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Cultura & Tradução. João Pessoa, v.1, n.1, 2011 1 ROMEU E JULIETA EM QUADRINHOS: UMA TRADUÇÃO SEMIÓTICA CURVELO, Amanda (PPGL-UFPB) OLIVEIRA, Elinês (orientadora) Resumo: Nos últimos anos, as histórias em quadrinhos (HQs) vêm se interessado por adaptar obras do cânone literário. A tragédia de Romeu e Julieta de Shakespeare, por ser bastante difundida mundialmente, desfrutou de várias traduções por diversas formas de arte e, inclusive, pelos quadrinhos. Essa transposição de signos, de uma determinada forma de arte para outra, é conhecido como tradução intersemiótica. Segundo Jakobson (1995: p.65), a tradução intersemiótica consiste na interpretação de signos verbais por meio de sistemas de signos não-verbais. Posteriormente, Plaza (2003), bebendo da fonte de Jakobson, acrescenta que a tradução também pode ser feita de um sistema de signos para outro, por exemplo, da arte verbal para a música, a dança, o cinema ou a pintura. Portanto, com ao objetivo do estudo da transposição de signos da tragédia de Romeu e Julieta para o gênero dos quadrinhos, propomos uma análise dos recortes da famosa cena do balcão nos quadrinhos e suas resignificações. Palavras-Chaves: Romeu e Julieta, quadrinhos, semiótica, intersemiótica. Conhecendo o gênero Quadrinhos O gênero quadrinhos popularizou-se desde o início do século passado. Os temas abordados como heróis, aventuras, heróis cômicos, temas políticos chamavam a atenção dos leitores modernos, além de adotar uma técnica inovadora de narrar estórias devido a união do visual e do verbal. Tal inovação, acarretou na incompreensão da linguagem e do formato dos quadrinhos, no ponto de vista literário, gerando um estranhamento e, por fim, tornando- se um gênero problemático. Muitos críticos argumentam que os quadrinhos são desprovidos de ideias, e por utilizar-se de imagens, não estimula a cognição do leitor. Will Eisner, famoso pesquisador do gênero e autor do livro Narrativas Gráficas, descorda de tal pensamento: Quando é empregada como veículo de ideias e informação, essa linguagem [o quadrinho] se afasta do entretenimento visual desprovido de pensamento. E isso transforma os quadrinhos numa forma de narrativa. (Eisner, 2008,p.10) Partiremos, então, para o conceito de quadrinhos. Scott McCloud (1995, p.9) define os quadrinhos como imagens pictóricas e outras justapostas em sequência deliberada destinadas a transmitir informações e/ou a produzir uma resposta no espectador. A resposta do espectador, a qual McCloud se refere, seria a leitura crítica. Portanto, a leitura dos quadrinhos não é vazia. Pelo contrário, os temas abordados nos quadrinhos exigem um conhecimento prévio e olhar crítico para interpretar/traduzir os signos imergidos tanto nas linguagem verbal e não-verbal. Outro fato essencial para a compreensão do gênero dos quadrinhos, é entender o próprio nome que leva o gênero. Na verdade, o nome quadrinho é um hipergênero, o qual agrega diferentes outros gêneros, cada um com suas peculiaridades (RAMOS, 2010).

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romeu e julieta

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  • Cultura & Traduo. Joo Pessoa, v.1, n.1, 2011

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    ROMEU E JULIETA EM QUADRINHOS: UMA TRADUO SEMITICA

    CURVELO, Amanda (PPGL-UFPB) OLIVEIRA, Elins (orientadora)

    Resumo: Nos ltimos anos, as histrias em quadrinhos (HQs) vm se interessado por adaptar obras do cnone literrio. A tragdia de Romeu e Julieta de Shakespeare, por ser bastante difundida mundialmente, desfrutou de vrias tradues por diversas formas de arte e, inclusive, pelos quadrinhos. Essa transposio de signos, de uma determinada forma de arte para outra, conhecido como traduo intersemitica. Segundo Jakobson (1995: p.65), a traduo intersemitica consiste na interpretao de signos verbais por meio de sistemas de signos no-verbais. Posteriormente, Plaza (2003), bebendo da fonte de Jakobson, acrescenta que a traduo tambm pode ser feita de um sistema de signos para outro, por exemplo, da arte verbal para a msica, a dana, o cinema ou a pintura. Portanto, com ao objetivo do estudo da transposio de signos da tragdia de Romeu e Julieta para o gnero dos quadrinhos, propomos uma anlise dos recortes da famosa cena do balco nos quadrinhos e suas resignificaes. Palavras-Chaves: Romeu e Julieta, quadrinhos, semitica, intersemitica.

    Conhecendo o gnero Quadrinhos O gnero quadrinhos popularizou-se desde o incio do sculo passado. Os

    temas abordados como heris, aventuras, heris cmicos, temas polticos chamavam a ateno dos leitores modernos, alm de adotar uma tcnica inovadora de narrar estrias devido a unio do visual e do verbal.

    Tal inovao, acarretou na incompreenso da linguagem e do formato dos quadrinhos, no ponto de vista literrio, gerando um estranhamento e, por fim, tornando-se um gnero problemtico. Muitos crticos argumentam que os quadrinhos so desprovidos de ideias, e por utilizar-se de imagens, no estimula a cognio do leitor. Will Eisner, famoso pesquisador do gnero e autor do livro Narrativas Grficas, descorda de tal pensamento:

    Quando empregada como veculo de ideias e informao, essa linguagem [o quadrinho] se afasta do entretenimento visual desprovido de pensamento. E isso transforma os quadrinhos numa forma de narrativa. (Eisner, 2008,p.10)

    Partiremos, ento, para o conceito de quadrinhos. Scott McCloud (1995, p.9) define os quadrinhos como imagens pictricas e outras justapostas em sequncia deliberada destinadas a transmitir informaes e/ou a produzir uma resposta no espectador. A resposta do espectador, a qual McCloud se refere, seria a leitura crtica. Portanto, a leitura dos quadrinhos no vazia. Pelo contrrio, os temas abordados nos quadrinhos exigem um conhecimento prvio e olhar crtico para interpretar/traduzir os signos imergidos tanto nas linguagem verbal e no-verbal.

    Outro fato essencial para a compreenso do gnero dos quadrinhos, entender o prprio nome que leva o gnero. Na verdade, o nome quadrinho um hipergnero, o qual agrega diferentes outros gneros, cada um com suas peculiaridades (RAMOS, 2010).

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    Com a evoluo do universo miditico e da tecnologia, os quadrinhos vm gerando cada vez mais novos subgneros. Por esse motivo, h vrios subgneros dos quadrinhos: Cartoon ou charge, tirinhas, histria em quadrinhos, graphic novels, webcomics, mang.

    Nesse trabalho, iremos focar na anlise de trs graphic novels, sendo uma delas um cruzamento entre graphic novel e mang, estilo de quadrinho japons.

    O subgnero da graphic novel, um estilo de quadrinho o qual se interessa em adaptar obras do cnone literrio. Como Eisner afirma em seu trecho, a seguir:

    A asceno e o estabelecimento dessa extraordinria forma de leitura que chamamos de revista em quadrinhos se deu ao longo de mais de 60 anos. As revistas em quadrinhos evoluram rapidamente da compilao das tiras pr-publicadas em jornais para as histrias completas e originais e, depois, para graphic novels. Esta ltima transformao imps uma necessidade de sofisticao literria por parte do escritor e do artista maior do que nunca. (Eisner, 2008, p.7)

    E mais:

    Entre 1965 e 1990, os quadrinhos comearam a procurar um contedo mais literrio. Isso comeou com o movimento underground de artistas e escritores criando o mercado de distribuio direta. Isso foi seguido pelo surgimento das lojas especializadas em quadrinhos, que facilitaram o acesso a maior nmeros de leitores. Foi o comeo do amadurecimento do meio. Por ltimo, os quadrinhos procuraram tratar de assuntos que at ento haviam sido considerados como territrios exclusivos da literatura, do teatro ou do cinema. Autobiografias, protestos sociais, relacionamentos humanos e fatos histricos foram alguns dos temas que passaram a ser abraados pela histria em quadrinhos. As graphic novels com os chamados temas adultos proliferaram e a idade dos leitores aumentou, fazendo com que o mercado interessado em inovaes e temas adultos se expandisse. Acompanhando essas mudanas, um grupo mais sofisticado de talentos criativos foi atrado para essa mdia e elevou seus padres (Eisner, 2008, p.8).

    A graphic novel, por ser um gnero com interesse literrio, vm resignificando vrias obras reconhecidas mundialmente. Nesse artigo, estudaremos os recortes da cena do balco de Romeu e Julieta resignificada para o gnero dos quadrinhos.

    Algumas resinificaes de Romeu e Julieta

    Tendo em mente que toda arte uma resignificao, podemos concluir que a prpria obra de Romeu e Julieta de Shakespeare fruto de vrias tradues. Ou seja, o mito de Romeu e Julieta vem de muito antes do teatro Shakespeariano. A primeira obra divulgada, de que se tem conhecimento, datada de 1460 escrita por Masuccio Salernitano.

    Nessa obra, os conhecidos Romeu e Julieta so chamados de Mariotto Mignanelli e Gianozza, os quais caem no infortnio de se apaixonar e pertencer a famlias inimigas. Mesmo diante do empecilho, eles se casam com a beno do frade local. Logo aps o casamento, Mariotto se envolve em uma desavena e termina

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    assassinando um nobre homem. Como punio, Mariotto expulso de sua cidade, deixando Gianozza aflita por ser obrigada, pelo seu pai, a casar-se com outro homem. Padecendo do sofrimento de Gianozza, o frade tenta ajud-la oferecendo-a uma poro que a deixaria como morta por algum tempo. A famlia, sem ter noo do acontecido, sepulta Gianozza no tmulo da famlia. Enquanto isso, Mariotto recebe a notcia de que Gianozza tinha falecido e retorna para Siena antes que o frade o alcance com o objetivo de contar-lhe a verdadeira histria. Em Siena, Mariotto perseguido e executado. Gianozza, ao acordar do seu sono fraudulento anunciada da morte do seu amado. Por esse motivo, Gianozza internou-se em um convento, no qual morreu de tristeza (McDonald et al., 2010).

    A partir da obra de Masuccio Salernitano, vrios autores comearam a resignifica-la. Um dos primeiros escritores conhecidos foi Da Porto, o qual adapta a estria renomeando para Giuletta e Romeo. Aps Da Porto, Matteo Bandello publica sua prpria verso, tambm denominado de Giuletta e Romeo, porm a sua obra se popularizou ao ponto de ser traduzida para a lngua inglesa. Com a traduo para o ingls, a estria se disseminou na Inglaterra, surgindo, ento, o poema de 3.020 linhas escrita por Arthur Brooke chamado A trgica histria de Romeu e Julieta (McDonald et al., 2010). Brbara Heliodora, famosa pesquisadora e tradutora brasileira das obras de Shakespeare, discursa em seu livro Por que ler Shakespeare? sobre o poema de Arthur Brooke:

    O poema longo e tedioso, porm fez sucesso na poca. Uma Advertncia para os leitores e um soneto ressaltam a essncia moralizante da obra, que atribui a morte do jovem casal ao fato de Julieta desobedecer me e ouvir conselhos no s da Ama como de frei Loureno (Heliodora, 2008, p.49).

    Com o sucesso da obra, Shakespeare se serviu do poema de Brooke para escrever uma das suas mais clebres tragdias. Portanto, com o passar dos sculos, a arte vai sendo (re)inventada e resignificada, pois, como dizia Pierce, o ser humano um animal semitico.

    A traduo intersemitica da pea Romeu e Julieta para os quadrinhos: a cena do balco

    Partindo da premissa que a teoria semitica nos ensina a compreender/interpretar o mundo. Tentaremos, nesse captulo, modelizar o estudo da pea de Romeu e Julieta e sua tranposio para os quadrinhos em uma perspectiva semitica. Para isso, precisamos conceber, primeiramente, o conceito da traduo intersemitica.

    Roman Jakobson (2008), em seus estudos sob a lingustica e a comunicao, postula a ideia de trs tipos de tradues: intralingual, interlingual e intersemitica. A traduo intralingual consiste em traduzir signos verbais de uma determinada lngua por meios de outros signos da mesma. J a traduo interlingual a tranposio dos signos de uma lngua para outra. E finalmente, a traduo intersemitica que a interpretao de signos verbais para signos no verbais.

    Bebendo da fonte de Jakobson, Julio Plaza (2003) acrescenta que a transposio de signos, na traduo intersemitica, no precisa ser somente para linguagem no-verbal. Essa transmutao pode ser feita para gneros que fazem o uso

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    de ambas as linguagens: verbal e no verbal. Como por exemplo o teatro, o cinema e, claro, os quadrinhos.

    Tendo em mente a teoria da traduo intersemitica, partiremos para o estudo da transposio dos signos da pea de Romeu e Julieta para os quadrinhos. O nosso corpus abrange a pea de Romeu e Julieta e trs edies de graphic novels homnimas da obra Shakespeariana.

    A primeira obra escolhida (McDonald et al., 2010) uma verso americana que faz uso do texto dramtico shakespeariano. Nesse quadrinho os criadores tentam se manter no foco usado por Shakespeare, por exemplo, trazendo consigo a Itlia do sculo XVI como pano de fundo, ilustrando seus costumes e tradies.

    A segunda obra (Leong et al., 2007) uma verso em mang, estilo de quadrinho japons, traduzido para uma linguagem (verbal e no-verbal) contempornea. Percebe-se nesse mang referncias claras a cultura japonesa, bem como elementos comuns da contemporaneidade. Esse quadrinho escrito em lngua inglesa que, apesar do estilo contemporneo, mantm alguns cdigos lingusticos tpicos do sculo XVI para remeter o texto dramtico shakespeariano.

    Ilustrao 1: Capa do quadrinho Romeo and Juliet, em formato americano, adaptado por McDonald et al., 2010

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    A terceira obra uma adaptao feita pelo conhecido ilustrador e criador de quadrinhos, Maurcio de Sousa. Nela, ele utiliza seus conhecidos e principais personagens, Mnica, Cebolinha, Magali e Casco para resignificar a obra de Romeu e Julieta. O quadrinho voltado para o pblico infantil, o que no impede, tambm, de deleitar adultos, principalmente para aqueles que conhece Shakespeare. Se Romeu e Julieta em Shakespeare uma tragdia, em Maurcio de Souza pura comdia. A comicidade a parte essencial deste quadrinho, por, justamente, ser voltado para o pblico infantil, o que o difere dos demais quadrinhos citados anteriormente.

    Ilustrao 2: Capa do quadrinho Romeo and Juliet verso mang adaptado por Leong et al., 2007

    Ilustrao 3: Capa do quadrinho Romeu e Julieta adaptado por Maurcio de Sousa

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    Partindo para anlise da cena do balco, interessante observar as resigificaes expostas por cada quadrinho, pois todos possuem um sistema de signos singular, influenciados pela cultura.

    Como j dissemos anteriormente, o quadrinho americano (Ilustrao 1) tenta se manter firme na cultura e tradio italiana. Contudo, o formato do quadrinho tipicamente americano, o trao do desenhista, os desenhos com a arte em cor so signos os quais revelam a origem dos criadores.

    Na cena do balco, o quadrinho americano, nos apresenta um ar obscuro, signo da tragdia que est por vir, apesar das juras de amor do jovem casal.

    J na cena do balco, no quadrinho japons, podemos perceber vrios elementos da contemporaneidade. Os prdios, ao fundo, em perspectiva, e o balco, que na verdade uma varanda de um apartamento, so, indubitavelmente, signos de uma cidade moderna, justamente pelo setting ser em Tokyo, Japo. Outros elementos marcantes so as roupas dos personagens e a linguagem verbal os quais nos apresentam um cruzamento entre o passado e o presente.

    Ilustrao 4: Cena do balco, Romeo and Juliet formato americano

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    Ilustrao 5: Cena do balco de Romeo and Juliet, verso mang

    Ilustrao 6: Cena do balco de Romeo and Juliet na criao de Maurcio de Sousa

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    Na perspectiva de Maurcio de Sousa, a cena do balco, possui um colorido mais intenso e h, tambm, o intertexto dos seus personagens, pois trazem consigo a personalidade exposta nos outros quadrinhos da Turma da Mnica escritos pelo criador. Exigindo que o leitor tenha um conhecimento prvio das duas obras.

    Concluso

    O gnero dos quadrinhos, apesar de no ser to estudado no mbito literrio. Merece uma maior ateno dos pesquisadores. Por ser um gnero que nos fornece uma linguagem to complexa. Com o surgimento do interesse da adaptao de textos literrios, as resignificaes vm surgindo constantemente. Sugerimos, aos pesquisadores, os quais esto lendo esse artigo, uma maior ateno para esse gnero emergente. Nas tradues intersemiticas vistas nesse artigo, podemos conceber o quo maravilhoso e surpreendente o universo das histrias em quadrinhos. Atravs delas, podemos percorrer no universo de outras culturas e tradies. Dando-nos a oportunidade de produzir os mais variados estudos.

    REFERNCIAS

    HELIODORA, Brbara. Por que ler Shakespeare?. So Paulo: Globo, 2008. JAKOBSON, Roman. Lingstica e comunicao. 15 ed. So Paulo: Cultrix, 1995. LEONG, Sonia., APPIGNANESI, Richard., HUCKLE, Andy., SOMOGYI, Nick., HAYLEY, Emma. Romeo and Juliet. China: Amulet Books, 2007. MCCLOUD, Scott. Desvendando os quadrinhos. So Paulo: Makron Books, 1995. McDONALD, John., SANDERS, Joe., VOLLEY, Will., DEVLIN, Jim., CAMPBELL, Jim., PLACENTINO, Jenny., WHEELER, Joe., BRYANT, Clive. Romeo and Juliet: The Graphic Novel, Original Text. United Kindgon: Classical Comics Ltd. 2010. PLAZA, Julio. Traduo intersemitica. So Paulo: Perspectiva, 2003. RAMOS, Paulo. A leitura dos quadrinhos. So Paulo: Contexto, 2007. SHAKESPERARE, Willian. Romeu e Julieta; traduo de Brbara Heliodora. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997. SOUSA, Maurcio de. Turma da Mnica: Romeu e Julieta. Barueri, SP: Panini Brasil, 2009.