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UD V – ASSUNTO 2. – A DESCOLONIZAÇÃO
OBJETIVOS:
- Identificar os fatores que levaram ao processo de descolonização
da África e Ásia.
- Analisar os principais conflitos regionais ocorridos na África, na
Índia e na Indochina.
DESCOLONIZAÇÃO - SIGNIFICADO
Descolonização é o nome genérico dado ao processo pelo qual uma ou várias
colônias adquiriram ou recuperaram a sua independência, geralmente por acordo
entre a potência colonial e um partido político ou movimento de libertação
DESCOLONIZAÇÃO - ANTECEDENTES
Colonização da África – Tráfico negreiro entre Séculos XV e XIX
– Imperialismo a partir do final do Século XIX com a
Partilha da África
Colonização da Ásia – Colonialismo através das Companhias das Índias entre
Séculos XV e XIX
– Imperialismo a partir do final do Século XIX
CAUSAS DA DESCOLONIZAÇÃO IMPERIALISTA
Movimentos emancipacionistas e nacionalistas – Diversos grupos locais
organizaram em seus países movimentos para lutar contra a opressão e
exploração das nações estrangeiras no pós - 2ª guerra
Consciência anticolonialista e anti-imperialista – Após a 2ª Guerra Mundial,
a opinião pública europeia desenvolveu uma consciência contrária ao
colonialismo e os fundamentos da Missão Civilizadora caíram por terra
Crise econômica europeia – A manutenção do domínio colonial por meio de
forças militares foi bastante dificultada pela delicada situação econômica das
potências europeias no pós - 2ª guerra
Guerra Fria – Interessados em influenciar as regiões colonizadas, EUA e URSS
procuraram apoiar as lideranças dos grupos emancipacionistas afro-asiáticos e
atraí-las para seu bloco no pós - 2ª guerra
Criação da ONU – Baseada nos princípios da igualdade de direitos e da
autodeterminação dos povos, a ONU criada no pós - 2ª guerra posicionou-se
contra o colonialismo
CAUSAS DA DESCOLONIZAÇÃO IMPERIALISTA
A 2ª Guerra Mundial pode ser notada como a principal causa do
sufocamento do modelo imperialista, pois o empobrecimento causado pelo
esforço de guerra deixou as metrópoles sem condições para manterem um
domínio econômico e militar nas suas colônias distantes. Esses problemas,
associados a um movimento independentista que tomou uma forma mais
organizada na Conferência de Bandung levou as antigas potências coloniais
a negociarem a independência das colônias
CONFERÊNCIA DE BANDUNG
A Conferência de Bandung foi um encontro realizado em 1955 na Indonésia, em
que 23 países africanos e 6 asiáticos propuseram o fim da dominação
neocolinialista e buscaram promover uma cooperação econômica e cultural de
perfil afro-asiático, que fizesse frente à atitude imperialista ideológica das duas
grandes potências da Guerra Fria, Estados Unidos e União Soviética, bem como
de seus liderados. A maioria dos países participantes da conferência vinha da
amarga experiência imperialista, em que experimentaram o domínio econômico,
político e social, além das consequências comuns daquele modelo de dominação
Bandung deu origem a uma política de não alinhamento - uma postura
diplomática e geopolítica de equidistância das grandes potências nucleares,
através da qual dezenas de nações tentariam não ser transformadas em
joguetes dos titãs da Guerra Fria. Entre os diversos pontos levantados no
decorrer daquela reunião, os principais foram:
Rejeição à divisão mundial nos blocos socialista e capitalista e defesa de
uma política de não alinhamento automático com as superpotências;
Proclamação do direito de autodeterminação política, reprovando-se,
portanto, o imperialismo político, econômico e ideológico;
Condenação do racismo e da corrida armamentista
CONFERÊNCIA DE BANDUNG
FORMAS DE RUPTURA
O processo de ruptura dos países da África e da Ásia com as metrópoles deu-
se de duas formas:
Ruptura pacífica: As metrópoles reconheciam a emancipação política das
colônias, mas procuravam preservar as relações econômicas de dominação.
Ex: A Inglaterra, ao perceber que o movimento de emancipação era
irreversível, procurou preservar as novas nações sob sua influência
promovendo a descolonização gradual, procurando integrá-las em seu
círculo de relações econômicas, a exemplo da Comunidade Britânica
(Commonwealth). Isso aconteceu, entre outros, com a Índia e o Ceilão (atual
Sri Lanka)
Ruptura violenta: Alcançada mediante o conflito armado entre metrópole e
tropas de libertação da colônia. Ex: França e Holanda tentaram neutralizar
alguns movimentos de independência à força. O conflito terminava, então,
em choques armados, como aconteceu na Indochina (colônia francesa) e
na Indonésia (colônia holandesa). Nessas regiões, a luta gerou condições
para a intervenção de grupos comunistas
PRINCIPAIS RUPTURAS
Indochina - Colônia francesa desde
1883, a Indochina compreendia o
Vietnã, o Laos e o Camboja. Aquela
península foi ocupada pelos
japoneses durante a 2ª Guerra
Mundial e após a derrota japonesa
na guerra, a França tentou recuperar
o controle sobre a região,
deflagrando a Guerra da Indochina
(1946-54), em que se destacou a
liderança de Ho Chi Minh, do
movimento de libertação vietnamita
comunista.
PRINCIPAIS RUPTURAS
Indochina - A paz foi discutida na Conferência de Genebra, na qual a
Indochina foi dividida em seus três países primários. O Vietnã, por sua vez,
seria dividido em dois: Vietnã do Norte, comunista, capital Hanói e o Vietnã do Sul,
capitalista, capital Saigon. O acordo de Genebra decidiu que em 1956 seriam
realizadas eleições gerais para a unificação do país. A alta interferência
comunista na região, rechaçada pela influência norte-americana foi a causa da
Guerra do Vietnã, já abordada anteriormente
PRINCIPAIS RUPTURAS
África inglesa - Os movimentos de
independência das colônias inglesas
caracterizaram-se, em geral, pela
ruptura pacífica. Foram os casos, por
exemplo, de Gana (década de 1950) e de
Nigéria, Serra Leoa e Gâmbia (década de
1960). Também obtiveram sua
independência Zâmbia, Tanzânia e
Uganda. No Quênia, entretanto, a
emancipação política foi precedida de
conflitos violentos devido à resistência
da população branca local, que detinha
25% das terras mais férteis do país.
Apartheid
Na África do Sul, país mais rico
do continente, a dominação
secular dos representantes da
minoria branca de origem
europeia, sobretudo de ingleses
e holandeses, impôs à
população negra um regime de
segregação racial, além da
exploração das grandes reservas
naturais daquele país. Esse
regime racista, conhecido
como Apartheid, foi o grande
entrave para que a população
local adquirisse sua
emancipação. O Apartheid
resistiu até 1993, quando a
realização de eleições
multiétnicas levaram o líder
Nelson Mandela a se tornar o
primeiro presidente negro da
África do Sul.
PRINCIPAIS RUPTURAS
África francesa – Tendo vivido experiência negativa no caso da Indochina, o
governo francês procurou negociar formas pacíficas de ruptura com suas
colônias na África, como Marrocos, Tunísia, Camarões, Costa do Marfim,
Senegal e Madagascar. Em 1960, estava praticamente desfeito todo império
colonial da África. Houve, no entanto, intensa luta armada na Argélia, onde a
minoria de origem francesa controlava a vida política e econômica do país e era
contra a separação da França. Em 1954, tiveram início violentos conflitos pela
independência, liderados pela Frente de Libertação Nacional (FLN). Em 1962, a
França reconheceu a independência da Argélia
PRINCIPAIS RUPTURAS
África portuguesa - O processo de independência das colônias portuguesas
ocorreu tardiamente. A resistência portuguesa à descolonização africana
somente se desfez após a queda da ditadura salazarista, abrindo-se caminho
para a independência de Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe,
Moçambique e Angola.
Em Angola formaram-se três grupos armados que disputaram o vácuo do
poder: o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), de
orientação comunista e outros dois de orientação anticomunista. A disputa
pelo poder entre esses três movimentos guerrilheiros levou à luta armada.
Em 1975, o país foi declarado independente, com o MPLA no poder. Mas a
guerra civil continuou por duas décadas, período em que boa parte da
população foi dizimada e o país foi reduzido a escombros. Em 1992, Angola
abandonou a experiência comunista.
Em Moçambique, ocorreu situação semelhante
PRINCIPAIS RUPTURAS
O mundo árabe: Em 1918, consequência da fragmentação do Império Turco-
Otomano, França e Inglaterra estabeleceram a partilha do mundo árabe. À França
coube a Síria e o Líbano e à Inglaterra, o Egito, Emirados Árabes, Jordânia,
Iraque e Palestina, o que dava aos ingleses acessos ao petróleo daquela região.
Durante esse período de dominação europeia, o fluxo de imigrantes judeus para a
Palestina tornou-se considerável, até porque havia uma necessidade premente de
fugir da perseguição nazista na Europa. Com o término da 2ª Guerra, franceses e
ingleses abandonaram suas colônias árabes criando um vácuo do poder e
objetivando assentar a grande migração israelita daquela região, a ONU, sem
consultar a população de origem árabe, resolveu em 1947 criar o Estado de
Israel para abrigar os milhões de judeus já instalados naquelas terras. Israel
foi inserido totalmente na região não soberana da Palestina, o que
desagradou profundamente os povos árabes
PRINCIPAIS RUPTURAS
O mundo árabe: Tanto palestinos, quanto os demais vizinhos recusaram-se a
aceitar Israel e ainda em 1948, o Estado de Israel se viu imediatamente atacado
pelo Egito, Arábia Saudita, Jordânia, Iraque, Síria e Líbano (1ª Guerra Árabe-
Israelense). Os árabes foram derrotados e Israel passou a controlar 75% do
território palestino. A partir daí, iniciou-se o êxodo dos palestinos para os países
vizinhos. Teve início então a chamada “Questão Palestina”, que vem sendo
há mais de 60 anos o conflito devido à disputa entre árabes e judeus por um
mesmo território. Essa disputa levou a várias guerras entre árabes e
israelenses: Guerra do Canal de Suez (1956), Guerra dos Seis Dias (1967),
Guerra do Yon Kippur (1973) e as duas Intifadas (revoltas populares de
palestinos contra israelenses). Desde 1994, parte da Palestina está sob a
administração da Autoridade Nacional Palestina, instituição estatal que deveria
governar os territórios sob controle palestino: a Faixa de Gaza e a Cisjordânia
OS CONFLITOS ÁRABE-ISRAELENSES