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www.cers.com.br TECNICO CNMP NOÇOES DE DIREITO ADMINISTRATIVO ROMOALDO GOULART 1 Aula 4 - Licitações e Contratos: Licitações e Contratos (Lei nº 8.666, de 21 de junho 1993). Pregão (Lei n° 10.520, de 17 de julho de 2002 e alterações posteriores e Decreto n° 5.450, de 31 de maio de 2005). Sistema de Registro de Preços (Decreto n° 7.892, de 23 de janeiro de 2013). LICITAÇÕES E CONTRATOS Licitação, no serviço público é o procedimento pelo qual a administração se utiliza a fim de realizar os seus contratos para contratação de serviços, alienação de bens, compras, vendas e outros atos semelhantes, tais como convênio, consórcio, etc. Então a primeira observação é que a licitação é um procedimento administrativo, porque é uma série de atos tendentes a um resultado final, que é justamente a contratação no serviço público. A licitação visa a dar oportunidade para todos, princípio da igualdade. A finalidade da licitação é dupla, visando não somente a melhor proposta para o serviço público, como também a oportunidade igual para todos participarem da contratação junto à administração pública, ou seja, qualquer um que cumpra os requisitos da lei pode contratar com a administração pública. Cuidado: Quando disser competência para legislar sobre licitações é exclusivo da União. Isso está errado, pois tanto a União, quanto os Estados e os Municípios têm competência para legislar sobre licitação. Ex. Se a União legislar sobre aspectos gerais de licitação, essa tem competência para tratar de normas gerais. Agora se o município legisla sobre aspectos específicos, que só será aplicado aquele município, que não ofenda as normas gerais, o município tem competência para legislar. Se for a União aplicando uma lei especifica, essa lei será federal e só irá valer para a União. - Princípios aplicados às licitações. São eles: legalidade, impessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade, eficiência e probidade administrativa (esses são princípios gerais da administração pública), competitividade, vinculação ao instrumento convocatório, julgamento objetivo e adjudicação compulsória. a) Principio da legalidade A legalidade diz que deve ser o procedimento previsto em lei, porque em licitação não se cria nada que não esteja especificado em lei, é estritamente o especificado na norma. Essa norma é, além da 8.666, o edital que é a norma específica, que deve ser condizente com a lei 8.666. Não haverá nulidade sem prejuízos, ou seja, para que seja anulado determinado ato, tem que efetivamente ter causado prejuízo. A mera alegação de nulidade sem prejuízo não atende ao fim público. b) Principio da Impessoalidade Esse princípio diz que a administração pública não pode visar pessoa especifica, ou seja, a administração pública ao contratar não pode querer contratar com uma específica, apenas com o objetivo de beneficiar alguém. Lembrar que atos administrativos são atos da administração e não atos do administrador. c) Princípio da Moralidade A moralidade do serviço público, não é a moralidade comum, mas sim a moralidade somada à legalidade, ou seja, é a noção que o administrador tem daquilo que é justo, daquilo que é honesto somado ao que está previsto na lei. Por isso, se diz que no serviço público não basta ser justo, tem que ser legal. d) Princípio da Igualdade.

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    TECNICO CNMP NOOES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

    ROMOALDO GOULART

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    Aula 4 - Licitaes e Contratos: Licitaes e

    Contratos (Lei n 8.666, de 21 de junho 1993).

    Prego (Lei n 10.520, de 17 de julho de 2002 e

    alteraes posteriores e Decreto n 5.450, de 31

    de maio de 2005). Sistema de Registro de

    Preos (Decreto n 7.892, de 23 de janeiro de

    2013).

    LICITAES E CONTRATOS

    Licitao, no servio pblico o procedimento

    pelo qual a administrao se utiliza a fim de

    realizar os seus contratos para contratao de

    servios, alienao de bens, compras, vendas e

    outros atos semelhantes, tais como convnio,

    consrcio, etc.

    Ento a primeira observao que a licitao

    um procedimento administrativo, porque uma

    srie de atos tendentes a um resultado final, que

    justamente a contratao no servio pblico.

    A licitao visa a dar oportunidade para todos,

    princpio da igualdade. A finalidade da licitao

    dupla, visando no somente a melhor proposta

    para o servio pblico, como tambm a

    oportunidade igual para todos participarem da

    contratao junto administrao pblica, ou

    seja, qualquer um que cumpra os requisitos da

    lei pode contratar com a administrao pblica.

    Cuidado: Quando disser competncia para

    legislar sobre licitaes exclusivo da Unio.

    Isso est errado, pois tanto a Unio, quanto os

    Estados e os Municpios tm competncia para

    legislar sobre licitao.

    Ex. Se a Unio legislar sobre aspectos gerais de

    licitao, essa tem competncia para tratar de

    normas gerais. Agora se o municpio legisla

    sobre aspectos especficos, que s ser

    aplicado aquele municpio, que no ofenda as

    normas gerais, o municpio tem competncia

    para legislar.

    Se for a Unio aplicando uma lei especifica,

    essa lei ser federal e s ir valer para a Unio.

    - Princpios aplicados s licitaes.

    So eles: legalidade, impessoalidade,

    moralidade, igualdade, publicidade, eficincia e

    probidade administrativa (esses so princpios

    gerais da administrao pblica),

    competitividade, vinculao ao instrumento

    convocatrio, julgamento objetivo e adjudicao

    compulsria.

    a) Principio da legalidade

    A legalidade diz que deve ser o procedimento

    previsto em lei, porque em licitao no se cria

    nada que no esteja especificado em lei,

    estritamente o especificado na norma. Essa

    norma , alm da 8.666, o edital que a norma

    especfica, que deve ser condizente com a lei

    8.666.

    No haver nulidade sem prejuzos, ou seja,

    para que seja anulado determinado ato, tem que

    efetivamente ter causado prejuzo. A mera

    alegao de nulidade sem prejuzo no atende

    ao fim pblico.

    b) Principio da Impessoalidade

    Esse princpio diz que a administrao pblica

    no pode visar pessoa especifica, ou seja, a

    administrao pblica ao contratar no pode

    querer contratar com uma especfica, apenas

    com o objetivo de beneficiar algum.

    Lembrar que atos administrativos so atos da

    administrao e no atos do administrador.

    c) Princpio da Moralidade

    A moralidade do servio pblico, no a

    moralidade comum, mas sim a moralidade

    somada legalidade, ou seja, a noo que o

    administrador tem daquilo que justo, daquilo

    que honesto somado ao que est previsto na

    lei.

    Por isso, se diz que no servio pblico no basta

    ser justo, tem que ser legal.

    d) Princpio da Igualdade.

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    A igualdade est dentro da finalidade especifica

    da licitao, que deve dar oportunidade a todos

    de participar dos atos licitatrios.

    Lembrando que a igualdade no significa dizer

    tratar absolutamente igual, mas sim tratar iguais

    como iguais e desiguais como desiguais.

    e) Princpios da Publicidade.

    Esse princpio repetido vrias vezes em

    licitaes porque todo o procedimento licitatrio

    deve ser pblico.

    Logo, pblico, na forma que a lei prever. a

    publicidade legal, no significa, claro, dizer

    que deve constar tudo em Dirio Oficial como

    muitos acham.

    Observao: No h que se falar em licitao

    sigilosa, ou seja, a proposta sigilosa at

    determinado momento, pois chega a um

    determinado momento em que a mesma ser

    pblica.

    f) Princpio da Probidade Administrativa.

    Esse princpio reflete a questo do

    administrador, que responde perante o art. 37,

    4 da CF os atos de improbidade

    administrativa importaro a suspenso dos

    direitos polticos, a perda da funo pblica, a

    indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao

    errio, na forma e gradao previstas em lei,

    sem prejuzos da ao penal cabvel.

    A lei 8429/92 fala que so atos de improbidade

    administrativa os atos que causam

    enriquecimento ilcito, causem prejuzo ao errio

    ou que ofendam a um dos princpios aplicados

    administrao pblica art. 9, 10 e 11.

    No princpio da moralidade est inserido o

    princpio da Probidade, porque probidade

    chamada moral qualificada em concurso

    pblico. Em razo de prev pena, em caso de

    ato imoral praticado pelo administrador.

    A improbidade administrativa ocorre

    independentemente de haver dano

    administrao. Pratica a improbidade qualquer

    pessoa ainda que indiretamente tenha se

    beneficiado do ato, seja agente pblico no

    sentido restrito ou no.

    g) Princpio do julgamento objetivo.

    Nas fases da licitao: formou-se a comisso, a

    comisso elaborou o edital, lanou o edital,

    apareceram interessados que apresentaram

    propostas, as propostas foram abertas e agora

    haver o julgamento.

    Esse julgamento tem que ser objetivo, no pode

    haver o julgamento subjetivo e as regras

    colocadas no edital tm que ser objetivas. A

    diferena entre requisitos objetivos e subjetivos

    que o objetivo qualquer pessoa tem condies

    de avaliar se o licitante tem ou no aquele

    requisito (ex. o requisito que no tenha dbitos

    com a fazenda pblica estadual e municipal,

    trata-se de um requisito objetivo, pois o licitante

    ao apresentar a certido negativa cumpre o

    requisito, no h mero juzo de valor) e o

    julgamento subjetivo aquele que h a

    necessidade de juzo de valor.

    h) Princpio da Vinculao do Instrumento

    Convocatrio.

    o edital, a lei interna de licitao, tem-se que

    obedecer todas as normas traadas no edital.

    Se algum no concordar com determinadas

    normas do edital, tem que tentar impugnar o

    edital, levantando tal contradio.

    - Questo do fracionamento.

    Ao se determinar o objeto e os valores que

    aplicaremos a modalidade certa da licitao.

    Alguns administradores fracionam para burlar

    as modalidades corretas a ser aplicadas. Isso

    vedado pela lei.

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    Dentro dessa questo da contratao de

    licitao, h uma, figura chamada de registro de

    preo. No cenrio federal, h o chamado

    registro de preo. No cenrio federal, h

    chamado registro SICAF, que o registro onde

    consta os fornecedores que esto habilitados

    contratar com o servio pblico.

    SICAF Sistema de Cadastros de

    Fornecedores.

    - Contratao Indireta.

    Existem dois tipos de contrataes:

    (contrataes indiretas e contrataes diretas).

    A contratao indireta aquela que se realiza

    com licitao via processo licitatrio

    propriamente dito.

    A contratao direta a que se realiza sem

    procedimento tradicional de licitao. Trata-se

    de licitao dispensada, dispensvel e licitao

    inexigvel. So as trs categorias.

    A licitao dispensada a que a lei estabelece

    que no haver licitao (art. 17 8.666) .

    A licitao dispensvel a que a lei diz que

    poder ser dispensada a critrio do

    administrador (art. 24 8.666).

    A dispensada vinculada, obriga a no realizar

    a licitao e a dispensvel deixa a critrio do

    administrador decidir (art. 24 - 8.666), sendo

    esta discricionria.

    Na licitao inexigvel no h a possibilidade de

    licitar (art. 25 8.666).

    Questo: Em caso de guerra, se precisar

    comprar algo comum, a licitao ser

    dispensada, dispensvel ou inexigvel?

    dispensvel, pois h mais de um fabricante.

    Agora se tratar de um produto que no tenha

    outro fabricante, ou seja, fabricante exclusivo, a

    licitao ser inexigvel.

    Art. 25 inexigvel a licitao quando houver

    inviabilidade de competio, em especial. Esse

    artigo exemplificativo e no taxativo como na

    dispensvel, porque ele d exemplos no art. 25

    como que inexigvel.

    Tanto na licitao dispensada, quanto na

    licitao dispensvel a licitao vivel, mas na

    inexigvel a licitao no vivel.

    A licitao dispensada a menos explorada em

    concursos.

    Na prpria lei, no art. 17, coloca as situaes de

    licitao dispensada.

    Prestar ateno ao art. 24, I para obras e

    servios de engenharia de valor at 10% do

    limite previsto da modalidade convite. No art. 23

    diz o limite para modalidades convite tomada de

    preo e concorrncia, havendo um limite para

    obras e servios de engenharia e um limite para

    compras e servios no referidos. Nestes casos,

    a licitao dispensvel.

    Essa modalidade tem-se utilizado muito no

    servio pblico, porque o processo licitatrio

    demorado, requer muita dedicao.

    LICITAO FRACASSADA E LICITAO

    DESERTA

    Muitas vezes, h licitao em que no aparece

    nenhum licitante ou aparecem, mas so todos

    inabilitados. Na licitao fracassada, aparece o

    interessado, mas nenhum foi habilitado e na

    licitao deserta no aparece ningum.

    A habilitao uma das fases do procedimento.

    (ex. no apresentar certido negativa de dbito

    com a faz. Municipal, h uma inabilitao para

    tal licitao).

    No caso da licitao deserta, a administrao

    pblica pode realizar uma nova licitao ou j

    fazer a contratao direta.

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    No caso da licitao fracassada, a comisso

    abre um prazo de oito dias para nova

    habilitao. Se nesse prazo no se habilitarem,

    a administrao pode fazer a contratao direta.

    Veja os arts. 48.3 e art. 24, VII.

    Importante: Na licitao dispensvel e na

    licitao inexigvel tem-se sempre que

    fundamentar, na forma do art. 26, da lei

    8.666/93.

    Obs.: O art. 25 fala dos servios tcnicos

    especializados enumerados no art. 13, com

    profissionais, ou empresas de notria

    especializao, em que haver a inexigibilidade

    vedada a inexigibilidade para servios de

    publicidade e divulgao.

    - Modalidades de licitao

    Como modalidades de licitao, ns temos a

    concorrncia, a tomada de preo, o convite, o

    concurso, o leilo e a mais nova modalidade que

    o prego.

    Questo: So modalidades de licitao da lei

    8.666: a concorrncia, a TP, o convite, o leilo,

    o concurso e o Prego. V ou F? Cuidado: Tipos

    de licitao x modalidade de licitao, pois tipo

    de licitao onde vai haver o julgamento da

    licitao, ou seja, se melhor preo, ou melhor,

    oferta, ou melhor, proposta tcnica, ou melhor,

    tcnica e preo, enquanto que as modalidades

    so as acima citadas, que podem estar todas

    enumeradas ou apenas duas trs modalidades

    no citando as demais, mas sem colocar

    SOMENTE.

    Em leilo no se coloca preo e sim oferta.

    Essas modalidades acima no se usam

    aleatoriamente qualquer delas, depende das

    situaes determinantes.

    O Prego a modalidade licitatria no tratada

    na Lei 8.666/93, mas sim, na Lei 10.520/02.

    Para a concorrncia, uma questo muito

    explorada, a compra e alienao de imveis

    em que em regra geral a modalidade a

    concorrncia.

    Em regra geral, porque muitas vezes ocorre o

    leilo, naqueles imveis advindos de relaes

    judiciais, onde so feitos os leiles e no a

    concorrncia. Cuidado com o art. 19, da Lei

    8.666/93.

    Outra situao em que usa o leilo no caso de

    dao em pagamento, que a substituio do

    pagamento pelo objeto e esse objeto leiloado.

    A concorrncia tambm utilizada nas

    licitaes internacionais. Obs.: Nas licitaes

    internacionais pode-se utilizar tanto a

    concorrncia quanto a TP, quanto o convite, de

    acordo com os valores estipulados no art. 23.

    Agora, para concurso pblico, em

    empreendimentos vultuosos concorrncia, em

    empreendimentos mdios TP e investimentos

    pequenos o convite, como regra.

    Obs: Quando couber a modalidade convite,

    pode-se fazer a TP ou a concorrncia. V ou F?

    Verdadeiro, sempre a maior.

    Os requisitos da concorrncia so: a

    universalidade, a ampla publicidade e a

    habilitao preliminar.

    Questo: Temos a modalidade (concorrncia,

    TP e convite e dentro do procedimento

    licitatrio, temos as fases do procedimento que

    so: abertura, habilitao, classificao e

    julgamento, homologao e adjudicao. Na TP

    e no convite, h na verdade um registro no

    rgo daquelas pessoas que vo participar da

    licitao, a chamada habilitao prvia e

    essas pessoas devem ser habilitar no prazo

    estabelecido e h a possibilidade de qualquer

    um participar, desde que cumpra os requisitos

    da edital (art. 20, 22)

    A concorrncia tem como requisito a habilitao

    preliminar que diferente da habilitao prvia

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    j existe um cadastro e na preliminar no h o

    cadastro..

    Na concorrncia, diferentemente do convite,

    sempre haver o julgamento por comisso; no

    convite um s servidor poder realizar o

    procedimento, em decorrncia de exiguidade de

    pessoal. Na TP e concorrncia, o julgamento

    ser por comisso de trs membros. A

    responsabilidade solidria dos trs membros,

    ao menos que haja manifestao expressa de

    no concordncia com tal ato.

    Existe a responsabilidade solidria e a

    responsabilidade subsidiria.

    A subsidiria quando antes de cobrar a uma

    determinada pessoa, ainda tem de cobrar de

    outra pessoa e a solidria pode-se cobrar a

    pessoa X ou da pessoa Y, a critrio do credor.

    Outra questo do convite que muitas vezes as

    situaes no convite no so to formais como

    na questo da concorrncia o ponto final que se

    almeja geralmente o contrato e no convite com

    uma mera ordem de servio ou empenho se

    formaliza este instituto para que se possa

    obrigar os participantes que no caso so a

    administrao e aquele que est sendo

    contratado.

    - Leilo

    A leilo uma modalidade utilizada em regra

    geral para bens moveis e bens apreendidos pela

    fiscalizao.

    Uma observao importante quanto aos bens

    imveis, porque em geral, utilizada a

    concorrncia. No entanto, quando o imvel advir

    de relao judicial ou dao em pagamento,

    poder ser utilizada a modalidade leilo, na

    forma do art. 19, da Lei 8.666/93.

    Em geral, muito solicitada em prova, a questo

    da desestatizao, ou seja, as privatizaes, e

    essas privatizaes so realizadas na

    modalidade leilo.

    - Prego

    O prego a mais nova modalidade de licitao

    onde na verdade, uma mistura de

    concorrncia e leilo porque no prego se abre

    a oportunidade para que todos possam

    participar e da, escolhe-se a melhor proposta

    (critrio: menor preo) e entre a de menor preo

    e aquela que estejam at 10% superiores a de

    menor preo, faz-se um verdadeiro leilo e a

    menor proposta dessa 2 fase ser vencedora.

    - Procedimentos utilizados na licitao.

    Temos duas fases: fase interna e fase externa.

    A fase interna de licitao o prprio projeto, a

    elaborao da comisso, a escolha do objeto, a

    escolha das entidades que sero responsveis

    por esta licitao, a escolha do local a ser

    realizada a licitao, etc. A fase externa a fase

    em que se entra no processo licitatrio em

    concurso pblico, que a edital, a classificao,

    o julgamento, a homologao e adjudicao.

    Nessa ordem.

    a) Edital:

    Se for modalidade convite no se faz edital e sim

    o prprio convite.

    onde vai se ditar as normas, as regras para

    aqueles que queiram participar venham a se

    habilitar.

    b) Habilitao / Classificao

    Na habilitao, j se entrou no processo, ou

    seja, j se est analisando os participantes.

    Na concorrncia, em regra geral, se recebe dois

    envelopes um relativo a habilitao e outro

    relativo a proposta do objeto da licitao.

    Na habilitao verifica-se se as partes esto

    habilitadas a participar, se tem condies.

    Assim, neste momento sero verificadas as

    condies pessoais do licitante, no de sua

    proposta

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    A diferena que na habilitao a anlise em

    relao ao sujeito participante da licitao, ou

    seja, enquanto na habilitao analisado o

    proponente, na classificao analisada a

    proposta. Todos os participantes podero estar

    presentes, mas no tero que est presente

    obrigatoriamente.

    c) Julgamento

    Aqui vai se julgar de acordo com o tipo de

    licitao que pode ser melhor tcnica, melhor

    tcnica e preo, melhor preo, ou seja, nessa

    fase vai se julgar a melhor proposta, de acordo

    com o tipo de licitao estabelecido no edital ou

    convite.

    Ocorrido isso, envia-se para a autoridade

    competente para homologar.

    d) Homologao

    Nessa fase, a autoridade ir analisar se foram

    cumpridas todas as formalidades legais, se

    efetivamente a proposta tem o menor preo e

    em caso positivo, haver a homologao, sendo

    este um ato composto.

    e) Adjudicao

    Significa dar a vitria ao vencedor da licitao,

    ou seja, o reconhecimento do vencedor do

    procedimento licitatrio.

    Questo: Aps a adjudicao, a administrao

    obrigada a contratar? No, a deciso de

    contratar discricionria, vai-se analisar os

    interesses da administrao. Porm, a

    adjudicao gera alguns efeitos, entre eles a

    dispensa das responsabilidades dos demais

    concorrentes, tais como: as garantias oferecidas

    (fiana, depsito, etc.) e o vencedor ir ficar

    onerado e ir se desonerar os demais licitantes.

    Obs.: Audincia pblica acontece nas grandes

    concorrncias com valores cem vezes maiores

    do estipulado no art. 23, para a concorrncia.

    Essa audincia ocorre porque para a

    populao se pronunciar sobre aquele contrato.

    realizada em at 15 dias antes da publicao

    do edital.

    Na situao do convite a publicidade menos

    formal, ou seja, no precisa a publicao em

    Dirio Oficial, basta uma mera publicao

    interna que j concretizado esse requisito da

    publicao.

    Importante: Prazos para essa publicao:

    claro que o servio pblico tem que publicar o

    ato de edital ou convite e dar um prazo para que

    os interessados tomem conhecimento e venham

    a participar efetivamente dessa modalidade de

    licitao. O prazo para o convite de cinco dias

    teis, o prego de oito dias teis e as demais

    so dias corridos, sendo 30 dias concorrncia,

    15 dias para TP e leilo, 45 dias para concurso,

    na forma do art. 21, da Lei 8.666/93. Esses so

    prazos mnimos.

    Obs.: Esse concurso da lei 8.666 no o

    concurso publico trata de obra literria, de

    projeto de Engenharia, de obra de arte, ou seja,

    dentro desses aspectos em geral.

    Obs.:

    - Na homologao, a autoridade competente

    ser sempre diferente das que fazem parte da

    comisso, sendo este ato composto.

    - A adjudicao gera o efeito da contratao

    futura, ou seja, a administrao no obrigada

    a contratar, mas se contratar ter que ser com o

    vencedor.

    - claro que na adjudicao, vincula o vencedor

    a cumprir a sua proposta, desonera os demais

    concorrentes e implica na vinculao do

    vencedor a sujeio das penalidades.

    - Impugnao do Edital

    Prazo:

    S vezes, no h uma satisfao de uma das

    clusulas do edital, onde essa clusula est

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    prejudicando algum, ou est causando

    prejuzo em excesso, ou outra irregularidade

    contrariando a lei, ento, d-se prazo tanto para

    os participantes da licitao, quanto para o

    cidado reclamar tambm naquela

    irregularidade. O prazo para os licitantes de

    at o segundo dia til anterior ao da abertura da

    proposta e para o cidado de at cinco dias

    teis. Esses prazos so administrativos, porque

    judicialmente tambm se pode reclamar da

    deciso administrativa.

    Os instrumentos utilizados na impugnao, em

    regra, so:

    - Pelos licitantes, mandato de segurana, pois

    h o direito lquido e certo de participao numa

    licitao justa, legal.

    - Pelo MP, ao civil pblica ou qualquer outra

    medida cautelar.

    - Pelo cidado , em regra geral, a ao popular.

    Esses prazos so judiciais.

    Vejamos art. 5, LXXIII, - qualquer parte

    legitima para propor ao popular que vise a

    anular ato lesivo ao patrimnio pblico ou de

    entidade de que o estado participe, a moralidade

    administrativa, ao meio ambiente e ao

    patrimnio histrico e cultural judiciais e do nus

    da sucumbncia.

    Pode-se existir contrato sem ter havido licitao

    assim como pode haver licitao sem realizao

    de contrato. O primeiro caso correr quando se

    fizer uma dispensa de licitao, uma

    contratao direta e o segundo caso ocorrer

    quando fizer todos os procedimentos licitatrios

    e administrativos e a administrao no

    contratar, porm apesar da discricionariedade,

    no se deve confundir com abuso de poder ou

    arbitrariedade.

    - O CONTRATO -

    Questo: O contrato pblico aquele realizado

    pela administradora pblica ou aquele

    realizado dentro de um interesse pblico ou

    aquele realizado com a presena da

    administrao?

    Considera-se contrato pblico quando h a

    conjugao de dois itens: a presena da

    administrao pblica e a presena de interesse

    pblico.

    Se tiver apenas um dos elementos no se

    considera contrato administrativo-pblico,

    porque pode ser de interesse pblico, mas ser

    realizado entre entidades privadas ou pode

    haver a presena da administrao pblica, mas

    no ser totalmente voltados ao interesse

    pblico.

    Uma das principais caractersticas do contrato

    administrativo a presena das clusulas

    exorbitantes.

    A primeira caracterstica do contrato de

    sempre ter duas ou mais partes.

    A diferena entre contrato e convnio que no

    contrato tem partes antagnicas e no convnio

    tm-se as somas de interesses objetivando o

    interesse comum.

    O convnio tratado no art. 116 da 8.666. Hoje,

    na administrao pblica se realiza muitos

    convnios, que nada mais so que acordos de

    cooperao mtua, visando um objetivo

    especfico.

    Outra caracterstica importante no contrato

    pblico que o mesmo sempre formal. Deve-

    se haver um consenso das partes e esse

    consenso muitas vezes sofre restries.

    O contrato oneroso aquele que gera

    obrigaes e responsabilidades para ambas as

    partes.

    O contrato administrativo propriamente dito

    aquele que h a presena da administrao e a

    presena do interesse pblico.

    Na colaborao e Atribuio, a diferena refere-

    se a que no contrato de colaborao o interesse

    predominante o do administrador pblico e no

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    contrato de atribuio o interesse predominante

    o do privado (particular).

    Um exemplo de contrato de colaborao a

    concesso e permisso de servio pblico e de

    atribuio e permisso de uso de bem pblico.

    - Vigncia de contrato/eficcia

    Vigncia refere-se ao prazo de durao dos

    contratos.

    E quando se falar em eficcia, o contrato estar

    pronto para produzir efeitos.

    O contrato administrativo no poder ter prazo

    indeterminado.

    Em regra, os contratos tero durao durante o

    exerccio financeiro (12 meses), existem vrias

    situaes (art. 57 8.666) que permite e prev

    a possibilidade da questo da prorrogao

    contratual, como, por exemplo, nos chamados

    servios contnuos. Nesses contratos poder

    haver a prorrogao por at 60 meses ex.

    servio de manuteno predial.

    Deve-se observar no contrato, a questo do

    princpio da continuidade do servio pblico, ou

    seja, o servio pblico no pode parar e h

    instrumentos prprios para evitar esse tipo de

    paralisao. Dentre esses instrumentos h o

    termo de aditamento, que no serve apenas

    para prorrogao, tambm serve para fazer

    alguma alterao no prevista, mas que cabe no

    mesmo contrato.

    Das garantias

    Art. 56 Caber ao contratado optar por uma das

    seguintes modalidades de garantia: cauo em

    dinheiro ou ttulos da dvida pblica, Seguro-

    garantia ou fiana bancria.

    Essa garantia para que se cumpra

    efetivamente o contrato.

    A fiana bancria o prprio banco que emite

    para afianar o seu credor-correntista.

    A regra geral que o valor da garantia de 5%

    do valor do contrato. Agora em investimentos

    vultuosos, a garantia poder ser de at 10% do

    valor do contrato.

    - Clusulas exorbitantes

    A administrao na relao contratual, em

    regra, tem supremacia na relao jurdica, ou

    seja, a posio da administrao pblica dentro

    do contrato administrativo privilegiada.

    No contrato privado entre entidades privadas,

    h uma igualdade, o contrato comutativo, ou

    seja as responsabilidades so proporcionais.

    Dentro do servio pblico, no contrato

    administrativo propriamente dito, a

    administrao se coloca em posio

    privilegiada, porque a mesma visa o interesse

    pblico.

    Entre esses privilgios da administrao, no

    contrato, h a chamada clusula exorbitante,

    que so aquelas que a administrao exorbita

    na sua situao de contratante. Quando

    realizarmos um contrato privado, qualquer

    alterao contratual que houver vai ter que ter o

    acordo das partes, sempre h o acordo prvio.

    Na administrao isso no ocorre porque ela

    poder, como clusula exorbitante, alterar e

    rescindir o contrato unilateralmente sem ouvir a

    parte adversa, ou seja, a 1 clusula exorbitante

    a Resciso e alterao unilateral do contrato.

    Obs.: Nessa alterao deve ser mantida a

    manuteno do equilbrio econmico-financeiro

    original ex. a administradora contratou uma

    empresa de limpeza para limpar determinada

    rea em 10 dias, porm a administrao

    modificou, o contrato e estipula que a rea no

    era mais aquela, pois ser o dobro e o prazo

    menor, ou seja, dobrou o servio e diminuiu o

    prazo, nesse caso a administrao ter que

    arcar com o prejuzo e aumentar o valor,

    mantendo a mesma relao custo-benefcio e o

    equilbrio inicial do contrato.

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    Obs.: A chamada exceo do contrato no

    cumprido - exceo no Direito matria de

    defesa. Em uma relao privada, se um contrato

    no for cumprido, por uma das partes, a outra

    parte deixar de fazer a sua obrigao tambm.

    Na administrao isso no dever ocorrer, ou

    seja, se a administrao no pagar, a parte ter

    que continuar a prestao do servio pblico. A

    lei coloca um prazo de 90 dias, se nesse prazo

    a administrao no pagar, a outra parte poder

    deixar de cumprir sua obrigao.

    Diz-se que no se aplica a administrao

    pblica porque a exceo do contrato no

    cumprido e imediata na relao privada.

    - Da formalizao dos contratos.

    Art. 60 nulo e de nenhum efeito o contrato

    verbal com a administradora, salvo o de

    pequenas compras de pronto pagamento, assim

    intentadas aquelas de valor no superior a 5%

    do limite estabelecido no art. 23, II a desta lei,

    feitas em regime de adiantamento.

    Esse valor de R$ 4000,00, podendo ser verbal.

    A regra geral que o contrato escrito, mas no

    caso acima pode ser verbal.

    - Da Inexecuo e da Resciso dos contratos.

    Art. 79 A resciso do contrato poder ser:

    I determinada por ato unilateral e escrito da

    administrao nos casos enumerados nos

    incisos I a XII e XVII do art. Anterior (ver. Art. 58,

    II, desta lei);

    II amigvel, por acordo entre as partes,

    reduzida a termo no processo de licitao,

    desde que haja convenincia para

    administrao;

    III Judicial, nos termos legislao.

    Importante: a questo da inexecuo contratual,

    que so situaes em que o contrato poder

    deixar de ser cumprido sem gerar obrigaes

    para nenhuma das partes. Essas situaes so:

    Teoria da Impreviso, Fato do Prncipe, Fato da

    administrao, caso fortuito e fora maior.

    Dentro dessa questo de contrato

    administrativo, o item mais explorado:

    1 Teoria da Impreviso

    Ocorrendo um fato novo que venha a geral um

    prejuzo enorme de uma das partes em

    consequncia de um lucro exorbitante da outra

    parte, o contrato no poder ser cumprido, da

    forma inicialmente pactuada.

    tambm chamada de clusula rebus sic

    stantibus.

    Os contratos so obrigatrios (pacta sunt

    servanda).

    No entanto, nos contratos de prestaes

    sucessivas est implcita a clusula rebus sic

    stantibus.

    Ocorreu isso no caso do leasing, pois o dlar

    quando subiu excessivamente, causando

    prejuzo a uma das partes e lucro exorbitante a

    outra, segundo o STJ.

    2. Fora maior/caso fortuito

    Fora maior o evento do homem e caso

    fortuito evento da natureza (ex. inundao,

    raio). No h uniformidade quanto a este

    conceito, pois h renomados autores pregando

    exatamente o contrrio. O que importante, no

    presente caso, saber que seja caso fortuito,

    seja fora maior, tratam-se de eventos que

    impossibilitam o cumprimento do contrato, da

    forma inicialmente pactuada.

    3. Fato do Prncipe / Fato da Administrao

    Muitas vezes, a administrao toma

    determinada atitude que venha a causar

    prejuzo naquele contrato, s que essa atitude

    pode ser de carter geral, de forma que o

    contratado no ter mais condies de

    sustentar o preo contratado inicialmente.

    Essas atitudes da administrao podem ocorrer

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    direta ou indiretamente. O caso exposto fato

    do Prncipe por ter carter geral, no visa o

    contrato especifico. Todavia, quanto a atitude da

    administrao visa a um especfico contrato (ex.

    construo de uma obra para o governo, mas o

    governo no libera o terreno para a construo

    da obra), trata-se de uma atitude direta sobre o

    contrato, trata-se do chamado fato da

    administrao.

    4. Interferncias imprevistas.

    H causas que no so causadas nem de forma

    direta ou indireta, nem caso fortuito, nem fora

    maior, nem Teoria da impreviso, mas

    impossibilitar o cumprimento do contrato ou o

    cumprimento dentro do prazo estipulado. Trata-

    se de um obstculo existente no momento da

    contratao, mas que as partes no tinham

    conhecimento. Descoberto durante a execuo

    do contrat, impede a sua execuo da forma que

    inicialmente pactuado. Ex: trata-se de um

    terreno em que uma empresa foi contratada pelo

    governo par construir um prdio em 02 (dois)

    anos. Todavia, quando iniciou a construo,

    encontrou uma rocha que vai demorar trs anos

    para ser removida. A rocha estava l, desde

    antes da pactuao, porm as partes

    desconheciam.

    - Resciso Unilateral de Contrato

    Existem dois instrumentos muito explorados em

    prova: trata-se da encampao e da

    caducidade.

    Ambas so a retomada do servio pblico

    novamente para o ente pblico.

    Muitas vezes, o governo faz concesses (ex.

    concesso do servio de Telefonia a Telemar),

    porm algumas vezes a concessionria no

    presta o servio de forma correta e ento o

    governo toma o servio de volta ou

    simplesmente por interesse maior, sem avaliar a

    questo da eficcia da prestao do servio, h

    um interesse do governo de retomar a prestao

    de tal servio.

    Essas duas situaes so diferentes: Na

    encampao, h o interesse publico e na

    caducidade, h a irregularidade na prestao do

    servio.

    clara que se o governo quer ter de volta o

    servio pblico, sem que a outra parte tenha

    causado nenhum prejuzo, o governo ter que

    indenizar. Logo, na encampao, cabe

    indenizao. Enquanto que na caducidade, em

    regra, no h de se falar em indenizao.

    Todavia, possa ser que o contratado j tenha

    realizado mais do que recebeu da relao

    contratual. Em tal caso, no h de se admitir o

    no pagamento pelo cumprimento, ainda que

    parcial, do que realmente foi executado.

    Em sendo assim, h o direito subjetivo do

    contratado receber por aquilo que tenha

    efetivamente executado, a fim de que no haja

    enriquecimento sem causa por parte da prpria

    Administrao Pblica. Esta, em suas relaes

    contratuais deve buscar sempre ser justa na

    aplicao do interesse pblico.

    No poder a Administrao, alegando o

    interesse da coletividade, fazer com que o

    particular venha a suportar nus alm da

    razoabilidade.