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M E T O D O L O
G I A C I E
N T Í F I C
A
Simone Regina Dias
Marco Chaga
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Metodologia Científica
FACULDADE SÃO FRANCISCODIREÇÃO DE ENSINO
Metodologia CientíficaLivro-texto
Barra de São Francisco/ES
2011
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Faculdade São Francisco
M672h DIAS, Simone Regina e CHAGA, Marco Maschio Chaga.
Metodologia Científica.
Barra de São Francisco: Ed. São Francisco, 2011.
XXXp. : il. ; 21 X 29,7 cm
Ebook – Livro eletrônico disponível on-line.
ISBN XXX-XX-XXXXX-XX-X
DIRIGENTES DA FACULDADE SÃO FRANCISCO - ES
Diretor Geral e AcadêmicoJair Gomes de Souza
Diretor Administrativo e FinanceiroMaxsuel Gomes de Souza
Secretaria GeralElaine Cristina Pujoni Ulich
Secretaria de Pós-Graduação e ExtensãoGutierrez Brumatti São Pedro
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Metodologia Científica
Simone Regina DiasMarco Maschio Chaga
Metodologia CientíficaLivro-texto
Barra de São Francisco/ES2011
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Faculdade São Francisco
EQUIPE DE GESTÃO E PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICOContexto Digital - Tecnologia Educacional
Coordenação PedagógicaMarco Maschio Chaga
Gestão de Recursos DidáticosSimone Regina Dias
Coordenação de Revisão e LinguagemEduard Marquardt
Coordenação de Design InstrucionalDaniel Boppré
Pesquisa e Desenvolvimento de MateriaisFelipe Ribeiro Wünsch
Organização GeralInstituto Esfero de Comunicação
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Metodologia Científica
Olá!
Sou graduada pela Universidade Federal de Santa Catarina (1990), com Mestrado
(2000) e Doutorado (2005) em Letras/Teoria pela UFSC. Atualmente, sou professora deComunicação Organizacional na Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), área em que
atuo há 10 anos. Também ministro outras disciplinas, como Estágio, Semiótica, Linguagem
Jurídica, Metodologia da pesquisa. Além disso, atuo em cursos de especialização em
Multimídia.
Tenho atuação também como revisora do Instituto Galileu Galilei para a Educação
e da UNIVALI Virtual. Há oito anos,trabalho com ensino a distância, ministrando disciplinas
e elaborando material para EAD. Sou designer instrucional e coordeno uma equipe de
professores e revisores que produzem e-books para o ensino a distância. Possuo diversos
artigos publicados sobre ensino a distância, literatura e comunicação, além de um livro
publicado. Será um prazer trabalharmos juntos ao longo desta disciplina!
Conhecendo os autoresSimone Regina Dias, Dra.e-mail: [email protected]ículo: lattes.cnpq.br/7105419497301041
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Metodologia Científica
Olá, sou graduado em História (1991) pela Universidade Estadual de Londrina,
tenho Mestrado (1996) e Doutorado (2001) em Letras pela Universidade Federal de
Santa Catarina. Atualmente, coordeno a Pós-Graduação em Multimídia no CESUSC e o
curso de Jogos Digitais na FATENP em Florianópolis e sou presidente do Instituto Esferode Comunicação, que mantém um coletivo de profissionais de multimídia chamado
Contexto Digital, cuja produção está voltada para o desenvolvimento de inteligência
digital.
Atuo em cursos de Comunicação com as disciplinas de Redação
Publicitária,Planejamento de Mídia e Semiótica, entre outras. Também atuo em educação
a distância desde 2004, como coordenador de design instrucional, produzindo conteúdos
corporativos e educacionais, como gerente de projeto, como coordenador de cursos e,
como avaliador do MEC da área de EaD, visito polos em todo o país, credenciando cursos
e Instituições de Ensino Superior para atuarem com EaD.
Conhecendo os autoresMarco Maschio Chaga, Dr.e-mail: [email protected]ículo: lattes.cnpq.br/2241803662245166
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Metodologia Científica
A disciplina de metodologia científica é parte integrante de todos os cursos de
especialização, de aperfeiçoamento e de todos aqueles que denominamos pós-gradu-
ação - ou seja, feitos após a graduação. Normalmente, a metodologia científica serve para
realizar uma reflexão detalhada sobre todas as etapas que envolvem a confecção de um
trabalho de conclusão de curso. Vamos examinar desde a concepção de uma ideia, atéa sua realização e ofereceremos algumas sugestões sobre como você pode fazer isso de
uma maneira científica, ou seja, respeitando o conjunto de normas e procedimentos que
regulam a composição e a apresentação de um trabalho acadêmico.
A metodologia científica praticada no Brasil pode significar realidades difer-
entes quando pensamos na questão das áreas de conhecimento. Atualmente existem as
seguintes áreas de conhecimento: Ciências Exatas e da Terra, Ciências Biológicas, Engenh-
arias, Ciências da Saúde, Ciências Agrárias, Ciências Sociais Aplicadas, Ciências Humanas,
Linguística, Letras e Artes. As áreas de conhecimento podem variar, de acordo com aspolíticas adotadas nas Universidades, mas sempre houve uma separação clara entre as
ciências exatas, as ciências da saúde e as ciências humanas. Cada área de conhecimento
tem preferência por algum modelo metodológico, contudo, nosso livro abrange todas as
áreas, demonstrando as preferências de cada área.
Além disso, começaram a surgir os eixos de conhecimento, que constituem um
novo grupo de estudos derivados das áreas, mas que não se confunde com as mesmas.
Embora independentes, os eixos de conhecimento estão em sintonia com as três grandes
áreas citadas anteriormente (exatas,saúde e humanas). Os eixos do conhecimento são
derivados dos Cursos Superiores de Tecnologia (os CSTs). Hoje existem 185 CSTs, organi-
zados dentro de treze eixos temáticos: Ambiente e Saúde, Apoio Escolar, Controle e Pro-
cessos Industriais, Gestão e Negócios, Hospitalidade e Lazer, Informação e Comunicação,
Infraestrutura, Militar, Produção Alimentícia, Produção Cultural e Design, Produção Indus-
trial, Recursos Naturais, Segurança.
A disciplina de metodologia científica deve abranger a todos os eixos e a todas
as áreas de conhecimento, mas deve-se ressalvar que existem particularidades que pre-
cisam ser evidenciadas dentro de cada campo de estudo. Portanto, as orientações aqui
explicitadas devem ser adequadas às necessidades dos projetos, enfatizando que os pro-fessores possuem plena autonomia para indicar qual ou quais são os métodos a serem
usados em cada caso.
Conhecendo a disciplina
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Unidade 1 – Introdução à Metodologia Científica1.1. A produção de conhecimento
1.2. Conhecimento filosófico e conhecimento teológico
1.3. Conhecimento empírico e conhecimento científico
1.4. Informação, conhecimento e cultura digitalPara saber mais
Referências
Unidade 2 – A prática científica2.1. Métodos científicos
2.2. Métodos quantitativos
2.3. Métodos qualitativos
Para saber maisReferências
Unidade 3 – A coleta de materiais3.1. Tipos de pesquisa
3.2. Observação direta: intensiva e extensiva
3.3. Pesquisa documental e revisão bibliográfica
3.4. Pesquisa em laboratório
Para saber mais
Referências
Unidade 4 – Organização do trabalho4.1. Hipótese ou pergunta da pesquisa
4.2. Conceitos básicos
4.3. Etapas do projeto de pesquisa
Para saber mais
Referências
Sumário
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Unidade 5 – A apresentação do trabalho final5.1. Estrutura científica do trabalho final
5.2. Normas técnicas básicas
5.3. Principais características do trabalho final
Para saber maisReferências
Unidade 6 – Sistemas de informação aplicados6.1. Conversão de arquivos de áudio, texto e imagens
6.2. Softwares mais usados para cada tarefa
Para saber mais
Referências
Sumário
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Metodologia Científica
glossário
informação
questione
mãos à obra
dica útil
vamos pensar
interaja
saiba +
glossário
biograa
anotaçõesdesao
Guia de utilização
conteúdos e conceitosfundamentais de cada unidadeserão destacados por este ícone
você será estimulado a fazer umareflexão sobre casose situações pertinentes ao seuaprendizado
pratique a atividade programadapor este ícone, unindo teoria eprática
informações, macetese práticas importantes em seuambiente acadêmicoe profissional
aqui você será estimuladoa tirar suas conclusõese a transformar informação emconhecimento
links, sites, mídias e atividadesinteressantes na internetque irão complementar seusestudos
desafie seus conhecimentosrealizando a atividade indicadapor este ícone
espaço para você anotartópicos ou informações úteispara seu aprendizado
informações complementares
ícones de referência
Ao longo das unidades deste livro, você encontrará uma barra lateral às páginas
contendo informações que enriquecem os principais conteúdos, abrangendoos seguintes tópicos:
aspectos biográficos relativos aosprincipais pensadores e autores citados por este livro
curiosidades, sugestõesde leitura e fatos históricosligados aos conteúdosabordados
quando você encontrar uma palavra ou expressão destacada desta forma , localizena barra lateral mais próxima os conceitos e definições sobre a mesma.
Este livro foi estruturado de modo a potencializar seus estudos. Por isso você terá acessoa uma série de recursos didáticos, reforçando sua leitura por meio de tópicos especialmenteelaborados de acordo com a relevância e complexidade do assunto. Veja abaixo como utilizaros recursos disponíveis e fique sempre atento às informações complementares e aos íconesde referência ao longo das unidades, pois você será convidado a refletir, questionar, praticar einteragir com determinados conteúdos. Boa leitura!
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Metodologia Científica
UNIDADE1
Nesta unidade você vai conhecer um pouco melhor a produçãode conhecimento e o que isso envolve. Também haverá espaço paracompreender as principais características dos tipos de conhecimentosfilosófico, teológico, empírico e científico. Além disso, você conheceráos conceitos e as funções da informação, do conhecimento e de culturadigital em nossa sociedade.
Ao final dessa unidade você deverá estar apto a compreendercomo se dá a produção de conhecimento e reconhecer os tipos deconhecimento.
Introdução àMetodologia Científica
Para início de conversa
1.1 A produção de conhecimento1.2 Conhecimento filosófico e conhecimento teológico1.3 Conhecimento empírico e conhecimento científico1.4 Informação, conhecimento e cultura digital1.5 Para saber mais1.6 Referências
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Metodologia Científica
1.1 A produção de conhecimento
A invenção do conhecimento é tema polêmico. A busca pelo conhecimentotem início com a preocupação em saber ao certo qual seria o lugar do ser nouniverso. Inicialmente, pode-se pensar que a busca pelo conhecimento ou ainvenção do conhecimento ocorre no momento em que se buscam respostassobre a origem do ser.
No Oriente, a invenção do conhecimento foi tarefa da filosofia e da religião.A maioria das religiões orientais não faz uma distinção clara entre filosofia e religião.Xintoísmo, budismo, bramanismo são alguns exemplos das religiões orientais,
nas quais não se percebe claramente a diferença entre ensinamentos religiosos efilosóficos, sendo partes de uma unidade.
No Ocidente, a situação é um pouco diferente porque temos um livro quedescreve o nascimento dos deuses, a Teogonia de Hesíodo, e as primeiras reflexõesfilosóficas realizadas por Tales de Mileto, por volta do século 6 a.C.
Portanto, o berço da busca pelo conhecimento é a Grécia, onde teveinício a separação que conhecemos no Ocidente entre religião e filosofia. Surge
assim a primeira dicotomia que acompanhará a humanidade ocidental até hoje.Dicotomia significa classificar. Para alguns, a filosofia terá um peso classificatóriomaior do que a religião porque a sua preocupação é com a busca do saber, e issoseria a coisa mais importante a ser feita. Por outro lado, a religião cuidaria dasquestões espirituais. Assim, surgiu uma nova divisão entre mente, que representaa consciência, e espírito ou alma, que representa a inconsciência.
A partir destas divisões iniciais, começaram a acontecer outras, quetransformaram a nossa compreensão sobre o conhecimento. Passamos a
fazer distinções entre o conhecimento filosófico, o conhecimento teológico, oconhecimento empírico e o conhecimento científico. O detalhamento disso,veremos mais adiante.
UNIDADE 1Introdução à Metodologia Científica
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Atualidade
Vivemos em uma sociedade que transformouas bases da produção, da circulação e da recepçãodo conhecimento. Sociedade da informação para
engenheiros, sociedade em rede para os comunicadores,época das coletividades inteligentes para os otimistas,pós-modernidade para alguns filósofos, enfim, a nossa época érica em designações sobre si mesma. Mas o fato é que a internetalterou de maneira significativa a forma como realizamos nossotrabalho diário, afetando o consumo das informações.
Em uma sociedade que tem a informação como base, amanipulação da informação se tornou a base da economia, enão mais a agricultura ou a indústria. Pode-se ir além e incluir
a educação nesta equação, pois a informação é a base paraprodução de conhecimentos. Os estudiosos afirmam queinformação isolada é um dado, enquanto informação em rede éo pressuposto do conhecimento.
A metodologia científica praticada atualmente procuraarticular os rigores da produção científica às mudanças dasociedade do conhecimento. Na apresentação da disciplinanos referimos às áreas de conhecimentos e aos eixos do
conhecimento. Aqui podemos detalhar um pouco mais esteconjunto de informações.
A busca pelo conheci-
mento sempre foi uma
das principais fronteirasdo ser humano, que na
aplicação dos saberes se
diferenciou das demais
espécies e passou a
quesonar sua própria
natureza. Acima, a
famosa escultura de Au-
guste Rodin, intulada
“O pensador”, na qual
o arsta representa a
gura de Dante Alighieri.
Esta escultura simboliza
o poder do pensamento
e da criavidade huma-
na.
Teogonia quer dizer
nascimento dos Deuses.
Trata-se de um poema
mitológico escrito em
1022 versos hexâmetros
(com seis sílabas poé-
cas) escrito por Hesíodo
no séc. VIII a.C., no qual
o narrador é o próprio
poeta.
O pensador
Conhecimento tácito
Conhecimento tácito é aquele que se obtémao longo da vida e, desse modo, passaa fazer parte da vida das pessoas.
Usualmente é complicado explicar amecânica deste processo, isto porque setrata de um conhecimento subjetivo, sendoinerente às habilidades de uma pessoa,como, por exemplo, “saber fazer” (know-how ) alguma coisa.A palavra tácito vem do latim tacitus quesignica “não expresso por palavras”.Assim, podemos entender o conhecimentotácito como um conjunto de procedimentospráticos que podem ser observados, nãosendo necessário que exista uma pedagogiaexplicativa sobre como a pessoa faz
aquilo.
saiba +
glossário
Teogonia
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Metodologia Científica
A metodologia científica aplicada a cada situação varia de acordo comas premissas de cada área do conhecimento porque cada área respeita suasregras internas e a sua própria história. Assim, as pesquisas ligadas às áreas dehumanidades sempre tenderão a ser mais qualitativas e menos quantitativas,enquanto nas áreas de exatas, aplicadas e da saúde, o uso das formulações
quantitativas são mais comuns.
O conhecimento tácito emerge da experiência cotidiana aliada às leiturase interpretações das mais diversas teorias. Esta confluência entre teoria e práticae a experiência pessoal de cada indivíduo não ajuda no processo de ensinoe aprendizagem, pois se trata de um conhecimento que pode ser observado eentendido na prática da pessoa, já que escrever sobre tais conhecimentos é quaseinviável, visto que o conhecimento tácito é subjetivo. Subjetivo quer dizer pessoal,então isso significa que a pessoa que o detém e o pratica teve que estudar muitascoisas diferentes e se aprofundar em conhecimentos específicos, antes de colocar
tais conhecimentos em prática. Significa ainda que a pessoa que o pratica precisasempre ajustar a sua aplicação, pois se trata de um tipo de conhecimento quenecessita de adaptação constante a novas situações, não podendo ser apenas esimplesmente replicado indefinidamente.
O conhecimento explícito é de mais fácil compreensão visto que ele
é composto de experiências que podem ser replicadas, transformando-se,rapidamente, em um método. Este método pode ser de longa duração, ou seja,
servir por muito tempo ou pode ser de curta duração, perdendo seu sentido depoisde alguns meses ou anos. Sendo um sistema que permite o aprendizado de formaescrita ou imagética, atribui-se a este tipo de conhecimento a característica de serobjetivo.
Entretanto, é bom que se saiba que existe uma limitação para a objetividade,pois é muito complicado defender a ideia de um saber que não possuacaracterísticas pessoais, ou seja, sempre haverá uma pontinha de subjetividadeem um conhecimento explícito. Sempre haverá aquelas pessoas que são maiscapazes de ensinar um conhecimento explícito, enquanto sempre haverá pessoasque têm mais dificuldades em ensinar os mesmos conhecimentos. Então, é bomficar alerta: o treinamento é fundamental para aprender a ensinar e para aprendera aprender.
Conhecimento explícito
Conhecimento explícito é geralmente entendido como umconhecimento objetivo e mais simples de ser absorvido.
Pode ser convertido em números, fórmulas e em métodode trabalho, o que auxilia em sua propagação. Normalmenteeste tipo de conhecimento é tido como teórico e seu ensinopode ser realizado de maneira formal por meio de textosexplicativos e exercícios.
U N I D A D E
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Faculdade São Francisco
Francis Bacon
Francis Bacon (1561 -
1626), também referido
como Bacon de Verulâ-
mio foi um políco, ló-
sofo e ensaísta inglês.
Como lósofo, desta-
cou-se com uma obra
onde a ciência era
exaltada como benéca
para o homem. Em suas
invesgações, ocupou-
-se especialmente da
metodologia cienca
e do empirismo, sendo
muitas vezes chamadode “fundador da ciência
moderna”. Sua princi-
pal obra losóca é o
Novum Organum.
Fonte:
hp://www.wikipedia.org
biograa
1.2 Conhecimento filosófico e teológico
1.2.1 Conhecimento filosófico O trabalho de um filósofo pode ser entendido como umtipo específico de reflexão sobre a realidade. Não importa arealidade em questão, pois a tarefa do filósofo é a de descobriros seus significados mais profundos.
Como isto é feito?Em primeiro lugar, vamos estabelecer o que é reflexão.
Refletir é pensar, considerar cuidadosamente o que já foipensado. Como um espelho que reflete a nossa imagem,a reflexão do filósofo deixa ver, revela, mostra, traduzos valores envolvidos nos acontecimentos e nas açõeshumanas.Para chegar a essa revelação, a reflexão filosófica,segundo Demerval Saviani (apud ARANHA; MARTINS,1993, p. 20), deve ser:• Radical – ou seja, chegar até a raiz dos acontecimentos,isto é, aos seus fundamentos; à sua origem, não só
cronológica, mas no sentido de chegar aos valoresoriginais que possibilitaram o fato. A reflexão filosófica,portanto, é uma reflexão em profundidade.•Rigorosa – isto é, seguir um método adequado ao objetode estudo, com todo o rigor, colocando em questão asrespostas mais superficiais, comuns à sabedoria populare a algumas generalizações científicas apressadas.• De conjunto – como já foi dito anteriormente, afilosofia não considera os problemas isoladamente,mas dentro de um conjunto de fatos, fatores e valoresque estão relacionados entre si. A reflexão filosófica
contextualiza os problemas tanto verticalmente, dentrodo desenvolvimento histórico, quanto horizontalmente,relacionando-os a outros aspectos da situação da época.
gura 1O ensino moderno pressupõea intermediação de habili -dades e competências, alémdo tradicional repasse deconhecimentos.
Fonte: hp://www.ok.gov/octp/ Program_Accreditaon/
Accreditaon/index.html
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Metodologia Científica
Assim, embora os sistemas filosóficos possam chegar aconclusões diversas, dependendo das premissas de partida e dasituação histórica dos próprios pensadores, o processo filosóficoserá sempre marcado por essas características, resultando emuma reflexão rigorosa, radical e de conjunto.
O conhecimento surge de questionamentos relacionadosà nossa existência, sobre o nosso lugar no universo e sobrenossa necessidade de aprender com os erros ou de refletirsobre a história ou ainda de raciocinar de maneira estratégica,prevendo possíveis saídas para os problemas que podem surgir.Portanto, a filosofia nos auxilia como uma base de apoio paraenfrentarmos os problemas mais diversos ligados à existência.
Por apoio deve-se entender que a filosofia não é
propriamente uma ciência, mas sim a busca pelo saber.Literalmente, filosofia significa “amor ao saber”. Pode-sepensar que a filosofia dividiu a sua preocupação em váriasáreas, estudando aspectos de nossa existência, a busca peloconhecimento, a busca pela origem e pela verdade das coisas,estuda ainda nossos valores morais, reflete sobre o valor daliberdade e nossos dilemas estéticos, e, finalmente, se preocupaem estudar a nossa mente e a linguagem que usamos.
Depois das primeiras definições de filosofia formuladasna Antiguidade, entrou em cena a influência do cristianismo. Adisseminação e consolidação do cristianismo não impediramque os valores cristãos passassem a exercer influência e, de certaforma, desse o contorno final sobre a maneira de se entendera filosofia. Dessa forma, durante o período conhecido comoIdade Média ou período das trevas, as definições de filosofiaforam subordinadas ao pensamento filosófico atrelados à féreligiosa. Assim, a filosofia passa a ser entendida e concebida
como submissa à teologia durante esta fase.
Ao final da Idade Média, surgiram as concepçõesrenascentistas e modernas sobre a filosofia. É preciso lembrarque as noções de filosofia concentram respostas aos problemasmais prementes de sua época, e a era moderna mudouradicalmente as bases da sabedoria tradicional, exigindo dosfilósofos e intelectuais a busca por novos sistemas capazes dese converterem em novos conhecimentos, pois era necessáriorestabelecer a credibilidade nas bases filosóficas: o intelecto e arazão.
Aristóteles
saiba +
Aristóteles (Atenas, 384
a.C. – 322 a.C.) foi um
lósofo grego e aluno
de Platão. Seus escri-
tos abrangem diversos
assuntos, como a sica,
a metasica, a poesia,
o teatro, a música, a
lógica, a retórica, o
governo, a éca, a bio-
logia e a zoologia.
Suas obras contêm o
primeiro estudo formal
conhecido da lógica,
que foi incorporadoposteriormente à lógica
formal. Na metasica, o
aristotelismo teve uma
inuência profunda no
pensamento losóco e
teológico nas tradições
judaico-islâmicas du-
rante a Idade Média, e
connua a inuenciar
a teologia cristã, espe-
cialmente a ortodoxaoriental, e a tradição
escolásca da Igreja
Católica. Seu estudo da
éca, embora sempre
tenha connuado a ser
inuente, conquistou
um interesse renovado
com o advento moderno
da éca da virtude.
Fonte:
hp://www.wikipedia.org
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Faculdade São Francisco
São Tomas de Aquino faz uma observação que ‘não é evidente para todos, mesmoentre os que admitem a existência de Deus, que Deus seja o Ser absolutamenteperfeito, e tal que não possa conceber maior. Muitos filósofos pagãos disseramque o mundo era Deus; certos povos consideravam como Deus o sol ou a lua’
(apud JOLIVET, 1990, p. 309). Isto significa que cada indivíduo, desde os primórdiosaté nossos dias atuais, pode ter Deus de diversas formas, o que não invalida oconhecimento teológico (FACHIN, 2001, p. 9).
A escada de Jacó
A ideia de uma escada capaz de unicar os conhecimentoshumanos e eternos chegou por intermédio de um sonho. O sonhode Jacó. Leia o versículo que nos conduz a uma reexão sobre
o assunto: E saiu Jacob de Beer-Shéba, e foi a Haran. Echegou ao lugar (Makom), e pernoitou ali porque se haviaposto o sol. E tomou das pedras do lugar, e colocou-as àsua cabeceira, e deitou-se naquele lugar. E sonhou, e eis
intimamente relacionado à fé e à crença divina, ou ainda a um Deus, seja este JesusCristo, Maomé, Buda, um Ser invisível, ou uma Autoridade Suprema, com quem oser humano se relaciona por meio de sua fé e crença religiosa. Não importa qualé a sua crença tampouco qual seu Deus; importa, porém, sua fé (FACHIN, 2001, p.8-9).
Um dos primeiros filósofos modernos foi Francis Bacon. Para Bacon, a meracontemplação das coisas, como era desejo dos filósofos antigos e medievais, nãoseria capaz de ir a fundo e descobrir a essência das coisas, como, por exemplo, odomínio sobre os fenômenos naturais com o objetivo de dominar a natureza.
1.2.2 Conhecimento teológico
Como o próprio nome sugere, o conhecimento teológico se estrutura apartir da crença e da fé. Como afirmamos inicialmente, o que diferencia o Orientedo Ocidente em relação ao mundo filosófico reside neste ponto. Enquanto nós,ocidentais, fazemos uma distinção clara entre os dois conhecimentos, o mundooriental torna ambos convergentes. O conhecimento teológico está
A teologia pode ser entendida como um “falar a partir de Deus”. Isto pode serinterpretado como um discurso a serviço dos fracos e oprimidos. Nesta perspectiva,é possível compreender que o vocábulo teologia ganhou mais recentemente uma
forte proximidade com a política, originando uma ordem libertadora e muitomais atuante. Assim, é possível entender que existem ao menos duas vertentes dateologia, sendo a primeira de base reflexiva, enquanto a segunda se fundamentaem ações práticas.
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Metodologia Científica
Platão
Platão (Atenas, 348/347
a.C.) foi um lósofo e
matemáco do período
clássico da Grécia Anga
e fundador da Academia
em Atenas, a primeirainstuição de educação
superior do mundo
ocidental.
A soscação de Platão
como escritor é espe-
cialmente evidente em
seus diálogos socrácos;
trinta e cinco diálogos e
treze cartas são credita-dos a Platão. Estas obras
também foram publica-
das em diversas épocas,
e das mais variadas
maneiras, o que levou a
diferentes convenções
no que diz respeito à
nomenclatura e referen-
ciação dos textos.
Fonte:hp://www.wikipedia.org
biograa
gura 2 A escada de Jacó e a representação dosaber teológico.
Fonte: hp://www.letarot.it/Tarots--Histo-
ry--Art--Magic_pag_pg233_eng.aspx
que uma escada estava apoiada na terra, eseu topo chegava aos céus: eis que anjos deDeus subiam e desciam por ela. E eis que oEterno estava sobre ela, e dizia: “Eu souo Eterno, Deus de Abrahão, teu patriarca, eDeus de Isaac. A terra sobre a qual tú estásdeitado, a ti darei-a, e à tua semente.
E será tua semente como o pó da terra, ete espalharás ao oeste, e ao leste, e aonorte, e ao sul. E se abençoarão em ti todasas famílias da terra, e em tua semente”.E despertou Jacó de seu sono, e disse:“Certamente o Eterno está neste lugar, e eunão sabia. E temeu e disse: “Quão espantosoé este lugar! Este não é outro que a casa deDeus, esta é o portal dos Céus e chamou onome daquele lugar BETH-EL.
1.3 Conhecimento empírico e científico
1.3.1 Conhecimento empírico
Um método filosófico pode ser chamado de doutrina.Doutrina é um conjunto de regras que definem o funcionamentode uma determinada filosofia, quando está sendo usada comobase de um método científico. Portanto, um método científicoparte de uma filosofia e se organiza a partir de sua doutrina. Ouseja, todo método científico parte de alguma filosofia de base,mas pode usar mais de uma filosofia como referência.
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John Locke
John Locke (1632 - 1704)
foi um lósofo inglês e
ideólogo do liberalismo,
sendo considerado o
principal representante
do empirismo britânico
e um dos principais
teóricos do contrato
social.
Locke rejeitava
a doutrina das ideias
inatas e armava que
todas as nossas ideias
nham origem no que
era percebido pelos sen-dos. Escreveu o Ensaio
acerca do Entendimento
Humano, onde desen-
volve sua teoria sobre a
origem e a natureza de
nossos conhecimentos.
Fonte:
hp://www.wikipedia.org
biograa
No empirismo as teorias
ciencas devem ser
baseadas na observação
do mundo. Vem do lam
experienta; de outro
lado, é relavo ao saberque deriva da experiên-
cia práca e não da
instrução teórica.
glossário
Empirismo
O empirismo nasceu da necessidade de criar umsistema que levasse em conta a experiência. Para os defensoresdo empirismo, a validade de qualquer teoria precisa serdemonstrada por meio de algum experimento que demonstreo seu funcionamento. Contudo, o empirismo também pode ser
entendido como um conhecimento popular, baseado no sensocomum, sendo desenvolvido a partir da percepção de cadaum. Desse modo, o empirismo não tem a intenção de ser ummétodo infalível, sendo, ao contrário, um método baseado napercepção de cada um.
Antes de Platão, o conhecimento podia ser divididoentre aqueles que sabiam e aqueles que não sabiam. Platãorefletiu sobre a questão e achou injusto que não houvesse umainstância intermediária entre o saber e a ignorância. Platão criou
o conceito de opinião, que é um tipo de média entre o saber e onão saber.
Empirismo científico
Não podemos confundir o empirismo desprovido desistematização com a doutrina do empirismo científico que foielaborada de forma mais clara pelo filósofo inglês John Locke, noséculo XVII. Para Locke, a mente humana seria uma tabula rasa(como um quadro em branco) a partir da qual gravamos todoo nosso aprendizado. Para Locke, todas as pessoas praticam oempirismo desde a infância, isto porque se trata de um dosmétodos mais usados para o aprendizado por intermédio detentativa e erro.
Saber X Opinião
A opinião reete muitas vezes a nossavisão particular sobre as coisas e elaé baseada na observação empírica darealidade. O que diferencia a opinião do
saber é, portanto, o tipo de conhecimentoque temos sobre as coisas. Se tivermosum conhecimento permeado por leituras deoutros autores, teremos o conhecimento,mas se o conhecimento for baseado em umavisão particular oriunda de nossa visãodas coisas, teremos opinião. Uma terceiramodalidade de conhecimento pode partirde nossas observações e se estruturar apartir de nossas leituras.
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Metodologia Científica
CONHECER
SUJEITO OBJETO
CONHECIMENTO
RELAÇÃO DETERMINADA
gura 3O conhecimento é uma relação que se estabelece entre o sujeito e o objeto.Fonte: Fachin (2001, p.13)
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Na maneira de adquirir o conhecimento existe uma relação que se estabelece entresujeito que se conhece e o objeto cognoscente. Na essência do conhecimento, ouseja, nos aspectos em que se relacionam conhecimento, sujeito e objeto, figuramas seguintes formas mentais: 1) existência real do sujeito; 2) existência real doobjeto; 3) captação real do sujeito pelo objeto; 4) modelação do sujeito pela açãodo objeto.O conhecimento é uma adequação do sujeito com o objeto; o sujeito tem seusmeios de conhecimento e o objeto se revela a ele conforme tais meios. Os sentidosnos apontam sua maneira de ser das coisas ou objetos. E o que conhecermos dascoisas e dos objetos vai depender de nossos sentidos. (FACHIN, 2007, p. 13)
1.3.2 Conhecimento científico
O conhecimento científico reflete os avanços da sociedade. Conforme asociedade se desenvolve e alcança níveis de desenvolvimento cada vez maiores,o papel do conhecimento se torna mais central em nossa cultura. Aqui é preciso
fazer uma distinção porque existe uma cultura empresarial que passou a cultuar aprodução do conhecimento como forma de valorizar o capital simbólico e materialdas empresas. Muitas vezes a produção deste tipo de conhecimento poderá serconsiderada científica, mas é bom ficar atento porque o conhecimento científicodepende da certificação acadêmica adequada. As duas formas de se produzirconhecimentos têm valor, mas produção do conhecimento empresarial pode ficarrestrita a determinadas situações ou ser pontual em demasia, não servindo demodelo ao longo do tempo.
A produção de conhecimento pressupõe a existência de etapas e são estasetapas que configuram e garantem o método científico. De acordo com esteraciocínio, podemos lançar mão de um esquema que ajuda a entender a produçãodo conhecimento científico que engloba a necessidade de um sujeito conhecer oseu objeto de estudo.
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gura 4
Os disposivos tecnológicostornaram-se importantesna difusão e comparlhamentode informação e conhecimento.
Fonte: hp://www.gadgetsinfo.us/
user/cimage/gadgets-for-men-.jpg
1.4 Informação, conhecimento e cultura digital
A informação possui um papel fundamental na atualidade, pois são asinformações que podem alterar o modo como o destinatário enxerga algo,exercendo impacto sobre seu julgamento e comportamento. A vida mudou
muito com o advento da internet, e uma das mudanças mais perceptíveis podeser percebida ao se examinar o nosso comportamento na rede. As informaçõessão as geradoras de conhecimento, pois as informações são a unidade básica dequalquer edifício reflexivo ou analítico.
Parafraseando Davenport e Prusak (1998), o significado original de “informar”é o de “dar forma a”, dessa maneira, a informação tem um caminho a ser percorrido,que é justamente o caminho em busca de uma meta. De outra forma, percebe-se que o receptor, não o emitente, decide se a mensagem recebida realmente
constitui informação, isto significa que a comunicação mudou muito o seu foconas duas últimas décadas, quando quem dizia se o texto carregava algum valor erao seu autor. Ao contrário, hoje quem decide o valor de um texto é o seu leitor, istoé, o consumidor da informação é quem decide se a informação verdadeiramente oinforma.
Com o conhecimento, o processo é um pouco mais complexo, pois o simplesfluxo de informações não garante a consolidação do conhecimento. O ciclo derealização do conhecimento exige um período maior de tempo para validar adefesa dos pontos de vista, ou para tabular os números que corroborem afirmações
textuais. A credibilidade que conhecimento transmite ou gera vem exatamente desuas fontes e de suas pesquisas de campo. Um número exagerado de fontes nãoajuda a corroborar, podendo até mesmo atrapalhar a leitura de um texto, mas, aocontrário, um número pequeno de referências pode gerar desconfiança sobre oseu trabalho.
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Metodologia Científica
O que é gestão do conhecimento?
Neste link você encontrará informações adicionais sobre pro-cessos de gestão do conhecimento.
A importância da Cultura Digital
A cultura digital trouxe uma nova complexidade paranossas vidas. Isso porque são uma innidade de posiçõese uma innidade de propostas que precisam ser revistas ourevisitadas constantemente. Pode-se pensar na cultura digitalcomo um advento meramente tecnológico sem ter no horizonte
a mudança nos padrões de comportamento do consumidor ou dagarotada que vivem amparadas por uma série de ferramentas queauxiliam nas mais diferentes formas de mediação.
Pode-se pensar, por outro lado, que a discussão sobre acultura digital é fruto exclusivo das redes sociais, mas defato a discussão em torno da cultura digital ainda está emformação. Importa entender que a cultura digital é promovidapela tecnologia e por suas ferramentas, mas são as pessoasque a promovem em seu dia a dia, usando bancos via web,jogando em sua rede favorita, baixando lmes e músicas oudiscutindo seus assuntos favoritos.
Depois da fase da informática nas décadas de 80 e 90, e dafase das redes físicas nos anos 90, chegou a hora do usuárioe isso muda todas as relações. Incomoda muita gente esta novadenição dos papéis que também colocou as máquinas no centroda conversa sobre a cultura. E você, como se utiliza datecnologia? E o que consegue aprender por meio dela?
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Outro aspecto que tem tirado o sono de professores é o uso da rede como
fonte de pesquisas. Para um grupo mais acostumado ao trabalho pela rede, seriaimpossível hoje em dia pesquisar sem usar os sites, blogs, vídeos, imagens, enfim,sem fazer uso dos conteúdos digitais. Mas para os professores mais conservadores,que não entendem ou não admitem o uso da rede, a situação é bastante complicada.O fluxo de informação pela rede é quase irresistível para a maior parte das pessoas.A situação está muito longe de um consenso, então, ao aluno cabe perguntar aosseus professores qual é a posição de cada um em relação aos conteúdos digitais.
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1.5 Para saber mais
Você sabe como funciona o método científico? Descubra os detalhes em:
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) tem por missão provera sociedade brasileira de conhecimento sistematizado, por meio de documentosnormativos, que permita a produção, a comercialização e uso de bens e serviçosde forma competitiva e sustentável nos mercados interno e externo, contribuindopara o desenvolvimento científico e tecnológico, proteção do meio ambiente edefesa do consumidor. Conheça mais sobre a ABNT em:
1.6 Referências
ARANHA, M. L. A.; MARTINS, M. H. P. Temas de filosofia. São Paulo: Moderna,1993.
DAVENPORT, T. H.; PRUSAK, L. Conhecimento empresarial. Rio de Janeiro: Cam-pus, 1998.
DESCARTES, R. Princípios da filosofia. Trad. João Gama. Lisboa: Edições 70, 1997.
FACHIN, O. Fundamentos de metodologia. São Paulo: Saraiva, 2001.
Síntese da UnidadeNesta unidade você estudou as formas de produção dos conhecimentos.Aprofundou seu aprendizado sobre os tipos de conhecimentos (filosófico, teológico,empírico e científico) e aprendeu a reconhecê-los. Também houve espaço paracompreender as principais características dos tipos de conhecimentos filosóficos,
teológico, empírico e científicos. Além disso, você conheceu os principais conceitosque envolvem a informação, o conhecimento e a cultura digital.
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Anotações
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UNIDADE2
Nesta unidade vamos conhecer quais são e as principaiscaracterísticas dos métodos científicos. Depois vamos entender asdiferenças entre os métodos quantitativos e qualitativos e tambémquais as suas funções.
Ao final da unidade, você será capaz de compreender o que são métodoscientíficos e quais as diferenças entre uma pesquisa qualitativa e a
pesquisa qualitativa.
A prática científica
Para início de conversa
2.1 Métodos científicos2.2 Métodos quantitativos2.3 Métodos qualitativos2.4 Para saber mais
2.5 Referências
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2.1 Métodos científicos
Métodos são sistemas de interpretação que têm por finalidade auxiliar opesquisador a justificar suas ideias e conclusões. Suas ideias são fruto do universoqualitativo e suas conclusões são baseadas no mundo dos números e dasestatísticas. Contudo, os dois métodos de análise (quantitativo e qualitativo) nãosão independentes e podem ocorrer situações em que o pesquisador precisarálançar mão da interpretação de ambos.
Dominar um método de pesquisa significa entender que a beleza e autilidade de uma pesquisa passam justamente por sua apresentação, ou seja, pelos
rigores das normas científicas que orientam os trabalhos acadêmicos. Se assimnão fosse, cada um apresentaria suas pesquisas da forma que melhor conviesse, oque tornaria um caos os sistemas de catalogação de trabalhos. O que permite queencontremos livros, dissertações e trabalhos acadêmicos em uma biblioteca e atémesmo na internet são justamente estas normas. As normas garantem um mínimode organização que torna possível chegarmos aos trabalhos que precisamosconsultar para produzirmos o conhecimento que desejamos.
Entretanto, alguns alunos não possuem esta mentalidade na maior partedos casos, relegando ao segundo plano as fontes e as referências que usam naelaboração de seus trabalhos. Mas é preciso superar esta tendência, pois o usocorreto de um método e o respeito às normas dão credibilidade aos estudos epesquisas.
A produção do conhecimento é o que nos garante desenvolvimentocientífico e tecnológico. A humanidade sempre buscou o conhecimento e não hápossibilidade de produzir conhecimento sem que exista um método apropriado acada situação. Desde os primórdios da filosofia sempre houve a preocupação como método. O que precisa ficar claro é que o método pode interferir no resultado
de uma pesquisa. Um método X pode oferecer um resultado diferente do métodoY. Por isso, é preciso estar atento ao método, pois ele influencia diretamente naqualidade do resultado, tornando-o mais ou menos confiável.
UNIDADE 2A prática científica
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Sistema
A palavra sistema (do
grego sietemiun) quer
dizer conjunto de ele-
mentos interconectados
com a nalidade de
formar um todo orga-
nizado. Esta denição é
bastante ampla poden-
do ser aplicada desde
a biologia e medicina,
passando pela infor-
máca até a área da
administração. O termopode ainda signicar
combinar, ajustar ou for-
mar um conjunto.
glossário
gura 1Produção de conhecimento.
Fonte: do autor
Galileu Galilei
biograa
Galileu Galilei (1564 -
1642), sico, matemá-
co, astrônomo e lósofo
italiano. Descobriu a lei
dos corpos e enunciou
o princípio da inérciae o conceito de refe-
rencial inercial, ideias
precursoras da mecânica
newtoniana. Contudo a
principal contribuição
de Galileu foi para o
método cienco, pois a
ciência assentava numa
metodologia aristotéli-
ca.
Fonte:
hp://www.wikipedia.org
Como vimos, métodos são sistemas que nos ajudam ainterpretar melhor a vida e a conviver com as pessoas, com anatureza e com os fenômenos que nos cercam. Neste caso, esta“ajuda” precisa ser entendida como um tipo de educação danossa percepção, que nem sempre é uma tarefa fácil de colocar
em prática.
Por exemplo, quando nós estudamos, aprendemosmuitas coisas novas e lembramos ensinamentos e informaçõesanteriores que, por algum motivo qualquer, esquecemos
em nosso dia a dia. Mas esquecemos por quê? O lado bomdessa história é que esquecemos porque praticamos estesensinamentos em nossa rotina diária. O lado ruim pode estarassociado ao fato deste esquecimento significar que não estamospraticando estes ensinamentos. Sempre que aprendemos algoque pode melhorar a nossa vida profissional e até mesmopessoal e não o praticamos, acende uma luz amarela indicandoque as nossas ideias não estão em sincronia com as pessoas e ascoisas que nos cercam.
A filosofia tem o papel de acender as luzes amarela evermelha e até mesmo todas as luzes quando alguma coisa nãovai bem neste acordo sutil que existe entre a humanidade, aTerra, o universo e tudo mais que existir. Ou seja, a filosofia tema tarefa de indicar que alguns atalhos tomados pelas pesquisascientíficas podem ser perigosos para o resto da humanidade. Afilosofia tem um papel básico de zelar pelos valores e práticasque nos garantem a existência. Por isso mesmo talvez vocêcomece a perceber em seu dia a dia que existem muitas tensõesentre cientistas e filósofos sobre como realizar as pesquisas ousobre como aplicar as pesquisas.
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toda a ciência pretende entender o mundo ao redor. Três componentes principais
constituem esta atividade: descrição, a descoberta de regularidades e a formu-lação de teorias e leis. Primeiro, cientistas observam e descrevem objetos e even-tos que aparecem no mundo. Isto pode envolver a medição da velocidade de umobjeto que cai, o comprimento de onda de emissões de uma estrela distante ou amassa de uma partícula subatômica. Tais descrições são guiadas pelos objetivosda exatidão e da utilidade.
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gura 2 A losoa passa peloaperfeiçoamento humano.
Fonte: hp://www.yfmkingston.
com/deejay/tag/men/
A ciência, por sua vez, procura exercer um trabalho semelhante ao dafilosofia, porém de outra perspectiva. Ao responder a pergunta “o que é ciência?”,Babbie (1999, p. 43) indica que
2.1.1 A dependência da filosofia
Nesse sentido, podemos pensar que existe uma ligação extremante forteentre ciência e filosofia. A filosofia é um modo de pensar, é uma postura diantedo mundo. A filosofia não é um conjunto de conhecimentos prontos, um sistemaacabado, fechado em si mesmo. A filosofia se constitui por uma prática de vida queprocura pensar os acontecimentos além de sua pura aparência. Assim, ela pode sevoltar para qualquer objeto.
A filosofia é um jogo irreverente que parte do que existe, critica, colocaem dúvida, faz perguntas inoportunas, abre a porta das possibilidades, faz-nosentrever outros mundos e outros modos de compreender o mundo. A filosofiaincomoda porque questiona o modo de ser das pessoas, das culturas, do mundo.Questiona as práticas política, científica, técnica, ética, econômica, cultural eartística. Não há área onde ela não se meta, não indague, não perturbe. E, nessesentido, a filosofia é perigosa, subversiva, pois vira a ordem estabelecida de cabeçapara baixo (ARANHA; MARTINS, 1993).
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De acordo com a natureza específica de cada problema investigado, estabelece-se a escolha dos métodos apropriados para se atingir um fim, que é o saber. Aescolha não deve ser casual. Um método é válido quando termina os seus pro-cedimentos. O método é considerado válido quando a sua escolha se baseia, prin-cipalmente, em dois motivos: a) natureza do objeto a que se aplica; e b) objetivoque se tem em vista.A forma pela qual se manuseia um objeto e o objetivo quese pretende alcançar são condições primárias de todo o método. Para que eleseja aplicado, deve-se também ter consciência clara da validade de cada uma das
operações que compõem e das conexões que entre elas se estabelecem (FACHIN,2001, p. 27).
A filosofia surge, entre os gregos, no século 6 a.C., como um sistema total. Ouseja, a filosofia se propunha a englobar desde a indagação filosófica propriamentedita até o que chamamos de conhecimento científico. O filósofo teorizava sobretodos os assuntos, procurando responder não só ao porquê das coisas, mas,também, ao como as coisas funcionavam (ARANHA; MARTINS, 1993).
Apenas muitos séculos depois dos gregos é que Galileu, no século 17,iniciará o processo de aperfeiçoamento do método científico. A partir de então,o método científico se baseia em experimentar, observar e em matematizar osresultados, sendo assim, a ciência passou a se constituir como forma específica deabordagem do real e a se destacar da filosofia. A partir do século 17, as ciênciasiniciaram um processo de particularizar e de se especificar. Tal processo nunca maiscessou e hoje, empurrados pelos avanços da tecnologia, nós percebemos a criaçãode novas ciências, que já nascem com vastos territórios a serem explorados, comoé o caso da nanociência ou da física quântica, entre outras.
A filosofia reflete sobre esta complexa realidade com a diferença de pensá-la como uma totalidade, enquanto a ciência precisa ir aos pedaços, pois somenteassim haverá descobertas.
O aprofundamento das pesquisas pode ser feito porque se divide a matéria,mesmo que se saiba que em algum momento, a parte precisará ser integrada aotodo.
Tudo nos leva a pensar sobre o papel da reflexão, pois refletir é pensar,levando-se em conta o passado. A reflexão pode ser entendida também com umpensamento sobre o reflexo das coisas, ou seja, é um pensamento sobre a imagemdas coisas. Isto serve para interpretar, revelar e até mesmo traduzir as questõesque estão embutidas ou escondidas no emaranhado do pensamento.
O uso de um método, portanto, não garante a qualidade de uma pesquisa,o que garante a qualidade é a fundamentação que podemos realizar a partir de ummétodo. Dessa forma, é preciso que fique claro que a capacidade do pesquisador é
que definirá a qualidade e a confiabilidade de sua pesquisa.
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abrangência do método
Lembre-se da abrangência de um método quandofor formular seus objetivos, pois suas me-tas obedecem a esta mesma lógica, ou seja,partem de uma situação geral até chegar aos
pontos especícos que você se propõe a pes-quisar.
René Descartes
biograa
René Descartes (1596-
1650) foi um lósofo,
sico e matemáco
francês. Notabilizou-
-se sobretudo por seu
trabalho revolucionário
na losoa e na ciência,
mas também obteve
reconhecimento mate-
máco por ajudar a su-
gerir a fusão da álgebra
com a geometria - fato
que gerou a geometria
analíca e o sistema
de coordenadas que
hoje leva o seu nome.Por m, ele foi uma das
guras-chave na Revolu-
ção Cienca.
Fonte:
hp://pt.wikipedia.org/wiki/Ren%C3%A9_
Descartes
Não há ciência sem método e, portanto, o métodofundamenta a busca científica em qualquer área doconhecimento. Sobre a abrangência de um método, pode-sedizer que isso varia de acordo com a sua aplicação, podendo sergeral ou específico. Geral é o método usado com a finalidade
de dar conta de situações que expressam uma generalização,enquanto específicas são aplicações associadas a situaçõesparticulares, cujo foco é bem específico.
Outro aspecto que precisa ser mencionado se refereà diferença entre método e técnica. De acordo com Fachin(2001, p.29), os métodos científicos conferem vantagens aopesquisador porque sistematizam uma série de atividades,demonstrando quais os caminhos a serem seguidos. Serve
ainda para diminuir os riscos e os erros. Neste caso, o métodose apresenta como um plano de ações com todas as etapasmuito bem detalhadas. As técnicas entram em ação durante arealização destas etapas e dizem respeito ao modo por meio doqual as etapas são realizadas.
2.1.2 Métodos indutivos
Para Francis Bacon, o verdadeiro método da induçãocientífica engloba uma parte negativa ou crítica, e uma partepositiva ou construtiva. A parte negativa consiste, acima detudo, em alertar a mente contra os erros comuns, quandoprocura a conquista da ciência verdadeira.
Quando falamos em termos filosóficos sobre coisaspositivas e negativas, devemos deixar claro que estas palavrasnão têm o mesmo significado que encontramos no cotidiano.Quando aplicadas ao meio filosófico ou científico, positivo querdizer construção, e negativo quer dizer crítica.
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Immanuel Kant
Immanuel Kant (1724-
1804) foi um lósofo
prussiano, geralmente
considerado como o
úlmo grande lósofo
dos princípios da eramoderna, indiscuvel-
mente um dos pensado-
res mais inuentes.
Depois de um longo
período como professor
secundário de geogra-
a, começou em 1755
a carreira universitária
ensinando Ciências
Naturais. Em 1770 foinomeado professor
catedráco da Univer-
sidade de Königsberg,
cidade da qual nunca
saiu, levando uma
vida monotonamente
pontual e só dedicada
aos estudos losócos.
Realizou numerosos
trabalhos sobre ciência,
sica, matemáca, entreoutros.
Fonte:
hp://pt.wikipedia.org/
wiki/Immanuel_Kant
biograa Voltando à questão inicial, na sua linguagem imaginosa,Bacon chama as causas destes erros comuns, fantasmas - idola- e os divide em quatro grupos fundamentais (MUNDO DOSFILÓSOFOS, 2011):
• Idolatribus, a saber, os erros da raça humana“fundamentados em a natureza como tal” (não se sabe,pois, o verdadeiro porquê);
• Idolaspecus (por alusão à caverna de Platão)determinados pelas disposições subjetivas de cada um;
• Idolafori , erros da praça, provenientes do comércio social
ou da linguagem imperfeita;
• Idolatheatri , isto é, os erros provenientes das escolasfilosóficas, que substituem o mundo real por um mundofantástico, por um jogo cênico.
Para Descartes, a filosofia, na qualidade de metafísica, é ainvestigação das causas primeiras, dos princípios fundamentais.Esses princípios devem ser claros e evidentes, e devem formaruma base segura a partir da qual se possam derivar as outrasformas de conhecimento. É nesse sentido, entendendo-se afilosofia como o conjunto de todos os saberes e a metafísicacomo a investigação das primeiras causas, que se deve ler afamosa metáfora de Descartes: “assim, a Filosofia é uma árvore,cujas raízes são a Metafísica, o tronco a Física, e os ramos que
saem do tronco são todas as outras ciências”.
Após Descartes, a filosofia assume uma postura crítica emrelação a suas próprias aspirações e conteúdos. Os empiristasbritânicos, influenciados pelas novas aquisições da ciênciamoderna, dedicaram-se a situar a investigação filosófica noslimites do que pode ser avaliado pela experiência. Segundoa orientação empirista, argumentos tradicionais da filosofia,como as demonstrações da existência de Deus, da imortalidadeda alma e de essências imutáveis seriam inválidos, uma vez queas ideias com que operam não são adequadamente derivadasda experiência.
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quantitativo X qualitativo
Quali car pode ser mais comum em algumas áreas do conheci�ualicar pode ser mais comum em algumas áreas do conheci-mento, enquanto quanticar pode ser mais comum em outras.Contudo, este fato não exclui uma relação de complementa-ção entre ambos. Ou seja, quando se consegue usar os dois
métodos mesmo que um seja preponderante, ocorre um reforçode credibilidade à pesquisa. Pense nisso!
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De modo análogo,Kant, ao elaborar sua doutrina da filosofia transcendental,rejeita a possibilidade de tratamento científico de muitos dos problemas dafilosofia tradicional, uma vez que a adequada solução deles demandaria recursosque ultrapassam as capacidades do intelecto humano.
O empirismo britânico e o idealismo de Kant acentuam uma característicafrequentemente destacada na filosofia: a de ser um “pensar sobre o pensamento”ou um “conhecer o conhecimento”. Essa concepção reflexiva da filosofia, dopensamento que se volta para si mesmo, influenciará vários autores e escolasfilosóficas, tanto do século XIX como do século XX.
A fenomenologia, por exemplo, considerará a filosofia como umempreendimento eminentemente reflexivo. Segundo Edmund Husserl - o fundadorda fenomenologia - a filosofia é uma ciência rigorosa dos fenômenos tal comonos aparecem, ou seja, tal como é a nossa consciência deles. Para descrevê-los, o
filósofo deve pôr entre parênteses todas as suas pressuposições e preconceitos (atémesmo a certeza de que os objetos existem) e restringir-se apenas aos conteúdosda consciência.
2.2 Métodos quantitativos
Quando vamos fazer uma exposição como esta sobre os métodos
quantitativos e qualitativos, os alunos tendem a pensar que existe algum tipo deexclusão entre quantificar e qualificar.
De acordo com Lima (2004), os argumentos usados a favor da justificativado uso e também da visão metodológica quantitativa decorrem dos seguintesfatores:
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Os métodos quantitativos são fundamentais quando necessitamosobservar grandes movimentos populacionais, por exemplo, mas nós não devemostomar como verdade todas as conclusões que os números nos permitem pensar.A matemática reserva surpresas, as pessoas reservam surpresas e, sendo assim, ébom ficarmos em alerta quando os resultados de uma pesquisa começam a seraplicados. Vamos entender melhor a amplitude deste tipo de pesquisa.
2.2.1 Pesquisa Survey
A pesquisa Survey se refere a uma gama variada de tipos. De acordo com Babbie(1999, p.39), a “pesquisa de survey se refere a um tipo particular de pesquisa socialempírica, mas há muitos tipos de survey. O termo pode incluir censos demográficos,pesquisas de opinião pública, pesquisas de mercado sobre preferências doconsumidor, estudos acadêmicos sobre preconceito, estudos epidemiológicosetc”.
Além disso, Surveys podem ser diferentes em relação aos objetivos, aos
custos, ao tempo e ao escopo. A pesquisa survey possui semelhança com outrosmétodos de pesquisa, sendo bem próxima do trabalho realizado em um censo.A diferença crucial entre uma survey e um censo é que a primeira examina umaamostra de população, e a segunda examina uma população inteira.
Pesquisa do tipo censo é um recurso muito antigo, que, desde a Antiguidade,eram realizados quando havia necessidade de se saber algum tipo de informaçãoempírica sobre a população. Evidentemente, o método foi refinado para refletircom maior precisão o conjunto de informações que se busca. Sendo assim, existeum caráter político neste tipo de pesquisa, que, guardadas as devidas proporções,são as mesmas até hoje.
a) A objetividade e o rigor reconhecidos neste tipo de método;b) A existência de rigorosas regras de procedimentos que possibilitam a previsãodo conjunto de etapas que caracterizam a investigação;c) A existência de rigorosas regras de procedimentos que possibilitam a previsãodo conjunto de etapas que caracterizam a investigação;d) A representatividade estatística da população investigada amplia a credibili-dade das conclusões alcançadas;e) As conclusões alcançadas permitem a generalização dos resultados;f) Os resultados alcançados suportam a formulação de leis – explicações gerais –em função da regularidade do fenômeno investigado e outros.
Ao longo do tempo é possível perceber que a abordagem quantitativa ganhoudiferentes denominações. Sendo assim, a abordagem quantitativa realista,a abordagem empírica analítica ou a abordagem de cunho positi-vista figuram exemplos do que estamos afirmando (LIMA, 2004, p.26).
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gura 3O uso de grácos ilustra bem os resultados da pesquisa quantavaFonte: hp://www.google.com
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Conforme Babbie (1999), um dos primeiros usos políticos do survey deatitudes ocorreu em 1880, quando Karl Marx enviou questionários pelo correio a25.000 trabalhadores franceses, para averiguar em que grau eram explorados pelospatrões. Foram enviados 25.000 questionários e não há qualquer registro de quealgum tenha retornado. Informa-se também que Max Weber, um dos fundadores
da sociologia moderna, usou métodos de pesquisa survey no seu estudo sobre aética protestante.
Contudo, a maior parte da pesquisa de survey contemporânea foi realizada,neste século, por pesquisadores norte-americanos e não podemos deixar demencionar que os avanços desse tipo de pesquisa se devem ao refinamentocientífico promovido por algumas universidades americanas.
Este tipo de pesquisa busca, em última instância, regularidades. Ao seencontrar movimentos regulares, o pesquisador pode começar a interpretar as
irregularidades, se este for o objetivo da pesquisa. Contudo, o propósito aqui é ode descobrir padrões, pois, sabendo-se qual é ou quais são os principais padrõesde uma dada amostra é possível interpretar o que está fora do padrão.
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2.3 Métodos qualitativos
Os pesquisadores que defendem os métodos qualitativos salientam que nãose deve tratar os métodos quantitativos como únicos, pois a validade universalde um método precisa levar em conta as singularidades e as especificidades de
todas as áreas. Sendo assim, a cientificidade dos métodos qualitativos não podeser questionada, pois tal método está preocupado com as especificidades de umamatéria.
Lima (2004, p. 30) salienta que
Inicialmente usada nos meios antropológicos e das ciências sociais, apesquisa qualitativa assumiu um espaço crescente entre pesquisadores daeducação, da administração e da psicologia, por exemplo.
Para Godoy (1995, p.58), a pesquisa qualitativa leva em conta
gura 4 A pesquisa qualitava vem assumindo um espaço crescente entre pesquisadoresda educação, da administração e da psicologiaFonte: hp://www.google.com
o ambiente como fonte direta dos dados e o pesquisador como instrumentochave; possui caráter descritivo; o processo é o foco principal de abordagem enão o resultado ou o produto; a análise dos dados foi realizada de forma intuitiva
e indutivamente pelo pesquisador; não requereu o uso de técnicas e métodos es-tatísticos; e, por fim, teve como preocupação maior a interpretação de fenômenose a atribuição de resultados.
da ótica dos qualitativistas parece totalmente inaceitável legitimar as conclusõesdas investigações que realizam pela simples adoção de processos investigatóriospautados na quantificação. E, por isso mesmo, são métodos reconhecidos pelapossibilidade de suportar a formulação de leis ou de explicações gerais.
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2.3.1 Estudo de caso
O método de estudo de caso nos permite a realização de uma pesquisain loco, ou seja, de forma empírica podemos acompanhar em contexto real odesenvolvimento do trabalho. Este tipo de pesquisa tem sido usado com muita
abrangência no contexto empresarial. O mundo corporativo necessita de muitavelocidade de resposta e isto só se torna possível com o estudo de caso.
Para Lima (2004, p. 32-33), uma pesquisa envolvendo estudo de casonecessita de um projeto de pesquisa consistente e da criação de um protocolo deestudo. O projeto de pesquisa precisa ser dotado de todos os elementos de umprojeto: título, justificativa, objetivos, teoria compatível, viabilidade, cronograma.Já o protocolo diz respeito à criação de um documento com a finalidade deregistrar a circulação das informações, favorecendo também a sistematização dosprocessos usados na pesquisa.
Yin (2005) explica que os estudos de caso representam a estratégia preferidaquando:
• se colocam questões do tipo “como” e “por que”;
• o pesquisador tem pouco controle sobre os eventos; e
• o foco se encontra em fenômenos contemporâneos inseridos
• em algum contexto da vida real.
A clara necessidade pelos estudos de caso surge justamente do desejo de secompreender fenômenos sociais complexos. Ou seja, o estudo de caso permiteuma investigação para se preservar as características holísticas e significativas doseventos da vida real (YIN, 2005).
gura 5O estudo de caso é um método cada vez mais ulizadoFonte: hp://www.google.com
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O estudo de caso como estratégia de pesquisa compreende um métodoque abrange tudo – com a lógica de planejamento incorporando abordagensespecíficas à coleta e análise de dados. E dessa forma, o estudo de caso nãodeve ser pensado como uma tática para a coleta de dados nem meramente umacaracterística do planejamento em si, mas sim como uma estratégia de pesquisa
abrangente.
Como unidade(s) de análise, que se relacionam com o problema fundamentalde se definir o que é um “caso”, Yin explica que o autor da pesquisa pode elegercomo “caso” um grupo de indivíduos (ex.: estudos de casos de pacientes clínicos),ou naturalmente também pode ser algum evento ou uma organização.
Mas você pode estar se perguntando: o que torna um estudo de casoexemplar? Para ser exemplar, um estudo de caso deve apresentar as seguintescaracterísticas:
• Ser signicativo;
• Ser completo;
• Considerar perspectivas alternativas;
• Apresentar evidências sucientes;
• Ser elaborado de uma maneira atraente.
Certamente com o conhecimento apresentado nesta unidade, você
conseguirá aplicar as informações do nosso estudo em projetos de pesquisa. Oobjetivo é que você tenha embasamento para justificar seus conceitos e formarsuas conclusões em futuros trabalhos.
2.4 Para saber mais
• BABBIE, E. Métodos de Pesquisa Survey. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1999.
O autor introduz o leitor na lógica do trabalho científico, além de fornecerdiversos instrumentos necessários para a pesquisa.
•
Neste endereço você pode ler sobre a aplicabilidade do estudo de caso em umprojeto de pesquisa.
•
Leia neste endereço sobre a diferença entre método quantitativo e qualitativo.
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Metodologia Científica
Síntese da UnidadeNesta unidade você conheceu os métodos científicos e como eles podem serusados em nossas pesquisas. Além disso, você pôde entender o que são os métodosquantitativos e qualitativos e como eles podem ser usados em nosso cotidiano.
2.5 ReferênciasARANHA, M. L. A.; MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. São Paulo:Moderna, 1993.
BABBIE, E. Métodos de Pesquisa Survey. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1999.
LIMA, M. C. Monografia: a engenharia da produção acadêmica. São Paulo:Saraiva,2004.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1996.
______ Métodos e técnicas da pesquisa social. São Paulo: 1987. falta editora!
_______Técnicas de pesquisa em economia. São Paulo: 1991. falta editora!
GODOY, A. S. Introdução à Pesquisa Qualitativa e suas possibilidades. Revista deAdministração de Empresas. São Paulo v. 35, n. 2, p. 57 - 63; n.3, p. 20 - 29; n.4, p.65 - 71 mar/ago.1995. checar numerações!
YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3. ed. Porto Alegre:Bookman, 2005.
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Anotações
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UNIDADE 3
UNIDADE3
Nesta unidade você conhecerá quais são os tipos de pesquisa, oque é a observação direta intensiva e extensiva e como se dá a pesquisadocumental e a revisão bibliográfica, bem como as características dapesquisa em laboratório.
Ao final da unidade você será capaz de entender quais são ascaracterísticas e peculiaridades de cada tipo de pesquisa.
A coleta de dados
Para início de conversa
3.1 Tipos de pesquisa3.2 Documentação direta: intensiva e extensiva3.3 Pesquisa documental e revisão bibliográfica3.4 Pesquisa em laboratório
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O que é pesquisar? Você sabe dizer?
Pesquisar, basicamente, é buscar informações a respeito de algo, investigar.Seria ótimo se pudéssemos, numa pesquisa, apenas informar o termo/assunto queprecisamos e tudo aparecesse pronto, bastando apenas escolher, isso sim, issonão...
Mas não é bem assim. Por quê? Porque ao iniciar uma pesquisa temosuma ideia ainda vaga ou pouco fundamentada daquilo que queremos estudar. Àmedida que vamos estudando, o assunto se desdobra, e aquilo que antes pareciasimples e certo se amplia e se complica.
Além disso, nós mesmos estamos implicados naquilo que estudamos, poisa todo momento estamos acionando aquilo que sabemos (nossos “interpretantes”,
como diria Peirce) naquilo que ainda estamos tentando entender. E a informaçãonos transforma, de tal modo que, se não tomarmos alguns cuidados, podemosperder o foco, perder o interesse e tornar a pesquisa um quebra cabeça muitodifícil.
UNIDADE 3A coleta de dados
gura 1Vários são os elementos passíveis de interpretação na pesquisa. fonte: hp://www.gatech.edu/comm/oerings/research.html
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Charles SandersPeirce
Charles Sanders Peirce(Cambridge, 10 de se-
tembro de 1839 – 19 de
abril de 1914, Milford)
foi um lósofo, ciensta
e matemáco ameri-
cano. Licenciou-se em
ciências e doutorou-se
em Química em Har-
vard. Ensinou losoa
nesta universidade ena Universidade Johns
Hopkins. Foi o funda-
dor do Pragmasmo e
da ciência dos signos,
a semióca. Antecipou
muitas das problemá-
cas do Círculo de Viena.
Peirce também era
matemáco, sico e
astrônomo. Dentro
das ciências culturaisestudou parcular-
mente Linguísca,
Filologia e História, com
contribuições também
na área da Psicologia
época, sendo também
conhecedor de mais de
dez idiomas.
fonte:
hp://pt.wikipedia.org/ wiki/Charles_Sanders_Peirce
biograaPara lidar com isso é que a metodologia de pesquisa existe. Elanos mantém atentos àquilo que estamos buscando, de forma aselecionar e ordenar adequadamente as informações, os dadosque surgem.
3.1 Tipos de pesquisa
São vários os tipos de pesquisa, e as nomenclaturasvariam conforme a fonte consultada. Observe este esquema:
Trabalharemos aqui com as nomenclaturas mais comuns,para ajudar você na escolha do seu método. Vamos lá!
Existem diferentes classificações de tipo de pesquisa, poiselas estão relacionadas com as peculiaridades das diferentesáreas do conhecimento. Ao caracterizar uma pesquisa, devemosestar atentos para compreender estes tipos:
· quanto à abordagem: ou seja, modo de observar o fenômeno,que pode ser, como já vimos, qualitativo, quantitativo ou quali-quantitativo;
· quanto ao objetivo: onde se pretende chegar com a pesquisa,explorar, descrever ou explicar (e a pesquisa pode ser, então,exploratória, descritiva ou explicativa);
· quanto ao procedimento adotado: e, nesse sentido, pode-seadotar a pesquisa documental; pesquisa bibliográfica, estudode caso, experimental, dentre outras.
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Semióca
A Semióca Peirciana
pode ser considerada
uma Filosoa Ciencada Linguagem. A Feno-
menologia é a ciência
que permeia a semióca
de Peirce, e deve ser en-
tendida nesse contexto.
Para Peirce, a Fenome-
nologia é a descrição e
análise das experiências
do homem, em todos os
momentos da vida. Nes-
se sendo, o fenômenoé tudo aquilo que é
percebido pelo homem,
seja real ou não.
Seus estudos levaram ao
que ele chamou de Cate-
gorias do Pensamento e
da Natureza, ou Catego-
rias Universais do Signo.
São elas a Primeiridade,
que corresponde ao aca-
so, ou o fenômeno no
seu estado puro que se
apresenta à consciência,
a Secundidade, corres-
ponde à ação e reação, é
o conito da consciência
com o fenômeno, bus-
cando entendê-lo. Por
úlmo a Terceiridade,
ou o processo, a media-ção. É a interpretação
e generalização dos
fenômenos.
Fonte:
hp://www.wikipedia.org
saiba + 3.1.1 Tipos de Pesquisa em relação aos
procedimentos
Pesquisa bibliográfica
Trata-se da forma mais tradicional e convencional de pesquisa.Quando desenvolvemos uma pesquisa bibliográfica, trabalhamos apartir de fontes escritas.
O espaço clássico consagrado à pesquisa bibliográfica é a
biblioteca. De certo modo, todas as demais modalidades de pesquisa,
em algum momento, tornam-se pesquisas bibliográficas e se servem
da biblioteca, em busca de livros, enciclopédias, dicionários, artigos,
revistas, teses, dissertações, monografias, documentos, iconografias
que fundamentem ou auxiliem aquilo que estamos afirmando
(MÁTTAR NETO, 2002).
Hoje, no entanto, a pesquisa bibliográfica não se limita
ao material impresso. Nela podemos incluir as fontes digitais, de
modo que toda e qualquer pesquisa online, via internet, também se
converte em pesquisa bibliográfica.
As bibliotecas possuem uma forma de catalogação do
material. Há algumas décadas, para pesquisarmos algo nesse espaço,
deveríamos recorrer aos enormes fichários locais, que possibilitavampesquisas por autor, por título, por área, por assunto etc. Todos estes
itens eram referenciados por números. Anotava-se o número do
material desejado e dirigia-se à estante indicada. Com o tempo, os
fichários foram substituídos por computadores com intranets, mas
que cumpriam as mesmas funções das fichas (que ainda existem
nas bibliotecas maiores). O passo seguinte foi a disposição dessas
informações na World Wide Web, e foi um grande passo, pois a
informação passava a ser compartilhada, embora ainda fosse um
problema chegar até ela.
Até hoje existem programas de bolsas de estudos cuja
justificativa é possibilitar ao pesquisador ir até determinado local
(no exterior, por exemplo) para pesquisar e ler o material que lá se
encontra a fim de fundamentar a dissertação ou tese em questão. Boa
parte das bibliotecas universitárias puseram à disposição um serviço
de pergamum, pelo qual é possível conseguir o material necessário
sem ir até o local. Mas implica em custos que a internet acabou por
eliminar. Hoje em dia há na rede uma infinidade de títulos disponíveis já digitalizados, de acesso possível em qualquer lugar apenas com
alguns cliques. Basta saber procurar.
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Pesquisabibliográca
Pesquisa bibliográca é
a avidade de localiza-
ção e consulta de fontes
diversas de informação
pelo objevo explícito
de coletar materiais
mais genéricos ou mais
especícos a respeito de
um tema (LIMA, 2004,
p. 38).
glossário
Você sabe pesquisar online?
Para facilitar as suas pesquisas online embuscadores como o Google, utilize o linkabaixo para aprender mais sobre o assunto.
www.dicas-l.com.br/download/google_dicas.pdf
Uma das melhores fontes de pesquisa bibliográfica sãoos artigos de periódicos especializados.
A princípio, essas publicações eram impressas, mastambém em função da expansão da internet, do alto custo deimpressão e das dificuldades de distribuição, a maior parte hoje
existe principalmente – senão apenas – em versão eletrônica.
O problema dos artigos, contudo, sempre esteve nacatalogação. As bibliotecas catalogavam, quando muito, apenaso jornal ou revista em si. Hoje, em contrapartida, são vários osbancos de dados online que registram a maior parte dos artigospublicados, nas mais diversas áreas. Há muitíssimo material paraa sua pesquisa bibliográfica. Como dissemos antes, basta saberprocurar, fazer combinações de pesquisa e triar os resultados.
Em suma, a pesquisa bibliográfica deve contemplar:
• referenciais teóricos que auxiliem a reforçar, justificar,demonstrar, esclarecer e explicar o fenômeno estudado.Deve-se explorar o assunto, contemplando a literaturade base e as pesquisas mais recentes a ele relacionadas,a fim de dar credibilidade àquilo que se está produzindo;
• um conjunto de autores – os mais renomados possíveis
para a discussão da questão, que tenham publicadoconteúdos que fundamentem uma discussão teórica.Autores com versões atualizadas e/ou alternativastambém são bem vindos;
• a articulação das informações coletadas com análisecrítica, não meramente descritiva; e
• um estudo exploratório sobre o assunto em questão.
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Pesquisa de artigos cientícos
Consulte, por exemplo, o SciELO – Scienti-c Electronic Library Online, da FAPESP/CNPq. Nesta base de dados vocêencontrará coleções de periódicos de vários
países, triados por assuntos, palavras-cha-ve, autores etc. Há também a base , do MEC, cujapesquisa se dá por tipo de mídia, estando àdisposição, além de textos, imagens, vídeose áudios.
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gura 2site dominiopublico.gov.br Fonte: hp://www.dominiopublico.gov.br
gura 3
site scielo.orgFonte: hp://www.scielo.org
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gura 4
Operacionalização da pesquisa bibliográcaFonte: Lima (2004).
Cabe destacar a você, então, a importância da pesquisa bibliográficaem todos os estudos. Afinal, o referencial teórico será uma das etapas de umamonografia, dissertação, tese ou artigo científico. Isso ocorrerá em todas as áreasde conhecimento.
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Pesquisa documental
Máttar Neto (2002) destaca que apesar de as bibliotecas serem o lugarpropício para encontrarmos documentos, elas não acolhem todos os documentosde que podemos nos utilizar na confecção de uma pesquisa, conforme o caráter o
investigação. O autor elabora então uma lista de alguns tipos de documentos que,para serem acessados, requerem pesquisas de campo em locais alternativos (deArquivos Históricos a acervos pessoais etc.). Vejamos.
• tabelas e fontes estatísticas;• fontes cartográficas;• IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística);• relatórios diversos de empresas;• hipotecas;• falências;• concordatas;• contratos e atas;• programas;• memoriais;• ofícios;• comunicados;• documentos informativos arquivados em repartições públicas, associações,
igrejas, hospitais e sindicatos, bancos, escolas, igrejas, partidos políticos,ONGs, ordens régias;
• correspondência pessoal ou comercial;• diários;• memórias;• autobiografias;• acervos públicos ou particulares;• cartórios (registros diversos, de nascimento, casamento, desquite e
divórcio, atestados de óbito, escrituras de compra e venda; testamentos einventários);
• fotografias;
• museus;• obras de arte;• objetos artísticos em geral;• filmes;• fitas de vídeo ou sonoras;• publicações parlamentares (atas, debates, projetos de lei, relatórios etc.);• decretos e leis;• anuários;• alvarás;
• epitáfios,• obras originais de qualquer natureza etc.
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Pesquisa experimental e de laboratório
Nesta modalidade, o pesquisador analisa o problema a partir da hipóteselançada. Desse recorte ele tenta esboçar quais os fatores e variáveis atreladas aofenômeno observado, quais suas causas e efeitos, para assim, avaliar os resultados
que advêm destas mesmas varáveis.
A pesquisa experimental exige um plano ou protocolo do experimento compassos bem definidos. Pode-se dizer tratar-se do método ideal para a pesquisacientífica, pois isola a amostra, sem interferência do meio externo, podendo opesquisador manipulá-la como desejar, sem equívocos ou ambiguidades. Seuambiente, também ideal, é o laboratório.
Em outras palavras, a pesquisa experimental consiste em determinar um
objeto (amostra) de estudo, selecionar as variáveis capazes de influenciá-lo, definiras formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz. Se osobjetos (amostras) são físicos não há muitas limitações quanto à experimentação,o que não ocorre em experiências com pessoas, grupos ou instituições.
A seleção da amostra poderá ser criteriosa ou aleatória. “O problemaprincipal acaba sendo o valor da amostra que justifique a extrapolação para apopulação total, ou seja, a possibilidade da inferência estatística”, afirma MáttarNeto (2002, p. 148). E acrescenta: “Uma estimativa é tanto melhor quanto maiorfor o efetivo medido e quando a dimensão da amostra for suficientemente grandeem relação à população total”
Segundo Kerlinger (1979), há três modelos básicos para a pesquisaexperimental:
• Experimentos “apenas depois” – consiste em estabelecer dois gruposhomogêneos, o grupo experimental e o grupo de controle. Após estimularsomente o grupo experimental são verificadas as diferenças e variaçõesentre os dois grupos, concluindo-se que a variação ocorre devido ao
estímulo dado pelo pesquisador.• Experimentos “antes-depois” – é estabelecido um grupo único que é
submetido à análise inicial e depois submetido a um determinado estímulo.Verifica-se a cada variação o efeito causado, concluindo se o efeito obtidoaltera ou não o grupo estudado.
• Experimentos “antes-depois com dois grupos” – verifica-se o grupode controle e o grupo experimental antes do estímulo. Aplica-se entãoo estímulo no grupo experimental e analisa-se a diferença entre o grupoexperimental (estimulado) e o de controle (sem es