pública Federal dos três poderes para que (i) “9.5.1. orientem os gestores das áreas responsáveis por conduzir licitações, inclusive os dos órgãos sob seu controle de atuação administrativa e financeira, para que autuem processo administrativo com vistas à apenação das empresas que praticarem, injustificadamente, ato ilegal tipificado no art. 7º da Lei 10.520/2002 e alertem-nos de que tal dispositivo tem caráter abrangente e abarca condutas relacionadas não apenas à contratação em si, mas também ao procedimento licitatório e à execução da avença;” e (ii) “9.5.2. divulguem que estão sujeitos a sanções os responsáveis por licitações que não observarem a orientação do item 9.5.1 deste acórdão”. (Acórdão nº 754/2015 – Plenário TCU)

Abrangência do impedimento: e o Coelho?

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Portal da Transparência

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Prazo para revisão das sanções

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QUESTÕES PRÁTICAS

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a) Há discricionariedade na aplicação de sanções administrativas em licitações?

3. Questões práticas

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b) Um histórico negativo de uma empresa, em termos de sanções, pode ser considerado para fins de inabilitação

em licitação?

3. Questões práticas

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O histórico de sanções sofridas pela licitante não deve interferir no julgamento da habilitação, que deve ser feito de forma objetiva e com base nos critérios previstos na lei e no edital.

“Ora, a lei não prevê, entre as hipóteses de inabilitação, o fato de a licitante ter sofrido sanções anteriores [...] em seu relacionamento comercial com a Administração Pública, de modo que o conhecimento do recorrente quanto à vida pregressa da licitante em nada poderia interferir no julgamento da habilitação, que deve ser feito de forma objetiva e com base nos critérios previstos na lei e no edital.

(Acórdão nº 8636/2013 – Plenário – TCU)

Histórico de sanções versus habilitação em licitação

3. Questões práticas

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Considerando-se que o impedimento, decorrente da modalidade pregão, é aplicado àquele que....

• Convocado dentro da validade da proposta, não celebrarem contrato;

• Ensejar o retardamento da execução do objeto;

• Não mantiver proposta;

• Falhar ou fraudar na execução do contrato;

• Comportar-se de modo inidôneo, ou

• Cometer fraude fiscal,

....há possibilidade prática de se aplicar sanção preconizada na Lei nº 8.666/93?

c) Cabem as sanções da Lei nº 8.666/93 no caso de Pregão?

3. Questões práticas

Page 49: 150619_Sancoes_ENAP_Seminario_junho.pdf

d) Os contratos administrativos vigentes devem ser rescindidos nas hipóteses das sanções de suspensão,

impedimento ou declaração de inidoneidade?

3. Questões práticas

Page 50: 150619_Sancoes_ENAP_Seminario_junho.pdf

e) Os contratos administrativos das empresas apenadas com suspensão, impedimento ou inidoneidade podem

ser prorrogados?

3. Questões práticas

Page 51: 150619_Sancoes_ENAP_Seminario_junho.pdf

f) As sanções de suspensão (Lei nº 8.666/93) e impedimento (Lei nº 10.520) devem ensejar o cancelamento de ata de registro de preços?

3. Questões práticas

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Art. 20. O registro do fornecedor será cancelado quando:

IV - sofrer sanção prevista nos incisos III ou IV do caput do art. 87 da Lei nº 8.666, de 1993, ou no art. 7º da Lei nº 10.520, de 2002.

Parágrafo único. O cancelamento de registros nas hipóteses previstas nos incisos I, II e IV do caput será formalizado por despacho do órgão gerenciador, assegurado o contraditório e a ampla defesa

Cancelamento da Ata de RP ‘ 3. Questões práticas

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g) O porte da empresa, sua relevância social e os eventuais impactos econômicos e no mercado de trabalho devem ser considerados pela Administração quando da aplicação de

uma sanção?

3. Questões práticas

Page 54: 150619_Sancoes_ENAP_Seminario_junho.pdf

h) O fato de a empresa possuir outras atas de registro de preços vigentes com o órgão / entidade deve ser

considerada quando da aplicação de uma sanção?

3. Questões práticas

Page 55: 150619_Sancoes_ENAP_Seminario_junho.pdf

A instrução do processo administrativo de sanção

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Processo de instrução de sanções administrativas

Advertência Multa Suspensão

Declaração de inidoneidade

Impedimento

Análise da reprovabilidade

da conduta

Sugestão da sanção

Detalhamento da sanção (valor

e/ou dosimetria)

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Estudos de Caso

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Análise e determinação da dosimetria da sanção

Gravidade e criticidade da

inexecução Idoneidade

Idoneidade Capacidade

técnica

Valor do objeto Prazo estimado para uma nova

contratação

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Vencedora do Convite nº 20/2015, a empresa X foi contratada para o fornecimento integral, em caráter emergencial, de 1.000 sacos de cimento, com prazo de entrega máximo fixado para 20.04.2015.

A despeito da obrigação assumida, constatou-se que, no dia 28.04.2015, o material ainda não havia sido entregue, sem que houvesse nenhuma manifestação da Contratada.

Qual a ação devida à Administração?

Caso 1 – Atraso não comunicado

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Qual a ação devida à Administração?

Enviar carta à empresa.

...ok, mas qual o teor da carta?

...qual o prazo conferido ao particular,

para manifestação?

E qual o modo de envio adequado?

Caso 1 – Atraso não comunicado

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Caso 1 – Atraso não comunicado

Carta da Administração

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Caso 1 – Atraso não comunicado

Resposta da Empresa

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Qual a ação devida à Administração?

Enviar carta preliminar à empresa;

Analisar a resposta da empresa;

A alegação da empresa é suficiente?

...o suposto histórico favorável deve ser considerado?

...é possível autorizar a prorrogação?

Caso 1 – Atraso não comunicado

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É possível autorizar a prorrogação?

[O vocábulo prorrogação advém do] latim prorogatio, de prorogare (alongar, dilatar, adiar, ampliar), exprime, originariamente, o aumento de tempo, a ampliação do prazo, o espaçamento do tempo, prestes a extinguir, para que certas coisas possam continuar, em seguimento, sem solução de continuidade. Nessa razão, a prorrogação pressupõe prazo ou espaço de tempo, que não se extinguiu nem se finou, e que é ampliado, dilatado, aumentado, antes que se acabe....A prorrogação, portanto, tem por objeto precípuo não admitir interrupção nem promover uma solução de entre o espaço de tempo, que foi insignificante para cumprimento de certo fato, e o outro, que se concedeu ou veio aumentar o passado. (PLACIDO E SILVA, 1989, p. 1246 – 1247)

Caso 1 – Atraso não comunicado

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É possível autorizar a prorrogação?

Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do adjudicatário, durante a execução dos contratos celebrados com o Poder Público, sem autorização em lei, no ato convocatório da licitação ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade [...]

Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa.

Caso 1 – Atraso não comunicado

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Caso 1 – Atraso não comunicado

Réplica da Administração

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Infelizmente, a empresa não possuía comprovantes das tratativas com seu fornecedor, de modo que não respondeu à carta.

Nesse ponto, passam a existir duas hipóteses:

• A empresa entrega o material, com atraso;

• A empresa não entrega o material.

Qual a ação devida à Administração, nessas situações?

Caso 1 – Atraso não comunicado

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Qual a ação devida à Administração?

Enviar carta preliminar à empresa;

Analisar a resposta da empresa;

Enviar nova carta à empresa, com previsões mais realísticas quanto à possível sanção a ser aplicada.

Analisar a nova resposta da empresa (se houver);

Caso 1 – Atraso não comunicado

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Caso 1 – Atraso não comunicado

A empresa entregou com atraso

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Caso 1 – Atraso não comunicado

A empresa não entregou o objeto

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Qual a ação devida à Administração?

Enviar carta preliminar à empresa;

Analisar a resposta da empresa;

Enviar nova carta à empresa, com previsões mais realísticas quanto à possível sanção a ser aplicada;

Analisar a nova resposta da empresa (se houver);

Colher subsídios com o órgão técnico (dosimetria);

Instruir o processo ao jurídico.

Caso 1 – Atraso não comunicado

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Instrução processual

• Análise da reprovabilidade da conduta;

• Discriminação do valor da multa;

• Subsídios à dosimetria da sanção:

Caso 1 – Atraso não comunicado

Prazo para nova contratação 1 mês (convite)

Prejuízo (sim)

Permanência do descumprimento (sim)

Histórico de sanções pretéritas (sim)

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Qual a ação devida à Administração?

Enviar carta preliminar à empresa;

Analisar a resposta da empresa;

Enviar nova carta à empresa, com previsões mais realísticas quanto à possível sanção a ser aplicada;

Analisar a nova resposta da empresa (se houver);

Colher subsídios com o órgão técnico (dosimetria);

Instruir o processo ao jurídico;

Comunicar a empresa sobre a sanção e publicar as Portarias.

Caso 1 – Atraso não comunicado

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Caso 1 – Atraso não comunicado

Comunicação final à empresa

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Vencedora do Pregão nº 67/2015, a empresa Y foi formalmente convocada, em 10.02.2015, para assinatura de contrato, cujo objeto era o fornecimento de gás oxigênio medicinal para determinado hospital público, no valor global anual de R$ 9.000,00. Em decorrência de sua falta de manifestação, houve seguidas reiterações da convocação, sem que se lograsse êxito na assinatura.

Ante a urgência no fornecimento, o objeto passou a ser adjudicado à segunda colocada no certame, que assinou o contrato com a Administração em 10.05.2015.

Caso 2 – Convocação para assinatura de contrato

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Remeteu-se carta à empresa Y, alertando-a da intenção preliminar da Administração em:

- Aplicar a multa de R$ 900,00 (10% do valor da avença), e

- Impedi-la de licitar e contratar com a União, por até 5 (cinco) anos.

Caso 2 – Convocação para assinatura de contrato

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A empresa protocolizou defesa prévia, alegando que:

• As convocações formais foram recebidas por um funcionário que não deu o devido prosseguimento interno e, por conta disso, fora demitido no dia anterior;

• A organização é, hoje, a maior fornecedora de oxigênio medicinal para hospitais públicos da região norte – não raramente a única fornecedora disponível, de modo que o impedimento irá implicar danos sociais significativos.

Qual o encaminhamento a ser dado pela Administração?

Caso 2 – Convocação para assinatura de contrato

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A empresa Z, do ramo de materiais de construção, foi a vencedora do Pregão Eletrônico nº 44/2014, cujo objeto era a aquisição de laminado melamínico. Uma vez remetida a nota de empenho de despesa à contratada, esta remeteu expediente à Administração, informando sua impossibilidade de fornecer o material, por uma suposta cotação equivocada no pregão: o lance havia sido dado por chapa de laminado (0,36 m2), ao passo que o edital previa a cotação por metro quadrado.

Concluído o processo administrativo, a empresa foi sancionada com o impedimento de contratar com a União, por 6 meses.

Caso 3 – Impedimento e Atas de RP

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Ocorre que a empresa Z é a signatária da ata de registro de preços de cimento, com validade remanescente de 11 meses.

Tomada a decisão acerca do impedimento, a unidade de compras da Administração, ciente do impacto negativo advindo do cancelamento da Ata de RP, envidou esforços em novas tratativas com a empresa que, alertada sobre as consequências do impedimento, concordou em fornecer o laminado, em prazo de até 30 dias. Nessa condição, a unidade de compras optou por não publicar a Portaria de impedimento até que houvesse a definição sobre a entrega.

Caso 3 – Impedimento e Atas de RP

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Decorrida uma semana das tratativas, a empresa Z sagrou-se vencedora de novo pregão para registro de preços, sendo a ela adjudicado os objetos aço e brita.

• A ata de registro de preços de cimento deve ser cancelada?

• A empresa Z poderia ter vencido o novo pregão, haja vista haver parecer e decisão sobre seu impedimento?

• A empresa Z deve assinar as novas atas nesse contexto de indefinição sobre seu derradeiro impedimento?

Caso 3 – Impedimento e Atas de RP

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A empresa ABC foi contratada por determinado órgão público para o fornecimento de tomógrafos, mediante o Pregão Eletrônico nº 01/2015. A nota de empenho de despesa foi recebida pela empresa em 20.01.2015, sendo que o prazo de entrega estendia-se até 20.02 do mesmo ano.

Em 18 de fevereiro, a referida empresa ingressou com pleito de prorrogação de prazo por 30 dias, alegando que seu fornecedor teve problemas na prontificação do material. Anexou ao pedido declaração do fornecedor, sendo o pedido acatado pelo órgão público.

Caso 4 – Dosimetria da sanção

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A três dias de vencer o novo prazo de entrega, a empresa ABC ingressou com novo pedido de prorrogação, por mais 60 dias, alegando que o material, importado, estava retido na alfândega, conforme alertado por seu fornecedor. Juntou ao pleito comprovante emitido pela Receita Federal do Brasil, atestando a veracidade do fato. Uma vez mais, o pleito foi acatado pelo órgão público.

Vencido o prazo final, a empresa não entregou o material. A despeito das mais diversas tentativas de contato, não se obteve quaisquer manifestações posteriores da contratada sobre o fato.

Caso 4 – Dosimetria da sanção

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Desta feita, deu-se continuidade ao processo administrativo acerca da sanção cabível, sendo colhidas as seguintes informações na instrução preliminar:

• A contratação foi decorrente de pregão;

• O não fornecimento do material acarretou prejuízo ao órgão, que não pode prontificar a atualização técnica de seu setor de saúde, implicando a perpetuação da baixa eficácia do setor de imagens;

• O valor total dos tomógrafos perfazia o montante de R$ 3 (três) milhões de reais;

• A empresa estava suspensa, por 2 anos, com outro órgão da mesma esfera federativa;

• O histórico da empresa revelava uma multa por atraso, em outro processo, junto ao órgão contratante.

Caso 4 – Dosimetria da sanção

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Ante o exposto:

• Qual o encaminhamento, em termos de tipos de sanção aplicáveis?

• Quais aspectos devem ser considerados para fins de cálculo da dosimetria da sanção?

• Qual seria um prazo razoável para a sanção?

Caso 4 – Dosimetria da sanção