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    ISSN 1982 - 0283

    BIBLIOTECA ESCOLAR: QUEESPAO ESSE?

    Ano XXI Boletim 14 - Outubro 2011

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    BiBlioteca escolar : que espao esse ?

    apresentaoSempre imaginei que o paraso osse uma espcie de biblioteca.

    (Jorge Luis Borges)

    1 Supervisora pedaggica do programa Salto para o Futuro/TV ESCOLA (MEC).

    Segundo o Dicionrio Houaiss de LnguaPortuguesa, biblioteca , entre outras acep-es, um edi cio ou recinto onde camdepositadas, ordenadas e catalogadas diver-sas colees de livros, peridicos e outrosdocumentos, que o pblico, sob certas con-dies, pode consultar no local ou levar deemprstimo para devoluo posterior.

    Entre o sentido literal e o gurado, podemospensar numa gama de noes e propostas. A nal, mais do que de nir a biblioteca, im-porta pensar qual o papel dessa instituiona promoo da leitura.

    No caso das bibliotecas escolares, nalmen-te a Lei n 12.244, sancionada em 2010, preva universalizao das bibliotecas escolaresno Brasil. Com o objetivo de discutir os de-sa os decorrentes da legislao e, ainda, osmltiplos aspectos que envolvem a leituranas escolas e nas bibliotecas, a TV Escola, por meio do programa Salto para o Futuro, apre-

    senta a srie Biblioteca escolar: que espao esse?, que conta com a consultoria de Glu-cia Mollo (assessora da Secretaria Municipalde Educao de Campinas/SP) e de Maria JosNbrega (assessora da Secretaria Municipalde Educao de So Paulo/SP), ambas comvasta experincia na rea.

    Nos programas televisivos e nos textos destapublicao eletrnica, por meio de reporta-gens em escolas e bibliotecas, alm de entre-vistas com leitores, escritores e especialistas,temas como o papel das bibliotecas e a compo-sio dos acervos das bibliotecas escolares, ouso dos recursos multimidticos da cibercul-tura nas pesquisas dos alunos, a ormao doleitor literrio, entre outros, sero debatidos.

    O objetivo contribuir para a ormao depro essores e bibliotecrios na promoo daleitura entre os alunos da educao bsica.

    Rosa Helena Mendona1

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    BiBlioteca escolar : que espao esse?

    introduo Glacia Mollo1Maria Jos Nbrega2

    Dados do Censo Escolar 2010, realizado peloMinistrio da Educao (MEC), revelam uma

    situao preocupante: a cada dez escolas,sete no tm um acervo de livros disponvelpara seus estudantes. Apenas 30,4% das es-colas brasileiras, nos anos iniciais do EnsinoFundamental, possuem bibliotecas. Um per-centual menor do que as 38,9% com acesso internet.

    A situao ca ainda mais alarmante, quan-do cruzamos esses dados com os do CensoNacional das Bibliotecas Pblicas Municipais2009. Essa iniciativa do Ministrio da Cultu-ra, realizada pela Fundao Getlio Vargas,apontou que 445 municpios do pas no tmbiblioteca o que representa 8% do total.

    Conhecer esse cenrio permite compreender oenorme desa o que a sociedade brasileira tempela rente para azer com que a Lei n 12.244,aprovada em 2010, que prev a universalizaodas bibliotecas escolares no Brasil saia do pa-pel e permita que os estudantes brasileiros, ex-

    cludos da convivncia com os livros, possamnalmente ter acesso cultura escrita.

    A promulgao da lei coloca em pauta a dis-cusso sobre o papel da biblioteca escolar emum momento em que a tecnologia, particu-larmente computadores conectados Inter-net, permite o acesso a uma imensa varieda-de de ontes. Conectado, o leitor pode de nir o fuxo de sua leitura interativamente, sem

    estar preso sequncia de tpicos estabeleci-da pelo autor, j que pode saltar de um link aoutro em uno de seus objetivos, compon-do um texto orientado pelo ato de ler.

    O acesso virtual a textos, bem como as no-vas prticas de leitura, produzem grandeimpacto na aprendizagem escolar em queo livro ocupa(va) posio central. Particu-larmente o livro didtico, cujo contedo, aomenos em teoria, tratado de modo a ir aoencontro das possibilidades dos estudantesde determinado nvel de ensino. Embora nose deva ignorar a internet, se o letramento

    1 Assessora da Secretaria Municipal de Educao de Campinas/SP. Consultora da srie.

    2 Assessora da Secretaria Municipal de Educao de So Paulo/SP. Consultora da srie.

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    se d apenas por esse meio, o estudante dei-xa de aprender a ler textos em pro undidade,isto , no desenvolve as habilidades neces-

    srias para depreender o assunto, a ideiaprincipal, reconhecer a articulao hierr-quica entre os tpicos abordados, reconhe-cer o ponto de vista sustentado, avaliar ocontedo tratado. Realizar pesquisas exten-sas, de lego, exige leitores capazes de ler de modo refexivo. Essa uma importantediscusso a ser eita, para no se esmorecer na luta por bibliotecas, quando parece tomais cil acessar in ormaes pela internet.

    Em seu artigo terceiro, o texto legal, ao de-terminar que os sistemas de ensino do Pasempreendam es oros progressivos para quea universalizao das bibliotecas escolares

    ocorra em um prazo mximo de dez anos,lembra-nos de que, em pleno sculo XXI, oacesso biblioteca ainda no est assegura-do a muitos brasileiros. Boa parte dos edu-cadores a quem cabe a tare a de ormar leitores certamente tambm no vivenciouas possibilidades que uma biblioteca pode re-presentar na vida de uma pessoa e, portanto,na vida da comunidade. Para muitos, biblio-teca ainda o coletivo de livros, um espaopouco representativo na instituio escolar.

    Para ainda cumprir seu ideal, a bibliotecaprecisa ser essencial vida acadmica e cul-tural da escola, inscrever-se em seu projeto

    pedaggico, nos planejamentos dos pro es-sores. Para ainda cumprir seu ideal, a biblio-

    teca precisa ser sensvel s necessidades dacomunidade em que se insere, estabelecer dilogo com as bibliotecas municipais e

    com as mani estaes culturais do munic-pio. Como criar esse espao pulsante com amemria das bibliotecas invisveis?

    BiBLioTecAS: LivroS pArA Ler epArA conSuLTAr

    Os livros ainda so os instrumentos maisusados nas escolas para a ormao acad-mica, entretanto, o conceito de al abetiza-o hoje implica no s construir amiliari-dade com os textos impressos, mas tambmaprender a interagir com di erentes mdias,acessar in ormaes que podem estar arma-zenadas em diversos suportes in ormacio-

    nais, discriminar ontes con veis.

    O texto impresso no suporte livro orientaos modos de ler: em nossa cultura, da es-querda para a direita, de cima para baixo,linearmente. No computador, os hipertextospermitem conectar uma rede abulosa, jque cada link pode, potencialmente, ligar-se

    a outro. Qual o impacto desses novos meiosnas prticas de leitura?

    Umberto Eco, em con erncia apresentada naThe Italian Academy or Advanced Studies in America, em novembro de 1996, de endeu aexistncia de dois tipos de livros: aqueles paraserem lidos e aqueles para serem consultados:

    Livros-para-ler (podendo ser romance,

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    uma aprendizagem signi cativa dos conte-dos por meio da pesquisa escolar ainda umdesa o a ser en rentado.

    Os sentidos no repousam serenamente so-bre as linhas do texto espera de leitoresaptos a deci rar os sinais gr cos e a colher in ormaes (copiando seja l de que modoor). Leitores procuram entender do quetratam os textos, acompanhando o enca-deamento dos tpicos abordados, reconhe-cendo os pontos de vista sustentados, ade-rindo ou no ao que propem seus autores,deixando-se ou no tocar pelas palavras. Ler dialogar com o outro por meio dos textos.Dessa experincia o leitor pode sair trans or-mado, pois, como bem ensinou Paulo Freire,a leitura um processo que se antecipa e se

    alonga na inteligncia do mundo.

    pelas mos de pro essores ou bibliotecriosque os leitores-iniciantes podem realizar suasprimeiras aproximaes com os textos. Comose refetissem sobre o que leem em voz alta,auxiliam os alunos a reconhecer as vozes quepermeiam os textos, a trazer tona as n a-ses singulares dadas pelo grupo, a estabelecer contrapontos entre o que o que est escrito e oque cada leitor acha que o texto diz. Progressi-vamente, o leitor-iniciante internaliza o dilo-go com o texto, solta a mo dos mediadores ea leitura se torna autnoma.

    Mas, para superar a dependncia da leituracompartilhada, preciso construir a educa-

    o para a autonomia, isto , no ignorar adimenso individual que assinala as prticasde leitura em nossa sociedade. Trata-se do

    di cil equilbrio entre tutela e autonomia.Se no educamos para a liberdade de ler,produzimos leitores adestrados que, tologo se veem livres das coeres escolares,abandonam a leitura; se no desenvolvemos

    as capacidades necessrias para ler refexi-vamente, interditamos o acesso aos textosde maior complexidade.

    Didaticamente, preciso desenvolver ativi-dades de leitura que auxiliem os alunos a de-preender o sentido global do texto, estabele-cer relaes, in erir, avaliar criticamente olido, alm de outras que os estimulem a ler extensivamente autores, gneros e assuntos

    pre eridos, desenvolver o gosto esttico etc.

    A receita pode ser simples: realizar a leituraldica da obra, compartilhar impresses pro-vocadas pela vivncia com o texto, promover uma releitura refexiva para apreciar o trata-mento dado ao tema e os recursos expressivosselecionados pelo autor. A prtica de leitura as-sim orientada permite alargar os horizontes deexpectativa do leitor, trans ormando-o.

    BiBLioTecAS: eSpAoS eTrATAmenTo do Acervo

    Ainda que no seja a salvao da escola e da

    educao pblica, a biblioteca escolar podeser um lugar privilegiado que contribua para

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    a qualidade do ensino, ao promover prticasde leitura e acesso in ormao de qualida-de, integrando equipe tcnica, pro essores e

    alunos sua comunidade.

    Como qualquer outro equipamento esco-lar, a biblioteca precisa estar enraizada noprojeto pedaggico da escola, j que pearelevante para a ormao de usurios com-petentes da linguagem escrita, que se cons-titui como uma dimenso capacitadora dasaprendizagens em todas as reas. Mas, paraque possa atuar como centro de in orma-o, alm do dilogo entre os pro ssionaisque atuam na instituio, a biblioteca pre-cisa estar equipada e organizada para un-cionar bem. Essa demanda se traduz em umespao agradvel, alm de um acervo com

    ttulos impressos e digitais que atenda sdemandas da pesquisa escolar e da leituraliterria.

    No se pode ignorar que, se o acesso a li-vros e internet amplia para uma parcelada populao as oportunidades para que seaproprie de in ormao, cria tambm, paraoutra maior ainda, mais um abismo o daexcluso do impresso e do digital. Cabe sbibliotecas a tare a de promover a incluso

    a essas mdias, armazenando material rele-vante para os que as requentam.

    O acervo de uma biblioteca revela muito arespeito do tipo de servio que presta a seususurios e, por isso, undamental dar aten-o diversidade, qualidade e quantida-de do material o erecido. Em geral, o acervoque se encontra nas bibliotecas escolarespblicas resulta de doaes, eitas por pro-gramas de governo, como o PNBE (Progra-ma Nacional de Biblioteca da Escola)4, ououtros com recursos estaduais ou munici-pais. O problema que, s vezes, os livrosse perdem no caminho entre a diretoria, asala do coordenador, o almoxari ado; ou sotrancados a sete chaves para no serem da-ni cados.

    Como lembra o poeta Antonio Ccero, Guar-dar uma coisa no escond-la ou tranc-la. [...] Guardar uma coisa olh-la, t-la,mir-la por admir-la, isto , ilumin-la ouser por ela iluminado. Guardar um livro ilumin-lo com a leitura de seus leitores.

    Assim, so pouco teis estantes repletas deobras-primas se no estiverem organizadaspor um pro ssional que, no mnimo, saiba

    4 O Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), desenvolvido desde 1997, distribui acervos de obras deliteratura, de pesquisa e de re erncia. O atendimento eito em anos alternados: em um ano so contempladasas escolas de Educao In antil, de Ensino Fundamental (anos iniciais) e de Educao de Jovens e Adultos. J noano seguinte so atendidas as escolas de Ensino Fundamental (anos nais) e de Ensino Mdio. H tambm o PNBEPeridicos, que avalia e distribui revistas de contedo didtico e metodolgico e o PNBE do Pro essor, que tem por objetivo apoiar a prtica pedaggica dos docentes. Atualmente, o programa atende a todas as escolas pblicascadastradas no Censo Escolar.

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    encontr-las, apresent-las, recomend-lasa possveis leitores, en m, algum capaz dedinamizar sua circulao entre os membros

    da comunidade escolar. Um espao bem de-corado e um bom acervo, portanto, no sosu cientes para o uncionamento e etivo dabiblioteca sem a gura do educador, seja elepro essor ou bibliotecrio, que promova oencontro entre a palavra escrita e os leito-res, que ajude a desvendar os sentidos guar-dados nos textos.

    In elizmente, ainda muito recorrente quea biblioteca escolar, quando ela existe, sejagerenciada por uncionrio no especializa-do, s vezes, a astado do contato direto comos alunos por motivos de sade. Ser apaixo-nado pela leitura e manter acesa a curiosi-

    dade so requisitos essenciais para o exer-ccio dessa tare a que promove o encontroamoroso entre o texto e o leitor. Esse pro s-sional no pode ser apenas o arquivista res-ponsvel por catalogar e armazenar livros,mas, principalmente, precisa ser o mediador que aproxima os estudantes da in ormaodesejada, auxilia na compreenso dos tex-tos e na avaliao crtica das ontes, divulgaas novas aquisies, desenvolve estratgiaspara dar a conhecer o acervo, promove ativi-dades culturais re erentes ao mundo da cul-

    tura escrita, articula as aes escolares comas da comunidade, en m, tece uma rede dein ormao e de negociao de sentidos.

    O bom uncionamento da biblioteca escolar depende de aes estratgicas. o trabalhoconjunto de pro essores e bibliotecrio quear com que os servios prestados por elasejam relevantes para todos: uncionrios,pro essores, alunos. Um trabalho dessa na-tureza torna a biblioteca necessria comu-nidade escolar, que sente alta do que l seexperimenta, dos materiais disponveis, dasin ormaes desejadas.

    Se echassem a biblioteca da escola em quevoc trabalha para abrir novas salas de aula,o que aconteceria? Protestos indignados ou

    resignao?

    Somente quando as vivncias que aconte-cem na biblioteca orem essenciais vidaescolar que ela deixar de ser um lugar de esconder livros (s vezes, at mesmo dedepositar o entulho que no se sabe ondepr). Somente quando as experincias vivi-das na biblioteca orem essenciais vida es-colar ela se tornar um local to importantequanto a quadra de esportes, o re eitrio, obanheiro.

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    TexToS dA Srie BiBLioTecA eScoLAr: que eSpAo eSSe?5

    A srie tem por objetivo discutir a questo das bibliotecas escolares a partir da promulgao da

    Lei n 12.244, de 24 de maio de 2010, que dispe sobre a universalizao das bibliotecas nas ins-tituies de ensino do Pas, colocando em pauta a discusso sobre o seu papel em um momentoem que a tecnologia, particularmente computadores conectados Internet, permite o acessoa uma imensa variedade de ontes. Este tema ser discutido nos textos e programas da srie.

    TexTo1/pGm 1: A Lei e SeuS deSdoBrAmenToS

    No primeiro texto da srie, sero apresentados o texto legal e as orientaes a respeito do quevem a ser uma biblioteca escolar: o espao sico, o acervo e sua organizao, o acesso inter-net, os servios e atividades e a quali cao do pessoal.

    TexTo 2/pGm 2: o pApeL dA BiBLioTecA nA formAo do LeiTor

    No segundo texto, discute-se o papel da biblioteca na ormao do leitor de textos da es eraacadmica e escolar. E tambm o desenvolvimento das habilidades para a leitura de textos ex-

    positivos, cuja nalidade ler para aprender no mbito da pesquisa escolar: localizao e sele-o de in ormao relevante, compreenso do contedo proposicional do texto, avaliao cr-tica do material lido. Apoio busca autnoma de contedo que responda a interesses pessoais.

    TexTo 3/pGm 3: o pApeL dA BiBLioTecA nA formAo do LeiTorLiTerrio

    O terceiro texto discute o papel da biblioteca na ormao do leitor de textos da es era literria,o que pode avorecer a construo da prpria subjetividade, a ampliao de seus horizontes dere erncias, a abertura para crculos de pertencimento mais amplos.

    Os textos 1, 2 e 3 tambm so re erenciais para as entrevistas e debates do PGM 4 Outrosolhares sobre a Biblioteca Escolar e do PGM 5: Biblioteca Escolar em debate.

    5 Estes textos so complementares srie Biblioteca Escolar: que espao esse?, com veiculao no programaSalto para o Futuro/TV Escola (MEC) de 24/10/2011 a 28/10/2011.

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    refernciAS

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    InternetPort.html Acesso em 05/09/2011.

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    JOUVE, Vincent. A Leitura. So Paulo: EditoraUNESP, 2002.

    KLEIMAN, Angela B.Texto e Leitor.Campinas:Pontes, 2005.

    KUHLTHAU, Carol C. Como orientar a pesqui-sa escolar . Belo Horizonte: Autntica, 2010.

    KUHLTHAU, Carol C. Como usar a biblioteca

    na escola. Belo Horizonte: Autntica, 2009.

    Ministrio da Cultura, Fundao BibliotecaNacional, Fundao Getlio Vargas.CensoNacional das Bibliotecas Pblicas Municipais.

    Disponvel em: http://www.cultura.gov.br/site/2010/04/30/primeiro-censo-nacional-das-bibliotecas-publicas-municipais/ Acessoem 05/09/2011.

    NEVES, Conceio Bitencourt e outros(orgs.). Ler e escrever: compromisso de todas

    as reas. Porto Alegre: Editora da Universida-de/UFRGS, 1999.

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    sino do Pas.Disponvel em: http://www.pla-nalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12244.htm Acesso em 05/09/2011.

    SOARES, Magda.Letramento: um tema emtrs gneros. Belo Horizonte: Autntica, 1998.

    So Paulo: SME/DOT Diretoria de Orien-tao Tcnica. Re erencial de expectativaspara o desenvolvimento da competncia lei-tora e escritora no ciclo II do ensino unda-mental, 2006.

    SOL, Isabel.Estratgias de leitura. Porto Ale-

    gre: ARTMED, 1998.

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    camente a toda hora. No terreno da leitura,a Internet e os livros digitais se assim sepode de ni-los parecem ameaar o uturo

    do livro convencional.

    A questo no apenas o qu se l atualmente,mas quantos esto lendo. A pouca leitura podeser e eito da concorrncia com outros meiosde comunicao, porm, entre ns, ela prin-cipalmente o refexo de um sistema educacio-nal que h vrias dcadas vem se deteriorando.Por isso, costumamos dizer que com a introdu-o do livro gerou um nmero quase ilimitadode leitores: sem planos e aes educacionaissolidamente estruturados, ainda que se aamgrandes es oros ao longo dos anos para redu-zir o anal abetismo e, no caso brasileiro, comresultado ainda assim no se constata uma

    populao leitora. E nem, bvio, cidadosconscientes e atuantes.

    Consequncia direta ou indireta desse qua-dro, na grande maioria das escolas brasi-leiras de Ensino Fundamental e de EnsinoMdio, como citao anterior, quando hbibliotecas, prevalece um sistema arcaicode utilizao e aproveitamento do acervo eno apenas por indigncia material. Mesmoaquelas que podem se dar o luxo de algumaparato tecnolgico e de prticas mais mo-dernas relutam em investir nos recursos hu-manos, deixando que alguns velhos cacoe-tes culturais perdurem. Por exemplo, o de

    improvisar um guardio que ter como mis-so, de ato, guardar o geralmente precrio

    material bibliogr co. E o ar, geralmente,objetivando apenas a preservao e no acirculao do acervo e o ar com rabugice

    de burocrata. Os leitores da assim chamadabiblioteca crianas e adolescentes, em suamaioria iro requent-la com igual despre-paro e desinteresse, subutilizando sempreos possveis recursos. E o contato prazero-so com a leitura j de si to problemticonestes tempos de cultura visual este sim,passa por metamor ose de nitiva: ler se tor-na mais um entre os deveres escolares.

    Acervo... eSpAo fSico...incenTivo pArA A LeiTurA

    A situao da biblioteca nas instituies deensino no Brasil refexo do contexto em

    que ela tem existncia, qual seja o da edu-cao. Portanto, no grande surpresa a di-culdade em se obterem dados atualizadossobre essa situao: quantas escolas pos-suem bibliotecas, o porte de seus acervos,quais tm pro ssionais especializados emseu comando e da por diante.

    Com isso, os alunos do Ensino Fundamentale do Ensino Mdio ainda cam privados dematerial de pesquisa, leitura e de outras on-tes de in ormao, alm do prprio pro es-sor e do material didtico. Em ltima an-lise, ento como agora, os estudantes semacesso a uma biblioteca em sua prpria es-

    cola correm mais o risco de car margemde um ensino democratizado.

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    A Promulgao da Lei n 12.244, de 24 demaio de 2010, que dispe sobre a universa-lizao das bibliotecas nas instituies de

    ensino do Pas, possibilita a reviso dos pa-radigmas, amplia o horizonte das bibliote-cas e estabelece amparo legal para criaode bibliotecas com espao sico adequado,acervo selecionado e adquirido, levando emconta as prioridades da comunidade esco-lar e a especi cidade regional. E concretizaa presena pro ssional especializada paragerenciar esse local, dinamizando seus ser-vios e produtos em sintonia com o corpotcnico e docente.

    funeS

    Embora muitas vezes marginalizada de nos-

    so sistema educacional, a biblioteca escolar,aqui adjetivada, tem unes undamentaisa desempenhar e que aqui oram agrupadasem duas categorias: a educativa e a cultural.

    Na uno educativa, ela representa amplia-o ao do corpo docente e discente daescola. Quanto ao primeiro, desenvolvendohabilidades de estudo independente, agindocomo instrumento de autoeducao, moti-vando uma busca do conhecimento, incre-mentando o gosto pela leitura e, ainda, auxi-liando na ormao de hbitos e atitudes demanuseio, consulta e utilizao do acervo,da biblioteca e da in ormao. Quanto atu-

    ao do educador e da instituio, a biblio-teca complementa as in ormaes bsicas e

    o erece seus recursos e servios comuni-dade escolar de maneira a atender s neces-sidades do planejamento curricular. No que

    diz respeito ao planejamento escolar, ressal-to que o bibliotecrio deve ter sua atuaoprojetada junto aos educadores e tcnicosda instituio de ensino da qual az parte.Especi cando, nessa uno o pro ssionalque atua na biblioteca poder contar comuma srie de recursos tecnolgicos para am-pliar a sua atuao.

    Em sua uno cultural, a biblioteca de umaescola torna-se complemento da educaoormal, ao o erecer mltiplas possibilida-des de leitura e, com isso, levar os alunosa ampliar seus conhecimentos e suas ideiasacerca do mundo. Pode contribuir para a

    ormao de uma atitude positiva, praze-rosa, rente leitura e, em certa medida,participar das aes da comunidade escolar,servindo-lhes de suporte.

    Nessas unes, por assim dizer, ideais deuma biblioteca escolar, estariam implcitosseus objetivos como instituio, que relacio-namos a seguir:

    integrar-se ao projeto pedaggico e coo-perar com o currculo da instituio deensino no atendimento s necessidadesda comunidade escolar;

    estimular e orientar a comunidade esco-lar em suas consultas e leituras, avore-

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    cendo o desenvolvimento da capacidadede selecionar e avaliar;

    incentivar os educandos a pensar de or-ma crtica, refexiva, analtica e criadora,orientados por equipes inter-relacionadas(educadores + bibliotecrios);

    proporcionar aos leitores materiais diver-sos e servios bibliotecrios adequados aoseu aper eioamento e desenvolvimentoindividual e coletivo;

    promover a interao do trinmio pro-essor-bibliotecrio-aluno acilitando oprocesso ensino-aprendizagem;

    o erecer um mecanismo para a democra-tizao da educao, permitindo o acessode um maior nmero de crianas e jovensa materiais educativos, seja eles impres-sos, virtuais ou digitais e, atravs disso,dar oportunidade ao desenvolvimento decada aluno a partir de suas atitudes indi-viduais;

    contribuir para que o corpo docente am-plie sua percepo dos problemas educa-cionais, o erecendo-lhe in ormaes queo ajudem a tomar decises no sentido desolucion-los, tendo como ponto de parti-da valores ticos e cidados.

    o pApeL do BiBLioTecrio

    De nada serviria uma bela biblioteca escolar,com espao sico e acervo su ciente s ne-cessidades da comunidade escolar se, para

    exercer as unes e cumprir seus objetivos,ela no contar com a presena de um pro s-sional consciente, com sensibilidade e habi-

    litaes especi cas para manter esse espaode educao, cultura e in ormao revestidode importncia, atraente e oportunizandoaos leitores o questionamento, a descobertae as aprendizagens signi cativas.

    Entre as habilitaes se incluem, claro,aqueles conhecimentos tcnicos essenciais

    de organizao do acervo, bem como dosmecanismos cotidianos para utiliz-lo: em-prstimos e devolues, dentre outros. verdade que a maior parte das bibliotecasnas escolas brasileiras no conta com umbibliotecrio sua rente. Para atuar comobibliotecrio, nesse segmento, o pro ssio-

    nal deve ter noes precisas de seu papel.Deve saber, por exemplo, que lhe competeo erecer oportunidades, materiais e ativi-dades espec cas, visando despertar o in-teresse da comunidade escolar pela biblio-teca para, a partir da, poder trabalhar nodesenvolvimento da leitura. Na escola, o bi-bliotecrio se reveste de suma importncia

    quando se comporta e atua como membrode um trabalho integrado, dinmico, capaz

    de mobilizar alunos e educadores leiturapara aprender a aprender, aprender para sa-ber e para ter conhecimento da sociedadeque os cerca.

    A promoo de certas atividades requer, por

    parte dos bibliotecrios, conhecimentos darealidade educacional, da especi cidade do

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    t exto 2: o papel da BiBlioteca na formao do leitor

    Luiz Percival Leme Britto1

    inTroduo

    Esse texto tem como principal motivao in-dagar sobre o papel da biblioteca escolar naormao do leitor, em especial na leitura eno estudo de textos da es era acadmica eescolar. Indaga, ainda: possvel pensar a bi-blioteca escolar na era do texto eletrnicoe das comunicaes multimiditicas comoespao de atividade de pesquisa e de estudo?

    Inicia-se, porm, com uma pergunta muitomais bsica: pode a biblioteca escolar or-mar um leitor ou, pelo menos, azer partedessa ormao?

    A resposta, imediata, : Claro que, sim; quepergunta mais bvia, essa a!

    Sim. A nal, essa parece ser a vocao dasbibliotecas: ormar leitores, o erecendo aosque ali vo os livros e um ambiente apro-priado para a leitura.

    Sim, essa uma boa resposta. Mas boas res-

    postas, porque logo encerram a questo, anu-lam, muitas vezes, perguntas interessantes.

    Tem-se, ento, para avanar a ideia, queindagar prpria pergunta, pondo em evi-dncia o que nela opaco, porque bvio. E,nessa atitude, encontram-se trs outras per-guntas:

    Que leitor?

    Que ormao de leitor? e

    Que biblioteca escolar?

    o LeiTor e SeuS SenTidoS

    De ato, h muitas ormas de compreender

    ser leitor, dependendo da perspectiva queo erecermos pergunta e resposta, masuma de nio primeira, da qual no se podeescapar, a de que leitor aquele que sabeler e que l com certa requncia, para estu-

    dar, para in ormar-se, para conhecer, experi-mentar vida, azer coisas...

    1 Mestre e Doutor em Lingustica pela Universidade Estadual de Campinas. Pesquisador do Grupo de EstudosLingusticos do Oeste do Par UFOPA, no Instituto de Cincias da Educao.

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    Desde logo, essa de nio de leitor supemais que simplesmente saber ler, implican-do uma atitude diante das coisas do mundo.

    O leitor no leitor porque pode ler (aindaque isso seja condio determinante): ele seconstitui quando, para alm do texto, az aleitura do mundo, para usar a consagradaexpresso de Paulo Freire.

    Leitura do mundo: a est uma ideia muitointeressante, porque amplia e d sentido noo de leitor. Mas uma ideia que precisaser usada com cuidado, para que no se in-corra no erro de supor que ler correspondea qualquer ao intelectiva.

    Ao propor o conceito de leitura do mundoem uma palestra no 2 Congresso de Leitura

    do Brasil, em 1979, Freire refetia sobre umaquesto bastante espec ca: a importnciado ato de ler. Em seu argumento, baseado naconcepo de uma pedagogia participativae dialgica (Pedagogia do Oprimido e, maistarde: Pedagogia da Autonomia), o educador buscava relacionar a aprendizagem da pala-vra escrita com as maneiras como as pes-soas esto e se veem e atuam no mundo,bem como com os processos pelos quais serealiza a educao de adultos.

    Recusando a educao instrumental de ca-rter autoritrio e denunciando o jogo dedominao e alienao impregnado na edu-

    cao bancria, Paulo Freire tratou de vin-cular, de orma estrita, aprender a escrever

    com a rmar-se enquanto pessoa poltica,enomenolgica e epistemolgica: a razo eo sentido de aprender a escrever estavam na

    possibilidade de cada pessoa e da coletivida-de dizerem aquilo que eram e, ainda, de pro- jetarem o uturo, intervindo na sociedade emodi cando as ormas de poder ser.

    A leitura do mundo signi ca, assim, ummodo de percepo do (re)conhecimentoe da vida-vivida (a expresso de Freire),no que se incluem desde as experinciassubjetivas ntimas at as relaes histrico-sociais complexas. A conscincia delas apa-rece como condio undamental para quea aprendizagem dos saberes ormais sejainstrumento de participao e de trans or-mao da ordem social. Em palavras diretas,

    s tem sentido aprender a leitura do textose or para ampliar as ormas de perceber omundo e perceber-se nele.

    Observe-se que leitura de mundo no leitura no sentido de realizao de uma in-terao com texto (escrito), mas uma me-t ora que quer valorizar o gesto interpre-tante e signi cante que o sujeito tem diantedo mundo. Como, ao ler, trabalhamos comsentidos e valores estabelecidos no texto, ovalor da leitura estar na ao criativa e pro-positiva do sujeito que, considerando aquiloque e o que sabe, toma o texto como umenunciado a ser considerado e no como

    um dado em si. E, nessa linha de raciocnio,a met ora leitura do mundo necessria

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    para dar sentido literalidade da leitura dapalavra.

    Do que se exps acima, depreende-se queler, no mbito da ormao do leitor,corresponde a mais que o ato de deci rar signos gr cos que traduzem a linguagemoral acepo primeira e denotativa de ler constante dos dicionrios. De um modo ge-ral, pode-se postular que o que se deseja que a pessoa adquira o hbito de ler, en-tendido como o gesto deliberado de tomar,com relativa requncia, determinados tiposde textos para ler, assim como incorporar competncias, estratgias e re erncias quelhe habilitem a produo de sentido a partir do ato leitor.

    pertinente observar que, quando a pessoase pe a ler, isso pode se dar tanto por movi-mento espontneo, devido a um desejo pes-soal, como por uma obrigao, em uno deum compromisso de trabalho, de estudo,de participao em uma es era social. E am-bas as possibilidades so signi cativas. umequvoco grave imaginar que a leitura queresulta do gesto voluntrio mais legtimaou criativa. Ao contrrio, podem-se criar erealizar muitas coisas em situaes em queo leitor no tem o que escolher, assim comoem muitas situaes a leitura descompro-missada no implica criao, descoberta ouaprendizagem. O que interessa que a pes-

    soa, quando se pe a ler, saiba o que e por que az, sendo senhora da ao intelectual.

    Cabe perguntar, para que o bvio no per-manea implcito, por que valorizar essehbito (prtica, costume). A resposta, ainda

    bvia, a de que a leitura requente permitesituaes positivas de ampliao da subje-tividade e da capacidade de agir com pro-priedade na sociedade. Seria, portanto, umhbito humanizador.

    certo que h, especialmente na sociedademoderna tecnolgica, outras possibilidadesde realizao desse processo. A convivn-cia com pessoas de di erentes ormaes ea interao com produtos diversos da cul-tura em ambientes em que circulam in or-maes, compreenses e representaes nomundo e da vida, assim como a audincia dordio e da TV e a utilizao de mdias eletr-

    nicas, tambm possibilitam o alargamentodos horizontes intelectuais e culturais. Con-tudo, essas possibilidades parecem no ter amesma densidade ormativa e, quando tm,isto pressupe um modelo de intelectuali-dade que desemboca, de alguma orma, naleitura requente.

    A especi cidade da leitura est na conden-sao de contedos, na atitude refexiva/ in-trospectiva de exame de si e das coisas comque se interage, no autocontrole da ao in-telectual. E, vale a pena repetir, na inclusodo sujeito num determinado modo de cul-tura e na disseminao de hbitos, prticas

    e ormas de cultura mais densas e elabora-das. Nesse sentido, leitura passa a ser enten-

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    dida como prtica social circunstanciada,avorecendo o alargamento do esprito e daspossibilidades de atuao e interveno na

    sociedade.

    Disso se in ere que ensinar a leitura valorizar uma orma de pertencimento crtico ao mun-do. Um valor, portanto. Um valor que carregaum princpio de humanidade e que implica,mais que o simples hbito, uma atitude.

    A formAo de LeiTor rAzeS e perSpecTivAS

    A ormao do leitor, no mbito da educaoescolar, corresponde aos processos pedag-gicos que azem com que o aluno alcance acondio de leitor, isto , que seja algum

    que, com crtica e autonomia, realize as ati-vidades que caracterizam o leitor. Isso impli-ca no apenas aprender o sistema da escrita,mas tambm, e principalmente, incorporar um conjunto de atitudes e de re erenciaisque tornem signi cativo e pertinente o atode ler: saber, portanto, compreender o con-tedo de um texto em seu sentido, compar-lo com outros elementos, realizar associa-es, tirar concluses etc.

    Tal perspectiva corre o risco de nulidade,caso se perca a dimenso de que o perten-cimento ao mundo tenso e confituoso, eque a ordem social marcada pela desigual-

    dade e pela disputa de valores e de azerespolticos. Somente no momento em que se

    reconhece e se vive o confito que, em al-guma medida, a experincia de ler ganha di-menso humanizadora.

    O simples hbito de ler de orma descom-prometida, sem a refexo aguda do sentidodas coisas, numa situao em que a pessoa levada pelas circunstncias e motivadapor interesses pragmticos, caracteriza-secomo uma alienao. O que alienado automatizado, eito mecanicamente, semconscincia ou domnio dos processos designi cao e, portanto, sem capacidade deampliao de horizontes. Em termos claros,a pessoa no tem controle ou conscincianem da atitude nem das coisas nela implica-das; no compreende o alcance e as conse-quncias dos atos e dos gestos.

    Essa ltima considerao obriga perceber que a simples propaganda da leitura e suaassociao a atitudes descomprometidas deentretenimento sob o pressuposto de que,como subproduto desse gesto, estaria a po-tencializao do interesse por outros assun-tos e novas e mais instigantes leituras, algoimprevisvel e sem evidncia objetiva nosigni ca propor um valor nem estimular ocompromisso desimpedido com a humani-dade. E, da mesma orma, vincular a prticada leitura aos ganhos materiais ou de posi-cionamento social, em uno da ampliaoda capacidade de ao, no mais que redu-

    zir essa prtica dimenso pragmtica dacompetitividade.

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    A compreenso equivocada da dimensoormativa tambm se mani esta quando sesustenta que o leitor quem d sentido ao

    texto e que suas escolhas so sempre legti-mas. O ser humano histrico, e no biol-gico. Cada indivduo a realizao de umasingularidade irredutvel que se az na expe-rincia ntima do corpo na dimenso hist-rica, a um tempo particular e geral.

    A escolha ser, assim, sempre sobredeter-minada por atores histricos, sociais e cul-turais de diversas dimenses, nunca sendosimplesmente livre. O gosto no a mani-estao de determinaes biolgicas ou ge-nticas, nem ruto de uma aprendizagemautodirigida e imanente; gosto se aprende,se muda, se cria, se ensina. Gosto se apren-

    de, se critica, se renova.

    Trata-se de uma questo delicada e tensa,uma vez que ningum tem a verdade dogosto e do bom, as escolhas e as avaliaesso processos confituosos, com mltiplasdimenses. Mas certo que, na sociedademassi cada, a a rmao pura e simples dalegitimidade do gosto espontneo , objeti-vamente, submisso ordem da produocultural alienada e alienante.

    Igual raciocnio se aplica ao conceito deautonomia. Se a autonomia supe discerni-mento e compreenso dos processos envol-

    vidos, imperativo reconhecer que ela no um parmetro do tipo sim ou no, mas uma

    medida relativa, com base na experincia enas dimenses estruturantes da ordem so-cial. Para raseando Sartre, h que se reco-

    nhecer que, do mesmo modo que a liber-dade, a autonomia no , ela se conquistanuma situao histrica.

    O desa o pedaggico est, precisamente,em respeitar o gosto conhecido (admitindo,portanto, sua leitura de mundo) e, ao mes-mo tempo, estimular a autonomia (recusan-do o autoritarismo da re erncia absoluta),sem perder a dimenso poltica da ormaodo leitor. Em outras palavras, ao propor umaleitura aos alunos, o pro essor deve consi-derar seu potencial de transcendncia, deinstigao de novas experincias e refexes.

    Inevitvel, contudo, viver a contradio:estimular a livre escolha necessrio paraquem investe na autonomia, mas tampouco a totalidade e no se az sem contradies.Certamente, errado dizer que aquilo que oleitor escolhe, porque escolha dele, bome basta. A leitura crtica no se submete aomimetismo do imediato, devolvendo a cadaum o que j lhe conhecido: ela precisabuscar um di erencial a potencialidade deabrigar o conhecimento humano.

    A BiBLioTecA e A formAo doLeiTor

    Biblioteca (sc. XVII): edi cio ou recin-to onde fcam depositadas, ordenadas e

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    catalogadas diversas colees de livros, peridicos e outros documentos, que o pblico, sob certas condies, pode con-

    sultar no local ou levar de emprstimo para devoluo posterior (DicionrioHouaiss acepo 2).

    Sim, a biblioteca lugar de livros. Lugar emque se renem livros, organizados segundocritrios de classi cao, dentre os quais sedestacam, mais requentemente, o tema e oautor. O leitor, em uno de suas necessida-des e interesses, encontra l textos para ler,azer pesquisas e consultas, estudar.

    Na imaginao, a biblioteca mais que isso: um lugar grande, vetusto, com paredesde estantes cobertas de livros e um recin-

    to com mesas de estudo, em que reina osilncio. Lugar de todo o saber, a catedraldo conhecimento. Espera-se do consulenteatitude adequada ao ambiente e atividade:compenetrao e sisudez.

    Felizmente, os tempos mudaram. Multi-plicaram-se as produes intelectuais e osimpressos em tal quantidade que j no hcomo imaginar uma biblioteca total, umabiblioteca que reunisse toda a produo in-telectual humana a grande biblioteca debabel de Borges. Hoje, as modernas biblio-tecas se organizam de muitas ormas, emuno de sua nalidade, do lugar que ocu-

    pam, do pblico a que pretendem atender. E,alm dos impressos, dispem de textos em

    outros meios e outros recursos de estudo acibercultura. Alis, bibliotecas esto j intei-ramente no hiperespao da WEB.

    Sim, so muitas as bibliotecas, e com carase jeitos di erentes: a biblioteca universitriaser distinta da biblioteca corporativa, queno ter as mesmas caractersticas que a bi-blioteca comunitria, que pouco ter de co-mum com a biblioteca central, com a qualno se comparar a biblioteca privada, queno ter a mesma ordenao, acervo e un-cionamento que a biblioteca escolar... Cadauma se ar con orme as demandas, as ne-cessidades de estudo, de produo, de lazer,de vivncia do pblico.

    De todo modo, todas so perpassadas pela

    ideia de um espao em que se pode encon-trar conhecimento e azer indagao dascoisas da vida. E quanto mais a biblioteca qualquer que seja conseguir prever o tipode leitura que importa a seus usurios e or-ganizar-se em uno disso, mais apropriadaela ser.

    No caso da biblioteca escolar, no h de ser di erente: ela existe porque a escola existe, e

    a escola existe porque h crianas e jovense adultos para ensinar e aprender. A escola o lugar de aprender, e de aprender coisasdi erentes daquelas que possvel aprender ora da escola. Isso no quer dizer que ela

    deva ser lugar de so rimento e alienao, deautoritarismo e repetio; ao contrrio, a

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    gente aprende criando vnculos, produzindoidentidades e reconhecimentos, indagando,criticando, criando.

    A biblioteca escolar deve uncionar comoum espao na verdade o espao privile-giado em que estas coisas aconteam,organizando-se para que os estudantes, soba orientao e com a participao de seuspro essores, encontrem possibilidades deestudo, de pesquisa, de descoberta, de ques-tionamento dos temas e contedos que es-to aprendendo. E no para que reproduzammecanicamente o que lhes oi apresentadono espao da aula, mas para que amplieme tornem vivos e signi cativos estes apren-dizados.

    Objetivamente, contudo, isso no dependeapenas da simples organizao da bibliote-ca, de sua atualidade ou da dimenso de seuacervo. Depende, principalmente, de comose compreende e se realiza a educao es-colar.

    A cultura escolar tem, tradicionalmente, umper l marcadamente disciplinar, que se sus-tenta em um conjunto de contedos xos,o que tem sido um dos aspectos que maisdi culta o avano da refexo pedaggicana educao. Tal modelo de escola cumpreunes sociais de nidas e ideologica-mente sustentado. Na prtica convencio-

    nal, tais contedos, apesar de remeterempara campos importantes do conhecimen-

    to, tornaram-se in ormaes ragmentadaspara serem xadas na memria, perdendo are erencialidade e o sentido ormativo que

    deviam ter.

    Para desmontar essa armadilha, as ativida-des escolares devem se organizar com baseem questes que permitam compreender criticamente a realidade e construir umarelao criativa com o conhecimento, rea-lizando es oro redobrado para tornar pos-svel o dilogo entre o saber sensvel-prtico(aquilo que as pessoas trazem de sua expe-rincia imediata) e o patrimnio cient coproduzido pela humanidade.

    Com base nessa concepo, a bibliotecaescolar ganha destaque como espao de

    estudo e de acesso ao conhecimento ela-borado. Estudar uma ao refexiva pelaqual se quer conhecer e explicar atos domundo material, da vida humana, das sin-gularidades pessoais. Estudar um trabalhointelectual, pressupondo nalidade e com-promisso e exigindo condies apropriadas,que incluem ambiente de estudo (espao,silncio), disposio de materiais (bibliogra-a, material de pesquisa e experimentao)e tempo. O acervo de uma biblioteca esco-lar (considerando o nvel de autonomia e dedesenvoltura intelectual dos usurios) deveincluir obras de cincia, histria, geogra a,psicologia, literatura, artes e organizar-se de

    orma a permitir percursos ormativos am-plos e densos.

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    Bibliotecas modernas escolares ou no no tm por que serem vetustas e severas,como so, na imaginao, as grandes biblio-

    tecas da histria. Nem precisam ser locaisonde so proibidas ou desaconselhadas asatividades ormativas mais soltas e descom-prometidas. Mas no ser competindo coma super cialidade e investindo na ormaoligeira que se ormaro mais leitores.

    A biblioteca escolar, considerada dessa ma-neira, incorpora sem nenhum problema asnovas tecnologias que implicam maior dis-ponibilidade de textos e maneiras mais geisde encontrar a in ormao.

    A e cincia da biblioteca escolar dependeno da orma de o erta de texto, mas doquanto a comunidade escolar apro unda

    o projeto de ormao e o trans orma emaes e espaos que o tornem vivel, doquanto prev aes de estudo e de partilhade conhecimento e de experincias intelec-tuais e existenciais a partir da atividade or-gnica de estudar, de ler e de procurar orga-nizar in ormao para pensar e intervir nomundo.

    A biblioteca deve e pode continuar a ser lu-gar privilegiado de uma educao ormati-va.

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    t exto 3: o papel da BiBlioteca na formao do leitor literrio

    Nin a Parreiras1

    Entendemos que a amlia, como ncleoinaugural da vida social de uma criana, de-

    veria ser a primeira mediadora da leitura navida dos bebs e das crianas. Com tantascon guraes amiliares, modelos em que olho criado pelo casal, pela me, pelo pai,pelos avs, pelos tios, pelos padrinhos, pelosparentes, pelos vizinhos da comunidade, oque importa que estes grupos o eream criana o acolhimento e o acesso leitura

    literria.

    Por que na amlia? l que o pequeno ser cria seus primeiros contatos e aproximaesao mundo da cultura. A leitura comea noespao da intimidade (em casa) e depois al-cana o espao pblico (a escola, a bibliote-ca). Posteriormente, cabe escola dar pros-seguimento ao processo de mediao daleitura, to necessrio para o aluno. Logo, a soma de es oros das amlias, das escolase de outros organismos sociais que contri-buir para a ormao leitora das crianas.

    Portanto, essa mediao no deveria se res-tringir ao uso pedaggico da literatura na

    escola e na sala de aula, com a interpretaode textos, a aplicao de testes de avaliaode compreenso da leitura e a realizao deexerccios gramaticais a partir dos textos li-terrios lidos. A escola uma instituio quese apropriou do uso da literatura, como umadisciplina, como um contedo, como um ve-culo de transmisso de valores. Com isso, a

    leitura costuma car relegada a um trabalhodidtico, que no penetra na ace subjetivae subversiva da literatura. O contato com aliteratura pode dar voz ao leitor, contribuir para a sua ormao cidad, criar atmos e-ras de expresso esttica e de constituiode um olhar crtico sobre a vida. O trabalho

    que objetiva a veri cao de contedos e aaplicao de exerccios vem engessado, e-chado. A leitura literria abre portas para ossentimentos e as experincias vrias.

    Por sua vez, devemos conceber a bibliotecaescolar como um espao de congregao

    1 Mestre em Literatura Comparada (Universidade de So Paulo), especialista da Fundao Nacional do LivroIn antil e Juvenil, escritora e psicanalista.

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    Exposies temticas de obras, uma arruma-o convidativa aos requentadores e umaatualizao permanente do acervo devem

    azer parte de um projeto de uma bibliotecaescolar comprometida com a leitura. Almdisso, necessrio existir um dilogo cons-tante com os educadores e demais usurios,no sentido de escutar as necessidades da-queles que podem mediar a leitura em ou-tros ambientes.

    A biblioteca no um templo echado, res-trito ao silncio, com as obras guardadas econservadas, mas tambm no um parquede diverses. Trabalhos com desenhos, compinturas, com antoches, com antasias noso prioritrios na promoo da leitura. Oumelhor, em que sentido eles promovem a

    leitura literria? Por que os pro essores cos-tumam azer a leitura de uma obra literria,por exemplo, para uma criao de redaoou para criar uma encenao? A priori, nadadeveria ser amarrado, at porque a leituraliterria nos leva a mares nunca dantes na-vegados e nos possibilita o contato com oimprevisvel e o desconhecido. Para que a-zer desenhos da histria que leu? Para quecolorir desenhos preparados pelo pro essor?Para que responder a perguntas escritas (deinterpretao) sobre o texto que oi lido? Oexerccio da liberdade o que deve ser eitoa partir da leitura de uma obra.

    A leitura ormativa que pretendemos, quetraz o pensamento crtico, a associao de

    ideias, a inter-relao de contedos, aconte-ce num processo de incentivo leitura deobras literrias e ao debate que elas susci-

    tam. So conversas sobre a obra lida, discus-ses sobre temas presentes na histria ouno poema, associaes da co vida co-tidiana, aos atos que nos acontecem. Gru-pos de leitura, de discusso, que podem ser criados na biblioteca, inclusive com o uso deinternet: blogs, redes sociais etc.

    A co, uma das ormas dos textos liter-rios, nos traz a possibilidade de nos subje-tivar: para quem escreve e para quem l. Aocriar, dar novos sentidos s palavras e aosa etos, o escritor se subjetiva, se a rmacomo sujeito que simboliza, que az repre-sentaes, associaes e inventa novas or-

    mas de viver. Ao criar co, o autor entraem contato com um mundo de sonhos, deinvenes, de coisas antasiosas. Isso o co-loca prximo ao mundo interno povoado dedesejos, de interdies, de silncios. O autor con rma sua subjetividade quando escreve,quando cria.

    Quanto ao leitor, a leitura de uma obra lite-rria lhe traz a possibilidade de viver situ-aes imaginrias, de outras personagens,de outros cenrios. Ao ler e estabelecer co-nexes com a sua prpria vida, com outrasobras lidas, ele se subjetiva, se re az. Ele serecria, reinventa a sua vida. A co nos

    permite nos reinventarmos e reinventarmosuma vida nova a cada dia.

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    Por sua vez, a poesia, para quem cria, re-presenta um universo de imagens, de brin-cadeiras, de representaes. Ao escrever

    poemas, o poeta tambm se subjetiva, deixasuas emoes meta orizadas nos versos. Epara quem a l, a poesia acalanta, provoca,toca... Ela az o leitor passear por sensaes,por imagens carregadas de a etos. Por seaproximar msica (pelas sonoridades, peloritmo), a poesia est no territrio da desra-zo, da a etao.

    A biblioteca pode uncionar como um cen-tro de trocas culturais, de contato com asnovidades. A leitura de cada aluno, de cadaeducador, de cada uncionrio que requen-ta a biblioteca deve ser respeitada. O que aleitura da obra promove no leitor? Com o

    que ele a associa? importante provocar noaluno a criao de questes para as obraslidas. Exerccios prontos empobrecem a lei-tura. Animaes cabem bem nos locais in-dicados (ptios, sala de recreao), no nabiblioteca. Lemos e ponto. su ciente. obastante. Um turbilho de coisas se passacom o leitor. um processo dele que poderser compartilhado com os colegas.

    Em relao ao beb e criana pequena, abiblioteca ser o espao inaugural do conta-to com as emoes e as sensaes. Os bebsprecisam tocar nos livros, cheirar, chupar,morder. Sua pele vai se aproximar desse ob-

    jeto to atraente que o livro em rodas decrianas monitoradas pelos adultos. Nessa

    etapa do desenvolvimento, o mais impor-tante o toque e toda a estimulao dossentidos. Ento, deve ser um ambiente tran-

    quilo, para cantar para os bebs, para ler contos, para declamar poemas... E deixar osbebs alcanarem livros apropriados a eles,com pontas arredondadas, em papel carto-nado, leves. Claro que poder ter um cantocom livros de plstico, de borracha, de pano.Porm, o contato com o papel superior eespecial. O livro de papel tem cheiro, textu-ra, provoca rudos... Ento, no podemosprivar os pequenos do contato com os livrosde papel.

    Em experincia recente do Instituto C&A, o1 Concurso Escola de Leitores, um desdo-bramento do Programa Prazer em Ler, pre-

    miou 22 escolas vencedoras nas cidades doRio de Janeiro (RJ), Paraty (RJ), So Paulo(SP) e Natal (RN). Alm de um prmio emdinheiro, as escolas vencedoras receberamum acompanhamento tcnico para a reali-zao de seus projetos e uma viagem de doispro ssionais Colmbia. Com a parceria daFundao Nacional do Livro In antil e Juve-nil FNLIJ e da Secretaria Municipal de Edu-cao do Rio de Janeiro, o Concurso Escolade Leitores premiou sete iniciativas desen-volvidas em salas de leitura das escolas mu-nicipais do Rio de Janeiro.

    O Programa Prazer em Ler considera quatro

    eixos que orientaram a escolha das iniciati-vas vencedoras: o espao (as bibliotecas ou

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    salas de leituras nas escolas); o acervo (a di-versidade de obras literrias); a mediao (aatuao dos mediadores de leitura) e a ges-

    to de projetos de leitura (o envolvimentodos educadores).

    Podemos, a partir desses quatro eixos, inves-tir num projeto de promoo da leitura paraas bibliotecas escolares que abarque todosos nveis do ensino escolar, da Educao In-antil ao Ensino Mdio. Iniciativas em queprevaleam a mediao eita com cuidado(leitura em voz alta, em grupos) com obrasliterrias (variedade de gneros, autores,editores) e a prtica constante de leituras,de emprstimos, de rodas de leitura contri-buem para a ormao do leitor literrio.

    Desse modo, a biblioteca escolar congregarpro essores de disciplinas di erentes, alunose educadores de segmentos variados, am-lias e uncionrios num movimento de azer da biblioteca, de ato, o lugar sagrado da lei-tura e da literatura.

    BiBLioGrAfiA ABREU, Mrcia (org.).Leitura, histria e his-tria da leitura. Campinas: Mercado de Le-tras/Associao de Leitura do Brasil/Fapesp,1999. (Coleo Histrias da Leitura)

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    p s a a r bl a

    m st a e a

    S ta a e a B s a

    Tv eScoLA/ SALTo pArA o fuTuro

    c a -g al a Tv es larico da Silveira

    c a p agg aMaria Carolina Mello de Sousa

    S s p agg aRosa Helena Mendona

    A a ha t p aggSoraia Bruno

    c a ut l a A al aMnica Mu arrejFernanda Braga

    c s r sMagda Frediani Martins

    d ag a a e t aEquipe do Ncleo de Produo Grfca de Mdia Impressa TV Brasil Gerncia de Criao e Produo de Arte

    c s lt as s al t a as

    Glacia Mollo e Maria Jos Nbrega

    E-mail: [email protected] Home page: www.tvbrasil.org.br/saltoRua da Relao, 18, 4o andar Centro.CEP: 20231-110 Rio de Janeiro (RJ)Outubro 2011