13ª aula - legale.com.br · 2ª fase oab - 100% gratuito digite no you tube: custodio nogueira 2ª...

14
_______________________________________________________________________________________ Mini curriculum Advogado militante especializado em Direito Civil e Processo Civil, Professor Universitário, de Pós Graduação e de Cursos Preparatórios para o Exame de Ordem dos Advogados do Brasil. Contatos: E‐mail: [email protected] Facebook: b.com/custodio.nogueira Site: custodionogueira.com.br 2ª Fase OAB - 100% GRATUITO digite no you tube: custodio nogueira 2ª fase grátis 13ª AULA 10.6 Meios de prova 10.6.2 Oral MEIOS DE PROVA Os meios de prova podem ser sintetizados na seguinte pergunta. Como provar? A resposta é obtida pela conjugação dos artigos: Art 5º, LVI, da CF - São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos. Art. 369 do CPC - As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz. São meios de Prova: Oral, Documental e a Pericial. 1ª - DA PROVA ORAL Tudo acontece na audiência: Na 9ª aula cuidamos da Audiência Trabalhista. Possibilidade de Gravar a Audiência: Art. 367 do CPC - O servidor lavrará, sob ditado do juiz, termo que conterá, em resumo, o ocorrido na audiência, bem como, por extenso, os despachos, as decisões e a sentença, se proferida no ato. § 5 o A audiência poderá ser integralmente gravada em imagem e em áudio, em meio digital ou analógico, desde que assegure o rápido acesso das partes e dos órgãos julgadores, observada a legislação específica.

Upload: phunglien

Post on 19-Nov-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

_______________________________________________________________________________________

Mini curriculum

Advogado militante especializado em Direito Civil e Processo Civil, Professor Universitário, de Pós Graduação e de Cursos Preparatórios para o Exame de Ordem dos Advogados do Brasil.

Contatos: E‐mail: [email protected] Facebook: b.com/custodio.nogueira Site: custodionogueira.com.br 2ª Fase OAB - 100% GRATUITO digite no you tube: custodio nogueira 2ª fase grátis

13ª AULA 10.6 Meios de prova

10.6.2 Oral

MEIOS DE PROVA Os meios de prova podem ser sintetizados na seguinte pergunta. Como provar? A resposta é obtida pela conjugação dos artigos:

Art 5º, LVI, da CF - São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos. Art. 369 do CPC - As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz.

São meios de Prova: Oral, Documental e a Pericial.

1ª - DA PROVA ORAL Tudo acontece na audiência:

Na 9ª aula cuidamos da Audiência Trabalhista. Possibilidade de Gravar a Audiência:

Art. 367 do CPC - O servidor lavrará, sob ditado do juiz, termo que conterá, em resumo, o ocorrido na audiência, bem como, por extenso, os despachos, as decisões e a sentença, se proferida no ato. § 5o A audiência poderá ser integralmente gravada em imagem e em áudio, em meio digital ou analógico, desde que assegure o rápido acesso das partes e dos órgãos julgadores, observada a legislação específica.

§ 6o A gravação a que se refere o § 5o também pode ser realizada diretamente por qualquer das partes, independentemente de autorização judicial.

Da Tentativa Conciliatória. Audiência Inicial ou UNA A tentativa conciliatória ocorrerá logo na abertura da audiência art. 846 CLT:

Art. 846 da CLT - Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação. Não havendo acordo avançamos para a Instrução Processual. 1º Ato - Depoimento Pessoal das Partes. Da Ordem dos Depoimentos:

Art. 361 do CPC - As provas orais serão produzidas em audiência, ouvindo-se nesta ordem, preferencialmente: I - o perito e os assistentes técnicos, que responderão aos quesitos de esclarecimentos requeridos no prazo e na forma do art. 477, caso não respondidos anteriormente por escrito; II - o autor e, em seguida, o réu, que prestarão depoimentos pessoais; III - as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, que serão inquiridas. Parágrafo único. Enquanto depuserem o perito, os assistentes técnicos, as partes e as testemunhas, não poderão os advogados e o Ministério Público intervir ou apartear, sem licença do juiz.

Art. 848 da CLT - Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do processo, podendo o presidente, ex officio ou a requerimento de qualquer juiz temporário, interrogar os litigantes. § 1º - Findo o interrogatório, poderá qualquer dos litigantes retirar-se, prosseguindo a instrução com o seu representante. § 2º - Serão, a seguir, ouvidas as testemunhas, os peritos e os técnicos, se houver.

Jus Postulandi e o Depoimento Pessoal

Art. 385, § 2º, do CPC - É vedado a quem ainda não depôs assistir ao interrogatório da outra parte.

Quando a parte estiver sem advogado, não há como aplicar o mencionado preceito, pois, se deixasse a sala de audiência, não teria como formular perguntas, a serem feitas pelo juiz. No Processo Civil:

Art. 385. Cabe à parte requerer o depoimento pessoal da outra parte, a fim de que esta seja interrogada na audiência de instrução e julgamento, sem prejuízo do poder do juiz de ordená-lo de ofício.

No Processo do Trabalho:

Art. 848 - Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do processo, podendo o presidente, ex officio ou a requerimento de qualquer juiz temporário, interrogar os litigantes.

A interpretação gramatical afasta a possibilidade das partes requererem o depoimento pessoal da parte contrária. Todavia, a interpretação mais razoável face o Princípio da Primazia da Realidade é a interpretação sistemática do art. 848 com o art. 820 da CLT que garante:

Art. 820 - As partes e testemunhas serão inquiridas pelo juiz ou presidente, podendo ser reinquiridas, por seu intermédio, a requerimento dos vogais, das partes, seus representantes ou advogados.

Inquirir (art. 820) tem o mesmo significado de interrogar (art. 848). Portanto, se o juiz não interrogar (art. 848) as partes poderão requerer, por seu, intermédio, o interrogatório recíproco (art. 820).

Inquirir: 1. transitivo direto e bitransitivo fazer perguntas; interrogar, perguntar, indagar. "após inquiri-lo devidamente, despachou-o" 2. transitivo direto e transitivo indireto procurar ou tomar informações sobre (algo); pesquisar, investigar. "inquirindo velhos documentos, conseguiu descobrir a verdade" Interrogar: verbo 1. transitivo direto e bitransitivo e pronominal fazer perguntas (a alguém ou a si mesmo); indagar(-se), perguntar(-se). "preferiu não i. o marido" 2. transitivo direto e bitransitivo apresentar questões acadêmicas a; arguir, examinar. "interrogou o aluno (sobre a Segunda Guerra)"

Tudo ao fundamento no Princípio da Ampla Defesa e do Contraditório:

Art. 5º, LV da CF - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

O juízo poderá indeferir, devendo a parte protestar. (art. 795da CLT) Em sentença deverá o juízo fundamentar a decisão por conta de outros elementos probatórios contantes dos autos. Do contrário, restará configurado cerceamento de defesa, pois impedirá a parte de consigar a confissão da parte contrária.

Jurisprudência:

INDEFERIMENTO DE REQUERIMENTO DO DEPOIMENTO PESSOAL DA PARTE CONTRÁRIA. CERCEAMENTO DE DEFESA. CONFIGURAÇÃO. NULIDADE. A observância dos princípios da ampla defesa e do contraditório, decorrentes do princípio baluarte do devido processo legal, implica, entre outros fatores, assegurar às partes o direito de produzirem as provas necessárias à resolução do litígio. Nessa perspectiva, há que se reconhecer a ocorrência de cerceamento de defesa quando demonstrado que o acervo fático-probatório dos autos não fornece elementos suficientes para a composição da lide estabelecida em torno da maioria dos pedidos formulados na exordial, e a Reclamada foi obstada de obter o depoimento pessoal da parte contrária. Nesse contexto, vale ressaltar que, a partir de uma interpretação sistemática dos arts. 848 e 820 da CLT, concluí-se que a tomada do depoimento pessoal da parte ex adversa, quando requerida pela outra parte, não se trata de uma mera faculdade do magistrado, mas, sim, de um autêntico direito fundamental desta à produção de prova, pois, a partir deste meio de prova, se pode granjear a confissão real do adversário e, quando não muito, um melhor esclarecimento acerca dos fatos controvertidos. TRT-23 - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA RO 1321200903623002 MT 01321.2009.036.23.00-2 (TRT-23) Data de publicação: 08/07/2010

Atenção:

Art. 387 do CPC - A parte responderá pessoalmente sobre os fatos articulados, não podendo servir-se de escritos anteriormente preparados, permitindo-lhe o juiz, todavia, a consulta a notas breves, desde que objetivem completar esclarecimentos.

Jurisprudência:

O fato de o preposto admitir que estava estudando o processo, não causa surpresa, pois ele deve ter conhecimento dos fatos, pois suas declarações obrigarão o réu. Além do que, a parte pode comparecer em juízo e prestar depoimento auxiliado por notas, como assegura o artigo 346 do CPC, subsidiariamente aplicável. O fato de o preposto ter se preparado para prestar depoimento produzindo um questionário não pode ser interpretado como se houve a intenção de mentir em juízo, como entendeu o Magistrado. Importante lembrar que a parte não presta compromisso e a ela não cabe a imputação de falso testemunho. A oitiva das partes no processo tem como objetivo principal a obtenção da confissão. E a leitura do teor do depoimento que se seguiu ao incidente envolvendo o documento confiscado, revela que foi esse o objetivo do juízo ao inquirir a parte. Diante deste quadro, estou convencido de que o depoimento de preposto restou comprometido, não podendo ser considerado como meio de prova, muito mais ainda, pode ser tido em conta para agravar a situação da parte, que foi tida por confessa. Assim, tenho por caracterizado o cerceamento de defesa, e como consequência, dou provimento ao recurso do Banco reclamado para declarar a nulidade dos atos decisórios que se seguiram à audiência de instrução (sentença e decisão de embargos de declaração), determino, o retorno dos autos para retomada da

audiência de instrução com a coleta de novo depoimento do preposto e a oitiva das testemunhas das partes. TRT-4 - Inteiro Teor. Recurso Ordinário: RO 4161820115040851 RS 0000416-18.2011.5.04.0851 Data de publicação: 07/05/2014

Dispensa do Depoimento Pessoal: É possível a parte requerer a dispensa do depoimento pessoal da parte contrária. Contudo, perderá a oportunidade de conseguir a CONFISSÃO REAL.

DA CONFISSÃO REAL e DA CONFISSÃO FICTA Da Confissão Real: Goza de presunção absoluta.

Art. 393 do CPC - A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação.

Art. 389 do CPC - Há confissão, judicial ou extrajudicial, quando a parte admite a verdade de fato contrário ao seu interesse e favorável ao do adversário.

Ensina o Prof. Carlos Henrique Bezerra Leite. O objetivo principal do depoimento pessoal das partes é a obtenção da confissão real, que é a principal prova, a chamada rainha das provas. Na confissão real, portanto, visa-se ao reconhecimento da veracidade dos fatos alegados pelas partes, obtida com seu próprio depoimento ou feita por procurador com poderes expressos para tal ato, no processo do trabalho, em regra, pelo preposto. A confissão real goza de presunção absoluta, portanto:

a) a parte a quem ela aproveita retira de si o onus probandi do fato confessado; b) o juiz tem o dever de acatá-la como fator determinante para o deslinde da questão, sendo-lhe lícito, inclusive, relevar pequenos defeitos formais da petição inicial ou da defesa se improcedente o pedido; c) é indivisível, isto é, deve ser considerada por inteiro, não podendo ser aceita no tópico em que beneficia a parte e rejeitada no que lhe for desfavorável (NCPC, art. 395).

Art. 395 do CPC - A confissão é, em regra, indivisível, não podendo a parte que a quiser invocar como prova aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que lhe for desfavorável, porém cindir-se-á quando o confitente a ela aduzir fatos novos, capazes de constituir fundamento de defesa de direito material ou de reconvenção.

Jurisprudência:

DEPOIMENTO PESSOAL DA RECLAMANTE. CONFISSÃO REAL. Nos termos do art. 348, do CPC, aplicável subsidiariamente ao processo do trabalho (art. 769, da CLT), há confissão quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e favorável ao do adversário. O objetivo principal do depoimento pessoal das partes é a obtenção da confissão real, considerada a rainha das provas, pela doutrina majoritária. Na confissão real, que goza de presunção absoluta, visa-se ao reconhecimento da veracidade dos fatos alegados pelas partes. TRT-1 - Recurso Ordinário RO 00000173420135010032 RJ (TRT-1) Data de publicação: 27/08/2014

Da Confissão Ficta: Esta goza de presunção relativa, ou seja, admite prova em sentido contrário. Por isso é que a confissão ficta prevalece enquanto não houver outros meios probatórios constantes os autos capazes de ilidila, como a prova documental, a prova testemunhal e, até mesmo a confissão real. Na 9ª aula explicamos quanto aos efeitos da ausência das partes na audiência.

Empregador, eventual revelia e com certeza, confissão; (audiência UNA)

Empregado, na audiência em continuação, confissão. (audiência em Continuação) Portanto, ausente as partes na audiência em continuação, a Confissão Ficta será aplicada a parte ausente.

Súmula nº 74 do TST. CONFISSÃO. (atualizada em decorrência do CPC de 2015) I - Aplica-se a confissão à parte que, expressamente intimada com aquela cominação, não comparecer à audiência em prosseguimento, na qual deveria depor. II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto com a confissão ficta (arts. 442 e 443, do CPC de 2015 - art. 400, I, do CPC de 1973), não implicando cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores. III- A vedação à produção de prova posterior pela parte confessa somente a ela se aplica, não afetando o exercício, pelo magistrado, do poder/dever de conduzir o processo.

Art. 442 do CPC - A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso. Art. 443 do CPC - O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos: I - já provados por documento ou confissão da parte; II - que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados.

Jurisprudência:

REVELIA E CONFISSÃO FICTA. PRESUNÇÃO RELATIVA. A presunção advinda da confissão ficta é relativa, podendo ser confrontada pela prova pré-constituída nos autos (Súmula nº 74 do C. TST), bem como não implica em procedência automática

dos pedidos contidos na inicial, competindo ao juízo analisar o caso concreto e pela consagração do princípio do livre convencimento e da persuasão racional, apreciar livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes, podendo aplicar as regras de experiência comum subministradas pela observação do que ordinariamente acontece, indicando na sentença, os motivos que lhe formaram o convencimento. (arts. 131 e 335 do CPC). TRT-2 - RECURSO ORDINÁRIO RO 00000404720135020033 SP 00000404720135020033 A28 (TRT-2) Data de publicação: 05/09/2014

Confissão Ficta ocorre somente na ausência da parte?

Art. 385, § 1º do CPC - Se a parte, pessoalmente intimada para prestar depoimento pessoal e advertida da pena de confesso, não comparecer ou, comparecendo, se recusar a depor, o juiz aplicar-lhe-á a pena.

A recusa a depor, equivale a ausência da parte sendo aplicada a pena de Confissão Ficta. Jurisprudência:

DESCONHECIMENTO DOS FATOS PELO PREPOSTO. CONFISSÃO FICTA. PRESUNÇÃO RELATIVA DE VERACIDADE NÃO ELIDIDA POR OUTRAS PROVAS. Em face ao disposto no § 1º, do artigo 843, da CLT, o preposto deve ter conhecimento dos fatos deduzidos em juízo, cujas declarações obrigarão o preponente. Caso oposto, a consequência jurídica é a confissão ficta, que pode ser elidida por prova em contrário, ausente, contudo, nos autos, acolhendo-se como verdadeira a alegação da reclamante, visto que o desconhecimento dos fatos articulados na demanda equivale à recusa de depor, fazendo incidir na hipótese a regra do § 2º do artigo 343 do Código de Processo Civil, de aplicação supletiva ao processo do trabalho.

TRT-1 - Recurso Ordinário RO 00020398820125010262 RJ (TRT-1) Data de publicação: 03/09/2014

Curisosidade. E a Confissão na Ação Rescisória?

Súmula nº 398 do TST AÇÃO RESCISÓRIA. AUSÊNCIA DE DEFESA. INAPLICÁVEIS OS EFEITOS DA REVELIA (alterada em decorrência do CPC de 2015) - Res. 219/2017, DEJT divulgado em 28, 29 e 30.06.2017 – republicada - DEJT divulgado em 12, 13 e 14.07.2017 Na ação rescisória, o que se ataca é a decisão, ato oficial do Estado, acobertado pelo manto da coisa julgada. Assim, e considerando que a coisa julgada envolve questão de ordem pública, a revelia não produz confissão na ação rescisória

2º Ato - Depoimento das Testemunhas. Testemunha é um terceiro em relação ao processo, que presta depoimento em juízo, por ter conhecimento REAL dos fatos.

Art. 442 do CPC - A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso.

Art. 444 do CPC - Nos casos em que a lei exigir prova escrita da obrigação, é admissível a prova testemunhal quando houver começo de prova por escrito, emanado da parte contra a qual se pretende produzir a prova. Art. 446 do CPC - É lícito à parte provar com testemunhas: I - nos contratos simulados, a divergência entre a vontade real e a vontade declarada; II - nos contratos em geral, os vícios de consentimento.

Da Intimação da Testemunha:

Art. 825 da CLT - As testemunhas comparecerão a audiência independentemente de notificação ou intimação. Parágrafo único - As que não comparecerem serão intimadas, ex officio ou a requerimento da parte, ficando sujeitas a condução coercitiva, além das penalidades do art. 730, caso, sem motivo justificado, não atendam à intimação. Art. 852-H, § 3º da CLT - Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente convidada, deixar de comparecer. Não comparecendo a testemunha intimada, o juiz poderá determinar sua imediata condução coercitiva. Art. 455 do CPC - Cabe ao advogado da parte informar ou intimar a testemunha por ele arrolada do dia, da hora e do local da audiência designada, dispensando-se a intimação do juízo. § 1o A intimação deverá ser realizada por carta com aviso de recebimento, cumprindo ao advogado juntar aos autos, com antecedência de pelo menos 3 (três) dias da data da audiência, cópia da correspondência de intimação e do comprovante de recebimento. § 3o A inércia na realização da intimação a que se refere o § 1o importa desistência da inquirição da testemunha. § 4o A intimação será feita pela via judicial quando: I - for frustrada a intimação prevista no § 1o deste artigo; II - sua necessidade for devidamente demonstrada pela parte ao juiz; III - figurar no rol de testemunhas servidor público ou militar, hipótese em que o juiz o requisitará ao chefe da repartição ou ao comando do corpo em que servir; § 5o A testemunha que, intimada na forma do § 1o ou do § 4o, deixar de comparecer sem motivo justificado será conduzida e responderá pelas despesas do adiamento.

A prova testemunhal é o meio de prova mais inseguro. TODAVIA é o meio mais utilizado no processo do trabalho. Muitas vezes, torna-se o único meio de prova, sobretudo, pelo empregado. Como os fatos comportam inúmeras versões, as testemunhas geralmente carregam a marca da subjetividade em seus relatos, razão pela qual a verificação da valoração da autenticidade ou não do depoimento da testemunha constituem elementos que irão formar o convencimento motivado do magistrado (art. 765 da CLT, e art. 371 do CPC). Livre convencimento é a possibilidade do juízo atribuir mais valor a uma prova do que a

outra, independentemente de sua natureza (oral, documental, pericial). Da Possibilidade de Gravação dos Depoimentos das Testemunhas:

Art. 460 do CPC - O depoimento poderá ser documentado por meio de gravação. § 1o Quando digitado ou registrado por taquigrafia, estenotipia ou outro método idôneo de documentação, o depoimento será assinado pelo juiz, pelo depoente e pelos procuradores. § 2o Se houver recurso em processo em autos não eletrônicos, o depoimento somente será digitado quando for impossível o envio de sua documentação eletrônica. § 3o Tratando-se de autos eletrônicos, observar-se-á o disposto neste Código e na legislação específica sobre a prática eletrônica de atos processuais.

Lei nº 11.419/2006 - Dispõe sobre a informatização do processo judicial. Art. 1o O uso de meio eletrônico na tramitação de processos judiciais, comunicação de atos e transmissão de peças processuais será admitido nos termos desta Lei. § 1o Aplica-se o disposto nesta Lei, indistintamente, aos processos civil, penal e trabalhista, bem como aos juizados especiais, em qualquer grau de jurisdição.

Da Ordem na Colheita dos Testemunhos:

Art. 456 do CPC - O juiz inquirirá as testemunhas separada e sucessivamente, primeiro as do autor e depois as do réu, e providenciará para que uma não ouça o depoimento das outras. Art. 824 da CLT - O juiz ou presidente providenciará para que o depoimento de uma testemunha não seja ouvido pelas demais que tenham de depor no processo.

São Incapazes para Depor:

Art. 447 do CPC - Podem depor como testemunhas todas as pessoas, EXCETO as incapazes, impedidas ou suspeitas. § 1o São incapazes: I - o interdito por enfermidade ou deficiência mental; II - o que, acometido por enfermidade ou retardamento mental, ao tempo em que ocorreram os fatos, não podia discerni-los, ou, ao tempo em que deve depor, não está habilitado a transmitir as percepções; III - o que tiver menos de 16 (dezesseis) anos; IV - o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que lhes faltam.

São Impedidos para Depor:

§ 2o São impedidos: I - o cônjuge, o companheiro, o ascendente e o descendente em qualquer grau e o colateral, até o terceiro grau, de alguma das partes, por consanguinidade ou afinidade, salvo se o exigir o interesse público ou, tratando-se de causa relativa ao

estado da pessoa, não se puder obter de outro modo a prova que o juiz repute necessária ao julgamento do mérito; II - o que é parte na causa; III - o que intervém em nome de uma parte, como o tutor, o representante legal da pessoa jurídica, o juiz, o advogado e outros que assistam ou tenham assistido as partes.

São Suspeitos para Depor:

§ 3o São suspeitos: I - o inimigo da parte ou o seu amigo íntimo; II - o que tiver interesse no litígio. § 4o Sendo necessário, pode o juiz admitir o depoimento das testemunhas menores, impedidas ou suspeitas. § 5o Os depoimentos referidos no § 4o serão prestados independentemente de compromisso, e o juiz lhes atribuirá o valor que possam merecer.

Art. 829 da CLT - A testemunha que for parente até o terceiro grau civil, amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes, não prestará compromisso, e seu depoimento valerá como simples informação.

Da Advertência à Testemunha pelo Juízo:

Art. 458 do CPC - Ao início da inquirição, a testemunha prestará o compromisso de dizer a verdade do que souber e lhe for perguntado. Parágrafo único. O juiz advertirá à testemunha que incorre em sanção penal quem faz afirmação falsa, cala ou oculta a verdade.

Art. 828 da CLT - Toda testemunha, antes de prestar o compromisso legal, será qualificada, indicando o nome, nacionalidade, profissão, idade, residência, e, quando empregada, o tempo de serviço prestado ao empregador, ficando sujeita, em caso de falsidade, às leis penais.

REFORMA TRABALHISTA NOVIDADE QUANTO A TESTEMUNHA

Art. 793-D. Aplica-se a multa prevista no art. 793-C desta Consolidação à testemunha que intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais ao julgamento da causa. Art. 793-C. De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a 1% (um por cento) e inferior a 10% (dez por cento) do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.

Da Contradita:

Art. 457 do CPC - Antes de depor, a testemunha será qualificada, declarará ou confirmará seus dados e informará se tem relações de parentesco com a parte ou interesse no objeto do processo. § 1º É lícito à parte contraditar a testemunha, arguindo-lhe a incapacidade, o impedimento ou a suspeição, bem como, caso a testemunha negue os fatos que lhe são imputados, provar a contradita com documentos ou com testemunhas, até 3 (três), apresentadas no ato e inquiridas em separado. § 2º Sendo provados ou confessados os fatos a que se refere o § 1º, o juiz dispensará a testemunha ou lhe tomará o depoimento como informante. § 3º A testemunha pode requerer ao juiz que a escuse de depor, alegando os motivos previstos neste Código, decidindo o juiz de plano após ouvidas as partes.

Art. 829 da CLT - A testemunha que for parente até o terceiro grau civil, amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes, não prestará compromisso, e seu depoimento valerá como simples informação.

Jurisprudência:

CERCEAMENTO DE DEFESA. CONTRADITA ACOLHIDA. SUBSTITUIÇÃO DE TESTEMUNHA. POSSIBILIDADE. Os princípios constitucionais do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório garantem à parte o direito de produzir a prova de suas alegações, cujo intuito é o de influenciar o convencimento do julgador, de modo que compete ao órgão judicial fornecer as condições necessárias para que tal direito se materialize. Por conseguinte, uma vez acolhida a contradita em relação à única testemunha conduzida pela autora à audiência de instrução, deve ser garantida à parte a possibilidade de sua substituição. TRT-1 - Recurso Ordinário RO 00000355320125010044 RJ (TRT-1) Data de publicação: 05/08/2014

Do Direcionamento das Perguntas às Testemunhas:

Art. 11 da IN 39 do TST - Não se aplica ao Processo do Trabalho a norma do art. 459 do CPC no que permite a inquirição direta das testemunhas pela parte (CLT, art. 820).

Art. 459 do CPC - As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, começando pela que a arrolou, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com as questões de fato objeto da atividade probatória ou importarem repetição de outra já respondida.

Art. 820 da CLT - As partes e testemunhas serão inquiridas pelo juiz ou presidente, podendo ser reinquiridas, por seu intermédio, a requerimento dos vogais, das partes, seus representantes ou advogados

Das Perguntas Indeferidas:

Art. 795 da CLT - As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão argüi-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos.

Art. 459, § 3º do CPC - As perguntas que o juiz indeferir serão transcritas no termo, se a parte o requerer.

Terceiros mencionados nos Depoimentos das Partes ou Testemunhas podem ser intimados:

Art. 461 do CPC - O juiz pode ordenar, de ofício ou a requerimento da parte: I - a inquirição de testemunhas referidas nas declarações da parte ou das testemunhas;

Da Acareação: Art. 461 do CPC - O juiz pode ordenar, de ofício ou a requerimento da parte: II - a acareação de 2 (duas) ou mais testemunhas ou de alguma delas com a parte, quando, sobre fato determinado que possa influir na decisão da causa, divergirem as suas declarações. § 1º Os acareados serão reperguntados para que expliquem os pontos de divergência, reduzindo-se a termo o ato de acareação.

Da Comprovação de que a Testemunha compareceu em audiência:

Art. 463 do CPC - O depoimento prestado em juízo é considerado serviço público. Parágrafo único. A testemunha, quando sujeita ao regime da legislação trabalhista, não sofre, por comparecer à audiência, perda de salário nem desconto no tempo de serviço. Art. 822 da CLT - As testemunhas não poderão sofrer qualquer desconto pelas faltas ao serviço, ocasionadas pelo seu comparecimento para depor, quando devidamente arroladas ou convocadas. Art. 462 do CPC - A testemunha pode requerer ao juiz o pagamento da despesa que efetuou para comparecimento à audiência, devendo a parte pagá-la logo que arbitrada ou depositá-la em cartório dentro de 3 (três) dias.

Do Número de Testemunhas que Poderão ser Ouvidas:

No Rito Ordinário.

Art. 821 - Cada uma das partes não poderá indicar mais de 3 (três) testemunhas, salvo quando se tratar de inquérito, caso em que esse número poderá ser elevado a 6 (seis).

No Rito Sumaríssimo.

Art. 852-H, § 2º - As testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, comparecerão à audiência de instrução e julgamento independentemente de intimação.

Da Troca de Favores:

Súmula nº 357 do TST. TESTEMUNHA. AÇÃO CONTRA A MESMA RECLAMADA. SUSPEIÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando ou de ter litigado contra o mesmo empregador.

Jurisprudência:

TESTEMUNHA - TROCA DE FAVORES - NÃO CARACTERIZAÇÃO Não caracteriza troca de favores o fato de os empregados, que se virem lesados em seus direitos trabalhistas, utilizarem-se de testemunha que demanda contra mesmo empregador para comprovar a lesão denunciada. Ilógico exigir do empregado que, nesses casos, conte apenas com o testemunho de empregado que não possua ação contra a empresa. Isso importaria em retirar-lhe as poucas condições de comprovar suas alegações em juízo, haja vista que a prova testemunhal é a principal prova de que o empregado se vale para tal mister. O mero exercício do direito de agir não configura ou potencializa a suspeição daquele que é chamado a prestar depoimento em querela de outro, cabendo ao Juízo valorar tal depoimento dentro do conjunto probatório do processo. TRT-3 - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA RO 783609 01140-2008-018-03-00-2 (TRT-3) Data de publicação: 13/05/2009