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Page 1: 15 de maio 2012 - Sindicato dos Bancários do Norte > Home · o 1.º de maio. Com a austeridade a asfixiar a economia e a vida das famílias e o desemprego a atingir níveis insuportáveis,

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l EDITORIAL

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Propriedade:Federação do Setor FinanceiroNIF 508618029

Correio eletrónico:[email protected]

Diretor:Delmiro Carreira – SBSI

Diretores Adjuntos:Carlos Marques – STASCarlos Silva – SBCHorácio Oliveira – SBSIPereira Gomes – SBN

Conselho editorial:Firmino Marques – SBNPastor Oliveira – SBSIPatrícia Caixinha – STASSequeira Mendes – SBC

Editor:Rui Santos

Redação e Produção:Rua de S. José, 1311169-046 LisboaTels.: 213 216 062/090Fax: 213 216 180

Revisão:António Costa

Grafismo:Ricardo Nogueira

Execução Gráfica:Xis e Érre, [email protected] José Afonso, 1 – 2.º Dto.2810-237 Laranjeiro

Tiragem: 80.000 exemplaresPeriodicidade: MensalDepósito legal: 307762/10Registado na ERC: 125 852

Ficha Técnica

l STAS ActividadeSeguradora

20

29

l Bancários Norte

23

26l Bancários Centro

l Bancários Sul e Ilhas

A centralidadeda negociação coletiva

Os sindicatos da FEBASE decidiramapresentar ao setor bancário, para o ano

de 2012, uma proposta de aumentosalarial de 3%. Sabemos a situação

do País e conhecemos os "recados"da troika, de contenção salarial,

ou seja, aumento zero.Mas abdicar de negociar seria desistir

da essência do movimento sindical.

Todos constatamos e sentimos os efeitos nefastos dacrise que se abate sobre os portugueses, sejam elestrabalhadores, reformados ou pensionistas, jovens ou

idosos, qualquer que seja o género ou o setor de atividade.À classe política e aos governantes exige-se sentido de

Estado e assunção de responsabilidades na condução dosdestinos do País, no respeito pelos compromissos assumi-dos com as entidades internacionais que suportam oresgate financeiro a Portugal. Mas exige-se também aoGoverno que respeite o Acordo de Concertação Socialassinado pelos parceiros sociais, designadamente pelaUGT, que o assinou em nome da defesa dos trabalhadoresportugueses, do crescimento económico e do emprego eda salvaguarda da negociação coletiva, como essência dodiálogo social e do estabelecimento de compromissos, as-sentes no sindicalismo de proposição que sempre defendeu.

Hoje, começa a verificar-se a razoabilidade e a coragemda assinatura daquele Acordo, ao verificarmos que no dia7 de maio foram, finalmente, publicadas diversas portari-as de extensão, que vêm desbloquear a negociação cole-tiva e abrir o caminho à defesa dos direitos emanados dosinstrumentos de contratação, livremente negociados nonosso regime democrático, entre sindicatos e patrões,sejam estes do setor privado ou público.

O risco assumido pela UGT confirma que a persistênciada luta é efetuada, essencialmente, nas mesas negociais,em detrimento da permanente e prioritária agitação derua que alguns, teimosamente, continuam a preferir e adefender.

TEXTO: CARLOS SILVA

SINDICAL l AtualidadeUGT exige cumprimento do acordo de concertação social 4

Muito protesto por mais trabalho 6

Inquérito aos trabalhadores do setor financeiro 8

CONTRATAÇÃO l BancaFebase reivindica 3% de aumento salarial 10

Obtidos esclarecimentos necessários do BPN 10

Sindicatos atentos à defesa dos direitos dos trabalhadores do IFAP 11

BCP paga 14.º mês aos reformados em maio 11

CONTRATAÇÃO l SegurosBalanço positivo na aplicação do novo CCT para a atividade seguradora 12

JURÍDICAS l QuestõesAcórdão do Supremo sufraga posição do SBSI 13

DOSSIÊ l Portugal 1970/2012O que nós mudámos! 14Quem somos 14Melhorias na saúde 15Condições de vida 16Ser idoso em Portugal 16Adeus analfabetismo, olá doutoramentos 17

TEMPOS LIVRES l NacionalAnimado convívio dos ex-empregados do Standard Totta de Moçambique 19

Atletismo em Tomar 19

Na passada semana, numa conferência realizada emMadrid e sob a égide da UNI-Europa, foram analisadas asdiversas situações nos vários países sob intervenção fi-nanceira internacional, ressaltando dos nossos colegasgregos a constatação que as 17 greves gerais e as centenasde manifestações convocadas pelos sindicatos nos últimosdois anos resultaram numa mão cheia de nada.

Há que alterar o paradigma sindical e privilegiar ocaminho que a UGT e os seus sindicatos têm escolhido, deforma livre e consciente.

Os sindicatos da FEBASE decidiram apresentar ao setorbancário, para o ano de 2012, uma proposta de aumentosalarial de 3%. Sabemos a situação do País e conhecemosos "recados" da troika, de contenção salarial, ou seja,aumento zero.

Mas abdicar de negociar seria desistir da essência domovimento sindical.

Partimos, pois, para o processo negocial deste ano,cientes das dificuldades e dos eventuais argumentos aapresentar pelas Instituições de Crédito, gastos e remen-dados de tanto serem utilizados ao longo dos anos.

Mas a FEBASE e os seus sindicatos, filiados na UGT e fiéisao espírito de proposição, saberão alicerçar os seus argu-mentos na centralidade da negociação coletiva, comofator e razão primeira das suas lutas e na sua defesaintransigente, enquanto modelo há muito escolhido parao nosso caminho político-sindical.

Saibamos manter-nos unidos na defesa das nossas rei-vindicações e estratégia sindical da FEBASE e da UGT.

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Manifestação do Dia do Trabalhador

UGT exige cumprimentodo acordo de concertação social

Trabalhadores filiadosnos sindicatos da UGT

ou simpatizantes voltarama desfilar entre o Marquês

de Pombal e os Restauradores,em Lisboa, para comemorar

o 1.º de maio. Coma austeridade a asfixiar

a economia e a vida dasfamílias e o desemprego

a atingir níveis insuportáveis,o Dia do Trabalhador ficou

marcado pela reivindicaçãode mais emprego e defesa

do Estado social – e nãofaltaram críticas ao Governoe a exigência de que cumpra

na íntegra o acordo celebradoem sede de concertação social

Àsemelhança dos anos anteriores, o1.º de maio foi dominado pela crise.Mas não só. Num ano, a situação

dos trabalhadores e dos mais desfavore-cidos piorou drasticamente, o desempre-go atingiu taxas inimagináveis, os subsí-dios de funcionários públicos e reforma-dos foram confiscados (e só deverão serrepostos na totalidade em 2018), os sa-lários perderam poder de compra, osdireitos laborais estão em franco retro-cesso. Razões não faltaram, pois, paradesfilar na Avenida da Liberdade, emLisboa, exigindo melhores condições devida e respeito por quem trabalha – e porquem quer trabalhar e não tem onde.

O combate a todas as causas e conse-quências da atual crise, bem como arecusa em aceitar mais desigualdades eainda maiores penalizações para traba-lhadores e pensionistas, sobretudo os demais baixos recursos, estiveram assimno centro das reivindicações deste 1.º demaio. No entanto, o direito ao trabalhofoi, sem dúvida, a palavra de ordem quedominou o desfile, refletindo a maiorpreocupação dos portugueses.

TEXTO: INÊS F. NETO

Mas não faltaram outras exigências.Numa dicotomia entre a exigência e arejeição, gritou-se Av. da Liberdade abai-xo: "Trabalho sim, desemprego não"; "Jus-tiça social sim, desigualdades não"; "Ne-gociação coletiva sim, imposição não";"Melhores salários e pensões"; "Maisigualdade, melhor sociedade".

Mobilização expressiva

Mais uma vez os sindicatos responde-ram ao desafio da central e mobilizaramos trabalhadores dos respetivos sectorespara estarem presentes na Avenida daLiberdade, na quinta manifestação desdeque a central adotou este modelo decomemoração do Dia do Trabalhador.

A gravidade da atual situação mundiale do País terá pesado na decisão de todosem estarem presentes e, sobretudo, nadiversidade dos que desfilaram até aosRestauradores: homens e mulheres, jo-vens e menos jovens, trabalhadores noativo, desempregados e reformados.

Antes ainda das 14h30, trabalhadoresde Norte a Sul do País começaram a juntar-

-se em torno do Marquês, empunhandobandeiras de sindicatos e panos com pa-lavras de ordem. Longas faixas davamconta das reivindicações gritadas ao longode todo o percurso, entre as quais "Traba-lho sim, desemprego não", "Mais solida-riedade", "Pelo crescimento e o emprego".Os jovens da Associação Agostinho Rosetadavam conta da sua preocupação face aofuturo, ao empunharem a faixa "Empregocom qualidade, não à precariedade".

Desta vez não faltaram os protestosindividuais. Uma trabalhadora empunha-va um cartaz onde se podia ler "Quero osmeus subsídios de volta", enquanto o deoutra dizia "Abaixo as taxas moderado-ras. Tirem aos ricos, não aos pobres".

Tal como em anos anteriores e deacordo com a tradição deste tipo de even-tos, a manifestação foi acompanhada poruma parafernália de elementos figurati-vos. Lá estiveram bombos, gigantones e

ou "Somos jovens, queremos trabalho.Queremos futuro".

Reunidos espacialmente num únicogrupo que representava o sector finan-ceiro, os trabalhadores marcharam uni-dos envergando t-shirts e bonés brancoscom o logótipo da Federação. Além decarros de apoio, a delegação contou aindacom o incentivo visual e sonoro de bom-bos e gigantones, além de enormes ba-lões vermelhos, faixas e cartazes.

Recorde-se que antes da manifesta-ção, bancários e trabalhadores dos segu-ros filiados nos cinco sindicatos da Febasereuniram-se num almoço-convívio nasinstalações do SBSI na Marquês de Fron-teira, de onde partiram para se juntaremaos restantes milhares de trabalhadoresque participaram no 1.º de maio da UGT.

"Acordo foi necessário"

O tempo ajudou os manifestantes e, aocontrário do ano passado, desta vez achuva esteve ausente do desfile.

No palco montado nos Restauradorespara as intervenções sindicais tomaram apalavra João de Deus e João Proença, quefez o seu último discurso no 1.º de maiocomo secretário-geral da central sindical.

O presidente da UGT lembrou que secontinua a viver em Portugal "dias deprofunda crise, apesar dos grandes sa-crifícios a que foram e estão a ser sujei-tos os trabalhadores portugueses": odesemprego atingiu "níveis insusten-táveis", a recessão económica "intensi-ficou-se", a precariedade, a pobreza e amiséria "aumentaram".

A "Revista Febase" ouviu alguns dos participantes na manifestação organizada pela UGT sobrea razão por que decidiram desfilar.

Olga Rodrigues, 63 anos, doméstica"Vim mostrar o meu descontentamento com o Governo, que está a tirar-nos tudo. Isto não

pode continuar assim."

Helena Marques, 65 anos, reformada do comércio"Vim protestar, pois está tudo muito mal para os nossos filhos e netos. O meu filho tinha um

bom emprego e perdeu-o."

Aristides Brites, 37 anos, bancário"É preciso defender os direitos dos trabalhadores. Hoje há mais razões ainda para protestar

devido ao corte nos direitos, que têm vindo a aumentar progressivamente."

Ana Lopes, 18 anos, estudante"Acho que desta maneira o País não anda para a frente, temos de revoltar-nos. As medidas

que estão a ser tomadas são erradas, é preciso olhar pelos pobres. Neste momento, os jovenscomo eu nem sabem se devem ir para a faculdade, pois vamos gastar dinheiro num curso eo que nos espera no final é o desemprego."

Luís Lopes, 57 anos, eletricista desempregado"Só nos resta vir para a rua e protestar. Queremos trabalho e não temos e o Governo não se

preocupa com a fome das nossas famílias. O nosso futuro é de miséria, mais miséria ainda."

Ana Tavares, 40 anos, funcionária pública"Seria impossível não estar aqui a protestar quando me tiraram uma percentagem do salário

e os subsídios de férias e de Natal. E agora ainda têm o descaramento de dizer que só em 2018é que me devolvem o que é meu por direito."

Cristóvão Pinto, 51 anos, trabalhador da construção civil"Venho sempre. Mas a gente exige melhorias e de ano para ano isto está pior. Havia outros

que vinham comigo e já não vêm, dizem que não vale a pena. Mas eu acho que temos delutar, obrigá-los a ouvirem-nos e defender os nossos direitos."

Isabel Santos, 60 anos, administrativa"O que se vive em Portugal é uma tristeza. Tantas pessoas sem emprego, a passarem

dificuldades, a emigrar. Parece que estamos no tempo da ditadura."

Em discurso direto

João de Deus: "A UGT exige queo Governo cumpra a palavra

dada e o acordo assinado; exigemaior eficácia e rapidez de todoo Governo na implementação do

acordo; e mais uma vez a UGTafirma a sua firme determinação

em exigir o cumprimentodo acordo de concertação,sob pena de o mesmo serdenunciado pela UGT por

incumprimento do Governo."

bandas filarmónicas a alegrar o desfile.Encabeçada pelos principais líderes da

UGT – entre os quais João Proença, João deDeus, Rui Riso, Carlos Silva, João Dias daSilva, Carlos Marques, Mário Mourão eNobre dos Santos –, a manifestação come-çou cerca das 15h00, tendo como palavrade ordem bem presente no pano dianteiro"Crescimento e emprego – justiça social".

Febase presente

Os trabalhadores do sector financeiroacorreram à manifestação da UGT. Sob aalçada comum da Federação do SectorFinanceiro (Febase), os trabalhadoresrepresentados pelos Sindicatos da Banca(SBSI, SBN e SBC) e dos Seguros (STAS eSISEP) ocuparam o sexto lugar desde acabeça da manifestação, que tradicional-mente abre com a juventude, logo atrásda faixa empunhada pelos dirigentes.

Assim, bancários e trabalhadores dosseguros desfilaram até aos Restaurado-res empunhando panos onde se podiamler palavras de ordem significativas: "Tra-balho é um direito, não é um privilégio"

Atualidade l SINDICALSINDICAL l Atualidade

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Referindo-se aos sacrifícios exigidospor força do acordo com a troika paraevitar "a bancarrota iminente", João deDeus salientou as iniciativas da UGT, dagreve geral de 24 de novembro de 2011,em conjunto com a CGTP, à negociação doacordo de concertação social. "Nesteacordo, dois terços das medidas são so-bre competitividade, crescimento e polí-ticas de emprego e um terço sobre omercado de trabalho", disse, referindoque a UGT assinou-o, em primeiro lugar,"para evitar a medida inaceitável doaumento do horário de trabalho para as42,5 horas semanais, cuja proposta de leijá se encontrava na AR".

Em segundo lugar, frisou, para "evitara desregulamentação da contrataçãocoletiva, com os poderes que iriam serconferidos às CT, de negociação de con-tratos coletivos de trabalho sem qual-quer critério ou limite".

O 'sim' da UGT deveu-se ainda "àsmedidas sobre crescimento económico epolíticas de emprego" e para "evitar adesregulamentação dos despedimentosindividuais e de uma maior flexibilizaçãodo mercado de trabalho". "Este foi umacordo necessário, defensivo, num cená-rio de grande convergência política entreos três principais partidos", concluiu.

"É tempo de o Governoarrepiar caminho"

João de Deus considerou ainda que "oacordo subscrito é melhor do que o datroika nas suas várias dimensões, mas emespecial na área do mercado de trabalho".

Depois de frisar que o Governo "não secansou de enaltecer este acordo", o pre-sidente da UGT disse não se poder enten-der "as razões que levaram o Governo anegligenciar o cumprimento das medi-

das previstas, em especial de políticas deemprego e de crescimento económico".

"O Governo foi célere a implementar asmedidas do mercado de trabalho e dealterações do Código do Trabalho, tendoesquecido as restantes medidas", criticou,alertando: "A UGT entende que é tempo deo Governo arrepiar caminho e de rapida-mente adotar um programa e um calendá-rio que permitam a implementação dasmedidas de crescimento e de emprego."

Segundo o presidente da UGT, os últi-mos contactos entre a central e o Gover-no "indiciam uma vontade da parte destede mudar a agulha e de finalmente iniciaruma discussão sobre as restantes medi-das concretas, em especial as relativasàs políticas ativas de emprego e à nego-ciação e contratação coletiva".

Assim, concluiu, "neste dia a UGT exigeque o Governo cumpra a palavra dada e oacordo assinado; exige maior eficácia erapidez de todo o Governo na implemen-tação do acordo; e mais uma vez a UGTafirma a sua firme determinação em exigiro cumprimento do acordo de concertação,sob pena de o mesmo ser denunciado pelaUGT por incumprimento do Governo".

"Os trabalhadores exigem respeito"

Também o secretário-geral da centraldedicou uma parte do seu discurso atraçar o quadro das dificuldades dos tra-balhadores, exigindo o cumprimento doacordo de concertação social.

Depois de considerar o deste ano "omaior 1.º de maio de sempre", JoãoProença afiançou que a UGT quer "conti-nuar abril, continuar a batalha pelo de-senvolvimento económico e social".

Um pouco por todo o Mundo, milhões de trabalhadores comemoraram o 1.º de maio,aproveitando o dia de homenagem aos "mártires de Chicago" de 1886 para protestarpelas cada vez maiores dificuldades a que são sujeitos. Face à crise global reivindicaram mais

trabalho, aumentos salariais e melhores condições laborais e de vida.Das múltiplas manifestações, a "Revista Febase" destaca apenas algumas.Espanha: com uma taxa de desemprego que já ultrapassa 24% e a ameaça dos especuladores

a pairar sobre o país e a vida dos cidadãos, milhares de espanhóis saíram à rua neste 1.º de maio,manifestando-se em 80 cidades exigindo trabalho e direitos. O alvo de todas as críticas foi o governode Rajoy, especialmente devido à reforma das leis laborais e à austeridade. As centrais sindicaisUGT e CC.OO contabilizaram mais de um milhão de pessoas nas manifestações, e garantiram queos protestos continuarão.

Grécia: os gregos saíram à rua em várias cidades do país, em protesto pela austeridade e odesemprego. Mas o desespero pela grave crise económica e social fez esmorecer a capacidadereivindicativa dos cidadãos, o que se refletiu na participação, que esteve longe da de manifestaçõesanteriores. Mesmo assim, registaram-se confrontos com a polícia. As concentrações maissignificativas verificaram-se em Atenas, Aspropyrgos e Salónica.

França: As eleições presidenciais do próximo domingo e as críticas ao governo de Sarkozymarcaram o 1.º de maio em França, onde os sindicatos convocaram quase três centenas de desfiles,com especial destaque para o de Paris, que terminou na praça da Bastilha. Segundo a centralsindical CGT, as manifestações juntaram cerca de 750 mil pessoas em todo o país.

Reino Unido: no país o Dia do Trabalhador não é feriado, dificultando assim a participação nasiniciativas sindicais. De qualquer forma, milhares de cidadãos juntaram-se em protesto emTrafalgar Square, em Londres. Mas a ação mais mediática acabou por ser protagonizada pelomovimento Occupy que em solidariedade com os trabalhadores distribuiu cravos e rosas nometropolitano.

Itália: os italianos responderam ao apelo dos sindicatos e milhares saíram à rua contra aspolíticas do governo de Mario Monti. Em Turim houve confrontos entre a polícia e os manifestantes.

Turquia: pela segunda vez desde 1977, os turcos puderam comemorar o 1.º de maio na praçaTaksim, em Istambul, onde se juntaram milhares de manifestantes. No entanto, a concentraçãofoi controlada por 20 mil polícias, mobilizados para garantir a segurança. A praça foi cercada porbarreiras metálicas e os manifestantes tiveram de passar pelo controlo policial antes de entraremna praça.

Tunísia: depois da "primavera árabe" iniciada neste país, o 1.º de maio voltou a trazer as pessoasà rua. Mobilizados pelos sindicatos, milhares de tunisinos desfilaram pela avenida Habib Bourguibapedindo "emprego e unidade nacional".

Pelo Mundo

Muito protesto por mais trabalho

Neste período de crise e de níveis de desem-prego inaceitáveis, a Confederação Europeiade Sindicatos (CES) assinalou o 1.º de maio como

o dia da solidariedade do mundo do trabalho.Para a CES, o emprego, e particularmente o emprego

dos jovens, é a prioridade. Segundo dados do Eurostat,atualmente 24 milhões de europeus que estão desem-pregados, dos quais 5,5 milhões são jovens.

"A jornada do 1.º de maio é também uma oportunidadepara a CES denunciar a precarização do mercado de traba-lho. Os contratos de trabalho atípicos multiplicam-se eafetam especialmente os jovens", denunciou a confede-ração sindical, acrescentando:

"O trabalho precário está associado a baixos saláriose à pobreza e compromete qualquer projeto pessoal deum jovem, ao atrasar a recuperação económica".

Em comunicado, a CES criticou mais uma vez as polí-ticas de austeridade, que agravam o desemprego, asdesigualdades e a exclusão social.

"Precarizar o mundo do trabalho, e sobretudo o dosjovens, não é uma resposta à crise. A flexibilização doscontratos de trabalho e salários mais baixos não abremas portas ao crescimento", afirmou a secretária-geral daConfederação Europeia de Sindicatos.

"A CES defende um plano de relançamento da econo-mia a favor de empregos de qualidade. Contra o popu-lismo, é preciso construir uma Europa solidária", frisouBernadette Ségol.

Referindo o momento particularmentedifícil que muitos portugueses vivem,João Proença salientou o aumento dodesemprego e a crescente insegurançados que ainda têm trabalho, bem como ascontínuas perdas de rendimento dos sa-lários e das pensões. "Podemos dizer queos trabalhadores exigem respeito e queo direito ao trabalho é um direito funda-mental. Queremos respeito e que os sa-crifícios não incidam só sobre trabalha-dores e pensionistas. Queremos o com-bate ao desemprego como uma priorida-de do Governo e das políticas públicas."

Nesse sentido, a UGT exige trabalhodigno e com direitos, com horários queconciliem vida profissional e vida familiar,um trabalho com proteção social e semprecariedade. "Neste momento os de-safios são muitos, mas infelizmente po-demos dizer que o Governo só se tempreocupado com a austeridade. Mas aausteridade não é a solução."

Assumindo a necessidade de cumprir oscompromissos externos, João Proençaconsiderou que "só conseguimos cumpriro défice e pagar a dívida pública se houvercriação de riqueza, dinheiro nos cofrespúblicos, maior nível de impostos. Só comatividade económica se geram receitas".

Contra a espiral da recessão

João Proença foi claro: "Não aceitamosa espiral da recessão, em que todos os diassão exigidos mais sacrifícios para tapar osburacos do défice. Sacrifícios conduzem amais recessão, recessão conduz a maissacrifícios. Queremos, pelo contrário, umcírculo virtuoso do crescimento e do em-prego, que são bases fundamentais".

A UGT deixou o recado quanto à suapostura: "Não nos resignamos ao fechodas empresas e à redução de efetivos;não nos resignamos a que os jovens nãoencontrem lugar no mercado de traba-lho; não aceitamos o aumento da pobre-za, da exclusão e do desemprego, quepõem em causa o nosso futuro".

O líder da central criticou o foco exces-sivo nas exportações, considerando quenão chegam para um crescimento sus-tentável. "É necessário aumentar tam-bém o mercado interno, e para isso aspessoas têm de ter mais rendimento,têm de poder viver com mais dignidade".

A UGT defendeu uma redução nas im-portações, com o consequente aumentoda produção nacional, bem como maisinvestimento público e privado. "O Gover-no tem um papel fundamental, atravésdos fundos comunitários, em incentivar oinvestimento privado no setor produtivo".

"Incompetência do Governo"

João Proença exigiu políticas ativas deemprego que incentivem a criação depostos de trabalho e defendam a sua

manutenção. "Infelizmente vemos que aspolíticas de emprego estão fortementecondicionadas pela incompetência doGoverno; as políticas económicas são for-temente condicionadas pela austeridade.Mas juntos vamos vencer a batalha dodesenvolvimento económico e social,apostando em novas áreas de criação deemprego".

Reconhecendo que as empresas pre-cisam de investimento, o líder sindicalconsiderou que isso "não desculpa asituação de muitos empresários quenada investiram, nada estão a investir,e temos assim as nossas empresascomo as mais endividadas da Europa",porque maior problema do que a dívidapública "é a dívida privada, particular-mente a dívida das empresas".

João Proença defendeu um crescimen-to e emprego que aposte nas pessoas, nasua educação e formação. "Temos de darresposta aos jovens. Os jovens não são sóa geração do futuro, têm de ser a geraçãodo presente e não podem ser conduzidospara a emigração."

Nesse sentido lembrou a decisão da UErelativa a um programa de empregabili-dade para oito países com maior índicede desemprego jovem, entre os quaisPortugal. "O programa português nãopode ser um programa para a fotografia".

João Proença: "Exigimos respeitopor este acordo tripartido,

o seu cumprimento integral.Aos políticos exige-se sempre

o cumprimento dos seuscompromissos: os compromissos

eleitorais, os internacionais,mas também os acordostripartidos que celebramcom os parceiros sociais".

Prioridade ao emprego

Atualidade l SINDICALSINDICAL l Atualidade

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RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 15 de maio 2012 ––––– 98 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 15 de maio 2012

Perguntas:1 - Considera que está em curso um

retrocesso nos direitos sociais?

2 - O que podem fazer os trabalha-dores e os seus sindicatos para tentartravar este processo?

"Direitos sociais têmsido postosem causa"

Maria MargaridaValada46 anos CGD/SBSI

1 - A banca portuguesa tem consegui-do ultrapassar as fusões e reestrutura-ções que sofreu sem grandes conflitoslaborais, com negociação a nível em-presarial. Mas atualmente os direitossociais têm sido postos em causa, da-das as mudanças no mundo do traba-lho, o que acaba por gerar alguma ten-são.

2 - Novos desafios são colocados àação sindical portuguesa, que seguindo

dade nos vão tentando impor uma dita-dura da Democracia.

2- Infelizmente não podem fazer mui-to, porque os trabalhadores estão mui-to pouco motivados, desunidos e desi-ludidos com a política. Quanto aos sin-dicatos, estão em muitos casos domi-nados por partidos que têm sido poder,existe uma inércia tendencial para esteprocesso não parar, e toda esta conjuntu-ra vai refletir-se na perda de direitos.Enfim, pode haver contestação, massindicatos e trabalhadores terão de unir-se mais e melhor, para tentar bloquearesta iniciativa contra os direitos, liber-dades e garantias dos cidadãos.

"Dirigentes sindicaisdevem mobilizartrabalhadores"

José Albertodos Santos Loureiro63 anos Reformadodo BCP/SBC

1 - É evidente que sim. As práticas"sindicais" exercidas há largos anospelos dirigentes, aliadas à vontade dese perpetuarem nos sindicatos, têmdado, tanto ao Governo como aos re-presentantes patronais, uma liberda-de de ação que tem levado à cedênciae ao roubo destes direitos. Este com-portamento desmotiva e afasta os tra-balhadores de uma atividade sindicalnecessária a uma demonstração deunidade sindical. Só se pode estar deum dos lados: o dos trabalhadores.Veja-se o que aconteceu com o acordode concertação social. Ainda não pas-saram três meses e o secretário-geral

da UGT já se queixa da falta de cumpri-mento.

2 - Os trabalhadores elegerem diri-gentes que não os traiam à primeiraoportunidade; os dirigentes sindicais,alterando os seus comportamentos,mobilizarem os trabalhadores para asdifíceis lutas que se avizinham. A retó-rica, como recurso, sem "alternativa",é um "faz de conta"… É, no momentoatual, mais do que nunca, um "crimesindical".

"Fazer chegara mensagemà nova geração"

Leonel Alexandre47 anos Companhiade SegurosAçoreana/STAS

1 - Sim, sim. Nota-se no baixar… ouna tentativa de aumento da idade dareforma, que ainda não se verificoumas foi uma das propostas apresenta-das; no facto de as pessoas reformadasterem passado a pagar um passe socialigual aos que estão no ativo; no au-mento das taxas moderadoras, o que,de certa maneira, obriga as pessoascom mais idade e menos recursos arecorrerem menos vezes ao ServiçoNacional de Saúde. Nota-se tambématravés da redução do valor da horalaboral em Portugal. Verificou-se umretrocesso nessa situação, em que aspessoas vão trabalhar mais horas erecebem menos dinheiro. E ainda atra-vés da publicidade sobre a competiti-vidade: não sei se será melhor solução

baixar a hora ou se devemos apostarcada vez mais na formação, de manei-ra a que os trabalhadores em Portugalsejam mais competitivos face aos deoutros países onde se ganha mais.Portanto, nesta situação, penso quesim, estamos num grande retrocessosocial.

2 - Os trabalhadores devem ser maisunidos, mais solidários e devem parti-cipar mais nas ações dos sindicatos. Ossindicatos têm feito o possível paraatrair os trabalhadores, embora, pos-sivelmente, as mensagens muitasvezes não consigam passar para asgerações mais novas. E essa situaçãoverifica-se na empresa onde trabalho,em que talvez 90% dos trabalhadorescom menos de 5/6 anos de atividadeseguradora não são filiados em ne-nhum sindicato, nem em nenhuma or-ganização que seja sindical. Portanto,os trabalhadores têm de ser solidários.Os sindicatos têm de procurar outramaneira de chegar a esta nova gera-ção. Devem aproximar-se mais dasempresas onde se verifica uma entra-da de novos trabalhadores, de forma aconseguirem filiar alguns, para queeles depois transmitam essa solidarie-dade aos colegas não sindicalizados.

"Vamos criarnovas formasde luta"

Bruno Ferreira36 anos BancoPopular/SBSI

1 - Sem dúvida. Cada vez mais assis-timos a uma perda dos direitos essen-

Inquérito aos trabalhadores do setor financeiro

É preciso defender direitosA revista Febase quis saber a opinião dos trabalhadoresdo setor financeiro sobre a situação económica e socialdo País e o seu reflexo nos direitos sociais. É consensuala perceção de que está em curso um retrocesso, que só poderáser travado com a união dos trabalhadores e dos seus sindicatos

Atualidade l SINDICALSINDICAL l Atualidade

a tendência do sindicalismo mundialsofreu um decréscimo. Desta forma, épreciso que todos se pronunciem, ela-borando questões pertinentes, como ada carreira profissional e das condiçõesde vida e de trabalho.

"Sindicatose trabalhadoresterão de unir-se"

Joaquim ManuelBranco Baptista48 anos BES/SBSI

1- Existem, de facto, sinais de retro-cesso muito claros nos direitos sociais,é público o interesse do poder político,ligado a outros interesses, em alteraralguns preceitos da Constituição ondeassentam direitos importantes, como oacesso à saúde, a fiscalidade, a legisla-ção laboral, a educação; estes são exem-plos que podemos chamar à colação eque estão a ser, manifestamente, objetode intervenção por parte dos responsá-veis políticos, que ao abrigo da legitimi-

Contra plafonamento das reformas

Também a redução de efetivos naadministração pública mereceu durascríticas do líder da central. Pelo contrá-rio, defendeu a aposta no Estado social,na saúde, na educação e na SegurançaSocial, acusando o Governo de quererapropriar-se do regime contributivo.

"A UGT diz claramente não ao au-mento da idade de reforma, a um pla-fonamento das pensões que diminuaas receitas da Segurança Social, aocongelamento das reformas antecipa-das".

Rejeitando que Portugal continue aser o campeão europeu das desigualda-des sociais, João Proença disse ser "fun-damental que os salários e as pensõestenham aumentos justos. Não podemosaceitar o congelamento dos salários edas pensões, não podemos aceitar adiminuição permanente das prestaçõessociais".

Nesse sentido, a UGT exige ao Gover-no "medidas urgentes para apoio àsfamílias atingidas pelo sobre-endivi-damento, para os que não têm condi-ções de pagar os empréstimos contraí-dos para compra da casa. O Governo

não pode ficar surdo e serem só ostribunais a fazer justiça".

O secretário-geral da central lembrouainda os idosos, pelo que fizeram para asustentabilidade da Segurança Social e paraa criação de riqueza. "Hoje esses idososestão a ser as principais vítimas da crise."

Por fim, uma palavra sobre o futuro daUE, exigindo uma União diferente, queaposte em políticas de crescimento eemprego. "O movimento sindical euro-peu está contra uma Europa que apenasvê à sua frente políticas orçamentais emonetárias e ignora as políticas econó-micas e sociais".

"Para nós a moeda única só faz sentidose for uma moeda para toda a Europa enão uma moeda ao serviço dos interes-ses alemães e dos países mais desenvol-vidos da Europa central", frisou.

"Respeito pelo acordo tripartido"

João Proença deixou para o final daintervenção o diferendo com o Governoquanto ao cumprimento do acordo tripar-tido, que levou já a central a ameaçar a suadenúncia.

Lembrando o papel da UGT na concer-tação social, nomeadamente na redu-

ciais à subsistência de cada um de nós,nomeadamente no acesso a serviçosde saúde e educação, agravados pelaalta taxa de desemprego e pela inexis-tência de oportunidades de trabalho.

2 - Tem de existir uma maior uniãoe envolvimento dos trabalhadores,que, com o apoio dos sindicatos, irãocriar novas formas de luta para ultra-passar a constante perda de direitossociais.

"Medidaspõem em causadireitosconsagrados"

Nuno MiguelLinhares da Silva37 anos BPN/BIC/SBN

1 - Entendo que vivemos um mo-mento muito difícil e que as medidasque estão a ser tomadas põem emcausa muitos dos direitos que ao longodos anos foram conquistados e consa-grados na Constituição.

2 - Os trabalhadores devem, cadavez mais, reconhecer o importantetrabalho desenvolvido pelos sindica-tos, sem os quais não teríamos conse-guido muitos dos direitos que temosatualmente. Só com eles podemos terforça suficiente para lutarmos pelamanutenção desses mesmos direitos.Esta união de esforços é fundamentalpara a luta contra o processo a queestamos a assistir.

ção do horário de trabalho e na reformada Segurança Social, afirmou: "Aposta-mos num sindicalismo responsável, deluta, mas também de compromisso".Por isso a central assinou o último acor-do de concertação social. "Foi uma as-sinatura contra a desregulação laboral,em defesa das 8 horas de horário má-ximo, do Estado social, do crescimentoe do emprego".

"Exigimos respeito por este acordotripartido, o seu cumprimento integral.Aos políticos exige-se sempre o cum-primento dos seus compromissos: oscompromissos eleitorais, os internacio-

nais, mas também os acordos triparti-dos que celebram com os parceirossociais", concluiu.

CGTP na Alameda

A CGTP comemorou o 1.º de maio nova-mente na Alameda D. Afonso Henriques,onde culminou a manifestação que teveinício no Martim Moniz.

Arménio Carlos, que encabeçou a ma-nifestação pela primeira vez enquantolíder da central, focou as críticas na aus-teridade imposta pelo Governo e nasalterações à legislação laboral.

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RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 15 de maio 2012 ––––– 1110 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 15 de maio 2012

Banca l CONTRATAÇÃOCONTRATAÇÃO l Banca

Revisão das tabelas para 2012

A Febase defende para 2012um aumento de 3% nas tabelas

e cláusulas de expressão pecuniáriade todas as convenções coletivas

de que é subscritora

TEXTO: INÊS F. NETO

OConselho Geral da Febase apro-vou por larga maioria a propostado Secretariado sobre revisão

salarial para 2012.A proposta, discutida e aprovada na

sessão realizada dia 8, em Coimbra, re-clama um aumento de 3% na tabelasalarial e cláusulas de expressão pecuniá-ria e será brevemente entregue a todasas instituições de crédito subscritoras deconvenções coletivas de trabalho nego-ciadas com a Febase.

A Federação do Setor Financeiro assen-ta a sua reivindicação salarial em fatoreseconómicos e laborais, bem como nanecessidade de uma justa repartição dariqueza gerada que compense os traba-lhadores pelo seu esforço e empenho.

Em 2011 não houve aumentos no setor,"com a consequente diminuição do poderde compra dos trabalhadores, já tão pena-lizados", lembra a Febase, explicando quena sua proposta de revisão salarial para2012 reclama "a atualização dos valoresda tabela e cláusulas pecuniárias para amanutenção do poder de compra". A per-centagem reivindicada, justifica, corres-

ponde à média da inflação prevista paraPortugal pelos vários organismos oficiais.

"Apesar das dificuldades conhecidaspor que o setor bancário tem passado,este é considerado sólido e moderno porvários analistas, e nomeadamente pelosrepresentantes de algumas das princi-pais instituições bancárias, Banco dePortugal incluído", refere a Federação naproposta aprovada, frisando que os resul-tados do primeiro trimestre deste ano"indiciam uma clara tendência de cresci-mento face aos verificados em 2011".

Por outro lado, o setor bancário acumu-lou nos últimos anos centenas de milhõesde euros de lucros, "sem que tais resulta-dos se tivessem repercutido na retribui-ção da generalidade dos trabalhadores,principais obreiros desses resultados".

A Febase salienta ainda que empenho ededicação dos trabalhadores tem vindo aser reconhecido como uma mais-valia res-

ponsável pelo crescimento verificado nabanca portuguesa nos últimos anos, massem que tal tenha merecido reconheci-mento por parte das instituições de crédito,"nomeadamente na parte retributiva".

Subsídios em tribunal

No que diz respeito ao pagamento dos13.º e 14.º meses aos reformados deinstituições com capitais públicos, a Fe-base está a ultimar a entrega de proces-sos aos tribunais, com o objetivo de recla-mar a reposição daquelas retribuições.

Em causa está a situação dos reforma-dos de instituições como ex-BNU, CGD,IFAP, Parvalorem e BPN Crédito.

Relativamente ao Banco de Portugal, aFebase reunir-se-á dia 17 com a Adminis-tração do Banco para esclarecer, de umavez por todas, a situação dos reformadosda Instituição.

Reunião com a administração

Obtidos esclarecimentos necessários do BPN

Na reunião, realizada em 30 deabril, a Febase abordou a questãodos contratos de trabalho, já assi-

nados por cerca de duas centenas e meiade trabalhadores da Parvalorem com oBPN, nomeadamente no que se refere atransferências e isenções de horário detrabalho e período experimental.

A administração do banco esclareceuo conteúdo dos artigos 3.º e 6.º doscontratos individuais de trabalho, dei-xando claro que, sobre a matéria seaplica o AE negociado com a Febase.Esta disposição consta de uma carta

A Febase reuniu-se coma administração do BPN com o objetivo

de esclarecer duas das situaçõesque neste momento se colocam

aos trabalhadores do Bancorelativamente à aplicação do Acordo

de Empresa (AE) e à propostade "aditamento"

enviada à Febase pela administraçãodo BPN.

Por outro lado, no que diz respeito aoperíodo experimental, o contrato, poromissão, remete para a lei, ou seja, apli-cam-se os prazos constantes no Códigodo Trabalho: de 90 a 240 dias, consoantea responsabilidade e complexidade doscargos a desempenhar.

Se no decurso desse prazo o trabalhadornão ficar colocado, deverá regressar à Par-valorem. No entanto, como esta situaçãoenvolve uma terceira entidade – a Parva-lorem –, a Febase propôs a celebração de

um acordo, a assinar entre as várias partes(Febase, BPN e Parvalorem), tendo-se aadministração do BPN comprometido aenvidar esforços nesse sentido.

Assinatura do "aditamento"

Outro dos temas em discussão foi odocumento intitulado "aditamento", en-viado a todos os trabalhadores do BPNcom data de 2 de abril e que suscitousérias dúvidas à Febase.

Na reunião, a administração do BPNprestou cabal esclarecimento sobre asquestões elencadas, nomeadamentequanto à necessidade da assinatura dodocumento com a referida data, argu-mentando que tal se deveu, por umlado, ao cumprimento do "acordo-qua-dro" celebrado com o Governo, e, poroutro, ao facto de em abril o processa-mento salarial ser já executado nostermos do AE. A administração assu-miu ainda o compromisso de enviar àFebase uma carta explicativa sobre aquestão.

Face ao que foi comunicado verbal-mente e ao compromisso de uma decla-ração escrita, a Febase não antevê ele-mentos objetivos para aconselhar aostrabalhadores a recusa da assinatura do"aditamento".

As informações prestadas e as garan-tias dadas pela administração do bancopermitem à Febase transmitir uma pala-vra de confiança aos trabalhadores nodesenrolar deste processo, que se prevêainda longo.

BPN Crédito:integração na Segurança Social

A Febase reuniu-se também com aadministração do BPN Crédito SA, no dia

4 de maio, para debater a integração dostrabalhadores da instituição financeirano regime geral da Segurança Social.

No encontro, realizado a pedido daFebase, esteve em discussão o incumpri-mento pela instituição da majoraçãosalarial decorrente da integração dos tra-balhadores na Segurança Social, previstano ACT do sector bancário.

Recorde-se que o Decreto-Lei 88/2012,de 11 de abril, promove a integração noregime geral da Segurança Social (RGSS)dos trabalhadores do BPN Crédito SA naseventualidades de invalidez, morte edoença.

São abrangidos por este diploma ostrabalhadores admitidos até 2 de marçode 2009, que deixaram já de efetuardescontos para a CAFEB e para o respeti-vo fundo de pensões, passando, a partirda publicação do Decreto-Lei, a descon-tar 11% para o RGSS.

Contudo, a cláusula 92.ª n.º 5 do ACT dosetor bancário é clara quando diz: "Aretribuição base mensal dos trabalhado-res inscritos em Instituições ou Serviçosde Segurança Social será corrigida, demodo a que estes percebam retribuiçãomínima mensal líquida igual à dos de-mais trabalhadores do mesmo nível".

Assim, os trabalhadores agora inte-grados na Segurança Social deverão sermajorados na sua retribuição base men-sal, o que não aconteceu no mês de abril,contrariando desta forma aquela cláusu-la do ACT.

A administração do BPN Crédito SA vaianalisar a questão agora suscitada, ten-do assumido o compromisso de informara Febase quanto à forma como vai resol-ver esta situação.

OBCP informou a Febase que irá processar o 14.º mês dos reformadosinscritos no regime geral da Segurança Social este mês.

Os reformados e pensionistas do BCP inscritos no regime geral da Seguran-ça Social – que deveriam receber o 14.º mês no final de abril – só terão o seusubsídio creditado no final de maio, segundo informação prestada pelo bancoà Febase.

O BCP justificou este atraso no facto de a posição da administração sobre opagamento do 14.º mês não ter sido tomada em tempo útil, de forma a permitirefetuar o seu processamento em abril.

Em causa está o pagamento do subsídio aos reformados nunca inscritos naCAFEB, ou seja, aos inscritos no regime geral da Segurança Social antes dacelebração do primeiro Acordo Tripartido.

O BCP informou ainda a Febase que, à semelhança da posição assumida peloSantander, também irá intentar uma Ação com Processo Declarativo Especialde Interpretação de Cláusula de Convenção Coletiva de Trabalho.

Em reuniões no Parlamentoe com a administração

Sindicatos atentosà defesa dos direitosdos trabalhadores do IFAP

No âmbito da reestruturação do Instituto deFinanciamento da Agricultura e Pescas (IFAP), aFebase tem vindo a manter diversas reuniões

com os grupos parlamentares com assento na Assem-bleia da República, bem como com a tutela do institutopúblico, tendo em vista acompanhar o processo econtribuir para que o mesmo decorra de forma asalvaguardar os direitos dos trabalhadores seus asso-ciados.

Assim, e até ao momento, foram já realizadas reu-niões com os grupos parlamentares do CDS/PP, PCP,Verdes e PSD, bem como com a Comissão de Orçamentoe Finanças, além de encontros com a administraçãoIFAP e as secretarias de Estado da AdministraçãoPública e da Agricultura.

Trata-se de um processo que se desenrola há jáalgum tempo e que tem suscitado à Febase algumasdúvidas e necessidade de esclarecimentos, no sentidode assegurar que os trabalhadores deste instituto nãovenham a ser prejudicados nas suas perspetivas decarreira profissional, bem como no regime de contra-tação coletiva ao qual se encontram vinculados.

A Febase envidará todos os esforços para que, noquadro da legislação vigente, sejam salvaguardadosos legítimos direitos e expetativas dos trabalhadoresque representa.

Reformados nunca inscritos na CAFEB

BCP paga 14.º mês aos reformados em maio

TEXTO: INÊS F. NETO

Febase reivindica 3% de aumento salarialFebase reivindica 3% de aumento salarial

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CONTRATAÇÃO l Seguros Questões l JURÍDICAS

Em processo de impugnação da lici-tude de despedimento instauradopelo Contencioso do SBSI, veio a

ser proferido um Acórdão pelo SupremoTribunal de Justiça (STJ) em 29 de feve-reiro de 2012 que, julgando procedentea impugnação do despedimento e anu-lando este, veio a consagrar o enten-dimento de que "não tendo a entidadeempregadora respeitado o prazo estipu-lado, convencionalmente, para a respos-ta à nota de culpa, é inválido o procedi-mento disciplinar para efetivação de des-pedimento por facto imputável ao traba-lhador".

O caso levado a Tribunal dizia respei-to a um procedimento disciplinar emque a entidade patronal concedeu ape-nas dez dias úteis para a trabalhadora

responder à nota de culpa quando naconvenção coletiva aplicável (ICAM) seencontra fixado o prazo de quinze diasúteis para essa resposta.

Entendeu o STJ, e a nosso ver bem, quese tratou de uma violação dos direitosde defesa da trabalhadora, tendo tam-bém entendido que apesar de no Códigodo Trabalho se fixar o prazo de dez diasúteis é o prazo da convenção coletiva –15 dias úteis – que se aplica por força,aliás, do mesmo Código.

Decidiu também no mesmo processoo STJ que o processo prévio de inquéritoa um procedimento disciplinar se nãofor decidido pelo órgão com competên-cia disciplinar própria ou delegada nãoé considerado procedimento discipli-nar válido e relevante para os efeitos

Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, num recursointerposto pelo SBSI, faz jurisprudência: em casode procedimento disciplinar, a empresa é obrigadaa respeitar o prazo estipulado na convenção coletivapara o trabalhador responder à nota de culpaTEXTO: ANTÓNIO BAPTISTA*

Acórdão do Supremo sufraga posição do SBSI

previstos na lei, designadamente quan-to à questão dos prazos de caducidadedo procedimento e da prescrição dainfração disciplinar.

Mais, decidiu que um despacho doPresidente do Conselho de Administra-ção a mandar proceder a inquérito, sópor si, não é válido se ele não tivercompetência disciplinar própria ou de-legada, isto é, tem de ser o órgão atomar a decisão.

Estas duas decisões proferidas noâmbito do mesmo acórdão represen-tam um entendimento favorável àsposições dos trabalhadores, que o SBSIsempre defendeu e que viu agora sufra-gado.

*Advogado do SBSI

Procedimento disciplinar

Na generalidade das Segurado-ras o processo foi cumprido den-tro dos prazos previstos, sub-

sistindo algumas onde o mesmo aindadecorre.

O STAS está ao dispor de todos osseus associados que tenham dúvidassobre a aplicação prática do CCT, ouque se encontrem nalguma das poucasempresas que ainda não procederamao estipulado, bastando para isso quenos contactem, nomeadamente pelocorreio eletrónico [email protected]

Num balanço possível nesta data,constata-se a elevadíssima percenta-gem de trabalhadores abrangidos pelaconvenção, não obstante a desinfor-mação e falsidades que, ao longo des-tes meses, foram apregoadas com oobjetivo claro de deixar os trabalhado-res mais incautos completamente de-

Balanço positivo na aplicaçãodo novo CCTpara a atividadeseguradora

sarmados, no que respeita aos seusdireitos e garantias.

Numa única Seguradora não foramrespeitadas as regras previstas na le-gislação de trabalho, pelo que, a nãoser corrigida a atuação no mais curtoespaço de tempo, será intentada umaação no foro competente, com vista aocumprimento das regras a que a mes-ma se encontra sujeita.

Aproveitamos a oportunidade paracomentarmos telegraficamente umacarta aberta da direção do SINAPSA,datada de 20 de abril p.p., dirigida àdireção do STAS.

Os insultos contidos na referida car-ta dão bem a dimensão do desesperoque se apossou daqueles, face ao des-calabro da linha que decidiram percor-rer. Pelo que sabemos, seguradora aseguradora, associado a associado,

como explicar que os trabalhadoressindicalizados no SINAPSA se "borrifa-ram" nas suas diretivas e decidiramaderir ao CCT para a atividade segura-dora, subscrito, entre outros, pelo STAS.

Por isso, percebemos bem como sedeve sentir a Direção do SINAPSA. Masé um problema deles, como deles é oproblema de explicar aos poucos tra-balhadores, que ainda acreditam nalinha ideológica que prosseguem, qualserá o futuro das suas relações detrabalho.

Ao invés, o nosso problema é prote-ger os trabalhadores de seguros e dara todos a garantia de um sindicalismomoderno, sem dogmas nem barreiras,que vise em primeiro lugar a sua pro-teção e perspetiva de carreira.

A Direção do STAS

Terminou o período previsto no CCT que abrange a atividadeseguradora, para a aplicação prática do mesmo,nomeadamente o pagamento da compensação

extraordinária de 55%, a informação sobre o PIR, respeitanteaos trabalhadores entrados antes de 1995, e a conversão

das categorias profissionais

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dossier Portugal l 1970/2010

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Quatro décadas de Democracia

Portugal chegou aos anos 70como um país

predominantemente rurale com a maior parte

da população sem acessoà educação, à saúdeou a bens culturais.

Em apenas quatro décadasas mudanças foram enormes

e a um ritmo acelerado.Num momento em que

cresce o ruído sobreas razões por que Portugal

está endividado, vale a penarecordar a despesa pública

necessária para transformara realidade nacional

TEXTOS: ELSA ANDRADE

Oretrato de Portugal nos anos 60do século passado era deprimen-te. Um país atrasado social, eco-

nómica e culturalmente, marcado poruma ditadura de quase meio século,pela guerra colonial, pela emigração.Ficava quem não podia (conseguia)partir.

O país tinha uma estrutura socialmarcadamente tradicional, com gran-des assimetrias sociais, forte peso daagricultura (43,6% da população ativatrabalhava na agricultura, essencial-mente tradicional e de assalariamen-to precário no Sul e pequeno campesi-nato no Centro e Norte), indústria pou-co modernizada (28,9% da populaçãoativa) e serviços incipientes, ligados alógicas tradicionais (ocupavam 27,5%da população ativa).

A proteção social, além de incipien-te não assentava no direito de cidada-nia. A responsabilidade individual eraa norma, e quem não conseguia supriruma dificuldade inesperada – como adoença, a falta de emprego ou mesmoa velhice – dependia da solidariedadede terceiros: família, Igreja ou outrasformas de assistência local.

A maior parte da população estavaprivada do acesso a bens essenciais,

como a saúde e a educação. A taxa deanalfabetismo era elevadíssima e pou-cos eram os que completavam a quar-ta classe (hoje o 1.º ciclo do ensinobásico).

A esperança de vida era de 64 anospara os homens e 70 para as mulheres.Morria-se de "causa natural" sem (qua-se) nunca consultar o médico, e a taxa detuberculose era de 131,8 por mil habi-tantes. A despesa do Estado com a saúdecorrespondia a uma média de seis escu-dos (três cêntimos) por habitante.

Assim chegámos ao 25 de abril.

Crescimento rápido e acelerado

Nas quase quatro décadas de demo-cracia que há pouco celebrámos o Paísmudou profundamente, a um ritmoacelerado.

A população rural e a mão-de-obraagrícola transformaram-se numa mi-noria pouco significativa, enquanto aatividade terciária passou diretamen-te do terceiro para o primeiro sector deocupação dos portugueses, registan-do-se uma acentuada feminização eterciarização da população ativa.

A integração da mulher no mercadode trabalho foi outro marco do pós-25

1970 2001 2011*População residente 8.611.125 10.356.117 10.561.614População <15 anos 2.451.850 (28,5%) 1.656.602 (16%) 1.572.546 (14,9%)População 15 a 64 anos 5.326.515 (61,9%) 7.006.022 (67,7%) 6.966.564 (66%)População > 65 anos 832.760 (9,7%) 1.693.493 (16,4%) 2.022.504 (19,1%)População > 75 anos 272.760 701.366Homens 4.109.360 4.988.937 5.146.643**Mulheres 4.553.892 5.340.403 5.490.336**Índice envelhecimento*** 34 102,2 128,6Esperança vida à nascençahomens

64 anos 73,4 anos 76,1 anos (2009)

Esperança vida à nascençamulheres

70,3 anos 80,4 anos 82,1 anos (2009)

Casamentos 81.461 58.390 39.993 (2009)Famílias 2.345.225 3.650.757 –Famílias c/ 1 pessoa 234.445 631.762 –

Quem somosEm quase quatro décadas, a população portuguesa aumentou, graças, sobretudo, ao aumento

da esperança média de vida – a pirâmide etária apresenta preocupantes sinais de inversão.

Fonte: Pordata*Dados provisórios - Censos 2011**Dados de 31/12/2010***Fórmula: idosos / jovens x 100

Melhorias na saúdeA saúde é um dos indicadores onde os progressos do País são mais notáveis. Para

tal contribuiu sobremaneira a constituição do Serviço Nacional de Saúde (SNS), queestendeu os cuidados de saúde a toda a população, graças aos seus princípiosorientadores: universal e tendencialmente gratuito.

Embora muitas alterações tenham sido já feitas, nomeadamente com a intro-dução de taxas moderadoras, encerramento de hospitais e pagamento de trans-porte nas deslocações a consultas e tratamentos, esta área continua a absorveruma percentagem considerável do Orçamento do Estado. A despesa total conso-lidada do Ministério da Saúde em 2012 é de 7.952 M€, o que corresponde a umaredução de 8,2% (-710 M€) face à estimativa de 2011.

Despesas do Estado em saúde

Fonte: Pordata

Declarada luta à tuberculose

Fonte: Pordata

Recursos que salvam vidas

Nascer em segurança

Fonte: Pordata

Fonte: Pordata

Anos Despesa % do PIB Per capita(milhões de euros) (euros)

1972 2,8 0,2 0,32010 9.776,5 5,7 919,1

Anos Taxa por 100 mil habitantes1970 131,82010 24,7

Anos N.º habitantes N.º habitantes N.º habitantes N.º habitantespor médico por dentista por enfermeiro por farmacêutico

1970 1.064,3 – 629,2 –2010 256,7 1.525,7 170,4 976,4

Anos Partos (total) Em estabelecimento de saúde1970 176.008 65.991 (37,5%)2009 98.430 98.006 (99,6%)

O que nós mudámos!

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dossier Portugal l 1970/2010

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Condições de vidaA paisagem arquitetónica alterou-se substancialmente em Portugal. A maioria da população

vive e trabalha hoje em zonas urbanas, especialmente na faixa litoral. As cidades cresceram- em número, em área geográfica e urbanizada, em densidade populacional. A habitação socialsubstituiu a maioria das "barracas" que ocupavam as periferias, a altura dos prédios aumentou,a posse da propriedade também.

Uma casa portuguesa

entes ou idosos, como na criação deserviços públicos como a educação e asaúde e a abertura dos respetivos es-tabelecimentos em todo o País.

A assistência ao parto, a vacinação,a escolarização e a reforma (contribu-tiva ou social) passaram a estar aces-síveis a todos. O número de pensionis-tas aumentou de cerca de 261 mil em1970 para mais de 3,5 milhões no anopassado. Já no que diz respeito à uni-versalização dos cuidados de saúde –agora cada vez mais postos em causadevido a restrições orçamentais –, re-fira-se que em 2010 a despesa do Es-tado atingiu mais de 9.700 milhões deeuros, o que correspondeu a uma des-pesa per capita de 919,1 euros.

Os serviços difundiram-se pelo ter-ritório: estações de correio, agênciasbancárias, serviços de saúde, reparti-ções fiscais e de finanças, estabeleci-mentos de ensino (escolas primárias esecundárias e universidades), orga-nismos públicos de água, eletricidadee telefones, transportes. Atualmenteencerram serviços e reduz-se a redede transportes públicos.

Adeus analfabetismo, olá doutoramentosA educação foi outra das grandes conquistas do Portugal democrático. O nível

de analfabetismo desceu enormemente e, em contrapartida, o número de alunosa frequentar o ensino aumentou significativamente, em todos os níveis deescolaridade. Esta é, também, uma área em que o Estado apostou fortemente, nassuas diversas vertentes: em recursos financeiros e humanos, mas também por vialegislativa, aumentando progressivamente o ensino obrigatório e combatendo oabandono escolar. Apesar desse esforço, com resultados comprovados, Portugalcontinua a ser um dos países da UE com uma população menos escolarizada, o quetem reflexos a vários níveis, nomeadamente na qualificação de trabalhadores eempregadores e consequente produtividade das empresas. Em 2012, a despesacom educação sofreu um corte no Orçamento.

Alunos matriculados

Fonte: Pordata

População sem nível de ensino

Fonte: Pordata

de abril: a terciarização da mão-de-obranacional foi particularmente acentua-da entre as mulheres, que em 2008representavam já 71%, contra os 50%duas décadas antes. Hoje são elas queestão em maioria nas escolas e uni-versidades (obtêm cerca de dois ter-

ços dos diplomas anuais do ensinosuperior), na administração pública,nos serviços, na saúde.

O direito à proteção social generali-zou-se. O Estado Providência expan-diu-se e universalizou-se, tanto na as-sistência aos mais desfavorecidos, do-

Anos População em Alojamentos Condiçõeslugares c/ +10 de habitabilidademil habitantes

Proprietários Inquilinos Água Duche/banho Esgotocanalizada

1970 2.284.839 1.134.955 1.117.740 1.081.210 737.760 1.375.7202001 3.904.794 2.688.469 862.760 3.502.726 3.354.632 3.518.6852011 – 2.931.931 1.058.496 3.973.799 3.920.454 3.979.412 Nível de ensino Anos

1970 1978 2001 2010Pré-escolar 15.153 64.739 235.610 274.387

1.º Ciclo 935.453 921.013 535.580 479.5192.º Ciclo 193.912 299.110 271.793 273.2483.º Ciclo 186.914 340.668 415.778 503.695

Secundário 27.028 133.406 413.748 483.982Superior – 81.582 387.703 383.627

Doutoramentos 60 61 908 1.569 (2009)

Anos Homens Mulheres Total1970 816.920 1.348.520 2.165.4402001 263.931 536.089 800.000

Ser idoso em PortugalA melhoria das condições de vida e de acesso à saúde, bem como a generalização das pensões

e de prestações sociais em caso de carência, tiveram um reflexo significativo no índice delongevidade da população portuguesa.

Fonte: Pordata*Dados provisórios - Censos 2011**Despesa c/ pensões/total de pensionistas; preços constantes 2006;

Anos População População População Pensionistas Pensão médiaresidente residente 65 anos residente Segurança anual

c/ 65 anos ou mais em % c/ 75 anos Social + CGA da Segurançaou mais população ou mais Social**

1970 832.760 9,7 272.760 260.807 1.431,9•2001 1.693.493 16,4 701.366 2.965.102 3.405,0•2011* 2.022.504 19,1 – 3.535.422 –

Diversidade e pluralidade

Ao longo deste percurso, a populaçãodiversificou-se nas suas origens. Logoapós a descolonização, cerca de meiomilhão de portugueses que viviam nospaíses africanos tornados independen-tes retornaram e integraram-se na so-ciedade, trazendo novos hábitos, gos-tos e costumes. Uma inclusão social,económica e cultural bem-sucedida,embora não isenta de custos económi-cos. Também com a adesão à comuni-dade europeia, a circulação de pessoasconheceu um novo impulso, especial-mente nos últimos anos, face à chega-da de milhares de imigrantes dos no-vos Estados-membros (e de países ter-ceiros, como o Brasil). Ao abrigo deprogramas europeus, muitos jovensnacionais foram estudar noutros paí-ses e Portugal tem acolhido muitosestrangeiros nas suas universidades.Graças a esta movimentação de pes-soas, a sociedade tornou-se mais aber-ta, plural e multicultural.

Nestes 38 anos de democracia o Paísavançou económica, social e cultural-

mente, registando progressos em pra-ticamente todos os indicadores inter-nacionais de bem-estar, embora nãotenha conseguido alcançar os níveisdos seus parceiros europeus antes doalargamento de 2004 (UE15). Um de-senvolvimento que custou muitos mi-

lhões de euros. Muitas dessas conquis-tas estão hoje claramente em retro-cesso: nos apoios sociais, no emprego,na saúde, na educação. O Estado socialdesmembra-se e o direito à proteçãosocial está a ser substituído pela cari-dade.

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TEMPOS LIVRES l Nacional

No cumprimento do seu planode atividades para o correnteano e incluída nas comemora-

ções do 17.º aniversário das suas insta-lações, vai o Secretariado da SecçãoRegional de Tomar levar a efeito, nopróximo dia 20, a 13.ª edição do Prémiode Atletismo que, como habitualmen-te, se destina a bancários, sócios dosSindicatos dos Bancários do Centro,Norte e Sul e Ilhas e seus familiares atéao 1.º grau, bem como a populares dodistrito de Santarém, nos vários esca-lões etários.

Esta prova, a exemplo das realiza-das em anos anteriores, terá um per-curso de 12.500 metros, aproximada-mente, com partida às 10 horas, juntoàs instalações da Secção Regional, echegada ao mesmo local.

As inscrições só poderão ser feitasatravés de boletim próprio, a solicitarà organização, e deverão ser entreguesou remetidas para a referida SecçãoRegional, na Rua D. Lopo Dias de Sousa,

Atletismo em Tomar

Afinal da 11.ª edição do cam-peonato nacional interban-cário de pesca de alto mar

deveria ter tido lugar na manhãde 25 de abril, nas águas da Fi-gueira da Foz, e com a presençade 18 finalistas: oito do Sul eIlhas, seis do Norte e quatro doCentro.

E escrevemos que "deveria"porque a prova viria a ser adiada,para 7 de junho e na mesma área.Tudo isto porque o mau estado domar não aconselhava a sua reali-zação, fator que, por razões desegurança dos participantes, nãodeixou de ter sido tomado emconta pela comissão organizado-ra do campeonato.

Os antigos trabalhadores do Ban-co Standard Totta de Moçambi-que – e que agora residem em

Portugal – voltaram a juntar-se emanimado almoço de convívio, que tevelugar em Lisboa, em 31 de março.

Segundo os organizadores e partici-pantes, foi uma excelente jornada deconfraternização, com dezenas de an-tigos colegas que, mais uma vez, nãoquiseram faltar à chamada. E todoseles, no final, expressaram o desejo deque o próximo almoço, a realizar em2013, consiga reunir um número aindamaior de antigos trabalhadores da-quela instituição bancária de Moçam-bique, um novo país de quem os par-ticipantes guardam gratas recorda-ções, com alguns a fazerem planospara, em breve, voltarem àquele ter-ritório, que os viu crescer profissional-mente.

Pesca

Final nacionalde alto mar adiadapara 7 de junho

Animado convívio dos ex-empregadosdo Standard Totta de Moçambique

5 – Apartado 339 – 2304-909 Tomar. Even-tuais esclarecimentos podem ser solicita-dos pelos telefones 249 310 450/ 1/2/3,fax 249 310 459 ou correio eletró[email protected]

TEXTO: RUI SANTOS

Entretanto, aqui se recorda que, nopróximo sábado, dia 19, se realizam osconvívios dos bancários que trabalha-ram em Angola, em vários bancos: o do

BPSM terá lugar em Cortes, nos arredo-res de Leiria, o do Totta Standard emPombal e o do BCA, também em Pom-bal.

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Afinal do Sul e Ilhas teve lugar namanhã do passado dia 6, no pavi-lhão municipal de Alenquer, que foi

recentemente inaugurado e possui pisoexcelente e ótimas instalações, para osatletas e para o público.

Para o jogo da final, arbitrado por JoséPadinha e João Barreiras, as equipas ali-nharam inicialmente com:

Team Foot: Tiago Matias; João Rebocho(cap.), Miguel Silveira, Hugo Valentim eRogério Gomes;

Uniteam: Carlos Sanches; Luís Martins,Mário Poeiras (cap.), António Monteiro eJorge Santos.

Alinharam ainda Bruno Santos, NélsonBarbosa e Bruno Correia, pelo Team Foot,e Paulo Guerreiro, João Borges, CarlosSantos e Rui Santos, pelo Uniteam.

O encontro começou em toada veloz e,logo no primeiro minuto, os lisboetas abri-ram o ativo, numa jogada rápida e concluídapor João Rebocho, quando os sadinos ainda"não tinham entrado" no jogo.

O Team Foot podia ter ampliado o mar-cador aos 5 minutos, quando Miguel Silvei-ra disparou forte um remate de meiadistância, obrigando Carlos Sanches a de-fesa difícil, no solo.

Só à passagem dos 9 minutos chegou oprimeiro remate dos sadinos, digno dessaqualificação e por intermédio de JorgeSantos. Mas Tiago Matias defendeu a con-tento.

E, durante boa parte do primeiro tem-po, assistiu-se a um domínio claro doslisboetas, com opção pelos passes cur-tos e certeiros, procurando responder ossetubalenses com rápidas jogadas decontra ataque. Até que, a 3 minutos dodescanso, Rogério Gomes fez o 2-0, naconclusão de uma jogada muito confusae após falta atacante sobre Luís Martins,que o árbitro não sancionou, o que desdelogo provocou muitos protestos dos ho-mens do Uniteam.

Acusando muito nervosismo a partirdaí, o Uniteam viria a sofrer o terceiro golo

Futsal

Team Foot vencedor indiscutívelna final de AlenquerA 36.ª edição do torneio nacional interbancário de futsaljá teve a realização da final do Sul e Ilhas, ganha pelaequipa do Team Foot ActivoBank que, de forma indiscutível,se impôs no jogo derradeiro, batendo o credenciadoUniteam, de Setúbal, por quatro golos sem resposta

já muito perto do intervalo, por NélsonBarbosa, que aproveitou da melhor ma-neira o facto do guardião contrário estara ser tapado por Paulo Guerreiro, seucompanheiro de equipa.

O Uniteam levou uma novidade paraa etapa complementar, fazendo avan-çar António Monteiro para a posição deguardião avançado. O Team Foot res-pondeu taticamente, entregando a inici-ativa do jogo ao adversário, passando asucederem-se os remates dos sadinos.Um desses remates, de Carlos Santos eaos 26 minutos, obrigou Tiago Matias adefesa apertada, com os punhos e paracanto. E 2 minutos depois, foi Luís Mar-tins que falhou o remate, à boca dabaliza.

O marcador voltou a mover-se aos 32minutos, e de novo para os lisboetas,com o guardião Tiago Matias a fazer o 4-0, aproveitando um momento em que abaliza contrária estava deserta.

A 4 minutos do fim, ainda houve umremate de António Monteiro, que pode-ria ter sido o tento de honra dos sadinos.O remate foi forte mas passou perto doposte.

Nos momentos finais da partida, ojogo perdeu qualidade, devido ao desní-vel no marcador. E, terminado o encon-tro, e se houvesse que escolher os me-lhores, a reportagem da revista Febaseescolheria Rogério Gomes, do Team Foot,e António Monteiro, do Uniteam, o pri-meiro pela classe evidenciada e o se-gundo pela incansável entrega ao jogo.

João Rebocho: "Vitória justa"

No final, aproveitámos para ouvir JoãoRebocho, o capitão da equipa vencedora,sobre o jogo:

- Dominámos de início, marcámos cedoe isso ajudou ao nosso triunfo. As duasequipas conhecem-se há muitos anos,valemo-nos da experiência e consideroque foi uma vitória justa.

Sobre a presença do Team Foot na finalnacional, assim pensa João Rebocho:

- Ali estaremos com o objetivo de ga-nhar. Será a nossa 10.ª final e já vencemoscinco, pelo que queremos voltar a vencer,com o nosso orgulho e com o sentimentocomum de uma verdadeira família.

E, sobre a próxima época, acrescentouque "vamos continuar juntos e teremosmais um ano para ganharmos mais coisas.

Entrega de medalhas

Depois, já na cerimónia de entrega detroféus e medalhas, Manuel Camacho,membro da Direção do SBSI e em nomeda comissão organizadora (de que fa-zem também parte António Ramos, Ar-mando Pardal, Feiteira Lopes e José Vi-digal), reconheceu que na final estive-ram as melhores equipas e agradeceu ocontributo de todos, nomeadamente jo-gadores, árbitros e massagistas, para obom êxito da competição, acabando porfazer votos para que uma das duas equi-pas traga o título de campeão nacionalpara o Sul.

Falou depois Rui Riso, o presidente daDireção do Sindicato, que centrou a suaintervenção na atualidade sindical, cons-tatando que os sindicatos são atacadosem toda a Europa e que só poderão resistira esses ataques com mais sindicalizadose maior participação dos sócios, pelo queé um dever de todos os associados levarmais gente para o Sindicato.

Sobre os SAMS, Rui Riso salientou umaspeto importante, o da solidariedade nadoença, sobretudo nas doenças mais gra-ves e prolongadas, onde as comparticipa-ções dos SAMS do SBSI são seguramentemais abrangentes, tendo ainda destacadoque não serão tomadas medidas populis-tas que possam por em causa a sustenta-bilidade dos próprios SAMS.

As meias-finais

Para memória futura, falta referir que,nos jogos das meias-finais, realizados nopassado dia 21, o Uniteam bateu o ClubeGBES por 3-2, enquanto o Team FootActivoBank venceu os Banif, da Madeira,por 4-0.

TEXTO: RUI SANTOS

Muitas vezes, as soluções infor-máticas provocam perturba-ções nos serviços, que se reper-

cutem no atendimento aos beneficiáriose utentes mas, neste caso, verificou-seuma grande serenidade e compreensãode todos, que se regista com satisfa-ção.

O assimilar de conhecimento e denovos procedimentos é gradual, mas temsido notável o esforço dos profissionaisem não deixarem que os novos proces-sos afetem a qualidade dos serviçosprestados.

De modo a minimizar as naturaisdificuldades que ocorrem em qualquerprocesso de mudança desta natureza,foi criada uma equipa de suporte, cons-tituída por recursos internos e dos par-ceiros envolvidos neste processo, quetêm dado um apoio constante aos uti-lizadores do novo sistema.

Mais de 750 profissionais no Hospitaldos SAMS passaram a utilizar o "TrakCa-re" como principal ferramenta de tra-balho para registo da atividade pratica-da, distribuídos por várias categorias:médicos, enfermeiros, técnicos e pes-soal administrativo.

Pode perguntar-se o que se ganhoucom a mudança:

É uma aplicação com forte ênfase nodoente e no seu historial clínico;

Apresenta uma estrutura centrali-zada no doente, que constitui o pontobasilar de ligação entre todas as árease especialidades clínicas;

Congrega toda a informação refe-rente ao doente, suportando o registode informação em diversos formatos,designadamente texto e imagem, per-mitindo a minimização ou, até mesmo,a eliminação total do papel;

Tem a possibilidade de manusea-mento por diversos tipos de utilizado-res, médicos, enfermeiros, técnicos demeios complementares de diagnósticoe terapêutica e pessoal administrativo,possibilitando a estes a:

Gestão de marcações – planeamen-to de agendas e gestão dos respetivosrecursos;

Gestão de internamento e gestãode camas;

Gestão do bloco operatório – reser-va de intervenções cirúrgicas com ges-tão de salas; registo de técnica opera-tória; registo de consumos; integraçãocom o internamento;

Gestão de urgências – com admis-são de doentes e consequente triageme atribuição de grau de prioridade;

Gestão do laboratório – com inte-gração de todos os equipamentos exis-tentes nesta unidade;

Gestão da farmácia e a sua ligaçãocom todas as especialidades médicas dohospital;

Ligação com o sistema PACS (PictureArchiving and Communication System), paravisualização de exames da imagiologia.

Garantia de total segurança e con-fidencialidade dos dados, em função doperfil de cada tipo de utilizador.

O processo de implementação do"TrakCare" teve início nos postos deambulatório, centralizando-se nos re-gistos clínicos.

Recentemente, com a adoção nacio-nal da prescrição eletrónica de medica-mentos, todos os postos dos SAMS, emregime de ambulatório, passaram autilizar este sistema.

Com este novo passo, foi alargada autilização deste aplicativo a todas asvalências hospitalares, desde a enfer-magem a serviços transversais, como olaboratório, a farmácia hospitalar eimagiologia. É neste momento possí-vel, através de uma única plataforma,centrada no doente, consultar a suahistória clínica e visualizar os exames(imagens) realizados em diversos de-partamentos, através do sistema PACS.

Ainda durante este ano, será migra-do para a versão do "TrakCare" hospita-lar todo o arquivo clínico que tem sidoregistado na versão atualmente utili-zada em regime de ambulatório, cum-prindo-se assim o objetivo do Conselhode Gerência de, no âmbito da prestaçãode cuidados de saúde, ter uma platafor-ma clínica e administrativa única, cen-tralizada no doente, e utilizável emqualquer posto dos SAMS (hospital, cen-tro clínico e postos clínicos).

Este projeto permitirá aos SAMS teremmelhores condições para a prestação deserviços a todos os beneficiários/uten-tes e fornecer dados de gestão com me-lhor qualidade.

Nova aplicação informática com vantagenspara os doentes e para os serviços TEXTO: VICTOR FERREIRA

A implementação da soluçãode saúde "TrakCare"no Hospital dos SAMS foiiniciada com sucesso a 27de abril. O projeto, queestará totalmente concluídoainda este ano, permitiráaos SAMS terem melhorescondições para a prestaçãode serviços a todosos beneficiários/utentese fornecer dados de gestãocom melhor qualidade

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A fase de apuramento de Lisboa tevelugar em 31 de março, nas instala-ções da sede do Sindicato e contou

com a participação de 19 xadrezistas,tendo a vitória cabido a Manuel SilvaAlmeida, do BES, que ganhou todos osjogos que disputou.

Estas foram as classificações dos dozeprimeiros, que, por isso, garantiram a suapresença na final de Tomar: 1.º ManuelSilva Almeida (BES), 5 pontos; 2.º Arman-do Arranja (BPI) e Micael Santos (BCP),4,5; 4.º João Manuel Ferreira (CGD), JoãoPaulo Gama, Pracas Rebelo e Jorge FilipeNunes (todos do BPI), 3,5; 8.º Bruno Jivan(BES), Amador Lopes (BPI), José ManuelLopes (BCP) e José Sargento Pascoal (CGD),3; 12.º Carlos Alberto Andrade (BST), 2,5.

Na final de Tomar estarão ainda pre-sentes dois representantes de Setúbal e

Xadrez

Final do Sul e Ilhas no sábado, em TomarA 27.ª edição do campeonato

nacional interbancáriode xadrez já se aproxima

do seu final e irá culminarcom a realização das finaisregionais – estando a do Sul

e Ilhas marcada parao próximo fim de semana,

em Tomar, e a final nacional,a realizar em 27 e 28

de outubro, em Cantanhede três de Portalegre, enquanto as SecçõesRegionais de Faro, Portimão, Castelo Bran-co e Horta estarão representadas por umseu xadrezista. E também lá estará oatual campeão nacional, António Fernan-des, que ali vai defender o título ganho naedição anterior.

António Fernandesé mestrede xadrezdesde 2000

António Manuel de Almeida Fernandestrabalha no BPI e começou a jogar xadrezaos 7 anos de idade, com a ajuda de seupai, olímpico cinco vezes e representanteda seleção nacional. Logo nesse primeiroano, ganhou o primeiro torneio em queparticipou.

Torna-se inviável referir, numa publi-cação deste tipo, todo o brilhante rol de

participações e títulos conquistados peloAntónio Fernandes, na sua já longa car-reira de xadrezista, pelo que resumimosesse currículo a algumas breves notas.

Em 1971 ingressou no Benfica, ga-nhando o torneio de 3.ª categoria. E, noano seguinte, ascendeu à 1.ª categoria,tendo sido 2.º no campeonato nacional dejuniores e ganho um torneio juvenil emEspanha, após o que foi consideradomenino-prodígio.

Durante vários anos foi campeão nacio-nal de partidas rápidas, por equipas. E,em 1978, sagrou-se vice-campeão nacio-nal absoluto, com 16 anos, sendo o repre-sentante de Portugal no Mundial de Cade-tes, em Belfort (França).

Em 1980, foi – com 17 anos – o maisjovem campeão nacional absoluto e re-presentou Portugal nas Olimpíadas deLa Valleta (Malta), onde obteve a 1.ªnorma de Mestre FIDE, conquistando a2.ª no ano seguinte, em Cuba, e o títulodefinitivo de Mestre FIDE, depois reco-nhecido pela Federação Internacional damodalidade.

Em 1982, participa nas Olimpíadas deLucerna, ganha dois torneios em Luandae revalida o título de campeão nacional.No ano seguinte, obtém a 1.ª norma demestre internacional, para ver depoisreconhecido esse título pela FederaçãoInternacional, no Congresso em Graz (Áus-tria) onde foi considerado como uma das20 esperanças do xadrez mundial.

Em 1986, ganha o 1.º torneio de mes-tres de partidas semirrápidas, organiza-do pelo SBSI.

Em 1992, participa nas Olimpíadas deManila e obtém a 1.ª norma de GrandeMestre e a medalha de bronze do 2.ºtabuleiro, para além de ter sido o 6.ºclassificado na fase preliminar da Taçados Campeões Europeus, disputada emClichy (França).

Em 1996, vence dois torneios de bancá-rios, em representação do ex-BFB, e re-presenta Portugal no jogo com a China,em Macau.

Em 2001, obtém a 2.ª e a 3.ª norma deGrande Mestre e, no ano seguinte, foi-lhereconhecido, pela Federação Internacio-nal, o título de Grande Mestre Internacio-nal, no Congresso em Bled (Eslovénia).

Em 2010, volta a sagrar-se campeãobancário no Sul e Ilhas e a nível nacional,bem como vencedor da Taça Cuca, emLuanda.

Viagens- Quénia e Tanzânia, de 4 a 19 de setembro – preço por pessoa em duplo: €4.585.Todas as restantes viagens já não têm lugares disponíveis.

Apartamentos- Ainda existem vagas no Verão para os apartamentos que o Sindicato possui no Algarve

e em Islantilla, nos arredores de Huelva, no sul de Espanha.Para estas vagas e outras – noutras épocas do ano – os interessados devem contactar a

Secção Administrativa do SBSI e as reservas podem ser feitas de imediato. Para maisinformações, utilizar o telefone 213 216 021/22, o correio eletrónico [email protected] consultar a Revista de Férias e Lazer, disponível no sítio do Sindicato.

Para os sócios do SBSI – e dos outros Sindicatos da Febase – que ainda nãoplanearam as suas férias, o Sindicato continua com inscrições abertas nasseguintes atividades:

Vagas em viagens e apartamentos

Sabemos que a nossa população écada vez mais idosa, o que, se porum lado, demonstra uma melho-

ria da qualidade de vida das pessoas,por outro se traduz na manifestação depatologias próprias da idade avançada.

Do universo destas patologias desta-cam-se as demências (cada vez maispreocupantes), que se manifestam coma gradual perda de identidade da pes-soa como pessoa, trazendo grande so-frimento para o próprio e familiares,com implicações adjacentes graves(emocionais, económicas…).

Cerca de 72% dos idosos com demên-cia não estão diagnosticados – e paraaqueles aos quais já foi diagnosticadoum grau de demência, as soluções exis-tentes são escassas.

O SBN e a TrofaSenior estão atentos epreocupam-se com estas pessoas, fa-zendo um esforço, não só para informara população em geral mas tambémpara formar os profissionais de saúde,em ordem a que possam minimizar asimplicações destas patologias. Comefeito, estas instituições consideram aresponsabilidade social como uma priori-dade.

Assim, num esforço de melhoria cons-tante, serão realizadas na TrofaSenior -Clube Residencial Sénior, no próximodia 2 de junho, as primeiras jornadasgeriátricas TrofaSenior, subordinadasao tema "Demências".

O esforço do SBN na responsabilidade social

Estas jornadas vão realizar-se, pois,numa Instituição também dos bancários,que constitui uma referência nacionalnos cuidados a seniores e que se apre-senta como uma das melhores institui-ções nesta área.

Estarão presentes cerca de 120 médicosconvidados, das especialidades de clínicageral, medicina interna, psiquiatria e neu-rologia, a par de um painel de conferencis-tas e palestrantes de renome.

Serão feitas duas abordagens ao temado programa das jornadas: na vertentemédica, serão debatidas as demênciasdegenerativas (Alzheimer e outras) eas orgânicas, analisando as causas, odiagnóstico, a avaliação e a interven-

O Núcleo de Fotografia do SBN inaugurou, no passado dia 2, a exposiçãomensal do projeto "À moda do Porto", na galeria do Sindicato, na Rua Condede Vizela, 145. Nesta edição, Rui Manuel Costa apresenta o tema "Pontes doPorto", que estará patente até 6 de junho, às quartas e quintas-feiras, das15 às 17,30 horas.

Seguir-se-á, até 4 de julho, o tema "Lucernas", de Fernando Mário Castro.

ção; por outro lado, dois conferencistasabordarão temas relacionados com asdemências, na vertente de implicaçãosocial. Trata-se, assim, de uma inicia-tiva que, pelo conteúdo científico e pelonúmero de presenças, tem uma dimen-são nacional, contando na comissãoorganizativa com cinco médicos de re-ferência: Pedro Carvalho Silva (presi-dente), Jorge Pedrosa (diretor clínico),Edite Silva, Manuel Luciano Silva e Vito-rino Moreira, e com o administrador daTrofaSenior, Alfredo Gomes.

O objetivo do SBN e da TrofaSenior é,assim, o de contribuir, através destainiciativa, para um melhor entendimen-to daquelas patologias.

Pontes do Porto e lucernas"À moda do Porto"

Lucernas

TEXTOS: FRANCISCO JOSÉ OLIVEIRA

TEXTO: RUI SANTOS

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Notícias l Bancários Norte

No passado dia 24 de abril, cinquen-ta reformados, associados do Sin-dicato dos Bancários do Norte,

partiram de autocarro com destino aos"Picos da Europa".

O primeiro objetivo foi Congas deOnis, onde foi montada a base daexcursão. À passagem por Benaven-te, foi servido o primeiro repasto, queteve por base um dos pratos maistípicos das Astúrias, a "fabada".

Seguiu-se Ribadesella e Villavicio-sa, onde os participantes tiveramoportunidade de provar a célebre ci-dra da região.

O trajeto prosseguiu com a subidaao "Parque Nacional dos Picos da Eu-ropa", o destino, afinal, que todosambicionavam, começando por umavisita a Cueva, onde repousam osrestos mortais do rei Pelayo e se en-contra a imagem de Santina. A visitaà Basílica de Covadonga fez tambémparte do roteiro da viagem.

O regresso teve lugar no dia 27, comrepetição de uma refeição típica emBenavente.

À chegada ao Porto, era já evidentee manifesta, no semblante de todosos participantes, a saudade pela ca-

Adécima edição das comemora-ções do Dia do Reformado Bancá-rio realiza-se no próximo dia 26, em

Melgaço, por iniciativa da ComissãoSindical de Reformados, em sintoniacom a Direção do Sindicato, numa açãodirigida aos associados e seus agrega-dos familiares.

Os autocarros saem às 9h30 da CâmaraMunicipal do Porto, junto ao Capitólio,com destino a Melgaço, onde haverávisita livre, seguida de almoço. Às 17h30começará uma tarde de convívio e ani-mação, com a atuação de um "dj".

O pagamento poderá ser efetuadoem duas prestações mensais, em che-ques pré-datados e sucessivos, comdatas de 21 de maio e de 21 de junho,emitidos à ordem do SBN.

As inscrições são consideradas porordem de chegada e limitadas a 250pessoas e deverão ser efetuadas im-preterivelmente até 21 de maio, na loja

A17.ª caminhada do Sindicato dos Bancários doNorte realizou-se no passado dia 28. A iniciativa,destinada a sócios e familiares, foi do agrado geral

e contou com a presença de quarenta participantes,tendo o percurso sido iniciado no Centro de Estágios deMelgaço.

A partir do centro da vila, o percurso desenvolveu-se pelaencosta das Carvalhiças, através de arruamentos, cruzandoo regato Rio do Porto, na Ponte Pedrinha. Seguiu-se um troçoem que o trajeto coincidia com a Avenida 25 de Abril, queestabelece a ligação ao Centro de Estágios.

Chegado àquele ponto, o percurso continuou até atin-gir o pinhal, junto à área técnica das piscinas municipaisdescobertas, onde se iniciou um tramo de 150 metros,em caminho de terra e pedra.

Em Melgaço

SBN comemora Dia do Reformado Bancário

de atendimento, na Rua da Fábrica, 81,com os telefones 223 398 800/05/09/17, o fax 223 398 877 e o correio eletró-nico [email protected].

Melgaço é a região mais setentrionalde Portugal. É delimitado, a norte, pelo

"Põe-te a andar, pela tua saúde..."

Caminhada pelas marginais do rio Minho

rio Minho, que o separa de Espanha; aoeste, pelo concelho de Monção; a su-doeste, pelo concelho de Arcos de Val-devez (área do Parque Nacional daPeneda-Gerês); e pelos concelhos gale-gos de Entrimo, Verea, Quintela de Lei-rado, Padrenda, Creciente e Arbo.

Possui três fronteiras com acessos deligação à Galiza: em S. Gregório, nafreguesia de Cristoval, a nove quilóme-tros da vila de Melgaço, ligando à povoa-ção de Puente Barjas; na Ameijoeira,em Castro Laboreiro, faz ligação à po-voação de Entrimo; em S. Marcos, nafreguesia de Paderne, no lugar do Peso,onde existe a ponte internacional queliga à povoação de Arbo, a dez quilóme-tros da autoestrada das Rias Baixas,que liga Vigo a Ourense.

As terras de Melgaço abrangem, natotalidade, uma superfície de 232 qui-lómetros quadrados, integradas noagrupamento do Minho, do distrito deViana do Castelo. As dezoito freguesiasdistribuem-se por zonas de planalto eribeira, nas encostas do rio Minho: Al-varedo, Castro Laboreiro, Chaviães,Cousso, Cristoval, Cubalhão, Fiães,Gave, Lamas de Mouro, Paços, Paderne,Parada do Monte, Penso, Prado, Re-mões, Roussas, S. Paio e Vila.

O Rio Minho – Miño, em galego – éinternacional, nasce na serra de Meira,na Galiza, e desagua no Oceano Atlân-tico, a norte de Caminha. Percorre Lugo,Ourense, Melgaço, Monção, Tui, Valen-ça, Vila Nova de Cerveira e Caminha.Serve de fronteira entre Portugal e Es-panha. Tem vários afluentes, entre eles,na margem portuguesa, o Mouro, oGadanha e o Coura.

Reformados nos "Picos da Europa" TEXTO: FIRMINO MARQUES

maradagem, convívio e bons tempospassados, que foram apanágio duran-te os quatro dias passados por terrasde Espanha.

Atendendo a que muitos foram osassociados que manifestaram a von-

tade de fazer esta viagem, que acaba-ram por não fazer, apenas por limita-ção de lugares, a Direção do SBN, coma colaboração da Comissão Sindicalde Reformados, está já a pensar repe-tir a iniciativa.

De seguida, o trilho seguiu sobre o trajeto de uma antiga levada de água, atualmentedesativada, através de um passadiço em madeira, com cerca de 1500 metros de comprimen-to e 1,2 de largura, que se desenvolve na encosta do rio Minho e que permite apreciar asmagníficas vistas sobre o património natural e aquele curso de água e sua envolvente direta,terminando numa área de lazer, seguindo o trilho, na mesma encosta, até ao Centro Hípicode Melgaço, através de caminho em saibro.

A partir daí, o trilho descia até à Veiga de Remoães, atravessando aquela zona agrícolaaté à entrada norte das Termas do Peso, pela zona da Folia, onde termina.

A próxima caminhada, "Põe-te a andar pela tua saúde…" terá lugar em 30 de junho, portrilhos das terras de Baião.

Errata

Pesca

Manuel Silva Oliveira é campeão regional de mar

Terminou o 33.º campeonato regio-nal de pesca de mar, que contoucom a presença de quarenta associa-

dos do Sindicato dos Bancários do Norte.Após a terceira e última prova, fica-

ram classificados nos primeiros três

lugares Manuel Silva Oliveira (BES),Augusto Antunes Vieira (BCP) e AbílioLemos Bastos (MG).

A final nacional está prevista para 6de outubro, em Porto Covo, onde o SBNserá representado pelos 15 melhores

classificados no torneio regional. En-tretanto, encontram-se a decorrer oscampeonatos regionais de bowling,futsal, karting, king, pesca de rio, sur-fcasting, snooker e tiro.

O primeiro parágrafo da notícia intitulada"Comissão Permanente aprova Relatório e Con-tas", publicada na página 20 da Revista Febase domês transato, apresentava um lapso, que nosapressamos a corrigir. Na circunstância, o textocorreto é o seguinte: "A Comissão Permanente doConselho Geral, reunida em 30 de março, aprovoupor unanimidade o Relatório e as Contas referen-tes ao exercício de 2011 e reprovou o parecer doConselho Fiscalizador de Contas".

Do lapso pedimos desculpa aos nossos leitores.

TEXTOS: FRANCISCO JOSÉ OLIVEIRA

TEXTO: FRANCISCO JOSÉ OLIVEIRA

Melgaço

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Notícias l Bancários CentroBancários Centro

SBC é benemérito da Associação Humanitáriados Bombeiros Voluntários de Coimbra

Notícias l Bancários Centro

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A atravessar uma grave crise, pro-vavelmente a maior da sua longaexistência, a Associação Humanitá-

ria dos Bombeiros Voluntários de Coimbra(AHBVC), através do seu Presidente, Dr.João Silva, fez um repto a todas as forçasvivas da cidade, no sentido de garantir asua sustentabilidade.

O apelo à solidariedade foi dirigido atoda a população da cidade, tendo emconta que a questão da sustentabilidadeé um problema muito difícil de resolver,tanto mais que a Associação se encontra,neste momento, a perder muitos sóciose os beneméritos têm diminuído subs-tancialmente.

O SBC respondeu afirmativamente aoapelo e, por deliberação da AssembleiaGeral da AHBVC, realizada em 3 de abril,foi deliberado atribuir a categoria deSócio Benemérito ao SBC.

Em conformidade com os estatutosdo SBC e a requerimento da Dire-ção, foi convocada uma sessão do

Conselho Geral do Sindicato dos Ban-cários do Centro, que teve lugar em 12 deabril, com uma Ordem de Trabalhos mui-to importante, ou não constasse dela aapresentação, discussão e votação doRelatório e Contas, referente ao ano de2011 – Ação Sindical, SAMS-Regime Gerale SAMS-Regime Especial.

No período fora da Ordem de Traba-lhos, alguns conselheiros interpelarama Direção sobre o recente Acordo deConcertação Social, assinado pela UGT,que mereceu alguns reparos, conside-rando alguns conselheiros que se tra-

Aatual conjuntura socioeconómicae uma parceria estabelecida em2010 com o Instituto de Psicologia

Cognitiva, Desenvolvimento Vocacionale Social da Universidade de Coimbra/Fundação para a Ciência e a Tecnologia(IPCDVS-UC/FCT) levaram a UGT Coimbraa criar um Gabinete de Aconselhamentoao Desempregado (GAD).

Tendo em mente o quadro de crescenteimprevisibilidade que se tem desenha-do, não só no mercado de trabalho masem todas as áreas da sociedade, a inter-venção na área do desemprego exige umconhecimento sólido, simultaneamenteteórico e prático, no sentido da elabora-ção de estratégias de ação, capazes deassegurar a participação efetiva de todosos cidadãos na comunidade. A experiên-cia de desemprego (e associadas), emtoda a sua multiplicidade e heterogenei-dade, afeta indivíduos e famílias comrecursos e características muito diversi-ficadas e, como tal, não pode ser conce-tualizada de forma única. Exige uma açãointegral, onde as necessidades, as dificul-dades e as expetativas dos indivíduosdevem ser alvo de uma intervenção in-

Conselho Geral sob o signo da unanimidadeNa sua última sessão,

o Conselho Geraldo Sindicato dos Bancários

do Centro aprovou as contasde 2011, por unanimidade

tou de um mau acordo. Também o Sin-dicato único para os bancários estevena ordem do dia, sendo a Direção inter-pelada sobre a evolução que este as-sunto tem tido, quer no seio da Febasequer no próprio SBC, tendo sido elenca-das as vantagens que daí poderiameventualmente ocorrer.

Os conselheiros foram informadospelo Coordenador da sindicalização detodo o trabalho desenvolvido nestesetor, nomeadamente as diligênciasjunto do Barclays e do BPN, os proble-mas da CGD, do Montepio Geral e doIfap. Também as portarias de extensãoforam objeto de referência e foramapontadas como um não cumprimentopor parte do governo do Acordo assina-do pela UGT.

Foi ainda o CG informado sobre todasas atividades desenvolvidas pelo De-partamento dos Tempos Livres, desta-cando-se uma forte adesão de associa-dos e familiares.

O ponto deveras mais importante -aprovação das Contas de 2011 – foilargamente dissecado pela tesoureira,

Helena Carvalheiro, que fez uma expo-sição não muito longa mas muito eficaze pertinente de todas as incidênciascontabilísticas dos três setores em quea contabilidade do Sindicato se divide –Setor Sindical, SAMS-Regime Geral eSAMS-Regime Especial. Da sua exposi-ção resultou que, quer as receitas queras despesas, têm tido uma evoluçãoconsentânea com a realidade atual e noestrito interesse do SBC, pelo que foisem surpresa que a votação final mere-ceu total consenso dos presentes, sal-dando-se a votação por uma unanimi-dade e mesmo aclamação.

Também foi deliberado delegar naFebase os poderes necessários para aoutorga do Acordo de Empresa do BPNe seu envio para publicação, delibera-ção que, tal como a anterior, foi apro-vada por unanimidade.

Finalmente o CG deliberou, unanime-mente, delegar nos órgãos da Febase adenúncia, negociação e outorga das pro-postas de revisão das tabelas salariaispara 2012, de todas as convenções de queo SBC e a Febase são subscritores.

A entrega do diploma teve lugar nasessão solene comemorativa dos 123anos daquela Associação, que teve lugarem 15 de abril, no salão nobre dos Bom-beiros e para a qual o SBC fez deslocaruma empenhada delegação, chefiada peloseu Presidente, Carlos Silva, e pelo Presi-

dente da Mesa da AG/CG, Freitas Simões.Tratou-se de um ato de reconhecimen-

to pelo apoio e colaboração prestada,sendo que esta colaboração ainda sepode alargar a outros domínios, nomea-damente no campo da saúde que, por ora,ainda não se encontram definidos.

UGT Coimbra: crise e desemprego motivamcriação de gabinete de aconselhamento

terdisciplinar. E o GAD conta já com pro-fissionais da psicologia do serviçosocial e da sociologia.

Assim, o GAD traçou como objetivosfundamentais: capacitar os indivíduos,de modo a que estes possam assegurarmais eficazmente a sua sobrevivência ecidadania, traduzindo-se na capacidadede obter, utilizar e desenvolver recursos;favorecer o recurso a estruturas formais,que possam dar resposta às suas neces-sidades, materiais e imateriais; ajudarna tomada de decisões, abrangendo in-formações objetivas que possibilitemuma melhor utilização dos recursos

pessoais e ambientais; desenvolvercomportamentos, que possibilitem àspessoas estabelecer relações próximascom outros no seu meio ambiente e queconduzam ao crescimento e realizaçãopessoal, olhando não apenas para asfragilidades mas, igualmente, para for-ças e que possibilitem que estas façameficazmente face a novas situações; con-tribuir para a mudança, a nível social, depolíticas e regras de funcionamento dasinstituições.

Esta é, em nossa opinião, uma claraboa prática de articulação entre a ciênciae a sociedade.

TEXTOS: SEQUEIRA MENDES

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Notícias l STAS - Actividade SeguradoraSTA

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Bancários Centro

Peniche abriu as portas para a segun-da etapa do campeonato regionalde pesca de mar do Sindicato dos

Bancários do Centro, depois da provainicial na Nazaré, onde o peixe abundou.

Esperava-se mais uma boa jornadaem Peniche, onde as tainhas costumamser generosas, juntamente com as sa-lemas de bom porte, alguns sargos eum ou outro robalo… mas, desta vez, a"coisa" não correu bem assim.

De facto a madrugada de 21 de abrilnão seria muito favorável para os par-ticipantes; e senão vejamos: mar gran-de a norte e um noroeste que não pro-metia nada de bom, um mar muito sujoa sul, carregado de limo, a impedir apesca. A juntar a este mar de lágrimas,uma borrasca ajudava a arrefecer osânimos.

Resumindo, mais um belo dia para aprática da pesca. Mas, como o pescadornasceu para sofrer, lá se iniciou a provapelas 9 horas, tendo tido o seu termoquatro horas depois.

Os participantes dividiram-se em trêssetores: a famosa Papoa, o Cabo e o Alto da

Onosso crónico endividamento ex-terno, fruto de dependências ex-ternas na área dos combustíveis

fósseis, bens de consumo primário e depolíticas erradas prosseguidas pelossucessivos governos, aquando da nos-sa adesão à CEE, de destruição da nossaagricultura e das nossas pescas, seto-res vitais para a nossa subsistênciaalimentar, para além da emergência deum clima de subsidiodependência emrelação aos fundos estruturais vindosda Europa comunitária, que pouco con-tribuíram para um desenvolvimentoduradouro e sustentado do País, comohoje se constata.

O sindicalismo, como elemento char-neira do sistema produtivo, também foiafetado por esta onda de euforia, coma criação, nalguns setores de atividade,por motivos puramente partidários, dealguns sindicatos que vieram disputaro terreno dos existentes. Infelizmente,foram poucos os que tiveram sucesso eo mundo sindical foi-se "empobrecen-do", na sua capacidade de intervençãoe credibilidade.

Outros, por motivos de uma acervadependência ideológica, enveredarampelo desencadear do conflito pelo con-flito e têm vindo a utilizar e a banalizara última arma a que o sindicalismodeve deitar mão, quando se fechamtodas as portas do diálogo, da negocia-ção e da concertação social em demo-cracia, que é a greve.

Para além da destruição da existên-cia de um desejável clima de confiançaentre representantes dos empregado-

Pesca

Mário Veríssimo vence no mar de Peniche

Vela. Se na Papoa o vento era intenso, noCabo Carvoeiro o limo abundava. No Alto daVela as condições eram mais propícias maso peixe era escasso. Com o evoluir da marée com o engodar persistente, lá se conse-guiram enganar alguns peixes e até mesmoo sol deu um ar da sua graça.

Desportivamente, não houve gran-des surpresas, com a vitória a sorrir ao"local" Mário Veríssimo, que realizouboas capturas de salemas e tainhas.

Na soma das duas provas, a classifi-cação ainda aparecia um pouco bara-

Em boa hora aderiÀ viagem programadaPelos momentos que viviEstá mais do que justificada.

As caves já eu as conheciaDe viagens anterioresDo museu nada sabiaDa dimensão e valores.

Ao descer às entranhasPenetro nas galeriasNão vejo teias de aranhaDe garrafas, estão vazias.

Encontro no seu lugarA arte e a naturezaColeções de encantarPeças de rara beleza.

No setor dos mineraisDe apreciáveis dimensõesDestaque para os cristaisDas mais díspares regiões.

Os reinos da naturezaAli estão representadosExtraordinária riquezaNa área dos fossilizados.

A arte etnográfica africanaCom vasta representaçãoE a cerâmica caldenseCom artigos de eleição.

Um espaço para a arqueologiaDe tempos bem recuadosE painéis de azulejariaDos nossos antepassados.

Por fim a enologiaEspumante a depurarCascos em simetriaAguardente a estagiar.

Começámos a brindarJunto à mesa das entradasE na sala de jantarAté se ouviram baladas.

Nos rostos a satisfaçãoDum convívio salutarE no prato o leitãoE a cabidela a fumegar.

Com o almoço a findarNo agradável recantoO grupo despede-se a cantar"Coimbra tem mais encanto…".

O Secretariado da Secção Regional de Coimbra do SBC levou a efeitouma visita com almoço, às Caves Aliança, seguido de uma visita aoAliança Underground Museum tendo proporcionado a todos os visi-tantes momentos de grande satisfação, assim retratados, poetica-mente, pelo nosso associado Manuel Pato, reformado do ex-BancoTotta e Açores:

Visita às Caves Aliança

lhada, à entrada para a terceira e últi-ma prova, realizada na Figueira da Foz,no passado dia 5 e da qual daremosnotícia no próximo número mas quedeve ter desfeito todas as dúvidas, bemcomo apurado os dez primeiros classi-ficados, que representarão o SBC nafinal nacional, a disputar em Sines.

Após as pesagens e classificações,realizou-se o tradicional piquenique,onde as capturas abundaram, como éda praxe, no seio de um grande compa-nheirismo e desportivismo. res e dos trabalhadores, os prejuízos

materiais estão a ser incalculáveis parao elo mais fraco da cadeia produtiva –os trabalhadores por conta de outrem –a tal ponto que um dirigente sindical dosetor dos transportes veio afirmar, paraa comunicação social, na última grevegeral de 22 de março, a propósito dehaver trabalhadores que não aderiram,que um dos principais motivos da suanão adesão era a de que os seus orça-mentos familiares já não comporta-vam mais perdas de vencimento.

De todo o modo, passados oito dias,foi convocada mais uma greve numaempresa desse setor.

Devemos então questionar-nos o quese pretende sindicalmente com estetipo de atuações? Prejudicar os traba-lhadores que já pagaram os seus passesmensais, muitas vezes com que sacri-fício para os seus orçamentos familia-res também?

Perante este estado de coisas é ur-gente que o sindicalismo crie novospostulados para ser considerado credí-vel, não pela via da conflitualidadeextrema, mas através da assunção dassuas responsabilidades de contribuir,cada vez mais, para a sua própria rees-truturação e emancipação em relaçãoàs influências de qualquer quadro par-

tidário, devolvendo-o à sua ideologiafundacional de utilizar a luta para amelhoria das condições materiais, cul-turais e sociais dos trabalhadores e,sobretudo, perceber se os vários seto-res de atividade onde exerce a suainfluência têm capacidades económi-cas e financeiras para suportar deter-minado tipo de reivindicações.

O desejável é isto e não é nenhumanovidade para quem se preocupa e temdedicado grande parte da sua vida arefletir sobre o movimento sindical,como outros também o têm vindo afazer e a propor, pelo que tomamos aliberdade de aqui reproduzir três possí-veis postulados, que se reputam deextrema importância para o movimen-to sindical português, de que se deve:

REESTRUTURAR: conhecendo e cara-terizando o atual estado da organiza-ção sindical; adequando-a às necessi-dades de intervenção nos atuais con-textos e em função das prioridades deação definidas;

FORTALECER: sindicalizando mais tra-balhadores; elegendo mais delegadossindicais nas empresas; recrutando eformando mais quadros sindicais; ge-rindo melhor os meios materiais e hu-manos disponíveis; definindo orienta-ções, propostas e formas de participa-

A importância e o momento atualdo sindicalismo em Portugal

TEXTOS: LUÍS DIAS

Vivem-se momentosconturbados no mundo

do trabalho em Portugal, ondeo espectro do desempregoestá a atingir mais de 15%

dos trabalhadores portugueses,sendo a mais elevada taxa

de desempregopós-25 de abril

TEXTO: PEDRO VEIGA

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STAS-A

ctividad

e Seguradora

Notícias l STAS - Actividade Seguradora

ção que mobilizem os trabalhadoresem torno dos objetivos definidos e cre-díveis;

INOVAR: encontrando novas formasde ação e organização mais técnicaspara as novas situações, aprofundandoexperiências e parcerias. Inovar serátambém introduzir na organização e naluta os novos meios tecnológicos e co-nhecimentos científicos, logo que aces-síveis, em particular os meios de comu-nicação e informação.

É um desafio muito interessante paraas novas gerações de sindicalistas derecentrarem toda a ação sindical futuradas suas organizações de classe a partirdestes três possíveis postulados, tendoem conta que os sindicatos são, porenquanto e ainda em Portugal, a baseda pirâmide e o centro nevrálgico daorganização sindical, onde os trabalha-dores estão filiados e participam, nasua ligação e intervenção direta com ostrabalhadores nos locais de trabalho eno seu apoio individualizado, designa-damente nas causas sindicais.

Por outro lado, as confederações, asfederações e as uniões são associaçõesde sindicatos, onde estes confluem, emformas superiores de unidade e de so-lidariedade, nacional, setorial e regio-

nal, e geram as condições para alargaro âmbito da luta e dos objetivos de açãodos trabalhadores, integrando-se comoprincipal força social, no movimento detransformação do presente e de cons-trução do futuro.

Todas estas previsíveis alteraçõesobjetivas e subjetivas, de naturezamuito complexa e que se têm vindo adesencadear a uma velocidade semprecedentes, não deverão, sob qual-quer pretexto ou decisão exterior aomovimento sindical, pôr em causa asquestões centrais, os valores, os prin-cípios, os problemas e objetivos sindi-cais, em redor dos quais os sindicatosforam criados, se desenvolveram e de-senvolvem, devem continuar a ser con-siderados como direitos inalienáveisdos trabalhadores, em democracia,como:

• o direito ao trabalho, ao salário e àsegurança e estabilidade no emprego;

• o horário de trabalho que concilie avida profissional com a familiar;

• a proteção social no desemprego,na doença e na velhice;

• a dignificação do trabalho e da pro-fissão;

• a solidariedade e a entreajuda entreos trabalhadores e entre estes e as

outras camadas sociais mais desfavo-recidas da população;

• o combate à discriminação, à explo-ração e à opressão;

• a luta pela justiça social e pelatransformação da sociedade numa so-ciedade de progresso, de liberdade, dedemocracia e de paz;

• a repartição equilibrada da riquezaproduzida;

•o antagonismo de interesses e a lutade classes que lhes são inerentes;

• a participação ativa na vida políti-ca, económica, cultural e social do País;

• o livre direito à sindicalização e aoexercício das funções sindicais.

É nesta conjuntura de crise profunda,onde tudo de menos bom parece estara acontecer aos trabalhadores portu-gueses, que o movimento sindical deverefletir, séria e empenhadamente, so-bre que contribuições possíveis podedar para ajudar o País a ultrapassar asdificuldades do momento, sem grandesconflitos laborais no nosso já de si pe-riclitante sistema produtivo, fazendouso do princípio que lhe é tão caro "dasolidariedade e da entreajuda entre ostrabalhadores e entre estes e as outrascamadas sociais mais desfavorecidasda população".

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